Table of Contents PARTE I ALIANÇA & CONFLITO ÁRABEJUDEU 1 Palavra Inicial 2 A Relação Entre a Terra e o Povo de Israel 3 O Brit Milá 4 Profecia Condicional 5 Quem estará no domínio de Israel? 6 Quem Tentará Impedir o Retorno de Israel à Sua Terra? 7 O Local do Templo PARTE II Próximas Profecias 8 Profecias Futuras PARTE III Um Olhar Profundo Um Olhar Profundo Sobre a Terra de Israel PARTE IV CORRENTE PARA FRENTE A Relação Entre Honrar os Pais e a Terra de Israel
ISRAEL A TERRA PROMETIDA O Segredo Sobre o Conflito Árabe-Judeu e as Profecias Supervisão: Revisão: Projeto gráfico, editoração eletrônico: Capa: R.Rony Bisker H.B.B. Israel B.A. Design David Barzilai
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Temas PARTE I
ALIANÇA & CONFLITO ÁRABE-JUDEU 1. Palabra Inicial “Uma Casa”
2. A Relação Entre a Terra e o Povo de Israel 3. O Brit Milá (A Circuncisão) 4. Profecia Condicional 5. Quem estará no domínio de Israel? 6. Quem Tentará Impedir o Retorno de Israel à Sua Terra? 7. O Local do Templo PARTE II
Próximas Profecias 8. As Próximas Profecias PARTE III
Um Olhar Profundo 9. Um olhar Profundo Sobre a Terra de Israel PARTE IV
Corrente Para Frente 10. A Relação Entre Honrar os Pais e a Terra de Israel
. “O respeito aos pais é uma condição para a permanência em Israel Cada nova geração na terra de Israel sabe que o sucesso do presente depende da fiel conexão com o passado.” PARTE I ALIANÇA & CONFLITO ÁRABEJUDEU
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Palavra Inicial “Uma Casa” Neste capítulo trataremos de explicar a necessidade da terra de Israel. Por que será que a Torá, em várias passagens, coloca tanta ênfase em relação à esta terra?
Todos sabem que uma situação de proximidade exige privacidade. Não é possível viver um elo de amor estando “aberto” ao mundo afora. Daniela: “Beto, você sabe que o nosso casamento é dentro de um mês e meio?” Beto: “Que bom! Está chegando!” Daniela: “Eu sei... Porém, todavia temos muitos assuntos para resolver, né? Beto: “É??? O importante é que eu e você estejamos juntos na chupá! Eh, eh... O que mais está faltando? Daniela: “O apartamento! Você sabe que todavia nós não encontramos um apartamento? Aonde nós vamos morar?” Beto: “Você está muito tensa! Vamos casar e depois nós conversamos sobre isto!” Daniela: “Sendo assim, para onde vamos depois da festa de nosso casamento? Para casa de tua mãe? Prefiro que cada um volte a sua própria casa! Ou talvez dormiremos em uns caixotes na rua!?” Beto: “É...” Seria a casa o principal? Por que não morar em um hotel a vida inteira? Para quem tem condições, lá poderia criar filhos e até os netos!? Não seria a conexão entre os cônjuges mais importante? Então, por que é tão fundamental uma casa? A resposta é muito simples! A casa define o casamento. Isto é: O novo casal construirá uma nova casa! A casa expressa a privacidade – local privado do casal – onde ele prosperará. Portanto, até mesmo antes da saída do Egito, quando D'us decidiu formar de Israel um povo e entregá-lo a sua respectiva função, informou: “Eu os salvarei do Egito e te levarei desta terra para uma terra boa...” (Shemot 3, 8) - Já neste momento D'us informou que preparou para ele uma moradia. Seria como os noivos que, antes do casamento já falam sobre o apartamento onde viverão. É necessário privacidade! O local escolhido para este fim foi a terra de Israel, é como se o Criador estivesse anunciando: “Lá eu derramarei sobre vocês todo o amor que Eu tenho para te transmitir!” Uma conexão mais íntima com o Criador –
não temos como imaginar! Este é o tema central relacionado à terra de Israel. (Sábio Shimshon D.Pinkus, Tiferet Shimshon Vaikrá, 81; Devarim, 91; Shemot 42-43)
Contudo, este episódio não começou assim. Traremos em seguida um pequeno histórico da relação entre o Criador e o Povo de Israel. Depois será explicado a relação do Povo Árabe com a terra de Israel e o segredo do conflito ÁrabeJudeu. Este tema engloba vários conceitos importantes e será desenvolvido passo a passo para possibilitar um entendimento claro e estruturado; e finalmente será explicado o significado da terra de Israel de forma mais profunda. Um pequeno histórico Todo projeto tem um objetivo. Ainda mais quando se trata de um projeto elaborado por D'us. Qual foi o objetivo da criação? O objetivo do Criador foi criar criaturas para poder beneficiá-las. Pois, por definição, o bem deseja proporcionar benefícios aos demais; Sendo o Criador o bem completo, também a sua Vontade é proporcionar o bem completo paraas suas criaturas. Para este “máximo bem” ser alcançado, foi necessário a criação do mundo
como nós o conhecemos. A vontade do Criador foi nos proporcionar este bem sem nos causar vergonha em recebêlo. Um prazer para ser completo deve ser conquistado. O pobre quando recebe esmola sente uma sensação de inferioridade e vergonha. Por outro lado, uma pessoa que recebe um salário pelo seu trabalho não sente nenhuma vergonha em recebê-lo; ao contrário, ela sente que está recebendo algo que é seu por direito. O valor que colocamos e o prazer que recebemos de algo conquistado pelo nosso próprio esforço é muito maior do que o valor e o prazer adquirido por algo que recebemos de presente. Portanto, no primeiro estágio, Deus criou um mundo de provas e decisões, onde nós temos que nos esforçar e superar-nos para cumprir os Seus preceitos, e, em seguida, no segundo estágio, Deus criou o local ideal para nos proporcionar este bem máximo, para cada um segundo as suas conquistas. Neste primeiro estágio, para que a Sua criação alcance o objetivo esperado, D'us formou vários povos. Cada povo recebeu a sua função. Contudo, a função de receber e transmitir os Seus ensinamentos estava guardada – esperando para ser entregue àquele que demonstrasse interesse e aptidão em realizála. Assim, o título “Israel” não havia sido entregue à nenhuma nação – ficou guardado, esperando. O título “Israel” – em hebraico bíblico “Israel” é formado por duas palavras “Iashar El”: “Diretamente com Deus” – estava guardado para quem recebesse a função de estudar e transmitir os estatutos de Deus para a humanidade. Aquele que recebesse esta função – “Israel” – também receberia o local adequado para cumpri-la.
A Pessoa Escolhida, ou Melhor, A Pessoa que Escolheu! D'us estava esperando a pessoa ideal para este fim. Contudo, Ele preferiu não impor esta função à ninguém. Ele queria entregá-la somente àquele que a procurasse! Já nas primeiras gerações a humanidade desviou-se do propósito da criação. O Rambam (leis de Havodat cochavim cap.1) explica que nos tempos de Enosh (neto de Adão, o primeiro homem), cometeram um grande erro pensando o seguinte: “Deus criou as estrelas no espaço
celestial com um grande esplendor com o objetivo de controlar o mundo através destas. Seria portanto digno louvá-las e glorificá-las e, desta forma, honrá-las, pensando que, provavelmente, esta seria a vontade do Criador, uma vez que Ele mesmo as criou”. A partir
deste erro, começaram a construir imagens de estrelas e fazer-lhes sacrifícios, pensando que agradariam a Deus. E este foi o princípio da idolatria. Com o correr do tempo, surgiram falsos profetas, estimulando as pessoa a servirem as estrelas e fazer-lhes sacrifícios; também ensinavam como construir imagens de estrelas e prostrar-se a elas. Surgiram outros falsos profetas argumentando que recebiam revelações das estrelas, de anjos ou de outras forças espirituais, e ensinavam como servi-los. Esta prática espalhou-se pelo mundo inteiro. O tempo foi passando e já não se mencionava mais o nome de Deus. Praticamente, todas as pessoas conheciam e trabalhavam unicamente para essas forças; somente poucas pessoas no mundo conheciam a força original do Criador. Assim, esta situação foi seguindo... O nosso antepassado Avraham (Abrão) nasceu nesta época. Todos praticavam idolatria, exceto umas poucas pessoas que viviam isoladas. Refletindo sobre a ordem existente na natureza, Avraham chegou à conclusão de que, obrigatoriamente, existe um Deus que criou e controla toda a criação e que não existe nenhuma força independente Dele. Para ele, estava claro que todas as pessoas que se relacionavam com as forças dos elementos da natureza, como forças independentes, estavam equivocadas – elas praticavam idolatria. Avraham começou demonstrando a existência de a influenciar o mundo, um Criador, ele inclusive estava pronto para sacrificar a própria vida para cumprir a Sua vontade. Mais do que Deus escolheu a Avraham, Avraham escolheu a Deus! Itschak (Isaac), o filho de Avraham, perpetuou a sua missão. Seu neto Yaakov (Jacob) também assim o fez. Avraham, Itschak e Yaakov – três gerações – após haverem sido provados várias vezes e terem demostrado uma grande submissão para cumprir a vontade do Criador, finalmente conquistaram o título “Israel”; ele foi entregue a Yaakov– que passou a se chamar “Israel”. Deste foi formado o Povo de Israel, que reconheceu a unicidade de Deus. Portanto, foi este o povo escolhido para receber a função de transmitir a Torá, Livro Sagrado, que instrui, auxilia e que inspira os nossos atos no mundo em que vivemos para alcançar o objetivo determinado por Deus. A partir desse momento – ou seja, a partir do momento em que o título “Israel” foi entregue a Yaakov e seus descendentes. Da mesma forma, a posse da terra
de Israel foi designada a eles: Para Avraham: “Naquele dia, firmou o Eterno com Avraham uma aliança dizendo: À tua descendência dei esta terra...” (Gênesis 15, 18; confira também Gênesis 13, 15)
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Depois D'us lhe disse: “Levanta-te, caminhe pela terra – por seu comprimento e por sua largura – pois para ti a entregarei.” (Gênesis 13, 17) [Assim fez, e com isso Avraham adquiriu para ele a posse da terra.] “:
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Itschak – dentre os outros filhos de Avraham– herdou de seu pai: “...Pois para você e para a sua descendência darei todas estas terras, e confirmarei o juramento que jurei para o Avraham, o seu pai.” (Gênesis 26, 3)
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Yaakov herdou de Itschak: “...A terra que você está deitado sobre ela darei para ti e para a sua descendência.”
(Gênesis 28,
13) “:
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Até que foi anunciado a Moshe: “Eu os salvarei do Egito e te levarei desta terra para uma terra boa... local onde se encontram os kena'anim...” (shemot 3, 8)
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Os integrantes dos outros povos no entanto, seguem com a obrigação de cumprir as sete leis universais, conhecidas como as sete leis de Noé – uma pessoa de um outro povo que queira receber a função de “Israel” – deverá se juntar ao Povo escolhido para esta função seguindo os critérios determinados. Junto com o título “Israel” ela também receberá a respectiva responsabilidade – uma nova situação espiritual e o julgo do cumprimento de
todos os preceitos da Torá. Por que a Torá coloca tanta ênfase em relação à terra de Israel? Aparentemente, em qualquer terra seria possível construir uma nação!? Por que justo na terra de Israel? Para cada povo foi entregue uma porção de terra. Esta divisão se fez de acordo com a sua essência específica e função. Cada um de acordo com as suas qualidades. A terra de Israel foi preparada com as qualidades necessárias para atender o nível de conexão adequado com o Criador e foi guardada para o povo que recebesse a função de receber e transmitir os Seus ensinamentos ao resto da humanidade. (Maharal, Guevurót H' 8, 46a) “A importância de cada local aqui neste mundo expressa o nível do “local” correspondente a ele no mundo espiritual. Ele está conectado com a sua raiz no mundo espiritual. Assim, a terra
de Israel está conectada com os níveis Superiores de influência; em especial o local do Grande Templo que está posicionado em paralelo ao “Templo espiritual”. (Midrash Bereshit Rabá 69, 7; Maharal, Gur Ariê Bereshit 23, 2)
Desta forma, a terra de Israel é a casa – que contêm dentro dela todas as qualidades necessárias– formando o local ideal para o cumprimento desta importante função e possibilitando um nível de conexão completa com o Criador. (R.Pinkus, Tiferet Shimshon Shemot 4245)
“No momento em que o Povo de Israel entrou na Terra de Israel, de um lado escutaram -se cânticos com alegria; contudo, podia-se escutar um cântico proveniente das esferas espirituais.” (Zohar Vayelech, 284b) O cântico está relacionado com a conquista de uma realização – quando alcançamos o nosso objetivo, estamos aptos a nos expressar com o cântico. (Baseado em Michtav Me'Eliahu, Parte 3, 152). Assim também, quando o Povo de Israel chegou ao local ideal para cumprir com a nobre função que possibilitará ao mundo alcançar o seu objetivo o cântico naturalmente brotou como expressão da conquista desta nobre realização – inclusive nas esferas espirituais. Através do cântico é possível relacionar-se com esta realização. [Nota: Da mesma forma, em relação ao momento da futura revelação nos foi revelado: E os redimidos pelo Eterno retornarão [para a sua terra] e virão a Tsión com cânticos e alegria eterna sobre eles [a mesma alegria que sentiram ao sair do Egito]; a felicidade e a ale gria os “perseguirão”; a dor e a angústia “fugirão” de sua presença (Tanach Ishaia 35, 10)]
Devido que a terra de Israel foi preparada e guardada para quem cumprisse a importante função de receber e transmitir os ensinamentos do Criador à humanidade, a Torá nos advertiu que a permanência nesta terra é condicional. Este tema será tratado de forma abrangente no capítulo “Profecia Condicional”. Porém, quem terá o mérito de ocupar a
terra de Israel na ausência de seu povo? Que problemas eles nos causarão? O quê eles farão ao ver que o Povo de Israel está retornando e reconstruindo a terra? Eles se juntarão para atacá-lo? Aonde haverá um local seguro? Qual será o fim destes acontecimentos? Todos estes temas serão tratados no decorrer desta obra. Daremos início relatando o evento no qual nosso Patriarca Avraham e a sua descendência adquiriram o mérito da posse da terra de Israel. 2
A Relação Entre a Terra e o Povo de Israel A Aliança A Torá relata que após guerrear contra quatro reis e sair vitorioso, o nosso Patriarca Avraham estava preocupado por ter vivenciado tantos milagres. Portanto, D'us Se revelou para ele. (Gênesis 15, 1-18). [Nota: Os versículosem sua linguagem original- se encontram no final do capítulo.] “Depois deste acontecimento (da guerra com os reis), esteve o dito de D'us com Avraham numa visão dizendo: Não temas, Avraham, Eu te protejo, o teu pago é muito grande.” - Todos os milagres que te realizei não foram por conta de teus méritos – eles seguem intactos para te proporcionar benefícios eternos no Mundo Vindouro (pois, toda a intenção de Avraham foi engrandecer o nome do Criador no mundo e não em pró de seus benefícios próprios) [Midrash Rabá, Bereshit 44, 4]
Contudo, Avraham disse a D'us que nada lhe valeria caso não tivesse descendência: Avraham disse: D'us Eterno, tudo o que darás a mim será inútil, pois eu não tenho filhos, etc.” Avraham queria formar um povo para viver e propagar a vontade do Criador (baseado nos com. de Ets Yossef).
“Eis que não me deste descendência e eis que o meu servo me herdará... O dito de D'us esteve com ele dizendo: Não será este (servo) que te herdará. O retirou para fora e disse: Olha para o céu e conte as estrelas – se for possível contálas; e disse: Assim será a sua descendência”. Quando Deus disse a Avraham que lhe daria uma descendência, retirou Avraham de sua tenda e lhe mostrou as estrelas. Rashi explica que Deus falou para Avraham deixar de olhar para os astros, pois Avraham tinha a sabedoria astrológica e via nas estrelas que não poderia ter um filho. Então, Deus acrescentou uma letra a seu nome (em vez de Avram passou a se chamar Avraham) e falou que agora ele teria descendência, como consta no Talmud (Tratado Shabat 156a): “Ein mazal Le'Israel” , o povo de Israel não está limitado pelas influências dos astros. Júpiter se encontrava no lado ocidental (expressando que Avraham não teria uma descendência), e Deus transferiu Júpiter para o lado oriental (o que expressava uma nova influência, com descendência para Avraham). [Nota: Cada letra do alfabeto hebraico tem um valor numérico, a letra que foi acrescentada ao nome de Avraham (He”i) tem o valor numérico 5, representando os cinco livros da Torá que os seus descendentes receberiam; portanto, uma vez que nos conectamos com os cinco livros da Torá, estudando e cumprindo os seus ensinamentos, não estaremos limitados pelas influências dos astros]. (Zohar, Pinchas 216)
“(Avraham) acreditou em D'us etc... D'us lhe disse: Eu sou o Eterno que te tirou de Ur dos Caladeus para te dar esta terra por herança.” Avraham pede um sinal e D'us realiza com ele uma aliança: “(Avraham) Disse: D'us Eterno, como saberei que a herdarei?”
Se Avraham acreditou em D'us, Por que ele pediu um sinal? Resposta: Avraham temia que a sua descendência não teria méritos para receber a terra de Israel – talvez os seus descendentes transgrediriam os preceitos da Torá e não seriam merecedores de permanecer na terra de Israel (Baseado em Midrash Rabá, Gênesis 44, 14) . Logo, D'us firma uma aliança com Avraham: “...Pegue para Mim 3 bezerros, 3 cabras e 3 carneiros, uma rola e um filhote de pombo. Avraham pegou tudo isto e partiu-os ao meio e colocou cada parte uma frente a outra; e os pássaros não partiu (colocando um frente ao outro). (D'us) disse a Avraham: Saiba que a sua descendência será peregrina...” Consta no Midrash que nesta passagem da Torá existe uma alusão aos quatro exílios que o Povo de Israel – a descendência de Avraham– passariam. Neste momento foi revelado a Avraham uma visão do futuro distante onde seus descendentes viviam como escravos no Egito; e depois lhe foi mostrado eles sendo levado para quatro diferentes exílios: Babilônico, Median, Grego e Romano. (Midrash Rabá, Bereshit 44, 19) [Nota: Os outros impérios foram comparados com bezerros, cabras e carneiros, e o Povo de Israel com os pássaros. Portanto, os animais foram partidos ao meio – aludindo que eles desaparecerão, porém, os pássaros não foram cortados – pois o Povo de Israel é perpétuo (Rashi, Gênesis 15, 10).]
No momento em que Yakov viajava de Beer Sheva a Charan para fugir da fúria de seu irmão Essav, ele recebeu um sonho profético. Em seu sonho ele percebeu as entidades espirituais responsáveis dos outros povos. D'us lhe revelou a imagem da entidade espiritual da Babilônia subir 70 degraus e cair; de Median subir 52 degraus e cair; da Grécia subir 180 degraus e cair; e de Edom (representando o último exílio) subir e subir – e não sabia quantos degraus subia – pois eram muitos. Naquele momento Yakov temeu e disse a D'us: Você quer dizer que ele nunca cairá? Então D'us lhe disse: Não temas Israel, mesmo se você ver ele subir tão alto – junto a Mim – de lá eu o farei descer (Pessikta, Vaietse). [Nota: “Edom” é o nome do povo oriundo da terra de Edom que se encontrava nas cercanias de Israel, depois ele se espalhou por todo o mundo – eles são os países ocidentais– de cultura católica (assim explica o Sábio Abarvanel em seus comentários ao Tanach, Ovadia 1)”]
“Quando o sol se pôs e ficou escuro, eis que uma chama fumegante e uma tocha de fogo passou por entre estas partes. Naquele dia, firmou o Eterno com Avraham uma aliança dizendo: À tua descendência dei esta terra...” (Gênesis 15, 17-18)
Rashi, no princípio de seus comentários sobre a Torá, traz a seguinte pergunta em nome de seu pai, Rabi Itschak: Por que a torá começa explicando o processo de criação do mundo. Eis que a Torá foi entregue para nos orientar no cumprimento de Seus preceitos, então, por que não iniciar diretamente com eles? Ele responde: Pois, no futuro, quando os povos disserem a Israel: Vocês são ladrões, vocês conquistaram a terra de outros povos” eles poderão retrucar: Toda a terra pertence ao Criador. Ele a criou e entregou para quem Lhe parecesse adequado. Foi de Sua vontade entregar esta terra a determinados povos, e foi de Sua vontade retirar deles e nos entregar.
“D'us disse a Avraham: Toda a terra que você está vendo, para ti darei e para a sua semente para sempre.” (Gênesis 13, 15) “:
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Versículos em hebraico:
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O Brit Milá (A Circuncisão) Podemos presenciar em interessante, encontramos nossos dias um fenômeno várias pessoas que não se preocupam no cumprimento dos preceitos da Torá, porém, de forma alguma estão dispostos em deixar o brit-milá de lado. Seria este fenômeno algo natural? Pessoas que não se preocupam com nenhum ou quase nenhum preceito, desejarem manter justo o preceito que parece ser o mais “cruel”? Não somente que o mantém, e sim fazem tanta questão de cumpri-lo? Como alguém poderia garantir que justo algo tão absurdo aconteceria? Quem poderia afirmar que inclusive aqueles que não acreditam em nada fazer algo tão brutal? O Ramban escreve (em seus comentários sobre Shir Hashirim 8, 13, há cerca de 900 anos) que, no final dos tempos, antes da grande revelação, a maioria dos integrantes do Povo de Israel não estarão cumprindo os preceitos da Torá – somente se apegarão ao preceito do BritMilá.”
Hoje, o que nos parece algo comum, é a realização desta revelação. “A Força da Alegria”
“Todo preceito que Israel recebeu com alegria – como o brit-milá, que está escrito: “Eu me alegro com Suas palavras como aquele que encontra um grande tesouro!” (Salmos 119, 162) – ainda segue cumprindo com alegria. Rashi explica que este versículo se refere ao brit-milá, quando o Rei David estava na casa de banhos se entristeceu por não estar ocupado na realização de nenhum preceito, quando olhou para o brit-milá se tranquilizou (pois ficou feliz por estar cumprindo a aliança com o Criador a cada momento).” (Talmud, Tratado Shabat 130a) 4
Profecia Condicional Os nossos antepassados receberam a promessa da terra de Israel até mesmo antes da entrega da Torá. A terra de Israel é como uma casa – local de conexão mais íntima com o Divino (como foi citado no capítulo “Palavra Inicial – 'Uma Casa'”). Contudo, esta conexão
se faz através dos Seus ensinamentos e do cumprimento de Seus preceitos. Sem a Torá, a terra de Israel seria como uma casa vazia – sem conteúdo. Imaginem só uma casa aonde lá vive um casal sem “conexão” e sem amor entre os cônjuges. Os dois se encontram na casa – um “aqui” e outro “ali”. Cada um em um canto diferente da casa – 50 anos cada um vivendo em seu mundo individual, isto é casal? Apesar da casa possibilitar uma conexão mais íntima – a conexão em si é fundamental! a conexão em si é fundamental! 45; Bereshit 138) “O Joguinho”
A empresa cresceu e os grandes lucros proporcionaram o início de um novo departamento de investimentos. Um escritório ‘super’ luxuoso foi preparado – com equipamentos de primeira linha e os programas de informática mais renovadores – um investimento de peso! Agora faltava somente escolher quem seria o diretor deste novo departamento. Os candidatos apareceram, e depois de muitas provas, finalmente o novo diretor foi contratado. Ofereceram-lhe um belo salário e também porcentagens dos lucros gerais do departamento. Em um curto período o novo funcionário demonstrou uma grande capacidade e apresentou um trabalho virtuoso. Os lucros da empresa foram altos – consequentemente – os seus lucros pessoais também. Contudo, após alguns anos o diretor se aposentou. Diretor: “Chegou o momento da minha despedida!” Empresário: “Estamos muito contente com o seu trabalho, é uma grande lástima que você
nos deixará! Além do mais... Não sabemos quem colocar em teu lugar.” Diretor: “Por favor, coloquem o meu filho como o meu substituto!” Empresário: “Podemos confiar nele?” Diretor: “Ele é muito capaz! Me parece que fará um ótimo trabalho.” Empresário: “Ok. Em seu mérito daremos a ele uma chance!” Diretor: “Agradeço muito!” Depois de poucos dias o filho do antigo diretor foi nomeado o novo diretor do departamento de finanças da empresa. Porém, quando realizaram o primeiro balanço dos novos investimentos, a surpresa foi total! Além dos lucros terem desaparecido, os prejuízos foram enormes. Logo iniciou-se uma investigação básica. Não foi difícil descobrir o motivo do fracasso. Através de testemunhos e câmeras locais foi constatado que o novo diretor era viciado em “joguinhos de computador”, em principal o “jogo de fórmula-1”. Ele passava a maior parte do dia deleitandose em novas “conquistas”! Ele foi chamado para uma conversa com o empresário. Empresário: “Dê uma olhada no balanço do seu departamento!” O novo diretor: “Que coisa... Como isto aconteceu?” Empresário: “Muito simples, dê uma olhadinha neste filme!” Ali estava o novo diretor deleitando-se das novas conquistas... na fórmula-1. Empresário: “Você acha que todo este equipamento, programas e o grande investimento foi para ficar brincando com 'joguinhos'?” O empresário seguiu: “Em respeito ao seu pai nós não vamos te des pedir. Contudo, você terá que deixar este cargo – ele interfere na produção de todo o departamento. Agora você receberá receberá um posto individual e somente porcentagens de seu trabalho. Deixaremos o posto de diretor guardado; somente colocaremos um diretor provisório e seguiremos analisando o seu empenho, quando você estiver sobressaindo e prosperando em sua função, lhe daremos uma nova chance!” Portanto, a Torá revela que a permanência na Terra de Israel é Condicional. Isto é: A estadia do Povo de Israel em sua terra dependerá de seu comportamento e de seus méritos. Traremos em seguida 3 passagens da Torá (dentre várias) que mencionam esta ideia: 1: “Caso vocês não Me escutem e não cumpram estes preceitos... A terra estará desolada e as cidades destruí das” (Levítico 26, 14 e 33)
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2: “Cuidem de todos os Seus estatutos e de todas as Suas leis; e as cumpram , assim, a terra que Eu levo vocês para se assentarem nela, não os expelirá.” (Vaikrá 20, 22)
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3: “Agora, Israel, ouve os estatutos e os juízos que eu vos ensino para que cumpras e vivais e entrem e herdeis a terra que o Eterno, D'us de seus antepassados vosdá”. dá”. 2)
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“O Domínio das Forças de Impureza”
“Uma vez que os integrantes de Israel deixaram de cumprir os p receitos da Torá e causaram que as forças de impureza regressassem a terra de Israel, a expressão da Presença Divina se afastou dali permitindo que outros povos pudessem dominá-la. A terra de Israel está diretamente baixo a Providência Divina – sem intermediários – quando os integrantes de Israel transgredem a Torá, atrai as forças de impureza e elas se fortificam, pois absorvem da influência emitida através da terra de Israel, permitindo o domínio de outros povos sobre ela. Contudo, quando o Povo de Israel vive em harmonia com o Criador na terra de Israel – é ele quem absorve desta influência, impedindo a presença das forças de impureza no local.” (Zohar Lech Lechá, 84b-85a) “Aonde Estão os Méritos?”
Em uma aula de Torá em Israel... Professor: “...Devemos tomar muito cuidado em não desprezar os sentimentos das outras pessoas; antes de realizar uma ação devemos analisar se ela não causará mal estar para outros. Vocês sabiam que o segundo Templo foi destruído por causa do ódio gratuito entre as pessoas?” Aluno: “Como assim? Quem destruiu o Templo foram os romanos!? Professor: “Sim, sim! De fato foram os romanos que destruíram o Templo. Contudo, o Talmud explica que eles “moeram farinha moída”. Isto quer dizer - por causa da conduta proveniente do ódio gratuito, o Povo de Israel já não possuía méritos de permanecer ali, portanto, o exército romano teve êxito em expulsálo e destruir o Templo.” O professor seguiu: “vocês não sabem que para permanecer em um local tão importante quanto Israel é necessário mérito s?” Aluno: “Por que tantas condições?” Professor: “Nossos Sábios explicam que na terra de Israel a Presença Divina se expressa mais intensamente. Eles comparam a terra de Israel com um palácio real; por um lado a pessoa pode adquirir muitos benefícios por se encontrar na proximidade do rei; porém, por outro lado, a proximidade com o rei exige um comportamento mais digno e elevado.” Aluno: “Esta condição está escrita na Torá?” Professor: “É claro, em várias passagens. Vou trazer só uma delas. escreve: 'Coloquem Por exemplo, a Torá atenção em todas as palavras que testifico entre vocês hoje, para que orientem os seus filhos cuidarem e cumprirem todos os ditos desta Torá. Pois isto não é para vocês algo vão, pois é a vida de vocês, e através Dela vocês poderão prolongar os dias na terra que vocês estão cruzando o Jordão para herdá-la' Jordão para herdá-la' 47)”
Aluno: “Se é assim, eu não entendo...” Professor: “Me parece bem claro!” Aluno: “Sim, está claro... Somente eu não entendo uma outra questão!” Professor: “Pode falar!” Aluno: “Como pode ser que a conquista de Israel foi realizada através de pessoas que em sua maioria, não cumpriam a Torá? O Sr. disse que a terra de Israel requer méritos?!! É verdade que eles pensaram após a grande tragédia da segunda guerra mundial em construir um lugar onde pudéssemos viver sem ameaças... Contudo, a Torá condicionou o mérito da terra de Israel com o cumprimento de Suas Leis!?” Professor: “Boa pergunta! Aí vai a resposta... Realmente a permanência em Israel dep enderá do cumprimento dos preceitos da Torá, porém, a conquista de Israel está relacionada a um único preceito...” Aluno: “Um único preceito?” Professor: “Exato, um único preceito!” Aluno: “Que preceito é este?” Professor: “O brit milá! O retorno à Israel depende do cumprimento do brit milá, justo este preceito praticamente todos cumpriam!” [Assim está escrito no Midrash (Bereshit Rabá 46, 9): “Se os descendentes de Avraham cumprirem o brit -milá entrarão na terra, caso contrário, não!”] [Nota: Nos próximos capítulos explicaremos a relação do brit milá com a terra de Israel.]
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Quem estará no domínio de Israel? Ao retornarmos a nossa terra, depois de quase 2000 anos, quem estará no poder? Quem estará no domínio do Povo de Israel? Podemos também testemunhar uma outra profecia. Consta em nossos livros que no período que antecederá a revelação da Providência Divina no mundo, ao retornarmos à terra de Israel, o domínio do povo será entregue àqueles que não cumprem os preceitos da Torá. Como alguém poderia fazer tal afirmação? A própria Torá nos revelou que o mérito de possuir a terra de Israel depende do cumprimento da Torá! Como poderia uma pessoa coerente afirmar algo tão contraditório? Justo aqueles que desprezam os Seus preceitos estarão no domínio no momento do tão esperado retorno? Como pode ser? Assim consta no Talmud: “No final dos tempos, antes da grande revelação, o domínio sobre os integrantes de Israel será entregue a pessoas que não seguem os preceitos da Torá (Talmud, San'hedrin 98a). Eles também se expressarão com audácia contra a Providência Divina – estes serão os líderes do povo. Eles tentarão influenciar o povo com suas ideias de negação a fé em D'us e a Torá. Este fenômeno proporcionará um cenário de grandes provas ao povo de Israel (Gaón de Vilna em seus comentários sobre o Zohar Chadash 37b; Michtav Me'Eliahu P.III, 217) .”
Por que mérito aqueles que não cumprem a Torá regressarão, conquistarão e receberão o domínio sobre o Povo de Israel? Como já citamos, o Ramban escreve que no final dos tempos, antes da grande revelação, a maioria dos integrantes do Povo de Israel não estarão cumprindo os preceitos da Torá – somente se apegarão ao preceito do Brit-Milá; conclui o Ramban: “...e por este mérito sairão da diáspora e entrarão na terra de Isr ael!” Assim consta também nos comentários do Rashi sobre o Talmud (Berachót 48b) que, pelo mérito do brit-milá nos foi dada a terra de Israel. De fato, assim podemos entender na própria Torá que, quando menciona o tema do brit-milá, cita: “Estabelecerei a Minha aliança entre Eu e você, e entre a sua descendência depois de você, em suas gerações, numa aliança eterna... e darei para você e para a sua descendência depois de você a terra para a sua habitação, toda a terra de Kena'an (Israel), para possessão perpétua...” (Gênesis 17, 7-8)
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“Se os descendentes de Avraham cum prirem o brit -milá entrarão na terra de Israel, caso contrário, não!” . (Midrash Bereshit Rabá 46, 9) Justo o preceito necessário para garantir o retorno do Povo de Israel à sua terra foi fielmente mantido por praticamente todos os seus integrantes. Pode parecer algo normal, contudo, para quem refletir no tema chegará a conclusão que este fenômeno não é nada natural! 6
Quem Tentará Impedir o Retorno de Israel à Sua Terra? Por Trás do Conflito Árabe x Judeu Como alguém poderia imaginar que após 2000 anos de desolação, quando o Povo de Israel finalmente retorna a sua terra, justo os descendentes de Ishmael – os árabes – tentarão impedi-los? Seria algo normal, mesmo antes da existência do Islam, garantir este fato? Por que justo eles? Haveria um motivo por trás dos acontecimentos? Está escrito na Torá: Após D'us ordenar a Avraham em relação ao Brit-Milá, Ele lhe promete uma descendência através de sua esposa Sarah. Avraham disse a D'us: “Quem dera que meu filho Ishmael viva perante Ti!” D'us respondeu: “É verdade, (embora) a sua esposa (Sarah) conceberá para ti um filho, e o chamarás Itschak, e com ele Eu estabelecerei a Minha aliança – uma aliança eterna – e com a sua semente depois dele... Contudo, escutei (o que você me pediu em relação ao seu outro filho) Ishmael, eis que o abençoarei e o multiplicarei muito... e será um grande povo; (de todas formas) a minha aliança estabelecerei com Itschak...”. (Gênesis 17, 20) O Zohar comenta: “Uma vez que Sara h não concebia para Avraham, ela disse a ele casar-se também com Hagar (a sua serva), e dela nasceu Ishmael... Depois, quando D'us disse a Avraham que ele teria descendência, Avraham rezou por Ishmael: 'Quem dera que meu filho Ishmael viva perante Ti!'; Embora D'us estabelecesse a Sua aliança com Itschak, Ele atendeu o pedido de Avraham e abençoou a Ishmael. Logo, Ishmael foi circuncidado; isto ocorreu antes do nascimento de Itschak – este episódio foi a origem de muito sofrimento a Israel. Uma lástima para nós foi o momento em que Ishmael chegou e foi circuncidado. Por este mérito os filhos de Ishmael receberam uma participação aqui embaixo, na terra de Israel. (Qual foi a participação que receberam?) Dominá-la enquanto ela estiver desolada – por um longo período (durante a estadia deles na terra de Israel, a terra estará desolada) assim como a circuncisão deles é vazia. [Nota: A circuncisão realizada pelos integrantes de Israel consiste em duas partes: o corte e a “periá” (processo realizado após o corte; caso este processo não seja realizado, a circuncisão não é válida); contudo, a circuncisão dos filhos de Ishmael consiste somente no corte.] São os filhos de Ishmael que tentarão impedir que o Povo de Israel retorne ao seu local até o momento que terminarem os seus méritos (adquiridos através da circuncisão).” (Zohar P.II 32a) Portanto, podemos constatar mais uma profecia. Os descendentes de Ishmael, ou seja, os árabes, devido a realização do brit-milá, receberam o mérito de ocupar a terra de Israel nos períodos em que o Povo de Israel não se encontra no local. Contudo, devido que a estadia na terra de Israel está relacionada ao preceito do brit-milá, também a estadia deles na terra não é completa – da mesma forma em que o brit-milá deles não é completo.
Agora, analisaremos o que se encontra por trás deste tema... Por um lado os árabes ocupam a terra de Israel, porém durante este período a terra não prospera, como já citamos; justo por este motivo, a terra permaneceu desolada todo este tempo permitindo o retorno do Povo de Israel. Por outro lado, justo os árabes receberam o mérito de habitar em Israel – um povo que não pratica a idolatria. Portanto, durante todo o período que o Povo de Israel não se encontrava em sua terra, ela foi colocada nas mãos dos árabes protegendo, desta forma, o domínio de povos idólatras e a propagação da idolatria na terra sagrada de Israel– principalmente nos locais sagrados. (Baseado em Midrash Talpiót, Erets Israel “Amar Hameassef kashé...”) Traremos em seguida uma parábola do Talmud que faz uma alusão impressionante em relação ao período em que nós vivenciamos. [Nota: As histórias que se encontram no Talmud, além de seu significado simples que, em geral, transmite uma mensagem ética ou legislativa, também contêm conceitos, ideias profundas e inclusive revelações de futuros acontecimentos. O nível de entendimento de cada um determinará o quanto a pessoa poderá captar de suas informações.]
O “Barco” Está Próximo
O Sábio Raba filho de Rav Chana disse: Certa vez estávamos navegando em um barco e vimos certo peixe que havia terra sobre ele e lá cresceram canas. Nós pensamos que era terra firme... Descemos e cozinhamos lá. Quando as suas costas esquentaram, ele se virou. Se o barco não estivesse próximo haveríamos nos afogado!” Como poderíamos decifrar o significado desta parábola? O Sábio Rabi Yakov Me'lissa, nos meados do ano 1800 e.c. nos revelou que neste trecho do Talmud se encontra uma revelação futura – referente ao período que antecederá a grande revelação. Nesta parábola – escreveu o Sábio – o peixe faz referência a outros povos. A terra sobre o peixe alude à certa fraqueza que os dominará, possibilitando ao Povo de Israel se erguer e receber o domínio e esses povos se sentirão intimidados. Contudo, quando eles se esquentarem vão se virar como o peixe, ou seja, eles se revoltarão e se fortificarão. “Se o barco não estivesse próximo haveríamos nos afogado” - Isto faz alusão a grande revelação, isto é: Eles se fortificarão tanto contra Israel que, caso o “barco” ou seja, a revelação, não estivesse próxima – Israel se afogaria. [Nota: O Sábio Yakov Me'lissa nasceu em 1770 e.c. e faleceu em 1832 e.c.]
Esta parábola do Talmud referente ao final dos tempos, seguindo as explicações do Sábio Yakov Me'lissa, expressa exatamente as últimas décadas da história do Povo de Israel. Ele chegou à terra de Israel, a dominou... e agora estamos na parte final quando as “costas do peixe” se esquentam e os povos ao seu redor estão se fortificando cada vez mais e se
preparando contra Israel. 7
O Local do Templo
Depois de tanto tempo o Povo de Israel começou a regressar à sua terra e ela começou a prosperar. Seria lógico que, neste tão esperado retorno, eles não se apropriariam dos locais mais sagrados e esperados? Justo o local onde deveria se encontrar o Grande Templo permaneceria nas mãos dos árabes? Como alguém poderia dizer tantos “absurdos”? Como prever e garantir eventos tão além de seu controle? Embora está profetizado que o Povo de Israel regressará a sua terra, também nos foi revelado que o local mais sagrado – o local do Grande Templo em Jerusalém– não será reconquistado. “No futuro, os descendentes de Ishmael (árabes) construirão uma casa no local onde se encontrava o Grande Templo...” (Midrash Pirkei De'Rabi Eliezer, 30) Pode-se refletir... Além de estar revelado que neste estágio o Povo de Israel não conquistará o local aonde estava construído o Grande Templo, também está revelado que justo os árabes edificarão lá uma casa. [Nota: Vale apontar que este Midrash foi escrito na época do segundo templo e todavia não havia sido criada a religião Islâmica, que surgiu há cerca de 1300 anos] [Nota: A posse da terra de Israel já foi entregue a Avraham e a seus descendentes (Itschak, Yaakov e ao Povo de Israel, como explicamos no capítulo “Palavra Inicial – Uma Casa”). Portant o, a saída do Povo de Israel de sua terra dependerá unicamente do livre arbítrio de cada geração. (Michtav Me'Eliahu 4, 44)]
PARTE II
Próximas Profecias 8
Profecias Futuras Traremos em seguida algumas profecias que estão prestes a serem realizadas; elas fazem parte do processo da revelação da Providência Divina em nosso mundo. Este capítulo foi extraído do livro “Israel – O Florescimento” com algumas mudanças e vários acréscimos – principalmente sobre revelações relacionadas ao conflito árabe-judeu. O retorno a Israel e o florescimento da terra e os conflitos com os árabes não é o final da história. Embora consista na realização de profecias que marcam os dias que antecederão a grande revelação, contudo, as profecias revelam que a continuação não será tão fácil. Embora existam duras profecias relacionadas a este período, finalmente chegarão as tão esperadas promessas – também profetizadas. Devemos ter em mente que todas as duras profecias que se encontram na Torá não são definitivas, elas podem ser alteradas através de nossos atos. Contudo, as boas profecias são inalteradas. Para um melhor entendimento das próximas revelações seria propício explicar o significado da expressão “revelação final” ou “revelação da Providência Divina”.
O Quê Significa a “Revelação”? Como já foi citado no princípio do livro, a criação, assim como qualquer outro projeto, tem um objetivo. O objetivo do Criador foi criar criaturas para poder beneficiálas. Pois, por definição, o bem deseja proporcionar benefícios aos demais; Sendo o Criador o bem completo, também a sua Vontade é proporcionar o bem completo para as suas criaturas. Para este “máximo bem” ser alcançado, foi necessário a criação do mundo como nós o
conhecemos. Isto é: A vontade do Criador foi nos proporcionar este bem sem nos causar vergonha em recebê-lo. Um prazer para ser completo deve ser conquistado. O pobre quando recebe esmola sente uma sensação de inferioridade e vergonha. Por outro lado, uma pessoa que recebe um salário pelo seu trabalho não sente nenhuma vergonha em recebê-lo; ao contrário, ela sente que está recebendo algo que realmente cabe a ela. O valor que colocamos e o prazer que recebemos de algo conquistado pelo nosso próprio esforço é muito maior do que o valor e o prazer adquirido por algo que recebemos de presente. Portanto, no primeiro estágio, D'us criou um mundo de provas e decisões, onde nós temos que nos esforçar e superar-nos para cumprir os Seus preceitos, e, em seguida, no segundo estágio, D'us criou o local ideal para nos proporcionar este bem máximo, para cada um segundo as suas conquistas. (Baseado em Messilat Yesharim, 1) Portanto, foi estabelecido pelo Criador um tempo determinado para que as pessoas se esforçassem em aprimorar suas ações, permitindo que a Criação seja concluída e alcance o seu objetivo final. Então, haverá a dita revelação. Já que, neste momento o objetivo da criação será concluído, D'us revelará a sua Providência. Tudo ficará claro – todos saberão que Ele criou e controla a Sua criação nos mínimos detalhes. Atualmente não podemos perceber a correlação existentes entre todos os acontecimentos; e, tampouco entender a função de cada criatura. Porém, neste momento, tudo ficará claro e todos poderão constatar a participação de cada acontecimento isolado na formação de uma grande obra. Logo, o mundo será renovado, iniciando o período em que as pessoas que forem dignas de tal recompensa receberão o prazer eterno. Assim, entendemos que a “futura revelação” ou a “revelação da Providência Divina” é a
passagem do mundo como se encontra atualmente para um novo estágio. Mais adiante citaremos as profecias referentes a este novo estágio. Porém, em seguida, traremos as profecias referentes ao processo da revelação da Providência Divina. Como Será Este Processo da “Revelação”?
Segundo a contagem da Torá, já passamos do ano 5770. O tempo determinado para o mundo chegar a este novo estágio é o ano 6000 (2240-2241 e.c.). Ainda antes deste ano chegar, o Povo de Israel deverá tornar-se íntegro em suas funções. O bem se propagará e o mal será eliminado, promovendo a tranquilidade e a plenitude na face da Terra. Todos serão sábios e eruditos; todos serão espiritualizados e estarão felizes com o grande bem que tomará conta do mundo; e todos e se conectarão com o Criador de forma completa.
“O Meu vinhedo está perante Mim. 1.000 são para você – Shelomó; e 200 são para os que guardam o seu fruto.” (Cântico dos Cânticos 8, 12) “:
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O Ramban explica que este versículo faz uma alusão aos dias da revelação – “Os 1.000 são para você – Shelomó – alude ao sexto milênio, pois dentro deste período será a revelação através de um descendente do Rei Shelomo filho de David; neste período devemos aguardar pela grande revelação. O Povo de Israel é comparado ao vinhedo que será então retirado do exílio e colocado aos cuidados direto do Criador, por isso está escrito: “o Meu vinhedo está perante Mim”. Quando o versículo cita “200 anos para os que guardam o seu fruto” - alude aos 200 anos finais, pois a revelação será pelo menos 200 anos antes do ano 6000 – ou seja, não ultrapassará o ano 5800 (2040-2041 e.c.). [Nota: A bem da verdade, é importante frisar que, de acordo com a maioria das opiniões dos Sábios da Torá, este acontecimento poderá ocorrer até o ano 6000, e segundo Rabi Akiva inclusive um pouco depois do ano 6000.] No momento da revelação o Povo de Israel será redimido de imediato, como está escrito: “...Eu sou o Eterno, no momento (da revelação) Eu o farei apressadamente” (Yshayahu 60, 22) “:
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Haverá o dia do grande julgamento, o Criador julgará cada pessoa e decidirá quem estará apto a receber a vida eterna e quem deixará de existir. A pessoa que for escolhida para a existência eterna permanecerá neste novo mundo, em um nível compatível com o seu comportamento em vida, conforme for estabelecido em seu julgamento. Este será o nível desta pessoa, do qual desfrutará para toda a eternidade. [Baseado no livro Maamar HaYkarim do Ramchal, ca p. “BaGueulá”]
O Último Conflito Quem fará o último conflito contra Israel? Será que alguém ajudará a Israel ou todos permanecerão apáticos? Aluno: O Sr. disse que a provável guerra que haverá será entre o mundo ocidental e o mundo oriental (Islão).” Sábio: “Correto!” Aluno: “Todavia vemos que os países Islâmicos ameaçam duramente a Israel...” Sábio: “Isto é em paralelo...” Aluno: “os países árabes atacarão a Israel?” Sábio: “É provável. Podemos analisar juntos as escrituras...” O Profeta Ovadia viveu na época do primeiro templo. Nesta época o Povo de Israel se encontrava em sua terra – não havia saído ao exílio – e o povo “Edom” (confira mais adiante sobre Edom) era pequeno. Assim ele escreve (Ovadia 1, 1-17):
“...Assim disse o Eterno sobre (o povo de) Edom... Um mensageiro entre os povos foi enviado (para anunciar:) vamos nos levantar para guerrear (contra Edom). Eis que (no princípio) te coloquei (a ti, Edom) pequeno entre os povos, e desprezado. A malícia de seu coração te desviou... (por ter crescido tanto) você pensa: “Quem poderá me derrubar...” Embora (você) se eleve como a águia e coloque o seu ninho entre as estrelas dali te rebaixarei (antes da grande revelação) [Nota: Interessante que a águia era o símbolo do exército romano no passado – muito após esta profecia ser ditada. Também a Torá, quando relata a destruição do Templo pelos romanos, utiliza o termo “águia” (confira Deuteronômio 28, 49). Encontramos também que o Profeta Ycheskel percebe a entidade espiritual responsável por Roma com o rosto de uma águia (Ycheskel 1, 10). Vale apontar que os 300 principados descendentes de Edom que formaram a atual Alemanha também colocaram a águia como o símbolo nacional (R. Zamir Cohen, Leket Nevuót).] (O Profeta continua:) Pela
crueldade (que você se conduziu) com seu irmão Yakov – será cobrado pela vergonha e será cortado... (Agora o Profeta Explica a que crueldade ele se referiu:) No dia em que você age de forma indiferente (e não vem ajudá-lo). Naquele dia em que levaram os seus bens e estranhos vieram pelos seus portões, e dividiram Jerusalém com “sorteios”, e você (Edom) é (considerado) como um deles (pois manteve-se apático). (Contudo,) no Monte de Tsión haverá refúgio (lá estarão salvos) e a casa de Yaakovherdará a sua herança.”
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Nesta profecia está escrito que o Povo de Edom seguirá indiferente quando o inimigo de Israel o atacar. Porém, não está escrito de forma explícita qual será o inimigo. Em seguida traremos sonho de Nabucodonosor que foi interpretado pelo Profeta Daniel para e sclarecer melhor o tema: Nabucodonosor sonhou com uma estátua formada por vários tipos de metais, cada parte do corpo simbolizava uma época da história e o tipo de metal revelava sobre o reinado dominante. Este relato se encontra no livro Daniel (capítulo 2). “...O quarto reinado será forte como o fe rro... Uma parte de ferro e uma parte de barro eram os pés e os dedos (dos pés) que você (Nabucodonosor) viu, pois este reinado será dividido em duas partes distintas... Assim como os dedos dos pés eram parte de ferro e parte de barro, também este reino será uma parte forte e outra destruída. O ferro junto com o barro indica que eles se misturarão... mas, de qualquer maneira, não se manterão unidos – assim como o ferro não se funde com o barro. E no dia de existência daqueles reinos, D'us estabelecerá um outro reino que nunca será destruído.”
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O Sábio Malbim explica que o ferro representa o Império de Roma que no princípio será forte como o ferro. Depois surgirá outro reino – e serão dois reinados predominantes – Ishmael (árabes) e Edom. Quando chega aos “pés”, isto é: no final, será um reino de ferro e um de barro, pois, sempre que um estiver forte o outro se calará; não é fixo – as vezes um se fortalecerá e as vezes o outro. Contudo estarão misturados, pois também no reino que estiver enfraquecido, encontrar-se-ão alguns países fortes entre eles. Os dedos do pé representa os últimos dias, pois, neste período, o reinado global de Edom se dividirá entre Edom e Ishmael – dois pés. Dez dedos – dez reinados predominarão, eles serão os mais fortes no mundo – tanto de Edom quanto de Ishmael; e já não será uma única nação que dominará. Portanto, seguindo a explicação do Malbim, podemos concluir que na profecia de Ovadia – quando foi revelado que Edom permanecerá calado quando vierem atacar Israel, se refere ao ataque dois países árabes (Islão). Esta revelação também se encontra sludida nos comentários do Malbim em relação à profecia de Daniel sobre o quarto reinado: O Profeta Daniel recebeu uma imagem profética onde haviam 4 animais, cada um deles representava um dos futuros reinados que dominariam o mundo em determinada época. Em relação ao último deles o Profeta relata: “...e dez chifres e outro chifre que brotou quando caíram três deles. (e logo explica o seu significado:) neste reino se levantarão dez reis, depois (que se espalhar por todos os povos) surgirá um outro que será diferente e humilhará a três deles.” (Daniel, capítulo 7)
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Explica o Malbim, este reinado que surgirá depois, será diferente dos dez primeiros e reinará sobre três deles. Ele causará problemas ao Povo de Israel e também tentará modificar a religião. Isto seguirá até a grande revelação. Portanto, seguindo os comentários do Malbim, fica constatado que os últimos conflitos de Israel no período anterior a revelação será com os árabes. O Período que Antecederá a Revelação Antes da revelação, o Criador enviará milagres ocultos, ou seja, acontecimentos impressionantes como “grandes coincidências”. Contudo, estes acontecimentos estarão
enquadrados dentro das leis da natureza. O motivo destes eventos é despertar os corações das pessoas que se encontram distantes de D`us – para aproximá-los. (Michtav Me'Eliahu)
Como citamos no livro “Israel – O Florescimento”, neste momento o Povo de Israel estará voltando a sua terra e ela começará a prosperar – depois de quase 2000 anos de desolação.
O governo de Israel estará nas mãos de pessoas que não cumprem a Torá e haverão muitas provas para aqueles que desejarem prosseguir fiéis as Suas Leis. Jerusalém crescerá e a terra produzirá frutos em abundância. “No final dos tempos, antes da grande revelação, o domínio sobre os integrantes de Israel será entregue a pessoas que não seguem os preceitos da Torá.” (Talmud, San'hedrin 98a) Estes são alguns dentre vários sinais citados no Talmud relacionados ao “fim dos dias”. “Fim dos dias” não quer dizer que o mundo terminará, simplesmente que o objetivo pelo
qual o mundo foi criado estará próximo, antes de começar a nova etapa. Logo, iniciará um período de duros eventos. Provavelmente, haverá uma grande guerra no final dos dias; ela é conhecida como a guerra de “Gog Hu'Magog”
Hoje em dia, com tantas bombas atômicas e de hidrogênio, poderíamos pensar que o mundo será totalmente destruído. Porém, não será exatamente assim. Esta guerra fará parte do processo da revelação final, tudo estará sendo guiado e calculado pela Providência Divina – ninguém poderá mais interferir. Está escrito no Tanach que nesta guerra dois terços do mundo serão destruídos; é interessante que o Gaón de Vilna (em seus comentários sobre a Mechilta Shemot 14, 20) explica que toda essa destruição acontecerá em poucas horas - em somente três horas. Imaginem que na época em que ele vivia, as lutas ainda eram com cavaleiros e espadas. De todas formas, atualmente nós entendemos que não precisa de muito tempo para destruir. Porém, o mundo não será totalmente destruído, está escrito na mesma profecia que um terço do mundo se salvará.”
Traremos em seguida profecias que revelam os recursos utilizados nesta guerra – muito antes até mesmo da invenção do revólver... “... Prestem atenção em Gog, da terra de Magog... Junto com todas tropas... Montanhas se destruirão e altos rochedos desaparecerão e os muros cairão na terra... (em relação aos povos que tentarão exterminar o Povo de Israel está profetizado:) Eu os julgarei com pestilência e sangue, e chuva torrencial, e farei chover sobre eles pedras de granizo, fogo e enxofre em suas tropas...” (Ycheskel 38) ...
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“Eis que está chegando o dia do Eterno...
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Naquele dia não haverá luz, e sim escuridão (nuvens densas)... Será o certo dia – não será dia e não será noite, e será ao anoitecer – haverá luz... (em relação ao inimigo que virá atacar Jerusalém:) Sua carne se derreterá enquanto ele permanecerá parado sobre os pés... Assim será também a praga que atingirá os cavalos, mulas... e todos os animais que estarão no campo de batalha...” estarão no campo de batalha...” 15)
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Como poderiam imaginar – com os antigos recursos de guerra – que uma parte tão grande do mundo seria destruída em tão pouco tempo? Chuva de fogo e enxofre? O céu se fechará ao ponto de não saber quando é dia e quando é noite? De noite haverá luz? O corpo derreterá estando ele em pé? Montanhas, rochedos e muros seriam destruídos com arco e flecha? Todos os animais do campo de batalha serão derretidos? Quem poderia escrever tamanhos absurdos? Contudo, em nossos dias todos sabem das consequências de uma bomba atômica. Mesmo se chegar um momento onde a situação será preocupante e terrível, e quando, aparentemente não haverá mais nenhuma esperança de melhoria, não devemos desistir e desesperar, pois, “de repente”, florescerá a grande revelação!”
A Terceira Guerra Mundial o Irã Está escrito no Midrash – escrito há cerca de 1800 anos – que este império (onde se encontra atualmente o Irã) é chamado (em hebraico bíblico) “Paras”? [a raiz da palavra “Paras” em hebraico é formada pelas mesmas letras da raiz da palavra “parus” que quer dizer “fatiado”]. O Midrash responde: Pois o seu reino recebeu a força em “fatias”; ou seja, ele crescerá em três épocas distintas: a primeira nos dias de Tirdá
(a rainha de Paras), a segunda nos dias de Aderechian, e a terceira nos dias que antecederão a grande revelação – no fim dos dias” (Midrash Ester Rabá 1, 18) . Como será o decorrer dessa guerra? Está escrito no Talmud (Tratado Yoma 10a) em nome de Rabi Yehuda Bar Elay que no futuro – no fim dos dias – “Romi” (ou seja, o império de Edom conhecido como Romi) cairá nas mãos de Paras (Irã), porém Rav, outro Sábio do Talmud, diz o oposto – que Paras cairá nas mãos de Edom (assim também consta na Braita que no futuro Paras cairá nas mãos de Edom); o Sábio Rav concluiu afirmando que a revelação não ocorrerá até que o reinado de Romi (Edom) domine todo o mundo. [Nota: “Edom” é o nome do povo oriundo da te rra de Edom que se encontrava nas cercanias de Israel, depois ele se espalhou por todo o mundo –
eles são os países ocidentais – de cultura católica Tanach, Ovadia 1 ).]
(assim explica o Sábio Abarvanel em seus comentários ao
Como podemos entender esta passagem do Talmud? Por um lado vemos que Paras vencerá e, em contrapartida, vemos que Edom vencerá, até o ponto em que o Sábio Rav afirmou que não haverá a revelação Divina até que Edom domine todo o mundo!?”
Explicação: Está escrito no Midrash que no ano da revelação final haverá uma grande ameaça de guerra mundial, o soberano do Paras (Irã) causará sofrimento ao mundo inteiro. Essa guerra será principalmente entre os países ocidentais e os países árabes. Haverá uma grande disputa. Agora podemos entender o trecho do Talmud, citado anteriormente, seguindo os comentários do Sábio Abarvanel. No princípio os países ocidentais atacarão o Irã e pensarão que estará tudo terminado. Porém, em seguida, o Irã (e seus aliados) se levantarão e se vingarão deles, irão causar um grande estrago no mundo (esta vingança será uma vitória parcial – esta vitória está indicada nas palavras do Sábio Yehuda Bar Elay: “Edom Cairá nas mãos de Paras”); de todas formas, próximo do momento da grande
revelação, finalmente os países ocidentais vencerão e o Irã cairá em suas mãos; em seguida eles dominarão ao mundo inteiro (Tosfot Avodá Zará 2b). O Sábio Abarvanel explica que todo este processo será em torno de Jerusalém; ou seja, Jerusalém estará no centro das discussões; desta forma Israel será envolvido na história. Na sequência da guerra todos se voltarão para conquistar Jerusalém– como consta no Tanach (Icheskel 38, 4-16).
“Os descendentes de Ishmael (árabes) causarão duras guerras no mundo. Os países ocidentais se juntarão contra eles – pelo mar e pela terra. Um país do outro lado do mundo fará guerra contra “Romi” (império de Edom) – será uma guerra de três meses; outros países se juntarão contra Romi, perdendo desta forma o conflito. Todos o povos de Edom se juntarão de todos os cantos do mundo e os salvarão dos outros povos. Logo, a Providência de D'us será revelada e o domínio de todos os povos cairá; então o mundo passará ao próximo estágio...” (Zohar P.II 32a) O mundo estará passando por intensas dificuldades. Os inimigos do Povo de Israel crescerão, mas no final, eles serão derrotados. Neste período haverá muito sofrimento, que selecionará aqueles que continuarão fiéis ao Criador. No decorrer desta guerra, todos os povos finalmente se reunirão contra o Povo de Israel, contra quem planejarão duros decretos. Todos juntos, com um só coração, atacarão o Povo de Israel, causando-lhe muitos sofrimentos. Então, começarão a ocorrer fenômenos bizarros na natureza. Até mesmo integrantes do Povo de Israel se juntarão aos outros povos para atacar o seu próprio povo. Haverá uma escuridão de quinze dias, e neste período muitos integrantes do Povo de Israel perecerão. A morte destes expiará pelas suas transgressões. Aqueles que optaram por unir-se aos outros povos para guerrear contra o Povo de Israel, se perderão para sempre. O mundo inteiro estará em guerra. O quadro geral estará indefinido, até que o Criador demonstre claramente a Sua força para toda a humanidade, quando então todo o
mundo O conhecerá. Neste dia haverá um grande ruído, e com a sua força torres e outras construções cairão, e grandes governantes morrerão (Zohar Balak 212b, Shemot 7b a 10a). “Eis que o dia esperado pelo Eterno chegará... e juntarei todos os povos para guerrear contra Jerusalém...” (Zechária 14, 1-2) Todos os povos decidirão se juntar para conquistar Jerusalém, contudo, eles começaram a lutar entre eles (Malbim). Se os Profetas revelaram que dois terços do mundo serão destruídos e todos decidirão se juntar para atacar Israel, poderíamos pensar que não há um local mais perigoso para se viver do que a terra de Israel. Porém, está escrito que justo lá em Israel será o local da salvação... “(Contudo,) no Monte de Tsión haverá refúgio ( lá estarão salvos!) e a casa de Yaakovherdará a sua herança” (Ovádia 1, 17) “:
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A Relação Com a Segunda Guerra Mundial Estas profecias não se referiram à segunda guerra mundial, pois ela não atendeu a todos estes requisitos mencionados em relação a grande guerra que antecederá a revelação final. Por exemplo, não foi uma guerra entre o Irã (e seus aliados) contra o mundo ocidental, dois terços do mundo não foram destruídos e tampouco entraram na Terra de Israel. Na verdade, já consta nos comentaristas do Tanach, que haverá um total de três guerras mundiais. Somente na terceira eles entrarão em Jerusalém. (Como consta nos comentários do Malbim sobre Zechária 14, 1-2; vide também Malbim Zechária 12, 6) . O Sábio R. Eliahu Lopian (no livro Lev Eliahu Shemot, Itró página 172) traz em nome do Chafets Chaim que os Sábios do Talmud explicam que a grande guerra que haverá no fim dos dias será dividida em três etapas distintas. Após a primeira guerra mundial o Chafets Chaim disse que esta foi a primeira guerra de Gog Hu'Magog (nome da guerra que haverá no final dos tempos), ele seguiu explicando que em torno de 25 anos haverá uma outra guerra mundial muito maior que a primeira; após esta segunda guerra haverá a terceira guerra de Gog Hu'Magog, muito sofrida, antes da revelação final. O Sábio Elchanan Wasserman concluiu que este processo inevitavelmente ocorrerá e devemos nos preparar e fortificar, e, quem sabe, possuir méritos para ver o consolo de Tsión e de Jerusalém. Segundo a opinião do Sábio Rabi Eliezer, se os integrantes de Israel não retornarem de seus erros eles não serão redimidos. Perguntaram a ele: “Se não retornarem, nunca mais serão redimidos?” Rabi Eliezer respondeu: “(Inevitavelmente eles retornarão, pois caso contrário) D'us trará sobre eles um rei duro como Amán e eles retornarão de imediato; e logo serão redimidos!” (Talmud San'hedrin 69; Yerushalmi Taanit 1,1)
Porém, como já citamos, as duras profecias escritas na Torá não são definitivas, elas podem ser alteradas através de nossos atos. O respeito e o amor ao próximo acompanhados com uma preocupação no desenvolvimento espiritual e aprimoramento pessoal poderão construir para a história do mundo um bom encerramento. Isto está em nossas mãos. Está escrito no livro Aleinu Leshabeach (parte 4, página 60) em nome do Chafets Chaim que todos perguntam o que fazer para escapar da grande e possível guerra que haverá antes da revelação final.... Alguém é capaz de dar uma resposta melhor do que o Talmud? Esta pergunta já está escrita no Tratado Sen'hedrin (98b): O que fará uma pessoa para se salvar dos duros decretos que antecederão à grande revelação? Responde o Talmud: A pessoa deverá se ocupar com o estudo da Torá e em benevolência. Logo, podemos concluir que além de pedir ao Criador para que revele a Sua Providência, devemos fortificar a nossa conexão – o quanto possível – com o estudo da Torá e também nos preocupar com o bem estar de nossos companheiros – tanto quanto as necessidades materiais quanto as espirituais. O Rav Zilbershtein conclui que não há necessidade de estar entre as 36 pessoas mais justas do mundo para salvar-se, não será cobrado de ninguém fazer além de suas possibilidades, a única exigência é se conectar com a Torá e Suas Leis – uma conexão íntima com o Criador, e se afastar definitivamente dos costumes de outras culturas (Aleinu Leshabeach Parte 2, página 192). As Profecias “Posteriores” – O Novo Estágio
Se todas as profecias citadas nesta obra, embora aparentassem ser absurdas e improváveis de todas formas se realizaram, é claro que todas estas outras – referentes ao estágio posterior – também se realizarão: “[As naç ões] romperão as suas espadas para [fazer delas] arados, e suas lanças para [fazer delas] foices, [pois] uma nação não levantará [mais] a espada contra outra e não aprenderão mais a guerrear. [Então...] se sentará cada pessoa debaixo de sua videira e debaixo de sua figueira e ninguém os amedrontará [todos viverão tranquilos, não haverá mais injustiça e maldade], pois assim disse o Eterno...” (Tanach, Michá 4, 3-4)
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“Então virão os perdidos da terra Assíria, os dispersos da terra do Egito, e se prostrarão para D'us na montanha sagrada, em Jerusalém”. (Yshayahu 27, 13)
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“E os redimidos pelo Eterno retornarão [para a sua terra] e virão a Tsión com cânticos e alegria eterna sobre eles [a mesma alegria que sentiram ao sair do Egito]; a felicidade e a alegria os “perseguirão”; a dor e a angústia “fugirão” de sua presença (Yshaia 35, 10).”
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Então, todos desejarão entender mais sobre os feitos do Criador, todos serão Sábios e desvendarão as sabedorias ocultas e profundas... entendendo mais sobre a sabedoria do Criador – segundo as nossas possibilidades– como está escrito: “A terra se encherá de sabedoria”. O homem não será mais guiado pelas vontades, ele desejará, naturalmente, fazer o que seja apto – o correto.
“E será no fim dos dias [nos dias da revelação Divina] o monte de Deus [onde estará construído o Grande Templo] construído na principal montanha, será exaltado... e fluirão a ele muitos povos [lá eles se encontrarão]... Para lávirão muitos povos e falarão: “Vinde e subamos ao monte do Eterno e à Casa de Deus de Yaakov e [o Rei de Israel designado por D'us] nos ensinará Seus caminhos e caminharemos em Suas sendas; pois [somente] de Tsión 'sairá' a Torá; e todos os ditos do Eterno de Jerusalém; e [o Rei] julgará sobre vários povos [as questões jurídicas] e decidirá [questões] de povos poderosos e distantes [todos o procurarão para que ele estabeleça a justiça nos julgamentos]. justiça nos julgamentos].4)”
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Esta mudança não será imediata, acontecerá gradualmente; a sabedoria irá crescendo e se aprimorando; em contra partida, a vontade de praticar o mal irá diminuindo – até ser totalmente eliminada. Desta forma o mundo seguirá se elevando passo a passo, cada vez mais. (Baseado no Livro Siftei Chaim) A luta para superar-se terminará; não haverá mais o impulso para fazer o mal ou de saciar os desejos as custas de outras pessoas; tudo estará claro e todos desejarão somente a prática do bem e o crescimento espiritual – o cenário do mundo será reconstruído para este novo objetivo. “Assim disse D'us dos Exércitos , ainda se sentarão idosos e dosas nas ruas de Jerusalém, pessoas com bengalas em suas mãos pelos seus longos dias (de vida); meninos e meninas brincando por suas ruas.” (Zechária 8, 4-5)
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No versículo seguinte a profecia revela que, embora neste momento (em que foi dita a profecia) pareça ser algo surpreendente – pois, segundo as leis da natureza seria impossível que isto acontecesse – sendo o Povo de Israel oprimido e perseguido por todos – de fato, em Meus olhos (ou seja, nos olhos de D'us) é algo simples.
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Está escrito no Talmud que, embora em nossos dias qualquer pessoa possa entrar em Jerusalém, no futuro não será assim. Somente entrará em Jerusalém quem possuir méritos. “Jerusalém de nossos dias não é como Jerusalém do futuro – Jerusalém de nossos dias, quem quiser pode entrar nela; contudo, Jerusalém do futuro, somente poderá entrar nela quem for convidado”.(Tratado B”B 75b) Um povo que vivenciou tantas tentativas de extermínio; tanto de seus integrantes quanto de sua Torá; em várias ocasiões queimaram estudá-los. Além da os seus livros e também proibiram tentativa de converte-los a outras religiões ao longo de toda a história, de forma natural a existência deste povo não é provável – Contudo, a realidade confirma que o Povo de Israel e a sua Torá continuam. Todo judeu po de dizer com toda a força: “Am Israel chai!” -“O Povo de Israel vive!”
Todo aquele que se conecta aos preceitos da Torá e estuda os Seus conceitos, além de testemunhar uma profecia, está entrando na história – sendo ele uma parte intrínseca das palavras reveladas pelo Criador: “Com Israel Eu estabelecerei o Meu pacto – diz o Eterno. Mesmo na longa diáspora... as palavras da Torá que Eu coloquei em tua boca para serem (estudadas e) ensinadas – jamais serão esquecidas. Não se apartarão de tua boca, nem da boca de toda a tua descendência – diz o Eterno – desde agora até o final de todas as gerações.” (Baseado em Yeshaiáhu 59, 21 com os comentários de Rashi e Metsudat David)
“As maravilhosas revelações que ocorrerão no dia da revelação da Providência Divina superarão a todos os milagres que já aconteceram– inclusive os milagres que
ocorreram no processo da saída do Povo de Israel do Egito. Ao ponto em que as pessoas, ao invés de lembrarem: 'O Eterno que tirou o Povo de Israel do Egito', lembrarão: 'O Eterno que regressou a semente da casa de Israel, de todos os países – para a terra de Israel'”. (Talmud, Tratado Berachót 12b; Yrmyahu 23, 7-8)
PARTE III Um Olhar Profundo 9
Um Olhar Profundo Sobre a Terra de Israel Antes de tratarmos de forma mais complexa sobre a importância da Terra de Israel, traremos trechos das escrituras que demonstram a existência de uma grande importância atribuída à ela. As Súplicas de Moshe
D'us havia comunicado a Moshe que ele não entraria na terra de Israel. “Supliquei ao Eterno naquele momento...” (Deuteronômio 3, 23) Naquele momento, Moshe suplicou ao Eterno 515 vezes (Midrash Tehilim). Explicou Rabi Akiva: Moshe (estava tão ansioso que) pediu para D'us que o responda (em uma profecia) se Ele aceitou o seu pedido (Midrash Rabá). Por que tantas súplicas? O que representa entrar em Israel? Triste Por Deixar a Terra de Israel O mundo vivia uma época de fome, e a família de Yaakov se viu obrigada a deixar a terra de Israel rumo ao Egito. Yaakov estava muito sentido por ter que deixá-la (Baseado em Rashi) . Portanto, no princípio, apesar da fome, Yaakov não estava de acordo em partir. Somente desejava ir se encontrar com o seu filho Yossef e retornar a Israel (Malbim). Então, Yaakovrecebeu uma profecia: “...Não tenha medo de ir ao Egit o, pois, lá farei de ti um grande povo”. Por que foi tão difícil para Yaakov deixar de viver em Israel ao ponto de
preferir a fome? Também vemos na Torá a vontade do Criador em que vivamos em Israel: “Vocês herdarão a terra (de Israel) e se assentarão nela...” (Números 33, 53)
O Mérito de Viver em Israel “Depois de muitos anos afastado, cheg ou o momento de Yaakov se encontrar com o seu irmão Essav. [Nota: Essav desejava matar a Yaakov, portanto, a pedido de sua mãe Rivka, ele fugiu para outro local por 22 anos] Yaakov estava temeroso. Do quê temia Yaakov? Está escrito no Midrash que Yaakov temia os méritos que Essav adquiriu (durante todo esse tempo em que Yaakov se afastou de sua casa) por honrar o seu pai (Itschak) e por viver na terra de Israel. (Midrash Rabá; Avnei Nezer Y”D 454, 32)”
Consta no Talmud que Rabi Shimon Bar Yochai disse: “Três presentes bons D'us entregou
ao povo de Israel, e todos eles foram dados através de sofrimento; isto é: para conquistá-los é necessário esforçar-se. A saber: Torá, a terra de Israel e o Mundo Vindouro... Em relação a terra de Israel está escrito: “Sai ba em seu coração que da mesma forma que faz sofrer o homem ao seu filho (quando necessário repreende-lo) da mesma forma o Eterno teu D'us te faz sofrer (repreend endote)”; e depois a Torá escreve: “Devido que o Eterno teu D'us te traz a uma boa terra...” (Deuteronômio 8, 5 e 7)
Explica o Maharshá: “A terra de Israel foi entregue através de sofrimento” para nos ensinar que ela não foi dada com o objetivo de comer de seus frutos e deleitar da grande fartura –
pois, quando este é o objetivo, logo chega as consequências: “Para que não venha a comer e satisfazer -se... e orgulharse e esquecer do Eterno, teu D'us...” (Deuteronômio 8, 12-14)
Então, para quê nos foi dada a terra de Israel? Embora seja a vontade do Criador que vivamos na terra de Israel e, ao viver lá a pessoa cumpre a cada momento uma mitsvá (preceito), traremos uma série de motivos coletados em nossos livros referentes à terra de Israel. Motivos A Torá relata que durante um período de fome em que o mundo vivenciava, Yaakov temia sair da terra de Israel ao Egito. Então D'us apareceu para Yaakov em uma profecia e o tranquilizou. Quando D'us disse a Yaakov: “Não tenha medo de ir ao Egito” entendemos que
Yaakov temia. Qual era o medo de Yaakov? O Zohar explica: Yaakov disse: “Temo que meus descendentes se assimilarão e terminarão.” D'us respondeu: “Lá farei de ti um grande povo.” (Gênesis 46, 3) Yaakov: “Temo que a Presença Divina Se afastará de mim quando eu deixar a terra de Israel.” D'us: “Eu descerei junto de ti para o Egito” Yaakov: “Temo que não terei o mérito de ser enterrado junto aos meus ascendentes em Israel e não verei a futura redenção de meus descendentes e as maravilhas que Você fará a eles entã o.” “Eu também te farei voltar e regressar a Israel” – Ou seja, te farei “voltar” para ser enterrado lá como os seus ascendentes; e “regressar” para ver as maravilhas que farei a vocês. Através dos motivos que o Zohar nos revela – que por eles Yaakov temia deixar a terra de Israel, podemos deduzir outros motivos da importância de viver em Israel: 1. Assimilação “Temo que meus descendentes se assimilarão e terminarão.” 2. Local onde a Presença Divina se expressa de forma mais intensiva “Temo que a Presença Divina Se afastará de mim quando eu deixar a terra de Israel.”; assim também consta no Pirkei de Rabi Eliezer: A terra de Israel é o local onde a Presença Divina se expressa mais intensamente – local onde se pode alcançar uma maior reverência ao Criador. (Baseado em Pirkei de Rabi Eliezer, 39)
3. Ser enterrado em Israel “Temo que não terei o mérito de ser enterrado junto aos meus ascendentes em Israel...” 4. Presenciar futuras maravilhas que se realizarão ali “...e não verei a futura redenção de meus descendentes e as maravilhas que Você fará a eles então.”
Os Preceitos Relacionados à Terra de Israel Como citamos anteriormente, D'us havia comunicado a Moshe que ele não entraria na terra de Israel. Contudo, Moshe não desistiu e tentou despertar a misericórdia do Criador: “Supliquei ao Eterno naquele momento...” (Deuteronômio 3, 23). Naquele momento, Moshe suplicou ao Eterno 515 vezes (Midrash Tehilim). Por que Moshe implorou tanto para que D'us lhe permitisse entrar em Israel? Para que tanto esforço e insistência? Moshe suplicou: “Deixe-me entrar e ver essa boa terra!” (Deuteronômio 3, 25)
O que Moshe queria tanto ver em Israel? Talvez a linda vista do Kineret? Ou sentir a sensação de boiar no Mar Morto? Conhecer as cavernas de Rosh Hanikrá? Talvez se deliciar nas águas termais de Tibérias? Comer de suas saborosas tâmaras e de seus deliciosos frutos? Responde o Midrash: É claro que não! Este era o pedido de Moshe: “Criador do universo, Você me fez como enviado para entregar vários preceitos ao Povo de Israel. Vários desses preceitos somente é possível cumpri-los em Israel. Como Você disse: “Esses são os decretos que vocês cuidarão para cumprilos na terra de Israel”. Deixe -me entrar com o povo e poderei junto com ele cumprir estes preceitos, para que através deles eu possa usufruir dos benefícios de uma conexão mais completa com Você. (Baseado no Midrash Hagadol) [Nota: Cada preceito da Torá está relacionado com uma parte da alma da pessoa. Ao cumprir cada preceito, ela adquire novos níveis de conexão com o Criador. Portanto, Moshe argumentou a D'us: Se eu deixar de cumprir os preceitos relacionados a terra de Israel, a minha essência não estará completa – da mesma forma, a minha conexão com Você será afetada. Imploro, deixame entrar em Israel para cumprir estes preceitos e não deixar uma lacuna em nosso relacionamento.]
De todas as formas, D'us não atendeu ao pedido de Moshe, então, como ele pôde se completar? Logo D'us respondeu a ele: “Não necessita sofrer por isso, saiba que você estará completo mesmo sem entrar em Israel! Uma vez que você foi o mensageiro para entregar e ensinar todos os preceitos da Torá – inclusive os preceitos referentes à terra de Israel – você tem participação em toda influência proporcionada pelo cumprimento dos preceitos através de cada um dos integrantes do Povo de Israel. Esta influência te completará. (Midrash Hagadol) Daqui aprendemos outro motivo para viver na terra de Israel – A oportunidade de cumprir os preceitos referentes à ela. A Providência Direta O Talmud cita que o Povo de Israel está além da influência astrológica (Tratado Shabat 156a). O nome Israel – em hebraico – é formado por uma junção de duas palavras “Iashar” “E-l” -
diretamente (conectado com) Deus. [Nota: Este status é recebido pelo mérito do cumprimento do Shabat; através do Shabat a pessoa testemunha a existência de um Criador e de Seu controle contínuo sobre a criação; portanto, se coloca por opção, sob Sua Providência direta.]
Assim como o Povo de Israel está acima da influência astrológica – também a Providência em relação à terra de Israel é direta e não através da influência astrológica, como está escrito (Deuteronômio 11, 12): “Os 'olhos' de D'us estão nela.” (Avnei Nezer 454, 14). Sobre este fenômeno referiramse nossos Sábios no Talmud: “Aquele que vive em Israel é como se vivesse com D'us, e aquele que vive fora de Israel é como se vivesse sem D'us” - Isto é: Aquele que vive em Israel vive em um local onde os seus assuntos estão baixo a providência direta de D'us; contudo, aquele que habita fora de Israel, se coloca em um local onde os acontecimentos são guiados de forma indireta – através das influências naturais estabelecidas pelo Criador. (Baseado em Zohar, Lech Lechá) O Ramban acrescenta: Embora toda a criação esteja sob o controle de D'us, de todas as formas, em todos os locais – exceto a terra de Israel – foram colocados sob um regime natural de Providência; porém, a terra de Israel não está subordinada ao processo natural de influência. (Ramban, Vaikrá 18, 25). Daqui aprendemos outro motivo para viver em Israel – Adquirir um nível de Providência mais direto com o Criador. Forças de Impureza O processo de influência natural está diretamente relacionado com a influência astrológica; portanto, seguindo as leis da natureza, deveríamos estar subordinados ao nível de Providência sob a esta influência. Entre as forças de existência em um âmbito natural, também foram criadas as forças de impureza; portanto, alguém que vive segundo o processo natural de acontecimentos, está acessível também a essas forças. Como citamos anteriormente em nome do Ramban, todos os locais – exceto a terra de Israel – foram colocados sob o regime natural de Providência, portanto as forças de impureza agem mais intensamente fora de Israel. (Baseado em Zohar, Parashat Bo) As Influências Transmitidas Através do Local 1. Consta no Talmud que o ar de Israel influencia na aquisição de novos níveis de sabedoria (Tratado B”B 158b). 2. Também influencia no nível de inteligência e reverência ao Criador (Meíri, Ketuvót). 3. As transgressões de uma pessoa que vive na terra de Israel são mais facilmente perdoadas. A terra de Israel expia as transgressões inintencionais (Talmud, Tratado Ketuvot 111a; Midrash Talpiót, Erets israel; Rambam Melachim 5, 10)
4. O fato de ser enterrado na terra de Israel proporciona um grande alívio quanto as transgressões. (id.) 5. Caminhar mesmo que 4 amót (aproximadamente 2m) na terra de Israel proporciona para pessoa uma conexão com o Mundo Vindouro. 6. Os preceitos cumpridos na terra de Israel exercem um outro nível de influência. Portanto, ensinaram os nossos Sábios que viver em Israel equivale ao cumprimento de todos os preceitos os preceitos 32; Tossefta A”Z 5, 2) – Pois, o fato de estar em Israel afeta em todos os outros preceitos – eles adquirem uma força de influência de nível mais elevado. Louvar a D'us Por Usufruir de Seus Frutos Nossos Sábio perguntam: Se o objetivo de viver na terra de Israel não é comer de seus frutos e satisfazer-se de sua fartura, então, como entender a parte da benção que recitamos após ingerir certos alimentos: “Comeremos de seus frutos e nos satisfaremos do seu bem (ou seja, de sua fartura)”?
Resposta: De fato, não é este o objetivo, e sim, ele é um meio para chegar na continuação da benção: “... e por ela nós Te abençoaremos com santidade e pureza” que é o objetivo! A comida é utilizada como um meio– um motivo – para que louvemos ao Criador. (Beit Yossef Orach Chaim 208)
Em Resumo Citamos uma série de motivos coletados nas escrituras relacionados à terra de Israel. Traremos agora os motivos de forma organizada e resumida: 1. Quem vive em Israel está cumprindo um preceito a cada momento. 2. Oportunidade de cumprir os preceitos relacionados a Israel. 3. Local onde a Providência Divina se expressa mais intensamente. 4. Evitar assimilação com outros povos. 5. Ser enterrado em Israel. 6. Presenciar as maravilhas que acontecerão no final dos tempos. 7. Providência sem intermediários. 8. Influência para aquisição de sabedoria. 9. Influência para inteligência e reverência ao Criador. 10. Maior facilidade em revogar as transgressões. 11. Méritos por caminhar pela terra de Israel. 12. Potencializar a influência de todos os preceitos. 13. Louvar a D'us por usufruir de seus frutos. Podemos resumir todos os motivos em três grupos: a. A mitsvá (preceito) de viver em Israel. (Motivo: 1) b. A possibilidade de cumprir os preceitos relacionados à terra de Israel e outros preceitos. (Motivos: 2, 4, 11, 12 e 13)
c. As influência que se recebe por estar presente na terra de Israel. (Motivos: 3, 5, 7, 8, 9 e 10) Os Grandes Sábios do Talmud, entendendo a importância de estar na terra de Israel demonstravam um grande amor e anseio de viver ali. Traremos alguns exemplos citados no Talmud (Tratado Ketuvót 112a): “Rabi Zeira quando viajava a Israel, pela grande ansiedade de chegar lá, não esperava o barco chegar; o quê ele fazia? Colocava uma tábua sobre as águas do rio e atravessava sobre a tábua segurando uma corda que havia sido amarrada ligando as duas margens do rio. Assim ele falava: “Local onde Moshe e Aharon não puderam entrar, se eu esperar, quem me garante que eu terei o mérito de entrar depois?” “Rabi Aba, quando chegava nas fronteiras de Israel beijava as sel as da cidade de Aco.” “Rabi Chanina consertava os caminhos que levavam à terra de Israel para não causarem um possível obstáculo para os que caminhavam para lá.” “Rabi Ami e Rabi Assi, nos dias de verão, quando o sol batia no local que se encontravam estudando, deslocavam-se com os seus alunos para um local sombrio. No inverno faziam o contrário. Esta conduta era para que as variações climáticas não dificultassem a estadia deles na terra de Israel.” O Sábio Rabi Yehuda Halevi escreve em sua famosa obra Hakuzari (1140e.c.) o seguinte episódio: O Rei de Kuzar perguntou ao Sábio de Israel: Por que vocês – judeus – não vão viver em Israel? Não estariam vocês desprezando os próprios ensinamentos da Torá? Não deveriam vocês desejar viver ali? Eis que os seus antepassados optaram viver lá dentre todos os outros locais do mundo – mesmo quando se encontravam lá pessoas indecentes – e não desejavam abandonar a terra de Israel mesmo nos períodos de fome, exceto por uma ordem Divina; e de todas as maneiras pediam para que carregassem os seus ossos para serem enterrados lá.” O Sábio não sabia o que responder, e assim disse ao rei: “Com esta pergunta o rei me envergonha...” (Confira Avnei Nezer Y”D 454, 8) Nota: Quando possível, um integrante de Israel deve se esforçar para viver na terra de Israel; em contra partida deve também existir a preocupação de viver num local onde poderá desenvolver o seu lado espiritual – pois, desta forma receberá os grandes benefícios relacionados à terra de Israel. Feliz é ele, e feliz a sua porção! É fundamental que a sua estadia seja em um local onde estará em contato com pessoas que lhe proporcionarão este crescimento. (Tshuvót e Ha'nhagót; Avnei Nezer Y”D 454)
PARTE IV CORRENTE PARA FRENTE 10
A Relação Entre Honrar os Pais e a Terra de Israel
A Torá relaciona o preceito de honrar os pais com a permanência sobre a terra de Israel. Assim está escrito: “Honre ao teu pai e a tua mãe para que se prolonguem os teus sobre a terra que o Eterno teu D'us te dá.” (Êxodo 20, 12)
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Qual seria a relação entre eles? Nos capítulos anteriores trouxemos a relação da terra de Israel com o brit-milá e o cumprimento das mitsvót. Porém, qual seria a relação de honrar os pais e a permanência na terra de Israel? A Conexão A promessa da terra de Israel foi entregue aos nossos antepassados Avraham, Itschak e Yaakov. Ao nos conectarmos com eles, também nos conectamos com a promessa. Portanto, a estadia permanente do Povo de Israel sobre a terra prometida somente se realizará através do reconhecimento das primeiras gerações em que a aliança foi estabelecida. Esta herança é transmitida de geração em geração através da honra aos pais. Em seguida trataremos do tema de forma mais detalhada. Quando Surgiu o Povo de Israel? Israel foi considerado um povo ao receber a Torá. Como está escrito: “Neste dia (do recebimento da Torá) vocês se fizeram um povo.” (Deuteronômio 27, 9)
A função e a obrigação conjunta em relação ao cumprimento e o estudo da vontade do Criador formou dos integrantes chegada do de Israel um povo. Isto se passou antes da povo em sua terra. Isto inclui a seguinte mensagem: “Vocês não são como os outros povos.
A existência do Povo de Israel é independente de sua permanência sobre a terra designada. Este é o segredo da eternidade de Israel. Mesmo ao serem expulsos da terra de Israel, a obrigação conjunta no cumprimento da vontade do Criador segue conectando todos os seus integrantes – esta conexão nunca irá se desfazer! A corrente interrupta de transmissão – de geração em geração – nos conecta aos nossos primeiros antepassados. Os filhos recebem de seus pais e passam aos seus filhos. A disposição dos filhos em receber de seus pais possibilitará a continuidade da corrente. Portanto, a base desta grande construção que o Criador edificou no Povo de Israel permanece existindo através da recepção teórica e prática que os filhos recebem de seus pais. O preceito de honrar os pais é a condição básica da perpetuidade do Povo de Israel. Além dos pais proporcionarem a existência física dos filhos, eles se transformaram na
“corrente” que conecta os filhos ao passado do povo e dos ensinamentos da Torá; logo, eles
também transmitirão aos seus filhos. Sem esta conexão de “pai e filho”, desconectaria o passado do futuro e o Povo de Israel
terminaria. Portanto a Torá frisou que o respeito aos pais é uma condição para a permanência em Israel. Cada nova geração na terra de Israel sabe que o sucesso do presente depende da fiel conexão ao passado. A nova geração somente poderá prosperar se receber com vontade e honra a história de seu povo e os ensinamentos da Torá através de seus pais. [Este capítulo foi baseado nos ensinamentos do Sábio R.S. Hirsh, Devarim 5, 16; 11, 12; 27, 9; Shemot 20, 12] “A Fórmula da Riqueza”
Dois amigos estavam passando por sérias dificuldades financeiras e resolveram procurar uma fórmula para solucionar os problemas 'uma vez por todas'. Armando: “Meu caro amigo Diego, eu tive uma ideiabrilhante!” Os nossos problemas estão para terminar. Poderemos resolver todos os problemas e ainda ficaremos milionários!” Diego: “Me parece um bom começo. Pode seguir!” Armando: “Vamos criar uma seita... Atrairemos muitos fiéis e pregaremos conceitos “divinos” e ganharemos muito dinheiro!” Diego: “Me parece uma inspiração 'divina'!” Armando: “Isso mesmo. Assim ficaremos ricos e famosos!” Diego: “Só falta um 'detalhezinho'... Como começar?” Armando: “Muito simples, vamos escrever um texto bonito com mensagens profundas e dizer que ele é Divino; depois organizamos encontros e convenceremos a todos nos entregar os dízimos além de doações esporádicas para a 'organização'!” Diego: “O quê vamos escrever neste texto para convencê -los de sua 'veracidade'?” Armando: “Vamos escrever que D'us Se revelou para nós e nos orientou...” Diego: “Quem vai acreditar nesta idiotice?” Armando: “Vamos dizer que D'us Se revelou perante várias pessoas! Uma multidão!” Diego: “Mas ninguém vai acreditar nisso... Um va i perguntar ao outro e ninguém vai confirmar! Não saiu nas notícias e ninguém ouviu falar sobre isso. Então, quem vai acreditar? Só a tua mãe, ela acredita em tudo o que você fala!” Armando: “Pense um pouco! Nós falaremos que este evento ocorreu há muitos anos atrás... Vamos falar que aconteceu já há 1000 ou 3000 anos! Ninguém poderá provar o contrário!” Diego: “Como não? Existem registros, escavações, culturas... Você acha que algo tão impressionante não estará de alguma forma registrado na história?” Ar mando: “Então, nos resta somente uma maneira...” Diego: “Qual?” Armando: “Vamos fazer como todos fazem... Falaremos que nós recebemos a palavra de D'us. Só nós dois. Depois começaremos a convencer novos adeptos. Poderemos começar oferecendo cargos importantes para algumas pessoas e depois utilizar de alguns truques para impressionálos...” A permanência do judaísmo é uma ameaça à veracidade das outras religiões. O único local que argumenta uma grande revelação aos olhos de milhões de pessoas é a Torá. Como alguém poderia se atrever em escrever que o mundo inteiro presenciou algo que não existiu? Quem acreditaria em tremendo absurdo que ninguém escutou falar dele? Este é o