Morte e Sobrevivência Max Scheler Textos Filosóficos Director da Coleqção: ARTR M!RA! "rofessor no De#arta$ento de Filosofia da Fac%ldade de Ciências &%$anas da niversidade Católica "ort%'%esa () Cr*tica da Ra+ão "r,tica (nirnan%e( -arit .) /nvesti'ação sobre o 0ntendi$ento &%$ano D vid &%$e 1) Cre#ac%lo dos *dolos tis Friedrich 2iet+che 3) Disc%rso de Metof*sica 4va(fri5d 6hilhe/rri 7eibni+ S) !s "ro'ressos da Metal*sica lintrian%el -ant 8) Re'ras #ara a Direcção do 0s#*rito Rene Descartes 9) F%nda$entação da Metaf*sica dos Cost%$es /nirrian%el -arit ) A /deia da Feno$enoló'ia 0d$%nd &%sserl ;) Disc%rso do Mista 0x#licativo da Minha !bra co$o 0scritor Soren -ier?e'aard =@ (() A Filas
$na /dade Tr,'ica dos 4re'os
Friedrich 2iet+che (.) Carta sobre TolerBncia ohn 7oc?e (1) "role'ó$enos a Toda a Metaf*sica "%ra
/$inan%el -ari (3) Tratado da Refor$a
do 0ntendi$ento
ento de 0s#inosa ( S) Si$bolis$o: Se% Si'nificado@ e 0feito Alfired 2orth 6hitehead (8) 0nsaio Sobre os Dados /$ediatos da Consciência &enri er'sort (9) 0nciclo#ida Ltica 4eor' 6ilhehr Friedrich &e'el 1() /ntrod%ção &istória da Filosofoi
4eor' 6illidJo Friedrich &e'd 1.) As Conferências de "aris 0d$%nd &%sserN 11) Teoria das Conce#çOes do M%ndo 6ilhei$ DiftheP 135 A Reli'ião no@
7i$ites da Si$#les RaIão
hnrnan%eN -ani 1K) 0nciclo#
T*t%lo ori'inal: Tod %nd Fortleben = desta trad%ção: Carlos Mor%Qão e 0diçOes 9= Trad%ção: Carlos Mor%Qão Ca#a de 0diçOes 9= Revisão ti#o'r,fica dos serviços de 0diçOes 9= De#ósito 7e'al n) 8 13;;1 /S2 ;9.I33I=;(I3 Todos os direitos reservados #ara l*n'%a #ort%'%esa #or 0diçOes 9=@ 7da)@ 7isboa I "!RT4A7 0D/0S 9=@ 7DA) I R%a 7%ciano Cordeiro@ (.1I.) I (=== 7isboa Telfs): 1(K 9 K. 1(K 9 K1 Fax: 1(K 3 .; 0sta obra est, #rote'ida #ela 7ei) 2ão #ode ser re#rod%+ida@ no todo o% e$ #arte@ q%alq%er q%e seQa o $odo %tili+ado@ incl%indo fotocó#ia e xerocó#ia@ se$ #r
Max SC&070R M!RT0 0 S!R0>/>V2C/A ediçOes 9=
"R0FWC/! Morte e Sobrevivência@ q%e aq%i se #%blica #ela #ri$eira ve+ e$ trad%ção #ort%'%esa@ reGne %$ conQ%nto de textos de Max Scheler@ c%Qa elaboração e #róxi$a #%blicação o a%tor #or diversas ve+es an%ncio%@ $as q%e #er$anecera$ inol) () erna@ Franc? >erla'@ (;K9@ estes textos re#rod%+e$ %$ $an%scrito de (;((I(.( consideravel$ente alar'ado e$ (;(1I(3@ #arcial$ente dactilo'rafado e #osterior$ente revisto #elo a%tor "oss%e$@ #or isso@ %$ car,cter fra'$ent,rio@ co$o se notar, #or al'%$as re#etiçOes e %$ o% o%tro desli+e de sintaxe) !s a#êndices A e q%e co$#leta$ esta edição data$ de (;(8 e@ #ossivel$ente@ destinava$Ise a %$a obra q%e Scheler #ensava escrever na alt%ra e a q%e dera o t*t%lo de Der Sinn des Todes) Reflecte$ Q, %$a evol%ção do #ensa$ento do a%tor e inte'ra$Ise nas s%as #reoc%#açOes da alt%ra@ no$eada$ente no q%e se refere s disc%ssOes e$ torno do #roble$a das Xconce#çOes do $%ndoY)
A#esar do se% car,cter inacabado %$a $es$a ( ZP ( #reoc%#ação %nifica estes textos: a tentativa de rec%#erar %$ sentido #ara a $orte@ q%e i$#eça a s%a transfor$ação e$ aconteci$ento $era$ente catastrófico@ o% a s%a dissol%ção no anoni$ato de %$ X$orreIseY indiferenciado@ e$ q%e < se$#re o Xo%troY q%e $orre e e$ q%e@ q%ando ela na s%a e$inência $e a$eaça@ so% Q,@ de certo $odo@ se'%ndo a bela ex#ressão do a%tor@ o o%tro de $i$ $es$o) L nesta sit%ação q%e@ co$o Scheler refere co$ h%$or@ a certe+a da #róxi$a $orte se asse$elha concl%são de %$ silo'is$o: Z $orrer, #orq%e todos os o%tros ho$ens $orrera$ antes dele@ lo'o@ todos os ho$ens são $ortais) Co$#reendeIse q%e a #osição do a%tor se inscreva a contr,rio na atit%de do$inante dos te$#os $odernos@ e$ q%e a existência se encontra s%b$etida ao i$#
#ró#ria $orte < refa+er@ existindo@ a a$bi'%idade do te$#o E< tornar a existência te$#o e nã o $era s%cessão de instantes@ vendo no $orrer a #ossibilidade f%t%ra se$#re #resente e@ de cada ve+@ adiada #elo #resente da existência) A vida co$o econo$ia da $orte: eis %$a das #rinci#ais e $ais #rof%ndas teses deste livro@ q%e visa@ do #rinc*#io ao fi$@ retirar $orte o car,cter de %$ si$#les ele$ento e$#*rico da ex#eriência de nós #ró#rios e dos o%tros@ i$#licandoIa essencial$ente nessa $es$a ex#eriência) $a Glti$a #alavra acerca da trad%ção do tit%lo: sobrevivência EFortleben e não i$ortalidade Ensterblich?eit escreve% o a%tor 2%$ ensaio de feno$enolo'ia da ex#eriência da $orte@ a i$ortalidade da al$a@ relevando de %$ do$*nio de ex#eriência co$#leta$ente diferente Ea certe+a q%e a f< te$ de si #ró#ria@ não < %$a tese #oss*vel de se defender = $es$o não acontece relativa$ente a %$ #roble$a be$ distinto: a saber@ o de deter$inar se o $odo co$o a #essoa se $anifesta nossa ex#eriência terrena es'ota todos os $odos #ossiveis da s%a existência co$o #essoa) Da res#osta ne'ativa a esta q%estão Etal < a #osição do a%tor res%ltar, a #ossibilidade de sere$ racional$ente I e necessaria$ente I ad$issiveis o%tros $odos de existência) Sendo assi$@ #ensa$os q%e a nossa decisão de trad%ção se encontra #lena$ente Q%stificada) CAR7!S M!R\!
Desa#areci$ento da crença na sobrevivência da #essoa Aq%ilo q%e #ertence esfera da crença reli'iosa nasce no B$bito da história@ cresce@ definha e $orre) 2%nca ser, estabelecido $aneira de %$a #ro#osição cient*fica@ #rovado e@ $ais tarde@ ref%tado) A o#inião ainda hoQe $%ito dif%ndida se'%ndo a q%al a a#licação intelect%al e os #ro'ressos da ciência se$#re arr%inara$@ atrav
cient*fico de %$a <#oca@ nos se%s $
/'reQa@ #ois o se% editor@ q%e@ n%$ #ref,cio escrito a#ós a $orte de Co#
$inani X#ro'ressos da ciênciaY) Mas a ciência cost%$a ser a#enas o coveiro e não o ca%sador da $orte de %$a crença reli'iosa) &, reli'iOes q%e nascera$@ q%e se extin'ira$ e $orrera$^ não fora$ #rovadas ne$ de$onstradas) Seria certa$ente %$ 'rande erro #ensar q%e o desa#areci$ento da crença na i$ortalidade res%ltaria de ca%sas tais co$o a descoberta@ #or -arit@ do car,cter errado e inconcl%sivo das #rovas da i$ortalidade dadas #ela $etaf*sica racional do s(((^ o% co$o o facto de a anato$ia e fisiolo'ia do c
s%#ostos d%alistas@ se'%ndo os q%ais a al$a < %$a s%bstBncia a%tóno$a e #er$anente@ e$ acção rec*#roca co$ o cor#o e co$#ortandoIse e$ relação a ele co$o o #ianista co$ o #iano@ co$o concili,Ilos co$ q%alq%er %$a das cha$adas Xteor*as #aralelistasY) Recente$ente@ &%'o Mnsterber'@ nos se%s 0le$entos de "sicolo'ia@ de$onstro% #or$enori+ada$ente e saliento% co$ ra+ão q%e a observação@ descrição e ex#licação dos factos #s*q%icos n%nca #ode cond%+ir co$#rovação de %$a destas teorias e q%e@ #elo contr,rio@ te$ se$#re %$a delas co$o #ress%#osição) Aq%ilo q%e a filosofia a#resenta co$o X#rovasY da existência de %$a tal al$aIs%bstBncia #artic%lar@ da s%a si$#licidade e incorr%#tibilidade@ era$ Q, ta$b<$@ antes de -ant@ confir$açOes #osteriores do conteGdo de %$a int%ição i$ediata e de %$a ex#eriência de vida não reflectida^ a necessidade de tais #rovas a#enas se fa+ia sentir na $edida e$ q%e a clare+a e a nitide+ desta int%ição se desvanecia e aq%ela ex#eriência de vida cond%+ia a o%tros conteGdos@ devido #ró#ria $odificação da direcção da vida) A #rova $ais evidente desta afir$ação < o facto de ter havido na história@ e de ainda haver@ n*veis de c%lt%ra no interior dos q%ais a aceitação da sobrevivência e da i$ortalidade não < dada@ de for$a al'%$a@ n%$ acto #artic%lar de XfY@ ne$ $%ito $enos a#areI ce co$o al'o q%e necessita de de$onstração@ $as re#resenta@ verdadeira$ente@ %$a #arte da Xvisão nat%ral do $%ndoY@ se'%ndo a q%al@ #or exe$#lo@ q%alq%er indiv*d%o est, hoQe convencido da existência do Sol) "ara o #ovo indiano@ antes do a#areci$ento de %da@ a sobrevivência era %$a XconvicçãoY deste ti#o@ sob a for$a de int%ição de %$a X#ere'rinaçãoY infinita da al$a e do se% incessante nasci$ento) A #oderosa inovação de %da e dos se%s #redecessores consisti% no facto de se atrever a afir$ar q%e havia %$a $orte Ecoisa q%e nin'%<$ tinha o%vido at< então@ q%er (K
di+er@ havia %$ fi$@ %$ t
aq%ela !rde$ o% t*t%lo^ ve$os@ a #artir destes factos e de $ilhares de o%tros idênticos@ q%e o $odo co$o a existência dos $ortos < dada aos vivos $ostra %$a for$a de consciência total$ente diferente daq%ela q%e < cha$ada na 0%ro#a Xcrença na sobrevivência dos $ortosY) 2ão se trata da Xf
to@ tal co$o as q%e são fornecidas #elas reflexOes $era$ente cient*ficas sobre ele) 0 deve$os diri'iIlo #ara o $odo e a for$a #rinci#ais co$o o ho$e$ $oderno int%i e ex#eri$enta a s%a #ró#ria vida e a s%a #ró#ria $orte) Res%lta@ então@ esta sit%ação #ri$eira vista notãvel: o q%e < deter$inante #ara o desa#areci$ento daq%ela crença na sobrevivência não <@ e$ #ri$eiro l%'ar@ a nova relação #artic%lar do ho$e$ co$ a q%estão de saber se contin%ar, a existir a#ós a s%a $orte@ ne$ do q%e haver, a#ós a s%a $orte@ ne$ q%al o destino q%e a* lhe est, reservado@ $as@ #elo contr,rio@ a relação do ho$e$ $oderno co$ a s%a #ró#ri acredita na $%ltidão e@ #or esse
)a $orte) = ho$e$ $oderno
facto@ não acredita $ais na sobrevivência@ o% n%$a s%#eração da $orte #or $eio da sobrevivência@ dado q%e Q, não vê $ais diante de si a s%a $orte de %$a for$a int%itiva^ dado q%e Q, não vive Xface a faceY co$ a $orte) !%@ dito co$ $ais ri'or@ dado q%e@ #elo se% $odo de vida e #elo se% ti#o de oc%#açOes@ re#ele #ara fora da +ona de claridade da s%a consciência o facto int%itivo@ contin%a$ente #resente na nossa consciência@ de q%e a $orte < certa #ara nós@ at< s%bsistir a#enas %$ saber $era$ente Q%dicativo: $orre) !ra@ onde a #ró#ria $orte não < dada de for$a i$ediata e onde o se% s%r'i$ento < dado co$o %$ saber Q%dicativo e ocasional@ deve ta$b<$ desvanecerIse a ideia de %$a s%#eração da $orte #ela sobrevivência) = ti#o Xhorne$ $odernoY não se det<$ #or $%ito te$#o diante da sobrevivência@ sobret%do #orq%e@ no f%ndo@ ne'a a essência e o ser da $orte) (
0ssência e Xteoria do conheci$entoY da $orte "ara f%nda$entar a tese q%e se acabo% de ex#or < necess,rio anteci#ar al'%$a coisa sobre a essência e Xteoria do conheci$entoY da $orte@ q%er di+er@ entrar na q%estão sobre o q%e < a $orte@ co$o < q%e ela nos < dada e q%e ti#o de certe+a te$os acerca dela) 0xiste hoQe a ideia $%ito div%l'ada de q%e a nossa certe+a acerca da $orte < %$ $ero res%ltado da ex#eência exterior@ a#oiada na observação e na ind%ção@ da $orte dos o%tros ho$ens e dos seres vivos q%e nos rodeia$) De acordo co$ este #onto de vista@ al'%<$ q%e n%nca tivesse notado o% q%e n%nca tivesse o%vido di+er q%e os or'anis$os deixa$ de a#resentar@ ao fi$ de %$ deter$inado te$#o@ as Xex#ressOes vitaisY q%e anterior$ente lhes era$ #ró#rias e q%e@ final$ente@ se transfor$arão n%$ Xcad,verY o% se deI sinte'rarão@ nã o #oderia ter nenh%$ saber da $orte ne$ dis#or da s%a #ró#ria $orte) 0sta ideia@ q%e transfor$a o conceito de $orte n%$ conceito 'en
o% $odo q%e a $orte a alcançaria@ $es$o q%e fosse o Gnico ser vivo sobre a Terra^ sabêIloI*a $es$o q%e n%nca tivesse visto o%tros seres vivos sofrer aq%ela transfor$ação q%e cond%+ ao a#areci$ento do cad,ver) Talv ad$ita isto@ $as #ara estabelecer q%e@ caso@ haveria@ todavia@ obI
s
si serv si lar da s%a #ró#ria vida q%e tornaria q%alq%er #essoa o fi$ do se%
si lY
e*ro
roce t e$ fa+ a ex#eriência do enveI ( eci e ciona ta$b<$@ inde#endente$ente desta $anifestação de enfraq%eci$ento das s%as forças e dos res%ltados do adoecer e das doenças@ deter$inados aconteci$entos q%e@ no se% desenvolvi$ento #osterior@ lhe deveria$ s%'erir o #ressenti$ento do fi$ do se% #rocesso vital) "or ve+es@ < %$ forte senti$ento q%e o força a abandonar o contexto de sentido e de finalidade da s%a vida des#erta e a $er'%lhar no sono e no sonho^ deve fa+êIlo@ e$bora co$ isso #erca $etade da s%a vida) A#enas necessita co$o q%e de #rolon'ar a direcção da c%rva q%e lhe fornece cada %$a destas ex#eriências do envelheci$ento@ da doença e do sono@ #ara concl%ir q%e no se% ter$o se encontra a ideia da $orte) Mas esta re#resentação ta$b<$ não < s%ficiente #ara resolver o #roble$a) "orq%e@ de onde < q%e o ho$e$ retira o saber de q%e esta c%rva não #rosse'%e ili$itada$ente neste rit$o_ 2ão < a#enas na observação e na recordação co$#arativa de diferentes fases da vida@ acrescentandoI lhe %$a tal anteci#ação artificial de %$ final Xveros*$ilY@ q%e se encontra o $aterial daq%ela certe+a@ $as Q, e$ cada #eq%ena Xfase da vidaY@ #or $ais #eq%ena q%e seQa@ na estr%t%ra da s%a ex#eriência) ( # h Certa$ente q%e o ho$e$ não necessita de ter constr%*do nenh%$ conceito #artic%lar da $orte) 0ste XsaberY ta$b<$ não cont<$ nada dos fen]$enos an*$icos o% cor#orais q%e #recede$ a $orte@ nada de .=
todos os #oss*veis $odos da s%a reali+ação@ nada sobre ca%sas e efeitos) Mas se se se#arar clara$ente a Xideia e essênciaY da #ró#ria $orte de todos aq%eles conheci$entos q%e@ de facto@ a#enas se obtê$ #or ex#eriência@ verIseI, então q%e esta ideia acerca dos ele$entos constit%tivos não #ertence so$ente nossa consciência@ $as@ na verdade@ a q%alq%er consciência vital) "ertence@ de facto@ q%eles ele$entos f%nda$entais da ex#eriência q%e são #artic%lar$ente dif*ceis #ara %$a int%ição isolada e q%e@ #ara a nossa reflexão@ s%r'e$ a#enas co$o q%alq%er coisa de #artic%lar se conse'%ir$os abstra*Ilos #or $eio de %$a es#ere$os então@ ao $es$o te$#o q%e %nia sin'%lar diferença entre a$bas@ o excedente e$ conteGdo da int%ição q%e aq%ela ex#eriência in'
o o%tro lado das coisas contornandoIas@ tal co$o o indiv*d%o nor$al q%e ad$ite q%e a coisa < al'o de efectivo Eco$ a incl%são dos se%s o%tros lados) "ara ele@ #elo contr,rio@ a existência dos o%tros lados tornaIse Q, o conteGdo de %$a $era es#era) /$a'ine$os q%e@ de re#ente@ a Xs%bstBncia $aterialY q%e aco$#anha se$#re %$ obQecto #erce#cionado@ #or exe$#lo@ %$a esfera@ < aniq%ilada^ então < certo@ co$o di+e$ Mill e er?eleP@ q%e@ ne$ #osição@ ne$ s%#ressão de %$a tal s%bstBncia@ #or $eio do #ensa$ento@ se li'a q%alq%er $odificação do conteGdo sens*vel da nossa #erce#ção@ $as antes %$a variação na nossa ex#eriência) "orq%e@ de facto@ encontra$os no fenó$eno então res%ltante %$ Xfl%t%arY co$o q%e inconsistente das cores e for$as ainda dadas q%e@ e$ co$#aração co$ o conteGdo da nossa #erce#ção in'
#ontos de vista #artic%lar$ente i$#ortantes #ara a res#osta) Aq%ilo a q%e cha$a$os XvidaY@ e$ sentido bioló'*co@ a#resentaI seInos co$o %$ Gnico e $es$o facto@ sob dois as#ectos: co$o %$ 'r%#o defenó$enos #ec%liares de for$a e de $ovi$ento@ na #erce#cão exterior de ho$ens@ ani$ais e #lantas@ e co$o %$ cor#o@ co$o %$ #rocesso dado n%$ #artic%lar $odo de consciência@ q%e se desenrola na base de %$a constante essencial$ente X#resenteY@ a saber@ o cor#o@ co$o #anoIdeIf%ndo de todas as cha$adas i$#ressOes or'Bnicas@ e q%e < dado n%$ #ec%liar $odo de consciência) DiriQa$os@ #ri$eiro@ o nosso olhar #ara este Glti$o facto) SeQa o q%e for q%e este #rocesso contenha@ q%alq%er q%e seQa I no te$#o obQectivo I a s%a d%ração@ cont<$@ e$ cada $o$ento indivis*vel do se% dec%rso@ %$a for$a e estr%t%ra #ec%liar@ q%e #ertence s%a essência) U%e@ Q%sta$ente #or isso@ deve ser a $es$a@ não só #ara o ho$e$ e todos os seres vivos terrestres@ $as #ara todos os seres vivos #oss*veis e$ 'eral) T%do de#ende do facto de observar$os correcta$ente esta estr%t%ra@ inde#endente$ente de todos os acessórios individ%ais e de ver$os se a essência da $orte não est, Q, #resente nela) Se for assi$@ a $orte não se encontra so$ente no fi$ do #rocesso@ $as no fi$ est, a#enas a reali+ação $ais o% $enos ocasional desta XessênciaY q%e < a X$orteY) 2o fi$@ #ortanto@ não est, so$ente o #%ro q%ê da #ró#ria $orte@ $as so$ente o se% ocasional Xto$arIse $orteY@ a s%a efectivação e$ relação a este o% q%ele indiv*d%o) A ser assi$@ dever*a$os di+er: a $orte < %$ a #riori de toda a ex#eriência de observação o% ind%tiva@ relativa$ente ao conteGdo $%t,vel de cada #rocesso vital) A estr%t%ra de cada fase ocasional E#ont%al do #rocesso vital cont*n%o e da consciência interna dele@ .1
cont<$ a'ora três di$ensOes #ec%liares do conteGdo q%e se encontra e$ cada fase) 0stas di$ensOes são o #resente@ o serI#assado e o serIf%t%ro i$ediato de q%alq%er coisa@ Z@ @ Ede conteGdo vari,vel^ nelas encontra$Ise três diferentes $odos de actos corres#ondentes@ nos q%a*s estes Z@ @ são dados: #erce#ção i$ediata@ recordação i$ediata e es#era i$ediata) 0$ cada #oss*vel conce#ção de %$a coisa@ de %$ #rocesso@ de %$ $ovi$ento@ de %$a $odificação da nat%re+a@ tal co$o e$ cada ex#eriência interna de %$a cha$ada vivência #s*q%ica@ estão contidas estas três di$ensOes e os actos q%e lhes #ertence$) 0les são total$ente diferentes de todas as #erce#çOes@ recordaçOes e es#eras $ediatas@ reali+adas #or $eio de %$ racioc*nio o% de %$a re#rod%ção o% associação $ediadora) = facto de ter$os %$ #assado@ o% o facto de ter$os %$ f%t%ro@ não < a#enas aberto o% $era$ente avaliado tendo #or base as f%nçOes si$bólicas das cha$adas Xi$a'ens de es#eraY o% Xi$a'ens de recordaçãoY q%e estaria$ contidas@ e$ #ri$eiro l%'ar@ no XserI #resenteY^ #elo contr,rio@ ex#eri$enta$os e ve$os e$ cada $o$ento indivis*vel do nosso #erc%rso vital Xq%alq%er coisa a f%'irY e Xq%alq%er coisa a a#roxi$arIseY) Al<$ disso@ tanto o conteGdo da recordação i$ediata co$o o conteGdo da es#era i$ediata < dado co$o efectivo na nossa vivência #resente Ee não de ante$ão co$o re#resentação) Mas observe$os co$ atenção a relação desta estr%t%ra co$ o te$#o obQectivo@ #ara onde I e$ #ri$eiro l%'ar I transferi$os as coisas $ortas e os aconteci$entos@ q%e a $ecBnica define e q%e a astrono$ia e a teoria da l%+ $ede$ co$ a aQ%da do es#aço: neste te$#o não se encontra nenh%$ vest*'io da estr%t%ra da realidade viva) 2o e#os do te$#o obQectivo E#er$*taIseInos a %tili+ação desta i$a'e$ não a#arece o car,cter dra$,tico dessa estr%t%ra) 2ão fa+ nenh%$ sentido afir$ar se %$a tal eq%ação $ecBnica est, no .3
#assado o% no f%t%ro) Desloq%e$os #ara $ais adiante@ no te$#o obQectivo@ o cor#o de %$ ser vivo Ea carne@ tal co$o o deve$os fa+er^ de for$a al'%$a o conteGdo se re#arte e$ serI#assado@ serIf%t%ro e serI#resente@ n%$a #l%ralidade de $o$entos obQectivos do te$#o obQectivo@ $as@ e$ cada indivis*vel $o$ento de te$#o@ est, #resente a totalidade do conteGdo@ assi$ re#artida: T Etotalidade g ""rF) Mas cada %$a destas #artes te$ a'ora %$a extensão E" te$ 0@ "r te$ 0/) F te$ 0 . ) 0 nestas extensOes q%e se divide a res#ectiva extensão total T do te$#o vivido e$ cada $o$ento do te$#o obQectivo) 0sta XextensãoY total a%$enta co$ a evol%ção do ho$e$) = olhar da #%ra int%ição abran'e@ e$ cada $o$ento@ esta extensão total T e$ cresci$ento e o se% conteGdo e$ $%dança) Mas < esta extensão total q%e@ co$ o #ro'resso obQectivo do #rocesso vital@ se divide nova$ente n%$a direcção caracter*stica@ direcção essa q%e a#resenta de novo %$ es#ec*fico dado vivência) A a$#lit%de de conteGdo na extensão deste #assado " e a efectividade #osterior@ i$ediata$ente vivida@ deste conteGdo #assado@ cresce incessante$ente@ enq%anto@ ao $es$o te$#o@ a a$#lit%de de conteGdo na extensão do f%t%ro i$ediato F e a efectividade deste conteGdo decresce$ incessante$ente) Mas a extensão do serI#resente tornaIse@ cada ve+ $ais acent%ada$ente@ co$o q%e Xco$#ri$idaY entre a$bas as extensOes) "ortanto@ co$ o a%$ento da q%antidade de vida q%e < dada e$ cada $o$ento co$o vivida e co$ a s%a efectividade #osterior@ di$in%i a q%antidade do #oder viver@ tal co$o ele existe na esfera i$ediata de vida) As extensOes do serI#resente feno$enal torna$`se@ assi$@ de %$ $o$ento obQectivo de te$#o #ara o%tro@ cada ve+ $ais #eq%enas@ e$bora o conteGdo total se alar'%e@ co$o $%ito clara$ente acontece e$ diversas e #erce#t*veis fases diferenciadas da vida: #ara a criança o #resente .K
< %$ lar'o e claro #lano do ser $ais variado) Mas este #lano di$in%i co$ cada #ro'resso do #rocesso vital) TornarIseI, cada ve+ $ais estreito@ cada ve+ $ais co$#ri$ido@ entre a efectividade #osterior e a efectividade #assada) "ara o Qove$ e o adolescente@ o f%t%ro ofereceIse co$o %$ ca$inho brilhante@ lon'o e claro@ estendendoIse a #erder de vista^ < %$ es#açoIdeIQo'o de 'randes #ro#orçOes@ sob a for$a vivencial do X#oder viverY@ no q%al deseQos@ ansiedades e fantasias re#resenta$ $ilhares de for$as) Mas@ co$ cada $o$ento de vida q%e < vivido e dado co$o vivido na s%a efectividade i$ediata@ estreitaIse de for$a sens*vel este es#aço de Qo'o da vida q%e ainda se #ode viver) = es#açoIdeIQo'o do se% #oder viver di$in%i e$ #oder e e$ ab%ndBncia e o #eso da efectividade i$ediata tornaIse $aior L este o $otivo #orq%e@ inde#endente$ente dos ar'%$entos ló'icos a favor o% contra ele@ o deter$inis$o@ #ara os $ais velhos I se'%ndo a ex#ressão de 6indelband I est, $ais #róxi$o q%e a do%trina da liberdade) 0 < Q%sta$ente isto q%e di+ &enri er'son q%ando@ na s%a investi'ação sobre filosofia da biolo'ia@ se a'arra i$a'e$ #o%co co$#reendida se'%ndo a q%al o #assado corno q%e $orde o f%t%ro@ cada ve+ co$ $ais força) Re%na$os a'ora e %nifiq%e$os n%$a Gnica #ers#ectiva aq%ilo q%e foi a#resentado) 2ão sa*$os de %$ Gnico $o$ento de vida no interior do te$#o obQectivo I e q%e não dever, ser o nasci$ento o% a $orte I@ não co$#ara$os@ ne$ ind%+i$os^ dete$oI nos a'ora na s%a estr%t%ra) 0ntão@ ve$os ainda@ e$ q%alq%er desses $o$entos@ a direcção tendencial da $%dança relativa de a$#lit%de de extensão@ q%e < #ró#ria da extensão total crescente T da vida) 0 esta direcção < %$a absorção constante do q%e < #oss*vel viver co$o f%t%ro de vida dis#on*vel@ atrav
do serIf%t%ro e %$a crescente consciência diferencial de a$bas as extensOes a favor da extensão do serI#assado) 2esta estr%t%ra diferencial de cada $o$ento vital ex#eri$entado existe a'ora a vivência da direcção desta $%dança@ q%e #ode ser cha$ada ta$b<$ vivência da direcção da $orte) Mes$o q%e não not,sse$os a nossa idade@ ne$ #ela #erce#ção externa das nossas r%'as e cabelos brancos@ ne$ #ela $odificação das nossas sensaçOes vitais E#or exe$#lo@ #ela s%a di$in%ição@ ter*a$os ainda a certe+a dela #or $eio desta vivência) "orq%e %$a coisa < certa: se a q%antidade total da vida contin%a$ente dada estivesse de tal $odo re#artida q%e a a$#lit%de da extensão do f%t%ro se tornasse n%la@ estaria assi$ nat%ral$ente dado o q%e acontece co$ a $orte nat%ral) 0 o $otivo de isto acontecer reside@ #recisa$ente@ se'%ndo %$a necessidade essencial@ nesta vivência da direcção) Reside@ se'%ndo %$a necessidade essencial@ e$ cada ex#eriência #oss*vel da vida #essoal@ de for$a total$ente inde#endente da or'ani+ação do vivente e de q%alq%er conteGdo o% de q%alq%er estr%t%ração deste #rocesso e$ fases Eco$o acontece co$ a infBncia@ #%berdade@ cresci$ento o% de#ereci$ento h%$anos@ q%e se altera$ de es#
$ento@ a essência do XenvelhecerY@ q%e não existe #ara o $%ndo inor'Bnico e q%e@ seQa q%al for o $odo co$o < dada@ est, #ress%#osta e$ q%alq%er q%estão acerca das ca%sas do envelheci$ento e das s%as $odalidades de a#areci$ento@ U%ase não < #reciso di+er q%e o envelheci$ento < al'o de co$#leta$ente diferente da $era d%ração de %$a coisa no te$#o obQectivo) As coisas inani$adas não Xenvelhece$Y e$ sentido ri'oroso e q%ando fala$os do envelheci$ento da Terra@ o% do envelheci$ento de %$a casa@ o% de %$a Xrocha q%e se desa're'o%Y@ concebe$os invol%ntaria$ente todas estas coisas co$o $ais o% $enos vivas@ o% relacionadas co$ valores vitais) Se indicar$os a idade de %$ indiv*d%o e$ nG$eros@ esta artificial indicação da idade Eco$o $e atrevo a cha$arIlhe te$ $%ito #o%co a ver co$ a s%a idade nat%ral) "orq%e a s%a idade nat%ral < so$ente a fracção da s%a vida q%e Q, vive%@ e$ relação co$ a s%a $orte nat%ral vindo%ra q%e@ se'%ndo o X*$#eto totalY $%t,vel da vitalidade de cada %$@ #ode ser $ais o% $enos adiada e$ nG$ero de anos) Co$o cada es#
q%alq%er saber acerca do dia do se% nasci$ento e do nG$ero de anos q%e vivera at< então) S%#onha$os a se'%inte ex#eriência: tal indiv*d%o não via q%e lhe a#arecia$ sinais exteriores do se% envelheci$ento^ ad$ita$os $es$o I e isto acontece #arcial$ente@ %$a ve+ #or o%tra I q%e ele estava anestesiado contra todas as sensaçOes or'Bnicas e@ #ortanto@ ta$b<$ contra sensaçOes co$#lexas@ co$o a sensação de cansaço^ s%#onha$os q%e n%nca estivesse doente) "er'%nto: este ho$e$ não teria@ então@ nenh%$a consciência da s%a idade_ Res#ondo: si$@ teria^ #oss%iria Ea#esar de não ter q%alq%er $edida #ara a s%a idade@ todavia@ %$a consciência dela^ e #oss%iI laIia no senti$ento da s%a vida@ c%Qo *$#eto I %$ senti$ento q%e@ de for$a al'%$a@ se identifica co$ as s%as sensaçOes or'Bnicas $%t,veis@ o% co$ a so$a de todas elas I estaria li'ado@ #or %$ lado@ co$ a vivência da orientação e$ direcção $orte e@ #or o%tro@ co$ a relação q%e existe@ e$ cada caso@ entre a s%a esfera de recordação i$ediata e a s%a esfera de es#era) 0 < so$ente esta idade nat%ral assi$ vivida@ esta s%a idade@ q%e < o f%nda$ento int%itivo Glti$o do conceito de XidadeY e$ 'eral) 2ã o < relativo@ co$o cada $edida conce#t%al da idade@ < al'o de absol%to@ q%e todas as deter$inaçOes de idade@ consistentes e$ crit
o%tros@ e isto tanto do interior co$o do exterior) 0la não < %$ q%adro q%e < ocasional$ente acrescentado i$a'e$ de #rocessos #s*q%icos o% fisioló'icos isolados@ $as %$ q%adro q%e #ertence a essa #ró#ria i$a'e$ e se$ a q%al ela não seria a i$a'e$ de %$a vida) Retire$os Eco$o ex#eriência $ental de q%alq%er fase da nossa vida a certe+a int%itiva da $orte^ co$o conseq%ência@ res%ltaria i$ediata$ente %$a atit%de diante de todo o f%t%ro q%e Q, não teria $ais q%alq%er se$elhança co$ a nossa atit%de efectiva) >er*a$os então a nossa #ró#ria vida diante de nós co$o %$ #rocesso q%e avançaria constante$ente e@ #or nat%re+a@ ili$itado^ e cada %$a das nossas v*vências e$#*ricas seria vista@ devido a%sência de #ers#ectivas da nossa esfera de es#era@ co$o diferente e cada co$#orta$ento nosso seria@ neste caso@ diferente e$ relação q%ilo q%e de facto <) Mas %$ #rocesso deste ti#o não #er$itiria ta$b<$ a#resentar@ na ex#eriência externa@ a %nidade e a totalidade se$ as q%a*s a ex#eriência sens*vel e a observação de cores@ linhas e for$as não #ode$@ de for$a al'%$a@ tornarIse o sinal de %$ #rocesso vital) $ #rocesso deste ti#o $ist%rarIseIia contin%a$ente co$ todos os o%tros #rocessos ao se% redor e n%nca se destacaria co$o #recisa$ente o fa+ aq%ela %nidade de d%ração q%e #ertence nat%re+a de %$ #rocesso vital) Mas não < assi$ q%e vive$os a nossa vida o% a dos o%tros@ e $al #oder*a$os i$a'inar h, %$ $in%to atr,s q%e a viver*a$os assi$) "elo contr,rio@ a nossa vida est,Inos interior$ente #resente@ e$ cada $o$ento@ co$o %$a totalidade fechada@ sob c%Qo f%ndo a#arece$ todas as vivênc*as e destinos #artic%lares) 0 est, ela #ró#ria #resente inde#endente$ente do envelheci$ento@ e$bora não o esteQa$ ne$ o $o$ento ne$ o $odo do se% fi$) Da $es$a for$a@ te$os #er$anente$ente #resente a efectividade do niverso co$o %$ todo@ #or $ais #eq%eno q%e seQa o ele$ento do $%ndo q%e 1=
#erce#ciona$os co$ os sentidos@ no $o$ento #resente) 0 co$o esta consciência %nificada do $%ndo e da realidade não deve ser n%nca recond%+ida a %$a $era Xli'açãoY #osterior de cada conteGdo #erce#tivo isolado@ $as constit%i o #ano`deIf%ndo int%itivo de cada #erce#ção@ #recisa$ente #or isso@ cada ex#eriência de vida q%e fa+e$os e$ nós $es$os a#areceInos sobre o #anoIdeIf%ndo de %$a %nidade vital fechada@ te$#oral$ente@ #ela frente e #or detr,s e@ enq%anto tal@ #resente e$ cada vivência) 2isto se baseia o facto de@ enq%anto tal@ a $orte não nos #oder fa+er frente@ #or nat%re+a@ co$o %$ aconteci$ento ocasional@ co$ o q%al esbarra$os co$o q%e #or acaso@ co$o se fosse %$ $%ro e$ q%e e$bate$os ca$inhando s esc%ras) Mes$o q%e@ #ara certas <#ocas históricas@ a $orte #areça ser efectiva$ente dada de %$ $odo se$elhante a este@ tal facto não < al'o q%e esteQa sit%ado na nat%re+a da consciência) "elo contr,rio@ re#o%sa n%$a ca%sa #artic%lar q%e desvia aq%ela certe+a nat%ral da $orte da atenção e do Q%*+o) "orq%e se a $orte@ #ela s%a #ró#ria nat%re+a@ não fosse dada senão co$o %$ tal X$%roY@ se consistisse a#enas n%$ es$a'a$ento do ser vivo #or est*$%los exteriores #reQ%diciais vida e #elas s%as conseq%ências@ não se #oderia de for$a al'%$a di+er q%e ela < %$ facto de q%e cada indiv*d%o #ode fa+er a ex#eriência) 0ntão@ seria de aceitar@ real$ente@ aq%ela ar'%ta #ro#osição dial
q%e fa+e$os co$ seres vivos diferentes de nós) Ta$b<$ aqbi a ex#eriência não consiste n%$ tal e$bater) = fen/J(eno da $orte #ode #erfeita$ente #rod%+irIse devido acção de %$a tal ca%sa destr%idora@ tal co$o < ta$b<5n #oss*vel@ exterior$ente@ co$o %$a $orte q%e se nianifesta co$o XcatastróficaY@ co$o q%ando al'%<$ 5 f%+ilado o% a#anhado #or %$ raio) Mas < necess,r5o q%e@ neste $es$o fen]$eno@ o li$ite #osto #ela niorte ao #rocesso vital seQa se$#re dado@ de al'%$ $odo@ co$o #osto #elo #ró#rio #rocesso vital) Cad a for$a viva distin'%eIse@ co$o for$a es#acial@ de todas as for$as inani$adas #elo facto de os se%s li$ites e$ relação ao $%ndo exterior e de as leis de $odificação destes li$ites@ e$ cresci$ento e $ovi$ento constante@ n%nca a#arecere$ definidos@ de for$a evidente@ a#enas atrav
co$ os cortes q%e #ode$os artificial$ente e ocasio` nal$ente fa+er@ co$ o nosso entendi$ento@ na contin%idade obQectiva dos #rocessos@ #ode ser concebido ora co$o Xdesa#areci$entoY ora co$o X#er$anênciaY) 0stes factos@ #recisa$ente@ são ex#ressos #or diversos #rinc*#ios de conservação) Mas a $orte a#resentaIseI nos co$o %$ desa#areci$ento absol%to de q%alq%er coisa q%e@ de for$a al'%$a@ #ode ser cons*derado co$o o s%r'i$ento de o%tra coisa) "or isso@ di+e$os q%e o #erecer q%e acontece co$ a $orte < ainda@ de certo $odo@ %$a acção@ %$ act%s do #ró#rio ser vivo) XMorrer a s%a #ró#ria $orteY < ainda %$ acto q%e #ertence socê fala da $orte co$o se ela fosse %$ acto de *nde#endência)Y Coethe res#onde: X= $o$ento da $orte E ))) encontraIse Q%sta$ente a* onde a $ónada #rinci#al re'%ladora alivia dos se%s #reciosos serviços todas as q%e at< então era$ s%as s%bordinadas) Tal co$o o nasci$ento@ encaro a $orte co$o %$ acto a%tóno$o desta $ónada #rinci#al@ E5%a essencia #ro#ria nos e total$ente desconhecida) 0 evidente q%e este acto sobrev<$ e$ ri'oroso acordo co$ %$a lei e não de $odo arbitr,rio e@ co$o < evidente@ não te$ a $*ni$a relação co$ actos vol%nt,rios)Y A#roxi$e$os ainda de 4oethe o $ais filosofica$ente consciente de 11
todos os 'randes biólo'os@ -arl 0rnest von acr^ freq%ente$ente@ ele d, a definição se'%inte: cha$a$Ise seres vivos q%eles seres q%e #ode$ $orrer) "oderseI, di+er ainda co$ %$ #o%co $ais de exactidão: os seres vivos são seres q%e nasce$ e $orre$ de $odo absol%to e não relativa$ente ao s%Qeito da observação@ tal co$o os seres inani$ados) $a investi'ação feno$enoló'ica $ais #rof%nda #er$itiria $ostrar q%e este facto Q, se encontra nofol?$ann saliento% q%e a $ecBnica co$#leta$ente errada de "latão q%e@ ao contr,rio do #rinc*#io de 4alile%@ aceitava o es'ota$ento do $ovi$ento inani$ado e@ #or esse $otivo@ fala da ext*nção do $ovi$ento de %$a #edra #osta e$ $ovi$ento^ e q%e@ $ais ainda@ a $ecBnica de Aristóteles@ q%e t%do define@ incl%sive o $ovi$ento inani$ado@ co$o Xreali+ação de %$a tendênciaY e distin'%e o $ovi$ento X#ara ci$aY do $ovi$ento X#ara baixoY Eo X$ovi$ento nat%ralY^ consiste$ e$ conceber o $ovi$ento inani$ado #or analo'ia co$ o $ovi$ento vital) = facto de o #rinc*#io do$inante desde Descartes conceber@ inversa$ente@ o $ovi$ento vital co$o %$a $%dança de l%'ar@ #or analo'ia co$ o $ovi$ento inani$ado@ não ser $enos errado do q%e a %nilateral visão or'anoló 'ica da nat%re+a@ o f%t%ro encarre'arIseI, de o $ostrar) L tocante ver e$ q%antos $ilhares de for$as@ no 13
dec%rso da história do ho$e$@ se cons%$o% a descoberta do fen]$eno da $orte co$o desa#areci$ento absol%to) Dos $ilhares de teste$%nhos@ $enciono a#enas %$ E) !s Diniça do 2ilo s%#erior canta$ deste $odo: 2o dia e$ q%e De%s crio% todas as coisas@ Crio% o Sol^ m o Sol nasce e #OeIse e re'ressa de novo) Crio% a 7%a@ m a 7%a nasce e #OeIse e re'ressa de novo) Crio% as estrelas@ m as estrelas nasce$ e #Oe$Ise e re'ressa$ de novo) Crio% o ho$e$^ m o ho$e$ s%r'e@ a#arece na terra 0 não re'ressa $ais) "ortanto@ tal co$o na ex#eriência externa o fenó$eno da $orte a#resenta %$ $odo #ec%liar de t
rente do senti$ento de a#roxi$ação da $orte@ co$o s%cede e$ $%itas doenças) Ta$b<$ nada te$ a ver co$ o facto de saber se nelas a $orte < dada co$o al'o q%e se es#era@ o% co$o obQecto de $edo e an'Gstia) T%do isso são Q, conteGdos ocasionais $%ito #artic%lares e $%t,veis da ex#eriência vital de *nd*v*d%os diferentes@ q%e se refere$ se$#re@ e$ $o$entos deter$inados@ a for$as #artic%lares de reali+ação da $orte e rea'e$ q%ela ideia co$ for$as de co$#orta$ento diversas e s%Qeitas $%dança) Aq%ela cerI te+a int%itiva da $orte < $%ito $ais #rof%nda do q%e aq%eles senti$entos e@ enq%anto tal@ não se encontra de for$a al'%$a aco$#anhada de %$ q%alq%er ti#o de estado afectivo) Trate`se de %$a es#era a$orosa e ansiosa@ receosa e an'%stiada@ horrori+ada o% tranq%ila@ co$ a q%al rea'i$os $orte^ conceba$oIla $ais sob a i$#ressão da inconsistência o% li'eire+a da totalidade da nossa vida@ o% de #lenit%de e a$#lit%de da existência^ t%do isso < aq%i sec%nd,rio e de#ende da or'ani+ação #artic%lar do indiv*d%o e$ q%estão) Tanto q%anto deve$os atrib%ir e$ 'eral a todos os seres vivos %$a for$a de consciência I e #enso@ co$ enn*n's@ q%e tal < necess,rio I@ deve$os i'%al$ente atrib%irIlhes %$ certo ti#o de certe+a int%itiva da $orte) Sendo então a ex#eriência da $orte %$ ele$ento constante de q%alq%er ex#eriência de vida@ h,@ todavia@ %$a 'rande a$#lit%de de variaçOes q%anto ao 'ra% de clare+a e nitide+ q%e a ideia da $orte te$ #ara os ho$ens e q%anto ao 'ra% de interesse e atenção q%e dedica$ a este ass%nto) &,@ #ortanto@ $odos e 'ra%s co$#leta$ente diferentes #ara o #a#el q%e efectiva$ente Qo'a a ideia da $orte nos ho$ens@ nos 'r%#os e nas <#ocas@ e $odos infinita$ente diversos de inter#retar e conceber o fenó$eno da $orte^ nesses $odos@ #or<$@ h, for$as de relação variadas@ tais co$o o $edo@ a es#era silenciosa o% a s%b$issão) Mas@ aci$a de t%do@ h, consider,veis obsc%rec*$entos o% il%I 18
$inaçOes deste saber sobre a $orte@ o q%e < i'%al$ente v,lido #ara a consciência total das <#ocas históricas) Se@ #or conseq%ência@ a evidência da $orte < %$ ele$ento constit%tivo da ex#eriência da vida@ então@ a s%a a%sência fact%al$ente encontrada não #ode ser %$a deficiência ocasional) !nde de#ara$os co$ %$a a%sência deste 'ênero@ deve encontrarIse@ #elo contr,rio@ %rna ca%sa #ositiva #ara o obsc%reci$ento desta certe+a) Mas %$a tal ca%sa < %$ recalca$ento da ideia da $orte@ q%e s%r'e@ #or se% lado@ da i$#ossibilidade de do$inar este #ensa$ento e de não nos #oder$os confor$ar co$ a $orte) Deve$ distin'%irIse d%as for$as deste recalca$ento) &, %$ recalca$ento da ideia da $orte q%e a#resenta@ at< certo #onto@ %$ fenó$eno %niversal e nor$al da nat%re+a h%$ana) 0 este fenó$eno <@ se$ dGvida@ de elevada %tilidade vital) L so$ente atrav
ter$inado #onto cr*tico onde@ co$o Metsc/$i?off $ostro% h, al'%ns anos@ o instinto de vida < s%bstit%*do #or %$ a%têntico instinto I e não %$a XvontadeY I de $orte) "ortanto@ diante do #a#el di$in%to q%e o claro e co$#leto #ensa$ento da $orte Qo'a na vida nor$al@ não #ode$os ad$itir q%e se trata de %$a for$a v%l'ar de falta de $e$ória o% de desatenção e$ relação aos aconteci$entos q%e #ode$os es#erar tendo #or base a nossa ex#enencia) "ois considereIse@ ao $es$o te$#o@ o #oder inabit%al co$ q%e cada ser@ enq%anto o i$#%lso vital #er$anece@ #ersiste na existência e se a'arra s%a vida@ e@ ao $es$o te$#o@ a brevidade da vida e a absol%ta e irrevo',vel certe+a do encontro co$ a $orte@ q%e < absol%ta$ente inco$#ar,vel a q%alq%er o%tra certe+a relacionada co$ aconteci$entos f%t%ros^ considereIse a intensa reacção de #avor@ q%e a%$enta co$ a clare+a da ideia da $orte@ enq%anto d%ra o i$#%lso vital^ verIseI, então q%e a 'rande tranq%ilidade@ o% $es$o serenidade@ e o #ec%liar senti$ento de se'%rança co$ o q%al ho$e$ e ani$al ve'eta$ < %$ dos fen]$enos $ais #artic%lares e $ais di'nos de ad$iração) L o q%e ex#ri$e$@ de %$a for$a #rof%nda e bela@ os anti'os versos ale$ães: >ivo@ $as não sei q%anto te$#o@ Morro@ $as não sei q%ando@ >iaQo@ $as não sei #ara onde: 0s#antoI$e #or estar tão ale're) Se considerar$os co$o h, o%tras coisas I q%e são sentidas co$o $ales $enores@ q%e acontece$ co$ $%ito $enos certe+a e q%e são afastadas #or %$ te$#o obQectivo tão lon'o q%anto a #res%$*vel d%ração da nossa 5vida I q%e 'anha$ #oder se$ sere$ re#resentadas e$ actos de es#era $ediatos #artic%lares e sobrecarre'a$ o estado de es#*rito #resente@ #ara o il%$inar o% obsc%recer^ dever*a$os es#erar então I de 1
acordo co$ as $es$as leis e as $es$as #ro#orçOes@ e tendo e$ conta %$a tal i$#ressão e$ face da 'rande+a@ da a$#lit%de@ da certe+a e do #avor des$es%rado diante deste $al Esentido co$o tão 'rande q%e a $orI te re#resenta I %$a car'a inv%l'ar e %niversal do estado de Bni$o #resente) Só %$a re#ressão 'eral da ideia evidente da $orte atrav
e$ $
não $ais aq%ele XacasoY a'arrado de $odo o%sado e ale're) A an'Gstia encerra a #ossibilidade de calc%lar o c%rso da vida e constit%i o a #riori essencial do or'%lhoso Xco'ito er'o s%$Y) A vida coraQosa@ o%trora o traço essencial dos do$inadores@ tornaIse %$a caracter*sItica do avent%reiro) "ara este ti#o e #ara o se% senti$ento vital o $%ndo Q, não < $ais a X terra natalY acolhedora e or'Bnica@ $as tornaIse %$ frio obQecto de c,lc%lo e de a'ressão #elo trabalho^ o $%ndo não < a$ado e conte$#lado@ $as aq%ilo q%e deve ser avaliado e trabalhado) A $ercadoria < %$ $eio de troca #ara fa+er dinheiro@ Q, não < o dinheiro q%e serve de $eio #ara obter $ercadorias de q%alidade) A relação@ a XleiY co$o relação de 'rande+a constante@ a#arece@ nesta conce#ção do $%ndo@ antes do Xq%eY@ das coisas e das for$as) "roc%raIse ex#licar o estado@ a al$a Ena #sicolo'ia associacionista e o or'anis$o co$o se fosse$ $ecanis$os e o Xeq%il*brio e%ro#e%Y@ se$ or'ani+ação diri'ente e cond%tora@ tornaIse o obQectivo da #ol*tica e%ro#eia) 0stes novos i$#%lsos Etornados instintos de trabalho e de l%cro se$ li$ites@ são aq%ilo q%e@ antes de $ais@ f%nda %$a nova atit%de interior total diante da $orte^ e < só daq%i q%e res%lta ta$b<$@ co$o conseq%ência acessória@ a ideia q%e fa+ da $orte a ciência #ró#ria deste novo ti#o h%$ano) 0ste novo ti#o Q, não receia $ais a $orte@ co$o acontecia co$ o ho` $e$ anti'o@ $as@ o se% i$#%lso ili$itado de trabalho e de l%cro@ tal co$o o i$#ele #ara al< $ de q%alq%er conte$#lação o% 'o+o de De%s e do $%ndo@ ta$b<$ o narcoti+a@ de for$a total$ente #artic%lar@ contra o #ensa$ento da $orte) A q%eda no rede$oinho das oc%#açOes@ e$ benef*cio do #ró#rio estar oc%#ado@ <@ co$o laise "ascal Q, di+ia@ o novo e q%estion,vel re$
e$ $
não $ais aq%ele XacasoY a'arrado de $odo o%sado e ale're) A an'Gstia encerra a #ossibilidade de calc%lar o c%rso da vida e constit%i o a #ri )ori)essencial do or'%lhoso Xco'ito er'o s%$Y) A vida coraQosa@ o%trora o traço essencial dos dorninadores@ tornaIse %$a caracter*sI tica do avent%reiro) "ara este ti#o e #ara o se% senti$ento vital o $%ndo Q, não < $ais a Xterra natalY acolhedora e or'Bnica@ $as tornaIse %$ frio obQecto de c,lc%lo e de a'ressão #elo trabalho^ o $%nI do não < a$ado e conte$#lado@ $as aq%ilo q%e deve ser avaliado e trabalhado) A $ercadoria < %$ $eio de troca #ara fa+er dinheiro@ Q, não < o dinheiro q%e serve de $eio #ara obter $ercadorias de q%alidade) A relação@ a XleiY co$o relação de 'rande+a constante@ a#arece@ nesta conce#ção do $%ndo@ antes do Xq%eY@ das coisas e das for$as) "roc%raIse ex#licar o estado@ a al$a Ena #sicolo'ia associacionista e o or'anis$o co$o se fosse$ $ecanis$os e o Xeq%il*brio e%ro#e%Y@ se$ or'ani+ação diri'ente e cond%tora@ tornaIse o obQectivo da #ol*tica e%ro#eia) 0stes novos i$#%lsos Etornados instintos de trabalho e de l%cro se$ li$ites@ são aq%ilo q%e@ antes de $ais@ f%nda %$a nova atit%de interior total diante da $orte^ e < só daq%i q%e res%lta ta$b<$@ co$o conseI q%ência acessória@ a ideia q%e fa+ da $orte a ciência #ró#ria deste novo ti#o h%$ano) 0ste novo ti#o Q, não receia $ais a $orte@ co$o acontecia co$ o ho$e$ anti'o^ $as@ o se% i$#%lso ili$itado de trabalho e de l%cro@ tal co$o o i$#ele #ara al<$ de q%alq%er conte$#lação o% 'o+o de De%s e do $%ndo@ ta$b<$ o narcoti+a@ de for$a total$ente #artic%lar@ contra o #ensa$ento da $orte) A q%eda no rede$oinho das oc%#açOes@ e$ benef*cio do #ró#rio estar oc%#ado@ <@ co$o laise "ascal Q, di+ia@ o novo e q%estion,vel re$
If%ndo i$ediata da s%a existência) 0ste in
Z $orrer, #orq%e o d%q%e de 6ellin'ton e o%tros ta$b<$ $orrera$@ o q%e Xre'ist,$osY na fór$%la: Xtodos os ho$ens são $ortaisY A $orte deve ser@ não %$a verdade essencial@ v,lida #ara todos os ho$ens na $edida e$ q%e #ertence essência da vida@ $as %$a Xind%çãoY) 2ão ad$ira q%e o s%r'i$ento da $orte não $ais a#areça co$o o #reenchi$ento necess,rio de %$ sentido vital@ $as faça abrir de es#anto os olhos de todos os q%e se encontra$ envolvidos nela)@ tal co$o acontece q%ando al'%<$ esbarra co$ a cabeça n%$a #arede) A $orte recalcada@ a $orte X#resenteY@ $as tornada invis*vel e q%e deixo% de ser te$ida ao #onto de se ter tornado inexistente@ <@ de a'ora e$ diante@ #oder e br%talidade se$ sentido@ tal co$o a#arece ao novo ti#o de ho$e$ q%ando se vê confrontado co$ ela) A $orte s%r'e a#enas co$o %$a cat,strofe) 2ão < $ais vivida de $odo leal e consciente) 0 Q, nin'%<$ $ais sente e sabe q%e te$ de $orrer a s%a #ró#ria $orte) Senhor@ d, a cada %$ a s%a #ró#ria $orte@ = $orrer q%e res%lta daq%ele viver 0$ q%e ho%ve a$or@ sentido e necessidade) "ois so$os a#enas a casca e a folha) i5 'rande $orte@ q%e cada %$ te$ e$ si@ 0 o fr%to volta do q%al t%do 'ravita) 5orq%e o q%e torna o $orrer estranho e dificil 0 ele não ser a nossa $orte^ %$a $orte q%e Final$ente nos a'arra #orq%e e$ nós nada a$ad%rece%^ Dai res%lta %$a te$#estade q%e a todos nos arrebata) E( Reiner Maria Ril?e@ Das St%nden %ch) 31
De facto@ este novo ti#o < Xindivid%alistaY^ $as aq%ilo e$ q%e@ ao $es$o te$#o@ est, total$ente #erdido@ a saber@ o se% e% social@ q%er di+er@ a s%a Xi$a'e$Y #ara os o%tros e aq%ilo q%e < nessa i$a'e$@ #areceIlhe ser ta$b<$ aq%ilo q%e o define #ara si $es$o) 0@ assi$@ são ta$b<$ se$#re os o%tros q%e $orre$ #ara ele@ e ele #ró#rio@ #or s%a ve+@ $orre co$o X%$ o%troY #ara os o%tros) 2ão sabe q%e $orre ta$b<$ #ara si) Tal co$o enfeita$os co$ sedas $%lticolores %$a fi'%ra desenhada se'%ndo %$ $odelo@ assi$ ta$b<$ o ti#o anti'o constr%i%) = se% conteGdo sin'%lar de vida@ as s%as acçOes e trabalhos@ se'%ndo a estr%t%ra Eq%e tinha constante$ente diante de si da totalidade da s%a vida: vivia e$ face da $orte) A $orte constit%*a@ #ara a s%a vida@ %$ #oder for$ador e director^ era al'o q%e dava vida artic%lação e estr%t%ra) Mas este novo ti#o vive@ literal$ente@ no XdiaIaIdiaY@ at< q%e@ de sGbito@ estranha$ente@ Q, não h, $ais %$ novo dia) XCalc%laY a $orte tal co$o o #eri'o de fo'o o% de in%ndação@ co$o se a $orte lhe i$#ortasse tão #o%co co$o o fo'o e a , '%a^ q%er di+er@ cada ve+ $ais calc%la so$ente o se% valor o% a%sência de valor co$o ca#ital) $a conseq%ência da estr%t%ra vivencial deste novo ti#o@ q%e deter$ina e co$anda@ i'%al$ente@ a estr%t%ra do se% conheci$ento@ < o esforço@ feito ta$b<$ #ela ciência@ #ara di$in%ir at< o fa+er desa#arecer o facto 'randioso@ claro e si$#les da $orte) Tenho aq%i e$ vista a $oderna do%trina da ciência da nat%re+a@ se'%ndo a q%al não h, %$a $orte nat%ral e cada $orte deve ser $ais o% $enos considerada co$o XcatastróficaY^ e ta$b<$ a teoria se'%ndo a q%al a $orte < a#enas %$ Xfenó$eno de ada#taçãoY@ res%ltante@ so$ente@ do desenvolvi$ento da vida na terra^ e@ final$ente@ a teoria ex#osta #ela #ri$eira ve+ #or Descartes@ e q%e se torno% f%nda$ental #ara toda a $oderna biolo'ia@ se'%ndo a q%al a $orte não < a conseq%ênI 33
cia do fi$ de %$ a'ente #artic%lar@ q%e se $anifesta nos cor#os e na $at
o $orto se to$a $era$ente relativa^ de facto@ Q, não < $ais #oss*vel ver e$ q%e < q%e@ verdadeira$ente@ a $orte consiste) Se o or'anis$o for a#enas %$ conQ%nto de ór'ãos e estes %$ conQ%nto de tecidos e estes@ #or s%a@ ve+@ %$ conQ%nto de c
$a da ciência da nat%re+a não ser %$ aconteci$ento ele$entar deter$inado@ $as a#enas %$a lenta e contin%a$ente $%t,vel s%cessão de ac%$%laçOes q%e #rovoca$ a destr%ição de li'açOes q%*$icas or'Bnicas extre$a$ente co$#lexas@ o $otivo #ara a to$ar$os co$o %$ tal ti#o de aconteci$ento e #ara lhe indicar$os %$ $o$ento total$ente deter$inado Ee$bora #ossa$os vacilar $%itas ve+es@ s%bQectiva$ente@ dentro de certos li$ites@ acerca de tal $o$ento@ não reside@ de for$a al'%$a@ e$ al'o de #al#,vel do #onto de vista das ciê ncias da nat%re+a@ $as no desa#areci$ento da consciência@ q%e < %$a conseq%ência desta destr%ição da X$ãq%inaY) Mas@ co$ isto@ a #er'%nta não < resolvida@ $as a#enas re$etida #ara o #sicólo'o) Todavia@ #ara este@ a q%estão de saber q%ando e onde deve$os aceitar %$ tal desa#areci$ento co$#leto e definitivo da consciência@ não < $enos dif*cil) "ois sabe$os@ de facto@ q%e na anestesia@ tal co$o no sono@ a consciência não desa#arece@ e q%e@ no #ri$eiro caso@ so$ente desa#arece a +ona de dor e q%e@ no se'%ndo@ não h, %$ #%ro sono se$ sonho) Al<$ disso@ verificaIse ta$b<$@ aq%i@ a $es$a o#osição q%e encontra$os na biolo'ia@ entre@ #or %$ lado@ aq%ela Xconce#ção s%$ativaY e associativa da al$a@ se'%ndo a q%al ela < a#enas %$a so$a de #rocessos individ%ais@ q%e #ode$ ocorrer isolados do #onto de vista #rinci#al Ee isto e$ todos os 'ra%s de consciência e@ #or o%tro lado@ aq%ela do%trina $onista se'%ndo a q%al Etal co$o #ara os vitalistas h, %$a força directri+ da vida h, %$a #essoa central dotada de %nidade q%e diri'e e cond%+ os #rocessos associativos) Mes$o q%e se aceite@ co$o se deve fa+er@ %$ n*vel inconsciente na vida da al$a@ não se tornar, $enos dif*cil@ aq%i do q%e ali@ saber q%ando e onde a consciência se extin'%e) = q%e acontece@ co$ isto@ < q%e se transfere a $orte do do$*nio i$ediata$ente acess*vel dos fen]$enos vitais exterI 39
nos@ #ara %$a esfera I a consciência alheia q%e@ todavia@ só #ode ser@ ela #ró#ria@ de novo@ acess*vel a o%tra #essoa tendo #or base a variação destes fenó$enos externos@ o q%e@ do #onto de vista $etodoló'ico@ < %$a i$#ossibilidade) A $orte@ esta realidade tão d%ra e tão evidente@ vis*vel e acess*vel #ara todos@ vista co$ %$a certe+a e clarividência q%e a%$enta de dia #ara dia@ #arece transfor$arIse@ #ara o $icroscó#io da an,lise e da XciênciaY@ n%$a q%antidade de $inGsc%los as#ectos q%e se transfor$a$ %ns nos o%tros) A $orte arriscaIse a desa#arecer diante dos nossos olhos: não < aceite@ ne$ ex#licada@ $as < #osta de lado) A#arece@ final$ente@ co$o %rna es#
facto@ do #onto de vista #rinci#al@ so$ente %$a descrença indesc%l#,vel $orte co$o %$ aconteci$ento $%ndano ciência ser, transfor$ada e$ farsa@ $eio sat*rico@ n%$ #ra'$,tico livro no q%al ela < definida co$o %$a
re#ar,vel) 0@ de a'ora e$ diante@ seria na ener'ia e na arte h%$anas considerar a absol%to e definitivo) $ #asso $ais e a tal co$o se #ode ler@ e$ to$ $eio s
Xde'enerescenciaY da vontade@ #ró#ria da 0%ro#a) Mas@ #ara o #sicólo'o da c%lt%ra@ a q%estão deve ser aq%i colocada de %$ o%tro $odo) 2ão haver,@ #elo contr,rio@ do lado da ciência I o% do lado da $etaf*sica da ciência I %$a il%são q%e lhe < inteira$ente constit%tiva e q%e consiste no facto de@ fact%al$ente@ só se q%erer considerar co$o existente no $%ndo aq%ilo q%e@ atrav
b<$@ de facto@ a rai+ daq%ela falsa do%trina sobre a vida e a $orte) !ra@ < not,vel q%e a $orte@ de c%Qa re#ressão nasce% o novo *dolo do #ro'resso@ a#areça@ #ara aq%ele q%e se entre'a investi'ação do $%ndo vivo co$ o fanatis$o do #ro'resso@ co$o sendo ela #ró#ria %$ #ro'resso na Xada#tação da vidaY ao $%ndo circ%ndante) 2a $edida e$ q%e se #ratica o d%#lo erro de ad$itir a $orte so$ente a* onde se #ode $ostrar %$ Xcad,verY e@ aci$a de t%do@ de conf%ndir a $orte e$ sentido #ró#rio co$ a $orte individ%al Eco$ a q%al se #ode #erfeita$ente eq%i#arar@ fact%al$ente@ a $orte da raça@ da es#
çOes vitais exteriores seQa$ $antidas ri'orosa$ente constantes@ se$ q%e@ #ortanto@ sobrevenha %$a cat,strofe $otivada #or ra+Oes internas^ e assi$ a es#
A Sobrevivência A #ri$eira condição da sobrevivência de#ois da $orte < a #ró#ria $orte) A #ri$eira condiçã o #ara %$a #oss*vel crença na sobrevivência < a s%#eração das forças q%e re#ri$e$ a ideia de $orte $ais do q%e o i$#%lso vital exi'e@ e q%e $ostrei estare$ #resentes no ti#o de ho$e$ $oderno) T%do o q%e se o#Oe a estas forças fa+ q%e a ideia de $orte se $anifeste de novo #or si $es$a e #or #rocessos a%to$,ticos) XSobrevivência da #essoa es#irit%al e $oralY: estas #alavras só 'anha$ sentido #erante o fen]$eno da $orte@ #erante a existência e a inevitabilidade do destino dos seres vivos) 0 %$a crença na sobrevivência < so$ente #oss*vel q%ando a #oss*vel s%b$issão es#irit%al $orte I a#esar do i$#%lso vital I e aq%ela reI conciliação es#irit%al co$ ela@ q%e #er$ite s%#erar o il%sionis$o constit%tivo do ho$e$ $oderno e$ relação $orte@ tê$ l%'ar^ o% seQa@ q%ando a $orte@ anor$al$ente recalcada@ rea#arece) Aceite$os o restabeleci $ento da sit%ação nor$al^ o ho$e$ libertaIse daq%ela il%são an'%stiante ne'ativa de q%e não haveria $orte) 0$ q%e $odos@ e$ q%e ex#eriências es#irit%ais@ < então dada a sobrevivênI K1
cia@ e q%ais são as diversas for$as t*#icas q%e da* res%lta$@ q%ando tal acontece_ !bserve$os co$ ri'or o sentido desta q%estão) 2ão se #er'%nta co$o < q%e se #ode #rovar a XiniortalidadeY o% Q%stificar a crença nela) X"rovarY I ao estilo I do s/// I certa$ente q%e não se #ode) Mas@ tal co$o co$ $%itas q%estOes filosóficas@ ta$b<$ < $%ito #roble$,tico di+erIse q%e X#rovaY te$ aq%i al'%$ sentido e q%e seQa necess,rio #rovar) U%alq%er hi#ótese q%e se f%nda$ente na ex#eriência i$ediata <@ eo i#so@ i$#oss*vel de de$onstrar e constit%i o #ress%#osto necess,rio de todas as de$onstraçOes #oss*veis) Al<$ disso@ Xser i$ortalY < %$ estado de coisas ne'ativo@ q%e@ co$o tal@ Q, não < s%sce#t*vel de q%alq%er #rova) "or isso@ fala$os ex#ressa$ente de contin%idade e sobrevivência da #essoa@ não da s%a #res%$*vel i$ortalidade) Se tiv
isto@ e aq%ele q%e o afir$asse teria de o de$onstrar) Se@ al<$ disso@ #%desse $ostrar q%e a for$a e o $odo co$o $e < dada a #essoa es#irit%al de %$ o%tro@ q%ando falo co$ ele e co$#reendo o se% disc%rso@ não cont<$ nenh%$a conseq%ência q%e faça reI s%ltar@ do estabeleci$ento da sit%ação vari,vel do se% cor#o@ o estabeleci$ento dos actos es#irit%ais #or si reali+ados e da s%a #essoa@ então@ o facto de este cor#o #oder %$ dia transfor$arIse na sit%ação q%e cha$a$os Xcad,verY não #ode encerrar nenh%$ $otivo #ara ne'arIse a existência de tal #essoa desde esse instante^ ne$ nenh%$ $otivo #ara afir$ar q%e@ q%ando ex#ira@ cessa ta$b<$ aq%ilo q%e e% #ercebia enI q%anto sorria) $a tal concl%são não #ode ter l%'ar) Ta$b<$@ enq%anto vive$os@ a aceitaçã o da existência de o%tras #essoas não re#o%sa@ ne$ n%$a con` cl%são q%e #assasse #ela #osição de %$ cor#o estranho@ ne$ no acto de #ressentir %$ e% an,lo'o nossa #ró#ria #essoa na i$a'e$ desse cor#o) "orq%e as %nidades de ex#ressão na q%al #erce#ciona$os %$a #essoa estranha@ tal co$o #erce#ciona$os %$a ,rvore no fen]$eno ó#tico da ,rvore@ não estão f%ndadas na existência de coisas cor#óreas e nas s%as transfor$açOes) A aceitação da existência de #essoas estra` nhas re#o%sa@ de facto@ se'%ndo os #rinc*#ios do conheci$ento@ e$ fen]$enos ex#ressivos q%e nos são dados@ $as <@ %$a ve+ cons%$ada@ inde#endente da existência s%bseq%ente de tais fen]$enos^ e só a co$` #reensão daq%ilo q%e a #essoa #ensa re#o%sa@ e$ cada caso@ na existência deles) = facto de ela ser invis*vel não si'nifica nada) X/nvis*velY I e$ certo sentido I < ta$b<$ a #essoa es#irit%al@ q%ando falo co$ ela e ela se ex#ri$e) = facto de não a ver$os de#ois da $orte si'nifica $%ito #o%co@ dado q%e n%nca a #ode$os ver de %$ #onto de vista sens*vel) = facto de não existi` re$ fen]$enos ex#ressivos de#ois da $orte < so$ente KK
%$ $otivo #ara aceitar$os q%e e% Q, não #ossa co$#reender a #essoa^ $as não < %$ $otivo #ara aceitar a s%a não existência) "er$itaIseI$e %$a i$a'e$: se e% fechar %$a #orta #or c%Qa abert%ra se #odia ver@ at< então@ %$ $osq%ito a voar@ certa$ente q%e não se $e #oder, de$onstrar q%e o $osq%ito ainda se encontra no q%arto e não f%'i% Q, #ela Qanela) Talve+ tenha voado no #reciso $o$ento e$ q%e a #orta foi fechada^ $as h, tão #o%cas ra+Oes #ara $ostrar q%e f%'i% #orq%e e% fechei a #orta@ co$o #ara aceitar q%e o co$#ri$ento de %$ $astro de navio < %$a conseq%ência da idade do ca#itão) "or isso@ a #essoa #ode fact%al$ente deixar de existir q%ando falta$ ele$entos ex#ressivos #ara a co$#reender) 2ão est, escrito e$ #arte al'%$a q%e as #essoas deva$ d%rar se$#re^ $as@ na a%sência destes fen]$enos ex#ressivos@ não h, nenh%$ $otivo #ara afir$ar q%e elas não sobrevive$) $ dos #rinc*#ios $ais i$#ortantes e sensatos da teoria do conheci$ento@ te$ o se'%inte teor: se #%der ainda $ostrar@ #ositiva$ente@ q%e #ertence essência de %$a coisa e aos $odos de ex#eriência q%e essencial$ente lhe #ertence$ Eco$o acontece co$ a visão relativa$ente s cores@ o facto de não #oder fa+er a ex#eriência da s%a existência Eo% da contin%idade da existência@ $es$o q%ando ela est, #resente@ devido aos $e%s li$itados $eios #ara fa+er ex#eriências deste ti#o Eres%ltantes da $inha #ró#ria or'ani+ação@ não h, nenh%$ $otivo #ara ne'ar a s%a existência Eo% contin%idade de existência se $e falta %$a ex#eriência #ositiva dela) 0 só onde #%der $ostrar q%e #ertence essência de %$a coisa e do se% $odo de ex#eriencia ter de a ex#eri$entar q%ando ela existe@ atrav
ção da i$ortalidade@ ta$b<$ não se trata da q%estão #si)coló'ica acerca dos $otivos #s*q%icos@ interesses@ deseQos o% receios@ q%e levara$ este o% aq%ele ho$e$@ este o% aq%ele 'r%#o h%$ano@ a acreditar o% não na sobrevivência) &, %$a infinidade de tais $otivos s%bQectivos@ diferentes de ho$e$ #ara ho$e$) = Aq%iles de &o$ero acreditava n%$a sobrevivência no &ades@ a#esar de #referir ser %$ cão vivo a %$ herói $orto) 0 os #ró#rios e#ic%ristas@ q%e afir$ava$ q%e o $edo tinha criado os de%ses EXti$or fecit deosY I 7%creQo diante de $i$@ co$ clare+a@ a $inha #ró#ria $orte) 2a vivência do cresci$ento constante da efic,cia do $e% #assado@ q%e ata cada ve+ co$ $ais força cada %$ dos $e%s #assos@ deter$inaIos de $odo sens*vel e s%b$ete cada %$ deles co$o %$a totalidade^ no estreita$ento #er$anente da $inha esfera de f%t%ro@ dada na es#era i$ediata@ no estreita$ento@ cada ve+ $ais forte@ do B$bito do #resente@ entre #assado e f%t%ro^ e$ t%do isto@
te$ente da sit%ação do rit$o vital do $e% ti#o h%$ano Eq%e encontro e$ $i$ #ró#rio@ do facto de a $inha vida a%$entar o% declinar@ de e% crescer o% decrescer@ de estar doente o% co$ saGde@ de re#arar o% não nestes estados@ de os #erceber Q%dicativa$ente o% não) "orq%e esta ex#eriência #ertence vida@ essência da vida@ não contin'ência da $inha or'ani+ação h%$ana e ao se% rit$o #ró#rio de existência: infBncia@ Q%vent%de@ velhice@ te$#o de vida) Mas@ $edida q%e veQo a $orte a#roxi$arIse desta for$a@ co$o destino evidente de toda a vida #oss*vel I e@ #ortanto@ ta$b<$ da $inha@ da vida q%e #al#ita e$ $i$ I@ vivo e reali+o@ não obstante@ e$ cada $o$ento deste #erc%rso@ actos c%Qos conteGdos de sentido e c%Qo contexto de conteGdo de sentido são co$#leta$ente inde#endentes desta #rof%nda ex#eriência fa$iliar) "enso@ #or exe$#lo@ e$ .x.g3@ o% no%tra verdade evidente) Tal co$o essência de %$ obQecto #ertence necessaria$ente a essência de %$ acto@ #ertence ta$b<$ a esta verdade o facto de ser #ensada) Mas se$ dGvida q%e o ser verdadeiro@ o% a falsidade@ de %$a #ro#osição co$o .x.gK@ não < relativa vida o% ao ser vivo) Talve+ certos 'r%#os de verdades só #ossa$ ser encontrados@ no dec%rso da $inha vida@ e$ $o$entos #r
De todas as #oss*veis leis essenciais da vida e@ #or $aioria de ra+ão@ das re'ras da ciência bioló'ica@ não se se'%e$ as leis e os contextos de sentido das $inhas afir$açOes@ ne$ a diferença entre o ser verdadeiro e o ser falso) 2estes actos transcendo co$#leta$ente t%do aq%ilo q%e < ainda relativo vida e devo di+er q%e@ e$ tais actos@ o $e% sentido toca %$ do$*nio@ %$a esfera de si'nificaçOes@ inte$#orais e eternas) Mais do q%e isto não devo di+er) = facto de os actos q%e e% reali+o@ o% $es$o a $inha inteira #essoa Eq%e < o s%#orte deles@ ta$b<$ #erd%rare$ q%ando deixo de viver@ de for$a al'%$a < %$a conseq%encia da conexão e*d
cor#o q%e aco$#anha esse senti$ento@ e$bora ta$b<$ tenha constante$ente #resente@ ao $es$o te$#o@ o $e% cor#o e os se%s estados) "osso@ si$%ltanea$ente@ sentir %$a dor e estar ale're@ #osso saborear o sabor a'rad,vel de %$ bo$ #rato e sentirI$e cansado e@ ao $es$o te$#o@ co$ t%do isto e de for$a total$ente inde#endente disto@ estar deses#erado e ale're) As q%alidades destes n*veis do $e% sentir não se #ode$ re$eter %$as #ara as o%tras e são dadas de for$a e de $odo f%nda$ental$ente diferente) 2ão #ode$ ser red%+idas %$as s o%tras e se'%e$ I cada 'r%#o #or si $es$o I as s%as #ró#rias leis) 0 o q%e e%@ desse $odo@ sinto e$ $o$entos diferentes da $inha vida@ < constante$ente li'ado #or conexOes de sentido q%e do$ina$ a totalidade do $e% #rocesso vital@ e os actos corres#ondentes #ode$ estar $ais #róxi$os o% $ais afastados %ns dos o%tros) Ao fi$ de de+ anos@ #osso arre#enderI$e de %$a acçã o: nesse $o$ento@ o sentido daq%ele acto e o sentido daq%ele arre#endi$ento constroe$ %$a conexão desse 'ênero) ConexOes de sentido deste 'ênero a#resenta$Ise de for$a crescente no dec%rso da $inha vida@ $as as s%as leis internas e as relaçOes concretas de %$as co$ as o%tras@ q%e@ na s%a totalidade@ a#resenta$ o sentido co$#leto da $inha vida individ%al@ são total$ente inde#endentes daq%ele dec%rso e das s%as leis) 0% 'osto de %$ a$i'o@ e a$anhã estarei $orto) Se$ dGvida q%e esta a$i+ade #ode iniciarIse e ter$inar de acordo co$ as leis de sentido do a$or e do ódio) >erifico q%e aq%ilo q%e sentia não era a$i+ade #or %$a #essoa@ $as %$ interesse escondido #ela s%a riq%e+a@ ale'ria diante da i$a'e$ sens*vel da s%a #resença q%e@ devido a %$a il%são@ identificava anterior` $ente co$ ele@ co$ a s%a #essoa^ o% concordava co$ as s%as o#iniOes) Se e% vir as coisas desta for$a@ acaba então a il%são de q%e sinto a$i+ade #or ele) = a$or 8=
#ode co$eçar o% estas o% o%tras si'nificar #ara se dê o caso de
acabar de $ilhares de o%tras for$as diferentes@ de acordo co$ leis de sentido) Mas eis q%e e% $orro = q%e #oder, isto o ser o% #ara a #er$anência de sentido da $inha a$i+ade_ Talve+ ela desa#arecer se'%ndo leis de sentido@ no #reciso $o$ento e$
q%e $orro) Mas ofacto de $orrer não te$ q%alq%er si'nificado #ara o conteGdo de sentido de todos os actos de a$or e de ódio relativos a %$a #essoa@ não te$ q%alq%er si'nificado #ara todas as relaçOes si$#les$ente #oss*veis q%e #ode$ existir no sentido da a$i+ade entre d%as #essoas) U%ando arranco a a$i+ade il%são de q%e era v*ti$a@ q%ando q%ebro o se% v*nc%lo@ o o%tro #oder, di+er: o sentido da nossa a$i+ade deixo% de existir) Mas não o #ode di+er q%ando $orro) 2enh%$a $orte #ode q%ebrar o se% sentido) Co$o se #oder, co$#reender q%e $es$o o efeito $ais lon'*nq%o de %$ tiro de #istola@ o% da esclerose de %$a art
#essoa es#irit%al) A s%a aceitação não afir$a a #er$anência do es#*rito #essoal@ tal co$o@ #or o%tro lado@ a aceitação da #er$anência da #essoa não #er$ite s%#ri$ir a se#aração entre os actos e as vivências I $es$o no B$bito da existência de#ois da $orte I q%e #oss%e$ tal sentido inte$#oral e os q%e o não #oss%e$) , os 're'os tinha$ clara$ente for$%lado a do%tr*na da eternidade do es#*rito@ q%e ta$b<$ #ode ser aceite #or aq%ele q%e ne'a a #er$anência da #essoa) Mas o q%e < q%e se #assa co$ a do%trina da #er$anência da #essoa_ Talve+ se #ossa ad%+ir aq%i a totalidade dos factos q%e fora$ descobertos #ela #sicolo'ia fisioló'ica@ #elas ex#eriências fisioló'icas feitas co$ ho$ens e ani$ais e #ela anato$ia nor$al e #atoló'ica@ acerca da de#endência dos #rocessos #s*q%icos relativa$ente aos #rocessos cerebrais e nervosos) Mas na $edida e$ q%e se #rocede deste $odo@ esq%eceIse a orde$ e o sentido das q%estOes) 2enh%$ destes factos #ode decidir acerca da nat%re+a essencial da de#endência dos actos #s*q%icos relativa$ente aos #rocessos fisioló'icos@ exacta$ente #orq%e os factos #s*q%icos observ,veis são total$ente diferentes dos actos es#irit%ais) Tal co$o são@ tais dados tê$ aq%i l%'ar se reconhecer$os q%e o ser de %$ acto es#irit%al e da #essoa est, necessaria$ente li'ado a %$a excitação nervosa e cerebral@ #artic%lari+ada local e q%alitativa$ente Eno sentido de %$a das $%itas hi#óteses #aralel*sticas e q%e não se d, o caso de a #essoa@ relativa$ente totalidade dos se%s #rocessos cor#orais e totalidade dos #rocessos #s*q%icos q%e os aco$#anha$ EobQectivados na for$a vivencial da #erce#ção interna@ se co$#ortar da $es$a for$a q%e %$ #ianista a tocar se co$#orta relativa$ente ao #iano@ ne$ a conexão interna dos se%s actos < idêntica co$#osição tocada) Ta$b<$ neste Glti$o caso@ t%do 8.
o q%e #ode vir at< nós no contexto de factos #s*q%icos e de #rocessos cerebrais e nervosos@ deve ter %$a ordenação evidente de %$ ti#o q%alq%er@ tão certo co$o d%as re#resentaçOes de %$a co$#osição@ q%e #oss%e$ dois conteGdos art*sticos diferentes@ o% %$a re#resentação de %$a co$#osição q%e difere de o%tra so$ente n%$ #onto o% n%$a nota@ #ress%#Oe$ ta$b<$ diferentes #rocessos $ecBnicos no #iano) "or<$@ < aq%i #erfeita$ente claro q%e não h, exec%ção da obra de arte se$ artista e se$ co$#osição@ a$bos inde#endentes@ q%anto s%a existência@ relativa$ente ao #iano) &,@ #ortanto@ três ca$inhos: #ara o #ri$eiro@ não h, nenh%$a decisão e h, %$a total abstençã o q%anto a q%estOes $etafisicas@ Gnica atit%de q%e@ nestes asI s%ntos@ < a#ro#riada s ciências@ ta$b<$ não havendo@ então@ nenh%$ #aralelis$o^ #ara o se'%ndo@ h, a constr%ção racionalista de hi#óteses@ o% a constr%ção de teses arbitr,rias@ talpco$o fe+ %$a 'rande #arte da filosofia act%al@ na #ol<$ica sobre o #aralelis$o e a acção rec*#roca^ #ara o terceiro@ h, %$a distinção ri'orosa entre o XviverY i$ediato da vida e o $%ndo no se% #%ro Xq%êY@ #or %$ lado@ e@ #or o%tro@ q%alq%er ser obQectivo e ta$b<$@ #ortanto@ a Xvida vividaY obQectivada na ex#eriência da X#erce#ção e observação internasY^ e h, %$a aborda'e$ da q%estão a #artir deste #onto de vista) Só este Glti$o ca$inho #ode ser #ercorrido) Se e% aceitar este ca$inho@ h, %$a ex#eriênciaf%nda$ental q%e se re#ete nas investi'açOes filosóficas $ais exactas de cada do$*nio de intençOes es#irit%ais@ q%er di+er@ daq%elas vivênc*as q%e excede$ a existência $%da daq%elas atit%des cor#orais q%e são as Gnicas a q%e #ode$os cha$ar@ desde lo'o@ sensaçOes^ a saber@ %$a ex#eriência q%e@ $es$o e$ traços 'rosseiros e va'os@ ta$b<$ o ho$e$ nat%ral #er$anente$ente fa+@ esteQa Q%dicativa$ente consciente dela o% 81
não) 0sta ex#eriência@ dito ra#ida$ente@ te$ o se'%inte teor: e$ #ri$eiro l%'ar@ a #essoa es#irit%al@ e$ cada %$ dos se%s actos Ena #erce#ção@ na recordação@ na es#erança@ na vontade@ no #oder@ no sentir %ltra#assa o q%e lhe < dado e$ q%alq%er '
visão #ossa estar li'ado a sensaçOes total$ente deter$inadas) Se$ ser ind%+ido e$ erro #elas teorias@ afir$o: este acto de visão lançaIse #ara al<$ dos li$ites do $e% cor#o) 0 não a#enas q%alq%er co$#lexo de q%alidades vis%ais si$#les@ $as Q, q%alq%er q%alidade si$#les de %$a cor@ #or exe$#lo I e o $esnio acontece co$ a a%dição de %$ so$ I@ #oss%i %$a q%antidade de s
< dado e #ercebido na #erce#ção de %$a coisa corres#onde so$a de todos os #oss*veis conteGdos de visão@ de a%dição@ de olfacto@ de 'osto e de tacto@ $ais as re#resentaçOes res%ltantes dos conteGdos sens*veis anteriores) = se% conteGdo e a res#ectiva #ossibilidade de variação < infinita$ente $ais rico do q%e t%do isto so$ado e extravasa t%do aq%ilo q%e #ode ser dado so$ente nestes fen]$enos sens*veis@ $ais os se%s derivados) F%nçOes sens*veis são a#enas for$as de selecção da int%ição) To$o ainda %$ #ar de o%tros exe$#los) 0$ #rirneiro l%'ar@ %$ exe$#lo q%e di+ res#eito aos li$ites te$#orais do $e% cor#o) "ertence essência de %$ cor#o@ tal co$o ele < dado@ o facto de #reencher %$ #resente@ o% seQa@ o se% aq%i e a'ora@ q%e < %$ facto q%e não < dado no te$#o obQectivo) Todavia@ este aq%i e a'ora < %$a condição não só de toda a identificação q%e fa+e$os do conteGdo do te$#o obQectivo@ $as ta$b<$ do #ró#rio conceito de te$#o obQectivo@ c%Qas #artes q%e a#reende$os Es%cedendoIse %$as s o%tras n%$a deter$inada direcção consiste$ e$ si$#les #ontos an,lo'os aos #ontos do #resente@ q%er di+er@ q%eles #ontos a q%e@ no contexto da vida@ cha$a$os X#resenteY) Mas o $e% es#*rito excede estes li$ites e$ d%as direcçOes: na atit%de de recordação@ #asseioI$e #elo $e% #assado e@ #ro'ressiva$ente@ o $%ndo #assado a#areceI$e diante dos olhos do es#irito^ e@ do $es$o $odo@ es#erando@ detenhoI$e es#irit%al$ente no conteGdo do $e% f%t%ro) , no F
$entos #resentes@ as cha$adas recordaçOes@ o% seQa@ Xi$a'ensY q%e@ tendo so$ente #or base %$a caracter*stica o% %$a f%nção si$bólica q%e lhes era #ró#ria@ era$ transferidas@ #elo Q%*+o@ #ara o #assado o% #ara o f%t%ro) Mas não < de nada disso q%e se trata) Aq%ilo q%e@ sobret%do@ se #ode e deve ex#licar@ < a#enas a escolha #artic%lar de conteGdos q%e s%r'e$ constante$ente@ tendo #or base a sit%ação #resente do cor#o@ na esfera do $ero recordar e es#erar i$ediatos) Atrav
co$o se inter#retação e Q %*+os Eo% $elhor@ concl%sOes ex#licasse$ o facto de e% não aceitar viver a#enas no #resente) !%tro exe$#lo: sinto a $es$a #aixão o% a $es$a ale'ria es#irit%al q%e as #essoas de q%e$ 'osto@ diante dos $es$os valores o% a%sência de valores de %$ aconteci$ento q%e nos di+ res#eito) /sto não si'nifica q%e cada %$ os viva co$o se%s e q%e a#enas Q%l'%e$os q%e as coisas acontece$ desta for$a) A sit%ação < obvia$ente diferente) Assi$@ a dor e o #ra+er sensiveis são dados co$o fen]$enos extensos n%$ q%alq%er l%'ar do cor#o@ e só o #ode$ ser dessa for$a@ #ois cada %$ te$ o se% #ró#rio cor#o) Mas #ara os senti$entos es#irit%ais e #ara os valores q%e lhes corI res#onde$ Ee at< $es$o #ara os senti$entos vitais h, Q, %$ a%têntico sentir os $es$os senti$entos q%e o o%tro@ relativa$ente aos $es$os valores^ aq%i@ o $e% es#*rito lançaIse@ verdadeira$ente@ #ara al<$ dos li$ites dos estados do $e% cor#o) /sto < %$ facto evidente) 2ada h, aq%i q%e tenha a ver co$ concl%sOes@ nada q%e tenha a ver co$ a insersação da #ró#ria sit%ação afectiva na atit%de cor#oral de %$ estranho@ nada q%e tenha a ver co$ a i$itação vol%nt,ria de 'estos@ o% co$ contacto #s*q%ico) 0$ todos estes casos@ encontra$os o $es$ofacto f%nda$ental constit%tivo do es#*rito@ do ser e da vida^ a #essoa est, li'ada aos estados cor#orais $%t,veis e aos se%s correlatos obQectivos nos cor#os@ e$ cada escolha #artic%lar daq%ilo q%e se to$ar, o conteGdo da s%a intenção@ a essência da #essoa e as s%as intençOes@ o contexto de sentido q%e lhe est, li'ado e o #ró#rio XconteGdo essencialY da intenção@ n%nca são #ass*veis de ser re#artidos e$ sit%açOes cor#orais o% sensaçOes@ ne$ nos se%s derivados 'en
Ainda $ais %$ exe$#lo) Ca$inho na r%a^ nessa sit%ação@ a intenção de $ovi$ento da totalidade da $inha #essoa < co$#leta$ente diferente dos i$#%lsos de $ovi$ento q%e@ e$ cada caso@ de acordo co$ a #osição inicial dos $e%s ór'ãos@ deve$ a#licarIse a ór'ãos total$ente diferentes e n%$a orde$ total$ente diferente@ #ara q%e e% #ossa andar^ e estes i$#%lsos são total$ente diferentes das sensaçOes de $ovi$ento e dos se%s res*d%os@ q%e só a#arece$ #or ca%sa do $ovi$ento q%e est, a ter l%'ar) A intenção de $ovi$ento anteci#aIse ao i$#%lso e do$inaIo co$o $ovi$ento re'%lador^ os i$#%lsos anteci#a$Ise s senI saçOes de $ovi$ento@ $as as #ró#rias intençOes de $ovi$ento são diri'idas@ na s%a $%dança e s%cessão@ #elo obQectivo es#irit%al do $e% #erc%rso@ #odendo este ser $es$o %$ #asseio Eq%er di+er@ a s%s#ensão de q%alq%er finalidade) "er'%ntarIseI, então: de q%e $odo a ciência #ositiva@ a c%Qa essência #ertence ex#licar os factos de %$ #onto de vista ca%sal e 'en
ciência so$ente aceite o $%ndo na s%a estr%t%ra conce#t%al na $edida e$ q%e nele est, #resente %$ $ecanis$o) Só nesta $edida < q%e o $%ndo < do$in,vel: a nat%re+a@ de %$ #onto de vista t
#les: ex#eri$enta #ara o se% ser aq%ilo q%e@ enq%anto vive@ ex#eri$enta co$o Q, evidente #ara os se%s actos e res#ectivo conteGdo: inde#endência do se% ser relativa$ente ao cor#o) U%e$ disser: Xsi$@ $as so` $ente corno intençãopY@ esq%ece q%e@ in concreto@ a intenção e o acto são a essência da #essoa^ q%e ela não < %$a coisa@ %$a s%bstBncia@ q%e XtivesseY o% XexercesseY intençOes) Mas@ co$ isto@ che'a ao fi$ t%do aq%ilo q%e se #ode retirar do q%e < filosofica$ente #oss*vel de estabelecer) Acerca de al'o $ais do q%e este Xi$#%lso de viverY $ais al<$@ nada sei) "ortanto@ não sei q%e a #essoa existe de#ois da $orte^ #or $aioria de ra+ão@ não sei de q%e $odo existe) "ois@ #or q%e $otivo não deveria a #essoa deixar de existir@ co$ este G lti$o i$#%lso XnelaY@ atrav
q%e < v,lida a #ri$eira s
entre'a vital livre Ee cada ve+ $ais livre ao #%ro conteGdo das coisas@ valores e #essoas) U%anto $ais deI #endente se tornar cada #asso da vida I obQectiva$ente@ o% s%bQectiva$ente no senti$ento vital e nos se%s $odos I e$ relação aos #assos Q, dados@ tanto $ais diferenciada@ $as@ ta$b<$@ tanto $ais r*'ida e $enos #l,stica se torna a or'ani+ação@ at< s $Glti#las $anifestaçOes de esclerose dos vasos san'%*neos@ co$o acontece@ #or exe$#lo@ no ho$e$^ e tanto $ais a #essoa es#irit%al se des#rende do constran'i$ento dos i$#%lsos vitais) 0sta relação essencial re#eteIse no ani$al I q%e só re#resenta e #erce#ciona e$ caso de necessidade I e no ho$e$@ o ti#o vital $ais fixado de todos@ no q%al a vida es#irit%al se liberta das necessidades vitais^ re#eteIse na $%lher@ $ais #l,stica do #onto de vista vital@ $ais anti'a do #onto de vista do desenvolvi$ento histórico@ $as $enos diri'ida #ara as coisas@ e no ho$e$@ $enos $ale,vel@ $ais interessado nas coisas e $ais novo do #onto de vista do desenvolvi$ento^ re#eteIse na criança e nos ho$ens $ad%ros@ nas sociedades novas e velhas) At< onde@ na s
se$ a q%al o conceito de sensação < %$a coisa abstrda) A sensação < %$ estado do cor#o^ $as o cor#o não < a so$a das sensaçOes e de certas associaço5s entre estas) "ercebe$os #erfeita$ente o q%e@ e$ seasaçOes isoladas@ #ertence res#ectiva$ente@ #or exei%#lo@ ao est]$a'o e dor de est]$a'o e onde@ no es#aço obQectivo@ o cor#o co$eça e acaba@ etc) M5s@ q%e te$os %$ cor#o@ não o a#rende$os ind%tiva$ente o% #or associação) 2ão #recisa$os de a#render@ eal #ri$eiro l%'ar@ q%e não so$os XanQosY 0sta < a#enas %$a das lendas fantasistas da $al co$#reendida #sicolo'ia associacionista) 0@ #or isso@ o facto de q%e a %$a #essoa #ertence %$ cor#o <@ Q%sta$ente@ %$a int%ição essencial) Sabe$os@ #or isso@ q%e se a nossa #essoa es#irit%al sobrevive $orte@ <@ certa$ente@ tanib<$ %$ cor#o) "orq%e e$ todos os X$aisIal<$Y corn q%e os $*sticos sonha$@ ta$b<$ tê$ valor as conexOes essenciais) U%ais_ Co$o_ /sso não sei) Ta$b
Ti#os de crença rilosórica na sobrevivência #essoal Seria a'ora do $aior interesse #assar e$ revista as int%içOes #ositivas #artic%lares dos #ovos@ dos 'randes #ensadores e dos #oetas@ #ara@ deste $odo@ obter %$a ti#olo'ia ideal dos ti#os e dos $odos nos q%ais o referido fen]$eno f%nda$ental da sobrevivência #essoal de#ois da $orte recebe% %$a confi'%ração $ais #ositiva) "ara ter$inar contento`$e e$ escolher dois ti#os ideais desta crença q%e@ ao $es$o te$#o@ fora$ a crença de dois dos $aiores 'ênios da Ale$anha e do $%ndo: 4oethe e -ant) Facil$ente se conf%nde@ entre o%tras@ a do%trina do$inante no a#ão da Xcontin%idade da existência dos ante#assadosY@ co$ a do%trina da Xsobrevivência da #essoaY) 0@ no entanto@ %$ $%ndo as se#ara@ #ois esta crença re#o%sa n%$a int%ição total$ente diferente da da sobrevivência da #essoa) DeveIse ser claro acerca disto: no #ri$eiro caso@ a Gnica coisa q%e existe de#ois da $orte do indiv*d%o não < a s%a #essoa individ%al I se$ relação co$ a vida I@ < o ho$e$ co$o ante#assado dos q%e estão vivos@ < a contin%idade vital obQectivada da s
dos) 0 só co$o elo desta cadeia o ho$e$ XsobreviveY aq%i s%a #ró#ria $orte@ e não sobrevivendo e contin%ando a existir n%$a orde$ #essoal nova) = Glti$o Qa#onês Qa não e i$ortal@ #ois não < %$ ante#assado) "or isso@ #or toda a #arte onde esta crença do$ina@ encontraIse@ ta$b<$@ %$a de#endência dos $ortos relativa$ente aos q%e ainda vive$@ n%$a efectividade q%e est, li'ada s condiçOes vitais) = ante#assado necessita de oferendas@ necessita de ali$entação@ necessita de co$ida e bebida) 2ão < a #essoa e o fen]$eno da transcendência es#irit%al q%e cond%+ a esta crença@ $as o fen]$eno idêntico do excesso da vida sobre as sit%açOes sens*veis e o cor#o $orto@ dos cor#os vivos sobre os inani$ados) Aq%i@ a #essoa ainda não foi descoberta@ ne$@ do $es$o $odo@ o fen]$eno da transcendência do es#*rito e$ relação vida) A do%trina da Xeternidade do es#*ritoY < o cerne da teoria #latónica@ < o q%e nela h, de es#ecifica$ente #latónico@ e$ contraste co$ os ele$entos $ais o% $enos $*ticos5q%e "latã o recebe% das teorias órficas ori'inarias da Asia@ e q%e tento% racionali+ar) Aristóteles@ q%e ne'ava co$ $ais deter$inação a sobrevivência #essoal@ #%rifico% a do%trina dos ele$entos $*ticos q%e a constit%*a$) 0$ São oão ela Qo'a %$ #a#el i$#ortante) Mas a Xvida eternaY@ neste sentido@ não te$ nada a ver co$ a sobrevivência da #essoa) "orq%e esta cha$ada Xvida eterna no $eio do te$#oY@ co$o di+ a i$#recisa ex#ressão teoló'ica@ < a#enas@ fact%al$ente@ %$a vida te$#oral no cha$ado XeternoY@ q%er di+er@ e$ conteGdos c%Qo sentido < inte$#oral) A s%a aceitação não acarret a sobrevivência #essoal@ co$o@ #or o%tro lado@ a aceitação da sobrevivência #essoal não excl%i a se#aração entre actos q%e são diri'idos a %$ sentido inte$#oral e actos q%e se diri'e$ ao te$#oral) Ta$b<$ 0s#inosa I q%e ne'ava co$ força a sobrevivência #essoal I conhecia esta vida no cha$ado eterno@ q%er di+er@ no inte$#oral^ conheciaIa@ de facto@ 98
$%it*ssi$o be$) Ta$b<$ esta do%trina não re#o%sa naq%ele fenó$eno es#irit%al do excesso) Das infinitas teorias q%e dele se oc%#a$@ retiro a#enas a de -arit e a de 4oethe) = facto de sere$ a#enas a#erfeiçoa$entos es#ec*ficos das infinitas teorias q%e se oc%#a$ deste fenó$eno f%nda$ental@ $ostra q%e não o a#resenta$ e$ toda a s%a #%re+a) "or isso@ cha$oIlhes a#enas ti#os da crença na sobrevivência da #essoa) "ara -ant@ a ex#eriência do excesso de %$ dever infinito < dada na Xobri'açãoY infinita de %ltra#assar os li$ites q%e são #ró#rios do dec%rso da nossa vida@ no sentido da efectivação de %$ tal dever) U%ando -ant vê diante de si esta tarefa $oral infinita q%e #Oe o i$#erativo cate'órico I al'o de s%bli$e q%e@ #ara ele@ < co$#ar,vel ao c<% estrelado I e@ ao $es$o te$#o@ te$ e$ vista a finit%de da vida@ o car,cter ocasional da $orte e a fraq%e+a das forç as h%$anas diante desta tarefa I co$#ar,vel distBncia q%e nos se#ara das estrelas I@ des#erta nele a ex#eriência racional necess,ria@ o% o X#ost%lado da ra+ãoY@ de q%e %$a existência #essoal@ $es$o de#ois da $orte@ #ossa #reencher esta exi'ência) "elo contr,rio@ e$ 4oethe@ a q%e$ a virilidade es#irit%al concedia %$a eterna fresc%ra e ab%ndBncia@ < a consciência do #oder e da força q%e o deter$ina a acreditar na sobrevivência) Da consciência i$ediata do excesso de #oder do se% es#*rito@ #ara c%Qa reali+ação o viver terrestre finito não concede %$ do$*nio de criação s%ficiente$ente 'rande q%e o satisfaça@ des#erta nele@ i$ediata$ente@ a convicção de q%e a s%a Xentel
q%e transfor$a #ara ele e$ certe+a a crença na sobrevivência) XDe for$a al'%$a devo carecer da felicidade de acreditar n%$a sobrevivência f%t%ra@ $as@ co$ 7o%renço de Medicis@ devo $es$o di+er q%e Q, estão $ortos #ara esta vida aq%eles q%e nada $ais es#era$ E ))) U%e$ acredita na sobrevivência 'o+a@ e$ re#o%so@ de felicidade@ $as não te$ nenh%$ $otivo #ara i$a'inar co$o tal #ossa vir a ser)Y E(.3 X0ste #ensa$ento na $orte deixaI$e co$#leta$ente tranq%ilo@ #ois tenho a fir$e convicção q%e o nosso es#*rito < %$ ser de nat%re+a total$ente indestr%t*vel@ < al'o q%e #er$anece act%ante #or toda a eternidade) L se$elhante ao Sol@ q%e #arece desa#arecer diante dos nossos olhos terrestres@ $as q%e@ de facto@ não desa#arece e@ se$ cessar@ contin%a a dar l%+)Y E(.3 X2ão d%vido da nossa sobrevivência@ #ois a nat%re+a não #ode fa+er desa#arecer a entel
te$#o)Y E(.; E Destes dois ti#os de crença na i$ortalidade < o de 4oethe q%e se encontra $ais #erto da verdade) U%alq%er dever est, f%ndado n%$ #oder e esta consciência do #oder@ do #oder es#irit%al #ara ser $ais do q%e aq%ilo e$ q%e nos torn,$os@ nas condiçOes e co$ os $eios da vida terrena@ < o q%e nos d, a Glti$a certe+a int%itiva$ente evidente da sobrevivência) "or isso@ o desa#areci$ento desta crença < se$#re@ ao $es$o te$#o@ %$a de$onstração do desa#areci$ento da consciência do #oder do es#*rito) A fonte verdadeira e #er$anente da crença na i$ortalidade < a #ri$eira e #rof%nda ex#eriê ncia de %$a liberdade do #oder da nossa existência es#irit%al@ diante da obri'atoriedade q%e ela contrai% devido s%a li'ação a %$ cor#o terreno) E( Cfr) oh) "eter 0c?er$ann@ 4es#rche $it 4oethe) 9;
A"V2D/C0S
A I M
q%ais os esclareci$entos q%e #ode$os obter #or inter$
acerca do nosso destino de#ois da $orte) Mas não #ensa$os e$ fa+er q%alq%er %so@ neste trabalho filosófico@ de tais infor$açOes) De todos os ca$inhos $encionados nenh%$ $e #arece ter #erdido $ais #oder de convicçã o do q%e o ca$inho da constr%ção racionalista) "ois cada ve+ se torna $ais claro q%e@ e$ tal constr%ção h, $%ita coisa de indefinido@ q%e os factos de ex#eriência a%tori+a$@ e$bora não exiQa$ clara$ente) Relativa$ente nossa q%estão@ dificil$ente h, %rna@ de entre as hi#óteses #ositivas e ne'ativas acerca do s%#orte real dos actos e #rocessos es#irit%ais@ q%e não seQa@ de certo $odo@ co$#at*vel co$ os factos@ #or nós conhecidos@ dos #rocessos an*$icos@ a s%a de#endência do cor#o e do cor#o e$ relação a eles@ e q%e não se #ossa conQ%'ar@ se$ contradição@ co$ o%tras hi#óteses de %$a $etafisica racional) Mas #recisa$ente #or isso@ nenh%$a dessas hi#óteses < necess,ria) = falecido filósofo &%'o M%nsterber' corroboro% esta #osição@ de for$a $%ito clara e $%ito ri'orosa@ nos se%s F%nda$entos de "sicolo'ia) Abstra*ndo disto@ os res%ltados q%e seria$ obtidos se #ercorrêsse$os este ca$inho não teria$ q%ase nenh%$ si'nificado #ara a nossa exi'ência de conheci$ento I aq%ele conheci$ento q%e q%ase não #ode ser dado se$@ ao $es$o te$#o@ $over a nossa vontade e se$ renovar co$#leta$ente a nossa vida co$o %$ todo) Se #enso@ sentado secret,ria@ se #oss%o o% não %$a s%bstBncia an*$ica indestr%t*vel@ tal si'nifica Eenq%anto estes Q%*+os não se #%dere$ descobrir #or $eio de conteGdos int%itivos@ ex#eriências vividas e conheci$entos eid
$%ito lon'e de atrib%ir q%alq%er Q%stificação aos erros do cha$ado #ra'$atis$o) = facto de o nosso ser es#irit%al contin%ar a existir #ara al<$ da $orte o% não@ < %$a q%estão #%ra$ente teórica) A conseq%ência #r,tica@ q%er di+er@ a deter$inação I desta o% daq%ela $aneira I da nossa acção@ consoante a res#osta for afir$ativa o% ne'ativa@ não te$ q%alq%er si'nificado #ara a s%a verdade o% falsidade) 0@ antes@ o nosso conheci$ento q%e te$@ ta$b<$@ de diri'ir a nossa acção@ e@ q%anto $ais adeq%ado for@ $ais efectiva$ente diri'e) "or isso@ deve$os concl%ir q%e %$ conheci$ento exacto e co$#leto < necessaria$ente corres#ons,vel #elo nosso q%erer e #elo nosso a'ir@ e aceitar q%e a* onde essa corres#onsabili+ação não est, #resente não estava i'%al$ente #resente %$ conheci$ento exacto e co$#leto) 0stas reservas deve$ $anterIse diante do $
de o conheci$ento da $inha sobrevivência@ o% do #onto da $inha sit%ação es#irit%al q%e #er$ite q%e tal conheci$ento tenha l%'ar@ não sere$ inde#endentes do facto de ter #ercebido e$ $i$ o a#elo de %$ dever infinito@ de %$a obri'ação e$#irica$ente il*$itada q%anto ao se% sentido@ o% de ter feito os #oss*veis #ara lhe obedecer e$ vida de for$a #er$anente) 2este caso@ so$ente a existência deste conheci$ento seria condicionada do #onto de vista $oral e #r,tico@ $as não o se% conteGdo@ ne$ o sentido q%e lhe corres#onde) "or isso@ ta$b<$ não < $oral$ente aceit,vel q%e %$a #essoa se considere a si $es$a Xdi'naY de sobreviver infinita$ente s%a #ró#ria $orte tendo #or base %$a tarefa infinita q%e encontra naq%ele i$#erativo) 0$ todo o caso@ teria so$ente direito a exi'ir Einde#endente$ente do se% #reenchi$ento %$ tal ca$#o infinito de existência de@ #elo $enos d%rante toda a s%a vida@ não so$ente tivesse ex#eri$entado@ se$#re e e$ toda a #arte@ esta exi'ência de %$a for$a #%ra@ $as ta$b<$ a tivesse o%vido favoravel$ente e se tivesse confor$ado co$ ela de %$ #onto de vista #r,tico) "ois não se vê #or q%e $otivo q%eles ho$ens q%e@ e$ vida@ não estivera$ alt%ra desta exi'ência@ o% a#enas o estivera$ #or $o$entos e #arcial$ente@ XdeveriaY a nat%re+a conceder ainda %$ ca$#o de acção e de existência q%e d%rasse eterna$ente) "ois Q, não ab%sara$@ total o% #arcial$ente@ do #eq%eno ca$#o de vida c, e$ baixo_ Se'%ndo -ant@ o X#ecadorY não #oderia n%nca atin'ir esta exi'ência enq%anto tal) "elo contr,rio@ deveria $es$o ver n%$a $orte definitiva a Q%sta retrib%ição do se% co$#orta$ento) A#esar de -ant não retirar esta conseq%ência@ $as@ #elo contr,rio@ aceitar q%e o bo$ e o $a% sobrevive$ i'%al$ente e exi'ir #ara a$bos %$a Q%sta retrib%ição@ deveria cont%do têIla retirado I obQectiva$ente I de acordo co$ os se%s #ress%#ostos) /sto esclarece ta$I 9
b<$ #or q%e $otivo -ant não conhece %$a liberdade inteli'*vel #ara o $al^ #ara ele@ o ho$e$ livre$ente deter$inado #ela ra+ão <@ Q%sta$ente@ o ho$e$ bo$ e o $a% < a#enas o ho$e$ do$inado #elas inclinaçOes e #elos instintos) Mas@ #orq%e a exi'ência de i$ortalidade so$ente < #rod%+ida #ela liberdade racional@ não #ode ser #osta #elo ho$e$ na $edida e$ q%e < %$ ho$e$ $a% e #ecador) A %niversalidade excl%siva e a identidade de conteGdo da lei $oral@ sobre a q%al re#o%sa a Xexi'ência da ra+ão #%raY de sobrevivência@ se'%ndo -ant I dada a a%sência@ no se% siste$a@ de %$ be$ v,lido individ%al$ente #ara cada indiv*d%o e@ analo'a$ente@ da res#ectiva Xexi'ência do $o$entoY I i$#ede$@ i'%al$ente@ a le'iti$idade dessa exi'ência enq%anto tal) A lei $oral #ode a#resentar %$a tarefa infinita) Mas o facto de@ contin%a$ente@ novos indiv*d%os@ q%e deve$ satisfa+er esta exi'ência q%e < idêntica #ara todos@ nascere$ e $orrere$@ não ser, ta$b<$ al'o de ili$itado_ "or q%e $otivo não #ode a h%$anidade no se% todo satisfa+er a exi'ência infinita q%e %$a vida individ%al finita < de$asiado breve #ara satisfa+er_ Co$#reenderia q%e -ant colocasse a#enas co$o X#ost%ladoY a sobrevivência ili$itada da h%$anidade^ #ara o #ost%lado da sobrevivência individ%al não h,@ do se% #onto de vista@ q%alq%er Q%stificação interna) "ois o indiv*d%o a#enas #ode e deve Xexi'irY@ co$ sentido e Q%stificação@ a s%a #ró#ria sobrevivência se tiver a convicção q%e@ ao lado e inde#endente$ente das s%as tarefas %niversais e dos se%s deveres E#ara c%Qa reali+ação #oder, ser s%bstit%*do #or o%tros@ do #onto de vista #rinci#al@ lhe cabe$ ainda %$a tarefa e %$ dever #ec%liares@ ins%bstit%*veis@ e q%e só #ode$ ser c%$#ridos #or si #ró#rio^ e ta$b<$ se lhe a#arecer@ co$o valor obQectivo@ %$a i$a'e$ ideal #ec%liar a c%Qa reali+ação sabe estar li'ada a s%a XsalvaçãoY #essoal) "odendo a al$a h%$ana ser s%bstit%*da@ no doI
$*nio de al'%$as tarefas deli$itadas@ não a#enas do #onto de vista e$#*rico@ $as ta$b<$ do #onto de vista $etafisico@ e ser@ #ortanto@ i'%al$ente s%bstit%*vel no q%e res#eita tarefa $oral total q%e #ertence ao B$bito de q%alq%er es#*rito finito@ não veQo@ então@ co$o #oderia exi'ir ra+oavel$ente %$a sobrevivên` cia #ara al<$ da $orte@ inde#endente$ente do facto de esta exi'ência ser satisfeita o% não #ela nat%re+a das coisas) = $
?antianos se'%ndo a q%al de for$a al'%$a se #oderia tratar@ nestes fen]$enos@ de %$ ind*cio de coisas reais@ #ois a ca#acidade de re'isto de %$ fen]$eno n%$ contexto %nit,rio de leis nat%rais o% a s%a #osição de $e$bro de %$ siste$a de conexOes ló'icas <@ na realidade@ o crit
este conteGdo #ara al<$ da ex#eriência@ se'%ndo for$as@ re'ras e leis q%e se encontra$ nele #ró#rio@ a#resent,Ilo@ #ortanto@ n%$ contexto existencial a$#lo q%e@ nas s%as for$as de li'ação@ est, constr%ido de $odo an,lo'o ao se%: esta $ist%ra de fantasia criadora e de constr%ção racional #or analo'ia foi o $
Bn'%lo) = se% #ensa$ento@ criticado tantas ve+es co$ tão #o%ca #rof%ndidade@ se'%ndo o q%al se deve %ltra#assar a ex#eriência $ediante a ex#eriência I $as não atrav
I !n%s "robandi Saber q%e$ deve s%#ortar o Xón%s da #rovaY da sobrevivência da #essoa < %$a clara indicação daq%ilo q%e X#essoaY@ e$ 'eral@ < e si'nifica e de q%al a relação essencial q%e existe entre a #essoa e o #rocesso da vida) &, aq%i %$a s
rior da #essoa@ então@ a existência da #essoa I co$ a s
haver %$a inde#endência essencial entre a #essoa e os se%s actos@ entre le'alidade es#irit%al e bioló'ica@ não se est, a afir$ar@ co$ isso@ senão q%e a $orte não constit%i Xnenh%$ f%nda$entoY #ara afir$ar o t
vês da #erce#ção dos se%s $ovi$entos cor#orais I #ela #roQecção afectiva do $e% Xe%Y@ o% de o%tro essencial$ente idêntico@ na i$a'e$ do se% cor#o) "assaIse al'o de diferente q%ando #erce#ciona@ verdadeira$ente@ o conteGdo da ex#eriência do o%tro e essa $es$a ex#enencia@ nas s%as $anifestaçOes exI #ressivas XvivasY e na s%a $aneira de ser #artic%lar@ e concebo co$o sendo o Xse%Y cor#o aq%ela #arte do $%ndo %niversal dos cor#os na q%al $e s%r'e$@ de $odo $ais i$ediato@ os fen]$enos ex#ressivos@ e na q%al e atrav
re+a da %nidade dos se%s ór'ãos e res#ectivos $ovi$entos) Só se #ode concl%ir %$a coisa: a cena da s%a ex#ressão@ o $odo de a#resentação do se% Xcor#oY n%$a #arte do $%ndo dos cor#os@ estão a'ora $odificados) 2ão se deve@ #ortanto@ concl%ir Ede %$ #onto de vista ló'ico q%e as vivências da #essoa I sit%ação q%e@ do #onto de vista #rinci#al e encarada lo'ica$ente ta$b<$ #oderia ter l%'ar se$ q%e ho%vesse Xex#ressãoY I se ex#ri$ira$ at< ao $o$ento #resente@ $as a'ora Q, não se ex#ri$e$ $ais) DeveIse si$#les$ente concl%ir q%e a s%a ex#ressão e as s%as acçOes se to$ara$ inacess*veis #ara nós e@ so$ente #or isso Xinco$#reens*veisY) "ois Q, d%rante a vida o cor#o@ a'ora e$ deco$#osição@ se dava a#enas co$o cena da ex#ressão e do a'ir da #essoa@ e não co$o f%nda$ento de %$ racioc*nio o% de %$a #roQecção afectiva) De novo@ o on%s #robandi recai sobre aq%ele q%e afir$a q%e tal transfor$ação de %$a #arte do $%ndo dos cor#os q%e consiste na #assa'e$ daq%ele cor#o a cad,ver < al'o $ais do q%e %$a $odificação do B$bito de afir$ação da #essoa e da cena das s%as exteriori+açOes vitais) = $odo co$o coloca$os o #roble$a $ostra q%e@ e$ todos os casos@ a q%estão da sobrevivência de#ois da $orte de#ende total$ente de %$a s
Xt%do se #assa de $odo diferenteY) &, %$ ti#o de crentes q%e I co$o Q, Fichte co$ ra+ão escarnecia I #arece$ ad$itir co$o Gnico f%nda$ento da sobrevivência o estar se#%ltado) A$bas as #artes não sabe$ q%e a q%estão da sobrevivência só se #ode decidir #or %$a ri'orosa e clara co$#reensão do $odo co$o e daq%ilo q%e@ q%otidiana$ente e a todas as horas@ e $es$o de se'%ndo a se'%ndo@ vive$os) A q%estão da sobrevivência ta$b<$ não < %$a q%estão q%e so$ente a #ró#ria $orte #ossa sol%cionar) U%e$ es#era #or esta Xsol%çãoY es#era e$ vão) Se não vir@ conceber@ int%ir directa$ente@ cara a cara@ q%e so% %$ ser q%e < dono do se% cor#o@ q%e < rei e senhor no deserto das XcoisasY $ortas^ se não for #recisa$ente isto nesta $inha vida@ se não estiver@ #ortanto@ nela #ró#rio estabelecido^ e se não vir@ conceber e int%ir@ e$ cada %$ dos $e%s ir$ãos@ %$a #essoa q%e < centro de todo %$ $%ndo q%e se encontra #ara al<$ dos #o%cos Xfarra#osY sens*veis q%e $e to$ba$ diante dos olhos e das $ãos Eq%alq%er coisa q%e se estende e$ #rof%ndidade e q%e não < s%ficiente #ara es'otar o $e% a$or e a $inha co$#reensão^ co$o #oderia então e%@ co$o #oderia$ então estes $e%s ir$ãos@ sobreviver q%ilo q%e se cha$a $orte_ 0 co$o #oderia não ser assi$@ se veQo e ex#eri$ento t%do isto_ 7o%renço de Medicis di+ q%e XQ, estão $ortos #ara esta vida todos aq%eles q%e não es#era$ o%traY) Deixe$os #or enq%anto e$ s%s#enso saber se < assi$ o% não@ #ois aq%i est, a#enas e$ disc%ssão o $odo de colocar o #roble$a) Mas 7o%renço de Medicis tinha ra+ão q%ando considerava a q%estão co$o %$a daq%elas q%e di+e$ res#eito a q%alq%er vida #resente) 0$ todo o caso@ %$a das #artes Q, est, $orta #ara esta vida@ seQa aq%ela q%e es#era@ seQa aq%ela q%e não es#era) 2ão se trata a#enas do facto de aq%ele q%e te$ a certe+a da s%a sobrevivência viver de o%tro $odo e de@ na s%a vida@ ex#eri$entar o%tras coisas@ e$ co$I ;
#aração co$ o q%e acontece co$ aq%ele q%e te$ a certe+a do contr,rio@ o% co$ o c<#tico@ q%e deixa $orte o #oder de resolver a q%estão^ $as@ #recisa$ente@ do facto de aq%ilo q%e o ho$e$ ex#eri$enta de se'%ndo a se'%ndo I de acordo co$ a atit%de q%e@ e$ cada caso@ to$a relativa$ente existência@ relativa$ente a si $es$o e aos q%e vive$ #erto de si I@ #re#arar a resol%ção do #roble$a@ tal co$o a flor #re#ara o fr%to) !s c<#ticos não vêe$ q%e a q%estão@ o% não te$ sentido@ o% #ode ser decidida e$ cada $o$ento da vida^ e q%e ela te$ sentido excl%siva$ente #ara aq%eles q%e vive$ e não te$ nenh%$ sentido #ara os $ortos) 0 de onde sabe$ q%e a sol%ção não de#ende@ #recisa$ente@ do se% co$#orta$ento interior e do se% $odo de viver@ q%e lhes #er$ite obter %$a #ers#ectiva sobre isso q%ando reflecte$ sobre a s%a vida) Deve di+erIse@ %$a ve+ $ais@ a estes #res%$idos e filiste%s@ o q%e "ascal $ostra de for$a tão clara e 'randiosa: h, q%estOes q%e XnósY não coloca$os arbitraria$ente@ $as q%e de#ende$@ #recisa$ente@ da nossa sit%ação $etaf*sica no $%ndo I e q%e tal sit%ação nos coloca) Só a il%são e a an'Gstia lhes #er$ite$ não aceder esfera do Q%*+o) Mas tais q%estOes torna$Ise o%vidas necessaria$ente) 0 h, q%estOes q%e q%ase não resolve$os@ ne$ #ode$os resolver@ #ois@ total$ente #ara al<$ da nossa esfera de crença@ de Q%*+o@ o% de conheci$ento@ cada #eq%ena #arcela da vida resolveIas fact%al$ente@ de %$a $aneira o% de o%tra@ 0 Q, o facto de a s%a sol%ção ficar e$ s%s#enso <@ e$ relação a tais q%estOes@ %$a sol%ção@ neste caso@ %$a sol%ção ne'ativa) L tão errada a teoria se'%ndo a q%al as a%tênticas q%estOes $etaf*sicas são XirresolGveisY@ q%anto@ #elo contr,rio@ elas são as Gnicas q%estOes q%e cada #essoa deve resolver e$ cada %$ dos se%s actos@ q%er Xq%eiraY q%er Xnão q%eiraY) "ertence essência de tais q%estOes a i$#ossibilidade ;;
de sere$ adiadas@ o% de #er$anecere$ e$ s%s#enso@ e so$ente h, %$a diferença q%anto $edida e$ q%e cada %$ se Xe$brenhaY nelas@ ao $odo co$o as XresolveY e ao facto de as resolver I as XresolverY na s%a vida I@ e q%anto $edida e$ q%e acredita na s%a #ró#ria resol%ção e Q%l'a o% #rofere Q%*+os de acordo co$ ela o% co$ infl%ências estranhas) As Gnicas coisas q%e $erece$ ser cha$adas XvisOes do $%ndoY são@ não aq%elas concl%sOes #reci#itadas e tentativas reaccion,rias de i$obili+ar o #rocesso cient*fico@ infinito q%anto s%a essência@ co$o $%itos c%ida$ de fa+er^ $as so$ente o $odo de ex#eriência do #ró#rio $%ndo@ aq%ele $odo de ex#eriência deter$inado q%e cada indiv*d%o@ cada #ovo@ cada <#oca@ to$a@ de $odo incondicionado@ co$o vivência de %$ absol%to e q%e@ de $odo *ncondicionado@ ex#ressa$ente o% não@ constit%i o sentido de todo o se% ser e a'ir) X>isão do $%ndoY < a Gnica int%ição q%e cada %$ se$#re e necessaria$ente te$@ q%er Xq%eiraY @ q%er Xnão q%eiraY@ q%er a torne clara #ara si $es$o@ q%er não) Do q%e aq%i se trata@ < da q%estão de %$a visão do $%ndo deste 'ênero) U%ando di+e$os q%e a q%estão da sobrevivência <@ de certo $odo@ decidida na ex#eriência de cada $oI $ento e I #ode$os acrescentar I na ex#eriência de cada facto $ais si$#les@ e q%e ta$b<$ #ode ser dec*dida@ #ara o nosso conheci$ento@ na reflexão feno$enoló'*ca sobre esta ex#eriência@ deve$os tentar tornar o $ais ri'orosa$ente #oss*vel inde#endente de tal sol%ção aq%ilo q%e %$a #essoa afir$a ser a s%a Xo#iniãoY o% a s%a crença reli'iosa sobre tal ass%nto) Certa$ente q%e existe %$a crença viva q%e #arece q%ase coincidir co$ a #ro#ria ex#eriência@ o% q%e to$a se$#re a $edida desta ex#eriência@ e$ todas as s%as #%lsaçOes@ s%s#ensa dos se%s altos e baixos^ $as as s%as s%bidas e descidas@ os se%s detalhes e coloraçOes@ esca#a$ a todas as deter$inaçOes co$I (==
#letas@ e$ en%nciados #oss*veis@ daq%ilo q%e < obQecto de crença@ q%er di+er@ ao sentido q%e < XdadoY na #ró#ria crença I e não n%$ Q%*+o sobre a crença o% sobre o se% obQecto) Mas ta$b<$ esta XcrençaY #ode faltar se$ q%e falte o f%nda$ento adeq%ado q%e lhe corres#onde na #ró#ria ex#eriência) 2esta esfera de crença@ o ho$e$ #ode ainda@ #or exe$#lo@ d%vidar e@ todavia@ ter@ na #ró#ria ex#eriência@ a evidência total daq%ilo de q%e d%vida) Mas aq%ilo a q%e habit%al$ente se cha$a XaY crença de %$ indiv*d%o não < seq%er o conteGdo dessa XcrençaY@ $as o Q%*+o q%e res%lta daq%ilo q%e < assi$ acreditado@ q%ando não $es$o@ so$ente@ o en%nciado sobre o estado de coisas assi$ Q%l'ado@ a saber@ Xeste conteG do < o conI5 teGdo da fdp5r 5R $enta Q, aq%ela *nti$a crença viva e se% $es$a crença) 0 $%itos o%tros I "or@@) aq%eles a q%e$ se ensino% q%e es %$a fraca consolação #ara a a%55)( vida terrena satisfatória@ q%e _s seQa$ #ara aq%eles q%e Xnada te$Y@ s%a acti vidade #ol*tica I #ode$ *nti$ corres#onde e
iência desta ex#eriência e a crença
o afir$ar@ tendo #or base a o#ini q%e < #ró#ria da s%a visão do $%ndo@ q%e não sobrevive$ e q%e o se% ser ter$ina co$ a $orte) 0ntão@ aq%eles são os verdadeiros descrentes e estes os verdadeiros crentes) (=(
2o%tro l%'ar@ #roc%rei $ostrar #or$enori+ada$ente q%e só #ode$os to$ar %$a decisão relativa$ente s três alternativas referidas $ais aci$a se se ad$itir: ( U%e a %nidade da #essoa não < %$a coisa ne$ %$a s%bstBncia sit%ada X#or detr,sY dos se%s actos@ ne$ %$a es#
/2D/C0 "refficio )))))))))))
)))))))))))))) )) )))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))) ))) 9
Desa#areci$ento da crença na sobrevivência da #essoa)III) (( 0ssência e Xteoria do conheci$ento da $orte )))))))))) (; A Sobrevivência )))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))) )))))))) K1 Ti#os de crença filosófica na sobrevivência #essoal )))))))))))) 9K A"02D/C0S A I M
)))))))) ))) ))))))))))))))))))))) )))))))))))))))))))))))))))))) )))))))))))))))))) )))) ))))))))))))))))))))))))))))
))