© 2013 por Lourenço Stelio Rega Revisão Simone Granconato Andréa Filatro Capa Souto Crescimento de Marca Diagramação Sonia Peticov Editor Juan Carlos Martinez Coordenador de produção Mauro W. Terrengui 1a edição - dezembro de 2012
Reimpressão - abril - 2006 Reimpressão - maio - 2009 Impressão e acabamento Imprensa da Fé
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EDITORA HAGNOS LTDA Av. Jacinto Júlio, 27 São Paulo - SP - 04815-160 Tel/Fax: (11) 5668-5668
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Quando a teologia faz diferença: Ferramentas para o ministério nos dias de hoje / Lourenço Stelio Rega, organizador / Vários autores. -- São Paulo: Hagnos, 2013. ISBN 978-85-63563-51-4 1. Liderança cristã — Ensino bíblico 2. Teologia pastoral — Ensino bíblico 3. Palavra de Deus (Teologia) 4.Vida cristã I. Rega, Lourenço Stelio II. Título. 12–15088
CDD-253 Índices para catálogo sistemático: 1. Ministério pastoral: Ensino bíblico: Cristianismo
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Sumário
Prefácio: Prof. Luiz Alberto eixeira Sayão Introdução: Dr. Lourenço Stelio Rega Abreviaturas
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1. Problemas pastorais: quais são e como resolvê-los 13 D�. I����� P������ �� A������ 2. Como elaborar um sermão expositivo e criativo? 23 P�. R������ A������ A������ 3. As geografias do ministério pastoral urbano 46 D�. J���� H���� ��� B���� 4. A ética no aconselhamento e o aconselhamento ético: algumas sugestões práticas 66 D�. L������� S����� R��� 5. Estratégias de aconselhamento 78 D�. S���� M��������� 6. No original é melhor: o papel das línguas originais no preparo de sermões e palestras 89 D�. J���� M������ 7. Elementos para uma eologia da Missão Integral 115 D�. J���� P���� ��� e P���. M�. V����� ��� G���� ������ 8. Como escrever a história da sua igreja 127 P���. M�. M������ S����� 9. Educação cristã transformadora 141 P����. M�. M������� �� O������� M���������
10. O músico cristão profissional: como conciliar a música na igreja com a música secular M������� M���� C���� P������ �� S���� 11. A múltipla pertença na religiosidade brasileira: uma análise pastoral das contribuições do trânsito religioso intraevangélico pentecostal para a complexificação do campo religioso brasileiro D�. A������ K���� Y������� � 12. Os evangélicos e a matriz religiosa brasileira D�. L������� S������� C����� 13. Compreendendo as religiões no contexto brasileiro: uma análise comparativa entre as práticas de religiões primitivas e da igreja atual P���. M�. V����� ��� G��� ������� 14. Evangelicalismo e cidade: mitos da religiosidade evangélica brasileira D�. J���� P� ������ Biografia dos autores
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Prefácio
Os desafios de servir no ministério cristão têm sido sempre maiores do que o potencial dos que se dispõem a dedicar-se a essa ousada empreitada. De fato, são tantas as facetas e matizes que envolvem o ministério pastoral cristão na atualidade, que tanto a formação geral quanto a específica tornam-se necessidade imprescindível! A primeira questão a ser considerada na prática do ministério é, com certeza, a da referência. Como cristãos evangélicos temos as Escrituras Sagradas como nosso Norte e, para que sejam utilizadas responsavelmente, exige-se conhecimento aprofundado das línguas originais, da exegese criteriosa e da espinhosa tarefa hermenêutica com todos os seus desdobramentos. odavia, o ministério não pode deixar de também considerar a necessidade da reflexão teológica, a qual vai além da exegese dos textos bíblicos. É com certeza uma tarefa muito complexa, tanto a partir da articulação sistemática, quanto a relação com a pertinência contextual. Parece-me que ainda falta uma teologia sistemática contemporânea, pertinente e relevante que pratique uma hermenêutica de afirmação do exto Sagrado. É difícil lidar com modelos sistemáticos sem ser engolido por eles! odavia, é preciso enfatizar que a própria característica encarnacional do evangelho cristão traz, por definição, a urgência de que a tarefa bíblico-teológica e missiológica se transforme em ação relevante, em vida que vem de Deus, em graça de Cristo presente no mundo em que vivemos. Daí, multiplicam-se os desafios marcados por uma sensibilidade crescente nas áreas de pregação, aconselhamento, expressão musical, antropologia, educação e sociologia, entre muitas.
QUANDO A EOLOGIA FAZ DIFERENÇA
É preciso ser bíblico, é preciso articular a teologia contextual, é preciso ter sensibilidade, relevância e pertinência. Por outro lado, também é preciso trabalhar duro “sem perder a ternura”. Neste quadro de contornos e matizes tão inacabados e indefinidos, surge: Quando a teologia faz diferença: Ferramentas para o ministério nos dias de hoje.
rata-se de uma coletânea diversificada de artigos bem escritos, atuais e contextualizados que mostram seriedade, profundidade, sensibilidade, experiência e criatividade. A obra traz a contribuição de diversos professores, principalmente da Faculdade eológica Batista de São Paulo, que já muito têm feito pela igreja evangélica brasileira. Colorem a obra a experiência de Irland de Azevedo, a pertinência de Lourenço Rega, a sensibilidade contextual de Leonildo Silveira e de Alberto Kenji. Sem falar da qualidade de Jorge Pinheiro, de Jorge Barro e Jonas Machado. Sem deixar de falar dos nada menos ilustres Ricardo Arakaki, Silas Molochenco, Vanderlei Gianastacio, Marcelo Santos, Madalena Molochenco, Mario Cesar da Silva. Estão de parabéns os autores e também a Editora Hagnos que disponibilizam reflexão teológica de qualidade para a igreja evangélica brasileira. L��� S����
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Introdução
Um dos mais fascinantes estudos bíblicos que existem é o da missão integral da igreja e o dos dons de serviço. É possível descobrir a riqueza e a variedade de combinações entre os diversos dons distribuídos na igreja de modo que possam contribuir para que ela cumpra a missão que lhe foi designada por Deus (missio dei ). emos o pastoreio, o ensino, o aconselhamento (exortação), o exercício de misericórdia com as diversas facetas assistenciais, a pregação (profecia) etc. Imagine que uma pessoa pode ter um ou mais dons concedidos por Deus (1Co 11.1) que funcionam de forma combinada com o papel que Deus tem para ela. Agora, imagine a combinação que ocorre quando todos os membros de uma igreja exercem seus dons. Isso não é fantástico? Este livro é fruto de líderes que vivem em dois mundos interligados – a igreja e o seminário teológico – e que, ao exercerem seu dom de ensinar, entenderam que poderiam ser úteis aos pastores e líderes. O livro é assim uma contribuição da academia para a igreja, demonstrando a importância da pesquisa e da reflexão não só para teólogos, mas para a igreja também. Outro objetivo é tentar demonstrar para a igreja em geral e para os líderes que o seminário teológico faz parte da vida da igreja, e seus professores (teólogos, sociólogos, exegetas, psicólogos, educadores etc.) podem dar elevada e efetiva contribuição à vida eclesiástica e ministerial, mesmo porque todos os participantes desta coletânea também estão envolvidos nas igrejas das quais são membros. Então, este livro foi elaborado de modo a ser útil para o dia a dia da igreja e envolve tanto assuntos práticos de apoio ao ministério, quanto temas acadêmicos que podem ajudar o pastor e o líder a compreenderem melhor o ambiente em que vivemos e, assim, exercerem com mais eficiência seu chamado.
QUANDO A EOLOGIA FAZ DIFERENÇA
O livro é como uma caixa de ferramentas para o ministério. Não é linear e pode ser lido capítulo a capítulo, sequencialmente ou não. O leitor também pode escolher quais capítulos ler, da mesma forma que vai a uma caixa de ferramentas e escolhe aquela que será mais útil para o trabalho que está realizando. Esperamos que este empreendimento seja de grande auxílio para seus leitores e, para tanto, aguardamos também as suas sugestões. D�. L������� S����� R��� Diretor da Faculdade Teológica Batista de São Paulo
[email protected]
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Abreviaturas
Aqui utilizaremos as seguintes siglas para referência às várias traduções no Brasil: ARA – Almeida Revista e Atualizada; ARC – Almeida Revista e Corrigida; ARv – Almeida Revisada; NVI – Nova Versão Internacional; A21 – Almeida Século 21; EB – radução Ecumênica Brasileira; BJ – Bíblia de Jerusalém; BLH – Bíblia na Linguagem de Hoje; NLH – Nova radução na Linguagem de Hoje. Para os textos originais usamos: BHS – Bíblia Hebraica Stuttgartensia; LXX – Septuaginta editada por Alfred Rahlfs; NG – Novum estamentum Graece, 27ª ed Nestle-Aland; GN – Te Greek New estament, 4ª ed. rev. UBS.
1 Problemas pastorais Quais são e como resolvê-los
D�. I����� P������ �� A������ 1
O surgimento de problemas no ministério pastoral é uma realidade inevitável e, portanto, evidente na vida de todo pastor e de toda igreja. O presente artigo é fruto do trabalho que tenho desenvolvido na Faculdade eológica Batista de São Paulo ao ministrar por mais de dez anos o curso de “Problemas pastorais”. Aliás, espero em breve lançar um livro sobre o assunto, oferecendo importantes “dicas” a meus colegas de ministério pastoral. NAUREZA E RAZÃO DOS PROBLEMAS O que é um problema?
Várias são as definições de problema: Problema é “questão levantada para inquirição, consideração, discussão, decisão ou solução”. Em matemática, problema é toda questão em que se procuram calcular uma ou várias quantidades desconhecidas, denominadas incógnitas , ligadas mediante relações a outras conhecidas e chamadas dados. Problema é também tema cuja solução requer considerável meditação ou habilidade. Ou qualquer assunto ou questão que envolve dúvida, incerteza ou dificuldade. (MIRADOR INERNACIONAL. Dicionário Brasileiro de Língua Portuguesa . Verbete “problema”). 1
Ver biografia na página 219.
QUANDO A EOLOGIA FAZ DIFERENÇA
Do grego pro (“diante de” e balléo “lançar, jogar”, problema é o que é proposto, e desafiante de solução. O que está diante de nós, a exigir engenho, dedicação, aplicação. Sendo assim, Quais são os problemas pastorais?
São situações difíceis que o pastor tem de enfrentar, ligadas muitas vezes a sua própria personalidade, seu caráter, seus relacionamentos na igreja, mas também relacionadas a questões administrativas ou morais, e à presença de dissensões ou heresias no seio da igreja. São situações que requerem discernimento, dependência de Deus, humildade, sabedoria e objetividade. E se não forem resolvidas adequadamente, tornam-se mais graves, acarretando prejuízos para a paz e para a unidade da igreja. Encontramos no N exemplos de problemas na experiência de líderes de igrejas do 1o século, e sabemos qual a conduta adotada por eles. Os problemas são: • dissensão e murmuração na igreja de Jerusalém (At 6); • heresia na igreja de Antioquia, objeto de estudo no concílio de Jerusa lém (At 15); • má conduta moral na igreja de Corinto (1Co 5); • divisão e facções, na igreja de Corinto (1Co 3); • incompreensão quanto ao lugar e à função do líder (1Co 3, 4); • desvio doutrinário nas igrejas da Galácia (Gl 1); • oposição ou hostilidade ao ministério pastoral, como Diótrefes na experiência de João (3Jo 9,10). Mas, afinal de contas, Por que temos problemas?
Por que problemas se somos pessoas vocacionadas por Deus, preparadas num seminário, com experiência de vida eclesiástica? Por que problemas se a igreja é constituída de pessoas remidas por Jesus Cristo e reunidas para adoração ao Senhor, edificação mútuas, crescimento 14
PROBLEMAS PASORAIS
cristão e serviço cristão; e chamadas para testemunhar o Evangelho perante o mundo? Por que problemas? A vida cristã e a igreja já não são um “pedacinho do céu”? Mas há problemas, com certeza. Porque somos humanos e nossa natureza é pecaminosa, ainda que sejamos remidos, isso enseja situações problemáticas em relação a nossa própria vida, nossa família, nosso trabalho, nossa igreja. Porque a vida é complexa e desafiante, às vezes, surpreendente, colocandonos situações inesperadas, imprevistas ou indesejadas, diante das quais nos sentimos pequenos ou incapacitados. Porque a igreja é constituída de gente, não de anjos; de pessoas perdoadas, não de pessoas perfeitas. De pessoas em processo de amadurecimento, não de pessoas perfeitamente maduras, conquanto seja a maturidade de todo crente o alvo do labor pastoral (Cl 1.28,29). Porque os relacionamentos humanos são por natureza difíceis, pois ocorrem, muito frequentemente, num ambiente de egoísmo exacerbado, de ausência de amor, de incapacidade de perdoar e de aceitar o outro como irmão. Porque o próprio Jesus enfrentou problemas com seus discípulos: um deles traiu o Mestre; outro o negou; outro dele duvidou; e entre eles pelejaram sobre quem seria o maior, numa verdadeira “luta pelo poder” de liderança, de proeminência ou preeminência. Mas ele preveniu: No mundo tereis aflições; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo (Jo 16.33). Só com a capacidade que vem de Deus enfrentaremos as diversas situações problemáticas, e os problemas deixarão de ser causa de desalento, para se tornarem desafios ao trabalho, à reflexão, à oração, à dependência de Deus. odo pastor, jovem ou experiente, de igreja grande ou pequena, da cidade ou de zonas rurais, defronta-se com situações e dificuldades na vida pessoal, familiar e eclesiástica, que exigem, para o devido encaminhamento e solução, atenta consideração, grande habilidade, bom senso, muita dedicação e busca diligente de sabedoria e direção de Deus. E Deus nos oferece as soluções em sua Palavra, em seu Espírito e, também, por meio da experiência dos que enfrentaram situações semelhantes, inclusive noutras áreas de convivência e trabalho, como organizações e empresas. 15
QUANDO A EOLOGIA FAZ DIFERENÇA
Exemplos de problemas que igrejas e pastores enfrentam
Só para exemplificar problemas que hoje ocorrem na igreja e no ministério pastoral, trago alguns que foram levantados em pesquisa de campo e tratados em nossos cursos na FBSP. • • • • • • • • • • • • • •
Falta de comprometimento dos crentes com Cristo e sua igreja. Individualismo e consumismo dos crentes. Apelo exacerbado ao sexo e seu reexo na igreja. Como lidar com famílias dominadoras na igreja (julgam-se “donas” da igreja). Omissão ou negligência do pastor em relação à própria família. Ativismo versus piedade na experiência do líder e da igreja. A solidão do pastor. Resistência às mudanças ou à adoção de novos paradigmas. Falta de visão ministerial. Diculdades com a presença e atuação de grupos heréticos dentro da igreja. Conito do pastor com a liderança da igreja e dos líderes entre si. Pastorear igrejas traumatizadas com a conduta antiética de pastorados anteriores. Comprometimento com o pecado, no seio da igreja, e especialmente na liderança. Contestação da autoridade pastoral e como lidar com isso.
Moisés, nosso colega
Exercício interessante que fazemos em nossos cursos é pesquisar na Bíblia problemas enfrentados por alguns dos líderes mais proeminentes e a atitude que eles demonstraram. Um dos casos pesquisados foi o de Moisés. No decorrer da pesquisa, foram levantados sete problemas e a “resposta” de Moisés a cada um deles. Veja o leitor a experiência de nosso “colega” Moisés, “pastor” da maior igreja que já existiu neste mundo: a congregação de Israel (a Qahal), em pleno deserto, e que foi alvo do seu ministério por quase quarenta anos: 16
PROBLEMAS PASORAIS
Problemas de Moisés, nosso colega
• Problema 1: Incapacidade de comunicação, timidez (Êx 3.11-4.13). Solução: Consciência do problema; aceitação da provisão de Deus: Arão; submissão e obediência. • Problema 2: Liderança centralizada (Êx 18.13-27) – Moisés liderava e julgava sozinho. Solução: Aceitou assessoria; buscou a Deus; pôs em prática o conselho de Jetro (seu sogro e assessor) e delegou responsabilidade com autoridade. • Problema 3: Confrontação e contestação dos liderados – Rebeldia dos líderes mais próximos (Nm 12.1-16). Solução: Manteve-se confiante em Deus e dependente de Deus; exercitou paciência e longanimidade; manteve-se convicto de seu chamado. E Deus cuidou de defendê-lo. • Problema 4: Idolatria do povo e desvio da delidade ao Senhor – Momento extremamente frustrante de seu ministério (Nm 32.1-36). Solução: Santa indignação, intercessão pelo povo e identificação com ele. A disciplina veio de Deus. O líder não precisou explicá-la com as próprias mãos. • Problema 5: Oposição e resistência do adversário – no caso, Faraó (Êx 5-12). Solução: Perseverança na missão, submissão ao Senhor e prontidão em fazer sua vontade e obedecer às suas ordens. • Problema 6: Problemas familiares – relutância em circuncidar o lho, separação da esposa e dos filhos que estiveram durante um tempo com o sogro (Êx 4.24-27). Solução: Disposição de obedecer à Lei; ajuda do sogro e aceitação da esposa e dos filhos, de volta à sua tenda. 17
QUANDO A EOLOGIA FAZ DIFERENÇA
• Problema 7: Sucessão do líder (Dt 31.1-8) – Sua própria sucessão. Solução: Aceitou com humildade o fim da sua liderança; aproveitou e provisionou a pessoa certa que estivera junto dele desde o começo da jornada. MODELO PARA SOLUÇÕES DE PROBLEMAS Muita atenção tem sido dada à busca de modelos para a solução de problemas em administração, liderança e ensino, por meio de cursos, livros e conferências para gerentes, professores e líderes. Em pesquisa na internet,2 tive acesso ao material que, com as adaptações necessárias, aqui ofereço ao leitor. Elementos conceituais para o processo de solução de problemas
Estudos no campo de solução de problemas ( problem solving ) sugerem os seguintes passos ou elementos importantes: • Saiba fazer diferença entre fatos e opiniões • Especique as causas subjacentes do problema • Entreviste todos os envolvidos, em busca de informações • Enuncie o problema de maneira clara e objetiva • Identique o padrão que foi violado, daí o problema • Determine de quem é o problema • Evite enunciar problemas como soluções disfarçadas ou mascaradas • Não se apresse na avaliação de alternativas de solução do problema • Certique-se de que todas as pessoas envolvidas com o problema ofereçam alternativas • Especique as alternativas consistentes com o objetivo de solução do problema • Especique as alternativas de curto e longo prazos • Construa sobre as ideias de outros • Especique as alternativas que solucionem o problema Veja: http://voltaire.is.tcu.edu/~stephens/tea – Creative ProblemSolving (acessado em 03/04/99). 2
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PROBLEMAS PASORAIS
• • • • • • • • • •
Av alie as alternativas em relação a um padrão ótimo Avalie sistematicamente Avalie com relação aos objetivos Avalie os efeitos principais e os efeitos colaterais Enuncie de forma explícita a alternativa selecionada Implemente a alternativa escolhida no tempo próprio e na sequência correta Preveja oportunidades para feedback (retroalimentação) Crie condições de aceitação da(s) alternativa(s) escolhida(s), por parte dos que são ou serão afetados Estabeleça monitoração contínua do sistema Avalie com base na solução do problema
Com esses elementos, sugerimos um roteiro lógico para a solução de problemas, evidentemente reconhecendo que a oração e a busca da direção de Deus devem preceder, permear e concluir o processo. Mesmo porque Jesus diz: Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas (Mt 6.33, NVI). E ensina iago: Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida (g 1.5, NVI). Por essa razão, sugiro: primeiro ore a Deus. Depois, enquanto mantém sua mente ligada a ele e iluminada por seu Espírito, atente para o roteiro lógico a seguir: ROEIRO LÓGICO PARA SOLUÇÕES DE PROBLEMAS O presente roteiro é valioso para a busca de solução de todo problema, seja na vida pessoal, em família, na empresa, na organização cristã ou na igreja. Por isso, aqui o reproduzo com os acréscimos que julguei necessários. Defina o problema
Cuidados necessários:
• Obter consenso quanto à denição do problema • Obter consenso quanto aos termos da definição que será adotada • Não se deve formular o problema em termos de soluções já admitidas 19
QUANDO A EOLOGIA FAZ DIFERENÇA
Passos a serem dados:
• Torne clara a diferença entre fatos e opiniões (às vezes eles se misturam, impossibilitando a clareza na compreensão do problema) • Especique as causas subjacentes do problema • Busque informações de todos os envolvidos com o problema • Enuncie o problema de maneira explícita e objetiva • Identique o padrão que foi violado (Como deveria ser?) • Determine de quem é o problema ou a quem primeiro ele atinge • Evite enunciar o problema como soluções disfarçadas Busque alternativas de solução
Cuidados a serem tomados:
• O líder do grupo, o presidente, o gerente ou o administrador, não deve supor que só ele tem as alternativas de solução do problema; ele não é o “sabe-tudo”. • Não se deve avaliar uma alternativa no momento em que é encontrada ou sugerida; mas a avaliação de cada uma deve ser feita após o levantamento das alternativas possíveis. • Não se deve precipitar a denição das alternativas, se poucas, como “todas as alternativas possíveis”. É mister que se ponha a mente a funcionar. É essencial ouvir pessoas interessadas e capazes. Lembre-se das palavras de Provérbios: Os planos fracassam por falta de conselho, mas são bem-sucedidos quando há muitos conselheiros (Pv 15.22, NVI). Veja também Provérbios 24.6. • Não se deve aceitar como única a primeira alternativa descoberta e enunciada. • Por outro lado, não devem ser aceitas alternativas baseadas em ações passadas bem-sucedidas. O tempo e as circunstâncias mudam. • Não se deve limitar a poucas informações, ou a informações superciais, sobre as alternativas escolhidas ou descobertas, ou as que se encontram mais fáceis ou perto de casa. É preciso buscar toda informação possível, mesmo que isso seja custoso.
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PROBLEMAS PASORAIS
Passos a serem dados:
• Busque as alternativas possíveis visando à solução do problema • Não avalie precipitadamente as alternativas; primeiro dena cada uma • Dê oportunidade para todas as pessoas envolvidas no problema oferecerem alternativas à solução • Especique as melhores alternativas, ou as mais consistentes com os objetivos • Dena com clareza as alternativas de curto e longo prazos • Construa sobre as ideias dos outros; e não imponha as suas • Especique as alternativas que resolvam efetivamente o problema Avalie as alternativas e selecione os itens que achar adequados
Cuidados necessários:
• Não aceite as soluções satisfatórias em vez das melhores. Muitas vezes o bom é o maior inimigo do ótimo. • Não implemente as soluções antes que o problema seja denido. • A aceitação da solução pelos outros não costuma ser imediata, pois a resistência a mudanças é um fenômeno universal. • Parte da solução precisa ser monitorada ou medida. • Muitas vezes, processos políticos ou organizacionais precisam ser bem administrados para a busca das soluções adequadas. Passos a serem dados:
• • • • •
Tenha um padrão ótimo ou excelente, na solução do problema Avalie sistematicamente Avalie em relação aos objetivos em vista Avalie os efeitos principais e os efeitos colaterais Enuncie a alternativa selecionada de maneira explícita e objetiva.
Implemente e acompanhe a solução encontrada
Cuidados necessários:
• Não busque apenas soluções satisfatórias mas, sim, as melhores • Não adote soluções com precipitação ou de maneira descuidada 21
QUANDO A EOLOGIA FAZ DIFERENÇA
• Não implemente as soluções antes de clara denição e compreensão do problema • Não desanime. A aceitação da solução adotada pode enfrentar resistência antes de sua implementação. Passos a serem dados:
• Implemente a alternativa escolhida, no tempo próprio e na sequência correta • Providencie oportunidades para feedback (ou retroalimentação) • Cuide de promover a aceitação das pessoas envolvidas • Estabeleça um sistema de monitoramento contínuo e ecaz • Avalie fundamentado na solução do problema. Por fim, diante do Senhor e a ele agradecido, celebre a bênção da solução ou das soluções encontradas!
Com esses elementos conceituais e ferramentas de solução de problemas, será possível lidar com os problemas e encontrar as soluções adequadas. Que o Senhor abençoe o leitor na maneira de lidar com os problemas que certamente ocorrerão em sua vida pessoal, familiar e na igreja de Cristo que lhe foi dada a dirigir ou ajudar a dirigir. REFERÊNCIA MIRADOR INERNACIONAL. Dicionário Brasileiro de Língua Portuguesa . 2ª ed. São Paulo: Encyclopaedia Britânica do Brasil Ltda. 1997. Verbete “problema”.
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