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A CONSCIÊNCIA DO ÁTOMO Alice Bailey
SUMÁRI ÁRI O A GRANDE I NVOCAÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 O CAMPO DA EVOL UÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 A EVOL UÇÃO DA SUBSTÂNCI A. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 A EVOLUÇ LUÇÃO DA FOR FORMA OU EVOLUÇ LUÇÃO DO GRUPO. PO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 A EVOLUÇ LUÇÃO DO HOMEM, O PENSADOR. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 A EVOL UÇÃO DA CONSCI ÊNCI A. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 O OBJ ETI VO DA EVOL UÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 EVOL UÇÃO CÓSMI CA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
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A GRAN GRAND DE I NVOCAÇÃO Do pont pont o de Luz na Ment e de Deus Fl ua l uz às ment es dos homens; Que a Luz desça des ça à Ter r a. Do pont pont o de Amor no Cor Cor ação de Deus, Fl ua am amor aos ccor or ações dos dos hom homens; ens; Que o Cr Cr i st o vol vol t e à Ter Ter r a. Do cent cent r o onde onde a vont vont ade de Deus eus é conheci conheci da, Gui e o pr opósi opósi t o as pequ pequen enas as vont vont ades ades dos hom homens ens ; O pr opósi opósi t o que que os Mest r es con c onhe hecem cem e ser vem. Do cent r o a que que chamamos r aça dos homens, Cumpr a- s e o Pl ano de Am Amor e Luz E mur e- s e a por t a onde mor a o mal . Que a Luz, Luz, o Am Amor e o Pod Poder er r est abel abel eça eçam m o Pl Pl ano ano na na Ter Ter r a. " A I nvocação ou Or Or ação aci ma não per per t ence a nenh nenhum uma pessoa pess oa ou gr upo upo mas a t oda oda a Humani dade dade.. A bel bel eza e a f or ça des des t a I nvocaçã vocação o r epousam ousam em sua si mpl i ci dade ade e em sua exp expr essão ss ão de cer t as ver ver dade ades cent cent r ai s que que t odos odos os hom homens, i nat a e nor mal ment e , ace aceii t am a ve ver dade ade da da exi exi st ênci a de de um uma I nt el i gênci gênci a bási bási ca a Que Quem m nós nós vagam vagament ent e dam damos o nome de de Deus; a ver ver dade ade que por t r ás de de t oda oda apar apar ênci a ext ext er i or , o poder poder mot i vador vador do uni uni ver s o é o Am Amor ; a ver dade dade que que um uma gr ande I ndi vi dual i dade vei o à t er r a, cha chamada pel os cr i st ãos, o Cr Cr i s t o, e encar encar nou aquel aquel e amor de modo que que o pudé pudéss s emos compr ee eend nder er ; a ver ver dade dade que que t ant ant o o amor como a i nt el i gênci gênci a s ão ef ef ei t os do que que é cham chamada ada a Von Vontt ade ade de de Deu Deuss ; e, f i nal ment ent e, a ver ver dade ade au aut o- evi evi dent ent e qu que soment ent e at at r avés avés da da pr ópr i a hu humani dade po pode o Pl Pl ano Di Di vi no r eal i zar - se. " Al i ce A. Bai l ey
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A GRAN GRAND DE I NVOCAÇÃO Do pont pont o de Luz na Ment e de Deus Fl ua l uz às ment es dos homens; Que a Luz desça des ça à Ter r a. Do pont pont o de Amor no Cor Cor ação de Deus, Fl ua am amor aos ccor or ações dos dos hom homens; ens; Que o Cr Cr i st o vol vol t e à Ter Ter r a. Do cent cent r o onde onde a vont vont ade de Deus eus é conheci conheci da, Gui e o pr opósi opósi t o as pequ pequen enas as vont vont ades ades dos hom homens ens ; O pr opósi opósi t o que que os Mest r es con c onhe hecem cem e ser vem. Do cent r o a que que chamamos r aça dos homens, Cumpr a- s e o Pl ano de Am Amor e Luz E mur e- s e a por t a onde mor a o mal . Que a Luz, Luz, o Am Amor e o Pod Poder er r est abel abel eça eçam m o Pl Pl ano ano na na Ter Ter r a. " A I nvocação ou Or Or ação aci ma não per per t ence a nenh nenhum uma pessoa pess oa ou gr upo upo mas a t oda oda a Humani dade dade.. A bel bel eza e a f or ça des des t a I nvocaçã vocação o r epousam ousam em sua si mpl i ci dade ade e em sua exp expr essão ss ão de cer t as ver ver dade ades cent cent r ai s que que t odos odos os hom homens, i nat a e nor mal ment e , ace aceii t am a ve ver dade ade da da exi exi st ênci a de de um uma I nt el i gênci gênci a bási bási ca a Que Quem m nós nós vagam vagament ent e dam damos o nome de de Deus; a ver ver dade ade que por t r ás de de t oda oda apar apar ênci a ext ext er i or , o poder poder mot i vador vador do uni uni ver s o é o Am Amor ; a ver dade dade que que um uma gr ande I ndi vi dual i dade vei o à t er r a, cha chamada pel os cr i st ãos, o Cr Cr i s t o, e encar encar nou aquel aquel e amor de modo que que o pudé pudéss s emos compr ee eend nder er ; a ver ver dade dade que que t ant ant o o amor como a i nt el i gênci gênci a s ão ef ef ei t os do que que é cham chamada ada a Von Vontt ade ade de de Deu Deuss ; e, f i nal ment ent e, a ver ver dade ade au aut o- evi evi dent ent e qu que soment ent e at at r avés avés da da pr ópr i a hu humani dade po pode o Pl Pl ano Di Di vi no r eal i zar - se. " Al i ce A. Bai l ey
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O CAMPO DA EVO EVOL UÇÃO Pr ovave vavell ment e nunca houve um per í odo na na hi hi st ór i a do do pensament o semel hant ant e ao at ual . Em t odos odos os os l ugar es, os pensador sador es est ão consci consci ent es de de duas coi coi sas, pr i mei r o, que a r egi ão do do mi st ér i o nu nunca f or a an ant es t ão cl cl ar ament e def i ni da e, segu segundo, que se pod pode e pen penet et r ar naqu aquel a r egi egi ão mai s f aci l ment e do qu que t i nha si do possí vel at é ag agor a; por t ant o, se os i nvest i gador es de de t odas as esco escoll as prosseg prossegui r em em sua sua busca co com m det er mi naçã ção o, t al vez vez po possam i nduzi r a r evel vel açã ção o de al guns guns de de seus seus s egr egr edos. edos. Os pr obl obl emas que que enf enf r ent ent amos, à medi edi da que que es es t udam udamos os f at os ccon onhe heci ci dos dos da vi da e da da exi st ênci a, sã são o susce suscett í vei s de uma de def i ni çã ção o mai s cl ar a do do que que at at é agor agor a poss possíí vel vel e, embor a não não sai bamos as r espost espost as às noss noss as per per gunt gunt as, embor bor a não não t enha enham mos desc descob ober er t o as sol s ol uções uções de noss noss os pr obl obl emas, embor bor a não não haj haj a pana panacéi céi a ao noss nosso o al cance por por mei o da qua quall pos pos s amos r emedi edi ar os mal es do mundo undo,, con co nt udo, o pr pr ópr ópr i o f at o de de qu que po podemos def def i ni - l os, de qu que podemos i ndi ca carr a di r eçã ção o do do mi st ér i o e que a l uz da ci ênci a, as r el i gi ões e da da f i l oso soff i a br i l hou so sob br e ampl as ex ext ensõ sõe es que an ant es er am co con nsi der adas t er r as de t r evas, vas, é um uma ga gar ant i a de sucess o no f ut ur o. Sabe Sabem mos mui t o mai s do que que há há qui qui nhen nhentt os anos anos at at r ás, com exceção xceção de a all guns cí r cul cul os de de hom homens sábi sábi os e mí st i cos; descobr scobr i mos mui t as l ei s da nat ur eza, embor a não não possamos ai nda ap apl i cá- l as; e o con conheci ment o das das ' coi sas como el as são' são' ( e eu escol ho est est as pa pal avr as del del i ber adament e) pr opor opor ci onou onou um i menso enso pr ogr ogr esso. Todavi a, a t er r a do mi s t ér i o ai nda nda pr eci s a s er desvel ada, e nossos noss os pr obl obl emas ai nda nda são num numer osos osos.. Há o pr pr obl obl ema de nos nos s a pr ópr i a vi da par t i cul cul ar , qual quer que sej a; há o pr obl ema do que que é ger al ment ent e den denom omi nado ado " Não ão-- Ser " , e qu que di di z r espei espei t o a nosso cor cor po f í si co co,, nosso mei o- ambi ent e, nossas ci r cunst cunst ânci ânci as e nossas cond condi ções ções de vi da; se est est amos nu numa f ase i nt r ospect ospect i va de nossa nossa ment ent e, há o pr obl obl ema de de nossas nossas emoçõe oções, pensament os, desej os e i nst i nt os pe pel os qu quai s nós nós cont cont r ol amos a a ação ção.. Há mui t os pr pr obl obl emas col et i vos; vos; por que deve deve have haverr s of r i ment ent o, f ome e dor ? Por que que deve deve o mundo undo,, de um modo ge ger al , est ar sub subj ugado à pobr eza, doença e desconf sconf or t o? Qual o pr opósi opósi t o que exi st e por t r ás de de t udo que nos r ode odei a e qual ser á o r esul t ado ado dos pr pr obl obl emas mundi ai s, se os anal anal i sar mos como um um t odo? odo? Qua Quall o dest dest i no da r aça hum humana, ana, qual qual sua or i gem, e qual a chav chave e par a a sua cond condi ção at ual ? Haver aver á mai s do qu que est est a ún úni ca vi da e o ún úni co i nt er esse dev deve e ser encont cont r ado ado naqu aqui l o que é apar apar ent e e mat er i al ? Tai Tai s i ndagaçõ çõe es pa passam por nossas ment es em vár vár i as ocasi ocasi ões e pass pass ar am pel as ment ent es dos dos pen pensad sador or es at at r avés avés dos dos sécul sécul os.
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Houve mui t as t ent at i vas par a r esponder a est as per gunt as e, à medi da que as est udamos, descobr i mos que as r espost as se encai xam em t r ês gr upos pr i nci pai s e que t r ês sol uções pr i nci pai s são of er eci das à consi der ação do homem. Est as t r ês sol uções são: Pr i mei r a, o Real i smo. Out r o nome par a est a escol a é Mat er i al i smo. El a ensi na que "a r epr esent ação do mundo ext er no que t emos na consci ênci a, é ver dadei r a"; que as coi sas são o que el as par ecem ser ; que a mat ér i a e a f or ça, como nós as conhecemos, são a úni ca r eal i dade e que não é possí vel ao homem i r al ém do t angí vel . El e dever i a sat i sf azer - se com os f at os como el e os conhece, ou como a ci ênci a l he di z que são. Est e é um mét odo de sol ução per f ei t ament e l egí t i ma, por ém, par a al guns de nós, el e f al ha por que não vai bast ant e l onge. Ao r ecusar - se a se i nt er essar por qual quer coi sa que não sej a pr ovada e demonst r ada, el e pár a no pont o em que o i nqui si dor di z " é assi m, mas por quê?" Dei xa f or a de seus cál cul os mui t o do que é conheci do e compr eendi do como ver dade pel o homem comum, embor a el e sej a i ncapaz de expl i car por que sabe que é ver dade. Os homens em t odas as par t es r econhecem a exat i dão dos f at os da escol a r eal i st a e da ci ênci a mat er i al e, cont udo, ao mesmo t empo, el es s ent em, em seu í nt i mo, que há, i ner ent e à mani f est ação obj et i va pr ovada, al guma f or ça vi t al i zador a e al gum pr opósi t o coer ent e que não podem ser anal i sados soment e em t er mos de mat ér i a. Segunda, há o pont o de vi st a ao qual mel hor chamar í amos de sobr enat ur al i smo. O homem se consci ent i za de que, t al vez, af i nal de cont as, as coi sas não sej am exat ament e o que par ecem ser e que mui t a coi sa per manece sem expl i cação; el e desper t a par a a compr eensão de que el e pr ópr i o não é si mpl esment e uma acumul ação de át omos f í si cos, al go mat er i al , e um cor po t angí vel , mas que exi st e dent r o del e, l at ent e, uma consci ênci a, uma f or ça e uma nat ur eza psí qui ca que o une a t odos os demai s membr os da f amí l i a humana, al ém de l i gá- l o a uma f or ça f or a del e a qual el e pr eci sa expl i car . Foi i st o que l evou, por exempl o, à evol ução do pont o de vi st a cr i st ão e j udeu, o . qual si t ua um Deus f or a do si st ema sol ar , Deus esse que o cr i ou por ém sendo, El e pr ópr i o, est r anho ao mesmo. Est es si st emas de pensament o ensi nam que o mundo f oi cr i ado por uma For ça ou Ser Que const r ui u o si st ema sol ar e Que gui a os mundos cor r et ament e, conser vando nossa í nf i ma vi da humana na concha de Sua mão, e "docement e or denando" t odas as coi sas de acor do com al gum pr opósi t o ocul t o que não podemos di scer ni r com nossas ment es f i ni t as, quant o mai s ent ender . Est e é o pont o de vi st a r el i gi oso e sobr enat ur al , o qual se basei a na cr escent e aut oconsci ênci a do i ndi ví duo e no
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r econheci ment o de sua pr ópr i a di vi ndade. Do mesmo modo que a escol a r eal i st a, el e i ncl ui soment e uma ver dade par ci al e pr eci sa s er compl ement ado. A t er cei r a l i nha de pensament o poder i a ser chamada de I deal i st a. El a post ul a um pr ocesso evol ut i vo dent r o de t oda mani f est ação e i dent i f i ca a vi da com o pr ocesso cósmi co. É exat ament e o opost o do mat er i al i smo, e t r az a di vi ndade sobr enat ur al pr edi cada pel os r el i gi osos, à posi ção de uma gr ande Ent i dade ou Vi da, Que evol ui at r avés e por i nt er médi o do uni ver so, do mesmo modo que a consci ênci a do homem est á evol ui ndo at r avés de um cor po f í si co obj et i vo. Nest es t r ês pont os de vi st a — o pur ament e mat er i al i st a, o pur ament e sobr enat ur al e o i deal i st a — vocês t êm as t r ês pr i nci pai s l i nhas de pensament o que f or am f or mul adas como expl i cat i vas do pr ocesso cósmi co; t odas el as s ão ver dades par ci ai s, cont udo nenhuma del as é compl et a sem as out r as; t odas el as, quando segui das uni l at er al ment e, l evam a cami nhos secundár i os e à t r eva, e dei xam o mi st ér i o cent r al i nsol úvel . Quando são si nt et i zadas, uni das e f undi das, el as t al vez i ncl uam ( i st o é apenas uma sugest ão) t ant o da ver dade evol ut i va quant o possí vel , à ment e humana, al cançar no at ual est ági o de evol ução. Est amos l i dando com pr obl emas i mensos e t al vez i nt er f er i ndo em coi sas el evadas e gr andi osas; est amos ul t r apassando r egi ões r econheci das como domí ni o da met af í si ca; e est amos t ent ando si nt et i zar em al gumas cur t as pal est r as o que t odas as bi bl i ot ecas do mundo cont êm; est amos, por t ant o, t ent ando o i mpossí vel . Tudo que podemos f azer é abor dar , br eve e super f i ci al ment e, pr i mei r o um aspect o da ver dade, depoi s out r o. Tudo que possi vel ment e i r emos consegui r ser á um esboço das l i nhas bási cas de evol ução, um est udo de sua r el ação r ecí pr oca conosco como ent i dades consci ent es, e depoi s t ent ar f undi r e si nt et i zar o pouco que consegui mos saber , at é que al guma i déi a ger al do pr ocess o, como um t odo, se t or ne mai s cl ar a. Devemos l embr ar , em r el ação a t oda af i r mação de ver dade, que cada uma pr ovém de um pont o de vi st a det er mi nado. Enquant o não t i ver mos desenvol vi do nossos pr ocessos ment ai s, e at é ser mos capazes de pensar t ant o em t er mos abst r at os quant o em t er mos concr et os, não nos ser á possí vel r esponder t ot al ment e à per gunt a, Que é a ver dade?, nem expr essar qual quer aspect o dess a ver dade de manei r a t ot al ment e i mpar ci al . Al gumas pess oas possuem hor i zont es mai s ampl os que out r as e al gumas podem ver a uni dade subj acent e aos di f er ent es aspect os. Out r as est ão pr opensas a pensar que sua per spect i va e i nt er pr et ação são as úni cas. Esper o, nest as pal est r as,
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ampl i ar de al guma f or ma nosso pont o de vi st a. Esper o que cheguemos à compr eensão de que o homem que só s e i nt er ess a pel o aspect o ci ent í f i co e que se l i mi t a ao est udo dessas mani f est ações pur ament e mat er i ai s, est ej a t ão ocupado com o est udo do di vi no quant o seu i r mão f r ancament e r el i gi oso que só se pr eocupa com o l ado espi r i t ual ; e que o f i l ósof o est ej a, aci ma de t udo, ocupado em enf at i zar par a nós o aspect o i mpor t ant e da i nt el i gênci a que une os l ados mat er i al e espi r i t ual , e em combi ná- l os em um t odo coer ent e. Tal vez, pel a uni ão dest as t r ês l i nhas, da ci ênci a, r el i gi ão e f i l osof i a, possamos chegar a um conheci ment o at i vo da ver dade como el a é, l embr ando ao mesmo t empo que " a ver dade est á dent r o de nós" . Ni nguém consegue a t ot al expr essão da ver dade e o úni co pr opósi t o do pensament o é habi l i t ar - nos a const r ui r cr i at i vament e par a nós mesmos, e t r abal har na mat ér i a ment al . Eu gost ar i a de, est a noi t e, esboçar meu pl ano, apr esent ar as bases de nossas pr óxi mas pal est r as e menci onar as l i nhas ger ai s da evol ução. A l i nha mai s apar ent e é, com cer t eza, aquel a que l i da com a evol ução da subst ânci a, com o est udo do át omo e a nat ur eza da mat ér i a at ômi ca. Menci onar emos i st o na pr óxi ma semana. A ci ênci a t em mui t o a nos di zer sobr e a evol ução do át omo e per cor r eu um l ongo cami nho nos úl t i mos ci nquent a anos, do pont o de vi st a do sécul o passado. Naquel e t empo, o át omo er a consi der ado como uma uni dade i ndi vi sí vel da subst ânci a; agor a é vi st o como um cent r o de ener gi a, ou f or ça el ét r i ca. Da evol ução da subst ânci a somos nat ur al ment e l evados à evol ução das f or mas, ou de amont oados de át omos, e aí abr i r se- á par a nós a i nt er essant e consi der ação de f or mas out r as que não as pur ament e mat er i ai s — f or mas exi st ent es em subst ânci a mai s s ut i l , t ai s como as f or mas de pensament o, as f or mas r aci ai s e as f or mas das or gani zações. Nest e est udo dual , um dos aspect os da di vi ndade ser á enf at i zado, quer escol hamos o t er mo "di vi ndade", quer uma das mani f est ações da nat ur eza, se pr ef er i r em uma expr ess ão menos sect ár i a. Ser emos, ent ão, l evados à consi der ação da evol ução da i nt el i gênci a ou do f at or da ment e que est ej a t r abal hando como pr opósi t o or denado em t udo o que vemos à nossa vol t a. I st o nos r evel ar á um mundo que não segue seu cami nho cegament e, mas que t em, por t r ás, al gum pl ano, al gum esquema coor denado, al gum concei t o or gani zado que se ext er i or i za por i nt er médi o da f or ma mat er i al . Uma r azão por que as coi sas nos par ecem t ão di f í cei s de ser em compr eendi das se r el aci ona ao f at o de que est amos em mei o a um per í odo de t r ansi ção e o pl ano é ai nda i mper f ei t o; est amos mui t o per t o do maqui ni smo, sendo nós mesmos uma par t e i nt egr al do t odo. Vemos uma pequena par t e del e aqui , out r a pequena par t e l á, por ém não
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consegui mos al cançar t oda a gr andeza da i déi a. Podemos t er uma vi são, um moment o el evado de r evel ação, mas quando ent r amos em cont at o com a r eal i dade em t odos os l ados, nós quest i onamos a possi bi l i dade da mat er i al i zação i deal , por que a r el ação i nt el i gent e ent r e a f or ma e aqui l o que el a ut i l i za par ece- nos l onge de um aj ust e. O r econheci ment o do f at or da i nt el i gênci a l evar - nos- á, i nevi t avel ment e, à cont empl ação da evol ução da consci ênci a em suas múl t i pl as f or mas, var i ando t odo o t empo ent r e os t i pos de consci ênci a que consi der amos s ub- humanos, pass ando pel a humana, at é l ogi cament e a consi der ada ( ai nda que não possa ser demonst r ada) como consci ênci a sobr e- humana. A pr óxi ma per gunt a com que nos def r ont ar emos ser á, que exi st e por t r ás de t odos esses f at or es? Exi st i r á, por t r ás da f or ma obj et i va e de sua i nt el i gênci a ani mada, uma evol ução que cor r esponda à f acul dade do " Eu" , ao Ego no homem? Haver á, na nat ur eza e em t udo que vemos à nossa vol t a, a el abor ação do pr opósi t o de um ser i ndi vi dual i zado, aut o- consci ent e? Se há t al Ser , e se t al exi st ênci a f undament al exi st e, dever í amos poder ver al go de Suas at i vi dades i nt el i gent es, al ém de obser var a concr et i zação de Seus pl anos. Mesmo que não possamos pr ovar que Deus exi st e, pode- se di zer que, pel o menos, a hi pót ese de sua exi st ênci a é r azoável , uma sugest ão r aci onal e uma sol ução possí vel par a t odos os mi st ér i os que nos r odei am. Mas par a f azer i st o é pr eci so demonst r ar que exi st e um pr opósi t o i nt el i gent e t r abal hando at r avés de t odos os t i pos de f or ma, at r avés das r aças e nações e at r avés de t udo que vemos se mani f est ar na ci vi l i zação moder na; as et apas que aquel e obj et i vo t omou e o cr esci ment o gr adual do pl ano t er ão que ser demonst r ados e t al vez poss amos, a par t i r dest a evi dênci a, ver à nossa f r ent e os est ági os post er i or es. Consi der emos, por um mi nut o, o que quer emos di zer com as pal avr as " pr ocesso evol ut i vo" . El as est ão sendo const ant ement e usadas e o homem comum sabe bem que a pal avr a " evol ução" suger e um desenvol vi ment o de dent r o par a f or a e o desabr ochar de um cent r o i nt er i or ; pr eci samos, por ém, def i ni r a i déi a mai s cl ar ament e, par a chegar mos a um concei t o mel hor . Uma das mel hor es def i ni ções que encont r ei é a que consi der a a evol ução como ' o desabr ochar de uma f or ça que aument a cont i nuament e seu poder de r espost a". Temos aqui uma def i ni ção mui t o escl ar ecedor a, se consi der ar mos o aspect o mat ér i a da mani f est ação. El a envol ve a concepção da vi br ação e de r espost a à vi br ação e, embor a no devi do t empo possamos vi r a nos desf azer do t er mo "mat ér i a" e usar uma sugest ão como " cent r o de f or ça" , o concei t o ai nda ser á bom e a r espost a do cent r o ao est í mul o dever á ser vi st a com pr eci são
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ai nda mai or . Ao consi der ar a consci ênci a humana, est a mesma def i ni ção é de r eal val or . El a envol ve a i déi a de uma consci ent i zação gr adual ment e mai s ampl a da r espost a cr escent e da vi da subj et i va ao seu mei o- ambi ent e e nos l eva, f i nal ment e, par a a f r ent e e par a ci ma, at é o i deal de uma Exi st ênci a uni f i cada que ser á a sí nt ese de t odas as l i nhas de evol ução, e a uma concepção de uma Vi da cent r al , ou f or ça, a qual f unde e une t odas as uni dades evol ut i vas, sej am el as uni dades de mat ér i a, t ai s como o át omo do quí mi co e do f í si co, ou uni dades de consci ênci a, t ai s como os ser es humanos. I st o é a evol ução, o pr ocess o que f az a vi da desabr ochar em t odas as uni dades, o est í mul o cr escent e que f i nal ment e f unde t odas as uni dades e gr upos, at é que t enhamos aquel a soma t ot al de mani f est ação que pode ser chamada de Nat ur eza, ou Deus, e que é o agr egado de t odos os est ados de consci ênci a. Est e ê o Deus a Quem o Cr i st ão se r ef er e quando di z " Nel e vi vemos e nos movemos e t emos nosso ser " ; est a é a f or ça ou ener gi a que o ci ent i st a r econhece; e est a é a ment e uni ver sal ou a Super al ma do f i l ósof o. Est a, novament e, é a Vont ade i nt el i gent e que cont r ol a, f or mul a, l i ga, const r ói , desenvol ve e l eva t udo a uma máxi ma per f ei ção. Est a é aquel a Per f ei ção i ner ent e à pr ópr i a mat ér i a, e a t endênci a l at ent e no át omo, no homem e em t udo que exi st e. Est a i nt er pr et ação do pr ocesso evol ut i vo não o consi der a como o r esul t ado de uma Di vi ndade ext er i or der r amando Sua ener gi a e sabedor i a sobr e um mundo em expect at i va, mas si m como al go l at ent e dent r o do pr ópr i o mundo, que j az ocul t o no cor ação do át omo da quí mi ca, no cor ação do pr ópr i o homem, no i nt er i or do pl anet a, e dent r o do si st ema sol ar . É aquel e al go que i mpel e t udo em di r eção ao obj et i vo; é a f or ça que est á gr adual ment e ext r ai ndo or dem do caos; a máxi ma per f ei ção, da i mper f ei ção t empor ár i a; o bem, do mal apar ent e; e da t r eva e da desgr aça, aqui l o que nós al gum di a r econhecer emos como bel o, cor r et o e ver dadei r o. É t udo que vi sual i zamos e concebemos em noss os mel hor es e mai s el evados moment os. A evol ução t em si do t ambém def i ni da como " desenvol vi ment o cí cl i co" e est a def i ni ção me l eva a um pensament o, o qual ansei o que t odos compr eendamos compl et ament e. A nat ur eza s e r epet e cont i nuadament e, at é que cer t os obj et i vos def i ni dos t enham si do al cançados, cer t os r esul t ados concr et os obt i dos e cer t as r espost as t r ansf or madas em vi br ações. É pel o r econheci ment o dest a r eal i zação que o obj et i vo i nt el i gent e da Exi st ênci a vi va pode ser demonst r ada. O mét odo pel o qual i st o se consegue é o da escol ha i nt el i gent e, ou da di scr i mi nação. Má, nos t ext os escol ar es, mui t as pal avr as usadas par a i ndi car a mesma i déi a ger al , t ai s como " sel eção nat ur al " ou " at r ação e r epul são" . Eu gost ar i a de evi t ar t er mos t écni cos, sempr e que possí vel , por que el es são usados por uma l i nha de
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pensament o par a si gni f i car uma coi sa e por out r a par a al go di f er ent e. Se puder mos achar uma pal avr a semel hant e em seu obj et i vo e, cont udo, desl i gada de qual quer l i nha de pensament o, poder emos encont r ar uma nova l uz l ançada sobr e noss o pr obl ema. A at r ação e r epul são no si st ema sol ar nada mai s é do que a f acul dade di scr i mi nat i va do át omo ou do homem demonst r ada nos pl anet as e no sol . El a ser á encont r ada em t odas as espéci es de át omos; podemos chamá- l a de adapt ação, se assi m o desej ar mos, ou o poder da uni dade cr escer e se adapt ar ao seu mei o- ambi ent e pel a r ej ei ção de cer t os f at or es e acei t ação de out r os. No homem, el a se demonst r a como o l i vr e- ar bí t r i o ou o poder de escol ha e, no homem espi r i t ual , pode ser consi der ada como a t endênci a ao sacr i f í ci o, por que um homem nest e caso escol he uma par t i cul ar l i nha de ação par a benef i ci ar o gr upo ao qual el e per t ence e r ej ei t a o que é pur ament e egoí st a. Poder í amos f i nal ment e def i ni r evol ução como mudança or denada e mut ação const ant e. El a se demonst r a na at i vi dade i ncess ant e da uni dade do át omo, na I nt er ação ent r e gr upos e na i nf i ni t a at uação de uma f or ça: ou t i po de ener gi a, sobr e out r a. J á vi mos que a evol ução, sej a el a da mat ér i a, da i nt el i gênci a, da consci ênci a ou do espí r i t o, consi st e em um poder , sempr e cr escent e, de r esponder à vi br ação, que el a acent ua pel a mudança const ant e, pel a pr át i ca de uma pol í t i ca sel et i va, ou pel o uso da f acul dade di scr i mi nat i va, e pel o mét odo do desenvol vi ment o cí cl i co, ou r epet i ção. Os est ági os que car act er i zam o pr ocesso evol ut i vo podem ser , de modo ger al , di vi di dos em t r ês, cor r espondent es aos est ági os da vi da do ser humano: i nf ânci a, adol escênci a e mat ur i dade. Onde o homem est i ver envol vi do, est as et apas podem ser i dent i f i cadas na uni dade humana ou na r aça, e à medi da que as ci vi l i zações passam e aument am, dever i a cer t ament e ser possí vel i dent i f i car a mesma i déi a t r i l at er al na f amí l i a humana como um t odo e, assi m, af i r mar o obj et i vo di vi no, pel o est udo de Sua i magem, ou r ef l exo, o HOMEM. Poder í amos expr essar est es t r ês est ági os em t er mos mai s ci ent í f i cos e l i gá- l os às t r ês escol as de pensament o r ef er i das ant er i or ment e, est udando- as como: a) O est ági o da ener gi a at ômi ca; b) O est ági o da coesão gr upal ; c) O est ági o da exi st ênci a uni f i cada e si nt ét i ca. Vej amos se me poss o f azer ent ender : O est ági o da ener gi a at ômi ca é o que di z r espei t o ao l ado mat er i al da vi da e cor r esponde ao per í odo da i nf ânci a do homem ou da r aça. É a época do r eal i smo, da at i vi dade i nt ensa, do desenvol vi ment o pel a ação
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aci ma de t udo, ou do i nt er esse por si pr ópr i o e egocent r i smo pur os. El e pr oduz o pont o de vi st a mat er i al i st a e l eva i nevi t avel ment e ao egoí smo. El e envol ve o r econheci ment o do át omo como i nt ei r ament e aut o- suf i ci ent e e, do mesmo modo, de cada uni dade humana como t endo uma vi da separ ada, à par t e de t odas as demai s uni dades, sem nenhuma r el ação r ecí pr oca. Tal et apa pode ser vi st a nas r aças pouco desenvol vi das do mundo, nas cr i anci nhas e nos que são pouco desenvol vi dos. El es são nor mal ment e cent r ados em si mesmos; suas ener gi as di zem r espei t o à sua pr ópr i a vi da; est ão ocupados com o que é obj et i vo e t angí vel ; car act er i zam- se por um egoí smo necessár i o e pr ot et or . é uma et apa mui t o necessár i a ao desenvol vi ment o e à per pet uação da r aça. Dest e per í odo at ômi co egoí st a cr esce out r o est ági o, o da coesão gr upal . Est e envol ve a const r ução de f or mas e espéci es at é que se t enha al go coeso e i ndi vi dual i zado como um t odo, compost o, t odavi a, de mui t as f or mas e i ndi vi dual i dades menor es. Em r el ação ao ser humano, est a et apa cor r esponde ao seu desper t ar par a a consci ent i zação da r esponsabi l i dade e par a o r econheci ment o de seu l ugar no gr upo. E exi ge habi l i dade da par t e do homem par a r econhecer uma vi da mai or do que a sua pr ópr i a, quer sej a est a vi da chamada Deus, ou si mpl esment e consi der ada a vi da do gr upo ao qual o homem, como uma uni dade, per t ence; aquel a gr ande I dent i dade da qual somos par t e. Est a l i nha de pensament o cor r esponde à que chamamos de sobr enat ur al e deve ser segui da, em seu devi do t empo, por um concei t o mai s ampl o e ver dadei r o. Como j á vi mos, a pr i mei r a et apa, ou at ômi ca, desenvol ve- se pel o egoí smo, ou vi da cent r ada no pr ópr i o át omo ( sej a o át omo da subst ânci a ou o át omo humano) ; o segundo est ági o encami nha- se par a a per f ei ção, pel o sacr i f í ci o da uni dade pel o bem de mui t os, e do át omo pel o gr upo no qual el e t em seu l ugar . Est a et apa é al go da qual sabemos mui t o pouco e é a que nós f r equent ement e vi sual i samos e esper amos. O t er cei r o est ági o est á si t uado mui t o à f r ent e e poder á ser consi der ado, por mui t os, uma vã qui mer a. Mas al guns de nós possuí mos uma vi são, a qual , ai nda que i nat i ngí vel agor a, ser á l ogi cament e possí vel se nossas pr emi ssas est i ver em cer t as e nossa base col ocada cor r et ament e. É o est ági o da exi st ênci a uni f i cada. Não soment e haver á as uni dades separ adas de consci ênci a, não soment e haver á át omos df i er enci ados na f or ma, não soment e o gr upo, const i t uí do por uma mul t i pl i ci dade de i dent i dades, mas t er emos o agr egado de t odas as f or mas, de t odos os gr upos, de t odos os est ági os de consci ênci a f undi dos, uni f i cados e si nt et i zados num t odo per f ei t o. Est e t odo poder á ser chamado de si st ema sol ar , de nat ur eza ou de Deus. Os nomes não i mpor t am. El e cor r esponde
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ao per í odo adul t o do ser humano; é anál ogo ao per í odo de mat ur i dade e àquel e est ági o em que o homem deve t er um pr opósi t o e uma ocupação def i ni dos, na vi da, e um pl ano bem l í mpi do em vi st a, o qual el e est ar á el abor ando com a aj uda de sua i nt el i gênci a. Nest as pal est r as eu gost ar i a de most r ar , se houver opor t uni dade, que al go do géner o ocor r e no si st ema sol ar , no pl anet a, na f amí l i a humana, e no át omo. Conf i o que poss amos pr ovar que exi st e uma exi st ênci a subj acent e a t udo; e que da separ ação vi r á a uni ão, pr oduzi da at r avés da uni ão e da f usão em f or mação gr upal e que, f i nal ment e, dos mui t os gr upos emer gi r á o t odo per f ei t o e pl enament e consci ent e, compost o de mi r í ades de ent i dades s epar adas, ani madas por um pr opósi t o uno e uma vont ade una. Se é assi m, qual ser á o pr óxi mo degr au par a aquel es que chegam a est a compr eensão? Como poder emos dar apl i cação pr át i ca a est e i deal em nossas vi das, e det er mi nar nossa t ar ef a i medi at a, de modo que possamos par t i ci par do pl ano e l evá- l o adi ant e consci ent ement e? No pr ocess o cósmi co t emos noss a mi núscul a par t i ci pação e cada di a de at i vi dade dever i a ver - nos execut ando nossa t ar ef a com compr eensão i nt el i gent e. Nosso pr i mei r o obj et i vo dever i a ser a aut o- consci ent i zação pel a pr át i ca da di scr i mi nação; dever í amos apr ender a pensar cl ar ament e por nós mesmos, a f or mul ar nossos pr ópr i os pensament os e a mani pul ar nossos pr ópr i os pr ocess os ment ai s; dever í amos apr ender a conhecer o que pensamos e por que pensamos, a descobr i r o sent i do da consci ênci a gr upal at r avés do est udo da l ei do sacr i f í ci o. Não soment e dever í amos descobr i r - nos pel o egoí smo que mar ca o pr i mei r o est ági o da i nf ânci a ( e cer t ament e el e deve est ar por t r ás de nós) , não soment e dever í amos apr ender a di st i ngui r ent r e o r eal e o i r r eal , pel a pr át i ca da di scr i mi nação, mas t ambém dever í amos empenhar - nos a pr ossegui r , dal i , par a al go mui t o mel hor . Nosso i medi at o obj et i vo dever i a ser encont r ar o gr upo a que per t encemos. Não per t encemos a t odos os gr upos, nem podemos consci ent ement e compr eender noss o l ugar no gr ande Cor po, por ém podemos encont r ar al gum gr upo onde t enhamos nosso l ugar , al gumas pessoas com as quai s possamos cooper ar e t r abal har , al gum i r mão ou i r mãos a quem possamos aj udar e socor r er . I st o r eal ment e envol ve o cont at o consci ent e do i deal de f r at er ni dade — e at é que t enhamos evol uí do at é a et apa onde nosso concei t o sej a uni ver sal — si gni f i ca encont r ar o gr upo especi al de i r mãos que podemos amar e aj udar pel a l ei do sacr i f í ci o e pel a t r ansf or mação do egoí smo em ser vi ço amor oso. Assi m poder emos cooper ar no obj et i vo ger al e par t i ci par da mi ssão do gr upo.
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A EVOLUÇÃO DA SUBSTÂNCI A É óbvi o que em pal est r as como est as ser i a i mpossí vel t r at ar , adequadament e, dest e ass unt o ass ombr oso, mesmo que eu est i vesse apar el hada par a di sser t ar sobr e assunt o t ão f undament al ment e ci ent í f i co. Al ém di sso, se as concl usões da ci ênci a sobr e a evol ução da mat ér i a est i vessem def i ni das, o t ópi co a ser abor dado mesmo assi m ser i a vast o demai s, por ém el as não est ão, e daí se or i gi nam as demai s compl exi dades do assunt o. Por t ant o, quer o pr ef aci ar meus coment ár i os dest a noi t e di zendo que meu obj et i vo é di r i gi r - me especi al ment e àquel es que não possuem nenhum t r ei nament o ci ent í f i co e dar l hes uma concei t uação ger al das i dei as usual ment e acei t as; vou pr ocur ar , ent ão, of er ecer al gumas s ugest ões út ei s par a adapt ar noss as ment es a est e gr ande pr obl ema da mat ér i a. Nor mal ment e, ao se di scut i r o aspect o subst ânci a, da mani f est ação, el e t em si do consi der ado como al go à par t e e só ul t i mament e f oi que o que poder í amos chamar de " psi col ogi a da mat ér i a" começou a apar ecer di ant e da ment e do públ i co at r avés das i nvest i gações e concl usões dos ci ent i st as de ment e mai s ar ej ada. Vocês s e r ecor dar ão de que na semana ant er i or pr ocur ei demonst r ar , de manei r a ampl a e ger al , que havi a t r ês modos de abor dagem par a o est udo do uni ver so mat er i al . Há a l i nha que só l eva em consi der ação o aspect o mat er i al i st a, que soment e se ocupa do que é vi st o, t angí vel e pode ser pr ovado. Uma segunda l i nha é a do sobr enat ur al i smo, que r econhece não t ant o o l ado mat er i al das coi sas como o que é consi der ado di vi no; el a t r at a do l ado da vi da e do aspect o espi r i t ual , consi der ando a Vi da como uma f or ça est r anha ao si st ema sol ar e ao homem e consi der ando est a f or ça como um gr ande Agent e cr i at i vo, o qual cr i a e gui a o uni ver so obj et i vo e t odavi a si t ua- se f or a del e. Est as duas l i nhas de pensament o são apoi adas pel o ci ent i st a f r ancament e mat er i al i st a, pel o cr i st ão or t odoxo e pel o deí st a de qual quer denomi nação. I ndi quei a segui r uma t er cei r a l i nha de abor dagem do pr obl ema, do concei t o chamado i deal í st i co. El a r econhece a f or ma mat er i al , mas vê t ambém a vi da dent r o del a e post ul a uma Consci ênci a ou I nt el i gênci a que evol ui por i nt er médi o da f or ma ext er i or . Vocês per ceber ão que est a é a l i nha a que dar ei mai s ênf ase nest as pal est r as. Al ém do mai s, nenhum or ador pode di ssoci ar - se i nt ei r ament e do seu pr ópr i o pont o de vi st a e nest as pal est r as det er mi nei a mi m mesma a t ar ef a de t r abal har segundo est a t er cei r a l i nha por que, par a mi m, el a si nt et i za as out r as duas e acr escent a cer t os concei t os que pr oduzem um t odo coer ent e ao se f undi r com as demai s. Cabe a
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vocês deci di r se est e t er cei r o pont o de vi st a é l ógi co, r azoável e cl ar o. O f at o mai s comum da vi da, par a nós, é o mundo mat er i al — aquel e mundo que podemos ver e cont at ar por mei o dos ci nco sent i dos, chamado pel os pensador es met af í si cos de " não- ser " ou aquel e que é obj et i vo par a cada um de nós. Como t odos sabemos, o t r abal ho do quí mi co é r eduzi r t odas as subst ânci as conheci das a seus el ement os mai s s i mpl es, e há não mui t o t empo pensava- se que i st o t i nha si do sat i sf at or i ament e al cançado. As concl usões dos quí mi cos si t uar am o númer o dos el ement os conheci dos ent r e set ent a e oi t ent a. Cer ca de vi nt e anos at r ás, t odavi a, ( em 1898) descobr i u- se um novo el ement o ao qual se deu o nome de Rádi o, e est a descober t a r evol uci onou t ot al ment e o pensament o mundi al sobr e a mat ér i a e a subst ânci a. Se f or em aos l i vr os do sécul o passado ou pesqui sar em em di ci onár i os ant i gos pr ocur ando a def i ni ção do át omo, por exempl o, encont r ar ão Newt on sendo ci t ado. El e def i ni u o át omo como " uma par t í cul a dur a, i ndi vi sí vel e def i ni t i va", al go i ncapaz de di vi são post er i or . Est e er a t i do como o át omo úl t i mo no uni ver so e o ci ent i st a da er a Vi t or i ana o chamava de "a pedr a f undament al do uni ver so" ; el es achavam que havi am i do at é onde er a possí vel i r e que havi am descober t o o que havi a por t r ás de t oda mani f est ação e da pr ópr i a obj et i vi dade. Quando, por ém, o r ádi o e as out r as substânci as r adi oat i vas f or am descober t as, um aspect o i nt ei r ament e novo da si t uação t eve que ser encar ado. Tor nouse cl ar o que o que er a consi der ado a úl t i ma par t í cul a não o er a, de modo al gum. Agor a a def i ni ção do át omo que t emos é: ( est ou ci t ando o St andar d Di ct i onar y) : " Um át omo é um cent r o de f or ça, uma f ase dos f enómenos el ét r i cos, um cent r o de ener gi a at i vo por mei o de sua pr ópr i a composi ção i nt er na e despr endendo ener gi a ou cal or ou r adi ação" . Por t ant o, um át omo é ( como Lor d Kel vi n em 1867 pensou que ser i a em úl t i ma anál i se) um "anel de vór t i ce", ou cent r o de f or ça, e não uma par t í cul a do que compr eendemos como subst ânci a t angí vel . Est a par t í cul a f i nal de mat ér i a, est á pr ovado agor a, se compõe de um núcl eo posi t i vo de ener gi a, cer cado — t al como o sol pel os pl anet as — por mui t os el ét r ons ou cor púscul os negat i vos, desse modo subdi vi di ndo o át omo da ci ênci a pr i mi t i va em numer osos cor pos menor es. Os el ement os di f er em de acor do com o númer o e or denação dest es el ét r ons negat i vos em vol t a de seu núcl eo posi t i vo e el es gi r am ou movem- se em t or no dest a car ga cent r al de el et r i ci dade, do mesmo modo que nosso si st ema pl anet ár i o gi r a ao r edor do sol . O pr of essor Soddy, em um dos seus úl t i mos l i vr os, most r ou que se pode ver um si st ema sol ar i nt ei r o no át omo — o sol cent r al
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pode ser r econheci do, com os pl anet as segui ndo suas ór bi t as em vol t a del e. Dever i a ser cl ar o par a cada um de nós que quando se anal i sa est a def i ni ção do át omo, um concei t o i nt ei r ament e novo de subst ânci a se descor t i na di ant e de nós. As asser ções dogmát i cas est ão, por t ant o, desor gani zadas, por que f i cou consci ent i zado que t al vez a pr óxi ma descober t a possa r evel ar nos o f at o de que os pr ópr i os el ét r ons podem ser mundos dent r o de mundos. Uma especul ação i nt er essant e segundo est a l i nha pode ser encont r ada em um l i vr o de um de nossos pensador es ci ent í f i cos, no qual el e suger e que poder í amos di vi di r e subdi vi di r o el ét r on no que el e chama de " psi cons" , e assi m ser mos l evados par a r ei nos que não são at ual ment e consi der ados f í si cos. I st o pode ser só um sonho, por ém o que est ou pr ocur ando gr avar na mi nha ment e e na de vocês é que mal sabemos onde est amos em r el ação ao pensament o ci ent í f i co, não mai s do que sabemos onde est amos nos mundos r el i gi oso e económi co. Tudo est á passando por um per í odo de t r ansi ção; a vel ha or dem est á mudando; a manei r a ant i ga de ol har as coi sas est á- se most r ando f al sa e i nadequada; as expr essões ant i gas de pensament o par ecem f út ei s. Tudo que o homem cul t o pode f azer agor a é guar dar sua opi ni ão, assegur ar par a si o que l he par ece ver dadei r o, e empenhar - se ent ão par a si nt et i zar aquel e par t i cul ar aspect o da ver dade uni ver sal com aquel e aspect o j á acei t o por seu i r mão. Pode- se af i r mar , assi m, que o át omo se decompõe em el ét r ons e pode expr essar - se em t er mos de f or ça ou ener gi a. Quando t emos um cent r o de ener gi a ou at i vi dade, envol vemo- nos num concei t o dupl o; t emos aqui l o que é a causa do movi ment o ou ener gi a e aqui l o que ent r a em at i vi dade ou at ua. I st o nos l eva di r et ament e ao campo da psi col ogi a, por que a ener gi a ou f or ça sempr e é consi der ada como uma qual i dade, e onde t emos uma qual i dade, est amos r eal ment e consi der ando o campo de f enómenos psí qui cos. Há cer t os t er mos em uso par a denomi nar a subst ânci a, que se evi denci am cont i nuament e e sobr e os quai s há uma ampl a di ver si dade de def i ni ção. Ao exami nar um l i vr o ci ent í f i co, r ecent ement e, f oi desencor aj ador encont r ar o aut or t ent ando most r ar que o át omo do quí mi co, do f í si co, do mat emát i co e do met af í si co er am quat r o coi sas t ot al ment e di ver sas. Est a é out r a r azão por que não se pode ser dogmát i co ao l i dar com est es assunt os. Todavi a, cer t o ou er r ado, t enho uma hi pót ese mui t o def i ni da par a apr esent ar - l hes. Quando f al amos sobr e o r ádi o est amos, pr ovavel ment e, nos avent ur ando no r ei no da subst ânci a et ér i ca, a r egi ão do ét er ou do pr ot i l .
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Pr ot i l é uma pal avr a cri ada def i ni da por el e como se segue:
por
Si r
Wi l l i am Cr ookes
e
" Pr ot i l é uma pal avr a anál oga ao Pr ot opl asma, par a expr i mi r a i dei a da mat ér i a pr i mi t i va or i gi nal , ant es da evol ução dos el ement os quí mi cos. A pal avr a que me at r evi a usar par a est e f i m compõe- se de uma pal avr a gr ega "ant er i or a" e " a mat ér i a da qual as coi sas são f ei t as. " Est amos, por t ant o, f azendo o concei t o da mat ér i a r ecuar at é onde a Escol a Or i ent al sempr e a col ocou, at é a subst ânci a pr i mor di al , à qual o or i ent al i st a chama de "ét er pr i mor di al ", embor a devamos s empr e l embr ar que o ét er da ci ênci a est á há mui t os e mui t os passos do ét er pr i mor di al do ocul t i st a or i ent al . Somos l evados de vol t a àquel e al go i nt angí vel que é a base da coi sa obj et i va que podemos ver , t ocar e mani pul ar . A pr ópr i a pal avr a "subst ânci a" si gni f i ca "aqui l o que per manece sob" ou que j az por t r ás das coi sas Por t ant o, t udo que podemos af i r mar em r el ação ao ét er do espaço é que é o mei o onde a ener gi a ou f or ça f unci ona, ou se f az sent i r . Quando est i ver mos, nest as pal est r as, f al ando de ener gi a e f or ça, e de mat ér i a e subst ânci a, podemos separ á- l as em noss as ment es assi m: Quando f al amos s obr e ener gi a e subst ânci a, est amos consi der ando o que ai nda é i nt angí vel , e usamos f or ça em r el ação à mat ér i a, quando l i damos com aquel e aspect o do obj et i vo que nossos ci ent i st as est ão def i ni t i vament e est udando. A subst ânci a é o ét er em um de seus mui t os gr aus e o que j az por t r ás da pr ópr i a mat ér i a. Quando f al amos de ener gi a, deve ser aquel a que dá ener gi a, a que é a or i gem daquel a f or ça que se demonst r a na mat ér i a. É aqui que pr ocur o pôr a ênf ase. De onde vem est a ener gi a, e o que é el a? Os ci ent i st as est ão r econhecendo, cada vez mai s cl ar ament e, que o át omo possui qual i dades, e ser i a i nt er essant e se t omássemos dos di f er ent es l i vr os ci ent í f i cos que l i dam com o assunt o da mat ér i a at ômi ca e anot ássemos quai s dos i númer os e var i ados t er mos poder i am ser t ambém apl i cados a um ser humano. J á t ent ei i st o em pequena escal a e achei mui t o el uci dat i vo. Ant es de t udo, como sabemos, di z- se que o át omo poss ui ener gi a e o poder de mudar de um modo de at i vi dade par a out r o. Um escri t or obser vou que "a i nt el i gênci a absol ut a vi br a at r avés de cada át omo do mundo". A pr opósi t o, quer o most r ar - l hes o que Edi son decl ar ou a um r epór t er no Har per ' s Magazi ne de Fever ei r o de 1890, o que f oi ampl i ado no Sci ent i f i c Amer i can de Out ubr o de 1920. No exempl o ant er i or el e é ci t ado como se segue:
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" Não acr edi t o que a mat ér i a sej a i ner t e, at i vada por uma f or ça ext er na. Par ece- me que cada át omo possui uma cer t a quant i dade de i nt el i gênci a pr i mi t i va". "Obser vem os mi l har es de modos pel os quai s os át omos de hi dr ogéni o se combi nam com os dos out r os el ement os, f or mando as mai s var i adas substânci as. Pr et endem di zer que el es f azem i sto sem i nt el i gênci a? Os át omos em r el ação har moni osa e út i l assumem f or mas e cor es bel as i nt er essant es ou exal am um per f ume agr adável , como se expr i mi ssem sua sat i sf ação. . . . uni dos em cer t as f or mas, os át omos const i t uem ani mai s de or dem i nf er i or . Fi nal ment e el es se combi nam no homem, que r epr esent a a i nt el i gênci a t ot al de t odos os át omos" . " Mas de onde se or i gi na est a i nt el i gênci a?" repórter.
per gunt ou o
" De al guma f or ça mai or do que nós" , Edi son r espondeu. " Ent ão o senhor acr edi t a num Cr i ador i nt el i gent e, pessoal ?
num Deus
" Cer t ament e. A exi st ênci a de t al Deus, em mi nha opi ni ão, pode ser pr ovada pel a quí mi ca". Na l onga ent r evi st a ci t ada no Sci ent i f i c Amer i can, Edi son pr opôs um númer o de suposi ções mui t o i nt er essant es das quai s sel eci onei as segui nt es: 1. A vi da, como a mat ér i a, é i ndest r ut í vel . 2. Nossos cor pos s ão compost os de mi r í ades de ent i dades i nf i ni t esi mai s, cada uma sendo uma uni dade de vi da; do mesmo modo que o át omo compõe- se de mi r í ades de el ét r ons. 3. O ser humano at ua mai s como um conj unt o do que uma uni dade; cor po ment e expr i mem o vot o ou voz das ent i dades de vi da. e
4. As ent i dades de vi da const r óem de acor do com um pl ano. Se uma par t e da vi da do or gani smo f or mut i l ada, el as se r econst r oem exat ament e como ant es. . . 5. A ci ênci a admi t e a di f i cul dade de t r açar a l i nha ent r e o i nani mado e o ani mado: t al vez as ent i dades de vi da est endam suas at i vi dades aos cr i st ai s e às subst ânci as quí mi cas. . . 6. As ent i dades vi t ai s vi vem par a sempr e de modo que, at é est e pont o, pel o menos, a vi da et er na pel a qual ansi amos é uma r eal i dade. Em um di scur so pr of er i do por Si r Cl i f f or d Al l but , Pr esi dent e da Associ ação Médi ca Br i t âni ca, t al como r el at ado no Li t er ar y
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Di gest de 26 de f ever ei r o de 1921, el e f ai a da habi l i dade do mi cr óbi o em sel eci onar e r ej ei t ar , e no desenr ol ar de suas obser vações el e di z: " Quando o mi cr óbi o se encont r a no cor po do seu hospedei r o el e pode est ar compl et ament e em desacor do ou em compl et o acor do com al gumas ou t odas as cél ul as das quai s se apr oxi ma; em qual quer dos casos nada mór bi do pr esumi vel ment e acont ece. . . os acont eci ment os mór bi dos encont r ar - se- i am ent r e est e mi cr óbi o e as cél ul as cor por ai s dent r o de seu al cance, mas não af i nadas com el e. At ual ment e par ece haver r azão par a supor que um mi cr óbi o, ao apr oxi mar - se de uma cél ul a cor por al f or a de seu al cance, possa t ent ar vár i as manei r as de consegui r se pr ender . Se consegui r , o mi cr óbi o, a pr i ncí pi o i nócuo, t or nar - se- i a noci vo. Assi m, por out r o l ado, as cél ul as cor por ai s podem di sci pl i nar - se par a vi br ar em har moni a com um mi cr óbi o ant es di ssonant e; ou poder á haver adapt ação e i nt er câmbi o mút uos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . " Se, por ém, as coi sas são ass i m, est amos di ant e de uma f acul dade mar avi l hosa e de al t o al cance, a f acul dade de sel eção, e est a el evando- se desde a base absol ut a da bi ol ogi a at é o ápi ce — f acul dade f or mat i va — " aut o- det er mi nação" ou, se pr ef er i r em, " ment e" . Em 1895, Si r Wi l l i am Cr ookes , um dos nos sos mai or es ci ent i st as, pr of er i u uma i nt er essant e pal est r a par a um gr upo de quí mi cos na Gr ã- Br et anha, onde f al ou sobr e a habi l i dade do át omo par a escol her seu pr ópr i o cami nho, r ej ei t ar e sel eci onar , e most r ou que a sel eção nat ur al pode ser encont r ada em t odas as f or mas de vi da, do ent ão át omo f i nal , par a ci ma, passando por t odas as f or mas da exi st ênci a. Em out r o ar t i go ci ent í f i co, o át omo é consi der ado como possui ndo t ambém sensações:
post er i or ment e
" A r ecent e cont r ovér si a quant o à nat ur eza dos át omos, que devemos consi der ar de al guma manei r a como os f at or es f i nai s, em t odos os pr ocessos f í si cos ou quí mi cos, par ece encont r ar a mai s f áci l sol ução pel a concepção de que essas mi núscul as massas possuem — como cent r os de f or ça — uma al ma per si st ent e, e que cada át omo t em sensações e poder de movi ment o" . Tyndal l most r ou t ambém que at é os pr ópr i os át omos par ecem ser " i nst i nt o com desej o de vi da". Se vocês t omar em est as qual i dades di ver sas do át omo — ener gi a, i nt el i gênci a, habi l i dade de sel eci onar e r ej ei t ar , de at r ai r e r epel i r , sensação, movi ment o e desej o —, vocês
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t er ão al al go mui t o par par eci do co com a psi psi co coll ogi a de de um ser humano, soment e dent r o de de um r ai o mai s l i mi t ado ado e de um gr au mai s ci r cun cunscr i t o. Por t ant o, não v vo ol t amos ao que po poder i a ser ser c hamado de " psi ps i que do át omo?" o? " Des escobr cobr i mos que o át omo é uma ent ent i dade ade vi va, va, um mundozi nho vi vi br ant ant e, e qu que dent r o de sua sua esf er a de de i nf l uênci a ou out r as pe pequenas vi das de devem se serr encont encont r adas adas e i s t o exat exat ament ent e no no mesmo sen s entt i do que cada um um de nós é um uma e en nt i dade, ou núcl eo po posi t i vo de f or ça ça,, ou vi da, con co nser van vando de dent r o de de no nossa e esf sf er a de de i nf l uênci a o ou ut r as vi das menor es, i st o é, é, as cé céll ul as e nosso cor cor po. O que se pode ode di zer de nós, podeode- se di di zer , na devi da pr opor opor ção, ção, do át át omo. Est enda endam mos nos nos s a i dei dei a do át omo um pouco pouco mai s e abor abor dem demos o que que pod pode e ser f unda undam ment ent al ment ent e a causa e cont cont er a sol s ol ução ução dos dos pr obl obl emas mundi undi ai s . Est e concei t o do át omo como uma dem demonst onst r ação ação posi t i va de ener ener gi a, conser conser van vando dent ent r o do al cance cance de sua at i vi dade ade seu opost opost o pol ar , pode ode est ender - se não não só par par a cad cada t i po de de át át omo, mas t ambém par a um um ser hum humano. ano. Podem Podemos consi der der ar cada uni uni dade dade da da f amí l i a hum humana ana c omo um át omo humano, por que no no homem t emos s i mpl es esm ment e um át omo mai or . El e é um ce cen nt r o de f or ça posi t i va, va, co con nser van vando dent r o da per i f er i a de sua sua esf er a de i nf l uênci a as as cél cél ul as de de seu se u co corr po: el e most r a di di scr i mi naçã ção o, i nt el i gênci a e ener gi a. Est a di f er ença exi st e, mas só em em gr au. El e possui ssui uma consci consc i ênci ênci a mai s ampl a e vi br a num numa medi edi da mai or do que que o pequeno pequeno át omo do quí mi co. Poder í amos est Pod est ender a i dei a ai ai nda mai s e consi consi der ar um pl ane anet a com como um um át omo. Ta Tall vez vez haj haj a, dent r o do do pl pl ane anet a, uma vi da qu que sust ent e a sub subst ânci ânci a da da esf esf er a e t odas odas a ass f or mas de de vi da par par a si como um um t odo odo coe coeso, e qu que t enh enha um um âmbi t o de de i nf l uênci a espe especí cí f i co I st o pod pode e soa soarr como uma especu specull ação ação ousad ousada a, co con nt udo, j ul gando por anal ogi a, t al vez vez po possa ha haver ver dent r o da da esf esf er a pl pl anet ár i a um uma En Ent i dade cuj cuj a con consci ênci a est ej a t ão di di st ant ant e da da do do hom homem quant ant o a consci consci ênci ênci a do do hom homem est á do át omo da quí quí mi ca. Est e pen pensam sament ent o pod pode e ai ai nda ser l evad evado o mai s adi adi ant ant e, at é i ncl ui r o át át omo do do si st ema sol sol ar . Lá Lá,, no co corr açã ção o do do si st ema sol ar , o so soll , t emos o ce cen nt r o posi t i vo de ener gi a, sust sust ent ando os pl pl anet as de dent r o de de sua sua esf er a de de i nf l uênci a. Se dent r o do át omo t emos i nt el i gênci gênci a; se no ser hum humano ano t emos i nt el i gênci a; se de dent r o do do pl pl anet a t emos uma I nt el i gênci a con co nt r ol ando t odas as s uas f unçõ çõe es, não se serr á l ógi co est ender a i dei a e af i r mar uma I nt el i gênci a ai nda mai or por t r ás da daquel e át omo mai or , o si st ema sol ar ? I st o nos nos l eva, eva, f i nal ment e, ao pont ont o de de vi st a q qu ue o mundo r el i gi oso sem sempr e sust sust ent ou, ou, aqu aquel e da exi st ênci a de um Deus, um Ser Di vi no. Onde o cr i st ão or t odoxo di r i a co com m r ever ênci a,
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Deus, o c i ent i sta co com i gual r ef er ênc i a di r i a, Ener gi a; cont cont udo, ambos qu quer i am di zer o mesmo. Onde o pr of essor i deal i st a f al asse do " Deus- i nt er i or " da f or ma humana, out r os, com co m i gual pr eci sã são o f al ar i am da "f acul cul dade ener gi sa san nt e" do do homem, a qu qual o l eva a um uma at at i vi dade ade de de nat nat ur eza f í si ca, emoci onal onal e ment al . Em t oda oda p par ar t e en encont cont r am- se cen cent r os de de f or ça e a i dei a pode se serr est endi da de um ce cen nt r o de de f or ça t al como um um át omo qu quí mi co, par a di di ant ant e e par a ci ma, at r avés avés dos dos mai s va varr i ados de degr aus e gr gr upos de de t ai s ce cen nt r os i nt el i gent es, at é o hom homem, e daí daí at é a Vi Vi da que que est á se mani ani f est ando ando at r avé avés do si st ema. Assi ss i m se de demonst onst r a um um To Tod do mar avi avi l hoso e si nt ét i co co.. São Paul o pôde t er t i do al go di sso em ment e, quando f al ou sobr sobr e o Homem Cel est i al . Pel o " co corr po de Cr i st o" el e ce cerr t ament e quer di zer t odas odas a aq quel as un uni dade ades da da f amí l i a humana ana qu que se sust sust ent am dent r o de de Su Sua e esf sf er a de de i nf l uênci a, e que const const i t uem Seu cor po como o agr agr egado ado das cél cél ul as f í si cas f or ma o cor cor po f í si co do homem. O que é nece ecess ss ár i o nest nest es di di as de subl subl evaçã evação o r el i gi osa é que est as ver ver dades ades f undament ent ai s do Cr i st i ani smo se sejj am demonst r adas com como ve ver dades ci ent í f i ca cas. s. Pr eci sa sam mos t or nar a r el i gi ão ci ent í f i ca ca.. Há um um escr i t o sân sânscr i t o mui t o i nt er essant ssant e, que da dat a de de há mi l har es de anos, que me a ave ven nt ur o a ci t ar aqui . El e di di z: " Cada ada f or ma da t er r a e cada cada pon pontt o ( át omo) do espaço, empenh penhaase,, em se se seu us esf esf or ço ços, s, par a a au aut o- f or maçã ção o e em se seg gui r o mode odel o est abe abel eci do par a el e no Homem Cel est i al . A i nvol vol ução e a evol uçã ção o do át omo . . . . . . . . . . t êm um só e o mesmo obj et i vo: o Hom Homem" . Você cêss per per ce ceb bem que gr gr ande esp espe er ança ça,, co com m est e con conce ceii t o, se abr abr e di di ant ant e de de nós? nós? Não Não um át omo de de mat ér i a, most r and ando i nt el i gênci a l at ent e, di scr i mi naçã ção o e poder se sell et i vo, mas, no cur cur so das das er er as, al cançar cançar á aq aquel a et et apa apa mai s adi adi ant ant ada ada de de consci consc i ênci ênci a que que chamamos de hum humana. ana. Cer t ament ent e, ent ent ão, o át omo hum humano ano deve deverr á i gual gual ment ent e pr pr ogr ogr edi edi r at é al go mai s ampl ament ent e con consci ent ent e, e f i nal ment ent e al al cançar cançar a et et apa apa de de desen desenvo voll vi ment ent o daq daqu uel as gr gr and andes En Ent i dades ades cuj cuj os cor pos pos ssão ão át omos pl anet anet ár i os; e par par a El El as, t ambém, o qu que há? há? A conq conqui st a daq daqu uel a et et apa apa de de com compl et a con consci ênci ênci a a que chamamos de Deus eus , ou Logos Logos Sol Sol ar . Cer t ament ent e est e en enss i nament ent o é l ógi co e pr át i co co.. A vel ha i nj unçã ção o ocul cul t a que di zi a ao homem " Conhece ce-- t e a t i mesmo, poi s, é em t i que se serr á encon encontt r ado ado t udo o que há há par par a ser conh conheci do" é ai ai nda a r egr egr a par par a o est est udant ant e sábi sábi o. Se cada cada um um de nós nós nos nos consi der ássemos ci ent i f i cament e com como cen cent r os de de f or ça sust sust ent and ando a mat ér i a de nossos cor cor pos de dent r o de nosso r ai o de de cont cont r ol e e, e, desse ss e modo, odo, t r abal abal hand ando nel nel es e at r avés avés del del es, t er í amos um uma hi pót ese pel pel a qu qual t odo odo o esqu esquem ema cósmi co pod poder er i a ser i nt er pr et ado. Se, co com mo Ei Ei nst ei n sug suger e, nosso si st ema sol sol ar
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não não pass passa a de de u um ma esf esf er a, dádá- se mai or f or ça à ded deduçã ução o de de q que ue el e, por sua sua ve vez, pode ser ser um át omo cósm cósmi co co;; t er í amos assi m um l ugar dent r o de um esque squema ai ai nda mai or , e t er í amos um um cen ce nt r o em em t or no do do qu qual nosso si st ema gi gi r a e no qu qual el e é como o el ét r on par par a o át omo. Noss ossos os ast r ónom ónomos nos nos di zem que que t odo odo o nosso si st ema pr pr ovav ovavel el ment ent e gi gi r a ao ao r edor edor de um pont ont o cen ce nt r al no cé céu u. Desse modo, odo, a i dei a bási bási ca a qu que t enh enho pr pr ocur ocur ado ado dar dar ênf ênf ase pod pode ser ser del i nea eada da em t oda oda sua sua ext ext ensão, ensão, at r avés avés d do o át át omo do do quí mi co e do f í si co, at r avé avés do hom homem, at r avé avés da Vi Vi da at i vad vador a de de um pl anet a, at é o Lo Logos, a di di vi ndade do do no nosso si st ema so soll ar , a I nt el i gênci a ou Vi da que exi st e por t r ás de de t oda oda mani ani f est ação ação ou nat ur eza, za, e assi assi m at é al al gum esqu squema ai nda nda mai or no qua quall at é nos nos s o Deu Deuss t enha enha que que desem desempenh penhar ar Seu Seu papel e enco con nt r ar Seu l ugar . Se f or ver ver dadei r o, é um quadr o mar avi avi l hoso oso.. a
Est a noi t e não posso ocup ocupar - me com os di di f er ent es gr gr aus aus de de desenvo senvoll vi ment o de dest a i nt el i gênci a qu que an ani ma t odos odos os át omos, por ém gost ar i a, por al guns moment os, de de dedi car - me ao ao qu que t al vez vez s ej a o mét odo odo de de sua sua evo evoll ução, ção, do pon pontt o de de vi vi st a hum humano ano ( que que nos nos di z r espei espei t o mai s de per per t o) , l embr ando ando sempr e que que o que é ver ver dadei adei r o em em um át omo dev deve e ser t ambém em mai or ou menor enor pr opor opor ção em em t udo. udo. Ao consi consi der ar de manei anei r a am ampl a os os át omos do si st ema sol ar , i ncl usi ve o pr ópr i o si st ema, há duas coi coi sas qu que devem se serr l evadas em co con nsi der açã ção o: a pr pr i mei r a ó a v vii da i nt ensa e a at i vi dade ade do pr pr ópr ópr i o át át omo e sua sua en ener gi a at ómi ca i nt er na; e a seg se gunda é a sua sua i nt er açã ção o com com out r os át omos — r epel i ndo al guns e at r ai ndo out r os. Tal vez, ent ão, par t i ndo dest es f at os, poss poss amos dedu deduzi zi r que que o mét odo odo de de evol evol ução par par a cada cada át omo sej a devi evi do a duas cau causas: a vi vi da i nt er na do do pr pr ópr ópr i o át omo e sua i nt er ação ação ou r el ação ação com out out r os át át omos. Est as duas duas et apas apas s ão apar apar ent ent es na evol evol ução do do át omo hum humano. ano. A pr i mei r a f oi ace cen nt uada po por Cr i st o qu quando El El e di di sse sse:: " O r ei no de Deus eus est es t á den dentt r o de de vós" vós" , dess dess e modo odo i ndi ndi cando cando a t odos odos os át omos humanos anos o cam c ami nho nho par par a o cent r o de vi da ou ener ener gi a dent r o del es pr pr ópr i os e en ensi nando- l hes que que dest e ce cen nt r o, e at r avés del del e, el es po poder i am expandi r - se e cr esce scerr . Cada um um de nós est est á con consci ent e de est est ar ce cen nt r al i zado zado dent r o de de si mesmo; cad ca da um um co con nsi der a t udo de de seu seu pr ópr i o po pont o de de vi vi st a e os aco ac ont eci ment o ext ext er i or es são par t i cul cul ar ment e i nt er essant ssant es na pr opor opor ção que que di di zem r espei espei t o a nós nós mesmos. Nós nos ocupa ocupam mos com as coi coi sas à medi da que el as nos nos af af et am pessoa ss oall ment e, e t udo que acon acont ece ao aoss out out r os nu num cer t o est ági ági o de nossa evol evol ução só é i mpor t ant ant e por que t ambém nos di di z r espei spei t o. Est e é o est ági o at ual de mui t as e é a ca carr act er í st i ca da mai or i a; é o per í odo de de i nt enso i ndi vi dual i smo no no qu qual o con conce ceii t o do do
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" Eu" é de supr ema i mpor t ânci a. El e envol ve mui t a at i vi dade i nt er na. O segundo est ági o de desenvol vi ment o do át omo é at r avés de sua i nt er ação com t odos os demai s, e i st o é al go que só agor a est á começando a despont ar na i nt el i gênci a humana, e a ass umi r sua mer eci da i mpor t ânci a. Est amos só começando a compr eender o si gni f i cado r el at i vo da compet i ção e da cooper ação, e no l i mi ar da consci ent i zação de que não podemos vi ver nossas vi das egoi st i cament e e separ ados do gr upo ao qual per t encemos; est amos começando a apr ender que se nosso i r mão est á cont i do sem f azer pr ogr esso e se os out r os át omos humanos não est ão vi br ando como dever i am, cada át omo no cor po do gr upo é af et ado. Nenhum de nós est ar á compl et o at é que t odas as out r as uni dades t enham al cançado seu desenvol vi ment o compl et o e pl eno. Na pr óxi ma semana ampl i ar ei um pouco est e t ópi co, ao abor dar o t ema da const r ução da f or ma. Ao concl ui r a pal est r a dest a noi t e, desej o t ão soment e t r azer à consci ênci a de t odos uma apr eci ação do l ugar que cada um de nós possui no esquema ger al , e habi l i t ar - nos a consci ent i zar a i mpor t ânci a da i nt er ação que exi st e ent r e t odos os át omos. Desej o most r ar a necessi dade de encont r ar nosso l ugar no gr upo a que nat ur al ment e per t encemos ( no qual somos como os el ét r ons par a o pól o posi t i vo) , par a daí pr ossegui r mos em nosso t r abal ho dent r o de um át omo mai or , o gr upo. I st o f az de t oda a hi pót ese não só um sonho ousado, mas um i deal pr at i cament e út i l . Se f or ver dade que t odas as cél ul as de noss os cor pos, por exempl o, são os el ét r ons que mant emos j unt os, coesos, e se somos o f at or at i vador de ener gi a dent r o da f or ma mat er i al , é de suma i mpor t ânci a que r econheçamos est e f at o e que nos ocupemos cor r et a e ci ent i f i cament e com est as f or mas e seus át omos. I st o i ncl ui o cui dado pr át i co com o cor po f í si co e a adapt ação sensat a de t oda nossa ener gi a ao t r abal ho a ser f ei t o e à nat ur eza de nosso obj et i vo; t or na necessár i a a ut i l i zação pr udent e daquel e agr egado de cél ul as que é nosso i nst r ument o, ou f er r ament a, e nossa esf er a de mani f est ação. I st o é al go do qual ai nda sabemos pouco. Quando est e pensament o est i ver desenvol vi do e o ser humano f or r econheci do como um cent r o de f or ça, a at i t ude das pessoas em r el ação ao seu t r abal ho e modo de vi da ser á f undament al ment e al t er ada. O pont o de vi st a do mundo médi co, por exempl o, ser á modi f i cado e as pess oas est udar ão os mét odos cor r et os de ut i l i zação de ener gi a. A doença pel a i gnor ânci a não mai s exi st i r á e os mét odos de t r ansmi ssão de f or ça ser ão est udados e segui dos. Ser emos, ent ão, át omos ver dadei r ament e i nt el i gent es — uma coi sa que ai nda não somos.
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Al ém do mai s, ser emos não soment e pr át i cos na ut i l i zação de nossos cor pos mat er i ai s, por que ent endemos sua const i t ui ção, mas encont r ar emos consci ent ement e nosso l ugar no gr upo e di r i gi r emos nossa ener gi a par a o benef í ci o do gr upo e não, como agor a, par a o f avor eci ment o de nossos pr ópr i os f i ns. Mui t os át omos t êm, não só uma vi da pr ópr i a i nt er na, mas t ambém i r r adi am, e, à medi da que a r adi oat i vi dade f or gr adual ment e compr eendi da, o est udo do homem como um cent r o de r adi ação at i va t omar - se- á r eal i dade t ambém. Nos di as de hoj e est amos no l i mi ar de descober t as mar avi l hosas; est amos nos apr oxi mando de uma sí nt ese mar avi l hosa do pensament o mundi al ; est amos avançando par a o per í odo em que ci ênci a e r el i gi ão aj udar - se- ão mut ual ment e e quando a f i l osof i a adi ci onar á sua quot a à compr eensão da ver dade. O uso da i magi nação abr i r á, f r equent ement e, uma vi são mar avi l hosa e se est a i magi nação se basear nos f at or es essenci ai s e começar com uma hi pót ese l ógi ca, t al vez nos l eve à sol ução de al guns dos mi st ér i os e pr obl emas que est ão at or ment ando o mundo agor a. Se as coi sas nos par ecem mi st er i osas e i nexpl i cávei s, não ser á devi do àquel a gr ande Ent i dade Que est á- se mani f est ando at r avés de nosso pl anet a e Que est á el abor ando um pl ano e pr opósi t o def i ni dos, do mesmo modo como eu e você f azemos com nossas vi das. Às vezes l evamos nosso veí cul o f í si co a si t uações, e cr i amos di f i cul dades dol or osas e af l i t i vas em r el ação a el e; assegur ada a hi pót ese sobr e a qual est amos t r abal hando, ser á, por t ant o, l ógi co, supor que a gr ande I nt el i gênci a de nosso pl anet a do mesmo modo l eva Seu cor po de mani f est ação ( no qual se i ncl ui a f amí l i a humana) a si t uações que são af l i t i vas par a os át omos. Cer t ament e, ser á l ógi co supor que o mi st ér i o de t udo que vemos à nossa vol t a pode est ar ocul t o na vont ade e obj et i vo i nt el i gent e daquel a Vi da mai or , Que t r abal ha por i nt er médi o de nosso pl anet a como o homem t r abal ha por i nt er médi o de seu cor po f í si co e, cont udo, Que é El e mesmo, não mai s do que um át omo dent r o de uma esf er a ai nda mai or , a qual é habi t ada pel o Logos sol ar , a I nt el i gênci a Que é a soma t ot al de t odas as vi das i nf er i or es.
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A EVOLUÇÃO DA FORMA OU EVOLUÇÃO DO GRUPO Est a noi t e quer o ampl i ar a i dei a bási ca da uni dade da consci ênci a, ou da i nt el i gênci a, t al como f oi desenvol vi da na pal est r a ant er i or , e est ender um pouco mai s o concei t o. Foi di t o que t oda evol ução pr ocede do homogéneo, at r avés da het er ogenei dade, de vol t a à homogenei dade e demonst r ei que: " A evol ução é uma mar cha cada vez mai s acel er ada de t odas as par t í cul as do uni ver so que as l eva, si mul t aneament e, por um cami nho semeado pel a dest r ui ção, por ém i ni nt er r upt o e sem vaci l ação, do át omo mat er i al at é aquel a consci ênci a uni ver sal na qual a oni pot ênci a e a oni sci ênci a são compr eendi das; numa pal avr a, at é à consci ent i zação compl et a do Absol ut o, de Deus". I st o vem daquel as mi núscul as di ver si f i cações a que chamamos de mol écul as e át omos, at é seus agr egados ao se const i t uí r em em f or mas; e cont i nua, at r avés da const r ução daquel as f or mas em f or mas mai or es, at é que t enhamos um si st ema sol ar compl et o. Tudo acont eceu de conf or mi dade com l ei , e as mesmas l ei s bási cas comandam t ant o a evol ução do át omo quant o a evol ução de um si st ema sol ar . O macr ocosmo r epet e- se no homem, e o mi cr ocosmo, por sua vez, se r ef l et e em t odos os át omos menor es. a
Est as obser vações e a pal est r a ant er i or di zem r espei t o, pr i mei r ament e, à mani f est ação mat er i al de um si st ema sol ar , por ém pr ocur ar ei pôr a ênf ase de nossas pal est r as f ut ur as, pr i nci pal ment e, no que poder í amos chamar de evol ução psí qui ca, ou a demonst r ação gr adual e o pr ocess o evol ut i vo daquel a i nt el i gênci a subj et i va, ou consci ênci a, que j az por t r ás da mani f est ação obj et i va. Como de cost ume, di vi di r ei est a pal avr a em quat r o par t es: Pr i mei r o, t omar emos o obj et i vo do pr ocesso evol ut i vo, o qual , nest e caso par t i cul ar , é a evol ução da f or ma, ou do gr upo; a segui r , o mét odo de desenvol vi ment o gr upai ; depoi s est udar emos os est ági os que se seguem dur ant e o ci cl o de evol ução e, f i nal ment e, concl ui r emos com uma t ent at i va de ser mos pr át i cos, t i r ando de nossas concl usões al guma l i ção apl i cável à nossa vi da di ár i a. A pr i mei r a coi sa que pr eci samos f azer é consi der ar , de al gum modo, a quest ão do que é r eal ment e ur na f or ma. Se f or mos a um di ci onár i o encont r ar emos a segui nt e def i ni ção: " A f or ma ou conf i gur ação ext er na de um cor po" . Nest a def i ni ção f oi dada ênf ase à sua apar ênci a ext er i or , sua t angi bi l i dade e mani f est ação exot ér i ca. Est e pensament o é t ambém t r azi do à
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bai l a se o si gni f i cado do r adi cal da pal avr a " mani f est ação" f or cui dadosament e est udado. El a vem de duas pal avr as l at i nas, si gni f i cando ' t ocar ou l i dar com a mão' ( manus, a mão, e f ender e, t ocar ) e ent ão a i dei a que vem à nossa ment e é o pensament o t r í pl i ce, daqui l o que pode ser sent i do, t ocado e compr eendi do como t angí vel . Cont udo, em ambas as i nt er pr et ações per de- se de vi st a a par t e mai s i mpor t ant e do concei t o e devemos vol t ar - nos par a out r o l ado, a f i m de encont r ar mos uma def i ni ção mai s ver dadei r a. Em mi nha opi ni ão, Pl ut ar co dá a i dei a da mani f est ação do subj et i vo por mei o da f or ma obj et i va, de uma manei r a mui t o mai s escl ar ecedor a que o di ci onár i o. El e di z: " Uma i dei a é um ser i ncor pór eo, que não t em subsi st ênci a por si só, mas dá f or ma e i magem à mat ér i a amor f a, e t or na- se a causa da mani f est ação". Temos aqui uma f r ase mui t o i nt er ess ant e, de um sent i do r eal ment e ocul t i st a. é uma f r ase que compensar á uma r ef l exão e est udo cui dadosos, por que engl oba um concei t o que di z r espei t o não só àquel a pequena mani f est ação, o át omo do quí mi co e do f í si co, mas t ambém a t odas as f or mas que se const i t uem por seu mei o; i ncl ui ndo a mani f est ação de um ser humano da Di vi ndade de um si st ema sol ar , aquel a gr ande Vi da que abr ange t udo, aquel a Ment e uni ver sal , aquel e vi br ant e cent r o de ener gi a e aquel a gr ande consci ênci a envol vent e que chamamos de Deus, ou For ça, ou Logos, a Exi st ênci a que se expr essa por i nt er médi o do si st ema sol ar . Na Bí bl i a cr i st ã, o mesmo pensament o sur ge em uma car t a de São Paul o à I gr ej a de Éf eso. No segundo capí t ul o da Epí st ol a aos Éf esos, el e di z: " Nós somos sua ( del e) obr a" . Li t er al ment e, a t r adução cor r et a do gr ego é: " Somos seu poema, ou i dei a", e o pensament o na ment e do apóst ol o é que, por i nt er médi o de cada vi da humana ou do agr egado de vi das que compõem um si st ema sol ar , Deus est á, por mei o da f or ma, qual quer que est a sej a, el abor ando uma i dei a, um concei t o especí f i co, ou um det al hado poema. Um homem é um pensament o encar nado e est e é t ambém o concei t o l at ent e na def i ni ção de Pl ut ar co. Temos aí , pr i mei r o, a i dei a de uma ent i dade aut oconsci ent e, depoi s o r econheci ment o do pensament o ou pr opósi t o que aquel a ent i dade est á pr ocur ando expr essar e, f i nal ment e, o cor po, ou f or ma, que é o r esul t ado subsequent e. O t er mo Logos, t r aduzi do como o Ver bo, é f r equent ement e usado no Novo Test ament o, ao f al ar da Di vi ndade. A pass agem not ável , onde est e é o caso, é o pr i mei r o capí t ul o do Evangel ho de São J oão, onde as pal avr as apar ecem: " No começo er a o Ver bo, e a pal avr a est ava com Deus e a pal avr a er a Deus" . Exami nemos por um mi nut o o sent i do da expr essão. Sua
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t r adução l i t er al é "a Pal avr a" e f oi def i ni da como " t r ansf or mar um pensament o ocul t o em uma expr essão obj et i va" . Se t omar mos qual quer subst ant i vo ou pal avr a si mi l ar , por exempl o, e est udar mos seu si gni f i cado obj et i vo, chegar emos à concl usão que há sempr e um pensament o def i ni do t r ansmi t i do à ment e, envol vendo pr opósi t o, i nt enção ou t al vez al gum concei t o abst r at o. Se est e mesmo mét odo de est udo puder ser ampl i ado par a i ncl ui r a i dei a da Di vi ndade ou do Logos, podese escl ar ecer bast ant e est a quest ão r ecôndi t a da mani f est ação de Deus, a I nt el i gênci a cent r al , por mei o da f or ma mat er i al , quer O vej amos mani f est ado at r avés da f or ma mi núscul a de um át omo quí mi co, quer a daquel e Seu cor po f í si co gi gant esco a que chamamos de um si st ema sol ar . Em noss a pal est r a da semana passada, chegamos à concl usão que havi a uma coi sa que podi a ser conf i r mada em t odos os át omos e que os ci ent i st as em t oda par t e est avam chegando ao r econheci ment o de uma car act er í st i ca di st i nt a. Os át omos most r ar am poss ui r si nt omas de ment e e uma f or ma r udi ment ar de i nt el i gênci a. O át omo apr esent a a qual i dade de di scr i mi nação, ou poder sel et i vo, e a habi l i dade de at r ai r ou r epel i r . Pode par ecer cur i oso usar a pal avr a i nt el i gênci a em conexão com um át omo de quí mi ca, por exempl o. Por ém o r adi cal da pal avr a abr ange est a i dei a per f ei t ament e. El e vem de duas pal avr as l at i nas: i nt er ( ent r e) e l eger e ( escol her ) . A i nt el i gênci a, por t ant o, é capaci dade de pensar ou escol her , de sel eci onar e de di scr i mi nar . É, na ver dade, aquel e al go abst r at o, i nexpl i cável , que j az por t r ás da gr ande l ei de at r ação e r epul são, uma das l ei s bási cas de mani f est ação. Est a f acul dade f undament al da i nt el i gênci a car act er i za t oda mat ér i a at ômi ca e t ambém comanda a const r ução de f or mas, ou a agr egação de át omos. a
Ant er i or ment e, nos ocupamos do át omo per se, mas não consi der amos sua par t i ci pação na const i t ui ção de uma f or ma ou naquel a t ot al i dade de f or mas a que chamamos um r ei no na nat ur eza. Consi der amos de al gum modo a nat ur eza ess enci al do át omo e sua car act er í st i ca pr i már i a de i nt el i gênci a e demos ênf ase àqui l o a par t i r do que, como sabemos, t odas as f or mas são const r uí das — t odas as f or mas nos r ei nos mi ner al , veget al , ani mal e humano. Na soma t ot al de t odas as f or mas, t emos a t ot al i dade da nat ur eza como ger al ment e é compr eendi da. Agor a, est endamos nossa i dei a das f or mas i ndi vi duai s que vão at é a const i t ui ção de qual quer dest es quat r o r ei nos da nat ur eza e as vi sual i zemos como pr ovendo aquel a f or ma ai nda mai or a que chamamos o pr ópr i o r ei no, e ass i m consi der emos aquel e r ei no como uma uni dade consci ent e, f or mando um t odo homogéneo. Ass i m, cada r ei no na nat ur eza pode ser consi der ado
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como f or necendo uma f or ma at r avés da qual pode mani f est ar - se uma consci ênci a de al guma espéci e ou gr au. Do mesmo modo, o agr egado de f or mas ani mai s compõe aquel a f or ma mai or a que chamamos o pr ópr i o r ei no, e est e r ei no ani mal t ambém t em seu l ugar dent r o de um cor po ai nda mai or . At r avés dest e r ei no uma vi da consci ent e pode est ar buscando expr essão e, at r avés da r euni ão dos r ei nos, uma vi da subj et i va mai or ai nda, pode est ar pr ocur ando mani f est ar - se. Em t odos est es r ei nos que est amos consi der ando — mi ner al , veget al , ani mal e humano — t emos novament e t r ês f at or es pr esent es, consi der ando, nat ur al ment e, que a base de nosso r aci ocí ni o est ej a cor r et a: pr i mei r o, que o át omo pr i mi t i vo é, em si mesmo, uma vi da; segundo, que t odas as f or mas se const r óem de uma mul t i pl i ci dade de vi das, e assi m um t odo coer ent e est abel ece- se, at r avés do qual uma ent i dade subj et i va el abor a um pr opósi t o; t er cei r o, que a vi da cent r al dent r o da f or ma é seu i mpul so pr opul sor , a f ont e de sua ener gi a, a or i gem de sua at i vi dade e o que f i xa a f or ma como uma uni dade. Est e pensament o pode mui t o bem ser el abor ado, por exempl o, em col abor ação com o homem. Par a os f i ns de nossa pal est r a, o homem pode ser def i ni do como aquel a ener gi a cent r al , vi da, ou i nt el i gênci a, que oper a por mei o de uma mani f est ação mat er i al ou f or ma, est a f or ma sendo const r uí da a par t i r de mi r í ades de vi das i nf er i or es. A est e r espei t o t em- se not ado f r eqüent ement e um f enômeno cur i oso na hor a da mor t e; t omei conheci ment o di sso mui t o par t i cul ar ment e, há al guns anos, por i nt er médi o de uma enf er mei r a de ci r ur gi a das mai s capazes, na t n- di a. El a havi a si do at ei a por mui t o t empo, mas havi a começado a quest i onar a base de sua descr ença depoi s de t est emunhar est e f enômeno vár i as vezes. El a me ass egur ou que, na hor a da mor t e, em mui t os casos, um f acho de l uz t i nha si do vi st o por el a, f l ui ndo do t opo da cabeça e que em um caso especi al ( o de uma gar ot a apar ent ement e de gr ande desenvol vi ment o espi r i t ual , al ém de gr ande pur eza e sant i dade de vi da) o quar t o par eceu t er si do i l umi nado moment aneament e pel a el et r i ci dade. Out r o exempl o: não mui t o t empo at r ás, di ver sos l í der es da pr of i ssão médi ca em uma gr ande ci dade do Mei o Oest e dos Est ados Uni dos f or am abor dados por um i nvest i gador i nt er essado, o qual , por car t a, l hes per gunt ou se est ar i am di spost os a conf i r mar se t i nham not ado qual quer f enômeno especi al no moment o da mor t e. Di ver sos r esponder am di zendo que havi am not ado uma l uz azul ada f l ui ndo do t opo da cabeça e um ou doi s acr escent ar am t er ouvi do um est al o na r egi ão da cabeça. Nest e úl t i mo exempl o t emos uma conf i r mação do t est emunho no Ecl esi ast es, onde se menci ona o af r ouxar do cor dão pr at eado, ou a r ut ur a daquel e el o magnét i co que une a
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ent i dade habi t ant e, ou pensador , ao seu veí cul o de expr essão. Em ambos os t i pos de casos aci ma menci onados pode- se apar ent ement e ver uma demonst r ação ocul ar da r et i r ada da l uz cent r al ou vi da, e a consequent e desi nt egr ação da f or ma, e a di sper são das mi r í ades de vi das i nf er i or es. Por t ant o, pode par ecer a al guns de nós uma hi pót ese l ógi ca, que do mesmo modo que o át omo de quí mi ca é uma es f er a pequeni na, ou f or ma, com um núcl eo posi t i vo que conser va os el ét r ons negat i vos, gi r ando em t or no de si , t odas as f or mas em t odos os r ei nos da nat ur eza são de uma est r ut ur a semel hant e, di f er i ndo soment e em gr au de consci ênci a ou i nt el i gênci a. Podemos, por t ant o, consi der ar os pr ópr i os r ei nos como a expr essão f í si ca de al guma gr ande vi da subj et i va e podemos, por deduções l ógi cas, chegar ao r econheci ment o de que cada uni dade na f amí l i a humana é um át omo no cor po daquel a uni dade mai or que f oi chamada de " Homem Cel est i al " em al gumas das Escr i t ur as. Assi m, chegamos f i nal ment e ao concei t o de que o si st ema sol ar não passa do agr egado de t odos os r ei nos e de t odas as f or mas, e é o Cor po de um Ser Que Se expr essa por mei o del e e o ut i l i za a f i m de dar f or ma a um obj et i vo def i ni do e a uma i dei a cent r al . Em t odas est as ext ensões de nossa hi pót ese f i nal , pode- se ver a mesma t r i pl i ci dade, uma Vi da em f or mação ou uma Ent i dade se mani f est ando at r avés de uma f or ma ou de uma mul t i pl i ci dade de f or mas, e apr esent ando i nt el i gênci a di scr i mi nat i va. Não é possí vel apl i car o mét odo pel o qual se const r óem as f or mas nem me expandi r sobr e o pr ocess o evol ut i vo por mei o do qual os át omos se combi nam em f or mas, e as pr ópr i as f or mas são r euni das naquel a uni dade mai or que chamamos de r ei no na nat ur eza. Est e mét odo poder i a ser br evement e r esumi do em t r ês t er mos — i nvol ução, ou o envol vi ment o da vi da subj et i va na mat ér i a, o mét odo pel o qual a Ent i dade habi t ant e t oma par a si seu veí cul o de expr essão; evol ução, ou a ut i l i zação da f or ma pel a vi da subj et i va, seu aper f ei çoament o gr adual e a l i ber t ação f i nal da vi da apr i si onada; e a l ei de at r ação e r epul são pel a qual a mat ér i a e o espí r i t o se coor denam, pel a qual a vi da cent r al ganha exper i ênci a, expande sua consci ênci a e, at r avés do empr ego daquel a f or ma par t i cul ar , at i nge o aut o- conheci ment o e o aut o- cont r ol e. Tudo evol ui segundo est a l ei bási ca. Em t oda f or ma t emos uma vi da cent r al , ou i dei a, se mani f est ando, envol vendo- se mai s e mai s na subst ânci a, r evest i ndo- se de uma f or ma adequada às suas necessi dades e exi gênci as, ut i l i zando aquel a f or ma como um mei o de expr essão, e ent ão — no devi do t empo — l i ber t ando- se da f or ma ut i l i zada a f i m de adqui r i r out r a mai s adequada à sua necessi dade. Assi m, o espi r i t o ou vi da pr ogr i de por mei o de cada gr au ou f or ma, at é que o cami nho de vol t a t enha si do
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per cor r i do e o pont o de or i gem al cançado. Est e é o sent i do da evol ução e aqui est á o segr edo da encar nação cósmi ca. Fi nal ment e, o espí r i t o se l i vr a da f or ma e al cança a l i ber t ação al ém da qual i dade f í si ca desenvol vi da e das expansões gr aduai s de consci ênci a. Poder í amos obser var est es est ági os def i ni dos e est udá- l os r api dament e. Temos em pr i mei r o l ugar o pr ocesso de i nvol ução. Est e é o per í odo no qual se pr ocessa a l i mi t ação da vi da dent r o da f or ma, ou i nvól ucr o, e é um pr ocesso l ongo e l ent o cobr i ndo mi l hões e mi l hões de anos. Cada t i po de vi da par t i ci pa dest e ci cl o. Di z r espei t o à vi da do Logos Sol ar , em mani f est ação at r avés de um si st ema sol ar . É par t e do ci cl o de vi da do Espí r i t o pl anet ár i o se mani f est ando at r avés de uma esf er a como nosso pl anet a Ter r a; i ncl ui a vi da que chamados de humana e l ança no cami nho de sua ener gi a a mi núscul a vi da que f unci ona at r avés de um át omo de quí mi ca. É o gr ande pr ocesso de t or nar - se e o que t or na a exi st ênci a e o pr ópr i o ser possí vei s. Est e per í odo de l i mi t ação, de um apr i si onament o que aument a gr adual ment e e de uma desci da cada vez mai s pr of unda na mat ér i a, é subst i t uí do por um per í odo de adapt ação, no qual a vi da e a f or ma se r el aci onam i nt i mament e, após o qual vem o per í odo onde aquel a r el ação i nt er i or se aper f ei çoa. A f or ma é ent ão aj ust ada às necessi dades da vi da e pode ser ut i l i zada. Depoi s, à medi da que a vi da i nt er i or cr esce e se expande, é compar ável à cr i st al i zação da f or ma, a qual não é mai s suf i ci ent e como mei o de expr essão. Após a cr i st al i zação t emos o per í odo de desi nt egr ação. Li mi t ação, adapt ação, ut i l i zação, cr i st al i zação e desi nt egr ação — são est as as et apas que cobr em a vi da de uma ent i dade ou i dei a per soni f i cada em mai or ou menor gr au, ao pr ocur ar expr essar - se pel a mat ér i a. Desenvol vamos est e pensament o em r el ação ao ser humano. O pr ocesso de l i mi t ação pode ser vi st o na t omada de uma f or ma f í si ca e naquel es pr i mei r os di as r ebel des, quando o homem est á chei o de desej os, aspi r ações, ansei os i deai s, os quai s el e par ece i ncapaz de expr i mi r ou sat i sf azer . A segui r vem o per í odo de adapt ação, quando o homem começa a ut i l i zar o que possui e a expr essar - se o mel hor possí vel at r avés daquel as mi r í ades de vi das menor es e i nt el i gênci as que const i t uem seus cor pos f í si co, emoci onal e ment al . El e at i va sua f or ma t r í pl i ce, f or çando- a a cumpr i r suas or dens e a obedecer seus pr opósi t os e assi m execut ar seu pl ano, sej a par a o bem ou par a o mal . I st o é segui do da et apa na qual el e ut i l i za a f or ma ao máxi mo e chega ao que chamamos de mat ur i dade. Fi nal ment e, nas et apas post er i or es da vi da, t emos a cr i st al i zação da f or ma e a consci ent i zação, pel o homem, da sua i nadequação. e
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A segui r , vem a l i ber t ação f el i z a que chamamos de mor t e, aquel e gr ande moment o em que " o espí r i t o apr i si onado" escapa das par edes que o conf i navam à sua f or ma f í si ca. Nossas i dei as sobr e a mor t e t êm si do er r adas; nós a t emos consi der ado como um úl t i mo e máxi mo t er r or quando, na r eal i dade, é a gr ande l i ber t ação, a ent r ada numa medi da de at i vi dade mai s compl et a e a l i ber ação da vi da do veí cul o cr i st al i zado e de uma f or ma i nadequada. Pensament os semel hant es a est es podem ser el abor ados em r el ação a t odas as f or mas, e não soment e àquel as l i gadas ao cor po f í si co de um ser humano. Est as i dei as podem ser apl i cadas a f or mas de gover no, f or mas de r el i gi ão e f or mas de pensament o ci ent í f i co ou f i l os óf i co. El as podem r es ul t ar em uma condut a especi al ment e i nt er essant e nest e ci cl o em que vi vemos. Tudo est á em est ado de f l uxo; a vel ha or dem est á mudando e est amos num per í odo de t r ansi ção; as f or mas ant i gas, em t odo depar t ament o do pensament o, est ão se desi nt egr ando, mas soment e par a que a vi da que l hes deu exi st ênci a possa escapar , e const r ui r par a si al go mai s sat i sf at ór i o e adequado. Tomemos, por exempl o, a ant i ga f or ma r el i gi osa da f é cr i st ã. Aqui peço que não me ent endam mal . Não est ou t ent ando pr ovar que o espí r i t o do cr i st i ani smo sej a i nadequado e não est ou pr ocur ando demonst r ar que as suas ver dades bem sust ent adas e pr ovadas est ej am er r adas. Est ou soment e t ent ando most r ar que a f or ma pel a qual o espí r i t o pr ocur a expr essar - se at i ngi u, de al gum modo, seu obj et i vo e se sent e l i mi t ado. Aquel as mesmas gr andes ver dades e aquel as mesmas i dei as bási cas necessi t am de um veí cul o mai s adequado par a se mani f est ar em. Os pensador es cr i st ãos da at ual i dade necessi t am di st i ngui r cui dadosament e ent r e as ver dades vi t ai s do cr i st i ani smo e a f or ma cr i st al i zada da t eol ogi a. Cr i st o deu o i mpul so vi vo. El e enunci ou est as gr andes e et er nas ver dades e as pr ocl amou a f i m de t omar em f or ma e i r em de encont r o às necessi dades de um mundo sof r edor . El as est avam l i mi t adas pel a f or ma e houve um l ongo per í odo em que aquel a f or ma ( dout r i nas e dogmas r el i gi osos) gr adual ment e cr esceu e t omou f or ma. Decor r er am sécul os em que a f or ma e a vi da par ecer am adapt ar - se r eci pr ocament e e os i deai s cr i st ãos se expr essar am por mei o daquel a f or ma. Agor a mani f est ou- se o per í odo de cr i st al i zação, e a consci ênci a cr i st ã que se acha em expansão começa a consi der ar r est r i t as e i nadequadas as l i mi t ações dos t eól ogos. A gr ande f ábr i ca de dogmas e dout r i nas, t al como el abor ados pel os membr os da i gr ej a e t eól ogos das épocas, dever á i nevi t avel ment e desi nt egr ar - se, mas só par a que a vi da dent r o del es possa escapar e const r ui r par a si mei os de expr essão mel hor es e mai s adequados, e assi m est ar à al t ur a da mi ssão par a a qual f oi envi ada.
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Pode- se ver a mesma coi sa nas di f er ent es escol as de pensament o, em t odos os l ugar es. Todas el as expr essam al guma i dei a por i nt er médi o de uma par t i cul ar f or ma, ou conj unt o de f or mas, e é mui t o necessár i o l embr ar que a f or ma t r í pl i ce de vi da por t r ás de t odas as f or mas é, ent r et ant o, apenas Uma, embor a os veí cul os de expr essão sej am vár i os e possam pr ovar ser i nadequados à medi da que o t empo passa. Qual , ent ão, o obj et i vo que exi st e por t r ás dest e pr ocesso sem f i m de const r ução de f or mas e dest a combi nação de f or mas i nf er i or es? Qual a r azão de t udo i st o e qual ser á seu compr ovado obj et i vo? Cer t ament e, o desenvol vi ment o da qual i dade, a expansão da consci ênci a, o desenvol vi ment o da f acul dade de consci ent i zação, a evi denci ação dos poder es da psi que, ou al ma, a evol ução da i nt el i gênci a. Segur ament e, é a demonst r ação gr adual da i dei a bási ca, ou pr opósi t o, que aquel a gr ande Ent i dade a Que chamamos de Logos, ou Deus, est á el abor ando at r avés do si st ema sol ar . É a demonst r ação de Sua qual i dade psí qui ca, por que Deus é Amor i nt el i gent e, e a consecução de Seu obj et i vo det er mi nado, por que Deus é Vont ade i nt el i gent e e amor osa. Par a t odos os di f er ent es gr aus e t i pos de át omo, há t ambém um pr opósi t o e um obj et i vo. Há um obj et i vo par a o át omo da quí mi ca; há um pont o de conqui st a par a o át omo humano, o homem; o át omo pl anet ár i o al gum di a t ambém demonst r ar á seu pr opósi t o bási co e a gr ande I dei a que exi st e por t r ás do si st ema sol ar ser á r evel ada al gum di a. Ser á que em al guns br eves moment os de est udo poder emos chegar a uma concepção segur a de qual possa ser est e pr opósi t o? Tal vez poss amos chegar a al guma i dei a ampl a, ger al , se abor dar mos o ass unt o com bast ant e r ever ênci a e sensi bi l i dade de concepção, t endo em ment e sempr e que só o i gnor ant e dogmat i za e só o i mpr udent e ocupa- se com mi núci as ao consi der ar est es monument ai s t ópi cos. Vi mos que o át omo de quí mi ca, por exempl o, apr esent a a qual i dade de i nt el i gênci a; demonst r a si nt omas de ment e di scr i mi nat i va e r udi ment os de uma capaci dade sel et i va. Ass i m, a vi da mi núscul a dent r o da f or ma at ômi ca demonst r a qual i dade psí qui ca. O át omo const r ói - se, poi s, em t odas as f or mas, em di ver sos t empos e et apas e cada vez adqui r e al go de acor do com a f or ça e a vi da da ent i dade que per soni f i ca aquel a f or ma e pr eser va sua homogenei dade. Tomemos, por exempl o, o át omo que ent r a na const r ução de uma f or ma no r ei no mi ner al ; el e demonst r a não só uma ment e di scr i mi nat i va e sel et i va, como t ambém el ast i ci dade. A segui r , no r ei no veget al est as duas qual i dades t ambém apar ecem, mas encont r ase ai nda uma t er cei r a, a que poder í amos chamar de uma espéci e r udi ment ar de sensação. A i nt el i gênci a i ni ci al do át omo
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adqui r i u al go dur ant e a t r ansi ção de f or ma par a f or ma e de r ei no par a r ei no, e sua consci ênci a ger al aument ou. Quando est udamos a evol ução da consci ênci a, pudemos pr esenci ar i st o em mai or det al he; t udo que t ent o f azer est a noi t e é most r ar que, no r ei no veget al , as f or mas const r uí das de át omos demonst r am não só i nt el i gênci a di scr i mi nat i va e el ast i ci dade, mas são t ambém capazes de sensação, ou do que, no r ei no veget al , cor r esponde à emoção ou ao sent i ment o, a emoção nada mai s sendo que amor r udi ment ar . A segui r , t emos o r ei no ani mal , no qual as f or mas ani mai s most r am não só as qual i dades aci ma menci onadas, mas t ambém o i nst i nt o, ou aqui l o que al gum di a desabr ochar á em ment al i dade. Fi nal ment e, chegamos ao ser humano, que apr esent a t odos est as qual i dades em gr au mui t o mai or , por que o quar t o r ei no nada mai s é do que o macr ocosmo par a os t r ês i nf er i or es. O homem apr esent a at i vi dade i nt el i gent e, el e é capaz de emoção ou amor e acr escent ou ai nda out r o f at or : o da vont ade i nt el i gent e. El e é a di vi ndade de seu pr ópr i o pequeno si st ema, el e é não só consci ent e, mas aut o- consci ent e. El e const r ói seu pr ópr i o cor po de mani f est ação do mesmo modo que o Logos , só que em escal a di mi nut a; el e cont r ol a seu pequeno si st ema pel a gr ande l ei de at r ação e r epul são, t al como o Logos, e ener - gi sa e si nt et i za sua nat ur eza t r í pl i ce em uma uni dade coesa. El e é t r ês em um, e o uno em t r ês, t al como é o Logos. Há um f ut ur o par a cada át omo no si st ema sol ar . Ant es do át omo úl t i mo exi st e um obj et i vo ext r aor di nár i o, e, à medi da que as er as passem, a vi da que ani ma aquel e át omo passar á por t odos os r ei nos da nat ur eza at é encont r ar seu obj et i vo no r ei no humano. A i dei a agor a poder i a est ender - se e poder í amos consi der ar aquel a gr ande Ent i dade Que é a f or mador a de vi da do pl anet a, e Que sust ent a t odos os r ei nos da nat ur eza em Sua consci ênci a. J á que el a f or ma a t ot al i dade de t odos os gr upos e r ei nos, não ser á possí vel que Sua i nt el i gênci a, sej a a met a par a o homem, o át omo humano? Tal vez o al cance de sua consci ent i zação at ual t ambém possa ser nosso, à medi da que o t empo passe, e par a a Sua Vi da, t al como par a t odas aquel as gr andes Vi das Que f or mam os pl anet as do si st ema sol ar , possa haver a conqui st a daquel e t r emendo al cance de consci ênci a que car act er i za ess a gr ande Exi st ênci a Que é a Vi da que ani ma o si st ema sol ar . Não poder á ser ver dade que, ent r e os di f er ent es gr aus de consci ênci a que se est endem, por exempl o, do át omo do quí mi co e do f í si co, at é o Logos do si st ema sol ar , não haj a l acunas nem t r ansi ções br uscas, mas si m uma gr adual expansão e evol ução de uma f or ma de mani f est ação i nt el i gent e par a out r a, e sempr e a vi da dent r o da f or ma ganhe em qual i dade, por mei o da exper i ênci a?
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Quando f or mamos est á i dei a na nossa consci ênci a, quando se t or na evi dent e par a nós que há um pr opósi t o e di r eção por t r ás de t udo, quando ent endemos que nada acont ece que não sej a r esul t ado da vont ade consci ent e de al guma ent i dade, e que t udo que acont ece t em obj et i vo e pr opósi t o def i ni dos, t emos aí , ent ão, a pi st a par a nós mesmos e par a t udo que vemos acont ecer à noss a vol t a. Se, por exempl o, compr eendemos que t emos a f or mação e o cui dado de nossos cor pos f í si cos, que t emos o cont r ol e de noss a nat ur eza emoci onal e a r esponsabi l i dade do desenvol vi ment o de nossa ment al i dade, se compr eender mos que somos os f at or es ener gi zant es dent r o de noss os cor pos e que quando nos r et i r amos daquel es cor pos el es se desi nt egr am, t al vez, ent ão, t enhamos a pi st a par a o que a Vi da f or mador a do pl anet a possa est ar f azendo, à medi da que oper a at r avés de f or mas de t oda espéci e ( cont i nent es, ci vi l i zações, r el i gi ões, e or gani zações) nest a t er r a; par a o que acont eceu na l ua, que é agor a uma f or ma em desi nt egr ação, par a o que est á acont ecendo no si st ema sol ar , e par a o que acont ecer á no si st ema sol ar quando o Logos s e r et i r ar daqui l o que, par a El e, não passa de uma mani f est ação t r ansi t ór i a. Façamos agor a uma apl i cação pr át i ca dest es pensament os. Est amos at r avessando, at ual ment e, um per í odo em quet odas as f or mas de pensament o par ecem est ar se f r agment ando, na qual a vi da r el i gi osa das pessoas não é mai s o que er a, na qual o dogma e t oda espéci e de dout r i na est ão sendo cr i t i cados. Mui t as das vel has f or mas de pensament o ci ent í f i co est ão t ambém se desi nt egr ando e as bases das vel has f i l osof i as par ecem est ar abal adas. Nosso gr upo cai u em um dos mai s di f í cei s per í odos da hi st ór i a do mundo, um per í odo que se car act er i za pel a f r agment ação de nações, a dest r ui ção de vel has r el ações e l aços, a r ut ur a apar ent ement e i mi nent e da ci vi l i zação. Pr eci samos encor aj ar - nos, l embr ando que t udo i st o est á ocor r endo só por que a vi da dent r o daquel as f or mas est á se t or nando t ão f or t e que as consi der a uma pr i são e l i mi t ação; e devemos l embr ar que est e per í odo de t r ansi ção é o t empo de mai or esper ança que o homem j á pr esenci ou. Não há l ugar par a pessi mi smo e desesper o, mas s oment e par a o mai s pr of undo ot i mi smo. Hoj e mui t os est ão per t ur bados e conf usos por que as bases par ecem est ar abal adas, as est r ut ur as da cr ença e do, pensament o r el i gi osos, cui dadosament e apoi adas e pr of undament e amadas, e da descober t a f i l osóf i ca, par ecem encont r ar em- se em per i go de desmor onament o; cont udo, nossa ansi edade exi st e si mpl esment e por que t emos nos envol vi do demai s com a f or ma e nos ocupado demai s com nossa pr i são, e se a r ut ur a mani f est ou- se é soment e a f i m de que a vi da possa const r ui r par a si novas f or mas e, conseqüent ement e, evol ui r . O t r abal ho do dest r ui dor é t ant o t r abal ho de Deus quant o o do const r ut or , e o gr ande deus da dest r ui ção t em que esmagar e
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r omper as f or mas, a f i m de que o t r abal ho do const r ut or possa r eal i zar - se e o espí r i t o possa expr essar - se de manei r a mai s adequada. Par a mui t os de nós est as i dei as par ecem novel as f ant ást i cas, i nsust ent ávei s. Cont udo, mesmo que sej am soment e hi pót eses, podem demonst r ar ser i nt er essant es e dar - nos uma possí vel pi st a par a o mi st ér i o. Vemos ci vi l i zações dest r uí das, vemos est r ut ur as r el i gi osas cambal eant es, vemos f i l osof i as at acadas com êxi t o, vemos bases da ci ênci a mat er i al i st a abal adas. Af i nal de cont as, que são as ci vi l i zações? Que são as r el i gi ões? Que são as gr andes r aças? Si mpl esment e as f or mas pel as quai s a gr ande Vi da t r í pl i ce cent r al , Que f or ma nosso pl anet a, pr ocur a expr essar - se. Do mesmo modo que nos expr essamos por mei o de uma nat ur eza f í si ca, emoci onal e ment al , El a t ambém Se expr essa pel a t ot al i dade dos r ei nos da nat ur eza, pel as nações, r aças, r el i gi ões, ci ênci as e f i l osof i as que exi st em at ual ment e. A medi da que Sua Vi da pul sa em cada depar t ament o do Seu Ser , nós, como cél ul as e át omos dent r o daquel a mani f est ação mai or , segui mos cada t r ansi ção e somos l evados de uma et apa par a out r a. À medi da que o t empo passar e nossa consci ênci a se expandi r , penet r ar emos mai s e mai s no conheci ment o do Seu pl ano, t al como El e o el abor a, e est ar emos f i nal ment e em condi ções de col abor ar com El e em Seu obj et i vo essenci al . Resumi ndo o pensament o cent r al dest a pal est r a: pr ocur emos compr eender que não exi st e t al coi sa como mat ér i a i nor gâni ca, mas que cada át omo é uma vi da. Consci ent i zemo- nos de que t odas as f or mas são f or mas vi vas e que cada uma nada mai s é do que o veí cul o de expr essão par a al guma ent i dade exi st ent e. Pr ocur emos compr eender que i st o é i gual ment e ver dadei r o em r el ação à r euni ão de t odas as f or mas. Assi m, t er emos a pi st a par a nós pr ópr i os e t al vez a pi st a par a o mi st ér i o do si st ema sol ar .
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A EVOLUÇÃO DO HOMEM, O PENSADOR Est a é a quar t a da sér i e de pal est r as que t i vemos est e mês e t al vez, gr aças a el as, t enhamos consegui do obt er uma i dei a de um dos pr i ncí pi os f undament ai s em que se basei a a evol ução e que podemos ver at uando no si st ema sol ar . Recapi t ul emos br evement e, a f i m de que poss amos est udar noss o assunt o de hoj e com cer t as i dei as cl ar ament e f or mul adas. Vi mos que nossa i nt er pr et ação dos pr ocess os da nat ur eza necessi t a de um concei t o t r í pl i ce, que di z r espei t o ao aspect o vi da, ao aspect o subst ânci a e à sua í nt i ma i nt er r el ação, at r avés da f acul dade da i nt el i gênci a que se mani f est a como consci ênci a de al gum t i po. Est a i nt er - r el ação pr oduzi r á, f i nal ment e, a expr essão aper f ei çoada ( por i nt er médi o da mat ér i a) do obj et i vo consci ent e de al guma ent i dade mani f est ada. Est ou pr ocur ando dar ênf ase ao f at o de que o obj et i vo do meu empenho é apr esent ar uma hi pót ese e uma sugest ão que possam t er dent r o de si o ger me de uma possí vel ver dade e que par ece par a al guns de nós a mel hor manei r a de expl i car o mi st ér i o do uni ver so. Vi mos que as t r ês par t es do gr ande t odo são o Espí r i t o, ou Vi da, que se mani f est a at r avés de um segundo f at or a que chamamos de subst ânci a, ou mat ér i a, e que ut i l i za um t er cei r o f at or , ao qual damos o nome de i nt el i gênci a. Na sí nt ese gr adual dest es t r ês aspect os component es da di vi ndade podemos ver a evol ução da consci ênci a. A segui r , chegamos a uma di scussão mai s t écni ca do assunt o da pr ópr i a susbt ânci a, ocupando- nos, não com as subst ânci as di f er enci adas, ou el ement os, mas com o concei t o de uma subst ânci a pr i mor di al pr ocur ando vol t ar at é onde f or possí vel àqui l o que Si r Wi l l i am Cr ookes chamou de "prot i l ", ou o que per manece por t r ás do t angí vel , ou obj et i vo. Est udamos o át omo e descobr i mos que sua def i ni ção mai s r ecent e é a que el e, na r eal i dade, é uma uni dade de f or ça ou ener gi a consi st i ndo de uma car ga el ét r i ca posi t i va ener gi sando uma quant i dade de par t í cul as negat i vas. Fi cou cl ar o que o mi núscul o át omo do quí mi co e do f í si co er a um si st ema sol ar em si mesmo, com a mesma conf or mação ger al do si st ema mai or , apr esent ando uma at i vi dade semel hant e e gover nado por l ei s anál ogas. Descobr i mos que el e possuí a um sol cent r al e que, ao r edor dest e sol cent r al , buscando suas ór bi t as def i ni das , podi am s er vi s t os os el ét r ons . Regi st r amos, t ambém, o f at o de que os el ement os di f er em soment e em r el ação ao númer o e posi ção dest es el éct r ons gi r ando ao r edor da car ga cent r al posi t i va. Daí passamos a consi der ar a al ma, ou a psi que, do át omo, e descobr i mos que e
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os ci ent i st as r econhecem a ver dade que os pr ópr i os át omos possuem qual i dade, apr esent am si nt omas de ment e ou i nt el i gênci a e podem di scr i mi nar , sel eci onar e escol her . Passamos ent ão a t ecer o que par eci a ser um cont o de f adas. I magi namos o s er humano como um át omo e t r açamos a semel hança do homem com o át omo; descobr i mos que el e at r aí a e mant i nha dent r o de sua esf er a de i nf l uênci a a mat ér i a de seus vár i os cor pos: ment al , emoci onal e f í si co, exat ament e da mesma manei r a como os el éct r ons er am mant i dos gi r ando ao r edor do seu pont o f ocal . A i dei a pr ovou ser ai nda capaz de uma expansão post er i or e vol t amos nossa at enção par a o pl anet a, i magi nando- o semel hant e, em sua nat ur eza, ao át omo humano e ao úl t i mo át omo de subst ânci a, nada mai s sendo que a expr essão de uma vi da se mani f est ando at r avés de uma f or ma esf er oi dal e el abor ando um obj et i vo i nt el i gent e. At i ngi mos, ent ão, noss a consumação e vi sual i zamos o si st ema sol ar como um át omo cósmi co ener gi sado pel a vi da do Logos. Temos, por consegui nt e, quat r o t i pos de át omo a consi der ar : Pr i mei r o, o át omo do quí mi co e do f í si co. Segundo, o át omo humano, ou o homem. Ter cei r o, o át omo pl anet ár i o, ener gi sado por um Logos pl anet ár i o, ou o Homem Cel est i al . Quar t o, o át omo sol ar , habi t ado pel o Logos Sol ar , ou a Di vi ndade. Se est i ver mos cer t os em nosso concei t o f undament al , se houver uma par t í cul a de r eal i dade em nossa hi pót ese e se houver um subst r at o de ver dade na i dei a do át omo do qual os el ement os se compõem, el e deve ser r econheci do como uma vi da at uando i nt el i gent ement e por mei o de uma f or ma. Tal vez, ent ão, se poss a pr ovar que o homem é t ambém uma vi da ou cent r o de ener gi a se mani f est ando por mei o de seus cor pos; t al vez s e venha a demonst r ar que um pl anet a t ambém sej a um mei o de expr essão de um cent r o de ener gi a ai nda mai or e, post er i or ment e, de acor do com a l ei da anal ogi a, se possa pr ovar , daqui há al gum t empo, que exi st e um Deus ou vi da cent r al por t r ás da mat ér i a, uma Ent i dade Que age consci ent ement e por mei o do si st ema sol ar . Em nossa pal est r a ant er i or t omamos out r a f ase de mani f est ação. Est udamos o pr ópr i o át omo e o consi der amos à medi da que se r el aci onava com out r os át omos e, at r avés de sua coesão mút ua, f or mava gr upos de át omos. Em out r as pal avr as, consi der amos o át omo à medi da que t omava f or mas di f er ent es nos vár i os r ei nos da nat ur eza e descobr i mos que, no pr ocesso de evol ução, os pr ópr i os át omos gi r am na di r eção de out r os mai or es pont os cent r ai s, t r ansf or mando- se, por sua vez, em
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el ét r ons. Ass i m, cada f or ma nada mai s é que um agr egado de vi das menor es. A segui r menci onamos l i gei r ament e os di f er ent es r ei nos da nat ur eza e t r açamos o desenvol vi ment o da al ma, ou psi que, em t odos el es. J á af i r mamos que o át omo possui i nt el i gênci a ou poder de di scr i mi nação e descobr i mos que na f or mação dos r ei nos mi ner al , veget al e ani mal , começa a apar ecer o que ent endemos por sensação, e t emos aí os r udi ment os, em embr i ão, da emoção, ou sent i ment o — o r ef l exo do amor no pl ano f í si co. Temos assi m um aspect o da nat ur eza t r í pl i ce de Deus, a i nt el i gênci a apar ecendo at r avés do át omo; e at r avés da f or ma t emos a mani f est ação do amor , ou qual i dade de at r ação. I st o t ambém pode expr essar - se no r econheci ment o de que nest es doi s aspect os da vi da di vi na cent r al t emos a t er cei r a pessoa da Tr i ndade Logói ca cooper ando com a segunda; t emos a at i vi dade i nt el i gent e da di vi ndade, ou o aspect o do Espí r i t o Sant o, col abor ando com o segundo aspect o, ou Fi l ho, Que é o con- t r ut or das f or mas. I st o é expl i cado de manei r a i nt er essant e em Pr ovér bi os, VI I I , onde a Sabedor i a br ada al t o ( Sabedor i a, no Vel ho Test ament o r epr esent ando o aspect o do Cr i st o) e depoi s de most r ar que El e est ava com Deus, j á ant es da cr i ação, cont i nua di zendo que quando " El e det er mi nou os f undament os da t er r a eu est ava per t o Del e como o t r abal hador ou const r ut or chef e". Os est udant es f ar i am bem em est udar est e capí t ul o em r el ação às i dei as que est amos f or mul ando aqui , t endo cui dado de ver i f i car a t r adução exat a. Vamos agor a consi der ar nosso ass unt o de hoj e, o da evol ução do homem, o pensador . Ver emos que penet r a no homem out r o aspect o da di vi ndade. Br owni ng, em " Par acel sus" abor da o assunt o que est amos t r at ando, de manei r a bast ant e i nt er essant e, r esumi ndo- o assi m: " Assi m El e ( Deus) habi t a em t odos. Dos pr i mei r os mi nut os da vi da at é o úl t i mo. Do homem — consumação dest e esquema. Da exi st ênci a, a compl ement ação dest a esf er a da vi da: cuj os at r i but os havi am si do espal hadas — por aí , pel o mundo ant es vi sí vel , pedi ndo que f ossem uni das, pedaços i ndi st i nt os que dever i am uni r - se em al gum t odo mar avi l hoso, qual i dades i mper f ei t as por t oda a cr i ação, suger i ndo al guém ai nda a ser cr i ado, al gum pont o onde t odos aquel es r ai os espal hados se dever i am encont r ar conver gent es nas f acul dades do homem. " a
Por t ant o, t endo descober t o doi s aspect os da di vi ndade no át omo e na f or ma, encont r ar emos a t r i pl i ci dade aper f ei çoada, no homem. Foi - nos di t o que o homem f oi f ei t o à i magem de 83 Deus, e nós, por i sso, esper amos vê- l o r ef l et i r a nat ur eza t r í pl i ce do Logos. El e deve demonst r ar i nt el i gênci a, expr essar amor , mani f est ar vont ade. Exami nemos al gumas das
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def i ni ções do homem encont r adas no di ci onár i o e em out r os l ugar es. A def i ni ção encont r ada no St andar d Di ct i onar y é pr of undament e desi nt er essant e: O homem é "um i ndi ví duo da r aça humana", e a segui r segue- se uma l onga l i st a de der i vações s ugest i vas da pal avr a homem, di scor r endo por cada l í ngua conheci da e concl ui ndo com a af i r mação de que mui t as del as são i mpr ovávei s. A der i vação que at r i bui a def i ni ção do homem à r ai z sânscr i t a " man" , aquel e que pensa, é bast ant e sat i sf at ór i a, na mi nha opi ni ão. A Sr ª Besant dá uma def i ni ção excepci onal ment e cl ar a em um de seus l i vr os: "O homem é aquel e ser onde o espí r i t o mai s el evado e a mat ér i a mai s bai xa se unem pel a i nt el i gênci a" . O homem é aqui r et r at ado como o pont o de encont r o de t odas as t r ês l i nhas de evol ução, espí r i t o, mat ér i a e o i nt el ect o l i gando- os; el e é consi der ado como aquel e que uni f i ca o ser , o não- ser e a r el ação ent r e el es, e é vi st o como o conhecedor , o que é conheci do, e conheci ment o. Qual o pr opósi t o do i nt el ect o ou do conheci ment o? Cer t ament e o de adapt ar a f or ma mat er i al às necessi dades e exi gênci as do espí r i t o que nel e habi t a, cer t ament e habi l i t ar o pensador , dent r o do cor po, a ut i l i zál o i nt el i gent ement e e com al gum pr opósi t o def i ni do; e, cer t ament e, el e exi st e a f i m de que a uni dade cent r al ener gét i ca possa cont r ol ar const r ut i vament e seu aspect o negat i vo. Est amos, t odos, ent i dades, ani mando uma f or ma e, at r avés da i nt el i gênci a, t ent ando ut i l i zar aquel a f or ma par a um obj et i vo especí f i co que exi st e dent r o da vont ade consci ent e do ver dadei r o ser . Em um vel ho l i vr o ocul t i st a — t ão vel ho que sua dat a não pode ser pr eci sada — encont r a- se uma def i ni ção de homem que é mui t o escl ar ecedor a e de acor do com o pensament o que est amos pr ocur ando desenvol ver est a noi t e. Lá o homem é def i ni do como " a vi da e as vi das" . Vi mos que o át omo é uma vi da se mani f est ando por mei o da pequena esf er a da qual el e é o cent r o. Vi mos que t odas as f or mas são uma r euni ão de vi das, f or madas nos r ei nos mi ner al , veget al e ani mal . Podemos agor a passar à pr óxi ma et apa dest a gr andi osa escada evol ut i va e ent ão descobr i r emos que o ser humano é a sequênci a l ógi ca que sur ge de t odos esses desenvol vi ment os ant er i or es. Pr i mei r o, a mat ér i a pr i mor di al , ener gi a essenci al ment e i nt el i gent e; a segui r , a mat ér i a at ómi ca em t oda sua at i vi dade var i ada, f or mando uma combi nação de el ement os; depoi s a f or ma, a r euni ão dest es át omos at é o habi t ant e dent r o da f or ma, que é não só i nt el i gênci a at i va, não só at r ação i ner ent e e amor , mas t ambém uma vont ade obj et i va. Est e "mor ador i nt er no" apoder ou- se da f or ma quando el a havi a al cançado um cer t o gr au de pr epar ação e quando as vi das component es havi am al cançado uma cer t a capaci dade vi br at ór i a; agor a el e a est á ut i l i zando e r epet i ndo, dent r o de sua pr ópr i a esf er a de i nf l uênci a, o
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t r abal ho do át omo da mat ér i a; t odavi a, el e apar ece não de uma manei r a, mas de duas, ou t r ês. No homem, por t ant o, de f at o e na ver dade, t emos o que os cr i st ãos chamar i am de "i magem de Deus" . Por que - como deve ser cl ar o par a t odos os pensador es - a úni ca manei r a de conhecer Deus é pel o est udo de Sua nat ur eza, ou Sua qual i dade psí qui ca. Sabemos que Deus é i nt el i gênci a, sabemos que El e é amor , ou a gr ande f or ça at r at i va do si st ema sol ar , e sabemos que El e é a gr ande vont ade ou pr opósi t o por t r ás de t oda mani f est ação. Em t oda Escr i t ur a do mundo a Di vi ndade é r et r at ada sob est es t r ês aspect os e se mani f est a at r avés da nat ur eza dest a manei r a t r í pl i ce. A evol ução da subst ânci a é al go de cr esci ment o gr adual ; é, em t empo, supl ement ada pel a l ent a el abor ação da qual i dade i nt er na subj et i va da vi da de Deus e, assi m, Sua nat ur eza essenci al se r evel a. Pr i mei r o, um aspect o é r evel ado, depoi s out r o apar ece vagar osament e e, f i nal ment e, pode- se ver o t er cei r o e t emos a ext r aor di nár i a combi nação e consumação, o ser humano. Est e si nt et i za e f unde os t r ês aspect os, uni ndoos em si pr ópr i o. El e é a t ot al i dade dos at r i but os di vi nos, embor a est es sej am ai nda gr andement e embr i onár i os e el e t enha que r epet i r , dent r o de seu ci cl o de evol ução, os pr ocessos i dênt i cos que o pr ópr i o át omo segui u. Do mesmo modo que o át omo segue seu pr ópr i o cur so i nt er no e mai s t ar de t em de ser l evado a i ncor por ar e f undi r - se a out r os át omos na f or mação de um gr upo, t ambém o át omo humano t er á que encont r ar , i gual ment e, seu l ugar dent r o de uma f or ma mai or . Por t ant o, est udemos um pouco qual o mét odo do pr ocess o evol ut i vo par a um ser humano. Vi mos que, nel e, t r ês l i nhas conver gem e que el e é um pont o de sí nt ese, com um aspect o ai nda pr edomi nant e, o da i nt el i gênci a, com o segundo aspect o da sabedor i a, amor , j á começando a f azer sent i r sua pr esença e com o mai s el evado aspect o da vont ade espi r i t ual ai nda pur ament e embr i onár i o. Quase t odos nós f omos cr i ados na cr ença do que se chama " a queda do homem" . Há poucas pess oas hoj e em di a que cr êem na hi st ór i a da queda como é descr i t a no t er cei r o capi t ul o do Gênesi s, e a mai or i a a acei t a como t endo uma i nt er pr et ação al egór i ca. Qual a ver dade ocul t a subj acent e nest a hi st ór i a cur i osa? Si mpl esment e que a ver dade sobr e a queda do espí r i t o na mat ér i a é t r ansmi t i da por i nt er médi o de um quadr o à ment al i dade i nf ant i l do homem. O pr ocess o da conver são dest as l i nhas é dupl o. Temos a desci da da ent i dade na mat ér i a, da vi da cent r al , e a encar nação do espí r i t o, e, ent ão, t emos a el abor ação, a par t i r da mat ér i a, daquel a vi da ou espí r i t o, mai s t udo que t enha si do ganho pel a ut i l i zação da f or ma. Pel a exper i ment ação com a mat ér i a, pel a habi t ação na f or ma, pel a
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ener gi zação da subst ânci a, pel a saí da do J ar di m do Éden ( o l ugar onde não há campo par a o desenvol vi ment o necess ár i o) , e pel o vagar do Fi l ho Pr odí gi o no paí s di st ant e, t emos as vár i as et apas, most r adas na Bí bl i a cr i st ã, pel as quai s o homem f az a descober t a de que el e não é a f or ma, mas s i m quem a ut i l i za. El e é i nt el i gênci a e, por t ant o, f ei t o à i magem da t er cei r a Pessoa da Tr i ndade; el e é amor , e, at r avés del e, o aspect o do amor da Di vi ndade se mani f est ar á al gum di a per f ei t ament e e el e poder á di zer com seu I r mão mai s vel ho o Cr i st o, em r espost a à per gunt a " Senhor , most r e- nos o Pai " , que "aquel e que me vi u, vi u o Pai " , por que Deus é Amor ; e f i nal ment e, por mei o del e, o aspect o super i or , a vont ade de Deus, se mani f est ar á e el e ser á per f ei t o, do mesmo modo que seu Pai no céu é per f ei t o. Do mesmo modo que puder am ser vi st as t r ês et apas na evol ução da subst ânci a — a da ener gi a at ómi ca, a da coer ênci a gr upai e a da sí nt ese f i nal — t ambém na evol ução da vont ade do homem apar ece o mesmo. Ter emos, nas pr i mei r as et apas da evol ução humana, aqui l o que poder í amos chamar de et apa at ómi ca, na qual o homem chega a um conheci ment o 88 gr adual de que é ur na uni dade aut o- consci ent e, com i ndi vi dual i dade t oda sua. Qual quer pessoa que t enha cr i ado cr i anças conhece bem est a et apa. Pode ser vi st o naquel e bal buci o const ant e de "meu, meu, meu" , a et apa de apr opr i ação par a si , em nenhum pensament o par a al guém mai s. As cr i anças são nat ur al , del i ber ada e sabi ament e egoí st as. É a et apa do r econheci ment o gr adual da exi st ênci a separ at i vi st a, e da ut i l i zação, pel o át omo humano, cada vez mai s pot ent ement e, de sua pr ópr i a f or ça at ómi ca i nt er na. O ser humano cr i ança se r ebel a cont r a a t ut el a f or çada daquel es que pr ocur am pr ot egê- l a, e se consi der a aut o- suf i ci ent e. Pode- se ver i st o no i ndi ví duo e na humani dade. Ent ão, à medi da que a vi da passa, o homem sai da et apa at ómi ca par a out r a mai s el evada e mel hor , quando el e se t or na consci ent e de suas r el ações gr upai s, e de que possui r esponsabi l i dades gr upai s que t em f unções a r eal i zar com out r os át omos separ ados. A consci ênci a gr upai começa a se f azer sent i r . Assi m o át omo humano encont r a seu l ugar dent r o do gr upo — a uni dade mai or à qual per t ence — e o aspect o amor começa a se evi denci ar . O homem passa da et apa at ómi ca par a a da coesão gr upal . e
Mai s t ar de, chega a et apa em que o homem começa a compr eender que não só t em r esponsabi l i dades em r el ação ao gr upo, mas que exi st e al go ai nda mai or . El e compr eende que é par t e de uma gr ande vi da uni ver sal que subj az a t odos os gr upos, que el e não é só um át omo uni ver sal , que el e não é só par t e de um gr upo, mas que, depoi s de f undi r sua i dent i dade na do gr upo —
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embor a não a per ca —, o pr ópr i o gr upo deve ser uni do out r a vez à consci ênci a daquel a gr ande I dent i dade Que é a sí nt ese de t udo. Assi m! el e al cança a et apa f i nal de aval i ação i nt el i gent e da uni dade di vi na. Est a i dei a t r í pl i ce pode- se encont r ar r esumi da na Bí bl i a numa expr essão bast ant e i nt er essant e, onde J eová di z a Moi sés, o homem r epr esent at i vo, " Eu Sou o que Sou. " Se ci ndi r mos est e ver so em suas t r ês par t es t er emos o que est ou t ent ando t r azer à l uz est a noi t e: Pr i mei r o, a consci ênci a at ómi ca, EU SOU; depoi s o gr upo, EU SOU O QUE; uma consci ênci a de que el e não é só um i ndi ví duo separ ado, não só uma uni dade aut ocent r al i zada, não só uma ent i dade aut o- consci ent e, mas que el e é al go ai nda mai or . O homem al cança, ent ão, o conheci ment o que o l evar á a sacr i f i car sua i dent i dade a ser vi ço do gr upo e a uni r sua consci ênci a à do gr upo. At é agor a, quase nada sabemos de t al uni ão consci ent e. A est a se sucede a et apa ai nda mai or , quando "EU SOU O QUE EU SOU" f or par a nós, não um i deal i mpossí vel e um concei t o vi si onár i o, mas s i m uma r eal i dade f undament al , quando o homem no gr upo se r econhecer como uma expr essão da vi da uni ver sal e a pr ópr i a consci ênci a gr upai uni r - se à do agr egado de t odos os gr upos. Supomos, e esper amos, que est ej amos r api dament e ul t r apassando a et apa at ómi ca e que nossa esf er a de i nf l uênci a e de i nt er esse não f i que pr esa pel a nossa par ede at ômi ca, mas qne est ej amos nos t or nando ( usando um t er mo agor a f ami l i ar ) r adi oat i vos. Quando f or est e o caso, não est ar emos ci r cunscr i t os e l i mi t ados dent r o de nossas pr ópr i as conchas e dos conf i ns est r ei t os de nossa pr ópr i a vi da i ndi vi dual , mas começar emos a i r r adi ar e ent r ar em cont at o com out r os át omos, al cançando, assi m, o segundo est ági o, o at r at i vo. Por t ant o, qual o obj et i vo, a f r ent e, par a cada um de nós? Qual o obj et i vo par a est es di f er ent es át omos com os quai s est amos nos ocupando? Al gumas das vel has Escr i t ur as Or i ent ai s di zem que o obj et i vo par a o át omo da subst ânci a é a consci ênci a de si pr ópr i o. Qual é, poi s, o obj et i vo par a o át omo humano que j á é aut o- consci ent e, que j á é i ndi vi dual i zado e que se gui a por sua vont ade? Que exi st e al ém, par a o homem? Si mpl esment e a expansão de sua consci ênci a par a i ncl ui r a consci ênci a da gr ande vi da, ou ser , em cuj o cor po el e pr ópr i o é uma cél ul a. Nosso cor po f í si co é, por exempl o, f ei t o de i ncont ávei s vi das menor es, ou át omos, cada um del es separ ado de seu vi zi nho, cada um del es di f er enci ado por sua pr ópr i a at i vi dade i ner ent e, e cada um f or mando uma esf er a que mant ém, dent r o de sua per i f er i a, out r as esf er as menor es, ou el ét r ons. Vi mos que o homem é a car ga posi t i va e mant ém sua mul t i pl i ci dade de át omos, ou vi das menor es, ener gi sadas e conser vando- se como f or mas
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at r avés da coesão. Ao mor r er , quando o aspect o espí r i t o se r et i r a, a f or ma se desi nt egr a e se di ssol ve, e est as pequeni nas vi das consci ent es, t endo cumpr i do sua f unção, desapar ecem. A consci ênci a do át omo, dent r o do cor po, é mui t o di f er ent e da consci ênci a do homem, e podemos ver i st o sem pensar mui t o. Admi t i ndo que o homem sej a uma cél ul a numa esf er a mai or , não ser á possí vel que haj a uma consci ênci a, que é par a o homem o que sua consci ênci a é par a a cél ul a de seu cor po? Não ser á possí vel que t enhamos à nossa f r ent e a conqui st a daquel a consci ênci a, no mesmo sent i do em que o át omo de subst ânci a possa al gum di a al cançar a consci ênci a de um ser humano? Não ser i a i st o que Br owni ng t i nha em ment e quando di ss e: ' Humani dade, f ei t a de t odos os homens si mpl es; em t al sí nt ese t er mi na a hi st ór i a' . Aqui , el e nos apr esent a um concei t o de um Homem mai or , que é a sí nt ese ou t ot al i dade de t odas as ent i dades menor es. Tal vez aquel a sí nt ese possa ser a gr ande Vi da, ou a Ent i dade pl anet ár i a Que é a t ot al i dade da consci ênci a gr upai . Eu sugi r o que do mesmo modo que a aut o- consci ènci a é o obj et i vo par a t odas as f or mas subhumanas de vi da, e a consci ênci a- gr upal , ou consci ênci a do Homem Cel est i al , é o obj et i vo par a o ser humano, ent ão deve haver t ambém par a el e um obj et i vo, que pode ser o desenvol vi ment o da consci ênci a de Deus. Conseqüent ement e, o que vem par a el e é a l ut a desenvol ver a consci ent i zação, que é a dos Logos sol ar .
par a
Podemos dess e modo ver a uni dade de consci ênci a, desde o menor át omo at é a Pr ópr i a Di vi ndade. Ass i m, abr e- se di ant e de nós um quadr o mar avi l hoso, chei o de possi bi l i dades. Assi m, a vi da de Deus pode ser vi st a em sua mani f est ação t r í pl i ce essenci al , desenvol vendo- se at r avés de uma consci ênci a em per manent e expansão; demonst r ando- se no át omo da subst ânci a, e se expandi ndo por i nt er médi o da f or ma at é encont r ar um pont o cul mi nant e no homem, depoi s cont i nuando seu cur so at é se apr esent ar como a consci ênci a pl anet ár i a, a qual é a soma de t odos os est ados de consci ênci a sobr e nosso pl anet a, a t er r a, at é chegar mos à Vi da bási ca f undament al Que sust ent a t odas as evol uções pl anet ár i as si nt et i zadas dent r o de Sua esf er a mai or , o si st ema sol ar . Resumi ndo, t emos quat r o est ados de at i vi dade i nt el i gent e, que poder í amos chamar de consci ênci a, aut o- consci ênci a, consci ênci a gr upai e consci ênci a de Deus. El as se apr esent am at r avés de quat r o t i pos de át omo: pr i mei r o, o át omo quí mi co e t odas as f or mas at ómi cas, 93 segundo, o át omo humano, depoi s, o át omo pl anet ár i o, e, f i nal ment e, o át omo sol ar , que abr ange t udo. Ani mando est as f or mas at ômi cas podemos ver em mani f est ação t odas as f or mas de vi das do t i po sub- humano, desde a vi da do át omo da subst ânci a à vi a i nf or mat i va dos ani mai s mai or es,
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depoi s a vi da que chamamos humana, a do homem, o pensador ; a segui r , o Homem Cel est i al e, depoi s, a gr ande Vi da do si st ema sol ar , a Quem o cr i st ão chama de Deus, ou Logos. Br owni ng expr i me est a i dei a, de expansão gr adual da consci ênci a de um ser humano at é al go mai or e mai s ampl o, nas segui nt es pal avr as: " Quando t oda a r aça est ej a aper f ei çoada t al como o homem, t odos t ender am à humani dade. E, pr oduzi do o homem, t udo at é ent ão t em seu f i m; mas no homem compl et o começa out r a vez uma t endênci a par a Deus. Pr ognóst i cos f al ar am da pr óxi ma chegada do homem; assi m, no ego do homem desper t am ant eci pações maj est osas, sí mbol os, t i pos sempr e de um espl endor i ndi st i nt o naquel e cí r cul o et er no que a vi da busca. Por que os homens começam a ul t r apassar o l i mi t e de sua nat ur eza, E a descobr i r novas esper anças e cui dados que supl ant am r api dament e suas pr ópr i as al egr i as e t r i st ezas; el as cr escem mui t o Par a cr edos l i mi t ados do cer t o e er r ado, que desapar ecem Di ant e da sede i ncomensur ável do bem; enquant o a paz Levant a- se nel es cada vez mai s. Tai s homens est ão ai nda agor a na t er r a Ser enos no mei o de cr i at ur as mei o f or madas Que dever i am ser sal vas por el es e uni das a el es" .
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A EVOLUÇÃO DA CONSCI ÊNCI A Na úl t i ma semana nós est udamos, mui t o i nadequadament e, a evol ução do homem, o pensador , o mor ador dos cor pos, aquel e que os usa dur ant e o ci cl o da evol ução. Vi mos que el e er a a sí nt ese das evol uções que o pr eceder am. Pr epar amos o est udo daquel a evol ução em duas pal est r as ant er i or es, nas quai s pr i mei r o consi der amos a subst ânci a, ou mat ér i a at ómi ca ant er i or ao seu desenvol vi ment o at é uma f or ma, ou o mi núscul o át omo ant es de ser i ncor por ado num veí cul o de qual quer espéci e. A segui r , est udamos a const r ução das f or mas por mei o da gr ande l ei de at r ação, a qual r euni u os át omos, f azendo- os vi br ar em uní ssono, pr oduzi ndo assi m uma f or ma, ou uma r euni ão de át omos. Chegamos ao r econheci ment o de que, na subst ânci a at ómi ca, t í nhamos um aspect o da Cabeça de Deus, ou da Di vi ndade, e da For ça ou ener gi a cent r al do si st ema sol ar , mani f est ando- se sob o aspect o da i nt el i gênci a, e vi mos que no aspect o f or mal da nat ur eza mani f est ava- se uma out r a qual i dade da Di vi ndade, a do amor ou at r ação, a f or ça de coesão que mant ém a f or ma uni da. A segui r est udamos o ser humano, ou homem, e anot amos como os t r ês aspect os di vi nos se r euni r am nel e; e r econhecemos o homem como uma vont ade cent r al se mani f est ando por mei o de uma f or ma compost a de át omos e apr esent ando as t r ês qual i dades de Deus, a da i nt el i gênci a, a da sabedor i a- amor e a da f or ça de vont ade. Hoj e sai r emos do aspect o da mani f est ação da mat ér i a com o qual t emos l i dado nas pal est r as ant er i or es, e vamos est udar a consci ênci a dent r o da f or ma. Vi mos que o át omo pode ser consi der ado como a vi da cent r al , mani f est ando- se por mei o de uma f or ma esf er oi dal e apr esent ando a qual i dade da ment e; mas o át omo humano pode t ambém ser cons i der ado como uma vi da cent r al posi t i va, ut i l i zando uma f or ma e apr esent ando as di f er ent es qual i dades que enumer amos; e a segui r di ss emos que, se est i véssemos cer t os em nossa hi pót ese sobr e o át omo, e se est i véss emos cer t os ao consi der ar o ser humano como um át omo, ent ão poder í amos est ender est a concepção pr i már i a ao pl anet a e di zer que dent r o do át omo pl anet ár i o há uma gr ande Vi da se mani f est ando at r avés de uma f or ma e most r ando qual i dades especí f i cas enquant o el abor a um obj et i vo especí f i co; e est ender est e mesmo concei t o t ambém à gr ande esf er a sol ar e à gr ande Di vi ndade Que o habi t a. Tomemos a quest ão da pr ópr i a consci ênci a e est udemos um pouco o pr obl ema, ocupando- nos com a r eação da vi da dent r o da f or ma. Se eu puder dest e modo di zer - l hes em l i nhas ger ai s o que f oi menci onado ant es, poder ei col ocar out r a pedr a na est r ut ur a que est ou t ent ando const r ui r .
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A pal avr a consci ênci a vem de duas pal avr as l at i nas: com ( com) ; esci o ( saber ) e l i t er al ment e si gni f i ca "aqui l o com o qual sabemos". Se t omar mos um di ci onár i o, encont r ar emos a segui nt e def i ni ção: " O est ado de est ar al er t a" ou a condi ção de per cepção, a habi l i dade de r eagi r a est í mul os, a f acul dade de r econhecer cont at os e o poder de si ncr oni zar a vi br ação. Todas est as expr ess ões poder i am ser i ncl uí das em qual quer def i ni ção de consci ênci a, mas a que eu quer o enf at i zar est a noi t e é a que é dada no St andar d Di ct i onar y e que j á menci onei ant es. O pensador comum que manusei a a mai or i a dos l i vr os que di scut em est e assunt o est á pr openso a consi der ál os mui t o conf usos, por que el es di vi dem a consci ênci a e o est ado de est ar al er t a em numer osas di vi sões e subdi vi sões at é que se est abel ece um est ado de compl et a per pl exi dade. Est a noi t e só menci onar emos t r ês t i pos de consci ênci a, que poder í amos assi m enumer ar : Consci ênci a absol ut a, consci ênci a uni ver sal e consci ênci a i ndi vi dual , e dest as t r ês só se pode, r eal ment e, def i ni r duas com al guma cl ar eza. A consci ênci a absol ut a é pr at i cament e i mpossí vel de ser r econheci da pel o pensador comum. Foi def i ni da em um l i vr o como: " Aquel a consci ênci a na qual t udo exi st e, t ant o o possí vel quant o o r eal " , e di z r espei t o a t udo que possa ser concebi do como t endo acont eci do, como ocor r endo ou por acont ecer . Possi vel ment e, est a é a consci ênci a absol ut a, e do pont o de vi st a da consci ênci a humana, el a é a consci ênci a de Deus, Que cont ém Nel e o passado, o pr esent e e o f ut ur o. Que é, ent ão, a consci ênci a uni ver sal ? Poder i a ser def i ni da como a consci ênci a, pensando- se em t empo e espaço, consci ênci a com a i dei a de l ocação e sucessão nel a i ncl uí da ou, na ver dade, consci ênci a gr upai , o pr ópr i o gr upo f or mando uma uni dade mai or ou menor . Fi nal ment e, a consci ênci a i ndi vi dual pode ser def i ni da como a par cel a da consci ênci a uni ver sal que uma uni dade separ ada pode cont at ar e conceber por si mesma. Par a compr eender est as expr essões vagas — consci ênci a absol ut a, uni ver sal e i ndi vi dual — ser i a út i l se eu t ent asse i l ust r ar . Poder i a ser f ei t o como se segue: Em nossas pal est r as ant er i or es vi mos que devemos consi der ar o át omo no cor po humano como uma pequena ent i dade, uma vi da mi núscul a, i nt el i gent e, e uma esf er a mi cr oscópi ca, at i va. Tomando aquel a pequena cél ul a como nosso pont o de par t i da, podemos obt er um concei t o do que são est es t r ês t i pos de consci ênci a, consi der ando- as do pont o de vi st a do át omo e do homem. A consci ênci a i ndi vi dual , par a o át omo mi núscul o em um cor po humano, ser i a sua pr ópr i a vi da vi br at ór i a, sua pr ópr i a at i vi dade i nt er na e t udo que especi f i cament e l he di ga r espei t o. A consci ênci a uni ver sal , par a a pequena cél ul a, poder i a ser consi der ada como a consci ênci a de t odo o cor po
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f í si co, consi der ando- o como a uni dade que i ncor por a o át omo. A consci ênci a absol ut a, par a o át omo, poder i a ser consi der ada como a consci ênci a do homem que pensa, o qual dá ener gi a ao cor po. I st o ser i a, par a o át omo, al go t ão r emot o, do pont o de vi st a de sua pr ópr i a vi da i nt er i or , que ser i a pr at i cament e i nconcebí vel e desconheci do. Cont udo, el a pr oj et a na l i nha de sua vont ade a f or ma e o át omo dent r o da f or ma, e t udo que l hes di z r espei t o. Est a i dei a só t em de ser ampl i ada at é o homem, consi der ado como um át omo ou cél ul a dent r o do cor po de uma gr ande Ent i dade, e pode- se el abor ar l i nhas semel hant es segundo est a concepção de uma consci ênci a t r í pl i ce. Ser i a pr udent e agor a se consi der ássemos assunt os mai s pr át i cos do que a consci ênci a absol ut a. A ci ênci a oci dent al est á gr adual ment e chegando à concl usão da f i l osof i a esot ér i ca do Or i ent e, de que a consci ênci a deve ser at r i buí da não só ao ani mal e ao ser humano, mas que se deve t ambém r econhecer que el a se est ende at r avés do r ei no veget al at é o mi ner al , e que a aut o- consci ênci a deve ser consi der ada como a consumação do cr esci ment o evol ut i vo da consci ênci a nos t r ês r ei nos i nf er i or es. Não é possí vel , no cur t o espaço de t empo que t enho à mi nha di sposi ção, ent r ar no est udo f asci nant e do desenvol vi ment o da consci ênci a no r ei no ani mal , no r ei no veget al , e seu apar eci ment o t ambém no r ei no mi ner al ; descobr i r í amos, se o f i zéssemos, que at é os mi ner ai s apr esent am si nt omas de consci ênci a, de r eação a est í mul os, que el es apr esent am si nai s de cansaço e que é possí vel envenenar um mi ner a! e assassi ná- l o, do mesmo modo que se pode assassi nar um ser humano. O f at o de que as f l or es possuem consci ênci a est á sendo mai s pr ont ament e r econheci do, e ar t i gos de pr of undo i nt er esse t êm si do publ i cados sobr e a consci ênci a das pl ant as, abr i ndo ampl a l i nha de pensament o. Vi mos que na mat ér i a at ómi ca a úni ca coi sa que l he podemos at r i bui r com segur ança é que el a most r a i nt el i gênci a, o poder de sel eci onar e de di scr i mi nar . Est a é a car at er í st i ca pr edomi nant e da consci ênci a, quando se mani f est a no r ei no mi ner al . No r ei no veget al apar ece out r a qual i dade, a da sensação ou sent i ment o de nat ur eza r udi ment ar . El e r esponde de manei r a di f er ent e do mi ner al . No r ei no ani mal apar ece uma t er cei r a r eação; não só o ani mal most r a si nai s de sensação mui t o aument ados em r el ação ao r ei no veget al , como t ambém most r a si nai s de i nt el ect o, ou ment e em embr i ão. O i nst i nt o é uma f acul dade r econheci da em t odas as uni dades ani mai s, e a pal avr a vem da mesma r ai z que a pal avr a "i nst i gar " . Quando o poder de i nst i gar começa em qual quer f or ma ani mal , é si nal de que uma ment al i dade embr i onár i a começa a se mani f est ar . Em t odos est es r ei nos t emos di f er ent es gr aus e t i pos de consci ênci a se mani f est ando, enquant o no homem t emos os pr i mei r os si nt omas de aut o- consci ênci a, ou a f acul dade do
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homem pel a qual el e se consci ent i za de que é uma i dent i dade separ ada, que é o i mpul so que habi t a o cor po e quem est á no pr ocesso de se consci ent i zar por mei o dest es cor pos. Há mui t o se ensi na i st o no Or i ent e e "a f i l osof i a esot ér i ca ensi na que t udo vi ve e é consci ent e, mas que nem t oda vi da e consci ênci a é semel hant e à humana", e el a t ambém enf at i za o f at o de que " exi st em gr andes i nt er val os ent r e a consci ênci a do át omo e a da f l or , ent r e a da f l or e a do homem e ent r e a de um homem e um Deus" . Como Br owni ng di sse: " No homem começa de novo uma t endênci a par a Deus" . El e ai nda não é um Deus, mas um Deus em f or mação; el e est á el abor ando a i magem de Deus, e um di a a pr oduzi r á per f ei t ament e. É el e que est á pr ocur ando demonst r ar a vi da t r í pl i ce, di vi na e subj et i va, por mei o da obj et i va. O mét odo do desenvol vi ment o evol ut i vo da consci ênci a em um ser humano nada mai s é do que uma r epet i ção, numa vol t a mai s al t a da aspi r ai , das duas et apas que not amos na evol ução do át omo, a da ener gi a at ómi ca e a da coesão gr upai . At ual ment e podemos ver no mundo a f amí l i a humana na er a at ómi ca s e encami nhando par a um obj et i vo ai nda não al cançado, a et apa gr upal . Se exi st e uma coi sa apar ent e par a t odos os que est amos de al gum modo i nt er essados na f acul dade da per cepção, e que est amos acost umados a pr est ar at enção ao que acont ece à nossa vol t a, é a dos gr aus di f er ent es de ment al i dade que encont r amos em t oda par t e, e os di f er ent es t i pos de consci ênci a ent r e os homens. Encont r amos pess oas al er t as, vi vas, consci ent es de t udo o que est á acont ecendo, pr of undament e consci ent es, r espondendo às cor r ent es de pensament o de vár i as espéci es nos ass unt os humanos e consci ent es de t oda espéci e de cont at os; a segui r encont r amos pess oas que par ecem est ar ador meci das; há, apar ent ement e, t ão pouca coi sa que as i nt er essa; par ecem est ar t ot al ment e al hei as ao cont at o; est ão ai nda num est ági o de i nér ci a e não são capazes de r esponder a mui t os est í mul os ext er i or es; não est ão ment al ment e vi vas. Not a- se i st o t ambém nas cr i anças; al gumas r espondem t ão depr essa, enquant o chamamos out r as de r et ar dadas. Real ment e, uma não é essenci al ment e mai s r et ar dada que a out r a; é si mpl esment e devi do à et apa de evol ução i nt er i or da cr i ança, a suas encar nações mai s f r equent es e ao per í odo mai or que t em ut i l i zado par a se t or nar consci ent e. Tomemos agor a as duas et apas, a at ómi ca e a da f or ma, e vej amos como se desenvol ve a consci ênci a do ser humano, t endo sempr e em ment e que no át omo humano est á ar mazenado t udo o que f oi adqui r i do nas et apas ant er i or es dos t r ês r ei nos
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i nf er i or es da nat ur eza. O homem é o ganhador devi do ao ampl o pr ocesso evol ut i vo que exi st e por t r ás del e. El e começa com t udo, que f oi adqui r i do, l at ent e dent r o de si . El e é aut oconsci ent e e t em, di ant e de si , um obj et i vo def i ni do, a conqui st a da consci ênci a gr upai . Par a o át omo da subst ânci a a met a havi a si do a conqui st a da aut o- consci ênci a. Par a o ser humano o obj et i vo é uma Consci ênci a mai or e um al cance mai s ampl o da per cepção. A et apa at ómi ca, a qual est amos consi der ando agor a, é par t i cul ar ment e i nt er essant e par a nós, por que é a et apa em que a mai or i a dos membr os da f amí l i a humana se encont r a. Nel a passamos pel o per í odo ( mui t o necessár i o) de aut o- cent r al i zação, aquel e ci cl o no qual o homem est á pr i mor di al ment e pr éocupado com seus pr ópr i os assunt os, com aqui l o que par t i cul ar ment e o i nt er essa, e vi ve sua pr ópr i a vi da i nt ensa, i nt er na, vi br ant e. Dur ant e um l ongo per í odo ant er i or a est e, e t al vez na et apa at ual ( por que eu não acr edi t o que mui t os de nós sent i r - se- i am i nsul t ados se não f ôssemos consi der ados como t endo al cançado a per f ei ção ou at i ngi do o obj et i vo) a mai or i a dos ser es humanos é i nt ensament e egoí st a e só ment al men^i nt er es- sada nas coi sas que acont ecem no mundo e, ent ão, ( Wovavel - met e por que nossos cor ações s ão t ocados e não gost amos de nos sent i r desconf or t ávei s, ou nos i nt er essamos por que est á na moda; e cont udo, apesar dest a at i t ude ment al , t oda nossa at enção est á vol t ada par a as coi sas que di zem r espei t o à nossa vi da i ndi vi dual . Est amos na et apa at ómi ca, i nt ensament e at i va em r el ação aos nossos pr obl emas pessoai s. Ol hem as agl omer ações nas r uas de qual quer ci dade gr ande e ver ão, em t oda par t e, pessoas na er a at ómi ca pr eocupadas só com el as pr ópr i as, cent r al i zadas em seus negóci os, absor t as em obt er seu pr ópr i o pr azer , desej osas de di ver são e só i nci dent al ment e pr eocupadas com os pr obl emas r el aci onados com o gr upo. Est a é uma et apa pr ot et or a e necess ár i a e de val or essenci al a cada uni dade da f amí l i a humana. Est a consci ent i zação, por t ant o, nos l evar á, segur ament e, a ser paci ent es com nossos i r mãos e i r mãs que t ão f r equent ement e poder ão nos i r r i t ar . Quai s são os doi s f at or es pêl os quai s evol uí mos par a dent r o e par a f or a da et apa at ómi ca? No Or i ent e , há mui t as er as, o mét odo de evol ução t em si do dupl o. Foi ensi nado ao homem que el e evol ue e se t or na consci ent e, pr i mei r ament e por mei o dos ci nco sent i dos, e mai s t ar de pel o desenvol vi mnt o da f acul dade do di scer ni ment o, uni da à despai xão. Aqui no Oci dent e pr i mei r o enf at i zamos os ci nco sent i dos e não ensi namos o di scer ni ment o que é t ão essenci al . Se obser var mos o desenvol vi ment o de uma cr i ança not ar emos, por exempl o, que o bebé nor mal ment e desenvol ve os ci nco sent i dos em uma
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sequênci a or denada. O pr i mei r o sent i do que el a desenvol ve é a audi ção; el a mover á a cabeça quando ouvi r um bar ul ho. O pr óxi mo sent i do ser á o t at o e el a começa a sent i r com suas mãozi nhas. O t er cei r o sent i do que par ece desper t ar é o da vi são. Não quer o di zer com i st o que um bebé não enxer gue, ou que nasça cego como um gat i nho, mas pass am- se vár i as s emanas at é que um bebé possa ver consci ent ement e e r econhecer pel o ol har . A f acul dade est á l á, mas não há consci ent i zação. O mesmo acont ece com as expansões gr aduai s de consci ênci a e per cepções que est ão à nossa f r ent e hoj e. Nest es t r ês sent i dos pr i nci pai s, audi ção, t at o e vi são, t emos uma anal ogi a mui t o i nt er essant e e uma l i gação com a t r i pl a mani f est ação da Di vi ndade, o ser , o não- ser , e a r el ação i nt er medi ár i a. Ocul t ament e, o ser ouve e r esponde à vi br ação, consci ent i zando- se desse modo. El e se t or na consci ent e do não- ser , e de sua t angi bi l i dade, pel o t at o, mas é soment e quando a vi são ou r econheci ment o consci ent e at ua, que a r el ação' ent r e os doi s se est abel ece. Mai s doi s sent i dos são ut i l i zados pel o ser ao f azer seus cont at os, o do pal adar e o do ol f at o, mas el es não são t ão essenci ai s ao desenvol vi ment o da consci ênci a i nt el i gent e quant o os out r os t r ês. Por mei o dest es ci nco sent i dos f azemos qual quer cont at o possí vel no pl ano f í si co; por i nt er médi o del e apr endemos, cr escemos, t or namo- nos consci ent es e nos desenvol vemos; por mei o del es evol uem os gr andes i nst i nt os; el es são os gr andes sent i dos pr ot et or es, que nos habi l i t am não só ao cont at o com noss o mei o- ambi ent e, mas t ambém nos pr ot egem dest e mei oambi ent e. Ent ão, t endo apr endi do a ser uni dades i nt el i gent es por mei o dest es ci nco sent i dos e t endo, por mei o del es, expandi do nossa consci ênci a, at i ngi mos uma cer t a cr i se e out r o f at or apar ece, o do di scer ni ment o i nt el i gent e. Aqui est ou eu me r ef er i ndo ao di scer ni ment o que uma uni dade aut oconsci ent e demonst r a. Ref i r o- me àquel a escol ha consci ent e que você e eu evi denci amos, e que ser emos f or çados a ut i l i zar à medi da que a f or ça da evol ução nos l eve ao pont o onde apr ender emos a di st i ngui r ent r e o ser e o não- ser , ent r e o r eal e o i r r eal , ent r e a vi da dent r o da f or ma e a f or ma que el a usa, ent r e o conhecedor e o que é conheci do. Aqui t emos t odo o obj et o da evol ução, a conqui st a da consci ênci a do ser r eal por mei o do não- ser . Passamos por um l ongo per í odo, ou ci cl o, de mui t as vi das, no qual nos i dent i f i camos com a f or ma e de t al manei r a nos i dent i f i camos com o não- ser que não per cebemos qual quer di f er ença, est ando i nt ei r ament e ocupados com as coi sas t r ansi t ór i as e t empor ár i as. É est a i dent i f i cação com o nãoser que l eva a t oda dor , i nsat i sf ação e t r i st eza no mundo e, cont udo, devemos l embr ar - nos de que at r avés dest a r eação do
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ser ao não- ser , i nevi t avel ment e apr endemos e, f i nal ment e, nos l i vr amos do t r ansi t ór i o e do i r r eal . Est e ci cl o de i dent i f i cação com o i r r eal é par al el o à et apa da consci ênci a i ndi vi dual . Como o át omo da subst ânci a pr eci sa de al gum modo encont r ar seu cami nho par a al guma f or ma e adi ci onar sua quot a de vi t al i dade a uma uni dade mai or , da mesma manei r a, pel o desenvol vi ment o evol ut i vo da consci ênci a, o át omo humano deve al cançar um pont o onde el e r econheça seu l ugar num t odo mai or e assuma sua r esponsabi l i dade na at i vi dade gr upai . Est a é a et apa da qual um gr ande númer o da f amí l i a humana est á agor a se apr oxi mando. Os homens est ão se consci ent i zando, como nunca, da di f er ença ent r e o r eal e o i r r eal , ent r e o per manent e e o t r ansi t ór i o; at r avés da dor e do sof r i ment o est ão desper t ando par a o r econheci - mnt o de que o não- ser não é o bast ant e e est ão pesqui sando t ant o do l ado de f or a quant o do l ado de dent r o, em busca daqui l o que sej a mai s adequado às suas necess i dades. Os homens est ão pr ocur ando compr eender a si mesmos, encont r ar o Rei no de Deus dent r o de si e, pel a Ci ênci a Ment al , pel o Pensament o Novo e pel o est udo da psi col ogi a, at i ngi r ão cer t os gr aus de consci ent i zação de val or i ncal cul ável par a a r aça humana. Por t ant o, deve- se encont r ar i ndi cação de que a et apa da f or ma est á- se apr oxi mando r api dament e e que os homens est ão sai ndo do per í odo at ómi co par a al go mui t o mel hor e mai or . O homem est á começando a sent i r a vi br ação daquel a Vi da mai or dent r o de Cuj o cor po el e nada mai s é do que um át omo e est á começando a r esponder consci ent ement e, em escal a pequena, ao gr ande chamado e a encont r ar possí vei s canai s pêl os quai s el e possa ent ender a Vi da mai or , que el e sent e, mas cont udo, ai nda não conhece. Se per si st i r ni st o, el e encont r ar á seu gr upo e t r ocar á, ent ão, de cent r o. El e não f i car á mai s l i mi t ado por sua pr ópr i a pequena par ede at ómi ca, mas a ul t r apassar á e t or nar - se- á, por sua vez, uma par t e at i va, consci ent e, i nt el i gent e, do t odo mai or . E como se ef et ua est a mudança? A et apa at ómi ca desenvol veu- se at r avés dos ci nco sent i dos e da ut i l i zação da f acul dade da di scr i mi nação. O est ági o no qual o homem desper t a par a a consci ent i zação gr upai e se t or na um par t i ci pant e consci ent e nas at i vi dades do gr upo se ef et ua de duas manei r as: pel a medi t ação e por uma sér i e de i ni ci ações. Quando empr ego a pal avr a "medi t ação" não quer o di zer o que t al vez habi t ual ment e se compr eenda por aquel a pal avr a, um est ado ment al negat i vo, r ecept i vo ou um est ado de t r anse. Há mui t a f al sa i nt er pr et ação, hoj e em di a, em r el ação ao que a medi t ação r eal ment e sej a e há mui t o da chamada medi t ação que f oi descr i t a por al guém, não há mui t o t empo, como " Eu f echo meus ol hos, abr o mi nha boca e esper o que al go acont eça". A ver dadei r a medi t ação é al go que r equer a mai s i nt ensa
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apl i cação da ment e, o máxi mo cont r ol e de pensament o e uma at i t ude nem negat i va nem posi t i va, mas um per f ei t o equi l í br i o ent r e as duas. Nas Escr i t ur as Or i ent ai s, o homem que t ent a a medi t ação e at i nge seus r esul t ados é descr i t o assi m — e da consi der ação dest as pal avr as podemos obt er mui t a aj uda e escl ar eci ment o: " O Maha l ogue, o gr ande ascet a, em quem est á cent r al i zada a mai s el evada per f ei ção de peni t ênci a aust er a e da medi t ação abst r ai a, pel a qual se at i nge os mai s i l i mi t ados poder es, oper am- se mar avi l has e mi l agr es, adqui r e- se o mai s el evado conheci ment o espi r i t ual e se at i nge f i nal ment e a uni ão com o gr ande Espí r i t o do uni ver so" . Aqui , est a uni ão com a vi da gr upai é consi der ada como o r esul t ado da medi t ação e não há out r o mét odo par a consegui - l a. A medi t ação ver dadei r a ( cuj as et apas pr el i mi nar es são a concent r ação e apl i cação de qual quer par t i cul ar l i nha de pensament o) di f er i r á par a pessoas di f er ent es e t i pos di f er ent es. O homem r el i gi oso, o mí st i co, cent r al i zar á sua at enção na vi da dent r o da f or ma, em Deus, em Cr i st o, ou naqui l o que par a el e per soni f i ca o i deal . O homem de negóci os ou o pr of i ssi onal , que dur ant e suas hor as de t r abal ho est á cl ar ament e cent r al i zado no assunt o que t em em mãos e que mant ém sua at enção f i xa no pr obl ema par t i cul ar que t em que r esol ver , est á apr endendo a medi t ar . Mai s t ar de, quando chegar ao aspect o mai s espi r i t ual da medi t ação, el e descobr i r á que j á venceu a par t e mai s ár dua do cami nho. A pessoa que l ê um l i vr o di f í ci l e l ê com t oda a f or ça e poder de seu cér ebr o, al cançando o que est á por t r ás da pal avr a escr i t a, pode est ar medi t ando t ant o quant o l he sej a possí vel medi t ar nest e per í odo. Di go i st o par a nosso encor aj ament o, por que vi vemos em um ci cl o onde se podem encont r ar l i vr os sobr e medi t ação. Todos el es cont êm al gum aspect o da ver dade e podem est ar f azendo mui t o bem, mas podem não cont er o mel hor par a cada i ndi ví duo. Pr eci samos encont r ar nosso pr ópr i o modo de concent r ação, def i ni r nosso pr ópr i o mét odo de apr oxi mação àqui l o que exi st e no í nt i mo, e est udar por nós mesmos est a quest ão da medi t ação. Gost ar i a aqui de pr onunci ar uma pal avr a de adver t ênci a. Evi t em aquel as escol as e mét odos que combi nam f or mas de exer cí ci os de r espi r ação com medi t ação, que ensi nam t i pos di f er ent es de post ur as f í si cas e ensi nam seus est udant es a cent r al i zar sua at enção nos ór gãos f í si cos ou cent r os. Os que seguem est es mét odos est ão cami nhando par a o desast r e e, al ém dos per i gos f í si cos envol vi dos, do r i sco da l oucur a e de doenças ner vosas, el es se ocupam com a f or ma, que é l i mi t ação, e não com o espí r i t o, que é vi da. O obj et i vo não ser á al cançado dest e modo. Par a a mai or i a de nós a concent r ação i nt el ect ual que r esul t a no cont r ol e da ment e e
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na habi l i dade de pensar cl ar ament e e pensar soment e o que desej amos pensar , deve pr eceder a ver dadei r a medi t ação, al go sobr e o que, r ar as pessoas sabem. Est a medi t ação ver dadei r a, sobr e a qual é i mpossí vel expandi r - me aqui , r esul t ar á numa mudança de pol ar i zação def i ni da, abr i r á ao homem exper i ênci as ai nda não sonhadas, r evel ar á cont at os que el e ai nda não compr eende e o habi l i t ar á a encont r ar seu l ugar no gr upo. El e não est ar á mai s conf i nado pel o mur o de sua vi da pessoal , mas começar á a i ncor por ar aquel a vi da ao t odo mai or . El e não est ar á mai s ocupado com coi sas de i nt er esse egoí st a, mas dar á at enção aos pr obl emas do gr upo. El e não mai s usar á do t empo par a a cul t ur a de sua pr ópr i a i dent i dade, mas pr ocur ar á ent ender aquel a I dent i dade mai or da qual f az par t e. I st o é r eal ment e o que t odos os homens adi ant ados est ão mai s ou menos começando a f azer . Apesar do homem comum consci ent i zar i st o mui t o pouco, gr andes pensador es, como Edi son e out r os, chegam à sol ução de seus pr obl emas pel a l i nha da medi t ação. Pel a concent r ação cont í nua, pel a r ecor dação const ant e e pel a apl i cação i nt ensi va à l i nha de pensament o que os i nt er essa, el es pr oduzem r esul t ados, chegam aos r eser vat ór i os i nt er i or es da i nspi r ação e poder e t r azem dos ní vei s super i or es do pl ano ment al , r esul t ados que benef i ci am o gr upo. Quando nós pr ópr i os t i ver mos f ei t o al gum t r abal ho ao l ongo da l i nha de medi t ação, quando est i ver mos cul t i vando o i nt er esse gr upai e não o aut o- i nt er esse, quando t i ver mos cor pos f í si cos f or t es e l i mpos e cor pos emoci onai s cont r ol ados e não t omados pel o desej o, quando t i ver mos cor pos ment ai s que sej am nossos i nst r ument os e não nossos donos, aí ent ão saber emos o ver dadei r o si gni f i cado da medi t ação. Quando al guém ent r a em cont at o, pel a medi t ação, com o gr upo a que per t ence, t or na- se cada vez mai s consci ent e do seu gr upo e chega a uma posi ção de r eceber o que chamamos de sér i e de i ni ci ações. Est as i ni ci ações s ão si mpl esment e expansões de consci ênci a, ef et uadas com a aj uda Daquel es que j á at i ngi r am o obj et i vo, Que j á Se i dent i f i car am com o gr upo e que são uma par t e consci ent e do cor po do Homem Cel est i al . Com Sua assi st ênci a e aj uda, o homem desper t ar á gr adual ment e par a a consci ent i zação Del es. Há mui t o i nt er esse em t oda par t e, hoj e, pel o assunt o da i ni ci ação, e uma ênf ase exager ada f oi dada ao seu aspect o cer i moni al . Pr eci samos l embr ar - nos que cada gr ande desabr ochar da consci ênci a é uma i ni ci ação. Cada passo a f r ent e no cami nho da per cepção é uma i ndi cação. Quando um át omo de subst ânci a t r ansf or mou- se em uma f or ma, i ss o f oi uma i ni ci ação par a est e át omo. El e per cebeu out r o t i po de f or ça e o al cance do seu cont at o t or nou- se mai s ampl o. Quando a consci ênci a do r ei no veget al f undi u- se com a do r ei no ani mal
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e a vi da passou do r ei no i nf er i or par a o super i or , f oi uma i ni ci ação. Quando a consci ênci a do ani mal expandi u- se par a a do ser humano, out r a gr ande i ni ci ação ocor r eu. Todos os quat r o r ei nos f or am penet r ados por mei o de uma i ni ci ação ou expansão de consci ênci a. O qui nt o r ei no, ou espi r i t ual , encont r a- se agor a à f r ent e da f amí l i a humana e se penet r a nel e por mei o de uma cer t a i ni ci ação, como se pode ver por aquel es que i nt el i gent ement e l êem seu Novo Test ament o. Em t odos est es casos est as i ni ci ações f or am ef et uadas pel a aj uda Daquel es que j á conhecem. Ass i m, t emos no esquema evol ut i vo, não gr andes l acunas ent r e um r ei no e out r o, e ent r e um est ado de per cepção e out r o, mas um gr adual desenvol vi ment o de consci ênci a, no qual cada um de nós t eve e t er á sua par t i ci pação. Se puder mos l embr ar dest a uni ver sal i dade de i ni ci ação, t er emos um pont o de vi st a mel hor di mensi onado em r el ação a el a. Cada vez que nos t or nar mos mai s consci ent es de noss o mei o- ambi ent e e noss o cont eúdo ment al f or aument ado, ser á uma i ni ci ação em escal a r eduzi da. Cada vez que nosso hor i zont e se al ar ga e pensamos e vemos mai s ampl ament e, é uma i ni ci ação e aqui est á, par a nós, o val or da pr ópr i a vi da e a gr andeza de noss a opor t uni dade. Desej o aqui enf at i zar um pont o: cada i ni ci ação t em que ser aut o- i ni ci ada. Aquel a et apa f i nal , quando uma aj uda def i ni da nos é t r azi da de f ont es ext er nas, não é at i ngi da por que haj a gr andes Ser es ansi osos por nos aj udar , Que vêm at é nós e t ent am nos el evar . El a vem a nós por que f i zemos o t r abal ho necessár i o, e nada pode i mpedi - l a. É nosso di r ei t o. Os que conqui st ar am podem aj udar - nos e de f at o o f azem, mas Suas mãos est ar ão at adas at é que t enhamos f ei t o nossa par t e do empr eendi ment o. Por t ant o, nada que f açamos par a aument ar noss a ut i l i dade no mundo, nenhuma i ni ci at i va que t omemos par a const r ui r cor pos mel hor es, nenhum esf or ço par a adqui r i r aut ocont r ol e e equi par nosso cor po ment al , est ar á j amai s per di do; é al go que est amos acr escent ando ao t ot al que acumul amos, o qual , um di a, nos t r ar á uma gr ande r evel ação, e o esf or ço que f i zer mos, cada hor a, cada di a, aument ar á o f l uxo de ener gi a que nos l evar á ao por t al da i ni ci ação. O si gni f i cado da pal avr a "i ni ci ação" é "ent r ar ". Si gni f i ca si mpl esment e que o i ni ci ado é aquel e que deu os pr i mei r os passos par a o r ei no espi r i t ual e obt eve a pr i mei r a sér i e de r evel ações espi r i t uai s, cada uma sendo uma chave par a uma r evel ação ai nda mai or .
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O OBJ ETI VO DA EVOLUÇÃO Si nt o- me mui t o acanhada ao usar um t í t ul o como o Obj et i vo da Evol ução; r econheço que soment e posso t ent ar col ocar di ant e de vocês al gumas suposi ções ext r aí das da mi nha i magi nação. Nat ur al ment e, não é possí vel par a a ment e f i ni t a aval i ar com pr eci são o pl ano da Di vi ndade. Tudo que podemos f azer é esl udar a hi st ór i a do passado, i nvest i gar as condi ções at uai s e af i r mar de al gum modo as t endênci as r aci ai s e nat ur ai s e acompanhar , assi m, t ão l ogi cament e quant o possí vel , os vár i os degr aus e et apas. Tudo que nos é f acul t ado é par t i r da base sól i da do conheci ment o e dos f at os adqui r i dos, depoi s r euni l os e, a par t i r dest a r euni ão, f or mar uma hi pót ese do que possa ser o obj et i vo pr ovável . É i mpossí vel i r al ém. Em nossas pal est r as sobr e a evol ução, como menci onei na pr i mei r a conf er ênci a, est i vemos de al gum modo l i dando com suposi ções e nos pr eocupando com possi bi l i dades. Al gumas coi sas de f at o conhecemos e cer t as ver dades f or am af i r madas; cont udo, at é as concl usões da ci ênci a, por exempl o, das quai s t ant o se f al ou quar ent a anos at r ás, não são mai s consi der adas como f at os, nem mai s usadas ou pr omul gadas t ão dr ást i ca e enf at i cament e como er am. A pr ópr i a ci ênci a a cada ano descobr e que seu conheci ment o é mui t o r el at i vo. Quant o mai s al guém compr eende e sabe, mai or é o hor i zont e que se abr e di ant e del e. Agor a os ci ent i st as esi ão se aveni ur ando nos pl anos mai s sut i s da mat ér i a, e, por t ant o, nos r ei nos do que não f oi compr ovado, e dever í amos l embr ar que at é r ecent ement e a ci ênci a r ecusava admi t i r sua exi st ênci a. Est amos ul t r apassando a esf er a do que chamamos de "mat ér i a sól i da" e ent r ando em r ei nos que são i nf er i dos, quando nos r ef er i mos a " cent r os de ener gi a" , " f or ça negat i va e posi t i va" e f enómenos el ét r i cos e t em- se dado mai s ênf ase à qual i dade do que à subst ânci a. Quant o mai s par a a f r ent e ol hamos, mai s ampl as se t or nam nossas especul ações, e quant o mai s t ent ar mos j ust i f i car f enómenos t el epát i cos , psí qui cos e out r os, mai s penet r ar emos no r ei no subj et i vo e subconsci ent e e mai s ser emos f or çados a nos expr essar em t er mos de qual i dade ou de ener gi a. Se, de al gum modo consegui mos j ust i f i car o que não é usual e o que ai nda é i nexpl i cável par a nós det er mi nar a r eal i dade do ocul t o, pr ovocar emos uma condi ção que poder i a ser chamada de par adoxal . Gr adual ment e f ar emos o subj et i vo t or nar - se obj et i vo. e
O assunt o que vou est udar agor a é al go que nos af et a mui t o de per t o: a saber , a conqui st a, pel o Homem, da consci ênci a gr upal que é o seu obj et i vo, e as expansões de sua pequena consci ênci a at é est ar à al t ur a da consci ênci a mai or que a
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engl oba. Vocês se l embr ar ão que, ao t ent ar expl i car a di f er ença ent r e a aut o- consci ênci a, a consci ênci a gr upal e a consci ênci a de Deus, eu a i l ust r ei most r ando que no pequeno át omo da subst ânci a no cor po f í si co, aquel a mi núscul a vi da cent r al i zada que vai at é a const i t ui ção da f or ma humana, t í nhamos uma cor r espondênci a com a aut o- consci ênci a do ser humano; que a vi da do cor po f í si co, consi der ando- a em cada um de seus depar t ament os como um t odo, é par a a pequena cél ul a aut o- suf i ci ent e o que a consci ênci a gr upal é par a nós; e que a consci ênci a do homem r eal , a ent i dade i nf or mat i va dent r o do cor po, é par a aquel e át omo o que a consci ênci a de Deus é par a nós, t ão i nexpl i cável e r emot a. Se puder mos ampl i ar est e concei t o do át omo em noss o cor po e sua r el ação com o homem, o pensador , at é o át omo humano, consi der ando- o como uma uni dade dent r o de um cor po ai nda mai or , poder emos chegar a compr eender a di f er ença r adi cal ent r e est es t r ês r ai os de consequênci a. Há uma anal ogi a mui t o i nt er essant e ent r e a evol ução do át omo e a do homem ( e pr esumo, por t ant o, a da Di vi ndade pl anet ár i a e a do Logos Sol ar ) nos doi s mét odos de desenvol vi ment o que se seguem. Vi mos que o át omo t em sua pr ópr i a vi da, at ómi ca, e que cada át omo de subst ânci a no si st ema sol ar é t ambém um pequeno si st ema em si , t endo um cent r o posi t i vo, ou sol cent r al , com os el ét r ons, ou o aspect o negat i vo, gi r ando em suas ór bi t as ao r edor del e. Tal é a vi da i nt er na do át omo, seu aspect o aut o- cent r al i zado. Regi st r amos, t ambém, que o át omo est á sendo est udado, agor a, segundo uma l i nha mai s nova, a da r adi oat i vi dade e est á- se t or nando apar ent e, em mui t os casos, que há uma r adi ação em at i vi dade. At é onde est a descober t a nos l evar á é i mpossí vel pr ever , por que o est udo das subst ânci as r adi oat i vas ai nda est á na sua i nf ânci a e r eal ment e mui t o pouco se sabe. Mui t a coi sa do ant er i or ensi no da Fí si ca f oi r evol uci onado pel a descober t a do r ádi o e quant o mai s os ci ent i st as descobr em, mai s cl ar o se t or na ( como el es pr ópr i os r econhecem) que est amos no l i mi ar de descober t as mui t o i mpor t ant es e na vésper a de r evel ações pr of undas. A medi da que o ser humano evol ui e se desenvol ve, est as duas et apas t ambém podem ser vi st as nel e. Há a er a pr i mi t i va, ou at ómi ca, na qual t odo o cent r o de i nt er esse do homem est á dent r o del e mesmo, dent r o de sua pr ópr i a esf er a, onde o egocent r i smo é a l ei de seu ser , uma et apa necess ár i a e pr ot et or a da evol ução. El e é pur ament e egoí st a e se pr eocupa, ant es de t udo, com seus pr ópr i os pr obl emas. A est a et apa se sucede uma out r a, post er i or , na qual sua consci ênci a começa a se expandi r , seus i nt er esses começam a se desl ocar par a f or a de sua pr ópr i a esf er a par t i cul ar e chega a época em que el e se pr eocupa com o gr upo a que per t ence. Est a et apa pode ser
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consi der ada como cor r espondendo à da r adi oat i vi dade. Agor a el e não é só uma vi da egoí st a, mas t ambém começa a exer cer um ef ei t o def i ni do sobr e seu mei o. El e af ast a sua at enção de sua vi da pessoal egoí st a, pr ocur a seu cent r o mai or . Dei xa de ser si mpl esment e um át omo par a se t or nar , por sua vez, um el ét r on e sof r er a i nf l uênci a da gr ande Vi da cent r al que o pr ende dent r o de sua esf er a de i nf l uênci a. Se f or assi m, t er emos et apas anál ogas t r anspi r ando dent r o da vi da da Di vi ndade pl anet ár i a e t al vez i st o expl i casse vár i as vi ci ssi t udes e acont eci ment os do pl anet a. Fr equent ement e consi der amos os pr obl emas do mundo devi dos à at i vi dade humana. A guer r a mundi al , por exempl o, é f r equent ement e consi der ada o r esul t ado dos er r os e f r aquezas humanas. Tal vez sej a assi m, por que i ndubi t avel ment e as condi ções económi cas e ambi ções humanas podem t ê- l a pr ovocado; mas t al vez t ambém pode t er ocor r i do devi do à concr et i zação do pr opósi t o da gr ande Vi da cent r al , Cuj a consci ênci a ai nda não é a nossa, Que t em Seus pr ópr i os pl anos, pr opósi t os e i dei as e Que, t al vez, t ambém f aça Suas exper i ênci as com a vi da. Em Sua escal a mai s ampl a e em Seu pr ópr i o ní vel mai s al t o, est e Espí r i t o pl anet ár i o est á apr endendo a vi ver , a ent r ar em cont at o e est á, do mesmo modo, expandi ndo Sua consci ênci a. El e pr ópr i o est á na escol a, do mesmo modo que cada um de nós. O mesmo pode, poi s acont ecer com o si st ema sol ar e, assi m, com acont eci ment os de t al or dem de gr andeza que escapam t ot al ment e à nossa per cepção. Tal vez haj a ocor r ênci as, no si st ema sol ar , que sej am devi das à el abor ação dos pl anos da Di vi ndade ou Logos, aquel a Vi da Cent r al Que é a or i gem da ener gi a de t udo que exi st e dent r o do si st ema sol ar . Não sei , mas é uma l i nha de pensament o i nt er ess ant e par a nós, e não f az mal especul ar , se o ef ei t o nos der uma vi são mai s ampl a, uma t ol er ânci a mai or e um ot i mi smo mai s ampl o e sensat o. Tendo vi st o que as duas et apas, da at i vi dade at ómi ca e da r adi oat i vi dade, car act er i zam a evol ução e t odos os át omos no si st ema sol ar , vej amos agor a quai s são os di f er ent es desenvol vi ment os que podem ser esper ados à medi da que a consci ênci a dent r o do át omo humano evol ui . Gost ar i a de cent r al i zar nossa at enção nest e t i po humano de consci ênci a, post o que el a é a evol ução cent r al no si st ema sol ar . Quando os t r ês aspect os da vi da di vi na são r euni dos — a vi da habi t ant e, ou espí r i t o, a f or ma mat er i al , ou veí cul o subst anci al e o f at or da at i vi dade i nt el i gent e — acont ecer ão cer t os r esul t ados especí f i cos. Temos o gr adual desenvol vi ment o de consci ênci a de uma espéci e par t i cul ar ; o desenvol vi ment o da qual i dade psí qui ca; o ef ei t o da vi da subj et i va sobr e a f or ma mat er i al , a ut i l i zação da f or ma par a cer t os f i ns especí f i cos, e a conqui st a de cer t as qual i dades
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pel a ent i dade que nel a habi t a. A ver dadei r a nat ur eza da vi da cent r al , sej a el a Deus ou homem, se mani f est ar á no ci cl o vi t al , sej a el e sol ar ou humano. I st o é ver dadei r o par a nós, é pr ovavel ment e ver dadei r o par a o Logos pl anet ár i o e, se ver dadei r o par a el e, t ambém, por t ant o, par a o Logos Sol ar . Tent emos, se puder mos, segui r al guns dos di f er ent es desenvol vi ment os r el aci onados com nossos quat r o t i pos de át omos — o át omo da subst ânci a, o át omo humano, o át omo pl anet ár i o e o át omo cósmi co. Um dos pr i mei r os e mai s i mpor t ant es desenvol vi ment os ser á a r espost a consci ent e a cada vi br ação e cont at o — i st o é, a habi l i dade de r esponder ao não- - ser , em cada pl ano. Dei xe- me i l ust r ar . Eu poder i a i r a cer t os sal ões dest a ci dade e r euni r uma audi ênci a compost a de t r abal hador es anal f abet os e não especi al i zados, poder i a f al ar - l hes e r epet i r o que di sse est a noi t e e não obt er nenhuma r eação. Cont udo, eu poder i a f azer uma pal est r a que pr onunci ei dez anos at r ás, est r i t ament e na l i nha do Evangel ho, e obt er uma r eação i medi at a. Aqui a quest ão do cer t o ou er r ado não cont a, mas si mpl esment e a di f er ença na capaci dade de di f er ent es t i pos de homens, em di f er ent es et apas de evol ução, par a r eagi r ao cont at o e vi br ação. I st o si mpl esment e si gni f i ca que cer t as pessoas est ão num est ági o onde podem ser at i ngi das por um apel o emoci onal e podemos nos ocupar del as na l i nha de sua sal vação pessoal , por que ai nda est ão na et apa at ómi ca ant er i or . Há out r o est ági o que i ncl ui aquel e, mas que capaci t a as pessoas a r esponder t ambém a um apel o mai s i nt el ect ual , o qual l hes dá um cer t o i nt er esse e sat i sf ação no t i po de di scussões que t emos desenvol vi do e que si gni f i ca i nvest i gação dos assunt os que di zem r espei t o ao gr upo, por exempl o. Mas ambos os est ági os são i gual ment e corretos. Podemos consi der ar est e assunt o por um out r o ângul o: é bem poss í vel que encont r emos gr andes pess oas, homens e mul her es mar avi l hosos, e que não f i quemos i mpr essi onados por el es; poder í amos passar por ei es s em r econhecê- l os e assi m per der o que el es t êm par a nos dar . I st o acont eceu na Pal est i na em r el ação ao Cr i st o, doi s mi l anos at r ás. Por que? Por que nós pr ópr i os ai nda não somos gr andes o bast ant e par a r eagi r a el es. Al go ai nda f al t a em nós, que nos i mpede de compr eender ou sent i r sua especi al vi br ação. Ouvi di zer em, e acho que é ver dade, que se Cr i st o vol t asse à t er r a e cami nhasse ent r e os homens como f ez ant es, poder i a vi ver ent r e nós di a após di a e nada not ar í amos de di f er ent e, Nel e, das out r as pessoas boas e despr endi das que conhecemos. Ai nda não cul t i vamos em nós a capaci ade de r esponder ao di vi no em nosso i r mão. Nor mal ment e só vemos o que é mau e gr oss ei r o e t omamos c i ênci a, pr i nci pal ment e, das f al has de nosso i r mão. Ai nda somos
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i nsensí vei s às mel hor es pess oas. Out r o desenvol vi ment o ser á que, agor a, poder emos f unci onar consci ent ement e em t odos os pl anos da exi st ênci a. Agor a f unci onamos consci ent ement e no pl ano f í si co e há al gumas pess oas que são capazes de f unci onar com i gual consci ênci a no pl ano mai s sut i l segui nt e, o chamado pl ano ast r al ( pal avr a que me desgost a por que não t r ansmi t e um si gni f i cado r eal às nossas ment es) , ou pl ano da nat ur eza emoci onal , no qual um homem est á at i vo quando f or a do cor po f í si co, nas hor as de sono ou l ogo após a mor t e. Mui t o poucos s er es humanos podem f unci onar no pl ano ment al com a consci ênci a t ot al ment e desper t a e menos ai nda f unci onam no pl ano espr i t ual . O obj et i vo da evol ução é que dever í amos f unci onar consci ent ement e, com pl ena cont i nui dade de per cepção nos pl anos f í si co, emoci onal e ment al . Est a é a gr ande r eal i zação que um di a ser á nossa. Saber emos ent ão o que f azemos cada hor a do di a e não soment e dur ant e cer ca de qua- t or ze hor as em cada vi nt e e quat r o. At ual ment e não t emos noção de onde f i ca a ver dadei r a ent i dade pensant e dur ant e as hor as de sono. Não sabemos quai s são suas at i vi dades, nem a condi ção de seu mei o ambi ent e. Al gum di a ut i l i zar emos cada mi nut o das hor as do di a. O out r o obj et i vo da evol ução é t r í pl i ce, i st o é, que t enhamos vont ade, amor e ener gi a coor denados, o que por enquant o não acont ece. Di spomos agor a, cont i nuament e, de mui t a ener gi a i nt el i gent e, mas é ver dadei r ament e mui t o r ar o encont r ar uma pessoa cuj a vi da sej a ani mada por um obj et i vo cent r al const ant ement e segui do e que sej a ani mada e i nst i gada pel o amor at uando at r avés da at i vi dade i nt el i gent e. Todavi a, est á chegando o t empo em que t er emos expandi do nossa consci ênci a a t al pont o que ser emos t ão at i vos i nt er i or ment e que nos t or nar emos r adi oat i vos. Ver emos, ent ão, um obj et i vo def i ni do, que ser á a consequênci a do amor , e al cançar emos noss o obj et i vo pel a i nt el i gênci a. I st o é t udo o que Deus f az, não é? Em nossa et apa de desenvol vi ment o at ual , cer t ament e somos i nt el i gent es, mas ai nda há mui t o pouco amor . Podemos amar um pouco as pessoas que encont r amos ou com quem mant emos cont at o, e al i ment ar um amor mai or por nossa f amí l i a e ami gos pr óxi mos, mas não sabemos quase nada do amor gr upal . Quando o amor gr upal nos f or pr ocl amado pêl os gr andes i deal i st as da r aça, ser á i ndubi t avel ment e ver dade que t er emos al cançado a et apa onde poder emos r eagi r a el e de al gum modo e sent i r emos que el e é al go que gost ar í amos de ver r eal i zado. É bom l embr ar que quant o mai s pensar mos em l i nhas def i ni t i vament e al t r uf st i cas, mel hor const r ui r emos al go de val or mui t o gr ande e desenvol ver emos vagar osa e l abor i osament e os r udi ment os de uma r eal consci ênci a gr upal , a qual ai nda est á mui t o di st ant e da mai or i a de nós.
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Há vár i os out r os desenvol vi ment os com os quai s nos poder í amos ocupar dur ant e nosso pr ocess o evol ut i vo mas que se acham t ão à nossa f r ent e que são pr at i cament e i nconcebí vei s, a não ser que t i véss emos um t i po especi al de ment e capaz de al gum modo de pensar abst r at o. Há a et apa na qual poder emos t r anscender ao t empo e ao espaço, quando a consci ênci a do gr upo em t odas as par t es do pl anet a, por exempl o, f or nossa consci ênci a, e quando nos f or t ão f áci l ent r ar em cont at o com a consci ênci a de um ami go na í ndi a, Áf r i ca ou qual quer out r o l ugar , como se el e est i vesse aqui ; a separ ação e a di st ânci a não ser ão bar r ei r as par a o r el aci onament o. Pode- se ver si nt omas di st o na habi l i dade com que al gumas pessoas se comuni cam t el epat i cament e ou pr at i cam a psi comet r i a. é i nt er essant e gast ar al gum t empo vi sual i zando est e obj et i vo di st ant e e i magi nando a r eal i zação do Logos bi l hões de anos à f r ent e, por ém o que é de vi t al i nt er esse é obt er al guma i dei a da pr óxi ma et apa; e compr eender o que podemos esper ar que acont eça, r el aci onado ao pr ocesso evol ut i vo dur ant e os pr óxi mos mi l har es de anos. Consi der emos est a i dei a. Há, como sabemos, t r ês l i nhas ger ai s de pensament o no mundo: a ci ent í f i ca, a rel i gi osa e a f i l osóf i ca. O que t emos nel as? Na l i nha de pensament o ci ent í f i co, engl obamos t udo o que di z r espei t o à mat ér i a, ao aspect o subst ânci a da mani f est ação; el a l i da com a obj et i vi dade e com o que é mat er i al , t angí vel e vi st o; l i t er al ment e, com o que pode ser pr ovado. No pensament o r el i gi oso, t emos o que di z r espei t o à vi da dent r o da f or ma, ao que l i da com a vol t a do espí r i t o à sua or i gem, mai s t udo o que se t em adqui r i do pel o uso da f or ma; el e se r ef er e ao l ado sub- j et i vo da nat ur eza. No pensament o f i l osóf i co t emos o que eu poder i a chamar a ut i l i zação da i nt el i gênci a pel a vi da que habi t a, a f i m de que a f or ma possa ser adapt ada adequadament e à sua necessi dade. Est udemos, nest a l i gação, cer t os desenvol vi ment os que poder emos pr ocur ar no f ut ur o pr óxi mo, l embr ando que t udo que eu di sser t em a i nt enção de ser sugest i vo e que eu f al o sem qual quer espí r i t o dogmát i co. É óbvi o, par a a mai or i a dos pensador es, que a ci ênci a, t endo começado o est udo da r adi oat i vi dade, est á no l i mi t e da descober t a de qual é a nat ur eza da f or ça que exi st e dent r o do pr ópr i o át omo; é bast ant e pr ovável que, mui t o em br eve, venhamos a apr ovei t ar a ener gi a da mat ér i a at ómi ca par a qual quer pr opósi t o i magi nável , par a aqueci ment o, i l umi nação e par a t udo o que se f az no mundo. Aquel a f or ça, como al guns de nós j á sabem, quase f oi descober t a nos Est ados Uni dos ci nquent a anos at r ás, por um homem chamado Keel y, mas não l he f oi per mi t i do par t i ci par i sso ao mundo por causa do per i go que a descober t a envol vi a. Os homens ai nda são egoí st as demai s par a que l hes sej a conf i ada a di st r i bui ção da ener gi a
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at ómi ca. Aquel a descober t a pr ovavel ment e ser á par al el a ao desenvol vi ment o da consci ênci a gr upal . Só quando o homem se t or nar r adi oat i vo e puder t r abal har e pensar em t er mos de gr upo, ser á sensat o e segur o par a el e ut i l i zar a f or ça l at ent e no át omo. Tudo na nat ur eza é mui t o bem coor denado e nada pode ser descober t o ou ut i l i zado ant es da hor a oer t a. Só quando o homem t or nar - se despr endi do é que est a f or ça t r emenda poder á passar às s uas mãos. Todavi a, admi t o que a ci ênci a f ar á t r emendo pr ogr esso na compr eensão da ener gi a at ómi ca. Ent ão, par al el ament e à evol ução do ser humano, podemos ant eci par que o homem domi nar á o ar . Há uma gr ande esf er a ou pl ano vi br at ór i o no si st ema sol ar , chamado de pl ano i nt ui t i vo em al guns l i vr os de ocul t i smo; na l i t er at ur a or i ent al é chamado de pl ano Búdi co, e seu sí mbol o é o ar . Do mesmo modo que o homem est á começando a encont r ar seu cami nho at r avés do desenvol vi ment o da i nt ui ção par a aquel e pl ano, agor a a ci ênci a est á começando a descobr i r como domi nar o ar , e à medi da que sua i nt ui ção se desenvol ver e cr escer , o seu cont r ol e do ar se desenvol ver á e cr escer á. Out r a coi sa que podemos esper ar ( e est á sendo r econheci da de al gum modo) é o desenvol vi ment o da habi l i dade de ver na mat ér i a mai s s ut i l . Em t odos os l ugar es há cr i anças nascendo que vêem mai s do que cada um de nós. Ref i r o- me a al go que se basei a excl usi vament e em bases mat er i ai s e di z r espei t o ao ol ho f í si co. Ref i r o- me à vi são et ér i ca que vê na mat ér i a mai s f i na do pl ano f í si co ou no que é chamado ét er . Est udant es e ci ent i st as na Cal i f ór ni a t êm f ei t o um t r abal ho mui t o i nt er essant e nest e assunt o. O Dr . Fr eder i ck Fi nch St r ong t em t r abal hado nest a l i nha de manei r a val i osa, ensi nando que o ol ho f í si co é capaz de ver et er i cament e e que a vi são et ér i ca é a f unção nor mal do ol ho. O que si gni f i car á o desenvol vi ment o dest a f acul dade? Si gni f i car á que a ci ênci a t er á que r eaj ust ar def i ni t i vament e seu pont o de vi st a r el at i vament e aos pl anos mai s sut i s. Se cer t os aspect os e f or mas de vi da que at é agor a t êm si do consi der ados como i magi nár i os chegar em ao al cance da vi são do homem ou da mul her nor mai s nos pr óxi mos cem anos, t er emos i nt er r ompi do de uma vez por t odas aquel e mat er i al i smo r ançoso que nos t êm car act er i zado há t ant o t empo e se o que agor a é i nvi sí vel f or r econheci do ao l ongo de qual quer unha especi al , quem di r á at é onde ser emos capazes de i r à medi da que o t empo pass a? Toda a t endênci a da evol ução é par a a sí nt ese. À medi da que penet r amos na mat ér i a, que t endemos à mat er i al i zação, t emos a het er ogenei dade; à medi da que t r abal har mos de vol t a par a o espí r i t o, t ender emos à uni dade, de modo que podemos esper ar o apar eci ment o da uni dade no mundo r el i gi oso. Mesmo agor a, há um espí r i t o de t ol er ânci a mui t o mai or , no ext er i or , do que ci nquent a anos at r ás; mas a época da gr ande uni dade f undament al que subj az a t odas as r el i gi ões est á se apr oxi mando r api dament e e o f at o que cada
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f é é uma par t e essenci al de um gr ande t odo ser á r econheci do pêl os homens em t oda par t e e por est e r econheci ment o t er emos a si mpl i f i cação da r el i gi ão. Os gr andes f at os cent r ai s ser ão enf at i zados e usados e as pequenas e mesqui nhas di f er enças de or gani zação e de expl i cação não ser ão l evadas a sér i o. Podemos t ambém esper ar um acont eci ment o mui t o i nt er essant e, em r el ação à f amí l i a humana por que, quando a consci ênci a gr upal t or nar - se, em escal a mai or , a consci ênci a obj et i va do homem, o que ocor r er á? Ter emos o homem pi sando aqui l o que no mundo r el i gi oso é chamada de "O Cami nho" . Nós o ver emos r esponsabi l i zar - se por si mesmo, empenhando- se par a vi ver a vi da do espí r i t o, r ecusando vi ver uma vi da at ómi ca egoí st a; nós o ver emos pr ocur ar seu l ugar dent r o do t odo mai or , encont r ando- o pel o empenho def i ni do e espont aneament e uni ndose àquel e gr upo. Est e é o si gni f i cado r eal do ensi nament o dado sobr e o Cami nho nas i gr ej as cat ól i ca, pr ot est ant e e budi st a. Todas el as ensi nam como t r i l har est e Cami nho, chamando- o por nomes di f er ent es t ai s como o Cami nho, o nobr e Cami nho " Oct upl o", o Cami nho da I l umi nação ou o Cami nho da Sant i dade. Cont udo é o úni co Cami nho, aquel e que br i l ha cada vez mai s, at é o di a per f ei t o. Podemos t ambém esper ar pel o desenvol vi ment o do poder de pensar em t er mos abst r at os, e pel o desper t ar da i nt ui ção. À medi da que as gr andes r aças se suceder am no pl anet a, houve um desenvol vi ment o or denado, di r i gi do, dos poder es da al ma e uma sequênci a def i ni t i vament e pl anej ada. Na t er cei r a Raça Rai z, a Lemur i ana, o aspect o f í si co do homem al cançou um al t o est ági o de per f ei ção. Mai s t ar de, na gr ande r aça que pr ecedeu a nossa, a at l ant e, e que per eceu no di l úvi o, desenvol veu- se a nat ur eza emoci onal do homem. A segui r , na r aça à qual per t encemos, a ar i ana, ou qui nt a r aça, o obj et i vo é o desenvol vi ment o da ment e concr et a ou i nf er i or e i st o est amos desenvol vendo a cada década. Al guns est ão t ambém começando a desenvol ver o poder de pensar em t er mos abst r at os. Quando f or est e o caso, ver emos mai s daquel a i nt er essant e, especi al capaci dade que al gumas pessoas demonst r am e evi denci am, a que chamamos de capaci dade de ser i nspi r ado. Não est ou f al ando aqui de medi uni dade nem quer o di zer capaci dade medi úni ca. Não há nada mai s per i goso do que o usual ment e compr eendi do pel o t er mo " médi um" . O médi um comum é um homem de nat ur eza negat i va ou r ecept i va e nor mal ment e é coor denado t ão i mpr eci sament e em sua nat ur eza t r í pl i ce que uma f or ça ou ent i dade ext er i or pode usar seu cér ebr o, mão ou cor po. É um f enómeno bast ant e comum. A escr i t a aut omát i ca, as pr anchet as de qui j a e as sessões espí r i t as de bai xa cat egor i a
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são mui t o comuns hoj e em di a e est ão l evando mi l har es à l oucur a ou a di st úr bi os ner vosos. Mas há al go do qual a medi uni dade é si mpl esment e uma di st or ção, e i st o é a i nspi r ação. Poder ser i nspi r ado si gni f i ca que uma ment e humana al cançou uma et apa, em sua evol ução, na qual el a est á consci ent e e posi t i vament e sob o cont r ol e do seu eu super i or , o Deus i nt er no. Est e r egent e i nt er no, o eu r eal , pode, pel o cont at o def i ni do, cont r ol ar seu cér ebr o f í si co e t or nar o homem capaz de t omar deci sões e de compr eender a ver dade, compl et ament e separ ada da f acul dade de r aci oci nar ; est e Deus i nt er no pode habi l i t ar o homem a f al ar , escr ever e chegar a ver dade sem usar a ment e i nf er i or . A ver dade est á dent r o de nós. Quando puder mos ent r ar em cont at o com nosso Deus i nt er no t oda a ver dade nos ser á r evel ada. Ser emos Conhecedor es. I st o por ém, é uma coi sa posi t i va e não negat i va, e si gni f i ca a col ocação de al guém em al i nhament o di r et o, consci ent e, com o pr ópr i o Ego ou eu super i or e não abr i r a per sonal i dade par a qual quer ent i dade ou f ant asma. Pode- se ver est a ocor r ênci a agor a, ocasi onal ment e, mas não é com f r equênci a que o homem comum ent r a em cont at o com seu eu super i or . Só em noss os moment os de mai or empenho, só nas gr andes cr i ses de nossas vi das e só como r esul t ado de l onga di sci pl i na e medi t ação ár dua, i st o pode ocor r er . Al gum di a, por ém gover nar emos t oda nossa vi da não do pont o de vi st a pessoal , egoí st a, mas do pont o de vi st a do Deus i nt er no, Que é uma r evel ação di r et a do Espí r i t o no pl ano super i or . O pont o f i nal que desej o expor est a noi t e é que o obj et i vo par a cada um de nós é o desenvol vi ment o dos poder es da al ma ou da psi que. I st o si gni f i ca que você e eu vamos ser psí qui cos. Mas não est ou usando est a pal avr a "psí qui co" como é nor mal ment e compr eendi da em sua conot ação di ár i a. A psi que é, l i t er al ment e, a al ma i nt er i or , ou o eu super i or , que emer ge do ser i nf er i or t r í pl i ce, do mesmo modo que a bor bol et a sai da cr i sál i da; é aquel a bel a r eal i dade que vamos pr oduzi r como r esul t ado de nossa vi da ou vi das aqui em bai xo. Os ver dadei r os poder es psí qui cos são aquel es que nos põem em cont at o com o gr upo. Os poder es do cor po f í si co, que usamos cada di a, nos põem em coní at o com os i ndi ví duos, mas quando t i ver mos desenvol vi do os poder es da al ma e desenvol vi do suas pot enci al i dades, ser emos ver dadei r os psí qui cos. Quai s são est es poder es? Tudo que posso f azer est a noi t e é enumer ar al guns ent r e mui t os. Um é o cont r ol e consci ent e da mat ér i a. A mai or i a de nós cont r ol a nossos cor pos f í si cos consci ent ement e, f azendo- os l evar avant e nossos comandos no pl ano f í si co. Al guns cont r ol am as emoções consci ent ement e, mas poucos ent r e nós podem cont r ol ar a ment e. A mai or i a é cont r ol ada por nossos
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desej os e por nossos pensament os. Mas est á chegando a época em que cont r ol ar emos consci ent ement e nossa nat ur eza t r í pl i ce i nf er i or . Ent ão, o t empo não exi st i r á de modo al gum par a nós. Ter emos aquel a cont i nui dade de consci ênci a nos t r ês pl anos de exi st ênci a, f í si co, emoci onal e ment al — os quai s nos habi l i t ar ão a vi ver , como o Logos, naquel a abst r ação met af í si ca, o Et er no Agor a. Out r o poder da al ma é a psi comet r i a. Que é psi comet r i a? Poder i a ser def i ni da como a habi l i dade de t omar de uma coi sa t angí vel , t al vez per t encent e a um i ndi ví duo e, por i nt er médi o daqui l o, pôr - se en r appor t com aquel e i ndi ví duo ou com um gr upo de i ndi ví duos. A psi comet r i a é a l ei de associ ação de i dei as apl i cada à qual i dade vi br at ór i a e f or ça com o pr opósi t o de obt er i nf or mação. Al ém di sso, a r aça se t or nar á cl ar i audi ent e e cl ar i vi dent e, o que si gni f i ca a capaci dade de ouvi r e ver t ão cl ar ament e e agudament e nos pl anos mai s s ut i s, como o f azemos no f í si co. I st o envol ver á a capaci dade de ouvi r e ver t udo que di ga r espei t o ao gr upo — i st o é, ouvi r e ver nas quar t a e qui nt a di mensões. Não sou mat emát i ca o bast ant e par a t ent ar expl i car est as di mensões e s ou capaz de f i car conf usa ao consi der ál as, mas uma i l ust r ação que me f oi dada pode t or nar a coi sa t oda um pouco mai s cl ar a: Um j ovem pensador sueco expl i cou- me ass i m: " A quar t a di mensão é a habi l i dade de ver at r avés e em t or no de uma coi sa. A qui nt a di mensão é a capaci dade, por exempl o, de t omar um ol ho e, por mei o desse ol ho, col ocar - se en r appor t com t odos os out r os ol hos no si st ema sol ar . Ver na sext a di mensão pode ser def i ni do como o poder de t omar de um gr ão de ar ei a da pr ai a e, por mei o del e, pôr - se em si nt oni a com t odo o pl anet a. Ent ão, na qui nt a di mensão, onde t omar am o ol ho, vocês est ar i am l i mi t ados a uma l i nha par t i cul ar de mani f est ação, mas no caso da sext a di mensão, onde usar am o gr ão de ar ei a, vocês ent r ar i am em cont at o com t odo o pl anet a". I st o é al go que est á mui t o à nossa f r ent e mas é i nt er essant e f al ar sobr e i st o, e cont ém uma pr omessa par a t odos. Não há t empo par a l i dar com os out r os poder es, nem eu posso enumer ar quai s s er ão el es. Cur ar pel a aposi ção da mão est ar á ent r e el es. A mani pul ação dos f l ui dos magnét i cos e a cr i ação consci ent e por mei o da cor e do som são out r os. Tudo o que nos di z r espei t o r eal ment e é que agor a dever í amos t omar a r esponsabi l i dade consci ent ement e, e pr ocur ar mai s e mai s f i car sob o cont r ol e do r egent e i nt er no, empenhar - nos par a nos t or nar r adi oat i vos e desenvol ver a consci ênci a gr upal .
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EVOLUÇÃO CÓSMI CA Poder i a par ecer r i dí cul o al guém compr omet er - se a f al ar sobr e a Evol ução Cósmi ca, por que, nat ur al ment e, est e é um assunt o que nem eu, nem qual quer mor t al , conhece e, conseqüent ement e, somos t ot al ment e i ncapazes de nos expr essar mos s obr e el e. Todavi a, exi st em cer t as deduções que podemos f azer sob a l ei de anal ogi a, que podem l evar - nos a mui t os i nt er essant es domí ni os do pensament o. Nas úl t i mas s emanas est i vemos consi der ando a evol ução do át omo de et apa em et apa at é que i ncl uí mos t odo o si st ema sol ar sob o t er mo " át omo". Pr i mei r o, est udamos o át omo da subst ânci a em l i nhas ger ai s, a segui r , est udamos o át omo humano e, mai s t ar de, apl i camos o que sabí amos a r espei t o de ambos à esf er a ai nda mai or , ou át omo, um pl anet a ao qual chamamos de át omo pl anet ár i o; a segui r , est endemos ai nda mai s a i dei a ao át omo do si st ema sol ar , consi der ando- o como poss ui dor de uma posi ção dent r o de um t odo ai nda mai or . Est udamos t r ês mét odos de evol ução, ou desenvol vi ment o, em r el ação a est e assunt o. Consi der amos os aspect os que evol uí r am por i nt er médi o dest es át omos, suas qual i dades, ou nat ur eza psí qui ca, e vi mos como a úni ca qual i dade psí qui ca que se podi a post ul ar no át omo da subst ânci a er a a qual i dade de i nt el i gênci a. A segui r , passamos às f or mas at ómi cas, f or mas s ub- humanas, e vi mos como as f or mas nos doi s r ei nos da nat ur eza, o veget al e o ani mal , demonst r avam out r a qual i dade da Di vi ndade, a da sensação, do sent i ment o ou amor embr i onár i o, e emoção; t ambém descobr i mos que no r ei no ani mal começou a se most r ar uma t er cei r a qual i dade, a da ment e r udi ment ar , e que quando chegamos ao át omo humano t i vemos t r ês aspect os se evi denci ando — i nt el i gênci a, amor e uma vont ade cent r al . Est endemos est e concei t o ao pl anet a e ao si st ema sol ar e descobr i mos que, at uando at r avés da f or ma do si st ema sol ar t í nhamos uma gr ande I nt el i gênci a, ou Ment e; que o obj et o de Sua ut i l i zação da f or ma er a a demonst r ação de out r a qual i dade: amor ou sabedor i a, o t odo sendo ener gi sado por uma gr ande VONTADE cent r al . Deduzi mos daí que est a VONTADE cent r al poder i a ser a mani f est ação de uma Ent i dade Que i nf or ma a t odo o si st ema, desde o át omo i nf er i or da subst ânci a at é aquel a gr ande Vi da que ener gi sa o esquema pl anet ár i o. Tendo expost o est es f undament os, passamos a consi der ar a evol ução da vi da consci ent e dent r o da f or ma at ómi ca, descobr i ndo que um t i po super i or de consci ênci a sur ge consi st ent e- ment e de cada át omo; que a consci ênci a humana se
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di st i ngue de t odas as out r as f or mas i nf er i or es por que é aut oconsci ent e; que o homem é uma vont ade i nt el i gent e, desempenhando cada ação consci ent ement e, t or nando- se consci ent e de seu mei o- ambi ent e e el abor ando uma l i nha def i ni da de at i vi dade com um obj et i vo especí f i co em vi st a. A aut o- consci ênci a do homem l eva a al go mai s ampl o ai nda, à consci ênci a do gr ande Espí r i t o pl anet ár i o, que t al vez pudesse ser expr esso mel hor no t er mo " consci ênci a gr upal " . À medi da que a evol ução pr ogr edi r , o homem passar á da et apa da aut oconsci ênci a na qual você e eu est amos, à consci ent i zação do que si gni f i ca consci ênci a gr upal , al go ai nda pr at i cament e desconheci do, a não ser como um bel o i deal e um sonho que se poder á mat er i al i zar num f ut ur o di st ant e. A consci ênci a gr upal , por sua vez, l ogi cament e evol ui r á at é o que nós, por f al t a de um mel hor t er mo, poder í amos chamar de consci ênci a de Deus, embor a eu desapr ove o uso da pal avr a Deus, devi do aos mui t os choques que el e pr ovoca, no mundo, ent r e os di f er ent es pensador es da f amí l i a humana. Est as di f er enças se basei am gr andement e nas di f er enças de f r aseol ogi a, nos t er mos usados par a expr essar i dei as f undament ai s, e em mét odos var i ados de or gani zação. Quando o ci ent i st a, por exempl o, f al a de f or ça ou ener gi a e os cr i st ãos f al am de Deus e o hi ndu usa t er mos anál ogos a "Eu sou o que eu sou" , ou o Ego, est ão t odos f al ando da úni ca e mesma gr ande vi da, mas per der am mui t o t empo pr ocur ando pr ovar os er r os, uns dos out r os, e a demonst r ar a pr eci são de sua pr ópr i a i nt er pr et ação. A segui r vi mos que, f al ando de modo ger al , a evol ução at ômi capodi a ser di vi di da em duas par t es ou et apas; uma, chamada a et apa at ômi ca e a out r a, denomi nada, por não haver um t er mo mel hor , de et apa r adi oat i va. A et apa at ômi ca é aquel a na qual o át omo busca sua vi da egocênt r i ca, só se pr eocupa com sua pr ópr i a evol ução e com o ef ei t o dos cont at os que f az. A medi da que a evol ução pr ossegue, t or na- se cl ar o que no seu devi do t empo o át omo começa a r eagi r em r el ação a uma vi da mai or f or a de si mesmo e ent ão, t emos o per í odo anál ogo ao da const r ução da f or ma, no qual os át omos de subst ânci a são at r aí dos por uma car ga mai or de ener gi a, ou f or ça el ét r i ca posi t i va ( se qui ser em chamá- l a assi m) que os conduz, ou at r ai par a si , e const r ói uma f or ma à cust a del es; est es át omos de subst ânci a, por sua vez, t or nam- se ent ão el ét r ons. Descobr i mos, assi m, que o mesmo pr ocess o é usado, t ant o no nosso caso quant o no caso de cada uni dade aut oconsci ent e, e que t emos uma vi da cent r al mant endo dent r o de sua esf er a de i nf l uênci a os át omos que const i t uem os di f er ent es cor pos, ment al , emoci onal e f í si co; que nos mani f est amos, que nos movemos e vi vemos nossa vi da e
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el abor amos nossos obj et i vos, at r ai ndo par a nós os át omos das subst ânci as adequados às nossas necessi dades, pêl os quai s f azemos os cont at os necessár i os. Est es át omos são, par a nós, a vi da cent r al , o que os el éi r ons são par a a car ga posi t i va cent r al no át omo da subst ânci a. A segui r vi mos que se i sso f or ver dade, i st o é, que exi st e uma et apa egocênt r i ca, ou per í odo pur ament e at ômi co, par a o át omo, e par a o át omo humano, poder í amos l ogi cament e pr edi zer um est ági o semel hant e par a o át omo do pl anet a, habi t ado por sua vi da cent r al espi r i t ual . Assi m ent r amos no campo da especul ação. Consi der amos, ent ão, se t udo que t r anspi r a sobr e nosso pl anet a não poder i a ser devi do à condi ção egocênt r i ca da Ent i dade Que est á el abor ando seu obj et i vo por mei o del e. Fi nal ment e, l evamos adi ant e a mesma i dei a r el aci onada com o pr ópr i o si st ema sol ar . Pass amos ent ão a consi der ar a segunda et apa, que o ci ent i st a t em est udado em r el ação ao át omo do f í si co e do quí mi co nos úl t i mos vi nt e anos, a et apa r adi oat i va; vi mos como houve uma condi ção anál oga a est a, na evol ução do át omo humano que exi st e um per í odo que o pr ecede, par al el o à et apa at ómi ca, onde o homem é pur ament e egoí st a, t ot al ment e egocênt r i co, e não pr est a at enção ao bem est ar do gr upo a que per t ence. Est a pr i mei r a et apa é bast ant e comum no mundo de hoj e. Uma gr ande per cent agem da f amí l i a humana est á na et apa at ômi ca mas devemos l embr ar - nos que é uma et apa pr ot et or a e necess ár i a; el a é at r avess ada por t oda uni dade da f amí l i a humana na busca de seu l ugar no gr upo e habi l i t a- a a desenvol ver al go de val or par a dar ao gr upo quando ent r ar na segunda et apa. e
No mundo de hoj e há t ambém uni dades da f amí l i a humana que est ão passando par a a segunda et apa, t or nando- se r adi oat i vas e magnét i cas, i nf l uenci ando out r as f or mas e se t or nando consci ent es do gr upo; est ão sai ndo do "Eu sou" par a a et apa da consci ent i zação do " Eu sou o que"; a vi da e obj et i vo da gr ande Ent i dade de Cuj o cor po f azem par t e, est á começando a ser r econheci da por el as; est ão- se t or nando consci ent es do pr opósi t o que exi st e por t r ás da vi da do Espí r i t o pl anet ár i o Que é o i mpul so subj et i vo que exi st e por t r ás da mani f est ação obj et i va na t er r a. Est ão começando a col abor ar com Seus pl anos, a t r abal har pel o mel hor ament o de seu gr upo; e a di f er ença ent r e el es e os out r os át omos da f amí l i a humana é que el es são consci ent es do gr upo, possuem um hor i zont e mai s ampl o, um r econheci ment o gr upal e um obj et i vo mai or . Ao mesmo t empo, el es não per dem a consci ênci a de si mesmos, nem sua i dent i dade i ndi vi dual , sua pr ópr i a vi da esf er oi dal per manece, mas el es col ocam t oda a f or ça e ener gi a que f l ui del es, não ao ser vi ço de seus pr ópr i os pl anos, mas numa cooper ação i nt el i gent e como Vi da mai or da qual f azem par t e. Tai s homens
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são poucos e di st ant es ent r e si , mas quando f or em mai s numer osos, ent ão podemos esper ar uma mudança nas condi ções mundi ai s, e pel a chegada do t empo que São Paul o menci ona quando di z: " Não dever i a haver di vi são no cor po, mas os membr os dever i am cui dar - se mut uament e. Se um membr o sof r er , t odos sof r er ão com el e, ou se um f or homenageado, t odos se al egr ar ão com el e. . . é o mesmo Deus que age t udo em t odos. Há di ver si dade de dons mas o mesmo espí r i t o; há di f er enças de mi ni st ér i os ( ou ser vi ço) mas o mesmo Senhor " ! Quando t odos t i ver mos consci ênci a gr upal , quando est i ver mos t odos consci ent es do obj et i vo que exi st e por t r ás da mani f est ação no pl anet a, quando f or mos consci ent ement e at i vos e empr egar mos t oda noss a ener gi a na el abor ação dos pl anos gr upai s, aí ent ão t er emos o que o cr i st ão chama de " mi l êni o". Se na evol ução do át omo da subst ânci a e do át omo humano t emos est as duas et apas, se el as são a base de t odo desenvol vi ment o f ut ur o, ent ão dent r o do át omo pl anet ár i o t er emos as mesmas duas et apas, aquel a na qual a Vi da pl anet ár i a est á el abor ando Seus pr ópr i os pl anos, e uma post er i or , na qual El e ader e aos pl anos mai or es da Vi da que ani ma o si st ema sol ar . Não est ando ai nda em posi ção de t er uma ent r evi st a com o Espí r i t o pl anet ár i o, não sou capaz de di zer - l hes se El e j á est á col abor ando com os obj et i vos do Logos Sol ar ; mas poder í amos obt er al guma i dei a dos obj et i vos ger ai s, pel o est udo da evol ução da r aça e do desenvol vi ment o dos gr andes pl anos i nt er naci onai s no pl anet a. Também devemos t er em ment e que, embor a nós, ser es humanos, nos consi der emos a mai or e mai s el evada mani f est ação do pl anet a, pode haver out r as evol uções at r avés das quai s a Vi da cent r al pode est ar t r abal hando e das quai s ai nda sabemos pouquí ss i mo. Não dever í amos est udar só o homem, mas s i m consi der ar t ambém a evol ução angél i ca, ou a evol ução dévi ca, como o hi ndu a denomi na. I st o nos abr e um campo i menso de especul ação e est udos. Cont i nuando, esper ar emos encont r ar et apas anál ogas no si st ema sol ar . Pr ovavel ment e descobr i r emos que a gr ande Vi da que ani ma t odo o si st ema sol ar , a gr ande Ent i dade que o est á usando par a a el abor ação de um obj et i vo def i ni do, l he f or nece ener gi a por mei o dos gr andes cent r os de f or ça a que chamamos de át omos pl anet ár i os; que est es cent r os, por sua vez, t r abal ham por i nt er médi o de cent r os ou gr upos menor es, comuni cando sua ener gi a, at r avés de gr upos de át omos humanos, aos vár i os r ei nos da nat ur eza e, assi m, ao mi núscul o át omo de subst ânci a, o qual por sua vez, r ef l et e t odo o si st ema sol ar . Se pensar mos a r espei t o da quest ão da vi da at ómi ca, ver emos que el a é mui t o i nt er essant e, e nos l eva a mui t as l i nhas de conj ect ur as. Um dos pr i nci pai s pont os de i nt er esse que el a abr e é a í nt i ma cor r el ação e i nt er ação ent r e t odas as
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espéci es de át omo e a uni dade que t udo penet r a que dever á ser , f i nal ment e, r econheci da. Se t i ver mos descober t o que vi r á uma et apa na evol ução de t odos os át omos, de t odas as espéci es, na qual el es sent em e buscam seu l ugar dent r o do gr upo, e de posi t i vos t r ansf or mam- se em negat i vos em r el ação a uma vi da mai or , se f or ver dade que em t odas est as mani f est ações de consci ênci a há uma et apa aut o- consci ent e e uma et apa de consci ênci a gr upal , não ser á l ógi co e possí vel que, t al vez, af i nal de cont as, o nosso si st ema sol ar nada mai s s ej a do que um át omo dent r o de um t odo mai or ? Não poder á haver , par a o nosso si st ema sol ar , e par a nosso Logos Sol ar , uma vi da cent r al mai or , par a a qual o Espí r i t o dent r o da esf er a sol ar sej a gr adual ment e at r aí do e a Cuj a consci ênci a nossa Di vi ndade aspi r e? Não haver á i ndi cações de t al f or ça ou obj et i vo em t oda par t e? Haver á esf er as mai or es de vi da sol ar f or a do nosso si st ema, que exer çam ef ei t o def i ni do sobr e el e? I st o pode não passar de especul ação mas t em seus pont os de i nt er esse. Se est udar mos l i vr os de ast r onomi a e pr ocur ar mos nos cer t i f i car se os ast r ónomos conf i r mam est a hi pót ese, depar ar - nos- emos com gr ande quant i dade de opi ni ões cont r adi t ór i as; descobr i r emos que al guns ast r ónomos di zem que dent r o das Pl êi ades há um pont o cent r al em vol t a do qual nosso si st ema sol ar gi r a, out r os di zem que o pont o magnét i co de at r a- ção par a o nosso si st ema sol ar est á na const el ação de Hér cul es. Por out r o l ado achar emos i st o cl ar ament e cont r adi t ór i o. Descobr i r emos que al guns ast r ônomos f al am sobr e o "i mpul so de est r el a" e di zem que o i mpul so, ou t endênci a, de cer t as est r el as, t em uma di r eção especí f i ca; out r os di zem que as di st ânci as são t ão gr andes que é i mpossí vel det er mi nar se cer t os si st emas seguem ou não uma ór bi t a def i ni da. Todavi a, se f or mos a al guns dos l i vr os ant i gos, os que chamamos de mi t ol ógi cos ( e um mi t o pode ser def i ni do como al go que cont ém em si uma gr ande ver dade ocul t a at é que est ej amos pr epar ados par a compr eendê- l a) , e se est udar mos os l i vr os ant i gos do Or i ent e, descobr i r emos que em t odos el es há duas ou t r ês const el ações consi der adas como t endo r el ações par t i cul ar ment e í nt i mas com nosso si st ema sol ar . Os ast r ónomos moder nos ai nda most r am uma at i t ude agnóst i ca em r el ação a est e pont o de vi st a e da vi são da ci ênci a mat er i al i st a, é ver dade. O que est ou pr ocur ando enf at i zar aqui é que um t ópi co que di vi de as opi ni ões dos ast r ônomos e ci ent i st as mas que, t odavi a, é um assunt o de di sput a, e sobr e o qual os Li vr os Or i ent ai s pr ocl amam uma opi ni ão def i ni da, deve- se basear em um f at o e que pr ovavel ment e exi st e um aspect o de ver dade na asser t i va. Pessoal ment e, eu suger i r i a que aquel e aspect o da ver dade ser á encont r ado, não segundo ângul os f í si cos de i nt er pr et ação, mas segundo ângul os da
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consci ênci a; que é a evol ução psí qui ca que se pr ocessa dent r o de t odos os át omos ( usando psí qui ca no sent i do de consci ênci a subj et i va) que é suger i da nest es l i vr os e a ênf ase é post a numa r el ação ocul t a que t er í amos com os out r os s i st emas sol ar es. Aqui t al vez possamos descobr i r a ver dade. A vi da subj et i va pode ser uma; a ener gi a que f l ue ent r e el es pode ser uma; mas a di ver si dade est á na f or ma f í si ca. Tal vez na evol ução da i nt el i gênci a, na mani f est ação do amor ou da consci ênci a gr upal e no desenvol vi ment o da vont ade ou pr opósi t o, est ej a a uni dade, a uni dade da vi da subj et i va e no r econheci ment o f i nal de que, na f or ma, e soment e na f or ma, est ão a separ ação e a di f er enci ação. Os ant i gos l i vr os do Or i ent e i ndi cam, ao consi der ar est e assunt o, que as set e est r el as da Ur sa Mai or , as set e est r el as das Pl êi ades, e o Sol Si r i o, t êm uma r el ação mui t o í nt i ma com nosso si st ema sol ar e que el es mant êm uma í nt i ma r el ação magnét i ca com nosso Logos s ol ar . Vi mos que o obj et i vo do át omo da subst ânci a é a aut oconsci ênci a, e que par a a Ent i dade Que est á evol ui ndo por mei o de um pl anet a, o obj et i vo pode ser a consci ênci a de Deus. Agor a, quando consi der amos o Logos sol ar , as pal avr as f al t am, cont udo deve haver um obj et i vo par a El e. Podemos chamá- l a de Consci ênci a Absol ut a, se qui ser em. Exempl i f i quemos novament e. Foi - nos di t o que nosso cor po é f or mado de uma mul t i pl i ci dade de pequenas vi das, ou cél ul as, ou át omos, t endo cada um sua pr ópr i a consci ênci a i ndi vi dual . A consci ênci a do cor po f í si co, vi st a como um t odo, poder i a, do pont o de vi st a do át omo, ser consi der ada como sua consci ênci a gr upal . Temos, a segui r , a consci ênci a do homem, o pensador . É el e quem dá ener gi a ao cor po, e o di r i ge à sua vont ade — i st o é, par a o át omo em seu cor po, anál oga ao que poder í amos chamar de Consci ênci a de Deus. A consci ent i zação de nossa consci ênci a est á t ão di st ant e da do át omo quant o a consci ênci a do Logos sol ar est á di st ant e da nossa. Agor a, par a o át omo de nosso cor po, não poder i a aquel a consci ênci a do Logos Sol ar ser chamada de Consci ênci a Absol ut a? Est e pensament o poder i a est ender - se ao át omo humano, ao át omo pl anet ár i o e post er i or ment e poder emos decl ar ar que o Logos sol ar al cança uma consci ênci a al ém da Sua pr ópr i a, anál oga àquel a que se est ende ent r e o át omo de seu cor po e El e pr ópr i o. Temos ent ão uma vi são mar avi l hosa se abr i ndo. I st o é, t odavi a, encor aj ador em si mesmo; por que se est udar mos mi nuci osament e a cél ul a em um cor po f í si co, e consi der ar mos a l onga est r ada que f oi per cor r i da ent r e a sua consci ênci a e a que o homem agor a sabe ser sua, t emos a pr omessa e a esper ança de conqui st a f ut ur a, e o i ncent i vo par a per si st i r em nosso esf or ço.
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Os ant i gos l i vr os do Or i ent e mant i ver am em segr edo, por mui t as er as, a ver dade sobr e mui t o que só agor a começa a penet r ar a consci ênci a do Oci dent al . El es ensi nar am a r adi oat i vi dade da mat ér i a há mi l har es de anos e t al vez haj a, af i nal de cont as, uma par cel a i gual de ver dade em seu ensi nament o sobr e as const el ações. Tal vez, nas est r el as que podemos ver nos céus di st ant es e na vi da que nel as evol ui , t enhamos o obj et i vo de nosso Logos sol ar , e as i nf l uênci as que f l uem em sua di r eção, at r ai ndo- o par a el as, t or nando- o, em seu devi do t empo, r adi oat i vo. Os l i vr os Or i ent ai s di zem que no sol Si r i o est á a or i gem da sabedor i a e que a i nf l uênci a ou ener gi a do amor emana de l á. A segui r , di zem que exi st e uma const el ação que est á mai s i nt i mament e l i gada ao noss o Logos Sol ar , sendo a r azão que El e ai nda não est á suf i ci ent ement e evol uí do par a poder r esponder compl et ament e a Si r i us, mas El e pode r eagi r à i nf l uênci a das set e i r mãs das Pl êi ades. Est e gr upo é bast ant e i nt er essant e. Se no di ci onár i o pr ocur ar mos a pal avr a " el et r i ci dade" encont r ar emos a sugest ão que pode t er or i gem na est r el a "El ect r a" , uma das set e i r mãs, que al guns s upõem sej a a pequena Pl êi ade per di da. Os mest r es Or i ent ai s, di zem que no mi st ér i o da el et r i ci dade est á ocul t o t odo o conheci ment o, e que quando t i ver mos penet r ado nel e saber emos t udo que exi st e par a ser conheci do. Qual passa ser a r el ação das Pl êi ades com nosso si st ema sol ar não nos é possí vel di zer , mas at é a nossa Bí bl i a Cr i st ã a r econhece e J ó f al a das ' doces i nf l uênci as das Pl êi ades' , enquant o al gumas das Escr i t ur as Or i ent ai s af i r mam que a r el ação est á no som ou vi br ação. Tal vez as Pl êi ades sej am a or i gem da vi da at ômi ca do nosso Logos, o aspect o i nt el i gent e at i vo, aquel e que f oi pr i mei r o desenvol vi do e que poder í amos chamar de mat ér i a el ét r i ca. A segui r há a Ur sa Mai or . Há mui t a coi sa i nt er essant e di t a nos escr i t os Or i ent ai s s obr e a r el ação ent r e a Ur sa Mai or e as Pl êi ades. Di z- se que as set e i r mãs são as set e esposas das set e est r el as da Ur sa Mai or . Qual ser á, af i nal , a ver dade por t r ás da l enda? Se as Pl êi ades são a or i gem da mani f est ação el ét r i ca, o aspect o i nt el i gent e at i vo do si st ema sol ar , e sua ener gi a a que ani ma t oda a mat ér i a, t al vez el as r epr esent em o aspect o negat i vo cuj o pól o opost o, ou aspect o posi t i vo, são seus set e mar i dos, as set e est r el as da Ur sa Mai or . Tal vez a uni ão dest as duas sej a o que pr oduz noss o si st ema sol ar . Tal vez est es doi s t i pos de ener gi a, um das Pl êi ades e o out r o da Ur sa Mai or , se encont r em e sua conj unção pr oduza aquel a i ncandescênci a nos céus que chamamos de nosso si st ema sol ar . A r el ação dest as duas const el ações, ou t al vez sua r el ação subj et i va, deve r eal ment e t er al guma base, de f at o, ou não a t er í amos vi sl umbr ado nas di f er ent es mi t ol ogi as. Deve haver