Rotinas em neurologia e neurocirurgia [recurso eletrônico] / Márcia L. F. Chaves, Alessandro Finkelsztejn, Marco Antonio Stefani (orgs.), Adroaldo B. M allmann ... [et al.]. Dados eletrônicos. - Porto Alegre : Artmed, 2008. Editado também como livro impresso em 2008. ISBN 978-85-363-1864-6 1 . Neurologia. 2. Neurocirurgia. I. Chaves, Márcia Loureiro F. II. F inkelsztejn, Alessandro. III. Stefani, Marco Antonio. rv. Mallmann, Adroaldo.
CDU 616.8 Catalogação na publicação: Renata de Souza Borges CRB - 1 0/Prov-021/08
Márcia L. F. Chaves Alessandro Finkelsztejn Marco Antonio Stefani e colaboradores
Reservados todos os direitos de publicação, em ARTMED® EDITORA S.A. Av. Jerônimo de Ornelas, 670 - Santana 90040-340 Porto Alegre RS Fone (51) 3027-7000 Fax (51) 3027-7070 ,
língua
portuguesa, à
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Márcia L. F. Chaves -Professora Adjunta da Univer
Amauri Dalacorte - Neurocirurgião do Serviço de
sidade Federal do Rio Grande do Sul ( UFRGS). Chefe
Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Divina Provi
do Serviço de Neurologia do Hospital de Clínicas de
dência. Especialista em Neurocirurgia pela Socieda
Porto Alegre (HCPA). Doutora em Clínica Médica
de Brasileira de Neurocirurgia. Mestre em Medicina
pela UFRGS.
pela Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre ( PUCRS). Doutorando em Medicina pela PUCRS.
Alessandro Finkelsztejn -Médico contratado do Ser
Médico Auditor em Saúde e Consultor em Neuroci
viço de Neurologia do HCPA. Chefe do Serviço de
rurgia da Unimed/RS.
Neurologia do Hospital Divina Providência. Mestre em Epidemiologia pela UFRGS.
Ana Beatriz Zimmermann - Médica formada pela UFRGS.
Marco Antonio Stefani - Professor Adjunto da UFRGS. Neurocirurgião do HCPA. Doutor em Clínica
Analuiza Camozzato - Médica Psiquiatra. Doutora
Médica pela UFRGS.
em Ciências Médicas pela UFRGS. Pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento.
André Dalbem -Médico Neurologista. Coordenador Adroaldo B. Mallmann -Professor Adjunto da Facul
do Ambulatório de Distúrbios do Movimento do Hos
dade de Medicina da Universidade de Passo Fundo
pital São Lucas da PUCRS.
(UPF). Preceptor de Residência Médica em Neuro cirurgia do Hospital São Vicente de Paulo e do Insti
André Leite Gonçalves - Médico Pesquisador do
tuto de Neurologia e Neurocirurgia de Passo Fundo.
Hospital Israelita Albert Einstein. Professor do Curso
Mestre em Ciências Médicas pela UFRGS.
de Pós-Graduação em Neurologia/Neurociências da Universidade Federal de São Paulo -Escola Paulista
Alexandre da Silveira Perla - Médico Neurologista
de Medicina (UNIFESP/EPM). Professor de Neurolo
e Neurofisiologista Clínico. Coordenador do Ambula
gia da Faculdade de Medicina do ABC (FMAB C).
tório de Cefaléias do HCPA. Neurologista do Hospital São José do Complexo Hospitalar Santa Casa de Por
André Palmini-Médico Neurologista. Diretor Cientí
to Alegre. Mestre em Neurociências pela UFRGS.
fico do Programa de Cirurgia da Epilepsia do Hospital São Lucas da PUCRS. Professor Adjunto de Medicina
Alexandre Mac Donald Reis - Médico Neurocirur
Interna da PUCRS.
gião. Mestrando em Ciências Médicas pela UFRGS.
Anelise Junqueira Bohnen - Especialista em Ga Alvaro Ernani Georg - Neurocirurgião do Hospital
gueira pela Stuttering Fondation of America e
Cristo Redentor e do HCPA. Mestre em Epidemiolo
Northwestern University. Mestre em Fonoaudiologia
gia pela UFRGS.
Autores pelo Ithaca College, USA. Doutoranda em Letras pelo
Cloer Vescia Alves- Coordenador Geral de Urgência
Instituto de Letras da UFRGS. Presidente do Institu
e Emergência do Ministério da Saúde.
to Fala e Fluência.
Daniela dos Santos Marona - Chefe da Unidade de Angela Zanonato- Acadêmica do Curso de Medicina
Terapia Intensiva do HCPA. Mestranda em Enferma
da UFRGS.
gem pela UFRGS.
Antônio Carlos Huf Marrone - Professor Adjunto
Débora Feijó Villas Bôas Vieira -Professora da Esco
de Neuroanatomia do Departamento de Ciências
la de Enfermagem da UFRGS. Chefe do Serviço de
Morfológicas da UFRGS. Professor Assistente de
Enfermagem em Terapia Intensiva do HCPA. Douto
Neurologia da Faculdade de Medicina da PUCRS.
randa em Epidemiologia pela UFRGS.
,
Apio Cláudio Martins Antunes - Professor Adjunto
Débora Palma Maia -Neurologista pela Universida
da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Me
de de São Paulo (USP) -Ribeirão Preto. Mestre em
dicina da UFRGS. Chefe da Unidade de Neurocirur
Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Mi
gia do HCPA. Doutor em Neurocirurgia pela
nas Gerais (UFMG). Médica Assistente da Clínica
UNIFESP/EPM.
de Distúrbio de Movimentos da FM/UFMG. Profes sora Adjunta do Centro Universitário Newton Paiva.
Artur Schuh - Médico Residente do Serviço de Neu rologia do HCPA.
Diego Zaquera Carvalho - Acadêmico da Faculdade de Medicina da UFRGS.
Ayrton Massaro -Assessor Médico do Centro de Me dicina Diagnóstica Fleury. Doutor em Neurologia pela
Eduardo Sprinz - Médico Infectologista do HCPA.
USP.
Doutor em Ciências Médicas pela UFRGS.
Bethania Gamara Ehlers -Médica Pesquisadora do
Eliseu Paglioli Neto -Professor de Neurocirurgia da
Serviço de Neurologia do HCPA.
PUCRS. Doutor em Neurociências pela PUCRS.
Bruno Scardazzi Pozzi - Oncologista Clínico.
Estela Lladó-Carbó - Médica Neurofisiologista. Fellowship em Neurofisiologia pelo Beth Israel Me
Carlos Roberto de Mello Rieder- Neurologista. Mé
dical Center.
dico do Serviço de Neurologia do HCPA. Professor do Curso de Pós-Graduação em Clínica Médica da
Fernanda Garcia da Silva -Enfermeira do HCPA.
UFRGS. Coordenador do Ambulatório de Distúrbios do Movimento do HCPA. Doutor em Neurologia pela
Fernando Antônio de Oliveira Costa- Professor Ad
Universidade de Birmingham, Inglaterra.
junto de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Católica de Pelotas (UCPEL). Chefe do Serviço de
Carolina Machado Torres - Neurologista e Neuro
Neurocirurgia do Hospital Universitário São Francis
fisiologista. Médica contratada do HCPA e do Progra
co de Paula (UCPEL). Mestre e Doutor em Neuroci•
ma de Cirurgia da PUCRS.
rurg1a.
Charles Peter Tilbery- Professor Titular de N eurolo
Fernando Jahn da Silva Abreu - Médico fom1ado
gia da Santa Casa de São Paulo. Coordenador do Cen
pela UFRGS.
tro de Atendimento e Tratamento da Esclerose Múlti pla (C ATEM).
Francisco Eduardo Costa Cardoso -Professor As sociado de Neurologia da Faculdade de Medicina da
Cigléa do Nascimento - Nutricionista Clínica do
UFMG. Coordenador do Setor de Distúrbios do Movi
HCPA. Especialista em Nutrição Clínica pelo IMEC.
mento do Hospital das Clínicas da UFMG.
Clara Belle Manfroi Galinatti- Médica graduada pela
Frederico Soares Falcetta - Acadêmico da Faculda
UFRGS.
de de Medicina da UFRGS.
Rotinas em neurologia e neurocirurgia Gilberto Schwartsmann - Professor da Faculdade
Jerusa Fumagalli de Salles - Professora Adjunta
de Medicina da UFRGS. Membro da Academia Na
do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da
cional de Medicina. Membro da Academia Sul-Rio
UFRGS. Coordenadora do Curso de Especialização
Grandense de Medicina.
em Neuropsicologia da UFRGS e do Ambulatório de Neuropsicologia do HCPA. Doutora em Psicologia
Gisele Silva de Moraes - Acadêmica da Faculdade
pela UFRGS.
de Medicina da UFRGS. Integrante do Grupo de Pes quisa do Centro de Referência em Esclerose Múltipla
Jerusa Smid -Neurologista do Grupo de Neurologia
do RS (CREEM).
Cognitiva e do Comportamento do Hospital das Clí nicas da faculdade de Medicina da Universidade de
Guilherme Loureiro Fracasso -Acadêmico da Facul
São Paulo (USP). Neurologista do Instituto de Infec
dade de Medicina da UFRGS.
tologia Emílio Ribas.
Gustavo Costa Fernandes -Acadêmico da Faculda
João Arthur Ehlers - Coordenador do Serviço de
de de Medicina da UFRGS. Monitor do Departamen
Neurologia do Sistema de Saúde Mãe de Deus. Neu
to de Medicina Interna do HCPA.
rofisiologista responsável pelos laboratórios de Neu rofisiologia Neuroevidencia do Hospital Luterano e
Gustavo Rassier lsolan -Neurocirurgião do HCPA.
Hospital Universitário (ULBRA) e Hospital Mãe de
Professor da Pós-Graduação em Cirurgia do HCPA.
Deus e Mãe de Deus Center (SSMD).
Pós-Doutor em Neurocirurgia pela University Of Ar kansas For Medical Sciences.
Jonas Alex Morales Saute -Acadêmico da Faculda de de Medicina da UFRGS. Fundador e Presidente
Helena Ferreira Moura -Médica formada pela Uni
da Liga de Neurologia de Porto Alegre
(2006-07).
versidade do Estado do Pará. Cursando Especializa ção em Psiquiatria na UFRGS.
Jorge Freitas Esteves -Professor Adjunto da Facul dade de Medicina da UFRGS. Chefe do Setor de Neu
Isabel Piazenski -Enfermeira Assistencial da Unida
ro-Oftalmologia do HCPA.
de de Terapia Intensiva do HCPA. Mestre em Neuro logia pela UFRGS.
Jorge Junqueira Bizzi - Neurocirurgião do Serviço de Radiocirurgia do Hospital Moinhos de Vento.
lsis Marques Severo -Mestranda em Enfermagem pela UFRGS. Pós-Graduada em UTI Adulto pela
José Augusto Bragatti -Neurologista e N eurofisio
ULBRA. Pós-Graduada em Planejamento Pedagógico
logista Clínico. Chefe da Unidade de Eletroencefa
pela UFRGS.
lografia e Coordenador do Ambulatório de Epilepsia do HCPA. Mestre em Clínica Médica pela UFRGS
Jaderson Costa da Costa- Professor Titular de Neu rologia da Faculdade de Medicina da PUCRS. Chefe
José Miguel Dora - Médico Residente do Serviço
do Serviço de Neurologia do Hospital São Lucas da
de Endocrinologia do HCPA.
PUCRS. Diretor Médico do Programa de Cirurgia de Epilepsia do Hospital São Lucas da PUCRS. Diretor
Josep Valls-Solé - MD/PHD. Consultor Sênior do
do Instituto de Pesquisas Biomédicas da PUCRS.
Departamento de Neurologia do Instituto de Neu rociências do Hospital Clinic, Barcelona.
Jairo Blumenthal -Ortesista e Protesista. Diplomado nos Estados Unidos. Diretor Clínico da Correto Clíni ca de Próteses e Órteses. Membro das Academias
Juliana Bohn Assmann - Acadêmica da Faculdade de Medicina da UFRGS.
Karen Renata P. Finkelsztejn -Fisioterapeuta do Ser
viço de Fisiatria do HCPA.
ta em Nutrição Clínica pela Universidade Gama Fi lho.
Laura Bannach Jardim -Professora Adjunta do De partamento de Medicina Interna da Faculdade de
Autores Medicina da UFRGS. Chefe do Laboratório de Me
Neurologia e Neurocirurgia do Hospital São Vicente
dicina Genômica do HCPA. Doutora em Clínica Médi
de Paulo. Ex-Research Fellow do Barrow Neurolo
ca pela UFRGS.
gical Institute -Phoenix/AZ. Membro da American Association of Neurological Surgeons.
Leonardo Frighetto - Neurocirurgião do Serviço de Radiocirurgia Hospital Moinhos de Vento. Ex-Fellow
Márcio Francisco Lehmann - Professor de Neuro
da Divisão de Neurocirurgia da Universidade da Cali
cirurgia no departamento de Clínica Cirúrgica da
fórnia, Los Angeles.
Universidade Estadual de Londrina (UEL). Mestran do em Medicina pela UEL.
Leonardo Vedolin -Neurorradiologista. Doutor em Medicina pela UFRGS.
Maria Alice de Mattos Pimenta Parente -Professora do Departamento de Psicologia do Desenvolvimento
Letícia Petersen Schmidt Rosita -Otorrinolaringo
da UFRGS. Doutora em Psicologia pela USP.
logista do HCPA e do Sistema de Saúde Mãe de Deus. Mestre em Cirurgia pela UFRGS. Especialização em
Maria Paz Loayza Hidalgo -Médica Psiquiatra. Pro
Otologia do HCPA.
fessora Adjunta do Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da UFRGS. Pesquisadora do Grupo
Lisia von Diemen - Médica Psiquiatra. Mestre em
de Pesquisa em Cronobiologia Humana do HCPA.
Psiquiatria pela UFRGS.
Doutora em Ciências Médicas pela UFRGS.
Luciana Barcellos Teixeira -Enfermeira do HCPA.
Mariana Peixoto Socai -Mestre em Ciências Médi
Enfermeira do Grupo Hospitalar Conceição. Mestre
cas pela UFRGS. Professora do Curso de Medicina
em Epidemiologia pela UFRGS.
da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA).
Luciano Nogueira -Médico Neurologista. Professor
Marino Muxfeldt Bianchin - Médico Neurologista.
de Neuroanatomia e Clínica Neurológica do Adulto
Professor Adjunto do Departamento de Medicina In
da Faculdade de Fisioterapia do Instituto de Ensino
terna da UFRGS.
A
Superior de Santo Angelo.
Maria Fernando Prieto Peres -Médico Pesquisador Luis Henrique Canani - Médico Endocrinologista.
do Hospital Israelita Albert Einstein. Professor do
Professor Adjunto do Departamento de Medicina In
Curso de Pós-Graduação em Neurologia/Neurociên
terna da Faculdade de Medicina da UFRGS. Doutor
cias da UNIFESP/EPM. Professor de Neurologia da
em Endocrinologia pela UFRGS.
Fundação e Faculdade de Medicina do ABC.
Luiz Carlos Porcello Marrone - Médico Residente
Newton Satoru Odashima -MD/PHD.
do Serviço de Neurologia do Hospital São Lucas da PUCRS.
Nícolas Silva Lazaretti - Médico Oncologista e In ternista. Médico Oncologista do Centro Integrado
Maira Tonidandel Barbosa -Médica Especialista em
de Terapia Onco-Hematologica de Passo Fundo. Es
Geriatria pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Ge
pecialização em Oncologia Clínica pelo Hospital
rontologia. Doutora em Neurologia pela Universida
Royal Marsden, Londres. Mestrando em Ciências
de de São Paulo. Pós-Doutoranda do Setor de Distúr
Médicas pela UFRGS.
bios do Movimento, Serviço da Neurologia da UFGM.
Osvaldo Massaiti Takayanagui- Professor do Depar Marcelo Krás Borges - Fisioterapeuta. Mestre em
tamento de Neurologia, Psiquiatria e Psicologia Mé
Ciências do Movimento Humano pela Escola de Edu
dica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.
cação Física da UFRGS. Especialista em Fisioterapia N eurofuncional.
Patrícia de Saibro -Psiquiatra. Especialista em de pendência Química. Mestranda em Psiquiatria pela "
Marcelo U. Crusius - Neurocirurgião. Preceptor de
UFRGS. Médica do Centro de Pesquisa em Alcool e
Residência Médica em Neurocirurgia do Instituto de
Drogas do HCPA.
Rotinas em neurologia e neurocirurgia Paulo Caramelli -Professor Adjunto e coordenador
Brasileira de Acupuntura e Associação Médica Brasi
do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comporta
leira. Coordenadora do Curso de Pós-Graduação em
mento do Departamento de Clínica Médica da
Acupuntura da PUCRS. Mestre em Clínica Médica
UFGM.
pela USP. Doutora em Medicina pela PUCRS.
Paulo Petry Oppitz - Neurocirurgião do Serviço de
Roberto Rossatto - Médico Neurologista e Neuro
Radiocirurgia do Hospital Moinhos de Vento.
fisiologista Clínico. Médico Neuroemergencista.
Paulo Sérgio Crusius -Diretor e Neurocirurgião do
Recheie Paz Fonseca -Fonoaudióloga e Psicóloga.
Instituto de Neurologia e Neurocirurgia de Passo
Professora Adjunta da Faculdade de Psicologia e do
Fundo. Professor titular de Neurologia e Neuroci
Programa de Pós-Graduação em Psicologia da
rurgia da UPF. Preceptor da Residência Médica em
PUCRS. Coordenadora do Grupo de Pesquisa Neu
Neurocirurgia do Instituto de Neurologia e Neuro
ropsicologia Clínica e Experimental da PUCRS. Su
cirurgia de Passo Fundo.
pervisora do Ambulatório de Neuropsicologia do HCPA. Membro da Diretoria da Sociedade Brasileira
Pedro Schestatsky-Médico Neurologista e Neuro
de Neuropsicologia. Pós-Doutora em Psicologia Clíni
fisiologista. Especialista pela Academia Brasileira de
ca pela PUC-RIO.
Neurologia. Doutor em Ciências Médicas pela UFRGS.
Rodrigo Barbosa Thomaz - Médico Neurologista do Centro de Atendimento e Tratamento de Esclerose
Rafael Armando Seewald - Médico farmado pela
Múltipla (CATEM) da Santa Casa de São Paulo. Es
UFRGS.
pecialista pela Academia Brasileira de Neurologia e Associação Médica Brasileira.
Rafael do Amaral Cristovam -Acadêmico de Medici na da UFRGS. Integrante do Grupo de Pesquisa do
Rodrigo Lindenmeyer -Médico contratado do Servi
Centro de Referência em Esclerose Múltipla do RS
ço de Oftalmologia do Hospital de Clínicas de Porto
(CREEM).
Alegre. Responsável pelo Setor de Glaucoma do HCPA.
Rafael Selbach Scheffel -Médico Residente do Ser viço de Medicina Interna do HCPA.
Rosane Brondani -Médica Neurologista. Mestre em Ciências Médicas pela UFRGS.
Raquel da Silva Townsend -Médica graduada pela UFRGS.
Sady Seilamen Costa -Professor Associado do De partamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia
Renata Areza Fegyveres - Médica Neurologista.
da UFRGS. Chefe da divisão Otologia e Otoneurolo
Pesquisadora Colaboradora do Grupo de Neurologia
gia do Sistema Mãe de Deus. Diretor da Comissão
Cognitiva e do Comportamento (GNCC) e do Centro
de Educação Médica Continuada Abora -CCF.
de Referência de Distúrbios Cognitivos ( CEREDEIC) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina
Sheila Cristina Ouriques Martins -Consultora do Mi
da USP. Doutoranda do Departamento de Neurologia
nistério da Saúde em AVC. Neurologista da Unidade
da Faculdade de Medicina da USP.
Vascular do HCPA e do Hospital Mãe de Deus. Dou tora em Neurologia Vascular pela UNIFESP/EPM.
Ricardo Nitrini - Professor Associado do Departa mento de Neurologia e Coordenador do Grupo de
Silvete Maria Brandão Schneider - Enfermeira do
Neurologia Cognitiva e do Comportamento e do Cen
HCPA. Habilitação em Saúde Pública.
tro de Referência em Distúrbios Cognitivos (CEREDIC) da Faculdade de Medicina da USP.
Sílvia Dornelles-Mestre em Distúrbios da Comuni cação Humana.
Roberta Riga Dalacorte - Preceptora da residência Médica de Geriatria do Hospital São Lucas da PUCRS.
Simone Rizzo Nique Peralles -Professora do Curso
Especialista em Acupuntura pela Sociedade Médica
de Fisioterapia do Centro Universitário Metodista
Autores IPA. Mestre em Pediatria pela UFRGS. Especialista
Valéria Santoro Bahia -Membro do Grupo de Neu
em Fisioterapia N eurofuncional.
rologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da USP. Doutora em Medicina pela Fa
Sônia Maria Dozzi Brucki -Pesquisadora do Centro
culdade de Medicina da USP.
Paulista de Neuropsicologia -UNIFESP/EPM. Mem bro do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Compor
Vitor Félix Torres -Médico Neurologista e Neurofi
tamento da Faculdade de Medicina da USP. Respon
siopatologista Clínico. Médico Contratado do Grupo
sável pelo Ambulatório de Neurologia Cognitiva do
Hospitalar Conceição. Mestrando em Ciências Médi
Hospital Santa Marcelina. Doutora em Medicina pela
cas pela UFRGS.
UNIFESP/EPM.
Victor Mascarenhas de Andrade Souza - Médico Suzana Veiga Schõnwald - Neurologista, traba
Neurologista do Hospital São Lucas da PUCRS.
lhando no laboratório do sono do HCPA. Thomas Jefferson University; Fellow do American College
Vívian Fontana -Acadêmica de Medicina da UFRGS.
of Physician.
Wolnei Caumo - Médico Anestesiologista. Especia Telmo Tonetto Reis -Médico do Serviço de Neurolo
lista em Tratamento de Dor pela UFRGS e pela AMB.
gia e Neurocirurgia do Hospital Moinhos de Vento.
Professor Adjunto do Departamento Farmacologia
Membro Titular da Academia Brasielira de Neuroci
do Instituto de Ciências Básicas da Saúde da UFRGS.
rurgia. Membro Titular da Sociedade Brasileira de
Professor do Serviço de Anestesiologia e Medicina
Neurocirurgia. Membro da American Academy of
Perioperatória do HCPA.
Neurology.
,
1
re ac 1 0
A união do
método clínico às ferramentas da me dicina baseada em evidências permite um proces so diagnóstico mais abrangente e atualizado em qualquer especialidade. A aplicação dessa junção na prática da neurologia contribui para tomá-la uma especialidade dinâmica e mais simples de ser seguida. Este livro foi estruturado de acordo com essa filosofia. Cada capítulo foi escrito se guindo um roteiro de uso e indicação de evidên cias, objetivando um resultado que expresse o mo vimento internacional que procuramos seguir. Uma grande parte dos autores, bem como os or-
ganizadores, são membros do Serviço de N eurolo gia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, repre sentantes de uma instituição universitária que tem como missão formar profissionais de excelên cia. Além desses autores, contamos com diversos outros importantes representantes de diferentes escolas de nosso Estado e do País. Esperamos que este livro atenda às expectativas dos leitores e seja de auxílio no manejo diário dos pacientes, mos trando a importância do trabalho feito em equipe, de forma multidisciplinar e com base em evidênc1as. •
Pedro Schestatsky João Arthur Ehlers Bethania Camara Ehlers
Índice/ 851
parte 1 .......
1
....- 1a
,
1
nos 1co e 1
neuro o....._. 1a
capítulo 1 1
,
1
ac 1 o c 1 n 1 0
1
1a
,
1
n os 1 co 1
e m n e u ro 0�1 a Márcia L . F. Chaves
Aplicando neurologia baseada em evidência A neurologia ainda é considerada uma especiali dade médica difícil e complicada. Há muitos desa fios que facilmente desencorajam os estudantes que se deparam com a clínica neurológica pela primeira vez. Não é difícil compreender o que faz os acadêmicos perceberem as características do currículo médico e das condições do ensino como desafios, pois, depois do rápido e compactado con tato com as disciplinas básicas (neuroquímica, neurofisiologia, neuroanatomia e neuropatolo gia), geralmente sentem-se intimidados pela com plexidade do sistema nervoso. A partir desse mo mento, são expostos a rituais compostos de inú meras e elaboradas manobras, as quais tentarão aplicar aos pacientes com o objetivo de desenca dear sinais cujos nomes muitas vezes são difíceis até de pronunciar. Todos esses rituais acabam re forçando, de fato, a concepção de que em neurolo gia há uma combinação excepcional de processos extremamente intelectuais aos quais o diagnóstico deve atender. Além disso, os alunos não têm expe riência com os diferentes exames que são usados no diagnóstico neurológico, como a punção lom bar e o exame do líquido cerebrospinal ou o ele trencefalograma, a eletromiografia, os potenciais evocados, a arteriografia e os demais exames de imagem. Ao mesmo tempo, não sabem como in-
terpretar os resultados. A maioria dos livros-texto apenas confirma esse temor à medida que os estu dantes encontram nesses livros uma numerosa quantidade de detalhes sobre muitas doenças ra ras do sistema nervoso, fazendo com que se per guntem: que espécie de memória prodigiosa deve ter alguém que escolhe essa especialidade? Já no Capítulo 1 do livro Princípios de Neurologia de Victor e Adams, desde edições muito anteriores (Ropper; Brown, 2008 ) , os autores se referem a todas essas dificuldades e acreditam que grande parte delas pode ser vencida pela utilização dos princípios básicos da clínica médica. Primeiro, e principalmente, é necessário conhecer o método clínico e adquirir familiaridade com seu uso. A importância do método clínico é muito gran de no estudo das doenças neurológicas, bem como em outros campos da medicina, e as diretrizes apresentadas a seguir são de aplicação universal: 1 ) a solução do problema clínico é alcançada por uma série de inferências e deduções: por meio de cada tentativa de explicar um elemento da história de uma doença ou um achado físico; e 2 ) o diag nóstico é um ato mental de integração de todas as interpretações para a seleção de uma explicação mais compatível com todos os fatos da observação clínica. O processo lógico envolvido no diagnóstico não é o mesmo para todos os pacientes com doença
Raciocínio diagnóstico em neurologia neurológica. Em algumas situações, a adesão es
lesão. Essa etapa pode ser chamada de diagnósti
trita a uma seqüência formal de raciocínio é extre
co sindrômico; •
mamente necessária, enquanto em outras a rela
Essas correlações permitem que o médico loca
o processo
ção entre os achados clínicos e o diagnóstico
lize
da doença, i.e., estime a( s)
anatômico/etiológico é tão direta que não há ne
parte(s) do sistema nervoso envolvida(s) Essa
cessidade de uma seqüência tão formal de racio
etapa pode ser chamada de diagnóstico anatômico
cínio. Por exemplo, o quadro clínico da doença de
ou
.
•
Parkinson é geralmente tão característico que a
topográfico;
A partir do diagnóstico anatômico e das infor
natureza da doença é quase óbvia. No entanto, a
mações clínicas, principalmente a respeito da
aplicação do método clínico provará consistir, na
forma de início, da evolução e do curso da doen
maioria das vezes, em uma seqüência de passos
ça, do envolvimento de outros sistemas não
(Figura •
•
1.1 ) :
neurológicos, dos antecedentes mórbidos e fa
Sintomas ou sinais são assegurados pela histó
miliares e dos achados laboratoriais, pode-se
ria e pelo exame físico, respectivamente;
deduzir o diagnóstico patológico, e, quando o me
Os sintomas físicos que são considerados rele
canismo e/ou a causa da doença podem ser de
vantes para o problema sob análise são inter
terminados, chega-se ao •
pretados em termos de fisiologia e anatomia,
diagnóstico etiológico;
Finalmente, o clínico deve avaliar o grau de
isto é, identificam-se a(s) alteração(ões) fun
incapacitação e determinar sua reversibilidade
cional(is) e a(s) estrutura(s) anatômica(s) im
(temporária ou permanente). Este
plicada(s) na doença. Geralmente, identifica
funcional é importante para o manejo da doença
se um agrupamento característico de sintomas
e para estimar o potencial de recuperação da
e sinais, constituindo uma síndrome. A formu
função.
diagnóstico
lação dos sintomas e dos sinais em termos sin
A obtenção de descrições de sintomas e sinais
drômicos é de grande auxílio na identificação de uma estimativa de
Obtenção dos dados clínicos
localização
Pela história
e
natureza
da
de farma precisa para sua correta interpretação
Interpretação dos sintomas e dos sinais em termos de fisiologia e anatomia
Seqüência de passos necessária para a organização do raciocínio diagnóstico em neurologia.
Rotinas em neurologia e neurocirurgia em termos de função comprometida do sistema nervoso constitui obviamente uma etapa funda mental para o diagnóstico. As informações epide miológicas sobre as doenças e, principalmente, so bre a população que atendemos são extremamen te valiosas para a formulação das hipóteses diag nósticas. O raciocínio deve sempre partir das con dições que mais freqüentemente acometem aque la população em geral, para que depois se formu lem hipóteses para grupos individualizados (''de
Quadro 1 .2 EXEMPLOS DE DIAGNÓSTICOS SINDRÔ MICOS EM NEUROLOGIA Síndrome Síndrome Síndrome Síndrome Síndrome Síndrome
cognitiva convulsiva de hipertensão intracraniana meníngea motora sensitiva
risco'') para uma dada condição (p. ex., faixa etá ria, sexo, tabagismo, alcoolismo, história familiar, ,
etc.). E claro que, em uma grande parte das ocasiões, esses enfoques são utilizados simultanea•
• A
•
mente, pois, com o tempo e a exper1enc1a, tornam. se automat1cos. ,
O raciocínio clínico é focado no desenvolvimen to de uma lista de problemas e diagnósticos dife renciais específicos para cada paciente. Listas de
problemas incluem sinais e sintomas de doenças, história médica pregressa, história familiar, histó ria psicossocial e preferências do paciente em ter mos de cuidados. A produção de diagnósticos dife renciais inclui os potenciais diagnósticos para
2.
Parkinsoniana Coréica Coreoatetótica Distônica
cada sistema e para categorias de doenças usando o mnemônico VINDICATE (Quadro dros
1. 1 ). Os Qua
1.2 e 1.3 apresentam exemplos de diagnós
ticos sindrômicos e a classificação das síndromes motoras. A partir do diagnóstico cuidadosamente pro posto, em conjunto com os diagnósticos diferen
Extrapiramidais
3.
Cerebelares Atáxica
ciais relevantes, e depois de concluídas todas as
etapas, incluindo a investigação laboratorial, par
Quadro 1.1
te-se para a decisão terapêutica. Muitas vezes, os
MNEM Ô NICO "VINDICATE" PARA DIAGN ÓSTICO DIFERENCIAL DAS ETIOLOGIAS
tratamentos são sintomáticos, mas podem garan
Vasculares 1 Infecciosas N Neoplásicas D Degenerativas 1 latrogênicas C Congênitas, relcaionadas ao desenvolvimento A Auto-imunes, alérgicas T Traumáticas E Exposição ambiental, endócrinas, metabólicas, tóxicas
V
tir uma boa qualidade de vida para os pacientes, já que a evolução de um grande número de trans tornos neurológicos é lenta e de bom prognóstico funcional a curto e médio prazo. Deve-se lembrar que, além do tratamento farmacológico, há outras formas de reabilitação. A orientação ao paciente, bem como ao grupo familiar, sobre a doença e as farmas de manejá-la é fundamental, mesmo que (e até principalmente) se trate de uma enxaque ca sem aura, não-complicada e com boa resposta farmacológica. Esse é processo básico que aproximou o raciocí nio diagnóstico neurológico do método clínico e
Raciocínio diagnóstico em neurologia foi um passo fundamental para o crescimento da neurologia como especialidade clínica. No entan to, com o aumento progressivo da informação mé dica, esse recurso sozinho não é mais suficiente para o domínio adequado das ferramentas para o raciocínio diagnóstico. Quando estava na escola na Inglaterra da época da guerra, entre os marcos do currículo escolar, junto com banhos frios, matemática, repolho cozi do e longas c aminhadas no campo, estavam o la
tim e o francês. Era óbvio que latim não passava
de um exercício teórico, porque, afinal de contas, os romanos já estavam mortos. No entanto, mes mo a França sendo visível logo do outro lado do Canal, por anos ela ou foi ocupada ou era inacessí vel, assim aprender francês parecia um exercício muito pouco prático e teórico. Era impensável pa ra mim e para meus professores que eu fosse al gum dia encontrar uma utilidade prática para este aprendizado -que francês fosse uma íngua para ser falada.
Este é um depoimento feito por Drummond Rennie, um dos editores do JAMA e também um dos co-responsáveis pela série de 25 artigos pu blicados entre 1993 e 2000, chamada The Users' Guides to the Medical Literature (2002). Naquela mes ma revista médica sobre diretrizes para a utiliza ção da literatura médica e medicina baseada em evidência (MBE), Rennie transfarmou sua expe riência na juventude em uma figura de linguagem na apresentação do livro organizado a partir destes artigos ( Guyatt; Rennie, 2002) para exemplificar a relação que muitos clínicos têm com a literatura médica. O autor define essa relação como clara mente visível, mas completamente inacessível''. E claro que a prática clínica deve estar baseada nos achados divulgados nas revistas médicas, mas também é importante reconhecer que, em poucos anos, a quantidade de infarmação médica duplica em tamanho, e progressivamente os clínicos pare cem ter menos tempo para avaliá-la. A tarefa ideal de estar atualizado com a literatura torna-se a ca da dia impraticável, especialmente se o objetivo for cobrir um grande número de revistas, fazendo uma leitura individualizada de cada volume. Como a literatura médica vem se tornando cada vez mais inacessível, ela reforça a imagem de que 11
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pertence a outro mundo e não tem nada de útil para oferecer a um paciente em particular. A MBE, cuja origem filosófica remete à Paris da metade do século XIX e mesmo de antes, é o uso consciencioso, explícito e prudente da melhor evidência do momento na tomada de decisão so bre o cuidado de pacientes individuais. A prática da MBE constitui-se na integração da expertise clí nica individual com a melhor evidência clínica ex terna disponível de pesquisa sistemática. Expertise clínica individual quer dizer a proficiência e a capacidade de julgamento que cada clínico indivi dualmente adquire por meio de experiência e prá tica clínicas. Expertise aumentada é refletida de muitas formas, principalmente em mais diagnós ticos efetivos e eficientes, em mais identificações responsáveis e no uso humano de dilemas indivi duais dos pacientes, direitos e preferências nas to madas de decisão clínicas sobre seus cuidados. A melhor evidência clínica externa disponível, por sua vez, refere-se à pesquisa clinicamente rele vante, geralmente no campo das ciências básicas, mas especialmente no da pesquisa clínica sobre acurácia e precisão de testes diagnósticos (incluin do o exame clínico), poder de marcadores prog nósticos, eficácia e segurança terapêutica, reabili tação e regimes preventivos. Evidência clínica ex terna invalida tanto testes diagnósticos quanto tratamentos previamente aceitos e os substitui por novos, que devem ser mais poderosos, acurados, eficazes e seguros. Bons médicos utilizam tanto a expertise clínica individual quanto a melhor evi dência externa disponível, e nenhuma isoladamente é suficiente. Sem expertise clínica, a prática corre o risco de tornar-se tiranizada pela evidência externa; mesmo sendo excelente, uma evidência externa pode não ser aplicável ou pode ser inade quada a um paciente em particular. Sem a me lhor evidência externa do momento, a prática cor re o risco de tornar-se rapidamente desatualiza da, causando prejuízo aos pacientes. A prática da MBE é um processo longo e permanente, consti tuindo um aprendizado autodirigido, no qual cui dar dos pacientes cria uma necessidade de infor mação clinicamente importante sobre diagnósti co, prognóstico e terapia. Esse processo se dá por meio de 5 etapas: ( 1) converte-se essa necessida de de informação em questões respondíveis; (2) procura-se, com máxima eficiência, a melhor evi-
Rotinas em neurologia e neurocirurgia dência com a qual se responde às questões; (3) avalia-se criticamente a evidência quanto à sua validade (proximidade à verdade) e utilidade (aplicabilidade clínica); (4) integra-se essa avalia ção com expertise clínica e aplica-se isso na práti ca; e (5) avalia-se o desempenho do médico. No dia-a-dia, a melhor forma de aplicar MBE é aprender a decodificar o problema do paciente em uma questão, ou mais de uma questão, clínica que deverá ser respondida por meio das ferramen tas de acesso à literatura médica. Questões clínicas geralmente surgem na mente dos clínicos de tal maneira que encontrar respostas na literatura mé dica por si só é um desafio. Dissecar a questão em seus componentes para facilitar a localização da melhor evidência é uma habilidade fundamental na MBE. A maioria das questões pode ser dividida em tres partes: "
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População: quem são os pacientes relevantes?
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Intervenções ou exposições: testes diagnósti
cos, alimentos, medicações, procedimentos ci rúrgicos, etc. Quais são as estratégias de mane jo que estamos interessados em comparar, ou qual é o dano potencial com o qual nos preocu pamos? Para questões sobre terapia ou dano, devemos questionar quem é o grupo controle.
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Desfecho: quais são as conseqüências relevan
tes para os pacientes da exposição nas quais estamos interessados? As habilidades necessárias para a prática basea da em evidência foram identificadas em 1992. Elas incluem capacidade para definir o problema de um paciente com precisão, estabelecer que infor mação é essencial para resolver o problema, con duzir uma busca eficiente na literatura, selecionar os melhores estudos relevantes, aplicar regras de evidência para determinar sua validade, extrair a mensagem clínica e aplicá-la ao problema do pa ciente. A essas capacidades, é importante adicio nar a compreensão do impacto dos valores dos pacientes sobre o balanço entre vantagens e des vantagens das opções de manejas disponíveis e a capacidade de apropriadamente envolver o pa ciente na decisão. Uma década de experiência com MBE não modificou o maior desafio da prática baseada em evidência: a limitação de tempo. Fe linnente, novas fontes para suporte aos clínicos estão disponíveis, e o ritmo de inovação é rápido. Pode-se considerar que a classificação das fontes de infarmação é acompanhada por um mecanismo mnemônico, o 4S (Tabela 1.3). Sistemas são sumários que conectam um número de sinop ses relativas ao cuidado de um problema em par-
Tabela 1.3 HIERARQUIA DAS EVID ÊNCIAS PR É-AVALIADAS (4S)
Study (estudos)
A pré-avaliação envolve selecionar somente aqueles estudos que são altamente relevantes e que são caracterizados por projetos de estudo que minimizam o viés, permitindo, assim, inferências mais fortes.
Systematic review (revisões sistemáticas)
As revisões sistemáticas fornecem aos clínicos uma visão geral de todas as evidências que tratam de uma questão clínica específica.
Synopsis (resumos estruturados)
Os resumos estruturados dos estudos individuais ou das revisões sistemáticas sintetizam os principais detalhes e resultados metodológicos necessários à aplicação das evidências ao cuidado individual do paciente.
System (sistemas)
Diretrizes práticas, vias clínicas ou resumos de livros-texto baseados em evidências fornecem ao clínico muitas das informações necessárias para orientar o cuidado individual dos pacientes.
Raciocínio diagnóstico em neurologia ticular de um paciente (p. ex., sangramento agu do do trato gastrintestinal alto) ou tipo de pa ciente (p. ex., paciente ambulatorial com diabete).
Exemplo da aplicação da medicina baseada em evidência na prática da clínica neurológica Revisão sistemática sobre repouso após punção lombar para prevenção de cefaléia Muitas vezes, aprende-se uma prática baseada em experiências pessoais cuja base de conhecimento pode estar defasada, e freqüentemente não se ve rifica se há evidência atual diferente dessa prática. É necessário aprender a obter a melhor resposta do momento às questões clínicas. Em relação à prevenção da cefaléia após punção lombar, para envio do líquido cerebrospinal para exame, para mielografia ou para qualquer outro propósito, ain da é prática comum recomendar ao paciente que faça repouso no leito após a punção. Que pergun tas têm sido levantadas sobre essa medida preventiva recentemente? Que estudos demons tram que a medida é eficiente? Há alguma com plicação por adotá-la? Os pacientes questionam sobre ela? Que dados da literatura têm sido usa dos para responder aos questionamentos? Há 1 6 ensaios clínicos randomizados (NE I) sobre repouso no leito após punção lombar (entre 1980 e 1992), e nenhuma mudança na cefaléia pós-punção foi constatada, apenas aumento da dor lombar. No entanto, cerca de 80% das unida des neurológicas no Reino Unido têm protocolos que recomendam repouso no leito após punção lombar ( Serpell et al., 1998). Apesar de existir evi dência de má-prática há mais de 15 anos, a prática do conhecimento informal ou não-baseado em evidência continua sendo adotada.
Como colocar evidência na Prática? Como fazer MBE? Em primeiro lugar, é muito importante ter noção de que uma parte das questões nunca será respon dida. Quando uma questão é respondida sem MBE, é provável que a informação não seja nem a melhor nem a mais atual. Para utilizar as ferra mentas da evidência, é necessário iniciar pela questão clínica, escrevendo o problema clínico que necessita encontrar uma resposta. Deve-se definir
a questão crítica do problema e perguntar-se mais uma vez se é possível respondê-la. Caso seja possí vel, é importante avaliar de que forma conseguiu a informação e qual é a sua origem. Independente mente da resposta à questão clínica, dá-se início a uma busca segundo os passos da MBE. Verifica se se essa questão crítica constitui a ''menor ques tão possível de ser respondida'' e se ela é relevante com relação ao problema clínico original. A seguir, busca-se a melhor evidência utilizando um site de busca de literatura médica (p. ex., MEDLINE, Best Evidence, Up to Date, Clinica! Evidence, Cochrane Library). Encontrando a evidência, deve-se fazer uma avaliação crítica desse achado. Se tal evidên cia pode ser generalizada para a realidade dos pa cientes, ela deve ser integrada à experiência clínica do médico e aos valores do paciente individual. Esses passos estão resumidos no Quadro 1.4. A seguir, é apresentado um caso clínico sobre o repouso no leito para prevenir cefaléia após pun ção lombar. •
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Caso clínico: - Um paciente de 55 anos será submetido à punção lombar para exame do líquido cere brospinal. Os familiares estão ansiosos em relação à necessidade de repouso no leito após a punção e querem saber qual é a me lhor recomendação. - O paciente também pergunta se precisa ficar deitado na cama muitas horas após o exame, pois já ouvira falar sobre isso, mas costuma apresentar desconforto lombar depois de al gumas horas deitado, especialmente se não estiver dormindo. - Para fornecer uma orientação baseada em evidência e atender aos valores e às expecta tivas do paciente e de seus familiares, deve se recomendar o repouso no leito? A questão: - O repouso no leito previne cefaléia após pun ção lombar? População: adultos submetidos à punção lombar Indicador: repouso no leito Comparador: atividade imediata (ou ou tro tipo de intervenção) Desfecho: cefaléia pós-punção •
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Para aplicar os passos da MBE a esse caso clíni co, primeiramente devem-se sublinhar as pala-
Rotinas em neurologia e neurocirurgia Quadro 1.4 PASSOS DA MEDICINA BASEADA EM EVID Ê NCIA
Questão clínica • • •
Escreva um problema clínico recente Qual era a questão crítica? Você conseguiu respondê-la? Como?
Busca pela informação • • • •
A •
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Formular uma questão respondível Perseguir a melhor evidência Avaliar criticamente a evidência Integrar com experiência clínica e com valores do paciente
melhor evidência depende do tipo de questão Quais são os fenômenos/problemas? (OBSERVAÇÃO) Qual é a freqüência do problema? (FREQÜÊNCIA) AMOSTRA AO ACASO (ou consecutiva) Esta pessoa tem o problema? (DIAGN ÓSTICO) AMOSTRA AO ACASO (ou consecutiva) COM PADRÃO-OURO Quem terá o problema? (PROGN ÓSTICO) ESTUDO DE SEGUIMENTO OU COORTE Como se pode aliviar o problema? (INTERVENÇÃO/TERAPIA) Ensaios clínicos randomizados
vras-chave e pensar em sinônimos para elas. A seguir, seleciona-se no site do MEDLINE a opção Clinicai Queries, clicando na categoria therapy e digitando a questão. Desse modo, obtêm-se di versos artigos publicados sobre o assunto; caso isso não ocorra, deve-se modificar a questão acres centando sinônimos ou substituindo-os por ou tros sinônimos. Se o objetivo for buscar as princi pais revisões sistemáticas já publicadas, selecio na-se a opção Find Systematic Reviews. Em relação à questão do repouso no leito para prevenir cefa léia pós-punção, apesar de, há muito tempo, ela ser atribuída à mobilização precoce do paciente, há pouca evidência sobre isso. A revisão dos arti gos publicados mostra 1 6 ensaios clínicos que
avaliam repouso ou atividade imediata, seja re pouso de até oito horas, seja repouso mais pro longado (24 horas) ( NE I). As razões para a reali zação da punção lombar também são diversas, como anestesia, mielografia e diagnóstico. Ne nhum dos estudos mostrou que repouso é melhor do que atividade imediata para prevenir cefaléia pós-punção. Todas as revisões sistemáticas con cluem que não há evidência de que repouso no leito após punção lombar ou cervical seja melhor do que atividade imediata na redução da incidên cia de cefaléia (Evans et al., 2000; Sudlow; Warlow, 2002; Thoennissen et al., 2001 ). Respondendo às questões do caso clínico, a re comendação do repouso poderá ser feita apenas se forem desconsideradas todas as evidências dis poníveis, inclusive as revisões sistemáticas publi cadas no Canadian Medical Association Journal e na Cochrane Library, ambas de 2001. Para os familia res, dever-se-ia explicar que, de acordo com os dados atuais da literatura médica, o paciente, após a punção, não necessitará ficar restrito ao leito e terá o atendimento necessário se apresentar qualquer sintoma relacionado ou não à punção. E importante explicar que a ocorrência da cefaléia pós punção independe dessas medidas (ou seja, o pa ciente poderá ter cefaléia com ou sem repouso), mas está um pouco mais relacionada com o calibre da agulha utilizada no procedimento (com as mais finas, é menor a ocorrência de cefaléia) (nível de evidência I e II) (Evans et al., 2000). Para o pacien te, além de fornecer esse esclarecimento, pode-se ainda explicar que o repouso prolongado no leito, segundo as evidências atuais, aumenta as chances de piorar sintomas lombares, talvez explicando o desconforto que ele relata nessa condição. Pode se sugerir uma avaliação posterior deste problema (dependendo da intensidade, da condição em in vestigação no momento, etc.). Em resumo, não há evidência que sustente a recomendação de re pouso no leito para prevenir a cefaléia pós-punção. ,
Considerações finais A combinação do método clínico com as ferra mentas da MBE constitui o processo diagnóstico mais abrangente e atualizado em qualquer espe cialidade clínica. A aplicação da junção desses mé todos na prática da neurologia torna-a uma espe cialidade dinâmica e mais simples de ser seguida.
ment: prevention of post-lumbar puncture headaches: re port of the therapeutics and technology assessment sub commit tee of the american academy of neurology.
Guyatt G, Rennie D, editors. Users' guides to the medical
http://WWW.accessmedicine.com/
literature: a manual for evidence-based clinica! practice.
resourceTOC.aspx?resourceID = 54
Chicago:
AMA Press; 2002.
Ropper AH, Brown RH. Adams and Victor' s principles of neurology [on-line] . 8th ed. New York: McGraw-Hill; 2005 [capturado em 23 fev. 2008]. Disponível em: URL: http:// www.accessmedicine.com.
Serpell MG, Haldane GJ, Jamieson DR, Carson D. Pre vention of headache after lumbar puncture: questionnaire survey of neurologists and neurosurgeons in United I
AN, Müllner M. Does bed rest after cervical or lumbar puncture prevent headache? A systematic review and meta analysis. CMAJ. 2001 Nov 13;165 ( 1 0 ) : 1 3 1 1-6.
Tomografia computadorizada A tomografia computadorizada (TC) baseia-se nos mesmos princípios da radiologia convencional: te cidos mais densos ou com elementos mais pesados absorvem mais radiação do que tecidos menos densos (Wegener, 1992). A TC foi introduzida para uso clínico no início da década de 1970 e revolu cionou a área do diagnóstico por imagem. Com o surgimento da TC helicoidal, no início da década de 1990, um maior volume de dados poderia ser adquirido sem artefatos de movimento, e as ima gens poderiam ser reconstruídas em qualquer po sição, sem perda significativa de resolução. Nas últimas décadas, o número de TCs realiza das aumentou significativamente, em grande par te pelo uso da TC multislice (TCMS), a partir de 1998. Os fundamentos da tecnologia da TCMS es tão baseados em dois princípios: aquisição contí nua dos dados e possibilidade de estudar grandes volumes rapidamente, sem perda de resolução longitudinal. Atualmente, os equipamentos de TCMS de última geração são equipados com até 256 fileiras de detectores.
Princípios Um equipamento de TC é constituído por duas estruturas localizadas em posições opostas no in terior do aparelho: o tubo emissor dos feixes de
raios X e os detectores. As imagens surgem a partir da atenuação dos feixes de raio X emitidos pelo tubo do aparelho e absorvidos pelos detectores, que traduzem essa absorção em uma escala de cmza. Tradicionalmente, dividem-se os equipamentos de TC em três tipos: convencional, helicoidal e multislice. Na TC convencional, ocorre um movi mento circular completo (360º) do equipamento em torno do paciente. Na TC helicoidal, o movi mento descreve a forma de uma hélice, permitin do a obtenção contínua de infarmações da região analisada. Com a TCMS, adicionam-se maior nú mero de detectores e maior velocidade de movi mento ao tubo (Jones et al., 2001). Os benefícios da TCMS em relação à T C convencional são mui tos: o exame pode ser realizado com cortes mais finos (maior resolução espacial), em menor tempo (maior resolução temporal e menos artefatos) e com maior otimização do contraste. Esses fatores aumentam significativamente a acurácia diagnós tica do exame. As características das imagens de TC são afeta das por alguns parâmetros como o tamanho do pixel, as escalas de cinza e as janelas. Define-se pixel como o menor ponto da imagem que pode ser obtido. Quanto maior o número de pixeis em uma matriz (conjunto de linhas e colunas), maior é a resolução espacial. Para cada pixel existe um •
Tomografia computadorizada e ressonância magnética valor numérico que corresponde à média de radi ação absorvida, expressa em uma escala de densi dade denominada unidades Hounsfield (HU), em homenagem ao descobridor Godfrey Hounsfield. Os valores das escalas variam de - 1.000 até + 1.000 HU, sendo O o valor da água e - 1.000 o do ar. A Tabela 2.1 apresenta os valores de absorção. As janelas representam um estreitamento das esca las de cinza, visando à maior diferenciação entre as estruturas. A abertura da janela ( width ) traduz o número máximo de tons de cinza entre o valor numérico do branco e o do preto, e o nível ( levei), o valor médio em HU. Na prática, o uso de diferen tes janelas facilita, por exemplo, a distinção entre a região medular e a cortical da calota craniana, aumentando a acurácia do exame para detectar lesões ósseas (Figura 2.1 ) . Um protocolo padrão de TC examina o crânio em cortes axiais orientados paralelamente à linha orbitomeatal. Nas aquisições seqüenciais, a fossa posterior é examinada com cortes de 3 a 5 mm e a região supratentorial com cortes de 8 a 10 mm Cortes com 1 a 2 mm são necessários para exami nar os ouvidos, a órbita e a sela turca. Eventual mente (p. ex., no estudo dos ossos temporais ou dos seios da face), imagens no plano coronal tam bém podem ser obtidas. Nas aquisições isotrópicas obtidas em tomógrafos helicoidais ou multislice, as imagens podem ser reformatadas em diversos planos ( Rydberg et al., 2000). Nesse cenário, algo-
Tabela 2.1 VALORES DE ATENUAÇÃO DE TECIDOS E FLUIDOS
Tipo de tecido
Valor de atenuação
Osso compacto
> 250
Osso esponjoso
1 30 +- 100
Gordura
-65 +-1 0
Sangue (coagulado)
80 +-10
Plasma
27 +-2
Exsudato
> 1 8 +-2
Músculo
1 2 +-2
.
[
Figura
2.1 ]
janela óssea.
Exemplo de exame do crânio com
ritmos de reconstrução como MPR (multiplanar reconstruction), MIP ( maximum intensity projection ) e VR ( volume rendering ) são utilizados para melhor demonstração tridimensional das estruturas estu dadas (Figura 2.2). A utilização de um meio de contraste iodado injetado por via endovenosa é comum nos estudos tomográficos do encéfalo. O iodo tem elevado nú-
[
Figura
2.2 ]
Exemplos de reconstruções MIP de uma malformação arteriovenosa.
Rotinas em neurologia e neurocirurgia •
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•
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mero atom1co e, consequentemente, atenua s1gn1ficativamente a passagem do raio X. Seu uso visa a detectar ruptura da barreira hematencefálica (p. ex., tumor cerebral) e acentuar as diferenças entre estruturas com diferentes fluxos (p. ex., es tudo angiográfico). A impregnação pelo agente de contraste depende basicamente da dose do con traste e de fatores farmacocinéticos, como osmo lalidade e hidrofilia. O volume de contraste injeta do varia conforme o peso do paciente, a região a ser estudada e o tipo de aparelho de TC. Em um exame convencional do crânio, utiliza-se de 1 a 2 mL/kg de contraste a 1 a 8 mL/s. Com o cresci mento da técnica de ressonância magnética ( RM ), o uso de contraste no espaço subaracnóideo (mie lotomografia ou cisternografia por TC) é raramen te realizado. A descrição de um relatório de TC exige uma revisão sistemática de todas as estruturas identi ficadas no exame, como o encéfalo, a calvária, as partes moles de face e crânio, a base do crânio, as órbitas e as cavidades paranasais. A correlação clí nica e radiológica deve ser encorajada para au mentar a acurácia do método. Normalmente, des creve-se a estrutura em estudo como isodensa ou isoatenuante, hipodensa ou hipoatenuante e hi perdensa ou hiperatenuante em relação ao tecido normal adjacente. Lesões hiperdensas, por exem plo, apresentam maior densidade do que o tecido padrão ou centro da janela (Figura 2.3). A
Aplicações Com a introdução da TCMS, ocorreu um grande avanço na utilização do método em neurorradiolo gia (Rydberg et al., 2000). Em relação à RM, com a TC o tempo de exame é menor, o custo é inferior e há maior facilidade para monitorar pacientes ins táveis. Apesar do crescimento da RM, a TC perma nece como o método mais rápido e eficaz de ava liar pacientes com suspeita de hemorragia cere bral. Outra vantagem reside na detecção de calci ficações, como, por exemplo, em alguns tipos de tumores do sistema nervoso central ( SNC) (p. ex., craniofaringioma), em doenças metabólicas espe cíficas (p. ex., doença de Krabbe) ou em infecções do SNC (p. ex., toxoplasmose neonatal). Além disso, a detecção de lesões na região cortical dos ossos da calvária, como, por exemplo, em fraturas, é maior na TC. Com o surgimento da TCMS, o estudo angio gráfico por T C tornou-se uma excelente alternati va para estudo não-invasivo dos vasos intra e ex tracranianos, como, por exemplo, na detecção de aneurisma cerebral. O método também tem sido utilizado no estudo de doenças oclusivas, de mal formações vasculares e de lesões vasculares pós traumáticas. Da mesma forma, a perfusão por TC é realizada na avaliação de penumbra isquêmica e reserva funcional cerebral e no estudo hemodi nâmico dos tumores. No estudo das doenças de cabeça e pescoço, a TC é o principal exame de ima gem para avaliar doenças das cavidades parana sais (sinusopatia inflamatória, sinusite fúngica e tumores), fraturas (na órbita, no maxilar e na base do crânio), doenças do osso temporal (otosclerose, colesteatoma e displasias da orelha interna) e al gumas doenças da coluna (na avaliação de fratu ras e na análise pós-operatória de instrumentação cirúrgica).
Limitações
[
Figura
2.3 ]
Hemorragia intra-axial no hemisfério cerebelar esquerdo.
Existem alguns fatores que limitam a utilização da TC. Entre eles, destacam-se os problemas relaciona dos ao uso de contraste iodado e ao uso de radiação ionizante (Bõhn; Schild, 2006; Pannu; Wiebe; To nelli, 2006). As duas principais complicações do uso do contraste iodado na TC são a nefropatia induzida pelo contraste (NIC) e as reações de hipersensibili dade (RHs). A NIC é a terceira causa de perda de função renal aguda em ambiente hospitalar e está asso-
Tomografia computadorizada e ressonância magnética ciada a maior mortalidade, maior tempo de in ternação hospitalar e necessidade de diálise, prin cipalmente nos pacientes com fatores de risco (Quadro 2 .1). Apesar das evidências limitadas, quando o uso de TC for indispensável, medidas preventivas como suspensão de medicamentos nefrotóxicos, reposição de volume e uso de meio de contraste isosmolar devem ser estimuladas. Apesar da redução da incidência de RHs, esse tipo de complicação ainda ocorre em até 3% dos pacientes. As RHs são divididas em imediatas (menos de uma hora após a infusão) e tardias (entre uma hora e sete dias após a infusão). Conti nuam imprevisíveis em um grande número de pa cientes e podem apresentar desde quadros leves (urticária) até casos dramáticos (necrose epidér mica tóxica e óbito por choque anafilático). Apesar de não haver evidência na literatura, medicações como anti-histamínicos e corticóides são usados para prevenir as complicações. Outra preocupação é o uso de meio de contraste na gestação e na lactação. Na gestação, o uso deve ser evitado; quando for indispensável, devem ser feitas provas de função da tireóide do recém-nas cido. Como a excreção pelo leite materno é míni ma, a lactação não deve ser suspensa em mulheres que tenham utilizado meio de contraste iodado.
Quadro 2.1 FATORES DE RISCO PARA NEFROPATIA INDUZIDA PELO CONTRASTE Doença renal crônica Diabete melito
A TC é a principal fante de exposição à radiação em medicina. Como o número de exames de TC tem aumentado significativamente nos últimos anos, os efeitos da exposição repetida são particu larmente importantes em pediatria (risco de de senvolvimento de câncer relacionado à radiação) e na gestação (potencial efeito teratogênico quan do a dose ultrapassar 50 a 100 mGy). Dessa forma, estratégias para redução da dose de radiação são necessárias como controle dos parâmetros de aquisição (kVp, tempo de rotação do gantry, mi liamperagem e pitch ).
Ressonância magnética As imagens de RM estão baseadas na atividade eletromagnética do núcleo do átomo de hidrogê nio, que é o elemento mais simples e abundante do corpo humano (Reimer; Parizel; Stichnoth, 2003; Mitchell; Cohen, 2004). O próton do hidro gênio tem carga positiva e, devido ao movimento giratório deste em torno do seu próprio eixo, for ma um pequeno campo magnético (spin magnéti co). O método foi introduzido na prática clínica na década de 1980 e é considerado o exame de ima gem de escolha para o diagnóstico da maioria das doenças que afetam o SNC. Comparada com técni cas baseadas em raio X, como a TC, a RM apresen ta excelente resolução espacial e de contraste nas imagens, além de alta sensibilidade e especifici dade para o estudo morfológico e funcional do SNC. Quando empregado apropriadamente, o mé todo não tem efeitos deletérios para o organismo, podendo ser utilizado em crianças, gestantes e ou tras populações sensíveis.
Idade Hipertensão Baixo hematócrito Insuficiência cardíaca congestiva Balão intra-aórtico
Princípios A ressonância é definida como o aumento da am plitude de oscilação de um sistema exposto a uma força periódica (no caso das imagens da RM on das de radiofreqüência - ORs - emitidas pelo equi pamento). A obtenção de um sinal de RM inicia com o posicionamento do paciente em posição su pina dentro do equipamento de RM que pode ter um baixo ou um alto campo magnético (variando de 0,2 a 3,0 Tesla). Para estimular os spins magné ticos, é preciso emitir uma OR capaz de causar ''movimentação'' e ''relaxamento'' dos spins. Exis tem dois tipos de relaxamento: relaxamento lon,
,
Fração de ejeção menor do que 40% Hipotensão Fonte: adaptada de Pannu; Wiebe; Tonell, 2006.
Rotinas em neurologia e neurocirurgia gitudinal e relaxamento transversal, descritos pe las constantes de tempo T l e T2, respectivamente. Quanto mais longos o T l e o T2, mais tempo de mora o processo de relaxamento. O valor de T l e T2 depende da intensidade das interações entre os spins magnéticos e da freqüência com que essas interações estão sendo moduladas. Dessa forma, o líquido cerebrospinal, o córtex e a substância branca, por exemplo, apresentam diferentes tem pos de relaxamento. Todo esse processo é captado pelo sistema de bobinas que ficam ao redor da cabeça do paciente durante a realização do exame. A formação das imagens de RM depende de como as ORs são usadas. Combinações de diferen tes características e tempos de emissão das ORs, denominadas seqüências de pulso ( SPs), e dife rentes SPs demonstram as características de rela xamento T l e T2 dos tecidos. As imagens iniciais de todo protocolo de RM são os localizadores, SPs extremamente rápidas que auxiliam o planejamento das demais SPs. Nor malmente, são obtidas imagens nos três planos ortogonais (sagital, axial e coronal). No plano sa gital as estruturas da linha média (corpo caloso, aqueduto cerebral, quarto ventrículo e medula) devem estar simétricas. Já as imagens axiais, idealmente, são obtidas paralelamente à linha in tercomissural (unindo as comissuras anterior e posterior). As imagens coronais freqüentemente são obtidas paralelamente à superfície posterior do tronco cerebral ou ao maior eixo dos lobos tem porais. A escolha dos planos e das SPs deve ser determinada pela suspeita clínica do médico assis tente. Por exemplo, pacientes com suspeita de epi lepsia do lobo temporal devem obrigatoriamente realizar imagens coronais e axiais do hipocampo, devido à possibilidade de esclerose mesial tempo ral. Da mesma forma, pacientes com traumatismo craniencefálico devem ter imagens gradiente-eco para excluir possibilidade de dano axonal difuso. Na maioria dos exames, o uso de um agente de contraste (gadolínio) endovenoso é realizado. Sua função é diminuir os tempos de relaxamento dos tecidos com os quais entra em contato, detec tando quebra da barreira hematencefálica, por exemplo. Utilização de imagens tardias, de dupla dose de contraste e de imagens com saturação da gordura e com técnica de transferência de mag netização potencializam o realce das lesões. Assim como na TC, o relatório de um exame de RM exige uma análise sistemática de várias
estruturas localizadas no crânio, no encéfalo, na transição craniovertebral e na base do crânio e de estruturas da face, como órbitas, cavidades para nasais e fossas infratemporais. Conhecimento da história clínica e exame neurológico são funda mentais para a correta interpretação dos achados observados. A descrição de uma lesão geralmente utiliza os termos isointensa, hipointensa ou hipe rintensa, em relação ao córtex normal adjacente. Um tumor cerebral, por exemplo, freqüentemente se apresenta hipointenso em T l e hiperintenso em T2.
Aplicações A RM é realizada como método diagnóstico na maioria das doenças que afetam o SNC, incluindo doenças congênitas, infecciosas, degenerativas e vasculares e tumores (Atlas, 2002; van der Knapp; Valk, 2005). O objetivo desta seção não é revisar as características de imagem de todas as doenças do SNC, mas destacar como as SPs podem ser úteis em algumas doenças específicas. Para o estudo mais aprofundado dos sinais radiológicos das principais doenças, sugere-se leitura complemen tar em livros-textos especializados.
SP ponderada em T1 A SP T l é uma das mais robustas para demonstrar a anatomia do SNC e tecidos com componente gorduroso como os lipomas do SNC. Além disso, quando a imagem é adquirida após a infusão de gadolínio, é sensível para demonstrar lesões em atividade como neoplasias primárias e doenças in flamatórias. No estudo da epilepsia, geralmente são realizadas aquisições volumétricas T l com re formatações para o estudo anatômico do córtex e da substância branca subcortical e o diagnóstico de displasias corticais (Figura 2 .4).
SP ponderada em T2
A SP T2 é utilizada em todos os protocolos de neurorradiologia. E muito sensível para detectar aumento de água (p. ex., inflamação) nos tecidos, como, por exemplo, nas placas de esclerose múlti pla. Mais recentemente, SPs T2 adquiridas em 3D têm sido utilizadas para a demonstração anatô mica dos pares cranianos, dos condutos auditivos e das estruturas das orelhas internas (Figura 2.5). Uma SP alternativa é a STIR (short TI inversion recovery), seqüência que anula o sinal da gordura e ,
Tomografia computadorizada e ressonância magnética com as seqüências spin-eco tradicionais. Essas ca racterísticas causam significativa perda de sinal em regiões com heterogeneidade do campo mag nético, o que aumenta a sensibilidade para detec tar calcificações, produtos da degradação da he moglobina de eventos hemorrágicos prévios (he morragia hipertensiva, angiopatia amilóide e cavernoma), dano axonal pós-traumático e depó sito de material ferromagnético (Figura 2.6 ) .
SP FLAI R (fluid attenuation inversion recovery) A SP FLAIR corresponde a uma SP com contraste T2 que tem o sinal do líquido cerebrospinal anula do devido à aplicação de um pulso de radiofre qüência invertido. Dessa forma, demonstra maior contraste e conspicuidade para mostrar as lesões, principalmente no córtex e na substância branca periventricular. E extremamente sensível para detectar placas de esclerose múltipla e edema vaso gênico, para diferenciar lacunas de espaços peri vasculares dilatados e para detectar doenças no espaço subaracnóideo, como carcinomatose me níngea (Figura 2.7). Alguns artefatos podem ocor rer em FLAIR, principalmente pela pulsação li quórica na fossa posterior e pela saturação incom pleta do sinal do líquido cerebrospinal em pacientes que realizam a RM com suporte anestésico e oxigenioterapia. ,
[ Figura 2.4 ]
Displasia cortical no hemisfério cere
[ Figura 2.5 ]
Imagem sagital T2 do encéfalo.
bral direito.
tem relativa insensibilidade à heterogeneidade do campo magnético, sendo utilizada no estudo de epilepsia de lobo temporal e doenças das órbitas.
SP gradiente-eco Conceitualmente, a SP gradiente-eco utiliza um pulso de radiofreqüência com menor angulação e tempo de eco curto (25 a 30 mseg) em comparação
[ Figura 2.6 ]
Múltiplas lesões com baixo sinal em gradiente-eco (dano axonal difuso).
Rotinas em neurologia e neurocirurgia
[ Figura 2.7 ]
Lesões hiperintensas na substância branca periventricular (esclerose múltipla).
Angiorressonância magnética (angioRM) O estudo da vascularização arterial e venosa do SNC é feito pela angioRM. O método se baseia na supressão de sinal dos tecidos estacionários e na demonstração dos tecidos em movimento. Exis tem diversos métodos para sua realização, como TOF ( time ofjlight, sensível para detectar baixo flu xo), contraste de fase ( usado para determinar a direção, a velocidade e o volume do fluxo) e aquisi ção volumétrica 3D com gadolínio ( alta relação sinal-ruído e baixo tempo de exame). As técnicas mais utilizadas para avaliar os vasos intra e ex tracranianos são 3D TOF ( técnica MOT SA) e aqui sição volumétrica 3D com gadolínio, nessa ordem (Figura 2.8). Adicionalmente à análise vascular, sempre que existir a suspeita de dissecção vascu lar, deve ser feita a seqüência spin-eco T l axial com saturação de gordura para demonstrar o he matoma parietal, que pode ser negligenciado no estudo vascular isolado.
[ Figura 2.8 ]
Exemplo de angioRM dos vasos
cerebrais.
( abscesso cerebral e doença de Creutzfeldt-Jacob) e na caracterização de tumores do SNC (medulo blastoma e linfoma). No AVC, a zona isquêmica aguda se manifesta com hipersinal na difusão e hipossinal no mapa de ADC ( Figura 2.9). Uma das variantes da difusão é a tractografia por RM, em que a mensuração é feita de acordo com a orientação das fibras dos tratos do SNC: moléculas
Difusão e tractografia por RM A difusão por RM mede o movimento randômico das moléculas de água nos tecidos biológicos quando submetidas a um alto campo magnético. Essa propriedade é expressa em dois tipos de ima gens: difusão e mapa de ADC (apparent diffusion coefficient). A difusão por RM tem sido utilizada no estudo de diversas doenças do SNC, como na detecção do acidente vascular cerebral agudo (AVC), no diagnóstico de doenças infecciosas
[ Figura 2.9 ]
AVC isquêmico agudo no território da artéria cerebral média direita.
Tomografia computadorizada e ressonância magnética que se movimentam paralelamente à orientação das fibras têm movimento facilitado se compara das às moléculas que se movimentam perpendicu larmente (fenômeno de anisotropia). Essas dife renças são transfarmadas em mapas de anisotro pia ou tratos ( tractografia). Mesmo que ainda em desenvolvimento, a técnica tem sido testada na avaliação pré-operatória de tumores do SNC, trau matismo craniencefálico e doenças degenerativas (Figura 2.10).
Espectroscopia de prótons por RM (ERM) A ERM é uma ferramenta que avalia de forma não-invasiva o ambiente químico do tecido em estudo (Figura 2.12). O resultado dessa técnica é
Tractografia por RM demonstrando os tratos corticospinais.
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[ Figura 2.1 1 ]
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Perfusão por RM demonstrando dé ficit perfusional (penumbra) no território da artéria ce rebral média direita.
a criação de um gráfico no qual são demonstrados alguns metabólitos, sendo que os quatro princi pais são n-acetilaspartato (marcador neuronal), colina (marcador de síntese de membrana celu lar), mioinositol (marcador glial) e creatina (me tabolismo energético celular). A espectroscopia tem sido utilizada na investigação de tumores do SNC e de doenças infecciosas e degenerativas.
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[ Figura 2.10 ]
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Perfusão por RM A perfusão por RM é uma técnica que quantifica diferentes parâmetros hemodinâmicos, como o volume sangüíneo cerebral, o fluxo sangüíneo ce rebral e o tempo médio de trânsito do agente pa ramagnético injetado por via endovenosa. O con traste causa uma perda transitória de sinal na re gião estudada, proporcional à sua concentração. A ferramenta tem sido utilizada na avaliação da penumbra isquêmica (AVC agudo), na diferencia ção de tumores do SNC e na orientação de biópsia cerebral (Figura 2. 1 1 ).
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[ Figura 2.12 ]
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Gráfico da espectroscopia de pró
Rotinas em neurologia e neurocirurgia RM funcional A RM funcional, conceitualmente denominada BOLD imaging (blood oxygen level-dependent), avalia o efeito da deoxiemoglobina nos tecidos em pre sença ou ausência de ativação cortical. Resumida mente, na presença de um paradigma de ativação cortical, ocorre maior transfarmação de oxiemo globina em deoxiemoglobina. O inverso ocorre em situações de repouso. Essas diferenças são capta das pelo equipamento de RM (efeito BOLD) e são transformadas em mapas de ativação cortical. Atualmente, a RM funcional raramente é utilizada nos protocolos clínicos. Em centros de pesquisa, a técnica tem sido utilizada para mapeamento do córtex motor, de áreas de linguagem e de centros da memória (Figura 2 .13) .
Limitações A RM é um método de imagem considerado segu ro ( Shellock; Crues, 2004). Até este momento, não há evidência de que a exposição ao campo magné tico, a gradientes ou a pulsos de radiofreqüência determinem efeitos biológicos significativos sobre o organismo. Entretanto, objetos ferromagnéticos (derivados de ferro ou aço), como prendedor de cabelo, material de hemóstase, tubos de oxigênio ou cadeira de rodas, podem ser atraídos pelo cam-
po magnético e transformados em projéteis de alta velocidade que podem causar sérios danos para o paciente. Pacientes com implantes metálicos ferromagnéticos (p. ex., marcapasso cardíaco, des fibrilador interno, clipe ferromagnético de aneu risma e prótese coclear) têm alto risco, e a RM portanto, é geralmente contra-indicada nessas situações. Da mesma forma, existe a preocupação quanto ao exame em gestantes. Até o momento, não fo ram demonstrados efeitos biológicos significativos nos fetos quando expostos ao campo magnético ou aos pulsos de radiofreqüência. Apesar disso, existe um risco teórico relativo ao efeito sobre as células em formação no primeiro trimestre da ges tação. As recomendações atuais indicam a reali zação do exame quando a infarmação obtida for maior do que com outros métodos diagnósticos. A decisão de realizá-lo no primeiro trimestre deve ser individualizada, ponderando-se os riscos e os benefícios. O mesmo raciocínio vale para as ges tantes que trabalham no setor de RM Reações de hipersensibilidade ou nefropatia re lacionadas ao uso do gadolínio são infreqüentes quando comparadas às reações relativas ao uso de contraste iodado na TC. Evidências indicam que o uso de gadolínio na gestação ou na lactação não tem efeitos biológicos sobre o feto ou o recém nascido. Mais recentemente, um alerta do Food and Drug Administration (FDA) recomenda cau tela no uso do gadolínio em pacientes com insu ficiência renal, devido ao risco de desenvolvimen to de fibrose nefrogênica sistêmica. Para uma revi são completa das contra-indicações, ver sites espe cíficos nas referências deste trabalho. ,
.
Referências Atlas SW. Magnetic resonance imaging of the brain and spine. 3rd ed. Philadelphia: Lippincott Williams and Wilkins; 2002. v. l . Bõhm I, Schild HH. A practical guide to diagnose lesser-known immediate and delayed contrast media-induced adverse cutaneous reactions. Eur Radiol. 2006 Jul;l6(7): 1570-9. Jones TR, Kaplan RT, Lane B, Atlas SW, Rubin GD. Single versus multi-detector row CT of the brain: quality assessment. Radiology. 2001 Jun;2 l 9( 3 ) :750-5.
[ Figura 2.13 ]
Ativação cortical da área motora primária do hemisfério esquerdo.
Mitchell D, Cohen M. MRI principles. 2nd ed. New York: Saunders; 2004.
Tomografia computadorizada e ressonância magnética Pannu N, Wiebe N, Tonelli M. Alberta I
McCollough CH, Bruesewitz MR, I
Network. Prophylaxis strategies for contrast-induced
reduction and dose management tools: overview of
nephropathy. JAMA 2006 Jun 21;295(23 ):2765-79.
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Reimer P, Parizel PM, Stichnoth F. Clinica! MR imaging: a