FICHAMENTO HANSEN, João Adolfo. A civilização pela Palavra. In !OPES, Eliane e" alli #or$.%. 500 anos de educação no Brasil. &elo Horizon"e A'"(n"ica, )***, p. +-+. P. 19-20: E/
0'a ori$e/, co/ '/ 0en"ido 1a0"an"e a"ivo, a "radição o' "ran0/i00ão
oral da f2 "in3a repo'0ado 0o1re '/ en0ina/en"o fei"o da 1oca para a orel3a. Fora '/ /a$i0 /a$i0"2ri "2rioo vivo, vivo, '/a '/a pre$a pre$ação ção,, '/ 4"e0"e 4"e0"e/'n /'n3o5 3o5 467 46700 rece1 rece1ere erei0 i0 '/a po"(nc po"(ncia, ia, a do E0p8ri"o San"o, 9'e vir: 0o1re v70; 0erei0 /e'0 "e0"e/'n3o0 e/ Jer'0al2/, e/ "oda a J'd2ia, na Sa/:ria, e a"2 o0 confin0 da "erra5, ordena Cri0"o para 0e'0 di0c8p'lo0 no dia da A0cen0ão. Inicial/en"e, na ori$e/ /e0/a do Cri0"iani0/o, a palavra de Cri0"o "in3a 0ido "ran0/i"ida oral/en"e pelo0 ap70"olo0 no 0eio da0 co/'nidade0; e/ '/ 0e$'ndo /o/en"o, /o/en"o, foi fi
di0c8p'lo0 de Cri0"o por 1i0po0, 9'ando aparece' a a'"oridade 9'e "in3a o di0cerni/en"o le$8"i/o da0 "radiç=e0, foi fei"a '/a "eolo$ia da0 d'a0 fon"e0 da revelação; enfi/, 9'ando a 9'e0"ão da a'"oridade da I$re>a 0e "orno' /ai0 e /ai0 in0"i"'cional #conc8lio0, pa"riarca0, o 1i0po de ?o/a, a S2 ap70"7lica%, a a'"oridade da "radição 0e reve0"i' de '/ car:"er r8$ido, e/ 0e'0 con"e@do0 e de"er/inaç=e0. P. 21: No0
02c'lo0 6I e 6II, na0 /i00=e0 >e0'8"ica0 do &ra0il e do Maran3ão e do
Brão Par:, a inicia"iva de fazer da pre$ação oral o in0"r'/en"o privile$iado de div'l$ação da palavra divina pre00'p'n3a 9'e a l'z na"'ral da Braça ina"a il'/ina a /en"e do0 $en"io0 o1>e"o da ca"e9'e0e, "ornando-o0 predi0po0"o0 conver0ão. P. 22: A
par"ir do 02c'lo 6I, a0 precep"iva0 re"7rica0 e po2"ica0 9'e 0e apropria/
cri0"ã/en"e do0 "e<"o0 la"ino0 de ?e"7rica afir/a/ 9'e no a"o da invenção do0 di0c'r0o0 o >'8zo do0 a'"ore0 a'"ore0 2 acon0el3ado acon0el3ado pela l'z na"'ral na"'ral da Braça ina"a. ina"a. P. 23: D...
a "ran0/i00ão da verdade da 4"radição5 #e da 4E0cri"'ra5% 0eria fei"a pela
palavra oral div'l$ada div'l$ada no p@lpi"o por pre$adore0 pre$adore0 in0pirado0 in0pirado0 pelo E0p8ri"o San"o. San"o. Ne00e "e/po e no 02c'lo 6II, e/ Por"'$al e no &ra0il, a pre$ação li"@r$ica D... Dpa00o' a 0er '/a pre0ença e<"re/a/en"e a"'an"e na vida do0 fi2i0. E0"e0 era/ o1ri$ado0 a a00i0"ir pre$ação de /1i"o paro9'ial. P. 24: Ge0de
o 02c'lo 6I, o0 decre"o0 e a0 /edida0 9'e co/1a"ia/ a "e0e da sola
scriptura confir/ava/ a ori$e/ divina e a infali1ilidade da persona mystica do papa.
P. 25: #O&S
40'1ordinação livre5 fi$'ra do rei co/o $overnan"e e0col3ido por
Ge'0%. Para o1"er "al 40'1ordinação livre5, 9'e in"ere00a ao 41e/ co/'/5, a ed'cação deve 4"ornar /ai0 3o/e/5, le/a do Ratio Studiorum '0ado pela Co/pan3ia de Je0'0 a par"ir de >aneiro de +. O' 0e>a, deve dar con"a da0 "r(0 fac'ldade0 9'e, 0e$'ndo a filo0ofia e0col:0"ica, define/ a pe00oa 3'/ana a /e/7ria, a von"ade e a in"eli$(ncia. Ao faz(-lo, deve en0inar-l3e0 o a'"o-con"role, vi0ando a 3ar/onia do0 ape"i"e0 individ'ai0 e a a/izade do re0"an"e corpo pol8"ico do E0"ado. Por o'"ra0 palavra0, 2 4/ai0 3o/e/5 9'e/ aprende a a$ir 0e$'ndo a recta ratio agibilium e a recta ratio factibilium da E0col:0"ica, a re"a razão da0 coi0a0 a$8vei0 e a re"a razão da0 coi0a0 fac"8vei0, vi0ando o 41e/ co/'/5 da conc7rdia e da paz do "odo do E0"ado. J: no 02c'lo 6I, o0 >e0'8"a0 pa00ara/ a definir a repre0en"ação e/ $eral co/o theatrum sacrum,
"ea"ro 0acro o' encenação da 0acralidade da "eolo$ia pol8"ica 9'e rea"iva a
elo9(ncia do0 an"i$o0 a'"ore0 pa$ão0 e do0 padre0 e do'"ore0 da I$re>a pa"r80"ica e e0col:0"ica co/o /odelo oral para o0 pre$adore0 con"ra-refor/ado0. P. 26: #O&S refer(ncia ?e"7rica%. O Ratio Studiorum, p'1licado pela Co/pan3ia de Je0'0 e/
>aneiro de +, e0pecifica
9'e a ?e"7rica deve dar con"a de "r(0 coi0a0 e00enciai0 9'e en"ão re0'/e/ e nor/aliza/ "oda a ed'cação, o0 4precei"o05, o 4e0"ilo5, e a 4er'dição5. Para en0inar a0 "r(0 coi0a0 e/ 0e'0 col2$io0 na for/ação do0 f'"'ro0 pre$adore0, o0 >e0'8"a0 rec'perara/ a0 a'"oridade0 an"i$a0 D... 9'e fornece/ re$ra0 o' precei"o0 da elo9(ncia. P. 27: #O&S "r(0 0a1ere0 docere #en0inar%, delectare #a$radar%, movere #per0'adir%. P. 27-2: Na apropriação p70-"riden"ina da ?e"7rica an"i$a, 9'ando a Con"ra-?efor/a
op0 vida 1ea"a a (p. 2) vida li1er"ina , San"o A$o0"in3o e o'"ro0 padre0 da I$re>a, co/o São Jerni/o, 9'e afir/ara "er "ido '/ 0on3o e/ 9'e Cri0"o l3e dizia 9'e ele não era cri0"ão por9'e ainda era ciceroniano, fornecera/ cri"2rio0 "eol7$ico0 para a /o1ilização da ?e"7rica na aprendiza$e/ e na pr:"ica da0 "2cnica0 ora"7ria0. Tan"o o en0ino p70-"riden"ino da ?e"7rica 9'an"o a pre$ação 0acra realiza/ o ideal civiliza"7rio e
"ende/ a do/inar o0 efei"o0 a$rad:vei0 e orna/en"ai0 do delectare. K o ca0o da
clareza da di0po0ição, propo0"a e/ "er/o0 de '"ilidade, o' da sublimitas in humilitate, o0 e0"ilo 0'1li/e no 3'/ilde, 9'e &ernardo de Claraval 3avia do'"rinado co/o o /ai0 ade9'ado ao pre$ador, 9'e revelaria co/ ele a pre0ença 0'1li/e de Ge'0 0an"ificando a0 coi0a0 /ai0 3'/ilde0.
P. 30: En9'an"o
aprendia a er'dição, o0 precei"o0 e o0 e0"ilo0, e
v:ria0 "7pica0 da inventio, na0 v:ria0 orden0 da dispositio e no0 v:rio0 orna/en"o0 da elocutio, o al'no "a/12/ era "reinado na promuncitiatio, a decla/ação, aprendendo a aco/pan3:-la de $e0"o0 corporai0 9'e "a/12/ fazia/ par"e da actio re"7rica. !oLola /andava o0 indiv8d'o0 9'e /anife0"a00e/ don0 ora"7rio0 e
/e/7ria5%.
Por o'"ra0 palavra0, não 0e encon"ra/, ne00a0 pr:"ica0, a0 ca"e$oria0
il'/ini0"a0 e p70-il'/ini0"a0 9'a0e 0e/pre $eneralizada0 "ran0i0"orica/en"e co/o eviden"e0, ca0o da ea e do I/p2rio, por i00o nela o l'$ar 0ocial do orador era '/ l'$ar de poder, e<"re/a/en"e elo9en"e e fa/o0o, co/o acon"ecia co/ Paravicino na cor"e e0pan3ola do 02c'lo 6I o' co/ (p. 35) 6ieira e &o00'e", na cor"e por"'$'e0a e france0a, no 6II. O l'$ar de fala do orador era, an"e0 de "'do, '/ l'$ar 3ier:r9'ico, e0pec8fico de '/a po0ição 0i/17lica preenc3ida por 0i$no0 de a'"oridade. Por i00o, deve-0e pen0ar 9'e, no a"o de fala, o a'"or do 0er/ão e a'"orizava a 0i /e0/o co/o po0iciona/en"o 3ier:r9'ico ao ci"ar a'"oridade0 da traditio e da0 Escrituras 9'e doava/ o 0en"ido or"odo
decorr(ncia, o orador co/p'n3a 0e' p@1lico co/o '/ 4"e0"e/'n3o5 da a'"oridade encarnada na repre0en"ação e co/o repre0en"ação na actio re"7rica. P. 35: J'0"a/en"e
por i00o, "a/12/ o 4p@1lico5 da pre$ação con"ra-refor/i0"a não
pode 0er en"endido 0e$'ndo a0 no00a0 ca"e$oria0 il'/ini0"a0, o' 0e>a, co/o in0"ncia carac"erizada pela id2ia de livre-inicia"iva cr8"ica o' de defe0a da par"ic'laridade de '/ in"ere00e o' de '/a 4ideolo$ia5, 9'e na 0ociedade de cla00e0 con"e/pornea aparece/ ro"ineira/en"e p'1licado0 co/o confli"o o' co/pe"ição co/ o'"ro0 in"ere00e0 o' ideolo$ia0. No ca0o do0 0er/=e0 l'0o-1ra0ileiro0 do0 02c'lo 6I, 6II e 6III, o 4p@1lico5 não "e/ nen3'/a a'"ono/ia cr8"ica. O1via/en"e, deve-0e 0'por, co/ &o'rdie', 9'e "oda re$ra 0i/'l"anea/en"e prod'z 0'a pr7pria 0'1ver0ão e, por i00o, 9'e pe00oa0 e/p8rica0 o'vin"e0 de de"er/inado0 di0c'r0o0 podia/ rea$ir a ele0 de /aneira0 1a0"an"e variada0, incl'0ive con"raria/en"e ao 9'e l3e0 era pre0cri"o pelo pre$ador. K 1:0ico o10ervar, no en"an"o, 9'e o0 0er/=e0 co/p=e/ 4pre0cri"iva/en"e5 a pe00oa do de0"ina":rio e a po0ição da recepção, de /odo 9'e o de0"ina":rio 2 0e/pre o 4"e0"e/'n3o5 da lei e da re$ra dada0 e/ e0pe":c'lo na pre$ação. Gi"o de o'"ra /aneira, o de0"ina":rio 2 con0"i"'8do co/o p@1lico 0o/en"e 4pela5 repre0en"ação, 4na5 repre0en"ação e 4co/o5 repre0en"ação. P. 36: O 0er/ão p70-"riden"ino rei"erava a na"'reza 0a$rada do pac"o de 0'>eição e, ao
faz(-lo, "a/12/ rei"erava co/o na"'ral a de0i$'aldade da0 v:ria0 po0iç=e0 3ier:r9'ica0 encenada0 na 0'a a'dição. A elo9(ncia era 0a$rada, a00i/, não 07 pelo0 "e/a0 da traditio e da0 Escrituras concordado0 co/ a da"a li"@r$ica, /a0 por9'e a"'alizava a /e/7ria da alienação cole"iva do poder e da 0'1ordinação cole"iva ao poder no a"o /e0/o e/ 9'e a en'nciação prod'zia o de0"ina":rio e a a'dição ade9'ada. Ge0"a /aneira, a pre$ação era 4f'ndan"e5, co/o oca0ião e/ 9'e 0e reencenava p'1lica/en"e a do'"rina do poder pol8"ico co/o in"e$ração de indiv8d'o0 e e0"a/en"o0 e/ '/ "odo 0'1ordinado ao 41e/ co/'/5 do 4corpo /80"ico5. E00e co/pro/i00o f'nda/en"al da palavra oral co/ a0 in0"i"'iç=e0 aparece, de0de o 02c'lo 6I, na definição >e0'8"ica da repre0en"ação e/ $eral co/o theatrum sacrum. Co/o foi vi0"o, a definição prop=e a repre0en"ação co/o e0pe":c'lo 9'e encena o0 precei"o0 f'nda/en"ai0 de re$'lação da vida pol8"ica. A pre$ação "orna p@1lica a orde/ pol8"ica do 4orpo /80"ico5, pondo-a e/ evid(ncia para 9'e 0e'0 /e/1ro0, de0de o0 /ai0 3'/ilde0 e0cravo0 a"2 o0 pr8ncipe0 da ca0a real, "orne/ a recon3ecer-0e co/o /e/1ro0 e orden0 in"e$rado0 o' 0'1ordinado0 no 41e/ co/'/5, o' 0e>a, 4co/o orden0 e/ '/ l'$ar da orde/ li$ada0 por relaç=e0 pe00oai0 f'ndada0 no0 privil2$io05. A pre$ação rei"era a 0acralidade da
cla00ificação >'r8dica, por i00o rei"era a 3ierar9'ia, incl'indo-0e na /e0/a co/o voz da a'"oridade 9'e a en'ncia e a'"oriza co/ a traditio e a0 Escrituras. P. 37: Co/o
foi di"o, o 0er/ão 0acro in0creve o de0"ina":rio e/ '/a "ipolo$ia da
/e/7ria, da von"ade e do en"endi/en"o, 9'e cla00ifica e di0"ri1'i a0 for/a0 0ociai0 da a'dição en"re doi0 /odelo0, 4di0crição5 e 4v'l$aridade5. O0 "ipo0 do 4di0cre"o5 e do 4v'l$ar5 0ão co/po0"o0 nele co/ "2cnica0 diver0a0; a0 ci"aç=e0 la"ina0 de a'"oridade0 de v:rio0 $(nero0, co/o !'cano, Ov8dio, C8cero, S(neca, T:ci"o, Ti"o !8vio, 'in"iliano; a er'dição cannica, 9'e ci"a "e<"o0 do0 do'"ore0 da Pa"r80"ica e da E0col:0"ica; a pr'd(ncia, a ver0a"ilidade, a$'deza, o decoro, a e"i9'e"a e0pecifica/ o di0cre"o. 'an"o ao v'l$ar, fala da9'ilo 9'e não en"ende, o' 0e>a, não en"ende o 9'e o've, "endo a /e/7ria, a von"ade e a in"eli$(ncia corro/pida0 pelo $o0"o da0 apar(ncia0 e dei