ÍNDICE
1
1. INTRODUÇÃO ................................. ............................................................................. ............................................ 2 2. ESTABILIZAÇÃO CERVICAL COM ALINHAMENTO ALINHAMENTO MANUAL DA CABEÇA 3 3. APLICAÇÃO APLICAÇÃO DO COLAR COLAR CERVICAL CERVICAL .................. ................................... .............................. ............. 4 4. ROLAMENT ROLAMENTO O ...... ............ ............ ........... .......... .......... .......... .......... ........... ............ ....................... ..................... .... 10 5. LEVANTAM LEVANTAMENTO ENTO ..... .......... .......... .......... ........... ...................... ................................. ............................ ........... 17 6. MACA “SCOOP” ............. ................... ........... .......... ..................... .................................. .......................... ........ 20 7. IMOBILIZAÇ IMOBILIZAÇÃO ÃO EM PLANO DURO DURO .......................... ............................................ ..................... ... 23 8. COLETE DE EXTRACÇÃO ................................ .................................................... ............................ ........ 25 8.1 Aplicação do colete de extracção extracção ................................... ................................................. .............. 25 8.2 Extracção Extracção de vítimas vítimas com o colete de extracç extracção ão ............ ........................... ............... 26
9. EXTRACÇÃ EXTRACÇÃO O IMEDIATA IMEDIATA COM COM UM ELEME ELEMENTO NTO – CHAVE CHAVE DE RAUTEK RAUTEK . 27 10. REMOÇÃO REMOÇÃO DO CAPACETE CAPACETE ............. .................. ....................... ................................... ...................... ..... 28 11. IMOBILIZAÇÃO VERTICAL ................................ ................................................ ......................... ........... 32 12. IMOBILIZAÇÕES PROVISÓRIAS DOS MEMBROS MEMBROS SUPERIORES SUPERIORES ........ 34 12.1....................................................Imobilização 12.1......................... ...........................Imobilização da cintura escapular 34 12.2................................................................. 12.2......................... ...........................................Imobilização ...Imobilização do úmero 34 12.3.................................................................Imobilização 12.3......................... ........................................Imobilização do cotovelo 35 12.4.........................................Imobilização do antebraço, punho e mão 36
13. IMOBILIZAÇÕES PROVISÓRIAS DOS MEMBROS MEMBROS INFERIORES INFERIORES ......... 37 13.1........................................................Imobilizaç 13.1............................... .........................Imobilização ão da cintura pélvica 37 13.2.....................................................................Imobili 13.2......................... ............................................Imobilização zação do fémur 37 13.3....................................................................Imobilização do joelho 38
2
13.4..............................................Imobilização 13.4......................... .....................Imobilização da perna, tornozelo e pé 39
3
1. INTRODUÇÃO Relativamente aos efeitos resultantes da aplicação de energia no corpo humano, é importante relembrar que a energia não se cria nem se destrói, mas apenas se converte ou transforma. As lesões lesões traumátic traumáticas, as, particul particularme armente nte as músculo músculo-esq -esquelé ueléticas ticas,, acontecem acontecem quando quando os tecidos tecidos do organ organism ismo o são são expost expostos os a níveis níveis de energ energia ia cinéti cinética ca para para alé além m da sua sua resist resistênc ência. ia. Assim, Assim, a gravidade destas lesões depende do tipo e intensidade da energia envolvida e da resistência das diferentes estruturas atingidas. A alteração na continuidade de um osso, fractura, ocorre frequentemente como resultado de forças externas significativas. Outras lesões músculo-esqueléticas possíveis são as luxações, as entorses, as distensões e as roturas de ligamentos, músculos e estruturas articulares (como as cartilagens ou os meniscos). Na avaliação inicial do estado da vítima, sobretudo em ambiente préhospitalar, mais importante que tentar chegar a um diagnóstico preciso é a identificação dos sinais externos de lesão e a valorização das queixas da vítima. Particularmente, é fundamental identificar e corrigir de imediato as situações de compromisso compromisso neuro-vascular. Ao abordar uma vítima de trauma, é importante conseguir fazer uma avaliação de toda a situação no local e tentar compreender os mecanismos que poderão ter causado as lesões, para pode poderr efec efectu tuar ar uma uma esti estima mati tiva va da quan quanti tida dade de de ener energi gia a ciné cinéti tica ca envo envolv lvid ida. a. Após Após este este conh conhec ecim imen ento to e depo depois is de esta estabi biliz lizad ada a a víti vítima ma,, deve deve-s -se e foca focarr a aten atençã ção o nas nas lesõ lesões es ma mais is especí específic ficas as.. É o mo momen mento to ideal ideal para para presta prestarr os cuida cuidado doss adeq adequa uados dos às ferida feridass ident identifi ificad cadas, as, imobilizar as lesões que o justifiquem e preparar a vítima para o transporte. Sempre que o estado da vítima implique risco imediato de vida, a imobilização de todas as fracturas ou suspeitas de lesão músculo-esquelética músculo-esquelética deverá ser adiada até que se tenham corrigido as lesões que colocam a vida da vítima em risco, excepto se a sua realização não condicionar atrasos ou dificuldades na correcção dessas lesões. As técnicas de imobilização e remoção de vítimas de trauma têm vindo a ser modificadas e adaptadas ao longo dos anos. No entanto, os princípios fundamentais mantêm-se praticamente inalterados. Alguns dos princípios de imobilização são: antes de qualquer avaliação, segurar a cabeça entre as duas mãos e estabilizar a coluna cervical numa posição alinhada e neutra, respeitando o eixo nariz-umbigo-pés; não aplicar tracção aquando da imobilização manual da cabeça (apenas a força necessária para manter o alinhamento); imobilizar todas as vítimas com suspeita de lesão da coluna num plano duro; em caso de dúvida imobilizar sempre; não mobilizar a vítima antes de imobilizar lesões que o justifiquem; remover a roupa da área a imobilizar; observar e registar o estado neurovasc vascul ular ar,, no caso caso de susp suspei eita ta de lesã lesão o ósse óssea; a; prot proteg eger er toda todass as feri ferida dass com com comp compre ress ssas as esterilizadas secas antes de imobilizar; não tentar reintroduzir topos ósseos nas fracturas expostas. Finalmente, um dos princípios mais importantes: mover a vítima somente o necessário para a sua correcta remoção e imobilização, mantendo ou melhorando o seu estado. Quem Quem fica fica “à cabeça cabeça”” comand comanda a a execu execução ção das das técnic técnicas as de imobil imobiliza ização ção.. Sempre Sempre que que necessário este deverá emitir em voz alta, firme e de forma clara o que pretende que seja feito, como e quando pretende que a manobra seja executada, certificando-se que todos os intervenientes Três! ” perceberam. Por ex.: “ À minha voz de três, levantar! Um... Dois... Três!” 4
DEVEM SER EVITADOS MOVIMENTOS DESNECESSÁRIOS NA EXECUÇÃO DAS TÉCNICAS. No sentido de reforçar a necessidade de manutenção destes mesmos princípios, este manual aborda as técnicas de imobilização e remoção de vítimas de trauma, encontrando-se direccionado para os elementos que actuam na Emergência Médica Pré-Hospitalar. Sendo várias as categorias que que actu actuam am a este este níve nível, l, onde onde se incl inclu uem mé médi dico cos, s, enfe enferm rmei eiro ros, s, técn técnic icos os e trip tripul ulan ante tess de ambulância, será utilizada a designação de Técnico de Emergência Médica nas referências aos elementos envolvidos na realização das técnicas.
5
2. ESTABILIZAÇÃO CERVICAL COM ALINHAMENTO MANUAL DA CABEÇA Objectivos:
Manter a cabeça e a região cervical alinhadas, numa posição neutra.
Indicações:
Quando há possibilidade de lesão vértebro-medular. Semp Sempre re que que a mo mobi bili liza zaçã ção o cuid cuidad ados osa a da ca cabe beça ça e do
Contra-indicações:
pescoço para uma posição alinhada e neutra desencadeie alguma das seguintes situações: •
Espasmo ou contractura da musculatura do pescoço.
•
Aparecimento ou agravamento da dor ou dos défices neurológicos (como parestesias ou alterações motoras/sensitivas).
•
Compromisso da ventilação.
Nestes casos, o movimento deve ser interrompido de imediato, devendo a cabeça ser imobilizada nessa posição. po sição.
Técnica Sempre que, pelos mecanismos de trauma, existe a suspeita de lesão vértebro-medular, o primeiro passo é proceder de imediato à imobilização manual da cabeça e coluna cervical com alinhamento em posição neutra (eixo nariz-umbigo-pés). Este movimento provoca menos riscos do que transportar a vítima sem qualquer tipo de imobilização ou com a cabeça desalinhada. A cabeça cabeça é segura, segura, mobiliza mobilizada da cuidado cuidadosame samente nte e alinhada alinhada em posição posição neutra, salvo nas contra-indicações já enumeradas.
O alinhamento é mantido em posição neutra, sem qualquer tracção. No doente sentado, ou de pé, deve ser aplicada apenas a tracção suficiente para aliviar o peso, isto é “tirar o peso” da cabeça sobre o resto da coluna cervical.
6
A cabeça deve ser mantida alinhada e imobilizada manualmente, em posição neutra, até que a vítim vítima a se encon encontre tre imob imobiliz ilizad ada a adequ adequada adame mente nte com os dispo disposit sitivo ivoss aprop apropria riados dos,, deven devendo do permanecer assim até à chegada ao hospital.
Abordagem posterior com a vítima sentada (falta (falta FOTO da vitima com a cabeça desalinhada) desalinhada)
Um elemento coloca-se por trás da vítima e coloca as suas mãos, lateralmente, sobre os pavilhões auriculares, sem movimentar a cabeça. Os polegares são colocados contra o occipital e os indicadores, horizontalmente, em direcção à região peri-orbitária. Os dedos mínimos são colocados
7
imediatamente abaixo do ângulo da mandíbula. Os restantes dedos são colocados lateralmente na face da vítima. Deve ser aplicada a pressão necessária para conseguir controlar a cabeça e mantê-la numa posição estável. Se a cabeça não está alinhada numa posição neutra, o Técnico de Emergência Médica mobiliza lentamente a cabeça até conseguir o alinhamento (excepto nas situações referidas nas contraindicações). No final, o elemento pode aproximar os seus braços e apoiá-los no banco, nos apoios de cabeça ou no seu tronco, para se manter mais estável. FOTO
Abordagem lateral com a vítima sentada Colocando-se Colocando-se lateralmente à vítima, um elemento começa por colocar uma das mãos na região occipital, passando o braço sobre o ombro da vítima. Com a sua mão em chave polegar/indicador, apoia a referida região, de modo a evitar que a cabeça mexa.
8
Ao mesmo tempo, utilizando a chave polegar/indicador, cuidadosamente coloca a outra mão de cada lado da face da vítima, apoiando-se imediatamente imediatamente abaixo da região malar (abaixo do nariz, passando passando sobre o lábio superior). Os restantes dedos são colocados junto ao indicado i ndicadorr de forma que o dedo mínimo seja colocado imediatamente abaixo do ângulo da mandíbula.
Se a cabeça não está alinhada numa posição neutra deve-se mobilizá-la lentamente, até conseguir o alinhamento (excepto se existir contra-indicação). contra-indicação). Deve ser exercida a força suficiente para suportar e estabilizar a cabeça. O elemento que está a executar a técnica pode, de seguida, encostar os seus dois antebraços no tronco da vítima para obter um suporte adicional.
Nota:
Esta técnica pode ser também utilizada quando se é necessária abordar lateralmente uma vítima deitada em decúbito dorsal. FOTO
Abordagem frontal com a vítima de pé Posicionando-se directamente em frente da vítima, um elemento coloca as suas mãos de ambos os lados da cabeça sobre os pavilhões auriculares e sem movimentar a cabeça.
9
Se a cabeça não está alinhada numa posição neutra deve-se mobilizá-la lentamente, até conseguir o alinhamento (excepto se existir contra-indicação). contra-indicação). Tem de ser mantida a força suficiente para suportar e estabilizar a cabeça.
Abordagem com a vítima em decúbito dorsal Um elemento posiciona-se atrás da cabeça da vítima, na posição de ajoelhado (dois joelhos no chão) ou deitado. As mãos são colocadas de cada lado da cabeça da vítima, cobrindo com as palmas da mão os pavilhões auriculares. Os dedos de quem está a executar a técnica são colocados lateralmente, na face da vítima, a apontar longitudinalmente na direcção dos pés (caudal), de modo a estabilizar a cabeça: polegares na região malar, os dedos médios em direcção ao ângulo da mandíbula, os anelares e os mínimos em direcção à região occipital, envolvendo-a. Os cotove cotovelos los e os anteb antebraç raços os devem devem ser apoia apoiado doss no chão chão ou nos nos joe joelho lhos, s, confor conforme me o posicionamento da vítima ou as contingências de espaço.
10
3. APLICAÇÃO DO COLAR CERVICAL Objectivos:
Manter a região cervical alinhada numa posição neutra.
Indicações:
Quando há suspeita de lesão vértebro-medular.
Contra-indicações:
Impossibilidade de promover o alinhamento.
Técnica O primeiro elemento deve fazer ou manter, de acordo com a posição e a situação da vítima, o alinhamento e a imobilização da cabeça e coluna cervical, em posição neutra, deixando liberto o pescoço, para que seja mais fácil a aplicação do colar cervical. O segu segund ndo o elem elemen ento to proc proced eder erá á à esco escolh lha a do tama tamanh nho o do cola colarr cerv cervic ical al,, segu seguin indo do as orientações do fabricante. Os passos da sua aplicação dependem do tipo de colar e das instruções de colocação (consultar folheto respectivo). No entanto, se possível, deve-se optar por um colar de duas peças e quatro apoios. Nestes colares, primeiro ajusta-se a parte anterior ao pescoço da vítima. De seguida, coloca-se a parte posterior do colar (base), procedendo-se procedendo-se então ao ajuste final. O colocar cervical deve ser aplicado antes da colocação do colete de extracção, previamente previamente à realização de um levantamento ou antes de fazer o rolamento de uma vítima em decúbito dorsal. Será colocado a seguir à remoção do capacete ou após um rolamento, se a vítima se encontrar em decúbito ventral. Não esquecer de examinar o pescoço da vítima antes da colocação do colar cervical de modo a identificar eventuais lesões ou alterações relevantes. 1 – Escolher o tamanho do colar cervical
11
12
2 – Aplicar a peça anterior
3 – Ajustar a fita de velcro
4 – Introduzir a peça posterior
5 – Centrar a peça posterior 13
6 – Apertar a peça posterior
O primeiro elemento mantém sempre o alinhamento em posição neutra (segundo o eixo narizumbigo-pés) e a imobilização da cabeça.
14
15
4. ROLAMENTO Objectivos:
Mobilizar uma vítima para um equipamento, mantendo estabilização com alinhamento manual e com o menor número de movimentos possível da coluna vertebral.
Indicações:
1) Posicionar Posicionar uma vítima em decúbito dorsal dorsal sobre um plano duro ou outro equipamento que permita transportá-la.
2) Rolar uma vítima com suspeita de trauma vértebro-medular ou sempre que seja necessário examinar a face posterior do tronco. 3) Quando o número de elementos não é suficiente para realizar um levantamento.
Contra-indicações:
Vítima com suspeita de trauma da bacia, trauma bilateral
dos membros ou tórax, objectos empalados e eviscerações.
Nota:
Se a vítima se encontrar em decúbito ventral, estas contra-
indicações são relativas, excepto se existir um objecto empalado nas costas.
Técnica A técnica tem de ser adaptada de acordo com a posição em que a vítima se encontra.
Vítima em decúbito dorsal O primeiro elemento coloca-se à cabeça da vítima e mantém o alinhamento com estabilização em posição neutra. Outro elemento aplica o colar cervical e posiciona-se ajoelhado ao nível do tórax da vítima, o terceiro ajoelha-se ao nível dos membros inferiores (coxas). O braço da vítima mais próximo do 2º elemento deve ser colocado a 90° (apoiando sempre as articulações) e o do lado oposto alinhado com o corpo. As pernas são também alinhadas. O 2º elemento coloca, em simultâneo, uma mão no ombro e outra na anca. O 3º elemento coloca uma mão em posição intermédia com o 2º elemento (região do tórax/abdómen, apoiando simultaneamente o braço da vítima) e outra abaixo do joelho, de modo a manter as extremidades alinhadas em posição neutra e é rolada suavemente na direcção destes.
16
O plano duro, com a base dos apoios laterais de cabeça já montada e fixa, é colocado por um quarto elemento a 45° contra o dorso da vítima, fixando-o no bordo lateral. A base dos apoios laterais deve ficar alinhada com a cabeça.
A vítima é encostada ao plano duro e, uma vez apoiada, os 2º e 3º elementos retiram sucessivamente as mãos do lado oposto da vítima, passando a apoiá-la do lado onde se encontram. De seguida baixa-se o plano com a vítima.
Uma vez o plano no chão, a vítima é centrada neste. Para isso, o elemento que colocou o plano mantém-se do mesmo lado mas passa a apoiar a vítima colocando os braços do lado oposto. Este ajuda a deslizar a vítima, puxando-a para si enquanto os 2º e 3º elementos apoiam firmemente do seu lado e a empurram. Todos os passos são executados de forma coordenada e à voz de comando do 1º elemento.
17
Existe uma técnica alternativa para centrar as vítimas: “técnica de centrar em V” (útil quando a vítima está exageradamente descentrada). O elemento que colocou o plano fica do mesmo lado e apoia a vítima do seu lado. Os outros elementos mantêm o apoio do seu lado. Ao comando de quem está à cabeça todos fazem deslizar o corpo para baixo no plano numa discreta diagonal (membros inferi inferiore oress ma mais is para para o centro centro). ). De seguid seguida a todos todos desliz deslizam am,, para para cima, cima, centra centrand ndo o no plano plano.. A estabilização da cabeça com alinhamento alinhamento em posição neutra deve ser feita sem tracção.
Vítima em decúbito ventral Inic Inicia ialm lmen ente te o 1º elem elemen ento to colo coloca ca-s -se e numa numa posi posiçã ção o está estáve vel, l, de pref prefer erên ênci cia a deit deitad ado o lateralmente de frente para a face da vítima e ao longo do seu corpo. Este elemento aplica as mãos abertas em chave polegar-indicador, uma sob o maxilar inferior e a outra em posição oposta na região occipital, apoiando o cotovelo, com o objectivo de fazer a melhor imobilização possível da cabeça e da coluna cervical, para facilitar o posicionamento do 2º elemento.
O 2º elemento coloca-se à cabeça da vítima e mantém a estabilização na posição em que o 1º elemento a mantinha.
18
Na vítima em decúbito ventral, o colar cervical só deverá ser colocado depois da vítima estar em decúbito dorsal e nunca antes. Se possível, a vítima deve ser sempre rolada na direcção contrária àquela para onde a sua face inicialmente está voltada. O 1º elemento vai ao lado para onde a vítima será rolada e tenta estender o braço o mais possível na direcção cefálica.
Existem duas técnicas distintas para rolar a vítima. Para se optar por uma delas, a escolha depende de vários factores, por exemplo: •
Espaço disponível.
•
Experiência da equipa.
•
•
Tamanho/peso da vítima. Menor número de movimentos possível.
19
1ª Alternativa: O 1º elemento (o 2º encontra-se à cabeça), depois de posicionar o braço da vítima em direcção cefálica, do lado para onde esta vai rolar, ajoelha-se a nível da região dorsal da vítima e agarra, com uma mão, o ombro mais distante e, com outra mão, alinha o braço ao longo do corpo e segura o punho e a anca. O 3º elemento ajoelha-se lateralmente ao 1º, ao nível das coxas, e agarra o braço e o flanco e, com a outra mão, os membros inferiores da vítima. Ao retirar os pontos de apoio da vítima, deve-se evitar que o corpo se movimente.
À voz de quem está à cabeça, rolam a vítima a 90°.
De seguida, um 4º elemento introduz o plano duro pelos pés, entre a vítima e os 1º e 3º elementos, colocando-se colocando-se depois entre estes elementos, fixando o plano.
20
À voz de quem comanda, encosta-se a vítima ao plano e posteriormente os 1º e 3º elementos retiram sucessivamente as mãos, colocando-as do lado oposto do corpo da vítima (pela frente), continuando a suportar desta forma o peso. FOTO Deve-s Deve-se e seguid seguidam ament ente e descer descer o plano plano até ao solo, solo, com mo movim viment entos os suave suaves, s, tendo tendo os elementos que obrigatoriamente ir recuando à medida que vão baixando o plano, evitando que a vítima deslize. Pede-se a quem introduziu o plano que o fixe contra a vítima e o vá baixando de forma controlada. Centra-se a vítima no plano tal como foi descrito na técnica anterior, mas desta vez o elemento que introduziu o plano sai da posição em que se encontrava e passa para o lado oposto, começa por alinhar o membro superior e, à voz de comando, ajuda a centrar.
Logo Logo que que a vítim vítima a estej esteja a correc correctam tamen ente te posic posicion ionad ada a e alinh alinhada ada,, pode pode ser subst substitu ituída ída a imobiliza imobilização ção manual manual pela colocação colocação do colar colar cervical cervical e respectiv respectivos os apoios apoios laterais laterais de cabeça. cabeça. Quando for possível, completa-se a imobilização da vítima no plano duro (colocação de cintos ao longo do corpo). FOTO 2ª Alternativa: O 1º elemento (2º encontra-se à cabeça), depois de esticar em direcção cefálica o braço da vítima do lado para onde esta vai rolar, ajoelha-se ao nível do tórax da vítima mas, neste caso, posiciona-se pela parte anterior da mesma (voltado para a face). Apoia com uma mão o seu ombro mais próximo e, depois de alinhar o braço ao longo do corpo, introduz a outra mão de forma a segurar o punho e o flanco.
21
22
O 3º elemento coloca-se lateralmente ao 1º, ajoelhando-se ao nível dos membros inferiores da vítima e cruza o seu braço mais próximo com o do 1º elemento, apoiando o braço/tronco e a outra mão fica abaixo dos joelhos. Ao retirar os pontos de apoio da vítima, deve-se evitar que o corpo se movimente.
À voz de quem está à cabeça, rolar a vítima a 90°.
De seguida alguém introduz o plano duro na diagonal (“em cunha”) pela parte posterior da vítima, fixando-o.
23
Ao comando de quem lidera, encosta-se a vítima ao plano e de seguida os outros elementos substituem sucessivamente as mãos para os mesmos pontos de apoio do lado oposto do corpo da vítima. Quem ficou a fixar o plano duro mantém-se nessa posição e, à voz de quem está à cabeça, desce o plano duro até ao solo.
Centra-se a vítima no plano, como foi já descrito, mas desta vez o elemento que introduziu o plano permanece nesse mesmo local, uma vez que já se encontra do lado oposto aos outros elementos. Logo que a vítima esteja correctamente posicionada sobre o plano duro, pode ser colocado o colar cervical e a vítima imobilizada definitivamente.
24
5. LEVANTAMENTO Objectivos:
Mobilizar uma vítima para um equipamento, mantendo alinhamento da coluna vertebral em posição neutra, segundo o eixo Nariz-UmbigoPés.
Indicações:
1) Na suspei suspeita ta de lesão lesão vértebro vértebro-med -medula ular, r, trauma traumatis tismo mo da bacia, bacia, traumatismos bilaterais, eviscerações ou objectos empalados. 2) Víti Vítima ma em decú decúbi bito to dors dorsal al e na pres presen ença ça de um núme número ro de elementos suficiente/ ideal para executar a técnica (mínimo 5, ideal 6 elementos).
Contra-indicações:
1) Quando não existe o número mínimo de elementos para
a execução da técnica. 2) Vítima noutro decúbito.
Técnica Um levantamento deve sempre ser executado após a colocação do colar cervical, mantendo o alinhamento e a imobilização manual da cabeça em posição neutra. Quem fica junto à cabeça comandará os movimentos e ao seu lado, de preferência à sua esquerda, deverá ficar outro elemento que conhece bem a execução da técnica (elemento da equipa). A estatura e a força dos elementos que vão colaborar devem ser avaliadas rapidamente e estes estes devem devem ser dispo disposto stoss latera lateralme lment nte e à vítima vítima,, tentan tentando do equili equilibra brarr altura alturass e força força física física simetricamente (de quem fica frente-a-frente). De preferência, o elemento à esquerda coloca a primeira-mão (a sua mão direita) sobre o tórax, ao nível dos ombros da vítima. O seu joelho direito deverá ficar levantado para melhor suportar o peso da vítima. Sendo assim, deverá ser dada a ordem a todos para colocarem o joelho esquerdo no chão e as mãos dispostas alternadamente alternadamente ao longo e por cima do corpo da vítima, para anteverem a sua correcta localização durante o levantamento. É importante referir a todos que o braço do lado do joelho levantado deve ficar posicionado junto à face interna da coxa, para maior estabilidade.
25
26
Os elementos mais próximos de quem comanda devem suportar o peso do tórax e abdómen da vítima, os restantes dois elementos suportam a região da bacia e membros inferiores. O último braço, o mais caudal, deverá ficar abaixo dos joelhos da vítima e apoiar as duas pernas. Depois de fornecidas as indicações necessárias, quem comanda deve dar a ordem: ”Colocar mãos!” Seguidamente dará a indicação para: ”Introduzir mãos!”
Os elementos posicionados lateralmente à vítima introduzirão as mãos debaixo desta, nas posições previamente definidas, até onde puderem progredir sem forçar ou perturbar o alinhamento e sem movimentos movimentos desnecessários, fazendo-as deslizar com movimentos ondulatórios (tipo “zig-zag” ou “serpente”). Quem comanda deve certificar-se que todos os intervenientes se encontram preparados e informar que a força a exercer deverá resultar da conjugação do movimento de empurrar para o lado oposto (forças contra-laterais) e levantar em simultâneo a vítima, não devendo apenas tentar utilizar a força dos braços no sentido ascendente. Se existir um sexto elemento no local, este deverá segurar o plano duro e, posteriormente, deverá colocá-lo debaixo da vítima, introduzindo-o pelo lado dos pés. Informar que, à voz de 3 de quem se encontra à cabeça, vão levantar até ao nível do joelho e apoiar neste os seus braços. “Prontos? À minha voz de 3, Levantar! 1… 2… 3!”
27
Quem comanda, comanda, dá indicação para ser introduzido o plano, tendo atenção à posição da cabeça e dando as orientações necessárias para que esta fique centrada na base dos apoios laterais de cabeça. ”Colocar plano duro!”
“À minha voz de 3, Baixar! 1… 2… 3!”
28
Retirar as mãos e colocar os apoios laterais de cabeça.
29
6. MACA “SCOOP” Trata-se de um equipamento alternativo para utilização no pré-hospitalar, na remoção de vítimas de espaços com acesso limitado (ex. vítima debaixo de veículo ou escombros, etc.) e/ou levantamento de vítimas quando as suas características ou o número de elementos disponíveis não garantam a execução segura de outra técnica (ex. situações de excepção). O recu recurs rso o à ma maca ca “sco “scoop op”” deve deve func funcio iona narr como como alte altern rnat ativ iva a semp sempre re que que a técn técnic ica a do levantamento não for exequível (ex. existirem apenas três pessoas que sabem executar a técnica e/ou vítima obesa). As posições dos elementos que vão utilizar este equipamento equipamento depende do seu número no local da ocorrência, sendo que, havendo a possibilidade de um deles ficar a imobilizar a cabeça, essa deverá ser uma das prioridades. Todos os esforços devem ser realizados para que a estabilidade da coluna da vítima seja mantida.
Cuidados a observar com a sua utilização (embora existam modelos diferentes): Não deve ser usada como maca de transporte. Não devem ser realizadas manobras manobras de suporte de vida (compressões (compressões tóracicas/desfibrilhação) tóracicas/desfibrilhação) nesta maca. Pode representar um risco acrescido na presença de fractura da bacia. Um elemento deve ficar a imobilizar a cabeça e o segundo e terceiro elementos devem colocar a maca ao lado da vítima, adaptando-a à sua altura e abrindo-a (separando-a em duas partes).
30
Um elemento agarra o ombro mais distante e a anca da vítima, rolando-a ligeiramente para si à voz de comando de quem está a imobilizar a cabeça, de modo a facilitar a introdução de metade da ma maca ca pelo pelo outro outro ele eleme mento nto.. Sem neces necessid sidad ade e de muda mudarr de posiç posição ão,, estes estes dois dois ele eleme ment ntos os alternam o procedimento de modo a ser introduzida a outra metade da maca.
Procede-se ao fecho da maca unindo-a, de preferência, em simultâneo. Não sendo possível, deve-se fechar primeiro junto à cabeça e depois junto aos pés da vítima.
31
32
O levantamento da vítima neste equipamento equipamento depende do número de elementos disponíveis. O desejável será que dois elementos se coloquem lateralmente e um quarto aos pés, enquanto o primeiro continua a imobilizar a cabeça (total de quatro elementos). elementos).
Com a vítima no local definitivo, a maca é aberta, começando pela cabeça. Depois de abertos os dois dois fech fechos os,, deve deve-s -se e exec execut utar ar um mo movi vime ment nto o late latera rall para para fora fora e para para cima cima,, reti retira rand ndo o alternadamente as duas metades.
33
7. IMOBILIZAÇÃO EM PLANO DURO Objectivos:
Manter a estabilidade da coluna vertebral numa vítima com suspeita de traumatismo vértebro-medular.
Indicações:
Quando existe possibilidade de lesão vértebro-medular.
Contra-indicação: Suspeita de traumatismo da bacia. (Relativa) Deve ser ser util utiliz izad ado o apen apenas as dura durant nte e o temp tempo o indi indisp spen ensá sáve vell pois pois o uso uso Nota: Deve prolongado prolongado pode provocar úlceras de pressão. pressão. A imobilização imobilização de uma vítima em plano duro só estará completa quando colocados os apoios laterais de cabeça e respectivos três cintos ao longo do corpo (ou cinto tipo “aranha”).
Técnica A base dos apoios laterais de cabeça deve estar previamente colocada no plano duro. O primeiro elemento deve colocar-se por trás da vítima e imobilizar a cabeça de forma a garantir o alinhamento da coluna cervical enquanto o segundo coloca o colar cervical.
O passo seguinte é a colocação dos apoios laterais de cabeça. Existem duas alternativas para a sua colocação. Podem ser colocados em simultâneo ou um de cada vez. Para isso deve-se ter em conta a colaboração do doente. Se o doente se encontra não colaborante, idealmente o primeiro elemento deverá continuar a garantir o alinhamento posicionando-se por trás e o outro elemento coloca os apoios (blocos). Entram em cunha e encostados aos ombros da vítima, devendo os orifícios dos apoios ficar ao nível das orelhas. As mãos do primeiro elemento passam para fora dos apoios e continuam a fixar a cabeça, mantendo o alinhamento e ajudando no ajuste dos cabrestos de fixação.
34
Coloca-se primeiro o cabresto que fica na região frontal, que se prende na parte lateral inferior da base dos apoios, devendo-se ajustar ambos os lados em simultâneo, de modo a evitar rotações ou mo movim viment entos os desnec desnecess essári ários os.. Por último último,, coloca coloca-se -se o cabres cabresto to que que fica fica ao nível nível do mento, mento, cruzando-o com o primeiro e fixando-se superiormente.
No caso do doente se encontrar colaborante ou completamente arreactivo, pode o segundo elemento substituir o primeiro no alinhamento da coluna cervical, aplicando uma mão aberta em chave polegar-indicador polegar-indicador sob o maxilar inferior (juntamente com o colar cervical), mantendo a cabeça imóvel. O primeiro elemento aplicará os apoios em cunha, lateralmente e em simultâneo, ajustandoajustandoos ao crânio da forma descrita atrás.
35
36
8. COLETE DE EXTRACÇÃO Objectivos:
Proceder à extracção controlada de uma vítima com suspeita de lesão vér vértebro-m ro-me edular,
mantend endo
a
protec ecçção,
imobiliza ização
e
estabilização da coluna vertebral.
Indicações:
1) Quando existe necessidade de proceder à extracção de uma vítima sentada, com suspeita de lesão vértebro-medular.
2) Retirar vítimas de espaços confinados (elevadores, poços). 3) Imobilização de fracturas da cintura pélvica e membros inferiores.
Contra-indicações:
1) Vítima cujo estado clínico ou segurança do local não
permitem a sua aplicação em segurança (ex. PCR). 2) Condições de segurança do local ou estado clínico da vítima não permitem a sua aplicação em segurança.
8.1 APLICAÇÃO DO COLETE DE EXTRACÇÃO Técnica: O colete deve ser colocado idealmente por três elementos, se estes estiverem presentes. No entan entanto, to, é igualm igualment ente e possí possível vel execu executar tar a técnic técnica a eficaz eficazmen mente te com recurs recurso o a apena apenass dois dois elementos. Uma vez que existem equipas constituídas apenas por este número de elementos (ex. equipa da VMER), a técnica vai ser descrita com recurso a dois elementos. O 1º elemento fica a imobilizar a cabeça e o 2º pode apoiar a vítima ao nível do tórax (se esta se encontrar inconsciente debruçada sobre uma estrutura). À voz de comando do elemento que fica à cabeça, ambos executam coordenadamente o alinhamento da vítima, ficando o 1º elemento sozinho a manter a imobilização. Em seguida, o 2º elemento procede à colocação de um colar cervical. O primeiro fica a manter o alinhamento e o segundo elemento abre o colete tendo o cuidado de guardar os “cabrestos” (recomenda-se os bolsos) e a almofada em local favorável à sua próxima utilização. O segundo elemento fica pela parte posterior do colete e coloca a mão mais próxima da vítima numa das “abas inferiores” e a mais distante numa “aba superior”, segurando conjuntamente as precintas dos membros inferiores que entretanto foram desprendidas desprendidas dos seus locais de fixação. Introduz-se Introduz-se lateralmente, deslizando-o pelas costas da vítima, passando passando as abas e as precintas dos membros inferiores para cada um dos lados da vítima, com ajuda do terceiro elemento se estiver presente. Pode ser necessário um pequeno movimento, realizado por quem está a imobilizar a cabeça, projectando para a frente o tronco da vítima para permitir que o colete deslize. Faz-se o ajuste das abas às axilas e ao tórax e fixam-nas de seguida, primeiro a precinta do meio, seguidamente a inferior. O ajuste deve ser feito com o cuidado de segurar a precinta a meio do tórax com uma mão e traccionando com a outra logo a seguir ao fecho. 37
Se necessário coloca-se a almofada para preencher a curvatura cervical, no espaço entre o colete de extracção e a coluna cervical. O primeiro elemento mantém o alinhamento e facilita na colocação dos cabrestos, mudando mudando as mãos para a parte exterior das abas laterais à medida que estas são ajustadas à face. Os cabrestos são aplicados, começando pela colocação na região frontal, para que este prenda para baixo e depois o do mento, que deverá cruzar com o primeiro e prender para cima. Se a vítima ficar estável (colaborante) o primeiro elemento pode passar a ajudar o outro elemento elemento começando começando por colocar colocar as precinta precintass dos membros membros inferiores inferiores.. Deve passa-las passa-las sob as nádegas (pelo centro), por baixo das raízes das coxas, fazendo-as deslizar com movimentos em “zigzag” (tipo serra). Vindo as precintas de trás, estas devem passar por cima da outra coxa e prender nos encaixes que se localizam nas abas contra-laterais. contra-laterais. Fixam de seguida o cinto superior (do tórax). Por fim, segurando sempre antes do fecho com uma mão e traccionando com a outra na parte a seguir àquele, ajustam-se todas as precintas tendo especial atenção para não comprometer a ventilação da vítima.
8.2 EXTRACÇÃO DE VÍTIMAS COM COLETE DE EXTRACÇÃO Técnica: As vítimas devem, idealmente, ser retiradas com a ajuda de um plano duro, colocado por um ou mais elementos. As alternativas para a colocação do plano são várias. Existe a possibilidade de extracção pela traseira da viatura ou pelos lados (portas). A decisão vai depender das circunstâncias circunstâncias no local, a situação clínica do doente, as dificuldades de espaço, ou outras. Na ausência de quem apoie o plano existe ainda a possibilidade possibilidade de retirar-se a vítima, em “cadeira”. No caso de se decidir remover a vítima pela parte lateral, o plano duro deve ser apoiado por outros elementos presentes, enquanto os restantes rodam e suspendem (movimentos simultâneos) a vítima, permitindo que o plano seja introduzido por baixo. Este movimento é conseguido com a ajuda das pegas traseiras existentes no colete. Todos os elementos devem aguardar que seja dada voz de comando antes de se proceder a qualq qualque uerr mo movim viment ento o do corpo corpo da vítima vítima.. Esta Esta coorde coordena nação ção dos dos ele elemen mentos tos contin continua ua a ser da responsabilidade responsabilidade de quem, desde o início da colocação do colete, esteve a manter o alinhamento alinhamento em posição neutra. A vítima é colocada em cima do plano, fazendo-a deslizar sobre o mesmo com a colaboração de todos, com movimentos coordenados. O terceiro elemento mantém os membros inferiores da vítima sempre flectidos até que possam ser aliviadas as respectivas precintas. Uma vez a vítima deitada e centrada no plano, devem ser retiradas as precintas dos membros inferiores e procede-se à avaliação da necessidade de aliviar, ou mesmo desapertar, a precinta torácica (a superior).
38
9. EXTRACÇÃO IMEDIATA COM UM ELEMENTO – CHAVE DE RAUTEK Objectivos:
Estabilização manual duma vítima com lesões ou circunstâncias que colocam a vida em perigo, durante a sua mobilização.
Indicações:
1) Extracção de vítimas cujo exame primário revela lesões críticas que colocam a vida em perigo.
2) Quando a zona do acidente é potencialmente potencialme nte insegura e claramente perigosa para a vítima e/ou para a equipa. Nota:
Não deverá nunca ser usada por “escolha” ou “preferência” dos profissionais, mas
apenas pelos critérios mencionados nas indicações da técnica.
Técnica A técnica depende da posição da vítima, mas vamos aqui apenas reportar-nos à situação da vítima sentada. O elemento que vai aplicar a técnica deverá colocar-se lateralmente à vítima, olhando na mesma direcção, enquanto que o seu braço que fica mais próximo da vítima entra sob a axila mais afastada desta, fixando os dois punhos da vítima. A outra mão, aberta em chave polegar-indicador, passa pela outra axila e apoia-se no maxilar inferior tentando fixar da forma mais estável possível a coluna cervical e a cabeça da vítima contra a face do Técnico de Emergência Médica e ombro. Quando não é possível fixar os dois punhos (vítima obesa), deve-se fixar apenas o punho distal da vítima. Retira-se então a vítima apoiada contra o seu corpo e tentando manter o alinhamento da coluna cervical. Aplica-se uma força de deslizamento até ao solo, para um local seguro (ou já para o plano duro). No momento em que se senta a vítima, a região dorso-lombar deve ser apoiada num membro inferior do elemento que está a executar a técnica. Após este apoio, a mão que segura os punhos deve ser retirada para a região occipital e a vítima deitada.
(FOTOS)
39
10. REMOÇÃO DO CAPACETE Objectivos:
Remover o capacete, minimizando o risco de causar lesões adicionais.
Técnica A remoção do capacete é essencial para a avaliação correcta da vítima e deverá ser sempre executada desde que existam no local pelo menos duas pessoas treinados na técnica. Esta pode diferir em função do modelo do capacete. A técnica aqui descrita aplica-se ao capacete “integral”. O capacete deve ser retirado na posição em que a vítima se encontra.
(Colocar imagens dos diferentes modelos de capacetes) O primeiro elemento imobilizará a cabeça na posição em que esta se encontra, segurando no capace capacete, te, tendo tendo o cuida cuidado do de coloca colocarr as mã mãos os de forma forma a impedi impedirr os mo movim viment entos, os, ma mass não não dificultando dificultando as manobras manobras subsequentes (abertura da viseira se existir).
O segundo elemento, abre a viseira (se esta existir) e inspecciona à procura de situações que requeiram actuação imediata, nomeadamente obstrução da via aérea. Em seguida abre/corta a precinta do capacete (fita do queixo) e coloca-se numa posição estável, de preferência deitado lateralmente ao longo do corpo da vítima, a olhar para a sua face. Este elemento aplica as mãos abertas em chave polegar-indicador, uma sob o maxilar inferior e a outra em posição oposta na região occipital, com o objectivo de fazer a imobilização melhor possível da cabeça e da coluna cervical.
40
O primeiro elemento, agarrando as precintas, coloca as mãos lateralmente ao capacete e tenta promover o seu alargamento, alargamento, removendo-o com movimentos firmes e suaves. É fundamental o aviso do ressalto no nariz/orelhas e da saída do capacete, pois o outro elemento deve estar preparado para suportar o peso da cabeça, mantendo-a imóvel.
Após saída do capacete o primeiro elemento volta a ser responsável por garantir a imobilização da cabeça (aplicando as mãos como já foi descrito atrás) e, encontrando-se a vítima em decúbito dorsal, passa a executar o alinhamento em posição neutra, tendo como pontos de referência o eixo nariz-umbigo-pés. No entanto, o seu posicionamento e a colocação das mãos, quando a vítima não se encontra em decúbito dorsal, devem prever a execução de outras técnicas, como um rolamento.
Nota:
Se a vítima é encontrada em decúbito ventral e a coluna cervical está desalinhada, a
remoção do capacete é realizada com a mesma sequência como foi descrito atrás, embora se modifique a forma de aplicar as mãos pelos elementos intervenientes. No entanto, o alinhamento definitivo da vítima só será completado durante o rolamento que se seguirá à remoção do capacete. 41
Após o alinhamento da vítima, segue-se a colocação do colar cervical.
42
11. IMOBILIZAÇÃO VERTICAL Objectivos:
Imob Imobil iliz izar ar uma uma vítim ítima a que que se enc encont ontra em pé, ma mant nten endo do o alinhamento corporal e minimizando o risco de lesões adicionais.
Indicações:
Imobilizar a coluna vertebral numa vítima de trauma que se encontra de pé (pod (poden endo do aind ainda a esta estarr a ca cami minh nhar ar), ), ma mass em que que exis existe te a possibilidade de lesão vértebro-medular.
Técnica A técnica depende do número de elementos presentes. Aqui abordar-se-á a execução da técnica com dois elementos. Nota:
No caso de existir um terceiro elemento, este deverá apoiar a descida do plano duro e
imobilizar a cabeça da vítima logo que esta chegue ao chão. A estabilização com alinhamento manual pode ser efectuada abordando a vítima por trás ou pela frente. Entendemos que facilita a técnica, se quem vai ser responsável pela imobilização e alinhamento (primeiro elemento) se coloque pela frente da vítima, tentando acalmá-la e explicando o que se vai passar. O segundo elemento escolhe qual o colar cervical mais adequado e coloca-o (aplicado antes da descida da vítima até ao solo evita uma reacção natural por parte desta, que é a flexão da cabeça por receio de cair).
De seguida, pega no plano duro e, com a coordenação/colaboração dos dois elementos este é introduzido colocado colocado atrás da vítima. Este movimento exige que o segundo elemento segure o plano e se coloque lateralmente à vítima. O segundo elemento começa por substituir uma das mãos do primeiro elemento, que se encontra na face da vítima. O primeiro elemento tem condições para posicionar-se igualmente igualmente lateral à vítima, podendo ter necessidade de reposicionar a mão que fica na face. As mãos na face devem ser colocadas com os dedos abertos e a palma de encontro à face da vítima. Assim, cada elemento faz igual pressão (forças contra-laterais) conseguindo, conseguindo, deste modo, manter a estabilização e alinhamento alinhamento manual.
43
44
O plano duro também passa a ser apoiado pelos dois elementos e ajustado o mais possível ao corpo da vítima. Cada elemento coloca a sua mão mais próxima da vítima debaixo da axila desta e vai apoiar-se no orifício do plano que se encontra imediatamente acima daquele nível. Nota:
O antebraço dos elementos que vão baixar a vítima deve fazer uma ligeira pressão
sob o ombro desta e de encontro ao plano, de modo a controlar melhor a fase inicial da descida. Uma vez a vítima segura no plano, esta é descida até ao chão, juntamente com o plano duro.
Nota:
No caso de existir um terceiro elemento, este deverá apoiar a descida do plano duro e
imobilização da cabeça da vítima logo que chegue ao chão. Um dos elementos assume sozinho a imobilização da cabeça, colocando uma mão ao nível do maxilar inferior e outra na região frontal (polegar-indicador). (polegar-indicador). O outro elemento passa a posicionar-se por trás e imobiliza a cabeça colocando as mãos da forma já descrita para vítimas encontradas em decúbito dorsal. Nota:
Com frequência a cabeça da vítima não fica apoiada na base dos apoios laterais, pelo
que deverá ser posteriormente centrada no plano (puxada acima) se possível com ajuda de mais elementos, coordenados por quem se encontra a manter o alinhamento da coluna cervical.
45
12. IMOBILIZAÇÕES PROVISÓRIAS DOS MEMBROS SUPERIORES 12.1. Imobilização da cintura escapular Vítima sentada Um elemento ajusta o braço lateralmente e coloca o antebraço flectido para a frente do corpo. Outro elemento aplica as ligaduras, apoiando o antebraço e imobilizando o braço contra o tórax.
Vítima deitada Nesta situação (suspeita de lesão da coluna) não é possível utilizar ligaduras. O braço pode ser igualmente posicionado contra o tórax, ou alinhado ao longo do corpo. Se vítima se encontra em plano duro, o braço pode ser imobilizado aplicando, por exemplo, ligadura adesiva. Se for utilizada uma maca de vácuo, o braço pode permanecer alinhado e os elementos devem-se certificar de que fica correctamente ajustado.
12.2. Imobilização do úmero Vítima sentada Um elemento realiza tracção do braço e ajusta a sua face exterior a uma tala de madeira almofa almofadad dada a coloca colocada da latera lateralm lment ente, e, com o anteb antebraç raço o flecti flectido do para para a frent frente e do corpo corpo.. O outro outro elemento aplica as ligaduras, imobilizando o braço contra a tala e depois contra o tórax, apoiando o antebraço (suspenso ao peito). Com tala de madeira:
46
Com tala de Krammer:
Vítima deitada Um elemento realiza tracção e alinhamento do braço, ajustando a sua face exterior a uma tala de madeira almofadada. Outro elemento aplica as ligaduras, imobilizando o braço contra a tala e permanecendo permanecendo posteriormente junto ao corpo.
12.3. Imobilização do cotovelo A imobilização deve ser feita com o mínimo de tracção e sem forçar (tentar não provocar dor intensa e realizar até sentir resistência).
Vítima sentada Um elemento ajusta o membro a duas talas de madeira almofadadas, colocadas lateralmente, com o antebraço na máxima extensão possível (posição mais cómoda). Outro elemento aplica as ligaduras, imobilizando imobilizando o braço e o antebraço contra as talas e depois contra o corpo da vítima. Com tala de madeira:
47
Com tala de Krammer:
Vítimas deitadas Um elemento ajusta o membro a duas talas de madeira almofadadas, colocadas lateralmente, na posição mais cómoda possível (pode mesmo ser necessário imobilizar na posição em que se encontra). Outro elemento aplica as ligaduras, imobilizando o braço e o antebraço contra as talas e depois contra o corpo da vítima.
12.4. Imobilização do antebraço, punho e mão Um elemento realiza tracção e alinhamento alinhamento do membro, ajustando-o de seguida a uma tala de madeira almofadada, colocada do lado que não apresenta tumefacção. Outro elemento coloca um rolo de ligadura entre a palma da mão e a tala e aplica as ligaduras, imobilizando imobilizando o membro contra a tala desde o braço até à mão. Nas lesões do punho e da mão os procedimentos são idênticos, sendo a imobilização apenas do antebraço até à mão. Não esquecer de remover anéis antes de imobilizar a mão. Com tala de madeira: 48
Com tala de Krammer:
49
13. IMOBILIZAÇÕES PROVISÓRIAS DOS MEMBROS INFERIORES 13.1. Imobilização da cintura pélvica A redução da luxação da anca deve ser feita sob sedação e analgesia, ou mesmo sob anestesia geral. A técnica do rolamento não deve ser aplicada, excepto se a posição da vítima obrigue à sua realização (ex. vítima em decúbito ventral). Perante uma rotação interna da perna, devemos suspeitar, não de uma fractura, mas sim de uma luxação da anca. Caso esteja disponível, o doente deve ser colocado em maca de vácuo (maca coquille) ou em plano duro. Deve-se tentar a melhor contenção de movimentos da cintura pélvica, por exemplo, improvisando com a colocação de um lençol a envolver essa região, com a função de imobilizar até fixação definitiva.
13.2. Imobilização do fémur As fracturas mais frequentes a este nível são as do colo do fémur do idoso, resultantes de pequenas quedas e as fracturas provocadas por acidentes. Nos idosos idosos é frequ frequen ente te haver haver pouc poucos os sinais sinais deste deste tipo tipo de lesão. lesão. Neste Neste grupo grupo etário etário,, a impotência funcional é um dos poucos sinais. O sinal típico deste tipo de fracturas é a rotação externa do membro, com o pé a apontar para fora. Um elemento realiza tracção e alinhamento do membro e outro elemento (não é obrigatório) utiliza uma ligadura com cerca de 1,5 metros, colocando-a no pé para que a tracção seja exercida a nível do dorso do pé e do calcanhar.
Dois elementos farão a aplicação, lateralmente, de duas talas de madeira almofadadas, uma interna e outra externa, ou noutra posição alternativa se houver ferida ou fractura exposta. Ambas as talas deverão ultrapassar a planta do pé e a externa deverá ficar acima da bacia e a interna na zona inguinal. Os elementos devem começar a imobilização com ligaduras a nível da perna, em direcção à zona da bacia.
50
Perante a possibilidade de lesão vértebro-medular, não deverão ultrapassar a raiz da coxa, devendo descer com a ligadura para completar a imobilização do membro. A primeira ligadura (colocada a nível do pé e calcanhar para tracção), cruzará novamente no dorso do pé e as suas duas extremidades farão um trajecto ascendente, em volta da ligadura e das talas já colocadas. Se a vítima apenas apresentar apresentar fractura do fémur e for possível excluir lesão vértebro-medular, a fixação das talas poderá ser feita até à região da bacia. Chegando à região inguinal, após fixar a tala interna, a ligadura dirigir-se-á ao topo da tala externa e cruzará posteriormente a região dorsolombar para o lado oposto, cruzando depois a região abdominal em direcção à coxo-femural. Passará de seguida por baixo, em direcção novamente à região inguinal, descendo com a ligadura para completar a imobilização do membro, como descrito anteriormente.
51
13.3. Imobilização do joelho A imobilização deve ser feita na posição em que o membro é encontrado, se não for possível fazer a sua extensão. Um elemento ajusta o membro a duas talas de madeira almofadadas, colocadas lateralmente. Outro elemento aplica as ligaduras, imobilizando a coxa e a perna contra as talas, apoiando depois o membro.
52
13.4. Imobilizações dos ossos da perna, tornozelo e pé Um elemento ajusta o membro a duas talas de madeira almofadadas, colocadas lateralmente. Outro elemento aplica as ligaduras, imobilizando da coxa ao pé, utilizando a técnica de tracção do pé.
Imobilização com tala de Krammer:
53
54