e ce e do A J P r ec Co r a ç ã o Para entrar no silenc io de Deus
I
A P rece d o C oração Para entrar no silêncio de Deus
A liñe C harest Ia Edição
O rdem Ro s a c r u z
Curitiba —PR 2010
Título original: original: A P re ce do C o ra çã o Para entrar no silencio de Deus
A u to r: A li ñ e C ha re st ,
Ia Edição em Língua Portuguesa
a mesma autora de As Grandes Vias do Amor
2010
Prefacio: Jean-Yves Leloup
Traduzido do original francês francês de junho 20 08
ISBN-978-85-317-0199-3
COORDEN AÇÃO E SUPERVISÃO SUPERVISÃO
Todos Todos os direitos res ervados pela ORDEM ROSACRUZ, AMORC GRANDE LOJA DA JURISDIÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Hélio de M oraes e Marques, F. R. C. Grande Mestre
BIBLIOTECA BIBLIOTECA ROSACRUZ ORDEM ROSACRUZ, AMORC GRANDE LOJA DA JURISDIÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Edição autorizada por:
Ê
Composto, revisado e impresso na Grande Loja da Jurisdição de Língua Portug Rúa Rúa Nicaragua Nicaragua,, 2620 - CEP 8 2515-260 Caixa Caixa Postal Postal 4450 - CEP 82 501-970 Curitiba / PR
Título original: original: A P re ce do C o ra çã o Para entrar no silencio de Deus
A u to r: A li ñ e C ha re st ,
Ia Edição em Língua Portuguesa
a mesma autora de As Grandes Vias do Amor
2010
Prefacio: Jean-Yves Leloup
Traduzido do original francês francês de junho 20 08
ISBN-978-85-317-0199-3
COORDEN AÇÃO E SUPERVISÃO SUPERVISÃO
Todos Todos os direitos res ervados pela ORDEM ROSACRUZ, AMORC GRANDE LOJA DA JURISDIÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Hélio de M oraes e Marques, F. R. C. Grande Mestre
BIBLIOTECA BIBLIOTECA ROSACRUZ ORDEM ROSACRUZ, AMORC GRANDE LOJA DA JURISDIÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Composto, revisado e impresso na Grande Loja da Jurisdição de Língua Portug Rúa Rúa Nicaragua Nicaragua,, 2620 - CEP 8 2515-260 Caixa Caixa Postal Postal 4450 - CEP 82 501-970 Curitiba / PR Tel.: (0**41) 3351-3000 Fax: (0**41) 3351-3065 ou 3351-3020 ww w.a mo rc.o rg. br
Edição autorizada por:
\ S Ê DIFFUSIOIN VROSICRUCIENNE Cháteau d’Omonville 27110 Le Tremblay France
5 —Con du zir o ser par a um outro lu g a r.......... r.............. ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ .....63 .63 6 - Se r absor vid o em D e u s........................ s................................ ................ ................ ................. ................. ..............65 ......65 A PRE CE DO C O R A Ç Ã O .................. ........................... ................. ................. ................. ................ ................ ............67 ....67 PREFÁCIO DO GRANDE MESTRE ......................................... ................... ...................... ........... 7
1 - Um a mo r de afeto a D e u s........................ s................................ ................ ................. .................. ................. ........ 68 2 - Preparação para a prece do coração coração ................................................ 69
P R E F Á C IO ................ ........................ ................ ................. .................. .................. ................. ................. ................. ................ ...............1 .......1 0
3 - Con diçõe s para que a prece seja efic az ................ ........................ ................. ................. ...........73 ...73
P R Ó L O G O ................. .......................... ................. ................ ................ ................ ................. ................. ................. .................. ........... ...... 13 I N T R O D U Ç Ã O ......................................... ................... ...................... ...................... ...................... ..... 16
4 - A p rática da pre ce do co raç ão ................ ........................ ................. ................. ................ ................ ...........79 ...79
QU E É O R A R ?...................... ?.............................. ................. ................. ................. ................. ................ ................ ................ .............20 .....20 1 —Tornar-se atleta da prece.....................................................................23 2 - O ra r não é m ed it ar ................. .......................... .................. ................. ................. ................. ................ ................ ............ 24 3 —Os tipos de pr ec es ................. ......................... ................. ................. ................ ................ ................ ................. ...............25 ......25 4 —C om o o r a r? ................ ........................ ................ ................. ................. ................. .................. .................. .................. ............... ...... 34 5 —On —On de e qu an do o ra r? ................. .......................... .................. ................. ................. ................. ................ ..............3 ......3 6 6 —As cond ições prelim inare s da pr ec e.......... e.............. ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ......38 ..38 7 - São nossas preces sempre at en did as ?......... ?............. ........ ....... ....... ........ ........ ........ ........ ........ ......39 ..39 8 - Os fr uto s da p re ce ................ ........................ ................. ................. ................. .................. .................. .................. ............39 ...39
.
5 —Os efeitos da prece do c ora çã o..................... o............................. ................ ................ ................. ..............89 .....89 A PR EC E C O N T E M PL A TI V A ...................... ..................... ................... 99 1 —Uma “experiência-ápice” ................. ......................... ................ ................. ................. ................. .............. ..... 10 0 2 - De scer ao coraç ão pro fu nd o....................... o............................... ................. .................. .................. ...........10 ..10 3 3 —0 des pert ar da co nt em pla çã o.................... o............................ ................. ................. ................. .............105 ....105 4 —A invoc açã o do nom e de D e u s........................ s................................ ................ ................. ............... ...... 10 9 5 —Invocação —Invocação do Verbo C riad or en tre os jud eu s......... s............. ........ ....... ....... ........ ........110 ....110 6 —Evocar o nome de Deus entre os sufis.......................................... 11 2 7 - Recriar Recriar a Palavra Palavra Eterna entre os os hind us ......................................115 8 —Fazer o voto de Amida no budismo...............................................117
A PRE CE C O R PO R A L....................... L................................ ................. ................ ................ ................ ................. ............. .... 41
9 —Deificar a natureza humana entre os cristãos ............................. 11 8
1 —As té cnica s psi cof ísi cas .................. ........................... ................. ................. ................. ................ ................ ............43 ....43 2 —Um corpo es p iri tu al iz ad o...................... o.............................. ................ ................. ................. ................. ........... 44
10 —A —A contemplação de D eu s ............................ : ................................... 11 9
3 —A —A pre ce vem de ou tra p a rt e ................ ........................ ................ ................. ................. ................. ............... ...... 45 4 —A prece judaica.....................................................................................48 5 —A prece cr is tã ................ ......................... .................. .................. ................. ................. ................. ................ ................ ............. ..... 49 6 —A prece isl âm ica ................ ......................... ................. ................. ................. ................ ................ ................ ................. ..........4 .4 9 7 —A pr ece h in d u ís ta ................. .......................... .................. .................. .................. ................. ................. ................. ...........50 ...50 8 —A prece bu di st a........................ a................................ ................ ................ ................. ................. ................. ................. ...........5 ...5 1
A AR TE DE OR AR D O S M ÍS T IC O S .................... ....................... ...... 12 1 1 —0 hassidismo hassidismo ou o “diálog “diálogoo isolado” com D eu s ........................ 121 2 - 0 sufi sufismo smo e o apel apeloo a Deus Deus (
■)................................................123
3 —0 —0 cristianis mo e a in vo ca çã o...................... o.............................. ................. ................. ................ ............124 ....124 4 —0 —0 rosacrucianis rosacrucianismo mo e a harmonização cósm ica .......................... 12 6 5 - 0 b ud ud is ism o e o
................ ........................ ................. ................. ................. .................. ............... ...... 12 7
9 —As —As postu ras para o ra r......................... r................................. ................. ................. ................ ................ ................ .......... 52
6 —0 hin du ísm o e a bha kti io g a ................. ......................... ................. .................. ................. ................129 ........129
10 - A p rece sem p al a vr a s...................... s.............................. ................ ................. ................. ................. ................. ........... ... 54
7 - A caba la e a atraçã o dos influx os d iv in os ........ ............ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ......13 ..13 0
A PRE CE M E N T AL
........55
OS EFE ITOS CON CRE TO S DA PR E C E ...... ........ ..... ..... ..... ..... ..... ...... ..... ..... ..... ..... ..... ....133 ..133
5 —Con du zir o ser par a um outro lu g a r.......... r.............. ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ .....63 .63 6 - Se r absor vid o em D e u s........................ s................................ ................ ................ ................. ................. ..............65 ......65 A PRE CE DO C O R A Ç Ã O .................. ........................... ................. ................. ................. ................ ................ ............67 ....67 PREFÁCIO DO GRANDE MESTRE ......................................... ................... ...................... ........... 7
1 - Um a mo r de afeto a D e u s........................ s................................ ................ ................. .................. ................. ........ 68 2 - Preparação para a prece do coração coração ................................................ 69
P R E F Á C IO ................ ........................ ................ ................. .................. .................. ................. ................. ................. ................ ...............1 .......1 0
3 - Con diçõe s para que a prece seja efic az ................ ........................ ................. ................. ...........73 ...73
P R Ó L O G O ................. .......................... ................. ................ ................ ................ ................. ................. ................. .................. ........... ...... 13 I N T R O D U Ç Ã O ......................................... ................... ...................... ...................... ...................... ..... 16
4 - A p rática da pre ce do co raç ão ................ ........................ ................. ................. ................ ................ ...........79 ...79
QU E É O R A R ?...................... ?.............................. ................. ................. ................. ................. ................ ................ ................ .............20 .....20 1 —Tornar-se atleta da prece.....................................................................23 2 - O ra r não é m ed it ar ................. .......................... .................. ................. ................. ................. ................ ................ ............ 24 3 —Os tipos de pr ec es ................. ......................... ................. ................. ................ ................ ................ ................. ...............25 ......25 4 —C om o o r a r? ................ ........................ ................ ................. ................. ................. .................. .................. .................. ............... ...... 34 5 —On —On de e qu an do o ra r? ................. .......................... .................. ................. ................. ................. ................ ..............3 ......3 6 6 —As cond ições prelim inare s da pr ec e.......... e.............. ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ......38 ..38 7 - São nossas preces sempre at en did as ?......... ?............. ........ ....... ....... ........ ........ ........ ........ ........ ......39 ..39 8 - Os fr uto s da p re ce ................ ........................ ................. ................. ................. .................. .................. .................. ............39 ...39
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5 —Os efeitos da prece do c ora çã o..................... o............................. ................ ................ ................. ..............89 .....89 A PR EC E C O N T E M PL A TI V A ...................... ..................... ................... 99 1 —Uma “experiência-ápice” ................. ......................... ................ ................. ................. ................. .............. ..... 10 0 2 - De scer ao coraç ão pro fu nd o....................... o............................... ................. .................. .................. ...........10 ..10 3 3 —0 des pert ar da co nt em pla çã o.................... o............................ ................. ................. ................. .............105 ....105 4 —A invoc açã o do nom e de D e u s........................ s................................ ................ ................. ............... ...... 10 9 5 —Invocação —Invocação do Verbo C riad or en tre os jud eu s......... s............. ........ ....... ....... ........ ........110 ....110 6 —Evocar o nome de Deus entre os sufis.......................................... 11 2 7 - Recriar Recriar a Palavra Palavra Eterna entre os os hind us ......................................115 8 —Fazer o voto de Amida no budismo...............................................117
A PRE CE C O R PO R A L....................... L................................ ................. ................ ................ ................ ................. ............. .... 41
9 —Deificar a natureza humana entre os cristãos ............................. 11 8
1 —As té cnica s psi cof ísi cas .................. ........................... ................. ................. ................. ................ ................ ............43 ....43 2 —Um corpo es p iri tu al iz ad o...................... o.............................. ................ ................. ................. ................. ........... 44
10 —A —A contemplação de D eu s ............................ : ................................... 11 9
3 —A —A pre ce vem de ou tra p a rt e ................ ........................ ................ ................. ................. ................. ............... ...... 45 4 —A prece judaica.....................................................................................48 5 —A prece cr is tã ................ ......................... .................. .................. ................. ................. ................. ................ ................ ............. ..... 49 6 —A prece isl âm ica ................ ......................... ................. ................. ................. ................ ................ ................ ................. ..........4 .4 9 7 —A pr ece h in d u ís ta ................. .......................... .................. .................. .................. ................. ................. ................. ...........50 ...50 8 —A prece bu di st a........................ a................................ ................ ................ ................. ................. ................. ................. ...........5 ...5 1
A AR TE DE OR AR D O S M ÍS T IC O S .................... ....................... ...... 12 1 1 —0 hassidismo hassidismo ou o “diálog “diálogoo isolado” com D eu s ........................ 121 2 - 0 sufi sufismo smo e o apel apeloo a Deus Deus (
■)................................................123
3 —0 —0 cristianis mo e a in vo ca çã o...................... o.............................. ................. ................. ................ ............124 ....124 4 —0 —0 rosacrucianis rosacrucianismo mo e a harmonização cósm ica .......................... 12 6 5 - 0 b ud ud is ism o e o
................ ........................ ................. ................. ................. .................. ............... ...... 12 7
9 —As —As postu ras para o ra r......................... r................................. ................. ................. ................ ................ ................ .......... 52
6 —0 hin du ísm o e a bha kti io g a ................. ......................... ................. .................. ................. ................129 ........129
10 - A p rece sem p al a vr a s...................... s.............................. ................ ................. ................. ................. ................. ........... ... 54
7 - A caba la e a atraçã o dos influx os d iv in os ........ ............ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ......13 ..13 0
A PRE CE M E N T AL ................. .......................... ................. ................ ................ ................ ................. ................. ................55 ........55 1 - In ter ior iza r as as pa la vr as ................ ........................ ................ ................. ................. ................. ................. ..............55 ......55 2 —Con cen trar a inteligên cia no co ra çã o.......... o.............. ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........56 ....56
OS EFE ITOS CON CRE TO S DA PR E C E ...... ........ ..... ..... ..... ..... ..... ...... ..... ..... ..... ..... ..... ....133 ..133
3 - E ntr ar no misté rio do am or ................ ......................... ................. ................. ................. ................ .............5 .....5 8
3 —A un ião com a na tu re za ................ ........................ ................ ................. ................. ................. ................. .......... 14 1
4 —Reencontrar seu coração de criança.................................................61
4 —A aq uisi ção do a m or ................. ......................... ................. ................. ................ ................ ................ ................142 ........142
1 - A purifica ção da a lma e do int ele cto ........ ............ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ......134 ..134 2 —0 júb ilo nas p ro va çõ es........................ es................................ ................ ................ ................. ................. .............138 .....138
5 - A realização no no cotidia no ........................ ............................ ............ 14 4 6 —Escala dos efeitos concretos da prece.............................................148 7 - Quem urna v ez tivesse visto a r o sa ....... ........... ....... ....... ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ .......150 ...150 OS EFEITOS ESPIRITUAIS DA PRECE.......................................151 1 —A paz pr of un da ............... ...................... ............... ................ ................ ................ ................ ................ ................ .............154 .....154 2 —A uni ão ex tá tic a................... a.......................... ............... ................ ................ ................ ................ ............... ............... ..........15 ..15 8 3 - .. . E a ilu m in aç ão .............. ...................... ................ ................ ................ ................ ................ ................ ...............1 .......1 60 4 - A co ntemp lação dos mistérios di vin os ........ ............ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ...... 164 5 - Os Lare s de C ar id ad e.................... e............................ ................ ................ ............... ............... ............... .............170 ......170 6 - Os fenóme nos psico íisiológ icos.......... icos.............. ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ .......1 ...1 72 7 - A transfig uração de todo o s e r ........ ........... ....... ........ ....... ....... ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ...... .. 176 A PRE CE QU E C U R A ................ ........................ ................ ................ ................ ............... ............... ............... .............1 ......1 79 1 —Religar -se ao Esp irito ún ic o ................ ........................ ................ ................ ................ ............... ............18 .....18 0 2 - Estud os médicos sobre a p re ce ............... ....................... ............... ............... ................ ................ ........ 18 1 3 —Deus ou as vitaminas?.......................................................................182 4 —Efeit o de “corr elaç ão” ............... ....................... ............... ............... ................ ................ ................ ................ .........18 .18 4 5 —Os trê s n íveis da cu ra ................ ....................... ............... ............... ............... ................ ............... .............. ............18 .....18 5 6 - A ex periência mística passada no s can ne r........ r............ ........ ........ ........ ........ ........ ........186 ....186 ........ 19 1 7 —Por —Por que a prece atua em certos certos momentos e não em o ut ro s? ........19 8 —Só o amor pode curar........................................................................197 9 - A ame ndoe ira em f lo r ............... ....................... ............... ................ ................. ............... ............... ............... .........199 ..199 AP RE ND ER A FA ZER S IL Ê N C IO ......................... .......................... 20 1 1 —A —A pal avr a sem v id a ................ ........................ ............... .............. ............... ................ ................ ................ ...............2 .......2 02 2 —Como fazer silêncio..........................................................................205 3 —A prece sem palavras......... ................................................................207 4 —0 silencio de D e u s..................... s............................. ............... ............... ............... ............... ............... ................ ........... 21 0 5 - A un ião de todos os se nt id os ............... ....................... ............... ............... ............... ............... ..............212 ......212 6 —A felicidade de plenitude ............................. ............................ ....... 2 13
A maioria dos q ue aspiram ao caminh o espiritual, oram. Mas sabemos orar? E a prece mera lad ainha ou litan ia de frases consagradas pelo tempo, em que a repetição mostra-se mais importante do que a emoção? Há a prece do intelecto e há a prece do coração. A prece do profano e a prece do místico. Qual a diferença entre ambas? Homens considerados santos no passado, filósofos e líderes religiosos, quando tiveram suas experiências experiências analisadas à luz da “unio mística”, mística”, constatouse que tinham em comum a prece, a devoção e o reconhecimento da alma como um reflexo de Deus. Deus. Louis Claude de Sa int-Martin afirmava que sem a prece a alm a n ão respira, ou seja, nã o recebe vida: “A prece é a respiração de nossa alma”. A intenção de comungar com Deus coloca-nos numa postura de de humildade e reverência diante do Altíssimo e consagra nosso coração, permitindo que Ele fale conosco, nos alivie e nos oriente com a resposta e a confiança que merecemos. A prece que vem do coração permi te uma conversa com Deus lá no recôndito do nosso Sanctum Sanctorum e nos alumia como um farol, elevando-nos. A prece é uma oportunidad e de comu nhão com o Divino. E boa para quem pede e jubilosa para quem agradece. Mas a prece é um trabalho de elevação que remete nossos corações ao alto, num ato de devoção que evoca arquétipos enraizados na memória mística e religiosa do Ocidente como no cristão. Quem já questionou por que nos unimos “em invocação”? Ao mesmo tempo uma arte e uma técnica, a verdadeira prece mística requer uma postura interior específi específica, ca, em que a comunhão da alma com De us é feita de modo completo e inconfundível. Neste livro, Aline Charest estuda as diferentes preces místicas, como a da tradição hesicasta, e seus efeitos espirituais e físicos. Mais importante, o livro abre-nos um portal para a prática da prece, ensinando-nos c omo o coração pode ser a chave do segredo da autêntica oração. Dedicado a todos os leitores, independente de crença ou filosofia, a obra retira a prece do campo puramente dogmático e a (re)situa em seu lugar de direito: o templo da alma. Este livro lança luz sobre o tema da prece e dá mais poder para quem ora. Recomendo como uma leitura indispensável para o místico, notadamente aos estudantes rosacruzes e marúnistas. . y
5 - A realização no no cotidia no ........................ ............................ ............ 14 4 6 —Escala dos efeitos concretos da prece.............................................148 7 - Quem urna v ez tivesse visto a r o sa ....... ........... ....... ....... ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ .......150 ...150 OS EFEITOS ESPIRITUAIS DA PRECE.......................................151 1 —A paz pr of un da ............... ...................... ............... ................ ................ ................ ................ ................ ................ .............154 .....154 2 —A uni ão ex tá tic a................... a.......................... ............... ................ ................ ................ ................ ............... ............... ..........15 ..15 8 3 - .. . E a ilu m in aç ão .............. ...................... ................ ................ ................ ................ ................ ................ ...............1 .......1 60 4 - A co ntemp lação dos mistérios di vin os ........ ............ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ...... 164 5 - Os Lare s de C ar id ad e.................... e............................ ................ ................ ............... ............... ............... .............170 ......170 6 - Os fenóme nos psico íisiológ icos.......... icos.............. ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ .......1 ...1 72 7 - A transfig uração de todo o s e r ........ ........... ....... ........ ....... ....... ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ...... .. 176 A PRE CE QU E C U R A ................ ........................ ................ ................ ................ ............... ............... ............... .............1 ......1 79 1 —Religar -se ao Esp irito ún ic o ................ ........................ ................ ................ ................ ............... ............18 .....18 0 2 - Estud os médicos sobre a p re ce ............... ....................... ............... ............... ................ ................ ........ 18 1 3 —Deus ou as vitaminas?.......................................................................182 4 —Efeit o de “corr elaç ão” ............... ....................... ............... ............... ................ ................ ................ ................ .........18 .18 4 5 —Os trê s n íveis da cu ra ................ ....................... ............... ............... ............... ................ ............... .............. ............18 .....18 5 6 - A ex periência mística passada no s can ne r........ r............ ........ ........ ........ ........ ........ ........186 ....186 ........ 19 1 7 —Por —Por que a prece atua em certos certos momentos e não em o ut ro s? ........19 8 —Só o amor pode curar........................................................................197 9 - A ame ndoe ira em f lo r ............... ....................... ............... ................ ................. ............... ............... ............... .........199 ..199 AP RE ND ER A FA ZER S IL Ê N C IO ......................... .......................... 20 1 1 —A —A pal avr a sem v id a ................ ........................ ............... .............. ............... ................ ................ ................ ...............2 .......2 02 2 —Como fazer silêncio..........................................................................205 3 —A prece sem palavras......... ................................................................207 4 —0 silencio de D e u s..................... s............................. ............... ............... ............... ............... ............... ................ ........... 21 0 5 - A un ião de todos os se nt id os ............... ....................... ............... ............... ............... ............... ..............212 ......212 6 —A felicidade de plenitude ............................. ............................ ....... 2 13
A maioria dos q ue aspiram ao caminh o espiritual, oram. Mas sabemos orar? E a prece mera lad ainha ou litan ia de frases consagradas pelo tempo, em que a repetição mostra-se mais importante do que a emoção? Há a prece do intelecto e há a prece do coração. A prece do profano e a prece do místico. Qual a diferença entre ambas? Homens considerados santos no passado, filósofos e líderes religiosos, quando tiveram suas experiências experiências analisadas à luz da “unio mística”, mística”, constatouse que tinham em comum a prece, a devoção e o reconhecimento da alma como um reflexo de Deus. Deus. Louis Claude de Sa int-Martin afirmava que sem a prece a alm a n ão respira, ou seja, nã o recebe vida: “A prece é a respiração de nossa alma”. A intenção de comungar com Deus coloca-nos numa postura de de humildade e reverência diante do Altíssimo e consagra nosso coração, permitindo que Ele fale conosco, nos alivie e nos oriente com a resposta e a confiança que merecemos. A prece que vem do coração permi te uma conversa com Deus lá no recôndito do nosso Sanctum Sanctorum e nos alumia como um farol, elevando-nos. A prece é uma oportunidad e de comu nhão com o Divino. E boa para quem pede e jubilosa para quem agradece. Mas a prece é um trabalho de elevação que remete nossos corações ao alto, num ato de devoção que evoca arquétipos enraizados na memória mística e religiosa do Ocidente como no cristão. Quem já questionou por que nos unimos “em invocação”? Ao mesmo tempo uma arte e uma técnica, a verdadeira prece mística requer uma postura interior específi específica, ca, em que a comunhão da alma com De us é feita de modo completo e inconfundível. Neste livro, Aline Charest estuda as diferentes preces místicas, como a da tradição hesicasta, e seus efeitos espirituais e físicos. Mais importante, o livro abre-nos um portal para a prática da prece, ensinando-nos c omo o coração pode ser a chave do segredo da autêntica oração. Dedicado a todos os leitores, independente de crença ou filosofia, a obra retira a prece do campo puramente dogmático e a (re)situa em seu lugar de direito: o templo da alma. Este livro lança luz sobre o tema da prece e dá mais poder para quem ora. Recomendo como uma leitura indispensável para o místico, notadamente aos estudantes rosacruzes e marúnistas. . y
7 - Co nt em pla r Deus nos ser es ................ ........................ ................ ................ ................ ................ .............21 .....21 4 N O T A S .............. ...................... ................ ................ ................ ................ ............... ............... ............... ............... ................ ................ ............ .... 21 7 Hélio de Moraes e Marques BIBLIOGRAFIA
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A mi n h a irm ã, Anna, Ann a, fa le c id a m u it o jo v e m , que m e mostrou o “lugar do coração”.
235
G rande M estre
Eu a g r a d e ç o d e to d o c o r a ç ã o às p es s o a s q u e m e ajudaram na realização desta obra: Robert Blais, por ter generosam ente concordado em reler o tex texto to fin al e m e ter prodigali prodigalizado zado seus judiciosos conselhos; conselhos; Cécile Plante, por seu apoio e sua amizade; Sylvie Lavoie, p o r seu en tu sia si a sm o pe la es cr ita it a d es te l iv ro ; m in h a m ãe, ãe , C écile Nadeau Nadeau,, e minha filha, Ariane Ariane,, po r seu apoio e seu seu indefectível indefectível amor
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A mi n h a irm ã, Anna, Ann a, fa le c id a m u it o jo v e m , que m e mostrou o “lugar do coração”.
Eu a g r a d e ç o d e to d o c o r a ç ã o às p es s o a s q u e m e ajudaram na realização desta obra: Robert Blais, por ter generosam ente concordado em reler o tex texto to fin al e m e ter prodigali prodigalizado zado seus judiciosos conselhos; conselhos; Cécile Plante, por seu apoio e sua amizade; Sylvie Lavoie, p o r seu en tu sia si a sm o pe la es cr ita it a d es te l iv ro ; m in h a m ãe, ãe , C écile Nadeau Nadeau,, e minha filha, Ariane Ariane,, po r seu apoio e seu seu indefectível indefectível amor
A árvore não faltam raízes, raíz es, mas ela está em estado de esclerose, talvez mesmo de apodrecimento, e a seiva não mais irriga seus ramos altos; ela não se mantém forte no Espaço... Não dá mais flores flores na na prim avera ...
Não se aprende a dançar num livro e tampouco se aprende a orar num livro. Mas um livro pode nos ser útil para nos dar os bons endereços onde se possa dançar. Pode também nos informar quanto aos diferentes tipos de dança que exístem e pode então nos ajudar a escolher aquele que nos “atraia”, que corresponda melhor ao nosso desejo, ao jeito do nosso psiquismo ou do nosso corpo. Para aqueles que já praticam a dança, o livro poderá ser igualm ente útil. ú til. Ele recolocará nossa nossa prática entre as demais e talvez encontremos alguns lugares onde a nossa possa possa se aprofun dar...
A verdade entre os seres não consiste em chegarem a um acordo, acordo, mas em manterem um diálogo jamais realizado entre eles. A diversidade permite a conversa conversa através da qual q ual a verdade se deixa perceber, mas, para ter diante de si um outro que não si mesmo, é preciso ter um si, donde a importância de estar ancorado ancorado numa tradição, tradição, numa num a prática especial. Ningu ém se enraíza num passado para aí permanecer; trata-se de buscarmos em nossas raízes a seiva do nosso futuro...
Ao mesmo tempo, um livro sobre a prece só pode ser um “convite” à prática. O livro de Aliñe Charest é talvez ainda mais do que isto; ele é uma “celebração” da prece. No decorrer dos séculos e nos mais diversos lugares ele nos revela a alegria ale gria que existe em orar ora r e o tesouro tesouro que cada q ual ua l traz em si. Mas é também um livro rigoroso, que nos dá um certo número de informações informações preciosas que podem aclarar aclara r nosso discernimento. discernimento.
As vezes vezes nos nos são propostas propostas todas todas as espéc espécies ies de práticas práticas mais ou menos bem inspiradas por individualidades, individuali dades, extraídas de todas as tradições, de toda linhagem, ou seja, de todas as raízes... A árvore talvez floresça, mas trata-se com frequência de flores artificiais, artificia is, das flores e dos dos frutos que não nascem da seiva sei va profunda, em contato com o céu e a terra. Isto pode produzir alguns fosgênios no nosso cérebro, pode ser brilhante, mas não é a luz.
O que me toca particularmente no livro de Aliñe Charest é “seu enraizamento e sua abertura”. Como é sabido: a seiva de uma árvore viva segue para as raízes mais profundas e tende para os mais altos ramos.
Essas técnicas podem induzir em nós algumas “descontrações” ao nível do corpo e mesmo do coração, mas isto não é a “hésychia”, “hésych ia”, a paz que qu e vem do Ser. Isso pode também fortalecer o “eu “eu”, ”, mas nos fazer esquecer “Eu Sou ”. .. “Eu mesmo oro”, oro”, “Eu mesmo medito”, “Eu mesmo não tenho mais ego!”...
Quanto mais uma árvore quer se elevar à luz, mais
v
A árvore não faltam raízes, raíz es, mas ela está em estado de esclerose, talvez mesmo de apodrecimento, e a seiva não mais irriga seus ramos altos; ela não se mantém forte no Espaço... Não dá mais flores flores na na prim avera ...
Não se aprende a dançar num livro e tampouco se aprende a orar num livro. Mas um livro pode nos ser útil para nos dar os bons endereços onde se possa dançar. Pode também nos informar quanto aos diferentes tipos de dança que exístem e pode então nos ajudar a escolher aquele que nos “atraia”, que corresponda melhor ao nosso desejo, ao jeito do nosso psiquismo ou do nosso corpo. Para aqueles que já praticam a dança, o livro poderá ser igualm ente útil. ú til. Ele recolocará nossa nossa prática entre as demais e talvez encontremos alguns lugares onde a nossa possa possa se aprofun dar...
A verdade entre os seres não consiste em chegarem a um acordo, acordo, mas em manterem um diálogo jamais realizado entre eles. A diversidade permite a conversa conversa através da qual q ual a verdade se deixa perceber, mas, para ter diante de si um outro que não si mesmo, é preciso ter um si, donde a importância de estar ancorado ancorado numa tradição, tradição, numa num a prática especial. Ningu ém se enraíza num passado para aí permanecer; trata-se de buscarmos em nossas raízes a seiva do nosso futuro...
Ao mesmo tempo, um livro sobre a prece só pode ser um “convite” à prática. O livro de Aliñe Charest é talvez ainda mais do que isto; ele é uma “celebração” da prece. No decorrer dos séculos e nos mais diversos lugares ele nos revela a alegria ale gria que existe em orar ora r e o tesouro tesouro que cada q ual ua l traz em si. Mas é também um livro rigoroso, que nos dá um certo número de informações informações preciosas que podem aclarar aclara r nosso discernimento. discernimento.
As vezes vezes nos nos são propostas propostas todas todas as espéc espécies ies de práticas práticas mais ou menos bem inspiradas por individualidades, individuali dades, extraídas de todas as tradições, de toda linhagem, ou seja, de todas as raízes... A árvore talvez floresça, mas trata-se com frequência de flores artificiais, artificia is, das flores e dos dos frutos que não nascem da seiva sei va profunda, em contato com o céu e a terra. Isto pode produzir alguns fosgênios no nosso cérebro, pode ser brilhante, mas não é a luz.
O que me toca particularmente no livro de Aliñe Charest é “seu enraizamento e sua abertura”. Como é sabido: a seiva de uma árvore viva segue para as raízes mais profundas e tende para os mais altos ramos.
Essas técnicas podem induzir em nós algumas “descontrações” ao nível do corpo e mesmo do coração, mas isto não é a “hésychia”, “hésych ia”, a paz que qu e vem do Ser. Isso pode também fortalecer o “eu “eu”, ”, mas nos fazer esquecer “Eu Sou ”. .. “Eu mesmo oro”, oro”, “Eu mesmo medito”, “Eu mesmo não tenho mais ego!”...
Quanto mais uma árvore quer se elevar à luz, mais profundas devem estar suas raízes na matéria. Esta evidencia da Vida nem sempre é respeitada; às vezes nos são propostas práticas bem enraizadas numa tradição especial, mas fechadas para as aventuras e as descobertas mais recentes.
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Nossa época, como as outras, não deixa de ter “inflações” que se vendem ao preço do “Despertar”, de pequenas experiências “psíquicas” que são de modo modo apressado apressado qualificad qualif icadas as como “espirituais”.
O enraizamento sem expansão só pode produzir esclerose e integrismos. A expansão sem enraizamento enraiza mento só pode pode produzir dispersões e ilusões. O livro de Aline Charest evita estes impasses do enraizamento-encerramento e da expansão-dispersão. Ele nos lembra os grandes textos e as grandes exper iências da prece na Tradição e nas tradições e nos nos informa quanto às mais recentes recentes pesquisas sobre a prece, seja no mundo médico ou nas neurociências. Sem sincretismo, sem sectarismo, ele nos conduz a uma via de integração e de síntese que cada leitor terá de realiza rea lizarr por si mesmo. ’ “Nem tudo o que se ensina vale a pena de ser aprendido”. Aline Chare C harest st não pretende neste livro nos nos ensinar: ela nos dá antes o gosto de encontrarmos “o Instrutor” e de compartilharmos o coração do Seu Ensinamento, isto é, Sua prece... Seu silêncio e Sua paz. Jea n-Y ves LE LO UE
Ele sai da prece como se estivesse inflamado. Grégoire P al am as , monge do monte Atos, século XIV
Na Montanha sagrada mora um sábio eremita. Um homem que vive no silêncio, na prece e no amor de Deus. Esse Antigo, Antigo, como o denominam os monges do monte Atos, ensina “em silêncio”, pois: Uma vida sem palavra é por natureza mais útil do que uma palavra sem vida. A prime ira é com efeito útil mesmo no silêncio; a outra atrapalha mesmo ao gritar. gritar. Então, se a vida e a palavra concordam, elas constituem uma imagem de toda a filosofia. IsiDORE DE PÉLUSE
Como movimento do ser em direção a Deus, a prece é então “expressão do silêncio” antes de ser “revelação do Verbo”. Os monges monges ensinam que, se o silêncio silêncio não é útil, não terá nenhuma utilidade utilida de nas palavras. Para ser proferida de modo autêntico, a palavra deve jorrar do coração, coração, como produzida pelo Espírito Santo, Sant o, e ser recebida recebid a como fruto do amor. “A “A palavra palavr a vem de uma alma nutrida pelo amor de Deus e é pronunciada na medida da sede daquele que questiona 1”, declara Hiérothée Vlachos, higumeno2 do do mosteiro de São Gregorio na Grécia,
O enraizamento sem expansão só pode produzir esclerose e integrismos. A expansão sem enraizamento enraiza mento só pode pode produzir dispersões e ilusões. O livro de Aline Charest evita estes impasses do enraizamento-encerramento e da expansão-dispersão. Ele nos lembra os grandes textos e as grandes exper iências da prece na Tradição e nas tradições e nos nos informa quanto às mais recentes recentes pesquisas sobre a prece, seja no mundo médico ou nas neurociências. Sem sincretismo, sem sectarismo, ele nos conduz a uma via de integração e de síntese que cada leitor terá de realiza rea lizarr por si mesmo. ’ “Nem tudo o que se ensina vale a pena de ser aprendido”. Aline Chare C harest st não pretende neste livro nos nos ensinar: ela nos dá antes o gosto de encontrarmos “o Instrutor” e de compartilharmos o coração do Seu Ensinamento, isto é, Sua prece... Seu silêncio e Sua paz. Jea n-Y ves LE LO UE
Ele sai da prece como se estivesse inflamado. Grégoire P al am as , monge do monte Atos, século XIV
Na Montanha sagrada mora um sábio eremita. Um homem que vive no silêncio, na prece e no amor de Deus. Esse Antigo, Antigo, como o denominam os monges do monte Atos, ensina “em silêncio”, pois: Uma vida sem palavra é por natureza mais útil do que uma palavra sem vida. A prime ira é com efeito útil mesmo no silêncio; a outra atrapalha mesmo ao gritar. gritar. Então, se a vida e a palavra concordam, elas constituem uma imagem de toda a filosofia. IsiDORE DE PÉLUSE
Como movimento do ser em direção a Deus, a prece é então “expressão do silêncio” antes de ser “revelação do Verbo”. Os monges monges ensinam que, se o silêncio silêncio não é útil, não terá nenhuma utilidade utilida de nas palavras. Para ser proferida de modo autêntico, a palavra deve jorrar do coração, coração, como produzida pelo Espírito Santo, Sant o, e ser recebida recebid a como fruto do amor. “A “A palavra palavr a vem de uma alma nutrida pelo amor de Deus e é pronunciada na medida da sede daquele que questiona 1”, declara Hiérothée Vlachos, higumeno2 do do mosteiro de São Gregorio na Grécia, que esteve com o eremita.* * Os esclarecimentos das partes dos textos com número sobrescrito constam na parte final do livro, intitulada NOTAS.
A prece prece dá dá o “conhecimento de de Deus”, que está muito além dos conhecimentos sobre Deus. “O Antigo, abrasado abra sado pelo amor às palavras que pronuncia, fala-te da montanha, da visão ou do mar da eternidade, do que está além das contingencias humanas, além do que tu és”, declara o padre Vlachos. “E, ao falar subitamente, ele se inflama, ele se abrasa inexplicavelmente e é então abrasado por urna chama incriada”. Assim também “ele sai da prece como se estivesse inflamado”, dizia Grégoire Palamas. Donde vem esse abrasamento? “O amor divino é extático, pois não permite que aqueles que amam a mam amem am em a si mesmos, e sim aqueles que eles amam amam.. E aquele que é superior mostra amabilidade para com o que é inferior, o que é igual ig ual aperta os laços recíprocos recíprocos e o que é inferior in ferior se volta divinamente para os primeiros”, revelava Dênis o Areopagita. Orar é um ato de amor, mesmo que na maior mai or parte do tempo não o visualizem visua lizemos os assim. assim . Teresa d’ Avila escreveu que qu e não se trata “de muito pensar, mas de muito amar”, o que está de acordo com a experiencia do padre Charles de Foucauld: “Quanto mais se ama, melhor se ora”, escreveu ele. Assim também, “quanto mais orardes, mais sereis iluminados”, afirmava Angèle de Foligno, mística italiana do século XIII. Em outras palavras, “a prece é uma relação íntima do espirito com Deus 3”, o que confirmam as experiencias espirituais, frutos da contemplação mística.
previamente: nem orar, nem como amar”, revelou LouisClaude de Saint-Martin, Saint-M artin, para qu em a prece prece é a “respiração “respiração da da nossa alma”. Ora, na prece como no amor, o mais difícil é perseverar, permanecer fiel ao ardor do coração. Existe, no entanto, uma arte milenar de orar que estabelece em nós a graça mística de união. Esta graça nos transporta para o lugar onde “todas as forças forças da alma são absorvidas no silencio de Deus, enq uanto o fundo da alma recebe recebe a impressão direta do amor e se torna ele próprio fogo 4”, diz um padre cartuxo que pratica a prece incessante. A primeira primeir a condição para saborear os frutos da prece é ter um coração puro e um espirito em paz, purificado pelo fogo do perdão e pacificado pela doação das lágrimas. O objetivo é alcançar a inviolável tranqüilidade do coração de que falava Cassien: o coração silencioso que não julga, não calcula, não conta. . . Só um coração coração silencioso silencioso é capaz capaz de um verdad ver dadeir eiroo amor, não somente som ente com respeito resp eito a Deus Deu s na contemplação, mas também com respeito aos outros; amar o que é, não o que deveria ser5. E isto que nos transmite Jean-Yves Leloup, padre ortodoxo, escritor e terapeuta, daqui d aquilo lo que qu e ele próprio recebeu no no monte Atos sobre sobre a prece do coração. coração.
A prece prece dá dá o “conhecimento de de Deus”, que está muito além dos conhecimentos sobre Deus. “O Antigo, abrasado abra sado pelo amor às palavras que pronuncia, fala-te da montanha, da visão ou do mar da eternidade, do que está além das contingencias humanas, além do que tu és”, declara o padre Vlachos. “E, ao falar subitamente, ele se inflama, ele se abrasa inexplicavelmente e é então abrasado por urna chama incriada”. Assim também “ele sai da prece como se estivesse inflamado”, dizia Grégoire Palamas. Donde vem esse abrasamento? “O amor divino é extático, pois não permite que aqueles que amam a mam amem am em a si mesmos, e sim aqueles que eles amam amam.. E aquele que é superior mostra amabilidade para com o que é inferior, o que é igual ig ual aperta os laços recíprocos recíprocos e o que é inferior in ferior se volta divinamente para os primeiros”, revelava Dênis o Areopagita. Orar é um ato de amor, mesmo que na maior mai or parte do tempo não o visualizem visua lizemos os assim. assim . Teresa d’ Avila escreveu que qu e não se trata “de muito pensar, mas de muito amar”, o que está de acordo com a experiencia do padre Charles de Foucauld: “Quanto mais se ama, melhor se ora”, escreveu ele. Assim também, “quanto mais orardes, mais sereis iluminados”, afirmava Angèle de Foligno, mística italiana do século XIII. Em outras palavras, “a prece é uma relação íntima do espirito com Deus 3”, o que confirmam as experiencias espirituais, frutos da contemplação mística.
previamente: nem orar, nem como amar”, revelou LouisClaude de Saint-Martin, Saint-M artin, para qu em a prece prece é a “respiração “respiração da da nossa alma”. Ora, na prece como no amor, o mais difícil é perseverar, permanecer fiel ao ardor do coração. Existe, no entanto, uma arte milenar de orar que estabelece em nós a graça mística de união. Esta graça nos transporta para o lugar onde “todas as forças forças da alma são absorvidas no silencio de Deus, enq uanto o fundo da alma recebe recebe a impressão direta do amor e se torna ele próprio fogo 4”, diz um padre cartuxo que pratica a prece incessante. A primeira primeir a condição para saborear os frutos da prece é ter um coração puro e um espirito em paz, purificado pelo fogo do perdão e pacificado pela doação das lágrimas. O objetivo é alcançar a inviolável tranqüilidade do coração de que falava Cassien: o coração silencioso que não julga, não calcula, não conta. . . Só um coração coração silencioso silencioso é capaz capaz de um verdad ver dadeir eiroo amor, não somente som ente com respeito resp eito a Deus Deu s na contemplação, mas também com respeito aos outros; amar o que é, não o que deveria ser5. E isto que nos transmite Jean-Yves Leloup, padre ortodoxo, escritor e terapeuta, daqui d aquilo lo que qu e ele próprio recebeu no no monte Atos sobre sobre a prece do coração. coração.
Orar é natural para o ser. Basta um momento de descontração, tração, de maravilhamento maravilham ento ou de alegria profunda, “para “para que surja o grito a Deus, assim como basta um encontro imprevisto para que o coração se inflame, sem que nada se tenha aprendido
Tenha um coração e você será salvo. salvo.
Em muitas tradições espirituais o coração é denominado o “lugar de Deus”, ou seja, o lugar que permite a intimida de da alma com Deus. A prece nos faz penetrar no coração e ter acesso aos seus mistérios. “Tem um coração coraçã o e serás salvo”, dizem os monges do monte Atos. Atos. “O verdadeiro princípio da prece é o calor do coração que consome as paixões, fator na alma de júbilo e alegria e, conforme o coração, de um amor seguro e um indubitável sentimento de plenitude 1”, revelou Gregorio, o Sinaíta, um dos fundadores da tradição hesicasta 2 que que ensina a prece do coração. No cristianismo, ter um coração não é centrar-se centrar-se numa única parte do corpo mas sentir “um modo de ser, de ver, de respirar, com o coração. O que é próprio do coração é estar em intimidade com todas as coisas, viver não num mundo de objetos mas num mundo de presenças”, escreveu Jean-Yves Leloup. A pr ec e te m po r ob je ti vo ess e de sp e rt ar do co ra çã o, ess a sensibilidade à presença de Deus em todas as coisas. Esta presença faz de todas as coisas, não fenômenos no sentido comum deste
interior da consciência. consciência. Sua localização precisa varia em função dos ensinamentos, mas ele é mais frequentemente “situado ligeiramente acima do coração físico e mais centralizado”, segundo as fontes dos Relatos Relatos de um peregrin o russo. russo. Esse coração coração invisível é denominado denominad o chafara entre entre os hindus e latifah entre os sufis. Na índia, o centro cardíaco permite o acesso à consciência cósmica, como testemunha a palavra pala vra de Yogananda: Eu soube que o centro desses empíreos se situava num local de iniciação perceptiva do meu coração. Um grande esplendor se irradiava das minhas células, penetrando a estrutura íntima do universo.
E também este texto dos Upanishad: Tão vasto quanto o espaço abrangido pelo nosso olhar é esse espaço no interior do coração. Ambos, o céu e a terra, aí estão reunidos, o fogo e o ar, ar, o Sol e a Lua, o relâm pago e as constelações, e aquilo que pertence a cada um aqui embaixo e aquilo que não lhe pertence, tudo isto aí está reunido 4.
Segundo os sufis, é em nós mesmos e não fora de nós que vamos descobrir os “mistérios “mistérios do do coração”, coração”, como expressa Nur Ali Shah: E no coração que Deus se faz ouvir... O que está contido no nosso coração é um paraíso pleno de graças espirituais.
Tenha um coração e você será salvo. salvo.
Em muitas tradições espirituais o coração é denominado o “lugar de Deus”, ou seja, o lugar que permite a intimida de da alma com Deus. A prece nos faz penetrar no coração e ter acesso aos seus mistérios. “Tem um coração coraçã o e serás salvo”, dizem os monges do monte Atos. Atos. “O verdadeiro princípio da prece é o calor do coração que consome as paixões, fator na alma de júbilo e alegria e, conforme o coração, de um amor seguro e um indubitável sentimento de plenitude 1”, revelou Gregorio, o Sinaíta, um dos fundadores da tradição hesicasta 2 que que ensina a prece do coração. No cristianismo, ter um coração não é centrar-se centrar-se numa única parte do corpo mas sentir “um modo de ser, de ver, de respirar, com o coração. O que é próprio do coração é estar em intimidade com todas as coisas, viver não num mundo de objetos mas num mundo de presenças”, escreveu Jean-Yves Leloup. A pr ec e te m po r ob je ti vo ess e de sp e rt ar do co ra çã o, ess a sensibilidade à presença de Deus em todas as coisas. Esta presença faz de todas as coisas, não fenômenos no sentido comum deste termo, mas verdadeiras “epifanías”, manifestações do Deus inacessível3.
Não se trata aqui do órgão físico e sim de um outro coração, invisível para os sentidos, perceptível somente pelo olho
Para os gnósticos, o coração é o centro crístico por excelencia, excelen cia, “o principio de Amor-Sabedoria” que cria, irradia e cura. Segundo os fundadores fundadores da espiritualidad e spiritualidadee oriental, o homem original tinha seu centro no coração. Pois o coração é o órgão da verdadeira inte ligencia, intu itiva, global, que apreende de maneira imediata uma verdade. Ela se opõe à razão do ser humano decaído que só pode compreender através dos tateamentos do pensamento especulativo 7.
Aprece Apr ece do coração é mais uma um a arte do que uma um a técnica, no sentido de que se trata de uma “meditação que tem um coração”, diz-nos Jean-Yves Jean-Yves Leloup. A prece é “a arte pela qual a pessoa se une à beleza suprema de que a natureza, os corpos ou as fisionomias são reflexos. Orar é passar do reflexo à luz ou voltar da luz venerando-a nos seus reflexos8”. Essa arte de orar é a da fi da filo lo ca li a , que quer dizer, literalmente, “amor à beleza”. Como chegar verdadeira ve rdadeiramente mente a orar com o coração coração ? Entre Entre outras pessoas, o método nos é revelado pelos Padres do deserto, os monges do monte Atos e os místicos místicos contemplativ c ontemplativos os de diversas grandes tradições espirituais, assim como através dos Relatos de um peregrino russo russo publicados em 1884, que descrevem os périplos de um peregrino e sua iniciação à prece do coração. “O poder da prece não está nas palavras, mas nos pensamentos e nos sentimentos9”, revela Teófano o Recluso, monge contemplativo que viveu vinte e oito anos no silêncio
interior da consciência. consciência. Sua localização precisa varia em função dos ensinamentos, mas ele é mais frequentemente “situado ligeiramente acima do coração físico e mais centralizado”, segundo as fontes dos Relatos Relatos de um peregrin o russo. russo. Esse coração coração invisível é denominado denominad o chafara entre entre os hindus e latifah entre os sufis. Na índia, o centro cardíaco permite o acesso à consciência cósmica, como testemunha a palavra pala vra de Yogananda: Eu soube que o centro desses empíreos se situava num local de iniciação perceptiva do meu coração. Um grande esplendor se irradiava das minhas células, penetrando a estrutura íntima do universo.
E também este texto dos Upanishad: Tão vasto quanto o espaço abrangido pelo nosso olhar é esse espaço no interior do coração. Ambos, o céu e a terra, aí estão reunidos, o fogo e o ar, ar, o Sol e a Lua, o relâm pago e as constelações, e aquilo que pertence a cada um aqui embaixo e aquilo que não lhe pertence, tudo isto aí está reunido 4.
Segundo os sufis, é em nós mesmos e não fora de nós que vamos descobrir os “mistérios “mistérios do do coração”, coração”, como expressa Nur Ali Shah: E no coração que Deus se faz ouvir... O que está contido no nosso coração é um paraíso pleno de graças espirituais.
Para Al-Ghazâli, a prece pela repetição do dhify 5requer 5requer a presença do coração, “pois um apego supremo do coração à prática do dhikr atrai atrai a amizade div ina 6”, 6”, lê-se lê-se no Ihya ulum al-Din , que conta sua experiência da prece.
Este tratado sobre a prece pretende ser uma abordagem prática e eficaz da prece do coração. Ele apresenta alguns métodos seguros, experimentados pelos místicos de diversas tradições tradições espirituais, para se chegar a orar verdadeiramente e sem cessar. Ele coloca coloca as balizas baliza s dessa “arte de orar” tal como ela é ensinada há milênios, entre outras pela prece hesicasta. Ele quer também servir de guia para ajudar a superar os obstáculos encontrados no caminho da prece e testemunhar os mais misteriosos frutos da prece interior, como o êxtase, as visões, visões, a levitação ou a estigmatização. estigmatiz ação. Ele está subdividido em dez capítulos que descrevem as diferentes concepções do ato de orar, os tipos de preces e sua finalidade, as condições preliminares à prece do coração, a visão interior interi or vivida pelos místicos contemplativos cont emplativos e os efeitos concretos concretos e espirituais da prece na nossa vida. Uma rara prece cabalística será desvendada, assim como a abordagem da prece proposta pela Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis. E vamos resumir, no antepenúltimo capítulo, os resultados das mais recentes pesquisas médicas sobre os efeitos da prece na saúde. Nossa conclusão recolocará recolocará em questão o postulado, muitas vezes veiculado, veiculado , de que os sentidos e o corpo não participam no conhecimento de Deus. Ao contrário, segundo os testemunhos dos místicos contemplativos:
Para os gnósticos, o coração é o centro crístico por excelencia, excelen cia, “o principio de Amor-Sabedoria” que cria, irradia e cura. Segundo os fundadores fundadores da espiritualidad e spiritualidadee oriental, o homem original tinha seu centro no coração. Pois o coração é o órgão da verdadeira inte ligencia, intu itiva, global, que apreende de maneira imediata uma verdade. Ela se opõe à razão do ser humano decaído que só pode compreender através dos tateamentos do pensamento especulativo 7.
Aprece Apr ece do coração é mais uma um a arte do que uma um a técnica, no sentido de que se trata de uma “meditação que tem um coração”, diz-nos Jean-Yves Jean-Yves Leloup. A prece é “a arte pela qual a pessoa se une à beleza suprema de que a natureza, os corpos ou as fisionomias são reflexos. Orar é passar do reflexo à luz ou voltar da luz venerando-a nos seus reflexos8”. Essa arte de orar é a da fi da filo lo ca li a , que quer dizer, literalmente, “amor à beleza”. Como chegar verdadeira ve rdadeiramente mente a orar com o coração coração ? Entre Entre outras pessoas, o método nos é revelado pelos Padres do deserto, os monges do monte Atos e os místicos místicos contemplativ c ontemplativos os de diversas grandes tradições espirituais, assim como através dos Relatos de um peregrino russo russo publicados em 1884, que descrevem os périplos de um peregrino e sua iniciação à prece do coração. “O poder da prece não está nas palavras, mas nos pensamentos e nos sentimentos9”, revela Teófano o Recluso, monge contemplativo que viveu vinte e oito anos no silêncio de um pequeno mosteiro russo. Para ele só há uma regra para quem q uer alcançar alcan çar o estado estado espiritual e nele se manter: Permanecer dentro de si e aí adorar em segredo, no coração.
A prec e é a re spira ção da nossa alm a. L o u i s - C l a u d e de S ai nt - martin .
A prece é uma prática prá tica espiritu es piritual al para toda pessoa que quer se aproximar de Deus, desenvolver relações harmoniosas e alcançar a plenitude da felicidade. “Pode-se “Pode-se viver viver alguns dias sem comer, mas nenhum sem orar”, dizia Gandhi. De fato, orar é nutrir sua alma de Deus; por isto é tão vital para o ser humano orar quanto comer, criar ou amar. Jan van Ruysbroeck, Ruysbro eck, místico flamengo flamen go do século XIII, escreveu: Eu me queimo ao me nutrir de ti e, não obstante, não posso saciar minha fome. Quanto mais como, mais minha fome é torturante, quant o mais eu bebo, mais minha sede é intensa. Corro atrás daquilo que me foge e, quanto mais corro, mais m eu desejo cresce *. *.
Para saciarmos sacia rmos nossa fome de Deus precisamos redescobrir a fonte que nos religa à nossa dimensão espiritual. Ora, vivemos num mundo materialista, no qual a dimensão espiritual não é convenientemente alimentad alim entada, a, ao ponto de produzir o que um médico definiu como uma “síndrome de carência espiritual”. Esta carência pode assumir diversas formas, como “distúrbios vagos e difusos, insatisfação, insatisfaçã o, depressão 2”, bem como o senti mento de uma vida sem sentido. A ciência também se interessa cada vez mais pelos efeitos da prece no processo de cura física
Este tratado sobre a prece pretende ser uma abordagem prática e eficaz da prece do coração. Ele apresenta alguns métodos seguros, experimentados pelos místicos de diversas tradições tradições espirituais, para se chegar a orar verdadeiramente e sem cessar. Ele coloca coloca as balizas baliza s dessa “arte de orar” tal como ela é ensinada há milênios, entre outras pela prece hesicasta. Ele quer também servir de guia para ajudar a superar os obstáculos encontrados no caminho da prece e testemunhar os mais misteriosos frutos da prece interior, como o êxtase, as visões, visões, a levitação ou a estigmatização. estigmatiz ação. Ele está subdividido em dez capítulos que descrevem as diferentes concepções do ato de orar, os tipos de preces e sua finalidade, as condições preliminares à prece do coração, a visão interior interi or vivida pelos místicos contemplativos cont emplativos e os efeitos concretos concretos e espirituais da prece na nossa vida. Uma rara prece cabalística será desvendada, assim como a abordagem da prece proposta pela Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis. E vamos resumir, no antepenúltimo capítulo, os resultados das mais recentes pesquisas médicas sobre os efeitos da prece na saúde. Nossa conclusão recolocará recolocará em questão o postulado, muitas vezes veiculado, veiculado , de que os sentidos e o corpo não participam no conhecimento de Deus. Ao contrário, segundo os testemunhos dos místicos contemplativos: Na prece, a obra do Espírito, antes de iluminar, é de curar, de trazer ao ser humano o bom uso dos seus sentidos, a fim de que ele possa ver, ouvir, tocar, cheirar e degustar “o que é ” e entrar na pre senç a “d’A qu el e que é ” 10.
humanos”, human os”, como como dizia Gandhi; Gandhi ; é o ponto espiritual espiritu al que permite ao ser humano alcançar alcan çar Deus, como escreveu Victor Victor Hugo no poema citado no final deste capítulo. Orar consiste precisa mente em estabelecer um diálogo íntimo í ntimo entre si mesmo e Deus. Deus. “Se a nossa felicidade está em conhecer a Deus, a felicidade f elicidade de Deus está em ser conhecido” conhecido”,, dizia Saint-Mar S aint-Martin. tin. Para os cristãos, orar é desejar se unir em essência a Deus, que nos criou à Sua imagem e à Sua semelhança. Como escreveu Thomas Merton: Dizer que eu sou criado à imagem de Deus é dizer que o amor é minha razão de viver, pois Deus é amor. O amor é minha ver dad eira per son alid ade . Para en co ntr ar o am or devo pen etr ar no santuário onde Ele se oçulta, no mistério de Deus. E para pen etr ar na sua santid ade de vo me tor na r santo c omo ele é, per feito como ele é \
Como se unir em essência a Deus? Há um ponto em cada um de nós “em que é possível fazer contato com Deus real e experiencialmente, na sua atualidade atualidad e infinita. Trata-se do do lugar onde se encontra Deus, seu santuário san tuário —do —do lugar luga r onde o meu ser condicional depende do seu amor. E o “cume” da minha existência, aquele onde sou mantido em vida pelo meu Criador”, acrescenta Merton. Esse lugar onde se encontra a “presença oculta no nosso âmago” é chamado de “coração profundo” por todos os místicos. E o lugar espiritual de onde emana a consciência.
A prec e é a re spira ção da nossa alm a. L o u i s - C l a u d e de S ai nt - martin .
A prece é uma prática prá tica espiritu es piritual al para toda pessoa que quer se aproximar de Deus, desenvolver relações harmoniosas e alcançar a plenitude da felicidade. “Pode-se “Pode-se viver viver alguns dias sem comer, mas nenhum sem orar”, dizia Gandhi. De fato, orar é nutrir sua alma de Deus; por isto é tão vital para o ser humano orar quanto comer, criar ou amar. Jan van Ruysbroeck, Ruysbro eck, místico flamengo flamen go do século XIII, escreveu: Eu me queimo ao me nutrir de ti e, não obstante, não posso saciar minha fome. Quanto mais como, mais minha fome é torturante, quant o mais eu bebo, mais minha sede é intensa. Corro atrás daquilo que me foge e, quanto mais corro, mais m eu desejo cresce *. *.
Para saciarmos sacia rmos nossa fome de Deus precisamos redescobrir a fonte que nos religa à nossa dimensão espiritual. Ora, vivemos num mundo materialista, no qual a dimensão espiritual não é convenientemente alimentad alim entada, a, ao ponto de produzir o que um médico definiu como uma “síndrome de carência espiritual”. Esta carência pode assumir diversas formas, como “distúrbios vagos e difusos, insatisfação, insatisfaçã o, depressão 2”, bem como o senti mento de uma vida sem sentido. A ciência também se interessa cada vez mais pelos efeitos da prece no processo de cura física e psicológica do indivíduo. Mas, que sabemos nós da prece? Para Louis-Claude de Saint-M Sain t-Marti artin, n, teósofo teósofo do século XVIII, XVIII, a prece é a “respiração “respiração da nossa alma”. E uma “aliança sagrada entre Deus e os seres
É aí, e não em ou troponto , dizem os monges ortodoxos, que a alma pode contemplar os mistérios divinos. Na tradição islâmica, Maomé diz a um dos seus discípulos: Consulta teu coração e ouvirás o preceito secreto de Deus pr oc lam ad o pe lo co nh ec im en to in te rio r do cor aç ão , qu e é a ver dad eira fé e a d ivin dad e 5.
Para os sufis, orar é se apro ximar de Deus, como no cántico desta prece composta por Ibn Atâ Allah de Alexandria: Ó Deus, busca-me em nome da misericordia, para que eu vá a Ti; atrai-me po r Tua graça, para que eu retorne a T i6.
A tradição hassídica, tal com comoo ensinada pelo pelo Rabino Nahman de Bratslaw, ao simplificar o ritual da prece trouxe uma nova mane ira de orar a Deus. A partir par tir daí, o ser pode se dirigir diretamente a Ele em função da emoção interior. Para esses místicos “ébrios “ébrios de Deus” que, como os dervixes muçulmanos giradores, se atordoam em suas danças e seus cánticos para esquecerem sua personalidade e se apagarem “ante a vertigem cósmica”, só se pode amar o Criador na alegria e no fervor. Sem entrarmos nos detalhes do seu ensinamento, que vamos abordar num outro capítulo, mencionamos qué para eles o estágio supremo da prece prece é “o esquecimento da individualidade indiv idualidade e a fusão com a divindade 7"Na mística da índia, Deus está presente em tudo. Pode-se
humanos”, human os”, como como dizia Gandhi; Gandhi ; é o ponto espiritual espiritu al que permite ao ser humano alcançar alcan çar Deus, como escreveu Victor Victor Hugo no poema citado no final deste capítulo. Orar consiste precisa mente em estabelecer um diálogo íntimo í ntimo entre si mesmo e Deus. Deus. “Se a nossa felicidade está em conhecer a Deus, a felicidade f elicidade de Deus está em ser conhecido” conhecido”,, dizia Saint-Mar S aint-Martin. tin. Para os cristãos, orar é desejar se unir em essência a Deus, que nos criou à Sua imagem e à Sua semelhança. Como escreveu Thomas Merton: Dizer que eu sou criado à imagem de Deus é dizer que o amor é minha razão de viver, pois Deus é amor. O amor é minha ver dad eira per son alid ade . Para en co ntr ar o am or devo pen etr ar no santuário onde Ele se oçulta, no mistério de Deus. E para pen etr ar na sua santid ade de vo me tor na r santo c omo ele é, per feito como ele é \
Como se unir em essência a Deus? Há um ponto em cada um de nós “em que é possível fazer contato com Deus real e experiencialmente, na sua atualidade atualidad e infinita. Trata-se do do lugar onde se encontra Deus, seu santuário san tuário —do —do lugar luga r onde o meu ser condicional depende do seu amor. E o “cume” da minha existência, aquele onde sou mantido em vida pelo meu Criador”, acrescenta Merton. Esse lugar onde se encontra a “presença oculta no nosso âmago” é chamado de “coração profundo” por todos os místicos. E o lugar espiritual de onde emana a consciência. Pois a consciência, em sua essência, não está ligada à cabeça, mas pe rma nec e ind epe nde nte do pri ncí pio cor pór eo e tem sua font e no centro do peito. O coração solar é ativo em relação ao cérebro lunar que é, na realidade, apenas um espelho que reflete as impulsões do ser sem as ge rar4 .
ele conta, em função de urna experiencia vivida na sua Amor Amo r ele infância, que a mais alta forma de prece é a que se baseia no amor, capaz de abrir abr ir em si mesmo um espaço de puro silencio onde se está conectado à energia vibratoria da vida. “O amor é espírito e o espírito é o Eu”, escreveu ele a este respeito. Segundo a Mãe, mística do ashram de Sri Aurobindo, a prece e a meditação geram a perfeita impessoalidade, que está presente na identificação com o terrestre, ou melhor, com a felicidade divina que está no fundo de toda sensação como está no fundo de todas as atividades atividades universais 8.
Todas Todas as grandes tradições tradições espirituais, assim, basearam uma parte do seu culto na possibilidade de falar a Deus pelo impulso interior que é a prece. Mas esse impulso pode assumir assu mir diversos níveis de profundeza em função da compreensão compreensã o do principio divino. 1 - TORNAR -SE ATLETA ATLETA DA PRECE PRECE
Para Larry Dossey, médico americano que estudou os efeitos da prece nos seus pacientes, ela nos nos diz algo importante sobre sobre o que somos e sobre o nosso destino: A prec e não é um a ino vaç ão, é um proc esso de rem em ora ção do que somos verdadeiramente e da maneira como estamos ver dad eir am en te ligad os uns aos out ros 9.
Para ele a prece é mais uma atitude interior. “Se você sabe
É aí, e não em ou troponto , dizem os monges ortodoxos, que a alma pode contemplar os mistérios divinos. Na tradição islâmica, Maomé diz a um dos seus discípulos: Consulta teu coração e ouvirás o preceito secreto de Deus pr oc lam ad o pe lo co nh ec im en to in te rio r do cor aç ão , qu e é a ver dad eira fé e a d ivin dad e 5.
Para os sufis, orar é se apro ximar de Deus, como no cántico desta prece composta por Ibn Atâ Allah de Alexandria: Ó Deus, busca-me em nome da misericordia, para que eu vá a Ti; atrai-me po r Tua graça, para que eu retorne a T i6.
A tradição hassídica, tal com comoo ensinada pelo pelo Rabino Nahman de Bratslaw, ao simplificar o ritual da prece trouxe uma nova mane ira de orar a Deus. A partir par tir daí, o ser pode se dirigir diretamente a Ele em função da emoção interior. Para esses místicos “ébrios “ébrios de Deus” que, como os dervixes muçulmanos giradores, se atordoam em suas danças e seus cánticos para esquecerem sua personalidade e se apagarem “ante a vertigem cósmica”, só se pode amar o Criador na alegria e no fervor. Sem entrarmos nos detalhes do seu ensinamento, que vamos abordar num outro capítulo, mencionamos qué para eles o estágio supremo da prece prece é “o esquecimento da individualidade indiv idualidade e a fusão com a divindade 7"Na mística da índia, Deus está presente em tudo. Pode-se então abordá-lo abordá -lo em cada parte par te desse tudo. “Urna prece é urna súplica que uma pequena parte de de Deus dirige a urna urna grande parte de Deus”, escreveu Deepak Chopra, médico endocrinologista e místico do Hinduísmo. Em O Caminho para o
uma prática cotidiana. coti diana. Assim como desenvolvemos desenvolvemos os músculos do corpo pela prática regular de um esporte, podemos nos tornar “atletas da prece” pre ce” pela aquisiçã aq uisiçãoo das virtudes e por urna prática cada vez mais intensa da prece do coração. 2 - O
r a r n ã o é m e d i t a r
Antes de falarmos da maneira de orar, orar, é preciso indicarmos indicarmo s que orar não é meditar. Se aí estão duas práticas espirituais para se alcançar alcanç ar o divino em em si, elas diferem na sua s ua abordagem. Na prece, o individuo se dirige a um poder transcendente, a uma entidade espiritual ou ao Deus em que acredita, para implorar sua ajuda, ajuda , pedir-lhe perdão ou venerá-lo. O individuo que ora deseja estabelecer uma relação entre ele e a Inteligência Divina, qualque qua lquerr que seja o nome nome que lhe dê: Deus, Alá, Buda, Jeová, Shiva ou Jesus. A prece está então baseada basea da na fé na existência de Deus e na relação de amor com Ele. Ao nível mais alto, a prece nos transporta a um estado de êxtase, de paz profunda ou de fusão com a fonte divina e universal. Na meditação, o indivíduo mergulha conscientemente conscientemente na sua própria natureza espiritual para encontrar resposta para questões relativas à sua evolução pessoal e ter acesso a um potencial de conhecimentos emanados do Cósmico e de suas leis imutáveis. No nível mais elevado, a meditação pode acarretar uma experiência noética que facilite a compreensão da experiência vivida.
ele conta, em função de urna experiencia vivida na sua Amor Amo r ele infância, que a mais alta forma de prece é a que se baseia no amor, capaz de abrir abr ir em si mesmo um espaço de puro silencio onde se está conectado à energia vibratoria da vida. “O amor é espírito e o espírito é o Eu”, escreveu ele a este respeito. Segundo a Mãe, mística do ashram de Sri Aurobindo, a prece e a meditação geram a perfeita impessoalidade, que está presente na identificação com o terrestre, ou melhor, com a felicidade divina que está no fundo de toda sensação como está no fundo de todas as atividades atividades universais 8.
Todas Todas as grandes tradições tradições espirituais, assim, basearam uma parte do seu culto na possibilidade de falar a Deus pelo impulso interior que é a prece. Mas esse impulso pode assumir assu mir diversos níveis de profundeza em função da compreensão compreensã o do principio divino. 1 - TORNAR -SE ATLETA ATLETA DA PRECE PRECE
Para Larry Dossey, médico americano que estudou os efeitos da prece nos seus pacientes, ela nos nos diz algo importante sobre sobre o que somos e sobre o nosso destino: A prec e não é um a ino vaç ão, é um proc esso de rem em ora ção do que somos verdadeiramente e da maneira como estamos ver dad eir am en te ligad os uns aos out ros 9.
Para ele a prece é mais uma atitude interior. “Se você sabe que ora, você realmente realme nte não ora, pois a prece é você você mesmo”. Para desfrutarmos dos efeitos positivos da prece na nossa vida, tanto no plano p lano físico quanto no espiritua espi ritual,l, é necessária
de formação de imagens mentais e, em-certas práticas, a uma concentração no não-ser, a prece está mais baseada em fórmulas de invocação que ttêm êm o poder poder de sensibilizar sensib ilizar o coração e assim o levar a comungar com a essência divina, divin a, a se unir ao Ser que impregna todo o universo. “Quando elevares o teu espírito ao Senhor, cuida que q ue o teu coração permaneça na Terra”, adverte-nos Louis-Claude de Saint-Martin em O Hom em de Desejo. Desejo. A prece cria um estado interior especial que aguça a intuição e pode suscitar visões espirituais, como expressou Sédir, um iniciado do passado: A prec e é um dese jo do céu e um a con ver sa com Deu s. Ela é um a graça e a fonte das graças. graças. E um g rao nas terras da Eternidade, uma obra mais preciosa do que todas as obras-primas, maior do que o mundo, mais poderosa, poder-se-ia dizer, do que o próprio Deus. Não vos admiréis; aqui deixamos de lado os campos esmerados da razão e nos colocamos nas abundantes florestas florestas do amor. Fazei ca lar o intelecto para orar; abri as janelas do coração e contemplai os campos infinitos das colinas eternas.
3 - Os TIPOS DE PRECES Em todos os místicos encontramos três tipos de preces: a prece de súplica ou de intercessão, a prece de confissão e a prece de reconhecimento ou de gratidão. Cada um deles permite contatar con tatar Deus com um objetivo particular.
A p r e c e d e sú s ú p lica li ca ou d e in terc te rc es sã o Há obras que fazem distinção entre a prece de súplica e a de intercessão: a primeira é orientada para si mesmo e, a
uma prática cotidiana. coti diana. Assim como desenvolvemos desenvolvemos os músculos do corpo pela prática regular de um esporte, podemos nos tornar “atletas da prece” pre ce” pela aquisiçã aq uisiçãoo das virtudes e por urna prática cada vez mais intensa da prece do coração. 2 - O
r a r n ã o é m e d i t a r
Antes de falarmos da maneira de orar, orar, é preciso indicarmos indicarmo s que orar não é meditar. Se aí estão duas práticas espirituais para se alcançar alcanç ar o divino em em si, elas diferem na sua s ua abordagem. Na prece, o individuo se dirige a um poder transcendente, a uma entidade espiritual ou ao Deus em que acredita, para implorar sua ajuda, ajuda , pedir-lhe perdão ou venerá-lo. O individuo que ora deseja estabelecer uma relação entre ele e a Inteligência Divina, qualque qua lquerr que seja o nome nome que lhe dê: Deus, Alá, Buda, Jeová, Shiva ou Jesus. A prece está então baseada basea da na fé na existência de Deus e na relação de amor com Ele. Ao nível mais alto, a prece nos transporta a um estado de êxtase, de paz profunda ou de fusão com a fonte divina e universal. Na meditação, o indivíduo mergulha conscientemente conscientemente na sua própria natureza espiritual para encontrar resposta para questões relativas à sua evolução pessoal e ter acesso a um potencial de conhecimentos emanados do Cósmico e de suas leis imutáveis. No nível mais elevado, a meditação pode acarretar uma experiência noética que facilite a compreensão da experiência vivida. Em outras palavras, a meditação corresponde mais a uma “introversão” da consciência no Eu interior e a prece a uma “conversão” da consciência que se abre para a linguagem da alma. Mas enquanto a meditação recorre à reflexão, ao poder
mais frequentemente quando queremos obter uma cura, ser liberados de uma provação ou atender a uma necessidade especial. Podemos também pedir a Deus a inspiração ins piração e a força interior necessárias à nossa busca espiritual, como nesta prece de João da Cruz: O meu Deus, como é doce Tua presença, Tu que és o supremo bem. O Senhor, eu Te suplico, não me deixes um só momento, pois não con heç o o v al or da min ha alm a 10.
E também esta prece de Christina Rossetti sobre o desejo de ser amada por Deus: O Senhor, faze, nós Te suplicamos, que Te amemos tanto que possas ser para nós um fogo que pu rifi qu e e não que des tru a u.
in terces ces são sã o está orientada para uma pessoa em A p A p re ce d e inter particular, para um povo ou para toda a humanidade. Catarina de Sena assim intercedia por seus próximos: O Senhor, eu te rogo por todos aqueles que me destes, por quem tenho um amor especial e que unificaste unificaste comigo, pois eles são são o meu consolo e para Ti eu desejo vê-los caminharem na senda estreita e doce, mortos para eles mesmos, livres de todo julgamento e purificados de todo rum or contra aqueles que os cercam. cercam. Que todos eles eles consigam chegar a Ti, ó Pai eterno, a Ti que és a sua meta final
Silouane 1’Athonite, um místico ortodoxo que viveu no monte Atos no século XIX, pedia sem cessar que todos os seres humanos estivessem abertos para a graça:
de formação de imagens mentais e, em-certas práticas, a uma concentração no não-ser, a prece está mais baseada em fórmulas de invocação que ttêm êm o poder poder de sensibilizar sensib ilizar o coração e assim o levar a comungar com a essência divina, divin a, a se unir ao Ser que impregna todo o universo. “Quando elevares o teu espírito ao Senhor, cuida que q ue o teu coração permaneça na Terra”, adverte-nos Louis-Claude de Saint-Martin em O Hom em de Desejo. Desejo. A prece cria um estado interior especial que aguça a intuição e pode suscitar visões espirituais, como expressou Sédir, um iniciado do passado: A prec e é um dese jo do céu e um a con ver sa com Deu s. Ela é um a graça e a fonte das graças. graças. E um g rao nas terras da Eternidade, uma obra mais preciosa do que todas as obras-primas, maior do que o mundo, mais poderosa, poder-se-ia dizer, do que o próprio Deus. Não vos admiréis; aqui deixamos de lado os campos esmerados da razão e nos colocamos nas abundantes florestas florestas do amor. Fazei ca lar o intelecto para orar; abri as janelas do coração e contemplai os campos infinitos das colinas eternas.
3 - Os TIPOS DE PRECES Em todos os místicos encontramos três tipos de preces: a prece de súplica ou de intercessão, a prece de confissão e a prece de reconhecimento ou de gratidão. Cada um deles permite contatar con tatar Deus com um objetivo particular.
A p r e c e d e sú s ú p lica li ca ou d e in terc te rc es sã o Há obras que fazem distinção entre a prece de súplica e a de intercessão: a primeira é orientada para si mesmo e, a segunda, para os outros. Apr A prece ece de súplic súp lica a tem tem por objetivo objetivo pedir a Deus a realizaçã r ealizaçãoo de um desejo relativo ao nosso próprio próprio bem. E a que fazemos
É a prece prece de súplica sempre eficaz? Mais M ais adiante adian te voltaremos voltaremos a esta questão. Todavia, é um fato que a prece não é suficiente por si mesma para conseguirmos cons eguirmos a realiz re alização ação de todos os os nossos nossos desejos. Segundo o adágio popular, “ajuda-te e o céu te ajudará”, este preceito se aplica também à prece. Mesmo que Deus ou a Inteligência Universal tenda sempre a ag agir ir em nosso nosso benefício, não devemos permanecer passivos após a prece, mas agir concretamente para ajudar a resolução dos nossos problemas. Por exemplo, não podemos contar com a cura de uma doença se não nos tratamos e continuamos a violar as leis naturais. Analogamente, numa nu ma provação provação moral, moral, não basta solicitarmos solicitarmos o apoio de Deus; precisamos adotar uma atitude positiva e nos esforçar para superar su perar o sofrimento com nosso próprio próprio empenho. Enfim, isto vale também para resolvermos resolvermos dificuldades materiais. Ou seja, é indispensável agirmos no plano terreno se queremos receber a ajuda de Deus ou do Cósmico. Não devemos desanimar se não obtemos sempre o que pedimos. Precisamos Preci samos refletir sobre o objetivo da nossa súplica. E ela motivada pelo egocentrismo ou pelo altruísmo? altruísm o? Fizemos tudo o que estava em nosso poder para ajudar sua realização? Usamos a visualização para aju dar a materialização ma terialização do nosso nosso desejo? Se o nosso objetivo é nobre, precisamos continuar a orar com fervor e manter a fé no que pedimos, que acabará nos sendo de algum modo concedido, pois só o fato de orarmos atrai para nós as bênçãos de Deus, mesmo que não tenhamos
mais frequentemente quando queremos obter uma cura, ser liberados de uma provação ou atender a uma necessidade especial. Podemos também pedir a Deus a inspiração ins piração e a força interior necessárias à nossa busca espiritual, como nesta prece de João da Cruz: O meu Deus, como é doce Tua presença, Tu que és o supremo bem. O Senhor, eu Te suplico, não me deixes um só momento, pois não con heç o o v al or da min ha alm a 10.
E também esta prece de Christina Rossetti sobre o desejo de ser amada por Deus: O Senhor, faze, nós Te suplicamos, que Te amemos tanto que possas ser para nós um fogo que pu rifi qu e e não que des tru a u.
in terces ces são sã o está orientada para uma pessoa em A p A p re ce d e inter particular, para um povo ou para toda a humanidade. Catarina de Sena assim intercedia por seus próximos: O Senhor, eu te rogo por todos aqueles que me destes, por quem tenho um amor especial e que unificaste unificaste comigo, pois eles são são o meu consolo e para Ti eu desejo vê-los caminharem na senda estreita e doce, mortos para eles mesmos, livres de todo julgamento e purificados de todo rum or contra aqueles que os cercam. cercam. Que todos eles eles consigam chegar a Ti, ó Pai eterno, a Ti que és a sua meta final
Silouane 1’Athonite, um místico ortodoxo que viveu no monte Atos no século XIX, pedia sem cessar que todos os seres humanos estivessem abertos para a graça: Senhor misericordioso, dá Tua graça a todos os povos da Terra, a fim de que eles Te conheçam; pois, privado do Teu Espírito Santo, o ser humano não pode Te conhecer e compreender todo o Teu amor 13.
querer crescer em espiritualidade e melhorar seu fado. Jesus demonstrou e ensinou ensino u isto na belíssima belíssi ma prece que é o Pai Nosso. Nosso. Algu Al guns ns místicos mís ticos se reportam repo rtam à Provi Pr ovidên dência cia no que qu e lhes concerne, preferindo orar pelos outros. A escolha continua sendo sendo individual. individu al. Não obstante, obstante, a disposição interior e a finalidade funcionam fun cionam diferentemente, como menciona um cartuxo: Quando peço alguma coisa para mim mesmo, a própria prece expressa meu desejo e predispõe meu coração para recebê-la, ao passo que , qu an do peço po r out rem , não ten ho cer tez a de que essa pessoa esteja aberta para ac olhê -la H. H.
E ele acrescenta que a prece de intercessão deve levar em conta a liberdade dos outros. Quando eu oro por outrem, minha prece se defronta com os mesmos limites do amor de Deus: a liberdade dos outros. Tanto quanto o pod er sup rem o de De us, a prece não força a libe rdad e dos outr os, pois pode ser rep rim ida po r ela. A libe rdad e ind ivi du al con dic iona por tan to o resu ltad o das min has preces. De fato, a pessoa por que m eu o re p ode rec usar o qu e e u pe ça para ela com a min ha prece. Nossa prece participa participa no m istério redentor do Cristo, mistério do amor infinito e entretanto impotente ante a recusa da liberdade humana l5.
É a prece prece de súplica sempre eficaz? Mais M ais adiante adian te voltaremos voltaremos a esta questão. Todavia, é um fato que a prece não é suficiente por si mesma para conseguirmos cons eguirmos a realiz re alização ação de todos os os nossos nossos desejos. Segundo o adágio popular, “ajuda-te e o céu te ajudará”, este preceito se aplica também à prece. Mesmo que Deus ou a Inteligência Universal tenda sempre a ag agir ir em nosso nosso benefício, não devemos permanecer passivos após a prece, mas agir concretamente para ajudar a resolução dos nossos problemas. Por exemplo, não podemos contar com a cura de uma doença se não nos tratamos e continuamos a violar as leis naturais. Analogamente, numa nu ma provação provação moral, moral, não basta solicitarmos solicitarmos o apoio de Deus; precisamos adotar uma atitude positiva e nos esforçar para superar su perar o sofrimento com nosso próprio próprio empenho. Enfim, isto vale também para resolvermos resolvermos dificuldades materiais. Ou seja, é indispensável agirmos no plano terreno se queremos receber a ajuda de Deus ou do Cósmico. Não devemos desanimar se não obtemos sempre o que pedimos. Precisamos Preci samos refletir sobre o objetivo da nossa súplica. E ela motivada pelo egocentrismo ou pelo altruísmo? altruísm o? Fizemos tudo o que estava em nosso poder para ajudar sua realização? Usamos a visualização para aju dar a materialização ma terialização do nosso nosso desejo? Se o nosso objetivo é nobre, precisamos continuar a orar com fervor e manter a fé no que pedimos, que acabará nos sendo de algum modo concedido, pois só o fato de orarmos atrai para nós as bênçãos de Deus, mesmo que não tenhamos consciência disto no momento. momento. Devemos orar para nós mesmos ou para os outros? Orar para si mesmo não é um ato de egoísmo, visto que é natural
Uma das mais belas preces é a que nos legou Francisco dc Assis, a qua q uall combina com bina ao mesmo mesm o tempo a s úplica de benevo lência para si mesmo m esmo e a compaixão para com os outros: outros: Senhor, no silêncio deste dia que nasce, Ven ho te s upl ica r a p az, a sab edo ria e a fo rça. Quero hoje encarar o mundo com olhos cheios de amor, Ser paciente, com preensivo, benigno e sábio, Ver te us filho s a lém das a par ênc ias, Como tu mesmo os vês e, assim, só ver em cada um deles o bem. Fecha meus ouvidos a todas as calúnias, Guarda minha língua de toda malevolência. Que só pensamentos que bendigam persistam no meu espírito. Que eu seja tão benévolo e tão tão jubiloso Que todos aqueles que se aproximem de mim sintam a tua pres ença . Reveste-me com a tua beleza, Senhor, E que no decorrer deste dia eu te revele.
A p r e c e d e c o n fiss fi ss ã o A prece de de confissão confissão tem por por objetivo objetivo confessarmos os erros erros que não apenas tenhamos cometido em ação mas também em pensamento, em palavra e por omissão. Com efeito, os erros que tenhamos cometido por nossas ações não são necessariamente os mais graves. Quando tenhamos tido propósitos ofensivos ou injustos para com outrem, é importante nos arrependermos e pedirmos o perdão de Deus. O mesmo é válido para os pensamentos maldosos que tenhamos mantido a respeito de alguém, pois eles podem ter conseqüências mais prejudicia pre judiciais is do que certos atos. atos. De fato
querer crescer em espiritualidade e melhorar seu fado. Jesus demonstrou e ensinou ensino u isto na belíssima belíssi ma prece que é o Pai Nosso. Nosso. Algu Al guns ns místicos mís ticos se reportam repo rtam à Provi Pr ovidên dência cia no que qu e lhes concerne, preferindo orar pelos outros. A escolha continua sendo sendo individual. individu al. Não obstante, obstante, a disposição interior e a finalidade funcionam fun cionam diferentemente, como menciona um cartuxo: Quando peço alguma coisa para mim mesmo, a própria prece expressa meu desejo e predispõe meu coração para recebê-la, ao passo que , qu an do peço po r out rem , não ten ho cer tez a de que essa pessoa esteja aberta para ac olhê -la H. H.
E ele acrescenta que a prece de intercessão deve levar em conta a liberdade dos outros. Quando eu oro por outrem, minha prece se defronta com os mesmos limites do amor de Deus: a liberdade dos outros. Tanto quanto o pod er sup rem o de De us, a prece não força a libe rdad e dos outr os, pois pode ser rep rim ida po r ela. A libe rdad e ind ivi du al con dic iona por tan to o resu ltad o das min has preces. De fato, a pessoa por que m eu o re p ode rec usar o qu e e u pe ça para ela com a min ha prece. Nossa prece participa participa no m istério redentor do Cristo, mistério do amor infinito e entretanto impotente ante a recusa da liberdade humana l5.
Segundo esse cartuxo, essa incerteza quanto ao resultado deve nos induzir a orar pelos outros com insistência ainda maior.
grandes místicos —não basta para que elas sejam perdoadas. Devemos também agir para reparar o mal que tenhamos feito à natureza, nature za, aos animais anim ais ou aos outros outros seres humanos. humanos . E também importante pedirmos perdão à pessoa ofendida e nos reconciliarmos com ela, se queremos ser verdadeiramente perdoados. A prece de confissão é aqu ela em que muitas muita s vezes as lágrimas são abundantes. Com frequência ela precede a prece de súplica, pois prepara o coração para a prece verdadeira, que nos põe em contato com o amor de Deus. O estarmos conscientes dos múltiplos condicionamentos que nos aprisionam “já exige certa sabedoria, certo retraimento, certo distanciamento para com nós mesmos. Por isto os antigos monges atribuíam grande importância às lágrimas do arrependimento, que demonstram um primeiro grau de lucidez lucide z e abrem então a porta do santuário interior 16”. 6”. Os monges do monte Atos falam do “dom das lágrimas” como como de uma graça que prepara para a experiência espiritual. O tratado de São Nil expressa isto claramente: Ora primeiro para receber o dom das lágrimas, a fim de enfraqueceres pela compunção a dureza inerente à tua alma e, confessando contra ti mesmo tua iniqüidade ao Senhor, dele obteres o perdão l7.
Évagre le Pontique, um dos Padres do deserto deserto que seguiram seguir am os ensinamentos de Orígenes no século iy afirma que qu e aí está o
Uma das mais belas preces é a que nos legou Francisco dc Assis, a qua q uall combina com bina ao mesmo mesm o tempo a s úplica de benevo lência para si mesmo m esmo e a compaixão para com os outros: outros: Senhor, no silêncio deste dia que nasce, Ven ho te s upl ica r a p az, a sab edo ria e a fo rça. Quero hoje encarar o mundo com olhos cheios de amor, Ser paciente, com preensivo, benigno e sábio, Ver te us filho s a lém das a par ênc ias, Como tu mesmo os vês e, assim, só ver em cada um deles o bem. Fecha meus ouvidos a todas as calúnias, Guarda minha língua de toda malevolência. Que só pensamentos que bendigam persistam no meu espírito. Que eu seja tão benévolo e tão tão jubiloso Que todos aqueles que se aproximem de mim sintam a tua pres ença . Reveste-me com a tua beleza, Senhor, E que no decorrer deste dia eu te revele.
A p r e c e d e c o n fiss fi ss ã o A prece de de confissão confissão tem por por objetivo objetivo confessarmos os erros erros que não apenas tenhamos cometido em ação mas também em pensamento, em palavra e por omissão. Com efeito, os erros que tenhamos cometido por nossas ações não são necessariamente os mais graves. Quando tenhamos tido propósitos ofensivos ou injustos para com outrem, é importante nos arrependermos e pedirmos o perdão de Deus. O mesmo é válido para os pensamentos maldosos que tenhamos mantido a respeito de alguém, pois eles podem ter conseqüências mais prejudicia pre judiciais is do que certos atos. atos. De fato eles geram vibrações que alteram a consciência coletiva da humanidade e, em função disto, a aura da Terra. A confissão de nossas faltas de amor a mor - pois não há faltas maiores do que as de “não amar o suficiente”, sufic iente”, dizem todos todos os os
Este excerto do Talmude, livro de preces judaicas, exorta também ao arrependimento: Que seja da tua vontade, ó Deus, q ue nos dirijamos a Ti em perfeito arrependimento, a fim de que não tenhamos vergonha de reencontrarmos nossos pais na vida futura 19.
Ou esta súplica de Rümí: Ó Deus, nada é mais amargo do que estar separado de Ti. Sem o Teu abrigo nada mais existe senão tormento 20.
Os Padres do deserto nos põem no entanto em guarda contra a tentação de nos envaidecermos dessas lágrimas: Todavia, se numa prece chegares a verter lágrimas, não te envaideças disto como se te tivesses tornado um ser superior; trata se simplesmente de uma graça de assistência que tua prece recebeu pa ra te pe rm iti r con fess are s es po nta ne am en te teu s pec ado s e sensibilizares o Senhor com tuas lágrimas
A p r e c e d e gr a ti d ã o A prece de gratidão gratid ão tem por objetivo objetivo agradecer agradec er a Deus por todas as alegrias que ele nos oferece no plano terreno. E certamente este tipo de prece que é o mais negligenciado neglige nciado,, pois o ser humano tende a ser com frequência ingrato, tanto em relação a Deus quanto aos seus semelhantes. No entanto, a felicidade felicidad e e os prazeres que vivemos na nossa existência não nos são devidos e sim o efeito das leis humanas hum anas
grandes místicos —não basta para que elas sejam perdoadas. Devemos também agir para reparar o mal que tenhamos feito à natureza, nature za, aos animais anim ais ou aos outros outros seres humanos. humanos . E também importante pedirmos perdão à pessoa ofendida e nos reconciliarmos com ela, se queremos ser verdadeiramente perdoados. A prece de confissão é aqu ela em que muitas muita s vezes as lágrimas são abundantes. Com frequência ela precede a prece de súplica, pois prepara o coração para a prece verdadeira, que nos põe em contato com o amor de Deus. O estarmos conscientes dos múltiplos condicionamentos que nos aprisionam “já exige certa sabedoria, certo retraimento, certo distanciamento para com nós mesmos. Por isto os antigos monges atribuíam grande importância às lágrimas do arrependimento, que demonstram um primeiro grau de lucidez lucide z e abrem então a porta do santuário interior 16”. 6”. Os monges do monte Atos falam do “dom das lágrimas” como como de uma graça que prepara para a experiência espiritual. O tratado de São Nil expressa isto claramente: Ora primeiro para receber o dom das lágrimas, a fim de enfraqueceres pela compunção a dureza inerente à tua alma e, confessando contra ti mesmo tua iniqüidade ao Senhor, dele obteres o perdão l7.
Évagre le Pontique, um dos Padres do deserto deserto que seguiram seguir am os ensinamentos de Orígenes no século iy afirma que qu e aí está o verdadeiro meio de se obter o perdão. Que todas as súplicas sejam sejam ac ompanhadas de lágrimas. Sã o elas que asseguram o seu êxito. êxito. Teu Senh or se regozija com uma prece feita em lágrimas 18.
Este excerto do Talmude, livro de preces judaicas, exorta também ao arrependimento: Que seja da tua vontade, ó Deus, q ue nos dirijamos a Ti em perfeito arrependimento, a fim de que não tenhamos vergonha de reencontrarmos nossos pais na vida futura 19.
Ou esta súplica de Rümí: Ó Deus, nada é mais amargo do que estar separado de Ti. Sem o Teu abrigo nada mais existe senão tormento 20.
Os Padres do deserto nos põem no entanto em guarda contra a tentação de nos envaidecermos dessas lágrimas: Todavia, se numa prece chegares a verter lágrimas, não te envaideças disto como se te tivesses tornado um ser superior; trata se simplesmente de uma graça de assistência que tua prece recebeu pa ra te pe rm iti r con fess are s es po nta ne am en te teu s pec ado s e sensibilizares o Senhor com tuas lágrimas
A p r e c e d e gr a ti d ã o A prece de gratidão gratid ão tem por objetivo objetivo agradecer agradec er a Deus por todas as alegrias que ele nos oferece no plano terreno. E certamente este tipo de prece que é o mais negligenciado neglige nciado,, pois o ser humano tende a ser com frequência ingrato, tanto em relação a Deus quanto aos seus semelhantes. No entanto, a felicidade felicidad e e os prazeres que vivemos na nossa existência não nos são devidos e sim o efeito das leis humanas hum anas e cósmicas. Deveríamos nos regozijar regozija r com o impacto positivo positivo dessas leis na nossa vida e orar para demonstrar que estamos conscientes desse privilégio. Além disso, o melhor meio de obtermos os favores espirituais consiste em sabermos
reconhecer em seu justo valor os beneficios de que desfrutamos. desf rutamos. Mesmo ao enfrentarmos sofrimentos deveríamos também agradecer a Deus. Pois cada um deles contribui para a nossa evolução interior.
Rege tudo com Tua sabedoria, ó Senhor, para que minha alma possa sem pre Te se rvi r com o Tu qu eir as e não com o eu possa prefe rir. Perm ite que eu mo rra para mim mesm a a fim de que possa Te s erv ir; deix a-m e viv er para Ti, que em Ti mes mo está a ver dad eira vida 25.
Devemos orar pelos outros toda vez que isto nos é solicitado ou se percebemos que certas pessoas estão precisando disto, independentemente de sua raça, de sua cultura e de suas crenças religiosas. Nossa prece deve também louvar a Deus por sua bondade, sua sabedoria e seu amor infinitos. Um exemplo de prece de louvor está nesta invocação sufi:
Certamente deveríamos aproveitar todos os momentos de felicidade, de contemplação na natureza e de comunhão com os animais para dirigirmos uma prece de louvor a Deus, em palavras simples s imples e sustentadas pela emoção que então jorre do nosso coração, criando o estado propício à comunhão espiritual. Uma prece de gratidão pode ser curta, sem por isto perder sua intensidade:
Louvor a ti, ó Oculto e Manifesto. Louvor à tua glória, à tua pot enc iali dad e, ao t eu pode r, à tu a g ran de pers picác ia. O A lá, a ti per ten ce toda a gra nd eza . O tu qu e tens o pode r, a bel eza e a per feiç ão, és o esp írito de tud o 22.
Ou neste clamor do coração de Rümí, mestre sufi: Ó tu que és o alento da minha alma no período de aflição, ó tu que és o tesouro do meu espírito na amargura da morte. Aquilo que a imaginação não concebeu, aquilo que a compreensão não per ceb eu, tud o isto veio de ti e vis itou mi nha alm a. E a ssim eu m e vol to para ti a fim de te ad o ra r23. r23.
As preces de reconhecimento reconhecimen to ou de gratidão gratidã o são muitas vezes o fruto de nossas nossas experiências espirituais. Assim é quanto a esta prece que louva a presença de Deus: Eu te canto , ó Bendito, com minha voz, eu te canto, ó Bendito,
Pela saúde, pela prosperidade e pela felicidade, A ti e lev o min ha prece. Mas acima de tudo recebe o sorriso Que saúda o novo dia 26.
Como dizia Salomon Ibn Gabirol na sua prece: Na torrente do teu amor sinto um eterno enlevo, E a prece é apenas uma ocasião de louvor
Em suma, suma , quer que r se trate de súplica, de confissão ou de louvor, louvor, ou de um pouco de tudo isto, a verdadeira prece continua a ser um estado místico em que a consciência se absorve em Deus. Deus. Este estado não é de natureza intelectual, com se viu nestes exemplos de preces; e ele permanece inacessível para os espíritos demasiadamente intelectuais e para a maioria dos eruditos. Como o senso do do belo e do amor, amor, a prece não requer r equer
reconhecer em seu justo valor os beneficios de que desfrutamos. desf rutamos. Mesmo ao enfrentarmos sofrimentos deveríamos também agradecer a Deus. Pois cada um deles contribui para a nossa evolução interior.
Rege tudo com Tua sabedoria, ó Senhor, para que minha alma possa sem pre Te se rvi r com o Tu qu eir as e não com o eu possa prefe rir. Perm ite que eu mo rra para mim mesm a a fim de que possa Te s erv ir; deix a-m e viv er para Ti, que em Ti mes mo está a ver dad eira vida 25.
Devemos orar pelos outros toda vez que isto nos é solicitado ou se percebemos que certas pessoas estão precisando disto, independentemente de sua raça, de sua cultura e de suas crenças religiosas. Nossa prece deve também louvar a Deus por sua bondade, sua sabedoria e seu amor infinitos. Um exemplo de prece de louvor está nesta invocação sufi:
Certamente deveríamos aproveitar todos os momentos de felicidade, de contemplação na natureza e de comunhão com os animais para dirigirmos uma prece de louvor a Deus, em palavras simples s imples e sustentadas pela emoção que então jorre do nosso coração, criando o estado propício à comunhão espiritual. Uma prece de gratidão pode ser curta, sem por isto perder sua intensidade:
Louvor a ti, ó Oculto e Manifesto. Louvor à tua glória, à tua pot enc iali dad e, ao t eu pode r, à tu a g ran de pers picác ia. O A lá, a ti per ten ce toda a gra nd eza . O tu qu e tens o pode r, a bel eza e a per feiç ão, és o esp írito de tud o 22.
Ou neste clamor do coração de Rümí, mestre sufi: Ó tu que és o alento da minha alma no período de aflição, ó tu que és o tesouro do meu espírito na amargura da morte. Aquilo que a imaginação não concebeu, aquilo que a compreensão não per ceb eu, tud o isto veio de ti e vis itou mi nha alm a. E a ssim eu m e vol to para ti a fim de te ad o ra r23. r23.
As preces de reconhecimento reconhecimen to ou de gratidão gratidã o são muitas vezes o fruto de nossas nossas experiências espirituais. Assim é quanto a esta prece que louva a presença de Deus: Eu te canto , ó Bendito, com minha voz, eu te canto, ó Bendito, com meu silêncio, pois tu percebes tanto pelo silêncio espiritual quanto pela palavra 24.
Outros dão glória à sabedoria de Deus, como nesta prece de Santa Tereza:
4 - C omo
o r a r ?
“Para orar, orar, basta fazer o esforço esforço de se dirigir dirig ir a Deus”, D eus”, dizia um místico cristão. A prece deve ser semelhante à conversa de uma criança com seu pai ou sua mãe. Quanto à forma da prece, varia desde a breve breve aspiração a Deus até à contemplação, desde desde as simples palavras murmuradas pelo camponês na encru zilhada dos caminhos até à magnificencia do canto gregoriano sob as abobadas da catedral. A solenidade e a grandeza não são no entanto necessárias para a eficácia da prece; o silêncio do nosso nosso quarto ilumin il uminado ado por urna vela ou a calma da natureza nature za no amanhecer são estados e locais que os místicos sempre privilegiaram. “A gente se apresenta como é”, dizia urna irmãzinha da Caridade que, desde os trinta anos, dedicava sua vida a servir aos outros. outros. Em suma, ora-se assim como se se ama, com todo o nosso ser. Basilio, o Grande, indica que o estado propício à prece é o silencio: O inicio da pureza da alma é o silencio. Mas a obra do silencio está em aban donar as preocupações a propósito dos assuntos não somente culpáveis mas tamb ém louvá veis, na prece sem preguiça e na inviolável obra do coração 29.
De fato, fato, “aquele que realmen r ealmente te ora apenas escuta”, escuta ”, observa Sõren Kierkegaard. Longe de ser intelectual ou abstrata, a prece engaja todos os sentidos: “Orar não é pensarmos em Deus; e mantermos a sensação de uma presença que qu e nos envolve e que nos gu ia 30”,
Pela saúde, pela prosperidade e pela felicidade, A ti e lev o min ha prece. Mas acima de tudo recebe o sorriso Que saúda o novo dia 26.
Como dizia Salomon Ibn Gabirol na sua prece: Na torrente do teu amor sinto um eterno enlevo, E a prece é apenas uma ocasião de louvor
Em suma, suma , quer que r se trate de súplica, de confissão ou de louvor, louvor, ou de um pouco de tudo isto, a verdadeira prece continua a ser um estado místico em que a consciência se absorve em Deus. Deus. Este estado não é de natureza intelectual, com se viu nestes exemplos de preces; e ele permanece inacessível para os espíritos demasiadamente intelectuais e para a maioria dos eruditos. Como o senso do do belo e do amor, amor, a prece não requer r equer nenhum conhecimento livresco. Os simples sentem Deus tão naturalmente quanto o calor do Sol ou o perfume de uma flor. Mas esse Deus tão abordável para aquele que sabe amar se oculta àquele que só sabe compreender28.
(que faz parte de nós), afeta nossa maneira pessoal de orar. Pode-se orar de três maneiras: de modo oral, mental ou silenciosamente. p re ce oral or al se A pre se faz a partir de uma um a evocação, isto é, de palavras pronunciadas em voz alta, cuja intenção é dirigida a Deus. Este tipo de prece permite expressarmos verbalmente, pela repetição de palavras e o simbolismo de urna postura, nosso desejo de alcançar Deus. Esta prece é também denominada “oração “oração corpórea” por Angéle de Foligno, urna mística italiana italia na cognominada “a mais amorosa das santas” pelo escritor Huysmans. Huysma ns. Eis como como ele a descreve, afirmando que essa prece é necessária no recolhimento: A ora ção corp órea sup õe a par tici paç ão da vo z e dos me mb ros, quando se fala, se articula, se faz o sinal da cruz; as genuflexões têm seu lugar neste tipo de prece. Esta oração eu nunca vou abandonar. Outrora eu quis sacrificá-la inteiramente à oração mental; mas houve ocasiões em que o sono e a preguiça intervieram e cu perdi o espirito da prece. Por isto não mais negligencio a oração corpórea; ela é a rota que leva às outras; mas é preciso fazêla em recolhimento. Se dizeis considerai o que dizeis. Não vos apresseis em repetir a prece um certo número de vezes. Eu vos recomendo apenas que não imiteis as pessoas que crêem que oraram quando o fizeram por muito tempo 31.
m en tal ta l recorre A p A prr ec e men recorre mais à invocação. Corresponde mais a um estado de interiorização que dá ênfase à elevação do coração a Deus. As palavras são pessoais. Entre certos místicos esta prece é conhecida como a “oração mental”. Angéle de Foligno a descreve como urna prece em que a pessoa está
4 - C omo
o r a r ?
“Para orar, orar, basta fazer o esforço esforço de se dirigir dirig ir a Deus”, D eus”, dizia um místico cristão. A prece deve ser semelhante à conversa de uma criança com seu pai ou sua mãe. Quanto à forma da prece, varia desde a breve breve aspiração a Deus até à contemplação, desde desde as simples palavras murmuradas pelo camponês na encru zilhada dos caminhos até à magnificencia do canto gregoriano sob as abobadas da catedral. A solenidade e a grandeza não são no entanto necessárias para a eficácia da prece; o silêncio do nosso nosso quarto ilumin il uminado ado por urna vela ou a calma da natureza nature za no amanhecer são estados e locais que os místicos sempre privilegiaram. “A gente se apresenta como é”, dizia urna irmãzinha da Caridade que, desde os trinta anos, dedicava sua vida a servir aos outros. outros. Em suma, ora-se assim como se se ama, com todo o nosso ser. Basilio, o Grande, indica que o estado propício à prece é o silencio: O inicio da pureza da alma é o silencio. Mas a obra do silencio está em aban donar as preocupações a propósito dos assuntos não somente culpáveis mas tamb ém louvá veis, na prece sem preguiça e na inviolável obra do coração 29.
De fato, fato, “aquele que realmen r ealmente te ora apenas escuta”, escuta ”, observa Sõren Kierkegaard.
(que faz parte de nós), afeta nossa maneira pessoal de orar. Pode-se orar de três maneiras: de modo oral, mental ou silenciosamente. p re ce oral or al se A pre se faz a partir de uma um a evocação, isto é, de palavras pronunciadas em voz alta, cuja intenção é dirigida a Deus. Este tipo de prece permite expressarmos verbalmente, pela repetição de palavras e o simbolismo de urna postura, nosso desejo de alcançar Deus. Esta prece é também denominada “oração “oração corpórea” por Angéle de Foligno, urna mística italiana italia na cognominada “a mais amorosa das santas” pelo escritor Huysmans. Huysma ns. Eis como como ele a descreve, afirmando que essa prece é necessária no recolhimento: A ora ção corp órea sup õe a par tici paç ão da vo z e dos me mb ros, quando se fala, se articula, se faz o sinal da cruz; as genuflexões têm seu lugar neste tipo de prece. Esta oração eu nunca vou abandonar. Outrora eu quis sacrificá-la inteiramente à oração mental; mas houve ocasiões em que o sono e a preguiça intervieram e cu perdi o espirito da prece. Por isto não mais negligencio a oração corpórea; ela é a rota que leva às outras; mas é preciso fazêla em recolhimento. Se dizeis considerai o que dizeis. Não vos apresseis em repetir a prece um certo número de vezes. Eu vos recomendo apenas que não imiteis as pessoas que crêem que oraram quando o fizeram por muito tempo 31.
Longe de ser intelectual ou abstrata, a prece engaja todos os sentidos: “Orar não é pensarmos em Deus; e mantermos a sensação de uma presença que qu e nos envolve e que nos gu ia 30”, revela Jean-Yves Leloup.
m en tal ta l recorre A p A prr ec e men recorre mais à invocação. Corresponde mais a um estado de interiorização que dá ênfase à elevação do coração a Deus. As palavras são pessoais. Entre certos místicos esta prece é conhecida como a “oração mental”. Angéle de Foligno a descreve como urna prece em que a pessoa está totalmente absorvida em Deus:
A concepção que temos de Deus, a saber, se se Ele é para nos um ser transcendente (que existe fora de nós) ou imánente
Há oração mental quando o pensamento de Deus possui a tal pon to o es piri to q ue a pessoa não se lem bra de m ais nad a a lém do
seu Senhor. E se algum pensamento que não seja o pensamento de Deus entra no espírito, não se trata mais de oração mental. Esta oração corta a língua, que não pode mais se mexer. O espirito está tão pleno de Deus que nele não há lugar para o pensamento das criaturas32. ‘
sa designa um estado de Enfim, a p r e c e di ta si le n ci o sa recolhimento profundo, próximo do encantamento, que leva a alma a se comunicar intimam ente com Deus. E um estado estado de êxtase frequentemente vivido pelos grandes místicos. A prece silenciosa é também conhecida como a “oração sobrenatural”. Para Angéle de Foligno, que teve numerosas visões, a oração mental leva à oração sobrenatural. Há oração sobrenatural quando a alma, projetada acima de si mesma pelo pensamento e pela plenitude divina, é transportada mais alto do que sua naturez a, entra na compreensão divina mais pro fun dam en te d o qu e co mpo rta a na tur ez a das co isas e en con tra a luz nesta compreensão. Mas os conhecimentos que ela colhe nas fontes a alma não pode explicar, porque tudo o que ela vê e sente é superior à sua natureza 33.
Seja oral, mental ou silenciosa, a prece persiste como a linguagem da alma. Como tal, ela deve proceder do coração e não da razão. Importa então que seu conteúdo seja emocional e não intelectual, pois os frutos colhidos são os do amor. Nesses Nesses três gêneros de oração a alma adquire certo conhecimento dela mesma e de Deus. Ela ama na medida em que conhece; deseja na medida em que ama; e o sinal do amor não é uma transformação parcial, mas uma transformação absoluta 34
qualquer momento e em qualquer lugar. Em N Em N ou velle ve lle P etite etit e Philocalie [Nov Philocalie [Novaa Pequena Filocalia Fi localia],], uma miscelânea de textos textos sobre a prece do coração, está escrito que “a prece se define como o movimento perpétuo da inteligê inte ligência ncia em torno de Deus. Sua obra consiste em voltar a alma para as coisas divinas. Seu fim em unir uni r o pensamento a Deus, em se tornar um só espírito com ele35”. Pode-se então orar não importa onde, não importa em que momento e em toda circunstância: num carro, caminhando, trabalhando, dançando, num apartamento na cidade bem como num mosteiro. Mas todos os místicos concordam numa condição pri mordial: mordial : Deus só fala ao ser humano se este estabelece o silêncio em si mesmo. Mestre Eckhart costumava dizer que “em toda criação, nada é mais semelhante a Deus do que o silêncio”. Três Três elementos nos ajudam ajuda m a criar esse estado propício à prece: prece: uma preparação interior, interior, a tranqüilida de de um lugar calmo e uma relativa passividade. A pr A pr ep araç ar ação ão iyiteri iyit erior or é pessoal. Conta-se que um velho camponês estava sentado sozinho no último banco da igreja vazia. vazia . “Que é que o senhor está está esperand espe rando?” o?” - perguntara pergu ntarammlhe. “Eu estou olhando para El para Ele e ” —respondeu o homem —“e Ele está está olhando para mim”. O valor de uma técnica se mede por estes estes resultados. “Toda “Toda técnica de prece é boa quando qu ando põe o ser humano em contato com Deus”, dizia dizi a um místico. O local para orar deve ser o quanto possível retirado do mundo para nos assegurarmos de tranqüilidade. Uma igreja
seu Senhor. E se algum pensamento que não seja o pensamento de Deus entra no espírito, não se trata mais de oração mental. Esta oração corta a língua, que não pode mais se mexer. O espirito está tão pleno de Deus que nele não há lugar para o pensamento das criaturas32. ‘
sa designa um estado de Enfim, a p r e c e di ta si le n ci o sa recolhimento profundo, próximo do encantamento, que leva a alma a se comunicar intimam ente com Deus. E um estado estado de êxtase frequentemente vivido pelos grandes místicos. A prece silenciosa é também conhecida como a “oração sobrenatural”. Para Angéle de Foligno, que teve numerosas visões, a oração mental leva à oração sobrenatural. Há oração sobrenatural quando a alma, projetada acima de si mesma pelo pensamento e pela plenitude divina, é transportada mais alto do que sua naturez a, entra na compreensão divina mais pro fun dam en te d o qu e co mpo rta a na tur ez a das co isas e en con tra a luz nesta compreensão. Mas os conhecimentos que ela colhe nas fontes a alma não pode explicar, porque tudo o que ela vê e sente é superior à sua natureza 33.
Seja oral, mental ou silenciosa, a prece persiste como a linguagem da alma. Como tal, ela deve proceder do coração e não da razão. Importa então que seu conteúdo seja emocional e não intelectual, pois os frutos colhidos são os do amor. Nesses Nesses três gêneros de oração a alma adquire certo conhecimento dela mesma e de Deus. Ela ama na medida em que conhece; deseja na medida em que ama; e o sinal do amor não é uma transformação parcial, mas uma transformação absoluta 34. 34. 5 - O n d e e q u a n d o o r a r ?
Decerto os mistérios da prece não se manifestam nos limites de um tempo e de um lugar preciso. Eles podem se realizar a
Um estado passivo, que passivo, que favoreça a receptividade e a escuta interior, é ideal para se entrar em contato com sua alma. alm a. Póde se orar deitado, antes de adormecer, o que permite prolongar a prece em sonhos. Mas o momento mais favorável à prece é cedo ao amanhecer, quando o intelecto está calmo e o corpo repousado. Além disso, a postura do corpo corpo ajuda a pessoa a se concentrar na prece. Por isto cada tradição religiosa adotou uma postura própria. Voltaremos a isto no próximo capítulo. Para preces que duram muito tempo é, no entanto, recomen dado sentar-se e fechar os olhos ou fixá-los num ponto. ponto. 6 - AS CONDIÇÕES PRELIMINARES DA PRECE
A prece requer requ er uma um a atitude a titude de humildad hum ildadee e de submissão ao lado melhor da nossa natureza, para nos colocar em harmonia com as impulsões mais sutis do nosso ser. Ela implica o sermos nós mesmos, o estarmos em harmonia com a verdade do nosso coração profundo, pois é dele que vai emanar nossa prece. João Crisóstomo dizia que q ue a prece poderosa poderosa é a que é “feita “feita com ardor por urna alma aflita e por um esforço do intelecto. Porque é esta que sobe ao céu”. E, para Angéle de Foligno, a lei da prece é a unidade. A or ação exige o co ração in teir o; se lhe é dada urna parte do co ração, nada se obtém dele. E preciso darmos todo o nosso coração, se queremos degustar o fruto da árvore.
Para orar com eficácia, os monges do monte Atos reco
qualquer momento e em qualquer lugar. Em N Em N ou velle ve lle P etite etit e Philocalie [Nov Philocalie [Novaa Pequena Filocalia Fi localia],], uma miscelânea de textos textos sobre a prece do coração, está escrito que “a prece se define como o movimento perpétuo da inteligê inte ligência ncia em torno de Deus. Sua obra consiste em voltar a alma para as coisas divinas. Seu fim em unir uni r o pensamento a Deus, em se tornar um só espírito com ele35”. Pode-se então orar não importa onde, não importa em que momento e em toda circunstância: num carro, caminhando, trabalhando, dançando, num apartamento na cidade bem como num mosteiro. Mas todos os místicos concordam numa condição pri mordial: mordial : Deus só fala ao ser humano se este estabelece o silêncio em si mesmo. Mestre Eckhart costumava dizer que “em toda criação, nada é mais semelhante a Deus do que o silêncio”. Três Três elementos nos ajudam ajuda m a criar esse estado propício à prece: prece: uma preparação interior, interior, a tranqüilida de de um lugar calmo e uma relativa passividade. A pr A pr ep araç ar ação ão iyiteri iyit erior or é pessoal. Conta-se que um velho camponês estava sentado sozinho no último banco da igreja vazia. vazia . “Que é que o senhor está está esperand espe rando?” o?” - perguntara pergu ntarammlhe. “Eu estou olhando para El para Ele e ” —respondeu o homem —“e Ele está está olhando para mim”. O valor de uma técnica se mede por estes estes resultados. “Toda “Toda técnica de prece é boa quando qu ando põe o ser humano em contato com Deus”, dizia dizi a um místico. O local para orar deve ser o quanto possível retirado do mundo para nos assegurarmos de tranqüilidade. Uma igreja ou um local de culto podem ser inspiradores, mas pode-se perfeitamente orar na natureza, ao pé de uma árvore ou à margem de um rio, ou sozinho em casa, num local isolado dos ruídos externos.
7 —SÃO NOSSAS PRECES SEMPRE ATENDIDAS?
“Não somos somos suficientemente suficiente mente sábios para merecermos um a prece que seja sempre eficaz”, disse o doutor Larry Dossey numa entrevista. “Quando os deuses querem nos punir, eles atendem nossas preces”, observava com humor Oscar Wilde. Como a prece é um processo místico e não um processo científico, as leis que a regem escapam ao controle do nosso consciente e da explicação racional. Nossas preces nem sempre são atendidas como gostaríamos. Mas uma coisa é sempre certa: elas favorecem sempre um estado de união profunda com a nossa alma. Além disso, orar assiduamente permite que obtenhamos efeitos concretos no tocante à nossa saúde, ao nosso bem-estar mental, psíquico e espiritual. Não cabe no entanto esquecer que a sinceridade das intenções e a pureza do coração são essenciais para que a prece possa atu ar nos diversos planos do ser. ser. O importante é que o nosso desejo de união a Deus seja pleno e que a nossa prece seja feita com amor. Para ser fecunda, a prece deve provir do coração e poder tocar o coração de Deus. Orar com amor, à maneira das crianças, com o ardente desejo de amar muito e de tornar amado q uem não o é í6. í6.
Eis o que aconselha Madre Teresa, cuja obra em favor dos pobres foi urna prece incessante. A prece nos faz entrar no silêncio do coração, que nos é “necessário “necessário para par a ouvirmos a Deus em toda parte: na porta que se fecha, na pessoa que te implora, nos pássaros que cantam, nas plantas e nos animais37”
Um estado passivo, que passivo, que favoreça a receptividade e a escuta interior, é ideal para se entrar em contato com sua alma. alm a. Póde se orar deitado, antes de adormecer, o que permite prolongar a prece em sonhos. Mas o momento mais favorável à prece é cedo ao amanhecer, quando o intelecto está calmo e o corpo repousado. Além disso, a postura do corpo corpo ajuda a pessoa a se concentrar na prece. Por isto cada tradição religiosa adotou uma postura própria. Voltaremos a isto no próximo capítulo. Para preces que duram muito tempo é, no entanto, recomen dado sentar-se e fechar os olhos ou fixá-los num ponto. ponto. 6 - AS CONDIÇÕES PRELIMINARES DA PRECE
A prece requer requ er uma um a atitude a titude de humildad hum ildadee e de submissão ao lado melhor da nossa natureza, para nos colocar em harmonia com as impulsões mais sutis do nosso ser. Ela implica o sermos nós mesmos, o estarmos em harmonia com a verdade do nosso coração profundo, pois é dele que vai emanar nossa prece. João Crisóstomo dizia que q ue a prece poderosa poderosa é a que é “feita “feita com ardor por urna alma aflita e por um esforço do intelecto. Porque é esta que sobe ao céu”. E, para Angéle de Foligno, a lei da prece é a unidade. A or ação exige o co ração in teir o; se lhe é dada urna parte do co ração, nada se obtém dele. E preciso darmos todo o nosso coração, se queremos degustar o fruto da árvore.
Para orar com eficácia, os monges do monte Atos reco mendam que se proceda em três etapas sucessivas, deno minadas minad as a aflição afl ição da alma, alm a, o aquecimento aquecim ento do coração e o esforço esforço do intelecto. Voltaremos a isto no capítulo que trata da prece do coração.
feita com este espirito, a prece produz efeitos benéficos no corpo, corpo, na mente e na alm a. “Se a prece é a semente, o êxtase é a sua colheita. Assim como os ceifeiros se admiram ao verem que de um grão tão pequeno provém provém uma tal colheita, assim ficamos admirados ao vermos a colheita colheita da prece”, dizia Santo Isaque. Para terminar termi nar este capítulo geral sobre a prece, prece, segue-se um poema de Victor Hugo sobre o poder da prece, extraído das Contemplações escritas escritas na ilha de Jersey em dezembro de 1852. Eu tinha ante os olhos as trevas. O abismo Que não tem margem e que não tem cume, Lá estava, sombrio, imenso; e nada ali se mexia. Eu me sentia perdido no silêncio infinito, Ao fun do, atra vés da pen um bra , v éu imp ene trá vel , Percebia-se Percebia-se Deu s como um a estrela obscura. Eu clamei: - Minha alma, ó minha alma! Se ria necessário, necessário, Para atravessar este este abismo onde não se vê margem nenh uma, E para que nesta noite até ao teu Deus tu caminhes, Erguer uma ponte gigantesca sobre milhões de arcos. Quem jamais poderá fazê-lo? Ninguém! Que aflição! Angústia! Lágrimas! —Um fantasma branco se ergueu diante de mim Enquanto eu lancei pelo ombro um olhar alarmado, Esse fantasma tinha a forma de uma lágrima; Com uma testa de virgem e mãos de criança; Ele parecia um lírio que é protegido pela brancura; Ao se u nir em , suas mão s pro duz iam luz . Ele me apontou o abismo para onde ia todo o pó, Tão profundo que um eco nunca nele respondia; E me disse: disse: - Se quiseres eu construirei a ponte. A esse pál ido des con hec ido eu ergu i as pá lpeb ras.
7 —SÃO NOSSAS PRECES SEMPRE ATENDIDAS?
“Não somos somos suficientemente suficiente mente sábios para merecermos um a prece que seja sempre eficaz”, disse o doutor Larry Dossey numa entrevista. “Quando os deuses querem nos punir, eles atendem nossas preces”, observava com humor Oscar Wilde. Como a prece é um processo místico e não um processo científico, as leis que a regem escapam ao controle do nosso consciente e da explicação racional. Nossas preces nem sempre são atendidas como gostaríamos. Mas uma coisa é sempre certa: elas favorecem sempre um estado de união profunda com a nossa alma. Além disso, orar assiduamente permite que obtenhamos efeitos concretos no tocante à nossa saúde, ao nosso bem-estar mental, psíquico e espiritual. Não cabe no entanto esquecer que a sinceridade das intenções e a pureza do coração são essenciais para que a prece possa atu ar nos diversos planos do ser. ser. O importante é que o nosso desejo de união a Deus seja pleno e que a nossa prece seja feita com amor. Para ser fecunda, a prece deve provir do coração e poder tocar o coração de Deus. Orar com amor, à maneira das crianças, com o ardente desejo de amar muito e de tornar amado q uem não o é í6. í6.
Eis o que aconselha Madre Teresa, cuja obra em favor dos pobres foi urna prece incessante. A prece nos faz entrar no silêncio do coração, que nos é “necessário “necessário para par a ouvirmos a Deus em toda parte: na porta que se fecha, na pessoa que te implora, nos pássaros que cantam, nas plantas e nos animais37” 8 - Os FRUTOS DA PRECE “Só “Só uma coisa conta: ser hum ilde e orar. Quanto mais orardes, melhor orareis 38”, exorta-nos Madre Teresa. Quando é
A prec e está em toda coisa, em cada gesto. M ad re T eresa
O corpo não é um obstáculo na experiência espiritual. Ao contrário, tem um papel positivo a cumprir na prece, pois é com a sua natureza dual, corpo e alma, que o ser humano participa na experiência mística. “Não aplicamos sepa radamente o nome de ser humano à alma ou ao corpo, mas a ambos em conjunto, uma vez que o ser humano inteiro foi criado à imagem de Deus 1”, diz Grégoire Palamas. No entanto, certas tradições tradições ocidentais tendem a desprezar o corp corpoo ao ponto ponto de excluí-lo da experiência mística. Para aqueles aquele s que praticam pra ticam a prece do coração à maneira manei ra das tradições orientais em que qu e todo todo o ser participa no empenho místico, a matér ia e e o corpo não não são o “túm “túmulo ulo da a lma” lm a” e sim o “templo “templo do Espírito”, Espíri to”, segundo a expressão de São Paulo. “Tudo o que se sabe de Deus é sempre um ser humano human o quem o diz. Tudo o que o ser humano sabe de Deus ele o sabe no seu corpo. [Na] tradição ortodoxa, fala-se numa “sensação de Deus” que indica a participação de todo o ser na prece 2”, lembra Jean-Yves Leloup. Entre os os sufis, a experiência da proximidade proximidad e divina na prece prece é expressa por símbolos tirados da linguagem amorosa e das
feita com este espirito, a prece produz efeitos benéficos no corpo, corpo, na mente e na alm a. “Se a prece é a semente, o êxtase é a sua colheita. Assim como os ceifeiros se admiram ao verem que de um grão tão pequeno provém provém uma tal colheita, assim ficamos admirados ao vermos a colheita colheita da prece”, dizia Santo Isaque. Para terminar termi nar este capítulo geral sobre a prece, prece, segue-se um poema de Victor Hugo sobre o poder da prece, extraído das Contemplações escritas escritas na ilha de Jersey em dezembro de 1852. Eu tinha ante os olhos as trevas. O abismo Que não tem margem e que não tem cume, Lá estava, sombrio, imenso; e nada ali se mexia. Eu me sentia perdido no silêncio infinito, Ao fun do, atra vés da pen um bra , v éu imp ene trá vel , Percebia-se Percebia-se Deu s como um a estrela obscura. Eu clamei: - Minha alma, ó minha alma! Se ria necessário, necessário, Para atravessar este este abismo onde não se vê margem nenh uma, E para que nesta noite até ao teu Deus tu caminhes, Erguer uma ponte gigantesca sobre milhões de arcos. Quem jamais poderá fazê-lo? Ninguém! Que aflição! Angústia! Lágrimas! —Um fantasma branco se ergueu diante de mim Enquanto eu lancei pelo ombro um olhar alarmado, Esse fantasma tinha a forma de uma lágrima; Com uma testa de virgem e mãos de criança; Ele parecia um lírio que é protegido pela brancura; Ao se u nir em , suas mão s pro duz iam luz . Ele me apontou o abismo para onde ia todo o pó, Tão profundo que um eco nunca nele respondia; E me disse: disse: - Se quiseres eu construirei a ponte. A esse pál ido des con hec ido eu ergu i as pá lpeb ras. - Com o é o teu nome? pergun tei-lhe eu. Ele me disse: disse: —A —A prece.
A prec e está em toda coisa, em cada gesto. M ad re T eresa
O corpo não é um obstáculo na experiência espiritual. Ao contrário, tem um papel positivo a cumprir na prece, pois é com a sua natureza dual, corpo e alma, que o ser humano participa na experiência mística. “Não aplicamos sepa radamente o nome de ser humano à alma ou ao corpo, mas a ambos em conjunto, uma vez que o ser humano inteiro foi criado à imagem de Deus 1”, diz Grégoire Palamas. No entanto, certas tradições tradições ocidentais tendem a desprezar o corp corpoo ao ponto ponto de excluí-lo da experiência mística. Para aqueles aquele s que praticam pra ticam a prece do coração à maneira manei ra das tradições orientais em que qu e todo todo o ser participa no empenho místico, a matér ia e e o corpo não não são o “túm “túmulo ulo da a lma” lm a” e sim o “templo “templo do Espírito”, Espíri to”, segundo a expressão de São Paulo. “Tudo o que se sabe de Deus é sempre um ser humano human o quem o diz. Tudo o que o ser humano sabe de Deus ele o sabe no seu corpo. [Na] tradição ortodoxa, fala-se numa “sensação de Deus” que indica a participação de todo o ser na prece 2”, lembra Jean-Yves Leloup. Entre os os sufis, a experiência da proximidade proximidad e divina na prece prece é expressa por símbolos tirados da linguagem amorosa e das sensações físicas. A palh eta do ele me nto visu al, o tecl ado sono ro e o regis tro do gosto e do desejo são sucessivamente solicitados na passagem
contínua do plano físico para o plano espiritual, pois o ser humano, segundo Al-Ghazalí, tem um verso e um anverso, um e um Aos sentidos corporais correspondem sentidos espirituais. Ass im com o o ser hu ma no car nal , o ser hu m an o int er ior tem pal ada r ( ), visão ( ), audição e fala3.
Na tradição judaica a prece recorre também às experiencias sensorias. Eis o que ensina um tzadil{ (um tzadil{ (um sábio) a este respeito: respeito: Devemos aprender três coisas com a criança, se quisermos servir bem a Deus. Primeiro, a criança está sempre feliz em viver. Segundo, a criança está sempre ativa. Por fim, a criança chora para obt er o que desej a. Do me smo mo do d eve mo s s er vir a D eus com alegria; devemos estar cheios de zelo para cumprirmos suas ordens e com lágrimas que devemos implorar a Deus para realizarmos nossas aspirações 4.
De fato, tanto no Ocidente como no Oriente se ensina um modo de orar que implica a participação participaçã o do corpo corpo em diversos diversos graus. Segundo Jean C limaqu e, da tradição cristã ortodoxa, ortodoxa, o papel do corpo na prece é dual: por um lado ele é o signo e o instrumento da alma que ora e, por outro lado, o suporte e o trampolim da prece. A sobr ieda de dos gestos , sua repe tiçã o ritm ada ou a imo bili dad e de uma postura, associadas ao domínio da respiração, têm uma influência direta na alma5.
Além disso, Grégoire Palamas Palam as dizia que “o ser humano interior é levado a se modelar no ser humano exterior”.
nenhum desejo de orar. A despeito disto, é preciso se impor uma regra sabiamente controlada e a ela permanecer fiel. E nisto que consiste a prece ativa 6” 1 - AS TÉCNICAS PSICOFÍSICAS
Certas práticas de prece empregam técnicas psicofísicas ou “psicossomáticas”, com com o objetivo de circunscreverem melhor o incorpóreo no corpóreo. Assim existe a prece hesicasta , praticada pelos monges do monte Atos. Nessas práticas, é recomendado que se sigam os conselhos espirituais de um starets , ou seja, de um mestre espiritual experiente, que saberá guiar efetivamente o desenvolvimento dessas experiências da prece do coração. Na tradição hesicasta se se insiste na transmissão de pessoa a pessoa, “do meu coração para o teu coração”, coraçã o”, como diz JeanJean Yves Yves Leloup. Lelo up. “Se não tens mestre, procura um a todo custo. Se não o encontrares, invoca a Deus na contrição do espírito e nas lágrimas, suplica-o na simplicidade e faze o que te digo7”, aconselha Nicéphore o Solitário. Este método método especial de orar, que une a respiração à prece, será desenvolvido no capítulo sobre a prece do coração. Mas o que é preciso saber é que toda prece corporal tem como função primordial preparar prepar ar o ser humano para passar ao segundo grau da prece, ou seja, para a prece mental, que requer a atenção do intelecto e o recolhimento. Pouco a pouco o intelecto vai adquir ad quirir ir o hábito de orar a certas horas e sem se deixar .distrair, .distrair,
contínua do plano físico para o plano espiritual, pois o ser humano, segundo Al-Ghazalí, tem um verso e um anverso, um e um Aos sentidos corporais correspondem sentidos espirituais. Ass im com o o ser hu ma no car nal , o ser hu m an o int er ior tem pal ada r ( ), visão ( ), audição e fala3.
Na tradição judaica a prece recorre também às experiencias sensorias. Eis o que ensina um tzadil{ (um tzadil{ (um sábio) a este respeito: respeito: Devemos aprender três coisas com a criança, se quisermos servir bem a Deus. Primeiro, a criança está sempre feliz em viver. Segundo, a criança está sempre ativa. Por fim, a criança chora para obt er o que desej a. Do me smo mo do d eve mo s s er vir a D eus com alegria; devemos estar cheios de zelo para cumprirmos suas ordens e com lágrimas que devemos implorar a Deus para realizarmos nossas aspirações 4.
De fato, tanto no Ocidente como no Oriente se ensina um modo de orar que implica a participação participaçã o do corpo corpo em diversos diversos graus. Segundo Jean C limaqu e, da tradição cristã ortodoxa, ortodoxa, o papel do corpo na prece é dual: por um lado ele é o signo e o instrumento da alma que ora e, por outro lado, o suporte e o trampolim da prece. A sobr ieda de dos gestos , sua repe tiçã o ritm ada ou a imo bili dad e de uma postura, associadas ao domínio da respiração, têm uma influência direta na alma5.
Além disso, Grégoire Palamas Palam as dizia que “o ser humano interior é levado a se modelar no ser humano exterior”. A prece corporal, que é o primeiro primeir o grau gra u da prece, “é feita principalmente de leituras, de posturas de pé e de prosternações. Em tudo isto é preciso paciência, paciênc ia, trabalho tra balho e esforços, esforços, pois a atenção nos foge, o coração não sente nada e não tem
que aquilo que até então só fora um pensamento torna-se um sentiment senti mento8” o8”,, que a prece se se torna verdadeiramente espiritual. es piritual. A experiência experiênc ia mística então vivida suscitará suscita rá a transformação de todo todo o ser sob sob o influxo da lu z divina. div ina. Assim, não somente o corpo participa na experiência mística da prece, como também é transformado pelo influxo espiritual que recebe em conseqüência. 2 - Um corpo
e s p i r it i t u a l iz iz a d o
O corpo corpo deve ser espiritu alizado, aliza do, deve se se tornar um “corpo “corpo espiritual”, espir itual”, segundo a expressão expressão de São Paulo, diz-nos Jean Yves Yves Leloup. O corpo corpo assim transformado transformado participa com com a alma na experiência das coisas divinas. Tem a experiência mística místi ca de “ver a luz divina” com os olhos físicos, mas olhos que foram transformados por essa luz numa n uma medida maior ou menor. “A “A experiência mística supõe uma mudança da nossa natureza: sua trans transfor formação mação pela graça 9 Como diz explicitame explicitamente nte Grégoire Palamas: Aq ue le que part icipa na ene rgia div ina se t orn a ele pró prio , de certo modo, luz ; é unido à luz e, com a luz, vê em plena consciência tudo o que continua oculto para aqueles que não têm essa graça; ele ultrapassa assim não somente os sentidos físicos, mas também tudo o que pode ser conhecido pela inteligência, pois os os puros de coração vêem Deus... que, sendo luz, neles habita e se revela àqueles que o amam10.
Para Angèle de Foligno, a prece corporal é necessária para se chegar ao conhecimento de Deus.
nenhum desejo de orar. A despeito disto, é preciso se impor uma regra sabiamente controlada e a ela permanecer fiel. E nisto que consiste a prece ativa 6” 1 - AS TÉCNICAS PSICOFÍSICAS
Certas práticas de prece empregam técnicas psicofísicas ou “psicossomáticas”, com com o objetivo de circunscreverem melhor o incorpóreo no corpóreo. Assim existe a prece hesicasta , praticada pelos monges do monte Atos. Nessas práticas, é recomendado que se sigam os conselhos espirituais de um starets , ou seja, de um mestre espiritual experiente, que saberá guiar efetivamente o desenvolvimento dessas experiências da prece do coração. Na tradição hesicasta se se insiste na transmissão de pessoa a pessoa, “do meu coração para o teu coração”, coraçã o”, como diz JeanJean Yves Yves Leloup. Lelo up. “Se não tens mestre, procura um a todo custo. Se não o encontrares, invoca a Deus na contrição do espírito e nas lágrimas, suplica-o na simplicidade e faze o que te digo7”, aconselha Nicéphore o Solitário. Este método método especial de orar, que une a respiração à prece, será desenvolvido no capítulo sobre a prece do coração. Mas o que é preciso saber é que toda prece corporal tem como função primordial preparar prepar ar o ser humano para passar ao segundo grau da prece, ou seja, para a prece mental, que requer a atenção do intelecto e o recolhimento. Pouco a pouco o intelecto vai adquir ad quirir ir o hábito de orar a certas horas e sem se deixar .distrair, .distrair, o que facilitará a experiência mística posterior. Mas é somente quando se chega ao terceiro grau da prece, em que o coração é reaquecido pela concentração “de tal modo
Pois a prece, prossegue ele, “é a força que atrai Deus e o santuá san tuário rio onde ele se encontra encont ra 11”. 11”. Mesmo que a prece corporal nos pareça distante da prece espiritual, é preciso nunca a negligenciar: “Ela é a rota que leva às outras; mas é preciso fazê-la com recolhimento”, diz Angèle de Foligno, pois é a prece corporal que nos põe em condição de receber o conhecimento de Deus. Ela acrescenta que a prece corporal nos ajuda a manter o espírito da prece, impedindo-nos de adormecer ou de nos dispersarmos na prática da prece profunda. 3 —A PRECE VEM DE OUTRA PARTE
Neste estágio da prece pode-se questionar quanto ao seu processo. Pois, que é que faz com que se ore? Será que a prece está nas palavras? Na postura? Ou numa prática especial? O testemunho vivido por Pierre Guilbert, escritor e teólogo contemporâneo, poderá nos ser útil uma vez que ele relata sua experiência espiritual para reencontrar o caminho do seu coração, o caminho da prece. Na sua obra intitulada/I Prece Reencontrada, ele se pergunta se realmente se sabe orar. orar. Já resumimos resumi mos uma parte do seu questionamento sobre o processo da prece. “Como perseverar na prece”, pergunta-se ele de início, início , “se eu não sei orar? E verdade que eu oro, mas não sei orar. Que se passa então quando eu oro? E nas palavras da prece?” Eu as esqueci. Que importa! Não são as palavras que contam. Não são as palavras que fazem a prece. Elas não são sequer a sua tessitura. Elas foram então, se assim posso dizer, como a agulha
que aquilo que até então só fora um pensamento torna-se um sentiment senti mento8” o8”,, que a prece se se torna verdadeiramente espiritual. es piritual. A experiência experiênc ia mística então vivida suscitará suscita rá a transformação de todo todo o ser sob sob o influxo da lu z divina. div ina. Assim, não somente o corpo participa na experiência mística da prece, como também é transformado pelo influxo espiritual que recebe em conseqüência. 2 - Um corpo
e s p i r it i t u a l iz iz a d o
O corpo corpo deve ser espiritu alizado, aliza do, deve se se tornar um “corpo “corpo espiritual”, espir itual”, segundo a expressão expressão de São Paulo, diz-nos Jean Yves Yves Leloup. O corpo corpo assim transformado transformado participa com com a alma na experiência das coisas divinas. Tem a experiência mística místi ca de “ver a luz divina” com os olhos físicos, mas olhos que foram transformados por essa luz numa n uma medida maior ou menor. “A “A experiência mística supõe uma mudança da nossa natureza: sua trans transfor formação mação pela graça 9 Como diz explicitame explicitamente nte Grégoire Palamas: Aq ue le que part icipa na ene rgia div ina se t orn a ele pró prio , de certo modo, luz ; é unido à luz e, com a luz, vê em plena consciência tudo o que continua oculto para aqueles que não têm essa graça; ele ultrapassa assim não somente os sentidos físicos, mas também tudo o que pode ser conhecido pela inteligência, pois os os puros de coração vêem Deus... que, sendo luz, neles habita e se revela àqueles que o amam10.
Para Angèle de Foligno, a prece corporal é necessária para se chegar ao conhecimento de Deus. O conhecimento do Deus eterno e do Homem-Deus, que é absolutamente necessário à transformação espiritual do ser humano, supõe uma prece devotada, pura, humilde, forte, pro fun da e assídua .
Pierre Guilbert prossegue em sua busca dizendo que as palavras não têm tanta importancia, que não importa quais podem fazer o trabalho, “pois o trabalho, diz d iz ele, não está ñas palavras. E melhor mesmo esquecê-las, senão elas bem poderiam vir a substituir subs tituir a prece. Jamais Jamai s as palavras farão com que saibas orar”. Será que isto se deve à atitude corporal? Longe de mim a idéia de negligenciá-la, prossegue ele. Ela tem importância, pois és também corpo e precisas orar com teu corpo. Sem o qu e cansas de tentar orar “contra” ele. Então ele se rebela e se torna um entrave à prece. Quando a pessoa se serve bem dele, ao contrário, ele a ajuda e a propicia. E bom a pessoa saber disto e fazer do seu corpo um bom servidor da prece 13.
Mas ele constata, a propósito de si mesmo, que ainda não domina o seu corpo corpo e que este logo se se cansa. Além disso, quando quand o ele tem uma boa lembrança, sai do recolhimento e muda de postura. Em suma, ele mal consegue permanecer no lugar. Se eu oro, não devo isto à qualidade da minha atitude corporal. Isto vem de outro fator.
Será então o resultado de um método infalível? Ele se lembra de ter experimentado vários métodos; e admite que nunca os experimentou por muito tempo. Se neles reconhece vantagens seguras, pelo menos de serem precisos e progressivos, constata que acaba ficando atento atento demais à técnica, a ponto ponto de esquecer a própria prece. E verdade, acrescenta ele em seu test emunho, que as técnicas orientais, como a ioga e a meditação transcendental, são métodos corporais e psicológicos que
Pois a prece, prossegue ele, “é a força que atrai Deus e o santuá san tuário rio onde ele se encontra encont ra 11”. 11”. Mesmo que a prece corporal nos pareça distante da prece espiritual, é preciso nunca a negligenciar: “Ela é a rota que leva às outras; mas é preciso fazê-la com recolhimento”, diz Angèle de Foligno, pois é a prece corporal que nos põe em condição de receber o conhecimento de Deus. Ela acrescenta que a prece corporal nos ajuda a manter o espírito da prece, impedindo-nos de adormecer ou de nos dispersarmos na prática da prece profunda. 3 —A PRECE VEM DE OUTRA PARTE
Neste estágio da prece pode-se questionar quanto ao seu processo. Pois, que é que faz com que se ore? Será que a prece está nas palavras? Na postura? Ou numa prática especial? O testemunho vivido por Pierre Guilbert, escritor e teólogo contemporâneo, poderá nos ser útil uma vez que ele relata sua experiência espiritual para reencontrar o caminho do seu coração, o caminho da prece. Na sua obra intitulada/I Prece Reencontrada, ele se pergunta se realmente se sabe orar. orar. Já resumimos resumi mos uma parte do seu questionamento sobre o processo da prece. “Como perseverar na prece”, pergunta-se ele de início, início , “se eu não sei orar? E verdade que eu oro, mas não sei orar. Que se passa então quando eu oro? E nas palavras da prece?” Eu as esqueci. Que importa! Não são as palavras que contam. Não são as palavras que fazem a prece. Elas não são sequer a sua tessitura. Elas foram então, se assim posso dizer, como a agulha da costureira: não é a agulha que m antém juntas as peças da roupa. Ela apenas guia o fio traçando-lhe o caminho, mas, uma vez terminada a costura, a agulha é guardada e esquecida. O mesmo acontece com as palavras 12.
Para Pierre Guilbert, o fato de não ter “sabido” realmente orar, orar, de ter estado simplesmente disponível, perm itiu-lhe itiu- lhe estar aberto para tudo o que podia advir ad vir e estar pronto para receber receber.. “Eu ignoro o que realmente rea lmente dizer. Mas Ma s eu recebi. Muito. Para além das minhas minha s esperanças”. Ele conclui sua atitude dizendo: “Não procura ‘saber’ orar. Mantém tua ignorância. Ora, simples sim plesmen mente, te, em carência carê ncia.. E a prece te será dada 14”. 14”. E verdade que, a despeito das palavras, da atitude e da prática de uma técnica em particular, pode-se permanecer muito tempo à porta da prece. O melhor meio é perseverar, orar regularmente e incluir o coração. Então, de repente, sem que saibamos como nem por que, a porta nos é aberta. Isto lembra a história do velho camponês sentado ao fundo de uma igreja, que via Deus olhando para ele, como dizia. O que mostra que “toda “toda técnica é boa quando põe o ser humano em contato com Deus”, como já o havíamos enfatizado. O melhor método corporal para orar será então o que mais suscite o sentimento do coração. Podes saber tudo, com tua cabeça, sobre a prece, e não saberes orar. orar. Nenhum tratado jamais fez alguém entrar na senda de prece a que aspiras... Não a receberás senão no teu próprio coração, no decorrer de uma experiência que será tua 15.
Para sabermos orar com todo o nosso ser é preciso primeiro orarmos com o corpo, o que implica palavras, gestos e uma postura. Todas as grandes tradições fazem da prece um diálogo privilegiado privilegi ado entre um a pessoa e seu Deus. V inar os
Pierre Guilbert prossegue em sua busca dizendo que as palavras não têm tanta importancia, que não importa quais podem fazer o trabalho, “pois o trabalho, diz d iz ele, não está ñas palavras. E melhor mesmo esquecê-las, senão elas bem poderiam vir a substituir subs tituir a prece. Jamais Jamai s as palavras farão com que saibas orar”. Será que isto se deve à atitude corporal? Longe de mim a idéia de negligenciá-la, prossegue ele. Ela tem importância, pois és também corpo e precisas orar com teu corpo. Sem o qu e cansas de tentar orar “contra” ele. Então ele se rebela e se torna um entrave à prece. Quando a pessoa se serve bem dele, ao contrário, ele a ajuda e a propicia. E bom a pessoa saber disto e fazer do seu corpo um bom servidor da prece 13.
Mas ele constata, a propósito de si mesmo, que ainda não domina o seu corpo corpo e que este logo se se cansa. Além disso, quando quand o ele tem uma boa lembrança, sai do recolhimento e muda de postura. Em suma, ele mal consegue permanecer no lugar. Se eu oro, não devo isto à qualidade da minha atitude corporal. Isto vem de outro fator.
Será então o resultado de um método infalível? Ele se lembra de ter experimentado vários métodos; e admite que nunca os experimentou por muito tempo. Se neles reconhece vantagens seguras, pelo menos de serem precisos e progressivos, constata que acaba ficando atento atento demais à técnica, a ponto ponto de esquecer a própria prece. E verdade, acrescenta ele em seu test emunho, que as técnicas orientais, como a ioga e a meditação transcendental, são métodos corporais e psicológicos que podem favorecer certo domínio de si mesmo, certa “con centração”, centraçã o”, certo certo recolhimento. “Mas elas não têm o poder de de fazer entrar na prece. A prece tem outra base”.
Para Pierre Guilbert, o fato de não ter “sabido” realmente orar, orar, de ter estado simplesmente disponível, perm itiu-lhe itiu- lhe estar aberto para tudo o que podia advir ad vir e estar pronto para receber receber.. “Eu ignoro o que realmente rea lmente dizer. Mas Ma s eu recebi. Muito. Para além das minhas minha s esperanças”. Ele conclui sua atitude dizendo: “Não procura ‘saber’ orar. Mantém tua ignorância. Ora, simples sim plesmen mente, te, em carência carê ncia.. E a prece te será dada 14”. 14”. E verdade que, a despeito das palavras, da atitude e da prática de uma técnica em particular, pode-se permanecer muito tempo à porta da prece. O melhor meio é perseverar, orar regularmente e incluir o coração. Então, de repente, sem que saibamos como nem por que, a porta nos é aberta. Isto lembra a história do velho camponês sentado ao fundo de uma igreja, que via Deus olhando para ele, como dizia. O que mostra que “toda “toda técnica é boa quando põe o ser humano em contato com Deus”, como já o havíamos enfatizado. O melhor método corporal para orar será então o que mais suscite o sentimento do coração. Podes saber tudo, com tua cabeça, sobre a prece, e não saberes orar. orar. Nenhum tratado jamais fez alguém entrar na senda de prece a que aspiras... Não a receberás senão no teu próprio coração, no decorrer de uma experiência que será tua 15.
Para sabermos orar com todo o nosso ser é preciso primeiro orarmos com o corpo, o que implica palavras, gestos e uma postura. Todas as grandes tradições fazem da prece um diálogo privilegiado privilegi ado entre um a pessoa e seu Deus. Vamo Vamoss examinar exam inar os diferentes rituais de prece, as invocações e as posturas que o Jud aísmo aís mo,, o Crist Cr istian ian ism o, o Islam Isl amism ism o, o Budism Bud ismoo e o Hinduísmo legaram à humanidade.
4 - A PRECE JUDAICA Treze milhões de crentes crentes do do Judaísmo recitam todos todos os os dias a Torah, tida como a Lei que Deus deu ao povo judaico através do seu profeta, profeta, Moisés, há 3.250 anos. Segundo o Rabino Daniel Farhi, do Movimento Judeu Liberal da França, a mensagem coração da Torah seria: essencial do judaísmo que se encontra no coração da “Amarás teu próximo como a ti mesmo”. A prece cotidiana de todo judeu é o Shema Israel — “Escuta Israel, o Eterno é nosso Deus, o Eterno é Um” Um ” —que qu e proclama procl ama a unicid un icidade ade de Deus 16.
5 - A PRECE CRISTÃ O Cristianismo se fundamenta na doutrina que Jesus, cognominado o Cristo, foi ensinar na Judéia há mais de 2.000 anos. Existem hoje em dia dois bilhões de cristãos que pertencem às Igrejas do Oriente e do Ocidente, que são ortodoxa ortodoxas, s, católicas ou protestantes. protestantes. Segundo Segund o Jean DeJumeau, D eJumeau, professor no Colégio da França, “o ponto crucial do Cristianismo é a aliança de Deus com os seres humanos. O Cristo veio para conduzir con duzir os seres humanos à divinizaçã divi nizaçãoo 17”.
O cotidiano do crente judeu é pontuado de preces a serem recitadas em diversos momentos do dia. De manhã ele recita urna prece de reconhecimento, seguida de abluções para se purificar. purific ar. Depois Depoi s ele se veste e coloca os os filactérios filactéri os no seu corpo, os quais consistem em pequenos cubos cubos contendo quatro textos textos da Torah e providos de faixas, os tephillin , que permitem fixálos no braço esquerdo e na testa. “Os tephillin são são um símbolo: um no braço representando a força material, um na cabeça simbolizando o conhecimento intelectual”, intelectu al”, diz-nos um rabino. Com um a outra faixa fai xa o crente crente escreve o nome de Deus na sua mão: Shadda’ Sh adda’í,í, na língua líng ua hebraica (shin, tav e e iod). Enfim, iod). Enfim, ele talith) e recita uma longa se cobre com o xale de prece ( o talith) prece antes de se entregar ao trabalho.
O cristão pratica o ritual da missa, baseado na crença num só Deus em três pessoas, tendo como símbolo de redenção o sinal da cruz e, como como alquim ia espiritual, esp iritual, a comunhão com o Cristo pela Eucaristia. O essencial da mensagem do cristianismo, cristianis mo, que é semelhante à do judaísmo, judaísmo , é: “Ama “Ama a Deus com todo o teu coração e ao teu próximo como a ti mesmo”.
O judeu praticante ora ao meio-dia para abençoar seu alimento e dar graças a Deus; à tarde ele ora novamente a fim de mostrar a Deus que nunca o esquece, mesmo quando está ocupado no mundo materia l; no jantar ele ora para santificar santific ar o dia que acabou; e, antes de se deitar, pede também a proteção
Segundo um místico cristão, “o Cristianismo trouxe Deus ao alcance do ser humano; deu-lhe uma face. Para fazer contato com Deus não é mais necessário um cerimonial complexo, com sacrifícios sanguinolentos. A prece se tornou fácil e sua técnica simples”. Jesus recomendava a quem queria orar que se retirasse na solidão do seu quarto. Mostrou também a eficácia da prece comum: “Quando fordes vários a orarem, dizia ele, então eu estarei entre vós”. A prece perfeita dos cristãos é o Pai Nosso, que o próprio próprio Jesus Jesus ensinou. A mãe de Jesus, Maria, Mar ia, também é objeto de preces, assim como a comunidade dos santos que têm a missão de intercederem pelos vivos perante Deus.
4 - A PRECE JUDAICA Treze milhões de crentes crentes do do Judaísmo recitam todos todos os os dias a Torah, tida como a Lei que Deus deu ao povo judaico através do seu profeta, profeta, Moisés, há 3.250 anos. Segundo o Rabino Daniel Farhi, do Movimento Judeu Liberal da França, a mensagem coração da Torah seria: essencial do judaísmo que se encontra no coração da “Amarás teu próximo como a ti mesmo”. A prece cotidiana de todo judeu é o Shema Israel — “Escuta Israel, o Eterno é nosso Deus, o Eterno é Um” Um ” —que qu e proclama procl ama a unicid un icidade ade de Deus 16.
5 - A PRECE CRISTÃ O Cristianismo se fundamenta na doutrina que Jesus, cognominado o Cristo, foi ensinar na Judéia há mais de 2.000 anos. Existem hoje em dia dois bilhões de cristãos que pertencem às Igrejas do Oriente e do Ocidente, que são ortodoxa ortodoxas, s, católicas ou protestantes. protestantes. Segundo Segund o Jean DeJumeau, D eJumeau, professor no Colégio da França, “o ponto crucial do Cristianismo é a aliança de Deus com os seres humanos. O Cristo veio para conduzir con duzir os seres humanos à divinizaçã divi nizaçãoo 17”.
O cotidiano do crente judeu é pontuado de preces a serem recitadas em diversos momentos do dia. De manhã ele recita urna prece de reconhecimento, seguida de abluções para se purificar. purific ar. Depois Depoi s ele se veste e coloca os os filactérios filactéri os no seu corpo, os quais consistem em pequenos cubos cubos contendo quatro textos textos da Torah e providos de faixas, os tephillin , que permitem fixálos no braço esquerdo e na testa. “Os tephillin são são um símbolo: um no braço representando a força material, um na cabeça simbolizando o conhecimento intelectual”, intelectu al”, diz-nos um rabino. Com um a outra faixa fai xa o crente crente escreve o nome de Deus na sua mão: Shadda’ Sh adda’í,í, na língua líng ua hebraica (shin, tav e e iod). Enfim, iod). Enfim, ele talith) e recita uma longa se cobre com o xale de prece ( o talith) prece antes de se entregar ao trabalho.
O cristão pratica o ritual da missa, baseado na crença num só Deus em três pessoas, tendo como símbolo de redenção o sinal da cruz e, como como alquim ia espiritual, esp iritual, a comunhão com o Cristo pela Eucaristia. O essencial da mensagem do cristianismo, cristianis mo, que é semelhante à do judaísmo, judaísmo , é: “Ama “Ama a Deus com todo o teu coração e ao teu próximo como a ti mesmo”.
O judeu praticante ora ao meio-dia para abençoar seu alimento e dar graças a Deus; à tarde ele ora novamente a fim de mostrar a Deus que nunca o esquece, mesmo quando está ocupado no mundo materia l; no jantar ele ora para santificar santific ar o dia que acabou; e, antes de se deitar, pede também a proteção divina para a sua familia. A prece judaica pode ser feita a sós ou numa sinagoga, desde que haja um minian , isto é, pelo menos menos dez homens judeus. Ela consiste consiste geralmente na leitura de várias passagens da Torah.
dizer submissão voluntária vo luntária e entrega de si a Deus, devendo devendo esta entrega gerar um estado de paz interior. Maomé pregou para um Deus único, transcendente e imánente, criador dos dos mundos e único juiz, j uiz, todo-poderoso todo-poderoso e misericordioso misericordioso ao mesmo tempo 18 O livro por por excelência dos crentes do do Islamismo é o Alcorão (ou “Palavra de Deus”). A mensagem essencial do Alcorão é que “o ser humano deve luta r contra toda toda forma de idolatria”. idolatr ia”. O islamismo fez da prece um dos cinco pilares da vida. A prece marca as horas do dia, com palavras e gestos gestos ritualísticos. Assim, o muçu m uçulma lmano no tem de recitar recita r cinco ci nco preces (ou salai) cotidianas que levam o nome da hora em que elas devem ser feitas: prece do alvorecer, alvorecer, do meio-dia , da tarde, do pôr-do-sol e da noite. Antes de orar o crente deve necessariamente proceder a uma purificação total do corpo mediante abluções ritualísticas minuciosas que q ue vão colocá-lo colocá-lo em estado de graça. Na sexta-feira os homens vão à mesquita mesqu ita para participarem par ticiparem na imame. prece prece dirigida dirigid a por um
Segundo um místico cristão, “o Cristianismo trouxe Deus ao alcance do ser humano; deu-lhe uma face. Para fazer contato com Deus não é mais necessário um cerimonial complexo, com sacrifícios sanguinolentos. A prece se tornou fácil e sua técnica simples”. Jesus recomendava a quem queria orar que se retirasse na solidão do seu quarto. Mostrou também a eficácia da prece comum: “Quando fordes vários a orarem, dizia ele, então eu estarei entre vós”. A prece perfeita dos cristãos é o Pai Nosso, que o próprio próprio Jesus Jesus ensinou. A mãe de Jesus, Maria, Mar ia, também é objeto de preces, assim como a comunidade dos santos que têm a missão de intercederem pelos vivos perante Deus. 6 - A PRECE ISLÂMICA Maomé foi o fundador da religião monoteísta mais recente do mundo, o Islamismo, que nasceu no século VII da era cristã. Segundo Slimane Slima ne Zeghedour, Zeghedour, jornalista muçulm ano, “islã “islã quer quer
Para 800 milhões de hinduístas o universo inteiro é um templo sublime dedicado dedicado à glória de uma infinita qu antidade de deuses. deuses. Pan Nalin, cineasta hindu, proclama: A gra nde bele za do Hi ndu ísm o está em que ele per mit e que a pessoa c rie se u pró prio Deu s. P ara o h ind uíst a, t udo é Deu s. D eus está em toda parte e em tudo. Na pedra. Na árvore. Na estátua. A idéia é de ver Deus desde as menores partículas até no cosmo 19.
O Hinduísmo Hinduísm o permite a existência de 33 milhões de deuses, deuses, fa ce ta s de um gr g r a n d e Deus Unico, Brahman, a Energia Universal, o Organizador, o Ordenador do mundo. Os hinduístas oram, entre outros deuses, a Krishna, avatar de Vishnu, que simboliza o amor e a compaixão. compaixão. A prece prece hinduísta utiliza o mantra, ou a fórmula sagrada para entrar em contato com a Divindade.
“Um bilhão de praticantes do Islamismo, dispersos da índia ao Atlântico, voltam todos os dias seus olhos para Meca em cada uma das suas preces do dia e da noite. Eles recitam a Chahada , única e simples sim ples profissão de fé do islamismo, islamism o, em voz alta e na língua árabe: Ach-h Ac h-h adou ad ou an là ilàh a illAllàh illA llàh , que quer dizer: Não há Deus senão Deus”, comenta Jacques Moati em seu documentário intitulado Sob o o lhar de Deus.
8 - A PRECE BUDISTA O Budismo provém dos ensinamentos de Siddharta Gautama, nascido por volta de 558 a.C. no atual Nepal, / Nordeste da índia. Foi a iluminação que ele recebeu ao pé de uma figueira na margem do Ganges que dele fez o Buda, o mahâyanâ, isto é, a senda búdica Desperto, o Iluminado. O mahâyanâ, isto que assenta no espírito de compaixão do Buda, propagou-se na China, no Japão e no Tibete.
7 - A PRECE HINDUÍSTA O Hinduísm Hind uísmoo surgiu na índ ia 1.000 1.000 anos antes antes da era cristã, cristã, sob a impulsão impul são dos brâmanes, qu e eram os sacerdotes sacerdotes da religião védica praticada praticad a pelos primeiros arianos ari anos da Pérsia. Seu s textos textos
Segundo Olivier Germain-Thomas, escritor francês, “o Budismo ensina q ue há em nós nós algo que está completamente completamente inexplorado, que é a vida espiritual, e que se trata de fazê-lo
dizer submissão voluntária vo luntária e entrega de si a Deus, devendo devendo esta entrega gerar um estado de paz interior. Maomé pregou para um Deus único, transcendente e imánente, criador dos dos mundos e único juiz, j uiz, todo-poderoso todo-poderoso e misericordioso misericordioso ao mesmo tempo 18 O livro por por excelência dos crentes do do Islamismo é o Alcorão (ou “Palavra de Deus”). A mensagem essencial do Alcorão é que “o ser humano deve luta r contra toda toda forma de idolatria”. idolatr ia”. O islamismo fez da prece um dos cinco pilares da vida. A prece marca as horas do dia, com palavras e gestos gestos ritualísticos. Assim, o muçu m uçulma lmano no tem de recitar recita r cinco ci nco preces (ou salai) cotidianas que levam o nome da hora em que elas devem ser feitas: prece do alvorecer, alvorecer, do meio-dia , da tarde, do pôr-do-sol e da noite. Antes de orar o crente deve necessariamente proceder a uma purificação total do corpo mediante abluções ritualísticas minuciosas que q ue vão colocá-lo colocá-lo em estado de graça. Na sexta-feira os homens vão à mesquita mesqu ita para participarem par ticiparem na imame. prece prece dirigida dirigid a por um
Para 800 milhões de hinduístas o universo inteiro é um templo sublime dedicado dedicado à glória de uma infinita qu antidade de deuses. deuses. Pan Nalin, cineasta hindu, proclama: A gra nde bele za do Hi ndu ísm o está em que ele per mit e que a pessoa c rie se u pró prio Deu s. P ara o h ind uíst a, t udo é Deu s. D eus está em toda parte e em tudo. Na pedra. Na árvore. Na estátua. A idéia é de ver Deus desde as menores partículas até no cosmo 19.
O Hinduísmo Hinduísm o permite a existência de 33 milhões de deuses, deuses, fa ce ta s de um gr g r a n d e Deus Unico, Brahman, a Energia Universal, o Organizador, o Ordenador do mundo. Os hinduístas oram, entre outros deuses, a Krishna, avatar de Vishnu, que simboliza o amor e a compaixão. compaixão. A prece prece hinduísta utiliza o mantra, ou a fórmula sagrada para entrar em contato com a Divindade.
“Um bilhão de praticantes do Islamismo, dispersos da índia ao Atlântico, voltam todos os dias seus olhos para Meca em cada uma das suas preces do dia e da noite. Eles recitam a Chahada , única e simples sim ples profissão de fé do islamismo, islamism o, em voz alta e na língua árabe: Ach-h Ac h-h adou ad ou an là ilàh a illAllàh illA llàh , que quer dizer: Não há Deus senão Deus”, comenta Jacques Moati em seu documentário intitulado Sob o o lhar de Deus.
8 - A PRECE BUDISTA O Budismo provém dos ensinamentos de Siddharta Gautama, nascido por volta de 558 a.C. no atual Nepal, / Nordeste da índia. Foi a iluminação que ele recebeu ao pé de uma figueira na margem do Ganges que dele fez o Buda, o mahâyanâ, isto é, a senda búdica Desperto, o Iluminado. O mahâyanâ, isto que assenta no espírito de compaixão do Buda, propagou-se na China, no Japão e no Tibete.
7 - A PRECE HINDUÍSTA O Hinduísm Hind uísmoo surgiu na índ ia 1.000 1.000 anos antes antes da era cristã, cristã, sob a impulsão impul são dos brâmanes, qu e eram os sacerdotes sacerdotes da religião védica praticada praticad a pelos primeiros arianos ari anos da Pérsia. Seu s textos textos sagrados são os Veda e e os Upanishad , escritos em sánscrito, bem como os cânticos do Bhagavad Gita , que se referem à trilogia de Brahma, Vishnu e Shiva.
Segundo Olivier Germain-Thomas, escritor francês, “o Budismo ensina q ue há em nós nós algo que está completamente completamente inexplorado, que é a vida espiritual, e que se trata de fazê-lo evoluir” pela meditação ou a prece e pela ascese. “No mais, quanto quant o às questões metafísicas, metaf ísicas, de onde o ser humano huma no proveio ou para onde ele vai, se há um Deus criador, ele afasta todas
estas questões com um grande riso”. “Talvez seja o riso de Buda”, Bud a”, diz-nos Jacques Jacqu es Moati na sua reportagem “que confere confere ao mundo budista, composto de 400 milhões de seres humanos, sua aparente aparent e vitalidade vitalid ade e sua serenidade serenida de 20
cada vez mais rapidamente, da esquerda para a direita, ao mesmo tempo tempo salmodiando uma frase frase sagrada, mais frequen temente o nome de Deus.
Para os.budistas, a Realidade Suprema se denomina Brahma, e a Alma Universal, Atman. Sua prática mais conhecida no Ocidente é o zen, mas sua aplicação mais pura se encontra no budismo tibetano. Segundo Segund o o reverendo Kosen Kosen Nishiyama, monge budista, “a fl o r de lótus no lodo é urna imagem conhecida do budismo que diz que a mais bela flor, o lótus, floresce no lodo. E, portanto, que nós também, neste mundo inferior sujo como o lodo, devemos realizar o Despertar da mesma maneira man eira que o lótus”. O uso dos mantras tem uma função importante na vida religiosa tibetana. O mais sagrado é o Om mani pad?ne hu m , que significa “a jóia no lótus”, lótus”, ou seja, Brahma na alma alm a humana. hum ana. Repetindo isto longa e regularmente, os tibetanos estão convictos de que estão colocando sua alma em ressonância com Atm an e os planos plan os de consci con sciênc ência ia em que qu e se situa sit uam m os bodhisattvas. O livro de cabeceira de todo tibetano é o Bardo Thódol ou ou Livro Tibetano dos Mortos. 9 - AS POSTURAS PARA ORAR Na prática corrente, cada tradição adotou uma postura específica para orar. Os muçulm anos recitam recit am primeiro primei ro de pé o takbirou takbiro u “Allàhu akbar\ qu akbar\ quee significa sig nifica “Alá é o maior”; maio r”; depois depois eles oram sentados nos seus calcanhares, após se terem
Os hinduístas oram a maior parte do tempo sentados em posição de lótus, as mãos juntas à frente do peito ou às vezes na testa. Eles usam incenso em seus rituais, como símbolo de purificação e sopro de Brahma. Os discípulos de Krishna também oram de pé, as mãos mãos juntas, junta s, antes de se prosternarem voltados para o oriente. oriente. Os budistas oram sentados, as pernas cruzadas e os dedos imitando imita ndo a forma de um lótus. As As posturas devem ser perfeitas perfeitas para que se possa recitar os textos sagrados que conduzem ao estado de Despertar. Despertar. Nas escolas de zen, privilegiapriv ilegia-se se a posição sentado sentado no chão ou ou numa cadeira (principalmente na China), Chin a), para tornar acessível a atitude que leva ao satori, à satori, à iluminação. “Não só a posição sentado ajuda a conscientização do espaço interior, mas a respiração é um elemento essencial para isto. Ela tende a proporcionar a pacific ação do corpo corpo e da mente”, me nte”, Fonte . explica Yves Raguin na sua obra intitulada A intitulada A Fonte. !{ippa, vestidos Os judeus oram de pé, a cabeça coberta com a !{ippa, vestidos com o talith ou ou veste veste de quatro pontas que simboliza simboli za as quatro direções do espaço, com os filactérios colocados na testa, no braço e na mão, o que os torna semelhantes semelh antes às Escrituras. Eles recitam a Torah balançando-se fortemente da frente para trás ou da esquerda para a direita.
estas questões com um grande riso”. “Talvez seja o riso de Buda”, Bud a”, diz-nos Jacques Jacqu es Moati na sua reportagem “que confere confere ao mundo budista, composto de 400 milhões de seres humanos, sua aparente aparent e vitalidade vitalid ade e sua serenidade serenida de 20 Para os.budistas, a Realidade Suprema se denomina Brahma, e a Alma Universal, Atman. Sua prática mais conhecida no Ocidente é o zen, mas sua aplicação mais pura se encontra no budismo tibetano. Segundo Segund o o reverendo Kosen Kosen Nishiyama, monge budista, “a fl o r de lótus no lodo é urna imagem conhecida do budismo que diz que a mais bela flor, o lótus, floresce no lodo. E, portanto, que nós também, neste mundo inferior sujo como o lodo, devemos realizar o Despertar da mesma maneira man eira que o lótus”. O uso dos mantras tem uma função importante na vida religiosa tibetana. O mais sagrado é o Om mani pad?ne hu m , que significa “a jóia no lótus”, lótus”, ou seja, Brahma na alma alm a humana. hum ana. Repetindo isto longa e regularmente, os tibetanos estão convictos de que estão colocando sua alma em ressonância com Atm an e os planos plan os de consci con sciênc ência ia em que qu e se situa sit uam m os bodhisattvas. O livro de cabeceira de todo tibetano é o Bardo Thódol ou ou Livro Tibetano dos Mortos. 9 - AS POSTURAS PARA ORAR Na prática corrente, cada tradição adotou uma postura específica para orar. Os muçulm anos recitam recit am primeiro primei ro de pé o takbirou takbiro u “Allàhu akbar\ qu akbar\ quee significa sig nifica “Alá é o maior”; maio r”; depois depois eles oram sentados nos seus calcanhares, após se terem prosternado com a testa no solo e voltados para Meca. Os sufis, místicos do Islamismo, usando um boné branco, oram na mesma posição balançando a cabeça da frente para trás, depois, depois,
Por que essas posturas diferem de uma tradição para outra? Pode-se deduzir que a postura adotada para orar o foi por razões ao mesmo tempo físicas, psicológicas, simbólicas e teúrgicas. Para cada tradição, logicamente, ela é com efeito a postura física mais adequada para acalmar ou arrefecer as necessidades do corpo, a fim de proporcionar o estado de passividade essencial à prece. A postura encarna tambem a relação pessoal do crente crente para com Deus, que pode se se traduzir traduz ir numa atitude de humildade, de adoração, de respeito, de abandono total ou de espera confiante. A postura simboliza também um estado estado espiritual espiritua l a ser alcançado, como como a beleza do lótus no Budismo, o Verbo Vivo no Judaísmo, ou o amor crístico no Cristianismo. Enfim, certas posturas foram praticadas por seu poder teúrgico, ou seja, para propiciarem a união com Deus, permitindo realizar atos excepcionais. Os cabalistas, místicos judeus, ensinam assim uma “postura profética”, de que falaremos no capítulo dedicado à prece contemplativa. 10 - A PRECE SEM PALAVRAS “A prece está em todas as coisas, em cada gesto”, diz ia Madre M adre Teresa. Segue-se Segue -se então, para terminar, termina r, uma história judaica juda ica que mostra que a prece, além das palavras, pode ser um canto de amor sem palavras. Um (um sábio) sábio) noto u a presença de um velho en tre os seus seus ouvintes e este velho claramente não estava entendendo seu discurso. Ele fez o velho se aproximar e lhe disse: “Noto que o meu sermão não está claro para ti. Escuta esta melodia e ela te ensinará como te unires a De us”. O começou a cantar uma
cada vez mais rapidamente, da esquerda para a direita, ao mesmo tempo tempo salmodiando uma frase frase sagrada, mais frequen temente o nome de Deus. Os hinduístas oram a maior parte do tempo sentados em posição de lótus, as mãos juntas à frente do peito ou às vezes na testa. Eles usam incenso em seus rituais, como símbolo de purificação e sopro de Brahma. Os discípulos de Krishna também oram de pé, as mãos mãos juntas, junta s, antes de se prosternarem voltados para o oriente. oriente. Os budistas oram sentados, as pernas cruzadas e os dedos imitando imita ndo a forma de um lótus. As As posturas devem ser perfeitas perfeitas para que se possa recitar os textos sagrados que conduzem ao estado de Despertar. Despertar. Nas escolas de zen, privilegiapriv ilegia-se se a posição sentado sentado no chão ou ou numa cadeira (principalmente na China), Chin a), para tornar acessível a atitude que leva ao satori, à satori, à iluminação. “Não só a posição sentado ajuda a conscientização do espaço interior, mas a respiração é um elemento essencial para isto. Ela tende a proporcionar a pacific ação do corpo corpo e da mente”, me nte”, Fonte . explica Yves Raguin na sua obra intitulada A intitulada A Fonte. !{ippa, vestidos Os judeus oram de pé, a cabeça coberta com a !{ippa, vestidos com o talith ou ou veste veste de quatro pontas que simboliza simboli za as quatro direções do espaço, com os filactérios colocados na testa, no braço e na mão, o que os torna semelhantes semelh antes às Escrituras. Eles recitam a Torah balançando-se fortemente da frente para trás ou da esquerda para a direita. Os cristãos oram mais frequentemente ajoelhados com os dedos cruzados ou as mãos juntas, ou ainda de pé e com as palmas das mãos voltadas para o céu.
Orai sempre como se começásseis pela prim eira vez T eófanes , o R e c l u s o .
Toda Toda prece deve deve ser ser interior, interior, se não se se quer que qu e ela seja um mero palavreado. E preciso então se esforçar para abandonar a palavra e visar o silêncio interior. A prática da verdadeira prece prece requer uma um a preparação que q ue consiste em afastar “os pensamentos pensamentos e as nebulosidades passionais que dispersam a mente, a fim de se tornar atento à Presença que mora no secreto2”. Para chegar a isto, a prece requer a participação da mente, que vai concentrar toda a sua atenção nas palavras da prece. Entretanto, as palavras não podem ser suficientes por si mesmas para se criar o silêncio interior. Precisamos passar da superfície de nós mesmos para a dimensão pro fun da d o nosso se r e com isto fa ze r desce r o “eu”, a consc iência , ao santuário do coração que certos padres chamam de Santo dos Santos. 1 - I n t e r i o r i z a r a a s p a l a v r a s
Tender para o silêncio interior int erior requ r equer er a interiori in teriorização zação das palavras e buscar o lugar lug ar do coração. coração. Praticamente, isto significa que é preciso preciso primeiro “recolher a mente, concentrá-la, unificála, depois procurar pro curar o lugar luga r do coração no centro centro do peito, onde as potencialidades ais gostam de se reunir e onde
Por que essas posturas diferem de uma tradição para outra? Pode-se deduzir que a postura adotada para orar o foi por razões ao mesmo tempo físicas, psicológicas, simbólicas e teúrgicas. Para cada tradição, logicamente, ela é com efeito a postura física mais adequada para acalmar ou arrefecer as necessidades do corpo, a fim de proporcionar o estado de passividade essencial à prece. A postura encarna tambem a relação pessoal do crente crente para com Deus, que pode se se traduzir traduz ir numa atitude de humildade, de adoração, de respeito, de abandono total ou de espera confiante. A postura simboliza também um estado estado espiritual espiritua l a ser alcançado, como como a beleza do lótus no Budismo, o Verbo Vivo no Judaísmo, ou o amor crístico no Cristianismo. Enfim, certas posturas foram praticadas por seu poder teúrgico, ou seja, para propiciarem a união com Deus, permitindo realizar atos excepcionais. Os cabalistas, místicos judeus, ensinam assim uma “postura profética”, de que falaremos no capítulo dedicado à prece contemplativa. 10 - A PRECE SEM PALAVRAS “A prece está em todas as coisas, em cada gesto”, diz ia Madre M adre Teresa. Segue-se Segue -se então, para terminar, termina r, uma história judaica juda ica que mostra que a prece, além das palavras, pode ser um canto de amor sem palavras.
Orai sempre como se começásseis pela prim eira vez T eófanes , o R e c l u s o .
Toda Toda prece deve deve ser ser interior, interior, se não se se quer que qu e ela seja um mero palavreado. E preciso então se esforçar para abandonar a palavra e visar o silêncio interior. A prática da verdadeira prece prece requer uma um a preparação que q ue consiste em afastar “os pensamentos pensamentos e as nebulosidades passionais que dispersam a mente, a fim de se tornar atento à Presença que mora no secreto2”. Para chegar a isto, a prece requer a participação da mente, que vai concentrar toda a sua atenção nas palavras da prece. Entretanto, as palavras não podem ser suficientes por si mesmas para se criar o silêncio interior. Precisamos passar da superfície de nós mesmos para a dimensão pro fun da d o nosso se r e com isto fa ze r desce r o “eu”, a consc iência , ao santuário do coração que certos padres chamam de Santo dos Santos. 1 - I n t e r i o r i z a r a a s p a l a v r a s
Um (um sábio) sábio) noto u a presença de um velho en tre os seus seus ouvintes e este velho claramente não estava entendendo seu discurso. Ele fez o velho se aproximar e lhe disse: “Noto que o meu sermão não está claro para ti. Escuta esta melodia e ela te ensinará como te unires a De us”. O começou a cantar uma canção sem palavras. Era um cântico da Torah, de confiança em Deu s, do desejo arde nte dirigid o a Deus, e de amor. “Ago ra eu entendo o que procurais ensinar, ensinar, clamou o velho. Sinto um intenso desejo de estar unido a Deus ”. A melodia do çpassou a fazer part e do seu disc urso em bor a fosse sem pala vras 21. 21.
Tender para o silêncio interior int erior requ r equer er a interiori in teriorização zação das palavras e buscar o lugar lug ar do coração. coração. Praticamente, isto significa que é preciso preciso primeiro “recolher a mente, concentrá-la, unificála, depois procurar pro curar o lugar luga r do coração no centro centro do peito, onde as potencialidades espirituais espiritu ais gostam de se reunir e onde vais a princípio encontrar as trevas 3”, explica o eremita Paisi Velitchkovski, que se baseou nas tradições a ntigas dos Padres do deserto. deserto. Parece q ue nesse processo processo de descida do intelecto
ao coração a alma alm a se recobre, se envolve envolve sobre sobre si mesma mesm a assim como o corpo se contrai para se concentrar melhor. Todas as tradições místicas insistem na participação afetiva do coração nas intenções do intelecto. Por que esse desejo desejo de ligar li gar a cabeça e o coração?
Por enquanto vossos vossos pensamentos estão na vossa cabeça. cabeça. E D eus pare ce esta r fora de vós; tam bém vossa prec e e todos os vossos exercícios espirituais continuam sendo exteriores. Enquanto pe rm ane cer des na vossa cabeç a, não pod ere is do mi na r vosso s pen sam ent os, que co nti nu arã o tur bil ho na nd o com o a neve ao ven to do inv ern o ou os m osq uito s dur ant e o c alo r do ver ão 6.
Segundo Ignace Briantchaninoff, prelado russo, a natureza espiritual do ser humano tem dois polos: o coração, que é a fonte fonte dos dos sentimentos, das intuições intui ções pelas qu ais o ser ser humano conhece Deus diretamente, sem participação da razão, e a cabeça, sede do pensamento claro da inteligência.
Como fazer a inteligência descer ao coração?
A inte grid ade da pesso a assen ta na rel ação har mo nio sa dessas duas forças espirituais. Sem a participação da inteligência, as intuições do coração continuam sendo impulsões obscuras. E também, sem o coração, que é o centro de todas as atividades e a raiz profunda de sua própria vida, o espírito-inteligência é impotente \
No aspecto ontológico, a conseqüência da Queda para o ser humano teria sido justamente a desagregação espiritual pela qual sua personalidade é privada do seu centro cardíaco, ao mesmo tempo que sua inteligência se dispersa num mundo que lhe é exterior. exterior. O local dessa dispersão da personalidade no mundo das coisas é a cabeça. Pelo cérebro, a mente conhece um mundo que lhe é exterior, ao mesmo tempo que perde o contato com os mundos espirituais cuja realidade o coração, cego e impotente, não obstante pre ssen te obs cur am ent e. Para rec ons tit uir a pessoa na graç a é pr ec iso en tã o re en co nt ra r um a re la çã o ha rm on io sa en tre a inteligência e o coração 5.
O intelecto está onde se encontra a atenção. Concentrar o intelecto no coração que r dizer estabelecer a atenção no coração e ver diante de si, mentalmente, o Deus invisível e sempre presente. Isto significa voltar-se para ele no louvor, na ação de graças, na súplica, enquanto se cuida que nada do exterior penetre no coração. Aí está todo o segredo da vida espiritual
Ao descermos para o coração, o fluxo dos pensamentos p ensamentos dim inui e a mente se acalma. diminui acalma. Vossa cabeça vai se e sva zia r e vossos pen sam ent os v ão cessar. Eles estão sempre na cabeça, cada cada um pux ando outro, e não se consegue controlá-los. Mas se entrais no vosso coração e se conseguís aí perm anec er, entã o, cada vez que os p ens ame nto s vo s inv adir em , só tereis de descer ao vosso coração e eles desaparecerão. Vós vos encontrareis num porto seguro e reconfortante. Não sede preg uiço so e desc ei. E n o cora ção que se en con tra a vid a. E nel e que deveis viver8.
Para Jean-Yves Leloup, o intelecto deve deixar o campo dos pensamentos racionais, limitados pelo tempo e o espaço, para que ocorra o reencontro com Deus. Enquanto Enquan to aquele aqu ele que q ue ora “fala com o intelecto rça cabeça, ele age unicamente com os
ao coração a alma alm a se recobre, se envolve envolve sobre sobre si mesma mesm a assim como o corpo se contrai para se concentrar melhor. Todas as tradições místicas insistem na participação afetiva do coração nas intenções do intelecto. Por que esse desejo desejo de ligar li gar a cabeça e o coração?
Por enquanto vossos vossos pensamentos estão na vossa cabeça. cabeça. E D eus pare ce esta r fora de vós; tam bém vossa prec e e todos os vossos exercícios espirituais continuam sendo exteriores. Enquanto pe rm ane cer des na vossa cabeç a, não pod ere is do mi na r vosso s pen sam ent os, que co nti nu arã o tur bil ho na nd o com o a neve ao ven to do inv ern o ou os m osq uito s dur ant e o c alo r do ver ão 6.
Segundo Ignace Briantchaninoff, prelado russo, a natureza espiritual do ser humano tem dois polos: o coração, que é a fonte fonte dos dos sentimentos, das intuições intui ções pelas qu ais o ser ser humano conhece Deus diretamente, sem participação da razão, e a cabeça, sede do pensamento claro da inteligência.
Como fazer a inteligência descer ao coração?
A inte grid ade da pesso a assen ta na rel ação har mo nio sa dessas duas forças espirituais. Sem a participação da inteligência, as intuições do coração continuam sendo impulsões obscuras. E também, sem o coração, que é o centro de todas as atividades e a raiz profunda de sua própria vida, o espírito-inteligência é impotente \
No aspecto ontológico, a conseqüência da Queda para o ser humano teria sido justamente a desagregação espiritual pela qual sua personalidade é privada do seu centro cardíaco, ao mesmo tempo que sua inteligência se dispersa num mundo que lhe é exterior. exterior. O local dessa dispersão da personalidade no mundo das coisas é a cabeça. Pelo cérebro, a mente conhece um mundo que lhe é exterior, ao mesmo tempo que perde o contato com os mundos espirituais cuja realidade o coração, cego e impotente, não obstante pre ssen te obs cur am ent e. Para rec ons tit uir a pessoa na graç a é pr ec iso en tã o re en co nt ra r um a re la çã o ha rm on io sa en tre a inteligência e o coração 5. a i n t e l i g ê n c i a n o c o r a ç ã o 2 - C o n c e n t r a r a
O objetivo da prece é conseguir concentrar a inteligência no coração. Mas, a princípio, isto pode parecer uma tarefa impossível. Como escreveu Teófanes, o Recluso:
no amor —‘ —‘Aquel Aq uelee que q ue ama conhece a Deus’ De us’ (1 Jo 3,7 3,7 ) —esse amor não pode provir somente do cérebro e sim do ser humano huma no inteiro, ou seja, do coração 9”. É verdade que, a principio, o despertar do coração pode parecer tão difícil como quando exercitamos nossos músculos num centro esportivo. “No seu esforço para se unir ao coração, o intelecto encontra primeiro prim eiro trevas intransponíveis, um coração cruel e adormecido que não se desperta prontamente para a compaixão compaixã o para com o intel in telect ecto1 o100”, nos nos previne Simão S imão,, o Novo Novo Teólogo. Mas pela perseverança persev erança o coração co ração reage cada vez melhore mel hore com com intensidade cada vez maior maior.. Qual é o segredo para despertar prontamente o coração? “Orardes sempre como como se estivésseis estivésseis começando pela primeira vez. Quando Qu ando fazemos fazem os uma um a coisa pela prime pri me ira vez, nos entregamos a isto com um novo entusiasmo e uma vontade ardente”, arden te”, aconselha Teófanes, o Recluso. Recluso. Assim, no proces processo so de interiorização interiorização da prece prece,, não não se deve deve dar dar prioridade aos trabalhos do intelecto e sim à “integração de todas as potencialidades volitivas-emotivas-i voliti vas-emotivas-intelectuai ntelectuaiss no coração”. Não se pede àquele que ora “que abandone a inteligência —a razão também é um u m dom de Deus De us— —mas ele deve descercom seu intelecto ao coração”, resume Jean-Yves Leloup. 3 - E n t r a r n o m i s t é r i o d o a m o r
A concentração do intelecto i ntelecto no coração cria uma atitude atitud e especial de “recolhimento” que é propícia para revelar as faculdades do coração. Há uma bonita analogia a fazer com o
O intelecto está onde se encontra a atenção. Concentrar o intelecto no coração que r dizer estabelecer a atenção no coração e ver diante de si, mentalmente, o Deus invisível e sempre presente. Isto significa voltar-se para ele no louvor, na ação de graças, na súplica, enquanto se cuida que nada do exterior penetre no coração. Aí está todo o segredo da vida espiritual
Ao descermos para o coração, o fluxo dos pensamentos p ensamentos diminui dim inui e a mente se acalma. acalma. Vossa cabeça vai se e sva zia r e vossos pen sam ent os v ão cessar. Eles estão sempre na cabeça, cada cada um pux ando outro, e não se consegue controlá-los. Mas se entrais no vosso coração e se conseguís aí perm anec er, entã o, cada vez que os p ens ame nto s vo s inv adir em , só tereis de descer ao vosso coração e eles desaparecerão. Vós vos encontrareis num porto seguro e reconfortante. Não sede preg uiço so e desc ei. E n o cora ção que se en con tra a vid a. E nel e que deveis viver8.
Para Jean-Yves Leloup, o intelecto deve deixar o campo dos pensamentos racionais, limitados pelo tempo e o espaço, para que ocorra o reencontro com Deus. Enquanto Enquan to aquele aqu ele que q ue ora “fala com o intelecto rça cabeça, ele age unicamente com os recursos recursos da inteligência humana e, neste neste nível, ele jamais vai realizar um encontro pessoal e imediato com Deus. Pelo uso do seu cérebro ele pode saber algo ‘a respeito’ de Deus, mas não pode conhecer a Deus. Se só existe conhecimento de Deus
Com efeito, simbolicamente se pode dizer que o príncipe (a inteligência inteli gência),), avançando no seu cavalo branco branco (a prece), abre parâ si uma um a passagem passage m através dos espinheiros para o castelo (o coração) até à princesa adormecida (sua alma) e a desperta com um beijo que simboliza simbol iza aqu i a linguagem ling uagem do coraçã coração. o. Pois Pois o coração, diz-nos um sufi, “contém a sede da alma. Ao falardes a partir do vosso coração reavivareis a chama que arde no coração dos dos outros. outros. Despertareis, pelo reconhecimento, a alma alm a adormecida. E o fogo se propagará. Nada é mais contagioso do que o am or1 or 11”. O recolhimento é então o primeiro passo que nos introduz na prece profunda; o segundo é a conscientização da realidade realidad e de Deus e a inteligência int eligência da condição de criatura; o terceiro terceiro é a busca de sua Santa Face, resume Romano Guardini na sua obra sobre a iniciação à prece. O recolhimento consiste no seguinte: Aq ue le que ora se esforç a para tom ar cons ciên cia de que De us não é tão-somente um “ELE” todo-poderoso e sim o “TU” vivo. Deus é aquele que me conhece e que se dirige a mim, não somente como uma unidade em meio a uma multiplicidade, mas a mim mesmo, naquilo que minha pessoa representa de único e . insubstituível. [ ...] Foi do seu agrado me cham ar e em mim estabelecer com com ele uma relação tal que eu esteja sozinho com ele. A prec e é a en trad a neste mist ério do am or 12.
Buscar a face de Deus significa também buscar o “coração de Deus”. Mas isto não é fácil. De início, no processo da prece mental, há o tumulto dos nossos pensamentos e dos nossos sentimentos que se atropelam. Não se sente de imediato a presença amorosa de Deus, mas antes uma obscuridade ou
no amor —‘ —‘Aquel Aq uelee que q ue ama conhece a Deus’ De us’ (1 Jo 3,7 3,7 ) —esse amor não pode provir somente do cérebro e sim do ser humano huma no inteiro, ou seja, do coração 9”. É verdade que, a principio, o despertar do coração pode parecer tão difícil como quando exercitamos nossos músculos num centro esportivo. “No seu esforço para se unir ao coração, o intelecto encontra primeiro prim eiro trevas intransponíveis, um coração cruel e adormecido que não se desperta prontamente para a compaixão compaixã o para com o intel in telect ecto1 o100”, nos nos previne Simão S imão,, o Novo Novo Teólogo. Mas pela perseverança persev erança o coração co ração reage cada vez melhore mel hore com com intensidade cada vez maior maior.. Qual é o segredo para despertar prontamente o coração? “Orardes sempre como como se estivésseis estivésseis começando pela primeira vez. Quando Qu ando fazemos fazem os uma um a coisa pela prime pri me ira vez, nos entregamos a isto com um novo entusiasmo e uma vontade ardente”, arden te”, aconselha Teófanes, o Recluso. Recluso. Assim, no proces processo so de interiorização interiorização da prece prece,, não não se deve deve dar dar prioridade aos trabalhos do intelecto e sim à “integração de todas as potencialidades volitivas-emotivas-i voliti vas-emotivas-intelectuai ntelectuaiss no coração”. Não se pede àquele que ora “que abandone a inteligência —a razão também é um u m dom de Deus De us— —mas ele deve descercom seu intelecto ao coração”, resume Jean-Yves Leloup. 3 - E n t r a r n o m i s t é r i o d o a m o r
A concentração do intelecto i ntelecto no coração cria uma atitude atitud e especial de “recolhimento” que é propícia para revelar as faculdades do coração. Há uma bonita analogia a fazer com o conto da Bela Adorm ecida, pois “os “os contos contos não são feitos para adormecer as pessoas e sim para as despertar”, dizia o Rabino Nahman de Bratslaw.
Preciso encontrar a relação interior com De us no diálogo com ele e o restabelecer toda vez que o tenha perdido; e isto acontece continuamente. A prece degenera sem cessar em monólogo; e mesmo com frequência não fazemos mais do que recitar palavras. palavras. A ve rdad eira prep araç ão, o esfo rço a se ren ova r sempre para man ter a prece no bom caminho, consiste consiste em reco nduzir incessantemente o monólogo ao diálogo 13.
Para todos aqueles que estão habituados à prece, a coisa mais importante quando se ora é se encontrar na presença do Deus vivo, qualquer que seja a aparência que se lhe dê. Aquele que ora “deve “deve se infiltrar na sua natureza divina. Deve buscar a face de Deus e se traçar um caminho c aminho para o coração de Deus. ■ E preciso nascer o diálogo essencial em que o “eu” do ser humano se afirme ante seu verdadeiro “tu”: Deus. Pois é finalmente isto que é importante, a tal ponto que, se na prece se encontra essa presença de imediato, tem-se apenas de se manter aí, mesmo que não haja mais lugar para questões, pensamentos ou resoluções 14”. À medida que avançamos avança mos na prática da prece —mesmo que isto ocorra ocorra naturalmente naturalme nte e para algu mas pessoas pessoas mais do que a outras —a prece tende a se tornar cada vez mais simples e silenciosa. Quanto mais ela se desenvolve, menos se precisa de idéias; finalmente, uma só idéia basta para se encontrar o caminho da ver dad e q ue leva a De us, e ta mb ém se prec isa de c ada vez me nos palav ras p ara f ala r a Deus . A fr ase “M eu D eus e meu Tud o” bastou a São Francisco para uma noite inteira. O próprio pe nsamento se transforma. Ele não é mais que um olhar sereno em que a pessoa pessoa se compreende, onde ela está presente e consciente. consciente. A m aneira de
Com efeito, simbolicamente se pode dizer que o príncipe (a inteligência inteli gência),), avançando no seu cavalo branco branco (a prece), abre parâ si uma um a passagem passage m através dos espinheiros para o castelo (o coração) até à princesa adormecida (sua alma) e a desperta com um beijo que simboliza simbol iza aqu i a linguagem ling uagem do coraçã coração. o. Pois Pois o coração, diz-nos um sufi, “contém a sede da alma. Ao falardes a partir do vosso coração reavivareis a chama que arde no coração dos dos outros. outros. Despertareis, pelo reconhecimento, a alma alm a adormecida. E o fogo se propagará. Nada é mais contagioso do que o am or1 or 11”. O recolhimento é então o primeiro passo que nos introduz na prece profunda; o segundo é a conscientização da realidade realidad e de Deus e a inteligência int eligência da condição de criatura; o terceiro terceiro é a busca de sua Santa Face, resume Romano Guardini na sua obra sobre a iniciação à prece. O recolhimento consiste no seguinte: Aq ue le que ora se esforç a para tom ar cons ciên cia de que De us não é tão-somente um “ELE” todo-poderoso e sim o “TU” vivo. Deus é aquele que me conhece e que se dirige a mim, não somente como uma unidade em meio a uma multiplicidade, mas a mim mesmo, naquilo que minha pessoa representa de único e . insubstituível. [ ...] Foi do seu agrado me cham ar e em mim estabelecer com com ele uma relação tal que eu esteja sozinho com ele. A prec e é a en trad a neste mist ério do am or 12.
Buscar a face de Deus significa também buscar o “coração de Deus”. Mas isto não é fácil. De início, no processo da prece mental, há o tumulto dos nossos pensamentos e dos nossos sentimentos que se atropelam. Não se sente de imediato a presença amorosa de Deus, mas antes uma obscuridade ou um vácuo. E é por trás desse véu obscuro, procurando ver sua face face e escutar seu coração a no noss falar, que precisamos lhe dirig ir nossa prece.
4 - R e e n c o n t r a r se u c o r a ç ã o d e c r i a n ç a
Dado que a prece pode pode ser considerada como um diálogo com Deus, será que orar é primeiro falar? Deve a prece ser colocada em palavras? palavras ? Para certas pessoas pessoas a prece se faz sem palavras, por um impulso espontâneo do coração. Oscar Wilde escreveu com humor: “Eu não falo a Deus a fim de não O importunar”. importuna r”. O doutor Larry Dossey usa a prece para ajudar seus pacientes a encontrarem a cura. Ele afirma que, na sua forma mais simples e mais pura, a prece é uma atitude do coração, um estado e não um ato. Orar é querer entrar em comunicação com o Absoluto, qualquer que seja a maneira como concebamos esse Absoluto. Quando sentimos uma necessidade de nos comunicarmos com ele, oramos, com ou sem palavras 16.
Larry Dossey prossegue dizendo que isto não significa entretanto entretanto que orar com com palavras seja ruim: As pessoas que ora m expr essam mui tas veze s ver bal me nte seu apego a Deus, à Deusa, ao Divino, ao Universo, ao Absoluto, e sentem a necessidade de lhe falar ou de cantar. Se temos vontade de recorrer à palavra, devemos fazê-lo. Mas, na sua essência, a prec e não é uma fór mu la qu e se pro nu nc ia no dom ing o pela manhã, antes das refeições ou ao se deitar.
Na sua essência, a prece contorna todas as preces verbais, pois “não é necessário que a prece faça barulho. Trata-se de um estado do coração, invisível, silencioso, estático”. Tal como dizia o monge e escritor escritor Thomas Merton: “Quando eu respiro, oro oro 17 O doutor Dossey Dossey nos nos convida convida a representarmos o
Preciso encontrar a relação interior com De us no diálogo com ele e o restabelecer toda vez que o tenha perdido; e isto acontece continuamente. A prece degenera sem cessar em monólogo; e mesmo com frequência não fazemos mais do que recitar palavras. palavras. A ve rdad eira prep araç ão, o esfo rço a se ren ova r sempre para man ter a prece no bom caminho, consiste consiste em reco nduzir incessantemente o monólogo ao diálogo 13.
Para todos aqueles que estão habituados à prece, a coisa mais importante quando se ora é se encontrar na presença do Deus vivo, qualquer que seja a aparência que se lhe dê. Aquele que ora “deve “deve se infiltrar na sua natureza divina. Deve buscar a face de Deus e se traçar um caminho c aminho para o coração de Deus. ■ E preciso nascer o diálogo essencial em que o “eu” do ser humano se afirme ante seu verdadeiro “tu”: Deus. Pois é finalmente isto que é importante, a tal ponto que, se na prece se encontra essa presença de imediato, tem-se apenas de se manter aí, mesmo que não haja mais lugar para questões, pensamentos ou resoluções 14”. À medida que avançamos avança mos na prática da prece —mesmo que isto ocorra ocorra naturalmente naturalme nte e para algu mas pessoas pessoas mais do que a outras —a prece tende a se tornar cada vez mais simples e silenciosa. Quanto mais ela se desenvolve, menos se precisa de idéias; finalmente, uma só idéia basta para se encontrar o caminho da ver dad e q ue leva a De us, e ta mb ém se prec isa de c ada vez me nos palav ras p ara f ala r a Deus . A fr ase “M eu D eus e meu Tud o” bastou a São Francisco para uma noite inteira. O próprio pe nsamento se transforma. Ele não é mais que um olhar sereno em que a pessoa pessoa se compreende, onde ela está presente e consciente. consciente. A m aneira de falar também evolui; fala-se mais baixo, baixo, com uma convicção mais pro fun da. Fin alm en te, pode aco nte cer qu e cesse toda pa lav ra; não há no seu lugar mais do do que um simples olha r para Deus; um simples impulso para ele, uma corrente nos dois sentidos 15.
4 - R e e n c o n t r a r se u c o r a ç ã o d e c r i a n ç a
Dado que a prece pode pode ser considerada como um diálogo com Deus, será que orar é primeiro falar? Deve a prece ser colocada em palavras? palavras ? Para certas pessoas pessoas a prece se faz sem palavras, por um impulso espontâneo do coração. Oscar Wilde escreveu com humor: “Eu não falo a Deus a fim de não O importunar”. importuna r”. O doutor Larry Dossey usa a prece para ajudar seus pacientes a encontrarem a cura. Ele afirma que, na sua forma mais simples e mais pura, a prece é uma atitude do coração, um estado e não um ato. Orar é querer entrar em comunicação com o Absoluto, qualquer que seja a maneira como concebamos esse Absoluto. Quando sentimos uma necessidade de nos comunicarmos com ele, oramos, com ou sem palavras 16.
Larry Dossey prossegue dizendo que isto não significa entretanto entretanto que orar com com palavras seja ruim: As pessoas que ora m expr essam mui tas veze s ver bal me nte seu apego a Deus, à Deusa, ao Divino, ao Universo, ao Absoluto, e sentem a necessidade de lhe falar ou de cantar. Se temos vontade de recorrer à palavra, devemos fazê-lo. Mas, na sua essência, a prec e não é uma fór mu la qu e se pro nu nc ia no dom ing o pela manhã, antes das refeições ou ao se deitar.
Na sua essência, a prece contorna todas as preces verbais, pois “não é necessário que a prece faça barulho. Trata-se de um estado do coração, invisível, silencioso, estático”. Tal como dizia o monge e escritor escritor Thomas Merton: “Quando eu respiro, oro oro 17 O doutor Dossey Dossey nos nos convida convida a representarmos o Absoluto como ao mesmo tempo transcendente trans cendente e imánente im ánente,, lá como aqui”. Além disso, cada qual é livre para conceber a prece como a entende.
Como a prece é uma comunicação com o Absoluto, para Larry Dossey são as crianças que estão naturalmente mais abertas a esses circuitos de comunicação comunica ção com o Absoluto. Absoluto.
e não um retomo à infantilidade. Quem está engajado na senda da disciplina espiritual sabe sabe que a vida espiritual req uer coragem e muito esforço. Pretender que esta senda possa ser percorrida po r bebê s o u adu ltos infa ntis é a bso lut am ent e ridí cul o 20.
Enquanto nos esforçamos penosamente para nos fazermos entender, as crianças não enfrentam nenhum obstáculo e sua relação com o infinit o não conhece limite s 18 18. '
Para Larry Dossey, nossa busca da simplicidade e da inocência da criança se traduz, hoje em dia, no fascínio pelos anjos e pelas numerosas técnicas psicoterápicas que preconizam um retorno à “criança em si”. O compromisso na como crianças, idade adulta é de nos tornarmos novamente como crianças, mas sem permanecermos crianças. O doutor Dossey conclui dizendo que “as crianças são a prece encarnada, pois sua comunicação com o Absoluto ainda não encontra obstáculo. Elas nos lembram o que fomos e nos mostram o que nos podemos tornar”.
Ele cita, a propósito disto, um poema de Walt Whitman, 1855: Leaves ofgra ss [Folh [Folhas as de R elva J, escrito em 1855: Uma criança saía todo dia, dia, E o primeiro objeto que ela via, que acolhia Em maravilhamento ou piedade, com amor ou terror, Ela se tornava esse objeto, E o objeto fazia parte dela todo esse dia ou uma parte Desse dia... ou durante anos Ou ciclos inteiros de anos.
5 - C o n d u z i r o se r p a r a u m o u t r o l u g a r
Whitma Whi tmann compreendeu, diz ele, que “as crianças não oram; oram; elas são prece 19 É verdade que em todas todas as tradições místicas a infância é a metáfora da pureza, de modo que, tornar-se “como criança” é um dos ensinamentos mais universais da formação espiritual. “Não se trata, é claro, de recairmos literalmente na infância, mas de fundirmos a inocência e a sinceridade da criança em nossas preces de adultos”, explica esse médico que enfatiza a maneira como certos pensadores definiram o impulso místico, em especial Freud, como uma regressão psicológica ao estado infantil. Um dos pontos de vista errôneos sobre sobre o impulso místico é, com efeito, o de de confundir confun dir
Na sua teoria do despertar espiritual, o Rabino Nahman de Bratslaw, mestre hassídico do século XVIII, abordou a bordou tudo sobre o material fabuloso fabuloso que é a linguagem . Mas para que qu e as palavras de uma prece possam levar o ser inteiro para para um inteiro além , o ser humano deve realizar uma simbiose total entre as duas dimensões que o caracterizam: a inteligência intelig ência e a emoção. Estes Estes dois aspectos da sua personalidade devem constituir uma só e a mesma matéria, matér ia, antes a ntes de vir “se vestir” com com a voz. Assim, e somente assim, o ser humano em prece se expõe com toda a sua hum anidade anid ade ante ant e o seu Criador. Pois ele se utiliz uti lizaa de todo todo letra da o seu poder projetando todas as suas forças em cada letra da
Como a prece é uma comunicação com o Absoluto, para Larry Dossey são as crianças que estão naturalmente mais abertas a esses circuitos de comunicação comunica ção com o Absoluto. Absoluto.
e não um retomo à infantilidade. Quem está engajado na senda da disciplina espiritual sabe sabe que a vida espiritual req uer coragem e muito esforço. Pretender que esta senda possa ser percorrida po r bebê s o u adu ltos infa ntis é a bso lut am ent e ridí cul o 20.
Enquanto nos esforçamos penosamente para nos fazermos entender, as crianças não enfrentam nenhum obstáculo e sua relação com o infinit o não conhece limite s 18 18. '
Para Larry Dossey, nossa busca da simplicidade e da inocência da criança se traduz, hoje em dia, no fascínio pelos anjos e pelas numerosas técnicas psicoterápicas que preconizam um retorno à “criança em si”. O compromisso na como crianças, idade adulta é de nos tornarmos novamente como crianças, mas sem permanecermos crianças. O doutor Dossey conclui dizendo que “as crianças são a prece encarnada, pois sua comunicação com o Absoluto ainda não encontra obstáculo. Elas nos lembram o que fomos e nos mostram o que nos podemos tornar”.
Ele cita, a propósito disto, um poema de Walt Whitman, 1855: Leaves ofgra ss [Folh [Folhas as de R elva J, escrito em 1855: Uma criança saía todo dia, dia, E o primeiro objeto que ela via, que acolhia Em maravilhamento ou piedade, com amor ou terror, Ela se tornava esse objeto, E o objeto fazia parte dela todo esse dia ou uma parte Desse dia... ou durante anos Ou ciclos inteiros de anos.
5 - C o n d u z i r o se r p a r a u m o u t r o l u g a r
Whitma Whi tmann compreendeu, diz ele, que “as crianças não oram; oram; elas são prece 19 É verdade que em todas todas as tradições místicas a infância é a metáfora da pureza, de modo que, tornar-se “como criança” é um dos ensinamentos mais universais da formação espiritual. “Não se trata, é claro, de recairmos literalmente na infância, mas de fundirmos a inocência e a sinceridade da criança em nossas preces de adultos”, explica esse médico que enfatiza a maneira como certos pensadores definiram o impulso místico, em especial Freud, como uma regressão psicológica ao estado infantil. Um dos pontos de vista errôneos sobre sobre o impulso místico é, com efeito, o de de confundir confun dir regressão e a p ro gre ssã o . a regressão e a p rogre Toda experiência espiritual válida, inclusive a experiência mais elevada do êxtase místico, representa um passo rumo à maturidade
Na realidade, a prece, para este mestre hassídico, é urna experiencia sempre renovada, como conta esta pequena historia registrada porNathan, seu discípulo: Nós estávamos certa noite com o Rabino Nahman, antes do jantar. Ele queria com partilhar nossa refeição. refeição. Quanto a m im, ainda não tinha recitado minha prece; tentei então me esquivar, quando ele me perguntou: “O que é que está acontecendo?” Os participantes participantes na assembléia assembléia responderam que era preciso aguardar minha volta par a passa r à mesa. “Co mo é p ossíve l isto? —exclam ou o R abino Nahm an. Qu em sabe sabe o que ele pode se tornar com a sua prece? O ser humano deve entregar seu coração, sua alma, tudo. Quem pode ent ão sabe r o que aco ntec erá com ele 21 ?”
Para o Rabino Nahman Nah man de Bratslaw, cada palavra da prece é dotada de um fortíssimo poder de influência. Para que este poder se se aplique apliq ue de maneira ma neira ativa - isto é, como como um poder de de influênci influ ênciaa capaz c apaz de desencadear desen cadear todo o processo processo cósmico —o vocábulo deve ser pronunciado com uma força, força, dizia dizi a ele numa metáfora sublime, capaz de “convencer um fuzil a não disparar”. A cond c ondição ição ess encia en cia l para se cons co nseg eguir uir falar fa lar a Deus Deu s é que o coração coração e a mente estejam perfeitam ente unificados, como relata o Rabino Nathan, discípulo do Rabino Nahman: O mestre estava um dia falando com um dos seus discípulos quando, no decorrer de sua conversa, conversa, eles ouviram alguém recitar uma prece dizendo: “Livra-nos do mal graças ao justo conselho
Na sua teoria do despertar espiritual, o Rabino Nahman de Bratslaw, mestre hassídico do século XVIII, abordou a bordou tudo sobre o material fabuloso fabuloso que é a linguagem . Mas para que qu e as palavras de uma prece possam levar o ser inteiro para inteiro para um além , o ser humano deve realizar uma simbiose total entre as duas dimensões que o caracterizam: a inteligência intelig ência e a emoção. Estes Estes dois aspectos da sua personalidade devem constituir uma só e a mesma matéria, matér ia, antes a ntes de vir “se vestir” com com a voz. Assim, e somente assim, o ser humano em prece se expõe com toda a sua hum anidade anid ade ante ant e o seu Criador. Pois ele se utiliz uti lizaa de todo todo letra da o seu poder projetando todas as suas forças em cada letra da prece. “Toda “Toda vez vez em que eu estou prestes prestes a articular artic ular a primeira pri meira palavra de uma prece, sinto-me morrer”, dizia o Rabino Nahm an de Bratslaw. Bratslaw.
6 - S e r a r a b s o r v id o e m d e u s
Como foi mencionado no primeiro capítulo, o estado suscitado pela prece mental leva o ser ser humano a ser totalmente absorvido em Deus. Esta prece se apossa a tal ponto da mente que nada mais existe além do pensamento em Deus. E se algum pensamento que não seja o pensamento em Deus entra na mente, não se trata mais da oração mental. Esta oração prende a língua, que não pode mais se mexer. mexer. A me nte está tão cheia de Deus que nela não há lugar para pensamento nas criaturas23.
Angèle de Foligno acrescenta que, sem o amor, amor, a prece prece nada vale. “A dádiva da oração nada vale se não é oferecida em correlação com a caridade, diz ela: Sabei que q ue o amor é o centro onde está contido todo o bem e o centro onde está contido todo o mal. Não há nada na Terra, nem coisa, nem ser humano, nem demônio, que seja forte como o amor, porque nenhum poder penetra como ele na alm alma, a, no pensamento, no coração24 coração24”. O amor é o poder que vai permitir, perm itir, na “oração sobrena tural”, como ela chama a etapa final da prece, uma transformação absoluta do nosso ser em Deus. Para ser eficaz a prece requ er todo o coração. Quando se dá uma parte do coração, não se obtém nada dele. O contrário acontece nos atos da vida vida hum ana; tratando-se de beber ou de comer, ou de realizar seja o que for, é preciso reservar seu interior. Mas, na oração, é preciso dar todo o coração no caso em que se queira desfrutar o fruto da árvore 25.
Na realidade, a prece, para este mestre hassídico, é urna experiencia sempre renovada, como conta esta pequena historia registrada porNathan, seu discípulo: Nós estávamos certa noite com o Rabino Nahman, antes do jantar. Ele queria com partilhar nossa refeição. refeição. Quanto a m im, ainda não tinha recitado minha prece; tentei então me esquivar, quando ele me perguntou: “O que é que está acontecendo?” Os participantes participantes na assembléia assembléia responderam que era preciso aguardar minha volta par a passa r à mesa. “Co mo é p ossíve l isto? —exclam ou o R abino Nahm an. Qu em sabe sabe o que ele pode se tornar com a sua prece? O ser humano deve entregar seu coração, sua alma, tudo. Quem pode ent ão sabe r o que aco ntec erá com ele 21 ?”
Para o Rabino Nahman Nah man de Bratslaw, cada palavra da prece é dotada de um fortíssimo poder de influência. Para que este poder se se aplique apliq ue de maneira ma neira ativa - isto é, como como um poder de de influênci influ ênciaa capaz c apaz de desencadear desen cadear todo o processo processo cósmico —o vocábulo deve ser pronunciado com uma força, força, dizia dizi a ele numa metáfora sublime, capaz de “convencer um fuzil a não disparar”. A cond c ondição ição ess encia en cia l para se cons co nseg eguir uir falar fa lar a Deus Deu s é que o coração coração e a mente estejam perfeitam ente unificados, como relata o Rabino Nathan, discípulo do Rabino Nahman: O mestre estava um dia falando com um dos seus discípulos quando, no decorrer de sua conversa, conversa, eles ouviram alguém recitar uma prece dizendo: “Livra-nos do mal graças ao justo conselho que emane de ti ”. O Rabino Nahman perguntou então ao seu aluno: “Ouves como o homem pronuncia esta frase? Não deveriam as frases ser articuladas com uma profunda e uma total 22?”
A pre ce sal vou a m inha vida. [.. .] Tive a min ha ca rga de pro blem as pú bli co s e priv ado s. E ele s me jo ga ram pr ov iso ria m en te em desespero. A prece permitiu que eu me desembaraçasse desse desespero. desespero. [ ... JA prece se se impôs a mim quand o a terrível situação situação em que eu me encontrava me fez compreender que eu jamais pod eria alc anç ar a felic idad e s em e la. Co m o te mpo , m inh a fé em Deus aumentou e minha necessidade de orar se tornou cada vez mais irreprimível. Sem a prece minha vida parecia vazia e desagradável. [...] A despeito do desespero que me encarava do extremo do horizonte político, nunca perdi minha serenidade. [...] Minha serenidade vem da prece 26.
6 - S e r a r a b s o r v id o e m d e u s
Como foi mencionado no primeiro capítulo, o estado suscitado pela prece mental leva o ser ser humano a ser totalmente absorvido em Deus. Esta prece se apossa a tal ponto da mente que nada mais existe além do pensamento em Deus. E se algum pensamento que não seja o pensamento em Deus entra na mente, não se trata mais da oração mental. Esta oração prende a língua, que não pode mais se mexer. mexer. A me nte está tão cheia de Deus que nela não há lugar para pensamento nas criaturas23.
Angèle de Foligno acrescenta que, sem o amor, amor, a prece prece nada vale. “A dádiva da oração nada vale se não é oferecida em correlação com a caridade, diz ela: Sabei que q ue o amor é o centro onde está contido todo o bem e o centro onde está contido todo o mal. Não há nada na Terra, nem coisa, nem ser humano, nem demônio, que seja forte como o amor, porque nenhum poder penetra como ele na alm alma, a, no pensamento, no coração24 coração24”. O amor é o poder que vai permitir, perm itir, na “oração sobrena tural”, como ela chama a etapa final da prece, uma transformação absoluta do nosso ser em Deus. Para ser eficaz a prece requ er todo o coração. Quando se dá uma parte do coração, não se obtém nada dele. O contrário acontece nos atos da vida vida hum ana; tratando-se de beber ou de comer, ou de realizar seja o que for, é preciso reservar seu interior. Mas, na oração, é preciso dar todo o coração no caso em que se queira desfrutar o fruto da árvore 25.
Vou Vou terminar term inar com este testemunho testem unho do Mahatm Ma hatmaa G andhi, dado em 1931, quando de uma reunião de prece a bordo de um navio que se destinava a Londres, onde ele ia para defender a causa da independência da índia:
O coração é o mais santo dos lugares santos. M uktananda
A prece nos faz entrar no mistério m istério do amor. Ela nos faz reencontrar a face de Deus. E nesse face a face, ou melhor nesse coração a coração, coração, que qu e descobrimos nossa verdadeira verdadeir a face. Pois a face do ser humano não é algo acabado e seus traços visíveis são apenas a camada cam ada externa. Na N a profundeza pro fundeza estão a fisionomia interior, o caráter do espírito, a clareza e a firmeza das convicções, o poder de amar do coração. No ser criado, tudo é cognoscível pelo intelecto, exceto o coração, que permanece oculto ao nosso entendimento. Mas às vezes, vezes, quando qua ndo um encontro nos nos comove, comove, quando quand o sentimos compaixão por outrem, quando as lágrimas do perdão nos inundam ou vivemos uma experiência de amor, nossa verdadeira face se manifesta a parti r do nosso nosso coração. coração. A face qu e c onta dian te de De us, o ser h um an o a inda não t em por si mesmo, mas ele a recebe somente de Deus. E falando a ele que eu me torno verdadeiramente “alguém”, esse “eu mesmo” que ele quis ao me criar. Os traços dessa face só se formam, só se desabrocham e se afirmam na prece '.
Nossa verdadeira face é a do nosso coração e somente a prece pode revelá-la a nós mesmos e aos outros. Ora, quanto
A pre ce sal vou a m inha vida. [.. .] Tive a min ha ca rga de pro blem as pú bli co s e priv ado s. E ele s me jo ga ram pr ov iso ria m en te em desespero. A prece permitiu que eu me desembaraçasse desse desespero. desespero. [ ... JA prece se se impôs a mim quand o a terrível situação situação em que eu me encontrava me fez compreender que eu jamais pod eria alc anç ar a felic idad e s em e la. Co m o te mpo , m inh a fé em Deus aumentou e minha necessidade de orar se tornou cada vez mais irreprimível. Sem a prece minha vida parecia vazia e desagradável. [...] A despeito do desespero que me encarava do extremo do horizonte político, nunca perdi minha serenidade. [...] Minha serenidade vem da prece 26.
O coração é o mais santo dos lugares santos. M uktananda
A prece nos faz entrar no mistério m istério do amor. Ela nos faz reencontrar a face de Deus. E nesse face a face, ou melhor nesse coração a coração, coração, que qu e descobrimos nossa verdadeira verdadeir a face. Pois a face do ser humano não é algo acabado e seus traços visíveis são apenas a camada cam ada externa. Na N a profundeza pro fundeza estão a fisionomia interior, o caráter do espírito, a clareza e a firmeza das convicções, o poder de amar do coração. No ser criado, tudo é cognoscível pelo intelecto, exceto o coração, que permanece oculto ao nosso entendimento. Mas às vezes, vezes, quando qua ndo um encontro nos nos comove, comove, quando quand o sentimos compaixão por outrem, quando as lágrimas do perdão nos inundam ou vivemos uma experiência de amor, nossa verdadeira face se manifesta a parti r do nosso nosso coração. coração. A face qu e c onta dian te de De us, o ser h um an o a inda não t em por si mesmo, mas ele a recebe somente de Deus. E falando a ele que eu me torno verdadeiramente “alguém”, esse “eu mesmo” que ele quis ao me criar. Os traços dessa face só se formam, só se desabrocham e se afirmam na prece '.
Nossa verdadeira face é a do nosso coração e somente a prece pode revelá-la a nós mesmos e aos outros. Ora, quanto mais esse coração for puro puro e límpido límpi do como a superfície superfíci e de um lago, mais nossa face poderá refletir a doçura, a luminosidade e a intensidade do amor tal como ele foi criado à imagem da face de Deus.
1 - Um amor
d e a f e t o a d eu eu s
A prece é uma experien expe riencia cia de amor. Mas para que qu e eJa desabroche são necessários três componentes do amor: o prazer, o afeto e a escol es colha ha22. No verdadeiro amor am or estes três componentes são necessários, cada qual implicando uma dimensão essencial do sen o corpo, corpo, o coração e a cabeça. Eles corroboram o que os gregos antigos chamavam de eros , ph p h ilia il ia e agapê. agapê. Mais frequentemente, porém, um dos três componentes domina a relação, sem excluir totalmente total mente os outros outros dois. O primeiro componente de toda experiência exper iência amorosa é o prazer, o prazer, que consiste no que é da nat natureza ureza da atração física, do erotismo e da sensualidade no sentido mais amplo. O que inclui todo um leque de prazeres físicos que vai do simples beijo no rosto até à relação sexual. Quando se vive vive um acontecimento súbito e for forte, te, a intensidade da relação está mais para o lado do lado do prazer.
Na prece, o componente component e que qu e predom pre domina ina é o do afeto. “A prece é um amor de amizade com Deus”, diz-nos o o padre Jacques, Jacques , monge cisterciense. Os outros componentes também estão presentes na prece: o da escolha dos meios para reencontrar Deus, como a de orar a sós no seu quarto ou em comunidade, ou de servir aos pobres pela comida coletiva3; e o do prazer, que vai da paz interior ao êxtase das promessas espirituais espirit uais como as as que são descritas por Teresa d’Ávila d’Ávila em Af M orad or ad as da Alm a. a. Para termos uma referência quando começamos a orar, se a nossa prece “está situada na escala do afeto, isto constitui um bom critério 4”, aconselha o padre Jacques. Na prática da prece, de início é a dimensão afetiva ou emocional que é mais solicitada. 2 - P r e p a r a ç ã o p a r a a a p r e c e d o c q r a ç ã o
Depois vem o afeto. afeto. Entende-se por isto tudo o que é da natureza de sentimentos como a simpatia, a mútua estima, a ✓ ternura, a benevolência, a empatia etc. E isto que faz com que uma pessoa se sinta bem com alguém, que ela tenha a impressão de ser acolhida por si mesma e de poder se relacionar com a outra sem se sentir julgada. Numa relação de amizade, assim como na relação conjugal, será o afeto que prevalecerá sob a forma de compartilhamento, compartil hamento, de respeito e de compreensão mútua. Por fim, a escolha. Trata-se escolha. Trata-se da convicção profunda de fazer entrarem na relação nossos nossos verdadeiros valores. valores. E pela escolha
As condições condições essenciais essenci ais para que a nossa prece seja eficaz, vale dizer, as qualidad qual idades es ou virtudes a cultivarmos ao longo da nossa vida, são a pureza, a paz e a compaixão. Purificar seu coraçã o Quando é que o ser humano sabe que o seu coração está purificado? “Quando ele considera que todos os seres humanos são bons e ninguém lhe parece impuro e corrompido, então ele está verdadeiramente puro no seu coração5”, escreveu Tratados Asc éticos. ético s. “ Isaque o Sírio em seus Tratados “A A busca da purez pu rezaa do coração não é somente uma busca do paraíso perdido, da
1 - Um amor
d e a f e t o a d eu eu s
A prece é uma experien expe riencia cia de amor. Mas para que qu e eJa desabroche são necessários três componentes do amor: o prazer, o afeto e a escol es colha ha22. No verdadeiro amor am or estes três componentes são necessários, cada qual implicando uma dimensão essencial do sen o corpo, corpo, o coração e a cabeça. Eles corroboram o que os gregos antigos chamavam de eros , ph p h ilia il ia e agapê. agapê. Mais frequentemente, porém, um dos três componentes domina a relação, sem excluir totalmente total mente os outros outros dois. O primeiro componente de toda experiência exper iência amorosa é o prazer, o prazer, que consiste no que é da nat natureza ureza da atração física, do erotismo e da sensualidade no sentido mais amplo. O que inclui todo um leque de prazeres físicos que vai do simples beijo no rosto até à relação sexual. Quando se vive vive um acontecimento súbito e for forte, te, a intensidade da relação está mais para o lado do lado do prazer.
Na prece, o componente component e que qu e predom pre domina ina é o do afeto. “A prece é um amor de amizade com Deus”, diz-nos o o padre Jacques, Jacques , monge cisterciense. Os outros componentes também estão presentes na prece: o da escolha dos meios para reencontrar Deus, como a de orar a sós no seu quarto ou em comunidade, ou de servir aos pobres pela comida coletiva3; e o do prazer, que vai da paz interior ao êxtase das promessas espirituais espirit uais como as as que são descritas por Teresa d’Ávila d’Ávila em Af M orad or ad as da Alm a. a. Para termos uma referência quando começamos a orar, se a nossa prece “está situada na escala do afeto, isto constitui um bom critério 4”, aconselha o padre Jacques. Na prática da prece, de início é a dimensão afetiva ou emocional que é mais solicitada. 2 - P r e p a r a ç ã o p a r a a a p r e c e d o c q r a ç ã o
Depois vem o afeto. afeto. Entende-se por isto tudo o que é da natureza de sentimentos como a simpatia, a mútua estima, a ✓ ternura, a benevolência, a empatia etc. E isto que faz com que uma pessoa se sinta bem com alguém, que ela tenha a impressão de ser acolhida por si mesma e de poder se relacionar com a outra sem se sentir julgada. Numa relação de amizade, assim como na relação conjugal, será o afeto que prevalecerá sob a forma de compartilhamento, compartil hamento, de respeito e de compreensão mútua. Por fim, a escolha. Trata-se escolha. Trata-se da convicção profunda de fazer entrarem na relação nossos nossos verdadeiros valores. valores. E pela escolha que ocorre certo certo discernimento discerniment o na experiência experiên cia vivida, às vezes contraditório contraditório e que vai permitir ma nter uma opinião mais do que outra. Numa N uma relação de amor, amor, a escolha vai guiar gui ar a relação entre as duas pessoas.
“Fazer qualquer coisa sem amor: eis o que torna o ser humano impuro; o introduzirmos amor nos nossos atos é o que os transforma e purifica de dentro, como o fogo fogo,, dizem dize m os antigos alquimistas”, prossegue ele. A pureza do coração deve se tornar o único objetivo de nossas ações e de nossos desejos, se queremos que nossa prece alcance o trono de Deus. A prece é então indissociável de um a purificação purifi cação interior e da aquisição aqu isição de certa sabedoria. Os monges monges do deserto, deserto, aqueles mesmos que nos revelaram a técnica da prece do coração, conheciam as ilusões que q ue geram os arrebatamento arrebatamentoss das energias do coração num corpo ainda cheio de sede de reconhecimento e de poder. Eles sabiam que esse fogo interno não purificado podia levar leva r à ^enodoxia ^enodoxia , “à inflação do ego ego em que o ser humano human o se acredita um grande espírito, um eleito, um privilegiado7”. A purificaç puri ficação ão do coração passa primeiro prim eiro pelo arrepen arre pen dimento, que é uma inversão, uma conversão do olhar (metanóia) (metanóia) que adquire a capacidade de perceber nossa natureza real, “pois a personalidade é intrinsecamente dominada por paixões que contraem, limitam o olhar, endurecem o coração coração e geram sofrimento e infelic idade8”. ida de8”. No centro desse amálgama passional se encontram o orgulho e a idolatria a si mesmo, que nascem da separação do divino, que geram a alienação de todo o seu ser. O fato de estar consciente de sua alienação requer certo
As condições condições essenciais essenci ais para que a nossa prece seja eficaz, vale dizer, as qualidad qual idades es ou virtudes a cultivarmos ao longo da nossa vida, são a pureza, a paz e a compaixão. Purificar seu coraçã o Quando é que o ser humano sabe que o seu coração está purificado? “Quando ele considera que todos os seres humanos são bons e ninguém lhe parece impuro e corrompido, então ele está verdadeiramente puro no seu coração5”, escreveu Tratados Asc éticos. ético s. “ Isaque o Sírio em seus Tratados “A A busca da purez pu rezaa do coração não é somente uma busca do paraíso perdido, da inocência perdida, do retorno à integridade da nossa verdadeira natureza natu reza;; é a busca do do Reino (de Deus), no sentido de de que é o amor que torna puro e que purifica purif ica todas as coisas6”, coisa s6”, acrescenta Jean-Yves Jean-Yves Leloup.
Apa A pa zigu zi guar ar s eu es pí rito ri to Tendo sido nosso coração coração purificado pelas lágrimas do arrependimento, nosso espírito está pronto para se recolher. O recolhimento recolhimento é uma qua lidade do espírito espírito que faz com que a inteligência se una ao coração e nele se mantenha. Torna-se cada vez mais fácil descer ao coração profundo na medida em que desenvolvemos a atitude de recolhimento. As cond ições pre lim inar es da prec e se si mpl ifica m. A ent rad a na prece req ue r um esfor ço men os tenso . E n o c am inh o do c oraç ão, esse caminho amado em que avanças com alegria, a paz vem ao teu encontro. A paz do coração profundo, onde as ondas da superfície [...J não alcançam mais 10.
Nesse estado de abertura do coração pode-se pode-se ter a experiência da paz do coração, às vezes de maneira súbita, como foi o caso do abade Pierre Guilbert, teólogo e antigo curador de uma importante paróquia de Paris, cujo testemunho resumimos aqui: Eu acabara de sentir esse vazio do meu coração, que as palavras hábeis haviam por um instante encoberto, essa vertigem, esse abismo insondável em que eu parecia me perder. Dolorido, desamparado, um tanto perdido, eu não tinha outro recurso senão senão mergulhar na prece, loucamente, de chorar minha adversidade. Prece árida e desolada como eu nunca havia conhecido. [...] Por um longo momento eu permaneci assim, ante o vazio do meu coração que mesmo Deus, na minha prece, não conseguia pre enc her . De repente, nesse frio que gelava meu coração, subiu como que uma baforada de calor que me envolveu e me submergiu. Uma
“Fazer qualquer coisa sem amor: eis o que torna o ser humano impuro; o introduzirmos amor nos nossos atos é o que os transforma e purifica de dentro, como o fogo fogo,, dizem dize m os antigos alquimistas”, prossegue ele. A pureza do coração deve se tornar o único objetivo de nossas ações e de nossos desejos, se queremos que nossa prece alcance o trono de Deus. A prece é então indissociável de um a purificação purifi cação interior e da aquisição aqu isição de certa sabedoria. Os monges monges do deserto, deserto, aqueles mesmos que nos revelaram a técnica da prece do coração, conheciam as ilusões que q ue geram os arrebatamento arrebatamentoss das energias do coração num corpo ainda cheio de sede de reconhecimento e de poder. Eles sabiam que esse fogo interno não purificado podia levar leva r à ^enodoxia ^enodoxia , “à inflação do ego ego em que o ser humano human o se acredita um grande espírito, um eleito, um privilegiado7”. A purificaç puri ficação ão do coração passa primeiro prim eiro pelo arrepen arre pen dimento, que é uma inversão, uma conversão do olhar (metanóia) (metanóia) que adquire a capacidade de perceber nossa natureza real, “pois a personalidade é intrinsecamente dominada por paixões que contraem, limitam o olhar, endurecem o coração coração e geram sofrimento e infelic idade8”. ida de8”. No centro desse amálgama passional se encontram o orgulho e a idolatria a si mesmo, que nascem da separação do divino, que geram a alienação de todo o seu ser. O fato de estar consciente de sua alienação requer certo grau de sabedoria interior e um recuo diante de si mesmo. Por isto os monges antigos atribuíam grande importância às lágrimas do arrependimento arrependimento que “mostram um primeiro grau de lucidez e abrem a porta do santuário interior9”.
Lágrimas de infinita gratidão, de feliz confusão, transbordando de um coração passado num piscar de de olhos do vazio vertiginoso par a a to tal ple nitu de. Sú bit a e xpe rien cia do am or do Pai qu e não havia cessado cessado de me pro curar e que me alcançara, alcançara, no maior vácuo de minhas infidelidades. [...] Naquele mesmo instante meu coração se encheu de paz; a paz de Deus que ultrapassa toda inteligencia u.
Para conhecer “de novo” a paz profunda, basta a pessoa retomar o caminho do seu coração, acrescenta ele, “o caminho da profundeza em que o amor de Deus se manifesta”. Uma vez conhecida e mantida, mantid a, a paz do coração se se torna torna uma fonte fonte de compaixão de onde os outros podem colher. Sentir compaixão Quando visitamos o lugar do coração, começamos a sentir compaixão pelos nossos semelhantes, pelos animais e pelo universo. “A prece dilata o coração a ponto de o tornar capaz de conter a doação qu e Deus Deu s faz de si mesmo 12”, escreveu Madre Teresa. Passamos então a viver cada vez mais a partir do nosso coração profundo, julgando e vivenciando toda relação com a sabedoria sabe doria do coração. Muitos sofrimentos provêm da decepção decepção que sentimos senti mos diante de nossas expectativas. Por exemplo, se esperávamos ter certa felicidade e recebemos em lugar disto algo que n o s parece negativo negativo - uma doença doença ou uma criança com uma invalidez nossa raiva explode e se manifesta em revolta ante o nosso destino que consideramos então injusto e injustificado. Em tais circunstâncias a sabedoria humana consiste em se ajustar ao real e ao cotidiano. “Não em se fechar num ideal que precisa ser
Apa A pa zigu zi guar ar s eu es pí rito ri to Tendo sido nosso coração coração purificado pelas lágrimas do arrependimento, nosso espírito está pronto para se recolher. O recolhimento recolhimento é uma qua lidade do espírito espírito que faz com que a inteligência se una ao coração e nele se mantenha. Torna-se cada vez mais fácil descer ao coração profundo na medida em que desenvolvemos a atitude de recolhimento. As cond ições pre lim inar es da prec e se si mpl ifica m. A ent rad a na prece req ue r um esfor ço men os tenso . E n o c am inh o do c oraç ão, esse caminho amado em que avanças com alegria, a paz vem ao teu encontro. A paz do coração profundo, onde as ondas da superfície [...J não alcançam mais 10.
Nesse estado de abertura do coração pode-se pode-se ter a experiência da paz do coração, às vezes de maneira súbita, como foi o caso do abade Pierre Guilbert, teólogo e antigo curador de uma importante paróquia de Paris, cujo testemunho resumimos aqui: Eu acabara de sentir esse vazio do meu coração, que as palavras hábeis haviam por um instante encoberto, essa vertigem, esse abismo insondável em que eu parecia me perder. Dolorido, desamparado, um tanto perdido, eu não tinha outro recurso senão senão mergulhar na prece, loucamente, de chorar minha adversidade. Prece árida e desolada como eu nunca havia conhecido. [...] Por um longo momento eu permaneci assim, ante o vazio do meu coração que mesmo Deus, na minha prece, não conseguia pre enc her . De repente, nesse frio que gelava meu coração, subiu como que uma baforada de calor que me envolveu e me submergiu. Uma pal avr a se i mpô s a mim , clar a, disti nta, lum ino sa, evide ntd: “Tu não me abandonaste com o poder da m orte!” Impressão fulgurante: tudo soçobrou em demais, repentina demais, inesperada demais. Como uma onda de choque que arrasta tudo à sua passagem, passagem, um soluço subiu na m inha garganta.
Ele cita o exemplo de um menino de Bangladesh Bang ladesh que sofria uma forte deficiência mental, cujo pai lhe relatou: Vin ce nt e ra u m belo m eni no ao nas cer, m as a seis meses te ve um a forte febre que provocou convulsões. Seu cérebro e seu sistema nervoso foram atingidos. Hoje, aos dezesseis anos, ele tem uma deficiência mental muito pesada. Não pode falar, nem andar, nem comer sozinho. E totalmente dependente. Só pode se comunicar pelo tato. Mi nha esposa e eu tem os s ofri do muit o. Temos ora do a Deus para que ele cure nosso filho. E Deus atendeu nossa prece, prece, mas não do modo como esperávamos. Não curou Vincent, mas mudou nosso coração; deu à minha esposa e a mim a alegria e a paz de term os um filh o com o ele.
recita, a, com o exercício espiritual exercício espiritual cotidiano, O Dalai Lama recit cotidiano, Versículos los para o ex ercício da alm a, a, escritos no século os Oito Versícu XI por um sábio tibetano, Langri Thangpa, do qual trans crevemos o seguinte excerto: Toda vez que eu me associe a alguém, que eu possa no âmago da minha alma pensar que sou inferior a tudo e colocar a outrem no pin ác ulo ! Quando eu vir seres seres malévolos, tomados do pecado da violência e da aflição, que eu possa considerá-los muito raros e muito caros, precio sos com o um teso uro! Quando alguém por inveja me maltrate, me engane e me calunie, que eu possa suportar a derrota e lhe doar m inha vitória! Quando alguém em quem eu depositei grande esperança me fizer um grande mal, que eu possa possa considerá-lo um guia supremo! Enfim, que eu possa possa direta ou indiretamente oferecer felicidade e benefício a todos os seres vivos, e possa secretamente adotar toda dor e todo sofrimento de todos os seres! 3 - C o n d i ç õ e s p a r a q u e a p r e c e s e j a e f i c a z
Para que a nossa prece nos ponha em contato com Deus, é
Lágrimas de infinita gratidão, de feliz confusão, transbordando de um coração passado num piscar de de olhos do vazio vertiginoso par a a to tal ple nitu de. Sú bit a e xpe rien cia do am or do Pai qu e não havia cessado cessado de me pro curar e que me alcançara, alcançara, no maior vácuo de minhas infidelidades. [...] Naquele mesmo instante meu coração se encheu de paz; a paz de Deus que ultrapassa toda inteligencia u.
Para conhecer “de novo” a paz profunda, basta a pessoa retomar o caminho do seu coração, acrescenta ele, “o caminho da profundeza em que o amor de Deus se manifesta”. Uma vez conhecida e mantida, mantid a, a paz do coração se se torna torna uma fonte fonte de compaixão de onde os outros podem colher. Sentir compaixão Quando visitamos o lugar do coração, começamos a sentir compaixão pelos nossos semelhantes, pelos animais e pelo universo. “A prece dilata o coração a ponto de o tornar capaz de conter a doação qu e Deus Deu s faz de si mesmo 12”, escreveu Madre Teresa. Passamos então a viver cada vez mais a partir do nosso coração profundo, julgando e vivenciando toda relação com a sabedoria sabe doria do coração. Muitos sofrimentos provêm da decepção decepção que sentimos senti mos diante de nossas expectativas. Por exemplo, se esperávamos ter certa felicidade e recebemos em lugar disto algo que n o s parece negativo negativo - uma doença doença ou uma criança com uma invalidez nossa raiva explode e se manifesta em revolta ante o nosso destino que consideramos então injusto e injustificado. Em tais circunstâncias a sabedoria humana consiste em se ajustar ao real e ao cotidiano. “Não em se fechar num ideal que precisa ser alcançado, alcanç ado, mas em acolher acolh er o real tal como ele é 13” 13”e descobrir a sabedoria e a presença de Deus nesse real, testemunha Jean Vanier, Vanier, que trabalha com crianças inválidas.
Escutemos as revelações de um eremita er emita do monte Atos, Atos, na Grécia, sobre a prece prece do coração, coração, coletadas pelo arquima arqu imandrit ndritaa Hiérothée Vlachos: An tes de c om eça rmo s o sagr ado trab alh o da prece , d iz o er em ita, tenhamos em mente que ele re quer da nossa parte parte e durante toda a sua duração um desejo ardente e um a expectativa perseverante, muito fogo e uma imensa paciência combinada com a esperança no am or de D eus M.
Segundo os monges do monte Atos, três condições são necessárias para que a prece seja eficaz: a aflição da alma, o aquecime aque cimento nto do coração e o esforço esforço do intelecto. A a fl iç ã o da a lm a Para poder praticar a prece profunda é preciso primeiro aprender a viver com toda intensidade a aflição da alma. O tratado de São Nil Sorski, monge russo do século século X y expressa isto claramente: claramente : Ora primeiro para adquirir o dom das lágrimas, a fim de amoleceres pela compunção a dureza inerente à tua alma e, confessando contra ti mesmo tua iniqüidade ao Senhor, dele obteres o perdão 15.
Santo Isaque escreveu também que, antes de orarmos, “devemos cair de joelhos... Começamos a chorar e nasce tranquilamente tranquila mente a prece”. “Se a nossa alma persiste nas necessárias disposições, não pode permanecer sem lágrimas. lágri mas. Quanto Qua nto a nós, se se não alcançamos alcanç amos o nível da perfeição, esforcemo-nos para obter pelo menos uma pequena quantidade quantid ade de lágrimas, lág rimas, que qu e pediremos ao Senhor Deus Deus com dor
Ele cita o exemplo de um menino de Bangladesh Bang ladesh que sofria uma forte deficiência mental, cujo pai lhe relatou: Vin ce nt e ra u m belo m eni no ao nas cer, m as a seis meses te ve um a forte febre que provocou convulsões. Seu cérebro e seu sistema nervoso foram atingidos. Hoje, aos dezesseis anos, ele tem uma deficiência mental muito pesada. Não pode falar, nem andar, nem comer sozinho. E totalmente dependente. Só pode se comunicar pelo tato. Mi nha esposa e eu tem os s ofri do muit o. Temos ora do a Deus para que ele cure nosso filho. E Deus atendeu nossa prece, prece, mas não do modo como esperávamos. Não curou Vincent, mas mudou nosso coração; deu à minha esposa e a mim a alegria e a paz de term os um filh o com o ele.
recita, a, com o exercício espiritual exercício espiritual cotidiano, O Dalai Lama recit cotidiano, Versículos los para o ex ercício da alm a, a, escritos no século os Oito Versícu XI por um sábio tibetano, Langri Thangpa, do qual trans crevemos o seguinte excerto: Toda vez que eu me associe a alguém, que eu possa no âmago da minha alma pensar que sou inferior a tudo e colocar a outrem no pin ác ulo ! Quando eu vir seres seres malévolos, tomados do pecado da violência e da aflição, que eu possa considerá-los muito raros e muito caros, precio sos com o um teso uro! Quando alguém por inveja me maltrate, me engane e me calunie, que eu possa suportar a derrota e lhe doar m inha vitória! Quando alguém em quem eu depositei grande esperança me fizer um grande mal, que eu possa possa considerá-lo um guia supremo! Enfim, que eu possa possa direta ou indiretamente oferecer felicidade e benefício a todos os seres vivos, e possa secretamente adotar toda dor e todo sofrimento de todos os seres! 3 - C o n d i ç õ e s p a r a q u e a p r e c e s e j a e f i c a z
Para que a nossa prece nos ponha em contato com Deus, é preciso que no “coração profundo” reinem o ardor da fé e o fogo do amor, qualidades da alma que só podem ser geradas pela aquisição aqu isição das virtudes vivificantes que vimos anteriormente.
A aflição da alma requer reque r uma atitude at itude de total humildade humild ade e de amor a Deus. Ela é suscitada pelo pensamento do nosso estado de pecadores e pelo sentimento de sermos indignos ind ignos do amor de Deus. Primeiro devo enfatizar que esses pensamentos não são... simplesmente pensamentos. Não se trata da imaginação, e sim de um trabalho espiritual. Não apenas pensamos, mas vivemos. Por exemplo, às vezes eu penso por alguns minutos no inferno, que é o lugar que mais mereço devido aos meus numerosos pecados. Então, em que obscuridade, em que desespero eu me vejo! Sinto as dores indizíveis e o inexprimível sofrimento do inferno. E, quando saio desse estado, todas as minhas células estão empestadas 17.
“No caminho da prece pura a aflição é indispensável, bem como a consciência do estado de pecador. O atleta deve manter seu intelecto no inferno e não desesperar”, aconselha o eremita. E ele prossegue dizendo: “Poucas pessoas têm o privilégio de terem m uita compunção. E preciso preciso muita força força e ter provado preliminarmente a divina graça, para não ser desequilibrado18”. Quando o coração é ferido pelo pensamento da conversão, ele sofre ainda mais do que um corpo ferido. E esse ferimento que mantém o intelecto duradouramente em Deus e o coração não pode dor mir, me smo à noite , como se estivesse sentad o sobre brasas. E então possível fazer uma prece de um quarto de hora com grande intensidade e que, dia e noite, o coração se lembre de Jesus, e é isto q ue se cha ma de a prec e i ncess ante.
O aqu ecimento do coração O aquecimento do coração é gerado pela aflição da alma.
Escutemos as revelações de um eremita er emita do monte Atos, Atos, na Grécia, sobre a prece prece do coração, coração, coletadas pelo arquima arqu imandrit ndritaa Hiérothée Vlachos: An tes de c om eça rmo s o sagr ado trab alh o da prece , d iz o er em ita, tenhamos em mente que ele re quer da nossa parte parte e durante toda a sua duração um desejo ardente e um a expectativa perseverante, muito fogo e uma imensa paciência combinada com a esperança no am or de D eus M.
Segundo os monges do monte Atos, três condições são necessárias para que a prece seja eficaz: a aflição da alma, o aquecime aque cimento nto do coração e o esforço esforço do intelecto. A a fl iç ã o da a lm a Para poder praticar a prece profunda é preciso primeiro aprender a viver com toda intensidade a aflição da alma. O tratado de São Nil Sorski, monge russo do século século X y expressa isto claramente: claramente : Ora primeiro para adquirir o dom das lágrimas, a fim de amoleceres pela compunção a dureza inerente à tua alma e, confessando contra ti mesmo tua iniqüidade ao Senhor, dele obteres o perdão 15.
Santo Isaque escreveu também que, antes de orarmos, “devemos cair de joelhos... Começamos a chorar e nasce tranquilamente tranquila mente a prece”. “Se a nossa alma persiste nas necessárias disposições, não pode permanecer sem lágrimas. lágri mas. Quanto Qua nto a nós, se se não alcançamos alcanç amos o nível da perfeição, esforcemo-nos para obter pelo menos uma pequena quantidade quantid ade de lágrimas, lág rimas, que qu e pediremos ao Senhor Deus Deus com dor no coração; coração; pois os os Padres disseram que qu e as lágrimas lá grimas são um dom de Deus, um dom entre os dons elevados, e eles nos recomendaram que o pedíssemos ao Senhor”, Sen hor”, acrescenta São N i l16 l16.
Como é que o coração se aquece? Quando concentramos nosso intelecto desviando-o das coisas que o cercam, dos objetos, das situações, dos eventos e dos pensamentos bons ou maus, e o concentramos no coração, que foi desperto pelas lágrimas. Pois o intelecto se assemelha ao cachorro, sempre pronto para correr e tão hábil para fugir. Ele parece o filho pródigo da parábola, que quer sair da casa paterna mas leva sua herança (o desejo e a vontade) para a dissipar e a dilapidar numa vida de libertinagem. O exemplo do filho pródigo é revelador quanto à maneira como o intelecto volta ao coração. Entrando em si mesmo, ele diz: “Quantos empregados do meu pai são saciados com pão, ao passo que eu morro de fome! Quando eu me levantar irei para o meu pai ”. O que redunda em dizer que ele pensa na felicidade da casa do seu pai, mas também na sua própria miséria, e que logo l ogo ele “se põe em movimento” moviment o” para voltar volta r para junto do seu pai. Ele faz um grande g rande esforço esforço para para concentrar sua vontade e seu desejo de retorno. retorno. E quando volta para a casa paterna sua alegria é extrema. O mesmo acontece com a prece. Assim com o um hom em exil ado da sua casa q uan do volt a é tod o alegria porque pôde rever sua esposa e seus filhos, o intelecto, quando se une à alma, está cheio de um desejo e de uma alegria indizíveis 20.
A descida descida do intelect intelectoo coincide coincide com o aquecimento do coraç coração ão.. Alguns indivíduos usam diverso diversoss procedime procedimentos ntos para para a descida do intelecto ao coração, mas o método mais seguro, segundo o
A aflição da alma requer reque r uma atitude at itude de total humildade humild ade e de amor a Deus. Ela é suscitada pelo pensamento do nosso estado de pecadores e pelo sentimento de sermos indignos ind ignos do amor de Deus. Primeiro devo enfatizar que esses pensamentos não são... simplesmente pensamentos. Não se trata da imaginação, e sim de um trabalho espiritual. Não apenas pensamos, mas vivemos. Por exemplo, às vezes eu penso por alguns minutos no inferno, que é o lugar que mais mereço devido aos meus numerosos pecados. Então, em que obscuridade, em que desespero eu me vejo! Sinto as dores indizíveis e o inexprimível sofrimento do inferno. E, quando saio desse estado, todas as minhas células estão empestadas 17.
“No caminho da prece pura a aflição é indispensável, bem como a consciência do estado de pecador. O atleta deve manter seu intelecto no inferno e não desesperar”, aconselha o eremita. E ele prossegue dizendo: “Poucas pessoas têm o privilégio de terem m uita compunção. E preciso preciso muita força força e ter provado preliminarmente a divina graça, para não ser desequilibrado18”. Quando o coração é ferido pelo pensamento da conversão, ele sofre ainda mais do que um corpo ferido. E esse ferimento que mantém o intelecto duradouramente em Deus e o coração não pode dor mir, me smo à noite , como se estivesse sentad o sobre brasas. E então possível fazer uma prece de um quarto de hora com grande intensidade e que, dia e noite, o coração se lembre de Jesus, e é isto q ue se cha ma de a prec e i ncess ante.
O aqu ecimento do coração O aquecimento do coração é gerado pela aflição da alma. “E no coração que a atenção deve se concentrar e cabe ao coração sentir de início a energia da prece; e é depois que o intelecto e o coração devem se unir 19”.
sente o calor e a doçura da presença do Espírito Santo. Ao contrário, a ausência da graça se reconhece na frieza do coração. Eu digo que se ama a Deus primeiro com o coração e depois com o intelecto.
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E o coração que deve falar e não a cabeça, lembra LouisClaude de Saint-Martin. Aqueles que a viveram descrevem esta experiência espiritual como uma “pressão no coração”, uma sensação súbita de aquecimento, de calor e às vezes de queimação intensa parecida com o ardor de amor de que fala João da Cruz. C ruz. O esforço do intelecto Uma vez que tenhamos sentido esse ardor do amor, todo o nosso esforço deve visar concentrarmos o nosso intelecto nas palavras da prece, e tornarmo-lo surdo e mudo diante de cada pensamento, bom ou mau. Precisamos chegar cheg ar ao ponto ponto de não ouvirmos as palavras que venham de fora fora e de não reagirmos a elas. O intelecto deve se absorver totalmente no coração. Poucas palavras são necessárias, mas elas devem ser ditas com intensidade e emoção. “E somente por este trabalho, acrescentam os monges, que podemos manter nossa alma no silêncio e que a prece se torna eficaz”. Eis como o eremita eremit a resume resum e a manei m aneira ra de orar com o coração: coração: Aq ue ce m os o noss o co raç ão com div ers os pen sa me nto s sem imagem e, quando ele está inflamado e talvez após termos vertido algumas lágrimas, damos início à prece. Dizemos lentamente as pal avr as e pro cur am os ev ita r que o inte lec to escap e e deixe o
Como é que o coração se aquece? Quando concentramos nosso intelecto desviando-o das coisas que o cercam, dos objetos, das situações, dos eventos e dos pensamentos bons ou maus, e o concentramos no coração, que foi desperto pelas lágrimas. Pois o intelecto se assemelha ao cachorro, sempre pronto para correr e tão hábil para fugir. Ele parece o filho pródigo da parábola, que quer sair da casa paterna mas leva sua herança (o desejo e a vontade) para a dissipar e a dilapidar numa vida de libertinagem. O exemplo do filho pródigo é revelador quanto à maneira como o intelecto volta ao coração. Entrando em si mesmo, ele diz: “Quantos empregados do meu pai são saciados com pão, ao passo que eu morro de fome! Quando eu me levantar irei para o meu pai ”. O que redunda em dizer que ele pensa na felicidade da casa do seu pai, mas também na sua própria miséria, e que logo l ogo ele “se põe em movimento” moviment o” para voltar volta r para junto do seu pai. Ele faz um grande g rande esforço esforço para para concentrar sua vontade e seu desejo de retorno. retorno. E quando volta para a casa paterna sua alegria é extrema. O mesmo acontece com a prece. Assim com o um hom em exil ado da sua casa q uan do volt a é tod o alegria porque pôde rever sua esposa e seus filhos, o intelecto, quando se une à alma, está cheio de um desejo e de uma alegria indizíveis 20.
A descida descida do intelect intelectoo coincide coincide com o aquecimento do coraç coração ão.. Alguns indivíduos usam diverso diversoss procedime procedimentos ntos para para a descida do intelecto ao coração, mas o método mais seguro, segundo o padre da Montanha Sagrada, é a conversão de que já falamos. É muito bom sentir, após a conversão e as lágrimas, uma dor e um aquecimento ao nível do coração. Pois é primeiro o coração que
Esta maneira de proceder permite que se evite a intrusão de um pensamento capaz de quebrar a unidad e das palavras pronunciadas no intelecto e no coração. No hassidismo, o intelecto que desee ao coração é descrito como “assumindo o coração”. O objetivo (e a dificuldade) na prática da prece profunda está em chegar a uma compreensão integral das das palavras pelo coração. “Mas que se deve deve fazer para assumir o coração?” —perguntou um dia um discípulo ao Rabino Nahman Nah man de Bratslaw, que respondeu, como de hábito, hábito, com uma parábola: Um rei enviou seu filho filho para estudar em países países distantes. distantes. Quando ele retornou ao palácio com vastíssimos conhecimentos, o rei mandou que ele erguesse uma pedra enorme e a transportasse para um an dar sup eri or d a ca sa. O j ove m, que na tur alm en te não o conseguiu, foi profundamente reprimido por não ter podido fazer a vontade do seu pai. Este lhe revelou então: “Será que por um só instante imaginaste que eu pudesse te dar uma ordem? Mesmo com toda a tua inteligência e o teu saber, que acreditavas serem ilimitados, tu jamais terias podido fazê-lo. O que eu desejava era que pegasses pegasses um martelo para queb rar a pedra em mil pedaços e que só depois começasses a carregá-la 22”.
Nosso “coração de pedra” é justamente essa pedra que só se pode carregar com a ajuda de um martelo que a quebre. Esse martelo é a palavra que emana do coração como de uma fonte. Trata-se então, na verdadeira prece, de chegar ao “entendimento do coração”, ou seja, à compreensão total das palavras pronunciadas pelo coração, o que deve ser também compreendido como como “a “a lembrança recuperada da antiga anti ga adesão
sente o calor e a doçura da presença do Espírito Santo. Ao contrário, a ausência da graça se reconhece na frieza do coração. Eu digo que se ama a Deus primeiro com o coração e depois com o intelecto.
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E o coração que deve falar e não a cabeça, lembra LouisClaude de Saint-Martin. Aqueles que a viveram descrevem esta experiência espiritual como uma “pressão no coração”, uma sensação súbita de aquecimento, de calor e às vezes de queimação intensa parecida com o ardor de amor de que fala João da Cruz. C ruz. O esforço do intelecto Uma vez que tenhamos sentido esse ardor do amor, todo o nosso esforço deve visar concentrarmos o nosso intelecto nas palavras da prece, e tornarmo-lo surdo e mudo diante de cada pensamento, bom ou mau. Precisamos chegar cheg ar ao ponto ponto de não ouvirmos as palavras que venham de fora fora e de não reagirmos a elas. O intelecto deve se absorver totalmente no coração. Poucas palavras são necessárias, mas elas devem ser ditas com intensidade e emoção. “E somente por este trabalho, acrescentam os monges, que podemos manter nossa alma no silêncio e que a prece se torna eficaz”. Eis como o eremita eremit a resume resum e a manei m aneira ra de orar com o coração: coração: Aq ue ce m os o noss o co raç ão com div ers os pen sa me nto s sem imagem e, quando ele está inflamado e talvez após termos vertido algumas lágrimas, damos início à prece. Dizemos lentamente as pal avr as e pro cur am os ev ita r que o inte lec to escap e e deixe o caminho das palavras. As palavras devem se seguir uma à outra sem que se introduza entre elas nenhum pensamento ou evento. Ap ós o “tend e pied ade de nó s”, com eça mo s im ed iat am en te o •“Senhor Jesus Cristo...”, de maneira a fechar um círculo
união íntima da cabeça e do coração para que a prece seja verdadeirame verdade iramente nte eficaz. Na mística místi ca hassídica hassídi ca se diz di z que da inteli gência e do coração virá a visão (a reiya ), ou seja, união da união da inteligência “o coração que vê muita sabedoria”. Como em toda prática atlética, os resultados estão na medida dos nossos esforços, da nossa persistência e do nosso ardor. Certos místicos chegam a isto quase instantaneamente, tão logo se colocam no modo de “recepção” do coração. Mas, para a maioria, a maneira mais eficaz consiste em seguir essas etapas e verificar se está sentindo o ardor no coração. Só então a prece se eleva a Deus. “Tuas próprias preces se tornarão chamas, cham as, as frases escoarão dos teus lábios com uma ardente devoção”, dizem os místicos judeus. 4 - A PRÁTICA DA PRECE DO CORAÇÃO A prece do do coração, também denomina da prece de Jesus, já era conhecida nos primeiros séculos do Cristianis mo. “Ela foi foi “a escada23” dos monges anacoretas, eremitas ou cenobitas24. Perpetuada na Igreja Ortodoxa com o nome de hesicasmo 25, ela sofreu eclipses e foi restaurada no final do século XVIII, especialmente na Rú ssia2 ssi a255. Ainda é praticada prati cada hoje em dia d ia entre os monges do monte Atos e os místicos ortodoxos. Os Relatos Relatos de um Peregrino Russo Russo, publicados em 1884 em Os Relatos de um Peregrino Russo, Kazan, Kaza n, p>elapena de um autor anônimo, anôn imo, fizeram fizera m com que qu e fosse revelada pela prim eira vez ao grande público a prece do coração coração tal como é ensinada pela tradição do hesicasmo. O autor teria
Esta maneira de proceder permite que se evite a intrusão de um pensamento capaz de quebrar a unidad e das palavras pronunciadas no intelecto e no coração. No hassidismo, o intelecto que desee ao coração é descrito como “assumindo o coração”. O objetivo (e a dificuldade) na prática da prece profunda está em chegar a uma compreensão integral das das palavras pelo coração. “Mas que se deve deve fazer para assumir o coração?” —perguntou um dia um discípulo ao Rabino Nahman Nah man de Bratslaw, que respondeu, como de hábito, hábito, com uma parábola: Um rei enviou seu filho filho para estudar em países países distantes. distantes. Quando ele retornou ao palácio com vastíssimos conhecimentos, o rei mandou que ele erguesse uma pedra enorme e a transportasse para um an dar sup eri or d a ca sa. O j ove m, que na tur alm en te não o conseguiu, foi profundamente reprimido por não ter podido fazer a vontade do seu pai. Este lhe revelou então: “Será que por um só instante imaginaste que eu pudesse te dar uma ordem? Mesmo com toda a tua inteligência e o teu saber, que acreditavas serem ilimitados, tu jamais terias podido fazê-lo. O que eu desejava era que pegasses pegasses um martelo para queb rar a pedra em mil pedaços e que só depois começasses a carregá-la 22”.
Nosso “coração de pedra” é justamente essa pedra que só se pode carregar com a ajuda de um martelo que a quebre. Esse martelo é a palavra que emana do coração como de uma fonte. Trata-se então, na verdadeira prece, de chegar ao “entendimento do coração”, ou seja, à compreensão total das palavras pronunciadas pelo coração, o que deve ser também compreendido como como “a “a lembrança recuperada da antiga anti ga adesão à vontade divina”. Assumirmos Assumir mos o coração é sermos capazes de “transformar “transform ar o nosso coração de pedra em coração de carne”, de realizar a
Os Relatos contam contam que esse peregrino, que tinha o preñóme de Arsênio e trinta anos de idade (a idade do Cristo), tendo perdido tudo, entrou certo domingo numa igreja onde ouviu estas palavras de São Paulo: “Orai sem cessar”. Esta frase o encorajou a se pôr em marcha. Ele procurou o homem “iniciado” que pudesse lhe explicar o sentido sentido dela e lhe ensinar ensin ar a vivê-lo. Ele tornou-se peregrino. “Nós também, como esse camponês russo, somos pere grinos em marcha, ‘no caminho para qual despertar’?” De passagem pela Terra precisamos descobrir o sentido dessa caminhada e dessa fadiga que às vezes nos acomete, nesse ou naquele naq uele desvio. desvio. Talvez estejamos, como ele, decepcionados com as palavras, que nos fazem refletir um tesouro, e ele está ao nosso alcance e ao mesmo tempo não se pode alcançá-lo 27”, diz Jean-Yves Leloup. Em sua busca, Arsênio foi de igreja em igreja, de sermão em sermão, de conferência em conferência. Foi-lhe ensinado que Deus é uma luz clara e pura e que conhecê-lo é despertar a esta luz. Bem, mas (diz ele) “eu não vejo com clareza, o espírito está extremamente confuso, a mente agitada; como conhecer a ver dad eir a luz ” ? Fo i-l he bast ante repe tido qu e Deu s era Am or, Trindade, Relação de pessoas sem confusão, sem separação. E que “Aque “Aque le que persiste persiste no amor permanece em Deus e Deus per man ece nel e ”. E mag nífic o, esp lên dido ; basta am ar .. . Mas “como” amar? E lhe foi dito dito ainda que D eus era a Vida, o grande
união íntima da cabeça e do coração para que a prece seja verdadeirame verdade iramente nte eficaz. Na mística místi ca hassídica hassídi ca se diz di z que da inteli gência e do coração virá a visão (a reiya ), ou seja, união da união da inteligência “o coração que vê muita sabedoria”. Como em toda prática atlética, os resultados estão na medida dos nossos esforços, da nossa persistência e do nosso ardor. Certos místicos chegam a isto quase instantaneamente, tão logo se colocam no modo de “recepção” do coração. Mas, para a maioria, a maneira mais eficaz consiste em seguir essas etapas e verificar se está sentindo o ardor no coração. Só então a prece se eleva a Deus. “Tuas próprias preces se tornarão chamas, cham as, as frases escoarão dos teus lábios com uma ardente devoção”, dizem os místicos judeus. 4 - A PRÁTICA DA PRECE DO CORAÇÃO A prece do do coração, também denomina da prece de Jesus, já era conhecida nos primeiros séculos do Cristianis mo. “Ela foi foi “a escada23” dos monges anacoretas, eremitas ou cenobitas24. Perpetuada na Igreja Ortodoxa com o nome de hesicasmo 25, ela sofreu eclipses e foi restaurada no final do século XVIII, especialmente na Rú ssia2 ssi a255. Ainda é praticada prati cada hoje em dia d ia entre os monges do monte Atos e os místicos ortodoxos. Os Relatos Relatos de um Peregrino Russo Russo, publicados em 1884 em Os Relatos de um Peregrino Russo, Kazan, Kaza n, p>elapena de um autor anônimo, anôn imo, fizeram fizera m com que qu e fosse revelada pela prim eira vez ao grande público a prece do coração coração tal como é ensinada pela tradição do hesicasmo. O autor teria sido um camponês que ia a Optino para receber o ensinamento de Macário (1788-1860), um dos mais célebres eremitas de Optino, num ermitágio situado no centro da Rússia.
O peregrino bem deseja crer nisso, mas gostaria de “ver “ver ”, “che “che irar”, “degustar”, para que essa participação não fosse apenas uma imensa nostalgia. Foi-lhe então dito: “é preciso orar”, é mesmo preciso “ora r ince ssan tem ente ”, e ent ão com pree nder ás. “Eu ouvi muitos e excelentes sermões sobre a prece (conta ele) mas todos eram instruções sobre a prece em geral: o que é a prece, por que é ne cessá rio orar, quai s são os frut os da p rece. Mas com o chegar a orar verdadeir amen te? Sobre isto nada me era dit o28".
Cansado disto ele partiu à procura de um homem “sábio e experiente” na arte de orar. “Na impossibilidade de me fixar em algum lugar, eu me dirigi para os países siberianos, para Santo Inocêncio de Irkoutsk, pensando que nas planícies e nas florestas florestas da Sibéria eu encontraria mais silêncio e poderia me entregar mais confor tavelmente à leitura e à prece 29”, como se lê nos Relatos . O peregrino acabou encontrando um eremita, um guia ou pai espiritual, que lhe transmitiu os rudimentos da prece de Jesus submetendo-o a uma dura ascese. O eremita não lhe fez longos discursos. discursos. Lembrou-lhe Lemb rou-lhe que q ue a cultura e a ciência humanas hu manas não bastam para se adquirir adquir ir o dom de Deus; são mais a doçura e a humi ldade do coração coração que nos preparam para recebê-lo. Depois ele o convidou à prática, seguindo o método ensinado por Simeão o Novo Teólogo no livro da Filocalta , que quer dizer “amor à beleza”. Pois, para os Antigos, a prece é mais uma arte do que uma técnica, ou seja, trata-se trata- se de uma “meditação que qu e tem um coração3 cora ção30” 0”,, indica Jean-Yves Jean-Yves Leloup.
Os Relatos contam contam que esse peregrino, que tinha o preñóme de Arsênio e trinta anos de idade (a idade do Cristo), tendo perdido tudo, entrou certo domingo numa igreja onde ouviu estas palavras de São Paulo: “Orai sem cessar”. Esta frase o encorajou a se pôr em marcha. Ele procurou o homem “iniciado” que pudesse lhe explicar o sentido sentido dela e lhe ensinar ensin ar a vivê-lo. Ele tornou-se peregrino. “Nós também, como esse camponês russo, somos pere grinos em marcha, ‘no caminho para qual despertar’?” De passagem pela Terra precisamos descobrir o sentido dessa caminhada e dessa fadiga que às vezes nos acomete, nesse ou naquele naq uele desvio. desvio. Talvez estejamos, como ele, decepcionados com as palavras, que nos fazem refletir um tesouro, e ele está ao nosso alcance e ao mesmo tempo não se pode alcançá-lo 27”, diz Jean-Yves Leloup. Em sua busca, Arsênio foi de igreja em igreja, de sermão em sermão, de conferência em conferência. Foi-lhe ensinado que Deus é uma luz clara e pura e que conhecê-lo é despertar a esta luz. Bem, mas (diz ele) “eu não vejo com clareza, o espírito está extremamente confuso, a mente agitada; como conhecer a ver dad eir a luz ” ? Fo i-l he bast ante repe tido qu e Deu s era Am or, Trindade, Relação de pessoas sem confusão, sem separação. E que “Aque “Aque le que persiste persiste no amor permanece em Deus e Deus per man ece nel e ”. E mag nífic o, esp lên dido ; basta am ar .. . Mas “como” amar? E lhe foi dito dito ainda que D eus era a Vida, o grande Sopro que anima todo o universo.
Arsênio Arsêni o também tamb ém ouviu ouvi u dizer diz er que a finali fin alidad dad e da vida humana era de participarda natureza divina.
sem jamais se interromper”. Assim ele conheceu o estado da prece incessante, que é ela própria apenas urna etapa para se chegar ao silêncio, ao “Silêncio Sagrado que enche o ser humano human o da sutil vibração do seu mistério ” 31. Pouco antes da sua morte, o eremita confiou ao seu discípulo disc ípulo um exemplar da Filocalia , que se tornou tornou seu alimento espiritual. A partir de então ele ficou sabendo que a luz do Oriente, embora invisível, guiaria guia ria seu itinerario. Assim, ao “velar e orar” corresponde o “caminhar e orar” do peregrino, que, cada vez mais amoroso quanto à solidão e ao silêncio, não desprezou, humildemente, o prestar serviço a todos aqueles que nele percebiam a energia de um ser vertical, de um ícone do “homem de desejo”32. Após ter chorado a morte do seu instrutor instr utor o peregrino peregrin o descobriu sua presença em seu próprio interior. Quando estiver em dificuldade ele o consultará ao pôr-do-sol e o instrutor virá lhe ensinar em sonho. Sua presença continuará a guiá-lo. Ele se terá tornado, no inconsciente do peregrino, “o arquétipo do velho sábio” que poderá ser consultado nos momentos em q ue um d esejo ou uma necessidade intensa se faça faça sentir sentir ” .
Numa Num a passagem passag em notável do livro, o autor descreve como a graça enche o coração de Arsênio, fazendo-o ver o mundo com novos novos olhos. O esforço esforço da camin ca minhad hadaa e o sofrimento da fome desaparecem desaparece m com a invocação do nome de Jesus, Jesus, que acaba se tornando uno com a respiração.
O peregrino bem deseja crer nisso, mas gostaria de “ver “ver ”, “che “che irar”, “degustar”, para que essa participação não fosse apenas uma imensa nostalgia. Foi-lhe então dito: “é preciso orar”, é mesmo preciso “ora r ince ssan tem ente ”, e ent ão com pree nder ás. “Eu ouvi muitos e excelentes sermões sobre a prece (conta ele) mas todos eram instruções sobre a prece em geral: o que é a prece, por que é ne cessá rio orar, quai s são os frut os da p rece. Mas com o chegar a orar verdadeir amen te? Sobre isto nada me era dit o28".
Cansado disto ele partiu à procura de um homem “sábio e experiente” na arte de orar. “Na impossibilidade de me fixar em algum lugar, eu me dirigi para os países siberianos, para Santo Inocêncio de Irkoutsk, pensando que nas planícies e nas florestas florestas da Sibéria eu encontraria mais silêncio e poderia me entregar mais confor tavelmente à leitura e à prece 29”, como se lê nos Relatos . O peregrino acabou encontrando um eremita, um guia ou pai espiritual, que lhe transmitiu os rudimentos da prece de Jesus submetendo-o a uma dura ascese. O eremita não lhe fez longos discursos. discursos. Lembrou-lhe Lemb rou-lhe que q ue a cultura e a ciência humanas hu manas não bastam para se adquirir adquir ir o dom de Deus; são mais a doçura e a humi ldade do coração coração que nos preparam para recebê-lo. Depois ele o convidou à prática, seguindo o método ensinado por Simeão o Novo Teólogo no livro da Filocalta , que quer dizer “amor à beleza”. Pois, para os Antigos, a prece é mais uma arte do que uma técnica, ou seja, trata-se trata- se de uma “meditação que qu e tem um coração3 cora ção30” 0”,, indica Jean-Yves Jean-Yves Leloup. Pouco a pouco “o peregrino russo sentiu que a prece “se faz por si mesma”. mesma ”. Ela emanava eman ava na sua mente ment e e no seu coração; não somente no estado desperto mas também durante du rante o sono, sono,
Entregue a Deus, o peregrino se encaminh enca minhaa para a libertação. Um pouco mais longe ele toma consciência de um calor agradável no seu seu coração e, para não ser vítima de uma ilusão ilu são psíquica, verifica se este efeito da prece perpétua foi consignado na Filocalia. Nos caminhos do campo o peregrino percebe em si um u m novo olhar, mais sutil, suti l, atento às coisas: coisas: As á rvor es, as erva s, os pá ssaros, a terra , o ar, a lu z, to dos pa recia m me dizer que existiam para o ser humano, que testemunhavam o amor de Deus pelo ser hum ano; tudo orava, tudo cantava a glória a Deus! Assim compreendi o que a chama de “conhecimento da linguagem da Criaç ão”M.
Ao longo de sua caminhad cami nhadaa errante, o peregrino desfruta a união da sua prece à do cosmo, canto de amor cósmico e perpétuo que se desvela docemente ao seu entendimento; “a remela que cobre o olho do coração desaparece; a eterna aurora se torna uma realidade...” O monge Zózimo, descrito por Dostoievski em Os Irmãos Ka rama zov , não diz outra coisa: “O Verb Verboo é para todos, todos, toda toda criação e toda toda criatura. Cada pequena pequ ena folha se projeta para o Verbo”. Russo, a tradição secreta e Com os Relatos de um Peregrino Russo, monástica da prece de Jesus saiu dos mosteiros e dos eremitérios. Ela se tornou acessível a todos aqueles que querem conhecer e praticar a prece do coração. O m étodo ensinado ao pere grin o russo russo Poder-se-ia resumir em algumas palavras o método que o monge ensinou ao peregrino russo: “Senta-te, cala-te, fica
sem jamais se interromper”. Assim ele conheceu o estado da prece incessante, que é ela própria apenas urna etapa para se chegar ao silêncio, ao “Silêncio Sagrado que enche o ser humano human o da sutil vibração do seu mistério ” 31. Pouco antes da sua morte, o eremita confiou ao seu discípulo disc ípulo um exemplar da Filocalia , que se tornou tornou seu alimento espiritual. A partir de então ele ficou sabendo que a luz do Oriente, embora invisível, guiaria guia ria seu itinerario. Assim, ao “velar e orar” corresponde o “caminhar e orar” do peregrino, que, cada vez mais amoroso quanto à solidão e ao silêncio, não desprezou, humildemente, o prestar serviço a todos aqueles que nele percebiam a energia de um ser vertical, de um ícone do “homem de desejo”32. Após ter chorado a morte do seu instrutor instr utor o peregrino peregrin o descobriu sua presença em seu próprio interior. Quando estiver em dificuldade ele o consultará ao pôr-do-sol e o instrutor virá lhe ensinar em sonho. Sua presença continuará a guiá-lo. Ele se terá tornado, no inconsciente do peregrino, “o arquétipo do velho sábio” que poderá ser consultado nos momentos em q ue um d esejo ou uma necessidade intensa se faça faça sentir sentir ” .
Numa Num a passagem passag em notável do livro, o autor descreve como a graça enche o coração de Arsênio, fazendo-o ver o mundo com novos novos olhos. O esforço esforço da camin ca minhad hadaa e o sofrimento da fome desaparecem desaparece m com a invocação do nome de Jesus, Jesus, que acaba se tornando uno com a respiração. Qua ndo alguém me ofende, eu só penso penso na salutar prece de Jesus; Jesus; logo a cólera e a dor desaparecem e eu esqueço tudo ... Não sinto falta de nada, nada me ocupa, nada do que é exterior me detém ... Deus sabe o que acontece em mim.
se encontram os elementos essenciais do método método hesicasto: a posição sentada, o silencio, a solidão, a respiração, o centro do coração, a invocação, a repetição 35”, resume Jean-Yves Leloup. Permanece sentado em silêncio e solidão, inclina a cabeça, fecha os olhos, respira mais suavemente, olha por imaginação para o teu coração, concentra tua inteligência, isto é, o teu pensamento, da cabeça para o coração. Dize ao respirar: “ Senhor Jesus Cristo, tende piedade de mim ”, em voz baixa ou apenas mentalmente. Esforça-te para repelir todos os pensamentos, sé paciente e repete com frequência este exercício.
Como as palavras rece bidas por Arsênio, este ensiname nto pode ser interpretado a diferentes níveis, prossegue Jean-Yves Leloup, que explica os diferentes elementos essenciais à prece do coração nos Es nos Escri critos tos sob s ob re o H esic es icas asm m o , que já resumimos neste capítulo. •
Isto se refere refere primeiro à postura, à atitude correta, “à postura que exclui a impostura” (mas não se trata de entrar num molde; não existe meditação “por atacado”); permanecer nem contraído nem sem firmeza, numa atitude de repouso e ao mesmo tempo de atençã o... E a postura da bem-amada no C ântico dos Cânticos: Cânticos: “Eu durmo mas meu coração está atento”. A m an ei ra co rre ta de nos se nt arm os é a qu e no s pe rm ite fic ar o maior tempo possível imóveis e sem fadiga; a imobilidade do c o r p o f a v o r e c e n d o a d a m e n t e , m e s m o q u e n u m p r i m e i ro momento esta se agite, donde a importância de persistirmos nessa imobilidade. “Sen ta-te”, ao nível psicológico, psicológico, vale dizer “reassume tua base”, “permanece nu ma atitude de estabilidade estabilidade e equilíbrio”. Num sentido mais espiritual, a posição sentado é a que São João chama de a “Morada”, aprender a Morar em Deus, “Morarmos
Entregue a Deus, o peregrino se encaminh enca minhaa para a libertação. Um pouco mais longe ele toma consciência de um calor agradável no seu seu coração e, para não ser vítima de uma ilusão ilu são psíquica, verifica se este efeito da prece perpétua foi consignado na Filocalia. Nos caminhos do campo o peregrino percebe em si um u m novo olhar, mais sutil, suti l, atento às coisas: coisas: As á rvor es, as erva s, os pá ssaros, a terra , o ar, a lu z, to dos pa recia m me dizer que existiam para o ser humano, que testemunhavam o amor de Deus pelo ser hum ano; tudo orava, tudo cantava a glória a Deus! Assim compreendi o que a chama de “conhecimento da linguagem da Criaç ão”M.
Ao longo de sua caminhad cami nhadaa errante, o peregrino desfruta a união da sua prece à do cosmo, canto de amor cósmico e perpétuo que se desvela docemente ao seu entendimento; “a remela que cobre o olho do coração desaparece; a eterna aurora se torna uma realidade...” O monge Zózimo, descrito por Dostoievski em Os Irmãos Ka rama zov , não diz outra coisa: “O Verb Verboo é para todos, todos, toda toda criação e toda toda criatura. Cada pequena pequ ena folha se projeta para o Verbo”. Russo, a tradição secreta e Com os Relatos de um Peregrino Russo, monástica da prece de Jesus saiu dos mosteiros e dos eremitérios. Ela se tornou acessível a todos aqueles que querem conhecer e praticar a prece do coração. O m étodo ensinado ao pere grin o russo russo Poder-se-ia resumir em algumas palavras o método que o monge ensinou ao peregrino russo: “Senta-te, cala-te, fica sozinho, respira mais suavemente, faze tua inteligência descer ao coração, na respiração invoca o Nome, deixa os pensa mentos, sê paciente e repete com frequência este exercício. Aqui
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“Silêncio dos lábios, silêncio do coração, silêncio da mente. Três graus em que, de silêncio em silêncio, a pessoa se aproxima do silêncio infinito da Presen ça”. Orar, Orar, “não é primeiro falar a Deus, é antes calar-se e e scutar”, lembra Jean-Yves Leloup. E o que ouvimos prim eiro não é o seu infinito silêncio, silêncio, mas o ruído dos nossos pensam entos, das nossas representações, dos conceitos conceitos que nós forjamos no de correr dos séculos. Escutar esse esse ruído, esses rumores, medíocres ou grandiosos, essas essas palavras que mesmo assim nos dizem algo de Deus. Justamente “Algum “Algum a Coisa”; ora, Deus não é “uma coisa que causa” e sim “alguém” cuja presença ressoa em nós e que faz nascer às vezes o canto, às vezes a palavra profética. Ecos poderosos e incertos dessa Presença37.
Orar é mais do que escutar; é estendermos o ouvido e por vezes “resistirmos “resistir mos ao desejo de ouvirmos alg um a coisa, até que qu e o silêncio faça nascer em nós um desejo mais elevado. E compreendermos então que aqu ele que q ue nos fala jamais vai dizer alguma palavra”. •
Não se trata de controlar a respiração nem de a conter, mas sim de a acompanhar, de acalmá-la, de suavizá-là... Hoje em dia se conhece melhor a influência da respiração no psiquismo; a atenção à respiração é um meio seguro de concentração, pois pensa-se de maneira diferente quando a respiração é calma e profunda; por outro lado, num momento de suspensão da respiração, o pensamento é também “suspenso” e se desfruta de certo silêncio. De onde vem a nossa respiração, ou para onde ela retorna? reto rna? Estarmos atentos à “inspiração” “inspira ção” e à “expiração” “expiraçã o” pode
se encontram os elementos essenciais do método método hesicasto: a posição sentada, o silencio, a solidão, a respiração, o centro do coração, a invocação, a repetição 35”, resume Jean-Yves Leloup. Permanece sentado em silêncio e solidão, inclina a cabeça, fecha os olhos, respira mais suavemente, olha por imaginação para o teu coração, concentra tua inteligência, isto é, o teu pensamento, da cabeça para o coração. Dize ao respirar: “ Senhor Jesus Cristo, tende piedade de mim ”, em voz baixa ou apenas mentalmente. Esforça-te para repelir todos os pensamentos, sé paciente e repete com frequência este exercício.
Como as palavras rece bidas por Arsênio, este ensiname nto pode ser interpretado a diferentes níveis, prossegue Jean-Yves Leloup, que explica os diferentes elementos essenciais à prece do coração nos Es nos Escri critos tos sob s ob re o H esic es icas asm m o , que já resumimos neste capítulo. •
Isto se refere refere primeiro à postura, à atitude correta, “à postura que exclui a impostura” (mas não se trata de entrar num molde; não existe meditação “por atacado”); permanecer nem contraído nem sem firmeza, numa atitude de repouso e ao mesmo tempo de atençã o... E a postura da bem-amada no C ântico dos Cânticos: Cânticos: “Eu durmo mas meu coração está atento”. A m an ei ra co rre ta de nos se nt arm os é a qu e no s pe rm ite fic ar o maior tempo possível imóveis e sem fadiga; a imobilidade do c o r p o f a v o r e c e n d o a d a m e n t e , m e s m o q u e n u m p r i m e i ro momento esta se agite, donde a importância de persistirmos nessa imobilidade. “Sen ta-te”, ao nível psicológico, psicológico, vale dizer “reassume tua base”, “permanece nu ma atitude de estabilidade estabilidade e equilíbrio”. Num sentido mais espiritual, a posição sentado é a que São João chama de a “Morada”, aprender a Morar em Deus, “Morarmos nele como ele mora em nós”. Morarmos no seu Amor, termos nossa base, nossa sede, nossa raiz, nele, todo o tempo e em todos os lug are s36... s36...
eu ma , o hálito do respiração é a ruah , a expiração de Deus, o pn o pn euma Pai, que traduzimos como Espírito Santo. Respirar profun damente, respirar mais suavemente, é aproximar-se do Espírito de Deus e, num dado momento, se sentir inspirado expirado por Ele38. • Olha Olha,, pela imaginação , para dentro do teu coraçã o Na tradição hesicasta, em geral se confia na imaginação. Não obstante, certos monges contemporâneos usam a imaginação como meio de se fazerem presentes diante de Deus, por exemplo o monge de Atos que pediu a um noviço que experimentasse a dificuldade dificul dade de sentir senti r o Cristo presente no coração, coração, de o ima imagina ginarr num banquinho banq uinho que q ue ele sempre colocava colocava ao seu seu lado durante a prece. O jovem jovem noviço, que até então e ntão não conseguira conseguir a orar, pôde facilmente imagin im aginar ar Jesus sentado ao seu seu lado e, durante a oração, passou a lhe falar e a escutá-lo. Na instrução do monge ao peregrino, a força da imaginação é dirigida para o coração; por que procurar fora aquele que está dentro? - embora esta noção de dentro e fora deva deva ser vista vista com relativi relatividade dade - Não Ele que preenche tudo? O importante é se fixar um lugar onde parece se recolher sua presença. Para os hesicastas, o lugar privilegiado, o “lugar de Deus”, é o coração. O coração tem uma função de integração da da personalidade, donde a experiência de “fazer o intelecto descer ao coração”, coração”, apaziguálo, centrá-lo, fazer do coração o próprio órgão da consciência, uma consciência [...] mais intuitiva do que analítica, percepção global dos seres e das coisas [...], percepção amorosa que permite “ver” melhor o que é. Com essa “descida” da mente ao coração, que não é um movimento espaço-temporal e sim um ato de integração, um modo de centrar o pensamento, de harmonizar a consciência, consciência, nós nos aproximam os do coração do Cristo e do seu
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“Silêncio dos lábios, silêncio do coração, silêncio da mente. Três graus em que, de silêncio em silêncio, a pessoa se aproxima do silêncio infinito da Presen ça”. Orar, Orar, “não é primeiro falar a Deus, é antes calar-se e e scutar”, lembra Jean-Yves Leloup. E o que ouvimos prim eiro não é o seu infinito silêncio, silêncio, mas o ruído dos nossos pensam entos, das nossas representações, dos conceitos conceitos que nós forjamos no de correr dos séculos. Escutar esse esse ruído, esses rumores, medíocres ou grandiosos, essas essas palavras que mesmo assim nos dizem algo de Deus. Justamente “Algum “Algum a Coisa”; ora, Deus não é “uma coisa que causa” e sim “alguém” cuja presença ressoa em nós e que faz nascer às vezes o canto, às vezes a palavra profética. Ecos poderosos e incertos dessa Presença37.
Orar é mais do que escutar; é estendermos o ouvido e por vezes “resistirmos “resistir mos ao desejo de ouvirmos alg um a coisa, até que qu e o silêncio faça nascer em nós um desejo mais elevado. E compreendermos então que aqu ele que q ue nos fala jamais vai dizer alguma palavra”. •
Não se trata de controlar a respiração nem de a conter, mas sim de a acompanhar, de acalmá-la, de suavizá-là... Hoje em dia se conhece melhor a influência da respiração no psiquismo; a atenção à respiração é um meio seguro de concentração, pois pensa-se de maneira diferente quando a respiração é calma e profunda; por outro lado, num momento de suspensão da respiração, o pensamento é também “suspenso” e se desfruta de certo silêncio. De onde vem a nossa respiração, ou para onde ela retorna? reto rna? Estarmos atentos à “inspiração” “inspira ção” e à “expiração” “expiraçã o” pode já nos levar muito longe, mas, para a tradição hesicasta, a atenção à respiração é verdadeiramente um exercício espiritual. A
humano não é negada, mas é no coração que ela se personaliza; o ser ser humano não é somente um animal anim al dotado de razão, mas é também um anima a nimall capaz de amor, isto isto é, capaz de respeito, e é no coração que a libido tem acesso a essa dimensão. Se o coração está ausente, o amor é apenas a esfrega de duas epidermes, um êxtase doloroso de canídeos e não um encontro de pessoas”, acrescenta Jean-Yves Leloup. sp iraç ação ão , in v o ca o N om e - • Na re spir Na atitude de estar sentado em silêncio, de atenção à res piração e de presença no coração, o monge pede ao peregrino que invoque o nome de de Jesus. “Dize na respiração: Senhor Se nhor Jesus Cristo, tende piedade de mim”. Se repetimos esta fórmula em francês, francês, nos arriscamos a alterar o seu som e o seu sentido. O “Kyrie e leison ” que repetem os monges de Atos tem uma qualidade sonora e vibratória diferente de “Seigneur aie pitié” [Senhor, tem piedade] em francês. Sabe-se da importância que os antigos atribuíam ao Som, do clima que ele pode indu zir uma pessoa, seja seja o canto gregoriano ou o canto bizantino; eles observavam o poder dos cantos sagrados tradicionais pelos quais Deus, assim pensavam eles, pode transmitir sua energia c realizar a transformação do ser humano. Não se aprende a cantar num livro; daí a importância da iniciação, e só ela pode nos dar o som ou o tom “correto” da invocação.
Jean-Yves Jean-Yves Leloup enfatiza que, para os antigos, a piedade pi edade de Deus é o Espírito Santo, a dádiva do seu amor. “Senhor tem piedade” quer dizer: “Tu que és, envia a mim, a todos, o teu Sopro, o teu Espírito, e tudo será renovado; que a tua Misericórdia, a tua Bondade esteja em mim e esteja em todos.
eu ma , o hálito do respiração é a ruah , a expiração de Deus, o pn o pn euma Pai, que traduzimos como Espírito Santo. Respirar profun damente, respirar mais suavemente, é aproximar-se do Espírito de Deus e, num dado momento, se sentir inspirado expirado por Ele38. • Olha Olha,, pela imaginação , para dentro do teu coraçã o Na tradição hesicasta, em geral se confia na imaginação. Não obstante, certos monges contemporâneos usam a imaginação como meio de se fazerem presentes diante de Deus, por exemplo o monge de Atos que pediu a um noviço que experimentasse a dificuldade dificul dade de sentir senti r o Cristo presente no coração, coração, de o ima imagina ginarr num banquinho banq uinho que q ue ele sempre colocava colocava ao seu seu lado durante a prece. O jovem jovem noviço, que até então e ntão não conseguira conseguir a orar, pôde facilmente imagin im aginar ar Jesus sentado ao seu seu lado e, durante a oração, passou a lhe falar e a escutá-lo. Na instrução do monge ao peregrino, a força da imaginação é dirigida para o coração; por que procurar fora aquele que está dentro? - embora esta noção de dentro e fora deva deva ser vista vista com relativi relatividade dade - Não Ele que preenche tudo? O importante é se fixar um lugar onde parece se recolher sua presença. Para os hesicastas, o lugar privilegiado, o “lugar de Deus”, é o coração. O coração tem uma função de integração da da personalidade, donde a experiência de “fazer o intelecto descer ao coração”, coração”, apaziguálo, centrá-lo, fazer do coração o próprio órgão da consciência, uma consciência [...] mais intuitiva do que analítica, percepção global dos seres e das coisas [...], percepção amorosa que permite “ver” melhor o que é. Com essa “descida” da mente ao coração, que não é um movimento espaço-temporal e sim um ato de integração, um modo de centrar o pensamento, de harmonizar a consciência, consciência, nós nos aproximam os do coração do Cristo e do seu olhar “não julg ador” sobre todos todos aqueles que ele encontrava w.
“O coração é a faculdade que vai transformar o ímpeto cego da libido em energia de amor; a dimensão animal do ser
importância do nome de Jesus na prece, porque é a própria pres ença do “Tea ntro po”, do D eu s-h om em qu e assim se apro xim a de nós. Entendemos que Deus não existe sem o homem e que o homem não existe sem Deus; Deus e o homem nele estão indissoluvelmente unidos “sem confusão e sem separação”.
humano não é negada, mas é no coração que ela se personaliza; o ser ser humano não é somente um animal anim al dotado de razão, mas é também um anima a nimall capaz de amor, isto isto é, capaz de respeito, e é no coração que a libido tem acesso a essa dimensão. Se o coração está ausente, o amor é apenas a esfrega de duas epidermes, um êxtase doloroso de canídeos e não um encontro de pessoas”, acrescenta Jean-Yves Leloup. sp iraç ação ão , in v o ca o N om e - • Na re spir Na atitude de estar sentado em silêncio, de atenção à res piração e de presença no coração, o monge pede ao peregrino que invoque o nome de de Jesus. “Dize na respiração: Senhor Se nhor Jesus Cristo, tende piedade de mim”. Se repetimos esta fórmula em francês, francês, nos arriscamos a alterar o seu som e o seu sentido. O “Kyrie e leison ” que repetem os monges de Atos tem uma qualidade sonora e vibratória diferente de “Seigneur aie pitié” [Senhor, tem piedade] em francês. Sabe-se da importância que os antigos atribuíam ao Som, do clima que ele pode indu zir uma pessoa, seja seja o canto gregoriano ou o canto bizantino; eles observavam o poder dos cantos sagrados tradicionais pelos quais Deus, assim pensavam eles, pode transmitir sua energia c realizar a transformação do ser humano. Não se aprende a cantar num livro; daí a importância da iniciação, e só ela pode nos dar o som ou o tom “correto” da invocação.
Jean-Yves Jean-Yves Leloup enfatiza que, para os antigos, a piedade pi edade de Deus é o Espírito Santo, a dádiva do seu amor. “Senhor tem piedade” quer dizer: “Tu que és, envia a mim, a todos, o teu Sopro, o teu Espírito, e tudo será renovado; que a tua Misericórdia, a tua Bondade esteja em mim e esteja em todos. Não considera a minha impotência para te amar, para respirar em ti, mas faze reflorescer o meu desejo, transforma o meu coração de pedr a em coraç ão de c ar ne .. .” No “Kyrie eleison” geralmente se acrescenta o nome de Jesus, Jes us C ris to Fi lh o de De us . Os pa dre s ins ist em m ui to na
dificilmente verificáveis, mas o ouvido de um monge está pa rtic ula rm en te aten to a rec onh ece r a s “nota s fals as” qu e são a inflação, a falta de discrição, daqueles que acreditam que se tornaram em alguns anos “grandes espíritos”, o que é frequen temente a constatação do ridículo de sua pretensão. Uma pequena ferida no amor-próprio deles e que resta de sua “imensa serenidade” ? O monge insiste também na repetição. Do ponto de vista psico lógic o, já se c onh ece o e feit o tra nq ui liz an te qu e pod e ter a repetição de um ato simples; chega um momento em que o ato se faz “por si só”, sem fadi ga ‘n. ‘n.
Pode-se invocar o nome nome de Jesus referindo-se a ele primeiro como “Jesus de Nazaré”, depois como manifestação de Deus, encarnação da Palavra, como o Cristo que traz a unção do Vivo, “seu Filho amado que encarna em gestos e em palavras de humanidade o Amor incompreens incompreensível. ível. [. .. ] Posso Posso enfim invocáinvocálo como o Logos, “por ele tudo tu do existe e, sem ele, e le, Nada N ada440”.
O monge propôs ao peregrino um treinamento progressivo: três mil invocações por dia, depois seis mil, depois doze m il... il ...
Para Jean-Yves Leloup, pode-se também orar com o nome aramaico de Jesus, Ieschoua, repetindo-o sem cessar e nele modulando a respiração. respiração. Assim, inspira-se no le - e e se expira -shoua, deixandoo uma breve fase no -shoua, deixand fase sem respirar no fim, antes de retomar a invocação do Nome. A invocação do nome de Jesus com com a respiração (inspiração e expiração) é recomendada na prece do coração, que tende para a busca da paz (hesychia).
Pode-se ficar chocado com esse aspecto aspecto “quantitativo “quanti tativo”, ”, mas o monge nos nos lembra que a qualid qua lidade ade da prece não depend e de nós, é Deus Deus quem no-la no-l a dá, mas a quantidad quant idadee é o que podemos podemos oferecer a Deus: “é o tempo que passas com a tua rosa que a torna tão preciosa”. A quantidade não provoca a graça, mas ela nos coloca nas condições ótimas de não-distração para acolhermos o Anjo quando ele p assa... ass a...
exercícioo • Sé pacien te e repete com frequ ência este exercíci As última úl timass palavras do monge mon ge são: “Sé paciente pac iente e repete com frequência este exercício”. Eis como Jean-Yves Leloup explica esta última etapa do método para orar com o coração:
A prece deve ser feita frequen f requentemente temente,, pois sua perfeição não depende de nós. “Só a frequência foi deixada ao nosso poder como meio para alcançarmos a pureza, que é a mãe de todo bem espiritual42”, sustenta Jean-Yves Leloup.
O artista deve ser paciente; deve repetir por muito tempo suas escalas antes de se deixar passar à inspiração. Muitas pessoas gostariam de ser “artistas de imed iato”, sem gastarem o tempo, às vez es long o e e nfa do nh o, de faz erem as es ca la s.. . No cam po da
5 - Os e f e i t o s
d a p re c e d o c o r a ç ã o
Os prim eiros efeitos: os obstáculos físico s
importância do nome de Jesus na prece, porque é a própria pres ença do “Tea ntro po”, do D eu s-h om em qu e assim se apro xim a de nós. Entendemos que Deus não existe sem o homem e que o homem não existe sem Deus; Deus e o homem nele estão indissoluvelmente unidos “sem confusão e sem separação”.
dificilmente verificáveis, mas o ouvido de um monge está pa rtic ula rm en te aten to a rec onh ece r a s “nota s fals as” qu e são a inflação, a falta de discrição, daqueles que acreditam que se tornaram em alguns anos “grandes espíritos”, o que é frequen temente a constatação do ridículo de sua pretensão. Uma pequena ferida no amor-próprio deles e que resta de sua “imensa serenidade” ? O monge insiste também na repetição. Do ponto de vista psico lógic o, já se c onh ece o e feit o tra nq ui liz an te qu e pod e ter a repetição de um ato simples; chega um momento em que o ato se faz “por si só”, sem fadi ga ‘n. ‘n.
Pode-se invocar o nome nome de Jesus referindo-se a ele primeiro como “Jesus de Nazaré”, depois como manifestação de Deus, encarnação da Palavra, como o Cristo que traz a unção do Vivo, “seu Filho amado que encarna em gestos e em palavras de humanidade o Amor incompreens incompreensível. ível. [. .. ] Posso Posso enfim invocáinvocálo como o Logos, “por ele tudo tu do existe e, sem ele, e le, Nada N ada440”.
O monge propôs ao peregrino um treinamento progressivo: três mil invocações por dia, depois seis mil, depois doze m il... il ...
Para Jean-Yves Leloup, pode-se também orar com o nome aramaico de Jesus, Ieschoua, repetindo-o sem cessar e nele modulando a respiração. respiração. Assim, inspira-se no le - e e se expira -shoua, deixandoo uma breve fase no -shoua, deixand fase sem respirar no fim, antes de retomar a invocação do Nome. A invocação do nome de Jesus com com a respiração (inspiração e expiração) é recomendada na prece do coração, que tende para a busca da paz (hesychia).
Pode-se ficar chocado com esse aspecto aspecto “quantitativo “quanti tativo”, ”, mas o monge nos nos lembra que a qualid qua lidade ade da prece não depend e de nós, é Deus Deus quem no-la no-l a dá, mas a quantidad quant idadee é o que podemos podemos oferecer a Deus: “é o tempo que passas com a tua rosa que a torna tão preciosa”. A quantidade não provoca a graça, mas ela nos coloca nas condições ótimas de não-distração para acolhermos o Anjo quando ele p assa... ass a...
exercícioo • Sé pacien te e repete com frequ ência este exercíci As última úl timass palavras do monge mon ge são: “Sé paciente pac iente e repete com frequência este exercício”. Eis como Jean-Yves Leloup explica esta última etapa do método para orar com o coração:
A prece deve ser feita frequen f requentemente temente,, pois sua perfeição não depende de nós. “Só a frequência foi deixada ao nosso poder como meio para alcançarmos a pureza, que é a mãe de todo bem espiritual42”, sustenta Jean-Yves Leloup.
O artista deve ser paciente; deve repetir por muito tempo suas escalas antes de se deixar passar à inspiração. Muitas pessoas gostariam de ser “artistas de imed iato”, sem gastarem o tempo, às vez es long o e e nfa do nh o, de faz erem as es ca la s.. . No cam po da prece, q ua ntos noviç os se tom am por “i nsp irad os” qu an do o n om e de Jesus nem está ainda inscrito de modo habitual no ritmo de sua respiração ou do seu coração! As presunções no campo da pr ec e sã o sem d ú vi d a m ai s fr e q ü e n te s p o rq u e sã o m ai s
músculos. Mas, com o tempo, o treinamento se torna menos exigente e acabamos encontrando nossa recompensa na forma de bem-estar físico e psicológico. Conclusão: quanto mais treinamos regularmente, menos o esforço nos pesa e mais colhemos um benefício. O mesmo vale para a prática da prece. Os primeiros efeitos da repetição da invocação não são dos mais agradáveis. “Quando deixamos uma luz entrar num quarto escuro, essa luz nos revela tudo o que está oculto ou desordenado no quarto. O primeiro efeito da luz, após o ofuscamento inicial, inicia l, é de nos revelar nossa sombra. Se permanecêssemos no ofuscamento, o trabalho não seria feito e a câmara do coração não seria transformada. transform ada. Preferimos às vezes os os ofuscamentos à luz, luz , para não mudarm mud armos4 os433”, explica Jean-Yves Jean-Yves Leloup. Eis como Arsênio, nos Relatos , descreve os os primeiros primei ros efeitos do seu treinamento para a prece: Durante uma semana eu praticava na solidão do meu jardim o estudo da prece interior, seguindo exatamente os conselhos do monge. No começo tudo parecia estar indo bem. Depois eu senti um grande peso, preguiça, enfado, um sono insuperável, e os pens ame ntos caír am sobre mim com o nuve ns. Eu fui ao mon ge cheio de aflição e lhe expus o meu estado; ele me recebeu com bondade e me disse: “Am ado ir mão, isso é a luta qu e faz contra ti o mun do obscuro, pois nada há que ele mais tem a do que a prece do coraç ão. Ele tenta te incomodar e te causar desgosto pela prece. Mas esse inimigo só age segundo a vontade e a permissão de Deus, na medida em que isto nos é necessário. Sem dúvida é necessário
5 - Os e f e i t o s
d a p re c e d o c o r a ç ã o
Os prim eiros efeitos: os obstáculos físico s Nada se obtém pela preguiça e a facilidade. O treinarmonos nos em qualq uer disciplina disc iplina atlética req uer que recomecemos recomecemos sem cessar os mesmos exercícios, sofrendo no começo devido aos esforços feitos para combatermos a inércia dos nossos
Graf Durckheim, psicólogo existencialista e mestre zen, dentre os critérios do que ele chama de experiência autêntica do Ser, observa “a intervenção do inimigo” com tudo o que ela pode ter de realismo: Curiosamente, a experiência do Ser nunca deixa de fazer surgir seu inimigo. Em toda parte onde se manifesta o Ser Essencial surge o mundo antagônico. antagônico. O inimigo é um poder que contraria ou destrói a vida determinada por Deus. Mas a orientação para o sobrenatural é clara; quanto mais é determinado o compromisso do ser humano ao seu serviço, mais seguramente ele se defronta com o inimigo obstinado em afastá-lo da vida correta. Isto não é uma lenda piedosa, mas um dado de experiência que não se pode explicar logicamente. Uma vez que um ser humano recebeu a graça de uma experiência do Ser, algo vem perturbar, nas horas que se seguem, o estado de beatitude a que o tenha transportado a experiência que o libera e engaja. Não se trata de uma compensação psicológica que, por uma lei de equilíbrio, faz a alegria exuberante ser seguida de uma depressão, ou do estado de tristeza de uma exuberância que as circunstâncias não justificam.
Pode-se facilmente verificar a veracidade dessa força de resistência também chamada de Shâtan (Satã) - o que significa em hebraico “o obstáculo” —lendo-se as vidas dos seres que trabalharam pela humanidade, como como Gandhi ou Madre Teresa, Teresa, bem como dos místicos que tentaram testemunhar sua experiência de iluminação, como João da Cruz, Teresa d’Ávila, Padre Pio e, mais perto de nós, Marie-Rose Ferron, uma condenada quebequense. Mas tudo tem uma razão de ser no caminho que leva ao coração, mesmo os maiores obstáculos. “Sem as emboscadas no nosso caminho não poderíamos fazer progresso”, diziam os antigos Padres do deserto 45
músculos. Mas, com o tempo, o treinamento se torna menos exigente e acabamos encontrando nossa recompensa na forma de bem-estar físico e psicológico. Conclusão: quanto mais treinamos regularmente, menos o esforço nos pesa e mais colhemos um benefício. O mesmo vale para a prática da prece. Os primeiros efeitos da repetição da invocação não são dos mais agradáveis. “Quando deixamos uma luz entrar num quarto escuro, essa luz nos revela tudo o que está oculto ou desordenado no quarto. O primeiro efeito da luz, após o ofuscamento inicial, inicia l, é de nos revelar nossa sombra. Se permanecêssemos no ofuscamento, o trabalho não seria feito e a câmara do coração não seria transformada. transform ada. Preferimos às vezes os os ofuscamentos à luz, luz , para não mudarm mud armos4 os433”, explica Jean-Yves Jean-Yves Leloup. Eis como Arsênio, nos Relatos , descreve os os primeiros primei ros efeitos do seu treinamento para a prece: Durante uma semana eu praticava na solidão do meu jardim o estudo da prece interior, seguindo exatamente os conselhos do monge. No começo tudo parecia estar indo bem. Depois eu senti um grande peso, preguiça, enfado, um sono insuperável, e os pens ame ntos caír am sobre mim com o nuve ns. Eu fui ao mon ge cheio de aflição e lhe expus o meu estado; ele me recebeu com bondade e me disse: “Am ado ir mão, isso é a luta qu e faz contra ti o mun do obscuro, pois nada há que ele mais tem a do que a prece do coraç ão. Ele tenta te incomodar e te causar desgosto pela prece. Mas esse inimigo só age segundo a vontade e a permissão de Deus, na medida em que isto nos é necessário. Sem dúvida é necessário que a tua humildade seja posta à prova: é cedo demais para alcançares por um zelo excessivo mesmo o limiar do coração, pois correrias o risco de caires na mesquinhez espiritual44”.
— está em prevenir o risco de “avareza espiritual”, ou do que João da Cruz Cru z chamava de “glutonia espir e spiritua itual”. l”. Com efeito, o perigo está em “se apropriar do dom de Deus, de transformar em ter o que só pode permanecer na ordem do ser... O noviço corre o risco de confundir a lembrança ou o pensamento de Deus com o próprio Deus. A emoção que pode ser despertada na presença daquele que se ama é menos importante do que sua presença; o peregrino, nessa etapa do seu caminho, aprende a prende a se desapegar de suas emoções, de suas sensações, de seus pensamentos, para não os idolatrar. Tudo o que podemos experienciar de Deus é da natureza do eco; eco; sua voz permanece “do outro lado da montanha 46”. Os efeitos psíquicos: uma sensibilidade sensibilidade intensificada intensificada Tendo somente a companhia da Biblia e da Filocaha , este o livro que o monge lhe dera quando estava falecendo, o peregrino continuou seu caminho baseando-se na tradição deles. Passo a passo a prece prece abriu nele o seu caminho; a partir daí, ele “caminhou na presença de Deus” e o fato de se achar na sua presença, de voltar sem cessar a ele pela invocação, o transformou transformou e o encaminhou para a plenitude. Num casal, dizse que os dois amantes amante s acabam, ac abam, no decorrer decorrer dos anos, ficando parecidos. Vivendo assim, pela prece perpétua, na proximidade de Deus, acaba-se ficando parecido com ele, por se tornar aquele que se ama. * Recitando sem cessar a prece de Jesus, nosso peregrino tornou-se um tanto “bizarro” e disse ele de si mesmo:
Graf Durckheim, psicólogo existencialista e mestre zen, dentre os critérios do que ele chama de experiência autêntica do Ser, observa “a intervenção do inimigo” com tudo o que ela pode ter de realismo: Curiosamente, a experiência do Ser nunca deixa de fazer surgir seu inimigo. Em toda parte onde se manifesta o Ser Essencial surge o mundo antagônico. antagônico. O inimigo é um poder que contraria ou destrói a vida determinada por Deus. Mas a orientação para o sobrenatural é clara; quanto mais é determinado o compromisso do ser humano ao seu serviço, mais seguramente ele se defronta com o inimigo obstinado em afastá-lo da vida correta. Isto não é uma lenda piedosa, mas um dado de experiência que não se pode explicar logicamente. Uma vez que um ser humano recebeu a graça de uma experiência do Ser, algo vem perturbar, nas horas que se seguem, o estado de beatitude a que o tenha transportado a experiência que o libera e engaja. Não se trata de uma compensação psicológica que, por uma lei de equilíbrio, faz a alegria exuberante ser seguida de uma depressão, ou do estado de tristeza de uma exuberância que as circunstâncias não justificam.
Pode-se facilmente verificar a veracidade dessa força de resistência também chamada de Shâtan (Satã) - o que significa em hebraico “o obstáculo” —lendo-se as vidas dos seres que trabalharam pela humanidade, como como Gandhi ou Madre Teresa, Teresa, bem como dos místicos que tentaram testemunhar sua experiência de iluminação, como João da Cruz, Teresa d’Ávila, Padre Pio e, mais perto de nós, Marie-Rose Ferron, uma condenada quebequense. Mas tudo tem uma razão de ser no caminho que leva ao coração, mesmo os maiores obstáculos. “Sem as emboscadas no nosso caminho não poderíamos fazer progresso”, diziam os antigos Padres do deserto 45 A razão ra zão de ser do “obstáculo” “obstáculo” —daqu —daquilo ilo que o autor do livro do Apocalipse Apocalipse chama de “o Acusador de nossos nossos irmãos” irm ãos”
quando o faço, fico muito alegre. Deus sabe o que acontece comigo. Naturalmente, só existem aí impressões sensorias ou, como dizia o monge, somente o efeito da natureza e de um hábito adquirido; mas ainda não ouso me pôr a estudar a prece no interior do coração 47...
Talvez alguns al guns pensem, ao lerem esses relatos, que a prece é uma espécie de auto-hipnose, ou ou uma droga psíquica, que torna insensível à fome, à sede, à dor e aos insultos. Não diz o próprio peregrino que se tornou um tanto “bizarro”? Com discernimento ele observa que todos esses efeitos, algo mágicos e maravilhosos, são o resultado de uma boa concentração, “o efeito da natureza e de um hábito adquirido”; não há nada propriamente a se chamar de “sobrenatural” em tudo isso. Ele nota que ainda não se trata da “prece espiritual”. Todos Tod os esse es sess efei ef eito to s de se n s ib il id a d e ag u ça d a da consciência, poder-se-ia dizer, não devem ser buscados por por eles mesmos. Sem se prender a isso, atravessá-los, não os rejeitar tampouco, não ter medo de se tornar um pouco “bizarro” e de se sentir “neste mundo mas não deste mundo”, despertar assim para uma outra consciência consciência e atribuir relatividade a este mundo espaço-temporal no qual nos acostumamos a viver e que se apresenta então como um “mundo” entre outros, um plano ou um nível entre outros plan os ou outr os níveis da Real idade Un a 48.
Os efeitos no coração : o ardor do a mo r Ao lado desses desses fenômenos fenômenos mais ou menos extraordinários,
— está em prevenir o risco de “avareza espiritual”, ou do que João da Cruz Cru z chamava de “glutonia espir e spiritua itual”. l”. Com efeito, o perigo está em “se apropriar do dom de Deus, de transformar em ter o que só pode permanecer na ordem do ser... O noviço corre o risco de confundir a lembrança ou o pensamento de Deus com o próprio Deus. A emoção que pode ser despertada na presença daquele que se ama é menos importante do que sua presença; o peregrino, nessa etapa do seu caminho, aprende a prende a se desapegar de suas emoções, de suas sensações, de seus pensamentos, para não os idolatrar. Tudo o que podemos experienciar de Deus é da natureza do eco; eco; sua voz permanece “do outro lado da montanha 46”. Os efeitos psíquicos: uma sensibilidade sensibilidade intensificada intensificada Tendo somente a companhia da Biblia e da Filocaha , este o livro que o monge lhe dera quando estava falecendo, o peregrino continuou seu caminho baseando-se na tradição deles. Passo a passo a prece prece abriu nele o seu caminho; a partir daí, ele “caminhou na presença de Deus” e o fato de se achar na sua presença, de voltar sem cessar a ele pela invocação, o transformou transformou e o encaminhou para a plenitude. Num casal, dizse que os dois amantes amante s acabam, ac abam, no decorrer decorrer dos anos, ficando parecidos. Vivendo assim, pela prece perpétua, na proximidade de Deus, acaba-se ficando parecido com ele, por se tornar aquele que se ama. * Recitando sem cessar a prece de Jesus, nosso peregrino tornou-se um tanto “bizarro” e disse ele de si mesmo: Não me preocupo com nada, nada me ocupa, nada do que me é exterior me detém. Eu gostaria de estar sempre na solidão; por hábito, só tenho uma necessidade: recitar sem cessar a prece e,
“Certa dor no coração”, quando não se trata das primicias do infarto, pode ser o sinal de que o coração está prestes a se abrir, a se tornar permeável ao “amor completamente completament e diferente”, difere nte”, e isto não acontece sem “certo traum a” de que os místicos do Ocidente Ocidente também falam, especialmente João João da Cruz: Cruz : O viva chama de amor Que fere ternamente O centro profundo da minha alma
O queimadura suave, Lesão deliciosa, Mão leve, toque delicado Que tem gosto de vida eterna 49... 49...
A ferida de amor não não se faz sem sem dor dor,, mas mas ela causa ao mesmo tempo uma alegria extremamente deleitosa. “Se, ao caminhardes num jardim, pisardes num espinho, não esqueçais de dizer obrigado. Talvez a picada seja dolorosa, mas o espinho vos é oferecido do mesmo modo que a essência de rosa50”, ensinamnos os sufis. Esses primeiros “golpes no coração” podem ser sentidos de maneira súbita quando da repetição da prece de Jesus feita com concentração no coração. Eles são o sinal de que q ue o coração está prestes a se abrir para o amor divino. “São como flechas de fogo; elas ferem a alma, trespassam-na e a deixam inteiramente queimada pelo fogo do amor”, explica João da Cruz.
quando o faço, fico muito alegre. Deus sabe o que acontece comigo. Naturalmente, só existem aí impressões sensorias ou, como dizia o monge, somente o efeito da natureza e de um hábito adquirido; mas ainda não ouso me pôr a estudar a prece no interior do coração 47...
Talvez alguns al guns pensem, ao lerem esses relatos, que a prece é uma espécie de auto-hipnose, ou ou uma droga psíquica, que torna insensível à fome, à sede, à dor e aos insultos. Não diz o próprio peregrino que se tornou um tanto “bizarro”? Com discernimento ele observa que todos esses efeitos, algo mágicos e maravilhosos, são o resultado de uma boa concentração, “o efeito da natureza e de um hábito adquirido”; não há nada propriamente a se chamar de “sobrenatural” em tudo isso. Ele nota que ainda não se trata da “prece espiritual”. Todos Tod os esse es sess efei ef eito to s de se n s ib il id a d e ag u ça d a da consciência, poder-se-ia dizer, não devem ser buscados por por eles mesmos. Sem se prender a isso, atravessá-los, não os rejeitar tampouco, não ter medo de se tornar um pouco “bizarro” e de se sentir “neste mundo mas não deste mundo”, despertar assim para uma outra consciência consciência e atribuir relatividade a este mundo espaço-temporal no qual nos acostumamos a viver e que se apresenta então como um “mundo” entre outros, um plano ou um nível entre outros plan os ou outr os níveis da Real idade Un a 48.
Os efeitos no coração : o ardor do a mo r Ao lado desses desses fenômenos fenômenos mais ou menos extraordinários, prossegue Jean-Yves Leloup, a prece do coração causa certo número de efeitos que se deve ser capaz de reconhecer sem se inquietar:
Eu gemi, ele me queimava enquanto eu gemia. Fiquei em silêncio, ele me queimava no silêncio. Ele me perseguiu para além de todos os limites. Fiquei no interior, ele me queimou no interior S1. S1.
.
Angèle de Foligno, que vivenciou grandes êxtases na sua vida mística, mística , compara a ferida do do amor divino divino com a que faria a lâm ina de uma foice ao atravessar o coração. coração. Eu diria, se preferís, que o amor assume, ao me tocar, a semelhança de uma foice... Parecia-me que um instrumento cortante me tocava, depois ele se retirava, não penetrando enquanto se deixasse perceber. Eu fui tomada de amor; fui saciada com uma inestimável plenitude.
Rümí, poeta sufi, a compara à ferida feita por uma lança: Se me ferires com a tua lança, essa ferida me será suave. O pó dos teus passos é uma mina de pedras filosofais. Cada coisa penosa contigo se torna doce.
E verdade que as primeiras manifestações da ferida no coração variam em intensidade conforme conforme a pesso pessoaa que ora. ora. O peregrino russo falou, após a dor sentida no coração, numa “tepidez agradável” e num “sentimento de consolação e de paz”. Deus fere e cura no mesmo instante, ele abate e levanta, obscurece e ilumina. Assim, a viagem do peregrino é sobretudo interior. Ele passa por todas as emo ções , todas as exp eriê ncia s que um ser humano pode vivenciar, as mais agradáveis como as mais desagradáveis, desagradáveis, “nada que é hum ano lhe é estranho” e, no entanto, em tudo isso ele permanece um “passante”, sem se deter no êxtase, sem se comprazer no sofrimento, e assim é o caminho: “Sede pass ante ” —calor, —calor, tum ult o, leve za, aleg ria, lág rima s, são al gum as das manifestações sensorias que atestam a “Presença indizível”
“Certa dor no coração”, quando não se trata das primicias do infarto, pode ser o sinal de que o coração está prestes a se abrir, a se tornar permeável ao “amor completamente completament e diferente”, difere nte”, e isto não acontece sem “certo traum a” de que os místicos do Ocidente Ocidente também falam, especialmente João João da Cruz: Cruz : O viva chama de amor Que fere ternamente O centro profundo da minha alma
O queimadura suave, Lesão deliciosa, Mão leve, toque delicado Que tem gosto de vida eterna 49... 49...
A ferida de amor não não se faz sem sem dor dor,, mas mas ela causa ao mesmo tempo uma alegria extremamente deleitosa. “Se, ao caminhardes num jardim, pisardes num espinho, não esqueçais de dizer obrigado. Talvez a picada seja dolorosa, mas o espinho vos é oferecido do mesmo modo que a essência de rosa50”, ensinamnos os sufis. Esses primeiros “golpes no coração” podem ser sentidos de maneira súbita quando da repetição da prece de Jesus feita com concentração no coração. Eles são o sinal de que q ue o coração está prestes a se abrir para o amor divino. “São como flechas de fogo; elas ferem a alma, trespassam-na e a deixam inteiramente queimada pelo fogo do amor”, explica João da Cruz. Para os sufis, a queimadura de amor pode se tornar um fogo tão ardente que consome a alma inteira:
Os efeitos espirituais: a experiência da Transfiguração Nessa época (diz o peregrino russo) eu lia também a minha Biblia e sentía que começava a compreendê-la melhor; nela encontrava menos passagens obscuras. Os padres têm razão ao dizerem que a filocalia é a chave que revela os mistérios ocultos na Escritura. Sob a sua direção eu comecei a compreen der o sentido oculto da Palavra de Deus; descobri o que significavam “o ser humano interior no fundo do coração, a prece verdadeira, a adoração em espírito, o Reino no nosso interior, a intercessão do Espírito Santo”; [...]. Quando ao mesmo tempo eu orava no fundo do coração, tudo o que me cercava se apresentava sob um aspecto deslumbrante: as árvores, as ervas, os pássaros, a terra, o ar, a luz, tudo isto parecia me dizer que existia para o ser humano, que testemunhava o amor de Deus pelo ser humano; tudo orava, tudo cantava a glória de Deus! Assim eu compreendia o que a filocalia chama de “o conhecimento da linguagem da Criação” e percebia como é possí vel con ve rsa r com as c riat ura s de D eu s53. s53.
Segundo Jean-Yves Leloup, a experiência da Trans figuração, ao lado da experiência do amor humilde, é uma das características fundamen tais da vida hesicasta; no monte Atos, Atos, seguindo Grégoire Palamas, insiste-se muito no realismo dessa experiência que é a garantia da nossa ressurreição, a participação participação na lu z incriada. M. Kazan tzakis, poeta grego, grego, observa que nossa tendência é “humanizar Deus, quando seria necessário deificar o ser humano” e deificar todo ser humano. O peregrino vê o mundo transfigurado; vale dizer que se revela a ele “a chama das coisas”; o mundo não mudou, foram os seus olhos que, pela prece, abriram-se e se tornaram capazes de ver “a glória de YHWH ” no corpo do mundo. A glória de Deus, no pen sam ent o jud aic o-c rist ão, evoc a um a exp eriê ncia de peso, de densidade lum inosa: para nós, com com frequên cia a glória é apenas a
Eu gemi, ele me queimava enquanto eu gemia. Fiquei em silêncio, ele me queimava no silêncio. Ele me perseguiu para além de todos os limites. Fiquei no interior, ele me queimou no interior S1. S1.
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Angèle de Foligno, que vivenciou grandes êxtases na sua vida mística, mística , compara a ferida do do amor divino divino com a que faria a lâm ina de uma foice ao atravessar o coração. coração. Eu diria, se preferís, que o amor assume, ao me tocar, a semelhança de uma foice... Parecia-me que um instrumento cortante me tocava, depois ele se retirava, não penetrando enquanto se deixasse perceber. Eu fui tomada de amor; fui saciada com uma inestimável plenitude.
Rümí, poeta sufi, a compara à ferida feita por uma lança: Se me ferires com a tua lança, essa ferida me será suave. O pó dos teus passos é uma mina de pedras filosofais. Cada coisa penosa contigo se torna doce.
E verdade que as primeiras manifestações da ferida no coração variam em intensidade conforme conforme a pesso pessoaa que ora. ora. O peregrino russo falou, após a dor sentida no coração, numa “tepidez agradável” e num “sentimento de consolação e de paz”. Deus fere e cura no mesmo instante, ele abate e levanta, obscurece e ilumina. Assim, a viagem do peregrino é sobretudo interior. Ele passa por todas as emo ções , todas as exp eriê ncia s que um ser humano pode vivenciar, as mais agradáveis como as mais desagradáveis, desagradáveis, “nada que é hum ano lhe é estranho” e, no entanto, em tudo isso ele permanece um “passante”, sem se deter no êxtase, sem se comprazer no sofrimento, e assim é o caminho: “Sede pass ante ” —calor, —calor, tum ult o, leve za, aleg ria, lág rima s, são al gum as das manifestações sensorias que atestam a “Presença indizível” do Ser Vivo nele, porém, mais importantes do que essas manifestações são a “compreensão das Escrituras” e a experiência da Transfiguração52.
Pela vibração do seu coração desperto pela invocação do nome de Jesus, o peregrino teve novamente acesso à visão do Incriado presente no criado, de Deus que “está presente no mundo através de suas energias”, energia s”, visão visão que teve Moisés quando estava olhando para a Sarça ardente —“Ele viu a chama na sarça” e na chama a voz do Outro que disse “Eu Sou”. A sarça , a c ham a, “Eu So u”, n ão é isto a ex peri ênc ia nu m mes mo olhar, da natureza, da energia e da essência transcendente à sua manifestação? Não será também a experiência dos discípulos (de Jesus) no d ia da T ran sfig ura ção ? A litu rgia biz an tin a nos diz qu e seus olhos se tornaram capazes de ver “Tal como Ele é”: no seu corpo físico, no seu corpo de luz, na sua relação com o Ser que afirma “Eis o meu filho”, o que se pode traduzir em linguagem metafísica como: eis a minh a m anifestação, a minh a energia 55”.
Na sua medida, o peregrino entrou nessa experiência da Transfiguração, que é o objetivo objetivo da meditação hesicasta. hesicasta. Enfim, ele estava feliz e algo da sua felicidade veio até nós: “Aqu ela felicidade não ilumin ava somente o interior da minha alma; o mundo exterior também me aparecia sob um aspecto deslumbrante e tudo me levava a amar e louvar a Deus: os seres humanos, as árvores, os animais, tudo me era familiar e por toda par te eu en con tra va a i ma gem do nom e de J esus Cris to; às ve zes eu me sentia tão leve que pensava que não tinha mais corpo e que flutuava suavemente no ar; outras vezes, entrava completamente em mim mesmo e via claramente o meu interior, admirando o impressionante edifício do corpo humano”. Estamos então na presença de uma espiritualidade que não está desencarnada e cujo problema n ão está em “como sair deste baixo baixo mun do e deste corpo putrefato? ” mas em “como deixar descer a chama de Pentecostes (ou do Espírito Santo) em todos os elementos do nosso universo perecível; como acelerar a Transfiguração do mundo?”.
Os efeitos espirituais: a experiência da Transfiguração Nessa época (diz o peregrino russo) eu lia também a minha Biblia e sentía que começava a compreendê-la melhor; nela encontrava menos passagens obscuras. Os padres têm razão ao dizerem que a filocalia é a chave que revela os mistérios ocultos na Escritura. Sob a sua direção eu comecei a compreen der o sentido oculto da Palavra de Deus; descobri o que significavam “o ser humano interior no fundo do coração, a prece verdadeira, a adoração em espírito, o Reino no nosso interior, a intercessão do Espírito Santo”; [...]. Quando ao mesmo tempo eu orava no fundo do coração, tudo o que me cercava se apresentava sob um aspecto deslumbrante: as árvores, as ervas, os pássaros, a terra, o ar, a luz, tudo isto parecia me dizer que existia para o ser humano, que testemunhava o amor de Deus pelo ser humano; tudo orava, tudo cantava a glória de Deus! Assim eu compreendia o que a filocalia chama de “o conhecimento da linguagem da Criação” e percebia como é possí vel con ve rsa r com as c riat ura s de D eu s53. s53.
Segundo Jean-Yves Leloup, a experiência da Trans figuração, ao lado da experiência do amor humilde, é uma das características fundamen tais da vida hesicasta; no monte Atos, Atos, seguindo Grégoire Palamas, insiste-se muito no realismo dessa experiência que é a garantia da nossa ressurreição, a participação participação na lu z incriada. M. Kazan tzakis, poeta grego, grego, observa que nossa tendência é “humanizar Deus, quando seria necessário deificar o ser humano” e deificar todo ser humano. O peregrino vê o mundo transfigurado; vale dizer que se revela a ele “a chama das coisas”; o mundo não mudou, foram os seus olhos que, pela prece, abriram-se e se tornaram capazes de ver “a glória de YHWH ” no corpo do mundo. A glória de Deus, no pen sam ent o jud aic o-c rist ão, evoc a um a exp eriê ncia de peso, de densidade lum inosa: para nós, com com frequên cia a glória é apenas a fama; sem dúvida, tradução da dos romanos, o poder de uma “aparência”, ao passo que a glória de um ser, para um semita, é sua realidade fundamental54.
Em suma, suma , a vida do peregrino peregrin o não se opõe às preocupações preocupações sociais e ao desejo de justiça do ser humano c ontemporâneo; “ela apenas lembra que uma mudança de sociedade, sem uma mudança do coração do ser humano, está, a prazo mais ou menos longo, destinada ao fracasso, e que o coração do ser humano só pode mudar se ele se sente ao menos uma véz amado, in finitamente amado, e se consente nesse nesse amor, que pode livrá-lo da sua vaidade e de suas vontades de poder, por ter encontrado encon trado a sua luz 57”. O coração coração é o mais sagrado. sagrado . .. E então no âmago do coração que se faz a alquimia da contemplação, pois “o coração é o mais sagrado dos lugares sagrados. Tendes razão em vos dirigirdes para ele sem cessar e de o explorardes; explorardes; é nele que está a realidade que q ue nós chamamos ✓ de Shiva, ou o Eu; o Eu; vós vós a denominais de outro modo... E a experiência do Eu Sou e este Eu Sou está em vós; vós sois isto58”, ensina Muktananda, mestre indiano.
Pela vibração do seu coração desperto pela invocação do nome de Jesus, o peregrino teve novamente acesso à visão do Incriado presente no criado, de Deus que “está presente no mundo através de suas energias”, energia s”, visão visão que teve Moisés quando estava olhando para a Sarça ardente —“Ele viu a chama na sarça” e na chama a voz do Outro que disse “Eu Sou”. A sarça , a c ham a, “Eu So u”, n ão é isto a ex peri ênc ia nu m mes mo olhar, da natureza, da energia e da essência transcendente à sua manifestação? Não será também a experiência dos discípulos (de Jesus) no d ia da T ran sfig ura ção ? A litu rgia biz an tin a nos diz qu e seus olhos se tornaram capazes de ver “Tal como Ele é”: no seu corpo físico, no seu corpo de luz, na sua relação com o Ser que afirma “Eis o meu filho”, o que se pode traduzir em linguagem metafísica como: eis a minh a m anifestação, a minh a energia 55”.
Na sua medida, o peregrino entrou nessa experiência da Transfiguração, que é o objetivo objetivo da meditação hesicasta. hesicasta. Enfim, ele estava feliz e algo da sua felicidade veio até nós: “Aqu ela felicidade não ilumin ava somente o interior da minha alma; o mundo exterior também me aparecia sob um aspecto deslumbrante e tudo me levava a amar e louvar a Deus: os seres humanos, as árvores, os animais, tudo me era familiar e por toda par te eu en con tra va a i ma gem do nom e de J esus Cris to; às ve zes eu me sentia tão leve que pensava que não tinha mais corpo e que flutuava suavemente no ar; outras vezes, entrava completamente em mim mesmo e via claramente o meu interior, admirando o impressionante edifício do corpo humano”. Estamos então na presença de uma espiritualidade que não está desencarnada e cujo problema n ão está em “como sair deste baixo baixo mun do e deste corpo putrefato? ” mas em “como deixar descer a chama de Pentecostes (ou do Espírito Santo) em todos os elementos do nosso universo perecível; como acelerar a Transfiguração do mundo?”. A prece do c oraç ão a trai para todos as dua s gra nde s “E ner gia s” ou manifestações do Pai Uno. “Vem Senhor Jesus”, “envia teu Espírito, e que a Terra se renove 56F\
A alm a é tão u nid a a Deu s q ue é um a só coisa com ele. eresa d ’Á vtla vtla T eresa d
A prece leva o ser humano “ao “ao ápice supremo da realidade realid ade”” e o une a Deus “A contemplatio é a a via que leva ao campo campo não apaixonado da nossa alma, onde nenhum pensamento e nenhum sentimento, nenhuma imagem e nenhuma repre sentação podem separar o ser humano de Deus. Os místicos descreveram essa parte da alma que é sem paixões recorrendo a diversas imagens. Tauler fala do fundo da alma; Mestre Eckhart, de faísca da alma; Catarina de Sena, de célula interior e Teresa d’Avila, de morada íntima do castelo da alma2”, diz Anselm Grun, G run, monge beneditino be neditino contemporâneo. contemp orâneo. Esse “lugar” muito íntimo, no qual a prece profunda nos faz penetrar, foi descrito com precisão na psicologia transpessoal. E o momento em que deixamos de nos identificar identif icar com os nossos nossos problemas, em q ue deixamos de ixamos de nos definir defin ir a partir do mundo, do nosso bem-estar, da atenção ou do reconhe cimento, assim como a partir de nossas relações ou de nossa maturidade psíquica. “Nesse lugar tocamos tocamos a transcendência em nós: Deus, que q ue transcende o nosso nosso eu e nos nos leva justamente ao mistério do nosso eu íntimo3”. Isaque de Nínive Nín ive o compara a uma sala de tesouro interior: Se te esforçares para entrar na sala do tesouro qu e se encontra no
Em suma, suma , a vida do peregrino peregrin o não se opõe às preocupações preocupações sociais e ao desejo de justiça do ser humano c ontemporâneo; “ela apenas lembra que uma mudança de sociedade, sem uma mudança do coração do ser humano, está, a prazo mais ou menos longo, destinada ao fracasso, e que o coração do ser humano só pode mudar se ele se sente ao menos uma véz amado, in finitamente amado, e se consente nesse nesse amor, que pode livrá-lo da sua vaidade e de suas vontades de poder, por ter encontrado encon trado a sua luz 57”. O coração coração é o mais sagrado. sagrado . .. E então no âmago do coração que se faz a alquimia da contemplação, pois “o coração é o mais sagrado dos lugares sagrados. Tendes razão em vos dirigirdes para ele sem cessar e de o explorardes; explorardes; é nele que está a realidade que q ue nós chamamos ✓ de Shiva, ou o Eu; o Eu; vós vós a denominais de outro modo... E a experiência do Eu Sou e este Eu Sou está em vós; vós sois isto58”, ensina Muktananda, mestre indiano.
A alm a é tão u nid a a Deu s q ue é um a só coisa com ele. eresa d ’Á vtla vtla T eresa d
A prece leva o ser humano “ao “ao ápice supremo da realidade realid ade”” e o une a Deus “A contemplatio é a a via que leva ao campo campo não apaixonado da nossa alma, onde nenhum pensamento e nenhum sentimento, nenhuma imagem e nenhuma repre sentação podem separar o ser humano de Deus. Os místicos descreveram essa parte da alma que é sem paixões recorrendo a diversas imagens. Tauler fala do fundo da alma; Mestre Eckhart, de faísca da alma; Catarina de Sena, de célula interior e Teresa d’Avila, de morada íntima do castelo da alma2”, diz Anselm Grun, G run, monge beneditino be neditino contemporâneo. contemp orâneo. Esse “lugar” muito íntimo, no qual a prece profunda nos faz penetrar, foi descrito com precisão na psicologia transpessoal. E o momento em que deixamos de nos identificar identif icar com os nossos nossos problemas, em q ue deixamos de ixamos de nos definir defin ir a partir do mundo, do nosso bem-estar, da atenção ou do reconhe cimento, assim como a partir de nossas relações ou de nossa maturidade psíquica. “Nesse lugar tocamos tocamos a transcendência em nós: Deus, que q ue transcende o nosso nosso eu e nos nos leva justamente ao mistério do nosso eu íntimo3”. Isaque de Nínive Nín ive o compara a uma sala de tesouro interior: Se te esforçares para entrar na sala do tesouro qu e se encontra no fundo do teu coração, verás então a do céu; pois esta e aquela são idênticas: entrando aí, verás ambas! A escada que sobe ao reino dos céus está está em ti. Oculta na tua alm a4. a4.
Para Bernard de Clairv aux, esse esse lugar luga r íntimo é ao mesmo mesmo tempo o caminho que leva ao abismo do silêncio divino em nós: É do silencio que vem toda energia. No silencio mergulhamos no ámago do Pai e dele saímos com sua palavra eterna. O repousar nas profundezas de Deus te proporciona a cura das perturbações do mundo. O repouso de de Deus tudo ap azigua5.
Na primeira manh ã da nossa nossa chegada ao parque nacional de Ban ff eu me levantei cedo; ainda não me tinha acostumado à defasagem do horario. Uma bruma densa envolvia toda a paisagem. De repente a bruma se ergu eu... e eu eu vi as montanha s. Creio que por um instante meu coração parou de bater bater.. Que grandiosidad e! Era indescritível. Ela subia ao céu: o verde das árvores em baixo, mais alto o cinza das rochas, dos taludes, das falésias vertiginosas, depois o branco da neve, um branco de urna pureza... Enfim o céu azul que dividia tudo em pontos... Como vos dizer 7?
Anselm Grun indica indi ca que o objetivo da prece profunda é “nos libertar de todos os pensamentos que nos perturbam, é nos imergir no abismo do amor divino, nos dar acesso em silêncio à paz, nos tornar íntegros, nos reconciliar com Deus e por isto mesmo com o mundo inteiro, sempre presentes, totalmente auténticos, auténticos, puros e límpidos, vivos vivos e livre s6 .
E ela acrescentou hesitante, após um momento de silêncio:
“O reencontro reencontro com Deus é a uni união ão com ele, o que permite adquirir adqu irir urna nova identidade, um a imersão no âmago do Pai em comunhão com o Cristo, a Palavra eterna, o acesso ao status de novo homem”, acrescenta Anselm Grun. Assim, a prece, como experiência transformadora, é urna nova criação do ser humano por Deus.
A prece pode pode suscitar uma semelhante semelh ante emoção unificadora. Assim As sim , em certos cer tos mome mo mento nto s da .pre . pre ce, pod emos em os ter a experiência da imensa majestade de Deus e da nossa pequenez, “até nos sentirmos projetados para fora de nós mesmos, fascinados pelo Outro... E, ao mesmo tempo, imersos intensamente no mais vazio de nós, onde algo do Outro é vivenciado 9 , conta o padre Jacques, um monge cisterciano. Ele qualifica esta experiência de prece especial como “preceápice”. Segundo ele, as experiências-ápices, embora diferentes urnas das outras, têm características em comum 10.
1 - U ma “ “ experiéncia - ápice”
Certos momentos especiais, vividos na prece profunda, assemelham-se ao que os cientistas cientistas chamam âc pea^-expertences , termo que foi traduzido como “experiéncias-ápice”. Tais experiências emocionais, que variam conforme os individuos, podem ser suscitadas pelo amor, pela visão de urna obra de
Disseram-me depois que eu passara mais de duas horas e meia imóvel, sem fazer nada. Só olhando. Só me concentrando naquelas montanhas. Nada mais interessava. Nada mais existia. Só havia... aquela imensidade. Ela era tão grande e eu me sentía tão pequena8!
escoa. Passar duas horas de pé a A primeira é que o tem po se escoa. Passar contemplar montanhas, cc>mo no relato precedente, e nem sequer se dar conta conta disto e inclusive sem se entediar! Além
Para Bernard de Clairv aux, esse esse lugar luga r íntimo é ao mesmo mesmo tempo o caminho que leva ao abismo do silêncio divino em nós: É do silencio que vem toda energia. No silencio mergulhamos no ámago do Pai e dele saímos com sua palavra eterna. O repousar nas profundezas de Deus te proporciona a cura das perturbações do mundo. O repouso de de Deus tudo ap azigua5.
Na primeira manh ã da nossa nossa chegada ao parque nacional de Ban ff eu me levantei cedo; ainda não me tinha acostumado à defasagem do horario. Uma bruma densa envolvia toda a paisagem. De repente a bruma se ergu eu... e eu eu vi as montanha s. Creio que por um instante meu coração parou de bater bater.. Que grandiosidad e! Era indescritível. Ela subia ao céu: o verde das árvores em baixo, mais alto o cinza das rochas, dos taludes, das falésias vertiginosas, depois o branco da neve, um branco de urna pureza... Enfim o céu azul que dividia tudo em pontos... Como vos dizer 7?
Anselm Grun indica indi ca que o objetivo da prece profunda é “nos libertar de todos os pensamentos que nos perturbam, é nos imergir no abismo do amor divino, nos dar acesso em silêncio à paz, nos tornar íntegros, nos reconciliar com Deus e por isto mesmo com o mundo inteiro, sempre presentes, totalmente auténticos, auténticos, puros e límpidos, vivos vivos e livre s6 .
E ela acrescentou hesitante, após um momento de silêncio:
“O reencontro reencontro com Deus é a uni união ão com ele, o que permite adquirir adqu irir urna nova identidade, um a imersão no âmago do Pai em comunhão com o Cristo, a Palavra eterna, o acesso ao status de novo homem”, acrescenta Anselm Grun. Assim, a prece, como experiência transformadora, é urna nova criação do ser humano por Deus.
A prece pode pode suscitar uma semelhante semelh ante emoção unificadora. Assim As sim , em certos cer tos mome mo mento nto s da .pre . pre ce, pod emos em os ter a experiência da imensa majestade de Deus e da nossa pequenez, “até nos sentirmos projetados para fora de nós mesmos, fascinados pelo Outro... E, ao mesmo tempo, imersos intensamente no mais vazio de nós, onde algo do Outro é vivenciado 9 , conta o padre Jacques, um monge cisterciano. Ele qualifica esta experiência de prece especial como “preceápice”. Segundo ele, as experiências-ápices, embora diferentes urnas das outras, têm características em comum 10.
1 - U ma “ “ experiéncia - ápice”
Certos momentos especiais, vividos na prece profunda, assemelham-se ao que os cientistas cientistas chamam âc pea^-expertences , termo que foi traduzido como “experiéncias-ápice”. Tais experiências emocionais, que variam conforme os individuos, podem ser suscitadas pelo amor, pela visão de urna obra de arte, de um ícone ou simplesmente de uma paisagem magnífica. Eis o que contou uma ame ricana, Coretta King, quando viu pela primeira vez as Montanhas Rochosas:
A segunda segund a é de não ser atraído po r nada mais , mesmo ao ser diretamente provocado por outra coisa. “Diante daquelas imensas falésias dir-se-ia que eu havia esquecido tudo: a viagem, a casa, os filhos, o trabalho e até o meu marido e o café da manhã ... E isto acontece naturalmente. Eu me sentia tão bem no meu próprio âmago que se diria que tudo o mais havia desaparecido”, diz Coretta no seu testemunho. Para fazer um paralelo com a prece, dir-se-ia que não há “distrações” possíveis; que, nessa experiência em particular que vivemos intensamente, intensam ente, nada mais vale a pena que nos preocupemos. preocupemos. A terc te rc eira ei ra ca ra ct er ís tica ti ca é qu e essas experiências são extrem amen te persistentes. “Isso persistentes. “Isso já se passou há seis anos, mas eu me lembro como se tivesse sido ontem. E depois, todo ano a gente voltou voltou lá, meu marido e eu”. E ela acrescenta: “Minhas montanhas me fazem tanto bem. (Diz meu marido) que não me reconhece quando eu retorno...”. Esta característica se aplica sobretudo às experiências de teor positivo, como uma descoberta artística, um maravilhamento estético, um sentimento de amor profundo, mas não se pode excluir as experiência s penosas que nos tenham também t razido, com o passar dos anos, um aprofundamento interior. A quar ta é que q ue tais experiências são relativ am ente rara raras. s. Não Não temos duas ou três por dia. Além disso, somos incapazes de reproduzi-las à vontade. “Isso nunca foi como na primeira vez. Não é possível, foi demais. Há sempre algo que se assemelha àquilo, àqu ilo, mas como na primeira vez n ão 11”, 1”, conclui a narradora. Esse tipo de de experiência unitiva continua excepcional. “Isso só acontece uma ou duas vezes em toda uma vida. No máximo
Disseram-me depois que eu passara mais de duas horas e meia imóvel, sem fazer nada. Só olhando. Só me concentrando naquelas montanhas. Nada mais interessava. Nada mais existia. Só havia... aquela imensidade. Ela era tão grande e eu me sentía tão pequena8!
escoa. Passar duas horas de pé a A primeira é que o tem po se escoa. Passar contemplar montanhas, cc>mo no relato precedente, e nem sequer se dar conta conta disto ... e inclusive sem se entediar! Além disso, quando temos temos de partir ou sair desse estado, isto é vivido vivido como uma frustração, um desapontamento.
Ele conta como ele próprio viveu, aos sete ou oito anos, um momento especial desse gênero ao penetrar num bosque onde se viu de repente cercado de um imenso campo de flores de todas as cores. cores. Ele sentiu então entã o tal emoção de felicidade e gratidão gratidã o ao criador daquelas daquel as flores que seu coração de criança mal m al pôde contê-la. “A Deus, que q ue de repente estava por toda parte, não falei então. Talvez tenha chorado. De maravilh mara vilham amento ento 13”. O padre Jacques acrescenta que, q uarenta uaren ta anos mais tarde, esse evento lhe ocorreu como tendo sido uma etapa básica no seu caminho es piritual: piritua l: “Aque “Aquele le tapete de humildes flores primaveris primaveris ainda me ensina a ora r... ”. 2 - D
e s c e r a a o c o r a ç ã o p r o f u n d o
Uma quinta característica característica de uma experiência-ápice é que ela nos imer ge no nosso coração profundo. Como descrever esse coração profundo? Temos em nós um que eu qualificaria como “psicossomático”, para onde nos levam nossas emoções profundas. Não as emoções mais ou menos excitantes que nos afetam a todo instante, mas a impulsão afetiva que nos mergulha no nosso âmago e põe em menor energia tudo o que nos excitaria na superfície. Dir-se-ia que todo o nosso ser é monopolizado por essa emoção. Que todo o “fluido” da nossa consciência se concentra nela e no lugar interior em que essa emoção nos submerge14.
Certos místicos falaram disso como de um “abismo”, de um “oceano interior” no qual mergu lhamos, de um “poço” “poço” cuja vertiginosa profundeza nos aspira sem cessar. A impressão psicológica dom inante é então de que se “desce”
A segunda segund a é de não ser atraído po r nada mais , mesmo ao ser diretamente provocado por outra coisa. “Diante daquelas imensas falésias dir-se-ia que eu havia esquecido tudo: a viagem, a casa, os filhos, o trabalho e até o meu marido e o café da manhã ... E isto acontece naturalmente. Eu me sentia tão bem no meu próprio âmago que se diria que tudo o mais havia desaparecido”, diz Coretta no seu testemunho. Para fazer um paralelo com a prece, dir-se-ia que não há “distrações” possíveis; que, nessa experiência em particular que vivemos intensamente, intensam ente, nada mais vale a pena que nos preocupemos. preocupemos. A terc te rc eira ei ra ca ra ct er ís tica ti ca é qu e essas experiências são extrem amen te persistentes. “Isso persistentes. “Isso já se passou há seis anos, mas eu me lembro como se tivesse sido ontem. E depois, todo ano a gente voltou voltou lá, meu marido e eu”. E ela acrescenta: “Minhas montanhas me fazem tanto bem. (Diz meu marido) que não me reconhece quando eu retorno...”. Esta característica se aplica sobretudo às experiências de teor positivo, como uma descoberta artística, um maravilhamento estético, um sentimento de amor profundo, mas não se pode excluir as experiência s penosas que nos tenham também t razido, com o passar dos anos, um aprofundamento interior. A quar ta é que q ue tais experiências são relativ am ente rara raras. s. Não Não temos duas ou três por dia. Além disso, somos incapazes de reproduzi-las à vontade. “Isso nunca foi como na primeira vez. Não é possível, foi demais. Há sempre algo que se assemelha àquilo, àqu ilo, mas como na primeira vez n ão 11”, 1”, conclui a narradora. Esse tipo de de experiência unitiva continua excepcional. “Isso só acontece uma ou duas vezes em toda uma vida. No máximo quatr qu atroo ou cinco, se a pessoa é privileg priv ilegiad iadaa 12” 12”,, acrescenta acrescen ta o padre Jacques.
Outros místicos, que vivem a prece mais como um abrasamento do coração, como João da Cruz, Angèle de Foligno ou Rümi, descrevem a impressão im pressão de se sentirem mais “aspirados” para cima. Falam então da prece contemplativa como permitindo se alcançar a “fina ponta” da alma, ou se penetrar na câmara nupcial, nupcia l, no “apartamento “apartamento do céu empíreo que alcançamos no nosso próprio âmago”, escreveu Teresa d’Ávila. Mas voltemos à nossa vivência: a amante das Montanhas Rochosas já citada, assim como o menino maravilhado diante do campo de flores, e passando pelo esteta contemplando uma obra de arte, pelo músico encontrando a harmonia das notas ou o escritor mergulhado na sua inspiração, todos estão, no momento evocado, situados no imo do seu coração profundo. O mesmo acontece, em circunstâncias mais dramáticas, quando quand o uma mágoa nos afeta ou uma adversidade nos atinge. Não se diz então que se tem o “coração “coração pesado”? O coração profundo é o lugar dos nossos sentimentos: a alegria, a dor, a admiração, o maravilhamento, o medo. E o lugar lug ar onde se ama, ou seja, o lugar de si mesmo que se põe põe em movimento, que se põe a vibrar quando o sentimento amoroso invade. É, enfim, o lugar de Deus. Isto é, o lugar onde Deus está prestes a vos tocar. Em que ele está, sem que saibais, semp re em cont ato convosco. convosco. Deus chega a vós vós por dentro, mesmo quando o que vos fala dele vem de fora 15.
E é também o lugar da prece. “Desce ao teu coração e lá vai
Ele conta como ele próprio viveu, aos sete ou oito anos, um momento especial desse gênero ao penetrar num bosque onde se viu de repente cercado de um imenso campo de flores de todas as cores. cores. Ele sentiu então entã o tal emoção de felicidade e gratidão gratidã o ao criador daquelas daquel as flores que seu coração de criança mal m al pôde contê-la. “A Deus, que q ue de repente estava por toda parte, não falei então. Talvez tenha chorado. De maravilh mara vilham amento ento 13”. O padre Jacques acrescenta que, q uarenta uaren ta anos mais tarde, esse evento lhe ocorreu como tendo sido uma etapa básica no seu caminho es piritual: piritua l: “Aque “Aquele le tapete de humildes flores primaveris primaveris ainda me ensina a ora r... ”. 2 - D
e s c e r a a o c o r a ç ã o p r o f u n d o
Uma quinta característica característica de uma experiência-ápice é que ela nos imer ge no nosso coração profundo. Como descrever esse coração profundo? Temos em nós um que eu qualificaria como “psicossomático”, para onde nos levam nossas emoções profundas. Não as emoções mais ou menos excitantes que nos afetam a todo instante, mas a impulsão afetiva que nos mergulha no nosso âmago e põe em menor energia tudo o que nos excitaria na superfície. Dir-se-ia que todo o nosso ser é monopolizado por essa emoção. Que todo o “fluido” da nossa consciência se concentra nela e no lugar interior em que essa emoção nos submerge14.
Certos místicos falaram disso como de um “abismo”, de um “oceano interior” no qual mergu lhamos, de um “poço” “poço” cuja vertiginosa profundeza nos aspira sem cessar. A impressão psicológica dom inante é então de que se “desce” ali , se “afund a” ali, se “perde” ali, como uma esponja lan çada no mar.
do mesmo fundo de que jorram as emoções fortes e os sentimentos. E verdade que a prece pode se se identificar identif icar com as emoções emoções intensas e inspiradoras, no começo começo da nossa prática, visto que o lugar lug ar do coração que é despertado é o mesmo; mas quanto mais ela se aprofundar mais ganhará em sobriedade, como teremos teremos oportunidade de mostrar um pouco adiante. Vejamos Vejamos agora como a prece leva à contemplação, contemplação , através dos escritos dos místicos que tiveram a experiência da prece contemplativa. 3 - 0 DESPE ESPERT RTAR AR DA CONT CONTEM EMPL PLAÇ AÇÃO ÃO
“Fomo “Fomoss criados por Deus para contemplá-Lo, contem plá-Lo, ou seja, para conhecê-Lo e amá-Lo tal como Ele é em si mesmo, por uma experiência profunda e vital que qu e transcende toda compreensão natural” natura l” - escreveu escreveu Thomas Merton Merton - . “E embora embora a contem contem plação esteja absolutamente acima da nossa natureza, ela é nosso elemento próprio, porque é o resultado de aptidões profundas do nosso ser que não podem ser satisfeitas de outro modo 16”. Rabiah, místico sufi do século VIII, também revelou a importância da contemplação na prece: Senhor, se é por medo do inferno que te sirvo, lança-me nas suas chamas, se é pelo desejo de ir para o paraíso que te presto homenagem, não me deixes jamais nele entrar, mas se concordas que meu único objetivo, objetivo, então não me recuses recuses a contemplação de tua face 17.
Como a contemplação é o nosso verdadeiro elemento, nós a consideramos ao mesmo tempo nova e no entanto familiar
Outros místicos, que vivem a prece mais como um abrasamento do coração, como João da Cruz, Angèle de Foligno ou Rümi, descrevem a impressão im pressão de se sentirem mais “aspirados” para cima. Falam então da prece contemplativa como permitindo se alcançar a “fina ponta” da alma, ou se penetrar na câmara nupcial, nupcia l, no “apartamento “apartamento do céu empíreo que alcançamos no nosso próprio âmago”, escreveu Teresa d’Ávila. Mas voltemos à nossa vivência: a amante das Montanhas Rochosas já citada, assim como o menino maravilhado diante do campo de flores, e passando pelo esteta contemplando uma obra de arte, pelo músico encontrando a harmonia das notas ou o escritor mergulhado na sua inspiração, todos estão, no momento evocado, situados no imo do seu coração profundo. O mesmo acontece, em circunstâncias mais dramáticas, quando quand o uma mágoa nos afeta ou uma adversidade nos atinge. Não se diz então que se tem o “coração “coração pesado”? O coração profundo é o lugar dos nossos sentimentos: a alegria, a dor, a admiração, o maravilhamento, o medo. E o lugar lug ar onde se ama, ou seja, o lugar de si mesmo que se põe põe em movimento, que se põe a vibrar quando o sentimento amoroso invade. É, enfim, o lugar de Deus. Isto é, o lugar onde Deus está prestes a vos tocar. Em que ele está, sem que saibais, semp re em cont ato convosco. convosco. Deus chega a vós vós por dentro, mesmo quando o que vos fala dele vem de fora 15.
E é também o lugar da prece. “Desce ao teu coração e lá vai a Deus”, diz Santo Agostinho. Não se trata de dizer que a prece se se identifica com uma emoção intensa, mas que ela jorra j orra
A sim pl ici da de e a ev ide nc ia ab sol uta s da lu z inf us a qu e a contemplação irradia na nossa alma nos despertam de repente para um nov o mu ndo . Pen etr amo s num cam po de que nunc a havíamos sequer suspeitado e é no entanto ele que nos parece evidente e familiar. É o velho mundo dos nossos sentidos que nos parec e est ranh o, dista nte e incr íve l - até que a inte nsa luz da contemplação nos deixa e recaímos no nosso próprio nível l8.
O êxtase êxtase caracteriza caracteri za a prece contemplativa. Eis o testemunho de Shihab al-Dín U mar Suhraw ardí, místico sufi: sufi: Aq ue le que grita de êxta se q uan do está e m (dança sagrada) deve estar tão desprovido de consciência que, se alguém o ferir no rosto com urna espada, ele não sinta o golpe nem a dor do ferimento causado ,9. ,9.
Os meios habituais de vermos e conhecermos pelos nossos sentidos e pela nossa inteligê int eligência ncia são cegos, cegos, grosseiros grosseiros e incertos, quando comparados com a pura e serena compreensão do amor “na qual o contemplativo pode ver a verdade menos ao percebê-la do que estando absorto nela 20”. Mesmo a mais intensa experiência sensoria parece o sono sono se comparada com o despertar que é a contemplação. “A mais penetrante e segura certeza natural nat ural é apenas um sonho ao ao lado dessa compreensão compreensão serena”, revela Thomas Merton. Tua linguagem é simples, ó Mestre... Eu compreendo a voz de tuas estrelas E o silêncio de tuas árvores. Sei que o meu coração gostaria de se abrir como a flor, Que minha vida remontou às origens De uma fonte invisível21.
do mesmo fundo de que jorram as emoções fortes e os sentimentos. E verdade que a prece pode se se identificar identif icar com as emoções emoções intensas e inspiradoras, no começo começo da nossa prática, visto que o lugar lug ar do coração que é despertado é o mesmo; mas quanto mais ela se aprofundar mais ganhará em sobriedade, como teremos teremos oportunidade de mostrar um pouco adiante. Vejamos Vejamos agora como a prece leva à contemplação, contemplação , através dos escritos dos místicos que tiveram a experiência da prece contemplativa. 3 - 0 DESPE ESPERT RTAR AR DA CONT CONTEM EMPL PLAÇ AÇÃO ÃO
“Fomo “Fomoss criados por Deus para contemplá-Lo, contem plá-Lo, ou seja, para conhecê-Lo e amá-Lo tal como Ele é em si mesmo, por uma experiência profunda e vital que qu e transcende toda compreensão natural” natura l” - escreveu escreveu Thomas Merton Merton - . “E embora embora a contem contem plação esteja absolutamente acima da nossa natureza, ela é nosso elemento próprio, porque é o resultado de aptidões profundas do nosso ser que não podem ser satisfeitas de outro modo 16”. Rabiah, místico sufi do século VIII, também revelou a importância da contemplação na prece: Senhor, se é por medo do inferno que te sirvo, lança-me nas suas chamas, se é pelo desejo de ir para o paraíso que te presto homenagem, não me deixes jamais nele entrar, mas se concordas que meu único objetivo, objetivo, então não me recuses recuses a contemplação de tua face 17.
Como a contemplação é o nosso verdadeiro elemento, nós a consideramos ao mesmo tempo nova e no entanto familiar quando a desfrutamos desfrutamos pela primeira vez. Mas somente somente aqueles que tiveram a experiência da contemplação têm dela um conhecimento exato.
Embora essa nova luz transcenda completamente a nossa natureza, “parece-nos daí em diante ‘normal’ e ‘natural’ vermos sem ver, termos clarida clar idade de nas trevas, termos certeza absoluta sem a menor fração de evidência lógica, termos uma experiência que transcende a experiência e penetrarmos com uma confiança serena nas profundezas que nos deixam totalmente mudos22”. A prece prece contempl contemplativa ativa abre abre uma porta porta para o centro centro do nosso nosso ser e temos temos a impressão de mergulhar mergu lhar em imensas profundezas que, embora infinitas, são acessíveis a nós; “toda a eternidade parece ter se tornado nossa nesse contato único, calmo e exaltado”. Deus nos aflora do seu contato que é um vazio e nos esvazia. Ele nos faz agir com uma simplicidade que nos simplifica. As mudanças, as complexidades, os paradoxos, as multiplicidades, chegam ao fim. Nosso espírito se banha numa atmosfera de compreensão, de realidade sombria e serena e à qual nada falta. Nada mais desejamos. De nada mais precisamos. Nossa única tristeza, se a tristeza ainda é possível, é a consciência de ainda vive rmo s uma vida próp ria 23.
Na realidad re alidade, e, esse abismo infinito que se abriu em nós nos nos destaca totalmente da nossa personalidade para nos fundir deleitosamente na sua imensidão de amor, de liberdade e de alegria. Constatamos então que somos mais nós mesmos do que jamais o fomos e que estamos plenamente nascidos. No centro de nós mesmos, a paisagem que se oferece à nossa vista interior não é nem um lugar, nem uma superfície, mas uma vasta região inconquistável: inconqu istável: o Am or24 or24.
A sim pl ici da de e a ev ide nc ia ab sol uta s da lu z inf us a qu e a contemplação irradia na nossa alma nos despertam de repente para um nov o mu ndo . Pen etr amo s num cam po de que nunc a havíamos sequer suspeitado e é no entanto ele que nos parece evidente e familiar. É o velho mundo dos nossos sentidos que nos parec e est ranh o, dista nte e incr íve l - até que a inte nsa luz da contemplação nos deixa e recaímos no nosso próprio nível l8.
O êxtase êxtase caracteriza caracteri za a prece contemplativa. Eis o testemunho de Shihab al-Dín U mar Suhraw ardí, místico sufi: sufi: Aq ue le que grita de êxta se q uan do está e m (dança sagrada) deve estar tão desprovido de consciência que, se alguém o ferir no rosto com urna espada, ele não sinta o golpe nem a dor do ferimento causado ,9. ,9.
Os meios habituais de vermos e conhecermos pelos nossos sentidos e pela nossa inteligê int eligência ncia são cegos, cegos, grosseiros grosseiros e incertos, quando comparados com a pura e serena compreensão do amor “na qual o contemplativo pode ver a verdade menos ao percebê-la do que estando absorto nela 20”. Mesmo a mais intensa experiência sensoria parece o sono sono se comparada com o despertar que é a contemplação. “A mais penetrante e segura certeza natural nat ural é apenas um sonho ao ao lado dessa compreensão compreensão serena”, revela Thomas Merton. Tua linguagem é simples, ó Mestre... Eu compreendo a voz de tuas estrelas E o silêncio de tuas árvores. Sei que o meu coração gostaria de se abrir como a flor, Que minha vida remontou às origens De uma fonte invisível21.
.. . canta Rabindranath Tagore, Tagore, poeta místico místico indiano (1861 (1861 1941).
Sim, eu sei, tudo isso é apenas o teu amor, Ó Bem-Amado do meu coração: Essa luz dourada que dança nas folhas, Essas Essas nuvens ociosas que cruzam o céu, Essa brisa de um breve instante Que deixa seu frescor na minha fronte25.
Como agir quando ocorre ocorre essa experiência de contemplação na prece? Quando Deus se revela a nós na contemplação, devemos aceitáLo como Ele vem, na Sua noite e no Seu silêncio, sem O interrompe r com raciocínios, palavras, concepções ou atividades que nã o ultrapassam o nível da nossa fastidiosa e penosa existência. [...] (E) O agradecemos pela tranquila felicidade da nossa aceitação silenciosa mais do que por palavras26.
Segundo Lâhíjí, místico sufi da Idade Média, é somente com o olho do coração que podemos ver Deus: Não se pode ver Deus pela visão do raciocínio produzido pela razão, pois é somente graças ao olho do coração, que é a faculdade da visão interior, que se pode ver Deus. Enquanto não concentrardes este olho, de maneira a aguçar sua visão com o colírio da ascese, da conduta espiritual, da purificação da alma, da purificação do coração e da iluminação do Espírito, sereis incapazes de serdes testemunhas da beleza do Amigo na contemplação 27.
A obscur obs curaa clar cl arid id ad e de Deu s que qu e descre des crevem vem certos contemplativos é a pureza do coração coração de que o Cristo falou na sexta beatitude: “Felizes os corações puros, pois eles verão Deus”. Thomas Merton salienta que “na resplandecente obscuridade de Deus em nós, sentimos às vezes profundas
Embora essa nova luz transcenda completamente a nossa natureza, “parece-nos daí em diante ‘normal’ e ‘natural’ vermos sem ver, termos clarida clar idade de nas trevas, termos certeza absoluta sem a menor fração de evidência lógica, termos uma experiência que transcende a experiência e penetrarmos com uma confiança serena nas profundezas que nos deixam totalmente mudos22”. A prece prece contempl contemplativa ativa abre abre uma porta porta para o centro centro do nosso nosso ser e temos temos a impressão de mergulhar mergu lhar em imensas profundezas que, embora infinitas, são acessíveis a nós; “toda a eternidade parece ter se tornado nossa nesse contato único, calmo e exaltado”. Deus nos aflora do seu contato que é um vazio e nos esvazia. Ele nos faz agir com uma simplicidade que nos simplifica. As mudanças, as complexidades, os paradoxos, as multiplicidades, chegam ao fim. Nosso espírito se banha numa atmosfera de compreensão, de realidade sombria e serena e à qual nada falta. Nada mais desejamos. De nada mais precisamos. Nossa única tristeza, se a tristeza ainda é possível, é a consciência de ainda vive rmo s uma vida próp ria 23.
Na realidad re alidade, e, esse abismo infinito que se abriu em nós nos nos destaca totalmente da nossa personalidade para nos fundir deleitosamente na sua imensidão de amor, de liberdade e de alegria. Constatamos então que somos mais nós mesmos do que jamais o fomos e que estamos plenamente nascidos. No centro de nós mesmos, a paisagem que se oferece à nossa vista interior não é nem um lugar, nem uma superfície, mas uma vasta região inconquistável: inconqu istável: o Am or24 or24. A experiência espiritual dos dos místicos místicos orientais é semelhante, como expressa o poeta poeta indiano Rabindranath Rabind ranath Tagore:
Os sufis dão testemunho desse “Amor Oceânico” que engloba todo o universo. Como canta Kharaqâní, outro místico sufi da Idade Média: Se uma só gota desse amor que se concentrou no coração dos amigos de Deus transbordasse, transbordasse, inundaria o m undo inteiro, tanto que não haveria mais lugar para nenhuma outra água; se uma só faísca do amor que arde no coração deles escapasse, tudo o que existe, da Terra às Plêiades, seria consumido 29. 4 - A INVOCA INVOCAÇÃO ÇÃO DO DO NOM NOME E DE DE DEUS
A invocação invocação do nome de Deus está está no centro centro da prática da prece contemplativa. contemplativa. Com efeito, é uma das práticas espirituais que conduzem mais seguramente à contemplação. Por que o fato de repetir sem cessar o nome de Jesus, de Alá ou de Rama leva ao conhecimento dos mistérios divinos? Originalmente, Origina lmente, no pensamento mágico, há uma ligação entre o nome e a coisa, pois acredita-se que é conhecendo o nome verdadeiro de um ser que se pode torná-lo presente. Não se trata do nome convencional dado à coisa ou à pessoa, mas do seu nome real, daquele que corresponde à sutil vibração do seu ser e que só existe para ele. Assim, um rochedo, rochedo, uma um a árvore, uma montanha, m ontanha, um rio, um pássaro, pássaro, têm uma energia vibratória que se traduz num conjunto de sons e, conhecendo-o, podese interagir com a coisa ou o ser nomeado. “Na teurgia, teurg ia, é necessário conhecermos o verdadeiro nome de um ente espiritual ou de um deus para podermos invocálo, torná-lo presente no nosso universo. Conhecer o nome
Sim, eu sei, tudo isso é apenas o teu amor, Ó Bem-Amado do meu coração: Essa luz dourada que dança nas folhas, Essas Essas nuvens ociosas que cruzam o céu, Essa brisa de um breve instante Que deixa seu frescor na minha fronte25.
Como agir quando ocorre ocorre essa experiência de contemplação na prece? Quando Deus se revela a nós na contemplação, devemos aceitáLo como Ele vem, na Sua noite e no Seu silêncio, sem O interrompe r com raciocínios, palavras, concepções ou atividades que nã o ultrapassam o nível da nossa fastidiosa e penosa existência. [...] (E) O agradecemos pela tranquila felicidade da nossa aceitação silenciosa mais do que por palavras26.
Segundo Lâhíjí, místico sufi da Idade Média, é somente com o olho do coração que podemos ver Deus: Não se pode ver Deus pela visão do raciocínio produzido pela razão, pois é somente graças ao olho do coração, que é a faculdade da visão interior, que se pode ver Deus. Enquanto não concentrardes este olho, de maneira a aguçar sua visão com o colírio da ascese, da conduta espiritual, da purificação da alma, da purificação do coração e da iluminação do Espírito, sereis incapazes de serdes testemunhas da beleza do Amigo na contemplação 27.
A obscur obs curaa clar cl arid id ad e de Deu s que qu e descre des crevem vem certos contemplativos é a pureza do coração coração de que o Cristo falou na sexta beatitude: “Felizes os corações puros, pois eles verão Deus”. Thomas Merton salienta que “na resplandecente obscuridade de Deus em nós, sentimos às vezes profundas impulsões de amor que nos livram totalmente, por um instante, do nosso velho fardo de egocentrismo, e nos põem no seio das crianças a quem pertence o reino de Deus 28
O nome de Deus está fortemente carregado de poder, de mistério, em todas as grandes tradições espirituais da humanidade.
Os sufis dão testemunho desse “Amor Oceânico” que engloba todo o universo. Como canta Kharaqâní, outro místico sufi da Idade Média: Se uma só gota desse amor que se concentrou no coração dos amigos de Deus transbordasse, transbordasse, inundaria o m undo inteiro, tanto que não haveria mais lugar para nenhuma outra água; se uma só faísca do amor que arde no coração deles escapasse, tudo o que existe, da Terra às Plêiades, seria consumido 29. 4 - A INVOCA INVOCAÇÃO ÇÃO DO DO NOM NOME E DE DE DEUS
A invocação invocação do nome de Deus está está no centro centro da prática da prece contemplativa. contemplativa. Com efeito, é uma das práticas espirituais que conduzem mais seguramente à contemplação. Por que o fato de repetir sem cessar o nome de Jesus, de Alá ou de Rama leva ao conhecimento dos mistérios divinos? Originalmente, Origina lmente, no pensamento mágico, há uma ligação entre o nome e a coisa, pois acredita-se que é conhecendo o nome verdadeiro de um ser que se pode torná-lo presente. Não se trata do nome convencional dado à coisa ou à pessoa, mas do seu nome real, daquele que corresponde à sutil vibração do seu ser e que só existe para ele. Assim, um rochedo, rochedo, uma um a árvore, uma montanha, m ontanha, um rio, um pássaro, pássaro, têm uma energia vibratória que se traduz num conjunto de sons e, conhecendo-o, podese interagir com a coisa ou o ser nomeado. “Na teurgia, teurg ia, é necessário conhecermos o verdadeiro nome de um ente espiritual ou de um deus para podermos invocálo, torná-lo presente no nosso universo. Conhecer o nome secreto de uma pessoa, ou seja, sua vibração pessoal, é ter a possibilidade de exercer um poder sobre ela 30”, lê-se na Antolo An tolo gia da P rece rec e do C oração oraç ão na Rússia.
nome se tornou tornou impronunciável. impronunciá vel. Existiam Exi stiam muitos outros outros nomes divinos compostos de doze, quarenta e duas e até setenta e duas letras, às quais eram atribuídas uma significação e funções funções especiais.
5 - I n v o c a ç ã o d o v e r b o c r i a d o r e n t r e o s ju d e u s
Entre os antigos hebreus o grande sacerdote sacerdote pronunciava pronuncia va o nome de Deus uma vez por ano diante do tabernáculo. “E quem invocar o nome do Senhor será salvo” (J1 2,32). Esta breve exortação do profeta Joel fundamenta a prática da invocação e enfatiza o poder salvador do nome de Deus. Segundo Henri-Pierre Rinckel, professor de História e de Geografia: Este nome não é apenas o pano pano que oculta um tesouro; a forma das letras é simbólica, a vibração sonora gerada por sua pro nún cia corre ta atua na alm a. Co mo o Ve rbo criad or, o nome não serve somente para designar; ele faz existir. Torna presente o que é nomeado 3I.
Fora Fora desse momento privilegiado em que o grande presbítero invocava o verdadeiro nome de Deus, este era substituído por outros: Adonai, Elohim etc. etc. Diz-se que em seu nome Deus colocou toda toda a sua graça e a sua misericórdia, a fim de que cada pessoa, ao invocá-lo, seja iluminada e salva (Ex 33,19; 34, 5-7). O nome de Deus é simbolizado pelo que é chamado de Tetragrama, isto é, as quatro consoantes consoantes lidas da direita para a esquerda: esquerda : iod-hé-vav- h é ou Yahveh. Originalmente, a pronúncia deste nome era cercada de um conjunto de prescrições e ritos. Só se
O Sepher Ha Zohar ou Livro do Esplendor (século II) proclama que “Deus e seu nome são um só”. O nome é a afirmação de Deus nele presente e, por por conseguinte, presente no ser humano que o invoca. Este nome deve ser santificado a todo todo momento, de modo que aquele aqu ele que q ue o invoque seja tomado shekjíiah. “Ao invocar a Deus, o ser da presença divina ou shekjíiah. humano huma no atu aliza aliz a sua presença no seu coração coração e, por extensão, em todo o seu ser 32”. Na mística judaica o coração ( leb) l eb) é o o receptáculo da {zatyar), o lugar da memória. Em hebraico, a lembrança {zatyar), palavra zakhar designa designa a lembrança e tem o mesmo sentido que zi\r ou ou dhify- entre entre os sufis. É preciso ligar o coração àquilo que se quer lembrar; é ele que guarda as palavras e os preceitos da sabedoria. Não aconselha o autor dos Provérbios que escrevamos seus conselhos nas “tábuas do nosso coração” ? E só Deus conhece os segredos do coração (Sal 44,22), onde se localiza nossa fidelidade a Ele 33.
A partir parti r do do século II, os os cabalistas identificaram ident ificaram o nome de Deus com o Verbo Verbo criador e elaboraram elabora ram um a doutrina dout rina segundo a qual qua l foi pela combinação combinação das vinte vinte e duas letras da linguagem lingua gem divina que tudo foi criado. Cabe mencionarmos que as diretrizes do mestre quanto à preparação do corpo e da alma
O nome de Deus está fortemente carregado de poder, de mistério, em todas as grandes tradições espirituais da humanidade.
nome se tornou tornou impronunciável. impronunciá vel. Existiam Exi stiam muitos outros outros nomes divinos compostos de doze, quarenta e duas e até setenta e duas letras, às quais eram atribuídas uma significação e funções funções especiais.
5 - I n v o c a ç ã o d o v e r b o c r i a d o r e n t r e o s ju d e u s
Entre os antigos hebreus o grande sacerdote sacerdote pronunciava pronuncia va o nome de Deus uma vez por ano diante do tabernáculo. “E quem invocar o nome do Senhor será salvo” (J1 2,32). Esta breve exortação do profeta Joel fundamenta a prática da invocação e enfatiza o poder salvador do nome de Deus. Segundo Henri-Pierre Rinckel, professor de História e de Geografia: Este nome não é apenas o pano pano que oculta um tesouro; a forma das letras é simbólica, a vibração sonora gerada por sua pro nún cia corre ta atua na alm a. Co mo o Ve rbo criad or, o nome não serve somente para designar; ele faz existir. Torna presente o que é nomeado 3I.
Fora Fora desse momento privilegiado em que o grande presbítero invocava o verdadeiro nome de Deus, este era substituído por outros: Adonai, Elohim etc. etc.
O Sepher Ha Zohar ou Livro do Esplendor (século II) proclama que “Deus e seu nome são um só”. O nome é a afirmação de Deus nele presente e, por por conseguinte, presente no ser humano que o invoca. Este nome deve ser santificado a todo todo momento, de modo que aquele aqu ele que q ue o invoque seja tomado shekjíiah. “Ao invocar a Deus, o ser da presença divina ou shekjíiah. humano huma no atu aliza aliz a sua presença no seu coração coração e, por extensão, em todo o seu ser 32”. Na mística judaica o coração ( leb) l eb) é o o receptáculo da {zatyar), o lugar da memória. Em hebraico, a lembrança {zatyar), palavra zakhar designa designa a lembrança e tem o mesmo sentido que zi\r ou ou dhify- entre entre os sufis. É preciso ligar o coração àquilo que se quer lembrar; é ele que guarda as palavras e os preceitos da sabedoria. Não aconselha o autor dos Provérbios que escrevamos seus conselhos nas “tábuas do nosso coração” ? E só Deus conhece os segredos do coração (Sal 44,22), onde se localiza nossa fidelidade a Ele 33.
Diz-se que em seu nome Deus colocou toda toda a sua graça e a sua misericórdia, a fim de que cada pessoa, ao invocá-lo, seja iluminada e salva (Ex 33,19; 34, 5-7). O nome de Deus é simbolizado pelo que é chamado de Tetragrama, isto é, as quatro consoantes consoantes lidas da direita para a esquerda: esquerda : iod-hé-vav- h é ou Yahveh. Originalmente, a pronúncia deste nome era cercada de um conjunto de prescrições e ritos. Só se pronunciava o nome de Deus no templo de Jerusalém, em raras ocasiões, como na festa do Yom Kippur (o dia das Expiações). Após Após a destruição destruiçã o do Templo Templo (70 anos anos D.C.), D.C .), esse
A partir parti r do do século II, os os cabalistas identificaram ident ificaram o nome de Deus com o Verbo Verbo criador e elaboraram elabora ram um a doutrina dout rina segundo a qual qua l foi pela combinação combinação das vinte vinte e duas letras da linguagem lingua gem divina que tudo foi criado. Cabe mencionarmos que as diretrizes do mestre quanto à preparação do corpo e da alma para a meditação m editação e o êxtase, por por via das letras, não deixam de lembrar o ensinamento hesicasto:
Coloca-te na tua cela e a ninguém revela teu segredo. Se possível, faze isto de dia na tua casa, mas é melhor que o faças durante a noite. [...] Cuida para abstraíres todo o teu pensamento das frivolidades deste mundo 34.
que lhe dá a seguinte d efinição: “Os dhikr são são fórmulas cuja repetição é fonte de benefícios espirituai espiri tuais”. s”. Eis o valor que ele e le dá à prática do dhikr'.
A via das letras le tras é depois depoi s detalh d etalhada ada segundo os principios principio s cabalísticos da permutação. “Quando o coração se torna quente, prossegue Henri-Pierre Rinckel, é preciso se empenh emp enhar ar em nele im agina ag inarr o Nome e seus anjos superiores3 superi ores355”. O objetivo desta desta prática é a visão profética na qu al os mistérios do nome divino e a gloria do seu reino se revelam ao místico. Além disso, a respiração e a posição do corpo estão presentes na invocação do nome de Deus. Elas foram explicadas no te lig ên cia, ci a, tratado do mestre cabalista Aboulafia, A Aboulafia, A Luz da In telig que Gershom Scholem, um especialista da mística judaica, qualificou como “yoga judaizada”. Com efeito, o papel da respiração ou das posições do corpo corpo é explicado por Aboulafia, que teve conhecimento, muito provavelmente, dos métodos de concentração asiáticos.
A rec ipr oci da de da lem bra nça en tre De us e o ser hu m an o se fundamenta na ambivalência do sentido, ativo/passivo, do verbo em árabe, e sobretudo na anterioridade e superioridade da lembrança que Deus tem do ser humano sobre a rememoração do nome de Deus por este; um fruto decorre disto: Deus se faz pró xim o e a prece se r ea li za
6 - E v o c a r o n o m e d e d e u s e n t r e os sufis
Entre os muçulmanos, trata-se de evocar o nome de Deus dhikr. Trata-se do nome verbal tirado do verbo pela prática do dhikr. Trata-se verbo dhakara, que dhakara, que significa “lembrar alguma coisa, ter memoria, relembrar-se de trazer de volta com frequência”. “O contrário do dhi^r é é o esquecimento : relembra-se um a coisa após té-la esquecido e se a põe na memoria pela língua e o coração 36”. Para os sufis, o dhikr é menção menção de Deus, lem brança de Deus, rememoração do nome de Deus.
Deve o dhikr ser ser praticado “pelo coração” (
Com efeito, se vos lembrais Dele, é que Ele se lembrou de vós. vós.
Coloca-te na tua cela e a ninguém revela teu segredo. Se possível, faze isto de dia na tua casa, mas é melhor que o faças durante a noite. [...] Cuida para abstraíres todo o teu pensamento das frivolidades deste mundo 34.
que lhe dá a seguinte d efinição: “Os dhikr são são fórmulas cuja repetição é fonte de benefícios espirituai espiri tuais”. s”. Eis o valor que ele e le dá à prática do dhikr'.
A via das letras le tras é depois depoi s detalh d etalhada ada segundo os principios principio s cabalísticos da permutação. “Quando o coração se torna quente, prossegue Henri-Pierre Rinckel, é preciso se empenh emp enhar ar em nele im agina ag inarr o Nome e seus anjos superiores3 superi ores355”. O objetivo desta desta prática é a visão profética na qu al os mistérios do nome divino e a gloria do seu reino se revelam ao místico. Além disso, a respiração e a posição do corpo estão presentes na invocação do nome de Deus. Elas foram explicadas no te lig ên cia, ci a, tratado do mestre cabalista Aboulafia, A Aboulafia, A Luz da In telig que Gershom Scholem, um especialista da mística judaica, qualificou como “yoga judaizada”. Com efeito, o papel da respiração ou das posições do corpo corpo é explicado por Aboulafia, que teve conhecimento, muito provavelmente, dos métodos de concentração asiáticos.
A rec ipr oci da de da lem bra nça en tre De us e o ser hu m an o se fundamenta na ambivalência do sentido, ativo/passivo, do verbo em árabe, e sobretudo na anterioridade e superioridade da lembrança que Deus tem do ser humano sobre a rememoração do nome de Deus por este; um fruto decorre disto: Deus se faz pró xim o e a prece se r ea li za
6 - E v o c a r o n o m e d e d e u s e n t r e os sufis
Entre os muçulmanos, trata-se de evocar o nome de Deus dhikr. Trata-se do nome verbal tirado do verbo pela prática do dhikr. Trata-se verbo dhakara, que dhakara, que significa “lembrar alguma coisa, ter memoria, relembrar-se de trazer de volta com frequência”. “O contrário do dhi^r é é o esquecimento : relembra-se um a coisa após té-la esquecido e se a põe na memoria pela língua e o coração 36”. Para os sufis, o dhikr é menção menção de Deus, lem brança de Deus, rememoração do nome de Deus. A invocação do dhikr tem tem um lugar luga r especial no coração coração para Al-Ghaza Al-G hazalílí (1058-1111), um dos dos maiores maiores sufis sufis do Islã medieval,
(o aspirante) deve entrar num combate espiritual que é urna espécie de jejum do coração e que vai consistir em fazer “desaparecerem os defeitos, em cortar todas as ligações e em se aproximar de Deus Altíssimo por uma perfeita aplicação espiritu esp iritual”. al”. Negativamente, esse combate combate é uma luta lu ta contra os os pensamentos pensamen tos vãos; o coração deve estar vazio das preocupações p reocupações terrenas e subtraído de todas as frivolidades do mundo, ou seja: familia, riquezas, filhos, patria, ciencia, autoridade, honra. Positivamente, o coração deve chegar a um estado de indiferença ind iferença quanto à existencia ou não-existência de todas as coisas39. E quando Deus se reservou o poder de governar o coração, a misericordia se derrama neste, a luz nele brilha, o peito se dilata, o segredo do Reino Ihe é revelado, o véu que o cegava se dissipa da sua face pela graça da sua misericordia e as realidades divinas nele reluzem 40.
Al-Gh Al- Ghazâ azâlílí não entra no detalhe det alhe das técnicas técn icas respiratorias e das posições corporais a serem observadas para o murid durante a seção de dhi^r. Ele dhi^r. Ele se limita a dizer que aquele que ora deve estar sentado, nada mais, em casa ou na mesquita, e não deve “cessar de dizer audivelmente “Alá, Alá”, de modo contínuo, com a presença do coração e até até chegar che gar a um estado em que abandone o movimento movimento da língua lín gua e veja a palavra como que escorrendo dela. Depois ele atinge um ponto em que apaga o vestígio da palavra na sua língua e encontra seu coração continuamente aplicado ao dhi\r 41”. 41”. Al-G Al -Gha hazâl zâlii não propõe um único dhify, como dhify, como a fórmula ” (Eu sou a Verdade), pois a do dhif^r de de Hallâj, “Anâ al-H aqq ” (Eu
Deve o dhikr ser ser praticado “pelo coração” (
Com efeito, se vos lembrais Dele, é que Ele se lembrou de vós. vós. As condições para praticar pratic ar o dhikr são descritas por Alal-Din. O murid Ghazâlí numa belíssima página delh d elh yâ ‘ulum al-Din. Omurid
a 7 - R e c r i a r a
palavra eterna entre o s h i n d u s
A teoria da criação pelo Verbo Verbo tem um lugar lug ar primordial primord ial no Veda, a palavra ( v a \) Hinduísmo. “Desde o Veda, \) sagrada e transcendente é concebida como a força que gera, sustenta e destrói o cosmo”. As escolas inspirada insp iradass nos Upanishad ensinam ensinam que o som e a palavra decorrem da Palavra eterna a que estão ligados. Pelo som e pela palavra usados como via de libertação, pode-se então re-comunicar com a Palavra eterna e reunir-se a ela; essa Palavra eterna é, finalm ente, silencio para além do silêncio 42.
Foi assim que foi elaborada a via do shabda yoga, baseada numa ascese adaptada desse ensinamento, ou seja, o yoga dos sons místicos. A etimolo etim ologia gia da palavra pala vra mantra se refere à raiz man-, “pensar”, à qual se acrescenta o sufixo -tra - tra , que serve para formar palavras que designam instrumentos ou objetos. Literalmente, o mantra é um instrumento de pensamento. Trata-se aqui aqu i de urna forma de pensamento mais elevada elev ada do que o pensamento conceptual, pelo fato de que ela el a é unificadora e libertadora da consciencia. Sri Aurobindo escreveu que o mantra é “uma palavra nascida nascid a das profundezas secretas do nosso ser, onde ela foi incubada por uma consciência mais profunda do que a consciência mental despertada e projetada para fora silenciosamente ou pela voz”. Ele acrescentou que “o mantra pode, não somente
(o aspirante) deve entrar num combate espiritual que é urna espécie de jejum do coração e que vai consistir em fazer “desaparecerem os defeitos, em cortar todas as ligações e em se aproximar de Deus Altíssimo por uma perfeita aplicação espiritu esp iritual”. al”. Negativamente, esse combate combate é uma luta lu ta contra os os pensamentos pensamen tos vãos; o coração deve estar vazio das preocupações p reocupações terrenas e subtraído de todas as frivolidades do mundo, ou seja: familia, riquezas, filhos, patria, ciencia, autoridade, honra. Positivamente, o coração deve chegar a um estado de indiferença ind iferença quanto à existencia ou não-existência de todas as coisas39. E quando Deus se reservou o poder de governar o coração, a misericordia se derrama neste, a luz nele brilha, o peito se dilata, o segredo do Reino Ihe é revelado, o véu que o cegava se dissipa da sua face pela graça da sua misericordia e as realidades divinas nele reluzem 40.
Al-Gh Al- Ghazâ azâlílí não entra no detalhe det alhe das técnicas técn icas respiratorias e das posições corporais a serem observadas para o murid durante a seção de dhi^r. Ele dhi^r. Ele se limita a dizer que aquele que ora deve estar sentado, nada mais, em casa ou na mesquita, e não deve “cessar de dizer audivelmente “Alá, Alá”, de modo contínuo, com a presença do coração e até até chegar che gar a um estado em que abandone o movimento movimento da língua lín gua e veja a palavra como que escorrendo dela. Depois ele atinge um ponto em que apaga o vestígio da palavra na sua língua e encontra seu coração continuamente aplicado ao dhi\r 41”. 41”. Al-G Al -Gha hazâl zâlii não propõe um único dhify, como dhify, como a fórmula ” (Eu sou a Verdade), pois a do dhif^r de de Hallâj, “Anâ al-H aqq ” (Eu união a Deus não poderia ser identificação. Se gundo ele, “a união a Deus se faz pelo amor, na alteridade dos sujeitos que amam”.
mental e vital vibrações que tenha m por efeito ações e mesmo o aparecimento de formas materiais no plano físico. O emprego védico do mantra m antra é apenas a penas uma utilizaç utili zação ão consciente desse poder secreto do Verbo 43”. O mantra mantra fundamental fundam ental que precede qua lque r outro, outro, que é o som primordial, a própria fonte da palavra, é o som AUM, ao qual se deu uma infinidade de explicações explicações simbólicas: “Estas “Estas três letras, A, U, M, pronunciadas conjuntamente AUM, podem muito m uito bem ser o símbolo do conjunto de todos os sons sons possíveis . ✓
•
44
»
A importancia desta palavra sagrada é revelada nas citações das Escrituras: A m eta q ue pr oc la m am tod os os que visam todas as austeridades ( ), para a realização da qual se pratica eu te digo brevemente, é AUM 45.
Mesmo os cristãos têm sua interpretação: Como AUM é um som único composto de três elementos, ele é adequado para expressar, num símbolo audível, o mistério de uma E ssência idêntica em três hipóstases: ele ressoa como a música imánente da Divindade silenciosa e fecunda 46.
Na filosofia hindu, o som AUM ou OM “não é senão uma onda que se ergue do Espírito de Deus, calmo, silencioso e que a tudo penetra; ele é o universo que vemos. [...] O que temos diante de nós não é por conseguinte diferente di ferente de Deus. Assim como a onda que se ergue no seio do do Oceano é idêntica idêntic a
a 7 - R e c r i a r a
palavra eterna entre o s h i n d u s
A teoria da criação pelo Verbo Verbo tem um lugar lug ar primordial primord ial no Veda, a palavra ( v a \) Hinduísmo. “Desde o Veda, \) sagrada e transcendente é concebida como a força que gera, sustenta e destrói o cosmo”. As escolas inspirada insp iradass nos Upanishad ensinam ensinam que o som e a palavra decorrem da Palavra eterna a que estão ligados. Pelo som e pela palavra usados como via de libertação, pode-se então re-comunicar com a Palavra eterna e reunir-se a ela; essa Palavra eterna é, finalm ente, silencio para além do silêncio 42.
Foi assim que foi elaborada a via do shabda yoga, baseada numa ascese adaptada desse ensinamento, ou seja, o yoga dos sons místicos. A etimolo etim ologia gia da palavra pala vra mantra se refere à raiz man-, “pensar”, à qual se acrescenta o sufixo -tra - tra , que serve para formar palavras que designam instrumentos ou objetos. Literalmente, o mantra é um instrumento de pensamento. Trata-se aqui aqu i de urna forma de pensamento mais elevada elev ada do que o pensamento conceptual, pelo fato de que ela el a é unificadora e libertadora da consciencia. Sri Aurobindo escreveu que o mantra é “uma palavra nascida nascid a das profundezas secretas do nosso ser, onde ela foi incubada por uma consciência mais profunda do que a consciência mental despertada e projetada para fora silenciosamente ou pela voz”. Ele acrescentou que “o mantra pode, não somente criar em nós mesmos novos novos estados subjetivos, modificar modifi car nosso ser psíquico, revelar um conhecimento e faculdades que antes não conhecíamos [...] mas também pode produzir na atmosfera
Portanto, a repetição do mantra, bem como a repetição mental e silenciosa do nome de Rama, Krishna ou Vishnu, é um meio de se unir a um estado divino subjacente a todas as coisas: como a tri-unidade da natureza de Deus ou o amor que diviniza. 8 - F a z e r o v o t o d e A m i d a n o b u d i s m o
nembutsa (o A idéia idéi a da d a Terra Pura Pur a e sua prática central, central , o nembutsa (o pensamento no Buda ou a invocação do seu nome) penetraram em quase todas as escolas do budismo, resume Jean-Yves Leloup. Segundo Se gundo a estrutura do budismo da Terra Pura, aquele que quer q uer conhecer a il uminação deve fazer o voto voto de Amida, “que consiste em se fiar no voto pleno de compaixão do Buda, cujo desejo está em salvar os seres sensíveis sem nenhuma discriminação48”. Este voto é o décimo oitavo dos quarenta e oito votos especiais que enunciou Amida. Lê-se o seguinte (segundo a versão chine chi nesa): sa): “Quando eu estiver estive r a ponto de me tornar Buda, se os seres que, nas dez direções do espaço, tiverem um coração sincero, uma fé serena e o desejo de renascerem na minha min ha terra invocando apenas dez vezes o meu nome, eu preferiria preferiria não esperara mais alta ilumin ação”. O que redunda em dizer que “se alguém tem fé em Amida e pronuncia seu nome, vai infalivelmente renascer na sua Terra Pura e lá poderá esperar a perfeita iluminação. Nenhuma outra disciplina é necessária para se obter esse renascimento no Ni rvan a49”. a49”.
mental e vital vibrações que tenha m por efeito ações e mesmo o aparecimento de formas materiais no plano físico. O emprego védico do mantra m antra é apenas a penas uma utilizaç utili zação ão consciente desse poder secreto do Verbo 43”. O mantra mantra fundamental fundam ental que precede qua lque r outro, outro, que é o som primordial, a própria fonte da palavra, é o som AUM, ao qual se deu uma infinidade de explicações explicações simbólicas: “Estas “Estas três letras, A, U, M, pronunciadas conjuntamente AUM, podem muito m uito bem ser o símbolo do conjunto de todos os sons sons possíveis . ✓
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A importancia desta palavra sagrada é revelada nas citações das Escrituras: A m eta q ue pr oc la m am tod os os que visam todas as austeridades ( ), para a realização da qual se pratica eu te digo brevemente, é AUM 45.
Mesmo os cristãos têm sua interpretação: Como AUM é um som único composto de três elementos, ele é adequado para expressar, num símbolo audível, o mistério de uma E ssência idêntica em três hipóstases: ele ressoa como a música imánente da Divindade silenciosa e fecunda 46.
Na filosofia hindu, o som AUM ou OM “não é senão uma onda que se ergue do Espírito de Deus, calmo, silencioso e que a tudo penetra; ele é o universo que vemos. [...] O que temos diante de nós não é por conseguinte diferente di ferente de Deus. Assim como a onda que se ergue no seio do do Oceano é idêntica idêntic a a este, do qual ela revela somente um dos aspectos, assim o espírito silencioso, calmo e puro, não é senão Ele, como essa vasta manifestação manifes tação é uma onda do Oceano Di vin o47 o47”.
abreviadamente, “Nam’Am’ Da Bu').Narnu significa significa “eu me refugio em” e, Amida, “infinito”. Amida, “infinito”. Neste termo estão contidos hâbha a (“Luz infinita”) e Am itâyus s (“Vida os dois nomes Am nomes Amhâbh e Amitâyu (“Vida infinita”), infin ita”), ou seja, a grande sabedoria sabedoria e a grande compaixão. compaixão. Ora, “meditar o nome de Amida não é entrar em contato, em união mística com um ser pessoal transcendente que alcançou o estado estado de Buda, mas impregnar-se do ideal que tal ser manifesta”, resume Jean-Yves Leloup. Pois aquele que se refugia no Buda “refugia-se nas inconcebíveis inconcebíveis qualidades que fazem com que alguém mereça ser chamado de Buda, ou seja, {dharmafâya). O corpo essencial, a no corpo essencial {dharmafâya). budeidade , é a verdadeira natureza de todo ser humano 50”. 9 - D eificar a a natureza humana entre humana entre os cristãos
Com o cristianismo, Deus se fez carne. De longínquo ele está agora próximo, acessível. E nomearmos o Cristo é invocálo, tornarmo-lo existente existent e em nós mesmos. E então invocando-o que vamos realizar a grande obra cristã. É po r i sto qu e, um a vez esta bel ecid o no coraç ão, o dis cíp ulo deve recitar o nome do Cristo, invocá-lo com fervor, fé, perseverança, para qu e sua pres ença se m an ifes te 51.
O próprio Jesus ensinou aos seus discípulos a eficácia da invocação do seu nome. O Evangelho Evan gelho do apóstolo João relata suas palavras: “E tudo o que pedirdes p edirdes no meu nome eu o farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes algo no meu nome eu o farei ” (João 14, 13-14). E mais adiante: “Em verdade vos vos digo que aquilo aq uilo que q ue pedirdes ped irdes ao Pai ele vo-lo
Portanto, a repetição do mantra, bem como a repetição mental e silenciosa do nome de Rama, Krishna ou Vishnu, é um meio de se unir a um estado divino subjacente a todas as coisas: como a tri-unidade da natureza de Deus ou o amor que diviniza. 8 - F a z e r o v o t o d e A m i d a n o b u d i s m o
nembutsa (o A idéia idéi a da d a Terra Pura Pur a e sua prática central, central , o nembutsa (o pensamento no Buda ou a invocação do seu nome) penetraram em quase todas as escolas do budismo, resume Jean-Yves Leloup. Segundo Se gundo a estrutura do budismo da Terra Pura, aquele que quer q uer conhecer a il uminação deve fazer o voto voto de Amida, “que consiste em se fiar no voto pleno de compaixão do Buda, cujo desejo está em salvar os seres sensíveis sem nenhuma discriminação48”. Este voto é o décimo oitavo dos quarenta e oito votos especiais que enunciou Amida. Lê-se o seguinte (segundo a versão chine chi nesa): sa): “Quando eu estiver estive r a ponto de me tornar Buda, se os seres que, nas dez direções do espaço, tiverem um coração sincero, uma fé serena e o desejo de renascerem na minha min ha terra invocando apenas dez vezes o meu nome, eu preferiria preferiria não esperara mais alta ilumin ação”. O que redunda em dizer que “se alguém tem fé em Amida e pronuncia seu nome, vai infalivelmente renascer na sua Terra Pura e lá poderá esperar a perfeita iluminação. Nenhuma outra disciplina é necessária para se obter esse renascimento no Ni rvan a49”. a49”. Hoje, na escola da Terra Terra Pura, nembutsu significa significa “pronúncia “pronúncia do nome do Buda Amida”, vale dizer, a repetição de “Namu Amida Ami da B ut su ” (que se pronuncia “Ñamo Amida’n Bu ” e,
Na hesicasta ou prece do coração, praticada princip almente na tradição ortodoxa, a deificação do ser humano passa pela recitação do nome de Jesus no coração. Os grandes monges, os “Antigos”, consideravam q ue, pronunc p ronunciando iando seu nome em segredo, pouco a pouco se impregnariam da sua presença e participariam no seu mistério. Pois o ser hum ano só é realmente isto quan do hab itado pela graça crística. Caso contrário, ele permanece como um ser humano animal, aprisionado nas suas paixões. Ele atende à sua real vocação através do caminho da deificação, que é um processo de transformação radical que toca todos os aspecto do seu ser. ser.
Mesmo o corpo deve ser transfigurado pela graça: é por isto que a incorruptibilidade do corpo físico é uma das condições da santidade entre os cristãos. “E o sinal de que o ser humano realizou realiz ou completamente a obra da Transfiguração. Mesmo o corpo foi transmutado pelo Verbo”, dizem-nos os escritos da espiritua esp iritualida lidade de eslava eslav a 52 52. A prece deve deve se tornar contínua, contín ua, deve ser feita sem cessar e sem esforço no coração, o que corre o risco de desencorajar alguns algun s no início da prática. A um monge a quem faltou coragem quando orava a sós na sua cela, o abade Poemen disse: “Não desprezais, não condeneis, não culpeis a ninguém; Deus vos dará a paz e meditareis em tranqüilidade”. Para bem fazeres a prece do coração, é preciso que “o fluxo incessante dos pensamentos, semelhante às ondas no mar agitado, acalme-se pouco a pouco, pouco, até que a superfície se torne torne perfeitamente lisa e possa refletir sem difração a luz do Uno 53”. 10
A
Deus
abreviadamente, “Nam’Am’ Da Bu').Narnu significa significa “eu me refugio em” e, Amida, “infinito”. Amida, “infinito”. Neste termo estão contidos hâbha a (“Luz infinita”) e Am itâyus s (“Vida os dois nomes Am nomes Amhâbh e Amitâyu (“Vida infinita”), infin ita”), ou seja, a grande sabedoria sabedoria e a grande compaixão. compaixão. Ora, “meditar o nome de Amida não é entrar em contato, em união mística com um ser pessoal transcendente que alcançou o estado estado de Buda, mas impregnar-se do ideal que tal ser manifesta”, resume Jean-Yves Leloup. Pois aquele que se refugia no Buda “refugia-se nas inconcebíveis inconcebíveis qualidades que fazem com que alguém mereça ser chamado de Buda, ou seja, {dharmafâya). O corpo essencial, a no corpo essencial {dharmafâya). budeidade , é a verdadeira natureza de todo ser humano 50”. 9 - D eificar a a natureza humana entre humana entre os cristãos
Com o cristianismo, Deus se fez carne. De longínquo ele está agora próximo, acessível. E nomearmos o Cristo é invocálo, tornarmo-lo existente existent e em nós mesmos. E então invocando-o que vamos realizar a grande obra cristã. É po r i sto qu e, um a vez esta bel ecid o no coraç ão, o dis cíp ulo deve recitar o nome do Cristo, invocá-lo com fervor, fé, perseverança, para qu e sua pres ença se m an ifes te 51.
O próprio Jesus ensinou aos seus discípulos a eficácia da invocação do seu nome. O Evangelho Evan gelho do apóstolo João relata suas palavras: “E tudo o que pedirdes p edirdes no meu nome eu o farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes algo no meu nome eu o farei ” (João 14, 13-14). E mais adiante: “Em verdade vos vos digo que aquilo aq uilo que q ue pedirdes ped irdes ao Pai ele vo-lo dará em meu nome. Pedi e recebereis, recebereis, afim de que vossa alegria seja perfeita” (João 16, 23-24).
Na hesicasta ou prece do coração, praticada princip almente na tradição ortodoxa, a deificação do ser humano passa pela recitação do nome de Jesus no coração. Os grandes monges, os “Antigos”, consideravam q ue, pronunc p ronunciando iando seu nome em segredo, pouco a pouco se impregnariam da sua presença e participariam no seu mistério. Pois o ser hum ano só é realmente isto quan do hab itado pela graça crística. Caso contrário, ele permanece como um ser humano animal, aprisionado nas suas paixões. Ele atende à sua real vocação através do caminho da deificação, que é um processo de transformação radical que toca todos os aspecto do seu ser. ser.
Mesmo o corpo deve ser transfigurado pela graça: é por isto que a incorruptibilidade do corpo físico é uma das condições da santidade entre os cristãos. “E o sinal de que o ser humano realizou realiz ou completamente a obra da Transfiguração. Mesmo o corpo foi transmutado pelo Verbo”, dizem-nos os escritos da espiritua esp iritualida lidade de eslava eslav a 52 52. A prece deve deve se tornar contínua, contín ua, deve ser feita sem cessar e sem esforço no coração, o que corre o risco de desencorajar alguns algun s no início da prática. A um monge a quem faltou coragem quando orava a sós na sua cela, o abade Poemen disse: “Não desprezais, não condeneis, não culpeis a ninguém; Deus vos dará a paz e meditareis em tranqüilidade”. Para bem fazeres a prece do coração, é preciso que “o fluxo incessante dos pensamentos, semelhante às ondas no mar agitado, acalme-se pouco a pouco, pouco, até que a superfície se torne torne perfeitamente lisa e possa refletir sem difração a luz do Uno 53”. 10 - A
Deus
Em suma, a contemplação da natureza e da essência espiritual das coisas permite permite que se alcance, de grau em grau,
a contemplação contemp lação de Deus. Deus . “A “A prece com visão espiritua espi rituall é a Terra Prometida. E o conhecimento das palavras de Deus escoa, como o leite e o mel, sobre a premonição premoniç ão e o julgame julg amento”, nto”, revela Máximo, Máximo , o Confessor. Confessor.
Tuas próprias preces se tornarão chamas, as frases se dissiparão dos teus lábios com uma ardente devoção.
Para Teresa d’Avila, na prece contemplativa, A alm a está tão bem uni da a Deu s qu e é a me sma coisa q ue el e; ela está situada no apartamento do céu empíreo que devemos ter no imo de nós mesmos 54.
contemplação de
“Nenhum ser humano jamais jama is orou sem aprender alguma coisa”, afirmou Ralph Waldo Emerson. A prece é sempre seguida de um resultado, se feita em condições adequadas. Mas aquele que ora deve saber invocar Deus no seu coração. Há uma “arte de orar”, comprovada pelos místicos de todas as tradições tradições espirituais, que leva à c ontemplação e à união com Deus. ‘ Por exemplo, os judeus praticam a h i t b o d e d o u t , os dhifo, os budistas, o nembutsu , os hinduístas, muçulmanos, o dhifo, os a bhakti , e os cristãos, a invocação invoca ção com o coração. Os rosacruzes procuram se harmonizar com as leis cósmicas. Enfim, os cabalistas sempre afirmaram a firmaram que q ue a prece tem o poder de atrair os influxos divinos aqui em baixo, na matéria. 1 - 0
HASS HASSID IDIS ISMO MO OU O “DIÁLOGO “DIÁLOGO ISOLA ISOLADO” DO” COM COM DEUS .
“Tuas próprias preces se tornarão chamas, as frases se dissiparão dos teus lábios com com uma ardente ard ente devoção”, revela o Rabino Nahma Na hmann de Bratslaw, que foi um dos mestres mestres hassídicos mais audaciosos do século XVIII.
a contemplação contemp lação de Deus. Deus . “A “A prece com visão espiritua espi rituall é a Terra Prometida. E o conhecimento das palavras de Deus escoa, como o leite e o mel, sobre a premonição premoniç ão e o julgame julg amento”, nto”, revela Máximo, Máximo , o Confessor. Confessor.
Tuas próprias preces se tornarão chamas, as frases se dissiparão dos teus lábios com uma ardente devoção.
Para Teresa d’Avila, na prece contemplativa, A alm a está tão bem uni da a Deu s qu e é a me sma coisa q ue el e; ela está situada no apartamento do céu empíreo que devemos ter no imo de nós mesmos 54.
“Nenhum ser humano jamais jama is orou sem aprender alguma coisa”, afirmou Ralph Waldo Emerson. A prece é sempre seguida de um resultado, se feita em condições adequadas. Mas aquele que ora deve saber invocar Deus no seu coração. Há uma “arte de orar”, comprovada pelos místicos de todas as tradições tradições espirituais, que leva à c ontemplação e à união com Deus. ‘ Por exemplo, os judeus praticam a h i t b o d e d o u t , os dhifo, os budistas, o nembutsu , os hinduístas, muçulmanos, o dhifo, os a bhakti , e os cristãos, a invocação invoca ção com o coração. Os rosacruzes procuram se harmonizar com as leis cósmicas. Enfim, os cabalistas sempre afirmaram a firmaram que q ue a prece tem o poder de atrair os influxos divinos aqui em baixo, na matéria. 1 - 0
HASS HASSID IDIS ISMO MO OU O “DIÁLOGO “DIÁLOGO ISOLA ISOLADO” DO” COM COM DEUS .
“Tuas próprias preces se tornarão chamas, as frases se dissiparão dos teus lábios com com uma ardente ard ente devoção”, revela o Rabino Nahma Na hmann de Bratslaw, que foi um dos mestres mestres hassídicos mais audaciosos do século XVIII. f
Os hassidim , místicos judeus, praticam a hitbodedout ou ou o “diálogo isolado” com Deus, que se situa na conjunção da
meditação e da prece. prece. Esta prática foi foi ensinada principalmente principalm ente pelo Rabino Nahman de Bratslaw. Ela consiste, diz ele, em “escoar a alma ante o Eterno, como um rio, isolando-se todo dia para orar perante D eus 1”. E na naturez a que esse isolamento é mais fecundo, pois como “morada do Senhor”, ela é um espaço vivo, vivo, o espelho no qual se reflete o mundo do alto. Sumariamente, Sumariam ente, essa prática consiste consiste numa fase de silêncio até que “do âmago da alma surge um grito”, uma letra, as primeiras palavras da prece. Segundo Aryeh Kaplan, na sua obra sobre a meditação e a Bíblia2, “a hitbodedout é a experiência de uma ascensão de degrau em degrau ao divino, que põe em jogo três partes essenciais do ser: rouah , nefech e e nechama; literalmente, literalmente, o sopro, o sangue e a respiração”. Ela “convida a uma viagem ao coração das palavras, do amor e do desejo”, desejo das vogais pelas consoantes, afirmava o Rabino Nahman. A técnica hassídica consiste consiste em projetar “todas todas as suas forças forças em cada letra da prece”. O verbo deve proceder do domínio de uma arte verdadeira e sér utilizado com uma força, dizia o Rabino Nahman, capaz de convencer um fuzil a não disparar. Um outro mestre mestre hassídico, hassídico, Isaque de Prysuca, dizia: “Sabéis “Sabéis que vossa prece é feita com devoção quando estais tão absortos nela que não sentiríeis sequer uma faca atravessando o vosso corpo...”. Para o místico judeu, a prece dita com fervor tem então um poder muito grande de influência: ela é capaz de sacudir todo
ainda o Rabino Nahman, está em articular cada palavra da prece com uma profunda emoção emoção e uma total concentração. Então surgirá a reiya ou ou a visão, que fará o coração “ver muita sabedoria”, como evocamos no capítulo sobre a prece do coração. 2 - 0
SUFI SUFISSMO E O APE APELO A DEUS DEUS (
“Orai a mim, eu vos responderei”, diz o Alcorão (40, 62). Segundo a doutrina sufi, além das regras habituais da vida religiosa há um nível de espiritualidade mais profundo que Maomé só compartilhou com alguns dos seus companheiros escolhidos. Cada vez que qu e ele suspirava de nostalgia pelo estado sublime de união com Deus, dizia: “Oh Bilâl, conforta-nos atendendo à prece”. Para ele, então, cada prece era uma nova introdução na proximidade de Deus. Vários versículos do Alcorão assim corrvidam os seres humanos a se aproximarem de Deus, a amálo e a sempre recorrerem a ele {dhi^r ou ou o apelo). E o objetivo da prática espiritual a que se dedicam as confrarias de sufis. Trata-se de repetir indefinida indef inidament mentee o nome de Deus ou a profissão de fé: “Là ilàha illAllàh ”, ”, para permitir o “apelo” a Deus. Esta repetição se faz a sós ou o mais das vezes em grupo. A virtude transformadora da prática do dhif^r foi foi descrita por Al-Ghaz Al-G hazâli âli como como segue: Ap ós te r se sentado na solidã o, ele n ão cessa de di zer “Al “Al làh , Al là h”, continuam ente e com a presença do coração. E isto até que ocorre um estado em que ele abandona o movimento da língua e vê a pa lav ra co mo q ue e sco rrend o sobre ela. D epoi s ele ch ega ao p onto
meditação e da prece. prece. Esta prática foi foi ensinada principalmente principalm ente pelo Rabino Nahman de Bratslaw. Ela consiste, diz ele, em “escoar a alma ante o Eterno, como um rio, isolando-se todo dia para orar perante D eus 1”. E na naturez a que esse isolamento é mais fecundo, pois como “morada do Senhor”, ela é um espaço vivo, vivo, o espelho no qual se reflete o mundo do alto. Sumariamente, Sumariam ente, essa prática consiste consiste numa fase de silêncio até que “do âmago da alma surge um grito”, uma letra, as primeiras palavras da prece. Segundo Aryeh Kaplan, na sua obra sobre a meditação e a Bíblia2, “a hitbodedout é a experiência de uma ascensão de degrau em degrau ao divino, que põe em jogo três partes essenciais do ser: rouah , nefech e e nechama; literalmente, literalmente, o sopro, o sangue e a respiração”. Ela “convida a uma viagem ao coração das palavras, do amor e do desejo”, desejo das vogais pelas consoantes, afirmava o Rabino Nahman. A técnica hassídica consiste consiste em projetar “todas todas as suas forças forças em cada letra da prece”. O verbo deve proceder do domínio de uma arte verdadeira e sér utilizado com uma força, dizia o Rabino Nahman, capaz de convencer um fuzil a não disparar. Um outro mestre mestre hassídico, hassídico, Isaque de Prysuca, dizia: “Sabéis “Sabéis que vossa prece é feita com devoção quando estais tão absortos nela que não sentiríeis sequer uma faca atravessando o vosso corpo...”. Para o místico judeu, a prece dita com fervor tem então um poder muito grande de influência: ela é capaz de sacudir todo o processo cósmico. Além disso, todo ser humano que ora com fervor jamais retorna idêntico. O segredo para orar, ensinava
ainda o Rabino Nahman, está em articular cada palavra da prece com uma profunda emoção emoção e uma total concentração. Então surgirá a reiya ou ou a visão, que fará o coração “ver muita sabedoria”, como evocamos no capítulo sobre a prece do coração. 2 - 0
SUFI SUFISSMO E O APE APELO A DEUS DEUS (
“Orai a mim, eu vos responderei”, diz o Alcorão (40, 62). Segundo a doutrina sufi, além das regras habituais da vida religiosa há um nível de espiritualidade mais profundo que Maomé só compartilhou com alguns dos seus companheiros escolhidos. Cada vez que qu e ele suspirava de nostalgia pelo estado sublime de união com Deus, dizia: “Oh Bilâl, conforta-nos atendendo à prece”. Para ele, então, cada prece era uma nova introdução na proximidade de Deus. Vários versículos do Alcorão assim corrvidam os seres humanos a se aproximarem de Deus, a amálo e a sempre recorrerem a ele {dhi^r ou ou o apelo). E o objetivo da prática espiritual a que se dedicam as confrarias de sufis. Trata-se de repetir indefinida indef inidament mentee o nome de Deus ou a profissão de fé: “Là ilàha illAllàh ”, ”, para permitir o “apelo” a Deus. Esta repetição se faz a sós ou o mais das vezes em grupo. A virtude transformadora da prática do dhif^r foi foi descrita por Al-Ghaz Al-G hazâli âli como como segue: Ap ós te r se sentado na solidã o, ele n ão cessa de di zer “Al “Al làh , Al là h”, continuam ente e com a presença do coração. E isto até que ocorre um estado em que ele abandona o movimento da língua e vê a pa lav ra co mo q ue e sco rrend o sobre ela. D epoi s ele ch ega ao p onto em que apaga o vestígio da palavra na língua e persevera... até que o senso da palavra persiste no seu coração, como que junto dele, e não o deixa mais.
Um dos mais célebres dhikr sufis sufis é o da ordem dos Mevlevi na Turquia, fundada pelo poeta persa Rümí; trata-se de urna dança em que a pessoa gira sobre si mesma ao som de um instrumento music al. Ela é mais conhecida no Ocidente com com o nome de dança dos dervixes giradores. Diz-se da música que acompanha essa dança que ela é comparável “ao ruído que faz a porta do céu quando se abre”.
se apresse em repetir a prece certo número de vezes, nem acredite que orou bem porque o fez por muito tempo. Por exemplo, pode-se escolher recitar várias vezes uma prece como como a Ave Maria ou o Pai Nosso, concentrando-se no sentido de cada palavra, até que se sinta que o seu espírito esteja completamente absorto na prece. Esta etapa se acrescenta à prática do hitbodedout entre entre os místicos judeus.
Para efetuar a união união mística, diz-n os Michel Random, que publicou uma obra sobre o sufismo e a dança, “o sufi projeta sua alma para fora da zona de poluição do mundo e alcança um grau de realização reali zação que qu e lhe permite perceber os os verdadeiros fundament fundamentos os da re alidad e3
Os efeitos efeitos descritos descritos na oração mental se assemelham assem elham ao que dhikr de lam m os. os . é alcan çado na prática do dhikr de que já fa já fala
3 - 0
CRIS CRISTI TIAN ANIS ISMO MO E A INV INVOC OCAÇ AÇÃO ÃO
“Orai e orai orai assiduamente. assiduam ente. Quanto mais orardes mais sereis iluminados”, exorta-nos Angèle de Foligno. Esta mística da Idade Média ensina que o conhecimento de Deus e do Homem-Deus é absolutamente necessário à transformação espiritual do ser humano. Chegar a isto “supõe —diz ela — uma oração devota, pura, humilde, forte, profunda e assídua. Não falo somente da prece vocal, falo da prece mental, da que parte do coração e de todos os poderes da alma reunidos”. Ela definiu três tipos de orações: a oração corporal, mental e sobrenatural, de que já falamos no primeiro capítulo. Lembramos aq ui, brevemente, bre vemente, os componentes de cada uma 4. A oração corporal supõe a participação da voz e dos gestos,
Há oração mental quando o pensamento em Deus possui a tal pon to o esp írito que o ser hu ma no não se lem bra de mai s nad a além do seu Senhor. [... ] Esta oração oração trava a língua, que não pode mais se mexer. mexer. O espírito está tão pleno de Deu s que não há lugar, lugar, nele, para o pensamento nas criaturas.
Quanto à oração sobrenatural, induz um estado próximo ao êxtase, à contemplação e à iluminação. Há uma oração sobrenatural quando a alma, arrebatada acima dela mesma pelo pensamento e pela plenitude divina, é transportada mais alto do que sua natureza, entra na compreensão divina mais profund amente do que permite a natureza das coisa coisas, s, e encontra a luz nesta compreensão. Mas os conhecimentos que colhe nas fontes a alma não pode explicar, porque tudo o q ue ela vê e sente é su pe rior à sua na ture za.
Angèle de Foligno Foli gno acrescenta que qu e a alm a “ama na medida em que conhece; que ela deseja na medida em que am a; e que o sinal do amor não é uma transformação parcial e sim uma
Um dos mais célebres dhikr sufis sufis é o da ordem dos Mevlevi na Turquia, fundada pelo poeta persa Rümí; trata-se de urna dança em que a pessoa gira sobre si mesma ao som de um instrumento music al. Ela é mais conhecida no Ocidente com com o nome de dança dos dervixes giradores. Diz-se da música que acompanha essa dança que ela é comparável “ao ruído que faz a porta do céu quando se abre”.
se apresse em repetir a prece certo número de vezes, nem acredite que orou bem porque o fez por muito tempo. Por exemplo, pode-se escolher recitar várias vezes uma prece como como a Ave Maria ou o Pai Nosso, concentrando-se no sentido de cada palavra, até que se sinta que o seu espírito esteja completamente absorto na prece. Esta etapa se acrescenta à prática do hitbodedout entre entre os místicos judeus.
Para efetuar a união união mística, diz-n os Michel Random, que publicou uma obra sobre o sufismo e a dança, “o sufi projeta sua alma para fora da zona de poluição do mundo e alcança um grau de realização reali zação que qu e lhe permite perceber os os verdadeiros fundament fundamentos os da re alidad e3
Os efeitos efeitos descritos descritos na oração mental se assemelham assem elham ao que dhikr de lam m os. os . é alcan çado na prática do dhikr de que já fa já fala
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CRIS CRISTI TIAN ANIS ISMO MO E A INV INVOC OCAÇ AÇÃO ÃO
“Orai e orai orai assiduamente. assiduam ente. Quanto mais orardes mais sereis iluminados”, exorta-nos Angèle de Foligno. Esta mística da Idade Média ensina que o conhecimento de Deus e do Homem-Deus é absolutamente necessário à transformação espiritual do ser humano. Chegar a isto “supõe —diz ela — uma oração devota, pura, humilde, forte, profunda e assídua. Não falo somente da prece vocal, falo da prece mental, da que parte do coração e de todos os poderes da alma reunidos”. Ela definiu três tipos de orações: a oração corporal, mental e sobrenatural, de que já falamos no primeiro capítulo. Lembramos aq ui, brevemente, bre vemente, os componentes de cada uma 4. A oração corporal supõe a participação da voz e dos gestos, como o sinal da cruz. “Esta oração, eu jamais a abandono” — diz ela. “Ela é a rota que leva às outras; mas é preciso fazê-la em recolhimento”. Ela aconselha sobretudo que a pessoa não
4 - 0
ROSACR ROSACRUCI UCIAN ANISM ISMO O E A HAR HARMO MONI NIZA ZAÇÃ ÇÃO O CÓSMI CÓSMICA CA
“A prece prece é a linguagem lingua gem da alma. alm a. Neste particul pa rticular ar ela deve proceder do coração e não da razão. Importa então que seu conteúdo seja mais emocional do que intelectual”, lê-se nos manuscritos da Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis. Como ordem mística, ela ensina ens ina que qu e a prática da prece é muito eficaz para a pessoa se harmonizar com a Divindade e receber seu influxo espiritual. A prece per mite à nos sa per son alid ade -al ma se el eva r aos plan os superiores e se colocarem ressonância mais estreita com sua fonte, no caso a Alma Universal. Independentemente de toda consi deração religiosa, orar consiste então em criarmos um diálogo íntimo entre nós mesmos e o Deus do nosso coração.
No rosacrucianismo, a prática da prece permite que se realize um desejo legítimo ou um projeto particular, em conformidade com as leis divinas. Ralph Maxwell Lewis, que dirigiu a Antiga e Mística Ordem da Rosae Crucis de 1939 a 1987, 1987, escreveu escreveu que qu e a prece propicia nossa harmonização harmoni zação com as leis cósmicas, o que implica que não podemos influenciar Deus somente para o nosso bem pessoal sem levarmos em conta leis cósmicas e naturais. natura is. “E porque as leis cósmicas operam de modo lógico e são imutáveis devido à sua natureza que o ser humano sabe que pode contar com os princípios divinos e cósmicos5”, explica ele. O rosacruz sabe que a prática mística da prece não é tãosomente a mais rica em resultados, mas também ta mbém o método método mais lógico.
Há oração mental quando o pensamento em Deus possui a tal pon to o esp írito que o ser hu ma no não se lem bra de mai s nad a além do seu Senhor. [... ] Esta oração oração trava a língua, que não pode mais se mexer. mexer. O espírito está tão pleno de Deu s que não há lugar, lugar, nele, para o pensamento nas criaturas.
Quanto à oração sobrenatural, induz um estado próximo ao êxtase, à contemplação e à iluminação. Há uma oração sobrenatural quando a alma, arrebatada acima dela mesma pelo pensamento e pela plenitude divina, é transportada mais alto do que sua natureza, entra na compreensão divina mais profund amente do que permite a natureza das coisa coisas, s, e encontra a luz nesta compreensão. Mas os conhecimentos que colhe nas fontes a alma não pode explicar, porque tudo o q ue ela vê e sente é su pe rior à sua na ture za.
Angèle de Foligno Foli gno acrescenta que qu e a alm a “ama na medida em que conhece; que ela deseja na medida em que am a; e que o sinal do amor não é uma transformação parcial e sim uma transformação absoluta”. Assim o amor é o fundamento de toda prece eficaz que leva à união com Deus.
petiç ão o u um pedido negat ivo é v ão. Assim sendo , o místic o nã o solicita o impossível nas suas preces. Ele crê firmemente no prin cípio de caus a e e feito e sabe q ue é imp ossív el ped ir qu e u ma lei, cujo desencadeamento ele próprio provocou, seja seja amenizada em seu favo r6. r6.
Para Ralph Maxwell Lewis, a prece é eficaz quando a pessoa que ora compreende a maneira como ela funciona, em conformidade com as leis cósmicas estabelecidas estabel ecidas por Deus, e ela se ajusta a isto nos seus pedidos. “O místico não pede a realização completa de um projeto particular, mas antes a iluminação que lhe permita, por seus esforços, realizar esse projeto 7”, 7”, aconselha ele. E conclui dizendo que “tudo o que está em conformidade com as leis cósmicas pode ser um dia realizado pelo ser humano. Nada é dado a ele, ele, mas é ele quem dirige e reúne os poderes cósmicos a que acessa para realizar seus desígnios 8”. O método rosacruz para orar requer uma preparação, ou “colocação em estado de prece”, que consiste em se isolar num local calmo, se interiorizar e depois invocar Deus no silêncio do seu coração, pois “não basta recitar uma prece para se beneficiar do seu impacto espiritual e se harmonizar com a Divindade. E preciso também se impregnar do seu sentido e vivê-la interiormente”. interiormente”. E ainda aconselhado, além de dizermos preces extraídas de livros sagrados, orarmos com nossas próprias palavras e com os sentimentos que nos animam no decorrer da prece. 5 - 0
BUDISMO E O
Como cabe dizer o nembutsu ? “Abandonai”, respondeu
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ROSACR ROSACRUCI UCIAN ANISM ISMO O E A HAR HARMO MONI NIZA ZAÇÃ ÇÃO O CÓSMI CÓSMICA CA
“A prece prece é a linguagem lingua gem da alma. alm a. Neste particul pa rticular ar ela deve proceder do coração e não da razão. Importa então que seu conteúdo seja mais emocional do que intelectual”, lê-se nos manuscritos da Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis. Como ordem mística, ela ensina ens ina que qu e a prática da prece é muito eficaz para a pessoa se harmonizar com a Divindade e receber seu influxo espiritual. A prece per mite à nos sa per son alid ade -al ma se el eva r aos plan os superiores e se colocarem ressonância mais estreita com sua fonte, no caso a Alma Universal. Independentemente de toda consi deração religiosa, orar consiste então em criarmos um diálogo íntimo entre nós mesmos e o Deus do nosso coração.
No rosacrucianismo, a prática da prece permite que se realize um desejo legítimo ou um projeto particular, em conformidade com as leis divinas. Ralph Maxwell Lewis, que dirigiu a Antiga e Mística Ordem da Rosae Crucis de 1939 a 1987, 1987, escreveu escreveu que qu e a prece propicia nossa harmonização harmoni zação com as leis cósmicas, o que implica que não podemos influenciar Deus somente para o nosso bem pessoal sem levarmos em conta leis cósmicas e naturais. natura is. “E porque as leis cósmicas operam de modo lógico e são imutáveis devido à sua natureza que o ser humano sabe que pode contar com os princípios divinos e cósmicos5”, explica ele. O rosacruz sabe que a prática mística da prece não é tãosomente a mais rica em resultados, mas também ta mbém o método método mais lógico. O místico afirma que tudo é possível no plano divino, exceto o que se oponha à própria natureza de Deus. Por conseguinte, conseguinte, uma
”, que já descrevemos no capítulo sobre a prece Butsu ”, Amida Butsu significa contemplativa. Amida significa “Buda infinito”. Segundo a interpretação do mestre chinês Zendô, este Buda é dito “infinito” porque todos aqueles que pensam nele são abraçados e nunca mais são abandonados9. Quanto à atitude mental a manter durante o nembutsu , eis o que diz um outro mestre desta prática, Ippen Shôn in (1229 1289): Vós me int errog áis qu an to à atit ude men tal qu e deve is ass um ir para com o Tudo o que é exigido do devoto do é que ele diga ’ e não há outra instrução que eu vos possa dar. Ao dizerdes ’, encontrareis a vossa paz essencial10.
“Aband Ab andon onar” ar” é então tudo tu do o que é exigido exigi do do devoto do nembutsu. “Que nembutsu. “Que ele abandone aband one o saber, saber, a sabedoria e a ignorância ignorânc ia também; que ele abandone toda noção do bem e do mal, de rico e de pobre, de nobre e de vil, de inferno i nferno e de paraíso, paraís o, bem como todas as espécies de satori que que cultivam e ensinam as diversas escolas de budismo. Rejeitando todas estas noções e estes desejos, causas de confusão, entregai-vos inteiramente a Buts u 1 dizer liNamu Amida Butsu 11”, prossegue Küya Shônin Shô nin.. Ele salienta que é preciso recitar o nembutsu com um “pensamento unif icado”. icado ”. Virá o momento para vós, vós, prossegue Nam u Amida ele, “em que compreendereis que recitando “ Namu Butsu ” não há nem Buda, nem Eu, nem qualquer outro raciocínio a colocar ante s”. O que faz supor que pela repetição do nome do Buda a própria pessoa alcança budeidade, isto é,
petiç ão o u um pedido negat ivo é v ão. Assim sendo , o místic o nã o solicita o impossível nas suas preces. Ele crê firmemente no prin cípio de caus a e e feito e sabe q ue é imp ossív el ped ir qu e u ma lei, cujo desencadeamento ele próprio provocou, seja seja amenizada em seu favo r6. r6.
Para Ralph Maxwell Lewis, a prece é eficaz quando a pessoa que ora compreende a maneira como ela funciona, em conformidade com as leis cósmicas estabelecidas estabel ecidas por Deus, e ela se ajusta a isto nos seus pedidos. “O místico não pede a realização completa de um projeto particular, mas antes a iluminação que lhe permita, por seus esforços, realizar esse projeto 7”, 7”, aconselha ele. E conclui dizendo que “tudo o que está em conformidade com as leis cósmicas pode ser um dia realizado pelo ser humano. Nada é dado a ele, ele, mas é ele quem dirige e reúne os poderes cósmicos a que acessa para realizar seus desígnios 8”. O método rosacruz para orar requer uma preparação, ou “colocação em estado de prece”, que consiste em se isolar num local calmo, se interiorizar e depois invocar Deus no silêncio do seu coração, pois “não basta recitar uma prece para se beneficiar do seu impacto espiritual e se harmonizar com a Divindade. E preciso também se impregnar do seu sentido e vivê-la interiormente”. interiormente”. E ainda aconselhado, além de dizermos preces extraídas de livros sagrados, orarmos com nossas próprias palavras e com os sentimentos que nos animam no decorrer da prece. 5 - 0
BUDISMO E O
Como cabe dizer o nembutsu ? “Abandonai”, respondeu Küya Shônin. O nembutsu é é uma prática baseada na invocação Nam u Amida do nome do Buda Amida, ou seja, a repetição “Namu
representa o estado de Buda “é tão eficaz, se não até mais, do que pensar num Buda considerado como histórico”, enfatiza Jean-Yves Jean-Yves Leloup. 6 - 0
HIND HINDUÍ UÍSM SMO O E O BHA BHAKT KTII YOG YOGA A
Vishnu-K Vish nu-Krishn rishnaa “só ama a pura bhakti, sendo bhakti, sendo tudo o mais supérfluo”, lê-se no Bhagavad-Gita, um Bhagavad-Gita, um dos livros sagrados da índ ia (VII 7,52). Para alcançar alca nçar a união un ião extática ex tática com Deus, “é indispensável repetir mentalmente o nome divino, cantar os hinos, hinos , associar-se associ ar-se a homens home ns santos 12”. 12”. O , ou hinduísmo devocionista, tem raízes antigas. Ele ensina a devoção a Vishnu, Shiva ou a Deusa, cria seu próprio culto , que substitui os sacrifícios védicos ( ), e seus pró pri os textos, como os ag ama s e os ta ntra s B.
Gita se Num dos relatos fundamentais do Bhagavad Gita se descreve o amor que o jovem Krishna inspira nas g nas goo p i (as (as jovens que cuidam dos animais anim ais domésticos) e a rasa-lila , a dança do amor que ele dança com elas elas multiplicando-se de man eira que cada dança com ele. go p i dança E a via do amor, amor, do abandono confiante ao Bhagavan 14em qu em se encontra refúgio. E a via da adoração e do coração em que se considera o Divino como pai, mãe, filho, amigo, esposo, esposa, amado ou mestre. Aqui o Divino é considerado muito mais como uma pessoa com quem se entra em relação amorosa. Nesse yoga só se pensa nele (no Divino), repete-se incessantemente o seu nome, seja interiormente, seja exteriormente Várias pessoas usam u m rosário para ajudar essa repetição. Só se canta ele, só se se dança ele. Nele a pessoa se perde. Nele a pessoa se funde; às vezes até se recusa recusa a se identificar com ele para m elhor d esfru tá-lo 15.
O ja pa é a a prece que repete o nome de Deus na inalação e na exalação. Sua prática leva à contemplação da divindade
”, que já descrevemos no capítulo sobre a prece Butsu ”, Amida Butsu significa contemplativa. Amida significa “Buda infinito”. Segundo a interpretação do mestre chinês Zendô, este Buda é dito “infinito” porque todos aqueles que pensam nele são abraçados e nunca mais são abandonados9. Quanto à atitude mental a manter durante o nembutsu , eis o que diz um outro mestre desta prática, Ippen Shôn in (1229 1289): Vós me int errog áis qu an to à atit ude men tal qu e deve is ass um ir para com o Tudo o que é exigido do devoto do é que ele diga ’ e não há outra instrução que eu vos possa dar. Ao dizerdes ’, encontrareis a vossa paz essencial10.
“Aband Ab andon onar” ar” é então tudo tu do o que é exigido exigi do do devoto do nembutsu. “Que nembutsu. “Que ele abandone aband one o saber, saber, a sabedoria e a ignorância ignorânc ia também; que ele abandone toda noção do bem e do mal, de rico e de pobre, de nobre e de vil, de inferno i nferno e de paraíso, paraís o, bem como todas as espécies de satori que que cultivam e ensinam as diversas escolas de budismo. Rejeitando todas estas noções e estes desejos, causas de confusão, entregai-vos inteiramente a Buts u 1 dizer liNamu Amida Butsu 11”, prossegue Küya Shônin Shô nin.. Ele salienta que é preciso recitar o nembutsu com um “pensamento unif icado”. icado ”. Virá o momento para vós, vós, prossegue Nam u Amida ele, “em que compreendereis que recitando “ Namu Butsu ” não há nem Buda, nem Eu, nem qualquer outro raciocínio a colocar ante s”. O que faz supor que pela repetição do nome do Buda a própria pessoa alcança budeidade, isto é, um estado libertado do samsâra —da —da roda das reencarnações. O que redunda em dizer que se impregnar do ideal que
“O místico vive continuam ente na presença de Deus. Ele o implora nas suas preces e lhe presta homenagem por seus cantos de louvor. Aspira com todo o seu ser à união divina divin a e à Dout utrin rinaa Secre Se creta ta libertação das correntes correntes terrenas. Segundo A Segundo ADo aspir ar a da Deusa Tripurá , “para se obter a libertação é preciso aspirar ela com a mesma paixão que um ser humano queimado em todo o seu corpo dedica a buscar contato com água fresca”, explica Robert Blais na sua obra sobre sobre a felicidade feli cidade 16. Para Má Ananda Moyí, Moy í, mística indian in diana, a, “a angustia nao vos vos deixará enquanto não tiverdes encontrado Deus. Se a pessoa quer conseguir isto precisa praticar a repetição do seu nome, contemplá-lo, adorá-lo, cantar seus louvores. louvores. Não existe para o ser humano nenhum outro caminho que leve à suprema beatitude 17”. 7 - A CABALA CABALA E A ATRAÇÃO DOS INFLUX INFLUXOS OS DIVINO DIVINOSS
Desde Moisés os cabalistas atribuem um poder muito grande tsadik), um poder capaz de atrair à prece do justo (denominad (de nominadoo tsadik), um os influxos influxos divinos para para o mundo (den ominado Malkhu M alkhut), t), de instaurar a realeza de Deus (denominada Kether) e de reconstruir o Santuário (ou seja, o Shekinah) no próprio coração do místico. A união de Kether e de Malkhut, os dois sefirot extremos da Arvore da Vida, deve fazer o ser humano reencontrar sua natureza divina original. Segundo o Sepher Yesirah, ou Livro da Criação, Criação , os dez sefirot que compõem a Arvore da Vida são receptáculos que recebem a luz in criada, criad a, a qual qu al se obscurece cada vez mais à medida em q ue desce para o mundo criado.
representa o estado de Buda “é tão eficaz, se não até mais, do que pensar num Buda considerado como histórico”, enfatiza Jean-Yves Jean-Yves Leloup. 6 - 0
HIND HINDUÍ UÍSM SMO O E O BHA BHAKT KTII YOG YOGA A
Vishnu-K Vish nu-Krishn rishnaa “só ama a pura bhakti, sendo bhakti, sendo tudo o mais supérfluo”, lê-se no Bhagavad-Gita, um Bhagavad-Gita, um dos livros sagrados da índ ia (VII 7,52). Para alcançar alca nçar a união un ião extática ex tática com Deus, “é indispensável repetir mentalmente o nome divino, cantar os hinos, hinos , associar-se associ ar-se a homens home ns santos 12”. 12”. O , ou hinduísmo devocionista, tem raízes antigas. Ele ensina a devoção a Vishnu, Shiva ou a Deusa, cria seu próprio culto , que substitui os sacrifícios védicos ( ), e seus pró pri os textos, como os ag ama s e os ta ntra s B.
Gita se Num dos relatos fundamentais do Bhagavad Gita se descreve o amor que o jovem Krishna inspira nas g nas goo p i (as (as jovens que cuidam dos animais anim ais domésticos) e a rasa-lila , a dança do amor que ele dança com elas elas multiplicando-se de man eira que cada dança com ele. go p i dança E a via do amor, amor, do abandono confiante ao Bhagavan 14em qu em se encontra refúgio. E a via da adoração e do coração em que se considera o Divino como pai, mãe, filho, amigo, esposo, esposa, amado ou mestre. Aqui o Divino é considerado muito mais como uma pessoa com quem se entra em relação amorosa. Nesse yoga só se pensa nele (no Divino), repete-se incessantemente o seu nome, seja interiormente, seja exteriormente Várias pessoas usam u m rosário para ajudar essa repetição. Só se canta ele, só se se dança ele. Nele a pessoa se perde. Nele a pessoa se funde; às vezes até se recusa recusa a se identificar com ele para m elhor d esfru tá-lo 15.
O ja pa é a a prece que repete o nome de Deus na inalação e na exalação. Sua prática leva à contemplação da divindade suprema, simbolizada p rincipalmente por Brahma, Vishnu e Shiva, a trindade divina hindu.
aqui embaixo, no seio das emanações inferiores. Ela tem também por função atrair para o alto a derradeira emanação, para que ela se reúna aos graus superiores 18”. Segundo os cabalistas, o poder de Deus seria reforçado ou enfraquecido conforme os atos dos seres humanos. Esses “poderes” se referem aos dez sefirot que são as emanações saídas de Deus no momento da criação do universo. “A ajuda que Deus pede ao ser humano é um a convocação para ele se associar à sua obra e orar em seu favor”, explica ainda Charles C harles Mopsik. Assim, o Talmude diz d iz que Moisés, ao receber a Torah, ergueu as mãos para o céu orando assim: “e agora, então, que cresça a força de YHVH ” (Nb 14,17), e que isto teve um. efeito imediato, pois sua breve prece permitiu reforçar a misericórdia de Deus para com os seres humanos. Como ocorreu isto? Pela menção do Tetragrama ( YHVH ), que é o nome de Deus identificado com seu atributo de misericórdia. Ezra ben Salomon, um dos discípulos do rabino Isaque o Cego, relata as proposições do seu mestre relativamente à atitude ideal do místico místico judeu durante a prece: prece: Trata-se de reunir o nome de Deus nas suas letras e aí incluir os dez sefirot, assim assim como a chama ligada à brasa ... Esta operação é realizada por meio da pronúncia oral dos substitutos do Tetragrama, e da pronúncia, interior e simultânea, do próprio Nome sagrado.
O judeu jude u que não tem o direito de de pronuncia pron unciarr o nome de Deus usa substitutos do Tetragrama, que são todos os outros
“O místico vive continuam ente na presença de Deus. Ele o implora nas suas preces e lhe presta homenagem por seus cantos de louvor. Aspira com todo o seu ser à união divina divin a e à Dout utrin rinaa Secre Se creta ta libertação das correntes correntes terrenas. Segundo A Segundo ADo , “para se obter a libertação é preciso aspir aspirar ar a da Deusa Tripurá ela com a mesma paixão que um ser humano queimado em todo o seu corpo dedica a buscar contato com água fresca”, explica Robert Blais na sua obra sobre sobre a felicidade feli cidade 16. Para Má Ananda Moyí, Moy í, mística indian in diana, a, “a angustia nao vos vos deixará enquanto não tiverdes encontrado Deus. Se a pessoa quer conseguir isto precisa praticar a repetição do seu nome, contemplá-lo, adorá-lo, cantar seus louvores. louvores. Não existe para o ser humano nenhum outro caminho que leve à suprema beatitude 17”. 7 - A CABALA CABALA E A ATRAÇÃO DOS INFLUX INFLUXOS OS DIVINO DIVINOSS
Desde Moisés os cabalistas atribuem um poder muito grande tsadik), um poder capaz de atrair à prece do justo (denominad (de nominadoo tsadik), um os influxos influxos divinos para para o mundo (den ominado Malkhu M alkhut), t), de instaurar a realeza de Deus (denominada Kether) e de reconstruir o Santuário (ou seja, o Shekinah) no próprio coração do místico. A união de Kether e de Malkhut, os dois sefirot extremos da Arvore da Vida, deve fazer o ser humano reencontrar sua natureza divina original. Segundo o Sepher Yesirah, ou Livro da Criação, Criação , os dez sefirot que compõem a Arvore da Vida são receptáculos que recebem a luz in criada, criad a, a qual qu al se obscurece cada vez mais à medida em q ue desce para o mundo criado. Textos da C abala , explica Charles Mopsik, em Os Grandes Textos que “na cabala, a prece tenta atrair os influxos divinos para
Para os cabalistas, uma união u nião a Deus se produz no decorrer da prece dita com fervor. Exercendo uma ação teúrgica, o místico é então então capaz de reconstruir o Santuário interior no seu coração. coração. Uma antiga prece cabalística será dada no capítulo sobre os efeitos espirituais da prece. Em suma, a prece, embora tenha uma prática diferente de um místico para outro, demonstra-se não obstante eficaz para se alcançar a união divina. E verdade que certas características persistem, como a purificação preliminar, prelim inar, a invocação do nome de Deus, a concentração, o fervor e o estado interior daquele que ora. Como para todo músico que toca um instrumento, este deve estar no diapasão e sua maestria é essencial, mas, tendo chegado a um certo grau de prática, o que distingue o técnico do artista é esse “toque de amor” que o artista acrescentará à sua virtuosidade. A prece é também mais uma arte do que uma técnica, no fato de que ela é de início uma “meditaçã “medi taçãoo que tem um coração cora ção 19” 19”..
aqui embaixo, no seio das emanações inferiores. Ela tem também por função atrair para o alto a derradeira emanação, para que ela se reúna aos graus superiores 18”. Segundo os cabalistas, o poder de Deus seria reforçado ou enfraquecido conforme os atos dos seres humanos. Esses “poderes” se referem aos dez sefirot que são as emanações saídas de Deus no momento da criação do universo. “A ajuda que Deus pede ao ser humano é um a convocação para ele se associar à sua obra e orar em seu favor”, explica ainda Charles C harles Mopsik. Assim, o Talmude diz d iz que Moisés, ao receber a Torah, ergueu as mãos para o céu orando assim: “e agora, então, que cresça a força de YHVH ” (Nb 14,17), e que isto teve um. efeito imediato, pois sua breve prece permitiu reforçar a misericórdia de Deus para com os seres humanos. Como ocorreu isto? Pela menção do Tetragrama ( YHVH ), que é o nome de Deus identificado com seu atributo de misericórdia. Ezra ben Salomon, um dos discípulos do rabino Isaque o Cego, relata as proposições do seu mestre relativamente à atitude ideal do místico místico judeu durante a prece: prece: Trata-se de reunir o nome de Deus nas suas letras e aí incluir os dez sefirot, assim assim como a chama ligada à brasa ... Esta operação é realizada por meio da pronúncia oral dos substitutos do Tetragrama, e da pronúncia, interior e simultânea, do próprio Nome sagrado.
O judeu jude u que não tem o direito de de pronuncia pron unciarr o nome de Deus usa substitutos do Tetragrama, que são todos os outros nomes dados a Deus, como AHIE, Elohim, El Sabaot, e dos quais o mais usado é Adonai.
. A prece do coração me tornava tão feliz que eu não achava que se poderia estar estar mais na Terra...
A prece pre ce é seme se me lhan lh ante te a uma um a árvor árv oree que qu e tem frutos fruto s abundantes e muito doces e dos quais cada qual é melhor do que o outro. “De início, a prece é o pão que revigora o atleta, mas ela se torna o óleo óleo que adoça o coração e, por fim, o vinho que o põe põe “fora “fora de si”, isto é, que gera o êxtase e o une a Deus 1”, revela um eremita ere mita do monte Atos, na Grécia. Analogame Analo gamente, nte, nos Relatos de um pe regrin o russo, Arsênio Arsênio enumera os bens maravilhosos que lhe trouxe a prece do coração, nos seguintes termos: A prece do c oraçã o m e to rna va tão fel iz que eu não ach ava qu e se pod eria ser mais fel iz na Terra e m e per gun tav a com o as d elíci as do reino dos céus poderiam ser maiores do que aquelas. Essa felicidade não iluminava somente o interior da minha alma; o mundo exterior também me aparecia com um aspecto aspecto encantador; tudo me incitava a amar e a louvar a Deus; os seres humanos, as árvores, as plantas, os animais, tudo me era como familiar e em toda parte eu encontrava a imagem do nome de Jesus Cristo. As v ezes eu m e se ntia tão l eve qu e a cred itav a n ão ter m ais c orpo e flutuar levemente no ar; outras vezes eu entrava completamente em mim mesmo, via claramente o meu interior e admirava o edifício admirável do corpo humano; outras vezes eu sentia uma alegria tão grande como se tivesse me tornado rei e, em meio a
Para os cabalistas, uma união u nião a Deus se produz no decorrer da prece dita com fervor. Exercendo uma ação teúrgica, o místico é então então capaz de reconstruir o Santuário interior no seu coração. coração. Uma antiga prece cabalística será dada no capítulo sobre os efeitos espirituais da prece. Em suma, a prece, embora tenha uma prática diferente de um místico para outro, demonstra-se não obstante eficaz para se alcançar a união divina. E verdade que certas características persistem, como a purificação preliminar, prelim inar, a invocação do nome de Deus, a concentração, o fervor e o estado interior daquele que ora. Como para todo músico que toca um instrumento, este deve estar no diapasão e sua maestria é essencial, mas, tendo chegado a um certo grau de prática, o que distingue o técnico do artista é esse “toque de amor” que o artista acrescentará à sua virtuosidade. A prece é também mais uma arte do que uma técnica, no fato de que ela é de início uma “meditaçã “medi taçãoo que tem um coração cora ção 19” 19”..
. A prece do coração me tornava tão feliz que eu não achava que se poderia estar estar mais na Terra...
A prece pre ce é seme se me lhan lh ante te a uma um a árvor árv oree que qu e tem frutos fruto s abundantes e muito doces e dos quais cada qual é melhor do que o outro. “De início, a prece é o pão que revigora o atleta, mas ela se torna o óleo óleo que adoça o coração e, por fim, o vinho que o põe põe “fora “fora de si”, isto é, que gera o êxtase e o une a Deus 1”, revela um eremita ere mita do monte Atos, na Grécia. Analogame Analo gamente, nte, nos Relatos de um pe regrin o russo, Arsênio Arsênio enumera os bens maravilhosos que lhe trouxe a prece do coração, nos seguintes termos: A prece do c oraçã o m e to rna va tão fel iz que eu não ach ava qu e se pod eria ser mais fel iz na Terra e m e per gun tav a com o as d elíci as do reino dos céus poderiam ser maiores do que aquelas. Essa felicidade não iluminava somente o interior da minha alma; o mundo exterior também me aparecia com um aspecto aspecto encantador; tudo me incitava a amar e a louvar a Deus; os seres humanos, as árvores, as plantas, os animais, tudo me era como familiar e em toda parte eu encontrava a imagem do nome de Jesus Cristo. As v ezes eu m e se ntia tão l eve qu e a cred itav a n ão ter m ais c orpo e flutuar levemente no ar; outras vezes eu entrava completamente em mim mesmo, via claramente o meu interior e admirava o edifício admirável do corpo humano; outras vezes eu sentia uma alegria tão grande como se tivesse me tornado rei e, em meio a todas essas consolações, eu desejava que Deus me permitisse morrer mais cedo e fazer transbordar minh a gratidão aos seus pés pés no mundo dos espíritos 2.
Os padres da espiritualidade ortodoxa resumem em três palavras os efeitos concretos e progressivos produzidos pela prece: pu prece: pu rifi 3. ri fica ca çã o, ilu il u m in aç ão , realização 3.
retorno a Deus não procede então de uma decisão voluntária, mas de uma graça divina obtida pela prece assídua de arrependimento.
1 - A PURIFICAÇÃO DA ALMA E DO INTELECTO Mais concretamente, concretame nte, sempre segundo o eremita, o primeiro fruto que dá a prece do coração àquele que ora é a consciencia do pecado, pecado , encarada no sentido de sua imperfeição e da sua fmitude em relação a Deus.
É com essas lágrimas de aflição, como já mencionado, que começa a purificação da alma e do intelecto:
A pesso a de ixa de se a cre dit ar b oa e se vê c omo “a a bom ina ção da desolação que se tem no lugar sagrado”. O trépano da caridade pe rfu ra e pen etr a o sub solo da al m a. .. A qu ilo qu e ant es não conhecíamos é então revelado àquele que ora e ele vê a si mesmo como o último de todos... e começa a chorar... O atleta da prece não vê os pecados dos outros mas sua própria morte. Seu s olhos se tornam uma fonte de lágrimas oriundas da aflição do coração. Ele chora como um condenado e ao mesmo tempo grita: Tende pie dad e de m im ... Ten de pied ade de m im .. . Tend e pied ade de mim 4...
Para os sufis, a prece é incompatível com a persistência do pecado. A este respeito se esboça uma teoria do pecado e do arrependimento que está presente sob a forma de d u a ou de pedido de perdão. Através Através de numerosas preces muç ulmanas, ou hadith , aquele que ora expressa sua consciência de se sentir esmagado pelo “peso de suas faltas” que o oprimem em extremo. “O perdão pode ser reiterado até setenta ou cem vezes, pois Deus “volta sem cessar ao pecador arrependido 5”. Ele sempre responde a um pedido de perdão, mas o remorso remorso deve deve preceder precede r e urna ruptura com o pecado é necessária. O pecador faz mal a si mesmo: ele gera sua própria servidão na falta. Esta
Ass im com o a á gua lav a os o bjeto s sujo s e a chu va lim pa o a r de suas nuvens e a terra de sua poeira, as lágrimas purificam e embranquecem a alma. E a água do segundo batismo.
A pre ce prop pr op orcio or cio na en tão o fru to m uit o doce doc e da purificação. E como como a alma nunca é purificada completamente, a purificação purificaç ão precisa ser sempre aperfeiçoada. aperfeiç oada. “Ai está a perfeita perfeição dos perfeitos sempre a aperfeiçoar”, resume fean Climaque Clim aque,, monge cristão cristão do século VII. VII. Entre os sufis, a prece de arrependimento é benéfica por cumprir cumpri r uma função de catarse, de purificação por sofrimento: sofrimento: levando o coração à pobreza, ela preserva o ser humano do esquecimen to de Deus. Cabe Cabe dizer diz er também que a prece tem o poder de afastar o mal e o sofrimento, “como “como o escudo repele a flecha 7”, afirma Al-Ghazâlí, um dos maiores teólogos muçulmanos, que viveu no século XI. Assim, aquel aq uelee que ora se purifica sem cessar: Primeiro é purificada a parte passional da alma (a rdor e desejo) e depois a parte racional. Aquele que ora é libertado das paixões carnais (desejo) e depois da fome, da cólera, do rancor (ardor),
Os padres da espiritualidade ortodoxa resumem em três palavras os efeitos concretos e progressivos produzidos pela prece: pu prece: pu rifi 3. ri fica ca çã o, ilu il u m in aç ão , realização 3.
retorno a Deus não procede então de uma decisão voluntária, mas de uma graça divina obtida pela prece assídua de arrependimento.
1 - A PURIFICAÇÃO DA ALMA E DO INTELECTO Mais concretamente, concretame nte, sempre segundo o eremita, o primeiro fruto que dá a prece do coração àquele que ora é a consciencia do pecado, pecado , encarada no sentido de sua imperfeição e da sua fmitude em relação a Deus.
É com essas lágrimas de aflição, como já mencionado, que começa a purificação da alma e do intelecto:
A pesso a de ixa de se a cre dit ar b oa e se vê c omo “a a bom ina ção da desolação que se tem no lugar sagrado”. O trépano da caridade pe rfu ra e pen etr a o sub solo da al m a. .. A qu ilo qu e ant es não conhecíamos é então revelado àquele que ora e ele vê a si mesmo como o último de todos... e começa a chorar... O atleta da prece não vê os pecados dos outros mas sua própria morte. Seu s olhos se tornam uma fonte de lágrimas oriundas da aflição do coração. Ele chora como um condenado e ao mesmo tempo grita: Tende pie dad e de m im ... Ten de pied ade de m im .. . Tend e pied ade de mim 4...
Para os sufis, a prece é incompatível com a persistência do pecado. A este respeito se esboça uma teoria do pecado e do arrependimento que está presente sob a forma de d u a ou de pedido de perdão. Através Através de numerosas preces muç ulmanas, ou hadith , aquele que ora expressa sua consciência de se sentir esmagado pelo “peso de suas faltas” que o oprimem em extremo. “O perdão pode ser reiterado até setenta ou cem vezes, pois Deus “volta sem cessar ao pecador arrependido 5”. Ele sempre responde a um pedido de perdão, mas o remorso remorso deve deve preceder precede r e urna ruptura com o pecado é necessária. O pecador faz mal a si mesmo: ele gera sua própria servidão na falta. Esta deixa um ponto no coração, secreto como um estojo que a contém, e isto é a insensibilidade (Alcorão, LXXXIII, 14)6. O
Em seguida a luta passa para a parte racional: com o orgulho, a van gló ria e todo s o s pen sam ento s vaido sos. Essa lut a prosse gue até o fim da vida. Mas todo esse desenrolar da purificação ocorre com a ajuda e a operação da graça e com o objetivo de fazer do fiel um receptáculo adequado da abundância da graça divina 8.
Eis o que Simão, o Novo Teólogo da Igreja do Oriente, escreveu sobre sobre a purificação purifica ção das paixões: Pois o ser humano não pode vencer suas paixões se esta (a luz) não vem em seu socorro e, além disso, ela não as afasta todas num só golpe. O ser humano psíquico não pode com efeito receber subitamente o Espírito int eiro e se tornar sem paixões, mas quando ele tiver realizado tudo o que está em seu poder: o desapego, a indiferença, a separação dos seus, a contenção da sua vontade, a renúncia ao mundo, a resistência ao sofrimento, a prece, a dor, a pob reza , a hu mil dad e, com toda a fo rça de que ele é ca paz 9.
Assim como o estômago sente o alívio e o repouso depois que um remédio re médio desfez o desconforto desconforto e as dores dores devido a uma alimentação indigesta, “aquele que ora sente a purificação nisto: logo cessam de sangrar as feridas internas causadas pelas paixões”. No Evangelho segundo São Lucas lemos a respeito da mulher mu lher hemorrágica: hemorrági ca: “Veio Veio por trás dele e lhe tocou na orla da veste e logo se lhe estancou a hemorragia” (Lc 8,44)”. Quando a pessoa se aproxima do Cristo, prossegue o eremita, eremit a, logo ela é curada “e o fluxo sanguíneo estanca”; es tanca”; vale dizer que o sangue das paixões cessa de correr, o que significa que não somos somos mais escandalizados pelas imagens, pelas circunstâncias, pelas visões que antes nos escandalizavam, pois é em nós, acrescenta o eremita, que se encontra o escândalo. Para os iogues, místicos da índia, a palavra que designa o
Ass im com o a á gua lav a os o bjeto s sujo s e a chu va lim pa o a r de suas nuvens e a terra de sua poeira, as lágrimas purificam e embranquecem a alma. E a água do segundo batismo.
A pre ce prop pr op orcio or cio na en tão o fru to m uit o doce doc e da purificação. E como como a alma nunca é purificada completamente, a purificação purificaç ão precisa ser sempre aperfeiçoada. aperfeiç oada. “Ai está a perfeita perfeição dos perfeitos sempre a aperfeiçoar”, resume fean Climaque Clim aque,, monge cristão cristão do século VII. VII. Entre os sufis, a prece de arrependimento é benéfica por cumprir cumpri r uma função de catarse, de purificação por sofrimento: sofrimento: levando o coração à pobreza, ela preserva o ser humano do esquecimen to de Deus. Cabe Cabe dizer diz er também que a prece tem o poder de afastar o mal e o sofrimento, “como “como o escudo repele a flecha 7”, afirma Al-Ghazâlí, um dos maiores teólogos muçulmanos, que viveu no século XI. Assim, aquel aq uelee que ora se purifica sem cessar: Primeiro é purificada a parte passional da alma (a rdor e desejo) e depois a parte racional. Aquele que ora é libertado das paixões carnais (desejo) e depois da fome, da cólera, do rancor (ardor), por ém, com mai s prece e p or um a luta mai s rigor osa. E qu an do ele consegue se purificar da cólera e do rancor torna-se claro que está purificada a parte passional da alma.
purificadora. Segundo Jean- Marie Déchanet, um padre cristão cristão que se tornou iogue, é preciso reabilitar o corpo para que ele não seja mais sinônimo de pecado e manchas, mas torne-se, uma vez purificado, o habitáculo do Espírito Santo. “Então sua nudez não é mais feiúra, mas indigencia”. Eis como ele testemunha essa experiência gradual de purificação física e espiritual: E quão nu diante de ti, oh Deus, oh Pai, eu tenho consciência da minha pobreza! Quanto sinto a necessidade de gritar para ti, oh Filho, de estender para ti meus membros a fim de que eles sejam revestidos de ti! Quanto sinto, por outro lado, que um novo espírito os habita: um espírito “santo”, santificador, que deles expulsou toda imundície. Puro eu não seria se sentisse a.necessidade, na minha solidão, de cobrir essa nudez, ou o desejo de a olhar. Não! Não há mais nada a ver, mais nada a ocultar! Não há mais, diante de Deus e dos meus olhos, do que este corpo inteiramente assumido pelo Filho de Deus, após ter sido feito à sua imagem e semelhança10.
Assim também, explica o santo eremita, “após a purificação e com o auxílio da prece, vemos a todos os os seres humanos human os como criaturas de Deus. Em particular, vemos os rostos como imagens de Deus transbordando amor”. Assim, “aquele que está revestido da graça do Cristo vê os outros revestidos do mesmo, ainda que seus corpos corpos estejam nus, ao passo que aquele aque le que não tem a graça de Deus vê os os corpos corpos nus, ainda que eles estejam este jam vestidos 11”. “Se tudo é puro para os puros, é simplesmente porque tudo reencontra sua simplicidade natural, uma vez afastada essa duplicidad dupl icidadee nascida nasci da do pecado, pecado, expulsa tanto dos dos olhos como como do coração. Depurado Depu rado de tudo —sobretudo —sobretudo de toda hipocris hip ocrisia ia
Em seguida a luta passa para a parte racional: com o orgulho, a van gló ria e todo s o s pen sam ento s vaido sos. Essa lut a prosse gue até o fim da vida. Mas todo esse desenrolar da purificação ocorre com a ajuda e a operação da graça e com o objetivo de fazer do fiel um receptáculo adequado da abundância da graça divina 8.
Eis o que Simão, o Novo Teólogo da Igreja do Oriente, escreveu sobre sobre a purificação purifica ção das paixões: Pois o ser humano não pode vencer suas paixões se esta (a luz) não vem em seu socorro e, além disso, ela não as afasta todas num só golpe. O ser humano psíquico não pode com efeito receber subitamente o Espírito int eiro e se tornar sem paixões, mas quando ele tiver realizado tudo o que está em seu poder: o desapego, a indiferença, a separação dos seus, a contenção da sua vontade, a renúncia ao mundo, a resistência ao sofrimento, a prece, a dor, a pob reza , a hu mil dad e, com toda a fo rça de que ele é ca paz 9.
Assim como o estômago sente o alívio e o repouso depois que um remédio re médio desfez o desconforto desconforto e as dores dores devido a uma alimentação indigesta, “aquele que ora sente a purificação nisto: logo cessam de sangrar as feridas internas causadas pelas paixões”. No Evangelho segundo São Lucas lemos a respeito da mulher mu lher hemorrágica: hemorrági ca: “Veio Veio por trás dele e lhe tocou na orla da veste e logo se lhe estancou a hemorragia” (Lc 8,44)”. Quando a pessoa se aproxima do Cristo, prossegue o eremita, eremit a, logo ela é curada “e o fluxo sanguíneo estanca”; es tanca”; vale dizer que o sangue das paixões cessa de correr, o que significa que não somos somos mais escandalizados pelas imagens, pelas circunstâncias, pelas visões que antes nos escandalizavam, pois é em nós, acrescenta o eremita, que se encontra o escândalo. Para os iogues, místicos da índia, a palavra que designa o lótus significa: “lavado, limpo, purificado”. Também a postura postura do lótus, que eles assumem para meditar ou orar, é de início
É verdade que a purificação é absolutamente necessária à progressão na prece, mas ela não é o dom supremo nem a aquisição de todas as graças. E, no entanto, a partir da purificação que começa a ascensão espiritual para a deificação da natureza humana, humana , pontuada por diversas diversas graças recebidas recebidas no caminho. 2 - 0
JÚBI JÚBILO LO NAS NAS PRO PROV VAÇÕ AÇÕES
Uma vez que qu e o trabalho de purificação começa a transformar a natureza do nosso ser, podemos sentir a consolação de Deus, a Deus, a presença do Cristo que suscita urna “doce serenidade”, uma paz inabalável, uma profunda humildade e um amor insaciável por todos, segundo o eremita da Montanha Sagrada. “A consolação consola ção dessa presença prese nça divina div ina não pode se comparar compara r com seja o que for de humano” diz ele. E dá como exemplo a provação de um asceta do monte Atos que ficou gravemente doente e teve de ir para o hospital a fim de ser curado. Os melhores médicos foram eles próprios à sua cabeceira por estima para com ele e o curaram. E claro que ele se curou, agradeceu aos médicos e voltou para a sua cela. Mas, pouco tempo depois, ficou novamente doente e, como vivia na solidão, os irmãos não puderam prestar-lhe assistência. Ele estava sofrendo muito, mas sentia tal consolação de Deus que não podia ser comparada com os cuidados amorosos e atenciosos dos médicos, nem com a eficácia dos medicamentos. Ele recebia uma incomparável tranquilização. É por isto que certos eremitas (e isto é incompreensível para a mentalidade do mundo) se empenham em evitar as consolações humanas, para sentirem a insaciável doçura e a excitante alegria da consolação divina B.
purificadora. Segundo Jean- Marie Déchanet, um padre cristão cristão que se tornou iogue, é preciso reabilitar o corpo para que ele não seja mais sinônimo de pecado e manchas, mas torne-se, uma vez purificado, o habitáculo do Espírito Santo. “Então sua nudez não é mais feiúra, mas indigencia”. Eis como ele testemunha essa experiência gradual de purificação física e espiritual: E quão nu diante de ti, oh Deus, oh Pai, eu tenho consciência da minha pobreza! Quanto sinto a necessidade de gritar para ti, oh Filho, de estender para ti meus membros a fim de que eles sejam revestidos de ti! Quanto sinto, por outro lado, que um novo espírito os habita: um espírito “santo”, santificador, que deles expulsou toda imundície. Puro eu não seria se sentisse a.necessidade, na minha solidão, de cobrir essa nudez, ou o desejo de a olhar. Não! Não há mais nada a ver, mais nada a ocultar! Não há mais, diante de Deus e dos meus olhos, do que este corpo inteiramente assumido pelo Filho de Deus, após ter sido feito à sua imagem e semelhança10.
Assim também, explica o santo eremita, “após a purificação e com o auxílio da prece, vemos a todos os os seres humanos human os como criaturas de Deus. Em particular, vemos os rostos como imagens de Deus transbordando amor”. Assim, “aquele que está revestido da graça do Cristo vê os outros revestidos do mesmo, ainda que seus corpos corpos estejam nus, ao passo que aquele aque le que não tem a graça de Deus vê os os corpos corpos nus, ainda que eles estejam este jam vestidos 11”. “Se tudo é puro para os puros, é simplesmente porque tudo reencontra sua simplicidade natural, uma vez afastada essa duplicidad dupl icidadee nascida nasci da do pecado, pecado, expulsa tanto dos dos olhos como como do coração. Depurado Depu rado de tudo —sobretudo —sobretudo de toda hipocris hip ocrisia ia —o corpo corpo não é mais que o instrumento instrume nto de um espírito reto, reto, Diário de um I ogue. simple sim pless e puro 12”, 12”, lê-se lê- se no Diário
nossa alma recebe as consolações de Deus; lá ela pode contemplar a grandeza e a majestade de Deus, enfrentando sua “própria baixeza”, baix eza”, e se se entrega ao conhecimento de si. Esse conhecimento de nós mesmos é tão importante que eu jamais desejaria ver em vós a menor negligência quanto a esse pon to, po r mais ele vado s que estivés seis na con tem pla ção das coisas coisas celestes. Enquant o vivemos na Terra, nada é mais necessário a nós do que a humil dade H.
Teresa d’Avila d’Avila insiste no fato de que “se se se quer avançar, é preciso ter uma humildade profunda”. E esse estado de humildade e arrependimento que, ao mesmo tempo que nos entrega à misericórdia m isericórdia de Deus, vai nos fazer acessar os os planos mais elevados. “As “As almas que qu e Deus eleva a esses planos sentem uma consolação muito intensa”, diz ela. Mas se falta humildade à pessoa, por por pouco pouco que seja, ela e la vai sentir senti r uma grande gra nde desolação interior, pois “a perfeição, como a recompensa, não consiste nos gostos gostos e se é tanto mais perfeito quanto qua nto mais m ais se ama Deus e se serve a Ele com com mais justiça ju stiça e verdade”. Teresa d’Ávila acrescenta mais adiante adian te que q ue os favores favores que Deus concede à alma “são acompanhados de tanto amor e tanta força que a alma pode, sem nenhuma fadiga, avançar mais na prática práti ca das d as boas obras e das virtudes virtu des 15”. Assim sendo, sendo, aquele que adquire ad quire a alegria nas prova ções voa para a atmosfera calma e luminosa da vida espiritual, onde não podem chegar as características dos seres humanos da Terra. E não somente ele não é mais afligido por elas, mas nem sequer as sente. Ele é como um avião que não sente as pedras que atiram nele. Não é afetado pela calúnia, pela perseguição, pelo desprezo, pela acusa ção; só é afeta do pela que da do seu irmã o. E se lhe é
É verdade que a purificação é absolutamente necessária à progressão na prece, mas ela não é o dom supremo nem a aquisição de todas as graças. E, no entanto, a partir da purificação que começa a ascensão espiritual para a deificação da natureza humana, humana , pontuada por diversas diversas graças recebidas recebidas no caminho. 2 - 0
JÚBI JÚBILO LO NAS NAS PRO PROV VAÇÕ AÇÕES
Uma vez que qu e o trabalho de purificação começa a transformar a natureza do nosso ser, podemos sentir a consolação de Deus, a Deus, a presença do Cristo que suscita urna “doce serenidade”, uma paz inabalável, uma profunda humildade e um amor insaciável por todos, segundo o eremita da Montanha Sagrada. “A consolação consola ção dessa presença prese nça divina div ina não pode se comparar compara r com seja o que for de humano” diz ele. E dá como exemplo a provação de um asceta do monte Atos que ficou gravemente doente e teve de ir para o hospital a fim de ser curado. Os melhores médicos foram eles próprios à sua cabeceira por estima para com ele e o curaram. E claro que ele se curou, agradeceu aos médicos e voltou para a sua cela. Mas, pouco tempo depois, ficou novamente doente e, como vivia na solidão, os irmãos não puderam prestar-lhe assistência. Ele estava sofrendo muito, mas sentia tal consolação de Deus que não podia ser comparada com os cuidados amorosos e atenciosos dos médicos, nem com a eficácia dos medicamentos. Ele recebia uma incomparável tranquilização. É por isto que certos eremitas (e isto é incompreensível para a mentalidade do mundo) se empenham em evitar as consolações humanas, para sentirem a insaciável doçura e a excitante alegria da consolação divina B.
Para Teresa d’Ávila, a prece nos abre a porta do castelo da alma e nos faz penetrar nos primeiros compartimentos, onde
aponta um exemplo disto: A An tologi tol ogiaa dos do s afo ris m os aponta Um dos Antigos foi ver Abba Achille e o viu escarrar sangue. Pergun tou-lhe então: “Que é isto, isto, padre” ? E o velho disse: “Pois bem, foi uma palavra de um irmão que me afligiu, e eu lutei para não contar o que ele me disse e orei a Deus para que me livrasse dessas palavras. E elas se tornaram como sangue na minha boca. Então eu escarrei e o resultado foi que retomei minha calma e per di mi nh a afl içã o 16 ”.
Esta atitude mostra um perfeito amor pela outra pessoa, que perdoa a ponto de não se lembrar de sua palavra ofensiva. Na tradição judaica, toda tristeza é impura porque é um obstáculo ao impulso da alma para o seu Criador. A alegria “não é um simples humor; tem sua fonte num fervor interior que provém da emoção espiritual e que pode se manifestar pelo êxtase 17 17”. Como os dervixes dançarino d ançarinoss muçulm mu çulmanos, anos, os hassidim ficam tontos em suas danças e seus cantos. Ficam ébrios de Deus. Pois, se em suas preces, transformadas em danças e cantos, é sempre o nome de Deus que invocam e os mistérios do universo que querem quere m conhecer, nesse caso caso a união com Deus se faz na alegria. “A alegria alegri a é a força”, força”, dizia Madre Teresa. Para ela a alegri al egriaa é amor e força, mesmo fisicamente, porque ela nos prepara para fazermos o bem. Ela está associada ao encontro do outro no nosso cotidiano. “É algo muito belo compa rtilhar a alegria de amar. Am amar. Amar ar um ao outro. Amar até no sofrimento 18”. 18”.
nossa alma recebe as consolações de Deus; lá ela pode contemplar a grandeza e a majestade de Deus, enfrentando sua “própria baixeza”, baix eza”, e se se entrega ao conhecimento de si. Esse conhecimento de nós mesmos é tão importante que eu jamais desejaria ver em vós a menor negligência quanto a esse pon to, po r mais ele vado s que estivés seis na con tem pla ção das coisas coisas celestes. Enquant o vivemos na Terra, nada é mais necessário a nós do que a humil dade H.
Teresa d’Avila d’Avila insiste no fato de que “se se se quer avançar, é preciso ter uma humildade profunda”. E esse estado de humildade e arrependimento que, ao mesmo tempo que nos entrega à misericórdia m isericórdia de Deus, vai nos fazer acessar os os planos mais elevados. “As “As almas que qu e Deus eleva a esses planos sentem uma consolação muito intensa”, diz ela. Mas se falta humildade à pessoa, por por pouco pouco que seja, ela e la vai sentir senti r uma grande gra nde desolação interior, pois “a perfeição, como a recompensa, não consiste nos gostos gostos e se é tanto mais perfeito quanto qua nto mais m ais se ama Deus e se serve a Ele com com mais justiça ju stiça e verdade”. Teresa d’Ávila acrescenta mais adiante adian te que q ue os favores favores que Deus concede à alma “são acompanhados de tanto amor e tanta força que a alma pode, sem nenhuma fadiga, avançar mais na prática práti ca das d as boas obras e das virtudes virtu des 15”. Assim sendo, sendo, aquele que adquire ad quire a alegria nas prova ções voa para a atmosfera calma e luminosa da vida espiritual, onde não podem chegar as características dos seres humanos da Terra. E não somente ele não é mais afligido por elas, mas nem sequer as sente. Ele é como um avião que não sente as pedras que atiram nele. Não é afetado pela calúnia, pela perseguição, pelo desprezo, pela acusa ção; só é afeta do pela que da do seu irmã o. E se lhe é mesmo causada uma provação, ele sabe como se desembaraçar dela.
Certa vez, quando descrentes zombavam de um (um homem justo e bom) e riam dele sem vergonha, ele sorriu e lhes disse: “Não existe ninguém no mundo que não tenha sido criado po r De us som ent e par a a ale gri a de alg ué m. Eu tam bé m fui concebido para a alegria de outrem: daqueles que me seguem, po rq ue eles sãò fel ize s no ca mi nh o qu e lhes ind ico ; e de vós po rqu e pode is zo mb ar de mim 19 ”.
Em suma, poder conservar a alegria nas provações da vida é um efeito concreto da prece. E essa alegria que vibra no nosso coração se transmite instantaneamente para nossos próximos. 3 - A UNIÃO COM A NATUREZA Toda vez que qu e alguém alg uém se purifica purific a de suas paixões p aixões,, adqui ad quire re a alegria que isto dá e ora pelos outros, sentindo a unidade com toda a natureza, vale dizer que se sente novamente reconhecido por ela. Coloquemo-nos na perspectiva dos textos textos da Bíblia e da Torah, Torah, onde é dito que, antes da Queda, Adão era o rei da Criaç C riação ão e todos os animais anim ais o reconheciam reconh eciam como tal; mas que, após a Queda, esse laço se rompeu e a natureza deixou de reconhecer sua realeza. E os animais o temeram e o agrediram. Mas, segundo a mística cristã, “quando o ser humano no ‘Espírito Santo’ recebe a graça do Cristo, todos os poderes da alma se unificam e ele se torna torna à imagem e semelhança de Deus, irradia a graça divina até na natureza vale dizer, espelho, espe lho, luz, lu z, e irradia 20”. Então, mesmo os animais o reconhecem, lhe irracional 20”. obedecem e o veneram, lembra o eremita. Que se reflita sobre a história de Francisco de Assis, que domesticou o lobo de Gubbioy e sobre histórias de outros eremitas que vivem em
aponta um exemplo disto: A An tologi tol ogiaa dos do s afo ris m os aponta Um dos Antigos foi ver Abba Achille e o viu escarrar sangue. Pergun tou-lhe então: “Que é isto, isto, padre” ? E o velho disse: “Pois bem, foi uma palavra de um irmão que me afligiu, e eu lutei para não contar o que ele me disse e orei a Deus para que me livrasse dessas palavras. E elas se tornaram como sangue na minha boca. Então eu escarrei e o resultado foi que retomei minha calma e per di mi nh a afl içã o 16 ”.
Esta atitude mostra um perfeito amor pela outra pessoa, que perdoa a ponto de não se lembrar de sua palavra ofensiva. Na tradição judaica, toda tristeza é impura porque é um obstáculo ao impulso da alma para o seu Criador. A alegria “não é um simples humor; tem sua fonte num fervor interior que provém da emoção espiritual e que pode se manifestar pelo êxtase 17 17”. Como os dervixes dançarino d ançarinoss muçulm mu çulmanos, anos, os hassidim ficam tontos em suas danças e seus cantos. Ficam ébrios de Deus. Pois, se em suas preces, transformadas em danças e cantos, é sempre o nome de Deus que invocam e os mistérios do universo que querem quere m conhecer, nesse caso caso a união com Deus se faz na alegria. “A alegria alegri a é a força”, força”, dizia Madre Teresa. Para ela a alegri al egriaa é amor e força, mesmo fisicamente, porque ela nos prepara para fazermos o bem. Ela está associada ao encontro do outro no nosso cotidiano. “É algo muito belo compa rtilhar a alegria de amar. Am amar. Amar ar um ao outro. Amar até no sofrimento 18”. 18”. *
Eis uma história hassídica hassíd ica sobre a relação entre a alegria, aleg ria, a prece e Deus:
As sim é qu e pela prec e, pel a aq uis içã o da graç a div ina , ele se torna o rei da natureza e mesmo se eleva a um lugar mais alto do que Adão, pois este, segundo os Padres do deserto, possuía o “segundo a imagem”, mas faltou-lhe obedecer para adquirir o “segundo a semelhança”. Ele não foi divinizado, teve apenas a pos sib ilid ade da di vin iza çã o, ao passo qu e o as ceta ad qu ire , pela graça divina, mesmo o “segundo a imagem” (divinização), sem no entanto entrar na essência divina: ele participa nas de D eus 21.
O eremita dá o exemplo do seu seu padre espiritual que, qu e, quando quan do orava, ouvia pássaros batendo com seus bicos no vidro da janela da sua cela. “Na realidade, esses pássaros eram atraídos pela prece do padre 22”, diz ele.
Certa vez, quando descrentes zombavam de um (um homem justo e bom) e riam dele sem vergonha, ele sorriu e lhes disse: “Não existe ninguém no mundo que não tenha sido criado po r De us som ent e par a a ale gri a de alg ué m. Eu tam bé m fui concebido para a alegria de outrem: daqueles que me seguem, po rq ue eles sãò fel ize s no ca mi nh o qu e lhes ind ico ; e de vós po rqu e pode is zo mb ar de mim 19 ”.
Em suma, poder conservar a alegria nas provações da vida é um efeito concreto da prece. E essa alegria que vibra no nosso coração se transmite instantaneamente para nossos próximos. 3 - A UNIÃO COM A NATUREZA Toda vez que qu e alguém alg uém se purifica purific a de suas paixões p aixões,, adqui ad quire re a alegria que isto dá e ora pelos outros, sentindo a unidade com toda a natureza, vale dizer que se sente novamente reconhecido por ela. Coloquemo-nos na perspectiva dos textos textos da Bíblia e da Torah, Torah, onde é dito que, antes da Queda, Adão era o rei da Criaç C riação ão e todos os animais anim ais o reconheciam reconh eciam como tal; mas que, após a Queda, esse laço se rompeu e a natureza deixou de reconhecer sua realeza. E os animais o temeram e o agrediram. Mas, segundo a mística cristã, “quando o ser humano no ‘Espírito Santo’ recebe a graça do Cristo, todos os poderes da alma se unificam e ele se torna torna à imagem e semelhança de Deus, irradia a graça divina até na natureza vale dizer, espelho, espe lho, luz, lu z, e irradia 20”. Então, mesmo os animais o reconhecem, lhe irracional 20”. obedecem e o veneram, lembra o eremita. Que se reflita sobre a história de Francisco de Assis, que domesticou o lobo de Gubbioy e sobre histórias de outros eremitas que vivem em convívio com ursos ursos ou animais animai s selvagens.
Silouane, um monge do monte Atos (1866-1938) achava que o mundo só pode subsistir porque a todo instante se ora na Terra. E verdade que ignoramos o que provoca mudanças no espírito do ser humano; o que, por exemplo nos grandes jogos da política da paz, faz tombarem os muros entre os povos e os seres humanos; quer as condições tenham sido criadas por manifestações populares ou pela prece. Pelo menos podemos crer que nossa prece vai provocar mudanças. Nos Atos Atos dos Apóstolos Apóstolos é dito que quando, quand o, dentro da prisão, Paulo Paulo e Silas se olharam a entoarem cânticos, houve um tremor de terra tão violento que a prisão foi foi agitada agitad a até nos seus alicerces. No mesmo instante todas as portas se abriram e as correntes de todos os prisioneiros se romperam (At 16,26).
4 - A AQUIS AQUISIÇ IÇÃO ÃO DO AMOR AMOR
Com a prece contínua, aquele que ora adquire um amor cada vez maior e mais profundo por Deus ou o Cristo e por este amor une-se a ele. E então natural para ele amar o que Deus ama e querer que rer o que ele quer. Deus “quer que todos sejam salvos e alcancem o conhecimento da verdade (1 Tm 2,4), e isto é também o que quer o atleta da prece. Ele é comovido pelo mal que existe no mundo e extremamente afligido pela perda e a igno rância dos seus irmãos”, salienta o eremita. Uma vez que ele é comovido pelo mal e tomado de compaixão pelos outros, é natural que o atleta da prece viva também todo o drama da humanidade e que ele sofra por ela. “Ele chega então ao ponto de cessar de orar para si mesmo e de orar continuamente para os outros, para que eles entrem no conhecimento de Deus. A purificação das paixões, a aquisição da vivificante graça divina e a prece pelos pelos outros: outros: aí
Eis uma bela im agem para d escrever os os efeitos da prece confiante. Ocorre um tremor de terra e, em nós e ao nosso redor, algo começa a se mexer. Então os muros da nossa prisão se racham e as portas de alguém se abrem possibilitando o encontro; um novo comportamento intervém, como Lucas o descreveu no decorrer da cena noturna que se passou na prisão: “Depois ele (o guarda da prisão) os fez subirem até ele ele e lhes serviu comida, regozijan dose com com toda a sua família por ter acreditado em Deus ” (At 16,34 ). A prece faz c aírem os mu ros en tre os h ome ns, abre porta s fec hada s à chave e nos libera das correntes que nos impedem de irmos ao encontro de alguém24.
Para Anselm Grun, monge beneditino, a prece cria então um encontro com alguém, uma “abertura para alguém”. O monge Silouane dizia que a prece por outrem aprofunda também o nosso nosso encontro pessoal com Deus. Quando Q uando eu e u oro por alguém que amo, minha prece me aproxima de Deus. Deus.
As sim é qu e pela prec e, pel a aq uis içã o da graç a div ina , ele se torna o rei da natureza e mesmo se eleva a um lugar mais alto do que Adão, pois este, segundo os Padres do deserto, possuía o “segundo a imagem”, mas faltou-lhe obedecer para adquirir o “segundo a semelhança”. Ele não foi divinizado, teve apenas a pos sib ilid ade da di vin iza çã o, ao passo qu e o as ceta ad qu ire , pela graça divina, mesmo o “segundo a imagem” (divinização), sem no entanto entrar na essência divina: ele participa nas de D eus 21.
O eremita dá o exemplo do seu seu padre espiritual que, qu e, quando quan do orava, ouvia pássaros batendo com seus bicos no vidro da janela da sua cela. “Na realidade, esses pássaros eram atraídos pela prece do padre 22”, diz ele.
Silouane, um monge do monte Atos (1866-1938) achava que o mundo só pode subsistir porque a todo instante se ora na Terra. E verdade que ignoramos o que provoca mudanças no espírito do ser humano; o que, por exemplo nos grandes jogos da política da paz, faz tombarem os muros entre os povos e os seres humanos; quer as condições tenham sido criadas por manifestações populares ou pela prece. Pelo menos podemos crer que nossa prece vai provocar mudanças. Nos Atos Atos dos Apóstolos Apóstolos é dito que quando, quand o, dentro da prisão, Paulo Paulo e Silas se olharam a entoarem cânticos, houve um tremor de terra tão violento que a prisão foi foi agitada agitad a até nos seus alicerces. No mesmo instante todas as portas se abriram e as correntes de todos os prisioneiros se romperam (At 16,26).
4 - A AQUIS AQUISIÇ IÇÃO ÃO DO AMOR AMOR
Com a prece contínua, aquele que ora adquire um amor cada vez maior e mais profundo por Deus ou o Cristo e por este amor une-se a ele. E então natural para ele amar o que Deus ama e querer que rer o que ele quer. Deus “quer que todos sejam salvos e alcancem o conhecimento da verdade (1 Tm 2,4), e isto é também o que quer o atleta da prece. Ele é comovido pelo mal que existe no mundo e extremamente afligido pela perda e a igno rância dos seus irmãos”, salienta o eremita. Uma vez que ele é comovido pelo mal e tomado de compaixão pelos outros, é natural que o atleta da prece viva também todo o drama da humanidade e que ele sofra por ela. “Ele chega então ao ponto de cessar de orar para si mesmo e de orar continuamente para os outros, para que eles entrem no conhecimento de Deus. A purificação das paixões, a aquisição da vivificante graça divina e a prece pelos pelos outros: outros: aí está o apostolado po r ex celência 23”, que consiste em orar pelo mundo inteiro. inteiro.
alguém, uma face humana. E meu amor a Deus é estimulado pelos sen tim ent os que ten ho a respe ito do ser ama do. As veze s sofro o fato fato de que minha prece seja seja tão indiferente: quero mu ito ama r a Deus, mas não sinto sinto nenhum am or25. or25.
A prece por alguém pode me ajudar ajuda r a sentir no no amor a Deus todos os sentimentos que se manifestam espontaneamente na minha relação com um ser humano. Sinto a proximida de de Deus como a daqueJe que me abraça com ternura, que me olha com benevolência e bondade, diante do qual posso me aquietar porque ele me compreende, daquele diante do qual gosto de permanecer porque só ele na verdade me basta2fi.
Não devo esquecer o ser amado na minha prece. Através dele posso posso olhar para Deus, que assume uma face humana. hum ana. “E posso levar a bom termo a expressão de todos os meus sentimentos para p ara com ele, a fim de oríentá-Ios para Deus. Eu poderia realmente encontrar Deus com todo o meu coração como aquele que me ama e vou me esforçar também para amálo 27”, aconselha Anselm Grun. 5 - A REALIZA REALIZAÇÃO ÇÃO NO COTIDIAN COTIDIANO O
A prece prece do do coração produz assim assim efeitos efeitos em todos todos os os planos planos do ser, como se leu nos Relatos de um peregrino russo. Entretanto, a menos que te nhamos nos retirado da vida social, sua prática deve poder se integrar todos os dias no nosso cotidiano. Por exemplo, a compaixão, c ompaixão, a empatia e o serviço aos aos outros outros
Eis uma bela im agem para d escrever os os efeitos da prece confiante. Ocorre um tremor de terra e, em nós e ao nosso redor, algo começa a se mexer. Então os muros da nossa prisão se racham e as portas de alguém se abrem possibilitando o encontro; um novo comportamento intervém, como Lucas o descreveu no decorrer da cena noturna que se passou na prisão: “Depois ele (o guarda da prisão) os fez subirem até ele ele e lhes serviu comida, regozijan dose com com toda a sua família por ter acreditado em Deus ” (At 16,34 ). A prece faz c aírem os mu ros en tre os h ome ns, abre porta s fec hada s à chave e nos libera das correntes que nos impedem de irmos ao encontro de alguém24.
Para Anselm Grun, monge beneditino, a prece cria então um encontro com alguém, uma “abertura para alguém”. O monge Silouane dizia que a prece por outrem aprofunda também o nosso nosso encontro pessoal com Deus. Quando Q uando eu e u oro por alguém que amo, minha prece me aproxima de Deus. Deus. Al gu ém se torn a ent ão um a im agem atra vés da qu al eu posso dirigir meu olhar para Deus. E Deus assume assim, através de
profundo com os outros. Na parábola do semeador, só as sementes que caíram na boa terra puderam produzir muitos frutos. Analogamente, o ser humano deve ser nutrido fisicamente, senão ele não terá energia, mas eíe precisa também da nutrição do coração, do espírito e da inteligência. “É necessária uma nutrição que mantenha o coração aberto. É necessária também, para muitos, uma compreensão intelectual —eu —eu diria filosófica —da —da vida, v ida, do ser humano; human o; é necessário nutrir o gosto da verdade”, afirma Jean Vanier, fundador da Arca, que acolhe criança s deficientes em suas casas na França e no Québec. Nosso Nosso coração, nosso nosso espírito e nossa inteligênc inte ligência ia precisam ser despertos e nutridos para que sejamos capazes de escutar e estar atentos aos outros. “Quando pessoas percebem sua fecundidade, querem dar mais. E verdade que há poten cialidades cialid ades de egoísmo e de medos medos em todo mundo, mas quando rg e a po ten te n cial ci alid id ad e do am a m or há uma boa nutrição espiritual , , su rge 28”, comunica Jean Vanier. A pessoa se sente então, no fundo da alma, alm a, em profunda união u nião com todos todos os os seres humanos. Além disso, o orarmos na vida cotidiana cotidian a abre nosso nosso coração aos sofrimentos dos outros. Para Silouane, orar “implica se engajar enga jar de corpo corpo e alma por alguém, alguém , expressar-lhe sua empatia com amor e generosidade generosida de a seu respeito, a fim de sofrer com com ele, para estar em comunhão com ele e se apresentar junto com ele a Deus 29”. Ele conta como ora todo dia para seus empregados e de que maneira a prece cria um ambiente no qual estes se sentem aceitos e em conseqüência dispostos a
alguém, uma face humana. E meu amor a Deus é estimulado pelos sen tim ent os que ten ho a respe ito do ser ama do. As veze s sofro o fato fato de que minha prece seja seja tão indiferente: quero mu ito ama r a Deus, mas não sinto sinto nenhum am or25. or25.
A prece por alguém pode me ajudar ajuda r a sentir no no amor a Deus todos os sentimentos que se manifestam espontaneamente na minha relação com um ser humano. Sinto a proximida de de Deus como a daqueJe que me abraça com ternura, que me olha com benevolência e bondade, diante do qual posso me aquietar porque ele me compreende, daquele diante do qual gosto de permanecer porque só ele na verdade me basta2fi.
Não devo esquecer o ser amado na minha prece. Através dele posso posso olhar para Deus, que assume uma face humana. hum ana. “E posso levar a bom termo a expressão de todos os meus sentimentos para p ara com ele, a fim de oríentá-Ios para Deus. Eu poderia realmente encontrar Deus com todo o meu coração como aquele que me ama e vou me esforçar também para amálo 27”, aconselha Anselm Grun. 5 - A REALIZA REALIZAÇÃO ÇÃO NO COTIDIAN COTIDIANO O
A prece prece do do coração produz assim assim efeitos efeitos em todos todos os os planos planos do ser, como se leu nos Relatos de um peregrino russo. Entretanto, a menos que te nhamos nos retirado da vida social, sua prática deve poder se integrar todos os dias no nosso cotidiano. Por exemplo, a compaixão, c ompaixão, a empatia e o serviço aos aos outros outros são qualidades qualida des da alma que podem ser desenvolvidas todos os dias. Sabemos que a prece autêntica leva sempre a um encontro
Eu nunca chego de manhã junto aos meus empregados sem ter antes orado por eles, e meu coração bate por eles, cheio de compaixão e de amor. Quando eu chego junto deles nos locais de trabalho, a maior parte do tempo derramo lágrimas de compaixão. Indico-lhes seu trabalho para o dia e enquanto eles trabalham entro na minha cela e oro por cada um em particular. Apresentome perante Deus e lhe digo: “Ah! Senhor, pensa em Nicolás. Ele ainda é bem jovem; tem apenas vin te a nos. Dei xou sua ci dad e e sua esp osa q ue é a ind a m ais jo vem do que ele e tem um filho; podes imaginar sua tristeza por causa da sua partida forçada. Mas se tivesse ficado em casa eles não teriam podido viver do seu trabalho. Protege sua família enquan to ele está está afastado; guarda-a de todo mal. Dá a esse esse jovem jovem h omem a coragem para passar este este ano e lhe concede a alegria de voltar para casa com dinheiro suficiente e muita coragem, a fim de que ele supere suas dificuldades!”. De início eu orava vertendo lágrimas de compaixão por Nicolás, sua esposa e seu filho. Depois, durante minha prece, comecei a sentir a proximidade de Deus. Pouco a pouco esse sentimento se tornou tão intenso que eu não podia mais pensar em Nicolás, sua esposa, seu filho e sua cidade. Só podia pensar em Deus. Sua pre senç a div ina me atra ía cad a v ez mai s p rof un da me nte , a té que de repente eu descobri no coração de Deus que seu amor enchia de ternura Nicolás, sua esposa e seu filho. Então eu passei a orar po r ele s po r am or a D eu s e no va m en te fu i at ra íd o po r essa pro fu nd eza . E aí ree nc ont rei o am or d iv in o30. o30. .
Quando oramos por uma pessoa, a encontramos de um modo novo e profundo. Sentimo-nos em íntima comunhão com ela. A prece do coração nos permite “ver os outros com novos novos olhos, não mais com a minha minh a cólera ou a minha decepção, mas do ponto de vista de Deus”. Mais ainda: se eu orei pela pessoa com quem discuti ou que me magoou, posso enfrentála sem apreensão, pois a prece me transforma e torna possível um comportamento diferente da minha parte. parte. E ao se tornar um hábito diário que a prece vai atuar sobre
profundo com os outros. Na parábola do semeador, só as sementes que caíram na boa terra puderam produzir muitos frutos. Analogamente, o ser humano deve ser nutrido fisicamente, senão ele não terá energia, mas eíe precisa também da nutrição do coração, do espírito e da inteligência. “É necessária uma nutrição que mantenha o coração aberto. É necessária também, para muitos, uma compreensão intelectual —eu —eu diria filosófica —da —da vida, v ida, do ser humano; human o; é necessário nutrir o gosto da verdade”, afirma Jean Vanier, fundador da Arca, que acolhe criança s deficientes em suas casas na França e no Québec. Nosso Nosso coração, nosso nosso espírito e nossa inteligênc inte ligência ia precisam ser despertos e nutridos para que sejamos capazes de escutar e estar atentos aos outros. “Quando pessoas percebem sua fecundidade, querem dar mais. E verdade que há poten cialidades cialid ades de egoísmo e de medos medos em todo mundo, mas quando rg e a po ten te n cial ci alid id ad e do am a m or há uma boa nutrição espiritual , , su rge 28”, comunica Jean Vanier. A pessoa se sente então, no fundo da alma, alm a, em profunda união u nião com todos todos os os seres humanos. Além disso, o orarmos na vida cotidiana cotidian a abre nosso nosso coração aos sofrimentos dos outros. Para Silouane, orar “implica se engajar enga jar de corpo corpo e alma por alguém, alguém , expressar-lhe sua empatia com amor e generosidade generosida de a seu respeito, a fim de sofrer com com ele, para estar em comunhão com ele e se apresentar junto com ele a Deus 29”. Ele conta como ora todo dia para seus empregados e de que maneira a prece cria um ambiente no qual estes se sentem aceitos e em conseqüência dispostos a cumprirem bem sua tarefa:
respiras”, dizia Epíteto. Precisamos ser atletas da prece em toda parte: ao fazermos nosso jo g g in g , ao caminharmos, camin harmos, ante o nosso chefe, em nossos exercícios de bicicleta, ao con templarmos a natureza e quando falamos com as pessoas que amamos... ou não. Orar pode levar apenas alguns minutos, pois são o ardor e o sentido que damos a isto que contam. Por outro lado, seria absurdo orarmos de manhã e nos conduzirmos no resto do dia como uma pessoa insensível a Deus e aos outros. Por isto, invocações muito mui to breves em diversos momentos do dia podem nos manter na presença de Deus, num estado mais pacífico, mais amoroso, até mais alegre, na presença dos outros. E quando surge uma dificuldade relacionai, o recolhermo-nos por alguns instantes numa breve prece antes de encontramos a outra pessoa é a melhor conjuntura que podemos preparar. Toda a nossa atitude é então inspirada pela prece e, assim, esta se torna um modo de viver. O hábito de orar, a despeito do que impli i mplica ca o termo “hábito”, está longe de ser apenas um mero reflexo criado pela repetição dos atos e das palavras. Ele é o fruto de uma plenitud e interior, de uma perfeita unificação de todas as energias energias da alma colocadas a serviço da caridade e por ela estimuladas. A constante lembrança de Deus, à qual leva o exercício de inicio laborioso da prece de Jesús, resulta menos de uma sucessão de de atos do que de um estado, de uma orientação do coração para Deus que se tornou espontânea e estável31.
Enfim, a prece pode ser feita mesmo no sono, sobretudo se a pessoa ora antes de adormecer. Nossos sonhos sonhos podem então
Eu nunca chego de manhã junto aos meus empregados sem ter antes orado por eles, e meu coração bate por eles, cheio de compaixão e de amor. Quando eu chego junto deles nos locais de trabalho, a maior parte do tempo derramo lágrimas de compaixão. Indico-lhes seu trabalho para o dia e enquanto eles trabalham entro na minha cela e oro por cada um em particular. Apresentome perante Deus e lhe digo: “Ah! Senhor, pensa em Nicolás. Ele ainda é bem jovem; tem apenas vin te a nos. Dei xou sua ci dad e e sua esp osa q ue é a ind a m ais jo vem do que ele e tem um filho; podes imaginar sua tristeza por causa da sua partida forçada. Mas se tivesse ficado em casa eles não teriam podido viver do seu trabalho. Protege sua família enquan to ele está está afastado; guarda-a de todo mal. Dá a esse esse jovem jovem h omem a coragem para passar este este ano e lhe concede a alegria de voltar para casa com dinheiro suficiente e muita coragem, a fim de que ele supere suas dificuldades!”. De início eu orava vertendo lágrimas de compaixão por Nicolás, sua esposa e seu filho. Depois, durante minha prece, comecei a sentir a proximidade de Deus. Pouco a pouco esse sentimento se tornou tão intenso que eu não podia mais pensar em Nicolás, sua esposa, seu filho e sua cidade. Só podia pensar em Deus. Sua pre senç a div ina me atra ía cad a v ez mai s p rof un da me nte , a té que de repente eu descobri no coração de Deus que seu amor enchia de ternura Nicolás, sua esposa e seu filho. Então eu passei a orar po r ele s po r am or a D eu s e no va m en te fu i at ra íd o po r essa pro fu nd eza . E aí ree nc ont rei o am or d iv in o30. o30. .
Quando oramos por uma pessoa, a encontramos de um modo novo e profundo. Sentimo-nos em íntima comunhão com ela. A prece do coração nos permite “ver os outros com novos novos olhos, não mais com a minha minh a cólera ou a minha decepção, mas do ponto de vista de Deus”. Mais ainda: se eu orei pela pessoa com quem discuti ou que me magoou, posso enfrentála sem apreensão, pois a prece me transforma e torna possível um comportamento diferente da minha parte. parte. E ao se tornar um hábito diário que a prece vai atuar sobre o nosso nosso caráter. “Pensa em Deus mais frequentemen freque ntemente te do que
respiras”, dizia Epíteto. Precisamos ser atletas da prece em toda parte: ao fazermos nosso jo g g in g , ao caminharmos, camin harmos, ante o nosso chefe, em nossos exercícios de bicicleta, ao con templarmos a natureza e quando falamos com as pessoas que amamos... ou não. Orar pode levar apenas alguns minutos, pois são o ardor e o sentido que damos a isto que contam. Por outro lado, seria absurdo orarmos de manhã e nos conduzirmos no resto do dia como uma pessoa insensível a Deus e aos outros. Por isto, invocações muito mui to breves em diversos momentos do dia podem nos manter na presença de Deus, num estado mais pacífico, mais amoroso, até mais alegre, na presença dos outros. E quando surge uma dificuldade relacionai, o recolhermo-nos por alguns instantes numa breve prece antes de encontramos a outra pessoa é a melhor conjuntura que podemos preparar. Toda a nossa atitude é então inspirada pela prece e, assim, esta se torna um modo de viver. O hábito de orar, a despeito do que impli i mplica ca o termo “hábito”, está longe de ser apenas um mero reflexo criado pela repetição dos atos e das palavras. Ele é o fruto de uma plenitud e interior, de uma perfeita unificação de todas as energias energias da alma colocadas a serviço da caridade e por ela estimuladas. A constante lembrança de Deus, à qual leva o exercício de inicio laborioso da prece de Jesús, resulta menos de uma sucessão de de atos do que de um estado, de uma orientação do coração para Deus que se tornou espontânea e estável31.
Enfim, a prece pode ser feita mesmo no sono, sobretudo se a pessoa ora antes de adormecer. Nossos sonhos sonhos podem então ser inspirados e receber mensagens ou instruções que vão nos ajudar a passar pelas provações da vida.
Vimos que q ue os efeitos da prece varia m conforme o nivel de purificação e a simplicidade do coração que se alcançou. Na Pequena Filocalia da Prece do Coração, Teófanes, Coração, Teófanes, o Recluso, estabelece uma escala dos efeitos concretos da prece:
“A esta esta infelicidade infelic idade (a ilusão) estão sujeitos aque les que qu e se dedicam à prece e que excluíram o uso do arrependimento. Como esta exclusão do arrependimento arrepen dimento suscita neles mesmos um amor sentimental a Deus, o gosto, o entusiasmo, eles só fazem assim aumentar seu estado de degradação 35”, nos previne Ignace Briantchaninoff.
No começo vem a prece soberanamente pura, donde procede um calor no coração, depois uma estranha e sagrada energia e em seguida as divinas lágrimas do coração e a paz que elas encerram, [...] (por fim uma convergência) de todos os pensamentos de onde emanam a purificação do espírito e a contemplação dos mistérios divinos. Depois dela, de maneira inefável, um abrasamento e uma iluminação do coração
Este santo nos põe põe também em g uarda uard a contra as ilusões ilusõ es do intelecto, quando a alma ainda não domina as paixões. Na linguagem tradicional dos livros sagrados, isto se traduz em ataques ataque s do Adversário: Adversário:
6 - Escala dos efeitos concretos da prece da prece
s
E verdade que todas essas etapas da prática da prece se traduzem em efeitos concretos e sensíveis como calor, lágrimas, paz, aleg al egri ria, a,pu pu rific ri ficaç aç ão , con tem te m plaç pl ação ão , ilumi ilu mina na ção. çã o. Na Na tradição hesicasta se ensina que eles devem ser vivenciados de início com discernimento, pois “só existe morada consciente do Espírito Santo no coração 33”. Como mencionou Simão, o Novo Teólogo, nos seus discursos: Ap ren des te e ntã o, meu mu i ca ro ir mã o, q ue o rein o de D eus está, se queres, dentro de ti, e todos os bens eternos estão ao alcance de tuas mãos. Esforça-te portanto para veres, receberes e adquirires tu mesmo estes estes tesouros e não te exponhas, envaidecendo-te de os poss uíre s, a s eres pri vad o int eir am en te deles 34.
Uma palavra de cautela: não se fiar nas “sensações espirituais” que podem facilmente levar a um mundo de ilusões a pessoa que, não tendo alcançado as necessárias purificação do coração e clareza da mente, é incapaz de discernir a experiência espiritual autêntica da que procede da ilusão
Que o intelecto, quando ele começa a ser ser ativado frequentemen te pela luz div ina , torn a-s e tota lm ent e tra nsp are nte a pon to de ve r em alto grau sua própria luz, é impossível de se duvidar. Isto ocorre quando o poder da alma se tornou mestre das paixões. paixões. Mas tudo o que se mostra ao intelecto sob sob alguma forma, luz ou fogo, pro vém dos com plôs do Ad ver sár io 36.
Paulo usou a mesma linguagem quando disse que o Adversário “se disfarça como anjo de luz” luz ” (2 (2 Cor 11,14) e que era preciso abandonar as experiências espirituais, pois “o objetivo é chegar a amar a Deus com toda intimidade e plenitude do coração”. Assim, a melhor maneira de abordar toda sensação sensação espiritual está em fazê-lo com humildade. humilda de. Nos momentos de dúvida ou de confusão é aconselhável recitar a prece hesicasta: “Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tende piedade de mim, pecador pe cador”. ”. Como explica Jean-Yves Leloup:
Vimos que q ue os efeitos da prece varia m conforme o nivel de purificação e a simplicidade do coração que se alcançou. Na Pequena Filocalia da Prece do Coração, Teófanes, Coração, Teófanes, o Recluso, estabelece uma escala dos efeitos concretos da prece:
“A esta esta infelicidade infelic idade (a ilusão) estão sujeitos aque les que qu e se dedicam à prece e que excluíram o uso do arrependimento. Como esta exclusão do arrependimento arrepen dimento suscita neles mesmos um amor sentimental a Deus, o gosto, o entusiasmo, eles só fazem assim aumentar seu estado de degradação 35”, nos previne Ignace Briantchaninoff.
No começo vem a prece soberanamente pura, donde procede um calor no coração, depois uma estranha e sagrada energia e em seguida as divinas lágrimas do coração e a paz que elas encerram, [...] (por fim uma convergência) de todos os pensamentos de onde emanam a purificação do espírito e a contemplação dos mistérios divinos. Depois dela, de maneira inefável, um abrasamento e uma iluminação do coração
Este santo nos põe põe também em g uarda uard a contra as ilusões ilusõ es do intelecto, quando a alma ainda não domina as paixões. Na linguagem tradicional dos livros sagrados, isto se traduz em ataques ataque s do Adversário: Adversário:
6 - Escala dos efeitos concretos da prece da prece
s
E verdade que todas essas etapas da prática da prece se traduzem em efeitos concretos e sensíveis como calor, lágrimas, paz, aleg al egri ria, a,pu pu rific ri ficaç aç ão , con tem te m plaç pl ação ão , ilumi ilu mina na ção. çã o. Na Na tradição hesicasta se ensina que eles devem ser vivenciados de início com discernimento, pois “só existe morada consciente do Espírito Santo no coração 33”. Como mencionou Simão, o Novo Teólogo, nos seus discursos: Ap ren des te e ntã o, meu mu i ca ro ir mã o, q ue o rein o de D eus está, se queres, dentro de ti, e todos os bens eternos estão ao alcance de tuas mãos. Esforça-te portanto para veres, receberes e adquirires tu mesmo estes estes tesouros e não te exponhas, envaidecendo-te de os poss uíre s, a s eres pri vad o int eir am en te deles 34.
Uma palavra de cautela: não se fiar nas “sensações espirituais” que podem facilmente levar a um mundo de ilusões a pessoa que, não tendo alcançado as necessárias purificação do coração e clareza da mente, é incapaz de discernir a experiência espiritual autêntica da que procede da ilusão mental.
somente na medida em que se torna uma pessoa em comunhão, que não está separada de nada. Aquele que invoca o nome do Esposo se torna “o amigo”; ele ora para que todos estejam unidos ao Esposo
7 - Q uem uma vez vez tivesse visto a rosa .. .
Assim, a prece, que desperta a compaixão e o amor na nossa nossa alma, faz com que penetremos na intimidade de Deus. Podemos de repente nos encontrar face a face com o Outro, vê-lo “tal como ele é” e não apenas no nosso nosso pensamento pensame nto ou na nossa imaginação. Para isto, nosso olhar precisa ser purificado, ser liberado da sua memoria, dos seus julgamentos, das suas comparações. “Quem uma só vez tivesse visto a rosa saberia o que é orar38”, revela Jean-Yves Leloup. A rosa ou um rosto. “Onde as pessoas viam uma adúltera adúlte ra ou uma pecadora, p ecadora, Jesus Je sus via uma um a mulhe m ulher; r; seu olhar não se detinha na máscara ou na careta; ele contemplava o rosto”, acrescenta ele. Para ele, “orar é contemplar contem plar o rosto rosto de todas as coisas, coisas, isto é, sua presença, presen ça, sua intimidade fraterna que délas faz um sinal da ternura de Deus”. Concretamente, isto quer dizer que a prece nos leva a encarar e abordar os outros com um olhar sempre novo, purificado, jubiloso e indulgente, sem etiquetas, para que o outro se encontre ante um olhar que não julgue, que esteja atento a suas necessidades e que lhe dirija o amor. “Sempre se é belo ao olhar de um ser humano que ora; ele não é ingênuo quanto a nossas falsidades, mas olha mais longe, para aquilo que é o melhor que somos. Ele olha para Deus39”, conclui Jean-Yves Leloup.
Que o intelecto, quando ele começa a ser ser ativado frequentemen te pela luz div ina , torn a-s e tota lm ent e tra nsp are nte a pon to de ve r em alto grau sua própria luz, é impossível de se duvidar. Isto ocorre quando o poder da alma se tornou mestre das paixões. paixões. Mas tudo o que se mostra ao intelecto sob sob alguma forma, luz ou fogo, pro vém dos com plôs do Ad ver sár io 36.
Paulo usou a mesma linguagem quando disse que o Adversário “se disfarça como anjo de luz” luz ” (2 (2 Cor 11,14) e que era preciso abandonar as experiências espirituais, pois “o objetivo é chegar a amar a Deus com toda intimidade e plenitude do coração”. Assim, a melhor maneira de abordar toda sensação sensação espiritual está em fazê-lo com humildade. humilda de. Nos momentos de dúvida ou de confusão é aconselhável recitar a prece hesicasta: “Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tende piedade de mim, pecador pe cador”. ”. Como explica Jean-Yves Leloup: Nos estados mais sublimes da prece, o “tende piedade de mim, pe cad or” lem bra ao hesic asta qu e ele não se salv a soz inh o, mas
Se a prece é a semente, o êxtase é a colheita da prece. S an to i s a q u e
A prece pode levar le var a uma u ma experiência experi ência espiritual espir itual às vezes chamada de “arrebatamento da alma” e que é descrita como um instante de êxtase, um momento de iluminação ou um sentimento de fusão com o Universal. Eis como Romano Guardini (1885-1968), filósofo e doutor em teologia descreve as manifestações dessa experiência mística que surge de maneira súbita no decorrer da prece1: Talvez aconteça que aquele que orou tenha uma experiência estranha. Por muito tempo sua reflexão, nutrida pelo am or e pela fé, terá terá buscado Deus. E de repente o próprio Deus está lá ... Ele sente que o que lhe acontece é algo algo inteiram ente novo, diferente. At é ent ão hav ia um mu ro e est e mu ro é d erru ba do. [ . .. ] N esse momento de iluminação temos Deus diante de nós do mesmo modo que tudo o mais, inclusive nós mesmos, ou seja, sob a forma forma de uma representação ou de uma idéia. Essa idéia de Deus se apodera de nós, incita-nos ao amor, leva-nos a determinad a ação. Na experiência de que falamos, a barreira que constitui o fato de ser pensado deixa de existir: dá-se uma imediata apreensão interior.
Como encarar uma experiência assim, que transcende as emoções comuns? Pode acontecer que aquele que viva essa experiência fique de início muito perturbado. Ele sente uma emoção de caráter totalmente novo e se vê num estado que ainda não conhecia. Mas
somente na medida em que se torna uma pessoa em comunhão, que não está separada de nada. Aquele que invoca o nome do Esposo se torna “o amigo”; ele ora para que todos estejam unidos ao Esposo
7 - Q uem uma vez vez tivesse visto a rosa .. .
Assim, a prece, que desperta a compaixão e o amor na nossa nossa alma, faz com que penetremos na intimidade de Deus. Podemos de repente nos encontrar face a face com o Outro, vê-lo “tal como ele é” e não apenas no nosso nosso pensamento pensame nto ou na nossa imaginação. Para isto, nosso olhar precisa ser purificado, ser liberado da sua memoria, dos seus julgamentos, das suas comparações. “Quem uma só vez tivesse visto a rosa saberia o que é orar38”, revela Jean-Yves Leloup. A rosa ou um rosto. “Onde as pessoas viam uma adúltera adúlte ra ou uma pecadora, p ecadora, Jesus Je sus via uma um a mulhe m ulher; r; seu olhar não se detinha na máscara ou na careta; ele contemplava o rosto”, acrescenta ele. Para ele, “orar é contemplar contem plar o rosto rosto de todas as coisas, coisas, isto é, sua presença, presen ça, sua intimidade fraterna que délas faz um sinal da ternura de Deus”. Concretamente, isto quer dizer que a prece nos leva a encarar e abordar os outros com um olhar sempre novo, purificado, jubiloso e indulgente, sem etiquetas, para que o outro se encontre ante um olhar que não julgue, que esteja atento a suas necessidades e que lhe dirija o amor. “Sempre se é belo ao olhar de um ser humano que ora; ele não é ingênuo quanto a nossas falsidades, mas olha mais longe, para aquilo que é o melhor que somos. Ele olha para Deus39”, conclui Jean-Yves Leloup.
talvez o assuste. assuste. Ele nã o sabe se deve ousar falar assim e está incerto quanto à atitude a tomar. Mas o pressentimento logo se torna urna certeza e mesmo urna certeza particularmente segura.
Pois, no momento mesmo em que a experiência ocorre, a dúvida não é possível. As dúvidas virão a seguir, quando a pessoa se aperceberá de que as representações comuns da vida interior são impossíveis de provar ou de que outras pessoas não viveram a mesma experiência. O que é também perturbador é que lhe faltam palavras para se expressar. Seu coração sabe muito bem do que se trata; mas ele sabe sabe ainda muito bem que aquilo que é muito claro no seu espírito e no seu coração ele não pode expressar. expressar. E não somente porque é grande demais ou profundo demais, mas simplesmente porque não existe expressão para isso. Ele só poderia dizer expressões deste gênero: “É sagrado; é íntimo; é mais importante do que tudo o mais; isso vale a pena e só isso basta; é silencioso, delicado, simples, quase um nada e, no entanto, é tudo. E ele enfim”. Aí está tudo o que ele poderia dizer, sabendo ao mesmo tempo que isto nada significa para outra pessoa que não tenha passado por uma experiência semelhante.
E o que ele sabe com certeza é que esse sagrado é perfeitamente livre e senhor de si mesmo. “Nenhum poder criado pode alguma coisa contra ele. Não se pode forçar esse encontro ou esse contato. Pode-se aprofundar o recolhimento, clarear sua visão interior, interior, purificar sua sua alma cada vez mais mas tudo isto nunca será suficiente para fazer com que esse sagrado se manifeste. Sua Su a ocorrência é pura graça e nada mais se pode fazer além de se preparar para ela, de pedi-la e de esperá-la”, afirma Romano Guardini.
Se a prece é a semente, o êxtase é a colheita da prece. S an to i s a q u e
A prece pode levar le var a uma u ma experiência experi ência espiritual espir itual às vezes chamada de “arrebatamento da alma” e que é descrita como um instante de êxtase, um momento de iluminação ou um sentimento de fusão com o Universal. Eis como Romano Guardini (1885-1968), filósofo e doutor em teologia descreve as manifestações dessa experiência mística que surge de maneira súbita no decorrer da prece1: Talvez aconteça que aquele que orou tenha uma experiência estranha. Por muito tempo sua reflexão, nutrida pelo am or e pela fé, terá terá buscado Deus. E de repente o próprio Deus está lá ... Ele sente que o que lhe acontece é algo algo inteiram ente novo, diferente. At é ent ão hav ia um mu ro e est e mu ro é d erru ba do. [ . .. ] N esse momento de iluminação temos Deus diante de nós do mesmo modo que tudo o mais, inclusive nós mesmos, ou seja, sob a forma forma de uma representação ou de uma idéia. Essa idéia de Deus se apodera de nós, incita-nos ao amor, leva-nos a determinad a ação. Na experiência de que falamos, a barreira que constitui o fato de ser pensado deixa de existir: dá-se uma imediata apreensão interior.
Como encarar uma experiência assim, que transcende as emoções comuns? Pode acontecer que aquele que viva essa experiência fique de início muito perturbado. Ele sente uma emoção de caráter totalmente novo e se vê num estado que ainda não conhecia. Mas a parte mais interior de si mesmo pressente a verdade: “E Deus” ou pelo menos “Isto está relacionado com Deus”. Esta intuição
ou palavras interiores inte riores - veremos isto nos nos relatos dos dos extáticos que vamos abordar —mas aí estão apenas fenômenos secundários e que não são entretanto sem perigo, especialmente para o ego ou para a saúde mental do indivíduo. Como estar então seguro de que aquilo que qu e se vive vive é uma experiência ex periência mística autêntica? “Tudo é tanto mais autêntico quanto é mais silencioso, mais discreto, mais desprendido de qualquer imagem2”, aconselha-nos Romano Guardini. Por exemplo, voltando aos Relatos de utn peregrino russo, russo , após a morte do monge, Arsênio só tinha a Bíblia e a filocalia do coração para ajudá-lo a verificar a autenticidade de suas experiências. Então, “passo a passo, a prece abriu nele o seu caminho e, como Abraão, ele ‘caminhou ‘camin hou na presença de Deus’ Deus ’ e o fato de estar na presença dele, de voltar sem cessar para ele pela invocação, transformou-o e o encaminhou para sua plenitu ple nitu de3” de 3”,, diz Jean-Yves Jean-Yves Leloup. A viagem do peregrino peregr ino é sobretudo interior: interi or: enquanto enqu anto caminha ele passa por todas as emoções e as experiências que um ser humano pode viver: as mais agradáveis como as mais desagradáveis; “nada humano lhe é estranho” e, no entanto, em tudo isso ele continua a ser um “passante”. Não se deter no êxtase, não se comprazer com o sofrimento, assim é o caminho: “Sede passante” —calor, ardor, agilidade, alegria, lágrimas, são algumas das manifestações sensíveis que atestam a presença infinita” infin ita” do Ser Vivo nele, porém, mais importante do que estas manifestações é a “compreensão das Escrituras” e a experiência da Transfiguração, resume Jean-Yves Leloup4.
talvez o assuste. assuste. Ele nã o sabe se deve ousar falar assim e está incerto quanto à atitude a tomar. Mas o pressentimento logo se torna urna certeza e mesmo urna certeza particularmente segura.
Pois, no momento mesmo em que a experiência ocorre, a dúvida não é possível. As dúvidas virão a seguir, quando a pessoa se aperceberá de que as representações comuns da vida interior são impossíveis de provar ou de que outras pessoas não viveram a mesma experiência. O que é também perturbador é que lhe faltam palavras para se expressar. Seu coração sabe muito bem do que se trata; mas ele sabe sabe ainda muito bem que aquilo que é muito claro no seu espírito e no seu coração ele não pode expressar. expressar. E não somente porque é grande demais ou profundo demais, mas simplesmente porque não existe expressão para isso. Ele só poderia dizer expressões deste gênero: “É sagrado; é íntimo; é mais importante do que tudo o mais; isso vale a pena e só isso basta; é silencioso, delicado, simples, quase um nada e, no entanto, é tudo. E ele enfim”. Aí está tudo o que ele poderia dizer, sabendo ao mesmo tempo que isto nada significa para outra pessoa que não tenha passado por uma experiência semelhante.
ou palavras interiores inte riores - veremos isto nos nos relatos dos dos extáticos que vamos abordar —mas aí estão apenas fenômenos secundários e que não são entretanto sem perigo, especialmente para o ego ou para a saúde mental do indivíduo. Como estar então seguro de que aquilo que qu e se vive vive é uma experiência ex periência mística autêntica? “Tudo é tanto mais autêntico quanto é mais silencioso, mais discreto, mais desprendido de qualquer imagem2”, aconselha-nos Romano Guardini. Por exemplo, voltando aos Relatos de utn peregrino russo, russo , após a morte do monge, Arsênio só tinha a Bíblia e a filocalia do coração para ajudá-lo a verificar a autenticidade de suas experiências. Então, “passo a passo, a prece abriu nele o seu caminho e, como Abraão, ele ‘caminhou ‘camin hou na presença de Deus’ Deus ’ e o fato de estar na presença dele, de voltar sem cessar para ele pela invocação, transformou-o e o encaminhou para sua plenitu ple nitu de3” de 3”,, diz Jean-Yves Jean-Yves Leloup.
E o que ele sabe com certeza é que esse sagrado é perfeitamente livre e senhor de si mesmo. “Nenhum poder criado pode alguma coisa contra ele. Não se pode forçar esse encontro ou esse contato. Pode-se aprofundar o recolhimento, clarear sua visão interior, interior, purificar sua sua alma cada vez mais mas tudo isto nunca será suficiente para fazer com que esse sagrado se manifeste. Sua Su a ocorrência é pura graça e nada mais se pode fazer além de se preparar para ela, de pedi-la e de esperá-la”, afirma Romano Guardini.
A viagem do peregrino peregr ino é sobretudo interior: interi or: enquanto enqu anto caminha ele passa por todas as emoções e as experiências que um ser humano pode viver: as mais agradáveis como as mais desagradáveis; “nada humano lhe é estranho” e, no entanto, em tudo isso ele continua a ser um “passante”. Não se deter no êxtase, não se comprazer com o sofrimento, assim é o caminho: “Sede passante” —calor, ardor, agilidade, alegria, lágrimas, são algumas das manifestações sensíveis que atestam a presença infinita” infin ita” do Ser Vivo nele, porém, mais importante do que estas manifestações é a “compreensão das Escrituras” e a experiência da Transfiguração, resume Jean-Yves Leloup4.
Essa experiência mística ou espiritual pode ser acompanhada de fenômenos secundários de diversos tipos, como imagens
A prece do coração, a despeito dos inúmeros inúm eros dons que q ue a acompanham, não nos vai subtrair totalmente à dor física, aos
insultos e às provações deste mundo. Isto é comprovado pela vida dos místicos místic os e dos santos santo s que tiveram tiver am sua cota de perseguições e doenças. Mas não se pode duvidar dos efeitos extraordinários que ela produz na nossa nossa vida, os quais são tanto mais impressionantes quanto parecem completamente estranhos à nossa condição ordinária, ordiná ria, vale dizer, terrena: a paz profunda, o êxtase ou a iluminação, a contemplação dos mistérios divinos e a realização da obra de Deus na Terra.
Ora, a paz que a prece proporciona é a paz do Cristo, que “se distingue da paz do mundo naquilo na quilo que q ue a inspira (o amor) e na sua qualidade ou sua profundeza. Ela está na posse de si, no domínio domínio de si, em tranqüilidad e e equanim idade. Ela é no interior, a presença de Deus, a consciência do Cristo, dirigindo em nós os ventos ventos e o mar; ela é o apelo contínuo co ntínuo ao Salvador, para que reine em nós a “tranqüilidade extraordinária” de que fala o Evangelho (a tempestade tempestade amain am ain ad a)7”.
1 - A PAZ PROFUNDA “Felizes “Felizes os pacífic pacíficos os - diz Jesus nas Bem-aventuranças - os artesãos da paz”. Felizes aqueles que “fazem” a paz, aqueles que procuram realizar, para os outros tanto quanto para si mesmos, a paz do Cristo e não a que o mundo pode proporcionar proporcionar de maneira mane ira efêmera.
Quais são os sinais concretos da paz profunda no nosso coração? A mensagem mensa gem de todos aqueles que oram com o coração e querem ajuda a judarr os outros outros é de se se empenharem em fazer reinar a paz em nós e ao nosso redor, de fazer com que a paz comece nas nossas relações com a nossa família, famíli a, de cuidarmos que q ue sejamos sempre prestativos para com os outros e prontos para socorrêlos, los, seja por uma escuta compassiva, uma palavra gentil, ou um gesto de solidariedade que qu e pode acarretar acarreta r um sorriso, sorriso, a esperança e a paz no nosso próprio co coração. ração. Para Par a Madre Mad re Teresa não é preciso buscar ações espetaculares: “O que conta é a doação de nós mesmos. E o nível de amor amo r que colocáis colocái s em cada cad a um dos vossos vossos gestos8”, diz ela.
É certo certo que essa bem-aventurança é dirigida primeiro para aqueles que buscam o bom entendimento entre os seres humanos, quaisquer que sejam as circunstâncias, com base no amor e na caridade. “Tudo o que divide, tudo o que altera a unidade unid ade do corpo corpo do Cristo, divide eles mesmos e, por amor a essa união, a essa unidade que expressa a dileção fraterna, eles se empenham em apaziguar, em fazer prevalecer o bom entendimento, em lançar as sementes de paz, em irradiar a paz 5”, afirma J.-M. Déchanet no Diário de um logue. logue. Ele acrescenta que tal atitude supõe que eles já tenham em si mesmos essa paz, essa unidade.
Um primeiro sinal da paz profunda é a alegria que a acompanha. acomp anha. “A alegria é um fio de amor com o qual qua l podeis pescar almas. Deus ama aquele que dá com alegria porque ele dá mais. A alegria pode se espargir num coração que arde de am or9” or 9”,, afirma Madre Teresa. Para ela, a alegria é uma força, força, mesmo física, porque nos prepara para fazermos o bem.. Para difundirmos a alegria, é necessário termos alegria na nossa
insultos e às provações deste mundo. Isto é comprovado pela vida dos místicos místic os e dos santos santo s que tiveram tiver am sua cota de perseguições e doenças. Mas não se pode duvidar dos efeitos extraordinários que ela produz na nossa nossa vida, os quais são tanto mais impressionantes quanto parecem completamente estranhos à nossa condição ordinária, ordiná ria, vale dizer, terrena: a paz profunda, o êxtase ou a iluminação, a contemplação dos mistérios divinos e a realização da obra de Deus na Terra.
Ora, a paz que a prece proporciona é a paz do Cristo, que “se distingue da paz do mundo naquilo na quilo que q ue a inspira (o amor) e na sua qualidade ou sua profundeza. Ela está na posse de si, no domínio domínio de si, em tranqüilidad e e equanim idade. Ela é no interior, a presença de Deus, a consciência do Cristo, dirigindo em nós os ventos ventos e o mar; ela é o apelo contínuo co ntínuo ao Salvador, para que reine em nós a “tranqüilidade extraordinária” de que fala o Evangelho (a tempestade tempestade amain am ain ad a)7”.
1 - A PAZ PROFUNDA “Felizes “Felizes os pacífic pacíficos os - diz Jesus nas Bem-aventuranças - os artesãos da paz”. Felizes aqueles que “fazem” a paz, aqueles que procuram realizar, para os outros tanto quanto para si mesmos, a paz do Cristo e não a que o mundo pode proporcionar proporcionar de maneira mane ira efêmera.
Quais são os sinais concretos da paz profunda no nosso coração? A mensagem mensa gem de todos aqueles que oram com o coração e querem ajuda a judarr os outros outros é de se se empenharem em fazer reinar a paz em nós e ao nosso redor, de fazer com que a paz comece nas nossas relações com a nossa família, famíli a, de cuidarmos que q ue sejamos sempre prestativos para com os outros e prontos para socorrêlos, los, seja por uma escuta compassiva, uma palavra gentil, ou um gesto de solidariedade que qu e pode acarretar acarreta r um sorriso, sorriso, a esperança e a paz no nosso próprio co coração. ração. Para Par a Madre Mad re Teresa não é preciso buscar ações espetaculares: “O que conta é a doação de nós mesmos. E o nível de amor amo r que colocáis colocái s em cada cad a um dos vossos vossos gestos8”, diz ela.
É certo certo que essa bem-aventurança é dirigida primeiro para aqueles que buscam o bom entendimento entre os seres humanos, quaisquer que sejam as circunstâncias, com base no amor e na caridade. “Tudo o que divide, tudo o que altera a unidade unid ade do corpo corpo do Cristo, divide eles mesmos e, por amor a essa união, a essa unidade que expressa a dileção fraterna, eles se empenham em apaziguar, em fazer prevalecer o bom entendimento, em lançar as sementes de paz, em irradiar a paz 5”, afirma J.-M. Déchanet no Diário de um logue. logue. Ele acrescenta que tal atitude supõe que eles já tenham em si mesmos essa paz, essa unidade.
Um primeiro sinal da paz profunda é a alegria que a acompanha. acomp anha. “A alegria é um fio de amor com o qual qua l podeis pescar almas. Deus ama aquele que dá com alegria porque ele dá mais. A alegria pode se espargir num coração que arde de am or9” or 9”,, afirma Madre Teresa. Para ela, a alegria é uma força, força, mesmo física, porque nos prepara para fazermos o bem..
Não se é um artesão sem “possuir” o seu ofício. Ninguém pode ser pacificador sem antes ser pacífico, portanto, apaziguado . Para ter o zelo da paz, para estar em condição de exercer este zelo, é prec iso a pr óp ria pessoa est ar e m paz ,
Para difundirmos a alegria, é necessário termos alegria na nossa pró pria fam ília , a paz e a g uer ra com eça m no nosso pró pri o lar. Se queremos a paz no mundo, amemo-nos acima de tudo, uns aos outros, na família10.
A paz profunda se traduz tra duz também por uma atitude atit ude de confiança em Deus, de amor à vida e de estoicidade ante as provações da vida. Nossa maneira de orar não deve ser caracterizada por egoísmo, como quando pedimos um carro novo ou para ganhar na loto somente para o nosso prazer pessoal, mas ela deve permitir a manifestação do amor e da gratidão. “O justo ama a Deus sem motivo”, dizia Mestre Eckhart.
Quando a alma unida a Deus está estabelecida na verdade, ela está estabelecida numa maturidade, numa sabedoria admirável, na ordem, na firmeza, numa força que enfrentaria a morte pela virt ud e do amor, e ela tem toda a ple nit ude de q ue é ca paz
A propósito, eis a historia de um jovem de dezessete dezess ete anos que, após um grave acidente de moto, sofría fraturas múltiplas e infecção nos ossos, ossos, que o faziam sofrer terrivelmente, terrive lmente, tal ta l como ela foi contada pela doutora Betsy McGregor, que atendia no hospital Beth Israel da cidade de Nova Iorque: Eu lhe perguntei se ele orava e ele respondeu que sim, que suplicava a Deus que o curasse. Eu o fiz atentar para o fato de que sem dúvida havia outras maneiras de orar a Deus, outros meios além da súplica; por exemplo, ele podia dizer a Deus o quanto era importante para ele se alongar. Cerca de dois meses depois ele me disse: “Sabe que eu de fato orei a Deus de outro modo nestes dias. Eu disse a Ele: Preciso realmente me curar, meu Deus. E preci so q ue eu sare, pois t enh o coi sas a faze r; é mu ito imp orta nte que me ajudeis a sarar ”. Sua atitude era tão diferente que eu fiquei boquiaberta. Sua prece advinha de sua coragem e não da sua angústia e do seu desespero. Quando ele saiu do hospital, a infecção tinha cessado e suas feridas feridas estavam em bom andamento de cura. Ele estava estava transformado. Era um ser totalmente diferente do jovem apático e lamurioso que eu conhecera de início ".
A paz se aprofunda a profunda cada vez mais à medida que a alma vivencia o amor e a unidade com Deus. Assim foi foi a experiência
Para a mística visionária que é Angèle de Foligno, Foligno, nada mais perturba a alma que repousa em paz nos braços do seu Bem Amado, nem mesmo sua ausência. ausê ncia. Quando a alma transformada no próprio Deus habita no seio dele, quando ela alcança a união perfeita e a plenitude da visão, então ela se repousa na paz que transcende todo sentimento. Depois, quando a alma retorna a si mesma ela faz um novo esforço para ope rar uma nova tra nsf orm açã o que a dev olve à von tad e divina, e esta à visão B.
Mais adiante ela acrescenta: acrescenta: Aq uel es que são elevad os à visã o da Essência incr iad a m ergu lha m nesse repouso imenso e, tendo colhido o fogo na sua fonte, são impelidos por ele a grandes empreendimentos, pois sua chama é ren ova da H.
Para Rümí, místico sufi, somente a face do Bem-Amado, que se manifesta manifes ta no coração, coração, pode abrandar abranda r a solidão da alma: A visã o dessa face que para ti é o lha r E para nós a luz do coração e dos olhos, Essa mesma face que, do alvorecer do Ser até à eternidade, Não cessa um só instante de olhar tua face. Quan do a imagem do coração retorna ao coração, O pobre coração extraviado se torna novamente ap aziguado. Se a vida tivesse passado e ele não tivesse nela permanecido mais
A paz profunda se traduz tra duz também por uma atitude atit ude de confiança em Deus, de amor à vida e de estoicidade ante as provações da vida. Nossa maneira de orar não deve ser caracterizada por egoísmo, como quando pedimos um carro novo ou para ganhar na loto somente para o nosso prazer pessoal, mas ela deve permitir a manifestação do amor e da gratidão. “O justo ama a Deus sem motivo”, dizia Mestre Eckhart. A propósito, eis a historia de um jovem de dezessete dezess ete anos que, após um grave acidente de moto, sofría fraturas múltiplas e infecção nos ossos, ossos, que o faziam sofrer terrivelmente, terrive lmente, tal ta l como ela foi contada pela doutora Betsy McGregor, que atendia no hospital Beth Israel da cidade de Nova Iorque: Eu lhe perguntei se ele orava e ele respondeu que sim, que suplicava a Deus que o curasse. Eu o fiz atentar para o fato de que sem dúvida havia outras maneiras de orar a Deus, outros meios além da súplica; por exemplo, ele podia dizer a Deus o quanto era importante para ele se alongar. Cerca de dois meses depois ele me disse: “Sabe que eu de fato orei a Deus de outro modo nestes dias. Eu disse a Ele: Preciso realmente me curar, meu Deus. E preci so q ue eu sare, pois t enh o coi sas a faze r; é mu ito imp orta nte que me ajudeis a sarar ”. Sua atitude era tão diferente que eu fiquei boquiaberta. Sua prece advinha de sua coragem e não da sua angústia e do seu desespero. Quando ele saiu do hospital, a infecção tinha cessado e suas feridas feridas estavam em bom andamento de cura. Ele estava estava transformado. Era um ser totalmente diferente do jovem apático e lamurioso que eu conhecera de início ".
A paz se aprofunda a profunda cada vez mais à medida que a alma vivencia o amor e a unidade com Deus. Assim foi foi a experiência dos místicos extáticos, como João da Cruz, Rümí e Angèle de Foligno.
A paz profunda é o que o monge do monte Atos havia denominado, num capítulo ca pítulo anterior, de “consolação “consolação de Deus”, a presença do Cristo que difunde dif unde uma um a “doce “doce serenidade”, serenidad e”, uma paz inabalável, uma profunda humildade, um amor insaciável por todos. Como diz Angele de Foligno nas suas visões: “Todo bem vem do amor, do amor incriado, que arde eternamente e nunca nun ca se apaga, apag a, no fundo dele mesmo mes mo 16”. 16”. 2 - A UNIÃO EXTÁTICA ... Nil Sorski, um monge ortodoxo do século XV que se retirou numa floresta agreste da Rússia para se dedicar à prece perpétua e ao estudo espiritual, descreveu a união com Deus nestes termos: Quando pela atividade espiritual a alma avança para o Divino e, po r um a un ião inc om pr ee ns ív el , ela se to rn a se m el ha nt e à Divindade, se ilumin a em seus movimentos com o raio da luz do alto, e quando o espírito se se torna apto para perceber a futura bemaventurança, então [a almaj esquece a si mesma, bem como a toda existência provisória aqui em baixo; ela não sente mais movimento seja do que for; nela se intensifica uma indizível alegria, no seu coração borbulha uma indescritível doçura, o próprio corpo fica saciado; o ser humano esquece, não somente toda paixão, mas sua pró pri a vida , e pensa qu e o rein o do céu não cons iste em out ra coisa que este estado l7.
A visita do Divino pode ocorrer a qualqu qual quer er momento, seja no quarto da pessoa, no campo ou ou numa num a peregrinação. peregri nação. Assim, num dia em que ela estava a caminho de Assis, Angèle de Foligno vivenciou pela primeira vez o arrebatamento do amor divino. Ela ouviu a voz do Espírito nela, que lhe disse: “Eu te abraçarei com um abraço apertado demais dema is para ser visto”; visto”; depois depois
Quando a alma unida a Deus está estabelecida na verdade, ela está estabelecida numa maturidade, numa sabedoria admirável, na ordem, na firmeza, numa força que enfrentaria a morte pela virt ud e do amor, e ela tem toda a ple nit ude de q ue é ca paz
Para a mística visionária que é Angèle de Foligno, Foligno, nada mais perturba a alma que repousa em paz nos braços do seu Bem Amado, nem mesmo sua ausência. ausê ncia. Quando a alma transformada no próprio Deus habita no seio dele, quando ela alcança a união perfeita e a plenitude da visão, então ela se repousa na paz que transcende todo sentimento. Depois, quando a alma retorna a si mesma ela faz um novo esforço para ope rar uma nova tra nsf orm açã o que a dev olve à von tad e divina, e esta à visão B.
Mais adiante ela acrescenta: acrescenta: Aq uel es que são elevad os à visã o da Essência incr iad a m ergu lha m nesse repouso imenso e, tendo colhido o fogo na sua fonte, são impelidos por ele a grandes empreendimentos, pois sua chama é ren ova da H.
Para Rümí, místico sufi, somente a face do Bem-Amado, que se manifesta manifes ta no coração, coração, pode abrandar abranda r a solidão da alma: A visã o dessa face que para ti é o lha r E para nós a luz do coração e dos olhos, Essa mesma face que, do alvorecer do Ser até à eternidade, Não cessa um só instante de olhar tua face. Quan do a imagem do coração retorna ao coração, O pobre coração extraviado se torna novamente ap aziguado. Se a vida tivesse passado e ele não tivesse nela permanecido mais que um instante, Bastaria que ela chegasse para que todo o passado retornasse a mim 15.
Era uma plenitude, era uma luz interior e transbordante para a qual não há palavra nem comparação que valha alguma coisa. Não vi nada que tivesse um corpo. Naquele dia, era o mesmo na terra como no céu: a beleza que fecha os lábios, lábios, a suprema beleza que contém o supremo bem lft.
Os sufis cantam também a experiência da contemplação interior da alma, que não cessa cessa de desejar a união divina, uma vez que a conheceu. Aq ue le que te p erce beu, oh bel eza des lum bra nte , Como olharia ele para a face de um outro Bem-Amado? Aos olho s de alg uém lanç aste um olha r, Eu juro por Deus que o Sol e a Lua parecem sombrios 19.
... evoca também Rümí nos seus Rubâiyât. Analogamente, Analogamen te, para Teresa Teresa d’Avila, Avila, no êxtase o amor divino consome consome inteiramente inteiram ente a alma e “a conduz a um arrebatamento arrebatame nto dos sentidos e dos poderes, relativamente a tudo o que não contribui para fazer sentir essa dor (o golpe de amor)”. Ela acrescenta que q ue nesse estado de arrebatamento arrebatame nto “o fogo fogo interior interio r que consome consome a alma é tão ardente que se aumentasse um pouco pouco Deus a colocaria no ápice de seus desejos20”. Pois aqueles que provaram uma vez no seu corpo mortal a nutrição imortal “e que foram admitidos, ainda que parcialmente, nesse mundo fugaz, nessa alegria que nos é preparada na pátria pát ria celeste, não podem mais se apegar às belezas deste mundo nem temer o que seja triste ou cruel; mas com o
A paz profunda é o que o monge do monte Atos havia denominado, num capítulo ca pítulo anterior, de “consolação “consolação de Deus”, a presença do Cristo que difunde dif unde uma um a “doce “doce serenidade”, serenidad e”, uma paz inabalável, uma profunda humildade, um amor insaciável por todos. Como diz Angele de Foligno nas suas visões: “Todo bem vem do amor, do amor incriado, que arde eternamente e nunca nun ca se apaga, apag a, no fundo dele mesmo mes mo 16”. 16”. 2 - A UNIÃO EXTÁTICA ... Nil Sorski, um monge ortodoxo do século XV que se retirou numa floresta agreste da Rússia para se dedicar à prece perpétua e ao estudo espiritual, descreveu a união com Deus nestes termos: Quando pela atividade espiritual a alma avança para o Divino e, po r um a un ião inc om pr ee ns ív el , ela se to rn a se m el ha nt e à Divindade, se ilumin a em seus movimentos com o raio da luz do alto, e quando o espírito se se torna apto para perceber a futura bemaventurança, então [a almaj esquece a si mesma, bem como a toda existência provisória aqui em baixo; ela não sente mais movimento seja do que for; nela se intensifica uma indizível alegria, no seu coração borbulha uma indescritível doçura, o próprio corpo fica saciado; o ser humano esquece, não somente toda paixão, mas sua pró pri a vida , e pensa qu e o rein o do céu não cons iste em out ra coisa que este estado l7.
A visita do Divino pode ocorrer a qualqu qual quer er momento, seja no quarto da pessoa, no campo ou ou numa num a peregrinação. peregri nação. Assim, num dia em que ela estava a caminho de Assis, Angèle de Foligno vivenciou pela primeira vez o arrebatamento do amor divino. Ela ouviu a voz do Espírito nela, que lhe disse: “Eu te abraçarei com um abraço apertado demais dema is para ser visto”; visto”; depois depois ela viu “aquele q ue falava à sua alma”, alm a”, que ela descreveu descreveu mais tarde nestes termos:
Era uma plenitude, era uma luz interior e transbordante para a qual não há palavra nem comparação que valha alguma coisa. Não vi nada que tivesse um corpo. Naquele dia, era o mesmo na terra como no céu: a beleza que fecha os lábios, lábios, a suprema beleza que contém o supremo bem lft.
Os sufis cantam também a experiência da contemplação interior da alma, que não cessa cessa de desejar a união divina, uma vez que a conheceu. Aq ue le que te p erce beu, oh bel eza des lum bra nte , Como olharia ele para a face de um outro Bem-Amado? Aos olho s de alg uém lanç aste um olha r, Eu juro por Deus que o Sol e a Lua parecem sombrios 19.
... evoca também Rümí nos seus Rubâiyât. Analogamente, Analogamen te, para Teresa Teresa d’Avila, Avila, no êxtase o amor divino consome consome inteiramente inteiram ente a alma e “a conduz a um arrebatamento arrebatame nto dos sentidos e dos poderes, relativamente a tudo o que não contribui para fazer sentir essa dor (o golpe de amor)”. Ela acrescenta que q ue nesse estado de arrebatamento arrebatame nto “o fogo fogo interior interio r que consome consome a alma é tão ardente que se aumentasse um pouco pouco Deus a colocaria no ápice de seus desejos20”. Pois aqueles que provaram uma vez no seu corpo mortal a nutrição imortal “e que foram admitidos, ainda que parcialmente, nesse mundo fugaz, nessa alegria que nos é preparada na pátria pát ria celeste, não podem mais se apegar às belezas deste mundo nem temer o que seja triste ou cruel; mas com o Apóstolo Apóstolo eles ousam clamar: Nada Nad a poderá poderá nos nos separar do amor de D eu s21”. s21”.
3 - . .. E A ILU ILUMI MINA NAÇÃ ÇÃO O
E o padre Serafim concluiu:
Em grau supremo, a pessoa que ora pode ter a experiência da visão da Luz incriada, na qual todo o ser é “transfigurado” pela presença do Espirito, que abrange tanto o corpo corpo quanto a alma. Como para os apóstolos que assistiram à transfiguração do Cristo no monte Tabor, descrita nestes termos:
Quand o o espírito de Deus desce sobre sobre o ser humano e o envolve na plenitude de sua presença, então a alma transborda com uma alegria indizível, pois o Espírito Santo enche de alegria todas as coisas em que toca 24...
Tendo visto na montanha a irredutível torrente da tua luz e tua inacessível divindade, os apóstolos escolhidos foram trans formados por um divino êxtase22. êxtase22.
Um testemunho disso é o do filósofo Motovilov que, ao visitar vis itar o monge mong e Serafim Ser afim de Sarov (1760-1833) (1760-1833 ) recebeu a privilegiada transmissão desse conhecimento. Segue-se um resumo do excerto das Conferências de São Serafim. Após um Serafim. Após primeiro momento em que seus olhos foram ofuscados pela luz muito intensa que saía do santo, Motovilov foi encorajado a fitar sem medo medo a face iluminada de Serafim: Imaginai no meio do Sol, no brilho de seus raios ofuscantes do meio-dia, a face do homem que vos fala. fala. Vós vedes o movimento dos seus lábios, a expressão variante de seus olhos, ouvis sua voz, sentis suas mãos que são postas sobre os vossos ombros, mas não vede s nem suas mão s, nem o corp o do vosso int erl oc uto r —nada além da resplandecente luz que se propaga para longe, [ ... ] iluminando com seu brilho o prado coberto de neve e os flocos brancos que não cessam de cair... - Que é que sentis sentis —perguntou-me o padre Serafim. —Um bem -es tar inf init o - disse eu. —Mas, que gên ero de bem -es tar? Em quê , pre cisa men te? —Si nto , resp ond i eu, tal tra nq üil ida de , tal pa z na min ha alm a, que não encontro palavras para expressar. expressar. - Trata-se, meu amigo, da paz de que falava o Senhor quando disse a seus discípulos: “Eu vos dou a minha paz”; a paz que o mundo não pode dar ... ; “a paz que transcende toda
Como revela Hiérothée Vlachos: Êxtase e contemplação estão ligados. ligados. Quan do falamos em êxtase não pensamos em imobilidade, mas em presença divina e movimento espiritual. Os Padres dizem que, quando alguém é captado pela Luz divina durante a prece, cessa de orar com os lábios. lábios. A boca e a líng ua se calam e mesmo o coração fica silencioso. silencioso. E então que o atleta recebe a visão da Luz do Tabor. Ele vê a energia incriada de Deus, que é “a glória natural de Deus e o adorno natural da Divindade, sem começo, incriado, essencial25 essencial25”.
Segundo Grègoire Palamas, a Luz é a “beleza do século vindouro”, a “substância “substância dos bens vindouros”, a “contemplação “contemplação perfeita de Deus”, a “nutrição dos supra-celestes”. Para os sufis ou místicos do Islã, Deus se desvela aos seus profetas e aos santos no sigilo do coração. Diz-se que num momento inédito do desvelamento do encontro com Deus o servidor vivencia um retorno: retorno: Ele não tem mais consciência de existir para si mesmo, mas de desaparecer na Unicidade, à sombra da santidade, da presença senhorial, onde nascem novos sentimentos: desejo ardente êxtase ), desembaraço ( ) 26.
3 - . .. E A ILU ILUMI MINA NAÇÃ ÇÃO O
E o padre Serafim concluiu:
Em grau supremo, a pessoa que ora pode ter a experiência da visão da Luz incriada, na qual todo o ser é “transfigurado” pela presença do Espirito, que abrange tanto o corpo corpo quanto a alma. Como para os apóstolos que assistiram à transfiguração do Cristo no monte Tabor, descrita nestes termos:
Quand o o espírito de Deus desce sobre sobre o ser humano e o envolve na plenitude de sua presença, então a alma transborda com uma alegria indizível, pois o Espírito Santo enche de alegria todas as coisas em que toca 24...
Tendo visto na montanha a irredutível torrente da tua luz e tua inacessível divindade, os apóstolos escolhidos foram trans formados por um divino êxtase22. êxtase22.
Um testemunho disso é o do filósofo Motovilov que, ao visitar vis itar o monge mong e Serafim Ser afim de Sarov (1760-1833) (1760-1833 ) recebeu a privilegiada transmissão desse conhecimento. Segue-se um resumo do excerto das Conferências de São Serafim. Após um Serafim. Após primeiro momento em que seus olhos foram ofuscados pela luz muito intensa que saía do santo, Motovilov foi encorajado a fitar sem medo medo a face iluminada de Serafim: Imaginai no meio do Sol, no brilho de seus raios ofuscantes do meio-dia, a face do homem que vos fala. fala. Vós vedes o movimento dos seus lábios, a expressão variante de seus olhos, ouvis sua voz, sentis suas mãos que são postas sobre os vossos ombros, mas não vede s nem suas mão s, nem o corp o do vosso int erl oc uto r —nada além da resplandecente luz que se propaga para longe, [ ... ] iluminando com seu brilho o prado coberto de neve e os flocos brancos que não cessam de cair... - Que é que sentis sentis —perguntou-me o padre Serafim. —Um bem -es tar inf init o - disse eu. —Mas, que gên ero de bem -es tar? Em quê , pre cisa men te? —Si nto , resp ond i eu, tal tra nq üil ida de , tal pa z na min ha alm a, que não encontro palavras para expressar. expressar. - Trata-se, meu amigo, da paz de que falava o Senhor quando disse a seus discípulos: “Eu vos dou a minha paz”; a paz que o mundo não pode dar ... ; “a paz que transcende toda inteligência”. Que sentis sentis então? - Uma alegria infinita no meu coração coração 2\ 2\
convicção percebida pelo ser humano de certeza ao nivel do coração: o reencontro com Deus, de que ele vivencia o deleite, não pode ser posto em dúvida 27 Assim, o sufi “encontra em si mesmo estados d’alma d’al ma que não encontrara antes qu e ocorresse o que foi foi a ocasião dowajd” do wajd” ou êxtase. Diz-se então que “os sopros divinos operam um toque ( issába) i ssába) nos corações em despertar. A certeza da experiência cria entre o amante e o Amado uma afinidade qu e permite a cada qual falar do outro em verdade. A consciência aguda da proximidade divina, o gozo da presença senhorial (hadra rubüb iyya), iyya), enche os corações despertos, que por isto se encontram encontram iluminados ilumina dos (istinára) e (istinára) e ela se difunde através deles nos corações adormecidos28 Analog Ana logam amente ente,, aqu eles ele s que qu e contempla conte mplam m a Lu z incriada incr iada transcendem o tempo e vêem antecipadamente a gloria do Cristo no reino de Deus: a luz divina se apossa apossa então de todo o ser. Ela ilumina a sede da luz do Cristo e se desfruta da “frugal embriaguez”. Vê-se o Deus invisível. “Deus é Luz, diz Simão o Novo Teólogo, e sua contemplação é como a luz”. Eis como Macario o Cristocéfalo descreve a contemplação: Que pode haver de mais belo do que a convivencia com o Cristo? Que pode ser mais desejável desejável do que a contemplação divina? N ada é mais doce do que essa luz pela qual resplandece, luminosa, toda a hierarquia dos anjos e dos seres humanos; nada é mais amável do que a vida na qu al todos vivemos e nos nos movemos; nada é mais belo do que a beleza da vida eterna; nada é mais agradável do que essa felicidade sem fim; nada é mais desejável do que essa alegria perp etua e essa perfeita graça, essa beatitude sem lim ites 29.
Alegria Ale gria e felicidade felicidad e são então sem limites e nen hum a palav
Como revela Hiérothée Vlachos: Êxtase e contemplação estão ligados. ligados. Quan do falamos em êxtase não pensamos em imobilidade, mas em presença divina e movimento espiritual. Os Padres dizem que, quando alguém é captado pela Luz divina durante a prece, cessa de orar com os lábios. lábios. A boca e a líng ua se calam e mesmo o coração fica silencioso. silencioso. E então que o atleta recebe a visão da Luz do Tabor. Ele vê a energia incriada de Deus, que é “a glória natural de Deus e o adorno natural da Divindade, sem começo, incriado, essencial25 essencial25”.
Segundo Grègoire Palamas, a Luz é a “beleza do século vindouro”, a “substância “substância dos bens vindouros”, a “contemplação “contemplação perfeita de Deus”, a “nutrição dos supra-celestes”. Para os sufis ou místicos do Islã, Deus se desvela aos seus profetas e aos santos no sigilo do coração. Diz-se que num momento inédito do desvelamento do encontro com Deus o servidor vivencia um retorno: retorno: Ele não tem mais consciência de existir para si mesmo, mas de desaparecer na Unicidade, à sombra da santidade, da presença senhorial, onde nascem novos sentimentos: desejo ardente êxtase ), desembaraço ( ) 26.
Para Al-Ghazâlí, “a despeito do silêncio de Deus e da sua não-visão, que não são sinônimos de ausência, impõe-se uma
Estou sentado na minha cama e estou fora do mundo e, estando no meio da da minha cela aquele que está fora do mundo, eu o vejo presente, eu o vejo e falo com ele. E —ouso então dizer! —eu o amo e ele por sua vez me ama, eu como, eu me nutro somente dessa contemplação e, estando uno com ele, eu subo ao céu. Que isto é verdadeiro e seguro eu sei ; mas onde então está o meu corpo, eu ignoro. Eu sei que desce aquele que permanece imóvel, sei que me aparece aquele que permanece invisível; sei que aquele que está separado de toda a Criação me pega dentro dele e me oculta em seus braços, e a partir daí eu me encontro fora do mundo inteiro. Mas por minha vez, eu, mortal, eu, bem pequeno neste mundo, contemplo-o em mim mesmo, inteiro, o Criador do mundo, e sei que não morri, po rqu e esto u de ntr o da vid a e possuo a vida inteira que brota dentro de mim ,0.
Como o expressou expressou um eremita da Montanha Sagrada, Sagra da, “isso acontece no êxtase das coisas incompreensíveis. Pois aí está a ignorância que transcende o conhecimento. Ela é o silêncio iniciado dos mistérios e o ser humano é então elevado acima das palavras e dos pensamentos. A alm a e o corpo são são inundados de tal alegria que nenhuma linguagem humana poderia descrevê-la”. Eis uma experiência de iluminação vivida no decorrer da prece por Angèle de Foligno: Os olhos do espírito foram abertos em mim; vi uma plenitude divina em que eu abraçava todo o universo, aquém e além dos mares, e o oceano e o abismo de toda s as coisas, coisas, e nada via em parte alguma além do poder divino; o modo dessa visão era absolu
convicção percebida pelo ser humano de certeza ao nivel do coração: o reencontro com Deus, de que ele vivencia o deleite, não pode ser posto em dúvida 27 Assim, o sufi “encontra em si mesmo estados d’alma d’al ma que não encontrara antes qu e ocorresse o que foi foi a ocasião dowajd” do wajd” ou êxtase. Diz-se então que “os sopros divinos operam um toque ( issába) i ssába) nos corações em despertar. A certeza da experiência cria entre o amante e o Amado uma afinidade qu e permite a cada qual falar do outro em verdade. A consciência aguda da proximidade divina, o gozo da presença senhorial (hadra rubüb iyya), iyya), enche os corações despertos, que por isto se encontram encontram iluminados ilumina dos (istinára) e (istinára) e ela se difunde através deles nos corações adormecidos28 Analog Ana logam amente ente,, aqu eles ele s que qu e contempla conte mplam m a Lu z incriada incr iada transcendem o tempo e vêem antecipadamente a gloria do Cristo no reino de Deus: a luz divina se apossa apossa então de todo o ser. Ela ilumina a sede da luz do Cristo e se desfruta da “frugal embriaguez”. Vê-se o Deus invisível. “Deus é Luz, diz Simão o Novo Teólogo, e sua contemplação é como a luz”. Eis como Macario o Cristocéfalo descreve a contemplação: Que pode haver de mais belo do que a convivencia com o Cristo? Que pode ser mais desejável desejável do que a contemplação divina? N ada é mais doce do que essa luz pela qual resplandece, luminosa, toda a hierarquia dos anjos e dos seres humanos; nada é mais amável do que a vida na qu al todos vivemos e nos nos movemos; nada é mais belo do que a beleza da vida eterna; nada é mais agradável do que essa felicidade sem fim; nada é mais desejável do que essa alegria perp etua e essa perfeita graça, essa beatitude sem lim ites 29.
Alegria Ale gria e felicidade felicidad e são então sem limites e nen hum a palavra palav ra pode descrever perfeitam ente tais situações. Eis mais ou menos como tala disso Sim ão o Novo Teólogo:
Como afirma Angéie de Foligno no seu vigésimo sétimo capítulo: Uma das operações que Deus faz na alma é a doação de uma imensa capacidade, cheia de inteligência e de deleites. [...] Eu sou conduzida pelo Senhor, conduzida e elevada. [...] Deus arrebata minha alma sem me pedir consentimento. Quando eu menos penso, meu Senhor me leva de repente. E eu abarco o mundo e não me parece mais estar na Terra e sim no céu e em Deus. Os pontos altos da minha vida passada são bem baixos perto dos atuais. atuais. Oh plenitude, p lenitude; oh luz que preenche, certeza, majestade e dilatação, nada se aproxima da vossa glória! O ra, esse ofuscamento de Deus, eu o tive mil vezes e nunca se assemelhou a ele próprio, eternamente variado e para sempre novo.
Dênis, o Areopagita, tendo ele também sentido as insufi ciências da palavra e da luz, dirige-se à obscuridade para adorar, adorar, no fundo dela, o Deus desconhecido: Obscuridade muito luminosa, obscuridade maravilhosa que se irradia em esplêndidos brilhos e que, como não pode ser nem vista nem capt ada, inu nda com a bele za d os seus fo gos os esp íritos deslumbrados de maneira santa. ' 4 - A CONTEMPLAÇÃ CONTEMPLAÇÃO O DOS MISTÉRI MISTÉRIOS OS DIVIN DIVINOS OS
Místicos de diversas tradições, ao longo dos séculos, puderam erguer o véu dos mistérios divinos e se aproximar, em alguns instantes privilegiados, da sabedoria e do amor do Uno. Assim, Angèle de Foligno vivenciou a “visão do duplo abismo”; Sidarta Gautama pisou na senda oito vezes sagrada; vários cabalistas cabalis tas buscaram buscara m o sopro de santidade santid ade ou o rouah haqodech\ e haqodech\ e uma contemporânea, Marta Robin, em seguida aos
Estou sentado na minha cama e estou fora do mundo e, estando no meio da da minha cela aquele que está fora do mundo, eu o vejo presente, eu o vejo e falo com ele. E —ouso então dizer! —eu o amo e ele por sua vez me ama, eu como, eu me nutro somente dessa contemplação e, estando uno com ele, eu subo ao céu. Que isto é verdadeiro e seguro eu sei ; mas onde então está o meu corpo, eu ignoro. Eu sei que desce aquele que permanece imóvel, sei que me aparece aquele que permanece invisível; sei que aquele que está separado de toda a Criação me pega dentro dele e me oculta em seus braços, e a partir daí eu me encontro fora do mundo inteiro. Mas por minha vez, eu, mortal, eu, bem pequeno neste mundo, contemplo-o em mim mesmo, inteiro, o Criador do mundo, e sei que não morri, po rqu e esto u de ntr o da vid a e possuo a vida inteira que brota dentro de mim ,0.
Como o expressou expressou um eremita da Montanha Sagrada, Sagra da, “isso acontece no êxtase das coisas incompreensíveis. Pois aí está a ignorância que transcende o conhecimento. Ela é o silêncio iniciado dos mistérios e o ser humano é então elevado acima das palavras e dos pensamentos. A alm a e o corpo são são inundados de tal alegria que nenhuma linguagem humana poderia descrevê-la”. Eis uma experiência de iluminação vivida no decorrer da prece por Angèle de Foligno: Os olhos do espírito foram abertos em mim; vi uma plenitude divina em que eu abraçava todo o universo, aquém e além dos mares, e o oceano e o abismo de toda s as coisas, coisas, e nada via em parte alguma além do poder divino; o modo dessa visão era absolu tamente inenarrável. Num ímpeto de admiração eu clamei para mim mesma: “Mas ele está está pleno de Deus, ele está pleno de Deus, • 3] i n este este univers universoo M . ^
A vis ã o d o d u p lo a b is m o As revelações revelações de Angèle de Foligno, mística cristã, cri stã, abrem o caminho da devotio moderna ou ou devoção devoção moderna, que sublima su blima a experiência interior na sua pureza. Esta contemplativa, que viveu perto de Assis, de 1248 1248 a 1309, 1309, toi qualif qu alifica icada da como “a mais amorosa das santas” por Huysmans. Ela teve numerosas visões visões no no decorrer decorrer da sua vida mística, que a levaram a conhecer conhecer o que ela chamou de “o duplo abismo”, ou seja, o abismo da altura e o abismo da profundeza, que abrangem o deslum bramento do Espírito tanto quanto o sofrimento integral do Cristo na cruz. Durante sua busca mística ela disse: Tomada de imenso deleite na prece, eu não me lembrava mais de comer e teria preferido não mais comer para estar sempre de pé em prece. f . ..] Tal era o fog o no m eu cor ação q ue nen hum a pe nitên cia me fatígava. E no entanto eu fui levada a um fogo maior e a um ardor mais brilhante. brilhante. Então eu não podia mais ouvir falar em Deus sem responder com um grito e, quand o eu tivesse visto um machad o acima da minha cabeça, não teria podido reter esse grito32.
Mais tarde, conta ela, após ter sido “arrebatad “arrebatadaa em espírito” espír ito” no decorrer da prece: Foi durante a quaresma. [...] Eu pedia a Deus que me desse qualquer coisa dele próprio; pois eu nada tinha. Os olhos interiores foram abertos em mim e eu vi o amor que vinh a a mim. [...] Eu o vi com com os olhos da da alma m uito mais claramente do que jamais vi algo com os olhos do corpo.
Depois ela tenta explicar as emoções da alma que acompanham a experiência experiência interior: interior: *
Como afirma Angéie de Foligno no seu vigésimo sétimo capítulo: Uma das operações que Deus faz na alma é a doação de uma imensa capacidade, cheia de inteligência e de deleites. [...] Eu sou conduzida pelo Senhor, conduzida e elevada. [...] Deus arrebata minha alma sem me pedir consentimento. Quando eu menos penso, meu Senhor me leva de repente. E eu abarco o mundo e não me parece mais estar na Terra e sim no céu e em Deus. Os pontos altos da minha vida passada são bem baixos perto dos atuais. atuais. Oh plenitude, p lenitude; oh luz que preenche, certeza, majestade e dilatação, nada se aproxima da vossa glória! O ra, esse ofuscamento de Deus, eu o tive mil vezes e nunca se assemelhou a ele próprio, eternamente variado e para sempre novo.
Dênis, o Areopagita, tendo ele também sentido as insufi ciências da palavra e da luz, dirige-se à obscuridade para adorar, adorar, no fundo dela, o Deus desconhecido: Obscuridade muito luminosa, obscuridade maravilhosa que se irradia em esplêndidos brilhos e que, como não pode ser nem vista nem capt ada, inu nda com a bele za d os seus fo gos os esp íritos deslumbrados de maneira santa. ' 4 - A CONTEMPLAÇÃ CONTEMPLAÇÃO O DOS MISTÉRI MISTÉRIOS OS DIVIN DIVINOS OS
Místicos de diversas tradições, ao longo dos séculos, puderam erguer o véu dos mistérios divinos e se aproximar, em alguns instantes privilegiados, da sabedoria e do amor do Uno. Assim, Angèle de Foligno vivenciou a “visão do duplo abismo”; Sidarta Gautama pisou na senda oito vezes sagrada; vários cabalistas cabalis tas buscaram buscara m o sopro de santidade santid ade ou o rouah haqodech\ e haqodech\ e uma contemporânea, Marta Robin, em seguida aos seus êxtases místicos, fundou os Lares de Caridade que ainda existem por toda parte no mundo.
uma inestimável plenitude. Mas escutai o segredo: essa saciedade causava uma fome inexprimível, meus membros se quebravam e se rompiam de desejo e eu suspirava por aquilo que estava no além. Nem ver, nem ouvir, nem sentir a criatura. Oh! silêncio! silêncio15!?
Suas visões a Levam a desfrutar as “maravilhas interiores”, a caminhar de êxtase em êxtase, sem jamais ficar saciada: Com frequência minha alma é elevada em Deus a alegrias tão fulgurantes que sua duração seria intolerável para o corpo que aí deixaria imóveis seus sentidos e seus membros. [...J Oh! que visão e que sentimento! Não me peçais nem explicação nem analogia: não existem. Esse enlevo, essa delcitação, essa alegria, são a cada dia diferentes deles próprios. Cada êxtase é um novo êxtase e todos os êxtases são uma só coisa inenarrável.
Nela mesma foram dados o conhecimento do Verbo e a visão do que ela chama de a “treva “treva luminosa”, lumin osa”, esse esse não-luga não- lugarr do Ser que os cabalistas chamam de o Aín o Aín Soph e e de que ela revelaria a alquim ia espiritual que qu e permitiria penetrá-lo: penetrá-lo: A ssi m a al m a, un id a a De us pe la gra ça pe rfe ita do am or, transforma-se em Deus sem mudar sua própria substância, mas pela virt ude do mo vim ent o que tran spor ta para De us sua vida divinizada. [Esse] [Esse] conhecimento de Deus [ .. .) , é ele que precede; precede; o amor vem depois, o amor transformador! Quem conhece na ver dade , ama no fog o54 o54.
A se nd a o it o ve z es sag s ag ra da A iluminação ilumin ação de Sidarta, que qu e dele faria o Buda, ocorreu em três grandes etapas. No decorrer da primeira ele se lembrou
A vis ã o d o d u p lo a b is m o As revelações revelações de Angèle de Foligno, mística cristã, cri stã, abrem o caminho da devotio moderna ou ou devoção devoção moderna, que sublima su blima a experiência interior na sua pureza. Esta contemplativa, que viveu perto de Assis, de 1248 1248 a 1309, 1309, toi qualif qu alifica icada da como “a mais amorosa das santas” por Huysmans. Ela teve numerosas visões visões no no decorrer decorrer da sua vida mística, que a levaram a conhecer conhecer o que ela chamou de “o duplo abismo”, ou seja, o abismo da altura e o abismo da profundeza, que abrangem o deslum bramento do Espírito tanto quanto o sofrimento integral do Cristo na cruz. Durante sua busca mística ela disse: Tomada de imenso deleite na prece, eu não me lembrava mais de comer e teria preferido não mais comer para estar sempre de pé em prece. f . ..] Tal era o fog o no m eu cor ação q ue nen hum a pe nitên cia me fatígava. E no entanto eu fui levada a um fogo maior e a um ardor mais brilhante. brilhante. Então eu não podia mais ouvir falar em Deus sem responder com um grito e, quand o eu tivesse visto um machad o acima da minha cabeça, não teria podido reter esse grito32.
Mais tarde, conta ela, após ter sido “arrebatad “arrebatadaa em espírito” espír ito” no decorrer da prece: Foi durante a quaresma. [...] Eu pedia a Deus que me desse qualquer coisa dele próprio; pois eu nada tinha. Os olhos interiores foram abertos em mim e eu vi o amor que vinh a a mim. [...] Eu o vi com com os olhos da da alma m uito mais claramente do que jamais vi algo com os olhos do corpo.
Depois ela tenta explicar as emoções da alma que acompanham a experiência experiência interior: interior: * Eu diria que o amor, ao me tocar, adquiriu a semelhança de uma quimera. [ ...] Parecia-me que um instrumento cortante me me tocava tocava e depois depois se afastava. afastava. [ ...] Senti-m e cheia de amor, [...] saciada saciada de
reencarnação e adquiriu a certeza de que o ser humano é o desfecho de uma evolução gradativa entre os reinos vegetal, animal anim al e humano. Na terceira etapa ele recebeu recebeu a revelação das “quatro nobres verdades”: a verdade sobre a dor; a verdade sobre a origem da dor; a verdade sobre sobre a supressão da dor; e a verdade verdad e sobre a senda que leva à cessação da dor. Ele ensinou estas verdades, verdades, para que todo todo mundo pudesse pudesse alcançar a iluminação: Eis, oh eremitas, a verdade sagrada sobre o caminho que leva à supressão da dor: é a senda sagrada de oito divisões, que se denom ina fé pura, vontade pura, linguagem pu ra, ação pura, meios de existência puros, aplicação pura, memória pura e meditação pur a.
Ele ensinou também que, para se chegar ao supremo desapego e penetrar na luz da Verdade absoluta, só há uma senda que leva à iluminação ou ao despertar: a da ascese e da meditação, ou seja, a senda da renúncia, do não-desejo, da purificação total, do conhecimento e da sabedoria. A se nd a d o ro ua h h a q od ec h Para os cabalistas, o objetivo da prece e da meditação é o acesso ao influxo de santidade santida de ou à iluminação ilumi nação.. Em hebraico, o termo mais empregado para descrever esse despertar é o rouah haqodech , que se pode traduzir literalmente por “o Espírito Santo”. S anto”. Num dos salmos, o rei Davi ora nestes termos: Oh Deus, Cria para mim um coração puro, Restaura em mim um espírito firme. Não me afastes para longe da tua presença,
uma inestimável plenitude. Mas escutai o segredo: essa saciedade causava uma fome inexprimível, meus membros se quebravam e se rompiam de desejo e eu suspirava por aquilo que estava no além. Nem ver, nem ouvir, nem sentir a criatura. Oh! silêncio! silêncio15!?
Suas visões a Levam a desfrutar as “maravilhas interiores”, a caminhar de êxtase em êxtase, sem jamais ficar saciada: Com frequência minha alma é elevada em Deus a alegrias tão fulgurantes que sua duração seria intolerável para o corpo que aí deixaria imóveis seus sentidos e seus membros. [...J Oh! que visão e que sentimento! Não me peçais nem explicação nem analogia: não existem. Esse enlevo, essa delcitação, essa alegria, são a cada dia diferentes deles próprios. Cada êxtase é um novo êxtase e todos os êxtases são uma só coisa inenarrável.
Nela mesma foram dados o conhecimento do Verbo e a visão do que ela chama de a “treva “treva luminosa”, lumin osa”, esse esse não-luga não- lugarr do Ser que os cabalistas chamam de o Aín o Aín Soph e e de que ela revelaria a alquim ia espiritual que qu e permitiria penetrá-lo: penetrá-lo: A ssi m a al m a, un id a a De us pe la gra ça pe rfe ita do am or, transforma-se em Deus sem mudar sua própria substância, mas pela virt ude do mo vim ent o que tran spor ta para De us sua vida divinizada. [Esse] [Esse] conhecimento de Deus [ .. .) , é ele que precede; precede; o amor vem depois, o amor transformador! Quem conhece na ver dade , ama no fog o54 o54.
A se nd a o it o ve z es sag s ag ra da A iluminação ilumin ação de Sidarta, que qu e dele faria o Buda, ocorreu em três grandes etapas. No decorrer da primeira ele se lembrou de todas as suas encarnações anteriores e teve o sentimento de que a vida que estava vivendo seria a última. Durante a segunda ele compreendeu a maneira como funcionam os ciclos de
O grau de iluminação que designa o rouah haqodech implica ao mesmo tempo urna clara compreensão, um aprofundamento da percepção e urna elevada consciencia do mundo espiritual. espirit ual. No seio do reino espiritual tudo se estrutura estrutur a segundo dez níveis diferentes, correspondendo às dez emanações divinas: os sefirot. Assim, antes de alcançar a haqodech, o indivíduo deve iluminação própria do rouach haqodech, nefech, uma das dimensões purificar os dez níveis de nefech, uma dimensões da alma, rouah, que designa “o sangue”, inferior a rouah, que sang ue”, ao ao passo passo que rouah significa “o espírito”. Os dez graus que levam ao rouah haqodech são são o estudo, a atenção, a diligência, a conveniência, a abstinência, a pureza, a piedade, a humildade, o medo do pecado e a santidade. O rabino Moshe Haím Luzatto, mestre cabalista e filósofo que viveu no século XVIII, descreveu descreveu “a iluminação ilumi nação da graça”, graça ”, que consiste num dom concedido por Deus ao ser humano para lhe prodigalizar um conhecimento superior. Desta maneira o ser humano um saber geralmente humano tem acesso a um inacessível para a razão humana. Mas, ao mesmo tempo, ele obtém informações que os meios habituais da lógica falham em apreender, bem como o poder de pregação e a descoberta descoberta dos mistérios ocultos. Mas há um grau ainda mais elevado do que o do rouah haqodech'. o haqodech'. o estágio da profecia autêntica. Tratar-se-ia de uma forma de inspiração em que o indivíduo literalmente se liga a Deus. A profecia sobrevêm com uma intensidade ainda mais
reencarnação e adquiriu a certeza de que o ser humano é o desfecho de uma evolução gradativa entre os reinos vegetal, animal anim al e humano. Na terceira etapa ele recebeu recebeu a revelação das “quatro nobres verdades”: a verdade sobre a dor; a verdade sobre a origem da dor; a verdade sobre sobre a supressão da dor; e a verdade verdad e sobre a senda que leva à cessação da dor. Ele ensinou estas verdades, verdades, para que todo todo mundo pudesse pudesse alcançar a iluminação: Eis, oh eremitas, a verdade sagrada sobre o caminho que leva à supressão da dor: é a senda sagrada de oito divisões, que se denom ina fé pura, vontade pura, linguagem pu ra, ação pura, meios de existência puros, aplicação pura, memória pura e meditação pur a.
Ele ensinou também que, para se chegar ao supremo desapego e penetrar na luz da Verdade absoluta, só há uma senda que leva à iluminação ou ao despertar: a da ascese e da meditação, ou seja, a senda da renúncia, do não-desejo, da purificação total, do conhecimento e da sabedoria. A se nd a d o ro ua h h a q od ec h Para os cabalistas, o objetivo da prece e da meditação é o acesso ao influxo de santidade santida de ou à iluminação ilumi nação.. Em hebraico, o termo mais empregado para descrever esse despertar é o rouah haqodech , que se pode traduzir literalmente por “o Espírito Santo”. S anto”. Num dos salmos, o rei Davi ora nestes termos: Oh Deus, Cria para mim um coração puro, Restaura em mim um espírito firme. Não me afastes para longe da tua presença, E não retira de mim o teu Espírito Santo. Dá-me a alegria da tua redenção, E fortalece em mim o espírito de coração. Salmo 51, 12-14
A p o stu st u ra p ro fé ti ca amida, que Há primeiro a “prece de pé”, denominada amida, cumpre um papel importante na m editação cabalística. Ela é recitada recita da com os pés pés juntos, imitandoimit ando-se se a “postura dos anjos3 anjos 35”. A Escritura menciona também uma postura em que o crente crente se ajoelha abrindo os braços “para o céu” (2 Ch 6,13). Segundo o rabino Moisés Cordevero (1522-1570), um dos mestres da escola de Safed, a abertura das mãos indica claramente que o adepto recebe o fluxo espiritual que vem do alto. Segundo os cabalistas, Moisés ergueu as mãos quando da sua luta contra Amalek, Amale k, a fim de captar toda a energia espiritual espir itual necessária Bahir, um dos mais antigos textos cabalísticos para a vitória. No Bahir, um conhecidos, os dez dedos erguidos correspondem aos dez sefirot sefirot e podem podem consequentemente atra ir a energia espiritual dos mesmos. ' Há todavia uma prática mencionada por diversos autores como a “postura profética”, em que o indivíduo enfia sua cabeça entre seus joelhos. Elias, no Carmelo, nos dá um bom exemplo disto: “Elias subiu ao cume do Carmelo e caiu em êxtase no solo, colocando seu rosto entre seus joelhos” (IR 18, 42). Segundo Segu ndo o rabino Abarbanel, Abarbanel, Elias E lias entrava em meditação meditaçã o ou em hitbodedout por por esta postura, postura, a qual permitia uma intensa concentração de energia espiritual. Elias a utilizou a fim de fazef cair ca ir a chuva, chuva , o que fora antes recusado ao rei Achab 36 36. Uma postura profética, revelada somente aos iniciados da cabala, foi evocada nos ensinamentos de uma escola dirigida
O grau de iluminação que designa o rouah haqodech implica ao mesmo tempo urna clara compreensão, um aprofundamento da percepção e urna elevada consciencia do mundo espiritual. espirit ual. No seio do reino espiritual tudo se estrutura estrutur a segundo dez níveis diferentes, correspondendo às dez emanações divinas: os sefirot. Assim, antes de alcançar a haqodech, o indivíduo deve iluminação própria do rouach haqodech, nefech, uma das dimensões purificar os dez níveis de nefech, uma dimensões da alma, rouah, que designa “o sangue”, inferior a rouah, que sang ue”, ao ao passo passo que rouah significa “o espírito”. Os dez graus que levam ao rouah haqodech são são o estudo, a atenção, a diligência, a conveniência, a abstinência, a pureza, a piedade, a humildade, o medo do pecado e a santidade. O rabino Moshe Haím Luzatto, mestre cabalista e filósofo que viveu no século XVIII, descreveu descreveu “a iluminação ilumi nação da graça”, graça ”, que consiste num dom concedido por Deus ao ser humano para lhe prodigalizar um conhecimento superior. Desta maneira o ser humano um saber geralmente humano tem acesso a um inacessível para a razão humana. Mas, ao mesmo tempo, ele obtém informações que os meios habituais da lógica falham em apreender, bem como o poder de pregação e a descoberta descoberta dos mistérios ocultos. Mas há um grau ainda mais elevado do que o do rouah haqodech'. o haqodech'. o estágio da profecia autêntica. Tratar-se-ia de uma forma de inspiração em que o indivíduo literalmente se liga a Deus. A profecia sobrevêm com uma intensidade ainda mais haqodech. Há uma postura que, forte do que a do rouah haqodech. segundo os adeptos da cabala, favoreceria a recepção da profecia.
A p o stu st u ra p ro fé ti ca amida, que Há primeiro a “prece de pé”, denominada amida, cumpre um papel importante na m editação cabalística. Ela é recitada recita da com os pés pés juntos, imitandoimit ando-se se a “postura dos anjos3 anjos 35”. A Escritura menciona também uma postura em que o crente crente se ajoelha abrindo os braços “para o céu” (2 Ch 6,13). Segundo o rabino Moisés Cordevero (1522-1570), um dos mestres da escola de Safed, a abertura das mãos indica claramente que o adepto recebe o fluxo espiritual que vem do alto. Segundo os cabalistas, Moisés ergueu as mãos quando da sua luta contra Amalek, Amale k, a fim de captar toda a energia espiritual espir itual necessária Bahir, um dos mais antigos textos cabalísticos para a vitória. No Bahir, um conhecidos, os dez dedos erguidos correspondem aos dez sefirot sefirot e podem podem consequentemente atra ir a energia espiritual dos mesmos. ' Há todavia uma prática mencionada por diversos autores como a “postura profética”, em que o indivíduo enfia sua cabeça entre seus joelhos. Elias, no Carmelo, nos dá um bom exemplo disto: “Elias subiu ao cume do Carmelo e caiu em êxtase no solo, colocando seu rosto entre seus joelhos” (IR 18, 42). Segundo Segu ndo o rabino Abarbanel, Abarbanel, Elias E lias entrava em meditação meditaçã o ou em hitbodedout por por esta postura, postura, a qual permitia uma intensa concentração de energia espiritual. Elias a utilizou a fim de fazef cair ca ir a chuva, chuva , o que fora antes recusado ao rei Achab 36 36. Uma postura profética, revelada somente aos iniciados da cabala, foi evocada nos ensinamentos de uma escola dirigida por Joseph Tzayach, eminente cabalista e místico que foi nomeado rabino de Jerusalém e de Damasco em meados do século século XV I:
Esses indivíduos se curvam como caniços, colocando a cabeça entre os joelhos, até anularem toda sensação. E esta supressão sensorial lhes permite ver, “na evidencia e não em enigmas”, as Luzes Eternas37.
paralisada para lisada,, sem comer, comer, nem beber, beber, nem dormir, durante cerca de meio século. Ela recebeu os estigmas, sofreu a paixão do Mestre Je Mestre Je su s tod t odas as as sex s exta tas-f s-feir eir as e fa le ce u em 1981, em 1981, não sem ter aconselhado espiritualmente milhares de pessoas. pessoas.
Urna Urna p re ce cabalística Joseph Tzay Tz ayac achh revela, reve la, excepc exc epciona ionalme lmente nte,, uma prece cabalística cabalísti ca que q ue deve ser dita em postura profética 38 38:
O amor, esse fogo ardente que me consome! Como eu gostaria de comunicá-lo a todos ; que todos participem na minha felicidade 39!
, Coroa-me ( invocação invocação a , dá-me a Sabedoria ). concede-me a Compreensão ( ) pela mão direita do seu Amor, torna-me sublime do Terror do seu julgamento, protege-me ( que sua misericordia me conceda a Beleza ( vela por mim na Eternidade ( ). , concede-me a beatitude do seú Esplendor ( faze de sua Aliança meu Fundamento ( ). abre meus labios e minha boca dirá tua Prece
). ). ). ).
Nota-se que esta prece remete aos dez sefirot, bem como aos nomes divinos que estão associados a eles na tradição cabalística. E uma das raras passagens em que se encontra a descrição de uma prática meditativa que recorre à postura profética, sendo a maioria desses métodos na realidade reservados exclusivamente às sociedades secretas. 5 —OS LARES DE CARIDADE
Quando ela implica uma alma ardorosa, capaz de uma vida de renúncia total a si mesma e de serviço aos outros, a prece do coração pode nos levar a realizar concretamente uma parte da obra de Deus neste mundo.
Marthe Robin vivenciou longos êxtases que podiam durar horas e até dias inteiros: Hoje pela manhã, após a comunhão, o êxtase me arrebatou bruscamente. Senti a união mística da minha alma com Deus. Impossível descrever o que eu compreendi, repetir as comu nicações que recebi, explicar as luzes que Deus me deu sobre a sua obra nesse momento40.
E isso a levou a apreender a chave de toda experiência mística: Ouço em m im uma voz que me impele a buscar, buscar, ou melhor, a me empenhar no verdadeiro amor. E essa voz é a voz do próprio Am or. Meu cora ção, nu m ráp ido imp uls o, voa para Deu s. Ele se sente erguido, depois debulhado de tudo e finalmente entregue nos braços braços de Deus, onde ele permanece para sempre sem jamais sair daí41.
Após ter recebido uma série de visões do Cristo, ela disse humildemente: Estender na Terra o reino da verdade e do amor, eis a minha missão. Eu gostaria de só deixar como vestígio da minha passagem aqui em baixo um rasto luminoso de verdade e um grande incêndio de amor divino42. Dá-me Senhor, dá-me sobretudo um ardente amor e a chama necessária para eu cumprir dignamente minha sublime missão
Esses indivíduos se curvam como caniços, colocando a cabeça entre os joelhos, até anularem toda sensação. E esta supressão sensorial lhes permite ver, “na evidencia e não em enigmas”, as Luzes Eternas37.
paralisada para lisada,, sem comer, comer, nem beber, beber, nem dormir, durante cerca de meio século. Ela recebeu os estigmas, sofreu a paixão do Mestre Je Mestre Je su s tod t odas as as sex s exta tas-f s-feir eir as e fa le ce u em 1981, em 1981, não sem ter aconselhado espiritualmente milhares de pessoas. pessoas.
Urna Urna p re ce cabalística Joseph Tzay Tz ayac achh revela, reve la, excepc exc epciona ionalme lmente nte,, uma prece cabalística cabalísti ca que q ue deve ser dita em postura profética 38 38:
O amor, esse fogo ardente que me consome! Como eu gostaria de comunicá-lo a todos ; que todos participem na minha felicidade 39!
, Coroa-me ( invocação invocação a , dá-me a Sabedoria ). concede-me a Compreensão ( ) pela mão direita do seu Amor, torna-me sublime do Terror do seu julgamento, protege-me ( que sua misericordia me conceda a Beleza ( vela por mim na Eternidade ( ). , concede-me a beatitude do seú Esplendor ( faze de sua Aliança meu Fundamento ( ). abre meus labios e minha boca dirá tua Prece
). ). ). ).
Nota-se que esta prece remete aos dez sefirot, bem como aos nomes divinos que estão associados a eles na tradição cabalística. E uma das raras passagens em que se encontra a descrição de uma prática meditativa que recorre à postura profética, sendo a maioria desses métodos na realidade reservados exclusivamente às sociedades secretas. 5 —OS LARES DE CARIDADE
Quando ela implica uma alma ardorosa, capaz de uma vida de renúncia total a si mesma e de serviço aos outros, a prece do coração pode nos levar a realizar concretamente uma parte da obra de Deus neste mundo. Tal foi foi a obra de Marthe Mart he Robin, esta mística enigmática enigm ática do século XX, que viveu em Châteauneuf-de-G Châteaun euf-de-Galaure, alaure, na França,
Ela fundou, com o padre Finet, os Lares de Caridade, verdadeiras verdade iras casas de retiro mistas, destinadas, destina das, segundo sua visão, a “divini “divinizar zar todo todoss os seres seres humanos, a deles fazer fazer templos templos vivos vivos de Deus44 Deus44 Eles se difundiram difun diram na Europa, na África, na Asia e na América. 6 - OS FENÔMENOS PSICOFISIOLÓGICOS Os fenômenos extraordinários, gerados pela prece interior, são “o transbordamento da graça espiritual pelo corpo e pela sensibilidade, mas eles às vezes são também encontrados sem que haja uma graça verdadeiramente mística45” e é por isto que é preciso ser prudente quando de sua manifestação. Segundo a análise de um monge contemporâneo que exerceu várias funções na ordem dos cartuxos, as causas desses fenômenos qualificados como “psicofisiológicos” podem ser de três três tipos: sobrenaturais (Deus, efeito da união mística, sobretudo no período extático), preternaturais (anjos ou demônios) ou naturais (forças parapsíquicas ou físicas desconhecidas). Os grandes místicos de todas as religiões consideram em geral esses fenômenos como secundários e acidentais, preferindo seus efeitos espirituais e a con templação dos mistérios divinos. Esses fenômenos são encontrados em numerosos místicos santos, mas podem às vezes veze s se apre ap rese sent ntar ar em pessoas pess oas que qu e o são m en os ... ou absolutamente absolutam ente não o são. Dentre os mais conhecidos encontram-se a levitação, os efluvios luminosos e odoríferos, a abstinência absoluta, a
Marthe Robin vivenciou longos êxtases que podiam durar horas e até dias inteiros: Hoje pela manhã, após a comunhão, o êxtase me arrebatou bruscamente. Senti a união mística da minha alma com Deus. Impossível descrever o que eu compreendi, repetir as comu nicações que recebi, explicar as luzes que Deus me deu sobre a sua obra nesse momento40.
E isso a levou a apreender a chave de toda experiência mística: Ouço em m im uma voz que me impele a buscar, buscar, ou melhor, a me empenhar no verdadeiro amor. E essa voz é a voz do próprio Am or. Meu cora ção, nu m ráp ido imp uls o, voa para Deu s. Ele se sente erguido, depois debulhado de tudo e finalmente entregue nos braços braços de Deus, onde ele permanece para sempre sem jamais sair daí41.
Após ter recebido uma série de visões do Cristo, ela disse humildemente: Estender na Terra o reino da verdade e do amor, eis a minha missão. Eu gostaria de só deixar como vestígio da minha passagem aqui em baixo um rasto luminoso de verdade e um grande incêndio de amor divino42. Dá-me Senhor, necessária para de portadora de braseiro sempre
dá-me sobretudo um ardente amor e a chama eu cumprir dignamente minha sublime missão luz e calor. Que eu seja sem cessar um pequeno ardente43!
A lev it a çã o Na levitação, “o corpo corpo se encontra encontra erguido er guido acima a cima do solo solo e aí se mantém sem nenhum apoio natural (êxtase ascensional). Às vezes o corpo se ergue a grandes grande s alturas altur as (vôo (vôo extático). Outras vezes ele parece correr rapidamente de modo rasante (marcha extática)”. Os eflúvios lum inosos e od oríferos oríferos Nos eflúvios luminosos, “ora uma auréola envolve a testa, ora o corpo é cercado de luz”, ao passo que para os eflúvios odoríferos, são “perfumes que se desprendem do corpo; às vezes mesmo após a morte”. Temos o testem unho desse fenômeno luminoso lum inoso com o monge Serafim de Sarov, no monte Atos. Alem disso, a maioria das representações de Jesus, de profetas, de místicos ou de outros santos no-los mostra com uma auréola luminosa em torno da cabeça. Outros testemunhos afirmam que místicos deixaram eflúvios odoríferos de rosa ou de outras flores, seja após sua morte, morte, seja quando quand o se abriu seus túmulos, ou quando qu ando uma pessoa os os invocava. A ab stin st in ên ci a ab so lu ta Com esse fenômeno extraordinário “a pessoa pode viver durante longos períodos, às vezes vários anos, sem tomar nenhum alimento (exceto, no caso dos santos, a sagrada comunhão)”. comu nhão)”. Marthe Robin, Robin, de quem já j á falamos, e Marie-Rose Ferron, duas estigmatizadas do século XX, uma francesa e a outra canadense, viveram assim. A bil b il
Ela fundou, com o padre Finet, os Lares de Caridade, verdadeiras verdade iras casas de retiro mistas, destinadas, destina das, segundo sua visão, a “divini “divinizar zar todo todoss os seres seres humanos, a deles fazer fazer templos templos vivos vivos de Deus44 Deus44 Eles se difundiram difun diram na Europa, na África, na Asia e na América. 6 - OS FENÔMENOS PSICOFISIOLÓGICOS Os fenômenos extraordinários, gerados pela prece interior, são “o transbordamento da graça espiritual pelo corpo e pela sensibilidade, mas eles às vezes são também encontrados sem que haja uma graça verdadeiramente mística45” e é por isto que é preciso ser prudente quando de sua manifestação. Segundo a análise de um monge contemporâneo que exerceu várias funções na ordem dos cartuxos, as causas desses fenômenos qualificados como “psicofisiológicos” podem ser de três três tipos: sobrenaturais (Deus, efeito da união mística, sobretudo no período extático), preternaturais (anjos ou demônios) ou naturais (forças parapsíquicas ou físicas desconhecidas). Os grandes místicos de todas as religiões consideram em geral esses fenômenos como secundários e acidentais, preferindo seus efeitos espirituais e a con templação dos mistérios divinos. Esses fenômenos são encontrados em numerosos místicos santos, mas podem às vezes veze s se apre ap rese sent ntar ar em pessoas pess oas que qu e o são m en os ... ou absolutamente absolutam ente não o são. Dentre os mais conhecidos encontram-se a levitação, os efluvios luminosos e odoríferos, a abstinência absoluta, a bilocação bilocação e a estigmatização. É assim que um padre cartuxo cartuxo descreve esses fenômenos46.
presença é circunscritiva - o corpo corpo físico está presente enquanto que no outro a pessoa está presente repre sentativamente (pela interpretação de alguma emanação ou representação) . Diz-se que o Padre Pio, Pio, bem conhecido conhecido na Itália, tinha o dom da bilocação: pessoas testemunharam que o viram em dois locais diferentes difere ntes ao mesmo tempo. Ele também recebeu recebeu estigmas. ■ A est ig m a tiz ti z a çã o Há uma um a espécie de impressão das chagas sagradas do Cristo (ou de algumas delas) nos pés, nas mãos, no lado e na testa: elas aparecem espontaneamente, sem serem provocadas por algum ferimento externo, e deixam escorrer periodicamente um sangue não poluído. Consideremos o fenômeno impressionante impressionante que é a estigmatização. estigmatização. Os estigmas externos são apenas o símbolo visível de uma realidade interior invisível: a compaixão intensa da alma pelo Cristo crucificado. Este amor é o essencial. Quando São Paulo diz que tem no seu corpo as marcas (estigmas) de Jesus (Ga 6,17), ele está falando dos sofrimentos suportados por ele pelo amor do Cristo (2 Co 11, 23-28) 47.
A lev it a çã o Na levitação, “o corpo corpo se encontra encontra erguido er guido acima a cima do solo solo e aí se mantém sem nenhum apoio natural (êxtase ascensional). Às vezes o corpo se ergue a grandes grande s alturas altur as (vôo (vôo extático). Outras vezes ele parece correr rapidamente de modo rasante (marcha extática)”. Os eflúvios lum inosos e od oríferos oríferos Nos eflúvios luminosos, “ora uma auréola envolve a testa, ora o corpo é cercado de luz”, ao passo que para os eflúvios odoríferos, são “perfumes que se desprendem do corpo; às vezes mesmo após a morte”. Temos o testem unho desse fenômeno luminoso lum inoso com o monge Serafim de Sarov, no monte Atos. Alem disso, a maioria das representações de Jesus, de profetas, de místicos ou de outros santos no-los mostra com uma auréola luminosa em torno da cabeça. Outros testemunhos afirmam que místicos deixaram eflúvios odoríferos de rosa ou de outras flores, seja após sua morte, morte, seja quando quand o se abriu seus túmulos, ou quando qu ando uma pessoa os os invocava. A ab stin st in ên ci a ab so lu ta Com esse fenômeno extraordinário “a pessoa pode viver durante longos períodos, às vezes vários anos, sem tomar nenhum alimento (exceto, no caso dos santos, a sagrada comunhão)”. comu nhão)”. Marthe Robin, Robin, de quem já j á falamos, e Marie-Rose Ferron, duas estigmatizadas do século XX, uma francesa e a outra canadense, viveram assim. A bil b il o c a çã o Trata-se da “presença “presença simultânea simult ânea da mesma pessoa em dois lugares diferentes. Parece certo que num desses lugares a
e no lado, as chagas sanguinolentas de Jesus crucificado. Desde Desde então, “vários casos de estigmatização foram observados nos nossos dias de maneira bastante precisa e científica para que se pudesse considerá-los como fatos historicamente certos”, adianta o padre cartuxo. Ele dá os os exemplos de Gemma Galgani, Gal gani, Teresa Neuma N eumann, nn, Padre Pio etc. Teresa d’Avila seria hoje em dia a única que se sabe ter vivido vivido o fenômeno da transverberação, isto é, quando quand o de um êxtase ela sentiu que seu coração era trespassado por uma flecha de amor divino disparada por um anjo. Deve-se notar que a estigmatização parece só ocorrer entre os cristãos católicos, o que tende a indicar que ela fosse “condicionada por por determinada sensibilidade religiosa”.
Além disso, houve também místicos, como Santa Catarina Cata rina de Sena por exemplo, que participaram interiormente nos sofrimentos do Crucificado, ou seja, que sentiram as dores dos membros trespassados, sem que as chagas aparecessem no exterior.
Segundo a opinião mais comum, os estigmas requerem uma ação de Deus utilizando um instrumento (por exemplo, um Serafim que teria causado os estigmas em Francisco de de Assis). To da via , certos cer tos m édico éd ico s ac red re d ita m qu e um proces pro cesso so psicofisiológico estaria implicado no fenômeno da estig matização. Segundo o doutor Tinel, que fez estudos estudos carmelitas, seria possível possível conceber “um processo processo completo de atenção, de sugestão, de exteriorização psíquica e de projeção mental à periferia”, capaz de provocar “o aparecimento de zonas cutâneas verdadeira e intensamente dolorosas nas partes correspondentes às cinco chagas48”.
Os estigmas exteriores mais conhecidos são aqueles de que
O certo é que a estigmatização está ligada a um estado de
presença é circunscritiva - o corpo corpo físico está presente enquanto que no outro a pessoa está presente repre sentativamente (pela interpretação de alguma emanação ou representação) . Diz-se que o Padre Pio, Pio, bem conhecido conhecido na Itália, tinha o dom da bilocação: pessoas testemunharam que o viram em dois locais diferentes difere ntes ao mesmo tempo. Ele também recebeu recebeu estigmas. ■ A est ig m a tiz ti z a çã o Há uma um a espécie de impressão das chagas sagradas do Cristo (ou de algumas delas) nos pés, nas mãos, no lado e na testa: elas aparecem espontaneamente, sem serem provocadas por algum ferimento externo, e deixam escorrer periodicamente um sangue não poluído. Consideremos o fenômeno impressionante impressionante que é a estigmatização. estigmatização. Os estigmas externos são apenas o símbolo visível de uma realidade interior invisível: a compaixão intensa da alma pelo Cristo crucificado. Este amor é o essencial. Quando São Paulo diz que tem no seu corpo as marcas (estigmas) de Jesus (Ga 6,17), ele está falando dos sofrimentos suportados por ele pelo amor do Cristo (2 Co 11, 23-28) 47.
e no lado, as chagas sanguinolentas de Jesus crucificado. Desde Desde então, “vários casos de estigmatização foram observados nos nossos dias de maneira bastante precisa e científica para que se pudesse considerá-los como fatos historicamente certos”, adianta o padre cartuxo. Ele dá os os exemplos de Gemma Galgani, Gal gani, Teresa Neuma N eumann, nn, Padre Pio etc. Teresa d’Avila seria hoje em dia a única que se sabe ter vivido vivido o fenômeno da transverberação, isto é, quando quand o de um êxtase ela sentiu que seu coração era trespassado por uma flecha de amor divino disparada por um anjo. Deve-se notar que a estigmatização parece só ocorrer entre os cristãos católicos, o que tende a indicar que ela fosse “condicionada por por determinada sensibilidade religiosa”.
Além disso, houve também místicos, como Santa Catarina Cata rina de Sena por exemplo, que participaram interiormente nos sofrimentos do Crucificado, ou seja, que sentiram as dores dos membros trespassados, sem que as chagas aparecessem no exterior.
Segundo a opinião mais comum, os estigmas requerem uma ação de Deus utilizando um instrumento (por exemplo, um Serafim que teria causado os estigmas em Francisco de de Assis). To da via , certos cer tos m édico éd ico s ac red re d ita m qu e um proces pro cesso so psicofisiológico estaria implicado no fenômeno da estig matização. Segundo o doutor Tinel, que fez estudos estudos carmelitas, seria possível possível conceber “um processo processo completo de atenção, de sugestão, de exteriorização psíquica e de projeção mental à periferia”, capaz de provocar “o aparecimento de zonas cutâneas verdadeira e intensamente dolorosas nas partes correspondentes às cinco chagas48”.
Os estigmas exteriores mais conhecidos são aqueles de que foi dotado Francisco de Assis dois anos antes da sua morte, durante um jejum de quarenta dias no monte Alverne. Diz-se que o santo desceu desceu da montanha portando nas mãos, nos pés pés
O certo é que a estigmatização está ligada a um estado de emoção muito profunda provocado pela visão do Cristo crucificado, como expressa Francisco de Sales no seu Tratado do Amor de Deus: Deus:
Para a intensa representação das pragas e das feridas do seu Salvador crucificado, [...] a alma sem dúvida se encontrava toda transformada num segundo crucifixo. Ora, a alma como forma e senhora do corpo, usando seu poder sobre este, imprimiu as dores das chagas com que ela fora ferida (em| lugares correspondentes aos [aqueles em quej seu Amante as havia sofrido. O amor é admirável para aguçar a imaginação, para que ela penetre até o exterior . •
40
Em suma, suma , é preciso ver ver aqui urna eficacia exterior ex terior da força força plástica da alma sobre o corpo, o que pressupõe certas condi ções, como “urna hipersensibilidade do individuo e urna disposição especial do temperamento, temperamento, particularmente particul armente sensível sensível à força plástica e mais mai s apto à reprodução exterior”, sugere esse monge contemporâneo. Esse processo não exclui no entanto “a causalidade divina, em que Deus permanece livre para imprimir os estigmas por uma ação direta. Além disso, mesmo quando ele utiliza o processo psicofisiológico, sua ação continua normalmente necessária para levar a compaixão interior à mais alta intensidade necessária para que ela se expresse pelos sinais exteriores dos estigmas50”. Segundo o nosso cartuxo, nenhuma das experiências clínicas realizadas conseguiu se aproximar, nem de longe, a tal eficácia. Mas ele não pode excluir de sua análise anál ise o fato de que doentes hipersensíveis hipersensívei s e que tenham tenha m visões alucinantes possam viver uma forma de “estigmas” sem intervenção divina.
coração de pedra em coração de carne para amar todos os seres e depois depois um corpo corpo que deixa transparecer algo da luz espiritual, espiritu al, da vida e da alegri a. A prece nos nos faz reencontrar reencontra r o amor que qu e é a fonte, o caminho e a finalidade de toda vida humana. Para Jean-Yves Leloup, filósofo e monge ortodoxo, a prece, longe de “colocar entre parênteses o uso dos nossos sentidos”,, abre as portas ao pn ao pn eu m a; a; vale dizer que ela introduz “um influxo em cada um deles para que se tornem os órgãos do conhecimento de Deus”. Em outras palavras, a prece do coração espiritualiza nosso corpo desenvolvendo “sentidos espiritualizados”, que são “habitados, animados pelo Espírito de Deus”, para que o ser humano não seja o “túmulo da alm a lma”, a”, como dizia Platão, e sim o “templo do Espírito”, como revelou São Paul Pa ulo5 o511. Segundo Orígenes, Gregorio de Nysse e Simão o Novo Teólogo, trata-se sempre, a partir pa rtir dos nossos nossos sentidos físicos, de nos elevarmos elevarmos ao reino q ue está “além dos sentidos”. sentidos ”. Com Com a prece e os efeitos espirituais que a acompanham, “os sentidos sentidos não são destruídos, mas transfigu rados; eles passam a ser sentidos divinos que tornam o ser humano cada vez mais “capax de i ”. ”. Assim, cada vez mais, pela transformação da prece interior, poderemos adquirir sentidos divinizados tais como: a vista que pode se fixar nas realidades superiores aos corpos, de que fazem parte os querubins e os serafins; o ouvido que percebe
Para a intensa representação das pragas e das feridas do seu Salvador crucificado, [...] a alma sem dúvida se encontrava toda transformada num segundo crucifixo. Ora, a alma como forma e senhora do corpo, usando seu poder sobre este, imprimiu as dores das chagas com que ela fora ferida (em| lugares correspondentes aos [aqueles em quej seu Amante as havia sofrido. O amor é admirável para aguçar a imaginação, para que ela penetre até o exterior . •
40
Em suma, suma , é preciso ver ver aqui urna eficacia exterior ex terior da força força plástica da alma sobre o corpo, o que pressupõe certas condi ções, como “urna hipersensibilidade do individuo e urna disposição especial do temperamento, temperamento, particularmente particul armente sensível sensível à força plástica e mais mai s apto à reprodução exterior”, sugere esse monge contemporâneo. Esse processo não exclui no entanto “a causalidade divina, em que Deus permanece livre para imprimir os estigmas por uma ação direta. Além disso, mesmo quando ele utiliza o processo psicofisiológico, sua ação continua normalmente necessária para levar a compaixão interior à mais alta intensidade necessária para que ela se expresse pelos sinais exteriores dos estigmas50”. Segundo o nosso cartuxo, nenhuma das experiências clínicas realizadas conseguiu se aproximar, nem de longe, a tal eficácia. Mas ele não pode excluir de sua análise anál ise o fato de que doentes hipersensíveis hipersensívei s e que tenham tenha m visões alucinantes possam viver uma forma de “estigmas” sem intervenção divina. 7 - A TRANSFI TRANSFIGURA GURAÇÃO ÇÃO DE TODO TODO O SER SER
O maior efeito espiritual espir itual que causa a prece é a graça do Cristo que transfigura todo o nosso ser, transformando o nosso
Tais são os maravilhoso m aravilhososs efeitos espiritu es pirituais ais da prece para quem sabe orar com o coração, pois, “se a prece é a semente, o êxtase é a colheita da prece”, dizia Santo Isaque. “E, assim como os ceifeiros se admiram de verem que de um grão tãó pequeno provém uma colheita tão grande, fica-se espantado ao ver a colheita da prece”.
coração de pedra em coração de carne para amar todos os seres e depois depois um corpo corpo que deixa transparecer algo da luz espiritual, espiritu al, da vida e da alegri a. A prece nos nos faz reencontrar reencontra r o amor que qu e é a fonte, o caminho e a finalidade de toda vida humana. Para Jean-Yves Leloup, filósofo e monge ortodoxo, a prece, longe de “colocar entre parênteses o uso dos nossos sentidos”,, abre as portas ao pn ao pn eu m a; a; vale dizer que ela introduz “um influxo em cada um deles para que se tornem os órgãos do conhecimento de Deus”. Em outras palavras, a prece do coração espiritualiza nosso corpo desenvolvendo “sentidos espiritualizados”, que são “habitados, animados pelo Espírito de Deus”, para que o ser humano não seja o “túmulo da alm a lma”, a”, como dizia Platão, e sim o “templo do Espírito”, como revelou São Paul Pa ulo5 o511. Segundo Orígenes, Gregorio de Nysse e Simão o Novo Teólogo, trata-se sempre, a partir pa rtir dos nossos nossos sentidos físicos, de nos elevarmos elevarmos ao reino q ue está “além dos sentidos”. sentidos ”. Com Com a prece e os efeitos espirituais que a acompanham, “os sentidos sentidos não são destruídos, mas transfigu rados; eles passam a ser sentidos divinos que tornam o ser humano cada vez mais “capax de i ”. ”. Assim, cada vez mais, pela transformação da prece interior, poderemos adquirir sentidos divinizados tais como: a vista que pode se fixar nas realidades superiores aos corpos, de que fazem parte os querubins e os serafins; o ouvido que percebe sons cuja realidade não está no ar; o gosto para saborear o pão que desce do céu e dá vida ao mundo; igualmente ainda o olfato que sente os aromas de que fala Paulo, que se diz ser “para Deus a boa fragrancia do Cristo”, o tato graças ao qual João afirma ter tocado com suas mãos “o Logos de Vida”52.
A prcce , u nific and o m eu espír ito, l igame novamente ao Espírito único do universo. L arr y DOSSEX m é d i c o .
Não se pode mais duvidar, hoje em dia, dos efeitos concretos da prece, sobretudo no que diz respeito às numerosas curas obtidas por aqueles que oram por si mesmos ou pelo próximo. próximo. A ciê ncia nc ia m édica éd ica,, qu e regist reg istrou rou mu itos ito s casos de curas cur as espontâneas, não pode negar esses fatos, mesmo que ainda hesite em pôr o dedo na verdadeira causa: a prece. Entretanto, certos cientistas arriscaram-se a isso e ousam testemunhar os resultados de suas pesquisas. E o caso do Dr. Larry Dossey, especialista em medicina interna, co-presidente de uma comissão sobre medicina alternativa no National Institute of Health, próximo a Washington, e que é o autor de vários livros científicos, um dos dos quais qua is intitulad inti tuladoo Healing Words ou Palavras que Curam. Larry Dossey afirma que a espiritualidade já entra nas faculdades faculdade s de medicina e nos hospitais americanos. americanos . “No começo começo dos anos 90 só existiam três escolas de medicina, de 125 nos Estados Estados Unidos, que abordavam a dimensão espiritual espir itual em seus cursos. Hoje são mais de 90 escolas de medicina que apresentam nos seus cursos uma correlação entre a espiri
Tais são os maravilhoso m aravilhososs efeitos espiritu es pirituais ais da prece para quem sabe orar com o coração, pois, “se a prece é a semente, o êxtase é a colheita da prece”, dizia Santo Isaque. “E, assim como os ceifeiros se admiram de verem que de um grão tãó pequeno provém uma colheita tão grande, fica-se espantado ao ver a colheita da prece”.
A prcce , u nific and o m eu espír ito, l igame novamente ao Espírito único do universo. L arr y DOSSEX m é d i c o .
Não se pode mais duvidar, hoje em dia, dos efeitos concretos da prece, sobretudo no que diz respeito às numerosas curas obtidas por aqueles que oram por si mesmos ou pelo próximo. próximo. A ciê ncia nc ia m édica éd ica,, qu e regist reg istrou rou mu itos ito s casos de curas cur as espontâneas, não pode negar esses fatos, mesmo que ainda hesite em pôr o dedo na verdadeira causa: a prece. Entretanto, certos cientistas arriscaram-se a isso e ousam testemunhar os resultados de suas pesquisas. E o caso do Dr. Larry Dossey, especialista em medicina interna, co-presidente de uma comissão sobre medicina alternativa no National Institute of Health, próximo a Washington, e que é o autor de vários livros científicos, um dos dos quais qua is intitulad inti tuladoo Healing Words ou Palavras que Curam. Larry Dossey afirma que a espiritualidade já entra nas faculdades faculdade s de medicina e nos hospitais americanos. americanos . “No começo começo dos anos 90 só existiam três escolas de medicina, de 125 nos Estados Estados Unidos, que abordavam a dimensão espiritual espir itual em seus cursos. Hoje são mais de 90 escolas de medicina que apresentam nos seus cursos uma correlação entre a espiri tualidade e a saúde 1”, constata ele. Analogamente, Analogamen te, a prece prece é cada vez mais abordada nos nos cursos universitários. “Nas universidades americanas america nas desenvolvem-se
não menos de seis estudos do nível de doutorado a propósito dos efeitos da prece”, afirmou o Dr. Dossey numa entrevista Gm de Ressources. Ressources. Ora, esse fascínio dada à revista quebequense Gmde pelos efeitos benéficos da prece tem aumentado com o passar dos anos. Ensina-se atualmente aos estudantes estudantes de medicina que considerem experiencias espirituais de seus futuros pacientes. Em suas anotações do curso é estipulado que as pessoas pessoas que seguem uma religião ou qualque r outro empenho espiritual vivem mais tempo e, em média, saem melhor de acidentes ou de doenças graves. Estes dados suscitaram grande interesse na medicina, pois, como não deveríamos na qualidade de médicos informar nossos pac ient es sobre o qu e pode aju dá -lo s a vive rem mais tem po e gozarem de melhor saúde saúde 2 ?
O autor mandou a nalisa nal isarr em laboratorio os os efeitos efeitos da prece e esta se revelou, revelou, diz ele, “tão eficaz quanto os medicamentos”. medicamentos ”. Pela primeira vez na historia da humanidade, acrescentou ele, “temos “temos outra coisa além da fé para assegurarmos asseg urarmos nossa crença na prece: dispomos de dados concretos”. 1 - R eligar eligar - se ao se ao ESPÍRITO ESPÍRITO ÚNICO
O Dr. Dossey esperou quinze anos após ter constatado a cura de um paciente canceroso canceroso que não tinha recebido nenhum tratamento médico m édico além da prece dos dos seus entes queridos para se interessar pelos reais efeitos da prece na saúde. Em laboratório ele estudou as análises análise s de dois grupos de pacientes: um que orava e um outro que não o fazia, para observar as mudanças fisiológicas fisiológicas significativas no grupo que qu e orava. Hoje mais de 200 experiências médicas já foram efetuadas
Esses estudos descrevem a consciência humana como um fenômeno não localizado, isto é, num termo original para dizer “infinita”. Nosso espírito individual aí aparece como ligado a todos os outros espíritos, a despeito de sua distância \
Além disso ele constatou constatou que a prece era eficaz mesmo que fosse feita por um descrente, desde que “o indivíduo que ore tenha um a atitude atitu de de amor e de compaixão”, o amor tornandotornandose o denominador comum dos ateus e dos agnósticos tanto quanto dos crentes. Unificando meu espírito, a prece me liga novamente ao Espírito único do universo. Pois a consciência universal, não localizada, infinita no espaço e no tempo, onipresente, imortal, e suas conseqüências, conseqüências, são atributos atributos do Se r Divino. C ompartilham os estas qualidades com Ele.
Ora, a prece mostra-se eficaz sobretudo quando quan do é feita com o coração. 2 - E studos médicos sobre a sobre a prece
Um estudo médico foi efetuado em 1998 por um cardio logista, o Dr. Randolph Byrd, com 393 pacientes que sofriam de doenças coronárias num hospital geral de San Francisco. dtipla ceg a , o que quer Os pacientes estavam situados em dtipla q uer dizer que nem eles nem os médicos sabiam a que grupo eles pertenciam. Grupos de prece católicos ou protestantes, de cinco a sete pessoas reunidas em diferentes cidades dos Estados Unidos, dirigiam todos os dias suas preces a uma pessoa de quem conheciam o nome e a doença. Os pacientes de um
não menos de seis estudos do nível de doutorado a propósito dos efeitos da prece”, afirmou o Dr. Dossey numa entrevista Gm de Ressources. Ressources. Ora, esse fascínio dada à revista quebequense Gmde pelos efeitos benéficos da prece tem aumentado com o passar dos anos. Ensina-se atualmente aos estudantes estudantes de medicina que considerem experiencias espirituais de seus futuros pacientes. Em suas anotações do curso é estipulado que as pessoas pessoas que seguem uma religião ou qualque r outro empenho espiritual vivem mais tempo e, em média, saem melhor de acidentes ou de doenças graves. Estes dados suscitaram grande interesse na medicina, pois, como não deveríamos na qualidade de médicos informar nossos pac ient es sobre o qu e pode aju dá -lo s a vive rem mais tem po e gozarem de melhor saúde saúde 2 ?
O autor mandou a nalisa nal isarr em laboratorio os os efeitos efeitos da prece e esta se revelou, revelou, diz ele, “tão eficaz quanto os medicamentos”. medicamentos ”. Pela primeira vez na historia da humanidade, acrescentou ele, “temos “temos outra coisa além da fé para assegurarmos asseg urarmos nossa crença na prece: dispomos de dados concretos”. 1 - R eligar eligar - se ao se ao ESPÍRITO ESPÍRITO ÚNICO
O Dr. Dossey esperou quinze anos após ter constatado a cura de um paciente canceroso canceroso que não tinha recebido nenhum tratamento médico m édico além da prece dos dos seus entes queridos para se interessar pelos reais efeitos da prece na saúde. Em laboratório ele estudou as análises análise s de dois grupos de pacientes: um que orava e um outro que não o fazia, para observar as mudanças fisiológicas fisiológicas significativas no grupo que qu e orava. Hoje mais de 200 experiências médicas já foram efetuadas em seres humanos, humanos , anima an imais is e plantas pl antas —e mesmo em micróbios — as quais sugerem que a compaixão, o amor e as intenções de um indivíduo podem afetar um outro indivíduo ou um objeto, mesmo que se encontre a uma grande gra nde distância do primeiro. primeiro.
antibióticos do que o grupo de comparação e sofreu três vezes menos de edema pulmonar. Nenhum paciente precisou de intubação para facilitar facilit ar a respiração, ao passo que doze pacientes no grupo de comparação tiveram de sofrer uma. Num comunicado da Agência France-Presse France-Presse relatando um congresso congresso sobre sobre a medicina e a espiritualidade espiritua lidade que se desenvolveu desenvolveu em Roma em 1997 e que reuniu especialistas, eclesiásticos e leigos, os participantes afirmaram afirmara m que a crença em Deus Deus facilitava a cura. Além disso, disso, um estudo estudo publicado em Clearwater, na Flórida, que foi relatado no congresso da Sociedade Americana de Medicina Psicossomática, concluiu que “o fato de se orar por doentes de AIDS, mesmo que eles não soubessem, melhorou seu estado de saúde”. saúd e”. Outros Outros estudos se desenvolvem desenvolvem de maneira mane ira semelhante há uma dezena de anos. Assim, o Dr. Herbert Benson, da Harvard Medical School, lançou um estudo sobre os efeitos da prece de intercessão à distância, aplicada a mais de 700 pacientes afetados por doença cardíaca. Recentemente, escolas de medicina da Califórnia e de Boston introduziram o tema da cura espiritual nos programas dos seus cursos. 3 - D eus ou as ou as vitaminas ?
O filósofo Manly P Hall disse uma vez: “Há um tipo de pessoa para o qual Deus é confundido com vitaminas4”. Em outras palavras, assim como há pessoas que tomam vitaminas para estarem com melhor saúde, há outras que oram para viverem mais tempo e não ficarem doentes.
Esses estudos descrevem a consciência humana como um fenômeno não localizado, isto é, num termo original para dizer “infinita”. Nosso espírito individual aí aparece como ligado a todos os outros espíritos, a despeito de sua distância \
Além disso ele constatou constatou que a prece era eficaz mesmo que fosse feita por um descrente, desde que “o indivíduo que ore tenha um a atitude atitu de de amor e de compaixão”, o amor tornandotornandose o denominador comum dos ateus e dos agnósticos tanto quanto dos crentes. Unificando meu espírito, a prece me liga novamente ao Espírito único do universo. Pois a consciência universal, não localizada, infinita no espaço e no tempo, onipresente, imortal, e suas conseqüências, conseqüências, são atributos atributos do Se r Divino. C ompartilham os estas qualidades com Ele.
Ora, a prece mostra-se eficaz sobretudo quando quan do é feita com o coração. 2 - E studos médicos sobre a sobre a prece
Um estudo médico foi efetuado em 1998 por um cardio logista, o Dr. Randolph Byrd, com 393 pacientes que sofriam de doenças coronárias num hospital geral de San Francisco. dtipla ceg a , o que quer Os pacientes estavam situados em dtipla q uer dizer que nem eles nem os médicos sabiam a que grupo eles pertenciam. Grupos de prece católicos ou protestantes, de cinco a sete pessoas reunidas em diferentes cidades dos Estados Unidos, dirigiam todos os dias suas preces a uma pessoa de quem conheciam o nome e a doença. Os pacientes de um segundo grupo não tinham ninguém orando por por eles. eles. No final da experiência, dez meses mais tarde, o grupo que recebeu a ajuda da prece precisou de cinco vezes menos
Numa entrevista médica, o Dr. Michel Copti, neurologista em Montréal (Québec), afirmou que as fronteiras entre ciência e fé estão se abrindo cada vez mais e que qu e se pode consultar não menos do que 130 estudos científicos sobre os efeitos da prece. “A experiência prova que as pessoas que têm fé superam mais m ais facilmente as provações, os sofrimentos e as dificuldades. O médico que vê um doente orar pode então se regozijar”, disse ele. “Será que se chegará ao ponto de inserir nas receitas: ‘Ore três vezes ao dia’ d ia’ ?” —perguntou-se pergunto u-se ele com certo humor6 humo r6.. Médicos incluem cada vez mais a prece em sua prática cotidiana. O Dr. Dossey citou também o exemplo de uma cirurgiã que orava sem misturar fórmulas demais antes de entrar na sala de operação. Ela simplesmente erguia as mãos e dizia: “Meu Deus, aí estão VOSSAS mãos. Portanto, não vos indisponde a Vos servir delas7”! delas7”! Decerto Decerto o humor em nada prejudica a prece, desde que esta seja sincera e fervorosa. Não dizia Teresa d’Avila às vezes nas suas preces a Jesus: “Senhor, eu compreendo que tenhas tão poucos amigos, a julgar pela maneira como os tratas” —ao mesmo tempo que era trans portada em êxtases divinos? O Dr. Dossey citou também o testemunho de um médico internista, convencido das vantagens da prece para a cura dos seus pacientes, que havia decidido orar por cada um deles e informá-los disto. Como Como ele respeitava suas crenças, redigiu uma breve carta carta e pediu à recepcionista da clínica que qu e a desse a cada um dos seus seus pacientes. Ela dizia simplesmente o seguinte:
antibióticos do que o grupo de comparação e sofreu três vezes menos de edema pulmonar. Nenhum paciente precisou de intubação para facilitar facilit ar a respiração, ao passo que doze pacientes no grupo de comparação tiveram de sofrer uma. Num comunicado da Agência France-Presse France-Presse relatando um congresso congresso sobre sobre a medicina e a espiritualidade espiritua lidade que se desenvolveu desenvolveu em Roma em 1997 e que reuniu especialistas, eclesiásticos e leigos, os participantes afirmaram afirmara m que a crença em Deus Deus facilitava a cura. Além disso, disso, um estudo estudo publicado em Clearwater, na Flórida, que foi relatado no congresso da Sociedade Americana de Medicina Psicossomática, concluiu que “o fato de se orar por doentes de AIDS, mesmo que eles não soubessem, melhorou seu estado de saúde”. saúd e”. Outros Outros estudos se desenvolvem desenvolvem de maneira mane ira semelhante há uma dezena de anos. Assim, o Dr. Herbert Benson, da Harvard Medical School, lançou um estudo sobre os efeitos da prece de intercessão à distância, aplicada a mais de 700 pacientes afetados por doença cardíaca. Recentemente, escolas de medicina da Califórnia e de Boston introduziram o tema da cura espiritual nos programas dos seus cursos. 3 - D eus ou as ou as vitaminas ?
Numa entrevista médica, o Dr. Michel Copti, neurologista em Montréal (Québec), afirmou que as fronteiras entre ciência e fé estão se abrindo cada vez mais e que qu e se pode consultar não menos do que 130 estudos científicos sobre os efeitos da prece. “A experiência prova que as pessoas que têm fé superam mais m ais facilmente as provações, os sofrimentos e as dificuldades. O médico que vê um doente orar pode então se regozijar”, disse ele. “Será que se chegará ao ponto de inserir nas receitas: ‘Ore três vezes ao dia’ d ia’ ?” —perguntou-se pergunto u-se ele com certo humor6 humo r6.. Médicos incluem cada vez mais a prece em sua prática cotidiana. O Dr. Dossey citou também o exemplo de uma cirurgiã que orava sem misturar fórmulas demais antes de entrar na sala de operação. Ela simplesmente erguia as mãos e dizia: “Meu Deus, aí estão VOSSAS mãos. Portanto, não vos indisponde a Vos servir delas7”! delas7”! Decerto Decerto o humor em nada prejudica a prece, desde que esta seja sincera e fervorosa. Não dizia Teresa d’Avila às vezes nas suas preces a Jesus: “Senhor, eu compreendo que tenhas tão poucos amigos, a julgar pela maneira como os tratas” —ao mesmo tempo que era trans portada em êxtases divinos?
O filósofo Manly P Hall disse uma vez: “Há um tipo de pessoa para o qual Deus é confundido com vitaminas4”. Em outras palavras, assim como há pessoas que tomam vitaminas para estarem com melhor saúde, há outras que oram para viverem mais tempo e não ficarem doentes.
O Dr. Dossey citou também o testemunho de um médico internista, convencido das vantagens da prece para a cura dos seus pacientes, que havia decidido orar por cada um deles e informá-los disto. Como Como ele respeitava suas crenças, redigiu uma breve carta carta e pediu à recepcionista da clínica que qu e a desse a cada um dos seus seus pacientes. Ela dizia simplesmente o seguinte:
Se isso é tudo o que esperamos da prece, não é mais que o último remédio da nossa caixa de primeiros socorros. A prece é mais majestosa e nobre do que isso. E uma ponte para o absoluto. Se obtemos em primeiro lugar uma vida longa e com saúde, é uma graça suplementar que nos é concedida \
Eu reexaminei os dados recentes sobre a prece e creio que esta prát ica pode lhe ajud ar. Co mo seu méd ico escolh i ora r por você. No entanto, se você não quiser que eu o faça, assine este papel e o envie à recepção, para que eu não o inclua na lista das minhas prec es8.
No decorrer de anos nenhum paciente assinou esse papel. Todas essas pesqui pes quisas sas médicas méd icas provam que qu e a prece pode induzir um processo de cura. Como será que os cientistas explicam a maneira m aneira como a prece atua para produzir tais efeitos no organismo? organism o?
por elas, sugerindo sug erindo que qu e se poderia orar por um evento passado, como por por exemplo para corrigir um estado de saúde anterior a um teste médico. Após uma retirada de sangue, disse ele que sempre orava, que visualizava glóbulos sadios e resultados normais.
4 - E feito de “ correlação ”
“Há uma série de experiências re alizadas aliza das há cinco anos por por Helmut Schmidt, que sugerem que os eventos subatômicos passados podem ser modificados, desde que nenhuma consciênci consc iênciaa os tenha observado observ ado 11”, 11”, diz ele. el e.
Ao nivel físico, a prece produziria produz iria alterações quími quí micas cas no corpo corpo e no cérebro. cérebro. Entretanto, a produção de endorfinas endorfi nas não pode explicar por si só a ação da prece à distancia. distanc ia. Segundo Segund o o Dr. Dossey, o efeito da prece de intercessão não ocorre “aqui” e sim “lá ”. Ele situa a prece entre ent re os eventos eventos “não locais”, locai s”, como como a telepatia e a empatia, afirmando que a prece que é feita com o coração pode transcender o espaço e até o tempo9. O Dr. Dossey explicou esse fenômeno de não-localização pelo termo “ressonância” “ressonânc ia” ou “correlação”, que os físicos usam para indicar in dicar que um elétron muda ao mesmo tempo tempo que outro, outro, embora muito afastado dele, fenômeno que mostra que estas partículas subatômicas aparentemente aparentem ente não estão estão sujeitas às leis físicas da energia. A precc fun cio na do me smo mo do ; qu er a pessoa ore no seu quarto ou num outro extremo do mundo, não há nenhuma diferença, pois nenhum a forma clássica de energia energia entra em jogo. Também não se pode bloquear a prece, como se faria com uma radiação e letromag nética10. nética10.
5 - OS TRÊS NÍVEIS DA CURA Segundo o Dr. Dossey, três níveis de ação podem funcionar simultaneam simu ltaneamente ente para restaurar a saúde de uma um a pessoa doente. doente. O primeiro é o nivel mecanicista ou materialista , que é o da medicina tradicional, visando reparar o corpo físico por meio de medicamentos, de uma ciru rgia, de radiações etc. etc. O segundo nível é o da relação entre o corpo e o espírito, espírito, que é próprio da medicina psicossomática, bem como da nova disciplina denominada psico-neuro-imunológica, que se interessa pelo papel da atitude mental que temos temos e das emoções emoções que sentimos no processo de saúde. 0
O terceiro nível é o da medicina dita "não local ”, ”, que faz com que se possa intervir à distância na saúde de uma pessoa, principalmente pela prece. “Não são tanto o nosso nível de
No decorrer de anos nenhum paciente assinou esse papel. Todas essas pesqui pes quisas sas médicas méd icas provam que qu e a prece pode induzir um processo de cura. Como será que os cientistas explicam a maneira m aneira como a prece atua para produzir tais efeitos no organismo? organism o?
por elas, sugerindo sug erindo que qu e se poderia orar por um evento passado, como por por exemplo para corrigir um estado de saúde anterior a um teste médico. Após uma retirada de sangue, disse ele que sempre orava, que visualizava glóbulos sadios e resultados normais.
4 - E feito de “ correlação ”
“Há uma série de experiências re alizadas aliza das há cinco anos por por Helmut Schmidt, que sugerem que os eventos subatômicos passados podem ser modificados, desde que nenhuma consciênci consc iênciaa os tenha observado observ ado 11”, 11”, diz ele. el e.
Ao nivel físico, a prece produziria produz iria alterações quími quí micas cas no corpo corpo e no cérebro. cérebro. Entretanto, a produção de endorfinas endorfi nas não pode explicar por si só a ação da prece à distancia. distanc ia. Segundo Segund o o Dr. Dossey, o efeito da prece de intercessão não ocorre “aqui” e sim “lá ”. Ele situa a prece entre ent re os eventos eventos “não locais”, locai s”, como como a telepatia e a empatia, afirmando que a prece que é feita com o coração pode transcender o espaço e até o tempo9. O Dr. Dossey explicou esse fenômeno de não-localização pelo termo “ressonância” “ressonânc ia” ou “correlação”, que os físicos usam para indicar in dicar que um elétron muda ao mesmo tempo tempo que outro, outro, embora muito afastado dele, fenômeno que mostra que estas partículas subatômicas aparentemente aparentem ente não estão estão sujeitas às leis físicas da energia. A precc fun cio na do me smo mo do ; qu er a pessoa ore no seu quarto ou num outro extremo do mundo, não há nenhuma diferença, pois nenhum a forma clássica de energia energia entra em jogo. Também não se pode bloquear a prece, como se faria com uma radiação e letromag nética10. nética10.
A prece agiria agi ria assim como os eventos não localizados localizad os da física subatômica. O Dr. Dossey afirmou ainda que a prece pode mudar não somente o presente e o futuro, mas também o passado. Ele adiantou adi antou que certas pessoas teriam recebido os os efeitos benéficos da prece antes mesmo que se tivesse orado
Quando eu visito um paciente por conta de um problema cardíaco, por exemplo, primeiro eu lhe prescrevo um medica mento (nível 1), depois eu eu o previno de que esse medicamento é muito poderoso (não tome duas cápsulas!) e, rapidamente, eu envolvo sua mente (nivel 2) e, por fim, introvertido, vou orar por ele (nivel 3).
Aprece Apr ece sempre semp re cura? Nada nos nos pode pode garantir garant ir 100% 100% a cura. A pessoa pode ser fervorosa na prece e assim mesmo cair doente. Não se deve confundir Deus com vitaminas, como dissemos acima, nem se culpar por estar doente. Mesmo os sábios e os grandes místicos não podem se furtar à sua condição humana. Não diz um velho adágio que em todas as coisas “o homem propõe e Deus dispõe” dis põe”?? . 6 - A EXPERIÊNCIA MÍSTICA PASSADA NO SCANNER Qual é a relação entre a prece e o nosso nosso sistema imunológi i munológico? co? “Minha hipótese é que, levando uma vida espiritual, aproximamo-nos aproximamo- nos da nossa real essência. Temos um componente divino e, portanto, assim otimizamos nosso modo de funcio namento no plano biológico1 bio lógico133”, diz Mario Beaurega B eauregard, rd, neuropsicólogo que dirigiu uma pesquisa científica sobre a experiência mística. O pesquisador pesquis ador mediu medi u o estado extático extático que proporciona a prece entre carmelitas em estado de comunhão com Deus, a partir de um scanner sc anner e de outros aparelhos de pesquisa pesqui sa do cérebro. cérebro.
5 - OS TRÊS NÍVEIS DA CURA Segundo o Dr. Dossey, três níveis de ação podem funcionar simultaneam simu ltaneamente ente para restaurar a saúde de uma um a pessoa doente. doente. O primeiro é o nivel mecanicista ou materialista , que é o da medicina tradicional, visando reparar o corpo físico por meio de medicamentos, de uma ciru rgia, de radiações etc. etc. O segundo nível é o da relação entre o corpo e o espírito, espírito, que é próprio da medicina psicossomática, bem como da nova disciplina denominada psico-neuro-imunológica, que se interessa pelo papel da atitude mental que temos temos e das emoções emoções que sentimos no processo de saúde. 0
O terceiro nível é o da medicina dita "não local ”, ”, que faz com que se possa intervir à distância na saúde de uma pessoa, principalmente pela prece. “Não são tanto o nosso nível de colesterol ou a nossa nossa pressão arterial arteria l que qu e contam, mas antes o sentido senti do que qu e damos dam os à nossa vida 12”, afirmou afi rmou o Dr. Dossey. Dossey. Eis como ele utiliza, na sua prática médica, estes três níveis de cura com os seus doentes:
Cartas de N eurociéncia, Os resultados foram publicados em Cartas em 25 de setembro de 2006. Os pesquisadores do laboratorio de neuropsicologia da consciência e das emoções da Universidade de Montréal, no Québec, dirigidos por Mario Beauregard, procuraram identificar a zona específica do cérebro que é ativada quando uma pessoa pessoa vive uma experiência mística “Haviam “Havia m sido feitos feitos estudos neurológicos sobre a meditação e a prece, mas não sobre a experiência mística de comunhão com Deus16”, relatou este último. Com efeito, este tipo de pesquisa tornou-se muito popular nos Estados Unidos a partir dos anos 90. Um dos estudos mais conhecidos, feito com meditadores budistas, revelou que “em estado de meditação profunda o sistema límbico (sede das emoções) estava superativado, enquanto os lobos temporal e parietal direitos (sede da consciência do eu e dos limites do corpo) corpo) estavam inibidos. Deste estado decorreria o sentimento oceânico de fusão com o “todo”17. Mas outros outros trabalhos afirmaram que experiências místicas podiam ser induzidas por estimulações ou lesões nos lobos temporais. Os cientistas haviam então falado f alado num “módulo de Deus” para designarem as zonas neurológicas ligadas aos estados espirituais. Uma revista francesa de popularização científica tinha mesmo afirmado, na época, que “Deus habita
Quando eu visito um paciente por conta de um problema cardíaco, por exemplo, primeiro eu lhe prescrevo um medica mento (nível 1), depois eu eu o previno de que esse medicamento é muito poderoso (não tome duas cápsulas!) e, rapidamente, eu envolvo sua mente (nivel 2) e, por fim, introvertido, vou orar por ele (nivel 3).
Aprece Apr ece sempre semp re cura? Nada nos nos pode pode garantir garant ir 100% 100% a cura. A pessoa pode ser fervorosa na prece e assim mesmo cair doente. Não se deve confundir Deus com vitaminas, como dissemos acima, nem se culpar por estar doente. Mesmo os sábios e os grandes místicos não podem se furtar à sua condição humana. Não diz um velho adágio que em todas as coisas “o homem propõe e Deus dispõe” dis põe”?? . 6 - A EXPERIÊNCIA MÍSTICA PASSADA NO SCANNER Qual é a relação entre a prece e o nosso nosso sistema imunológi i munológico? co? “Minha hipótese é que, levando uma vida espiritual, aproximamo-nos aproximamo- nos da nossa real essência. Temos um componente divino e, portanto, assim otimizamos nosso modo de funcio namento no plano biológico1 bio lógico133”, diz Mario Beaurega B eauregard, rd, neuropsicólogo que dirigiu uma pesquisa científica sobre a experiência mística. O pesquisador pesquis ador mediu medi u o estado extático extático que proporciona a prece entre carmelitas em estado de comunhão com Deus, a partir de um scanner sc anner e de outros aparelhos de pesquisa pesqui sa do cérebro. cérebro. O estado de graça, de paz, de alegria profunda, e mesmo de pl en it ud e, se nt id o pe los re lig ios os qu an do ele s viv em um a experiencia mística, é admirável e bem real. A atividade, per feit am en te par ticu lar, qu e sobr evem nesse exato mo me nto no seu cerebro, é uma prova tangível disto14.
exclusivas das experiencias espirituais. Seguem-se então os resultados de suas pesquisas, que abrem novas portas sobre a experiencia experien cia mística e sua relação rela ção com o corpo corpo e o espirito. • O primeiro resultado confirma que não há região específica do cérebro, cérebro , denominada “módulo de Deus”, que seja mais especificamente especificamente ativada durante uma experiência mística. Este resultado lança alguma luz sobre esse estado de consciência, pois dados anteriores, como mencionamos acima, sugeriam que urna zona bem definida do cérebro cérebro,, denominada “módulo de Deus”, era responsável pelas experiências místicas. Com efeito, uma hipótese formulada na Universidade da California, em San Diego, há uns dez anos, situava a experiência mística no lobo temporal. Ela se apoiava no fato de que varios pacientes acometidos de epilepsia no lobo lobo temporal descreveram estados que se assemelhavam à experiência mística. O Dr. Beauregard observou que, ao contrário dos meditadores budistas, nenhuma inibição especial fora notada na experiência dos religiosos a quem se pedira que revivessem ou relembrassem sua mais intensa experiência contemplativa. “Eu tive tive de proceder proceder assim, porque as carmelitas me disseram que tal estado depende da graça de Deus” Deu s” e que não se se podia “comandar a Deus”, explicou ele. Entre as carmelitas, a experiencia de união com Deus não está associada associada unicamente ao lobo temporal; a experiência é sustentada por várias
Cartas de N eurociéncia, Os resultados foram publicados em Cartas em 25 de setembro de 2006. Os pesquisadores do laboratorio de neuropsicologia da consciência e das emoções da Universidade de Montréal, no Québec, dirigidos por Mario Beauregard, procuraram identificar a zona específica do cérebro que é ativada quando uma pessoa pessoa vive uma experiência mística “Haviam “Havia m sido feitos feitos estudos neurológicos sobre a meditação e a prece, mas não sobre a experiência mística de comunhão com Deus16”, relatou este último. Com efeito, este tipo de pesquisa tornou-se muito popular nos Estados Unidos a partir dos anos 90. Um dos estudos mais conhecidos, feito com meditadores budistas, revelou que “em estado de meditação profunda o sistema límbico (sede das emoções) estava superativado, enquanto os lobos temporal e parietal direitos (sede da consciência do eu e dos limites do corpo) corpo) estavam inibidos. Deste estado decorreria o sentimento oceânico de fusão com o “todo”17. Mas outros outros trabalhos afirmaram que experiências místicas podiam ser induzidas por estimulações ou lesões nos lobos temporais. Os cientistas haviam então falado f alado num “módulo de Deus” para designarem as zonas neurológicas ligadas aos estados espirituais. Uma revista francesa de popularização científica tinha mesmo afirmado, na época, que “Deus habita o cérebro direito”. Os trabalhos do Dr. Beauregard contradizem essas deduções precipitadas, mostrando que as zonas neurais ativadas durante o estado místico são diversas e não são
normalmente ligadas a outras funções, como as emoções profundas, a consciência do eu e a imagem corporal. Pelo menos uma dúzia de regiões que abrangem as principais zonas do cérebro são ativadas por ocasião da experiência mística. Essas diferentes zonas do cérebro estão “ligadas à sensação física e psicológica de bem-estar, à percepção do seu próprio corpo e ao sentimento de ser uma pessoa distinta, de ter sua própria identidade. Isto corresponde aos sentimentos de alegria, de desencarnação, e está baseado num ser superior super ior a que os místicos míst icos se referem 19”. Assim, Assim , a ima imager geria ia cerebral mostrou uma ativação ativaç ão mais importante em diferentes regiões regiões durante a experiência mística. Várias Vária s dessas regiões, como o lobo órbito-frontal direito, o córtex insular e o córtex cingular anterior, estão ligadas ao sistema límbico. “Uma atividade mais intensa também foi observada no córtex pré-frontal esquerdo, no lobo parietal inferior esquerdo, no núcleo caudal (núcleo central), centra l), bem como como no córtex visual, para citarmos apenas estes 20”, diz Daniel Baril. Este pesquisador descreve o possível papel cumprido por cada um desses centros na experiência espiritual: As regiõe s cere brais desig nada s diz em respe ito à c onsc iênc ia do eu e aos aspectos fisiológicos e expcrienciais das emoções a uma
exclusivas das experiencias espirituais. Seguem-se então os resultados de suas pesquisas, que abrem novas portas sobre a experiencia experien cia mística e sua relação rela ção com o corpo corpo e o espirito. • O primeiro resultado confirma que não há região específica do cérebro, cérebro , denominada “módulo de Deus”, que seja mais especificamente especificamente ativada durante uma experiência mística. Este resultado lança alguma luz sobre esse estado de consciência, pois dados anteriores, como mencionamos acima, sugeriam que urna zona bem definida do cérebro cérebro,, denominada “módulo de Deus”, era responsável pelas experiências místicas. Com efeito, uma hipótese formulada na Universidade da California, em San Diego, há uns dez anos, situava a experiência mística no lobo temporal. Ela se apoiava no fato de que varios pacientes acometidos de epilepsia no lobo lobo temporal descreveram estados que se assemelhavam à experiência mística. O Dr. Beauregard observou que, ao contrário dos meditadores budistas, nenhuma inibição especial fora notada na experiência dos religiosos a quem se pedira que revivessem ou relembrassem sua mais intensa experiência contemplativa. “Eu tive tive de proceder proceder assim, porque as carmelitas me disseram que tal estado depende da graça de Deus” Deu s” e que não se se podia “comandar a Deus”, explicou ele. Entre as carmelitas, a experiencia de união com Deus não está associada associada unicamente ao lobo temporal; a experiência é sustentada por várias regiões e vários sistemas cerebrais e tais centros não são específicos específicos da espiritualidade. Não existe “módulo de Deus” no cérebro 18.
O segundo resultado foi que os sujeitos mostram uma cerca de uma dúzia, que estão ativação de várias várias zonas cerebrais, cerebrais, cerca
As c arm elit as re lata vam que havi am se sentido absor vida s em a lgo maior do que cías, que haviam tido a experiência de uma alegria pro fun da e qu e tinh am sen tido a prese nça e o am or infi nito e incondicional de Deus, num sentimento de plenitude e de paz.
Mario Beauregard lembra um detalhe interessante, a saber, que a região do cérebro implicada na consciencia de sua própria identidade identi dade é pouco pouco desenvolvida nos bebes: bebes: Ora, urna etapa importante do desenvolvimento dos bebés é o mom ento em que eles tomam consciencia de que são uma pessoa pessoa distinta das outras pessoas, de que têm emoções diferentes das outras. Freud propunha que a experiência mística era um sentimento oceânico; uma regressão ao estado infantil. Mas eu não concordo com esta interpre tação22. tação22.
O Dr. Beauregard adianta que essa mesma região do cérebro pouco ativada nos bebês bebês estaria impli i mplicada cada no sentimento de se fundir num ser superior. Na imageria das zonas ativadas, o núcleo caudal e o córtex insular eram associados aos sentimentos de alegria e de amor, ou seja, das emoções que eram sentidas de maneira intensa nas situações revividas pelas carmelitas. • As ondas suscitadas suscitad as no cérebro quando quan do de uma união mística com Deus são diferentes do estado de repouso e de vigília. Quando as carmelitas se lembravam de uma experiência
normalmente ligadas a outras funções, como as emoções profundas, a consciência do eu e a imagem corporal. Pelo menos uma dúzia de regiões que abrangem as principais zonas do cérebro são ativadas por ocasião da experiência mística. Essas diferentes zonas do cérebro estão “ligadas à sensação física e psicológica de bem-estar, à percepção do seu próprio corpo e ao sentimento de ser uma pessoa distinta, de ter sua própria identidade. Isto corresponde aos sentimentos de alegria, de desencarnação, e está baseado num ser superior super ior a que os místicos míst icos se referem 19”. Assim, Assim , a ima imager geria ia cerebral mostrou uma ativação ativaç ão mais importante em diferentes regiões regiões durante a experiência mística. Várias Vária s dessas regiões, como o lobo órbito-frontal direito, o córtex insular e o córtex cingular anterior, estão ligadas ao sistema límbico. “Uma atividade mais intensa também foi observada no córtex pré-frontal esquerdo, no lobo parietal inferior esquerdo, no núcleo caudal (núcleo central), centra l), bem como como no córtex visual, para citarmos apenas estes 20”, diz Daniel Baril. Este pesquisador descreve o possível papel cumprido por cada um desses centros na experiência espiritual: As regiõe s cere brais desig nada s diz em respe ito à c onsc iênc ia do eu e aos aspectos fisiológicos e expcrienciais das emoções a uma alteração do senso espacial, espacial, bem como a imageria mental de tipo vi su al 21. 21.
• O terceiro resultado resultad o é a confirmação de um estado de alegria profunda, d e amo r infinito, infinito, d e plenitude e de paz profunda. profunda.
Ora, essas ondas só surgem habitualmente no sono profundo e mesmo no estado de coma. No entanto, as carmelitas estavam completamente despertas. “Isto prova que as religiosas não simulavam seu estado24”, sublinha Mario Beauregard, pois essas ondas não predominam no estado desperto e quando uma pessoa faz alguma tarefa. “Aí trata-se talvez da mudança da atividade cerebral que permite comungar com com uma realidade realid ade espiritual independente do ser ser humano2 humano 25”, 5”, adianta um pesquisador pesquis ador que confirma confirm a que ocorre algo mais importante ao nível do cérebro, que corresponde ao que as religiosas rel igiosas relatam no plano subjetivo. subjetivo. E “quando há mais atividade ao nível das faixas de frequência lenta, elas conseguem alcançar alcan çar estados mais profundos profundos no plano de um estado de união com Deus26”. Qual é o elo entre o cérebro e a alm a? Os estudos estudos parecem confirmar que “as pessoas que oram constatam melhoras ao nível do sistema imunológico e do sistema endocrino e isto contribui para alongar a esperança de vida, diz Mario Beauregard. A hipótese que é feita é de que, ao orar, a pessoa se aproxima da sua real essência. Temos um componente divino e, portanto, otimizamos nosso modo de funcionamento no plano biológico27”. O pesquisador se interessou pela mística decorrente das experiências espirituais que teria tido na sua infância, salientando no entanto que ele não é propriamente religioso. Todavia, elas o convenceram de que q ue “nosso “nosso pequeno eu faz parte de um todo muito maior28”.
As c arm elit as re lata vam que havi am se sentido absor vida s em a lgo maior do que cías, que haviam tido a experiência de uma alegria pro fun da e qu e tinh am sen tido a prese nça e o am or infi nito e incondicional de Deus, num sentimento de plenitude e de paz.
Mario Beauregard lembra um detalhe interessante, a saber, que a região do cérebro implicada na consciencia de sua própria identidade identi dade é pouco pouco desenvolvida nos bebes: bebes: Ora, urna etapa importante do desenvolvimento dos bebés é o mom ento em que eles tomam consciencia de que são uma pessoa pessoa distinta das outras pessoas, de que têm emoções diferentes das outras. Freud propunha que a experiência mística era um sentimento oceânico; uma regressão ao estado infantil. Mas eu não concordo com esta interpre tação22. tação22.
O Dr. Beauregard adianta que essa mesma região do cérebro pouco ativada nos bebês bebês estaria impli i mplicada cada no sentimento de se fundir num ser superior. Na imageria das zonas ativadas, o núcleo caudal e o córtex insular eram associados aos sentimentos de alegria e de amor, ou seja, das emoções que eram sentidas de maneira intensa nas situações revividas pelas carmelitas. • As ondas suscitadas suscitad as no cérebro quando quan do de uma união mística com Deus são diferentes do estado de repouso e de vigília. Quando as carmelitas se lembravam de uma experiência mística e a reviviam, “a atividade elétrica do seu cérebro, tal como medida pela eletroencefalografia (EEG), apresentava abundantes ondas lentas do tipo teta, teta, tais como aparecem quando das meditações de tradições budistas c zen, mas também ondas delta de de uma frequência ainda mais baixa23”.
físicas mais conhecidas na Terra. Isto nada tem de surpre endente, visto que a prece remonta ao absoluto, dimensão que transcende a racionalidade da mente humana. Sabe-se que a prece da resultados, mas que isto não acontece automa ticamente toda vez vez que alguém reza. Para Thich Nhat Hanh, monge budista zen, “orar não é tão-somente a expressão de um desejo; toda prece assenta numa prática de plenitude da consciencia e de concentração 29 Segundo este monge, que estudou a tradição budista zen no Vietnã, Vietnã , a eficácia e ficácia da prece depende dep ende da nossa resposta a cinco questões fundamentais, sobre as quais devemos meditar. O prin cípio da energia A resposta a uma primeira prim eira questão q uestão -po rq u e a prece age age em em certos momen tos e não em outros? - é - é que a prece atua sobre o princípio da energia. Para que essa energia passe, é preciso que todas as partes estejam interconectadas. Por exemplo, quando queremos usar o telefone, precisamos de fios e da corrente elétrica que percorre esses fios de um ponto a outro. A pr ec e fu n ci on a do m es m o m od o. Se no ssa pr ec e nã o é transmitida pela energia da fé, da compaixão e do amor, isto é como se tentássemos telefonar com um aparelho sem eletricidade nos seus fios. fios. Orar, então, não dará nenhum resultado 30 30.
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Ora, essas ondas só surgem habitualmente no sono profundo e mesmo no estado de coma. No entanto, as carmelitas estavam completamente despertas. “Isto prova que as religiosas não simulavam seu estado24”, sublinha Mario Beauregard, pois essas ondas não predominam no estado desperto e quando uma pessoa faz alguma tarefa. “Aí trata-se talvez da mudança da atividade cerebral que permite comungar com com uma realidade realid ade espiritual independente do ser ser humano2 humano 25”, 5”, adianta um pesquisador pesquis ador que confirma confirm a que ocorre algo mais importante ao nível do cérebro, que corresponde ao que as religiosas rel igiosas relatam no plano subjetivo. subjetivo. E “quando há mais atividade ao nível das faixas de frequência lenta, elas conseguem alcançar alcan çar estados mais profundos profundos no plano de um estado de união com Deus26”. Qual é o elo entre o cérebro e a alm a? Os estudos estudos parecem confirmar que “as pessoas que oram constatam melhoras ao nível do sistema imunológico e do sistema endocrino e isto contribui para alongar a esperança de vida, diz Mario Beauregard. A hipótese que é feita é de que, ao orar, a pessoa se aproxima da sua real essência. Temos um componente divino e, portanto, otimizamos nosso modo de funcionamento no plano biológico27”. O pesquisador se interessou pela mística decorrente das experiências espirituais que teria tido na sua infância, salientando no entanto que ele não é propriamente religioso. Todavia, elas o convenceram de que q ue “nosso “nosso pequeno eu faz parte de um todo muito maior28”. 7 - P or que or que a a prece prece atua atua em em certos momentos e não em OUTROS ?
À despeito de todos todos os os esforços esforços para compreender a prece, o mistério persiste totalmente, uma vez que ela foge às leis
Cristianismo Cristian ismo é o equivalente equivalen te ao que é chamado de lei do carma no Budismo, que q ue é a lei de causa e efeito nos nos eventos da nossa vida. Por conseguinte, conseguin te, se esta lei é imutável, imu tável, por que orar? No budismo aprendemos que, como tudo é impermanente, tudo está então sujeito a mudança. Hoje estamos com saúde, amanhã estaremos doentes, conforme nossas escolhas na vida. Mas se introduzimos uma nova energia, uma nova impulsão, uma nova fé em nós, somos capazes de abrir uma nova etapa na vida do nosso corpo e da nossa mente 31.
Unificando nosso corpo e nossa mente pela prece e nos ligando ligand o pelo amor a uma pessoa amada am ada,, tal como a nossa nossa avó, a nossa irmã mais velha ou o nosso irmão mais novo (mas também a um santo, um guia espiritual, um avatar, um bodisatva, um iogue, um místico do presente ou do passado), produzimos uma um a nova fonte fonte de energia. energia . Ora, essa energia abre instantaneamente o nosso coração. Quando o néctar da compaixão está presente e é estabelecida a comunicação entre a pessoa que ora e aquela por quem ela ora, então a distância não quer dizer mais nada. O tempo e o espaço não são mais obstáculos.
Isto significa que nossa existência não está separada de Deus, que a vontade de Deus é também a nossa. “Se queremos mudar, Deus não nos nos vai impedir”, imped ir”, acrescenta Thich Nhat Hanh. Se o nosso nosso coração deseja realmente uma mudança mudanç a na nossa vida, Deus, Buda, Jeová ou Krishna - pouco pouco importa em quem
físicas mais conhecidas na Terra. Isto nada tem de surpre endente, visto que a prece remonta ao absoluto, dimensão que transcende a racionalidade da mente humana. Sabe-se que a prece da resultados, mas que isto não acontece automa ticamente toda vez vez que alguém reza. Para Thich Nhat Hanh, monge budista zen, “orar não é tão-somente a expressão de um desejo; toda prece assenta numa prática de plenitude da consciencia e de concentração 29 Segundo este monge, que estudou a tradição budista zen no Vietnã, Vietnã , a eficácia e ficácia da prece depende dep ende da nossa resposta a cinco questões fundamentais, sobre as quais devemos meditar. O prin cípio da energia A resposta a uma primeira prim eira questão q uestão -po rq u e a prece age age em em certos momen tos e não em outros? - é - é que a prece atua sobre o princípio da energia. Para que essa energia passe, é preciso que todas as partes estejam interconectadas. Por exemplo, quando queremos usar o telefone, precisamos de fios e da corrente elétrica que percorre esses fios de um ponto a outro. A pr ec e fu n ci on a do m es m o m od o. Se no ssa pr ec e nã o é transmitida pela energia da fé, da compaixão e do amor, isto é como se tentássemos telefonar com um aparelho sem eletricidade nos seus fios. fios. Orar, então, não dará nenhum resultado 30 30.
M ud ar d e f o n t e d e e n e rg ia Mas logo surge uma segunda questão: Se Deus ou qu alquer outro pod er exterior reg e a nossa nossa vida, vida, então, por q ue orar? Para os budistas, esta questão remonta ao princípio do carma. Aquilo que é chamado de a “vontade de Deus” no
Do ponto de vista etimológico, o “criador” é aquele que tem o poder de criar e, a “criatu ra”, é a realização realiza ção daquilo da quilo que q ue ele criou. Como eles estão ligados entre si, podemos designálos também como sujeito e objeto. Do ponto ponto de vista espiritual, espirit ual, o sujeito que cria cri a é Deus; o objeto objeto criado é o universo universo em que vivemos. vivemos. O que significa que “há uma relação muito estreita entre o sujeito e o objeto, bem como uma relação entre a esquerda e a direita, a noite e o dia, a saciedade e a fome; assim como no efeito de “reflexo no espelho”, o observador e o observado estão muito próximos. Quando o ângulo do primeiro muda, o ângulo do seu reflexo muda imediatamente32”, explica Thich Nhat Hanh. Hanh . Como dissemos antes, aquilo que é chamado de “vontade de Deus” está estreitamente ligado à nossa própria vontade. “Por isto as conseqüências cármicas de nossas ações passadas podem ser modificadas”, diz ele. A q u a lid li d a d e d a en er g ia d o a m o r Pouco a pouco emerge uma quarta questão: Se a prec e não dá resultados resultados tangíveis, será isto isto devido a uma falta de f é ou d e amor? Na Bíblia, como diz Mateus (Mt 17,20), pode-se ler que aquele que tem fé pode deslocar montanhas. Cabe então nos perguntarmos se nossa fé em Deus é deficiente ou forte e até que ponto. Ora, o ponto que torna a fé “forte com toda força”
Cristianismo Cristian ismo é o equivalente equivalen te ao que é chamado de lei do carma no Budismo, que q ue é a lei de causa e efeito nos nos eventos da nossa vida. Por conseguinte, conseguin te, se esta lei é imutável, imu tável, por que orar? No budismo aprendemos que, como tudo é impermanente, tudo está então sujeito a mudança. Hoje estamos com saúde, amanhã estaremos doentes, conforme nossas escolhas na vida. Mas se introduzimos uma nova energia, uma nova impulsão, uma nova fé em nós, somos capazes de abrir uma nova etapa na vida do nosso corpo e da nossa mente 31.
Unificando nosso corpo e nossa mente pela prece e nos ligando ligand o pelo amor a uma pessoa amada am ada,, tal como a nossa nossa avó, a nossa irmã mais velha ou o nosso irmão mais novo (mas também a um santo, um guia espiritual, um avatar, um bodisatva, um iogue, um místico do presente ou do passado), produzimos uma um a nova fonte fonte de energia. energia . Ora, essa energia abre instantaneamente o nosso coração. Quando o néctar da compaixão está presente e é estabelecida a comunicação entre a pessoa que ora e aquela por quem ela ora, então a distância não quer dizer mais nada. O tempo e o espaço não são mais obstáculos.
Isto significa que nossa existência não está separada de Deus, que a vontade de Deus é também a nossa. “Se queremos mudar, Deus não nos nos vai impedir”, imped ir”, acrescenta Thich Nhat Hanh. Se o nosso nosso coração deseja realmente uma mudança mudanç a na nossa vida, Deus, Buda, Jeová ou Krishna - pouco pouco importa em quem acreditamos no plano espiritual espirit ual —só —só pode pode se regozijar re gozijar conosco conosco por essa essa mudança. muda nça. A re la çã o e n tr e d oi s pó lo s A terceira questão que stão a ser colocada é: Qua é: Quall é a relaç rel ação ão e nt re o criador e a criatura?
prece nã o dá ne nhu m result ado. Se o ramo s po r uma pessoa am ada, que por exemplo está agonizando, como pode alguém dizer que não oramos com todo o nosso amor? Com certeza o fazemos. Todavia, se examinamos o que chamamo s de “amo r”, não se trata de amor pelo outro. Trata-se antes de amor por nós mesmos, po rqu e esta mos com recei o de fica rmo s soz inh os ao per der mo s alguém querido 33.
Pois, se confundimos o amor com nosso medo da solidão, então será qiie se trata realmente do amor que sentimos por outrem ou apenas de um desejo a satisfazer? Decerto podemos desejar que essa pessoa viva, a fim de que não mais fiquemos sozinhos. Trata-se de amor, mas de amor a nós mesmos. Mesmo que oremos com todo o nosso coração, pode acontecer que nossa prece não salve a vida do nosso amigo, mas ela poderá mudar algo em nós mesmos ,4.
A en er g ia da p le n it u d e da co n sc iê n c ia A última questão transcende transcende todas todas as demais: Ouem éapessoa a quem oro? Quem é Alá? Quem é Deus? Quem é Buda? Quem é o bodisatva Avalokiteshvara? Quem é a Virgem Maria? Esta questão fundamental corre o risco de levantar mais questões do que respostas. Onde está a linha li nha de demarca de marcação ção entre o eu e os outros? Para os budistas, esta é a questão mais importante. Se pudermos responder esta questão, não teremos nenhuma dificuldade para
Do ponto de vista etimológico, o “criador” é aquele que tem o poder de criar e, a “criatu ra”, é a realização realiza ção daquilo da quilo que q ue ele criou. Como eles estão ligados entre si, podemos designálos também como sujeito e objeto. Do ponto ponto de vista espiritual, espirit ual, o sujeito que cria cri a é Deus; o objeto objeto criado é o universo universo em que vivemos. vivemos. O que significa que “há uma relação muito estreita entre o sujeito e o objeto, bem como uma relação entre a esquerda e a direita, a noite e o dia, a saciedade e a fome; assim como no efeito de “reflexo no espelho”, o observador e o observado estão muito próximos. Quando o ângulo do primeiro muda, o ângulo do seu reflexo muda imediatamente32”, explica Thich Nhat Hanh. Hanh . Como dissemos antes, aquilo que é chamado de “vontade de Deus” está estreitamente ligado à nossa própria vontade. “Por isto as conseqüências cármicas de nossas ações passadas podem ser modificadas”, diz ele. A q u a lid li d a d e d a en er g ia d o a m o r Pouco a pouco emerge uma quarta questão: Se a prec e não dá resultados resultados tangíveis, será isto isto devido a uma falta de f é ou d e amor? Na Bíblia, como diz Mateus (Mt 17,20), pode-se ler que aquele que tem fé pode deslocar montanhas. Cabe então nos perguntarmos se nossa fé em Deus é deficiente ou forte e até que ponto. Ora, o ponto que torna a fé “forte com toda força” é nossa qualidade de amor para com aquilo por que ou aquele por quem oramos. Com frcqucncia estamos convictos de termos orado com todo o nosso coração, com todas as células do nosso corpo, com cada gota do sangue que corre nas nossas veias e, no entanto, nossa
Se acreditamos que o Buda é uma realidade à parte de nós, então nossa relação não é real, porque está baseada numa falsa percepção, na percepção de um eu separado de Deus: Urna prece baseada na percepção de que Buda tem urna existencia à parte da minha e de que minha existencia é separada da de Buda (ou Deus), só pode levar à superstição 36.
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Porque, Porque, quando quand o oramos diante de uma imagem de Buda, de um santo ou da Virgem Maria, essa imagem, seja ela feita de bronze, de cimento, de jade ou de diamante, é apenas um símbolo. Devemos visualizar nossa união com Deus, Buda ou Alá, no interior int erior do nosso coração. coração. Assim, Deus não é uma realidade realid ade à parte de nós. “Sois no Buda e o Buda é em vós”. Isto é verdadeiro também para os cristãos, para as outras religiões e para todos os místicos. “E, em resposta à quinta questão, quando oramos no budismo o fazemos ao mesmo tempo nós mesmos e o que está fora de nós; não há diferença entre os dois”, revela Thich Nhat Hanh. Ha nh. A prát ica da prece nos rev elar á q ue temos a me sma subst ância de amor, de consciência e de conh ecimen to de todos os grandes seres. seres. Deus e nós somos feitos da mesma substância. Entre Deus e nós não há nem discriminação nem separação
Como orar para ser atendido? A ene rgia da ple nit ude da cons ciênc ia é u ma ener gia verd ade ira.
prece nã o dá ne nhu m result ado. Se o ramo s po r uma pessoa am ada, que por exemplo está agonizando, como pode alguém dizer que não oramos com todo o nosso amor? Com certeza o fazemos. Todavia, se examinamos o que chamamo s de “amo r”, não se trata de amor pelo outro. Trata-se antes de amor por nós mesmos, po rqu e esta mos com recei o de fica rmo s soz inh os ao per der mo s alguém querido 33.
Pois, se confundimos o amor com nosso medo da solidão, então será qiie se trata realmente do amor que sentimos por outrem ou apenas de um desejo a satisfazer? Decerto podemos desejar que essa pessoa viva, a fim de que não mais fiquemos sozinhos. Trata-se de amor, mas de amor a nós mesmos. Mesmo que oremos com todo o nosso coração, pode acontecer que nossa prece não salve a vida do nosso amigo, mas ela poderá mudar algo em nós mesmos ,4.
A en er g ia da p le n it u d e da co n sc iê n c ia A última questão transcende transcende todas todas as demais: Ouem éapessoa a quem oro? Quem é Alá? Quem é Deus? Quem é Buda? Quem é o bodisatva Avalokiteshvara? Quem é a Virgem Maria? Esta questão fundamental corre o risco de levantar mais questões do que respostas. Onde está a linha li nha de demarca de marcação ção entre o eu e os outros? Para os budistas, esta é a questão mais importante. Se pudermos responder esta questão, não teremos nenhuma dificuldade para responder as outras quatro precedentes. Na tradição budista, toda ve z que jun tam os as pa lma s da s n ossas mãos dia nte do o bje to da nossa veneração, devemos olhar profundamente em nós para sabermos quem nós somos e quem é a pessoa sentada à nossa frente e diante da qual vamos nos inclinar. E, acima de tudo, devemos saber qual é a relação entre nós dois, dois, entre o eu e o Buda, por ex em pl o35. o35.
8 - SÓ O AMOR AMOR PODE PODE CURAR CURAR
Não há prece perfeita, que garanta que nossos pedidos sejam sempre atendidos. “Que forma de prece devo adotar?”, perguntaram a Deborah Rose, Rose, antiga presidente de Spindrift Inc., um organismo de pesquisa que estuda a prece há mais de vinte anos. Ela respondeu: responde u: Prece católica, católica, protestante, protestante, judaica, muda? Deveria eu pedir algo preciso ou apen as me esfo rça r p ara ma nte r a men te ab ert a? [. ..] É como se me fosse perguntado: Que instrumento deveria eu aprender a tocar? Violino? Harpa? Piano? Isto depende da vossa per son alid ade , do vosso estilo de vid a, dos vossos ant ecede ntes, dos vossos talentos. A quem vos dirigiréis? E importante escolherdes um estilo de prece com o qual vos sintais à vontade. Também preciso não perdermos de vista que nossa maneira de orar pode muda r com o tempo. Não se ora ante a morte como na igreja igreja aos domingos domingos ou antes das refeições... [...] O que conta é a qualidade e a harmonia da música e não o instrumento que a pr od uz 39.
As pesquisas pes quisas médicas sobre a prece nos ensinam ensin am que não só a prece é eficaz quando feita em condições ótimas, como também há várias maneiras de orar. Com efeito, os diferentes métodos, ensinados por diversas tradições místicas, têm sido eficazes; eficazes ; quer qu er se peça algo preciso, como o reforço reforço do sistema imunológico, ou que se digam fórmulas mais gerais, como “seja “seja feita a vossa vontade” ou “que ocorra o melhor”, quer se ore em voz alta ou em silêncio, distante do objeto da prece ou à sua cabeceira. “Todos esses sistemas produziram resultados
Se acreditamos que o Buda é uma realidade à parte de nós, então nossa relação não é real, porque está baseada numa falsa percepção, na percepção de um eu separado de Deus: Urna prece baseada na percepção de que Buda tem urna existencia à parte da minha e de que minha existencia é separada da de Buda (ou Deus), só pode levar à superstição 36.
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Porque, Porque, quando quand o oramos diante de uma imagem de Buda, de um santo ou da Virgem Maria, essa imagem, seja ela feita de bronze, de cimento, de jade ou de diamante, é apenas um símbolo. Devemos visualizar nossa união com Deus, Buda ou Alá, no interior int erior do nosso coração. coração. Assim, Deus não é uma realidade realid ade à parte de nós. “Sois no Buda e o Buda é em vós”. Isto é verdadeiro também para os cristãos, para as outras religiões e para todos os místicos. “E, em resposta à quinta questão, quando oramos no budismo o fazemos ao mesmo tempo nós mesmos e o que está fora de nós; não há diferença entre os dois”, revela Thich Nhat Hanh. Ha nh. A prát ica da prece nos rev elar á q ue temos a me sma subst ância de amor, de consciência e de conh ecimen to de todos os grandes seres. seres. Deus e nós somos feitos da mesma substância. Entre Deus e nós não há nem discriminação nem separação
Como orar para ser atendido? A ene rgia da ple nit ude da cons ciênc ia é u ma ener gia verd ade ira. Onde esta energia é aplicada se produz uma mudança. Por exemplo, a energia do Sol pode muda r a vida no planeta Terra. Terra. O ven to é um a ener gia e a ple nit ud e d a co nsciê ncia é ta mbé m uma energia, capaz de transformar o m undo e a espécie espécie humana. Além disso, quando criamos a energia da plenitude da consciência, sabemos orar38.
Será no entanto que podemos isolar um ingrediente essencial ao bom funcionamento da prece? Do grande número de experiências sobre a prece e o estado de prece, segue-se que o amor - ou a compaixão, compaixão, a empatia e a afeição afeição sincera sincera - é a qualidade mais indispensável à prece. Amar significa sermos capazes de nos abandonarmos, de ousarmos nos aventurar fora do nosso ser, de derrubarmos as fronteiras que nos separam do nosso próximo. Outros estudos mostram que uma forma especial de abandono também conta muito: o abandono de nossas referências. Quando, durante essas experiências, as pessoas que oram empregam emprega m uma fórmula como “seja feita a vvossa ossa vontade”, que não prescreve nada mas espera o melhor, a prece parece eficaz. Pode-se qualificar esta atitude interior como abandono amoroso; amoroso; “sem ele as preces não se dissolvem 41”, sustenta o Dr. Dossey. A principal prin cipal chave do sucesso da prece pode ser resumida re sumida assim: “A um coração amoroso, nada é impossível ”! A prece feita com com amor pode realizar reali zar prodígios, pois o amor decuplica decuplic a o poder da prece. Por exemplo, uma pesquisa realizada com 10.000 homens que sofriam de problemas cardíacos revelou que as crises de angina eram duas vezes menos freqüentes naqueles que se sentiam amados e apoiados por sua esposa. Todos Todos aqueles aque les que curam pela prece e a fé em Deus o
8 - SÓ O AMOR AMOR PODE PODE CURAR CURAR
Não há prece perfeita, que garanta que nossos pedidos sejam sempre atendidos. “Que forma de prece devo adotar?”, perguntaram a Deborah Rose, Rose, antiga presidente de Spindrift Inc., um organismo de pesquisa que estuda a prece há mais de vinte anos. Ela respondeu: responde u: Prece católica, católica, protestante, protestante, judaica, muda? Deveria eu pedir algo preciso ou apen as me esfo rça r p ara ma nte r a men te ab ert a? [. ..] É como se me fosse perguntado: Que instrumento deveria eu aprender a tocar? Violino? Harpa? Piano? Isto depende da vossa per son alid ade , do vosso estilo de vid a, dos vossos ant ecede ntes, dos vossos talentos. A quem vos dirigiréis? E importante escolherdes um estilo de prece com o qual vos sintais à vontade. Também preciso não perdermos de vista que nossa maneira de orar pode muda r com o tempo. Não se ora ante a morte como na igreja igreja aos domingos domingos ou antes das refeições... [...] O que conta é a qualidade e a harmonia da música e não o instrumento que a pr od uz 39.
As pesquisas pes quisas médicas sobre a prece nos ensinam ensin am que não só a prece é eficaz quando feita em condições ótimas, como também há várias maneiras de orar. Com efeito, os diferentes métodos, ensinados por diversas tradições místicas, têm sido eficazes; eficazes ; quer qu er se peça algo preciso, como o reforço reforço do sistema imunológico, ou que se digam fórmulas mais gerais, como “seja “seja feita a vossa vontade” ou “que ocorra o melhor”, quer se ore em voz alta ou em silêncio, distante do objeto da prece ou à sua cabeceira. “Todos esses sistemas produziram resultados quando experimentados. experimentados. Tudo indica que se pode pode também orar em sonho. Por conseguinte, embora em todas as épocas as pessoas tenham procurado a melhor maneira de orar, não a encontram, pois não existe “prece ideal”, conclui o Dr. Larry Dossey.
“Agora eu conheço médicos mé dicos que qu e oram à cabec eira de seus pacientes”, diz o Dr. Dossey. O fato de que a prece ajuda na cura dos enfermos tornou-se um fato inegável, mesmo para a ciência. Mas curar o corpo corpo e a mente, tanto quanto quant o ou melhor do que um medicamento, pela prece, é concebível? O Dr. Larry Dossey acredita que sim. “Um dia, a medicina baseada no tempo tempo linear vai dar lugar a uma median a da eternidade eternidade , que afirmará que a parte essencial daquilo que somos não pode morre mo rrer4 r42”, 2”, conclui ele. 9 - A AMENDOEIRA EM FLOR Orar implica que estejamos estreitamente unidos a toda a Criação, que nos sintamos em comunhão com a nossa irmã natureza e os nossos irmãos animais, pois podemos orar a Deus através de uma árvore, da Lua ou das estrelas. “Se podemos tocar a essência profunda de uma árvore, então estamos conectados com o Espírito profundo e único de Deus, pois se estarmos conectados com Deus significa que recebemos sua energia, então um pinheiro ou um salgueiro pode igualmente nos nos transmitir sua e nergi ne rgia4 a43” 3”,, resume Thich Nhat Hanh.
Eis uma história que mostra esta interconexão entre a energia da natureza e a de Deus: Num dia de inverno, São Francisco de de Assis, Assis, que meditava sobre a plenitude da consciência enquanto caminhava, chegou bem per to de uma am end oei ra. Ele par ou dian te da árv ore , fez uma respiração profunda e orou nestes termos: “Querida amendoeira,
Será no entanto que podemos isolar um ingrediente essencial ao bom funcionamento da prece? Do grande número de experiências sobre a prece e o estado de prece, segue-se que o amor - ou a compaixão, compaixão, a empatia e a afeição afeição sincera sincera - é a qualidade mais indispensável à prece. Amar significa sermos capazes de nos abandonarmos, de ousarmos nos aventurar fora do nosso ser, de derrubarmos as fronteiras que nos separam do nosso próximo. Outros estudos mostram que uma forma especial de abandono também conta muito: o abandono de nossas referências. Quando, durante essas experiências, as pessoas que oram empregam emprega m uma fórmula como “seja feita a vvossa ossa vontade”, que não prescreve nada mas espera o melhor, a prece parece eficaz. Pode-se qualificar esta atitude interior como abandono amoroso; amoroso; “sem ele as preces não se dissolvem 41”, sustenta o Dr. Dossey. A principal prin cipal chave do sucesso da prece pode ser resumida re sumida assim: “A um coração amoroso, nada é impossível ”! A prece feita com com amor pode realizar reali zar prodígios, pois o amor decuplica decuplic a o poder da prece. Por exemplo, uma pesquisa realizada com 10.000 homens que sofriam de problemas cardíacos revelou que as crises de angina eram duas vezes menos freqüentes naqueles que se sentiam amados e apoiados por sua esposa. Todos Todos aqueles aque les que curam pela prece e a fé em Deus o comprovam: é o amor que lhes dá o poder de curar, mesmo à distância. Sua compaixão e sua afeição são tão fortes que eles têm a impressão de que são unos com o enfermo. “Só o amor pode acender a chama cham a da cura ”, não hesita em afirmar afirm ar um deles.
Mas, numa realidade realid ade superior e mais sutil, ela já estava em em flor havia dezenas de milhares de anos 44”, explica o monge. Ai estava sua essência profunda, sua verdadeira natureza de amendoeira que refletia sua natureza divina. Assim, tocar a essência profunda da amendoeira é um modo de se ligar à energia de Deus. Não encontrareis Deus numa idéia abstrata abstrata.. E é muito importante compreender isto. Deus está aqui, para nós, presente nas coisas bem concretas 45.
“Agora eu conheço médicos mé dicos que qu e oram à cabec eira de seus pacientes”, diz o Dr. Dossey. O fato de que a prece ajuda na cura dos enfermos tornou-se um fato inegável, mesmo para a ciência. Mas curar o corpo corpo e a mente, tanto quanto quant o ou melhor do que um medicamento, pela prece, é concebível? O Dr. Larry Dossey acredita que sim. “Um dia, a medicina baseada no tempo tempo linear vai dar lugar a uma median a da eternidade eternidade , que afirmará que a parte essencial daquilo que somos não pode morre mo rrer4 r42”, 2”, conclui ele. 9 - A AMENDOEIRA EM FLOR Orar implica que estejamos estreitamente unidos a toda a Criação, que nos sintamos em comunhão com a nossa irmã natureza e os nossos irmãos animais, pois podemos orar a Deus através de uma árvore, da Lua ou das estrelas. “Se podemos tocar a essência profunda de uma árvore, então estamos conectados com o Espírito profundo e único de Deus, pois se estarmos conectados com Deus significa que recebemos sua energia, então um pinheiro ou um salgueiro pode igualmente nos nos transmitir sua e nergi ne rgia4 a43” 3”,, resume Thich Nhat Hanh.
Eis uma história que mostra esta interconexão entre a energia da natureza e a de Deus: Num dia de inverno, São Francisco de de Assis, Assis, que meditava sobre a plenitude da consciência enquanto caminhava, chegou bem per to de uma am end oei ra. Ele par ou dian te da árv ore , fez uma respiração profunda e orou nestes termos: “Querida amendoeira, fala-me de Deus”. Subitamente, como se fosse a coisa mais natural do mundo, a amendoeira se pôs a florescer, em pleno inverno.
No contexto histórico, que é a realidade cotidiana e material, a amendoeira não podia produzir flores nessa estação do ano.
Em toda a Criação, nada é mais semelhante a Deus do que o silêncio. M estre ec.k h a r t
Ante a presença importuna do barulho no nosso cotidiano, há pessoas que sentem a necessidade de encontrar o silêncio. Kierkegaard aconselhava isto como como remédio para o estresse. estresse. E a meditação revelou seus benefícios para o corpo e a mente. Mas além dos seus seus efeitos efeitos terapêuticos, terapêutico s, o silêncio é uma expe riência espiritual que abrange todo o nosso ser. Para todos os místicos, o silêncio é menos uma técnica de relaxação e de introspecção do que uma prática que ajuda a nos desfazermos do nosso egocentrismo e de suas conse qüências qüên cias abrindo-nos abr indo-nos para Deus. “Aquele “Aquele que qu e realmente realmen te ora apenas escuta ”, dizia Sõren Kierkegaard. A prática prática espiritual do silêncio ajuda a “conquistar a pureza do coração, a serenidade interior e a retidão 1”, 1”, afirma Anselm Grun, G run, monge beneditino da abadia de Munsterschwarzach, na Alemanha. Thomas Thom as Keatings gostava gostava de dizer com com humor que “o silêncio é a linguagem linguage m de Deus e tudo o mais não passa de má tradução”. trad ução”. Para Madre M adre Teresa, que amou os mais pobres dos dos pobres e deles cuidou, a experiência mais importante é o silêncio. “Precisamos descobrir Deus e ele não pode ser encontrado no
Mas, numa realidade realid ade superior e mais sutil, ela já estava em em flor havia dezenas de milhares de anos 44”, explica o monge. Ai estava sua essência profunda, sua verdadeira natureza de amendoeira que refletia sua natureza divina. Assim, tocar a essência profunda da amendoeira é um modo de se ligar à energia de Deus. Não encontrareis Deus numa idéia abstrata abstrata.. E é muito importante compreender isto. Deus está aqui, para nós, presente nas coisas bem concretas 45.
Em toda a Criação, nada é mais semelhante a Deus do que o silêncio. M estre ec.k h a r t
Ante a presença importuna do barulho no nosso cotidiano, há pessoas que sentem a necessidade de encontrar o silêncio. Kierkegaard aconselhava isto como como remédio para o estresse. estresse. E a meditação revelou seus benefícios para o corpo e a mente. Mas além dos seus seus efeitos efeitos terapêuticos, terapêutico s, o silêncio é uma expe riência espiritual que abrange todo o nosso ser. Para todos os místicos, o silêncio é menos uma técnica de relaxação e de introspecção do que uma prática que ajuda a nos desfazermos do nosso egocentrismo e de suas conse qüências qüên cias abrindo-nos abr indo-nos para Deus. “Aquele “Aquele que qu e realmente realmen te ora apenas escuta ”, dizia Sõren Kierkegaard. A prática prática espiritual do silêncio ajuda a “conquistar a pureza do coração, a serenidade interior e a retidão 1”, 1”, afirma Anselm Grun, G run, monge beneditino da abadia de Munsterschwarzach, na Alemanha. Thomas Thom as Keatings gostava gostava de dizer com com humor que “o silêncio é a linguagem linguage m de Deus e tudo o mais não passa de má tradução”. trad ução”. Para Madre M adre Teresa, que amou os mais pobres dos dos pobres e deles cuidou, a experiência mais importante é o silêncio. “Precisamos descobrir Deus e ele não pode ser encontrado no barulho e na agitação. Deus Deus é o am igo do silêncio silêncio 2,'escreveu ela. E acrescentou: “Todas as palavras são inúteis inúte is se não provêm da alma. As palavras que não trazem a luz do Cristo aumentam aumenta m as trevas”. Fazer silêncio não quer d izer somente parar de falar.
“É preciso compreender o que está ocupando a mente. Para isto devemos pratica r osacrifício o sacrifício do silêncio *”. *”.
seu poder a outrem. “As grandes verdades verd ades só são ensinadas ensina das no silêncio”, escreveu escreveu Louis-Claud e de Saint-Martin. Saint-Ma rtin.
1 - A PALAVRA SEM VIDA Como ensina o Antigo do monte Atos, citado no prólogo, “urna vida sem palavra é por natureza mais útil do que urna palavra sem vida”. O calar-se requer requ er uma ascese da linguagem , a fim de não se pronunciar palavras inúteis e mesmo nocivas. Segundo Anselm Grun, Grun , existem quatro perigos perigos suscitados pela palavra: a curiosidade, o julgamento de outrem, a vaidade e a negligencia da vigilancia interna. interna.
Ju J u lg a r o s o u tr os O segundo perigo é o ju o ju lg a m en to de outre ou tre m. m. Com efeito, quando observamos os assuntos de nossas conversas, constatamos que uma boa parte deles afeta os outros. Ora, o perigo é que “mesmo que desejemos falar bem de outrem, acabamos no entanto nos surpreendendo a julgá-los, a classificá-los e justamente nos comparando com eles. E freqüente que q ue o discurso sobre outrem outrem seja um discurso sobre nós mesmos, sem que estejamos bem conscientes disto 7”. Quando falamos ante outras pessoas, muitas vezes dizemos coisas que gostaríamos de ter ou coisas que nos irritam.
Ignorar os segredos O primeiro perigo, a curiosidade , leva à distração e à dispersão. “Aquele que é distraído se preocupa com todos os tipos de coisas possíveis. Ele é cansado, vazio e superficial. super ficial. O pensamento de Deus não pode se manter nele. Nada pode se aprofundar nele4”, explica Anselm Grun. Fazendo uma imagem, pode-se dizer que “seu estábulo não tem porta; todo mundo pode entrar nele e sair dele e libertar o asno!”, como descreve um aforismo \ O que significa que falando nos arriscamos a dizer tudo o que nos passa pela cabeça, sem discernimento nem contenção. Quando uma pessoa não sabe guardar nada para si mas sente a necessidade de tudo divulgar, tanto o bem quanto o mal, dá a impressão de não ter profundeza. Ela ignora os segredos. Não tem condição de viver com segredos; não os pode guardar. Não pod e tam bém pe ne tra r um segre do. Ao se a pre ssar em fal ar dele
Na realidade, “quando falo a outrem, não estou realmente cônscio de que falo de mim e dos meus problemas”. Mas isto fica sendo um discurso superficial que não traz nenhuma consideração consideraçã o objetiva de si. Além disso, a tagarelice tagar elice revela aos outros, sem motivo válido, nossas emoções, nossas aspira ções e nossas motivações pessoais, dando lugar às críticas e ao julgamento alheio. Falar de si O terceiro perigo das palavras inúteis é, segundo o monge, a vaidade. Quando vaidade. Quando se fala, é muitas vezes para atrair a atenção dos outros. Não paramos de falar de nós mesmos, de nossos bons atos e nos mostrando nos nossos melhores momentos, para que os outros possam nos encarar sob um ângulo que
“É preciso compreender o que está ocupando a mente. Para isto devemos pratica r osacrifício o sacrifício do silêncio *”. *”.
seu poder a outrem. “As grandes verdades verd ades só são ensinadas ensina das no silêncio”, escreveu escreveu Louis-Claud e de Saint-Martin. Saint-Ma rtin.
1 - A PALAVRA SEM VIDA Como ensina o Antigo do monte Atos, citado no prólogo, “urna vida sem palavra é por natureza mais útil do que urna palavra sem vida”. O calar-se requer requ er uma ascese da linguagem , a fim de não se pronunciar palavras inúteis e mesmo nocivas. Segundo Anselm Grun, Grun , existem quatro perigos perigos suscitados pela palavra: a curiosidade, o julgamento de outrem, a vaidade e a negligencia da vigilancia interna. interna.
Ju J u lg a r o s o u tr os O segundo perigo é o ju o ju lg a m en to de outre ou tre m. m. Com efeito, quando observamos os assuntos de nossas conversas, constatamos que uma boa parte deles afeta os outros. Ora, o perigo é que “mesmo que desejemos falar bem de outrem, acabamos no entanto nos surpreendendo a julgá-los, a classificá-los e justamente nos comparando com eles. E freqüente que q ue o discurso sobre outrem outrem seja um discurso sobre nós mesmos, sem que estejamos bem conscientes disto 7”. Quando falamos ante outras pessoas, muitas vezes dizemos coisas que gostaríamos de ter ou coisas que nos irritam.
Ignorar os segredos O primeiro perigo, a curiosidade , leva à distração e à dispersão. “Aquele que é distraído se preocupa com todos os tipos de coisas possíveis. Ele é cansado, vazio e superficial. super ficial. O pensamento de Deus não pode se manter nele. Nada pode se aprofundar nele4”, explica Anselm Grun. Fazendo uma imagem, pode-se dizer que “seu estábulo não tem porta; todo mundo pode entrar nele e sair dele e libertar o asno!”, como descreve um aforismo \ O que significa que falando nos arriscamos a dizer tudo o que nos passa pela cabeça, sem discernimento nem contenção. Quando uma pessoa não sabe guardar nada para si mas sente a necessidade de tudo divulgar, tanto o bem quanto o mal, dá a impressão de não ter profundeza. Ela ignora os segredos. Não tem condição de viver com segredos; não os pode guardar. Não pod e tam bém pe ne tra r um segre do. Ao se a pre ssar em fal ar dele ela o estraga. Finalmente, essa tagarelice incessante reflete um medo do mistério e mesmo, talvez, um medo de Deus6.
Anselm Grun G run acrescenta acre scenta que, q ue, pelo discurso, a pessoa quer citar tudo e tudo tornar comunicável; é um modo de impor
Aquele Aque le que fala espera ser escutado escutad o e considerado. co nsiderado. Mais ainda: espera que se reconheça seu valor ou que ele seja admirado. Então, no mais das vezes, seu discurso tem por objetivo principal satisfazer sua vaidade. Afa A fasta sta r-s e d e D eu s O quarto perigo é a negligên cia da vigilância interior. Falando interior. Falando demais a pessoa falha na vigilância vigi lância de sisi mesma. Um aforismo descreve bem isto: Disse o abade Diadochos: “Assim como as portas constantemente abertas do banheiro deixam passar o calor de dentro para fora, a pesso a qu e fala dem ais, me sm o qu e seja boa, deixa esc apar suas lembranças pela porta da sua voz 10”. Ao fal ar de lem bra nça s, Diadochos visa a atenção a si, o apego a Deus, a lembrança de Deus. Falando, eu não paro de me exteriorizar e de sair de mim; cruzo os limites que me impusera par a p ôr or dem nos m eus sen tim ent os e nos m eus pen sam en tos 11.
Henri Nouwem, sacerdote e psicólogo holandês, teve essa experiência quando de uma permanência de sete sete meses meses num mosteiro de trapistas e se deu conta de que “calar-se” era muito importante na senda espiritual. Eis em resumo como ele descreveu sua visita a New Haven e seu estado interior em decorrência de numerosas discussões, trocas e conversas telefônicas:
Na realidade, “quando falo a outrem, não estou realmente cônscio de que falo de mim e dos meus problemas”. Mas isto fica sendo um discurso superficial que não traz nenhuma consideração consideraçã o objetiva de si. Além disso, a tagarelice tagar elice revela aos outros, sem motivo válido, nossas emoções, nossas aspira ções e nossas motivações pessoais, dando lugar às críticas e ao julgamento alheio. Falar de si O terceiro perigo das palavras inúteis é, segundo o monge, a vaidade. Quando vaidade. Quando se fala, é muitas vezes para atrair a atenção dos outros. Não paramos de falar de nós mesmos, de nossos bons atos e nos mostrando nos nossos melhores momentos, para que os outros possam nos encarar sob um ângulo que nos seja seja favorável. Jean C lim aq ue 8, um dos Padres do deserto deserto que viveu no século VI, criou a prece dita “absorta” em Deus. Ele a descreveu assim: “A tagarelice tagarel ice é o trono da vã vã presunção que se ergue em juízo juíz o de si mesmo e que se pode pode irradiar irra diar pelo mundo inteiro9”.
Ele se lembrou então que São Bento falara da importância do silêncio, silêncio, chegando a dize r que é melhor m elhor se calar quanto quan to às coisas boas do que falar delas. Toda To davia via,, ao const co nstat atarm arm os qu e falam fal amos os mais ma is do que qu e deveríamos, devemos encarar esta fraqueza fraqu eza com bom humor e desprendimento, pois sabemos profundamente que somos aceitos por Deus tais como somos. Para Anselm Grun, cair nessas falhas geradas pelo vão falar deve nos ajudar a nos encararmos de um modo diferente: Eu vou precisar me encarar de uma nova maneira, tal como sou. E isto que vai me libertar de mim mesmo. Não tenho mais que me identificar com a minha imagem ideal; devo ser tal como sou, po rqu e De us me ama assim ,J.
2 - C omo f a z e r silêncio
“Não chegarás realmente a orar se não puderes vivenciar o silêncio 14”, 4”, disse um sacerdote que trabalhara traba lhara nas prisões do Quebec. O silêncio é uma senda pela qual nos descobriremos total mente a nós mesmos. Precisamos aprender a nos calar mais frequentemente, a fazer o sacrifício do silêncio, como enfatizava Madre Teresa. Ora, “calar-se não significa simplesmente nada dizer, mas sim afastar afa star toda possibilidade de evasão, a fim de me suportar tal como sou. sou. Não me contento em renunc iar somente ao discurso, mas também a todas as ocupações ocupações que me desviam de mim mesma 15”, como nas freqüentes fugas de nós mesmos
Aquele Aque le que fala espera ser escutado escutad o e considerado. co nsiderado. Mais ainda: espera que se reconheça seu valor ou que ele seja admirado. Então, no mais das vezes, seu discurso tem por objetivo principal satisfazer sua vaidade. Afa A fasta sta r-s e d e D eu s O quarto perigo é a negligên cia da vigilância interior. Falando interior. Falando demais a pessoa falha na vigilância vigi lância de sisi mesma. Um aforismo descreve bem isto: Disse o abade Diadochos: “Assim como as portas constantemente abertas do banheiro deixam passar o calor de dentro para fora, a pesso a qu e fala dem ais, me sm o qu e seja boa, deixa esc apar suas lembranças pela porta da sua voz 10”. Ao fal ar de lem bra nça s, Diadochos visa a atenção a si, o apego a Deus, a lembrança de Deus. Falando, eu não paro de me exteriorizar e de sair de mim; cruzo os limites que me impusera par a p ôr or dem nos m eus sen tim ent os e nos m eus pen sam en tos 11.
Henri Nouwem, sacerdote e psicólogo holandês, teve essa experiência quando de uma permanência de sete sete meses meses num mosteiro de trapistas e se deu conta de que “calar-se” era muito importante na senda espiritual. Eis em resumo como ele descreveu sua visita a New Haven e seu estado interior em decorrência de numerosas discussões, trocas e conversas telefônicas: O silêncio presidiu cada vez menos a minha vida. Com o desaparecimento do silêncio desenvolveu-se uma espécie de sentimento de pecado. De início eu ignorava por que me sentia de algum modo como que poluído, sujo e impuro, mas com o tempo comecei a compreender que era por causa da falta de silêncio. Tomei então consciência de que com as palavras pen etr ava m em mim sen tim ent os am bígu os l2...
Quand o estás distraído distraído nos teus pensamentos, aplica-te sobretudo à leitura, diz Santo Isaque; e o Anjo ordenou igualmente a Antoine le Grand: “Quando teu espírito se dispersar, aplica-te mais à leitura ou ao trabalho manual16”.
Então, como conseguirmos fazer silencio na nossa vida agitada, em que tudo acontece cada vez mais depressa e em que o barulho é quase onipresente? Buscar o silencio exterior E preciso começar buscando o silencio exterior em torno de si. “Desfruta o silencio. O caminho do teu coração se se intimida com os barulhos dos seres humanos e se esconde ante sua tagarelice tagare lice 17”, escreveu Pierre Guilbert, sacerdote católico que exerceu seu ministério numa paróquia parisiense. Trata-se de eliminar elim inar os barulhos exteriores, exteriores, de parar com a tagarelice inútil e de procurar lugares mais silenciosos; por exemplo, exemplo, caminhar cami nhar num parque ou num jardim público, andar de bicicleta na margem de um rio ou ñas estradas do campo. Então o silencio do ambiente começa a te parecer um refugio de paz . Se a ntes tu f ugias d ele , passas a te em pe nh ar em busc á-lo . Tu te sentes reviver, como se o barulho te tivesse asfixiado pouco a pou co e o sile nci o, com o um a gra nde resp iraç ão pro fun da , te renovasse e te purificasse 18.
Assim também, Paisi Velitchkovski, Velitchkovski, monge ortodo ortodoxo, xo, acon selhava a quem queria orar em silencio que se afastasse das pessoas, do tumulto e das desordens:
Ele se lembrou então que São Bento falara da importância do silêncio, silêncio, chegando a dize r que é melhor m elhor se calar quanto quan to às coisas boas do que falar delas. Toda To davia via,, ao const co nstat atarm arm os qu e falam fal amos os mais ma is do que qu e deveríamos, devemos encarar esta fraqueza fraqu eza com bom humor e desprendimento, pois sabemos profundamente que somos aceitos por Deus tais como somos. Para Anselm Grun, cair nessas falhas geradas pelo vão falar deve nos ajudar a nos encararmos de um modo diferente: Eu vou precisar me encarar de uma nova maneira, tal como sou. E isto que vai me libertar de mim mesmo. Não tenho mais que me identificar com a minha imagem ideal; devo ser tal como sou, po rqu e De us me ama assim ,J.
2 - C omo f a z e r silêncio
“Não chegarás realmente a orar se não puderes vivenciar o silêncio 14”, 4”, disse um sacerdote que trabalhara traba lhara nas prisões do Quebec. O silêncio é uma senda pela qual nos descobriremos total mente a nós mesmos. Precisamos aprender a nos calar mais frequentemente, a fazer o sacrifício do silêncio, como enfatizava Madre Teresa. Ora, “calar-se não significa simplesmente nada dizer, mas sim afastar afa star toda possibilidade de evasão, a fim de me suportar tal como sou. sou. Não me contento em renunc iar somente ao discurso, mas também a todas as ocupações ocupações que me desviam de mim mesma 15”, como nas freqüentes fugas de nós mesmos ao escutarmos demasiadamente demasiadam ente o rádio ou a televisão. televisão. Lembremo-nos de que “a abundância de palavras”, na expressão de Jean Climaque, dispersa o espírito no momento da prece, ao passo que sua ausência o concentra.
E n co nt ra r o s il ên c io in te ri o r Entretanto, após certo tempo, o silêncio exterior não basta. Precisamos então encontrar o silêncio interior, cuja conquista é aliás mais difícil. Com efeito, a imaginação imagin ação se inflama a todo todo instante e projeta suas imagens esparsas e desenfreadas na nossa cabeça. Longe de ser a louca do lar, nossa imaginação nos envia uma imagem bastante justa de nós mesmos: a imagem da dispersão e da superficialidade. “Não é a tua imaginação que se perde, que se fragmenta e torna a tua tarefa difícil. Não, é o teu próprio ser que escapa e se dispersa e a imaginação segue o cam inh o20”, o20”, continua o sacerdote Guilbert.
Como diz o poeta sufi Rümí, para conhecermos o silêncio de Deus devemos primeiro nos voltar para o interior de nós mesmos: Se te voltas para o exterior, vês a face do ser humano. Vês as es tran has cria tura s de Biz ânc io e de Kh ora ssan . Disse Deus: “Volta-te”; e voltar-se é o seguinte: Olhar para o interior, a fim de ver uma coisa diferente do ser humano 2I.
Fazermos silêncio, fora fora e dentro de nós nós mesmos, é essencial para que nossa prece seja eficaz. Uma vez que tenhamos dito a Deus tudo o que surgiu em nós, devemos devemos ficar simplesmente sentados diante dele e nos calar. A prece prossegue no silêncio. Ora, esse silêncio tem dois compartimentos; de um lado a escuta e, do outro, a união com Deus.
Quand o estás distraído distraído nos teus pensamentos, aplica-te sobretudo à leitura, diz Santo Isaque; e o Anjo ordenou igualmente a Antoine le Grand: “Quando teu espírito se dispersar, aplica-te mais à leitura ou ao trabalho manual16”.
Então, como conseguirmos fazer silencio na nossa vida agitada, em que tudo acontece cada vez mais depressa e em que o barulho é quase onipresente? Buscar o silencio exterior E preciso começar buscando o silencio exterior em torno de si. “Desfruta o silencio. O caminho do teu coração se se intimida com os barulhos dos seres humanos e se esconde ante sua tagarelice tagare lice 17”, escreveu Pierre Guilbert, sacerdote católico que exerceu seu ministério numa paróquia parisiense. Trata-se de eliminar elim inar os barulhos exteriores, exteriores, de parar com a tagarelice inútil e de procurar lugares mais silenciosos; por exemplo, exemplo, caminhar cami nhar num parque ou num jardim público, andar de bicicleta na margem de um rio ou ñas estradas do campo. Então o silencio do ambiente começa a te parecer um refugio de paz . Se a ntes tu f ugias d ele , passas a te em pe nh ar em busc á-lo . Tu te sentes reviver, como se o barulho te tivesse asfixiado pouco a pou co e o sile nci o, com o um a gra nde resp iraç ão pro fun da , te renovasse e te purificasse 18.
Assim também, Paisi Velitchkovski, Velitchkovski, monge ortodo ortodoxo, xo, acon selhava a quem queria orar em silencio que se afastasse das pessoas, do tumulto e das desordens: Vi ve com o vive m os pássa ros e não te inqu iete s com coisas vãs. Todas as coisas permanecerão na Terra. Aqui somos hospedes de passag em, c omo diz ia o apó stol o P aulo : “M as nós somo s cidad ãos do céu” ( Ph 3,20 ). Só nos devemos preoc upar com a nossa alma e, quanto às nossas nossas necessidades, necessidades, entreguemo-nos a Deus, que ele cuida de nós19.
de Deus? “Os pensamentos que vêm de Deus sempre acar retam em mim a paz interiore interior e urna calma profunda2 profun da22” 2”,, adianta Anselm Grun. Os demais, de mais, oriundos do inconsciente ou da imaginação, tenderão a provocar perturbação e medo, contração e tensão física. “Quando Deus fala a mim, Ele sempre me enche de urna urna paz profunda e uma uma alegria tranqu tra nquila”. ila”. Orar não é recitar preces. Orar é encontrar a postura, a atitude pel a qu al nos liga mos à p róp ria font e do nosso ser.
E n co nt ra r o s il ên c io in te ri o r Entretanto, após certo tempo, o silêncio exterior não basta. Precisamos então encontrar o silêncio interior, cuja conquista é aliás mais difícil. Com efeito, a imaginação imagin ação se inflama a todo todo instante e projeta suas imagens esparsas e desenfreadas na nossa cabeça. Longe de ser a louca do lar, nossa imaginação nos envia uma imagem bastante justa de nós mesmos: a imagem da dispersão e da superficialidade. “Não é a tua imaginação que se perde, que se fragmenta e torna a tua tarefa difícil. Não, é o teu próprio ser que escapa e se dispersa e a imaginação segue o cam inh o20”, o20”, continua o sacerdote Guilbert.
Como diz o poeta sufi Rümí, para conhecermos o silêncio de Deus devemos primeiro nos voltar para o interior de nós mesmos: Se te voltas para o exterior, vês a face do ser humano. Vês as es tran has cria tura s de Biz ânc io e de Kh ora ssan . Disse Deus: “Volta-te”; e voltar-se é o seguinte: Olhar para o interior, a fim de ver uma coisa diferente do ser humano 2I.
Fazermos silêncio, fora fora e dentro de nós nós mesmos, é essencial para que nossa prece seja eficaz. Uma vez que tenhamos dito a Deus tudo o que surgiu em nós, devemos devemos ficar simplesmente sentados diante dele e nos calar. A prece prossegue no silêncio. Ora, esse silêncio tem dois compartimentos; de um lado a escuta e, do outro, a união com Deus. 3 - A PREC PRECE E SSEM EM PALA PALAVRA VRASS
No estado de escuta não se percebe nenhuma palavra audível, mas pensamentos vêm à mente. Deus fala através desses pensamentos. Mas como reconhecer que eles emanam
vezes suportar suporta r seu silêncio”, silên cio”, acrescenta acresce nta Jean-Yves Leloup. Calar-se para “se tornar capaz de Deus”, como Maria no Evangelho, que qu e “escutava e meditava todas essas coisas coisas no seu coração”. A prática da prece do coração, tal como a consideramos, requer a solidão, o silêncio e a invocação do nome de Jesus. Ora, o silêncio não precisa ser “feito”, dizem os monges do Monte Atos; ele já está presente: •
✓
E o que afirma Jean-Yves Leloup num texto sobre os terapeutas de Alexandria. E orar é começar fazendo silêncio. Para Gandhi, que praticava um dia de silêncio por semana, o silêncio era uma condição para permanecer com boa saúde. “Com a palavra gastamos muita energia; pelo silencio recuperamos essa energia que nos tornará capazes de dizer palav pa lav ras ra s dign d ign as do si lê n ci o , tão fortes como ele 23”, diz ainda Jean-Yves Leloup. E verdade que não é fácil a pessoa “dominar sua língua”, como percebera Pitágoras. Mas esse dominio abre a porta secreta do silêncio interior. “E, antes de se chegar a esse silencio interior, interior, a essa ausência de julgamento do amor hum ilde, os antigos aconselhavam a seus noviços noviços que “nunca falassem mal de alguém algu ém ausente” ause nte” 24”. E preciso então nos exercitarmos em nos calarmos, não somente para não magoarmos alguém, mas também porque “toda palavra vem do silêncio e volta para o
Basta suspender as palavras, basta a pessoa se calar e ele está pre sent e, com o a pág ina em bra nco qu e per ma nec e ima cul ada entre as linhas. Felizes aqueles que o uviram as palavras de Jesus; Jesus; mais felizes ainda aqueles que escutaram seu silêncio25.
O ser hum ano ocu lto no coração E o silêncio se escuta a partir par tir do coração; o silêncio provém do coração. Ora, o coração, além de ser o motor da vida e o centro das emoções, é para os místicos o ponto de convergência de toda vida espiritual. O coração é o ser humano profundo. E nele que se encontra o conhecimento, a idéia de Deus c da nossa total dependência dele e de todos os eternos tesouros da vida espiritual. O termo deve ser compreendido não no seu sentido comum, mas sim no sentido do ser hum ano inte rior —segundo —segundo São Pa ulo e São Pedro, “o ser humano oculto do coração26”.
O coração profundo é então o lugar, ou o ponto d
gia,
de Deus? “Os pensamentos que vêm de Deus sempre acar retam em mim a paz interiore interior e urna calma profunda2 profun da22” 2”,, adianta Anselm Grun. Os demais, de mais, oriundos do inconsciente ou da imaginação, tenderão a provocar perturbação e medo, contração e tensão física. “Quando Deus fala a mim, Ele sempre me enche de urna urna paz profunda e uma uma alegria tranqu tra nquila”. ila”. Orar não é recitar preces. Orar é encontrar a postura, a atitude pel a qu al nos liga mos à p róp ria font e do nosso ser.
vezes suportar suporta r seu silêncio”, silên cio”, acrescenta acresce nta Jean-Yves Leloup. Calar-se para “se tornar capaz de Deus”, como Maria no Evangelho, que qu e “escutava e meditava todas essas coisas coisas no seu coração”. A prática da prece do coração, tal como a consideramos, requer a solidão, o silêncio e a invocação do nome de Jesus. Ora, o silêncio não precisa ser “feito”, dizem os monges do Monte Atos; ele já está presente: •
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E o que afirma Jean-Yves Leloup num texto sobre os terapeutas de Alexandria. E orar é começar fazendo silêncio. Para Gandhi, que praticava um dia de silêncio por semana, o silêncio era uma condição para permanecer com boa saúde. “Com a palavra gastamos muita energia; pelo silencio recuperamos essa energia que nos tornará capazes de dizer palav pa lav ras ra s dign d ign as do si lê n ci o , tão fortes como ele 23”, diz ainda Jean-Yves Leloup. E verdade que não é fácil a pessoa “dominar sua língua”, como percebera Pitágoras. Mas esse dominio abre a porta secreta do silêncio interior. “E, antes de se chegar a esse silencio interior, interior, a essa ausência de julgamento do amor hum ilde, os antigos aconselhavam a seus noviços noviços que “nunca falassem mal de alguém algu ém ausente” ause nte” 24”. E preciso então nos exercitarmos em nos calarmos, não somente para não magoarmos alguém, mas também porque “toda palavra vem do silêncio e volta para o *1A
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silencio .
O calarmos nos aproxima do “Abismo do silêncio”, que é uma outra denom inação dada a Deus, e nos torna torna capazes de escutar. “Orar não é somente falar fal ar com Deus, é escutá-lo e às
nesse corpo que está dentro do corpo e que chamamos de coração27”, dizia Macário. Em suma, o silencio dos lábios leva ao silencio do coração, o qual qua l nos faz entra r no silêncio de Deus. 4 - 0
silêncio de
D
Mas esse esse último silencio c um dom, um estado que não podemos adquirir por nossas próprias forças, por nossa ascese ou nossa esperança; “é um desejo que não ascende do coração do ser humano”. Nesse instante em que o Eterno e o tempo se fundem, não se pensa mais em Deus; ele está presente. As palavras da prece se apagam ante a Presença 28.
Um monge do monte Atos fez esta reflexão: “Quando se está na presença de alguém não se pensa nele. Ele está presente. A verdadeira prece não está em pensar em Deus e sim em estar com Ele, em deixá-Lo estar, em deixá-Lo respirar no nosso alento”. E é nesse silêncio puro que Deus se dirige à nossa alma, por palavras sem palavras, das quais “umas parecem vir de fora e outras do imo da alma29”, explica Teresa d’Ávila em O Castelo da Alma. Aí Alma. Aí ela revela as marcas pelas quais se pode reconhecer que essas palavras silenciosas vêm de Deus: mais
O ser hum ano ocu lto no coração E o silêncio se escuta a partir par tir do coração; o silêncio provém do coração. Ora, o coração, além de ser o motor da vida e o centro das emoções, é para os místicos o ponto de convergência de toda vida espiritual. O coração é o ser humano profundo. E nele que se encontra o conhecimento, a idéia de Deus c da nossa total dependência dele e de todos os eternos tesouros da vida espiritual. O termo deve ser compreendido não no seu sentido comum, mas sim no sentido do ser hum ano inte rior —segundo —segundo São Pa ulo e São Pedro, “o ser humano oculto do coração26”.
O coração profundo é então o lugar, ou o ponto de de energia, ener gia, a partir do qual Deus atua em todos os seres. E “o trono da Graça, onde se encontram o espírito e todos os pensamentos da alma. Podes Podes agora agora avaliar a necessidade, para aque les que resolveram atentar para si mesmos na quietude, de recon duzirem, duzir em, de confinarem seu espírito no seu corpo corpo e sobretudo
Teresa Teresa d’Ávila d’Ávila acrescenta acrescenta que é uma expressão expressão deste deste gênero: sou eu, eu, nada tem as , que desfaz desfa z todos os os seus temores e a deixa tão plena de consolações que ninguém, ao que parece, seria capaz de fazê-la crer em outra coisa.
eus
Quanto mais o ser ser se eleva eleva espiritualmente, mais ele penetra no silêncio de Deus.
A prim eira
Basta suspender as palavras, basta a pessoa se calar e ele está pre sent e, com o a pág ina em bra nco qu e per ma nec e ima cul ada entre as linhas. Felizes aqueles que o uviram as palavras de Jesus; Jesus; mais felizes ainda aqueles que escutaram seu silêncio25.
siste
orid ade
ria
O segundo sinal consiste na paz profunda de que a alma é inundada e, o terceiro, no fato de que as palavras que vêm de Deus não se apagam por muito tempo da memória, pois a palavra que vem de Deus “imprime a certeza da paz profunda”. Mesmo que se possa escoar um tempo após se tê-la ouvido antes que a palavra de Deus se realize, a alma, a lma, no instante mesmo em que a ouve, “não “não tem dela nenhuma nenh uma dúvida e preferiria morrer para sustentar sua verdade”. Teresa Teresa d’Avila acrescenta mais adiante adian te que não sabe porque “a alma deseja com tanto ardor que essas palavras palavr as de Deus se confirmem31” confirmem31”ee que seu júbilo júbi lo é muito intenso intens o quando ela vê a realização da profecia. profecia. Parece também que Deus fala à alma em certa visão intelectual: Ora, sua palavra se faz sentir tão tão bem no imo da alma, em termos tão claros para seu ouvido c de maneira tão secreta, que o próprio modo como ela a compreende e os efeitos que são produzidos pela visão lhe dão a con vicç ão e a c ert eza de qu e o d em ôn io (Not a da Autora: o mal) não pode ter aí nenhuma participação 32. /
As razões que Teresa d’Avila dá para essa certeza são a clareza das palavras pronunciadas, sua espontaneidade, sua
nesse corpo que está dentro do corpo e que chamamos de coração27”, dizia Macário. Em suma, o silencio dos lábios leva ao silencio do coração, o qual qua l nos faz entra r no silêncio de Deus. 4 - 0
silêncio de
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Teresa Teresa d’Ávila d’Ávila acrescenta acrescenta que é uma expressão expressão deste deste gênero: sou eu, eu, nada tem as , que desfaz desfa z todos os os seus temores e a deixa tão plena de consolações que ninguém, ao que parece, seria capaz de fazê-la crer em outra coisa.
eus
Quanto mais o ser ser se eleva eleva espiritualmente, mais ele penetra no silêncio de Deus. Mas esse esse último silencio c um dom, um estado que não podemos adquirir por nossas próprias forças, por nossa ascese ou nossa esperança; “é um desejo que não ascende do coração do ser humano”. Nesse instante em que o Eterno e o tempo se fundem, não se pensa mais em Deus; ele está presente. As palavras da prece se apagam ante a Presença 28.
Um monge do monte Atos fez esta reflexão: “Quando se está na presença de alguém não se pensa nele. Ele está presente. A verdadeira prece não está em pensar em Deus e sim em estar com Ele, em deixá-Lo estar, em deixá-Lo respirar no nosso alento”. E é nesse silêncio puro que Deus se dirige à nossa alma, por palavras sem palavras, das quais “umas parecem vir de fora e outras do imo da alma29”, explica Teresa d’Ávila em O Castelo da Alma. Aí Alma. Aí ela revela as marcas pelas quais se pode reconhecer que essas palavras silenciosas vêm de Deus: A prim eira e a mais seg ura con siste na aut orid ade e na mest ria que elas trazem consigo; são palavras e obras ao mesmo tempo. Quero me explicar melhor. Considere-se uma alma que se encontra na adversidade e em perturbação, (que) está imersa no obscurantismo do espírito e na aridez. Ora, um só dito dito como este: , basta para torná-la calma; ela não tem mais sofrimento. Está inundada com a Luz Divina50.
Segundo o eremita da Montanha Sagrada, quando a pessoa se tornou digna de contemplações elevadas e divinas, não deve deixar de buscar o amor e a continência, “a ñm de que, conservando o aspecto passional passivo, guarde sem eclipse a luz da alma”. O que é evidente no cotidiano é constatar o quanto é luminosa lum inosa a face dos dos seres que oram e ajudam aj udam os outros, como como Madre Teresa, Jean Vanier, Padre Pio ou a Irmã Emmanuelle. Pode-se dizer o mesmo das pessoas que simplesmente procuram fazer todos os dias o bem ao seu redor, na sua familia e no seu trabalho. Não são esses belos seres encontrados quaisqu qua isquer er que sejam seus traços traços e sua sua idade? Pois a vida espiritual é o contrário da lei da vida da carne; o ser humano envelhece pouco a pouco após sua juventude, ao passo que na vida espiritual ele se torna, com a prece do coração, coração, uma criancinha. c riancinha. 5 - A UNIÃO DE TODOS OS SENTIDOS Na prática da prece do coração, é o ser humano inteiro que se une a Deus. Como diz Jean-Yves Leloup: O ser hum ano é criado para estar unido a Deus em todo o seu ser —co raçã o, espí rito, alm a e corp o, o cora ção -esp írito não sendo aqui uma faculdade especial e sim o centro onde todas as faculdades se unem, ond e o ser humano inteiro ao mesmo tempo se concentra e se dispersa; em suma, a inscrição em toda a natu reza do ser humano de sua pessoa33.
O segundo sinal consiste na paz profunda de que a alma é inundada e, o terceiro, no fato de que as palavras que vêm de Deus não se apagam por muito tempo da memória, pois a palavra que vem de Deus “imprime a certeza da paz profunda”. Mesmo que se possa escoar um tempo após se tê-la ouvido antes que a palavra de Deus se realize, a alma, a lma, no instante mesmo em que a ouve, “não “não tem dela nenhuma nenh uma dúvida e preferiria morrer para sustentar sua verdade”. Teresa Teresa d’Avila acrescenta mais adiante adian te que não sabe porque “a alma deseja com tanto ardor que essas palavras palavr as de Deus se confirmem31” confirmem31”ee que seu júbilo júbi lo é muito intenso intens o quando ela vê a realização da profecia. profecia. Parece também que Deus fala à alma em certa visão intelectual: Ora, sua palavra se faz sentir tão tão bem no imo da alma, em termos tão claros para seu ouvido c de maneira tão secreta, que o próprio modo como ela a compreende e os efeitos que são produzidos pela visão lhe dão a con vicç ão e a c ert eza de qu e o d em ôn io (Not a da Autora: o mal) não pode ter aí nenhuma participação 32. /
As razões que Teresa d’Avila dá para essa certeza são a clareza das palavras pronunciadas, sua espontaneidade, sua direção pessoal, sua universalidade e a virtude que ela gera com seu entendimento. Todavia, à medida que o ser penetra no silêncio de Deus, ele deve também lutar mais para par a não perder a graça que recebeu.
É então com todos os seus sentidos que o ser participa na união com Deus na prece. Os Padres do deserto falam numa transformação dos nossos sentidos físicos em “sentidos espirituais”. Trata-se dos sentidos do corpo que foram transfigurados pela graça de Deus para se tornarem sentidos tornam o ser huma no cada vez mais “diviniza vin izados dos334” que qu e tornam mais capaz de se parecer com Deus. Jean-Yve Jean-Yvess Leloup relata que, segundo segundo as as Escrituras, Escrituras, devemos devemos reencontrar nosso “sentido divino” para podermos conhecer a Deus em essência. Os seres cujos sentidos são tocados pela pela graça estão em condição de olhar divinamente, escutar divinamente, desfrutar e sentir divinamente. E então possível possível para eles invocarem invocarem as emanações divinas, que a cabala judaica chama de sefirot, sefirot, para obterem a cura, a premonição premoniçã o e às vezes vezes o dom da profecia. Assim Deus, considerado como uma “luz inacessível”, inacessível ”, torna-se torna-se excepcionalmente excepcionalm ente compreensível através de sua Criação e sua humanidade. human idade. 6 - A FELICIDADE DE PLENITUDE Retornemos um pouco, porém, à busca fundamental de todo ser criado neste mundo - planta, plan ta, anima an ima l ou ser humano —e —e à questão que melhor a resume: qual é o segredo da felicid ad e? Como seres conscientes, se o nosso objetivo é satisfazermos nossos nossos desejos sensuais, como de dinheiro, dinhe iro, de glória glór ia e de sexo, não podemos podemos ser verdadeiramente verdadeiram ente felizes. f elizes. Ao contrário, estamos criando mais sofrimento para nós e para outrem. Como diz
Segundo o eremita da Montanha Sagrada, quando a pessoa se tornou digna de contemplações elevadas e divinas, não deve deixar de buscar o amor e a continência, “a ñm de que, conservando o aspecto passional passivo, guarde sem eclipse a luz da alma”. O que é evidente no cotidiano é constatar o quanto é luminosa lum inosa a face dos dos seres que oram e ajudam aj udam os outros, como como Madre Teresa, Jean Vanier, Padre Pio ou a Irmã Emmanuelle. Pode-se dizer o mesmo das pessoas que simplesmente procuram fazer todos os dias o bem ao seu redor, na sua familia e no seu trabalho. Não são esses belos seres encontrados quaisqu qua isquer er que sejam seus traços traços e sua sua idade? Pois a vida espiritual é o contrário da lei da vida da carne; o ser humano envelhece pouco a pouco após sua juventude, ao passo que na vida espiritual ele se torna, com a prece do coração, coração, uma criancinha. c riancinha. 5 - A UNIÃO DE TODOS OS SENTIDOS Na prática da prece do coração, é o ser humano inteiro que se une a Deus. Como diz Jean-Yves Leloup: O ser hum ano é criado para estar unido a Deus em todo o seu ser —co raçã o, espí rito, alm a e corp o, o cora ção -esp írito não sendo aqui uma faculdade especial e sim o centro onde todas as faculdades se unem, ond e o ser humano inteiro ao mesmo tempo se concentra e se dispersa; em suma, a inscrição em toda a natu reza do ser humano de sua pessoa33.
Com frequênc fre quência ia se esquece —e certas certas tradições privilegiam privil egiam uma função do ser mais do que qu e outra —de —de que é o ser humano na sua “inteireza” que recebe a graça e não apenas uma parte do seu ser: seu corpo, sua imaginação ou sua alma considerados separadamente.
se sabemos nos contentar com pouco, temos tempo para usar cada momento da nossa vida para vivermos intensamente, amarmos e cuidarmos dos nossos semelhantes35.
Ai está o segredo da verdadeira verdad eira felicidade, felicidad e, segundo esse monge budista, pois, nas nossas sociedades atuais, muita muit a gente busca a felicidade procurando satisfazer seus desejos sensuais. Por conseguinte, cresce o número de pessoas desesperadas e que sofrem. sofrem. Se tivermos sabedoria suficiente para aceitarmos viver sim ple sm ent e e nos con ten tar mos com o que temos , não tere mos mais inquietude nem preocupações inúteis. É porque pensamos que am anhã podemos perder o nosso emprego e não mais receber receber o nosso salário mensal que vivemos incessantemente num estado de nervosismo e angústia. E, o escolhermos consumir pouco para sermos mais felizes é o único modo de nos sairmos bem na civilização a tu al36. al36.
Por que então oramos? Talvez, de maneira concreta, toda energia da prece venha do nosso simples desejo de sermos felizes e de estarmos ligados aos outros e a algo maior do que nós. A prece, seja ela silenciosa, cantada ou meditada, é um modo de nos acharmos no momento presente e de tocarmos a paz interior que está em nós. E também um modo de nos ligarmos ao universo e à eternidade. Nossa verdadeira felicidade, nossa nossa plenitude, decorre de que estejamos plenamente conscientes do momento atual e de que estejamos ligados a tudo o que existe no universo 37.
É então com todos os seus sentidos que o ser participa na união com Deus na prece. Os Padres do deserto falam numa transformação dos nossos sentidos físicos em “sentidos espirituais”. Trata-se dos sentidos do corpo que foram transfigurados pela graça de Deus para se tornarem sentidos tornam o ser huma no cada vez mais “diviniza vin izados dos334” que qu e tornam mais capaz de se parecer com Deus. Jean-Yve Jean-Yvess Leloup relata que, segundo segundo as as Escrituras, Escrituras, devemos devemos reencontrar nosso “sentido divino” para podermos conhecer a Deus em essência. Os seres cujos sentidos são tocados pela pela graça estão em condição de olhar divinamente, escutar divinamente, desfrutar e sentir divinamente. E então possível possível para eles invocarem invocarem as emanações divinas, que a cabala judaica chama de sefirot, sefirot, para obterem a cura, a premonição premoniçã o e às vezes vezes o dom da profecia. Assim Deus, considerado como uma “luz inacessível”, inacessível ”, torna-se torna-se excepcionalmente excepcionalm ente compreensível através de sua Criação e sua humanidade. human idade. 6 - A FELICIDADE DE PLENITUDE Retornemos um pouco, porém, à busca fundamental de todo ser criado neste mundo - planta, plan ta, anima an ima l ou ser humano —e —e à questão que melhor a resume: qual é o segredo da felicid ad e? Como seres conscientes, se o nosso objetivo é satisfazermos nossos nossos desejos sensuais, como de dinheiro, dinhe iro, de glória glór ia e de sexo, não podemos podemos ser verdadeiramente verdadeiram ente felizes. f elizes. Ao contrário, estamos criando mais sofrimento para nós e para outrem. Como diz Thich Thi ch Nhat N hat Hanh, Ha nh, monge budista zen z en do Vietnã: Vietnã : ’ Os seres humanos são cheios de desejos. Dia e noite eles correm atrás desses objetos de desejo, o que os torna escravos. Ora, sem liberdade não se pode ser feliz. Mas se nutrimos poucos desejos,
espiritual denominada paz do Cristo, que a inteligência não pode compreender, que a palavra não pode exprimir, que só pode ser alcançada por uma experiência bem-aventurada de maneira perfeitamente incompreensível 38”, revelou Ignace Briantchaninoff, místico cristão, para descrever o estado de graça privilegiado privile giado de união com Deus que proporciona a prece silenciosa. No coração, coração, a prece reencontra então a potencialidade capaz ca paz de nos fazer entrar no silêncio de Deus, capaz de nos fazer contemplar a face de Deus em todos os seres. Deixemo-nos então levar por este este magnífico poema de amor que fala da visão da face do Bem-Amado, escrito por Rümi, mestre sufi: Até qu an do eu v ou per cebe r as cores e os pe rfum es d este mu nd o? É chegado o momento de ver a face do Bem-Amado. Se eu olho para ele, vejo minha própria imagem, Se olho para mim, vejo sua imagem. Oh meu coração, quem viu durante a noite a influência do alvorecer? Quem viu um amoroso fiel à boa reputação? Gritas sem cessar: “Estou queimado!”. Não grites; grites; quem já viu um queim ado que não tenha experiência? experiência? Oh tu que és um exemplar do Livro Divino, Tu que és o espelho da beleza régia, Nada existe no mundo fora de ti, Busca em ti mesmo o que queres: és tu. Estás nos meus olhos, senão, como eu te veria?
se sabemos nos contentar com pouco, temos tempo para usar cada momento da nossa vida para vivermos intensamente, amarmos e cuidarmos dos nossos semelhantes35.
Ai está o segredo da verdadeira verdad eira felicidade, felicidad e, segundo esse monge budista, pois, nas nossas sociedades atuais, muita muit a gente busca a felicidade procurando satisfazer seus desejos sensuais. Por conseguinte, cresce o número de pessoas desesperadas e que sofrem. sofrem. Se tivermos sabedoria suficiente para aceitarmos viver sim ple sm ent e e nos con ten tar mos com o que temos , não tere mos mais inquietude nem preocupações inúteis. É porque pensamos que am anhã podemos perder o nosso emprego e não mais receber receber o nosso salário mensal que vivemos incessantemente num estado de nervosismo e angústia. E, o escolhermos consumir pouco para sermos mais felizes é o único modo de nos sairmos bem na civilização a tu al36. al36.
Por que então oramos? Talvez, de maneira concreta, toda energia da prece venha do nosso simples desejo de sermos felizes e de estarmos ligados aos outros e a algo maior do que nós. A prece, seja ela silenciosa, cantada ou meditada, é um modo de nos acharmos no momento presente e de tocarmos a paz interior que está em nós. E também um modo de nos ligarmos ao universo e à eternidade. Nossa verdadeira felicidade, nossa nossa plenitude, decorre de que estejamos plenamente conscientes do momento atual e de que estejamos ligados a tudo o que existe no universo 37. 7 - C o n t e m p l a r D e u s n os seres /
E no coração profundo que podemos saborear alguns dos frutos da felicidade que nos faz desfrutar a prece do coração: “Invocado pela prece do coração, o Cristo (Nota da Autora: ou o princípio divino em nós) envia ao coração uma força
coração ou de corpo, jovens ou velhos em aparência, no día em que pudermos ver através de todos os seres a face de Deus que nos olha e nos sorri com amor, amor, então viveremos a verdadeira felicidade própria de todos os seres. Nesse dia conheceremos o amor que está além do amor, que faz com que eu ame o outro de modo incondicional, homem ou mulher, animal ou planta, para o maior bem da sua evolução neste mundo. A prece do coração tem o poder de nos abrir para essa dimensão do amor supraconsciente, de nos fazer convergir para esse ponto supremo da nossa evolução em que nos podemos unir, neste mundo como no outro, às centelhas “falantes” do amor divino.
espiritual denominada paz do Cristo, que a inteligência não pode compreender, que a palavra não pode exprimir, que só pode ser alcançada por uma experiência bem-aventurada de maneira perfeitamente incompreensível 38”, revelou Ignace Briantchaninoff, místico cristão, para descrever o estado de graça privilegiado privile giado de união com Deus que proporciona a prece silenciosa. No coração, coração, a prece reencontra então a potencialidade capaz ca paz de nos fazer entrar no silêncio de Deus, capaz de nos fazer contemplar a face de Deus em todos os seres. Deixemo-nos então levar por este este magnífico poema de amor que fala da visão da face do Bem-Amado, escrito por Rümi, mestre sufi: Até qu an do eu v ou per cebe r as cores e os pe rfum es d este mu nd o? É chegado o momento de ver a face do Bem-Amado. Se eu olho para ele, vejo minha própria imagem, Se olho para mim, vejo sua imagem. Oh meu coração, quem viu durante a noite a influência do alvorecer? Quem viu um amoroso fiel à boa reputação? Gritas sem cessar: “Estou queimado!”. Não grites; grites; quem já viu um queim ado que não tenha experiência? experiência? Oh tu que és um exemplar do Livro Divino, Tu que és o espelho da beleza régia, Nada existe no mundo fora de ti, Busca em ti mesmo o que queres: és tu. Estás nos meus olhos, senão, como eu te veria? Estás no meu espírito, senão, como eu te amaria? Lá onde se encontra esse lugar que ignoro, Se não houvesse o teu amor, como estaria eu aí 39 ?
Decerto, no dia em que pudermos ver Deus em todos os seres, sejam eles e les bons ou egoístas, mendigos men digos ou ricos, belos de
VL A C H O S (H iéro thé e), ], texto traduzido do grego por Jean-Louis Palierne, Paris, Le Seuil, 1988. 0 t er er m o no original] designa um pai espiritual que recebeu a bênção para d irigir um m osteiro. ÉVAGRE LE PONTIQUE, ], Paris, Brépols, 1992, pág. 72. UM CARTUXO, ], Paris, Presses de la Renaissance, 2003. LELOUP (Jean-Yves), ] , Paris, Albin Michel, col. « Spiritualités vivantes » 1Espiritualidades vivasj, 1990, pág. 41.
GRÉGOIRE LE SINAÍTE. Citado por LELOUP (Jean-Yves), ], ], Paris, Albi n M ichel, col. “Spiritualités vivantes” [Espiritualidades vivasj, 1990, pág. 121. O hesicasmo, do grego que significa “paz, silêncio”, é a tradição milenar que ensina a meditação e a prece no cristianismo, cristianismo, dos Padres do deserto aos nossos dias. LELO UP (Jean-Yve (Jean-Yves), s), pág. 122. Récits d’un pèle rin russe Relatos de um peregrino russo] , Paris, Dervy, 2005, pág. 10. O termo extraído do verbo que significa “lembrar alguma coisa, trazer da m emória, re lembrar”. Para os sufis, sufis, significa prece ou invocação da lembrança de Deus, ou rememoração do nome dc Deus. Para Al-Ghazâlí, “os são fórmulas cuja repetição é fonte de benefícios benefícios espirituais”. .
coração ou de corpo, jovens ou velhos em aparência, no día em que pudermos ver através de todos os seres a face de Deus que nos olha e nos sorri com amor, amor, então viveremos a verdadeira felicidade própria de todos os seres. Nesse dia conheceremos o amor que está além do amor, que faz com que eu ame o outro de modo incondicional, homem ou mulher, animal ou planta, para o maior bem da sua evolução neste mundo.
VL A C H O S (H iéro thé e), ], texto traduzido do grego por Jean-Louis Palierne, Paris, Le Seuil, 1988. 0 t er er m o no original] designa um pai espiritual que recebeu a bênção para d irigir um m osteiro. ÉVAGRE LE PONTIQUE, ], Paris, Brépols, 1992, pág. 72. UM CARTUXO, ], Paris, Presses de la Renaissance, 2003. LELOUP (Jean-Yves), ] , Paris, Albin Michel, col. « Spiritualités vivantes » 1Espiritualidades vivasj, 1990, pág. 41.
A prece do coração tem o poder de nos abrir para essa dimensão do amor supraconsciente, de nos fazer convergir para esse ponto supremo da nossa evolução em que nos podemos unir, neste mundo como no outro, às centelhas “falantes” do amor divino.
GRÉGOIRE LE SINAÍTE. Citado por LELOUP (Jean-Yves), ], ], Paris, Albi n M ichel, col. “Spiritualités vivantes” [Espiritualidades vivasj, 1990, pág. 121. O hesicasmo, do grego que significa “paz, silêncio”, é a tradição milenar que ensina a meditação e a prece no cristianismo, cristianismo, dos Padres do deserto aos nossos dias. LELO UP (Jean-Yve (Jean-Yves), s), pág. 122. Récits d’un pèle rin russe Relatos de um peregrino russo] , Paris, Dervy, 2005, pág. 10. O termo extraído do verbo que significa “lembrar alguma coisa, trazer da m emória, re lembrar”. Para os sufis, sufis, significa prece ou invocação da lembrança de Deus, ou rememoração do nome dc Deus. Para Al-Ghazâlí, “os são fórmulas cuja repetição é fonte de benefícios benefícios espirituais”. . G HAZ AL HAZ AL I (M uha mm ad ibn Mu ham ma d Ab ü H âmi d al- ), Ihyâ ‘ulum al-Dín Ihyâ ‘ulum alDín], traduz ido do árabe por Pierre Cuperly, Paris, Albin M ichel, 1996, pág. 14.
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], textos compilados por Many Cihlar. Le Tremblay, Diffusion Rosicrucienne, 1992, pág. 31. Excerto de uma entrevista entrevista com Michel Dongois, publicada na revista Montreal, 10 de maio de 2000. MERTON (Thomas) (Thomas) Paris, Le Seuil, 1962, pág. 52. Récits d’un pèler in russe Relatos de um peregrino russoj, París, Dervy, 2005, pág. 14-15. ARBERRY (Arthu r John), traduzido do inglês por Jean Gouillard, París, Le Mail, 1988, pág. 28. pág. 95. DUR AN (Jacob), (Jacob), [0.í París, De Vecchi, 1995, pág. 106. MERE (La), Pondichéry, Editions Sri Aurobindo Ashram, 1993, pág. 131. Excerto de uma entrevista entrevista de Maud Séjourn ant com o Dr. Larry Dossey, publicada na revista março-abril de 1997, pág. 50. pág. 36. , pág. 44. pág. 33. . LEL OUP (Jean-Yves), (Jean-Yves), París, Albin Michel, col. “Spiritualités vivantes” [Espiritualidades
17. LELOUP (Jean-Yves), París, Albin Michel, col. “Spiritualités vivantes” [Espiritualidades vivas], 1990, pág. 176. 18. ÉVAGRE LE PONT IQUE, París, Brépols, 1992, pág. 73. 19. pág. 56. 20. pág. 30. 21. ÉVAGRE LE PONT IQUE, pág. 73. 22. pág. 31. 23. pág. 30. 24. pág. 23. 25. pág. 35. 26. pág. 48. 27. pág. 56. 28. pág. 22. 29. pág. 57. 30. LELO UP (Jean-Yves (Jean-Yves), ), [ pág. 214. 31. ANGELE DE FOLIGNO, París, Le Seuil, col. « Points 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38.
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], Montreal, Bellarmin, 2003, pág. 143. A Popote Popote roulante [Mesa redonda] é urna iniciativa iniciativa comunitária em Montréal. Trata-se Trata-se de urna carreta arrumada com o restaurante ambulante, que pára nos lugares onde há itinerantes para lhes oferecer gratuitamente urna sopa, uma refeição quente, café e um dispositivo para se aquecerem, principalmente no inverno, quando faz muito frio (de -10° a -20°). PADRE JACQ UES, pág. 148. ISAAC O SIRIO, SIRIO, tratado LXXXy pág. 34 0- 34 1. Cit ado por LE LO U P (Jea n-Yv es), , Paris, Albin Michel, col. “Spiritualités vivantes” [Espiritualidades vivas], 1990, pág. 106-107. LELO UP (Jean-Yves (Jean-Yves), ), pág. 83. Récits d’un pele rin russe Relatos de um peregrino russo], Paris, Dervy, 2005, pág. 24. , pág. 22-23.
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traduzidas do grego
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Deve -se a Evagre de Pontiqu e (346- 399 ), um dos Padres do deserto que tem um lugar especial no desenvolvimento da prece do coração. Ele dividiu a vida espiritual em duas etapas: a ou vida prática, caracterizada pela luta contra as paixões e os pen sam ent os vãos, e a aqu isiç ão da hum ild ade e da tem pera nça, que permite que a pessoa se eleve na prece; a ou vida gnóstica, caracterizada pela contemplação da natureza e da essência espiritual das coisas, que permite que se alcance, de grau em grau, a contemplação de Deus. GRUN (Anselm), Paris, Médiaspaul, 199 6, pág. 53. ‘ pág. 55-56.
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Propósito da Ordem Rosacruz A Ordem Ordem Rosacru Rosacruz, z, AMOR AMORC C é uma organização organização interna cional, mística e Templaría de caráter cultural, fraternal, nãosectário e não-dogmático, de homens e mulheres dedicados ao estudo e aplicação prática das leis naturais que regem o universo e a vida. Seu objetivo é promover a evolução da humanidade através do desenvolvimento das potencialidades de cada individuo e propiciar urna vida harmoniosa com saúde, felicidade e paz. A Orde Ordem m Rosa Rosacru cruzz ofer oferec ecee um sistem sistemaa eficaz eficaz e com comprov provad adoo de instrução e orientação para o autoconhecimento e compreensão dos processos que determinam a mais alta realização humana. Essa profunda e prática sabedoria, cuidadosamente preservada e desenvolvida pelas Escolas de Mistérios esotéricos, está à disposição de toda pessoa sincera, de mente aberta e motivação positiva e construtiva. Para mais informações, os interessados podem solicitar o informativo gratuito “O Dominio da Vida”, escrevendo ou telefonando para: Ordem Rosacruz, AMORC Grande Loja da Jurisdição de Língua Portuguesa Rúa Nicaragua, 2620 —Bacacheri —Bacacheri —825 —825 15- 260 Curitiba Curi tiba —PR— PR —Brasil
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Missão Rosacruz
A Ordem Rosacruz, AMORC é uma Organização Internacional de caráter místico-filosófico, que tem por por MISSÃO despertar o potencial interior do ser humano, auxiliando-o em seu desenvolvimento, em espírito de fraternidade, respeitando a liberdade individual, dentro da Tradição e da Cultura Rosacruz.
Missão Rosacruz
A Ordem Rosacruz, AMORC é uma Organização Internacional de caráter místico-filosófico, que tem por por MISSÃO despertar o potencial interior do ser humano, auxiliando-o em seu desenvolvimento, em espírito de fraternidade, respeitando a liberdade individual, dentro da Tradição e da Cultura Rosacruz.
A P r e c e do C o r a ç ã o Apreceédenominada“olugardocoraçào”,¡stoé,olugarquepermite a inti intimi mida dade de da alm alma com com Deus. A prec prece e do cora coraçã ção o é entã então o uma experiênc experiênciade iadecomunhãoede comunhãoedeamo amorque rqueno nosfa sfaz zpene penetrar trar no coração coração silencioso silenciosodo donoss nosso osser,onde , ondepodemos podemos vivencia vivenciara raun união ião comD com Deus. eus.
A P r e c e do C o r a ç ã o Apreceédenominada“olugardocoraçào”,¡stoé,olugarquepermite a inti intimi mida dade de da alm alma com com Deus. A prec prece e do cora coraçã ção o é entã então o uma experiênc experiênciade iadecomunhãoede comunhãoedeamo amorque rqueno nosfa sfaz zpene penetrar trar no coração coração silencioso silenciosodo donoss nosso osser,onde , ondepodemos podemos vivencia vivenciara raun união ião comD com Deus. eus. Mascomo Mascomoorare orareoqueéaprec oqueéaprece?Apreceé e?Apreceéaomesmotempo aomesmotempour urna na arte e urnatécnica: urnatécnica: urnaarte urnaarteensinada ensinadahá há milênios milênios,, entre entreoutros outrostipos, tipos, na prece prece hesic hesicas asta ta;; urna urna técnica cuja prática prática requer requerum um esforç esforço, o, uma uma vontade vontade persi persist sten ente, te, umaprep umapreparaç aração ão interi interior or que cria cria as condições condições prop propíc ícia ias s à comunh comunhão ão a que que aspi aspira ra a noss nossa a alma lma. O liv livro de Alin line Charestnosfazdescobrir Charestnosfazdescobrirambas ambasasco ascoisas,abrindoisas,abrindo-nosassim nosassimasportas asportas da prec prece, e, dando-no dando-nos s chav chaves es para para aprend aprenderm ermos os a prati praticá cá-l -la a com com o coraçãoe coração easuperarmosos asuperarmos osobstáculo obstáculos squese queseapresenta apresentam mnes nessaár saárea ea.. Àmedidaquelê, Àmedidaquelê,o o leitorva leitorvaiise sefamilia familiarizandocomosdiversostipos rizandocomosdiversostipos de prece prece,, com seus seus efeito efeitos s espiritu espirituaise aisefísi físicos. cos. Pesqu Pesquisa isas s científ científica icas s recentesindicamosefeitosdapreceemrelaçãoaoprocessodecura. Texto xtos originários originários das das grandes grandes tradições tradições orient orientais ais e ocident ocidentais ais testemunh testemunham am quea que a prece preceé é uma umaaspir aspiraçã ação oun unive iversa rsall paracomunhão paracomunhão com Deus Deus.Tod .Todos os nós nós podemosvivenci podemosvivenciar ar essa essa experi experiênci ência, a, tant tanto o parabenefíciopessoalcomoparaobemdahumanidade. éjornalistaeconferencistaemMontreal,noQuebec. Éautoradolivrointitulado “As Grande Grandes s Senda Sendas s doAmor” do Amor”.. (Public (Publicado ado Alin Al ine e Char Ch arest est
pelaOrdemRosacruz,AMORC,emlínguaportuguesacomotítulo“As GrandesViasdoAmor”).