TÉCNICAS DE MONTAGEM DE MÓVEIS
TÉCNICAS DE MONTAGEM DE MÓVEIS
Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira
Presidente
Diretoria-Geral do Sistema FIRJAN Augusto Cesar Franco de Alencar
Diretor
Diretoria Regional do SENAI-RJ Roterdam Pinto Salomão
Diretor
Diretoria de Educação Andréa Marinho de Souza Franco
Diretora
TÉCNICAS DE MONTAGEM DE MÓVEIS
Rio de Janeiro 2008
Técnicas de Montagem de Móveis 1 . ed. 2004; 2 . ed. 2008. SENAI – Rio de Janeiro Diretoria de Educação ª
ª
Gerência de Educação Profissional Gerência de Produto
Luis Roberto Arruda Carlos Bernardo Ribeiro Schlaepfer
Ficha Técnica Produção Editorial Pesquisa de Conteúdo Revisão Pedagógica Revisão Gramatical e Editorial Colaboração Projeto Gráfico
Vera Regina Costa Abreu Luis Paiva da Rocha Vera Lúcia Borges Leão Mário Élber dos Santos Cunha Demetrius Vasques Cruz Artae Design & Criação
Edição revista da Coleção Básica do SENAI de Marcenaria, SENAI-DN.
SENAI - Rio de Janeiro GEP - Gerência de Educação Profissional
Rua Mariz e Barros, 678 - Tijuca 20270-903 - Rio de Janeiro - RJ Tel: (21) 2587-1323 Fax: (21) 2254-2884 http://www.rj.senai.org.br
Sumário APRESENTAÇÃO ............................................................................11 UMA PALAVRA INICIAL ................................................................13
1
INSTRUMENTOS PARA MEDIR,MARCAR ................................. 17 E FAZERVERIFICAÇÃO Instrumentos para medir ....................................................................................... 19 Instrumentos para marcar .....................................................................................21 Instrumentos para fazer verificação ....................................................................24
2 3 4
FERRAMENTAS DE SUJEIÇÃO E APERTO ................................. 27 OUTRAS FERRAMENTAS E UTENSÍLIOS ................................. 33 Ferramentas e utensílios.........................................................................................35
FIXAÇÃO E COLAGEM DE PEÇAS.............................................. 49 Fixação de peças com parafusos ..........................................................................51 Colagem de peças.....................................................................................................53
5
MONTAGEM .................................................................................... 55 Montagem com cavilhas e cola..............................................................................57 Montagem com cavilhas, espigas, parafusos, buchas e hastes ......................58 Montagem com dispositivos..................................................................................61
Fixação de pés de mesa............................................................................................ 65 Fixação de pés de cadeira........................................................................................ 65 Fixação de barras de cama....................................................................................... 66
6
COLOCAÇÃO E MONTAGEM...................................................... 67 Colocação de costas e fundos ..............................................................................69 Montagem e colocação de gavetas........................................................................ 71 Colocação de portas e tampos.............................................................................74
7
TÉCNICAS DE AJUSTE NA MONTAGEM DE MÓVEIS ............. 81 Ajuste de gavetas ao vão do móvel ......................................................................83 Ajuste de portas ao vão do móvel .......................................................................85
8
USO DE ACESSÓRIOS VARIADOS............................................ 89
Prezado aluno,
Quando você resolveu fazer um curso em nossa instituição, talvez não soubesse que, desse momento em diante, estaria fazendo parte do maior sistema de educação profissional do país: o SENAI. Há mais de sessenta anos, estamos construindo uma história de educação voltada para o desenvolvimento tecnológico da indústria brasileira e da formação profissional de jovens e adultos. Devido às mudanças ocorridas no modelo produtivo, o trabalhador não pode continuar com uma visão restrita dos postos de trabalho. Hoje, o mercado exigirá de você, além do domínio do conteúdo técnico de sua profissão, competências que lhe permitam decidir com autonomia, proatividade, capacidade de análise, solução de problemas, avaliação de resultados e propostas de mudanças no processo do trabalho. Você deverá estar preparado para o exercício de papéis flexíveis e polivalentes, assim como para a cooperação e a interação, o trabalho em equipe e o comprometimento com os resultados. Soma-se, ainda, que a produção constante de novos conhecimentos e tecnologias exigirá de você a atualização contínua de seus conhecimentos profissionais, evidenciando a necessidade de uma formação consistente que lhe proporcione maior adaptabilidade e instrumentos essenciais à auto-aprendizagem. Essa nova dinâmica do mercado de trabalho vem requerendo que os sistemas de educação se organizem de forma flexível e ágil, motivos esses que levaram o SENAI a criar uma estrutura educacional, com o propósito de atender às novas necessidades da indústria, estabelecendo uma formação flexível e modularizada. Essa formação flexível tornará possível a você, aluno do sistema, voltar e dar continuidade à sua educação, criando seu próprio percurso. Além de toda a infra-estrutura necessária ao seu desenvolvimento, você poderá contar com o apoio técnico-pedagógico da equipe de educação desta escola do SENAI para orientá-lo em seu trajeto. Mais do que formar um profissional, estamos buscando formar cidadãos. Seja bem-vindo!
Andréa Marinho de Souza Franco Diretora de Educação
Técnicas de Montagem de Móveis – Apresentação
Apresentação A dinâmica social dos tempos de globalização exige dos profissionais atualização constante. Mesmo as áreas tecnológicas de ponta ficam obsoletas em ciclos cada vez mais curtos, trazendo desafios, renovados a cada dia, e tendo como conseqüência para a educação a necessidade de encontrar novas e rápidas respostas. Nesse cenário, impõe-se a educação continuada, exigindo que os profissionais busquem atualização constante durante toda a vida, e os docentes e alunos do SENAI-RJ incluem-se nessas novas demandas sociais. É preciso, pois, promover, tanto para os docentes como para os alunos da educação profissional, as condições que propiciem o desenvolvimento de novas formas de ensinar e de aprender, favorecendo o trabalho de equipe, a pesquisa, a iniciativa e a criatividade, entre outros, ampliando suas possibilidades de atuar com autonomia de forma competente. Pensando nestes pontos, tão importantes para todos os profissionais dos dias de hoje, este material pretende levar a você algumas técnicas de montagem de móveis para o aprimoramento do seu trabalho. Antes, porém, de ler sobre as técnicas propriamente ditas, você terá oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre alguns instrumentos, ferramentas e demais utensílios bastante úteis no dia-a-dia do montador de móveis. Esperamos que este material venha, de fato, contribuir para enriquecer suas experiências e ajudá-lo a se tornar um profissional cada vez mais interessado e competente em seu ofício. Bom trabalho!
SENAI-RJ – 11
Técnicas de Montagem de Móveis – Uma Palavra Inicial
Uma palavra inicial Meio ambiente... Saúde e segurança no trabalho... O que é que nós temos a ver com isso? Antes de iniciarmos o estudo deste material, há dois pontos que merecem destaque: a relação entre o processo produtivo e o meio ambiente; e a questão da saúde e segurança no trabalho. As indústrias e os negócios são a base da economia moderna. Produzem os bens e serviços necessários, e dão acesso a emprego e renda; mas, para atender a essas necessidades, precisam usar recursos e matérias-primas. Os impactos no meio ambiente muito freqüentemente decorrem do tipo de indústria existente no local, do que ela produz e, principalmente, de como produz. É preciso entender que todas as atividades humanas transformam o ambiente. Estamos sempre retirando materiais da natureza, transformando-os e depois jogando o que “sobra” de volta ao ambiente natural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessários para produzir bens, altera-se o equilíbrio dos ecossistemas e arrisca-se ao esgotamento de diversos recursos naturais que não são renováveis ou, quando o são, têm sua renovação prejudicada pela velocidade da extração, superior à capacidade da natureza para se recompor. É necessário fazer planos de curto e longo prazo, para diminuir os impactos que o processo produtivo causa na natureza. Além disso, as indústrias precisam se preocupar com a recomposição da paisagem e ter em mente a saúde dos seus trabalhadores e da população que vive ao redor dessas indústrias. Com o crescimento da industrialização e a sua concentração em determinadas áreas, o problema da poluição aumentou e se intensificou. A questão da poluição do ar e da água é bastante complexa, pois as emissões poluentes se espalham de um ponto fixo para uma grande região, dependendo dos ventos, do curso da água e das demais condições ambientais, tornando difícil localizar, com precisão, a origem do problema. No entanto, é importante repetir que, quando as indústrias depositam no solo os resíduos, quando lançam efluentes sem tratamento em rios, lagoas e demais corpos hídricos, causam danos ao meio ambiente. O uso indiscriminado dos recursos naturais e a contínua acumulação de lixo mostram a falha básica de nosso sistema produtivo: ele opera em linha reta. Extraem-se as matérias-primas através de processos de produção desperdiçadores e que produzem subprodutos tóxicos. Fabricam-se produtos de utilidade SENAI-RJ – 13
Técnicas de Montagem de Móveis – Uma Palavra Inicial
limitada que, finalmente, viram lixo, o qual se acumula nos aterros. Produzir, consumir e dispensar bens desta forma, obviamente, não é sustentável. Enquanto os resíduos naturais (que não podem, propriamente, ser chamados de “lixo”) são absorvidos e reaproveitados pela natureza, a maioria dos resíduos deixados pelas indústrias não tem aproveitamento para qualquer espécie de organismo vivo e, para alguns, pode até ser fatal. O meio ambiente pode absorver resíduos, redistribuí-los e transformá-los. Mas, da mesma forma que a Terra possui uma capacidade limitada de produzir recursos renováveis, sua capacidade de receber resíduos também é restrita, e a de receber resíduos tóxicos praticamente não existe. Ganha força, atualmente, a idéia de que as empresas devem ter procedimentos éticos que considerem a preservação do ambiente como uma parte de sua missão. Isto quer dizer que se devem adotar práticas que incluam tal preocupação, introduzindo processos que reduzam o uso de matérias-primas e energia, diminuam os resíduos e impeçam a poluição. Cada indústria tem suas próprias características. Mas já sabemos que a conservação de recursos é importante. Deve haver crescente preocupação com a qualidade, durabilidade, possibilidade de conserto e vida útil dos produtos. As empresas precisam não só continuar reduzindo a poluição como também buscar novas formas de economizar energia, melhorar os efluentes, reduzir a poluição, o lixo, o uso de matérias-primas. Reciclar e conservar energia são atitudes essenciais no mundo contemporâneo. É difícil ter uma visão única que seja útil para todas as empresas. Cada uma enfrenta desafios diferentes e pode se beneficiar da sua própria visão de futuro. Ao olhar para o futuro, nós (o público, as empresas, as cidades e as nações) podemos decidir quais alternativas são mais desejáveis e trabalhar com elas. Infelizmente, tanto os indivíduos quanto as instituições só mudarão as suas práticas, quando acreditarem que seu novo comportamento lhes trará benefícios — sejam estes financeiros, para sua reputação ou para sua segurança. A mudança nos hábitos não é uma coisa que possa ser imposta. Deve ser uma escolha de pessoas bem-informadas a favor de bens e serviços sustentáveis. A tarefa é criar condições que melhorem a capacidade de as pessoas escolherem, usarem e disporem de bens e serviços de forma sustentável. Além dos impactos causados na natureza, diversos são os malefícios à saúde humana provocados pela poluição do ar, dos rios e mares, assim como são inerentes aos processos produtivos alguns riscos à saúde e segurança do trabalhador. Atualmente, acidente do trabalho é uma questão que preocupa os empregadores, empregados e governantes, e as conseqüências acabam afetando a todos. De um lado, é necessário que os trabalhadores adotem um comportamento seguro no trabalho, usando os equipamentos de proteção individual e coletiva; de outro, cabe aos empregadores prover a empresa com esses equipamentos, orientar quanto ao seu uso, fiscalizar as condições da cadeia produtiva e a adequação dos equipamentos de proteção. A redução do número de acidentes só será possível, à medida que cada um – trabalhador, patrão e governo – assuma, em todas as situações, atitudes preventivas, capazes de resguardar a segurança de todos. 14 – SENAI-RJ
Técnicas de Montagem de Móveis – Uma Palavra Inicial
Deve-se considerar, também, que cada indústria possui um sistema produtivo próprio, e, portanto, é necessário analisá-lo em sua especificidade, para determinar seu impacto sobre o meio ambiente, sobre a saúde e os riscos que o sistema oferece à segurança dos trabalhadores, propondo alternativas que possam levar à melhoria de condições de vida para todos. Da conscientização, partimos para a ação: cresce, cada vez mais, o número de países, empresas e indivíduos que, já estando conscientizados acerca dessas questões, vêm desenvolvendo ações que contribuem para proteger o meio ambiente e cuidar da nossa saúde. Mas, isso ainda não é suficiente... faz-se preciso ampliar tais ações, e a educação é um valioso recurso que pode e deve ser usado em tal direção. Assim, iniciamos este material conversando com você sobre o meio ambiente, saúde e segurança no trabalho, lembrando que, no seu exercício profissional diário, você deve agir de forma harmoniosa com o ambiente, zelando também pela segurança e saúde de todos no trabalho. Tente responder à pergunta que inicia este texto: meio ambiente, a saúde e a segurança no trabalho – o que é que eu tenho a ver com isso? Depois, é partir para a ação. Cada um de nós é responsável. Vamos fazer a nossa parte?
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Instrumentos para medir, marcar e fazer verificação Nesta Seção... Instrumentos para medir Instrumentos para marcar Instrumentos para fazer verificação
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Técnicas de Montagem de Móveis – Instrumentos para Medir, Marcar e Fazer Verificação
Instrumentos para medir Antes de conhecer algumas técnicas usadas na montagem de móveis, você vai estudar diferentes tipos de ferramenta e instrumento bastante empregados na tarefa de montar peças de mobiliário. Alguns deles, certamente, são seus conhecidos; outros, quem sabe, serão uma novidade para você. Mas, o importante mesmo é entrar em contato com esses conteúdos, a fim de solidificar seus conhecimentos. Vamos lá? Para efetuar medição em trabalhos de marcenaria, podem ser utilizados o metro (Fig. 1) ou a trena (Fig. 2).
Fig. 1
Fig. 2 SENAI-RJ – 19
Técnicas de Montagem de Móveis – Instrumentos para Medir, Marcar e Fazer Verificação
Vamos ver cada um deles separadamente.
Metro É usado para tirar medidas lineares. O metro, que pode ser de diversos materiais, tem sua escala numerada em centímetros e polegadas, estando subdividido em milímetros (Fig. 3) e frações da polegada (Fig. 4).
Fig. 3
Fig. 4
Este instrumento pode ter um ou dois metros de comprimento, sendo, por isso, conhecido como metro simples ou metro duplo. Pode ser articulado, como o mostrado na Fig.1, ou rígido. Entre os metros articulados, os mais utilizados são os de articulação com molas, por ser melhores e bastante práticos. O número de articulações do instrumento varia conforme o fabricante.
Trena É uma fita de aço flexível, gravada com medidas em milímetros e polegadas, que se recolhe por meio de mola dentro de uma caixa metálica ou plástica, que a protege.
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Técnicas de Montagem de Móveis – Instrumentos para Medir, Marcar e Fazer Verificação
Sua finalidade principal é a de medir curvas (Fig. 5).
Fig. 5
Existem trenas de vários comprimentos, porém a mais usada na marcenaria é a de dois metros.
Instrumentos para marcar Os instrumentos mais empregados para fazer marcações na madeira são o lápis, esquadro e régua.
Lápis Em geral, o lápis comum, no 3, é o usado para marcar, riscar e fazer as anotações necessárias. Porém, quando há necessidade de marcar grande quantidade de peças ou peças em bruto, usa-se o chamado lápis de carpinteiro (Fig. 6), que possui grafite de maior seção e é mais resistente ao desgaste.
Fig. 6 SENAI-RJ – 21
Técnicas de Montagem de Móveis – Instrumentos para Medir, Marcar e Fazer Verificação
Esquadro Serve para o traçado de retas perpendiculares, isto é, de retas que formam ângulos de 90º (Fig. 7), sendo constituído por um lâmina de aço e base de madeira, aço ou alumínio (Fig. 8).
Fig. 7
Fig. 8
O esquadro é também utilizado para verificar a perpendicularidade (Figs. 9 e 10).
Fig. 9
Fig. 10
Os esquadros são fabricados em vários tamanhos e empregados de acordo com as dimensões do trabalho, para traçado ou verificação. Os tamanhos mais usados são os de 4”, 6”, 10”, 12” e 14”.
A qualidade do seu trabalho também depende dos cuidados que você dispensa ao instrumentos. Por isso: • manuseie o esquadro com cautela, para evitar que sofra choques ou quedas; • mantenha-o livre de massas e rebarbas; • faça sua aferição, periodicamente, com o esquadro-padrão; • após o uso, não se esqueça de limpá-lo e lubrificá-lo, se necessário.
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Técnicas de Montagem de Móveis – Instrumentos para Medir, Marcar e Fazer Verificação
Régua É um instrumento de madeira, de seção retangular, cujo comprimento varia, sendo escolhido de acordo com o trabalho a realizar. Deve ser construída em madeira sem defeitos e que não empene facilmente. Apresenta orifícios, ao longo do seu comprimento, exatamente para diminuir a possibilidade de empeno (Fig.11).
Fig. 11
É empregada para traçar linhas retas (Fig. 12) e para verificar se uma superfície está plana (Figs. 13 e 14).
Fig. 12
Fig. 13
Fig. 14
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Técnicas de Montagem de Móveis – Instrumentos para Medir, Marcar e Fazer Verificação
Para realizar seus trabalhos com precisão, é necessário conservar os instrumentos em boas condições de uso. Por este motivo, a régua deve ser guardada pendurada, para evitar empenos e manter suas bordas em perfeito estado.
Instrumentos para fazer verificação São os empregados para conferir (e marcar) as medidas dos ângulos. Os mais utilizados são a suta (Fig. 15) e a meia-esquadria (Figs. 16, 17 e 18).
Fig. 15
Fig. 16
Fig. 17
Fig. 18
Meia-esquadria É o instrumento utilizado para conferir e marcar apenas ângulos de 45º ou 135º. Feita de ferro fundido ou de madeira, é constituída de lâmina de aço presa a uma base, formando com ela ângulos fixos de 45º e 135º (Fig. 19).
lâmina 45
o
base
Fig. 19 24 – SENAI-RJ
Técnicas de Montagem de Móveis – Instrumentos para Medir, Marcar e Fazer Verificação
Suta Instrumento usado para verificar e marcar ângulos, para cuja determinação é necessário o auxílio de um transferidor . É composta de uma base que apóia uma lâmina articulada, permitindo seu ajustamento em qualquer medida de ângulo. A lâmina de aço possui uma ranhura no centro que se articula na extremidade superior da base por meio de um parafuso com porca-borboleta, a qual, quando apertada, fixa a lâmina em qualquer ângulo (Fig. 20).
Transferidor – instrumento circular ou semicircular, dividido em graus, usado para medir ângulos
ranhura
lâmina parafuso com borboleta base
Fig. 20
Além da meia-esquadria e da suta, existem, ainda, outros dois instrumentos de verificação, que, embora possam ser usados em marcenaria, têm maior emprego em construção de grande porte, principalmente na construção civil. São eles o prumo e o nível.
Prumo Tem a função de verificar a verticalidade de linhas e peças. Constitui-se de um corpo cilíndrico de bronze ou aço, um cordel reforçado e um toco de madeira furado que desliza ao longo do cordel (Fig. 21).
Fig. 21 SENAI-RJ – 25
Técnicas de Montagem de Móveis – Instrumentos para Medir, Marcar e Fazer Verificação
Existem outros tipos de prumo, utilizados por agrimensores , cujo corpo se assemelha a um peão e não possui taco de madeira. São os chamados prumos de centro (Fig. 22).
Agrimensores – pessoas que fazem a medição de terras, terrenos
Fig. 22
Nível Instrumento muito utilizado por carpinteiros e pedreiros, para fazer a verificação da horizontalidade e verticalidade, tendo inclinação de 45º, seja em vigas, paredes, colunas, ou em outras peças. Feito em madeira, alumínio ou ferro, o nível consiste num tubo que contém líquido e bolhas deslizantes que permitem a verificação correta da posição da peça (Fig. 23).
Fig. 23
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Ferramentas de sujeição e aperto
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Técnicas de Montagem de Móveis – Ferramentas de Sujeição e Aperto
Ferramentas de sujeição e aperto São utensílios de aço, de estrutura fixa ou ajustável, que têm a finalidade de apertar ou prender peças. Tais ferramentas, construídas em vários tamanhos e formatos, recebem nomes particulares, como grampo, sargento, ventosa e gastalho (Fig. 1).
sargento
grampo rápido ou de expansão
ventosa
grampo C gastalho
Fig. 1
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Técnicas de Montagem de Móveis – Ferramentas de Sujeição e Aperto
Grampo Apresentam diversos tamanhos e formatos, sendo o mais comum em forma de C (Fig. 2). corpo parafuso borboleta sapata Fig. 2
Numa das extremidades, esses grampos têm um furo roscado por onde passa um parafuso que permite o aperto por intermédio de uma borboleta. O marceneiro precisa, para o seu trabalho, de uma coleção desses tipos de grampo, com várias aberturas, que vão de 50mm a 300mm. Outro tipo de grampo, também muito utilizado, é o que se vê na Fig. 3. Chamado de grampo rápido ou de expansão, esse tipo apresenta um braço com parafuso que se move facilmente ao longo da haste, permitindo ajustagem rápida na abertura desejada. Esta é uma vantagem sobre o grampo C.
braço fixo mandíbula sapata braço móvel parafuso cabo haste
Fig. 3
O grampo rápido ou de expansão também permite aberturas maiores que as do grampo C, estendendo-se de 100mm a 600mm.
Sargento Também chamado de grampo de expansão, o sargento permite apertar ou fixar peças largas. É composto de barra de aço em forma de T, possuindo, em uma das extremidades, a sapata fixa de
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Técnicas de Montagem de Móveis – Ferramentas de Sujeição e Aperto
ferro atravessada por parafuso, que movimenta outra sapata. O aperto é feito entre esta e uma terceira sapata que se regula e fixa mediante um pino que atravessa a barra (Fig. 4). Uma variante desta ferramenta é a que se vê na Fig 5. sapata móvel regulável
pino
barra retangular furada
parafuso
manípula
Fig. 4
Fig. 5
Ventosa Consiste num arco em aço temperado, com ação de mola, a fim de exercer pressão entre as extremidades a ser abertas, para receber as peças a sujeitar (Fig. 6).
Sujeitar – fixar um objeto para torná-lo estável; imobilizar
Fig. 6
Seu uso limita-se aos casos em que não é possível empregar o grampo. Encontram-se ventosas em tamanhos diversos.
Gastalho É um instrumento de madeira resistente, com um rebaixo, no qual se introduz a peça a ser prensada, para colar (Fig. 7).
Fig. 7 SENAI-RJ – 31
Técnicas de Montagem de Móveis – Ferramentas de Sujeição e Aperto
O aperto é dado por meio de duas cunhas, colocadas entre o encosto do rebaixo e a peça a ser colada (Fig. 8).
Fig. 8
O gastalho é, normalmente, uma ferramenta improvisada na oficina em substituição ao sargento.
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Outras ferramentas e utensílios Nesta Seção... Ferramentas e utensílios
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Técnicas de Montagem de Móveis – Outras Ferramentas e Utensílios
Ferramentas e utensílios Além de todos esses tipos de instrumento empregados para medir, marcar, fazer verificações de ângulos, apertar ou prender peças, existem outros muito úteis nos trabalhos com madeira. Vamos ver cada um deles?
Furadeira elétrica portátil Permite a execução rápida e precisa de furos. Devido ao formato do seu corpo, pode ser operada com facilidade e firmeza. Um motor elétrico monofásico, localizado no interior do corpo, propicia o movimento de rotação ao mandril em que se sujeita a broca (Fig. 1). motor
mandril
broca gatilho
fio
punho
Fig. 1
Broca helicoidal Usada nas furadeiras para a execução de orifícios, feitos pela conjunção de dois movimentos do aparelho: rotação e avanço. A broca helicoidal é uma ferramenta de corte, cilíndrica, provida de ranhuras em forma de hélice, o que facilita a saída do material cortado (Fig. 2).
Helicoidal – que tem a forma de hélice; em caracol
SENAI-RJ – 35
Técnicas de Montagem de Móveis – Outras Ferramentas e Utensílios
haste
corpo
guia
ponta
canal
ângulo da ponta
Fig. 2
Fabricadas em aço de carbono ou aço rápido, as brocas mais usadas em marcenaria são as de 3mm a 6mm de diâmetro. Já as brocas usadas para a furação de paredes têm as pontas calçadas com pastilhas de metal duro (vídea), para lhes dar maior resistência.
Repuxo Instrumento arredondado, feito em aço, que serve para aprofundar pregos na madeira, até ocultar-lhes as cabeças (Fig. 3).
cabeça ponta
corpo
Fig. 3
Você sabia que, em marcenaria, repuxar é o mesmo que embutir pregos e tarraxas na madeira?
Martelo É uma ferramenta de percussão de uso muito freqüente tanto em marcenaria quanto em carpintaria. Compõe-se de duas partes principias: corpo, de formato especial, e cabo de madeira. Seu peso pode variar de 300g a 400g. A aplicação mais conhecida do martelo é a de pregar e, dependendo do tipo, ele também pode servir para retirar pregos ou bater, direta ou indiretamente, nas peças em montagem. Em marcenaria, por exemplo, são usados os martelos de pena, cuja forma arredondada no extremo serve para a colagem de pequenos pontos em folhas, isto é, de pequenos detalhes (Fig. 4).
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Técnicas de Montagem de Móveis – Outras Ferramentas e Utensílios
pena cabo
corpo face (pancada) Fig. 4 – Martelo de pena
Já em carpintaria, os martelos de unha são os mais empregados. A unha, também chamada de orelha, tem a função de arrancar pregos (Fig. 5). unhas (orelhas) corpo
cabo face (pancada) Fig. 5 – Martelo de unha
Você sabia que existe uma posição correta de empunhar o martelo, obtendo maior alavanca e eficiência no trabalho?
Fig. 6
Formões –
Macete
É um tipo de martelo, todo em madeira, bastante utilizado em marcenaria. Substitui o martelo em muitas operações de bater, pela simples razão de não estragar o cabo dos formões, goivas , etc., tampouco marcar ou danificar a peça ou móvel no lugar em que é usado.
ferramentas com uma extremidade chata e cortante e outra embutida em um cabo de madeira Goivas – espécie de formão SENAI-RJ – 37
Técnicas de Montagem de Móveis – Outras Ferramentas e Utensílios
Por esta razão, o macete é também muito empregado na montagem de encaixes e de peças em superfícies já acabadas. Os macetes apresentam-se em formatos diversos.
Fig. 8
Fig. 7
Fig. 9
Observe, agora, um formato de macete dos mais comuns e o nome de suas partes com as medidas aproximadas. 10cm cabeça espiga
cabo
cunha 25 a 30cm
face Fig. 10
Os macetes são geralmente construídos em madeiras duras, como a cabreúva, óleo vermelho, maçaranduba, ipê, etc., podendo ser torneadas ou confeccionadas pelo próprio marceneiro. Para isso, no entanto, é preciso estar atento a alguns pontos: • escolha madeira de boa qualidade, flexível, de fibras sem defeitos; • ajuste bem a espiga ao ferro; • coloque a cunha no sentido transversal às fibras de cabeça, para não rachar (Fig. 11);
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Técnicas de Montagem de Móveis – Outras Ferramentas e Utensílios
Fig. 11
• escolha um cabo de espessura adequada ao peso da cabeça do macete.
Chave de fenda É uma ferramenta de aço temperado, utilizada para ajustes ou para desapertar parafuso de fenda por meio de giros ou impulsos sucessivos (Fig. 12).
topo
cunha
anel
haste
face
cabo
espiga
Fig. 12
O tamanho das chaves de fenda deve ser escolhido de acordo com os parafusos, levando em consideração o melhor ajustamento da face da chave à fenda do parafuso (Fig. 13). Todavia, o comprimento da haste pode ser escolhido conforme a localização do parafuso sobre o qual irá trabalhar. Os comprimentos mais comuns são os de 100mm até 300mm.
Fig. 13 SENAI-RJ – 39
Técnicas de Montagem de Móveis – Outras Ferramentas e Utensílios
Existem vários tipos de chave de fenda: chave de fenda com catraca, chave de fenda automática e chave de fenda Phillips.
Chave de fenda com catraca Apresenta um dispositivo especial, para facilitar o giro da haste, ao apertar ou desapertar o parafuso. Trata-se de um mecanismo de catraca (compreendendo rodas dentadas, unhas, molas, etc.) no interior de um cilindro, que une a haste ao cabo (Fig. 14). cabo
botão da catraca
haste
Fig. 14
O botão da catraca, na posição 2, prende a haste ao cabo, permitindo um movimento firme em ambos os sentidos; na posição 1, engrena a catraca para o giro da chave no sentido do aperto; e na 3, no sentido do desaperto.
Chave de fenda automática Neste tipo, o giro da haste efetua-se automaticamente, ao pressionar a chave contra a cabeça do parafuso. Tal efeito é conseguido graças ao eixo sulcado em espiral, aliado ao dispositivo de uma catraca, que funciona do mesmo modo mostrado anteriormente. Na extremidade do eixo, um mandril permite selecionar a haste da chave desejada, já que esse tipo de ferramenta vem equipado com várias pontas, com diversas finalidades. cabo
tranca deslocador de tarraxa ou catraca mandril ou porta-ferramenta eixo em espirais
ponta de chave de fenda Fig. 15 40 – SENAI-RJ
Técnicas de Montagem de Móveis – Outras Ferramentas e Utensílios
Muito cuidado ao trabalhar com a chave de fenda automática! Não a deixe escapar da fenda do parafuso, a fim de preservar a superfície da peça.
Chave de fenda Phillips É usada para apertar ou desapertar parafusos que têm fendas cruzadas – os conhecidos parafusos Phillips. A extremidade da haste da chave Phillips tem a forma de uma cruz, de modo a se adaptar ao feitio da fenda do parafuso (Fig. 16).
Fig. 16
No entanto, esse tipo de chave de fenda é pouco usado em trabalhos de marcenaria. As chaves de fenda são ferramentas bastante úteis, devendo ser tratadas com cuidado: • mantenha a ponta em perfeito estado; • use a chave de fenda adequada ao tamanho e tipo de parafuso; • jamais coloque objeto no cabo da chave de fenda.
Torquês Ferramenta usada para arrancar e cortar pregos. É feita de duas barras de aço ou de ferro que se cruzam, presas por um eixo, terminando em pontas chatas ou recurvadas (Fig. 17).
aresta de corte
braço
Fig. 17 SENAI-RJ – 41
Técnicas de Montagem de Móveis – Outras Ferramentas e Utensílios
A torquês mais utilizada pelo marceneiro é a que mede 20cm de comprimento.
Parafusos para madeira Encontram-se, no mercado, parafusos de vários tipos e tamanhos, com cabeças de diversas formas, a fim de atender às necessidades de construção e aos aspectos de acabamento. Vamos ver, então, alguns desses tipos de parafuso?
Parafuso de cabeça chata Deve ser aplicado nos trabalhos em que a cabeça necessita ficar alojada na madeira ou na ferragem, nivelada com a peça onde o parafuso se crava. Nesses casos, o orifício na madeira deve ser, antes, escareado (Fig. 18).
Escareado – alargado de maneira neira que o parafuso fique com com a cabeça no mesmo nível nível da peça onde é cravado
cabeça chata Fig. 18
Parafuso de cabeça redonda Empregado em trabalhos em que não é necessário o alojamento da cabeça ao parafuso (Fig. 19).
cabeça redonda
Fig. 19
Parafuso de cabeça oval Serve para fins decorativos. Quando aplicado em madeiras ou ferragens, o furo deve ser meio escareado ou, então, aplica-se o parafuso de cabeça ou juntamente com uma anilha (Fig. 20).
cabeça chata Fig. 20 42 – SENAI-RJ
Anilha – espécie de arruela, utili utilizada zada em cabeça de parafuso para melhor lhor acabamento
Técnicas de Montagem de Móveis – Outras Ferramentas e Utensílios
Parafuso auto-atarraxante auto-atarraxante Muito usado em madeiras aglomeradas, tem grande poder de retenção pela forma paralela da rosca que envolve todo o comprimento do parafuso (Fig. 21).
Fig. 21
Os parafusos podem podem ser de aço, niquelados, cromados cromados ou oxidados (fumê), (fumê), e de latão, cromados ou não, tendo estes a vantagem de não enferrujar. Vendidos em centos, o importante, na hora da compra, é saber as dimensões do comprimento (A) e do diâmetro (B) do parafuso (Figs. 18, 19 e 20).
Na ho ra de ap erta er ta r ou de sape sa pe rt ar o pa rafu ra fu so , use us e a ch av e de fe nda nd a adequada. Para isso, observe a medida L e E do fundo da fenda e escolha a chave cuja face melhor se ajuste a ela.
L
E
Fig. 22
No aperto final, as fendas dos parafusos parafus os devem ficar alinhadas. alinha das.
Fig. 23
SENAI-RJ – 43
Técnicas de Montagem de Móveis – Outras Ferramentas e Utensílios
Pregos Muito utilizados em carpintaria, construção civil, caixotaria e, em alguns casos, marcenaria, os pregos são feitos de arame forjado a frio e constituídos de uma haste cilíndrica cilí ndrica longa, pontiaguda de um lado e com cabeça de outro (Figs. 24 e 25), tendo a finalidade de fixar peças.
cabeça
haste
ponta Fig. 24
Fig. 25
Os símbolos com cabeça e sem cabeça, assinaladas nos maços, identificam os pregos com e sem cabeça, respectivamente. Em marcenaria, os pregos mais utilizados são os de 6 × 7 a 14 × 21. Existem diferentes tipos de prego à venda no mercado. Vamos ver alguns deles?
Prego comum Pode ser de cabeça chata (Fig. 26) ou de pequena cabeça (Fig. 27), conhecido este comercialmente como prego sem cabeça.
Fig. 26
Fig. 27
Os pregos comuns, com cabeça, são geralmente usados em engradados e carpintaria.
44 – SENAI-RJ
Técnicas de Montagem de Móveis – Outras Ferramentas e Utensílios
Aresta Prego redondo sem cabeça (Fig. 28).
Fig. 28
Esse tipo de prego é muito utilizado na colocação de vidros, marcação de cavilhas, em serviços delicados, etc.
Balmázio Pequeno prego de ferro ou latão, de cabeça boleada (Fig. 29).
Cavilhas – peças de madeira, plástico ou metal que têm várias funções: guiar a colocação de parafusos; tapar orifícios; etc.
Boleada – que tem a superfície arrendondada.
Fig. 29
O balmázio é empregado na colocação de espelhos, fechaduras, puxadores de metal, etc.
Tacha Prego curto de cabeça larga e chata (Fig. 30).
Fig. 30
As tachas são muito usadas em serviços de estofamento, tapeçaria, etc. Conhecidos os diferentes tipos de prego, vamos ver de que forma aplicá-los e retirá-los de maneira correta.
SENAI-RJ – 45
Técnicas de Montagem de Móveis – Outras Ferramentas e Utensílios
Como aplicar os pregos em madeiras duras? Na hora de bater os pregos em madeiras duras, proceda assim: • com a furadeira, faça um orifício, na madeira, com o mesmo diâmetro do prego; • achate, ligeiramente, a ponta do prego com o martelo (Fig. 31), formando rebarba cortante, que tem a função de dilacerar as fibras, sem deixá-las rachar (Fig. 32).
Fig. 32
Fig. 31
Isso é importante, pois, como a ponta do prego tem a forma de cunha, sua penetração faz com que as fibras da madeira se separem, produzindo as indesejáveis rachaduras (Fig. 33).
Fig. 33
Como fazer a retirada dos pregos Os pregos devem ser retirados com a torquês ou o martelo (Figs. 34 e 35).
Fig. 34 46 – SENAI-RJ
Fig. 35
Técnicas de Montagem de Móveis – Outras Ferramentas e Utensílios
Nos casos dos pregos grandes, evita-se a quebra do cabo do martelo (Fig. 36) na hora da retirada, usando um calço de espessura igual à parte do prego fora da madeira (Fig. 37).
calço
Fig. 36
Fig. 37
Pincel Outro utensílio empregado em trabalhos de marcenaria para a colagem de peças. O tipo é escolhido de acordo com a colagem a ser realizada. Os pincéis são de pêlos ou cerdas, redondas, chatas, e ainda existem as trinchas, de diversos tamanhos e larguras (Figs. 38, 39 e 40).
Fig. 38
Fig. 39
Fig. 40
Os pincéis, como toda ferramenta de trabalho, também exigem cuidados! Após o uso, é preciso lavá-los em água quente ou fria, para maior durabilidade.
Depois de ler sobre as ferramentas empregadas em trabalhos de marcenaria, é hora de, finalmente, conhecer algumas técnicas que podem auxiliá-lo na sua tarefa de montar móveis. Pronto para começar?
SENAI-RJ – 47
Fixação e colagem de peças Nesta Seção... Fixação de peças com parafusos Colagem de peças
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Técnicas de Montagem de Móveis – Fixação e Colagem de Peças
Fixação de peças com parafusos Esta é uma operação muito comum para pregar tampas, bases, cestas (fundes), de móveis e ferragens em geral (Figs. 1, 2 e 3). Normalmente, é utilizada em móveis desmontáveis.
Fig. 1
Fig. 3
Fig. 2
Usa-se, em geral, uma peça isolada, que será presa, por meio de parafuso, à parte do móvel a ser fixada. Vamos ver, então, como proceder, por exemplo, para a fixação de um tampo de mesa?
PROCESSO DE EXECUÇÃO • Fure a peça isolada, isto é, a peça que será fixada ao tampo da mesa, usando broca de diâmetro igual ao do corpo (d) do parafuso (Fig. 4).
d
d
Fig. 4 SENAI-RJ – 51
Técnicas de Montagem de Móveis – Fixação e Colagem de Peças
• Agora, para o alojamento da rosca do parafuso no tampo, use broca de diâmetro igual ao fundo da rosca (d) na sua parte média (Fig. 5).
Fig. 5
Na hora de fazer as furações, levar em conta que, em madeiras macias, a profundidade do furo deve ser igual à metade da parte roscada do parafuso. Já em madeiras duras, que exijam parafusos muito grossos, o furo deve ter profundidade igual ao comprimento da rosca (Fig. 6).
Fig. 6
• Passe cera virgem ou parafina na parte roscada do parafuso, para evitar sua oxidação e facilitar a penetração na madeira. • Utilize chave do tamanho adequado à fenda do parafuso, mantendo-a alinhada com ele (Fig. 7).
Fig. 7 52 – SENAI-RJ
Técnicas de Montagem de Móveis – Fixação e Colagem de Peças
• Dê o aperto final, mas atenção: aperte apenas o suficiente para unir bem as peças, sem exceder o limite que o parafuso pode suportar.
Se necessário, utilize grampos, para auxiliar o aperto.
Em móveis desmontáveis, também é empregado o parafuso tipo cama, sendo dado o aperto por meio de pino ou repuxo.
Fig. 8
Colagem de peças Em trabalhos de marcenaria, a colagem é feita, em geral, para unir juntas, encaixes e montagens fixas de móveis e esquadrias, solidificando-as e aumentando a resistência das peças. No entanto, antes de começar a operação de colagem, são necessários alguns cuidados: • escolha os grampos ou sargentos com as dimensões adequadas; • prepare os calços de madeira de acordo com a peça a colar; esses pequenos pedaços de madeira são importantes, para evitar que a peça a ser colada seja danificada pela sapata do grampo ou sargento; • coloque as peças e as ferramentas em ordem de montagem e uso, abrindo os grampos ou sargentos nas medidas certas. Agora é hora de colar!
SENAI-RJ – 53
Técnicas de Montagem de Móveis – Fixação e Colagem de Peças
Para efetuar colagens na bancada, faça assim:
• coloque as esperas na distância e altura necessárias;
Esperas – pequenos sarrafos, alojados no tampo da bancada, que servem para apoiar ou dar aperto em peças por meio de pressão
• aplique cola nas superfícies a unir.
Fig. 9
Use o pincel adequado ou talisca , e não ponha cola em excesso dentro dos orifícios; • una as peças e aperte, fazendo coincidir as linhas de ação (Figs. 10 e 11);
Fig. 10
Talisca – sarrafo pouco espesso
Linhas de ação – linhas marcada pelo próprio marceneiro na madeira, para determinar a posição correta de colagem de duas ou mais peças
Fig. 11
• verifique o esquadro e o empeno. Em peças grandes, verifique o esquadro, medindo as diagonais (escantilhão); • limpe o excesso de cola com estopa umedecida em água; • solte os grampos e coloque as peças em local adequado; em alguns casos, retire as peças do grampo ou sargento somente após a solidificação da cola. 54 – SENAI-RJ
Montagem Nesta Seção... Montagem com cavilhas e cola Montagem com cavilhas, espigas, parafusos, buchas e hastes Montagem com dispositivos Fixação de pés de mesa Fixação de pés de cadeira Fixação de barras de cama
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Técnicas de Montagem de Móveis – Montagem
Montagem com cavilhas e cola Esse tipo de fixação é empregado em montagens definitivas e, portanto, o móvel não pode ser desmontado posteriormente. cola
Fig. 1
Para tal tipo de montagem, podem ser usadas diferentes espécies de cavilha: cavilhas de madeira, para uso múltiplo, que, em alguns casos, substituem as cavilhas plásticas; cavilhas plásticas com estrias longitudinais para montagem e desmontagem; cavilhas plásticas com estrias transversais apenas para montagens definitivas (Fig. 2).
Fig. 2 SENAI-RJ – 57
Técnicas de Montagem de Móveis – Montagem
Montagem com cavilhas, espigas, parafusos, buchas e hastes Nesse tipo de fixação, o móvel pode ser desmontado posteriormente, sem problemas.
Cavilhas e espigas Na montagem de móveis, podem ser usadas cavilhas e espigas ao mesmo tempo. Em alguns casos, as espigas também podem substituir as cavilhas. Como estas últimas, as espigas têm função de reforçar a estrutura do móvel e guiar a colocação de parafusos. São peças em madeira, de formato retangular e cantos levemente arredondados (Fig. 3).
Fig. 3
Parafusos São recomendáveis os parafusos específicos para madeira. Têm núcleo de corpo mais frio, filete de rosca mais alto e frio, passo maior e, de preferência, com fenda cruzada: os parafusos com rosca soberba.
58 – SENAI-RJ
Passo – distância entre os fios da rosca do parafuso
Técnicas de Montagem de Móveis – Montagem
Podem ser usados os dois tipos de parafuso apresentados a seguir.
Parafuso soberbão
Com rosca soberba, cabeça com fenda cruzada e tampa plástica. Garante boa fixação e deve ser empregado juntamente com cavilhas (Fig. 4).
Fig. 4
Parafuso estrutural
Dimensionado principalmente para fixações em pinho e aglomerados, este parafuso tem cabeça chata com fenda Allen. É recomendável que o próprio fabricante do móvel forneça a chave para introduzir tal tipo de parafuso (Fig. 5).
espiga
Fig. 5
Para esconder as cabeças dos parafusos, principalmente nas partes externas dos móveis, devem ser utilizados os botões tapa-furos em vários padrões de cores (Fig. 6). SENAI-RJ – 59
Técnicas de Montagem de Móveis – Montagem
Fig. 6
Buchas Especialmente em móveis padrão exportação, é aconselhável o emprego de buchas, sobretudo em móveis feitos com painéis. As buchas são usadas nos topos das peças do painel aglomerado (Fig. 7).
Fig. 7
Haste rosqueada É um recurso bastante empregado para a fixação de peças com buchas de rosca dupla (Fig. 8).
Fig. 8 60 – SENAI-RJ
Técnicas de Montagem de Móveis – Montagem
Montagem com dispositivos O número de dispositivos disponíveis no mercado é vasto, e, a cada dia, surgem soluções novas. Por isso, vamos mostrar, aqui, apenas os dispositivos mais empregados até o momento.
Cantoneira A cantoneira metálica, de baixo custo, proporciona fixação firme (Fig. 9).
Fig. 9
Trapézio É um dos acessórios mais conhecidos. O uso da bucha plástica é opcional (Fig. 10).
Fig. 10 SENAI-RJ – 61
Técnicas de Montagem de Móveis – Montagem
Porca cilíndrica Este dispositivo funciona por encaixe de uma peça na outra e um pequeno giro do parafuso. Proporciona montagem prática (Fig. 11).
Fig. 11
Duofix Este acessório é também bastante conhecido e garante boa fixação (Fig. 12).
Fig. 12
Rotofix É um sistema de montagem fácil, que, porém, requer precisão na hora de perfurar a madeira. A montagem é feita com um giro no tamanho que trava o parafuso (Fig. 13).
Fig. 13 62 – SENAI-RJ
Técnicas de Montagem de Móveis – Montagem
Parafusos especiais Utilizados para fixações em ângulos (Fig. 14).
Fig. 14
Minifix Funciona da mesma maneira que o sistema rotofix, porém é menor. Os dois sistemas permitem a montagem de duas ou três peças simultaneamente.
Fig. 15
Haste para junções em 90º Peça utilizada para ângulos de 90o.
Fig. 16 SENAI-RJ – 63
Técnicas de Montagem de Móveis – Montagem
Haste para junções em vários ângulos Peça utilizada em junções em vários ângulos.
Fig. 17
Junção É um sistema de montagem prático: com pequena pressão na alavanca, fixam-se duas ou três peças simultaneamente (Figs. 18, 19 e 20).
Fig. 18
Fig. 19
Fig. 20
Parafuso de união Acessório bastante empregado na junção de módulo, principalmente em cozinhas (Fig. 21).
Fig. 21 64 – SENAI-RJ
Técnicas de Montagem de Móveis – Montagem
Empregando alguns destes dispositivos, podem-se fixar pés de mesa, de cadeiras e barras da cama. Mas, junto com alguns dos modelos de dispositivos, é aconselhável o uso de cavilhas, a fim de guiar a montagem e estruturar melhor o móvel. Quer ver?
Fixação de pés de mesa Para fixar pés de mesa, sem que apareçam parafusos ou acessórios, utiliza-se uma chapa de metal aparafusada no pé e, depois, aparafusada no tampo. Usam-se cavilhas, para guiar a colocação (Fig. 22).
Fig. 22
Fixação de pés de cadeira Para isso, pode ser empregada uma cantoneira metálica, presa nas travessas e, depois, no pé. A fixação de pés de mesa também pode ser feita desta mesma maneira (Fig. 23).
Fig. 23 SENAI-RJ – 65
Técnicas de Montagem de Móveis – Montagem
Fixação de barras de cama Nesta fixação, podem ser usados cavilhas, parafusos, porcas, arruelas e a porca cilíndrica (Fig. 24).
Fig. 24
66 – SENAI-RJ
Colocação e montagem Nesta Seção... Colocação de costas e fundos Montagem e colocação de gavetas Colocação de portas e tampos
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Técnicas de Montagem de Móveis – Colocação e Montagem
Colocação de costas e fundos A colocação das costas de um móvel deve ser feita com precisão, observando rigorosamente o esquadro do conjunto, pois são elas que garantem a rigidez da peça e o funcionamento de portas e gavetas. As costas podem ser colocadas com pregos, parafusos ou ranhuras. Já, os fundos de gavetas são colocados, na maioria dos casos, com misto de ranhuras e pregos, parafusos ou grampos, observando sempre o esquadro da caixa. Agora, veja algumas dicas para colocar costas e fundos em móveis.
• A fixação com pregos comuns permite a desmontagem com certa dificuldade.
Fig. 1
• A fixação com pregos anulados é praticamente permanente devido à dificuldade da sua retirada.
Fig. 2 SENAI-RJ – 69
Técnicas de Montagem de Móveis – Colocação e Montagem
• A fixação com parafusos é utilizada principalmente em costas com painel de maior espessura e permite a desmontabilidade.
Fig. 3
• A colocação por encaixe é mais fácil para montar e desmontar.
Fig. 4
• Em roupeiros, utilizam-se respiros para a ventilação interna.
Fig. 5
• Quando as costas de móveis são confeccionadas em pedaços, deve ser utilizada a união de costas para a montagem.
Fig. 6 70 – SENAI-RJ
Técnicas de Montagem de Móveis – Colocação e Montagem
Montagem e colocação de gavetas Nos móveis fabricados atualmente, podem ser encontrados os mais variados modelos de gaveta. Algumas prontas, como as de plástico ou de metal, e as aramadas, já vêm acompanhadas dos dispositivos para a montagem. Outras, fornecidas em partes, precisam ser cuidadosamente montadas. Vamos ver, então, como realizar a montagem de gavetas e instalar as corrediças para seu perfeito deslizamento?
• Quando a gaveta possui duas peças compondo a frente, é necessário aparafusá-la de dentro para fora, o que possibilita futuras desmontagens (Fig. 7).
Fig. 7
· No caso de a gaveta ser de substituir, apresenta apenas uma peça na frente, e a montagem é feita com cavilhas e cantoneiras metálicas (Fig. 8).
Fig. 8 SENAI-RJ – 71
Técnicas de Montagem de Móveis – Colocação e Montagem
Neste caso, também pode ser empregado o dispositivo trapézio. Agora, é hora das corrediças. Feitas em plástico, metal ou madeira, as corrediças garantem o deslizamento suave das gavetas. As metálicas com deslizadores plásticos, por exemplo, tornaram-se quase obrigatórias nos móveis fabricados atualmente, porque, além de proporcionar o deslocamento suave e o travamento da gaveta no fim do seu curso, são de fácil instalação (Fig. 9).
Fig. 9
Embora as corrediças sejam encontradas em vários modelos, aqui vamos comentar, apenas, sobre como fazer a instalação dos tipos mais usuais.
• Uma das maneiras é colocar uma canaleta plástica nas ranhuras laterais da gaveta, para evitar o desgaste da madeira (Fig. 10).
Fig. 10 72 – SENAI-RJ
Técnicas de Montagem de Móveis – Colocação e Montagem
• Outra maneira é colocar corrediças no lugar do próprio móvel onde a gaveta irá encaixar-se, eliminando as ranhuras (Fig. 11).
Fig. 11
• Na fixação apresentada pela Fig. 12, duas corrediças ficam por dentro da gaveta e outras duas são aparafusadas no tampo ou na prateleira do móvel.
Fig. 12
• Para fixar gavetas aramadas, bastante empregadas em cozinhas, o recurso mais prático é o uso de corrediças com ranhura, onde se encaixa a aba da gaveta (Fig. 13).
SENAI-RJ – 73
Técnicas de Montagem de Móveis – Colocação e Montagem
Fig. 13
Colocação de portas e tampos A colocação de portas e tampos pode ser feita de várias maneiras. Para isso, dobradiças e acessórios são amplamente encontrados no mercado, em diversos modelos, desde os mais simples aos mais sofisticados. Mas, atenção: devem-se utilizar, de preferência, peças que permitam regulagens e garantam o perfeito funcionamento das portas e tampas durante toda a vida útil do móvel. Veja, agora, algumas sugestões para a colocação de portas. • A maneira mais simples é usar de um pino plástico ou de madeira, preso na base e no tampo do móvel, e encaixado na porta, devendo ser utilizado juntamente com fechos.
Fig. 14
• Outro modo simples e barato de colocar portas é empregar dobradiças de metal.
Fig. 15 74 – SENAI-RJ
Técnicas de Montagem de Móveis – Colocação e Montagem
No entanto, esse tipo de dobradiça não permite a regulagem das portas, devendo ser utilizado juntamente com travas. Podem ser empregados, por exemplo, fechos com travas no sistema de molas (Fig. 16).
Fig. 16
Outra solução é o uso de fecho magnético (Fig. 17).
Fig. 17
• A dobradiça-copo é também bastante usada pela maioria dos fabricantes de móveis, dada a sua flexibilidade na regulagem de portas. Conforme o modelo da dobradiça e do calço, é possível fazer vários padrões de revestimento das portas, seja com laminado plástico, PVC, tinta, etc. (Fig. 18).
Fig. 18 SENAI-RJ – 75
Técnicas de Montagem de Móveis – Colocação e Montagem
Ultimamente, os modelos mais empregados de dobradiças-copos são os de aço com calço em cruz (Fig. 19).
Fig. 19
• Para as portas que funcionam com movimento de básculo para baixo, utiliza-se a dobradiça duplo círculo, ou dobradiça comum, juntamente com o freio limitador, o qual pode ser encontrado em vários modelos (Fig. 20).
Fig. 20
• Para as portas que funcionam com movimento de básculo para cima, pode-se utilizar o articulador ilustrado na Fig. 20, que funciona como dobradiça e freio da porta. Conforme o peso da porta, deve-se optar pela versão menor ou maior do acessório (Fig. 21).
Fig. 21 76 – SENAI-RJ
Técnicas de Montagem de Móveis – Colocação e Montagem
• Para as portas sanfonadas, existem vários modelos de acessórios, porém todos semelhantes. As portas são presas entre si por meio de dobradiças planas, e presas à lateral com dobradiças-copos numa das portas, colocando outra dobradiça, presa em um deslizador que desliza dentro de um trilho (Figs. 22 e 23).
Fig. 23
Fig. 22
• Para as portas de correr, um dos acessórios mais práticos é o mostrado na Fig. 24. Consiste em trilhos por onde deslizam rodízios fixados na parte inferior da porta e guias que se encaixam na parte superior dela por meio de uma trava, que pode ser recolhida para a colocação ou retirada das portas.
Fig. 24
• Nas portas de vidro, a solução mais econômica é o sistema de portas de correr por meio de ranhuras (Fig. 25). SENAI-RJ – 77
Técnicas de Montagem de Móveis – Colocação e Montagem
Fig. 25
• Uma outra solução muito empregada são as réguas, coladas no vidro e colocadas com dobradiças (Fig. 26).
Fig. 26
• Para eliminar o uso de réguas, utilizam-se dobradiças plásticas que se fixam ao vidro, juntamente com um puxador metálico, o qual aciona um fecho toque com mola (Fig. 27).
Fig. 27 78 – SENAI-RJ
Técnicas de Montagem de Móveis – Colocação e Montagem
• Em alguns casos, o vidro da porta é furado para a colocação de puxadores (Fig. 28).
Fig. 28
• Para as portas de acrílico ou policarbonato, existem dobradiças-copos específicas para esta aplicação (Fig. 29).
Fig. 29
• Para as portas escamoteáveis, recomenda-se a utilização de dobradiçascopos com os calços fixados em uma régua, presa em duas corrediças. O sistema permite que a porta seja aberta e deslocada para dentro do móvel. Esse tipo de abertura é bastante empregado em móveis onde são embutidos televisores (Fig. 30).
Portas escamoteáveis – as portas que podem ficar “escondidas”, isto é, que podem “desaparecer”, sem que se perceba
Fig. 30 SENAI-RJ – 79
Técnicas de Montagem de Móveis – Colocação e Montagem
• Para as portas estilo persiana, colocam-se canaletas nas laterais do móvel, onde será encaixado o painel de tiras que compõem a porta propriamente dita (Fig. 31).
Fig. 31
Agora, é a vez da colocação de tampas.
• Para as tampas giratórias, há modelos de acessórios em forma de disco, aplicados entre o tampo e a base com um pino central (Fig. 32).
Fig. 32
• Para os tampos dobráveis, utilizam-se dobradiças invisíveis, aplicadas nos topos dos painéis (Fig. 33).
Fig. 33 80 – SENAI-RJ
Técnicas de ajuste na montagem de móveis Nesta Seção... Ajuste de gavetas ao vão do móvel Ajuste de portas ao vão do móvel
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Técnicas de Montagem de Móveis – Técnicas de Ajuste na Montagem de Móveis
Ajuste de gavetas ao vão do móvel Na montagem de peças do mobiliário, muitas vezes há necessidade de ajuste de gavetas, de portas, etc. Esta é uma tarefa que deve ser executada com cuidado e conhecimento por parte do profissional, porque uma perfeita ajustagem põe em evidência as qualidades do artífice e, ainda, concorre para o bom aspecto e a valorização dos móveis. Ajustar gaveta é colocá-la dentro de um vão, de maneira que possa correr livremente, sem interrupção. Em se tratando principalmente de gavetas externas, a ajustagem deve ser realizada com cuidado pelo profissional. Para o ajuste de gavetas, faça assim: • verifique o desempeno na parte inferior da gaveta (Fig. 1).
Fig. 1 SENAI-RJ – 83
Técnicas de Montagem de Móveis – Técnicas de Ajuste na Montagem de Móveis
Caso esteja empenada, faça a correção, aplainando um dos cantos das laterais;
• para isso, risque a largura das laterais e aplaine, até tocar o risco (Fig. 2);
Fig. 2
• ajuste as laterais (Fig. 3).
Fig. 3
Ao aplainar os cantos das laterais, tire pouca madeira por vez e quantas vezes forem necessárias: as laterais devem ter pequena folga, suficiente para permitir seu movimento;
• aplaine a face externa das laterais, até tocar no topo A da frente e o traseiro da gaveta (Fig. 4).
Fig. 4 84 – SENAI-RJ
Técnicas de Montagem de Móveis – Técnicas de Ajuste na Montagem de Móveis
• experimente o funcionamento da gaveta (Fig. 5);
Fig. 5
• para saber se a gaveta está bem-ajustada, abra três quartos de sua profundidade e feche-a, emperrando-a por um dos seus cantos (Fig. 6);
Fig. 6
• agora, pregue ou aparafuse o fundo da gaveta em madeira compensada no traseiro.
O sentido das fibras do compensado do fundo deve ficar paralelo ao da frente da gaveta.
Ajuste de portas ao vão do móvel Fazer a ajustagem da porta ao vão é assentá-la no móvel, permitindo uma folga suficiente para o seu funcionamento. É um trabalho que deve ser feito com muita atenção e cuidado, pois, em caso de erro, dificilmente haverá correção! SENAI-RJ – 85
Técnicas de Montagem de Móveis – Técnicas de Ajuste na Montagem de Móveis
Embora exista grande variedade de portas, como as simples, as duplas, as de correr, as de embutir, além dos diferentes tipos de ferragem para elas, como as dobradiças, rodízios, pivôs, etc., aqui vamos mostrar, apenas, como ajustar as portas com dobradiças e as de correr.
Ajuste de portas com dobradiça Para este tarefa, proceda assim: • faça um sinal de referência na parte superior da porta, para orientar a sua posterior colocação; • desempene o canto inferior da porta, aplainando-o de modo que os cantos laterais fiquem paralelos às laterais do móvel (Fig. 7);
laterais
Fig. 7
• ajuste os cantos laterais, aplainando-os por igual;
Atenção ao aplainar
Nas portas folheadas, o desenho precisa ficar simétrico, e, nas almofadas, as travessas e os montantes devem permanecer com larguras iguais (Fig. 8).
peças horizontais de sustentação da porta
Montantes –
canto superior
peças verticais de sustentação da porta
canto lateral
canto inferior Fig. 8 86 – SENAI-RJ
Travessas –
Técnicas de Montagem de Móveis – Técnicas de Ajuste na Montagem de Móveis
Atenção, também, ao aplainar montantes ou guarnições em meia-esquadria, para não prejudicar o vértice (Fig. 9).
vértice travessa montante
ângulo
Fig. 9
• agora, aparafuse a porta do móvel. Para isso, encoste a porta aberta no lugar (Fig. 10), nivelando-a com a parte superior do móvel, e marque um furo em cada dobradiça;
riscador
Fig. 10
• fure e coloque um parafuso em cada dobradiça; • verifique o funcionamento da porta. Em razão do seu movimento, a porta deve ter o canto oposto à dobradiça chanfrado ligeiramente para dentro (Fig. 11);
Chanfrado – cortado, em ângulo, na extremidade
Fig. 11
• em caso de defeitos, corrija com a colocação do restante dos parafusos. SENAI-RJ – 87
Técnicas de Montagem de Móveis – Técnicas de Ajuste na Montagem de Móveis
Ajuste Ajuste de portas portas de correr correr Para a ajustagem, proceda assim: • faça um sinal de referência na parte superior da porta, para orientar sua posterior colocação; • desempene o canto inferior da porta, aplainando-o de modo que os cantos laterais fiquem paralelos paral elos à lateral do móvel; • ajuste os cantos laterais. Para isso, aplaine, retirando material por igual nos dois cantos laterais; laterais;
Ao aplainar aplaina r nas partes folheadas folhea das da porta, o desenho deve ficar simétrico, simétri co, e, nas almofadas, as travessas e os montantes precisam permanecer com larguras iguais.
• caso o móvel não tenha goivetes (canais), na parte superior pode ser colocado um trilho de madeira dura (Fig. 12) e fazer o goivete na parte superior da porta (Fig. 13);
trilho de madeira
Fig. 12
• coloque a porta e verifique o seu funcionamento.
88 – SENAI-RJ
Fig. 13
Uso de acessórios vari va riad ados os
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Técnicas de Montagem de Móveis – Uso de Acessórios Variados
Uso de acessórios variados Na montagem e ajuste de peças de mobiliário, o profissional pode apregar dobradiças, parafusos e, ainda, diferentes dispositivos e acessórios de plástico, metal e aramados, que, além de funcionais, embelezam e valorizam os móveis. São puxadores, peças para cozinha, para roupeiros, peças plásticas para estantes, racks e outros. Vamos conhecê-los?
– palavra da língua inglesa que significa prateleiras, estantes Racks
Zamak –
• Os puxadores apresentam-se em uma infinidade de modelos. São peças de madeira, metal, zamak , plástico, pedra e outros. Os de plástico, recebem, na maioria dos casos, uma cromatização, para que se pareçam com metal, o qual compromete o seu uso em regiões de praia devido à salinidade do ar.
ligade metal e plástico
Na fixação dos puxadores, é preciso atenção para escolher o parafuso e fazer a função, respeitando os múltiplos de 32mm. Além dos modelos disponíveis no mercado, também é possível projetar puxadores, garantindo, assim, a exclusividade do acessório.
• O suporte de cabideiro J é um acessório bastante empregado, por não necessitar de furação ou de marcação predeterminada.
Fig. 1 SENAI-RJ – 91
Técnicas de Montagem de Móveis – Uso de Acessórios Variados
• Já o suporte circular, com encaixe estriado, necessita de furação, porém elimina os parafusos.
Fig. 2
• Há suportes de cabideiro injetado em zamak . Para esses suportes, é aconselhável o uso de barras de metal em substituição às de madeira, por possuírem maior resistência e não empenarem.
Fig. 3
• O suporte de prateleira cadeirinha acomoda bem a peça, mas não garante boa resistência. Deve ser usado em prateleiras leves, que não recebam muito peso.
Fig. 4
• O suporte de prateleira tipo pino garante maior resistência ao peso, quando usado na versão com 8mm de encaixe e 10mm de corpo.
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Técnicas de Montagem de Móveis – Uso de Acessórios Variados
Fig. 5
• As fechaduras para portas já não são tão empregadas, porém a versão ainda utilizada é a caixa plástica, fixada por dentro da porta, com uma entrada de chave pelo lado de fora. Nos móveis para escritório, é recomendável o uso de fechaduras com chave e cilindro.
Fig. 6
• O porta-CDs é acessório indispensável nos projetos de racks. Apresenta-se em diversos modelos, sendo geralmente aparafusado à lateral do móvel.
Fig. 7
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Técnicas de Montagem de Móveis – Uso de Acessórios Variados
• Os acessórios aramados são empregados em larga escala pelo setor moveleiro. Devido à facilidade de produção, apresentam-se em variados modelos.
Moveleiro – fabricante de móvel
Fig. 9
Fig. 8
• Nos balcões de cozinha, é comum o emprego de pés de plásticos, que podem ser simples ou com regulagem. Quando for necessário colocar rodapé no móvel, recomenda-se a utilização de presilhas que se fixam nos pés.
Fig. 10
• Em móveis de painéis colaterais, em divisórias ou outras peças que encostem no chão, devem ser usadas sapatas para protegê-las, quando o móvel for arrastado. Existem, também, as sapatas niveladoras com regulagem.
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Painéis colaterais – painéis colocados ao lado do outro, paralelamente
Técnicas de Montagem de Móveis – Uso de Acessórios Variados
sapata regulável
Fig. 11
• Móveis que precisam ser movimentados constantemente devem utilizar rodízios, fixados com pinos e buchas, ou com parafusos. No caso de berços com rodízios, dois deles devem ter trava para maior segurança.
Fig. 12
Finalmente, convém de lembrar que, em muitos casos, a indústria moveleira fornece, junto com as peças de mobiliário a serem montadas, um manual com instruções e ilustrações, no qual são explicados, passo a passo, os procedimentos para a correta montagem do móvel. Veja a fig. 13 a seguir.
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