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InformaçõesExame Prova 714
Filo Sofia 12
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Roteiro da aula 7 do Curso de Filosofia Política de Olavo de Carvalho
A aula está dividida em 2 (duas) partes.
A 1ª parte divide-se, por sua vez, nos seguintes capítulos:
1 – A unidade transcendente das religiões . Dois
pontos precisam ser distinguidos aqui. Em primeiro lugar, enquanto teoria a unidade transcendente das religiões afirma que a estrutura básica da realidade, a estrutura metafísica do real, é a mesma para todas as religiões. Significa dizer: todas as religiões estão no mesmo mundo. Para o Olavo esse ponto é irrefutável. Em segundo lugar, a unidade transcendente das religiões pode ser tomada como uma espécie de prática espiritual, realizado no âmbito de uma tariqa – o – o conhecimento da doutrina metafísica propiciaria uma realização espiritual, algo que, segundo o Olavo, é altamente duvidoso.
Além disso, dis so, a circuns cir cunstân tância cia a ser notada not ada é que, no entanto enta nto,, as religiões enquanto tais não se constituem única e exclusivamente de um doutrina metafísica, de afirmações a respeito da realidade básica do cosmos. Elas são mais do que isso: são práticas ascéticas e místicas, códigos morais, ritos, ensinamentos, etc. Qual a relação da doutrina metafísica com todo esse corpo da religião? Também é preciso ver que a religião não é apenas um corpo de conhecimentos, mas a manifestação dum poder efetivo. Diferença específica do Cristianismo: a salvação das almas. A distinção entre o Deus cristão e o Deus mussulmano. Deus cristão: unidade dialética (trindade); Deus mussulmano: unidade absoluta. Deus cristão: é uma pessoa; Deus Sign up to vote on this title mussulmano: é um conceito (“a divindade”Useful ou “o Deus”). “Fora da Not useful Igreja não há salvação”. O problema dos dogmas que vão se acumulando historicamente – – o sistema dogmático não é abstrato,
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sentido, a expressão aristotélica: “ a alma transforma-se naquilo que conhece.” Há aí outra dualidade que se sobrepõe à primeira: a consciência é quando conhece; mas ela conhece aquilo que não é ela; conhece aquilo que vem do ser, aquilo que ela não criou, não inventou; então, a consciência é quando conhece aquilo que vem de fora, que não é ela, que não foi criado por ela, que vem do ser, da realidade. É em razão disso que a consciência pode operar com a dialética, pois a própria estrutura dela é dialética, é tensional e dual. É em virtude disso que o ser humano pode lidar com contradições, pois a consciência humana mesma possui uma estrutura apoiada em contradições, em tensões dialéticas. O método dialético não é uma técnica apenas, mas um aprofundamento ou uma tomada de consciência do modo de ser da própria consciência. Daí o Olavo menciona a distinção entre contradições lógicas – que se dão no nível do pensamento (puro esquema de possibilidades) – contradições reais , estas aparecendo na própria realidade, como no caso da consciência. Retomada das considerações das trêsa Preview primeiras aulas: a consciência You're Reading – ou a “consciência da consciência” ou “autoconsciência” ou “eu” – é Unlock full access with a free trial. memória da memória, i.e. , a rememoração responsável dos conteúdos da consciência; é perceber que você é o indivíduo que sabe aquilo Download Withpelos Free Trial que sabe, que é o autor responsável teus pensamentos, idéias e atos; quando o indivíduo se dá conta de que sabe que sabe, assume a existência da consciência, intensificando-a. Esse “eu” que sabe que sabe, que assume responsavelmente – com responsabilidade – autoria de seus pensamentos e atos – este é o seu único e verdadeiro modo de ser. na Necessidade de aperfeiçoamentos das considerações colocadas Sign up to vote on this title apostila “Problemas de método nas ciências Useful humanas”. Not useful Sem o aprofundamento do “eu responsável”, do “eu” que se reconhece a si mesmo como autor e responsável pelos seus pensamentos e atos,
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qua non é a confissão: contar a realidade dos seus próprios atos e Sheet Music
pensamentos para você mesmo; assumir-se como autor do que fez e como não autor do que não fez. O Olavo menciona que sempre esbarra com essa questão da meditação, ou, mais precisamente, da confissão, quando pergunta: “como é que essa idéia entrou na sua cabeça? Donde ela veio?”. Regra geral, as pessoas argumentam em favor ou contra a idéia, não respondendo a pergunta. É o problema da origem – quem é o autor dessa idéia? Você? (confissão) – e não da validade. 3 – Os instrumentos do poder: influência, entimema e retórica. A tarefa fundamental da Ciência Política.
As idéias subjacentes a outras idéias. Técnica de influência sobre os seres humanos. Não se expressa a idéia claramente, de maneira objetiva; a idéia vai estar embutida, implicitamente, no jogo de combinações de outras idéias que serão apresentadas e acetais pelo auditório; admitidas estas, aquela, que era o objetivo central do orador/manipulador, também terá sido admitida, ainda que indiretamente. É a técnica retórica do entimema. Este é considerado como o equivalente do silogismo na retórica. É um silogismo abreviado, i.e. um argumento que, regra geral, contém explicitamente uma conclusão You're Reading a Preview e apenas uma das premissas, omitindo a outra que, então, fica implícita. Aristóteles: Unlock “chamo entimema ao silogismo retórico full access with a free trial. (Retórica, 1356b). Importante referir que outra diferença é que o entimema (silogismo retórico), diferentemente do silogismo, leva a Download With Free Trial conclusões tentativas a partir de premissas prováveis. Na técnica de influência utiliza-se, então, do entimema, deixando implícita uma premissa ou a conclusão. O Olavo dá alguns exemplos da utilização dessa técnica. Um exemplo é o casamento gay no Brasil. Ocorre aí que as pessoas, implicitamente, aceitam premissas e idéias com as quais, caso explicitadas, elas não Sign concordariam. up to vote on this As title pessoas se tornam responsáveis por essas idéias.A Useful partir do momento que o useful Not sujeito aceita a idéia embutida, implícita, torna-se responsável por ela e a defenderá, ainda que ela lhe pareça obscura. Técnicas de
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Outro mecanismo de transformação e poder: a lei não regula temas transformativos da agenda globalista (aborto, casamento gay, liberação das drogas, etc.) em virtude da impopularidade dos mesmos; isso não impede, no entanto, que a burocracia, os tecnocratas, por meio de atos administrativos – decretos, portarias, regulamentos, etc. –, que ficam quase sempre abaixo do radar da opinião pública, trate desses mesmos assuntos como se estivessem previstos em lei. Legalmente não existe casamento gay no Brasil; não há nenhuma lei tratando da matéria; não obstante, o INSS, recorrendo a um ato administrativo interno, reconheceu o direito à pensão de homossexuais. Ou seja, legalmente o casamento gay não existe, mas, mesmo assim, por meio dessa técnica, ele se torna fonte de direito – então, é como se existisse. Não há democracia representativa mais. O que existe hoje no Brasil, e na maioria das chamadas democracia ocidentais, é a ditadura tecnocrática da Administração Pública. Somadas as duas técnicas criam um aparato revolucionário acima do Estado – é o Estado do Estado.
burocrático
O problema da linguagem. A linguagem não mais como instrumento de apreensão e descrição da realidade, mas como técnica de camuflagem, manipulação e manutenção das boas aparências. Impossibilita o conhecimento da realidade. A instauração da 2ª realidade: a realidade do palavrório, dos chavões, slogans e gritos de You're Reading a Preview guerra. Unlock full access with a free trial.
O poder legislativo invisível. O poder tecnocrático e científico e a crescente sofisticação das técnicas de governo e administração. Download With Free Trial Distanciamento abissal entre governante e governados. Estes não têm o treinamento mínimo necessário para compreender essas sutilezas. As pessoas simplesmente não entendem, não compreendem, não têm a menor idéia do que está acontecendo. Falta de treinamento para perceber a premissa oculta. A candidatura Obama: obra de engenharia psicológica. Técnica do comprometimento da vítima. Instit uto Tavistock, de Londres. Sign up to vote on this title
useful estejam A existência de um País depende de Useful pessoas Not que compreendendo essas coisas, que sejam capazes de perceber a premissa oculta, arquitetura lógica por trás dos discursos dos
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dialética que podemos ter acesso à experiência – ou aos símbolos e imagens dela retidos na memória/imaginação –, mas sim pela meditação. As ciências da natureza buscam a objetividade, anulando qualquer traço de subjetividade – é o ideal desse tipo de conhecimento. Isso não é possível nas ciências humanas: aqui o estudioso, o pesquisador, é, ao mesmo tempo, objeto e sujeito – o sujeito que está realizando o estudo é também objeto do mesmo estudo. Nas ciências humanas, bem como na ciência política, o sujeito que está realizando o estudo encontra-se indissoluvelmente ligado ao objeto de estudo; o sujeito enquanto tal participa da sociedade humana, o que faz com seja ele também objeto do estudo. Desse modo, antes da dialética poder entrar em campo, confrontando e sistematizando os dados e as hipóteses, é preciso desenvolver uma antropologia filosófica que dê conta da estrutura básica da vida humana, visto que esta é a situação real do estudioso de ciências humanas – ele é um homem participando da comunidade humana. A ciência política tem por objeto o próprio sujeito investigador. Toda e qualquer possibilidade de conhecimento nas ciências humanas está apoiada nesse conhecimento prévio e indispensável do modo de You're Reading a Preview ser do homem . Unlock full access with a free trial. Essa concepção da existência humana não pode ser um conceito nominal, um mero jogo de palavras; tem de ser um conceito baseado Download With Free Trial na experiência da realidade; e também não pode ser um conceito que tome o ser humano como objeto qualquer do mundo – isso falseia por completo a situação. Todo conhecimento que se obtém da existência é necessariamente, em certo sentido, autoconhecimento; não é possível fugir do “conhece-te a ti mesmo”.
Há aí uma fronteira entre o autoconhecimento e o conhecimento de científico que não pode ser abolida: aqueleSigntem up tode votetransformar-se on this title algum modo neste último. A abolição dessa fronteira a origem da Useful Notéuseful paralaxe cognitiva . Ignora-se que o objeto do estudo é o próprio sujeito que estuda – esse esquecimento é a razão das aberrações
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consciência de si mesmo (autoconsciência) ao se enxergar como responsável por seus pensamentos e atos; é esse reconhecimento da autoria de seus atos e pensamentos ( princípio de autoria ) que constitui em última análise o ser humano. O homem tende à consciência plena do “eu”. Mas nem sempre a realiza ou a realiza em níveis diversos. O ser humano pode ficar muito abaixo das possibilidades da espécie ( falibilidade humana ). O homem nunca alcança a posse plena do “eu”. Ainda assim, a sociedade não abre mão do princípio de autoria. Independentemente do nível de consciência do sujeito, ele será tratado como plenamente responsável pelos seus atos e condutas. O homem não é o animal que fala ( zoon logistikon, animal racional mas o animal que fala de si mesmo. Outros animais falam (comunicam-se) e tem espantosas capacidades racionais (o exemplo do gato que, ao fazer um salto, faz um tipo de cálculo trigonométrico). O diferencial do homem é que ele fala de si mesmo – homem é o bicho que diz “eu”. É possível reconhecer no outro um “eu” autoconsciente, responsável pelos seus atos e pensamentos, porque é possível perceber no observador mesmo o “eu” autoconsciente. You're Reading a Preview
A presença do “eu” autoconsciente é a diferença específica entre as Unlock full access with a free trial. ciências humanas e as demais ciências. Mas ainda assim é possível fazer uma ciência humana omitindo o dado central do “eu” Download Trial autoconsciente. O problema é queWith issoFree é possível até certo ponto: não se pode explicar essa mesma ciência sem fazer-se referência a um cientista que seja capaz de dizer “eu”. A realidade é que nesse campo de estudos o estudioso é ao mesmo tempo sujeito e objeto. Trecho do Olavo. Todos os métodos (dialética), nas ciências humanas, somente funcionam se forem precedidos dessa tomada devoteconsciência muito Sign up to on this title seria da situação real do estudioso: um bicho que diz “eu” que estuda useful Useful Not outros bichos que também dizem “eu”. Uma consciência que estuda outras consciências. Lembrando que a natureza humana é
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