A relação entre a História e a Antropologia – breves considerações Por Márcio Por Márcio Sant`Anna dos Santos em 07/02/2009
Márcio Sant’Anna dos Santos, historiador e professor
A antropologia surgiu no final do século XVIII, até então não se havia aplicado métodos científicos ao estudo do homem. A princípio foram estudadas as sociedades longínquas, ditas primitivas primitivas e localizadas localizadas fora fora do ambiente europeu, europeu, este fato fato foi muito muito influenciad influenciado o pela colonização. Leia o texto clicando aqui. O campo de atuação da Antropologia
A antropologia surgiu no final do século XVIII, até então não se havia aplicado métodos científicos ao estudo do homem. A princípio foram estudadas as sociedades longínquas, ditas primitivas primitivas e localizadas localizadas fora fora do ambiente europeu, europeu, este fato fato foi muito muito influenciad influenciado o pela colonização. A partir do século XIX os antropólogos depararam-se com um problema sobre seu objeto de estudo, as sociedades primitivas, que pela evolução social iriam deixar de existir, foi necessário reavaliar o campo de atuação da antropologia e concluiu-se que o homem deveria ser estudado como um todo no espaço e no tempo, ou seja, por inteiro. A antropologia pode ser dividida em cinco principais áreas: antropologia biológica, leva em consideração as influências dos valores culturais nos indivíduos buscando identificar o que é inato ou adquirido através da genética das populações; antropologia pré-histórica, que busca reconstituir as sociedades antepassadas; antropologia lingüística remonta as formas de comunicação humana; antropologia psicológica consiste no estudo dos processos e do funcionamento do psiquismo humano; antropologia social estuda a sociedade em tudo que a constitui. Diante de um conceito geral os antropólogos devem estar preparados para o contato com sociedades diferentes e avaliá-las aproximando-se ao máximo da cultura desta, pois é uma característica humana “criar novas formas de vida e organização”. A abordagem antropológica inicia-se com a “revolução do olhar”, as características das sociedades devem encaradas como uma manifestação cultural e não natural. Existem algumas dificuldades enfrentadas pelos antropólogos, o nome da disciplina é uma delas, “etnografia ou antropologia”? Há também o questionamento sobre a utilidade e o grau de cientificidade, sendo o sujeito e o objeto de estudo da mesma natureza, além disso, existe a relação com a história que contraria alguns antropólogos. O antropólogo não deve interferir na sociedade enquanto tal, lançando assim uma discussão sobre o papel do antropólogo na sociedade.
A relação entre a Antropologia e a História
A antropologia ajuda a entender as relações entre as sociedades organizadas, de acordo com o tempo e com o espaço, relações estas que se transformam e variam. A produção cultural do homem é um documento vivo da história da humanidade. Desde a préhistória até nossos dias o homem faz cultura, manifestando através dela, o seu conhecimento e a sua visão de mundo. Por exemplo, a figura de um bisonte pintada na Gruta de Nieux (França), no período pré-histórico, é uma manifestação cultural, tanto quanto a Torre Eiffel. Como a antropologia estuda a cultura dos povos, ela auxilia os historiadores a compreenderem como determinadas formas de vida social existiram e como se transformaram. Através do trabalho dos antropólogos, temos acesso a estudos sobre a cultura em várias épocas e em diversas sociedades, inclusive em algumas que não existem mais. A antropologia auxilia a história na verificação de como a cultura pode influenciar nos acontecimentos. Guerras, assinaturas de tratados, domínios de regiões por outras, enfim, fatos históricos em geral têm total relação com a cultura dos povos. A antropologia ajuda a entender essas diferentes formas de cultura e as influências que elas têm junto aos processos históricos. Citamos abaixo dois exemplos desta relação interdisciplinar: o primeiro exemplo mostra como a antropologia traça um parâmetro cultural de uma festa ocorrida no Rio de Janeiro no período histórico absolutista (onde as manifestações culturais eram usadas pelos monarcas para auxiliar na dominação de seus súditos e colônias) e no segundo exemplo veremos como, através da imagem de Carmem Miranda criada por Hollywood dentro do contexto da Política da Boa Vizinhança do presidente americano Roosevelt, refletiu os preconceitos dos Estados Unidos em relação à América Latina, mostrando a visão etnocêntrica dos norte-americanos para com os sul-americanos que produziu formas de dominação e poder para os Estados Unidos (e também erros nos quais as culturas latinas eram consideradas todas iguais gerando inclusive confusões nas áreas musical e geográfica, entre outras).