ATelevisãoeosPadrõesdaCulturadeMassa T.W.Adorno
Oefeitodatelevisãonãopodeseradequadamenteexpressoemtermosde êxitooumalogro,simpatiasouantipatias,aprovaçãooudesaprovação.Deve-se, issosim,fazerumatentativa,comaajudadecategoriaspsicanalíticasedeprévio conh conhec ecim imen ento to dos dos meios eios de comu comuni nica caçã ção o de mass massa, a, para para cris crista tali liza zarr cert certo o numerodeconceitosteóricospelosquaispodeserestudadooefeitopotencialda televisão–oseu televisão–oseuimpact impactosobreváriascama osobreváriascamadasdapersonali dasdapersonalidadedoespectado dadedoespectador. r. Parece Parece oportu oportuno no invest investiga igar r sistema sistematic ticame amente nte estímu estímulos los sociop sociopsico sicológ lógico icos s de material televisado, tanto num plano descritivo quanto num plano psic psicod odin inâm âmic ico, o, anal analis isar ar-l -lhe hes s as pres pressu supo posi siçõ ções es bem bem como como o padr padrão ão tota total,l, e avaliaroefeitoqueelestendemaproduzir.Nofim,esseprocessotalvezproduza certonumeroderecomendaçõessobreamaneiradelidarcomestímulosparase alca alcanç nçar ar o mais mais desejá desejáve vell efeit efeito o da tele televi visã são. o. Pela Pela reve revela laçã ção o das impl implica icaçõ ções es sociop sociopsic sicológ ológica icas s e dos mecani mecanismo smos s da televis televisão, ão, que freqüe freqüente ntemen mente te operam operam sobamáscaradofalsorealismo,nãosomentesepodemmelhorarosespetáculos, mastambém,oqueétalvezaindamaisimportante,seráPossívelsensibilizaro publicoemgeralparaosnefastosefeitosdealgunsdessesmecanismos. Nãonosinteressaaeficáciadenenhum Nãonosinteressaaeficáciadenenhumespetácul espetáculoouprograma oouprogramaespecial; especial; inte intere ress ssaa-no nos, s, poré porém, m, a natu nature reza za da tele televis visão ão atual atual e das suas suas imag imagen ens. s. Nã Não o obstante,onossoenfoqueéprático. obstante,onossoenfoqueéprático.Asconclusõesdevemestar Asconclusõesdevemestartãopróximasdo tãopróximasdo material,devem material,devemrepousarsob repousarsobreumabasetãosólida reumabasetãosólidadeexperiência deexperiência,quepossam ,quepossam sertraduzidasemrecomendaçõesprecisasetornadasconvincentementeclaras paragrandespúblicos. Nãose conceb concebe e o aprimo aprimoram rament ento o da televis televisão, ão, fundamen fundamental talmen mente, te, num níve nívell artí artíst stic ico, o, pura purame ment nte e estét estético ico,, alhe alheio io aos costu costume mes s atuai atuais. s. Isso Isso não não quer quer dizerqueaceitemosingenuam dizerqueaceitemosingenuamentecomocoisadecidid entecomocoisadecididaa aadicotom dicotomiaentreaarte iaentreaarte autônomaeosmeiosdecomunicaçãodemassa.Todossabemosqueasrelações ent entre eles eles são são extr extrem emam amen ente te com complex plexas as.. A rígid ígida a div divisão isão do que que hoje hoje se denomina“artedecabeloscompridos“e“artedecabeloscurtos“éoprodutode umlongodesenvolvimentohistórico.Estaríamosromantizandosesupuséssemos queaartedeoutroraerainteiramentepura,queoartistacriadorpensavapelo seuefeitosobreosespectadores.Nãosepodesepararaarteteóricadareaçãodo públi úblico co.. Inve Inverrsam samente ente,, vest vestíg ígio ios s da tese tese esté estéti tica ca de que que a obra obra de arte arte é autônoma,éummundoparasimesma, autônoma,éummundoparasimesma,subsistem subsistematénoprodutomaistriv aténoprodutomaistrivialda ialda cult cultur ura a de mass massa. a. Com Com efeit efeito, o, a atual atual divis divisão ão rígi rígida da da arte arte em seus seus aspect aspectos os econômicosecomerc econômicosecomercial,emgran ial,emgrandeparte, departe,éumafunçãodacomercia éumafunçãodacomercialização lização.Não .Não foiporacasoqueadivisa l’artpourl’art secunhoupolemicamentenaParisda secunhoupolemicamentenaParisda primeirametadedoséculo primeirametadedoséculoXIX,quandoaliterat XIX,quandoaliteratura,pelapr ura,pelaprimeiravez, imeiravez,setornou setornou realmenteumnegócioemgrandeescala.Muitosprodutosculturaisquetrazema marc marca a de fábr fábric ica a anti antico come merc rcia iall da “art “arte e por por amor amor à arte arte“ “ exib exibem em traç traços os de come comerc rcia iali lism smo o em seu seu recu recurs rso o ao sens sensac acio iona nall ou na cons conspí pícu cua a exib exibiç ição ão de riquezamaterialeestímulossensuais,àsexpensasdasignificaçãodaobra.Essa
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tendênc tendência ia foi pronun pronunciad ciada a no teatro teatro neo-rom neo-românt ântico ico das primeir primeiras as décadas décadas do nossoséculo.
CulturaPopularMaisAntigaeMaisRecente
A fim fim de se faze fazer r just justiç iça a a toda todas s essa essas s comp comple lexi xida dade des, s, requ requer er-s -se e um examemuitomaisaturadodosantecedentesedodesenvolvimentodosmeios moder moderno nos s de comu comuni nicaç cação ão de mass massa a do que que o que que tem tem real realiz izado ado a pesq pesqui uisa sa sobre comunic unicaações ões, geral eralm mente limitada às condi ondiçções present entes. Seria necess necessári ário o discrim discrimina inar r o que a produç produção ão da indúst indústria riacul cultur tural al contem contempor porâne ânea a tememcomumcomformasdearte“inferiores“oupopularesmaisantigasecom a art arte autô autôno noma ma,, e onde onde resid esidem em as dife diferrença enças. s. Bast Basta a que se diga diga que que os arquétiposdaatualculturapopularforamestabelecidosrelativamentecedono desenvolvimentodasociedadedaclassemédia–maisoumenosnofimdoséculo XVII XVIIe enoprin noprincíp cípiodo iodo séculoXVIIIna séculoXVIIInaIng Inglat laterr erra.De a.De acordocomos acordocomos estudosdo estudosdo soci sociól ólog ogo o ingl inglês ês Ian Watt Watt,, os roma romanc nces es ingl inglese eses s desse desse perí período odo,, sobre sobretu tudo do as obrasdeDefoeeRichardson,assina obrasdeDefoeeRichards on,assinalaramocomeço laramocomeçodeumenfoquenaprodução deumenfoquenaprodução literár literária iaque que criou, criou, serviu serviu e por fim contro controlou lou conscie consciente ntemen mente teum um“me “merca rcado“. do“. Hojeemdia,aproduçãocomercialnãodeartigosculturaisaerodinamizou-se,eo impactodaculturapopularsobreoindivíduoaumentouconcomitantemente.O proc proces esso so não não se limi limito tou u à quan quanti tida dade de,, mas mas resu result ltou ou em nova novas s qual qualid idad ades es.. Emboraaculturapopularrecentetenhaabsorvidotodososelementosedifere na medid medida a em que que se desen desenvo volv lveu eu e pass passou ou a const constit ituir uir um siste sistema ma.. Ne Ness ssas as circunstâncias,aculturapopularjánãoselimitaadeterminadaformas,como romancesoumusicasdedança,masapossou-sedetodososmeiosdeexpressão artí artíst stic ica. a. A estr estrut utur ura a e o sign signif ific icad ado o dess dessas as form formas as exib exibem em um para parale leli lism smo o surpreendente,aindaquepareçamtermuitapoucacoisaemcomumàsuperfície (comonocasodoJazzedoromancepolicial).Asuaproduçãoaumentouatal pontoqueéquaseimpossívelfugir-lhes;eatéosqueantigamentesemantinham distantesdaculturapopular–apopulaçãoruraldeumladoeaspessoascultas dooutro–sofreramsuainfluência.Quantomaisseexpande,tantomaistendeo sistemade“negociar“culturaaassimilaraarte“séria“dopassado,adaptando-a aos aos próp própri rios os requ requis isit itos os do sist sistem ema. a. O cont contro role le é tão tão exte extens nso o que que qual qualqu quer er priori ri esti infr infraç ação ão das das suas suas regr regras as é a prio estigm gmat atiz izad ada a como como ”int ”intel elec ectu tual al” ” e tem tem pouq pouquí uíss ssim imas as poss possib ibil ilid idad ades es de cheg chegar ar ao gros grosso so da popu popula laçã ção. o. O esfo esforç rço o concertado ado do sist istema result ulta no que se poder deria denom enomin inar ar a ideo deologia preponderantedonossotempo. Existem,porcerto,muitasmudançastípicasnointeriordopadrãoatual; por exemplo, os homens, em outros tempos, eram apresentados como eroticamenteagressivos,aopassoqueasmulheressemantinhamnadefensiva; hojeemdia,porém,asituação hojeemdia,porém,asituaçãoseinverteusub seinverteusubstancia stancialment lmentenamodernacult enamodernacultura ura de massa, como o assinalaram sobretudo Wolfenstein e Leites. O mais importante,contudo,équeoprópriopatrão,apenasperceptívelnosprimeiros roma romanc nces, es, e basi basicam camen ente te pres preser erva vado do hoje, hoje, agor agora a se cong congel elou ou e padr padron onizo izou. u. Acim Acima a de tudo, tudo, essa essa rígi rígida da inst instit ituc ucion ional aliz izaçã ação o tran transf sfor orma ma a cult cultur ura a de mass massa a moder derna num meio de controle ole psicol cológ ógiico jamai amaiss sonhado. do. A natureza
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repe repeti titi tiva, va, a mesm mesmic ice e e a ubiq ubiqui uidad dade e da cult cultur ura a de massa massa moder moderna na tendem tendem a provocarreaçõesautomatizadaseadebilitarasforçasdaresistênciaindividual. Quandoo Quandoo jornal jornalist ista aDefo Defoe ee eo oimp impres ressor sor Richard Richardson son calcul calcularam aram oefei o efeito to das das suas suas merc mercad ador oria ias s sobr sobre e o públ públic ico, o, prec precis isar aram am faze fazer r conj conjet etur uras as,, segu seguir ir palpit palpites; es; eassi e assim mse seest estabel abelece eceu u uma certalatitu certalatitude depar para a o desenvo desenvolvi lvimen mento tode de aber aberra raçõ ções es.. Tais Tais aber aberra raçõ ções es foram foram reduz reduzida idas, s, hoje, hoje, a uma uma espéci espécie e de esco escolh lha a entre entre muito muito poucas poucas altern alternativ ativas. as. O que se segue segue pode pode servir servir de ilustr ilustração ação.. Os roma romanc nces es popu popula lare res s ou semi semipo popu pula lare res s da prim primei eira ra meta metade de do sécu século lo XIX, XIX, publicados em grandes quantidades e servindo ao consumo de massa, desp desper erta tava vam, m, ao que que supu supunh nha, a, tens tensão ão no leit leitor or.. Conq Conquan uanto to a vitor vitoria ia do com com sobreomaufossegeralmentearrumada,osmeandros,astramaseassubtramas infindáveisdificilm infindáveisdificilmentepermit entepermitiamaosleitoresdeSuee iamaosleitoresdeSueeDumasumaconsciê Dumasumaconsciência ncia cont contin inua ua da mora moral.l. Os leit leitor ores es sabi sabiam am de ante antemã mão o que que algu alguma ma cois coisa a devi devia a aconte acontecer cer..Ist Isto ojánão jánãoocor ocorre. re. Todo espect espectador ador deum progra programade made mistér mistérioda ioda televisãosabeexatamente,comabsolutacerteza,comoéqueelevaiacabar.A tensãosemantémapenassuperficialmenteejánãoéprovávelqueexerçaum efeit efeito o sério. sério. Pelo Pelo contr contrar ario io,, o espect espectado ador r sent sente e que que está está pisan pisando do em um chão chão firm firme e durant durante e o temp tempo o todo. todo. Esse Esse anse anseio io de “sen “senti tirr-se se em chão chão firme firme“ “ – que que refleteumanecessidadeinfantildeproteção,muitomaisdoqueoseudesejode umfrêmitodeemoção–ésatisfeito.Sóironicamentesepreservaoelementoda exci excita taçã ção. o. Tais Tais muda mudanç nças as se harm harmon oniz izam am com com a muda mudanç nça a pote potenc ncia iall de uma uma socieda sociedade de livrem livrement ente e compet competiti itiva va para para uma socieda sociedade de virtual virtualmen mente te ”fechada ”fechada”, ”, emqueagentedesejaseradmitidooudaqualreceiaserexpulso.Decertomodo, tudoparece“predestinado“. A forç força a cada cada vez maio maior r da cul cultura tura de mass massa a mode moderrna é aind ainda a mais mais acentu acentuada ada pelas pelas mudanç mudanças as regist registrada radas s na estrut estrutura ura socioló sociológic gica a do públic público. o. A velha velha elite elite culta culta já não existe; existe; a modern moderna a “intel “intellig ligent entsia“ sia“ apenas apenas parcial parcialmen mente te correspondeaela.Aomesmotempo,estratosimensosdapopulação,outroranão fami famili liar ariza izados dos com a arte arte,, pass passar aram am a ser ser “con “consum sumido idore res“ s“ cult cultur urais ais.. Embo Embora ra prov provav avel elme ment nte e meno menos s capaz capaz da subl sublim imaçã ação o artí artíst stic ica a gerada gerada pela pela tradi tradiçã ção, o, o públ públic ico o mode modern rno, o, mais mais astu astuto to em suas suas exig exigên ênci cias as de perf perfei eiçã ção o de técn técnic ica a e segu segura ranç nça a de infor informa maçõe ções, s, bem como como em seu seu desej desejo o de “serv “serviço iços“ s“,, está está mais mais convencidodopoderpotencialdosconsumidoressobreoprodutor,sejaounão essepoderrealmenteexercido. Também Também sepodeilustrar sepodeilustrar aman a maneira eira pela pelaqua quallasmudan asmudançasoper çasoperadas adas no seio seio do publ publico ico infl influír uíram am no signi signifi ficad cado o da cult cultur ura a popu popula lar. r. A inte interi rior oriza izaçã ção o desemp desempenh enhou ou um papel papel decisiv decisivo o nos primei primeiros ros romance romances s popula populares res puritan puritanos os do tipo tipo Richard Richardson son.. Esse element elemento o já não preval prevalece, ece, pois pois se baseava baseava no papel papel essencialda“interiorid essencialda“interioridade“,tantonasociedadeprot ade“,tantonasociedadeprotestant estanteoriginalquandonos eoriginalquandonos primórdiosdasociedadedeclassemédia.Àmedidaqueaprofundainfluência dosprincípiosbásicosdoprotestantismofoideclinado,opadrãoculturaltornou-semaisemaisopostoao“introvertido“.ComodizRiesman, ... o conformi conformismodas smodas primeir primeiras as gerações gerações de norte-a norte-amer merican icanos os do tipo que denomi denomino no “diri “dirigid gidos os para para dentr dentro” o” era era princi principa palme lmente nte assegu assegurad rado o pela pela sua sua inter interio ioriz rizaçã ação o da autoridadeadulta.Onorte-americanourbano,daclassemédia,dehoje,“dirigidopara outro”,éantes,porcontraste,numsentidocaracterológico,oprodutodeseusiguais–
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istoé,emtermossociológicos,dosseus“gruposdeiguais“,osoutrosgarotosdaescola oudoquarteirão. i
Istoérefletidopelaculturapopular.Orelevodadoàinterioridade,aos conflitosíntimoseàambivalênciapsicológica(quedesempenhamumpapeltão grandenosromancespopularesmaisantigosenosquaisrepousaaoriginalidade deles)cederamlugaraumacaracterizaçãosemproblemas,quetemanatureza dos dos chav chavõe ões. s. No enta entant nto, o, o códi código go de decê decênc ncia ia que que gove govern rnav ava a os conf confli lito tos s íntimosdasPamela,ClarissaseLovelacespermanecequaseliteralmenteintacto. ii A“ontologia”daclas A“ontologia”daclassemédiaépres semédiaépreservadademan ervadademaneiraquas eiraquasefossiliza efossilizada,masfoi da,masfoi separadadamentalidadedasclassesmédias.Porestarsobrepostaapessoascom cujascondiçõesdevidaecomcujaconstituiçãomentaljánãoseharmoniza,a “ontologia”daclassemédiaassumeumcarátercadavezmaisautoritárioe,ao mesmotempo,oco. Evita-seanãodissimulada“ingenuidade”daculturapopularmaisantiga. Senãoésofisticada,aculturademassa,pel Senãoésofisticada,aculturademassa,pelomenos,temdeseratuali omenos,temdeseratualizada–isto zada–isto é, “realística”, ou aparentemente realística – a fim de corresponder às expe expect ctat ativ ivas as de um públ públic ico o supo supost stam amen ente te desi desilu ludi dido do,, aten atento to e cale caleja jado do.. As exig exigên ênci cias as da clas classe se média média liga ligadas das à inte interi rior oriz izaçã ação o – como como a concen concentr traç ação, ão, o esforçointelectualeaerudição–precisamsercontinuamentediminuídas.Isso nãoseaplicaapenasaosEstadosUnidos,ondeasreminiscênciashistóricassão maisescass maisescassasdo asdoque que naEuropa;masé naEuropa;masé univer universal sal,e ,e tantose tantoseapl aplicaà icaàIng Inglat laterr erra a iii quantoàEuropacontinental. Entr Entret etan anto to,, o apar aparen ente te progr rogres esso so de escl esclar arec ecim imen ento to é mais mais do que que contrabalançadoportraçosretrógrados.Aantigaculturapopularmantinhacerto equilíbrioentreasuaideologiasocialeasverdadeirascondiçõessociaissobas quaisviviamosseusconsumidores.Isto,provavelmente,ajudouamantermais fluidadoquehojealinhadivisóriaentreaartepopulareaartesériaduranteo 18˚ 18˚ sécu sécullo. O Abade bade Prév Prévos ost t foi foi um dos dos fun fundado dadorres da liter iterat atur ura a popu popula lar r francesa;masoseuManonLescaut estátotalmentelivredechapas,vulgaridades estátotalmentelivredechapas,vulgaridades artísticaseefeitoscalculados.Demodosemelhante,no18˚século,a Zauberfloete deMozartestabeleceuumequilíbrioentreoestilo“elevado”eoestilopopular, quaseinconcebívelnosdiasquecorrem. A maldi aldiçã ção o da mode moderrna cult cultur ura a de mass massa a parec arece e ser ser a sua sua ades adesão ão a ideol ideolog ogia ia prat pratic icam ament ente e inal inalte tera rada da da prim primei eira ra soci socieda edade de de clas classe se média média,, ao pass passo o que que a vida vida dos dos seus seus cons consum umid idor ores es está está comp comple leta tame ment nte e defa defasa sada da em relaç elaçãão a essa ideol deoloogia. ia. Est Esta é provav ovaveelment ente a razão do hiato entre a “mensagem”explícitaea“mensagem”ocultadamodernaartepopular.Embora os valo valore res s tradi tradicio ciona nais is da soci socieda edade de ingl ingles esa a puri purita tana na de class classe e média média sejam sejam promulgadosnum promulgadosnumplanomanife planomanifesto,amensa sto,amensagemocult gemocultavisaaumadisposiç avisaaumadisposiçãode ãode espíritoquejánãosesujeitaaessesvalores.Aocontrário,aatualdisposiçãode espíritotransformaosvalorestradicionaisemnormasdeumaestruturasocial cada cada vez mais mais hierárq hierárquica uica e autori autoritár tária. ia. Mesmo Mesmo aqui aqui é precis preciso o admitir admitir queos que os elementosautoritáriostambémseachavampresentesnaideologiaantiga,que, natural naturalmen mente, te, nunca nunca expres expressav sava a totalm totalment ente e a verdade verdade.. Mas a “mensa “mensagem gem” ” de ajustam ajustament ento o e obediênc obediência ia passiv passiva a parece parece dominan dominante te e penetr penetrant ante e nos dias de hoje hoje.. A tese tese de que que os valo valore res s pres preser erva vado dos, s, deri deriva vado dos s de idéi idéias as reli religi gios osas as,, adquiremumsignificadodiferentequandoseparadosdassuasRaízesprecisaser 4
cuidadosamenteexaminada.Porexemplo,oconceitoda“pureza”dasmulheresé uma uma inva invari riáv ável el cult cultur ura a popu popula lar. r. Anti Antiga game ment nte, e, esse esse conc concei eito to era era trat tratad ado o em função de um conflito íntimo entre a concupiscência e o ideal cristão int interio eriorrizad izado o de cast castid idad ade, e, ao passo asso que na cul cultura tura pop popular ular de hoje hoje ele ele é dogmaticamentepostuladocomoumvalor perse.Aliás,atéosrudimentosdesse padrã adrão o são são visív isívei eis s em prod produç uçõe ões s como como Pamela. Ali, contudo udo, parece um subprodutoaopasso subprodutoaopassoquenaatualcultu quenaatualculturapopul rapopularaideiadequeapenasa“moça araideiadequeapenasa“moça correta”secasaeprecisacasaraqualquerpreçoveioaseraceitaantesmesmo queprincipiassemosconflitosdeRichardson.iv Quantomaisincapazdeexpressãoedifusopareceseropúblicodosmeios moder moderno nos s de mass massa, a, tant tanto o mais mais os meios meios de mass massa a tend tendem em a alcan alcançar çar a sua sua “int “integ egra raçã ção” o”.. Os idea ideais is de conf confor ormi mism smo o e conv conven enci cion onal alis ismo mo,, iner ineren ente tes s aos aos romancespopularesdesdeoprincípio,foramagoratraduzidosemprescrições bem defi defin nidas idas do que se dev deve e do que que não não se deve deve faze fazer. r. O resu resulltado tado dos dos conf confli lito tos s é prees preesta tabe bele leci cido, do, e todo todos s os confl conflit itos os são são enga engano noso sos. s. A socie sociedad dade e semprevence,eoindivíduonãopassadeumbonecomanipuladoatravésdas raçassoci raçassociais. ais.É É verdade verdade que osconflit osconflitosdotipodosécul osdotipodoséculoXIX– oXIX–asespo asesposasque sasque desertamosmaridos, desertamosmaridos,amonotoniadavidaprov amonotoniadavidaprovincian incianaeastarefasdetododia– aeastarefasdetododia– ocorremcomfrequêncianashistóriasdasrevistasatuais.Entretanto,comuma regularidadequedesafi regularidadequedesafiaotratament aotratamentoquantita oquantitativo,tais tivo,taisconflitossedecide conflitossedecidemem mem favo favor r das das mesm mesmís íssi sima mas s cond condiç içõe ões s de que que essa essas s mulh mulher eres es quer querem em fugi fugir. r. As estóriasensinamqueéprecisoser“realístico”,abrirmãodasideiasromânticas, ajustar-seatodoocusto, ajustar-seatodoocusto,equenadamaissepode equenadamaissepodeesperardenin esperardeninguém. guém.Operene Operene conflitodaclassedaclassemédiaentreaindividua conflitodaclassedaclassemédiaentreaindividualidadeeasociedadereduziulidadeeasociedadereduziuseaumavagalembrança,eamensagem,invariavelmente,éaidentificaçãocom ostatusquo.Essetematampoucoénovo,masasuainabaláveluniversalidadelhe conf confer ere e um sign signif ifica icado do inte inteir iram amen ente te diver diverso so.. O cons consta tant nte e arro arrolh lham amen ento to dos valoresconvenc valoresconvencionaispar ionaisparecesignif ecesignificarqueelesper icarqueelesperderamasubst deramasubstancia, ancia,equese equese teme temeque que aspessoassigamrealm aspessoassigamrealment ente eosimpul osimpulsos sos dosseusinstinto dosseusinstintos se easduas asduas intuiçõesconscie intuiçõesconscientessenãoforemcon ntessenãoforemcontinuam tinuamenteadvert enteadvertidasdequenãodevem idasdequenãodevem fazê-lo.Quantomenosseacreditarealmentenamensagemequantomenosse harmoniza ela com a existência real dos expectadores, tanto mais categoricamenteémantidanaculturamoderna.Éocasodeperguntarmossea sua hipocr hipocrisi isia a inevit inevitável ável é concom concomita itante nte com o grau grau primit primitivo ivo e a severi severidade dade sadista. EstruturadeMúltiplasCamadas
O enfo enfoqu que e psic psican anal alít ític ico o da tele televi visã são o tem tem de visa visar r à sua sua estr estrut utur ura a de camadas camadas múltip múltiplas las.Os .Os meiosde meiosde comuni comunicaçã cação odemassa demassa nãosãoapenas nãosãoapenasasoma asoma totaldasaçõesqueelesretratam,nemdasmensagensqueseirradiamdessas ações.Osmeiosdecomunicaçãodemassatambémconsistememváriascamadas designificados,superpostasumasàsoutras,etodasasquaiscontribuemparao efeito.Éverdadeque,emvirtudedasuanaturezacalculadora,essesprodutos racio aciona nali liza zado dos s parec arecem em melho elhorr deli deline nead ados os em seu seu sign signif ific icad ado o do que que as autênticasobrasdearte,quenuncapodemserreduzidasaumas“mensagem” inco inconf nfun undív dível el.. Mas a heran herança ça do sign signifi ifica cado do poli polimó mórf rfic ico o foi foi enca encamp mpada ada pela pela indú indúst stri ria a cult cultur ural al namedida namedidaem em que que seorgani seorganizao zao que que ela ela tran transm smit ite e a fim de fasci fascina nar r os espect espectad ador ores es simu simult ltane aneam amen ente te em vári vários os níve níveis is psico psicoló lógi gico cos. s. Na 5
verdade,amensagemocultapodesermaisimportantedoqueaevidente,visto queaprimeiraescapadoscontrolesdaconsciência,nãoé“trespassadacomo olhar”,nemdesviadapelaresistênciadasvendas,mastendeapenetraramente doespectador. É prov prováv ável el que que os vári vários os níve níveis is dos dos meio meios s de comu comuni nica caçã ção o de mass massa a envolvamtodososmecanismosdaconsciênciaedoinconscienteressaltadospela psicaná psicanális lise. e.A A diferen diferença ça entre entreo o conteúd conteúdo o superfi superficial cial,, a mensage mensagem m evident evidente e do materialtelevis materialtelevisado,eoseusignificado ado,eoseusignificadoocultoégeralmen ocultoégeralmentepronun tepronunciadaequase ciadaequase sempre sempre nítida. nítida. Aríg A rígidasuper idasuperpos posição ição devár de várias ias camadas camadas sefundem demaneira demaneira muit muito o mais mais compl complet eta. a. Nã Não o sepo se pode dees estu tudar dar o plen pleno o efeit efeito o doma do mate teri rial al sobre sobre o espectadorsemtomaremconsideraçãoosignificadoocultoemconjunçãocomo significadomanifesto,eéprecisamenteainteraçãodasváriascamadasquetem sidoatéagoranegligenciadaeseráotemadanossaexposição.Istoseconcilia com com a supo suposi siçã ção, o, part partil ilha hada da por por inúm inúmer eros os cien cienti tist stas as soci sociai ais, s, de que que cert certas as tendê endênc ncia ias s polí políti tica cas s e soci sociai ais s do noss nosso o temp tempo, o, sobr sobret etud udo o as de natu nature reza za totalitária,sealimentam,consideravelmente,demotivaçõesirracionaiseamiúde incons inconscie ciente ntes.Se s.Se amen a mensag sagem emcon consci scient ente e donossomaterialé donossomaterialé mais maisimp import ortant ante e doqueasuamensageminconscienteédifícilpredizeresópodeserdeterminado por uma anális análise e cuidados cuidadosa. a. Entend Entendemo emos, s, contud contudo, o, que a mensag mensagem em manifes manifesta ta podeserinterpretadamuitomaisapropriadamenteàluzdapsicodinâmica–isto é, em rela relaçã ção o com com os impu impuls lsos os dos dos inst instin into tos s e com com o cont contro role le – do que que pelo pelo exameingênuo,quelheignoraasimplicaçõesepressuposições. Arelaçãoentreamensagemmanifestaeaocultaserevelaráaltamentecomplexa na prátic prática. a. Assim, Assim, a mensage mensagem m oculta oculta visa visa com frequê frequência ncia a reforç reforçar ar atitude atitudes s convencionalmenterígidase“pseudorrealísticas”semelhantesàsideiasaceitas, mais racionalisticamente propagadas pela mensagem da superfície. Inve Invers rsam amen ente te,, perm permit itee-se se a cert certo o núme númerro de sati satisf sfaç açõe ões s repri eprimi mida das, s, que que desemp desempenh enham am um papel papel de relevo relevo no nível nível oculto, oculto, manifes manifestar tar-se -se à superf superfície ície,, traduzidasemgracejos,observaçõesambíguas,situaçõessugestivaseartifícios seme semelh lhan ante tes. s. Toda Toda essa essa inte intera raçã ção o de vári vários os níve níveis is,, entr entret etan anto to,, indi indica ca uma uma direçãodefinida:atendênci direçãodefinida:atendênciaparacanalizar aparacanalizarareaçãodopúblico.Istosecoaduna areaçãodopúblico.Istosecoaduna com com a susp suspeit eita a ampl amplam amen ente te part partil ilha hada, da, embo embora ra difíc difícil il de ser ser confi confirm rmada ada por por dado dados s exat exatos os,, de que que a maior aioria ia dos dos espe espetá tácu culo los s de tele televi visã são o obje objeti tiva va hoje hoje produzirou,pelomenos,reproduzir,afatuidade,apassividadeintelectualea ingenuidadequeparecemajustar-seaoscredostotalitários,aindaqueaexplícita mensagemdesuperfíciedosespetáculossejaantitotalitária. Com os recurs recursos os da psicol psicologia ogia moderna moderna,, tentar tentaremo emos s determi determinar nar os préprérequisi requisitos tos primár primários ios dosesp dos espetá etácul culos os que provoc provocam am reações reações maduras maduras,, adultas adultas e responsáveis–queimplicam,nãosónoconteúdo,mastambémnamaneirapela qual qual se enca encara ram m as cois coisas as,, a idei ideia a de indi indiví vídu duos os autô autôno nomo mos s numa numa soci socied edad ade e democráticalivre.Compreendemosperfeitamentequequalquerdefiniçãodeum indivíduonessascondiçõ indivíduonessascondiçõesseráarriscad esseráarriscada;massabemosmuito a;massabemosmuitobemo bemoqueumser queumser humanoquemereçachamar-se“indivíduoautônomo” nãodeveser,eesse“não”é realmenteopontocentraldanossaconsideração. Quandonosreferimosàestruturadecamadasmúltiplasdosespetáculosde televisão,estamospensandonasváriascamadassuperpostasdediferentesgraus
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de mani manife fest staç ação ão ou ocul oculta taçã ção o util utiliz izad ados os pela pela cult cultur ura a de mass massa a como como meio meio tecnológicode“manejar”opúblico.Istofoiexpressocommuitafelicidadepor LeoLowenthalaocunharaexpressão“psicanáliseaoavesso”,daqualseinfere, decertomodo,queaindústr decertomodo,queaindústriacultura iaculturalseapropr lseaproprioudoconceit ioudoconceitopsicanal opsicanalíticoda íticoda personalidade formada de muitas camadas e utiliza-o para apanhar o consumidor no laço, tão completamente quanto possível e colocá-lo psicodinamicamenteaserviçodeefeitospremeditados.Põe-seempráticauma divisãoprecisaentresatisfaçõespermitidas,satisfaçõesproibidasearecorrência dassatisfaçõesproibidasnumaformaumtantomodificadaedefletida. Parailustraroconceitodaestruturadecamadasmúltiplas:aheroínadeuma comédiaextremamenteleveéumajovemprofessoraquenãosomentepercebe um salári salário o ridícul ridículo o mas também também é consta constante ntemen mente te multad multada a por um pompos pomposo, o, auto autori ritá tári rio o e caric caricato ato dire direto tor. r. Ne Nessa ssas s cond condiçõ ições es,, sem sem dinhe dinheir iro o para para paga pagar r as refe refeiçõ ições es,, ela ela está está real realme ment nte e morr morren endo do de fome. fome. As situ situaçõ ações es supo supost stam amen ente te engraç engraçadas adas consist consistemquasetodasnas emquasetodasnas suas tentat tentativa ivas s defila de filar ruma uma refeiçã refeição o de váriosconhec váriosconhecidos idos,,noque noque ésis é sistem tematic aticame amente nte mal sucedida sucedida..Qual Qualque quer ralu alusãoa sãoa alimen alimentos tos ou ao ato de alimen alimentar tar-se -se parece parece provoc provocar ar hilarid hilaridade ade – observ observaçã ação o que pode ser feita com frequência e convida a um estudo específico.v Manifes Manifestam tament ente, e, a peça peça é um leve leve passat passatemp empo, o, ensejad ensejado o princi principal palmen mente te pelas pelas situ situaç açõe ões s penos enosas as em que que a hero heroín ína a e o seu seu prin princi cipa pal l adv adversá ersárrio se veem veem constant antemen ementte metidos dos. O texto não procura ura “ven “vende derr” ideia eia alguma. O “significadooculto“emergesimplesmentedamaneirapelaqualahistóriaencara ossereshumanos;dessemodo,opúblicoéconvidadoaencararospersonagens da mesm mesma a manei aneira ra,, sem sem ter ter cons consci ciên ênci cia a de que que está está sen sendo dout doutri rina nado do.. A professora mal paga, maltratada, é uma tentativa para se chegar a um compro compromis misso so entre entre o desdém desdém vigent vigente e pelo pelo intele intelectu ctual al e o respei respeito to igualme igualmente nte conv conven enci cion onal aliz izad ado o pela pela “cul “cultu tura ra”. ”. A hero heroín ína a reve revela la tama tamanh nha a supe superi rior orid idad ade e intelectualemostra-setãocorajosaqueopúblicoéconvidadoaindentificar-se comela,aomesmotempoqueseofereceumacompensaçãopelainferioridadeda suaposiçãoeadasuaclassenaorganizaçãosocial.Apersonagemcentralnão somenteéencantador somenteéencantadora,mastambé a,mastambémfazpiadasotemp mfazpiadasotempotodo.Emterm otodo.Emtermosdeum osdeum padr adrão fixo de iden dentifica icação, ão, o text exto implica o seguint inte: “Se você for tão engraçada,tãobemhumorada,tãoespirituosaetãoencantadoraquantoela,não sepreocupeporganharumsaláriodefome.Poderáenfrentarasuafrustraçãode umaformacômica;eoseuespíritoeasuainteligênciasuperioresacolocarão nãoapenasacimadasprivaçõesmateriais,mastambémorestodahumanidade”. Emoutraspalavras,otextoéummétodosagazdepromoveroajustamentoa cond condiç içõe ões s humi humilh lhan ante tes s dand dandoo-lh lhes es uma uma apar aparên ênci cia a obje objeti tiva vame ment nte e cômi cômica ca e apresentando a imagem de uma criatura para a qual a própria posição inadequadaéobjetoderiso,aparentementelivredequalquerressentimento. Claroestáqueessamensagemlatentenãopodeserreputadainconsciente nosentidopsicológicoestrito,senão“discreta”;amensagemsóéocultamercêde umestiloquenãopretendeventilarnadasérioeesperaserconsideradomuito leve.Nãoobstante,atéumentretenimentodessanaturezatendeafixarpadrões paraosmembrosdopublicosemqueelestenhamconsciênciadisso. Outracomédiafeitaemtornodamesmatesenoslembraashistóriasem quadrinhos.Umavelhaexcêntricaredigeotestamentodoseugato(Mr.Cassey)e 7
lega lega os bens bens do bich bichan ano o a algu alguns ns prof profes esso sore res. s. Ma Mais is tard tarde, e, veri verifi fica ca-s -se e que que a herançaconsiste,narealidade,nosbrinquedossemvalordoanimal.Oenredoé forjadodetalmaneiraquecadaherdeiro,aoouviraleituradotestamento,sentesetentadoaagircomosetivesseconhecidoofalecido(Mr.Cassey).Ocertoéque adonadogatoenfiaraumanotadecemdólaresdentrodecadabrinquedo;eos herdeirosprecipitam-separaoincineradorafimderecuperaraherança.Dá-sea entenderaopúblico:“Nãoespereoimpossível,nãoseentregueadevaneios,seja realístico.“Adenunciadessedevaneioarquetípicoéressaltadapelaassociação dodesejodebênçãosinesperadaseirracionaiscomadesonestidade,ahipocrisia e uma uma atit atitud ude e quase uase semp semprre inde indeco coro rosa sa.. Dá-s Dá-se e a ente entend nder er ao espe espect ctad ador or:: “Aquelesqueseatrevemadevanear,esperamqueodinheirolhescaiadocéu,e seesquecem seesquecem detodacautela detodacautelaaoaceita aoaceitarum rum testamen testamentoabsur toabsurdosão,ao dosão,ao mesmo mesmo tempo,osquesepodemsuporcapazesdeenganar.” A esta esta altu altura ra,, leva levant ntaa-se se uma uma obje objeçã ção: o: os que que con control trolam am,, plan planej ejam am,, escrevemedirigemespetáculostemconhecimentodeumefeitotãosinistroda mensa ensage gem m ocul oculta ta da tel televis evisão ão? ? Ou pode ode pergu ergunt ntar ar-s -se: e: serã serão o esse esses s traço raços s possíveisprojeçõesdoinconscientedasprópriasmentesdosencarregadosdas decisões,deacordocomasuposiçãoamplamentedifundidadequeasobrasde art arte dev devem ser ser comp compre reen endi dida das s em fun função ção das das proj projeç eçõe ões s psic psicol ológ ógic icas as dos dos autores?Narealidade,foiessetipoderaciocínioquegerouaidéiadesefazerum estu estudo do soci sociop opsi sico coló lógi gico co espe especi cial al dos dos deci deciso sore res s no camp campo o da tele televi visã são. o. Nã Não o acreditamosqueumestudoassimnoslevariamuitolonge.Mesmonaesferada arte autônoma, a ideia eia da proje ojeção tem sido superestimada. Con Conquan uanto penetremaobra,asmotivaçõesdosautoresnãosãotãodeterminantesquantose imag imagin ina. a. Assi Assim m que que um arti artist sta a fixa fixa o seu seu prog progra rama ma,, rece recebe be uma uma espé espéci cie e de impa impact cto o próp própri rio; o; e, na maior maioria ia dos dos casos casos,, é muit muito o mais mais obri obriga gado do a supr suprir ir as exig exigên ênci cias as obje objeti tiva vas s do seu seu prod produt uto o do que que as própr rópria ias s nece necess ssid idad ades es de expr expres essão são quan quando do tradu traduz z a sua sua conc concep epçã ção o prim primár ária ia em reali realidad dade e artí artíst stic ica. a. É evidentequeessasexigênciasobjetivasnãorepresentamumpapeldecisivonos meiosdecomunicaçãodemassa,cujoefeitosobreoespectadorvaimuitoalem dequalquerproblemaartístico.Entretanto,aestruturatotaltendeaquialimitar comple completam tament ente e asopo as oportu rtunid nidades ades depro de projeç jeção ãodos dos artist artistas. as. Osque Os que produze produzem mo o mater ateria iall obedec decem, muitas veze ezes resmu smungando, do, a inúmeras exigências ias, princí princípio pios s gerais geraisbase baseados ados na pratic pratica, a, padrõe padrões s estabe estabelec lecidos idos e mecanis mecanismos mos de controle,quereduzemforçosamenteaummínimoaesferadaauto-expressão artística.Ofatodenãoseramaioriadosprodutos artística.Ofatodenãoseramaioriadosprodutosdosmeiosdecomunicação dosmeiosdecomunicaçãode de massaproduzidaporumúnicoindivíduo,masporumacolaboraçãocoletiva– comoacontececomamaiorpartedasilustraçõesatéagoradiscutidas–apenas cont contri ribu buii para para essa essa cond condiç ição ão,, que que prev preval alec ece e de um modo modo gera geral.l. Estu Estuda dar r os espe espetá tácu culo los s de tele televi visã são o em funç função ão da psic psicol olog ogia ia dos dos auto autore res s seri seria a quas quase e o mesmoqueestudarosautomóve mesmoqueestudarosautomóveisFordemfunçãodapsicanál isFordemfunçãodapsicanálisedofalecidoSr. isedofalecidoSr. Ford. Presunção
Os meca mecani nism smos os psic psicol ológ ógic icos os típi típico cos s util utiliz izad ados os pelo pelos s espe espetá tácu culo los s de televis televisão ão e os expedie expediente ntes s graça graça aos quais quais eles eles são automat automatizad izados os funcion funcionam am dentro de um pequeno numero de quadros de referencia atuantes na comu comuni nica cação ção pela pela tele televi visão são,, e o efeit efeito o socio sociops pscic cicol ológ ógic ico o depen depende, de, em gran grande de 8
parte arte,, dele deles. s. Todo Todos s esta estamo mos s fami famili liar ariz izad ados os com com a divi divisã são o do cont conteú eúdo do da tele televi visã são o em vári várias as class classe, e, como como a comédi comédia a lige ligeir ira, a, as hist histór órias ias de band bandido ido e mocin mocinho ho,, as hist histór órias ias de mist mistér érios ios,, as cham chamada adas s peça peças s sofist sofistica icadas das,, e outr outras as.. Esses tipos se desenvolveram em Formulas que, até certo ponto, preest preestabel abelecia eciam mo o padrão padrão deati de atitud tudes esdo doesp espect ectador ador antes antesdoseu doseu contat contato o com qualqu qualquer er conteú conteúdo do específ específico ico e determi determinam nam,, em grande grande parte, parte, a maneir maneira a pela pela qualqualquerconteúdoespecificoestásendopercebido. Paracompreenderatelevisãonãobasta,portanto,exporasimplicações de vári vários os espe espetá tácu culo los s e tipo tipos s de espe espetá tácu culo los; s; é prec precis iso o faze fazer r um exam exame e das das pressuposiçõ ições den dentro das das quais funcionam onam as implicaçõ ações ant antes de se pronu ronunc ncia iar r uma uma únic única a pala palavr vra. a. O mais ais impo imporrtan tante é que que a tipi tipifi fica caçã ção o dos dos espe espetá tácu culo los s foi tão tão long longe e que que o espect espectado ador r se apro aproxi xima ma de cada cada um com com um padrãofixodeexpectativasantesdeassistiraoespetáculopropriamentedito- exat exatam amen ente te como como o ouvin ouvinte te de rádio rádio que, que, ouvin ouvindo do o iníci início o do Conc Concer erto to para para Piano Piano de Tscha Tschaik ikov ovsk sky y como como o tema tema de uma uma canção canção,, sabe sabe autom automati atica came ment nte, e, “Aha “Aha,, músi música ca séri séria! a!” ” ou, ou, ouvi ouvind ndo o músi música ca de órgã órgão, o, resp respon onde de com com a mesm mesma a automaticidade“Aha,religião!“.Taisefeitosdehalodeexperiênciasanteriores podem odem ser ser psico sicolo logi gica cam mente ente tão tão imp importa ortant ntes es quan quando do as impl implic icaç açõe ões s dos dos própri próprios os fenômen fenômenos os cuja cuja cena cena eles prepar preparam; am; e tais tais pressup pressuposiç osições, ões, portan portanto, to, devemsertratadascomidênticocuidado. Quandoumespetáculodetelevisãoseintitula“InfernodeDante”,quando aprimeiratomadaédeumaboatequetrazessenome,quandovemos,sentado nobalcão, nobalcão, umhomem dechapéuna dechapéuna cabeçae,a cabeçae,a certadista certadistanci ncia,umamulhe a,umamulherde rde rostotriste,pesad rostotriste,pesadamentemaq amentemaquilado, uilado,pedindooutradose, pedindooutradose,temosaquasecerteza temosaquasecerteza de que, que, dali dali a pouco ouco,, será será come cometi tido do um crim crime. e. A situ situaç ação ão apar aparen enttemen ementte individualizadafunciona,narealidade,comoumsinalqueencaminhaasnossas expectativasparaumadireçãodefinida.Senuncativéssemosvistonadaanãoser “Inf “Infer erno no de Dant Dante” e”,, talv talvez ez não não estiv estivés éssem semos os tão tão certo certos s do que que iria iria acont acontece ecer; r; mas, mas, send sendo o as cois coisas as como como são, são, dãodão-no nos s real realme ment nte e a ente entend nder er,, por por meio meio de art artifíc ifício ios s mais ais ou meno menos s suti sutis, s, que se trat trata a de uma uma hist histór ória ia de crim crime, e, que que estamo estamos s autori autorizado zados s a esperar esperar alg algo o sinist sinistro ro e provav provavelm elment ente e medonh medonho o e atos sadistasdeviolência,queoheróiserásalvodeumasituaçãoquedificilmentese poderiaesperarqueesca poderiaesperarqueescapasse, passe,queamulhersentadaaobalcã queamulhersentadaaobalcãotalveznãosejaa otalveznãosejaa princi principal pal crimin criminosa osa mas provav provavelm elment ente e perderá perderá a vida vida por ser amásia amásia de um gangster,eassimpordiante.Entretanto,essecondicionamentoparapadrõestão universaisraroterminanoaparelhodetelevisão. A maneira pela qual se induz o espectador a olhar para itens apar aparen ente teme ment nte e quot quotidi idian anos, os, como como a boat boate, e, e a toma tomar r por por insi insinu nuaçõ ações es de um possí possíve vell crim crime e cená cenári rioscomu oscomuns ns dasua vidade vidade todos todos os dias, dias, faz com com que que ele ele enca encare re a própr rópria ia vida vida com como se ela ela e os seus seus conf confli lito tos, s, de um modo odo gera geral,l, pudess pudessem em ser compre compreendi endidos dos nos mesmos mesmos termos termos..vi Este Este talv talvez ez seja seja o núcl núcleo eo convincentedeverdadedosargument convincentedeverdadedosargumentosantiquado osantiquadosqueacusamtodososmeios squeacusamtodososmeios decomunicaçãodemassadeincit decomunicaçãodemassadeincitaracriminal aracriminalidadenopubli idadenopublico.Oqueédecisivo co.Oqueédecisivo équeaatmosferadanormalidadedocrime,asuaapresentaçãoemtermosde umaexpectativamediabaseadaemsituaçõesdavida,nuncaseexpressaemtão poucas poucas palavr palavras, as, mas é estabel estabeleci ecida da pela pela irresis irresistív tível elriq riquez ueza a de materi material. al. Pode Pode interes interessar sar mais mais profund profundamen amente tecer certos tos grupos grupos deesp de espect ectador adores esdo doque que a moral moral 9
manifestadocrimeedocastigo,quesederivasistematicamentedeespetáculos dess desse e gêner gênero. o. O que que inte intere ress ssa a não não é a impo import rtân ânci cia a do crim crime e como como expr expres essã são o simbólicadeimpulsossexuaisouagressivos,aliáscontrolados,masaconfusão dessesimbolismo dessesimbolismocomumrealismo comumrealismopedanteme pedantementemanti ntemantidoemtodososassunt doemtodososassunto o dapercepçãosensorialdireta.Dessamaneira,infunde-senavidaempíricaum significado que virtualmente exclui a experiência adequada, por mais obstinadamentequesetenhaconstruídoaaparênciadesse“realismo”.Issoinflui nafunçãosocialepsicológicadodrama. É dif difíci ícil verific ficar se os espectado adores da tragéd agédia ia grega experimentava avam real realme ment nte e a catar catarse se descr descrit ita a por por Arist Aristót ótele eles s – na verd verdade ade,, essa essa teor teoria ia,, que que se desenv envolv olveu depois de conc oncluída ída a era da tragéd agédiia, parece ter sid sido uma uma raci racion onal aliz izaç ação ão,, uma uma tent tentat ativ iva a de expo expor r o prop propós ósit ito o da trag tragéd édia ia em term termos os pragmáticos,quasecientíficos.Fossequalfosseocaso,parececertoqueosque virama OresteiadeÉsquiloeo OedipusdeSófoclesnãoseinclinariamatraduzir essastragédias(cujotemaeraconhecidodetodos,concentrando-seointeresse queelasdespertavamnoseutratamentoartístico)diretamenteemtermosdodia a dia. dia. Esse Esse públ públic ico o não não espe espera rava va que que cois coisas as pare pareci cida das s acon aconte tece cess ssem em numa numa esquinadeAtenas.Naverdade,opseudorrealismopermiteaidentificaçãodireta eextremamenteprimit eextremamenteprimitivaobtidapelacultur ivaobtidapelaculturapopular;eapresent apopular;eapresentaumafachada aumafachada deprédios,salas,roup deprédios,salas,roupaserostostrivi aserostostriviais,comoaprom ais,comoapromessadealgoemoci essadealgoemocionante onante eexcitantequepodeocorreraqualquermomento. A fim de esta estabe bele lecer cer esse esse quadr quadro o de refer referên ência cia soci sociop opsi sico coló lógic gico, o, seria seria precisoseguirsistematicamentecategorias–comoadanormalidadedocrime,o pseudorrealismoemuitasoutras–paradeterminar-lhesaunidadeestruturale interp interpret retar ar os artifíc artifícios ios específ específicos icos,, os símbol símbolos os e estere estereótip ótipos os em relação relação ao quadrodereferência.Formulamosahipótese,nestafase,dequeosquadrosde referenciaeosartifíciosindividuaistenderãoaseguiramesmadireção. Somentediantedeplanosdefundopsicológicos,comoopseudorrealismo, esuposiçõesimplícitas,comoanormalidadedocrime,podemserinterpretados os este estere reót ótip ipos os espe especí cífi fico cos s das das peça peças s de tele televi visã são. o. A próp própri ria a padr padron oniz izaç ação ão indicadaporquadrosfixosderefere indicadaporquadrosfixosdereferenciaproduz nciaproduzautomatica automaticamentecert mentecertonumero onumero deestereóti deestereótipos pos..Alé Além mdiss disso,a o,a tecnol tecnologi ogia adaproduç daproduçãoda ãoda televis televisãotornaquase ãotornaquase inev inevit itáv ável el a este estere reot otip ipag agem em.. O pouco pouco tempo tempo disp dispon onív ível el para para a prep prepar araçã ação o de textoseovastomaterialquedeveserproduzidocontinuamenteexigemcertas fórmulas.Demaisamais,empeçasqueduramapenasquinzeoutrintaminutos cadauma,pareceinevitávelqueotipodepessoaqueopúblicoenfrentacadavez deve deve ser ser drast drastica icame ment nte e indic indicado ado por por luzes luzes verm vermel elhas has e verd verdes es.. Não estam estamos os trata ratand ndo o do probl roblem ema a da exis existtênci ência a de est estereó ereóti tip pos com como tais tais.. Send Sendo o os estere estereóti ótipos pos umele um elemen mento toindi indispe spensá nsável vel da organi organizaçã zação o e uma antecip antecipação ação da exp experiê eriênc ncia ia,, que nos impe impede de de cair cair na deso desorrgan ganizaç ização ão menta ental l e no caos caos,, nenhumaartepodedispensánenhumaartepodedispensá-losinteir losinteiramente amente.Alémdisso,oquenosinteress .Alémdisso,oquenosinteressaé aé a muda mudanç nça a func funcio iona nal.l. Quan Quanto to mais mais se mate materi rial aliz izam am e se torn tornam am rígi rígido dos s os este estere reót ótip ipos os na pres present ente e estru estrutu tura ra da indú indúst stri ria a cult cultur ural al,, tant tanto o meno menos s gent gente e fend fender erá á a modif odific icar ar as duas duas idéi idéias as preco reconc nceb ebid idas as com com o prog progrresso esso da sua sua expe experi riên ênci cia. a. Quant Quanto o mais mais opac opaca a e comp compli licad cada a se torn torna a a vida vida moder moderna na,, tant tanto o maioronúmerodepessoastentadasaagarrar-sedesesperadamenteaclichês queparecemimporalgumaordemaoque,deoutromodo,éincompreensível. 10
Assim,aspessoasnãosomenteperdem Assim,aspessoasnãosomenteperdema averdade verdadeiravisãointeri iravisãointeriordarealidade, ordarealidade, mas também também acabam acabam perdend perdendo o a própri própria a capacid capacidade ade de experi experimen mentar tar a vida, vida, embotadapelousoconstantedeóculosazuisecor-de-rosa. Estereotipagem
Ao enfr enfren enta tar r esse esse peri perigo go,, talv talvez ez não não façam façamos os inte inteir ira a just justiç iça a ao sign signif ifica icado do de alguns alg uns estere estereóti ótipos pos com os quais quais temos temos de lidar. lidar. Nunca Nunca deverí deveríamos amos esquece esquecer r quetodoofenômenopsicodinâm quetodoofenômenopsicodinâmicotemdoislados,oelemen icotemdoislados,oelementoinconsc toinconsciente, iente,ou ou id,earacionalização.Conquantosedefinapsicologicamentecomomecanismode defesa,estaúltimatalvezcontenhaalgumaverdadenãopsicológica,objetiva,que nãopodeserpostasimplesmentedeladoemvirtudedafunçãopsicológicada racion racionali alizaçã zação. o. Desse Desse modo, modo, alg alguma umas s mensage mensagens ns estere estereotíp otípicas icas dirigi dirigidas das para para umpontosmaisfracosdamentalidadedegrandessetoresdapopulação,talvez se revel revelem em perf perfei eita tame ment nte e legí legíti tima mas. s. Entr Entreta etant nto, o, pode pode dizer dizer-s -se e just justeza eza que que as bênçãosdiscutíveisdamoral,comoaquelaque“nãosedevepermitirarco-íris” sãoobscurecidaspelaameaçadeinduziraspessoasasimplificaçõesmecânicas, deformando o mundo de tal maneira que ele parece ajusta-se a compartimentozinhospré-estabelecidos. Osexemplosaquiescolhido Osexemplosaquiescolhidos,todavia, s,todavia,deveriamindica deveriamindicardrasticam rdrasticamenteoperíodo enteoperíodo da este estere reot otip ipage agem. m. Uma Uma peça peça de telev televisã isão o que que gira gira em torn torno o de um dita ditador dor fasc fascis ista ta,, um produ roduto to híb híbrido rido de Muss Mussol olin ini i e Pero Peron, n, most ostra o dit ditador ador num num momentodecrise;eoconteúdodapeçaésuadesintegraçãointernaeexterna.Se a causa causa da desinte desintegra gração çãoé é umasedi uma sedição ção popular popular ou uma revolt revolta a popula popular, r, não ficoubem ficoubemescl esclare arecido cido..Masnemessa Masnemessaque questão stão,,nem nem qualqu qualqueroutra eroutra denatureza denatureza soci social al ou polí políti tica ca,, faze fazem m part parte e do enre enredo do propr ropria iame ment nte e dito dito.. O cur curso dos dos acon aconte teci cime ment ntos os se dese desenr nrol olam am em um plan plano o excl exclus usiv ivam amen ente te part partic icul ular ar.. O ditadoréapenasumcanalhaquetratacomrequintesdesadismoasecretáriaea “ador “adoráve ávell e afetu afetuosa osa espo esposa sa”. ”. O seu adver adversár sário, io, um gener general al,, esti estive vera ra outr outror ora a apaixonadopelamul apaixonadopelamulherdoditador herdoditadoreosdoisaindaseamam,emb eosdoisaindaseamam,emboraelasejafiel oraelasejafiel aomarido.Forçadapelabrutalidadedesseúltimo,elatentafugireéobstadana fugapelogeneral,quequersalvá-la.Opontodecisivoocorrequandoosguardas cercamopalácioparaprotegerapopularesposadoditador.Assimqueficam sabendoqueelapartiuafastam-se;eoditador,cuja“egoinflamado”explodeao mesm mesmo o temp tempo o renu renunc ncia. ia. O ditad ditador or não não pass passa a de um homem homem mau, mau, pomp pompos oso o o covard covarde.Parece e.Parece agir agircom com extrem extrema a estupi estupidez; dez; não seevi se evidenc dencia iacoi coisa saalg alguma uma da dinâmicaobjetivadaditadura.Tem-seaimpressãoqueototalitarismonascido dasdesordensde dasdesordensdecaráter caráterde depolíti políticosambicios cosambiciososé oséderrub derrubadopelahonestidade adopelahonestidade,, pelacoragemepelozelodasfigurascomasquaisseimaginaqueopúblicose iden identi tifiq fique ue.. O arti artifíc fício io empr emprega egado do é o da espú espúri ria a pers person onali aliza zação ção de ques questõ tões es obje objeti tiva vas. s. Os repr repres esen enta tant ntes es das idéias idéias atac atacada adas, s, nest neste e caso caso os fascis fascista tas, s, são são apresentadoscomovilõesnumtomgrotescodecapaeespada,aopassoqueos paladinosda“causajust paladinosda“causajusta”sãopessoal a”sãopessoalmente menteidealizados idealizados.Issonãosóseafastade .Issonãosóseafastade qualquer questão sociais verdadeiras, como também esforça divisão, psico psicolo logi gica came ment nte e muit muito o peri perigo gosa sa,, do mund mundo o em pret preto o (o outgroup) e bran branco co (nós,o ingroup).Nenhumaprodu ).Nenhumaproduçãoartís çãoartístic tica apod pode elid lidarcoma arcoma idéia idéiaoucredos oucredos abstracto,mastemqueapresentá-losemfunçãodeseuimpacto políticos políticos e in abstracto concre concreto to sobre sobre seres seres humano humanos; s; seria, seria, contud contudo, o, totalm totalment ente e fútil fútil apresen apresentar tarem em indi indiví vídu duos os como como simp simple les s espé espéci cime mes s de uma uma abst abstra raçã ção, o, como como bone boneco cos s que que 11
exp express ressam am uma uma idéi idéia. a. Afim Afim de lida lidar r com com o impa impact cto o conc concre reto to dos dos sist sistem emas as tota totali litá tári rios os é mais mais reco recome mend ndáv ável el most mostra rar r que que a vida vida das das pess pessoa oas s comu comuns ns é transformadapeloterrorepelaimpotência,doquemedir-secomafalsificada psicologiadosmanda-chuvas,cujopapelheróicoésilenciosamentesancionado poressetratamento poressetratamento,mesmoqueelessejam ,mesmoqueelessejamretratado retratadoscomovilões. scomovilões.Dificilmen Dificilmente te se encontrará uma questão tão importante quanto a analise da pseudopersonalizaçãoeoseuefeito,que,aliás,nãoselimitaatelevisão. Emboraapseudopersonalizaçaodenoteamaneiraestereotipadade“encararas cois coisas as” ” na tele televi visã são, o, deve devemo mos s tamb também ém apon aponta tar r para para cert certos os este estere reót ótip ipos os no sentidomaisrestrito.Muitaspeçasdetelevisãopoderiamsercaracterizadaspela legend leg enda a “uma “uma garota garotabon bonita ita nãopod não pode e errar” errar”.. A heroín heroína a de uma comedia comedia leve, leve, para usarmos a expressão de George Legman, é uma “heroína cadela“. Comporta-seemrelação Comporta-seemrelaçãoao aopaideformadesumanaecruel,apenasligeir paideformadesumanaecruel,apenasligeiramente amente racionalizadacomo“alegrestravessuras”.Eacabasendocastigadamuitodeleve, seéquese tratareal tratarealmen mentedeumcastig tedeumcastigo.Éverdad o.Éverdadeque,navidareal eque,navidareal,raros ,rarosse se castigamasmásações,masissonãopodeaplicar-seatelevisão.Nesteponto,os cria criado dore res s do cort corte e de prod produç ução ão para para o cine cinema ma pare parece cem m esta estar r cert certos os:: o que que importanosmeiosdecomunicaçãodemassanãoéoqueacontecenavidareal, mas as “mensagens” ens” posi ositivas e nega egativas, as prescrições e tabus que o telespectador telespectadorabsorveatravés absorveatravésda daidentif identificaçãocomomaterialqueestávendo. icaçãocomomaterialqueestávendo.A A puniçãoinfligidaàbonitaheroínasósatisfaznominalmenteporumsegundoas exigênciasconven exigênciasconvencionais cionaisdaconsciência daconsciência.Dá-seporém, .Dá-seporém,aentenderaoespecta aentenderaoespectador dor queaheroínabonita,emrealidade, queaheroínabonita,emrealidade,sesafade sesafadetodasasdificulda todasasdificuldadespelosimpl despelosimples es fatodeserbonita. A atit atitude ude em apre apreço ço pare parece ce indic indicar ar uma uma incl inclin inaç ação ão univ univer ersa sall em outr outra a peça peça,, pertencenteaumasériequegiraemtornodavigarice,amoçaatraente,vigarista quefazpartedefazpartedeumbandodemalfeitores,nãosomenteconsegueo livr livram amen ento to condic condicion ional al depois depois de ter ter sido sido conden condenada ada a uma uma long longa a pena pena,, mas mas tamb também ém pare parece ce ter ter boas boas prob probab abil ilida idades des de casar casar com a víti vítima ma.. A sua sua mora morall sexual sexual,, natural naturalmen mente, te, é irrepr irrepreen eensív sível. el. Supõe-s Supõe-se e queo espect espectador ador goste gostedel dela a a primeiravista,comopersonagemmodestaerecatadaqueé,eotelespectador naopodeserdecepcionado. naopodeserdecepcionado.Embora,sevenh Embora,sevenhaadescobriraadescobrir-lheasfalcatr lheasfalcatruas,urge uas,urge restauraraidentificaçãooriginal,oumelhor,mantê-las.Oestereotipodamoça boazinhaétãofortequenemmesmoaprovadasuadelinqüênciapodedestruílo; e,porbemou por mal,ela mal,elapre precisa cisa ser oupareceser.Naoserápreci oupareceser.Naoseráprecisodizer sodizer que que esses esses model modelos os psic psicol ológ ógico icos s tendem tendem a conf confir irma mar r as atit atitude udes s explo explora radas das,, exigenteseagress exigenteseagressivasdasmoças ivasdasmoças–estrutur –estruturadecaráterque adecaráterqueveioaserconheci veioaserconhecida da empsicanálisesobonomedeagressividadeoral. De vez em quan quando do,, tais tais este estere reót ótip ipos os são são disfa disfarç rçado ados s como como traço traços s naci nacion onais ais norte-americanos,comopartedocenáriodaculturanorte-americanaemquea imagemdagarotaarrogante,egoísta,masirresistívelquearrasaopobrepapai, passouaserumainstituiçãopública.Essamaneira,deraciocinaréuminsultoao espíritonorte-americano.Apublicidadedealtapressãoeapropagandacontínua parainstituciona parainstitucionalizaralgum lizaralgumtipoantipático tipoantipáticonãofazemdele nãofazemdelealgumtipo algumtipofolclórico folclórico sagr sagrad ado. o. Inúm Inúmer eras as consid consider eraçõ ações es de natu nature reza za apre aprent ntem emen ente te antro antropo poló lógi gicas cas tend tendem em hoje hoje apen apenas as a masc mascar arar ar tendên tendênci cias as cond condená enáve veis is,, como como se fosse fossem m de naturezaetnológica,quasenatural.Apropósito,surpreendenteconstataratéque 12
pontoo pontoo materi materialde alde televis televisão, ão, mesmonumexamesuper mesmonumexamesuperfici ficial, al, nos traz trazà àmen mente te conceitos psic sicanalíticos com a quali alifica icação de psican canálise ao avess esso. A psicaná psicanális lise e descrev descreveu eua a síndro síndrome meora orall que combin combina a tendênc tendênciasantagô iasantagônic nicas asde de traços agressivos e traços dependentes. Essa síndrome de caráter é acur acurad adam amen ente te indi indica cada da pela pela garo garota ta boni bonita ta que que não não pode pode erra errar, r, mas mas que, que, ao mesmo mesmo tempo tempo que agride agride o pai, pai, explor explora-o a-o,, depende dependendo ndo tanto tanto dele quanto quanto,, no nívelsuperficial,sevoltacontraele.Apeçadiferedapsicanálisesimplesmente porq porque ue exal exalta ta a mesm mesmís íssi sima ma sínd síndro rome me que que é trat tratad ada a pela pela psic psican anál ális ise e como como rever eversã são o às fase fase infa infant ntis is de dese desenv nvol olvvimen imento to,, que o psica sicana nali list sta a proc procur ura a dissolver.Rest dissolver.Restasabersealgu asabersealgumacoisapar macoisaparecidaseapli ecidaseaplicaaalgunstip caaalgunstiposdeheróis osdeheróis masc mascul ulin inos os,, part particu icula larm rmen ente te o supe superm rmach acho. o. É poss possív ível el que que ele ele tamb também ém não não possaerrar. Finalm Finalment ente, e, devería deveríamos mos tratar tratar de um estere estereótip ótipo o muito muito difundi difundido do tanto tanto mais realçadoquantomaisaceitocomocoisanaturalpelatelevisão.Aomesmotempo, oexemplotalvezsirvaparamostrarquecertasinterpretaçõespsicanalíticasde estereótipos cult ulturais não são muito ito forç orçada adas; são são idéi déias latentes que a psic psican anál ális ise e atri atribu buii a cert certos os este estere reót ótip ipos os sobe sobem m à supe superf rfíc ície ie.. Exis Existe te a idéi idéia a popularíssimadequeoartistanãoéapenasmalajustado,introvertidoe, apriori umtantoouquantoesquisito; umtantoouquantoesquisito;mastambémqueeleérealmenteum“estet mastambémqueeleérealmenteum“esteta”,um a”,um fracoe fracoe um“maricas um“maricas”.Em ”.Emoutr outraspalav aspalavras ras,,o ofol folclo cloresinté resintétic tico omod modern erno oten tendea dea identificaroartistacomohomossexualearespeitarsomenteo“homemdeação” comoohomemdeverdade,ohomemforte.Essaidéiaestáexpressademaneira surp surpre reen enden dente teme ment nte e diret direta a num num dos text textos os de comé comédia dias s colo colocad cados os à noss nossa a disposição,quetrataumrapaz,oqual,alémdesero“toxicômano”queaparece comtantafreqüêncianatelevisão,étambémumpoetatímido,retraído,epor cons conseg egui uint nte, e, sem sem tale talent nto, o, cujo cujos s poem poemas as idiot idiotas as são ridi ridicul cular ariza izados dos.. Ele Ele está está apaixonadoporumamoça,masétãofracoeinseguroquenãotemcoragemde entregar-seàspráticasbolinativasqueelasugerecomcertadesfaçatez;amoça por sua vez, é caricaturada como caçadora de homens. Como sucede frequentementenaculturademassa,ospapéisdossexossãoinvertidos–amoça éinteiramenteagressivaeorapaz,aterrorizadoporela,confessa-se“manejado por mulh mulher eres es” ” quan quando do ela ela cons conseg egue ue beij beijáá-llo. Há insi insinu nuaç açõe ões s vulga ulgarres do homossexualismo,umadasquaispodesercitada:aheroínacontaaonamorado queoutrorapazestáapaixonadoporalguém,eonamoradopergunta:“Porquem que ele está está apaixon apaixonado? ado?” ” E elares ela respon ponde: de: “Por “Por uma moça, moça, natura naturalme lmente nte” ” E o neighbor’s s turtle, turtle,eo namorad namorado o “Natura “Naturalme lmente nte,, por quê? quê? Antiga Antigamen mente te era um neighbor’ que é mais, mais, chamava chamava-se -se Sam.” Sam.” Essa interp interpret retação ação do artist artista a como como inatamen inatamente te incompetenteeproscritosocial(pelainsinuaçãodeinversãosexual)édignade exame. Não quer Não querem emos os dizer dizer que que as ilust ilustra raçõ ções es é exemp exemplo los s indiv individu iduai ais, s, ou as teor teorias ias pelas elas quais uais são são inte interrpret pretad ados os,, seja sejam m basi basica came ment nte e novos ovos.. Ma Mas s em vist vista a do problemaculturalepedagógicoapresentadopelatelevisãonãonosparecequea novidad novidade e das conclu conclusões sões especi especifica ficas s devem devem ser uma preocu preocupaç pação ão primor primordial dial.. Sabemo Sabemos s pela pela psicaná psicanális lise e que o raciocí raciocínio nio “Mas “Mas nós conhece conhecemos mos tudo tudo isso!” isso!”é é frequentemente uma def defesa esa, para ara dispensar as visõ isões int interiores, que se consideramimperti consideramimpertinentes nentes,porquesão ,porquesãorealme realmenteinconfort nteinconfortáveise áveisenostornama nostornama vida ida aind ainda a mais mais difí difíci cill do que que já é, sacu sacudi dind ndo o a nossa ossa con consciê sciênc ncia ia quan quando do dever deveríam íamos os estar estar gozan gozando do “os praze prazere res s simp simple les s da vida” vida”.. A inve invest stig igaçã ação o dos 13
problemasdatelevisão,queaquiindicamoseilustramoscomalgunsexemplos esco escolh lhid idos os ao acas acaso, o, exig exige, e, prim primei eiro ro que que tudo tudo,, que que leve levemo mos s a séri sério o noçõ noções es vaga vagame ment nte e famil familiar iares es para para a maior maioria, ia, coloca colocand ndo-a o-as s em seu cont context exto o em sua sua perspectivapróprioseverificando-asatravésdematerialpertinente.Propomonos focaliz focalizar ar as questõ questões es que temos temos uma vaga vaga mais mais inconfo inconfortá rtável vel consci consciênc ência, ia, aind ainda a que que isso isso aume aument nte e o nosso osso desc descon onfo fort rto. o. A medid edida a que que pross rosseg egui uire rem m sist sistem emat atic icam amen ente te os noss nossos os estu estudo dos. s. O esfo esforç rço o aqui aqui refe referi rido do é de natu nature reza za mora moral: l: enfre enfrent ntar ar cons consci cient entem emen ente te mecan mecanism ismos os psic psicol ológ ógico icos s que que oper operam am em váriosníveis,afimdenãonostornar-mosvítimascegasepassivas.Sópoderemos mudar mudar esse esse meio meio de exten extensas sas poss possib ibil ilid idade ades s se o enca encara rarm rmos os com com o mesm mesmo o espíritoqueesperamosseja,umdia,expressospelassuasimagens.
iDavidRiesman,TheLonelyCrowd(NewHaven,1950),p.v.
a evol evoluç ução ão da ideo ideolo logi gia a do extr extrov over erti tido do tamb também ém tem tem a sua sua long longa a hist histór ória ia,, sobr sobret etud udo o nos nos tipo tipos s infe inferi rior ores es da lite litera ratu tura ra popu popula lar r dura durant nte e o 19˚ 19˚ sécu século lo,, quandoocódigodadecênciasedivorcioudassuasRaízesreligiosase,comisso, atingiumaisemaisocaráterdeumtabuopaco.Pareceprovável,noentanto,que, nessesentido,otriunfo nessesentido,otriunfodosfilmesassinal dosfilmesassinalouopassodecisivo ouopassodecisivo.Aleituracomo .Aleituracomoato ato depercepçãoeapercepção depercepçãoeapercepçãotalveztragacons talveztragaconsigoumaespécie igoumaespéciedeinterioriza deinteriorização;o ção;o atodelerumromanceseaproximanotavelmentedeum monologue interieur .A .A visu isualizaç zação nos meio eios modern ernos de comunicaçã ação de massa fav favorece a exteriorizaçã exteriorização.Aidéiadeinterio o.Aidéiadeinterioridade, ridade,mantidaainda mantidaaindanapinturamai napinturamaisantigade santigade retratos, através da expressividade do rosto, dá lugar a sinais óticos indi indisf sfar arçá çáve veis is,, que pode podem m ser ser apre apreen endi dido dos s num relan elance ce.. Me Mesm smo o que que um personagemdeumfilm personagemdeumfilmeoudeumespetácu eoudeumespetáculodetelevis lodetelevisãonãosejaoquepare ãonãosejaoqueparece ce ser,asuaaparênciaétratadadetalmodoquenãodeixaduvidasquantoàsua verd verdad adei eira ra natu nature reza za.. Dess Dessa a form forma, a, o vilã vilão o que que não não é apre aprese sent ntad ado o como como um brutamontestemdeser,pelomenos,“suave”,easuarepulsivaoleosidadeeas suasmaneirasmaciasindicam,semambigüidades,oquedevemospensardele. iii Cump Cumpre re nota notar r que que a tend tendên ênci cia a cont contra ra à “eru “erudi diçã ção” o” já se evid eviden enci ciav ava a nos nos primórdios da cultura popular, sobretudo em Defoe, que se opunha conscientementeàliteraturacultadoseutempo,etornou-sefamosoporhaver escarnecidodetodos escarnecidodetodososrequinte osrequintesdeestiloedeconstr sdeestiloedeconstruçãoartí uçãoartísticaemfavor sticaemfavorde de umaaparentefidelidadeà“vida”. iv Uma das diferen diferenças ças signifi significat cativas ivas parece parece ser que, no século século XVIII, XVIII, o própri próprio o conc concei eito to de cul cultura tura popul opular ar,, no sent sentid ido o de uma uma eman emanci cip pação ação da tradi radiçã ção o abso absolu luti tist sta a e semi semife feud udal al,, tinh tinha a um sign signif ific icad ado o prog progre ress ssis ista ta,, acen acentu tuan ando do a auto autono nomi mia a do indi indiví vídu duo o como como capa capaz z de toma tomar r suas suas próp própri rias as deci decisõ sões es.. Isso Isso significa,entreoutrascoisas,queaprimitivaliteraturapopulardeixavaespaçoa autoresquealcançavamumapopularidadeprópria.Ocasoemtelamaisnotável é o de Fielding, cujo primeiro romance começou como uma paródia de Rich Richar ards dson on.. Seri Seria a inte intere ress ssan antte comp compar arar ar a popu popula lari rida dade de de Rich Richar ards dson on e Fieldingnaqueletempo.FieldingnãoconseguiuomesmosucessodeRichardson. Entret Entretant anto, o, seria seria absurd absurdo o presum presumir ir que a cultur cultura a popula popular r de hoje ensejar ensejaria ia o equivalentedeum TomJones.Issopodeilustraraafirmaçãoda“rigidez”daatual cultur cultura a popula popular. r. Uma experiê experiênci ncia a crucial crucial seria seria tentar tentar fazer fazer um filme filme baseado baseado ii
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numromancecomo TheLovedOnedeEve de Evelyn lyn Waugh. Waugh.É É quasecert quasecertoqueotexto oqueotexto seriareescritoeeditadotantasvezesquenãoficarianadaremotamenteparecido comaidéiadooriginal. v Quanto Quanto mais mais a raciona racionalida lidade de (o princi principio pio da realida realidade) de) é levada levadaa a extrem extremos, os, tantomaisasuametafinal(asatisfaçãoreal)tende,paradoxalmente,aparecer imaturaeridícula.Nãosomenteocomer,comotambémasmanifestaçõesnão controladasdosimpulsossexuaistendemaprovocarorisonopúblico–osbeijos nasfitasdecinematemdeserpreparados,acenatemdeserarrumadapara evitar evitar ahil a hilarid aridade. ade. Entret Entretant anto,a o,a cultur cultura ade demas massa sajam jamais ais consegu consegue eext exting inguir uir o riso riso potenc potencial. ial. Induzido Induzido,, natura naturalme lmente nte,, pelo pelo supost suposto o infant infantili ilismo smo dos prazer prazeres es sens sensua uais, is, o riso riso pode pode ser ser expli explicad cado, o, em sua sua maio maior r part parte, e, pelo pelo mecan mecanism ismo o da repressão.Orisoéumadefesacontraofrutoproibido. vi Mais Mais uma uma vez, vez, essa essa rela relaçã ção o não não deve deve ser ser exage exagera radam damen ente te simp simpli lifi ficad cada. a. Seja Seja qual ual for for a exte extens nsão ão em que que os moder oderno nos s meio meios s de comu comuni nica caçã ção o de mass massa a tendem a apagar a diferença entre a realidade e o estético, os nossos espectadoresrealísticoscontinuamconscientesdequetudoé“debrincadeira”. Não Nã o se pode pode supo supor r que que a perc percep epção ção prim primar aria ia diret direta a da real realid idade ade se veri verifi fiqu que e dentrodoquadrodereferenciadatelevisão,emboramuitosfreqüentadoresde cinemarecordemaalienaçãodevistasfamiliaresaodeixaracasadeespetáculos: tudoaindaparecefazerpartedoenredodofilme.Emaisimportanteaindaéa interp interpret retaçã ação o darea da realida lidade deem emter termos mos detra de transp nsport ortes espsi psicol cológi ógicos cos,, o estadode estadode prep prepar araç ação ão para para ver ver obje objeto tos s comu comuns ns como como se algu algum m mist mistér ério io ameaç ameaçado ador r se achasseembuçadoatrásdeles.Umaatitudedessanaturezapareceajustar-seàs ilus ilusõe ões s de mass massa a como como a susp suspei eita tade de subo suborn rno, o, da corru corrupç pção ão e da cons conspi pira raçã ção o onipresentes.
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