Para Tashiro e Murayama(2001), “ a vítima do trauma é considerada parcialmente grave, pois seu estado poderá se deteriorar rapidamente atingindo varias partes do organismo e colocando o individuo em risco de vida”.
Apesar dos esforços das equipes responsáveis pelo atendimento ao politraumatizado, as taxas de morbidade são assustadoras. Nos politraumatismos a mortalidade é classificada em três níveis subseqüentes: .
Imediata: As mortes são relativas às que acontecem logo após o acidente devido a lesões cerebrais graves, traumatismos cervicais e lesões em grandes vasos ou coração. Precoce: refere as mortes ocorridas dentro de duas horas após o trauma, causadas por traumatismos cranioencefálico, torácico, abdominal e hemorragia; Tardia: relacionam à ocorrência de septicemia e falência múltiplas dos órgãos, podendo também estar ligada ao traumatismo cranioenfálico.
O atendimento ao paciente de politraumas tem como principal objetivo a diminuição e, se possível, a abolição de sequelas do trauma evitando assim as complicações que levam ao óbito.
Obs: é característica do trauma ir além do contexto hospitalar, pois engloba a participação de equipes na cena do acidente, passando pela fase hospitalar, até a existência de programas de reabilitação paras vítimas.
ATENDIMENTO DA VÍTIMA Atendimento pré-hospitalar coleta de dados Chamada precisos Envio da equipe Ciência do cenário distribuição para a capacidade instalada
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Equipe observa: Segurança do local/equipe; Mecanismo de trauma/ gravidade; Número de vítimas.
Suspeitar de traumatismo grave em: Quedas > 6m Colisões a mais de 32 km/h Expulsão da vítima do veículo Morte de um ocupante do veículo Danos graves ao veículo
Exame primário pré-hospitalar Existe situação crítica? Procedimentos críticos Sim
Não
Transporte
Durante a avaliação inicial são identificadas e tratadas as condições que oferecem risco de vida ao paciente, obedecendo às seguintes prioridades: aérea - obstrução das vias aéreas e controle da coluna cervical boca-boca - respiração circulatório - alteração da circulação e controle da hemorragia déficit neurológico exposição completa do paciente
PROCEDIMENTOS CRÍTICOS: Desobstrução de vias aéreas; Contenção de grandes hemorragias; Oclusão de ferimentos aspirativos de tórax; Ventilação pulmonar; Descompressão de pneumotórax hipertensivo.
O politraumatizado pode ter suas vias aéreas obstruídas devido a queda da língua quando inconsciente, presença de corpos estranhos, restos alimentares, sangue ou hematomas e edema da laringe por traumatismo direto. Deve-se suspeitar de obstrução das vias aéreas principalmente naqueles pacientes com TCE, trauma bucomaxilofacial e na região cervical. O diagnóstico de obstrução das vias aéreas deve ser realizado de forma imediata. O primeiro contato deve ser através de uma pergunta ao paciente. A ausência de resposta implica à alteração do nível de consciência e uma resposta verbal apropriada indica que as vias aéreas estão permeáveis, a ventilação intacta e a perfusão cerebral adequada.
A permeabilidade da via aérea não assegura uma respiração adequada. As condições traumáticas que mais frequentemente comprometem a respiração são: Pneumotórax hipertensivo Pneumotórax aberto Hemotórax Afundamento torácico com contusão pulmonar Hérnia diafragmática traumática
Avalia-se o estado de perfusão tecidual através do pulso, da coloração da pele e do enchimento capilar. Geralmente, quando o pulso radial é palpável, a pressão sistólica está acima de 80 mmHg. A pressão arterial, a palidez cutânea e a sudorese são parâmetros que ajudam no diagnóstico. Quando o volume de sangue circulante se reduz pela metade ou mais, a perfusão cerebral torna-se comprometida, levando o paciente à perda da consciência. Ao contrário, se o paciente encontra-se orientado e consciente, podemos presumir que a volemia é suficiente para manter a perfusão cerebral. A causa principal de instabilidade hemodinâmica no politraumatizado é a perda sanguínea.
O estado neurológico é rapidamente avaliado verificando o nível de consciência e o estado das pupilas. A avaliação do nível de consciência é realizada pelo tipo de resposta ao estímulo verbal e ao doloroso. Deve-se observar se as pupilas estão isocóricas e fotorreagentes. A deterioração do estado neurológico pode indicar a presença de lesão intracraniana ou a diminuição da oxigenação do SNC.
Deve-se retirar todas as vestimentas do paciente, o que permitirá e facilitará a avaliaçao global do mesmo.
As fases de ressuscitação e avaliação inicial são realizadas simultâneamente. O objetivo desta etapa tem a finalidade de assegurar o metabolismo aeróbio das células , através da manutenção de uma perfusão adequada. A oxigenação e a reposição volêmica são os meios utilizados para atingir estas metas. Durante a ressuscitação, realizam-se reavaliações repetidas dos parâmetros vitais para averiguar a eficácia das medidas adotadas.
Cabeça-Couro cabeludo, ferimentos e deformidades. Olhos-Diâmetro das pupilas, reflexo fotomotor, hemorragias conjuntivais, ferimentos ou corpos estranhos e acuidade visual. Orelha-Presença de sangue ou líquor. Exame neurológico-Escala de Coma de Glasgow para detectar alterações de consciência e acompanhar sua evolução. Exame dos ossos da face e cavidade oral Região cervical-Face anterior e posterior, cartilagem tireóide, traquéia, apófises espinhosas da coluna cervical. Tórax- Região anterior e posterior, ferimentos , deformidades, respiração paradoxal, clavículas, arcos costais, enfisema subcutâneo. Auscutar as bulhas cardíacas e o MV. Abdome- Escoriações, hematomas , equimoses (lesão intra-abdominal) , dor à palpação e RHA. MMSS, MMII e ossos da bacia- Fraturas e lesão neuro-vascular. Na avaliação secundária devem ser realizados os exames ginecológico e o toque retal, à procura de sangramento, espículas ósseas, flutuação da próstata e ferimentos da vagina ou reto. Utilizam-se as sondas nasogástrica e vesical quando não contra-indicadas. A indicação de exames subsidiários, procedimentos diagnósticos e a necessidade da participação de especialistas são avaliadas nesta etapa.
1º O número de pacientes a capacidade dos cuidados disponíveis: 2º O número de pacientes de cuidados disponíveis:
a capacidade
DOENÇA COM DISTRIBUIÇÃO TRIMODAL : 1º pico = morte em segundos à minutos - poucos podem ser salvos – campanhas de prevenção. 2º pico = morte em minutos até várias horas. 3º pico = morte após vários dias ou semanas.
Todo politraumatismo apresenta lesão de coluna cervical até prova em contrário - Colar cervical + fixação lateral; Verificar permeabilidade das vias aéreas corpos estranhos, fraturas da face, mandíbula, traquéia e laringe.
Desenvolve-se quando o ar proveniente do(s) pulmão(ões) ou do meio ambiente (pneumotórax traumático) passa para a cavidade pleural, com a possibilidade de que este possa ser comprimido devido a um mecanismo valvular. Numa fase inicial, o colapso parcial do pulmão pode não ter sintomas.
Quando existir comunicação do espaço pleural com o ambiente.
é o derrame e presença de sangue na cavidade pleural. É comumente o resultado de feridas penetrantes. Também pode resultar de qualquer trauma brusco que rompa a vasculatura.
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