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EDITORA EDITORA SANTUARIO Rua P adre Claro Monteiro, Monteiro, 342 Z, jAjF jA jFone one:: (12) (12) 3104-2000 3104-2000 www.editorasantuario.corn.br e-mail:
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ISBN 85-7200-117-4
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SANTO AFONSO MARIA DE LIGORIO (1696-1787) Bi>po c Doutor da Igrcja
A o r a c a o o grande meio p a r a a l c a n y a r m o s d e D e u s a s a l v a y a o e to d as as g ray r ay as q u e d esejam o s.
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EDITORA SANTUARIO
Aparecida-SP
D ad a d o* o* I n t e r n a l i o n a r s d e C a t a l o g a ^ a o n a P u h l ic ic a p i o ( C I P ) ( C a m a r a K r a s i l d r a d o L i v r o , S P , B r a si si l) l) Afonso Maria dc U gdrio. Santo. 169 16966-1787 1787 A Ora$5o: O grande meio para alcarv,am>os dc Dcus a salvayao c i a dc Ligdrio; iimln/ido do toda to dass a* a*, gramas que dcscjamos / A f o n s o M a r ia Barros.. — 4* cd. — A|>arccid original pelo P t. Henriquc Barros A|>arccida. a. S P : Editora
Santuano. 1902. ISBN 85-7200 117-4 I.Oragfio I. Titulo. 92-2344
CDD-248.32 indices p a ra caUtlogo caUtlogo Msu-mar Msu-maric ico: o: I. O ra^ lo: lYiiic a rcligiosa: Vida crist cristA A 248.32
Trad u/ido do original original pelo Pc. Henriquc Barros. C.Ss.R . ((1890-1969 1890-1969 )
Com apr aprovac ovacfl flo o edcsiA stka l Ul U l o * Oi d u e t t o s r cs cs cr c r v ad ad o s 4 K D I T O R A S A N T U A R I O -
1987
omp osi^ao. impressao c acabamento: acabamento: K i l l TOKA SA NT UA RIO - Rua Padre Padre O ar o M onl onlei eiro. ro. M2 M2 Pone: Pone: (12) (12) 3104-20 00— 125 12570-0 70-000 00 — Aparecida Aparecida SP
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2008 19
APRESENTACAO
Santo Afonso (1696-1787) e conhecido como o “ D outor da Orayao' Orayao'*. *. Talvez po r iss issoo m esmo diga, diga, na introduyao introduyao a esta sua ob ra, que nunca tinha esc rito nada mais util. O que c dizer muito, uma vez que chegou a publicar mais de cem obras durante sua longa vida. Sobre a orayao Santo Afonso falou e escreveu muito. Mas, principalm ente foi foi um homem qu e muit m uito o orou: em media dedicava oito horas diarias a orayao. Podia, pois, rccomendar a todos que fizessem pelo mcnos mcno s um a bo ra de de or oray ay&o &o diaria, dia ria, aiem de freq f reqiiente iientess e rapidas preces nas diversas oportunidades do dia. N e s t a s u a o b r a , o s a n t o d o u to r t r a t a d a o r a y a o enquanto pedido, prece, suplicae tambem agradecimento. Nao trata dos outros aspectos da orayao, como tambem na nao o se prende apena s a ora?ao vocal. vocal. Fala da absoluta necessidade que temos de pe p e d i r a Deus a salvacao e de como o devemos fazer. Foi em 1757 que pela primeira prim eira vez San to Afonso A fonso puu b lic p li c o u um “ Br B r e v e f r a t ado a do sobre a necessidade da ora$ao, ora$a o, sua sua efic eficaci acia a e as co n d ifde sc o m que deve ser ser fe f e i t a ”. ” . O texto foi foi publicado publicado com o apendice d a obra " ( ) c r i s i a o s a n t i f i c a d o do seu confrade o Pe. Ja-
nuirio Samelli, um livro que, por sinal. tinha como finalidade levar todos os cristaos a fazerem diariamente a oracao mental.
No N o in infc fcio io do d o an a n o s e g u in t e , o s a n t o re revv iu o te x t o e o acrescentou a nova ediyao dos seus “Opusculos E s p i r i t u u i s " . Na ocasiao prometeu que cm breve puu b lic p li c a ria ri a u m a o b r a e s p e c i a l e m ais ai s tra tr a b a l h a d a . em que desenvolveria tambem uma tese teologica: a gra<;a de orar e dado normalmente a todos e, mediante a oragao, oragao, todos po de m ob ter de Deus os ououtros tros aux' aux'tl tlio ioss necessdrios p ara a salv a fa o . No mesmo
ano de 1758 ele esc rev eu pa para ra Rem ondini, seu editor em V enez a: **‘‘E sse livro livro sobre a orayao e ob ra unica e muito util para todos. E nao e apcnas uma obra ascetica ou espiritual: e tambem teologica e me esta dando muito trabalho...” Em nov novem em bro de 1758 o texto foi en entregu treguee a um ed itor de de Nap oles e ja es tava impresso em maryo do ano seguinte. O titulo seguia o estilo da epoca: Do D o g r a n d e rneio da Orayao Para conseguir a salvagao eterna e todas as Gramas que queremos de Deus Obra Teologico-ascelica do Revdmo Padre D o m A f o n s o d e U g o r i o R e ito it o r - M o r d a C o n g re g a g a o do SS. Redentor Utilissima para todo o tipo de pessoa.
Como era seu costum e, ja no dia dia 5 de abril abril Santo Afonso enviou um exemplar revisado dessa edigao nupolit nupol itana ana para ser reimp resso em V eneza, o qu e iria iria 6
garantir maior divulgayao para a obra. Essa nova ediyao ediyao foi foi publicada publicada entre jun ho e agosto do mesmo ano de 1759. Ate a morte do autor, em 1787, foram puu b l ica p ic a d a s 10 ed e d iy iyoo e s . N o te - s e q u e , ja j a em 1761. foi puu b lic p li c a d a em N a p o l e s um u m a ed e d iy iyaa o co c o n te n d o a p e n a s a pri p rim m e i r a p a r t e , o m itid it idaa a d i s s e r t a y a o teo te o lo g ic a . I s s o . alias, alias, tornou-se praxe em praticamente tod as as edi edi<;des po popu pulare laress da obra. obra . E o que fazem fa zem os na pre sen te edigao. edigao. na qual se suprim suprim iram tambem as referencias ao pe pe da pagina. A tradug trad ugao ao.. feita pelo pelo Pe. H enrique Barros, C.SS.R. (1890-1969), foi-nos graciosamente cedida pelas Ediyoes Paulinas. Para facilitar a leitura, foram fcitas algumas modificayoes na linguagcm. Como j4 o dissemos, mais mais vezes S anto Afonso Afonso escreveu sobre a orayao, dando um destaque espe cial a orayao mental e a meditayao. Ainda em 1742 com pos um texto breve , de m ais ou me nos qua q ua renta linhas: “Resumo do modo de fazer a oragao men ial". Te xto que nos foi foi conserva do em uma de suas cartas mas que, ao que tudo indica, era um dos muitos folhetos que o santo costum ava distribuir ao pov povoo durante as Missoes. De 1745 a 1750 temos um esquema de palestra sobre a necessidade da orayao mental, possivelmente para clerigos que se preparavam para a ordenayao sacerdotal. Finalmente, na obra “ Vitorias dos Mdrtires", ha, como apendice, A v i s o s um texto de mais ou menos setenta linhas: " Av necessdrios para a salvagao de pessoa s de qua lquer estado estado de vida ". £ como que um apanhado geral geral da da
doutrina sobre a orayao. Composto provavelmente antes de 1775, o texto foi tambdm distribuido como volant vol antee duran te as M issoes. issoes. Ai e que se en co contra ntra em 7
sua forma lite litera rall a frase, talve z a mais co conh nhecid ecida. a. do graa n d e miss gr miss i on onaa r i o: o:““ £C ER TO Q U EQ U EM REZ REZ A SE SALVA, QUEM NAO REZA SE COND ENA*’. ENA*’. O santo, que tanto insistia na obrigagao de os prr e g a d o r e s fa p fala lare rem m fre q u e n te m e n te so b re a n e ce ssi dade da orayao. nao podi podiaa deixar de dar o exemplo. De todos os modos insistia com seus missionaries redcntoristas para que fossem homens de oragao e prr e g a d o r e s da o r a y a o . J u l g a v a qu p q u e o s f r u to toss d a s M is is soes estavam garantidos onde ficava implantado o habito da oragao mental. Quando em 1771 publicou o s “Sermdes Breves para todos os domingos do pregay oes toda a sua dou doutrina trina a n o " , resumiu em tres pregayoes sobre a orayao. Alias, um resumo adaptado desses textos ja foi publicado pela Editora Santuario no sobree a O rayao”. Nao podelivreto “ Conversando sobr ria deixar de lembrar ainda um outro livreto seu: "Maneira de ronversar continuamente e familiarpublica icado do por nos numa mente ment e com D eus", tambem publ sobre com o co nversar com adaptayao (Conversando sobre De D e u s). s) . Nessa pequena obra esta todo o esforyo do
Santo Doutor da Orayao para nos iyudar a fazer da orayao uma realidade sempre presente a todos os instantes da vida. FI. Castro. C.SS R.
A JESUS E A MARIA
Vos. Verbo en carn ad ado, o, destes o sangue sangue e a vi vida ii fim de ob ter para as nossas orayo es, como promeu-stes, um valor tao grande que elas nos alcanyam ludo lud o que pedim os. E nos, 6 D eus, somos tao descuidados da nossa nossa salvayao, salvayao, que nem pe dirq dirque ue rem os as gruyas necessarias para nos salvar! Por este meio, pcla pc la o r a y a o , n o s d e s t e s a c h a v e de to tod d os os vossos tlivinos tesouros. E nos, porque nao pedimos, queremos emos pe rm an ec erem nossas miseri miserias. as. Ah. Senh Senhor or!! Iluminai Iluminai-nos -nos e fazei-nos fazei-nos con he hece cerr quanto quan to valem, v alem, per.mte r.mte o Pai Pai e terno ter no , as ora orayoe yoe s feitas feitas em vosso nome e porr v o s s o s m e r e c im e n to po toss . Consagro-Vos este meu livrinho. Abcnyoai-o e faze fa zeii com que todos qua ntos o tiverem tiverem em suas maos, resolvam resolvam a or orar ar sempre e se esforcem esforcem por de despe spe rtar tambem o fervor nos outros, outro s, a fim fim de de que empreguem este grande meio de salvayao. Tambem a Vos, Maria, grande Mae de Deus, consagro esta e sta ob ra. Protegei-a e abenyoai a tod todos os que a lere lerem m com espirito espirito de orayao , para p ara reco rrerem em todas as necessidades ao vosso Filho e a Vos, Dis pee n s e ira p ir a d a s gramas grama s e Mae Ma e de m ise is e r ic6 ic 6 r d ia, ia , V o s, q u e nao sabeis deixar deix ar partir de desalen salen tado s os que se recomendam a Vos. Sois a Virg Virgem em pode p oderosa, rosa, alcanyais de Deus para os vossos servos tudo o que pedis para eles.
Ao Verbo Encamado Jesus Cristo DILETO DO ETERNO PAI, BENDITO DO SENHOR, AUTOR DA VIDA, REI DA GLORIA, SALVADOR DO MUNDO, DESEJADO DAS NACRES, DESEJO DAS COLINAS ETERNAS, PAO CELESTE, JUIZ UNIVERSAL, MEDIANEIRO ENTRE DEUS E OS HOMENS, MESTRE DA VIRTUDE, CORDEIRO SEM MANCHA, HOMEM DAS DORES, SACERDOTE ETERNO, VfTIMA DE AMOR, FONTE DE GRA£A, BOM PASTOR, AMANTE DAS ALMAS,
dedica esta obra Afonso, pecador.
INTRODUCAO
1. Publiquei va rias ob ras e spirituais. Pe nso , enenlictanto , nao ter escrito obra mais ut utiil do que esta, e sta, na qual trato d a orayao, porqu porquee a oragao e o meio meio neceslAri Ario e certo de alcanyarm os todas tod as as gragas ne nece cessa ssa ries para a salvagao. Se me fosse possivel. faria im pnn m ir ta n t o s e x e m p l a r e s d e s t e liv p li v ro q u a n to s sao sa o o s fiei ieis de de todo o m undo. Daria um exem plar a cada ca da um, •i fim de que todos pud pudessem essem co com m pre preend end er a necessidade que temos de orar para nos salvar. 2. Falo assim porque vejo, de um lado, a absoluta necessidade da orayao, tao altamente recomendada pelas Santas Escrituras e por todos os santos Padres. Padres. E, de ou tro lado, vejo que poucos pou cos cuidam de cmpregar este grande meio de salvayao. E, o que mais mais me me c ausa d or e ver qu quee os pregadores e confesconfessores tao tao pouco se lembram lembram de recom endar enda r a ora orayao yao a seus ou vintes e penitentes! M esmo os livros livros espi espiri ri-luais, que hoj hojee em dia and andam am nas maos mao s do doss fieis, fieis, nao tratam suficientemente deste assunto, quando e certo que todo s os p regadores regad ores e con fessores e todos os livros livros nao dev eriam m cutir nada com mais empeempenho e afinco do que a necessidade de rezar. Ensinam as almas tan tos mei m eios os de se conservarem na graya de Deus, como fugir das ocasioes, frequ en taro s sacram sacram entos, entos, resistiras tenta t entayoes, yoes, ou v ira Palavra de Deus, meditar nas verdades eternas e 11
outros tanto s meios, meios, todos eles, certam ente de muita muita utilidade. utilidade. Digo Digo,, porem: de que servem as pregayoes, as m editayoes editayoes e todos os outros meios acon selhados pee lo p loss m e s t r e s d a v i d a e s p i r itu it u a l , s e f a lta lt a r o r a y a o , quando e certo que o Senhor diz diz nao “ conc ede r suas gragas, grag as, senao a qu quer ernn ped ir?” “ Pedi Pedi c rec ebe reis” (Mt 7, 7). Sem a orayao, segundo a providcncia ordinaria de D eus, se rao inu inutei teiss tod todas as as m editayoes, editayoes, todos os os prr o p o s ito p it o s e t o d a s a s p r o m c s s a s . S e n a o r e z a r m o s , serem os inf nfie ieis is a toda s as luzes recebidas e a tod as as nossas promessas. A razao e a seguinte: para fazer atualmente o bem, para veneer as tentayoes e para prr a t i c a r a vir p v irtt u d e , n u m a pa p a lav la v r a . p a r a o b s e r v a r intei int ei-ramente todos os preceitos divinos, nao bastam as luzes recebidas anteriorm anteriorm ente, nem as m editagoes editagoes e os prop ositos que fizem fizem os. E ne cessario ainda aind a o aux auxiilio de D eus. E este es te auxfl auxflio io atual, com o logo logo verem vere m os, Deus nao o concede senao a quem reza e reza com pee r s e v e r a n d a . As lu p luzz e s r e c e b id a s , a s c o n s id e r a y o e s e os bons propositos que fazemos, servem para que rezem os nas ocasioes im im inentes inentes de de desobe de sobe de decer cer a le lei divina e, assim, possamos obter o socorro divino, que nos conse conserv rvar ar& & incolum es do pecado. pe cado. Sem isto, isto, sucumbiremos. 3. Eu que queria. ria. amigo leitor, an antes tes de tud tudo o o que vou dizer aqui, explicar esta minha sentenya, para agradecerdes a Deus que, por meio deste meu livrinho, vos da d a a gra$ gra$aa de refletir refletir mais mais profundam ente sobre a importancia deste grande meio da orayao, pois po is to d o s o s q u e se s a lv lvaa m , f a lan la n d o d o s a d u l to toss , 12
ordinariamente so por meio da orayao e que conseguem salvar-se. Por isso, repito, agradecei a Deus, poo is m u ito p it o g ra rann d e e a s u a m i s e r ico ic o r d ia c o n c e d e n d o nos a luz e a graya de rezar. Espero, irmao carissimo, que depois de terdes lido esta obra. nao vos esquecereis de recorrer sem pree a D e u s p e la o r a y a o , q u a n d o f o r d e s t e n t a d o a pr ofende-lo. E, se alguma vez sentirdes a conscience grava da com muitos muitos pecados. pe cados. sabei sabei que a ca us a disto disto e a falta de oragao e de pedir a Deus os auxilios necessarios para resistir hs tentayoes que vos assaltam. Peyo-vos, portanto, que leiais este livrinho e o torneis a ler, com toda tod a atenya o, nao por po r ser trabalho trabalho meu, mas sim, porque e um meio que Deus vos concede para conseguirdes a vossa salvayao salvayao eterna, dando-vos dando -vos assim assim a en ten de r, de modo particular, que que vos qu e r salvar. E, depois de pois de o terde s lido, lido, peyo-vos peyo-vos que, sendo sen do possfvel, possfvel, o fayais fayais ler a vossos conh ecidos e amigos. Comecemos, pois, em nome do Senhor! 4. E screv end o a Tim oteo, o Apostolo di diz: z: “ Ro* go-te, antes de tudo, que se fayam pedidos, orayoes, supli suplicas cas e ayoes de grayas” ( IT ITm m 2,1). Santo Tomas, o Doutor Angelico, explica estais palavras dizendo que a orayao consiste propriamente na elevagao da alma a Deus. A p r e c e consiste em pedir a Deus coi coisas, quer particulars e determinadas, quer indeterminadas, por exemplo quando dizemos: Senhor, vinde em meu socorro! O pe p e d i d o consiste em impet rar a graya. graya. Assim com o qu an ando do dizemo d izemos: s: Por vossa pa p a i x a o e c ru ruzz , liv li v r a i-n i- n o s , S e n h o r ! 13
enfim, im, consiste consiste em agradccer A a $ a o d e gramas, gra mas, enf os beneficios recebidos, pelo que, como diz Santo Tomas, merecemos receber beneficios ainda maiores. A ora^ao no seniido seniido estrito, d iz o Santo D outor, signif signific icaa reco rrer sim sim plesmcnte plesmc nte a Deus. M as, em sua sua accpgao geral. com preendc todas as outras especies especies acim acim a men cionadas. Deste modo no noss a entend em os e neste neste sentido sentido e qu e. daqui por diante, em pregarem os a palav ra “ or ora< a<;;ao ao,, \ Para concebermos urn grande amor a ora^ao e paa r a u s a r m o s co p c o m f e r v o r de d e s t e g r a n d e m eio ei o d a sal sa l va£ao, consideremos, antes de tudo, quanto ela nos e nece ssaria e quao p ode rosa 6 para nos o bte r todas as gramas, que desejamos de Deus, se pedirmos como devemos. P orisso , naprim naprim eira eira parte, parte, tratarem osd a neces neces-sidade e do valor da or ora<;a <;ao e, depois, d epois, da dass qualidades qua lidades que a oragao deve ter, para ser eficaz eficaz diante de Deus.
NEC N EC ESSI ES SID D A D E DA O R A Y A O O VALOR DA ORACAO A S COND1COES COND 1COES DA ORAQ OR AQAO AO
CAPiTULO I
NE N E C E S S I D A D E DA O R A C A O / . O erro erro do s pclayianos Erram os pelagianos, pelagianos, dizendo qu quee a ora^ ao nao e necessaria para se conseguir a salvayao. O fmpio Pelagio, seu mestre. afirmava que so se perde. quem naoo procura na procura conhe cer as verdades nece ssarias. Mas, com o o disse bem Santo San to A gostinho, Pelagio Pelagio falava de tudo, menus da oragao. a qual, conforme susten tava e ensinava o mesmo m esmo san to, e o unico unico meio de ad adquirir quirir a ciencia ciencia dos santos, santos , com o escrev e Sao Sao Tiago: Tiago: “ Se alguem necessita de sabedoria. pega a Deus, que a concede fartamente a todos” (Tg 1, 5). 2.
Das Sugra Su gra da s Escrituras sao muito claro s os
lextos, que nos mostram a necessidade de rezar. se quiserm quiserm os alcan^ar alcan^ar a salva^ao. salva^ao. “ E preciso preciso rezar sempre e nunca de sc u id idar ar’’*(Lc 18, 1) 1). “ Vigia Vigiaii e orai paa r a n a o c a i r d e s e m t e n t a g a o ” (M t 25, 41 p 41). ). “ P e d i e dar-se-vos-a dar-se- vos-a ” (M t 7, 7). 7). Segundo a do doutrina utrina comum dos teologos, teologos, as referidas referidas palavras palavras:: “ £ preciso preciso rezar, orai, p ed i” , signi signifi ficam cam e impoem um preceito e uma obriga$ao, obriga$ ao, um mandam ma ndam ento formal. Viclef V iclefff afirmava que todos este s textos na nao o se refer referiam iam a o ra 9 ao, mas lao somente as boas obras, assim. rezar, no seu modo de ver, nada mais e do que agir corretamente c praticar o bem. A Igreja, entretanto, condenou expressam ente este este erro . Por isso, isso, ensinava ensinava o douto
a necessidade da orayao oraya o aos aos adultos, adultos, mormente morm ente quand quandoo se trala de coasegu coas eguir ir a salvayao. salvayao. Pois. Pois. como consta no noss Livius santos, santos, a orayao oraya o e o unico meio para conseguir conseguir-mos os auxflios necessarios a salvayao. 3. A razao desta necessid ade e bast an te clara clara
Sem o socorro da graya. nada de bom podemos faze r. “ Sem mim mim na nada da podeis fa faze ze r” (Jo (Jo 15, 5). Nota Santo Agostinho sobre estas palavras, que Jesus Crist Cri stoo na naoo diss disse: e: “ nada podeis podei s cu m prir” , mas. “ nada podeis podeis faze r” . Com isso isso.. quis Nosso Nosso Senhor Senhor dar-nos a entender que sem a graya, nem mesmo poo d e m o s co p c o m e y a r a f a z e r o b e m . E o A p 6 s t o lo c h e g a a dizer que. por n6s, nem sequer podemos ter o desejo de de fazer o be bem: m: “ Nao som os capaze s de por n6s mesmos, ter algum pensamento, mas toda a nossa fo fory ryaa vem vem de de D eus“ (2 C o r3 ,5 ,5)). Se ne nem m sequer seque r poo d e m o s p e n s a r n o b e m , c o m o p o d e m o s , e n t a o . p desejd-lo? O mesmo nos demonstram muitos outros textos das S. Escrituras: Escrituras: “ Deus e quem ope ra tud tudoo em to d os ” (lC o r 12, 6) 6).. “ Farei Farei que v6s v6s andeis andeis nos meus prece itos e que guardeis as m inhas orden s e as prr a t i q u e i s “ ( E z 36. 27). P o r i s s o , c o m o d iz S . Lefio p Le fio Papa, “ Nenhum bem faz o ho mem sem que D eus Ih Ihe de a su a graya graya para is so ". E o Concili Concilio o de Tren to diz diz: “ Se alguem alguem disser que, sem sem a previa inspirayao inspirayao do Espirito Santo e sem o seu socorro, o homem pode cre r, esp erar, amar, ou fazer penitenc penitencia ia com o deve, com o fim de o b ter te r a graya d a ju stif stific ic ay ao, seja anaanatema”. 4. Mo do de agir de Deus com os animais
O Autor da “ Ob ra Im pcrfeita” , diz, rrefe eferi rindondo-se se 18
aos brut os , que o S enhor a um concedeu a rapidez, a outros deu un has, a outros cobriu cobriu de penas, para que, desse modo, pudessem conservar sua vida. O homem, mem, po rem .foiform ad oe m talcstad oq ue si1! Deuse toda a sua forya. Deste modo o homem e inteiramcnte incapaz de, por si, efetuar a sua salvayao. visto que Deus quis que tudo o que tern ou pode ter, icceba por meio de sua graya.
5. As primeiras gramas Mas, este auxilio da graya, normalmente o Se nhor concede s6 a quem ora, conforme a celebre scntenya de Genadio: “ Crem os nao chega r ningu ninguem em a salvayao sem que Deus o conceda. Ningudm, de pois po is de c o n v i d a d o , o b te m a s a lv lvaa y a o , sem se m q u e D eu euss o jyu jyude. de. S6 S6 quem reza m erece o auxi auxili lio o de D eu s” . Se 6 certo que, sem o socorro da graya, nada poo d e m o s , e se e s s e s o c o r r o e c o n c e d i d o p o r D e u s p umcamente aos que rezam, segue-se que a orayao nos e absolutamente necessaria para a salvayao. Vcrdade e que ha certas gragas primeiras que sao a base ba se e o c o m e y o d e t o d a s a s o u t r a s g r a g a s e q u e s ao concedidas sem a nossa coopcrayao, como por cxemplo a vocayao a fe, a penitencia. No dizer de Santo Agostinho, Deus as concede mesmo a quem nao as pede. pe de. E ntr eta nto , quan to &s &s o u tra s gragas gragas cspecialmente em relayao a graga da perseveranya, tem por certo o Santo D outor que na nao o sao concedidas senao aos que que pedem: “ Deus da da algumas algumas grayas, grayas, como o comeyo da fe, mesmo aos que nao pedem; outras, como a perseveranya, reservou para os que pee d e m * '. p 19
6. E por isso isso que os tedlogo s como Sao Basilio,
Sao Jo ao Crisostom o, C lemente de Alexandria Alexandria e ou ou-tros, com o o pr6prio pr6prio Santo A gostinho. gostinho. ensinam que a oragao para os adultos e neces saria, nao som ente por ser um mandamento de Deus, como tambem por ser um meio necessario para a salvagao. Isto quer dizer que, segundo a ordem comum da Providencia, e imim po p o s s iv ivee l q u e um c r i s t a o se s a lv lvee sem se m p e d i r a s gramas necessarias para a sua salvagao. O mesmo ensina Santo Tom as: “ Depois Depois do do batismo batismo , a oragao oragao cont contiinua e n ecessaria ao ao homem para pod er en trar no c£u. c£u. Embora sejam perdoados os pecados pelo batismo. sempre ainda ficam os estimulos ao pecado, que nos combate interiormente, o mundo e os demonios que noss combatem e xtern am en te” . A razao no razao alegada alegada pe pello Doutor Angelico, e, que nos deve convencer da ne cessidade da ora$ao, 6 a segui seguinte nte:: “ Para nos salvar, salvar, devemos dev emos com batere ve nee r". “ Aque Aquell e que combat combatee nos jogos publicos nao sera coroado, se nao combater legitimamente” (2Tm 2, 5). Sem o auxflio de Deus, nao poderem os resistir a tan to se tais tais ini inimig migos os.. Ora, este auxilio divino so se consegue pela oragao. Logo, sem oragao, nao ha salvagao. 7. A o r a g a o e o c a m i n h o o rd rdin ind d rio ri o pa p a r a s e r e c e b e r o s d o n s de D e u s
Que a oragao 6 o unico meio para se receber as gragas divinas, o confirma de um modo mais claro o mesm o santo D outor, qu quand and o diz que todas as grayas que o Senhor, desde toda a etemidade, determinou conccder-nos, nao as quer conceder a nao ser por meio meio da oragao. A m esm a coisa ensina ens ina Sao Greg6rio: Greg6rio: “ Pel Pela oragao, m erecem erecem os hom ens receber o qu quee 20
Deus, desde a eternidade, determinou concederI h e s “ A or orag agao ao 6 ne nece cess ssar ariia, diz Sant Santoo Tomas, Tomas, na na o paa r a qu p quee D e u s co c o n h e g a as n o s s a s n e c e s s i d a d e s , m as paa ra q u e n o s fiq p fi q u e m o s c o n h e c e n d o a n e c e s s i d a d e que temos de reco rrer a Deus, para receb receb er oportunamente os socorros da salvagao. Assim, reconhecemos Deus como unico Autor de todos os bens, a fim de que (sao palavras do Santo) n6s conhegamos que necessitamos de recorrer ao auxilio divino e reconhega reconhegamos mos que Hie e o A utor dos nossos be n s” . Assim como o Senhor quis que, para sermos provi des do pao e do vinho, semeassemos o trigo e cultivassemos a vinha, assim quis que recebessemos as giayas necessarias para nos salvar, por meio da oraif ao: a o: “ Pedi e dar-se-vos-a; dar-se-vos-a; busca buscaii e ac ha reis” (Mt 7, 7). 8. Somos pobres. A oragao e o alimento de nossa alma
Em resum o, o u tra c o isa na nao o somos senao pobr pobresesmendigos, que tanto temos, quanto recebemos de Deus com o esmola: esmola: *’Eu, pore porem m , sou pob pobre re e mendigo” (SI 40, 18). O Senhor, diz Santo Agostinho, bem be m de d e s e j a e qu q u e r di d i s p e n s a r - n o s a s su s u a s gr g r a g a s . C on on-ludo nao quer dispensa-las, senao a quem Ihe pedir. No N o s s o S e n h o r no no-l -lo o as a s s e g u r a co c o m as p a l a v r a s : “ Pedi Pe di c dar-se-vos-a*Logo, diz Santa Teresa, quem nao pede pe de n ao r e c e b e . A ssim ss im c o m o a um u m id idaa d e e ne n e c e s s a ria as plantas para nao secarem, assim, diz Sao Joao Crisostom o, nos e ne cessaria a oragao para no s salvarmos. Em outro lugar, diz o mesmo Santo, que, assim assim como a alma alma d b a vida ao corpo, assim tam bem a orayao orayao mantem a vida da alma. “ Assim Assim com o o 21
co rpo nao pode viver sem sem a alm alm a, assim assim a alma alma sem a orayao e sta m o rta e ex ala mau ch cheeiro**. Disse Disse "cx "c x ala al a mau mau ch eiro ” , porque quem deixa deixa de recom endar-sc a Deus, De us, logo logo comeya comeya a corro m perper-se. se. A orayao e ainda o alim alim ento da alma, porqu e assim como o corpo na nao o se pode su steniar sem alimento, assim, assim, sem a orayao , diz Santo A gostinho, gostinho, na nao o se pode co nserv ns erv ar a vida vida da alma. C om o o corp o, pe pela la com ida. assi assim m a alma do homem e conservada pela orayao. Todas ess as comp arayoes aduzidas pelos pelos santos den otam a necessidade ab soluta que que todos temos de rezar para nos salvarmos. 9 . A o r a q a o c u m a a r m a A orayao. alem disso, e a mais poderosa arma paa r a n o s d e f e n d e r m o s d o s n o s s o s in p inim imig igos os.. Q u e m nao se serve dela, dela, esta perdido. Nem du vida o Santo Santo em afirmar que Adao caiu, porque nao se recomendou a Deus na hora da tentayao. “ Adao peco u, por que nao rezo u” . O mesmo escreveu escreveu Sao Gelasi Gelasio, o, falando falando dos anjos rebeldes: rebeldes: “ Receberam Receberam em vao a graga gra ga divina... e por porque que nao rezaram ... ... cairam ” . Sao Carlos Borromeu, em uma carta pastoral, adv erte qu e, entre os meios meios que Jesus Cristo no noss recomendou no Evangelho. deu o primeiro lugar a orayao. Ele quis que nisso se distinguissem as igrejas catolicas e sua Religiao das outras seitas, querendo que de um m odo especial especial elas se se chamassem ca sa de orayao. “ Minha Minha casa sera chamada casa de orayao" (Mt (M t 21,13). Conclui Sao Sao Carlos Borrom Bo rrom eu, na mesma carta, que a oragao e o princlpio, o progresso e o com plem ento de de todas as virtudes. Por isso isso nas tretre22
vas, nas miserias e nos perigos perigos em que nos ach am os, nao temos nenhum outro em quem fundar nossas esperangas, senao levantar nossos olhos a Deus e pela pe la o ra ragg a o im p e tra tr a r d e s u a m ise is e r ico ic o r d ia a n o s s a salvagao salvagao.. “ Como nao sabem os o que devem os fazer, dizia o rei Josafa, nao nos resta outro meio do que levantar os nossos olhos para V6s” (2Cr 20, 12). E assim tambem fazia Davi, nao encontrando outro meio para se livrar dos seus inimigos do que rogar continuamente ao Senhor, que o libertasse de suas ciladas ciladas:: “ Os meus olhos se eleva elevam m sempre ao Se nhor; porquanto Ele tirara o lago de meus pes” (SI 25,, 15). H assim nao 25 n ao cess ce ssav av a de rez ar o real profeta, pro feta, dizendo: “ O lha para mim e tem tem piedade de mim mim poo rq p rquu e s o u p o b re e s o ” . “ C h am e i a ti, ti , S e n h o r , salsa lva-me, para que guarde os teus mandamentos'’ (SI 118. 146). “ Senh Se nhor, or, volvei v olvei para mim os vosso v osso s olhos, olhos , tende piedade de mim e salvai-me, porque sem Vos nada posso e fora de V6s, nao encontro quem possa ajuda ajudarr-me” me” . 10.
Os erros de Lu tero e de Jan senio sen io F., de fato, como poderiamos resistir &forga dos
nossos inimigos e observar os mandamentos de IXrus, mormente depois do pecado dos nossos primeiros pais, pecado que nos enfraqueceu tanto, se nao tivessemos a oragao, pela qual podemos impe trar do Senhor a luz e a forga necessarias para os observar? Foi uma blasfemia o que disse Lutero afirmando que, depois do pecado de Adao, e impossive sivell ao homem a observ obs erv anc ia dos m andam entos de de Deus. 23
E Jansenio disse mais ainda, que alguns preceitos sao impossiveis, ale para os justos, em vista das foryas que atualmente possuem. Ate aqui, sua proposigao podia ser interpretada em bom seniido. Mas, com com justiga. foi foi ela con denad a pee la Ig p Igrr eja ej a p o r c a u s a d o q u e se a c r e s c e n t o u d e p o i s , dizendo que Ihes faltava a graga pela qual se Ihes tornav a possivel a observancia dos mandam entos. £ verdade, diz Santo Agostinho, que o homem fraco como e, nao pode observar certos mandamentos, com a sua forya atual atual ou com a graya graya comum comum a todos; mas, por meio da orayao, pode muito bem obter o auxilio maior, do qual necessita para observa-los. Deus nao manda coisas impossiveis. F.ntretanto, se m andar, exorta ex orta a fazer o que se pode e a pedir o que nao se se pode. pode . E celebre celeb re este texto do do Santo, S anto, que mais mais tarde foi adotado adotad o pelo pelo Conci C onci lio de T rento e declarad de claradoo dogma de fe. E imediatamente acrescenta o santo Doutor; "Vejamos como o homem, em virtude do remedio, pode fazer o que nao podia por causa da fraqu eza” . Q uer dizer dizer que, com a orayao, orayao, ob tem oso remedio para nossa fraqueza, porquanto, se pedirmos a Deus, conseguiremos forya para fazer o que nao podemos. I I . D e u s n a o m a n d a c o i s a s im p o s s iv e is
Na N a o p o d e m o s e n a o d e v e m o s a c r e d i t a r , c o n t inua Santo Agostinho, que Deus. obrigando-nos a observar a lei, queira ordenar o impossivel. Fazendo-nos Deus compreender que somos incapazes de observar todos os seus mandamentos, Ele nos admoesta a faze r as coisas faceis com as grayas que no noss
da c a fazer depois as coisas dificeis com o auxilio maior, maior, que podemos imp etrar pel pelaa oragao . “ For iss isso o mesmo cremos, com firmeza, que Deus nao pode mandar coisas impossiveis e somos advertidos do que de vem os fazer nas coisas faceis faceis e do que devedevemos pedir pedir nas dif dificei iceis” s” . P or qu e. pergu ntarialgu em . impoe-nos Deus coisas impossiveis impossiveis as nossas foryas? Justam ente a fim de que procurem os, pela pela oraya o, o quee nao podemos com qu com a gr graga aga comum. “ Deus manmanda-nos algumas coisas superiores as nossas formas, paa ra q u e s a ib p ibaa m o s o q u e Ihe d e v e m o s p e d i r ” . E em outro ou tro lugar: lugar: “ A lei fo foii da dada. da. ppara ara que se proc ure a gray a. A graya e dada da da para que se cum pra a le i” . A lei nao pode ser observada sem a gra^a, e Deus, para cste fim, fim, deu a lei, lei, para que sem pre su plicassem os a graya necessaria. para observa-la. E de novo, em outro luga lugar, r, dizele: “ A leie boa se se delafizermos bom uso. Em que consiste. pois, o bom uso da lei?” Ele responde: “ Consiste Consiste em co nhe cer pela lei a propria propria fraqueza e em proc urar o auxilio auxilio di divi vino no para o bte r a saude ” . Santo Agostinho Agostinho diz diz que nos nos nos devemos servir da lei. lei. — Mas para que fim? fim? Para con hec erm os po p o r e la (o q u e sem se m e la s e r ia im p o s siv si v e l) a n o s sa iocapacidade para a observar, a fim de que com a oragao alca ncem os o auxil auxilio io divino divino que cu ra a nossa fraqueza. 12. Grande e a fraqueza do homem
Sao Bernardo escreve o mesmo dizendo: ’’Quem somos nos, ou qual e a nossa for$a para resi re sist stir irmos mos a tantas te n ta g e s ? Certamente Certa mente e ra iss isso oo que Deus queria: queria: que n6s, vendo vend o a nossa insufici insuficienencia e a falta de auxilio, recorressemos com toda a 25
humildade a sua misericordia”. Deus sabe como a orayao oraya o e util util para con serv ar a humildade humildade e p ara exerexercer a confianya. Por isso, permite que nos assaltem o s inimigos inimigos qu que, e, ppara ara n6s e no nossas ssas forgas, sao in inven ven-civeis, para obtermos com a oragao o auxilio para resistir-lhes. Note-se, especialmente, que ninguem poo d e r e s i s t i r a s t e n tay p ta y o e s i m p u r a s d a c a r n e , s e n a o se recomenda a Deus no momento da tentayao. Este inimigo e tao tem'vel que, privando-nos nos combates de quase toda a luz, nos faz esquecer todas as meditayoes e bons propositos, desprezar a verdade da fe e perder o temor dos castigos divinos. Esta tentayao une-se a nossa natureza decaida e nos arrasta com toda a forya aos prazeres sensuais. Quem nao recorre a Deus, esti perdido. A unica defesa contra a tentagao. diz Sao Greg6rio de Nissa, 6 a oragao: oragao : “ A orayao 6 a gua rda da pur pureza* eza*’’. () m esmo dizi di ziaa antes dele dele Salomao: Salomao: “ Sabendo eu que de outra maneira nao podia ser inocente, sem que Deus me co nc ed ess e... diri dirigi gi-me -me ao ao Senho r e pedi-lhe” (Sb 8, 8, 21). A castidade e uma virtude que nao podemos prr a tic p ti c a r , se D e u s n o -lo -l o n a o c o n c e d e . D e u s, p o re rem m, so a concede aos que pedem. Quem pedir, certamente sera atendido. 13. Santo Tomas, contra Jansenio
diz o seguinte seguinte:: “ N ao devem os dizer serser-nos nos impossfvel a castidade ou outro mandamento qualquer. Muito embora nao o possamos observar por n6s mesm m esm os, co contudo ntudo , o podem os mediante o au auxf xfli lioo divino. O que nos e possivel com o auxilio divino, nao na o se pode dizer simplesment simplesmentee que e im possivel” . Nao N ao sc d ig igaa , s e r um a in inju juss tig ti g a m a n d a r a um c o x o q u e 26
.mdc direito. Nao. diz Santo Agostinho, nao e injustiva. dando-lhe os meios para se curar. Se depois co ntinua ntin uarr a co coxea xear, r, a cu culpa lpa e dele. Muito Muito a proposito propos ito sc m anda que o homem ande direito para que, perceperce bcc n d o q u e n ao p o d e . p r o c u r e o re b rem m e d io q u e c u r e a claudicagao do pecado. 14. Saber viver e saber rezar
Diz Diz o mesmo santo D outor que que nao sabe ra viver bem b em , qu q u e m n a o s o u b e r r e z a r : “ B e m s a b e v iv ivee r, o que q ue sabe sabe rezar rez ar bem ” . Sao Fran cisco de Assis Assis dizia dizia que, sem a orayao, nunca pode uma alma produzir bons Irutos. Nao tem. pois, desculpa os pecadores que alega alegam m nao te r fo formas para pa ra resistir as tentay oes. “ Se vos faltam as formas, adveite Sao Tiago, por que, cntao nao nao as as pe dis? ” “ Nao tendes tendes porque porque nao nao pe dis” (Tg 4. 2). Nao ha duvida. somos muito fracos para pa ra r e s i s t i r a o s a s s a l t o s d e n o s s o s in inim imig igos os.. Mas Ma s tambem e certo que Deus e fiel e nao permite que sejamos ten tad os acima de nossas formas mas com o diz o Apostolo: Apostolo: “ Deus e fie fiel e nao nao permitira permitira qu quee sejais tentados alem das vossas formas. Fara. pelo contr&rio, que tireis proveito da tentayao para poderdes supo rta-la” (!C or 10 10. 13). E xp xplican lican do doesta estass palavras, diz Primas P rimasio: io: “ Com o auxilio da d a gra<;a, Ele vos v os dara formas pa para ra vencerde ve ncerdess a tenta yao ” . Somos fracos. mas Deus e forte. Se implorarmos o seu auxilio, Ele nos com unicara a sua for?a e assim assim poderemos tudo e po p o d e r e m o s d i z e r c o m o m e s m o A p o s t o lo S a o Paul Pa ulo: o: “ Posso tudo naquele que me co nfo rta” (FI (FI 4, 13). “ Nao ha, pois, pois, desculpa, desculpa, como diz Sao Joao Cris6sCris6stomo, para aquele aquele que sucum be por deixar de orar. Porque, se tivesse orad orado, o, nao terias ido surpreen dido 27
p o r se po s e u s in inim imig igoo s . N a o p o d e r a s e r d e s c u l p a d o a q u e le que nao quis veneer o inimigo, abandonando a ora yao”. 15. E ncce ssdria a intercessao do s san tos para sc obtcr a graga divina?
Levanta-se aqui a questao se a intercessao dos santo sa ntoss e necess&r necess&ria ia.. para p ara se ob ter te r a graya divina. Que seja li'cito e util invocar os santos como intercessores, para eles suplicarem. pelos merecimentos de N o s s o S e n h o r J e s u s C r i s t o , o q u e n o s p o r n o s s o s demeritos nao somos dignos de receber. e doutrina da Igreja, como declarou o Conci Concili lio o de Trento: “ E boo m e u til b ti l i n v o c a r h u m ild il d e m e n te o s s a n t o s . e r e c o r rer &sua &sua prote^ao e intercessao , p ara im petrar benebenefici ficios os de Deus por seu seu divin divinoo Filho, Filho, Jesu s C risto ” . (> impio Calvino reprova esta invocayao dos santos, mas sem razao, pois. e li'cito e proveiloso invocar invoc ar em nosso auxilio auxilio os santos vivo vivos, s, e pedir-lhes pedir-lhes que nos ajudem com suas orayoes. Assim fazia o profeta Baruc. dizendo: dizendo: “ E ro rogai gai por nos nos ao Senhor. nosso nosso D eu s” (B r 1, 13 13). E Sao Paulo: Paulo: “ Irm Irmaos aos,, rogai rogai por n o s“ (IT s 5. 2255). Deus m esmo quis que que os amigos de de Jo se recomendassem as oragoes do seu fiel servo, paa r a Ih p Ihee s s e r m i s e r ico ic o r d io ioss o e m v ista is ta d o s m e r e c i m entos de le... “ Id Idee ao meu meu servo J 6 ... e Jo , o meu meu servo, orara por vos e eu volverei misericordioso o meu olhar para ele” (Jo 42, K). Se e licito recomendar-se aos vivos, como entao nao sera licito invocar os sa ntos , que, no ceu, mais de perto gozam gozam dc D eus? Isto Isto nao e derroga de rroga r a honra que se deve deve a D eus, mas duplica-la. assim como na terra podemos honrar e
vcncrar o rei rei em sua pessoa, e tambem na pessoa dos seus serv os. E por isso que Santo Tom as diz se r ut util invocar e reco rrer a muitos muitos santos, “ porquanto pela orayao de muitos, as vezes, se alcanga o que pela orayao de um so so nao se se ob teria ” . Podera alguem alguem ob jetar e dizer: dizer: de que serve reco rrer aos santos para que rezem por nos, quando eles ja pedem p or todos quantos sao dignos disso? Responde o mesmo santo Doutor quc alguns nao seriam dignos de que os san tos rezassem por eles, mas tornam-se dignos recorrendo com devogao aos santos. 16. A oragao e as almas do purgatdrio
Pergunta-se: e util util recom endar-se a s orayoes das almas do purga tdrio? Alguns dize dizem m que as almas do pu p u r g a td tdri rio o n ao p o d e m r e z a r p o r n o s . S a o lev le v a d o s pel p elaa a u to rid ri d a d e de S a n to T o m a s q u e a f irm ir m a e s t a r e m aquelas almas em estado de expiagao, e, por isso, inferiores inferiores a nos. Nao se acham em condi^a o de de rez ar po p o r n o s . m a s , pe pelo lo c o n t r a r i o , n e c e s s ita it a m de n o s s a s orayoes. Mas muitos outros doutores, como Bclarmjno. Silvio, Cardeal Gotti e outros afirmam, com muita pro p ro b a b ilid il idaa d e . qu quee se d e v e c r e r p iam ia m e n te q u e D eu euss manifesta-lhes nossas orayoes, a fim de que aquelas santas almas rezem por nos, como nos rezamos por clas. Assim se estabeleceri entre nos e elas este bee liss b li ssim im o in inte terv rvaa m b io de c a r id idaa d e . N a o o b s t a , c o m o dizem Silvio Silvio e G otti, o qu e diz o Angelico, isto e, que as almas padecentes nao se acham cm estado de rezar. Uma coisa 6 nao estar em estado de rezar e outra e nao pode r rezar. reza r. E verdade qu quee aquelas almas almas 29
santas nao se acham em estado de orar. Como diz Santo T om as, estand o no lugar de expiayao, elas sao sao inferiores a nos e por isso necessitam das nossas orayoes. Contudo, cm tal estado, bem podem rezar, po p o r q u e e s t a o n a a m iza iz a d e d e D e u s. Se um p a i. a p c s a r de seu seu grande am o ra o seu filho filho,, conse rva-o encarcerado por alguma falta comctida, o filho, em todo o caso, nao esta em condiyoes dc pedir alguma coisa paa r a si m e s m o . E n t r e t a n t o . p o r q u e n a o p o d e r a p e d ir p pee lo p loss o u t r o s ? P o r q u e n ao p o d e r a e s p e r a r s e r a ten te n dido no que pede, conhecendo o afeto que Ihc tcm o paa i? S e n d o as p a s s im , a s alm a lm a s do d o p u r g a to torr io io,, m u ito it o m a is amadas de Deus e confirmadas em graya, podem rezar por nos. Mas nao e costume da Igrcja invocalas e implorar sua intercessao, porque scgundo a prr o v id e n c ia o r d in a r ia, p ia , e la s na nao o tem te m c o n h e c i m e n to de nossas suplicas. Todavia, acredita-se piamente, como dissemos, que o Senhor Ihes faz conhecer as nossas preces e, entao, cheias de caridade nao deixam de pedir por nos. Santa Catarina de Bolonha, quando desejava alcanyar alguma gra^a, recorria as almas do purgatorio e era imediatamente atendida. Ate dizia que muitas grayas, que nao havia obtido pela pe la i n te r c e s s a o d o s s a n to s , c o n s e g u ia in v o c a n d o a s almas do purgatorio. 17. A o brig afa o que tem os de rezar rezar pelos almas do purgatorio
Seja-me permitido fazer aqui uma digressao em favor das almas do purgatorio. Se quisermos o so corro de suas orayoes, e jus to qu quee cuidemos tambem dc socorre-las com nossas orayoes e boas obras.
Diss Dissee que e ju justo sto . mas deve-se dizer ainda aind a qu quee e um dev ercristao. ercris tao. Poi Pois m and aac aridade qu e socorr socorramos amos o proximo em suas necessidades, mormente quando poo d e m o s f a z e - lo sem p se m in incc o m o d o d e n o s s a p a r t e . O ra ra,, e certo que, en tre aqueles que caem debaixo da pa pallavraa “ proxi vr proxim m o” , devem-se devem-se com preender as bendit benditas almas do purgatorio. Elas, apesar de nao estarem mais nesta vida, nem por isso deixam de pertencer a com unhao dos santos. santos. “ As almas almas dos fiei fieiss defuntos, defuntos, dizz Santo Agosti di Agostinho, nho, nao estao separadas da Igr Igreja." eja." E mais claramente declara Santo Tom&s a este rcspeito, rcspeito, dizendo que “ a caridade 6 o vinculo que que une os membros da Igreja entre si e nao se limita tao somente aos vivos, mas tambem aos mortos, que paa r tir p ti r a m d e s t e m u n d o n a g r a y a de D eu eus* s*’. ’. P o r t a n t o , devemos socorrer, quanto possi'vel, aquelas santas almas almas como a nosso proximo e, sendo a sua nec essi dade maior, maior tambem consequentemente deve ser a nossa obriga^ao de socorre-las. 18. Os sofrimentos das almas do purgatdrio
Em que necessidade se acham estas santas prisionei sioneiras ras!! Ce rto e que seu sofrimento sofrimento e ime imenso. nso. “ O fogo que as tortura, diz Santo Agostinho, i mais grave do que qualquer sofrimento que possa atormentar o homem nesta vida". O mesmo diz Santo Tomas Tomas,, acres ac resce centa ntand ndo o ser se r aquele aquele fog fogo o sem elhante ao do inferno inferno:: “ pelo pelo m esmo fogo fogo 6 atorm entado o condenado, e purificado o escolhido’’. Isto quanto ao sofrimento dos sentidos. Mas muito maior e o sofri mento que c ausa a es tas santas esposa s a pri va^ao da visao de Deus. 31
Aquelas almas, nao so por nature/.a. mas ainda pee lo a m o r s o b r e n a t u r a l c m q u e a r d e m p a r a co p com m D eus, com tal impeto impeto sao impclidas impclidas para sc unirem ao sumo Bern que, vendo-se impcdidas por motivo de suas culpas, sofrem sofrem d or tao uc crha que, se Ihes Ihes foss fossee poo s s iv p ivee l a m o r t e , m o rre rr e r iam ia m a c a d a m o m e n to to.. P o is, is , segundo diz Sao Joao C’risOsloum, esta privagao da visao de Deus as atormenta muito mais do que o sofrim ento dos do s scntidos: scntido s: ‘ Mil fogo fogoss do inferno ju n tos nao causariam tanta dor, como esta do dano!*' Por isso aquelas santas almas prefcririam sofrer qualqu er outro castigo castigo do que sere serem m dcslitm dcslitm das, 1 1 m so momento, da suspirada uniao com IX*us. Diz, por isso, o D outor Angeli Angelico co que “ o sofrimento do purga purga-t6rio t6rio excede todas a s do res, que podem os sofrer sofrer nesta vida'‘. Refere Dionisio Cartusiano que certo defunto, ressuscitado por intercesifto de Sao Jero nimo, disse a Sao Cirilo de Jerusalem que todos os torm entos desta terra sao g o /o s c deU deUci cias as cm compacomparayao com o menor sofrimento do purgatori purgatorio: o: “ To To-dos os torm torm entos desta vi vida, da, sc sc com parados a menor pee n a d o p u rg p rgaa to tori rioo , s e ria ri a m v e r d a d e iro ir o s g o z o s ” . E acrescenta que, se algu£m tivesse experimentado aqueles sofrimentos, mais prontamcnte qucreria so frer todas as dores que sofreram ou sofrerao os homens neste mundo ate o dia dojuizo, do que sofrer, poo r um so d i a , o m e n o r so p s o f rim ri m e n to d o p u r g a to torr io io.. P o r isso escreveu Sao Cirilo que aqueles sofrimentos, quanto qu anto a aspe reza. sao os m esmos do inferno, inferno, apenas apenas diferem porque nao sao etemos.
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/9. .45 almas do purgatdrio sofrem horrivelmente e nao podem socorrcr-se a si mcsmas
Sao, pois, muito grandes as penas daquelas almas e, por outro lado elas nao podem ajudar-se, segundo Jo “ estao prc sas e ligad ligadas as pclos lagos da po p o b r e z a " ( J 6 36, 8). J a e s t a o d e s tin ti n a d a s a o R ein ei n o aquelas santas rainhas, mas dele nao podem tomar po p o s s e , e n q u a n t o n a o c h e g a r o fim de s u a e x p iay ia y a o . Portanto, nao podem ajudar-se a si pr6prias, (ao menos suficientemen suficientemen te, se quiserm quiserm os cre r nos teol teoloogos que admitem que aquelas almas, com suas orafo e s. tam bem possam im petrar petra r para si si algum algum alivi alivio) o),, paa ra liv p li v r a r-s r- s e d a q u e la s p r iso is o e s , em q u e es e s t a o d e t id a s , en qu anto nao tivere tiverem m satisfei satisfeito to inteiram inteiram ente a justiga divina. Elas nao podem quebrar essas cadeias, enq uan to nao tiverem satisfei satisfeito to a justiy a d ivina em todo o seu rigor rigor.. Foi o que d isse. falando do pu rgato rio. rio. um monge cisterciense, cisterciense, aparecen do ao sacristao do seu seu convento: “ Ajudai-me, pediu pediu ele. com vo ssas oragoes, porque por mim nada posso obter!" Isto conc orda com o que diz diz S. B oaventura: oaventura: “ A pobreza impede impede o pagamento pagamento das div ida s". Quer diz erq ue as almas do purgatorio sao tao pobres que nao podem satisfazer por si proprias a justi^a divina. 20.
A obrigagao obrigagao que tem os de rezar pelas alma s do purgatdrio purgatdrio
ate de fe, fe, que que no s, com os E ce rto, e ntretan to, e ate nosso s sufragios sufragios e , principal principal me nte com as orayo es recomendadas pela Igreja, bem podemos auxiliar aquelas santas almas. Nao sei sei como pod era se isentar de culpa, quem deixa de oferecer-lhes qualquer auxi lio, ao menos algumas orayoes. 33
21. Motivos que temos para rezar pelas almas do purgatorio
Se nao nos mover a obrigayao que lemos. mova-nos, ao menos. a alegna que causamos a No N o s s o S e n h o r J e s u s C r i s t o , q u a n d o n o s a p lic li c a m o s em libertar libe rtar aqu elas suas esp osa s diletas. diletas. para se un uniirem com Ele no parai'so. Movam-nos. enfim. os grandes merecimentos, que podemos obter praticando e ste grande alo de caridad e par paraa com aquelas san tas alm alm as. Elas sao gratissimas gratissimas c bem bem conh ecem o grande gran de beneficio bene ficio que Ihe Ihess faze mo*, aliviando-as aliviand o-as daquelas pen as e obte ndo , por meio dc nossas orayoes, que mais depressa possam entrar na gloria. La chegando. nao deixarao de rezar por nos. Se o Senhor prometc ser misericordioso para c o m o s q u e p r a ti t i c a m a m i s e ri r i c 6 rd r d i a : “ B em em aventurados os misericordiosos porque alcanyarao m iserico ise rico rdia” rdia ” (Mt 5, 7) 7),, com muita razao pode esperar a salvayao quem procura socorrer as almas do puu r g a t o r io , tao p ta o a flit fl itaa s e ta o c a r a s a D e u s. J o n a t a s . depois de te r salvado os hebreus pela pela vitoria vitoria sobre os seus inimigos, foi condenado a morle por seu pai. Saul, Saul, po r have r provado o mel mel con tra a sua ordem. ordem. M as o povo a presentou-se ao rei rei e diss disse: e: “ Como ha de morrer Jonatas. o Salvador de Israel?” (1 Sn 14, 45). Ora, assim devemos tambem esperar que, se algum de nos obtiver, com suas orayoes, a salvayao de uma alma do purgatorio e a sua entrada no ceu, e ssa alm a di dir& a Deus: “ Sen ho hor. r. nao perm itais se pee r c a q u e m me livro p liv rouu d a s c h a m a s d o p u r g a t b r i o ” . E, se Saul Saul con cede u a Jon atas a vida, a pedido pedido do povo, Deus nao negard a salvayao kjuele por quem inter cede uma alma do purgatorio. 34
Alem disso, diz Santo Agostinho, quem nesta vidaa mais so co rrer as almas vid almas do p urgatorio, D eus fara fara com que seja tambem socorrido por outro. quando estiver la no meio daquelas chamas. 22. 22. A Sa n la Missa pelas alm as do purga tdrio
Um grande sufragio sufragio pelas p elas almas almas do pu rgatorio e paa r t i c i p a r d a S a n ta M issa p is sa.. e ne nela la r e c o m e n d a - l a s a Deus. pelos merecimentos da Paixao de Nosso Se E l e r n o P ai. ai . e u v o s o fe nhor Jesus Cristo, dizendo: El rego este sacrificio do Corpo e Sangue de Jesus Cristo Cristo com todas as dores que sofreu em sua vida vida e morte e. pelos merecimentos de sua Paixao, recomendo-vos as almas do purgatdrio e especialmente as de... E ato tambem de muita caridade re-
comendar. ao mesmo tempo, as almas de todos os agonizantes. 23. A invocagdo dos santos
Tudo o que dissemos sobre as almas almas do purg ato rio, se podem, ou nao, rezar por nos, se e convenient ni ente, e, ou nao, no srecom end ar& ssuaso ragde s, val valee tambem a respeito dos santos. Qu anto a eles, e certo que 6 utihssimo recorrer & sua intercessao, falando dos santos ja canonizados, que gozam da visao de Deus. Supor que neste ponto a Igreja e falivel seria incidir em culpa ou em heresia, como dizem Sao Boaventura, Belarmino e outros, ou ao menos, esta pro p ro x im o de h e r e s i a , seg se g u n d o S u a r e z , A z o r , G o t t i e outros. Porque o Sumo Pontffice, como diz Santo Tom4s, no can on iza ros santos, e de de modo particul particular ar guiado pela inspiragao infaJfvel do Espirito Santo. 35
24. 24. So /nos obrigado s a invocar invocar os santos?
Volto Volto a qu esta o. apre sen tada acima, sobre se ha uma obrigayao obrigayao de reco rrer a intercessao intercessao dos santos. Na N a o e m in inhh a in inte ten n y a o r e s o l v e r e s t a q u e s ta o : c o n tudo, nao posso deixar de apresentar uma doutrina do Angelico. Hie, antes de tudo, em varios lugares supracitados e, especialmente no livro das Sentenyas, tem por certo que cada um e obrigado a orar. poo rq u e d e o u t r o m o d o . n a o se po p pod d e (c (co o m o d iz ele) el e) receber de Deus as gramas necessarian a salvayao. a nao se r pela pela orayao: orayao: “ Cada um e obri obrigado gado a rezar. poo r q u a n t o d e v e p r o c u r a r o s b e n s c s p i r i t u a i s , q u e so p poo r I>eus sao p sa o c o n c e d i d o s e q u e so p o d e m o s alca al cany nyddlos po r mei meioo da orayao ” . Em ou tro lugar do mesm o livro. livro. o mesmo Santo prr o p o e a du p d u v id idaa : se d e v e m o s in v o c a r os o s sa s a n t o s , a fim de que peyam por nos. E esta a resposta do Santo, que vamos dar em sua Integra, para melhor com* prr e e n s a o : “ A or p o r d e m e s t a b e l e c i d a p o r D e u s , se seg u n d o Diomsio, e que todas as coisas sejam referidas a Deus, p or meio das ultimas ultimas mediayoes. Ora, com o os santos do ceu estao proximos de Deus. a ordem ordem da le lei divina requer que nos, enquanto vivermos neste mundo e estiverm os lo long ngee d o Sen hor. sejamos conduz idos a Ele Ele pelos santos que sao os m edianeiros. edian eiros. E isso isso aco ntece qua ndo Deus derram a. p or eles, sobre nos, os efeitos de sua Bondade. Nossa volta para Deus deve co rrespo nd er ao curso da distri distribuiyao buiyao ddee suas grayas. Assim Assim como o s bencficios bencficios dc Deus De us chegam ate nos pela intercessao dos santos, do mesmo modo devemos nos chegar ate Deus, a fim de rece bee r m o s n o v a m e n t e o s s e u s a u x ilio b il ioss , p o r in inte term rm e d io dos santos. Esta e a razao porque temos os santos 36
como nossos intercessores e ao mesmo lempo como nossos medianeiros diante de Deus, pedindo-lhes que roguem por nos**. N o tem te m a s p a lav la v r a s : Is I s to requer a ordem da lei divina, e notem igualmente estas: assim como me diant? os sufragios dos santos nos van a gruga de Deu D eus, s, p e l o m e s m o c a m in h o d e v e m o s n o s o u t r o s volvo ltar tar para Deus, Deus, a Jim Jim de receberm os nov am ente sua graga graga po r mediae ao deles. Assim, segundo Santo
Tomas, a ordem da lei divina requer que nos, mortais, nos salvemos por meio dos santos, recebendo, poo r s u a i n t e r c e s s a o . o s a u x ilio p il ioss n e c e s s a r io s a n o s s a salvayao. salvayao. O bjeta, entao , o Angelico, Angelico, dizend o s er susu pee r flu p fl u o r e c o r r e r a o s s a n t o s , q u a n d o D e u s e in infi fini nita ta-mente mais misericordioso m isericordioso e in incli clinado nado a atend er-no s. Responde Respo nde ele ele m esmo que o Sen hor dispos dispos assim , nao p o r d e f e i t o d e s e u p o d e r . m a s p a r a c o n s e r v a r a o r d e m reta e universalmente estabelecida de operar por meio meio de de causas segundas: segundas: “ N ao e, diz diz o san to, por defeito defeito de sua m isericordia, senao para qu e seja s eja manmantida a ordem supra supra explicada” explicada” . 25. A ordem estabelecida por Deus na distribuigdo das gramas
Segundo a afirmaga afirmagao o de S anto Tom as, (escreve o continuador de Toumely com Silvio), e verdade que devemos invoear so a Deus como o Autor das gramas. Entretanto, somos obrigados tambem a in tercessao dos santos, para observar a ordem. que Deus estabelece estabelece u sobre a nossa salvayao. isto isto e, que os inferiores se salvem, implorando o auxilio dos sup eriores. “ Segundo a lei natural, todos sao obriga obriga dos a obse rva r a ord ordem em que Deus Deus estabeleceu; ora. 37
Deus estabe lece u que os inferiores inferiores alcancem alcancem a salva yao implorando o auxi auxili lio o dos sup eriore s“ . 26. A intercessao de Nossa Senhora
E, se assim e, falando dos santos, quanto mais nao devemos recorrer a intercessao da divina Mae, cujas s uplicas. ju nto de D eus, va vale lem m mais do que as de todos os santos do paraiso? Diz Santo Tomas que os santos. na proporyao dos merecimentos pelos quais adquirirnm as gragas, poo d e m s a l v a r m u ito p it o s o u t r o s , m a s N o s s o S e n h o r Jesus Cristo e tambem sua Mae mercceram tantas grayas, grayas, que podem salvar todo s os homcns: “ Grande coisa e, para cada santo, ter a graya suficientc para salvayao de muitos; e, sc um tivesse tanto quanto fosse nccessario para salvar o mundo inteiro. seria o maximo; e isto se encontra em Nosso Senhor Jesus Cristo Cristo e cm N ossa S en ho ra’* ra’*.. E Sao Bernardo, falando de Maria, escreve: “ Por vos tem os acesso ao Filho, Filho, por vos, vos, que que achasachastes a graga, Mae da salvayao, para que por vos nos receba Aquele Aquele que por v6s nos fo foii d a d o ” . Qucria dizer com isso, isso, que, assim assim com o nao podem os chegar ao Pai senao pelo Filho, que e o M edianeiro da justiya, assim nao podemos chegar ao Filho, senao por Maria, que e a Medianeira da graya e nos obtem por sua intercessao os bens que Jesus Cristo para nos mereceu. No mesmo sentido, fala o Santo em outro luga lu gar: r: “ Maria Maria receb receb eu de Deus uma dup la plenit plenitude ude de gra^ a. A primeira foi foi o Verbo V erbo eetem tem o feilo homem em suas purissimas entranhas. A segunda t a pleni tude das grayas que, por intermedio desta divina 38
Mae, recebem os ddee D eus” . Por isso sso acresce nta: ” Deus depositou em Maria Maria a pleni plenitud tudee de tod o o bee m . P o r t a n t o , s e te m o s a lg b lguu m a e s p e r a n g a , alg al g u m a graga. alguma salvagao, saibamos que nos vem por Aquela que subiu inundada de delicias. Ela e um ja r d i m d e d e lic li c ias ia s p a r a , p o r to t o d o s o s lad la d o s , t r e s c a l a r pee r f u m e s , isto p is to e , o s d o n s de s u a s d iv ivin in a s gra grama mas” s” . Por isso, tudo o que tem os de benefici beneficios os de Deus, Deu s, nos o receb em os pela intercessao de M ar aria ia.. E p or que e assim assim ? Responde o mesmo mesmo Sao Bernardo: Bernardo: “ Porque Porque Deus assim o quer. Tal e a vontade d'Aquele que dispos dispos que tudo tivess tivessem em os por M aria” aria” . M as a razao raza o principal principal se deduz do que diz Santo Agostinho: Agostinho: “ M ana e chamada nossa Mae Mae porque coo pee r o u c o m s u a c a r i d a d e p a r a q u e , n o s , f ieis p ie is,, n a s c e s semos semo s para a vida da gr gray ay a, como m em bros da nossa cabega, Jesus Cristo. Ela e, em verdade, a mae dos m embros de Jesus, que somos n6s, porque pelo pelo amor concorreu para que os fieis, que sao membros da Cabeg a de C risto, renasces sem na IIgreja” greja” . Po r isso, assim assim como M aria aria cooperou com sua caridade caridade para o nascimento espiritual dos fieis, assim tambem quer Deus que ela coopere, coope re, por meio meio da sua intercessao, intercess ao, para que possam conseguir a vid vidaa da graga. graga. neste mundo, m undo, e a vida da gloria, no outro. E por isso a Igreja a invoca e man da sauda-la com palavras tao claras e preciosas: Vida, dogura e esperangu nossa, salve!” 27. Maria medianeira de todas as gragas
N e s te m e sm o s e n tid ti d o , ex e x o r tata - n o s Slao Slao Be B e rn a rd o a reco rrer sempre sempre a e st a divina divina M ae. ae. porquanto todas as suas suplicas s&o atendidas por seu divino Filho: "Recorre a Maria! Sem a menor duvida, eu digo, 39
certamente o Filho atendera sua Mac". E ajunta: “ Filhinh Filhinhos, os, esla e a escada escada dos pecadorcs. esta e a m inha maior confianya. esta es ta e toda a razao de minha minha es pe ran ya ” . O santo da a M ar aria ia o nome nome de escada, poo rq p rquu e a s s im c o m o n a es e s c a d a n a o se so s o b e ao a o ter te r c e iro ir o de grau , sem antes p ass ar ppelo elo segundo. nao se atin atinge ge o segundo, sem se passar pelo primeiro, assim tam bee m na b naoo se c h e g a a D e u s , s e n a o p o r m eio ei o de J e s u s Cristo, e nao se chega a Jesus Cristo senao por meio de Maria. O mesmo Sao Bernardo chama Maria de sua maxima confianya e toda a razao dc sua esperanga, porque Deus, como ele supoe, quer que passem pelas maos de Maria todas as grayas, que nos dispensa. E conclui. finalmente, dizendo que todas as gray grayas, as, que desejam de sejamos, os, tem os de pcdi-las pcdi-las por meio de Maria, Maria, porqu p orquanto anto ela ohtcm tudo o que deseja e os seus rogos nao pode podem m ser s er rcpelidos: “ Busqucm Busq ucmos os a gra<;a, mas busque bu squem m os por intermedi intermedioo de Maria Maria!! Por ela ela acba se o que se busca e nao se pode pode ser de desate satendid ndido” o” . Com os mesmos sentimentos fain Santo Efrem: “ F ora de de vos. nao nao temos temos ou tracon fianya, o Virge Virgem m puu r i s s i m a ” . S a n to Ild p Il d e fo fonn s o : “ T o d o s o s b e n ef efic icio ioss que a sua Majestade decretou fazer aos homens, decretou de cretou confia-los confia-los as vossas voss as m ao aos” s” . A vos vos pois, pois, est estiio iio con fiados fiados os os teso uros e as riquezas da graya ” . Sao Germ ano: “ Se vos nos aban don ardes. que que serd serd de n6s, o vida dos cristaos?” Sao Pedro I>amiao: “ Em vossas m ao ses tao todos os tesouros tesouros da mis miseric6rdia c6rdia de D eus” . Santo Antoni Antonino: no: “ Quem pede, sem sem M aria, aria, tenta voar sem as as ” . Sao Bernardino Bernardino de de Sena diz: diz: “ Vos soi soiss a dispensadora de todas as gra yas. Nossa salvayao estd em vossas maos”. Em outro lugar nao so diz que por Maria sc transmitem a nos 40
toda s as grayas. mas tambem afirm aq ue a Santi' Santi'ssi ssima ma Virgem, desde que foi feita Mae de Deus. adquiriu uma certa jurisdiyao sobre todas as grayas que nos sao dispen sadas: sad as: “ Pela Pela Santi' Santi'ssi ssima ma Virgem Virgem as grayas vivificantes se transmitem de Cristo, como da ca bee y a . a o s e u C o r p o m isti b is ticc o . D e s d e o m o m e n to em que a Virgem Mae concebeu o Verbo Divino, ela ob teve, por assim assim dizer. ce rta jurisdiyao jurisdiyao sobre tod a a prr o c e s s a o tem p te m p o r a l d o E s p irit ir ito o Santo, de sorte que nenhuma criatura recebeu graya alguma senao pela distribui distribuiyao yao de sta piedosa mae ” . E conclui: conclui: “ Por isso, pelas suas m aos. d& a quem qu quer er todos o s don s, grayas e virtudes'*. O mesmo escreveu Sao Boaventura: “ Ja que toda a naturcza divi divina na esteve esteve nas entran ha s da Santi's Santi'ssi sima ma Vir V irgem, gem, nao duv ido diz er que em toda distribuiyao distribuiyao de grayas tem cer ta jurisdiyao jurisdiyao esta Virgem, Virgem, de cujas en tranh as, como de um oceano da divindade, divindade, emanam os rios rios de todas todas as graya s“ . Por isso isso,, pois, mu itos itos teolog teolog os, fund ado adoss na au au-toridade destes santos, com piedoso zelo e muita razao, defenderam a tese que nenhuma graya nos e dispens ada, sena o pela interces sao de de M aria. aria. Assim Assim Vega, Mendozza, Paciucchelli, Segneri. Poire, Crasset e muitos outros au tores, com o douto Padre Natal Natal Alexandre, Alexandre, que escreveu: escreveu: “ Deus Deus quer que espereespere mos todos os bens Dele pela intercessao poderosissima sima de de Maria, Maria, quando a invoca invocamos mos como se d ev e” . Em confirmayao alega o texto de Sao Bernardo acima referido: referido: “ Tal e a vontade de Deus, que quis quis quee tenham os tudo por M aria” . E sobre qu sobre as palavra palavras: s: “ Eis a tua M ae” , que Jesu s disse disse na Cruz a Sao Joao Joao o Padre Contenson diz a mesma coisa expressando41
se assim assim : “ £ como se dissesse: Ninguem tera parte parte no meu sangue. senao pela intercessao de minha Mae. M inhas chagas cha gas sao fon f ontes tes de de gr gram amas as,, mas m as es tas ta s correntes de gramas sao levadas unicamente pelo canal que e Maria. Oh, Joao, meu discipulo, seras tanto tanto amado por mim, quanto quanto am ares a e la ” . Alem Alem disso. e certo que se nos torn tornam am os agradaveis a Deus, invocando os santos, tanto mais lhe seremos agradaveis, se invocarmos a intercessao de M aria, aria, ppara ara que ela supra com scus me recim entos a nossa indignidade, segundo o que diz Santo Anselmo: selmo: “ Que a dig dignida nidade de do intercessor supra a nossa indignidade” . For isso, isso, invocar a Santissima Santissima Virgem Virgem nao e desco nfiar da m isericordia isericordia divina, mas tem er a prop ria indignidade. F alando da dignidade de Maria. Santo Tomas a qtialifica de quase infinita: “ Por ser Mae de de D eus, tem tem um a di digni gnidad dadee quase infinita” infinita” . Portanto Po rtanto , com toda a razao razao se diz que as oragoes orag oes de Maria sao mais poderosas diante de Deus, do que as de todo o paraiso. 28. Quem reza, se salva. Quem nao reza, certamente se condena
Term inem os este pri primeiro meiro ponto, concluind o de de tudo o que que dissemos que, quem reza, certam ente se salva e quem quem nao reza, certam certam ente sera condcnado. Todos os bem-aventurados, exceto as criancas, salvaram-se pela oragao. Todos os condenados se perderam. deram . porque porq ue nao rezaram. Se tivessem rezado, rezado , nan se teriam perdido. E este 6 e sera o maior desespero no inferno: o poder ter alcangado a salvayao com facihdade. pedindo a Deus as gramas necessarias. E, agora, esses miseraveis nao tem mais tempo de rezar. 42
CAPITULO II
O VALOR DA ORAgAO I. I . C o m o s a o p r e c io s a s a D e u s as nossas ora goes!
Sao tao preciosas a Deus as nossas orayoes que Hie de stinou stin ou os Anjos para pa ra Ih Ihe ap apres resen entare tarem m imediaimediatamente as que que estam estam os ffazendo. azendo. “ O s anjos, diz diz Santo Hil4rio, presidem as oraydes dos fieis e diariamente as oferecem a Deus'*. £ este exatamentc aquele sag rado incenso . isto isto 6, as as orago oragoes es do doss san tos, que Sao Joao viu subir ao Senhor, oferecido pelas maos dos anjos. anjos. Escreveu o mesmo Santo A postolo postolo que as orayoes dos santos sao como redomas de ou ro, c heias de suave perf perfume ume e muito muito agradaveis a Deus. Mas, para melhor compreendermos quanto valem valem ju n to de Deus as nossas orayo es. basta ler ler nas nas divinas Escrituras as inumeraveis promessas que D eus faz faz a quem reza. quer q uer no Antigo, Antigo, qu er no Novo No vo Testam ento. “ Chama por mim, mim, e eu te te ouvire i” (Jr (Jr 33,, 3). 33 3). “ Invoca-m e e eu te te l iv r a r e i’( i’(SI 49, 15). “ Pedi Pedi e dar-se-vos-a; buscai e achareis; batei e abrir-sevo s-a “ (Mt (M t 7, 7, 7). 7). “ Vosso Pai Pai que esta nos c^us dara bee n s a o s q u e lhe p e d ire b ir e m ’’ (M t 7, 11 11). ). “ T o d o aq aquu ele el e que pede, recebe; todo o que busca, acha” (Lc 11, 10). “ Q ualquer ualq uer co coisa, isa, que pedirem , ser-lhes-a concedida por meu Pai que esta nos ceus“ (Mt 18, 19). “ Tu do o que que pedirdes pedirdes oran do , crede crede que haveis haveis de de rece ber e que assim assim vos su ce d er a" (Me 11, 24). “ Se 43
me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu vos fare fa rei” i” (Jo 14, 14). “ Pedi tud tudoo o que quis q uiserd erd es e vos sera concedido” (Jo 15, 7 ). “ Em ver verdade dade eu vos vos digo: se pedirdes ao meu Pai alguma coisa em meu nome, Ele vo-la dara” (Jo 16, 23). Exislem muitos ou tros tex tos sem elhantes, que que deixamos de citar por brr e v id b idaa d e . 2. Sem oragao nao ha vitoria
Deus quer salvar-nos. salvar-nos. E ntretanto. que r nos sal sal var como vencedores. Estando, pois. nesta vida. acham o-nos em uma guerra continua continua e para nos sal var temo s qu quee co m ba tere veneer. veneer. “ Sem Sem ter venci vencido, do, ninguem nin guem podera ser co ro ad o” , diz Sao Joao Cri CrisOsOstomo. Som os muito muito fracos e os ini inimigos migos,, num numerosos erosos e fortes. Como enfrenta-los e vence-los? Tenhamos coragem e digamos com o Apostolo: “ I'udo posso n’Aquele que me conforta” (FI 4, 13). Tudo poderemos com a oragao, oragao , por p or meio da qual qual Deus D eus nos da dara ra o que nao temos. Escreveu Teodorcto que a oragao e toda poderosa. Ela e uma, entretanto, pode obter todas as coisas: coisas: “ A oray orayao, ao, sendo send o uma em em si. pode pode tud o” . E Sao Boaventura afirm aqu e. pela pela oragao, se se obtem todo s os bens e a libertagao libertagao de todos os males. males. Dizia Sao Lourengo Justiniano que, pela oragao, constnnmos uma torre fortissima, onde estaremos livres e seguros de todas as insidias e violencias dos inimigos. Sao fortes as potencias do inferno, entre tanto, a oragao e mais forte do que todos os demonios, diz Sao Bernardo e com razao, pois com a oragao a alma consegue o auxilio divino. diante do qual desaparece todo o poder das criaturas. Assim animava-se Dav Davi em seus desfaleci desfalecimentos: mentos: “ InvocaInvoca44
rei o Senhor louvando-o e livre serei de meus inimi* gos“ (SI 17, 4). Em resumo, diz Sao Joao Crisos tomo, a oragao 6 uma grande grande arm adura, uma defesa, defesa, um porto, um tesouro. A oragao e uma valiosa arma paa ra v e n e e r o s a s s a lto p lt o s d o s d e m o n io ioss ; e u m a d e f e s a , que nos conserva em todos os perigos; e um porto seguro contra toda tempestade; e um tesouro. que nos prove de todos os bens. S. R ezem os para a lcan^ar forgas contra os nossos inimigos!
Deus sabe quao salutar saluta r e para nos a necessidade de orar. Por isso permite, como foi dito no capitulo prr im e iro p ir o , q u e s e jam ja m o s a s s a l t a d o s p e lo loss in inim imig igo os, paa ra p e d i r m o s o a u xi p xili lio o q u e n o s o f e r e c e e p r o m e te. te . Mas quanto qua nto Ihe e agradavel quand o O invocamos nos pee r ig p igo o s , ta n t o Ihe d e s a g r a d a o v e r - n o s d e s c u id a d o s da oragao. Assim como o rei. diz Sao B oav en entura, tura, julgaria traido r o capitao. capitao . que sitiado sitiado em uma praya, nao Ih Ihe pee d iss p is s e s o c o r r o , a ssim ss im D e u s co c o n s id e r a tra tr a i d o r aqu aq u e le que, vendo-se assaltado pelas tentagoes, a Ele nao recorre pedindo aux auxiilio. lio. Poi Pois desejae esp era qu e Lhe pee y a m o s p a r a no p noss s o c o r r e r f a r tam ta m e n te. te . U m a p r o v a disso disso encon tram os nas Sagradas Esc rituras, nas cencensuras su ras.. que o pro feta Isafas fez ao ao rei rei Acaz. O profeta convidou-o conv idou-o em nome de Deus a pedir um sinal. a fi fim de certificar-se do socorro que o Senhor desejava dar-l dar -lhe: he: "P e d e algum algum sina sinall do Senho r para ti ” (Is 7, 7, II). O fmpio fmpio re reii respondeu : “ Nao o pedirei pedirei nem nem tentarei a D eu s” . Assim Assim d isse, porque confiava confiava em em suas forgas para veneer o inimigo, sem auxilio di45
vino. Mas vino. Mas o profeta profeta o repreend eu: “ Ouvi, pois, pois, casa de Davi! Porventura nao vos basta ser moiestos aos hom ens, quereis quereis tambem tambem molestar molestar D eus ?" Dizen Dizendo do com isto que se torna molesto e injurioso a Deus. quem que m de ixad e Ihe pedir grayas que o Sen hor oferece. 4. Convites a oragao
“ Vinde Vinde a mim mim todos os que trabalhais e vos vos achais carregados e eu vos aliviarei" (Mt 11, 28). Pobres filhos meus, diz o Salvador, que vos achais pee r s e g u i d o s p o r v o s s o s in p inim imig igos os e a c a b r u n h a d o s com o peso de vossos pecados, nao vos abandonc a coragem, recorrei a mim pela orayao e eu vos darei foryas fory as para resistir e re refazer-v fazer-vos os de tod as as desgradesgrayas. Em outro ou tro lug lugar, ar, diz, diz, por boca de Isaia Isaias: s: “ Vind Vindee e argui-me, diz o Senhor; Senh or; se os vossos peca p ecado doss forem forem como escarlatc, tornar-se-ao bran cos como a neve" (Is 1, 18). Homens, diz ele. recorrei a mim e. ainda qua ndo tiverdes a consciencia assaz assaz m anchada. na naoo deixeis deixe is de vir. Permito ate que me acuseis. acu seis. p or assim assim dizer. diz er. se rec orren do a mim. nao vos fizer, fizer, por minha minha graya, brancos como a neve. Crisostomo: Que e oragao? Ouyam os Sao Joao Crisostomo: “ A orayao e ancora para os flutuantes, flutuantes, tesouro par paraa os pobres, remedio para os doentes e preservativo paa ra o s s a o s ” . A o r a y a o e u m a a n c o r a s e g u r a p a ra p quem esta em perigo de naufragar. e um tesouro imenso de riquezas para quem e pob re, e um remedio remedio eficassissimo para os enfermos e um fortificante certo para nossa saude. Que fa z a oragao? Ouyam os Sao L ourenyo Justiniano tiniano:: “ A orayao aplaca a ira de D eus, porquanto porqu anto Deus perdoa logo a quem com humildade Ihe pede; 46
concede todas as grayas pedidas. vence todas as forgas do inimigo: em resumo, transforma os cegos em ilum iluminados, inados, os fracos fracos em em fortes, fo rtes, os pecad pec adore ore s em em sant sa ntos” os” . Quem necessita de luz, pega a Deus e lhe sera dada. Logo que recorri recorri a D eus, diz Salom ao, deu-me deu-me a sabedoria: sabed oria: “ Invoquei e veio sobre mim mim o espirito da sabedoria” (Sb 7. 7). Quem precisar de fortaleza, invoque a Deus e ser-lhe-a dad a: lo logo go que abri a boca paa ra p e d ir, p ir , d isse is se D a v i, r e c e b i o a ux uxil ilio io d o S e n h o r: "A b ri a bo boca ca e atraf o al alen en to ” (SI 118 118, 134). E se se os santos martires resistiram tao corajosa e constantemente aos tirano s, nao foi a oragao oraga o que lhe sd eu fo forga rga e vigor para suportar os tormentos e a morte? 5. Confiai e rezxii! Deus vira em vosso auxilio
Quem se vale vale da oragao. de sta grande arma, di dizz Sao Pedro Crisologo, ignora a morte, deixa a terra, entra no ceu e vive com Deus. Nao cai em pecado, pee rd p rdee o a p e g o a s c o isa is a s d a t e r r a , e n t r a no c e u e j a nesta vida comega a gozar da presenga de Deus. De que serve, pois, alguem angustiar-se e dizer: Estarei Es tarei inscrito no livr livroo da vida? Quem Qu em sabe sab e se Deus D eus me dara a graga eficaz e a perseveranga? ‘‘Nao vos prr e o c u p e i s , m a s c o m m u i tas p ta s o r a g d e s e r o g o s , co com m agao de gray as, sejam sejam con hecidas as vossas suplicas suplicas diante de D eus!” (FI (FI 4 ,6 ,6). ). De qu quee serve, serve , diz o AposApostolo, perturbar-vos com estes pensamentos angustiantes e com estes temores? Afugentai. portanto, todas essas ansiedad es que so serve servem m para diminu ira vossa confianga e tomar-vos mais ti'bios e preguigosos no caminho da salvagao. 47
Rezai sempre; fazei que vossas orayoes sejam ouvidas ouv idas por Deus e agradecei-lhe agradecei-lhe sem pre as promessas que vos fez de eon eeder-vo s sempre os do ns que pee d is, p is , a g r a y a e f ie a z , a p e r s e v e r a n y a , a s a lv lvaa y a o , e tudo o que quiserdes. O Sen ho r pos-nos pos-nos em batalha batalha contra poderosos inimigos, mas e fiel as suas promessas. Nao consente que sejamos atacados alem das n oss as foryas. foryas. “ Deus e fi fiel e nao perm itira que sejais sejais ten tentad tados os mais do que podem as vos sas foryas' fory as' ’ (1 C or 10,1 10,13). 3). E fiel, fiel, porq porque ue socorre im ediatam ente a quem o invoca. Escreve o douto e emmentissimo cardeal Gotti que o Senhor, nao e obrigado a dar-nos sempre uma graya igual a tentayao; mas e obrigado, quando somos tentados e recorremos a Ele, a dar-nos por meio da graya (que para todos tern preparada e oferece), a forya suficiente, com que oportunamente po p o s s a m o s r e s i s t i r as a s te t e n t a y o e s : “ Em v irtu ir tudd e de g ra rayy a que poe a nossa disposiyao e nos oferece, Deus e obrigado obri gado a con ceder-no s, quand o somos tentados e a ele ele recorrem reco rrem os, as fory foryas as necessa rias para poderm os resistir e para que resistamos de fato; pois tudo po demos naquele que nos conforta pela graya, se humildemente mildemente ped irmo s” . Tudo podem os com o auxi lio divino, que sera concedido sempre a quem pede; po p o r iss is s o na nao o tem te m o s d e s c u l p a s , q u a n d o s o m o s v en enci ci-dos pela tentayao. Fomos vencidos, porque nao rezamos. Pela orayao. podem os desarm ar todas as ci ciladas do dem onio. Pela oray ao, diz Santo A gostinho, gostinho, afugentamos todos os males.
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6. A oragao e uma embaixadora
Diz Sao B ernardino de Sena que a oragao e uma fiel embaixadora, bem conhecida do Rei dos c£us e aco stum ada a en trar em em seu seu gabinete gabinete e a m over, com sua importunagao, o piedoso animo do Rei a fim de que conceda todo o socorro a nos miser&veis, que gememos no meio de tantos combates e miserias, neste vale de lagrimas. lagrimas. “ A oragao 6 a mais fie fiell em baa i x a d o r a , c o n h e c i d a d o R ei. b ei . qu q u e e s td a c o s t u m a d a a en trar em seu gabinet gabinetee e a comove-lo com sua im por tunagao, a fim de impetrar auxilio para nos miserav ei eis ” . Assegura-nos tambem Isaias que. assim que o Senhor percebe nossas oragdes, move-se logo a compaixao e nao deixa que choremos e suspiremos muito tempo: no mesmo mo men to nos nos atende e co n cede o que Ihc Ihc pedimos. pedimos. “ Tu , de nenhu m a forma, choraras mais; ele ele te concedera conce dera a graga graga por causa cau sa dos teus gemidos e log ogo o que ou vir a tua tua voz, te a ten de ra" (Is 30, 30, 19). Em o utr utro o lugar. fala o Senh Se nhor or por p or bo ca de Jerem ias e, queixando-se de de n6s, n6s, diz diz:: “ Porv entura tenho sido eu para Israel um deserto ou terra tardia? Por que diz: diz: Nos nos retiramo retiramo s, nao voltarem os mais mais paa r a t i ? * ’ (Is p (I s 2 , 3 1 ) P o r q u e , p e r g u n t a o S e n h o r , d ize iz e is que nao quereis mais recorrer a mim? Porventura sera a m inha miseric6r miseric6rdia dia uma te rra esteril esteril p ara v os, que nao vos p ossa dar fruto fruto de graga? graga? Ou terra tardia, que produza fruto muito tarde? Com isso, nosso amoroso Senhor queria dar-nos a entender que ja mais deixa de atender-nos; e, ao mesmo tempo, quis rep ree nd er os que deixam de rez ar, p or julga r nao nao serem atendidos. atendidos. 49
7. D e u s n o s a t e n d e a q u a l q u e r h o r a Se Deus nos admitisse a apresentar-lhe as nos sas suplicas suplicas so uma vez por m es, seria j£ um grand grandee favor. O s reis reis da terr terr a dao audiencia audiencia poucas v ezes ao ano, mas Deus da audiencia continuamente. Escreve Sao Joao Crisostomo que Deus esta continuamente pronto a ouvir as nossas orayoes, e nunca acontece que nao atenda a quem Lhe pede como convem: “ Deus es ta sempre sempre pronto a ouvir ouvir a voz de seus servos e nunca acontecera que nao atenda, sendo invocado invocado com com o con vem ” . Diz, Diz, alem alem disso, que quando rezam os, antes de terminarm os a exposiyao de nossas suplicas, suplicas, Deus ja nos atende. atende. Sempre atende o que se pede, ainda enquanto estamos pedindo. Disso Disso tem os prom essa divina: divina: “ Estand o eles ele s falando ainda, ainda, eu os ouvire ou vire i” (Is 65, 24) 24).. O Se nho r, di dizz Davi, esta perto de quem o invoca, par paraa escutd-lo, escu td-lo, atende-lo e salv salvd-l d-lo: o: “ Perto es est& o S enh enhor or de todo todoss os que o invocam invocam ; sim. de todo todoss os que com razao o invocam; satisfaz a vontade dos que o temem; ouve os seus gemidos e salva-os“ (SI 144, 19) E ra disso que se gloriava gloriava Moises Moises dizendo: dizendo: “ Nao ha nenhuma outra nayao tao grande, que tenha deuses tao proximos de si, como nosso Deus esta presente em todas nossas orayoes” (Dt 4, 7). Os deuses dos gentios gentios eram surdos is vozes dos que os invocavam, po p o r q u e e r a m m ise is e r a s c r i a t u r a s , q ue n a d a p o d iam ia m . mas nosso Deus, que tudo pode, nao e surdo as nossa no ssa s suplicas; pelo cont contr&r r&rio io,, esta sem pre pe perto rto de quem o invoca e concede todas as grayas pedidas: “ Em qu alq ue r dia que eu te invocar, log ogo o conhecerei que es o meu Deus” (SI 55, 11). Senhor. dizia o 50
salmista. nisto conheci que sois Vos meu Deus. todo bo b o n d a d e e m ise is e ric ri c o rd ia. ia . p o r q u a n to s e m p r e q u e a V os recorro, me socorreis imediatamente. 8. Somos pobres, mas Deus e rico
Somos pobres. mas, se pedirmos, ja nao somos mais pobres. Se nos somos pobres, Deus e rico. E Deus e imensamente liberal, diz o Apostolo, para com aquele que o cham a em em auxili auxilio: o: “ Deus e rico rico paa r a to p tod d o s o s qu e o i n v o c a m " (Rm 10 10.. 12) 2).. E u m a v e z qu e, ex orta Santo Agostinho. Agostinho. tem tem os de de nos entend er com u m Se nh or de infinit infi nitaa riquez a e pod er: “ Peyamos-lhe Peyamos-lhe nao coisas p equenas e vi vis. s. mas, sim, sim, coisas gr gran an de s” . Se alguem alguem pedisse ao rei rei um a pepequena quantia. com isso nao lisonjearia de forma alguma a sua bondade. Pelo contrario, honramos a Deus, hon honram ramos os a sua sua misericordia e a sua liberalidad liberalidade. e. quando, a vista de nossa miseria e indignidade, Ihe ped p edim imos os g r an and d e s gr gray ayas as,, co con n fiad fi ado o s em s u a b o n d a d e e fidelidade. pois Ele prometeu: “Tudo o que quiserdes, pedi e vos sera dado” (Jo 15, 7). Dizia Santa Maria M adalena de de Pazzi que o Senhor sen te-se ho honnrado com isso e fica tao consolado com as nossas orayoes, que a te, de certo m odo, nos agradece. Por que assim abrimos-l abrimos-lhe he o caminho de seu s b eneficios; eneficios; po p o is o s e u d e s e jo e f a z e r be bem m a to d o s . E p o d e m o s estar certos de que. quando pedimos alguma graya, recebem os, sempre sempre mais mais do que pedimos pedimos:: “ Se al al guem necessita de sabedoria peya a Deus, que a todo s d a ra fartam fartamente ente sem palavras pa lavras d u ra s” (Tg 1, 1, 5). Assim diz Sao Tiago para denotar que Deus nao e. como os homens, avaro de seus bens. Os homens, ape sar de ricos, piedosos e liberai liberais, s, quando dao suas 51
esm olas, sao sempre estre itos e de de maos curta s. E a m aior parte parte das v ezes dao dao menos do que se lhes ped e, poo r q u a n t o , p o r m a io p iorr q u e s e ja , s u a r iq iquu e z a e lim limitada; por isso, quanto mais dao, tanto mais lhes faltard. Deus. porem, quando 6 invocado, da os seus bee n s co b c o m t o d a a b u n d a n c i a , lar la r g a m e n t e . sem se m p r e m ais ai s do que se Ihe Ihe pede, porq uan to a sua riquez a e infi infini nita ta;; qu anto m ais ais da, mais tem tem para dar dar:: “ Porquanto, Senhor, sois bom e manso e de muita misericordia paa r a co p c o m t o d o s o s qu quee V os i n v o c a m ” (SI 85, 85 , 5). V os, os , meu D eus, eus , dizia Davi, sois liberal e sumam sum amente ente mise mise-ricordioso com quem Vos invoca. Sao tao ricas as grayas que dispensais, que excedem as pedidas. pa pee l d a s s u p lic li c a s 0. O grande pa p durante a oragao
Todo o nosso cuidado deve consistir em rezar com confianya, certos de que. orando, estarao para noss abertos todos os tesouros no tesouros do ceu. “ Que este seja seja nosso cuidado. diz Sao Joao Crisostomo, e, entao, abrir-seabrir-se-aa para nos nos o ceu. “ E Sao B oav entura dizqu e todas as vezes que o homem recorre recorre d evotam ente ao Senhor pela orayao, ganha bens que valem mais do quee tod oo mund qu mundo: o: “ Em um um diagan hao homem. pe pella orayao , m ais ais do que vale vale o m undo ” . Algumas almas almas dev otas empregam muito muito tempo em ler e meditar. mas pouco se ocupam com as suplicas. N ao resta re sta duvida que a leitura leitura espiritual espiritual e a meditayao das verdades eternas sejam coisas de muita utilidade. mas muito mais uteis, diz Santo Agos tinho, sao as suplicas. Nas leituras e meditayoes ficamos conhecendo as nossas obrigayoes, mas na 52
orayao obtemo s as gray grayas as de cum pri pri-las -las.. “ M elhor £ rez ar do que ler ler: na leitura leitura ficamos ficamos co conh nh ecen ec en do o que devemos fazer, mas na orayao recebemos o que pedimos.” De que serve saber o que devemos fazer e depois nao o fazer? De que serve senao para nos tomarmos mais culpados perante Deus? Leiamos e meditemos quanto quisermos, nunca, entretanto, cum priremos o nosso nosso deve r, se nao pedirm pedirm os a Deus Deus os auxilios necessarios. 10. A necessidade da suplica na oragao
Por isso, como diz Santo Isidoro, em tempo algum algum o dem onio sugere sugere tantos pensam entos vao s e terrenos terrenos a alma alma do que que q uando esta pro cura rez ar e pee d i r g ra p rayy a s a D e u s: “ Q u a n d o o d e m o n io n o s ve reza r, proc ura com todas as foryas distrair-nos distrair-nos com pee n s a m e n to s f iite p ii teis is““ . E p o r q u e ? P o rq rqu ue e ju sta mente quando rezamos que mais recebemos os te souros dos bens celestes. O m aior fruto da orayao mental e fazer-nos fazer-n os pedir a Deus as grayas necessarias a perseveranya e a salvayao etema. Este e o principal motivo porque a orayao mental e moralmente necessaria para se conse rv ar a graya graya de Deus; po is, se a alma alma nao se recolhe no tempo tem po da m editayao para pedir os auxfl auxflios ios ne ces sarios a salvayao e a perseveranya, nao o fara em outro tempo, porquanto fora da meditayao nao se pee n s a em p e d i-lo p i- loss , ne nem m m e sm o se p e n s a r a na n e c e s sidade que ha de pedi-los. Pelo contrario, quem faz dia po r dia a sua meditayao, meditayao, conh ece ra log logo o as n ecessidades de sua alma, os perigos em que se acha e a necessidad e que tem de pedir. Assim Assim rez ara e obtera 53
as grayas necessarias para perseverar e alcanyar a salvayao. Falando de si mesmo. dizia o Padre Segneri, S.J., que, a principio. se ocupava mais na ora yao de excitar afetos do que de pedir; mas, conhecendo depois a grande necessidade e a imensa utilidade dos pedidos, dai por diante nas muitas meditayoes que fazia se aplicava a fazer suplicas. / / . Pegamos, pcgamos muito! “ Clam arei como o fil filhot hotee da an do rinh a" (Is 38 38. 14), dizia o piedoso rei Hzequias. Hzeq uias. Os O s filhotes da an do rinha nao fazem outra coisa do que chilrear procurando com isso o auxilio e alimento de sua mae. Do mesmo modo devemos nos proceder. Se quisermos conservar a vida da graya, devemos gritar sempre, pee d in p indd o a D e u s a g ra ray y a . p a ra e v ita it a r m o s a m o r te d o pee c a d o e p a r a a v a n y a r m o s em seu p se u s a n to a m o r . Refere o Padre Rodrigues, S.J., que os antigos paa d r e s d o d e s e r t o , n o s s o s p rim p ri m e iro ir o s m e s tre tr e s esp es p iriir ituais, fizeram fizeram entre si uma co consu nsu lta, para pa ra ver qual era o exercicio mais mais necessa nec essa rio e ut utiil a salvayao eterna. Resolvcram que era repetir a miudo a breve orayao de Davi Dav i: “ Senho r, vi vi nde em meu me u so co rro!” O mesmo, escreve Cassiano, deve fazer quem quiser salvar-se, dizendo sempre: Deus meu. ajudai-me. meu Deus, ajudai-me! Isto devemos fazer, desde a manha, quando despertamos, e depois continuar a fazefa ze-lo lo em todas as n ossas ne cessidades e durante as nossas ocupaydes, quer espirituais quer materiais. mormente, quando formos assaltados por qualquer tentayao ou paixao. Diz Sao Bo aventura que, m uitas uitas vezes, a graya graya 54
nos vem vem mais dep ressa po r uma breve oragao , do que po p o r m u ita it a s b o a s o b ra s : “ As v e z e s , se o b t e m m a is depressa com uma breve oragao. o que dificilmente se alcangaria alcangaria com boas o bra s” . Ac rescenta Santo Ambrosio Ambrosio:: “ Quem ora, enquanto ora, receb e, porporquan to re zar e receber e a m esma coisa: coisa: Quem reza. enquanto reza j& recebe o que pede; pois pedir e r ec e c e b er er” . Sao Joao Joao C ris6st ris6stom om o escreve escreve que o homem mais mais po p o d e r o s o e o q u e re rezz a : “ N a d a h a m a is p o d e r o s o d o que um homem homem que re za ” , porque se faz partici participante pante do pode po derr de Deus. Para chegarm chega rmos os a perfeigao, dizi diziaa Sao B ernardo, temos n ecessidade ecessidade da m editagao e da da pee tig p ti g a o ; p e la m e d ita it a g a o , v e m o s o q u e no noss fa falt ltaa ; p e la suplica, suplica, recebem os o que nos 6 necessario: necessario: “ Subamos pela m editagao editagao e pela petigao! petigao! Aquela Aqu ela m ostra o que nos falt falta, a, esta consegue consegue que nada nos falte” . 12. R ezem os oragdes curias, curias, m as fervor osa s! Se nao nos salvarmos. a culpa e nossa
Em resum resu m o, salvar-se sem a oragao e dific dificfl flimo imo e ate mesmo impossivel. como vimos, segundo a ordem comum da providencia. Entretanto, com a oraga o, a salvagao e ce rta e faci facil. l. Pa ra a salvagao salvagao nao e n ece ssario que algu^m algu^m va para a regiao regiao dos infieis, infieis, a fim de of ofere ere ce r a sua vida; nao e necessario nece ssario retirar-se paa r a u m d e s e r t o e a lim p li m e n tar ta r - s e u n ica ic a m e n te d e e r v a s , mas e necessario rezar e dizer: M e u D e u s , a ju d a i me! Senhor assisti-me, tcnde piedade de mim! P o d era hav er co coisa isa mais fa faci cill do que isto? isto? E este pouco sera suficiente para nos salvar, se formos sempre cuidadosos em faze-lo. 55
De modo especial especial exo rta-nos rta-n os Sao Lourenyo Loure nyo JusJustinian tiniano: o: que qu e nos esforcem os por rezar no comeyo com eyo de de lodas as ayoes. Afirma Cassiano que os antigos pa dres do deserto exortavam insistentemente a recor rer a Deus com breves, mas freqiienles orayoes: “ Ninguem Ninguem tenha em pouca conta conta a orayao . — di dizi ziaa Sao B er ernar nardo do — por porquant quanto o D eu sn ao atem em pou pouca ca conta; conta; poi pois El Ele ou da o que que pe dim os.o ud aoq ue dev e ser-nos mais util” . Persuadam o-nos de de que se se nao rezarmos, nao temos desculpas. porquanto a graya de rezar e dada a todos e depende de nos rezarmos sempre que quisermos, como dizia Davi, falando de si mesmo: “ Dentro de de mim mim ora orarei rei ao Deus de minha vida. dizendo-lhe: vos sois o meu amparo” (SI 41, 9-10). Tratarei desse assunto mais detalhadamente na parte seguinte, demonstrando elaramente que Deus da a todos a graya graya de reza r. para que . rezan do, poo s s a m o b t e r to p todd o s o s au auxx ilio il ioss c a te be bem m a b u nd an tes, para observ ar os seus mandam entos e perse verar ate a morte. Agora so direi que, se nao nos salvarmos, a culpa 6 nossa, porquanto nao rezamos.
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CAPITULO III A S C O N D I C O E S DA O R ACAO AC AO
I - Por quem e o que devemos pedir 1. As condigdes da oragao
Jesus Cristo Cristo fez-nos fez-nos a seguinte seguinte prom prom essa: “ Em verdade. em verdade vos digo: se pedirdes alguma coisa a meu Pai, em meu nome, Ele vo-la dara” (Jo 16,23) 16,23).. M uitos, diz diz Sao Tiago. pedem e nao recebem , poo rq p rquu e p e d em mal: “ P e d is e n ao r e c e b e is p o rq rquu e pee d is m a l ” (T p (Tgg 4, 3). S ao BasUio Bas Uio,, e x p lic li c a n d o as paa lav p la v r a s d o A p o s to tolo lo,, d iz: iz : “ P e d e s e n a o r e c e b e s , poo rq p rquu e t u a o r a y a o foi mal ma l fe feit itaa ou o u s em fe fe,, sem se m de devo vo-yao ou desejo; ou porque pediste coisa que nao se referia referia a tua salvayao salvayao ete m a, ou pediste sem perseverany a“ . Por isso isso Santo Tom as reduzi reduziuu a qu atro as condiyoes req ueridas na orayao, para que obtenham p a r a si, c o isa is a s o seu fruto: isto 6, que o homem pey a pa nece ssarias a salvagao . com devogao e com perse ve randa. 2. A primeira condigao da oragao oragao e que re zem os po p o r n o s m e s m o s
Pois o D ou outor tor Angelico Angelico julga qu quee ninguem pode imp etrar para ou tros, como merito merito de justiya , a vida vida ete m a e po r conseguinte tam bem as grayas nec neces esss&rias para a salvayao deles, porque a promessa, diz ele, foi foi feit feita, a, nao para os que rezam p ara outros, ou tros, mas D a r-se r- se -vo -v o s-a s- a . os que rezam para si mesmos: Da 57
N a o o b s t a n t e , h£ h £ mu m u ito it o s d o u t o r e s qu q u e afi a firr m a m o contrario, apoiados na autoridade de Sao Basflio. que ensina ter a oragao infalivelmente o seu efeito, ainda que se reze pelos outros, contanto que esses nao oponham uma resistencia positiva. Estes escritores se baseiam sobre textos das Sagradas Escrituras: “ Orai uns pelos pelos ou tro s, para serdes salvos, porporquanto muito muito val vale a oragao oragao perseverante do ju st o " (Tg 5, 16). “ Rezai pelos qu quee vo voss perseguem persegu em e calucaluniam ” (Mt 5, 44). O melhor texto e d e Sao Joao: “ Se alguem vir seu irmao cometer um pecado, que nao e dc morte, pega e serd concedida a vida aquele, cujo pee c a d o n ao e de m o r t e ” (I J o 5 , 16 p 16). ). A s p a lav la v r a s : Ag ostinho, nho, Beda, Cujo pe cad o nao e de de m orte, orte, Santo Agosti Am brosio brosio e outros, explicam explicam que se devem en tende r do pecador, que nao quer viver obstinado ate a morte; pois, para tal pecador seria necessario uma gragaa muito grag muito extraordinaria. Quanto aos ou tros pe ca dores, que nao atingiram um grau tao alto de maldade. se alguem rezar poreles, promcte-lhe o Apostolo, tolo, a con vers ao deles: deles: “ Pega Pega e sera sera dad a a vida vida ao ao pee c a d o r ” . p 3. As oragdes pelos outros mormente pelos pe p e c a d o r e s , s a o m u ito it o a g r u d d v e is a D e u s
Na N a o se d u v id a . e n t r e t a n t o , q u e a s o r a g d e s q u e fazemos pelos outros, mormente pelos pecadores, sejam muito agrad&veis a Deus. C) Senhor queixa-se de seus servos, que nao rezam pelos pec ado res. Um dia, lamentava-se Nosso Senhor a Santa Maria Madalena de Pazzi, a quem disse: “ V ede, minha m inha filh filha, a, como caem os cristaos nas m aos do demonio; se os meus escolhidos nao os livrassem livrassem por suas oragoes, 58
senam trag ad o sp or ele ". De um modo modo todo espec especia ial, l, poo r e m , N o s s o S e n h o r d e s e j a e ex p exig igee isso is so d o s s a c e r dotes e religiosos. Por isso, dizia muitas vezes a san ta as suas reli religi giosa osas: s: “ Irmas, D eus nos separou do mundo, nao somente para fazermos bem a nos mesmas. mas tambem para procurarmos aplacar a sua ira ira contra os pec ado res” . Falou-lhe, Falou-lhe, uma vez, o Senhor: Senhor: “ Eu vos dei, dei, a vos, esposa s escolhidas, a cidade de refugio, (isto e, a Paixao de Jesus Cristo). paa r a q u e te n h a i s o n d e r e c o r r e r p a ra a j u d a r m in p inhh a s criatu ras; por isso, isso, reco rrei a e la e ali ali oferecei auxil auxilio io as m inhas criaturas que perecem ; sacrific sacrificai ai mesm o a vossa vida por ela s” . Pelo Pelo que a santa, inf inflamada lamada de de santo zelo, oferecia a Deus, cinquenta vezes por dia, o sangue do Redentor pelos pecadores e se consumia sumia em em desejos pela pela sua conversao, dizendo: dizendo: “ Que pee n a , S e n h o r ! C o m o s in p into to v e r q u e p o s s o a j u d a r a s tuas cria tura s com o sac rifk io de minha vida vida e, contudo, nao poder realiza-lo!” Ela, em todos os exercicios de piedade, recom enda va os pec adores a D eus; e em sua vida vida se conta que nao pa ssav a uma hora do dia em que na nao o pedisse poo r e les p le s . F r e q iie ii e n tem te m e n te lev le v a n t a v a - s e a m eia ei a -n -noo ite it e e se dirigi dirigiaa a igrej igreja, a, onde es tav a o Santissimo Santissimo Sa cra mento, para rezar pelos pecadores. Apesar de tudo isso, sso, fo foi enco ntrada, uma vez, a c h o ra re , interrogada interrogada d o m o ti t i v o d a s la l a g r iim m a s , r e s p o n d e u : “ P o r qquu e paa r e c e - m e q u e n a d a fa p fayo yo p ela el a c o n v e r s a o d o s p e c a d o res ' \ Chegou Chegou ate a se oferecer a padecer as penas do inferno pela conversao deles, contanto que la nao tivesse tivesse de od iar a Deus. Freqiientes vezes conseguiu ser atorme ntada de graves dores e enfermidades pela pela salvaya salvayao o dos pecadores. R ezavae specialm ente pelos pelos 59
sacerdotes. vendo que estes, com uma vida exem pla p lar, r, s e r iam ia m c a u s a d a s a lv lvaa g a o d e m u ito it o s e c o m um umaa vida m& m& levariam g rand randee num ero a rurna e perdigao. pe rdigao. Pedia a Nosso Senhor que a castigasse pelas culpas deles e diz dizia ia:: ‘'Sen ‘'S en ho r. fazeifazei-me me m orrer tanta s vezes e tornar a vida. ate satisfazer por eles a vossa justiga” tiga” .. ..E E m sua vida, vida, conta-se conta-se que a santa, p or suas suas oragdes, libertou de fato muitas almas das garras de Satanas. 4. R ezem os muito pela pela conversao conversao dos pecadores!
Q uis propo sitadam entc dizer alguma coisa cois a mais mais paa r t ic u l a r s o b r e o z elo p el o d e s t a s a n ta. ta . E n fim fi m , to d a s a s almas que amam sinceram sinceram ente a Deus nao cessam de rezar pelos pobres pecado res. E como e possivel possivel que uma pessoa que ama a Deus, vendo o amor que que tem as almas e o que fez c sofreu por elas Nosso S enho r Jesus Cristo Cristo e o dcsejo que tem tem o Salvad or de que rezem os pelos pelos pecad ores, com o e possivel possivel,, digo digo,, ve r indiferente tantas almas vivendo sem Deus, feitas feitas esc rav ravas as do inf inferno erno e nao se m over e se esforg ar por pee d ir c o m in p inss iste is tenn c ia a o S e n h o r , q u e ira ir a c o n c e d e r luzes e energias a estes infelizes, para sairem do estad o perdido em que se acham? £ certo que Deus nao prometeu atender-nos, quando aqueles aqueles por quem rezamos rezamos se opoem a con versao. Entretanto, Nosso Senhor, por bondade e em atengao as oragoes de seus servos, dignou-se reco ndu zir ao caminho da salvaga salvagaoo mesmo os peca dores mais obcecados e obstinados. Por isso, recomendemos sempre a Deus os pobres pecadores ao 60
celebrarm cele brarm os a santa M issa. issa. na na com un unhao hao , na medit meditaayao e na visita ao Santissimo Sacramento. Diz um ilustre escritor que, rezando pelos ou tros, seremos atendidos mais prontamente do que quand o rezam re zam os por nos mesm os. Disse Disse isso isso de paspassagem. sagem. Exam inemos as ou tras condiyoes condiyoes da orayao, segundo Santo Tomas. 5. A segunda condigao
E que peyamos as grayas grayas necessa rias h salvayao; po p o r q u e a p r o m e s s a d iv ivin inaa na naoo foi d a d a p a r a o s b e n s temporais, que nao sao necessarios a salvayao da alma. Diz Santo Agostinho, explicando as palavras do Evangelho, em meu nome, acima citadas, que “ nao se pede em em nome do Salvador o que e contrario aos interesses de nossa salvayao” . 6. Molivos porque Deus muitas vezes parece nao nos atender
As vezes, pedimos algumas grayas temporais e Deus nao nos atende; mas nao nos atende, porque nos ama, diz o m esmo D outor, e que r usar de de miseri miseri cordia p ara conosco: “ Quem pede a Deus humil humilde de e confiadam ente coisas coisas neces sarias para esta vida, ora e ouvido por misericordia e ora nao e atendido por misericordia; misericordia; pois, do que o doente tem n ecessidade, m elhor sabe o medico medico do que o do en te” . O medico medico que se interessa pelo doente nunca permitira coisas que Ihe possam fazer mal. Quantos, se fossem pobres ou doentes, nao cometeriam os pecados que cometem sendo ricos e sadios! For isso o Senhor nega a alguns que Ihe pe61
dem , a saude do co corpo rpo ou os hens da da fortun a. porque os ama, vendo que isso Ihes seria ocasiao de perderem a sua graga, ou ao menos de se entibiarem na vida espiritual. Contudo, nao queremos dizer com isso isso que seja uma falta falta pedir ped ir a Deus as coisa s necess&rias a vida presen pres en te, con c on tan to que esteja m em relagao com a salvagao eterna. como pediu o sabio: *‘Dai-me, Senhor, Sen hor, unicamente unicam ente o que for necessari ne cessarioo paa r a v iv p iver er'* '* (Pr (P r 30, 8). N a o e u m a fa falt ltaa , d iz S a nt ntoo Tomas, ter um cuidado moderado por estas coisas: pro p roib ib id o 6 d e s e ja r e p r o c u r a r e s t e s b e n s co c o m o p rin rinci ci- paa is e t e r p o r e le s um c u id a d o d e m a s iad p ia d o , c o m o se formassem toda a nossa felicidade. Quando pedirmos a Deus bens temporais, devemos pedi-los com resignagao resignagao e sob a condigao de a prove proveitarem itarem a alma. alma. Se vemos que o Senhor nao os concede, tenhamos poo r c e r t o q u e o s ne p n e g a pel p eloo am a m o r q u e no noss te t e m e po p o rq u e prr e v e q u e v a o p r e ju d ica p ic a r a s alv al v a g a o d e n o s s a alm al m a. 7. Quando Deus nao nos atende e sempre para nosso maior bem
Muitas vezes pedimos a Deus que nos livre de alguma tentagao pengosa e Deus nao nos atende e pee rm ite p it e q u e a t e n ta g a o c o n tin ti n u e . N e s s e c a s o , d e v e mos entender que Deus assim permite para nosso maior bem, Nao sao as tentagoes e maus pen sam en tos que nos afastam de Deus, mas, sim o consentimento dado. Q uando a alma tentada tentada sc recom enda a Deus e, com o seu auxilio, resiste resiste ao aoss ataques ataqu es de seus inimigos, progride na virtude e une-se mais estreitamente mente a E le. E sta e a razao porque o Se nho r deixa de de atende-la. Sao Paulo pedia insistentemente ao Se nhor que olivrasse das tentagoes tentagoes impuras: impuras: “ Permi Permittiu 62
Deus que sentisse em m inh inhaa cam e um estimulo, que e o anjo de Satanas, para me esbofetear; por cuja cau sa roguei roguei ao ao S enhor tres vezes, que o afastasse de mim” (2Cor 12, 7). Mas o Senho r respond eu: “ BasBasta-te a minha graya”. De vem os, pois. nas tentayoes pedir a D eus com resignayao, dizendo: Senhor, livrai-me deste tormenlo, se assim for conveniente para minha salva yao; senao, dai-me ao menos o auxilio para resistirlhe. Dev emos lem brar aqu aquii o que diz Sao Sao Bernardo , que , qu and o pedimos pedimos a Deus alguma alguma graya, Ele Ele nos da a graya pedida ou outra melhor. Deus muitas veze s nos deixa sofrer no meio meio da tem tem pe stade , a fi f im de provar a nossa fidelidade e para o nosso maior prr o v e ito p it o . P a r e c e , e n t a o , s u r d o a s n o s s a s o r a y o e s . Na N a o ! E s t e ja m o s s e g u r o s d e q u e D e u s n o s o u v e e no noss ajuda ocultamente, dando-nos foryas para resistir* mos aos assaltos ass altos dos inimigos. inimigos. Isto Ele nos assegu ra po p o r b o c a d o S a lm ista is ta:: “ N a trib tr ibu u lay la y a o me i n v o c a s te e te livrei: eu te ouvi no escondido da tempestade; prr o v e i-te p i- te j u n t o a a g u a d a c o n t r a d i y a o ” (SI 80 80,, 8). 8. Condigdes dad as a s por Santo Tomas
Finalmente eis as outras condiyoes que Santo Tom as exige exige para a orayao: Que se reze c o m d c v o g a o e perseveranga. Com devogdo, quer dizer, com humildade mildade e confianya; con fianya; com perseveranga. dizer zer,, perseveranga. qu er di sem deixar de rezar ate a morte. Destas condiyoes, pois, da humildade, con fianya fianya e p erseve ranya , que sao as mais nece ssarias a orayao , importa fala falarr de de ca da uma distintam distintam ente. 63
II - A humildade com que se deve rezar 9. Deus ouve a oragao dos humiides e repcle a dos orgulhosos
O Senhor atende as oragoes dos sens servos, mas dos servos humiid humiides: es: “ O Senhor atendeu atendeu a ora gao dos hu m iide s’* (SI (SI 101, 18) 18). O nd ndee falta humil dade, Deus nao atende, pelo contrario, repele as oragoes dos sobcrbos. sobcrbos. “ Deus Deus resis resiste te aos soberbos e da a sua graga aos humiides” (Tg 4. 6). Deus nao ouve as oragoes dos soberbos, que confiam na pro pri p riaa fo forr g a e p o r isso is so a b a n d o n a - o s a s u a m is e n a . Em tal estado, privados do auxilio divino, perder-se-ao certam ente. Ch orava Davi: Davi: “ Antes Antes de ser hum humiiIhado, pequei” (SI 118, 67), pequei, porque nao fui humilde. O mesmo se deu com Sao Pedro, o qual. ap esa r dc avisado avisado po r Nosso S enho r de que naquela naquela noite noi te os seus discipulos discipulos o abandonariam: “ a todos todos v6s serei eu nesta noite ocasiao de escandalo” (Mt 26, 31), em vez de rcconhecer sua fraqueza e pedir forgas ao Senhor para nao Ihe ser infiel. confiando demasiadamente em si mesmo, disse que ainda que todos os ou tros o a bandonassem , el elee nu nca o abanabandonaria: “ Ainda Ainda que todo s se se escandalizem a teu teu resp eito, eu nunc nuncaa me me esca es ca nd aliza rei” (Mt 26 26, 33) 33).. E, nao obstante o Redentor Ihe predizer, de novo e em paa r tic p ti c u l a r q u e , n a q u e la n o ite it e . a n tes te s q u e o g a lo c an tasse, o negaria tres vezes, confiando em seu valor, gabou-se gabouse dizendo: “ Ainda que seja seja necessario morrer eu contigo, nao te negarei” (Mt 26, 35). Mas apontado como discipulo de Jesus Cristo, negou-o poo r t r e s v e z e s , c o m j u r a m e n t o , a f i r m a n d o n a o p 64
conhece-l conhece-lo: o: “ Ju ro qu e na naoo conhego conhego tal hom em " ((Mt Mt 26.72). Se Pedro se houvcsse houvc sse humilhado e pedisse ao ao Senhor a graga da constancia. nao o teria negado. 10. S cm a gr grag aga. a. nada podem os faz er de meritdrio
Devemos todos imaginar que estamos sobre as alturas de um monte, suspensos sobre o abismo de todos os pecados e sustentados apenas pelo fio da oragao: se este fio se arrebentar, cairemos certa mente neste abismo e cometeremos os crimes mais horrorosos. "Se Deus nao me tivesse ajudado, j& teria caido no inferno" (SI 93, 17). Assim falava o salmista salm ista e assim deve d izer eada um de nos. O mesmo que ria dizer Sao Francisco F rancisco de Assis, qua quando ndo dizia ser ser ele o maior pecador do mundo. Mas, meu padre, disse-lhe disse-lhe o com panh eiro, nao e verdade o que dizeis. dizeis. Existem muitos no mundo. que sao piores do que vos. E verdad e, meu irmao, irmao, respondeu o santo, por que se Deus nao tivesse sobre mim sua mao protetora, eu cairia em todos os pecados. 11. Trabalha em vao aquele que trabalha sem De D e u s
E um dogma dogm a de de fe qu que, e, sem a graga graga de D eus, eus , nao po p o d e m o s fa f a z e r ob o b r a m e r ilo il o r ia alg al g u m a , ne nem m tao ta o p o u c o ter um bom pensamento. Sem a graga, diz Santo Agostinho, nao podem os homens fazer bem algum, quer por pensamentos, quer por palavras ou obras. Como os olhos nao podem ver sem luz, assim o homem nao pode fazer o bem sem a graga, diz o santo. E, an tes, diss dissee o Apostol Apostolo: o: " N ao que sejamos sejamos capazes, n6s mesmos, de ter algum pensamento 65
como de nos mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus” (2Cor 3, 5). E, ainda antes do Apostolo, disse diss e Davi: *’ *’ Se o Senh Se nhor or nao edificar e dificar a ca sa , em vao trab alh arao ara o os que proc procuram uram con c onstnn stnn'-la” '-la” (SI 12 126, 1). Em vao se esforya o homem em se fazer santo. se Deus nao o am parar com o seu seu poder. “ Se o Senhor nao guardar a cidade, inutilmente se desvela o seu vigia” vigia” . Se Deus nao nao pres erva r a alma do do pecado , em em vao procurara ela fiigir dele com suas proprias for yas. Por isso, isso, exclam avao pr profe ofeta ta Davi Davi:: “ N aoes pere i no no m eu arc o” (S143 (S143,,7) 7).. Poi Pois nao nao que rocon fiarem minhas armas, mas unicamente em D eus, eus, porquanto so Ele pode salvar-me. 12. Pela graga de Deus, sou o que sou
Quem achar que fez algum bem, e que nao caiu em m aiores pecados, diga diga com Sao Paulo Paulo:: “ Pela Pela graya de Deus, sou o que sou” (ICor 15, 10). Pela m esm a raza raza o, nao deixe o homem homem de trem trem er e recear cair em todas as ocasioes. “ Quem esta de pe, veja veja que nao caia” (ICor 10, 12). Com isto, quer Sao Paulo advertir-nos que esta em grande perigo perigo de cair, quem se julga julg a seguro. Em o utro lugar, lugar, diz: diz: “ Quem ju l g a s e r a lg lgu u m a c o isa is a , n a o s e n d o n a d a , e n g a n a - s e ” (G1 6, 3). Muito sabiamente escreveu Santo Agosti nho: ‘‘Muitos, sendo fracos, nao se fortificam, por que se julgam fo rtes; so os que se sentem fracos serao fo rte s” . Quem diz que nao tem m edo de si si propno prr o v a q u e c o n fia p fi a em si m e s m o e cm c m s u a s r e s o lu luy yoes, mas, com esta confianya perniciosa, engana-se. Quem diz que nao tem tem medo, nao receia mais e, nao receando, nao reza m ais; ais; entao, cair£ cair£ certam ente. Na N a o d e v e m o s d e s p r e z a r o s o u t r o s p o r tere te rem m 66
caido e nos nao; pelo contrario. quando virmos ou tros cairem , julguemos que som os piores piores de todo s, e digamos ao Senhor: Se nao me tivesseis ajudado. Senhor, eu teria feito pior ainda. De outro modo, pee r m itir p it iraa D e u s, p o r c a u s a d e n o s s o o r g u lh lho o . qu quee cometamos pecados maiores ainda. Por isso avisanos o Apdstolo que procuremos a nossa salvagao eterna. Mas como? Sempre temendo e tremendo. “ Com medo e tremor, operai a vossa salvagao” (FI 2, 12). Com o tem o re tremo r, poi poiss quem vi vive ve em tem or e cuidado para nao cair, desconfia de suas proprias forgas e poe toda a sua confianga em Deus, recorrendo a Ele nos perigos. Deus o ajudara. vencera as tentagoes e salvar-se-a. Sao Felipe Neri, passando um ddia ia pelas ruas de de Roma, exclamava: exclamava: “ Sou um um de ses pe rad o” . Um Um religi religioso, oso, que ouviu estas pala pala-vras, perguntou-lhe porque falava daquele modo. O santo santo respondeu: “ Meu Meu padre, eu desespero , sim. sim. mas de mim mim m esm o” . Este deve se ro nosso modo de agir, se quisermos nos salvar. E necessario que tenham os uma com pleta pleta desconfianga de nos m esmos. Sao Felipe, desde o primeiro momento em que des pee r t a v a p e la m a n h a , d izia p iz ia a D e u s: “ S e n h o r , p r o tete gei-me hoje, senao eu Vos trairei e o venderei!” 13. Eis a grande ciencia do cristao
Diz Santo Agostinho, conhecer que nada e e nada pode! Assim, nunca deixara de pedir a Deus a forga necessaria para resistir as tentagoes e para fazer faz er o bbem em,, e fara tudo com o auxilio auxilio de D eus, que nao repele nenhum a stipli stiplica ca dos humiides. humiides. “ A or ora a gao do que se humilha penetrara as nuvens e nao se afastara ate que o Altissimo ponha nela os seus 67
olh os ” (Eclo 35,21). E por mais carrega da que esteja uma alma de pecados, Deus nao pode desprezar um corayao que se humilh humilha. a. “ Nao despre zaras, 6 Deus. um cora yao c on tritoe hum ilhado” ilhado” (SI 50, 12). “ Deus Deus resiste aos soberbos e da sua graya aos humildes” (Tg 4,6 ). Deus e severo com com os so berbos e resiste resiste as suas suplicas; su plicas; benigno, benigno, porem , e m isericordioso com com os humildes. Um dia, falou Nosso Senhor a Santa C atarina atarin a de Sena: Sena: “ Saibas, filha, filha, que toda alma que pee r s e v e r a r h u m ild p il d e m e n te na o r a y a o , c h e g a r a a c o n segui seguirr todas as virtudcs” . 14. Bela advertencia de monsenhor Palafox
£ de utilidadc utilidadc citar aqui uma bcla advertcncia de m on senho sen horr Falafox, Falafox, piedosi piedosi''ssimo ssimo bispo bispo de Osm a, as pee s s o a s p ied p ie d o s a s q u e p r o c u r a m s a n tif ti f ica ic a r - s e , e m s u a anotayao anotay ao a 18.a ca rta de Santa Sa nta Tere sa ao seu confe s sor. Ali conta-lhe a Sa nta todos os o s degraus de orayao sob renatu ral com com que o Se nhor Ihe havia havia favorecido. A este propdsito, o mencionado prelado prescreve que estas grayas sobrenaturais, que Deus se dignou conceder a Santa Teresa e tem concedido a outros santos, nao sao necessarias para alcanyar a santidade, porque muitas outras almas chegaram a santidade sem estas grayas extraordin&rias e ate ha muitas que , ap esar de de terem recebido aquelas graya grayas, s, estao co ndenadas. Portanto, diz ser coisa superfluae prr e s u n y o s a d e s e ja r e p e d i r tais p ta is d o n s s o b r e n a t u r a is , quando o verdadeiro e unico caminho para a santi dade e o exercicio de todas as virtudes, especialm ente do am a m or de D eus; e a isto isto se se chega por meio da oray or ayao ao e pela pela c o rr e s p o n d e n t as luze luzess e aos aos aux auxiili os de Deus, o qual outra coisa nao quer senao a nossa 68
santificayao. santificayao. “ E sta e a vontadc de Deus: Deus: a vossa santificayao” (ITs 4, 3). 15. Os diversos grans da oragao e como alcangu-los
Por isso, o referido autor, falando dos graus da orayao so bren atural, de que trata va a santa, a saber: da orayao de repouso, do sono e da suspensao das faculdades da alma, da uniao, do extase, do arrebatamento, do voo e impeto de espirito e da chaga espiritual, sabiamente escreve e diz que, quanto a orayao de repou so, o que devem os desejar e pedir a Deus e que nos livre do apego e desejo dos bens terrenos, os quais nao dao paz, mas, sim, trazem afliyoes e inquietayoes ao espirito. Bem falou Salomao: mao: “ Vaidade das vaidades, tudo e vaidad e!” (Eclo 1, 14). O corayao coray ao do homem h omem jam ais en co n trara tra ra a verd ade ira paz. senao livrando-se livrando-se de tudo o quc nao e de Deus, p ara dar luga lugarr ao ao seu santo amo r, para p ara que que Ele Ele so o possua. pos sua. Mas a alma alma po r si propria nao na o pode po de alcanyar isso, m as unicam unicam ente por meio meio de re petidas orayoes. Quanto ao sono e suspensao das faculdades da alma, devemos pedir a Deus que estas faculdades durmam para as coisas terren terren as e so estejam estejam acordadas para considerar a div divin inaa bondade, para asp irara o amor divino e aos bens etemos. Q uan to a orayao orayao da uniao, uniao, devemos ped ir a Deus Deus a graya de nao pensar. de nao procurar e de nao qu ere r senao o que Deus qu er, poi poiss que toda a santi dade e perfeiyao do amo r con siste em conform ar-se a nossa vontade com a vontade de Deus. 69
Quanto ao extase e ao arrebatamento, pegamos a Deus que nos livre do amor desregrado de nos mesmos e das criaturas, para nos atrair todos a si. Quanto ao voo do espirito, roguemos a Deus a graga de vivermos desapegados do mundo e de fazermos como as andorinhas. que. nem mesmo para se alimentar. param no chao e voando tomam o seu alimento. Isto quer dizer que devemos nos servir destes bens temporais tanto quanto for necessario a vida, vi da, m as sempre voand o. sem sem no noss determo s sobre sobre a terra para procu rar os p raze raze res mundanos. Quanto ao impeto do espirito, pegamos a Deus que nos de coragem e fortaleza para fazerm os violenviolencia a nos mesmos, quando for necessario, a fim de resistir aos assa ltos dos in inimi imigos gos,, vene er as paixoes pa ixoes e abragar o sofrimento no meio dc desconsolagoes e tedios do espirito. Enfim, quanto a chaga do amor, assim como a chaga com sua dor sempre renova a recordagao do mal. do mesmo modo dev em os pedir a Deus que nos fira fira o coragao cora gao de tal tal sorte com o seu seu sa nto am or, a fi fim de que nos recordem os sem pre de sua bondad e e ddoo seu afeto para conosco e assim vivamos ocupados sempre cm ama-Lo e agradecer-Lhe com as nossas agoes ago es e afetos. afe tos. Mas Mas toda toda s essa s gragas nao sc obtem sem a oragao; e com a oragao, contanto que seja humilde.confiante e perseverante, tudo se alcanga.
Ill - A confianga com que devemos rezar 16. "Pega corn fe e sem hesitagao alguma!"
Admoesta-nos o Apostolo Sao Tiago que, se 70
quiserm os alcanyar alguma alguma graya de Deus, p or meio meio da orayao, devemos faze-lo com plena confianya e convicyao de de que vam os ser atend atend idos. S anto Tom as ensina que. assim como a orayao tem a sua forya me ritori ritoriaa d a ca rida de , do mesmo m odo tem a efica eficacia cia de impetrar*nos as grayas, da fe e confianya. A ora yao tem seu valor meritorio da caridade; porem, a eficacia e virtude de impetrar grayas tem da fe e confianya. O mesmo ensina Sao Bernardo, dizendo que so a nossa confianya £ que nos obtem a miseri cordia de D eus. “ So a confianya, o Senho r, nos obtem obte m a vossa com iserayao” iserayao” . Agrad Agradaa sumam sumam ente ente a Deus a n ossa confianya confianya em sua m isericordi isericordia, a, porque assim assim honra m os e ex altam altam os aquela sua infini infinita ta bondade qu e Ele Ele quis m anifestar ao mundo nos criando. criando. Alegrem-se, pois, o meu Deus, dizia o real profeta, todos os que esperam em Vos, pois que, eles serao etemamente bem-aventurados e V6s etemamente hab itareis itareis com eles: “ Alegrem-se Alegrem-se todos todos aqu eles que esperam em V6s; V6s; exultarao etem am ente e V os habi habi tareis neles” (SI 5, 12). Deus protege e salva a todos os que confiam nele. Salva os que esperam nele. Q uantas promessas na nao o se se encontram nas Esc rituras rituras feitas feitas aos que esperam em Deus! Deus! “ Tod os os que ne nelle esperam nao pecarao'1(SI 33, 23). Sim, porque diz Davi Davi que o Sen hor tem tem os seus olhos olhos voltados p ara os que confiam em sua bondade, a fim de liberta-los, com o seu auxilio, da morte do pecado. E em outro lugar lu gar,, o pr6prio D eus af afir irma: ma: “ Porquan to em mim mim esperou, livra-lo-ei, protege-lo-ei... livra-lo-ei e glorific^-lo-e glorific ^-lo-ei” i” (SI (SI 90 90,, 14 14-1 -15) 5).. Note N ote-se -se a pa palav lavra: ra: po r qu an to em mim mim confiou, confio u, protege-lo-e p rotege-lo-ei, i, livra-lo-ei livra-lo-ei dos inimigos inimigos e do perigo de cair c air e finalmente da r-lhe-ei a 71
gloria etema. Falando Isaias dos que esperam no Senhor, diz: diz: “ Os que esperam esperam no Senhor terao terao sem pre p re fo forr g a s n o v a s , to tom m a r a o a s a s co c o m o de d e a g u ia. ia . c o r re re-rao e nao se fatigarao, fatigarao, an da dara rao o e nao desfalecerao" (Is 40 40. 31) 31). “ Deixarao de ser se r tao tao fracos e adq adquirirao uirirao em Deus uma grande forga: nao desfalecerao, nem seque r seniirao sen iirao fadig fadigaa 1 1 0 caminho da salvagao, mas correrao e voarao como aguias” (Is 40. 31). Vossa fortaleza esta no silencio e na esperanga. Em suma. toda a nossa fo forg rga. a. diz o mesmo Profeta. consiste em coloc arm os toda tod a a nossa confianga confianga em Deus Deus e em nos nos calarm os. qu er dizer. em repousarmos nos br bragos agos de de sua misericordia, sem confiar em nossos esforgos e nos meios humanos. J a m a i s sc pe p e r d e u q u e m c o n fio fi o u em em D eu s ” / 7. ‘ Ja Baseado nesta esperanga tinha Davi por certo que nunca se perderia. perderia. “ Ninguem Ninguem espero u no Senh or que foss fossee confundido” (Eclo (Eclo 2, II). “ Em vos, Se nhor. esperei; nao serei confundido eternamente” (SI 30, 1). Porventura, pergunta Santo Agostinho, poo d e rd D e u s en p e n g a n a r - n o s o f e r e c e n d o - s e p a r a s u s ten te n tar-nos nos perigos quando a Ele recorremos, e. de poo is, p is , re rett ira ir a n d o - s e d e n o s , q u a n d o . d e fa fato to re recc o r re re-mos a Ele? Davi chama bem-aventurado a quem confi con fiaa no Senhor Senhor:: “ B em -aven turado eo homem, qu quee es p era em V os” (S (SI 83, 13). E p o rq u e? P orque orque,, d izo Profeta, quem confia em Deus sera sempre cercado pela pe la m ise is e r ico ic o r d ia d iv ivin inaa : “ Ao q u e e s p e r a no S e n h o r . a misericordia o cercara” (SI 31, 10). Sim. de tal tal modo serd cerca do de tod os os lados e guardado guardad o po r Deus que ficara seguro seguro dos inimigos inimigos e do perigo de perder-se.
18. “ Confiemos Confiemos em D eu s!"
Co nserve m os a confianya confianya nele, nele, diz o Apostolo, poo r q u e a ssim p ss im p o d e r e m o s e s p e r a r u m a g r a n d e recompensa. Assim como for a nossa confianya. do mesm o m odo serao as grayas grayas de Deus. “ Uma grande grande confianya merece grandes coisas". Es crev e Sao Bernardo que a di divi vina na m isericor isericordia dia e um a fonte fonte imensa; im ensa; e nos apan ham os as grayas com com os va sos da confianya: confianya: quem vier com um vaso maior maior poo d e r a t i r a r m a io p iorr n u m e r o d e g r a y a s . “ Sti n o s v a s o s da confianya o Senhor deita o azeite de sua misericord ia” . E. ja antes, antes, diss era o Profe Profetta: “ Venha. Se nhor. sobre nos a vossa misericordia, assim como temos esperado!” (SI 32, 22). Isto vemos realizado com co m oc en tun ao , a quem quem o R edent edentor disse, louva louvando ndo a sua confianya: “ Vai e te seja feito feito assim como creste" (Mt 8. 13). Revelou Nosso Senhor a Santa G ertrudes que, “ quem reza com confianya confianya,, faz tanta tanta violencia ao seu corayao que o obriga a atender a tudo quanto qua nto ped pedee ’. ’. “ A oray ao, diz Sao Sao Jo ao CliClimaco. faz violencia a Deus. mas uma violencia que Ihe e car a e agradav el” .
19. “ Ap A p r o x i m e m o - n o s c o m c o n fia fi a n g a
“ Aproximem Aproximem o-nos. o-nos. exorta Sao Paulo, Paulo, co com m co n fianya, fianya, do trono da graya graya a fi fim de alcany alcanyarm arm os mise ricordia ricordia e de de ach arm os graya, graya, para sermo s socorridos op ortu na m en te” (H b 4. 16). O trono da gray grayaa e Jesus Cristo, que es ta assentado a direita direita do Pai, Pai, nao sobre sobre um trono de justiya, mas de graya, para nos obte r o pee r d a o , s e e s tiv p ti v e r m o s em e s t a d o d e p e c a d o . e o 73
auxili auxilioo necessario para perseverarm os, se se estiverestivermos na amizade de Deus. Para este trono devemos nos dirigir dirigir sempre com confianga, isto isto e, com aquela confianga, con fianga, inspirada inspirad a pela fe, na bon bondad dadee e fidelid fidelidade ade de Deus, o qUal prorneteu atender a quem O invocasse ca sse com confianga, m as com uma confianga fir firme me e certa. . Quem, ao contr&rio, reza com uma confianga vacilante, nao pense que alcangara alguma coisa, com o afirma Sao Tiago: “ Aquele que duvida e semesemeIhante a onda do mar. que e agitada e levada de uma paa rte p rt e p a r a o u t r a p e la v io iole len n c ia d o s v e n to s ; n a o p e n se esse homem, que ha de receber alguma coisa de Deus’' (Tg 1, 6.7). Nao recebera nada, porquanto a sua duvida en tre confianga e dcsconfianga impedird a m isericordia isericordia divina divina de ouvir as suas suplicas. suplicas. “ Nao rezaste bem, como devias, porque rezando duvida ste, diz Sao Rasil Rasilio io;; nao receb este a graga graga porque a pee d iste p is te d u v i d a n d o ” . D isse is se D av avii q u e a n o s s a c o n fianga fianga ddeve eve ser inabalavcl inabalavcl como com o uma um a m on ontanh tanh a, que que nao na o se move a qualqu er sopro do vento: vento: “ O que que confia confia no S enhor est£ fir firme me como o m onte de S iao” (SI 123, I). O Senhor nos adverte que se quisermos obter as gragas que pedimos, devemos faze-lo com fe: “ Todas as coisas coisas que p edirdes edirdes orando , crede qu quee as re ceb ereis, e que assim assim vos suc ed erd ’*(Me 11, 11,24) 24).. Qualquer que for a graga que pedirdes, estai certos que sereis atendidos. 20. Qual e o fun da m en to desta desta confian confianga? ga?
M as, dira dira alguem, alguem, em qu e posso posso eu , m iseravel, iseravel, fundamentar esta minha confianga certa de obter o que pego? Em que coisa? Na promessa de Nosso 74
Senh or Jes us Crist Cristo: o: “ Pe die r ec eb ere is" (Jo (Jo 16, 24). Quem pod era recea r de ser enga nado . se e a propri propriaa Verdade quem o promete? — diz Santo Agostinho. Como podemos duvidar de sermos atendidos, quando Deus, a propria Verdade. promete concede r-nos o que pedimos pedimos na orayao? “ Nao nos admoestaria a pedir. diz o mesmo santo Doutor, se nao nos quisesse ouvir*’. Mas. e isto o que Ele tanto nos inculca e tantas vezes repete na Sagrada Escritura: “ Pedi, Pedi, orai. buscai e obtereis tudo quan to desedese ja j a r d e s ” . P e d ire ir e is tu tudd o o q u e q u i s e r d e s e s e r - v o s - a feito. E para rezarmos com a devida confianya, ensina-nos o Salvador na orayao do Pai Nosso que, ao recorrermos a Deus, a fim de recebermos as gra yas necessarias para nossa salvayao, as quais estao todas no Pai Nosso, chamemos a Deus. nao de Se nhor. mas de Pai: Pai, nosso. Quer que peyamos a Deus as graya s com a m esma confianya que um filh filhoo doe nte e pob re pede o alimento alimento e o remedio reme dio a seu pai. pai. Se um filho esta para morrer de fome, o pai logo o socorrera e se for mordido de uma serpente venenosa, basta mostra-la ao pai para que ele aplique o remedio remedio qu e ja tem preparado. 21. Esperemos contra a esperanga!
Confiados, pois, nas diversas promessas, peya mos sem pre com uma confianya confianya inabalavel, inabalavel, com o di dizz o Apostolo: Apostolo: “ Conservem os fir firmes mes a prom essa da nossa esp eranya , porque fiel e o que fez a pro m es sa" (Hb 10, 23). Portanto. como e certo que Deus e fiel em suas promessas, assim tambem certa deve ser a 75
confianga de sermos atendidos por Ele, quando o invocarmos. E, ainda que, as vezes, ou por nos acharm os em estad o de aridez espir espirit itual, ual, ou por esestarmos perturbados com qualquer falta cometida, nao sintamos na oragao aquela confianga sensfvel que tanto desejdvam desejdvam os; contudo esforcemo esforcemo -nos po por r pee d ir e n ao p o r d e ix a r d e p e d ir, p ir , p o r q u a n to D e u s nao deixara de nos atender. Mas nos ouvira mais de prr e s s a , p o r q u e e n t a o r e z a r e m o s c o m m a io p iorr d e s c o n fianga de n6s e confiaremos so na bondade e fidelidade de Deus que prom eteu atender a que quem m o invo car. Oh! como e agradavel a Nosso Senhor a nossa espe rang rangaa no tempo de tribulagoes, tribulagoes, tem ores e ten ta goes, quando esperamos contra a esperanga, quer dizer, contra aquele sentimento de desconfianga causado por nossa desolagao. O Apostolo elogia o pa tri tr i a r c a A b r a a o c o m a s s e g u in inte tess p a l a v r a s : “ C r e u na esp eran ga ga,, co contra ntra toda a esp eran ga ga”” (Rm (Rm 4. 18). 22. 22.
A confianga con fianga nos torna santos
Diz Sao Joao que quem confiar incondicionalmente em Deus se torna san to. “ E todo o que tem tem esta esperanga nele, santifica-se a si mesmo, assim tambem co m o Ele Ele e sa n to ” (1 (1 Jo 3,3). E porque Deus derrama fartamente suas gragas sobre todos os que nele confiam. Com esta confianga, tantos mirtires. tantas virgens, tantas criangas, apesar dos horriveis tormentos infligidos pelos tiranos. sairam vencedores. As vezes, pedimos e parece que Deus nao quer ouvir-nos, mas nao deixemos, entao, de pedir e de espe rar. Digamo Digamos, s, entao , como Jo: Jo: “ Mesmo que
D eu sm etirasseavida, eti rasseavida, cu esp eran an ele" (Jo 13, 13,1 5 ). Meu Deus, ainda que me expulsasscis de vossa presenya, nao deixaria de pedir-vos e de esperar em vossa misericordia. Fayamos assim e obteremos de N o s s o S e n h o r tu tudd o o q u e q u ise is e r m o s . A ssim ss im f e z a m ulher ca na n tia e obtev e tudo de Jesus. E sta mulher tinha tinha uma fil filha ha atorm entad a pelo dem onio e pediu a No N o s s o S e n h o r q u e a liv li v ra rass se: se : “ T e m c o m p a i x a o de mim. pois minha minha fil filha ha esta atorm entad a pelo demonio" (Mt 15, 22). Nosso Senhor respondeu-lhe que nao fora enviado para os gentios, mas, sim, p ara os ju j u d e u s . N a o d e s a n i m o u a m u lh e r e t o m o u a p e d ir com confianya: confianya: “ Senhor, Vos podeis consolar-me e Vos haveis de me consolar: Senhor, ajudai-me". Jesus replicou: replicou: “ Nao e bom tom aro pao dos fi filh lhos os e lan anya ya-l -lo o aos c a e s" . “ Mas, Mas, Senhor meu, acrescentou acresc entou ela, tambe m os cacho rrinhos comem d as m ig igal alhas has da mesa dos d on o s". Entao o Salvador, Salvador, vendo a grande confianya dessa mulher. louvou-a e concedeu-lhe a grayaa dizendo: “ 6 mulher, grande gray grande e a tua fe fe;; fayafaya-se se contigo contigo como d ese jas!" “ E quem . diz o Eclesiasti Eclesiastico, co, quem jamais invocou o auxilio de Deus e Deus o desprezou e nao o socorrcu? Quem o invocou e foi po p o r E l e d e s p r e z a d o ? " (2 (2,, 12 12). ). 23. “A oragao e uma chave, que nos abre as po p o r t as a s do ceu"
Diz Diz Santo Agostin Agostinho. ho. que “ a orayao orayao e uma chave. que nos abre as portas do ceu". No mesmo momento, em que a nossa orayao sobe para Deus. desce pa ra nos a graya graya pedida. pedida. Escrev eu o real real P ro feta feta que as nossas suplicas suplicas andam semp re ao lado da 77
m isericordia di divin vina: a: “ Bendito seja D eus. que nito rejeitou a minha oragao. nem apartou a sua miseri cordia de mim” CSI 65, 20). Diz por isso o mesmo Santo Agostinho que quando estamos rezando, po demos e star certos de que estamos sendo atendidos. atendidos. “ Quando vires v ires que tua oragao nao se se apartou de ti, poo d e s e s t a r c e r t o de q u e ta o p o u c o a m ise p is e ric ri c o rd rdia ia divi di vina na se afastou afastou de de ti” . E eu. quanto a mim. falo a verdade e confesso que me sinto mais consolado no espirito, e nunca sinto maior confianga em salvar-me do que quando rezo e me recomendo a Deus. O mesmo penso que sentem todos os fieis, pois todos os outros sinais de salvagao que tem os, sao incertos inc ertos e falive faliveis is.. M as qu quee Deus atende a quem quem o invoca com confianga confianga e ver dade ce c e rta e inf infali alivel, vel, com o e infa infali livel vel a ve verda rdade de qu quee Deus nao pode faltar as suas promessas. 24. 24.
“ Tudo pos pos.so naq uele que m e co n for ta "
Quando nos sentirmos fracos e incapazes de veneer ven eer qualqu er tentagao ou qua lquer difi dificul culdade dade em obs ervar os m andamentos do Senhor, Senhor, animemo-nos, animemo-nos, dizendo com o Apostolo: Apostolo: “ Tudo posso naquele naquele que que me c o n fo rta rt a ” (FI 4, 13). N Nao ao imitem os os que dizem: “ na nao o posso, nao tenho anim o” . E certo que na nada da poo d e m o s de n o s m e s m o s , m a s, c o m o a u x ilio p il io d i vino, podemos tudo. Se Deus dissesse a alguem: “ Tom a aquel aquelee monte monte sobr sobree teu so m bro s e carrega-o. carrega-o. Eu te te ajudare aju dare i” . Nao seria seria um um insensato quem reses poo n d e s s e : n a o t e n h o f o r g a s p a r a c a r r e g a - l o ? Do p mesmo modo. quando nos sentimos fracos e enfermos. combatidos por muitas tentagoes, nao perca-
mos o animo e levantemos os olhos a Deus e digamos com Dav Davi: “ O S en ho re meu amparo, desprezadesprezarei os meus inimigos” (SI 117. 6). Com o auxilio de Deus desprez arei e vencerei todos os m eus ini inimigos migos.. E quando estivermos em perigo de ofender a Deus, ou em ou tra grave grave necessidade, e confusos na naoo sousou bee r m o s o q u e f a z e r , r e c o m e n d e m o - n o s a N o s s o S e b nhor, dizendo: ‘*0 Senhor e a minha luz e a minha salvayao: a quem temerei?” (SI 26, 1). E fiquemos cer tos de que Deus nos nos esclare cera e nos nos preservara de todo o mal. 25.. " Mas sou pe cad or" , dizem 25 dize m alguns alguns
E na E scritura leio: eio: “ Deus nao nao ouve os pecad o re s” . Responde Santo Tom as com Santo Agosti Agostinho nho:: “ Es ta palavra foi dita pel peloo cego de nascim ento, quando nao estava ainda bastante bastante esc larecido, e por isso sso nao tem tem valor” . A cres cen ta Santo To Tom&s m&s qu quee esta s p alavras enencerram uma grande verdade: trata-se do pecador, que reza com o desejo de continuar a pecar; por exem exe m plo plo,, se pedisse a Deus auxilio auxilio para se se vvingar ingar de um inimigo, inimigo, ou p ara fazer qu alque alq uerr ou tra coisa ma. O mesmo se entende do pecador peca dor que pede a Deus a sua sua salvayao. sem nenhum desejo de sair do pecado. H& de fato alguns que armam'layos com que o demonio os pren prende de como esc rav os. As orayoes destes nao sao atendidas por Deus, porque sao orayoes temerarias e abominaveis. Nao e uma temeridade pee d ir g r a y a s a um p r in p incc ip ipee , a q u e m na naoo so j a se ofende u, como tambem se pensa em em ofend er ffut utura ura-mente? Neste sentido devemos compreender o que disse o Espirito E spirito Santo que a orayao daquele que nao 79
quer propositadamente ouvir o que Deus manda e abo rrecid a e detestavel: “ Daquele Daquele que desvia os seus seus ouvidos para nao ouvir a lei, a oragao serd execravel” (Pr 28, 9). A esses, diz Nosso Senhor: Podeis rezar quanto quiserdes. afastarei de vos os meus olhos e nao vos atenderei: atenderei: “ Quando estend erde s vossas maos, afastarei de vos os meus olhos e quando multiplicardes as vossas oragoes, nao vos atenderei” (Is 1, 15). Tal foi a oragao do impio rei Anti' Anti'oc oco, o, que pedia pe dia a Deus e prom etia grandes grande s coisas mas hipocritamente, tendo o seu coragao preso ao pee c a d o ; r e z a v a s o p a r a e v i t a r o c a s iig p ii g o q u e e s t a v a iminente iminente e por isso isso Nosso Se nho r nao ouviu os seus rogos e permitiu que ele fosse comido por vermes e morresse de uma morte desgragada. Este malvado rezava, mas nao podia receber misericordia. 26. Outros pec am por fruyueza. ou por um ardente as sal to da paixdo
Outros que pecam por fraqueza, ou por um l'm pee to de a lg p lgu u m a p a ix ixaa o e g e m em sob so b o j u g o d o inimigo. desejando romper aquelas cadeias de morte e sair daquela miseravel escravidao, rezam e pedem o auxili auxilio o de de D eu s:aora gao deles, se se fo rco ns tan te, sera atendida por Deus: “Todo o que pede, recebe, e quem busca acha" (Mt 7, 8); todo, isto e, (como explica explica o au tor da “ Obra im perfeita” perfeita” ), tanto o justo como o pecador. No N o e v a n g e lh lho o d e S a o L u c a s , N o sso ss o S e n h o r fala fal a do homem que deu todos os paes que tinha, ao ao amigo, nao tanto por amizade, mas para se ve r livr livree da importunagao, e di diz: “ Se o ou tro perse vera r em 80
b a t e r , d ig ba igo o - v o s , a in indd a q u e e le n ao se lev le v a n te p a r a dar-lhe os pae s, po r ser seu amigo, pelo m enos vai se se leva ntar por causa cau sa da amolayao. am olayao. E vai vai da r tudo tudo o que que o amigo precisa. Por isso, vos digo: Pedi e dar-sevos-a; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-a” (Lc 11, 8). A oragao constante obtem misericordia de Deus, mesmo para os que nao sao seus amigos. “ O que nao se alcanya alcanya pela am izade, diz Sao Sao Joao Joa o C risostom o, alcanya-se pela o ra raya ya o ’*. O mesmo santo chega che ga a dizer: dizer: “ A orayao vale vale mais diante de Deus do que a am izade” . Sao Basi Basilio nao duvida de que os pecadores obtenham o que pedem, contanto que peyam com perseveranya. O mesmo diz Sao Gregori Gregorio: o: “ Clame Clame o pecador a D euse a Ele chegara a sua sua orayao ” . Sao Sao Jeroni Jeronimo mo escreve que tambem o pee c a d o r p o d e c h a m a r a D e u s de seu p se u p a i, s e lh lho o pe pede de paa r a q u e o a c e ite p it e de n o v o p o r filho fil ho,, a e x e m p l o do filho prodigo, que, antes de pedir perdao, chamou-o com o nome nome de pai: pai: “ Pai, pe qu ei” . Se Deus nao atendesse os pecadores, diz Santo Agostinho, em vao teria teria o publicano publicano pedido pedido perdao, dizendo: dizendo: “ Tende. Ten de. Se nhor,, piedade nhor piedade de mim, m im, pecador!” Mas, o proprio Evangelho gelho nos afirma afirma qu quee ele ele obteve o perdao: “ Este voltou voltou just ju stif ific icaa d o pa para ra s ua c a s a ” (L (Lcc 18, 14). 27. Deus ouve a oragao dos pecadores
Quem tratou esta questao mais detalhadamente foi Santo Tomas e ele nao hesita em dizer que tam bem be m o p e c a d o r 6 a ten te n d i d o , q u a n d o r e z a . O s a n to afirma que a orayao do pecador, embora nao seja meritoria, tem nao obstante a virtude de impetrar grayas, porque a concessao de grayas nao vem da 81
ju s t i g a , m a s d a b o n d a d e de D eu eus: s: “ O m e r e c e r de de- pee n d e d a ju s t i g a , o i m p e t r a r d e p e n d e d a b o n d a d e de p D eu s" . Justame nte neste neste sentido pedia pedia Dani Daniel el:: “ Inclinai. meu Deus, vosso ouvido e escutai, porque prr o s t r a n d o - n o s e m t e r r a d i a n t e d e v o s s a f a c e , nao p fazemos estas deprecagoes fundados em algum merecimen to de nossa justiga. mas na multidao multidao de vos sas misericordias” (9. 18). Q uando oram os, diz Santo To Tomas mas,, para obtermos as gragas que pedim os, nao e necessario serm os amigos de Deus: Deus: “ A propri propriaa oragao nos torna seus amigos amigos”” . U m a bela bela rrazao azao traz Sao Bernardo, dizendo que esta suplica do pecador, de poder sair do pecado, prr o v e m d o d e s e jo de v o l t a r a g r a g a d e D eu p eus. s. Se D e u s, dizz o S an di anto, to, inspira ao ao p eca do dorr tal de desejo, sejo, 6 um sin sinal al de que o que r atender: atender: “ Para que daria daria D eu euss um ta tal desejo, se se nao nao o quisesse ate nd er? ’*Na Escritura ha muitos exemplos de pecadores, que se converteram pee l a o r a g a o . A ssim p ss im , liv li v ro rouu -se -s e d o p e c a d o o re reii A c a b . assim assim M anasses, anasses, assim assim N abucodonosor, assim assim tam bem be m o b o m lad la d ra raoo . Ah! Ah ! c o m o e g ra rann d e e p o d e r o s a a oragao! Dois pecad pec adore ore s no alto alto do Calvario morrem. ao lado de Jesus. Um se salva porque reza, outro se pee r d e p o r q u e na p naoo re rezz a ! 28. 28. N enh um pec ado r arrependi arrependido do pediu ao Senhor beneficios, sem receber o que desejava
“ Nenhum pecadorarrependido pe pedi diuu ao ao Senhor bee n e f icio b ic ioss , sem se m r e c e b e r o q u e d e s e j a v a ” , d iz Sao Sa o Joao C ris6stomo . Mas, para que alegar mai maiss razoes e au toridad es, desde que o proprio Jesus Cristo disse disse:: 82
“ Vinde Vinde a mim mim todos os que traba lhais e vos achais ca rreg ad ados os e eu vos aliviarei? alivia rei? " (Mt 11. 28) 8).. Segundo Segu ndo Sao Jeronim Jeron imo, o, Santo Agosti Agostinho nho e ou tros. “ carregado s“ sao sao geralmente geralmente os pecadores que gemem sob o pee so de s u a s c u lp a s . Se r e c o r r e m a D e u s , E le. p le . c on on-forme sua prom essa, os salvara, com o auxili auxilio o de sua graya. “ Tu nao descjas tanto tanto o perdao de de tcus tcus pecados, quanto D eus desej desejaa perdo ar-te” , diz Sao Joao Cri sostomo. sostomo. Nao ha graya. graya. acrescenta o mesmo San to, que nao se obtenha pela orayao ainda que feita pelo pee c a d o r m ais p ai s m ise is e r a v e l, c o n ta n t o qu quee s e ja c o n f ian ia n te e assidua. N otem os bem bem o que diz diz Sao Tiag Tiago: o: “ Se alguem alguem n ecessita de de sab edo edoria, ria, peya-a a D eus. que a concede generosamente a todos. sem improperios” (Tg 1, 5). Todos quantos recorrem a Deus pela ora yao, sao atendidos por Ele Ele e cum ulados de grayas. A todos da liberalmente. Mas, consideremos bem as paa lav p la v r a s “ sem se m im p r o p e rio ri o s*'. s* '. Isto Is to q u e r d iz e r q u e Deus nao faz como os homens: Quando alguem nos pedd e um f a v o r , se fo pe fom m o s o f e n d id idoo s a n t e s , c e n s u r a mos a injuria recebida. Deus nao procede desta forma com quem o invoca, ainda que fosse o maior pee c a d o r do m u n d o . Q u a n d o ele p el e Ihe p e d e q u a l q u e r grayaa necessaria a salvayao, nao o acu sa das ofensas gray feitas, mas m as o recebe com o se nunca tivesse sido sido ofendido por ele, consola-o, atende-o e prodigamente o enriquece de dons. 29 . Re 29. R e u e m o s , r e z e m o s m u i t o ! Foi principalme principalmente nte para nos incitar incitar a rez ar qu quee o Redentor disse: disse: “ Em ve rdade. em em verdad e. vos di digo go:: se pedirdes alguma coisa a meu Pai ein meu nome, 83
Ele vo-la dara” (Jo 16. 23). E como se dissesse: O pee c a d o r e s , n ao d e s a n im e is: p is : q u e o s v o s s o s p e c a d o s nao vos delenham de recorrer a meu Pai e esperar dele a vossa salvayao! Nao tendes merecimentos, mas dem eritos. Aproximai-vos Ap roximai-vos do Pai Pai em em meu nome nome e impetrai as grayas desejadas pelos merecimentos. Eu vo voss prometo e juro (“ e m verdade, em v erdad e” , paa lav p la v r a s q u e . s e g u n d o S a n to A g o stin st inh ho . sao um a especie de juram ento ). que m eu Pai Pai vo voss con ced era tudo quanto pedirdes. O Deus! que maior consolayao pode ter um pe cad or, depo is de sua qucd a. do que a de de sa ber, com certeza. que recebera tudo quanto pedir a Deus em nome de Jesus Cristo? 30. Recebera tudo
“ Recebera tu d o “ , que r di dizer zer:: aquilo aquilo que se se re re fere fe re a salvagao eterna ; p orqu e, qua nto aos bens tem po p o r a is, is , (ja (j a dis d isss e m o s ac a c im a ) . a in ind d a qu q ue os pe yam os, o Senhor as vezes nao no-los concede, porque sabe que estes bens causariam dano a nossa alma. Mas, quanto a os bens so brena turais, a sua pro promessa de atender-nos nao e condicional, mas absoluta. luta. Po r isso isso nos adverte Santo Agosti Agostinho: nho: “ O que Deus prom eteu, pedi con fiadam ente” . E com o, escreve o Santo, jamais podera o Senhor negar-nos coisa alguma, quando Ihe pedimos com confianya, send o que Ele Ele deseja m ais ais dar-nos as suas grayas do que nos recebe-las. 31. Deus se irrita contra nos
“ Deus so se se irrit irritaa co ntra n6s, quando deixamos 84
de rez ar ” , diz Sao Joao Crisostomo. Crisostomo. Como pod podee ser ser que D eus nao queira atend ate nd er a uma alma que Ihe pede pe de c o i s a s q u e Ihe sao sa o m u itis it issi sim m o a g ra d a v e is? A alma Ih Ihe diz: diz: Senhor. Senh or. nao que quero ro ben s terre terre no s. riqueriquezas, prazeres. honras, mas peyo-vos unicamente o vosso amor: livrai-me do pecado. dai*me uma boa morte, dai-me o paraiso. dai-me a vossa santa ami zade, (graya que, segundo Sao Francisco de Sales, deve-se pedir antes de tod as as outras ), dai-me dai-me re resi siggnayao a vossa vontade... Como e possivel que Deus nao atenda? E que suplicas atendcreis, Senhor, diz Santo A gostinho. se nao aten de deis is as as que sao tan to do vosso gosto? Mas, sobretudo, deve-se avivar a nossa con fianya, quando pedimos a Deus bens espirituais, como disse disse Nosso Senhor: Senhor: “ Se vos, que sois sois maus, sabcis da r o que e bom aos vossos filhos filhos,, qua nto mais mais o Pai do ceu dara o Espirito Santo aos que Ihe pedirem ” (Lc II . 13). Se Se vos, diz o R ede ntor, tao apegaapegados aos vossos in teresses e tao cheios de am or propro pri p rio o , n a o n e g a is a o s v o s s o s filho fil hoss o q u e p e d e m , quanto mais o Pai do ceu, que vos ama acima de qualquer pai terrestre, vos dara bens espirituais quando Ihe pedirdes!
I V - A pe rse veran ya na orayao 32. 32.
D evem os rezar co m perseveranga perseveranga
E, po pois, is, necessario que rezem os com humildade e confianya. confianya . E ntre tan to. isto so nao nao basta para alcanalcanyarmos yarm os a perse veranya fin inal al c, com ela, a salvayao eterna. As grayas particulares que pedimos a Deus, 85
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p o d e m o s o b te po te - la s p o r m eio d e o r a y o e s p a r lic li c u la r e s . M as. se se nao persev erarm os na orayao, nao conseguirem os a perse veranya final final,, a qual com preen de uma cadeia cad eia de grayas grayas e, p or isso isso.. supoe orayoes repetidas re petidas e continuadas ate a morte. A graya da salvayao nao e uma so graya. mas uma corrente de grayas, as quais vem toda s se unir a graya da perse veranya final. final. O ra, e ssa c orr orren ente te de grayas deve, por assim dizer, corresponder a outra corrente de nossas orayoes. Se deixarmos de rezar, rompem os a corrente de n ossas orayoes e. e ntao, se rompera igualmente a corrente das grayas, que nos hao de alcanyar a salvayao e, assim, nao nos salvaremos. 33. 33. N ao podemos m erer e ra persever perseveranga anga fina l
E verdade que nao podem os m erecer a perseveranya final, final, como ensina o santo s anto Concilio de T rento: “ U nicamente pode no no-l -laa dar A quele quele que tem o poder de sustentar os que estao de pe, para que eles se conservem de pe ate o fim*'. Apesar disso, julga Santo Agostinho que podemos merecer de certo modo este grande dom dom da perseve pers everany rany a. por meio meio de de nossas orayoes, isto e. por suplicas insistentes. E quem reza,
p o r t a n t o , o r a n d o e m to po todd o o te m p o , p a ra q u e seja se jais is dignoss de ev itar todas esta s coisas, que hao de acondigno tecer. e de vos apresentardes com confianga diante do Filho do homem” (Lc 21, 36). Ja no Antigo Testamento tamento lemos: lemos: “ Nada te te impeya impeya de rezar sem pre” (Eclo 18, 22) 22).. “ Bendize Bendize a D eus em todo o tem po e pee d e p e-lh lhee q u e di diri rija ja o s te u s c a m i n h o s ” (T b 4, 4 , 26) 26).. P o r isso isso aconse lhava o Apostolo aos seus discipulos discipulos que nunca deixasse deixassem m de rezar: rezar: “ Orai sem interm issao!” (IT s 5,17). “ Pe rseve raie vigiai na orayao !” (Cl 4,2). “ Q uero pois. pois. que os homens rezem rezem em todo todo lug ar” ( lTm 2.8). O Senhor que r dar-nos dar-nos a pe rseveranya e a vida vi da ete m a, m as, as, diz Sao Nilo: Nilo: “ Nao a quer dar senao a quem quem Ihe Ihe pede com p ersev eran ya” . Muito Muitoss pee c a d o r e s c h e g am a se c o n v e r t e r c o m o a u x ilio p il io da graya e a receber o perdao. Mas porque deixam de rezar e de pedir a perseveranya, tornam a cair e pee rd p rdee m tu tudd o . 34. Deve-se pedir diariamente a gra<;a da perseveranya
N a o b a s ta , d iz B e larm la rm in inoo , p e d ir a g ra raya ya d a p e r severanya uma vez s6, ou mesmo algumas vezes. Devem os ped pedii-la la sem sem pre, todos os dias, ate ate a mo rte, se quiser m os alcanyaalcanya-la. la. Q uando a pe dirmos, alcan alcan-yaremos. No dia em que a pedirmos, Deus no-la concedera. Mas no outro dia em que deixarmos de pee d i-la p i- la,, c a ire ir e m o s em p e c a d o . Isto Is to e o q u e N o sso ss o Sen hor queria queria nos ensinar, propondo a parabola do do amigo, que nao queria queria da r os paes ao que Ih Ihee pedia, senao dep ois de muitos muitos e importunos rogos: rogos: “ Se ele ele nao se levantar para dar-lhe os paes, por ser amigo, pelo pe lo m e n o s vai v ai se le v a n ta r , po p o r ca c a u s a da d a am a m o lay la y a o . E 87
vai da r tudo o que que o amigo amigo pre cisa ” (L (Lcc 11,8). Ora. diz Santo Agostinho. se este homem levanta-se e da-lhe os paes, para nao ser importunado, quanto mais mais N osso S enh or nos nos atende rd. sendo Ele que nos exorta a pedir e se desgosta, quando nao pedimos! O Se nhor qu er conced er-nos a salvagao salvagao e todas todas as gragas nece ssarias p ara consegui-la. Mas Ele que r qu eo importunemoscom nossas nossas ora oragoes goes.. D izComelio a Lapide, sobre o mencionado texto do EvangeIhoo: “ Deus que r que perseverem os na oragao Ih oragao ate ate a importunagao. Os homens deste mundo nao suportam importunos. Mas Deus nao so nos suporta, mas quer que sejamos importunos, mormente cm pedirIhe a graga da perse vera ng a” . Sao Gregorio diz que Deus quer que Lhe fagamos violenc ia com as n ossa s orago es. pois tal viol violenencia nao o irrita, mas o aplaca.
35. Rezemos sempre!
Para alcang arm os, pois, a grag gragaa da perseveranga e mister recomendarmo-nos sempre a Deus, de manha a noite, noite, na meditagao, na Missa. Missa. na com unhao , em uma palavra: sempre, especialmente, porem. no tempo das tentagoes. E ntao, devem os dizer e repetir sempre: Senhor, ajudai-me! Senhor, assisti-me, pro p rote tegg e i-m i- m e ! S e n h o r , n a o m e a b a n d o n e is; is ; ten te n d e piepie dade de mim! Pode haver coisa mais facil do que dizer: Senhor, iyudai-me. assisti-me!? Sobre as palavras do Salmista Salmista:: “ Dentro de mim mim orarei ao Deus de minha vida ” , diz a glosa: glosa: “ Dira Dira alguem: alguem: nao posso jeju ar , nao posso da r esmolas;
mas nao podera dizer: eu nao posso rezar, pois e a coisa mais facil que ha". Contudo, nao devemos cessar de rezar. £ preciso que continuamente fayam os, por assim assim dizer, violencia violencia a Deus, para que Ele Ele sempre nos auxilie com a sua graya. "Esta violencia e agradavel a D eu s" , escreveu Tertuliano. Tertuliano. Sao Je ro nimo ni mo diz: diz: “ Q uanto mais forem im portunas e perseperseverantes as nossas orayoes, tanto mais agradavel serao a Deus". B e m - a v e n t u r a d o o h o m e m q u e ou o u v e e qu q u e vela ve la “ Be diariam ente a entrada da m inha ca sa " (Pr H, 34).
Bem-aventurado, diz Nosso Senhor, e aquele homem que ouve e continuam ente vela vela as portas da minha misericordia com as suas orayoes. Isaias Isaias diz: diz: “ Bem -aventurados -aventurados todos os que o esperam" ( 30, 18). Bem-aventurados aqueles que ate ao fim. fim. pedindo e rezand re zand o. aguardam aguardam do d o Senho Se nho r a sua salvayao. Por isso, no Evangelho, Nosso Senhor nos exorta a pedir, mas de que maneira? “ Pedi Pedi e rrecebeecebereis; b uscai us cai e acha ac hareis reis;; batei bate i e abrir-se-vos-a* abrir-se-vos-a* ‘ (Lc 11 11,, 9). B astava dizer: dizer: “ P ed i". Para que acrescentar: "b u sc a i" , “ ba tei"? Mas, nao nao.. Nao foi sup super erfl fluo uo acrescentar estas palavras. Com islo, queria Jesus ensinar-nos que devemos fazer como fazem os po brr e s , q u a n d o v ao p e d i r e s m o l a s . E s s e s , q u a n d o na b nao o recebem a esmola pedida, pedem uma e mais vezes, baa tem b te m r e p e t id a s v e z e s a p o r t a , q u a n d o n a o v e m log logo o alguem atende-los e, por fim, se tomam molestos e importunos. Deus que r que fay fayamos amos assi assim m tambem. tambem. Quer que supliquemos e tomemos a suplicar e nao 89
cessemos de suplicar que nos assista, nos socorra, nos ilumine, nos fortalega e nao permita venhamos ainda a perder a sua graga. Diz o douto Lessio que dificilmente pode-se desculpar de pecado mortal aquele que. em estado de pecado ou em perigo de morte, na o reza. Do mesmo modo. peca quem deixa deixa de rez ar po r um um notavel espago de tem tem po, isto isto c, por um ou dois meses. Isto se deve entender fora do tempo da tentagao. porquanto quem for assaltado po p o r q u a lq u e r te n ta g a o g ra ravv e e n a o r e c o r r e r a D eu euss logo, sem duvida, peca gravemente, expondo-se desta forma a um perigo proximo e certo de cair.
37. Por que Deus nao concede a graga da perseveranya de uma so vez?
Ja que Deus pode e quer dar-me a graga da pee rse p rs e v e ra ran n g a . p o r qu quee n a o m a c o n ced ce d e to toda da de um umaa s6 vez, quando Ihe pego? Sao muitas as razoes que nos dao os santos Padres. Deus nao a concede de uma vez e difere a sua concessao, para, antes de tudo, experinientar a nossa confianga. Depois, diz Santo Agostinho, para que a desejemos mais ardentemente: “ Os grandes dons exi exigem gem um grande de sejo. po rqu rquan anto to tudo o que se alcanga com facilidade facilidade nao se estima tanto com o o que que se desejou desejou por muito muito tem po. Deus nao qu quer er dar-te dar-te log ogoo o que pedes, pede s, para aprenderes a desejar desejar com gr grande ande desejo” . Outro motivo e para nos nao nos esquecermos dele. dele. Se ja estivessem estivessem os seguros de perseverarm os e de alcangarmos a salvagao e nao necessitassemos continuamente do auxilio de Deus para conservar90
mos sua graya e nos salvarmos, facilmente nos esqueceriam que ceriam os dele. dele. A necessidade obriga obriga os pobres pob res a frequentar as casas dos ricos. Por esta razao, querendo Deus atrair-nos atrair-nos a si, si, com o diz Sao Joao Crisos tomo . e ver-nos m uitas vezes a seus p es. a fim fim de nos co nc ed er maiores benefici beneficios. os. deixa de nos conced er a graya. que com pleta a nossa salvayao. at6 a hora de nossa morte. morte. “ D eusde m oraem atenderatender-nos. nos. nao nao po por r repelir as nossas orayoes, mas para nos tornar mais fervorosos e nos atrair para S i” . Alem disso. Deus D eus ag agee deste m odo para que nos, rezando sempre, nos unamos mais estreitamente a Ele Ele pelos doc doces es layos layos do do am or. “ A oray ao, diz Sao Sao Joao Joa o C risostom o. nao e um vinculo vinculo insignif insignificant icantee do amor de Deus. E ela que nos acostuma a falar com D eus” . Que incent incentivo ivo e que vinculo vinculo de am or sao o recurso continuo a Deus pela orayao e a confianya com que esperam os as grayas grayas!! Quanto no noss infl inflama ama e une a Deus! 38. Ate quando devemos rezar?
Devemos rezar sempre. responde o mesmo Santo, San to, ate que nos seja seja proferida pro ferida a sentenya tao aus pic p icio ioss a da d a s a lv lvaa y a o e t e m a . i s to e . a te a h o ra d e n o s sa m orte. *’N *’Nao ao de sistas ate re c e b e re res” s” . E <\ju junnta que quem disser: disser: “ Nao deixarei deixarei de rezar ate que me me salve ” , certam ente se salvara. Escreve o Apostolo Apostolo:: “ Muit Muit os cor corre rem m noe stadioem busca do pre premie, mie, mas mas unicamente um o alcanya, nao sabeis disto? Correi paa ra a l c a n y a - l o ” ( I C o r 9. 24). N a o b a s t a . p o is. p is . p e d ir a graya da salvayao. E necessario pedir sempre. ate alcanyarm alcanyarm os ac o ro a prom etida etida po r Deus unicament unicamentee aos que a pedirem constantemente ate o fim. 91
39. Para se alean a lean gar a salvaya o, e necessario rezar sempre
Devemos fazer como Davi, que tinha os seus olhos constantemente voltados para Deus a fim de implorar o seu socorro e para n£o ser vencido por seus inimig inimigos: os: “ Os m eus olho olhoss se volv volvem em continuamente para Deus. porquanto Ele afastara os meus p6ss d o l a g o " (SI 24. p6 2 4. 15 15). ). A ssim ss im c o m o o d e m o n io na nao o descansa. armando-nos continuas ciladas para nos devorar, como nos escreve Sao Pedro: Pedro: “ O demonio. adv ersario vosso, anda rodea rodea ndo -vos. como um leao leao que ruge, bu scand o sua presa*’ presa*’ (IP d 5. 5. 8) 8),, do mesmo modo, nos. para sermos protegidos contra tal inimigo migo.. nunca devemos dep or as armas, armas, mas devemos dizer diz er com o real Profeta: Profeta: “ Perseguir Perseguirei ei os meus inimi gos e nao voltarei atras, enquanto nao derruba-los po p o r t e r r a " (SI 17, 4). 4 ). N ao c e s s a r e i de c o m b a t e r . a te que veja meus inimigos destrogados. Mas como com o pod eremos erem os alcangar esta vitoria, vitoria, pa para ra nos tao dificil? Por meio de constantes oragoes. responde-nos Santo Agostinho, e so com oragoes pee r s e v e r a n tes p te s . E ate quando? Durante todo o tempo de com baa t e . “ A ssim b ss im c o m o n u n c a c e s s a a lu luta ta.. d iz S a o BoaBoa ventura, assim tambdm nunca devemos deixar de pee d ir a m ise p is e r ico ic o r d ia d iv ivin inaa . p a r a n a o s e r m o s ve venc nciid o s '\ Ai daq daquel uelee que , durante o com bate. abandonar a oragao. d izo S ab io. “ ai dos que que nao perse perse veram na na oragao!*’ (Eclo 2, 16). Chega Ch egarem rem os a salvaga salv agao, o, diz d iz o Apostolo. mas com esta condigao: contanto que se ja j a m o s fie fi e is e p e r s e v e r a n t e s n a o r a g a o , a t e a m o rte rt e . 92
40. Quem nos separara do amor do Cristo?
Confiados. pois, na divina misericordia e em suas prom essas, digamos digamos com Sao Paulo: Paulo: “ Quem Quem nos separara do amor de Cristo? Serd a tribulayao? ou a angu stia?... ou o perigo? ou a perseguiyao? ou a esp ad a?” (Rm 8,35). 8,35). Quem nos separara separara do amo r de Cristo? Talvez a tribulayao? o perigo de perder os be b e n s d e s t a t e r r a , as p e r seg se g u iy iyoo e s d o s d e m o n io s ou dos h omens? os torm torm entos dos dos tiranos? “ SuperareSuperaremos tudo por Aquele Aquele que nos am a" (Rm (Rm 8. 37 37)). Nao. dizia ele, nenhuma tribulayao, nenhuma angustia. per p erig igoo o u p e rseg rs eguu iy iyaa o ja m a is n o s p o d e r a s e p a r a r do am or de Jesu s Cristo. Cristo. Porque, com o auxilio auxilio di divino, vino, venceremos tudo. pois combateremos por aquele Senhor, que deu a vida por nos. Depois de ter o Padre Hipolito Durazzo resolvido renunciar uma prelazia romana. a fim de entregar-se gar-se todo a Deus, e en trar na Com panhia de Jesus, como o fez mais tarde, receava muito, por causa de sua fraqueza, nao ser fiel a Nosso Senhor. Por isso, dizia dizia:: “ Nao me desam pareis, Senho r, mormente agoraa que me consagrei agor consagrei todo a v6 s” . Mas, ouviu o Sen hor falarfalar-lhe lhe ao ao corayao: corayao: “ Nao me aba ndo nes tu tu tambem!” Confiado na bondade de Deus. e no seu auxilio, auxilio, concluiu o servo de Deus dizendo: dizendo: “ Pois Pois be b e m , m eu D e u s, V 6s n a o m e a b a n d o n a r e is a m im e eu nao nao abandonar abandonarei ei a Vos” . 41. "Seremos salvos pela esperanga"
Se quisermos, pois, que Deus nao nos abandone, devemos pedir-lhe sempre que nos auxilie. Fa zen do assim. certam ente Ele Ele nos assistira sempre sempre e nao permitira que nos separemos dele e que perca93
mos a sua amizade. Procuraremos. por isso. rezar sempre e pedir a graga da perseveranya final, bem como as gragas para consegui-la. Na N a o n o s e s q u e g a m o s tam ta m b e m d a g ra ragg a de rezarmos sem pre. Foi Foi esta a grande prom essa. que fez fez pee lo p loss lab la b io ioss do d o P ro rofe feta ta:: “ D e r ra ram m a r e i s o b r e a ca c a s a de Davi Davi e sobre os h abitantes de Jerusalem Jerusalem o espirito da graga e da p re recc e ” (Zc 12. 10). Oh! que grand gra ndee graga e o espirito das preces, isto e, a graga que Deus con cede a uma alma de rezar sempre! Nao cessemos. poo is, p is , d e p e d i r a D e u s e s t a g r a g a e e s t e e s p iri ir i t o de oragao. Porquanto. se pedirmos, certamente obteremos de Nosso Senhor a pcrseveranga e todo e qua lquer outro outro dom que desejarmos. Deus nao pode deixar de nos ouvir, porque prometeu ouvir-nos: “ Serem os sal salvos pela pela esperang a” . Por causa desta desta esperanga de rezar sempre. podemos julgar-nos sal vos. E sta esperang a, diz Beda, o Venerdvel, Venerdvel, nos dara entrada segura na cidade etema do paraiso.
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CONCLUSAO Tirado Tirado do cap ftulo ftulo qu arto da segund se gunda a parte parte da obra obr a origina l
A graya da orayao e conccdida a todos
/ . A n in g u e m f a l t a o a u x ilio il io d ivin iv ino o pa p a r a a or orag agao ao
Ja que a orayao e tao necessaria a salvayao, devem os te r por certo que nun ca nos falta rao au auxi xili lioo divino para o ato da orayao, sem que para isso seja neces saria nova graya graya especial. especial. N a orayao encon traremos todos os outros auxilios para a observancia dos mandamentos e para a consecuyao da vida eterna. Nenhum conden ado pod era se se descu lpar com a falta dos auxilios indispens&veis. 2. D e u s q u e r a s a tva tv a g a o d e lod lo d o s Por isso morreu por nos Nosso Senhor Jesus Cristo, nosso Redentor. Deus concede a todos a sua graya e salvam -se todos tod os os que qu e Ihe forem fieis. fieis. Estamos todo todo s obri obrigados gados a esp era r fir firmem mem ente ente que Deus nos dara a etem a salvayao. salvayao. M as. se se nao tivessem tivessem os a certeza de que Deus da a todos a graya de rezar sempre sem haver mister de uma graya particular, entao , sem re velaya velayao o especial, especial, ningue ninguem m p o d e ria te ra devida esperanya de salvar-se. 3. Deus ama os que nele confiam
A virtude virtude d a esperany esperany a e tao cara a Deus que Ele Ele declara achar a sua complacencia nos que confiam 95
nele. nele. “ O Senhor se agradou agradou sempre nos que esperam em sua misericordia” (SI 146, 11). Promete a vitoria sobre os inimigos, a perseveranya na sua graga e a glor gl oria ia etem a a que quem m espe ra e por porque que espera. “ Por quanto em mim esperou, livra-lo-ei, protege-lo-ei... livra-lo-ei livra-lo-ei e glorifica-lo-ei” (SI (SI 90, 14-15). “ O Senh S enhor or os salvara, salva ra, porque esperam espe ram nele ’ (SI (SI 36, 40) 40).. “ Guardai-me, Senhor. porque esperei em Vos” (SI 151). “ Ninguem Ninguem que esperou no Sen hor foi confund ido” (Eclo 2, 10). Persua dam o-nos de que as palavras p alavras de Deus e as suas promessas tem a mais absoluta firmeza, pois e certo que “ os ceus e a terra passarao . m as as minhas minhas paa lav p la v r a s n a o p a s s a r a o ” (Mt (M t 24 24,, 35). P o r isso is so Sao Bernardo diz que todo nosso merito consiste em confiar plenamente em Deus. O motivo e porque muito honra a Deus a confianga que nele depositamos: mos: “ Invocai-me Invocai-me no dia da tribulagao. tribulagao. livrar-vos-e livrar-vos-eii e ho nr nrar ar M e-eis” (SI (SI 49, 15). Assim, Assim, o homem honra h onra o poder, a miseric6rdia e fidelidadc de Deus, por quanto quan to ere que q ue D eus pode e qu er salvasalva-lo lo e nao pode faltar faltar a sua prom essa de salva r a quem quem nele nele confia. O prr o f e ta a s s e g u r a - n o s q u e . q u a n t o m a io p iorr f o r a n o s sa confianga, tanto maior serd a misericdrdia divina: “ Fazei, S enhor, cair sobre nos a vossa miseri misericordi cordiaa tanto quanto confiamos em vos” (SI 32, 22). 4. Deus nos ordena a esperanga
Por ser tao agradavel a Deus esta virtude da esperanga, Ele no-la quis impor por um grave preceito, como dizem comumente os tedlogos, e como consta de m uitos uitos textos da Sagrada Sagrada Escritura: Escritura: “ EsEs%
pe raii ne pera nele le to d o o p o v o " (SI 61 61,, 9) 9).. " V o s . o s qu quee temeis temei s o Senhor, Senho r, espera esp eraii nele" (Eclo (Eclo 2 ,9 ) ." Esperci Esperc i sem pre no vosso D eus” eus ” (SI (SI 12 12, 16 16). " E sp e ra i sempre na graya. que vos e oferecida" (IPd 1. 13). Esta esperanya da vida etema deve ser firme e certa em nos, como ja disse disse Santo Tomas: "A espcespcranya e a expectayao certa da bcm-aventuranya". Isto Isto tambem declarou declarou expressam ente o santo Conci Conci-lio de Tre nto , dizendo: " N o aux auxil ilio io de Deus todos devem por firmissima confianya. porque, assim como Deus comeyou em nos a bo boaa obra. Ele que da a vontade e a execuyao, tambem levari ao fim, contanto que cooperem os com com sua gra ya" . E, ja an tes, o declarou Sao Paulo dizendo de si proprio: "Porque, sei sei em quem conf confiei iei e estou c erto de que e poderoso paa r a g u a r d a r o m eu d e p o s i t o " (2T p (2Tm m 1, 12). Esta e a difcrenya que ha entre a confianya do mundo e a confianya confianya crista. Para a espera nya terre na . baa s t a u m a e x p e c t a t i v a i n c e r ta e ne b nem m p o d e s e r de outra maneira, porque sempre se pode duvidar se quem prometeu alguma coisa, mudou ou nao. a sua vontade de dar. Mas a esperanya crista, da parte de Deus. 6 ce rta . visto que E le pode e quer salvar-nos e prr o m e t e u a salv p sa lvaa y a o a q u e m o b s e r v a r a sua su a lei; le i; p ro ro m eteu, igualmente. igualmente. aos que pedirem as grayas neces sarias para esse fim. 5. Es E s p c r a n g u e tc m o r E verdade que a esperanya vem sempre acom paa n h a d a do t e m o r , co p c o m o d i z o A n ge geli lico co.. P o r e m , e s te tem or nao ttem em sua fon fonte te em Deus, mas em no noss m es mos. po rquanto podemos faltar semp re. (nao (nao corres97
p o n d e n d o c o m o d e v e m o s ) e p d r-lh po r- lhee o b s t a c u l o s co com m as nossas culpas. Por isso, com razao o Concilio Tridentino condenou o erro dos que negam o livrearbitrio, querendo que cada homem lenha certeza infal inf alive ivell de sua pe rseve rany a e de sua salvagao. Este erro foi con den ado pelo Concilio Concilio Tridentino p orque. como haviamos dito, para conseguirmos a vida eterna e necessaria necessaria ainda a nossa cooperagao e esta coop co operag eragao ao e incerta, fali falivel. vel. Por isso. isso. o Sen S enho horr qu quer er que. de um lado, tenhamos sempre um santo temor de nos mesmos, para nao cairmos na presungao de confiarmos em nos mesmos, e, doutro lado, exige que estejamos certos de sua boa vontade e do seu auxilio, sempre que pedirmos. Confiados no poder e na misericordia de Deus. diz Santo Tomas, certo de que Deus pode e quer nossa salvagao, devemos esperar dele certamente a vida vi da ete m a. “ Do poder e da miserico misericordi rdiaa de de D eus. eus. esta convencido convenc ido quem qu em tiver tiver fe” . 6. Firme deve ser a razao porque esperamos Se. pois, deve ser firme a nossa confianga em Deus, conseqiientemente fume tambem deve ser o motivo de nossa esperanga. Nao sendo firme, mas duvidoso o fundamento da esperanga, nao poderiamos esp er ar e aguardar de D eus a salvagao salvagao e os meios meios nece ssario s para alcanga alcanga-I -Ia. a. Sao Paulo qu er que es pee r e m o s c o m to p todd a a c e r t e z a a n o s s a s alv al v a g a o : “ Se pee r s e v e r a r d e s , f u n d a d o s n a f e , firm p fi rm e s e im d v e is na esperang espe rangaa do Evangelho, Evan gelho, que ou v iste is te s" (Cl (Cl 1, 23). E, em ou tro lu lugar gar,, confirma confirma dizendo que a nossa espe ranga deve ser imdvel como uma ancora segura e 98
firmc. firmc. pois. po is. esta fundad a nas prom essas divinas, que nao pode po dem m enga enganar nar:: “ D esejam osque cada um de de vos vos mostre mo stre o m esmo zelo ate ate o fim, fim, para lor na r com pleta a vossa esperan ya... para que. por es tas duas coisas infaliveis. nas quais e impossivel que Deus minta. tenham os uma grande consolayao, nos que pom os o nosso refiigio em alcanyar a esperanya proposta, a qual qu al temos com o uma ancora firme firme e segura segura da alma ' * (Hb 6. 11-19). Sao Bernardo diz diz que nossa espera nya nao pod podee ser inc erta, pois que ela ela se apoia nas prom essas divi divi nas: nas: “ Nao nos parecc parecc va e duvidosa duvidosa esta esperanya, poo is n o s a p o ia m o s n a s p r o m e s s a s d i v i n a s " . Em p ou tro lugar. lugar. falando falando de si si mesm o, diz: “ Sobre tres baa s e s c o lo c o a m in b inhh a e s p e r a n y a : o a m o r c o m q ue Deus nos adotou como filhos, a verdade de sua pro messa e o pod er que tem d e cum pri prirr sua sua promessa*’. promessa*’. 7. Oragao sem hesitagao Por isso diz o Apostolo Sao Tiago que, quem deseja as grayas divinas. deve pcdi-las nao duvidan do , mas com a firme firme ce rtez a de de obte-la obte-las: s: “ Peya com fe, sem hesitayao alguma!’*(Tg I, 6). Nada rece bee r a , se d u v id a r : “ Q u e m d u v i d a e s e m e l h a n t e a o n d a b do mar, que e levada de uma para outra parte pela violencia do vento; nao pense, pois. que alcanyar^ alguma coisa do Senhor’’. E Sao Paulo louva a Abraao por ele nao ter duvidado das promessas divinas, sabendo que. quando Deus promete. nao nao falta falta:: “ Na o duvidou nem de leve das pro m essas de D eus, m as. fortificado pela pela fe, deu gloria a Deus, sabendo que e poderoso para 99
cum prir suas pro m es sa s" (Rm 4, 20 20). Por isso, isso, Jesus nos adm oestou que receberem os todas as grayas grayas quc desejamos, se pedirmos com a firme confianya de recebe -las. “ Portanto Portanto vo voss di digo: Tud o o que pedirdes na ora ya yao, o, cred e que o rece be reis e assim assim suce sucede dera ra** ** (Me 11, 11,24). 24). Em resumo , Deus nao qu er atende r-nos, se nao estivermos certos de sermos atendidos. X. A o r a y a o e u m m e io n e c e s sa r io a s a lv a y a o
Agora, pois, voltemos ao nosso proposito. N o s s a e s p e r a n g a de o b t e r a s a lv lvaa y a o e o s m eio ei o s nece ssarios para a m esma. deve ser fi firme da parte de Deus. Os motivos motivos desta ce rtez a sao o poder, po der, a m ise ricordia e a fidelidade divina. E nt ntreta reta n to, o m otivo mais firme firme e a fidelidade fidelidade de de Deus em prom eter-nos a salvagao salvagao pelo peloss m erecim en tos de Jes us Cristo e de dar-nos as grayas necessarias paa r a iss p is s o ; p o is, is , p o r m a is f irm ir m e m e n te q u e c r e i a m o s no infmito poder e na misericordia de Deus, contudo. como nota Juvenio. nao poderiamos esperar com uma confianga absoluta a salvayao. se o Sen ho r nao nao no-la tivesse prometido. Mas a promessa foi feita com a condigao de de rezarm os, como consta das EscriEscrituras: “ Pedi e receb ereis. Se pedirdes a meu Pai Pai em meu nome, Ele vos dara. Dara bens a quem Lhe pee d ir. p ir . I m p o r ta r e z a r se s e m p r e . N a o te n d e s p o r q u e n ao pee d is. p is . Se a lg lgu u em n e c e s s i t a r d e s a b e d o r ia , p e g a -a a Deus*’ Deus*’.. E , assim. em muitos muitos ou tros textos tex tos.. que re refe fe-rimos acima. Por isso os santos Padres e teologos geralm ente dizem que a oragao e um meio neces sario k salvayao.
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9. D e u s e o u n ico ic o fu n d a m e n t o de nossa esperanya
Ora, se nao tivessemos certeza de que Deus a todos da a gray grayaa de de rezar sempre. sem sem se r necessaria outra graya especial, entao. Deus nao seria um fun damento certo e firme de nossa esperanya e este fundamento seria incerto e condicional. Quando estou certo de que, com a orayao, obterei a vida e tem a e toda s as grayas grayas necessarias para para consegui-l consegui-la, a, e sei que Deus nao me negara a gray grayaa de de reza re za r sem pre p re,, ( p o r q u e a c o n c e d e a to d o s ) , se eu q u ise is e r , e n t a o , tenho tenho fundamento certo certo de es pe rar de de Deus Deus a salva yao eterna. contanto que, de minha parte, nao falte nada. M as quando duvido se D eus me da dara ra ou nao a graya particular que nao concede a todos, e que e necessaria para rezar atualmente. entao, nao tenho em Deus um um fundamento certo de espera nya. m as um um fundamento duvidoso e incerto, ficando na duvida. sc Deu s me dara ou nao aquela graya graya especial n ece s saria para poder rezar. Esta incerteza nao seria unicamente de minha paa r t e , c o m o tam p ta m b e m d a p a r te de D e u s , e , a ssim ss im , cairia a esperanya crista, a qual deve ser firme e inabal&vel. Digo a verdade, nao sei como o cristao po p o s s a cu c u m p r i r o pr p r e c e ito it o d a es e s p e r a n y a , e s p e r a n d o de Deus, como deve. com com uma confi confianya anya certa, a salva yao e as grayas necessarias para ela. sem sem ter p or certo que Deus da comumente a cada um, ao menos. a graya de re zar atualm ente. se quiser, sem sem ser preciso preciso outro auxilio especial.
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10. A graga que e co m um a todos
A graya verdadeiramcnte suficiente. que e comum a lodos, ajuda-nos, contan to que que correspondam os, p ara alcanyarmo s a gray grayaa eficaz. Mas. se nao nao Ihe correspondermos e, pelo contrario. se resistirmos a ela. com justiya nos sera negada a graya eficaz. eficaz. Desta Desta s orte. na nao o ha descu lpas para os os pecadores que dizem nao terem foryas suficientes para veneer as tentayoes, porque, se rezassem. com o auxilio da graya gra ya ccom om um . que e concedida a tod os, alcanyar alcanyariam iam aquela forya e alcanyariam a salvayao. Mas. nao se admitindo esta graya comum com a qual cada um po p o s s a ao m e n o s r e z a r (sem (s em o au auxi xili lio o d e o u t r a gr graa ya especial nao comum a todos) e, rezando. possa obter obte r auxilio maior para observar a lei. nao sei como possam ser compreendidos tantos textos da Escritura. onde se exortam as almas a voltarem para Deus. a vencerem as tentayoes e a correspond erem aos con con-vites vites divinos: divinos: — “ Voltai Voltai,, prevaricadores. prevaricadores. para de denntro dos vossos co rayd es’' es’' (Is 46.8). “ Conv ertei-vos ertei-vos e vivei" (Ez 18, 32). **Convertei-vos e fazei penitenc ia " (E z 12, 30). “ Desatai Desatai as com intes inte s do vosso pespescoyo co yo"" (Is (Is 52.2). 52.2). “ Vind Vindee a mim todos vos. que andaisem andaise m trabalhos e vos achais carregados” (Mt 11, 28). “ Resis Resisti ti fort fortes es na fe” (lPd 5, 9). “ Caminha Caminhaii enquanto tendes luz” (Jo 12, 35). Se nao fosse verdade que a todos e con cedida ced ida a graya de rezar e de obter pela orayao maiores auxilios, para conseguir a salvayao, entao. nao com prr e e n d o c o m o p o d e ria p ri a m e n ten te n d e r - s e o s r e fe feri ridd o s texto s e com o os pregadores com tanta for forya ya possam possam ex orta r a todos em gera gerall a se conve rterem . a resistir resistir 102
aos inimi inimigos gos,, ac am inh ar na virt virtude ude e. paraco nsegu irem re m tudo isso, a reza reza r com confianya e perseve rany a, quando a graya graya de rezar nao fosse fosse conced ida a cada um. m as som ente aqueles que recebem a graya graya efica eficazz de rezar. E nao se sei tamb tamb em com o possa ser ju sta a ce nsu ra. que geralmente se faz a todos os pec ado res, que resiste m a graya graya e desprez am a voz divina divina:: “ Vos resistis resistis ao E spirito spirito Sa n to” (At 7, 51) 1).. “ Eu vos chamei e vos nao quisestes ouvir-me, estendi a minha mao e nao houve quem olhasse pa ra mim; mim; desp rezastes tod tod os os m eus conselhos e nao fizestes fizestes cas o das minhas repreensoes” (Pr 1, 24). Sc Ihe faltasse ate a graya gra ya rem ota, mas eficaz de de reza r, a qual os a dv ersa ries supoem se r necessaria para rezar rezar de fato. como disse, nao com preendo com o se lhes possa fazer tais tais censuras. 11. A intengao da ohra
A intenyao que tive em escrever esta obra nao foi outra sena o de ben dizer a Providencia Providencia e Bo ndade de Deus e de s oco rrer os p ecad ores, a fim fim de nao se entregarem ao desespero, julgando-se privados da graya. e tambem para afastar toda a desculpa, qua ndo vierem d izer que nao tem tem for forya ya pa ra resistir resistir aos assaltos da paixao e do inferno. Mostrei Mostrei que dentre os que se perdem . nenhum se pee rd p rdee p o r c a u s a d o p e c a d o o rig ri g in inal al d e A d a o , m a s so po p o r p r o p r i a c u lp a , p o is q u e D e u s a n in ing guem nega a graya d a orayao. oraya o. Com ela, e la, se obtem de D eus o auxi auxili lio o paa r a v e n e e r t o d a c o n c u p i s c e n c i a e t o d a te n t a y a o . p De resto, o meu principal intento Foi insinuar a todos o uso deste poderosissimo e necessario meio 103
da orayao. oray ao. para que se apliquc apliquc cada cad a um a orayao oraya o com grande diligencia e fervor, desejando seriamente alcan ya yarr a vi vida da elern a. Sao lantas as almas que per er-dem a graya divina divina e continuam a viver no peca do e. porr fim po fi m . se c o n d e n a m . p o r q u e n a o r c z a r a m e na naoo re co rre ra m a Deus. para oh ler aux auxil iliio! E o pi pior or ainda ainda e (na (nao o posso deixar de o repeiir)qu e poucos pregad o res e pouc os confessores se esforya esforyam m por aconselhar a seus ouvintes ou pem tenles o uso da orayao. sem a qual. e impossivel observar os divinos preceitos e obter a perseveranya na graya divina. Considerando a absoluta necessidade de rezar. que em tanto s textos nos impoe a E scritura Sagrada. tanto no Antigo como no Novo Testamento, flz inIroduzir nas nossas Missoes o uso. que ja ha muitos anos existe. de se fazer o sermao sobre a orayao. Digo e rcpito e repetirei sempre. enquanto tiver a vida, que toda a nossa salvayao esta na orayao! For isso, todos os escritores em seus livros, todos os oradores sagrados em suas predicas, todos os con fessores na administrayao administrayao do sacram cnto da penitenpenitencia, nada deveriam inculcar com maior energia do que a obrigayao obrigayao de reza r sempre. sem pre. Deveriam Deveriam admoestar e exclam ar continuam ente e dize dizer: r: Rezai, rezai e nao deixeis de rezar! Porque, se rezard es. sera certa a vossa salvayao! salvayao! Se deixardes de de re rezar. zar. sera certa a vossa condenayao. Assim deveriam fazer todos os prr e g a d o r e s e d i r e t o r e s , po p pois is qu quee n a teo te o lo logg ia c a t o l ica ic a nenhum a duvida ha desta desta verd verdade: ade: Quem ora , obtem as grayas e se salva. Mas sao pouquissimos os que assim praticam e, por isso, tao poucos se salvam!
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REGRAS DE VIDA CRISTA*
I. De manha. ao se levantar. fazer os atos indicados na pagina seguinte. Todos os dias fazer meia hora de orayao mental e pelo menos um quarto de hora de leitura leitu ra de de algum algum livro espiritua l. Pa rticipa r da Missa. Fazer a visita ao Santissimo Sacramento e a Mae de Deus. Rezar o Rosario. A noite, fazer o exame de consciencia, ato de arrependimento. os atos cristaos e rezar a Ladainha de Nossa Senhora. II. Confessar-se e comungar pelo menos semanalmente e ate mais vezes. se o Diretor espiritual o perm pe rm itir it ir.. III. Escolher III. Esc olher um bom bom confess co nfess or, instruido e pi pieedoso; seguir suas orientayoes tanto no tocante aos atos de devoyao. como nas questoes importantcs; nao abandona-lo sem motivo grave. IV. Ev itar a ociosidade , as as mas com panhias, as convcrsas inconvenicntes e. principalmente. as ocasioes de pecado. especialmente quando ha perigo paa ra a c a s t i d a d e . p *"Hste texto tex to foi pubticado pubticado pur Santo Afonso em 1757. no ffina inall do u u •’Breve T ratado rat ado sobre sobre a ne eos ida de da oragao. oragao. sua cficaci cficaciaa e a* con diCde* com q ue deve ser feita” feita” . NAs o a p rc s c n ta m o s aq u i c o m o s u g e s tio ti o q u e . feila* as dcvid&i adap :a$oe v ainda continua continua valido valido para uma rcgra de vida crista. crista.
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V. Nas tentagoes, pnncipalmente nas impuras, fazer logo o Sinai da Cruz e invocar os nomes de Jesus e Maria, enquanto durar a tentagao. VI. Se cometer algum pecado, arrepender-se logo e resolver emendar-se. Se o pecado for grave, confessar-se o quanto antes. VII. Sempre que possivel ouvir as pregagoes: pee r t e n c e r a a lg p lgu u m a irm ir m a n d a d e o u g ru rup p o , ali p r o c u rando apenas a salvagao etema. VIII. Para honrar a Maria Maria Santissima, Santissima, jeju ar no noss s&ba s&bado doss e na vig vigil ilia ia de suas festas fe stas,, fazendo fazend o ao mesmo tempo alguma ou outra tra mortificagao mortificagao corpora l conform conform e oc on selho do Diretorespiri Diretorespiritual. tual. F azer a novena para para as festas de Maria, do Natal, de Pentecostes e do prr o p r io p a d r o e iro p ir o . Na N a s s itu it u a g o e s d e s a g r a d a v e is , d o e n g a s , p e r d a s . pee r s e g u ig o e s , co p c o n f o r m a r - s e com c om a vo v o n ta d e de D e u s e ficar em paz dizendo. “ Assim Assim Deus quer, assim assim seja!*' Todos os anos fazer os Exercicios Espirituais em alguma casa religiosa ou algum lugar retirado. Ou, pelo menos, faze-lo em casa mesmo. dedicando-se o mais possivel h oragao, as leituras espirituais e ao silencio. Do mesmo modo fazer um dia de Retiro cada mes, evitando as conversas e recebendo a Eucaristia. Atos cristaos p ar a cada di diaa De m anha, ao levantar-se, tendo feito feito o Sin Sinai ai da 106
Cruz , faya os seguintes seguintes atos de adorayao , de am or, de agradccimento. de proposito e de suplica: a d o r o e v o s am am o co m to d o o I. M e u D e u s , e u v o s ad meu ser. A g r a d e g o to d o s o s v o s s o s b e n e fic fi c io s . e sp spee II. II . Ag cia lm enl e <>de m eu terd es con serva do nesta noite. L u vos vo s o fer fe r e g o a s m inh in h a s a g d e s , o s m e u s III. Lu sofrim en tos deste dia. dia. e m uniao uniao com as a goes e os os sofrim ento s de Jesu s e de Maria Maria,, com a intengdo intengdo de de ganhar todas as indulgencias que puder.
I V . Proponho-me fugir de todos os pecados. especialm especial m ente de... (e bom faze r um propo sito p ar arti ti cular quanto ao defeito cm que mais se cai). N o s contratempos quero conformar-me sempre a vossa vontade. Meu Jesus, guardai-me; Maria, protegeim e sob o vosso ma nto. Pai Lie m o, ajudai ajudai-me -me por amor de Jesus e de Maria. Meu Anjo da Guarda. meus San tos Pudro Pudroei eiro ros, s, acom panha i-m i-m e . Reze de
p o is o P a i - N o s s o , a A v e -M a ria po ri a . o C r e d o , e t r e s A ve-M arias em honra da pureza purez a de N. Senhora. Ao comeyar um trabalho, estudo, ou qualquer outra ocupayao. diga: “ Senhor. eu vos oferego este m e u e s f o r g o As refeiyoes: “ M e n D e u s . s e ja tud tu d o pa p a r a a v o s s a glo gl o r ia. ia . A b e n g o a i-m i- m e pa p a r a q u e n a o cuia cu ia em nenhuma falta". Depois das refeiyoes: ' Agradego, Senhor, para para que nao caia caia em nenhuma fa lta " . Depois das refeiyoes: "Agradego. Senhor. o beneffcio cio que fize stes a quem vos ofendeu. Ao soar das horas: "Jesus, eu vos amo. Nao permitais que me 1077 10
contratemp os: “ Senhor . assim separe de vos”. Nos contratemp te n tag ta g o e s qu uii s eess t e ss.. as a s s i m ta t a m be be m e u q u e r o N a s ten repita freqiienteme nte os nome n ome de Jesu s e de Maria. Maria. arre-Tendo cometido alguma falta: “ Sen hor, eu m e arre pe p e n d o p o r q u e o fe n d i a v o s, b o n d a d e infi in fin n ita it a . N a o quero quero faze-lo novamente " . Se houve pecado grave,
confessar-se logo. A noite, antes de se deitar. agradega a Deus as gragas rece bid bidas; as; faga faga o exame de conscien cia. o ato de arrependimento e os atos do cristao. Modo pratico de fazer orayao mental re io q u e Como preparagao, diga: I. M e u D e u s . c reio estais aq ui presen te. Eu vos vos adoro adoro com todo o meu ser. II. II . Senhor. mereceria estar agora no inferno; arrependo-me de vos haver oftndido; perdoai-me. III. Pai Eter no, po r am or de Je su s e de Maria, Maria, iluminai-me. Depois, recomende-se a Maria Santis
sima sima com uma Ave-M aria, recom ende-se a Sao Jose, ao Anjo da Guarda, ao Santo Padroeiro. Agora leia leia a M editagao; editagao; va interrompend interrom pend o a leileitura sempre que encontrar uma passagem que tenha um significado maior para voce. Faga a to toss de humil dade, de agradecimento e, principalmente, de arre pee n d im e n to e de a m o r . D iga: p iga : ‘4Sen hor, fa z e i de mim o que quiserdes, quiserdes, ajudai-me ajudai-me a co nh ec er o que quereis quereis de mim ; quero fa ze r o que vos vos agrada. Ore muito,
p e d in pe indd o a D eu euss a p e r s e v e r a n g a , o am a m o r , a lu l u z , a for f org ga paa ra f a z e r s e m p r e a v o n tad p ta d e d iv ivin inaa , a g ra rag g a d e o r a r sempre. 108
Antes de terminar a orayao, faya um proposito paa r tic p ti c u la r , d e e v ita it a r a lg lguu m a fa falh lhaa m ais ai s f re reqq iie ii e n te. te . Termine com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria. N u n c a d e ix ixee de r e c o m e n d a r a D e u s a s a lm a s d o Purgatorio e os pecadores.
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INDICE ............................................................ ...................... Apresentayao ......................................
5 A J e s u s e a M a r i a ...... ......... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ....... ....... ...... ...... ...... ... 9 Ao V erbo er bo E n c a m a d o .... ...... .... ..... ..... .... .... .... .... ..... ...... ..... .... .... ..... ...... ..... .... .... .... 10 Introduyao ....................................................................... 11 11
I. N e ce ssid ss idaa d e da oray or ayao ao
...... ......... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ..... 17
II. II . O v a lo lorr d a oora rayy a o ... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ....43 .43 III. As condiyoes da orayao ............................... 57 C o n c lu s a o .......... ............... .......... .......... .......... ........... ........... .......... ........... ........... ........... ........ 95 R cg cgra rass de vid v idaa cris cr ista ta ... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ....1 .1005