O LIVRO DE YONA (O PROFETA JONAS) Traduzido e explicado de forma filosófica e mística, fazendo um paralelo entre a história de Jonas com a vida após a morte, reencarnação e a passagem da alma desta vida para a próxima, de acordo com o Gaon de Vilna e outros comentaristas. Revisão da primeira edição : Sr. Jack Bisker z"l Revisão final: final: R. Eliahu (Adolpho) Wasserman Diagramação: Diagramação: R. Grinwald Para correções, críticas, encomendas ou qualquer assunto em relação ao livro ficarei grato em receber pelo E-mail:
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Carta de Recomendação do Grande Sábio Rabi Natan Tsvi Finkel Zt”l Rosh Yeshivat Mir – Jerusalém – Jerusalém–– Israel
TEMAS EM MEMÓRIA TORÁ E CIÊNCIA (O CICLO DA ÁGUA) RESUMO DA HISTÓRIA DE YONA O CORPO E ALMA A VIDA APÓS A MORTE A PASSAGEM DESTA VIDA PARA A PRÓXIMA AS SETE SENTENÇAS A SEPARAÇÃO ENTRE A ALMA E O CORPO REENCARNAÇÃO CÁLCULOS ELEVADOS PORÉM LIMITADOS TRÊS CONTOS A PÉROLA OS TRÊS AMIGOS QUEM SABE FAZ A HORA
A TESHUVÁ O CORPO E A ALMA II - O LIVRO DE ESTER EM UM OUTRO NÍVEL DE ENTENDIMENTO O POÇO DE LUZ DE RABI AKIVA A AKIVA A RAPOSA E OS PEIXES PEIXES "O POÇO SEM LUZ" TORÁ E CIÊNCIA O CICLO MENSTRUAL BRIT-MILÁ A CONSTELAÇÃO PLÊIADES QUEM DESCOBRIU O COMETA HALLEY? VACINA CONTRA RAIVA, PASTEURIZAÇÃO O PARA-RAIOS A TERRA O CICLO DA ÁGUA O SOL A IDADE DO UNIVERSO A TORÁ E OS CONHECIMENTOS CONHECIMENTOS CIENTÍFICOS A CRIAÇÃO CRIAÇÃO PERGUNTAS & RESPOSTAS
O Livro de Yona Traduzido A Tradução: Tradução: Texto foi traduzido em uma linguagem simples para facilitar a compreensão. O objetivo da tradução foi transmitir o sentido direto do texto de acordo com a maioria dos comentaristas tradicionais. Devemos ter em mente que a tradução de qualquer sentença do Hebraico bíblico para qualquer outro idioma limita o seu entendimento. Foram acrescentadas palavras entre parênteses necessárias à compreensão adequada do texto. As palavras cuja tradução direta não é adequada, estão escritas entre colchetes, as fontes da tradução das palavras que escapam de seu significado simples estão indicadas no final de cada capítulo. Os Comentários : Comentários : Os comentários têm como finalidade uma melhor compreensão do texto e o esclarecimento de eventuais dúvidas, as fontes estão estã o indicadas no final do respectivo texto. Perguntas e Respostas: Foram acrescentadas perguntas e respostas com a finalidade de aprofundar um pouco mais o entendimento do texto. Nesta nova edição foram acrescentados temas que estão insinuados no livro de Yona em um outro nível de entendimento.
Em memória Torá e ciência (o ciclo da água) Dedico esta nova edição da tradução do Livro de Yona, com novos comentários e temas em torno do livro de Yona, em memória de nosso querido pai, Sr. Jack Bisker (Yakov Zeev) Z''l, que me ajudou muito na produção da primeira edição e me estimulou a publicar a segunda edição ampliada. O mérito deste livro, e de todo benefício que ele trouxer, será também para elevação de sua alma, que descanse em paz no ''Gan Eden''. O nosso pai z”l foi uma pessoa querida por todos, nasceu no Brasil (S.P.) no dia 23 de junho de 1941 e no dia 28 de dezembro de 1995 se mudou para Israel, Kfar Saba, onde morou 14 anos até o seu último dia de vida (28 de julho de 2009). Formado em engenharia civil pela Universidade ''Politécnica'' da USP, em S.P., trabalhou 30 anos na empresa IBM do Brasil. Em Israel dava aulas de física e matemática para brasileiros no colégio Yamin-Orde, Conciliando física e Torá, vinha se fortificando cada vez mais no cumprimento da Torá, e chegou a um nível de conexão com o Criador muito elevado, sempre argumentando que, com a evolução da ciência, cada vez fica mais clara a existência de um Criador, e que Ele está sempre presente controlando a Sua criação. Quando soube que estava doente, e que sua doença era fatal, repetiu algumas vezes que não importa quanto tempo o Criador vai lhe dar para viver, dias, meses ou anos, porém todo o tempo de vida que receber (exceto o tempo necessário aos afazeres familiares) vai utilizar este tempo para o estudo da Torá e divulgar artigos para aproximar do judaísmo de nosso povo as pessoas que não tiveram a oportunidade de conhecer a nossa Torá de forma correta. Ele também me advertiu para não perder tempo com ''besteiras'' (como muitas pessoas fazem) e aproveitar todo o tempo possível para estudar Torá. Nos seus últimos anos e, principalmente, nos últimos meses de vida, se dedicou ao estudo de Torá e Ciência, e divulgou artigos sobre este tema. Para mérito de meu pai z''l gostaria de publicar uma matéria de Torá e Ciência sobre o ciclo da água que nós preparamos em conjunto. As folhas de anotações sobre este assunto foram encontradas dentro de um de seus livros, e elas estavam assinaladas como ele gostaria de organizar este tema, porém já não houve tempo para redigi-las.
O ciclo da água Como as nuvens são formadas? A descoberta da evaporação - John Dalton (talvez o maior de todos os químicos teóricos), resolveu parcialmente este problema em 1793 quando o primeiro volume de seus ensaios meteorológicos foi publicado mostrando que a água existe no ar como um gás, totalmente independente. Em 1801 ele deu uma completa solução a este problema.
A precipitação (chuva) - Em 1803 Luke Howard publicou seu memorável trabalho sobre as nuvens no ''Philosophical Magazine''. Neste trabalho Howard reconhece seu débito com Dalton pela sua teoria da evaporação, apesar de que ele ainda se ligava à ideia de que o vapor, apesar de ser independente do ar estava combinado com partículas de caloria. Ele afirmou que as nuvens eram compostas de vapor que previamente havia subido da terra, contradizendo as opiniões daqueles que acreditavam que elas eram formadas pela união de hidrogênio e oxigênio existentes no ar. Ele se opunha à ideia de Delu e de Saussure de que as nuvens eram compostas de partículas de água na forma de balões em miniatura. É incrível que em nossa Torá, que foi ditada pelo Criador há mais de 3300 anos atrás, esta informação já está registrada explicitamente. Assim está escrito no livro Gênesis (capítulo 2 vers. 6) ''E o vapor subirá da terra e regará toda a face da Terra''. Consta no Talmud (Tratado Taanit 9b), em nome de Rabi Eliezer, que o mundo inteiro “bebe”, ou seja, é irrigado das águas dos oceanos, como consta na Torá: ''E o vapor subirá da terra e regará toda a face da Terra''. Na Torá está escrito que o vapor subirá da terra, para nos ensinar que também da terra sobe vapor. Aprendemos por lógica que, se mesmo da terra sobe vapor é óbvio que do mar sobe muito mais. Portanto, Rabi Eliezer deduziu deste versículo que o mundo inteiro é irrigado pelas águas (evaporadas) dos oceanos. Perguntaram-lhe, então: porém, sendo a água do oceano salgada, a chuva também deveria ser salgada. Ao que R. Eliezer respondeu que ao ser evaporada a água deixa de ser salgada. Na história da ciência a formação das nuvens foi sempre um mistério, e várias teorias foram levantadas, somente em torno do ano 1803 da era comum, surgiu uma teoria ''Renovadora'' de que talvez as nuvens fossem formadas de vapor, como foi citado anteriormente (o que já está escrito explicitamente na Torá há mais de 3300 anos atrás). Há mais ou menos 20 anos atrás foi descoberto pela ciência (pelo físico Louis Frank) que meteoros feitos de gelo ao entrar na atmosfera se transformam em chuva. Isto foi fotografado e comprovado (quem se atreveria dar tal informação sem os meios tecnológicos necessários?). Porém, esta informação já consta no Talmud (Tratado Taanit 9b) escrito há mais de 1500 anos atrás, em nome de Rabi Yeoshua (que viveu em torno de 2000 anos atrás), através de uma análise de um versículo da Torá, constando que o mundo também é irrigado pelas águas superiores, e não somente da água que foi evaporada da Terra. A ciência é um meio para reconhecer a grandeza da criação de D's Está escrito no livro dos Salmos (145,4): ''Cada geração (que chega) louvará Teus atos (mais do que as anteriores) ... '' (tradução seguindo os comentários do Malbim). Através da criação podemos reconhecer a grandeza de D's. Cada geração que chega acrescenta mais entendimento (estudo) sobre a criação de D's, e da complexidade da natureza. Assim sendo, reconhece novas sabedorias e maravilhas que estavam ocultas da
geração anterior, e portanto louvará a Hashem pelos Seus feitos mais do que as gerações anteriores (Malbim). Escutamos de certas pessoas que a tradição de rezar pela chuva surgiu pelo fato do desconhecimento do fenômeno natural do ciclo da água. Uma vez que as pessoas não entendiam como uma quantidade de água tão grande poderia cair do céu, apelaram para uma força maior a que chamaram de Deus, e desta maneira criaram um deus e para ele começaram a rezar. Somente uma pessoa ignorante dos conhecimentos de nossa Torá poderia pensar desta forma, pois como afirmamos anteriormente, está escrito na Torá, explicitamente, há mais de 3300 anos atrás, como funciona o ciclo da água, muito antes da aceitação científica que ocorreu somente há cerca de 210 anos atrás. Porém, mesmo conhecendo o fenômeno natural nossos Sábios nos ensinam no Talmude que, obrigatoriamente, a chuva não cairá nos locais onde poderemos usufruir de suas águas, como por exemplo no mar ou no deserto, ou poderá cair de forma destrutiva, ou não na quantidade necessária, pois o Criador através de mudanças naturais decidirá onde, quanto, e como a chuva cairá em cada lugar, dependendo de nossos méritos. Esta é uma das maneiras pelas quais Hashem se comunica conosco, como consta no Tratado Taanit, que nas épocas de seca fazíamos jejuns e rezas públicas, reconhecíamos as nossas falhas e nos arrependíamos de nossos erros. Desta forma, Hashem nos dava a oportunidade de nos aperfeiçoar e de crescer como pessoas. Assim como a falta de chuva, qualquer outro tipo de calamidade que acontece é uma advertência para que nosso comportamento seja aperfeiçoado como está escrito no Tratado Yevamot 63. Hoje em dia, nas épocas de seca, as rezas também são intensificadas. O Tratado Taanit tem como enfoque principal nos ensinar como nos comportar em momentos de calamidades públicas. Nossos Sábios nos orientaram como consertar os nossos atos e, desta forma, cancelar os maus decretos. A própria Torá nos relata (Gênesis cap.2, vers.5) que as plantas não cresciam, pois Hashem não havia ainda feito chover sobre a terra e, além disso, ainda não havia pessoas para cultivála. Rashi explica que somente depois que surgiu o homem, e ele soube que a chuva era necessária para o mundo, ele rezou pela chuva: então, choveu e as árvores e plantas cresceram. E no próximo versículo nos conta a Torá como Hashem trouxe a chuva: “E o vapor subirá da terra e regará toda a face da Terra”. A natureza foi a forma escolhida por Hashem para atuar no mundo em que vivemos, e tudo está sob Seu controle. Veja outras matérias no capítulo “Torá e Ciência”.
Resumo da história de Yona No final do livro (começando pela contracapa) traremos o "Livro de Yona" traduzido comentários, perguntas e versículo por versículo com
respostas para um melhor entendimento da história. Por agora, traremos somente o resumo necessário para a explicação de temas que estão em um outro nível de entendimento, ocultos ‘por detrás’ do texto simples: O Corpo e a Alma Reencarnação A Vida Após a Morte A Separação entre a alma e o corpo Cálculos elevados porém limitados Há cerca de 2700 anos atrás viveu o profeta Yona (Jonas). Ele foi ordenado por Hashem (Deus) através de uma profecia viajar a Ninve, a grande cidade e repreender seus habitantes, pois caso continuassem vivendo da mesma maneira como estavam vivendo a cidade seria destruída. Yona se levantou para fugir da presença do Eterno, descendo ao porto da cidade Yafo e embarcou em um navio cujo o destino era a cidade de Tarshish, não como Hashem havia ordenado, inclusive pagou o preço referente as passagens que todavia não haviam sido vendidas para que o navio partisse imediatamente. Hashem fez soprar um grande vento agitando o mar até o ponto que os passageiros pensaram que o navio iria naufragar. Cada um rezou para o deus que acreditava, lançaram ao mar todo o excesso de peso para tentar evitar o provável naufrágio, porém o Profeta Yona resolveu descer ao fundo do navio, deitou-se e adormeceu. O capitão se aproximou de Yona e o repreendeu por estar dormindo neste momento de perigo em vez de rogar para Deus salvá-los desta situação. Os passageiros resolveram fazer sorteios para saber o responsável por tudo o que estava acontecendo e a sorte sempre caia sobre Yona, então Yona revelou à eles que estava fugindo da presença do Eterno e a única maneira a qual eles podiam se salvar era se livrando dele, então falou para lançarem à ele ao mar. Os homens tentaram fazer com que o navio retornasse à terra seca porém não conseguiram pois o mar estava cada vez mais agitado. Finalmente pegaram a Yona e o lançaram ao mar, e o mar se acalmou. Os homens sentiram um grande temor do Eterno e fizeram promessas que se converteriam. Um grande peixe engoliu Yona e ali permaneceu três dias e clamou ao Eterno de dentro das entranhas do peixe e finalmente Hashem fez com que o peixe o lançasse à terra seca. O profeta Yona foi novamente ordenado através de uma profecia viajar à Ninve, desta vez Yona cumpriu com a ordem de Hashem e foi à Ninve e anunciou que no final de quarenta dias Ninve seria destruída. O rei de Ninve e seus habitantes acreditaram em Yona e retornaram de seus maus caminhos então Deus cancelou o mau decreto que havia dito que lhes faria.
O profeta Yona se sentiu muito mal, pois sabia que o arrependimento dos habitantes de Ninve causaria uma acusação ao povo de Israel que não estavam escutando as palavras dos profetas para que melhorassem os seus atos. Yona saiu da cidade fez para si uma cabana e sentou-se debaixo dela até ver o que se passaria com ela, pois caso não continuassem em um estado de arrependimento talvez o mau decreto recairia novamente sobre eles. Hashem preparou um “ Kikaion” (uma planta) a qual subiu por cima de Yona para fazer sombra sobre sua cabeça e salvá-lo dos raios do sol, e Yona sentiu uma grande felicidade. No princípio da manhã seguinte Hashem fez com que um verme cortasse a planta e ela se secou. Ao nascer do sol Hashem trouxe um vento ensurdecedor e o sol bateu na cabeça do Yona e ele desmaiou e pediu para que sua alma o deixasse. Então Hashem o repreendeu falando: " Tu sentiste pena da planta pela qual não te esforçaste e não a fizeste crescer, que em uma noite cresceu e numa noite se perdeu, e eu não terei pena de Ninve, a grande cidade, etc.”
O Corpo e Alma Mesmo que os livros do Tanach (A Torá, Profetas e Escritos) devam ser entendidos de forma simples, ou seja, o entendimento em seu contexto simples é verdadeiro, no entanto, muitas outras informações se encontram “por trás” do texto. Por exemplo, toda história contada no Tanach é também uma alusão a um outro tema em um outro nível de entendimento (os dois temas estão relacionados, porém em outro nível). Assim, vemos no Livro de Yona, que em seu contexto simples se trata da história de um profeta que tenta fugir da ordem que recebeu de Hashem, e em um outro nível de entendimento este livro é uma alusão à uma pessoa que quer viver segundo os seus desejos, fugindo de suas responsabilidades, como vamos mostrar em seguida, segundo os comentários do livro “Aderet Eliahu” do grande sábio R. Eliahu de Vilna Z”l - R. Eliahu ben Shlomo Zalman - (mais conhecido como Hagr’ó ou Hagr’á).
O CORPO E A ALMA Comentário ao livro de Yona baseado no livro Aderet Eliahu O livro de Yona é também uma alusão à alma de um ser humano (como consta no Zohar), que foi enviada para ajudar a melhorar este mundo. Porém, uma vez que não o melhorou e, além disso, ainda prejudicou a si própria, ela foi depois reenviada, em uma reencarnação, para completar sua missão, o que fez com muito sofrimento, em virtude de sua má sorte, como vai ser explicado em seguida. As seguintes entidades da história, estão simbolizadas da seguinte maneira: O profeta Yona- alusão à alma. O barco- alusão ao corpo. O mar- alusão a este mundo. As ondas- alusão aos sofrimentos que a pessoa passa neste
mundo. As outras importantes entidades da história, terão seus símbolos mencionados no decorrer do comentário. Quando Yona entrou no barco e desceu para o mar, também está sendo insinuado que, em outro nível, a alma da pessoa entrou dentro do corpo e começou a viver neste mundo. Em vez de Yona ir para Ninve, ele quis fugir para Tarshish, e isto também é uma alusão à pessoa que em vez de cumprir com a vontade de Hashem, resolveu seguir os seus desejos. Quando Yona paga o valor de todo o barco para ele partir imediatamente (ver cap. I, vers. 3), este ato também se refere à pessoa que está rendida aos seus desejos, ansiosa em os satisfazer logo, dando até "pagamentos", ou seja, comprando os prazeres para o seu corpo, sem levar em consideração se esses atos são permitidos, ou não. "E Yona se levantou para fugir da presença do Eterno" (cap. I vers. 3). Isto também se refere à pessoa que pensa que pode fugir de Hashem. Então, “O Eterno fez soprar um grande vento sobre o mar” (cap. I, vers. 4), aludindo ao atributo da justiça de Hashem. No princípio foi decretado que esta pessoa ficaria doente, porém, em seguida foi decretado que ela deixaria este mundo. As pessoas têm a tendência de viver sentindo que a vida é eterna, porém quando a situação é delicada vem a consciência de que a vida pode terminar a qualquer momento, como está insinuado no cap. I, vers. 4: "e pensaram que o barco (que é uma alusão ao corpo) iria se romper". Os marinheiros - simbolizam os elementos que dirigem o corpo, como o cérebro, o coração e as demais forças. "Os marinheiros... lançaram ao mar os utensílios que se encontravam no navio" (cap. I, vers. 5), pois uma pessoa doente retira de sobre o seu corpo todo o excesso de peso para não incomodar. "Yona desceu para extremidade (no fundo) do navio e deitouse e adormeceu” (cap. I, vers. 5), também é uma alusão a alma que desceu para a parte inferior do corpo (“fundo do navio”) e deitou-se na cama, enferma, e adormeceu, como acontece, geralmente, no último dia de vida em que a pessoa é tomada pelo sono. O Capitão - simboliza o principal órgão do corpo, que lhe permite continuar a viver, ou seja, o coração, o bom senso. Neste momento vem a voz do coração e fala “levanta-te e clama ao teu Deus” (cap. I, vers.6). “E (os passageiros) falaram entre eles: vamos fazer sorteios e saberemos quem é o responsável por todo este mal que veio sobre nós” (cap. I, vers,7), em outro nível isto alude ao Começo de uma investigação para saber o que foi que transgrediu e causou todo este mal, e qual foi o órgão de seu corpo responsável por esta transgressão...
“E a sorte caiu sobre Yona”, ou seja, a alma da pessoa foi considerada culpada, pois, caso ela fosse boa, teria transformado todo o corpo para o bem. “E os homens sentiram um grande temor do Eterno” (cap. I, vers. 10), pois nesse momento a pessoa é julgada por todos os seus atos e recebe sobre si a justiça do Eterno. “E os homens remaram para retornar à terra.” (Cap. I, vers.13). Isto denota o esforço para retornar ao bom caminho. Porém, a morte já tinha sido decretada, como está escrito em continuação: “e não podiam pois o mar estava cada vez mais violento”. “E pegaram Yona e o lançaram ao mar” (cap. I, vers.15), que se refere ao momento em que a alma foi retirada do corpo. O peixe alusão ao túmulo e também ao anjo encarregado dos mortos. "E esteve Yona nas entranhas do peixe três dias e três noites” (cap. II, vers.1), pois todos os três primeiros dias, após a morte, a alma quer voltar para o corpo, enquanto se encontra sobre ele. Porém, depois de três dias quando a alma percebe que o corpo começa a se danificar, ela o deixa. No versículo 1 do cap. II a palavra “peixe” está escrita no gênero masculino (aludindo ao anjo encarregado dos mortos) e no versículo 2 está escrita no gênero feminino (aludindo ao local onde a alma será purificada). Pois no princípio o anjo encarregado dos mortos recebe a alma do falecido, e depois a leva para o local onde será purificada (" gueinom"), como está escrito no versículo 3: "das entranhas da tumba gritei", que é uma alusão à alma que se encontra no local em que está sendo purificada... “E eu falei fui ocultado diante de Teus olhos, porém eu tornarei a ver teu santuário” (cap. II, ver.5), pois uma vez que a alma está sendo purificada ela sabe que isto é um sinal de que ela está sendo preparada para ter continuidade, ou seja, terá uma porção no mundo vindouro. “Quando minha alma estava aflita, eu me lembrei do Eterno ...” (cap. II, vers.8). Agora a alma começou a lembrar dos bons atos que fez antes de morrer. Embora o seu arrependimento não tenha sido completo, ele foi suficiente para que a alma se elevasse, após passar pelo processo de purificação. "E falou o Eterno ao peixe, e (o peixe) vomitou Yona na terra seca" (cap. II, vers. 11). Então Hashem fala ao anjo responsável das almas para que a traga de regresso, e o anjo a retorna ao "Gan Eden" (o mundo das almas). Em seguida, em uma alusão à reencarnação, Hashem envia esta alma de regresso para consertar o mal realizado e cumprir com sua função, como está escrito no Cap. III, vers.1: "E esteve a palavra do Eterno novamente com Yona, falando: Levanta-te e vai à Ninve...". Este comando do Eterno a Yona alude à reencarnação.
E nesta nova reencarnação esta pessoa conseguiu cumprir sua função, como está insinuado no vers.3: "E Yona se levantou e foi a Ninve, conforme a palavra do Eterno". Porém, uma vez que na vida anterior sua alma não viveu da maneira correta, ela teve que passar por dificuldades nesta nova vida, como está insinuado no cap. IV vers. 1: "E Yona se sentiu muito mal...", pois tinha sido decretado (nesta nova vida), dificuldades financeiras (e também dificuldades em outros aspectos de sua vida), como está escrito no livro do “Zohar”, a pessoa que viveu de forma errada em uma vida, na próxima passará por dificuldades, mesmo que ela seja justa. Na continuação do vers.1 do cap. IV,"... E ficou furioso" é uma alusão à inveja que começou a sentir, em sua nova vida, das outras pessoas que tinham sucesso também no aspecto financeiro (uma vez que se encontrava em grandes dificuldades e, provavelmente, via no sucesso financeiro a redenção de suas dificuldades, que eram de outra ordem), “E rezou ao Eterno...” (cap. IV, vers. 2). “E falou o Eterno (a Yona): Por acaso ficaste assim tão furioso?”, ou seja, no outro nível, por acaso é bom ter inveja das outras pessoas? E Hashem não atendeu suas rezas, então a pessoa resolveu se afastar dos negócios (uma vez que não tinha sucesso) e se dedicar exclusivamente ao estudo da Torá, conforme está insinuado no vers.5:"E Yona saiu da cidade e fez para si uma cabana etc.". E ali continuou, no estudo da Torá, até que pudesse ver sua sorte mudar. E vivia sempre na expectativa de ter uma sorte melhor para os negócios, com está insinuado: "...até ver o que se passaria com a cidade", como está escrito na continuação do vers.5. Em seguida, Hashem quis mostrar a esta pessoa que o principal é o sucesso espiritual e não o material, conforme está insinuado: "E preparou o Eterno Deus o Kikaion (uma planta) que subiu por cima de Yona para fazer sombra sobre sua cabeça e salvá-lo de seu mal, e Yona sentiu uma grande felicidade por causa do Kikaion (cap. IV, vers. 6). Esta planta é uma alusão à riqueza e uma vez que esta pessoa recebeu o que desejava sentiu uma grande felicidade. Porém, Hashem continuou com o seu plano, e fez com que esta pessoa perdesse toda a sua riqueza e voltasse para sua situação anterior, para mostrar que este mundo não é o objetivo final, como está insinuado no vers., 7: "E preparou Deus um verme... que cortou a planta e ela secou". Na sequência no vers.8, está escrito: "e pediu para sua alma (se separar dele para) morrer, e falou: " (Eu) prefiro a minha morte (mais do que) a minha vida", isto alude à pessoa que começou a ter sucesso nos negócios deixou de estudar Torá, e quando sua sorte voltou a piorar ficou sem os negócios e sem a Torá. Desta forma, Hashem fez com que ela entendesse que o principal não é o sucesso neste mundo passageiro, e sim o sucesso no aprimoramento pessoal e no crescimento espiritual (que são eternos). No caso desta pessoa o sucesso no aspecto material atrapalhava o seu desenvolvimento espiritual, e toda a sua má sorte nos negócios, na verdade, era para o seu próprio bem. E isto foi provado quando sua sorte mudou ao ele começar a investir, principalmente, para ter sucesso nos temas relacionados a este mundo passageiro, e deixou de lado o seu mundo
eterno. Portanto, não havia nenhum motivo verdadeiro para que ele invejasse os seus companheiros. [Para outras informações ver os comentários originais do livro Aderet Eliahu].
Para Pensar Nossos sábios nos ensinaram (livro Michtav MeEliahu, parte IV, página 120) que, hoje em dia, praticamente todos nós somos reencarnações, ou seja, já vivemos em outra (ou outras) vida(s) e regressamos para consertar o que não foi consertado e nos completar. Como poderemos saber o que viemos consertar e assim aproveitar esta nova oportunidade que nos foi dada? Através de dois sinais nós podemos receber a resposta: a) pensar em uma transgressão (ato proibido pela Torá) que nós cometemos muitas vezes [portanto temos que trabalhar nossas qualidades (características) para consertar este aspecto]. b) pensar qual é a transgressão onde o desejo de transgredir é muito forte, pois uma vez que a pessoa se acostumou com esta transgressão (na vida anterior), ela passou a fazer parte da sua natureza. Para permitir a pessoa consertar os erros cometidos em sua vida anterior ela será posta nesta reencarnação em provas referentes aos mesmos temas em que falhou anteriormente, e caso consiga passar pelas provas com êxito, também consertará o que errou em sua vida anterior (Shaarei Emuná 170 comentário 10).
A Vida após a morte Está escrito no Livro de Yona (capítulo I, versículo 15) '' E pegaram Yona e o lançaram ao mar...'', Este trecho é uma alusão ao momento em que a alma é retirada do corpo, como foi explicado anteriormente (segundo os comentários do livro ''Aderet Eliahu''). No livro de Yona se encontra uma alusão à passagem desta vida para o pós vida, e também aos julgamentos que a pessoa terá que enfrentar após deixar este mundo. Em geral, nossos afazeres do dia a dia neste mundo em que vivemos nos faz esquecer que, realmente, este mundo é só uma passagem para o próximo. Caso não se reflita sobre o tema da vida após a morte, ele será automaticamente esquecido, ou será considerado menos relevante do que deveria. Portanto, este tema foi levantado neste livro para trazer informações relacionadas à passagem desta vida para a próxima e ao julgamento que a pessoa enfrentará em sua nova vida. (Baseado no livro Shaarei Emuná, página 116 comentário1).
A passagem desta vida para a próxima
Hoje em dia, a vida depois da morte já não é mais um assunto somente religioso, e sim um tema científico. Milhões de pessoas já passaram pela morte clínica. Somente nos Estados Unidos o Instituto Gallup publicou que em torno de 9 milhões de pessoas sofreram esta experiência. Uma porcentagem significativa destas pessoas lembra do que se passou com suas almas no período em que clinicamente foram dadas como mortas, conforme consta no livro “Life at Death” do Doutor em Psicologia Kenneth Ring, que investigou durante vários anos pessoas que passaram pela morte escreveu em seu livro que em torno de 37% investigadas se lembraram, e especificaram detalhadamente, e de forma impressionante, tudo o que se passou em seu redor, mesmo estando inconscientes (como consta no livro “Chaim Acharei a Mavet” “A Vida Após a Morte- investigações e dados”, publicado pela instituição Arachim). clínica. Ele das pessoas Há dezenas de anos que este tema vem sendo estudado por vários médicos e psicólogos. No livro “At the Hour of Death”, o psicólogo Karlis Osis entrevistou 877 médicos que relataram o que se passou com seus pacientes no momento em que estavam clinicamente mortos, e que depois voltaram a viver. Quase todos esses médicos entrevistados, chegaram à conclusão que, obrigatoriamente, existe vida após a morte. Crianças e adultos, praticantes como não-praticantes de todas as religiões, pessoas cultas e ignorantes, que inclusive não sabiam ler e escrever, foram investigadas. Todas essas pessoas revelaram, de forma exata e detalhada, tudo o que ocorria em seu redor no momento em que passavam pela morte clínica, com as ondas cerebrais e o coração parados. Também revelaram os mesmos tipos de experiências espirituais com uma incrível semelhança entre os relatos, mesmo tendo, cada uma delas, uma vida totalmente diferente da outra, não somente em distintas épocas como distintas culturas, descartando qualquer possibilidade de uma mera visão cerebral imaginária. Quanto mais longa e profunda foi a experiência experimentada pela pessoa, mais detalhado e impressionante foi o relato. Após numerosas investigações, foram registrados o número de etapas em que estas experiências espirituais podem ocorrer. Várias destas pessoas, segundo os seus relatos, passaram por partes destas etapas, porém todas as experiências que foram contadas por todos os entrevistados se enquadram em algumas destas etapas (como consta no livro “Chaim Acharei a Mavet” - “A Vida Após a Morte-investigações e dados”). Em seguida, são listadas as onze etapas em que as experiências espirituais após a morte clínica podem ocorrer: 1. Quando a alma da pessoa se separa do corpo. 2. A consciência do que se passa ao seu redor, mesmo a alma estando fora do corpo. 3. A pessoa percebe que possui um corpo espiritual. 4. A pessoa é levada por um túnel. 5. A pessoa se encontra com parentes e conhecidos (que já faleceram). 6. Agentes espirituais acompanham e guiam a pessoa. 7. A percepção de uma luz incrível.
8. A pessoa se comunica através do pensamento. 9. Todos os atos que a pessoa realizou em sua vida são mostrados para ela. 10. A pessoa é puxada de regresso para o seu corpo, argumentando que o momento ainda não chegou. 11. A pessoa recebe uma missão. [Nota: Todos estes estágios estão baseados nas investigações feitas pelos médicos e psicólogos com as pessoas que passaram pela morte clínica, e depois voltaram a viver. Porém, uma pessoa que passa pela morte definitiva, ou seja, ela já não volta mais a viver, passa por outros estágios, como está relatado no Livro Zohar (ver no capítulo “O corpo e a alma” - 1 e 2)]. Estas longas pesquisas modificaram o enfoque da ciência em relação ao corpo humano, que deixou de ser considerado “pura matéria” e passou a ser considerado uma combinação de alma e corpo. Também pesquisas por profissionais de outros ramos foram desenvolvidas, provando a existência da vida após a morte, tais como por exemplo, hipnose e regressão, parapsicologia, conexões com espíritos, pesquisas no ramo de reencarnação. Porém, para nós, o “Povo do Livro”, que recebemos a Torá, isto não é nenhuma novidade. Como em todos os outros campos, com o desenvolvimento científico, a ciência se aproxima da Torá, que permanece estável desde o dia em que foi entregue há mais de 3300 anos atrás (veja vários exemplos no capítulo Torá e Ciência). Em seguida, traremos relatos que se encontram em nossos livros tradicionais. O Talmud (no Tratado Berachót 18), depois de uma análise de certos versículos da Torá, conclui que os mortos sabem o que se passa em seu redor. O Talmud nos relata que dois Sábios caminhavam em um cemitério, e os fios do tsitsit de um deles estava se arrastando pelos túmulos. Então o seu companheiro lhe disse para suspendê-los, argumentando que os mortos dirão: “Amanhã eles estarão conosco e agora estão nos envergonhando”. A partir desta passagem do Talmud nossos Sábios proibiram as pessoas visitarem um cemitério com os tsitsit descobertos para não envergonhar os mortos. Uma vez que a mitsvá dos tsitsit também é para nos lembrar do nosso dever de cumprir com as mitsvót no mundo em que vivemos, e estando os mortos no mundo espiritual, e sendo claro para eles o valor das mitsvót, e sabendo que não podem mais cumpri-las, então, ao verem os tsitsit se envergonham e sentem um grande sofrimento. Também o fato de recebermos um corpo espiritual ao deixarmos o nosso corpo físico, se encontra em vários livros, como está escrito no livro Shaarei Kedushá (do Rabino Chaim Vital, aluno do Ari z”l, parte 1, cap.1) que o corpo da pessoa não é a pessoa, e sim uma roupagem para a sua alma. Na verdade, a pessoa é a sua alma, e ao sair deste mundo ela deixa a sua roupagem e se veste com outro tipo de vestimenta, mais pura e espiritual. Também, o fato de passar por um túnel está melhor explicado no livro Zohar (escrito pelo Rabi Shimon Bar Yochai em torno de 2000 anos atrás). Quando a alma deixa este mundo ela sobe para o mundo espiritual pela Maarat (caverna) Hamachpelá [caverna que se encontra na cidade de Chevron em Israel, onde estão enterrados Adam Harishon (Adão) e Chava
(Eva), Avraham e Sara, Itschak e Rivka, Yaakov e Léa], pois ali se encontra a entrada para o mundo espiritual. Entes espirituais acompanham e guiam a pessoa como consta no Talmud, Tratado Ketuvót 104a. Esta passagem do Talmud nos relata que diferentes tipos de entes espirituais acompanham a pessoa, dependendo de seu nível espiritual. Isto está detalhado no livro Zohar (Vaiechi 218b), e ali nos é revelado que os familiares e amigos da pessoa vêm ao seu encontro. Se eles aparentam estar felizes é um bom sinal para esta alma, e se eles aparentam estar tristes é um mau sinal para ela. A incrível luz que a pessoa sente, na verdade é a Luz de Hashem, como consta no livro Zohar (Metsorá 53), que a alma não deixa o seu corpo até que a Luz de Hashem se revele para ela, quando então, ela vai ao seu encontro. Está escrito no Zohar (Kedoshim, 8) que a alma sente um grande prazer com esta Luz. As almas se comunicam através do pensamento, como nos explica Ramban (Shaar Hagmul), estando escrito no Talmud sobre o tema das almas que conversam, que a conversa da alma não é com os lábios, como nós conversamos, existindo uma transmissão e captação de informações. Os atos da pessoa são mostrados para ela, como consta em várias fontes da Torá; uma delas aparece no Talmud (Tratado Taanit 11a), onde está escrito que todos os atos que a pessoa fez em sua vida se apresentam à sua frente, e sendo por ela confirmados. Cada pessoa veio ao mundo com uma função, e isto depende de suas características, pois cada um, de acordo com suas tendências, terá que passar pelas provas que lhe serão colocadas. E esta éa sua missão neste mundo (Ver “Derech Hashem” Parte 2, Cap.3,1).
As sete sentenças Consta no livro do Zohar que a pessoa ao deixar este mundo terá que passar por sete sentenças: A primeira sentença É o grande julgamento que a pessoa terá de passar ao deixar este mundo. Todos os seus atos serão analisados, tanto os bons quanto os maus. Caso for decretado pela justiça superior que esta pessoa realmente terá que deixar este mundo, os méritos dos bons feitos desta pessoa já não poderão ajudá-la a seguir vivendo, como está insinuado no Livro de Yona: ''E os homens remaram para retornar à terra, e não podiam, pois o mar estava cada vez mais violento'' (cap. I, vers. 13). Porém a pessoa terá uma recompensa no mundo vindouro por todos os atos bons que ela realizou, por menor que eles tenham sido. Então, três enviados serão dirigidos até a alma desta pessoa; um deles, será encarregado de registrar todos os méritos e todas as transgressões que esta pessoa fez neste mundo; o segundo fará a análise dos dias, ou seja, calculará cada ato qualitativamente segundo sua dificuldade, levando em conta a idade, a situação em que a pessoa se encontrava. A análise do cumprimento de uma boa ou má ação será relativamente proporcional a sua dificuldade.
Por exemplo, quanto mais difícil foi para a pessoa realizar uma boa ação maior será o seu mérito, e quanto mais fácil foi para a pessoa evitar a realização de uma má ação maior será a sua cobrança; e o terceiro enviado é o mesmo que o acompanhou no ventre de sua mãe. Assim como o acompanhou ao chegar a este mundo também o acompanhará ao sair. A segunda sentença Será no momento em que o corpo da pessoa que faleceu é carregado de sua casa até o cemitério, como está escrito no cap. I vers. 15: “E pegaram a Yona...”, que também é uma alusão a este momento, e então ele será julgado se receberá o título de “Tsadik” (justo) ou de “Rashá” (pecador). A designação que ele receber será anunciada: caso seja considerado “Tsadik” receberá uma grande honra, e caso seja considerado “Rashá'' passará por uma grande vergonha. A terceira sentença Será no momento em que o corpo for colocado dentro da cova. O peixe que engoliu Yona (cap. II, vers.1) também é uma alusão à cova na qual é colocado o corpo do falecido. É interessante frisar que o próprio profeta Yona em suas súplicas, enquanto estava nas entranhas do peixe se expressou “..das entranhas da tumba gritei...” (cap. II, vers. 3) A quarta sentença Conhecido como '' Chibut Hakever '' começará no momento em que a cova for coberta, e continuará até o momento em que o corpo começar a se decompor. Quanto mais a pessoa estiver apegada ao mundo material maior será a dificuldade de sua alma se separar do corpo, como consta no Talmud (Berachót 8a) que, para certas pessoas, isto será tão fácil quanto retirar um fio de cabelo de dentro de um copo de leite, e para outras será tão difícil como arrancar um caule com espinhos de dentro de um pedaço de lã. A quinta sentença Começará no momento em que o corpo começar a se decompor. ''E esteve Yona nas entranhas do peixe três dias e três noites'' (cap. II vers.1). Este versículo também é uma alusão aos três primeiros dias que o corpo se encontra na cova, e os seus órgãos internos começam a perder suas formas. E, então, a pessoa será sentenciada por temas relacionados à alimentação, como por exemplo, caso não tenha se alimentado de forma adequada, ou não tenha se preocupado com a alimentação das pessoas necessitadas. Do terceiro até o trigésimo dia será sentenciada pelas transgressões realizadas com outras partes do corpo. A sexta sentença A purificação (mais conhecida como ''Gueinom''), caso seja necessária. O R. Chaim Vital Zt''l (no livro ''Shaar Haguilgulim'' na introdução 22) escreve em nome do Ari Zt''l que existem quatro grupos principais de pessoas: 1. Pessoas que terão que passar por um processo de purificação de doze meses, e depois estarão limpas.
2. pessoas que transgrediram muitas transgressões e terão que vagar pelo mundo, passando por um processo de purificação antes de começar o processo de purificação citado no item anterior (e esta é a sétima sentença, que será citada mais adiante). 3. Os justos e eruditos da Torá que se purificarão de seus pecados através de reencarnações. 4. As pessoas totalmente justas que já não terão que passar por nenhum tipo de purificação. A sétima sentença Outro tipo de purificação, ou seja, o tempo em que a alma terá que permanecer ''vagando'' por este mundo sem encontrar descanso, caso seja necessário, e também (caso seja necessário) terá que passar por certos tipos de reencarnações. O livro do Zohar termina mensagem: Portanto, todas encontram neste mundo em vida (e têm a oportunidade de se arrepender de suas transgressões e consertá-las) devem analisar sempre os seus atos, para sempre estarem ''limpas'' com o Criador. este trecho com a seguinte as pessoas que ainda se Está escrito no livro ''A Ética dos Pais'' (''Pirkei Avot'' , cap.II,10) em nome do R. Eliezer: ''Retorna de tuas transgressões um dia antes de tua morte''. Nossos sábios explicam que, uma vez que não sabemos em que dia deixaremos este mundo, temos que estar sempre limpos, e todo dia é dia de retornar de novas transgressões.
A separação entre a alma e o corpo [Baseado no livro Guesher Hachaim cap. 27] A separação entre a alma e o corpo ocorre em sete estágios (como vai ser explicado em seguida), quando a alma aos poucos vai se elevando e se desconectando do corpo. 1. Trinta dias antes da pessoa deixar este mundo a alma começa a se separar do corpo parcialmente (Zohar Vaiechi 227). 2. Em suas últimas horas de vida uma nova conexão da alma com o corpo é deixada (ver mais detalhes no livro Shaar Hamitsvót – shaar 5 dos 8 shearim, Parashat Vaiechi). 3. No momento da morte, quando a alma deixa o corpo, abandona somente uma parte conectada ao corpo. Antes da alma partir ela percebe a luz Divina e parte ao seu encontro (Zohar Vaierá 98). Neste dia a alma passa por um grande julgamento, e as leis do luto são mais rigorosas. 4. Depois de três dias a alma deixa a parte que ainda permanecia conectada com o corpo, porém ela ainda continua em sua proximidade, ou sobre o corpo (Tratado Moed Katan
Yerushalmi, 83,5, Zohar Vaiakel). Nos três primeiros dias em que a alma ainda permanece conectada ao corpo, as leis do enlutado são rigorosas (Tratado Moed Katan 21). 5. Sete dias após de ter deixado o corpo ocorre uma nova separação, pois nos sete primeiros dias a alma fica indo desde sua casa, onde vivia, até o túmulo onde foi enterrada, e do túmulo à sua casa. No sétimo dia ela sobe para o seu lugar (Zohar Vaiechi). Portanto, as principais leis do luto continuam a ser aplicadas todos os sete dias (Tratado Moed Katan 20). 6. Depois de trinta dias a alma é elevada novamente (Zohar Vaiakel). Durante os primeiros trinta dias a alma participa das sentenças feitas ao corpo. Portanto, nesses trintas dias continuam a ser cumpridas algumas leis do luto (Tratado Moed Katan 27). 7. No final de doze meses a alma é novamente elevada e deixa todos os assuntos referentes a este mundo; ela sobe para sua fonte superior e não se interessa mais por questões materiais. Nos primeiros doze meses após a morte a alma sobe para o mundo espiritual e desce para o local onde o corpo se encontra. Depois de doze meses a alma sobe e não regressa mais (Tratado Shabat 152b), porém continua sempre com uma pequena conexão com o local onde o seu corpo está enterrado. Uma vez que, em todos os doze primeiros meses a alma ainda não se separou totalmente do corpo, continuam ainda certas leis referentes ao luto, quando este se relaciona ao falecimento do pai ou da mãe.
Reencarnação “E esteve a palavra do Eterno novamente com Yona...” (cap. III, vers.1), Este versículo também faz uma alusão à reencarnação, como foi explicado anteriormente, segundo a explicação do livro Aderet Eliahu. Hashem deu uma nova oportunidade para esta alma regressar e concretizar o objetivo a ela destinado. Porém, certas condições foram impostas em sua nova vida, necessárias para retificar os atos realizados na reencarnação anterior, como foi insinuado no capítulo 4, versículo 1: "E Yona se sentiu muito mal..." uma vez que na vida anterior esta alma não viveu da maneira correta, então foram decretadas nesta nova vida dificuldades financeiras, e também em outros aspectos da vida, como está escrito no livro Zohar: Uma pessoa que viveu de forma errada, na próxima reencarnação passará por dificuldades, mesmo que seja uma pessoa justa. Está escrito no livro Derech Hashem (Os Caminhos de D', parte II capítulo 3), de R. Moshe Chaim Luzzato z”l, que uma alma pode regressar a este mundo outras vezes, em diferentes corpos e, desta forma, poderá consertar o que prejudicou em outras vidas, ou completar o que ficou faltando. Porém, no futuro, depois de todas as reencarnações que passar, a pessoa será julgada segundo todas as vidas e situações que passou. Certas condições em que a pessoa se encontra em sua vida atual foram determinadas pelos atos que ela realizou em outra(s) vida(s), e este é um dos motivos pelo qual as pessoas justas passam por
sofrimentos em suas vidas (ver ali, no começo do capítulo, vários outros motivos pelos quais uma pessoa justa passa por sofrimentos em sua vida). E este, também, é um dos motivos que em Yom HaKipurim ( no dia do perdão) fazemos vidui (confissão) mesmo das transgressões que não cometemos, pois não sabemos o que transgredimos nas nossas outras reencarnações (ver Sde Chemed Yom Hakipurim 2,15). A alma de uma pessoa que não teve o mérito de cumprir com sua missão em vida poderá regressar três vezes em outros corpos, porém a alma de um tsadik (o justo, que cumpriu sua missão) não necessita reencarnar (Maharshá Shabat 152,153). [Nota: Contudo, aquela pessoa que começou a se corrigir em alguma dessas vidas, poderá receber novas chances de reencar nar (Baseado em nome de Ari z”l, Shaar Haguilgulim, 4)].
Cálculos elevados porém limitados Hashem falou ao profeta Yona: ''Levanta-te e vai à Ninve...'' (cap.1, versículo 2), e Yona baseando-se em seus cálculos (ver cap.1, comentário1), resolveu não cumprir uma ordem de Hashem, como está escrito no próximo versículo: ''E Yona se levantou para fugir da presença do Eterno...''. ''Deus criou o homem reto, mas ele procurou fazer muitos cálculos'' (Kohelet 7,29). O primeiro homem (Adam) e sua esposa (Chava) possuíam uma grande vontade de se elevar cada vez mais, e santificar o nome de Hashem. Hashem os havia proibido de comer do fruto da sabedoria do bem e do mal, porém, a serpente seduziu Chava com o argumento de que se apenas experimentassem o gosto do mal, e depois o rejeitassem, conquistariam um novo aspecto de santidade. Mesmo que, temporariamente, houvesse uma perda, ao longo do tempo se elevariam ainda mais (Nefesh Hachaim). "A árvore foi tentadora para Chava por sua beleza, oferecendo a oportunidade de conquistar um novo mundo de conhecimento que ainda estava oculto" (ver Bereshit Rabá 19,5). Então Chava comeu desse fruto, e depois deu também para Adam comer. Todos os cálculos foram muito elevados, e com boas intenções, porém só havia um problema.... Transgrediram a ordem de Hashem. O mesmo ocorreu com o profeta Yona, assim como em outros casos relatados na Torá. Alguns exemplos serão dados: Cham – filho de Noach (Noé), querendo salvar a reputação de sua esposa que estava grávida de ''Shamchazael'' (e depois deu a luz a Sichon) manteve relações matrimoniais com ela dentro da arca (para que as pessoas pensassem que Sichon fosse filho dele), desrespeitando desta forma a ordem de Hashem que proibiu este tipo de relação dentro da
arca. Portanto, ele e seus descendentes foram malditos para sempre (Talmud San’hedrin 108). O Rei Shaul – desobedeceu a ordem que recebeu de Hashem (através do profeta Shmuel) de matar também os animais do povo conquistado, argumentando que os melhores bois e carneiros poderiam ser usados como sacrifícios para Hashem. Portanto, ele sentiu pena de perdê-los, porém o profeta Shmuel falou: “Hashem deseja que tu obedeças à Ele e não que tragas sacrifícios, em vez de cumprir Sua vontade. Uma vez que tu rejeitaste a palavra de Hashem, agora Hashem te rechaça como rei! ''. Mesmo que a nossa vontade seja a de fazer uma mitsvá (uma boa ação) não podemos desobedecer uma ordem de Hashem. Devemos ter em mente que mesmo sendo todos os nossos cálculos verdadeiros, e todas nossas intenções sejam boas, nada prevalece sobre um mandamento de Hashem. Portanto, o correto é reconhecer que nossos cálculos são limitados e o mandamento de Hashem está acima deles. Se seguirmos os nossos cálculos em oposição à ordem de Hashem, significa que fracassamos na prova e, com certeza, sairemos perdendo. Ao contrário, se nos superarmos, cumprindo a ordem de Hashem, mesmo contra os nossos cálculos, significa que passamos com sucesso pela prova e, no final, Ele se preocupará conosco.
Três contos Está escrito no capítulo 3: "E acreditaram os habitantes de Ninve nas palavras de Deus e foi decretado (um dia de) jejum e vestiram (roupas de) saco... e (o rei de Ninve) se levantou de seu trono, tirou o seu manto e se cobriu com saco, e sentou sobre cinzas... e rezarão com todo o coração e cada um retornará de seu mau caminho e do roubo que se encontra em suas mãos... e viu Deus o que fizeram e eis que retornaram de seus maus caminhos e Deus se arrependeu do mal que havia dito que lhes faria, e não o fez." Vemos neste trecho o poder do arrependimento e da vontade do aprimoramento pessoal. Porém, não é suficiente uma mudança superficial, mesmo que, externamente, aparente ser uma nova pessoa, na verdade a sua essência continua sendo a mesma. Como ensinam os nossos sábios: "E viu Deus o que fizeram (e eis que retornaram de seus maus caminhos)", e não está escrito que Deus viu a roupa de saco que vestiram e o jejum que fizeram. Deduzimos, portanto, que os atos externos são secundários e o principal é a consciência da importância do verdadeiro arrependimento e a vontade de se conectar com Hashem. Os três contos têm como finalidade clarificar este ensinamento que nossos sábios deduziram do livro de Yona, e como expressá-lo dentro de nossas vidas.
A Pérola Um jovem aventureiro resolveu, como um grande desafio, viajar a um local desconhecido, onde estaria sozinho e, desta forma, "ampliar seus horizontes" em um novo mundo. Ele se
aproximou de um globo terrestre, e pensou: "Vou girar este globo e onde meu dedo apontar, não importa aonde for, para lá eu viajarei"; e assim fez. Para sua surpresa, viu que o seu dedo apontava para um lugar desabitado no meio de uma grande floresta, e mesmo assim resolveu cumprir com o seu desafio. E começou uma longa viagem. Após vários dias de viagem e longas caminhadas, ao se aproximar do local desejado, ficou abismado, ali existia uma aldeia indígena, que nunca esteve em contato com uma sociedade. Pegou o seu binóculo e começou a observar com curiosidade como era a vida desta nova sociedade que acabou de conhecer. E começou a olhar para dentro de uma cabana onde havia uma mesa, e em cima dela várias ostras, e uma senhora estava sentada frente à mesa e com suas mãos abria uma ostra, e ao olhar ao interior da ostra fazia uma cara de insatisfeita como se estivesse falando: "Esta ostra está estragada". Retirou de dentro da ostra uma pérola e a jogou pela janela, e ela caiu no meio da lama que se encontrava do outro lado da janela. O jovem aventureiro concentrou a sua visão no local onde a pérola foi lançada, e seus olhos brilharam com a imagem que viu, centenas de pérolas jogadas no meio da sujeira, e sem pensar duas vezes correu para catá-las. Entrou no meio da lama e começou a encher a sua mochila com as pérolas. Todos os habitantes da aldeia começaram a se juntar para ver este homem "louco" que estava disposto a se sujar e se envergonhar para catar estas "pedrinhas" sem valor. A mochila já estava cheia e não havia espaço para novas pérolas. Imediatamente, o jovem aventureiro tirou de sua mochila todos os objetos que não eram indispensáveis, até que retornasse à sua casa, como toalhas, excesso de roupas, espelho, etc. O riso foi geral, os índios não entendiam como podia este "louco" estar jogando fora objetos tão valiosos para poder acumular estas pedrinhas sem nenhum valor. Porém, o jovem aventureiro nem percebeu o que se passava ao seu redor, pois estava concentrado em catar o maior número de pérolas possível, pois sabia o quanto receberia por cada uma delas quanto voltasse a seu lugar de origem. Este conto é um exemplo do que pode acontecer em nossas vidas. Em geral, a sociedade nos determina o que tem valor e o que não tem valor e quem se comporta de maneira contraditória a esses valores é olhado da mesma forma que os habitantes desta aldeia olharam para o jovem aventureiro, como um "pobre coitado" que está perdendo o seu tempo "catando pedrinhas sem valor". Porém, muitas vezes, os verdadeiros valores se encontram em atos que são desprezados pela maioria da sociedade e, inclusive, eles jogam na "lama" e ridicularizam a quem se preocupa com eles. Cada mitsvá (mandamento da Torá) que uma pessoa cumpre tem um valor imenso, um valor verdadeiro que o acompanhará em sua vida e também em sua pós vida. Não vale a pena deixar de cumprir uma "mitsvá" pela desonra ou pelo riso de pessoas sem consciência deste valor. Uma vez
estando concentrados em "catar as pérolas" não devemos prestar atenção em quem as "joga na lama". É nosso dever fixar um tempo diário para estudar Torá, pois além de ser uma mitsvá por si só, também nos "ampliará os horizontes" para novos valores e novas oportunidades de juntar valiosas pérolas.
Os três amigos (Baseado no Midrash - Pirkei de R. Eliezer 34) Uma pessoa foi notificada que deveria comparecer à Suprema Corte. Ela estava sendo acusada de um grande delito, e todo seu futuro estava em jogo. "O que farei"? pensou o pobre homem no mesmo momento em que recebeu esta amarga notícia. Um grande medo o tomou, sua alma estava aflita e temia chegar sozinho ao julgamento, "quem poderá me acompanhar?" Imediatamente, foi ao encontro de seu melhor amigo, explicou-lhe o acontecido e pediu que o acompanhasse, porém para sua surpresa ele respondeu: "Eu estou muito ocupado, não tenho tempo para te acompanhar. Boa sorte!" . Então resolveu perguntar ao seu segundo amigo se ele poderia acompanha-lo; mesmo não sendo o seu melhor amigo, talvez concordaria em ajudá-lo. Foi ao seu encontro, explicoulhe o acontecido e pediu que o acompanhasse, porém ele respondeu: "Eu posso te acompanhar somente até a entrada do juízo", "Muito obrigado" respondeu o homem aflito, "porém eu preciso de alguém que esteja junto comigo até o final do julgamento". Então resolveu perguntar ao seu terceiro amigo, mesmo que em geral não tivessem maiores contatos; era simplesmente um "colega", porém não havia o utra opção. Foi ao seu encontro, explicou-lhe o acontecido e pediu que o acompanhasse, e para sua felicidade a resposta foi: "É claro que eu vou, e faço questão de te acompanhar até o final do julgamento e, inclusive, quero participar do julgamento e interferir testemunhando a seu favor!". . O mesmo acontecerá com nossas almas. Quando elas forem notificadas de que deverão comparecer perante o Rei dos Reis, com grande receio de chegar sozinhas ao grande julgamento, quem as acompanhará?! O seu melhor amigo, ou seja, o dinheiro (e os seus bens) pelo qual estavam dispostas a enfrentar grandes sacrifícios, viagens, horas sobre horas de duro trabalho, falará: "Eu não tenho como te acompanhar, boa sorte!" [Nota: Uma vez um velho amigo me perguntou: "Caso houvesse no céu uma alfândega, o que passaria pela "alfândega do céu?"(ou seja, o
que levaremos conosco para o céu?). E ele mesmo respondeu: "Na alfândega do céu não pode passar nem com o chapéu!"(ou seja, nada).]
O seu segundo amigo, ou seja, os familiares e amigos falarão: "Nós podemos te acompanhar somente até a cova, porém não podemos subir contigo". Somente o terceiro amigo, o mais distante, ou seja, as boas ações e a Torá que estudaram (os quais são desprezados por várias pessoas), falará: "Eu ficarei contigo até o final!”
Quem sabe faz a hora Um grupo de camponeses foi contratado para transportar certa mercadoria de uma cidade para outra, tendo que percorrer, para isso, um longo caminho. Para este fim foi oferecido um automóvel, para quem tivesse interesse. Desconhecendo a utilidade de um automóvel, todos preferiram seguir caminhando pelas longas estradas, e não perder a liberdade sentados dentro de uma lata montada sobre quatro rodas, limitados e sem a oportunidade de se expressar com o mundo afora. Somente um deles se interessou, e a ele foi ensinado a utilidade de um automóvel e como dirigi-lo. Ao entrar dentro desta "lata", todos os seus companheiros, sentindo muita pena de seu querido amigo, tentavam convencê-lo a não entrar dentro do automóvel, argumentando: "Ficaste maluco? Como tu concordaste com isso? Vais perder a tua liberdade. Como tu vais poder correr, pular, deitar, ai ai ai...". Porém, todos nós sabemos que, apesar da aparente limitação, o prazer que será proporcionado está muito além do sofrimento causado por tal limitação, de estar sentado dentro do automóvel. É supérfluo complementar que após certo tempo de viagem, todos os seus "companheiros caminhantes" estavam em uma situação muito menos agradável do que a do coitado amigo que "enlouqueceu" e resolveu viajar dentro de uma caixa de alumínio. A estrada é uma alusão ao mundo em que vivemos [que poderá nos levar ao objetivo desejado]; o automóvel é uma alusão às mitsvót, que são os meios que vão nos fazer chegar ao objetivo desejado (porém quem resolver se sentar ou deitar ou "rolar" pela estrada não poderá usufruir do proporcionado pela estrada) [Baseado no livro Yesharim cap.1]. proveito Messilat Muitas pessoas, para não perder a sensação da liberdade, argumentam que "cada um tem a sua verdade". Desta forma elas criam uma ilusão de que se pode crescer espiritualmente e se conectar com o Criador sem modificar a sua maneira de viver.
Finalização Na verdade os três contos formam um conto só, o qual expressa três etapas da consciência na vida de uma pessoa que teve o mérito de optar pelo crescimento espiritual.
A pérola: A descoberta da existência de novos valores e a percepção da deturpação dos valores ditados pela sociedade (ou seja, o desprezo ao objetivo da existência e a ênfase ao materialismo). O s Três amigos: Na sequência vem a consciência de que, na verdade, na maior parte do nosso tempo, nós nos dedicamos à busca do dinheiro e prazeres que terminam juntos com o ato, e deles não teremos proveito no futuro, quando nossas almas regressarem ao mundo espiritual. . Q uem sabe faz a hora: A etapa em que os atos entram em harmonia com a nova consciência, o começo de uma vida construtiva de aprimoramento pessoal e formação espiritual, o sentimento de um prazer qualitativo e a claridade do vazio existente no mundo afora, gerando uma grande vontade de investir no cumprimento das mitsvót.
Conclusão Hashem Se revelou ao povo de Israel no Har (Monte) Sinai e nos deu a Torá. Nós recebemos as "instruções do fabricante", portanto está em nossas mãos ler as instruções e nos esforçar em cumpri-las e desta forma nos aprimorar e nos completar para que, quando chegar o tempo designado, desfrutar eternamente pelo mérito de nossos atos. O alimento de nossa alma é adquirido através do cumprimento da Torá que é formada por 613 mitsvót em paralelo aos 613 órgãos espirituais que formam a nossa alma (os quais estão correlacionados com o nosso corpo físico, cada mitsvá ao ser cumprida pelo nosso corpo físico alimenta o órgão espiritual referente a ela). No futuro, quando a alma deixar a sua vestimenta material, ou seja, o corpo, a mitsvá será a vestimenta da alma (baseado no livro Shaarei Kedusha, R' Chaim Vital z"l). [E quanto às mitsvót que estamos impossibilitados de cumprir, ao estudá-las recebemos sua influência]. Devemos fixar um tempo diário para estudar Torá, e feliz é a pessoa que possa ter o mérito de passar pelo menos um período de sua vida se dedicando exclusivamente ao estudo da Torá. A nossa geração recebeu um grande privilégio, que a Torá está acessível a qualquer pessoa do povo de Israel que queira conhecer ou se aprofundar no Seu estudo. É uma pena perder tal oportunidade.
A Teshuvá (Baseado nas leis de teshuvá do Rambam) Vemos no livro de Yona uma ênfase ao tema da teshuvá, porém podemos nos perguntar:
- O que fazer para que a teshuvá seja completa? - O que acontecerá caso nossa teshuvá não seja completa? Isto ainda nos trará algum benefício? - Vale a pena fazer teshuvá após já ter vivido dezenas de anos transgredindo as leis da Torá? Não seria tarde demais para mudar? Quando fazer teshuvá? Uma pessoa pode fazer teshuvá inclusive no último dia de vida. Caso a teshuvá seja completa (como será explicado em seguida), mesmo uma pessoa que não viveu corretamente durante toda a sua vida, nenhuma transgressão será lembrada quando for julgada em sua pós vida. Porém, a teshuvá tem um nível mais elevado quando a pessoa ainda é jovem. Se a teshuvá for por amor a Hashem, e não pelo medo do castigo, seu nível é ainda mais elevado, e todas as suas transgressões se transformam em méritos. Está escrito no Pirkei Avot (Ética dos Pais) que nós temos que retornar, ou seja, nos arrepender dos nossos maus atos, um dia antes de nossa morte, porém, uma vez que não sabemos em que dia nós vamos falecer devemos estar sempre “limpos” e nos arrepender de nossas transgressões a cada dia. O que devemos fazer para que nossa teshuvá seja completa e a transgressão seja totalmente apagada? Primeiro, a pessoa deverá parar de repetir a transgressão cometida e retirá-la de seus pensamentos; decidir intimamente não repetir tal transgressão; arrepender-se da transgressão cometida e fazer uma confissão a Hashem desta transgressão. Desta maneira a(s) sua(s) transgressão(ões) será(ão) totalmente apagada(s). Ver Leis de teshuvá do Rambam 2,2. Existe um nível de teshuvá ainda superior, quando a pessoa após ter se arrependido de sua transgressão se encontra exatamente na mesma situação e nas mesmas condições em que a cometera antes do arrependimento. Apenas que, desta vez a pessoa se controlou e não transgrediu (Rambam 2,1). Segundo como certos comentaristas interpretam as palavras do Rambam, basta que o arrependimento seja tão forte a ponto de Hashem testemunhar que a pessoa não retornará a cometer tal transgressão, mesmo que ela se encontre exatamente na mesma situação em que se encontrava quando cometeu a transgressão antes do seu arrependimento. A pessoa alcança este nível máximo de teshuvá mesmo que não retorne a ser submetida à prova. Assim explica o Rabeinu Yona de Gerona, no livro Shaarei Teshuvá (1,49). Teshuvá que não for completa Porém, mesmo uma teshuvá que não for completa trará um benefício para a pessoa, de acordo com o nível de teshuvá alcançado por ela (Shaarei Teshuvá 1,9).
Astrologia
Está escrito no livro de Yona (cap. IV, vers.6): “E preparou, o Eterno Deus, 'Kikaion' (uma planta) a qual subiu por cima de Yona para fazer sombra sobre sua cabeça, e salvá-lo de seu mal (dos raios do sol), e Yona sentiu uma grande felicidade por causa do 'Kikaion' (da planta)”. Como já foi explicado no capítulo “O corpo e a alma”, este versículo faz alusão à riqueza que foi adquirida por certa pessoa, após ter passado um período de grandes dificuldades financeiras. O Gaón de Vilna, em seus comentários, explica que toda a influência sobre a situação de uma pessoa neste mundo, sua riqueza e sua sorte, tudo isso o Criador traz para a pessoa através da influência do sol. Em relação a esta influência, disseram os nossos Sábios que “tudo depende da mazal (influência astrológica)”, e isto se dá de acordo com a posição do sol em relação aos astros. “E Yona saiu da cidade... e ali fez para si uma cabana e sentou -se debaixo dela, na sombra, até ver o que se passaria com a cidade” esta passagem, neste outro nível de
entendimento, nos ensina que em geral, as pessoas que têm uma má sorte em sua vida financeira ficam lutando para ter um padrão de vida mais elevado, ao invés de tentar buscar a satisfação e tranquilidade no nível em que ela, realmente, possui. Porém, em geral, não é possível mudar a sua sorte, predeterminado através da influência astrológica, pois quando a pessoa nasce é decretado o padrão de vida que levará (como consta no Talmud, Tratado Moed Katan 28a). O seu padrão de vida é decidido pelo Criador segundo a função que a pessoa terá que cumprir em sua vida, e assim fixado em seu “mapa astral”. Porém, com a insistência da pessoa de elevar o seu padrão de vida econômico, ela poderá adquirir novos benefícios materiais e, realmente, conquistar um padrão de vida mais elevado, porém isto será feito ao custo do cumprimento de suas mitsvót. Assim, ela receberá, parcialmente, sua recompensa neste mundo em forma material, em vez de receber no Mundo Vindouro. Porém, através de algum grande mérito, que ela conquistar, a sua sorte poderá mudar (como consta nos comentários do Tosfot, Tratado Shabat 156a). Em certas situações a sorte da pessoa não mudará, mesmo tendo conquistado grandes méritos, como consta no Tratado Taanit 25a em relação ao R. Elazar ben Pedat, que apesar dos seus grandes méritos, eles não o ajudaram a mudar a sua má sorte. No livro Michtav MeEliahu (parte 4, Páginas 98 a 100) nos é explicado que quando a situação em que uma pessoa se encontra é parte intrínseca de sua função no mundo, ou seja, superar as suas provas através do cumprimento das mitsvót, nestas condições de dificuldades, é a maneira desta pessoa cumprir com a missão para a qual ela foi designada, neste caso, ela não terá como mudar a sua sorte, como no caso do R. Elazar ben Pedat. Porém, caso a situação que a pessoa se encontra seja somente um meio para ela poder cumprir a sua missão, e uma vez que ela já esteja encaminhada e crescendo na sua missão, a sua sorte poderá mudar através de seus méritos.
Por exemplo, uma pessoa que nasceu com a missão de ajudar a salvar as vidas de outras pessoas, se ela tivesse nascido com a tendência de ter um alto padrão de vida, então ela poderia seguir estudando Torá e cumprir suas mitsvót tranquilamente por toda a sua vida, sem se preocupar com o lado financeiro, pois com apenas um pouco de trabalho já obteria muita riqueza. Porém, Hashem fez esta pessoa nascer com má sorte financeira, e com uma tendência voltada para a área da medicina. Assim sendo, esta pessoa, preocupada com a sua parte financeira, começa a estudar algum tipo de medicina. Ao começar a atender seus pacientes, ela se torna o agente de Hashem para salvar as vidas de outras pessoas, cumprindo com a sua função. Uma vez estando encaminhada em sua função, a sua sorte poderá mudar através de seus méritos. Às vezes poderá ocorrer que havia sido decretado para uma determinada pessoa uma boa sorte financeira. Todavia, ela não está usufruindo desta sorte pelo fato de não estar se comportando de maneira adequada e, desta forma, se desconectando da boa influência. Neste caso, simplesmente pelo aperfeiçoamento da sua maneira de atuar, esta pessoa poderá, automaticamente, retornar a se conectar com a sua influência natural. O Gaón de Vilna concluiu em seus comentários... uma vez que a influência de todos os acontecimentos da pessoa neste mundo foi instituído ao sol pelo Criador, Hashem fez crescer um 'Kikaion' (tipo de planta) para fazer sombra sobre a cabeça desta pessoa, ou seja, desconectando a influência que recebia do sol para salvá-la de seu sofrimento e de sua má sorte. Nossos Sábios estão de acordo que existem as influências dos astros sobre as pessoas, e com estas influências a pessoa nasce. O caráter, a posição social e outros fatores relevantes na vida de uma pessoa são influenciados pelos astros, como consta no Talmud (Moed Katan 28a) A vida, os filhos e o alimento da pessoa dependem da mazal (influência dos astros). E assim também está relatado no Talmud (Tratado Nidá 16b): Se a pessoa vai ser valente ou fraca, inteligente ou tola, rica ou pobre, já foi decretado antes de seu nascimento. Tanto a hora em que a pessoa vai nascer, assim como o dia, o ano, tudo influenciará as suas características (Ver Tratado Shabat 156). Porém, isto não é como o horóscopo na visão popular. Na verdade, a influência dos astros é a maneira com que optou o Criador para controlar e guiar a criação e suas criaturas, transmitindo a Sua influência para a criação de forma precisa, e construindo o cenário propício para o objetivo desejado. Assim explica o Ramchal (Rabino Moshe Chayim Luzzato) no livro “Derech Hashem” (Os Caminhos de Deus, parte 2, cap.7), que através das estrelas o mundo espiritual se expressa em nosso mundo físico, causando as condições necessárias para o objetivo da criação. Quem possuir a sabedoria de decifrar as influências que virão a recair sobre a criação poderá, de forma limitada, entender as tendências dos acontecimentos, como está relatado no Talmud (Tratado Shabat). Nele está escrito que um astrólogo revelou ao Rabi Akiva que sua filha morreria no dia de seu casamento. Rabi Akiva, reconhecendo tal sabedoria, ficou ansioso até o momento em que o dia do casamento de sua filha terminou. No dia seguinte,
ele perguntou à sua filha o que havia feito de especial no dia de seu casamento para anular o mau decreto. Ela respondeu que entregou a sua porção de comida a um pobre que não tinha o que comer; então, Rabi Akiva exclamou que a tsedaká (a caridade) salva a pessoa de um decreto de morte. Apesar de que os acontecimentos que ocorrerão neste mundo em que vivemos já estarem “codificados” nos astros, nós podemos alterar o futuro, segundo a nossa conduta, como vimos no caso da filha do Rabi Akiva. Vemos no livro Bereshit (Gênesis cap.15, vers.4,5), que quando Hashem disse a Avraham que lhe daria uma descendência, retirou Avraham de sua tenda e lhe mostrou as estrelas... Rashi explica que Hashem falou para Avraham deixar de olhar para os astros, pois Avraham tinha a sabedoria astrológica e via nas estrelas que não poderia ter um filho. Então, Hashem acrescentou uma letra a seu nome (em vez de Avram passou a se chamar Avraham) e falou que agora ele teria descendência, como consta no Talmud (Tratado Shabat 156a). “Ein mazal LeIsrael”, Israel não está limitado pelas influências dos astros. Júpiter se encontrava no lado ocidental (expressando que para Avraham não foi designado uma descendência), e Hashem transferiu Júpiter para o lado oriental (expressando uma nova influência, com descendência para Avraham). O Criador está acima de qualquer limitação, podendo, desta forma, mudar as influências segundo a Sua vontade. Portanto, quando nós nos conectamos com o Criador de forma especial podemos mudar o nosso destino. Está escrito no Zohar que tudo está no domínio de Hashem, não estando Limitado pelo o que está escrito nos astros. Às vezes, todos os astros podem estar mostrando algo determinado e, no entanto, Hashem o modifica, pois eles estão em Seu domínio, para o fazer segundo a Sua vontade. Também, é necessário frisar que, apesar do Criador exercer uma influência sobre nós através dos astros, foi nos dado o poder de decidir a maneira de nos comportarmos acima desta influência, como já explicaram os nossos Sábios: "A opção está nas mãos de cada pessoa, embora a tendência natural de cada um influencie, facilitando ou dificultando certas atitudes. Porém, no final das contas, a pessoa é livre para decidir como atuar.” (Ramban). “A decisão está no poder de cada um para atuar de acordo com sua vontade, mesmo que a pessoa conheça a influência astrológica que age sobre ela; de qualquer maneira, a força de decisão está em suas mãos. A pessoa não estará subordinada às suas tendências naturais, pois o Criador entregou em suas mãos o poder de submeter as suas características naturais, e optar por uma conduta diferente.” (Meiri). Está escrito no Talmud (Tratado Shabat 156a), que uma pessoa nascida sob a influência do planeta Marte terá a tendência de derramar sangue, porém, poderá direcionar a sua tendência, decidindo entre ser um médico (que terá que operar), ou um ladrão (que chegará ao assassinato), ou um açougueiro (que terá que matar animais) ou um moel que fará brit milá e, desta forma, tirará sangue, cumprindo com uma grande mitsvá.
O Corpo e a Alma II - O Livro de Ester em um outro nível de entendimento Assim como o Livro de Yona, em um outro nível de entendimento, faz um paralelo entre o corpo e a alma, como foi explicado pelo Gaón de Vilna, da mesma forma ele explicou o Livro de Ester. O livro de Yona é lido em Yom Hakipurim (o Dia do Perdão) e o Livro de Ester é lido em Purim. Nossos Sábios nos revelaram que existe uma grande relação entre o dia de Yom Kipur e o dia de Purim; o próprio nome “Yom HaKipurim” em hebraico faz uma alusão ao dia de Purim, Yom“Kipurim” - um dia “como Purim”. Uma das relações existentes entre estes dois dias foi criada pelo fato de que, em ambos, em certo aspecto, houve a entrega da Torá. As Tábuas da Lei foram entregues pela primeira vez no mês de Sivan, porém elas foram rompidas e somente em Yom Kipur as segundas Tábuas da Lei foram entregues. Neste dia o Povo de Israel recebeu a Torá por reverência ao Criador pelas grandes revelações que presenciaram, não havendo nenhuma possibilidade de negar. Somente mais tarde, no dia de Purim, o povo de Israel a recebeu com uma grande vontade pelo forte amor que sentiu pelo Criador, e ao ver, e entender, como todos acontecimentos, na verdade, são guiados por Ele, e que tudo o que acontece é para o nosso próprio bem, mesmo que, temporariamente, possamos ter outra impressão. Tanto o Livro de Yona quanto o Livro de Ester, neste outro nível de entendimento, fazem um paralelo entre o corpo e a alma, mostrando a atuação das forças que influenciam a pessoa, e nos revelando o que se passa por trás de nosso mundo físico. Provavelmente, também tendo como objetivo nos despertar para uma reflexão, e assim nos preparar para receber os benefícios destes dias tão especiais em que nós recebemos a Torá. Faremos um resumo parcial do Livro de Ester, necessário para analisar e explicar este outro nível, mais profundo, de entendimento.
Resumo parcial do Livro de Ester Há cerca de 2360 anos atrás reinou na antiga Pérsia um rei chamado Achashverosh (Assuero). No terceiro ano de seu reinado ele promoveu um grande banquete de 180 dias, convidando todos os ministros e servos que estavam em seu controle. Com este banquete ele quis mostrar a riqueza e a honra de seu reinado que se expandiu pelo mundo inteiro. No final deste banquete o Rei Achashverosh promoveu um segundo banquete de sete dias para todo o povo de Shushan (Susan), a capital, no pátio do jardim, no pavilhão real. Para cada pessoa foi servido um vinho de acordo com o seu gosto, conforme ela estava
acostumada; ninguém foi forçado a beber, tendo sido ordenado aos ministros de sua casa que cada um satisfizesse a sua própria vontade. Vashti, a esposa do rei Achashverosh também fez um banquete para as mulheres. O rei Achashverosh quis mostrar a beleza de sua esposa aos convidados. Então, ele perguntou aos seus ministros se eles gostariam de ver a sua esposa Vashti, ao que estes responderam que sim, porém com a condição de que ela comparecesse sem roupas, somente com a coroa real. Desta forma, Vashti foi ordenada comparecer perante o rei segundo as exigências dos ministros. Vashti negou-se comparecer conforme fora ordenado pelo rei, através de seus súditos. Então, o rei consultou os sábios que entendiam “dos tempos” para saber o que fazer com Vashti, por não ter cumprido a ordem do rei. Memuchan, um dos ministros, aconselhou ao rei decretar pena de morte para Vashti, argumentando que Vashti não pecou somente para o rei, e sim para todos os ministros e povos que estão sob o domínio do rei Achashverosh. E isto serviria de exemplo para todas as mulheres que desprezam os seus maridos. Portanto, seria correto escolher uma outra mulher, melhor que Vashti, para ocupar o seu lugar. O rei, seguindo o conselho de Memuchan, ordenou que matassem Vashti e que procurassem, dentre todas as belas moças que se encontravam em seu reinado, aquela que seria escolhida como a sua substituta. Em Shushan vivia um homem chamado Mordechai que criava em sua casa Ester, sua sobrinha. Ester era muito bela, e após a morte de seu pai e de sua mãe, Mordechai a criou como se fosse sua filha. [Na sequência da história, Ester foi escolhida como substituta da rainha Vashti. Através dela e de seu tio Mordechai o povo de Israel foi salvo de um grande decreto de extermínio elaborado por Haman, o principal ministro do rei Achashverosh...].
O Livro de Ester em um outro nível de entendimento O Livro de Ester, em um outro nível de entendimento, descreve os dias do homem no mundo em que vivemos em conflito com o seu “mau instinto”, assim como a atuação das forças de acusação contra as suas transgressões e a sua anulação. Algumas das entidades da história, assim como partes do seu texto, são simbolizadas da seguinte maneira: O Rei- O Criador O Rei Achashverosh (Assuero) -O “mau instinto”, ou seja, o desejo que seduz a pessoa para cometer transgressões. [Nota: Está escrito no Midrash, que toda vez que no Livro de
Ester é mencionado “O Rei”, e não está escrito o seu nome “Achashverosh” , a referência é feita
ao Rei dos Reis, ou seja, O Criador]. Os Ministros e os escravos do rei - Uma vez que o desejo que leva uma pessoa a cometer transgressões marca o início do desenvolvimento das suas características negativas, este desejo (“mau instinto”) representa o rei Achashverosh, conforme mencionado acima, enquanto as principais características negativas, desenvolvidas a partir do desejo, são comparadas aos ministros do rei. As demais características negativas, que evoluem a partir das principais, são representadas pelos servos do rei. O Rei Achashverosh quis mostrar a riqueza e a honra de seu reinado– Aqui a referência é feita à pessoa que começa a perseguir a honra, durante seus 70 anos de vida, sete décadas (que são as principais na vida de uma pessoa), conforme é insinuado pelos sete dias que durou o novo banquete realizado no pátio do jardim real. Após este tempo a pessoa parte deste mundo, enquanto a sua alma vai para o mundo espiritual. Cada alma terá seu lugar adequado, dependendo da maneira como a pessoa se comportou durante a sua vida neste mundo. “No pátio do jardim, no pavilhão real” Este versículo descreve três lugares distintos: o
“pátio”, o “jardim” e o “pavilhão real”. O jardim e o pavilhão real fazem referência a dois compartimentos, que existem no mundo espiritual, para onde as almas partirão. Um grupo de almas poderá entrar na parte mais íntima, que é aquela referida como o “pavilhão real”; outro grupo de almas se encontrará em um local referido como “jardim”, e ali elas poderão usufruir dos méritos conquistados em virtude de seus atos em vida. Porém, existe aquele grupo de pessoas que recebeu a sua porção material neste mundo físico (“pátio”), e suas almas não terão mais os méritos para usufruir no mundo espiritual. A pessoa foi criada neste mundo para se comportar de tal modo que a sua alma poderá, depois, receber a sua porção no Mundo Vindouro (como consta no livro “Zohar”). Mesmo quando se encontrar no Mundo Vindouro, a alma não receberá imediatamente a sua porção de forma completa; e sim, se elevará pouco a pouco até chegar ao local propício ao seu nível. O mundo em que vivemos é comparado com o corredor que antecede o Mundo Vindouro, ou seja, nós temos que aperfeiçoar nossas características e crescer espiritualmente no “corredor” para que nossa alma possa entrar no “salão”. Vashti (a esposa do rei Achashverosh) - Ela simboliza o corpo, que está subordinado ao seus maus instintos (pois ela estava casada com Achashverosh, que é comparado ao mau instinto). Para cada pessoa foi servido vinho, segundo o seu gosto, conforme a pessoa estava acostumada; ninguém foi forçado a beber. Esta passagem faz alusão ao fato de que, na verdade, a pessoa não está forçada pelo seu mau instinto a cometer uma transgressão, pois ela tem a opção de seguir os seus instintos ao invés de se controlar e atuar corretamente. Todos os oficiais de sua casa foram ordenados a satisfazer a vontade de cada um - Ou seja, o Yetser Hará (o mau instinto) tem a função de seduzir cada um segundo o seu gosto, porém não poderá forçar a pessoa a cumprir suas vontades.
O rei Achashverosh quis mostrar a beleza de sua esposa para os convidados, e então perguntou aos seus ministros se eles gostariam de ver a sua esposa Vashti - Ou seja, o Yetser Hará atua de maneira a seduzir a pessoa, trazendo para ela sofrimentos, e depois exibindo para todos a sua desgraça. Os ministros responderam que sim, porém com a condição de que ela comparecesse sem roupas - Esta passagem faz alusão à alma que não possui uma roupagem, uma vez que durante todos os dias em que esteve neste mundo a pessoa optou por um tipo de vida vã e vazia, não preparando a roupagem de sua alma. Desta forma, Vashti foi ordenada a comparecer perante o rei segundo as exigências dos ministros– Isto alude ao momento em que a alma terá que deixar este mundo e comparecer perante o Rei dos Reis, ou seja, O Criador. Somente com a coroa real - Ou seja, com a coroa espiritual que foi feita para a alma da pessoa através da Torá que ela estudou,“para mostrar a sua beleza” - Pois a alma foi entregue à pessoa pura, com a expectativa de regressar ao mundo espiritual conforme foi entregue, quando então todos os entes espirituais serão chamados para ver a sua beleza. Vashti negou-se a comparecer, segundo foi ordenada pelo rei através de seus súditos . Esta passagem faz alusão ao fato de que, mesmo quando chega o momento da pessoa, que viveu de forma errônea, deixar este mundo, e o Rei dos Reis já ter mandado seus agentes trazer sua alma de regresso, esta pessoa não acredita que deixará este mundo e pensa que continuará a viver. Portanto, ela não concorda em se arrepender das transgressões que cometeu em sua vida neste mundo. Desse modo, o versículo continua... “e o rei ficou muito irritado...”. Qualquer transgressão cometida por uma pessoa causa um dano em sua alma (como consta no livro Zohar, que cada transgressão é como uma lepra para a alma). Uma vez que a alma se encontra dentro do corpo isto não é visível, porém no momento da morte, quando a alma deixa o corpo, então ela poderá ver o dano que a transgressão lhe causou. Então o rei consultou os sábios que entendiam “dos tempos”. Esta passagem faz uma
alusão aos agentes responsáveis para calcular o que a pessoa fez nos dias de sua vida, ou seja, calcular os atos da pessoa de forma qualitativa, pois embora o Criador pudesse calcular tudo sozinho, Ele preferiu criar um juízo para ficar claro para todos a grande justiça e a verdade de Sua atuação (como está indicado no versículo: “Pois assim são feitos os temas do Rei”). Para saber o que fazer com Vashti, por ela não ter cumprido com a ordem do rei - No momento da morte, até o próprio yetser hará (os seus maus instintos) fala para a pessoa se arrepender de suas transgressões. Porém, esta pessoa que em toda a sua vida se acostumou em viver de forma errônea já não quer mais se arrepender.
Memuchan - Alusão ao agente encarregado de retirar a alma da pessoa deste mundo, como está escrito: “Memuchan, um dos ministros, aconselhou ao rei para ele decretar pena de morte para Vashti”.
De fato, a força que seduz a pessoa a cometer transgressões (o yetser hará, representado pelo rei Achashverosh) é a mesma força que acusa a pessoa (“Satan”, representado por Haman), e esta mesma força também é o encarregado de tirá-la deste mundo (“malach hamavet ” – entidade espiritual responsável pela morte - representado pelo Memuchan). E disse Memuchan – Agora, que chegou o momento desta pessoa partir, o agente responsável para retirar as almas deste mundo entra em ação... argumentando que Vashti não pecou somente para o rei, e sim para todos os ministros e povos que estão sob o domínio do rei Achashverosh - Aludindo a que, na verdade, esta pessoa não pecou somente para Hashem, e sim para todas as demais pessoas que estão subordinadas aos seus “maus instintos”, pois servirá de exemplo para todas as mulheres que desprezam os seus maridos, ou seja, as demais pessoas que continuaram em vida seguindo os seus “maus instintos” vão argumentar que, mesmo no momento da morte, quando inclusive o “mau instinto” da pessoa fala para ela se arrepender de sua forma errônea de viver, mesmo assim esta pessoa não quis escutá-lo. Assim, com muito mais razão, por que nós que não estamos no momento da morte, vamos nos arrepender de nosso modo de viver? Esta pessoa serviu de mau exemplo para as demais pessoas e, desta forma, é considerado que seus pecados não foram somente para Hashem, pois pecou também para os seus semelhantes. Portanto seria correto escolher uma outra mulher, melhor que Vashti, para ocupar o seu lugar - Esta alma receberá um novo corpo, mais adequado para cumprir com a sua missão em uma outra encarnação. “Depois desses acontecimentos, quando o furor do rei foi apaziguado...”- Agora, após o
período de decomposição do corpo da pessoa, a força de acusação se acalma (como consta no livro Zohar), “então falaram os jovens serventes do rei para que trouxessem moças de boa aparência...” - Pediram um bom corpo para esta alma, onde ela poderá superar e controlar os seus “maus instintos”. Mordechai- Alusão à alma. Ester - Alusão ao corpo que segue os conselhos da alma para atuar corretamente, e não escutar os conselhos de seus maus instintos. Em Shushan vivia um homem chamado Mordechai que criava em sua casa a EsterEsta passagem faz uma alusão a alma que criou e desenvolveu o corpo para atuar segundo a sua orientação e não se deixar seduzir pelo seu “mau instinto” para cometer transgressões. Ester era muito bela, e após a morte de seu pai e de sua mãe-“O seu pai e sua mãe” representam este mundo em que vivemos. E após a morte deles, ou seja, quando a pessoa atinge a consciência de que na verdade este mundo é passageiro e serve como cenário para
um propósito mais elevado, que perdurará também em sua pós vida, então... Mordechai criou Ester como se fosse sua filha- A alma se fortifica e intensifica a sua influência ajudando a pessoa no cumprimento de sua função de maneira nobre.
O Poço de Luz de Rabi Akiva É impressionante como dentro de relatos aparentemente superficiais de nossa Torá nós podemos extrair conceitos importantes e profundos para nossas vidas. No entanto, eles estão escritos em forma de contos ou metáforas que a nível superficial também nos ensina em geral uma mensagem ética ou legislativa. O nível de conhecimento e entendimento de cada pessoa é o que vai determinar quanta "luz" vai ser extraída deste "poço", podendo se satisfazer com a mensagem em seu nível superficial ou chegar até mesmo a encontrar, em certo nível, a "luz" que se encontra dentro do "poço" aparentemente escuro, cada um em seu nível de análise. Neste capítulo tentaremos entender de forma um pouco mais profunda as mensagens que se encontram dentro de certas passagens do Talmud e desfrutar um pouco desta incrível luz que já está em potencial brilhando para quem quiser se aprofundar mais neste incrível "poço de luz", uma vez que essas passagens do Talmud estão relacionadas com o Rabi Akiva, este capítulo foi chamado "O Poço de Luz de Rabi Akiva". Está escrito no Livro de Yona (cap. IV, vers.1): "E Yona se sentiu muito mal...", Como já explicamos anteriormente (no capítulo "O corpo e a Alma" seguindo os comentários do Gaón de Vilna), em um outro nível de entendimento, este versículo está aludindo a uma pessoa que se encontra com dificuldades em sua vida pelo fato de que em outra encarnação não atuou de forma correta, portanto ao superar estas dificuldades que lhe foram impostas em sua nova vida, esta pessoa terá a oportunidade de consertar o que danificou também em sua vida anterior. Quanto maior for a dificuldade, maior será o esforço exigido para superá-las, e portanto, o conserto alcançado também será maior, pois o mérito de cada ato será proporcional ao esforço exigido em sua realização. Raban Gamliel, um sábio que viveu a cerca de dois mil anos atrás nos relata que uma vez estava viajando em um barco e viu um outro barco se romper e naufragar, sentiu muita dor em especial pela vida do grande sábio Rabi Akiva que se encontrava naquele barco. Raban Gamliel, após ter chegado de viagem, surpreendeuse ao ver Rabi Akiva chegar e se ocupar com o estudo de Torá em sua frente. Raban Gamliel impressionado perguntou ao Rabi Akiva: "Quem te salvou?" Rabi Akiva respondeu: "Uma tábua que se soltou do barco apareceu perante mim...", então Rabi Akiva se agarrou a esta tábua.
Rabi Akiva continuou a narrar: "...Quando uma onda do mar vinha em meu encontro eu mergulhava a minha cabeça dentro da água, até que a onda passava por sobre mim e continuava adiante". Desta forma Rabi Akiva aproveitava do impulso da onda, "onda trás onda", até que chegou em terra firme e se salvou. Deste episódio concluíram nossos sábios que uma pessoa não pode ser considerada morta por ter desaparecido no mar, uma vez que não vemos os seus limites, pode ser que será levada pelas ondas até um local onde poderá se salvar, um evento parecido se passou com o Rabi Meir que foi levado pelas ondas e salvo de um naufrágio. Porém nossos sábios nos revelaram que além do significado simples, esta história foi escrita no Talmud também para nos transmitir ensinamentos em um outro nível de entendimento, assim como as demais histórias que foram relatadas no Talmud. Análise do relato em um outro nível de entendimento Como já foi explicado anteriormente (cap. "O corpo e a alma") em um outro nível de entendimento, o mar também é uma alusão a este mundo, as ondas uma alusão aos sofrimentos que a pessoa passa em sua vida (assim também explica o comentarista Maharshá no tratado B"B 73a) e a água alusão a Torá (Mharshá Berachót 61a). Rabi Akiva nos explicou: "Quando uma onda do mar vinha em meu encontro...", ou seja, neste outro nível de entendimento, quando uma dificuldade ou sofrimento aparece na vida de uma pessoa... "...eu mergulhava minha cabeça dentro da água...", ou seja, neste momento de dificuldade e sofrimento a pessoa deve fazer uma introspecção, ocupar a sua cabeça e analisar como aperfeiçoar os seus atos, como melhorar em suas qualidades pessoais e como cumprir melhor com suas responsabilidades neste mundo se baseando na sabedoria da Torá ("mergulhar a cabeça dentro da água")... "...até que a onda passava por sobre mim...", desta forma Rabi Akiva aproveitava do impulso da onda, "onda trás onda", até que chegou em terra firme e se salvou, ou seja, caso nós atuarmos desta maneira nos momentos de dificuldade, nós vamos estar crescendo como pessoa, as dificuldades vão passar por nossas vidas, e ao superá-las, nós estaremos usando do "impulso" deixado para crescimento espiritual, estaremos conquistando novos níveis de formação pessoal. o nosso aprimoramento pessoal e e assim, "impulso trás impulso" Em uma nova análise podemos concluir que na verdade tanto o mar quanto as ondas são formadas de água, ou seja, na realidade, nossas vidas e as dificuldades ou os sofrimentos que passamos fazem parte de um grande cenário no qual o único objetivo é nos dar as
condições necessárias para que possamos alcançar o nível de pessoa que nos foi dado o potencial de ser. Rabi Akiva passou por várias dificuldades em sua vida, somente com quarenta anos começou a se dedicar para o estudo da Torá com muita dificuldade, passou pela destruição do segundo Templo, destruição da grande cidade de Beitar, passou por duros decretos e inclusive foi aprisionado. A última e maior "onda" que passou pela vida do Rabi Akiva foi o momento de sua sofrida morte, porém mesmo neste momento ele não quis perder a oportunidade de aproveitar do "grande impulso" que lhe proporcionaria, neste momento recitou "Shemá Israel" recebendo sobre si a unicidade de Hashem, reconhecendo que inclusive aquele momento difícil fazia parte de um grande cenário que foi criado para o seu crescimento pessoal. O Talmud (Berachót 61b) termina este relato exclamando "Feliz é o Rabi Akiva que sua alma saiu enquanto recebia a unicidade de Hashem (inclusive naquele momento tão difícil), feliz é você Rabi Akiva que está convidado a entrar diretamente no Olam Habá".
A Raposa e os Peixes Certa vez, há cerca de dois mil anos atrás, foi proibido pelo reinado romano que o Povo de Israel se ocupasse da Torá. Porém Rabi Akiva continuou a estudar e também reunir pessoas para estudar Torá em grupo. Uma pessoa chamada Papus ben Yehuda encontrou a Rabi Akiva formando publicamente grupos de estudo e se ocupando com o estudo da Torá e lhe perguntou: "Akiva, você não tem medo do reinado?" Rabi Akiva respondeu: "Eu te contarei uma fábula para explicar o que está acontecendo..." Uma raposa caminhava na beira de um rio e viu peixes que se reuniam de lugar em lugar. Perguntou a eles: "De quem vocês estão fugindo?" Os peixes responderam: "das redes que os homens estão jogando sobre nós". Então a raposa perguntou aos peixes: "Vocês gostariam de subir aqui na terra seca e viver junto comigo como fizeram nossos antepassados?" Os peixes responderam: "É realmente você o animal que falam ser o mais esperto entre todos os animais? Você não é esperto, você é um tolo, se mesmo no local onde nós temos as condições necessárias para viver (ou seja, na água) nós estamos com medo, no local onde a morte será inevitável (ou seja, na terra seca) nós teremos muito mais motivos para temer". Então Rabi Akiva concluiu: "O mesmo está acontecendo conosco, agora que nós estamos nos ocupando da Torá, como está escrito: "Pois Ela (a Torá) é tua vida e o prolongamento de teus dias", e mesmo assim estamos em perigo, caso deixássemos de estudá-la teremos muitos mais motivos para temer".
Em um outro nível de entendimento
A raposa é uma alusão aos idólatras que são comparados com os animais impuros, pois quem se conecta com a idolatria está se conectando com as forças de impureza. Os peixes são comparados com o Povo de Israel (pois vivem dentro da água que é comparada com a Torá, são puros e nadam contra a correnteza, ou seja, contra as más influências). As redes fazem uma insinuação aos duros decretos. A raposa ao ver os peixes fugindo das redes e se reunindo de lugar em lugar convida a eles deixarem a água e viver com ela em terra seca como fizeram os seus antepassados, ou seja, os idólatras, ao verem os integrantes do Povo de Israel fugindo de duros decretos e se reunindo de lugar em lugar para poder continuar vivendo com os seus valores, os convidam a deixar de estudar Torá assim como fizeram nossos antepassados, ou seja, na época da destruição do primeiro Templo (Maharshá). Porém o povo de Israel sabe que sem Torá o Povo não terá continuidade, portanto o seu dever é continuar se ocupando da Torá, mesmo que para isto terá que continuar a escapar de lugar em lugar e não se aderir a prática dos idólatras.
"O Poço sem Luz" Nos tempos da antiga Grécia havia um rei chamado Talmai que mandou traduzir a Torá para 70 línguas, nossos sábios nos revelaram que isto causou uma grande escuridão para o mundo. O que há de errado em traduzir a Torá para outras línguas? Muito pelo contrário, aparentemente trouxe um grande benefício para a humanidade pois agora a Torá está acessível a todos. A resposta para esta questão será analisada em seguida. Devemos ter em mente que a tradução de qualquer sentença do Hebraico bíblico para qualquer outro idioma limita o seu entendimento. Existem dois aspectos de como interpretar este acontecimento. Quando a pessoa tem o objetivo de usar a tradução para entender o texto, porém está consciente que o seu conteúdo não está limitado por esta tradução, e sim existem várias informações ocultas por de trás das letras (como por exemplo numerologia, insinuações, outras interpretações, segredos, e que toda a Torá oral se encontra de alguma maneira indicada dentro do texto) realmente a tradução trouxe benefícios para esta pessoa, porém sendo o objetivo limitar o entendimento para a simples tradução, toda a profundidade da Torá estará sendo ignorada e descartada causando que a humanidade despreze o seu verdadeiro valor considerando-a simplesmente como mais uma cultura ou mais uma filosofia de vida entre as demais, e automaticamente causará que se afastem de Deus. Nossos sábios nos revelaram que este foi o objetivo dos gregos, portanto eles se expressaram que uma escuridão tomou conta do mundo.
Todo o objetivo dos gregos foi nos afastar do cumprimento da Torá e nos assimilar aos seus costumes, e esta foi a grande luta de Chanuká, não nos deixar assimilar e fortificar a conexão com a nossa fonte vital. Hoje em dia não existem decretos de gregos nem de romanos nos proibindo estudar Torá, porém "os decretos da sociedade" causam dificuldades para quem decidir se dedicar ao estudo da Torá e o seu cumprimento. Nossos antepassados arriscaram as suas vidas para que o Povo de Israel possa seguir existindo, cada pessoa que decide estudar e cumprir com as Mitsvót da Torá estará contribuindo para a existência de nosso povo.
Torá e Ciência Este capítulo foi acrescentado pelo mérito de nosso querido pai Sr. Jack Bisker Z”l, que se dedicou muito a estes temas no final de sua vida. Neste capítulo serão trazidas matérias que foram escritas por ele e por aqueles que continuam o seu trabalho.... Está escrito no Livro dos Salmos “Quão importantes são Tuas obras, Hashem, Com sabedoria Tu as fizeste todas...”(tradução seguindo a explicação do livro Tomer Devora), Uma vez que Hashem usou de Sua sabedoria para a criação, ela é grandiosa e impressionante, sendo adequado refletir na criação e não desprezá-la (Tomer Devora, no final do cap.2). Traremos alguns exemplos do conhecimento que se encontra em nossa Torá que, graças ao presente avanço tecnológico, podem ser confirmados cientificamente. Estes conhecimentos já se encontram há milhares de anos em nossos livros, muito antes de existir os meios tecnológicos necessários para alcançá-los. Como pode ser? O sábio e comentarista da Torá, Ramban, explica na introdução do livro Bereshit (Gênesis), que Moshe Rabeinu recebeu todos os conhecimentos sobre a criação junto com a Torá, tanto das criaturas superiores quanto das inferiores; algumas destas sabedorias foram escritas de forma explícita e outras foram insinuadas de alguma maneira nas Escrituras. Parte desta sabedoria foi transmitida de geração em geração e escritas no Talmud ou nos Midrashim pelos nossos Sábios, e partes se perderam ao longo da história. Porém, de alguma maneira, tudo está codificado na Torá através de insinuações, numerologia, pelas formas das letras ou de suas modificações, etc. Está escrito no Zohar que Hashem olhou para a Torá e criou o universo (ou seja, a Torá é a “planta” do universo).
O ciclo menstrual [Trechos da palestra do Dr. Eli Yossef ShussHaim, para um grande público em Jerusalém, há vários anos atrás]
O ciclo menstrual da mulher dura em torno de 28 dias, podemos dividir esses 28 dias em três etapas e tapas principais: sangue . O útero, o principal órgão do sistema reprodutor da mulher, é a) a perda do sangue. revestido internamente por uma membrana. Esta membrana de despedaça e sai para fora do útero, deixando pequenos vasos sanguíneos abertos. O sangue é expelido junto com os resíduos da membrana que revestia o útero. Este período dura, em geral, entre 5 e 7 dias; neste período a película interna do útero quase desaparece e o útero permanece descoberto e machucado. O corpo, então, começa a produzir células para fabricar uma nova película para o útero. b) a reconstrução da membrana interna do útero. Este útero. Este período leva de 7 a 8 dias, os dois primeiros períodos juntos (a perda de sangue e a recomposição do útero) duram em geral de 12 a 14 dias, a metade de todo o ciclo menstrual. Ao terminar a recomposição do útero é iniciada a ovulação; o óvulo é levado pelo o organismo para o útero que já está pronto para recebê-lo. c) fecundação. O terceiro período dura em torno de 14 dias, o corpo se prepara para a fecundação e o sustento do possível feto; porém, se não houve a fecundação, toda esta preparação será retirada do organismo da mulher e começará um novo ciclo. Os órgãos internos de nossos corpos possuem uma forte proteção natural contra seres estranhos (vírus, bactérias, etc.) que possam vir a prejudicá-los. No caso dos órgãos que chegam até o útero o corpo produz uma acidez elevada, matando estes seres estranhos e, desta maneira, protegendo a mulher. Quando o sangue passa por ali, ele neutraliza esta acidez e, neste período do ciclo menstrual, a mulher fica sem esta proteção contra todos esses agentes daninhos. O nível de acidez retorna ao seu nível adequado para a proteção da mulher no meio de seu ciclo menstrual, até o seu complemento. Estes dados são fatos que a medicina já conhece há mais ou menos 150 anos. Segundo as leis da Torá, a partir da saída do sangue do útero, o relacionamento matrimonial fica proibido até a sua finalização, e após isto ainda mais sete dias, e somente depois de terem passado sete dias sem ter visto sangue, a mulher pode se purificar na mikve e mikve e voltar a ter t er relações matrimoniais com seu marido. a. período de perda de sangue Nossos sábios já falavam de três etapas e tapas no ciclo menstrual: a. período b. período de sete dias sem ver sangue, c. dia c. dia de (que dura em geral de 5 a 7 dias), b. período purificação na mikve. mikve. É impressionante a compatibilidade dessas três etapas com as três etapas fisiológicas que acontece com o organismo da mulher, não somente de forma cronológica como também no período de cada fase. O relacionamento matrimonial no período em que o interior do útero está e stá machucado e delicado e o corpo da mulher m ulher sem a proteção natural (pois foi neutralizada pelo sangue, e mesmo após ter terminada a secreção do sangue ainda demora alguns dias até a acidez retornar ao nível desejado) podem causar sérios danos para a saúde da mulher e, inclusive,
chegar a causar câncer em seu sistema reprodutor. Justo neste período o relacionamento matrimonial está proibido pela Torá, voltando a estar permitido após a purificação, que ocorre quando o organismo já está novamente preparado e protegido, e o útero recomposto. Não é por acaso que as pesquisas comprovam que a porcentagem de casos de câncer no útero de mulheres que cumprem estas leis estão muito abaixo da porcentagem em que esta doença ocorre em mulheres que não as cumprem. Durante toda a história do judaísmo houve uma grande preocupação no cumprimento rigoroso deste mandamento, chamado de “pureza do lar”. la r”. Mesmo sendo desconhecido todos os benefícios, que qualquer descoberta judaicos, ali se encontra uma mikve, mikve, com os mesmos critérios legais que até hoje em e m dia mantemos, porém sem o mesmo luxo com que é construído atualmente. hoje são provados pela medicina. Em arqueológica onde havia assentamentos Uma vez que o Criador nos ordenou cumprir um mandamento, é óbvio que este mandamento não nos causará danos. A própria Torá nos ordena cuidar de nossa saúde. Hashem criou para o Homem um organismo adequado para os Seus mandamentos, porém não é este os motivos dos mandamentos, e sim um benefício lateral que nos dará condições para continuarmos vivendo e cumprindo com a nossa função.
Brit-Milá O motivo de uma mitsvá (mandamento mitsvá (mandamento da Torá) está muito além da razão fisiológica. Através de uma mitsvá nos mitsvá nos conectamos com Hashem para toda eternidade. Porém, mais uma vez, veremos a compatibilidade entre o nosso organismo e os mandamentos da Torá, no que se refere à mitsvá à mitsvá do brit milá. milá.
A Circuncisão, a saúde e a religião religião [Escrito por: Fernando Bisker, Miami] A circuncisão é um mandamento da Torá cumprido até hoje pela maioria dos judeus no mundo. Mesmo aqueles que não são judeus praticantes, que nem mesmo em Yom Kipur vão às sinagogas e não jejuam, fazem questão que seus filhos sejam circuncidados. Nas últimas décadas, uma grande quantidade de não-judeus, no mundo inteiro, já no hospital fazem a circuncisão nos seus filhos após o nascimento. A Torá comanda que todos os judeus façam a circuncisão, mas, no entanto, e ntanto, não o explica por motivos médicos, nem tampouco para benefícios da saúde. Porém, deixa clara a suma importância de realizá-lo. Com o desenvolvimento da ciência e da medicina, foi comprovado que a circuncisão protege, e protege muito.
Um estudo feito pelo Instituto de Saúde dos Estados Unidos (NIH) (U.S. (U.S. Centers for Disease Control and Prevention), Prevention ), publicado em um “site” do próprio Governo Americano, afirma, e até recomenda, que seja feita a circuncisão, e que este procedimento diminui em 44% o risco de se contaminar com AIDS, e muitas outras doenças, que não estamos citando aqui. Por esta e outras razões, atualmente nos Estados Unidos 79% dos homens fazem a circuncisão. Para concluir, gostaria de explicar que para os judeus, a circuncisão é um procedimento religioso, e que hoje em dia sabemos sa bemos que tem um caráter médico também. Pelo judaísmo, e pelo misticismo judaico, existem dezenas de explicações espirituais ligadas à nossa alma. O simples procedimento médico não cumpre com a mitsvá a mitsvá de de brit brit milá. Porém, milá. Porém, aqueles que fizeram a cirurgia de fimose, sem um acompanhamento rabínico, devem procurar um rabino que conheça os procedimentos da Torá para fazer a parte religiosa, mesmo retroativamente. Mas não há motivo para preocupar-se, pois só necessitará ser feito o complemento religioso. E, para aqueles que são judeus, e estão para decidir como fazer o procedimento, não custa nada fazê-lo de uma maneira que inclua as questões médicas, mas também cumprindo com a parte religiosa. "Aquele" que escreveu a Torá há milhares de anos, e incluiu toda esta sabedoria médica de uma forma oculta, também criou muita sabedoria espiritual e energética, que mesmo não sendo vista, podemos acreditar que nela existe algo de bom para nos beneficiar. Pelo grande mérito do cumprimento do brit milá, milá, seguindo a lei da Torá, receberemos vários benefícios em nossas vidas e também em nossas pós-vidas, como está escrito no Zohar e nos Midrashim. No Talmud (Tratado Nedarim 31b, na Mishná na Mishná), ), está escrito que através do brit milá nós milá nós fazemos 13 tipos de alianças ali anças com Hashem, entre outras expressões de grandezas existentes nesta mitsvá. mitsvá. Quantas estrelas foram criadas no céu? Em torno de 2000 anos atrás, Aristóteles dizia existir 2400 estrelas no céu; seus alunos, no entanto, disseram que seu mestre errou, argumentando que no céu existem em torno de 30000 estrelas. Em 1951, nos EUA, já falavam que existiam entre 3 a 4 milhões de estrelas. Em 1969, quando Amstrong foi à lua e viu o céu, estando fora da atmosfera, disse ser impossível calcular o número de estrelas existentes no céu. Porém, hoje em dia, a Nasa divulga ter um número de estrelas parecido com aquele que está escrito no Talmud. No Tratado Brachót 32b, a Guemará descreve todas as divisões espaciais e divulga o número de estrelas em cada uma. No total encontramos o seguinte número de estrelas:
1.064.340.000.000.000.000.000, este é o número de estrelas que foram criadas.
A constelação Plêiades No Talmud (Tratado Berachót 58b) a constelação Plêiades é chamada de “Kimá”. Perguntam na Guemará o significado do nome “Kimá”. Shmuel, um de nossos Sábios, responde que “Kimá” significa uma abreviação de duas palavras “Ke-Mea”: “quase cem”, ou seja, que possui em torno de 100 estrelas. Na Guemará é discutido se essas estrelas estão dispersas ou reunidas. O comentarista Rashi explica que nossos Sábios estão discutindo somente sobre as estrelas principais de Kimá (Plêiades), que são em torno de 100, porém no total têm mais estrelas. A olho nu vemos em torno de 10 estrelas, porém a Torá, antes de existir o telescópio, já explicava como a constelação está estruturada, afirmando que, na realidade, existem nesta constelação muitas estrelas, e que 100 delas são consideradas as principais. No decorrer das gerações, desde a entrega da Torá até a época do Talmud, surgiu uma discussão em um dos dados transmitidos, se as principais estrelas de Plêiades, que não vemos a ‘olho nu’, estão dispersas ou reunidas. Esta discussão nos prova que eles não tinham como conferir, pois não possuíam os meios tecnológicos necessários para examinar o que se passa no céu, como existe atualmente; mesmo assim, já sabiam que Plêiades era formada por mais estrelas, e quantas, entre elas, são as suas principais, pois assim consta na Torá oral. Constelação Plêiades - vista menos aproximada
Quem descobriu o cometa Halley? O astrônomo Halley viveu em torno de 250 anos atrás. Faleceu em 1746, porém nos informou que em 1758 um cometa (que foi chamado em sua homenagem de “cometa Halley”) iria retornar aos arredores da Terra, em torno de 70 anos depois de sua visita anterior. A descoberta de que um mesmo cometa pode nos visitar várias vezes foi tão grande quanto a descoberta do tempo que ele leva entre cada visita. Porém, na realidade, este cometa deveria ter outro nome ... Há mais ou menos 1700 anos antes do astrônomo Halley existir, ou seja, em torno de 2000 anos atrás, dois de nossos Sábios na época dos “Tanaim”, Raban Gamliel e Rabi Yehoshua, estavam viajando de barco, como relata o Talmud (Tratado Horaiót, 10). A viagem atrasou e a comida de Raban Gamliel acabou. No entanto, vendo que Rabi Yehoshua tinha comida suficiente, pois havia levado consigo um pão feito com um tipo de farinha que sustenta o corpo por mais tempo, então lhe perguntou: “Como você sabia que a viagem iria demorar mais?”, Rabi Yehoshuarespondeu: “A cada 70 anos passa um cometa que pode confundir os marinheiros que se guiam pelas estrelas, então até que percebam que é um cometa e retornem novamente à rota desejada certamente levaria algum tempo, portanto eu vim prevenido!”. Rabi Yehoshua já sabia que um cometa pode nos visitar várias vezes, e que
justamente este cometa leva 70 anos para voltar. Portanto o cometa deveria chamarse “Cometa Rabi Yehoshua”!!!
Vacina contra raiva, pasteurização Há cerca de 100 anos atrás o cientista Louis Pasteur fez, entre outras, as seguintes descobertas: A cura da raiva através de uma substância que existe no fígado do cachorro contaminado com a raiva, e também a vacina contra o veneno da cobra. Descobriu que quando esquenta um líquido acima de uma certa temperatura, mata os micróbios e etc., ou seja a “pasteurização”. Fontes na Torá: O Talmud (Tratado Baba Metsia, 29) nos ensina para não tomar água morna que está depositada em um utensílio de metal. O Rabino Chananel, que viveu em torno de 1000 anos atrás, nos explica que poderá causar um dano ao nosso corpo; porém, conclui o Rabino Chananel, se ferver a água já não terá mais problema. O Talmud (Tratado Yoma folha 84 Mishná) nos ensina que uma pessoa ao ser mordida por um cachorro contaminado pela raiva, para se curar teria que comer o fígado deste cachorro (mesmo não sendo kasher ), mesmo no Shabat (quando não somos permitidos de matar um animal) e mesmo em Yom Kipur (quando estamos jejuando), uma vez que isto vai curá-la. Em casos de vida ou morte a Torá nos obriga a transgredir estas leis. Vemos, então, que o conhecimento de que a cura de uma doença pode ser encontrada na própria origem da contaminação já se achava mencionada no Talmud.
O Para-raios [Escrito por: Sr. Jack Bisker Z"L e Fernando Bisker (MiamiEUA)] No dia 15 de junho de 1752, em meio a uma tempestade, Benjamin Franklin resolveu provar algumas de suas suposições científicas. O cientista, também escritor e diplomata, Benjamin Franklin (1706-1790) usou um fio de metal para empinar uma pipa de papel. Este fio estava preso a uma chave, também de metal, manipulada por um fio de seda. Franklin soltou o “brinquedo” junto com o filho e observou que a carga elétrica dos raios descia pelo dispositivo. A perigosa experiência, realizada em 15 de junho de 1752, comprovou à comunidade científica da época que o raio é apenas uma corrente elétrica de grandes proporções. Como cientista voltado à praticidade e à utilidade de suas descobertas, Franklin demonstrou ainda que hastes de ferro ligadas à terra, e posicionadas sobre ou ao lado de edificações, serviriam de condutores de descargas elétricas atmosféricas. Estava inventado o para-raios.
Em uma carta enviada a um amigo em Londres, Franklin sugeriu a ampla instalação dessas estacas de proteção contra a ação dos raios. A ideia espalhou-se rapidamente e, apenas um ano depois, foi construído o primeiro para-raios na Europa. Na Alemanha, a invenção chegaria alguns anos mais tarde, tendo sido o primeiro dispositivo instalado em Hamburgo no ano de 1769. Mas, vejamos se na Torá já existe alguma menção sobre os para-raios. Na Tossefta (época da Mishná, escrito aproximadamente no ano 10 da era comum, há cerca de 2000 anos atrás, no Tratado Shabat capítulo 7 no. 10) está escrito que é possível com uma vara metálica cravada no chão, proteger-se dos raios. No Talmud está contida a explicação de como evitar que um raio caia e mate parte das galinhas, explicando que basta cravar uma vara de metal, que a mesma irá proteger a esta área dos raios. Para aquele que tenha interesse de pesquisar e se aprofundar em temas de Ciência e Torá, sugerimos que seja consultado o livro do R. Zamir Cohen, “Silence Revolution”, traduzido ao português como: “A Revolução Eminente”.
A Terra Está escrito no Zohar (Vaikrá 10a) que a terra é redonda como uma bola, existindo pessoas tanto em cima quanto embaixo, havendo entre as pessoas diferenças segundo as condições ambientais de onde vivem; mesmo que em certos locais da terra seja dia em outros noite, existem locais que sempre é dia, exceto um pequeno período que é noite. Desta passagem concluímos que já possuíamos o conhecimento de que o mundo é redondo, e que vivem pessoas nos dois lados, tanto em cima quanto embaixo, ou seja, que a força da gravidade, embora desconhecida, já era intuída; também, já se tinha conhecimento de que as pessoas diferem fisicamente segundo a diferença ambiental, e que parte do mundo é dia e parte noite, e que existem partes do mundo que o dia é mais longo do que a noite, e que a noite dura somente um curto período. Nos escritos de outras religiões, como por exemplo no Corão (escrito há cerca de 1300 anos), é afirmado que a terra é plana. Até mais ou menos 400 anos atrás, certas instituições condenavam quem falasse que o mundo era redondo, porém a Torá já há milhares de anos continua imutável, sendo possível atualmente comprovar a Sua veracidade.
O ciclo da água [A matéria sobre o ciclo da água se encontra no princípio do livro “Em memória”].
O sol No centro do sol a temperatura chega a 1.500.000 graus C. e em sua superfície chega a 6,000 graus C., porém antes do calor sair do Sol ele passa por uma camada protetora não
deixando o calor sair em sua totalidade. Caso não houvesse esta camada protetora, o calor do sol queimaria toda a terra. [Fonte cientifica: Livro “Tsavá Hashmaim” do Dr. V idel, página 26 e 27] Este conhecimento já se encontra na Torá, muito antes de possuirmos os meios tecnológicos necessários para analisar o que se passa dentro do sol. Fontes na Torá: a) No Midrash Rabá (Bereshit capítulo 6, 6; Kohelet 1, 5) está escrito que o sol tem uma proteção. Hashem se preocupou em enfraquecer a força do sol para não queimar o Mundo onde vivemos. b) No Talmud (Tratado Baba Metsia folha 86) está escrito que três dias depois que Avraham fez brit milá (circuncisão) fazia muito calor, pois Hashem tirou a proteção do sol.
A idade do universo [Escrito por Rony Bisker, formado em engenharia de obras hidráulicas pela UFRJ] Fui chamado para dar uma palestra para um grupo de jovens recém chegados a Israel. Estavam vivendo em um centro de absorção em Jerusalém, dedicado às pessoas que deixaram seus países e vieram viver em outra cidade, em outro país. Eram jovens inteligentes, bem preparados, com nível universitário, porém sem muito estudo de judaísmo. O conhecimento que possuíam nesta área, era o mesmo que tinham aos 14 anos, o que aprenderam no colégio judaico; um conhecimento que já estava esquecido parcialmente, apesar do esforço que os professores fizeram para educá-los nesta área. Seguramente, conheciam ciência muito bem. Aprenderam no secundário, também na universidade, lendo revistas, assistindo televisão e até se aprofundando em livros sobre o tema. Eu sabia que seria perguntado sobre questões essenciais do judaísmo que aparentam ser contradições gritantes entre a ciência e o ensino da Torá. Não teria um trabalho fácil pela frente. Comecei a palestra parabenizando-os pela difícil decisão de deixarem seu país, sua cultura, seus amigos, e virem morar em um país até então desconhecido para eles. Logo entramos no tema que havia sido decidido para aquela noite, “a comida kasher ”. Porém, como já esperado, 10 minutos depois de iniciada a palestra, perguntas sobre o tema de Torá e Ciência iam surgindo: “A Torá pensava que a terra era plana?”, “Existem extraterrestres segundo a Torá?”. Também muitas vezes, não vinha em forma de perguntas,
mas afirmações: “A Torá e a Ciência são contraditórias”. Mas a pergunta que imediatamente ascendeu os ânimos foi: “Há quanto tempo existe o Universo? Como a Torá pode afirmar que são 6.000 anos se a ciência já provou que o mundo tem 15 bilhões de anos?” Aqui eu já sabia que teria de deixar o tema escolhido de lado e entrar nesta pergunta, porque se não desenvolvêssemos o assunto, qualquer outro tema pareceria desnecessá rio. Em essência, a Torá não busca a validação da ciência ou de outro conhecimento secular. A verdade existe em muitos níveis, e as verdades da Torá são independentes da análise científica. Sendo assim, então por que tentar fazer uma ponte entre a Torá e a ciência? A resposta seria que é necessário esclarecer os limites da Torá e os limites da ciência e comprovar que realmente não se contradizem. Quando nos referimos à ciência, em geral, nos referimos tanto aos experimentos científicos quanto aos conhecimentos científicos comprovados. Por exemplo, ao descobrir um fenômeno novo, a ciência vai tentar explicá-lo através da criação de teorias. Teorias estas que poderão ser descartadas ou comprovadas. Vamos citar mais exemplos para ficar mais clara esta diferença. Quando a ciência não sabia a forma da terra, havia teorias que a terra era plana e teorias que a terra era redonda. A teoria que a terra era plana também era chamada de ciência. Quando foi comprovado que a terra era redonda, foi comprovado que a teoria da terra plana estava errada, e a da terra redonda estava certa. A partir de então, quem dissesse que a terra é plana, não será aceito como um cientista sério... A partir desta distinção, podemos então dizer que não há contradição entre a Torá e a ciência, se uma teoria da ciência não estiver de acordo com a Torá. Somente haveria contradição se uma teoria comprovada estivesse em desacordo com o que está referido na Torá. Então, o big bang, teoria comprovada por Penzias e Wilson, dois pesquisadores da Bell Laboratories, finalmente resolveu uma grande disputa que a Torá tinha com a ciência. Por mais de 20 séculos os cientistas acreditaram que o universo era estático, ou seja, que o mundo sempre existiu, enquanto os judeus acreditavam que o mundo foi criado e começou a existir. Então, em um espaço de 40 anos, entre 1920 e 1960, mesmo com a resistência dos principais físicos, incluindo Albert Einstein, a teoria do universo estático, de que ele sempre existiu, foi por água abaixo. Um dos cientistas que conseguiram comprovar a teoria do big bang, Arnold Penzias, era um judeu ortodoxo. Os cientistas, hoje em dia, creem que o universo antes do big bang, estava todo condensado em um minúsculo ponto. Justamente como Ramban, Rabino que viveu no século XI,
descrevia o início da criação, que o mundo inteiro tinha um tamanho menor que um grão de mostarda (Gênesis1:1). Bem, já estávamos prontos, depois desta pequena introdução, a entrarmos no tema da idade do universo. A ciência, atualmente, aceita que o universo tem aproximadamente 14 bilhões de anos. Enquanto a Torá diz que tem 5770 anos e mais 6 dias! Bem, por mais que a data da ciência seja aproximada, não creio que alguma conta possa chegar perto do valor afirmado pela Torá... Então, como resolver esta grande diferença? Nesta hora, percebi que todos faziam o sinal de “sim” com as cabeças, parecendo que eles perceberam que eu havia entendido a pergunta deles. Isso, por si só, já foi um grande alívio para eles; pois, viram que eu não estava fugindo do tema, tentando me esquivar de responder a esta ou a outro tipo de pergunta. Depois desta introdução que fizemos, aposto que vocês também pensaram que nem voltaríamos mais à pergunta do título deste texto... Saber a idade do universo, só tem sua relevância para a prática do judaísmo por contradizer a ciência, porém nenhuma das mitsvót depende desta informação. Portanto, a Torá não responde a esta pergunta diretamente, porém os grandes Sábios, ao longo dos séculos, abordaram este tema. Vamos citar alguns deles abaixo. Maharal, que viveu no século XV, nos traz que o tempo, por ser parte da Criação de Deus, é relativo, e de acordo com a teoria da relatividade o tempo se expande e também se contrai. A partir deste conceito, Gerard Schroeder (Em 1965, Schroeder recebeu seu Ph.D. do Massachusetts Institute of Technology em física nuclear e em ciências terrestre e planetária) calculou que para o tempo de 6 dias no centro do universo passariam 15 bilhões de anos nas bordas do universo. A causa disso seria a massa gigantesca no centro do universo que comprimia o tempo... Bem, esta explicação já entra na área dos Doutores em física... quem quiser se aprofundar pode entrar no Google e buscar pelo nome dele... Nós, simples mortais, seguimos buscando outras visões, mais fáceis de captar para esta pergunta. Rav Akiva Tatz, aborda por outro ângulo. Ele afirma que, uma vez que o sol e os astros só foram criados no quarto dia, e a Torá diz claramente que as regras da natureza, como as conhecemos hoje, só foram estabelecidas no sétimo dia, e elas não se aplicavam aos primeiros 6 dias. Portanto, ao observarmos o mundo hoje, com as leis da natureza que conhecemos, não podemos saber o que ocorreu nos 6 primeiros dias. Rav Shimon Schwab, resolve a questão com a diferença entre anos terrestres e anos celestiais. Os 6 primeiros dias da criação se referiam a anos celestiais enquanto que os 6000 anos se referem a anos terrestres. Estes dias celestiais seriam bilhões de anos terrestres, conforme veremos abaixo. Esta explicação está baseada no Rav Itschak de Ako,
que viveu no século XI , e traz que o mundo tem bilhões de anos, mais precisamente, 15 bilhões, 340 milhões e 500 mil anos !!! Como Rav Itschak de Ako chegou a este número? Ele leu a American Scientific dos últimos anos? Claro que não, ele viveu há quase mil anos. Respire fundo e veja as contas abaixo... Segundo o Sefer Hatmuná (por volta do século XII), o mundo terá 7 ciclos de 7 mil anos cada. Estamos no último. Portanto já se passaram 6 ciclos antes da criação de Adam Harishon (o primeiro homem). Então 6 ciclos x 7 mil anos = 42.000 se passaram antes deste ciclo em que estamos (no ano 5770). “Seguimos?“ - perguntei ao grupo, pois me pareceu que nem todos já estavam acompanhando... Porém, já não havia mais risinhos no ar. As pessoas estavam tentando escutar cada palavra, já com certa reverência a tanta informação sobre o assunto de fontes tão antigas. Uma vez que estes anos se referem a um período anterior à criação do homem então a contagem deles seria de acordo com os anos Divinos. Um dia Divino vale mil anos terrestres (segundo fontes judaicas de 2000 anos atrás, Midrash), portanto quanto um ano Divino vale? Vamos lá, regra de três, todos nos aprendemos no colégio... 1 ano = 365 ¼ dias. Se um dia vale 1000 anos, então 365 ¼ valem 365.250 anos. Ou seja um ano Divino vale 365.250 anos terrestres. Seguimos? Portanto, os 42 000 anos multiplicados por 362.250 anos resultam em 15.340.500.000 anos !!! No ano de 1100 este valor já circulava pelos meios dos alunos do Ramban, o Rav Itschak de Ako... Bem, neste ponto já sentia que a questão havia sumido. Somente precisava fazer um sumário do que falamos. Podemos resumir as opiniões interpretações vão de acordo com a Schroeder) enquanto outros deixam a questão em aberto (R. Shimon Schwab), outros ainda dão outros tempos distintos dos 6 mil anos usuais (Ramban). Seria correto então dizer que nós não sabemos, definitivamente, a partir de uma perspectiva da Torá, como calcular o tempo de 6 dias relativo a interpretação dos dias da criação. Um judeu pode, neste contexto, ser completamente aberto para a tabela de tempo segundo a cosmologia moderna, uma vez que vai de acordo com a opinião de vários Sábios de Torá, sem necessariamente decidir decisivamente em favor dela. dizendo que algumas cosmologia atual (Dr. Nesta hora me pus à disposição de quem quisesse seguir o tema, fornecendo meu e-mail aos jovens. E senti uma grande satisfação de poder participar de um debate com pessoas
abertas à opiniões diferentes das suas, aproximando as mentes e, consequentemente, os corações. Para finalizar este capítulo traremos uma matéria que aborda o enfoque da Torá em relação à ciência.
A Torá e os Conhecimentos científicos [Escrito por: Sr. Jack z”l e Rony Bisker] Os nossos Sábios e Rabinos de todos os tempos reconheceram a importância de examinar o mundo físico para promover o conhecimento da Torá, e há uma fartura de escritos sobre este assunto. Muitos dos nossos maiores Rabinos demonstraram isto através do conhecimento de Medicina, Matemática, Astronomia, Linguística, Música, Filosofia, Psicologia e Agricultura. Somente é necessário estudar Talmud para perceber quão eruditos e cultos eram os nossos Sábios. Em essência, a Torá não busca a validação da ciência, ou de outro conhecimento secular. A verdade existe em muitos níveis, e as verdades da Torá são independentes da análise científica. Sendo assim, então, por que tentar fazer uma ponte entre a Torá e a ciência? A resposta para isto está inerente na sabedoria da Torá, e a visão do mundo do judaísmo que, pela sua nat ureza busca a revelação da unidade do mundo desde a unidade de D’us até as suas criaturas mais interconectadas [Robbs, Itzchak J., Living in Divine Space (Vivendo no Espaço Divino)]. A Torá incute a Ideia da unidade em todos os aspectos da vida, desde as disciplinas práticas até as místicas e a sabedoria da Torá. De fato, a fonte fundamental de todo o conhecimento e sabedoria é a Torá, como está escrito: “Ocupe-se com ela mais e mais, pois tudo está nela [na Torá] (Pirkei Avót, 5:26)”. Hoje em dia, há um grande ímpeto de compreender o conhecimento científico à luz da Torá. Veja o que afirmavam nossos sábios sobre o assunto: Maimônides (Rambam, 1135-1204), nos seus tempos, desejava estudar as ciências naturais como uma forma de abordar as maravilhas da criação e a sabedoria infinita do Criador. Rabino Bachia Ibn Pakuda (1050-1120), no seu grande trabalho “Os Deveres do Coração”, ele defende o estudo da natureza e outros aspectos do universo físico como uma forma de interiorização do conceito de bondade Divina. de interiorização do conceito de bondade Divina. 1609) escreve o seguinte: “O homem deve estudar tudo que permite que ele entenda a natureza do mundo. A pessoa é obrigada a fazê-lo, pois toda a natureza é o trabalho de D’us.
Deve-se compreender tudo para, através disto, reconhecer o seu Criador.” O Gaón de Vilna (1720-1797) (um dos maiores sábios dos últimos 1.000 anos) era um grande defensor do estudo de todas as artes e ciências como uma forma de melhorar o entendimento do Divino. Portanto, ao procurar uma linguagem em comum com a ciência, nós não estamos procurando a validação do ponto de vista da Torá, mas sim, procurando revelar “insights” novos e valiosos na natureza da realidade. Quanto mais profunda a nossa compreensão das ciências e das artes, mais significativo se torna o nosso conceito da Torá. Quanto mais aprendemos Torá, maior é a nossa apreciação das leis e da estética da natureza. O objetivo, em muitos casos, é simplesmente mostrar, em princípio, que aquilo que parece ser duas visões de mundo diferentes, na realidade, são duas descrições das mesmas ideias e fenômenos. Um exemplo disso seria o número de dimensões que existem no universo. O conceito aceito até aproximadamente 100 anos atrás era que o universo tinha 3 dimensões, as 3 dimensões espaciais. Enquanto a Torá, conforme verificaremos abaixo, afirma que são 5. Fora esta s 3 espaciais, o tempo e a espiritualidade também são dimensões. Embora Einstein tivesse revelado (há 100 anos atrás) que o tempo também é uma dimensão e que o espaço e tempo formam uma única dimensão, a ciência também precisa entender a alma como uma ‘dimensão’. É explicado na Cabala que quando D’us revelou os Dez Mandamentos, a quintessência da moral e ética da Torá, todas as dimensões da realidade física e espiritual foram vistas pelo povo como algo um e único. “E o povo viu os sons do trovão e relâmpago, e uma nuvem densa sobre a montanha, e o som de um shofar vindo da montanha… (Êxodo).” A palavra ‘fumaça’ [a nuvem densa sobre a montanha] em Hebraico é “ Ashan”. Ela é compreendida de 3 letras ( ), que formam um acrônimo das várias dimensões da realidade, como foi ensinado pelo Sefer Yetsirá (3:3): “ Ain” ( ) representa Olam ( ), o mundo, ou o espaço (3 dimensões). “Shin” ( ) representa S haná ( ), ano ou tempo, (uma dimensão). “ Nun” ( ) representa N efesh ( ), que é entendido como uma dimensão espiritual, tão real quanto as outras dimensões físicas (uma dimensão). Espero que este texto possa servir de introdução para as pessoas interessadas em entrar neste caminho de Torá, sem deixar de lado o entendimento científico.
“Todas as sabedorias existentes em nosso mundo, de alguma forma, vêm nos expressar o entendimento da atuação de Hashem” (Rav Moshe Chayim Luzzatto). Portanto, estas sabedorias são, na verdade, um auxílio para o entendimento de conceitos espirituais mais elevados.
A Criação Cada vez mais, com o avanço tecnológico, podemos ver a complexidade da criação. Toda esta criação foi estruturada pelo Criador para nos dar condições de alcançar o objetivo esperado por Ele. Portanto toda a criação é somente um meio para alcançar este objetivo. Se toda esta complexa criação é somente o meio para alcançar um objetivo, imaginem o quão grandioso é este objetivo que para alcançá-lo foi necessária toda esta incrível criação.... Podemos começar a entender um pouco do prazer que as almas terão no Olam-Habá (Mundo Vindouro), pois este foi o objetivo do Criador em Sua criação: proporcionar para as Suas criaturas um prazer completo para toda a eternidade. Para chegar a esse máximo prazer foi determinado pelo Criador que seria necessário conquistá-lo, pois o prazer que recebemos de algo que conquistamos é maior do que o prazer que recebemos de algo que nos foi entregue sem esforço. Portanto o nível deste prazer será proporcional ao esforço investido pela pessoa no cumprimento das Mitsvót. A Torá foi entregue, através do Povo de Israel, para toda a humanidade. Embora o Povo de Israel tenha o dever de cumprir todos os mandamentos da Torá, existem sete mandamentos com os quais a Torá compromete toda a humanidade para cumprir:
Estabelecer leis sociais e tribunais de justiça. car relações sexuais ilícitas. Cumprindo com o nosso dever entraremos em harmonia com o Criador, fazendo jus a toda esta complexa criação. Então, estaremos prontos para nos conectar com o incrível objetivo preparado por Ele.
Perguntas & Respostas Sobre o Livro de Yona PERGUNTA 1 CAP.I, VERSÍCULO 5: "E Yona desceu para a extremidade (no fundo) do navio e deitou se e adormeceu" PERGUNTA: Por que o profeta Yona resolveu ir deitar, e dormir, no fundo do navio em um momento tão perigoso, quando o navio estava por afundar e todos os passageiros estavam em risco de vida? RESPOSTA: a) Yona sabia que havia transgredido a palavra de Hashem e, portanto, (H') não atenderia a seu pedido; então, desceu para deitar-se (Mahari Kra). b) Yona sabia que o mar estava violento por sua culpa, e que com sua morte o mar se acalmaria e todos os demais passageiros se salvariam. Então, ele desceu para o fundo do navio, local onde as águas entram primeiro, e assim morreria afogado logo no princípio do naufrágio, e os outros passageiros, que se encontravam na parte de cima do navio, se salvariam (Malbim). PERGUNTA 2 CAP.I, VERSÍCULO 7: "Vamos fazer sorteios e saberemos quem é o responsável por todo este mal" PERGUNTA: Por que os passageiros resolveram fazer um sorteio para saber o culpado do provável naufrágio? É natural que quando o mar está violento existe a possibilidade de um naufrágio. Em várias ocasiões lemos e escutamos a respeito de grupos de pessoas que passaram por algum perigo, e nunca escutamos tal procedimento, de sortear alguém para culpá-lo da desgraça. RESPOSTA: Eles viram que os outros navios navegavam tranquilamente pelo mar, e somente o navio deles estava em perigo de naufragar; portanto, falaram que um deles era o culpado Rashi em nome do Pirkei de Rabi Eliezer e o Mahari Kra deduzem este ensinamento da continuação do versículo: "Vamos fazer sorteios e saberemos quem é o responsável por todo este mal que veio sobre nós...", somente sobre nós, porém os outros navios navegavam em paz. CAP.I, VERSÍCULO 12: "E falou (Yona) a eles: Peguem-me e me lancem ao mar"... PERGUNTA:
Como poderia Yona pedir para que o jogassem ao mar, pois isto é considerado como suicídio (o que é proíbido pela Torá)? RESPOSTA: Está escrito no Midrash (Yalkut Shimoni parte 1, 393), quando Yona falou: "Me lancem ao mar" estava entregando a sua vida, e assim fizeram nossos antepassados e profetas (que estavam prontos a entregar a vida para salvar o povo de Israel). Provavelmente, esta foi a intenção de Yona, que estava disposto a perder a vida e não cumprir com a profecia que recebeu, para não causar uma acusação ao povo de Israel (como foi explicado no capítulo 1, comentário 1). CAP.III, VERSÍCULO 8: “E se cobrirão com sacos tanto os homens quanto os animais"... PERGUNTA: Qual foi a intenção dos habitantes de Ninve em cobrir tanto a eles quanto aos animais com roupas feitas de saco? RESPOSTA: Assim falaram para Hashem: "O animal não sabe nada (não tem consciência) e (portanto) Tu o julgas favoravelmente. Considera-nos também como um animal", como está escrito (no vers. 7): "Os homens e os animais, o boi e a ovelha não provarão nada...", e imediatamente (no vers.10): "E D’us se arrependeu do mal que falou em fazer a eles..." (Midrash Shemot Rabá 45,1). E, provavelmente, vemos no último versículo do livro de Yona que Hashem aceitou o argumento dos habitantes de Ninve, como está escrito: "E Eu não terei pena de Ninve? (...) na qual há mais de (...) e muito animal?". E Rashi explicou que "animal" se refere aos adultos com a compreensão de um animal (e portanto Hashem ‘sentiu’ pena deles). E assim consta no Talmud (Taanit 16a): "E por que (quando fazemos jejuns públicos para cancelar duros decretos) saímos (vestidos) com saco?" e responderam: "Para falar que nós somos considerados como os animais" [Pois a roupa de saco é feita com pelos de cabra (Rashi)]. CAP.4, VERSÍCULO 10,11: " Tu sentiste pena da planta ('Kikaion').... E eu não terei pena de Ninve, a grande cidade..." PERGUNTA: Vemos que Hashem explicou a Yona o motivo pelo qual perdoou aos habitantes de Ninve; porém, a irritação e fúria de Yona era pelo sofrimento que eles causariam ao povo de Israel no futuro (ver capítulo IV comentários 1, 5 e 6), e não pelo simples fato de serem salvos do mau decreto. Como podemos entender que Hashem também respondeu a Yona em relação à sua verdadeira irritação? RESPOSTA: Hashem respondeu a Yona "E Eu não terei pena de Ninve, a grande cidade na qual há... e muito animal", a palavra "animal" se refere aos adultos com compreensão de um animal
(ver cap. IV comentário 16) e, portanto, Hashem os absolveu [Pois um animal não tem consciência para ser culpado (ver pergunta 4)] porém o povo de Israel se encontrava em um nível de consciência elevado e, portanto, estava propício a ser castigado pela idolatria que havia praticado (Malbim). A Tradução: Texto foi traduzido em uma linguagem simples para facilitar a compreensão. O objetivo da tradução foi transmitir o sentido direto do texto de acordo com a maioria dos comentaristas tradicionais. Devemos ter em mente que a tradução de qualquer sentença do Hebraico bíblico para qualquer outro idioma limita o seu entendimento. Foram acrescentadas palavras entre parênteses necessárias à compreensão adequada do texto. As palavras cuja tradução direta não é adequada, estão escritas entre colchetes, as fontes da tradução das palavras que escapam de seu significado simples estão indicadas no final de cada capítulo. Os Comentários : Os comentários têm como finalidade uma melhor compreensão do texto e o esclarecimento de eventuais dúvidas, as fontes estão indicadas no final do respectivo texto. Perguntas e Respostas: Foram acrescentadas perguntas e respostas com a finalidade de aprofundar um pouco mais o entendimento do texto. Nesta nova edição foram acrescentados temas que estão insinuados no livro de Yona em um outro nível de entendimento.
CAPÍTULO I 1. E esteve a Palavra (Profética) (a) do Eterno com Yona filho de Amitai, falando: 2. "Levanta-te e vai à Ninve, a grande cidade, e repreende-os(d) (pelas suas transgressões) pois o mal que eles têm feito veio (acusá-los)(d) perante Mim". 3. E Yona se levantou para fugir da presença do Eterno, (querendo ir) para Tarshish I, e desceu a Yafo e encontrou (alí) um navio que chegaria à Tarshish, pagou pela viagem II e embarcou para viajar junto com eles (com os outros passageiros) à TarshishIII, para fugir da presença do Eterno.
I- Como pensou Yona que poderia fugir de H' (Deus)? É óbvio que Yona, o profeta, sabia que H' se encontra em todos os lugares. E também temos que entender por que Yona não quis cumprir a vontade de H' (em toda a sua vida seu único desejo foi servir a H'). Yona sabia que os habitantes de Ninve aceitariam suas palavras e se arrependeriam de seus atos, e que isto causaria uma acusação ao povo de Israel, que não estava escutando as palavras dos profetas. Então, ele fugiu para o mar de Tarshish, que se encontra fora da terra de Israel, pois tinha a consciência de que H' não envia profecia para fora dos limites de Israel, e desta maneira não seria novamente ordenado a repreender os habitantes de Ninve. Porém, H' possui vários enviados e pode trazê-lo de regresso (baseado em Rashi). II- Pagou a sua passagem, e também de todos os outros passageiros, para que o navio partisse imediatamente (Rashi). III- Tarshish significa África (Mahari Kra), e seguindo a explicação de Rashi, Tarshish é o nome de um mar.
4. E o Eterno fez soprar um grande vento sobre o mar, e [o mar] estava muito agitado(b) e (os passageiros) pensaram (d) que o navio iria se romper. 5. E os marinheiros temeram, e cada um gritou para o seu deus, e lançaram ao mar os utensílios que se encontravam no navio, para aliviarem (o excesso de peso). Yona desceu para a extremidade (no fundo) do navio, deitou-se e adormeceu. 6. E o capitão se aproximou dele e falou: "Por que tu estás dormindo?(c)(d) Levanta-te e clama ao seu Deus, talvez Deus pensará(b)(c) em nós e não pereceremos". 7. E (os passageiros) falaram entre eles "vamos fazer sorteiosIV e saberemos quem é o responsável por (todo) este mal que veio sobre nós". Sortearam, e a sorte caiu sobre Yona. IV"Sorteios" está no plural porque fizeram vários sorteios, e todos indicaram Yona (Malbim).
8. E falaram a ele: "Por favor dize-nos para quem pecaste causando(c)(h) todo este mal sobre nós? Em que trabalhasV e de onde vens?VI Qual é a tua terra de origem? E de que povo tu és?" VII V- Talvez tenha sido indulgente em seu trabalho (Rashi). VI- Talvez tenha sido decretado sobre os habitantes de tal lugar um mal decreto (Rashi). VII- Talvez seu povo tivesse pecado (Rashi).
9. E falou para eles: "Eu sou Hebreu e ao Eterno Deus dos céus, que fez o mar e a terra, eu sou temeroso". 10. E sentiram estes homens um grande temor, e falaram a ele:
"Por que fizeste isso?” VIII(c). Pois estes homens sabiam que ele
fugia da presença do Eterno, porque (Yona) contou para eles. VIII- Fugir de Hashem (Rashi).
11. E falaram a ele: "O que devemos fazer contigo para que o mar se tranquilize conosco, pois [o mar] está ficando cada vez mais violento(b)? 12. E falou (Yona) a eles: "Peguem-me(b) e me lancem ao mar, e o mar ficará quieto [para vocês], pois eu sei que por minha causa (veio) este grande tormento a vocês. 13. E os homens remaram(b) para retornar à terra, e não podiam, pois o mar estava cada vez mais violento. 14. E clamaram ao Eterno e falaram:" Eterno, por favor(b), não nos deixe perecer pela vida deste homemIX e não nos culpe pelo sangue inocente (por assassinato)(c), pois Tu és o Eterno e fez conforme Tua vontadeX. IX- Pelo pecado de matar a este homem (Rashi). X- Pois Tu és o Eterno e tudo está em Tuas mãos, e sempre Tu fazes segundo Tua vontade, e caso fosse Tua vontade matálo de outra forma, não haveria quem o impedisse. Portanto, está claro que foi decretado que ele morresse através de nossas mãos (Metsudat David).
15. E pegaram(b) a Yona e o lançaram ao mar, e se acalmou [o mar] de sua fúria. 16. E os homens sentiram um grande temor do Eterno e ofereceram sacrifícios ao Eterno e fizeram promessas (que se converteriam)(c). (a) Targum (b) Metsudat Tsion (c) Rashi (e) Malbim . (f) Radak (g) Iben Ezra . (d) Metsudat David (h) Mahari Kra
CAPÍTULO II 1. E preparou o Eterno um grande peixe para engolir Yona, e esteve Yona nas entranhas do peixe três dias e três noites. 2. E Yona rezou para o Eterno, seu Deus, das entranhas do peixe I. I- Neste versículo a palavra "peixe" está escrita no gênero feminino, e no versículo anterior no gênero masculino; portanto, ensinaram nossos sábios que no princípio um peixe macho o tragou, e uma vez que se encontrava todavia em um local espaçoso não rezou, portanto H' fez com que o peixe o vomitasse dentro de um peixe fêmea que estava cheio de embriões, e agora se encontrando em um lugar apertado clamou ao Eterno (Rashi).
3. E falou: "Clamei ao Eterno pelo sofrimento(d) que me veio, e Ele me respondeu, das entranhas "da tumba" (b) (ou seja, do peixe) (c) gritei (e eu sei que Ele) (f)(d) escutou a minha voz... 4. E eis que me lançou no fundo(b) (do oceano) no coração dos mares, e as águas do rio me cercaram(a)II e todas suas ondas passaram por cima de mim...III II- Pois neste local as águas do rio e as águas do mar se encontravam (Metsudat David). III- Uma vez que as ondas passaram por cima do peixe (no qual ele se encontrava) também passaram por cima de Yona (Metsudat David). Este versículo utiliza duas palavras (" mishbarecha" e " galecha") para expressar um único termo (ondas), Metsudat Tsion.
5. E eu falei (pensei que)(d)(e) fui ocultado(f) diante de Teus olhos, porém eu tornarei a ver o Teu santuárioIV... IV- Uma vez que Tu me sustentaste todos estes dias, eu sei que retornarei a ver Teu Santuário (Rashi).
6. As águas me cercaram (b) e quase me mataram(d); o abismo me cercou, e o (Yam) Suf (a)(c)(e) (Mar Vermelho) está suspenso(a)(c) sobre minha cabeçaV... V- E segundo outra explicação (Radak, Metsudat Tsion), Yona falou que " SUF ", que são algas, se apegaram à minha cabeça, isto é, se apegaram à cabeça do peixe, e foi como se houvesse se apegado à cabeça de Yona, pois ele se encontrava dentro das entranhas do peixe (Metzudat David). Porém, segundo a explicação de Rashi (e do Targum), a palavra " SUF " se refere ao "Yam Suf " (Mar Vermelho), pois H' mostrou para Yona o Mar Vermelho, e como o povo de Israel o atravessou, e os olhos do peixe foram para Yona como duas janelas.
7. Aos extremos das montanhas (no fundo do mar) (d) eu desci, a terra se encerrou para mim eternamenteVI e o Eterno, meu Deus, fez subir a minha vida do fundo do fosso. VI- Pois, pensou, que para sempre não regressaria a viver em terra seca, como se a terra tivesse se cerrado para ele com ferrolhos.
8. Quando minha alma estava aflita, eu me lembrei do Eterno, e a minha oração veio a Ti, no Teu santuárioVII... VII- Nossos sábios explicaram que Yona se encontrava em um abismo embaixo do monte de Tsion, sobre o qual foi construído o Santo Templo, e a isto se refere: "Aos extremos das montanhas eu desci"(vers.7) e "minha oração veio a Ti, no Teu santuário" (Malbim).
9. Os que conservam a futilidade (os idólatras) (c), abandonarão a Quem faz a eles o bem (H')...VIII VIII- Yona se referiu aos tripulantes idólatras, que estavam com ele no navio, e falou que eles vão abandonar a H', e não vão cumprir com as promessas que fizeram no momento de perigo (de deixar a idolatria e servir à H'). (Metsudat David e Rashi em nome do Midrash).
10. E eu, com voz de gratidão, oferecerei a Ti sacrifícios, e o que prometi cumprirei, em nome(c)(d)(f) das salvações que pertencem ao Eterno”.
11. E falou o Eterno ao peixeIX, e (o peixe) vomitou Yona na terra seca. IX "Falou ao peixe" significa que H' despertou a vontade no peixe (Metsudat David). (a) Targum (b) Metsudat Tsion (c) Rashi (e) Malbim . (f) Radak (g) Iben Ezra . (d) Metsudat David (h) Mahari Kra
CAPÍTULO III 1. E esteve a Palavra (Profética) (a) do Eterno novamente com Yona, falando: 2. "Levanta-te e vai à Ninve, a grande cidade, e profetiza(a) sobre ela a profecia(a) que Eu te dito". 3. E Yona se levantou e foi a Ninve, conforme a palavra do Eterno, e Ninve era uma cidade muito (b) grande, (sua medida era igual a...)(d) uma caminhada de três dias. 4. E começou(b) Yona a entrar na cidade, um dia de caminhada, e anunciou(a) [e falou]: "No final(a) de quarenta dias Ninve será destruída(c)". 5. E acreditaram os habitantes de Ninve nas palavras(d) de Deus e foi decretado(a)(um dia de)(d) jejum, e vestiram (roupas de) saco desde o maior [deles] até o menor deles. 6. E chegou o decreto (a) ao (ouvido do) rei de Ninve, e (ele) se levantou de seu trono, tirou o seu manto e se cobriu com saco, e se sentou sobre cinzas. 7. E ordenou(d) anunciar em Ninve (que foi decretado) em nome(h) do rei e de seus nobres (d), falando: "Os homens e os animaisI, o boi
e a ovelhaII não provarão nada, não pastarão, e água não beberão... I- " Os animais" se refere aos animais que se encontram nas casas dos homens (Malbim). II- "O boi e a ovelha" se refere aos animais que se encontram no campo pastando (Malbim).
8. E se cobrirão com sacos tanto os homens quanto os animais, e rezarão(a) para Deus com todo o coração(b), e cada um retornará de seu mau caminho(d) e do roubo(e) que se encontra em suas mãos...III III- Pois em relação aos objetos roubados não adianta a confissão e o arrependimento até que se devolva o objeto roubado ao seu verdadeiro dono (Malbim).
9. Quem sabe (de alguma transgressão que cometeu) (a)(c)(e) se arrependerá, e Deus (também) Se arrependerá (do decreto) e retornará de Sua forte(a) ira, e nós não pereceremos". 10. E viu Deus o que fizeram, e eis que (a) retornaram de seus maus caminhos, e Deus Se arrependeu do mal que havia dito que lhes faria, e não o fez. (a) Targum (b) Metsudat Tsion (c) Rashi (e) Malbim . (f) Radak (g) Iben Ezra . (d) Metsudat David (h) Mahari Kra
CAPÍTULO IV 1. E Yona se sentiu muito mal e ficou furiosoI. I- Yona pensou que os habitantes de Ninve falariam que ele é um falso profeta (Rashi). Segundo o comentário do Malbim Yona pensou que o mal decreto só seria revogado caso os habitantes de Ninve se arrependessem tanto nos atos quanto na crença, e eles só se arrependeram de suas más ações, porém continuaram sendo idólatras. Mesmo assim, o mal decreto foi revogado. Então Yona entendeu, pelo fato de que Deus aceitou mesmo um arrependimento parcial, que Deus utilizaria o povo de Ninve para efetuar maus decretos sobre o povo de Israel , e se sentiu mal, pois através dele o povo de Israel sofreria, e ficou irritado pelo fato de que mesmo que eles continuassem sendo idólatras iriam superar (nas batalhas) o povo de Israel.
2. E rezou ao Eterno e falou: "Eterno, aceita(a) meu pedidoII, e não foi isto o que eu disse ainda estando em minha terra?III Portanto, eu me apressei em fugir para Tarshish IV pois eu sabia que Tu és um Deus de misericórdia, clemente, tardio em irar-Se abundante em beneficência, e que Se arrepende de trazer (a) o malV...
II O pedido que se encontra no próximo versículo (Metsudat David). III- Eu sabia que através do arrependimento (os habitantes de Ninve) não seriam destruídos e eu seria considerado um mentiroso em seus olhos. (Rashi). III- Eu sabia que através do arrependimento (os habitantes de Ninve) não seriam destruídos e eu seria considerado um mentiroso em seus olhos. (Rashi). IV- Para não receber a profecia novamente (Metsudat David). V- Por isso foi difícil para mim receber tal profecia, pois eu preferia que os habitantes de Ninve não se arrependessem, e que fossem destruídos pelos seus pecados, e não causariam sofrimento ao povo de Israel (Metsudat David).
3. E, portanto(b)(e), Eterno, eu peço que pegue a minha alma [de mim], pois (eu) prefiro a minha morte (mais do que) a minha vidaVI". VI- Para que eu não veja a desgraça que virá ao meu povo através de mim (Metsudat David).
4. E falou o Eterno: "Por acaso(f) ficaste assim tão furioso?"VII VII- Eu te mostrarei através de um sinal que tua irritação é infundada (Metsudat David).
5. E Yona saiu da cidade e assentou-se ao leste dela, e lá fez para si (uma) cabana e sentou-se debaixo dela, na sombra, até ver o que se passaria com a cidade VIII. VIII- Pois Yona pensou que os habitantes de Ninve talvez não continuassem em um estado de arrependimento, e o mal decreto recairia novamente sobre eles (Metsudat David).
6. E preparou, o Eterno Deus, ´Kikaion` (uma planta) IX a qual subiu por cima de Yona para fazer sombra sobre sua cabeça e salvá-lo de seu mal (dos raios do sol)X(d), e Yona sentiu uma grande felicidade por causa da planta (‘kikaion’ )XI. IX- Uma planta cujas folhas são grandes e largas (Metsudat Tsion), segundo os sábios da Espanha era uma aboboreira, porém não é necessário saber de que planta se trata (Iben Ezra). XMesmo estando sentado debaixo de uma cabana (como consta no versículo 5) as folhas que cobriam a cabana haviam se secado pelo calor do sol (Metsudat David). Segundo Malbim a cabana não fazia sombra suficiente, isto é, não havia sombra em toda área da cabana (como se entende do versículo 5: "sentou-se debaixo dela na sombra"). Caso houvesse sombra em toda área da cabana, bastaria dizer que sentou-se debaixo dela. XI- Pois Yona entendeu que era a vontade de H' que ele permanecesse alí (ao leste da cidade) porque algo se passaria (Malbim).