Amor, Liberdade e Solidão
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Para conhecer essa bênção da natureza humana, não se pode encontrar melhor auxílio que o amor.
OSHO
Amor, Liberdade e Solidão Solidão
Uma Nova Visão dos Relacionamentos
OSHO
Amor, Liberdade e Solidão Solidão
Uma Nova Visão dos Relacionamentos
Índice Prefácio PARTE UM - Amor Capítulo 1 - Amorzinho Capítulo 2 - Real e Irreal - O Primeiro Passo Capítulo 3 - As Virtudes do Egoísmo Capítulo 4 - Preso a Nada QUESTÕES - Amor-Próprio e Orgulho Egoísta - Amor Doloroso - Conhece-te a Ti Mesmo e Ama-te a Ti Mesmo - Amar Melhor PARTE DOIS - Da Relação à Ligação Capítulo 5 - A Lua-de-Mel sem Fim Capítulo 6 - Do Desejo de Amar ao Amar Capítulo 7 - Mas Que Haja Espaços… Capítulo 8 - O Koan da Relação QUESTÕES - O Amor É Um Jogo - O Amor Não Pode Ser Ensinado - Diferença entre Gostar e Amar - O Amor É Compromisso - O Amor Tem de se Erguer do Desejo - Seja Verdadeiro no Amor - Quanto Mais Distantes se Encontram, Mais Atraentes se Tornam
PARTE TRÊS - Liberdade Capítulo 9 - Tábua Rasa Capítulo 10 - A Escravidão Básica Capítulo 11 - Cuidado com os Papas Capítulo 12 - Existe Vida Depois do Sexo? Capítulo 13 - É Necessário uma Cidade QUESTÕES - Amor e Apego - O Amor Pode Florescer sem Sexo - O Sexo tem de Desaparecer num Júbilo Calmo e Brincalhão - Distanciamento e Indiferença - Interdependência PARTE QUATRO - Solidão Capítulo 14 - A Solidão é a Sua Natureza Capítulo 15 - Estranhos a Nós Mesmos Capítulo 16 - Solitários e Eleitos Capítulo 17 - O Leão e a Ovelha QUESTÕES - Não Pertencer é a Grande Experiência da Transcendência - Tristeza Profunda e Felicidade Superficial - Tornar-se Um Imperador Uma Chamada de Atenção - Duas Mulheres e Um Monge Epílogo - Abarcar o Paradoxo
Amor, Liberdade e Solidão
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Prefácio No Banquete de Platão, Sócrates diz: Um homem que pratica os mistérios do amor estará em contato não com um reflexo, mas com a própria verdade. Para conhecer essa bênção da natureza humana, não se pode encontrar melhor auxílio que o amor.
Toda a minha vida tenho comentado o amor em milhares de modos diferentes, mas a mensagem mantém-se. Só um aspeto fundamental tem de ser lembrado: este não é o amor que você crê que é amor. Nem Sócrates se refere a esse amor nem eu estou aqui a analisá-lo. O amor que você conhece não é mais do que um impulso biológico; depende da sua própria química e hormonas. É facilmente mutável - uma mudança na sua química e o amor que considerava uma “verdade absoluta” simplesmente desaparece. Você chamou “amor” ao desejo. Importa recordar esta distinção. Sócrates diz: “Um homem que pratica os mistérios do amor… “ O desejo não tem mistérios. É um simples jogo biológico; cada animal, pássaro, árvore conhece-o. Certamente que o amor que contém em si mistérios será totalmente diferente do amor com que você lida normalmente. Um homem que pratica os mistérios do amor estará em contato não com um reflexo, mas com a própria verdade.
Este amor que pode permitir o contato com a verdade só pode emergir da sua consciência - não do seu corpo, mas do mais recôndito do seu ser. O desejo surge do seu corpo, o amor da sua consciência. Mas as pessoas não conhecem a sua consciência e o equívoco continua - o desejo físico é entendido como amor. Muito pouca gente no mundo conheceu o amor. Esses são aqueles que se tornaram silenciosos, pacíficos… e nesse silêncio e nessa paz tocaram o âmago do seu ser, a sua alma. Uma vez tocada a sua alma, o seu amor torna-se não uma relação, mas simplesmente uma sombra. Para onde quer que vá, com quem quer que esteja, você ama. Neste momento, você chama amor àquilo que é dirigido a alguém, limitado a alguém. E o amor não é um fenómeno que possa ser circunscrito. Pode tê-lo nas suas mãos abertas, mas não nos seus punhos fechados. No momento em que as suas mãos se fecham, elas ficam vazias. No momento em que se abrem, toda a existência está disponível para si. Sócrates tem razão: quando se conhece o amor, conhece-se a verdade, porque ambos são dois nomes para uma mesma experiência. E, se nunca conheceu a verdade, lembre-se de que nunca conheceu o amor.