ESCOLA TÉCNICA DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL Rua Oliveira Lisboa, 41 Barreiro de Baixo BH/MG Tel.: 3384-8154
TRABALHO DE PERFURAÇÃO E DESMONTE DE R OCHAS OCHAS ACESSÓRIOS PARA DETONAÇÃO
Integrantes:
Aline Souza Ana Paula Martins Bruna Miranda Jaime César Marcelo Lima Saulo Araújo
Belo Horizonte, 24 de Junho de 2011.
Introdução Podemos dizer que ao iniciar um explosivo estamos a provocar a sua explosão, Esta iniciação pode ser feita através da introdução de um detonador num cartucho explosivo, que estava em contato com o resto da carga, ou através da ligação de um detonador ao cordão detonante, que se encontra em contato ao longo de toda a carga, transmitindo-lhe a detonação. Estes são os procedimentos geralmente usados para iniciar um explosivo, dentre alguns destes procedimentos vamos abordar ao decorrer do trabalho alguns dos principais acessórios destinados para a detonação.
Detonadores Pirotécnicos São dispositivos destinados a transmitir a iniciação (detonação) aos explosivos e são também designados por cápsulas detonadoras, (escorras?) ou impropriamente de fulminantes. A constituição de um detonador pirotécnico compreende um casquilho de alumínio, que possui no seu interior uma carga de explosivo composta por um explosivo secundário (base) e primário. A iniciação deste tipo de detonadores é feita através da introdução, no extremo livre do casquilho do detonador de um determinado comprimento de rastilho. Este comprimento tem um valor mínimo indicado por lei. No interior da zona de contato do rastilho com o casquilho detonador existe certa quantidade de explosivo de elevada sensibilidade ao choque e as fricções (Fulminato de Mercúrio (C2N2H8O2)), pelo que se deve ter o maior cuidado na sua manipulação. A ligação do rastilho é feito com um alicate especial. Esta ligação deve ser efetuada na zona do detonador que não tem explosivo, a fim de evitar a pressão na carga explosiva. Os detonadores pirotécnicos em mau estado podem provocar o “encravamento” dos tiros respectivos ou combustão parcial em vez de detonação completa dos explosivos secundários a que se associam. A potência dos detonadores é expressa por números correspondentes a determinados pesos de fulminato de mercúrio. Cápsulas Pesos correspondentes de Fulminato de Mercúrio N.º 01 = 0,30g N.º 02 = 0,40g N.º 03 = 0,54g N.º 04 = 0,65g N.º 05 = 0,80g N.º 06 = 1,00g N.º 07 = 1,50g N.º 08 = 2,00g N.º 09 = 2,50g N.º 10 = 3,00g Em Portugal, no arranque de maciços rochosos, utilizam-se as capsulas n.º6 e n.º 7, mais frequentemente a n.º 8 e excepcionalmente a n.º9. Modernamente, o nome mais usado é o de detonador pirotécnico, uma vez que é usado um fósforo ou acendedor para o disparo por mecha lenta (rastilho), que é mais barato que o disparo elétrico, de que se tratará a seguir. No disparo das pegas de fogo, uma escolha
conveniente dos comprimentos das mechas permite assegurar que o rebento dos tiros se processe pela ordem desejada. A simultaneidade praticamente absoluta de rebentamento de tiros não pode ser obtida por este processo pelo menos sem apoios complementares.
Estopim É um filamento de pólvora enrolado e protegido por fio ou fita (tecidos impermeabilizantes), encerado ou com revestimento plástico. Queimam com velocidade constante e conhecida – 110 a 130m/s. Produz na extremidade oposta um sopro ou chama capaz de provocar a detonação de pólvora ou espoleta.
Espoleta simples (comum) São cápsulas de alumínio, fechada em uma extremidade, preenchida por uma carga iniciadora (azida de chumbo), uma carga de base (tetra-nitrato de penta eritritol). São sempre iniciadas por estopim introduzido na outra extremidade da cápsula por meio de um alicate especial. Usadas para detonações secundárias e não são usadas em detonações simultâneas.
Espoletas elétricas São detonadas por uma corrente elétrica sendo necessária uma intensidade mínima para provocar a explosão, permitem detonar diversas cargas ao mesmo tempo. Podem ser instantâneas ou de tempo.
Acendedores São acessórios de detonação destinados a iniciar espoletas ou próprio explosivo principal (reforçadores). Citam-se: estopim de segurança, estopim ultrarrápido, conector para estopim, cordão ignitor, reforçadores (boosters). Rastilho (cordão lento) É formado por um tubo flexível, é a prova de água, formado por um núcleo de pólvora negra, especialmente fabricada e distribuída por forma a garantir a existência de um meio, no qual a chama se propaga continuamente e uma velocidade praticamente uniforme. Pode-se considerar o rastilho, como um meio pelo qual se transmite o fogo (deflagração) a uma velocidade uniforme, até um detonador (pirotécnico), ou pólvora negra encartuchada. Chama-se também cordão lento, porque arde lentamente (cerca de 90 a 130 segundos/metro). Toma-se normalmente um tempo de combustão de 2 minutos por metro linear aproximadamente.
Uma coluna delgada de pólvora especial, envolvida por camadas de fibra de algodão ou juta e apresenta tipos diferentes, conforme as condições do seu emprego. Contra filtrações de líquidos e humidade, no rastilho obtêm-se vários graus de segurança aplicando-lhes betume ou guta-percha, plásticos vários etc. Em terrenos secos usa - se rastilho simples ou rastilho simplesmente alcatroado. Detonadores elétricos São designados por cápsulas detonadoras elétricas ou escoras elétricas. Estes são os detonadores que atualmente se utilizam mais, pois apresentam vantagens em relação aos pirotécnicos, proporcionando melhores resultados nas pegas de fogo. Uma das vantagens é a possibilidade de surgirem falhas nas pegas de fogo. Os detonadores elétricos, ao contrário dos detonadores pirotécnicos são ativados através da energia elétrica são também designados por cápsulas detonadoras elétricas ou escoras elétricas. Estes são os detonadores que atualmente se utilizam mais, pois apresentam vantagens em relação aos pirotécnicos, proporcionando melhores resultados nas pegas de fogo. Uma das vantagens é a possibilidade de surgirem falhas nas pegas de fogo. Descrição dos detonadores Os detonadores elétricos são constituídos por duas partes (detonadores instantâneos) ou três partes (detonadores de retardo), que estão dentro de um casquilho metálico de alumínio ou cobre (no caso de serem utilizados em minas de carvão). O principio em que se baseia é o da transformação da energia elétrica em calor. Transformação essa que se realiza no interior dos detonadores, os quais são ligados por fios condutores, a uma fonte de energia elétrica exterior. As partes que constituem os detonadores são: a elétrica, a explosiva e no caso dos detonadores de retardo, a substância retardadora. A parte elétrica, que se situa na zona superior do casquilho é constituída pelo inflamador, pelos fios de ligação, que possuem tonalidades de cores consoante as suas características, e por outros elementos de proteção. O inflamador é constituído por uma pequena resistência, recoberta por pasta combustível. Esta pequena resistência é também chamada de “Ponte de Incandescência” e está ligada aos fios que asseguram a passagem da corrente elétrica ao inflamador. Quando pela ponte de incandescência há passagem de corrente elétrica e esta for de intensidade suficientemente grande, a resistência aquece, até atingir uma temperatura que provoca a inflamação da pequena quantidade de pasta combustível. Após a inflamação da pasta combustível, e no caso do detonador ser de retardo, dáse a iniciação da carga retardadora que se encontra abaixo de inflamador. É esta a carga retardadora que vai regular o tempo que leva o detonador a atuar, pois consoante o tipo e a maior ou menor quantidade de carga retardadora assim mais ou menos tempo leva detonador a atuar.
Após a combustão de carga retardadora é iniciada a combustão da carga primária, uma vez que esta se encontra imediatamente abaixo da carga retardadora, para os detonadores de retardo; no caso de detonadores instantâneos ou de tempo zero, após a incandescência do inflamador e a combustão da pasta que o envolve inicia-se a combustão da carga primária. Por fim e após a combustão da carga primária, tanto para os detonadores instantâneos como para os de retardo verifica-se a combustão da carga base ou secundária. Mecanismo de Iniciação Como foi dito anteriormente, a passagem de corrente elétrica, provoca a inflamação da ponte de incandescência com consequente interrupção da corrente, uma vez que a resistência do detonador fundiu devido à elevada temperatura ou à ignição do inflamador. O mecanismo de iniciação está condicionado pela sensibilidade ou quantidade de energia elétrica que cada tipo de detonador elétrico necessita para a sua iniciação. Assim temos, segundo a sua sensibilidade: Detonadores sensíveis (S), Detonadores Insensíveis (I), Detonadores Muito Insensíveis (MI) e Detonadores Altamente Insensíveis (AI). Os detonadores elétricos, em função da sua maior ou menor sensibilidade, necessitam mais ou menos intensidade de corrente elétrica para a sua iniciação. Para cada um destes tipos de sensibilidade, independentemente do seu tempo de atraso, os detonadores elétricos têm uma ignição simultânea. Esta exatidão só é garantida quando os detonadores são atravessados por uma corrente chamada “Corrente Recomendada pelo Fabricante” e tem um valor ligeiramente superior ao valor mínimo necessário para a sua ignição. No caso de uma ligação em série em que os detonadores estão ligados entre si poderá acontecer que a resistência de um detonador funda, sem que os seguintes tenham alcançado a temperatura de inflamação, ficando a corrente cortada em todo o circuito, provocando a explosão de uns detonadores e outros não. Isto também pode acontecer quando numa pega se utilizam, em simultâneo detonadores de distintos graus de sensibilidade. Da mesma forma que existe uma corrente mínima indicada a partir da qual todos os detonadores da mesma sensibilidade se inflamam, também existe uma corrente chamada “corrente de segurança” que garante que nenhum detonador se inicia com a passagem de uma intensidade de corrente igual ou inferior á indicada. Esta corrente tem como finalidade evitar que os detonadores sejam iniciados casualmente por correntes estranhas ou parasitas, provocadas por tempestades, eletricidade estática, etc. No caso dos detonadores elétricos, conforme forem mais ou menos sensíveis, assim possuem maior ou menor corrente de segurança.
Características Elétricas dos Detonadores
Como, vimos anteriormente, a existência de vários tipos de detonadores, quanto à sua sensibilidade, apresentam determinadas características que os distinguem uns dos outros. As características são as seguintes: - Resistência dos fios de ligação – corresponde à resistência dos fios de ligação do detonador; mede-se em Ohms (Ω). - Resistência da ponte – corresponde à resistência que o inflamador possui; medese em Ohms (Ω). - Resistência Total – corresponde á soma das duas resistências anteriores; mede-se em Ohms (Ω). - Intensidade da corrente recomendada pelo fabricante – é a intensidade mínima necessária, recomendada pelo fabricante, para assegurar que todos os detonadores ligados em série, numa pega, recebam energia suficiente para se iniciarem; mede-se em Amperes (A). - Corrente de segurança – é a máxima intensidade de corrente, que atravessa a ponte de incandescência, durante 5 minutos sem provocar a sua inflamação. Mede-se em Amperes (A). - Impulso de ignição dos detonadores – é a energia elétrica, por unidade de resistência, necessária para provocar a iniciação do inflamador. Mede-se em Miliwatts – segundo por resistência do circuito (mws/Ω). Classificação dos detonadores Podemos classificar os detonadores elétricos em função de três fatores: Uso, Sensibilidade e Tempo. Em função do “Uso” os detonadores podem ser distinguidos consoante o destino para que são escolhidos. Assim temos: - Cápsula de alumínio – para utilizar em casos gerais: a céu aberto, interior, etc. - Capsula de cobre – são utilizados em casos onde haja ambientes gasosos ou inflamáveis: minas de carvão. - Sísmico – estes detonadores são fabricados com um tempo de reação inferior a milisegundo, desde que iniciados com intensidade adequada. - Para trabalhos a grandes pressões de água – para estes casos são fabricados com um inflamador estanque especial, que proporciona uma hermeticidade que pode resistir até 100Kg/cm2 mantendo as restantes características dos detonadores. Em função da sensibilidade, os detonadores apresentam quatro tipos distintos: - Detonadores sensíveis (S) – são os mais utilizados e os mais apropriados para locais onde não exista perigo de correntes estáticas e estranhas, produzidas por linhas elétricas, tempestades, etc. A distinção deste tipo de sensibilidade das outras é feito através da cor de um dos fios do detonador. O outro fio apresenta a cor referente ao tipo de retardo.
- Detonadores insensíveis (I) – Estes detonadores são mais seguros que o tipo “S” perante a ocorrência de correntes estranhas, ou seja, necessitam de mais corrente para serem iniciados, e é cinco vezes maior e a corrente de segurança é duas vezes maior em relação aos “S”. São utilizados em casos onde se pretende ter uma maior margem de segurança, apesar de não ser previsível a existência de correntes estranhas. A distinção é também feita através da cor correspondente ao tipo de retardo. - Detonadores muito insensíveis (MI) – estes detonadores são ainda mais seguros que os tipo “I”, perante a ocorrência de correntes estranhas, necessitando por isso, mais corrente para serem iniciados. A distinção é também feita através da cor de um dos fios do detonador, enquanto que o outro possui a cor do tipo de retardo. - Detonadores altamente insensíveis (AI) – este tipo de detonadores reduz grandemente os riscos de iniciação quando existam correntes perigosas, devidas a linhas elétricas, emissoras, tempestades, etc. Isto não quer dizer que os detonadores “AI” sejam totalmente seguros em todos os casos, apesar da sua corrente de segurança ser vinte vezes maior e o impulso de iniciação ser 300 vezes maior que os detonadores tipo “S”. A distinção deste tipo de detonadores é feita de maneira semelhante ás anteriores. Tanto os detonadores muito insensíveis como os altamente insensíveis, são aconselhados para situações onde possa haver probabilidade de existirem corrente perigosas, não podendo ser, nesta circunstância, utilizado outro tipo de detonadores. Em função dos tempos de detonação, para a obtenção de bons resultados nas pegas de fogo, é da maior conveniência que os distintos furos vão rebentando segundo uma ordem pré-estabelecida e com uma diferença de tempos igual e determinada. Dependendo do intervalo de tempos entre a inflamação da ponte de incandescência até ao instante da explosão, os detonadores podem ser classificados em: - Detonadores instantâneos – pelo facto de não Ter o explosivo retardador e após a iniciação do inflamador dá-se a iniciação da carga primária, seguida da carga base. A cor de um dos fios determina esta característica. - Detonadores de micro retardo – este tipo de detonadores apresentam uma sequência de tempos que varia desde o 1 ao 18, diferenciando-se em alguns milisegundos: 20, 25 e 30, são os mais usuais. Este tipo de detonadores não é aconselhável para trabalhos a céu aberto, pois existe a possibilidade de provocar projeções, sendo essencialmente utilizados em trabalhos subterrâneos. A cor de um dos fios determina esta característica. É de notar que a variação do tempo, dentro da mesma sensibilidade, se faz consoante a quantidade de carga retardadora que o detonador possui. Assim quanto maior é a quantidade de carga retardadora, maior é o tempo do detonador. Esta carga retardadora está colocada entre o inflamador e a carga primária, no caso de detonadores de retardo e micro - retardo.
Por exemplo, o código das cores dos detonadores produzidos pela U.E.E é o seguinte:
Sensibilidade Tempo
Verde AI Branco 0ms
E as sua características são: Características elétricas dos S detonadores da UEE Resistência da Ponte (Ω) 1.2 – 1.6 Impulso de Ignição 0.8-3 (mws/Ω) Corrente de Segurança 0.18 (A) Intensidade de Corrente 1.2 Recomendada (A)
Cinzento MI Amarelo 30ms
Rosa I
Vermelho S Azul 500ms
Tipo de Detonadores I
MI
AI
SI
0.4 – 0.5
0.08–0.12
0.03-0.05
0.4-0.5
0.8-3
300-800
1100-2500
8-16
0.45
3
4
0.45
2.5
13
25
5A para t1ms
Sistemas de iniciação não elétrico Os sistemas de iniciação não elétricos são utilizados principalmente em locais onde exista a possibilidade de haver indicações indesejáveis, locais próximos de linhas elétricas, vias férreas eletrificadas, etc. Para estes casos existem acessórios que substituem os detonadores elétricos e permitem sequenciar corretamente as pegas de fogo. Estes acessórios podem ser: Relés de micro retardo Os relés de micro retardo fabricado pela UEE constam de uma peça de plástico moldado, a qual tem na sua parte central o elemento metálico de retardo. Este acessório é utilizado conjuntamente com cordão detonante, 10 e 12 gr, uma vez que este sozinho realiza rebentamentos instantâneos podendo originar problemas em termos de vibrações. Os extremos do relé estão adaptados para permitir uma fácil ligação com o cordão detonante, fixando este com cunhas de plástico. O elemento retardador está alojado num cilindro metálico e nos extremos estão situadas pequenas cargas que contem um sal de chumbo que facilita a transformação da detonação do cordão detonante em combustão da pasta de retardo, combustão que permitirá obter o tempo de retardo requerido. Finalizada esta combustão, a chama incidirá sobre segunda carga explosiva, no outro extremo, iniciando de novo a detonação.
A colocação intercalada destes tipos de relés vai interromper a detonação durante 15 ou 25 milisegundos, criando nas pegas ligadas ao cordão detonante um efeito de retardo semelhante ao proporcionado pelos detonadores elétricos de micro – retardo. Detonadores não elétricos Os detonadores não elétricos são constituídos por um tubo de plástico que contém no seu interior uma substância reativa, não explosiva, que mantém a propagação da onda a uma velocidade de aproximadamente 2000m/s. esta reação no tubo atua unicamente como sinal e tem energia suficiente, para iniciar um detonador. A série de micro- retardo deste tipo de detonadores é formada por 18 números (do3 ao 20), com um retardo de 25 ms entre números consecutivos e com diversos comprimentos de tubo, existindo também uns ligadores para unir os vários tubos. Este tipo de detonadores podem ser iniciados quer por explosor adequado (pistola, quer com detonadores elétricos. Como exemplo deste tipo de detonadores, temos os suecos NONEL e os espanhóis RIONEL. Outros Sistemas de iniciação Existem outras formas de iniciação, apesar de pouco utilizadas, que podem ser úteis. Estão neste grupo os: - Detonadores elétricos “Magnadet” – cuja característica principal deste detonador é que se ligam ao explosor através de um transformador, em que a bobine do secundário liga diretamente aos fios da capsula detonante e a bobine do primário é a linha de tiro que se une ao explosor. - Detonadores iniciados por cordão detonante de baixa gramagem – são detonadores semelhantes aos elétricos, sendo só substituído o inflamador por cordão detonante, o qual só está ligado no extremo oposto ao detonador por um ligador de plástico que facilita a sua união à principal de disparo, constituída por um cordão detonante de maior gramagem. - Detonadores Hercudet – este tipo de detonadores caracteriza-se pelo facto do detonador ser iniciado através da detonação de uma mistura gasosa. O sistema é formado por um explosor especial ligado aos detonadores mediante um tubo de plástico. Estes detonadores são do tipo convencional, só é substituída a parte elétrica por tubos de plástico. Cordão detonante O cordão detonante é utilizado fundamentalmente para transmitir aos explosivos a detonação iniciada por um detonador. É constituído por uma corda flexível e impermeável que contém no seu interior um explosivo (pentrite) que possui uma velocidade de detonação de 7000 metros por segundo. O núcleo de pentrite, em quantidade variável segundo o tipo de cordão, é radiada por vários fios e fibras têxteis, possuindo um
recobrimento exterior de policloreto de vinil, que proporciona elevadas resistências à tração, à abrasão e à humidade. O cordão detonante caracteriza-se pela sua potência, que determina a sua aplicação, a qual depende diretamente com a quantidade de Pentrite por metro linear de cordão. Atualmente são fabricados vários tipos de cordões detonantes com quantidades de Pentrite por metro que variam entre 0,8 gramas até 100 gramas. Sendo mais frequente utilizar cordão de 10 e 12 gr. Aplicações do cordão detonante Os cordões detonantes têm dois tipos principais de aplicação. Por um lado serve iniciar um explosivo, por outro lado serve como explosivo numa pega de fogo. A primeira das aplicações é a mais frequente, utilizam-se cordões de gramagens que vão desde 3 gr. Por metro linear, até 40gr, sendo esta última a gramagem mais utilizada em prospecção sísmica. Os cordões detonantes de gramas superiores a 40 gr. São utilizados, como explosivos para a realização de pegas de fogo, em especial recorte e pré-corte. No caso da iniciação do explosivo mediante o cordão detonante, basta colocar o cordão em contato com o explosivo, para que neste se produza a detonação. A iniciação do cordão detonante pode ser feita através de um detonador, ou mediante outro cordão detonante onde saiam derivações para os cordões dos furos. Ligações do cordão detonante A ligação do detonador ao cordão deve realizar-se de tal maneira que a parte inferior do detonador aponte no sentido pretendido da propagação de onda de detonação do cordão, caso contrário pode haver iniciação na direção oposta á desejada. A ligação do cordão detonante dos furos deve ser feita de maneira que seja fácil a propagação da onda e não interrompida. Existem para estes casos uns ligadores especiais que permitem a ligação na forma correta, evitando assim a possibilidade de surgirem falhas. Multiplicadores São acessórios de rebentamento que se utilizam para iniciar explosivos de baixa sensibilidade. São compostos por um cilindro de Hexolite, que é um explosivo de alta potência e elevada velocidade de detonação, e recoberto por plástico. Possui uns orifícios axiais rodeados de Pentrite, por onde passam os acessórios responsáveis pela sua detonação. Os multiplicadores habitualmente têm um diâmetro de 65 mm e fabricam-se com pesos de 250 gr. e 500 gr. Equipamentos para verificação e disparo das peças elétricas Numa pega de fogo elétrica, após a carga e ligação dos detonadores, deve ser realizada a operação de verificação da resistência da pega posterior disparo. Estas
operações de verificação da resistência da pega para posterior disparo. Estas operações de verificação e disparo devem ser executadas com aparelhos para esse fim. Estes aparelhos devem possuir certas características em termos de segurança. No caso de Ohmimetros, devem medir a resistência de um circuito com uma corrente suficiente baixa para não iniciar os detonadores. No caso dos explosores, devem possuir energia suficiente para iniciar um determinado número de detonadores, sem risco de falhas. Dos equipamentos atrás referidos podemos indicar: Comprovadores de circuito Estes aparelhos servem para comprovar que o circuito está fechado, mas não servem para medir as resistências do circuito. Também detectam falhas de isolamento na linha e a continuidade ou não de um detonador. Ohmimetros São aparelhos destinados a medir resistências permitindo ao carregado de fogo comprovar e medir o circuito da pega, investigar defeitos de continuidade em detonadores, medir isolamentos, derivações, etc. Estes Ohmimetros são especialmente desenhados para serem utilizados em rebentamentos e devem ser robustos e impermeáveis, para suportar, sem sofrer danos, o duro trabalho a que seriam submetidos. Existem dois tipos de Ohmimetros: Analógicos e digitais. Os analógicos são constituídos por um mostrador no qual o valor medido é indicado através de um ponteiro sobre uma escala. Este tipo de Ohmimetro possui um seletor de escalas que permite efetuar leituras em zonas com maior precisão. Os digitais possuem um mostrador que nos dá indicação através de um ponteiro sobre uma escala. Este tipo de Ohmimetro possui um seletor de escalas que permite efetuar leituras em zonas com maior precisão. Os digitais possuem um mostrador que no dá indicação direta do valor medido no circuito, sendo estes mais exatos. Explosores Dá–se o nome de explosores às máquinas geradoras de corrente elétrica que se utilizam para iniciar a pega elétrica. A utilização dos explosores constitui o método mais racional de fornecer energia aos detonadores de uma pega, pois têm a vantagem, sobre outras fontes de energia, de em cada disparo, só libertar uma determinada quantidade de energia, com que se evitam riscos de acidentes. Os explosores habitualmente utilizados para as pegas elétricas são de dois tipos: explosores Dinamoelétricos e de condensador. O primeiro funciona de maneira semelhante a um dínamo; enquanto o segundo possui um condensador que acumula a energia. Esta
Energia poderá ser libertada, ou automaticamente após o condensador estar carregado, ou através do disparo de um botão acionado pela pessoa responsável pelo disparo. Comprovadores de explosores Este tipo de equipamento serve para comprovar o estado dos explosores. Existem comprovadores destinados a comprovar só um tipo concreto de explosor. São os que possuem uma resistência não variável, uma lâmpada indicador de corrente e um terminal que se liga ao explosor. Ao acionar adequadamente o explosor, a lâmpada de teste deve iluminar-se bem, para indicar o bom funcionamento do explosor. Se a lâmpada não acender, apesar de efetuados vários ensaios, é indicação de que o explosor está avariado. Outros acessórios da pega de fogo Para além dos acessórios anteriormente citados, existem outros, ainda que de menor utilidade, fundamentais para o disparo correto de uma pega de fogo. Alguns destes acessórios são: - Fios de ligação – fios elétricos, perfeitamente isolados e que servem para as linhas de tiro, linhas móveis e para ligações na pega de fogo. - Tubos de ligação – são tubos de plástico rígido, que permitem uma adequada e rápida ligação entre o detonador e o cordão detonante. - Ligadores Isobloc – estes ligadores servem par isolar as ligações dos detonadores elétricos das linhas de tiro com o fim de evitar fugas de corrente. - Ligadores MD – facilitam a ligação rápida e segura dos cordões detonantes entre si, quando se utiliza linha principal de cordão detonante. - Alicates e furadores de latão - este tipo de material de latão serve para evitar que haja perigo de iniciação dos explosivos. Os alicates utilizam-se para cortar cordão detonante e rastilho, servindo também para apertar os detonadores ordinários. O furadores servem para fazer o furo no cartucho de explosivo para colocar o detonador. - Tubos Omega – é um tubo de plástico aberto longitudinalmente, onde se introduz o cordão detonante e os cartuchos, separados ou não. O tubo comprime o conjunto, devido à sua tendência de recuperar a sua forma original. É utilizado principalmente para furos de contorno. - Tacos de argila – Permitem um atacamento final dos furos, principalmente de interior. - Atacadores – estes acessórios devem ser de madeira ou com ponta de latão, para evitar o explosivo dentro do furo.
Referência Bibliográfica http://www.ufsm.br/engcivil/Material_Didatico/TRP1002_Mat_para_infraentrutura _de_transp/notas_de_aula/Explosivos.pdf
Conclusão Dentro de um plano de fogo tudo deve ser calculado milimetricamente e sem direito a erros, pois qualquer cálculo fora dos padrões acarretará um erro que poderá ser fatal. O mesmo é feito com o manuseio dos acessórios, afinal alguns deste possuem cargas explosivas. Para tal afirmação podemos citar a existência de uma própria NR (Normal Regulamentadora) destinada ao manuseio dos explosivos e também dos acessórios para detonação. Com este trabalho podemos ter um maior esclarecimento sobre os acessórios que são utilizados nos tão famosos planos de fogo que trabalhamos e calculamos em sala de aula, também pudemos aumentar o conhecimento com os dados conseguidos dos explosivos utilizados na Europa, em especial no Portugal.