Resumo bem simplificado do texto do Boaventura de Sousa Santos - POR UMA CONCEPÇÃO MULTICULTURAL DE DIREITOS HUMANOS.
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Descrição: Goétia do Quimbandeiro
No curso O Jogo do Texto, você conhecerá um método que ensina como atrair e multiplicar o número de encontros com mulheres gatas, usando mensagens de texto. Você conhece alguma mulher que não tenha...
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Descrição: Text Game (portugues)
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INTRODUÇÃO:
Em setembro de 2011, tive a oportunidade de assistir a confer ência que Antonio
érgio r gio Buarqu Buarquee de Candid Candido o aprese apresento ntou u na abert abertura ura do semin seminário Atualidade de S é Holanda promov promovido ido pelo IEB na USP. USP. Naquel Naquelaa ocasi ocasião, Candido Candido apresent apresentou ou uma
interessante interpretação da trajet ória intele intelectu ctual al de seu antigo antigo amigo amigo a partir partir das das cida cidade dess em que que vive viveu u a maio maiorr part partee de sua sua vida vida:: S ão Paul Paulo o e Rio Rio de Jane Janeir iro. o. Retomemos a argumenta ção central desta apresenta ção. Partindo de estereótipos de cariocas e paulistas da época de S érgio Buarque, zes do Brasil incorporou caracter í sticas Antoni Antonio o Candid Candido o sugere sugere que o autor autor de Raí sticas
intelectuais paulistas e cariocas ao longo de sua vida. E que, justamente por esse motivo, alterou significativamente os espa ços intelectuais, tanto os do Rio de Janeiro como os de S ão Paulo. Nascido em S ão Paulo em 1902, Holanda permaneceu na capital paulista paulista até os 19 anos anos de idade idade,, em 1921. 1921. Nesses Nesses anos de juvent juventude ude,, deixou deixou-se -se contag contagiar iar pela pela eferve efervesc scência ncia radi radica call dos dos mode modern rnis ista tass paul paulis ista tas, s, que, que, at é aquele momento, apenas ensaiavam a realiza ção de uma Semana de Arte Moderna. No Rio, viveu por vinte e cinco anos, subtra í dos dos de intervalos de dois anos no Espí rito rito Santo e dois anos na Alemanha. No distrito federal daqueles tempos, conviveu intensamente com os maiores intelectuais do pa í s, s, casou-se, tornou-se cr í tico tico literário fixo de rodap és literários e atuou como funcion ário público em diversas institui ções culturais, tais como a Universidade do Distrito Federal (UDF), o Instituto Nacional do Livro Livro (INL (INL)) e a Bibl Bibliot ioteca eca Nacion Nacional al (BN) (BN).. Em 1946, 1946, Sérgio Buarque retornou a S ão Paulo, onde trabalhou como diretor do Museu Paulista, professor da Escola Livre de Sociologia e Polí tica, tica, professor catedr ático da USP e diretor do IEB. Permaneceu em sua cidade natal at é o fim da vida (1982), salvo o per í odo odo de dois anos em que lecionou na Universidade de Roma como professor visitante. Em 1921, S érgio Buarque desembarcava no Rio de Janeiro com o impulso
é tica tica, que radical e iconoclasta dos modernistas paulistas. Nas p áginas ginas da revist revistaa Est é fundou com o colega Prudente de Moraes, neto, difundiu ideais radicais do modernismo paul paulis ista ta,, que que não tard tardar araam a entra trar em choqu hoquee com a trad tradii ção cultu cultura rall mais mais
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conservadora do distrito federal, que, sobretudo pela sua proximidade com o poder executivo, criava ares de cultura oficial. Al ém disto, nos anos em que esteve no Rio, Sérgio Buarque realizou sua forma ção cultural. Nesta cidade amadureceu e reviu seus pensamentos de juventude, criando v í nculos nculos com os mais importantes intelectuais do paí s. s. Foi no Rio de Janeiro onde “profissionalizou-se” enquanto intelectual. Quando retornou a São Paulo, em 1946, S érgio Buarque j á era um historiador reconhecido, um intelectua intelectuall consagra consagrado do que trazia para as institui instituições paulistas toda a bagagem de experiências adquiridas em institui ções cario riocas.
Em sum suma, sob a
ótica de Antonio
Candido, Sérgio Buarque trazia de volta a sua cidade natal, uma metr ópole crescente e desordenada, desordenada, o rigor e o m étodo aprendidos no Rio de Janeiro1.
O que nos parece particularmente interessante na fala de Antonio Candido é o papel determinante que ele confere ao período em que Holanda atuou na UDF, como professor-assistente professor-assistente de mestres estrangeiros. Segundo o autor de Formação da Literatura Brasileira, Brasileira, Sérgio uarque teria aprendido com Henri !ronc"on, professor de #iteratura Comparada, uma maneira cosmopolita de encarar a literatura, coisa $astante inco incomu mum m no ras rasil il daqu daquel elaa époc época. a. % com com He Henr nrii Ha Haus user er,, prof profes esso sorr de Hist Hist&r &ria ia %con'mica, teria aprendido o métier do do "istoriador, desde fa(er fic"as e preparar aulas até organi(ar pro)etos e $i$liografia *CA+DDO, /0. A pista sugerida por Antonio Candido serviu de trampolim para refletirmos sobre uma importante transição na trajetória intelectual de S érgio Buarque de Holanda. Como
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puderam o$ser2ar di2ersos comentadores de sua o$ra, "1 um momento em que Sérgio reali(a uma passagem do ensaísmo social, de Raízes do Brasil */3450, */3450, para pesquisas "ist&ricas em termos mais acad6micos, mais rigorosas e $em delimitadas no tempo e no espa7o, de Monções de Monções */3890, Caminhos e Fronteiras */39:0 Fronteiras */39:0 e Visão do Paraíso */39;0. A "istoriadora o que redigiu para o 2olume dedicado a Sérg Sérgio io u uar arqu quee na cole cole7> 7>oo Grandes Grandes Cientistas Cientistas Sociais Sociais.. %m %m Séri Sérioo Buar! Buar!ue ue de "olanda# historiador , a autora lem$ra que, em seus anos de )u2entude na década de /3, Sérgio este2e mais 2oltado para a crítica liter1ria do que para os estudos tulo Entre 1 Antonio Candido publicou uma vers ão simplificada desta conferência com o tí tulo duas cidades, no volume Atualidade de S é r gio Buarque de Holanda (2012), organizado pelo érgio
professor do IEB Stelio Marras.
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"ist&ricos propriamente ditos. %stes, que )1 l"e desponta2am interesse tímido, porém crescente, s& 2iriam a gan"ar contornos mais nítidos na década de /34, com as pu$lica7?es de Cor$o e %lma do Brasil */3490 */3490 e Raízes do Brasil */3450. @ara o do método nas ci6ncias sociaisB. % tam$ tam$ém ém p'de p'de enf enfro ron" n"ar ar-s -seB eB nas nas tend tend6n 6nci cias as do pens pensam amen ento to "ist "istor oris ista ta alem alem>o >o,, acomp acompan" an"and andoo assis assistem temati aticam cament entee alguns alguns curso cursoss de Fried Friedric ric"" o na o$ra de Holanda seriam )ustamente as afinidades intelectuais que o autor criara com o "istorismo alem>o, que aca$aram le2ando-o a uma re2is>o interpretati2a que 2alori(a os tra7os genuinamente peculiares do rasilB, e que recusa os esquemas e preconceitos acad6micosB *DAS, /3;9, p. 30. Antonio Arnoni @rado, que reuniu e di2ulgou a quase totalidade dos te=tos de crítica liter1ria que Sérgio uarque pu$licou entre /3 e /393, tam$ém o$ser2ou este fen'meno transit&rio na 2ida do intelectual paulista. Sempre tendo em 2ista a produ7>o de crítica liter1ria, Antonio Arnoni reuniu 9/ te=tos da fase inicial da carreira de Sérgio uarque, pu$licados em )ornais e re2istas entre /3 e /349. +este con)unto de te=tos, @rado p'de detectar um )o2em autor e=tremamente erudito, arguto e irre2erente, mas que era ao mesmo tempo um tanto dispersi2oB e de linguagem por 2e(es empoladaB *@EADO, /335, p. /90. 1 nos /4 te=tos que foram pu$licados entre /349 e /393, o professor de literatura da Unicamp aponta que Sérgio uarque passa2a a se apresentar gradati2amente mais atuali(adoB e mais amadurecido como críticoB. %=plica-nos Antonio Arnoni que, so$retudo ap&s a e=peri6ncia como correspondente na %uropa, depois dos estudos na Uni2ersidade de erlim e do tra$al"o na Uni2ersidade do Distrito Federal, Sérgio uarque 2eio a desen2ol2er uma estratégia de leitura que, sem se
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consti con stitui tuirr propri propriam ament entee num método método crític críticoo defini definido, do, repres represent entaa uma a$o a$orda rdagem gem ricamente integrada aos planos da cultura, da estética e da "ist&riaB *@EADO, /335, p. /50. %duardo Henrique de #ima Guimar>es, ao tentar compreender a o$ra de Sérgio uarque de Holanda a partir de seu 2ínculo com a cidade de S>o @aulo, tam$ém destacou a transi7>o do crítico e2entual em )ornais e re2istas para o pesquisador profissional dedicado s ci6ncias s&cio-"ist&ricas. s&cio-"ist&ricas. Guimar>es acredita que este processo de profissionali(a7>oB ocorreu no Eio de aneiro, entre /345 e /385, época em que o autor de Raízes de Raízes do Brasil tra$al"ou tra$al"ou em algumas institui7?es culturais cariocas. Como )1 indicado, Sérgio uarque foi professor assistente de Henri Hauser *Hist&ria %con'mica0 e Henri !ronc"on *#iteratura Comparada0 na UDF, assumiu um cargo na Di2is>o de Consultas da i$lioteca +acional, so$ a dire7>o de Eodolfo Garcia, e super2isionou por algum tempo a se7>o de @u$lica7?es do nstituto +acional do #i2ro. !eria sido, portanto, esta e=peri6ncia e=peri6ncia profissional que le2ou Sérgio Sérgio a desen2ol2er desen2ol2er a consci6ncia do apuro metodol&gico necess1rio ao sa$er so$re o socialB, que o le2ou a desconfiar das generali(a7?es ensaísticasB ensaísticasB *GUo intelectual, Eo$ert Jegner tam$ém refl reflet etiu iu so$r so$ree esta esta impo import rtan ante te pass passag agem em na 2ida 2ida do auto autorr de Raízes do Brasil . Eecorrendo tipologia utili(ada pela soci&loga o for ma7>o autodidata e 2inculados ao mo2imento modernista, e os intelect intelectuais uais das institui7?e institui7?esB, sB, formados, formados, so$retudo so$retudo,, nas uni2ersida uni2ersidades des recém criadas no rasil. %m um primeiro momento, Sérgio uarque te2e um papel ati2o no mo2imento modernista e, recorrendo ao recurso do ensaio, escre2eu Raízes do Brasil , li2ro cl1ssico de interpreta7>o da "ist&ria nacional. %m um segundo momento, Holanda inseriu-se no tra$al"o regular em institui7?es culturais, passando a produ(ir o$ras dentro do cKnone da "ist&ria acad6mica, como Monções# Caminhos e Fronteiras e Visão do Paraíso *J%G+%E, Paraíso *J%G+%E, ;, p. 8;40. Eo$ert Jegner Jegner salienta o fato de que Sérgio uarque de Holanda, especialmente a partir partir da década de /38 /38,, passou, passou, em 2ariadas 2ariadas ocasi?es, ocasi?es, a manifesta manifestarr grande grande apre7o apre7o pelo espírito científicoB, recusando repetidamente as grandes c"a2es e=plicati2as e
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Lnicas Lnicas,, que que,, no fundo, fundo, remete remetem m aos capric capric"os "os do ensaís ensaístaB taB.. A instit instituci uciona onali( li(a7 a7>o >o uni2ersit1ria das ci6ncias "umanas passou a representar, para o autor, uma alternati2a prudente e promissoraB para o entendimento do rasil. @ara o Sérgio uarque desta segunda fase, as formas ensaísticas funciona2am $em apenas para e=plicar aquilo que )1 se con"ece pre2iamente. @ara se produ(ir con"ecimentos no2os, por outro lado, a pesquisa acad6mica e científica, ancorada em 2alores como a modéstiaB e a perse2eran7aB, seria mais apropriada. @ortanto, a partir de /38, o autor passa2a a 2er com desconfian7a o e=ercício de interpreta7>o ensaística que ele pr&prio praticara em Raízes do Brasil& Como Brasil& Como o$ser2a Jegner, estas críticas s formas ensaísticas implicariam
a su$stitui7>o da idéia de g6nio, que poderia, quem sa$e, com um s& golpe, com um insiht , encontrar uma c"a2e e=plicati2a para a "ist&ria do país, em prol de tra$al"os amplamente documentados e interpreta7?es que poderiam ser retificadas, se)a pelo autor, se)a por outros pesquisadores, dando o tom coleti2o da no2a no2a cultura intelectual *J%G+%E, ;, p. 83/0.
o>o MennedN %ug6nio tam$ém a$ordou esta quest>o em sua tese de doutorado, ao analisar minuciosamente as modifica7?es ocorridas na segunda edi7>o de Raízes do Brasil , de /38;. O autor p'de ent>o o$ser2ar ao longo do te=to di2ersas mudan7as em rela7>o ao despo)amento da escritaB, como a redu7>o ou supress>o de pronomes de tratamento, artigos, numerais, ad)eti2os e ad2ér$ios desnecess1rios. @ara o>o MennedN, MennedN, o cort cortee de ad)e ad)eti ti2o 2oss pode pode ser ser 2ist 2istoo como como parte parte de uma uma estr estrat atég égia ia de atenuação estilística estilística menos 6nfase, mais simplicidadeB *%UGP+O, /, p. :;0. Outro aspecto que c"amou a aten7>o deste autor foi a re2is>o, amplia7>o e aprofundamento da erudi7>o "ist&rica em toda a segunda edi7>o de Raízes do Brasil , fen'meno que estaria intimamente relacionado com o período de intensa pesquisa documental 2i2enciado por Sérgio uarque Holanda no início da década de /38. o>o MennedN est1 certo de que algo ocorreu entre /345 e /38; que le2ou Sérgio a re2isar o ensaio, n>o apenas pelo (elo liter1rio, mas de2ido distKncia quanto a opini?es e pensamentos que sustentaraB *%UGP+O, /, p. :/0. %le encontra as pistas do que incomoda2a Sérgio uarque na edi7>o de /345 em uma confer6ncia que o "istoriador paulista proferiu na %scola Superior de Guerra, em /35:. +esta ocasi>o, Holanda apro apro2e 2eit itou ou a opor oportu tuni nida dade de para para real reali( i(ar ar uma uma espé espéci ciee de auto autocr crít ític icaa e recu recusa sar r enfaticamente o car1ter ensaístico da primeira edi7>o de Raízes do Brasil'
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A diferen7a est1 nisso principalmente, que em /345 escre2ia eu como ensaísta mais tarde iria mel"or definir-me como "istoriador. Um ensaísta $em pode permitir-se escol"er, entre mil aspectos que l"e prop?e o estudo do passado, aqueles que )ulgue os mais estim12eis ou simp1ticos, e ainda os que o a)udam a $em armar suas teorias pessoais, quando as ten"a. +>o é o con"ecimento "ist&rico o que, de fato, l"e interessa, mas aquilo a que alguém )1 denominou o desco$rimento do passado utili(12elB. Ora, nada mais longe das preocupa7?es que ">o de mo2er um "istoriador *HO#A+DA Apud %UGP+O, /, p. 430.
Sérgio uarque demonstra2a-se, portanto, profundamente desconfiado quanto s formas formas ensaí ensaísti sticas cas,, que ser2em ser2em,, segund segundoo ele, ele, para para fa$ric fa$ricar ar mitos mitos de ocasi> ocasi>oo ou mistifi mistifica7 ca7?es ?es do passad passadoo para para uso intere interessa ssado. do. @ara @ara ele, ele, $oa parte parte dos dos ensaís ensaístas tas freqQentemente do$ra2amB os fatos "ist&ricos para que cou$essem dentro teorias políticas pré-esta$elecidas. pré-esta$elecidas.
!endo ndo em 2ist 2istaa as refl refle= e=?e ?ess dest destes es come coment ntad ador ores es e a pist pistaa suge sugeri rida da na confer6ncia pronunciada por Antonio Candido, nesta pesquisa de doutorado pretendo refletir so$re o impacto do con2í2io com Henri Hauser na UDF para esta importante transi7>o na tra)et&ria intelectual de Sérgio uarque de Holanda. A principal principal dificuldade dest destaa tare tarefa fa é, sem sem dL2i dL2ida das, s, o parc parcoo aces acesso so o$ra o$ra de Ha Haus user er.. %le %le é um auto autor r considera2elmente descon"ecido nos dias de "o)e. +>o e=iste um arqui2o do autor e suas o$ras s>o muito escassas aqui no rasil. De suma importKncia foi, portanto, a ré$u(licain, que condensa consul con sulta ta ao 2olume 2olume "enri "auser' humaniste# historien# ré$u(licain, te=tos te=tos de especiali especialistas stas apresentados apresentados num col&quio col&quio comemorati2o comemorati2o na )cole *ormale Su$érieure, Su$érieure, organi(ados por Sé2erine-Antigone o de importantes estudiosos *#uís Felipe de Alencastro, +at"alie Remon Da2is, @aul Cla2al, ean-o. Da mane maneir iraa que que foi foi poss possí2 í2el el,, $usq $usque ueii apre aprese sent ntar ar,, aind aindaa que que de mane maneira ira inconclusa, que tipo de "istoriador "a2ia sido Henri Hauser. nserindo sua tra)et&ria no conte=to franc6s da 2irada do século para o , destacando sua forma7>o na lin"a da escola met&dica e seu desen2ol2imento em dire7>o a uma "ist&ria econ'mica e social, que seria mais tarde aprimorada pelos "istoriadores dos %nnales& @ara %nnales& @ara tanto, foi
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de imensa ser2entia os numerosos tra$al"os a respeito do processo reali(ado pela !erceira EepL$lica francesa de reforma do ensino superior e de institucionali(a7>o uni2ersit1ria das ci6ncias "umanas, dos quais destaco os de acques Ee2el */0, George Jeis( */3::,/3:30, ictor MaradN */3;40, C"ristop"e C"arle */339, /335, /33;, 30, Gérard +oiriel */330, @ascal @aNen *//0, Fran7ois Hartog *40, Jolf Jolf #epenies */3350, C"arles-Oli2ier Car$onnel */3:50, Cécile oillot *50, Antoine @rost */3380, Fran7ois Dosse *40, ean-Denis redin */3390, e tam$ém de es *0 e @edro %duardo @ortil"o de +ader */3380. Além da apresenta7>o do "istoriador franc6s, pretende-se ainda compreender a atua7>o de Henri Hauser na forma7>o da UDF, inserindo a funda7>o desta uni2ersidade na "ist&ria das rela7?es culturais franco-$rasileiras das primeiras décadas do século , momento em que a Fran7a e=ecuta2a um plano de propaganda política e cultural, em que o rasil fer2il"a2a em de$ates onde o tema da reno2a7>o do sistema de educa7>o se impun"a com muita centralidade. A partir dos documentos )1 recol"idos do arqui2o da UDF, alme)a-se desco$rir em quais aspectos o "istoriador franc6s pode ter aconsel"ado o )o2em Sérgio uarque de Holanda, que entra2a na 2ida adulta e engatin"a2a em dire7>o s pesquisas "ist&ricas mais acad6micas. @ara se ter uma idéia do impacto destes ensinamentos entre as pu$lica7?es de Raízes do Brasil e Monções e Monções,, pretende-se acompan"ar o aperfei7oamento do pensamento de Sérgio uarque nos te=tos que pu$licou regularmente na imprensa reunidos nos 2olumes de Francisco de Assis ar$osa */3;;0, Antonio Arnoni @rado */3350 e o de "ist "istor oria iado dor, r, até o iníc início io da déca década da de /39 /39,, com com a pu$l pu$lic ica7 a7>o >o de + $ensamento hist,rico no Brasil nos -ltimos ./ anos */39/0. anos */39/0. Além de cooperar para as refle=?es a respeito da tra)et&ria intelectual de Sérgio uarque de Holanda, grande parte deste estudo tam$ém pode ser entendido como uma contri$ui7>o s pesquisas so$re as rela7?es culturais franco-$rasileiras, reali(ada por numerosos autores, dentre eles GuN
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CAPÍTULO 1
O impacto do con2í2io com Henri Hauser foi mensurado pelo pr&prio Sérgio uarque no fim de sua 2ida. %m duas situa7?es tanto na Apresenta7>o auto$iogr1fica de 0entati1as 0entati1as de Mitoloia */3:30 Mitoloia */3:30 quanto na entre2ista pu$licada na "is$anic na "is$anic %merican Re1ie23 */3;0 Sérgio uarque de Holanda enfati(ou o aprendi(ado que te2e com Henri Hauser na UDF, durante o período de cerca de um ano e meio em que o "istoriador franc6s permaneceu no rasil. +a Apresenta7>o de 0entati1as 0entati1as de Mitoloia# "a2ia destacado os aprendi(ados do con2í2io com o mestre franc6s e o quanto eles l"e teriam sido LteisV
%sse con2í2io, somado s o$riga7?es que me competiam, de assistente )unto cadeira de Hist&ria
%, )1 aos ; anos de idade, refor7a2a o coment1rio daquela apresenta7>o em entre2istaV
Apre Aprend ndii muit muitoo com com Haus Hauser er e come comece ceii a apli aplica carr os crit critér ério ioss qu quee ele ele usa2 usa2aa aos aos meus meus con"ecimentos de estudos $rasileiros, aos quais de fato tin"a sempre me dedicado, em$ora com curiosidade dispersi2a e mal educada *HO#A+DA, 3, p. /3;0.
W possí2el o$ser2ar nas duas ocasi?es mencionadas a preocupa7>o de Sérgio uar u arqu quee em dest destac acar ar que, que, ante antess do apre aprend ndi( i(ad adoo com com Ha Haus user er,, seus seus estu estudo doss se caracteri(a2am como curiosidade dispersi2a e mal educadaB. A aplica7>o aplica7>o dos métodos aprendidos com o mestre franc6s em outras esferas das ci6ncias "umanas na filosofia e, so$retudo, na crítica liter1ria foi considerada e=tremamente pro2eitosa, ou até mesmo crucial, pelo 2el"o Sérgio em seus ol"ares retrospecti2os so$re sua pr&pria tra)et&ria. Sérgio uarque de Holanda fe( quest>o de salientar que, ao retomar a crítica %ssa e 21rias outras entre2istas que ser>o citadas adiante foram organi(adas por Eenato o 4ncontros da editora eco do A(ougue, em 3. 2
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liter1ria, quando assumiu o lugar de <1rio de Andrade no rodapé semanal de crítica do 5i6rio de *otícias, *otícias, utili utili(o (ouu larg largam amen ente te os ensi ensina name ment ntos os de He Henr nrii Ha Haus user er para para compreen compreender der o que "a2ia de mais atual so$re o assunto, assunto, especialme especialmente nte so$re o ne2 criticism, criticism, que fa(ia muito sucesso naqueles tempos. O autor assim recordouV
A rapide( e a facilidade relati2a com que de posse de taman"o e t>o 2ariado acer2o, passei a a$sor2er muitos con"ecimentos que "a2iam escapado até ent>o a min"a &r$ita, confundiram, num primeiro momento, até amigos dos mais c"egados, como Afonso Arinos de o intimamente *HO#A+DA, /3:3, p. /9-/50.
As técnicas ensinadas pelo professor franc6s "a2iam l"e permitido acumular acerca dessas especiali(a7?es apreci12el grau de informa7?es e leiturasB *HO#A+DA, /3:3, p. /90. Xuando $usca, portanto, )1 aos setenta e poucos anos, e=plicar e dar sentido a sua tra)et&ria intelectual, Sérgio uarque de Holanda tende a identificar o período de aprendi(ado com o "istoriador franc6s como o momento em que adquire o método, onde aprende as pr1ticas que competem ao ofício do "istoriador.
o uni2ersit1ria. @ara tanto, ela tem se dedicado a perseguir a tra)et&ria de e=-professores das antigas uni2ersidades do Eio de aneiroV a UDF e a F+Fi. %ntre o grup grupoo de prof profes esso sore ress fran france cese sess que que 2ier 2ieram am cola cola$o $ora rarr com com a form forma7 a7>o >o dest destas as institui7?es, a autora destaca a importante atua7>o do 2el"o "istoriador franc6s Henri Hauser na orienta7>o do curso de "ist&ria da UDF *F%EE%EA, //, /40. o ao sugerir que podemos compreender a figura de Henri Hauser como uma espécie de "omem-ponteB entre a escola met&dica francesa e a escola dos %nnales& dos %nnales& @or um lado, Hauser "a2ia 2i2enciado o processo de afirma7>o da
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"ist&ria como disciplina e de consagra7>o de seu ofício. De outro, teria sido um dos precursores da "ist&ria econ'mica e social, que ficou famosa com as o$ras de
Henri Hauser */;55-/3850 pro2in"a de uma família relati2amente $em a$astada de )udeus pouco religiosos e $astante patri&ticos. Xuanto a sua pr&pria família, Hauser a considera como uma 78amille d9un :uda;sme tro n>o dei=a dei=a de record recordar ar,, Marseillase, todos )untos de m>os dadas, inclusi2e, o "1$ito que mantin"am de cantar a Marseillase, em reuni?es festi2as e familiares *HAUS%E, 5, p. 40. O sentimento de afei7>o pela p1tria francesa 2iria a se refor7ar ainda mais, e a gan"ar contornos repu$licanos, ap&s a derrota de /;: na Guerra Franco-@russiana. Apesar de estar residindo momentamente em Oram *segunda maior cidade da Argélia0 desde desde /;55 por moti2os de saLde, saLde, sua família família era origin1ria origin1ria do leste franc6s. franc6s. Do lado paterno, da Als1cia, Als1cia, e do lado materno, da #orena. @ortanto, o !ratado !ratado de Franfurt de /;:/, que formali(a a ane=a7>o da Als1cia-#orena pela Aleman"a, causou um impacto de fei7?es dram1ticas em sua família. +>o por acaso, Henri Hauser tem como uma das lem$ran7as mais remotas de sua infKncia a transfer6ncia s pressas da Argélia para a Fran Fran7a 7a,, com com apen apenas as quat quatro ro anos anos de idad idade, e, em /;: /;:.. > C9est de celle?ci !ue date 1raiment la naissance de ma mémoire# l9identité de mon moi @, @, escre2eu ele entre /38/ e /38, nas suas mem&rias mem&rias destinadas sua neta neta *HAUS%E, 5, p. 480.
A Terceira Terceira República e a reforma do d o Ensino Superior francês
Os acontecimentos de /;:-/;:/ foram cruciais n>o apenas para a família de Hauser, mas para toda a na7>o francesa. Como destacou acques Ee2el, a derrota para os alem>es na Guerra Franco-@russiana inaugurou um período de crise moralB sem
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precedentes no país. Com a con2ic7>o de que a sofrí2el derrota se deu, so$retudo, por um rela=amento cí2ico e moralB, a !erceira EepL$lica francesa era construída em um clima re2anc"ista que 2ia na 2alori(a7>o da ci6ncia um elemento propulsor para o desen desen2ol 2ol2im 2iment entoo da socied sociedade ade.. Os intele intelectu ctuais ais france francese sess sentia sentiam-s m-se, e, portan portanto, to, os respons12eis culpados pelo atraso científico que resultou no 2ergon"oso fracasso de /;:. Significati2a era, nesse sentido, a o$ra de %rnest Eenan, La Ré8orme Antellectuelle et Morale, Morale, escrita no calor do momento, em /;:/, que destaca2a o de2er patri&tico de todos os cidad>os no esfor7o de reerguimento da na7>o francesa. %ra necess1rio, nestas circunstKncias, armar-se, tanto moralmente quanto intelectualmente, para superar os ri2ais alem>es em seu pr&prio terreno. O clima de re2anc"e impelia a Fran7a a in2estir maci7amente na reno2a7>o e reforma do %=ército e, so$retudo, do ensino superior *E%%#, /, p. 90. +os primeiros 2inte anos da !erceira !erceira EepL$lica, o %stado reali(ou longo e paciente tra$al"o para a reno2a7>o reno2a7>o do %=ército franc6s. Com o o$)eti2o de refletir so$re as fal"as e equí2ocos que resultaram na traum1tica derrota de /;:, criou-se, em /;:5, a %scola Superior de Guerra, que de2eria atuali(ar a institui7>o militar com os no2os método métodoss modern modernos os de gue guerra rra,, especi especialm alment entee em rela7> rela7>oo ao desen desen2ol 2ol2im 2iment entoo da artil"aria. Como o$ser2ou ean-Denis redin, a partir de /;:/, a 2ontade de participar da defesa do país e de preparar a re2anc"e atraem para a carreira militar um nLmero crescente de )o2ensB *E%D+, /339, p./0. De outr outroo lado lado,, uma uma reco recons nstr tru7 u7>o >o sist sistem em1t 1tic icaa e cons consci cien ente te do sist sistem emaa uni2ersit1rio passa2a a ser encarada como uma tarefa nacionalB urgente. Um no2o sistema de ensino superior era considerado imprescindí2el para a promo7>o social dos indi2íduos, para a afirma7>o nacional, para a forma7>o das elites e, especialmente, para os progre progresso ssoss cientí científic fico, o, tecnol tecnol&gi &gico co e econ' econ'mic mico. o. Sa$ia-s Sa$ia-se, e, pelo pelo menos menos desde desde o come7o da década de /;5, que a ci6ncia e educa7>o francesas esta2am em consider12el atraso em rela7>o aos seus pares europeus, especialmente se comparadas com a ri2al Aleman"a. Como indicou em seus estudos o professor George Jeis(, o sistema de ensino superior franc6s tin"a sofrido imensamente com a a$oli7>o das uni2ersidades do Antigo Antigo Eegime operada pelos re2olucion1rios de /:;3. A Con2en7>o Con2en7>o de /:34 "a2ia permitido a perman6ncia de raríssimas raríssimas institui7?es educacionais, educacionais, como o Coll<e de France. France . Depois
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disso, por $oa parte do século , o ensino superior franc6s desen2ol2eu-se de forma prec1ria e desordenada, desordenada, solidificando-se como um sistema fragment1rio de institui7?es especiali(adas sem grandes comunica7?es entre si. +apole>o acredita2a que a maneira mais eficiente de garantir a coes>o social da na7>o francesa era dar educa7>o o espírito de solidariedade e de2o7>o t>o característico da religi>o. A partir de decreto de /;;, as corpor corpora7 a7?es ?es edu educac cacion ionais ais passar passaram am a ser ser orga organi( ni(ada adass so$re so$re princí princípio pioss milita militares res e eclesi1sticos, para que pudessem garantir a disciplina e a lealdade e=igidas pelo go2erno napole'nico *J%SR, /3::, p.-40. Os in2estimentos nestas faculdades descentrali(adas eram, contudo, $astante escassos. Durante a década de /;8, por e=emplo, a$unda2am reclama7?es quanto s faltas de recurso, li$erdade profissional e de incenti2o pesquisa científica *J%SR, /3::, /3: :, p. 9 90. 0. Além Além de Jeis(, is(, outros outros autor autores es tam$ém tam$ém salien salientara taram m os prec1r prec1rios ios in2estimentos na esfera do ensino superior durante o período napole'nico. %m sua "ist,ria das uni1ersidades, uni1ersidades, C"ristop"e C"arle destacou a car6ncia de di2ersos recursos materiais $1sicos nas faculdades francesas da épocaV $i$liotecas, prédios e terrenos, la$orat&rios, apoio científico, etc. *CHAE#%, /339, p.:;0. % ictor MaradN apontou para a fragilidade dos esfor7os científicos do sistema de ensino napole'nico, ao o$ser2ar o teor das teses de doutorado produ(idas nele. De acordo com este autor, as defesas de tese de doutorado eram mais rituais de passagem do que contri$ui7?es científicas propriamente ditas cerca de ;4Z das teses apresentadas em @aris antes de /;8 n>o passa2am das ; p1ginas *MAEAD[, /3;4, p.//0.
@ort @ortan anto to,, até até o iníc início io das das refo reform rmas as educ educac acio iona nais is oper operad adas as pela pela !ercei rceira ra EepL$lica, o sistema de ensino superior franc6s era pouco mais do que ap6ndice do ensino secund1rio. Dominado quase que e=clusi2amente por grupos conser2adores, so$retudo aristocratas e cat&licos, esse sistema n>o era de maneira alguma um espa7o de pesquisa especiali(ada ou de pr1ticas científicas, esta2a mais para uma série de cursos gerais destinados ao grande pL$lico. Como "a2ia destacado MaradN, desde o período napole nap ole'ni 'nico co o sistem sistemaa uni2e uni2ersi rsit1r t1rio io franc6 franc6ss tin"a tin"a como como princi principal pal o$)eti o$)eti2o 2o forma formar r professores para o ensino secund1rio e superior, o que aca$a2a por formar um grupo muito restrito de professores generalistas sem grandes con"ecimentos especiali(ados *MAEAD[, /3;4, p. //0.
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nforma-nos Jeis( que a idéia de se reali(ar uma grande reforma no ensino superior franc6s surgiu durante a década de /;5, no momento em que o Segundo mpério distancia2a-se considera2elmente dos interesses da gre)a Cat&lica e $usca2a, por conseqQ6ncia, tornar-se mais popular nos circuitos intelectuais e acad6micos. +esta Su$érieure, esta$elecida desde /:38, transformou-se em um década, a )cole a )cole *ormale Su$érieure, reduto de contesta7>o reformista e repu$licana. A %=posi7>o Uni2ersal reali(ada em @aris, em /;5:, amplificaria ainda mais o dese)o de reforma, por re2elar e=plicitamente o atraso da ci6ncia e tecnologia francesa em rela7>o a outras na7?es européias. Assim, as idéias reformistas so$retudo a de que um sistema de pequenas uni2ersidades poderia agrupar e su$stituir as 21rias faculdades e escolas especiais dispersas passaram a conquistar um nLmero cada 2e( maior de adeptos. Di2ersos peri&dicos, tais como a Re1ue a Re1ue des deu mondes, mondes, Re1ue $oliti!ue et littéraire e a Re1ue Scienti8i!ue, Scienti8i!ue, ti2eram forte papel neste processo de di2ulga7>o e populari(a7>o do dese)o de reforma educacional. Um no2o tipo de carreira uni2ersit1ria dedicada pesquisa científica )tudes , em somente surgiu, ainda que timidamente, com a )cole Prati!ue des "audes )tudes, /;5;, fundada pelo ministro da nstru7>o @L$lica ictor DuruN *J%SR, /3::, p. 950.
Certo de que a incontest12el superioridade da ci6ncia e educa7>o alem>s tin"a sido a principal respons12el pela derrota de /;:, o go2erno repu$licano in2estiu maci7amente no ensino superior, elemento fundamental para for)ar a unidade nacional e rea$ilitarB a Fran7a. @or mais parado=al que possa parecer, o modelo a ser adotado nestas reformas 2in"a da pr&pria ri2al Aleman"a. Como nos recorda Cécile oillot em seu estudo so$re o lugar do pensamento científico alem>o em importantes re2istas francesas da 2irada do século para o , ap&s /;: a influ6ncia alem> era genera gen erali( li(ada ada em di2ers di2ersas as 1reas 1reas do con"e con"ecim ciment entoo na filolog filologia, ia, na gram1t gram1tica ica,, na lingQística, na paleografia, na )urisprud6ncia e, so$retudo, na "ist&ria. Ha2ia, portanto, um importante 2ínculo entre a admira7>o concedida ci6ncia alem> e a percep7>o das fal"as do sistema de ensino superior franc6s *O##O!, 5, p. /;0. So$retudo a partir da metade do século , dificilmente um franc6s de $oa forma7>o intelectual escaparia escaparia da influ6ncia influ6ncia alem>, se)a na mLsica, na filosofia, filosofia, na literatura literatura ou na ci6ncia em geral. Como apontou Jolf #epenies, parecia que o espírito franc6s era cada 2e( mais fortemente atraído pelo car1ter alem>oB *#%@%+%S, /335, p. ::0
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O sist sistem emaa de ensi ensino no supe superi rior or da Alema leman" n"aa "a2i "a2iaa sido sido prof profun unda dame ment ntee modificado no início do século , em ra(>o dos acontecimentos relacionados Ee2olu7>o Francesa e ao domínio napole'nico. W preciso lem$rar que, até a 2it&ria de /;:, a Aleman"a enquanto %stado-+a7>o ainda n>o e=istia. +a época, ela era um con)unto de 21rios e diferentes principados e pequenos %stados que fala2am a mesma língua, sendo os mais significati2os a \ustria, a @rLssia e a a2iera. Ap&s a conquista da \ustria */;90, +apole>o derrotou os e=ércitos prussianos em ena e atingiu a cidade de erlim, capital da @rLssia, @rLssia, em /;5 /;5.. A derrota impeliu o imperador imperador Francisco Francisco de Ha$s$u Ha$ s$urg rgoo a renunc renunciar iar e e=ting e=tinguir uir o Sacro Sacro mpéri mpérioo Eomano Eomano GermK GermKnic nico. o. Com a imposi7>o do !ratado de !ilsitt */;:0, a Fran7a apodera2a-se da regi>o da estl1fia, onde encontra2a-se a Uni2ersidade de Halle. Como resposta a esta situa7>o, o rei da @rLssia, Frederico Guil"erme de rande$urgo, que "a2ia fundado a Uni2ersidade de Halle em /:38, encarregou um grupo de intelectuais eruditos, funcion1rios do alto escal>o do %stado prussiano, para reali(ar uma série de reformas educacionais. Dentre eles esta2am figuras importantes como Jil"elm 2on Hum$oldt */:5:-/;490, Friedric" August Aug ust Jolf */:98*/:98-/; /;80, 80, art" art"old old Geo Georg rg +ie$"u +ie$"urr */::5*/::5-/;4 /;4/0, /0, entre entre outros outros.. Apro=i Apro=iman mandodo-se se de uma corre corrente nte neo neo-"u -"uman manist ista, a, estes estes intele intelectu ctuais ais defend defendiam iam a li$erdade de aprender, a li$erdade de ensinar, o enciclopedismo e o recol"imento do pesquisador e do estudante *CHAE#%, *CHAE#%, /339, p. :/0. :/0. @ascal @aNen destacou em artigo recente que esses intelectuais, quase todos especialistas da antiguidade cl1ssica, $uscaram transformar os estudos cl1ssicos em ferramenta que permitisse, simultaneamente, a rea7>o cultura e domina7>o francesas, e a unifica7>o política dos di2ersos estados de língua alem> em torno da @rLssia. %m um discurso-manifesto para a inaugura7>o do Museu der %lterthums?Sissenscha8t , em /;:, August Jolf afirmou sistematicamente que os estudos de filologia cl1ssicaB aqui entendida como todas as disciplinas que se dedicam antiguidade cl1ssica de2eriam transformar-se em instrumento de com$ate domina7>o napole'nica. % +ie$u"r, que era um alto funcion1rio do go2erno prussiano, tam$ém alertou, por missi2a de /;;, o minist ministro ro Alten Altenste stein in que uma no2 no2aa organi organi(a7 (a7>o >o dos dos estud estudos os filol& filol&gic gicosB osB era uma prioridade para o go2erno go2erno da @rLssia @rLssia *@A[%+ *@A[%+,, //, //, p. //40 //40 @ara suprir a perda da Uni2ersidade de Halle, foram criadas, a partir das inicia iniciati2 ti2as as de Hum$ol Hum$oldt, dt, tr6s tr6s no2 no2os os esta$ esta$ele elecim ciment entos os uni2e uni2ersit rsit1ri 1rios os no territ& territ&rio rio prussianoV as uni2ersidades de erlin */;/0, da resl12ia */;/;0 e de onn */;/;0.
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%stas tr6s institui7?es con"eceram um crescimento 2igoroso logo nas primeiras décadas de e=ist6ncia. De acordo com os dados apresentados por C"ristop"e C"arle, a popula7>o destas uni2ersidades aumentou de 8.3, em /;/9, para cerca de //., na década de /;5 *CHAE#%, /339, p. :0. Conce$idos de início com a finalidade de for)ar uma coes>o social alem> em torno da grande(a da @rLssia, os in2estimentos nos estudos cl1ssicos permitiram que, em poucos anos, erlim se tornasse o centro mais importante de filologia da %uropa *@A[%+, //, p.//80. O sucesso da a7>o política alem> inspirou o go2erno repu$licano franc6s em in2estimentos an1logos. Ap&s o trauma de /;:, a Fran7a 2ia-se diante da dolorosa miss>o de compreender sua derrota, de interrogar o passado no2amente para dar sentido ao presente, e, so$retudo, de assegurar a esperan7a e o patriotismo da na7>o. ustamente por isso, a "ist&ria foi uma das disciplinas mais fa2orecidas durante as reformas do ensino superior. A "ist&ria se transforma2a em elemento essencial para o rearmamento cí2ico e moral de uma na7>o mergul"ada mergul"ada em sentimentos depreciati2os de "umil"a7>o e derrota. Ali1s, este papel ideol&gicoB da "ist&ria )1 2in"a sendo perce$ido desde "1 muito tempo na Fran7a. Como constatou Ga$riel o do %stado, nos séculos seguintes , a erudi7>o "ist&rica e o con"ecimento do passado sempre esti2eram, na Fran7a, su$ordinados a conflitantes pro)etos políticos e religiosos. religiosos. es $em o$ser2ou que, logo depois de ascender ao trono em /;4 e dar início a Eestaura7>o, #uís Felipe de ]rleans deu a2al para a cria7>o do nstituto Hist&rico de @aris */;40, incenti2ando, assim, a produ7>o de narrati2as "ist&ricas que conferissem legitimidade ao seu poder. O passado "a2ia sido uma constante preocupa7>o em seu reinado, como se pode o$ser2ar n>o apenas na cria cria7> 7>oo e dese desen2 n2ol ol2im 2imen ento to de inst instit itui ui7? 7?es es cult cultur urai aiss ocup ocupad adas as em orga organi ni(a (arr o
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con"ecimento dos tempos pretéritos, mas tam$ém na atua7>o do "istoriador Fran7ois Gui(ot como ministro da nstru7>o @L$lica, a partir de /;48. Além de dirigir uma reforma so$re o sistema escolar franc6s que pre2ia um maior controle laico so$re a educa7>o *sem, contudo, despre(ar o apoio e presen7a da gre)a cat&lica0, Gui(ot tam$ém lan7ou as $ases da pesquisa profissional de "ist&ria na Fran7a. %le cola$orou com a cria7>o do Comit6 dos !ra$al"os Hist&ricos */;480 e da Soci Socied edad adee de Hist Hist&r &ria ia da Fran Fran7a 7a */;4 */;490 90,, inst institu itui7 i7?e ?ess que que se enca encarr rreg ega2 a2am am,, principalmente, da pu$lica7>o dos documentos originais da "ist&ria francesa *GUo política da na7>o. Um dos maiores dilemas da Fran7a p&s-re2olucion1ria p&s-re2olucion1ria era, sem dL2ida, dL2ida, a necess necessida idade de da escrita escrita de uma "ist&r "ist&ria ia nacion nacional al que permit permitiss issee a constru7>o política de uma no2aB na7>o francesa na7>o esta que se separa2a da 2el"aB Fran7a pelo di2isor de 1guas da e=peri6ncia decorrente da Ee2olu7>o Francesa. So$ a orienta7>o de Fran7ois Gui(ot, as no2as institui7?es culturais dedicadas ao passado re2iam as antigas cole7?es e $i$liotecas dos antiqu1rios iluministas do século , reinterpretando-as a partir de no2os critérios eruditos profissionaisB. Assim, pretendiam produ(ir uma narrati2a "ist&rica que destacasse o ineditismo de /:;3 *GUo era entendida, ao mesmo tempo, como uma e2id6ncia, uma arma política, um esquema cogniti2o e um programa "ist&rico. uscando construir uma ponte entre o passado e o presente da Fran7a, e e=plicar o 2ínculo que conecta logicamente todos os períodos de seu desen2ol2imento, "istoriadores como Gui(ot, o política *HAE!OG, 4, p. 330. A "ist&ria praticada pelos "istoriadores da primeira metade do século esta2a, portanto, margem do ensino superior. De acordo com os dados apresentados
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por Gérard +oiriel, até os primeiros anos da !erceira !erceira EepL$lica, apenas Z das pesquisas "ist&ricas reali(adas na Fran7a pro2in"a do ensino superior. superior. Aponta-nos Aponta-nos o mesm mesmoo auto autorr que, que, dura durant ntee a déca década da de /;: /;:,, essa ssa "ist "ist&r &ria ia que que se pret preten endi diaa simultane simultaneamen amente te científica científica e política política encontra2 encontra2a-se a-se amplamente amplamente representa representada da por intele intelectu ctuais ais aristo aristocra cratas tas,, cat&li cat&licos cos e con conse ser2a r2ador dores es,, geralm geralmen ente te "ostis "ostis ao go2 go2ern ernoo repu$licano *+OE%#, /33, p. 50. Como destacou C"ristop"e C"arle, os primeiros anos de go2erno foram muito perigosos aos repu$licanos em fun7>o de "ostilidades "ostilidades di2ersas *CHAE#%, /33;, p. /80. oa parte dos "istoriadores su$2encionados pelo Comit6 de !ra$al"os Hist&ricos ou pela Sociedade de Hist&ria da Fran7a, institui7?es criadas na década de /;4 por Gui(ot, era de origem aristocr1tica ou fortemente influenciada por ela. C"arles-Oli2ier Car$onnel salientou que, na m>o destes eruditos de tend6ncias aristocrati(antes, a "istoriografia transforma2a-se, de um lado, em forma ritual de culto de seus ancestrais, e de outr outro, o, em inst instru rume ment ntoo de luta luta polí políti tica ca em suas suas caus causas as trad tradic icio iona nali list stas as *CAEO++%#, /3:5, p. 450. +>o "a2ia neste uni2erso, contudo, um ensino especiali(ado de "ist&ria. A Lnica institui7> institui7>oo que realmente realmente ensina2a ensina2a as técnicas técnicas do tra$al"o "ist&rico "ist&rico era a )cole des Chartres. Chartres . Fundada desde /;/ com o o$)eti2o de formar arqui2istas e pale&grafos, esta instit institui7 ui7>o >o encont encontra2 ra2a-s a-se, e, como como todas todas as outras outras,, rec"ea rec"eadas das de pesso pessoas, as, direta direta ou indiretamente, relacionadas com as preocupa7?es cat&licas e aristocratas. %m suma, desd desdee a déca década da de /;5 /;5,, a "ist "ist&r &ria ia era era quas quasee que que mono monopo poli li(a (ada da por por uma uma elite elite geralmente "ostil idéia de EepL$lica que n>o "esita2a em us1-la como arma de com$ate em querelas políticas. O &rg>o principal principal de e=press>o e=press>o deste grupo de "istoriadores "istoriadores era a Re1ue des uestions "istori!ues& Criada Criada em /;55 por )o2ens )o2ens cat&licos cat&licos formados na )cole des Chartres, Chartres , esta re2ista tin"a o intuito primordial de re2isar as in2erdadesB reprodu(idas em di2ersas "ist&rias da monarquia francesa e da igre)a cat&lica, a partir da aplica7>o dos dos méto método doss c"ar c"artri trist stas as.. Além lém da cria cria7> 7>oo dest destee peri peri&d &dic ico, o, o mo2i mo2ime ment ntoo dest destes es "istoriadores cat&licos procurou impor sua interpreta7>o do passado com o lan7amento de cole7?es de "ist&ria, e tam$ém t am$ém com a Sociedade de i$liografia, criada em /;5: para opor-se orienta7>o da #iga do %nsino *+OE%#, /33, p. 5/0.
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A Re1ue des uestions "istori!ues tin"a "istori!ues tin"a entre seus principais cola$oradores nomes da aristocracia cat&lica francesa, tais como o marqu6s de eaucourt, o conde Henri de l^Wpinois e o conde HNcint"e de C"areneN. @artil"ando @artil"ando do gosto pela erudi7>o, pelo apego fé cat&lica e uma inclina7>o para a rea7>o política, estes autores escre2iam escre2iam artigos em que a$orda2am a monarquia e a gre)a francesas, acentuando o regresso s tradi7?es e ao respeito das "ierarquias sociais. Como destacaram GuN ourdé e Her2é o camufla2am seus o$)eti2os políticos de formar uma elite "ostil EepL$lica, uma elite que fosse capa( de atuar nas posi7?es superiores da m1quina estatal. Di2ersas uni2ersidades cat&licas foram construídas para atender a demanda de uma clientela que n>o conseguia se inserir nas faculdades, ou que se encontra2a fortemente insatisfeita com elas. elas. %stes esta$elecim esta$elecimentos entos de ensino ensino superior superior cat&licos cat&licos conquistaram conquistaram largo largo sucesso rapidamente, especialmente por disporem de um corpo docente de altíssima qualidade, formado por eruditos eclesi1sticos *)esuítas, principalmente0, farmac6uticos, )uristas e médicos *MAEAD[ *MAEAD[,, /3;4, p. 390. @ortanto, a maci7a prolifera7>o das 2agas de "ist&ria no ensino superior, assim como o esta$elecimento e fi=a7>o das regras e pr1ticas do ofício do "istoriador, que ocorreram nos primeiros anos da !erceira !erceira EepL$lica, podem ser entendidos como frutos de um imenso pro)eto dos repu$licanos para alterar a situa7>o 2igente. +os anos que se segue seguem m a /;: /;:, , "ou "ou2e 2e uma forte forte compet competi7> i7>oo entre entre repu$l repu$lica icanos nos e cat&li cat&licos cos pela pela "egemonia do ensino franc6s em todos os seus ní2eis. O %stado 2iu-se for7ado a in2estir na laicidade da educa7>o, como pode ser o$ser2ado nas di2ersas leis laicas instituídas entre /;;/ e /;;5 *MAEAD[, /3;4, p. 390. @ara o %stado repu$licano, a quest>o da educa7>o era um dos mais gra2es pro$lemas da sociedade francesa. Como lem$rou George Jeis(, quando ules FerrN */;4-/;340 foi ministro da educa7>o, entre /;;/ e /;;4, o ensino prim1rio tornou-se laico, gratuito e o$rigat&rio. FerrN considera2a que o espírito científicoB, )unto com os ideais laicos e repu$licanos, de2eriam atingir todos os ní2eis de ensino, penetrando gradati2amente no seio da sociedade francesa *J%SR, /3:3, p. ;50.
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As rela7?es entre gre)a cat&lica e %stado foram, portanto, $astante conflituosas durante toda a !erceira EepL$lica. o da encíclica %u lieu des sollicitudes# de /;;, onde o papa #e>o con2ida2a os cat&licos a aceitarem a legi legisl sla7 a7>o >o repu repu$l $lic ican ana, a, a maio maiorr parte parte dos dos $isp $ispos os franc frances eses es assu assumi miaa-se se como como monarquistas con2ictos, n>o raramente e=pressando suas "ostilidades s institui7?es repu$licanas. ean-Denis redin salientou a competi7>o acirrada entre %stado e gre)a pela prima(ia do ensino franc6s ao destacar que, por 2olta de /;34, cerca ;8 mil cria criann7as 7as
fre freqQen qQenta ta2a 2am m
escola colass
pL$l pL$lic icas as
laic laicaas
e
repu repu$l $lic icaanas, as,
enqu enquaanto nto
apro=imadamente 9 mil eram educadas em esta$elecimentos de ensino pri2ados e cat&licos *E%D+, /339, p. 40. Do ponto de 2ista do %stado repu$licano, era e=tremamente urgente apoderar-se das instKncias de produ7>o "istoriogr1fica e de mem&ria coleti2a e garantir a constru7>o de um disc discur urso so "ist "ist&r &ric icoo que que fa2o fa2orec reces esse se a coes coes>o >o soci social al da na7> na7>o. o. A imen imensa sa institucionali(a7>o da uni2ersidade e da ci6ncia, que ocorre entre /;: e /3/8, ilustra essa 2ontade do go2erno repu$licano de controlar o ensino superior e fa(er frente s institui7?es culturais que se multiplica2am so$ o domínio de aristocratas, cat&licos e conser2adores de tend6ncias anti-repu$licanas. @ara tanto, a ado7>o de um sistema de $olsas de estudo foi primordial. Assim se permitia uma profunda modifica7>o do pL$lico freqQentador destas uni2ersidades. A aristocracia cat&lica e conser2adora 2ia-se, agora, o$rigada a di2idir seu espa7o com pessoas oriundas de segmentos médios e mais "umildes da popula7>o. O sistema de $olsas instituído a partir de /;:: foi, nas pala2ras de ictor ictor MaradN, MaradN, la $io de professor uni2ersit1rio passa2a a ser 2alori(ada na medida em que atingia um ní2el econ'mico e financeiro que o pun"a em pé de igualdade com outros funcion1rios pL$licos, ou mesmo com a elite letrada. Criando afinidades entre enga)amento político e interesses profissionais materiais, o %stado recorria a diferentes setores da $urguesia )udia e protestante que pudessem encarnar a causa repu$licana na sua concorr6ncia pelo ensino contra os cat&licos *MAEAD[, /3;4, p. 350 O sistema de ensino superior, so$retudo ap&s a cria7>o de di2ersos no2os postos e cargos em /;:: *cha * char réé de cou cours# rs# maDtre maDtre des con con8ér 8érenc ences# es# $ro8 $ro8esse esseur ur ad:oi ad:oint# nt#
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$ro8esseur titulaire, titulaire, etc.0, ampliou-se considera2elmente, e a "ist&ria, como )1 frisado, $eneficiou-se neste processo mais do que qualquer outra disciplina. As cadeiras de histoire énérale foram énérale foram su$stituídas por di2ersas outras cadeiras mais especiali(adas, multi multipl plic ican ando do-s -se, e, assi assim, m, as 2aga 2agass inst instit ituc ucio iona nais is dos dos "ist "istor oria iado dore res. s. Os dado dadoss apresentados por Gérard +oiriel ilustram este processo. +os Lltimos anos do século , , apen apenas as a cida cidade de de @ari @ariss reun reunia ia cerc cercaa de /. /. estu estuda dante ntess de "ist "ist&r &ria ia,, e apro=imadamente um ter7o das teses defendidas na Sor$onne, neste período, eram da 1rea de "ist&ria *+OE%#, /33, p. 5/-50. @ara os cargos mais importantes destas institui7?es uni2ersit1rias, o go2erno repu$licano selecionou um grupo de )o2ens "istoriadores cu)a forma7>o, na maior parte dos casos, era de forte acento germKnico. %rnest #a2isse */;8-/30 foi diretor do aréation C"arles Seigno$os */;98ensino superior e figura central na reforma da aréation /380 foi um dos consel"eiros mais influentes na reforma dos programas escolares operada em /3 Al$ert Jaddington */;5/-/350, Ga$riel o pL$lica *+OE%# /33, p. 540. A reforma do ensino superior tin"a como um de seus mLltiplos o$)eti2os a constru7>o de uma narrati2a "ist&rica que rompesse com o ecletismoB da forma7>o anterior. Se até meados do século , a maioria daqueles que se ocupa2am da "ist&ria definiam-se como escritoresB ou fil&sofosB, agora a "ist&ria $usca2a conquistar sua auto autono nomi mia. a. Auton utonom omia ia fren frente te ao mund mundoo polí políti tico co,, $usc $uscan ando do se dist distan anci ciar ar da "istoriogr "istoriografia afia simultanea simultaneamente mente política política e científica científica,, represent representada ada pelas pelas institui7? institui7?es es cria criada dass por por Gu Gui( i(ot ot.. Auton utonom omia ia tam$ tam$ém ém fren frente te ao reli religi gios oso, o, afas afasta tand ndoo-se se da "istor "istoriog iografi rafiaa erudit eruditaa da )cole des Chartres Chartres praticada por aristocratas e cat&licos, representada su$stancialmente pelos cola$oradores da Re1ue des uestions "istori!ues. "istori!ues . @ara conquistar taman"a am$i7>o, a "ist&ria de2eria profissionali(ar-seB, e ninguém parecia mais preparado para a reali(a7>o desta tarefa do que estes )o2ens "istoriadores que "a2iam, em sua grande maioria, freqQentado os semin1rios "ist&ricos de discípulos de #eopold 2on Eane na Aleman"a.
Eane Eane */:3*/:3-/;; /;;50 50 cresce cresceuu durant durantee as reform reformas as educa educacio cionai naiss prussi prussiana anass operad ope radas as por Hum$ol Hum$oldt, dt, tendo tendo uma forma7> forma7>oo intele intelectu ctual al fortem fortement entee ancora ancorada da nos