Universidade Estadual de Maringá Aluna: Thaíse Dareli Bezerra Disciplina: Urbanismo I RESUMO: Breve
RA:67209 Professores: Beatriz e Leonardo.
histórico do espaço urbano como campo disciplinar.
Maria Elaine Kohlsdorf
- Após a revolução industrial surge uma nova “demanda” em termos de cidade. O esvaziamento do campo, e um grande aumento da população nos centros urbanos, causou uma mudança no modo como as pessoas viviam, fazendo-se necessário um novo modelo de cidade de acompanhasse esse novo modo de vida. - A autora classifica as propostas pra esse novo tipo de cidade como progressistas e culturistas.
O progressismo está ligado a completa aceitação do mundo moderno, na busca de novos elementos e materiais, no uso de formas puras (se ( se opondo ao excesso de ornamentação muito difundido na época) reconhecendo que haviam passado por uma “ruptura radical na história”. Depois da segunda guerra mundial os adeptos a esse
grupo contam com novas tecnologias construtivas, que conseguiriam atender as propostas. Mas para atender essas propostas era necessário um i nvestimento muito grande, que tornava a grande maioria delas inviável. Maria Elaine Kohlsdorf diz ser equivocada a ideia dos progressistas quando eles fazem da cidade um “grande edifício”.
Já o culturalismo encara essa nova fase industrial como um tipo de regresso, pois a cidade como era conhecida até então estava perdendo suas “qualidades espaciais” acarretando na perda de valores e de relações sócio-culturais. Camillo Sitte, Ebenezer Howard e Raymond Unwin propõe um modelo de cidade pré-industrial, a qual eles julgavam ter as qualidades necessárias para a realização de uma cultura urbana, e por isso ficaram marcados pela “ênfase na abordagem histórica”. A autora diz que chega
até ser nostálgico. É uma proposta mais viável do que a anterior, pois as interferências eram feitas de maneiras indiretas e não careciam de grande investimento. - No século XIX surge a expressão planejamento urbano, que deriva do inglês planning. A autora define como “procedimentos racionais que têm como finalidade a preparação da
tomada de decisões, estas no sentido de conduzir os processos urbanos para metas e objetivos previamente estabelecidos”. A cidade passa a ser planejada a partir da observação dos problemas para que as soluções possam ser definidas. - O profissional que faz o planejamento urbano deixa de ser exclusivamente o arquiteto, pois se foi percebendo que uma multidisciplinariedade era necessária para o conhecimento total das cidades contemporâneas, derrubando assim o conceito do racionalismo (que usa-se apenas de princípios e técnicas, e não faz uso dos processos sociais envolvidos). envolvidos). Maria Elaine Kohlsdorf se aprofunda nas influências da sociologia, da economia e na geografia sobre os estudos urbanos, que ajudam a formar propostas formuladas a partir de planos socioeconômicos. - Na década de 50 o estudo da cidade se volta para a relação entre espaço e o individuo. Mas a autora diz que esse método gerou resultados insuficientes, derivados da relação com a
participação do usuário na analise urbana, e a falta de conhecimento dos mesmos do processo de produção social que originou a relação indivíduo X espaço. Dois tipos de pensamento se destacam nessa época: o comportamentalismo, que são estudos que buscam definir os efeitos causados pela cidade, quanto espaço, no comportamento das pessoas, usando procedimentos da psicologia experimental; e o psiquismo que estuda os efeitos psíquicos gerados nos indivíduos a partir de sua relação com o espaço urbano. Nessa vertente houveram aprofundamentos ligados a relação homem x meio ambiente, influencias do aspecto visual das cidades na psique dos indivíduos, ecologia, etc. - Atualmente o espaço urbano é definido por caracte rísticas essenciais do mesmo: “[...]sua natureza simultaneamente física e social, ou [...] sua historicidade responsável pela indissolubilidade da relação espaço tempo.”
Urbanismo no Brasil - A prática do urbanismo começou no Brasil depois de sofrer um processo de industrialização, mas não como na Europa, que sofreu um “boom” devido à revolução industrial. Não é tão multidisciplinar, como foi dito anteriormente. O projeto, geralmente, se limita a técnicas, e quase não dá espaço para uma analise social anterior. A autora usa como exemplos os planos de Belo Horizonte e Goiânia. - Quando foi proposta a mudança de capital (do Rio de Janeiro para Brasília), e o concurso foi aberto para que os arquitetos enviassem suas propostas de planos para a criação dessa nova capital, um certo avanço e amadurecimento em termos de urbanismo foi percebido entre os profissionais que concorreram. Entre eles estão Rino Levi, Vilanova Artigas, Milman e João Rocha, sendo o vencedor Lúcio Costa que atentou para a industrialização emergente, atentando-se as proposições da Carta de Atenas. - A acentuação da concentração demográfica no Brasil trouxe problemas ligados a: distribuição populacional e econômica desiquilibrada, degradação das estruturas internas municipais, infraestrutura urbana ineficiente, etc. Por causa disso, iniciativas acadêmicas e corporativas tentam minimizar essas consequências, culminando posteriormente no surgimento do CNDU (Conelho Nacional de Desenvolvimento Urbano). Eles fazem uso da ideologia do planning. - A autora conclui dizendo que por mais volumosa que seja a experiência brasileira de Planejamento Urbano, ainda é contraditória para alimentar discussões. Ela ainda frisa a falta de pesquisa sobre as cidades, e a necessidade de ampliar o campo disciplinar como coisas a serem melhoradas.