MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO TOCANTINS CAMPUS PALMAS RELATÓRIO FINAL DE AULA PRÁTICA E VISITA TÉCNICA 1. IDENTIFICAÇÃO Curso: Engenharia Civil Período: 5° Disciplina: Tecnologia do Concreto e Argamassa Professor: Moacyr Salles Neto Aluno(a): Luan Jácomo Oliveira de Sousa Data: 1704/2014 Local de realização: Filial da empresa Supermix, situada na Rua SR 15, Quadra 8, Lote 1. 2. ASSUNTOS ABORDADOS NA VISITA Tecnologia do concreto e sua produção. 3. IMPORTÂNCIA DA VISITA Associar conteúdo visto em sala de aula referente à tecnologia do concreto podendo visualizar e entender o processo de fabricação do concreto. 4. COMPETENCIAS ADQUIRIDAS Enriquecimento do conteúdo visto em sala além do esclarecimento de dúvidas referentes à tecnologia do concreto e seu processo de produção 5. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES Ao chegar ao local da visita, seguimos para as instalações administrativas da filial onde recebemos informações a respeito da empresa, sua atuação e atuação da filial de Palmas. Em seguida fomos para o ambiente no qual é moldado e armazenado os corpos de prova, onde também se realiza seu preparo para o ensaio de compressão e o ensaio de abatimento do tronco de cone. Continuamos o roteiro passando pelo laboratório de ensaios, balança, baias de agregados, silos de cimento e caminhão betoneira, finalizando no reservatório de decantação de água para reaproveitamento.
6. AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE CONDUZIDA Ao avaliarmos a atividade de visita técnica, consideramos de grande relevância é indispensável à nossa formação como engenheiros, já que o controle tecnológico do concreto fornece os parâmetros para a produção do concreto e essa produção tem implicações no produto obtido, tendo por finalidade garantir o que foi preestabelecido em projeto. Portanto, a atividade realizada e avaliada como positiva.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO TOCANTINS CAMPUS PALMAS 7. FOTOS Figura 1- Silos de armazenagem de cimento.
Fonte: Elaborada pelo autor.
Figura 3- Ponto de carga.
Fonte: Elaborada pelo autor.
Figura 2 - Baias.
Fonte: Elaborada pelo autor.
Figura 4 – Lagoa de decantação
Fonte:Elaborada pelo autor.
8. RELATÓRIO A turma de Engenharia Civil, do quinto período do IFTO, se reuniu às 8:00 horas na empresa Supermix, com a finalidade de conhecer o processo de produção do concreto e o controle de sua qualidade. Na visita realizada, fomos acompanhados pelo Prof. Moacyr Salles e recebidos pelo engenheiro civil responsável pela filial de Palmas, o Sr. Ricardo, que nos explicou como funciona a empresa e sua filial. Dentro desse contexto, explicou-nos que cabe a filial de Palmas, caracterizar os materiais que irão constituir o concreto, ficando a elaboração do
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO TOCANTINS CAMPUS PALMAS traço sob responsabilidade da empresa localizada em Brasília- DF, devendo a filial receber o traço e fazer correções que se faça necessária como a correção na quantidade de água (devido a umidade superficial da areia), e a produção do concreto. Falou-nos ainda, que ao encomendar um concreto, o cliente fornece, alicerçado no projeto estrutural, o slump, o diâmetro máximo do agregado, a resistência mínima a compressão e o volume, destacando que o controle do concreto produzido visa obedecer ao que foi determinado em projeto. No primeiro instante da visita ainda conhecemos a sala de controle da balança. Encerrado a visita ao escritório administrativo, seguimos para o ambiente no qual é moldado, armazenado e preparado para ensaio o corpo de prova. Nesse momento o engenheiro responsável explanou sobre o slump teste, que tem por finalidade verificar a propriedade de trabalhabilidade do concreto (conjunto de condições que permite a aplicação do concreto com facilidade sem perder sua homogeneidade), sendo que o resultado desse ensaio deve atender o que foi especificado em projeto, e se de acordo, conforme mencionado pelo Sr. Ricardo, o caminhão de concreto pode ser descarregado. Do concreto fresco ainda é retirada amostras para moldagem de corpo de prova a cada 20m³ de concreto fornecido, seguindo orientação de norma. Um corpo de prova tem por finalidade verificar a resistência à compressão do concreto a determinados dias de idade. No caso da empresa, é rompido um corpo de prova com 7 dias e dois com 28 dias. Após moldados em formas e identificados os corpos de prova são armazenados em um tanque para a cura úmida. No tanque ficam submersos em água e cobertos com uma manta térmica. Chegando ao tempo de ser rompido, é retirado do tanque de cura para secar, e posteriormente é realizado o capeamento, que possui a finalidade de preparar a superfície que ficará em contato com os pratos da prensa, para que fique uniforme e regularizada proporcionando uma distribuição “igualitária” de tensões. Na empresa o capeamento usual é com enxofre, que quando em ebulição fica em estado líquido, sendo então colocado no molde e o corpo de prova sobre ele. Foram citados ainda outros tipos de capeamento como a retifica. As dimensões do corpo de prova adotado na empresa são 10mm de diâmetro por 20mm de altura, ou seja a altura e duas vezes o diâmetro seguindo o que é determinado em norma. Esses corpos de provas são catalogados por meio de códigos de barras, dispensando o trabalho manual de leitura e possíveis erros. Por fim, outro procedimento realizado nesse ambiente, é a análise do cimento, para verificar se possui as qualidades desejadas. O terceiro ambiente a ser visitado foi o laboratório, no qual se realiza o ensaio de resistência a compressão, ensaio de caracterização granulométrica e teor de umidade da areia. O ensaio de resistência a compressão é realizado em um presa hidráulica com capacidade de até 80MPa, no qual é colocado o corpo de prova capeando e registrado, sendo a leitura da tensão aplicada e da deformação sofrida registrado no computador a ela conectada. Periodicamente são realizadas manutenções na prensa, a fim de manter condições adequadas de ensaio e para que se tenha confiabilidade nos dados. O ensaio de granulometria tem por finalidade controlar o material recebido do fornecedor, já que o traço é definido e variabilidade no material compromete as características do concreto. Esse ensaio é realizado com um conjunto de peneiras com malhas diferentes e dele se obtém o diâmetro máximo do agregado e módulo de finura (no caso da areia). Já o ensaio de teor de umidade da areia é verificado por meio do frasco de Chapman. Considerando o “fenômeno” do inchamento da areia quando em contato com água e sua consequente umidade superficial, há a necessidade de se realizar esse ensaio, para que se desconte do traço, especificamente, da água de amassamento o valor correspondente de água já presente no material, mantendo a relação água-cimento, que influi na resistência do concreto. Na
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO TOCANTINS CAMPUS PALMAS empresa é feita no mínimo quatro verificações ao dia, fora as verificações eventuais ocasionada por chuvas. Nas dependências externas, podemos observar o funcionamento da balança, esteira, conhecer estruturas de amarzenagem de cimento – silos (figura 1). A balança é abastecida de materiais por meio de pá carregadeira e é acumulativa, tendo tanto agregado miúdo quanto agregado graúdo que são encaminhados para o caminhão betoneira por meio de uma esteira e cimento por gravidade. A mistura dos componentes do concreto é realizada no caminhão betoneira, sendo colocado inicialmente 30% de água e depois, conforme o responsável é colocada proporcionalmente junto aos outros materiais. Ainda foram identificadas nas estruturas as balanças de aditivos, de água e de cimento. Quanto ao abastecimento dos silos, foi explicado que se dá por meio de compressores, possibilitado pela facilidade do cimento de ser transportado pelo ar. No ambiente externo da empresa, conhecemos ainda os locais de armazenagem dos insumos- as baias (figura 2), devidamente separados de acordo com o material, e sem contato com o solo, pois ao fundo da baia possui uma base inclinada de concreto impedindo que material indesejado seja levado para a balança e bem como o acúmulo de água junto ao material, já que a base é inclinada. Já os aditivos são armazenados em local coberto para que suas propriedades não sejam alteradas. Já se aproximando do término da visita, conhecemos o caminhão betoneira, no qual como mencionado, é realizado a mistura. O caminhão dispõe de um reservatório que onde é armazenada certa quantidade de água para ser adicionada a mistura (o ponto de carga do caminhão pode ser visualizado na imagem 3). Quando o caminhão retorna de uma entrega, e tendo certa quantidade de concreto, é lavado de maneira que o poder de endurecimento do cimento seja anulado. As sobras de concreto sem poder ativo são doadas para aterros. A água de lavagem, por sua vez, é direcionada a uma lagoa de decantação (imagem 4) sendo reaproveitada posteriormente. Dentro do contexto de descarte, foi destacado pelo Sr. Ricardo, que o depósito de concreto em terrenos particulares ou áreas públicas é crime ambiental. Para evitar a que o material se disperse no ar gere inconveniências, as estruturas dispõe de sistemas de aspersão de água e a balança possui vedação lateral e superior. Além das informações referentes à produção do concreto, informações adicionais foram feitas. A forma do grão do agregado graúdo foi uma delas. A aplicação de determinado forma de grão, seixo ou brita, dependerá de uma série de fatores, por exemplo, a forma arredondada do seixo proporciona uma mobilidade maior das partículas na mistura, consumindo uma quantidade menor de água que uma mistura com brita, isso para uma mesma trabalhabilidade. Ou ainda, se considerarmos o resistência a compressão por parte do agregado, o desempenho do seixo é menor e para a mistura alcançar a resistência, comparando com a mistura com brita, deverá utilizar mais material colante. Outra informação foi a respeito do uso de aditivo, sendo recomendado que se utilize para o mesmo concreto, aditivo de um mesmo fabricante, para que um mudança não influencie nas características do concreto. Foi mencionado ainda, que dependendo da demanda de concreto na obra, fica viável instalar uma central de concreto. Diante das informações descritas, conclui-se que a visita técnica possibilitou uma melhor compreensão de conceitos visto em sala, além do esclarecimento dúvidas que surgem a partir da visualização direta do processo de produção do concreto, contribuindo assim para o alargamento do conhecimento. Palmas, 29 de maio de 2014.