Mão na Luva
de Oduvaldo Vianna Filho
Personagens Ele Ela
PRIMEIRO ATO
( Abre Abre o pano. Os dois estão estão sentados, separados, separados, cansados. Talvez Talvez ela ela tenha chorado. Um apartamento bem montado. Janela no fundo. Silncio longo ) Ele –
Quer dizer que você vai embora mesmo, assim? ( Tempo. !la faz "ue quem sabe ( Pausa) Ontem tudo n"o sim) Está certo !eve ser talvez melhor, quem estava bem? ( Pausa) #ove anos $or que mesmo? ( Pausa) Ela –
% &ente &ente n"o anda assim lon&e assim? 'e sinto mal, reciso ros dois
Ele –
(Pausa) Vai ra casa da tua m"e?
Ela –
*m temo, com as crian+as
Ele –
Veo elas no domin&o?
Ela –
, quando uder, de noite assa lá
Ele –
-laro % babá?
Ela –
Ela vai ( Tempo)
Ele –
.enho de acordar cedo
Ela –
/0 se tem de acordar cedo quando está esse 1rio ( Tempo)
Ele –
2ulho ulho de sessenta e seis
Ela –
2ulho ( Tempo) %&osto setembro outubro
Ele –
(Tempo) #ovembro dezembro Feliz #atal ( Semi#sorriem)
Ela –
$ra você tamb3m ( Tempo) Onde a &ente assou o #atal?
Ele –
Qual?
Ela –
Qualquer um
Ele –
#"o assamos nenhum nas %ntilhas
Ela –
4h, 3
Ele –
#em em 5lumenau $earl 6arbor num est7dio da $aramount 5rest8 9itovs: ($eversão de luz Flash8bac:)
PRIMEIRO ATO
( Abre Abre o pano. Os dois estão estão sentados, separados, separados, cansados. Talvez Talvez ela ela tenha chorado. Um apartamento bem montado. Janela no fundo. Silncio longo ) Ele –
Quer dizer que você vai embora mesmo, assim? ( Tempo. !la faz "ue quem sabe ( Pausa) Ontem tudo n"o sim) Está certo !eve ser talvez melhor, quem estava bem? ( Pausa) #ove anos $or que mesmo? ( Pausa) Ela –
% &ente &ente n"o anda assim lon&e assim? 'e sinto mal, reciso ros dois
Ele –
(Pausa) Vai ra casa da tua m"e?
Ela –
*m temo, com as crian+as
Ele –
Veo elas no domin&o?
Ela –
, quando uder, de noite assa lá
Ele –
-laro % babá?
Ela –
Ela vai ( Tempo)
Ele –
.enho de acordar cedo
Ela –
/0 se tem de acordar cedo quando está esse 1rio ( Tempo)
Ele –
2ulho ulho de sessenta e seis
Ela –
2ulho ( Tempo) %&osto setembro outubro
Ele –
(Tempo) #ovembro dezembro Feliz #atal ( Semi#sorriem)
Ela –
$ra você tamb3m ( Tempo) Onde a &ente assou o #atal?
Ele –
Qual?
Ela –
Qualquer um
Ele –
#"o assamos nenhum nas %ntilhas
Ela –
4h, 3
Ele –
#em em 5lumenau $earl 6arbor num est7dio da $aramount 5rest8 9itovs: ($eversão de luz Flash8bac:)
Ela –
#"o 3 melhor você ir lá? Vem cá, vou com você, n"o conhe+o nin&u3m mas di&o boa8noite, Feliz #atal, Feliz #atal, ronto, Feliz #atal Ele –
!eois, deois vamos
Ela –
2á s"o três tr ês da manh", que horas s"o? O eminente 5andeira $essoa – n"o 1oi? – convidou s0 os eleitos da reda+"o da revista, s0 você e mais quatro &ênios, ent"o? Eu aroveito e conhe+o um 5andeira $essoa de erto, como vai? Ele –
#iet, niet
Ela –
$or minha causa?
Ele –
%h, n"o; Está lá o $aulinho de %lmeida %lmeida que trabalha, 3 claro, em todos os lu&ares, 3 claro< 'ilton =31er, -ustodinho do 5anco de 'inas – ele se aresenta dizendo assim 8 , todos os mais s3rios concorrentes ao rêmio de mordacidade do >io de 2aneiro Vamos Vamos 1icar or aqui mesmo -omo -risto – na rua ( Anda Anda com !la. %omo se falasse falasse com outra pessoa& pessoa&) 5oa noite Feliz #atal -onhece aqui minha 1utura mulher? ( !la ri. !le continua como se falasse com outra pessoa&) Feliz #atal .em o razer? ( $iem) Ela –
(%umprimenta algu'm) Feliz #atal
Os dois –
(%umprimentando gente) Feliz #atal Feliz #atal Feliz #atal
($eversão de luz. Tempo presente) Ele –
Em #a&asa:i, n"o assamos nenhum #atal em #a&asa:i, !isnel@ndia !an7bio %zul %zul Aranada 5otucatu ( (onga pausa) Ela –
Que horas você tem tem de acordar cedo?
Ele –
% audiência audiência 3 Bs oito /ete, 3 ( Pausa)
Ela –
/e 1osse Bs oito e cinco, aC odia acordar Bs sete e cinco ( Semi#sorriem. !la se levanta. Anda a esmo) Ele –
#"o cabe recurso da sua decis"o?
Ela –
#"o (Pausa. !la continua andando )
Ele –
$or que a tua erna 3 bonita, hein? #ove anos de mist3rio que n"o descubro Qual que 3 a lei áurea de erna? Ela – Ele –
((onga pausa. Sorri ) #"o ode terminar de reente
%cho que do oelho ra baiDo tem que ser maior que a coDa daqui ra baiDo Onde 3 que eu li isso n"o sei, 3 a medida da Vênus ( P)ra *unto dela. +ede palmos. !la "uieta)
($eversão de luz Flash8bac: !la est) rindo muito, a saia levantada) Ele –
$or que a tua erna 3 bonita, bonita, hein? Oito meses de mist3rio que que n"o descubro Qual que 3 a lei áurea de erna? #"o ode terminar de reente, 3 isso (o la8bac:, muito bai-o, entram as falas dos dois& *ulho, agosto, .../, etc.) Ele –
Você n"o 3 intora, ei? Fa+a o 1avor de entender a erna de mulher
Ela –
($i ) !o oelho aqui ra baiDo tem que ser um ouco maior que a coDa a medida da Vênus de 'ilo ( !le mede palmos. $iem) ($eversão de luz. Tempo presente) (!le mede palmos. !la de saia abai-ada, sem risos) ($eversão de luz Flash8bac:) (!le mede palmos. $i. $iem. 0ei*a a perna dela. !la mant'm a saia levantada) ($eversão de luz. Tempo presente) (!le mede palmos, sem risos. A saia abai-ada. Tempo. Sai o la8bac:) Ele –
Que 1oi?
Ela –
#ada (1az um carinho nele) Eu 3 que 1alei da Vênus um dia
(Semi#sorriem. Um tempo grande) Ele –
#"o osso n"o
Ela –
Vai
Ele –
#"o osso n"o, n"o osso n"o
Ela 8
1icou decidido, á
Ele 8
n"o osso n"o, n"o osso n"o
Ela 8
ode sim (!le a enla2a. 0ei*a#a forte. Se bei*am)
Ele –
2uro, estou sabendo disso a&ora, que n"o vou a&entar
Ela 8
tamb3m n"o, tamb3m n"o
Ele 8
vem
Ela 8
n"o
Ele 8
vem
($eversão de luz Flash8bac:)
Ela –
Vem
Ele –
Vem %qui na raia, aqui
Ela 8
louco, seu
Ele –
#a raia, aqui
Ela –
/e aarece al&u3m e
Ele –
!eve rezar – 3, aoelha e reza Vem
Ela –
Vem Vem
($eversão de luz. Tempo presente) Ele 8 Ela
vem
8 n"o
Ele 8
vem
Ela 8
or 1avor assim n"o, 1avor (!le procura arrast)#la3 #"o 1az, lar&a, lar&a, elo amor de – lar&a ( !le larga. (onga pausa) Ele –
#"o vai /em mim n"o vai conse&uir viver, você; ( Pausa) .enho de acordar cedo amanh" ( Sai. Um tempo grande. 4olta. Senta#se. $i. Tempo ) %h, meu que coisa ridCcula #ossa ( $i muito. Tempo grande) Está na moda come+ar vida nova, ent"o? %ntes era se&uran+a, a&ora 3 a 1elicidade que está na moda?(Pausa longa) O $aulinho de %lmeida vai subir sábado com a &ente ro sCtio, trouDe umas &ravuras ra você da Euroa, diz que lindas, vai subir sábado com a &ente e ediu Ela –
$or 1avor ((onga pausa)
(0ai-o entra o la8bac: do 4em, 4em/ na praia) Ele –
'e diz or quê
Ela –
2á disse #"o quero mais viver com você
Ele –
#"o estou bem, n"o vale a ena maisG, n"o 3 usto, e s0 isso você 1ala – tem de eDlicar, deois de nove anos você olha ra minha cara e diz de reente que vai embora, n"o estou bem, n"o vale a ena maisG, quem 1ica com os 1ilhos Ela 8 Ele 8
n"o 3 de reente
de reente, de reente – assim n"o – de reente, ontem você assou o dia rocurando rede nova ra levar ro sCtio, ia 1azer soa de tartaru&a, onde eu arrano, meu !eus, a cisterna está outra vezG, ra mim 1alar com o
5andeira $essoa ra dar um recado ra %nita que ela arrana tartaru&a ( Sai o la8bac:) Ela –
6á tanto temo a &ente sabe, tanto temo /0 que eu estava
Ele –
O que estava o quê?
Ela –
#"o sei, em 1ormol, sonoteraia, assim
($eversão de luz. Flash8bac:) Ela –
Quero ver se onho iso no ch"o, sabe? Que você acha, vamos verH cer@mica ou tábua, cer@mica, se 1or, sem encerar que 1ica mais bonito Ele –
-er@mica ou tábua, cer@mica ou tábua, tábua;
Ela –
.ábua, 3 sim, eu re1iro – sabe? – n"o sei, mais bonito, mais quente, 1ica mais canto, n"o 1ica? #"o taco, tábua inteira correndo toda a sala, estirada, a %nita está arreendidCssima de ter osto cer@mica, que ela Is Vou ver com o carinteiro, vou ver o re+o, a &ente decide mais quando che&ar lá, mas eu acho tábua melhor mesmo, liDada, como casa de Vila >ica ($eversão de luz. Tempo presente) (Os dois estão na posi2ão anterior ) Ele –
$or que você vai embora?
Ela –
Falar, 1alar ra que, n"o sei
Ele –
.em de saber, vou escrever minhas mem0rias e reciso re&istrar as razJes, entende? !escule, eu sei que você tem muita di1iculdade em saber o que quer mas tenta vai, vai ($eversão de luz. Flash8bac:) Ele –
%qui na raia, aqui
Ela –
/e aarece al&u3m e
Ele –
!eve rezar – 3, aoelha e reza Vem ( 5eitam#se) /abe or que 3 que eu te amo? O teu temo 3 assim arecido com o temo das coisas Você nunca sente aquela necessidade de ser imrevista Feito tri&o nascendo 'ulher lon&a Você 3 1eito tomar banho de cascata /abe o que quer, sabe o que te querem, unta os dois untos Você 3 m"o na luva ( %hama#a) '"o na luva Ela –
6ein?
Ele –
'"o na luva
Ela –
6ein? (Se bei*am)
($eversão de luz. Tempo presente) Ele –
Vai, vai, tenta, anda, o que 3 que você quer al3m de consertar a cisterna? #"o lhe sabe bem a vida? /erá o mar, o barulho do mar te incomoda? Quem sabe assar sinte:o de novo? Vamos assinar o -orreio da 'anh" ao inv3s do 2ornal do 5rasil? isso? E se eu deiDasse crescer suCssas? ($eversão de luz. Flash8bac:) (o la8bac:, bai-o, entra o di)logo de repente, de repente/ ) Ela –
'eu !eus, como 1oi bom, meu !en"o sei se choro, se rezo
Ele –
(%anta) 4rerê, solta teu canto -anta mais -anta mais #o sert"o do -ariri; $roletários do mundo inteiro, reservai o amor; 9evai8o at3 o 1im; %t3 o desconhecido; ( 4olta a cantar ) Ela –
(%anta en"uanto ele fala) 4rerê, solta teu canto ( Os dois cantam *untos, rindo, desencontrados) ($eversão de luz. Tempo presente) (O la8bac: sai ) Ele –
9amentável Você 1icou lamentável O que quis? #ada, nunca tentou nada, 1eito lanta no sol, resolveu intar – 1u&iu, vou ser &rá1ica – 1u&iu, 8 n"o, n"o, tornou8se a mais 1amosa consertadora de cisterna de .eres0olis, 3 mesmo, n"o Ela –
Quero ir embora sabe or quê? $orque n"o a&ento mais você, essa se&uran+a que você n"o tem n"o en Ele –
Eu 3 que n"o a&ento mais você;
($eversão de luz. Flash8bac:) (%omo se falassem com pessoas. Andam pelo palco, cumprimentam) Os dois –
Feliz #atal Feliz #atal
Ela –
#"o 3 melhor mesmo você ir na 1esta?
Ele –
#"o a&ento mais aquilo ( %umprimenta uma pessoa) Feliz #atal
Ela –
Feliz #atal ( Para !le) Você 1ez duas reorta&ens assinadas, aC 1az dois meses que n"o te d"o mais nenhuma Ele –
Feliz #atal 2esus 1oi or ali ($iem) #"o a&ento $aulinho de %lmeida, 'ilton =31er, -ustodinho do banco de 'inas, todos em volta do 5andeira $essoa rindo antes dele terminar a iada, á est"o – eu esero at3 o 1im
Ela –
'as 5andeira $essoa n"o te convidou essoalmente, n"o 1oi?
Ele –
'ilton =31er assa os dias 5andeira 3 isso, 5andeira 3 aquilo, >asutin do 9ar&o da -arioca, vou emboraG, deois ri antes do 1im da iada, a&encia reorta&em, &anha ercenta&em, e o 5andeira 3 isso, 3 aquilo, vou montar uma &rá1ica, ah, vou montar uma &rá1icaG Ela –
E o $ortela?
Ele –
$ortela eles reseitam, n"o tiram a che1ia dele, n"o 'as $ortela vai lar&ar, está escrevendo muito, li um eda+o, 3 um romance – uDa; 8, eu tamb3m vou lar&ar, ublico o meu tamb3m – e vamos dan+ar Ela –
%qui na rua?
Ele –
-risto nasceu; (5an2am) #"o a&ento mais aquilo
($eversão de luz. Tempo presente) Ele –
Eu 3 que n"o a&ento mais você, 1a+o quest"o, eu 3 que n"o a&ento mais você, eu Ela –
.oureiro, toureiro de caa, ol3, 1lorete, alamares, rosas na boca sem
touro; Ele –
'inha eDcecional inteli&ência n"o catou a metá1ora, a 1rescura
Ela –
% sua bri&a, sua bri&a ra se con1ormar
Ele –
%h, n"o, mas eu n"o me con1ormo – ah, ontem, ontem eu 1alei da 1alta d Ká&ua; #"o 3 ossCvel essa 1alta dKá&ua, ombas; !isse ombas; Você acha que 3? #"o, seriamente, assim, o que você ensa da 1alta dKá&ua? Ela –
(Tempo) %cho que 3 a adu+"o % adu+"o 3 1eita ainda em dutos do temo do im3rio Ele –
-oncordo !e quem teria sido a sacana&emH ! $edro 4 ou ! $edro 44?
Ela –
(Tempo) #"o era ra discutir seriamente? ( Pausa. !le vai at' o bar )
Ele –
.em Lhis:?
Ela –
-omrei hoe
Ele –
Está tudo 1echado aC
Ela –
%rranei (!le e-amina a garrafa)
Ele 8
#"o sei, n"o Lhis:, arranar assim (Silncio)
Ela –
.e comrei uma &ravata e abotoadura ra ir na audiência ( !le sorri. 4em para !la. Pega#a para dan2ar. 5an2am) ($eversão de luz Flash8bac:) (Os dois dan2am, mais alegres) Ela –
.em &ente demais olhando, olha (Ele ri)
Ele –
Que você está dan+ando?
Ela –
Eu, valsa
Ele –
.amb3m vou dan+ar valsa, ent"o Estava ensando em blue ( $iem. 4alsam) !aqui a ouco você corre o cha3u ( $iem e dan2am) ($eversão de luz. Tempo presente) (5an2am "uietos, de rosto colado, um longo tempo ) Ela –
Você continua com muito charme #unca vi alma com tantas temeraturas em t"o ouco temo, você ( 5an2am ainda) Ele –
Estou calmo a&ora 2uro 'inha di&nidade de macho n"o 1ica mais 1erida, alavra -almo 'e diz or quê ( 5an2am) Ela –
%s razJes ou os 1atos?
Ele –
% dula
Ela –
%s razJesH você n"o me conhece >eli&i"o que você n"o ratica essa de conhecer as essoas, viver em tribo Ele –
6á al&umas essoas que n"o &ostam de ser conhecidas como s"o, quem s"o ($la8bac: bai-o da cena de dan2a na rua ) .êm medo da tribo Ela –
#0s vamos discutir a noite toda e os dois v"o ter raz"o, eu e você
Ele –
Evidentemente ( $iem) E os 1atos?
Ela –
$re1eria n"o 1alar de 1atos
Ele –
Falemos de 1atos Você tem um outro?
Ela –
.alvez ($la8bac: p)ra. P)ram de dan2ar )
Ele –
um outro?
Ela –
#"o sei
Ele –
-laro, 3 um outro, triboG, toureiroG, o diabo, ra que 1alar disso, 3 um outro, claro, tem raz"o, erdoe, 3 um outro
Ela –
.em ou n"o, n"o 3 or isso, você tem uma outra, nunca ediu ra searar Ele –
o quê?
Ela –
#ada que n"o 3 isso
Ele –
$or 1avor
Ela –
Vamosnada, vamos arar
Ele –
Estamos come+ando, 1inalmente come+ando !eiDa uma vez na vida o razer de ser entuida, uma vez, 1ala Ela –
% 'o+a da -aa, você n"o vive com a 'o+a da -aa?
Ele –
%t3 a&ora vivo com você, s"o três da manh"
Ela –
Ent"o está bem
Ele –
Que 'o+a da -aa? Aisela, ela?
Ela –
Você n"o 1az quest"o que todo mundo saiba? -laro, ela
Ele –
O que, hein? 5ebeu? Está
Ela 8
n"o quero discutir sobre isso, n"o discuti antes
Ele 8
tantas vezes, Aisela 3 minha ami&a, á 1alei ra você, você brincava comi&o (!la ri ) Ela 8
á tem um ano essa hist0ria de vocês
Ele 8
que hist0ria, que hist0ria, você bebeu, que hist0ria?
($eversão de luz s6 nela) (Ela 1az um diálo&o com uma ami&a ima&inária Ele 1az mCmica no temo resente, de quem dá eDlica+Jes >i $Je a m"o na cabe+a $e&a no rosto dela !iz que n"o) Ela –
(4oz da amiga) Você conhece essa Aisela Arei? ( !la mesma) #"o, n"o conhe+o n"o, %nita ( 4oz da amiga) /abe qual 3 o aelido dela? 'o+a da -aaG (!la mesma 7 $i ) En&ra+ado ( 4oz da amiga) $ensei que você conhecesse Está semre com seu marido, semre ( !la mesma) Ele me 1alou dela (4oz da amiga) %h, 1alou ra você dela Ela 3 linda ( !la mesma) 5onita, sim (4oz da amiga) 5onita – ah, que 3 isso?; !eslumbrante; ( O la8bac: repete deslumbrante/, en"uanto a luz dela volta para o tempo presente) ($eversão de luz s6 nela. Tempo presente)
(!le fala agora como se estivesse emendando o "ue estava dizendo. O la8 bac:, ap6s um pe"ueno tempo, sai ) Ele 8
entendeu? uma menina descabelada – nossa, mais de vinte minutos n"o dá com ela, tal a a&onia que ela tem, s0 vendo Eu quero audar a mo+a, s0 isso (!la ri muito) Está bem Estou aaiDonado or ela Ela –
#"o quero discutir isso n"o, alavra, n"o imorta, alavra
($eversão de luz s6 para ele ) (!le fala como se estivesse com 8isela. !la, no tempo presente, faz m9mica de "uem fala "ue não "uer discutir, "ue não ' isso ) Ele –
Aisela, eu te amo Aisela, Aisela Aazela, Aisela Aazela ( $i como se olhasse as pernas de 8isela) $or que a tua erna 3 bonita, hein? /"o três meses de mist3rio ( $i. +ede palmos como se medisse a perna de 8isela. Um tempo.) ($eversão de luz sobre ele. Tempo presente ) Ela –
(%omo se estivesse emendando o "ue dizia) e eu urei que n"o ia discutir sobre isso, urei isso Ele –
$or causa de Aisela 2uro 2uro -omo você acredita? #"o tenho nada
Ela 8
n"o quero saber, n"o quero
Ele 8
meu amor, amor, or causa disso? #"o, amor, meu amor
(0ei*a#a. Segura#a. !la se afasta. !le a aperta) Ela –
bom você n"o ter nada com a 'o+a da -aa, 3 melhor, ela anda desarvorada atrás do Milson 9ima n"o sei o que, aquele raaz, 3 casado tamb3m, homem belCssimo Você conhece ele? Ele –
'ais ou menos Ouve, eu
Ela 8
que ela ára o carro dela na orta do r3dio dele, assa a noite ali, dorme no carro, sete da manh" está, oito Ele 8
n"o sei, n"o 3 verdade, n"o
Ela 8
3 verdade
Ele 8
n"o sei, n"o interessa, ouve
Ela 8
eu sei, se sabe de tudo, 3 verdade, sim
Ele 8
está bem, meu amor
Ela 8
ela está aaiDonada or esse raaz, tentou se matar
Ele 8
esse menino 3 que arece que n"o sai da orta da casa dela ( !la come2a a rir ) que 3 um viciado ( !la ri mais) Aisela teve um caso com ele e a&ora 1o&e como o diabo da cruz ( !la ri mais) Ela
– Foi assim que a 'o+a da -aa te disse?
Ele –
$ára com isso
Ela –
% 'o+a da -aa 1o&e como o diabo da cruz, 3?
Ele –
2á disse ra arar, n"o disse? #"o interessa
Ela –
Ele ensa que o mundo tem esconderios, olha, tem antearos; 'e 1alaram sabe o quê? Que de você ela s0 quer mesmo 3 as caas das revistas Ele –
#"o sea assim, que coisa mesquinha e
Ela –
#"o sou eu, meu amor, disseram, disseram que você 3 corno, que você 3 corno Ele –
Vai, or 1avor, or 1avor
Ela –
-orno, chi1res, você 3 corno;
Ele –
$omba, omba
Ela –
-omo o diabo da cruz, 3, conta de novo
Ele –
$elo amor de !eus;
Ela 8
1o&e como o diabo da cruz de você, de você;
Ele –
(Segura#a forte) Quer que eu mostre as cartas de Aisela? Quer? 4mlorando or mim? !escrevendo o coro dela, hein, como se estivesse na cama comi&o? ( 1alam meio *untos) Ela –
Ela sai com todo mundo, $aulinho de %lmeida, esse Milson, aquele ator ami&o seu, /abino, 5ra&uilha %berta, n"o saiu com 5ra&uilha %berta ( !m determinado momento !la come2a a dizer p)ra, p)ra/ ) Ele –
Estou nua e&ando meu eito equeno que cabe inteiro na sua m"o, no meu eito a&ora, quente como se 1osse me detonar, eu 1osse eDlodir de amor, vem, minha coDa, meu vestido ro+a minha coDa, ando na rua, meu vestido ro+ando minha coDa sem aná&ua ra ensar em você, me eDcitar, at3 ter sede, a &ar&anta seca ensando em vocêG Ela –
$ára, meu amor, ára $ára (Se abra2am)
($eversão de luz. Flash8bac:)
(5an2am) Ela –
.em &ente demais olhando, olha ( !le ri )
Ele –
Que você está dan+ando?
Ela –
Eu, valsa
Ele –
.amb3m vou dan+ar valsa, ent"o ( 4alsam)
($eversão de luz. Tempo presente) (Os dois abra2ados. (onga pausa ) Ela –
% &ente vai acordar as crian+as
Ele –
((onga pausa) .chau (!la sorri. !le d) uns passos) Quer que eu durma na sala? Ela –
#"o vou arrumar um ouco isso e vou deitar ( !le sai. !la arruma as coisas, cinzeiros, despe*a cinza, guarda a garrafa de :his;< ) (+uito bai-o entra o pla<#bac; da praia& 4em, vem/. !le volta. !la o olha. Sorriem. Tempo. !la mostra um cinzeiro&) Olha eu comrei num bazar caindo aos eda+os,
velho um conto e duzentos Ele –
(!-amina) cristal?
Ela –
%cho que 3, o velhinho queria s0 um conto e quinhentos, 1iquei echinchando uma hora o velhinho, coitado Vale mais ( Sorriem. !le vai para uma *anela) Foi o &overnador essoalmente quem 1alou com você? Ele –
Ela –
$Je aquele teu terno escocês
Ele –
#"o 3 melhor um escuro?
Ela –
Oito horas da manh" n"o 3 hora de encontrar &overnador
Ele –
6ora de verdureiro
Ela –
Ele quer te nomear o quê?
Ele 8
arece que o car&o de demInio ainda está va&o ( (ongo silncio. !la vai at' a *anela. Tempo) Ela –
Que navio será aquele, está vendo?
Ele –
$resos olCticos venezuelanos ( !la ri )
Ela 8
3 está bem esado
Ele 8
ent"o 3 ara&uaio reso olCtico ara&uaio ( $iem)
($eversão de luz. Flash8bac:) (Os dois na mesma posi2ão. Silncio) Ela –
$ortela ediu mesmo demiss"o da revista?
Ele –
Ela –
5andeira $essoa aceitou?
Ele –
%ceitou ( (onga pausa)
Ela –
Foi orque cortaram aquelas duas reorta&ens dele?
Ele –
(Pausa)
Ela –
5andeira vai continuar cortando reorta&em?
Ele –
4mortou aquelas máquinas novas, muito dinheiro, que n"o tem ra oder a&ar, a revista n"o ublica de a&ora em diante determinadas coisas Ela –
$ortela erdeu a indeniza+"o? ( !le faz "ue sim) -ortaram tamb3m aquela sua 7ltima reorta&em mesmo? ( !le faz "ue sim) Você vai sair? Ele –
#"o
Ela –
E o ornal que vocês iam 1azer?
Ele –
Vamos 1azer
Ela –
!á eito? ( !le faz "ue sim) Que você tem?
Ele –
!ar uma orrada no 5andeira $essoa ( Tempo)
($eversão de luz. Tempo presente) Ele –
Vou montar uma 1rota de navio ra reso olCtico Encho a burra, n"o encho? ($iem. Um tempo) #"o tenho mais nada com a 'o+a da -aa eu eu 1iquei com ela acho que or tua causa Ela –
4h, outro barco, mais ara&uaio ( Tempo )
Ele –
Viu? %cusado n"o 1alando Faz temo que n"o se 1ala aqui !esde três anos Você nunca me erdoou o ne&0cio da %na 'aura ( Tempo) Ela –
%ntes da %na 'aura á n"o se 1alava
Ele –
$or causa disso eu – 3, eu 1iquei com essa Aisela, eu ( Tempo)
Ela –
Aisela, minha mulher s0 1ala em cinzeiro, bazar, velhinho, tábua, cisterna de sCtio, bezerroG ( $iem) Ele –
5eba
Ela –
/abe? O bezerro morreu
Ele –
Fala s3rio comi&o
Ela –
/3rio O bezerro morreu
Ele –
Fala s3rio comi&o
($eversão de luz. Flash8bac:) Ela –
Fala s3rio comi&o
Ele –
isso $ortela n"o vem almo+ar hoe aqui orque acho que está de mal comi&o, deu uma descula es1arraada Ela –
$or que?
Ele –
Quem entende o $ortela? -hamolion 1alou com ele e 1icou zaran&a e eid"o Ela –
Fala s3rio
Ele –
%ntes 1icou chateado que eu n"o edi demiss"o da revista, a&ora que eu vou no ornal de vez em quando, resmun&o, eu resmun&o? Ela –
($i ) $or 1avor, 1ala s3rio comi&o
($eversão de luz. Tempo presente) Ele –
$or 1avor, 1ala s3rio comi&o
Ela –
!evia Falasse semre, ah, at3 ali no 1im, mas me sentia mal se n"o tivesse con1ian+a em você, você me erturbava, me assim, numa roda !evia 1alar, devia Ele –
Fala (!la sorri. Passa a mão no rosto dele)
Ela –
bom ra quem toma banho
Ele –
O quê?
Ela –
Que eu era 1eito tomar banho de cascata ($la8bac: da cena da praia 7 4em, vem/ 7 entra bai-o) que eu sabia o que queria, o que queriam de mim ensei que era minha ale&ria, era minha conivência, erdJes ( Sai o la8bac:) Ele –
#"o, minha mulher, n"o, amais
($eversão de luz. Flash8bac:) Ele –
$ortela saiu da revista 1az um ano, muito bem, deiDou de almo+ar aqui, muito bem, mas está escrevendo uma s3rie de arti&os aC – 4ntrodu+"o aos 6omens de !uas FacesG – você leu? Ela –
9i
Ele –
E todo mundo me encontra na rua – 3 com você isso?G – diz que 3 comi&o, n"o vai resonder?G Ela –
>esonde
Ele –
$ra esse – ah, que 3 isso, n"o 3 comi&o, n"o tomo conhecimento
Ela –
/e n"o 3, n"o resonde
Ele –
*m radical esanhol 1oi o que ele 1icou, ublicou o romance, arranou um nome assim, vive B custa dele mesmo – a&ora, ode ser, que enquanto estava na revista en&oliu muito sao Ela 8
Você tamb3m en&ole
Ele –
O que 3 que você quer dizer com isso?
Ela –
Quero dizer que você me diz isso todo dia
Ele –
'as or que está lembrando disso a&ora, que 1oi?
Ela –
O $ortela n"o 3 um radical n"o sei que, que eu conhe+o o $ortela, n"o lembra? Ele –
Você n"o vê o $ortela há um ano quase;
Ela –
'as leio, n"o virou romancista s0, como você diz, no ornal que vocês iam 1azer untos Ele –
Que está 1alindo, um ornal – que ornal? Vai 1echar, quem lê? Quem? Eu disse isso ra ele Ela –
!isse tamb3m que ia edir demiss"o da revista
Ele –
'as era uma besteira, á 1alamos isso, ele mesmo concordou que era, 1ui lá no ornal audar mas Ela –
Ficou no lu&ar dele na revista
Ele –
#"o queria, que 3 isso? 5andeira $essoa insistiu seis meses comi&o, você n"o lembra que – elo amor de !eus n"o 1ala comi&o dessa maneira; Ela –
Ent"o resonde ra ele
Ele –
'as o que você está querendo? 'as meu !eus; 'as está descon1iando de mim? 6an? 2á n"o eDliquei tudo, mas o que, han? Onde n0s estamos? ($eversão de luz. Tempo presente) Ela –
Foi antes da %na 'aura que a &ente deiDou de se 1alar Foi antes %quela hist0ria do $ortela eu tive medo de você ($eversão de luz s6 para ele. !la continua no presente. !le fala para um lugar onde !la estaria) Ele –
'as 8 ahn – n"o 1ica me olhando com essa cara como se eu sou ersona&em de !ostoievs:i; #"o admito; O ornal n"o ode dar certo, á eDliquei, eDliquei, 1ui lá audar mas n"o dá, com $ortela n"o dá Ela –
.ive medo ($epete isso)
Ele –
$ortela está no ornal orque está &anhando com o romance sim, e o ornal n"o a&a, mas meu romance 3 uma merda, 3 uma merda, ronto .eu ordenado no 'inist3rio 3 quê? $ode todo mundo descon1iar de mim , na minha casa n"o, quem você ensa que 3 ra 1alar assim? Fica quieta á, 1ica quieta; ($eversão de luz. Tempo presente) Ela –
5ateu a orta 5ateu todas as ortas que encontrou, oito dias batendo ortas Ele 8
(Se abra2a nela) 4sso 1oi 1az quatro anos, eu – ra que – eu estava certo, tinha raz"o, você concordou deois, n"o 1oi o roblema do $ortela, ra que lembrar? – estou sentindo aquilo de novo, eu tamb3m n"o tinha certeza, recisava de você e você o seu rancor, eu tinha raz"o, você concordou deois andava na rua como se tivesse uma cruz na cara, cruz na alma usto naquela hora você soltou minha m"o 5andeira $essoa n"o deiDou que eu me demitisse, queria sumir, acho que 1oi o 7nico que me audou eu sentava nesta sala, você assava ($eversão de luz s6 para ela. !la passa) Ele 8
n"o me olhava ( !la passa) 'e olha, me olha ( !la passa de novo.
!le fica olhando. !la volta a passar. !la fala em m9mica. !le diz o "ue ela est) falando) -ustodinho tele1onou ra você do 5anco, que tem uma reorta&emG (!la passa. !le fala com a imagem dela "ue continua a passar de um lado para o outro. 5e vez em "uando diz uma coisa) 'enina 'enina 'e olha EDlico
de novo, eu sei, bati orta, vamos ver se eu errei, mas me mostra antes que con1ia em mim con1ia em mim ( !la p)ra. 1az m9mica de falar de novo) % que horas você vem antar hoe? Vou che&ar tarde que saindo do 'inist3rio vouG (!la volta a passar ) 'e olha me olha
($eversão de luz s6 para ela. Tempo presente ) (Os dois parados. !la delicadamente passa a mão no seu rosto. 0ei*a#o) Ela –
%C você trouDe as rosas
Ele –
(Sorri ) O 1loreiro me via, s0 1altava chorar de ale&ria
Ela –
>osas de manh" rosas quando voltava ara o antar com rosas
($eversão de luz para os dois. Flash8bac:) (+as ela continua na posi2ão do tempo presente. S6 ele se movimenta no 1lash8bac: !le sai e traz rosas) Ela –
>osas quando eu acordava ( !le mima "ue fala. !la fala o "ue ele est) dizendo) $erdoe, meu amor, eu 1ui muito violento, con1esso estou con1usoG (!le sai. Traz mais rosas) >osas brancas, lindas %marelas Você semre teve muito bom &osto, semre ( !le continua trazendo rosas. Os bra2os dela estão cheios de flores) Eu queria você n"o as rosas Você 1in&ia que n"o li&ava que seu romance n"o tinha 1eito sucesso, rindo dos crCticos ( !le mima "ue fala de novo) $erd"o, amor, estou con1usoG ( !le sai. 4ai buscar rosas) Você n"o queria mais olho no olho isso? 'eu silêncio você quer? 'as meu amor eu me sinto mal ( !le parado, olhando para ela) isso que ele quer? Ele deve ter raz"o $ortela 3 t"o $reciso que ele tenha raz"o ( Olha para ele. Toma posi2ão. Sorri. Agora contracena com ele no passado) $uDa, meu amor, que rosa linda, que coisa t"o vermelha, que linda $erd"o, seu bobo, n"o sei, 1iquei ateta com essa sua bri&a com o $ortela e – mas que rosa linda você te amo, te amo (Se abra2am. 5an2am. !la carregada de rosas) Ele –
Que você está dan+ando?
Ela –
Eu, valsa
Ele –
.amb3m vou dan+ar valsa, ent"o ( $iem. 4alsam. $iem cada vez mais) Que você está dan+ando? Ela –
Eu, valsa (!la sai com suas rosas. !le continua dan2ando sozinho,
rindo)
($eversão de luz. Tempo presente) Ela –
%C você me eDlicou tudo deois das rosas #"o devia ter erdido, sabe? Verdade, a &ente n"o deve entre&ar, mesmo que sea melhor ($eversão de luz s6 para ele ) (!le se senta como se estivesse falando com ela sentada na sua frente. !la fica na luz do tempo presente, de p')
Ele –
O $ortela, eu, o /andoval e o 'ilton =31er tCnhamos combinado sair da revista, n"o 3? Fazer um ornal, 'ilton na &erência, uns industriais de /"o $aulo iam a&ar, mas combinou8se que a &ente s0 saCa se&uro ra valer mesmo, n"o 1oi? Entende? Ela –
$or que nessa hora eu n"o disse que você vivia 1alando que mesmo que n"o estivesse tudo ronto se dá a artida, a coisa 3 come+ar? Ele –
(%om ela imagin)ria sempre) Está certo, o $ortela era o mais aceso, uDava – mas o or+amento, a cozinha toda 1ui eu e o 'ilton quem 1ez, lembra, n"o 3? Ela –
9embrava e lembrava que o $ortela cansava de dizer Esse or+amento nem >oc:1eller, assim n"o vai sair nada, 1ica no aelG Ele –
Eu e o 'ilton 1izemos, você sabe disso tudo, está ouvindo? ( 1az como "uem d) um bei*o nela ) .e amo muito 9embra as noites que eu e o 'ilton assamos aqui, você 1ez ca13? Ela –
*ma noite 1azia o lano do ornal, outra noite com $aulinho de %lmeida, -ustodinho, vamos na EmbaiDada da 4tália, tem um antar na Esso, vamos na casa do reresentante da -olumbia Ele –
O 5andeira $essoa – sabe como 3 o 5andeira – encasquetou de comrar aquelas máquinas nos Estados *nidos, monto o melhor arque &rá1ico da %m3rica 9atina, orque monto, orque simG, comrou as máquinas sem dinheiro – a&a uma arte em dinheiro, arte em silêncio Ela –
Faz quase cinco anos, tem ainda três máquinas que nem usou, você sabia, dizia ro $ortela, um comCcio os dois, ro bandeira $essoa dizia que era isso mesmo, sensacional Ele –
(1alando com ela imagin)ria ainda. !n"uanto fala, ela vem e senta. !le termina falando diretamente com ela) %C o 5andeira come+ou a cortar reorta&em $ortela resolveu sair, estava terminando o romance, á n"o estava 1uncionando muito bem na che1ia, assoberbado, aroveitou quis sair, aC resolveu que n0s todos tCnhamos que sair Estava tudo combinado ra daC a um ano /andoval 1oi atrás dele, eu e o 'ilton ulamos O /andoval, viu ontem? Veio edir ra voltar ra revista, que está sem dinheiro, a mulher imensa, o ornal n"o a&a Foi isso Fui lá audar no ornal, o que eu odia, $ortela me olha do Olimo, aC escreveu aquilo Foi isso? #"o 1oi? Ela –
-laro $erd"o $erdoa
Ele –
(0ei*a#a, terno) $ode acontecer tudo comi&o, tudo menos você erder a con1ian+a em mim Ela –
#"o
Ele –
'"o na luva?
Ela –
6ein? (!le a bei*a, delicado)
($eversão de luz. Tempo presente) (Um tempo longo. !le a bei*a, delicado) Ele –
'"o na 9uva
Ela –
6ein?
Ele –
(Tempo. $i ) -omo era a -laudinha quando 1azia ii?
Ela –
($i muito. =mita crian2a batendo com a mão no chão, num chão molhado de pipi. 5epois passa no rosto ) $ii $ii ($iem) Ele –
!á um beio no titio ( !la bei*a#o como crian2a. !le a bei*a como crian2a.
$iem3 Ela –
(Passando a mão no chão e no rosto dele) $aa $ii $ii ( $iem muito)
Ele –
(Passa a mão no rosto dela ) $ii $ii (Se sorriem, ternos) #"o 1oi o caso do $ortela, n"o, aquilo 1oi 1alta de treino nosso um com o outro % &ente 1icou em lua de mel deois Ela –
2á era di1erente
Ele –
/e divertiu tanto, ria, ria, t"o linda, linda de ser esma&ada '"e
Ela –
Eu estava achando at3 bom, mais 1ácil #"o era mais com 1or+a, olho no olho 'as n"o 3 mais 1ácil, n"o Ele –
Foi o nosso melhor ano $ii $ii ( $iem) !aC, %na 'aura
($eversão de luz. Flash8bac:) Ele 8
Olha, eu estou terrivelmente aaiDonado or outra mulher
($eversão de luz. Tempo presente) Ela –
#"o 1oi 1ácil, n"o
($eversão de luz. Flash8bac:) Ele 8
Olha, eu estou terrivelmente aaiDonado or outra mulher
($eversão de luz. Tempo presente) Ela –
-láudia tinha o quê? !ois anos, 'arcinho tinha acabado de nascer
($eversão de luz. Flash8bac:)
Ele 8
Olha, eu estou terrivelmente aaiDonado or outra mulher
($eversão de luz. Tempo presente) Ele –
Você nunca me erdoou
Ela –
Que raiva me deu searar você daquela mulher, que raiva, você ensava que era or minha causa, era or você – aquela vaca Vou embora, como? Eu ensava – com crian+a? /olta? -omo? Você sorrindo suerior das minhas mesquinharias, n"o sair de casa, me en1eitava, alcacho1ra, a vaca; Ele –
Foi %na 'aura, sim
Ela –
$ensou que era or aiD"o que eu 1azia isso or você? Era or hi&iene;
Ele –
'eu amor, isso acabou, vamos
Ela –
'e olhavam com cara de coitada, como 3 que a&enta isso n"o seiG, todo mundo sabia, o obre homem condenado a desertar aiD"o; Outros diziamH or que ela n"o deiDa ele ser 1eliz?G E eu n"o odia dizerH 3 uma vaca, entende? /emre a mo+a da moda? Você 3 um leviano, n"o sabe escrever romance 1az 1ic+"o de você mesmo, que raiva, tinha de chorar unto, er&untar dela, ouvir con1idência, ah eu Ele –
Eu &ostei muito de %na 'aura, de verdade
Ela –
Aostou, &ostou, você n"o tem temo de &ostar de nin&u3m que tem de assar o uni1orme de realizado que você usa e Ele –
isso que você n"o a&enta em mim, n"o 3? #"o so1ro, n"o rano nem &emo, minha tranqilidade su1oca, n3? Quer que eu coma vidro e Ela –
Eu &ostei, eu 3 que &ostei, eu sim *m ano deois, em silêncio, quieta, sem nin&u3m recisar saber, era ra mim e ra ele, n"o 3 ros outros, eu 1iquei aaiDonada, eu Ele 8
or quem?
Ela 8
or quem, or quem, claro, essa 3 sua rimeira er&unta, or quem, or quem, or quem Ele 8
or quem?
Ela 8
mundo 3 corrida de cavalo, n"o 3? n"o
Ele 8
or quemor
Ela 8
que interessa a&ora? 'as
Ele 8
diz, quero ver, or quem? que
Ela
8 -arlos Felie
Ele 8 Ela
$ortela? o
8 -arlos Felie da /ilva $ortela -ar
Ele 8
você teve al&uma coisa com ele? ( !la ri ) Você teve al&uma coisa com $ortela? #"o, 1ala a&ora, ah, n"o, 1ala, tem de dizer, tem Ela 8
seis meses, todas as noites, todos os dias, semre, semre que ele me chamava eu ia dormir com ele, seis meses ( !le d) um tapa nela) -arlos Felie da /ilva $ortela ( Outro tapa) Ele –
$uta (!la ri ) $ára com isso, hist3rica ( 0ate) $uta (0ate) Eu contei tudo da %na 'aura %na 'aura era uma mulher; Viva, entende? Viva; Você sua !eiDei ela or você ( !la ri. !le bate) 6ist3rica sai daqui vai sair á sim, aanha suas coisas amanh", deois de amanh" sem eu estar aqui, vem escondida, sai á ( !mpurra. !la come2a a se debater. !le a empurra) Ela –
Você acorda as crian+as, or 1avor, as crian+as
Ele –
(!mpurra#a) $uta $uta
Ela –
$elo amor de !eus, você me machuca
Ele –
'achuco 'achuco ( !le empurra. !la se debate. Um tempo. Os dois se
abra2am forte. 0ei*am#se violentamente. 4ão se agachando at' o chão. +eio choram. Os dois deitam no chão. %horam e se bei*am)
($eversão de luz. Flash8bac:) (Os dois cantam desencontrados) ($eversão de luz. Tempo presente) (Os dois choram e se bei*am. !le come2a a abrir a blusa dela) Ele –
'eu amor 'eu amor
Ela –
%mor %mor (Um tempo. 5lac:8out)
SEGUNDO ATO
Abre a cena. Os dois estão deitados no chão, lado a lado. !la de olhos fechados. Um longo e terno tempo. $la8bac: de =rer/, muito bai-o, um pe"ueno tempo. Sai o la8bac: Ela –
'eu !eus, como 1oi bom ( (ongo tempo) %mor
Ele –
%mor (Se dão as mãos )
Ela –
6á quanto temo n"o era t"o bom, tanto
Ele –
(%anta) ."o lon&e, de mim distante,
Onde irá, onde irá meu ensamento? ( Sorriem macio) orque você tem lábio 1ino demais, or isso, ele seca, nariz de rainha má, or isso, s0 sua cabe+a 3 bonita assim assim, e seus olhos, or isso Ela –
% ma+" do meu rosto 3 linda, nin&u3m tem aqui em cima dos olhos, quem tem a ma+" em cima dos olhos? ( !les riem macio) Ele –
(%ome2a a cantar. A partir do segundo verso ela acompanha. $indo) %marra amarra, e&a e&a, emenda emenda, -aiDeiro venha ra venda que o matuto quer comrar
Os dois –
(+eio desencontrados 7 +eio cantando, meio falando) 'estre do 1o&o toca o 1o&o na &iranda 'ete os 3s, sarta de banda nos aris taratatá
($iem macio. Um tempo. Se olham. !le passa a mão no chão e depois na cara dela) Ele –
$aa $ii $ii ( $iem. Um passa a mão no rosto do outro)
Ela –
$ii $ii ( Um tempo grande)
($eversão de luz. Flash8bac:) Ela –
'o+o, eu queria subir ro sCtio hoe mais tarde, daC n"o vou no antar – 3 ruim desolador ra você? Ele – Ela –
%h, que ena, mas eu subo amanh"
Que horas? Você n"o tem de encontrar com aquele homem – n"o 3 do &overno de Aoiás? – que quer uma reorta&em, 3 Aoiás ou 'ato Arosso?
Ele –
#em eu sei – 1oi bom você lembrar 8 o que aquele &overnador 1ez? #ada Vou botar 1oto&ra1ia de boi, tome boi Ela –
$Je tamb3m o bezerro /obe deois de amanh", nada de 1ica or aC com Aiselas, eu sei Ele –
Olha a boba
Ela –
Quero ver se onho iso no ch"o, sabe? Que você acha, vamos verH cer@mica ou tábua? -er@mica, se 1or, sem encerar, que 1ica mais bonito Ele –
-er@mica ou tábua, cer@mica ou tábua, tábua;
Ela –
.ábua, 3 sim, eu re1iro, sabe – n"o sei, mais bonito, mais quente, 1ica mais canto, n"o 1ica? #"o taco, tábua inteira correndo toda a sala, estirada, a %nita está arreendidCssima de ter osto cer@mica que ela Is Ele –
'as com calor cer@mica 3 melhor quando 1ica quente, n"o 3?
Ela –
%h – ah, isso que eu enso, vou – tamb3m vou ver com o carinteiro, vou ver o re+o, a &ente decide mais quando você che&ar lá, mas eu acho tábua melhor mesmo, liDada, como casa de Vila >ica, .omaz %ntonio Aonza&a, assim 4ncon1idência, bem lar&a assim, vou ver direito Ele –
4ncon1idência, 4ncon1idência ( Um silncio. Sorriem)
Ela –
%quele seu troical marrom á che&ou do al1aiate, mandei aertar a cal+a, 1icou um dand, comrei uma camisa azul ra ele, azul mineiro, deois você vê Ele –
Obri&ado, veo, claro, 0timo
Ela –
#"o esquece o imosto redial at3 amanh" ( +ostra a cabe2a) %&enda ($i. Sai ) ($eversão de luz. Tempo presente) (Os dois no chão, sem falar, rindo, passando pipi um na cara do outro, feito crian2a. Param, se olham. Um passa a mão nos tra2os do outro, como se h) muito tempo não se vissem ) Ele –
Você &ostou muito dele? ( !la faz "ue sim) 'uito? (!la não responde) $ortela 3 muito bom *m homem bom Ela –
.erminou lo&o, sabe eu 1iquei
Ele –
O quê?
Ela 8
a sonoteraiatábua, cisterna, cinzeiro, velhinhosbezerro
Ele –
%cho que 1oi o melhor ami&o que á tive $ortela
Ela –
4nvasor
Ele – 6ein? Ela –
Ele invade a vida estava semre ou 1eliz ou machucado
Ele –
Ele dizia minha ro1iss"o 3 en&enheiro de &ente e desvir&inadorG ($iem) Ela –
Ele escreveu isso na 1icha dum hotel que n0s 1omos ( (onga pausa)
Ele –
Vocês iam em hotel? ( !la sorri constrangida. Um tempo. 1az um carinho
nele) Ela –
E a %na 'aura?
Ele –
Foi, acabei com ela or sua causa
Ela –
Ela &ostava de você assim?
Ele 8
acho que demais a &ente sabia que ia acabar, 1oi 1orte Ela 3 uma &rande mulher >ainha /em ilus"o, sem nenhuma mesmo *ma &rande mulher, uDa !e nin&u3m esera nada, do ai, do quitandeiro !á troco s0 -omo eu &ostei dela, meu !eus; Foi a mulher que mais amei, quem sabe acho que a 7nica ( (onga pausa) Vocês iam em hotel? Ela –
((onga pausa) Ele &ostava or causa do barulho dos outros
(!le d) um tapa nela. 1icam parados um longo tempo) ($eversão de luz. Flash8bac:) Ela –
E o 5andeira $essoa, o que disse o >ei da $3rsia?
Ele –
#"o ouvi, entrou na minha sala á reclamando, levantei 1ui embora, n"o sou 'ilton =31er, tinha &ente na sala, mas o que 3 isso? Ent"o você recusa uma reorta&em sem 1alar comi&o, ensaG – á tinha levantado e saCdo #"o vou 1azer reorta&em ra 9i&ht n"o senhor, eDlicar or que tem de aumentar a tari1a $Je mat3ria a&a, ora Ou eu seleciono as reorta&ens, mesmo as a&as, ou me dá meu bon3 O 5andeira sabe, vai lá ra se eDibir, o av"o Ela –
Ar"o8!uque, Ar"o8Vizir
Ele –
Olha, 5andeira, na minha m"o n"o vira bazar n"o, n"o vira zona, n"o vira o 'an&ueG Ela – Ele –
!aqui a ouco ele tele1onaH %nita 1ez um ato lindo, vem cá comerG
, mas hoe á marquei com o /andoval, 9ouren+o, >aimundo, arece que vêm todos os comunas, vamos ver esse ne&0cio da editora duma vez, n"o
a&ento mais, come+o de novo, onho tamanco mas n"o a&ento mais o >asutin do 9ar&o da -arioca, n"o; Ela –
%h, mas você n"o me avisou que eles vinham, mandei a emre&ada embora !ou susiro ra eles, essa emre&ada s0 1az susiro, á viu? *m esa&uete eu 1a+o, B bolonhesa ou al su&o, B bolonhesa ou al su&o ( 1ala en"uanto sai ) N bolonhesa ($eversão de luz. Tempo presente) (Os dois parados) Ele –
Foi a mulher que mais amei, quem sabe acho que a 7nica ( (onga pausa) Vocês iam em hotel? Ela –
((onga pausa) Ele &ostava or causa do barulho dos outros
(!le d) o mesmo tapa nela. (onga pausa) Ele –
Você estava com aquele hist3rico em hotel, sabe o que eu estava 1azendo? -rCtico de arte, um or um, atrás deles ra 1alar bem daquela sua eDosi+"o ridCcula, eDosi+"o de merda que você encasquetou, que o $ortela deve ter metido na sua cabe+a; !e remorso eu 1azia, or causa da %na 'aura, ra te 1azer bem, você em hotel? Eu 1alando com? uta? Você em hotel? uta? Ela –
Ele –
!eiDei %na 'aura or você, ras&ado, or sua causa, !eus do c3u, !eus do c3u, nunca mais quero ter remorso, voltei ra você or quê? ra quem? (%ome2a a dar pancadas contra um m6vel. !la em silncio ) EDosi+"o de merda EDosi+"o de merda EDosi+"o de merda ( 5) uma >ltima e violenta pancada. +achuca muito a mão) Onde ele está a&ora? -om a bunda no '3Dico, a rimeira coisa que 1ez 1oi Ir a bunda na EmbaiDada do '3Dico, 3 1ácil ser 1antástico, 1antástico 3, 1antástico? ( (onga pausa) Ela –
Que você tem na m"o?
Ele 8
interessa
Ela –
Que 3?
Ele –
2á disse que n"o interessa, estou reetindo que n"o interessa ou n"o estou? Eu 1iquei tartamudo? ($eversão de luz. Flash8bac:) Ela –
%h, você disse que ia ser um esc@ndalo a reorta&em ra 9i&ht se saCsse – eu li, n"o achei, 1icou discreto, n"o achei assim
Ele –
.ive de 1azer eu mesmo, sen"o saCa aquele ditirambo 5andeira $essoa 1altou me beiar na boca de lCn&ua, ublica elo amor de !eus, estou sem dinheiro, elo amor do !iaboG Ela –
$elo amor do !iaboG 3 en&ra+ado ( Sorriem. Pausa ligeira) O /andoval, o 9ouren+o tele1onaram o dia inteiro que querem 1azer outra reuni"o ara o ne&0cio da editora Ele –
-hi, reciso arranar uma noite, eles 1alam tanto, arará, arará, n"o se combina nada, tem um tal de $alionov, querem ublicar um livro do $alionov, ah, n"o a&ento n"o Ela –
Ei, sabe que o carinteiro, um 1ilho duma m"e, botou tábua de se&unda no sCtio, est"o ran&endo que – me auda a 1alar com o carinteiro, que ele semre usa cha3u >amenzoni, tenho medo ( Sorriem) ($eversão de luz. Tempo presente) (!la est) fazendo uma bandagem na mão dele. Tempo longo ) Ela –
!0i? (!le faz "ue não com algum esfor2o) Vai na audiência amanh" assim? Ele –
Fica eDtrava&ante ( (onga pausa) O que o $ortela te dizia? ( !la o olha. Sorri. 1ica s'ria. Tempo) Ela –
-omo vai, acho que vai chover, esse er1ume 3 -abochard?G ( Pe"ueno tempo) Você 3 muito delicada demais, se enreda em tudo que te edem, cuidado, um á morreu na cruz, outro ar delicatesse Kai erdu ma vieP uma es3cie de aristocracia -uidado com o rancor que vem deoisG 'e chamava de %uto da -omadecida ( %ontinua fazendo a bandagem. (ongo silncio. !norme silncio) Ele –
Que ele dizia de mim? ( Outra longa pausa)
Ela 8
que no Vietn" os vietcon&s construCram uma estrada de 1erro de cinqenta quilImetros, ele me contou, e cobriram com bambu -inqenta quilImetros cobertos com bambu, que o trem assava embaiDo escondido (Tempo) Está doendo? Ele –
#"o
Ela –
Está, sim 4nchou muito, olha ( Tempo)
Ele –
#"o entendi
Ela –
4sso (Tempo longo)que a 1elicidade n"o 3 ser 1eliz, 3 querer ser 1eliz ent"o eles cobriram cinqenta quilImetros com bambu, acho que 3 isso que ele achava de você, me disse que você era a essoa mais inteli&ente que ele
conheceu e mais com talento ra ser inteli&ente, 3 sim, que ele era s0 mais eDeditoH estou semre rearado e matul"oG, ele dizia, dou semre um eito que amanh" eu vou caber no eito que ele vier, venho com ele siamêsG – que você, n"o, que você queria hoe s0, e deva&ar assim deva&ar a &ente come+a a n"o &ostar do 1uturo, n"o quer o dia se&uinte, @nico do dia se&uinte, de dormirque você viaava no banco que senta de costas ( Um longo tempo) ($eversão de luz. Flash8bac:) (!le faz todos esses 1lash8bac:s de mão enfai-ada mesmo ) Ele –
%h, n"o, está $aulinho de %lmeida que trabalha, 3 claro, em todos os lu&ares, 3 claro, 'ilton =31er, -ustodinho do 5anco de 'inas – ele se aresenta dizendo assim 8 , todos os mais s3rios concorrentes ao rêmio de mordacidade do >io de 2aneiro Vamos 1icar or aqui mesmo -omo -risto – na rua ( Anda com ela. %omo se falasse com outras pessoas) Feliz #atal Feliz #atal (!la ri ) Os dois –
Feliz #atal Feliz #atal ( %umprimentam gente)
($eversão de luz. Tempo presente) (Os dois parados. O la8bac: mant'm muito bai-o o 1eliz atal, 1eliz atal/ ) Ela –
Que você, n"o, que você queria hoe s0, e deva&ar assim deva&ar a &ente come+a a n"o &ostar do 1uturo, n"o quer o dia se&uinte, @nico do dia se&uinte, de dormirque você viaava no banco que senta de costas ( (ongo silncio. !le levanta. Anda um pouco, procura se espregui2ar com naturalidade. Senta de costas para ela. Um tempo. P?e a mão na cabe2a sem estardalha2o. Parado. Um tempo grande. !la vai para ele, senta#se no bra2o da poltrona. 1icam parados um longo tempo. $la8bac:& entra bai-o a cena do =rer/. Um pe"ueno tempo. Sai o la8bac:) #"o 1ica assim Você semre rimeiro machuca deois se machuca ( (ongo tempo. !le com a mão na cabe2a. !la mansa come2a a chorar. %hora mais. %hora forte, sentido ) Ele –
$ára com isso ára com isso $ára de ter ena de mim, o quê? #"o quero nada seu, ára ( Sacode#a) 'as vai ra lá, n"o cola, sai de erto, DI, DI Ela –
'eu !eus, ha meu !eus
Ele –
'as or que você 1icou comi&o, hein? #"o edi, edi? #"o edi, eu
Ela –
'e solta
Ele –
Quieta ali no seu canto 1eito um bicho, um coelho de olho vermelho ali no canto, 3 quente a casa, n"o 3? Os m0veis, hein? que m0veis, n"o s"o n"o? a
vista, han, esse mar, oa; /em 1alar nada, da Aestao, você era minha Aestao, Fritz? Fritz Ela –
'e deiDa, or 1avor
Ele –
O chuveiro 3 bom, n"o? ducha 1ria e quente, 1rio e quente, e a varanda? $ra tomar banho de sol nua, at3 me eDcita, sabe? -om um coo de $ernod, 3? o massa&ista? calada no seu canto, um coelho, as tábuas do sCtio, sabe o que você me deu, Fritz? as tábuas do sCtio, mais nada ($eversão de luz s6 para ela ) (!le fica no tempo presente, falando em cima da fala dela, "ue ' dita mais bai-o. o meio da fala, ele chega a responder como respondeu na cena passada, mas o tempo da resposta não coincide com o tempo da pergunta. 1alam *untos) Ela –
#"o taco, tábua inteira correndo toda a sala, estirada, a %nita está arreendidCssima de ter osto cer@mica que ela Is -omo casa de Vila >ica, .omaz %ntonio Aonza&a, assim 4ncon1idência, bem lar&a assim, vou ver direito ($epete isso at' ele come2ar a dizer p)ra com isso/, "uando então ele falar) mais alto sua fala) Ele –
/e eu soubesse que você estava me esiando, essa est0ria imbecil de t7nel de bambu de trem de vietcon& que se 1odam, eu dizia 1ora, mo+a, 1ora daquiG, cer@mica ou tábua, cer@mica ou tábua, tábua, 1ora daquiG eu ia dizer, estou no mundo, Arace =ell, lá, sem sinal de m"o e contra8m"o, sem &uarda de tr@nsito, 2une %llson, lá n"o tem, com a r3dea aertada na boca, me ras&ou o lábio in1erior aqui, o brid"o aqui, o lábio in1erior 4ncon1idência, incon1idência, ára com isso, ára com isso; ( ela est) repetindo a mesma fala mais alto) $ára com isso; ($eversão de luz para ela. Tempo presente ) (!la est) parada. @uieta) Ele –
$ára com isso, eu devia dizer, ára; -oelho com sua cenoura, out; /lam; $or que você n"o 1alava, 5elinda? Ela –
Eu 1alava
Ele –
Quero saber or que você n"o 1alava, Fritz 5elinda?
Ela –
Era s0 o que eu 1azia o temo todoH 1alar, 1alar, tinha medo do silêncio, de reente ode ter um silêncio, 1alava, 1alava o que vinha ($eversão de luz. Flash8bac: s6 para ele)
Ele –
#"o sou 'ilton =31er, n"o sou 'ilton =31er, n"o vou 1azer reorta&em ra 9i&ht n"o senhor, eDlicar or que tem de aumentar a tari1a, Je mat3ria a&a, ora Olha, 5andeira, na minha m"o n"o vira bazar n"o, n"o vira zona, n"o vira o 'an&ue ( !le repete isso muito bai-o. as pausas dela, ele aumenta o tom de voz. !la fala *unto. +ais alto) Ela –
-laro, claro, você tem raz"oG, quando você 1alava era melhor, você 3 assim brilhante, eu tinha de dizer s0 3 claro, claroG, e uma &ra+a, al&uma coisa en&ra+ada que 3 bom, n"o 3? Ar"o8duqueG, Ar"o8VizirG, n"o sabia direito o que era, claro, claroG, usa semre cha3u >amenzoniG, n"o queria saber, Aisela, 5andeira $essoa, 9i&ht, EmbaiDada, a Editora com seus ami&os comunistas, claro, claroG, $alionov, um car&o no &overno, %lian+a ara o $ro&resso, usa cha3u >amenzoniG, deois de seis meses $ortela sumiu, nunca mais vi, ent"o 1iquei issoH 1ilhos, sCtio, tábua, cisterna, bicho, coelho de olho vermelho, 3, queria che&ar a hora do almo+o, claro, claroG, 'arcinho arendendo a 1alar, olha;G, conversar com você ra n"o 1icar muda, as loas, bazar, em 1ormol, claro, claroG, nunca vou te er&untar or que o nosso sCtio 3 erto do sCtio do 5andeira $essoa, você n"o queria uma casa na raia? botar cal+"o suo de areia, bêbado, dizendo alavr"o? cha3u >amenzoni ele usaG, um razer em ser oaca, n"o reclamar que razer, 1icava rindo, n"o 3 nada disso que eu sou, que eu quero, nada disso, so1ria macio, nin&u3m sabia de mim, ah que en&ra+ado, no canto, de olho vermelho, coelho de olho vermelho (!le, "ue falou at' a"ui bai-o e alto alternadamente nas pausas dela, emenda&) Ele –
Olha, 5andeira, na minha m"o n"o vira bazar n"o, n"o vira zona, n"o vira o 'an&ue ($eversão de luz para ela tamb'm. Flash8bac:) (Os dois estão no passado, os dois falam meio e-asperados, cada um, por'm falam sozinhos) Ela –
-omo na casa de Vila >ica, .omaz %ntonio Aonza&a, assim 4ncon1idência, bem lar&a assim, vou ver direito Ele –
Olha, 5andeira, na minha m"o n"o vira bazar n"o, n"o vira zona, n"o vira o man&ue Ela –
-omo na casa de Vila >ica, .omaz %ntonio Aonza&a
Ele –
#a minha m"o n"o vira bazar
Ela –
-omo casa de Vila >ica
Ele –
Olha 5andeira, olha 5andeira
Ela –
.omaz %ntonio Aonza&a %ntonio Aonza&a
Ele –
#a minha m"o #a minha m"o ( Anda no 1lash8bac:, em tempo lento, um cai nos bra2os do outro. $la8bac: 4rerêG) $roletário do mundo inteiro; Ela 8
do mundo inteiro
Ele –
$reservai o amor;
Ela 8
o amor
Ele –
9evai8o at3 o 1im; %t3 o desconhecido
Ela 8
levai8o
Ele –
O desconhecido 3 a terra do homem; ( Se bei*am)
($eversão de luz. Tempo presente) (O la8bac: p)ra de estalo. Os dois na posi2ão "ue estavam antes) Ele –
'as o que você queria de mim? de uni1orme branco? um #azareno, um 4maculado -oncei+"o? Estou suo, estou assim, aqui, me mancharam aqui, aqui, uiu, uiu, que se vai 1azer? Você n"o 3 caaz da sua vida, quer viver a minha? Viver or dois? #in&u3m escaa assim, entende? #"o osso me eDibir ra você, n"o 1a+o circo, n"o sou mulher barbada, n"o sou você; #"o sou você; #o mundo há uma 1eia batalha e Ela 8
muito 1eia, $ortela 1icou no ornal eserando, te tele1onava, você 1oi três vezes, sorriu, deu cinco id3ias lindas imossCveis e Ele 8
n"o vou dar satis1a+"o de coisa que aconteceu há quatro anos, s3culos, vamos e convenhamos, você á discordou do $ortela? Fala aC; Fica de olho es&azeado, morde o maDilar, vai subir em cima de mim, vai me morder a car0tida, ent"o eu vou dizer n"o vou no ornalG, isso 3 desvario? -inco mil eDemlares tirados B m"o, quase, e – sabe, $ortela? Auttember& á morreuG – ia dizer isso ra ele? 6ein? !iscordo da linha do seu ornal, n"o 1oi assim que se combinou;? O /indicato dos Fazedores de 5rioche $ede em 'ovimentada %ssembl3ia a #acionaliza+"o do 'in3rio 5rasileiroG #"o vou lá, n"o vou, sou vidrado em dar cor nas coisas, vidrado, mas quando tinha sete anos tomei uma vacina contra ti1o aqui no rabo, olha a marca, n"o vou; 2ornal ra oitenta e três essoas, subiu ra oitenta e sete Eu n"o Ela 8
1ácil assim, n"o – ah, que brioche? %h, assim? .inha mais coisa, e tem de dizer a verdade mesmo que sea ra oitenta e Ele 8
que verdade, >osa de 9uDembur&o, quê? Eu discordava da linha daquele ornal, n"o cabe na sua cabe+a, $assionária? #"o Ela 8
qual 3 a linha que você concorda? Quem á disse, na sua oini"o, al&uma coisa razoável sobre o mundo, quem? #"o lembro de
Ele 8
I, entendi, entendi, quer que eu sea lCder das 9i&as -amonesas, n"o 3? ou um mar&inal 1amoso, o -ara de -avalo? came"o da travessia >io8 #iter0i, que tal eu ser a 'aria Esther 5ueno? Quando al&uma coisa neste aCs 1oi resolvida com berro, &ente emilhando m0vel na esquina do Ouvidor, de barricada e 'arselhesa, e – quando? #unca; $ortu&al criou o aCs do che&a ra cá, 1oi com isso que os $ortelas acabaram, vieram de chicote na terra do so1á; .em uma c7ula e o resto 3 icterCcia, deiDe o ovo ra lá um temo, sentado na cal+ada de marmita, na 1ila do 4ase, no 'i&uel -outo eserando va&a, d0i, mas deiDe um ouco, acenderam a 1a&ulha olha no que deu, a bunda na EmbaiDada do '3Dico e o resto 3 silêncio, 3, o resto 3 6amlet Ela –
Quer dizer que n"o recisa de 5olCvar?
Ele –
Que 5olCvar, meu !eus, a >ua 5olCvar, que 5olCvar, minha m"e?
Ela –
#a 7ltima reuni"o que vocês 1izeram ra Editora, 1az um ano que vocês re7nem, n"o teve reuni"o, que você 1ala o temo todo, semre, dessa vez, que 1altava um 5olCvar, 1alta um 5olCvar, /nadoval, me dêem um 5olCvar e eu levantarei o mundoG ($eversão de luz. Flash8bac: s6 para ele) (!la continua sentada no tempo do presente. 5izem as mesmas coisas. S6 "ue ela fala mais devagar. 5iz o "ue ele disse no tempo do tempo. +ais devagar. !le fala depressa) Ele –
(!la bem mais devagar e bai-o ) *m -árdenas, /andoval; #em e+o 9enin, 9ouren+o -árdenas; Vocês ro1issionalizaram tudo e n"o têm mais lCder orque 1alta intestino lá dentro remoendo at3 come+ar a dizer a voz de !eus, at3 dar 5olCvar, 'arti, 1icar lá na c7ula? .ira car&o daqui, Je ali, acolá, n"o, deiDa eu 1alar, quer mais Lhis:? Falta sol, revolu+"o 3 no sol, camisa aberta, cavalo, man&ueira, len+o molhado no nariz, orta de loa 1echando uma atrás da outra, rrrrá, rrrrá, que tal a &ente ublicar um livro $recisa8se de um 5olCvarG, &enial, a bio&ra1ia desses caras todos? /abe quem ode i lustrar o livro? como ublica+"o esanhola, or baiDo da letra, eu tenho aqui, vem ver, esera aC ($eversão de luz. Tempo presente para ele tamb'm ) Ela
8 1alta sol, revolu+"o 3 no sol, cami
Ele 8
Você vai se searar de mim or causa do 5olCvar? $omba, 1oi o 5olCvar; Eu ensando que 3 – mas 3 o 5olCvar Ent"o está certo Você tem um &ravador, 3? 1ez curso na -4%? /abe o que eu sou? *m homem sem talento ra ser sozinho, ronto *m 1racassado ra ser sozinho Vou 1azer o quê? Ficar desemre&ado? -omo o >a1ael, dois anos em biscate? -omo 9icCnio, %mClcar, 3 /oares, di&namente 1ora de tudo? Em comanhia imobiliária, emresa de
ublicidade, orque se en&ole menos sao? Eu en1rento -omo 3? assim? Que venha #"o ode sair essa reorta&em? #"o ode 'as n"o sou caacho, n"o, n"o sou 'ilton =31er $ublique a melhor revista que tem or aC, 5andeira $essoa, ou eu saio E ublico a melhor revista .eve outra melhor? .eve, acabou em um ano, n"o 1oi? Ent"o 3 essa mesmo que vai sair Viva a 9i&ht? Viva Viva o Aoverno daquele ener&7meno? 'e dá minha ercenta&em, viva; 'as n"o vou ser um rancoroso n"o, resmun&ando s0 o socialismo, s0 o socialismo, eu en1rento o meu 1racasso; Quem me uDou ro sCtio 1oi o 5andeira $essoa, você está 1ati&ada de saber Eu 1a+o uma revista metade vendida, metade acordada, metade acordada, que aumentou a venda&em em RS or cento na minha m"o, quarenta e três; #"o 3 or causa da Editora que eles vêm aqui, 3 que eu n"o assino mani1esto mas arrano mais barato ra ublicar, arrano deutado das *!#, qual 3 o deutado da *!# assim %cessCvel? 3 aquele, eu di&o, eu levo lá; Está bem, os americanos est"o de1endendo a liberdade no Vietn"? $ublico 'as 3 assim assim; Que você quer? $ra ter ardim da in1@ncia que eles têm, os meninos, ra ter a varanda, nua, e disco que n"o che&ou aqui, e a Euroa, e – 3 assim; !eva&ar 9embra da reorta&em sobre a olCcia, o que eu n"o disse dela? 9embra? !eva&ar, elo amor de !eus, estou vacinado no rabo, deva&ar, deva&ar, $ortela tamb3m te disse isso? Ela –
!eva&ar, ele 1alava semre
Ele –
Ent"o equivocou8se, que se meteu nesses cem metros rasos que quiseram 1azer e deu com o rabo no '3Dico, ele n"o Ela 8
n"o sei, nunca mais vi $ortela ( Pausa longa) Olha Esteve um raaz ontem aqui 2urandir? Que 1ez duas reorta&ens assinadas ra revista, 1izeram sucesso, e aC você n"o deu mais nada ara ele 1azer, s0 cozinha Veio edir ra mim 1alar com você, interceder, que 3 a carreira dele ( (onga pausa) Ele –
Você vai mesmo ra casa de sua m"e, n"o 3?
Ela –
Ele –
/e n"o 1osse assim muito trabalho eu re1eria que você 1osse a&ora muito trabalho? Ela –
#"o
Ele –
Você aanha as crian+as outro dia
Ela –
#"o há d7vida
Ele –
Quer que eu chame um táDi? $reciso do carro amanh"
Ela –
$or 1avor (!la sai para dentro. !le pega o telefone, disca. Um tempo. ão ouve, desliga. Um tempo. !la volta com uma pe"uena valise)
Ele –
#in&u3m atende
Ela –
Faz mal, e&o um lá embaiDo
Ele –
-laro, essa hora 3 1ácil
Ela –
%t3 lo&o ( 4ai saindo, ele não responde. Tempo )
Ele –
Quem 3 o novo, hein? !escule a curiosidade
Ela –
um raaz, intor, &rá1ico, você n"o conhece – /araiva, conhece?
Ele –
2á ouvi 1alar, /araiva, de barba, outro descontente
Ela –
%o contrário, 3 um contente, talvez demais #"o sabe ainda que 3 assim
Ele –
Você está aaiDonada or ele?
Ela –
%cho que n"o sou mais caaz
Ele –
um ovem, n"o, bem mais mo+o que você, 3 amor materno?
Ela –
!eve ser
Ele –
V"o morar untos?
Ela –
Fica desele&ante?
Ele –
$elo menos a&ora odia me ouar
Ela 8
/erá ouado
Ele –
%&rade+o muito
Ela –
4ma&ine
Ele –
Você e&a o táDi, n"o? Estou sem vontade de descer
Ela –
-laro
Ele –
#"o a&ue em cheque -ho1er n"o aceita ( Tempo. !la o olha. Sai. Um
tempo. !le fica, meio "ue sorri. 1az um gesto de al9vio. Tempo. Sai atr)s dela. A cena fica vazia um tempo)
($la8bac: do vem, vem/ na praia) (Um tempo. !le volta meio "ue arrastando ela. !la dei-a#se vir, sem dizer nada) (O la8bac: ainda fica um pe"ueno tempo)
Ele –
Vemvem1ala comi&o, minha mulhervem ( 0ei*a#a. Se agarra nela, come2a a dan2ar lento. %anta, muito bai-o& ) ."o lon&e, de mim distante, T Onde irá, onde irá ( 5an2a ainda um tempo) ($eversão de luz. Flash8bac:) (!la est) parada no centro do palco. !le entra com rosas) Ela –
>osas de manh", rosas quando voltava ara o antar com rosas ( !le sai e traz rosas) >osas quando eu acordava, rosas brancas lindas, você semre teve muito bom &osto, semre ( !le traz mais rosas. Os bra2os dele estão cheios de flores) $uDa, meu amor, que rosa linda, que coisa t"o vermelha, meu !eus que linda, erd"o, sou boba, n"o sei, 1iquei ateta com essa sua bri&a com o $ortela e – mas que rosa linda você – te amo, te amo (Se abra2am. 5an2am. !la carregada de rosas) ($eversão de luz. 5lac:8out) Ele –
(o la8bac:) Fora daqui, eu ia dizer; Estou no mundo com a r3dea aertada na boca, me ras&ou o lábio in1erior, aqui Fora daqui, eu ia dizer; ($eversão de luz. Tempo presente) (Os dois estão dan2ando) Ela –
(!m la8bac:) #"o 3 nada disso que eu sou, que eu quero, nada disso, nin&u3m sabe de mim, ah que en&ra+ado, no canto, de olho vermelho, coelho de olho vermelho ( O la8bac: p)ra. !le p)ra de dan2ar. 1ica olhando ela. !stende a mão) Ele –
/erá que eu quebrei?
Ela –
!0i muito?
Ele –
(!la e-amina)
Ela –
-omo inchou teve derrame
Ele –
'o+a, te amo
Ela –
.ira uma radio&ra1ia amanh" mesmo
Ele –
.e amo, mo+a ( !la sorri triste) #"o 1ica com esse raaz, n"o
Ela –
Vai no /erzedelo amanh"
Ele –
Fica comi&o Vamos reencontrar, hein? Vamos marcar um encontro Eu vou de &ravata vermelha, você vai de 1lor no ombro, quer? ( !la sorri triste) /abe com quantos anos eu estou? !ezoito !ezessete % &ente recisava 1alar, s0 isso, 1alar s0 'e ouve, te amo, mo+a, 3 você de novo, zero quilImetro,
sabe? Entende? !eiDa eu eDlicar, sou eu outra vez, e você como era, a &ente assou uma noite atravessando escombro, a&ora eu estou aqui você aC, olho no olho Ela –/erá? Ele –
!escon1iada, semre descon1iada Eu n"o quero ser assim, sabe? Vou me livrar disso !e noite eu ensava, enso, acendo ci&arro, você está dormindo, n"o sabia que você tinha ercebido, entende? Ent"o eu me a1astei, bebi minha &asolina sozinho, você na varanda nua, 1ui 1icando lon&e Eu ensavaH nem ra me erceber ela serve? Estou aqui ras&ado no lábio in1erior #"o era nada disso Era s0 dist@ncia Estou 1eliz que você sabe tudo de mim '"o na luva Ela –
6ein?
Ele –'"o
na luva
Ela –6ein?
(!le passa pipi no rosto dela. ão com tanto estardalha2o. Terno.
Sorriem) Ele –
5om8dia U você de novo 5om8dia
Ela –
5om8dia
Ele –
(%anta bem terno) $e&a o ato, aara o &ato Fortunato Oi lê lê aara o &ato e bota o &ato no lu&ar %ara a ia e roda a ia ia bamba
5om8dia, minha mulher 5om8dia, minha mulher ( 0ei*a#a. ela se dei-a bei*ar. Pega a mão dela, come2a a rodar ) Você ainda me a&enta no corruio? Ela –
#"o sei
Ele –
Vaivai (%ome2a a rodar com ela) .em erna curta você, cot0, cot0 Vaivai (!le corrupia mais forte. !la se dei-a levar ) Quero ver Ela –
Quero ver
Ele –
Vai cair lá no mar, hein? ( $odam. !la se dese"uilibra. Perde. !le ri ) -onheceu, auda? 'equetre1a eralvilha bu1arinheira ebumbrada echisbeque i&ao&a boni1rate trocas e baldrocas boi de cu branco (!la ri cada vez mais. A cada palavra ele a bei*a. Se bei*am) Quero te amar Ela –
.amb3m
Ele –
Quero te amar (4ão descendo novamente para o chão)
Ela –
.amb3m ( !le abre a blusa dela. 5lac:8out)
($la8bac: no escuro repete as palavras "ue ele disse& +e"uetrefa... Peralvilha... etc./ e os risos. A luz acende. !la lnguida, est) de combina2ão, parada. O vestido na mão, come2a a coloc)#lo lentamente. !le p?e a camisa. Os dois se olham fi-os) Ele –
(4ai para ela. 0ei*a#a) !escobri tudo, sabe? .enho tanta coisa na cabe+a, n"o sei onde come+o, um ro"o na alma -alma, calma, senta aqui $recisava a temestade, sabe? % crise /abe? a 1elicidade a &ente tem obri&a+"o, tudo calado, tudo triste, aC ent"o a &ente tem de ser 1eliz .em de ter um casal 1eliz, mesmo que sea um s0, 1eito almeira em 1urac"o da Fl0rida, se anunciando, está me ouvindo? #"o diz que sim or delicadeza Ela –
#"o, estou
Ele –
'e dá um beio ( 0ei*a) !e cabe+a ra baiDo 1izeram, o amor 1ica lá no 7ltimo, ser 1eliz lá no 7ltimo, antes vem casa r0ria, as desilusJes, a 1or+a ra se desiludir, deois o quê? documentos em ordem, as taDas, deois um orto se&uro, o 'onte $ascoal, deois se&urar a violência que sua na &ente, onde vou nos 1eriados, deois aroveitar, aroveitar o que uder, que estou cumrindo os dois mil e dezessete e cinqenta mandamentos, me deiDa aroveitar aqui B socaa, deois? deois sair do anonimato, 1ila, sala de esera, 1u&ir da televis"o, tenho que ver televis"o semre, semre? deois, or 7ltimo, vem o amorH obre, marraio, amor 3 marraio Ela –
Quando tem, a &ente quer que ele resolva tudo, coitado
Ele –
-oitado
Ela –
%mor s0 a&enta amor, mais nada, n"o 3 esconderio, n"o 3 alber&ue, omada de /"o 5enedito Ele –
Ent"o n0s vamos 1azer um &rande amor Quer?
Ela –
Quero
Ele –
%mor, um amor tranqilo, a &ente 1ica com cara de 'adona, está bem? (!la faz "ue sim) -ada &esto nosso 1ica marcado no ar, o sueito assa or ali uma hora deois, está lá o &esto Ela – Ele –
/em nenhuma a1li+"o
!amos todas as &arantias ra ele, a &ente 1az a editora, o dia todo 1azendo a editora, 1icamos aristocratas, s0 se conversa com &ente viva (%ome2a a dan2ar com ela) /andoval /andoval 3 bom 6á quanto temo n"o 1alo com >aimundo, o onderado >aimundo /0 &ente viva
Ela –
/0
Ele –
Vamos ao m3dico e ele costura minha erna na sua, 1icamos siameses
Ela –
%C n"o ode dormir unto, beiar na boca
Ele –
!ormimos na rua, na esquina do Ouvidor, tiro a roua, deito no ch"o, beio seu eito, 1ico em cima de você Ela –
.odo mundo olhando? ( 5e vez em "uando param de dan2ar. $ecome2am) Ele –
>ezando, maldizendo
Ela –
#"o ode ter soberba /0 uma vez or ano a &ente dorme na >ua do Ouvidor #"o 1alo mais em tábua Ele –
/0 uma vez or ano a &ente vê onde tem de Ir tábua Escrevo livro, um livro or dia sobre como 3 o mundo, você 1az a arte &rá1ica, vou escrever um ornal de oitenta e três essoas Ela –
% vizinha do SS comra, ela 3 minha ami&a, vendo ra mais &ente
Ele –
5andeira $essoa eu queimo em ra+a 7blica, a 9i&ht, &overnador e Aoiás, todos os adidos da EmbaiDada, $aulinho de %lmeida, 'ilton =31er, o&o 1ora todas as minhas abotoaduras Ela –
#"o tomo mais $ernod
Ele –
'arcinho vai ser t"o se&uro que nem vai recisar estudar tri&onometria -láudia vai ser t"o linda que quando ela assar assarinho cai da árvore estatelado (5an2am um pouco em silncio, abra2ados) Estou 1alando s3rio Ela –
Eu sei
Ele –
(P)ra de dan2ar ) s3rio !evia ter um tribunal ra quem n"o conserva o amor Você quer? Ela –
Quero
Ele –
$or 1avor, estou 1alando s3rio
Ela –
'eu amor
Ele –
#"o 1az, resonde
Ela –
'as
Ele –
>esonde
Ela –
9embra do 'artin 9uther =in&? /onho que um dia todos os vales ser"o eDaltados, todos os montes e montanhas ser"o rebaiDados, os lu&ares in0sitos ser"o alainadosG % multid"o dando8se as m"os, &ritavaH sonhe mais /onhe mais E cantavaH ( %anta) Me shall overcome, Le shallG Ele –
Estou 1alando s3rio
Ela –
Vai
Ele –
Estou dizendo, um raio me abriu no meio, meu amor< você me ariu hoe de noite, a&ora /3rio, s3rio, s3rio Ela –
#"o sea assim
Ele –
%ssim o que?
Ela –
dema&o&o n"o era sem a1li+"o?
Ele –
5om dia, boa noite, muito razer, n"o tenho nome, reciso ser batizado, nasci de novo, caderno novo de bazar com linha vermelha, mar&em &rande, entende? /ou isso Eu te amo, morto de aiD"o Ela –
O nome n"o 3 aiD"o, 3 dor de corno
Ele –
O que você quiser, s0 tem dor de corno quem ama
Ela –
E quem n"o ama Os americanos tamb3m adoraram -uba, quando ela se libertou deois 1oi "o e á&ua Ele –
#"o 1az, eu 3 que estou livre, olha minha cara, deve estar com três olhos, sou eu de novo, or 1avor, or 1avor, or Ela –
#"o 1az assim, amor, 1alta cinco minutos
Ele –
'e aroveita, me aroveita, me
Ela 8
1alta cinco minutos, amor
Ele 8
estou dizendo or 1avor, n"o sea covarde, n"o, or 1avor, te amo, te amo te erdi? Ent"o está errado eu conserto, te erdi? Ent"o errei, sua cora&em, essa aciência, cascata, mudo a&ora Ela –
Vou 1azer uma comressa, inchou demais, dorme um ouco que você tem audiência Ele –
#"o vou na audiência
Ela –
$or 1avor
Ele –
2á disse que n"o vou, ode ir embora se quiser, n"o vou
Ela –
Você trabalhou tanto ra conse&uir isso
Ele –
!isse que n"o vou
Ela –
#"o 1az assim, me sinto mal
Ele –
#"o vou, quero que esse &overnador se rale, se 1oda
Ela –
Olha, amanh" você tem de ir no adido da Fran+a e se 1alará sobre vinhos, tem a camanha do 2o"o /em .eto, o que 1oi que che&ou, um came"o in&lês de esca submarina? lembra, no sábado o Aovernador da $araCba vai no sCtio do 5andeira $essoa, $aulinho de %lmeida vai, -ustodinho, 'ilton =31er, todos os mais s3rios concorrentes ao rêmio de mordacidade do >io, vamos &ozar esse &overnador, tem a reuni"o da Editora, n"o tem uma marcada? aquele 1ilme que a -olumbia vai mostrar, a %lian+a ara o $ro&resso quer ainda o quê? ainda tem isso, essa merda? Ele –
Está bem, está bem, me dá um ano? um ano? seis meses, hein? 2uro, e&o esse car&o e toma lá dá cá, 1ico indeendente, uro, seis meses, me dá? .oma lá, dá cá com eles todos e saio dessa revista, de tudo seis meses? Ela –
#"o /ua vida 3 assim, 3 isso % omniresen+a #a 1alta de outra coisa, tentar a omniresen+a, como se o mundo 1osse uma imensa suer1Ccie 6ollida on 4ce, no &elo, assim Ele 8
elo amor de !eus, estou edindo seis meses, que s"o seis meses? Você &ostava tamb3m de tudo isso, 1ala a&ora n"o sei orque, mudou três vezes os m0veis daqui, mudou tudo três vezes, sabe quanto custa? #0s viemos untos at3 onde a &ente che&ou, untos, você tem de 1icar comi&o ra sair unto, esses vestidos loucos que você usa, hein? %&ora n"o vem comi&o, a cula 3 s0 minha? 6ein, /anta Wrsula, hein Ela 8
1altam cinco minutos, n"o 1az assim
Ele8
sou o melhor que tem or aC que n"o desisti, eu sei de mim elo menos, sei; % melhor revista 3 essa, sou reseitado, se tivesse cha3u era tudo de cha3u na m"o; Você veio unto, n"o me deiDa, covarde; Quanto custa você? /abe? me ras&aram no lábio in1erior, aqui; $ensou quanto custa al&uma vez o ardim ara o sCtio? .rês meses se metendo em casa de lanta, quanto custa? Quanto custa você oder dizer que vai embora, quanto? $orque sou eu quem vai te sustentar, n"o 3 o menino, 3? o menino? Ela – Ele –
$ára com isso
(Se agarra nela) Estou edindo seis meses, deois te dou o nirvana, $lut"o, te dou $lut"o, uro, me auda
Ela –
#"o quero nada seu
Ele –
Quer, quer Quer que eu continue assim e você arasita de mim, m as livre, n"o 3? !e m"os limas? .em a minha que á está acostumada a revolver bosta, n"o 3? tem Ela –
/ai daC, sai daC
Ele –
$elo amor de !eus, entende? Fica comi&o, o que 3 que eu vou
Ela –
O que 3 que você vai dizer ros outros?
Ele –
#"o, n"o, n"o 3 nada disso
Ela –
O que 3 que você vai dizer, como 3 que vai eDlicar?
Ele –
#ada disso, estou 1alando
Ela –
-omo 3 que vou eDlicar que aquela mulherzinha me deiDou? -omo 3G
Ele –
$or 1avor
Ela –
'e deiDa ir
Ele –
#"o
Ela –
'e deiDa
Ele –
#"o sai #"o sai
Ela –
Vou embora
Ele –
!ou orrada em você
Ela 8
vou embora
Ele 8
n"o dá um asso 1ora
Ela 8
vou que vou
Ele 8
te cubro de orrada ( !la pega a valise. Os dois lutam)
Ela 8
deiDa
Ele 8
á disse que n"o sai, /Clvia, n"o sai
Ela 8
lar&a
Ele 8
n"o vai viver com nin&u3m B minha custa
Ela 8
noo, noo
Ele 8
vai viver com o menininho, 3, você deve eDcitar o menininho Ele deve ter a imress"o que n"o eDiste nin&u3m com mais cora&em que você Ela 8
está com medo de 1icar sem mulher, tem a Aisela, a %ntonieta, todas, Aisela atende a artir do meio dia ( !le d) um tapa nela. Pega a valise. Os dois brigam) 'e deiDa Ele –
Vai tentar o canto do cisne, está muito velha, hein, muito
Ela 8
vou embora orque te odeio, te odeio, te odeio, 97cio
Ele 8
ára com isso
Ela –
te odeio, 97cio $aulo Freitas
Ele 8
você acorda as crian+as, os vizinhos
Ela 8
1odam8se, te detesto, detesto, odeio, raiva
Ele 8
ára com isso
Ela 8
olha o que você 1ez de mim, vara verde, tremendo como vara ver
Ele 8
cala a boca
Ela 8
sabe que o 5andeira $essoa tem um aartamento no 9eme, no quinto andar? Ele 8
o quê?
Ela 8
no quinto andar, n"o sabe? /abe Esquina da >ua %nchieta, sabe sim
Ele 8
o que 3 isso?
Ela 8
mas eu me vin&uei de você, me vin&uei, 97cio $aulo uni n0s dois, c0lera do c3u ros dois Ele 8 Ela 8
1ala o que 3 isso?
1ui lá, 97cio, vara verde, 1ui lá, tem um quarto com luz vermelha, sabe? Ele senta numa cadeira num quarto com luz vermelha O 5andeira $essoa, quando você n"o subia ro sCtio, ele ia lá, n"o levava a %nita e 1alava, 1alava, edia, edia, no 9eme, quinto andar, sabe? *m quarto com luz vermelha, nunca 1oi lá? #unca levou Aisela lá? 5andeira diz que emresta semre, você deve ter dormido com Aisela no mesmo lu&ar, você sentou na cadeira, hein? 'e vin&uei do que você 1ez comi&o, do que eu 1iz comi&o, tinha razer de ir lá, meu !eus, resira+"o resa, como se 1osse o 2uCzo Final, ele 1ica sentado, sabe? Aordo, ede as coisas, ede as coisas ra mim 1azer, no quinto andar, lá no 9eme, ele 1alava de você, sentado, 1icava er&untando, onde será que ele está a&ora, onde será que o seu marido está a&ora, sentado, luz vermelha, eu
1icava andando, deois deitava, assava a m"o no meu eito, ele 1alando de você, onde será ( !le, com uma violncia inaudita, vai no pesco2o dela. S6 com a mão boa. Aperta, violento. !la não esbo2a um gesto de defesa, aterrada. !le aperta, aperta. (arga. !la cai num canto, sufocada, semi# gemendo, ganindo. !le se larga numa poltrona. 1i-o. !st)tico. Um tempo imenso. !la se recupera lentamente. (enta, pega a valise e lentamente sai. !le fica parado na mesma posi2ão. Um tempo imenso. Olha sua mão enfai-ada. !-amina#a cuidadosamente) Ele 8
será que quebrou? melhor 1azer uma comressa, n"o 3? radio&ra1ia 3 vou no /erzedelo s0 che&a meio8dia deve estar quebrado isso, olha /erzedelo s0 che&a meio8dia ter+as e quintas, amanh" 3 ter+a? melhor você tele1onar ra casa dele vai te 1alar da %ssocia+"o '3dica s0 1ala disso, lembra? acho que quebrou mesmo Vai, como 3 o tele1one dele? SXSRSY n"otrês cincotrês sete? eu sei de cor você sabe SX8SZSY SX8SZSY $er1eito -omo 3? SX8SZSY $er1eito SX8SZSY $er1eito SX8SZSY $er1eito (P)ra. (onga pausa. 5lac:8out Um tempo. o escuro. $la8bac: muito bai-o, "uase inaud9vel. O trecho =rer, solta teu canto/, musicado, cantado com or"uestra. Acende a luz. !le est) de terno e gravata, a mão *) sem fai-a, sentado na mesma posi2ão. Um tempo. Pega o telefone. 5isca)
Aisela? -omo vai? Estou com saudade sua 'e encontra hoe? %manh" ent"o Vai ros Estados unidos, viva -laro, deve estar atraalhadCssima Quanto temo? /eis meses termina um ano 3 'e manda um ostal dum assalto a banco #"o, n"o 3 boato, n"o %t3 que en1im 'e searei dela, 3 .inha de ser 5oa via&em -uidado ra n"o te mandarem ro Vietn" Melcome *m beio ( 5esliga. Tempo. (iga de novo) %na 'aura está? $or 1avor 3 um ami&o dela ( Tempo. !spera. 5esliga o telefone. Sacode a cabe2a. Parado um tempo. Pega o caderno de endere2os, consulta. Tempo. 5esiste. Joga#o no chão com violncia. Tempo enorme. Pega o caderno de novo. $econdiciona as pe"uenas p)ginas "ue se soltaram. 8uarda#o. !nfia#se na poltrona. Tempo enorme) E ele ediu ao /enhorH 9ivrai8me deste sulCcioG %o que o /enhor resondeuH #"o osso .u o 1izeste;G ( Parado um tempo) *ma loa que vendesse coisas ra quebrar, ras&ar ras&ar ( ovo imenso silncio. !la entra, com sua valise. (onga pausa) Ela –
-omo vai? ( Tempo)
Ele –
5em -omo vai?
Ela –
(Outra longa pausa) Eu eu queria 1icar aqui, osso? ( ova pausa)
Ele –
#"o deu certo?
Ela 8 Ele –
re1iro n"o 1alar #"o deu certo?
Ela –
#"o
Ele –
$osso saber or quê?
Ela –
-ora&em
Ele –
Entendo
Ela –
Queria 1icar aqui, trazer as crian+as
Ele –
-omo quiser (Pausa longa) Estamos condenados um ao outro
(ova longa pausa. Sorriem tristes) Ela –
Vou buscar as crian+as no ardim Vai antar em casa?
Ele –
Vou
Ela –
Falou com a emre&ada?
Ele –
#"o
Ela –
Eu 1alo /e desse temo de comrar camar"o Vem al&u3m antar?
Ele –
$aulinho de %lmeida talvez asse
Ela –
Ele n"o &osta de camar"o
Ele –
Quer que eu vá buscar os meninos? Você está cansada
Ela –
#"o -omo vai no novo car&o?
Ele –
'uito trabalho,n"o queria deiDar a revista, n"o sei como vou 1azer
Ela –
$ros dois n"o dá, 3?
Ele –
Vou tentando, o 5andeira n"o quer que eu saia
Ela –
-laro
Ele –
!iz que me derruba se eu saio da revista
Ela –
.e dá um &ole de estado, 3? ( 1alam normalmente num tom cordial e cotidiano. $la8bac:H O =rer/ em or"uestra e canto come2a e vai subindo at' não se ouvir mais o "ue eles falam) Ele –
.ive de 1azer eu mesmo, sen"o saCa aquele ditirambo ra 9i&ht 5andeira $essoa 1altou me beiar na boca de lCn&ua Ela –
%quele seu troical marrom á che&ou do al1aiate, mandei aertar a cal+a