PLANTAS QUE CURAM Enciclopédia das Plantas Medicinais
AO LEITOR
I
gnoradas n u m a s épocas da história, e até desprezadas noutras, as plantas medicinais têm esperado vários milénios, calada e pacientemente, que nós, os seres humanos, dirijamos para elas a nossa atenção, a fim de conhecê-las, estudá-las, aplicálas —e porque não?—amá-las.
J Após uma época de bilhantes progressos científicos, em que a terapêutica —ciência da cura—, d e p o s i t o u t o d a s as suas esperanças exclusivamente em sofisticados laboratórios e em dispositivos de alta tecnologia, volta a r e s s u r g i r o interesse pelos remédios simples que a Natureza oferece: n ã o só as plantas, mas também a água (hidroterapia), o sol (helioterapia) ou as terras m e d i c i n a i s (geoterapia), entre outros.
A. ajuda de que o ser humano necessita para as suas muitas doenças c padecimentos, vem agora da terra, das simples ervas do c a m p o . Nesses humildes restolhos, nessa árvore bravia esquecida, nos "simples" —como antig a m e n t e se c h a m a v a m as plantas medicinais—, é aí que a Natureza esconde os seus melhores
remédios para a s a ú d e dos humanos.
Quando sair para o c a m p o , caro leitor, não m e n o s p r e z e aquilo que parece simples, essas humildes plantas. Antes observeas com consideração c respeito, pois é delas que procede a maior parte dos medicamentos. E se for crente e acreditar num Deus de amor que criou a vida, eleve o olhar para o céu em sinal de gratidão, por Ele nos ter provido de tantos vegetais benéficos, capazes de curar as doenças e de aliviar os nossos sofrimentos, tornando assim mais suportável a nossa passagem por esta vida.
É tão amplo e variado o mundo das plantas, há tanto descoberto e tanto mais ainda p o r descobrir nas cerca de 400.000
espécies de vegetais que povoam o planeta Terra q u e , com esta obra, não fazemos mais do q u e a s s o m a r t i m i d a m e n t e a o vasto oceano do conhecimento da botânica e da fitoterapia.
A Publicadora Atlântico facilita e n o r m e m e n t e esta tarefa do c o n h e c i m e n t o , a o utilizar n a presente obra, que faz parte da a m p l a E n c i c l o p é d i a de Educ a ç ã o e S a ú d e , a tecnologia mais a v a n ç a d a no c a m p o da edição, j u n t a m e n t e com u m a realização editorial de nível internacional.
Caro leitor, conheça as plantas, e amá-las-á. É este o sincero desejo do autor,
Dr. Jorge D. Pamplona Roger.
Plan geral Volume 1 Ao leitor Plano geral da obra índice de doenças índice de plantas Prólogo Apresentação Prefácio
5 6 8 12 16 17 18
Primeira parte: Generalidades 1. O m u n d o vegetal • Classificação dos vegetais • Tipos de folhas • Anatomia das folhas • Tipos de raízes • Tipos de caules • Tipos de inlloresccncias • Anatomia de uma flor
22
Colheitaeconservação, cap. 2
El mundo vegetal, cap
Formas de preparación y ernpleo, cap. 3
2. C o l h e i t a e c o n s e r v a ç ã o • Guardiães ou destruidores?
44
3. F o r m a s de p r e p a r a ç ã o e e m p r e g o • A ai te de prepai ar tisanas • Vantagens e inconvenientes dos extractos • Técnica de aplicação das lomenlações • O uso seguro das plantas medicinais
54
4. Princípios activos
76
.. * r •
Princípios activos, cap. 4
»
j**} ^* * « ^ ^ ^ ^ ^ '^^ ^ V\ &_/jj nl
• .
m
Precauções e toxicidade V
• A lotossintese • Procedimentos para a obtenção das essências • A aromaterapia
5
5. Precauções e toxicidade das plantas. . . . 98 6. Da planta ao m e d i c a m e n t o • Como obter os melhores resultados das plantas • Uma pioneira da moderna iitoterapia • As plantas medicinais na América • Como se descobriram as propriedades , i , das plantas
110
*
Da planta ao medicamento, ^
da obra Segunda parte: Descriç
Plantas para os olhos, cap. 7
Significado dos ícones 124 - 125 Explicação das páginas 126-127 7. Plantas para os olhos 8. Plantas para o sistema nervoso 9. Plantas excitantes 10. Plantas para a boca 11. Plantas para a garganta, nariz e ouvidos. . 12. Plantas para o coração 13. Plantas para as artérias 14. Plantas para as veias 15. Plantas para o sangue 16. Plantas para o aparelho respiratório 17. Plantas para o aparelho digestivo 18. Plantas para o fígado e a vesícula biliar ..
128 138 176 186 . 200 212 226 248 262 280 346 . 378
Plantas para a garganta, cap. 11
Volume 2 Plantas para as veias, cap. 14
l Plantas para o aparelho genital masculino, cap. 23
*
; Plantas para a pele, cap. 27
Testemunho Plano geral da obra índice de doenças índice de plantas
400 402 404 410
19. Plantas para o estômago 20. Plantas para o intestino 21. Plantas para o ânus e o recto 22. Plantas para o aparelho urinário 23. Plantas para o aparelho genital masculino. 24. Plantas para o aparelho genital feminino .. 25. Plantas para o metabolismo 26. Plantas para o aparelho locomotor 27. Plantas para a pele 28. Plantas para as infecções 29. Plantas para outras doenças Glossário Unidades de medida Procedência das ilustrações Bibliografia índices alfabéticos índice geral alfabético
416 476 538 548 602 614 644 654 680 736 774
Plantas para o aparelho respiratório, cap. 16
778 782 783 784 786 794
7
índice de doenças Abcesso dentário, ver Fleimão dentário Abcessos Acidez do estômago Ácido úrico, excesso de, ver Gota Acne Açúcar no sangue, excesso, ver Diabetes Afecções do coração Afonia Afrodisíacas, plantas Aftas Alcalinizantes, plantas Alcoolismo Alergias Alimentar, infecção tóxica, ver Salmonelose Alopecia, ver Cavície Alternativas ao café Alternativas ao chá Amcbíasc Amigdalite e faringite Analgésicas, plantas, ver Dor e nevralgia Anemia Angina de peito Anginas, ver Amigaclalite e faringite Angor pectoris, ver Angina de peito Anorexia, ver Apetite, falta de Ansiedade Ansiolíticas, plantas, ver Nervosismo e ansiedade . . . . Antidiarreicas, plantas Antiescorbúlicas, plantas Anliespasmódicas, plantas Anliespasmódicas uterinas, plantas Anti-inflamalórias urinárias, plantas Antilactagogas, plantas Anti-reumálicas, plantas Antitússicas, plantas
188 689 418 647 687 648 213 203 602 187 645 776 777 740 688 177 177 740 201 142 263 214 201 214 347 141 141 480 645 147 621 549 615 655 288
Antocianinas, plantas com Ânus, eczema Ânus. fissura Apetite, excesso de, ver Bulimia Apetite, falta de Ardor de garganta, ver Garganta, irritação Ardor dos olhos (legenda de foto) Areias na urina, ver Litíase urinária Arritmia Arrotos, ver Gases no estômago Arteriosclerose Articulação, entorce, ver Entorse Artrite úrica Artritismo, ver Atrite úrica Artrose Ascite, ver Barriga de Água Asma Astenia Atonia intestinal
128 539 539 648 347 201 130 550 214 421 228 657 659 659 659 380 283 140 485
Balsâmicas, plantas Barriga de água Beleza da pele Béquicas, plantas, ver Garganta, irritação Bexiga, infecção, ver Cistite Blefarite Boca, aftas, ver Aftas Boca, inflamação, ver Eslomatite, plantas Boca, mau hálito Boca, mau sabor Bolhas nos pés, ver Pés, transtornos Broncodilatadoras, plantas Bronquite Brucelose Bulimia
289 380 686 201 554 129 187 189 187 187 660 288 282 740 648
Cabeça, dor de Café, alternativas ao Cálculos biliares, ver Vesícula biliar, transtornos Cálculos urinários, ver Litíase urinária Calos, ver Calosidades Calosidades Calvície Cancro Cansaço ocular (legenda de foto) Cardiopatias, ver Afecções do coração Cardiotónieas, plantas Caspa Cefalcia. ver Dor de cabeça Celulite Cervicite
143 177 380 550 683 683 688 777 130 213 212 688 143 686 620
Em letra negrita figuram os nomes das doenças que aparecem como títulos nas tabelas de doenças.
Chá, alternativas ao 177 Ciática 658 Circulação sanguínea insuficiente, ver Falta de irrigação sanguínea 228 Cirrose, ver Hepatite 379 Cistite 554 Climaclério, ver Menopausa 619 Colelitíase, ver Vesícula biliar, transtornos 380 Cólera 740 Coleréticas e colagogas, plantas 382 Colesterol, plantas contra o 229 Cólica biliar 381 Cólica hepática, ver Cólica biliar 381 Cólica intestinal 483 Cólica renal 551 Colite 482 Colo do útero, infecção, ver Cervicite 620 Cólon irritável 483 Comichão, ver Prurido cutâneo 684 Condilomas e papilomas 683 Conjuntivite e blefarite 129 Contusão 656 Convalescença 739 Coração, alteração do ritmo, ver Arritmia 214 Coração, doenças, ver Afecções do coração 213 Coração, infarto 214 Coração, insuficiência, ver Cardiotónicas, plantas . . . . 212 Córnea, inflamação, ver Qucratite 130 Coronáiias, doenças arteriais, ver Angina de peito . . . . 214 Crianças, plantas sedativas 146 Cura depurativa 647
D efesas diminuídas 738 Dentes, dor 188 Dentes, erupção 187 Dentes, fleimão 188 Depressão imunitária, ver Diminuição das defesas .. . 738 Depressão nervosa 140 Depurativa, cura 647 Desmaio 228 Desnutrição 646 Desporto 660 Diabetes 648 Diarreia, ver Gastrenteritc 481 Difteria 740 Digestão, transtornos, ver Dispepsia 419 Digestivas, plantas 348 Diminuição das defesas 738 Disbacteriosc intestinal 479 Disenteria 482 Dismenorreia 617 Dispepsia 419 Diuréticas, plantas 556 Doença de Parkinson, ver Doenças orgânicas do sistema nervoso 144 Doenças do coração 213 Doenças febris 738 Doenças orgânicas do sistema nervoso . 144 Doenças psicossomáticas 142 Dor de cabeça 143 Dor de costas, ver Lumbago 658 Dor de dentes 188 Dor de estômago 420 Dor do ouvido (legenda de foto) 204 Dor dos rins, ver Lumbago 658 Dor e nevralgia 142 Dor reumática 657 Jb>czema Eczema anal Edemas Ejaculação precoce Emenagogas, plantas Eméticas, plantas Enfisema pulmonar Entorse Enurese Enxaqueca Epilepsia Epistaxe, ver Nariz, hemon-agia Equimose, ver Hematoma Eritema pernio, ver Frieiras Erupção dentária
685 539 552 604 621 417 284 657 555 143 144 203 263 229 187
Em letra negrita figuram os nomes das doenças que aparecem como títulos nas tabelas de doenças.
Hipertensão arterial Hipertensão portal, ver Barriga de água Hipcrtiroidismo Hipertrofia da próstata, ver Próstata, afecções Hipcmricemia, ver Gota Hipocloridria, ver Falta de sucos gástricos Hipolipemiantes, plantas, ver Colesterol, plantas contra o Hipotensão arterial Hipotiroidismo Hipotonia gástrica, ver Estômago descaído
227 380 648 603 647 418
Impotência sexual Imunitária, depressão, ver Diminuição das defesas .. . Inapetência, ver Apetite, falta de . . .: Inchaço antes das regras, ver Regras, retenção de líquidos Incontinência urinária Infarto do miocárdio Infecção da mama, ver Mastite Infecção tóxica alimentar, ver Salmonelose Infecção urinária Insecto, picada, ver Insónia Insuficiência cardíaca, ver Cardiotónicas, plantas . . . . Insuficiência circulatória cerebral, ver Falta de irrigação sanguínea Insuficiência hepática, ver Fígado, mau funcionamento Insuficiência pancreática, ver Pâncreas, insuficiência . Insuficiência renal, ver Nefrite e nefrose Intelectual, rendimento insuficiente Intestino, alterações cia Hora, ver Disbacteriose intestinal Intestino, atonia Intestino, cólica Intestino, espasmo, ver Cólica intestinal Intestino, fermentações Intestino, gases Intestino, lombrigas, ver Parasitas intestinais Intestino, parasitas Intestino, vermes, ver Parasitas intestinais Intoxicação Intoxicação alimentar, ver Salmonelose Irrigação sanguínea, falta de Irritação da garganta Irritação da pele
604 738 347
479 485 483 483 479 478 486 486 486 775 740 228 201 684
Lábios, gretas Lactação, infecção das mamas, ver Mastite Laringite
187 616 202
229 227 648 420
618 555 214 616 740 554 776 142 212
Laxantes, plantas Lcucorreia Lipotimia, ver Desmaio Líquidos, retenção, ver Edemas Litíase urinária Lombrigas, ver Parasitas intestinais Lumbago
484 620 228 552 550 486 658
Má digestão, ver Dispepsia Magreza , Malária, ver Paludismo Malta, febre de, ver Brucelose Mama, infecção, ver Mastite Mamilo, gretas Mastite Mau hálito Mau sabor de boca Memória, perda de Menopausa Menstruação, dor, ver Dismenorreia
419 646 743 740 616 616 616 347 187 144 619 617
Menstruação excessiva, ver Regras excessivas Menstruação irregular, ver Regras irregulares Micose da pele Mordedura de répteis Mucolílicas, plantas
618 618 689 776 289
Na rcóticas, plantas Nariz, hemorragia Nariz, inflamação, ver Rinite Nefrite e nefrose Nefrose Nervos no estômago Nervosismo e ansiedade Neurastenia, ver Nervosismo e ansiedade Nevralgia
146 203 203 553 55^ 421 141 141 142
228 379 381 553 143
índice de doenças (continuação)
Esclerose em placas, ver Doenças orgânicas do sistema nervoso Escorbuto, plantas contra o Esfbladelas dos pés, ver Pés, transtornos Esgotamento e astenia Espasmo intestinal, ver Cólica intestinal Esterilidade feminina Esterilidade masculina Estômago, acidez Estômago descaído
144 645 660 140 483 616 603 418 420
Estômago, dor
420
•
Estômago, falia de sucos 418 Estômago, gases 421 Estômago, hemorragia 421 Estômago, nei*vos 421 Estômago, úlcera 423 Estomatite, plantas 189 Estrias da pele 688 Estudantes, ver Rendimento intelectual insuficiente .. 143 Excesso de apetite, ver Bulimia 648 Excitação sexual excessiva 604 Expectoração, sangue na, ver Hemoptise 284 Expectorantes, plantas 286 F a l t a de apetite Falta de irrigação sanguínea Falta de sucos gástricos Faringite Febre, ver Doenças febiis Febre de Malta, ver Brucelose Febre tifóide Febris, doenças Feridas e úlceras Fermentações intestinais Fígado, intoxicação Fígado, mau funcionamento Fissura anal Flebite Fleimão dentário Flora intestinal, alterações. ver Disbactcriose intestinal Fluidificanles do sangue, plantas Fluxo vaginal, ver Leucorreia Frieiras Frio, frieiras Fungos da pele, ver Micose da pele Furúnculos e abcessos
347 228 418 201 738 740 741 738 682 479 380 379 539 249 188
Cjralactagogas, plantas Garganta, ardor, ver Garganta, irritação Garganta, infecção, ver Amigdalite e faringite
615 201 201
10
479 263 620 229 229 689 689
Garganta, irritação Gargarejos, plantas para Gases intestinais Gases no estômago Gastrentcrite Gastrite Gastrite crónica Gengivas, transtornos, ver Piorreia, gengivite e parodontose Gengivite Gesíação, ver Gravidez
201 204 478 421 481 422 423
Gota
647
Gravidez Gretas da pele Gretas do lábio Gretas do mamilo Gripe
616 683 187 616 742
188 188 616
Jtlálito fétido, ver Mau hálito 347 Halitose, ver Mau hálito 347 Hematoma 263 Hematúria 552 Hemicrania, ver Enxaqueca 143 Hemoptise 284 Hemorragia 264 Hemorragia gástrica 421 Hemorragia nasal, ver Nariz, hemorragia 203 Hemorróidas 540 Hemostáticas, plantas 262 Hepatite 379 Herpes 690 Hidropisia 552 Hiperexcitação sexual, ver Excitação sexual excessiva . 604 Hipermenorreia, ver Regras excessivas 618
índice de doenças (continuação)
Obesidade Ocitócicas, plantas Olhos, ardor (legenda de foto) Olhos, irritação (legenda de foto) Ossos, debilidade, ver Osteoporose Osteoporose Ouvido, dor (legenda de foto) Ovário, insuficiência
646 621 130 130 659 659 204 619
Pálpebras! inflamação, ver Conjuntivile e blefarite . . 130 Palpitações 213 Paludismo 743 Pancadas, ver Contusão 656 Pâncreas, insuficiência 381 Papilomas
683
Parasitas intestinais 486 Parkinson, ver Doenças orgânicas do sistema nervoso 144 Parodontose 188 Pediculose 777 Pedras na urina, ver Lilíase urinária 550 Pedras na vesícula, ver Vesícula biliar, transtornos . .. 380 Peito, infecção, ver Mastite 616 Peitorais, plantas 285 Pele, beleza 686 Pele, comichão, ver Prurido cutâneo 684 Pele, estrias 688 Pele, fungos, ver Micose da pele 689 Pele, gretas 683
Pele, irritação
684
Pele. micose Pele seca Perda de memória Perda de visão, ver Visão, diminuição Pés, transtornos Picada de insecto Pielonefrite Piolhos, picada, ver Pediculose Piorreia, gengivite e parodontose Pirose, ver Acidez d« estômago Plantas afrodisíacas Plantas alcalinizantes Plantas antidiarreicas Plantas antiespasmódicas Plantas antiespasniódicas uterinas Plantas anti-inflamatórias urinárias Plantas antilactagogas Plantas anti-reumáticas Plantas antitússicas Plantas balsâmicas Plantas broncodilatadoras Plantas cardiotónicas Plantas coleréticas e colagogas
689 687 144 130 660 776 553 777 188 418 602 645 480 147 621 549 615 655 288 289 288 212 382
Plantas com acção protectora capilar Plantas com antocianinas Plantas contra o colesterol Plantas contra o escorbuto Plantas digestivas Plantas diuréticas Plantas emenagogas Plantas eméticas Plantas expectorantes Plantas fluidificantes do sangue Plantas galactagogas Plantas hemostáticas Plantas laxantes Plantas mucolíticas Plantas narcóticas Plantas ocitócicas Plantas para a estomatite Plantas para gargarejos Plantas peitorais Plantas purgativas Plantas remineralizantes Plantas revulsivas Plantas sedativas Plantas sedativas para crianças Plantas sudoríficas Plantas vasoconstritoras Plantas vasodilatadoras Pneumonia Prisão de ventre Proctite Próstata, afecções Prostatite, ver Próstata, afecções Protectoras capilares, plantas Prurido cutâneo Psicossomáticas, doenças Psoríase Ptose gástrica, ver Estômago descaído Pulmonia, ver Pneumonia Purgativas, plantas
248 128 229 645 348 556 621 417 286 263 615 262 484 289 146 621 189 204 285 477 645 658 145 146 737 229 229 283 485 539 603 603 248 684 142 686 420 283 477
(Jueimaduras Queratite
775 130
IVaquitismo Recto, inflamação, ver Proctite Regras excessivas Regras irregulares Regras, dor, ver Dismcnorreia Regras, retenção de líquidos Remineralizantes, plantas Renal, litíase, ver Litíase urinária Rendimento intelectual insuficiente
660 539 618 618 617 618 645 550 143
Em letra negrita figuram os nomes das doenças que aparecem como títulos nas tabelas de doenças.
Répteis, mordedura, ver Mordedura de répteis Retenção de líquidos, ver Edemas Retenção de líquidos antes das regras, ver Regras, retenção de líquidos Reumática, dor Reumatismo, plantas contra o Revulsivas, plantas Rim, cólica, ver Cólica renal Rim, infecção, ver Pielonefritc Rim, Insuficiência, ver Nefrite e nefrose Rinite Rins. dor de. ver Lumbago Ritmo cardíaco, alteração, ver Arritmia Rouquidão, ver Afonia
oahnonelose Sangue na expectoração, ver Hemoptise Sangue na urina, ver Hematúria Sarna Secura da pele Sedativas, plantas Sedativas para as crianças, plantas Seio, infecção, ver Maslile Serpentes, mordedura, ver Mordedura de répteis Sexual, excitação excessiva, ver Excitação sexual excessiva Sida Sífiles Sinusite Sistema nervoso, doenças orgânicas Sono, falta de, ver Insónia Sopoiiferas, plantas, ver Insónia Stress Substitutos do café Substitutos do chá Sucos gástricos, falta de Sudação excessiva Sudação excessiva dos pés, ver Pés, transtornos Sudoríficas, plantas
1 abagismo Taquicardia Tensão alta, ver Hipertensão arterial Tensão baixa, ver Hipotensão arterial Tensão nervosa, ver Stress Terçol Tifóide, febre Tinha Tiróide, hiperfunção. ver Hipertiroidismo Tiróide, hipofunção, ver Hipotiroidismo
776 552 618 657 655 658 551 553 553 203 658 214 203
740 284 552 690 687 145 146 616 776 604 742 740 202 144 142 142 141 177 177 418 687 660 737
776 213 227 227 141 130 741 690 648 648
Tonificantes, plantas, ver Esgotamento e astenia Torcedura, ver Entorse Tosse Tosse convulsa Trombose Tuberculose
140 657 285 74\ 264 743
cera do estômago Úlcera varicosa Úlceras da pele Unhas frágeis Uretrite Úrica, artrite, ver Artrite úrica Úrico, ácido, excesso de, ver Gota Urina, cálculos, ver Litíase urinária Urina, infecção, ver infecção urinária Urina, sangue na, ver Hematúria Urinária, incontinência Urinária, infecção Urinária, litíase Urinários, cálculos, ver Litíase urinária
423 250 682 688 555 659 647 550 554 552 555 554 550 550
Vaginite, ver Leucorreia Varizes Vasoconstritoras, plantas Vasodilatadoras, plantas Veias, inflamação, ver Flebite Vermes intestinais, ver Parasitas intestinais Verrugas Vesícula biliar, transtornos Visão, diminuição Vitamina C, plantas contra a sua carência, ver Plantas contra o escorbuto Vómitos
620 249 229 229 249 486 683 380 130 645 420
índice de plantas Abacateiro (Persea americana), 719 Abelmosco (Hibiscus abelmoschus), 362 Abeto-branco (Abies alba), 290 Abeto-do-canadá, cm Abeto-branco, 291 Abóbora (Cucurbita pepo), 605 Abrótano, em Absinto, 429 Abrótano-fêmea (Santolina cha ma ecypa rissi is), 470 Abrunheiro-bravo (Prunus spinosa), 372 Absinto (Ariemisia absinthium), 428 Acácia-bastarda (Robitiia pseudoacacia), 469 Açafrão (Crocus sativus), 448 Açafrão-bastardo = Cólquico, 666 Açafrão-da-índia = Cúrcuma, 450 Açafroa (Carthamus tinctorins), 751
Acónito (Aconitum napeUus), 148 Acoro-cheiroso = Cálamo-aromático, 424 Açucena (Lilium candidum), 716 Adónis-da-itália (Adónis venudis), 215 Agave = Piteira, 558 Agrião (Nasturtium officinalis), 270 Agrimónia (Agiimonia eupatoria), 205 Agripalma (teouorus cardíaca), 224 Aipo (Apium graveolens), 562 Álamo-negro = Choupo-negro, 760 Alcachofra (Cynara scolymus), 387 Alcaçus (Glycyrrhiza glabra), 308 Alcaravia (Camm can>i), 355 Alecrim (Rosmarinns officinalis), 674 Aleluia, em Azedas, 275 Alface-brava-maior (Lactuca virosa), 160 Alfalfa = Luzerna, 269 Alfarrobeira (Ceratonia siliqua), 497 Alfarrobeira-das-antilhas, em Alfarrobeira, 497 Alfairobcira-negra, em Alfarrobeira, 497 Alfazema (Lavandula anguslifolia), 161 Alfazema-brava, em Alfazema, 162 Alforva (Trigonella foennm-graecitm), ATA Alga-perlada (Cliondrns crispus), 301 Alga-vcsiculosa = Bodelha, 650
Algodoeiro (Gossypium herbaceum), 710 Alho (Allium sativum), 230 Alho-de-urso, em Alho, 233 Aliaria (Alliaria officinalis), 560 Aljôfar (Lithospermum officbiale), 579 Almeirão = Chicória, 440 Aloés (Aloé vera), 694 Alquemila = Pé-de-leão, 622 Alquequenje (Physalis alkekengi), 585 Alteia (Althaea officinalis), 190 Amieiro (Alnus glutinosa), 487 Amieiro-negro (Rliamnus frangida), 526 Amieiro-rubro, em Amieiro, 488 Amor-de-hortelão, em Erva-coalheira, 361 Amor-perfeito-bravo (Viola tricolor), 735 Ananás (Ananás sativus), 425 Anémona-hepática (Anemone hepática), 383 Ancto = Endro, 349 Angélica (Angélica archangelica), 426 Anis-estrelado (Illicium verum), 455 Anis-verde (Pimpinela anisum), 465 Anona (Anno)ia mnricata), 489 Ansarinha - Argentina, 371 Antenária (Antennaria dioica), 297 Aquileia = Milefólio, 691 Arando (Vaccinium myrtillus), 260 Arando-vermelho, em Arando, 261 Arenária (Spergularia rubra), 596
Argentina (Potentilla anserina), 371 Aristolóquia (Aristolochia clematitis), 699 Arnica (Arnica montaria), 662 Arruda (Ruía graveolens), 637 Artemísia (Artemísia vulgaris), 624 Artemísia-mexicana, em Sanlónico, 431 Árvore-da-goma-arábica, em Acácia-bastarda, 469 Árvore-das-gotas-de-neve, em Freixo, 669 Asaro (Asarum europaeum), 432 Asclépia (Asclepias tuberosa), 298 Aspérula-odorífera (Aspenda odorata), 351 Assa-fétida (Ferida assafoetida), 359 Aveia (Avena saliva), 150 Aveleira (Coiylus avellana), 253 Avenca (Adiantum capillus-veneris), 292 Azedas (Rumex acetosa), 275 Azevinho (Ilex aquifolium), 672 Azinheira, em Carvalho, 210 B a d i a n a = Anis-estrelado, 455 Balsamita, em Tanaceto, 537 Bardana (Arctium lappa), 697 Barosma (Barosma betulina), 567 Barrele-de-padre = Evónimo, 707 Basílico = Manjericão-grande, 368 Baunilha (Vanilla planifolia), 376
Em letra negrita figuram os nomes das plantas principais, que servem de título nas páginas de descrição. Baunilha-dos-jardins, em Tomassol, 713 Bccabunga, em Verónica, 475 Bela-sombra, em Fitolaca, 722 Beladona (Atropa belladonna), 352 Beldroega (Portulaca oleracea), 518 Bérberis (Berberis vulgatis), 384 Betónica (Stachys officinalis), 730 Belónica-dos-pânlanos, em Estaque, 641 Bétula (Beiula alba), 568 Bico-de-cegonha (Erodium cicutariutn), 631 Bico-dc-ccgonha-moscada, em Bico-de-cegonha, 631 Bico-de-grou = Erva-de-são-roberto, 137 Bisnaga (Aimni visnaga), 561 Bistorta (Pofygonum bistortum), 198 Bodclha (Facas vesicalasas), 650 Bola-de-neve = Noveleiro, 642 Boldo (Peumus boklus). 390 Bolsa-de-pastor (Capsdla bursa-pastoris), 628 Bonina (Bellis perenais), 744 Bons-dias (Calysiegia sepium), 491 Borragem (Borago officinalis), 746 Bonagem-bastarda = Buglossa, 696 Borragem-brava, em Borragem, 747 Briónia (Bryonia àioica), 490 Briónia-branca, em Briónia, 490 Buglossa (Anchasa azurea), 696 Buglossa-oficinal, em Buglossa, 696 Buxo (Buxus sempervirens), 748 Cacaueiro (Theobroma cacao), 597 Cacto-grandifloro (Cerens grandi floras), 216 Cafeeiro (Cofjea arábica), 178 Cainito (Chrysophyllutn caimito), 302 Calaguala (Palypodiam calaguala), 724 Cálamo-aromático (Acorns calamus), 424 Calêndula • Maravilha, 626 Calumba (Cacadas pahnatus), 446 Camomila (Matricaría chamomitta), 364 Camomila-romana = Macela, 350 Cana (Arando dottax), 566 Cana-amarga, em Cana, 566 Cana-de-açúcar (Saccharun officinarum), 332 Canafístula (Cássia fistula), 494
Canela-da-china, em Caneleira, 443 Caneleira (Cinnamomum zeylanicum), 442 Canforeira (Cinnamomum camphora), 217 C â n h a m o (Camiabis saliva), 152 Capilária = Avenca, 292 Capsela = Bolsa-de-pastor, 628 Capucha, em Fisale, 721 Cardo-corredor (Eryngium campestre), 573 Cardo-de-santa-maria (Silybum marianum), 395 Cardo-leilciro = Cardo de-santa-maria, 395 Cardo-marítimo, em Cardo-corredor, 574 Cardo-morto = Tasneirinha, 640 Cardo-penteador (Dipsacus salivas), 572 Cardo-santo (Cnicas benedictas), 444 Cardo-santo-mexicano, em Cardo-santo, 445 Carlina (Cadina acatais), 749 Carlina-ornamental, em Carlina, 750 Carriço, em Grama-francesa, 559 Cártamo = Açafroa, 751 Carvalhinha (Teacriam chaniaediys), 473 Carvalho (Quercus robur), 208 Caivalho-branco, em Carvalho, 210 Cáscara-sagrada (Rhamnus purshiana), 528 Castanheiro (Castanea saúva), 495
Castanheiro-da-índia (Aescalas hippocastanum), 251 Cavalinha (Equisetum arvense), 704 Ceanoto = Chá-de-nova-jersey. 191 Cebola (Allium cepa), 294 Cebola-albairã, em Cebola, 296 Celidónia (Chelidoniion majas), 701 Cenoura (Daucus carola), 133 Centáurea-áspera, em Fel-da-terra, 437 Cerejeira (Prunus aviam), 586 Cerejeira-da-virgínia (Primas serotina), 330 Cersefi-bastardo (Tmgopogon pratensis), 243 Chá (Tliea sinensis), 185 Chá-apalache, em Azevinho, 673 Chá-de-java = Ortossifão, 653 Chá-de-nova-jersey (Ceanothus americanas), 191 Chagas (Tropaeolam majas), 772 Chicória (Cichorium iulybas), 440 Choupo-branco, em Choupo-negro, 761 C h o u p o - n e g r o (Papaias nigra), 760 Choupo-tremedor, ^ em Choupo-negro, 761 Cicuta (Conium muculalam), 155 Cicuta-menor, em Cicuta, 155 Cidra, em Limoeiro, 267 Cinco-em-rama (Potentilla reptans), 520 Cinco-em-rama americana, em Cinco-em-rama, 520
índice de plantas (continuação)
Cinoglossa (Cynoglossum officinale), 703 Cipreste (Cupressus sempeivirens), 255 Coca (Erytiiroxylon coca), 180 Cocleáría (Cochlearia officinalis), 356 Coentro (Coriandrum sativum), 447 Cólquico (Colchicum autumnale), 666 Colútea (Colulea arborescens), 498 Cominho (Cuminum cyminum), 449 Condurango (Gonolobus condurango), 454 Consolda-maior (Symphytum officinalis), 732
Consolda-menor, em Consolda-maior, 733 Convalária = Lírio-dos-vales, 218 Copaíba (Copaifera officinalis), 571 Coriandro = Coentro, 447 Coronilha-de-frade, em Globulária, 503 Corriola, em Bons-dias, 491 Couve (Brassica oleracea), 433 Cravinho (Eugenia catyophyllata), 192 Cúrcuma (Curcuma longa), 450 Cuscuta (Cuscuta epithymum), 386 D a m i a n a (Tunwra diffusa), 613 Dedaleira (Digitalis purpúrea), 221 Dedaleira-amarela, em Dedaleira, 222 Dedaleira-de-flores-grandes, em Dedaleira, 222 Dedaleira-lanosa, em Dedaleira, 222 Dente-de-leão (Taraxacum officinale), 397 Dictamno (Dictamnus albus), 358 Dictamno-real, em Dictamno, 358 Digilal = Dedaleira, 221 Doce-amarga (Solanum dulcamara), 728 Dormideira (Papaver somnijerum), 164 Dormideira-brava, em Dormideira, 166 Douradinha (Ceterach officinarum), 299 Drias (Dryas ociopetala), 451 E b u l o (Sambucus ebulus), 590 Éfedra (Ephedra distachya), 303
Eleuterococo, em Ginseng, 609 Endívia, em Chicória, 441 Endro (Aneíhum graveolens), 349 Engos = Ébulo, 590
Énula (Irada helenium), 313 Epilóbio (Epilobium angusiifolium), 501 Epilóbio-peludo, em Epilóbio, 501 Equinácea (Echinacea angustifolia), 755 Equiseto-dos-campos = Cavalinha, 704 Erigerão (Erigeron canadensis), 268 Erva-benta = Sanamunda, 194 Erva-cidreira (Melissa officinalis), 163 Erva-coalheira (Galium verum), 361 Erva-da-trindade = Amor-perfeito-bravo, 735 Erva-das-azeitonas, em Segurelha, 375 Erva-de -são-ro bert o (Ceranium robertianum), 137 Erva-doce = Anis-verde, 465 Erva-dos-burros = Onagra, 237 Erva-dos-cachos-da-índia = Fitolaca, 722 Erva-dos-calos = Favária, 726 Erva-dos-gatos = Valeriana, 172 Erva-dos-muros = Parietária. 582 Erva-dos-vasculhos = Gilbarbeira, 259 Erva-dos-vermes = Tanaceto, 537 Erva-formigueira (Chenopodium ambrosioides), 439 Erva-luísa = Lúcia-lima, 459 Erva-moura (Solanum nigrum), 729 Escabiosa-mordida (Succisa pratensis), 731 Escarola, em Chicória, 441
Escrofulária (Scroplutlaria nodosa), 543 Espargo (Asparagus officinalis), 649 Espinheiro-alvar = Pilrileiro, 219 Espinheiro-cerval (Rhamnus cathartica), 525 Espirulina (Spirulina máxima), 276 Estaque (Stacltys silvatica), 641 Estragão (Artemísia dracunculus), 430 Estramónio (Datura stramonium), 157 Eucalipto (Eucalyptus globulus), 304 Eufrásia (Euphrasia officinalis), 136 Eupatória = Agrimónia, 205 Evónimo (Evonymus europaeus), 707 r a i a (Fagus silvatica), 502 Favária (Sedum telephium), 726 Fedegoso (Cássia occidentalis), 630 Feijoeiro (Phaseolus vulgaris), 584 Fel-da-terra (Centaurium umbellatum), 436 Feno-grego = Alforva, 474 Feto-macho (Dryopleris filix-mas), 500 Fidalguinhos (Centáurea cyanus), 131 Figueira (Ficus carica), 708 Figueira-da-índia (Opunlia ficus-indica), 718 Fisale (Physalis viscosa), 721 Fitolaca (Phytolacca americana), 722 Flor-da-noite, em Cacto-grandifloro, 216 Flor-da-paixão = Passiflora, 167 Flor-do-paraíso = Chagas, 772
Ver mais sinónimos de nomes de plantas nos índices alfabéticos que figuram no fim do segundo volume.
Folhado, em Noveleiro, 643 Framboeseiro (Rubus idaeus), 765 Frângula = Amieiro-negro, 526 Freixo (Fraxinus exeelsior), 669 Fumaria (Fumaria officinalis), 389 Funcho (Foeniculutn vulgare), 360 Galega (Galega officinalis), 632 Galcopse (Galeopsis dúbia), 306 Gatunha (Ononis spinosa), 581 Genciana (Gentiana lutea), 452 Gengibre (Zingiber officinale), 377 Gengibre-silvcslrc, em Ásaro, 432 Gerbão = Verbena, 174 Gergelim (Sesamutn indicum), 611 Giesta (Sarothamnus scoparius), 225 Gilbarbeira (Ruscus aculeatus), 259 Ginjeira, em Cerejeira, 587 Ginkgo (Ginkgo biloba), 234 Ginseng (Panax ginseng), 608 Ginseng-americano, em Ginseng, 609 Ginscng-chinês, em Ginseng, 609 Girassol (Helianthus annutis), 236 Globulária (Globidaria vulgaris), 503 Goiabeira (Psidium guajaba), 522 Golfão (Nymphaea alba), 607 Gracíola (Graliola officinalis), 223 Grama, em Grama-francesa, 559 Grama-francesa (Agropyrum repetis), 559 Granza (Rubia tinctorum), 589 Grindélia (Grindelia robusta), 310 Grindélia-áspera, em Grindélia, 310 Groselheira (Ribes rubrion), 468
Groselheira-espim (Ribes uva-aispa), 588 Groselheira-negra, em Groselheira, 468 Guaiaco (Guaiacum officinale), 311 tiamamélia (Hamamelis virginiana), 257 Harpagófito (Harpagophytum procumbens), 670 Hera (Hedera helix), 712 Hera-terrestre (Glechoma hederacea), 307 Hibisco (Hibiscus sabdariffa), 363 Hidraste (Hydrastis canadensis), 207 Hipericão (Hypericwn peiforatum), 714 Hipericão-do-gerês, em Hipericão, 714 Hipofaé (Hippophae rhamnoides), 758 Hissopo (Hyssopus officinalis), 312 Hortelã-pimenta (Mentha piperita), 366 I n u l a - c a m p a n a = Énula, 313 Ipecacuanha (Cephaelis ipecacitana), 438 Jaborandi (Pilocarpus pennalifolius), 759 Jalapa (Convohndus jalapa), 499 Jalapa-falsa, em Jalapa, 499 Jasónia (Jasonia glutinosa), 456
.Labaça (Rumex patientia), 532 Laminaria (Laminaria saecharina), 652 Laranjeira (Citrus aurantium), 153 Lavanda = Alfazema, 161 Levístico (Levislicum officinale), 578 Lilás (Syringa vulgaris), 472 Lima, em Limoeiro, 267 Limoeiro (Citrus limon), 265 Língua-cervina (Phyllitis scolopendrium), 321 Língua-de-cão = Cinoglossa, 703 Língua-de-vaca = Buglossa, 696 Linho (Linum itsitatissimum), 508 Linho-bravo, em Linho, 509 Linho-das-pradarias, em Linho, 509 Linho-purgante, em Linho, 509 Líquen-da-islândia (Cetraria islandica), 300 Lírio (íris germânica), 315 Lírio-de-maio = Lírio-dos-vales, 218
Lírio-dos-vales (Convallaria majalis), 218 Lírio-florentino, em Lírio, 315 Lírio-pálido, em Lírio, 315 Litospermo-americano, em Aljôfar, 579 Lobélia, em Tabaco, 183 Loendro (Nerium oleander), 717 Lóios = Fidalguinhos, 131 Lombrigueira = Erva-formigueira, 439 Loureiro (Lanrus nobilis), 457 Louro-cerejo, em Loureiro, 458 Lúcia-lima (Lippia triphylla), 459 Lúpulo (Humulus lupulus), 158 Luzerna (Medicago sativa), 269 JVlacela (Anthemis nobilis), 350 Macieira (Pirus malus), 513 Malmequer-dos-brejos (Caltha palustris), 665 Malva (Malva silvestris), 511 Malvaísco = Alteia, 190 Mamoeiro = Papaieira, 435 Mandioca (Manhioí esculenía), 460 Manduba = Mandioca, 460 Manjericão-grande (Ocitnwn basilicum), 368 Manjerona (Origanum majoraria), 369 Maracujá = Passiflora, 167 Maracujá-roxo, em Passiflora, 168
índice de plantas (continuação) Pimpinela-menor (Sangnisorba nnnor), 533 Pimpinela-oficinal (Sangnisorba officinalis), 534 Pinheiro (Pinus pinasíer), 323 Pinheiro-alvar = Abeto-branco, 290 Piripiri = Pimentão, 354 Pistácia (Pistacia lenliscns), 197 Piteira (Agave americana), 558
Maravilha (Calendula officinalis), 626 Margaça-das-bolicas = Camomila, 364 Margarida = Bonina, 744 Maro, cm Carvalhinha, 473 Marroio (Mairubiitm vidgare), 316 Mate (Ilex paraguayensis), 182 Mático, em Pimenteira, 370 Medronheiro (Arbutus unedo), 563 Mcimendro-ncgro (llyoscyamus niger), 159 Meliloto (Melilottts officinalis), 258 Melissa = Erva-cidreira, 163 Melissa-bastarda (Melittis melissophyllum), 580 Menta-de-cavalo, em Monarda, 634 Milcfólio (AchiUea millefolium), 691 Millurada = Hipericão, 714
Podofilo (Podophyllum peltatum), 517 Poejo (Mentha pulegium), 461 Poejo-americano, em Poejo, 462 Polígala-da-virgínia (Polygala senega), 327 Poligonato-da-américa, em Selo-de-salomão, 723 Polipódio (Polypodium vidgare), 392 Primavera (Prinuda veris), 328 Prímula = Primavera. 328 Pulmonária
Milho (Zea mays), 599 Milola, em Hibisco, 363 Mirtilo = Arando, 260 Miito = Murta. 317 M o n a r d a (Moinada didyma), 634 Morangueiro (Tragaria vesca), 575 Morugem (Slellaria media), 334 Moslarcla-branca, em Moslarda-negra. 664 Mostarda-dos-campos, em Moslarda-negra, 664 Mostarda-negra (Brassica nigra), 663 Murta (Myrtus communis), 317 Murta-lolhuda, em Murta, 317 Musgo-amargo = Líqucn-da-islândia, 300 Musgo-da-irlanda = Alga-perlada, 301 Nêveda-dos-gatos (Nepeia calaria), 367 Nogueira (Jrtglans regia), 505 Nogueira-preta, em Nogueira, 506 Nopal = Figueira-da-índia, 718 Norça-branca = Briónia, 490 Norça-preta (Tatnus communis), 679 Noveleiro (Vibitnntni opidus), 642 Oliveira (Olea enropaea), 239 Onagra (Oenoiiíera biennis), 237 O r é g ã o (Origaiuini xndgare), 464 Oi elha-de-lebre = Pilosela, 504 Ortossifão (Ortosiphon stamineus), 653 Jr aciêneia-dos-jardins = Labaça, 532 Palheira = Bisnaga, 561
(Pulmonaria officinalis), 331 Pulsatila (Anemone pnlsaiilla), 623 (Quaresmas (Saxífraga granulara), 591 Quássia (Quássia amara), 467 Quássia-da-jamaica, em Quássia, 467 Quenopódio-bom-henrique (Chenopodium bonns-Henricns, 702 Quina (Cinchona officinalis), 752 Quina-amarela, em Quina, 753 Quina-vermelha, em Quina, 753 Papaieira (Carica papava), 435 Papoila (Papaver rhoeas), 318 Papoila-branca = Dormideira, 164 Parietária (Parietaria officinalis), 582 Passiflora (Passiflora incarnaia), 167 Pau-rosa-das-canárias, em Bons-dias, 491 Pé-de-gato = Antenária, 297 Pé-de-leão (Alchemilla vulgaris), 622 Pegamassa = Bardana, 697 Pereiro = Macieira, 513 Pervinca (Vinca minor), 244 Petasite (Peiasiies hybridus), 320 Pilosela (Hieracium pilosella), 504 Pilriteiro (Craiaegns monogyna), 219 Pimenta-d'água (Polygonttin bydropiper), 21A Pimenta-malagueta = Pimentão, 354 Pimentão (Capsicnm frmescens), 354 Pimenteira (Piper nigrum), 370 Pimpinela-magna, em Saxífraga, 322
Jvabanete e Rábano (Raplianus salivas), 393 Rábão-rústico, em Rabanete e Rábano, 394 Rabárbaro, em Ruibarbo. 530 Rainha-dos-prados = Ulmeira, 667 Ratânia (Krameria iriandra), 196 Rauvólíia (Rauwolfia serpentina), 242 Regaliz = Alcaçus, 308 Rícino (Ricinns communis), 531 Rinchão (Sisymbrium officinale), 211 Robínia = Acácia-bastarda, 469 Romãzeira (Púnica granaium), 523 Rorela (Drosera roltuidifolia), 754 Rosa-canina (Rosa canina), 762 Rosa-de-damasco, em Roseira, 635 Rosa-do-japão, em Abelmosco, 362 Rosa-pálida, em Roseira, 635 Roseira (Rosa gallica), 635 Rosmaninho, em Alfazema, 162 Ruibarbo (Rlieum officinale), 529
Ruibarbo-das-hortas, em Ruibarbo, 530 Ruibarbo-palmado, em Ruibarbo, 530 Sabal = Serenoa, 610 Saboeira • Saponária, 333 Sabugueiro (Sambucus nigra), 767 Saião-curto (Sentpeivivum tectorum), 727 Salepeira-maior = Satirião-maeho, 512 Salgueirinha (Lythrum saltearia), 510 Salgueiro-branco (Sãlix alba), 676 Salgueiro-da-babilónia, em Salgueiro-branco. 677 Salgueiro-de-casca-roxa, em Salgueiro-branco, 677 Salgueiro-frágil, em Salgueiro-branco, 677 Salicária = Salgueirinha, 510 Salsa (Petroselinum sativum), 583 Salsaparrilha-bastarda (Smila.x aspem), 592 Salsaparrilba-da-jamaica, em Salsaparrilha-bastarda, 593 Salsapanilha-das-honduras, em Salsaparrilha-bastarda, 593 Salsaparrilha-de-lisboa, em Salsaparrilha-bastarda, 593 Salsaparrilha-filipina, em Salsaparrilha-bastarda, 593 Salsaparrilha-mexicana, em Salsaparrilha-bastarda, 593 Salva (Solvia officinalis), 638 Salva-dos-prados, em Salva, 638 Salva-esclareia (Solvia sclarea), 766 Sanamunda (Geum urbanum), 194 Sanguissorba-oficinal = Pimpinela-oficinal, 534 Sanícula (Sanicula europaea), 725 Sanícula americana, em Sanícula, 725 Santánfco (Artemi&ia matitima), 431 Saponária (Saponária officinalis), 333 Saramago, em Rabanete e Rábano, 393 Sassafrás (Sassafrás officinalis), 678 Satirião-macho (Orchis máscula), 512 Saxífraga (Pimpinella saxifraga), 322 Segurelha (Satureja montana), 374
Segurelha-dos-jardins, em Segurelha, 375 Selenicéreo, em Cacto-grandifloro, 216 Selo-de-salomão (Pofygonaium odoratum), 723 Sempre-noiva (Polygotium aviculare), 272 Sene-americano, cm Scne-da-índia, 493 Sene-da-índia (Cássia angtislifolia), 492 Senc-dc-alexandria, em Sene-da-índia, 493 Sene-de-espanha, em Sene-da-índia, 493 Senécio-viscoso, em Tasneirinha, 640 Serenoa (Serenoa repens), 610 Serpão (Thyniits serpyllwn), 338 Sésamo = Gergelim, 611 Siderita (Siderilis angnstifolia), 471 Silva (Rubus fmtlcosus), 541 Sincciro = Salgueiro-branco, 676 Sobreiro, em Carvalho, 210 Sorveira, em Tramazeira, 535 T a b a c o (Nicotianu labacum), 183 Tamarindeiro (Tamarindus indica), 536 Tanaceto (Tanacetutn vulgare), 537 Tanchagem (Plantago major), 325 Taraxaco = Dcnte-de-leão, 397 Tasna, em Tasneirinha, 640 Tasneirinha (Senecio vulgaris), 640 Teixo (Taxus baccata), 336 Tepezcohuite, em Calaguala, 724 Tília (Tília europaea), 169 Tomilho (Tliynuis vulgaris), 769 Toranja, em Limoeiro, 267 Tormentila (Poientilla erecta), 519 Tornassol (Helioiropimn europaeuni), 713 Tramazeira (Sorbus aacuparia), 535
Trevo-branco, em Trevo-dos-prados, 340 Trevo-cervino (Eupaloriunt caimabinum), 388 Trevo-d'água (Menyanrhes irifotiata), 463 Trevo-dos-prados (Trifolittni praiense), 340 Tróculos-brancos = Verbasco, 343 Tussilagem (Tussilago farfara), 341 U l m e i r a (Filipendida ubnaria). 667 Ulmeiro (Ulmus campestris), 734 Ulmeiro-americano, em Ulmeiro, 734 Unho-de-cavalo = Tussilagem, 341 Urtiga-branca (Laniiitm álbum), 633 Urtiga-maior (ílrtica dioica), 278 Urucu (Bixa orellana), 700 Urze (Calluna vulgaris), 570 Uva-de-cão = Norça-preta, 679 Uva-ursina (Arctostaphylos uva-ursi), 564 Valeriana (Valeríana officinalis), 172 Vara-de-ouro (Solidago virga-aurea), 594 Verbasco (Verbascum tbapsus), 343 Verbena (Verbena officinalis), 174 Verbena-azul, em Verbena, 174 Vermiculária, em Favária, 726 Verónica (Verónica officinalis), 475 Verrucária = Tornassol, 713 Viburno (Viburnum lantana), 199 Viburno, em Noveleiro, 643 Viburno-americano, em Noveleiro, 643 Vicária, em Pervinca, 245 Videira (Vilis vinifera), 544 Vidoeiro = Bctula, 568 Vinagreira = Azedas, 275 Vinca a Pervinca, 244 Violeta (Viola odorara), 344 Visco-americano, em Visco-bvanco, 247 Visco-branco (Viscum álbum), 246 Vulnerária (Anihxllis vulneraria), 661 Zaragatoa (Plantago psylluim), 515 Zaragatoa-arenária, em Zaragatoa, 515 Zimbro (Juuiperus commuuis), 577
PRÓLOGO
A
obra que, em boa hora, a Publicadora Atlântico, em colaboração com a Editorial Safeliz, de Madrid, acaba de editar, marca uma viragem na forma como o público em geral e a comunidade médica em particular podem, de aqui em diante, encarar o
uso das plantas como importante agente curativo e preventivo. É sabido que muitos dos medicamentos usados pela Medicina oficial têm a sua origem nas plantas ou são inspirados nelas. No entanto a forma empírica, muitas vezes sem base científica e tocando mesmo as raias do charlatanismo, com que estas, muitas vezes, são usadas tem causado uma marcada oposição entre as tradicionais crenças populares e o rigor científico da Medicina. Por isso esta notável obra vem, oportunamente, reafirmai- o valor da cura pelas plantas, ancestralmente conhecido, mas agora assente em bases científicas e expurgado de toda a especulação e crendice popular. Quem a escreve tem autoridade para o fazer. 0 Dr. J. Pamplona Roger, eminente médico espanhol, especialista em ciiurgia geral e do aparelho digestivo, que exerceu durante
quinze anos, aprendeu na sua prática clínica, a nível particular e hospitalar, as propriedades cicatrizantes de certas plantas, quando aplicadas localmente nas feridas de difícil cicatrização. Animado com os bons resultados obtidos, continuou a investigar o valor curativo das plantas, tendo dividido o seu tempo, durante dez anos, entre o trabalho como cirurgião e a investigação fitoterápica. Durante esse período visitou os principais laboratórios científicos dedicados ao estudo medicinal das plantas na Espanha, Alemanha e Estados Unidos da América. Neste último país fez estudos na Secção de Produtos laboratoriais do Instituto Nacional do Cancro, em Washington D.C., onde se está desenvolvendo um vasto programa de investigação sobre as propriedades anticancerígenas de algumas plantas medicinais. Como resultado das suas investigações, o Dr. Pamplona
Rogci" tem utilizado, com êxito, as plantas medicinais não só no tratamento das feridas como também na cura de outras doenças de diversas áreas da patologia humana. É por isso que, com toda a convicção, vos recomendo esta indispensável obra de consulta para todos, em que o autor soube explanar, com seriedade e proficiência, os seus conhecimentos e a sua experiência clínica com as plantas medicinais. Ela será, de ora em diante, um elemento de referência para todos os profissionais de saúde e um apoio imprescindível para a saúde e bem-estar dos lares que a possuírem.
Dr. Samuel Ribeiro Médico pediatra Director da revista Saúde e Lar
A
s mentes mais abertas da medicina oficial interrogamse a respeito dos motivos por q u e os doentes recorrem, cada vez com maior frequência, aos profissionais que, mesmo não sendo médicos, praticam diferentes formas de medicina natural, como a fitoterapia; ou que, pelo menos, se servem de alguns do seus métodos. Assim, o professor Léon Schwartzenberg, distinto oncologista, que foi ministro da Saúde em França, assinalava recentemente: «Apesar de todos os progressos actuais, a nossa medicina tecnológica tem muito a aprender destas medicinas mais "tranquilizadoras". Isto não é forçosamente voltar para trás. O progresso nunca deve ser sectário.» Entre essas mentes abertas às novas tendências da terapêutica, ocupa lugar de destaque o doutor Jorge D. Pamplona Roger. Especialista em cirurgia geral e digestiva, tem vindo a interessar-se cada vez mais, no exercício da sua disciplina, pela medicina preventiva e pela educação para a saúde, após haver observado que boa parte das patologias que apareciam na sua consulta, ou no serviço de
urgências, tinham u m a relação directa com hábitos malsãos de vida. Segue pois o doutor Pampiona Roger u m a corrente iniciada fundam e n t a l m e n t e pela OMS (Organização Mundial de Saúde) nos últimos anos da década de 1970-80, ao promover uma maior atenção às formas terapêuticas da medicina tradicional, criando inclusivamente um serviço especializado na Secretaria da OMS, na sede de Genebra. Em 1991, a 44.;' Assembleia Mundial da Saúde adoptou a resolução 44.34, na qual insta com os estados membros da Organização para que promovam o emprego de «remédios tradicionais inócuos, eficazes e cientificamente válidos». O autor do presente livro dedicase em pleno, desde há alguns anos, a investigar e promover um modo de vida são, baseado no uso racional e científico dos remédios que a natureza oferece. Que um médico, com a bagagem científica do doutor Pamplona, tenha dado esta volta coperniciana à sua carreira, é um claro indício de que alguma coisa importante está a acontecer na ciência e arte de curar. Merece pois este livro a mais atenta consideração tanto dos doentes como dos sãos (situação transitória, como muito bem sabemos, já que um são é muitas vezes um doente que ignora sê-lo), pois para todos eles acabará por ser enormemente proveitoso.
Dr. José A. Valluena Presidente do Centro Internacional de Educação paia a Saúde (Genebra) Colaborador externo da OMS (Organização Mundial de Saúde).
\
T
em-se produzido nas últimas décadas um desenvolvimento tão espectacular da indústria farmacêutica, assim como da produção de medicamentos sintéticos, que se torna razoável perguntar se um livro sobre plantas medicinais pode ter ainda algum valor prático. Acaso não existem já medicamentos específicos para cada doença?
Os medicamentos de síntese química proporcionados pela moderna indústria farmacêutica têm provado a sua eficácia em caso de processos agudos e de afecções graves, devido em parte ao carácter imediato dos seus efeitos. Ora bem, nenhum produto químico é isento de efeitos secundários mais ou menos impre-
visíveis e importantes. Harold Burn, catedrático de farmacologia da Universidade de Oxford, afirma: «Toda a substância elaborada num laboratório, e portanto e s t r a n h a aos organismos vivos, tem de ser aceita com a máxima precaução por médicos e doentes, e não deve considerar-se inofensiva sem provas válidas.»
E m b o r a seja certo que os controlos a que tem de ser submetid o q u a l q u e r m e d i c a m e n t o são agora m a i s rigorosos do q u e nunca antes foram, e que os fárm a c o s a c t u a i s são, em geral, b a s t a n t e seguros, os efeitos secundários continuam a aparecer. O n ú m e r o de doentes alérgicos aos antibióticos e a outros medicamentos aumenta continuam e n t e ; os f e n ó m e n o s de intolerância digestiva aos medicamentos, especialmente aos antiinflamatórios, são motivo de num e r o s a s c o n s u l t a s médicas; cada vez há mais pessoas "presas" a d e t e r m i n a d o s sedativos, t r a n q u i l i z a n t e s e o u t r o s psicofármacos. Calcula-se q u e u m a em cada dez consultas médicas tem a ver com efeitos indesejáveis de algum medicamento.
Estes fenómenos, cada vez mais frequentes, têm s u s c i t a d o -
um renovado interesse pelos med i c a m e n t o s n a t u r a i s de origem vegetal, tanto por parte dos médicos como dos doentes. A antiga fitoterapia, renovada pela ciência moderna, conserva, hoje como ontem, o seu poder curativo, sobretudo nas afecções crónicas, n a s d o e n ç a s degenerativas, nos estados de c a n s a ç o injustificados, assim como nas numerosas doenças metabólicas de que sofremos como consequência do inadequado estilo de vida predominante na actualidade.
As plantas têm sido utilizadas como r e m é d i o p a r a as doenças dos seres h u m a n o s —e também dos a n i m a i s — desde t e m p o s m u i t o antigos. Todas as civilizações se têm valido delas para aliviar o sofrimento e, em muitos casos, até p a r a c u r a r a doe n ç a . O Criador terá possivelmente dado aos seres h u m a n o s os vegetais, com todo o seu poder curativo, p a r a lhes t o r n a r mais suportável o fardo da vida.
Conhecemos hoje qual é exact a m e n t e a c o m p o s i ç ã o de muitíssimas plantas medicinais, de modo a podê-las aplicar de forma racional quando melhor convenha. Isto é precisamente o que o autor procura fazer neste livro:
A partir das substâncias activas de uma planta, e dos resultados p r o p o r c i o n a d o s pela investigação Farmacêutica e clínica, deduzem-se as suas propriedades e aplicações medicinais.
Na primeira parte desta obra apresentam-se todos os aspectos técnicos e práticos da fitoterapia: fundamentos de botânica, colheita, formas de emprego das plantas, princípios activos e propriedades, sem esquecer as possíveis contra-indicações e efeitos tóxicos de algumas plantas medicinais.
Na segunda parte enumeramse as plantas medicinais mais úteis para cada uma das doenças e p a d e c i m e n t o s mais c o m u n s . Descrevem-se mais de 500 plantas, o r d e n a d a s segundo as suas aplicações medicinais. Ao analisar as substâncias activas vegetais e o m o d o c o m o a c t u a m , o autor não se limita a reproduzir os c o n h e c i m e n t o s tradicionais de tipo empírico, mas esforça-se p o r oferecer, n u m a linguagem acessível a todos, os últimos res u l t a d o s da m o d e r n a investigação fitoterápica.
O leitor tem, pois, nas suas m ã o s , mais do que um simples
guia de plantas medicinais. A peculiaridade e o valor deste livro residem, precisamente, no modo racional, e ao mesmo tempo sumamente prático para o grande público, como o autor apresenta os tratamentos à base de plantas medicinais. Obras c o m o esta contribuem para superar a falta de credibilidade que o uso d a s plantas havia suscitado em certos meios científicos e t a m b é m entre os médicos. À medida que as plantas medicinais se forem conhecendo melhor, serão cada vez mais utilizadas e apreciadas por médicos e doentes. Os laboratórios farmacêuticos estão a dirigir os seus esforços de investigação para o m u n d o vegetal, que ainda conserva grandes segredos por revelar, de tal forma que cada vez há mais medicamentos à base de plantas medicinais.
Como produto que são da natureza, as plantas medicinais exercem o seu poder curativo e também preventivo q u a n d o se usam em c o m b i n a ç ã o com outros elementos naturais que favorecem a saúde, como o sol, a água, o ar puro, uma alimentação sã, e o equilíbrio mental. Esta tem sido a minha p r ó p r i a experiência d u r a n t e os longos anos de exercício profissional como médico.
As plantas medicinais n ã o se deveriam usar unicamente para p r o c u r a r nelas u m a acção curativa —como se faz com um fármaco— depois de já se ter manifestado a doença. Precisamente, uma das suas grandes virtudes é a capacidade que têm de regular os processos vitais e de prevenir a d o e n ç a . O uso a d e q u a d o das p l a n t a s medicinais, d e n t r o d e um conjunto de hábitos de vida sã, pode evitar que as debilidades do nosso organismo, e a sua predisposição para sofrer de certas e n f e r m i d a d e s , evoluam até se converter em doenças declaradas.
O m u n d o das plantas medicinais tem m u i t a s coisas a oferecer para o nosso próprio bem-estar. Este livro ajudá-lo-á a conhecer melhor as plantas e a usálas a d e q u a d a m e n t e p a r a o cuidado da sua saúde.
E n t r á m o s já na era da "medicina verde".
Dr. Ernst Schneider Doutor em Medicina pela Universidade de Diisseldorf (Alemanha). Autor da Enciclopédia Científica de Medicina Natural "Naturama".
:
M
• J -Vir*
^W^VJ
l
I,
índice dos capítulos 1. 0 mundo vegetal 2. Colheita e conservação
22 44
3. Formas de preparação e emprego
54
4. Princípios activos 5. Precauções e toxicidade das plantas
76 98
6. Da planta ao medicamento .
110
PLANTAS QUE CURAM Enciclopédia das P l a n t a s Medicinais * PRIMEIRA PARTE
O
rENERALIDADEO
4>v * -
«Os prados e as colinas são as melhores farmácias.» PARACELSO Médico e naturalista do século XVI
í.
'•::''
te
i\
V
mm
i
O MUNDO VEGETAL
S
UE SURPRESA! Este pedacinho de cortiça é formado por milhares de minúsculos alvéolos, unidos uns aos outros. Parece um favo fabricado pelas abelhas...!-, exclama Robert Hooke, célebre físico inglês do século XVII, surpreendido por aquilo que contempla através do microscópio.
sa uniforme e contínua, como acontece com uma pedra ou um mineral, mas pela união de muitas pequenas unidades independentes. -Vou chamar células -disse Hooke- a estes pequenos alvéolos que formam a cortiça. Porque, em latim, cellula significa pequena cavidade.
O seu espírito científico fá-lo assombrar-se diante do que a outros passaria despercebido. Hooke acaba de descobrir que a matéria viva não é formada por uma mas-
A célula: unidade de vida
A célula vegetal
Núcleo
Estudando os vegetais com o microscópio, os cientistas notaram que não era só a casca do sobreiro que era constituída por células. Todos os seres vivos, quer sejam vegetais quer animais, são formados por uma ou por muitas células agrupadas. Cada célula é uma unidade de vida. É a porção mais pequena de um ser vivo que tem vida própria; ou seja, que nasce, se alimenta, cresce, se reproduz e morre. O tamanho das células oscila geralmente entre 5 e 50 míerones (milésimas de milímetro). Isto quer dizer que, num milímetro, caberiam de 20 a 200 células, segundo o seu tamanho. Algumas células são predestinadas a viver apenas durante alguns minutos, renovando-se continuamente, enquanto outras vivem tanto tempo como o ser vivo de que fazem parte. Constituição celular
Vacúolo
Membrana de celulose
z>
Cloroplastos
Cada célula é formada por: • O núcleo, que contém a informação genética que recebeu da sua antecessora, em que se encontram impressas todas as suas características sob a forma de cromossomas e genes, as quais, por sua vez, transmitirá às suas descendentes.
I
A SAÚDE P E L A S P L A N T A S M E D l C l N A i S 1 * Parte:
• O citoplasma, de consistência viscosa semelhante à clara de ovo, o n d e se produzem todos os processos bioquímicos.
G e n e r a l i d a d e s
Observando ao microscópio a cortiça, proveniente da casca do sobreiro, Robert Hooke descobriu, no século XVII, que a matéria viva é formada por pequenas unidades chamadas células.
• A membrana riloplásmica, q u e r o d e i a completamente a célula e filtra selectivamente as substâncias q u e elevem p e n e trar no seu interior. Características d a c é l u l a v e g e t a l As células q u e c o n s t i t u e m os vegetais apresentam duas características fundamentais, que as células animais n ã o possuem: /. A membrana de celulose Trata-se de uma espessa m e m b r a n a celular, situada por fora da m e m b r a n a citoplásmica e formada por celulose. É c o m o um estojo poroso (pie a isola e protege, e que persiste quando a célula m o r r e , lianslormando-se no seu sarcófago. As células animais não têm esta espessa m e m b r a n a celulósica, pelo que, q u a n d o m o r r e m , se decompõem completamente, não deixando rasto.
As células vegetais diferenciam-se das animais por se encontrarem rodeadas de uma espessa membrana de celulose que as envolve, e por conterem cloroplastos cheios de clorofila. Assim, a celulose (também chamada fibra vegetal) e a clorofila são as substâncias mais representativas do reino vegetal.
A membrana das células adultas p o d e conter outras substâncias além da celulose: • a lenhina, nas células da madeira: • a suberina, nas da casca do sobreiro ou cortiça; • a pectina ou a cutina, na cutícula q u e cobre os ramos jovens e as folhas. Portanto, o que Hooke viu realmente ao microscópio-a cortiça- não (oram as células da casca do sobreiro, mas os seus estojos ou membranas celulares, q u e persistem depois da morte das células. Igualmente, a madeira é constituída pelas espessas membranas de celulose e lenhiua (pie cobriam as células do tronco da árvore, q u e já morreram. 2.
Osplastas
Esta é outra peculiaridade das células vegetais. Os plastas são uns c o r p ú s c u l o s si-
23
Cap. 1: O MUNDO VEGETAL
Á esquerda: As colossais sequóias dos bosques da Califórnia contam-se entre as árvores mais aftas do planeta.
À direita: A ilha de Tenerife, nas Canárias, alberga vários exemplares de dragoeiros como este, árvores rnilenárias que chegam a ter 5000 anos de idade.
tuados no citoplasma, que contêm diversas substâncias corantes. Os mais comuns são os cloroplastas, de cor verde devida ao seu conteúdo em clorofila. K nos cloroplastas que tem lugar a fotossíntese, extraordinária reacção química pela qual as substâncias minerais inorgânicas do solo e do ar se transformam em amido e em outras substâncias orgânicas, graças à energia da luz solar. As células são uns prodigiosos laboratórios químicos. Em cada uma delas, apesar do seu diminuto tamanho, se produzem milhares de reacções químicas que diio como resultado a síntese de glícidos (hidratos de carbono), lípidos (gorduras) e prótidos (proteínas), que, ou se vão acumulando no seu interior, ou passam para o exterior. Os alcalóides, essências e outros princípios activos, também produzidos nas células vegetais, são armazenados numas cavidades situadas no citoplasma, chamadas vacúolos. Quando estes vacúolos se rompem pela pressão exercida sobre alguma das partes da planta, libertam-sc os princípios activos contidos no seu interior.
Diversidade do reino vegetal —Estes tijolos são para cobrir a parede exterior, aqueles paia as divisões interiores, e
os outros para o pavimento da cozinha... O arquitecto dá as ordens necessárias para que cada um, das centenas, ou talvez milhares de diferentes elementos que constituem a casa, seja colocado no seu devido lugar. Quando o edifício estiver terminado, todos reconhecerão o trabalho de quem projectou a obra e dirigiu a sua execução. No entanto, poucos têm consciência da maravilha que é o (acto de os milhares de milhões de "tijolos", isto é, de células que Formam uma planta ou outro ser vivo, se acharem tão bem colocados no seu lugar, e
funcionando adequadamente. Que arquitecto ou engenheiro fez. o desenho? Quem o realizou? Porque se agrupam sempre as células epidérmicas para cobrir as folhas e os caules? Porque se unem entre si as células alongadas e ocas para formar os vasos pelos quais corre a seiva?
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 1 " Parte:
G e n e r a l i d a d e s
Os vegetais são os seres vivos f o r m a d o s por células vegetais. Alguns consistem numa única célula (unicelulares), c o m o as bactérias e certos tipos cie algas ou cie fungos. Outros são formados por n u m e r o s a s células (pluricelulares), c o m o as algas e fungos comuns, e todos os vegetais superiores ou plantas. O mundo vegetal oferece u m a surpreendente diversidade de "construções," pois são praticamente infinitas as possibilidades de combinar os diferentes tipos e o n ú m e ro cie elementos ou células. Variedade d e t a m a n h o O tamanho dos vegetais p o d e oscilar desde algumas milésimas de milímetro, c o m o os micróbios, até mais de 80 melros, c o m o as colossais sequóias da Califórnia, ou mesmo lf)0 melros, c o m o os eucaliptos gigantes da Austrália, c o n s i d e r a d o s as árvores mais altas do m u n d o . Mas liá a i n d a um vegetal que os ultrapassa em t a m a n h o : o sargaço gigante, uma alga marinha q u e p o d e atingir 300 metros de c o m p r i m e n t o . Variedade d e v o l u m e Quanto ao volume, a m a i o r árvore do mundo, e também uma das mais longevas (calcula-se q u e l e n h a e n t r e -1000 a 5000 anos), é possivelmente o cipreste de Moctezuma, que existe no cemitério de Santa Maria de Tule, no estado mexicano de Oaxaca. Debaixo da sua imensa copa de 132 metros d e d i â m e t r o , única n o m u n d o , acampou o conquistador espanhol 1 lernán Cortês com todas as suas tropas, no a n o de 1519.
O famoso cipreste de Moctezuma". t a m b é m conhecido como "árvore de Tule", encontra-se no belo estado mexicano de Oaxaca. Segundo a informação que é dada ao visitante, mede 41,8 metros de altura e o seu gigantesco tronco atinge 14 metros de diâmetro. Calcula-se que tenha um volume de 816,8 metros cúbicos, e um peso de 636,1 toneladas, o que o torna a árvore mais volumosa do m u n d o (embora não seja a mais alta) e, possivelmente, a criatura viva de maior peso e volume que existe sobre o planeta Terra |as baleias maiores não ultrapassam as 150 toneladas de peso}.
Variedade de habitat
Botanicamente, trata-se de um ahuehuete ou sabino (Taxodium m u c r o n a t u m ) , da família das Taxodiáceas.
Umas plantas vivem na á g u a , c o m o os agriões ou os nenúfares, outras em regiões secas ou desérticas, c o m o a piteira ou o aloés; umas em terrenos Frios, c o m o a framboesa ou o a r a n d o , o u t r a s em lugares quentes, c o m o a figueira ou a alfazema;
2b
c o n h e c e n e n h u m a o u t r a árvore q u e tenha ultrapassado esta idade.
Variedade de estrutura: de uma a milhões de células • Os vegetais mais simples, ou protófitos, são formados por uma única célula de dim e n s ã o microscópica. È por e x e m p l o o caso da alga espirulina, q u e se evidencia pelas suas extraordinárias propriedades medicinais. Q u a n d o a ingerimos, engolimos milhões de indivíduos, todos eles
formados por células idênticas. Como é lógico, nestes seres vivos não faz sentido identificar q u a l q u e r parte diferenciada.
Toda a terra é um imenso jardim ou, peio menos, esse foi o desejo do Criador. Mas além de servirem de adorno, as flores e as plantas, muitas das quais possuem propriedades medicinais, contribuem grandemente para o bem-estar e para a saúde.
umas em regiões polares como os musgos ou líquenes, outras em regiões tropicais. c o m o o guaiaco ou o abacateiro.
Variedade de duração A vida dos vegetais tem uma duração m u i t o variável: a l g u m a s bactérias vivem apenas d u r a n t e uns minutos; a grama e outras ervas p o d e m ler u m a existência limitada a alguns dias. em caso de seca. Todavia o abeto chega até aos (SOO anos, e o castanheiro e a oliveira p o d e m passar do milénio.
No cemitério de Yorkshire, na Inglaterra, existe um teixo que se calcula ter cerca de 3000 anos. I lá sequóias na Califórnia, e baobás em Africa, que têm mais de 1000 anos de existência. Estas veneráveis árvores continuam vivas, impassíveis, depois de terem visto surgir e desaparecer grandes impérios, civilizações e outras criações humanas. Porém o recorde da longevidade é ostentado por um dragoeiro do vale da Orotava, na ilha e s p a n h o l a de Tenerife, q u e em l«S(')H loi a r r a n c a d o por um furacão. No seu tronco foi possível contar mais de 5000 anéis (que equivalem a 5000 anos)! Não se
2b
• Os talófitos são vegetais cujo c o r p o ou lalo é formado geralmente por uma massa de múltiplas células p o u c o diferenciadas, ou seja, m u i t o semelhantes e n t r e si.
Não possuem verdadeiros tecidos e órgãos; n ã o têm raízes n e m caules, nem folhas nem ílores. K o t aso das algas, dos fungos e dos líquenes. Usam-se os talos da alga-perlada. da laminaria, do líquen-da-islándia. do sargac<»-\ esiculoso ou bo-
delha, também chamado fuco. • As corinófítas são os vegetais superiores, vulgarmente c h a m a d o s plantas. São form a d a s por m i l h õ e s de células, e n t r e as quais há s e t e n t a ou o i t e n t a tipos diferentes. Cada um destes tipos de células é especializado em realizar d e t e r m i n a d a s funções, f o r m a n d o assim os diferentes órgãos ou partes da planta: a raiz, o caule, as folhas, as Ílores, etc.
Variedade de forma A forma dos vegetais também apresenta e n o r m e s contrastes: desde a delicadeza de u m a violeta até à agressividade de um cacto, desde a simplicidade do tomilho até á sofisticação de u m a orquídea. E q u e dizer da sua cor, dos diversos tons de verde das folhas, todos eles parecidos, mas n e n h u m e x a c t a m e n t e igual; ou da g r a n d e diversi-
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 1* P a r t e :
todo o espectro luminoso? Conhece o prezado leitor alguma planta feia? Dentro da imensa riqueza de formas, gamas e matizes, cada vegetal conserva o seu equilíbrio, a sua h a r m o n i a e e n c a n t o . Além disso, muitos deles scrvem-nos de alimento e curam as nossas doenças.
Variedade d e p r o p r i e d a d e s medicinais A grande riqueza do m u n d o vegetal também se manifesta nos múltiplos princípios medicinais que as plantas sintetizam: Desde antibióticos, c o m o os do alho e das chagas; até cardiotónicos, c o m o os da dedaleira e do cacto; passando p o r sedativos, como os da papoila e da valeriana; ou então anti-reumálicos, c o m o os do harpagófito; ou tonificantes, c o m o os do ginseng e do alecrim. A sua gama de p r o p r i e d a d e s cobre praticamente todas as necessidades da terapêutica. «Os p i a d o s e as colinas são as melhores farmácias», c o m o disse Paracelso. o famoso médico e naturalista suíço do século XVI.
Unidade de o r i g e m Temos consciência do mérito do arquitecto que construiu a nossa casa? A o r d e m nunca surge do acaso, por muitos milhões de anos que queiramos conceder-lhe. Do acaso só pode surgir uma crescente desordem. Para que apareça a o r d e m c se m a n t e nha, é indispensável a acção d i r e c t a de uma inteligência superior. Q u a n d o aprofundamos o estudo do m u n d o vegetal, n ã o podemos deixar de r e c o n h e c e r a actuação do grande Criador do Universo, q u e projectou os "edifícios" (seres vivos), dispondo tão acertadamente os seus "tijolos" (células) .
G e n e r a
d a d e s
Partes das plantas Os p r i n c í p i o s activos distribuem-se de forma desigual pelas diferentes partes ou órgãos da planta, devido à especialização das suas células. Não basta saber q u e a valeriana é um b o m sedativo; é preciso sabei' q u e p a r t e da planta se deve utilizar. Nalg u n s casos, todas as p a r t e s da p l a n t a c o n t ê m os mesmos princípios activos, sendo indiferente utilizar unias ou outras. Mas t a m b é m se d ã o os seguintes casos: • Q u e os princípios activos medicinais se c o n c e n t r e m n u m a única p a r t e da planta. P o r e x e m p l o , só a raiz do g i n s e n g contém substâncias tonificantes. • Q u e cada p a r t e da planta produza substâncias diferentes, e t e n h a p o r t a n t o prop r i e d a d e s diferentes. As flores da laran-
A OMS (Organização Mundial de Saúde) considera como planta medicinal' todo o vegetal que contenha, em um ou mais dos seus órgãos, substâncias que possam ser usadas com finalidades terapêuticas ou que sejam precursoras na semi-s/ntese quimico-farmacèutica.
I
S/,
Tubórcufo Raiz
W
'4T
28
A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS I
o
Parte:
G e n e r a l i d a d e s
jeira são sedativas; os seus frutos, as laranjas, são tonificantes; e a casca das mesmas é digestiva e aperitiva. • Que umas p a r t e s p r o d u z a m princípios medicinais, e n q u a n t o o u t r a s p a r t e s d a mesma planta elaborem substâncias tóxicas. E este o caso da rai/ da consolda, que é um g r a n d e cicatrizante, devido à alantoína que contém; e n q u a n t o no seu caule e folhas se e n c o n t r a um alcalóide que os torna muito tóxicos. Por tudo q u a n t o Uca d i t o , c o n v é m conhecer e saber identificar c a d a u m a das parles ou órgãos c o n s t i t u i n t e s de u m a
planta. Raiz A raiz é o órgão encarregado de extrair do solo os sais minerais e a á g u a . e de bombeá-los para as folhas, com o fim de alimentar toda a planta. Km geral, todas as plantas produzem e armazenam na sua raiz. amido, inulina e outros glícidos (a q u e geralmente se dá o n o m e de hidratos de carbono) como por e x e m p l o a alcachofra, a bardana, a rarlina, o cersefi-bastardo, a chicória, o dente-de-leão, a equinácea, a jala|),i c ,i ratânía. No e n t a n t o , na raiz de o u t r a s p l a n t a s também se p r o d u z e m alcalóides ( p o r exemplo: ipecacuanha, rauvólfia). glicósi-
dos (por exemplo: acónito, cinoglossa, equinácea, saxífraga) ou vitaminas ( p o r exemplo: a c e n o u r a ) . Nalguns casos, apenas se aproveita a casca da raiz, por se acumularem nela os princípios activos, c o m o no caso da bérberis, do buxo, do chá-dc-nova-jcrsey ou da goiabeira. Rizoma O rizoma é um caule s u b t e r r â n e o , q u e tem aparência de raiz, p o r é m na realidade não cresce para baixo mas sim horizontalmente. Também acumula glícidos (hidratos de carbono) e substâncias de reserva.
assim c o m o o u t r o s princípios activos. F.m m u i t o s casos é p r e f e r i d o à raiz. p r o p r i a m e n t e dita (historia, c á l a i n o - a r o m á t i c o .
cúrcuma, polipódio, ruibarbo). Bolbo Chamasse b o l b o a um e n g r o s s a m e n t o s u b t e r r â n e o d o caule, formado por n u m e rosas c a m a d a s sobrepostas. No b o l b o encontram-se essências enxofradas (alho, ceb o l a ) , substâncias a r o m á t i c a s ( a ç u c e n a ) , ou alcalóides (o c ó l q u i c o ou a ç a l í ã o -bastardo).
Tubérculo Um t u b é r c u l o é um caule s u b t e r r â n e o especializado em a r m a z e n a r substâncias de
A bardana (Arctium lappa L.') é uma das plantas cuja raiz é mais rica em princípios activos: contém substâncias antibióticas, diuréticas e hipogficemiantes (que fazem descer o nível de glicose no sangue).
C a p . 1 : O MUNDO V E G E T A L
"TTT
T*TO
sw& ceas)) ou lenhoso (com madeira), como nas árvores e arbustos. A madeira usa-se pela sua essência (canforeira, cipreste, guaiaco, quássia) ou então para queimar e preparar carvão vegetal (choupo-negro, faia). Gema Cada gema é o esboço de um futuro ramo. Contém resinas e essências. Km fitoterapia usam-se, por exemplo, as gemas de abeto-branco, hétula, choupo-negro e pinheiro. Folhas Podemos dizer que as folhas são o laboratório químico por excelência da planta. Nelas se realiza a fotossíntese, isto é, o conjunto de reacções químicas mediante as quais a planta produz substâncias complexas a partir das substâncias inorgânicas da terra e do ar. As células das folhas contêm clorofila, qtie capta a energia da luz solar e a transforma em energia química. Além de beleza e aroma agradável, as flores oferecem numerosos princípios activos de acção medicinal: óleos essenciais, alcalóides, pigmentos, glicósidos e outros.
reserva. Assim, por exemplo, o do satirião-macho, uma orquídea de cujo tubérculo se extrai uma farinha medicinal. Córtex O córtex ou casca é a camada que cobre o caule e a raiz. Nela se acumulam abundantes princípios activos (amieiro, amieiro-negro, caneleira, carvalho, cáscara-sagrada, condurango, quina, tília, etc.) Caule O caule serve de comunicação entre a raiz e o resto da planta, e nalguns casos contém princípios activos (alcachofra, cana-de-açúcar, cavalinha, costo-espigado, éfedra, espargo). O caule pode ser herbáceo (no caso das plantas chamadas herbá-
As folhas produzem a maior parte dos princípios activos das plantas, especialmente os alcalóides, essências, glicósidos e taninos. Por isso são a parte mais usada das plantas medicinais. Algumas das folhas mais úteis em fitoterapia são as de: aloés, aveleira, boldo, damiana, dedaleira, uva-ursina, hamamélia, loureiro, nogueira, oliveira, silva, videira e visco-branco Flores As llores são o órgão reprodutor da planta. Contêm numerosos princípios activos: óleos essenciais (acácia-basiarda, açucena, chagas, tanaceto, tília), alcalóides (buglossa, papoila, passiflora), pigmentos (lidalguinhos, roseira), glicósidos (cacto, laranjeira, lúpulo, maravilha, sabugueiro), e muitos outros. • Estigmas: De algumas flores, como as do açafrão OU do milho, usam-se apenas os
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 1 * Parte:
G e n e r a
d a d e s
Os frutos fornecem sobretudo vitaminas, sais minerais, açúcares e ácidos orgânicos. Alguns, como os da tramazeira (Sorbus aucuparia' L.J, chamados sorvas, contêm ainda pectina, fibra vegetal solúvel de acção laxante, e taninos de acção adstringente. O resultado desta combinação de princípios activos é um efeito regulador e normalizador do trânsito intestinal.
estigmas (parte superior do pistilo ou órgão feminino da flor). • Àinentilhos: São cachos pendentes formados por flores quase sempre unisse* xuais. Usam-se, por exemplo, os da aveleira. Fruto O fruto é o órgão vegetal que procede da flor e que envolve as sementes. Os frutos carnudos contêm abundantes ácidos orgânicos, açúcares e vitaminas (arando, bérberis, caiuito, cerejeira, pilriteiro, sabugueiro, silva); outros são secos, tomo os das Umbelíleras. e contêm óleos essenciais (anis-verde, cominho, salsa); e alguns usam-sc pelo látex que produzem (dormideira). A baga é um fruto carnudo, mas sem caroço. Pedúnculos C) pedúnculo é a ramificação do caule que segura a flor, o fruto, OU a folha (neste caso chama-se peciolo). Por exemplo, usam-se os pedúnculos (ou pés) da cereja e os da avenca.
Sumidade Chama-se sumidade à parte superior de uma planta, em que se encontram pequenas folhas e flores que se usam conjuntamente (absinto, alecrim, orégão, tomilho, urze, vara-de-ouro e, em geral, todas as plantas da família das Labiadas). Quando contém muitas dores, dá-se-lhe o nome de sumidade florida. Semente Em cada semente encontra-se o gérmen da futura planta e um ou dois cotilédones com substâncias de reserva. As sementes proporcionam glícidos e lípidos (aveia, aveleira, cacau, milho, noz), mucilagens (alíorva. linho, zaragatoa) e óleo (dormideira, linho, onagra, rícino, videira). As sementes dos cereais chamam-se grãos. Secreções As secreções não se podem considerar propriamente partes de uma planta,já que se trata de substâncias líquidas mais ou menos viscosas produzidas pelo vegetal:
31
Cap. 1: O MUNDO VEGETAL
Os nomes científicos das plantas, em latim, baseiam-se no sistema binomial de
Papoila (Papaver
Lineu: primeiro o género e depois a espécie. Ao contrário do nome vulgar, cujo âmbito de validade é local, o nome cientifico é utilizado em todo o mundo. Desta forma é muito facilitado o entendimento entre especialistas de diferentes países.
Somente uma parte das mais de 390 000 espécies vegetais que povoam o planeta Terra foram identificadas e classificadas. Quantos segredos por descobrir guarda ainda o m u n d o vegetal!
L.)
k
Nome comum
Género
Espécie
Botânico que a classificou (Lineu)
o látex, esbranquiçado, diferente da seiva, (dormideira, celidónia, Figueira, alface-brava-maior, papai eira):
Os nomes das plantas
a resina, rica em essências balsâmicas, (abelo, assa-félida, copaíba, guaiaco, pin h e i r o , pistácia); e
Como dar ordenadamente nomes à g r a n d e variedade das plainas q u e formam 0 m u n d o vegetal? Com classificá-las? Pela c o r das suas flores? Pela forma rias suas folhas? Ou talvez pelas substâncias químicas
que produzem? a seiva, líquido nutritivo da planta, (hérnia, piteira, videira).
Na Grécia antiga. Aristóteles, Teofrasto e Dioscórides já idealizaram sistemas para d a r nomes ás plantas e classificá-las. Desde e n t ã o , o u t r o s investigadores e cientistas t a m b é m tentaram estabelecer um sistema universal, mas n e n h u m teve êxito. Deste m o d o o crescente n ú m e r o de n o m e s e de classificações q u e se usavam dificultava o i n t e r c â m b i o de c o n h e c i m e n t o s e experiências e n t r e os botânicos, farmacêuticos e médicos cie diversas regiões ou países. Para fazer frente a esta diversidade, o g r a n d e naturalista e b o t â n i c o sueco Cari von Linné (latinizado: L i n n a e u s ; aportug u e s a d o : Lineu) introduziu em 1753 um m é t o d o de nomenclatura e classificação de plantas q u e obteve aceitação universal. Denomina-se sistema binomial, pois atribui a cada espécie um p a i ' d e nomes: o primeiro c o r r e s p o n d e ao g é n e r o , e o s e g u n d o à espécie p r o p r i a m e n t e dita. Lineu teve, como A d ã o no j a r d i m do É d e n , o privilégio de pôr o n o m e a todas as plantas conhecidas. Utilizou o latim q u e , p o r ser u m a língua morta, n ã o dava lugar a q u e se produzissem deformações nos n o m e s . Os n o m e s vulgares das p l a n t a s variam muito e n t r e os diferentes idiomas do mundo. Inclusivamente n u m a mesma região ou área linguística, as m e s m a s plantas recebem nomes diferentes. Porém os nomes latinos q u e Lineu lhes atribuiu continuam fi-
32
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 1 " Parte:
G e n e r a l i d a d e s
xos e são de uso universal. Sirva de h o m e nagem a este g r a n d e observador da natureza o ele maiúsculo seguido cie um p o n t o [LI que figura a seguir ao n o m e científico da maior parte das plantas m e d i c i n a i s , aquelas a que I Jneu pôs o n o m e e q u e classificou.
A classificação das plantas Lineu classificou as plantas s e g u n d o as particularidades dos respectivos órgãos reprodutores. No e n t a n t o , à m e d i d a q u e a botânica foi p r o g r e d i n d o , e s p e c i a l m e n t e graças ao microscópio, o sistema original de Lineu foi-sc modificando e aperfeiçoando até chegar ao esquema actual.
A e s p é c i e e as s u a s v a r i e d a d e s A unidade de classificação é a espécie: agrupa todos os indivíduos q u e têm a maior parte das suas características em comum. Assim, por exemplo, a papoila (Papaverrho&tsL.) é u m a espécie. Todas as papoilas de um c a m p o de trigo se parecem m u i t o e n t r e si. Mas q u a n d o comparamos as q u e crescem em Portugal, por exemplo, com as q u e crescem no Brasil, notaremos algumas diferenças. Todas são papoilas e pertencem à mesma espécie; mas constituem variedades diferentes. As variedades q u e u m a m e s m a espécie pode apresentar são c o n s e q u ê n c i a do tipo de terreno onde se cria, do clima e das possíveis hibridações ou c r u z a m e n t o s q u e tenha sofrido. A sua composição química é a mesma para todas as variedades, mas p o d e haver diferenças na concentração dos princípios activos. Assim, por e x e m p l o , a dormideira que se cria nos países do Médio Oriente e da Ásia produz mais morfina q u e a europeia.
O género As espécies parecidas e n t r e si a g r u p a m-se em g é n e r o s . P o r e x e m p l o , a p a p o i l a (PapaverrhoeasL.) e a d o r m i d e i r a {f^ijxiver somniferum L.) p e r t e n c e m ao m e s m o género Papava: Ambas as espécies produzem alcalóides similares, e m b o r a sejam mais activos os da d o r m i d e i r a .
A família Vários g é n e r o s similares a g r u p a m - s e n u m a família. Por e x e m p l o , a papoila e a d o r m i d e i r a , j u n t a m e n t e c o m a celidónia (CheUdonium majusL..), f o r m a m a família das Papaveráceas. Todas elas produzem um látex rico em alcalóides mais ou m e n o s narcóticos.
A o r d e m e a divisão As famílias similares agrupam-se em ord e n s ; estas em classes, e estas, p o r sua vez, em divisões ou tipos.
Dentro de cada espécie existem numerosas variedades. Por exemplo, da espécie Rosa gallica' L. (roseira) existem mais de t 0 000 variedades, cada qual produzindo rosas com características peculiares.
I
Ca:
O MUNDO VEGETAL
Classificação dos PROTOFITOS
São os vegetais mais simples e pequenos que existem (microscópicos). São unicelulares, isto é, são formados por uma só célula e procariotas, em que o núcleo não se encontra definido. No entanto, apesar
São vegetais formados geralmente por múltiplas células, mas todas elas semelhantes. Se não houver diferenciação celular, ou se esta for muito escassa, também não existirão tecidos nem órgãos. O talo, ou corpo destes vegetais, é constituído por uma massa de células quase iguais, sem vasos nem fibras condutoras; e é destituído de raízes, caules ou folhas. Os talófitos compreendem as algas, os fungos e os líquenes como, por exemplo, o líquen-da-islândia (Cetraria islandica L, pág. 300).
CRIPTOGAMICAS
Plantas que se caracterizam por possuir células diferenciadas que formam tecidos e órgãos distintos. O cormo é o aparelho vegetativo destas plantas, que, ao contrário do talo dos talófitos, é formado por verdadeiras raízes, caules e folhas bem diferenciadas; todas elas são sulcadas por vasos e fibras condutoras. CORMOFITAS
Todos os vegetais a que vulgarmente chamamos 'plantas', são cormofitos, quer dizer, pertencem ao reino das metafitas. Dentro deste reino incluem-se também as briófitas, constituídas pelos musgos, e que não figuram neste esquema por não se descrever nenhuma nesta Enciclopédia de Plantas Medicinais
A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S 1 " Parte:
G e n e r a l i d a d e s
I vegetais da sua simplicidade, têm uma grande importância biológica, pois sem eles seria impossível a vida na Terra. Os protófitos incluem as bactérias, que não têm clorofila, e as cianófitas ou algas azuis, que a têm. A espirulina (Spirula máxima, pág. 276) é um exemplo deprotófito (alga azul) com aplicação medicinal.
Os seres vivos, em lugar dos dois reinos tradicionais, vegetal e animal, classificam-se actualmente em cinco reinos: • MONERAS: incluem os protófitos e
os procariotas. • PROTOCTISTAS: algas unicelulares e
protozoários. • FUNGOS: leveduras, mofos, fungos superiores (cogumelos).
ALGAS
• METAFITAS: vegetais pluricelulares
com tecidos definidos (cormo).
A
• METAZOÁRIOS: animais pluricelula-
res. FUNGOS
LÍQUENES
Criptogâmicas são todas as plantas sem flores. Criptogâmicas vasculares são as que não têm flores mas possuem cormo (raízes, caules e folhas sulcados por vasos condutores). A cavalinha (Equisetum arvense L., pág. 704) e os fetos como o feto-macho (Dryopteris filix-mas L, pág. 500), são exemplos de criptogâmicas vasculares.
GIMNOSPERMICAS São plantas cormófitas com tecidos e órgãos bem diferenciados (raízes, caules e folhas), que se reproduzem por sementes. A sua característica que mais se evidencia éade possuírem flores, ou seja, órgãos reprodutores visíveis e bem diferenciados (masculino e feminino). São as plantas mais numerosas da terra (umas 200 000 espécies). Segundo o tipo de sementes, classificam-se em gimnospérmicas e angiospérmicas. ANGIOSPÉRMICAS
São plantas fanerogâmicas (com flores) cujas sementes se encontram descobertas, sem a protecção de um fruto (gimnospérmica: do grego gymnos, nu, e sperma, semente). Compreendem umas 800 espécies, entre as quais se destaca a ordem das Coníferas, como o abeto e o pinheiro.
São plantas fanerogâmicas (com flores) que produzem sementes encerradas no ovário, que posteriormente se transformam em fruto (angiospérmica: do grego ageion, vaso ou recipiente, e sperma, semente). São as plantas superiores dentro da escala vegetal, e formam o grupo mais numeroso das fanerogâmicas ou plantas com flores.
4
35
Tipos Quanto à sua forma
Lanceolada Com a forma de uma lança [por exemplo a bistorta, pág. 198).
Cordiforme A sua forma lembra a de um coração (por exemplo a norça-preta. pág. 679].
Bilobada É fendida em dois lóbulos (por exemplo o ginkgo. pág. 234).
Ovóide Elíptica Tem a forma de uma elipse (por exemplo a beladona. pág. 352).
Tem a forma de uma oval (por [ exemplo a escrofulária, pág. 543).
Sagitada A sua forma lembra a de uma flecha (por exemplo a corriola, Pág. 491).
Palmada É uma folha composta, em que as suas divisões ou foliolos se dispõem como os dedos de uma mão (por exemplo o castanheiro-da-índia, pág. 251).
Quanto à sua nervacao Paralelinérvea As nervuras correm paralelas ao l o n g o da folha (por exemplo o visco-branco, ág. 246).
Curvinérvea As nervuras descrevem uma curva ao longo da folha (por exemplo a tanchagem, pág. 325).
Radial As nervuras saem como raios a partir de um centro comum (por exemplo o malmequer-dos-brejos, pág. 665).
'V 3b
Peninérvea As nervuras nascem ao longo de um eixo central (por exemplo a aveleira, pág. 253).
S/,.
de folhas Quanto ao contorno do bordo
Denteada O bordo tem pequenos recortes jpor exemplo a urtiga, pág. 278).
Inteira
O bordo è liso (por exemplo o loureiro. pág. 457).
Lobulada O bordo tem recortes que formam lóbulos (por exemplo o carvalho. pág. 208)
V ' Partida Os recortes do bordo atingem a nervura central, por exemplo a chicória, pág. 440).
Fendida Os recortes do bordo aproximam-se da nervura central (por exemplo o ca rd o-de-sa nta-ma ria, pág. 395).
Quanto à posição no caule Peciolada As folhas estão unidas ao caule por meio de um peciolo ou pé).
Opostas São folhas pecioladas que nascem duas a duas. uma em frente da outra.
Alternas São folhas pecioladas que nascem uma a uma. ao longo do caule.
Sésseis São folhas que não têm peciolo (pé). Quando formam um prolongamento ao longo do caule chamam-se decorrentes.
37
S/,
Anatomia das folhas Gema terminal É o órgão de crescimento do caule. A partir dela cresce o caule e se formam novas folhas.
Limbo É a parte plana da folha. A sua face voltada para cima chamasse página superior ou ventral, e a voltada para baixo, página inferior ou dorsal.
Pecio/o Pequeno pé que une a folha ao caule. Página superiqr
Vértice
^» Nervuras São o prolongamento do pecfolo. È por elas que corre a seiva.
Página inferior
As folhas sáo os laboratórios químicos das plantas, nos quais substâncias inorgânicas simples como a água, o anidrido carbónico e certos minerais, se transformam em substâncias orgânicas: hidratos de carbono, gorduras, vitaminas e outros princípios activos. A síntese das proteínas começa na raiz. a partir do azoto existente no solo.
Gema axilar Órgão de crescimento que se situa entre o caule e o peciolo Na Primavera dá lugar a um novo caule com folhas, ou a uma flor.
Cutícula ou epiderme Revestimento que cobre as folhas para evitar que sequem.
Secção de uma folha vista ao microscópio
ÉÉM
Parènquima É formado por células muito ricas , em clorofila, o que 1 dá a cor verde â ^.
folha
3
Nervuras São na realidade vasos condutores de seiva.
Estornas Pequenos orifícios situados na página inferior da folha, através dos quais esta elimina vapor de água e oxigénio, e absorve anidrido carbónico. Os estornas sáo rodeados por uns lábios que actuam como válvulas, abrindo-se e fechando-sc para regular assim a passagem da água e dos gases segundo as necessidades da planta.
''S 38
S/,
Tipos de raízes A raiz absorve minerais e água do solo por meio de uns finos peJinhos absorventes na extremidade das suas ramificações Além disso, fixa o vegetal ao terreno. Tuberosa Produz engrossamentos chamados tubérculos, nos quais se acumulam hidratos de carbono, proteínas e outras substâncias de reserva.
Raiz típica
Raiz principal
. Raiz
secundária
Pêlos absorventes
Napiforme Tem uma forma cónica, e armazena substâncias de reserva (por exemplo a cenoura, pág. 133). Zona de crescimento
Fasciculada Formada por raízes secundárias da mesma grossura, que nascem juntas na base do caule (por exemplo a cçbofa. pág. 294).
Lenhosa As suas ramificações são duras e grossas (por exemplo o carvalho, pág. 208). / /
Bolbo Na realidade, o bolbo náo é uma raiz, mas uma gema subterrânea formada por folhas carnudas sobrepostas (por exemplo a cebola, pág. 294). Raízes adventícias São as que nascem directamente de um caule aéreo, ou então de um caule subterrâneo, chamado rizoma (por exemplo a verónica, pág. 475)
,#—
//,-
Tipos de caules O caule liga a raiz e as folhas. Contém vasos condutores pelos quais circula a seiva.
Lenhoso A celulose que cobre as células dos caules lenhosos (troncos) encontra-se impregnada de lenhina. Esta substância confere á celulose a dureza e consistência próprias da madeira.
Subterrâneo ou rizoma É um caule que se desenvolve e estende por debaixo do solo. Embora pareça uma raiz. na realidade não o é [por exemplo o ásaro, pág. 432).
Gordo ou suculento É grosso, esponjoso e sem folhas. Armazena uma grande quantidade de água no seu interior. Próprio do cacto [pág. 216) e de outras plantas típicas das regiões desérticas.
Trepador Não tem a consistência suficiente para se manter erguido por si mesmo, pelo que precisa de se apoiar noutras plantas por meio de gavinhas (por exemplo a norça-preta. pág 679).
Rastejante ou estolhoso Cresce horizontalmente, apoiando-se no solo (por exemplo o morangueiro. pág. 575).
40
Herbáceo É um caule frágil, pois a celulose que cobre as suas células não está lenhificada. Renova-se cada ano (por exemplo a chicória, pág. 440)
Cana É um caule herbáceo, cilíndrico e oco, com nós bem marcados.
•
At,.
Tipos de inflorescências As inflorescências são grupos de flores que têm um pedúnculo comum. ( Em espiga Formada por grupos de flores que nascem directamente do caule fpor exemplo a gatunha, pág. 581).
\ Em capitulo Os capítulos florais são grupos de pequenas flores unidas por um mesmo pedúnculo. Os capítulos dão a impressão equivoca de serem uma única flor, quando na realidade são muitas (por exemplo a arnica, pág. 662).
Em corimbo Formada por flores cujos pedúnculos nascem de diversos pontos, mas que atingem a mesma altura {por exemplo o milefólio. pág. 691).
Em amentilho É uma espiga que pende, formada por flores muito pequenas (por exemplo a aveleira, pág. 253).
Em umbela Formada por flores cujo pedúnculo sai de um ponto c o m u m fpor exemplo, a primavera, pág. 328).
Em umbela composta Formada por várias umbelas simples |por exemplo o anis, pág. 465J.
W 41
Anatomia Estames
A flor é o órgão de reprodução das plantas fanerogãmicas, isto é, que têm flores. As fanerogãmicas dividem-se em dois grupos: plantas gimnospérmicas (com sementes nuas, ou seja. não envoltas num fruto, como por exemplo o pinheiro e outras coníferas), e plantas angiospérmicas (em que as sementes estão envoltas num fruto mais ou menos carnudo). As flores das angiospérmicas são as maiores e mais vistosas
Pétafas
Sépalas
Tipos de flores Labiada As pétalas da corola formam dois lábios, um superior e outro inferior.
Rosácea É a flor típica da família das Rosáceas, cujas pétalas estão dispostas em forma radial.
Campanulada A sua corola (conjunto das pétalas) tem a forma de um sino.
"W 42
r
ys,.
de uma flor Pistilo, carpelo ou ineceu o aparelho feminino da flor. Consiste em estigma (orifício pegajoso por onde entra o póienj, estilete (tubo por onde o pólen desce) e ovário com um ou vários óvulos (células germinais).
f
Estigma Estames ou androceu São o aparelho masculino da flor Cada estame consiste num filete e numa antera, onde se formam os gráos de pólen.
Estilete
Grão de pólen
Centro vegetativo
| 4
Núcleo germinativo Contém os cromossomas com a informação genética da planta.
A fecundação das flores Para que se dé a fecundação e se forme a semente e o fruto depois da flor, é preciso que um gráo de pólen caia sobre o estigma da flor. Se o pólen e a flor forem da mesma espécie, o pólen emite um prolongamento que desce pelo estilete até chegar ao ovário. Ali os cromossomas masculinos do pólen unem-se com os femininos do óvulo, e forma-se a semente e o fruto. As plantas com flores reproduzem-se sexualmente. Isto significa que existem duas partes, a masculina e a feminina. Ambas devem unir-se para dar lugar a uma nova planta.
Cobertura exterior
43
COLHEITA E CONSERVAÇÃO
A
Colher plantas medicinais, ao mesmo tempo que se dá um passeio pelo campo, é um prazer sumamente gratificante. Apresentam-se
neste capitulo diversas indicações que é
conveniente ter em conta.
4£
S FARMÁCIAS, as ervanárias e alguns estabelecimentos especializados em produtos naturais, dispõem de uma grande variedade de plantas medicinais em diversas apresentações. Quando adquirimos estas plantas devemos poder contai com a garantia dos profissionais que as comercializam e, portanto, é de supor que estejam bem identificadas e correctamente conservadas.
riqueza de princípios activos das plantas, assim como a.s técnicas da sua colheita e conservação.
Não obstante, talvez o leitor deseje aproveitar uma saída ao campo para colher as suas próprias plantas. Além de desfrutar o ar puro, a paisagem e o exercício, levará consigo paia casa algumas plantas que podem ser autênticos medicamentos para a sua saúde. Ora bem, neste caso deverá ter em conta alguns factores que influem na
Nem todas a.s plantas da mesma espécie produzem sempre igual quantidade e concentração de princípios activos. Ksles podem variar muito de uma planta para outra, dependendo de diversos factores biológicos ou ambientais. Convém conhecer estes factores, para evitar surpresas quanto à intensidade das propriedades medicinais
Concentração dos princípios activos
SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S l "
Parle:
G e n e r a l i d a d e s
das plantas colhidas, q u e r por excesso q u e r por deleito. Segundo a idade Os sucos das plantas jovens são aquosos e contêm poucos princípios activos em dissolução. A medida que crescem, a u m e n t a a sua produção e concentração, para voltar a diminuir com o envelhecimento, ato ao ponte de deixarem e n t ã o de servir p a r a aplicações medicinais. É pois c o n v e n i e n t e colher as plantas q u a n d o n ã o sejam n e m muito jovens nem velhas. No entanto, o m o m e n t o ó p t i m o para tolhê-las varia de umas plantas para outras, em virtude da respectiva d u r a ç ã o da vida. Assim, por e x e m p l o , nas p l a n t a s a n u a i s (que só vivem um a n o ) , costuma coincidir com o começo da floração, na Primavera. Para as plantas que vivem vários anos, porem, é preciso esperar p a c i e n t e m e n t e q u e cheguem ã sua maturidade. Por e x e m p l o , a genciana leva 10 anos para começar a dai" flores e produzir uma raiz rica em substâncias medicinais; a canforeira só c o m e ç a a produzir cânfora depOio dos 30 a n o s de idade; e o castanheiro n ã o c o m e ç a a d a r fruto antes dos 25 anos, e a n t e s dos 100 não atinge a maturidade. lixistem alguns princípios activos q u e só se produzem nas plantas maduras ou completamente desenvolvidas. É o caso dos alcalóides, que praticamente não se encontram nas plantas jovens. Por exemplo, a alface tenra quase não tem substâncias activas; no entanto, q u a n d o espiga e floresce, produz alcalóides de efeitos sedativos e hipnóticos. O mesmo acontece com o acónito, (pie e n q u a n t o jovem é inofensivo, mas quando amadurece c o n t é m alcalóides muito tóxicos q u e p o d e m p r o v o c a r a morte. Segundo o clima e o t e r r e n o As plantas produtoras de essências, c o m o as da família das I.abiadas (por e x e m p l o :
:
:ypi±^-
i^
segurelha, orégão, salva, tomilho) p r o d u zem mais princípios activos em climas e terrenos secos e exposlos ao sol. Mal se nota o c h e i r o do t o m i l h o q u e cresça em sítios h ú m i d o s . O m e s m o a c o n t e c e c o m as Uinbelííéras ( p o r exemplo: angélica, anis, com i n h o ) , q u e p e r d e m o seu aroma nos terrenos h ú m i d o s . E interessante verificar c o m o cada espécie vegetal p a r e c e ter e s c o l h i d o um amb i e n t e p a r a desenvolver m e l h o r o s seus princípios activos. As plantas q u e se criam nas m o n t a n h a s p o d e m tornar-se inactivas q u a n d o crescem nas terras baixas costeiras ( c o m o a c o n t e c e com a valeríana ou a clcdaleira), o vice-versa. Má p l a n t a s tropicais q u e , q u a n d o se transplantam para sítios t e m p e r a d o s , deixam de produzir substâncias medicinais. É o q u e a c o n t e c e c o m a á r v o r e da q u i n a , com o guaiaco e com diversas espécies próprias de climas q u e n t e s . A q u a l i d a d e do t e r r e n o t a m b é m influi no r e n d i m e n t o das plantas: umas precisam de solos calcários e outras de solos a r e n o sos ou siliciosos. É curioso c o m o as plantas p r o d u t o r a s de alcalóides r e n d e m mais em solos ácidos, pois desta forma são forçadas
O clima e o terreno influem muito na riqueza de princípios activos de uma planta.
Cap. 2: COLHEITA E CONSERVAÇÃO
da regularmente -ou seja, é cultivada-, produ/.em-se interessantes mudanças na sua fisiologia, que se repercutem nas respectivas propriedades medicinais. As plantas cultivadas:
Quando se sai para o campo com crianças, deve-se vigiá-las para evitar que sofram intoxicações acidentais com plantas venenosas. O melhor é ensinar-lhes as precauções que se devem ter q u a n d o se colhem plantas medicinais.
a produzir substancias alcalinas (alcalóides) para compensar a acidez. Por sua vez, as plantas destinadas a produzir Tolhas rendem mais em solos ricos cm nitratos, enquanto as que produzem sementes se desenvolvem melhorem solos ricos em fosfatos. S e g u n d o a cultura Quando unia planta silvestre é retirada fio seu ambiente natural e posta num terreno lavrado e adubado, e podada e rega-
Á beira dos caminhos costumam crescer numerosas plantas medicinais. Mas, cuidado! Caso se trate de caminhos ou estradas transitadas por automóveis, as plantas que ali crescem têm normalmente um elevado nível de contaminação por resíduos de carvão e chumbo provenientes dos gases de escape.
• Elaboram maior quantidade de hidratos de carbono que as silvestres. Oir-sc-ia que lhes acontece o mesmo cine às pessoas, que quando adquirem hábitos sedentários acumulam maior quantidade de substâncias de reserva. Assim, por exemplo, a cerejeira brava dá frutos menos doces e menos vistosos do que a cultivada; e, no entanto, as cerejas bravas são muito mais ricas em princípios activos medicinais. • Reduzem o seu sabor amargo ou acre, e tornam-se mais facilmente comestíveis. Acontece algo assim, por exemplo, com a chicória c o cardo bravo, que perdem o seu sabor amargo característico quando se cultivam; mas diminuem igualmente as suas propriedades medicinais, que em grande parte dependem das substâncias amargas que contêm.
A SAÚDE PEIAS PLANTAS MEDICINAIS 1 " Parte:
G e n e r a l i d a d e s
Sempre que possível, devem preferir-se as plantas silvestres, ou então aquelas que tenham sido cultivadas em condições tão parecidas quanto possível com as do seu estado natural. Tenha isto em conta quando decidir plantar no seu jardim uns canteiros de salva, de cavalinha ou de sabugueiro, para dar apenas alguns exemplos.
Colheita Acaba de amanhecer, e o azul límpido do céu anuncia que irá estar um dia bom. O leitor prepara a sua mochila. Não se esqueceu de munir-se de um livro com boas ilustrações que lhe permitam identificai-as plantas. Sai bem de manhã, quando o ar ainda está fresco, disposto a colher as suas espécies preferidas. Quando chega ao lugar escolhido, o Sol já fez notar a sua presença, e o orvalho acaba de evapoiav-se. Este é justamente o momento! Aproveite essas primeiras horas da manhã de um dia seco c de sol, para proceder á colheita.
Rábano
Plantas que devem usar-se frescas Em algumas plantas acontece que, logo após terem sido colhidas, se desencadeiam reacções químicas estatizadas por enzimas, que nalguns casos desactivam os seus princípios activos, e noutros os transformam em substâncias tóxicas, como acontece, por exemplo, com os agriões. Por isso tém de usar-se sempre frescas. São as seguintes:
Técnica da colheita Toda a gente é capaz de colher plantas. Mas, quando estas se vão usar para fins medicinais, terão de ser tomadas algumas precauções especiais, como as que a seguir se descrevem: 1. Evitar as plantas dos lugares contaminados Infelizmente, em pleno campo também pode haver contaminação química, li muita! Não colha as plantas que crescem em determinados lugares, se quiser que a sua tisana não se transforme num coquctel de substâncias químicas venenosas. Vejamos quais são os lugares mais contaminados que devem evitar-se: • As bermas das estradas: Aí abundam os resíduos de carvão mineral, chumbo e outros tóxicos provenientes dos gases de escape dos automóveis, que podem impregnai os vegetais.
Se encontrar uma planta no campo, e não souber de que espécie se trata, não fne toquei Primeiro identifique a planta, depois colha-a sem destruir nem devastar.
Planta
Pág. Partes utilizadas
Agrião
270
Folhas, caules
Aliaria
560
Toda a planta
Cinoglossa
703
Folhas
Cipreste
255
Frutos, madeira
Cocleária
356
Toda a planta
Hera
712 504
Folhas
Pilosela
Rabanete e Rábano 393 Saião-curto Tormentila Trevo-cervino Verbena
727 519 388 174
Toda a planta Raiz Folhas Rizoma Folhas, raiz Toda a planta
47
C a p . 2: C O L H E I T A E C O N S E R V A Ç Ã O
*
Conforme a duração do ciclo biológico, as plantas herbáceas podem ser: • Anuais: São plantas que nascem, crescem, frutificam e morrem no prazo de um ano. Em geral, as plantas que se reproduzem por sementes são anuais. • Bienais: São plantas que precisam de dois anos para completar o seu ciclo biológico. No primeiro ano nascem e crescem, e no segundo frutificam e morrem. São plantas bienais: aipo, alcaravia, bardana, buglossa, cenoura, dedaleira, onagra e verbasco. • Vivazes: São plantas que vivem vários anos, florescendo em cada um deles. No entanto, as suas partes aéreas (caules, folhas, etc.) morrem todos os anos, sobrevivendo unicamente, de ano para ano, os rizomas ou as raízes. Quer dizer, os órgãos aéreos das plantas vivazes são anuais, enquanto que as suas raízes vivem vários anos. As plantas lenhosas (arbustos e árvores) costumam viver desde vários até centenas ou mesmo milhares de anos.
• As orlas e sítios próximos dos campos de cultura: Se estes tiverem sido pulverizados com pesticidas e herbicidas, é praticamente certo que as plantas em volta também terão sido atingidas por salpicos dessas substâncias químicas. • Os lugares próximos de chaminés ou vazadouros de indústrias poluentes (mercúrio, cádmio, e t c ) . 2. Colher apenas as plantas saudáveis e limpas
m
Devem-se colher apenas as plantas saudáveis e limpas. Rejeite portanto aquelas que apresentem sinais de terem sido atacadas por insectos ou parasitas, ou roídas por caracóis. Cuidado com as que possam ter excrementos de animais! 3. Procurar que as plantas estejam enxutas As plantas colhidas em dias húmidos ou chuvosos criam facilmente bolor, e são portanto mais difíceis de conservar. Há portanto que colhê-las quando se encontrem bem enxutas.
4. Identificar bem as plantas Diante de qualquer planta, se tiver dúvidas, aproxime-se calmamente da espécie em questão. Observe-ihe os pormenores. Aspire-lhc o aroma. Consulte OS desenhos e fotografias do seu livro. Se persistirem as dúvidas e não conseguir identificar com certeza a espécie, abstenha-se de usá-la. Os erros podem pagar-sc muito caros. 5. Colher sem destruir Não arranque a planta, sempre que isso seja possível, 'lenha em conta que existem espécies protegidas (como a genciana ou a arnica), e que nos parques nacionais é proibido colher plantas. 6. Não misturar espécies diferentes Não é correcto juntar num mesmo cesto ou saco espécies diferentes. K preferível utilizar um recipiente para cada espécie, de forma que as plantas se possam identificar com mais clareza. Partes q u e s e c o l h e m Dado que nem todas as partes de uma planta têm sempre interesse do ponto de vista médico, é necessário ler em conta uma série de indicações, segundo a parte da planta que vamos apanhai". Flores As flores colhem-se antes que a corola se encontre completamente aberta, que é quando as pétalas contêm mais substâncias activas. Durante o seu transporte, há que evitar o calor e os sacos de plástico. Folhas As lolhas colhem-se no começo da floração, mas antes que as flores se tenham desenvolvido, por ser esta a altura em que contêm uma maior quantidade de sucos. Não se devem cortar todas, porque assim a planta morreria. Deiíam-se fora as folhas manchadas (pode ser sinal de uma in-
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 1 " Parle:
G e n e r a l i d a d e s
A conservação das plantas medicinais requer três processos: secagem, envasilhamento e armazenamento.
fecção por vírus). Não se devem a m o n t o a r nem enrugar, mas devem armazenai-se estendidas n u m lugar plano. Caules O momento ideal para c o l h e r os caules é depois de lerem b r o t a d o as folhas, mas antes de terem saído as flores.
Sumidades As sumidades. Isto c, as extremidades floridas das plantas, rolhem-se e m p r e g a n d o uma tesoura apropriada, n ã o as p a r t i n d o com a mão. a fim de n ã o lesar ou o f e n d e r os caules. Deve-se cortar o caule n u m ponto onde ainda seja tenro e n ã o mais abaixo, onde se Icnhiilca e e n d u r e c e . Costuma ser suficiente um c o m p r i m e n t o de 20 a 30 cm.
Casca
da planta
C o m o r e g r a geral, colhe-se a casca no p r i n c í p i o da Primavera, s e m p r e antes da floração, q u e é q u a n d o circula mais seiva pelos caules e ramos, e t a m b é m q u a n d o se separa mais facilmente do tronco. Raízes e
rizomas
As raízes e rizomas colhem-se no O u t o n o , depois de Lerem caído todas as folhas, ou na Primavera, q u a n d o c o m e ç a m a brotar. Nas plantas bienais, o m o m e n t o ideal é o O u t o n o do p r i m e i r o a n o . Nas plantas vivazes, é c o n v e n i e n t e esperar pelo segundo ou terceiro a n o de vida. Antes de p r o c e d e r à sua conservação, as raízes e os rizomas têm de ser b e m lavados, com o Ihn de eliminar a terra e OS insectos q u e possam ter a d e r e n t e s . Não convém esfregá-los com u m a escova, para não elimi-
49
•
C a p . 2: C O L H E I T A E C O N S E R V A Ç Ã O
V
Amorperleito
Plantas que devem usar-se secas
nar as camadas de células superficiais, que podem conter princípios activos, como acontece com a raiz da valeriana.
Conservação Uma secagem correcta é a chave para uma boa conservação das plantas medicinais.
Como normalmente as plantas medicinais não irão ser utilizadas imediatamente após a sua colheita, é necessário saber quais são os melhores métodos tle conservar-lhes as propriedades curativas. A conservação das plantas medicinais requer três processos: secagem, envasilhamento e armazenamento. 1. S e c a g e m A secagem consiste em eliminar progressivamente a humidade. Uma planta húmida é fácil presa de bactérias e fungos, que a atacam, alterando-lhe os princípios activos. Além disso, estas bactérias e fungos podem produzir substâncias tóxicas. As bactérias precisam de mais de 40% de humidade para se poderem reproduzir; e os fungos, de 15% a 20%. Uma planta bem seca não costuma ter mais de 10% de humidade, o que impede a reprodução desses microrganismos. Conselhos práticos para secar correctamente as plantas • Tempo necessário: Com tempo quente, as flores secam cm 4 a 8 dias, e as folhas em 3 a 6 dias. Com tempo frio, podem demorar mais alguns dias. • A secagem nunca deve ser feita ao sol, porque se perderiam muitos dos princípios activos das plantas, especialmente as essências. Tem de fazer-se sempre à sombra, em locais bem arejados e isentos de pó. • Os produtos vegetais colhidos estendem-se sobre um papel ou cartão no solo, ou então em cima de prateleiras.
50
Existem plantas que contêm enzimas (fermentos) que hidrolizam ou oxidam alguns dos seus próprios componentes químicos, quer sejam tóxicos quer inactivos, transformando-os noutros com acção medicinal. Este processo fermentativo é lento e tem lugar simultaneamente com a secagem. Portanto, estas plantas devem ser usadas secas para que tenham efeitos medicinais:
Partes utilizadas Amieiro-negro
526 Casca
Amor-perfeitobravo 735
Toda a planta
383 Antenária 297 Aristolóquia 699 Asaro 432 Asclépia 298 Calumba 446 Cáscara-sagrada 528 Cinoglossa 703 Cravinho 192 Epilóbio 501 Feijoeiro 584 Galega 632 Galeopse 306 Gracíola 223 Líquen-da-islândia 300 Lírio 315 Malmequer-dos-brejoí 665 Noveleiro 642 Pimenteira 370 Tussilagem 341
Folhas
Anémona-hepática
Flores Folhas, flores, raiz Folhas, raiz Raiz Raiz Casca Raiz Botões das flores Flores, raiz Vagens Toda a planta Toda a planta Toda a planta Talo Rizoma Folhas, flores Casca Frutos Folhas, flores
Não se devem colocar directamente sobre cimento ou tijoleira. • Devem dispor-sc cm camadas finas, e ser remexidos uma ou duas vezes por dia. • Não se deve utilizar papel impresso, como o de jornal, pois os produtos quí-
SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS 1 " Parte:
G e n e r a l i d a d e s
micos das tintas p o d e m passar para a planta. • As sumidades e as flores q u e n ã o percam facilmente as suas pétalas penduram-se atadas em ramalhetes, de cabeça para baixo, ao l o n g o cie u m a c o r d a , num lugar à sombra e bem arejado (por exemplo, perto de u m a j a n e l a a b e r t a ) . Estes ramalhetes p o d e m envolver-se com um cone de papel, para evitara exposição directa ã luz. • Os frutos podem secar-se estendidos em tabuleiros ou enfiados n u m um cordel. A maior parle das plantas p o d e m tomaise tanto frescas c o m o secas. Má, no entanto, algumas que só têm eleitos medicinais quando estão frescas, e n q u a n t o outras só podem ser usadas depois de secas (ver as tabelas respectivas, págs. 47, 50). 2. E n v a s i l h a m e n t o Depois de secos, os p r o d u t o s vegetais colhidos têm de ser envasilhados de maneira que não sofram d e t c , ; oração pela acção do ar, do sol, da humidade, do calor, ou de outros factores exteriores.
Convém rotular os recipientes em que se armazenam as plantas, e guardá-los n u m lugar escuro, fresco e seco, para se conservarem bem os seus princípios activos.
Conselhos práticos para o envasilhamento • E preferível envasilhar os p r o d u t o s vegetais sem os triturar, pois assim oferecem uma m e n o r superfície sobre a qual possam actuar as bactérias, os fungos c as enzimas q u e os a l t e r a m ou fazem rançar. É preferível triturá-los imediatamente antes da sua utilização. • Utilizar recipientes de vidro, cerâmica, lata, tecido ou cartão. Deve-se evitar o plástico. Não é preciso q u e a t a m p a seja hermética. • É necessário rotular os recipientes com o nome da planta c convém t a m b é m indicar o lugar da colheita e a data do envasilhamento
3. Armazenamento Os recipientes q u e c o n t ê m os p r o d u t o s das plantas devem conservar-se n u m lugar escuro, fresco e seco. A luz, o calor e a hum i d a d e são as principais causas de deterioração. F, necessário verificar periodicamente o estado das plantas armazenadas, para detectar a t e m p o insectos, fungos, moios ou putrefacçòes q u e possam alterar o seu valor medicinal. C o m o regra geral, as plantas medicinais n ã o se devem conservar d u r a n t e mais de dois anos.
Guardiães ou destruidores? Plantas ameaçadas de extinção As plantas são imprescindíveis para a manutenção da vida neste planeta. Todos os animais e os seres humanos dependem das plantas verdes para a obtenção de alimento, pois elas são os únicos seres vivos capazes de aproveitar a energia solar para produzir hidratos de carbono, proteínas, gorduras, vitaminas e outras substâncias orgânicas. Acresce que as plantas contribuem de modo decisivo para o equilíbrio ecológico e o mantimento do meio ambiente: evitam a erosão do solo, enriquecem a atmosfera com oxigénio, armazenam água e fertilizam o solo. Além de tudo isto, os vegetais são também uma fonte muito importante de substâncias medicinais. Cada uma das mais de 390 000 espécies vegetais que povoam o planeta Terra constitui uma forma diferente de vida, com genes próprios e únicos. Quando uma espécie desaparece ou se extingue, dá-se uma perda irreparável no património biológico da humanidade.
Nós que, como seres humanos, deveríamos ser os guardiães deste legado de diversidade biológica que nos foi confiado pelo Criador, transformamo-nos às vezes em seus destruidores. Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza, 20% das 390 000 espécies que existem no mundo (cerca de 78 000) correm o risco de desaparecer. A Smithsonian Institution, dos Estados Unidos, calcula que, das 20 000 espécies diferentes de plantas fanerogâmicas existentes no território continental daquele país, 10%, isto é, umas 2000, estão ameaçadas ou em perigo de extinção, ou já desapareceram. Quais são as causas de semelhante extermínio de espécies vegetais? Segundo o Livro Vermelho de espécies vegetais ameaçadas, publicado pelo Ministério da Agricultura espanhol, algumas dessas causas são as seguintes: • fogos florestais; • desenvolvimento turístico dos litorais e das zonas montanhosas;
«Os bosques precedem as civilizações. Os desertos, seguem-nas.» François-René Chateaubriand [1768-1848), escritor e politico francês.
Iher sem devastar • Colher unicamente nos lugares onde seja permitido; nunca nos parques nacionais ou naturais, nem nas reservas biológicas. 0 Respeitar as espécies protegidas, por estarem em perigo de extinção (convém obter informações previamente, junto das autoridades agrícolas da região). • Colher apenas pequenas quantidades de plantas, especialmente das que sejam pouco abundantes. * Colher sem destruir nem arrancar as plantas, sempre que seja possível. Ao guardar e proteger as plantas do nosso planeta, estamos a contribuir, entre outras coisas,
para curar e aliviar uma multidão de doentes actuais e futuros.
5 * *
'''/ 52
\
//,
• contaminação da água, do ar e do solo (por herbicidas agrícolas); • colheita de espécies raras por entusiastas das plantas; • construção de barragens, auto-estradas e estradas de outro tipo. Poderemos imaginar a enorme perda que teria sido para a humanidade se as árvores do género Cinchona, das selvas sul-americanas, tivessem sido arrasadas pelos buldózeres antes de se descobrir nelas a quinina que serviu para curar tantos doentes de paludismo? Ou se as lindas flores da família da dedaleira tivessem sido colhidas maciçamente antes de se ter descoberto que produziam os glicósidos cardiotónicos que têm dado alívio a um tão grande número de doentes do coração? Contribuamos todos com a nossa pequena parte -ou talvez não tão pequena- para conservar, o melhor possível, as espécies vegetais. E se sairmos a colhê-las, tenhamos em conta as recomendações dadas na página contígua.
A foto da esquerda mostra as fantásticas cataratas do Iguaçu, na fronteira entre o Brasil e a Argentina. Na América do Sul encontram-se as maiores selvas do planeta, uma autêntica reserva vegetal que ainda encerra muitos segredos botânicos e medicinais por descobrir. Por isso a selva amazónica já foi definida como "a maior farmácia do mundo".
A genciana (Gentiana lutea L.) é uma das muitas plantas ameaçadas de extinção, pelo que, quando se encontra, nunca se deve colher.
O m u n d o vegetal poderia existir sem os animais e sem os seres humanos, ao que corresponde o facto de terem sido criados primeiro, tal como refere o relato bíblico. No entanto, os animais e os seres humanos náo poderiam sobreviver muitos dias sem as plantas. Respeitá-las e protegeras faz parte do nosso dever como habitantes do planeta Terra.
FORMAS DE PREPARAÇÃO E EMPREGO SUMÁRIO DO CAPÍTULO
As tinturas constituem uma forma clássica de preparação das plantas medicinais.
Banhos Banhos de vapor com plantas Bochechos Cataplasmas Clisteres Colírios Compressas Decocção Extractos Fomentações Fricções Gargarejos Injvsâo Irrigações vaginais Lavagens oculares Linimentos Loções Maceração Oculares, lavagens Pós Sumos Tinturas Tisanas Unguentos Vaginais, irrigações Xaropes
65 70 72 68 72 72 68 57 63 70 70 71 56 73 72 61 70 57 72 60 60 63 54 64 73 61
'• ^ XISTEM diversas formas de prepaIj i ar as plantas medicinais com vista • • à sua utilização. Com todas elas se JL^ pretende: • Tornar mais fácil e exequível a administração da planta. • Aumentar a concentração de alguns dos princípios activos da planta que, pelas suas propriedades físico-químicas particulares, se tornam mais facilmente solúveis utilizando um determinado método de preparação. Por exemplo, mediante a destilação por vapor conseguem-se extrair, e portanto concentrar, os óleos essenciais. • Favorecer a conservação da planta ou dos seus preparados. Por exemplo, as decocções conservam-se durante mais tempo do que os sumos frescos c inclusive do que as infusões, devido a que durante a decocção o líquido fica praticamente esterilizado. Para cada planta medicinal existem certas formas ideais de preparação e de emprego. E conveniente conhecê-las e saber aplicá-las adequadamente, com o fim de aproveitar melhor as propriedades das plantas ou da suas partes.
Tisanas As tisanas ohtêm-se tratando os produtos vegetais com água. São a forma mais popular de preparar as plantas medicinais. A água é o veículo ideal para se extrair a maior parte dos produtos químicos produzidos pelas plantas, por se tratar de um dissolvente universal por excelência.
54
y/y.
A arte de preparar tisanas O Nr ^ ^
k^
v
seguidamente deitar-Ihes a água por cima. Mas também se pode fazer o inverso.
r
L ^
1. Colocação da parte da planta a usar num recipiente adequado. As plantas podem estar soltas no recipiente, ou então colocadas dentro de um coador para infusões ou n u m saquinho. O habitual é pôr primeiro as plantas e
> D
'
— • -. . •.-
-J"
Â
. í «í
1
2. Escaldão das plantas com água a ferver.
3. Tomar a infusão depois de a ter deixado repousar e arrefecer em recipiente tapado, para evitar que as essências e outros componentes se volatilizem com o vapor.
W
''S 55
C a p . 3: FORMAS DE PREPARAÇÃO E EMPREGO
Saiiquinhos para infusões \
Existem no comércio numerosos preparados de plantas já prontos para ser usados em infusões. As partes da planta são fornecidas dentro de um saquinho que serve de filtro, já trituradas e convenientemente dosificadas. O modo de emprego é muito simples: 1. Colocar o saquinho numa chávena ou copo. 2. Deitar a água a ferver. 3. Deixar repousar durante uns 5 minutos, tapando o recipiente com um pires ou outro tipo de tampa.
Técnica de preparação As infusões preparam-se seguindo os passos abaixo indicados: I. Colocação: Colocar as parles a usar (folhas, flores, etc.) num recipiente de porcelana, barro cozido, vidro ou matéria semelhante, que resista bem á acção súbita do calor. As parles das plantas a utilizar podem estar soltas dentro do recipiente, ou então juntas num coador para infusões, que se coloca dentro do recipiente. l
As tisanas usam-se sobretudo paia tomar pela boca (via oral). Todavia lambem se podem utilizar em compressas, colírios, loções, etc, como mais adiante se indica na secção "Formas de emprego" (pág. 64). As tisanas são o resultado da acção da água sobre os produtos vegetais. Conforme se aplique essa água, são três os procedimentos pelos quais se pode obter uma tisana: infusão, decocção e maceração. Nos três casos, deve-se começar por: 1. Pesar ou medir a quantidade adequada de produto vegetal a utilizar. 2. Esmiuçar e triturar bem as partes da planta a utilizar. Tal como se indica no capítulo anterior "Colheita e conservação" (ver pág. 51), as plantas devem-se guardar tão inteiras quanto possível, e esmiuçar no momento em que vão ser utilizadas. Desta forma, conservam melhor as suas propriedades. Infusão A infusão é o procedimento ideal para obter tisanas das partes delicadas das plantas: folhas, flores, sumidades e caules tenros. Com a infusão cxirai-se uma grande quantidade de substâncias activas, com muito pouca alteração da sua estrutura química e, portanto, conservando-se o máximo das propriedades.
2. Escaldão: Verter a água acabada de ferver sobre as plantas, na proporção adequada. 3. Extracção: Tapar o recipiente e esperar durante um certo tempo para dar lugar a que se produza a extracção e dissolução dos princípios activos. Normalmente, bastam 5 ou 10 minutos. Quanto mais espessas ou duras forem as partes das plainas utilizadas, tanto mais tempo será necessário para a sua extracção. 4. Filtração: Coaras plantas, passando o líquido por um coador. Caso se lenham colocado previamente as plantas num coador para infusões, dentro do recipiente, basta levantá-lo e deixar escorrer o líquido. Conservação das infusões Km geral, as infusões podem conservar-se durante cerca de doze horas. Preparam-se logo de manhã e vão-se tomando ao longo do dia. Se o ambiente íov muito quente, O mais aconselhável é guardá-las no frigorífico. Podem ser aquecidas novamente, mas sem chegar a ferver. Não se deveriam tomar infusões que lenham sido preparadas com mais de 21 horas de antecedência. Decocção A decocção utiliza-se paia preparar tisanas â base de partes duras das plantas (ia-
A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS 1* P a r t e :
É
G e n e r a
V..
d a d e s
iceração em azeite }
Enche-se um frasco com as partes da planta a macerar, e cobrese com um óleo, de preferência o azeite. Deixa-se repousar durante vários dias ou semanas, conforme a planta. Com esta técnica obtêm-se óleos de hipericão, alfazema, maravilha, urucu, açucena, arnica e loureiro, entre outras plantas. Os óleos assim obtidos usam-se sobretudo em aplicação local sobre a pele. Desta forma se aproveitam as propriedades emolientes (suavizantes) do óleo sobre a pele, além da acção especifica da planta utilizada. Na página 627 ilustra-se a preparação do óleo de calêndula ou maravilha.
ízes, rizomas, casca, s e m e n t e s ) , q u e precisam de sor mantidas em ebulição para libertar os seus p r i n c í p i o s activos. A d e cocçao apresenta o inconveniente de q u e alguns dos p r i n c í p i o s activos p o d e m degradar-sc pela acção p r o l o n g a d a do calor. Técnica da decocçao Uma d e c o c ç a o deve preparar-se do seguinte m o d o : 1. Colocação: Colocar o p r o d u t o n u m recipiente a d e q u a d o , com a p r o p o r ç ã o de água requerida.
Maceração A m a c e r a ç ã o consiste na extracção dos princípios activos de u m a planta ou p a r t e dela, á t e m p e r a t u r a a m b i e n t e , utilizando a água c o m o dissolvente ( t a m b é m se p o d e fazer c o m álcool ou azeite). Trata-se simplesmente de "pôr de m o l h o " , tão b e m trituradas q u a n t o possível, as partes das plantas a utilizar. A m a c e r a ç ã o é o m é t o d o preferível para os seguintes casos: • Plantas cujos princípios activos se destruam com o calor.
•1. Filtrar com um coador.
• Plantas muito ricas em taninos. Q u a n d o se t o m a m p o r via oral, um excesso de taninos dá à infusão um gosto a m a r g o ou áspero. A maceração tem a vantagem de extrair a maior parte dos princípios activos, d e i x a n d o os taninos na planta.
Conservação das decocções
Técnica
2. Cocção: Ferver d u r a n t e 3 a 15 minutos, em lume b r a n d o . 3. Deixar repousar d u r a n t e alguns minutos.
Dado terem sido fervidas, as d e c o c ç õ e s conservam-se d u r a n t e mais t e m p o do q u e as infusões, especialmente se forem guardadas no frigorífico. Podem ulili/ar-se durante vários dias, se bem q u e não convenha deixar passai mais de u m a semana.
II •
da
maceração
Para fazer u m a m a c e r a ç ã o , procede-se d o seguinte m o d o :
A infusão, a decocçao e a maceração têm em comum utilizar-se a água como agente extractor. Por isso se agrupam estes três métodos sob o nome genérico de tisanas. Os processos fisico-quimicos pelos quais a água extrai os princípios activos das plantas sáo diferentes em cada caso, mas o resultado final é muito semelhante.
1. Colocar as parles a utilizar, com a prop o r ç ã o de água r e q u e r i d a (à t e m p e r a tura a m b i e n t e ) , n u m recipiente o p a c o (que não deixe passar a luz).
h/
C a p . 3: FORMAS DE P R E P A R A Ç Ã O E EMPREGO
Dosagem das tisanas Folhas ou flores secas*
Volume Uma colher de café = 5 ml Uma colher de sobremesa = 10 ml Uma colher de sopa = 15 ml Uma pitada (o que se apanha entre o indicador e o polegar) = 2 ml Um punhado = 20 ml
Raízes ou rizomas secos*
3g 5g
lg 2g 4g
10 g
0,5 g
1.5 g
5g
12 g 'Quantidades aproximadas
D o s e a m e n t o das tisanas Em geral, as plantas medicinais não exigem um doseamento tão rigoroso como os medicamentos. Dada a ampla margem de tolerância da maior parte delas (ver pág. 102), na generalidade não é necessário medir com exactidão o peso de planta que se utiliza numa tisana nem o volume que se toma. Na análise particular de cada planta, pormenorizam-se as respectivas doses. No entanto, em geral, podemos dizer que, para um adulto, são as seguintes: • Infusões: de 20 a 80 g de planta seca por litro de água, o que equivale aproximadamente a uma colher de sobremesa (2 g) por chávena de água (150 ml). • Decocções e macerações: de 50 a 50 g por litro de água. O habitual, para um adulto, é tomar de 3 a 5 chávenas de tisana por dia (uma chávena = 150 ml).
Uma medida de planta seca equivale a 3 ou 4 de planta fresca
2. Deixar repousar num lugar fresco, ao abrigo do sol. Remexer de vez em quando. 3. Se a maceração For de partes moles (folhas, flores, e t c ) , bastam 12 horas. Quando se trate de partes duras (raízes, casca, sementes, e t c ) , tem de se esperar 24 horas. Tempos mais longos podem dar origem a fermentação ou ao aparecimento de bolor. 4. Filtrar com um coador. 5. O líquido resultante da maceração pode ser aquecido suavemente antes de se tomai". Conservação das macerações As macerações podem conservar-se durante bastante tempo (até um mês), especialmente quando o líquido extractor utilizado como dissolvente for o azeite ou o álcool em Lugar íla água.
Em todo o texto desta obra, caso não se indique o contrário, as quantidades recomendadas referem-se sempre a plantas secas. Quando se utiliza a planta fresca, é necessário empregar uma quantidade 3 a 4 vezes maior para obter o mesmo efeito que com a planta seca. Doses infantis Para as crianças preparam-se tisanas mais diluídas (com menos quantidade de planta); ou então podem preparar-se com igual concentração, em cujo caso se administra uma quantidade menor de tisana em cada toma. A dose infantil reduz-se proporcionalmente segundo a idade: • Idade escolar ((> a 12 anos): a metade íla dose que para um adulto. • Idade pré-escolar (de 2 a 0 anos): um terço da dose dos adultos. • Crianças até 2 anos: fie um quarto a um oitavo da dose de adulto.
A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS 1 " Parte:
G e n e r a l i d a d e s
As tisanas preparadas com a mistura de várias plantas podem dar um resultado positivo, mas é preciso ter-se a certeza de que as diversas plantas usadas combinam adequadamente umas com as outras. Na segunda parte desta obra, apresentam-se tabelas de plantas para diversas afecções, que se combinam favoraveJmente.
As crianças devem admín istrar-.se unicamente plantas isentas de qualquer tipo de efeitos tóxicos. Quando e c o m o adoçar as tisanas? O preferível é tomar as tisanas no seu estado natural, sem as adoçar. Contudo, nalguns casos pode ser conveniente adoçá-las: • Quando se trate de plantas de gosto muito desagradável. • Quando sejam tisanas para as crianças, excepto no caso de se pretender um eleito vermífugo (expulsão de parasitas intestinais). Neste caso concreto não é conveniente administrar açúcar ou mel, pois estes produtos favorecem o desenvolvimento dos vermes. • Quando se administrem a doentes convalescentes ou debilitados. Não convém adoçar as tisanas que, pelo seu efeito aperitivo, se ingerem antes das refeições, já que os açúcares podem diminuir a sensação de fome. Também deverão abster-se de adoçá-las os diabéticos, que em caso de necessidade podem usar edulcorantes químicos. Quando se decida adoçar uma tisana, o mel é o produto ideal E proveniente das flores e contém sais minerais e vitaminas de
grande valor nutritivo. Caso não se disponha de mel, pode-se usar em substituição açúcar escuro, melaço (mel de cana) ou xarope de bordo, que também são ricos em minerais e vitaminas, e superiores em propriedades ao açúcar branco. Umas gotas de sumo ou um pouco de casca de limão podem também melhorar o sabor de algumas tisanas. Porque não fazer tudo o que seja possível para converter a nossa medicina num prazer? Tisanas d e u m a o u d e várias plantas? A mistura de vários tipos de plantas numa mesma tisana pode ter efeitos positivos se essas plantas se combinarem adequadamente, tendo em conta a sua composição e as suas propriedades. Todas as plantas que se recomendam para cada doença nas tabelas da segunda parte desta obra (por exemplo págs. 129130, 140-144, etc.) podem ser combinadas entre si. A mistura de várias plantas tem a vantagem de que os possíveis efeitos indesejáveis de cada uma delas (mau sabor, intolerância digestiva), ficam atenuados. Mas nem sempre é necessário misturar as plantas.
W.J&
Os sumos frescos das plantas constituem a forma de preparação mais rica em vitaminas, enzimas e outros princípios activos. No entanto devem tomar-se acabados de fazer, para que conservem todas as suas propriedades.
.
Uma única planta, bem aplicada, pode exercer maiores efeitos que a mistura de várias, se não forem bem combinadas.
Outras formas de preparação Além das simples tisanas, existem outras formas de preparar as plantas medicinais que requerem conhecimentos e instrumentos especializados, próprios da profissão farmacêutica. São as chamadas "preparações gaíénicas" em honra do médico grego do século II d.C, ou também "preparações oficinais", porque se fazem nas "oficinas" (laboratórios) de farmácia. No entanto, algumas destas formas de preparação, como os sumos ou os xaropes, também podem fa/.er-se em casa, com meios mais simples. Expomos seguidamente as formas de preparação mais utilizadas em fitoterapia.
60
,
w
Sumos Devem-se preparar com a planta fresca recém-colhida, esmagando-a num almofariz e filtrando-a seguidamente. Também se podem obter por meio de uma liquidilicadora eléctrica. Os sumos, também chamados sucos, podem-se obter tanto das plantas herbáceas como dos frutos. O sumo das folhas do aloés é muito apreciado como aperitivo e digestivo. Os sumos têm a vantagem de conter todos os princípios activos sem degradar, especialmente, as vitaminas. Todavia muitos deles deverão tomar-se em doses reduzidas, a pequenas colheradas, pois podem tomar-se um tanto fortes para os estômagos delicados. Km certos casos pode ser conveniente diluí-los com água. Muitos deles são usados para fazer xaropes. Em nenhum caso se deve fazer sumo das plantas que apenas se devam consumir secas (ver pág. 50).
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 1 * Parte:
Y
G e n e r a l i d a d
Pós Para a obtenção de pó com fins medicinais, as partes da planta a utilizar deixam-se secar d u r a n t e mais t e m p o do q u e o habitual, e depois trituram-se reduzindo-as a pó. Pode-se o b t e r pó m e d i c i n a l de u m a plaina a partir das sua.s folhas (por exemplo, da dedaleira ou do sene-da-índia), das sumidades floridas (absinto, l ú p u l o ) , da casca (cascara-sagrada, salguei r o - b r a n c o ) , dos frutos (coentro), e s o b r e t u d o das raízes (ginseng, harpagófito, jalapa, polígala•da-virgínia, violeta, e t c , c t c ) . 0 pó oferece as seguintes vantagens: 1. Aprovcitam-sc ao máximo os princípios activos da planta, especialmente q u a n d o se trate de partes duras c o m o as raízes. 2. Permitem um d o s e a m e n t o mais exacto, como se exige, por e x e m p l o , no caso de plantas p o t e n c i a l m e n t e tóxicas ( d e d a leira, rauvólfia) q u e se e m p r e g a m em doses muito p e q u e n a s ( d e a l g u n s gramas, ou m e s m o de miligramas).
Formas de administração do pó O pó medicinal pode-se administrar das seguintes formas: • Em infusão ( p o r e x e m p l o : c a n e l e i r a , ginseng, lúpulo, sene-da-índia), vertendo-se-lhe água q u e n t e p o r cima. • Aspirando-o pelo nariz c o m o estei tituatório (ásaro, betónica) ou c o m o hemostático contra as hemorragias nasais (folhas da videira). • Misturado com mel, c o n s t i t u i n d o u m a pasta (abrótauo-lêinea, absinto, coentro). • Misturado com azeite p a i a aplicação externa emoliente (sementes de u r u c u ) . Xaropes Os xaropes consistem em soluções concentradas de açúcares com s u m o s ou outras partes da planta. T ê m a vantagem de disfarçar o sabor desagradável de muitas
plantas, facilitando p o r t a n t o a sua ingestão. Tornam-se de grande utilidade para administrar às crianças pequenas. S e m p r e q u e seja possível, os x a r o p e s devem preparar-sc c o m mel, pois desta maneira se acrescentam as suas p r o p r i e d a d e s peitorais e tonificantes às próprias da planta. Na falta de mel, pode-se usar açúcar escuro. Para a preparação, a mistura deve ser aquecida em lume b r a n d o . Facilita-se assim a dissolução dos açúcares. A maior parte dos xaropes utiliza-se em caso de afecções respiratórias ( p o r exemplo: p a p o i l a , c e b o l a , i p e c a c u a n h a , sabugueiro, violeta). Os q u e se- p r e p a r a m com frutos têm p r o p r i e d a d e s tonificantes, resfrescantes e vitamínicas ( p o r e x e m p l o os de bérberis, framboesa, groselha ou silva).
Os xaropes preparam-se adicionando mel ou açúcar (de preferência não refinado) a uma infusão ou decocção mais concentrada do que o normal, ou também a um sumo de frutos. Geralmente os xaropes preparam-se a 50%, isto é. acrescentando o mesmo peso de açúcar ou de mel que de infusão ou de frutos. Aquecer a mistura facilita a dissolução dos açúcares. Na página 295 explica-se a preparação do xarope de cebola, contra a tosse.
Os diabéticos devem abster-se de ingerir xaropes, devido ao seu forte c o n t e ú d o de açúcar.
61
y/,.
Vantagens e inconvenientes dos extractos Os extractos constituem uma forma artificial de preparar as plantas medicinais, com as suas vantagens e inconvenientes que convém conhecer.
Vantagens:
Inconvenientes:
Maior concentração: Com o extracto consegue-se uma maior concentração de certos princípios activos da planta, precisamente os que são solúveis no dissolvente empregado para a extracção. Isto faz que o extracto tenha, em geral, uma acção mais potente que a da planta inteira. Maior disponibilidade: O extracto pode estar disponível em qualquer época do ano e em qualquer momento do dia, sendo o seu uso tão fácil como tomar umas gotas. Pelo contrário, preparar um sumo fresco ou uma infusão de plantas não está sempre ao nosso alcance.
Maior risco de toxicidade: Desde o momento em que se altera o equilíbrio natural dos componentes de uma planta, extraindo ou purificando alguns dos seus princípios activos, aumenta o risco de se produzirem efeitos tóxicos. Portanto, as doses de extractos devem ser cuidadosamente respeitadas. Existem duas razões para isso: 1. Maior concentração de determinados componentes (os princípios activos). 2. A falta de outros componentes que acompanham os princípios activos da planta no seu estado natural, cuja função é precisamente a de compensar ou diminuir os possíveis efeitos tóxicos dos princípios activos. Isto explica, por exemplo, o facto de que as essências (extractos muito concentrados) tenham de ser usadas com grande precaução, especialmente quando são ingeridas, pois podem produzir facilmente intoxicações (ver pág. 97). Maior possibilidade de degradação dos princípios activos: Se o extracto não tiver sido obtido num laboratório especializado e pelos métodos correctos, corre-se o risco de destruir certos princípios activos da planta sensíveis ao calor ou aos dissolventes utilizados. Presença de dissolventes: O dissolvente que mais se emprega é o álcool etílico. Os restos dele que podem ficar no extracto representam um inconveniente para as crianças e para determinadas pessoas a quem o álcool se torna especialmente nocivo, mesmo em doses pequenas.
Os extractos de plantas medicinais devem ser considerados como fármacos para todos os efeitos, tanto q u a n t o às suas vantagens como quanto aos seus possíveis efeitos indesejáveis.
''//• 62
A SAÚDE PELAS F L A U T A S M E D I C I N A I S 1 •" Porte:
V
G e n e r a l i d a d e - .
Linimentos Os linimentos são u m a mistura (emulsão) de extractos de plainas medicinais com a/.eite e / o u álcool, de fraca consistência, que se aplicam s o b r e a pele acompanhados de u m a massagem suave. ÂSsubstâncias activas peneiram nos tecidos profundos. Os linimentos usam-se sobreluclo nas afecções reumáticas e musculares. Extractos Os extractos obtêm-se pela acção de um dissolvente sobre as p a n e s activas da planta. No fim pode eliminar-se o dissolvente, ficando unicamente os princípios activos da planta. Como dissolventes utilizam-se o álcool etílico, o propilenglicol, o éter, a glicerina, diversos óleos e a água. Tipos de extractos O líquido extractivo resultante p o d e concentrar-se em diferentes graus, com o q u e se obtêm diferentes tipos de extractos: • Extractos líquidos: têm a consistência de um líquido ligeiramente espesso. • Extractos fluidos: têm a consistência do mel fresco. São os mais utilizados, devido à sua facilidade de uso e à sua boa conservação. Nos e x t r a c t o s fluidos, o peso do produto obtido é o m e s m o q u e o da planta seca utilizada para a sua obtenção. • Extractos moles: têm consistência pastosa, s e m e l h a n t e à do mel. ( ' o n t e m como máximo 2 0 % de água. • Extractos secos: p o d e m ser reduzidos a pó. Contém c o m o m á x i m o 5% de água. A sua vantagem é a g r a n d e c o n c e n tração de princípios activos q u e a p r e sentam (I g de extracto seco equivale a 5 g d a planta). • Ncbulizados: V. u m a das técnicas mais modernas para a o b t e n ç ã o de extractos. Consisto em atomizar ou vaporizar a solução extractiva e submetê-la e n t ã o a
u m a c o r r e n t e de ar a alta t e m p e r a t u r a . Deste m o d o se c o n s e g u e q u e o dissolvente se evapore de forma rápida e desapareça por c o m p l e t o . Tinturas As tinturas são soluções alcoólicas com q u e se consegue u m a concentração muito alta de certos princípios activos da planta, precisamente os q u e são solúveis em álcool. Preparam-se d e i x a n d o m a c e r a r a planta, bem seca e triturada, em álcool, à temperatura ambiente, d u r a n t e dois ou três dias, ou até 15 dias c o m o no caso da arnica. I lá dois motivos pelos quais as tinturas se devem usar com grande precaução: 1. A sua elevada concentração de determinados princípios activos. Por isso, não s
Os usos externos são a forma mais segura de aplicar as tinturas. Ingeridas por via oral, devem ser empregadas com muita precaução, dado o seu conteúdo alcoólico.
G3
Cap. 3: FORMAS DE PREPARAÇÃO E EMPREGO
O unguento popúleo, que se prepara com os brotos tenros rio choupo-negro, tem um eleito muito benéfico contra as hemorróidas (ver pág. 760). Os unguentos de meimendro e de acónito, plantas tóxicas por via interna, usaram-se durante muito tempo como calmantes de nevralgias, ciáticas e dores rebeldes.
Formas de emprego
Nos unguentos, pomadas e cremes, os princípios activos acham-se dissolvidos n u m excipiente gorduroso, o que facilita a sua absorção pela pele.
2. O seu conteúdo alcoólico: Mm hora a quantidade de álcool que se ingere ao tomar umas golas de tintura não seja muito elevada, pode ser suficiente paia produzir intolerância digestiva em pessoas sensíveis. As tinturas são contra-indicadas em caso de afecções hepáticas. Em geral, recomendamos que as tinturas se administrem unicamente em doentes com padecimentos muito concretos, e sempre sob indicação e vigilância médica. Em nenhum caso se devem administrar a crianças pequenas. O mais recomendável é utilizá-las unicamente por via externa, como por exemplo as de acónito, alecrim, arnica ou cânhamo. Unguentos Nos unguentos, os princípios activos cucou tram-se dissolvidos numa substância gorda. As gorduras mais usadas tradicionalmente têm sido a vaselina, o azeite, a lanolina e o sebo animal. Os unguentos são sólidos à temperatura ambiente, e amolecem quando se estendem sobre a pele com uma fricção suave. As pomadas e os cremes preparam-se com outros excipientes gordos elaborados pela indústria farmacêutica moderna.
64
Chegado o momento de utilizar uma planta ou algum dos preparados elaborados com plantas, distinguimos: • Uso interno: Quando se ingere pela boca. passando ao estômago e ao resto do aparelho digestivo. Dali exerce a sua acção, quer deixando-se absorver e passando ao sangue, quer actuando directamente sobre a parede do tubo digestivo (como a libra ou as mucilagens de algumas plantas). Internamente empregam-se as tisanas (infusão, decocção ou maceração), e também os óleos, xaropes, sumos, pós, tinturas e outros preparados farmacêuticos galénicos. • Uso externo: Quando a planta ou os seus preparados se aplicam sobre a pele ou as cavidades do organismo (boca, ouvido, vagina, etc.) sem passar ao tubo digestivo. Para uso externo empregam-se as mesmas tisanas, sumos, óleos e outras preparações que paia o uso interno, embora convenha que sejam mais concentradas Má que terem conta que muitas substâncias activas das plantas podem absorver-se pela pele, quando se aplicam por via externa, passando assim ao sangue. Portanto, as plantas potencialmente tóxicas devem ser aplicadas com prudência, mesmo em uso externo. Assim acontece, por exemplo, com as pomadas e unguentos de acónito, meimendro. cânhamo OU cicuta, utilizados
k SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 1 ° Parte:
r desde a antiguidade para acalmar nevralgias e dores reumáticas. Os banhos, clisteres, f o m e n t a ç õ e s , banhos de vapor e o n d a s aplicações cie hidroterapia, já têm em si mesmos efeitos curativos, ainda q u e se laçam u n i c a m e n t e com água. Q u a n d o se fazem com unia tisana ou outra p r e p a r a ç ã o de p l a n t a s , os eleitos medicinais próprios destas plantas somain-se aos da água, com o q u e se ganha cm eficiência.
Alecrim
Plantas para utilizar em banhos Para um banho com plantas medicinais, preparam-se 2-3 litros de uma infusão ou decocção concentrada (40-80 g de planta por litro de água). Deita-se a dita infusão ou decocção na banheira ao mesmo tempo que se coa, misturando-a com a agua do banho. Em vez de infusão ou decocção, podem usar-se 5 a 10 gotas de essência da planta.
Planta
Pág.
Abrótano-fêmea Alecrim
470 Sumidades (infusão) 674 Sumidades floridas (infusão
Tonificante
Alfazema
161
Agua ou essência
Relaxante e repousante
Cálamo-aromático
424
Rizoma (decocção)
Sedante em caso de insónia
Camomila
364 369 626 638 769 340
Capítulos florais (infusão)
Relaxante
Essência
Anti-reumática e tonilicante
Manjerona
Banhos Um banho consiste na imersão completa ou parcial do corpo em água, a q u e se podem acrescentar p r e p a r a d o s de p l a n t a s medicinais, c o m o por exemplo: • Infusões ou d e c o c ç õ e s c o n c e n t r a d a s : Como norma geral, uma infusão ou decocção para acrescentar posteriormente à água do b a n h o p o d e fa/er-se com 40-80 g da planta (dois ou três p u n h a d o s grandes) por cada litro de água. Para uma banheira de t a m a n h o normal, costuma ser suficiente preparar dois ou três litros de infusão ou decocção. U m a vez coada, acrescenta-se à água da banheira. • Essências: Costuma ser suficiente utilizar de "•> a 10 gotas de essência, dissolvidas na água da banheira. Os banhos usam-sc e s p e c i a l m e n t e pelo sen efeito anii-reumático, relaxante e sedativo (por exemplo, com abrótano-fêmea, alfazema, cálamo-aromático, manjerona, trevo). O banho com cálamo-aromático t o m a te especialmente útil contra a insónia. Banhos de assento Para tomar um b a n h o de assento c o m plantas medicinais, p r e p a r a m - s c um ou dois litros da decocção ou infusão a utilizar (que g e r a l m e n t e é mais c o n c e n t r a d a do que aquela q u e se utiliza para ingerir), e despejani-se n u m a banheira, acrescentando a água necessária até se atingir o nível do baixo ventre, por debaixo do u m b i g o .
y
G e n e r a l i d a d e s
Maravilha Salva Tomilho Trevo-dos-prados
Parte utilizada
Acção Emoliente, relaxante e sedante
Óleo
Suavizante da pele
Folhas (decocção)
Embeleza a pele
Sumidades floridas (infusão
Tonificante e anti-reumática
Flores e folhas (decocção)
Suavizante da pele
As p e r n a s e a p a r t e s u p e r i o r do c o r p o n ã o devem estar em contacto com a água. O ideal é utilizar u m a b a n h e i r a especial para b a n h o s de assento, e m b o r a estes tamb é m se possam tomar n u m bidé, n u m a bacia larga, ou sentando-se n u m a b a n h e i r a com as pernas encolhidas E n q u a n t o se toma o b a n h o , deve-se friccionar suavem e n t e o baixo v e n t r e ( a n a t o m i c a m e n t e c h a m a d o hipogástrio) c o m u m a esponja ou um p a n o de algodão. Os b a n h o s de assento p r o d u z e m um estímulo circulatório na parle inferior do abd ó m e n , q u e tem efeitos favoráveis sobre as vísceras q u e ali se alojam: intestino grosso, bexiga e órgãos genitais internos. Além disso, actuam directamente sobre a pele e mucosas e x t e r n a s d o s ó r g ã o s genitais e do â n u s . T o r n a m - s e m u i t o eficazes nos seguintes casos: • Afecções do ânus e do r e c t o , c o m o as h e m o r r ó i d a s ou a fissura do ânus.
Utensílios necessários para se preparar um banho de assento: banheira, infusão ou decocção da planta para ser adicionada ã água, coador e esponja ou luva de banho.
• Cistites e infecções urinárias. • Afecções da próstata. • Transtornos ginecológicos em geral, mas em especial as regras dolorosas e as infecções genitais femininas.
bb
C a p . 3: FORMAS DE P R E P A R A Ç Ã O E E M P R E G O
f/
Plantas para utilizar em banhos de assento Os banhos de assento com plantas medicinais são muito recomendáveis para as afecções do ânus e do recto, dos órgãos urinários inferiores (bexiga e uretra), assim como dos órgãos genitais. Tomam-se tépidos ou frios, excepto quando baia espasmos abdominais ou fissura anal, casos em que devem tomar-se quentes. Planta
Pág.
Preparação
Alforva
474
Decocção com 100 g de sementes trituradas (ou de farinha) por litro de água. Deixar ferver durante um quarto de hora
Indicações
Acção
Observações
Hemorróidas
Desinflama-as e redu-las
Também se aplica em forma de cataplasma fria sobre o ânus
Aveleira
253
Decocção com 30-40 g de folhas e casca de ramos jovens por litro de água
Hemorróidas
Sedante e anti-inflamatória
Também se pode usar empapando compressas que se aplicam sobre o ânus
Cardo-santo
444
Decocção com um punhado de folhas, caules e/ou flores de cardo-santo, por cada litro de água
Hemorróidas
Anti-séptica e cicatrizante
Carvalho
208
Decocção com 60-80 g de casca por litro de água
Hemorróidas e fissuras anais
Cicatriza e detém a pequena hemorragia que as acompanha
251
Decocção de 50 g de casca de ramos jovens e/ou sementes por litro de água
Hemorróidas
Acalma a dor e reduz as hemorróidas
Chagas
772
Infusão com 30-50 g de flores ou de frutos por cada litro de água
Transtornos menstruais
Regula e normaliza as regas
Cipreste
255
Decocção com 50 g de gálbulos (frutos) por litro de água
Hemorróidas
Reduz-lhes o tamanho e alivia a dor que produzem
Escrofulária
543
Decocção com 20 g de planta por litro de água
Hemorróidas
Acalma a dor e reduz-lhes o tamanho
Também se aplica em forma de compressas sobre o ânus
Nogueira
505
Decocção com 100 g de folhas e/ou nogalina (cascas verdes) por litro de água
Hemorróidas
Cicatrizante e anti-inflamatória
Recomendam-se duas ou três aplicações por dia
Ratània
196
Decocção com 30-40 g de casca da raiz por litro de água
Hemorróidas e Anti-inflamatória infecções genitais e adstringente
Silva
541
Decocção com 50-80 g de folhas e brotos de silva por litro de água
Hemorróidas
Desinflama-as e evita que sangrem
Aplica-se também em forma de compressas sobre o ânus
Tanchagem
325
Decocção com 50-100 g de planta por litro de água
Hemorróidas
Desinflama os tecidos
Também se pode usar em clisteres
da-índia
66
0 banho de assento deve ser quente, de uns 10 minutos de duração
0 banho tem de ser quente
N o r m a l m e n t e o s b a n h o s d e assento tonnam-se com água fria ou morna, a m e n o s que se Indique o c o n t r á r i o . Desta forma se o b t é m um m a i o r efeito tonificante. No ent a n t o , existem casos em q u e é preferível usar água quente:
Fissura anal: esta afecção caiai teri/.a-se pela d o r ao defecai, q u e nalguns casos é a c o m p a n h a d a da emissão de algumas gotas de s a n g u e . Não se deve confundir c o m as hemorróidas. Em caso de fissura convém aplicar banhos de assento
•
quentes, enquanto que. quando se trate de hemorróidas, se recomenda que a
Espasmos abdominais: c a u s a d o s , p o r e x e m p l o , p o r cólicas digestivas, cistites «ni d i s m e n o r r e i a (regias dolorosas).
água esteja fria.
A SAÚDE P E U S PLANTAS MEDICINAIS I
a
Parte:
G e n e r a l i d a d e s
Os banhos de assento com plantas medicinais podem-se preparar facilmente em casa, como se expõe na página 65.
Os banhos quentes aos pés (pedilúvios) sáo muito eficazes para descongestionar a cabeça em caso de constipação ou gripe.
A duração de um b a n h o de assento deve ser curta (inferior a 3 minutos) caso se faça com água fria, e n q u a n t o p o d e c h e g a r aos 10 minutos se a água for m o r n a ou q u e n t e . Normalmente tomam-se u m o u dois p o r dia, ou mesmo três. E conveniente renovar todas as vezes a água. Banhos aos pés
(pedilúvios)
Os pedilúvios, ou b a n h o s aos pés, quando se t o m a m q u e n t e s , t o r n a m - s e m u i t o úteis para aliviai - as d o r e s de cabeça, (especialmente se se juntar à água farinha de mostarda), e para m e l h o r a r a circulação nas pemas (com Tolhas de videira ou de urtiga-branca, por e x e m p l o ) . Fa/.em-se normalmente a c r e s c e n t a n d o aos 3 ou 5 litros necessários para o pedilúvio, um litro da mesma infusão ou d e c o c ç ã o q u e se recomenda tomar pela boca.
Banhos às
mãos
(manilúvios)
Os banhos às mãos (manilúvios) dão resultados muito bons contra as frieiras.
Ou manilúvios, ou banhos às mãos, aplicam-se c o m êxito p a r a m e l h o r a r a circulação s a n g u í n e a nas e x t r e m i d a d e s s u p e riores. Devem tomar-se tépidos ou p o u c o q u e n t e s . Para fazer d e s a p a r e c e r o eritema p é r n i o (frieiras) e as mãos frias e arroxeadas devidos a espasmos das artérias, recom e n d a m - s e os manilúvios de g i n k g o (ver pág.234). Cataplasmas A.s cataplasmas p o d e m preparar-se de diversas maneiras: •
Com farinha de sementes (linho, mostarda, alforva): Amassa-se a farinha com água até formar u m a pasta uniforme e fluida. Seguidamente aquece-se num re-
67
Cap. 3: fORMAS DE PREPARAÇÃO E EMPREGO
/
As cataplasmas de plantas medicinais exercem um grande efeito anti-inflamatório sobre a pele e os tecidos profundos.
tites, dores menstruais, ele. (grãos de milho, linho, tomilho). • Peitorais e anti-inflamatórias: O protótipo destas compressas é a que se prepara com farinha de linhaça (sementes de linho). Pode-se acresc cniar-lhes um pouco de mostarda para que tenham, além disso, eleito revulsivo. • Revulsivas: Atraem o sangue para a pele, descongestionando os órgãos internos. Prescrevem-se sobretudo em afecções reumáticas. Preparam-se, por exemplo, com malmequer-dos-brejos, urtigas, mostarda ou arruda.
cipiente, agitando-se sempre, até que adquira uma consistência pastosa. Aplica-se sobre a pele com uma espessura de um ou dois centímetros, protegida com um pano de algodão ou de flanela.
As compressas aplicam-se empapando um pano n u m liquido obtido a partir da planta medicinal (tisana, sumo, e t c ) .
• Com folhas ou raízes de plantas frescas esmagadas (agrião, bardaria, cebola, consolda, couve): Esmagam-se num almofariz até obter uma papa uniforme, que se estende sobre um pano e se aplica fria ou quente, conforme seja necessário. • Com frutos (morangos, figos), esmagados e envolvidos num pano. Utilidade das cataplasmas As cataplasmas, permanecendo durante longo tempo em contacto com a pele, reforçam diversas propriedades das plantas, como, por exemplo, as seguintes: • Cicatrizantes (a/.edas, bardaria, couve, consolda, figos, tanchagem). • Resolutivas, para amadurecer e provocar o esvaziamento de abcessos e forúnculos (abacate, alforva, borragem, linho, mandioca). • Analgésicas e sedativas, para cólicas, cis-
68
Técnica de aplicação das cataplasmas Na aplicação tias cataplasmas convém ler em conta <> seguinte: • Temperatura: As cataplasmas aplicam-se quentes, entre 40° e 50°C. Uma forma prática de conseguir isto é aquecê-las com um ferro de engomar, durante alguns minutos, envolvidas numa fronha ou num pano. • Protecção da pele: As cataplasmas com efeito revulsivo, especialmente as que contenham farinha de mostarda, chamadas sinapismos, podem provocar irritação na pele, pelo que devem envolver-se cuidadosamente num pano de flanela. Pata as restantes basta uma gaze. • Duração: de 5 a 10 minutos. É melhor fazer várias aplicações cúrias ao longo do dia, do que uma única prolongada. Compressas As compressas tornam-se mais fáceis de usar do que as cataplasmas, embora o seu efeito também se torne menos imenso. Técnica de aplicação das compressas As compressas fa/.em-se da seguinte maneira: 1. Impregnar um pedaço de gaze ou flanela numa tisana, sumo, (intuía ou outro preparado líquido.
jh
Fomentaçoes Técnica de aplicação
^n
1 ^m 4
a(A ^ ^
r"),^ >
1. Preparar um ou dois litros de uma infusão ou decocçao da planta adequada. Normalmente convém que seja um pouco mais concentrada do que o habitual (de 50 a 100 g por litro de água). Também se podem acrescentar, a um ou dois litros de água quente, 5 a 10 gotas de essência da planta. 2.Quando o líquido descrito estiver bem quente, submerge-se nele um pano ou toalha de algodão. (Foto O) 3. Escorrer o pano e aplicá-lo sobre a zona a tratar, protegendo a pele com outro pano seco. (Foto ©)
S,
^5
^
4.Cobrir estes dois panos com um cobertor de lã, para conservar o calor. Está provado que a lã é o material que melhor conserva o calor, mesmo quando está húmida ou molhada. (Foto ©) 5. Passados 3 minutos, quando o pano húmido já começa a arrefecer, volta-se a empapar no líquido quente. 6. A aplicação das fomentaçoes deve durar de 15 a 20 minutos. Terminar com uma fricção de água fria sobre a zona tratada.
-'//•
C a p . 3: FORMAS DE PREPARAÇÃO E EMPREGO
I
Fortmentações
com plantas medicinais
)
As fomentações com plantas tornam-se especialmente eficazes, pois aos efeitos terapêuticos próprios da água e do calor adicionam-se os da planta medicinal utilizada. Aplicam-se sobre a zona afectada em cada caso. As suas indicações mais importantes são: 1. Dores de costas causadas por afecções reumáticas, por artrose, ou por tensão muscular. Recomenda-se especialmente em caso de lumbalgia (dor de rins) ou de ciática. Plantas recomendadas: harpagófito, alfazema, alecrim, carvalho. 2. Cólicas ou espasmos abdominais: biliares, intestinais ou renais. Plantas recomendadas: laranjeira (flores), camomila, alfazema, salva. 3. Infecções agudas da garganta e das vias respiratórias: laringite, traqueíte, bronquite. Plantas recomendadas: abeto, pinheiro, eucalipto, tomilho, tussilagem.
le que se empapa na infusão ou decocção medicinal: um seco por baixo, para proteger a pele, e ouiro por cima para conservar o calor. Usam-se sobretudo em afecções respiratórias (catarros e bronquite), inflamações da garganta e da traqueia, cólicas (renais, hepáticas ou intestinais) e dores ciáticas. Nestes casos fazem-se com a mesma tisana que se recomenda para o viso interno, com o qual se reforça a sua acção. Loções e fricções
2. Aplicá-lo sobre a zona de pele afectada, durante um tempo que depende de cada planta (de 5 a 10 minutos geralmente). 3. Se a ga/.e ou flanela se secar, voltar a impregná-la. É melhor renovar as compressas frequentemente e aplicá-las várias vezes ao dia, em vez de manter a mesma durante muito tempo. Algumas plantas podem tingir a pele quando se aplicam em compressas, especialmente as que contém taninos (amieiro, carvalho, nogueira). Uma fricção com sumo de limão pode ajudar a restabelecer a cor normal da pele.
Os banhos de vapor com foJhas de tília limpam, suavizam e embelezam a pele do rosto.
Indicações das compressas As compressas usam-se como cicatrizantes e anti-séplicas em feridas e úlceras da pele (agrimónia, alcaçuz, amieiro, aveleira, carvalho, cavalinha, cebola, chagas, couve, hera, maravilha, nogueira), para a beleza da pele (hamamélia, morangueiro, roseira, tília), para os olhos (camomila, fidalguinhos), ou como analgésicas e calmantes (lúpulo, visco-branco).
As loções e as fricções fazem-se com uma infusão, decocção, maceração ou sumo, que se estende com uma ligeira massagem sobre a pele. As fricções aplicam-se da mesma maneira, geralmente com óleos essenciais (ver pág. 96), e com uma massagem mais enérgica. Podem-se aplicar com a mão ou com um pano suave impregnado no líquido. Indicações das loções e fricções As loções têm as seguintes aplicações: • Afecções da pele em geral (por exemplo com amor-perfeito, arandos, equinácea, folhas de oliveira, maravilhas, sanamunda, saponária, tomilho, tussilagem ou urtiga). • Prurido, ou seja, comichão na pele (borragem, erva-moura, verónica). • Beleza: eliminação da celulite, embelezamento da pele ou emagrecimento (equinácea, gilbarbeira, morangueiro, roseira). • Reumatismo (alfazema, loureiro). • Afugentar os mosquitos (absinto).
Fomentações As fomentações aplicam-se como as compressas, mas com 0 líquido à temperatura máxima que a pele possa suportar. Colocam-se mais dois panos, além daque-
70
B a n h o s d e vapor c o m plantas Os banhos de vapor com plantas aplicam-se sobre a cabeça, o tórax ou até sobre o corpo todo.
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 1 " Parte:
Y..
G e n e r a l i d a d e s
Técnica dos banhos de vapor com plantas Estes banhos de vapor ía/em-se da seguinte maneira: 1. Colocar uma panela de água a ferver com as plantas OU essências a utilizar, em cima de um banco. A panela deve estar tapada. Km vez de plantas, podem-se juntar à água 2 ou 3 gotas de um óleo essencial. 2. O doente senta-se numa cadeira c cobre-se com uma toalha grande ou um lençol, de forma que não se escape o vapor. 3. Destapar a panela progressivamente para deixar sair o vapor. 4. A aplicação dura de 10 a 15 minutos, até que deixe de sair vapor. 5. Convém terminar com uma fricção de água fria ou álcool sobre a zona que esteve exposta ao vapor. Indicações dos banhos de vapor com plantas Os banhos de vapor com plantas são de grande utilidade para combater as afecções respiratórias: sinusite, faringite, laringite, traqueíte, catarros bronquiais e bronquite. Também são indicados no caso de otite. Facilitam a eliminação do muco, germes e restos celulares depositados nas mucosas respiratórias, com o que se acelera o seu processo de regeneração e cura. Gargarejos Os gargarejos são uma forma fácil e simples de aplicar as plantas medicinais sobre o interior da garganta. Técnica dos gargarejos Os gargarejos fazem-se da seguinte maneira: 1. Tomar, sem engolir, um sorvo de tisana (geralmente infusão) morna. Não se devem usar líquidos muito quentes nem muito concentrados.
2. Inclinar a cabeça para trás. 3. Tentar pronunciar a letra 'a' de forma prolongada, durante meio ou um minuto. 4. Deitar fora o líquido da boca: Nunca se deve engolir, pois se supõe que esteja contaminado com as substâncias residuais.
Os gargarejos e bochechos feitos com flores e cascas de romãs são muito úteis em caso de faringite, gengivite |inflamação das gengivas) e parodontose (afrouxamento e queda dos dentes).
5. Repete-se todo o processo durante 5 a 10 minutos. Indicações dos gargarejos Os gargarejos actuam sobre a mucosa que reveste o fundo da boca, a faringe (garganta) e as amígdalas (anginas). Limpam a imicosidade, os germes e os restos de células mortas e de toxinas que se depositam nessa zona em caso de irritação, de inflamação ou de infecção. Têm efeito emoliente (suavizante), anti-séptico e adstringente (secam, desinílamam e cicatrizam). As plantas que mais se usam para os gar-
71
Cap. 3: FORMAS DE PREPARAÇÃO E EMPREGO
Colírios Os colírios são líquidos utilizados para tratar as afecções dos olhos ou das pálpebras. Devem ser pouco concentrados, não irritantes, e aplicados a uma temperatura morna. Recomenda-se fa/.ê-los com infusões preparadas com água previamente fervida, ou com decocções, para conseguir uma maior esterilidade. São muito utilizados os colírios de agripalma, camomila, eufrásia, lidalguinhos ou folhas de videira. Lavagens o c u l a r e s Ás lavagens oculares (aos olhos) fazem-se empapando uma compressa na decocção de uma planta, e deixando escorrer suavemente o líquido do lado da fonte para o do nariz (de fora para dentro). A semelhança do que acontece com os colírios, é preferível fazer as lavagens oculares com infusões para as quais se tenha fervido previamente a água, ou com decocções, para que o líquido que entra em contacto com o olho esteja estéril. Omco minutos de fervura é suficiente para conseguir uma esterilidade adequada As lavagens ocufares devem fazer-se deixando escorrer o líquido a partir da fonte para o nariz, pois é este o trajecto seguido normalmente pelas lágrimas.
Clisteres garejos são: abrunheiro-bravo, alecrim, amieiro, historia, casca e folhas de castanheiro, cebola, cinco-em-rama, drias, epilóbio, gatunha, hidraste, moranguciro, nogueira, ratãnia, roniã/.eiía, sabugueiro, sanamunda, tanchagem, tormentila e verbena. Bochechos Os bochechos consistem em mover um sorvo de líquido (geralmente infusão ou decocção) em todos os sentidos, dentro da boca. São muito úteis em caso de estomatite, gengivite, piorreia e outras afecções da boca e dos dentes. Fa/cm-sc com as mesmas plantas que os gargarejos.
72
Os clisteres, ou enemas, consistem na introdução de um líquido no intestino grosso através do ânus, por meio de um brigador com um tubo de borracha. O líquido a introduzir pode ser uma infusão ou decocção pouco concentrada, á temperatura do corpo (37°C). Precauções na aplicação cie clisteres Quando se aplica um distei-, devem tomar-se algumas precauções: 1. Colocar O paciente sobre o sevi lado direito, com as pernas encolhidas. 2. Introduzir a ponta do irrigado! com a ajuda de azeite ou vaselina.
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 1 " Parte:
G e n e r a l i d a d e s
Os cJisteres com infusões ou decocçoes de plantas medicinais conjugam a acção de limpeza da água com os efeitos medicinais das plantas.
3. Evitar que o líquido entre a unia pressão excessiva, não elevando o recipiente que o contém a mais de um metro acima do nível do doente. 4. É suficiente um volume de 300-500 ml de líquido. Nas crianças bastam 100-200 ml. 5. O paciente tem de reter o líquido durante 5-10 minutos. 6. Não aplicar mais de três dis teres num dia. Deverá evitar-se aplicá-los depois das refeições. 7. Em muitos casos, é necessária a prescrição e supervisão de um médico. Objectivos dos disteres Com os enemas, pretende-se: • Esvaziar o recto e o intestino grosso em caso de prisão de ventre, especialmente
quando seja devida a uma afecção febril ou infecciosa (por exemplo com folhas de oliveira, malva ou sene-da-índia). • Desinflamar o ânus e o recto em caso de fissuras, hemorróidas e inflamações anais (com carvalho, tanchagem ou zaragatoa). • Desinflamar o intestino grosso em caso de colite ou diarreia (erigerâo, malva),
espasmos digestivos (assa-íétida) ou diarreias dos lactentes (salgueirinha). • Eliminar os parasitas intestinais (alho,
quãssia, tanaceto). Irrigações vaginais Uma irrigação vaginal consiste na introdução de infusões ou decocçoes pouco concentradas, e à temperatura do corpo (37°C), na vagina, por intermédio de uma cânula ou brigador especial. As plantas mais utilizadas para estas irrigações são: historia, cinco-em-rama, malva, pé-de-leão, pimpinela-oficinal, ratânia, romázeira, roseira, salgueirinha, salva e salguei ro-branco. Aplicam-se em caso de vaginite e leucorreia (corrimento excessivo). No caso de gravidez deve-se evitar todo o tipo de irrigações vaginais. Quando se faz uma irrigação vaginal é necessário aplicar pouca pressão, para evitar que o líquido suba para o útero, cuja cavidade está normalmente fechada pelo colo uterino. E recomendável que as irrigações vaginais se apliquem sob vigilância médica.
Uso seguro das plantas medicinais Primeiro que tudo adoptar um estilo de vida são
Antes de aplicar qualquer planta medicinal de forma regular ou continuada (aliás c o m o em qualquer outro tipo de tratamento), é necessário ter em conta o seguinte:
1. Procurar a causa dos transtornos, por pouco importantes que possam parecer. Tomar umas plantas (como qualquer outro medicamento) com o único objectivo de acalmar ou de neutralizar certos sintomas, pode produzir um alívio momentâneo. Contudo, se a causa desses sintomas persistir, a doença continuará a progredir até se manifestar com maior intensidade, e então pode ser demasiado tarde para se curar.
4. Evitar a automedicação irreflectida: O ideal é que as plantas medicinais sejam receitadas ou recomendadas por um médico competente. Todavia, a legislação sanitária na maior parte dos países regista um certo número de espécies de plantas de uso habitual, que se podem usar livremente, sem receita médica. Neste caso, fala-se de automedicação responsável: A própria pessoa decide que plantas vai tomar, mas de forma responsável, isto é, informando-se previamente das propriedades das ditas plantas, assim como das possíveis precauções que o seu uso requeira.
Perante qualquer sintoma estranho, é necessário submetermo-nos a um diagnóstico médico, feito por profissionais competentes, com meios e procedimentos científicos. Só depois disso se poderão aplicar com segurança os tratamentos à base de plantas medicinais, ou quaisquer outros.
2. Eliminar hábitos nocivos para a saúde: Se os sintomas ou transtornos se deverem a hábitos malsãos ou a um estilo de vida pouco saudável, o tratamento com plantas acabará por ter pouca utilidade; e até poderia chegar a ser contraproducente, ao disfarçar determinados sintomas enquanto persiste a sua causa.
5. Precaução ao usar uma planta durante longos períodos de tempo: Como norma geral, deve-se evitar o uso continuado de uma mesma planta durante mais de dois ou três meses. Quando isto possa parecer necessário, convém informar-se bem dos possíveis efeitos secundários indesejáveis da dita planta, além de obter o conselho de um médico.
O primeiro passo para o restabelecimento da saúde deve ser a adopção de um estilo de vida são, eliminando os hábitos nocivos que possam existir. De bem pouco serviria tomar plantas mucolíticas ou expectorantes para tratar a bronquite, continuando a fumar ou a respirar ar contaminado, por exemplo. A maior parte das doenças crónicas nos países desenvolvidos estão directamente relacionadas com os hábitos alimentares inadequados e com o consumo de substâncias tóxicas como o tabaco, as bebidas alcoólicas e outras drogas.
6. Prudência com as grávidas e as crianças: É preciso ser-se especialmente prudente no momento de lhes administrar uma planta medicinal, como aliás qualquer outro medicamento (ver págs. 101-102).
~'S/ 74
3. Usar unicamente plantas bem identificadas: O mais recomendável e seguro é que se encontrem envasilhadas, correctamente etiquetadas e sob a garantia de um laboratório ou profissional farmacêutico. As leis de muitos países, incluindo os da União Europeia, proíbem a venda ambulante de plantas medicinais.
Ah* Casos práticos
O uso adequado das pjantas medicinais, j u n t a m e n t e com outros hábitos de vida sá, pode impedir que as debilidades do nosso organismo evoluam até se transformar em doenças declaradas.
1. Procurar a causa dos transtornos João é um homem robusto de 55 anos, que nunca tinha sofrido de transtornos importantes. Desde há mais de um ano perdeu o apetite; e certos alimentos, como por exemplo a carne, provocam-lhe repulsa e até mesmo náuseas. Automedica-se com umas plantas que lhe recomendaram uns vizinhos da aldeia, muito eficazes -segundo garantem- para abrir o apetite. Nos primeiros meses conseguiu alguns resultados, mas ultimamente, embora não sinta dores, o apetite não melhora, emagreceu, e finalmente decide-se a ir ao médico. Um exame endoscópico ao estômago mostra que a causa da sua inapetência (fastio) é um cancro no estômago. O tumor já se encontra demasiado adiantado para se poder prognosticar um bom resultado cirúrgico Este é um caso típico de cancro do estômago. Se João tivesse procurado a causa do seu sintoma no principio, logo que este apareceu, o prognóstico da sua doença teria sido muito mais favorável.
2. Eliminar hábitos nocivos para a saúde Marcelo é camionista e passa muitas horas sentado ao volante. Sofre de hemorróidas que frequentemente se inflamam e sangram. Marcelo gosta de comida forte, muito condimentada com pimenta ou malagueta picante. Na fruta, quase nem toca. Ele próprio nota que, quando come comida muito picante, piora das hemorróidas. Mas descobriu umas plantas que lhe recomendaram numa farmácia, com as quais toma uns banhos de assento que o aliviam muito. Assim continua com as suas comidas picantes, e quando se vê em apuros, toma um banho de assento. Mas as hemorróidas foram piorando, até que um dia sentiu ) uma dor anal muito intensa, que não melhorava com as plantas nem com nada. O seu médico assistente mandou-o de urgência para o cirurgião de serviço, com o diagnóstico de trombose hemorroidal, uma complicação muito dolorosa das hemorróidas. Se Marcelo tivesse adoptado uma alimentação mais sã, as hemorróidas não teriam progredido. Nesse caso, os banhos de assento com plantas a que habitualmente recorria teriam sido suficientes para melhorar e até para curar a sua doença.
<Í
75
PRINCÍPIOS ACTIVOS UMÁRIO DO CAPÍTULO
As plantas são capazes de produzir uma ampla
variedade de princípios activos, a partir de substâncias tão simples como o vapor de água e o anidrido carbónico do ar, e do azoto e outros elementos minerais.
Ácidos orgânicos 92 Açúcares 78 Alcalóides 84 Amido 78 Antibióticos 87 Cálcio 83 Celulose 79 Essências 90 Fécula, ver Amido 78 Ferro 83 Flavtnióidcs, ver Glkósidos Jlavonóides 88 Fósforo 83 Glícidos 78 Glkósidos 85 Gorduras 80 Hidratos de carbono 78 Inulina 80 lodo 84 Lípidos 80 Magnésio 83 Minerais 83 Mucilagens 79 Óleos 80 Óleos essenciais, ver Essências 90 Oligoelementos 84 Pectina 79 Potássio 84 Proteínas 81 Resinas 90 Rutina, ver Glkósidos Jlavonóides . , . 88 Saponinas ver Glkósidos saponínkos . 88 Silício 84 Taninos 93 Vitaminas 81
0 laboratório vegetal As plantas são uns laboratórios bioquímicos extraordinários. A partir de substâncias tão simples como a água (I I.-O) da terra e 0 anidrido carbónico do ar (CO2), são capazes de produzir amido (hidrato de carbono ou glfcido), devolvendo além disso oxigénio (()-•) ao ar. Esta reacção química, conhecida como Fotossíntese, é processada graças à clorofila contida nas lollias das plantas, que (apta a energia do Sol e a transforma cm energia química. Fará sermos mais exactos, esla reacção química indica-nos que, com seis moléculas de água e outras tantas de anidrido carbónico, se produz uma de glicose e seis de oxigénio (ver quadro da página contígua). Numa segunda fase, as moléculas de glicose polimeri/.am-se (unem-se entre si) para formar amido e celulose, que são as substâncias mais abundantes do reino vegetal. Ambas têm a mesma fórmula química, e diferem unicamente pela forma como estão unidas as moléculas de glicose que as constituem. A partir da glicose e do amido produzidos nas lollias, combinando-os com os sais minerais que absorvem pela raiz, as plantas sintetizam lípidos (gorduras), essências, glicósidos, taninos, vitaminas e outros princípios activos. As proteínas e os alcalóides produ/em-se na raiz, a partir dos nitratos do solo, de onde são transportados para o resto da planta por meio dos vasos condutores do caule e das suas ramificações. Dista forma as plantas sintetizam uma grande variedade de substâncias químicas. Até agora já se identificaram cerca de 12 000 diferentes, e, com toda a certeza, ainda restam muitas por descobrir e anali-
76
Fotossíntese A base química da vida na Terr A fotossíntese processa-se em duas fases: Primeira fase: 6H2O + 6CO2 •C6H12O6 + 6O2 Água + Anidrido carbónico = Glicose + Oxigénio Segunda fase: n (C6H12O6) • n (CeHioOs) + n (H2O) Várias moléculas de glicose unidas = Amido + Várias moléculas de água A partir de duas substâncias inorgânicas, a água (que retiram do solo) e o anidrido carbónico (gás que faz parte do ar), as plantas produzem glicose e depois amido, duas substâncias orgânicas que fazem parte da matéria viva. A partir da glicose, do azoto mineral e de outros elementos do solo, os vegetais produzem todas as demais substâncias de que são formados, mediante uma complexa série de reacções químicas. Esta extraordinária reacção química que é a fotossíntese só é possível graças à clorofila, pigmento verde que se encontra exclusivamente nas plantas, e que actua como catalizador ou facilitador da reacção. A fotossíntese é a base química da vida sobre o nosso planeta. E, embora possa parecer-nos simples, nenhum laboratório foi capaz de reproduzir esta reacção bioquímica. Graças a ela, o simples torna-se complexo; a matéria inorgânica transforma-se em orgânica. Dito de outro modo: A matéria morta -do solo e do ar- transforma-se em matéria viva - o vegetal.
Funções das foIh
1. Elaboração da seiva a partir das substâncias absorvidas pela raiz.
2.
Produção de o x i g é n i o e de vapor de água, como resultado da fotossíntese.
3. Armazenamento de nutrientes como o amido, açúcares, vitaminas, etc.
'''/ n
Cap. 4: PRINCÍPIOS ACTIVOS
tose (monossacáridos), e a sacarose (dissacárido). Encontram-se sobretudo nos Irutos. Os organismo» animais utili/ain-nos como fonte básica de energia, pelo que têm eleito tonificante. Os diabéticos têm de ingeri-los sob controlo, embora tendo sempre cm conta que a mesma quantidade de açúcar é muito mais bem tolerada se for tomada juntamente com as vitaminas, a libra vegetal, os
Os princípios activos contidos nas plantas medicinais, náo só aliviam os transtornos mas também regulam os processos vitais e previnem a doença.
ácidos orgânicos e os restantes componentes dos frutos, do que se for tomada como produto químico puro em forma de açúcar refinado (branco) de mesa. sar. Dentre iodas estas substâncias, dá-se o nome de princípios activos àquelas que apresentam uma acção específica sobre o organismo. Segundo n siui natureza química, classilicam-se em vários grupos que convém conhecer: glícidos, lípidos, proteínas, vitaminas, minerais, alcalóides, glicósidos, essências e resinas, ácidos orgânicos, taninos. Vamos pois deler-nos um pouco a estudá-los.
Hidratos de carbono Os hidratos de carbono, conhecidos também como glícidos, são substâncias compostas de hidrogénio, oxigénio e carbono. São muito abundantes nos vegetais, que os produzem por meio da fotossíntese. Para uma melhor compreensão descrevemos separadamente os tipos de glícidos ou hidratos de carbono mais importantes que se acham presentes nas plantas: açúcares, amido, celulose, mucilagens, pectina e inulina.
70
A frutose acha-se presente, em conjunto com a glicose, nos frutos maduros. Ao contrário desta última, a frutose não precisa da insulina para ser aproveitada pelo organismo, pelo que é muito mais bem tolerada por quem sofra de diabetes (falta de insulina) . O.s frutos descritos nesta obra, mais ricos em açúcares, são: bérberis, alfarrobas, arandos, cainito, cerejas, framboesas, morangos, groselha, anona, figos, medronhos, ananás, uvas e amoras de silva. Os caules da
cana-de-açúcar são muito ricos em sacarose. Amido O amido é o glícido (hidrato de carbono) mais representativo dos que são produzidos pelas plantas, A sua molécula é um polímero, formada pela união em cadeia de numerosas moléculas de glicose. As suas propriedades são: • Energética: As enzimas digestivas rompem as moléculas de amido, libertando a glicose, que é o combustível (energia) mais importante para as nossas células.
Açúcares
• Emoliente: Tem acção suavi/anic e anti-inflamatória sobre a pele e as mucosas.
()s açúcares são glícidos (hidratos de carbono) simples, solúveis cm água e de sabor doce. Os mais comuns são a glicose c a fru-
A maior parte das plantas produz amido como substância de reserva nas raízes e nas sementes. As mais ricas em amido, dentre
A SAÚDE P E L A S P L A N T A S M E D I C I N A I S 1" P a r t e : G e n e r .1 I 1 cl B O e s
as tratadas neste livro, são: aveia, castanhas, lírio (raiz), mandioca (raiz), milho. Celulose A celulose 0 u m a fibra vegetal insolúvel. É o hidrato de c a r b o n o mais a b u n d a n t e nos vegetais. Kmbora o nosso o r g a n i s m o não seja capa/ de assimilá-lo (o dos ruminantes sim), d e s e m p e n h a uma i m p o r t a n t e função mecânica no intestino: a de facilitar o avanço das fezes e evitar a prisão de ventre. Mucilagens As mucilagens são derivados dos glícidos cie consistência gelatinosa, q u e têm a propriedade de reler água (efeito hidrófilo), pelo que incham e a u m e n t a m de volume. As mucilagens têm as seguintes acções: • Lubrificam e protegem a c a m a d a m u cosa de t o d o o t u b o digestivo, q u e reveste o seu interior desde a boca até ao ânus. Actuam l o c a l m e n t e , sem ser absorvidas para o s a n g u e . Protegem tanto da irritação m e c â n i c a p r o d u z i d a p e l o movimento do bolo alimentar, ou das fezes, como da irritação química produzida pelos sucos digestivos (especialmente os ácidos) e pelas fermentações intestinais. A isso se deve o seu efeito emoliente (suavizante), anti-infiamatoiio e ligeiramente laxante. Tornam-se úteis em todas as afecções inflamatórias do aparelho digestivo: esofagite, gastrite, úlcera gastroduodenal, gasti enterite, colite, proctite ( i n f l a m a ç ã o d o recto), fissuras anais e hemorróidas. • Obesidade: Se se t o m a r e m mucilagens com água, fazem a u m e n t a r o volume do bolo alimentar no estômago, produzindo sensação de s a c i e d a d e . Daí q u e se usem para combater a obesidade-. No intestino, a u m e n t a m o volume- das fezes, com o que facilitam o seu trânsito e expulsão em caso de prisão de- ventre- crónica. Isto explica o a p a r e n t e p a r a d o x o
de q u e se administrem tanto nas colites (efeito anti-inflamatório) c o m o na prisão de ventre. • Emolientes e anti-inflamatórias, aplicadas sobre a pele. • Antilússicas: Sobre o a p a r e l h o respiratório, suavizam as mucosas irritadas em caso de laringite ou traquefte, acalmando a tosse.
O amor-perfeito-bravo (Viola tricolor L.) contém mucilagens e saponinas, que lhe conferem propriedades suavizantes, anti-inflamatórias e cicatrizantes. As loções e lavagens com a sua infusão combatem eficazmente a secura, as estrias e as rugas da pele, pelo que é muito apreciado como cosmético.
Os vegetais com maior c o n t e ú d o em mucilagens são: allóiva. alga-peilada, alteia, amor-perfeito-bravo, b o r r a g e m , couve-, lin h o , líquen-da-islândia, malva, polipódio, salguei ri n h a . sul irião-n incho ( o r q u í d e a ) , t a n c h a g e m , tussilagem e zaragatou. Pectina A pectina é um glícido (hidrato de- carb o n o ) epie n ã o é absorvido no intestino mas actua localmente c o m o lubrificante e suavizante paia a passagem das fezes, â se-
79
Cap. 4:
ICIPIOS ACTIVOS
car tem a particularidade de não precisar da insulina para o seu metabolismo, pelo que os diabéticos o toleram muito melhor do que à glicose. Além disso, favorece a.s funções do ligado. A inulina (sem V) não se deve confundir com a insulina (com V ) , que é a hormona que o pâncreas segrega e que regula o nível da glicose (açúcar) no sangue. Um baixo nível de produção de insulina ou a falia dela -caso dos diabéticos-, provoca a subida do nível de glicose no sangue e na urina.
Lípidos ou gorduras
Os frutos da oliveira ('Olea europaea' L.) proporcionam o mais medicinal de todos os óJeos. O chamado azeite, da azeitona, actua como laxante, colagogo, emoliente e regulador do colesterol.
melhança do que fazem as mucilagens ou a fibra vegetal de celulose.
Os lípidos ou gorduras são substâncias cujas moléculas são formadas pela união da glicerina ou outros álcoois, com diferentes ácidos gordos. Contém hidrogénio, oxigénio, carbono e, nalguns casos, fósforo. As plantas produ/em-nos a partir dos hidratos de carbono, como substâncias de reserva energética.
Contêm-na sobretudo a.s maçãs, e também outros frutos, como por exemplo: os abrunhos, as alfarrobas, os arandos, as castanhas, as cerejas, a goiaba, a rosa-canina, as sorvas e o tamarindo.
Os lípidos usam-se pelas suas propriedades nutritivas e energéticas, e pela sua acção suavizante e emoliente. São ricos em lípidos: o abacate, a alfarroba, a aveia, as avelãs, as azeitonas, o cacau, a alga espirulina, o gérmen de milho, as sementes de girassol, as nozes.
Inulina
Óleos
A inulina é um glícido formado por cadeias de moléculas de frutose, em vez de glicose como o amido. C.hama-se assim por ter sido descoberta na raiz da énula (Inala helenium L.). Encontra-se sobretudo nas raízes como material de reserva (alcachofra, bardana, carlina, chicória, consolda-maior, denlc-de-lcão. énula, equinácea e petasite).
Os óleos são substâncias gordas líquidas â temperatura ambiente, que se extraem por pressão a frio e decantação (também por meio de dissolventes e outros processos industriais), dos frutos e das sementes das plantas.
A inulina transfoi ina-se em frutose (açúcar da fruta) durante a digestão. Este açú-
São compostos por esteies da glicerina com ácidos gordos mono ou polinsaturados e, ao contrário das gorduras animais, apresentam a propriedade de reduz-ir o colesterol no sangue.
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 1 •' Parte:
G e n e r a l i d a d e s
Não se devem confundir com os óleos essenciais ou essências (ver "Essências", pág. 90). Os óleos usam-se pelas suas propriedades: • Laxantes (de azeitona, azeite) ou purgantes (de cártamo, de rícino). • Hipolipemiantes, isto é, redutores do colesterol no sangue (de sementes de algodoeiro, do azeitona, de dormideira, ou de girassol; de gérmen de milho, de onagra, ou de grainha de uva). • Emolientes (de sementes de algodoeiro, de linho, ou de oliveira). O azeite da oliveira, o rei dos óleos, também se usa como dissolvente dos princípios activos de outras plantas postas a macerai nele (por exemplo, sementes de urucu ou sumidades de hipericão). Desta forma se aplica externamente sobre queimaduras e diversas afecções da pele.
Proteínas Todas as plantas produzem e contêm proteínas em maior ou menor proporção. São substâncias complexas, cujas moléculas são formadas por cadeias de aminoácidos. Contêm hidrogénio, oxigénio, carbono e nitrogénio (a/.olo). Algumas proteínas são de grande valor biológico, devido ao seu conteúdo em aminoácidos essenciais, islo é, aqueles que o organismo humano não pode produzir. Estas proteínas de grande valor biológico, imprescindíveis na dieta {los seres humanos, encontram-sc não só nos alimentos animais mas também em muitos dos vegetais. Assim, por exemplo, a alga espirulina, o gergelim, a luzerna e as nozes, são especialmente ricos em proteínas de grande valor nutritivo. Outras plantas, tratadas nesta obra, de elevado conteúdo proieínico são: o abaca-
te (também rico em lípidos ou gorduras), as alfarrobas, a alforva, a aveia, as avelãs, a bodelha (alga), o cacau, as castanhas, o milho.
A luzerna (Medicago sativa L.J é muito rica em proteínas de grande valor biológico, além de conter vitaminas, minerais e enzimas.
Vitaminas As vitaminas são substâncias de natureza química muito variada que têm em comum o seguinte: • Actuam como biocatalizadores de numerosas reacções químicas, pelo que se tornam imprescindíveis para a vida. Um biocatalizador é um catalizador orgânico, li um catalizador, em química, é
81
Cap 4: PRINCÍPIOS ACTIVOS
Vitamina Bi2 A vitamina B12 é produzida por certas bactérias, seres vivos que fazem parle do reino vegetal. Os mamíferos superiores, especialmente os herbívoros, obtêm a vitamina B12 das plantas que ingerem, que habitualmente se acham contaminadas por bactérias produtoras de Biv. Os animais armazenam esta vitamina nos seus tecidos, especialmente no ligado. O leite e os ovos também contêm vitamina B12. Portanto, a fonte primária da vitamina B12 são determinadas bactérias que a produzem, e que, apesar de serem microscópicas, também são vegetais. Cada tipo de vitamina exerce uma função preventiva e benéfica sobre o nosso organismo. Os frutos das plantas constituem uma boa fonte de vitaminas. A goiaba (Psidium guajaba' L.J é muito rica em vitaminas A, B e sobretudo C, o que explica o seu efeito tonificante sobre o organismo.
todo o produto que, sem chegar a fazer parle dos produtos finais da reacção, torna possível que esta se produza, ou a acelera. • Não podem ser produzidas pelo nosso organismo, pelo que têm de ser ingeridas com regularidade. Os vegetais são a fonte mais importanlede vitaminas para o nosso organismo, excepto da D, que é sintetizada na nossa pele por acção dos raios solares. Damos seguidamente uma relação das principais vitaminas e das plantas analisadas nesta obra que são ricas em cada uma dessas vitaminas: Provitamina A (caroteno) Contêm provitamina A numa percentagem elevada: agriões, cacau, cenouras, cerejas, framboesas, sementes de girassol, goiabas, luzerna, maçãs, papaias. Vitaminas do grupo B Abacate, aipo, aveia, cacau, cerejas, dente-de-leão, espirulina, gergelim, ginseng, sementes de girassol, morangos, moi ugem, nozes, são plantas ricas em vitaminas do complexo B.
82
Os seres humanos não têm a mesma capacidade que têm os animais, de absorver a vitamina Br.» que se encontra nas bactérias que contaminara os vegetais; ou então, possivelmente, os vegetais que ingerimos, por estarem mais limpos, não contêm tantas bactérias como aqueles que os animais ingerem. O facto é que os humanos que seguem uma dieta estritamente vegetariana podem sofrer deficiências de vitamina B12, se bem que isto aconteça com menor frequência do que seria de esperar. A alimentação vegetariana complementada com ovos e leite proporciona as pessoas saudáveis uma quantidade suficiente de Bw. A alga espirulina (ver pág. 27(3) é uma das fontes mais ricas de vitamina Bi2 que se conhecem; mas não porque a dita alga a produza; antes porque habitualmente está contaminada por umas bactérias muito ricas na dita vitamina. Vitamina C Beldroegas, cocleária, couve, framboesas, goiabas, laranjas, limões, rosa-caniua, sorvas, são boas fontes naturais de vitamina c. Vitamina E Agriões, espirulina, girassol, milho, gergelim, são plantas ricas em vitamina K.
A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S 1 " Parte:
_
G e n e r a l i d a d e s
Vitamina P Espargos, gilbarbeira, laranjas, lu/.erna, c a/guinas outras plainas q u e se analisam nesta obra, são boas fontes cie vitamina P. A vitamina P t a m b é m se c h a m a rutina (ver pág.88).
Minerais Depois de se q u e i m a r u m a planta seca, toda a matéria orgânica Uca calcinada, e a suas cinzas são os minerais da planta. Normalmente, os á t o m o s dos minerais contidos nas p l a n t a s a c h a m - s e u n i d o s a moléculas de ácidos, f o r m a n d o desta maneira sais minerais. Vejamos os m i n e r a i s mais importantes para o ser h u m a n o , q u e se encontram nas plantas analisadas nesta obra:
Cálcio O cálcio é indispensável para a formação dos ossos. Intervém nas funções do coração e do sistema n e r v o s o . Encontra-se especialmente nas s e g u i n t e s plantas: aljôfar, aveia, borragem, cebolas, gergelim, goiabas, luzerna, maçãs, nozes, pulmonária, urliga-maior. Fósforo O fósforo intervém t a m b é m na c o m p o sição dos ossos e no sistema n e r v o s o . Conlêm-no: alforva, aveia, cebolas, cenouras, gergelim, goiabas, luzerna, maçãs, nozes.
Magnésio O m a g n é s i o c u m p r e i m p o r t a n t e s funções no s a n g u e e nos ossos. Encontra-se e m : cebolas, couves, gergelim, maçãs, m o r u g e m , tília.
«O vinho, tomo-o nos cachos», dizia o famoso cientista francês Luís Pasteur. As uvas sáo uma fonte muito apreciada de vitaminas e minerais, especialmente de ferro.
Ferro Potássio O feiro é imprescindível para a produção de s a n g u e . A b u n d a e m : a b a c a t e , agrião, azedas, cerejas, espirulina, gergelim, goiabas, labaça, maçãs, q u e n o p ó d i o -bom-henrique, urtíga-maior, uvas.
O potássio é um diurético muiio seguro, especialmente se aparece a c o m p a n h a d o de ílavonóides ou saponinas. Encontramo-lo e m : alcachofras, a r e n á r i a , bico-de-ceg o n h a , cardo-penteador, cavalinha, cebo-
83
V
Cap. 4: PRINCÍPIOS ACTIVOS
/
-penteador, na grama, na morugem, na sempre-noiva e na urtiga-maior.
Iodo O iodo é imprescindível para o desenvolvimento do sistema nervoso e para o funcionamento da glândula tiróide. Encontra-se no agrião, na alga-perlada, na b<>delha e na laminaria.
Oligoelementos Os oligoelementos são minerais (enxofre, cobre, /.inço, manganésio, etc), que se encontram nas plantas, e também no nosso organismo, em pequeníssimas quantidades (oligo = pouco em grego). Contudo, cumprem importantes funções metabólicas. Geralmente actuam como biocatalizadores de determinadas reacções químicas nos seres vivos.
A cavalinha ('Equisetum arvense' L.j é uma das plantas mais ricas em oligoelementos minerais, especialmente em silício. A
isto se deve o seu efeito regenerador sobre os tecidos. O seu uso, t a n t o por via interna como externa, aumenta a pureza da pele e fortalece as unhas e o cabelo.
Todas as plantas contêm quantidades mais ou menos importantes destes elementos, que retiram do solo. As plantas silvestres, que crescem em terrenos não cultivados, costumam ser mais ricas em oligoelementos do que as cultivadas. Os terrenos de cultura intensiva empobrecem com o tempo em tais elementos, especialmente quando se usam adubos minerais inorgânicos, que contem apenas determinados minerais e não toda a gama de oligoelementos.
Alcalóides las, cenouras, cerejas, grama, limões, orlossilão, parielária, uvas.
Silício O silício contribui para a elasticidade e beleza da pele, assim como para a força do cabelo e das unhas. Torna-se muito recomendável na artrose e na osteoporose. Encontra-se sobretudo na cavalinha, e também no aljôfar, na borragem, no cardo-
M
Os alcalóides são substâncias azotadas muito complexas, de reacção alcalina, e que mesmo em pequenas doses produzem grandes efeitos sobre todo o organismo. São substâncias muito activas, que podem resolver doenças graves, mas que também podem intoxicar se não se usarem correctamente. É o caso da colquicina do cólquico ou açafrão-bastardo (pág. 666),
A SAUCE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 1 " Parte:
V..
G e n e r a l i d a d e s
Pervincd
Plantas com alcalóides
que detém de Forma espectacular os sintonias de um ataque de gota; da reserpina da rauvólfia (pág. 242), q u e faz d e s c e r a pressão arterial e equilibra o sistema nervoso em caso de d o e n ç a s m e n t a i s ; ou da vincaniinada pervinca (pág. 214), q u e melhora notavelmente a circulação sanguínea no cérebro. Os alcalóides, tomados j u n t a m e n t e com o resto dos p r i n c í p i o s activos da planta muna tisana, iornam-.se m e n o s perigosos doque q u a n d o se tomam isoladamente em forma de extractos purificados ou fármacos (ver capítulo 6, "Da planta ao medicamento*, pág. 64). Assim, o ó p i o , q u e contém uma mistura de mais de 25 alcalóides. entre os quais a morfina, é mais seguro de administrai' do q u e a morfina pura. Acresce ainda q u e n e m todos os alcalóides são igualmente activos, n e m se encontram nas mesmas percentagens. Com t u d o isto queremos indicar q u e muitas plantas que tem alcalóides p o d e m ser usadas c o m o remédios caseiros com total segurança, respeitando as doses e indicações, c o m o é o raso da aveia, do boldo ou do alcaçuz. No entanto, o uso de certas p l a n t a s q u e contêm alcalóides r e q u e r u m a p r u d ê n c i a especial e, sendo possível, vigilância médica, como indicamos em cada caso.
Glicósidos As moléculas dos glicósidos. t a m b é m chamados heterosidos, são constituídas do ponto de vista q u í m i c o pela u n i ã o de dois tipos de substâncias: • um glícido (açúcar), q u e p o d e ser a glicose, a pentose, ou outros. • uma substância n ã o açucarada, chamada genina ou aglicona. q u e p o d e ser um ácido, uni álcool, OU o u t r o c o m p o s t o orgânico. As p r o p r i e d a d e s d o s glicósidos d e p e n dem da natureza química da sua genina, e
' \
Os alcalóides são substâncias muito activas produzidas por algumas plantas, como as que aparecem nesta tabela. Em geral, estas plantas devem usar-se com prudência, e algumas delas unicamente sob vigilância médica. Planta
Pág. Alcalóide
Acção
Acónito
148
Aconitina
Anestésica e analgésica
Agripalma
224
Leonurina
Emenagoga
Alcaçus
308
Atropina
Parassimpaticolitica
Aveia
150
Avenina
Tonficante
Beladona
352 352
Atropina Hiosciamina
Parassimpaticolitica
Beladona
Bérberis
384
Berberina
Colagoga e tonificante
Boldo
390
Boldina
Colerética e colagoga
Buxo
748
Buxina
Febrífuga
Cacaueiro
597
Teobromina
Estimulante, diurética
Cafeeiro
178
Cafeína
Estimulante, excitante
Calumba
446
Berberina
Colagoga e tonificante
Chá
185
Cafeína (teína)
Estimulante, excitante
Cicuta
155
Coniina
Sedante, analgésica
Coca
180
Cocaína
Excitante
Cólquico
666
Colquicina
Anti-inflamatória, analgésica
Doce-amarga
728
Solanina
Sedante, narcótica
Erva-moura
729
Solanina
Sedante, narcótica
Estramónio
157
Atropina
Parassimpaticolitica
Estramónio
157
Hiosciamina
Parassimpaticolitica, alucinogénia
Parassimpaticolitica. alucinogénia
Fumaria
389
Fumarina
Anti-inflamatória.anti-nistamínica
Hidraste
207
Berberina
Colagoga e tonificante
Ipecacuanha
438
Emetina
Emética, expectorante
Mate
182
Cafeína
Estimulante, excitante
Mate
182
Teobromina
Estimulante, diurética
Meimendro-negro
159
Atropina
Parassimpaticolitica
Meimendro-negro
159
Hiosciamina
Parassimpaticolitica, alucinogénia
Pervinca
244
Vincamina
Vasodilatadora
Quina
752
Quinina
Febrífuga, tonificante
Rauvólfia
242
Reserpina
Hipotensora, sedante
Tabaco
183
Nicotina
Estimulante, depressora
são m u i t o variadas. Para q u e os glicósidos libertem a sua parte activa, a genina, é preciso q u e se produza uma reacção química de hidrólise catalizada por uma enzima. Km geral, os glicósidos são substâncias muito activas, q u a n d o p e n e t r a m no organismo h u m a n o . Por isso as plantas q u e os
85
Cap. 4: PRINCÍPIOS ACTIVOS
*/ Cebola j z a k
Plantas com substâncias antibióticas
i | | •! '"m|y§
Mostram-se nesta tabela os antibióticos mais importantes presentes nas plantas descritas nesta obra. Do ponto de vista químico, a maior parte deles são glicósidos.
Planta Alcaçus Alho Bardana Carlina Cebola Chagas Enula As antocianinas, substâncias que dão a cor viva a certas flores como a rosa, têm acção medicina/.
Equinácea Pilosela Pulsatila Rabanete e Rábano
Rorela Uva-ursina
r
Cor dos glicósidos antocianínicos (antocianinas)
Meio
Cor
Alcalino (básico)
Azul
Neutro
Violeta
Ácido
Vermelho
contêm devem ser doseadas e administradas com prudência. Segundo a sua composição química e a acção que têm, os glicósidos classificam-se em: antocianínicos, antraquinónicos, cardiotónicos, cianogenéticos, cumarínicos, fenólicos, ílavonóides, saponínicos e sulfurados. G l i c ó s i d o s antocianínicos Os glicósidos antocianínicos também são conhecidos como antocianinas. São os pig-
Decomposição dos glicósidos Para que os glicósidos actuem dentro do organismo, é necessário que as suas moléculas sejam decompostas pela acção de uma enzima específica para cada glicósido, que se encontra também na planta. Desta forma se liberta a genina, que é a parte activa do glicósido. Vejamos dois exemplos:
\
8G
Planta
glicósido + enzima
=
genina + glícido
Alho Mostarda
aliína + aliinase sinigrina + mironase
= =
dissulfureto de alilo + açúcar essência sulfurada + açúcar
Pág.
308 230 697 749 294 772 313 755 504 623 393 754 564
Antibiótico Liquiritina Bissulfureto de alilo Arctiopicrina Carlinóxido Bissulfureto de alilpropilo Glicotropeolina Helenina Equinacósido Umbeliferona Anemonina Gluco-rafenina Naftoquinonas (plumbagona) Hidroquinona
mentos que comunicam a cor azul, violeta ou vermelha a certas flores, frutos e raízes. Um mesmo pigmento é capaz de apresentar diversas cores, dependendo da reacção do meio em que se encontra. As antocianinas actuam como anti-sépticas, anti-inflamatórias e protectoras capilares. Encontram-se especialmente nas seguintes plantas: arandos, fldalguinhos, malva, monarda, roseira, salgueirinha, videira e violetas. G l i c ó s i d o s antraquinónicos As geninas dos glicósidos antraquinónicos são formadas por diversos derivados do núcleo antraquinónico; e os açúcares que os compõem são a glicose, a ramnose ou a arabinose. Estes glicósidos são inactivos no seu estado natural. Por acção de umas enzimas produzidas pelas bactérias intestinais, liberta-se a genina, que é o princípio activo.
A SAÚOE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 1 • Parte:
G e n e r a l i d a d e s
Antibióticos nas PK plantas • •
" Este processo tem lugar no intestino grosso, pelo que a sua acção laxante ou purgativa se manifesta a partir de seis horas após terem sido ingeridos. Têm as seguintes acções: • Laxante ou p u r g a n t e ( c o n f o r m e a dose). Efeito seguro e p o t e n t e . Actuam estimulando OS movimentos pcrisláhicos do intestino grosso e d i m i n u i n d o a absorção de água. C o m o resultado, as tezes passam mais r a p i d a m e n t e e são menos secas. • Digestiva, colcrética e colagoga. Km geral desaconselha-se o seu uso pelas grávidas, d u r a n t e a m e n s t r u a ç ã o , em caso de cólicas, ou q u a n d o se sofra de h e m o r róidas (ver pág. 99). As plantas mais ricas em glicósidos antraquinónicos são: aloés, amieiro-negro, canafísiula. cáscara-sagrada, espinheiro-cerval, granza, ruibarbo e sene-da-índia. Glicósidos cardiotónicos A genina dos glicósidos cardiotónicos é formada por um núcleo ciclopentano-perhidiofenanti e n o , q u i m i c a m e n t e s e m e lhante aos sais biliares, ao colesterol, às hormonas sexuais e a outras substâncias de grande actividade biológica. O a ç ú c a r constituinte é a glicose, a galactose ou diversas pen toses.
Os antibióticos são substâncias químicas produzidas por seres vivos, geralmente vegetais, que são capazes de destruir ou de deter o crescimento de outros seres vivos como bactérias, vírus e outros microrganismo. Luís Pasteur, o grande biólogo francês do século XIX, já previu que «a vida pode destruirá vida», embora naquela época não se tivessem ainda descoberto os antibióticos. A maior parte dos antibióticos que se usam em terapêutica procedem de vegetais inferiores, como as bactérias ou os fungos. Não obstante, as plantas superiores também produzem antibióticos, ainda que em quantidades muito pequenas. Estes têm uma estrutura química mais complexa que a dos produzidos pelos vegetais inferiores, e nalguns casos é pouco conhecida. Tudo isto dificulta o seu isolamento, a sua dosagem e utilização clínica. Talvez por isso, os antibióticos produzidos pelas plantas superiores são pouco conhecidos e utilizados. A investigação química e farmacêutica está a desenvolver-se neste campo, e são de esperar interessantes progressos num futuro próximo.
Glicósidos cianogenéticos A genina dos glicósidos cianogenéticos é o ácido cianídrico, substância m u i t o tóxica, q u e p o d e libertar-se m e d i a n t e a mastigação, c o m o a c o n t e c e c o m a s a m ê n d o a s amargas, as s e m e n t e s das ameixas e de ou. T , - • i r» trás plantas da cfamília botânica das Rosaceas. Em doses altas p o d e provocar intOXlcações.
_ s ,..._, ° glicósidos contidos na d e d a f e i r a r D igitalis purpúrea' L.l exercem um notável efeito sobre o coração, aumentando a força das suas contracções.
A sua acção consiste em a u m e n t a r a força contráctil do coração, e em regular o seu ritmo. As suas substâncias são m u i t o potentes, com r e s u l t a d o s e s p e c t a c u l a r e s em muitas afecções do coração. Dcvcm-sc dosear e administrar com prudência, e sempre sob vigilância médica. A planta mais usada pelos seus glicósidos cardiotónicos é a dedaleira, insubstituível no tratamento de muitos d o e n t e s . O u t r a s são: adónis-da-itália, asclépia, cacto-grandifloro, ceboia-albarra, gracíola e lírio-dos-vales.
87
C a p . 4 : P R I N C Í P I O S ACTIVOS
V
a arbutina, contida sobretudo na uva-iusina, e também na damiana, no medronheiro e na urze. Glicósidos flavonóides
A hera (Hedera Helix' L.) é mu/to rica em saponinas de acção cicatrizante e analgésica. Por isso se aplica localmente sobre a pele.
Os glicósidos cianogenéticos de interesse medicina! obtêm-se das folhas do louro-cerejo ou loureiro-real, assim como a casca da cerejeira-da-virgínia. Têm acção sedativa e aiitíespasmódica. Glicósidos cumarínicos A genina dos glicósidos cumarínicos, também denominados lactónicos, assim como os seus derivados, são as substâncias responsáveis pelo típico cheiro a feno que exalam certas plantas herbáceas. Estes glicósidos possuem propriedades anticoagulantes (a vitamina K ou dicumarol é um derivado da cumarina), antiespasmódicas (por exemplo, a bisnaga, útil na angina de peito), antibióticas (bardana, pilosela) e sobretudo venotónicas (castanheiro-da-índia). melilolo, gilbarbeira). A esculina é o derivado cumarínico mais activo sobre o sistema nervoso. Encontrase sobretudo no castanheiro-da-índia, e fez parte de vários preparados farmacêuticos contra as varizes, hemorróidas e edemas. Glicósidos fenólicos Os glicósidos fenólicos libertam a genina hidroquinona, de potente ac cão anti-séptica c anti-inflamatória sobre os órgãos urinários. O mais importante destes glicósidos é
88
A genina dos glicósidos flavonóides é formada pela ílavona e seus derivados. Constituem um amplo grupo de substâncias químicas, cuja propriedade comum é a de reforçar a parede dos capilares, melhorando os intercâmbios de substâncias nutritivas e de oxigénio entre o sangue que por eles circula e os tecidos. São também diuréticas (por exemplo, a cavalinha), tonificantes do coração (pilriteiro), hemostáticas (como a bolsa-de-pas(or, devido ao flavonóide diosmina) e anti-infiamatórias. A rulina, também chamada rutósido ou vitamina P, é um dos glicósidos flavonóides mais activos. Encontra-se na arruda, no espargo, na gilbarbeira, na laranjeira e outras plantas cítricas, na pimenta-d'água, no sabugueiro e na tussilagem. Glicósidos saponínicos As geninas dos glicósidos saponínicos, chamadas sapogeninas ou saponinas, são geralmente derivados tcrpénicos. Têm a propriedade de diminuir a tensão superficial da água, provocando a formação de espuma como faz o sabão. In vitro produzem hemólise (destruição dos glóbulos vermelhos). As suas acções mais importantes são: • Expectorantes: fluidificam as secreções mucosas, facilitando assim a sua expectoração (por exemplo: alcaçuz, polígala-da-virgínia, primavera, saponária, verbasco, violeta). • Diuréticas (como a salsapai rilha-baslarda). • Cicatrizantes e analgésicas (hera).
1
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 1 " Parte:
G e n e r a l i d a d e s
Nas últimas décadas, a investigação químico-farmacêutica tem feito notáveis progressos, identificando a maior parte dos princípios activos presentes nas plantas medicinais. Agora sabemos como e porquê actuam a maior parte das plantas que antigamente eram usadas simplesmente por tradição ou intuição.
89
//,
Procedimentos para a obtenção das essências floral também se encontram presentes pequenas quantidades de óleos essenciais em suspensão. As águas florais usam-se principalmente em perfumaria, embora na actualidade se comecem já a investigar as suas aplicações medicinais.
• Destilação: Faz-se por meio de um dispositivo chamado alambique. Aquece-se a água que existe no fundo do alambique até à ebulição. Os princípios voláteis das plantas colocadas sobre a água são arrastados pelo vapor. Estes vapores, que contêm os óleos essenciais da planta, passam a um círculo refrigerante, onde arrefecem e se condensam, formando o líquido destilado. Uma vez terminado o processo, deixando-se repousar o líquido destilado, ficam separadas por decantação duas fracções deste mesmo líquido: -o óleo essencial (essência), que fica por cima flutuando, por ser de menor densidade e insolúvel na água, e -a água floral (hidrossol), formada pelo vapor de água condensado juntamente com as substâncias hidrossolúveis da planta que foram arrastadas por ele. Na água
• Pressão: Este método consiste na aplicação de pressão sobre as partes activas da planta, até se extrair a essência. Emprega-se especialmente para obter as essências contidas na casca dos citrinos (laranja, limão e mandarina). • Extracção com dissolventes: Consiste na dissolução dos princípios aromáticos das plantas num dissolvente volátil, que posteriormente se evapora deixando um resíduo seco muito aromático chamado essência absoluta.
Vapor arrastando a essência
Saída da água refrigerante
Saída da água floral (hidrossol)
Alambique para a destilação de óleos essenciais ou essências 'ss 91
Cap. 4: PRINCÍPIOS ACTIVOS
r/
Ácidos orgânicos Nas plantas encontra-se uma grande variedade de ácidos orgânicos, que se concentram especialmente nos frutos. São os seguintes: cítrico, málico e tartárico, salicílico, oxálico e ácidos gordos. Á c i d o s cítrico, m á l i c o e tartárico Qs ácidos cítrico, málico c tartárico são muito abundantes nos frutos e nas bagas, embora a sua concentração vá diminuindo á medida que amadurecem. Aumentam a produção de saliva e limpam a cavidade bucal, produzindo sensação de frescura (efeito refrescante) e diminuindo o número de bactérias causadoras das cáries e das infecções da boca. Aumentam também a produção de sucos gástricos, pelo que têm efeito aperitivo. Além disso, são ligeiramente laxantes e diuréticos. Os sumos de fruta são muito ricos em ácidos orgânicos, além de conterem açúcares, sais minerais e vitaminas.
Á c i d o salicílico uma essência: o resíduo viscoso que fica, é a resina. A. composição química das resinas c uma mistura muito complexa de: glícidos, ácidos orgânicos, essências terpénicas, álcoois, ésteres, etc. São muitas as plantas que produzem resina, mas só algumas delas se usam para fins medicinais. As propriedades das resinas são muito variadas: • Purgantes, como a resina de podoíllo, que lambem se usa externamente contra as verrugas. • Anti-sépticas urinárias, como, por exemplo, a da copaíba. • Antiespasmóclicas, como a da assa-fétida. • Rubefacientes e anti-reumáticas: a do pinheiro (a sua resina chama-se colofónia), a do abeto e a do guaiaco.
92
O ácido salicílico é um ácido de tipo fenólico que tem três acções principais: anti-inflamatória, analgésica (acalma a dor) e antipirética (faz baixar a febre). Usa-se com notável êxito em diversas afecções reumáticas. O ácido salicílico encontra-se em estado natural em valias plantas (ver tabela tia página seguinte). A partir dele obtem-se um derivado, o ácido acetilsalicílico (a popular aspirina), que. a indústria farmacêutica conseguiu produzir por processos de síntese química sem necessitar do ácido salicílico natural. A aspirina tem as mesmas propriedades que o ácido salicílico natural, mas mais intensas, pelo que podem produzir com mais facilidade efeitos secundários indesejáveis.
A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S 1"* P a r t e :
V.,
G e n e r a l i d a d e s
Plantas que contêm ácido salicílico O ácido salicilico é um precursor do acido acetilsalicílico, vulgarmente conhecido como aspirina. As plantas que contêm ácido salicilico constituem uma alternativa natural ã aspirina e a outros fármacos analgésicos ou antt•inftamatôrios.
Planta
Pag.
Partes utiliz?
Maravilha
626
Flores
Morangueiro
575
Frutos
Macieira Amorperleito-bravo
513
Frutos
735
Toda a planta
Pé-de-leão
622
Toda a planta
Primavera
328
Rizoma , raiz
Pulmonária
331
Toda a planta
Salgueiro-branco
676
Casca
Ulmeira
667
Sumidades
Ácido o x á l i c o O ácido oxálico é um dos mais abundantes no mundo vegetal, especialmente nas folhas verdes. A sua fórmula química é HOOC-COOií. Normalmente acha-se associado ao potássio e ao cálcio, com os quais Forma sais minerais. Nas pessoas propensas a isso, estes sais, que se eliminam pela urina, têm tendência a precipitar-se formando cálculos urinários. Por isso se desaconselha o uso das plantas ricas em ácido oxálico, como por exemplo as azedas, o ruibarbo e a aleluia, a quem sofra de litíase urinária (pedras nos rins). Ácidos g o r d o s Os ácidos gordos são, juntamente com a glicerina, o principal componente das gorduras. Entre os mais importantes figuram os seguintes: • Ácidos linoleico e linolénico: São ácidos gordos polinsaturados, chamados essenciais porque o nosso organismo necessita deles, mas não é capa/, de produzi-los por si mesmo. Cumprem importantes funções no organismo, especialmente no tecido nervoso. Entre as plan-
tas ciladas neste livro, encontram-se no abacate, no girassol {semente), na espirulina e na nogueira (no/). Ácido oleico: É um ácido monoinsaturado, principal componente do azeite de oliveira, que também se encontra no abacate. Contribui para regular o nível do colesterol.
Taninos Os taninos são compostos fenólicos que coagulam a gelatina e outras proteínas, formando uma camada seca e resistente à putivfacçáo sobre a pele e mucosas. Possuem propriedades adstringentes, hemostáticas, anti-sépticas e tonificantes. Secam e dão resistência à pele e às mucosas, favorecendo a resolução dos processos inflamatórios e a cicatrização. O seu sabor é muito amargo e áspero, e nalgumas plantas pode tornar-se excessivo ou indesejável. Chega a provocar intolerância em estômagos delicados. As tisanas obtidas por maceração têm a vantagem de extrair outros princípios activos da planta c apenas uma quantidade mínima de taninos.
As folhas e a casca do castanheiro são muito ricas em taninos, o que lhes confere propriedades adstringentes.
Ingeridos em doses elevadas, os taninos podem impedir a absorção de certos minerais como o cálcio e o ferro, assim como das vitaminas. Por isso, não .se recomenda tomar plantas ricas em tanino durante períodos prolongados de tempo (mais de um mês), de forma continuada. Os taninos encontram-se muito repartidos por todo o reino vegetal. As plantas mais ricas em taninos são: agrimónia, amieiro, avenca, historia, carvalho, castanheiro, chá, chias, faia, hamamélia, medronheiro, morangueiro (folhas), nogueira, pé-de-leão, ratânia, salgueirinha, silva, tormentila e ulmeiro.
93
Aromate O emprego terapêutico dos óleos essenciais (essências O poder dos aromas Antes de chegarem aos pulmões e passarem ao sangue, as moléculas de essência estimulam as células olfactivas que se encontram no interior das fossas nasais [1]. Estas células são na realidade neurónios que, através do nervo olfactivo, enviam impulsos eléctricos com a mensagem olorosa codificada. O nervo olfactivo [2] conduz o estímulo até diversas partes do cérebro: à amígdala e ao hipocampo do lóbulo temporal [3], sede da memória; ao tálamo [4], sede das emoções; e, sobretudo, ao hipotálamo [5], e através dele, à hipófise [6], centro regulador da produção de hormonas de todo o organismo. A relação entre o nervo olfactivo, o tálamo, o hipotálamo e a hipófise, poderia explicar os conhecidos efeitos reguladores dos aromas sobre o sistema neuro-hormonal.
A aromaterapia, que literalmente quer dizer 'tratamento por meio dos aromas', constitui na realidade uma forma de fitoterapia ('tratamento por meio das plantas*). As propriedades curativas dos óleos essenciais já eram conhecidas desde tempos muito antigos, embora de forma meramente empírica. Hoje sabemos a razão por que os óleos essenciais produzem determinadas acções fisiológicas sobre o organismo. Não obstante, resta ainda muito por investigar acerca do mecanismo pelo qual certos aromas conseguem influir sobre o estado de espírito e inclusivamente sobre o comportamento. Para se obter um bom resultado, os tratamentos com óleos essenciais devem durar entre uma e três semanas, aplicados de qualquer das seguintes formas: 1. difusão atmosférica, 2. fricção sobre a pele, 3. banhos com essências, 4. via interna. '''/ '.)•!
//s<
1. Difusão atmosférica É a forma mais importante de aproveitar as propriedades curativas dos óleos essenciais. Estes podem passar para o ar mediante vários procedimentos: • Por simples evaporação, colocando umas gotas sobre as costas da mão ou em cima de uma fonte de calor como, por exemplo, um radiador, e aspirando o aroma. Também se pode impregnar um lenço de assoar, ou mesmo a almofada da cama, com umas gotas de essência. • Por meio de um difusor eléctrico: pequeno aparelho que, mediante um mecanismo vibratório, produz uma vaporização do óleo essencial contido no seu interior. Tem a vantagem de funcionar a frio, pelo que a essência se vaporiza sem sofrer os efeitos indesejáveis do calor. Dez ou quinze minutos de funcionamento do difusor eléctrico são suficientes para encher o ar de um compartimento com micropartículas de essência vaporizada. Antes de passar aos pulmões, os óleos essenciais estimulam primeiramente o sentido do olfacto, de onde exercem a sua influência sobre todo o sistema nervoso. Provou-se que depois de se ter respirado durante alguns minutos num ambiente carregado de óleos essenciais, estes já se encontram no sangue e, pouco tempo depois, podem detectar-se também na urina. Embora as quantidades de essência absorvidas pelo organismo sejam muito pequenas, tomam-se suficientes para exercer notáveis efeitos fisiológicos e terapêuticos Em geral, recomenda-se aspirar a essência uma hora de manhã e outra à tarde. (continua na página seguinte)
O simples facto de aspirar o aroma de uma fJor afecta o equilíbrio hormonal, o sistema nervoso, o aparelho respiratório e, inclusive, o nosso estado de espirito.
Os óleos essenciais obtêm-se principalmente por meio de alambiques destiladores como este que se vê na fotografia, pertencente ao Museu dos Aromas e do Perfume (La Chevèche de Graveson-enProvence, França). A produção de uma boa essência exige certa dose de arte e de paciência. De cem quilos de foJhas de eucalipto, por exemplo, obtêm-se uns dois litros de óleo essencial.
Aromaterapia 121
I
ie o seu próprio ambiente com as essências
É preferível usar um único óleo essencial de cada vez, em lugar de misturar vários deles. Segundo o efeito que se deseje obter, podem-se criar diversos ambientes com uma das essências que seguidamente se indicam: • Ambiente balsâmico para casos de sinusite, faringite e diversas afecções respiratórias: eucalipto, pinheiro, tomilho ou alecrim. • Ambiente relaxante e sedativo para casos de nervosismo ou insónia: alfazema ou laranjeira. Estas duas essências recomendam-se especialmente para as crianças muito inquietas, com dificuldade em conciliar o sono. • Ambiente tonificante: limão, alecrim, hortelã ou segurelha. • Ambiente anti-séptico para prevenir os contágios em caso de gripe ou constipações: tomilho, salva, eucalipto ou caneta. • Ambiente para afugentar os mosquitos e outros insectos: erva-cidreira ou lúcia-lima. • Ambiente antitabaco: lúcia-lima, gerânio, sassafrás ou alfazema.
icções com essências Segundo o efeito que se queira obter, as fricções serão feitas com um dos óleos essenciais seguintes: • Fricção tonificante, que convém aplicar de manhã, a seguir a um duche frio: alecrim, gerânio, limão ou pinheiro.
(continuação da página anterior)
2. Fricção sobre a pele Uma fricção com óleo essencial faz que este penetre através da pele, infiltrando-se nos tecidos e passando finalmente para a linfa e o sangue. Ao efeito do óleo essencial sobre os tecidos, junta-se o efeito próprio da massagem que acompanha a fricção, pelo que os resultados costumam ser muito notáveis. Quando se aplicam óleos essenciais em fricções sobre a pele, convém ter em conta o seguinte: • Aplicar a fricção sobre o peito, o ventre, as costas, a nuca, os braços e as pernas. • Evitar o contacto do óleo essencial com as mucosas dos olhos, da boca e dos órgãos genitais. • Para uma aplicação normal são suficientes 20 ou 30 gotas de óleo essencial, que se colocam nas palmas das mãos de quem aplica a fricção. • Em caso de peles sensíveis, a essência pode diluir-se, misturando-a em partes iguais com azeite de oliveira, óleo de gérmen de trigo ou de amêndoas amargas.
'''S 96
• Fricção relaxante a aplicar à noite, depois de um duche ou banho quente: alfazema, manjerona, camomila ou laranja. • Fricção digestiva sobre o estômago e o ventre, que se aplica depois de cada refeição, para evitar os gases e as digestões pesadas: alcaravia, manjerona ou alfazema. • Fricção respiratória sobre o peito e as costas, recomendada em caso de constipação, bronquite, asma e tosse catarral: pinheiro, eucalipto, alfazema, alecrim ou cipreste. • Fricção antidolorosa sobre as pernas ou as costas, para aliviar as dores musculares ou articulares: alecrim, zimbro, pinheiro ou manjerona. • Fricção circulatória para melhorar o retorno do sangue venoso em caso de varizes, pernas inchadas ou celulite: cipreste ou limão.
y*. Além de proporcionar uma agradável sensação de bem-estar, a inalação de essências (aromaterapia) pode exercer notáveis acções medicinais: restabelecimento do sono em caso de insónia, equilíbrio do sistema nervoso quando haja esgotamento ou depressão, aumento da capacidade respiratória e normalização da tensão arterial, entre outras.
3. Banhos com essências Os óleos essenciais mencionados nos tratamentos anteriores também podem juntar-se à água do banho (ver pág. 65). Usam-se de 3 a 10 gotas por banheira. As essências também se adicionam à água dos banhos de vapor {ver pág. 71). Neste caso bastam 2-3 gotas.
4. Via interna Embora não seja esta a forma ideal de aplicá-los, os óleos essenciais também se podem ingerir por via oral, como complemento de qualquer dos tratamentos anteriores. A mesma essência que se aplica em difusão, em fricção ou em banhos, pode ingerir-se para reforçar o seu efeito, tendo em conta as seguintes precauções: • Os óleos essenciais são princípios activos muito concentrados, pelo que não se devem ultrapassar as doses indicadas, que em geral são de 1 -3 gotas, 3 ou 4 vezes por dia.
• Não ingerir um mesmo óleo essencial durante mais de 3 semanas consecutivas. • Não se recomenda administrá-los a crianças menores de 6 anos. Para estas são preferíveis os hidrossóis (ver pág. 91). • Recomenda-se ingerir os óleos essenciais colocando as gotas de uma das três formas seguintes: - Sobre as costas da mão. - Numa colher juntamente com mel. - Num copo com água morna (não quente, pois os princípios activos decompõem-se com o calor).
97
PRECAUÇÕES E TOXICIDADE DAS PLANTAS SUMÁRIO DO CAPÍTULO
O café é uma das plantas tóxicas mais usadas no m u n d o . Contém cafeína, um alcalóide que gera dependência.
No seu estado natural, tal como os mostra a fotografia, os grãos de café náo se tornam tão tóxicos como torrados. Durante o processo da torrefacção, produzem-se substâncias irritantes para o aparelho digestivo, as vias urinárias e o pâncreas.
Bócio hipotiróide Cardiovasculares, afecções Colite Coração, doenças Debilidade Digestivas, afecções Estômago Fígado, afecções do Gastrite Gravidez Hemorróidas Hiperteiisào arterial Infância Intestinal, oclusão Lactação Menstruação Nefrite Nervosismo Oclusão intestinal Próstata, adenoma da Urinárias, afecções Urogenitais, afecções
J 100 99 99 100 100 98 98 99 98 102 99 99 102 99 102 101 100 100 99 100 100 100
~w ^ mbora a maior parce das plantas m J medicinais se possa usar sem È * qualquer risco, existem alguns ca-JL J sos muito concretos, em que certas plainas podem produzir eleitos indesejáveis. Falando em termos farmacológicos, poderíamos dizer rpie algumas plantas apresentam conli a-indi< ações; ou seja, que não se recomenda o seu uso em determinadas situações. Contudo, assinale-se que, ao contrário do que acontece com alguns fármacos, as contra-indicações do uso das plantas não são absolutas e formais, mas apenas relativas. O facto de não serem tomadas cm consideração não produz, geralmente, transtornos graves. Passamos a citar algumas situações ou doenças em que convém evitar o uso de certas plantas, ou pelo menos u.sá-las com precaução.
Precauções nas afecções digestivas Gastrite Em caso de gastrite, é necessário evitai as plantas que causem irritação sobre o esiómago, por terem sabor forte ou picante, especialmente: cravinho, felo-macho, gengibre, mostarda-negra, pimentão picante e pimenta. Ulcera g a s t r o d u o d e n a l E necessário evitar, especialmente na fase aguda da doença ulcerosa gastroduodenal, as plantas que provocam aumento da secreção de sucos gástricos (as especiarias em geral, as plantas amargas e as aperitivas). 1'". bem sabido que o ácido clorídrico
A SAÚDE P E L A S P L A N T A S M E D I C I N A I S 1 * Porte: G e II e r o I i d o O
desempenha um importante papel no aparecimento da úlcera, especialmente na do duodeno. As plantas que mais fazem aumentar a secreção de sucos no estômago, e que portanto convém evitar em caso de úlcera gastroduodenal, são: absinto, café, canela, chá, cravo, cúrcuma, feto-macho, genciana, gengibre, mau-, milefólio, mostarda•negra, pimentão picante, poejo, quássia. Colite Sempre que haja inflamação do intestino grosso (cólon), manifestada por gases, fermentações e diarreias (entre outros sintomas), são contia-indicados: • Os purgantes em geral, e especialmente a jalapa, o rícino, <» ruibarbo e o sene-da-índia. • O café, pela acção irritante da sua essência. Oclusão intestinal Km caso de oclusão intestinal são formalmente conira-indicados todos os purgantes, tanto os elaborados ã base de plantas medicinais como os de síntese química.
tite, cirrose e hepaiopatias (doenças do ligado) em geral, devido à acção dos seus alcalóides.
As sementes do rícino sào muito venenosas, pois a ingestão de três delas pode provocar a morte a uma criança. No entanto, o óleo que se obtém das mesmas sementes é um purgante seguro e eficiente.
Precauções nas afecções cardiovasculares
Hemorróidas Quando se sofre de hemorróidas não se devem ingerir os purgantes com glicósidos
antraquinónicos, que provocam congestão de sangue na pelve, e portanto fazem aumentaras hemorróidas. Especialmente aloés, cáscara-sagrada, amieiro-negro e ruibarbo. Os picantes como a pimenta ou a mostarda também são contra-indicados, jã que irritam a mucosa anal, à saída com as
fezes. Afecções do fígado A tasneirinha, usada como emenagogo, mrna-se < onti.i-indic ada em «aso de hepa-
Hipertensão arterial A bolsa-de-paslor, o caie. <» inale, a pim e n t a e o chã. p o d e m a u m e n t a r a tensão
arterial. As avelãs também têm um ligeiro eleito hipertensor. O alcaçuz retém líquidos nos tecidos, se for tomado durante muito t e m p o de forma continuada, e tamb é m p o d e a u m e n t a r a pressão arterial.
I .ogo, lodos os que sofram de hipertensão devem abster-.se de consumir estas plantas
ou os seus derivados.
9'J
C a p . 5: P A E C A U C Ó E S E T O X I C I D A D E DAS P L A N T A S
V.
Plantas a evitar durante a gravidez Durante a gravidez devem-se evitar todas as plantas tóxicas de aplicação medicinal descritas na tabela da página 103 e, além disso, aquelas que seguidamente mencionamos:
é muito intenso e podem até provocar hematúria. Planta
Pág. Motivo
Absinto
428
Emenagogo, risco de aborto
Açafrão
448
Risco de aborto em doses elevadas
Agrião
270
Risco de aborto
Alcacus
308
Produz hipertensão e edemas, em uso continudado
Aloés
694
Ocitócico, provoca contracções uterinas
A d e n o m a da próstata Quem sofra de um adenoma da próstata terá de evitar os diuréticos potentes (milho, cavalinha, cie.) especialmente à noite, que é quando a dificuldade paia urinar é mais acentuada.
Amieiro-negro
526
Laxante/purgante, provoca contracções uterinas
Artemísia
624
Emenagoga, risco de aborto
Boldo
390
Embora não haja provas, poderá afectar o feto
Buxo
748
Pode produzir vómitos e irritação nervosa
Cafeeiro
178
Diminui o crescimento do feto
Cáscara-sagrada
528
Laxante/purgante, produz congestão da pelve
Dictamno
358
Emenagogo, risco de aborto
Jalapa
499
Purgante e emenagoga, risco de aborto
Romãzeira
523
Alcalóides tóxicos (a casca), possível afectação do feto
Ruibarbo
529
Purgante, produz congestão da pelve
Bócio hipotiróide
Salsa
583
Emenagoga, risco de aborto
Salva
638
Ocitócica, contrai o útero
Sene-da-índia
492
Purgante, provoca contracções uterinas
Tanaceto
537
Emenagogo (tuiona), risco de aborto
Quem sofra de bócio hipotiróide deve evitar a couve, pois tem efeito antitiróide (diminui a função da liróide). Em geral, recomenda-se não usar a couve de forma diária ou continuada durante mais de dois ou três meses.
Precauções em afecções diversas
Doenças do coração
Cálculos renais ou urinários
Desde que se sofra de qualquer transtorno cardíaco, é necessário evitar o uso de café, chá, chocolate e mate, inclusive como plantas medicinais, pelo efeito excitante da cafeína e da teobromina sobre o coração.
Em caso de lilíase (cálculos ou pedras) renal ou urinária, é necessário evitai as plantas ricas em ácido oxálico ou oxalalos (formadores de cálculos), como a aleluia, as azedas e o ruibarbo. Debilidade
Precauções em afecções urogenitais
Nos casos de debilidade são contra-indicadas a casca da romãzeira e o rizoma do feto-macho. Nervosismo
N e frite As bagas do zimbro e OS caules do espargo são contra-indicados no caso de inflamação dos rins (nefrite, glomerulonefrite, pielonefrite), porque o seu efeito diurético
100
As plantas ricas em essências (especialmente eucalipto e salva) produzem irritabilidade nervosa quando se ultrapasse a dose terapêutica. Daí que se desaconselhe o seu uso por pessoas nervosas ou irritáveis.
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I 1 " Parte:
V
G e n e r a l i d a d e s
s/,.
Plantas abortivas Atenção: Nenhuma das plantas que citamos como possuidoras de efeito abortivo são adequadas para provocar um aborto. Existe um velho aforismo atribuído a Hipócrates, que adverte: "Não existem abortivos, o que há são tóxicos para a mãe e para o feto." Para provocar um aborto com qualquer destas plantas é necessária uma dose tão elevada que, com toda a certeza, produzirá uma intoxicação da mãe, com graves efeitos indesejáveis: cólicas intestinais, vómitos, excitação nervosa, convulsões, etc. Tem havido casos de mulheres grávidas que morreram quando tentavam provocar em si mesmas um aborto com plantas. Quando indicamos "risco de aborto" na tabela das plantas (pág. 100), não queremos dizer que se trate de uma planta abortiva em termos absolutos, mas que aumenta o risco de sofrer um aborto em mulheres já predispostas a ele por alguma razão, seja ou não conhecida.
Tentar provocar um aborto ã base de plantas tóxicas
representa um risco de morte para a mãe, ao mesmo tempo que para o feto.
W
'V
Precauções na menstruação e na gravidez Menstruação A.s plantas que contêm glicósidos antraquinóniros, de acção purgativa, produzem unia congestão do sangue nos órgãos pél-
vicos, e alem disso contraem a musculatura do útero. Sc forem usadas durante as regras ou nos dias que as antecedem, podem provocar dolorosos espasmos merinos. São elas: aloés, amieiro-negro, cáscara-sagrada, quássia, ruibarbo e senc-da-índia. As doses elevadas de alho, cru ou em extractos, podem aumentar notavelmente as hemorragias menstruais, pela sua acção fluídificante do sangue (ver pág. 230).
101
C a p . 5: PRECAUÇÕES E TOXICIDADE DAS PLANTAS
Precauções relacionadas com a infância Lactação Ilá certas plantas q u e as mulheres que a m a m e n t a m d e v e m evitar, ciado que <»s seus princípios activos: As crianças, assim como as grávidas, devem ser muito
• Passam para o leite e p o d e m prejudicar o b e b é : absinto, buxo. café, mate, cascava-sagv«\d<\, amieivo-negro e, em geral, Iodas as plantas perigosas cm doses elevadas, ou seja q u e são potencialmente tóxicas (ver pág. 104).
prudentes no uso de qualquer planta ou
medicamento.
Gravidez
D u r a n t e :i gestação são contra-indiçadas cm geral iodas as plantas medicinais tóxicas (ver pág. 103), pelo risco de provocarem malformações no feto ou um a b o r t o .
• Passam para o leite e. ainda que não sejam tóxicos, lhe c o m u n i c a m um sabor amargo: artemísia, genciana c. em geral, iodas as plantas amargas. • Diminuem a p r o d u ç ã o de leite: amieiro, cana c o m u m , salva e p e n u n c a .
Mas. além das plainas c l a r a m e n t e tóxicas, na gravidez convém evitar as q u e figuram na tabela da página 100. As q u e aparecem nesta tabela são plantas cie uso habitual, q u e não apresentam efeitos tóxicos. No e n t a n t o , nas m u l h e r e s grávidas p o d e m ter eleitos indesejáveis.
Infância Em geral é preciso ter muita prudência q u a n d o se administram plantas medicinais às c r i a n ç a s . K necessário evitar todas as plantas tóxicas (ver pág. 103) e, por pre(fonliiiua na búgfnã 106)
A importância da dose Nas plantas tóxicas (como por exemplo a dedaleira), a dose tóxica é muito próxima da dose terapêutica, pelo que a margem de manobra se toma muito estreita. Uma dose dupla da recomendada como terapêutica pode produzir efeitos tóxicos, e uma tripia pode ser mesmo mortal. No entanto, nas plantas não tóxicas {como por exemplo o tomilho), podem-se tomar doses dez vezes maiores do que as recomendadas sem que se produzam sintomas importantes: e a dose mortal não existe, ou seja, que por muita quantidade que se tome destas plantas, não há risco de se provocarem efeitos irreparáveis. Planta
Parte utilizada
Dose terapêutica
Dose tóxica
Dose mortal
Digital (exemplo de planta tóxica)
Pó das suas folhas secas
1 g (para um dia)
2 g (vómitos, braquicardia, diarreia)
3 g (suores frios, convulsões, alterações do ritmo do coração e paragem cardíaca)
Tomilho (exemplo de planta não tóxica)
Sumidades
20 g (para um dia)
200 g (sintomas leves: excitação, náuseas)
Não existe
102
I
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 1 " F^.irle:
G e n e r a l i d a d e s Deúaleira
Plantas tóxicas de aplicação medicinal As plantas que a seguir se registam são de uso restrito a determinadas doenças, e de preferência sob vigilância médica. O uso indevido destas plantas pode produzir intoxicações graves; no entanto, a sua utilização correcta pode resolver graves transtornos e até salvar a vida de um doente. Planta
Pág. Parte utilizada
Princípio activo
Aplicação medicinal
Efeitos tóxicos em uso interno
Acónito
148 Raiz
Alcalóide: aconitina
Anestésico, dores insuportáveis
Paralisia nervosa
Arnica
662 Flores, raiz
Óleo essencial
Vulnerária (só em uso externo)
Vómitos, vertigens, convulsões
Beladona
352
Folhas, raiz
Alcalóides: atropina, hiosciamina
Asma, cólicas, dilatação da pupila (em preparados farmacêuticos)
Taquicardia, delírio, convulsões
Briónia
490
Raiz, bagas
Alcalóide: brionma
Antigamente usava-se como purgante (hoje não se usa nem interna nem externamente)
A raiz é muito irritante. As bagas são mortais
Cânhamo
152 Folhas
Canabmóis
Analgésico contra nevralgias e dores reumáticas (em uso externo)
Alucinações, loucura
Castanheiro•da-índia
2511 Sementes
Escuhna, saponinas
Emoliente, cosmético (só em uso externo)
Cicuta
155 Frutos, (olhas
Alcalóide: coniina
Analgésico, sedante: dores insuportáveis, cancro, nevralgias (uso interno e externo)
Vómitos, paralisia muscular, paragem respiratória
Coca
180
Alcalóide: cocaína
Estimulante, mal da montanha
Anestésico local
Cólquico
666 Toda a planta
kt**iuA*. *,J,...IAI«» Wcalo.de. colquic.na
farmacèu,icos)
Acalma as crises de gota (em preparados
Vómitos, diarreia, paralisia
Consolda-maior
732 Toda a planta
Alcalóide e glicósido
Cicatrizante e emoliente (só em uso externo)
Paralisia nervosa
Dedaleira
221 Folhas
Glicósidos
Insuficiência cardíaca (em preparados farmacêuticos)
Náuseas, vómitos, bradicardia, paragem cardíaca
Doce•amarga
728 Caules, folhas
Alcalóide: solanina
Emoliente, cicatrizante (só em uso externo)
Vómitos, diarreia, transtornos nervosos
Éfedra
303 Caules
Alcalóide: efedrina
Asma e alergias (em preparados farmacêuticos)
Estimulante do sistema nervoso simpático
Erva-moura
729
Folhas, caules
Alcalóide: solanina
Emoliente, alivia comichões (só em uso externo)
Vómitos, diarreia, transtornos nervosos. Bagas doces mas tóxicas
Escrolulária 543
Toda a planta
Saponinas, glicósidos
UM contra as hemorróidas
Vómitos e diarreias
Folhas
j Vómitos, diarreias, hemólise
Estramónio
157
Folhas
Alcalóides: hiosciamina. atropina
Asma, cólicas (uso interno e externo)
Alucinações, transtornos mentais
Evónimo
707
Frutos
Glicósido: evonimina
Cardiotónico. Contra a sarna (uso externo)
Diarreias, transtornos cardíacos
Hera
712
Bagas, folhas
e™„„ „ . . baponinas
Cicatrizante, analgésica (as folhas, em uso externQ)
Folhas: reacções alérgicas. Bagas: muito tóxicas
Glicósido: folineriina
Cardiotónico muito activo. Contra a sarna (em uso externo)
Transtornos cardíacos. Paragem cardíaca
Loendro
717
Malmequerdos-breps
665 Toda a planta
Protoanemonina
Revulsivo, anti-reumático (só em uso externo)
Irritante digestivo
Meimendro•negro
159 Folhas
Alcalóides: atropina, escopolamina
Anestésico, narcóticos (uso interno e externo): dores insuportáveis
Alucinações, taquicardia, paragem cardíaca
Norçapreta
679 Bagas, raiz
Alcalóide: diosgenina
Vulnerária (só em uso externo)
Vómitos, diarreia
Viburno
199
Glicósido
Desinflama a boca (só em bochechos)
Vómitos, diarreia
Flores
Folhas, bagas
103
C a p . 5: PRECAUÇÕES E I O X I C I 0 A O E DAS PLANTAS
Hortelã-pimenta
Plantas perigosas somente em doses elevadas O uso das plantas que a seguir se registam não apresenta riscos especiais, desde que se respeitem as doses indicadas na página correspondente.
P
Planta
Pág. Propriedades
Abeto-branco
290 Balsâmica, revulsiva
Efeitos secundários Irritação do sistema nervoso pela terebintina
Absinto
428 Digestiva, vermífuga, emenagoga
Tremores, convulsões, delírio, vertigens: causados pela essência tuiona
Açafrão
448 Digestiva, emenagoga
Transtornos nervosos e renais; abortivo
Adónis-da-itália
215 Cardiotónica
Náuseas, vómitos, diarreia
Anémona-hepática
383 Hepática, vulnerária
Intolerância digestiva
Anis-estrelado
455 Digestiva, carminativa
Delírio, convulsões: causados pela essência anetol
Aristolóquia
699 Emenagoga, vulnerária, antkeumática
Irritação do estômago
Arruda
637 Ocitocica, emenagoga, antiespasmódica Risco de aborto, reacções alérgicas na pele
Artemísia
624 Emenagoga, aperitiva
Irritação nervosa devida à essência
Ásaro
432 Emética, purgante
Vómitos, diarreia
Bérberis
384 Colagoga, cardiotónica
Transtornos do sistema nervoso
Betonica
730 Adstringente, vulnerária
Gastrenterite
Boldo
390 Colerética, digestiva
Sonolência, sedação
Buxo
748 Sudorífica, febrífuga
Vómitos, transtornos nervosos
Cafeeiro
178 Estimulante, cefaleias
Gastrite, arritmias cardíacas, dependência
Calumba
446 Digestiva, antidiarreica
Náuseas, vómitos
Cebola-albarrã
296 Cardiotónica
Náuseas, vómitos, arritmia
Celidónia
701 Antiespasmódica, colerética, sedativa
Intolerância gástrica
Chá
185 Estimulante
Taquicardia, nervosismo, dependência
Coentro
447 Digestiva, carminativa, tonificante
Excitação nervosa pela essência
Condurango
454 Aperitiva
Convulsões
Copaiba
571 Anti-séptica urinária
Erupções, nefrite
Cravinho
192 Estimulante, anti-séptica, analgésica
Irritação do estômago
Dormideira
164 Analglésica, sedativa
Obnubilação mental, depressão respiratória, dependência
Erva-formigueira
439 Digestiva, anti-helmintica
Intolerância digestiva
Espinheiro-cerval
525 Purgante
Cólica intestinal
Eucalipto
304 Balsâmica, anti-séptica
Gastrenterite, hematúria, transtornos nervosos devidos a essência
Feto-macho
500 Vermífuga
Irritação gástrica
Funcho
360 Carminativa, digestiva
Convulsões pela essência
Giesta
225 Cardiotónica, ocitocica, diurética
Excitação nervosa, hipertensão
Ginseng
608 Tonificante
Nervosismo
Globulária
503 Purgante, colagoga
Vómitos, diarreia
Gracíola
223 Cardiotónica
Vómitos, cólicas intestinais
Grindélia
310 Antiespasmódica, expectorante
Alterações cardíacas
Hipericão
714 Vulnerária, balsâmica, digestiva
Fotossensibilização
Hissopo
312 Expectorante, carminativa
Convulsões pela essência
Hortelã-pimenta
366 Digestiva, colerética, anti-séptica, tonificante Insónia, irritabilidade, espasmos da laringe em crianças (essência)
Ipecacuanha
438 Emética, expectorante
104
Irritante para a pele
^M J^
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 1 •' Parte:
G e n e r a l i d a d e s
Planta
Pág. Propriedades
Efeitos secundários
Lírio-dos-vales
218 Cardiotónica
Vómitos, diarreias
Mostardanegra
663 Rubefaciente. anti-reumática
Gastrite
Pilriteiro
219 Cardiotónica, sedativa
Bradicardia, depressão respiratória
Pimenta-dágua
274 Hemostática, cicatrizante
Irritação digestiva
Pimenteira
370 Tónica digestiva
Irritação digestiva, sangue na urina, hipertensão
Pinheiro
323 Balsâmica, anti-reumática
Irritação do sistema nervoso pela essência
Podofilo
517 Purgante, antimitótica
Diarreia
Polígala da virginia
327 Expectorante
Náuseas e vómitos
Quássia
467 Digestiva, febrífuga
Vómitos
Romãzeira
523 Vermífuga
Tremores musculares e paralisia (a casca)
Salsaparrilha-bastarda
592 Diurética, depurativa
Náuseas, vómitos
Salva
638 Anti séptica, tonificante, emenagoga
Convulsões, trantornos nervosos pela essência
Sanamunda
194 Adstringente, disgestiva
Intolerância gástrica
Satitónico
431 Vermífuga
Nervosismo
Saponãria
333 Expectorante, diurética
Irritação digestiva
Sassafrás
678 Sudorífica, diurética, depurativa
Convulsões pela essência
Selo-de-salomão
723 Diurética, vulnerária, hipoglicemiante
Transtornos nervosos
Tanaceto
537 Vermífuga, emenagoga
Vómitos, convulsões
Tasneirinha
640 Emenagoga
Possível toxicidade sobre o fígado
Trevo-cervino
388 Colerética, depurativa
Vómitos
Trevo-d'água
463 Aperitiva, febrífuga
Diarreia, vómitos
Visco-branco
246 Hipotensora, vasodilatadora
Vómitos, hipotensão, transtornos nervosos
O loendro ('Nerium oleander' L.) é um exemplo de planta tóxica de aplicação medicinal. A ingestão de duas das suas folhas pode provocar a morte por paragem cardíaca. No entanto, as flores são muito apreciadas contra a sarna, aplicadas em cataplasmas sobre a pele.
O selo-de-salomáo (Polygonatum odoratum' Druce) é um exemplo de planta perigosa somente em doses altas. Se se respeitarem as doses indicadas da sua parte medicinal, o rizoma, não há perigo de intoxicação,
105
C a p . 5: PRECAUÇÕES E T O X I C I D A D E DAS P L A N T A S
Viscobranco jMo^^^' >
Plantas com alguma parte tóxica
'
* w
'l W
As plantas que a seguir se registam tèm uma parte medicinal e outra parte venenosa. Convém saber distingui-la* para evitar intoxicações. Planta
Pãg.
Parte medicinal
Parte tóxica
Abrunheiro-bravo
372
Frutos
Sementes (o miolo)
Asclépia
298
Cerejeira-da-vírgínia 330
Raiz seca
Folhas, caules
Casca
Folhas
Cersefibastardo
243
Folhas, raiz
Sementes, frutos
Colútea
498
Folhas
Sementes
Fitolaca
722
Raiz
Bagas
Lirio-dos-vales
218
Folhas, flores
Bagas
Noveleiro Rícino
642
Casca seca
Bagas
531
Óleo (sementes)
Sementes inteiras
Selo -de-salomão
723
Rizoma
Bagas, folhas
Teixo
336
Cúpula carnosa das sementes
0 resto da planta
Viscobranco
246
Folhas
Bagas
n imlhiiMção rlri página 1<>2>
caução, também as que são perigosas em doses alias (ver pág. 104). Por exemplo, não convém administrar às crianças: absinto, buxo. romã/.eira (casca), santónico e Feto-macho.
A toxicidade das plantas medicinais A maior parle das plantas medicinais não são tóxicas e podem tomar-se com menor risco do qualquer fármaco de síntese química. Toda a gente sabe. no entanto, que existem plantas venenosas. Segundo os especialistas em toxicologia vegetal, calcula-se em 700 as espécies de plantas mortíferas que crescem no planeia Terra. A mais famosa de iodas talvez seja a cicuta, que causou a morte rio sábio grego Sócrates no século V a.C. Muitas ounas têm sido utilizadas ao longo da história por envenenadorcs profissionais «ai pelos Fabricantes dos outrora Famosos "pós de herdar."
106
Plantas tóxicas de aplicação medicinal O q u e n e m todos sabem é q u e algumas
desias plainas, qualificadas como tóxicas, também podem curar graves doenças e inclusivamente salvar a vida. A mesma planta pode malar ou pode < mar. Como pode uma planta ser tóxica e medicinal ao mesmo tempo? Para que uma destas plantas lenha efeitos medicinais, é preciso: 1. Que a dose seja correcta; 2. Que seja bem indicada para a doença daquele que a toma. A mesma dose que para um indivíduo doente é curativa, para um são poderia ler efeitos IÓXÍCOS. As plantas que citamos na tabela da página 103 constituem remédios drásticos que se devem usar unicamente em doenças graves que assim o exijam. Nestes casos concretos, são de um grande valor terapêutico. Como agradece o doente do coração, que se sente asfixiar, uma infusão de dedaleira ou um medicamento preparado com os seus glicósidos! O mesmo poderíamos dizer de quem sofre um ataque de artrite gotosa, no que respeita à colquicina do cólquico. No entanto, uma mesma dose destas plantas pode ter efeitos tóxicos indesejáveis numa pessoa saudável ou que não precise dirias. As doses têm de estar bem calculadas, para se manterem dentro da estreita margem terapêutica destas plantas, já que a sua dose tóxica é um pouco superior à respectiva dose terapêutica. K desejável que as plantas tóxicas de acção medicinal a que nos referimos sejam preparadas e administradas por profissionais. De facto, actualmente, muitas delas (arnica, beladona, coca, cólquico, dedaleira. êfedra) adminisiram-se unicamente em Forma de preparados Farmacêuticos, perfeitamente dosi ficados. Alguma destas plainas só se empregam em aplicações externas. Apesar disso, citamos os seus eleitos tóxicos por via interna
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 1 ' P.irle:
G e n e r a l i d a d e s
como informação. Aplicadas localmente", plainas como o acónito, o cânhamo, a cicuta e o meimendro-negro, por exemplo, têm um poderoso efeito anestésico em d<>res de difícil tratamento, causarias por cancro ou nevralgias, mas terão de ser usadas com muita prudência, inclusive quando se aplicam localmente, pois os seus princípios activos também se absorvem através da pele. Plantas perigosas u n i c a m e n t e em doses elevadas Há outro grupo de plantas cujo uso em doses alias pode produzir efeitos secundários indesejados. São plantas potencialmente tóxicas; mas desde que se respeitem as doses indicadas, e se u n h a m em conta as precauções assinaladas, podem-se usai sem perigo. Plantas c o m partes tóxicas Existem plantas que produzem princípios medicinais nalgumas das suas partes, c substâncias lóxicas sem nenhuma aplicação terapêutica, noutras. Convém conhecê-las. para evitar intoxicações acidentais por engano (ver tabela, pá»;. 10b) Plantas q u e frescas o u s e c a s são tóxicas Há plantas que se devem usai quer unicamente frescas, quer unicamente secas. paia evitar a presença ou a formação de substâncias tóxicas (ver págs. 47 e 50).
As intoxicações por plantas Não c estranho que, por diversas causas. se produzam acidentes tóxicos relacionados com o uso das plantas em geral, c das plantas medicinais em particular. As crianças são as mais implicadas neste tipo
de- intoxicações, cujos resultados podem chegar a ser lalais. K muito importante saber como prevenir os envenenamentos por plainas, e o modo de actuar cm caso de se lerem produzido.
A maior parte das intoxicações por p/antas produz-se em crianças de tenra idade que, por ocasião de uma saída ao campo, chupam ou mordiscam frutos, flores ou folhas venenosas, sem que os pais se dêem conta disso.
Causas d a s i n t o x i c a ç õ e s As inioxicações por plantas costumam produzir-se na maior parle dos casos: • por se confundir uma planta venenosa com uma medicinal, ou • pela administração de uma dose excessiva de uma planta potencialmente tóxica. Prevenção Primeiro que ludo, o ideal ê evitar que se produza uma intoxicação. Para isso, ê necessário: 1. Identificar sem nenhuma dúvida qualquer planta, antes de a tomar. E preciso ser-se prudente com algumas plantas oferecidas ou indicadas por pessoas pretensamente "entendidas" em ervas. 2. Pesar as doses tia planta administrada. .'S. Vigiar as crianças nas saídas ao campo. A maior parte dos casos de intoxicação dáo-se com crianças (pie chupam ou mordiscam Mores e plantas.
107
3
C a p . 5: P R E C A U Ç Õ E S E T O X I C I D A D E DAS P L A N T A S
Confusões frequentes entre plantas
Quando se colhem certas plantas, deve-se ter cuidado para não confundi-las com outras parecidas, mas tóxicas. Estas são algumas das plantas que se podem confundir por parecença com outras, causando intoxicações acidentais.
Planta Castanheiro Rabanete e Rábano Sabugueiro Sabugueiro Salsa Verbasco
Pág. 495 393 767 767 583 343
Parte usada Sementes Raiz Bagas Bagas Folhas Folhas
Confunde-se com Castanheiro-da-india Acónito Beladona Ébulo Cicuta Dedaleira
Pág. 251; 148 352 590 155 221
4. Não plantar espécies tóxicas em jardins ou em lugares ao alcance das crianças. S i n t o m a s gerais Uma vez ingerida a planta venenosa, os sintomas de intoxicação podem demorar a manifestar-se, desde alguns minutos até mesmo três dias (como no caso das sementes de rícino). Ainda que possam ser muito variados, os sintomas mais frequentes são: • sensação de irritação ou de ardência na garganta; • náuseas c vómitos; • dores de cabeça, visão confusa, dificuldade de movimentos e convulsões. C o m o agir em caso de intoxicação /. Guardar uma certa quantidade como amostra Dcvcm-se tomar amostras da planta ou das plantas de que se possa suspeitar terem sido a causa da intoxicação, paia que sejam identificadas por especialistas. 2. Provocar o vómito Normalmente, muitas plantas tóxicas já provocam vómitos. Mas se estes não surgirem ou não forem suficientes para expulsai o conteúdo do estômago, terão de ser provocados:
108
• estimulando a garganta com os dedos, com uma colher, ou com uma pluma embebida em Óleo ou azeite, ou então • dando a beber uma colher de xarope de ipecacuanha. O vómito não deve ser provocado mis seguintes casos: • quando já se tenham passado mais de três ou quatro horas depois da ingestão, • quando o doente já esteja a vomitar de forma eficiente, • quando esteja entorpecido ou inconsciente (poderia sufocar-se). 3. Praticar uma lavagem ao estômago Faz-se com a ajuda de uma sonda introduzida através da boca ou do nariz. Deve ser praticada por um profissional de saúde. 4. Administrar carvão vegetal É um antídoto de uso geral, muito útil no tratamento urgente das intoxicações por via digestiva. Obtém-se após a combustão da madeira de laia, eucalipto, choupo-negro ou de outras árvores (ver pág. 761). O carvão chama-se 'activado' (punido foi preparada num laboratório especializado pata aumentai o seu poder de absorção. Apiescnta-sc em forma de comprimidos ou cápsulas, de que se- podem tomar de 2 a 20, ou até mais. Também se vende em pó. O carvão vegetal não deveria faltar em nenhuma caixa de medicamentos. Km ca» i de urgência pode-se dar a mastigar ao intoxicado qualquer pedaço de carvão de madeira de uma árvore não tóxica, ou até mesmo um pedaço de pão queimado. O carvão vegetal tem uma extraordinária capacidade de- absorver (isto é. de reter na sua superfície) substâncias químicas que depois se eliminam com as fezes, que adquirem a cor negra. Também se administra, com excelentes resultados, em caso de diarreia ou de fermentação intestinal, para absorver as toxinas.
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E O I C I H A I S 1 " Parte:
G e n e r a l i d a d e s
Troncos de eucalipto prontos para serem queimados com o fim de obter carvão vegetai. Este náo deveria faltar em nenhuma caixa de medicamentos, por ser um antídoto e antidiarreico muito eficaz.
O carvão vegetal não substitui <> vómito nem a lavagem ao estômago. Na realidade, para se obter melhor resultado, recomenda-se esvaziar primeiro o estômago por meio de um destes dois métodos, e depois administrar o carvão vegetal. Quanto menos for a quantidade de planta venenosa que fique no estômago, tanto mais eficiente será O antídoto aplicado. 5.
Administrar
outros
antídotos
Os sais de magnésio e a clara de ovo também se usam t o m o antídotos universais, embora a sua eficácia seja muito menor que a do caixão. Nenhum óleo se deve usar tomo antídoto, já que pode favorecer a dissolução, e portanto maior absorção de certas toxinas. O leite tem sido usado como antídoto, embora sem um suficiente fundamento químico, pelo que não podemos recomendar o seu uso.
Existem antídotos específicos para alguns tóxicos, que costumam ser também outros tóxicos de acção contraria. Por exemplo, o antídoto da cicuta é a estrienina. O seu uso correcto é muito difícil, e está reservado a médicos e farmacêuticos. 6. Como agir nos casos mais graves Colocar o paciente deitado com a cabeça voltada para um dos lados, para o caso de vomitar. Tapá-lo com um cobertor. Vigiar os movimentos respiratórios e aplicara respiração artificial se for necessário. 7. Assistência hospitalar Todas estas ou enquanto Em nenhum ferência para
medidas são para casos leves, não se chega a um hospital. caso se deve atrasai a transum hospital.
109
DA PLANTA AO MEDICAMENTO Das plantas aos medicamentos de síntese química
Actualmente, segundo o "Boletim da Organização Mundial de Saúde" |vol 65, pág. 1 59). mais de 2 5 % dos medicamentos, nos laboratórios de farmácia de todo o mundo, procedem directamente das plantas.
No século I d . C , o médico e botânico grego Dioscórides escreveu uma obra que abrangia iodos os remédios que a natureza oferece, com particular insistência nas plantas medicinais (descrevem-se cerca de 600). Os seus discípulos loiam-na ampliando depois, ate atingir seis volumes. Esta extraordinária obra, conhecida como
Matéria Médica de Dioscórides, ou simplesmente "o Dioscórides", foi o livro de texto básico para todos os médicos ocidentais durante mais de 1700 anos. Segundo Foni Quer, a sua difusão só foi ultrapassada pela da Bíblia. Servia como receituário ou vade-mécuin, no qual se consultavam as plantas e remédios úteis paia cada doença. Li/.cram-se diversas traduções para o latim e o italiano, que tiveram ampla divulgação em toda a Europa. A tradução mais importante para o castelhano foi a (pie fez o Di. And rés de Laguna, no
século XVI. Km Portugal, e também no século XVI, o principal comentador das obras de Dioscórides foi o Dr. Amato Lusitano. Com o progresso da química e o surgimento da farmacologia, a partir do século XVIII, os médicos foram substituindo a pouco e pouco as suas receitas ã base de plantas, baseadas no "Dioscórides". por prescrições ã base de produtos químicos extraídos das plantas. • Lm 1803, um jovem farmacêutico alemão. Seriúrner, isolou um alcalóide a partir do ópio da dormideira, a que chamou morfina, recordando o nome de Morléu. deus grego do sono. • Lm 1817, isolou-se o princípio activo da ipecacuanha, a emetina. • O químico alemão Hoffmann obteve a aspirina a partir da casca do salgueiro, em meados do século XIX. • Lm 1920 os farmacêuticos franceses IVlletier e ('aventou isolaram a quinina a partir da árvore da quina. Descobertos e isolados os princípios activos ílas plantas, pensou-se que com eles se podiam substituir as velhas receitas ã
110
I
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 1 " Parte:
G e n e r a l i d a d e s
Diferenças entre plantas e medicamentos
Absorção
Medicamentos à base de substâncias purificadas
Plantas medicinais
Limitada em caso de substâncias químicas inorgânicas ou minerais.
Os princípios activos das plantas absorvem-se em geral com maior facilidade que os seus equivalentes inorgânicos, obtidos por síntese química. Isto deve-se a que, por se tratar de moléculas orgânicas (ou seja, que já fazem parte de um organismo vivo: a planta), atravessam mais facilmente a mucosa intestinal do que as substâncias inorgânicas ou minerais.
Dose de Conhecida com exactidão. princípio activo
Apresenta diferenças segundo a variedade, terreno e época de colheita, o que pode dificultar o tratamento com plantas que contenham substâncias muito activas ou tóxicas (por exemplo: dedaleira, beladona, etc).
Acção Depende de uma substância quimicamente pura terapêutica
Depende da combinação de todas as substâncias activas da planta, que se reforçam ou equilibram mutuamente. O conjunto da planta torna-se mais activo do que os seus componentes em separado.
Maior que a das plantas, mas com o risco do possível Rapidez de aparecimento de um efeito de "ricochete" (aumento dos acção sintomas depois de ter passado o efeito do medicamento administrado), ou de resistência a médio ou longo prazo.
Acção mais lenta mas mais persistente, sem efeito de "ricochete" nem resistências.
Efeitos Podem ser importantes, e não completamente conhecidos até secundários e que tenham sido usados durante vários anos. tóxicos Reacções alérgicas perigosas. É maior quanto mais purificada ou tratada quimicamente tiver sido a substância activa. E o caso da morfina (principio activo
Risco de criar isolado), que se torna muito mais perigosa do que o ópio dependência (substância natural). A heroina (derivado químico da morfina) tem ainda uma maior toxicidade e uma maior capacidade de criar dependência do que a morfina.
Na maior parte das plantas não existem ou são pouco importantes, por ser muito baixa a concentração de princípios activos. A planta em estado natural, mesmo no caso das estupefacientes, é menos perigosa do que o principio activo purificado. As plantas sedativas suaves (passiflora, valeriana, etc.) não criam dependência, ao contrário dos tranquilizantes químicos.
Quanto mais se manipula e processa um produto vegetal, tanto mais se isolam e concentram os seus princípios activos. Deste modo se consegue uma maior eficácia para certos casos concretos, ainda que com a desvantagem de se perderem as propriedades globais da planta.
111
C a p . 6: O U U N D O V E G E T A L
mas mostrani-sr inadequados nos casos crónicos, como por exemplo as doenças reumáticas, pelos transtornos digestivos e outros efeitos secundários que provocam.
Retorno ao natural
Quando, na primeira metade do sécuio XX, os notáveis progressos na produção de medicamentos de síntese química tomaram o lugar dos remédios vegetais, pareceu que a fitoterapia chegava ao seu fim. Contudo, actualmente está-se a redescobrir o valor das plantas medicinais, que são
tanto ou mais eficientes que os fármacos, e com menos contra-indicaçõeS-
112
Nos últimos anos redescobriu-se o valor dos remédios naturais, c a medicina volta a fazei* um uso cicia vez maior das plantas curativas. Foi possível comprovar que, embora O seu eleito possa parecer mais lento, os resultados são melhores a longo prazo, especialmente em doenças crónicas. A medicina e a botânica têm estado sempre intimamente unidas, ainda que, durante uma certa época, a química farmacêutica tenha gozado de maior protagonismo. Calcula-se que, actualmente. 25% dos medicamentos prescritos contêm pelo menos uma planta ou alguma substância derivada dos vegetais. Esta proporção vai aumentando, à medida que se investigam e si' conhecem melhoras plantas medicinais. base de plantas. As substâncias puras eram mais potentes, fáceis de dosificar, e a sua administração em forma de cápsula, comprimido ou outra, tornava-se mais cómoda. ()s êxitos fia química farmacêutica fizeram esquecer até há poucos anos os remédios naturais, ou seja as plantas medicinais tal como a natureza as oferece, e até os seus rxirácios e preparados. Mas a euforia cio êxito da química fat'macêuiica náo durou muito. Ao contrário do que a princípio parecia, por exemploi os cada vez mais potentes antibióticos sintéticos não foram capazes de acabar por completo com as doenças infecciosas. V. certo que, graças a eles, se têm salvado muitíssimas vidas, mas também c certo que aumentaram enormemente as resistências, alergias e outros eleitos indesejáveis. Os potentes corticóides e fármacos anti-inílamatóríos podem resolver um caso agudo.
Certamente, a ciência médica actuai não pode- prescindir dos potentes fármacos de síntese química. Contudo devem-se usar com cautela, i eservando-os para os casos mais agudos ou difíceis; pois em certas ocasiões, embora proporcionem um alívio imediato, náo curam a doença, e além disso têm importantes efeitos indesejáveis. "Prímum mm nocere", isto é. em primeiro lugar não causes dano. sentencia o famoso aforismo médico. O leitor sofre de insónia? Então experimente a valeriana, a passillora ou o pi Inteiro; que, ao contrário do que acontece com os sedativos químicos, não diminuem os reflexos nem criam dependência. Sofre de dores reumáticas? Tente aliviálas com o harpagófíto, o salgueiro ou o alecrim, antes de se arriscai a sofrer uma gastrite ou uma úlcera de estômago com os fármacos anti-reuinálicos.
A SAÚDE PELAS FLAUTAS UEO
G e n e r a l i d a d e
Primeiro a palavra; depois a planta; em último caso a faca!" Aforismo médico grego Muitos medicamentos actuam como autênticas facas químicas, cujo uso poderia evitar-se usando a palavra (psicoterapia) ou as plantas medicinais (fitoterapia).
Sofre de prisão de ventre crónica? Use o sene-da-índia, a malva ou as sementes de linho, em vez dos laxantes químicos, se quiser evitar unia colite crónica com perda de potássio. Os tratamentos aplicados para fazer frente à doença devem ser proporcionais à sua gravidade ou malignidade. Diz um aforismo grego: "Primeiro a palavra; depois a planta; em último ais», a /ara!" Alguns medicamentos de síntese química são "Facas" que poderiam evitar-se utilizando sabiamente a palavra (psicoterapia) ou as plantas medicinais (fitoterapia). E, logo à partida, o melhor de tudo é seguir um estilo de vida saudável e uma alimentação correcta; algo que nunca poderá sei substituído, nem pelas plantas medicinais nem pelos medicamentos.
Plantas medicinais e medicamentos de plantas Os medicamentos normalmente apresentam certos inconvenientes. Claro que as plantas medicinais, colhidas e receitadas de forma empírica por "amadores", também podem tornai-se perigosas. E possível que o ideal sejam os preparados à base de plantas correctamente identificadas, ou os seus extractos, dosificados e preparados por um profissional farmacêutico, segundo prescrição de um médico conhecedor das suas propriedades. I.sia é a fitoterapia científica para que modernamente se tende, e que finalmente acabará com a divisão um tanto artificial entre plantas e medicamentos.
113
//,.
Como obter os melhores resultados com as plantas Os melhores resultados para a saúde obtêm-se usando as plantas em combinação com outros agentes naturais de acção medicinal, como por exemplo a água (hidroterapia), o mar (talassoterapia), o sol (helioterapia), as terras medicinais (geoterapia), o exercício físico e a alimentação saudável, baseada em produtos vegetais. Além disso, é necessário praticar hábitos de vida sadios, como a abstinência do tabaco, das bebidas alcoólicas e de outras drogas. A acção conjunta de todos estes factores exerce um notável estímulo sobre os mecanismos de defesa e de cura do próprio organismo, que acabarão por ser os que vencem a doença.
Nos remédios vegetais, os princípios activos têm a vantagem de estar acompanhados de muitas outras substâncias, aparentemente inactivas. No entanto, estes componentes que recheiam a planta conferem-lhe, no seu conjunto, uma eficácia e uma segurança superiores às dos princípios activos isolados e purificados. E além do mais, a eficácia das plantas medicinais é aumentada q u a n d o estas se utilizam no quadro de uma cura revitalizadora natural.
"S 114
S/s
Uma pioneira da moderna fitoterapia Nos últimos anos do século XIX e nos primeiros do século XX, os médicos ainda receitavam medicamentos à base de substâncias químicas muito enérgicas, algumas então recém-descobertas, que hoje são consideradas venenosas: o calomelano ou cloreto mercuroso (de acção fortemente purgante), o tartarato de antimónio (vomitivo), a estricnina (excitante tóxico), ou os sais de arsénico (contra a sífilis e outras? infecções). Os progressos da incipiente indústria química e farmacêutica, tanto na Europa como nos Estados Unidos, tinham desencadeado um grande entusiasmo social. A contínua descoberta de novos medicamentos cada vez mais potentes, ainda que não menos tóxicos, parecia prometer um futuro próximo em que iria existir um fármaco específico para curar quase qualquer doença. No meio daquele ambiente de euforia farmacológica, quando o interesse de todos os cientistas se dirigia para os medicamentos de síntese química, Ellen G. White, notável autora norte-americana dotada de uma grande capacidade pedagógica e preventiva, escrevia o seguinte: «Há plantas simples que podem ser usadas para o restabelecimento dos doentes, cujo efeito sobre o organismo é muito diferente do efeito dos medicamentos que envenenam o sangue e põem a vida em perigo.»' Esta pioneira da moderna fitoterapia recomendou o uso popular de certas plantas medicinais, adiantando-se assim em mais de cem anos às leis actualmente vigentes na maioria dos países ocidentais, que permitem o livre uso de certas plantas sem necessidade de receita médica: por exemplo, a infusão de lúpulo (como sedativo), os banhos aos pés com mostarda (para descongestionar a cabeça), o carvão vegetal (pelo seu efeito desintoxicante), e o pinheiro, o cedro e o abeto (para as afecções respiratórias). Além de promover o uso racional das plantas medicinais como alternativa aos enérgicos remédios medicamentosos que se usavam naquela época, Ellen G. White fez finca-pé num facto que hoje é bem conhecido pela ciência médica, mas que há um século constituía uma autêntica novidade: A saúde não é fruto do acaso, mas antes a consequência dos hábitos de vida e, em especial, da alimentação. Nos nossos dias ganhou uma maior relevância, se assim se pode dizer, aquilo que foi o seu pensamento central acerca da saúde: Que o uso inteligente dos agentes naturais, como a água. o sol, o ar, as plantas medicinais, os alimentos sãos, assim como a adopção de hábitos saudáveis (exercício físico, repouso adequado, boa disposição mental e confiança em Deus), pode fazer muito mais pela saúde do que os potentes medicamentos de síntese química ou que os tratamentos agressivos. 'Selected Messages. vol. 2. pág. 288: Pacific Press Publishing Association, Mountain View (Califórnia. EUA.). 1969.
O uso adequado das plantas medicinais, j u n t a m e n t e com outros hábitos de vida saudável, podem impedir que as debilidades do nosso organismo evoluam até se transformar em doenças declaradas.
'''S 115
O cacau, estimulante, diurético e cicatrizante (pág. 597).
As plantas medicinais
O aloés, um excelente cicatrizante de feridas (pág. 694).
O milho, alimentício e diurético (pág. 599).
As chagas, uma planta antibiótica
Uma das pirâmides maias de Palenque (Chiapas, México). As grandes culturas autóctones do continente americano, como a maia e a asteca no México, ou a inca no Peru, atingiram um grande desenvolvimento no conhecimento e aplicações das plantas medicinais. O m u n d o inteiro beneficiou das plantas medicinais americanas, como o cacau, o aloés, o milho e as chagas, além das alimentícias, como o tomate ou a batata.
«Rogo a Vossa Majestade que não deixe passar mais médicos para a Nova Espanha (México), pois com os curandeiros Índios já há suficientes.» Assim escrevia Hernán Cortês ao imperador Carlos I de Espanha e V da Alemanha, em 1522. depois de ter sido tratado com êxito pelos médicos astecas a uma ferida na cabeça, que os médicos espanhóis não tinham sido capazes de curar. Evidentemente, os médicos nativos sabiam como tirar bom proveito da rica flora medicinal mexicana, o que lhes dava
m
''S
116
uma notável vantagem relativamente aos seus colegas espanhóis. A medicina em geral, e o uso das plantas medicinais em particular, encontravam-se muito desenvolvidos nas culturas asteca, maia e inca, assim como entre os índios povoadores da América do Norte. No México, capital da região do Anahuac, havia grandes jardins botânicos em volta dos palácios do imperador, onde se aclimatavam as plantas de todo o império.
y/s-
na América
A equinácea, estimulante natural das defesas (pág. 755).
O hidraste, eficaz contra os catarros (pág. 207).
Vista do Canyon Bryce fUtah, Estados Unidos) cuja espectacularidade se assemelha à do Grand Canyon do Co/orado. Os índios norte-americanos conheciam e respeitavam os recursos que a natureza oferece, especialmente as plantas medicinais. A moderna investigação cientifica pôde comprovar a eficiência de muitas das plantas usadas pelos índios, tais como a equinãcea, o hidraste e a hamamélia.
Refere o doutor José M.- Reverte Coma, professor de História da Medicina da Universidade Complutense de Madrid, que no México antigo existiam diversos profissionais de saúde: • os tlama-tepati-ticitl, médicos generalistas que curavam com plantas, banhos, dieta, laxantes ou purgantes; • os texoxo-tlacicitl, que se dedicavam à cirurgia; • os papiani-panamacani, que apenas tratavam com "ervas". Os exploradores espanhóis ficaram surpreendidos pela grande variedade de novas plantas medicinais -e também alimentares- que encontraram no Novo Mundo. Devemos ao doutor Diego Alvarez Chanca, médico espanhol que acompanhou Colombo na sua primeira viagem à América, a primeira descrição da batata, do cacau, do milho, da mandioca, da copaíba, do guaiaco e do pau-brasil. Outros descobriram a salsaparrilha, o aloés, o podofilo, a qui-
A hamamélia, tonifica as veias e embeleza a pele (pág. 257).
na, a ratânia, a quássia, as chagas e muitas outras plantas de grande interesse medicinal. Durante os séculos XVII e XVIII, partiram da Europa diversas expedições botânicas para estudar a flora medicinal americana, das quais talvez a mais importante tenha sido a dirigida por Jorge Celestino Mutis em 1760. A chegada destas novas plantas medicinais produziu toda uma revolução enriquecedora na terapêutica em uso no Velho Mundo. A quina foi para a medicina o mesmo que a pólvora tinha sido para a arte da guerra. Na actualidade continuam-se a investigar as propriedades curativas de muitas plantas do Novo Mundo, com base nos usos tradicionais que lhes dão os índios nativos. A selva amazónica é um imenso armazém farmacêutico para a humanidade, e muitos dos seus recursos continuam ainda por explorar. Este é mais um motivo, além dos ecológicos e meioambientais, para se zelar pela sua conservação.
117
Como se descobriram as
N o g u e i r a (pág. 505) O interior dos seus frutos mostra uma grande semelhança com a superfície do cérebro. As nozes contém abundante fósforo, elemento importante na bioquímica cerebral e do sistema nervoso. Laranjeira (pág. 153) As suas folhas apresentam um coraçãozinho na base, pelo que se recomendam contra as afecções cardíacas. Dado que sáo sedativas, têm uma acção favorável sobre muitas cardiopatias.
Os antigos acreditaram ser possível intuir as propriedades das plantas a partir das suas características. Esta ideia transformou-se já no tempo de Hipócrates (século V a.C.) na chamada "teoria dos sinais". O próprio Dioscórides foi um dos seus fervorosos defensores. Também Paracelso, ilustre médico e naturalista suíço do século XVI, dizia assim: «Todo o vegetal está assinalado pela natureza; e é bom para aquilo que nos é indicado peio seu sinal.»
• as nozes são boas para o cérebro, pois contêm abundante fósforo e ácidos gordos insaturados; • a aristolóquia contém efectivamente um alcalóide de acção ocitócica, que contrai o útero; • a arenária é diurética e ajuda a expulsão de cálculos.
A teoria dos sinais
• o meimendro tem acção analgésica;
À semelhança de muitos dos seus contemporâneos, o médico espanhol do século XVI Andrés de Laguna, tradutor da Matéria Médica de Dioscórides, acreditava que a tarefa do homem consistia em descobrir os sinais que o Criador tinha deixado nas plantas, como forma de decifrar as suas virtudes. Outros eminentes botânicos e médicos também aceitaram esta teoria dos sinais durante mais de dois mil anos. Actualmente parece-nos uma anedota histórica
'// 118
sem o mínimo rigor científico. No entanto, é curioso observar como algumas das suas proposições se puderam comprovar cientificamente. Por exemplo:
• e as folhas de laranjeira são sedativas e benéficas para os doentes cardíacos. É claro que também há muitos casos em que a teoria dos sinais falha, por mais atraente e sugestiva que possa parecer. Por exemplo: • as sementes da rosa-canina não servem para tratar os cálculos urinários, apesar da sua semelhança com eles;
S/,
propriedades das plantas |i]
Rosa-canina (pág. 762] Como os seus ramos lembram as presas da queixada de um cão, usaram-se para curar as feridas causadas pelas mordeduras de cães e lobos. Nào se conseguiu demonstrar esta pretendida acção curativa.
Aristolóquia (pág. 699) As suas flores lembram os órgãos genitais femininos (externos e internos), pelo que se usou para facilitar o parto. Sabemos hoje que contém substâncias ocitócicas, que estimulam as contracções uterinas.
• as folhas do trevo-dos-prados não curam as cataratas, apesar da sua mancha branca que lembra o halo duma catarata ocular.
anterior à boda, às noivas que pretendiam aparentar uma virgindade perdida.
Noutros casos, exageraram-se as pretendidas propriedades deduzidas dos sinais de uma planta. Por exemplo, as folhas da consolda nascem muito unidas ao caule, do que Dioscórides deduziu que a planta devia ser um poderoso cicatrizante. E não se enganou, pois pôde-se provar que contém alantoina, substância que nos nossos dias faz parte de numerosas pomadas. Mas no seu entusiasmo de mostrar o valor da teoria, o sábio grego chega ao extremo de dizer que as raízes da consolda «cozidas com carne despedaçada, a juntam e acabam por unir».
Da intuição para a experimentação
Não teria sido nada difícil pôr em evidência o exagero de Dioscórides; mas a ciência da antiguidade preferia lucubrar a experimentar. E assim, durante muitos séculos, os médicos recomendavam um banho em água de consolda no dia
Actualmente, os enormes progressos da investigação química e farmacêutica tornam desnecessário recorrer à intuição ou à tradição, como acontecia antigamente com a teoria dos sinais. Mas muito mais desaconselhável e até perigoso é o emprego das plantas medicinais baseado na superstição ou na magia, que ainda persiste em determinados sectores sociais. O uso racional e científico das plantas, baseado na experimentação química e farmacológica, é realmente a única maneira segura de utilizar correctamente as plantas medicinais.
119
Como se descobriram as propriedades das plantas (2) M e i m e n d r o - n e g r o (pág. 1 59) Desde tempos muito antigos tem sido usado para açaimar as dores de dentes, com base em que os seus frutos lembram uma peça dentária, em que o cálice seriam as raizes dentárias. Hoje sáo bem conhecidas as suas propriedades analgésicas e narcóticas.
Pulmonária (pág. 331J As folhas da pulmonária lembram a forma de um pulmão. Os antigos usaram-na. de forma empírica, para tratar as afecções respiratórias. Hoje sabemos que a pulmonária contém mucilagens e alantoina de acção emoliente suavizante) sobre as mucosas respiratórias, e além disso saponinas, que actuam como expectorantes.
Golfão fpág. 607) Dado que nasce em lugares frios, recomendava-se para "esfriar" os instintos sexuais (anafrodisiaco). Hoje continua a ter a mesma aplicação. Além disso, os partidários da teoria dos sinais viam nas suas flores brancas um símbolo da virgindade
Trevo-dos-prados
(pág. 340) A mancha branca nas suas folhas fez pensar que serviria para curar as cataratas, o que não foi possível comprovar.
. .
-./->»**T
-• •' T T W
•
• ! *
'•
•
r
**V
..
.
•vffcí
>
1
1 mM índice dos capítulos 7. Plantas para os olhos
128
8. Plantas para o sistema nervoso
138
9. Plantas excitantes
176
10. Plantas para a boca
186
1 1 . Plantas para a garganta, nariz e ouvidos . . 200 12. Plantas para o coração
212
13. Plantas para as artérias
226
14. Plantas para as veias
248
15. Plantas para o sangue
262
16. Plantas para o aparelho respiratório
280
17. Plantas para o aparelho digestivo
346
18. Plantas para o figado e a vesícula b i l i a r . . . 378
Volume 2 19. Plantas para o estômago
416
20. Plantas para o intestino
476
2 1 . Plantas para o ânus e o recto
538
22. Plantas para o aparelho urinário
548
23.Plantas para o aparelho genital masculino. 602 24. Plantas para o aparelho genital feminino . . 614 25. Plantas para o metabolismo
644
26. Plantas para o aparelho locomotor
654
27. Plantas para a pele
680
28. Plantas para as infecções
736
29. Plantas para outras doenças
774
PLANTAS QUE CURAM Enciclopédia das Plantas Medicinais
DESCRIÇÃU
SEGUNDA PARTE y ^ v
^
Alguém que desconheça as plantas nunca poderá formar juízo acertado acerca das suas virtudes.» CARI. VON LINNÉ
Naturalista e médico sueco considerado o pai da botânica m o d e r n a (1707-1788)
k..
Significado dos ícones de partes botânicas usados nesta obra Nesta enciclopédia usa-se um bom número de ícones, símbolos e tabelas para descrever plantas, órgãos do corpo e doenças. Nestas quatro páginas fazemos a apresentação de todos eles. de modo a que o leitor se familiarize com os mesmos e possa interpretá-los facilmente.
Ramos
Folhas . > suculentas J U L U I C M I O J (p. ex. as pás da figueira-da-índia)
Sumidades (parte superior da planta) K^ Amentilhos (ramos pendentes de pequenas flores)
Folhas dos fetos (frondes)
Flores
Folhas das plantas fanerogâmicas (as folhas típicas)
Pedúnculos (pés) Secreções (p. ex. resina, seiva, látex) Frutos
Caules e troncos
Casca dos frutos
Madeira, carvão Sementes Vagens (bolsas que envolvem as sementes)
Casca (córtex)
rw^^fT Tubérculos
™)N!
Palha oU f a r e ,
Rizoma (caules subterrâneos)
Bolbos
ê Talo (parte vegetativa de algas e musgos)
124
AOk>
Toda a planta
^ Toda a planta excepto a raiz
°
Significado dos ícones de indicações médicas usados nesta obra
Doenças dos olhos
Doenças da boca e dos dentes
Doenças do aparelho respiratório
Doenças do sistema nervoso
Acção excitante
Doenças da garganta, nariz e ouvidos
Doenças do coração
Esgotamento e astenia (acção tonificante)
Doenças das artérias Doenças do fígado e da vesícula biliar D 4T Doenças do metabolismo
Doenças do aparelho urinário (rins e bexiga)
Doenças infecciosas (acção antibiótica)
Doenças do aparelho genital feminino Doenças do aparelho genital masculino
Doenças das veias
Doenças do sangue
Doenças do aparelho digestivo no seu conjunto
Doenças do estômago
Doenças do intestino
Doenças do ânus e do recto
Doenças do aparelho locomotor
Doenças da pele
125
Explicação das páginas descritivas das plantas
ícone da forma de uso da planta:
Qj
Uso livre: A planta nào tem efeitos secundários nem contra-indicacões.
Uso com precauções: Trata-se de uma planta potencialmente tóxica [ver pág. 107). Pode-se usar sem riscos, desde que se tenham em conta as precauções indicadas. Uso perigoso: Trata-se de uma planta tóxica [ver pág. 106). de potente acção sobre o organismo, mas que também produz efeitos indesejados. Nalguns casos não se recomenda o seu uso e, em outros, apenas o uso dos seus extractos dosificados, sob vigilância médica.
ícone da parte botânica utilizada [ver pág. 124)
Titulo do capitulo
ícone da indicação médica mais notável da planta (ver pág. 125)
ícones de outras indicações médicas da planta
(ver pág. I 25)
Nome cientifico da planta.
Quadro de preparação e emprego
Dentro de cada capitulo, as plantas ordenam-se .ill, ibeticamente segundo o seu nome cientifico.
Número de referência: A cada uma das diferentes formas de preparação e emprego se atribui um número de referência. No texto principal alude-se ás formas de preparação e emprego com este mesmo número.
N o m e comum da planta
Subtítulo Indica as características mais notáveis da planta.
Texto principal
N ú m e r o de referência da forma de preparação «• i mprego
• :
.>3u.-
.".••>. M / M * .
Q u a d r o de precauções para o uso da planta (quando existam)
126
Desenho da planta
••- i - « » . i c . j •
Sinonímia e descrição botânica da planta
Quadro de informação Nele se dão informações destacadas, relacionadas com a planta que se está a descrever.
o>
Quadro de espécies botânicas relacionadas Nele se descrevem outras espécies similares, relativamente á planta principal, quanto a morfologia e propriedades medicinais.
y
Obtenção do óleo o da agua-de-allaiema
E m l r m V A H M i ? i p * c « i • I HM « c m A t * * * p n 1 ò « t P l r t «o QMMra I j h j i ^ x x i leda* eOtt i « v i i r a gualrntflie M U < « J a < « « o o t e n r o , c toOM o l w c c c n ao canwiname um I mai» «picca4o^ òa
t tiffl Mrp OT J . T V ' Ifantft? -0 Jf
\
•'
M
Outras espécies de "Alfazema'
r
• Aguâ-de-sHs&ms: [> :*# ,r?i <«•
i - i , - :
•V
. J r>oM* 0 M M WV9* cos f**-*i I T \ 1 I I A » Pooe-té » v • K W gur *s^r o m i u i -
<
:>
T.i
• :
.
.
•'"
- ; •
;->
>:
•'..'.
i D i m M i n h o ( V a c U m / a Ui por ai u u i h y r » oUaieoi ,>gnjpadj» m#n ranuirteU) tenrwui 4c wcçao qua dra/i>Aar l*mMtfn * «stftecMJo pe . . , n o r a '* '•• mtnahQt
• i a . j ^ i L M t i i t ^ i i l llMc*K - L i ».!nJUi«»c*-iL v.u fcMM I' M»
•
p cV M
. . ; • ' .
M p M i e i « mu-io M-m*-!har.v e ai RIM piopíi»djKh>» irtMflcInali v*o M m n m i i . A*c-noi C w H * o u * ) ;.. f • i r.i •: -• i • i.v.f .1,1 . .; r como f 4 j ItvrMtn t o c i A d v n
C V t w Je
..
:;
• . • ! •
1
.
.
•
•
.
.
-
.
-
Transa****"* ca* fcvrw p i i w v x»v v i * W o d r AaP"# g u v a i Mcvnj»as-
Em cada capítulo aparecem as plantas mais importantes para o tratamento das doenças de um determinado órgão ou sistema. Quando uma mesma planta tem várias aplicações, o que acontece com frequência, inclui-se no capitulo correspondente à aplicação mais importante. Para compensar este facto e facilitar as procuras, nas tabelas de doenças dá-se a relação de todas as plantas úteis para cada doença, independentemente do capitulo onde se encontrem.
Explicação das tabelas de doenças
Planta Nome comum das plantas mais adequadas para a doença. Cada uma das plantas enumeradas se pode tomar ou aplicar sozinha, ou então em combinação com quaisquer outras das plantas recomendadas para essa doença.
Doença Referem-se algumas doenças ou transtornos próprios do órgão ou sistema descrito em cada capitulo Por razões óbvias de espaço, a lista de doenças e transtornos não é exaustiva. Escolheram-se unicamente as doenças mais representativas de cada órgão, e as que melhor respondem ao tratamento fitoterápico.
Pág. (Página) Página do livro na qual se encontra a planta recomendada. As plantas estão ordenadas de acordo com o seu número de página, por ordem crescente.
Doença
A.
A
pi*n.
PH- Acçio
Acção Acção mais notável da planta, em relação com a doença cujo tratamento se está a descrever.
Uio
V
QutRAÍlIE C;---.-<
ímmtm
I-»••
'. ' .' ."
•
arawrtu • > M < M M
*
.
1 ã*tto* <* *** ** r
" " > ' •• * '***
l M Ç n Pí UM n teria V*i 001
•••
III
TERCOC
cc
l-rjiiAiHCnJc-1»
•
•
•
•
•
•
. . . .
,
Cn«t*t\\t\tt™
Jdrcoecaoâacava
•
•••
VlSAO. DlMlMJJÇAO
'
( M o
1
W a x / l a x t - 1 » > »Hual, * u w « • » < —
«—.)
:--i
W . 1 , 1 a ri < * . « \jr
. mco>* * I » ^ J o «
Uso A forma de preparação e emprego de cada planta, para a doença que se descreve Quando não se especifica a forma de emprego, entende-se que é para uso interno Por exemplo: Infusão", quer dizer que deve ser ingerida por via oral. Lavagens com a decocçáo". refere-se a um uso externo.
ContitiMiM •
i •• JwrcítiaúrlrUM
127
PLANTAS PARA OS OLHOS UMÁRIO DO CAPÍTULO Plantas com antocianinas DOENÇAS E APLICAÇÕES Antocianinas, plantas com
128
Ardor nos olhos (legenda de foto) .130 Blefarite 129 Cansaço ocular (legenda dê foto) .130 Conjuntivite e blefarite 129 Córnea, in fia mação, ver (hera tile 1 311 Olhos, ardor í legenda de foto) . . .130 Olhos, irritação (legenda de foto) . / 30 Pálpebras, infla mação, ver Conjuntiviteeblefarite ...130 Perda de visão. ver Visão, diminuição 130 Plantas com antocianinas
128
Qjieratite Terçol Visão, diminuição
130 130 130
0 arando é a planta com maior concentração de antocianinas, e a que mais efeito exerce sobre a vista, mas há também outras que se podemusar como alternativa.
Planta
Página
Arando
260
Fidalguinhos Malva
511
131
Monarda
634
Roseira Salgueirinha
635
Videira Violeta
544 344
510
PLANTAS Cenoura Erva-de-são-roberto Eufrásia Fidalguhdws
A
133 137 136 131
S PLANTAS medicinais contrib u e m p o r m e i o d e dois mecanismos p a r a o b o m funcionam e n t o do sentido da vista: Aplicadas localmente sobre os olhos, possuem uma acção anti-séptica e anti-inflamatória, muito útil para a higiene ocular, e em caso de conjuntivite e de outras afecções infecciosas ou inflamatórias do pólo a n t e r i o r dos olhos. Ingeridas por via oral. há plantas medicinais q u e fornecem vitamina A e antocianinas, substâncias q u e m e l h o r a m a acuid a d e visual.
128
A vitamina A é necessária p a i a o bom f u n c i o n a m e n t o das células da retina, sensíveis aos estímulos luminosos. As antocianinas são substâncias de natureza giicosídica q u e c o m u n i c a m a sua típica cor azul a algumas Hores e frutos. São anii-sépticas, auti-inílamatói ias e, antes de t u d o , e x e r c e m unia acção p r o t e c t o r a sobre- os vasos capilares em geral, e sobre os cia retina em particular. Melhoram a irrigação s a n g u í n e a na retina. Além disso, as a n t o c i a n i n a s favorecem a p r o d u ç ã o de pigmentos sensíveis à luz nas células da retina. Por t u d o isto, em uso i n t e r n o , as plantas q u e c o n t ê m vitamina A e a n t o c i a n i n a s m e l h o r a m a acuidade visual e a visão nocturna.
I
A SAÚDE PELAS F L A M A S MEDICINAIS 2" P i í r t e :
Doença
Planta
CONJUNTIVITE E BLEFARITE A conjuntiva é uma delicada membrana que reveste a parte anterior do globo ocular, incluindo a parte interna das pálpebras. Normalmente é transparente, mas quando se irrita ou inflama (coiv juntivite) adquire uma cor vermelha de sangue. Na maior parte dos casos, a conjuntivite é produzida por microrganismos (vírus ou bactérias), e agrava-se pela exposição ao fumo, pó, água contaminada ou luz excessiva. 0 forcar a vista também pode produzir irritação ou congestão da conjuntiva. 0 tratamento fitoterápico baseia-se em aplicações locais de plantas anti-infiamatórias, emolientes e anti-sèpticas. Em geral, recomendam-se todas as plantas emolientes (ver cap. 27). Nos casos crónicos ou persistentes, a conjuntivite pode estar relacionada com uma deficiência de vitamina A, ou com um estado tóxico por mau funcionamento do fígado ou dos rins. A blefarite é a inflamação das pálpebras. Aplicam-se localmente as mesmas plantas que em caso de conjuntivite. Convém prestar atenção às carências nutritivas, especialmente de vitamina A, e de oligoelementos como o ferro.
FÍDALGUINHOS
131 Desinflamam o pólo anterior dos olhos
Uso Compressas sobre os olhos, banhos oculares e gotas sobre os olhos (colírio) com água de fídalguinhos (decoccão de flores de fídalguinhos)
CENOURA
133
Fortalece e hidrata as mucosas oculares
Come-se crua ou em sumo
EUFRÁSIA
136
Anti-séptica e anti-inflamatória
Lavagens oculares e colírio com a sua infusão
ERVA-DE-SÃO-ROBERTO
137
Adstringente (seca a mucosa conjuntival)
Lavagens oculares com a sua decoccão
CHÁ
185
Adstringente
Lavagens oculares com a sua decoccão
SANAMUNDA
194
Desinflama e desinfecta
Lavagens oculares e colírio com a sua infusão
CARVALHO
208
Anti-inílamatório. Muito útil em conjuntivite por irritação ou alergia
Compressas e banhos oculares com a decoccão da casca
HAMAMÉLIA
257
Acalma e suaviza os olhos. Alivia o ardor causado pelo pó, fumo ou cansaço ocular
Lavagens oculares com a infusão de folhas e/ou casca
ME LI LOTO
258
Emoliente (suavizante)
Lavagens oculares com a sua infusão
TANCHAGEM
325
Suavizante e anti-inflamatória
Lavagens oculares com a sua decoccão
VIOLETA
344
Suavizante. Especialmente útil na blefarite
Lavagens oculares com a infusão de folhas e/ou flores
ASPÉRULA-ODORÍFERA
351
Anti-inflamatória
Lavagens oculares com a sua decoccão
FUNCHO
360
Anti-inflamatório
Lavagens oculares com a infusão de sementes
CAMOMILA
364
Cicatrizante, emoliente e anti-séptica
Lavagens oculares com a sua infusão
BELDROEGA
518
Emoliente e anti-inflamatória
Cataplasmas com a planta fresca esmagada
VIDEIRA
544
Anti-inflamatória e cicatrizante. Muito útil para a higiene ocular
Lavagens oculares com a seiva dos sarmentos
ROSEIRA
635
Alivia o ardor, desinflama e desinfecta
Infusão de pétalas de rosa
ULMEIRO
734
Desinflama e suaviza a mucosa conjuntival
Lavagens oculares com a decoccão de casca
ROSA-CANINA
Ervade-sãoroberto
Pág. Acção
D e :-» e r i c
SABUGUEIRO
762
767
Anti-inflamatória e anti-séptica
Suavizante e anti-séptico
Lavagens oculares com a água de rosas Compressas e lavagens oculares com a infusão de flores
129
C a p . 7: P L A N T A S PARA OS O L H O S
Doença
Planta
Pág. Acção
«
133
Uso
QUERATITE É a inflamação da córnea, que é um disco transparente de aproximadamente um milímetro de espessura, que cobre a porção anterior do globo ocular. A sua gravidade decorre do facto de que a córnea inflamada pode ficar opaca e dificultar a visão. Além do tratamento especializado, recomendam-se estas plantas e, em geral, todas as citadas para a conjuntivite.
TERÇOL Pequeno furúnculo que se forma no bordo da pálpebra. Com o tratamento pretende-se que amadureça e que se abra. Também se podem aplicar as outras plantas recomendadas para a conjuntivite, se possivel em compressas sobre as pálpebras.
VISÃO, DIMINUIÇÃO As plantas que protegem os capilares da retina, como o arando, ou que fornecem a vitamina A necessária para as células sensíveis à luz, podem melhorar a acuidade visual.
Eu™*»
VIDHRA
F.DALGU.NHOS CARVALHO VIDE.RA
C E NO U P,
ARANDO
^ T o ^ f Z ^ Z T
136
544
131 208 544
133
A*sép.,caea„«,arr,a.óna
Antiinflamatòriae cicatrizante
Anti-inílamatórios Anti-inflamatório Ant,inflamatória e cicatrizante
5 g K S Í S * S L l l
260 Melhora a irrigação sanguínea da retina
Eufrásia As plantas mais empregadas para lavar os olhos em caso de ardor, irritação ou cansaço ocular devido a ter de forçar muito a vista (por exemplo, quem trabalhe em frente de um ecrã de computador), são as seguintes: camomifa, eufrásia, fidalguinhos, hamamélia e roseira. As lavagens e as compressas com estas plantas fazem diminuir as olheiras e embelezam os olhos, dando-lhes um olhar límpido e brilhante.
130
C«ruaoue
m 5 u m
o
S S f S . w f * ' " ^
!£?*!!££*"*"""**" dos sarmentos & « S L ^ ! ? r S ^ C t í , de fidalguinhos (decocção de flores) Compressas com a decocção ca casca ^ g ™ ^ * * C ° m * Se ' Vâ dos sarmentos Conae-se crua ou em sumo
Sumo fresco ou decocção de frutos
a
Centáurea cyanus L
ai Preparação e emprego
Fidalguinhos USO INTERNO
Um b o m remédio para os olhos
O Infusão: 20-30 g de flores jovens por litro de água. Toma-se uma chávena antes de cada refeição. USO EXTERNO
O
S FIDALGUINHOS salpicam as douradas soaras a partir do fim da Primavera, com o gracioso azul das suas flores. Desde tempos muito antigos que a semente do cnval se tem misturado com sementes desta plaina, e assim viajaram juntas, cspalhando-se por lodo o inundo. Plínio, o Velho, naturalista romano do primeiro século da nossa era, descreve os fidalguinhos como -uma flor incómoda para os ceifeiros», que sem dúvida procuravam evitá-la com as suas foices ou gadanhas. Acerca desta delicada planta, pouco mais chegou até nós escrito pelos autores clássicos da antiguidade. As suas virtudes medicinais foram descobertas por Mattioli, botânico do século XVI. que afirma que «as flores azuis dos fidalguinhos desinllamam os olhos avermelhados». A esta combinação de cores opostas, axul contra vermelho, pensou Mattioli que se deviam as virtudes curativas desta planta, de acordo com a teoria dos sinais. Nos nossos dias. os herbicidas e OS processos de selecção das sementes de cereal eslão a acabar com os fidalguinhos, como se se tratasse de mais uma erva daninha.
Água de f i d a l g u i n h o s : Para obtê-la faz-se uma decocção com as flores, de preferência frescas, na proporção de uns 30 g (2 colheradas) por litro de água. Deixar-se ferver durante cinco minutos. Aplica-se sobre os olhos quando estiver tépida, de uma das seguintes maneiras: ©Compressas: Empapar uma gaze e mantê-la uns quinze minutos sobre os olhos, duas ou três vezes por dia. €) Banho ocular: Por meio de um recipiente adequado, ou simplesmente escorrendo sobre o olho afectado uma gaze impa embebida em água de fidalguinhos. A água deve cair do lado da fonte para o nariz. O C o l í r i o : Umas gotas de água de fidalguinhos no olho, três vezes por dia.
Outros nomes: lóios, lóios-dos-jardins. saudades, ambretas. Brasil: escovinha, centáurea, centáurea-azul, cineraria, sultana. Esp.: aciano, azulejo, ojeras. Fr.: bleuet. Ing.: corn-flower, blue-bottle. Habitat: Crescem sobretudo nos campos de cereais de toda a Europa, embora tenham sido exportados para outros continentes, como o americano. Em Portugal esta planta ainda aparece nalgumas searas, embora tenda a desaparecer com a utilização dos herbicidas. Descrição: Planta de caule fino. da (amilia das Compostas, que atinge até meio metro de altura. As flores são compostas, de um azul intenso. As folhas. muito finas, aparecem cobertas por um suave veludo. Partes utilizadas: as flores.
131
As flores dos fidalguinhos contêm antocianinas de acçáo anti-séptica e anti-inflamatória. Em tisana, por via oral. melhoram a circulação sanguínea nos capilares da retina, além de terem um efeito aperitivo e eupéptico.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS FLORES contêm antocianinas e poliinos de acção anti-séptica e auti-infla-matória; princípios amargos, que acluani como aperitivos e eupépticos (faciliiam a digestão); e flavonóidcs com um suave efeito diurético. As flores tomam-seem infusão, antes das refeições IO). K preferível não adoçar.
isso em muitos sítios de Espanha seda a esta planta o nome de 'ojeras' (olheiras). As pessoas que lavam os olhos com água de fidalguinhos têm um olhar limpo e brilhante, que resplandece como as suas florezinhas azuis nos loiros trigais. São estas as indicações mais importantes da água de fidalguinhos: • Conjimlivitc (inflamação da membrana mucosa que cobre a parte anterior dos olhos) I00.O): Os banhos oculares com água de fidalguinhos, e também os colírios, ajudam a eliminar as secreções (remelas), c fazem desaparecer a congestão ocular.
A ÁGUA DE FIDALGUINHOS, obtida
por decocção das suas flores, usa-se sobretudo pelo seu notável efeito antí-inflamatório, aplicada sobre o pólo anterior dos olhos. As lavagens e banhos oculares com água de fidalguinhos aliviam eficazmente o ardor e a irritação dos olhos. Também devolvem um aspecto fresco e limpo às pálpebras carregadas. Por
• Blefarites (inflamações das pálpebras), e terçóis (pequenos furúnculos que se formam no bordo da pálpebra) lô.ôl. Mesles casos vecomnula-se aplicar a água de fidalguinhos em forma de compressas ou de banho ocular. Antigamente pensava-se que os fidalguinhos eram capazes de aclarai e conservar a vista, ainda que unicamente àqueles que tinham olhos azuis. Por isso, cm francês, se chama a esta planta "cassc-luncites" (quebra-óculos). Hoje sabemos que se traia de uma lenda, mas. seja como for. recordemos que os fidalguinhos são "landes amisios dos olhos.
As compressas com água de fidalguinhos, sobre os olhos, reduzem o aspecto carreg a d o das pálpebras e dáo um olhar límp i d o e brilhante a quem as aplica. 132
L. P.
Daucus carota L
&
.
Preparação e emprego
Cenoura Essencial p a r a a vista e para a pele
A
CENOURA pertence à mesma família botânica que a cicuta (pág. 155), (Ir que a cenoura-brava se distingue por ler uma mancha de cor púrpura no centro das umbelas florais. A cenoura-brava tem unia raiz lenhosa que a torna inadequada para a alimentação, mas que, aplicada nu cataplasma, tem as mesmas propriedades medicinais da enluvada.
USO INTERNO O Crua: A cenoura, em rodelas ou cortada em tiras, deveria ser c o m p o n e n t e indispensável do prato de salada que todas as pessoas saudáveis devem comer todos os dias. Em caso de estômago delicado, a cenoura crua pode comer-se bem ralada. © Sumo: Toma-se acabado de fazer, só ou misturado com sumo de limão e/ou de maçã, na quantidade de meio a um copo por dia. Para notar os seus efeitos benéficos, deve-se tomar durante longos períodos de tempo (no mínimo um mès). É importante notar que a provitamina A não se destrói durante a cozedura, mas que se degrada pela acção da luz. © Infusão de sementes: 20-30 g por litro de água. Ingerem-se 3 ou 4 chávenas diariamente. Uso
EXTERNO:
O C a t a p l a s m a s de cenoura cozida e esmagada, como suavizante da pele.
À beira dos terrenos cultivados podem encontrar-se cenouras-bravas. Embora a sua raiz não seja comestível, em cataplasma tem um notável efeito suavizante sobre a pele.
Outros nomes: cenoura-brava. Esp.: zanahoria. acenona, sinoria, bufanaga, forrajera. Fr.: carotte Ing.: carrol. Habitat: A variedade silvestre, ou cenoura-brava. é frequente nos campos e lugares incultos de toda a Europa. A planta é hoje cultivada nos cinco continentes. Descrição: Planta bienal da família das Umbeliferas. de até 80 cm de altura. As folhas são finamente divididas e as flores são brancas, agrupadas em umbelas terminais. Partes utilizadas: as raízes e as sementes.
133
A cenoura é um alimento-remédio ideal para as crianças: estimula o seu crescimento, aumenta as defesas, evita as diarreias, desenvolve uma boa visão e dá beleza à pele e ao cabelo. Além disso, contribui para a formação de uma dentadura forte e bem desenvolvida, especialmente se for mastigada crua.
No Papiro de Ebers, escrito pelo ano 1500 a.C. no Egipto, já se recomendava a cenoura como cosmético, aplicada cm rodelas sobre o rosio. I loje sabemos que o seu efeito benéfico sobre a pele se deve especialmente à provitamina A que contém. K por isso que se diz que a vitamina A é a "vitamina da beleza". PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A RAIZ
contém abundante pectina, substância glicídica de acção absorvente e an(idiarreica; sais minerais diversos, especialmente di- potássio e fósforo, assim como oligoelementos, que a tornam remineralizante e diurética; óleo essencial, que lhe confere o seu peculiar aroma e os seus eleitos vermífugos; e vitaminas do grupo li. um pouco da C. c, sobretudo, caioteno (4500 pg por cada 100 g.) A cenoura é uni dos vegetais mais ricos cm provitamina A, apenas excedida pela luzerna (5300 ug por 100 g). Outras fontes importantes de caroteno são os espinafres, a couve, os alperces, os tomates e os pimentos. 134
O CAROTENO, ou provitamina A. é o princípio activo mais valioso da cenoura. No fígado transforma-se em vitamina A ou retinol. A VITAMINA A desempenha funções essenciais na fisiologia humana: / nos mecanismos da visão na retina; / no bom estado da pele e das mucosas; e / na produção de sangue e de anticorpos (de lesas). Pelo seu abundante conteúdo em provitamina A. a cenoura torna-se de grande utilidade quando se u n h a produzido uma carência desta importante vitamina, quer por insuficiente fornecimento ao organismo ou má assimilação, quer por aumento das necessidades. ()s sintomas ou sinais de falta de vitamina A, que a cenoura contribui para superar, são os seguintes: • Transtornos da visão IO.01: perda da acuidade visual, bemeralopia (dificuldade paia ver durante a noite ou com pouca In/), secura do pólo ante-
rior do olho, blefarite (inflamação das pálpebras) e queratíte (inflamação tia córnea), entre outros. Com <> consumo abundante de cenoura obtêm-se excelentes resultados. permitindo melhorar notavelmente a capacidade visual nos casos cm que a sua perda seja devida a uma carência de vitamina A. •Alterações da pele: secura, rugas, atrofia, acne. A cenoura contribui, de forma muito acentuada, paia a saúde e a beleza da pele. tanto se for aplicada externamente IOI como tomada por via oral IO.0I. Dá-lhe uma pureza e suavidade que dificilmente se pode conseguir com outros cosméticos. Existem casos rebeldes clc- acne que têm melhorado depois de um longo tratamento à base de cenoura. Também fortalece as unhas e o cabelo, ao qual dá mais brilho. • Alterações das mucosas: A vitamina A também intervém na estabilidade das mucosas, membranas que revestem o interior dos canais e cavidades orgânicas. Por isso se- toma liiil na
o
tiróide), dismenorreia, depressão nervosa, <• outros transtornos IO.61.
Hipervitaminose A
Outras aplicações da CENOURA são as seguintes: Os alimentos de origem animal, como o fígado dos mamíferos ou dos peixes, contêm abundante retinol (vitamina A animal). O refinol pode chegar a ter efeitos tóxicos se for ingerido em doses elevadas, ao contrário do caroteno (provitamina A vegetal), que não tem nenhum risco de toxicidade, pois o organismo só transforma em vitamina A (retinol) o caroteno de que necessita. 0 nosso organismo é incapaz de produzir a vitamina A se não se lhe fornecer o seu precursor, o caroteno. Necessidades diárias de vitamina A: • 400 pg para as crianças, • 750 pg para os adultos, ' 1200 pg para as mulheres grávidas ou que amamentam. 1 pg (micrograma) de vitamina A = 3,33 U.l. (unidades internacionais)
prevenção da lilíase urinária c biliar, pois está provado que uma mucosa sã impede a formação de cálculos no inleríor dos (anais urinários ou biliares. A vitamina A tem também valor como preventivo de catarros nasais, sinnsats, faríngeos e bronquiais, pois. além de fortalecer as mucosas, aumenta as defesas. Também melhora a
• Parasitas intestinais: O óleo essencial que a cenoura contém é especialmente activo contra os oxiúros 10.61. Ibina-se crua e ralada: de meio a um quilo, durante 21 horas, como único alimento. Também dá bom resultado comer durante uma semana, todas as manhãs, duas cenouras em
jejum.
função cia mucosa gástrica, normalizando a produção de sucos (útil nas gastrites) c colabora na cicatrização das úlceras. A cenoura acalma as dores do estômago e o excesso de acidez. • Transtornos metabólicos e endócrinos: anemia, atraso do crescimento, hipertiroidismo (regula a função da
—W^^
• Diarreia e colite: Especialmente nas crianças, devida à acção da pectina. Adminisira-se ralada ou fervida IO,61.
Am
I
• Crescimento: A cenoura é um autêntico alimento-remédio fiara as crianças I0.6I.O seu sumo pode adminislrar-se desde os dois meses de idade, ou mesmo antes: aumenta as defesas, evita as diarreias, protege contra os parasitas, estimula o crescimento, favorece a erupção dentária c fortalece a dentadura se, na idade pré-escolar, as crianças, além de a tomarem líquida, também a mastigarem. K mui lo útil em caso de celiaquia (má assimilação por intolerância ao glúten). • Curas depurativas: A cenoura é alcalinizante do sangue, com o que compensa e elimina os resíduos ácidos do metabolismo (ácido úrico e outros) IO.61. • Curas de desintoxicação: Toi na-se muito apropriada para quem deseje deixar de fumar IO.61.pois acelera a eliminação da nicotina e. pelo seu conteúdo em vitamina A, regenera as mucosas do aparelho respiratório. • Suavizantc da pele: Aplicada externamente em cataplasmas, usa-se para curar feridas infectadas, queimaduras, eczemas, abcessos, acne. e, como cosmético, para embelezar a pele lOl. As SEMENTES de cenoura contêm um óleo essencial de acção carminativa (evita os gases intestinais), emenagoga (favorece as regias) e um tanto diurética» como a maioria das Umbelíferas 101. 135
Euphrasia officinalis L
/K^N
Eufrásia Ideal para lavagens oculares
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a planta contém o glicósido aucubina, taninos, ácidos fenólicos, flavonóídes, vitaminas A e Ce vestígios de essência. Tem propriedades anti-sépticas, anti-inflamatórias e adstringentes, especialmente eficazes sobre a mucosa conjuntiva). Tem-se utilizado com êxito desde a Idade Média em easos de conjuiitivilo, blefarite (inflamação das pálpebras), queratile superficial (inflamação da córnea) e lacrimejo ocular 10.01 Dá muito bom resultado lavar com eufrasia os olhos remelosos, pois além de arrastar as secreções desinllama e seca a conjuntiva. Também se aplica em gargarejos e bochechos, em caso de estomathe (inflamação das mucosas bucais) e de faringite l©l, assim c o m o em irrigações nasais em caso de rinite IO! (inflam a ç ã o fio interior do nariz).
Outros nomes: consolo-da-vista. Esp.: eulrásia, eufrasia oficinal. Fr.: euphraise [olficinalej. Ing.: [red] eyebright. Habitat: Pradarias e bosques montanhosos de toda a Europa. Naturalizada no continente americano. Descrição: Planta anual, da família das Escrofulariáceas, que atinge de 10 a 30 cm de altura. As flores são brancas com riscas violeta, sendo a corola formada por dois lábios. Parasita as raízes de outras plantas. Partes utilizadas: a planta inteira. A eufrasia encontra-se nas regiões montanhosas da Europa e da América.
O
Preparação e emprego
USO EXTERNO Infusão com 40 g de planta por litro de água. Tem diversas aplicações: O Lavagens oculares: Deixar cair o líquido de fora para dentro, ou seja, da fonte para o nariz. As lavagens oculares fazem-se sobretudo de manhã.
136
© Colírio: 5-10 gotas em cada olho, 4 vezes por dia. © Gargarejos e bochechos, em caso de afecções bucofaringeas. O Irrigações nasais em caso de rinite ou coriza.
Geranium robertianum L
O) t .
IÉ
P
Preparação e emprego
Erva-de-são -roberto
U S O INTERNO
O Decocção de 20 g de planta por litro de água, de que se tomam 3 ou 4 chávenas por dia.
Limpa os olhos e desinflama a boca
© Essência: A dose habitual é de 2-4 gotas, três vezes ao dia. Uso
EXTERNO:
© L a v a g e n s oculares e bochechos bucais, com uma decocção de 40 g de planta por litro de água. O C o m p r e s s a s , com esta mesma decocção (40 g por litro).
D
EVE-SE ter cuidado para não a confundir com a cicuta (pág. 155). Ambas deitam um cheiro desagradável e têm folhas muito parecidas. Ora a erva-de-são-roberto toma-se fácil de identificar pelas suas flores cor-de-rosa, e pelos Frutos que, .secos, sc assemelham a uma pequena candeia ou ao bico de um grou.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a planta contém uma substância amarga (geranina), um óleo essencial que lhe comunica o seu cheiro típico, e importantes quantidades de tanino, que determinam a sua acção adstringente. Km uso interno apresenta propriedades adstringentes, diuréticas, riuidificantes do s a n g u e e ligeiram e n t e hipoglk emiantes. 1'tili/a-se em casos d e d i a r r e i a , e d e m a s ( r e t e n ç ã o de líquidos), e c o m o c o m p l e m e n t o no regime dos diabéticos IO.01. A n u a l m e n t e entprega-se s o b r e t u d o em uso externo, pelas suas p r o p r i e d a des a d s t r i n g e n t e s c v u l n e r á r i a s , n o s seguintes casos: • Afecções d o s olhos: irritação ocular, remelas, eonjimiivitc 101. • Afecções bucais: estomatite, faringite, gengivite 101.
As lavagens aos o/hos podem fazer-se com a ajuda de um copinho próprio para o efeito.
Outros nomes: bico-de-grou, bico-de-grou-robertino. erva-roberta. Brasil: gerânio. Esp.: hierba de San Roberto, hierba de San Ruperto. Fr.: herbe à Robert. Ing.: herb Robert. Habitat: Encontra-se vulgarmente em lugares sombrios como muros, sebes e barrancos de toda a Europa e América do Norte. Descrição: Planta herbácea da família das Geraniáceas, que atinge de 20 a 60 cm de altura. Toda a planta tem um tom avermelhado e exala um cheiro desagradável típico. As (tares são rosadas, em grupos de duas. Partes utilizadas: a planta inteira.
• Erupções cutâneas: herpes, eczemas e infecções da pele lOl.
137
PLANTAS PARA O SISTEMA NERVOSO Bi IARIO DO CAPÍTULO DOENÇAS E APLICAÇÕES Ansiedade /•// A nsioliticas, plantas, ver Nervosismo e ansiedade Ill Antiespasmâdicas, plantas 147 Astenia 140 Cabeça, dor de 143 Cefaieia, ver Dor de cabeça 113 Crianças. Plantas sedativas 146 Depressão nervosa 140 Doenças orgânicas do sistema nervoso 144 Doenças psicossomáticas 142 Dor de cabeça 143 Dor e nevralgia 142 Enxaqueca 143 Epilepsia 144 Esgotamento e astenia 140 Estudantes, ver Rendimento intelectual insuficiente 143 Hemicrania, ver Enxaipteca 143 Insónia 142 Inteirei uai, rendimento insuficiente .143 Memória, perda da 144 Narcóticas, plantas 146 Nervosismo e ansiedade 141 Neurastenia, ver Nervosismo e ansiedade 141 Nevralgia 142 Parkinson, ver Doenças orgânicas dõ sistema nervoso 144 Peida da memória 144 Plantas antiespasmâdicas 147 Plantas sedativas 145 Plantas sedativas para as crianças . . 146 Psicossomáticas, doenças 112 Rendimento intelectual insuficiente . . 143 Sedativas para as crianças, plantas . . 146
Sedativas, plantas, ver Nervosismo e ansiedade 145 Sistema nervoso, doenças orgânicas do Ill Sono, falta ile, ver Insónia 112 Soporiferas, plantas, ver Insónia . . . . 142 Stress /-// Tensão nervosa, ver Stress /•// Tonificantes, plantas, ver Esgotamento e astenia IH) PLANTAS Atónito Alfaccbrava-maior Alfazema Alfazema-brava Aveia Cânhamo Cicuta Cicuta-meuoi Dormideira Dormideira-brava Erva-cidreira Estramónio Elor-da-paixâo = Passijlora Laranjeira Lúpulo Maracujá = Passijlora Maracujá-roxo Martírio = Passijlora Meimendro-negro Melissa = Erva-cidreira Papoita-branca = Dormideira Passijlora Rosmaninho Tília Valeriana Verbena
148 160 161 162 150 152 155 155 164 166 163 157 167 153 158 161 168 161 159 163 164 167 162 169 172 174
A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS 2-' P a r t e :
A
S PLANTAS medicinais exercem notáveis acções, tanto sobre o sistema nervoso central, sede das funções mentais, como sobre o sistema vegetativo autónomo, que regula e coordena as ("unções dos diversos órgãos do corpo. Ao contrário da maioria dos psicoíarmacos (medicamentos que actuam sobre as funções mentais), as plantas exercem os seus efeitos tonificantes c sedativos sobre o sistema nervoso de modo fisiológico, suave e seguro, Alem disso, é muito raio que se produ/a dependência de tipo psíquica ou físico com o uso das plainas medicinais que recomendamos, ao contrário do que acontece com os estimulantes, sedativos, soporíFeros, e outros medicamentos de síntese química. )L certo que os medicamentos químicos exercem uma acção muito mais potente que a das plantas medicinais, mas também com maiores efeitos secundários e riscos em geral. Perante um caso de excitação nervosa aguda, por exemplo, um psicofármaco de- acção sedativa ou ansiolíiica (que elimina a ansiedade) pode produzir um eleito rápido e mesmo espectacular, mas que muito provavelmente se- fará acompanhar de eleitos indesejáveis nas horas seguintes, tais como falta de coordenação motora e sonolência. Pelo contrário, as plantas actuam sobre o organismo regulando c equilibrando os processos vitais, mais que anulando ou opondo-se a determinados sintomas. Por isso exercem uma verdadeira acção equilibradora das complexas funções nervosas e mentais, assim tomo um eleito preventivo de transtornos e desequilíbrios. O esgotamento e a astenia O esgotamento e a astenia (cansaço excessivo) constituem dois dos sintomas mais frequentes na sociedade ocidental, fortemente condicionada nor conceitos tais
D e r. c r i ç £ o
I
como o rendimento e a produtividade. O sistema nervoso, como "director" das funções do organismo, é encarregado cie manter a tonicidade vital (pie nos permite desenvolver as actividades diárias. Elevar essa tonicidade constitui uma das necessidades mais peremptórias de muitas pessoas que se queixam de esgotamento nervoso, astenia ou stress. 1". para isso, recorre-sc' frequentemente a substâncias estimulantes ou excitantes que, embora consigam produzir um eleito momentâneo. acabam por provocar um maior esgotamento depois de passado o eleito. Para o tratamento do esgotamento e da astenia, convém administrar dois tipos de plantas medicinais: • Plantas nutritivas, que fornecem os nutrientes básicos mas que costumam escassear na dieta, e de que as células nervosas necessitam para o seu bom funcionamento: vitaminas e oligoelemenios. • Plantas tonificantes, que fornecem um estímulo fisiológico, não irritante, sobre as funções do sistema nervoso e do resto do organismo. As plantas ou substâncias que somente conseguem excitar ou estimular o sistema nervoso (como o café ou o chá), mas sem nutrir nem favorecer as funções digestivas, não conseguem a reparação biológica dos sistemas ou órgãos afectados pelo esgotamento. Na realidade, o que conseguem os excitantes ou estimulantes é uma sensação subjectiva de vitalidade, mas sem a correspondente recuperação orgânica. Isto leva a um maior esgotamento, até chegar ao fracasso ou deterioração do organismo. manifestado pelo infarto do miocárdio, a úlcera gastroduodenal, a depressão imunitária (baixa das defesas) e, possivelmente, aié mesmo o cancro. Além do uso das plantas que nesta obra se recomendam, o tratamento do esgotamento físico ou nervoso requer imperativamente uma mudança no estilo de vida causador do esgotamento.
139
C a p . 8: P L A N T A S PARA O S I S T E M A H E 8 V O S I
V
Uso
Doença
Planta
ESGOTAMENTO E ASTENIA
AVEIA
150 Tonificante, nutritiva
Flocos com leite ou caldo
ALHO
230
Activa o metabolismo
Cru, em extractos ou em pasta de alho com azeite
AGRIÃO
270
Abre o apetite e activa o metabolismo
Cru ou em sumo
ESPIRULINA
276
Nutre, tonifica e revitaliza
Preparados farmacêuticos
CEBOLA
294
Fornece enzimas e oligoelementos que activam o metabolismo
Crua, em sumo, cozida ou assada
MORUGEM
334
Remineralizante e vitamínica Estimulante natural
Crua, cozinhada ou em decocção
SERPÃO
338
Tonificante e revitalizante
Banhos quentes com a sua decocção
HORTELÃ-PIMENTA
366
Tonificante
Infusão, essência
MANJERICÂO-GRANDE
368 Tonificante, faz subir a tensão
Infusão, essência
Entendemos por esgotamento um estado de debilidade do organismo, em consequência de um esforço excessivo que não seja acompanhado da necessária recuperação dos órgãos ou sistemas afectados. O esgotamento fisico costuma ser precedido por um grande esforço muscular ou uma doença grave. O esgotamento nervoso pode aparecer a seguir a um período de grande actividade intelectual continua, ou de tensão nervosa prolongada. 0 esgotamento fisico e o nervoso estão relacionados entre si, pois um pode aparecer como consequência do outro, e vice versa. A astenia é um estado de falta ou de perda de forças que aparece espontaneamente, sem relação directa com um esforço prévio.
fruto lio cacau
Pág. Acção
SEGURELHA
374
Tonifica o sistema nervoso
Infusão, essência
TRAMAZEIRA
535
Fornece vitamina C e ácidos orgânicos
Frutos (sorvas) maduros
AIPO
562
Tonificante e remineralizante
Cru, sumo fresco
MORANGUEIRO
575 Abre o apetite, estimula o metabolismo
Cura de morangos
CACAUEIRO
597 Tonificante e ligeiramente estimulante
Decocção de sementes, cacau
GINSENG
608 Aumenta o rendimento físico
Preparados farmacêuticos
GERGELIM
611 Nutritivo, restaura a vitalidade
Sementes
DAMIANA
613 Tonificante do sistema nervoso
Infusão, extractos
ALECRIM
674
Infusão, banhos, fricções
ALOÉS
694 Tonificante, estimula as defesas
HIPOFAÉ
758
ROSA-CANINA
Tonificante geral
Sumo
Reconstituinte, aumenta o tono vital
Frutos (bagas)
762
Tonificante e antiescorbútica
Frutos frescos ou em decocção
TOMILHO
769
Tonificante geral. Estimula as funções intelectuais
Infusão, essência
DEPRESSÃO NERVOSA
AVEIA
150 Tonificante, nutritiva
Estado psíquico de abatimento e profunda tristeza, com ou sem causa evidente, acompanhado de perda do apetite, insónia e tendência para a inactividade. Recomendam-se as plantas com acção tonificante e equilibradora sobre o sistema nervoso, assim como as que fornecem substâncias nutritivas como a vitamina B ou a lecitina. As plantas e substâncias esífmu/aníes ou excitantes não se devem usar no tratamento da depressão.
ERVA-CIDREIRA
163
VALERIANA
172 Sedante suave, diminui a ansiedade
Infusão, maceração ou pó de raiz
SERPÃO
338 Tonificante e revitalizante
Banhos quentes com a sua decocção
ANGÉLICA
426
Tonificante e equilibradora do sistema nervoso
Infusão, decocção
AIPO
562
Tonificante geral
Sumo fresco
GINSENG
608 Antidepressivo e ansiolítico
Preparados farmacêuticos
GERGELIM
611
Nutritivo. Restaura a vitalidade
Sementes
SALVA
638
Estimula a função das glândulas supra-renais
Infusão, essência
HIPERICÃO
714
Tonificante e equilibrador do sistema nervoso
Infusão
TOMILHO
769
Tonificante geral. Estimula as funções intelectuais
Infusão, essência
Hortetò-pimenta
Fiva cidreira
140
Equilibrante do sistema nervoso
Flocos com leite ou caldo Infusão, extractos
SAÚDE P E L A S P L A N T A S MEC 2 " P.irtc:
Doença
Planta
NERVOSISMO E ANSIEDADE 0 nervosismo é um estado de excitação nervosa, seja por urna causa justificada ou não. A ansiedade é uma emoção indesejável e injustificada, cuja intensidade não é proporcional à possível ameaça que a provoca. A ansiedade é diferente do medo, pois este implica a presença de um perigo real conhecido. A ansiedade costuma manilestar-se exteriormente com um estado de hiperexcitacão nervosa.
!_,
Para o tratamento íitoterápico do stress, recomenda-se combinar dois tipos de plantas: as tonificantes, para aumentar a energia vital necessária para se enfrentarem as situações que causam o stress, e as equilibrador as ou sedativas do sistema nervoso, com o fim de tornar mais suave a resposta orgânica perante essas mesmas situações. Além das plantas citadas, recomendam-se, como tonificantes, a segurelha (pág. 374), a hortelãpimenta (pág. 366) ou o alecrim; e como equilibrante, o pilriteiro (pág.
,
219)
Passrflora
Uso
AvEIA
150
i cr, Sedante do sistema nervoso. Contém vitaminasAeB
Infusão de farelo (palha) por via oral e acrescentada à água do banho
LARANJEIRA
153
Infusão de folhas e/ou flores
LÚPULO
158 Sedante e soporifero
Infusão e extractos
160 Sedante, acalma a excitação nervosa
Decocção de folhas, lactucáno, sumo fresco
ALFACE-BRAVA-MAIOR
ALFAZEMA
,,-,
Sedante e soporífera suave
Sedante e equilibradora do sistema nervoso
Infusão, extractos, essência
ERVA-CIDREIRA
163 Sedante suave e equilibradora
Infusão, extractos
PASSIFLORA
167 Diminui a ansiedade
Infusão
169
Infusão de flores, decocção de casca, extractos
As plantas medicinais podem contribuir muito para aliviar o nervosismo e a ansiedade, proporcionando sedação e equilíbrio ao sistema nervoso.
STRESS
Pág. Acção
I
I
D e s c r i ç ã o
Sedante e relaxante
172 Sedante suave, diminui a ansiedade
Infusão, maceração ou pó de raiz
Sedante do sistema nervoso vegetativo, ansiolitico
Infusão de flores, frutos frescos, extractos
237
Contribui para a estabilidade do sistema nervoso e para o equilíbrio hormonal
Cápsulas ou comprimidos do óleo das sementes
265
Sedante e antiespasmódico
Infusão de folhas
PAPOILA
318
Sedante e soporífera
Infusão ou xarope de pétalas, decocção de frutos
MANJERONA
369 Sedante, alivia a ansiedade
Infusão e essência
LÚCIA-LIMA
459 Alivia a ansiedade
Infusão
SALGUEIRO-BRANCO
676
Infusão de flores
ERVA-CIDREIRA
163 Sedante suave e equilibradora
Infusão, extracto
PASSIFLORA
167 Diminui a ansiedade
Infusão
TÍLIA
169 Tranquilizante e relaxante
Infusão, banhos quentes com infusão de flores
ANGÉLICA
426
Tonificante
Infusão de raiz
VIDEIRA
544
Elimina toxinas e resíduos metabólicos
Cura de uvas
GINSENG
608
Tonificante
Extractos
DAMIANA
613
Tonificante e revitalizante
Infusão
ROSEIRA
635
Sedante do sistema neurovegetativo
Infusão de pétalas
Sedante, soporifero suave
-
141
C a p . 8 : P L A N T A S PARA O S I S T E M A N E R V O S O
Doença
Planta
INSÓNIA
LARANJEIRA
153 Sedante e soporífera suave
É a falta de sono, quer seia por dificuldade em conciliá-lo quer por um despertar precoce. Ao contrário de muitos soporiferos de síntese química, as plantas medicinais que recomendamos são capazes de induzir um sono natural e reparador, sem sonolência residual na manhã seguinte, e sem risco de criar dependência.
LÚPULO
158 Sedante e soporífero
ALFACE-BRAVA-MAIOR
160 Sedante, acalma a excitação nervosa
Valeriana
São as doenças cuja origem é psicológica, pelo menos parcialmente, mas que se manifestam com alterações funcionais de diversos órgãos. Algumas das mais frequentes são: úlcera gastroduodenal, cólon irritável, angina de peito, e certos eczemas cutâneos. Estas plantas equilibram e modificam o sistema nervoso vegetativo, verdadeiro substrato da relação entre a mente e o corpo.
DOR E NEVRALGIA Estas plantas analgésicas actuam tanto por via interna, quando são ingeridas, como por via externa, quando s.c aplicam localmente sobre a pele. Em geral, a sua acção não é tão intensa e rápida como a dos analgésicos de síntese química ou à base de substâncias puras. No entanto, os efeitos das plantas são mais duradouros e, em geral, têm menos efeitos indesejáveis. A nevralgia é um tipo especial de dor, caracterizada por ser intensa, intermitente e localizada no trajecto de um nervo. O tratamento fitoterápico oferece especialmente uma acção preventiva. Laranjeira
142
Infusão de folhas e/ou flores Infusão e extractos Decoccão de folhas, lactucário, sumo fresco
161 Sedante, acalma a excitação 163 Sedante suave e equilibradora
Inalações da essência
ERVA-CIDREIRA PASSIFLORA
167 Sedante, induz um sono natural
Infusão
TlUA
169 sem sonolência na manhã seguinte
Induz um sono natural,
Infusão de flores, decoccão de casca, extractos, banho quente com flores
V
,j2
Sedante suave, diminui a ansiedade, soporífera
Infusão, banhos quentes com a decoccão de raiz
PAPOtLA
318
Sedante e soporífera
Infusão ou xarope de pétalas, decoccão de frutos
ASPERULA-ODORÍFERA
351
Sedante soporífera
Infusão
CÁLAMO-AROMÁTICO
424
Relaxante muscular e sedante suave
Banho com decoccão de rizoma
ALFAZEMA
RIANA
SALGUQRO-BRANCO
DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS
Uso
Pág. Acção
ALFAZEMA
676 Sedante, soporífero suave
, c,
Sedante e equilibradora do sistema nervoso central e vegetativo
Infusão, extracto
Infusão de flores
Infusão, extracto ou essência
VALERIANA
172 Sedante, diminui a ansiedade
Infusão, maceração ou pó de raiz
ROSEIRA
635
Infusão de pétalas
LARANJEIRA
, t-3 Antiespasmódica e sedante. Útil contra as enxaquecas
Infusão de folhas e/ou flores
CICUTA
JCC Analgésica e anestésica local para dores insuportáveis
Pó de frutos secos dissolvido em água, pomada
LÚPULO
, cg
Sedante do sistema neurovegetativo
Acalma a dor de estômago e as nevralgias
Compressas quentes com a infusão de cones, cataplasmas quentes com os cones (inílorescèncias)
MEIMENDRO-NEGRO
159 Analgésico em caso de gota, ciática e nevralgias
Cataplasmas de folhas esmagadas, unguento
DORMIDEIRA
164 Analgésica potente, narcótica
Decoccão de cápsulas maduras
n es
PASSIFLORA
167
\z„. r D I „„„
í 7o Analgésica em dores de ciática
VALERIANA
uà
U,DD,M,
, 1A
ULMEIRA
667
VERBENA
HERA
I/4
A *' P
asrT,
ódica, acalma cólicas
enevralgja
Analgésica em dores reumáticas e nevralgias
Arrateésica e anti-inflamatória em dores osteomusculares e nevralgias •J, p Analgésica em nevralgias e dores reumáticas
Infusão de flores e folhas Infusão, maceração, compressas de decoccão de raiz Infusão ou decoccão, compressas e cataplasmas Infusão e compressas Compressas, banhos e cataplasmas com as folhas
SAÚDE : : . - i PIAUÍ ?•' Parte: D e
Doença
Planta
DOR DE CABEÇA A dor de cabeça, ou cefaleia, deve-se a numerosas causas. As mais comuns são: • Congestão, isto é, acumulação excessiva de sangue na cabeça. Para isso, usam-se as plantas revulsivas como a mostarda, que derivam o sangue para outro lugar. •Falta de irrigação sanguínea na cabeça, para o que se usam as plantas vasodilatadoras. • Má digestão ou mau funcionamento da vesícula biliar. Para isso se usam as plantas digestivas e colagogas.
ERVA-CIDREIRA
GINKGO
ENXAQUECA (HEMICRANIA)
234
Vasodilatador, melhora a circulação cerebral
Uso Infusão e extractos
Infusão de folhas Decocção, preparados farmacêuticos
PRIMAVERA
328 Antiespasmódica e sedante
Infusão de flores
HORTELÃ-PIMENTA
366 Tonificante e digestiva
Infusão e essência
BOLDO
390 da vesícula biliar
Normaliza o funcionamento
4,-,
Acalma as dores de cabeça de origem digestiva
Infusão ou extractos Infusão
MOSTARDA-NEGRA
663 R evu ' s ' va ' descongestiona a cabeça em caso de catarro nasal ou gripe
Banhos de pés. quentes, com farinha de mostarda
LARANJEIRA
153 Antiespasmódica e sedante
Infusão de folhas e/ou flores
TÍLIA
l AO Previne o aparecimento das crises de enxaqueca
Decocção da casca
VERBENA
YJM Antiespasmódica, analgésica, diminui a intensidade da enxaqueca
Infusão e decocção
LIMOEIRO
265
Sedante e antiespasmódico
Infusão de folhas
044
Anti-inflamatória, acalma a dor de cabeça
Infusão de folhas e/ou flores. compressas sobre a testa
oco
Antiespasmódico, acalma as enxaquecas associadas a má digestão
ui.„s« »«**«,:., lnfusao e s s e n c i a -
VIOLETA
MANJERICÂO-GRANDE
368
CARDO-DE-SANTA-MAWA
395 Regula a tonicidade dos vasos sanguíneos «pç
Digestiva, alivia as enxaquecas de origem digestiva
Infusão ou decocção de frutos Infusão ou decocção
475 Digestiva, tonificante, alivia as enxaquecas de origem digestiva
Infusão, sumo fresco
AVEIA
150 Tonifica e equilibra o sistema nervoso
Flocos (sementes prensadas) com leite ou caldo vegetal
Mf , f ., l r, 0 .
cnc 505
Fornece ácidos gordos essenciais,
NOGUEIRA GINSENG
608
Ton nca aurnenta a ' ' capacidade de concentração e de memória
Preparados farmacêuticos
GERGELIM
611
Complemento nutritivo adequado ao sistema nervoso
Sementes (em diversas preparações)
TOMILHO
769 e a actividade mental
Maniertcâogrande VERÓNICA
As plantas ricas em ácidos gordos essenciais, como o limoeiro, em lecitina, em vitaminas do grupo B, e em minerais como o fósforo, favorecem um bom rendimento intelectual. Também são úteis, embora de forma não continuada, os tonificantes não excitantes, como o ginseng ou o tomilho. Os estudantes, e todos aqueles que estejam sujeitos a um grande esforço intelectual, podem beneficiar do seu uso.
Antiespasmódica e sedante. 163 Acalma a dor de cabeça causada pela tensão nervosa
i n .1 n
244 Vasodilatadora, aumenta a irrigação sanguínea do cérebro
ANGÉLICA
RENDIMENTO INTELECTUAL INSUFICIENTE
Acção
Cl
PERVINCA
POEJO
É uma dor intensa, que geralmente afecta metade da cabeça, e que aparece com certa periodicidade, associada a perturbações nos olhos. Durante a crise de enxaqueca produz-se um espasmo das artérias que irrigam a cabeça, para o que são úteis as plantas antiespasmódicas. Em > 1^ muitas ocasiões, as crises de enxaqueca são desenffcadeadas por fermentações digestivas ou por certos alimentos.
Pág.
«Et : '.- 5
B f o s f o r o e vltamin as B
Estimula as faculdades intelectuais
c„™„„t„„ /„„,„,-* Sementes (nozes)
Infusão, essência
143
C a p . 8; P L A N T A S PARA O S I S T E M A N E R V O S !
Doença
Planta
Pág. Acção
Uso
MEMÓRIA, PERDA DE Além destas duas plantas com acção vasodilatadora sobre as artérias cerebrais (que melhoram a irrigação sanguínea do cérebro), são convenientes todas as recomendadas para o "Rendimento intelectual insuficiente" (pág. 143).
Caíra*
IIA
WNKGO
<íá4
Pcou.Nrn KERVINCA
-?AA Vasodilatadora cerebral, melhora cm a o x j g e n a çã 0 dos neurónios
Decocção, preparados farmacêuticos
Sedante e antiespasmódica. 167 Permite diminuir a frequência e intensidade das crises epilépticas
Infusão de flores e folhas
Sedante, antiespasmódica 172 e anticonvulsivante, previne o aparecimento dos ataques epilépticos
Infusão, maceração, pó de raiz
EPILEPSIA Embora estas plantas não substituam PASSIFLORA o tratamento médico da epilepsia, po- i dem no entanto ajudar a reduzir a dose . de fármacos aintiepilépticos e estabilizar o paciente.
VALERIANA
Melhora a irrigação sanguínea
Infusão das folhas
n Q c é r e b r o
DOENÇAS ORGÂNICAS DO SISTEMA NERVOSO 0 óleo de onagra é muito rico em ácido linoleico, um factor essencial no desenvolvimento e no bom funcionamento dos neurónios. O seu uso é um bom compfemento do tratamento especifico das doenças orgânicas do sistema nervoso, tais como a esclerose em placas ou a doença de Parkinson.
Ginkgo
144
ONAGRA
237
Contribui para a estabilidade do sistema nervoso e para o equilíbrio hormonal
O g i n k g o fpág. 234) é uma árvore de origem asiática dotada de extraordinárias propriedades medicinais. Trata-se de um vasodilatador cerebral, que aumenta a irrigação sanguínea no cérebro, com o que os neurónios recebem maior quantidade de oxigénio e de nutrientes. Por isso é útil a todos aqueles que sofram de perda de memória, ou que precisem de aumentar o seu rendimento intelectual, como os estudantes. Toma-se a infusão das suas folhas, se bem que existam também diversos preparados farmacêuticos que contêm extractos de ginkgo.
Cápsulas ou comprimidos do óleo das suas sementes
A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D l C I K A ! S 2 " Parte:
D e s c r i ç ã o
Plantas sedativas
Acalmam a excitação do sistema nervoso. Estas plantas têm também uma acção equilibradora e reguladora sobre o sistema nervoso central e vegetativo.
Planta
Pág.
Abelmosco
362
Agripalma
224
Alface-brava-maior
160
Alfazema Aspérula-odorifera
351
Assafétida
359
Aveia
150
Cálamo-aromático
424
Cinoglossa
703
161
Dormideira
164
Endro
349
Erva-cidreira
163
Estaque
641
Laranjeira
153
Limoeiro
265
Lúpulo
158
Melissa-bastarda
580
Papoila
318
Passiflora
167
Pé-de-leão
622
Pilriteiro
219
Salgueiro-branco
676
Saxifraga
322
Tília
169
Valeriana
172
Verbena
174
Um sistema nervoso equilibrado repercute-se favoravelmente sobre a saúde do resto do organismo.
O sumo fresco de aipo (pág. 562) é um tonificante natural altamente recomendável em caso de esgotamento ou depressão nervosa. Tem afém disso acçáo diurética e depurativa. Pode misturar-se com sumo de limão. A dose habitual é de meio copo de manhã e igual quantidade ao meio-dia. antes ou depois da refeição.
:.:. ;
:
. - ' . * - ; : ; < A O S $ ' : " : NERVOSO
A aromaterapia é uma forma segura e eficiente de aplicar as plantas sedativas ás crianças. Umas gotas de essência de alfazema, colocadas ao lado da almofada no momento de se deitarem, exercem uma suave acçáo sedativa e soporifera, muito recomendável para as crianças nervosas ou que durmam mal.
Plantas sedativas para as crianças Nem todas as plantas sedativas são recomendáveis para as crianças. As seguintes apresentam uma acção suave e segura, pelo Que podem ser administradas com segurança mesmo às mais pequenas.
A alface (pág. 160), especialmente a brava-maior, tem uma acçáo sedativa semelhante á do ópio, apesar de isenta dos seus efeitos secundários. O seu uso é tão seguro que se administra ás crianças como sedativo e soporifero. A dose habitual é de um quarto a meio copo de sumo de folhas frescas verdes |náo brancas) antes de deitar. Pode adoçar-se com mel. Também se pode administrar uma decocçáo de folhas verdes ou lactucário (látex que mana dos seus caules).
146
Planta
Pág
Alface-brava-maior
160
Alfazema
161
Ti lia
169
p lantas narcóticas r
•
São plantas que, em doses elevadas, provocam um sono pesado Inarcose), diferente do sono natural. As plantas narcóticas possuem também acção estupefaciente (alteram as faculdades mentais) e afectam o sistema nervoso. Planta
Pág
Meimendro-negro
159
Dormideira
164
Doce-amarga
728
Erva-moura
729
I
A SAÚDE P E L A S P L A N T A S M E D I C I N A I S ?•' P a r t e :
D e s c r i ç ã o
Plantas antiespasmódicas
Impedem os espasmos dos órgãos ocos. £síes órgãos estão cobertos de músculos chamados lisos ou involuntários, controlados pelo sistema nervoso vegetativo. Quando estes músculos se contraem violentamente, quase sempre para vencer um obstáculo, produzem uma dor do tipo cólica. Um espasmo... Produz... • no estômago
uma dor de estômago com náuseas uma cólica intestinal uma cólica biliar (impropriamente chamada "hepática") uma cólica neíritica ou renal dismenorreia, espasmo uterino
• no intestino • nos canais biliares • ÍJOS canais urinários • no útero
A acácia-bastarda ou robinia (pág. 469) é outra planta antiespasmódica, que actua relaxando os espasmos nervosos do estômago. Toma-se uma infusão das suas flores depois de cada refeição.
As plantas antiespasmódicas actuam por intermédio do sistema nervoso vegetativo, relaxando o órgão ou canal contraído, com o que aliviam a dor ou cólica correspondente. Em farmacologia, conhece-se esta acção como antícolinêrgica.
Planta
Pág.
Planta
Abelmosco
362
lúcia-lima
Acácia-bastarda
469
Macela
Alcaravia
355
Manjericão-grande
Alfacebrava-maior
160
Manjerona
Alfazema
161
Milefólio
Angélica
426
Nêveda-dos-gatos
Anis-estrelado
455
Orégão
Arruda
637 624 351 359 292 364 520 449 358 349 163 389 360 310 366 265 457
Passiflora
Artemísia Aspérula-odorífera Assa-fétida Avenca Camomila Cinco-em-rama Cominho Dictamno Endro Erva-cidreira Fumaria Funcho Grindélia Hortelá-pimenta Limoeiro Loureiro
Petasite Pilriteiro Poejo Primavera Pulsatila Rorela Salgueiro-branco Salva Segurelha Serpão Tilia Tussilagem Valeriana Verbasco Verbena Verónica
Pág.
459 350 368 369 691 367 464 167 320 219 461 328 623 754 676 638 374 338 169 341 172 343 174 475
A fumaria (pág. 391) actua sobre o sistema nervoso vegetativo, relaxando os espasmos nervosos da vesícula e dos canais biliares (acção antiespasmódica). Tomase muito útil nas afecções hepatobilíares. Além disso é colerctica (aumenta a produção de bílis). Deste modo, facilita a função desintoxicante do sangue levada a cabo pelo fígado. O seu uso dá também excelentes resultados em caso de eczemas e erupções da pele, devidas em muitos casos á presença de toxinas na corrente sanguínea, o que vulgarmente se conhece como "sangue sujo".
147
Aconitum napellus L.
a *
:
.
Preparação e emprego
Acónito USO INTERNO
Uma planta que cura. e que mata
O
ACÓNITO c ÍI planui com maior concentração de veneno, cie iodas as que crescem na Europa. Só a supera uma outra espécie do mesmo género, o Aconitum ffmx Wall., do Nepal, que se considera o veneno vegetal mais activo do mundo. Com apenas I g da sua raiz pode-se malar unia pessoa aduha.
0 acónito tem de ser usado sempre sob vigilância médica, e empregando produtos de laboratório devidamente avaliados quimicamente, para se saber com exactidão o seu conteúdo em aconitina. Existem os seguintes preparados farmacêuticos: O Pó de raiz: em dose máxima de 0,4 g diários, repartidos por várias vezes. ©Tintura alcoólica a 1/10: como máximo 6 gotas repartidas ao longo do dia. © Extracto hidralcoólico, que se apresenta em pílulas, cuja dose máxima não deve ser superior a 0,10 g por dia. USO EXTERNO
O Loções com tintura alcoólica. © Pomada e unguento preparados ã base de extracto hidralcoólico. Aplicam-se friccionando sobre a zona dorida.
Precauções Outros nomes: mata-cão. 0 acónito tenro (quando está a brotar) é pouco tóxico. Depois de a planta se ter desenvolvido, porém, é altamente venenoso. E cultiva-se nalguns jardins como planta ornamental! 0 contacto prolongado com esta planta pode tornar-se perigoso. Tem havido casos de intoxicação em crianças que tinham levado na mão. durante algum tempo, um ramalhete de acónito. Nas aplicações externas é preciso ter presente que a aconitina também se absorve pela pele, pelo que, mesmo por via externa, podem produzir-se intoxicações. Não se devem fazer mais de três aplicações diárias.
148
napelo, capuz, pistolete, carro-de-vénus. Brasil: capacete-de•júpiter. Esp.: acónito, anapelo. raiz dei diablo. Fr.: aconit (napel). Ing.: monkshood. Habitat: Terrenos montanhosos e húmidos de toda a Europa e da América, especialmente do Norte. Apesar da sua grande toxicidade, e cultivado como planta ornamental em todo o mundo Descrição: Planta herbácea, da família das Ranunculáceas, que atinge entre 50 e 150 cm de altura. As flores são muito belas, em forma de capacete, e podem ser de cor azul-escura, amarela ou branca. A raiz ê um tubérculo em forma de nabo. Partes utilizadas: a raiz
Desde tempos muita antigos que <> acónito é usado para envenenar flechas e para justiçar os réus. No século XVIII, o médico austríaco Stoerk começou a utilizá-lo no tratamento das dores nevrálgicas. Toda a planta, e especialmente a raiz, contém potentes alcalóides (aconitina e napelina), assim como glicósidos flavónicos, resinas, amido e manitol. O princípio activo mais importante é a aconitina, que é um potente anestésico dos terminais sensitivos; é lambem febrífugo e antitússico.
Convém saber identificar bem o acónito, uma das plantas mais venenosas que existem.
O acónito é uma planta altamente tóxica, mas que, correctamente empregada, p o d e aliviar dores rebeldes, como as das nevralgias faciais.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
O acónilo usa-se com êxito, tanto por via interna IO.@.€M como externa 10,01, para acalmar as dores incuráveis das nevralgias, em especial a do nervo trigémeo, que afecta <> rosto, e a do nervo ciático. Também si- tem empregado como substituto da morfina, para desabituar os dependentes desta. ()s princípios activos do acónito são substâncias muito potentes que, correctamente utilizadas, surtem valiosos eleitos medicinais. O acónito é uma ílessas plantas (^w podem curai", masque também podem matar.
O
Intoxicação por acónito
Sintomas: De 10 a 20 minutos após a ingestão, produz-se uma sensação de irritação ou prurido na boca, nas mãos e nos pés, que a seguir se estende por todo o corpo; sudação abundante e calafrios. Aparecem depois náuseas, vómitos e diarreias. Se a intoxicação for grave, produzem-se alterações no ritmo respiratório e cardíaco, que acabam em paragem cardio-respiratória e morte. Primeiros socorros: Provocar imediatamente o vómito. É conveniente uma lavagem ao estômago; administrar carvão vegetal e laxantes enérgicos. Há que levar o doente com toda a urgência a um hospital, para ser internado numa unidade de cuidados intensivos.
N
P
Avena satíva L
Preparação e emprego
Aveia
USO INTERNO
Tonifica e equilibra os nervos
O Os flocos (sementes prensadas) cozinhados com leite ou caldo de hortaliça. © Infusão: Prepara-se com uma colherada de palha de aveia por chávena. Tomam-se 2 ou 3 chávenas por dia. USO EXTERNO © B a n h o relaxante: A inlusão serve também para acrescentar à água do banho na proporção de um litro por banheira de tamanho médio, com o que se obtém um agradável efeito relaxante.
o
S F L O C O S de aveia, q u e se preparam p r e n s a n d o os grãos trilhados, constituem um alim e n t o integral muito p o p u l a r nos países do C e n t r o e do Norte da Europa. A aveia tem, além disso, interessantes efeitos sobre o sistema nervoso. PROPRIEDADES
E
INDICAÇÕES:
OS
GRÃOS c o n t ê m 60%-70% de a m i d o e outros glícidos (hidratos de c a r b o n o ) ; 1-1% de proteínas; 7% de lípidos (gord u r a s ) , e n t r e OS quais se c o n t a u m a significativa p r o p o r ç ã o de lecitina; vitaminas do g r u p o li; ácido pantoténico; enzimas, minerais, s o b r e t u d o cálcio e fósforo; oligoelementos diversos; e um alcalóide (avenina), de efeitos tonificantes e equilibradores sobre o sistema nervoso. A aveia é por isso muito recomendada nos casos de d e p r e s s ã o , nervosismo, insónia e e s g o t a m e n t o físico ou mental l©l. Os q u e sofrem de stress ou de impotência sexual, os est u d a n t e s - s o b r e t u d o em é p o c a de exam e s - , os d e s p o r t i s t a s e as m ã e s lactantes, têm na aveia um alimento-remédio ideal. Pela sua excelente digestibilidade, convém t a m b é m aos convalescentes e aos q u e sofram de gastrite, de colite c de outras afecções digestivas. 150
Outros nomes: Esp.: avena, avena común, avena blanca. Fr.: avoine. Ing.: oat. Habitat: Originária do Sul da Europa. A sua cultura estendeu-se aos cinco continentes. Descrição: Planta anual da família das Gramíneas, que atinge um metro de altura. As suas flores, da mesma maneira que os grãos, agrupam-se duas a duas. em espigas. Partes utilizadas: A paíha e os grãos.
A palha ou farelo da aveia é sedativa e faz descer o co/esterof.
o
A aveia e o colesterol
0 doutor James Anderson, da Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos, estava a trabalhar com doentes diabéticos, procurando determinar se havia algum cereal que fosse mais eficaz para controlar os níveis de açúcar no sangue. O doutor Anderson descobriu que, quando os doentes tomavam farinha de aveia, não só melhoravam os níveis de açúcar no sangue mas também diminuíam os números do colesterol. Estudando o assunto mais pormenorizadamente, chegou-se à conclusão de que este efeito era provocado pela porção de farelo que tinham os flocos de aveia. A fibra solúvel de que é formado o farelo da aveia actua absorvendo os ácidos biliares que existem no intestino, e arrastando-os juntamente com as fezes. Os ácidos biliares formam-se no fígado, a partir do colesterol do sangue, e passam para o intestino juntamente com a bílis. Normalmente, a maior parte deles é reabsorvida no íleo (terceira porção do intestino delgado), passando de novo para o sangue, e servindo de elemento base para a produção de colesterol. Os flocos de aveia são um alimento-remédio muito recomendável para desportistas, estudantes e todos aqueles que desejem fortalecer e equilibrar o seu sistema nervoso.
O farelo de aveia é rico em silício e em vitaminas A e B. Tem efeito sedativo sobre o sistema nervoso, tanto ingerido por via oral em forma de infusão I© I, como aplicado externamente na água do banho 101. Investigações realizadas têm demonstrado que o farelo da aveia tem tim eleito redutor sobre o nível de colesterol no sangue. Esta diminuição afecta apenas o colesterol chamado
"nocivo" (I.DL), enquanto que não influi sobre o colesterol protector ou "bom" (HDL), que, como recentemente se descobriu, actua evitando a arteriosclerose. Este mecanismo de acção do farelo de aveia sobre o nível de colesterol é comum a todos os produtos que contêm fibra vegetal, especialmente quando é do tipo solúvel, como a maça, por exemplo (pág. 513).
O farelo da aveia, absorvendo os ácidos biliares e fazendo que se eliminem com as fezes, obriga o organismo a produzir mais ácidos biliares, necessários ao processo digestivo. Para isso, tem de utilizar o colesterol que existe no sangue, com o que o seu nível diminui. Portanto, o consumo de flocos de aveia integrais (com o seu farelo), é um bom método para reduzir o colesterol.
1
Cannabis sativa L.
v.
.
Preparação e emprego
Cânhamo
USO INTERNO O Infusão com uma colherada de frutos de cânhamo, que se deixam de infusão durante dez minutos. Bebem-se 2 ou 3 chávenas por dia.
Produz euforia... e transtornos mentais
Outros nomes: cãnhamo-indiano, cânhamo-verdadeiro. linho•cânhamo, liamba, cãnamo. canabe, haxixe. Esp.: cahamo común. bangue (de la índia), henequén europeo. linabera. Fr.: chanvre. Ing.: hemp.
O
CÂNHAMO cukiva-sc clesck tempos imemoriais, por proporcionar uma fibra lêxii com a qual se fabricam cordas e tecidos. São bem conhecidas as bebedeiras e os transtornos mentais que sofriam os operários que trabalhavam com libras de cânhamo. No século XIX descobri] am-sc os princípios responsáveis pelo sou efeito estupefaciente, os quais se apresentam cm maior percentagem na variedade- indica.
Habitat: Originário da Ásia Central, estendeu-se a sua cultura pelas regiões temperadas e húmidas de todo o mundo. Descrição: Planta dióica (exemplares masculinos e femininos diferenciados) da família das Moráceas. que atinge até 1.5 m de altura. As folhas são espalmadas, divididas em 5 ou 7 segmentos de bordo dentado. As flores são de cor verdosa. e agrupam-se em cachos terminais. Partes utilizadas: ^0 as sumidades
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Das SUMIDADES FLORIDAS das plantas femi-
ninas do cânhamo, especialmente da variedade hidicrt, obtém-se uma resina conhecida como haxixe ou marijuana, rica em canabinol. Km árabe, hashashin, que significa 'bebedores de hashish', deu origem à palavra "assassino*. Os has/iashineram os membros de uma seita que, quando entravam paia ela. faziam voto de malar a quem o seu chefe ordenasse. Os seus crimes eram habitualmente perpetrados sol) os eleitos narcóticos do haxixe. () haxixe costuma ser usado em forma de cigarro, feito com tabaco e cânhamo ou haxixe, que produz euforia. Km doses elevadas causa perda do juízo, alucinações c loucura. O seu consumo habitual faz perder a memória c a vontade, alem de atrofiar as glândulas sexuais, provocando esterilidade e impotência. () único emprego medicinal do haxi\c <• o de acalmar as dores nevrálgicas e reumáticas, aplicado externamente em forma de tintura alcoólica, por meio 152
m
M
M L )
floridas e os frutos.
Os frutos do cânhamo usam-se contra o colesterol.
de fricções ou loções. Devido a poder ser absorvido mesmo através da pele, e ter efeitos estupefacientes, não se recomenda o seu uso, já que existem outros remédios isentos de loxit idade e igualmente eficientes. Km contrapartida, os FRUTOS do cânhamo, muito apreciados pelas aves e pelo gado, não contêm canabinol. Km infusão, usam-se para fazer descer o colesterol no saimue IOI.
Fórmula química do canabinol. princípio activo de acção estupefaciente que se encontra nas folhas e flores do cânhamo.
Citrus aumntíum L.
9
f\
L
A
Sinonímia cientifica: Citrus sinensis Pers., Citrus vulgaris Rísso Espécie afim: Citrus aurantium var. sinensis L. s Citrus sinensis (L.) Osbeck. Outros nomes: C. aurantium: laranjeira-azeda. laranjeira-amarga: C sinensis: la ra njeira • doce. la ranjeira • da • -china, laranja-de-umbigo, laranja-da-baia. laranja-camoesa. laranjeira-romã.
Laranjeira A flor é sedativa e o fruto tonificante
Esp.: naranjo agrio, naranjo dulce. naranjo de la China.
D
ESDE que a laranjeira chegou, na Idade Média, às cosias mediterrâneas do Sul da Europa, vinda do Médio Oriente e da Ásia. o sen êxito não parou de aumentar. O seu porte elegante, o magnífico aroma das suas flores e, sobretudo, a excelência dos seus frutos, no caso fia laranjeira-doce, permiliram-lhe conquistar os campos e as mesas de uma boa parte do inundo. Poucos anos depois dos Descobrimentos, os Espanhóis levaram a laranjeira para a América, em particular para o México, a Florida e a Califórnia, onde actualmente se encontram os maiores laranjais do mundo. Toda a árvore é rica em essências aromáticas de eleitos medicinais, embora a maior concentração se encontre nas flores, PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
n
Precauções
As pessoas que sofram da vesícula biliar devem evitar comer laranjas de manhã em jejum. Pela sua acção colagoga, provocam um esvaziamento brusco da vesícula biliar, que pode causar ligeiros incómodos abdominais, como peso no estômago ou sensação de distensão.
Fr.: oranger. Ing.: orange tree. Habitat: Oriunda da Ásia Central. A sua cultura estendeu-se a toda a região mediterrânea e a todas as zonas quentes do continente americano. Descrição: Árvore de ramos espinhosos, da família das Rutáceas, que atinge de 2 a 5 m de altura. As folhas são perenes, têm um peciolo alado em forma de pequeno coração. As flores são brancas, dispostas nas axilas das folhas. Os frutos são as conhecidas laranjas. Partes utilizadas: as folhas, as flores e os frutos (especialmente os da laranjeira-doce: ver o quadro da página seguinte).
J J?
Preparação e emprego
USO INTERNO O Infusão de folhas e/ou flores, com 10-20 g por litro de água (3 folhas ou 6 flores são suficientes para preparar uma infusão sedativa). Ingerir 3 ou 4 chávenas por dia, especialmente antes de deitar. © Decocção: Ferver 30 g de casca de laranja, seca. cortada em pedacinhos, em meio litro de água, durante 15 minutos. Pode-se adoçar com mel. Toma-se uma chávena pequena depois de cada refeição.
15
A laranjeira-doce é a mais conhecida e cultivada; no entanto, a variedade de laranjeira que mais se emprega em fitoterapia é a amarga, pois embora ambos os tipos de laranjeira apresentem as mesmas qualidades, a amarga possui uma maior concentração de substâncias aromáticas e de princípios activos. As FOLHAS, e sobretudo as FLORES da laranjeira, contêm uma essência composta por limoneno e linalol, entre outras substâncias aromáticas. A
^•^
Laranja
1
A laranja-doce é uma das frutas mais apreciadas, sobretudo nos países frios, pois no Inverno é uma fonte muito valiosa de vitamina C. Come-se directamente a sua polpa, ou então espreme-se para se obter um dos sumos mais apreciados. O sumo de laranja tem de ser bebido acabado de fazer, para se poderem aproveitar as suas propriedades nutritivas e medicinais, pois a vitamina C destrói-se rapidamente em contacto com o oxigénio, e outros componentes também sofrem mudanças desfavoráveis que alteram notavelmente os seu aspecto e sabor. Por isso é costume acrescentar vitamina C ao sumo de
elas se deve a sua acção anti espasmódica, sedativa e ligeiramente soporífera (indutora do sono). O seu uso é indicado nos seguintes casos: • Insónia (O!: Provocam uma sedação suave que facilita a chegada do sono. • N e r v o s i s m o c i r r i t a b i l i d a d e 101: Dão bons resultados nestes casos, sem apresentar perigo de dependência n e m outros efeitos secundários nocivos. Podem-sc a d m i n i s t r a r m e s m o a crianças p e q u e n a s , a c a b n a n d o - a s para lhes facilitar um sono tranquilo. Ambas as laranjeiras, a doce e a azeda ou amarga, têm as mesmas propriedades. No entanto, em fitoterapia preferem-se as flores, as folhas e a casca do fruto da laranjeira-amarga, pela sua maior concentração de princípios activos. Os doces de \aranja amarga sáo muito apreciados.
154
• Enxaquecas, d o r e s de cabeça causadas por espasmos arteriais IOI. • T r a n s t o r n o s digestivos: espasmos do estômago e dores gástricas de origem nervosa (nervos no e s t ô m a g o ) , assim c o m o aerofagia e arrotos IOI. • P a l p i t a ç õ e s cardíacas, d e s m a i o s e desfalecimentos. A flor de laranjeira
laranja industrial, embora com isso não se consiga recuperar todas as suas primitivas propriedades. As laranjas contêm vitaminas A, B, C e P, assim como ftavonóides, açúcares, ácidos orgânicos e sais minerais. Têm propriedades anti-escorbúticas, tonificantes, aperitivas e colagogas (provocam o esvaziamento da vesícula biliar). O seu consumo torna-se muito recomendado nos seguintes casos: • Doenças infecciosas ou febris. • Esgotamento, astenia (sensação de cansaço). • Desnutrição, anemia, raquitismo. • Trombose, arteriosclerose e transtornos circulatórios em geral. As laranjas diminuem a viscosidade do sangue e têm um efeito protector sobre os vasos sanguíneos, devido, entre outras coisas, à vitamina P. O fruto da laranjeira-amarga costuma ser utilizado somente na preparação de doces.
faz p a r t e , j u n t a m e n t e com a erva-cidreira, da famosa "água-dos-carmelitas" (pág. 163). • Dores das regras, provocadas por espasmos uterinos IOI. Das flores extrai-se a essência de flor de laranjeira ou néroli, e das folhas, a esse-ucia chamada petít-grain. A CASCA dos frutos 101. espe< ialtnente das laranjas amargas, é rica em glicósidos flavonóidcs (naringina, b e s p e r i d i n a e r u i i n a ) , de acção sem e l h a n t e à da vitamina P. Devido a isio é usada nos casos de fragilidade capilar e vascular ( e d e m a s , varizes, t r a n s t o r n o s da c o a g u l a ç ã o ) . E um bom tónico digestivo, q u e tem efeito aperitivo e ajuda a digestão. Possui também um suave efeito sedativo, do mesmo m o d o q u e as Mores e as folhas.
Conium maculatum L.
v
Cicuta Um potente tóxico que convém saber distinguir
A
l l! MAS então a cicuta cresce nos nossos campos? Muitos ficara surpreendidos quando ouvem dizer que a mesma planta, com que o grande Sócrates pôs fim à sua vida no ano 339 a.C... ainda se encontra à nossa volta. A cicuta acha-sc muito disseminada e convém saber distingui-la de outras plainas da mesma família botânica .is Umbclíferas-a que se assemelha: a angélica (pág. 426), a salsa (pág. 583), o aipo (pág. 562), c ale a cenoura-brava (pág. 133).
Preparação e emprego
USO INTERNO 0 Pó: Os frutos secos da cicuta trituram-se em forma de pó. que se dissolve em água. A dose máxima tolerável para os adultos é de 1 g diário de frutos, dividido por quatro tomas de 0.25 g cada uma. USO EXTERNO © Pomada: Prepara-se com 1 g de frutos triturados, por cada 9 g de dissolvente gordo. Usa-se como anestésico local em caso de nevralgias e dores intensas. Tenha-se sempre bem presente que a coniina se absorve pela pele.
&
Com a informação que oferecemos no quadro junto, e comparando as ilustrações de cada uma dessas plantas, que se encontram neste obra. tor-
Cicuta-menor
A cicuta-menor ou aquática {Cicuta virosa L.)* cresce em lugares húmidos do mesmo modo que a cicuta-maior, embora seja menos frequente do que esta. 0 aspecto da cicuta-menor è semelhante ao 6a maior. Os seus efeitos t ó x i c o s caracterizam-se por violentas convulsões e finalmente paragem respiratória. O tratamento a seguir é o mesmo que para a intoxicação por cicuta-maior. ' Esp.: cicuta menor, cicuta aquática.
Sinonímia científica: Cicuta officinalis Crantz.. Cicuta major Lam. Outros nomes: cicuta-maior, cicuta - ordiná ria, cicuta -oficinal, cicuta-de-atenas. cicuta-terrestre, ceguda. cegude. abioto. ansarinha-malhada. Brasil: cicuta-da-europa. tuncho-selvagem, grande-cicuta. Esp.: cicuta mayor. barroco. zanahona de monte. Fr.: (grande] ciguê. Ing.: hemlock. poison parsley. Habitat: Cresce espontaneamente em toda a Europa e América. Abunda em lugares frescos e húmidos, nas margens dos rios e beiras dos caminhos. Descrição: Planta herbácea que atinge de 30 a 150 cm de altura, da família das Umbeliferas. Tem o caule oco e finamente estriado. Partes utilizadas: os frutos.
155
na-se fácil identificá-la e evitar cortfundi-la com outras plainas completamente inócuas. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Todas as partes da plaina, e em especial os frutos, contêm vários alcalóides (comina, coniceína, conidrína e pseudo-conidrina), além de um óleo essencial, e glicósidos flavónicos e cumarínicos. A comina é <> princípio activo mais importante da cicuta, que se encontra presente numa proporção de 2% nos Irmos, e de 0,5% nas folhas. Absorve-se tanto por via oral como através da pele. pela qual penetra com facilidade.
()s alcalóides são substâncias vegetais de reacção alcalina. As suas moléculas são complexas e são formadas por carbono, hidrogénio, azoto e oxigénio. Os seus efeitos farmacológicos são muito acentuados, e com pequenas doses já se produzem eleitos tósicos. Km doses terapêuticas, a coniina e os restantes alcalóides da cicuta pro-
II
Como identificar a planta da cicuta
O aspecto da venenosa cicuta é bastante semelhante ao de outras plantas da mesma família, como por exemplo o aipo e a salsa. Os seguintes pormenores botânicos ajudarão a identificá-la: • O caule da cicuta distingue-se do de outras umbeiíferas por ter na sua parte inferior umas manchas de cor avermelhada ou púrpura. • As folhas são grandes e brilhantes, e estão muito divididas. • As flores são brancas, e estão agrupadas em umbelas desiguais de 10 a 20 raios. • O fruto é ovalado, com cerca de 3 mm, de cor parda verdosa, e muito sulcado por nervuras ondeadas. • Toda a planta deita um desagradável cheiro a urina.
porcionam uma acentuada acção sedativa, analgésica e anestésica local. A cicuta tem sido utilizada com êxito para acalmar • dores insuportáveis, como as provocadas pelo cancro 19,01, e
• dores persistentes, como as nevralgias IO.0I. Nos nossos dias. embora disponliamos de outros analgésicos potentes e seguros, também se pode empregar, mas sempre sob o vigilância cio médico, e respeitando fielmente a dosagem. para evitar eleitos tóxicos.
Intoxicação por cicuta
A coniina é semelhante, na sua estrutura química e nos seus efeitos, a outro alcalóide: a nicotina, que se encontra no tabaco. Ambos os alcalóides actuam sobre o sistema nervoso vegetativo, excitando-o primeiro e deprimindo-o depois. De meia hora a duas horas depois de se ter ingerido uma dose tóxica de coniina, produz-se ardor na boca, dificuldade de engolir, náuseas, dilatação das pupilas e fraqueza nas pernas. Se a dose for maior, produz paralisia muscular (como a produzida pelo curare) e morte por paragem respiratória e asfixia. Apesar de tudo, não se perde a consciência e mantém-se a lucidez até ao último momento. Por isso os Gregos es-
156
colheram este método para tirar a vida aos condenados à pena capital.
Tratamento da intoxicação: Sempre que haja suspeita de que se tenha ingerido cicuta, deve-se provocar o vómito e, se possível, fazer uma lavagem ao estômago. Administrar purgantes e carvão vegetal. Praticara respiração artificial boca a boca, se o intoxicado tiver dificuldade para respirar. É necessário proceder à imediata transferência do doente para um centro hospitalar.
Datura stramonium L
Estramónio Antiespasmódíco, mas tóxico
O
ESTRAMÓNIO era desconhecido na Europa durante a antiguidade e a Idack- Média, até que, pelos fins do século XVI, foi trazido do México paia a Península. Distribuiu-se depois rapidamente por toda a Europa, devido às suas singulares propriedades sobre o sistema nervoso.
»
4. A Preparação e emprego USO INTERNO
Por se tratar de uma planta tóxica, não se deve usar internamente, salvo por indicação do médico. O Pó de folhas: A dose máxima é de 0,2 g de pó, três vezes ao dia. USO EXTERNO
©Cataplasma de lolhas esmagadas: aplica-se sobre a articulação afectada.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Ioda a
planta contém alcalóides activos sobre o sistema nervoso vegetativo (hiosciamina. atropina e escopolamina), além de ácidos cítrico e málico, taninos e óleo essencial. Tem uma a r ç ã o semelhante à do m e i m e n d r o (pág. Iõ9) e da bcladona (pág. 352), q u e consisie em inibir o sistema nervoso parassimpático. Possui as seguintes propriedades e aplicações: • Antiespasmódica: Relaxa a musculatura do tubo digestivo, dos brônquios, dos canais biliares e urinários (O). • Analgésica, sedativa e antitússica IOI. • Tcm-sc usado em todo o tipo de cólicas IOI.intestinais, biliares e renais; e também c o m o antiasmático. • Aplicado externamente, acalma as dores reumáticas l@l.
Precauções
Planta estupefaciente tóxica; produz alucinações e transtornos mentais, como sugerem alguns dos seus nomes populares, como o de erva-dos•bruxos, e o espanhol vuélvete loco (torna-te louco).
Outros nomes: figueira-do-inferno. figueirinha-do-inferno. pomo-espinhoso, erva-dos-bruxos, burladora, zabumba. Esp.: estramónio, chamico. vuélvete loco. Fr.: stramoine. pomme épineuse. Ing.: stramonium, Jimson weed, thorn-appie. Habitat: Originária das Américas Central e do Sul, embora se encontre espalhada por quase todo o mundo. Cresce à beira dos campos e dos caminhos, sempre próximo de lugares habitados Descrição: Planta anual robusta, da família das Solanàceas, que atinge de 30 a 90 cm de altura. Tem flores grandes, brancas e em forma de trombeta. O fruto é espinhoso, e toda a planta exala um cheiro desagradável Partes utilizadas: as folhas.
15
Humulus lupulus L
Lúpulo Acalma os nervos e tonifica o estômago
O
NATURALISTA romano Plínio baptizou esta planta com o nome de lúpulo, porque se apodera das hortas onde cresce, como se fosse um lobo (hipus em latim). Desde a Idade Média, a lupulina é utilizada para aromatizar e conservar a cerveja, c têm-se vindo a descobrir as suas numerosas propriedades. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: o LU-
Preparação e emprego USO INTERNO O Infusão com 10-20 g de cones por litro de água, da qual se tomam 3 ou 4 chávenas diárias. Esta mesma infusão aplica-se quente, em compressas, sobre a zona que sofre a nevralgia. €> Extracto seco: Ingerem-se até 2 g diários, repartidos por 2-3 tomas. USO EXTERNO © Compressas quentes com a mesma infusão de cones de lúpulo que se descreve para o uso interno. Aplicam-se sobre a zona dorida.
PU1.1NO, pó que se desprendi- quando se sacodem os cones, contém uma essência rica em hidrocarbonetos lerpénicos, que lhe confere acção sedativa e soporífera (indutora do sono), assim como uma resina com princípios amargos, que explicam a sua acção cónica digestiva e aperitiva. Nos CONES há também flavonóides, que são substâncias de acção estrogénica e anti-séptica. Vejamos as suas aplicações:
O Cataplasmas: Preparam-se colocando um punhado de cones de lúpulo num pano de algodão, de forma que fiquem envolvidos. Molhar com água quente o pano contendo os cones, e aplicá-lo sobre a zona dorida (em geral sobre o ventre).
• Nervosismo, insónia, enxaquecas 10,©I. • Hipcrexcitação sexual nos jovens do sexo masculino (acção annlrodisíaca). Na Inglaterra vitoriana, enchiain-se as almofadas com cones de lúpulo IO.0J. • Digestões difíceis e inapetência IOI. • Dores de estômago e dores de tipo nevrálgico IO.OI, aplicado externamente cm compressas ou cataplasma.
Outros nomes: engatadeira. húmulo. lúparo, lúpulo-trepador. pé-de-galo. vinha-do-norte. Esp.: lúpulo, lupulina. lúpio. oblón. Fr.: houblon [à la bièrej. Ing.: hops. [common] hop. European hop.
Precauções Não ultrapassaras doses indicadas, dado que o lúpulo pode provocar náu seas.
158
Habitat: Comum em bosques húmidos e sebes da Europa e América do Norte. Cultivado em muitas regiões de Portugal. Descrição: Planta trepadeira vivaz, da família das Canabináceas. cujo caule pode crescer até aos 6 metros. É uma planta dióica. cujos exemplares femininos produzem umas inflorescèncias globulosas. que tomam a forma de um cone (pinha) quando o fruto amadurece. Partes utilizadas: os cones (inflorescèncias da planta do lúpulo) e o lupulino (pó amarelo que os cobre).
Hyoscyamus nfgerL
Meimendro -negro Narcótico e tóxico
O
MEIMENDRO já se empregava cm Babilónia (século XV a.C.) contra as dores de dentes, lai como o atesta o Papiro de Ebers. Dioscórides (século I d.C). pai da fitoterapia, já menciona as suas propriedades narcóticas. Durante a Idade Média, o meimendro começou a fazer parte dos apó/emas preparados por bruxas e feiticeiros. Dizia-se que os malfeitores o colocavam sobre as brasas com que se aqueciam os banhos públicos, para adormecer os banhistas com os seus fumos, e depois saqueá-los.
»
Preparação e emprego
USO INTERNO
O Infusão: 10 a 15 g de folhas por litro de água. Tomar duas chávenas por dia. © Pó de folhas secas: 1 g é a dose máxima diária tolerável. USO EXTERNO
©Cataplasma com folhas esmagadas, que se aplica sobre a zona dorida durante uns minutos. O Unguento preparado oficinalmente (em laboratório farmacêutico).
Toda a planta contem alcalóides muito activos sobre o sistema nervoso (atropina. hiosciamina e escopolamina). E um potente antiespasmódico, analgésico e narcótico IO,€H. Em doses elevadas é estupefaciente e alucinogénio. Os seus fumos já foram utílizados nas crises de asma (acção broncodilatadora] e pai a acalmar a dor de dentes. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Aplicado localmente l©.OI. acalma a dor da gola, a dor reumática, a ciática e outras nevralgias.
5
Precauções Excederas doses indicadas produz náuseas e enjoos. Graças ao seu mau cheiro, não ê fácil haver intoxicações acidentais. Em doses elevadas torna-se estupefaciente e alucinogénio.
O meimendro-negro é considerado uma planta tóxica. Outros nomes: meimendro. hiosciano. Brasil: meimendro•preto. erva-dos-cavalos. Esp.: beleno negro, jurcuario. tornalocos. Fr: jusquiame [noirej. Ing.: [blackj henbane. Habitat: Planta pouco frequente, que se pode encontrar à beira de alguns caminhos e em terrenos baldios da região mediterrânea e da Europa Central. Estendeu-se também ao continente americano. Descrição: Planta da família das Soianáceas. coberta de uma fina penugem. Pode atingir um metro de altura. As flores são de cor amarela pálida, raiadas de violeta. Toda a planta deita um cheiro nauseabundo. Partes utilizadas: as folhas
1
Lactuca virosa L
*
.
.
Preparação e emprego
Alfacebrava-maior
USO INTERNO
Sedativa e indutora do sono
O Decocção durante 10 minutos, com 100 g de alface por litro de água, da qual se ingerem três chávenas adoçadas com mel durante o dia, e outra antes de deitar. Utilizar de preferência a alface-brava, ou a cultivada bem desenvolvida e florida. © Lactucário: Administram-se habitualmente de 0,1 a 1 g por dia.
A
ALFACE das hortas, tenra e esbranquiçada, como se come normalmente em saladas, é praticamente destituída de propriedades medicinais. Ao contrário, a alface verde, completamente desenvolvida c madura, ou ainda melhor, a alface-brava. são um remédio muito apreciado desde a antiguidade.
€) S u m o fresco: obtido por meio de uma liquidificadora. Toma-se meio copo 2-3 vezes por dia, e especialmente antes de deitar. Pode misturar-se com sumo de limão.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS Fo-
lhas comem clorofila, sais minerais, vitaminas e uni princípio amargo. Os princípios activos sobre o sistema nervoso, no enianto. encontram-se no látex branco que mana dos caules quando são cortados, do qual se obtém por solidificação o lactucário. As folhas da alface, e especialmente o seu látex, possuem as seguintes propriedades: • Sedativas IO.0.01, semelhantes às do ópio, embora, ao contrário deste, > alface seja isenta de eleitos nocivos, de modo que se pode usar inclusivamente para as crianças pequenas, a quem acalma a excitação e ajuda a conciliar o sono. • Antíafrodisíacas IO.0.01: Ajuda a controlara excitação sexual. Dioscórides dizia que 'atalha os sonhos venéreos e reprime o desordenado apetite de fornicar». • Antitússicas IO.0.01: A alface é especialmente indicada nas tosses irrilalivas e na tosse convulsa. 160
Outros nomes: alface-brava, alface-maior. alface-virosa. Esp.: lechuga silvestre, lechuga virosa. Fr.: lailue suavage, laitue vireuse. Ing.: prickly lettuce, bitter lettuce. Habitat: Disseminada pelos terrenos secos e encostas pedregosas da Europa Central e Meridional. Descrição: Planta da família das Compostas, que atinge desde 0.4 m até 1.5 m de altura quando está espigada. O seu caule é vertical e robusto, de cor verdosa ou violácea, e dele emergem grandes folhas de bordo dentado. Partes utilizadas: as folhas e o látex.
As folhas brancas da alface cultivada sáo pobres em princípios activos sedantes do sistema nervoso. Nas folhas verdes, e sobretudo no látex da alface-brava, acham-se muito mais concentrados.
.
Lavandula angustifolia Miller
m
Alfazema De perfume requintado, tonificante e muito medicinal
>J t A A Preparação e emprego USO INTERNO O Infusão com 30-40 g cie sumidades floridas e folhas, por cada litro de água. Tomar três chávenas por dia, adoçadas com mel, depois das refeições. © Extracto fluído; Ingerem-se 30 gotas, 3 vezes ao dia. €) Essência: A dose habitual é de 3-5 gotas, duas ou três vezes por dia.
D
ESDE tempos muito antigos, a alfazema é utilizada tomo produto de beleza e de higiene. Durante o Império Romano, os patrícios e os cidadãos distintos acrescentavam alia/ema à água dos seus sumptuosos banhos, O seu outro nome "lavanda*1 deriva do latim Imune (lavar). As abelhas também gostam de desfrutar do requintado aroma da alfa/ema e, com o néctar das suas flores, fabricam um delicioso mel. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS su-
midades floridas e as folhas da alfazema são muito ricas (l%-5%) num óleo essencial volátil, de composição muito complexa, formado p o r diversos álcoois t e r p é n i c o s e seus ésteres. O mais i m p o r t a n t e deles é o linalol. Esta essência é responsável pelas suas variadas propriedades, que são as seguintes: • Sedativa e equilibradora do sistema nervoso central e vegetativo IO,€>,©!: Recomenda-se nos casos de nervosis-
Precauções A essência de alfazema em uso in terno deve-se usar com muita pre caução, devido a que, em doses ai tas, pode produzir nervosismo e, in clusive, convulsões.
USO EXTERNO O Essência de alfazema: Não são precisas mais do que algumas gotas aspiradas ou esfregadas sobre a pele, para se conseguir o efeito. © Lavagens e compressas: Emprega-se a mesma infusão utilizada para uso interno, embora se possa preparar mais concentrada. Lavar directamente com ela as úlceras e feridas, e embeber depois uma compressa que se coloca sobre a zona afectada, durante 15 a 30 minutos. © Fomentações quentes, que se preparam com infusão de alfazema ou adicionando algumas gotas de essência à água. Aplicam-se sobre o pescoço, as costas e os joelhos. O Loções e fricções: Podem-se fazer com umas gotas de essência, com óleo ou com água-de-allazema (ver a forma de preparação na página seguinte). Sinonímia científica: Lavandula officinalis Chaix, Lavandula vera DC. Outros nomes: lavanda, lavandula. Esp.: lavanda, lavandula hembra, espliego. Fr.: lavande. Ing.: lavender. Habitat: Terrenos calcários, secos e soalheiros do Sul da Europa. Espontânea no Centro e Sul de Portugal. Cultiva-se na Europa e na América, pela sua essência. Descrição: Subarbusto de base lenhosa, da família das Labiadas, que mede de 15 a 60 cm de altura. As folhas são de cor verde acinzentada, estreitas e alongadas. As flores são de cor azul, pequenas e dispostas numa espiga terminal. Partes utilizadas: Sobretudo as suas sumidades floridas, e também as folhas.
1
o
Obtenção do óleo e da água-de-alfazema
m" • Óleo de alfazema: Dissolvem-se 10 g de essência em 100 g de azeite de oliveira e aplica-se como loção sobre a zona dorida. Também se pode
mo, neurastenia, enjoos, tendência para a lipotimia (desmaio), palpitações do coração e, em geral, em todos os casos de doenças psicossomáticas.
preparar deixando 250 g de planta seca em maceração durante duas semanas em um litro de azeite, filtrandoo depois.
• Agua-de-alfazema: Dissolvem-se 30 g de essência num litro de álcool a 90°. Depois de deixar repousar a mistura durante 24 horas, passa-se por um filtro de papel e guarda-se em frascos bem vedados. Pode-se diluir com água, se se achar que está demasiado concentrada. Também se pode preparar deixando em maceração 250 g de sumidades floridas secas, num litro de álcool, durante duas semanas. Transcorrido este tempo, passa-se por um filtro de papel e guarda-se em frascos bem vedados.
em luxações, entorses, contusões e distensões musculares. • Anti-séptica e cicatrizante 101: A infusão de alfazema emprega-se para lavar úlceras e feridas infectadas, que
ajuda a curar rapidamente. O óleo de alfazema alivia a dor nas queimaduras leves (de primeiro grau) e desinflama as picadas de insectos. • Relaxante e redutora da fadiga: Depois de marchas prolongadas, de intenso exercício físico, ou quando se sente esgotamento, um banho com água quente e água ou essência de alfazema ajuda a activar a circulação e a eliminar a sensação de fadiga. Obtém-se um maior efeito se o banho for seguido de fricções I©1 com um pano de lã embebido em água, óleo ou essência de alfazema. • Sedativa: O simples facto de aspirar o aroma da alfazema IOI exerce uma suave mas eficaz acção sedativa sobre o sistema nervoso central. É muito recomendável para a crianças que dormem mal. Neste caso, dá muito bom resultado colocar umas gotas de essência de alfazema na almofada da cama ou num lenço próximo da cara. • Balsâmica IOJ: A essência emprega-se em inalações ou banhos de vapor para acelerar a cura das laringites, traqueítes, bronquites, catarros bronquiais e constipações.
•AI.
• Digestiva IO.O.Q): Tem uma acção antiespasmódica e algo carminativa (antiflatulenta) sobre o tubo digestivo, ao mesmo tempo que é aperitiva e ajuda a digestão. Devido a que a essência tem também efeito anti-séptico, dá muito bons resultados em caso de colite (inflamação do intestino grosso), especialmente quando há fermentação pútrida com decomposição das fezes e gases muito malcheirosos. * Anti iclimática c anti inflamatória IO.OI: Aplicada externamente, a água, o óleo, ou a essência de alfazema são muito eficazes para acalmar as dores reumáticas, quer sejam de origem articular quer muscular: dores artrósicas do pescoço ou das costas, artrite gotosa, torcicolos, lumbagos, ciáticas, etc. São também de grande utilidade 162
Outras espécies de 'Alfazema' Existem várias espécies de plantas aromáticas pertencentes ao género Lavandula. Todas elas resistem igualmente ao sol e à aridez do terreno, e todas oferecem ao caminhante um dos perfumes mais apreciados do mundo vegetal. A composição destas espécies é muito semelhante, e as suas propriedades medicinais são as mesmas. Além da officinalis ou angustifolia, há que salientar duas que, como ela, também se cultivam:
• Lavandula latifolia (L f.) Medik. = Lavandula spica L var. latifolia L. f.*: Muito semelhante à alfazema, planta com a qual se híbrida e dá lugar a numerosas
formas intermédias. Em Portugal é conhecida como alfazema-brava.
• Lavandula stoechas L** E o nosso rosmaninho. Caracteriza-se por as suas flores estarem agrupadas num ramalhete terminal de secção quadrangular. Também é conhecido pelos nomes de rosmarinho e rosmano.
Esp.: espilego, lavandula, alhucema, lavanda.
' Esp.: cantueso, cantuesca, azaya, estecados, tomillo borriquero.
Mellssa officínalis L
Erva-cidreira Equilibra o sistema nervoso
9.
M
S\
ti
Preparação e emprego USO INTERNO
O Infusão: 20-30 g de planta por litro de água. Tomam-se 3 ou 4 chávenas por dia. © Extracto seco: É costume administrar-se 0,5 g, 3 vezes por dia. USO EXTERNO
J
A DIZIA Avicena, o grande médico árabe do século XI, que a metissa "tom a admirável proprieda de de alegrar e confortar o coração». Desde os começos do século
XVII, os monges carmelitas descalços preparam c o m esta planta a famosa "água-dos-carmelitas", q u e foi um remédio muito p o p u l a r c o n t r a OS desmaios, síncopes e crises de- nervos.
©Compressas: Aplicam-se com uma infusão preparada à razão de 30-50 g de planta por litro de água. O Banhos: Esta mesma infusão adicionada à água do banho (2 ou 3 litros por banheira). © Fricções: Aplicam-se com a essência diluída em álcool (álcool-de-melissa).
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : AS To-
lhas e as Hores contêm cerca de 0,25% de óleo essencial, rico nos aldeídos citral e citronelal, aos quais deve a sua acção antiespasmódica, sedativa, carminativa, digestiva e anti-séptica. E útil nos seguintes casos: • P r o b l e m a s n e r v o s o s IO 0 1 : excitação, a n s i e d a d e , cefaleia devida a tensão ( d o r e s d e cabeça d e o r i g e m nervosa).
• Stress e depressão IO.0I: E muito indicada nos casos de stress e depressão nervosa, graças ao seu eleito sedativo suave e e q u i l i b r a d o r do sistema nervoso. • Insónia IO.0I: Tomada ã noite, ajuda a vencê-la. • Dores m e n s t r u a i s IO,01: Desde há séculos, é r e c o m e n d a d a para aliviar estas dores. • Também pode- ser de utilidade em caso de palpitações, espasmos e cólicas abdominais, flatulência, enjoos e vómitos IO,01. • Externamente, é anti-séptica, antifúngica (contra os fungos da pele), e antivírica I0.O.0I, de acção demonstrada contra os vírus do h e r p e s e os mi-
Água-dos-carmelitas A água-dos-carmelitas torna-se pouco recomendável devido ao seu importante conteúdo alcoólico. Conhecemos pessoalmente uma senhora idosa que, como os filhos tinham pedido a todos os comerciantes do bairro que não lhe vendessem nenhuma bebida alcoólica, conseguia a sua ração etílica nas farmácias, onde se fornecia diariamente de várias garrafinhas de água-dos-carmelitas, que bebia avidamente até se embriagar. Outros nomes: melissa. citronela-menor, limonete, chá-de-frança. Esp: melisa, toronjil, cedrón. abejera. Fr.: mélisse. citronelle. Ing.: [sweetj balm, melissa. Habitat: Originária dos países mediterrâneos, mas cultivada em toda a Europa e regiões temperadas da América. Descrição: Planta vivaz da família das Labiadas, que atinge de 40 a 70 cm de altura. Tem folhas dentadas e muito rugosas, que exalam um forte cheiro a limão. Partes utilizadas: as folhas e as flores.
xovírus do grupo 2. 16
Papaver somniferum L
.
Preparação e emprego
Dormideira USO INTERNO
Pode aliviar grandes dores... ou causar enormes sofrimentos
O Decocção com 2 a 4 cápsulas maduras de dormideira por litro de água, durante 5 minutos. Administram-se até 3 chávenas diárias, uma antes de deitar. © Óleo de sementes: Usam-se 1-2 colheradas (15-30 ml) em cru. 1-2 vezes por dia, para temperar a salada ou outro prato de verdura. USO EXTERNO
O
s EFEITOS psicológicos desta planta já eram conhecidos pelos antigos Snmcrios, há cinco mil anos. Mas é de Teofrasto, filósofo, botânico c médico grego do século III a.C... discípulo de Aristóteles, que se conhece a primeira descrição do s u m o da d o r m i d e i r a , a q u e d e u o nome de of/ium (sumo, em grego). Dioscóridesjá o recomendava no primeiro século da nossa era. para mitigar a dor e provocar o sono.
Os médicos árabes, que durante a Idade Médica estenderam o seu uso pela Ásia e pela Europa, receiíavam-no frequentemente como aniidiaireico. No século XV1I1, aumentou muito o seu consumo como medicamento, e lambem como droga, pelos seus efeitos euforizantes. Esta situação agravou-se no fim do século XIX e princípio cio século XX. com a invenção da agulha hipodérmica. Km 1803, um jovem farmacêutico alemão isolou um alcalóide do ópio, a que chamou morfina, em memória de Morfeu, o deus grego cio sono. Depois obtiveram-se outros alcalóides c derivados semi-sintéticos como a diacetilmorfina ou heroína. A generalização do uso destes derivados do ópio com Uns não medicinais deu lugar a uma autêntica doença social: o hábito de ;is pessoas se drogarem por opiáceos. Km iodo o mundo, centenas de milhares eh- dependentes da he164
© Para bochechos, podem-se adicionar até 6 ou 8 cápsulas por litro, na mesma decocção que para o uso interno.
Precauções Não ultrapassar as doses indicadas. Não a ingerir juntamente com nenhum tipo de bebida alcoólica, pois isto faz aumentar os seus efeitos tóxicos.
Outros nomes: papoila-branca, papoila-da•india. Brás. papoula. Esp.: dormidera, amapola, amapola blanca. Fr.: pavot. Ing.: opium poppy. Habitat: Originária dos paises do Médio Oriente. cultiva-se como planta medicinal na Turquia, no Irão. na China, no Sudeste Asiático e por todo o sul da Europa. Tem sido usada como planta ornamental em alguns jardins de paises quentes da Europa e da América. Pode-se encontrar como planta silvestre perto dos campos cultivados. Descrição: Planta anual da família das Papaveráceas. de aspecto variável, com caule rígido e oco de até um metro de altura. As folhas são grandes, dentadas. sem peciolo. abraçando o caule pela sua base. As flores são também grandes. com quatro pétalas de cor branca, púrpura ou lilás, com uma mancha escura na sua base. O fruto é uma cápsula parcialmente achatada que contém numerosas semenles. Partes utilizadas: as cápsulas, o seu látex, e as sementes.
CH3 ™ SI mm CH2 mm CH
OH
OH Fórmula química da m o r f i n a , o mais a b u n dante e importante dos 24 alcalóides q u e se encontram no ópio. Tem uma potente acção analgésica, estupefaciente e narcótica. O seu grande inconveniente é a grande capacidade que tem de gerar dependência física.
roína sofrem os graves efeitos tóxicos destas substâncias, depois de terem procurado nelas o que acreditavam que seria um prazer. Já o havia dito Andrés de Laguna, médico espanhol do século XVI: «O ópio é um veneno saboroso.» Tudo isto não impede que o ópio e os seus derivados, utilizados como medicamento sob vigilância médica, possam prestar um inigualável serviço à humanidade. Acalmam as dores incuráveis e tornam suportável a vida de muitos doentes de cancro, atacados por dores lancinantes. Além disso, são fármacos insubstituíveis na anestesia geral, sem os quais muitas intervenções cirúrgicas seriam impossíveis de realizar.
O ópio é o látex q u e mana das cápsulas ou frutos desta bela flor, a dormideira. A morfina e outros alcalóides que se obtêm do ópio podem aliviar a dor, ou causar muito sofrimento (toxicodependência), conforme o uso que se lhes der.
Quando se pratica um fino corte na cápsula verde de uma dormideira, brota um sumo leitoso: o LÁTEX. Deixando-se secar ao ar, transforma-se numa massa gomosa de cor escura: o ópio. Cerca de 25% do peso do ópio é formado por alcalóides (24 diferentes), que se dividem em dois tipos segundo a sua estrutura química:
antitússica, a tebaína, de acção relaxante; e outros.
/ Derivados do fenantreno: morfina (o mais abundante), de acentuada acção analgésica; a codeína, de acção
Os efeitos do ÓPIO são a soma dos que são próprios de cada um dos alcalóides que o compõem, embora
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
/ Derivados da isoquinoleína: a papaverina e a noscapina, de acção antiespasmódica, entre outros.
predominem os da morfina, por ser o mais abundante. São estes os mais importantes: • Analgesia: No paciente atormentado pela dor, mal-estar ou preocupação, produz um alívio completo da dor, seguido de sonolência e obnubilação mental (narcosc). Sydenham, famoso médico inglês do século XVII, disse 165
«M.
V
Dormideira-brava
Na Península Ibérica cria-se como espécie autóctone a dormideira-brava' (Papaver setigerum D.C.), de propriedades semelhantes à Papaver somniferum L, embora apresente uma percentagem menor de princípios activos do que esta última. Ocasionalmente também tem sido cultivada, tanto em Espanha como em França, para aproveitar as suas propriedades medicinais. ' Esp.: dormidera silvestre.
Os derivados da morfina, obtida do ópio que se extrai da dormideira, desempenham um papel fundamental na prática cirúrgica. Graças a estes derivados consegue-se a anestesia geral, que permite levar a cabo numerosas intervenções.
que «entre os remédios mais valiosos que aprouve a Deus Todo-poderoso dar ao homem para aliviar os seus sofrimentos, nenhum é ião universal nem ião eficaz tomo o ópio». No entanto, na actualidade, a potência analgésica do ópio foi suplantada pela dos seus derivados semi-sintéticos. O grande inconveniente do ópio e dos seus alcalóides reside na sua grande capacidade de produzir dependência física. Depois de algumas doses, o doente precisa dele de forma imperiosa, e não encontra nenhuma outra substância ou calmante que o substitua. Daí que tenha de ser usado com extrema prudência e sempre por curtos períodos de tempo, excepto no caso de doenças terminais.
que contém, uma respiração lenia e superficial, pela acção sobre os centros respiratórios do tronco cerebral. Doses elevadas produzem a morte por paragem respiratória.
Quando se administra ópio a uma pessoa sã, provoca uma sensação de euforia exagerada, que pode ser seguida por outra de dísforia (ansiedade, tristeza e temor), de náuseas ou de vómitos. Logo se manifestam também os sintomas de dependência física. Confessava um ex-toxicodependente: "Primeiro toma-se para se estar melhor. Depois tem de se tomar para não se estar mal.»
• Aplicada localmente em bochechos, a infusão de cápsulas de dormideira pode acalmar as dores de cientes IO).
• Depressão respiratória: O ópio produz, devido especialmente à morfina 166
• Efeito antidiarreico: O ópio diminui as secreções digestivas e torna mais lentos os movimentos peristálticos do intestino. Por isso se tem usado amplamente contra diarreias e disenterias. Actualmente dispõe-sc de outros tratamentos menos tóxicos. As CÁPSULAS maduras da dormideira (as verdes apresentam uma maior proporção de alcalóides tóxicos) podem empregar-se: • (lomo analgésico em dores rebeldes IO).
• domo sedativo, em casos de- insónia rebelde IO). K preciso recordar que a dormideira não cura a causa da dor nem da insónia, que deverá proc urar-se e traia r-se. A toxicidade e o perigo de dependência da dormideira aumentam ã medida que se purifica:
/ ( ) ópio é mais perigoso do que as cápsulas da plaina. / Os alcalóides extraídos do ópio (a morfina, por exemplo) são mais tóxicos cio que o ópio completo. / Os alcalóides semi-sintéticos (heroína ou diacetilmorfina, por exemplo), obtidos, por processos químicos, a partir dos alcalóides naturais do ópio, apresentam uma maior toxicidade e capacidade de criar dependência. Daí que o ópio, e naturalmente os seus alcalóides, só possam ser usados por prescrição médica c. segundo a legislação da maioria dos países, com uma receita especial. Das SEMENTES da dormideira, ol> lém-se um óleo 101 que contém uma boa percentagem de lecitina, substância muito rica em fósforo, útil para reduzir o nível de colesterol no sangue e fortalecer o sistema nervoso. O óleo de dormideira acha-se completamente isento de alcalóides estupefacientes, e portanto pode-se utilizai" como óleo culinário de grande valor dietético. As sementes também se empregam em pastelaria e no fabrico de
pão.
Passiflora IncamataL
Passiflora Uma planta americana contra o stress
E
STA planta chamou a atenção
dos e u r o p e u s q u e viajaram até ao Novo M u n d o , os quais julgaram ver, nos diversos órgãos das suas
lindas flores, os instrumentos utilizados na paixão de Cristo: o azorrague, os cravos e o martelo. A passiflora foi introduzida na Europa e cultivada como planta o r n a m e n t a l , até q u e , nos fins do século XIX, se descobriu q u e tinha um a c e n t u a d o efeito sedativo sobre o sistema nervoso. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS FLO-
RES e as FOLHAS da passiflora c o n t ê m p e q u e n a s q u a n t i d a d e s d e alcalóides indólicos, ílavonóides, diversos esteróis e pectina. Não se sabe b e m a qual destas substâncias se deve a sua acção sedativa, antiespasmódica e soporífera, sendo mais provável q u e se deva à c o m b i n a ç ã o de todas elas. As suas principais indicações são: • Ansiedade, nervosismo, stress 101: a passiflora actua c o m o um ansiolítico suave, sem risco de d e p e n d ê n c i a ou viciação. É a planta ideal para os q u e se e n c o n t r a m s u b m e t i d o s a tensão nervosa. O Dicionário das plantas que curam, de I.arousse. diz: «Um presente q u e nos vem do antigo império dos
Astecas, a passiflora parece ser a planta de que a nossa civilização mais necessita.»
Outros nomes: martírio, flor-da-paixão, maracujazeiro, maracujá, maracujá-azul. Esp.: pasionaría, pasiflora, granadilla. Fr.: passiflore. fleurda la passion. Ing.: passion flower, maypop. Habitat: Originária do sui dos Estados Unidos e do México. Encontra-se amplamente difundida pelas regiões tropicais da América Central e do Sul, sobretudo pelas Antilhas e Brasil. Dáse em terrenos secos e abrigados. Naturalizada nos países mediterrâneos do sut da Europa. Descrição: Planta trepadeira de caules lenhosos, da família das Passifloráceas, cujas flores brancas ou avermelhadas se evidenciam pela sua grande beleza. As folhas estão divididas em três lóbulos. O fruto é ovóide, carnudo, de cor alaranjada e com sementes negras. Partes utilizadas: As flores, as folhas e os frutos.
-O?
Preparação e emprego
USO INTERNO
O Infusão: A forma mais conveniente de tomar a passiflora é a infusão de flores e folhas. Prepara-se com 20-30 g por litro de água, e deixa-se infundir durante 2 ou 3 minutos. Convém ingerir 2 ou 3 chávenas diárias, podendo ser adoçadas com mel, e mais uma antes de deitar, no caso de insónia. €) Nas curas de desabituação do álcool ou das drogas, administram-se infusões mais concentradas (até 100 g por litro), adoçadas com mel. A dose é regulada segundo as necessidades do doente.
16
«Mj
• Insónia IOI: Causa uni s o n o natural, sem que se produza depressão ou sonolência ao despertar. Devido à sua falta de t o x i c i d a d e , p o d e ser a d m i nistrada às crianças. • D o r e s e e s p a s m o s d i v e r s o s IOI: A passiflora descontraí os órgãos abdominais ocos, cuja c o n t r a c ç ã o causa d o r de lipo e s p a s m ó d i c o , ou cólica: e s t ô m a g o , i n t e s t i n o (cólica intestinal), vesícula e vias biliares (cólica biliar), vias u r i n á r i a s (cólica r e n a l ) e ú t e r o ( d i s m e n o r r e i a ) . Na prática, o seu uso é indicado ein q u a l q u e r tipo de dor, incluindo as nevralgias.
yr
No Brasil e nas Antilhas existe esta espécie de Passiflora, o maracujá-roxo* {Passiflora eóulisSims. = Passiflora laurifoiia F. Vil'.), deflores avermelhadas, que também é conhecida como maracujá-mirim. Esta é a espécie do género Passiflora mais conhecida nas Américas. O maracujá-roxo dá um fruto doce e um pouco ácido, de sabor autenticamente "tropical", com cuja polpa gelatinosa se preparam deliciosos refrescos. 0 óleo das suas sementes é comestível. Esta espécie não se considera propriamente uma planta medicinal. ' Esp.: granadilla.
• Epilepsia IOI: C o m o tratamento complementar, a passiflora p e r m i t e diminuir a frequência e a intensidade das crises epilépticas. • Alcoolismo e dependência de drogas 101: Têm-sc Feito interessantes experiências, a d m i n i s t r a n d o passiflora (Imante os primeiros dias da cura de desabituação do álcool, da h e r o í n a e de outras drogas. Esta planta permite q u e o s í n d r o m a de abstinência seja mais b e m tolerado e c o m m e n o r repercussão física sobre o organismo. A sua acção sedativa faz q u e o alcoólico ou o t o x i c o d e p e n d e n t e s u p o r t e melhor o desejo de consumir a droga, e possa v e n c e r a a n s i e d a d e c a u s a d a pela falta da mesma. Nestes casos, é necessária a vigilância médica. Os FRUTOS da passiflora (os maracujás) são ricos em provitamina A. vitamina C e ácidos orgânicos. São refrescantes e tonificantes. R e c o m e n dam-se no caso de e s g o t a m e n t o físico e na convalescença de d o e n ç a s febris ou infecciosas.
As pirâmides maias de Palenque, no estado mexicano de Chiapas, são um dos restos mais bem conservados desta civilização. Tanto os Maias como os Astecas conheciam e utilizavam as belas flores da passionária, cujos efeitos sedativos sobre o sistema nervoso não foram descobertos na Europa antes do século XIX.
168
Maracujá-roxo
Tilia europaea L
Tília Acalma os nervos, protege o coração... e muito mais
A
Ú
Outros nomes: Esp.: tilo, tila, tilia, tillera. Fr.: lilleul, til, tillet. Ing.: linden. Habitat: Difundida, tanto em estado silvestre como cultivada, por zonas montanhosas da Europa continental, Córsega, e região do Cáucaso. Muito cultivada em Portugal. Na América também existem diversas espécies de tílias.
S TÍLIAS são árvores majestosas que vivem vários séculos, e que parecera convidar-nos a
uma vida sossegada e serena, como a que elas mesmas têm. Nos países do
centro e do noite da Europa, a tília simboliza a unidade familiar e a paz doméstica. O emprego da popular tília (infusão de flores) como sedativo remonta ao Renascimento, e é hoje um dos remédios vegetais mais utilizados. flores da tília contêm uma essência a r o máttca rica em magnésio, com propriedades sedativas, antiespasmódicas e vasodilatadoras; mucilagens e pequenas quantidades de tanino, que as tornam emolientes e anli-inflamatórias; e glicósidos ílavonóides, que as tornam suavemente diuréticas e sudoríficas.
Descrição: Arvore grande, de até 20 m de altura, muito ramificada na copa, da família das Tiliáceas. De folhas caducas, dentadas, com forma de coração e assimétricas na base. As flores são esbranquiçadas ou amareladas e exalam um aroma agradável. Partes utilizadas: As inflorescências jovens e a casca da árvore.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS
O CÓRTEX (casca) contém polifenóis e cumarinas, que lhe conferem propriedades coleréticas (aumentam a secreção de bílis), antiespasmódicas (especialmente activa sobre a vesícula biliar) hipotensoras e dilatadoras das artérias coronárias. As suas aplicações são muito variadas, mas todas elas giram em torno dos seus efeitos sedantes e relaxantes: • Afecções do sistema nervoso !©,©,©!: Pela essência que contém, a llor de tília é muito útil nos casos de
XJ
Preparação e emprego
USO INTERNO O Infusão de flores: 20-40 g por litro de água. Ingerem-se cada dia 3-4 chávenas bem quentes; uma delas sempre antes de deitar. A tilia pode-se adoçar com mel. © Decocção de casca: 30 g por litro de água durante 10 ou 15 minutos. Pode-se misturar com a infusão de flores, para obter um efeito mais completo. © Extracto fluido: A dose costuma ser de umas 20-40 gotas, três vezes ao dia, com uma quarta toma à noite antes de deitar.
USO EXTERNO O Banho de flores de tília: Prepara-se com 300-500 g de flores postas em infusão com 1-2 litros de água, que se acrescentam à água do banho quente, imediatamente antes de o tomar. ©Compressas: Quer seja para afecções da pele quer para beleza, embebem-se compressas numa infusão de 100 g de flores de tília por litro de água, que se mudam cada 5 minutos. Aplicam-se diariamente duas ou três vezes.
T
o
Banhos de vapor
Os banhos de vapor (foto da direita) são recomendados como tratamento de beleza facial. Para isso ferve-se uma caçarola de água e, logo que se tire do lume, junta-se-lhe um punhado de flores de tília. 0 vapor que sai aplica-se directamente sobre o rosto. Fazer dois banhos por dia.
excitação nervosa, angustia e ansiedade. • Insónia (O.0.01: A tília loina-se muito eficaz nos casos de insónia, pois provoca um sono natural. Ao contrário da maior parte dos hipnóticos e sedativos Sintéticos, a infusão de tília não produz sonolência ou entorpecimento na manhã seguinte, e não gera dependência. No entanto há que ler presente que, como tratamento suave e nada agressivo que é, a tília actua lentamente, e os seus efeitos podem tardar vários dias para se manifestar. Os banhos com água quente a que se junta infusão de flores de tília lOl, têm um notável efeito tranquilizante e relaxante, e reforçam a acção da planta tomada por via oral em tisanas. Dão resultados espectaculares em caso de insónia rebelde. • Crianças nervosas ou que têm dificuldade em dormir IO,0,01: Recomenda-se também o uso da tília em pediatria, por não ter efeitos secundários ou indesejáveis. Convém às crianças hiperactivas ou irritáveis. Deve administrar-se durante vários dias ou semanas para que a sua acção se desenvolva. • Afecções respiratórias 101: Pelo seu conteúdo em mucilagens de acção emoliente, e pelo seu efeito antiespasmódico, a flor de tília é indicada nos catarros brônquicos, bronquites, asma, gripe e tosse rebelde das crianças. Pode-sejuntar um pouco de casea para um eleito mais intenso. 170
Os banhos de vapor com flores de tília suavizam e embelezam a pele. Para obter um efeito relaxante, acrescenta-se essa mesma infusão a água do banho, e toma-se um banho completo antes de deitar. O banho de flores de tilia dá muito bom resultado em caso de insónia ou nervosismo.
<*M.
Diversas tílias
Conhecem-se várias espécies de tília em todo o mundo. Todas, excepto a última que mencionamos, têm as mesmas propriedades medicinais: • Til ia-vu Igar (Tília platyphyllos Scopoli)*, uma tília de folhas grandes, a que em Espanha também se chama tília da Holanda. • Tília-de-folha-pequena {Tília cordata Miller)", que floresce 2 a 3 semanas antes da tília vulgar. • Tília-híbrida (Tília europaea L)***, resultado de hibridação entre as duas espécies citadas anteriormente, e que é a mais usada em fitoterapia. • Tília-americana (Tília americana L)."" • Tília-prateada (Tília tomentosa Moench. = Tilia argêntea L),***** uma árvore ornamental, que tem as folhas brancas pela face inferior. Não se utiliza em fitoterapia.
As flores da tília agrupam-se em inflorescências, que são conjuntos de flores com um pedúnculo comum. Juntamente com a casca, são a parte medicinal mais apreciada da tília. A acção medicinal da tília abrange o sistema nervoso, os aparelhos respiratório, cardiovascular e digestivo, assim como a pele.
• Esp.: tilo común, tilo blanco, tejo blanco, tilo de hoja grande. " Esp.: tilo de hoja pequena, teja, tillera, esquiya. *** Esp.: tilo, tillera. **** Esp.: tilo americano. ***** Esp.: tilo plateado.
modo, actua favoravelmente na prevenção do infarto do miocárdio e da trombose. Os pletóricos, os cardíacos, os que sofrem de hipertensão arterial, os que têm predisposição para arteriosclerose, para o infarto e, em geral, para as afecções circulatórias, beneficiam especialmente do consumo da flor e da casca de tília.
• Afecções cardíacas e circulatórias (0,0.01: Tanto a flor como a casca da tília têm um efeito vasodilatador e suavemente hipotensor. Actuam especialmente sobre as artérias coronárias. Estão muito indicadas no caso de angina de peito e de arritmias, que costumam afectar as pessoas com temperamento nervoso ou submetidas a stress, com o que obterão um duplo benefício.
• Enxaquecas (€>): A tília (especialmente a casca) tem-se revelado muito útil no tratamento da enxaqueca (dor de cabeça lancinante devida a espasmos arteriais), tão difícil de tratar por meios químicos. A sua acção é mais preventiva, pelo que se deve tomar de forma sistemática, e não apenas quando se apresenta o ataque.
Ultimamente descobriu-se que a tília (flor e casca da árvore) diminui a viscosidade do sangue, com o que este circula com maior fluidez. Deste
• Afecções digestivas {01: Pela sua acção colerética e anti espasmódica sobre a vesícula biliar, a tília, especialmente a flor, convém aos que sofrem
de cálculos biliares ou de transtornos no funcionamento da vesícula biliar (disquinesias). Facilita a expulsão dos pequenos cálculos da vesícula biliar (areias na bílis). Ajuda a uma melhor digestão em caso de dispepsia biliar, intolerância às gorduras, flatulência ou distensão abdominal após as refeições. •Afecções da pele 10): Aplicada externamente, a tília apresenta uma notável acção emoliente (ami-inflamatória e suavizante) sobre a pele. E indicada em caso de queimaduras, eczemas, furúnculos e irritações de origem diversa. • Beleza e cosmética: Torna-se de grande utilidade para combater os efeitos do vento, do frio ou do sol sobre a pele (pele seca, queimaduras solares). Usa-se em cosmética para dar suavidade e beleza à pele. O banho de vapor com tília abre os poros e limpa
a pele.
Valeriana offlcinalis L
Valeriana Acalma os nervos e faz baixar a tensão arterial
A
VALERIANA produz efeitos bastante diferentes, segundo actuo sobre os seres humanos ou sobre os animais. Aos primeiros proporciona um notável efeito sedativo, enquanto aos segundos estimula Fortemente. Assim, por exemplo, os gatos ficam eufóricos quando cheiram a planta, e esfregam-se contra ela com grande deleite. Por outro lado, o aroma da valeriana, que se intensifica com a secagem da planta, não tem para os humanos nenhum atractivo especial, pois lembra o cheiro do suor dos pés. Questão de gostos...
a Preparação e emprego
USO INTERNO O Infusão: 15-20 g de raiz triturada por Mro de água, de que se tomam até 5 chávenas diárias, adoçadas com mel, se se desejar. No caso de insónia, tomar uma chávena, entre meia e uma hora antes de ir dormir. © M a c e r a ç ã o : 100 g de raiz num litro de água quente. Deixar repousar durante 12 horas. Ingerem-se 3-4 chávenas por dia. €) Pó de raiz: Administra-se um grama, 3-4 vezes ao dia. USO EXTERNO O Compressas de uma decocção de 50-100 g de raiz seca, fervida num litro de água durante 10 minutos. Aplicam-se quentes sobre a zona dorida. © Banhos de água quente, de acção sedativa, [untando um ou dois litros de uma decocção de valeriana igual àquela que se prepara para as compressas.
A valeriana usa-se em terapêutica desde o Renascimento, quando se descobriu a sua propriedade de evitar os ataques epilépticos. A cepa e as raízes da valeriana contêm cerca de 1 % de um óleo essencial com numerosos componentes (terpeno.s, ésteres de bornilo, etc.) e de 1 % a 5% de valepotrialos, que são triésteres do ácido valei iânico. O óleo essencial tem acção anti espasmódica, e os valepotrialos, acção sedante. No entanto, o eleito terapêutico da valeriana deve-sc à acção combinada de todos os seus componentes, e não a algum em particular, como alvas acontece com muita frequência em fitoterapia. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
A valeriana tem efeitos tranquilizantes, sedalivos, soporíferos (favorece o sono), analgésicos (acalma a dor), antiespasmódicos e anticonvulsivos. Produz uma sedação de todo 0 172
Outros nomes: valeriana-menor, valeriana-silvestre, valeriana-selvagem, erva-dos-gatos. Esp.: valeriana, valeriana oficinal, hierba de los gatos. Fr.: valériane, herbe aux chats. Ing.: ffragrantj valerian, English valerian. Habitat: Cresce nas orlas dos bosques, prados húmidos e margens dos rios da Europa, para desaparecer na região mediterrânea. Naturalizada na América do Norte e na região mais meridional do continente americano. Descrição: Pianta herbácea da família das Valerianáceas, com caules erectos e estriados, que atingem de 0,5 a 2 m de altura. As flores são pequenas, de cor rosada, e agrupam-se em ramalhetes terminais. Partes utilizadas: a raiz e o rizoma.
A valeriana tem um notável efeito equilibrador sobre o sistema nervoso vegetativo, quer seja ingerida em tisana quer usada em banhos medicinais. Torna-se muito útil em caso de doenças psicossomáticas, nervosismo ou stress.
sistema nervoso central e vegetativo, diminuindo a ansiedade. Também diminui a pressão arterial. A sua acção é semelhante à dos fármacos tranquilizantes maiores ou neurolépticos (fenotiazinas e derivados), mas não tem nenhum dos correspondentes efeitos tóxicos destes. As indicações da valeriana são as seguintes:
• Distonias neurovegetatívas IO,©,0I: ansiedade, neurose de angústia, neurastenia ou irritabilidade, dores de cabeça, palpitações, arritmias, hipertensão arterial essencial (que não tem causa orgânica), tremores, neurose gástrica (nervos no estômago), cólon irritável, e outras doenças psicossomáticas. • Depressão nervosa e esgotamento IO 0,01: • Insónia IO.©,©1: Pela sua acção soporífera, dá muito bons resultados se a infusão se combinar com um banho 101 da mesma planta antes de deitar.
Fórmula química do valepotriato mais i m p o r t a n t e da valeriana, responsável pela sua acção sedativa.
• Epilepsia IO.0.01: Tomada regularmente, previne o aparecimento dos ataques epilépticos. Não substitui a medicação antiepiléptica, se bem que
pode ajudar a reduzir a dose da mesma. • Asma IO.0.01: Do mesmo modo que no caso da epilepsia, é mais eficaz na prevenção do que no tratamento do ataque agudo. A sua acção antiespasmóclica e sedativa evita o espasmo dos brônquios que, juntamente com o edema da mucosa, é um dos factores causadores da asma. • Dores IO,©,©): Pelo seu efeito analgésico torna-se útil para aliviar as dores ciáticas e reumáticas. Além disso, também actua externamente (91. Daí que se aplique localmente para aliviar a dor em caso de contusões, lombalgias, ciática, distensões musculares e dores reumáticas. 173
Verbena offtcinalis L.
Verbena Alivia as enxaquecas e as nevralgias
Usar a planta fresca, sempre que seja possível, pois o seu princípio activo, a verbenalina, vai-se degradando paulatinamente com a secagem. USO INTERNO
O
T E M P L O d e Júpiter, n o Olimp o , era purificado c o m água-de-verbena, pois esta planta era considerada u m a panaceia, capa/, de livrar de todos os males. D u r a n t e a Idade Média, foi usada pelos encantadores e adivinhos, c o m o erva mágica. Antigamente era r e c o m e n d a d a c o m o afrodisíaca ( « a c e n d e os a m o r e s apagados»), e é possível q u e o seja até certo p o n t o , / a c t u a l m e n t e já p o d e m o s c o n h e c e r as suas p r o p r i e d a d e s e verdadeiras aplicações.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Con-
tém verbenalina, um glicósido q u e actua sobre o sistema nervoso vegetativo, especialmente sobre o parassimpático, e x e r c e n d o u m a acção sedativa, antiespasmódica, analgésica, digestiva e anti-inflamatória. Contém também tanino e mucilagem, q u e a fazem adstringen-
Verbena-azul
No continente americano existe uma espécie similar à verbena oficinal, conhecida como verbena-azul ou americana {Verbena hastata)*. A composição e as propriedades de ambas são semelhantes. A verbena-azul é tradicionalmente usada como sedativa, como antigripal e como anticatarral, especialmente quando há afecção das vias respiratórias. * Esp.: verbena azul. verbena americana.
174
O Infusão: 15-20 g por litro de água. Ingerem-se 2 ou 4 chávenas por dia. © Decocção: 20 g por litro, durante 10 minutos. Dose igual à da infusão. USO EXTERNO ©Gargarejos: a mesma infusão ou decocção, mas mais concentrada (40-50 g por litro). O Inalações: Executam-se respirando directamente os vapores de uma decocção de verbena quente. ©Compressas quentes: Fazem-se com a infusão ou decocção concentrada e aplicam-se sobre as correspondentes zonas doridas. O Cataplasmas: A planta cozida, ou passada pela frigideira (refogada), e envolvida num lenço de algodão.
Outros nomes: gerbão, girbào. gervão, gerivão, algebão, algebrão. urgebão. ulgebrão, algebrado. erva-sagrada. Brasil: verbena-sagrada. erva-do-figado. Esp.: verbena, verbena macho, hierba de todos los males. Fr.: verveine [officinale], herbe sacrée. Ing.: [European] vervain. holyherb. Habitat: Bermas dos caminhos, terrenos incultos e ribanceiras de toda a Europa. Naturalizada no continente americano. Descrição: Planta vivaz da família das Verbenáceas. de até um metro de altura, com caules quadrangulares erectos e flores pequenas, cor de malva, que crescem em espigas terminais. Sabor amargo. Partes utilizadas: a planta dorida, quanto mais fresca melhor.
As inalações com os vapores de uma decocção de verbena sáo muito úteis em caso de sinusite.
te e emoliente. Por isso as suas aplicações são: • Enxaquecas IO.0I: A sua acção antiespasinódica sobre o sistema arterial evita que se produzam as crises cie dor de cabeça, ou pelo menos diminui a sua intensidade. O tratamento destas afecções é muito difícil e obiêm-se melhores resultados combinanclo-a com outras plantas. A verbena é isenta dos importantes eleitos secundários dos fármacos derivados da ergotamina. que habitualmente se empregam para tratar as crises de enxaqueca. • Dores reumáticas, nevralgias, ciática: Aplica-sc tanto em uso interno (infusão IOI ou decocção IOI), como externo (compressas l©l ou cataplasmas 101). • Transtornos digestivos: A sua acção eupéptica favorece a digestão. Pode-se usar contra as diarreias e cólicas intestinais, devido às suas propriedades adstringentes. • Descongestiona o fígado IO,91: Fa-
vorece a secreção da bílis (acção colerética), pelo que se recomenda para as hepatopatias (doenças do fígado). A sua acção antiespasmódica também se torna muito útil em caso de cálculos biliares. • Diurética IO,©l: Devido a ser ligeiramente diurética, administra-se em caso de cólica renal para acalmar a dor e ajudar a eliminar as pedras. Pela mesma razão se prescreve para o tratamento da obesidade e da celulite. • Afecções da garganta IOI: Muito recomendável em diversas afecções das vias respiratórias superiores, como faringite, amigdalite e laringite, e inflamações da garganta cm geral. Aplica-se em gargarejos e em cataplasmas 101. e também em infusão IOI. • Sinusite: Kmprcga-sc para o tratamento desta incómoda perturbação, graças à sua acção anti-inflamatória e adstringente. Aplica-se tanto por via oral IOI como em inalações IOI e em compressas quentes sobre o rosto 101
A verbena é m u i t o eficaz em t o d o o tipo de dores de cabeça, tanto ingerida por via oral, como nas suas diversas aplicações externas.
PLANTAS EXCITANTES l
UIÁRIO DO CAPÍTULO Alternativas no café Alternativas ao chá
177 777
PLANTAS Cafeeiro Coca Lobelia Mate Tabaco Chá
A nicotina do tabaco produz uma estimulação ou excitação transitória, seguida de uma depressão, sobre as funções do sistema nervoso centrai e vegetativo. O resultado do seu uso traduz-se num desequilíbrio irritativo do sistema nervoso.
178 180 183 182 183 185
E
POSSÍVEL que algumas pessoas se surpreendam tom o lado de se incluíram plantas de acção excilante sobre o sistema nervoso,
normalmente qualificadas como drogas, numa obra sobre plantas medicinais.
Km primeira lugar, acreditamos que, por se tratar de plantas cujo uso e abuso se encontra, infelizmente, bastante espalhado na moderna cultura competitiva, convém conhecer bem a sua composição, as suas propriedades e os seus eleitos sobre o organismo. Além disso, de um ponto de vista estritamente farmacológico, não se pode negar que algumas destas plantas excitantes, ou os seus princípios activos, podem proporcionar uma certa acção terapêutica. E este o caso do chá e do mate, por exemplo» e em menor medida também do cale e das folhas de coca no sen estado natural, que podem aliviai" determinadas afecções, na falta cie outros remédios mais seguros e eficazes. Pelo contrário, no caso do tabaco, as muitas investigações realizadas em torno dele, procurando encontrar alguma virtude inquestionável de aplicação medicinal, não têm dado resultado. Convém, pois, que quem se interessa pela fitoterapia conheça os efeitos destas plantas, já que, apesar de na sua maioria serem nocivos, em determinados casos muito concretos podem contribuir para aliviai CHI resolver provisoriamente uma doença; tendo presente que o seu uso não se torna indispensável em nenhum caso. e que sempre será possível encontrar outro
remédio alternativo com menos efeitos indesejáveis.
176
A SAÚDE P E L A S P L A N T A S M E D I C I N A I S 2 " Parte:
D e s c r i ç ã o
Uso
Doença
Planta
ALTERNATIVAS AO CAFÉ
CARVALHO
208 Adstringente, nutritivo
Infusão de bolotas torradas e moídas
As infusões destas plantas são isentas de cafeína e têm um aroma agradável, além de propriedades medicinais.
DENTE-DE-LEAO
oq 7 Aperitivo.Melhora as funções da vesícula biliar e o fígado
Infusão de raízes torradas
rnWK« fl omcomA
AAO Digestiva, melhora a digestão,
Infusão de raízes secas, torradas e moídas Infusão de sementes torradas e moídas
191 Útil em catarros bronquiais
Decocçâo de casca e/ou folhas
FEDEGOSO
ALTERNATIVAS AO CHÁ Estas plantas substituem com vantagem o clássico chá, pois, além de serem aromáticas e medicinais, são isentas de cafeína ou teina. Muitas outras infusões de plantas podem substituir o chá: por exemplo, as de hortelã-pimenta com orégãos, ou a de erva-cidreira com camomila.
CHÁ-DE-NOVA-JERSEY VIOLETA
Pág. Acção
?..
Fluidifica as secreções bronquiais e acalma a tosse. Aromática.
Infusão de flores
DRIAS
451 Aperitiva e digestiva
Infusão de folhas
JASÓNIA
456 Digestiva e tonificante
Infusão
TOMILHO
7fiQ Tonificante, estimula as faculdades /Dy intelectuais
Infusão concentrada
Os problemas do uso continuado O uso continuado ou regular de qualquer destas plantas excitantes acarreia numerosos problemas para a saúde, perfeitamente identificados e demonstrados. Ne» caso das plainas que contêm cafeína, como o caro, o chá e o mate. produz-se o chamado síndroma da cafeína, ou também cafeísmo ou teísmo, caracterizado pelos seguintes sintomas: • alterações no ritmo normal vigília-sono, • irritabilidade nervosa, • aumento da frequência do pulso c arritmias (transtornos n<> ritmo normal do coração), • gastrite e colite crónicas. No caso das plainas que contêm os alcalóides nicotina ou cocaína, como o tabaco ou a coca, as consequências do seu uso habitual são mais graves e evidentes, especialmente no caso da coca. A deterioração de certas funções orgânicas, como as do sistema nervoso e cardiovascular, é progressiva, inevitável e. na maior parte dos casos, irreversível. A atrofia cerebral dos dependentes fia cocaína, ou a bronquite crónica dos fumadores, são um exemplo disso. Procurando alternativas saudáveis As plantas excitantes que descrevemos nas páginas seguintes têm iodas elas a capacidade di' produzir dependência, ou
^t^
M1
•^^ ^ f
.^^» M
Com as raízes tostadas do dente-de-leão, misturadas com as da chicória se se desejar, pode preparar-se um substituto do café, de agradável aroma e muito saudável.
y
WiL.
*v\«
seja, a necessidade dç continuar a tomá-las. Como acontece com outras drogas, a princípio a pessoa toma-as para se sentir melhor, e depois tem de as tomar para não se sentir mal. Por isso, cremos que é preferível substituir o seu consumo pelo de outras plainas que não gerem dependência, que proporcionem um estímulo suave e fisiológico, sem riscos tóxicos, e cujo consumo seja igualmente agradável. Além das alternativas ao cale e ao chá que se indicam nesta página, convém ter em conta as plantas tonificantes que se recomendam para o esgotamento e a astenia (pág. 1-10).
1/
Coffea arábica L
.
Cafeeiro Preparação e emprego Excita, mas não alimenta USO INTERNO
O Infusão dos grãos verdes ou torrados.
N
O SÉCULO XVI. os Árabes difundiram .i infusão do cair. Actualmente consoini-m-.se, só nos Estados Unidos, mais de um milhão de toneladas de grãos de café por ano. O café em verde, como é produzido pelo cafeeiro, é submetido a um processo de Fermentação e torrefacção antes de ser usado. O consumo habitual de café produz dependência física e psíquica (necessidade de continuara consumi-lo) e efeitos tóxicos, pelo que é considerado uma droga. A semelhança do que se passa com outras drogas, como por exemplo o ópio, o seu princípio activo (a cafeína) pode ser útil para o tratamento de certas doenças num dado momento. No entanto, o seu consumo habitual provoca dependência c, em muitos casos, diversos problemas de saúde. PROFRÍEDADES E INDICAÇÕES: O componente activo mais importante do café é o alcalóide trimedlxantina, ou cafeína, que constitui 1% a 2% do grão. Contém também um óleo essencial, que lhe dá o seu aroma típico, de acção irritante sobre o tubo digestivo; ácidos cafeico e clorogénico, de efeito diurético; e diversas substancias gordas e nilrogenadas, que se oxidam e perdem as suas qualidades naturais durante o processo de fermentação e torreíàcçáo do grão de café. A cafeína é um alcalóide do grupo das xanúnas, muito semelhante quimicamente à purína e ao ácido úrico, e responsável pela maior parte dos efeitos do café, que são os seguintes: 178
Outros nomes: cafeeiro-comum. cafezeiro, café. Esp.: caíelo, café común. Fr.; cateter,
caie. Ing.: [common] coffee tree.
&
Habitat: Originário da Etiópia e do Sudão, onde ainda cresce espontaneamente. Muito cultivado nas regiões tropicais e subtropicais da América e da África, onde se criam múltiplas espécies do género Coffea. Descrição: Arbusto ou árvore da família das Rubiáceas, que pode atingir até cinco metros de altura. As flores são brancas. Os frutos são drupas vermelhas com duas sementes: os grãos de café. Partes utilizadas: as sementes.
Precauções O café não se deve usar de forma continuada, nem sequer como medicamento, pois, pelo seu conteúdo em cafeína, cria dependência (necessidade de continuara tomá-lo) e tolerância (necessidade de aumentar a dose), como acontece com qualquer outra droga. Usado como medicamento, não se deveriam tomar mais de duas ou três chávenas por dia. O uso do café está formalmente contra-indicado nos seguintes casos: úlcera gastroduodenal, gastrite, pirose (acidez do estômago), colite, nervosismo, hipertensão, cardiopatias, arritmias, gota, gravidez (diminui o crescimento do feto) e lactação (a cafeína passa para o leite materno).
H3C - N 1
o~c
1
H3C-N
-c =o 1
C -N II
- c -/v
Fórmula química da cafeína ou trimetilxantina, alcalóide principal do grão de café.
-C -N-C=0 H3C-N
1
o=c H3C
1 -N
1 C II
-c
D u r a n t e o processo de torrefacção, as sementes do cafeeiro sofrem um processo de oxidação em que se produz, entre outras coisas, uma essência de acção irrit a n t e sobre o t u b o digestivo.
NH }CH N
Fórmula química da teofilina, outra metilxantina semelhante ã cafeína.
• Estimulante do sistema nervoso: Depois de ingerir cafeína, podem fazer-se maiores esforços intelectuais; no entanto, diminui a capacidade de reter e assimilar o que se aprende. Os mecanógrafos, se beberem café, trabalham com maior rapidez, mas cometem mais erros. A agilidade mental e dinamismo que se conseguem são seguidos por uma maior sensação de fadiga e abatimento algumas horas depois, o que induz a consumir outra dose. Isto deve-se a que o estímulo da cafeína sobre o sistema nervoso é excitante e supérfluo. Uma chávena de café não contém nenhuma das substâncias nutritivas de que o cérebro necessita para o seu funcionamento adequado, como por exemplo a glicose, as vitaminas do grupo B, a lecitina ou os sais minerais (fósforo, cálcio, e t c ) . O café excita, mas não alimenta; e, em doses elevadas, irrita e esgota o sistema nervoso. • Sobre o aparelho circulatório, o café produz um aumento da força contráctil do coração e um ligeiro aumento da pressão arterial. Ora, há que ter em conta que doses repetidas produzem irritabilidade no músculo cardíaco, que se manifesta por taquicardia e arritmias (alterações do ritmo). A cafeína, ao aumentar o nível de adrenalina no sangue, é um factor predisponente dos ataques cardíacos.
• Sobre o aparelho digestivo, o café produz um aumento na secreção de sucos gástricos, o que pode facilitar a digestão num dado momento; mas o seu uso continuado provoca acidez excessiva, gastrite, e favorece o aparecimento de úlcera gastroduodenal, assim como colite, devido também à acção irritante do óleo essencial contido no café. O fígado sofre do mesmo modo uma sobrecarga quando se ingere habitualmente café. • O uso habitual do café está muitas vezes relacionado com o cancro da bexiga, com o cancro do pâncreas e com o cancro do cólon, assim como com o aumento do colesterol no sangue. O emprego do café como medicamento pode justificar-se excepcionalmente, nos seguintes casos, desde que não disponhamos de outros tratamentos com menos efeitos secundários:
• Intoxicação alcoólica aguda (bebedeira): O café pode neutralizar, ainda que de modo incompleto, os efeitos depressivos do álcool sobre o sistema nervoso. Pode usar-se como remédio caseiro para "despertar" parcialmente alguém que se tenha intoxicado com bebidas alcoólicas. Um tratamento adequado da intoxicação etílica requer, entre outras coisas, grandes doses de vitaminas do complexo B, coisa que não existe no café. • Lipotimia (desmaio), desfalecimento por esgotamento físico e fadiga IO): O café pode proporcionar um estímulo provisório, embora em nenhum caso seja curativo. O que se deve fazer é aplicar o tratamento adequado para estes casos. • Cefaleia (dor de cabeça), enxaqueca, congestão cerebral por gripe ou afecções catarrais, febre (Ol: O café "descarrega" a cabeça e produz um alívio subjectivo dos incómodos da gripe. Nestes casos, o verdadeiro tratamento consiste em aplicar os agentes naturais, que estimulam as defesas orgânicas e têm uma acção preventiva. 179
Erythroxylon coca Lam.
VI
J
0
Coca Droga excitante... e fármaco insubstituível na anestesia
Preparação e emprego
USO EXTERNO Os derivados da cocaína, que se usam para a anestesia local, infiltram-se sob a pele com a ajuda de uma agulha hipodérmica. Estes derivados semi-sintéticos estão isentos, nas doses utilizadas, dos efeitos excitantes da cocaína.
S
EGUNDO uma antiga lenda inca. foi Manco Capar, o Filho do Sol c fundador do império dos Incas, quem deu as folhas de coca aos humanos como um remédio divino paia consolai' os aflitos, dar forças ao cansado c saciar os famintos. Quando Francisco Pizarro chegou ao que é hoje o Peru, no começo do século XVI, encontrou estabelecido entre os Incas o costume de mascar Folhas de coca. Os colonizadores europeus descobriram logo que se tornava rendoso dar folhas de coca aos indígenas do Novo Mundo, porque lhes tirava a sensação de fadiga e, além disso, fazia desaparecer a fome. Curiosamente, ainda hoje a coca continua a ser objecto de enriquecimento económico para uns poucos, os traficantes de narcóticos, ao custo da saúde de alguns, os viciados na cocaína.
ÇOOCH,
Fórmula química da cocaína, alcalóide psicoactivo de notáveis efeitos tóxicos sobre t o d o o organismo. Os seus derivados de acção anestésica local não têm estes efeitos.
180
Outros nomes: Esp.: coca. Fr.: coca. Ing.: coca. Habitat: Cresce espontaneamente nas montanhas andinas do Peru e da Bolívia, entre os 500 e os 1800 m de altitude. Cultivada na América do Sul e no Sudeste Asiático. Descrição: Arbusto da família das Lináceas, que pode ter até 2mde altura. As folhas sâo perenes, lanceoladas ou ovaladas. com pectolo curto, sem pêlos. As fíores, pequenas, nascem nas axilas das folhas, e são de cor branca ou amarelada. O fruto é uma drupa vermelha com uma semente. Partes utilizadas: as folhas.
.
Os anestésicos locais derivados da cocaína encontram-se isentos, nas doses terapêuticas, dos efeitos tóxicos da mesma. A odontologia e a cirurgia não seriam possíveis, tal como as conhecemos actualmente, sem a ajuda destes fármacos. A cocaína, pelo contrário, não possui nenhuma aplicação terapêutica e, j u n t a m e n t e com o álcool, o tabaco e a heroína, constitui o grupo de substâncias usuais mais nocivas para a saúde da humanidade.
Mas a coca tem duas faces: A cocaína é um fármaco insubstituível nu medicina. Dela derivam os anestésicos locais, graças aos quais milhões de pessoas em todo o mundo recebem diariamente tratamento odontológico, ou se submetem a intervenções cirúrgicas, sem dor. Quanto bem podem fazer as plantas como a coca, quando se usam correctamente! PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Na fo-
lha de coca encontram-se diversos alcalóides, entre os quais predomina a cocaína; uma essência aromática; taninos; hetcrosidos; e diversas substâncias inactivas, como o oxalato de cálcio. A COCAÍNA é o princípio activo a que se devem os seus efeitos, entre os quais há a destacar: • Sobre o sistema nervoso: Produz uma acentuada excitação, com aumento da actividade intelectual, facilidade de palavra, euforia e aumento da força muscular. Se a dose for aumentada, produzem-se tremuras, nervosismo e até convulsões. Após a fase de excitação, quando desaparece o efeito, sobrevêm outra fase de depressão com esgotamento e abatimento, que induz a ingerir nova dose. Está provado que, a seguir ao consumo de cocaína, aumenta a eliminação de ureia, devido ao consumo e à degradação das próprias proteínas do organismo. O estímulo que produz é obtido à custa de um empobrecimento e esgotamento físico, não recebendo o corpo os nutrientes necessários para compensar o esforço realizado. • Sobre o aparelho circulatório produzem-se, com doses médias, taquicardia e hipertensão; com doses elevadas, arritmias, síncope, podendo-se inclusivamente chegar até à paragem cardíaca. • Sobre a parte sexual, produz alterações na libido e impotência (acção anafrodisíaca). As folhas de coca empregam-se como remédio popular nas regiões andinas da América do Sul, para combater o mal da montanha e a fadiga
que se produz quando se viaja por sítios de grande altitude. Também se empregam para acalmar as dores de garganta e de estômago, devido ao seu efeito anestésico local. Podem ser úteis num dado momento, se bem que seja melhor prescindir delas e usar outros remédios menos tóxicos. Como acontece com outras drogas, os efeitos tóxicos da coca são menores na substância natural, e vão-se intensificando à medida que se refina ou processa quimicamente. Apesar de tudo, os mascadores de folhas de coca também sofrem de esgotamento físico, alterações nervosas e velhice prematura, ainda que não sejam tão afectados como os dependentes da cocaína. A verdadeira e grande aplicação da cocaína é como anestésico local, embora hoje se usem mais os seus derivados como, por exemplo, a procaína. Injectada debaixo da pele ou das mucosas, insensibiliza-as, permitindo
a cirurgia sem dor. Também se usa para infiltrar articulações, tecidos e nervos afectados de processos dolorosos.
Precauções A cocaína, o princípio activo das folhas da coca, é uma das plantas com maior capacidade de criar dependência que se conhecem. Além disso, o seu uso continuado causa uma rápida deterioração do organismo, e especialmente do sistema nervoso, com lesões permanentes e irreversíveis. O uso habitual das folhas de coca produz os mesmos efeitos, embora talvez não com tanta rapidez, pelo que são igualmente desaconselháveis.
181
uayensls St. Ilexpamgua] HW.
2J 0
Mate Excitante semelhante ao café
O
MATE é uma bebida muito popular na América do Sul, especialmente nas regiões onde a dieta é à base de carne. O seu aroma lembra O «lo chá, do mesmo modo que a sua composição química e os seus efeitos. Os sul-americanos tomam o mate tostando ligeiramente as suas folhas, colocando-as numa casca de cabaça OU de coco, e despejando sobre elas água quente. Acrescentam-lhe bastante actuar. Tradicionalmente soivem-no por meio de uma cânula terminada numa esfera com fulinhos, que serve de coador. Este utensílio tem o nome de "bombilba". PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: As fo-
lhas contêm cafeína (19o a 1,5%; o café contém até 2%), teobromina (outra xaniina excitante que também se encontra no cacau, pág. fj'.)7). taninos e ácido clorogénico. !•'. um excitante nervoso e muscitlar, ainda que de efeitos não tão assinalados como os do café (pág. 178). C) seu consumo habitual produz, dependência (necessidade de continuara consumi-lo), assim como efeitos lóxicos sobre o sistema nervoso (irritação). o coração (palpitações, taquicardias) e o aparelho digestivo (gastrite e predisposição para a úlcera gastroduodenal). Como planta medicinal pode administrar-se, no falto cie outros remedias menos tóxicos, em caso de cefaleia (dor de cabeça), congestão cerebral pelo calor (insolação), e lipotimia ou desmaio IOI. l")cve-se ter sempre em conta que o alívio que o mate oferece ê sintomático (não cura a causa), e que o seu consumo habitual produz efeitos tóxicos. Em uso exerno, o inale aplica-se em compressas l@) pela sua acção anti-septiea e cicatrizante. 182
3 • Preparação e emprego USO INTERNO
O Infusão com 20-40 g de folhas por litro de água. Não se devem ingerir mais de 3 chávenas por dia. USO EXTERNO
@ Compressas: Na medicina popular, usam-se embebidas na infusão para lavar feridas infectadas e no tratamento de queimaduras.
Precauções O mate não se deve usar de forma continuada, nem sequer como medicamento, pois que o seu conteúdo em cafeína cria dependência (necessidade de continuar a tomá-lo) e tolerância (necessidade de aumentar a dose), como acontece com qualquer outra droga que vicie. O uso do mate é contra-indicado nos seguintes casos: úlcera gastroduodenal, gastrite, pirose (acidez do estômago), nervosismo, hipertensão, cardiopatias, arritmias, gota, gravidez (diminui o crescimento do feto) e lactação (a cafeína passa para o leite).
Sinonímia científica: llex paraguensis D. Don. Outros nomes: erva-mate, chá-mate, caúna. Brasil: congonha, congonha-verdadeira. Esp.: mate, yerba mate, té dei Paraguay. Fr.: mate. Ing.: Paraguayan tea. Habitat: Cresce em estado silvestre na Argentina, Chile, Peru e Brasil, e cultlva-se sobretudo no Paraguai. Pouco conhecido fora da América do Sul. Descrição: Pequena árvore ou arbusto da família das Aquifolíáceas, que pode atingir 5 m de altura. As suas folhas são ovaladas, perenes, coriãceas e de cor verde pardacenta. Partes utilizadas: as folhas.
Nkxtiana tabacumL.
3
51 LI LI
Tabaco Uma planta tão atraente... como tóxica
P
OR ENCARGO do rei Filipe II de Espanha (Filipe 1 de Portugal), foi <> espanhol Gouxalo Hernánde*/ de Toledo quem. no regressar da América em 1559, trouxe consigo as primeiras plantas de tabaco, l o ^ o se estabeleceram na Península Ibérica as primeiras plantações iL' tabaco da Europa. O embaixador de França cm Lisboa, |ean Nicot, acreditando que o tabaco linha um grande valor medicinal, difundiu as suas sementes pela França, e depois por toda a Europa. -O tabaco prejudica? Como, se me foi receitado contra a asma por um excelente médico!?
A infundada lama de plama medicinal contribuiu para que <> hábito
Precauções
A nicotina usa-se como herbicida, pesticida e insecticida muito eficaz. Dado que se absorvem muito bem pela pele. os produtos que a contenham devem ser manejados com muito cuidado, pois já se produziram intoxicações mortais.
Outros nomes: erva-do-tabaco, erva-santa. Esp.: tabaco, tabaquera. nicociana. Fr.: tabac. Ing.: tobacco. Habitat: Originário da América Central, onde ainda cresce espontaneamente. Muito cultivado em todo o mundo. Descrição: Planta herbácea anual da família das Solanáceas, cujo caule erecto atinge até 1,7 m de altura. As folhas são grandes, com as nervuras muito marcadas pela face interior e o peciolo muito curto. As flores têm a forma de uma trombeta e são cor-de-rosa ou salmão. Partes utilizadas: as folhas.
Lobélia A lobélia (Lobelia inflata L)*, conhecida também como tabaco-indiano, é uma planta norte-americana da família das Lobeliáceas. que contém lobelina, um alcalóide de efeitos semelhantes ao da nicotina, embora menos intensos. Antigamente usava-se como emética (vomitiva), antiasmática e expectorante. Hoje já não se usa como remédio, dado que se dispõe de muitas outras plantas não tóxicas, com estas mesmas propriedades. Recentemente, a lobélia adquiriu um novo interesse no tratamento do tabagismo. Ao fumador inveterado que não consegue deixar de fumar, substitui-se o tabaco pela lobélia (em pastilhas), e desta forma desaparece o desejo imperativo de fumar. Na realidade, o que se consegue é trocar
a dependência da nicotina pela dependência da lobelina, cujos efeitos são igualmente tóxicos, mas um pouco mais suaves, permitindo também uma mais fácil libertação. Terá então de se abandonar progressivamente o consumo da lobelina. Doses altas de lobélia produzem dificuldade respiratória, taquicardia e hipotensão. O tratamento substilutivo com lobelina não é o ideal, embora possa ser útil nos casos rebeldes de tabagismo, em que tenham fracassado todos os outros tratamentos. Na Europa existe uma espécie similar, conhecida na Madeira como cabreira {Lobelia urens L), igualmente tóxica. ' Esp.: lobelia, tabaco indio. hierba dei asma.
183
tratamento contra as doenças pulmonares. Muito poucos se davam conta, naquela época, chi toxicidade do tabaco. Uma das primeiras vozes que .se levantou para chamar a atenção sobre OS perigos do tabaco foi Ellcn G. White, prestigiada escritora e educadora, que disse em 1875: «O tabaco é um veneno lento e insidioso, e os seus efeitos são mais difíceis de eliminar do organismo do que os do álcool.» Hoje sabe-se bem como se torna difícil deixar de fumar, tanto pela dependência física que o tabaco produz, como pela dependência psicológica.
Fórmula química da nicotina, alcalóide responsável pelos efeitos do tabaco sobre os sistemas nervoso e cardiovascular. A maior parte dos efeitos irritantes do tabaco sobre o aparelho respiratório deve-se aos alcatrões do f u m o que se inala ao fumar.
Até meados do século XX, os cientistas não tinham mostrado plenamente os efeitos cancerígenos do tabaco, mas na segunda metade deste século multiplicaram-se as investigações sobre os eleitos nocivos desta planta. Todos os anos se publicam centenas de novos estudos mostrando a sua nocividade sobre o aparelho respiratório, o coração, as artérias, o esófago, o pâncreas e outros órgãos. O tabaco transformou-se na droga que mais gastos, mais doenças e mais mortes causa em lodo o mundo; muito mais, inclusivamente, que as drogas ilegais como a heroína e a cocaína. A União Europeia criou o programa preventivo "Europa contra o cancro", cujo primeiro ponto é: "Não fume". Calcula-se que, se os habitantes da Europa deixassem de fumar, se reduziria paia metade o número de mortes por eanero. O tabaco não leni nenhuma virtude medicinal. Citamo-lo aqui pela sua importância social e sanitária como droga tóxica. A composição das folhas de tabaco é muito complexa: lípidos, hidrocarbonetos, gomas, açúcares, dois heterosidos (labaciua e tabaciclina), quer» citina, ácidos nicotínicos e clorogénicos, uma essência e vários alcalóides, entre os quais se destaca a nicotina ( 1 % a 3%), cuja fórmula química é CIOHMNS.
A nicotina produz uma estimulação transitória, e depois uma de184
O tabaco é uma planta m u i t o atraente, mas venenosa. O seu uso, seg u n d o a OMS, é a principal causa evitável de má saúde em todo o m u n d o .
pressão, sobre o sistema nervoso central e sobre todos os gânglios do sistema nervoso vegetativo. Estimula a descarga de adrenalina pela medula das glândulas supra-renais, o que se traduz por vasoconstrição, taquicardia, hipertensão e excitação. Doses elevadas pmchi/.vm suor frio, tremura, vómitos, palpitações e transtornos cardíacos. A nicotina é um veneno muito forte. Os índios americanos usavam o sumo das folhas de tabaco para envenenar a ponta das suas Mechas. Uma gota de nicotina colocada na língua de um cão grande causa-lhe a morte em breves instantes. A dose mortal para o ser humano é de 50-60 mg, que é a quantidade contida em dois charutos médios. Felizmente, quando se fuma, absorve-se unicamente 10% da nicotina, e o organismo "aprende" a eliminá-la, embora á custa de sofrer os seus efeitos tóxicos. O fumo do tabaco contém, além de nicotina, alcatrões de acção irritante e cancerígena, assim como al-
deídos, monóxido de carbono, e cerca de mais 30 substâncias (<>xicas; nenhuma substância medicinal, nenhuma vitamina, nenhum elemento nutriente. A intoxicação crónica pelo tabaco produz, estomattte (inflamação da boca), bronquite crónica, palpitações, angina de peito, hipertensão, falta de apetite e impotência sexual, entre muitos outros transtornos. Como qualquer outra droga, causa fundamentalmente: • Dependência física e psíquica: Necessidade de continuar a consumi-lo para não se sentir pior. • Tolerância: Necessidade de aumentar a dose progressivamente, para obter os mesmos efeitos. A desabituação do tabaco exige um tratamento amplo, tanto médico como psicológico, como o conhecido Plano de Cinco Dias paia Deixai de Fumar, organizado com o apoio da revista Saúde e Lar e da Associação Internacional de Temperança.
Thea sinensls L
a*LW
Chá Excita e causa prisão de ventre
O
S CHINESES já usavam o chá há 4000 anos, embora a sua difusão na Europa se tenha verificado só a partir do século XVII. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS fo-
lhas do chá contêm de 1 % a 4% de cafeína (chamada teína para diferençar a sua origem); taninos (15% a 20%) e uma essência. Os seus efeitos são muito semelhantes aos do café (pág. 178), ainda que menos intensos devido a que as infusões se preparam mais diluídas. Uma chávena de chá contém 40-60 mg de cafeína, e uma de café contém de 100 a 200 mg. O chá provoca excitação do sistema nervoso, do coração e do sistema circulatório. Aumenta a secreção de sucos ácidos no estômagoUsado como estimulante, no caso de fadiga ou cie esgotamento, é um remédio de emergência, que não deveria lornar-sc habitual. O chá, do mesmo modo que o café, estimula mas não fornece nenhuma substância nutritiva. Daí que o seu consumo regular provoque precisamente esgotamento. O consumo habitual produz, o chamado "teísmo" no países britânicos: prisão de ventre, acide/, do estômago, insónia e excitação nervosa. O consumo frequente de cliá gera dependência, como acontece com qualquer outra droga. Pelo seu conteúdo em taninos, usa-se em diarreias e colites, e como tónico digestivo em caso de digestão muito pesada ou indigestão MM. Nos capítulos 10 e 20 podem-se cucou liar diversas plantas para estas afecções, isentas dos inconvenientes do chá. Exteriormente, usa-se como colírio para lavagens oculares em caso de eonjuntivite (©I.
Sinonímia científica: Camellia sinensis (L.) Kuntze Outros nomes: chá-da-china, chá-da-índia, chá-preto, chá-verde. Esp.: té, té de la China, árbol dei té. Fr.: thé. Ing.: tea. Habitat: Originário do Sudeste Asiático, China e Índia, onde ainda aparece espontaneamente. É cultivado amplamente nestes dois países, e também no Brasil e na África Tropical. Descrição: Árvore ou arbusto da família das Teáceas ou Cameliáceas, que em estado silvestre atinge até 10 m de altura, e cultivado 1-2 m. As folhas são perenes, de cor verde escura. As flores sâo grandes, brancas e aromáticas. Partes utilizadas: as folhas.
O
Preparação e emprego
USO INTERNO O Infusão com 30-50 g por litro de água, de que se podem tomar, como máximo, até 5 chávenas diárias. USO EXTERNO O Lavagens oculares: Em caso de eonjuntivite, usa-se uma decocção com 30-50 g da planta por litro de água. Deixa-se ferver durante 5 minutos, de forma que fique esterilizada antes de aplicada sobre os olhos.
Precauções
O chá não se deve usar de forma continuada, nem sequer como medicamento, pois pelo conteúdo em cafeína cria dependência (necessidade de continuar a tomá-lo) e tolerância (necessidade de aumentar a dose). Ver o que se diz na pág. 178 a propósito do café. Desaconselha-se o uso do chá no caso de úlcera gastroduodenal, gastrite, acidez do estômago, nervosismo, hipertensão arterial ou afecções do coração. As mulheres grávidas e as que amamentam devem abster-se também do uso do chá, pelos efeitos tóxicos da cafeína sobre o feto e sobre o lactente (passa para o leite).
18£
PLANTAS PARA A BOCA SI IARIO DO CAPITULO
J
D O E N Ç A S E APLICAÇÕES
As plantas medicinais podem contribuir de modo muito positivo para a
higiene bucal.
Abcesso dentário, ver Piei mão dentário 188 Aftas 187 Boca, inflamação, ver E&tomaliU . . . . 189 Boca, mau hálito 187 Boca. mau sabor de 187 Boca, ulcerações, ver Aftas 187 Dentes, fkimâo 188 Dentes, dor de 188 Dentes, erupção 187 Dor de dentes 188 Erupção dentária 187 Estomatite, plantas para a 189 Flehnão dentário 188 Gengivas, transtornos, ver Piorreia, gengivite e parodontose 188 Gengnrite 188 dietas do lábio 187 Lábios, gretas 187 Mau sabor de boca 187 Parodontose 188 Piorreia, gengivite e parodontose . , . 188 Plantas para a estomatite 189 PLANTAS
AlíMcegueira = Pisuhia Alteia' Bistorta Ceanoto = Cká-de-nova-jersey Chá-cle-nova-jersey Cravinho Mahaisto = Alteia Pistácia Raíânia Sanammda Vibumo
186
197 190 198 I<>1 191 192 190 197 196 194 199
A
ÍMPORTANCIA da boca para a saúde deriva dos factos funda' mentalmente relacionados coin n sua anatomia c fisiologia:
l.Na boca realiza-sc a mastigação, primei* ia fase do processo digestivo. A função das peças dentárias é decisiva para uma boa mastigação e digestão. 2.A cavidade bucal contém uma grande quantidade e variedade de germes, ao ponto de ser unia das partes do corpo onde existem mais micróbios. Estes microrganismos podem causar infecções graves e estados tóxicos que se repercutem sobre iodo o organismo. A cavidade bucal, como todo o resto du tubo digestivo, está revestida em lodo o seu interior por uma camada de células chamada mucosa. A inflamação da boca. e especificamente dessa mucosa que a reveste, tem o nome de estomatite. Etimologicamente, este termo vem do grego sloma, que quer dizer boca' (e não 'estômago*). \lallifesta-se por um enrubescimento da mucosa bucal, acompanhado por vezes de ulcerações ou afias. Afecta sobretudo as gengivas, a ponta da língua e a face interior das bochechas. As causas mais frequentes da estomatite são: irritantes químicos como o tabaco e as bebidas alcoólicas, ingestão de alimentos demasiado quentes, certos medicamentos (especialmente os antibióticos), próteses dentais mal ajustadas, e uma higiene bucal deficiente. Os bochechos com plantas medicinais podem contribuir significativamente para o tratamento, C sobretudo para a prevenção da estomatite, da gengivite, da piorreia e outras afecções bucais.
I
A SAÚDE P E L A S P L A N T A S M E D I C I N A I S P a r t e
Planta AFTAS São umas pequenas ulcerações, muito dolorosas, que tendem a curar-se espontaneamente passados alguns dias. As suas causas podem ser muito variadas, embora não seja fácil determiná-las: infecções víricas, alergias alimentares, carências de vitaminas do grupo B ou de ferro, entre outras. Os bochechos com plantas adstringentes (secam as mucosas), anti-sépticas e cicatrizantes, podem ser de utilidade.
D e s c r i ç ã o
Uso
Pág. Acção
CHA-DE-NOVA-JERSEY
191
Suaviza a mucosa bucal
Bochechos com a decocçao
AGRIMÒNIA
205 Adstringente e anti-inflamatória
Bochechos com a decocçao
SERPÃO
338
Anti-séptico (desinfectante)
Bochechos com a infusão concentrada
DRIAS
451
Desinflama a mucosa bucal
Gargarejos ou bochechos com a infusão
CINCO-EM-RAMA
520 Adstringente, anti-séptica e cicatrizante Adstringente e hemostática
Bochechos com a decocçao Bochechos com a decocçao de folhas e brotos
SILVA
541
SALVA
638 Adstringente e anti-séptica
Bochechos com a decocçao
URUCU
700 Cicatrizante e suavizante
Gargarejos ou bochechos com a infusão de folhas
SANICULA
725
Cicatrizante
Bochechos com a decocçao
TOMILHO
769
Anti-séptico
Bochechos com a decocçao
ALFORVA
474 Anti-inflamatória e cicatrizante
Cataplasmas com a decocçao de sementes trituradas
PARIETÁRIA
582 Anti-inflamatória e emoliente
Cataplasmas com a planta fresca esmagada
CACAUEIRO
597 Poderoso emoliente e cicatrizante
Aplicações da manteiga ou gordura extraída das sementes
ClNOGLOSSA
703 Emoliente e cicatrizante
Cataplasmas de folhas esmagadas ou compressas com o sumo fresco
ritMÀom I-UMAHIA
-380. Combate a auto-intoxicação joy p o r pUtrefacção intestinal
Infusão, sumo ou extractos
BOLDO
390 e a digestão
Infusão de folhas ou extractos
Mu»
Van 426 e fermentações l'&2ãS£&£&'* intestinais
«*.«*«:«#, d. «*
M.LEFòL.0
691
ALTEIA
190
AÇAFRÃO
448 Alivia os transtornos da dentição
Chãdenova-jersey
LÁBIOS, GRETAS As gretas labiais costumam ser causadas pela sequidão ou o frio, e provo cam dor ao abrir ou mexer a boca. Quando aparecem na comissura labial (boqueiras) costumam estar relacionadas com a falta de certos minerais, especialmente o ferro. O tratamento local com compressas ou cataplasmas de plantas emolientes (suavizantes) e cicatrizantes pode acelerar a cura.
MAU SABOR DE BOCA Pode associar-se ou não ao mau hálito (halitose). Costuma estar relacionado com o mau funcionamento da vesícula biliar ou com fermentações intestinais. Recomendam-se as plantas colagogas e digestivas, especialmente estas quatro que citamos.
ERUPÇÃO DENTÁRIA Quando saem os dentes aos lactentes, as gengivas sofrem um leve processo inflamatório, cujos transtornos podem aliviar-se com estas plantas.
Facilita o esvaziamento da vesícula
gggjgj diminui a s
fermentações
Amolece as gengivas e facilita a saída dos dentes
||lfusào d e sumJda(Jes f|orJdas
A raiz limpa dada a mastigar aos lactentes
Esfregar as gengivas com a infusão concentrada de filamentos de açafrão
187
C a p . 1 0 : P L A N T A S PARA A BOCA
Doença
Planta
Pág. Acção
Uso
DOR DE DENTES DORMIDEIRA
164 Analgésica e estupefaciente
Bochechos com a infusão de cápsulas
CRAVINHO
192 Anti-séptico bucal e analgésico
Aplicar um fragmento de cravinho ou uma gota de essência no dente dorido
SANAMUNDA
e desinfecta a mucosa 194 Desinflama bucal, acalma a dor de dentes
Bochechos com a infusão
PAPOJLA
318 Sedante e analgésica
Bochechos com a infusão de pétalas
FIGUEIRA
708
PIORREIA, GENGIVITE E PARODONTOSE
SANAMUNDA
194 Anti-séptica e analgésica bucal
Do ponto de vista etimológico, piorreia quer dizer 'derrame de pus', embora se aplique especificamente à saída de pus das gengivas. Os dentes ficam soltos e caem. A gengivite é a inflamação das gengivas, frequentemente causada pela piorreia. A parodontose é um termo mais amplo, que inclui todas as afecções capazes de alterar a fixação dos dentes ao osso, das quais a mais frequente é a piorreia. Estas afecções requerem um tratamento odontológico especializado. Os bochechos com estas plantas servem como complemento higiénico deste tratamento.
«„,„,.
IQC Adstringente (seca as mucosas)
RATANIA
196
„i/U1 PISTACIA
ia-, ia/
Bisic RTA
19Ã Adstringente, fortalece as gengivas débeis e sangrantes
Bochechos com a decocção de rizoma triturado
r«ow«, u« CARVALHO
oriR Adstringente e anti-inflamatório. im Li m p a as g e n g j v a s
Bochechos com a decocção
502
P°deroso absorvente (retém partículas em dissolução), limpa as gengivas
Carvão da madeira aplicado sobre as gengivas à maneira de dentífrico
ClNCO-EM-RAMA
520
Adstringente, ant.-séptica e cicatrizante
ROMAZEIRA
523
P i n g e n t e , segura os dentes aos maxilares
Bochechos com a infusão de flores e casca
QUINA
752
Cicatrizante e anti-séptica
Bochechos com a decocção
760
Absorvente, arrasta o tártaro e restos de alimentos em putrefacção de entre os dentes e as gengivas. Branqueia os dentes
Carvão da madeira aplicado sobre as gengivas à maneira de dentífrico
A$ plantas medicinais podem exercer um efeito analgésico local, aplicadas em bochechos. Desta forma se evitam os efeitos indesejáveis dos analgésicos de uso interno (ingeridos, injectados, etc.}. Em nenhum caso se deve relegar o tratamento de fundo da infecção dentária, causadora da dor.
FLEIMÃO DENTÁRIO Além do tratamento antibiótico, podem-se aplicar cataplasmas de figos ou de outras plantas (ver "Abcessos", cap. 27) para acelerar a maturação do fleimão ou abcesso.
flor da písíácia
FAIA
Cataplasmas de figos frescos ou secos postos de molho
Bochechos com a infusão Bochechos com a decocção de casca
e a n M a m a t o r i a
Anti-sépticaeanti-inflamatória. p e r f u m a Q há|jt0
Almécega (resina) mastigada ou em dentffricos, bochechos com a decocção de folhas e caules tenros
/r.
flor da ctnco-em-rama
188
Dl
Favorece o amadurecimento dos abcessos e a cicatrização das feridas
CHOUPO-NEGRO
5 4 ^ * 2
a deC CÇâ
°
°
I
A SAÚOE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S D e s c r i ç ã o
'
•
-
1
Plantas para a estomatite A estomatite é a inflamação da mucosa que reveste o interior da cavidade da boca. Os bochechos com qualquer destas plantas pode contribuir para minorar a estomatite. Para se conseguir a cura completa é preciso eliminar previamente as suas causas. ím aplicação local, todas estas plantas têm acção adstringente (secam as mucosas], anti-inflamatôria e anti-séptica.
\v Planta Alcaçus Amieiro Bistorta Carvalho Castanheiro Chá-de-nova-jersey Consolda-maior Cravinho D ri as Epilóbio Erva-de-são-roberto Framboeseiro Goiabeira Hidraste Morangueiro Murta Nogueira Quina Ratânia Roseira Sabugueiro Sanamunda Silva
Tanchagem Tormentila Violeta
Os bochechos com infusões ou decocções de p/antas ricas em tanino tornam-se muito úteis para a higiene bucal, como por exemplo a infusão de folhas e flores de framboesa (foto inferior), ou a decocção de folhas e casca de raiz de goiabeira (foto do centro).
Cravinho
Página
308 487 198 208 495 191 732 192 451 501 137 765 522 207 575 317 505 752 196 635 767 194 541 325 519 344
|
189
Aithaea offícinalis L.
P
Ol JL
A
u
Preparação e emprego
Alteia USO INTERNO
Um grande emoliente
O Infusão de 30 g de folhas ou flores, ou decocção de 20-30 g de raiz por litro de água, de que se tomam diariamente 3 ou 4 chávenas adoçadas com mel.
Outros
nomes: malvaísco.
Esp.: maivavisco, altea, acalia. Fr.: guimauve [officinale}. Ing.: marshmaiíow, alínea. Habitat: Encontra-se em lugares húmidos, terrenos pantanosos e margens de riachos do Centro e do Sul da Europa. Cultivada como planta medicinai na Europa e América.
A
SEME1 ,1IANÇA da sua parente, a malva, a alicia, q u e lamb e m se c h a m a malvaísco, é ioda doçura e suavidade. Até as suas folhas são d e l i c a d a m e n t e aveludadas com uma fina p e n u g e m . Dioscórides já a recomendava no .século I d . C , e desde e n t ã o tem sido utilizada em todas as épocas.
Descrição: Plania vivaz, vilosa, da família das Malvâceas, que pode atingir até 2 m de altura. As folhas são grandes e aveludadas, e as flores são brancas com 5 pétalas. Partes utilizadas: a raiz, as flores e as folhas.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Todas
as partes cia plaina, e s p e c i a l m e n t e a raiz. contêm mucilagem, pectina, sais minerais e vitamina C. As suas p r o p r i e d a d e s são as m e s m a s q u e as da malva ípág. ãl 1), mas mais intensas, pelo seu maior c o n t e ú d o em mucilagem. E pois uma das plantas mais emolientes que se c o n h e c e m . A mucilagem deposita-se sobre a pele ou as mucosas, f o r m a n d o u m a c a m a d a protectora e anti-inflamatória.
• . . - >
As suas i n d i c a ç õ e s são m u i t o .sem e l h a n t e s às da malva: laxante, no caso de prisão de ventre, e auti-inflamatóría, no caso de gastrite, gastrenterite ou colite; para c o m b a t e r as afecções respiratórias, assim c o m o as irritações da boca e de outras mucosas digestivas IQ1. A RAIZ limpa p o d e dar-se a mastigai ãs crianças d u r a n t e a é p o c a da dentição, pois amolece as gengivas e Facilita a saída dos dentes. 190
-"•
A alteia exerce a sua acção suavizante sobre todo o tubo digestivo, desde a boca até ao ânus.
**'"
s
"'
o/Sr"'*"
A
Ceanothus amerlcanus L
Preparação e emprego
Chá-denov a-jersey
USO INTERNO O Decocção com uma colherada de casca de raiz triturada, por chávena de água. Ingerem-se 2-4 chávenas por dia.
Excelente para bochechar
USO EXTERNO €) Bochechos e gargarejos: Fazem-se com a mesma decocção que se emprega internamente, se bem que um pouco mais concentrada.
Outros nomes: châ-de-jersey, chá•de-nova-jérsia, ceanoto. Esp.: té de Nueva Jersey, ceanoto. Ing.: New Jersey tea, red root Habitat: Frequente nos bosques e campos óa América úo Norte. Na Europa cultiva-se como planta ornamental. Descrição: Arbusto da família das Ramnáceas, de la 1,5 m de altura. Tem folhas ovais, terminadas em ponta e finamente dentadas. As flores são pequenas, brancas ou azuladas e nascem das axilas das folhas.
O
CHAMADO chá-de-nova-jersey, ou ceanoto, é um dos remédios vegetais usados pelos índios da América do Noite desde tempos imemoriais. Perfeitamente integrados no seu ambicnic. aqueles primitivos povoadores já tinham descoberto as virtudes desta planta, que hoje estão confirmadas pela moderna investigação científica. As suas folhas utilizaram-se em substituição do chá, durante a guerra da independência norte-americana. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A casca
Partes utilizadas: a casca da raiz.
Os bochechos e gargarejos com a decocção de casca de raiz do chá-de-nova-jersey tornam-se m u i t o eficazes em caso de aftas e faringite.
191
Eugenia caryophyllata Thunb.
m
Cravinho Estimulante,
desinfectante e analgésico
P
ODES dai-me um cravinho para eu pôr na boca?-diz um mensageiro chegado da ilha de Java, a um dos guardas do palácio do imperador chinês, no século III a.C. -Dói-tc algum dente, mensageiro?
-Nada disso. É que o novo imperador quer que mantenhamos um cravinho na hoca, para ter o hálito perfumado quando nos dirigimos a ele. Os veneráveis médicos chineses da dinastia Han (206 a.C. - 220d.C.)já mencionam nos seus escritos as propriedades do cravinho, e especialmente a sua capacidade de perfumar o hálito. Mas até à época das grandes viagens do século XVI, o cravinho, como muitas outras especiarias, chegava à Europa vindo da índia, em quantidades muito reduzidas. Isto tornava as especiarias ainda mais apreciadas. Por isso, um dos principais mo tivos que levou Cristóvão Colombo a
Sinonímia científica: Syzygium aromaticum (L.) Merr.-Perry., Caryophyllus aromaticus L. Outros nomes: cravo-da-india, cravo-aromático, cravo-de-cabecinha, girofeiro. Brasil: craveiro-da-índia. Esp.: clavero, clavo de especia, clavillo, giroflé. Fr.: giroflier, bois a clous. Ing.: clove tree. Habitat: Originário das ilhas Molucas e Filipinas, embora actualmente se cultive noutras zonas tropicais da Ásia e da América. Descrição: Árvore da família das Mirtáceas, que atinge de 10 a 20 m de altura. Os cravinhos são as gemas (botões das flores), que se colhem no momento em que ficam vermelhas. Depois de secas ao sol, ficam com uma cor parda. Partes utilizadas: os botões das flores, secos.
J£ Precauções
Quem sofra de úlcera gastroduodenal e gastrite deverá abster-se do cravinho, como planta medicinal e como condimento. Em doses elevadas, tem efeitos irritantes sobre o aparelho digestivo, que se manifestam por náuseas, vómitos e dores de estômago.
192
Preparação e emprego
USO INTERNO
USO EXTERNO
O Infusão: 2 ou 3 cravinhos por chávena de água, para tomar uma a cada refeição.
O Elixir bucal: Fazer bochechos com um copo de água a que se tenham acrescentado umas gotas de essência de cravinho. Refresca e desinfecta a cavidade oral.
© Essência: de 1 a 3 gotas antes de cada refeição. ©Condimento: Usá-lo com moderação; um só cravinho pode ser suficiente para condimentar toda a comida.
© Dor de dentes: Para acalmá-la, aplicar um fragmento de cravinho ou uma gota de essência no dente dorido.
realizar a sua viagem por mar foi a procura da rota mais curta para os países produtores de especiarias, entre elas o cravinho. As especiarias tropicais eram muito apreciadas na Europa; mas talvez, o cravinho se destacasse entre todas devido a que, segundo a teoria dos sinais (ver pág. 118), era considerado um poderoso afrodisíaco. Os ervanários c os boticários da baixa Idade Média e do Renascimento viam no cravinho a representação de um pénis em erecção, com os testículos na sua base. Portanto, supunha-se que actuava sobre os órgãos genitais. Saberia isto Colombo, antes de rumar a poente com as suas caravelas? E bem provável que sim. De qualquer modo, o descobridor não chegou a encontrar a terra onde se produziam os cravinhos. Foi a expedição de Fernão de Magalhães, navegador português, e do espanhol Juan Sebastião Elcano, a primeira a dar a volta ao mundo, que, em 1520, arribou às ilhas Molucas, nas proximidades da China. Ali embarcaram cravinho e trouxeram-no para a Península como um apreciado tesouro. A partir de então, a cultura do cravinho esten-
deu-se por todas as regiões tropicais conhecidas. flores do cravinho contêm 15%-20% de essência, constituída na sua maior parte por eugenol, juntamente com pequenas quantidades de acetileugenol, carioFileno e metilamilcetona. A esta essência se deve o seu aroma, assim como as suas propriedades: PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS
• Anti-séptico e analgésico bucal: A essência de cravinho, que se usa em forma de óleo, entra na composição de pastas dentífricas, elixires de uso oral e perfumes. O seu poder anti-séptico é três vezes superior ao do lenol. Muito recomendável no caso de estomatite (inflamação das mucosas da boca) ou gengivite (inflamação das gengivas) IOI. Aplicada localmente, pode acalmar temporariamente a dor de um dente cariado 101.
Um fragmento de cravinho, ou uma gota da sua essência, pode acalmar rapidamente a dor de dentes. Em aplicação local, a essência de cravinho é um excelente anti-séptico. Ingerido por via oral, em infusão, o cravinho é estimulante, aperitivo e carminativo.
CH2 -CH = CH2
• Estimulante (0,0,01 geral do organismo, embora muito mais suave do que 0 café. • Aperitivo (0,0,01 (aumenta o apetite) e carminativo (elimina os gases intestinais).
0-CH3 OH Fórmula química do eugenol, principal constituinte da essência de cravinho. 193
Geum urbanum L.
Preparação e emprego
Sanamunda Cura as gengivas e tonifica a digestão
USO INTERNO
O Infusão com 40-60 g de rizoma, raiz ou folhas secas trituradas, por cada litro de água. Tomam-se até 4 chávenas diárias. Não convém adoçar, para aumentar assim o seu efeito. USO EXTERNO
A mesma infusão que se usa internamente aplica-se em: O Bochechos e gargarejos. €) Compressas ou loções para o tratamento de feridas ou chagas da pele. O Lavagens oculares.
A
SANAMUNDA, também chamada erva-benta, é uma humilde planta, com aparência d»- fragilidade, que adorna as bermas dos caminhos e as estremas dos campos. Toda a planta, e particularmente o rizoma (caule subterrâneo), exala um aroma especial que lembra o da
© Colírio: 3 a 5 gotas, de 6 em 6 horas.
essência de cravinho.
Foi utilizada por Dioscórides, o grande médico e botânico g'i'ego do primeiro século da nossa era. Santa Hildegarda, no século XII, chamava4he benedicta, por causa das suas grandes virtudes. No século XVII utili/ou-se como febrífugo, apesar de não ser esta a sua propriedade mais importante, e pretendeu-se substituir com ela a quina. I loje continua a ser apreciada em fitoterapia, embora o seu uso não seja generalizado. PROPRIEDADES E INDICAC:ÕES: O ri-
zoma, sobretudo, e em menor proporção as (olhas, contêm abundantes matérias tânicas (até 30%). Os taninos dão-lhe propriedades adstringentes (seca as mucosas), anti-inflamatórias e vulnerárias (ajuda a sarar as feridas). Mas o seu princípio mais importante é um glicósido chamado geé>sido, que por acção da geasa. uma enzima comida na mesma planta, se decompõe, libertando eugenol. Este óleo essencial, o eugenol, é responsável pelo seu aroma peculiar e pelas suas propriedades anti-sépticas, analgésicas, bucais e digestivas. Por tudo 194
Outros nomes: cravoila, cariofilada, cariofilada-maiof, erva-benta. Esp.: cariofilada, hierba de San Benito, benedicta. Fr.: benoite (commune). Ing.: [herbj bennet, blessed herb. Habitat: Frequente nos bosques, sebes, muros e, em geral, lugares sombrios e húmidos da Europa e da América do Norte. Descrição: Planta herbácea da família das Rosáceas, de 30 a 60 cm de altura. Caule erecto e coberto por uma suave penugem. As folhas, dentadas, dividemse em vários lóbulos desiguais. Dá umas flores pequenas, solitárias, de cor amarela. Partes utilizadas: o rizoma e a raiz, e também as folhas.
Precauções
Recomenda-se não exceder a dose indicada, já que pode provocar intolerância gástrica devida ao seu elevado conteúdo em taninos.
r
á
Os bochechos e gargarejos com infusão de sanamunda constituem um bom dentifrico natural. Não só podem curar como também prevenir a piorreia, as aftas e o mau hálito.
'•1
t
isto, a sanamunda é indicada nos seguintes casos: • Diarreias estivais, gasti enterites e decomposição intestinal IOI. Actua como um poderoso adstringente e ao mesmo tempo como anti-inflamatório e anti-séptico das mucosas do aparelho digestivo. • Quando soja necessário tonificaras funções digestivas IOI. Recomenda-se o seu uso especialmente durante a convalescença de doenças febris ou debilitantes. Como todas as plantas que contêm substâncias amargas, activa a digestão nos casos de falta de apetite ou de dispepsia (digestão pesada, flatulência). Também se torna útil no tratamento da gastrite crónica.
^
?
Outra sanamunda
Na Europa e na América do Norte, existe uma espécie similar à Geum urbanum L, a Geum rivaleL. Os seus componentes são muito semelhantes e, em consequência disso, também as suas propriedades. Caracteriza-se por ter folhas maiores e as flores purpúreas ou cor-de-rosa. Ambas as espécies se hibridam mutuamente, encontrando-se com frequência formas intermédias.
• Afecções bucais: paradontose e gengivite (inflamação das gengivas), piorreia e aftas 101. Aplicada localmente evft forma de gargarejos ou bochechos, contribui para desinflamar e curar a mucosa bucal. Faz desaparecer a halitose (mau háVito), quando seja devida a inflamação das gengivas. Também acalma a dor de dentes. • Feridas de difícil cicatrização c úlceras da pele 101. • Conjuntivite e blefarite 10,01: Aplica-se sol) a forma de lavagens oculares ou de colírio. Desinílama e desinfecta as delicadas mucosas oculares. 195
Kmmerta triandra Ruiz-Pav.
01
P
9
•
9
Preparação e emprego
Ratânia Poderoso adstringente e anti-inflamatório
USO INTERNO O Pó de raiz: Uma colherzinha das cie café, 3 vezes ao dia. O Decocção de 20 g de casca por litro de água. Ingerem-se diariamente 3 chávenas. © Extracto fluido: Administram-se de 10 a 20 gotas, 3 vezes ao dia. USO EXTERNO O Decocção com 30-40 g de casca por litro de água, com a qual se fazem gargarejos, banhos de assento, irrigações vaginais e compressas.
A
RAIZ da ratânia é usada no Peru d e s d e t e m p o s i m e m o riais, para a l i m p e / a dos d e n tes e das gengivas. As d a m a s de Lima, sua capital, usavam-na no século XIX para b r a n q u e a r os dentes p o r ocasião de festas e celebrações.
Outros nomes: ratânhia. Brasil: ratânhia-do-peru. Esp.: ratânia, krameria, ratânia dei Peru. Fr.: ratânhia du Pérou. Ing.: rhatany.
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : A raiz
contém taninos catéquicos, flobafcno, ácido kramérico ( u m alcalóide), amido, mucilagem, açúcares, goma e cera. O seu princípio activo mais imp o r t a n t e são os t a n i n o s , q u e têm a particularidade de n ã o amargai c o m o acontece, por exemplo, com os do carvalho (pág. 208). A sua forte acção adstringente e anti inflamatória torna-a muito r e c o m e n d á v e l nos casos de gastrenterite e colite IO.©,©), inclusive nas crianças.
Habitat: Terrenos secos e descobertos das montanhas andinas do Peru, Bolívia e Chile. Descrição: Arbusto que pode atingir 50 cm de altura, da família das
Externamente, dá b o n s r e s u l t a d o s nos seguintes casos: • Afecções b u c o f a r í n g e a s IO): estomatite (inflamação da boca), piorreia e gengivite, faringite, amigdalite, aplicada em gargarejos e bochechos. • H e m o r r ó i d a s e fissura anal IO): em b a n h o de assento. • Leucorreia (fluxo vaginal) e vaginite IO) em irrigações vaginais. • Frieiras IO), em compressas e m b e bidas n u m a decocção de casca. 196
Leguminosas, cujos ramos jovens se encontram revestidos de um pêlo muito suave. As flores são de cor vermelha, e a raiz, tortuosa ede 1 a 3 cm de diâmetro, é de cor parda ou avermelhada. Partes utilizadas: a raiz, especialmente a sua casca.
Raiz de ratânia, arbusto próprio das zonas andinas do continente sul-americano.
PlstadalentíscusL
Pistácia Fixa os dentes e perfuma o hálito
A
ALMECEGA ou mástique é a resina que exsudam os caules da pistácia quando se lhes la/, uma incisão superficial. Dioscóridcs já a recomendava no primeiro século da nossa era, com o fim de «apertar as gengivas afrouxadas» e para combater o mau hálito. Actualmente faz parte de numerosos dentífricos e preparados farmacêuticos. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A AL-
MÉCEGA contém ácido mastíctico, masticina e essência rica em pineno. Quando se mastiga Eòrma uma massa mole como a cera, que adere aos dentes. Pela sua acção anti-inflamatória e anti-séptica, combate a piorreia e a gengivite (inflamação das gengivas) IO). Torna-se útil no tratamento da parodontose (inflamação e degenerescência dos tecidos de fixação do dente) MM, que é a primeira causa da perda de peças dentárias no mundo. Perfuma o hálito, produzindo uma sensação de frescura e limpeza. As FOLHAS e CAULES tenros contêm uma menor quantidade de princípios activos, mas em compensação possuem mais tanino. Utilizam-se do mesmo modo que a almécega, em bochechos feitos com a sua decocção l@l, para desinflamar e fortalecer a dentadura.
Outros nomes: almecegueira, aroeira, aroeiro. lentisco. Esp.: lentisco, almácigo, charneca. Fr.: [pistachier], lentisque. Ing.: mastic tree, lentisk [pistachej, lentiscus. Habitat: Originário das ilhas gregas, e espalhado por toda a região mediterrânea. Cria-se em terrenos secos, entre alfarrobeiras ou azinheiras. Descrição: Arbusto da família das Anacardiáceas, que pode atingir até um metro de altura. As folhas, que se conservam verdes durante todo o ano, são coriáceas e glabras (sem pêlos). O fruto è uma baga, vermelha ou negra, do tamanho de uma ervilha.
U> Preparação e emprego USO EXTERNO O A almécega, mastigada ou em pastas dentífricas. © Bochechos com uma decocção de folhas e caules tenros (100 g por litro de água), até 5 vezes por dia.
Partes utilizadas: a resina e as folhas.
Tanto a resina da pistácia (almécega), como a decocção das suas folhas e caules, constituem um dentifrico natural m u i t o útil contra a piorreia e a inflamação das gengivas.
197
Polygonum blstortum L
ai r.
si 9.
J
a
Preparação e emprego
Bistorta Um potente adstringente
USO INTERNO O Decocção com 20-30 g de rizoma triturado por litro de água, da qual se ingerem 3 ou 4 chávenas por dia. USO EXTERNO @ Bochechos: Fazem-se com o líquido resultante da maceração de 60-100 g de rizoma triturado, num litro de água durante 4 horas. © Irrigações vaginais: Fazem-se com uma decocção de rizoma com 40-50 g por litro de água.
O
RIZOMA desta plania, difícil de arrancar, forma dois ângulos, uil como d seu nome inche;!: bistorta, isto é. 'duas vezes torcida', 1*1 de cor avermelhada e apresenta uma elevada percentagem de fécula, pelo que tem sido usado como alimento ein épocas de escassez.
Outros nomes: colubrina. serpentâda-vermelha. Esp.: bistorta. serpentária, hierba sanguinária. Fr.: bistorte. Ing.: bistort.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O ri-
Habitat: Própria de terrenos montanhosos e húmidos. Encontra-se na Europa e por todo o continente americano.
zoma da bistorta comem abundantes taninos gálicos e catéquicos, que lhe conferem uma acção fortemente adstringente. V. possível que seja uma das
Descrição: Planta da família das Poligonáceas. que pode atingir até um metro de altura. Caule com bastantes nós, típico das plantas desta família botânica. As folhas são grandes e ovaladas, o as flores, cor-de-rosa, formam uma espiga terminal.
plantas mais adstringentes q u e se ( o-
nhecem. Actua localmente, secando, cicatrizando e enrijando a pele e as mucosas do organismo. Apresenta ainda uma acção anti-séptica (combate a infecção) e hemostátiea (detém as pequenas hemorragias). Por nulo isto, é
Parte utilizada: o rizoma (caule subterrâneo).
indicada nos seguintes casos: • Gcngivitee parodonlose l©l (gengivas débeis e sangrantes), aplicada em
bochechos com a maceração do rizoma. • Estomatite l©l (inflamação da mucosa bucal), em bochechos, e faringite, aplicada em gargarejos com a maceração do rizoma. • Diarreias e gastrenlerites IO), em especial quando acompanhadas de infecção e hemorragia (disenteria, salmonelose. Cólera). • Vaginites l©l (inflamações vaginais) a c o m p a n h a r i a s de Leucorreia (fluxo
esbranquiçado e abundante). 198
O rizoma (caule subterrâneo) da bistorta ó muito rico em taninos de acção adstringente, que secam e cicatrizam a mucosa bucal e intestinal.
Vibumum lantana L
í\
Viburno Desinflama as gengivas
E
STE BELO arbusto europeu chama a atenção pelo curioso lacto cie as suas bagas não amadurecerem todas ao mesmo tempo, K frequente encontrar, no mesmo ramalhete, bagas vermelhas (que ainda não amadureceram) e azuladas ou pretas (maduras). Têm um sabor adocicado c áspero e, embora em algumas regiões montanhosas da Itália se comam fermentadas, tornam-se bastante irritantes para o aparelho digestivo. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS ba-
gas contêm uni glicósido ainda não bem identificado c tanino em abundância. São adstringentes e anti-sépticas. Desinflamam a mucosa buca) e limpam a cavidade oral. Usam-se em bochechos e gargarejos, em caso de gengivite (inflamação das gengivas), amigdalite (anginas) e faringite (Ol.
Outros nomes: Esp.: lantana, morrionera, barbadejo, pierno. Fr.: viorne lantane, mancienne. Ing.: wayfaring tree.
Habitat: Bosques e sebes de toda a Europa, sobretudo nas regiões montanhosas. Descrição: Arbusto da família das Caprifoiiáceas, que atinge até 3 m de altura. As folhas têm as nervuras salientes e são mais claras pela face inferior. As flores são brancas e crescem formando uma umbela. Os frutos são bagas negras quando estão maduros. Partes utilizadas: as folhas e os frutos
(bagas).
Preparação e emprego Precauções
O viburno emprega-se exclusivamente em uso externo. As bagas não devem ser ingeridas, pois produzem vómitos e diarreias.
USO EXTERNO
O Bochechos e gargarejos com uma decocção de 20 g de bagas bem maduras (pretas) e 2 ou 3 folhas de viburno por litro de água, 3-4 vezes ao dia.
199
PLANTAS PARA A GARGANTA. NARIZ E OUVIDOS O
bUMARlO DO Cí
.0
J
DOENÇAS E APLICAÇÕES Afonia Amigdalite e faringite Ardor na garganta, ver Garganta, irritação BêqtàttB, plantas, ver Garganta, irritação Dor do ouvido (legenda de foto) Epistaxe, ver Nariz, hemorragia Faringite Garganta, ardor, ver Garganta, irritação Garganta, infecção, ver Amigdalite e faringite Garganta, irritação Gargarejos, plantas para Hemorragia nasal, ver Nariz, hemorragia Irritação da garganta Laringite Nariz, hemorragia Nariz, inflamação, ver Rinite Ouvido, dor (legenda de foto) Plantas para gargarejos Rinite Rouquidão, ver Afonia Sinusite
203 201 201 201 204 203 201
Quando nos referimos ã garganta, incluímos também a laringe e as amígdalas (anginas), assim como a laringe, no interior da qual se produz a voz.
201 201 201 204 203 201 202 203 203 204 204 203 203 202
PLANTAS Agrimónia Aúnlieira Carvalho Cawalho-branco Erisimo = Rinchão Eupatória = Agrimónia Hidraste Rinchão Sobreiro
A
GARGANTA, o nariz e os ouvidos constituem uma unidade anatómica e fisiológica, pois iodos estes órgãos comunicam entre si, e a camada mucosa que lhes reveste o interior é contínua, sem transição entre uns e outros. Ciada ouvido comunica com a laringe através de um fino canal chamado trompa de Eustáquio.
205 210 208 210 211 205 207 211 210
Formando uma unidade funcional com as fossas nasais e em comunicação com elas, estão os seios paranasais, que são cavidades abertas na espessura dos ossos do rosto. A inflamação destas cavidades é conhecida como sinusite. As amígdalas e os seios paranasais são lugares especialmente propensos a ser colonizados por germes patogénicos, que neles se instalam, constituindo assim focos de infecção de onde se lançam toxinas para o sangue e também para outros órgãos. Muitas bronquites crónicas ou repetitivas, por exemplo, devem-se à presença de um loco infeccioso permanente nos seios paranasais ou nas amígdalas. As plantas medicinais, quer aplicadas localmente em forma de gargarejos, irrigações nasais ou inalações, quer ingeridas por via oral, têm uma acção anii-inilamatória, suavizante, antibiótica e facilitadora da expulsão da mucosidade, que contribui decisivamente para a cura e, sobretudo, paia a prevenção das afecções desta importante região anatómica.
•
>E PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S P o r t e
Doença
Planta
Pág. Acção
0 tratamento fitoterápico de ambas as afecções baseia-se nas aplicações locais, principalmente gargarejos, com as plantas indicadas no tabela "Plantas para gargarejos" (pág. 204). As infecções faríngeas repetitivas das crianças requerem a administração de plantas de acção antibiótica e estimulante das defesas, tais como o tomilho, as chagas e a equinácea.
GARGANTA, IRRITAÇÃO Pode ser originada por diversas causas, entre elas: infecciosas (faringite crónica), irritativas (fumo do tabaco, inalação de substâncias químicas), atróficas (debilidade das células mucosas que revestem a garganta), e até tumorais. Manifesta-se por ardor ou comichão na garganta, tosse seca, incómodo ao engolir e mucosidade. Todas estas plantas têm acção béquica, isto é, acalmam a tosse devida a ardor ou irritação da garganta. Usam-se tanto por via interna como localmente em gargarejos. Rinchão
Uso
VERBENA
174 Anti-inflamatória e emoliente
Gargarejos com a infusão ou decocção, cataplasmas com a planta fervida, infusão
AGRIMÓNIA
205
Gargarejos com a decocção
AMIGDALITE E FARINGITE A amigdalite é uma inflamação das amígdalas, vulgarmente chamada anginas. É geralmente produzida por uma infecção, que pode ser bacteriana ou então vírica. Quando esta inflamação afecta o conjunto da mucosa da faringe (garganta), e não apenas as amígdalas, fala-se de faringite.
D e s c r i ç ã o
S/ÍSEZT* * * ***** da garganta
**•
™ â*S e g e n e r a a s c é l u l a s
Gargarejos com a infusão
CARVALHO
2ç,a Anti-séptico e cicatrizante, alivia o ardor e a comichão
Bochechos e gargarejos
LIMOEIRO
265 Anti-séptico e cicatrizante
Gargarejos com o sumo e toques nas amígdalas com uma compressa empapada no sumo
NOGUEIRA
505 Anti-séptica, cicatrizante, adstringente
Gargarejos com a decocção
URUCU
700 Adstringente e cicatrizante
Gargarejos com a infusão de folhas
EQUINÁCEA
755
TOMILHO
769 Anti-séptico, estimula as defesas
Gargarejos com a infusão, banhos de vapor e inalações com a essência
CHAGAS
772 Antibiótica natural, limpa as mucosas
Infusão ou decocção
AGRIMÓNIA
205 Suaviza a garganta e aclara a voz
Gargarejos com a decocção
CARVALHO
208
Anti-séptico e cicatrizante, alivia a comichão e o ardor da garganta
Gargarejos com a decocção
RINCHÃO
211 da garganta
Infusão, gargarejos
AVENCA
292 Alivia a secura e irritação da garganta
Infusão, xarope, gargarejos com a infusão
ANTENÂRIA
297
Expectorante, anti-inflamatória, amolece a mucosidade
Infusão, gargarejos com a infusão
TANCHAGEM
325
Suaviza e seca ao mesmo tempo, alivia a irritação da garganta
Gargarejos com a decocção
PULMONAR IA
331 e anti-inflamatória
Aumenta as defesas contra as infecções
Acalma a tosse e a irritação
Adstringente, expectorante
Tomar a decocção de raiz ou preparados farmacêuticos
Decocção, gargarejos com a decocção
TUSSILAGEM
Acalma a tosse, desinflama as mucosas respiratórias
Infusão, gargarejos com a infusão
VIOLETA
Suaviza a garganta e acalma a tosse
Gargarejos com a infusão
ANANÁS
Acalma a tosse, facilita a expectoração
Sumo do fruto
ORÉGÃO
Expectorante, sedante, antitússico
Infusão, essência, inalações com vapor
Emoliente, protege as mucosas
Gargarejos com a infusão
Acalma a tosse rebelde por irritação das vias superiores
Decocção com a casca e/ou folhas, gargarejos com esta decocção
Anti-inflamatório, sedante suave, alivia a irritação
Decocção, gargarejos com a decocção
754 Antitússica, antibiótica
Infusão, tintura
201
C i p . I I : PLANTAS P i
GARGANTA, NARIZ E OUVIDOS
f/
Doença
Planta
Pág. Acção
LARINGITE Inflamação da mucosa que reveste a laringe,, que é o órgão onde se produz a voz. E acompanhada por um aumento da produção de mucosidade na garganta, tosse, afonia ou rouquidão e. nos casos graves, dificuldade em respirar por espasmo das cordas vocais, que fecham a passagem do ar.
SINUSITE É a inflamação dos seios paranasais, que são pequenas cavidades abertas na espessura dos ossos do rosto e que comunicam com as fossas nasais através de pequenos orifícios. O interior destas cavidades ou seios é revestido por uma camada mucosa cuja inflamação, de cura lenta, produz dor de cabeça e outros transtornos. Além de irrigações nasais, recomendam-se compressas sobre o rosto, inalações de vapores ou essências, e a ingestão de plantas com acção antibiótica como o rabanete ou as chagas.
202
Uso Gargarejos com a infusão ou decocção, cataplasmas com a planta fervida, infusão
VERBENA
174 Anti-inflamatória e emoliente
AGRIMÓNIA
205
RlNCHÃO
a tosse e a irritação 211 Acalma da garganta, expectorante
Infusão, gargarejos com a infusão
AVENCA
a secura e irritação da garganta, 292 Alivia acalma a tosse
Infusão, xarope, gargarejos com a infusão
ANTENÁRIA
anti-inflamatória, 297 Expectorante, amolece a mucosidade
Infusão, gargarejos com a infusão
LlQUEN-DA-ISLÃNDIA
300 Peitoral, expectorante e antitússico
Decocção
ALCAÇUS
308
MARROIO
316 mucosas
Infusão
PETASITE
320
Expectorante e emoliente
Infusão de rizoma e folhas
TANCHAGEM
325
Suaviza e seca ao mesmo tempo, alivia a irritação da garganta
Gargarejos com a decocção
TUSSILAGEM
341 as mucosas respiratórias
Infusão, gargarejos com a infusão
VERBASCO
343 Alivia a tosse e facilita a expectoração
Infusão de flores
AssA-FÉTiDA
359 Alivia os espasmos da laringe
Lágrimas (grãos de goma)
RABANETE E RÁBANO
393 Amolecem a mucosidade, antibióticos
Crus, sumo fresco
ORÉGÃO
464 Expectorante, sedante, antitússico
Infusão, essência, inalações com vapor
D«i»ri *
7K/I Combate a tosse, antibiótica,
KORELA
/P4
a n t i e s p a s m o d i c a
CENOURA
133
Pelo seu conteúdo em caroteno (provitamina A) fortalece as mucosas e aumenta as defesas
VERBENA
174 Anti-inflamatória e adstringente
ABETO-BRANCO
Alivia a inflamação e a irritação da garganta
Favorece a expectoração e desinflama as vias respiratórias Fluidifica e desinfecta as secreções
Acalma a tosse, desinflama
290 Balsâmico e anti-séptico, regenera as mucosas
Gargarejos com a decocção
Infusão ou maceração da raiz
Infusão, tintura
Crua ou em sumo Inalações dos vapores da decocção, compressas quentes com a infusão ou decocção sobre o rosto Inalação e ingestão da essência de terebintina
PINHEIRO
323
Balsâmico e anti-séptico
Inalação e ingestão da essência de terebintina
RABANETE E RÁBANO
393
Amoleces a mucosidade. antibióticos
Crus ou em sumo fresco
ROSEIRA
635
Ad slr n f ' gente, anti-inflamatória, anti-séptica
Lavagens nasais com a infusão de pétalas
EQUINACEA
755
Aumenta as defesas contra as infecções
Decocção de raiz ou preparados farmacêuticos
CHAGAS
772 Antibiótico natural, limpa as mucosas
Infusão ou decocção
I
SAÚDE PELAS P U M A S MEDICINAIS 2 °
Planta
ATONIA
RiuruKn
911 Acalma a tosse e irritação da garganta,
É a perda ou diminuição da voz. Geralmente, é consequência de uma inflamação ou infecção da laringe ou cordas vocais (laringite), embora também possa ser devida a causas tumorais, nervosas ou outras. A rouquidão é a mudança do timbre da voz, que fica áspera e pouco sonora. Tem geralmente as mesmas causas que a afonia.
HINCHAO
ÍIL
expectorante
ALCACUS
308
Favorece a expectoração e desinflama as vias respiratórias
PETASITE
320 Expectorante e emoliente
NARIZ, HEMORRAGIA
PULMONÂRIA
Pág. Acção
331
RINITE É a inflamação da mucosa que reveste o interior do nariz. Usam-se plantas adstringentes eantí-séptícas para la vagens e irrigações nasais, antibióticas como as chagas e esternutatórias como o ásaro.
Infusão ou maceração da raiz
Infusão de rizoma e folhas Decocção, gargarejos com a decocção
344 Suaviza a garganta e acalma a tosse
Gargarejos com a infusão
ROSEIRA
635 Anti-inflamatória, anti-séptica
Infusão de pétalas, gargarejos com a infusão
CARVALHO
208
AdsWngente. anti-inflamatório e hemostatico
Tamponamentos nasais ou irrigações com a decocção
AVELEIRA
253
Tónico venoso, vasoconstritora, hemostática
Decocção de folhas e casca
URTIGA-MAIOR
278 Vasoconstritora e hemostática
Tamponamentos nasais com o sumo
ABRUNHEIRO-BRAVO
372
Adstringente
Tamponamentos nasais com a decocção de frutos
PILOSELA
504
Adstringente
Tamponamentos nasais com a infusão
TORMENTILA
519
Adstringente e hemostática
Irrigações e tamponamentos nasais com a decocção
VIDEIRA
Carvalho
Expectorante, anti-inflamatória
Infusão e gargarejos com a infusão
VIOLETA
(EPISTAXE) É uma hemorragia que se produz nas fossas nasais. Deve-se, em muitos casos, à rotura de alguma pequena veia na fossa nasal, embora também possa estar relacionada com a hipertensão. As plantas medicinais de acção hemostátíca ou adstringente aplicam-se em tampões nasais, preparados com uma compressa de gaze, ou em irrigações nasais. Convém combinar o tratamento local com a ingestão de tisanas de algumas plantas de acção hemostáfica ou protectora dos capilares.
D e s c r i ç ã o
Uso
Doença
Estas plantas, usadas por via interna ou em aplicação local, desinflamam as cordas vocais e contribuem para eliminar a mucosidade, que com frequência causa a afonia ou rouquidão.
P a r t e
r..
Adstringente, protectora capilar, hemostática
Aspiração de pó das folhas secas, infusão de folhas
BOLSA-DE-PASTOR
g2g Aumenta a resistência dos capilares, hemostática
Tamponamentos nasais com a infusão
MILEFÓLIO
691
Cicatrizante e hemostatico
Tamponamentos nasais com a infusão
CAVALINHA
704
Hemostática
Decocção, tamponamentos nasais com a decocção concentrada
EUFRÁSIA
136
Anti-séptica, anti-inflamatória e adstringente
Infusão, irrigações nasais com a infusão
HIDRASTE
207
AnteéPtte8» regenera as células mucosas
Infusão, irrigações nasais com a infusão
PINHEIRO
323
Balsâmico e anti-séptico
Inalação e ingestão da essência de terebintina
ÁSARO
432
Provoca
°
es
P'rro
e
descongestiona
o nariz CHAGAS
772 Antibiótico natural, limpa as mucosas
Aspiração do pó de folhas ou de raiz secas Infusão ou decocção
203
C a p . 1 1 : P L A N T A S PARA A G A R G A N T A , NARIZ E OUVIDOS
Plantas para gargarejos
Aplicadas localmente em gargarejos, todas estas plantas exercem uma ou várias das seguintes acções: anti-séptica (desinfectante), emoliente (suavizante), cicatrizante e adstringente (seca as mucosas). Por isso se recomenda o seu uso nas afecções infecciosas ou inflamatórias da garganta, como a faringite e a amigdalite. Ver na página 71 a maneira de fazer os gargarejos.
Planta
Pãg.
Planta
Pág.
Erva-de-são-roberto
137
Verónica
475
Verbena
174
Amieiro
487
Chá-de-nova-jersey
191
Epilóbio
501
Ratánia
196
Nogueira
505
Bistorta
198
Malva
511
Viburno
199
Tormentila
519
Agrimónia
205
Cinco-em-rama
520
Hidraste
207
Goiabeira
522
Carvalho
208
Romãzeira
523
Saramago
211
Pimpinela-oficinal
534
Limoeiro
265
Silva
541
Avenca
292
Morangueiro
575
Antenária
297
Roseira
635
Alcaçus
308
Salva
638
Murta
317
Urucu
700
Tanchagem
325
Figueira
708
Serpão
338
Sanícula
725
Tussilagem
341
Consolda-maior
732
Verbasco
343
Quina
752
Violeta
344
Rorela
754
Abrunheiro-bravo
372
Framboeseiro
765
Drias
451
Sabugueiro
767
464
Tomilho
769 I
Orégão
As delicadas flores da violeta (pág. 344J suavizam a garganta e aliviam a tosse, t a n t o tomadas em infusão como em xarope.
204
O sumo de limão é um grande anti-séptico. Aplicado sobre as amígdalas por meio de toques com uma compressa de algodão, pode destruir diversos tipos de germes patogénicos q u e se localizam nessa zona da garganta (pág. 267).
O óleo de açucena |pág. 716) tem acção emoliente (suavizante) e anti-séptica. A aplicação de umas gotas no canal auditivo dá bons resultados em caso de otite ou de dor do ouvido.
Agrímonla eupatoria L
•
«
Preparação e emprego
Agrimónia USO INTERNO
Aclara a voz e suaviza a garganta
O Infusão ou decocção com 20 ou 30 g de flores e folhas por litro de água. Podem-se tomar 3 ou 4 chávenas por dia, adoçadas com mel no caso de se desejar. USO EXTERNO © B o c h e c h o s e gargarejos com uma decocção concentrada (100 g por litro). Deixa-se ferver até reduzir a um terço o volume da água. Pode-se acrescentar salva e tília. Adoçar com 50 g de mel.
A
AGRIMÓNIA pertence à família das Rosáceas, constituída por mais de duas mil espécies, entre as quais se encontram seguramente as plantas de maior beleza. No entanto, ao contrário de outras Rosáceas, a agrimónia é uma planta de aspecto bastante modesto, que não atrai particularmente a atenção. Claro que, como acontece com muitas outras coisas, a beleza e a eficácia nem sempre se conjugam. A agrimónia é conhecida e utilizada desde a antiguidade clássica. Mitrídates Eupator, médico e rei do Ponto (132-63 a.C), utilizou-a amplamente e deu-lhe o seu apelido: eupatoria.
Dioscórides e outros médicos e botânicos gregos, aplicavam-na em compressas sobre as feridas de guerra. Avicena, o famoso médico árabe medieval, também a recomendava. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A plan-
la contém ílavonóides, óleos essenciais, e sobretudo taninos, a que se deve a maior parte dos seus efeitos medicinais. Os taninos actuam como adstringentes sobre a pele e as mucosas, formando sobre elas uma camada de proteínas coaguladas que impede a actuação dos micróbios. E neste pro-
© C o m p r e s s a s para aplicar sobre as feridas. Embebem-se nesta mesma decocção concentrada, sem a adoçar.
Outros nomes: eupatoria, eupatório-dos-gregos, erva-dos-gregos, erva-hepática. Brasil: eupatório. Esp.: agrimónia común, eupatório, hierba de San Guillermo, cientoenrama. Fr.: aigremoine [eupatoirej, herbe de SaintGuillaume. Ing.: (commonj agrimony. Habitat: Prefere as sebes, margens de bosques e ribanceiras, em climas temperados. Encontra-se em toda a Europa e no Sul do continente americano. Descrição: Planta herbácea da família das Rosáceas, de 40 a 60 cm de altura, com caules erectos, no cimo dos quais se dispõem em ramalhete as suas flores amarelas. As sementes dos frutos estão cheias de ganchinhos que aderem à roupa de quem passa e ao pêlo dos animais. Partes utilizadas: as flores e as folhas.
205
Os gargarejos feitos com uma decocção de agrimónia aclaram a voz e suavizam a garganta.
cesso que se baseia precisamente o curtimento das peles. A agrimónia cm infusão exerce um interessante efeito antidiarreico. Também é vermífuga (expulsa os vermes intestinais) e ligeiramente diurética IOI. Acontece, porém, que a maior utilidade terapêutica desta planta é em aplicação externa. Pelo seu efeito adstringente e anti-inflamatório sobre as mucosas, torna-se de grande utilidade nos seguintes transtornos: • Ulceras da boca 101 (altas), aplicada em forma de bochechos. 206
• Afecções da garganta 101: faringites agudas e crónicas, amigdalites e laringites (afonia). Os gargarejos dão nalguns casos resultados espectaculares, fazendo desaparecer em poucos dias a inflamação e irritação das mucosas da garganta. Os cantores, locutores e conferencistas podem beneficiar muito com
esta planta medicinal, que aclara a voz e suaviza a garganta. • Como cicatrizante 101 em feridas renitentes ou que não cicatrizam, chagas, úlceras varico.sas das pernas. Aplica-se colocando sobre a zona afectada compressas empapadas numa decocção de agrimónia. As feridas secam, facilitando assim a sua cicatrização.
Hydrastis canadensls L
Preparação e emprego
Hidraste
USO INTERNO
O Infusão de uma colherada de rizoma triturada, por cada chávena de água. Deixar repousar até arrefecer. Tomam-se duas colheradas desta infusão de 4 em 4 horas.
Eficaz contra os catarros
USO EXTERNO
© Aplica-se esta mesma infusão externamente, em bochechos, gargarejos, irrigações e lavagens.
O
HIDRASTE é um remédio pop u l a r n o s Estados U n i d o s e no Canadá, q u e começa a empregar-se t a m b é m no resto do continente a m e r i c a n o , devido às suas interessantes p r o p r i e d a d e s .
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : O ri-
zoma c o n t é m diversos alcalóides (hidrastina e b e r b e r i n a e n t r e o u t r o s ) , óleo essencial, resinas e glícidos, assim c o m o vitaminas A, B e C, e sais m i n e rais, em especial, fósforo. T u d o isto lhe confere p r o p r i e d a d e s anti-sépticas, adstringentes, h e m o s t ã t i c a s e antí-inflamatórias. Utiliza-se com êxito nos seguintes casos:
CH3
H3C OCHi
• Catarros nasais, faríngeos e b r ô n quicos. O hidraste actua eficazmente r e g e n e r a n d o as células das m e m b r a nas mucosas, pelo q u e d i m i n u i a secreção de m u c o e a congestão e inflamação q u e a c o m p a n h a os estados catarrais. Aplica-se tanto p o r via interna 101, c o m o externa (gargarejos) 101. • Menstruação excessiva e metrorragias (hemorragias uterinas) 101, devido ao seu efeito constritor sobre o útero. Nestes casos o seu emprego exige a vigilância do médico. • Vaginite e leucorreia 101, aplicada em forma de irrigações e lavagens. • Piorreia e gengivite (inflamação das gengivas).
Fórmula química da hidrastina, principal alcalóide do hidraste.
TV
Outros nomes: hidrastis. Esp.: hidraste, sello de oro. Fr.: hydrastis. Ing.: goldenseal. Habitat: Bosques montanhosos e húmidos da América do Norte. Não se cria no continente europeu. Descrição: Planta da família das Ranunculáceas, cujos caules nascem de um rizoma rasteiro, e atingem de 30-40 cm de altura. De folhas grandes e palmadas, de cor verde escura. Na ponta do caule forma-se um pequeno capitulo floral. Partes utilizadas: o rizoma.
• Conjuntivites (irritações oculares) 101, por meio de lavagens. 207
H
Carvalho Anti-infíamatório e adstringente
G
Outros nomes: carvalho-comum, carvalho-alvarinho, carvalheira, roble. Esp.: roble, carballo, roble aibar, roble común. roble europeo. Fr.: chêne. rouvre. Ing.: oak. Habitat: Árvore muito conhecida, que forma extensos bosques na Europa e na América. Descrição: Grande árvore da família das Fagáceas, de copa larga e de tronco grosso e maciço, que atinge até 20 m de altura. As (othas são (obuladas. de cor verde-escura na página superior e mais clara na inferior. As bolotas, os seus frutos, nascem de longos peciolos pendentes dos ramos. Partes utilizadas: a casca e as bolotas.
OSTARIA de provar uma bolota -roga o garoto aos pais, com quem vai passeando pelo
campo.
-Que estás IH a dizer, miúdo! As bolotas são para os porcos. Come este bocadinho de presunto que a tua mãe preparou paia ii. -Então, papá, se são boas para o porco, que nós depois vamos comer, porque c que não comemos logo as bolotas, sem terem de passar pelo animal? -Só pensas cm disparates, Ilibo!conclui a mãe. E a pergunta fica no ar... A lógica elementar do garoto contrasta com os hábitos alimentares de muitos dos que se autodenominam Homo sapiens (homem sábio). Se os habitantes dos países "desenvolvidos'" seguissem um regime alimentar mais rico em vegetais, e não tão abundante em produtos de origem animal, como é hábito, diminuiriam drasticamente muitas das doenças mais comuns, como a arteriosclerose, o ínfarto do miocárdio e a trombose.
o
Eliminar a cor amarela
A cor amarela que fica na pele depois dô se aplicar o carvalho é devida à acção dos taninos que contém. Para eliminá-la, esfrega-se a pele com sumo de limão.
208
O
Preparação e emprego
USO EXTERNO O Decocção com 60-80 g (umas 4 colheradas) de casca de carvalho ou azinheira, triturada, num litro de água. Deixar ferver durante 10 minutos em lume brando. Depois filtra-se e aplica-se localmente sobre a zona afectada, em qualquer das seguintes formas: - Bochechos e gargarejos (para as afecções da boca e da garganta). -
Irrigações vaginais.
- Banhos de assento e clisteres (para afecções do ânus ou do recto). - Banhos dos braços (para as frieiras). - Fomentações ou compressas quentes (sobre músculos ou articulações doridas). - Compressas, embebendo um pano de algodão ou uma gaze que se renova de 4 em 4 horas (para afecções da pele). - Lavagens oculares ou tampões nasais.
Os banhos de mãos (manilúvios) e de braços, assim como os de pés e pernas fpedilúviosj, melhoram os transtornos circulatórios das extremidades, como, por exemplo, as frieiras.
2 0 % ) , e n t r e os quais se destaca o ácido quercitânico. Os taninos são adstringentes, islo é, secam as mucosas inflamadas e precipitam ou coagulam as p r o t e í n a s do.s tecidos animais. K p r e c i s a m e n t e nisto q u e se baseia o seu e m p r e g o c o m o a g e n t e s curtidores: secam a pele dos animais e translormam-na e m c o m o . Os taninos são os adstringentes mais enérgicos que se conhecem. Actuando sobre os tecidos inflamados, secam-nos e endurecem-nos transitoriamente, e n q u a n t o vão s e n d o s u b s t i t u í d o s a p o u c o e p o u c o p o r tecido são. T ê m l a m b e m um eleito anti-inflamatório e a n a l g é s i c o . Além disso, d e t ê m as p e q u e n a s h e m o r r a g i a s superficiais (acção hemostática). As BOLOTAS t a m b é m c o n t ê m tanino, além de glícidos (hidratos de carb o n o ) cr lípidos (gorduras) de alto valor biológico. São a d s t r i n g e n t e s e constituem um alimento a p r o p r i a d o nas diarreias por g a s t r e n l e n t e , especialmente nas crianças. A CASCA do carvalho e da azinheira aplica-se p o r via externa em forma de decocção IOI ( p o r via interna, embora n ã o seja tóxica, p o d e produzir n á u s e a s ) , e tem n u m e r o s a s indicações devido às suas e x c e l e n t e s propriedades curativas:
A h u m i l d e bolota torna-se um alim e n t o muito agradável para aqueles q u e a i n d a n ã o têm o p a l a d a r deform a d o pelos artificiais e sofisticados sabores da cozinha m o d e r n a . Durante: séculos, as bolotas foram um alimento básico de povos de g r a n d e forca física, c o m o , aqui na Península, o povo vasco. T a n t o na E s t r e m a d u r a espa-
n h o l a c o m o n o p o r t u g u ê s Alentejo, existem u m a s bolotas d o c e s , a i n d a mais saborosas do q u e as c a s t a n h a s ( p á g . 4 9 5 ) , e q u e , c o m o eslas, lamb e m se p o d e m comei assadas. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : A CAS-
CA de todas as árvores do g é n e r o Quercus é muito rica em taninos (ale
• E s t o m a t i l e e faringite: Nas inflam a ç õ e s da m u c o s a bucal e da garganta, aplica-se em b o c h e c h o s ou em gargarejos, várias vezes por dia, com o q u e se c o n s e g u e aliviar a sensação de a r d o r e c o m i c h ã o , ao m e s m o tempo q u e se o b t é m um eíéilo anli-scpiico e cicatrizante. • Gengivite, p a r o d o n t o s e , p i o r r e i a : Em t o d o o tipo de inflamação das gengivas, ajuda a l i m p a r a sujidade a c u m u l a d a nos seus recônditos. Nos 209
•Al,
casos incipientes, pode firmar os dentes que começam a abanar como consequência da inflamação das gengivas e dos tecidos que fixam o dente ao osso alveolar. • Conjuntívite e blefarite (inflamação das pálpebras): Fa/em-se banhos oculares, ou então aplica-se uma compressa embebida no líquido da decocção, de 4 em 4 horas. Obtêm-se muito bons resultados no caso de conjuntivites irritativas ou alérgicas, assim como nos terçóis. • Hemorragias nasais: Aplica-se em forma de irrigação, ou então embebendo uma gaze que serve de tampão. Recomcnda-se combinar com a tormentilha (pág. 519). • Frieiras: Banho dos braços ou dos pés, três vezes ao dia, durante 15 minutos, com uma decocção de casca de carvalho ou azinheira, quente. Faz desaparecer a vermelhidão e a comichão da pele.
Azinheira, sobreiro, carvalho-americano
Além do Quercus robur L, existem várias árvores do género Quercus, todas elas produtoras de bolotas e de propriedades medicinais bastante semelhantes, entre as quais há a destacar: • 0 Quercus ilexL, de tamanho mais pequeno, chamado azinheira, azinho ou carrasco-loureiro.* • O Quercus suberL, o sobreiro, ou sobro**, de cuja casca se obtém a cortiça. Por isso nalgumas regiões da América Latina lhe dão nome de pau-decortiça. • 0 Quercus alba L, carvalho-branco**", que forma grandes bosques no México, nos Estados Unidos e no Canadá. ' Esp.: encina, carrasca, chaparro. " Esp.: alcornoque, chaparreta. sobrero, tomadizo. '" Esp.: roble blanco.
• Hemorróidas e fissuras do ânus: Reduz a inflamação anal, detém a pequena hemorragia que costuma acompanhar estes incómodos, e favorece a cicatrização das dolorosas fissuras anais. Aplica-se em forma de banho de assento quente, de 15 minutos de duração, uma ou duas vezes diárias, e também em enema (clister). • Eczemas e gretas da pele: aplica-se em forma de compressa, embebendo um paninho de algodão. Seca, desinflama e cicatriza a pele. • Ulceras e chagas de difícil cicatrização, incluindo as de origem vascular, devidas a má circulação nos membros inferiores (úlceras varicosas). Aplicar uma compressa embebida no líquido da decocção, renovando-a de 4 em 4 horas. • Dores reumatismais: As fomentações ou compressas quentes com uma decocção de casca de castanheiro têm também efeito anti-inflamatório e anti-reumático. Usam-se para acalmar dores osteomusculares ou articulares na região cervical, dorsal ou lombar, assim como nas coxas e pernas. Os reumáticos e os artrósicos beneficiarão com as lómentações de carvalho. 210
As bolotas são ricas em hidratos de carbono e gorduras de grande valor nutritivo. Pela sua acção adstringente const i t u e m um alimento a p r o p r i a d o em caso de diarreia.
Slsymbrium offlclnale Scopoll
*
Preparação e emprego
Rinchão USO INTERNO
Desinflama a garganta e aclara a voz
V
OU TER que desistir -lamenta-
-se um dos componentes do
coro de Notre-Dame ao seu médico-. listou afónico há dois meses, como consequência de um catarro, e sem poder cantar. -Não desesperes. Toma esta eiva e faz gargarejos com ela. Verás como voltas a ter a tua voz- responde Morín, famoso médico parisiense do século
O Infusão com 50 g de sumidades floridas por litro de água. Adoça-se com mel. Tomar até 5 ou 6 chávenas quentes por dia. USO EXTERNO €) Bochechos e gargarejos com a mesma infusão que se emprega para o uso interno. Pode-se adoçar, caso se prefira. Recorde-se que não se deve engolir o líquido usado para os bochechos e gargarejos.
XVII.
E o rinchão fez o seu efeito. Na época em que não existiam microfones, os cantores, oradores e actores de toda a Europa encontravam nesta planta o segredo para manter a voz clara e forte. PROPRIEDADES
E
INDICAÇÕES:
O
rinchão é semelhante à mostarda (pág. 663) no seu aspecto, sabor e composição. Contém um óleo essencial sulfurado que, quando entra em contacto com a mucosa da boca e da faringe, provoca, por um mecanismo reflexo, um maior afluxo de sangue à laringe e aos brônquios, o qual favorece a secreção mucosa e a expectoração. Tem propriedades béquicas (acalma a tosse e a irritação da garganta), anti-inflamatórias e expectorantes. Torna-se muito útil nos casos de faringite, rouquidão ou afonia por laringite (inflamação das cordas vocais), e bronquite IO 01. Os melhores resultados obtêm-se quando se combina o uso interno (infusão) com o externo (bochechos e gargarejos).
Outros nomes: erva-rinchão, erísimo, ertsimo-das-boticas, erva-dos-cantores. Brasil: agrião. Esp.: erisimo, sisimbrio, hierba de los cantores, jaramago. Fr.: érysimum, herbe aux chantres, Ing.: érysimum, hedge mustard. Habitat: Comum em terrenos baldios e perto dos lugares habitados de toda a Europa. Conhecido no continente americano. Descrição: Planta da família das Crucíferas, de 40 a 100 cm de altura, de caule rígido e erecto. As folhas são grandes e profundamente divididas em vários lóbulos. As flores são pequenas, de cor amarela pálida. Partes utilizadas: as sumidades floridas e as folhas.
211
PLANTAS PARA O CORAÇÃO ri
SUMARIO DO CAPITULO
J
DOENÇAS E APLICAÇÕES Afecções do coração 213 Angina de peito 214 Arritmia 214 Cardiopatias,
As plantas cardiotónicas classificam-se em dois grupos: De tipo digitáfico. São aquelas cujos princípios activos sáo gJicósidos semelhantes aos da dedal eira. Têm uma acção cardiotónica intensa, e devem-se administrar com grande precaução, pois a dose tóxica situa-se muito próximo da dose terapêutica. Não digitálicas: Sáo plantas que fortalecem o funcionamento do coração, mas que não contêm giicósidos digitálicos. Podem-se administrar sem as precauções dos remédios digitáJicos. As plantas cardiotónicas. juntamente com as diuréticas (cap. 22). constituem a base do tratamento fitoterápico da insuficiência cardíaca [incapacidade do coração para cumprir a sua função de impulsionar o sangue).
212
ver Afecções do coração 213 Coração, afecções, ver Afecções do coração 213 Coração, alteração do ritmo, verAmtmia 214 Coração, infarto, ver In farto do miocárdio 214 Coronárias, afecções arteriais, ver Angina de peito 214 Doenças do coração, ver Afecções do coração 213 Infarto do miocárdio 214 Insuficiência cardíaca, ver Plantas cardiotónicas 212 Palpitações 213 Plantas cardiotónicas 212 Ritmo cardíaco, alteração, verAmtmia 214 Taquicardia 213
Plantas cardiotónicas São aquelas que aumentam a força de contracção do coração e melhoram o seu rendimento. 0 protótipo das plantas cardiotónicas é a dedaleira. Planta Erva-cidreira Adónis-da-itália Lírio-dos-vales Pilriteiro Dedaleira Graciola Agripalma Giesta Feijoeiro Ulmeira Azevinho Alecrim Evónimo Loendro Hipofaé
PLANTAS Adónis-da-itália Agripahna Cacto-grandifloro Canforeira Convolaria = IJrio-dos-vales Dedaleira Digital = Dedaleira Kspinheiro-alvar = Pilriteiro Giesta Graáola Lirio-dos-vales Pilriteiro Seknkáw
215 224 216 217 218 221 221 219 225 223 218 219 2/6
Pág.
163 215 218 219 221 223 224 225 584 667 672 674 707 717 758
A
S PLANTAS medicinais exercem notáveis acções sobre o coração. São especialmente apreciadas as plainas que aumentam a forca das contracções cardíacas (chamarias cardiotónicas), cujo protótipo é a dedaleira. Além de fortalecer o coração, as plantas medicinais c o n t r i b u e m de forma decisiva para a prevenção de d o e n ç a s graves tio coração, c o m o ÍV a n g i n a de peito e o infarto do miocárdio.
A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S 2 "
Doença
Planta
AFECÇÕES DO CORAÇÃO Estas plantas convêm a todos aqueles que sofram de alguma afecção cardíaca, devido ao seu efeito tonificante do coração, ao seu escasso conteúdo em sódio (que aumenta a tensão arterial), e ao seu efeito diurético isento de riscos.
jl
Pág. Acção jgg
Pu R(TFIRO ,„.„„
PALPITAÇÕES As palpitações definem-se como a percepção desagradável do próprio batimento do coração, devido a uma mudança brusca no ritmo ou na frequência da pulsação cardíaca. Podem ser causadas por estados de ansiedade, uso de certos fármacos, consumo de tóxicos como o café, tabaco ou álcool, e, mais raramente, por certas doenças do coração. No electrocardiograma mostram-se como extra-sistoles. Além das plantas antiespasmódicas, sedativas e tonificantes do coração que se indicam, é necessário um tratamento de fundo da ansiedade subjacente (ver pág. 141), e eliminar o consumo de café, tabaco, álcool ou outros tóxicos.
Infusão de flores, decocção de casca, extractos Infusão de flores, frutos frescos, extractos Sumo fresco, decocção de frutos, cura de arandos
489 Rica em fósforo e potássio
Frutos frescos ou em sumo
495 **&2SSÍ!£& e elevado em potássio
Castanhas cruas ou assadas
CASTAKHHRO
TAQUICARDIA í um aumento da frequência do ritmo cardíaco. Quando se produz em repouso, sem uma causa fisiológica que a explique, pode precisar de ser tratada. Em geral, todas as plantas cardiotónicas, que aumentam a força das contracções cardíacas, e portanto a sua eficiência, reduzem também a sua frequência. Ás plantas sedativas e equilibradoras do sistema nervoso vegetativo (pág. 145) também podem travar a taquicardia.
Vasodilatadora e suavemente hipotensora, fluidifica o sangue
OCA Aumenta a resistência do músculo 260 cardíaco
ANONA
D e s c r i ç ã o
Uso
21 9 Aumenta a irrigação sanguínea nas coronárias e combate o seu espasmo
ARANDO
P a r l e :
SUm
MACIEIRA
513 Diurética, baixo conteúdo em sódio
olfem decocção
FEIJOEIRO
584 Melhora o rendimento do coração
Decocção de vagens, verdura
Mu im MILHO
W} Diurético bem tolerado, não altera 099 o equilíbrio electrolitico do sangue
HIPOFAÉ
758 ã J ^ ^
P.I DiTcion riLKiitiRo
A ~
U T O , a c t i v a a , ú n ç í i o
?i Q Aumenta a força contráctil do coração LY? e regulariza o seu ritmo
224
^ ^ S f o H g a n nervosa
°
,, - . p . t i W p infusão de estiletes Bagas maduras, xarope de bagas Infusão de flores, frutos frescos, extractos
« • * • * * •
225 ~ J ^ « - * | * . « ( I . * " * »
310
K o S c a r d i a c o mais
tento)
"""São, xarope
LARANJEIRA
153 Antiespasmódica, sedante
Infusão de folhas e/ou flores
ALFAZEMA
161 Pedante e equilibradora do sistema nervoso
infusão, extractos, essência
ERVA-CIDREIRA
163 Antiespasmódica, sedante
Infusão, extractos
uVALERIANA „,-„.....
i7o Antiespasmódica, sedante do sistema Infusão, w - » maceração, . - . , « « , « .póJ de t , i raiz Bni, 172 nervos ^ 0 c e n t r a | e' v e g e t a t i v o
LíRio-DGS-VALES
O i1o8
Puorrciorv riLRmEiRo
9i Q Aumenta a forca contráctil do coração e regulariza o seu ritmo
VISCO-BRANCO
^
Tonificante do coração, antiespasmódico
246 Antiespasmódico, sedante
w.icãn ln,usao Infusão de flores, frutos frescos, extractos Infusão, maceração de folhas
LIMOEIRO
265 Antiespasmódico, sedante
Infusão de folhas
ASSA-FÉTIDA
359 Antiespasmódica, sedante
Lágrimas (grãos de goma)
213
C a p . 1 2 : P L A N T A S PARA O CORAÇÃO
Uso
Doença
Planta
ARRITMIA
TlUA
169 suavemente hipotensora
VALERIANA
É a alteração no ritmo das pulsações cardíacas, quer por este ser irregular, quer demasiado lento (braquicardia) quer demasiado rápido (taquicardia). A arritmia pode ser secundária, devida a um estado de ansiedade, ao uso de tóxicos (especialmente o café ou o chá), ou a certos medicamentos. Nestes casos não costuma envolver gravidade e cede quando se corrige a causa. Mas noutros casos, a arritmia pode ser a manifestação de afecções cardíacas que requerem um diagnóstico preciso por parte do médico.
ANGINA DE PEITO É uma afecção caracterizada pelo aparecimento súbito de uma dor no peito, irradiando algumas vezes para o braço esquerdo, com uma sensação de morte iminente. É causada por um espasmo ou estreitamento nas artérias coronárias, que são aquelas que irrigam o próprio músculo do coração. 0 tratamento fitoterápico baseia-se em plantas antiespasmód/cas (aliviam o espasmo das artérias coronárias), vasodilatadoras coronárias (dilatam estas artérias) e sedativas. Quando o espasmo arterial é devido a arteriosclerose (endurecimento e estreitamento) das artérias coronárias, também são aplicáveis as plantas recomendadas contra esta afecção arterial (pág. 228).
Pág. Acção
ADÓNIS-DA-
-rrÂUA
Vasodilatadora,
Infusão de flores, decocção de casca, extractos
172 nervoso central e vegetativo
Antiespasmódica, sedante do sistema
Infusão, maceração, pó de raiz
215
Cardiotónico, sedante
Infusão
Aumenta a força contráctil do coração
Infusão de flores, frutos frescos, extractos
Cardiotónica,
Extractos farmacêuticos, infusão de pó de folhas
Tonifica o coração
Infusão, extractos
Hipotensora, sedante,
Preparados farmacêuticos, pó de raiz
PlLRITEIRO
219 e regulariza o seu ritmo
DEDALEIRA
221 normaliza o ritmo cardíaco
GIESTA
225 e torna mais lento o seu ritmo
RAUVÓLFIA
242 normaliza o ritmo cardíaco
GRINDÉLIA
310 torna mais lento o ritmo cardíaco
Infusão, xarope
TILIA
Vasodilatadora, suavemente 169 hipotensora, sedante, fluidifica o sangue
Infusão de flores, decocção de casca, extractos
ADÔNIS-DA- ITÂLIA
215 cardiotónico
PlLRITEIRO
219 coronárias e combate o seu espasmo
Infusão de flores, frutos frescos, extractos
AGRIPALMA
224 Cardiotónica, sedante
Infusão, extractos
ALHO
230 Vasodilatador, fluidificante do sangue
Cru, extractos, decocção de dentes de alho
VISCO-BRANCO visco BRANCO SENE-DA-IND«A
Antiespasmódica,
Vasodilatador das artérias coronárias,
Aumenta a irrigação sanguínea nas
?46 zí4b
214
. irrigação do miocárdio
492defecar ^ 2 2 em ?!5 S ?de r f prisão í S l f fde cK L™ caso ventre
BISNAGA
561 Antiespasmódica, vasodilatadora
ONAGRA
237 e impede a formação de coágulos
ESPIRULINA
276
GERGELIM
611 Previne a arteriosclerose e o infarto
INFARTO DO MIOCÁRDIO É a obstrução completa das artérias coronárias, o que tem como consequência a necrose de uma parte do músculo cardíaco. Além das plantas recomendadas para a angina de peito, a fitoterapia oferece plantas para a prevenção e reabilitação do infarto e da arteriosclerose (pág. 228), causadora da obstrução das artérias coronárias. As plantas fluidificantes do sangue (pág. 263) também exercem uma função preventiva.
Vasodilatador melnora a sanguinea
Dilata as artérias
Combate a arteriosclerose coronária, pela sua riqueza em ácidos gordos insaturados
Infusão
Infusão ou maceração de folhas
Infusão, extractos Infusão
Óleo de sementes em cápsulas ou comprimidos
Preparados farmacêuticos
Sementes em diferentes preparações
Adónis vemalis L
^K]
£
Adónis-da-itália Potente cardiotónico
Preparação e emprego
USO INTERNO O Infusão com 8 g de sumidades floridas em 200 ml de água a 60°C, em que se deixam até arrefecer. A dose habitual é de 4 a 6 colheres de sopa por dia.
O
ADÓNIS-DA-ITALIA é um protótipo das plantas medicinais cuja dose terapêutica e.stá muito próxima da dose tóxica. Isto quer dizer que se deve manejar com precaução. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Todas as parles da planta contém dois tipos cie gticó&idos cardiotónicos, semelhantes aos da dedalcira (pág. 221): o adonidósido c o adonivei nósido. Possui propriedades cardiotónicas (aumenta a força das contracções cardíacas), dilatadoras das artérias coronárias (combate a angina de peito), diuréticas e ligeiramente sedativas. Por tudo isto, sob vigilância médica, torna-se um remédio altamente apreciado em diversas afecções do coração IOI.
Ao contrário dos glicósidos da dedaleira, tão amplamente utilizados como cardiotónicos, os do adónis-da-itália não se acumulam no organismo (eliminam-se rapidamente com a urina). Por isso, torna-se útil para substituir temporariamente a dedaleira, especialmente nos tratamentos prolongados.
Precauções Em doses elevadas produz náuseas, vómitos e diarreias. Pela sua toxicidade e dificuldade de uma dosifícação correcta, unicamente o médico tem competência para prescrevê-lo e controlar os seus efeitos.
O adónis-da-itália pode substituir a dedaleira como cardiotónico, mas deve ser usado sob vigilância médica.
Outros nomes: casadinhos, lágrima-de-sangue. Esp.: adónis vernal, flor de adónis, ojo de perdiz. Fr.: adónis (du printempsj. Ing.: [yellow} adónis. Habitat: Europa central e meridional. É pouco frequente. Prefere os terrenos rochosos e calcários orientados para o sul. Descrição: Planta da família das Ranunculáceas, de 10 a 40 cm de altura. As folhas subdividem-se em segmentos muito estreitos. As flores são grandes (3-6 cm), de cor amarela, e abrem-se ao nascer do Sol. Partes utilizadas: as sumidades floridas.
215
Coreus gmndlflorusM\\\BT
Oi
Cactograndifforo Um grande amigo do coração
A
S BELAS flores deste cacio da América Central têm uma vida muito curta: numa mesma noite nascem, exalam o seu aroma e murcham. Mas as suas interessantes propriedades medicinais persistem, e tornam-na uma planta muito apreciada. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS FLO-
RES contêm glicósidos cardíacos, fiavonóides e captina, um alcalóide muito activo sobre o coração. Têm propriedades cardiotónicas, antiarrítmicas (regularizam o pulso) e vasodilatadoras das artérias coronárias (OI. Podem complementar ou até substituir a dedaleíra (pág. 221). Sào indicadas no caso de insuficiência cardíaca, valvulopatias (alteração nas válvulas do coração), transtornos do ritmo (palpitações) e angina de peito (fazem desaparecer a sensação de opressão no peito). A. POLPA dos frutos contém mucilagens de acção laxativa 101, suave, e, as SEMENTES, um óleo purgante 101. 216
Sinonímia científica: Cactus grandillorus L. Outros nomes: cirio-do-méxico, flor-cheirosa, flor-da-noite, flor-de•baile, flor-de-seda, tocha-espinhosa. Brasil: cacto, rainha-da-noite. Esp.: cactus, reina de la noche. -AI. Fr.: cactine. Ing.: cactus. Habitat: Originário das Antilhas e espalhado Selenicéreo por toda a América Central. Não se dá na Europa. Descrição: Planta trepadora da família das Cactáceas, que se caracteriza pelos seus 0 selenicéreo (Selenicerus grancaules carnosos cobertos de espinhos, e raízes aéreas com que se agarra às rochas e diflorus Britt.-Rose)*, chamado em alguns países cacto-espinal, às árvores. As flores são muito grandes (até cardão, gigante e rainha-das-flo30 cm), esbranquiçadas e muito aromáticas. res, é uma das diversas espécies Os frutos são umas bagas ovóides de cerca de 8 cm de comprimento cada uma. da família botânica das CactácePartes utilizadas: as flores e os frutos. as, muito semelhante ao Cereus grandiflorus L. As suas propriedades são também multo semelhantes. O selenicéreo é, Preparação e emprego além disso, uma planta cultivada, pois os seus frutos são apreciados em muitos lugares, sobretudo no México e nas Antilhas. O Flores: O mais seguro é tomáOs géneros Cereus e Selenice-las em forma de preparados farrus de cactos têm em comum formacêuticos elaborados com elas. mar caules erectos e cilíndricos. As suas diversas espécies não © Polpa dos frutos: Podem inse distinguem facilmente, pelo gerir-se de 2 a 10 por dia. que têm com frequência os mes€> Óleo das sementes: De meia mos nomes vulgares. a uma colherada é suficiente pa-
Jf
ra se obter o efeito purgante.
' Esp.: pitahaya.
Clnnamomum camphora (L) Steb.
Canforeira Tonifica o coração e a respiração
A
CANFOREIRA é uma árvore
milenária, que começa a produzir cânfora a partir dos 30 anos. Na China conhecem-se exemplares com cerca de 2000 anos de idade.
•4J
P R O P R I E D A D E S E INDICAÇÕES: A cân-
fora é u m a substância b r a n c a cristalina, q u e se o b t é m p o r c o n d e n s a ç ã o do óleo essencial q u e destila da madeira da canforeira. Do p o n t o de vista quím i c o , trata-se d e u m a c e t o n a d o hidrocarboneto aromático borneol. Exala um forte e típico a r o m a , e tem um s a b o r fresco e p i c a n t e . As suas p r o p r i e d a d e s são: • Estimulante cardio-respiratória IO): Estimula os c e n t r o s nervosos da respiração e da actividade cardíaca, aum e n t a n d o a frequência e a profundid a d e da respiração, e t o n i f i c a n d o o coração (acção analéptica). Usa-se em casos de congestão p u l m o n a r (bronquite, p n e u m o n i a , a s m a ) , desmaios, lipotimias, h i p o t e n s ã o e arritmias. • Anti-séptica e febrífuga IOI: Muito útil em gripes e constipações. • Anafrodisíaca IOI: Diminui a excitação sexual. • Anti-reumática e analgésica l@l: C) óleo ou o álcool de cânfora usam-se em aplicação externa p o r m e i o de fricções, para aliviar as d o r e s reumáticas e as nevralgias.
FJor da canforeira
Sinonímia científica: Laurus camphora L.
O
Preparação e emprego
USO INTERNO O Pó de cânfora: até 0,5 g por dia, repartido em 3 ou 4 doses. USO EXTERNO © Loções e fricções com óleo ou álcool canforados, que se preparam dissolvendo a cânfora a 10%, em azeite ou então em álcool.
Outros nomes: cânfora, canforeiro. Esp.: alcanforero, [árbo! dei] alcanfor, alcanfor dei Japón. Fr.: camphrier. Ing.: camphor tree. Habitat: Originária da costa oriental da Ásia (Japão. China), onde é muito cultivada, assim como nos Estados Unidos. Descrição: Árvore da família das Laureáceas, que pode atingir até 50 m de altura. As suas folhas são perenes e de consistência coriácea; as flores são pequenas e brancas. Partes utilizadas: a essência da sua madeira.
217
Convallaria majallsL
H
Lirio-dos -vales Tónico cardíaco
A
S FOLHAS e as sumidades floridas do lírio-dos-vales, ou convalaria, são utilizadas pela indústria farmacêutica na produção de medicamentos tonificantes do coração. No entanto, também podem usar-se no seu estado natural, desde que se tenham em conta as precauções que aqui se indicam.
Toda a planta contém glicósidos cai diotónicos, semelhantes aos da dedaleira, e saponinas. Ao contrário destes, os glicósidos da convalaria não se acumulam no organismo, o que representa uma vantagem; mas em troca são mais difíceis de tolerar (produzem vómitos). PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Além da stia propriedade tonificante do coração, esta planta é antiespasmódica e diurética IOI. Emprega-se, sempre sob vigilância médica, nos casos de insuficiência cardíaca, hipotensão, lipotimia, palpitações, hiperuricemia (excesso de ácido úrico) e litíase urinária (cálculos renais).
Precauções
Não ingerir as bagas, que são tóxicas, nem ultrapassar a dose. A intoxicação manifesta-se por vómitos e violentas diarreias.
218
Outros nomes: convalaria, lirio-de-maio, lirio-convale, campainhas-de-maio, funquifho. Brasil: flor-de-maio. Esp.: convalaria, lirio de los valles, muguete. Fr.: muguet. Ing.: lily of the valley. Habitat: Bosques frescos de toda a Europa. Metade norte da Península Ibérica. Naturalizada na América. Descrição: Planta vivaz da família das Liliáceas, que atinge de 10 a 30 cm. Tem duas grandes folhas elípticas e alongadas, e um raminho de flores brancas muito aromáticas. O fruto é uma baga vermelha. Partes utilizadas: as folhas e as sumidades floridas.
O
Preparação e emprego
USO INTERNO O Infusão: A dose habitual é de 3 a 5 g de folhas e/ou sumidades floridas, por chávena efe água. Tomam-se uma ou duas chávenas por dia.
As folhas e as flores do lírio-dos-vales têm um potente efeito cardiotónico.
Cmtaegus monogynaóacq.
m
LI i .
Pilriteiro
Outros nomes: escalheiro, pirliteiro, espinheiro-atvar, espinheiro-branco. Esp.: espino blanco, oxiacanio, nispero espinoso. Fr.: aubépinefà un style}, epinière. Ing.: [common] hawthorn, May bush.
Fortalece o coração e acalma os nervos
C
OMO te arranjas para ter umas cabras tão fortes e ágeis? -pergunta uni camponês grego do primeiro século da nossa era, a um seu vizinho. O verão já está a acabar, e os campos secos e pedregosos do Mediterrâneo parecem não oferecei muito alimento a estes rudes mamíferos.
-Pois olha, vou dizer-te o segredo. Já viste aqueles arbustos cheios de espinhos, com uns frutos pequenos e vermelhos? Procura um desses arbustos e dá as bagas a comer às tuas cabras. Em poucos dias notarás os resultados. Efectivamente, as cabras do vizinho adquiriram uma vitalidade como nunca antes haviam tido. Pareciam infati-
Precauções
Em doses muito elevadas (12 ou 15 vezes maiores que as recomendadas), pode apresentar-se bradicardia (diminuição da frequência do pulso) e depressão respiratória. Com as doses recomendadas não se produz nenhum efeito secundário indesejável.
Habitat: Comum nos bosques de toda a Europa. Naturalizado na América. Descrição: Arbusto espinhoso da família das Rosáceas, que atinge de 2 a 4 m de altura. As folhas são caducas, divididas em 3 ou 5 lóbulos. As flores são brancas, aromáticas. Os frutos são bagas de cor vermelha. Partes utilizadas: as flores e os frutos.
-O?
Preparação e emprego
USO INTERNO
O Infusão com 60 g de flores (umas 4 colheres de sopa) por litro de água. As flores frescas são mais eficazes do que as secas. Administram-se 3 ou 4 chávenas diárias.
€) Frutos frescos: Embora apresentem uma menor concentração de princípios activos, também são eficazes, e pode tomar-se um punhado deles 3 vezes ao dia. €) Extracto seco: Recomenda-se de 0,5 a 1 g, 3 vezes ao dia.
21Í
«M,
¥?
Outras espécies de pilriteiro
O Crataegus oxyacantha L. é uma espécie de pilriteiro que coexiste com o Crataegus monogyna L, ambos com propriedades praticamente idênticas. Diferenciam-se em que as bagas da espécie oxyacantha tem 2 ou 3 caroços, enquanto as da espécie monogyna apenas têm um.
As flores e os frutos do pilriteiro constituem um dos remédios vegetais mais eficazes no tratamento da taquicardia, da hipertensão e de outros transtornos cardiovasculares de origem nervosa.
gáveis, trepando pelos penhascos sob O escaldante sol do verão grego. Bem pode ter acontecido que aqueles cabreiros fossem contar a sua experiência a Dioscói ides, perspicaz observador, brilhante botânico e Iarnoso médico, que recomendou esta planta para fortalecer o organismo e para curai- diversas doenças. Também pode vir desse tempo o seu nome de Cratoegus, que em grego quer dizer 'cabras fortes'. O pilriteiro foi sempre muito apreciado como remédio. Mas o conhecimento empírico que se tinha dele, baseado nos seus eleitos sobre as cabias, não pôde ser comprovado cientificamente antes do século XIX. Foi só nesta época q u e j e n n i n g s e outros médicos noi le-amei icanos estudaram as propriedades cardiotónicas deste arbusto. Nos nossos dias, o pilriteiro goza de um grande prestígio como planta medicinal e faz parte de numerosos preparados jitoterapèuticos. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS do-
res sobretudo, e também os frutos do pilriteiro, contêm diversos glicósidos Havónicos, que quimicamente são polifenóis. aos quais se atribui o seu efeito sobre O coração e o aparelho circulatório. Kiiconirain-sc ainda deriva-
dos triterpénicos e diversas aminas biogenéticas (trimeiilamina, colina, tiramina, ctc.), que potenciam o efeito cardiotónico. Toda a planta, graças às propriedades do conjunto destas substâncias, é: • Cardiotónica IO,0,01: Propriedade atribuída sobretudo aos flavonóides, que inibem (impedem) a acção da adenosin-trifosfatase (ATPase). Esta enzima é a que decompõe o ATP, substância que serve de fonte de energia para as células, incluindo as do músculo cardíaco. Impedindo-se a destruição do ATP, as células dispõem de maior energia, e produz-sc um aumento da foiça contráctil do coração, e uma regularização do seu ritmo. Por esta razão, o pilriteiro tem as seguintes indicações: -Insuficiência cardíaca (debilidade do coração), acompanhada ou não de dilatação das suas cavidades, devida a miocardites ou miocardiopatias (inflamação ou degenerescência do músculo cardíaco), lesões valvulares ou infarto de miocárdio recente. —Arritmias (transtornos do ritmo do coração): cxtra-sístoles (palpitações), taquicardia, íibrilação auricular ou bloqueios. -Angina de peito: o pilriteiro aumen-
ta a circulação do sangue nas artérias coronárias, e combale o seu espasmo, causador da angina de peito. 1*". um bom vasodilatador das artérias coronárias. O eleito cardiotónico e anti arrítmico desta planta é semelhante ao que se obtém com a dedaleira, planta que o pilriteiro pode substituir com vantagens (não em casos agudos). O pilriteiro não tem a toxicidade nem os perigos de acumulação próprios da dedaleira. • Normalizadora da tensão IO,0.€)I: O pilriteiro tem um efeito regulador sobre a tensão arierial, pois fá-la descer em quem a tenha alta e provoca a sua subida nas pessoas que sofram de hipotensão. A sua acção normalizadora sobre a hipertensão é rápida e evidente, conseguindo-se efeitos mais duradouros do epie aqueles que se conseguem com outros anti-hipei tensores sintéticos. • Sedativa do sistema nervoso simpático (efeito simpalicolílico) IO,€>,0I Torna-se útil nas pessoas que sofrem de nervosismo, manifestado por uma sensação de opressão no coração, taquicardia, dificuldade em respirar, angústia ou insónia. V. unia das plantas ansiolíticas (que eliminam a ansiedade) móis eficazes que se conhecem.
Dlgltalls purpúrea L
Dedaleira Tónico cardíaco muito potente, que pode tornar-se tóxico
A
DEDALEIRA é um exemplo típico de como uma mesma planta pode curar ou matar. No século XVII, na Inglaterra, deu-se pela primeira vez uma infusão de folhas cie dedaleira a um doente que sofria de hidropisia de origem cardíaca (inchaço de todo o corpo por falha do coração). Poucos anos mais tarde, a dedaleira foi incluída na Farmacopeia de Edimburgo. Desde então, fizeram-se muitas investigações bioquímicas e biológicas com esta planta, cujos princípios activos ainda não puderam ser substituídos por nenhum produto químico.
o
Excelente cicatrizante
Em uso externo, as folhas desta planta são um excelente cicatrizante de úlceras e chagas cutâneas, incluindo as varicosas 101. Era esta a principal aplicação da dedaleira antes de serem descobertos os seus efeitos sobre o coração.
ÉÚ U J U Preparação e emprego
USO INTERNO O Preparados farmacêuticos: A maneira mais segura e mais bem tolerada de aplicar a dedaleira é utilizar o seu extracto em forma de preparado farmacêutico. No entanto, a planta completa é mais eficiente, embora requeira mais precaução para se administrar a dose exacta. Só farmacêuticos e médicos com experiência em fitoterapia podem tirar o máximo proveito desta poderosa planta que, correctamente aplicada, pode resolver graves problemas cardíacos e, inclusivamente, salvar a vida. © Infusión: Faz-se com 1 g de pó obtido por trituração das folhas secas, em 100 ml de água quente, sem que chegue a terver. Deixar repousar durante 15 minutos. Tomá-la ao longo do dia, às colheradas. Não ultrapassar esta dose. Não se deve tomar de forma continuada durante mais de 10 dias seguidos, pois os glicósidos acumulam-se no organismo; o habitual é tomá-la 5 dias seguidos e descansar dois. USO EXTERNO © Compressas: Prepara-se uma infusão com 1 ou 2 folhas por litro de água, que se aplica sobre a zona da pele afectada, empapando compressas de algodão.
Outros nomes: digital, abeloura, beloura, erva-dedal, troques, tróculos, caçapeiro, maia, estoura-fSores, caralhotas, dedalário, dedaleiro-verdadeiro, nenas, luvas-de-santa-maria, estraques, estoirotes. Brasil: erva-deda, luvas-de-nossa-senhora. Esp.: digita} purpúrea, dedal colorado, dedalera, dediies, guante de ia Virgen. Fr.: digital [pourprée], gant de Notre Dame. Ing.: [purple] foxglove, common toxglove. Habitat: Comum em montanhas de terrenos siliciosos da Europa Ocidental. Naturalizada no continente americano. Descrição: Planta bienal, da família das Escrofulariáceas, que atinge até 1,5 m de altura. As folhas são grandes, aveludadas e lanceoiadas, e saem da parte inferior da planta. As flores têm a forma de dedo, de cor púrpura ou rosada, e crescem todas juntas no extremo do caule. Partes utilizadas: as folhas.
221
Precauções
&
Apesar de a dedaleira ser uma planta tóxica, as intoxicações acidentais são raras, devido ao seu desagradável sabor. Depois de se comer folhas ou flores desta planta, produz-se uma irritação na boca, náuseas, vómitos, alterações da visão, bradicardia e, finalmente, paragem cardíaca. Bastam algumas flores para causar a morte de uma criança (e utiliza-se como planta ornamental!).
Fórmula química da digoxina, glicósido cardiotónico obtido especialmente a partir da dedaleira lanosa. O radical (Dx}3 representa o componente glicidico do glicósido, que no caso da digoxina é formado por três moléculas do açúcar digitoxose.
Actualmente, os glicósidos cia dedaleira são amplamente utilizados em medicina, e têm salvo a vida a milhares de doentes do corarão. Ao mesmo tempo, porém, a dedaleira é uma planta muito tóxica, e a infusão de apenas uma pequena parte de uma única Colha (cerca de 10 g) pode causar a morte de um adulto. E um problema de dosificação: a margem terapêutica é muito estreita, e a dose tóxica está muito próxima da curativa.
Outras dedaleiras Existem diversas espécies similares do género Digitalis. Três delas são bastante conhecidas: - dedaleira-amarela (Digitalis lutea L),' - dedaleira-de-flores-grandes (Digitalis grandiflora Miller)," - dedaleira-lanosa (Digitalis lanata L).Estas três espécies diferenciam-se da dedaleira purpúrea sobretudo pela cor das suas belas flores. As propriedades cardiotónicas e cicatrizantes de todas elas são muito semelhantes. * Esp.: digital amarilla. " Esp.: digital de flores grandes. "' Esp.: digital lanosa.
222
Os primeiros socorros consistem em lavagem ao estômago, purgantes, carvão activado, e a transferência urgente para um centro hospitalar.
Devido a existirem grandes variações na concentração dos princípios activos, segundo o lugar onde a planta se desenvolveu, a época da recolha, a rapidez da secagem das Folhas, e t c , a indústria farmacêutica recorreu no i.soJamenio desses princípios activos quimicamente puros. Deste modo, é mais fácil doseá-los e aplicá-los correctamente. Em contrapartida, a eficácia destes extractos é menor, pois se prescinde de outras substâncias presentes na planta, e que complementam a sua acção. Podemos distinguir dois lipos de substâncias na dedaleira: / N ã o glicósidas: digilollavina (corante amarelo), ticloexanol, ácidos málico e suecínico, tanino e uma diastase oxidante. Estas substâncias não têm uma acção directa sobre o coração, ma.s complementam e potenciam os efeitos dos glicósidos. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
/ Glicósidos: São os responsáveis pe-
los efeitos cardiotónicos que a dedaleira tem sobre o músculo cardíaco. Os mais importantes são a digoxina e a digitalina. Possuem as seguintes propriedades: -Aumentam & força das contracções do coração, melhorando o seu rendimento mecânico. -Normalizam o ritmo cardíaco quando este é irregular ou demasiado rápido (taquicardia). Por tudo isto, os glicósidos da dedaleira são um remédio insubstituível nos casos de insuficiência cardíaca IO.01 (incapacidade rio coração para bombear o sangue de que o corpo necessita), que nos casos agudos se manifesta clinicamente como edema (encharcamento) pulmonar, ou como hidropisia (acumulação de líquido nas cavidades e tecidos do organismo). Além disso, normalizam o ritmo do coração e têm uma certa acção diurética, o que contribuí para melhorar o funcionamento do aparelho circulatório.
Gmtíola offícinalls L
•J P Preparação e emprego
Gracíola Fortalece o coração
USO INTERNO O Infusão: Prepara-se com a planta seca triturada. A dose máxima por toma é de 2 g de planta seca, e de 10 g a máxima diária. © Extracto fluido: A dose admissível é de 20 gotas, de uma a três vezes ao dia.
A
GRACIOLA foi muito utilizada na Idade Média e na Moderna, dado que se lhe atribuíam imensas virtudes medicinais que não puderam ser demonstradas. Actualmente continua a ter utilidade como substituto da dedaleira (pág. 221), embora sob a vigilância do médico. Por isso se chama também 'pequena-dedaleira'. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a
planta contém glicósidos cardiotónicos, dos quais os mais importantes são a graciolina e a graciosolina. Possui propriedades tonificantes do coração, diuréticas e purgativas IO.OI. O seu uso actual é reservado aos casos em que existe intolerância aos princípios activos da dedaleira. A gracíola tem a vantagem de os seus glicósidos cardiotónicos não se acumularem no organismo, como acontece com os da dedaleira.
Precauções
É necessário respeitar as doses indicadas, por se tratar de uma planta potencialmente tóxica. As doses superiores às recomendadas provocam vómitos e cólicas intestinais com hemorragia. Em intoxicações maciças pode haver inclusivamente paragem cardíaca.
A gracíola tonifica o coração, e o seu uso constitui uma alternativa aos tratamentos com dedaleira.
Outros nomes: graciosa, cinifólio, erva-do•pobre, pequena-dedaleira. Esp.: graciola, hierba dei pobre, hierba de la fiebre, hierba de las calenturas. Fr.: gratiole (officinale), petite digitale, herbe à pauvre homme. Ing.: gratiole, hedge hyssop. Habitat: Difundida por pântanos e lugares húmidos da Europa e América do Norte. Descrição: Planta vivaz de 15 a 30 cm de altura, da família das Escrofulárias, cujo caule ê oco, redondo na base e quadrangular no vértice. Folhas opostas e finamente dentadas. As flores são de um cor-de-rosa claro ou amarelo. Têm um cheiro desagradável. Partes utilizadas: A planta florida seca.
223
Leonorvs cardíaca L
CJ 14
J
Preparação e emprego
Agripalma Acalma as pafpitações
USO INTERNO O Infusão com 30-50 g de sumidades floridas e folhas por litro de água, da qual se ingerem 3 ou 4 chávenas diárias. © Extracto fluido: 10 gotas, três vezes ao dia. USO EXTERNO © Lavagem das feridas com a mesma infusão que se usa internamente.
A
AGRIPALMA cullivava-se nas hortas dos mosteiros desde o século XV, e era muito apreciada em toda a Europa, ao ponto de ser considerada capaz de aliviar todos os males. Daí resulta que, mais tarde, tenha caído em descrédito. Actualmente, ainda que ocupe um lugar modesto na fitoterapia, continua a ser uma planta útil. Toda a planta contém um óleo essencial, um princípio amargo (a leonurina), um alcalóide (leonurinina), glicósidos e taninos. Possui as seguintes propriedades: • Cardiotónica e sedativa 1O,0I: Tonifica o músculo cardíaco. Acalma a taquicardia de origem nervosa e as palpitações. Recomenda-se aos hipertensos e aos que sofrem de angina de peito. • Emenagoga IO.OI: O alcalóide que comem estimula as contracções uterinas e favorece o fluxo menstrual. Usase nas dismenorreias (transtornos da menstruação). • Adstringente IO.01: pelo seu conleúdo em lanino, e carminativa (elimina os gases e flatulências intestinais). • Cicatrizante l©l: A infusão da agripalma uiili/.a-se para limpar e curaras feridas. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
224
Precauções
Não excederas doses indicadas, pois a sua acção sobre o coração poderia tornar-se demasiado intensa, devido aos glicósidos cardiotónicos que esta planta possui.
Outros nomes: cardíaca. Brasil: chá-de-frade, erva-macaé. Esp.: agripalma, cardíaca, cola de león, mano de Santa Maria. Fr.: agripaume, cardiaque. Ing.: [commonj mothenvort. Habitat: Pouco frequente na Europa e na América do Norte. Em Espanha só se encontra nos Pirenéus. Rara em Portugal. Descrição: Planta vivaz de 60 a 120 cm de altura, da família das Labiadas. As suas folhas são grandes, pecioladas e palmadas, e as flores de cor rosa ou púrpura. Partes utilizadas: as sumidades floridas e as folhas frescas.
Sarothamnus scopaiius (L) Wlmmer
f. 19. Preparação e emprego
Giesta USO INTERNO
Tónico cardíaco e diurético
O
S LONGOS caules deste arbusto utilizam-se desde a antiguidade para fabricai vassouras. For outro lado, só desde o século XIX é utilizada era fitoterapia, quando se descobriu que continha substâncias muito activas sobre o sistema circulatório.
Toda a planta, e especialmente as RAMAS, contêm vários alcalóides, representados pela esparteína, que aumentam a torça contráctil do coração c diminuem o ritmo das suas pulsações. Sobre o útero, exercem uma acção ocitócica (aumentam a força das suas contracções). Os ramos contêm também aminas estimulantes do sistema nervoso vegetativo (tiramina e dopamina), que têm efeito vasoconstritor e hipertensor IO.©l.
O Infusão com 20-30 g de flores e/ou ramos por litro de água, da qual se tomam de 2 a 4 chávenas por dia. © Extracto seco: Tomam-se 0,3 a 0,4 g, 3 vezes ao dia.
Precauções
Não exceder as doses recomendadas, já que podem produzir subidas da pressão arterial. Os hipertensos devem evitar o uso desta planta.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
As FLORES contêm ainda ílavonóides (esGoparína), que as tornam diuréticas, e são especialmente recomendadas em caso de edemas por insuficiência cardíaca, assim como de gota, nefrose (albuminúria), nefrite e cálculos renais IO.©I. A giesta ulili/.a-se sob vigilância médica, nos transtornos cardiovasculares: insuficiência cardíaca (efeito semelhante ao da digital, pág. 221), hipotensão, arritmias, taquicardias. Tem-se usado lambem como estimulante do parto.
Sinonímia científica: Cytisus scoparíus Lam., Spartium scoparium L. Outros nomes: giesta-brava, giesta-ribeirinha, giesteira-das-vassouras, giesteira-comum, retama, chamiça, escova, maias. Esp.: retama negra, escobón, hiniesta [blanca), hiniesta de escobas. Fr.: genêt [à balais], genettier. Ing.: Scotch broom. Habitat: Bermas de caminhos e sebes em terrenos siliciosos (ou calcários) do centro e sul da Europa. Em Portugal, encontra-se em quase todo o pais. Acha-se aclimatada no continente americano. Descrição: Arbusto da família das Leguminosas, que atinge 1,5 a 2 m de altura. As flores são amarelas e o fruto é uma vagem pubescente. Partes utilizadas: as ramas jovens e as flores em botão.
225
PLANTAS PARA AS ARTÉRIAS Ti
ARIO DO CAPITULO
1
DOENÇAS E APLICAÇÕES
O alho é um grande amigo do sistema cardiovascular. Faz descer a pressão arterial e fluidifica o sangue.
Arteriosclerose 228 Circulação sanguínea insuficiente, ver Falta de irrigação sanguínea . . 228 Colesterol, plantas contra o 229 Desmaio 228 Fritema pérnio, vfí'Frieiras 229 Falta de irrigação sanguínea 228 Frieiras 229 Frio, frieiras 229 Hipertensão arterial 227 Hipotensão arterial 227 Insuficiência circulatória cerebral, ver Falta de irrigação sanguínea . . 228 Irrigação sanguínea, falta de 228 Lipotimia, ver Desmaio 228 Plantas contra o colesterol 229 Plantas vasoconstritoras 229 Plantas vasodilatadoras 229 Tensão alta, ver Hipertensão arterial. .227 Tensão baixa, ver Hipotensão arterial . 227 Vasoconstritoras, plantas 229 Vasodilatadoras, plantas 229
PLANTAS
Extrai se da onagra um óleo muito rico em ácidos gordos polinsaturados que
reduz o nível de colesterol no sangue.
Alho Alho-de-urso Cersefi-bastardo Fwa-dos-bmros = Onagra Ginkgo Girassol » Oliveira Onagra Pervinca Rauvólfia Vicária Visco-americano Visco-branco ..
230 233 243 237 234 236 239 237 244 242 245 247 246
A
SAÚDL' das artérias depende em grande parle da qualidade do sangue que circula pelo seu interior. Entre as centenas de substâncias que o sangue transporta, o colesterol LDLserá possivelmente a mais prejudicial para as artérias. O colesterol é um lípido que o nosso organismo produz e utiliza para diversas funções bioquímicas. Quando existe em excesso, tem a particularidade de depositar-se na camada que reveste o interior das artérias, chamada íntima, onde provoca uma irritação e, posteriormente, uma lesão degenerativa. O resultado é um endurecimento da parede arterial e um estreitamento do seu lume (abertura interior), conhecido como arteriosclerose. São vários os factores que a favorecem, especialmente: • o aumento de colesterol no sangue, geralmente devido a uma alimentação rica em produtos de origem animal, tomo por exemplo a carne e os seus derivados, a manteiga, a nata, o queijo e os ovos; • a hipertensão arterial; • o hábito de fumar. As plantas medicinais contribuem para a saúde das artérias, reduzindo a tensão arterial; e, também, fazendo descer o nível de colesterol no sangue, mediante um destes dois mecanismos: • Diminuição da absorção intestinal de colesterol: A libra do farelo de aveia ou a da polpa tia maçã retêm o colesterol no interior do intestino, impedindo-o de passar para o sangue. • Diminuição da produção de colesterol pelo organismo: L" assim que actuam os óleos vegetais, ricos em ácidos gordos insaturados, como o linoleico e o linolénico.
I
SAÚDE P E L A S P L A N T A S M E D I C I N A I S 2* P o r t e :
D e s c r i ç h o
Doença
Planta
HIPERTENSÃO ARTERIAL
TÍLIA
169 hipotensora, sedante, fluidifica o sangue
VALERIANA
172 e a tensão arterial
Infusão, maceração ou pó de raiz
PILRITEIRO
219
Normaliza a pressão arterial
Infusão de flores, frutos frescos, extractos
ALHO
230
Vasodilatador, diminui tanto a tensão máxima como a mínima
Cru, extractos, decocção de dentes de alho
OLIVEIRA
239 Faz descer a tensão arterial
VlSCO-BRANCO
246
CEBOLA
294 depura o sangue de resíduos tóxicos
Crua, sumo fresco, cozida ou assada
LlNGUA-CERVINA
321
Decocção de frondes
MANJERONA
369 do sistema nervoso simpático
FUMARIA
389 fluidificante do sangue
iníusão, sumo da planta tresca, extractos
MACIEIRA
513 Diurética, baixo conteúdo em sódio
Cura de maçãs e arroz contra a hipertensão, infusão de folhas e flores
MILHO
599 o equilíbrio electrolítico do sangue
GINSENG
608
CAVALINHA
704 Diurética, remineralizante
CANFOREIRA
217 respiração e da actividade cardíaca
Pó de cânfora
LlRIO-DOS-VALES
218 Tonificante do coração
Infusão
PILRITEIRO
219
Normaliza a pressão arterial
Infusão de flores, frutos frescos, extractos
GIESTA
225
Estimulante do sistema nervoso vegetativo, vasoconstritora, hipertensora
Infusão de flores e/ou ramas, extractos
MANJERICÃO-GRANDE
368 e cardiovascular
Infusão, essência
SEGURELHA
374
Infusão, essência
GlNSEiNG
608 Normaliza a tensão arterial,
O aumento da tensão arterial, seja da tensão sistólica ou máxima, seja da diastólica ou mínima, pode ter causas patológicas, como doenças dos rins, arterioscleroses ou transtornos hormonais. No entanto, em boa parte dos casos, desconhece-se a origem do transtorno e qualifica-se de hipertensão essencial. A fitoterapia dispõe de plantas sedativas e equilibradoras da tonicidade nervosa (pág. 145), plantas diuréticas (ver cap. 221) e plantas vasodilatadoras (pág. 229), de provada eficácia hipotensora, especialmente em caso de hipertensão essencial. Oliveira
Cebola
HIPOTENSÃO ARTERIAL A tensão arterial baixa manilesta-se por abatimento, falta de tonicidade muscular e sensação de fadiga. As plantas que se recomendam tonificam os sistemas cardiovascular e nervoso, e são preferíveis • ^^S/T \d ao uso habitual de W - S ^ w y^ excitantes como o café, o chá-mate ou o chá.
Vasodiladora e suavemente
Sedante, diminui a ansiedade
Hipotensor, vasodilatador, regulador do sistema cardiovascular Hipotensora, diurética,
Normaliza os números da tensão Hipotensora, diminui o tono
Diurética, antiespasmódica,
Diurético bem tolerado, não altera
Normaliza a tensão arterial, tanto se estiver baixa como alta
Estimula os centros nervosos da
Tonifica os sistemas nervoso
Tonificante do sistema nervoso tanto se estiver baixa como alta
Uso Infusão de flores, decocção de casca, extractos
Decocção de folhas Infusão ou maceração de folhas secas
Infusão, essência
Infusão de estiletes Preparados farmacêuticos Decocção, sumo fresco
Preparados farmacêuticos
..„. ÒALVA
A oo
OJO
Tonificante, estimulante das glândulas supra-renais
Infusão, essência
ALECRIM
674
Tonificante geral
Infusão, banhos, fricções
c
Grnseng
Pág. Acção
™ S55SJ5U—»•*•
* « o , essência
227
Cap. 13; PLANTAS PARA AS ARTÉRIAS
Doença
Planta
Pág. Acção
Uso
DESMAIO Perda súbita da consciência, com queda no solo. Costuma ser acompanhado de hipotensão. Além das plantas recomendadas para a hipotensão, que podem prevenir os desmaios, podem-se usar estas três, que dão equilíbrio ao sistema nervoso e circulatório.
LARANJEIRA
153
Antiespasmódica, sedante
Infusão de folhas e/ou flores
ALFAZEMA
161
Sedante e equilibradora do sistema nervoso
Infusão, extractos, essências
ERVA-CIDREIRA
ARTERIOSCLEROSE É um endurecimento e estreitamento das paredes das artérias causado por depósitos de colesterol, que impede a chegada de sangue suficiente aos tecidos irrigados por esses vasos. O tratamento íitoterápico consiste no uso de plantas vasodilatadoras (pág. 229), fluidificardes do sangue (pág. 263), e plantas ricas em oligoelement o s como o silício, que favorecem a regeneração dos tecidos que formam a parede arterial. Todas as plantas que fazem descer o nível de c o l e s t e r o l (pág. 229) previnem e evitam o aparecimento da arteriosclerose, já que esta substância gorda é a que origina a degenerescência e o estreitamento das paredes arteriais.
163
169
Vasodilatadora e suavemente hipotensora, sedante, fluidifica o sangue
Infusão de flores, decocção de casca, extractos
ALHO
230
Vasodilatador, fiuidificante do sangue
Cru, extractos, decocção de dentes de alho
GiNKGO
234
PERVINCA
244
VISCO-BRANCO visco BRANCO
HARPAGÓFITO
246 <£4b
306
670
228
' d ° r ' melhora a irrigação sanguínea
Infusão, compressas, cataplasmas, banhos
Vasodilatadora, aumenta a irrigação dos tecidos
Decocção, preparados farmacêuticos
Vasod lata
Melhora a irrigação sanguínea d0 c o r a ç ã o e do cérebro
Infusão ou maceração de folhas
Pelo seu conteúdo em silício, evita a degenerescência do tecido conjuntivo das paredes arteriais
Infusão
Regenera as fibras elásticas das paredes arteriais, faz descer o colesterol
Infusão de pó de raiz, cápsulas
Fluidifica o sangue, melhora a circulação
Infusão
NULEFÓUO
691
CAVALINHA
704
Pelo seu conteúdo em silício, estimula a regeneração das fibras elásticas das paredes arteriais
Infusão
PiMi/m HINKGO
93/i '**
Vasodilatador, melhora a irrigação sanguínea
Infusão, compressas, cataplasmas, banhos
m PERVINCA
0A/.
Pervinca
Também se chama insuficiência circulatória, e caracteriza-se por uma desproporção entre o sangue de que um órgão necessita e aquele que realmente chega até ele através das artérias que o irrigam. Afecta especialmente o cérebro, produzindo, entre outros sintomas, enjoos, perda de memória e redução da capacidade intelectual.
Infusão, extractos
TILIA
GALEOPSE
FALTA DE IRRIGAÇÃO SANGUÍNEA
Antiespasmódica, sedante
^44
Vasodilatadora, aumenta a irrigação d o s t e d d o s
Decocção, preparados farmacêuticos
I
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 2 " Parte:
D e s c r i ç ã o
Uso
Doença
Planta
FRIEIRAS
RATÂNIA
196 Adstringente e anti-inflamatória
CARVALHO
?nR
Adstringente, alivia o enrubescimento e a comichão
Banho de pés ou mãos com decoccão da casca
GINKGO
234
Vasodilatador e protector capilar
Infusão, compressas, banhos de pés ou mãos
o,.
Adstringente, anti-inflamatória, emoliente
Lavagens e compressas com a decoccão
Também chamadas eritema pérnio. São um transtorno da circulação local causado pelo frio, caracterizado pelo aparecimento de inchações avermelhadas nos dedos das mãos ou dos pés, acompanhadas de comichão ou de dor. Além destas plantas, aplicadas em banhos ou compressas, são indicadas também as protectoras capilares (Pág. 248).
PULMONÁRIA
520 Adstringente, hemostática, cicatrizante
VIDEIRA
544
MlLEFÓLIO
691 Vulnerária, cicatrizante, anti-séptica
Provocam uma contracçãono calibre dos vasos sanguíneos.
Cipreste Gilbarbeira Urtiga-maior
Adõnis-da-itália Ginkgo Onagra Pervinca Visco-branco Bisnaga Salsa
As plantas vasoconstritoras apJicam-se geralmente por via externa para apertar os vasos sanguíneos e deter as hemorragias (acção hemostática).
255 259 278
São aquelas que dilatam os vasos sanguíneos, especialmente as artérias, permitindo assim uma maior passagem de sangue.
Tília
Adstringente, protectora dos capilares, hemostática
Pág. 225 253
Plantas vasodilatadoras
Planta
i i L
Compressas com a decoccão de casca
ClNCO-EM-RAMA
Plantas vasoconstritoras
Planta Giesta Aveleira
Pág. Acção
Pág.
169 215 234 237 244 246 561 583
As plantas vasodilatadoras usam-se nas afecções circulatórias causadas pela falta de irrigação sanguínea quer no cérebro quer no coração (angina de peito ou infarto), quer ainda nas pernas. Todos estes transtornos são causados geralmente pela arteriosclerose.
O alho é também um hipolipemianto eficaz (redutor do nível de colesterol)
Compressas com a decoccão da raiz, banhos Decoccão de folhas, banhos com a decoccão Lavagens, banhos e compressas com a infusão
Plantas contra o colesterol
As plantas que diminuen o nivei de colesterol no sangue também se chamam hipolipemiantes, pois fazem ret iuzir a quantidade de lipidos ou gorduras no s ingue. 0 colesterol é um dos lipidos ou gordu ras mais importantes que circulam pelo sangue, além dos triglicéridos e outros.
Planta
Pág.
Aveia
150
Uso Infusão de farelo
Dormideira
164
Óleo das sementes
Girassol
236
Óleo das sementes
Onagra
237 239 387 513
Óleo das sementes
Videira 544 Salsaparrilha-bastarda 592
Óleo das sementes
Oliveira Alcachofra Macieira
Gergelim
599 611
Ortossifão
653
Harpagófito
670
Algodoeiro
710 719 746 751
Milho
Abacateiro i Borragem 1 Açafroa
Óleo dos frutos Folhas, caules, flores Frutos Raiz, rizoma Óleo do gérmen Sementes, óleo Infusão de folhas e flores Infusão de raiz, comprimidos Óleo das sementes Frutos Óleo das sementes Óleo dos frutos
229
/} PI l
AlHum 8ativum L
Al
Alho Cura e previne com eficácia uma multidão de males
N
ESTE livro encontrará Iodas as maravilhosas virtudes do alho. c a maneira de comê-lo para evitar o sen cheiro - dizia certo vendedor ao seu cliente, com bastante entusiasmo. Este, sentindo na cara uma baforada de hálito com forte cheiro a alho, fez-lhe a seguinte pergunta: —E você. pratica os conselhos do seu livro? -Claro que sim! Depois de comer os alhos, como uma maçã e mastigo umas folhinhas de salsa... - respondeu imediatamente o vendedor, muito convencido da eficácia do seu método. O certo é que quem tiver comido alho não o pode ocultar. Todas as secreções do corpo o denunciam. Além do hálito, cheiram a alho os arrotos, as ventosidades, o suor, a urina, e até o leite das mães que amamentam. Alguns resolvem comê-lo à noite, para sofrerem sozinhos o incómodo mau cheiro. Outros confiam na maçã e na salsa. E há ainda quem aceite a sua fetidez, como aquele galhardo capitão de cavalaria francês que, como relata Mességué, apesar de empestar de alho todo o ambiente num raio de dez metros, tinha conseguido uma reputação inigualável entre as clamas da sua região... Não é por acaso que o alho é originário da Ásia Central, região em que se encontram os homens mais longevos do planeta, e onde a incidência do cancro é a mais baixa de todas as que se conhecem. Os antigos Egípcios in230
Outros nomes: alho-vulgar, alho-comum. Esp.: ajo. ajo común, ajo blanco. ajo colorado. Fr.: ail. Ing.: garlic. Habitat: Originário da Ásia Central, a sua cultura estendeu-se pelo mundo inteiro. Descrição: Planta bolbosa vivaz, da família das Liliáceas. que atinge de 30 a 80 cm de altura. As suas flores são esbranquiçadas ou avermelhadas. A raiz tem um bolbo composto de vários boibilhos, que são conhecidos como dentes. Partes utilizadas: O bolbo.
XJ
Preparação e emprego
USO INTERNO
0 alho pode tomar-se de muitas maneiras, entrando numa infinidade de receitas culinárias. Destacamos aqui apenas aquelas que mais convêm do ponto de vista medicinal. O Cru: Mastigar de um a três dentes de alho, preferentemente de manhã. © Extracto de alho: Em cápsulas, têm a vantagem de não provocar mau odor corporal de qualquer tipo, embora seja necessário tomar doses elevadas para obter efeitos terapêuticos. A dose habitual costuma ser de 6 a 12 cápsulas (600 a 1200 mg) por dia. © Decocção de dentes de alho: Pôr uma cabeça de alho num litro de água, e ferver durante 5 minutos. Tomar três chávenas por dia. Desta for-
ma perde-se uma parte das suas propriedades, mas evita-se o mau hálito. O Alho com azeite (esp. ajoaceite, fr. ailloli): É talvez a melhor forma de administrar o alho. Obtém-se por emulsão de vários alhos triturados em azeite de oliveira, até conseguir uma massa pastosa e homogénea, semelhante à maionese. USO EXTERNO
© Clisteres: Muito úteis contra os parasitas intestinais. Preparam-se misturando 2 ou 3 colheradas de alho com azeite num litro de água morna. Também se pode introduzir um dente de alho cru untado em azeite, no ânus, como se fosse um supositório. Desta forma se alivia o prurido anal das crianças, e se consegue um acentuado efeito vermífugo.
&
Precauções O uso do alho em doses elevadas, especialmente cru ou em extractos, é desaconselhado em casos de hemorragia, quer seja por causa traumática (feridas, acidentes, etc.) ou menstruai (regras abundantes). Devido à sua acção fiuidificante do sangue (vera secção correspondente), as doses elevadas de alho podem prolongar as hemorragias e dificultar os processos de coagulação. Não se recomenda o emprego continuado de grandes doses de alho durante a gravidez.
t i n i a m o a l h o na dieta d o s robustos
escravos construtores de pirâmides. como atestam as inscrições encontradas nas proximidades das pirâmides de Gize. Os Gregos consideravam-no uma fonte de força física e obrigavam os atletas a comer um dente de alho cru antes de cada competição nos Jogos Olímpicos, talvez para que assim corressem com mais fúria. Dioscórídes e Galeno consideravam-no uma panaceia. Contudo, nos templos das divindades gregas, proibia-se a entrada aos fiéis que cheirassem a alho. Na Idade Média, os médicos utilizavam uma máscara impregnada de alho para assistir aos doentes, especialmente os que tinham peste. Mais tarde, a lama do alho chegou ao continente americano, sendo muito apreciado no México, no Peru e nos restantes territórios da Nova Espanha. Jerónimo Pompa assim o confirma na sua obra, Colección de medicamentos indígenas, escrita em meados do século passado. Muitas são as propriedades que se têm atribuído ao alho ao longo da história. K a maior parte delas foram confirmadas por investigações científicas recentes. É provável que o alho seja o remédio vegetal vom maior número de propriedades demonstradas experimentalmente.
O alho é um grande amigo do sistema cardiovascular. Ingerido de forma regular, produz uma descida da tensão arterial, tanto da máxima como da mínima. Para que o efeito seja notável, as doses devem ser e/evadas (até 3 dentes, ou de 6 a 12 cápsulas por diaj.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a
planta, mas especialmente o bolbo, contém aliina (glicósido sulfurado), uma enzima (aliinase), vitaminas A, Bi, Bit, C e niacina (vitamina do complexo B). A aliina é inodora, mas pela acção da aliinase, que actua quando o alho é esmagado, converte-se primeiro em aliicina, e depois em bissulfureto de atilo (a genina do glicósido). que são os princípios activos mais importantes, que comunicam o típico cheiro a alho. A aliina e o bissulfureto de alilo são substâncias altamente voláteis, que se dissolvem com grande facilidade nos líquidos e nos gases. Transportadas pelo sangue, impregnam todos os Órgãos e tecidos do organismo. Desta forma actuam por todo o corpo, ainda que com maior intensidade sobre os Órgãos através dos quais se eliminam: os pulmões e brônquios, os rins e a pele. Podemos sintetizar as múltiplas propriedades do alho, desta forma*. • Hipoten.sor IO.Ô.0.OI: Km doses elevadas, o alho provoca uma descida da
tensão arterial, tanto da máxima como da mínima. Tem um eleito vasodilatador, pelo que é útil aos hipertensos, aos arterioscleróticos e aos que sofram do coração (angina de peito ou infarto). O alho é um grande amigo do sistema circulatório. • Fiuidificante do sangue IO0.0.OI: O alho actua como antiagregante plaquetário (impede a tendência excessiva das plaquetas sanguíneas para se agruparem formando coágulos) e como fibrinolítico (desfaz a librina, proteína que forma os coágulos de sangue). Tudo isto contribui para aumentar a fluidez do sangue, tornando o alho muito recomendável para aqueles que tenham sofrido de trombose, embolias ou acidentes vasculares, por falta de irrigação sanguínea. • Hipolipemiante IO,0.0.01: Diminui o nível de colesterol 1.1)1. (colesterol nocivo) no sangue, possivelmente devido ao facto de dificultar a sua absorção no intestino. Foi possível verificar que, nas horas seguintes a um pequeno-almoço à base de torradas com manteiga, o colesterol se eleva em 20%; mas, se si- esfregar o pão com 231
o
Acção do alho sobre o sistema cardiovascular
Colesterol LDL (nocivo) descida Colesterol HDL (bom) ligeiro aumento Colesterol total descida Triglicéridos descida Actividade fibrinolítica aumento Agregação plaquetária redução Tensão arterial
descida
Estes resultados obtêm-se depois de tomar diariamente entre 600 e 900 mg de pó de alho desodorizado durante 4 meses. Os extractos de alho sem cheiro são tão activos como o alho cru. Diversos estudos mostram uma descida de 11% a 12% no nível de colesterol, e até 17% no de triglicéridos.
bastante alho, mesmo comendo a manteiga, não se produz um tal aumento. Esta observação científica foi publicada no IndiemJournal o/Nutrition (vol. 13,11." 1). • Hipoglicemiante IO,0.©.OI: Dado que normaliza o nível de glicose no sangue, convém que seja utilizado pelos diabéticos (como complemento das outras medidas terapêuticas) e pelos obesos, e também por aqueles que tenham antecedentes familiares de diabetes, como preventivo. • Antibiótico c anti-séptico geral IO.0, ©Ol: Desde meados do século XX tem-se vindo a investigar as propriedades anti-infecciosas do alho. Foi possível comprovar a sua acção antibiótica, tanto in vivo como in vitro, na presença dos seguintes microrganismos: -'Eschcrichia coli', causador da disbacierinsc intestinal e de infecções urinárias. -'Salmonella typhr, causador da febre tifóide, e outros géneros de Salmonella causadores de graves infecções intestinais. -'Shigella dysciiteriae', causador da disenteria bacilar. 232
A acção antibiótica do alho é mais notável q u a n d o se toma cru. Ao contrário dos antibióticos habituais, que deprimem as defesas contra as infecções, o alho estimula-as.
-Estafilococos e estreptococos, causadores de furúnculos (boi bulhas infectadas) e outras infecções da pele. -Fungos de diversos tipos, leveduras e alguns vírus, como o do herpes. Crê-se que os princípios activos do alho interferem nos ácidos nucleicos do vírus, limitando assim a sua proliferação. O poder bactericida do alho no tracto intestinal é selectivo perante as bactérias patogénicas, respeitando a flora saprófita normal, paia a qual é benéfico. Nisto tem vantagem sobre a maior parte dos antibióticos conhecidos, pois regula a flora intestinal em vez de destruí-la. O seu uso é muito indicado: - e m todos os tipos de diarreias, gastrenterites e colites. - nas salmoneloses (infecções intestinais geralmente causadas por alimentos em mau estado). - n a disbacteriose intestinal (alteração no equilíbrio microbiano do intestino), provocada frequentemente pelo uso de outros antibióticos.
- nas dispepsias fermentativas, causadoras de flatulência no cólon. -nas infecções urinárias (cistites e pielonefrites), com muita frequência causadas pelo Escherichia coli. - e m diversas infecções bronquiais (bronquites agudas e crónicas), pois ao eliminar-se o bissulfurelo de alilo pelas vias respiratórias, actua directamente sobre a mucosa bronquial. É além disse» expectorante e antiasmático. • Estimulante das defesas IO.0.O.O1: O alho aumenta a actividade das células defensivas do organismo, os linfócilos e os inacrófagos. Kstas células, que circulam no sangue, protegem-nos dos microrganismos e são, além disso, capazes de destruir também as células cancerosas, pelo menos nas fases iniciais da formação tuinoral. O consumo do alho tem um efeito benéfico em qualquer doença infecciosa, aumentando a capacidade defensiva do nosso organismo, além de destruir directamente certos microrganismos. O alho eslá a ser usado com relativo êxito couto complemento no tratamento da sida. • Vermífugo potente IO,0,01 contra
os tipos mais frequentes de parasitas intestinais: Especialmente activo contra os ascarídeos e os oxiúros (pequenos vermes brancos que provocam prurido anal nas crianças). •Tonificante geral cio organismo e depurativo IO.0.Ô.0I: O alho activa as reacções químicas do metabolismo e favorece os processos de excreção de substâncias residuais (catabolismo). Por isso é indicado para os estados de debilidade ou esgotamento, para a inapetência e para quem sofra de excesso de resíduos ácidos (gotosos, artríticos, certos reumatismos). • Desintoxicante IO,©,©.OI, especialmente recomendado nos tratamentos para deixar de fumar. Normaliza a tensão arterial geralmente elevada do
Alho-de-urso
0 alho-de-urso (Allium ursinum L.)* é um alho silvestre que possui propriedades muito semelhantes às do cultivado, embora a sua tolerância digestiva seja menor. Este alho silvestre não se cultiva porque, além da sua extensa difusão, não se pode conservar tanto tempo como o alho comum, de propriedades muito semelhantes e muito mais bem estudadas. 0 alho-de-urso tem de ser usado fresco, pois quando seca perde uma boa parte dos seus efeitos. • Esp.: ajo de oso.
O alho é um fortificante geral do organismo, que dá saúde e bem-estar.
fumador, favorece a eliminação da mucosidade retida nos brônquios e a regeneração da sua mucosa, ao mesmo tempo que ajuda a vencer o desejo de fumar, talvez pelo cheiro típico que rlá ao hálito. • Preventivo dos tumores malignos 1O.O.0.OI. especialmente dos cancros digestivos. E possível que isto se deva à sua acção reguladora sobre a flora intestinal e normalizadora do funcionamento digestivo, embora possa também estar relacionado com os seus efeitos sobre o conjunto de reacções químicas do organismo (metabolismo). Alguns têm pretendido curar tumores cancerosos com o alho, o que, no nosso entender, carece de suficiente rigor científico e desperta falsas esperanças nos doentes. Por isso, de momento, só podemos recomendá-lo como preventivo. • Calicida: Aplica-se um pedaço de alho esmagado sobre o calo, segurando-o com um pequeno penso auloadesivo (ou uma ligadura). Km dois ou três dias o calo amolece e desinflama-se, podendo ser extirpado com maior facilidade. 233
Glnkgo biloba L.
JÍ.
J
I* Preparação e emprego
Ginkgo Melhora os transtornos circulatórios
USO INTERNO O Infusão: 40-60 g de folhas por litro de água. Tomam-se 3 chávenas diárias. USO EXTERNO @ Compressas com a mesma infusão, embora mais concentrada (até 100 g por litro). Aplicam-se sobre as mãos ou os pés com problemas circulatórios.
D
IA 6 de Agosto de 1945: Tudo sào ruínas calcinadas cm Iliroshima. A cidade japonesa acaba d« ser destruída pelo lançamento da primeira bomba atómica. \o que na um parque público, um majestoso ginkgo ardeu como se fosse estopa. Para surpresa dos sobreviventes, na Primavera seguinte à catástrofe, quando ainda a cidade continuava a ser pouco mais do que um montão de escombros, brota uma gema dos restos do cepo carbonizado. O velho ginkgo volta a rebentar, até se transformar de novo na bela árvore que hoje podemos encontrar no centro da Hiroshitna reconstruída. A longevidade e resistência desta árvore asiática parece estar de acordo com a sua virtude de ajudar os humanos a enfrentar os transtornos da velhice. A medicina chinesa tem vindo a usar, desde há quase 5000 anos, cataplasmas de folhas de ginkgo para combater as incómodas frieiras- As suas notáveis propriedades têm sido objecto de numerosas investigações científicas, e actualmente faz parte de vários preparados farmacêuticos. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS fo-
lhas contêm glicósidos llavonóides, que rei ti na, luteolina, catequinas, resina, óleo essencial, lípidos e certas substâncias, do grupo dos terpenos, 234
€> Cataplasmas de folhas esmagadas, sobre a zona afectada. OManilúvios (banhos de mãos) e pedilúvios (banhos de pés) com uma infusão de até 100 g de folhas de ginkgo por cada litro de água. Aplicam-se tépidos ou quentes, 1 a 2 vezes por dia. Os melhores resultados obtêm-se combinando o uso interno por via oral, com a aplicação externa.
Outros nomes: Esp.: ginkgo, árbof de oro, árbol de las pagodas. Fr.: ginkgo, noyer du Japon. Ing.: ginkgo, maidenhair tree. Habitat: Oriundo da China, Japão e Coreia, espalhou-se como árvore ornamental pelos parques e vias públicas de algumas regiões temperadas da Europa e da América. Descrição: Árvore da família das Ginkgoáceas, que pode atingir até 30 m altura. É dióica (pés masculinos e femininos diferentes), de folhas caducas, grossas, elásticas, que desde jovens se acham divididas em dois lóbulos. Os seus frutos são drupas amarelas, comestíveis enquanto frescas, mas malcheirosas quando demasiado maduras. Partes utilizadas: as folhas.
Os banhos com infusão de folhas de g i n k g o activam a circulação sanguínea nos braços e pernas. Os manilúvios (banhos de mãos) tornam-se muito eficientes em caso de frieiras.
específicas cio ginkgo: bilobálido e ginkgólidos A, B e C , Como é comum em fitoterapia, os efeitos da planta devem-se à acção conjunta de iodos os seus componentes, não tendo sido possível atribuir os eleitos do ginkgo a nenhum deles em concreto. O ginkgo actua sobre lodo o sistema circulatório, melhorando tanto a circulação arterial como a capilar e a venosa: • Acção vasodilatadora: Aumenta a perfusão (irrigação sanguínea) diminuindo as resistências periféricas nas pequenas artérias. Compensa em parte os transtornos produzidos pela arteriosclerose. • Acção protectora capilar: Diminui a permeabilidade dos capilares, reduzindo o edema (acumulação de líquidos nos tecidos). • Acção tónica venosa: Tonifica as paredes das veias, diminuindo a acumulação de sangue nelas e facilitando o retorno sanguíneo. São estas as suas indicações: • Insuficiência circulatória IOI cerebral (falta de irrigação sanguínea no cérebro), que se manifesta por vertigens, cefaleia, acufénios (zumbidos nos ouvidos), perda do equilíbrio, transtornos da memória e sonolência, entre outros sintomas. «Alivia a cabeça», afirmam aqueles que usam o ginkgo. • Sequelas de acidentes IOI vasculares cerebrais (tromboses, embolias, ele.): Acelera a recuperação e melhora a motilidade destes pacientes. • Arteriopatias dos membros inferiores (falta de irrigação nas pernas)
10.0.© oi: permite andai' maior distância sem ler de parar por motivo de dor.
• Angiopatias (doenças dos vasos sanguíneos) e transtornos vasomotores IO,©.©.01: doença de Reynaud, fragilidade vascular, acropareslcsias (pés ou mãos "dormentes"), frieiras. • Varizes, debites, pernas cansadas, edemas maleolares (tornozelos inchados) IO,0,©,OI
Nestas afecções circulatórias, recomenda-se combinar o uso por via oral com as aplicações externas (compressas, cataplasmas, manilúvins e pedilúvios). O ginkgo tolera-se muito bem, não faz subir a pressão arterial e não apresenta efeitos secundários indesejáveis. 235
HellanthusannuusL
:>l
m Preparação e emprego
Girassol USO INTERNO
Combate o excesso de colesterol
O Infusão: 100 g de flores e caules tenros por litro de água. Tomar 3-4 chávenas por dia. © Ó l e o das sementes, complemento dietético.
como
Outros nomes: helianto.
Q
UANDO esia belíssima planta chegou à Europa, proveniente da América Central nos princípios do século XVI, foi durante muito tempo utilizada unicamente como planta ornamental nos jardins e parques, pelo curioso lacto de seguir o movimento do astro-rei. Só no século XIX a ciência começou a descobrir as suas excelentes propriedades nutritivas e medicinais. No entanto, os povoadores do México pré-colombiano já usavam as sementes do girassol tonadas como alimento.
flores do girassol comem um glicósido flavonóide (quercimetrina), além de histidina e outras substâncias em menor quantidade. No México usam-se as FLORES e os CAULES lemos como balsâmicos e expectorantes IOI, para catarros bronquiais e afecções respiratórias. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS
Das SEMENTES de girassol exti ai-se um óleo de grande valor nutritivo, rico em ácidos gordos insaturados (especialmente o linoleico), assim como vitaminas E, A e 15 101. O uso do óleo de girassol é particularmente indicado na arteriosclerose, para lazer descei o nível de colesterol no sangue, assim como na diabetes, nas doenças do fígado e em certas afecções fia pele (eczemas e furunculoses). 236
Esp.: girasol, flor de sol. mirasol. Fr.: tournesol. Ing.: [commonj sunflower. Habitat: Oriundo das regiões subtropicais da América, mas distribuído e cultivado por todo o mundo. Descrição: Planta anual, da família das Compostas, que pode chegar a íer 2 m de altura. O seu grande disco floral é na realidade um capítulo formado por numerosas pequenas flores. Partes utilizadas: as dores, os caules tenros e as sementes.
V
Oenothera bfennlsL
Onagra Uma grande descoberta óa fitoterapia
E
STA curiosa planta, cujas flores SC abrem à noite, foi introduzida na Europa nos princípios do
*
Preparação e emprego
USO INTERNO O Cápsulas ou comprimidos: A melhor maneira de aproveitar as propriedades da onagra é ingerir o óleo das suas sementes, obtido por pressão a frio, em forma de cápsulas, comprimidos ou outros preparados semelhantes. Este é talvez o óleo mais caro que se conhece mas, felizmente, a dose terapêutica é de 2-4 g por dia.
século XVII, e era utilizada como planta ornamental. Cedo se descobriu que a sua raiz linha um sabor agradável, e que a planta servia para mais alguma coisa do que simplesmente enfeitar. Na Europa Central, a sua raiz. serviu aos camponeses para mitigar a fome provocada pelas guerras nos séculos XVIII e XIX. Apesar de tudo, ainda não há muito tempo, esta planta era pouco apreciada. Ainda é conhecida, com algum desprezo, como erva-dos-burros, porque estes humildes animais a comem com agrado. No entanto, as investigações científicas efectuadas nos princípios dos anos oitenta revelaram que o óleo de onagra tem propriedades medicinais interessantíssimas. Especialmente na Alemanha e nos Estados Unidos, fizeram-se diversos ensaios clínicos em doentes que sofriam de transtornos circulatórios, nervosos, genitais e reumáticos, obtendo-se excelentes resultados. Continuam a investigar-se as aplicações desta planta, que goza de um prestígio e uma popularidade cada vez maiores no mundo da fitoterapia.
Outros nomes: erva-dos-burros, canárias, zécora. Brasil: minuana. Esp.: onagra, hierba dei asno, enotera, prímula. Fr.: onagre {bisanuelle}, raiponce rouge, herbe à íâne. Ing.: [commonj evening primrose, feverplant. Habitat: Originária da América do Norte, naturalizada na Europa. Cresce nas bermas dos caminhos e vias férreas, e nas terras arenosas e húmidas. Descrição: Planta bienal da família das Enoteráceas, que no segundo ano atinge uma altura de um metro. Tem caule erecto, do qual saem grandes folhas pubescentes. As flores são amarelas, com quatro pétalas, e têm um aroma agradável. Partes utilizadas: as sementes.
O óleo extraído das sementes da onagra é muito rico em ácidos gordos essenciais polinsaturados, entre os quais se
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
237
*~Yy .-*". Pefa sua riqueza em ácidos gordos essenciais, o óJeo de onagra faz descer o nível de colesterol, melhora a circulação sanguínea e tonifica o sistema nervoso. Constitui um remédio m u i t o útil para os transtornos da terceira idade.
destacam o ácido linoleico (71,5%) e o linolénico (7%-10%), cuja denominação química mais exacta é, respectivamente, cis-linoleico e gama-linolénico. Este último desempenha um papel muito importante no organismo, como precursor químico das prostaglandinas, substâncias recentemente descobertas, que cumprem numerosas funções metabólicas. Saliente-se que a onagra é o único vegetal conhecido que contém proporções notáveis do ácido linolénico, o qual também se encontra presente no leite materno, e se torna imprescindível para o organismo (é um ácido gordo essencial). O ácido linolénico e o seu derivado imediato, a prostaglandina F. I. são indispensáveis para a estabilidade das membranas das células de lodo o organismo, para o desenvolvimento do Sistema nervoso, para o equilíbrio do sistema hormonal e para a regulação dos processos da coagulação sanguí238
nea, entre outras funções. Em virtude disto, é longa a lista das doenças em que se tem aplicado com êxito o ÓLEO DE ONAGRA lOl:
• Aumento de colesterol no sangue e, em geral, todas as hiperlipemias (aumento do conteúdo gordo do sangue). •Transtornos circulatórios: hipertensão arterial e tendência para trombose por aumento cia agregação plaquetária. Pode actuar como preventivo dos acidentes vasculares cerebrais (trombose e hemorragia cerebral) e do infarto de miocárdio, pois dilata as artérias e impede a agregação plaquetária e a formação de coágulos. • Transtornos genitais: dismenorreia, ciclos irregulares, síndroma pre-menstrual, esterilidade por insuficiência ovárica. • Afecções do sistema nervoso: do-
ença de Parkinson, esclerose em placas, e, em geral, todas as afecções causadas por degenerescência neuronal. • Transtornos do comportamento: crianças irritáveis, nervosismo, neurastenia, esquizofrenia. • Transtornos da resposta imunitária: alergia, asma, eczema, dermatite atópica. • Reumatismo: artrite reumatóide e processos reumáticos em geral. • Problemas dermatológicos: excesso de secreção sebácea (acne), rugas ou secura da pele, assim como fragilidade das unhas e do cabelo. Sabemos que, desde há mais de cinco séculos, os índios algonquinos da América do Norte, com a finalidade de combater as erupções, esfregavam a pele com sementes de onagra esmagadas.
Oiea eumpaea L
Oliveira Alimento antigo e medicamento de actualidade
Q
UK lhe apetece comer? -pergunta o médico a um doente enfraquecido, que se recupera nuni hospital depois de uma complicada intervenção. -Talvez... uma latia/inha de pão coro azeite -sugere timidamente o debilitado paciente. K insiste: -Poderei comei- pão com azeite...? O doente, um camponês da Europa Meridional, de pele tisnada pelo sol. não esquece, nem mesmo prostrado na cama do hospital, 0 delicioso sabor do pão caseiro com azeite de oliveira. A oliveira faz parte essencial da cultura mediterrânica. Desde que a pomba enviada por Noé, paia comprovar a descida das águas do Dilúvio, regressou com um raminho de oliveira no bico, esta árvore transformou-se no símbolo da paz. Entre os Judeus, o azeite era usado para ungir as pessoas que deviam consagrar-se a uma missão especial. E na época cristã converteu-se no símbolo do Espírito Santo. Os Fenícios e os Romanos disseminaram-na por Ioda a bacia mediterrânea. O azeite continua a sei a gordura comestível mais importante na dieta popular cio Sul da Europa, companheiro indispensável do pão, das saladas e de tantos pratos saborosos. Segundo o investigador espanho Grande Covián, o consumo de azeite, (Mn vez de manteiga, explica o lacto de a frequência de infarto do miocárdio e trombose ser significativamente menor nos países mediterrâneos do que nos do dentro e Norte da Europa e na América do -Norte.
» m\ > Preparação e emprego USO INTERNO
O Decocção: Prepara-se com 40-50 g de folhas por litro de água. Fazem-se ferver até que a água fique reduzida a metade. Ingerem-se três chávenas por dia.
@ As azeitonas comem-se como aperitivo, na salada, ou durante a refeição. €> 0 azeite, quando se toma com fins medicinais, ingere-se em jejum ou antes das refeições, na quantidade de uma ou duas colheres de sopa. Convém que seja virgem e, se possível, extraído por pressão a frio ou decantação. USO EXTERNO
O O azeite também se aplica em forma de loção ou pomada (unguento). @ Enemas (clisteres): Bate-se com água quente em partes iguais. Pode-se acrescentar outra parte de decocção de malva ou malvaísco.
Outros nomes: azeitoneira, zambujeiro (a variedade silvestre). Esp.: olivo, aceituno, olivera, azambujo. Fr.: olivier. Ing.: olive [treej Habitat: Oriunda do Próximo Oriente, cresce tanto cultivada como silvestre, por todos os países mediterrâneos. Foi introduzida no continente americano no século XVI. Descrição: Árvore de porte médio, da família das Oleâceas. Tem tronco grosso e retorcido, folhas elípticas de bordo liso e cor verde acinzentada. As flores são pequenas, esbranquiçadas. O seu fruto ê uma drupa: a conhecida azeitona, ou o/íva. A ofiveira silvestre (o zambujeiro) é mais pequena e tem as folhas arredondadas; os frutos negros são mais pequenos doque os da cultivada, mas contêm as mesmas substâncias. Partes utilizadas: as folhas e os frutos.
O azeite, merecidamente chamado o rei dos óleos alimentares, é talvez o melhor exemplo que se pode encontrar de um produto simultaneamente alimentício e medicinal.
tensão IOI. O seu uso torna-se lambem muito recomendável no caso de arteriosclerose.
O principal país produtor de azeite em iodo o inundo, é a Espanha, com os seus 180 milhões de oliveiras espalhadas desde a Andaluzia até à Catalunha. Deve-se distinguir entre: / Azeite de oliveira virgem: Obtido da azeitona por trituração, pressão a frio ou decantação, c posteriormente filtrado; ou então por centrifugação. Não sofre nenhum tratamento com substâncias químicas. / Azeite puro de oliveira: Mistura de azeite virgem e de azeite refinado, que foi submetido a processos lisicoquímicos para lhe reduzir o grau de acidez. 240
O azeite virgem é mais natural e de sabor mais forte, enquanto que o chamado "puro" ou o refinado tem um sabor mais neutro. Ambos, mas especialmente o virgem, são superiores aos óleos de sementes (girassol, milho, ele.) quanto ao valor nutritivo, propriedades medicinais e estabilidade ao fritar. PROPRIEDADES E FOLHAS da oliveira
INDICAÇÕES:
As
contêm oleuropeína (até 1%), um glicósido; além de tanino, açúcares e outras substâncias. São febrífugas (baixam a febre) e lupotensoras, sendo um dos remédios vegetais mais eficazes contra a hiper-
As AZEITONAS contêm lípidos (gorduras) e prótidos, além de sais minerais (especialmente cálcio), enzimas c vitaminas Ai, Bi, Bir e PP. São aperitivas, tónicas da digestão e ligeiramente laxantes 101. O AZEITE ou óleo da azeitona c constituído por uma mistura de diversos lípidos, formados quimicamente pela união da glicerina com os chamados ácidos gordos, dos quais o oleico (até 80%) é o mais importante, seguido do linoleico, do palmítico e do esteárico, entre outros. Tem as seguiuu-s propriedades: • Emoliente, ou seja, que exerce um efeito suavi/.ante e unli-inflamuiório sobre a pele e as mucosas. Cura queimaduras, feridas, úlceras e irritações da pele. Faz parte de numerosos unguentos e pomadas IOI. Km uso interno, tem uma acção anti-inllamatória e
o
A venerável oliveira é toda ela medicinal: as azeitonas são aperitivas e tonificantes; o azeite é suavizante, colagogo (facilita o esvaziamento da bílis) e redutor do colesterol; e as folhas fazem baixar a tensão arterial e a febre.
O azeite e a pele
Antigamente, quando não existia a grande variedade de produtos de beleza de que dispomos actualmente, o azeite era um dos cosméticos mais apreciados. Entre o antigo povo de Israel, como noutras culturas da área mediterrânea, era costume ungir a cabeça com azeite para embelezara pele e o cabelo. Todos os óleos, mas especialmente o da azeitona, têm acção emoliente (suavizante) e protectora sobre a pele que os absorve. Uma boa forma de aplicar o azeite sobre a peie é a seguinte: 1. Aplicar uma loção com azeite, acompanhada de uma suave massagem sobre todo o corpo. 2. Vestir uma bata ou um roupão e esperar durante 15-20 minutos. 3. Passado este tempo, toma-se um duche quente, ensaboando a pele com o produto habitualmente utilizado. Depois de enxugar, nota-se como a pele ficou mais suave e limpa.
protectora sobre a mucosa do estômago, pelo que é um excelente remédio em caso de gastrite aguda (irritação do estômago) l©l, produzida militas vezes por medicamentos como a aspirina, bebidas alcoólicas, cale, especiarias ou conservas em vinagre. • Laxante suave l€N, quer seja tomado em jejum quer aplicado em enema (distei) UDI. Além disso, facilita a expulsão dos vermes intestinais. • Colagogo, isto é, que facilita o esvaziamento da vesícula biliar, o que ajuda o alívio das doenças abdominais devidas ao mau funcionamento da vesícula l©l. Além disso, a bílis despejada no intestino facilita a digestão. No entanto, deve-se usai" com prudência em caso de eolelitíase (cálculos ou pe-
dras na vesícula), pois poderia desencadear uma cólica biliar. • Efeito sobre o colesterol [01: O azeite não oferece uni acentuado efeito redutor do nível de colesterol no sangue, como o que possuem os óleos de gérmen de trigo ou de milho, por exemplo. No entanto, usado de forma continuada, lem a (acuidade de manter o colesterol sanguíneo em níveis baixos. Comprovou-se experimentalmente que o azeite aumenta as lipoproteínas da alta densidade (HDL, ///'»/; Densiiy Lipoprotein em inglês), que são encarregadas de transportar no sangue uni tipo de colesterol chamado colesterol 1IDL. Este tipo especial de colesterol tem a propriedade de evitara arteriosclerose (endureci-
mento das artérias por deposito de colesterol e cálcio nas suas paredes), ao contrário do colesterol ligado ãs lipoproteínas de baixa densidade (1.1)1., Lano Density Lipoprotein) ou colesterol nocivo. Islo pode explicar o lacto de o consumo habitual de a/.eile como gordura alimentar estar directamente relacionado com um menor risco de hilário do miocárdio. • Anlitóxico, excepto nas intoxicações provocadas pelo fósforo ou seus derivados IO). Dá-se a beber à vítima uni copo de a/.eile misturado com água quente, para provocar o vómito, e, depois de ler vomitado, dão-se-lhe a beber novamente várias colheradas de azeite, para que desenvolva a sua acção de antídoto no tubo digestivo. 241
Rauwotfía serpentina Benth.
LÍJ ±
Rauvólfia Acreditado hipotensor e enérgico sedativo
A
MEDICINA tradicional da índia utiliza a raiz. desta planta desde tempos remotos, como antídoto coima as picadas de serpentes e aranhas, e para acalmar os nervos. A moderna investigação farmacêutica descobriu nela valiosos princípios activos contra a hipertensão arterial, e actualmente entra na composição de diversas especialidades farma céu ficas.
ÍQQQ Preparação e emprego
USO INTERNO O Pó de raiz: A dose média é de 100-200 mg, duas vezes ao dia. Ingere-se dissolvida num pouco de água. A dose máxima é de 1000 mg (1 g) por dia. © Preparados farmacêuticos à base rauvólfia: Trazem a indicação da dose recomendável.
%pL^L"s
Si -O
P - CH, O—CH,
A raiz desta planta contém cerca de vinte tipos diferentes de alcalóides, dos quais o mais importante é a reserpina. Tem propriedades hipotensoras (produz uma descida na pressão arterial) e sedativas do sistema nervoso, tudo isto como resultado da sua acção depressora sobre os centros subcorticais e talamicos do cérebro. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
A rauvólfia tonia-.se altamente eficaz no tratamento da hipertensão arterial, tão frequente no mundo desenvolvido. Também dá bons resultados em caso de insónia rebelde, de psicose e de outras doenças mentais IO.QI. Outro alcalóide da rauvólfia é a ajmalina, de propriedades antiarrítmicas.
Precauções A reserpina da rauvólfia é um alcalóide muito activo, pelo que a planta e os seus extractos devem ser usados sob vigilância médica.
242
CH,
-OOt\^^í CH,—0
FórmuJa química da reserpina, o alcalóide mais importante da rauvólfia. Tem propriedades hipotensoras e sedativas.
Outros nomes: rauwolfia. Esp.: rauwolfia, rauvólfia, ravolfia. Fr.: rauwolfia, arbre aux serpents. Ing.: rauwolfia [root], Java devilpepper. Habitat: Originária das regiões tropicais da Ásia, especialmente da índia, onde se cultiva para fins medicinais. Actualmente cultiva-se também na América Central. Descrição: Pequeno arbusto de até um metro de altura, da família das Apocináceas. As suas folhas terminam em ponta pelas duas extremidades, e as flores, brancas ou cor-de-rosa, dispõem-se em forma de umbela. Partes utilizadas: a raiz.
Tragopogon pratensis L.
Cersefi-bastardo Depurativo do sangue e aperitivo
fr • A l Preparação e emprego USO INTERNO O Raiz: A melhor maneira de aproveitar as suas qualidades é comer a raiz crua, cortada às rodeias em salada. Também se pode cozinhar. © Folhas tenras: Comem-se também em salada; o seu gosto lembra o da escarola e da chicória.
Precauções
A
RAIZ do ccrsefi-bastardo já era usada na Grécia antiga. Aparece em frescos encontrados ein Pompeia, o que indica que também (a/ia pane da dieta romana. Durante toda a Idade Média, foi cultivado e consumido, embora tenha caído em desuso na era industria). Agora volta a ser apreciado como alimento e remédio natural. A raiz de cersefi-bastardo tem um sabor adocicado e algo imu ilaginosn. Contém diversos glícidos (hidratos de carbono), como o inositol e o manitol, e também pequenas quantidades de prótidos e de lípidoa (gordura). E um bom aperitivo, e lambem diurético, sudorífico (aumenta a sudoração) e depurativo. O seu uso é benéfico, especialmente aos que sofram de arteriosclerose, reumatismo, gota e hipertensão arterial IO.01. Favorece a eliminação de resíduos tóxicos do metabolismo. Os diabéticos podem lomá-lo .sem restrição, devido a que os hidratos de carbono desta planta não elevam o nível de glicose no sangue.
Não comeras sementes e os frutos, porque são tóxicos. O resto da planta não apresenta nenhum problema.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES
Outros nomes: barba-de-bode. satsifi, cersifi, cercefi Esp.: salsifi, barba de cabra, barba cabruna. Fr.: salsifis [sauvage}, barbe de bouc. Ing.: [yellow] goatsbeard. Habitat: Prados húmidos e bermas de caminhos de toda a Europa. Naturalizado em regiões temperadas e frias do continente americano. Descrição: Planta bisanual, da família das Compostas, de 30 a 80 cm de altura. Tem caule erecto e abraçado por umas folhas alongadas terminadas em ponta. A raiz ê carnuda, de cor castanha clara. Partes utilizadas: a raiz e as folhas.
241
Vinca minorL
Pervinca Ideal para combater o envelhecimento
D
IOSCORIDES e Galeno já Falavam da utilidade desta planta, a ejue a investigação farmacológica dedicou um grande interesse nos últimos anos. I loje claboram-se com ela diversos preparados farmacológicos. PROPRIEDADES F. INDICAÇÕES: O seu
princípio activo mais importante é a vincamina (0,1% a 0,2%), um alcalóide indólico com notáveis propriedades vasodilatadoras. Contém também taninos de acção adstringente e outros alcalóides (até 35) recentemente identificados. As suas aplicações são: • Insuficiência circulatória cerebral: A vincamina é um potente vasodilatador das artérias cerebrais, que aumenta a irrigação sanguínea do tecido cere-
Outros nomes: vinca, vincapervinca, congossa. Esp.: vincapervinca, brusela, hierba doncella. Fr.: pervenche, violette des morts. Ing.: [early ílowering] periwinkle, lesser periwinkle. Habitat: Difundida por toda a Europa Central e do Sul. Cria-se nos bosques húmidos, especialmente de carvalhos e de faias. Cultivada na América do Norte com fins medicinais. Descrição: Planta vivaz da família das Apocinaceas, com caules rasteiros de até 2 m de comprimento. As suas folhas são perenes, coriáceas e de bordos lisos. As flores são pedunculadas e de cor azul violeta. De sabor muito amargo. Partes utilizadas: as tolhas.
O
Preparação e emprego USO INTERNO
CH3OQ Fórmula química da vincamina, o alcalóide mais importante da pervinca. A sua potente acção vasodilatadora fê-lo passar a fazer parte de numerosos preparados farmacêuticos. 244
O Decocção durante dois minutos, de 30-50 g de folhas por litro de água. Ingerem-se de 3 a 5 chávenas diárias, adoçadas com mel, caso se deseje (é muito amarga). @ Preparados farmacêuticos (cápsulas, xaropes, e t c ) : Seguir as doses e indicações recomendadas em cada caso.
USO EXTERNO © Compressas sobre a pele ou sobre as mamas (para deter a lactação). Fazem-se com a mesma decocção descrita para uso interno. Aplicam-se durante 10-15 minutos, duas ou três vezes ao dia. Em caso de hemorragias ou hematomas, aplicam-se frias; sobre as mamas inflamadas, aplicam-se quentes.
*v
Vicária A vicária (Vinca rósea L.)", que em Espanha é conhecida também como 'brusela', 'flor dei príncipe', 'hierbadoncella', etc, é uma planta de outra espécie similar, do mesmo género da pervinca. A vicária é originária de Madagáscar, mas também se cultiva na América, onde recebe outros nomes espanhóis, como 'blanca pobre', 'buenas tardes', 'dominica', 'jazmín dei mar', etc. Começa a ser utilizada como antimitótica (impede a reprodução das células cancerosas) e no tratamento de certas leucemias, linfomas (doença de Hodgkin e outros) e sarcomas. O seu uso ainda se encontra, porém, em fase experimental. * Esp.: vicária.
A pervinca aumenta a irrigação sanguínea do cérebro, pelo que é uma planta ideal para combater os transtornos da senilidade devidos â arteriosclerose.
bral e m e l h o r a o f u n c i o n a m e n t o do sistema nervoso central IO.0I. E também hipotensora. Aplica-se c o m êxito em caso de cefaleia, vertigens, acufériios (zumbidos nos ouvidos), e n o u tras manifestações de insuficiência circulatória cerebral (falta de irrigação) devidas a a r t e r i o s c l e r o s e , a h i p e r tensão ou outras causas. E u m a planta ideal para c o m b a t e r os transtornos da senilidade. Recentemente também se p ô d e demonstrar q u e a vincamina atravessa a barreira hematoencefálica e actua no interior do tecido cerebral melhorando a oxigenação dos n e u r ó n i o s . Devido a t u d o isto, a vincamina q u e se extrai desta prodigiosa planta é um dos fármacos mais usados a c t u a l m e n t e no t r a t a m e n t o da irrigação sanguínea cerebral insuficiente. A planta c o m p l e t a
possui os mesmos efeitos q u e a vincamina, potenciados e enriquecidos, além disso, pela presença de outros alcalóides e princípios activos. • Enxaquecas: Por t u d o isto, t a m b é m se usa nas e n x a q u e c a s para acalmar a crise de d o r e evitar o seu reaparecim e n t o IO,©l. • H e m o r r a g i a s : O efeito adstringente e hemosiático dos taninos explica q u e a n t i g a m e n t e se t e n h a utilizado a pervinca p a r a d e t e r as h e m o p t i s e s (hem o r r a g i a s b r o n q u i a i s ) q u e se a p r e sentam na tuberculose IOI. O seu uso actual neste caso só se justifica c o m o c o m p l e m e n t o d o t r a t a m e n t o específico antituberculoso. Externamente 101 aplica-se em caso de feridas sangrantes, hematomas e contusões, para reduzir a hemorragia.
• Colite e gastrenterite: Podc-se empregar para cortar a diarreia IO.0I. • Diabetes: Os alcalóides da pervinca a p r e s e n t a m u m m o d e r a d o efeito hip o g l i c e m i a n t e : fazem descer o nível de glicose no sangue, reduzem a glicosúria (eliminação de glicose com a urina) 10,61. No caso de diabetes, usase em combinação com o regime dietético e outros tratamentos. • Antilactagoga: Detém a p r o d u ç ã o de leite nas m u l h e r e s lactantes. Ingere-se p o r via oral IO,0I e aplica-se em c o m p r e s s a s s o b r e os peitos 1©I, em caso de i n l l a m a ç ã o (mastite) ou q u a n d o interesse s u s p e n d e r a lactação. • Tonificante geral e do aparelho digestivo IO,©l.
% »J 9J
Vlscum álbum L.
J
Visco-branco Eficaz contra a hipertensão e a arteriosclerose
O
S TORDOS, os pombos e outras aves da floresta, encarregam-se de disseminar as sementes do visco-branco. Depois de as terem ingerido, vomitam-nas sobre os ramos de outras árvores, a que as bagas se agarram graças ao seu invólucro gelatinoso. Ali germinam as sementes, geralmente sobre abetos, álamos ou macieiras, surgindo uma nova planta.
O visco-branco é uma planta muito original. As suas raízes penetram nos ramos e troncos de outras árvores, em vez de penetrarem na terra. A semente precisa de luz solar para germinar, ao contrário da maioria, que precisa da escuridão. Por outro lado. a planta
Outros nomes: visco. Esp.: muérdago, almuérdago, visco. Fr.: gui. Ing.: [European]mistietoe. Habitat: Difundido peias regiões de bosques de todo o continente europeu e também do americano. Descrição: Planta parasita, da família das Loraniáceas, que afunda as suas raízes nos troncos de diversas árvores e se alimenta da sua seiva. As folhas são perenes (sempre verdes) e os frutos são bagas gelatinosas semelhantes a pérolas. Partes utilizadas: as folhas, colhidas antes de aparecerem os frutos.
O
,»,
Preparação e emprego
Precauções USO INTERNO
Não ultrapassar as doses de folhas quando usadas internamente. Excluir as bagas, que são tóxicas: Com cerca de dez bagas surgem vómitos, hipotensão e transtornos nervosos. Com maior quantidade pode sobrevir a morte por paragem cardio-respiratória.
246
O Infusão com 10-15 g de folhas secas por litro de água, da qual se tomam 2 chávenas diárias. © Maceração, deixando repousar duvante uma noite 20 g de folhas secas em meio litro de água fria. Depois de filtrada, bebe-se no dia seguinte em 3 ou 4 vezes.
USO EXTERNO
€) Compressas: Embebem-se numa infusão com 30 g de folhas secas por litro de água. Aplicam-se sobre o peito (em caso de palpitações ou de sensação de opressão), sobre as costas ou os rins (em caso de lumbago ou de ciática), ou sobre as articulações afectadas pelo reumatismo.
Visco-americano
Existe na América do Norte uma variedade, conhecida em espanhol como visco-americano [Phoradendron flavescens)' de propriedades semelhantes às do visco-branco. Para os distinguir, dá-se nos Estados Unidos, ao visco-branco, o nome de 'European mistletoe' {visco europeu). * Esp.: muérdago americano. O visco-branco é uma planta parasita, muito apreciada pela sua acção hipotensora e dilatadora das artérias, especialmente as cerebrais e as coronárias. No entanto, deve ser usado com prudência, devido aos seus possíveis efeitos tóxicos. As bagas são venenosas e devem deitar-se sempre fora.
adulta é capaz de produzir clorofila mesmo na escuridão, ao contrário das restantes plantas, que amarelecem perante a falta de luz. As suas propriedades medicamentosas, já conhecidas desde os tempos de Hipócrates e Plínio, são também muito interessantes. Recentemente, descobriu-se que o visco-branco apresenta uma actividade antitumoral, lacto que ainda está a ser investigado. suas folhas contêm colina c acetileolina, substâncias que actuam sobre o sistema nervoso vegetativo, além de saponinas. As bagas contêm também alcalóides e outras substâncias té>xicas, pelo que não se recomenda o uso medicinal das mesmas.
se conhecem contra a hipertensão arterial. Melhora a irrigação sanguínea do cérebro e do coração, quando entorpecidos devido ao estreitamento (arteriosclerose) das artérias cerebrais ou coronárias. O seu uso é recomendado em caso de arteriosclerose cerebral (enjoos, vertigens, zumbidos nos ouvidos) ou coronária (angina de peito). Pode-se administrar como preventivo de novos ataques, nos indivíduos que tenham sofrido trombose ou embolias cerebrais.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS
Eis as propriedades do visco-branco: • Hipotensor e vasodilatador: Possui um notável eleito regularizado!- do sistema circulatório IO.OI. O visco-branco é uma das plantas mais eficazes que
• Antiespasmódico e sedativo: Acalma a sensação de opressão no peito, as palpitações, o nervosismo e as enxaquecas IO.01. Antigamente uiilizava-se para acalmar os ataques epilépticos e as crises de histeria. • Diurético e depurativo: Aumenta a produção de urina e a eliminação dos resíduos tóxicos do metabolismo, como a ureia e o ácido úrico IO.OI. Indicado nos casos de nelrite, gota, artritismo, e sempre que se deseje depurar o sangue.
• Anti-inflatório: Aplicado localmente. alivia as dores reumáticas 16). Muito eficaz nos ataques agudos de lumbago ou ciática. • Regulador da menstruação: limprega-se em caso de transtornos do ciclo, de regras excessivas e de hemorragias uterinas, devido ao seu eleito hemostático 10,91. • Anticanccroso (0.01: Isolarain-.se recentemente na planta do visco-branco certas proteínas conhecidas como lactinas, que têm um acentuado eleito destruidor das células minorais (efeito citolítico). Ao mesmo tempo, estas proteínas estimulam o timo e as defesas celulares do organismo. Realizaram-se experiências satisfatórias com animais de laboratório, nos quais 0 visco-branco foi capaz de curar tumores superficiais. Esperamos que se façam novas descobertas nos próximos anos, que permitam a sua aplicação clínica. 247
PLANTAS PARA AS VEIAS UJVIÁRIO DO CAPÍTULO
I
DOENÇAS E APLICAÇÕES Flebite Plantas protectoras capilares Protectoras capilares, plantas Úlcera varicosa Varizes Veias, inflamação, ver Flebite
249 248 248 250 249 249
PLANTAS
As plantas venotónicas, assim como as massagens ascendentes nos membros inferiores, favorecem a circulação venosa e embelezam as pernas.
Arando 260 Arando-vermelho 261 Aveleira 253 Castanheiro-da-índia 251 Cipreste 255 Enia-dos-vasadhos = Giibarbeira . . . . 259 Giibarbeira 259 Hamamélia 257 Meliloto 258 Mirtilo = Arando 260
Fortalecem e regeneram as células que formam os finos canais ou vasos capilares, pelos quais circula o sangue no interior dos tecidos. Os princípios activos mais importantes, responsáveis pela sua acção, são a rutina ou vitamina P e as antocianinas. Aplicam-se em caso de hemorragias por fragilidade vascular, edemas, varizes e flebites. Com o fortalecimento das células que formam os canais capilares, diminui a excessiva saida de líquidos dos capilares para os tecidos. Desta forma se reduz o edema e inchação dos tecidos, e melhora a circulação sanguínea. Planta
Pág.
Ginkgo
234
Castanheiro-da-índia
251
Hamamélia
257
Giibarbeira
259
Arando
260
Sempre-noiva
272
Videira
544
Arruda
637
A
lação sanguínea nas veias, evitando que se dilatem e lormem varizes. As plantas venotónicas também são úteis em caso de hemorróidas, pois estas nada mais são do que veias dilatadas na região do ânus.
As plainas medicinais fornecem substâncias venotónicas, (pie favorecem a circu-
As compressas embebidas na decocção rle certas plainas venotónicas e cicatrizantes (pág. 250) ((instituem nina interessante ajuda no tratamento das úlceras varicosas das pernas.
S VKIAS transportam o sangue de volta paia o coração, depois de ele ter passado pelos capilares e irrigado os tecidos. O sangue circula pelas veias quase sem pressão, <> que dificulta de modo particular o retorno do sangue das pernas, que leni de subir vencendo a força da gravidade.
248
Plantas com acção protectora capilar
I
A SAÚDE P E L A S P L A N T A S M E D I C I N A I S 2 " Parte;
Doença
Planta
VARIZES
LARANJEIRA
São dilatações permanentes das veias. Todas estas plantas têm acção venotónica, isto é, tonificam a parede das veias, evitando assim a sua excessiva dilatação. As plantas venotónicas actuam também favorecendo a circulação de retorno do sangue no interior das veias. Algumas destas plantas tem, além disso, uma acção protectora capilar (tabela da pág. 248), pelo que fortalecem e regeneram as células que formam os finos canais ou vasos capilares pelos quais circula o sangue. Deste modo diminui o edema e inchação dos tecidos, e melhora a circulação venosa.
Acção
Uso
153 de acção protectora capilar
Rica em flavonóides
Decocção de casca de laranja
riwiírn
9-Í/I Tonifica as paredes venosas, protector
bINKGO
£.&
Infusão, compressas, cataplasmas, banhos
CASTANHEIRO-
251
-DA-lNDIA
Pág.
D e s c r i ç ã o
capi|ar
T 0 " ' * ' 0 3 as paredes venosas, protector capilar
Decocção, compressas
AVELEIRA
253 Tonifica a circulação venosa
Decocção de folhas e ramas, compressas
CIPRESTE
255
Decocção de gálbulos (frutos), essência
HAMAMÉLIA
257 Activa a circulação sanguínea nas veias
Extracto, infusão de folhas e/ou casca
M,-. „ «T« MEULOTO
OKQ Activa a circulação venosa, 258 fluidifica 0 sangue
Infusão
Tónico venoso
fimuRRFiR& ?RQ Melhora a circulação venosa UILBARBEIRA ^ o y ( f o r t a | e c e a s p a r e d e s d o s capilares
Decocção, compressas com a decocção
Reforça a parede dos vasos capilares e venosos
Sumo fresco ou decocção de frutos
Protector capilar, tónico venoso
Sumo de limão, essência
ARANDO
260
LIMOEIRO
265
iu,1D. VIDEIRA
rAA Melhora a permeabilidade capilar D44 e a c j r c u | a ç ã o venosa
Decocção de folhas, banhos de pés com a decocção de folhas
NOVELEIRO
642
Activa a circulação venosa
Decocção de casca
GlNKGO
234
Toni,ica as Pa r edes venosas, protector capilar
Compressas com a infusão, cataplasma de folhas esmagadas, banhos de pés com a infusão
Tonifica as paredes venosas, protector capilar
Compressas com a decocção de casca e/ou sementes
Tonifica a circulação venosa
Compressas com a decocção de folhas e casca
ílífíM!/}!'!!,!
FLEBITE É a inflamação das veias. Acontece normalmente nas veias varicosas, isto é, previamente dilatadas. Além das plantas recomendadas para as varizes, o tratamento fitoterápico da flebite requer a aplicação local de compressas ou cataplasmas destas plantas, sobre a zona afectada pela flebite.
CASTANHEIRO-DA-ÍNDIA AVELEIRA
„njinDCin, GILBARBEIRA r
PFÍASSTE
25i
253
OCQ Melhora a circulação venosa Í V Í % fortalece as paredes capilares
Compressas com a decocção
320
Cataplasmas de folhas frescas esmagadas
Anti-inHamatóvia de acção local
Os frutos do arando (pág. 260) são m u i t o ricos em antocianinas, substâncias que tingem a pele de uma cor azulada típica. Ingeridas por via oral, as antocianinas |pág. T28) reforçam a parede dos vasos capilares e venosos, e beneficiam a circulação sanguínea na retina, assim como a dos membros inferiores. O sumo de arandos é um bom remédio a ter em conta em caso de varizes.
249
C a p . 1 4 : P L A N T A S PARA A S V E I A S
Doença
Planta
ULCERA VARICOSA
AGRIMÒNIA
É uma perda de substância na pele, de escassa ou nenhuma tendência para a cicatrização, causada por uma alteração da circulação venosa. Associa-se geralmente a varizes e/ou flebite, e localiza-se na parte inferior da perna, próximo do tornozelo.
CARVALHO
0 tratamento fitoterápico da úlcera varicosa consiste na ingestão de plantas venotónica$ (ver "Varizes", pág. 249) e protectoras capilares (ver pág. 248), combinadas com a aplicação de cataplasmas e compressas sobre a zona ulcerada, com plantas cicatrizantes Wev cap. 27), anti-sépticas e adstringentes. Tanchagem
Pág. Acção
CASTANHEIRO-DA-lNDIA
205 Cicatrizante 208 Adstringente, cicatrizante 221 Cicatrizante 2=1 Tónico venoso, adstringente, anti-inflamatório
AVELEIRA
253
Cicatrizante, tónico venoso
CIPRESTE
255
Tónico venoso
TANCHAGEM
325
CUSCUTA
386 Cicatrizante e anti-séptica
COUVE
433
Cicatrizante e vulnerária
AMIEIRO
487
Adstringente
DEDALEIRA
SALGUEIRINHA ZARAGATOA CAVALINHA
<5ANiruiA SANICULA BÉTÓNICA CONSOLDA-MAIOR
Emoliente, adstringente
510 Cicatrizante e regeneradora da epiderme 515
Uso Compressas com a decocção Compressas com a decocção Compressas com a infusão Compressas com a decocção de casca Compressas com a decocção de folhas e casca Compressas com a decocção de gálbulos de cipreste (frutos) Compressas com a decocção, pensos ou cataplasmas de folhas Cataplasmas com a planta cozida Cataplasmas com as folhas cruas, esmagadas, ou cozidas e misturadas com farelo Compressas com a decocção Compressas com a decocção
Cicatrizante, protege e desinflama a pele JQA Cicatrizante, favorece a regeneração dos tecidos
Cataplasmas de sementes
7?R Limpa os tecidos necrosados i& e estimula a cicatrização 730 Vulnerária, cicatrizante
Cataplasmas de folhas frescas esmagadas Compressas com a decocção
732
Compressas com a infusão, cataplasmas com a raiz esmagada
Cicatrizante
Compressas com a decocção
O castanheiro-da-índia (pág. 251J é uma bela árvore cuja casca e cujas sementes contêm o giicósido esculina, substância de forte acção venotónica e protectora capilar. A decocção da casca e/ou das sementes toma-se por via oral (respeitando as doses), e aplica-se em compressas sobre as pernas. Conseguem-se efeitos notáveis em caso de pernas cansadas ou inchadas devido a varizes ou a insuficiência venosa dos membros inferiores. Também se apJica em banhos de assento no caso das hemorróidas. A esculina do castanheiro-da-indía faz parte de diversos preparados farmacêuticos com acção venotónica e antredematosa.
250
Aesculus h/ppocastanum L
6
!\
Castanheiro -da-índia O remédio das veias por excelência
Preparação e emprego USO INTERNO O Decocção: 50 g de casca de ramos jovens e/ou sementes por litro de água. Tomam-se duas ou três chávenas diárias. @ Extracto seco: 250 mg, três vezes por dia. USO EXTERNO
E
STA FORMOSA árvore foi levada de Constantinopla para a Áustria, e dali para outros países da Europa Ocidental, pelo jardineiro do imperador Maximiliano, no princípio do século XVII. Como por aquele tempo chegavam à Europa muitas plantas vindas das "índias" (América), pensou-se que a árvore era mais uma delas, e, pela semelhança que tinha eom o castanheiro, chamou-se-lhe castanheiro das índias, hoje castanheiro-da-índia. Provou-se depois que, na realidade, é oriundo da Grécia e da Turquia. O nome hippocaslanum ('castanheiro de. cavalo' em Valhvt) vem do facto de que os Turcos o davam a comer aos cavalos velhos, para lhes acalmar a tosse e aliviar a asma de que sofrem com certa frequência.
© Compressas com a decocção de casca: Aplicam-se sobre as hemorróidas ou as úlceras varicosas, mantendo-as durante 5-10 minutos, 3 ou 4 vezes ao dia. O Banho de assento com a decocção, em caso de hemorróidas e de atecções prostáticas. © Banho completo: Prepara-se uma decocção com meio quilo de sementes esmagadas por litro de água, que se fervem durante 5 minutos. Prepara-se um banho quente acrescentando a decocção à água. A pele fica muito suave e impa, melhor do que com qualquer sabonete ou gel sintético.
As castanhas deste castanheiro têm um gosto muito amargo, que deveria avisar, a quem as prova, de que não são comestíveis. Registaram-se casos de intoxicação, sobretudo em crian-
Precauções
As sementes, isto é, as castanhas desta árvore, não devem ingerír-se, por se tornarem tóxicas. Sobretudo, é preciso avisar as crianças, que podem confundi-las com as castanhas comestíveis.
Outros nomes: Esp.: castano de índias, castano caballuno, castano falso. Fr.: marronier [d'lndej, chataignier de cheval. Ing.: [commonj horse chestnut. Habitat: Árvore comum nos parques e avenidas da Europa e da América. Também se encontra em estado silvestre nos bosques de regiões montanhosas. Descrição: Árvore de folha caduca, da família das Hipocastanáceas, de belo porte e grande loihagem. Atinge até 30 m de aíiura e, como o castanheiro comum, vive muito tempo (até 300 anos). As folhas são palmeadas, grandes, de bordo dentado, e nascem em grupos de 5 a 9. As flores são brancas e agrupam-se em ramalhetes. Os frutos são grandes, rodeados de espinhos não muito duros, e contêm no interior uma ou duas sementes parecidas com as verdadeiras castanhas. Partes utilizadas: a casca dos ramos jovens e as sementes.
251
O castanherro-da-índia é uma befa árvore, de cuja casca e sementes se extrai o gíicósido esculina. Esta substância natural faz parte da composição de numerosos preparados farmacêuticos, devido à sua acção tonificante da circulação sanguínea nas veias.
ças, por as terem c o m i d o em quantidade.
m i n u a a c o n g e s t ã o s a n g u í n e a , esp e c i a l m e n t e nos m e m b r o s inferiores.
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : A CAS-
—Protector capilar: Fortalece as células q u e formam a p a r e d e dos vasos capilares, lornando-os m e n o s permeáveis, favorecendo assim o desap a r e c i m e n t o d o s e d e m a s c inchaços.
CA dos r a m o s jovens c as SEMENTES (castanhas) c o n t ê m vários princípios activos de g r a n d e valor medicinal: / Esculina: (Uicósido c u m a r í n i c o q u e exerce uma forte acção sobre o sistema venoso e sobre a circulação sanguínea em geral. A esculina e n t r a na composição de muitos preparados farmacêuticos, pois a i n d a n ã o se conseguiu sintetizar um fármaco que- supere DS efeitos desta substância vegetal. As propriedades da esculina são: -Tónico venoso: Au m e u la o t o n o da
parede venosa, o que determina q u e as veias se- contraiam e q u e di252
/ Saponinas triterpénicas (escina) de acção anli-inflamatória e antiedematosa, a b u n d a n t e s , s o b r e t u d o , nas sementes. / Taninos calequicos, adstringentes e anli-inl 'lama tórios. Esta planta torna-se muito útil em todo o tipo de transtornos venosos, especialmente em:
• Varizes das pernas, insuficiência venosa, p e r n a s pesadas 10.®.01. • Tromboflebites, úlcera varicosa das pernas 10,0 ©I. • H e m o r r ó i d a s : Acalma a d o r e redu/.-lhes t a m a n h o IOM.OI • P r ó s t a t a : Torna-se m u i t o eficaz lia
congestão e hipertrofia desta glândula, tanto tomada em infusão ou extractos como aplicada em banhas de assento IO.0.01. Reduz o t a m a n h o da próstata inflamada e facilita a saída da urina. A FARINHA da castanha-da índia é
especialmente rica em saponina, pelo que se emprega em cosmética e na indúsiria do sabão 101. E um autêntico sabão vegetal, suavi/ante e protector
da pele.
Corylus avellana L
Aveleira Uma árvore nutritiva e medicinal
A
INDA se podem encontrar. nas regiões montanhosas e húmidas, bosques de aveleiras silvestres, onde os esquilos dispõem do seu paraíso. Nos meses de .Setembro e Outubro, oferecem ao caminhante as suas saborosas avelãs, que nada ficam a devei' às cultivadas. |á Dioscórides, no século I a.C, recomendava as avelãs para as doenças respiratórias, embora não lhe tenha escapado o facto de que, comidas em quantidade, podem toi nar-se pesadas para o estômago. Santa Hildegarda aconselhava-as contra a impotência masculina. Mattioli, ilustre medico italiano do século XVI, aplicava-as em loção, trituradas e misturadas com banha de urso, para lazer crescer o cabelo. Desde então, muitas outras aplicações se têm dado às avelãs, entre as quais se destacam as de calmante dos nervos e contra a formação de cálculos urinários. O facto é que nenhuma delas foi definitivamente demonstrada. No entanto, uma coisa é certa: as avelãs são um excelente alimento, rico em lípidos (b'2%), proteínas (14%), sais minerais e vitaminas. Por isso, quem precise de aumentai' o peso, sempre que o seu aparelho digestivo funcione normalmente, fará bem em comer iodos os dias de 12 a 15 avelãs como sobremesa. Sem esquecer, naturalmente, que diversas partes da aveleira têm interessantes efeitos medicinais.
Outros nomes: avelaneira. Esp.: aveilano, aveilano común, ablano. Fr.: noiseter. Ing.: hazel[nut} tree, cob nut tree. Habitat: Cresce espontaneamente nas regiões montanhosas da Europa e da América do Norte. Cultiva-se nos países mediterrâneos. Descrição: Árvore ou arbusto da família das Betuláceas, que atinge de 2 a 5 m de altura. Costuma apresentar troncos ou rebentos múltiplos que partem de uma cepa comum. As folhas são dentadas e terminam em ponta. Partes utilizadas: os amentilhos (inflorescências em espiga), a casca dos ramos jovens, as folhas e os frutos (avelãs).
O
Preparação e emprego USO INTERNO
O Decocção de folhas e casca de ramos jovens (misturadas): 30-40 g por litro de água. Ferver durante 3 minutos e deixar repousar durante mais 15 minutos. Tomam-se uma ou duas chávenas por dia. © Decocção de amentilhos (faz transpirar e emagrecer): 50 g de amentilhos primaveris por litro de água. Ferver durante 5 minutos e deixar repousar mais 15 minutos. Filtrar. Toma-se uma chávena depois de cada refeição.
© Avelãs: Um punhado em jejum ou depois da refeição do meio-dia. USO EXTERNO
O Compressas: Com a mesma decocção de folhas e casca, que se usa internamente, embebem-se para se aplicarem sobre as zonas afectadas. © Banhos de assento: Também com esta mesma decocção. © Fricções sobre a pele com óleo de avelãs.
253
Todas as parles da árvore contêm llavonóides e taninos. A CASCA e as FOLHAS têm as seguintes aplicações: PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
• Tónico venoso: O sen eleito mais notável é o fie tonificar a circulação venosa, favorecendo o retorno do sangue paia o coração. A decocçao de casca e folhas, tanto ingerida como aplicada em compressas sobre as pernas, é recomendada nos casos de varizes, flebite e hemorróidas IO.OI. Têm também um ligeiro efeito vasoconstritor e hemostático, pelo que se utilizam igualmente nos casos de epislaxe (hemorragia nasal) e de hipermenorreias (regras excessivas). • Externamente, actuara como cicatrizantes e lornam-se úteis nas feridas de difícil cicatrização e úlceras varicosas. Sobre as hemorróidas, têm um acentuado efeito sedativo e anti-inllamalório: aplica-se a sua decocçao, tanto em compressas como em banhos de assento 1©), além de se tomar bebida, como se indica no parágrafo anterior lOl.
A decocçao de folhas e casca de ramos jovens da aveleira facilita a circulação sanguínea de retorno no sistema venoso. Ingerida por via oral, e aplicada localmente em forma de compressas, constitui um bom remédio para aliviar o peso das pernas, em caso de varizes ou insuficiência venosa dos membros inferiores.
OsAMENTILHOS (espigas florais) e o seu pólen, colhidos na Primavera, têm propriedades: • Depurativas, sudoríferas e febrífugas: Por isso se utilizam em caso de gripe ou constipação, com a finalidade de acelerar a cura 1©1. Também se empregam em casos de obesidade, para depurar o organismo e provocar uma perda de peso como consequência da sudação. As AVELAS usam-se como alimento rico cm calorias e em substâncias nutritivas (gorduras e proteínas) 101. Devem mastigar-se bem ou, se necessário, esmagar-se em forma de papa, a fim de se conseguir uma boa assimilação. Têm um ligeiro efeito hiper tensor (fazem subir a pressão arterial), pelo que aqueles que sofrem de hipertensão não devem abusar delas. O ÓLEO DE AVELÃS é adstringente e fecha os poros da pele 101. Rccomenda-se para o cuidado das peles gordurosas c nos casos de acne. 254
As avelãs fornecem gorduras e proteínas de grande valor nutritivo, e produzem um ligeiro aumento da pressão arterial, pelo que convêm especialmente aos hipotensos.
Cupressus sempervirens L
O:
«J D AJ 1 Preparação e emprego
Cipreste Tónico circulatório e da bexiga
USO INTERNO
O Decocção: 20-30 g de frutos de cipreste verdes, esmagados, ou igual quantidade da sua madeira, por litro de água. Ferve-se durante 10 minutos e filtra-se. Tomar uma chávena antes de cada refeição (3 por dia). O Essência: Tomam-se de 2 a 4 gotas, três vezes por dia. USO EXTERNO
O
CIPRESTE é uma árvore quase tenebrosa. Firme e solene às porias de um cemitério, apontando paia o céu com a sua copa e paia as tumbas com a sua alongada sombra, parece querer lembrar aos seres humanos o trágico destino que nos espera nesta terra. E a árvore que melhor simboliza a morte. Mas, ao mesmo tempo, é sinal de vida e de saúde para tantos que sofrem de doenças do aparelho respiratório e do aparelho circulatório. Já na antiga Grécia si- mandavam os doentes do peito para os bosques de ciprestes, para recuperai em a saúde respirando o seu ar impregnado de essências balsâmicas. Hipócrates e Galeno recomcndavam-no como planta medicinal. Desde então tem vindo a ser utilizado com êxito, durante mais de dois mil anos, como árvore curativa. No estado mexicano de Oaxaca, enconira-se o célebre cipreste de Mocte/iuna ou do Tule, de 50 m de altura e \4 m de diâmetro no tronco, q u e p e r t e n c e a u m a espécie m u i t o
próxima do cipreste comum. Atribui-se-lhe uma idade de 4000 ou 5000 anos. Os antigos Astecas já empregavam os frutos do cipreste (os gálbulos) para evitar os cabelos brancos e conservar a cor primitiva do cabelo.
€) Banhos de assento: Para o tratamento das hemorróidas com uma decocção para uso interno, mas com maior concentração de frutos (cerca de 50 g por litro). Tomam-se três banhos por dia, mas com a água já fria. Reduz o tamanho das hemorróidas e alivia o incómodo e a dor que provocam. O Banhos de vapor: Para quem sofra de caiarros bronquiais, è altamente benéfico fazer banhos de vapor, acrescentando à água quente alguns frutos de cipreste, ou então umas gotas da sua essência. © Compressas sobre as pernas, com a mesma decocção que para o uso interno.
Outros nomes: cipreste-dos•cemitérios. Esp.: ciprès, ciprès común. Fr.: cyprès [toujours vert\. Ing.: {Ifalian} cypress. Habitat: Originário da Ásia Menor, hoje encontrado em toda a Europa e naturalizado na América, onde existem algumas variedades. Descrição: Árvore da família das Cupressáceas, de folha perene, que atinge 20-25 m de altura. O seus frutos, chamados gálbulos, apresentam uma forma poliédrica e são de cor verde acinzentada. Partes utilizadas: os frutos verdes (gálbulos) e a madeira.
255
Os banhos de assento com uma decocção de gálbufos (frutos) de cipreste verde aliviam os transtornos da micção próprios do síndroma prostático, da cistite ou da incontinência urinária. O seu efeito é reforçado se, ao mesmo tempo, se tomar por via oral a decocção ou a essência durante vários dias. Pela sua acção t o n i f i c a n t e sobre a circulação venosa, estes banhos também se tornam convenientes em caso de hemorróidas.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Na
madeira do cipreste, nos seus ramos tenros, e especialmente nos frutos, enconlra-sc entre 0,2% e 1,2% de essência de cipreste, composta de vários hidrocarbonetos, assim como canino e diversas substâncias aromáticas. Esta árvore tem as seguintes propriedades: • Tónico venoso potente: Tem uma acção tão intensa como a hamamélia (pág. 2.V7), uma das plantas mais activas sobre o sistema circulatório CJUC se conhecem. O uso do cipreste é indicado para combater as varizes, as úlceras varicosas e as hemorróidas, tanto em uso interno 10,01 como em aplicação lotai externa 10.©). • Vasoconstritor (contrai os vasos sanguíneos). Torna-sc especialmente recomendável durante a menopausa, para deter as frequentes meirorragias (hemorragias uterinas) devidas à congestão do útero, como consequência do desequilíbrio hormonal próprio dessa etapa da vida feminina. •Tónico vesical: Aumenta a tonici256
dade da bexiga, e permite um melhor controlo do sistema nervoso vegetativo sobre a musculatura deste órgão. Km uso interno IO.01 ou em banhos de assento (€>l, é indicado nos casos de incontinência urinária diurna, ou nocturna durante o sono (enurese), e no síndroma prostático (dificuldade na micção devido a um aumento do tamanho da próstata).
•Adstringente, devido aos taninos que possui IOI. Usa-se em caso de colite ou diarreia. • Sudorífico, diurético e febrífugo (ia/, baixar a lebre). He grande utilidade nos catarros bronquiais, bronquites, constipações e gripes IO.OI. A essência de cipreste leni, além disso, acção balsâmica, antitússica e expectorante 101.
Hamamells virginiana L
Hamamélia Tonifica as veias e embeleza a pele
O
S FRUTOS desta árvore são umas cápsulas lenhosas de forma ovalada semelhantes às avelãs, que quando estão maduras estalam de forma ruidosa. Possivelmente por isso, os índios da América do Norte acreditavam que esta árvore escava enfeitiçada. Actualmente, a hamamélia é uma dos plantas mais eficazes que se conhecem paia combatei" as afecções circulatórias. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: As fo-
lhas e a casca desta árvore contêm diversos tipos de taninos, entre os quais se destacam os hamamelitaninos, assim como flavonóides e saponinas. Possui as seguintes propriedades. •Tónico venoso: Contrai a parede das veias, activando a circulação sanguínea no seu interior. Por isso é muito útil no caso de varizes, flcbites, pernas pesadas c hemorróidas IO.©l. • Hcmoslático (delem as hemorragias): Fortalece as paredes das veias e capilares sanguíneos, efeito este semelhante ao da vitamina V (numa). Utiliza-se nos transtornos da menopausa e nas mclrorragias (hemorragias uterinas) IO,©). • Sobre a pele: Activa a circulação da pele, e tem eleito cicatrizante e adstringente, Utiliza-se em dermatites, eczemas, pele seca e rugas 101. Faz parte de numerosos produtos de beleza. • Sedativo ocular: A infusão, ou a água destilada de hamamélia (preparação farmacêutica), usam-se como colírio para lavar e relaxar os olhos
Outros nomes: hamamélia-da-virginia. aveleira-de-bruxo, aveleira-de-teiticeira. Brasil: hamamélis, amieiro-mosqueado. Esp.: hamamélis, avellano de bruja. Fr.: hamamélis (de Virginiej. Ing.: witch hazel. Habitat: Originária da costa ocidental dos Estados Unidos e do Canadá. Cultiva-se na Europa como planta ornamental. Descrição: Árvore da família das Hamamelidáceas, que pode atingir até 5mde altura. Tem folhas alternas e ovaladas e flores com 4 pétalas amarelas em forma de tingueta. Partes utilizadas: as folhas e a casca.
li
Preparação e emprego USO INTERNO
O Extracto seco: A dose normal é de 1-2 g, repartidos em 3 tomas diárias. © Infusão: 30-40 g de folhas e/ou casca por litro de água. Tomar duas chávenas diárias. USO EXTERNO
€> Lavagens oculares: Emprega-
I©l. Combatem a conjuntivite produzida pelo pó, o fumo, a contaminação e a acção irritante da água do mar ou das piscinas. Também se tornam úteis para aliviar o cansaço tios olhos pro-
-se a mesma infusão que para o uso interno, deixando-a ferver alguns minutos, e muito bem filtrada, para que não fique nenhuma impureza; ou então, a água destilada de hamamélia. O Compressas com a infusão: Aplicam-se sobre a zona da pele afectada.
vocado por um trabalho que requeira muita atenção visual, como por exemplo a condução de automóveis ou o trabalho em frente de uni computador. 257
Melllotus officinalls Lam.
Oj
a J
í
Preparação e emprego
Meliloto Previne a trombose
USO INTERNO
O Infusão com 50 g de planta por litro de água, da qual se tomam 3 ou 4 chávenas por dia. USO EXTERNO © Lavagens oculares: Usa-se uma infusão, mas mais concentrada do que para uso interno, à razão de uns 200 g por litro de água.
o
MELILOTO é, juntamente com os (idalguinhos (p«ig. 131) e a tanchagem (pág. 325). uma das plainas conhecidas desde a antiguidade como "quebra-óculos" ou "íira-óculos", devido à sua acção benéfica sobre os olhos. Recentemente descobriu-se que esta planta é um excelente tónico da circulação venosa, e é esta, no presente, a sua aplicação mais importante. Contém um glicósido, o melilotósido, que com a secagem se transforma em cumarina, além de llavonóicles, vitamina C, mucilagens e colina. Estas substâncias conferem-lhe as seguintes propriedades: • Tónico venoso e protector capilar IOI: Muito úiil em caso de varizes, edemas (retenção de líquidos), pernas PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
cansadas e h e m o r r ó i d a s . Pela sua acção anticoagulante, íluidificante do sangue e aclivadora da circulação, o
meliloto está indicado no caso de flebite (inflamação das veias), assim como para a prevenção da trombose arterial e venosa. Tudo isto é ajudado pelo seu suave efeito diurético. • Antiespasmódico IOI: Útil nas cólicas digestivas e nos espasmos gástricos ou intestinais. Ajuda a vencer a insónia. • Emoliente: Aplic a-se externamente para lavagens o c u l a r e s em caso de (onjunlivile, com muito bons resultados 101. 258
As infusões de meliloto aliviam o peso das pernas e previnem a trombose.
Outros nomes: Esp.: meliloto, meliloto común, trébo! de olor [amarilloj, coronilla. Fr.: melilot [officinaij. Ing.: [yellow] melillot. [yellow) sweet clover. melilot trefoil. Habitat: Encontra-se em terrenos calcários e beiras dos caminhos de toda a Europa. Naturalizado em algumas zonas temperadas do continente americano, como o sul dos Estados Unidos e a Argentina. Descrição: Planta da família das Leguminosas, de cheiro agradável, que atinge de 60 a 120 cm de altura. As suas folhas estão divididas em três foliolos, e as flores são de um tom amarelo vivo. Partes utilizadas: As sumidades floridas.
«. M m
Ruscus acuíeaíus L
Preparação e emprego
Gifbarbeira
USO INTERNO
Favorece a circulação venosa
O Decocção: 40-60 g de raiz ou rizoma por litro de água, durante 10 minutos. Tomar de 4 a 6 chávenas por dia. USO EXTERNO
A
© Loção: Com a mesma decocção de uso interno. €) Compressas: Embebem-se na decocção e aplicam-se sobre a zona afectada.
S VERDADEIRAS folhas desta planta, conhecida já dos antigos Gregos, são umas escamas pouco perceptíveis inseridas ao longo do caule. O que parecem folhas são, na realidade, pseudofolhas, conhecidas botanicamente como filocládios. Sobre estes crescem a flor o o Fruto. A raiz c o ri/o ma da gilbarbeira contêm saponinas esteróidicas de acção vasoconstritora e anti-inflamatória (ruscogeninas), assim como rutina de acção protectora sobre os vasos capilares (efeito vitamina l J ). A gilbarbeira é possivelmente o remédio vegetal com maior acção tónica sobre as veias. Por isso entra na composição de numerosos medicamentos anti-hemorroidais e antivaricosos. PROPRIKDADKS E INDICAÇÕES:
As suas aplicações são as seguintes: • Afecções venosas: varizes, debites, pernas pesadas, edemas (retenção de líquidos), hemorróidas !©,©!. Pelo efeito dos seus princípios activos, melhora a circulação no .sistema venoso c fortalece as paredes dos capilares, diminuindo a cxsudação de líquidos para os tecidos. O seu eleito diurético contribui para acentuar a sua acção benéfica sobre a circulação venosa. • Gota, artritismo e Jitíase renal, pela sua acção depurativa 101. Favorece a eliminação do ácido úrico, e aumenta o suor, o que também contribui para o seu efeito depurativo do sangue. • Externamente, aplica-se sobre a pele para reduzir a celulite, graças ao seu eleito tonificante sobre os tecidos 10.©I
As loções com decocção de raiz de gilbarbeira ajudam a combater a celulite. Outros nomes: g//oarde/ra, gibatbeira, erva-dos •vasculhos, azevinho-menor. Esp.: rusco, brusco, arrayán salvaje. Fr.: fragon, petit houx. Ing.: butcher's broom, kneeholty. Habitat: Terrenos calcários e bosques, especialmente de faias e azinheiras, de toda a Europa Central e Meridional. Descrição: Subarbusto sempre verde da família das Liliáceas, com caule erecto de meio a um metro de altura. 0 fruto é uma baga vermelha. Partes utilizadas: o rizoma e a raiz.
259
3 @ ey
Vacdnium myrtillus L
Arando Excelente remédio para diabéticos e varicosos
IJ
Outros nomes: uva-do-monte, mirtilo, erva-escovinha. Esp.: arándano, arándono común, mirtilo. uva de bosque. Fr.: [aireiie) myrtille. Ing.: bilberry, whortleberry, (European) bíueberry.
U
MA das muitas delícias que esperam o montanheiro é a de se encontrar com esta planta e desfrutar rias- suas saborosas bagas, doces e um pouco ácidas. Pelas suas propriedades alimentícias e medicinais, os frutos do arando são um verdadeiro presente da natureza. Sc o leitor ainda não teve ocasião de os provar, saiba que o seu agradável sabor perdura durante um certo tempo, assim como a cor de amora que deixam nos dentes e na língua de quem os tiver comido.
Habitat: Terrenos montanhosos e siliciosos de toda a Europa. Em Espanha, apenas se encontra nas montanhas da metade norte. Em Portugal, aparece nos pinhais e matos das montanhas desde o Alto Minho à serra da Estrela. No continente americano, pode encontrar-se em zonas montanhosas e frias de ambos os hemisférios. Descrição: Pequeno arbusto de folhas caducas, da família das Ericáceas. que atinge de 25 a 50 cm de altura. As folhas são ovaladas e finamente dentadas. 0 fruto é uma baga, que começa por ser vermelha e se torna azul-escura quando amadurece. Partes utilizadas: as folhas e os frutos.
Os anuídos entram na composição de várias preparações farmacêuticas, pois as suas excelentes qualidades medicinais ainda não puderam ser ultrapassadas pelos produtos de síntese química. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS
O
Preparação e emprego
FRUTOS do arando contêm diversos ácidos orgânicos (málico, cítrico, ele.) de acção tonificante sobre o aparelho digestivo, açúcares, taninos, pectina, mirtilina (glicósidocorante).antocianinas, e as vitaminas A, C e. em menor quantidade, a li. Além das suas propriedades alimentícias e refrescantes, são adstringentes, antidiarreicos, anti-sépticos e vermífugos. São indicados nos seguintes casos:
O Sumo fresco: Obtém-se esmagando os frutos maduros e filtrando-os depois. Tomar 5 a 10 colheradas a cada refeição
• Alterações circulatórias do sistema venoso, como pernas pesadas, varizes. Rebites, úlceras varicosas e hemorróidas IO.@,€)l. As antocianinas contidas no arando actuam protegendo e reforçando a parede dos vasos capilares e venosos. Desta forma impedem a saída de proteínas e de líquido para os
© Cura de arandos: De meio a um quilo diário, quer frescos quer cozidos em puré. Tomam-se como único alimento durante um perioôo de 3 a 5 dias. As crianças e os adultos
260
USO INTERNO
© Decocção de 50-70 g de frutos por litro de água. Ferver durante 15 minutos e filtrar. Tomar todo o líquido resultante, repartindo-o por várias tomas ao longo do dia.
que sintam debilidade durante a cura podem tomar até 3 ou 4 copos de leite diariamente. O Infusão de folhas: 30-40 g por litro de água. Para a diabetes, tomar 3 ou 4 chávenas diárias, sem adoçar. Em caso de diarreia, toma-se uma chávena depois de cada evacuação, até que as fezes voltem a ser normais. USO EXTERNO
© Loção: Pode aplicar-se com o sumo fresco ou com a decocção dos frutos.
Os arandos. ou os extractos que se elaboram com eles. constituem um eficaz remédio para tratar as varizes, a perda de visão por degenerescência da retina e as parasitoses intestinais. Além disso, o sumo de arando ou os seus extractos são úteis nas infecções urinárias (cistites e uretrites). Está provado q u e , tomando-os de forma regular d u r a n t e um período de um a três meses, se evitam as incómodas cistites repetidas nas mulheres propensas a elas.
tecidos, com o que se reduz o edema e a congestão. Os arandos também actuam sobre o coração, aumentando a resistência do músculo cardíaco (miocárdio). «A».
Arando-vermelho
O arando-vermelho ou arando-de-baga-vermelha {Vaccinium vitis-idaea L ) \ é de folha perene e dá umas bagas vermelhas. Tanto pelo aspecto como pelas propriedades que tem, é muito semelhante à uva-ursina (pág. 564). As suas folhas usam-se como diurético, anti-septico e anti-inflamatório urinário, em caso de cistite e pielonefrite, em infusão de 30 g de folhas por litro de água {2-3 chávenas por dia). As folhas também são hipoglicemiantes, como as do arando. Os frutos, por sua vez, são adstringentes. ' Esp.: arando rojo, arando punteado.
• Degeneração da retina e perda de visão. As aniocianinas do arando actuam também sobre os capilares da retina, melhorando a irrigação das células sensíveis à luz. São portanto muito úteis na recuperação da acuidade visual nocturna e para melhorar a adaptação à obscuridade IO,©.©f O seu uso torna-se especialmente indicado na retinopatia diabética, na miopia, e na degenerescência da retina devida a hipertensão ou a arteriosclerose, ou a outras causas, como no caso da rctinosc pigmentaria. • Diarreias em geral, e especialmente as infecciosas devidas a disbacteriose (alteração da flora intestinal) IO,©. ©.O). Pelo seu efeito anti-séptico. é capaz de travar a flatulência devida a fermentações e putrefacções intestinais. Desinflama e normaliza o funcionamento do intestino, especialmente do cólon. Foi possível comprovar experimentalmente que, tanto as folhas como as bagas do arando, travam o desenvolvimento excessivo dos colibacilos {li\/hnirhirt roli), causadores ria disbacteriose intestinal, e muitas infecções urinárias. • Parasitose intestinal, especialmente a causada por oxiúros. pequenos vermes que frequentemente infestam o
intestino infantil. Neste caso recomenda-se fazer uma cura de arandos frescos ou cozinhados em forma cltpuré, durante três dias consecutivos 101. Só é permitido tomar leite, além dos arandos. Segundo o doutor Schneider, o êxito deste tratamento pôde ser comprovado no Hospital Infantil da Universidade de Helsínquia (Finlândia). • Infecções urinárias: O sumo de arando fresco, OU os seus extractos, exercem uma acção anii-séptica sobre os órgãos urinários, como a bexiga ou a uretra IOI. Fm caso de cistite repelida, frequente nalgumas mulheres, rccomenda-se que comam arandos durante um a três meses, de forma continuada, para evitai novas recaídas. • Afecções da pele, como o eczema, a folicillite e as úlceras varicosas 101. Nestes casos aplica-se localmente o sumo de arandos em forma de loção, ou então fresco, ou concentrado por meio de decocção. As FOLHAS do arando merecem uma menção especial, Contêm laniíio, glicósidos llavonóides e glicoquinina, substância esta que faz baixar o conteúdo de glicose (açúcar) no sangue. Têm portanto os mesmos eleitos adstringentes e anlidiarreicos que os frutos, mas além disso são hipogliccmiantes. Daí a sua Utilidade para os diabéticos, pois permitem baixar i dose de medicação oral ou de insulina IOI. 261
PLANTAS PARA O SANGUE IJMÁRIO DO CAPÍTULO
J
Plantas hemostática •
DOENÇAS E APLICAÇÕES Anemia Equimose, ver hematoma FtukUfkantes do sangue, plantas . . . Hematoma Hemorragia Nemosláliras, plantas Planas Jluidificantes do sangue Plantas hemostáticas Trombose
263 263 .263 263 264 262 263 262 264
São plantas que detêm as hemorragias, tanto nos órgãos internos como na pele. A sua acção é reforçada quando se combina o uso interno (tisanas por via orai) com as aplicações externas sobre o ponto sangrante, sempre que este se encontre acessível.
PLANTAS Determinadas plantas medicinais, assim como certos alimentos de origem vegetal, são aftamente eficazes na prevenção e no tratamento da anemia.
262
Agrião Aleluia Alfalfa = buxerna Azedas Cidra Erigerão Espirulina Uma Limoeiro Luzerna Pimenta-d'água Sempre-noiva Toranja Urtiga-maior Vinagreira = Azedas
270 275 269 275 267 268 276 267 265 269 274 272 267 278 275
Planta
Pág.
Bistorta
198
Hidraste
207
Pervinca
244
Viseo-branco
246
Aveleira
253
Hamamélia
257
Erigerão
268
Sempre-noiva
272
Pimenta-d"água
274
Tanchagem
325
Tormentila
519
Pimpinela-menor
533
Pimpinela-oficinal
534
Silva
541
Videira
544
Bolsa-de-pastor
628
Bico-de-cegonha
631
Urtiga-branca
633
Milefólto
691
Cavalinha
704
I
IE PELAS PLANTAS MEDICINAIS 2-' P a r t e :
Doença
Planta
ANEMIA
LUZERNA
269
ESP.RUL.NA
276 S J S S Í K0,
Diminuição da quantidade de sangue, especialmente das hematias ou eritrócitos (glóbulos vermelhos). O tratamento íitoterápico consiste no uso de plantas antianémicas, ricas em ferro (o elemento fundamental das hematias), mas também com abundante presença de outros minerais, vitaminas (especialmente a C) e enzimas, que activam o metabolismo no seu conjunto. Há plantas, como o ginseng, que fazem aumentar a produção de glóbulos vermelhos.
HEMATOMA
Uso
Pág. Acção
Crua (brotos tenros), sumo fresco, infusão, extractos
^' c a em 0 ' ' g o e ' e m e n t ° s ' vitaminas, enzimas e aminoácidos essenciais am,n0ádd0S essenciai5
Cápsulas, preparados farmacêuticos
e vitamina Bi2 27g Contém ferro e clorofila, estimula a produção de glóbulos vermelhos
Sumo fresco, infusão
CEBOLA
294 Fornece ferro, oligoelementos e enzimas,
Crua, em sumo, cozida ou assada
LABAÇA
532
Contém abundante ferro, antianémica, depurativa
Folhas como verdura, em infusão ou em sumo fresco
VIDEIRA
544
Fornece ferro, outros minerais e vitaminas, limpa o sangue
Frutos (uvas), cura de uvas
MORANGUEIRO
575
GINSENG
608
QUENOPÓDIO-BOM-HENRIQUE
702 Rico em ferro e vitamina C
UR71GA-MA10R
ABACATEIRO
Acumulação de sangue nos tecidos, fora dos vasos sanguíneos, Referimonos aqui aos hematomas localizados debaixo da pele, causados por contusões ou feridas. Estas plantas, aplicadas localmente, facilitam a sua reabsorção e fazem diminuir a inflamação local. São igualmente úteis todas as plantas vulnerárias (ver cap. 26).
D i> '•• c r i ç á O
ARNICA NORÇA-PRETA
que estimulam a produção de sangue
Tonificante, remineralizante, abre o apetite Tonificante, estimula a produção de sangue na medula óssea
719 662
Cura de morangos Preparados farmacêuticos Folhas como verdura
Fornece
abundante ferro, minerais, vitaminas e ácidos gordos insaturados Vulnerária e anti-inflamatória
A polpa dos frutos Tintura em aplicação local
679 Vulnerária, reabsorve os hematomas Suaviza e embeleza a cútis, reabsorve os hematomas
SELO-DE-SALOMÂO
723
Qawinu A oANicum
no** Anti-inflamatória, cicatrizante, favorece fa a reabsorção dos hematomas
Cataplasmas com a raiz triturada e cozida Compressas com a decoção do rizoma, cataplasmas com o rizoma esmagado Compressas com a decocção, cataplasmas de folhas frescas esmagadas
Plantas fluidificante do sangue ""J ^M CERTO sentido, unias as planÊj ias medicinais ingeridas actuam m
'
sobre o s a n g u e , já q u e os seus
m J princípios activos acabam por ser transportados pelo fluido vital depois de icrem sido absolvidas no intestino. No entanto, algumas plantas actuam directamente sobre a composição do sangue
O seu uso e indicado como preventivo da trombose em caso de hipertensão, arteriosclerose e sempre que existam (actores de risco ou predisposição para essa alteração sanguínea.
O abacate (pág. 719) é um fruto muito nutritivo e rico em ferro.
e sobre a sua capacidade de coagulai-se.
Diversas plainas são capa7.es de aumentara produção de hematias (glóbulos vermelhos) e combater, deste modo, a anemia. O Ferro rios vegetais é ião mil como o de procedência animal para Formar o sangue. A absorção do Ferro vegetal é um pouco mais difícil do q u e a do animal mas, em
compensação, tem a vantagem de estar normalmente acompanhado de- abundantes minerais e vitaminas. A vitamina (• lã-
Planta
Pág.
Tília
169
Alho
230
Meliloto
258
Cebola
294
Aspérula-odorífera
351
Fumaria
389
Milefólio
691
Amor-perfeito-bravo
735
263
: i p . 1 5 : P L A N T A S PARA O SANGUE
v
Doença
Planta
HEMORRAGIA
AVELEIRA
Saída de sangue para (ora dos vasos sanguíneos. Estas plantas têm acção hemostàtica (Ver também pág. 262) e vasoconstritora (ver também pág. 229). A sua acção é reforçada quando
SEMPRE-NOIVA
se combina o uso interno (ingeridas por
via oral) com as aplicações externas. Qualquer hemorragia anormal deve ser motivo de consulta médica.
V to* ^ > Sempreooiva
'
PlMENTA-D'ÀGUA URTIGA-MAIOR
504
ARRUDA
r
TROMBOSE É a formação de um coágulo dentro de um vaso (.artéria ou veia), que permanece no mesmo lugar em que se formou. Quando o coágulo se desloca do lugar onde se formou, correndo pelo interior da artéria ou veia em que se encontra, produz-se uma embolia. A trombose arterial assenta, na maior parte dos casos, sobre uma lesão arteriosclerosa da parede das artérias. A fitoterapia oferece plantas que melhoram a irrigação sanguínea e fluidificam o sangue
Contrai os vasos sanguíneos, 278 detém as hemorragias,
úttt em hemorragias nasais e uterinas
BOLSA-DE-PASTOR
-^
Favorece a coagulação do sangue, 272 aumenta a resistência dos vasos sanguíneos 274 Detém as hemorragias, cicatrizante
CINCO-EM-RAMA
Ml
AVIAI
HMufl
Decocção, pó Sumo fresco, como loção ou impregnando compressas Sumo fresco, infusão, tamponamentos nasais com a infusão Infusão, tamponamentos nasais com a infusão
Adstringente
520 Adstringente e hemostàtica
Decocção de rizoma e raiz
£2g Contrai as pequenas artérias sangrantes £07 Aumenta a resistência dos capilares sanguíneos 7n/i Hemostàtica, regenera o tecido
Infusão, tamponamentos nasais com a infusão Infusão, essência Decocção, sumo fresco, aplicações locais
CAVALINHA
704
TÍLIA
igg Vasodilatadora, hipotensora, diminui a viscosidade do sangue
Infusão de flores, decocção de casca, extractos
ALHO
230 Antiagregante plaquetário, fibrinolitico
Cru, extractos, decocção de dentes de alho
ONAGRA
237
Previne os acidentes vasculares cerebrais, diminui a agregação plaquetária
Cápsulas ou comprimidos do óleo das sementes
24c
Hipotensor, vasodilatador, melhora a irrigação sanguínea
Infusão ou maceração de folhas
MELILOTO
258
Fluidifica o sangue, activa a circulação
Infusão
LIMOEIRO
265
Reforça a estabilidade dos vasos capilares, melhora a circulação, limpa o sangue
Sumo do fruto, essência
GERGELIM
611
Previne a arteriosclerose, faz descer o colesterol
Sementes em diversas preparações
VlSCO-BRANCO
C0njuntjv0
c ilila a absorção cio ferro contido nos vegetais. As plantas hemostáticas actuam favorecendo os mecanismos de coagulação do sangue e, também, por moio da vitamina K que contêm, coagulando os pequenos vasos capilares pela sua acção adstringente. Mais aplicações terapêuticas têm as plantas que fluidificam o sangue e evitam que este se coagule dentro dos vasos sanguíneos, processo que se conhece como trombose. Kstas plantas fazem que o sangue seja mais fluido, e exercem uma importante acçào preventiva da trombose ar-
264
Decocção de folhas e casca, compressas com estas decocção
253 Vasoconstritora e hemostàtica
PlLOSELA
*
Uso
Pág. Descrição
terial, especialmente cias artérias cerebrais, coronárias (origem do infarto do miocárdio) e femorais (causa cia falta de irrigação nas pernas). Actuam por um ou vários dos seguintes mecanismos: • diminuindo a tendência excessiva das plaquetas do sangue para se agruparem formando coágulos: acção antiagregante plaquetária, • desfazendo a llbrina. proteína do plasma sanguíneo cpte forma OS coágulos: a c ç ã o l i h l i m i l i l i c ;i,
• travando os processos de coagulação do sangue: acção anticoagulante.
Cltrus limon (L) Burm.
O)
Limoeiro
JL Z * Preparação e emprego
USO INTERNO
Compêndio de grandes virtudes medicinais
L
IMÃO: Sinónimo de saúde. Basta pensarmos nele, e as nossas glândulas salivares aumentam a sua produção: Faz crescer-nos água na boca.
James Cook, o famoso navegador do século XVIII, que descobriu a Nova Zelândia e as ilhas Havai, obrigava iodos os seus marinheiros a levar uns (autos limões no seu equipamento pessoal. Naquela época não se conheciam as vitaminas; mas o seu apurado instinto de marinheiro fizera-o intuir que no limão podia residir o segredo paia evitar o escorbuto da sua tripulação. E, efectivamente, o capitão Cook acertou. Os seus marinheiros resistiam à dure/a das longas viagens transoceânicas, com maior força do que quaisquer outros, que caíam vítimas do escorbuto. Em grande parte, foi graças ao simples limão que aquele lobo do mar conseguiu dominar os oceanos e levar a cabo insólitas explorações. Foi assim que a Armada britânica deveu, numa boa medida, os seus êxitos ao limão. Km lí)2s citrinos devem os seus efeitos amicscorhúticos. Por esta descoberta, lói-lhe concedido o Prémio Nobel em 1937. Nas últimas décadas descobriram-se muitas outras virtudes e propriedades medicinais fio limão, além da antiescorbútica. (fitaremos, no entanto, apenas aquelas que têm funda-
O Infusão de folhas: 30 g por litro de água. Tomam-se 3 ou 4 chávenas diárias, adoçadas com mel. @ Infusão de casca: Esmaga-se a casca de um limão por cada copo de água e faz-se infundir durante uns minutos. Tomar 3 chávenas diárias, adoçadas com mel. €) Essência: A dose oscila de 3 a 10 gotas, 3 vezes ao dia. O Sumo de limão: Convém tomá-lo diluído com água, adoçado com mel. e com uma palhinha, para que tenha o mínimo contacto possível com a dentadura (ataca o esmalte dentário). Para a maior parte das aplicações, é suliciente tomar o sumo de um a três limões por dia. USO EXTERNO
© Gargarejos e toques: Contra as afecções da garganta, fazem-se gargarejos com sumo de limão puro, quente, e com mel. Também se pode aplicar impregnando com ele uma zaragatoa de algodão e tocando sobre as amígdalas ou a zona irritada. © Anti-sepsia e beleza: Como desinfectante para as feridas, e como cosmético, aplica-se diluído num pouco de água.
Sinonimia cientifica: Chrus íimonum Risso., Citrus medica vaT. limon L. Outros nomes: limoeiro-azedo. Esp.: limonero, limón agrio, limón real Fr.: citronnier. Ing.: lemon tree. Habitat: Oriundo da Ásia Central, Sul da China e regiões próximas do Himalaia, onde ainda se encontra em estado silvestre. Actualmente a sua cultura esta espalhada pelas regiões temperadas de todo o mundo. Descrição: Árvore de média estatura, da família das Rutáceas. As folhas são perenes e têm um espinho na sua base. A casca dos frutos é formada por duas camadas: uma exterior, na qual se acham as glândulas secretoras da essência, fina e de cor amarela, e outra interior, branca e mais grossa. Partes utilizadas: as folhas e os frutos, incluindo a respectiva casca.
265
o
Cura de limões
Uma cura de limões tem de ser feita sob vigilância médica, pois trata-se de um verdadeiro tratamento médico. A cura de limões è formalmente contra'indicada a quem sofra de insuficiência renal, aos anémicos, aos que sofram de descalcificação óssea, às crianças pequenas e aos idosos. Faz-se seguindo este esquema: No primeiro dia toma-se o sumo de um limão, diluído em água, meia hora antes de tomar o pequeno almoço.
mento científico, e que puderam ser comprovadas experimentalmente. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS
FOLHAS do limoeiro são ricas numa essência aromática composta pord-Iimoneno, l-linanol e outros hidrocarbonetos lerpénicos em menor proporção. São sedativas e antiespasmódicas. O seu uso é recomendado às pessoas que sofram de nervosismo, insónia, palpitações, enxaquecas ou asma IO). For serem também sudoríficas, são úteis aos doentes febris. Possuem ainda efeito vermífugo (expulsam os vermes parasitas do intestino). A CASCA do fruto contém 0,5% de óleo essencial, cujo principal componente é o d-limoneno, alem de cumarinas e flavonóides. Tem propriedades tonificantes sobre o aparelho digestivo, e é recomendada aos que sofram de inapetência, digestões pesadas e mau funcionamento do estômago 101. Tal como as folhas, é sudorífica e vermífuga, e emprega-se com êxito para fazer baixara lebre. O SUMO do limão contém vitaminas Bi, BseC (50 mg por cada 100 g), sais minerais (especialmente de potássio), oligoelcmentos, açúcares, mucilagens, ácidos orgânicos (cítrico, malico, arético e fórmico) c Havonóides (hesperidina). An ibuem-sc-lhe muitos efeitos, mas citaremos apenas os que leni sido demonstrados cientificamente': 266
(
Cada dia que passa (ou cada dois dias segundo outros), toma-se mais um limão, até chegar a 7 ou 9 por dia. A
partir de então, vai-se reduzindo a dose com o mesmo ritmo, até tomar só um limão. Descansa-se durante uma semana e repete-se se for preciso. Dá resultados muito bons na gota, no artritismo e nos cálculos renais.
• Antiescorbútico: É a propriedade mais importante do limão, devido ao seu conteúdo em vitamina (! 101. Embora haja vegetais que apresentam muito maior concentração de vitamina (I do que o limão, como a rosa-canina (500-800 mg por 100 g) e a groselheira (até -100 mg), o efeito antiescorbútico do limão é muito acentuado, devido ã sua equilibrada composição em sais minerais e ácidos orgânicos. O escorbuto é a doença que se manifesta como consequência da falta de vitamina C (ácido ascórbico). Esta vitamina só se encontra nos alimentos vegetais frescos. Embora as deficiências graves sejam hoje muito raias, não é invulgar enconirareni-se casos leves entre aqueles que seguem uma dieta desequilibrada ou pobre em verduras e frutas frescas. • Tonificante: Pelo seu conteúdo em vitaminas, sais minerais e ácidos, o limão estimula a actividade dos órgãos digestivos, e tem um efeito revitali/antc sobre lodo o organismo 1©.0). E útil aos que sofrem de dispepsia (digestão difícil) e, por mais paradoxal que pareça, aos que sofrem de acidez do estômago. Apesar do seu sabor acido, o limão compoi ta-sc quimicamente como um antolho, e é capaz de neutralizar tanto o excesso de alcalis como o de ácido. Em caso de indigestão ou digestão muito difícil, um remédio popular
consiste em dar ao doente o sumo de um limão dissolvido em meio copo de água, com uma eolher/inha de bicarbonato de sódio. • Alcalinizante e depurativo: O limão provoca uma alcaliui/açao de todo <> organismo, muito conveniente ás pessoas que tenham uma alimentação muito rica em carnes ou proteínas, que produz um excesso de resíduos ácidos, como o ácido úrico, fazendo virar o pi I (grau de acidez ou alcalinidade) para a alcalinidade no sangue e na urina, facilita a dissolução e a eliminação dos sedimentos líricos dos rins e das articulações. O sumo do limão torna-se altamente recomendável para quem sofra de cálculos renais, gota ou artritismo, assim como para lodos aqueles que desejem depurar o seu sangue e melhorar a sua saúde. IO). • Dissolvente de cálculos renais: Os citratos (sais de ácido cítrico) contidos no sumo de limão, especialmente o citrato potássico, impedem a formação de cálculos renais e facilitam a sua dissolução. Isto foi comprovado em experiências científicas, tanto com cálculos de mato como de oxalato (os tipos mais frequentes).
© Sumo de limão integral Remédio contra a febre Tomam-se dois limões de boa qualidade e, uma vez lavados e limpos, sem os descascar, cortam-se em pequenos pedaços. Estes introduzem-se numa trituradora ou batedor, juntamente com um pouco de água. Uma vez bem triturados, acrescentam-se quatro colheradas de mel, e água até completar dois litros. Este líquido coa-se ou filtra-se e bebe-se à vontade durante todo o dia. Com este sumo de limão integral, que inclui tanto a polpa como a casca, obtém-se um notável efeito febrífugo, especialmente em caso de gripe ou de constipação.
Esta propriedade dos citratos, combinada com a acção alcalini/anie descrita, faz do sumo de limão um autêntico medicamento para os doentes dos rins IOI. • Protector capilar e tónico venoso: Pelo seu conteúdo em hesperidina, diosmina e outros llavonóides, de acção semelhante à da vitamina P, o limão reforça a estabilidade dos vasos capilares e melhora a circulação venosa. Torna-se útil nos casos de inchaço das pernas, edemas, varizes, hemorróidas, tromboses, embolias, K também muito aconselhável aos hipertensos 10.OI. • Anti-séplico: O sumo de lima») aplicado directamente sobre as amígdalas e o interior do nariz, por intermédio de uma zaragatoa de algodão, faz desaparecer os bacilos diftéricos dos portadores desta doença 10). Este lacto foi Comprovado pessoalmente pelo doutor Krnst Schneider, e coincide com outras experiências que mostram o poder bactericida do limão. Citemos como exemplo a epidemia de cólera que se desencadeou na Venezuela no ano de 1855, e que foi dominada graças a um consumo intensivo de limões pela população. Aplicado localmente, o sumo de limão torna-se muito útil contra as amigdalites (anginas) e faringites 101. Torna-se igualmente benéfico como
Outros citrinos
Tudo quanto foi dito do limão se aplica igualmente, ainda que com menor intensidade, a outros citrinos congéneres, pertencentes igualmente à família botânica das Rutáceas, como por exemplo: • a cidra {Citrus medica L), também chamada limão-doce. • a lima [Citrus aurantifolia [Christ.-Panz.] Sw. = Limonia aurantifolia [Christ.Panz.]), também denominada lima-de-umbigo e lima-doce. • a toranja (Citrus máxima [Burm.J Merr. = Citrus decumanus L), também designada por toronja e toríngia." • Esp.: pomelo.
anti-séptico paia todo o tipo de feridas e úlceras cutâneas 101. • Cosmético: O sumo de limão suaviza e hidrata a pele, fortalece as unhas frágeis e dá brilho ao cabelo, além de fazer diminuir a caspa (01. Talvez seja bom recordarmos aqui que os REFRESCOS chamados "limonadas" ou "de lima", não só são destituídos de propriedades medicinais, como se tornam prejudiciais ã saúde, devido ao seu conteúdo em gás carbónico, corantes e aromatizantes artificiais, sem falar no açúcar ou outros edulcoranles. A melhor maneira de aproveitar as múltiplas virtudes dos sumos de limão, cidra ou lima, é ingeri-los acabados de espremer da Fruta. 267
Erigeron canadens/s L
Erigerão Hemostático e antidiarreico
Preparação e emprego
USO INTERNO O Infusão ou decocção com uma colher de sopa de folhas secas, por chávena de água. Administram-se 2 ou 3 chávenas por dia. © Extracto seco: A dose habitual é de 1 -2 g por dia, repartidos em 2 ou 3 tomas.
O
S ÍNDIOS da America do Norte têm usado esta planta desde tempos imemoriais paia o tratamento das hemorragias uterinas e das menstruações demasiado abundantes, Na Europa, a sua essência foi uiili/ada durante a Primeira Guerra Mundial como hemostático, para deter hemorragias.
USO EXTERNO © Enemas (clisteres) com a mesma iníusão ou decocção que se toma bebida.
K unia planta muito apreciada nos Estados Unidos e no Canadá, que vai sendo cada vez mais conhecida e utilizada na Europa. Toda a planta contém lanino. resinas, llavonóides, ácido gálico e colina, além de um óleo essencial (óleo de pulicária) composto por limoneno, dipenteno e terpinol. O erigerão tem as seguintes propriedades: • Hemostático. L tiliza-se sobretudo para deter as menstruações demasiado abundantes ou prolongadas !©.©!. Também é eficaz nalguns casos dv hematúria (sangue na urina). Convém recordar que qualquer perda anormal de sangue deve ser objecto de consulta médica. • Antidiarreico: Detém as diarreias simples, mas também é eficaz nas disenterias (diarreia acompanhada de intuo e sangue) e na lebre tifóide IO.€». • Diurético e anti-reumático: Facilita a eliminação de ácido úrico com a urina. E portanto indicado nos casos de gola. lúpei ui icemia (excesso de ácido úrico) e de litíase renal (cálculos ou pedias nos rins). IO.OI. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
268
Outros nomes: avoadinha, avoadeira. Brasil: cauda-de-raposa. Esp.: erigeron canadiense, olivarda dei Canadá. Fr.: erigeron, vergerette du Canada. Ing.: horseweed. Canadian fleabane. Habitat: Originário da América do Norte. No século XVII foi trazido para a Europa, onde se expandiu rapidamente. Planta conhecida também na América do Sul. Encontra-se nos terrenos ermos, bermas dos caminhos e aterros. Descrição: Planta herbácea da família das Compostas, que pode atingir um metro de altura. As suas abundantes folhas são alongadas e estreitas, e as flores de cor branca-creme. Partes utilizadas: as folhas.
Medicago sativa L.
oj ^
>J Pi J Preparação e emprego
Luzerna
USO INTERNO
Nutritiva e hemostática
Q
UE SORTE têm os cavalos, de lhes darem luzerna a comer! Desde os tempos mais remolos, os animais domésticos lêm desfrutado das vantagens desia nutritiva planta, enquanto mie os seus donos racionais a desprezam, por a considerarem pouco refinada para aparecer nas suas mesas. Graças à moderna química analítica, conhecem-se hoje as excelentes propriedades desia humilde planta. Felizmente, sãojá cada vez mais aqueles que tiram proveito dela. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS
BROTOS TENROS (germinados) da luzema são muito ricos em cálcio (525 mg por 100 g, o triplo do que existe no leite), fósforo, provitamina A em forma de betacaroteno, vitaminas C, B e K, enzimas, aminoácidos essenciais e outros nutrientes, além de fibra vegetal. Por isso, a luzerna possui propriedades remineralizantes, tonificantes, de protecção contra v»s infecções e Uemostáticas IO.©.0.01. E especialmente indicada em caso de: • anomia por deficiências vitamínicas ou minerais; • raquitismo e desnutrição; • úlcera gastroduodenal; • dispepsia e fermentações intestinais, pela sua riqueza em enzimas; • prisão de ventre, pelo seu conteúdo em libra vegetal: • hemorragias nasais, gástricas c uterinas. Recordemos eme qualquer perda de sangue anormal deve ser objecto de consulta médica.
O Como alimento: A luzerna, como muitas outras verduras e hortaliças, pode-se comer crua em salada (os brotos tenros) ou cozinhada. 0 seu conteúdo em vitamina C resiste muito bem à cozedura. @ Sumo fresco: Um copo, tomado de manhã, constitui um excelente tónico. €) Infusão: 30 g por litro de água. Tomam-se de 3 a 5 chávenas por dia. O Extracto seco: 0,5 a 1 g por dia.
Outros nomes: alfalfa, meiga, meiga-dos-prados. Brasil: alfalfa-de-fior-roxa. Esp.: alfalfa, cadiilo de hierba, trebol de carretilla, mielga. Fr.: luzerne [cultivéej. tng.: lucern, tucerne, alfalfa. Habitat: Originária do Médio Oriente, cultiva-se hoje nas regiões temperadas de todo o mundo. Descrição: Planta forrageira da família das Leguminosas, que atinge de 30 a 80 cm de altura As suas flores são de cor azulada. O fruto ê um pequeno legume enrolado em forma de caracol. Partes utilizadas: toda a planta.
O
Germinados
As sementes de luzerna podem fazer-se germinar em casa, e comem-se os pequenos rebentos acabados de brotar (brotos ou germinados). Os germinados são especialmente ricos em vitaminas e minerais.
Nasturtium offWna/fe R. Br.
Agrião Estimulante, depurativo e balsâmico
Aí
J
Outros nomes: agrião-de-água, agrião-das-fontes, mastruço-dos-rios.. Esp.: berro, berro de la fonte, mastuerzo de agua. Fr.: cresson [d'eau], cresson des fontaines. Ing.: [green] watereress. Habitat: Cria-se perto das nascentes e regatos de águas límpidas e frescas. Não gosta dos charcos e represas. Encontra-se espalhado por toda a Europa e América, onde se conhecem até cinco variedades diferentes.
Q
UE SAUDÁVEIS-e económicas- estas saladas preparadas no campo, ã base de verduras silvestres! O agrião combina perfeitamente com o dente-de-leão, as azedas e a urtiga. Para um dia cie campo, torna-se muito mais apropriado um prato assim, do que a sopa que sobrou, aquecida com o Fogareiro portátil, ou as sanduíches dr carne. Descrição: Ê uma planta rasteira, da família das Crucíferas, com folhas de cor verde intensa, e flores brancas, pequenas. O seu sabor faz lembrar a mostarda, ainda que menos picante. Parte utilizada: as folhas e os caules finos.
Mas, cuidado! Para poder desfrutar da natureza, são precisos alguns conhecimentos que os habitantes das cidades têm de adquirir. Por isso diz um velho ditado espanhol: "Tu, que colhes o agriào, tem cuidado com o napclo." O napeio ou acónico (pág. 148) também cresce junto das águas límpidas, e é uma das plantas mais venenosas que se conhecem. Felizmente, não v muito difícil distingui-lo do agrião. O ditado, na verdade, deveria dizer: "Tem cuidado com a rabaça", porque é esla planta tóxica (embora não
Precauções As grávidas devem abster-se de comer agriões, pelo seu possível efeito abortivo. Não convém ingerir agriões em grandes quantidades, uma vez que podem fornar-se irritantes para o estômago. As plantas que já tiverem flores ou frutos deve ser rejeitada, pois tornam-se demasiado fortes.
270
O
Preparação e emprego
USO INTERNO
O Crus: Se se tentar conservá-los, podem tornar-se tóxicos. Para uso culinário, quanto mais tenros e frescos estiverem os agriões, tanto melhor. É preciso lavá-los com muito cuidado antes de os comer, ou então pô-los de molho durante meia hora em água com sal, pois podem abrigar pequenas larvas que os contaminam.
€) Sumo: Toma-se meio copo, adoçado com mel, a cada reteição. USO EXTERNO
©Cataplasmas: Prepara-se com 100 g de agriões frescos triturados num almofariz, se possível de madeira. Aplicam-se sobre as zonas afectadas, envoltas numa gaze. O Loções: Aplicar o sumo directamente sobre a pele.
Os agriões tèm um notável efeito depurativo do sangue, e além disso sào tonificantes e aperitivos. É necessário ter-se a certeza de que a água onde se criam não está contaminada.
tanto como o acónito) que s<- costuma confundir com <> agrião, A rabina (A/iiioH nodijl&rum) é mais alia do que o agrião e tem folhas maiores e de um verde mais claro. Tem além disso as flores em umbela (ramalhete), e não apresenta um sabor ião agradável como o do agrião. PuopRiKDAnr.s E INDICAÇÕES: O
agrião contém gluconasturtósido (um glicósido sulfurado), iodo clerro, assim como um princípio amargo e vitaminas A, G e I'.. As suas propriedades são: • Depurativo do sangue e diurético: Muito indicado nos casos de gota, artritismo, obesidade, e de alimentação rica em carnes e gorduras (O.O). • Tonificante: O agrião possui um suave eleito estimulante sobre todas as (unções do organismo IO.0I. Abre o apetite e aniva o metabolismo, pois fornece quantidades importantes das vitaminas A, C e E, além de minei ais como o ferio e o iodo. Isto loi na-o muito útil paia ajudar a vencer a astenia (debilidade) por deficiência vitamínica ou mineral. •Expectorante: Pelo seu conteúdo em óleos essenciais sulfurados, favorece a expectoração e descongestiona o aparelho respiratório IO.0). Os bronquíticos e enfisematosos podem beneficiar das suas propriedades. • Cicatrizante: As cataplasmas de agriões, aplicadas sobre feridas ou chagas de difícil cicatrização, facilitam a formação de pele nova l€)l. lambem regeneram a pele no caso de eczemas, acne e dermatosc 10.01. Aplicadas sobre o couro cabeludo, impedem a queda do cabelo 101. 271
Polygonum aviculare L
O)
f
Sempre-noiva Estanca as hemorragias e cura as diarreias
D
lOSCORlDESt o grande médico e botânico grego do primeiro século cia nossa fia, já recomendava <> uso da sempre-noiva «para os que arrancam sangue vivo do j)ciu> e paia as que sofrem de menstruação excessiva». Devido ao seu efeito liemostático (capa/ de deterás hemorragias), os Romanos já a qualificavam fie "sanguinária", como ainda hoje continua a ser conhecida em diversos lugares. N<> século passado, quando a tuberculose causava estragos entre os habitantes das insalubres aglomerações urbanas, a sempre-noiva foi objecto de lucrativo negócio. Recomendava-se e vendia-se para combater a tuberculose, dado que, pelo sen efeito hemosfÁtico, travava as hemorragias bronquiais e pulmonares dos "tísicos". Triste exemplo dos erros a que pode levara fitoterapia mal utilizada! Pensou-se que, combatendo o sintoma (a hemorragia bronquial), se curaria a doença (a tuberculose pulmonar ou tísica). (lonhece-sc hoje a composição química e as verdadeiras propriedades da sempre-noiva e de muitas outras plantas, mas se os tratamentos com plantas medicinais (ou com lárinaeos) não se aplicarem correctamente, pode-se continuar A cair no erro de confundir o sintoma com a doença. 272
Outros nomes: carrioJa-bastarda, centtnódia, erva-da-muda. erva-da-saúde, erva-das-galinhas, erva-dos-passarinhos, persicária-sempre-noiva, sanguinária, sempre-noiva-dos-modernos. Esp.: centinodia, lengua depájaro, hierba nudosa, sanguinária mayor. Fr.: renouée des oiseaux, persicaire des oiseaux. Ing.: knotgrass. Habitat: Comum nas beiras dos caminhos, alqueives e terrenos secos. Disseminada por todo o mundo. Descrição: Planta rasteira da lamilia das Poítgonáceas, que se estende desde a beira dos caminhos até atravessá-los (chama-se passa-caminhos em catalão). O seu caule é fino e tem muitos nós de onde nascem folhas alongadas e pequenas flores cor-de-rosa, púrpura ou brancas. Partes utilizadas: Toda a planta.
O
Preparação e emprego USO INTERNO O Decocção: 30-50 g de planta florida (que é quando faz mais efeito) por litro de água. Deixar ferver durante 10 minutos e coar; adoçar a gosto. Tomam-se 4 ou 5 chávenas
por dia, embora se possa ultrapassar esta dose sem perigo, já que a planta não tem efeitos tóxicos. © Pó: tomar de 2 a 5 g, três vezes ao dia.
A acção hemostática da sempre-noiva contribui para reduzir as regras muito abundantes, sempre que não sejam devidas a alguma causa patológica. Igualmente, a decocção de sempre-noiva torna-se útil em caso de hemorragias digestivas ou respiratórias, após prévio exame médico.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A sem-
pronoiva contém taninos, llavonói-
des, silício, mucilagens e um óleo essencial. A sua acção hemostática, que favorece a coagulação do sangue, deve-se sobretudo ao seu grande conteúdo cm taninos, que lêm a propriedade de coagular as proteínas. Por outro lado, os ílavonóides aumentam a resistência das células que Formam as paredes dos vasos sanguíneos (em especial dos mais finos, os capilares), com o que se impedi- que o sangue continue a sair rio seu interior. O máximo eleito combinado de ambas as substâncias consegue-se sobre o tubo digestivo. Por tudo isto, a sempre-noiva torna-se apropriada de
uni modo especial nas inflamações acompanhadas de hemorragia, que se produzem nos intestinos e no estômago IO.0I: • Gastrcntcrite e disenteria (diarreias com sangue). O seu eleito nestes casos é muito notável, pois. além cie curar a diarreia, faz parara hemorragia. • Gastrites hemorrágicas e úlceras gastroduodenais sangrantes: Nestes casos, devido à gravidade que a hemorragia pode chegar a ler, só um medico qualificado pode prescrever o uso desta planta. A sempre-noiva também se torna útil noutros tipos de hemorragias: • Hemoptise ligeira (hemorragia
broncopulmonar que se manifesta pelo aparecimento de sangue juntamente com o escarro). Tcnha-se bem presente que a sempre-noiva, embora ajude a deter a hemorragia, não cura a doença que a causa (tuberculose, cancro, e l e ) . • Menstruação excessiva (regras muito abundantes). Antes de tomar a decocção de sempre-noiva, é necessário submeter-se a uni exame ginecológico. Pelo seu conteúdo em óleo essencial, juntamente com outros princípios activos, a sempre-noiva possui um suave eleito diurético (aumenta a produção de urina). 273
Polygonum hydroplperl.
Pimenta-dágua Detém as hemorragias e é cicatrizante
Preparação e emprego USO INTERNO O Infusão com 15 g de planta fresca por litro de água, da qual se tomam 2 ou 3 chávenas por dia. © 0 pó das folhas secas usa-se com condimento. USO EXTERNO © Sumo fresco: Aplica-se, diluído com água, directamente sobre a pele, como loção, ou impregnando uma compressa.
A
S FOLHAS secas e trituradas desta planta utili/am-sc tomo sucedâneo da pimenta, sobretudo nas épocas evn que esta espécie escasseia. Dioscóridcs já a recomendava como revtilsiva, aplicada externamente.
Toda a planta contem um óleo essencial rico em terpenos, flavonóides (rutina) e laiiino. A sua propriedade mais importante é a hemos tá ti ca (detém as hemorragias), atribuída ao seu conteúdo em rutina. Por via interna, tem-se utilizado com êxito paia estancar hemorragias das vias respiratórias (hemoptises) eurinárias (hematúria).assim como para deter as regras demasiado abundantes I©.€>1. Tem também efeito diurético. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Externamente pode aplicar-se sem riscos para curar feridas que sangrem ou estejam infectadas 181. Além de deter a hemorragia, é um excelente cicatrizante.
u
Precauções
Não exceder as doses no uso interno, já que se torna irritante para o aparelho digestivo.
274
Outros nomes: acataia, catalã, cravina-d'água, erva-de-moura, persicária-mordaz, persicária-urente. Brasil: pimenta-aquática, potincoba, erva-de-bicho. Esp.: pimienta de agua, persicaria picante, resquemona, chileperro. Fr.: poivre d'eau, piment d'eau, persicaire {acre}. Ing.: [water] smartweed, water pepper. Habitat: Regiões temperadas e húmidas da Europa e da América do Norte. Descrição: Planta anual da família das Poligonáceas, que atinge de 30 a 80 cm de altura. 0 seu caule é de cor castanha, com os nós que caracterizam as Poligonáceas. As flores são pequenas, de cor esbranquiçada ou esverdeada. Partes utiJízadas: Todas as partes aéreas da planta fresca.
Rumex acetosa L.
"Jà 1
Azedas Ricas em vitamina C e depurativas
A
S FOI .1 IAS das azedas servem para temperar as saladas com o seu agradável sabor ácido. Para os antigos navegadores, porém, as azedas eram alguma coisa mais do que simples c saborosa verdura silvestre; procuravam-nas e apreciavam-nas pela sua propriedade antiescorhútica. Com efeito, sabe-sc hoje que contêm de 20 a 25 mg de vitamina C por cada 100 g (o limão contém 50 mg).
Jk
Preparação e emprego USO INTERNO O Infusão: 30 g de folhas por litro de água, à razão de 2-3 chávenas diárias. © Sumo fresco: um copo por dia. USO EXTERNO €) Loção de sumo fresco sobre a zona da pele afectada. ©Cataplasmas de folhas cozidas.
Aleluia
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: ioda a
planta contém I ,&% de oxalato de potássio, assim como ácido oxálico, gli(ósidos anlraquinónicos em pequena quantidade, vitamina C e sais de Ferro. Estas sãos as suas propriedades: • Aperitiva, refrescante, tonificante e antiescorbútica, pelo seu conteúdo em ácidos orgânicos e vitamina C. Facilita a digestão. Recomendável aos debilitados por doenças infecciosas c aos anémicos IO.0I. • Emoliente e cicatrizante em aplicação externa: Alivia o acne c a-* erupções cutâneas IOI. O seu sumo fresco limpa as úlceras da pele e as feridas infectadas 101.
Precauções
Não exceder as doses indicadas. Se se comerem fervidas, aconselha-se deitar fora o caldo, pela grande quantidade de ácido oxálico que contém. Convém evitar o seu uso em caso de gota, artritismo ou litiase renal (cálculos no rim), devido ao seu elevado conteúdo em ácido oxálico.
A aleluia {Oxalis acetosella L.)', é uma planta vivaz e rasteira, semelhante na sua composição às azedas. As folhas contém bioxalato de potássio, ácido oxálico, vitamina C e mucilagens. São depurativas, diuréticas, febrífugas e refrescantes. A sua aplicação mais importante é como tisana refrescante em caso de doenças febris, ou corno depurativo para fazer uma cura primaveril. Emprega-se como verdura fresca, em saladas ou sopas, e em infusão (um punhado de folhas por litro de água). O seu uso requer as mesmas precauções que no caso das azedas. ' Esp.: aleluya, acederiila.
Outros nomes: vinagreira, Brás. azedinha-da-horta. Esp.: acedera, agrida, vinagrera, acetosa, aíacamtnes, zarrampin. Fr.: [grande] oseille. Ing.: [common) sorrei. Habitat: Comum nos prados montanhosos de toda a Europa. Também se encontra nas regiões temperadas e irias do continente americano. A aleluia também aparece no Norte de Portugal, onde floresce na Páscoa. Descrição: Planta vivaz da família das Poligonáceas, que atinge de 20 a 70 cm de altura. As folhas são grandes, apresentando-se em forma de ponta de flecha. As flores, verdes ou amareladas, agrupam-se em espigas. Partes utilizadas: as (olhas e a raiz. 275
Splrulina máxima (Set.-Gard.) Geltler
0|
#
Espirulina Diminuta alga de grandes virtudes nutritivas e medicinais
A
VARIEDADE mais comum de espirulina, a Sfrimlina máxima, é originária dos lagos salgados do planalto mexicano, como o Tolalcingo c o Texcoco. Na água destes lagos formam-se alias concentrações de bicarbonato de sódio e de outros sais potássicos e magnésicos, assim como de minerais como o selénío, que evitam a contaminação da água. Descobriu-se recentemente, em redor (lestes lagos mexicanos, uma extensa rede de canalizações de água construídas pelos Astecas há mais de 500 anos. dedicadas à cultura da espirulina. Aquele povo. seguindo a sabedoria popular, já usava a espirulina muito antes de esta ter podido ser identificada através do microscópio e de a química moderna ter descoberto a sua excepcional composição. A composição desie vegetal aquático tem sido objecto de surpreendentes investigações nos últimos anos, devido à sua riqueza nutritiva. Além de clorofila, como todas as algas, a espirulina contém: / Prótidos: E uma das fontes naturais mais ricas em proteínas (ate 70% do seu peso; a soja: 35%; a carne: 20%). As proteínas da espirulina são completas e de grande valor biológico, PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
276
41 FJ A. Preparação e emprego
USO INTERNO O Cápsulas de 400 mg a 1 g de pó de espirulina, é a forma habitual da sua apresentação. Tomam-se de 3 a 12 cápsulas diárias, repartidas em 3 tomas. Nas dietas de emagrecimento recomenda-se ingeri-las meia hora antes das refeições.
Obtenção
Da filtração da água dos lagos onde se cria esta alga, por pulverização e dessecação a 70°C obtém-se a forma habitual de consumo, com a qual se elaboram as cápsulas ou outros preparados. Os Astecas e os povos vizinhos dos lagos que a produzem, obtinham-na tradicionalmente por secagem ao sol.
Sinonímia científica: Spirulina geitleriG. de Toni Espécie atim: Spirrulina platensis (Nord) Geitler Outros nomes: Esp.: espirulina, alga espirulina. Fr.: spiruline. Ing.: spirulin. Habitat: Cresce espontaneamente em lagos de águas alcalinas no México, no Japão, na Tailândia e no Chade (África). É cultivada nos Estados Unidos. Descrição: Alga unicelular microscópica, da família das Cianofíceas (algas azuis), com a forma de uma espiral. Mede entre 0,1 e 0.3 mm. Partes utilizadas: a alga inteira.
pois contêm os oilo aminoácidos essenciais (aqueles que o organismo não pode sintetizar) numa proporção óptima, além dos restantes aminoácidos não essenciais. / Lípidos (8% do sen peso), na sua maior parle constituídos por ácidos gordos insaturados, como o ácido linoleico, o linolénico, e, especialmente, o gama-linolénico, A espirulina é um dos vegetais mais ricos nestas importantes substâncias de grande valor para o tratamento da arteriosclerose. / Glícidos ou hidratos de carbono (18%), entre os quais se evidencia um açúcar natural raro. a ramnose, que Favorece o metabolismo da glicose e tem um efeito Favorável sobre a diabetes. / Vitaminas A, do grupo B, K e II (biotina): V. notável o seu conteúdo em vitamina B12, superior mesmo ao rio ligado, o que torna a espirulina um alimento muito apreciado pelos que seguem uma dieta vegetariana estrita, ou seja, isenta até de ovos e produtos lácteos. Se bem que, na realidade, a vitamina Bis não se encontra na alga propriamente dita, mas num tipo de bactérias que habitualmente a acompanham. / Minerais e oligoelementos vários. E especialmente rica em Ferro: 53 mg por 100 g de parte comestível (a carne contém entre 2 e 3 mg por 100 g, e o ligado, 11 mg).
A espirulina é um bom complemento nutritivo para as pessoas da terceira idade, assim como em caso de desnutrição, anemia ou esgotamento, graças à sua grande riqueza em proteínas, vitaminas e minerais.
Devido à sua grande riqueza nutritiva, a espirulina tem efeitos muito favoráveis em numerosos estados e afecções IO): • Dietas de emagrecimento: Devido ao seu escasso conteúdo calórico (300 calorias por 100 g) cm relação ao seu grande fornecimento proteico e vitamínico, a espirulina é um óptímo complemento paia as dietas de emagrecimento. O seu emprego ajuda a manter o equilíbrio nutritivo nas dietas Kipocalóricas, sem provocar debilidade ou esgotamento devido a carências. Além disso, a sua riqueza em Fenilalanina, aminoácido essencial presente em quantidades relativamente elevarias, contribui, segundo
alguns investigadores, para reduzir a sensação de fome. • Doenças em que se requeira uma dieta estrita, como por exemplo a diabetes, a hepatite, ou a pancreatite, cm que existe o risco de se produzirem carências. • Anemia: Pelo seu grande conteúdo em ferro e em aminoácidos essenciais, Favorece a síntese de hemoglobina, constituinte essencial dos glé>bulos vermelhos. Muito recomendável durante a gravidez.
• Estados de desnutrição, convalescença c esgotamento físico: Actua como tonificante c rcvilalizaule geral do organismo • Arteriosclerose e suas complicações: angina de peito, infarto do miocárdio e isquemia arterial (falta de irrigação sanguínea), que afecta sobretudo as pernas. A acção favorável da espirulina deve-se à sua riqueza em ácidos gordos insaturados, como os ácidos linoleico e gama-linolénico. 277
Urtice dioica L
'Ol m
Urtiga-maior Uma planta que se defende... e que nos defende
E
UMA pena que tanta gente fuja da urtiga e até a considere uma erva daninha! Se soubessem
quantas virtudes encena esta planta
aparentemente agressiva! A urtiga é uma das grandes estrelas
da fitoterapia. Os seus pelínhos peculiares tornam-na conhecida até de quem não veja. Por isso um dos nomes que lhe são atribuídos em espanhol é 'hierba de los ciegos' (erva-dos-cegos). Dioscói ides já falava dela no século I d.C. E O seu comentarista, Andrés de Laguna, médico espanhol do século XVI, disse das folhas de urtiga, entre muitas outras coisas, que «podem excitar à luxúria», domo é possí-
O
Urtigações
Com um ramo de urtigas recém-cortadas, fustiga-se suavemente a pele sobre a articulação afectada pelo processo inflamatório ou reumático (joelho, ombro, etc.) Produz-se um efeito revulsivo que atrai o sangue para a pele, descongestionando ao mesmo tempo os tecidos internos.
278
e £ M M Preparação e emprego Para tranquilizar os que receiem esta planta, deve dizer-se que, doze horas depois de ter sido arrancada, desaparece o seu efeito urticante e adquire uma consistência suave como de veludo. USO INTERNO O Sumo fresco: É a maneira de melhor aproveitar as suas propriedades medicinais, especialmente o seu efeito depurativo. Obtém-se espremendo as folhas ou passando-as por uma liquidificadora. Toma-se de meio a um copo de manhã, e outro tanto ao meio-dia. © Infusão com 50 g por litro de água, deixando infundir durante um quarto de hora. Ingerir 3 ou 4 chávenas diárias. USO EXTERNO © Loção: O sumo aplica-se sobre a pele afectada. O Compressas: Empapam-se com o sumo e aplicam-se sobre a zona afectada. Mudam-se 3 ou 4 vezes por dia. ©Tampão nasal: Empapa-se uma gaze no sumo de urtiga e introduz-se na fossa nasal.
Outros nomes: urtigào. Brasil: urtiga-mansa. Esp.: urtiga mayor, urtiga [verde), ortiga dioica. hierba dei ciego. Fr.: [grande] ortie, ortie dioique. Ing.: [great stingingj netlle. Habitat: Espalhada por todo o mundo, pretere os lugares húmidos próximos de zonas habitadas. Descrição: Planta vivaz da família das Urticaceas. que atinge de 0,5 a 1.5 m de altura. Tanto os caules, de secção quadrada, como as folhas, são cobertos de pelos urticantes. As suas flores, de cor verde, são muito pequenas. Partes utilizadas: Toda a planta, especialmente as folhas
p o r falta de ferro ou p o r p e r d a de s a n g u e IO.0I. O ferro e a clorofila q u e a b u n d a m na urtiga são estimulantes da p r o d u ç ã o de glóbulos vermelhos. A urtiga convém também nos casos de convalescença, d e s n u t r i ç ã o e e s g o t a m e n t o , pelo seu e l e i t o reconstituinte e tonificante.
Um bom alimento A urtiga come-se crua em salada, em omeleta, em sopas, ou simplesmente cozida como qualquer outra verdura. Substitui perfeitamente os espinafres, com a vantagem de ter menos acidez.
• V a s o c o n s t r i t o r a (contrai os vasos sanguíneos) e hemoslática (detém as hemorragias): Indicada especialmente nas hemorragias nasais 101 c uterinas IO.0I. Muito útil para as m u l h e r e s com menstruação a b u n d a n t e . Insistimos em que qualquer hemorragia anormal clcvt ser objecto de consulta médica.
As urtigas são uma boa fonte de proteínas: frescas contém de 6 a 8 g por cada 100 g, e, secas, de 35 a 40 g (percentagem semelhante à da soja, que é um dos legumes mais ricos em proteínas).
As urtigas são m u i t o ricas em ferro, o qual, unido à clorofila que possuem, explica a sua acção antianémica.
vel q u e essas folhas urlicantes sejam Capazes de excitar o apetite sexual? Cila Messegué q u e ú poeta latino cio primeiro século cia nossa era, Caio P e t r ó n i o , r e c o m e n d a v a aos h o m e n s q u e quisessem a u m e n t a r a sua virilid a d e , q u e se açoitassem «com um r a m o de urtigas no baixo ventre e nas nádegas». A urtigação, ou seja, esfregar-se com urtigas frescas, já era praticada pelos antigos Gregos. Além do seu efeito sobre a sexualidade, concede excelentes benefícios aos reumáticos e artrósicos q u e t e n h a m a coragem de praticá-la. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : OS pe-
rinhos d a urtiga c o n t ê m h i s t a m i n a (1%) e acetileolina ( 0 , 2 % a 1%), substâncias q u e o nosso o r g a n i s m o também p r o d u z e q u e intervêm activ a m e n t e sobre os a p a r e l h o s circulatório e digestivo, c o m o transmissores dos impulsos nervosos do sistema vegetativo. Cerca de 10 mg destas substâncias são suficientes para provocar uma reacção cutânea. As folhas c o n t ê m a b u n d a n t e clorofila, o corante- verde do m u n d o vege-
tal, cuja composição química é muito s e m e l h a n t e à da h e m o g l o b i n a q u e tinge de v e r m e l h o o nosso s a n g u e . São muito ricas em sais minerais, esp e c i a l m e n t e d e f e n o , fósforo, magnésio, cálcio e silício, q u e as t o r n a m diuréticas e depurativas. Contêm t a m b é m vitaminas A, C e K, ácido fórmico, t a n i n o e outras substâncias q u e ainda n ã o foram bem estudadas, q u e no seu conjunto t o r n a m a urtiga uma das plantas com mais aplicações medicinais: • Depurativa, diurética e alcalinizante: Indicada no caso de afecçê)es reumáticas, artritismo, gota, cálculos renais, areias na urina; e, em geral, semp r e q u e se precise de u m a acção depurativa e d i u r é t i c a IO.01. A urtiga tem u m a notável capacidade de alcalinizar o s a n g u e , facilitando a elimin a ç ã o dos r e s í d u o s ácidos d o metabolismo relacionados com todas estas afecções. O uso i n t e r n o da p l a n t a p o d e ser c o m b i n a d o com urtigações (ver q u a d r o informativo, pág. 278) sobre a articulação afectada. • A n t i a n é m i c a : Usa-se nas a n e m i a s
• Digestiva: Dá bons resultados nos transtornos da digestão devidos a atonia ou insuficiência dos órgãos digestivos 10.01. A urtiga contém pequenas q u a n t i d a d e s de secretina, uma horm o n a t a m b é m produzida por determinadas células do nosso intestino, a qual estimula a secreção do suco pancreático e a motilidade do estômago e da vesícula biliar. Isto explica que a urtiga facilite a digestão e melhore a assimilação dos alimentos. • A d s t r i n g e n t e : Tcm-sc usado t o m êxito para a c a l m a r as fortíssimas diarreias da cólera 101. E útil em todo o tipo de diarreias, colites ou disenterias. • Hipoglicemiante: As folhas de urtiga fazem baixar o nível de açúcar no sangue, o q u e se tem comprovado em n u m e r o s o s d o e n t e s IO,01. Embora n ã o possa substituir a insulina, permite d i m i n u i r as doses de medicação antidiabética. • Galactoga: Aumenta a secreção do leite das mães IO.0.OI. Torna-se por isso r e c o m e n d á v e l d u r a n t e a lactação. • Emoliente: Pelo seu efeito suavizante, recomenda-se nas afecções crónicas da p e l e , e s p e c i a l m e n t e os eczemas, as erupções e a acne 10,01. lambem se usa contra a queda do cabelo 101. Limpa, r e g e n e r a e embeleza a pele I0.OI. Obtêm-se melhores resultados se for tomada por via oral 101. além de aplicada localmente 279
PLANTAS PARA O APARELHO RESPIRATÓRIO Si IÁRIO DO CAPÍTULO
J
DOENÇAS E APLICAÇÕES
Antítússicas, plantas Asma Balsâmicas, plantas Broncodilatadoras, plantas Bronquite Enfisema pulmonar
288 283 289 288 282 284
Expectoração, sangue, ver Hemoptise .. 284 Expectorantes, plantas 286 Hemoptise 284 Mucolíiicas, plantas 289 Peitorais, plantas 285 Pneumonia 283 Pulmonia, ver Pneumonia 283 Sangue na expectoração, ver Hemoptise 284 Tosse 285 PLANTAS Abeto-branco 290 Abeto-do-canadá 291 Alcaçus 308 Alga-perlada 301 Antenária 297 Asclépia 298 Avenca 292 Cainito 302 Canadeaçúcar 332 Cebola 294 Cebola-ailumã 296 Cerejeiradavirgínia 330 Douradinha 299 Éfedra 303 Enula 313 Escolopendra = Eingua-cewina . .321 Eucalipto 304 Galeopse 306
280
Grindélia 310 Grindélia-áspna 310 Guaiaco 311 Hera-terrestre 307 Hissopo 312 Inula-campana = Enula 313 Lingua-cervina 321 Líquen-da-islândia 300 Lírio 315 IJrio-Jlorentiiw 315 Marroio 316 Mirto = Murta 317 Morugem 334 Murta 317 Murta-Jolhuda 317 Mmgo-da-irkmda = Àlga-(tnl
A SAÚDE P E U S PLANTAS MEOICIMAIS 2 * Parle:
^ • " " • v APARELHO respiratório é, posm • sivelmente, uin cios mais sensí• # v e i s á acção das plantas medici\ ^ , S nais. São muitas as formas de tratamento fitoterapia) que exercem uma acção benéfica sobre os órgãos da respiração. Por exemplo: • Infusões ou decocções quentes (pág. 56) de plantas peitorais: actuam em primeiro lugar localmente, quando passam junto da laringe e dos trechos superiores das vias respiratórias. Posteriormente, os seus princípios activos passam ao canal digestivo, e deste para o sangue, atingindo as células pulmonares e bronquiais. • Xaropes (pág. 61): Esta forma de preparação uliliza-sc tradicionalmente em caso de afecções respiratórias. Os açúcares, em geral, exercem uma acção balsâmica sobre os brônquios, notável sobretudo no caso do mel. O "ideal, portanto, é prepará-los com mel, s e m p r e q u e isto
seja possível. Os xaropes são especialmente indicados para as crianças, já que o seu sabor doce disfarça o possível mau gosto das plantas em dissolução. • Inalação de essências (pág. 95): A aromaterapia, ou seja, o emprego das essências ou óleos essenciais para fins curativos, constitui uma das grandes redescobertas da Fitoterapia moderna. A simples inalação de uma essência já exerce acções medicinais sobre o aparelho respiratório: anti-séplicas, broncodilatadoras (dilatam os brônquios) e mucolíticas (fluidificam as mucosidades bronquiais). Respirar o aroma do eucalipto, ou duma cebola crua partida em rodelas, acalma a tosse c desobstrui os brônquios. • Banhos de vapor com plantas (pág. 70): O vapor de água é um dos mucolíiicos mais eficientes que se conhecem. A inalação do vapor de água, á qual se podem juntar algumas gotas de essência para reforçar o eleito, combina os efeitos te-
D e s c r i ç ã o
I
rapêuticos da água com os da planta Utilizada. * Banhos (pág. 65), cataplasmas (pág. 07) e fomentações (pág. 70) com plantas medicinais: São outras tantas formas eficientes de tratamento das afecções do aparelho respiratório. Todos os órgãos respiratórios são grandemente beneficiados com o emprego das plantas medicinais. A acção destas não se limita a neutralizar os sintomas da doença, mas exercem uma autêntica acção de limpeza do excesso de mucosidade depositada no interior dos canais respiratórios. Além disso, algumas plantas, como as chagas (pág. 772) ou o tomilho (pág. 709). contêm também substâncias antibióticas, que impedem a proliferação bacteriana na mucosidade retida.
A papoila possui propriedades peitorais e sedativas.
Todos os dias passam pelos pulmões cerca de mil litros de ar, o qual, normalmente, nas grandes cidades, contém fumos, micróbios e partículas contaminantes em suspensão. Os brônquios dispõem de um eficaz mecanismo de limpeza, estando revestidos interiormente por uma camada de muco, que agarra e arrasta para o exterior as partículas contaminantes e germes que entram com o ar. Em condições normais, este mecanismo chega para manter os brônquios limpos. No entanto, pela acção do tabaco, de outros fumos ou substâncias irritantes, de determinados germes patogénicos, ou de alguns maus hábitos respiratórios, o mecanismo de limpeza dos brônquios deixa de funcionar correctamente, e produz-sc a bronquite. As plantas medicinais podem então actuar, restabelecendo o bom funcionamento da mucosa bronquial, mas com a condição óbvia de que desapareça o factor causador da perturbação. De pouco serviria aplicar os melhores tratamentos fitoterápicos -ou de outro tipo-, continuando por outro lado a fumar ou a respirar o ar contaminado.
281
y
Cap. 16: PLANTAS PARA O APARELHO RESPIRATÓRIO
/
Uso
Doença
Planta
BRONQUITE
CENOURA
133 as defesas: acção preventiva
Crua ou em sumo
TÍLIA
169 Emoliente, antiespasmódica, sedante
Infusão de flores
HIDRASTE
207
É a inflamação da mucosa que reveste o interior dos brônquios. Tem normalmente uma causa infecciosa, situação que se agrava pela inalação de fumos irritantes, como o do tabaco. Dá com febre, tosse, dor ao tossir e, por vezes, dificuldade em respirar. Quando a doença se repete com uma certa frequência, fala-se de bronquite crónica. 0 tratamento fitoterápico consiste na ingestão e inalação, através de essências e banhos de vapor, de plantas com acção balsâmica (suavizantes das mucosas respiratórias), mucoliticas (que desfazem a mucosidade e facilitam a sua eliminação), expectorantes e antibióticas. Ver mais plantas com estas acções, nas tabelas correspondentes. Estas plantas exercem uma interessante acção preventiva de novas crises ou recaídas. A traqueite é a inflamação da traqueia, de onde partem os brônquios principais. 0 tratamenlo fitoterápico é o mesmo que o de bronquite, pois, na realidade, a traqueite é uma forma localizada de bronquite.
Pág. Acção Fortalece as mucosas e aumenta
Regenera as células das membranas mucosas
Infusão de raiz
ALHO
230
Antibiótico, expectorante
Cru
GIRASSOL
236
Balsâmico, expectorante
Infusão de flores e caules tenros
CEBOLA
294 da mucosidade, anti-infiamatória
Antibiótica, facilita a expulsão
Crua, sumo fresco, xarope
ASCLÉPIA
298
Expectorante, sudorífica
Decocção de raiz
LÍQUEN-DA-ISLÂNDIA
300
Peitoral, expectorante, antibiótico
Decocção
EUCALIPTO
304
Anti-séptico, balsâmico, regenera a mucosa bronquial
Infusão, essência, banho de vapor
ALCAÇUS
308
Favorece a expectoração, acalma a tosse, desinflama as vias respiratórias
Infusão, maceração, extracto
HISSOPO
312
Mucolítico, expectorante, anti-séptico
Infusão, essência
ÉNULA
313 Facilita a expectoração, acalma a tosse
MARROIO
316
TANCHAGEM
325
Fluidifica as secreções, desinflama a mucosa bronquial
Decocção de folhas e/ou raiz
327
Mucolítica e expectorante
Decocção de folhas ou raiz, pó de raiz
04.
Fluidifica as secreções, acalma a tosse, desinflama as mucosas respiratórias
Infusão da planta seca
Infusão
Descongestiona os brônquios, 344 acalma a tosse, suaviza as mucosas respiratórias
Infusão de folhas e/ou flores, xarope
393
Crus, sumo fresco
Mucolíticos, expectorantes, antibióticos
Facilita a eliminação das mucosidades 465 bronquiais, ajuda a superar as sequelas do tabaco s 511 Expectorante, antitússica 577 Expectorante, anti-séptico bronquial evu s va
Infusão de frutos Infusão ou decocção de flores e/ou folhas Bagas maduras, infusão, essência
663
^ ' ' ' descongestiona os órgãos internos
Cataplasmas com a farinha
700
Expectorante
Infusão de sementes
7 J Q Abranda as secreções, desinflama as vias respiratórias
282
Decocção, pó ou extracto de raiz
Fluidifica e desinfecta as secreções bronquiais
Infusão de flores e folhas
754
Acalma a tosse e favorece a expectoração
Infusão, tintura
760
Desinflama a mucosa bronquial e facilita a expectoração
Decocção de brotos tenros (gemas) e casca
772
Fluidifica a mucosidade, descongestiona os brônquios, acalma a tosse
Infusão ou decocção de flores, folhas e frutos
SAÚDE
PELAS PLANTAS
2 a Parte:
Doença
Planta
Pág. Acção
PNEUMONIA É uma inflamação do tecido pulmonar, normalmente de causa infecciosa. 0 tratamento fitoterápico à base de infusões ou decocçôes de acção peitoral e antibiótica, inalação de essências, banhos de vapor com plantas, e cataplasmas de farinha de mostarda, é um complemento do tratamento anti-infeccioso especifico.
CANFOREIRA
ABETO-BRANCO
217
290 Balsâmico, anti-séptico, expectorante
É uma doença caracterizada por ataques de dificuldade respiratória, acompanhados de sibilos a cada respiração, tosse e sensação de opressão devida a um espasmo dos brônquios. Costuma ser de causa alérgica ou infecciosa. 0 tratamento fitoterápico baseia-se em plantas de acção antiespasmódica (para relaxar o espasmo bronquial), broncodilatadoras e expectorantes, como estas (ver também as tabelas específicas de cada uma destas acções). As plantas medicinais têm sobretudo uma acção preventiva de novos acessos ou recaídas.
Pó de cânfora
Banhos, fricções, banhos de vapor e inalações de essência de terebintina
298 Expectorante, sudorífica, cardiotónica
Decocção de raiz seca
Tauruífteu IANCHAGEM
^9R Fluidifica as secreções, 9*3 d e s j n ( | a m a a mUCOsa bronquial
Decocção de folhas e/ou raiz
POUGALA-DA-VIRGiNtA
327
Mucolítica e expectorante
Decoção de folhas ou raiz, pó de raiz
TUSSILAGEM
341
Fluidifica as secreções, acalma a tosse, desinflama as mucosas respiratórias
Infusão da planta seca
VIOLETA
344
Descongestiona os brônquios, acalma a tosse, suaviza as mucosas respiratórias
Infusão de folhas e/ou flores, xarope
MOSTARDA-
fifio
Revulsiva, descongestiona os órgãos internos
Cataplasmas com a farinha
TÍLIA
169 Emoliente, antiespasmódica, sedante
VALERIANA
172
Antiespasmódica e sedante, previne o espasmo bronquial
Infusão, maceração, pó de raiz
CANFOREIRA
217
Estimula os centros nervosos da respiração, aumentando a sua frequência e profundidade
Pó de cânfora
ALHO
230
O bissulfureto de alilo, que lhe dá o seu cheiro, é expectorante e antiasmático
Cru
LIMOEIRO
265
Sedante, antiespasmódico
Infusão de folhas
CEBOLA
294
Antibiótica, facilita a expulsão da mucosidade, anti-inflamatória
Crua, sumo fresco, xarope
ÉFEDRA
303 Relaxa a musculatura bronquial
Preparados farmacêuticos
GRINDÈLIA
310 Antiespasmódica e expectorante
Infusão, xarope
:NULA
Facilita a expectoração, acalma a 313 tosse, antiespasmódica, antialérgica
Decocção, pó ou extracto de raiz
PETASITE
320 Antiespasmódica, sedante, emoliente
Infusão de folhas e/ou rizoma
VERBASCO
343 Antiespasmódico, antitússico
Infusão de flores, extractos
ASSA-FÉTIDA
Grindèlia
Uso
ASCLÉPIA
-NEGRA
ASMA
Estimula os centros nervosos da respiração, aumentando a sua frequência e profundidade
I
UEDICI
D e s c r i ç ã o
359
Notável antiespasmódico e sedante
Infusão de flores
Lágrimas (grãos de goma)
VERÓNICA
475 Previne as crises de asma, antitússica
Infusão, sumo da planta fresca
MALVA
511
Expectorante, antitússica
Infusão ou decocção de flores e/ou folhas
BISNAGA
561
Antiespasmódica, dilata os brônquios
Infusão
283
ap. 16: PLANTAS PARA O APARELHO RESPIRATÓRIO
Doença
Planta
Pág
ENFISEMA PULMONAR É a dilatação exagerada e permanente dos alvéolos pulmonares. Aparece geralmente como consequência de repetidos acessos de bronquite. As plantas medicinais são um elemento adicional no tratamento desta doença, com uma acção sobretudo preventiva. Também são indicadas todas as plantas peitorais.
HEMOPTISE É a emissão de sangue juntamente com a expectoração, procedente do aparelho respiratório. Deve ser sempre motivo de consulta médica especializada, para excluir qualquer tumorização ou uma tuberculose pulmonar, Uma vez diagnosticada a causa, podem-se administrar plantas hemostátícas como estas (ver mais algumas na pág. 262) para travar as hemorragias.
Acção
Uso
As suas essências sulfuradas favorecem a expectoração e descongestionam o aparelho respiratório
Cru ou em sumo
AGRIÃO
270
TUSSILAGEM
341 desinflama as mucosas respiratórias
PERVINCA
244
SEMPRE-NOIVA
PlMENTA-D'ÁGUA
ClNCO-EM-RAMA
Acalma a tosse, dilata os brônquios,
272
274
Infusão
Adstringente, hemostática, complemento do tratamento antituberculoso
Decocção de folhas
Aumenta a resistência das células dos vasos sanguíneos
Decocção, pó
Hemostática pelo seu conteúdo em rutina
Infusão, pó de folhas
520 Adstringente, hemostática
Decocção de rizoma e raiz
Os bosques em geral, e os de coníferas em particular, sào lugares ideais para se fazer exercício físico, pois o ar está ali repleto das essências balsâmicas exaladas pelas árvores. O abeto (pág. 290) e o pinheiro (pág. 323), duas das espécies de coníferas mais frequentes, produzem uma essência m u i t o medicinal: a terebintina.
284
I
SAÚOE P E L A S P L A N T A S M E D I C I N A I S 2-' P a r l e :
D e s c r i ç ã o
Doença
Planta
TOSSE
ALFACE-BRAVA-MAIOR
, £« Sedante, acalma a tosse irritativa, útil na tosse convulsa
Decocção de folhas, lactucário (látex), sumo fresco
TlLIA
1 fiq Suavizante e antiespasmódica bronquial
Infusão de flores
,,_„., AVENCA
OQO Alivia a irritação nas vias respiratórias 292 5uperi ores. béquica
«,»«. u , ™ . Infusão, xarope
LÍQUEN-DA-ISLÂNDIA
300 Emoliente, antibiótico
Decocção
EUCALIPTO
304. Anti-séptico e balsâmico, regenera as células mucosas danificadas
Infusão, essência, banho de vapor
GRINDÉLIA
310 Antitússica, antiespasmódica
Infusão, xarope
ÉNULA
313 Facilita a expectoração, acalma a tosse
Decocção, pó, extracto, essência
PAPOILA
318 Vence a tosse pertinaz, sedante
Pétalas cruas, infusão ou xarope de pétalas, decocção de frutos
SERPÀO
338
TUSSILAGEM
341
ORÉGÃO
464
VERÓNICA
475 Antitússica, suaviza a garganta
Infusão, sumo fresco
MALVA
511 Expectorante, antitússica
Infusão ou decocção de flores e/ou folhas
RORELA
754 Alivia a tosse seca ou irritativa, antibiótica
Infusão, tintura
TOMILHO
769 Anti-séptico, antitússico, expectorante
Infusão, essência, vapores e inalações
A tosse é, em muitos casos, um mecanismo defensivo do organismo para expulsar mucosidades ou corpos estranhos situados no interior da traqueia ou dos brônquios. Nestes casos a tosse é produtiva, e consegue arrancar mucosidades. Noutros casos, a tosse é seca e não produtiva, e é causada por um foco irritativo de origem infecciosa ou, mais raramente, tumoral. Estas plantas medicinais antitússicas conseguem acalmar a tosse por meio de vários mecanismos: descontraindo o espasmo da musculatura bronquial (acção antiespasmódica), amolecendo as mucosidades, o que facilita a sua expulsão (acção mucolitica), e produzindo sedação nervosa. Ver mais plantas antitússicas na tabela inferior desta mesma página e na tabela da página 288.
Pág. Acção
Calmante da tosse, especialmente nas crianças pequenas F l u i d i f i c a as secreções, acalma a tosse, desinflama as mucosas respiratórias Expectorante, antitússico
Uso
Infusão, essência Infusão da planta seca Condimento, infusão, essência
As folhas e as flores da malva (pág. 511) são m u i t o ricas em mucilagens de acção emoliente (suavizante), expectorante e antitússica, além de laxante. Muito recomendável em catarros, gripes e bronquites, tanto para os adultos como para as crianças.
Plantas peitorais São aquelas que actuam favoravelmente sobre as afecções do aparelho respiratório em geral. São também peitorais todas as plantas antitússicas (pág. 288), broncodilatadoras (pág. 288), balsâmicas (pág. 289) e expectorantes (pág. 286).
Planta
Pág.
Girassol
191 236
Cebola
294
Douradinha
299
Líquen-da-islândia
300 318 332 367 393 703
Chá-de-novajersey
Papoila Cana-de-açúcar Nêveda-dos-gatos Rabanete e Rábano Cinoglossa
285
C a p . 1 6 : P L A N T A S PARA O A P A R E L H O R E S P I R A T O I
V.
Plantas expectorantes Facilitam a expulsão das secreções mucosas da traqueia e dos brônquios. Actuam d minuindo a viscosidade do muco que, ficando mais íluido, se elimina com maior faci/idade. Desta forma, os exp ectorantes limpam os brònquios e acalmam a tosse.
Planta
Pág.
Planta
Pág
Saramago
211
Saponária
333
Alho
230
Morugem
334
Girassol
236
Teixo
336
Cipreste
255
Serpão
338
Agrião
270 i Trevo-dos-prados
Abeto-branco
290
340
Tussilagem
341
Avenca
292
Violeta
344
Cebola
294
Funcho
360
Antenária
297 I Manjerona
Asclépia
298
Segurelha
374
Líquen-da-islândia
300
Trevo-cervino
388
Algaperlada
301
Polipódio
392
Eucalipto
304
Ananás
425
Galeopse
306
Angélica
426
Hera-terrestre
307
Ásaro
432
Alcaçus
308
Ipecacuanha
438
Grindélia
310
Poejo
461
Hissopo
312
Orégão
464
Énula
313
Anis-verde
465
Lírio
315
Verónica
475
Marroio
316
Malva
511
Papoila
318
Zimbro
577
Petasite
320
Buglossa
696
Lingua-cervina
321
Urucu
700
Saxífraga
322
Fisale
721
Pinheiro
323
Selo-de-salomão
723
Tanchagem
325
Sanicula
725
Polígala-da-virginia
327
Escabiosa-mordida
731
Primavera
328
Borragem
746
369
Cerejeira-da-virginia
330
Choupo-negro
760
Pulmonária
331
Chagas
772
O lírio (foto superior, pág. 315), o eucalipto (foto central, pág. 304) e a tanchagem (foto inferior, pág. 325), são três plantas expectorantes muito apropriadas para limpar os brônquios de mucosidade e acalmar a tosse.
286
S/,.
A infusão peitoral das quatro flores Aqueles que praticam exercício físico ao ar livre, como no caso do ciclismo, necessitam de ter os brônquios e pulmões em condições óptimas. As infusões de plantas medicinais peitorais, como esta das quatro flores, preparam o aparelho respiratório para cumprir a sua função ventiladora com o máximo de eficiência.
Tussilagem
A famosa infusão peitoral das quatro flores prepara-se com 10 gramas de cada uma das seguintes flores, por cada litro de água: tussilagem (pág. 341), papoila (pág. 318J. antenária (pág. 297) e malva (pág. 51TJ. Torna-se m u i t o eficiente em caso de catarro brônquico, bronquite, asma, e outras afecções broncopulmonares, devido à acertada combinação das respectivas acções medicinais das quatro plantas.
Malva
Papoila
'''S 287
C í p - 1 6 : P L A N T A S PARA O APARELHO R E S P I R A T Ó R I O
Além daquelas que se incluem na tabela correspondente à tosse, estas p/antas têm também acção antitússica, embora não como propriedade principal
Planta Chá-de-nova-jers Saramago Antenária Douradinha Alga-perlada Galeopse Alcaçus Tanchagem Primaver, Trevo-dos-prados Verbasco Violeta Polipódio
Plantas broncodilatadoras Dilatam os brônquios, devido a relaxarem as fibras musculares que os envolvem. Têm utilidade no tratamento da asma brônquica.
Planta Éfedra Tussilagem Assa-fétida Bisnaga
288
A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S 2 " Parte:
D e s c r i ç ã o
Plantas balsâmicas Contêm substâncias bafsàmícas (mistura de resinas, essências e óleos) de acção suavizante sobre o aparelho respiratório.
Planta Alfazema Cipreste Abeto-branco Cainito Eucalipto Guaiaco Pinheiro Manjerona Segurelha Copaiba Hipericão Fisale Choupo-negro Tomilho
Pãg.
161 255 290 302 304 311 323 369 374 571 714 721 760 769
Plantas mucolíticas
São as que dissolvem ou desfazem o muco, tornando-o mais fluido e, portanto, mais fácil de expulsar. As plantas expectorantes (pág. 286) também exercem acção mucolitica.
Planta Galeopse Hissopo Saxífraga Polígala-da-virgínia Primavera Chagas
Pág.
306 312 322 327 328 772
As fomentações (ver págs. 69-70) com uma infusão ou decocção de plantas medicinais exercem uma poderosa acção anti-inflamatória e descongestionante sobre o aparelho respiratório. Podem-se fazer com quaisquer das plantas peitorais ou balsâmicas que citamos. Em lugar de usar o líquido da infusão ou decocção de uma planta, também se pode usar a sua essência, acrescentando umas gotas à água. As essências de alfazema, eucalipto e tomilho são particularmente recomendáveis.
289
Abies alba Miller
%\ 1
Abeto-branco Excelente para bronquíticos e reumáticos
A
ESTA magnífica árvore, bem poderia atribuir-sc o título de "decano dos bosques". Não só atrai a nossa atenção pelo seu porte grandioso e geométrico, mas também pela sua extraordinária longevidade, já que pode chegar a viver até 800 anos. Durante todo esse tempo, o abeto enche os bosques com o fresco aroma a terebintina, que tanto beneficia os bronquíticos e asmáticos que por eles passeiam. Actualmente, tende-se a substituir a terebintina do abeto pela do pinheiro, possivelmente porque esta se torna mais fácil de recolher. Embora as suas propriedades sejam muito semelhantes, a terebintina do abeto é possivelmente mais aromática, até, do que a do pinheiro. A resina do abeto, ou terebintina, acumula-se durante a Primavera, debaixo da casca e nas gemas. Quando se pratica uma incisão na casca, brota então com a fluidez de um óleo, cujo cheiro fa/ lembrar o do limão, mas de sabor amargo. Esta resina pode-se destilar, com o que se obtém a essência de terebintina ou aguarrás.
-GP Preparação e emprego USO INTERNO O Infusão de 30-40 g de gemas por litro de água, de que se ingerem 3 ou 4 chávenas diárias. As gemas do abeto-branco são pegajosas por conterem muita terebintina, especialmente durante a Primavera. O Terebintina ou a sua essência: 3 a 5 gotas, três vezes ao dia.
Precauções A inalação ou ingestão de doses excessivas de terebintina, ou da sua essência, pode produzir irritação do sistema nervoso central, especialmente nas crianças.
290
USO EXTERNO © Terebintina ou a sua essência: aplica-se em forma de banhos (de grande alívio para reumáticos e asmáticos), Iricções, banhos de vapor ou inalações.
Sinonímia científica: Abies pectinata Lam. Outros nomes: abeto-pectinado, pinheiro-alvar. Esp.: abeto blanco, abete. Fr.: sapin blanc, sapin pectiné. Ing.: fir, silverfir. Habitat: Regiões montanhosas da Europa Central e Meridional. Na América existem espécies similares. Descrição: Árvore da família das Pináceas, que chega a atingir 50 m de altura. O seu tronco cresce aprumado, com uma casca lisa e acinzentada. Dá flores masculinas e femininas sobre a mesma árvore. Produz pinhas de uns 5 cm de grossura, que, à medida que amadurecem, vão libertando os pinhões e as escamas. O seu aroma faz lembrar o do limão; o seu sabor é um pouco acre. Partes utilizadas: as gemas e a resina (terebintina).
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a
planta comem tanino, óleo essencial, TEREBINTINA e provitamina A. A terebintina é uma oleoi resina que, aplicada externamente, possui as seguintes propriedades: • Balsâmica, anti-séptica e expectorante. Por isso é muito indicada nas afecções das vias respiratórias: sinusite, traqueíie, bronquite, pneumonia e asma. Facilita a expulsão das mneosidades e regenera a mucosa que reveste as vias respiratórias 101. • Revulsiva (atrai o sangue para a pele e descongestiona os órgãos e tecidos internos), anti-rcumática e vul-
nerária (sara as feridas e as contusões). Alivia as dores reumáticas, a ciática, o lumbago e o torcicolo. Desinflama as articulações que tenham sofrido um entorse, assim como as contusões e dores musculares em geral. Limpa as feridas infectadas e as úlceras da pele 101. • Ingerida por via oral IO.0I, a terebintina do abeto, ou a sua essência, actuam de forma igualmente benéfica sobre os órgãos respiratórios. Além do mais, é diurética, anti-séptica urinária, e usa-se como preventivo da formação de cálculos e areias nas vias urinárias.
Na América do Norte cria-se o abeto-do-canadá (Abies balsamea Miller = Abies canadensis L),* de cuja resina se obtém o chamado bálsamo do Canadá. Este bálsamo possui as mesmas propriedades que as da terebintina do abeto branco, pelo que as suas aplicações medicinais são as mesmas. Além disso, o bálsamo do Canadá usa-se para facilitar os exames microscópicos de laboratório, pelas suas características ópticas especiais. * Esp.: abeto dei Canadá.
F Adlantum capillusvenerisL
%'Jh«B**^
Avenca
Í*L«*
Acalma a tosse e... fortalece o cabelo
N
AO TE FAZ lembrar a Formosa cabeleira da deusa Vénus? -pergunta Lúcio Apuleio, chamado o Platónico, a um dos seus discípulos, enquanto observa uma avenca que cresce à volta de uma fonte romana. - E a minha deusa preferida - diz o aluno com ar de satisfação. E enquanto continua a falar e a sonhar com a beleza de Vénus, o mestre Apuleio, filósofo e botânico romano do século IV d.C, autor de um Herbarium, continua a contemplar a modesta planta. - Só vês o que tens diante dos oIhos. Assim nunca chegarás a ser um bom filósofo - repreende-o.
Outros nomes: capitaria, capilária-de-montpellier, avenca-de-montpellier. Brasil: avenca-cabelo-de-vénus. Esp.: culantrillo, culantrillo depozo, cabello de Vénus, capilera. Fr.: capillaire [de Montpellier). Ing.: Vénus hair, maidenhair fern. Habitat: Própria da Europa Meridional, embora também cresça em regiões temperadas do continente americano. Prefere os lugares húmidos, como as paredes dos poços, as fontes e as grutas. Descrição: Planta vivaz, da família das Polipodiáceas, que atinge de 10 a 40 cm de altura. Botanicamente, trata-se de um feto, cujos esporângios estão situados numa prega do bordo exterior das frondes (parte foliácea dos fetos). Os caules e os pecíolos (pezinhos que seguram as folhas) são finos, lisos e brilhantes. Têm um sabor ligeiramente doce. Partes utilizadas: Os caules finos; os pecíolos (pezinhos) e as frondes (folhas).
a
Preparação e emprego
USO INTERNO
- Mestre, vejo que tendes muita imaginação. Mas, que importância tem, que os longos e brilhantes raminhos desta humilde planta façam lembrar os cabelos de Vénus?
O Infusão: 30 g da parte aérea da planta, por cada litro de água. Adoçar com mel e tomar até 6 chávenas diárias.
- Olha, rapaz. Todas as plantas têm algum sinal que a Natureza pôs nelas, para que os humanos pudessem decifrar as suas virtudes. E uma doutrina sobre a qual estou a meditar.
© Xarope: Decocção com 100 g da parte aérea da planta, num litro de água. Deixa-se ferver até que o líquido fique reduzido a uma terça parte. Coar então e acrescentar cerca de 250 g de mel. Toma-se às colheradas. Muito útil para acalmar a tosse rebelde das crianças.
- Agora começo a compreender. Mestre Apuleio, procuremos um calvo e apliquemos-lhe um emplastro desla planta sobre a cabeça!
USO EXTERNO © Cataplasmas com 100 g de planta esmagada, que se aplicam directamente sobre o couro cabeludo como se se tratasse de uma boina, cobrindo-as com uma gaze ou pano de algodão. Mantê-las colocadas durante meia hora cada dia. Para se conseguir que o cabelo volte a crescer, aplicar este tratamento diariamente, durante uma ou duas semanas. O Gargarejos com a mesma infusão que se usa internamente.
Em infusão ou xarope, a avenca acalma a tosse provocada por irritação da g a r g a n t a , e favorece a expectoração. AJém disso, aplicada em cataplasmas sobre o couro cabeludo, fortalece o cabelo, evita a sua queda e, inclusivamente, fá-lo voltar a nascer.
este antigo e provado remédio. Porque não repetir a experiência do filósofo Lúcio Apuleio? Todas as partes da planta contêm mucilagem, tanino, açúcares e óleos essenciais. Ao longo da história, são muitas as propriedades que se lhe têm atribuído, mas mencionaremos apenas aquelas que puderam ser demonstradas e comprovadas: PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
• Béquica (acalma a tosse e a irritação da garganta): A avenca está especialmente indicada nas tosses secas provocadas por irritação das vias aéreas superiores (faringe, laringe e traqueia) IO Ol. Podc-se administrar às crianças pequenas, quer só quer acompanhada de outras plantas béquicas (ver pág. 280). Aplicado localmente, em gargarejos, alivia a secura e irritação da garganta. lOl. • Emoliente e expectorante: Recomendada como tratamento de apoio nas bronquites agudas e crónicas IO.0).
A experiência deu seguramente resultado e, lenda ou história, em várias línguas modernas, alguns dos nomes vulgares desta planta lembram-nos a Vénus e a sua cabeleira. E foi assim
que, durante muitos séculos, a avenca foi um dos remédios mais utilizados para fortalecer e fazer crescer o cabelo. Actualmente, os champôs e preparados cosméticos deixaram de lado
• Antiespasmódica uterina: Alivia as menstruações dolorosas (dismenorreia) e regulariza a menstruação (efeito emenagogo) [Ol. • Fortalece o cabelo, evita a sua queda e, nalguns casos, fá-lo voltar a nascer
Allium cepa L
o:
k
m
Preparação e emprego USO INTERNO
Cebola
O Crua: Sempre que se possa, e que o estômago o tolere (convém acostumá-lo com doses progressivas), deve-se comer a cebola crua, pois é como produz maior efeito. Geralmente, come-se cortada ou ralada em salada (com azeite e limão). A dose terapêutica mínima recomendável é de uma cebola média diária, e, a máxima, segundo a tolerância.
Ideal para bronquíticos, artríticos e reumáticos
© Sumo fresco obtido com uma liquidificadora, misturado com limão, com mel ou com sumo de cenoura ou tomate, e tomado às colheradas. Toma-se meio copo, duas ou três vezes por dia.
Q
UEM minta chorou por ter tido de enfrentar uma cebola! Segundo Andrés de Laguna, médico espanhol do século XVI, as mulheres da sua época usavam-na, dizia ele, «quando, não conseguindo chorar, querem provocar umas lagrima/.inhas para enternecer os seus asnos [leia-se maridos]». Também usavam a cebola as carpideiras profissionais que eram contratadas para "fazer ambiente" nos funerais, com os seus prantos. De certeza que nem umas nem outras tinham conhecimento das maravilhosas propriedades deste lacrimogéneo vegetal. Os antigos médicos caldeus, egípcios, gregos e romanos, esses sim, conheciam-nas bem e utilizavam bastante a cebola como planta medicinal. "Contigo, pão e cebola." Trata-se de um ditado espanhol atribuído aos amantes, fazendo alusão à aparente simplicidade e humildade deste bolbo comestível. No entanto, a moderna investigação bioquímica descobriu nela extraordinárias propriedades medicinais: A cebola é antibiótica, antidiabética, afrodisíaca (apesar do seu cheiro), e até preventiva do cancro intestinal. Não é sem razão que é um dos elementos fundamentais da saudável "dieta mediterrânica", tanto crua, em saladas, como nos mais diversos pratos cozinhados, sempre temperada, naturalmente, com bom azeite de oliveira. 294
€) Cebola cozida ou assada: Perde completamente a acidez e o ardor, pelo que é muito bem tolerada por todos os estômagos, ainda que à custa da perda de uma percentagem dos princípios activos, e sobretudo de uma redução do seu efeito antibiótico. No entanto, assim, tem a vantagem de poder ser comida em maior quantidade sem rejeição. Se as cebolas forem cozidas em água, deve-se beber o caldo, que é muito rico em princípios activos. A dose mínima recomendável, no caso das cebolas cozidas ou assadas, é de duas ou três cebolas por dia, juntamente com o seu caldo.
K/J& Outros nomes: Esp.: cebolla. Fr.: oignon. Ing.: onion. Habitat: Planta originária da Pérsia e do Médio Oriente, que se encontra cultivada em todo o mundo. Descrição: Planta vivaz bolbosa, da família das Liliâceas. que chega a atingir um metro de altura. Durante o seu primeiro ano forma o bolbo, e no segundo desenvolve o caule, floresce e frutifica. Partes utilizadas: o bolbo.
O Xarope de cebola: Ver página seguinte. USO EXTERNO
© Sumo fresco: Aplica-se sobre a pele em loção ou empapando compressas. O Cataplasmas de cebola cozida: Ideais para fazer amadurecer os abcessos e furúnculos. Também dá muito resultado aplicar directamente as cascas grossas da cebola cozida, quentes, sobre a pele. O Gargarejos com o caldo em que se cozeram as cebolas.
Aplicadas directamente sobre a pele, as placas carnudas da cebola cozida suavizam e embelezam. São muito recomendáveis em caso de acne.
Comer uma cebola por dia é garantia de saúde. E, ainda que para prepará-la tenhamos de chorar um pouco, a longo prazo far-nos-á rir de felicidade. Toda a planta contém uma essência volátil rica em glicósidos sulfurados, dos quais o mais importante é o bissullureto de alilpropilo. E a esta essência que se deve a maior parte das suas propriedades. Contém igualmente abundantes enzimas (fermentos), de acção dinamizadora sobre a digestão e o metabolismo; oligoelementos (enxofre, ferro, potássio, magnésio, flúor, cilicio, manganésio e fósforo); vitaminas (A, complexo B, C, E); flavonóides de acção diurética; e uma hormona vegetal de acção antidiabética, a glicoquinina. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
O xarope de cebola torna-se m u i t o útil contra as afecções respiratórias. Prepara-se cozendo várias cebolas cortadas às rodelas com um pouco de água e bastante mel ou açúcar (de preferência escuro). Formar uma pasta homogénea e tomar às colheradas.
As virtudes salutíferas e curativas da cebola são semelhantes às do alho (pág. 230), o qual, em vez do bissulfureto de alilpropilo, contém um composto semelhante, o bissulfureto de alilo. As propriedades da cebola são as seguintes:
• Antibiótica: O sumo da cebola crua compoi ta-se como um autêntico antibiótico, com actividade comprovada contra diversas bactérias que habitualmente causam infecções na pele, entre as quais o estalllococo dourado. Por isso se usa para curar feridas e furúnculos, abcessos, queimaduras (evita que se infectem e acelera a sua cicatrização), gretas da pele e acne. Em lodos estes casos aplica-.se esmagada em forma de cataplasma (01, ou então o sumo fresco em loção ou em compressas 101. Para fazer amadurecer os abcessos, pode-se aplicar também uma cataplasma quente de cebola co/ida ou assada 101. • Expectorante e peitoral: Pela sua acção antibiótica, mneolítica (facilita a expulsão da mucosidade, tornando-a mais fluida) anli-inflamatória, torna-se um remédio ideal no caso de afecções respiratórias: catarros das vias respiratórias, sinusite, laringite, bronquite, tosse, asma brônquica, enfisema pulmonar. O xarope de cebola com mel é uma forma tradicional de administrá-la nestes casos 101. Os gargarejos com caldo de cebola 101 desinflamam a faringe e são muito úteis no caso de amigdalite (anginas). • Hipotensora, diurética, depurativa: Muito recomendável para os hipertensos, os obesos, os reumáticos, os artríticos e os gotosos, assim como para os doentes renais IO,0,0). Apropriada também nos casos de nefrose e albuminúria, retenção de líquidos, areias e cálculos urinários. Alcaliniza notavelmente o pH (reduz a acidez) da mina, com o que favorece a eliminação do ácido úrico e de outros resíduos tóxicos do metabolismo. • Fluidificante do sangue: A cebola é muito recomendável para aqueles que sofrem de trombose (tendência para a formação de trombos ou coágulos no sangue), fazendo que o sangue seja mais fluido e que circule melhor IÕ,0.©1. Isto deve-se a que, como foi possível comprovar (revista Preveni ivr Medecine, vol. 16, pág. 670), a cebola contém substâncias fibrinolíticas, que desfazem os coágulos sanguíneos e impedem que se formem em excesso. Também está demonstrado que a cebola actua como um 296
antiagregante plaquetário, impedindo a tendência excessiva de as plaquetas sanguíneas se agruparem formando trombos ou coágulos. • Vermífuga: Eficaz contra os ascarídeos (lombrigas) e os oxiúros (pequenos vermes brancos que causam ardência no ânus das crianças). Neste caso tem de ser comida crua IO.01. • Hipoglicemiante: Pela acção da glicoquinina, faz descer o nível de glicose no sangue IO.0,01. Como complemento no tratamento da diabetes, permite reduzir a dose de insulina ou de fármacos antidiabéticos. • Tonificante digestiva e geral do organismo: Aumenta todas as secreções digestivas (gástrica, intestinal, pancreática), com o que melhora a digestão dos alimentos IO.0,01. Por isso mesmo, não convém aos que sofram de hiperacideze.de úlcera gastroduodenal cm fase de actividade. Estimula a função metabólica e desintoxicadora do fígado, pelo que se torna altamente recomendável aos que sofram de alguma doença do fígado: hepatite
r
crónica, doença gorda do fígado, cirrose e insuficiência hepática. Pela sua acção antibiótica e anti-séptica, regula a flora intestinal, travando os processos de putrefacção em que se libertam substâncias tóxicas muito irritantes, como o indol e o e.scatol. Estas substâncias relacionam-se com o aparecimento de cancros no cólon e no recto. Daí o efeito preventivo da cebola contra o cancro intestinal. A acção tonificante geral deve-se ao seu conteúdo em enzimas, que activam o metabolismo e que estimulam a produção de sangue (efeito antianémico), fornecendo ferro e oligoelementos. O efeito afrodisíaco que se lhe atribui, supõe-se que seja devido â revitalização geral que produz. • Cosmética: Aplicada externamente, estimula o crescimento do cabelo; suaviza e embeleza a pele; limpa as peles sujas, com borbulhas e acne (0,01. Para obter um resultado mais imenso, recomenda-se combinai a aplicação externa com o uso interno.
Cebola-albarrã A cebola-albarrã (Urginea marítima { L } Baker)* é uma espécie de cebola brava que cresce nas regiões costeiras da Europa, e que chama a atenção porque o seu bolbo não está completamente enterrado, como o da cebola comum. É também conhecida pelos nomes vulgares de cila-marítima, cebola-marinha, albarrã-ordinária e alvarrã-branca. A cebola-albarrã contém uns glicósidos chamados cilarenos, de acção cardiotónica muito semelhante à da dedaleira (pág, 221). Antigamente era usada como alternativa aos tratamentos digitálicos, em doses de 0,5 a 0,7 g de bolbo triturado, por dia. Doses elevadas provocam náuseas, vómitos, arritmias, e até paragem cardíaca. Por isso é considerada uma planta tóxica, que, naturalmente, tem de ser usada sempre sob vigilância médica. * Esp.: cebolla albarrana, escila, cebolla chirle, cebolla de grajo. Fr.: scille officinale. Ing.: seal squill.
Antonnaria dloica Gaertn.
IQl
S J _ Preparação e emprego
Antena ria Peitoral e colagoga
USO INTERNO O Infusão com 30-40 g de capítulos florais fêmeas, secos, por litro de água, da qual se tomam 3 ou 4 chávenas diárias, adoçadas com mel. USO EXTERNO O Gargarejos de 5 a 10 minutos, 3 vezes por dia, com a mesma infusão que se usa internamente, procurando não engolir o líquido.
T
AMBÉM conhecida como "pé-de-gato", toda esta planta evoca a suavidade desse animal. As suas dores Fazem lembrar a almofadinha que encobre as garras do dito felino. E usada desde o século XVIII. Durante algum tempo, atribuíram-se-lhe propriedades anticaiicerosas e curativas da tuberculose, que não puderam ser demonstradas. Toda a planta, mas especialmente os capítulos florais fêmeas, contém mucilagem, a que se deve a sua acção béquica (alivia a irritação da garganta), expectorante e anti-inflamatória sobre as vias respiratórias. Na sua composição também encontramos Havonóides, a que se atribuem as suas propriedades coIagogas (facilita o esvaziamento da vesícula biliar). PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
A sua principal aplicação são as afecções respiratórias IO.01: faringite e laringite (alivia a ardência e irritação da garganta), tosse seca c catarros brônquicos (abranda a mucosidade e facilita a expectoração). O idea é combinar o uso interno (infusões) com o externo (gargarejos). Também se pode usar nas disquinesias biliares (vesícula preguiçosa ou atóntea) lOl, em combinação com outras plantas activas sobre as vias biliares.
Sinonímia cientifica: Gnaphalium dioicum L. Outros nomes: pé-de-gato, gnafálio. Esp.: pie de gato, pata de gato, [hierba] sanguinária, nafalio, antenaría dioica. Fr.: pied de chat, gnaphale. Ing.: cafs foot, mountain everlasting. Habitat: Difundida peios prados de montanha de toda a Europa. Também se encontra na costa ocidental da América do Norte. Descrição: Planta vivaz dióica, da família das Compostas, que mede de 5 a 20 cm de altura. As folhas são pubescentes e brancas na página inferior, e formam uma roseta basal. Os capítulos florais das plantas masculinas são brancos, e os das femininas, rosados. Partes utilizadas: os capítulos florais fêmeas (rosados) secos.
29
I J U
Ascfeplas tvberosaL
Preparação e emprego
Asclépia
USO EXTERNO O Decocção de uma colherada de raiz seca e triturada por cada chávena de água. Tomar uma ou duas chávenas diárias.
Um expectorante muito usado na América do Norte
V5* y
E
STA plaina, que produz uma .seiva branca, foi muito utilizada contra as doenças respiratórias na América do Norte, onde os indígenas, que lhe deram o nome de 'raiz-da-pleurisia', a têm utilizado com êxito desde os tempos mais remotos. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O prin-
cípio activo mais importante desta planta é a asclepiadina, um ghcósido semelhante ao da dedaleira (pág. 221). Também contém óleo essencial, resina, amido, inucilagcm e tanino. A raiz. da planta possui um acentuado eleito expectorante e sudorífico. Associando-ct a outros tratamentos, obtém-se com esta planta bons resultados nos casos de catarro brônquico, bronquite aguda e crónica, e pneumonia IO).
5
Precauções
As folhas e o caule podem produzir intoxicações se forem ingeridos frescos, devido a conterem um glicósido tóxico que desaparece com a secagem.
298
Diversas asclépias O género Asclépias inclui, além da Asclépias tuberosa L, diversas espécies próprias do continente americano, entre as quais, pelo seu emprego em fitoterapia, há que assinalar as seguintes: • Asclépias curassavica L, chamada (em castelhano) 'bencerueco', 'platanillo' e 'flor de calentura'. • Asclépias incarnata L: 0 seu nome vulgar mais conhecido no México e em toda a América Central é 'algodoncillo' (algodãozinho) e deve-se ao facto de a sua casca proporcionar uma fibra têxtil. A raiz e o rizoma destas duas espécies apresentam propriedades e utilizações medicinais semelhantes às da Asclépias tuberosa L. • Asclépias speciosa Torr., Asclépias syriaca L: cultivam-se para comer como verdura e para fabricar chiclete (goma de mascar) com o seu látex.
Outros nomes: Esp.: asclepsias, raiz de la pleuresia. Fr.: asclépiade. Ing.: butterfly [milkjweed. pleurisy root. Habitat: Planta originária da América do Norte. onde se cria em solos secos arenosos. Na Europa, cultivam-se algumas espécies similares como plantas ornamentais. Descrição: Planta da família das Asclepiadáceas, cujo caule atinge facilmente um metro de altura. As folhas acham-se dispostas em espiral, ao longo do seu caule erecto. As flores são de cor alaranjada ou amarela, e agrupam-se em umbelas na extremidade do caule. Partes utilizadas: a raiz seca.
Ceterach offíclnarum Lam.
J J Preparação e emprego
Douradinha Antitússica e diurética
USO INTERNO O Decocção com 30 g de frondes por litro de água. Deixa-se ferver durante 15 minutos e tomam-se até 5 chávenas por dia. No caso de afecções Dronco-pulmonares, toma-se bem quente e adoçada com mel.
D
LOSCÔRIDES já mencionou esta planta no século I d . C , com o nome de scolopendrio, devido á semelhança das folhas com a escolopendra, pequeno réptil que também abunda nos muros velhos e no meio das tochas. Galeno chamou-lhe Splenio, porque acreditava que ela podia reduzir o volume do baço (splen em grego). É utilizada desde tempos muito antigos e, embora não seja uma plaina que se distinga pelas suas propriedades, continua a ser útil ainda na actualidade. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: ("on-
tem tanino e ácidos orgânicos. Desde há muito tempo que se utiliza com bons resultados contra a Losse das bronquites agudas e catarros brônquicos, pois tem propriedades béquicas, peitorais e antitússicas 101, Não é tão activa como a avenca (pág. 2Í)'2), um outro feto.
Outros nomes: ceteraque. Esp.: doradilla, ceteraque, fiorde pedra. Fr.: cétérach officinal, doradille. Ing.: rusty back. Habitat: Cria-se em muros e penhascos da Europa Ocidental. Aclimatada na América. Descrição: Feto vivaz da família das Polipodiáceas, que forma pequenos tufos de 20 a 25 cm de altura. As frondes (parte foliácea dos fetos) são divididas em lóbulos e cobertas por escamas douradas na página inferior. A raiz é fibrosa e de cor negra. Partes utilizadas: as frondes (folhas do feto).
Também é diurética e sudorífica. Proporciona uma certa acção anti-inflamatória sobre as vias urinárias, pelo que se torna útil nos casos de cistite e de cólica renal 101. 295
Cetmria IslandbaL
mM
»
Líquen-da-
-isfãndia Remédio do Norte contra as constipações
O
S LÍQUENES, que não dispõem de folhas nem de raízes, são um perfeito exemplo de sobrevivência. Adaptanv-se ao frio rigoroso e à extrema secura, e podem passar mais de um ano em eslado de
vida latente. Os lapões do Norte da Escandinávia utilizam esie líquen desde tempos antiquíssimos. O grande botânico sueco Lineu recomendava-o como medicinal no século XVIII. Contém ácido cetrárico, de forte sabor amargo, que o tornam aperitivo e tonificante; grande quantidade de mucilagem, que explica a sua acção emoliente (suavi/ante); e antibióticos como o ácido úsnico, que se mostraram activos in vitro perante as microbaclérias responsáveis pela tuberculose. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
As suas propriedades e indicações ÍOI são as seguintes: • Peitoral, expectorante c antitíissico: Na bronquite, c atarros, asma, traqueíte e laringite, dá excelentes resultados. • Antituberculoso: Rccomcnda-se como complemento no tratamento da tuberculose pulmonar. • Antiemético: Ajuda a deter os vómitos da gravidez. 300
Outros nomes: musgo-amargo, musgo-da-islândia, musgo-islândico. Esp.: líquen de Islândia, musgo de Islândia. Fr.: mousse d'lslande. Ing.: Iceland moss. Habitat: Bosques de coníferas e terrenos montanhosos de solos ácidos do Norte da Europa e América. Em Portugal é raro, mas pode encontrar-se na serra da Estrela. Descrição: Líquen de 5 a 10 cm de comprimento, da família das Cetrariáceas, que se caracteriza pelo seu talo castanho claro, profundamente dividido em lóbulos desiguais. Partes utilizadas: o talo (corpo do líquen) seco.
U> Preparação e emprego USO INTERNO O Decocção com 10-20 g por litro de água durante dois minutos. Para eliminar o seu sabor amargo, mudar a água e voltar a ferver em 1,51 de água, até que fique reduzida a um litro. Tomar 3 ou 4 chávenas por dia, quentes e adoçadas com mel.
A decocção do liquen-da-islãndia é muito rica em mucilagens de acção expectorante.
>J PJ ~3 3
Chondms crispas Lyngb.
Alga-perlada Um poderoso emoliente
Outros nomes: botelho-crespo, musgo-branco. musgo-da-irlanda, carragaheen.
E
STA ALGA começou a ser usada na Irlanda em meados do século passado e, desde essa altura, têm aumentado as suas aplicações medicinais. O (alo é de consistência cartilaginosa (Chondms = cartilagem, em latim), devido à grande quantidade de mucilagem que contém. Além de 80% de mucilagem, o talo contém iodo, provitamina D e sais minerais. O seu princípio activo mais importante é a mucilagem, que lhe confere propriedades emolientes, expectorantes e laxantes.
Esp.: musgo de Irlanda, carragen, líquen de mar. Fr.: carragaheen. Ing.: Irish moss. Habitat: Vive nas rochas submarinas do Atlântico Europeu, desde a Irlanda até ao Sul da península Ibérica. Descrição: Apesar de também ser conhecida como musgo, trata-se botanicamente de uma alga vermelha (rodófita) da família das Gigartinàceas, cujo talo mede de 5 a 15 cm de altura. A cor varia do vermelho ao castanho escuro, quando fresca, até ao esbranquiçado, depois de seca. Partes utilizadas: o talo (toda a alga).
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
O seu uso é indicado nos casos de bronquite e catarros, pois facilita a expectoração, alivia a tosse e desinllama as vias respiratórias. Indicado também cm caso de gastrite e de inflamação intestinal por colite ou prisão de ventre crónica IOI. Usa-se abundantemente na indústria alimentar, pelo seu efeito gelatinizante.
-CP Preparação e emprego
^H
USO INTERNO O Decocção de 10 g de alga por litro de água. Faz-se ferver d u rante 5 minutos. Bebem-se dois ou três copos por dia. A alga-perlada é uma alga de intensa acção suavizante sobre as mucosas respiratórias.
301
Chrysophyllum caimito L
m
Cainito Um fruto saboroso e medicinal
O
CAINITO é uma das árvores mais vistosas da América tropical. O seu írtiio é refrescante e de um sabor muito agradável. Não é, pois, estranho que se procurem nele propriedades medicinais, que de lacto as tem, ainda que até agora não teimam sido confirmadas cientificamente. A sabedoria popular tem nestes casos a palavra. A polpa dos FRUTOS contém 15 g efe glícidos (hidratos de carbono) por cada 100 g de parte comestível, 2 g de lípidos (gordura), e 1 g de prótidos; além de sais minerais e pequenas quantidades de vitamina A, B e C. Os frutos são adstringentes, e servem particularmente aos viajantes atacados de diarreias, lacto frequente nos trópicos M». PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Segundo a tradição, as FOLHAS, aplicadas pela sua lace inferior sobre as chagas, fazem-nas supurar e depois cicatrizar, aplicadas pela lace superior sobre as feridas, detêm a hemorragia. A CASCA da árvore, as FOLHAS e também a CASCA th) fruto, têm efeito balsâmico (suavizam as mucosas respiratórias) e febrífugo, pelo que se utilizam nos casos de bronquite e constipações l©l. 302
Outros nomes: cainiti, caniquié. Brasil: caimito. Esp.: caimito [morado], caimo, maduraverde. teta de burra. Fr.: caimitier, caimite. Ing.: caimito, Habitat: Oriundo das Antilhas. Encontra-se nas zonas tropicais do México e da América Central.starapple.
-LC Preparação e emprego USO INTERNO O Frutos: podem comer-se à vontade. © Decocção de casca e folhas, à razão de 30-50 g por litro de água. Tomam-se de 3 a 5 chávenas quentes por dia.
Descrição: Arvore da íamiiia das Sapotáceas, que pode atingir os 15 m de altura, frequentemente cultivada como ornamental, pelo seu belo aspecto. As folhas têm uma penugem sedosa e de cor dourada na página superior. O fruto é redondo, de uns 10 cm de diâmetro. Partes utilizadas: Os frutos, as folhas e a casca.
Ephedra dísíachya L
vi
U U -J Preparação e emprego
Efedra Antiasmática e antialérgica
USO INTERNO O Preparados farmacêuticos: gotas, comprimidos, supositórios.
A
ÉFEDRA é talvez a planta medicinal utilizada há mais tempo. Na terapêutica chinesa, é conhecida pelo nome cie ma-huang e sabe-se que já era utilizada pelo imperador Chen-Nung, vários milénios antes de Cristo. A medicina ocidental só veio a descobri-la no século XIX; e foi em 1926 que o seu princípio activo, a efedrina, .se sintetizou pela primeira vez nos Laboratórios Merck, da Alemanha. Desde então, faz parte de numerosos prepa ra dos farma cêu ticos. Toda a planta contém efedrina, um alcalóide muno activo sobre o sistema vegetativo, assim como taninos, saponina, 0avonas e um óleo essencial. A efedrina actua de modo semelhante ao da adrenalina, estimulando o sistema nervoso simpático (acção simpaticotnimética). Eleva a pressão arterial, produz taquicardia, relaxamento da musculatura bronquial, tnidríase (dilatação da pupila) e aumento da sudação e das secreções salivar e gástrica. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
A aplicação clínica mais importante da éfedra é a asma brônquica, pelo seu eleito broncodilaiador, assim como as reacções alérgicas (urticária, lebre dos fenos, e t c ) , devido a neutralizar os sintomas da alergia IO!.
Precauções
Trata-se de uma planta tóxica, ainda que não mate. Só o médico tem competência para prescrever correctamente esta planta, devido às complexas acções que ela tem sobre o organismo.
Outros nomes: Brasil: morango-do-campo, cipó-da -amia areia. Esp.: efedra, belcho, uva de mar. Fr.: ephèdre. Ing.: desert te a, Mórmon tea, ephedra. Habitat: Dunas secas, terras áridas e pedregais, tanto na costa como no interior. Originária da Ásia Central, embora se tenha naturalizado em regiões secas da Europa e da América. Descrição: Pequeno arbusto vivaz, da família das Eíedraceas, que pode ter até 25 cm de altura. Os ramos são muito finos, e nos seus nós crescem as flores, de cor amarela. O fruto é vermelho cor de vinho. Partes utilizadas: os caules.
303
ucatyptus gfobuh x/ft/sLabill.
a
LI
oi
J
Preparação e emprego
Eucalipto Muito eficaz contra as afecções bronquiais
USO INTERNO O Infusão: Prepara-se com duas folhas grandes por cada chávena de água (20-30 g por litro). Deixam-se infundir durante 10 minutos, com o recipiente tapado. Administram-se 3 chávenas diárias, adoçadas com mel. @ Essência: Administram-se de 4 a 10 gotas, repartidas ao longo do dia.
P
OR MEADOS do século XIX, o eucalipto Foi introduzido na Europa e na América, procedente da Austrália c da Tasmânia, países onde chega a atingir mais de 100 m de altura. E uma das árvores mais altas que se conhecem. Existem exemplares que chegam a medir IRO metros.
USO EXTERNO €> Banho de vapor, ao peito e à cabeça, como se descreve na página seguinte.
O eucalipto cresce rapidamente e absorve uma grande quantidade de água do solo. Daí o seu emprego para drenar terrenos pantanosos e evitar assim que o mosquito anófele, transmissor do paludismo, crie as suas larvas e se reproduza. No entanto, esta bela árvore Cobra um tributo nos terrenos onde se planta: acidifica o solo e não deixa crescer outras plantas à sua volta.
5
Precauções
Não convém ultrapassar as doses recomendadas de eucalipto por via interna (em infusão de folhas ou essência). Em grandes doses, a essência pode provocar gastrenterite e hematúria (sangue na urina). Nas doses recomendadas é completamente destituído destes efeitos secundários.
304
Outros nomes: (popular) calipse, calipes. Esp.: eucalipto [azul, blanco], alcanfor, gigante, ocalo, ocalito. Fr.: eucaiyptus. Ing.: eucalyptus, blue gum (tree). Habitat: Cultivado e naturalizado em regiões de clima temperado, da Europa e da América. Prefere os terrenos húmidos e pantanosos. Descrição. Árvore de grande altura. Na Europa vêem-se exemplares de até 30 m de altura, mas na Austrália, de onde é originário, assim como na América, não é muito raro encontrarem-se eucaliptos de 100 m. Pertence à família das Mirtáceas. O sewtronco é liso, de cor clara, e as folhas são perenes, em forma de lança. Partes utilizadas: as folhas e o carvão da sua madeira.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS suas FOLHAS contêm canino, resina, ácidos
gordos c, sobretudo, essência, na qual se encontram os seus princípios activos. Esta essência contém cineol ou eucaliptol, hidrocarbonetos terpénicos, pineno e álcoois alifaiicos e sesquiterpénicos. A ela se devem as suas propriedades expectorantes, balsâmicas, anti-sépticas, broncodilatadoras e ligeiramente febrífugas e sudoríficas. O eucalipto é indicado em iodas as afecções das vias respiratórias, especialmente nos catarros bronquiais, na asma e nas b r o n q u i t e s agudas e crónicas tO.Ô.Ôl. Pela sua acção anii-sépiica e balsâmica (anti-inllamaiória) sobre a mucosa b r o n q u i a l , colabora na regene-
o
ração das células danificadas, facilita a expulsão da mucosidade e acalma a tosse. O eucalipto é uma das plantas mais eficazes q u e se conhecem, para as afecções bronquiais e pulmonares. O CARVÃO da madeira de eucalipto é um remédio muito apreciado em dois casos concretos: • Intoxicações acidentais p o r venenos, a l i m e n t o s em mau estado, fungos (cogumelos) venenosos, cie. Actua c o m o um a n t í d o t o universal. • Colite, d i a r r e i a , disbacteriose ou f e r m e n t a ç õ e s intestinais: absorve as
toxinas intestinais produzidas pelos g e r m e s p a i o g é n i c o s . Os seus efeitos
são espectaculares.
Diversas e eficazes aplicações do eucalipto
-se nas farmácias, em pó, ou então em forma de comprimidos ou cápsulas.
Banhos de vapor Os banhos de vapor são a melhor forma de aproveitar todas as propriedades do eucalipto. Numa panela com água a ferver, deita-se um punhado de folhas de eucalipto, ou então 4 a 6 gotas de essência, por litro de água. O doente senta-se numa cadeira, coberto por um lençol ou uma toalha grande, com o tórax nu, e coloca a cabeça por cima da panela, de forma que o vapor lhe chegue ao peito e à cabeça. O banho deve durar entre 5e10 minutos, e aplica-se 3 ou 4 vezes por dia. 0 vapor, juntamente com a essência de eucalipto volatilizada, actua de duas maneiras: • Directamente sobre a pele do peito, facilitando a eliminação de toxinas pela pele e descongestionando os pulmões. • Por inalação dentro dos brônquios. Além disso, à acção anti-séptica, balsâmica e expectorante da essência de eucalipto, acrescenta-se o efeito mucolítico do vapor de água, que desfaz o muco bronquial e facilita assim a sua eliminação.
Também se pode misturar o carvão de eucalipto em pó com azeite, até formar uma mistura de consistência cremosa. Este é um remédio tradicional muito eficaz para limpar o tubo digestivo em caso de indigestão, diarreia, fermentação ou desarranjo intestinal.
Carvão de madeira O carvão vegetal possui numerosas acções medicinais, devido especialmente ao seu notável poder de adsorção (ver "Glossário"). Tanto ingerido, como aplicado sobre a pele, tem uma grande capacidade de reter toxinas e micróbios, assim como os líquidos que se formam nos processos inflamatórios. Convém que o carvão de eucalipto esteja reduzido a um pó bem fino, para que a sua acção se torne mais eficaz. Podem-se ingerir de 5 a 6 g dissolvidos em água, 4a6 vezes por dia. Em caso de emergência, também se pode mastigar directamente um troço de carvão. Vende-
Com o carvão vegetal, conseguiram-se resultados surpreendentes em caso de halitose rebelde (mau hálito) devida a fermentações digestivas. Para combatê-la, tomar de uma a 3 colheradas, 15 a 20 minutos antes das refeições.
Essência contra a tosse Dissolver 2 colheradas de mel em meio copo de água, e juntar 2 ou 3 gotas de essência de eucalipto. Tomá-la em caso de tosse causada por faringite ou laringite (infecção da garganta), traqueite, bronquite ou catarro brônquico. Pode-se tomar até 4 ou 5 copos por dia. Para as crianças, é suficiente 2 ou 3 copos por dia.
305
hl A
Gaíeopsis dubfaleers
Preparação e emprego
Galeopse USO INTERNO
Expectorante e antianémica
O Infusão de 20-30 g de planta seca por litro de água. Tomar 1 ou 2 chávenas diárias.
D
IFUNDIDAS pela Europa e América, existem várias espécies de galeopse, tendo iodas em comum as suas flores bilabiadas, que lembram a boca de uma doninha {gale, em grego). No século XIX, quando a tuberculose fazia estragos nas aglomerações urbanas, a galeopse adquiriu lama de planta aniiluberculosa. Hoje sabemos que dá resultado como planta peitoral, mas não tem efeito curativo sobre essa doença. Toda a planta é muito rica em silício, e contém também saponinas e taninos. Possui as seguintes propriedades: • Mneolítica e expectorante: Facilita a dissolução e expulsão do muco bronquial. O seu uso é indicado nos catarros bronquiais para aliviara congestão dos brônquios e a tosse. •Antianémica: A galeopse utili/.ou-se com êxito para aumentara produção de glóbulos vermelhos, possivelmente devido a fazer aumentar a absorção de ferro. • Antidcgeneraliva: Devido ao seu conteúdo em silício, é indicada nas rugas e estrias da pele, e nos casos de artrose, osteoporose e arteriosclerose; iodos eles processos em que existe degenerescência das libras do tecido conjuntivo.
As infusões de galeopse combatem os catarros bronquiais, a anemia e a artrose, pelo que são muitas as mulheres que benificiam do seu uso.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
306
Sinonímia científica: Gaíeopsis tetrahitL. Outros nomes: Esp.: gaíeopsis, galeópside, hierba santa, ortiga real. Fr,: gaíeopsis, ortie royale. Ing.: hemp [dead] nettle. Habitat: Terrenos siliciosos e perto das plantações de cereais da Europa Central e Meridional. Naturalizada no continente americano. Descrição: Planta anual, da família das Labiadas, que atinge de 15 a 70 cm de altura. O caule e as folhas são pubescentes, e as flores são amarelas ou rosadas, com cálice pungente. Partes utilizadas: a planta inteira, seca.
Glechoma hederaceal.
Heraterrestre Expectorante e vulnerária
Habitat: Terrenos húmidos, prados e bosques claros da Europa e América.
A
I IERA-TERRESTRE tem sido
utilizada c o m o planta medicinal d e s d e a idade Média. Santa H i l d e g a r d a , a b a d e s s a b e n e d i t i n a
alemã do século XVII, já a recomendava contra as afecções pulmonares. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a
Espontânea na parte norte de Portugal (Trãs-os-Montes, Minho e Beiras). Descrição: Planta vivaz, da família das Labiadas, que produz caules rasteiros. Os ramos podem atingir 25 cm de altura. As flores sâo de cor violeta, rosa ou branca. Partes utilizadas: As sumidades floridas.
O
Preparação e emprego
planta contém um princípio amargo, colinas, ácidos fenólicos e tanino. Possui p r o p r i e d a d e s expeclorantes e peitorais. O seu uso p o r via interna é adeq u a d o nos casos de catarros brônquicos e b r o n q u i t e crónica, para facilitar a expulsão de secreções e descongestionar o a p a r e l h o respiratório 10,01. Também dá bons resultados na asma brônquica.
USO INTERNO
O Infusão com 20-30 g de sumidades floridas por litro de água, da qual se tomam 3-4 chávenas diárias, quentes e adoçadas com mel. © Sumo fresco da planta: uma colherada, 3 vezes ao dia. USO EXTERNO
€) Compressas com uma decocção feita à razão de 60 g de planta por litro de água, que se aplicam sobre feridas e hemorróidas.
Externamente, usa-se c o m o vulnerária, para o t r a t a m e n t o de feridas e hemorróidas l©l. 30
Glycyntiíza glabraL
4. I9J KÉ Preparação e emprego
Alcaçuz m
Peitoral e digestivo por excelência
V
OU "fumar" um charutinho de alcaçuz—comenta um rapazito
à saída da escola. - O l h a ! Ali na esquina há um h o mem q u e v e n d e - exclama um companheiro.
E, colocando e n t r e os d e d o s aquele cilindro amarelo de rasca castanha, leva-o à boca para chupá-lo, dando-se um cerro ar de importância, e n q u a n to se deleita com o especial sabor da raí/.-doce (Cilyryn/iiza, do grego: gfykys, d o c e , e riza, raiz). Esta cena repete-se com frequência à saída de muitos colégios dos países do Sul da Europa. Bom costume esse de chupai raiz de alcaçuz., em vez de fiimar. Mas, ai! q u e m sabe se n ã o virá a q u e l e rapazito a trocai o " c h a r u t i n h o " d e alcaçuz pelos v e r d a d e i r o s charutos ou cigarros... E é possível até que, com o t e m p o , queira deixar de fumar. Então, talvez, algum c o n h e c e dor das virtudes do alcaçuz, lhe diga: - Lembras-te d a q u e l e s "charutin h o s " d e alcaçuz c o m q u e nos deliciávamos à saída da escola? Pois e n t ã o volta a chupá-los, p o r q u e te ajudarão a deixar de fumar e a reparar, no teu organismo, os prejuízos causados pelo tabaco. 308
USO INTERNO
O Infusão: 50 g de raiz seca por litro de água, que não deve chegar a ferver (basta que esteja tépida); senão, fica com um sabor muito forte. Tomam-se 3 ou 4 chávenas por dia. © Maceração: Deixar, durante uma noite, uns 40 ou 50 g de raiz triturada, num litro de água fria. Na manhã seguinte, filtra-se e tomam-se 3 a 6 chávenas diárias. © Extracto: É de cor negra e chupa-se em pedacinhos. Não recomendamos o uso habitual de extracto de alcaçuz adoçado com açúcar; é preferível o puro (sem açúcap), que se pode combinar com extractos de outras plantas como a hortelã ou o anis. USO EXTERNO
Usa-se a mesma infusão que para o uso interno, em: O compressas sobre a pele, © lavagens oculares, © bochechos.
Outros nomes: regaliz, regaliza, regoliz, raiz-doce, pau-doce. Brasil: alcaçuz-da-europa, madeira-doce. Esp.: regaliz, paloduz. paloluz, paio dulce, ororuz [común), alcaçuz, alfender, regalicia, regaliza. Fr.: réglisse. Ing.: licorice (root), sweet wood. Habitat: Originário dos países mediterrâneos e do Próximo Oriente, onde procura as terras húmidas e argilosas. A sua cultura estendeu-se às regiões temperadas da América. Encontra-se em Portugal na Beira, na Estremadura e no litoral do Alentejo. Descrição: Planta herbácea que atinge até 1,5 m de altura, pertencente à família das Leguminosas (subfamília das Papilonáceas). As folhas são constituídas por 7 a 17 folíolos elípticos. Dá flores azul-violeta e frutos em vagem de cerca de 2 cm. Da sua raiz principal saem abundantes e longos rizomas da espessura de um dedo. Partes utilizadas: A raiz e o rizoma.
Precauções O aicaçus contém pequenas quantidades de uma substância esferóide que estimula as glândulas supra-renais. Por isso, quando tomado em grandes quantidades ou durante muito tempo (mais de três meses seguidos), pode produzir sintomas de hiperaldosteronismo: retenção de líquidos (edemas) nas articulações (principalmente tornozelos) ou na cara, enjoos e dor de cabeça, cãibras musculares e hipertensão arterial. Estes efeitos secundários devem-se à diminuição do nível de potássio no sangue e ao aumento do sódio, e desaparecem rapidamente quando se suprime o tratamento. O consumo prolongado de aicaçus é desaconselhado em caso de hipertensão arterial, gravidez, ou quando se sigam tratamentos à base de corticóides.
Efectivamente, o alcaçuz é um bom antídoto contra o tabaco, cm parte devido à suas grandes propriedades peitorais e digestivas. Dizia Dioscórides no século I d.C: «O seu sumo é bom para as asperezas da cana dos pulmões (...) e serve também contra os ardores do estômago.» O alcaçuz Já vem oferecendo há mais de 2000 anos as suas excelentes virtudes medicinais aos seres humanos, sejam ou não fumadores. Actualmente, entra na composição de diversos preparados farmacêuticos. Contém vários grupos de substâncias activas: / Saponinas triterpénicas, principalmente glicirrízina, que, ao contrário da maioria das saponinas, não tem poder hemolítico. Estas saponinas dão-lhe propriedades expectoranies, antítússicas, anti-inilamaiórias e emolientes. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
/ Flavonóides, especialmente liquiritina, e pequenas quantidades de atropina; a que deve as suas propriedades anliespasmódicas, antibióticas, digestivas e cicatrizantes. / Vitamina do grupo B, açúcares e resinas. As suas aplicações mais importantes são as seguintes:
•Afecções respiratórias: bronquite, tosse, catarros brônquicos, faringite, laringite, rouquidão e traqueítc IO,©l. Facilita a expectoração, acalma a tosse e desinflama as vias respiratórias. Além disso, apresenta uma acção antibiótica contra as bactérias patogénicas mais comuns dos brônquios. Usa-se ainda em caso de tuberculose, como tratamento complementar. • Afecções digestivas (©,©,©!: Tem uma notável acção sobre o estômago: acalma a acidez e faz desaparecer rapidamente a sensação de enfartamento ou peso no estômago. Usa-se com bons resultados em todo o tipo de dispepsias, meteorismo (gases e arrotos), dores de estômago, cólicas intestinais e biliares, e gastrite. • Ulcera gastroduodenal: Km 1950, verificou-sc experimentalmente que esta raiz. doce era capaz de cicatrizai" as úlceras do estômago e do duodeno, do que podem testemunhar muitos ulcerosos curados graças e ela IO,0. ©I. Constatou-se que o alcaçuz, forma uma película protectora sobre a mucosa do estômago, protegendo-a assim da acção corrosiva do suco gástrico, o que permite a sua rápida cicatrização. Hoje, o extracto de alcaçuz é constituinte indispensável de diversos medicamentos antiulcerosos. • Tabagismo: Nas curas de desintoxi-
•?• • . • • - ' v : '
O aicaçus é uma pJanta herbácea que cresce em terrenos húmidos. A sua raiz contém princípios activos expectorantes e cicatrizantes das úlceras gastroduodenais.
cação do tabaco, dá muito bons resultados; pois, além de contribuii para a regeneração rias mucosas respiratórias e digestivas, o seu agradável sabor ajuda a vencei o desejo de fumar l©). • Afecções ginecológicas: Pela sua acção antiespasmódica, emprega-se para acalmar as dores menstruais IO. 9,01. • Afecções cutâneas, oculares e bucais: Km uso externo, emprega-se em caso de eczemas, psoríasc, impeligo e outras dermatites I©1; assim como para lavagens oculares em caso de conjuntivite (01, e paia bochechos contra a estomatite 101. 309
Gríndelia robusta Nutt.
O
J J
Preparação e emprego
Grindélia Acalma a tosse... e o coração
P
ROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Contém fenóis e flavonóides, que lhe dão uma acção anti espasmódica; e também saponinas, que explicam a sua acção expectorante. A resina é formada por ácidos diterpénicos, entre os quais si- destaca o ácido grindélico, de acção antitússica, antiespasmódica e bradicardizante
USO INTERNO
O Infusão com uma colher de sobremesa de sumidades floridas por chávena de água. O habitual é que os adultos tomem 3 chávenas diárias, e se dê metade da dose às crianças pequenas. © Xarope: Costuma preparar-se na farmácia com 5% de extracto fluido. Tomam-se 2-3 colheradas por dia.
(torna <> ri Uno cardíaco mais lento). O sen uso é por isso indicado paia o seguinte IO.QI: • Asma brônquica: Pelo seu efeito anliespasmódico e e x p e c t o r a n t e . • Bronquite aguda e catarros brônquicos: Suaviza as mucosas respiratórias c facilita a sua r e g e n e r a ç ã o .
Precauções
Em grandes doses, tem efeitos tóxicos e pode chegar a provocar paragem cardíaca.
• Tosse convulsa e tosse brônquica rebelde: Pelo seu efeito antilússico.
• Arritmias cardíacas, especialmente as taquicardias.
«Af*
f
Grindélia-áspera Além da robusta, existe uma outra espécie de Grindélia com as mesmas propriedades medicinais: a grindélia-áspera (Grindélia squarrosa Pursc.).* Ambas são oriundas da costa do Pacífico da América do Norte, mas as suas interessantes propriedades levaram a que, actualmente, tanto uma como outra se possam encontrar em muitas ervanárias, fora dos Estados Unidos. * Esp.: grindélia áspera.
310
Outros nomes: No Brasil: girassol-silvestre, malmequer-do-campo. Esp.: grindélia {robusta}, hierba de la goma, planta de la goma. Fr.: grindélia. Ing.: [shorej grindélia, [broad] gum plant. Habitat: Originária da costa ocidental norteamericana. Cria-se em terrenos salitrosos e marismas. Frequente na Califórnia. Descrição: Planta vivaz de cerca de 80 cm de altura, da família das Compostas, cujos capítulos se assemelham aos de uma bonina. O caule e as folhas estão impregnados de uma resina pegajosa. Exala um aroma balsâmico e tem um sabor um tanto amargo. Partes utilizadas: as sumidades floridas.
GuaJacum offíclnaíe L
Guaiaco Balsâmico e depurativo
A
MADEIRA desia bela árvore, aromática, cor de limão e muito dura, chamou a atenção dos primeiros espanhóis que viajaram até ao continente americano. A partir do século XVI, começou-se a exportá-la para a Europa, onde era conhecida como a "madeira da vida". Até fins do século XIX, considerava-se que era capaz de curar a tuberculose e alé mesmo a sífilis. Hoje conhecemos as suas verdadeiras propriedades. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A ma-
deira do guaiaco ressuma uma resina cujo princípio activo mais importante é o guaiacol ou gaiacol. Contém, além disso, saponinas, goma e um óleo essencial. Estes componentes conlcrem-Ihe as seguintes propriedades IO.01: • Balsâmica e expectorante, indicado em todo o tipo de afecções respiratórias. • Diurética, sudorífica e depurativa: Usa-se em caso de reumatismo, artritismo e gota. pois actua eliminando do sangue o ácido e outras substâncias residuais. Também convém aos hipertensos e arteriosclerosos, pelo seu efeito depurativo. Continua a usar-se popularmente na América Central, contra a sífilis, apesar de ;i sua eficácia jic.s.se sentido não ter podido ser demonstrada.
Outros nomes: gaiaco. % Esp.: guayaco, guayaçán [verdadero]. Fr.: gáiac. Ing.: guaiac, lignum vitae tree. Habitat: Oriundo da América Central, encontra-se especialmente no Sul do México, Antilhas, Colômbia e Venezuela. Descrição: Árvore de tolha perene, da família das Zigoliláceas, que atinge até 10 m de altura. A sua madeira é muito escura, pesada e resinosa. As folhas são compostas, por 4 a 28 foliolos, e as flores pequenas e de cor azulada. Partes utilizadas: a madeira triturada e a resina.
Jí
Preparação e emprego
USO INTERNO O Decocçao com 50 g de madeira triturada, por litro de água. Deixar ferver durante 10 minutos, e tomar de 3 a 5 chávenas diárias. © Preparados farmacêuticos, elaborados à base da sua resina e do seu princípio activo, o gaiacol.
Hvssopus *
Hissopo Mucolítico e expectorante
E
MBORA na Bíblia se m e n c i o n e 0 MssopO c o m o s í m b o l o de pureza, é possível q u e se trate de outra espécie, pois aquela q u e actualm e n t e c o n h e c e m o s c o m esle n o m e n ã o se cria na Palestina. Dioscórides Cala desta planta, q u e foi s e m p r e muito apreciada devido às suas n u m e r o sas virtudes. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : AS To-
â. IH 14 Preparação e emprego
USO INTERNO
O Infusão com 50-60 g por litro de água. Tomam-se 3 ou 4 chávenas diárias, quentes, adoçando-as com mel em caso de afecções bronquiais. €> Essência: Ingerem-se 1-3 gotas, 3 vezes ao dia. USO EXTERNO
€) Lavagens com uma infusão igual à que é utilizada internamente. O Gargarejos com esta mesma infusão.
lhas e s u m i d a d e s do hissopo c o n t ê m um princípio a m a r g o , a niarrubiina, q u e desenvolve uma acção mucolítica (amolece as secreções bronquiais) e e x p e c t o r a n t e ; u m a essência aromática q u e estimula as secreções digestivas e tem t a m b é m acção anti-séptica; assim c o m o diversos c o m p o s t o s flavonóides e tanino. A sua principal indicação são os catarros brônquicos, a b r o n q u i t e crónica e a asma. Fluidifica a mucosidade, i m p e d e q u e se infecte, c favorece a sua e x p u l s ã o . T a m b é m se usa c o m o carminativo (elimina os gases do apar e l h o digestivo) e c o m o digestivo e vermífugo (expulsa os parasitas intestinais) IO.OI. Aplicado externamente, é um b o m vulnerário ( c u r a as feridas e contusões) 101. Os gargarejos com água de hissopo d ã o b o n s resultados nas amigdalites IOI.
Precauções
&
Não se deve ultrapassar as doses da essência, já que uma ingestão de doses elevadas pode provocar convulsões.
312
Outros nomes: hissopo-das-farmácias, erva-sagrada. Brasil: alfazema-de-cabocio. Esp.: hisopo, hierba sagrada, rabo de gato, rabillo de gato. Fr.: hysope [officinale). Ing.: hyssop. Habitat: Oriundo dos países mediterrâneos e cultivado como planta ornamental em jardins da Europa e da América. Pode-se encontrar em estado silvestre, mas actualmente é raro acontecer. Cresce nas encostas secas e expostas ao sol. Descrição: Pequeno arbusto de 30 a 60 cm de altura, da família das Labiadas, com flores de cor azul ou violeta dispostas ao longo de uma espiga terminal. Partes utilizadas: as folhas e as sumidades doridas.
Inula helenium L
«*.
«
Preparação e emprego
Enula Antitússica e antibiótica
USO INTERNO
O Decocção: 40-50 g de raiz, seca e cortada em pequenas rodelas, por litro de água. Deve deixarse ferver em lume brando durante 15 minutos. Tomam-se 4-5 chávenas diárias, adoçadas com mel, repartidas ao longo do dia. © Pó ou extracto seco: Administram-se de 4 a 10 g por dia, repartidos em 3 tomas diárias. €) Essência: A dose habitual é de 2-4 gotas, 3 vezes ao dia. USO EXTERNO
S
EGUNDO a mitologia grega, esta planta surgiu das lágrimas fie Melena, esposa de Menelau, rei de Esparta e causador da guerra de Tróia. A énula é unia das plantas cuja reputação se manteve sempre elevada. As suas virtudes medicinais foram exaltadas pelos médicos, botânicos e naturalistas mais famosos de toda a história: Teofrasto, Dioscórides e Aristóteles, na Grécia; Plínio, o Velho, em Roma; Alberto, o Cirande, e Santa Hiidegarda, durante a Idade Média; Mattioli e Laguna, no Renascimento. Andrés de Laguna, tradutor e comentarista das obras de Dioscórides para castelhano, cli/.ia no século XVI: «Comida a énula, faz esquecer as tristezas e angústias do coração, conserva a Formosura de todo o corpo, e desperta a virtude genital.» Que mais se poderá pedir a uma planta? A énula continua a manter o seu prestígio hoje, já não baseado na mitologia, mas nas investigações científicas que sobre ela se estão a realizar. Ultimamente, revelaram-se as suas propriedades antibióticas: a énula mostrou-se eficaz, in vitro, contra o bacilo de Koch, causador da tuberculose.
O Compressas de algodão empapadas na mesma decocção que se emprega internamente. Aplicam-se durante 15 minutos, sobre a zona afectada, 3 vezes por dia.
Outros nomes: énula-campana, inula-campana. Brasil: inula, inulina. Esp.: heienio, inula, hierba dei moro, raiz dei moro, [hierba dei) ala, hierba campana. Fr.: [grande) aunée, inule aunée. Ing.: elecampane. Habitat: Oriunda do Centro da Ásia, mas espalhada por toda a Europa e América. Criase nos prados e lugares húmidos, quase sempre perto dos sítios de antigas plantações. Cultivada em Portugal como planta ornamental. Descrição: Planta vivaz da familia das Compostas, que atinge até 2mde altura. O caule é robusto e erecto, e as folhas grandes e finamente dentadas. Os capítulos florais são de cor amarela clara, e acham-se rodeados de numerosas brácteas. Partes utilizadas: a raiz.
312
Toda a planta, e especialmente a raiz, contém uma essência, composta por uma mistura de lactonas sesquiterpénicas, assim como lielcnina (conhecida também como cânfora de inula). Esta essência possui propriedades expectorante», antitússicas, antibióticas, coleréticas e colagogas. Contém igualmente fruetosanos e anilina (um glícido), a que se deve a sua acção diurética ein uso interno, e vulnerária e parasiticida quando se aplica externamente sobre a pele. As suas indicações mais importantes são: PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
• Afecções respiratórias: Em todas as formas de bronquite e catai i os brônquicos, facilita a expectoração e acalma a tosse IO.0.©1. Alem disso, apresenta uma acção antimicrobiana sobre os germes que infectam a mucosa bronquial. Torna-se muito útil nas bronquites com tosse seca, que com frequência seguem à gripe. Nos casos de tuberculose pulmonar, acalma a tosse e tem um efeito tonificante sobre todo o organismo, pelo que ó um bom complemento do tratamento antituberculoso. • Asma alérgica: Possui ainda uma acção antiespasmódica e antialérgica, pelo que o seu uso é especialmente indicado nos casos de bronquite asmática e asma brônquica de origem alérgica, assim como noutras manifestações alérgicas. • Transtornos digestivos: Pela sua acção colerética (aumenta a produção de bílis no fígado) e colagoga (estimula o esvaziamento da vesícula biliar), actua como um tónico da digestão e favorece as funções hepáticas e biliares. Tem também um efeito aperitivo. É útil nos casos de gastrite e de dispepsia (má digestão) 1O.0,©I. • Afecções da pele: Pelo seu eleito vulnerário e parasiticida (destrói os parasitas), emprega-se externamente com êxito no tratamento da sarna, pediculose (infestação por piolhos), eczemas, prurido cutâneo (comichão na pele), e erupções diversas IO). 314
A énula, ou inufa, cresce em prados e lugares húmidos de toda a Europa e América. A sua raiz contém uma essência expectorante e antitússica q u e também possui propriedades antibióticas.
a Preparação e emprego
Lírio Belo, aromático e medicinal
D
IOSCORIDES dedica um longo parágrafo a esta planta, no primeiro capítulo da sua Matéria medira. Andrés de Laguna (século XVI), seu tradutor e comentarista, insiste nas suas múltiplas propriedades, como a de «purgar maravilhosamente O cérebro, sonido o seu sumo pelas narinas». Anos mais tarde, o lírio caiu em desuso, mas hoje voltam-se a aproveitar as suas virtudes. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Na sua
raiz há 50% de amido, além de nuicilagem e um óleo essencial muito aromático, que lhe outorga o seu cheiro a violeta. Em estado fresco, o rizoma é um purgante violento, mas não tão intenso quando está seco. Também se utiliza em diversos preparados bronquiais, pela sua notável acção expectorante e antitússica (Ol. É, além disso, muito diurético.
O
Perfume
Pelo seu delicado aroma a violeta, emprega-se em perfumaria e na confecção de dentffricos e de produtos para cosmética.
USO INTERNO O Decocção: 5-20 g de pó de rizoma seco, num litro de água, que se põe a ferver durante 10 minutos, e da qual se bebem 2 ou 3 chávenas por dia.
r
Lírio-florentino / pálido
Além do lírio comum (íris germânica L ) , que aparece na ilustração, existe o lírio-florentino (íris florentina L.)*, também chamado lírio-branco, pela cor das suas flores. Encontra-se espalhado por toda a costa mediterrânea e ilhas Canárias. Nas zonas mediterrâneas, também se encontra o lírio-pálido (irispallida Lam.)** de flores azul-claras. A composição e propriedades curativas destas três espécies de lírio são as mesmas. ' Esp.: lirio florentino, lirio de Florencia, lirio blanco. "Esp.: lirio pálido.
Outros nomes: lirío-cardano, lirio-cárdeno, lirio-germãnico. Esp.: lirio, lirio común, lirio cárdeno, lirio azul, lirio morado, lirio pascual. Fr.: Íris [d'Alemagne], [grande) flambe. Ing.: [Germanj ir is. orris root. Habitat: Originário da Europa Meridional, mas naturalizado em todo o continente europeu. Cultivado em toda a Europa e em alguns países americanos. Descrição: Planta vivaz, da família das Iridáceas, com um caule erecto de 50 a 80 cm de altura, em cuja extremidade nascem umas flores muito vistosas, de cor azul•violácea. O rizoma é rasteiro e muito grosso. Parte utilizada: o rizoma (caule subterrâneo) seco.
31E
B LI Marroio Um bom expectorante usado desde a antiguidade
O
MARROIO tem sido utilizado desde tempos muito remotos contra as afecções do aparelho respiratório. Dioscórides, no princípio da nossa era, já dizia que ««arranca os humores grossos do peito». O marroio não perdeu de então para cá a sua utilidade, e continua a ser uma planta muito apreciada pelas suas virtudes.
Contém um princípio amargo, a mairubiina, a que se atribuem as suas propriedades expectorantes, béquicas (calmantes da tosse e da irritação da garganta), febrífugas, aperitivas e digestivas. Contribui também para elas o seu conteúdo em saponinas, mucilagens e taninos. Emprega-se: PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
• Nas afecções do aparelho respiratório IOI. A sua acção sobre o aparelho respiratório é a mais notável: fluidifica e desinfecta as secreções bronquiais, facilitando desta maneira a sua eliminação, c aliviando a tosse. Recomenda-se o seu uso em todas as afecções bronquiais: catarros, lar incites, traqueítes, bronquites, asma, etc. • Como tónico digestivo IOI. Devido a aumentar o apetite' e facilitar a digestão, torna-se de grande utilidade para os doentes debilitados, bronquíticos crónicos e. inclusivamente, aos tuberculosos. Embora não actuo directamente sobre o bacilo de Knrh, causador da tuberculose', limpa os brônquios e tonifica todo o organismo. 316
Preparação e emprego
USO INTERNO O I n f u s ã o : 30-40 g de sumidades floridas e/ou folhas por litro de água. Tomam-se 2 ou 3 chávenas diárias, bem adoçadas com mel.
Outros nomes: marroio-branco, ma rroio-de - (rança, ma rroio- vulga r, marrolho, erva-virgem. Brasil: bom-homem. Esp.: marrubio, marrubio blanco. malva rubia, juanrubio, menta de burro, hierba virgen, malva de sapo, malva de pavo, hierba de la rabia. Fr.; marrube [blanc], herbe vierge. }ng.: [white] horehound, marrubium. Habitat: Comum em terrenos soalheiros, secos e baldios, de toda a Europa, de onde é originário, e da América, onde se naturalizou. Descrição: Planta vivaz da família das Labiadas, que atinge de 30 a 80 cm de altura. De caule erecto, rígido e algo lenhoso, com pequenas flores brancas que se dispõem em grupos ao longo do mesmo. Partes utilizadas: as sumidades floridas e as folhas.
O marroio fluidifica e desinfecta as secreções mucosas bronquiais.
Myrtus communís L
O
*
Murta Adstringente e anti-séptica, além de aromática
IJ 9J Preparação e emprego
USO INTERNO
O Infusão: Prepara-se com 1520 g de folhas e bagas, num litro de água. Coar e tomar de 3 a 5 chávenas por dia. © Essência: de 1 a 3 gotas, 3 vezes ao dia, antes das refeições. USO EXTERNO
A
ALHAMBRA de Granada, um dos monumentos mais visitados da Espanha e talvez de ioda a Europa, tem um lindo pátio dedicado às murtas. Nele se conjuga o refinamento da arte árabe com a verdura e a fragrância deste arbusto. Tanto Dioscórides, o grande médico e botânico grego do século I a.C, como Avicena, o 'Galeno' árabe do século XI, já recomendavam a murta pelas suas propriedades adstringentes e anti-sépticas. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS fo-
lhas e as bagas contêm lanino, resinas, substâncias amargas, e sobretudo mirtol, essência rica em cineol, de acção anti-séptica e antibiótica na presença de germes gram-posilivos. As suas propriedades adstringentes e anti-sépticas toi nam-na especialmente útil nos seguintes casos: • Afecções respiratórias: rinites, sinusites, bronquites, por acção da sua essência IO.©.0I. • Diarreias, gastrenterites, dispepsias e infecções urinárias, pelo seu conteúdo em taninos, tomada em forma de infusão MM, • Estotnatitcs (inflamação da mucosa bucal) e faringites, aplicada em forma de gargarejos l©l. • Leucorreia (fluxo vaginal anormal), aplicada, mediante uma càniúa especial, sob a forma de lavagens ou irrigações vaginais IO!.
© Gargarejos com a infusão que se emprega internamente. O Lavagens vaginais com esta mesma infusão, cuidadosamente coada. © Inalações da essência.
Murta-folhuda No México, existe uma espécie do género Myrtus (Myrtus foliosa, H.B.K. Nov. Gen. = Eugenia florida D.C.), a murta-folhuda, conhecida ali como 'guayabito', nome que também se aplica à espécie communis. A murta-folhuda usa-se do mesmo modo que a murta-ordinária, pelas suas propriedades adstringentes. Os frutos da murta-folhuda são de cor avermelhada. Outros nomes: murta-ordinária, murta-cultivada, murta-dos-jardins, murteira, mirto. flor-do-noivado. Esp.: arrayán, arrayán blanco. guayabito, mirto [comúnj. murta. Fr.: myrte {commun}. Ing.: myrtle. Habitat: Originária da Europa, embora também se crie no continente americano. Descrição: Arbusto de caule muito ramificado, da família das Mirtáceas, que atinge até 3 m de altura. As flores são brancas ou rosadas, e os frutos são umas bagas negras, de sabor áspero mas aromático. Partes utilizadas: as folhas e os frutos.
3
Papavermoeasl.
M
.
Preparação e emprego
Papoila USO INTERNO
Sedativa e peitoral
A
LTIVA c o m o um galo com a sua crista, e d e l i c a d a c o m o u m a p l u m a , a papoila é u m a das plantas m e d i c i n a i s mais belas e atraentes. Q u e seria cios nossos dourados trigais se n ã o estivessem salpicados p o r essas m a n c h a s d e s a n g u e brilhante? Os amigos Gregos e Romanos já a c o m i a m e m salada, c o s t u m e q u e s e tem m a n t i d o nalgumas zonas do Mediterrâneo, c o m o na Catalunha. Apesar da sua cor vermelha-escarlate, símbolo da vitalidade, d e s d e t e m p o s remotos foi associada ao sono. S e g u n d o a mitologia, o d e u s M o r r e u tocava c o m u m a papoila a q u e l e s a q u e m queria adormecer. PROPR1EDADF5 E INDICAÇÕES: O látex da papoila c o n t é m q u a t r o alcalóides (readina, reagenina, rcarrubina I e II), mas n ã o c o n t é m morfina, c o m o antes se havia suposto. A papoila possui ainda antociauinas e mut ilageus. Embora os eleitos dos alcalóides da papoila sejam s e m e l h a n t e s aos da morfina, são isentos da sua toxicidade. Não há, p o r t a n t o , risco d e dep e n d ê n c i a , o u d e criar h a b i t u a ç ã o com o seu uso. Mességué disse q u e as papoilas são «o ópio inofensivo da farmácia familiar». São estas as suas propriedades: 318
O Pétalas cruas em salada. CoIhem-se, de preferência, nas manhãs de Primavera. O Infusão com 6 ou 8 pétalas por chávena de água. Tomam-se até 3 chávenas por dia. As pétalas conservam-se secas à sombra. €) Xarope: Prepara-se para as crianças, infundindo, durante 5 minutos, 10 g de pétalas secas em 170 ml de água quente. Coa-se a água e acrescentam-se-lhe 340 g de açúcar escuro. Administram-se de 2 a 4 colheres de sobremesa (segundo a idade), antes de deitálas. O Decocção: Os frutos da papoila, também chamados cápsulas, têm o mesmo efeito das pétalas, embora contenham maior proporção de princípio activos. Colhem-se quando estão ainda verdes, antes do Verão. A decocção prepara-se com 2 ou 3 cápsulas em 100 ml de água. Tomam-se várias colheres de sopa, antes de deitar.
Outros nomes: papoila-vulgar, papoila- ordinária, papoila-das-searas, papoila•rubra, papoila-vermelha, papoila-brava. Brasil: papoula. Esp.: amapola, ababol, apamate. coquelicot. Ing.: corn poppy, fieldpoppy. Habitat: Frequente nas searas e nos campos abandonados. Misturada com as sementes dos cereais desde tempos remotos, tem-se estendido por todos os continentes. Descrição: Planta anual, da família das Papaveráceas, como a dormideira (pág. 164) que produz o ópio. O seu caule, que se acha coberto de pequenos pêlos, segrega um látex branco quando cortado. As flores são formadas por quatro pétalas de uma cor vermelha intensa, com uma mancha negra na sua base. O fruto tem a forma de uma urna, com uma tampa no alto. Apesar de toda a gente a conhecer. descrevemos aqui a papoila com certo pormenor, por existirem algumas espécies muito parecidas, mas destituídas de efeitos medicinais. Partes utilizadas: As pétalas das flores e os frutos.
• Sedativa e sonífera: De acção suave e livre dos riscos dos psicofarmacos. Devido a isto, recomenda-sc sobretudo às crianças e aos idosos, a quem facilita um sono tranquilo IO.O.OI. Aos adultos, pode tornar-se útil para eliminar a angústia ou a ansiedade, tão frequentes nos nossos dias. • Antitússica e expectorante: Especialmente indicada para vencer a tosse perima/, tia coqueluche (tosse convulsa), das bronquites secas ou dos ataques de asma. Além disso provoca uma sudação abundante, pelo que é indicada para os engripados e encalarrados 10,0,0.01.
A papoila pertence ao género botânico Papaver', como a dormideira produtora do ópio. Contém quatro alcalóides de acção semelhante à da morfina do ópio, mas sem os seus efeitos indesejáveis. Por isso t e m sido chamada "o ópio inofensivo da farmácia familiar". As suas pétalas, e os seus frutos ou cápsulas, t è m uma acção sedativa, soporifera e antitússica suave e segura.
A papoila entra na famosa "infusão peitoral das quatro flores", juntamente com a tussilagem, a antenária e a malva. • Dor de dentes: Os bochechos com infusão das suas pétalas produzem um notável eleito analgésico em muitos casos
4
*
*
*i
319
Petasites hybrídus (L)Gaertn.
\Y\l j UJ
/ff OJ)
t) S] !JJ Preparação e emprego
Petasite USO INTERNO
Peitoral e anti-infíamatória
O Infusão com 20-30 g de folhas e/ou rizoma, por litro de água, da qual se tomam 3 a 5 chávenas diárias. USO EXTERNO
©Cataplasmas com as folhas frescas esmagadas.
A
PETASITE tem algumas semelhanças e propriedades comuns com a tussilagem (Tussilogo forjara L., pág. 341). Desde a Idade Média que é usada na Europa Central, embora se prefira a própria tussilagem, que tem melhor sabor.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O ri-
zoma e as folhas da petasite contêm inulina, pectina e mucilagens, que a tornam expectorante e emoliente; glicósidos e óleo essencial de propriedades antiespasmódicas, diuréticas, sudoríficas e emenagogas; taninos e resinas que a fazem vulnerária. As suas principais aplicações são: • Afecções respiratórias: Pelo seu efeito antiespasmódico, dá bons resultados nos casos de asma bronquial, evitando que se apresentem crises agudas. Também se usa como antitússico c expectorante, nas bronquites e broncopneumonias (O). • Afecções da garganta: Indicada nas laringites, afonia e traqueíte IOI. •Sudorífica: Indicada nos catarros brônquicos e na gripe IOI. • Anti-inflamatória: Externamente, as folhas frescas, aplicadas directamente ou esmagadas, em cataplasmas, em caso de flebite (inflamação das veias), furúnculos e adenopatias (gânglios inflamados) 191. 320
Precauções
A petasite contém quantidades variáveis de alcalóides que podem ser tóxicos para o fígado. Por isso, a comissão alemã E de medicina humana, secção de fitoterapia, não recomenda o seu uso, embora também não o proíba.
Outros nomes: petasite-hibrida. Esp.: sombrerera, tusilago mayor, petasita. Fr.: petasite hybride. Ing.: butterbur. Habitat: Lugares húmidos e margens de correntes de água, em regiões frias e temperadas de toda a Europa. Descrição: Planta vivaz da família das Compostas, que atinge até 50 cm de altura. A/o princípio da Primavera, nascem dos rizomas umas hastes floriferas, com capítulos rosados ou violáceos. As grandes folhas com longo pecioio aparecem depois. Partes utilizadas: o rizoma e as folhas.
a
Phyilltis scobpendríum Newm.
Língua-cervina Desinflama as mucosas
E
STE FETO já Foi utilizado por Dioscóriclcs, que disse, a respeito desta planta, tpie «tem a virtude de desbastar o baço». Utilizou-se desde então paia combater a csplenomegalia (aumento de tamanho do baço). Os catalães ainda hoje lhe chamam linha melsera, o que quer dizer erva do baço. Antigamente dava-se aos alcoólicos, que frequentemente sofrem de congestão sanguínea no baço, ainda que neste caso se obtivessem resultados escassos. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS
frondes deste feto contêm mucilagem, tanino, açúcares e vitamina C. Devido ao <,eu conteúdo em mucilagens, são emolientes (acção anti-inflamatória sobre as mucosas e a pele), e expectorantes. O tanino outorga-Ihes propriedades adstringentes. Usa-se em caso de bronquite e catarros, para amolecer as secreções e facilitar a sua expulsão; e também em gastrite e colite, para proteger e desinllamar a mucosa digestiva IOI. Há bons resultados em caso de hipertensão, para normalizar a tensão arterial IOI; no entanto ainda não se sabe bem a que princípio activo se deve esta acção. Externamente, usa-se para lavar Feridas, pela sua acção anti-inflamatória e suavizante sobre a pele 101. Actua também como vulnerária, para o tratamento das contusões e hematomas I©1: Neste caso, aplic a-se em compressas.
Sinonímia científica: Scoiopendrium officinale Sm. Outros nomes: escolopendra, escolopendra-vulgar, língua-de-boi, lingua-de- veado, broeira. Esp.: lengua de ciervo, escolopendra, hierba de la sangre. Fr.: langue de cerí, scolopendre. Ing.: hartstongue. Habitat: Terrenos calcários, muros e rochas sombrias da Europa e da metade norte do continente americano. Em Portugal, encontra-se em lugares húmidos e sombrios, desde o Minho até à Estremadura. Descrição: Feto vivaz da família das Poiipodiáceas, com frondes indivisas, de cor verde brilhante, alongadas (de 20 a 60 cm.) e terminadas em ponta. Partes utilizadas: as frondes (folhas dos fetos).
O
Preparação e emprego USO INTERNO
O Decocção de 30 g de frondes secas num litro de água, durante 10 minutos. Tomam-se 4 ou 5 chávenas por dia. Adoca-se com mel. USO EXTERNO
O Lavagens com a mesma decocção que se usa internamente. © Compressas com a dita decocção.
«j ai o a Preparação e emprego
Saxífraga Antitússrca e sedativa
USO INTERNO O Decocção com 30 g de raiz por litro de água, durante 10 minutos. Para conseguir maior efeito sedativo, acrescentar 30 g de sumidades floridas.
Pimpinela-magna
A
O CONTRÁRIO do anis (PimfrineUa anhum L., pág. 4 6 5 ) , esta p i m p i n e l a n ã o t e m pen u g e m no caule e nos frutos, O seu n o m e francês, boucage ou petit persíl (pequena salsa) debouc (de b o d e ) , faz referência ao cheiro a b o d e q u e deita, sobretudo, a sua raiz.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: I o d a a
planta, e especialmente a raiz, c o n t é m tanino, óleo essencial, saponinas, pimpinelina e resinas. O seu efeito fund a m e n t a l consiste, em estimular a actividade secretora das células das vias respiratórias, dos rins e da p e l e . As suas propriedades são as seguintes IO): • Mucolítica, expectorante e antitiissica: Aumenta e torna mais fluidas as secreções bronquiais, com o q u e se elim i n a m c o m mais facilidade, e desaparece a tosse. Indicada nos catarros brônquicos e no caso de r o u q u i d ã o . • Diurética e sudorífica: I n d i c a d a s e m p r e q u e seja necessário d e p u r a r o sangue de toxinas e resíduos m e t a b ó licos, e s p e c i a l m e n t e em casos de artritismo, gota e afecções renais. • Calmante da excitação nervosa. 322
A pimpinela-magna (Pimpinella magna L, Pimpinella major [L] Hudson)*, é uma espécie muito semelhante à saxífraga, quanto às suas características botânicas e propriedades. Tal como esta, e ao contrário do anis, também não apresenta penugem no caule e nos frutos. Daí que, nalguns lugares, os nomes destas duas pimpinelas sejam comuns ou se confundam. Em diversas línguas, a magna também se qualifica de maior e a saxífraga de menor, com o fim de distingui-las uma da outra. * Esp.: pimpinela negra.
Outros nomes: pimpinela. Esp.: pimpinela blanca. pimpinela alba, saxífraga menor, saxífraga parva. Fr.: boucage, petit persil de bouc. Ing.: pimpernel, burnet saxifrage. Habitat: Prados secos, encostas pedregosas e terrenos calcários de toda a Europa. Descrição: Planta vivaz, de caule oco e erguido, que atinge de 0,3 a 1 m de altura, da família das Umbelíferas. As flores são brancas ou cor-de-rosa, em umbelas que têm de 8 a 15 raios muitos finos. Partes utilizadas: A raiz colhida na Primavera (fresca) ou no Outono (seca) e as sumidades floridas.
Pinus pinaster Soland
Pinheiro Alivia bronquíticos e reumáticos
E
NTRE as muitas espécies que se conhecem, apenas duas têm propriedades medicinais importantes: o pinheiro-bravo (Pinus pinoster Soland), também conhecido como pinheiro-marítimo, e o pinheiro-silvestre (Pinus syhestris I..). a que também se chama pinheiro-de-cas -quinha e pinheiro-vennelho-do-báJtico. O pinheiro-bravo, ou pinheiro-marítimo, caracteriza-se por ter as agulhas mais compridas e as pinhas mais volumosas do que o pinheiro-silvestre. Ambas as espécies produzem terebintina, embora o pinheiro-marítimo dê maior rendimento.
Espécie afim: Pinus sylvestris L. Outros nomes: pinheiro-bravo, pinheiro-marítimo, pinheiro-das-landes. Esp.: pino marítimo, pino negral. Fr.: pin. Ing.: pine. Habitat: As dez espécies de pinheiro conhecidas distribuem-se por toda a Europa e regiões temperadas e frias do continente americano. Prefere os terrenos de solo leve ou arenoso. Descrição: Árvore de 15 a 40 m, da família das Pináceas, de folhas perenes e acicu/ares. A mesma árvore dá flores mascutinas (estames amarelos) e femininas (cones ou pinhas). Partes utilizadas: As gemas (brotos tenros) e a resina.
PROPRIEDADES E ÍNDICAÇÓES: A TEREBINTINA é uma oleorresina comida
nas gemas e nas camadas exteriores da casca do pinheiro, de onde exsuda naturalmente ou por sangria. E formada por dois constituintes principais: / uma essência (20%-30%), lambem chamada aguarrás, rica no hidrocarboneto pineno, cjiit" se obtém por destilação; e
,ni Precauções
XJP
Preparação e emprego
USO INTERNO
O Infusão: Prepara-se com 20-40 g de gemas de pinheiro por litro de água, de que se tomam 3 ou 4 chávenas por dia. © Essência de terebintina: Ingerir de 2 a 5 gotas, 3-4 vezes ao dia.
O Fricções: Friccionar, com um pano de algodão molhado em terebintina (ou a sua essência), o peito dos bronquíticos, até que a pele adquira uma saudável cor vermelha. O mesmo se aplica igualmente sobre as articulações ou os músculos inflamados e doridos.
USO EXTERNO
A inalação ou ingestão de doses excessivas de terebintina ou da sua essência pode provocar uma irritação do sistema nervoso central, sobretudo nas crianças.
© Banhos: Prepara-se uma decocção com 500 g de gemas de pinheiro em 4 litros de água. Ferver durante meia hora. Filtrar e acrescentar à água do banho (quente). Também se pode preparar um banho medicinal acrescentando 40-50 gotas de essência de terebintina à água da banheira.
© Inalações de vapor: Numa caçarola com um ou dois litros de água, acrescentar um punhado de gemas (30-50 g) ou umas gotas de essência de terebintina. Aquecer num fogareiro eléctrico (para evitar gases de combustão) e inalar profundamente o vapor.
323
As fricções com terebintina, ou com a sua essência, melhoram a evolução dos catarros bronquiais, assim como das bronquites, t a n t o das crianças como dos adultos.
/ uma resina (70%-80%), que também se chama colofónia ou resina de violino. A RESINA é o resíduo sólido que liça depois de- se ler volatilizado a essência. Ksia resina (colofónia) eniprega-sc em emplastros, linimentos e unguentos de acção rubefaciente e anti-reumática. O mais conhecido. desde tempos muito antigos, é o unguento régio ou bosãtCO que, segundo indica Foni Quer, se elabora fundindo uma parte de colofónia, uma de terebintina, uma de cera, uma de sebo v três partes de azeite de oliveira. A TEREBINTINA e a sua essência possuem propriedades balsâmicas, anti-reumálicas, anti-sépticas, diuréticas, depurativas, e previnem a Formação de cálculos nas vias urinai ias lo.©l. São estas as suas aplicações Fundamentais:
o
Alcatrão vegetal: um poderoso emoliente
Por destilação seca do tronco e das raízes do pinheiro-silvestre, obtém-se o alcatrão ou breu vegetal, de composição complexa em que predominam os fenóis, que possuem propriedades balsâmicas, expectorantes e anti-sépticas, mas sobretudo emolientes (suavizantes da pele). Pode-se ingerir (até um grama por dia, em forma de cápsulas ou comprimidos de gelatina), embora a sua aplicação mais importante seja a externa, nas afecções da pele: dermatoses (degenerescências e inflamações crónicas da pele como eczemas e psoríase), micoses (infecção por fungos) e parasitoses (afecções causadas por parasitas como a sarna). Em uso externo, o alcatrão ou breu vegetal aplica-se em forma de sabão, champô ou pomada.
324
• Afecções respiratórias: Inalada l©J, em fricções IO), ou ingerida por via oral IO.OI, c de grande utilidade em todo o tipo de afecções do aparelho respiratório (bronquite, asma, e t c ) , assim como em casos de constipações, rinite e sinusite. Os banhos quentes l©l com gemas de pinheiro, ou com essência de terebintina, proporcionam um grande alívio para os asmáticos. • Anti-inflamatória (rcvulsiva): Aplicada externamente em banhos e Fricções 10,01, a terebintina ou a sua resina (colofónia) faz ruborescer a pele, desinflamando os tecidos profundos (acção rcvulsiva). Obtêm-sc excelentes resultados em lodo o tipo de dores reumáticas, quer sejam articulares quer musculares (lumbago, torcicolo, dores cervicais, e t c ) quer ainda provocadas por pancadas ou contracturas. • Tonificante: 1'rovoii-sc recentemente que a terebintina do pinheiro tem a propriedade de estimular as glândulas supra-renais, o que se traduz num eleito tonificante e revitalizado! de todo o organismo IO,01.
Plantago major L
Tanchagem Peitoral e cicatrizante
Tanchagem-maior
O
GÉNERO Plantago abrange umas 200 espécies, entre as quais se destacam, pelas suas aplicações fitoterapêuticas, a zaragatoa (pág. 515) e as três tanchagens, usadas medicinalmente desde a antiguidade grega. O nome de Plantago faz referência à forma de pegada que têm as suas folhas.
três tanchagens contêm uma grande quantidade de mucilagens, que lhes conferem propriedades emolientes, expectorantes, antitússicas e béquicas; tanino, que as torna adstringentes, hemosiáticas e cicatrizantes; pectina; e alguns glicõsidos cromogénicos, a aucubina e o catalpol, de acção anti-inflamatória e anti-séptiea.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS
A TANCHAGEM-MAIOR contém, além disso, ácidos fenólicos, flavonóides. colina e o alcalóide noscapina, de propriedades anti-espasmódicas e antitússicas. As tanchagens suavizam e secam ao mesmo tempo, devido à acção combinada das mucilagens (emolientes,suavizantes) com a dos taninos (adstringentes, produzem constrição e secura). Isto confere-lhes um amplo eleito anti-inllamatório. útil para curar
Tanchagem-média Tanchagem-menor
Espécies afins: Plantago media L. (tanchagem-média), Plantago lanceolata L. (tanchagem-menor). Outros nomes: tanchagem-maior, tanchage, chantage. Brasil: transagem. Esp.: Ilantén, llantén mayor, hierba estrella, arta, carmel, aycha-aycha, huincallantén. Hantaina, plantaina, plantaje, pan de pájaro. Fr.: plantain. Ing.: plantain. Habitat: Difundida por toda a Europa e naturalizada em todo o continente americano. A maior prefere os terrenos húmidos; a média, as beiras dos
O
caminhos e ribanceiras; e a menor ou lanceolada, os terrenos calcários. A tanchagem-maior e a menor são frequentes em Portugal. Descrição: Planta da família das Plantagináceas, que mede de 10 a 60 cm de altura. As três espécies caracterizam-se por ter folhas radicais (que nascem directamente da raiz), com nervuras paralelas e confluentes na ponta. Diferem no tamanho e na forma das folhas, assim como no comprimento da espiga floral. Partes utilizadas: A planta inteira (folhas, espiga floral e raiz).
Preparação e emprego
USO INTERNO O Decocção: 20-30 g de folhas e/ou raiz por litro de água, que se deixa ferver durante 3 a 5 minutos, e da qual se bebem de 3 a 5 chávenas diárias. USO EXTERNO © A mesma decocção que se prepara para o uso interno, mas mais concentrada (50-100 g por litro). Usa-se em g a r g a r e j o s , lavagens aos olhos, compressas sobre a pele, banhos de assento ou clisteres.
© Pensos de folhas: Lavam-se previamente e escaldam-se em água a ferver durante um minuto, para desinfectá-las. Para as aplicar sobre as úlceras e feridas não se devem manipular com os dedos, mas com pinças esterilizadas. Fixam-se por meio de uma ligadura, e é necessário substituí-las duas ou três vezes por dia. O Cataplasmas de folhas cozidas e esmagadas.
muitas afecções das mucosas respira325
A tanchagem é um grande emoliente |suavizante) das mucosas respiratórias e da pele. Pode-se aplicar em compressas empapadas com a decocçao de folhas, ou em cataplasmas de folhas esmagadas. A forma mais prática e eficaz de aplicar as folhas de tanchagem sobre a pele talvez seja, porém, colocá-las directamente sobre a zona afectada, à maneira de penso, como se mostra nestas fotografias. As folhas escaldam-se previamente durante um minuto, com o fim de as desinfectar. Dáo excelente resultado em caso de úlceras varicosas, feridas e queimaduras.
tórias e digestivas. Vejamos quais são as suas principais aplicações: •Afecções respiratórias: bronquites agudas e crónicas, catarros brônquicos, asma IO). Fluidificam as secreções, facilitam a sua eliminação, clesinllamam a mucosa bronquial e acalmam a tosse. A tanchagem tem sido usada contra a tuberculose pulmonar e as pneumonias, como complemento do tratamento especifico. A tanchagem-maior é a que tem um mais forte efeito antitússico. • Afecções da boca e garganta, em bochechos e gargarejos: Recomendam-se em caso de estorna ti te (inflamação da mucosa bucal), gengivite, faringite, amigdalite e laringite IOI. Desinllamam a boca, tiram o ardor e a irritação da garganta, e aliviam os acessos de tosse convulsa (acção béquica). 326
• Afecções digestivas: colite, aerocolia (gases no cólon), distensão do abdómen por excesso de gases ou má digestão, putrefacções intestinais, diarreias, disenterias, prisão de ventre crónica com inflamação do intestino grosso IO!. • Hemorróidas: Os banhos de assento e os enemas (clisteres) com decocçao de tanchagem tornam-se muito eficazes para desinflamá-las 101. • Afecções oculares: Km lavagens, a decocçao de tanchagem alivia a eonjuntivite e a blefarite (inflamação das pálpebras) IOI. • Ulceras varicosas, feridas que não cicatrizam, queimaduras: Podem-se aplicar compressas da decocçao de tanchagem 101, ou directamente as
folhas escaldadas em água a ferver IOI. • Picadas de insectos e répteis: O doutor Leclerc afirma que as doninhas se esfregam contra moitas de tanchagem antes de lutar com as serpentes, com o fim de st- protegerem contra OS eleitos do veneno. No caso de picada de mosquiios, aranhas, abelhas, vespas c lacraus, esfregar energicamente a zona da pele afectada com umas folhas de tanchagem, e aplicar um penso 101 ou cataplasma de folhas IOI. Km caso de mordedura de cobra, é preciso aplicar previamente o tratamento de urgência habitual (incisão, torniquete, soro' antivenenoso) e, depois, uma fricção e um penso ou uma cataplasma de folhas de tanchagem.
3 a
Polygala senegal.
Polígala-da-virgínia
Preparação e emprego
USO INTERNO
Grande efeito expectorante
O Decocção com 5 a 10 g de folhas ou raiz triturada, por litro de água. Ferver durante 3 minutos. Tomar 3 ou 4 chávenas diárias, adoçadas com mel. €) Pó da raiz: Administra-se em doses de 0,5 a 2 g diários.
O
S ANTIGOS Gregos deram o nome de polígala às espécies europeias desta planta (de f)oly, muito, e gala, leite), pois empregavam-na para aumentar a secreção láctea dos animais domésticos. Durante muito tempo, dava-se na Europa às vacas e às cabras com este fim, ainda que os seus resultados sejam mais do que duvidosos.
Outros nomes: polígala. Esp.: polígala de Virgínia, polígala amerícana, [hierba] lechera. Fr.: polígala. Ing.: milkwort, sonega snakeroot. Habitat: Terrenos pedregosos do Leste da América do Norte. Cultivada em outras partes do mundo como planta medicinal. Descrição: Planta vivaz da família das Poligaláceas, de caule rasteiro e perene, do qual nascem uns caules herbáceos de até 30 cm de altura. As flores são pequenas, de cor azulada, rosada ou branca, e agrupam-se na extremidade dos caules. Tem um sabor áspero e acre.
Paralelamente, os índios norle-americanos empregavam tradicionalmente outra espécie de polígala, a senega, de composição semelhante à europeia, para tratar as afecções respiratórias e as mordeduras de serpentes. E curioso verificai' como a moderna investigação farmacológica deu razão aos indígenas dos Estados Unidos. Actualmente, a polígala entra na composição de diversos preparados farmacêuticos para o tratamento das afecções broncopulmonares.
r
Partes utilizadas: a planta inteira, especialmente a raiz.
Poligalas europeias Existem várias espécies de polígalas, todas elas com uma composição muito semelhante, embora a senega seja mais utilizada, devido à sua maior riqueza em princípios activos. Na Europa conhecem-se, sobretudo, duas polígalas: • a amarga {Polygala amara L), que se cria no Norte da Europa e na Ásia Ocidental. • a rupestre (Polygala rupestris Pourr.), que se encontra repartida pelo Sul da Europa.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a
planta, e especialmente a raiz, é muito rica em saponinas, substâncias vegetais que, como o sabão fazem com que a água se torne espumosa, por diminuir a sua tensão superficial. As saponinas mais importantes são o ácido poligálico e a senegina, substâncias que aumentam as secreções bronquiais. O efeito resultante de todas estas substâncias é que o muco bronquial patológico se torna menos viscoso, e mais espumoso e abundante; desta
forma se facilita a sua expulsão e, com isto, a regeneração das mucosas respiratórias. A polígala-da-virgínia é uma planta nitidamente mucolítica e expectorante. O seu uso é pois indicado em todos os casos de bronquite, catarros brônquicos, asma brônquica e pneumonia, assim como nas faringites, na gripe e para combater a tosse IO,©l. A polígala-da-virgínia, devido ao seu conteúdo em saponinas, tem acção laxante, e, em doses altas, emética (provoca o vómito) 101. 327
PrímulaverisL
Primavera Expectorante e anti-inflamatória
Q
UANDO chega a Primavera, unia das primeiras plainas a florir é precisamente esta. Daí o seu nome. As Flores são muito apreciadas como ornamentais e aromáticas. Os giandes médicos e botânicos da antiguidade clássica não conheciam esta planta, que tem vindo a ser usada em terapêutica desde o século XVI.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A raiz
e o rizoma da primavera são muito abundantes em saponinas triterpénicas (5%-l0%), das quais a mais importante é conhecida pelo nome de primulina. A isto se deve a sua acção expectorante e mucolítica (fluidificante das secreções bronquiais). Contém também dois heterosidos fcnólicos derivados do ácido salicílico (pi i-
Sinonímia científica: Primula officinalis L. Outros nomes: primavera-das-boticas, primula. Esp.: primavera, fiorde primavera, primula, hierba de San Pablo, gordolobilio. Fr.: primevère [officinale), herbe à la paralysie, coucou. Ing.: [English} cowslip, primrose. Habitat: Prados e bosques das
O
montanhas da Europa. Foi exportada para regiões temperadas do continente americano. Descrição: Planta vivaz, herbácea, da família das Primuláceas. As suas folhas, grandes e ovaladas, dispõem-se em roseta basal. O caule mede de 15 a 30 cm e termina numa umbela de flores amarelas. Partes utilizadas: A raiz, o rizoma (caule subterrâneo) e as flores.
Preparação e emprego
Precauções USO INTERNO
Algumas variedades que se criam em vasos e em jardins têm as folhas revestidas de uns pelinhos urticantes, que podem provocar irritação na pele, inclusive reacções alérgicas.
328
O Decocção durante 15 minutos, de 30-50 g de raiz e/ou rizoma triturados por litro de água. Tomam-se 3 ou 4 chávenas diárias, quentes e adoçadas a gosto com mel. © Infusão com 20-30 g de flores por
litro de água, da qual se ingerem até 5 chávenas por dia. USO EXTERNO
€) Compressas: Fazem-se com a mesma decocção que para uso interno, embora mais concentrada, e aplicam-se sobre a parte afectada.
A primavera é uma planta herbácea que cresce nos prados e bosques das regiões montanhosas da Europa, como esta dos AJpes, e também do continente americano. A sua raiz é expectorante e anti-inflamatória, e as suas flores são sedativas e diuréticas.
m a v e r i n a e p r i m u l a v e r i n a ) , q u e se transformam por hidrólise em derivados do ácido salicílico. É esta a razão da sua acção analgésica, anti-inflamatória e anti-reumática. Recorde-se q u e a aspirina é o ácido acedlsalicflico, um derivado sintético do ácido salicílico. Assim, as d u a s aplicações fundamentais da RAIZ da primavera são: • Afecções r e s p i r a t ó r i a s em q u e se requeira um a u m e n t o da fluidez das secreções bronquiais, para facilitar a sua expulsão: b r o n q u i t e aguda e crónica, asma b r ô n q u i c a e b r o n c o p n e u -
m o n i a , e n t r e o u t r a s IOI. É útil tamb é m nos catarros b r ô n q u i c o s simples e p a r a a c a l m a r os acessos de tosse. E m b o r a a acção fluidificante e expect o r a n t e das s a p o n i n a s d a p r i m a v e r a n ã o seja tão a c e n t u a d a c o m o a da polígala-da-virgínia (pág. 327), c o n t i n u a a ser u m a planta muito útil. • Afecções reumáticas, gota IOI, e em aplicação externa, c o m o anti-inflamatório no caso de contusões, entorses e d o r e s musculares. I©l. P o r o u t r o lado, as FLORES da primavera c o n t ê m flavonóídes e carote-
n o ( p r o v i t a m i n a A ) . T a m b é m têm duas aplicações: • Pela sua acção antiespasmódica e sedativa, e m p r e g a m - s e n o t r a t a m e n t o de enxaquecas e cefaleias 101. Dado o seu s a b o r agradável, a tisana de primavera é muito a p r o p r i a d a para acalm a r a tosse nas crianças nervosas e hiperactivas. • Pela sua acção diurética e depurativa, usa-se no t r a t a m e n t o da gota e da litíase úrica (cálculos úricos nas vias urinárias, areias), em combinação com outras plantas diuréticas 101. 329
Prunus sentina Poir.
! r i\
Cerejeira-da-virgínia Expectorante e antitússica
A
CASCA da ccrejeira-da-vh gínia é um remédio tradicional dos índios da América do Norte. A investigação farmacológica moderna confirmou as propriedades medicinais desta magnífica árvore, e o seu uso estendeu-se pelos Estados Unidos e por algumas regiões da Europa. Na América do Centro e do Sul existe uma espécie tão semelhante no aspecto e propriedades, que até alguns autores lhe atribuem uma denominação científica similar, Prunus serotina Ehrh., ou a sinonímia científica de Prunus capuli Cav. Esta cerejeira americana é conhecida popularmente pelos nomes espanhóis de capulín, cerezo criolo, cerezo de los Andes, cerezo negro silvestre ou mují,
A casca desta árvore contém um glicósido cianogenético (prunasina), ácido cumái ico, tanino, escopoletina e óleo essencial. A sua principal acção medicinal é a expectorante e antitússica. Facilita a eliminação da mucosidade das vias respiratórias e acalma a tosse. Torna-se especialmente útil nos catarros e bronquites IO). Certas tribos indígenas norte-amerícanas empregam-na para aliviar as dores do parto, pelo seu efeito sedativo.
Sinonímia científica: Prunus virginiana L, Prunus melanocarpa Rydb. Outros nomes: cerejeira-negra, cerejeira-americana. Esp.: cerezo americano, cerezo de Virgínia. Fr.: céríster de Virgínia. íng.: (Virgínia] bird cnerry, [American] choke cherry. Habitat: Cresce em zonas de bosques da América do Norte. Descrição: Árvore da família das Rosáceas, que pode atingir 30 m de altura, coberta por uma casca escura e rugosa. Produz frutos parecidos com as cerejas vulgares, mas mais pequenos, de cor mais escura e de sabor um tanto amargo. Partes utilizadas: a casca.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
330
ím
Precauções Preparação e emprego
USO INTERNO O Infusão: Prepara-se deitando uma colher de sobremesa de casca triturada, numa chávena de água quente.
As folhas da cerejeira-da-virgínia são venenosas, pois contêm ácido cianídrico. A casca, por sua vez, não contém este tóxico, pelo que se pode usar sem perigo.
Pulmonaria officinallsl.
Et
Preparação e emprego
Pulmonaria USO INTERNO
Peitoral e anti-inffamatória
O Decocção de 30-50 g de planta por litro de água, durante 15 minutos. Tomam-se 3 ou 4 chávenas diárias, adoçadas com mel. USO EXTERNO © Gargarejos com a mesmo decocção de uso interno. © Lavagens e compressas com a dita decocção, que se aplicam sobre a zona afectada.
D
ESDE o século XVI, os partidários da teoria dos sinais viram nas folhas desta planta a superfície de um pulmão doente com nódulos tuberculosos. Muitos tísicos do século XIX, e da primeira metade do século XX, foram tratados com a pulmonaria, obtendo bons resultados nalguns casos. Hoje continua a ser uma planta útil nas afecções respiratórias. Toda a planta contém uma grande quantidade de mucilagem e de alantoína, substâncias que determinam a sua acção emoliente; taninos, que a fazem adstringente; uma certa quantidade de saponinas, que a fazem expectorante; ácido salitílico, assim como sais potássicos c cálcicos, que a tornam anti-inflamatória, diurética e sudorífica. • Em uso interno, é indicada para diversas afecções respiratórias: de catarro brônquico, irritação da garganta, tosse seca ou irritativa, rouquidão e afonia (aplicada em gargarejos) IO.0I. Muito útil para combater os efeitos negativos do tabaco sobre as vias respiratórias IO). Na tuberculose pulmonar, pode usar-se como complemento do tratamento específico, sempre sob vigilância médica. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
• Externamente, emprega-se para curar feridas, contusões, gretas da pele e frieiras 101.
Outros nomes: erva-dos-bofes, erva-leiteira-de-nossa-senhora, salsa-de-jerusalém. Esp.: pulmonaria, pulmonaria manchada, pulmonaria medicinal, roseta, rosetas, salvia de Jerusatén. Fr.: pulmonaire. Ing.: [spotted] lungwort, Jerusalém cowslip. Habitat: Bosques claros e húmidos, sobretudo calcários, de toda a Europa. Na península Ibérica é mais frequente no quadrante nordeste. Acha-se introduzida nas regiões temperadas e frias do continente americano. Descrição: Planta herbácea, vivaz, da família das Borragináceas. O caule, peludo, atinge até 30 cm, e, na sua extremidade, nasce um ramalhete de flores cor-de-rosa e violeta. Partes utilizadas: A planta florida.
331
Sacchamm officinarum L
Preparação e emprego
Cana-de-acúcar
USO INTERNO O Sumo fresco: Extrai-se triturando ou esmagando os caules da cana-de-açúcar.
Um caramefo natural
© Decocção: Fervem-se 250 g de cana-de-açúcar, descascada, num litro de água. Beber à vontade.
A
CANA-DE-AÇÚCAR é originária do Sudeste Asiático. Os Árabes estenderam a sua cultura pelo Mediterrâneo, e os Portugueses e Espanhóis levaram-na para a América no século XVI. E dela que se obtém o açúcar de cana, assim como o melaço, também chamado mel de cana, que é o resíduo, em forma de xarope, que fica depois de separar do sumo da cana o açúcar cristalizado. PROPRIEDADES
E
INDICAÇÕES:
O
sumo da cana-de-açúcar contém de 16% a 20% de sacarose, glícido do tipo dos dissacaridos, cuja fórmula química é C12H22O11. Contém, além disso, uma boa percentagem de sais minerais e de vitaminas, a maior parte das quais ficam no melaço. O açúcar que não é refinado {açúcar escuro) contém restos de melaço, que lhe dão a sua cor típica, e que o fazem conservar uma certa quantidade de sais minerais e vitaminas. Pelo contrário, o açúcar refinado é praticamente sacarose pura, destituída de outras substâncias nutritivas. O sumo da cana-de-açúcar IOI e a decocção da sua polpa (01 têm propriedades peitorais, além de tonificantes e refrescantes. O seu emprego beneficia os que sofrem de catarros bronquiais, bronquite crónica e asma. 332
Outros nomes: cana-sacarina, cana•doce. Esp.: cana miei, cana melar, cana dulce. Fr.: canne à sucre. Ing: sugar cane. Habitat: Encontra-se nas regiões subtropicais do Sul da Europa e na zona tropical das Américas Central e do Sul, especialmente em Cuba. Descrição: Planta da família das Gramíneas, parecida com a cana vulgar, e cujos caules aéreos podem atingir 4 metros de altura. A sua medula é muito doce e sumarenta. Partes utilizadas: os caules.
Saponaria offidnalís L
K
a & *. Preparação e emprego
Saponaria USO INTERNO
Expectorante e amiga da pele
O Decocção de 15 g por litro de água, de que se tomam até 2 chávenas por dia, adoçadas com mel. USO EXTERNO
A
NTIGAMENTE, as lavadeiras recorriam a esta planta para lavar e desengordurar <>s tecidos, particularmente a lã. Emprega-se habitualmente, para o cuidado da pele e do cabelo.
Toda a planta, e especialmente o rizoma e a raiz, contém unia saponina chamada saporrubina, de acção expectorante, diurética, colagoga e depurativa. As saponinas têm a propriedade de dissolver as gorduras na água, fazendo espuma.
€) Loções e compressas com uma decocção mais concentrada do que a de uso interno. ® Cataplasmas com folhas e/ou raízes cortadas às rodelas. O Lavagem do cabelo: Faz-se com uma decocção de 20 g de saponaria por litro de água.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
No campo, esfregar as mãos com flores de saponaria é, na falta de sabão, uma boa maneira de as lavar.
A sua propriedade mais importante é a expectorante, pela capacidade que tem de fluidificar as secreções bronquiais. Embora dê resultado nas afecções respiratórias IOI, devido à sua toxicidade por via interna, o uso da saponaria foi substituído por outras plantas mais seguras. Externamente, lorna-se altamente eficaz para combater os eczemas e erupções da pile {©,©1, assim como para a lavagem dos cabelos delicados IQL
Precauções
Não exceder as doses recomenda das no uso interno. Pode produzir in toxicações.
Outros nomes: saboeira, saboneira, erva-saboeira. Esp.: saponaria, fhierbaj jabonera, hierba de balaneros, jabõn de paio. Fr.: saponaire [officinalej, herbe à foulon, savonnière. Ing.: soapwort, soap root. / Habitat: Comum nas bermas dos caminhos e encostas de lugares húmidos, de toda a Europa e da América do Norte. Em Portugal, no Norte e Centro do pais. Descrição: Planta vivaz da família das Cariofiláceas, de 30 a 60 cm de altura, com caule erecto e abundante rizoma. As suas inflorescências terminais são de cor rosada e têm um cheiro agradável. Partes utilizadas: Toda a planta.
ia m cu Morugem Verdura silvestre expectorante e emoliente
E
STA humilde plaina c nmiio apreciada pelos pássaros e pelas galinhas; e também por aqueles que conhecem a Nalure/a e os dons que esta oferece aos seres humanos. Bem no início da Primavera, quando os campos começam a vestir-se de verde, a morugem apresenta umas pequenas Tolhas que nascem dos seus tenros caules. É então o momento de colhê-la e de preparar com ela uma excelente salada. Há quem a utilize como os espinafres. Crua ou cozinhada, a morugem não pica nem amarga, e nada fica a dever às hortaliças cultivadas.
Outros nomes: morugem-vulgar, morugem-branca, morugem-verdadeira, orelha-de-toupeira. Esp.: álsine. pamplina [de canários], berrilo, quilloiquilloi, pajarera, hierba de los canários, picagallina. Fr.: stellaire, mouron blanc, mouron des oiseaux. tng.: [common] chickweed. Habitat: Distribuída por todo o mundo. Prefere os lugares húmidos. Os agricultores consideram-na uma erva daninha dos campos cultivados. Descrição: Planta da família das Cariofiláceas, rastejante, com caules pouco consistentes. As folhas são ovaladas e terminadas em ponta. As flores são pequenas, com pétalas brancas que se abrem ao meio-dia, em forma de estrela. Partes utilizadas: toda a planta.
O
Preparação e emprego USO INTERNO O Crua em saladas ou cozinhada como os espinafres.
A morugem é uma planta silvestre muito apreciada pelas galinhas e pelos pássaros, assim como pelos seres humanos que conhecem as suas propriedades medicinais.
334
@ Decocção com 30 g de planta por litro de água. Ferver durante 15 minutos, iiitrar, e tomar 3 chávenas por dia, uma antes de cada refeição.
USO EXTERNO © Cataplasmas: Cozem-se 100 g de planta triturada em meio litro de água, até que se forme uma pasta homogénea. Aplicam-se em forma de cataplasma sobre a zona da pele irritada.
A morugem já foi mencionada por Dioscóridcs no primeiro século da nossa era, embora as suas propriedades medicinais só tenham vindo a ser bem conhecidas no século passado. O abade Kncipp, célebre mestre da medicina natural alemã, utilizou-a com êxito nas doenças das vias respiratórias.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a
planta é rica em sais minerais e oligoelementos (especialmente magnésio, silício, potássio, fósforo, ferro e cobre), assim como em vitaminas do grupo B e C. Também contém uma certa quantidade de saponinas (do latim saponem, sabão), substâncias que diminuem a tensão superficial da água e a tornam espumosa como a água com sabão. Nas mucosas do organismo, as saponinas provocam a
formação de uma espuma fina e persistente. As saponinas são o princípio activo mais importante da morugem. A elas se deve a maior parte das propriedades desta planta.
Além de expectorante e emoliente, a morugem tem um notável efeito tonificante. Por isso se recomenda aos estudantes, particularmente em época de exames, e a quem se encontre submetido a uma sobrecarga física ou intelectual.
• Expectorante: Utili/.a-sc nas bronquites de todo o tipo, e também nos simples catarros bronquiais, para provocar a eliminação das secreções secas ou espessas 101. • Emoliente: Emprega-se no caso de gastrite, para proteger a mucosa do estômago e aliviai" a sensação de peso que acompanha este transtorno IO.0). Também se utiliza no caso de colite (inflamação do intestino grosso), para facilitar uma evacuação regular e sem incómodos. Proporciona um suave efeito laxante 101. • Aplicada externamente, a morugem elimina a inflamação da pele devida a
contusões, irritações de origem física (atritos, queimaduras solares, etc.) ou química (por acção de substâncias tóxicas) 101. • Tonificante: Pelo seu conteúdo em sais minerais e vitaminas, a morugem estimula todo o organismo de forma natural, proporcionando uma sensação de vitalidade e de bem-estar. E por isso muito útil no caso de fadiga ou esgotamento (©,01. 335
Taxus baccata L
Teixo Venenoso, mas útil
T
ODAS as partes desta bela árvore são a l t a m e n t e tóxicas, excepto a cúpula c a r n u d a de cor vermelha q u e , à m a n e i r a de um cap u c h o , cobre a.s suas sementes. Dioscórides acreditava q u e era perigoso, até, sentar-se à s o m b r a do teixo. Diz-se q u e os povos celtas envenenavam as flechas c o m o s u m o desta árvore, paia paralisar as suas vítimas. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : A cú-
pula carnuda q u e envolve a.s sementes contém mucilagem, c com elas se prepara uma xarope peitoral para facilitar a expectoração IOI. C o n t é m também p r o t e í n a s e possui u m a a c ç ã o emoliente (suavi/ante e anii-inllamatória) em especial s o b r e o a p a r e l h o respiratório. O restante ria planta, i n c l u i n d o a semente p r o p r i a m e n t e dita, c o n t é m toxina, um alcalóide muito tóxico q u e causa convulsões, paralisia nervosa, cólicas e transtornos do ritmo cardíaco, até à paragem cardíaca e m o r i e . Antigamente, usava-se em p e q u e n a s doses para estimular o pcristaltismo intestinal e fazer subir a pressão arterial, mas para se conseguir este efeito utilizam-se hoje outras plantas não tóxicas. o teixo é abortivo, e m b o r a também não se use com este fim, devido 336
Outros nomes: Esp.: tejo. Fr.: if [à baies]. Ing.: yew. Habitat: Zonas sombrias de bosques e barrancos de toda a Europa, América do Norte e metade meridional da América do Sul. É mais frequente nos bosques de carvalhos ou azinheiras, e em terrenos calcários. Em alguns países goza de protecção especial, para evitar que se extinga. Cultivado como planta ornamental em parques e jardins. Descrição: Árvore ou arbusto da família das Taxáceas, de até 20 m de altura, dióica (flores masculinas e femininas em plantas separadas) e de folha perene. As sementes das flores femininas encontram-se envolvidas por uma cúpula carnuda de cor vermelha (arilo), que é um falso fruto. Partes utilizadas: os arilos (cúpulas carnudas que envolvem as sementes).
Precauções
O
Preparação e emprego
USO INTERNO O Xarope: Esmagam-se as cúpulas (sem as sementes) e adiciona-se-lhes igual peso de açúcar e a água necessária, até total dissolução. Tomar de 6 a 18 colheradas diárias.
Planta muito tóxica, excepto a cúpula de cor vermelha das sementes (arilos). A ingestão de algumas folhas pode causar a morte a uma criança. Em caso de intoxicação, provocar o vómito ou aplicar uma lavagem ao estômago e administrar grandes doses de carvão vegetal. É necessário proceder à transferência imediata do envenenado para um hospital.
à sua grande toxicidade. I lá que recordai" o aforismo que diz: "Os abortivos são venenos, tanto para o Feto como para a mãe." No.s últimos anos. investigadores norte-americanos e franceses descobriram no teixo uma substância chamada taxai, que tem a propriedade do impedir a reprodução das células minorais (acção aniimnóiica). lnvestiga-se actualmente a possível aplicação do laxol e dos seus derivados no tratamento do cancro, com expectativas promissoras. Diga-se que o laxol se encontra em quantidades muito pequenas na casca e nas folhas do teixo, pelo que o uso directo da
O
planta não leni qualquer utilidade, além de ser muito tóxica devido ao alcalóide laxina. Paradoxalmente, esta planta venenosa, chamada por alguns "a árvore da morte", pode conter remédios muito úteis para salvar a vida dos doentes de cancro. O mundo vegetal conserva ainda muitos segredos por desvendar.
0 teixo contra o cancro
O interesse pelo teixo começou em 1960, no Instituto Nacional do Cancro dos Estados Unidos. Um grupo de cientistas descobriu que o extracto da casca de uma espécie de teixo, chamado teixo-do-pacífico (Taxus brevifolia), mostrava uma notável actividade antitumoral sobre as células cancerosas. Em 1971, identificou-se o princípio activo do extracto de teixo e deu-se-lhe o nome de taxol. A sua extracção é muito dispendiosa, pois para se obterem 100 mg de taxol é preciso um quilo de casca da árvore. Felizmente, conseguiu-se sintetizar quimicamente o taxol, sem necessidade de dispor da casca da árvore. Nas numerosas investigações já realizadas, o taxol tem-se mostrado eficiente contra o cancro do ovário avançado, resistente a outros tratamentos, e contra o cancro da mama com metástases. A aplicação clínica do taxol tem sido adiada, à espera de que os investigadores consigam reduzir os seus efeitos tóxicos (diminuição dos glóbulos brancos), alergia, náuseas e queda do cabelo.
Todas as partes do teixo sào muito venenosas, excepto as pequenas cúpulas carnudas, de cor vermelha, que envolvem as sementes e se chamam arilos. Estes são muito ricos em mucilagem e servem para preparar um xarope peitoral que facilita a expectoração. Da casca da árvore, especialmente do teixo-do-pacífico, extrai-se uma substância capaz de travar o desenvolvimento do cancro.
337
Thymus serpyllum L
ei m *J i
O
Serpão Acalma a tosse e as dores
A
SEMELHANÇA de outras plantas cia Iam ília das Labia-
das, como o orégão (pág.
464), o tomilho (pág. 769), a hortelã-pimenta (pág. 366), o poejo (pág. 461), o serpão exala um aroma agradável. Não é fácil diferençá-lo do tomilho {Thymus vulgaris L., pág. 769), sobretudo porque existem várias subespécies intermédias. No entanto, estas ires características do sei pão não costumam estar ausentes: Outros nomes: serpil, serpilho, serpol, erva-ursa. tomilho.
/ O lábio superior do cálice das suas flores acha-se dividido em três dentes profundos;
Esp.: serpol. serpillo, tomillo silvestre, tomillo saisero, tomillo sanjuanero. Fr.: thym [bâtard], [thym] serpolet. Ing.: [wildj thyme, mother of thyme.
/ As folhas, que são planas e verdes por ambas as faces (o tomilho tem os
Habitat: Terrenos secos, áridos ou pedregosos em terras baixas ou encostas montanhosas de toda a Europa, até 2500 m de altitude. Naturalizado na América do Norte. Descrição: Planta vivaz da família das Labiadas. que atinge até 40 cm de altura. Os caules são rasteiros, as folhas pequenas e planas, e as flores são cor-de-rosa ou púrpura, agrupadas em inflorescências terminais. Partes utilizadas: as sumidades floridas.
O
Preparação e emprego
USO INTERNO O Infusão com 20-40 g por litro de água, de que se tomam de 3 a 5 chávenas cada dia. Pode-se adoçar com mel. Como antitússico, administra-se uma ou duas colheradas de hora em hora, até que a tosse se acalme. © Essência: Administram-se 3-5 gotas, 3 vezes ao dia. USO EXTERNO © Banhos: Acrescenta-se à água de uma banheira média 2-3 litros de uma decocção feita com 50-100 g, que se tenha deixado ferver durante 5 minutos. O Lavagens, bochechos e gargarejos: Fazem-se com a mesma infusão que para uso interno, mas mais concentrada. © Compressas e fricções com a essência. O serpão acalma a tosse e tonifica todo o organismo. 338
Para t o m a r um b o m b a n h o tonificante, acrescentam-se à água da b a n h e i r a 2-3 litros de uma decocção feita com 50-100 gramas de sumidades floridas de serpão por litro de água. Toma-se q u e n t e . Dá m u i t o bons resultados em caso de depressão, astenia e esgotamento, tanto em crianças como nos adultos.
bordos das folhas voltados para baixo, e estas são esbranquiçadas na página inferior). / O aroma lembra o do limão ou o da erva-cidreira. P R O P R I E D A D E S E INDICAÇÕES: AS fo-
lhas e as flores c o n t ê m unia essência de composição variável s e g u n d o as subespécies, mas q u e s e m p r e possui ctmol, timol e carvacrol. T a m b é m contém p e q u e n a s q u a n t i d a d e s de ácidos fenólicos, flavonóides e t a n i n o s . As p r o p r i e d a d e s do s e r p ã o são-lhe conferidas pela sua essência: digestiva, antiespasmódica, expectorante e antíséptica. As suas aplicações são semelhantes às de outras plantas da família das Labiadas, com as seguintes particularidades: • Afecções respiratórias: O serpão dá muito bons resultados c o m o calmante da tosse, e s p e c i a l m e n t e da tosse seca convulsiva das c r i a n ç a s (O.Ql. T a m b é m se usa na tosse convulsa e
em t o d o o tipo de c a l a r r o s b r o n quiais. • A f e c ç õ e s digestivas: O serpão utiliza-se contra a atonia do estômago, as digestões pesadas, as flatulências e as dispepsias em geral. IO.0I. • A f e c ç õ e s bucais e anais: Pela sua a c ç ã o anti-séplica, o s e r p ã o é m u i t o indicado para fazer lavagens e bochec h o s em feridas ou inflamações das mucosas do a p a r e l h o digestivo, q u e r seja na boca (aftas ou chagas) q u e r no ânus (fissura anal) 101. Km gargarejos, é muito benéfico no caso de amigdalite (anginas) ou de faringite. • Reumatismos e nevralgias: Aplicada localmente, a essência de s e r p ã o acalma as d o r e s da ciática, das nevralgias faciais e das dores reumáticas em geral 10). • Depressão, astenia e esgotamento: Dão muito bons resultados os banhos q u e n t e s com serpão; são tonificantes e reviíalizanies l€)l. Convêm tanto às crianças débeis c o m o aos adultos necessitados de um estímulo natural. 339
Trífofíum pratenseL
OJ
Trevo-dos-prados Peitoral e digestivo
S * U E . Preparação e emprego
USO INTERNO O Decocção durante 10 minutos, de 20-30 g de folhas e/ou flores por litro de água, da qual se tomam até 5 chávenas por dia. USO EXTERNO
A
MANCHA branca que as folhas do trevo apresentam fez pensar os partidários da teoria dos sinais que esta plaina deveria ser boa para tratar as cataratas. Dioscórides (século I d.(].) dizia que o sumo do trevo misturado com mel -resolve as nuvens, manchas brancas e outros impedimentos que obscurecem a vista». Actualmente conhecemos as suas verdadeiras aplicações. Contém taninos, glicósidos, ácidos orgânicos e pigmentos. Dá resultado nas afecções respiratórias (bronquites, tosse e rouquidão) e nas digestivas (diarreia, gastrite, falta de apetite) IO). Não está demonstrado que seja úti contra as cataratas. Externamente, usa-se em banhos e compressas contra as irritações e inflamações da pele l©l. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
© Compressas e banhos com a mesma decocção, porém mais concentrada.
Trevo-branco
O trevo-branco* (Trifolium repens L, Trifolium nigrescens Schur.) é uma espécie semelhante ao trevo-dos-prados ou trevo-violeta. mas diferindo na cor das flores, que são brancas. O trevo-branco tem um cheiro intenso a feno. Além de ter as mesmas aplicações medicinais que o trevo-dos-prados, a sua decocção acrescenta-se à água do banho para se obter um acentuado efeito anti-reumático. " Esp.: trébol blanco, trébol rastrero, trébol de coche, trébol de Holanda. Fr.: trèfle blanc. Ing.: white clover.
Outros nomes: trevo, trevo-violeta. Esp.: trébol común, trébol rojo, trébol colorado, trébol violeta, trébol violado, trébol de los prados. Fr.: trèfle [commun], trèfle rouge, trèfle des prés. Ing.: wild clover, red clover. Habitat: Prados e pastos húmidos, especialmente de solo calcário, da Europa e da América do Norte. Descrição: Planta herbácea vivaz da família das Leguminosas, que atinge até 50 cm de altura. As folhas são divididas em (rês fofiofos ovalados que apresentam uma mancha branca característica na face superior. Os capítulos florais são de um tom vermelho - violáceo. Partes utilizadas: As flores e as folhas.
340
Tussllago fariam L.
Tussilagem O antitússico por excelência
O
S ESCRITORES latinos da antiguidade definiam a tussilagem como Jilhtí (nite /Mirem (o filho anões do pai), dado que as flores nascem no princípio da Primavera, dois ou três meses antes das folhas. Es(as só chegam à maturidade quando já as flores começam a murchar. Esta planta utili/a-sc para combater a tosse desde os tempos mais remotos. Dioscórídes descreveu a tussilagem com o nome grego de bekiori, de onde ficou o termo 'béquico* para referir a propriedade de acalmar a tosse e a irritação da garganta. A tussilagem contínua, passados dois mil anos, a ser O béquico por excelência.
Outros nomes: tussilagem-l'arfara, farfara, unha-de-cavalo, unha-de-asno, erva-de•são-quirino. Esp.: tusilago, fartara, pie de caballo, una de caballo, pata de mulo, passo de asno, una de asno, pata de vaca. Fr.: tussilage, pas-d'âne. ing.: coltstoot, British tobacco. Habitat: Terrenos húmidos e frios de toda a Europa. Prefere os solos argilosos, embora também se possa encontrar nos calcários. Encontra-se no continente americano, embora aí seja pouco comum. Descrição: Planta vivaz, da família das Compostas, que atinge até 30 cm de altura. Dos seus caules subterrâneos saem cada ano caules fioríferos, carnudos, cujas folhas estão reduzidas a escamas; na extremidade destes caules iorma-se o capitulo floral, de cor amarela. As folhas grandes, de pecíolo comprido, aparecem depois das flores, e têm a página inferior esbranquiçada. Partes utilizadas: as folhas secas e os capítulos florais.
Õ
Preparação e emprego
Precauções USO INTERNO
As folhas de tussilagem usavam-se em salada, para combater o escorbuto, dada a quantidade de vitamina C que contêm. No entanto, é preferível não se comerem as folhas tenras cruas, porque contêm pequenas quantidades de um alcalóide tóxico para o fígado, que desaparece com a secagem.
O Infusão com 30-50 g de planta seca por litro de água, de que se tomam de 3 a 5 chávenas diárias, quentes. Para melhorar o gosto, que não é muito agradável, basta juntar uma pitada de hortelã ou de anisverde Às crianças pequenas, dáse em colheradas com intervalos de meia ou de uma hora. A infusão deve ser filtrada antes de
se usar, para eliminar os pequenos pêlos que se soltam dos capítulos florais, que podem irritar a garganta. USO EXTERNO
© Gargarejos: Com a mesma infusão que para o uso interno, ou um pouco mais concentrada. €) Compressas e loções sobre a zona da pele afectada, com a infusão concentrada
341
A infusão de foihas secas e capítulos florais da tussilagem constituem um valioso complemento dos pianos ou tratamentos para deixar de fumar. A sua acção consiste em limpar os brônquios de secreções, favorecendo a sua eliminação.
a sua eliminação, acalma a tosse, dilata os brônquios e desinilama as mucosas respiratórias. Muito apropriada para tratar bronquites agudas e crónicas, catarros brônquicos, asma, enfisema pulmonar, broncopneumonia, gripe, traqueíte, laringite, faringite e amigdalite (anginas) IOI. Dá muito bons resultados em caso de afonia, aplicada tanto interna IO) como externamente 101.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS ca-
pítulos florais, c sobretudo as folhas, contêm abundantes mucilãgens com propriedades expectorantes, béquicas, aniiiussicas e emolientes (suavizamos) sobre as vias respiratórias. Contém também álcoois triterpénicos e ílavonóides (rutina e hiperósido) de acção antiespasmódica suave, que contribuem para a acção antitússica e broncodilatadora da tussilagem. 342
Possui também propriedades sudoríficas e depurativas, pois provoca a eliminação de toxinas tanto pela urina como pela transpiração 101. Esta acção torna-se muito útil para combater o componente infeccioso da maior parte das afecções respiratórias. A tussilagem torna-se pois indicada em todas afecções respiratórias: fluidifica as secreções bronquiais e ajuda
Nas bronquites agudas e broncopneumonias, para usá-la é preferível esperar que tenha passado a fase aguda (dois ou três dias) e comece a desaparecer a congestão inicial. A tussilagem é uma planta aliada do ex-fumador, pois contribui para regenerar as mucosas respiratórias de quem tenha deixado de fumar. Tomada em infusão IOI, torna-se sumamente útil nas curas de desintoxicação do tabaco, para ajudar a limpar os brônquios das secreções acumuladas. Tanto é assim que é um ingrediente fundamental dos chamados "tabacos de ervas". No entanto, o melhor, para quem sofra dos brônquios, é abster-se de todo o tipo de fumos, inclusive daquele que é produzido pela tussilagem. Externamente, utiliza-se para curar diversas afecções da peie: feridas e úlceras, erupções e inflamações (dermatites), assim como para reduzir a transpiração excessiva dos pés. É útil para as pessoas que se queixam de pele gordurosa, e dá muito bom resultado aplicada sobre o couro cabeludo paia o limpar e fortalecer l©l.
J
Verbascum tnapsusL
Preparação e emprego
Verbasco Suaviza os brônquios e todos os tecidos
USO INTERNO O Infusão: 20-30 g de flores por litro de água. Tomam-se 3 ou 4 chávenas diárias, depois de ter sido cuidadosamente filtrada com um pano fino, com o fim de eliminar os pelinhos. @ Extracto seco: A dose habitual é de 0,5 a 1 g, 3 vezes ao dia. USO EXTERNO €) Compressas empapadas numa decocção de 60-80 g de folhas e flores por litro de água. Aplicam-se sobre a pele afectada.
A
S VIRTUDES peitorais do verbasco já eram conhecidas na Grécia clássica por Hipócrates e por Dioscóridcs. Desde então, tem vindo a ser utilizada com êxito na fitoterapia. As folhas têm-se utilizado como mechas de candeia e como pensos para feridas. A sua aveludada suavidade já lhe mereceu o qualificativo de "papel higiénico" silvestre.
flores, sobretudo, e em menor quantidade as folhas, contêm mucilagem, a que devem a sua acção emoliente (suavizam os tecidos); saponinas e flavonóides, de efeito anti-inflamatório, antitússico e antiespasmódico; e diversos glicósidos e pigmentos. E diurético e sudorífico suave. O seu uso está indicado nos seguintes casos: PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS
* Irritações das mucosas respiratórias: faringite, laringite, catarros brônquicos e asma (pela sua acção antiespasmódica). Alivia a tosse e facilita a expectoração IO.0L • Aplicado externamente, é útil nos furúnculos, queimaduras, frieiras e hemorróidas IO,OI. Pode-se aplicar tanto em compressas embebidas numa decocção de folhas e flores, como em cataplasmas feitas com as folhas fervidas em leite.
O Cataplasmas: Faz-se com as folhas fervidas em leite, aplicadas sobre a zona afectada.
Outros nomes: baròasco, erva-de-são-fiacre, tróculos-brancos, vela-de-nossa-senhora. Brasil: cirio-do-rei. Esp.: gordolobo común, gordolobo macho, verbasco, candelária, candeia regia, escobizo. Fr.: bouillon blanc. molène. Ing.: mullein, Aaron's rod, hedge-taper. Habitat: Espalhado pelos lugares incultos e terrenos pedregosos de toda a Europa. Em Portugal encontra-se de Trás-os-Montes e Minho até ao Alentejo, embora pouco frequente. Conhecido no continente americano. Descrição: Planta bienal da família das Escrofuiárias, de caule erecto, que pode atingir 1,5 m de altura. As folhas são grandes e cobertas de abundantes pêlos lanosos. As flores são de cor amarela e nascem em grossas espigas. Partes utilizadas: as flores e as folhas.
343
Viola odorata L.
Violeta Peitoral e aromática
A
VIOLETA pertence à mesma família botânica que O amor-perfeito-bravo (pág. 735). As Flores de ambas as plantas são igualmente bolas c delicadas. Diferem em que as da violeta têm duas pétalas para cima c três para baixo, enquanto as do amor-perfeito-bravo têm quatro pétalas para cima e uma para baixo.
Hipócrates, no século V a.C, já recomendava as violetas pata o tratamento das enxaquecas. No princípio do século XX atribiiiu-se-lbcs a faculdade de curar os tumores cancerosos, o que nunca pôde ser confirmado. A violeta é uma das plantas peitorais mais apreciadas em Fitoterapia. Toda a planta contém saponinas (especialmente a raiz), que a fazem expectorante e diurética; mucilagens, de acção emoliente, bcquica (antiiúsxica) e laxante; ácido salicílico, de cieilo anti-inflamatório e sudorífico; pigmentos (antocianinas) e glicósidos, a que se atribui o seu suave efeito diurético; e essência, nas flores, que lhes outorga o seu agradável aroma. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
As FLORES têm as seguintes aplicações: • Afecções respiratórias: Pelo seu conteúdo em saponinas, fluidificam as secreções bronquiais, descongestionam os brônquios c acalmam a tosse 10,ôl. As mucilagens exercem uma acção 344
Outros nomes: violeta-de-cheiro, violeta-roxa, viola. Esp.: violeta, violeta común, violeta olorosa, viola. Fr.: violette (des jardins], violette odorante. Ing.: [garden] violei sweet violei Habitat: Prados e bosques húmidos de toda a Europa. Cultivada e difundida no continente americano. Bastante disseminada, embora pouco frequente. Descrição: Planta vivaz da família das Violáceas, que atinge de 5 a 15 cm de altura. É desprovida de caules aéreos, e tanto as folhas como as flores nascem de uma cepa central mediante compridos pedúnculos. Flores da característica cor violeta, embora por vezes sejam brancas ou rosadas, com 5 pétalas e muito aromáticas. Partes utilizadas: As flores, as folhas e as raízes.
O
Preparação e emprego USO INTERNO
0 Infusão com 30-40 g de folhas e/ou flores por litro de água, de que se lomam 3 ou 4 chávenas por dia. Tem um sabor muito agradável. © Xarope de violeta: Pode substituir a infusão, especialmente para as crianças. Prepara-se com 50 g de flores, que se deixam em maceração em meio litro de água durante 12 horas. Depois de filtrada, acrescentam-se-lhe 200 g de mel e ferve-se durante 5 minutos. Administram-se de 1 a 3 colheradas cada duas horas. €) Decocção vomitiva: Prepara-se com 10-20 g de raiz triturada, num
quarto de litro de água. Ferve-se até que o líquido fique reduzido a metade. Tem que se tomar uma colherada de 5 em 5 minutos, até produzir o vómito. 0 Pó de raiz dissolvido à razão de 1 -4 g em meio copo de água; com o que se torna o efeito vomitivo ainda mais intenso USO EXTERNO
© A mesma infusão descrita para uso interno aplica-se em bochechos, em gargarejos, em lavagens às pálpebras, ou em compressas e fomentações sobre a fronte.
O xarope de violetas torna-se especialmente benéfico para as crianças, em caso de catarro brônquico ou de gripe. Açaima a tosse, fluidifica as secreções bronquiais e favorece a sudação. Além do xarope, os adultos também podem tomar a violeta em infusão de folhas e/ou flores.
suavizante e anti-inflamatória sobre iodas as mucosas; as das violetas actuam especialmente sobre as mucosas do aparelho respiratório. A violeta é, pois, uma planta muito útil para o tratamento dos catarros brônquicos, bronquites, traqueíte e broncopneumonia. As violetas são também sudoríficas, pelo que se recomendam especialmente quando a afecção respiratória se faz acompanhar de febre, tomo costuma acontecer com a gripe. Possuem ainda um suave efeito diurético c laxante, muito conveniente para os doentes febris. • Cistite: Rccomendam-se, neste caso, em virtude da acção anti-inflamatória que as mut ilagens exercem sobre o aparelho urinário IO.91. • Enxaquecas e cefaleias: Tem-sc usado com êxito, desde tempos antigos, embora não se saiba bem qual dos princípios activos da violeta é responsável por esta acção. Tradicionalmente, as dores de violeta aplic am-se lauto por via oral (infusão) IOI como em compressas ou lomentaçõcs sobre a fronte l@l. • Afecções bucais e da garganta: Externamente, a infusão usa-se para fazer bochechos ou gargarejos em caso de
estomatite (inflamação da mucosa bucal), gengivite, amigdalite, laringite e afonia í©l.
com maior efeito sudorífico, diuveti co e laxante. Costumam usar-se mis turaclas com as llores.
• Aplica-se em lavagens sobre os olhos 101 em caso de blefarite (inflamação das pálpebras) e de conjuntivite.
As RAÍZES são muito ricas em sapo ninas, pelo que têm uma acção eme tica (vomiliva) 10.01. Administram-sc para provocar o vómito em caso de in toxicação alimentar ou de indigestão
As FOLHAS das violetas têm propriedades semelhantes às flores, mas
PLANTAS PARA O APARELHO DIGESTIVO SUMÁRIO DO CAPÍTULO DOENÇAS E APLICAÇÕES Anomia, ver Apetite, falta de . . .347 Apetite, falta de 347 Hálito fétido, ver Mau hálito .. . .347 IIali tose, ver Mau hálito 347 Inapelência, ver Apetite, falta de .347 Mau hálito 347 Plantas digestivas 348
N e n h u m tratamento, seja com plantas ou com fármacos, pode compensar os transtornos digestivos devidos a uma alimentação incorrecta.
PLANTAS Abelmosco 362 Abrunheiro-bravo 372 Alcaravia 365 Amor-de-horlelão 361 Anelo = Endro 349 Ansarinha = Argentina 371 Argentina 371 Aspénda-odorífera 351 Assa-fétida 359 Basílico = Manjericão-grande ... .368 Baunilha 376 Beladona 352 Camomila 364
Q
UASE TODAS as plantas medicinais exercem algum tipo de efeito sobre o aparelho digestivo. Aquelas que descrevemos neste capítulo actuam sobre o conjunto dos órgãos digestivos, entre os quais o estômago, o intestino, o ligado e o pâncreas, listas plantas facilitam a digestão mediante duas acções fundamentais: • Activam as ondas peristálticas, que são as contracções do tubo digestivo que fazem progredir o conteúdo intestinal. Quando estas contracções não são suficientemente intensas, ou não produzem
346
Camomila-romana = Macela ... .350 Cocleária 356 Dictamno 358 Didamno-real 358 Endro 349 Erva-coalheira 361 Funcho 360 Gengibre 377 Hibisco 363 Hortelã-pimenta 366 Macela 350 Manjericão-grande 368 Manjerona 369 Margaça-das-boticas = Camomila .364 Milola 363 Nêveda-dos-gatos 367 Pimenta-malagiteta = Pimentão . .354 Pimentão 354 Pimenteira 370 Piri piri = Pimentão 354 Rosa-do-japão 362 Segurelha 374 Segurelha-dos-jardins 375
efeito, o bolo alimentar não avança correctamente, e a digestão faz-se de modo lento e pesado. • Aumentam a secreção de sucos digestivos por parle do estômago, intestino e pâncreas, cuja carência torna lento o processo da digestão. Para que estas plantas sejam realmente eficazes, deve-se seguir uma alimentação conecta, o mais saudável e natural possível. Não existe nenhuma planta medicinal, nem por certo qualquer fármaco, capa/.es de compensar os eleitos negativos de uma dieta inadequada.
I
A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS 2 " Parte:
Doença
Planta
D e s c r i ç ã o
Uso
Pág. Acção
MAU HÁLITO Cheiro anormal do ar expirado. Deve-se geralmente a causas bucais (piorreia), gástricas (retenção de alimentos no estômago) ou intestinais (fermentações e putrefacções). Além destas plantas, servem todas aquelas que combatem a piorreia (cap. LO), a dispepsia (cap. 19) e as fermentações intestinais (cap. 20).
APETITE, FALTA DE Qualquer alteração ao longo do aparelho digestivo, desde o esófago até ao intestino, pode provocar uma falta de apetite (anorexia nervosa). Também pode ser causado por transtornos psíquicos. Antes de aplicar qualquer tratamento para abrir o apetite, deve-se diagnosticar a causa da inapetência.
SANAMUNDA
194 Tónico digestivo, anti-séptico bucal
Infusão, bochechos
PISTÂCIA
197 Perfuma o hálito, combate a piorreia
Almécega (resina) mastigada ou em pastas dentífricas
EUCALIPTO
Combate as fermentações intestinais, 304 elimina as toxinas intestinais causadoras do mau hálito
Carvão da madeira em pó (também serve o carvão da madeira de outras árvores)
POEJO
461 Combate as fermentações intestinais
SANAMUNDA
194 Activa os processos digestivos
Infusão Infusão de rizoma, raiz ou folhas secas
MARROIO
316
Aumenta o apetite, facilita a digestão
Infusão de sumidades floridas e folhas
ARGENTINA
371
Abre o apetite, facilita a digestão
Decocção de folhas e flores
ABRUNHEIRO-BRAVO •
—
O 7 ? Estimula os processos digestivos, aperitivo, tonificante 374
%££>*£*''*»*»•
&nrti ira
A?Z Aumenta a secreção dos sucos
«NGEUCA
4^0
ABSINTO
428 Tónico amargo, aumenta o apetite
g a b r e Q a p e t
jte>
e
|jmina o
Frutos frescos, em xarope ou em decocção infusão, essência
Infusão ou decocção de raiz
s g a s e s
Cardo-santo
FEL-DA-TERRA
436
Estimula os movimentos de esvaziamento do estômago
r.msA « i ^ I\AA Tonifica o estômago CARDO-SANTO 444 e to do o aparelho digestivo
Infusão de sumidades floridas
Infusão ou decocção de folhas
GENCIANA
Contém amargos que excitam a secreção Maceração, decocção, pó 452 de todas as glândulas digestivas ou extracto de raiz
LOUREIRO
457
Facilita a digestão, abre o apetite
Infusão de folhas e frutos
Abre o apetite, estimula o esvaziamento do estômago
Infusão de sumidades floridas ou de raiz
MlLEFÓUO
691 Tonilica os órgãos digestivos
Irrlusão de sumidades floridas
nuiNfl VUINA
7co
ARTEMÍSIA HRTEMISIA
Segurelha
Infusão de folhas e capítulos florais
fi?4 0^4
iot
Aperitiva, tonificante, combate as fermentações intestinais
Infusão da casca
347
a
Cap. 1 7 : PLANIAS PARA O APARELHO OIGESTIVO
Plantas digestivas £sfas plantas exercem uma acção favorecedora do conjunto dos processos digestivos, regulando a motilidade do estômago e do intestino (ondas peristálticas) e aumentando a secreção dos sucos necessários para a digestão.
Pág.
Plantas
Lúpulo
Plantas
158
Papaieira
435
Erva-cidreira
163
Fel-da-terra
436
Verbena
174
Chicória
440
Pág.
Alteia
190
Caneleira
442
Arando
260
Cardo-santo
444
Urtiga-maior
278
Calumba
446
Alcaçus
308
Coentro
447
Serpão
338
Cominho
449
Macela
350
Genciana
452
355
Condurango
454
Funcho
360
Anis-estrelado
455
Camomila
364
Jasónia
456
Hortelã-pimenta
366
Loureiro
457
Manjerona
369
Lúcia-lima
459
Segurelha
374
Poejo
461
Baunilha
376
Anis-verde
465
Gengibre
377
Verónica
475
Boldo
390
Zimbro
577
Alcaravia
Dente-de-leão
397
Levístico
578
Cálamo-aromático
424
Aljôfar
579
Ananás
425
Monarda
634
Angélica
426
Salva
638
Absinto
428
Milefólio
691
Estragão
430
Aloés
694
O funcho (pág. 360) pertence à família das Umbeliferas, j u n t a m e n t e com o endro, a angélica, a alcaravia, o coentro, o anis e o cominho, entre outras plantas. Todas elas produzem essências de acção digestiva e carminativa (combatem os gases intestinais).
348
Em muitas ocasiões, a dor abdominal deve-se a transtornos funcionais da digestão, tais como "nervos no estômago', excesso de gases, misturas inadequadas de alimentos e prisão de ventre. As plantas digestivas regulam e normalizam os processos digestivos, desde que se corrija primeiramente o factor causal.
Anethum graveolens L
Preparação e emprego
Endro Aperitivo e antiflatulento
USO INTERNO O Infusão com uma colher de sopa (mais ou menos 15 g) de sementes, em meio litro de água. Tomar 2 ou 3 chávenas diárias, depois das refeições.
O
ENDRO é uma das plainas medicinais mais antigas: os Egípcios, os Gregos e os Romanos já a conheciam e apreciavam, usando-a como remédio e como condimento. O seu aspecto é muito semelhante ao do funcho, e diz o médico espanhol do século XVI, Andrés de Laguna, que «se o gosto não fosse o juiz, facilmente se enganaria a vista, tomando um pelo outro». Efectivamente, o endro tem um sabor mais forte e picante do que funcho, ainda que as propriedades de ambos sejam muito semelhantes. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: As se-
mentes do endro contêm uma essência (3%-4%), cujo componente mais importante é a carvona. É um poderoso carminativo (elimina os gases e flatulências intestinais), e aperitivo, além de diurético, galactogogo (aumenta a produção de leite) e ligeiramente sedativo. Também tem efeito emenagogo (estimula a menstruação). As suas indicações mais importantes são os arrotos e os soluços infantis, assim como o excesso de gases no estômago (aerofagia) c as flatulências intestinais dos adultos IOI. Também se utiliza como sedativo no caso de vómitos, e como estimulante da secreção do leite nas mães que amamentam.
Sinonímia científica: Anethum sowa Roxb. Outros nomes: endro-ordinário, endrão, anato, funcho-bastardo. Esp.: eneldo, aneto, anega, anisillo, hinojo [falso]. Fr.: aneth (odorant), fênoueilpuant. Ing.: [garden] dili, dilly, sowa. Habitat: Originário da Ásia Menor e actualmente disseminado, tanto em estado silvestre como cultivado, em toda a Europa mediterrânea e América. Descrição: Planta herbácea da família das Umbelíferas, que atinge de 30 a 50 cm de altura. O caule é estriado e as flores, amarelas, estão dispostas em umbelas de 15 a 30 raios desiguais. Partes utilizadas: as sementes.
34
* í*
AnthemlsnoblIlsL
Preparação e emprego
Macela
USO INTERNO
O Infusão: 5-10 g de capítulos por litro de água. Tomam-se até 6 chávenas por dia.
Digestiva e antiespasmódica
O Pó: A dose oscila entre 2 e 10 g diários. Ingere-se diluindo-o em água, acompanhado com um pouco de mel. €> Essência: Administram-se 2-4 gotas, 3 vezes ao
T
AMBÉM se chama camomila-romana a esta planta, porque se cultivava cm Roma, nos séculos XVI e XVII. Não consta, no entanto, que fosse conhecida pelos antigos Gregos ou Romanos. A pesar de as suas propriedades serem muito semelhantes às da verdadeira camomila (pág. 364), esta planta conservou a sua personalidade própria e o seu lugar na fitoterapia. PROPRIEDADES
E
INDICAÇÕES:
O Compressas embebidas em uma decocção de 20-30 g de capítulos por litro de água, que se aplicam sobre a pele. 0 Lavagens oculares com a mesma decocção. © Fricções: Aplicam-se sobre a pele com a essência dissolvida em álcool.
A
essência da macela, ou camomila-romana, contém caznazuleno, de acção antí-inflamatória, diversos ésteres e um princípio amargo de acção digestiva e carminativa (ajuda a expulsar os gases intestinais). Contém além disso cumarinas e ílavonóides de acção antiespasmódica. Possui também propriedades emenagogas (estimula e normaliza a menstruação) e anti-reumáticas. Aplica-sc em uso interno: • Afecções digestivas (principal aplicação): indigestões, dispepsia (digestão difícil), flatulências, náuseas [O.0OI. • Cólicas intestinais, biliares ou renais: como antiespasmódica IO.©,0). • Dores menstruais IO.O,©l Externamente usa-se para: • Reumatismo: em Fricções MM. • Cicatrização das feridas, mediante a aplicação de compressas sobre a pele 101. • Lavagens oculares: como colírio l©l. 350
USO EXTERNO
Outros nomes: macela-dourada, maceia-fior, maceta-galega, macefa-de•botão, macelão, marcela, camomila-de•paris, camomila-romana, falsa-camomila. Esp.: manzanilla romana, camomila romana, matricaria. Fr.: camomille romaine. Ing: Roman camomila, English camomila. Habitat: Campos cultivados, prados e alqueives de terreno silicioso da Europa Ocidental. Conhecida no continente americano. Descrição: Planta vivaz da família das Compostas, de 10 a 30 cm de altura e vilosa ao tacto. É mais baixa e ramificada que a camomila. As suas folhas são muito finamente segmentadas. Os capítulos florais são muito parecidos com os da camomila, mas têm um aroma mais intenso. Partes utilizadas: os capítulos florais.
Aspérula-odorífera Uma planta eficiente mas pouco utilizada
Preparação e emprego
USO INTERNO O Infusão: 40-50 gramas de planta seca por litro de água, de que se ingerem 2 ou 3 chávenas por dia. USO EXTERNO © Lavagens oculares: Fazem-se com uma decocção de 50 g de planta por litro de água. Deve ferver durante pelo menos 5 minutos, para que fique esterilizada antes de se aplicar aos olhos.
N
OS PAÍSES germânicos, há muitos séculos que se fabrica com ela O Muiwein (vinho de Maio), bebida alcoólica obtida por maceração das aspérulas em vinho branco. Felizmente, o seu uso é cada vez menor, pois, quando se toma com certa regularidade, provoca violentas dores de cabeça, perda da memória e Uanstornos do sistema nervoso. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O seu
princípio activo é o asperulósido, um gHcósiclo que se transforma em cumarina quando a planta se seca. São muitas as propriedades atribuídas à aspérula: • Antiespasmódíca: Facilita a digestão das pessoas nervosas. Combate os espasmos do estômago c do intestino IOI. É este o seu efeito mais importante. • Sedativa e soporífera (indutora do sono) em doses altas IOI. • Anticoagulante e fluidificante do sangue IOI. • Diurética e anti-séptica urinária, pelo que o seu uso c também indicado no caso de infecção urinária (pielonelrite e cistite), assim como de litíase (pedras nos rins) IOI. • Anti-inflamatória ocular: Aplica-se em caso de blefarite (inflamação das pálpebras) e conjumivive l€M.
Outros nomes: Esp.: aspérula olorosa, aspérula, asperila [de los bosques], hepática estrellada, hierba de las siete sangrias, reina de (os bosques. Fr.: aspérule [odorante], reine des bois. Ing.: [sweet] woodruff. Habitat: Vive nos bosques frescos e faiais da zona temperada da Europa. Cultivada nos Estados Unidos e noutros países da América. Descrição: Planta vivaz da família das Rubiáceas, que atinge 20-30 cm de altura. As suas folhas, que nascem em grupos de 6 ou 8, têm forma lanceolada e uma superfície áspera, tal como o seu nome indica. As flores são brancas. Partes utilizadas: toda a planta, salvo a raiz.
351
Atropa beiladonna L
H
Beladona Tóxico potente e medicamento insubstituível
R
EFERE Mattíoli, notável botânico italiano cio século XVI, tradutor e comentador dos livros de Dioscórides, que os toscanos chamavam a esta planta herba brlla (fauna. - Que olhos tão grandes e brilhantes que tens! domo os conseguiste? pergunta uma dama a outra. - É muito fácil: deixando cair nos olhos umas gotinhas do sumo que deitam as bagas negras de uma planta que cresce nas montanhas.
Foi possivelmente assim que, na Itália medieval e renascentista, surgiu a moda de andar com as pupilas dos oIhos dilatadas. Mas não foram só as mulheres que usaram esta planta que servia para fins cosméticos. Os bruxos e envenenadores medievais descobriram que, dando-a a ingerir às suas vítimas, podiam produzir alucinações e delírios, além de uma grande varic-
CHO
CH
-CO-CH
-
CH.OH
Fórmula química da atropina, o alcalóide mais importante da beladona. Trata-se de uma substância muito potente, que faz parte de diversos medicamentos. 352
Outros nomes: beladama, erva-midriática, erva-moura-fuhosa. Brasil: erva-envenenada. Esp.: belladona, belladama, tabaco bastardo, botón negro, solano mayor. Fr.: belledone. Ing.: beiladonna. Habitat: Cria-se espontaneamente em bosques montanhosos e sombrios da Europa Central e Meridional, e da América do Sul. Descrição: Planta vivaz da família das Solanáceas, que chega a atingir 1,80 m de altura. Tem folhas largas e ovaladas, flores grandes e solitárias com forma de campânula e de cor púrpura ou violeta. Os frutos são bagas de cor negra e brilhante, semelhantes a cerejas. Partes utilizadas: as folhas e a raiz.
Precauções Não se recomenda o seu emprego em forma de planta medicinal, pois torna-se muito difícil aplicar a dose correcta e podem produzir-se intoxicações. Font Quer, o notável botânico e farmacêutico espanhol, relata no seu livro, Plantas medicinales: El Dioscórides renovado, como certo dia, em que se sentiu constipado e com alguns sintomas de asma, ele mesmo preparou o que lhe pareceu uma ligeira infusão com algumas folhas
de beladona. Umas horas mais tarde não conseguia engolir, e sofria os efeitos secundários de uma dose excessiva de beladona. Só o médico tem competência para aplicar correctamente esta planta, que tanto pode curar como matar. E dado o potente efeito da sua acção, é mais seguro utilizar o princípio activo da atropina, sob a forma de preparações farmacêuticas, cuja dosagem é perfeitamente conhecida.
Precauções As bagas desta planta, de sabor um tanto doce, são parecidas com cerejas, e podem ser confundidas pelas crianças. Dez bagas podem causar a morte a um adulto, e 3 ou 4 a uma criança. A intoxicação manifesta-se por excitação nervosa, pupilas dilatadas e visão turva, secura da boca, taquicardia e enrubescimento do rosto. Os primeiros socorros consistem em provocar o vómito e administrar carvão vegetal em pó, dissolvido em água, a que se pode acrescentar sulfato de magnésio. É necessário transportar o mais depressa possível a pessoa afectada para um hospital.
^àâ*
dade de efeitos sobre o organismo. Ingerida em certa quantidade, causava até mesmo a morte. Foi devido aos notáveis e variados efeitos tóxicos desta planta, que Lineu, o grande naturalista sueco do século XVIII, lhe deu o nome de Atropa be.Lladonna. Atropa era uma das três Parcas da mitologia grega, uma divindade de cujas mãos pendia o fio da vida dos humanos, e que o cortava caprichosamente a seu bel-prazer. Já no século XIX, o progresso da bioquímica e da Fisiologia permitiu isolar a atropina, o alcalóide mais importante da beladona. As experiências científicas foram revelando os muitos efeitos da atropina no organismo, e as suas aplicações terapêuticas. Em doses controladas, a atropina
Na Idade Média, as damas utilizavam o sumo das bagas da beJadona como colírio, para dilatar as pupilas e aumentar o brilho dos olhos. A beladona, e o seu alcalóide atropina, já não se usam pelo seu pretendido efeito embelezador, mas sim como um fármaco insubstituível em medicina de urgências e em anestesiologia.
torna-se insubstituível em medicina, especialmente em anestesiologia. Toda a planta, particularmente as folhas, contém potentes alcalóides (atropina e hiosciamina). PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
A ATROPINA é um parassimpaticolítico, isto é, uma substância que bloqueia a transmissão do impulso nervoso nos terminais do sistema parassimpático. São estas as suas propriedades mais importantes: • Midriática: Provoca a dilatação das pupilas. • Antiespasmódica: Faz relaxar os músculos do tubo digestivo e dos canais urinários, aliviando os espasmos e as cólicas. • Anti-secretora: Reduz a secreção de
todas as glândulas digestivas, incluindo as salivares (produz secura da boca). • Antiarrítmica: Utiliza-se no caso de bradicardia (pulso lento) e para normalizar o ritmo cardíaco. • Antiasmática: Relaxa os músculos dos brônquios, aumentando-lh.es o diâmetro (acção broncodilatadora). Clinicamente, são muitas as aplicações da beladona e do seu princípio activo mais importante, a atropina. Emprega-se muito na oftalmologia, pelos efeitos que exerce sobre a pupila; nos espasmos e cólicas do aparelho digestivo e urinário, pelo seu efeito antiespasmódico; nos transtornos do ritmo cardíaco e em muitas outras situações clínicas. 353
Capslcum frutescensL.
K
Pimentão
Preparação e emprego
Estimulante e revulsivo USO INTERNO
O
PIMENTÃO, tanto o doce como o picante, era o condimento mais apreciado pelos Maias. Foi uma das primeiras plantas que os Espanhóis, após o descobrimento ou o encontro com a América, trouxeram consigo para a Europa, onde rapidamente se expandiu o seu consumo.
O Como hortaliça: Em qualquer das suas preparações culinárias. ® Seco em pó USO EXTERNO
© Cataplasma: com pimentões picantes, que se aplica sobre a zona dorida, cobrindo-a depois com um pano de lã.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Todas
as variedades de pimentões contêm o alcalóide capsicina (os picantes em maior proporção), além de carotenos e vitaminas (especialmente a C). O pimentão picante estimula a produção de sucos gástricos e intestinais, activando todos os órgãos digestivos. É bom para quem sofra de digestões lentas ou pesadas, para quem sofra de plose gástrica (estômago caído) e para os que tenham falta de apetite IO). No entanto, sempre em pequenas doses, pois a capsicina que contém pode provocar gastrite e enterite. Aplicado externamente, o pimento picante é rubefaciente (irrita a pele e as mucosas) e revulsivo, pelo que au-ai o sangue para a pele e assim descongestiona os órgãos e tecidos internos. Por isso se utiliza no reumatismo, lumbago, torcicolos e dores musculares 101.
Precauções
Pimento
Devem abster-se de usar o pimentão picante aqueles que sofram de gastrite, de úlcera gastroduodenal, de colite e de hemorróidas.
0 pimento, ou pimentão-doce (Capsicum annuum L)*, tem acção antiflatulenta e laxante, se for comido cru ou assado no forno. Do mesmo modo que o picante, também estimula a produção de sucos digestivos. Frito, torna-se muito indigesto. É rico em caroteno (provitamina A). Dado o seu baixo conteúdo em hidratos de carbono e gorduras, recomenda-se especialmente aos diabéticos e obesos 10.01.
Dado que o alcalóide capsicina, responsável da acção picante, se elimina também pela urina, irritando na sua passagem as mucosas que revestem os canais urinários, devem evitá-lo igualmente os homens que sofram da próstata (pode provocar retenção da urina), assim como as mulheres que sofram de cistite (inflamação da bexiga).
F
' Esp.: pimiento dulce, ajídulce. pimentón, bombalón.
354
Outros nomes: pimentão-de-cheiro, pimentão-de-caiena, pimenta-malagueta, jindungo, piripiri, cabeia. Esp.: chile (largoj, chilejuipin, chile picante, guidilla, ají picante, ajíchirei, chilpepe, chivato, tempechile. Fr.: piment, poivron. Ing.: pepper, paprika. Habitat: Cultivado como hortaliça ou como condimento, em todos os países tropicais e temperados. Descrição: Planta da família das Solanáceas, de que existem mais de cinquenta variedades. O fruto é verde, vermelho ou amarelo, mais terminado em ponta se for picante. Partes utilizadas: O fruto.
CarumcarvíL
r r
Õ
Alcaravia Combate os gases digestivos
Outros nomes: alcarovia, alcorovia, cherivia, alchkovia, cominho-dos-prados, carvi. Esp.: alcaravea, carvia, carvi, carvi-comino, comino de prado, hinojo de prado. Fr.: cumin [des prés), carvi. Ing.: caraway.
O
NOME desta planta tem ressonâncias arábicas, que nos levam a imaginar os exóticos e suculentos pratos orientais. A alcaravia é originária dos países do Mediterrâneo Oriental. Usa-se como condimento desde tempos muito remotos. O pão, as hortaliças, os queijos, os pastéis, e uma infinidade de pratos e molhos, são beneficiados com o seu aroma.
Habitat: Comum nos prados e pastagens de regiões montanhosas, embora também se cultive. Encontra-se por toda a Europa e na metade norte do continente americano, se bem que o seu uso se tenha estendido a * todo o mundo. Descrição: Planta bienal, de 20 a 60 cm de altura, pertencente à família das Umbeliferas. As folhas são escassas e finas: as flores, pequenas e agrupadas em umbeias. Os frutos são pequenos mas muito aromáticos. Partes utilizadas: os frutos.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Na
composição desta planta, do mesmo modo que na de outras umbelíferas similares, como o anis (pág. 465) e o funcho (pág. 360), destacam-se sobretudo as essências. A mais abundante delas é a carvona, responsável pelo grande efeito carminativo (antillaiulento) dos seus pequenos frutos. «Resolve as ventosidades do estômago», dizia dela Andrés de Laguna, ilustre médico e botânico do século XVI. E certamente a alcaravia é uma das plantas com maior efeito carminativo. Daí o ser indicada nos casos em que haja excesso de gases: • aerofagia: deglutição de ar seguida de arrotos;
O
Condimento
Triturada em toda a espécie de pratos, acompanha especialmente bem as saladas e as hortaliças flatulentas, como as couves.
U?
Preparação e emprego
USO INTERNO
O Infusão: Meia colher (de sobremesa) de frutos, por cada chávena de água. Toma-se uma chávena depois de cada refeição. © Essência: Até 3 gotas, três vezes ao dia. Aos lactentes dá-se uma ou duas gotas dissolvidas num pouco
• aerogastria: dilatação do estômago por gases; • aerocolia: excesso de gases no intestino; • aero... Faz desaparecer os Halos, e acalma OS espasmos e convulsões intestinais IO,©). É portanto de grande utilidade
de água açucarada, duas ou três vezes ao dia. © Com o leite: Ao leite ou à água do preparado lácteo (fórmula láctea) dos bebés, junta-se meia colher (de sobremesa) de frutos, por litro. Ferve-se e coa-se.
para os bebés com excesso de gases, que a podem tomar juntamente com o leite- fôl. A alcaravia também é eupéptica (facilita a digestão), ligeiramente diurética, e ajuda a secreção láctea das mulheres que amamentam IO.0I.
Cochlearia offídnalisL
Cocleária Antiescorbútica e tónica digestiva
N
AS COSTAS da Inglaterra, atraca um barco que acaba de chegar de uma longa viagem pelo Atlântico. Achamo-nos em pleno século XVIII, no tempo do capitão James Cook, época de grandes viagens e de intrépidos exploradores. - A tripulação está muito dizimada - diz o capitão aos poucos aldeãos que aparecem a recebê-los. - Sentimo-nos muito debilitados e as feridas não nos cicatrizam. No entanto não nos faltou a ração de trigo, cevada e carne seca. - Sangram-me as gengivas, e estão muito inchadas! — exclama penosamente um curtido marinheiro. Um dos camponeses observa como descem da embarcação aqueles homens rudes, que foram capazes de vencer os embales do mar, mas que se encontram abatidos por deficiência da alimentação. - Creio que tenho um remédio para vocês! - diz O humilde aldeão. 1 lá uma ervinha que cresce por estas costas e que vos pode devolver o vigor que o mar vos roubou. K a "erva do escorbuto", que cura a doença dos navegantes. Os marinheiros comem esta planta durante vários dias, e os seus sintomas começam a desaparecer. 356
Outros nomes: cocleária-maior, cocleária-oficinal, erva-da$-colheres. Esp.: cocleária, hierba de la cucharra, hierba dei escorbuto, rábano vagisco. Fr.: cochléaire, herbe à la cuillère, herbe au scorbut. Ing.: scurvy grass, scorbute grass. Habitat: Disseminada por terrenos pedregosos e húmidos, perto do mar ou de cursos de água. É pouco frequente no Centro e no Norte da Europa, assim como na metade norte do continente americano. Descrição: Planta vivaz da família das Cruciferas, que atinge de 10 a 25 cm de altura. As folhas são carnosas, de pecioio longo, de cor verde escura e em forma de coração. As flores, brancas ou rosadas, crescem nos cachos terminais. Partes utilizadas: a planta inteira fresca.
u>
Preparação e emprego
USO INTERNO O Verdura: As suas folhas e caules frescos podem comer-se como salada, só ou acompanhada de outras verduras. O Sumo: Convém bebê-lo imediatamente, para não se perderem as suas vitaminas. Só, ou misturado com sumo de laranja, constitui um
excelente tónico contra a astenia (fadiga) primaveril. Tomar um copo diário, de manhã. USO EXTERNO © Compressas embebidas com infusão de cocleária, que se preparam com 50 g de planta por cada litro de água. Aplicam-se sobre as zonas doridas.
A dieta dos antigos marinheiros, ã base de carne seca, peixe e farinha, era muito deficiente em vitamina C. Devido ã sua riqueza nesta vitamina, a cocleária salvou a vida de muitos marinheiros atacados de escorbuto nos séculos passados. Actualmente, esta planta é utilizada por causa da sua acção tonificante e digestiva.
Sabemos hoje que a cocleária, scurvy grass (erva do escorbuto, em inglês), contém grandes doses de vitamina C, precisamente o que faltava na dieta dos marinheiros, isenta de frutas e verduras frescas. Nem Dioscórides no século I d.C, nem os seus comentaristas do Renascimento, sabiam da existência desta planta. Tendo o seu habitat no Atlântico e não se dando nos países mediterrâneos, foi ignorada pelos grandes herbanários e médicos da área latina da Europa. Mas nos séculos XVII e XVIII fizeram-se, na França e na Inglaterra, grandes plantações de cocleária, para socorrer os marinheiros e exploradores que voltavam doentes das suas viagens, por carência da então desconhecida vitamina C. Hoje em dia, embora o escorbuto já não seja tão frequente como nos
tempos antigos, a cocleária continua a ser usada pelas suas propriedades medicinais e pelo seu agradável sabor. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a
parte aérea da planta contém um glicósido sulfurado (glicoclearina), e um fermento chamado mirosina, que o transforma em isossulfocianato de butilo, substância semelhante à essência de mostarda. A ele se deve o seu sabor parecido com o do agrião ou o da mostarda. A planta contém ainda a vitamina C, tanino e sais minerais. As suas propriedades são: • Antiescorbútica: Devido ao seu conteúdo em vitamina C, e à sua capacidade para estimular globalmente o metabolismo. Convém aos debilitados por outras doenças, e a quem siga uma dieta deficitária em frutas e verduras frescas IO,©l. • Aperitiva e digestiva: Estimula a se-
creção de sucos gástricos e a actividade de todo o aparelho digestivo, facilitando a digestão. Convém aos que têm falta de apetite, aos que sofrem de atonia gástrica (sensação de estômago cheio e dilatação) e, em geral, aos que sofrem de digestões pesadas 10.01. • Diurética e depurativa: Favorece a eliminação de substâncias ácidas residuais, como a ureia e o ácido úrico. Torna-se útil a alguns reumáticos, aos artríticos e gotosos, e aos sobrecarregados por uma alimentação excessivamente rica em carnes IO.0I. • Rubefaciente em uso externo: Usa-se, como a mostarda (pág. 663), para atrair o sangue para o exterior, com o fim de descongestionar os órgãos internos. Aplica-se em compressas sobre a zona afectada (articulações inflamadas, por exemplo) lôl. 357
9] (>] 10] e Preparação e emprego
Dictamno USO INTERNO
Aromático e tonificante
O Infusão com uma colher de sobremesa de folhas frescas (5 g) ou uma grande de folhas secas, por chávena de água. Podem-se acrescentar uns gramas de casca triturada. Tomar até duas chávenas, bebendo-as por sorvos, ao longo de todo o dia.
E
STA PLANTA é muito bela e perfumada», dizia Mattioli, o mais ilustre intérprete e tradutor das obras de Dioscórides, referindo-se ao dictamno. «O que indica que não a terá criado a natureza sem excelentes faculdades.» Curioso, este raciocínio do médico renascentista: É bela, logo será boa. Assim, até ao século XX, alribuíram-se grandes virtudes a esta planta; ainda que com escasso fundamento. Hoje conhecemos melhor as suas verdadeiras propriedades. Contém um óleo essencial rico em anetol e estragol, saponinas, princípios amargos e colina, assim como dictamnina, um alcalóide que actua sobre o útero. Tem propriedades emenagogas, digestivas, antiespasmódicas, vermífugas e diuréticas. É um tónico geral do organismo IOI. Usa-se actualmente como ingrediente em muitas receitas de plantas medicinais, pelo seu agradável aroma. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Precauções
Em doses elevadas, pode provocar hemorragias uterinas e abortos. O dictamno é contra-indfcado na gravidez.
358
*.v».
y?
Dictamno-real
Existe no continente americano o dictamo-real ou fraxinella, [Dictamnus fraxinella L)*, que é muito semelhante ao dictamno europeu e tem as mesmas propriedades. Por isso se atribuem indistintamente a ambas as espécies os mesmos nomes vulgares. * Esp.: dictamno real.
Outros nomes: dictamno-branco, fraxinela. Esp.: dictamo, fresnillo, chitán. Fr.: dictamne. Ing.: dittany, fraxinella. Habitat: Planta espontânea no Sul e Centro da Europa, embora pouco frequente. Introduzida no continente americano. Cultiva-se como planta ornamental em parques e jardins, e como planta medicinal. Descrição: Planta vivaz, da família das Rutáceas, que atinge de 50 a 70 cm de altura. As folhas lembram as do freixo, de onde lhe vem o nome de fraxinela. As flores são grandes, cor-de-rosa ou brancas, muito cheirosas. Partes utilizadas: as folhas e a casca da raiz.
Fervia assafoetídaL
m
D Preparação e emprego
Assa-fétida USO INTERNO
Nauseabunda, mas m u i t o medicinal
O Lagrimas: A assa-fétida apresenta-se em forma de grãos de goma, chamados "lágrimas", de que se tomam até 8 por dia. Para atenuar o seu insuportável fedor, amassam-se com miolo de pão e engolem-se como uma pílula. USO EXTERNO
ô Enemas: Contra os espasmos digestivos, é preferível aplicá-la em forma de enema (clister), que se prepara com uma infusão com 4-5 g de assa-fétida em 2 litros de água a ferver.
E
CURIOSO de ver como variam os costumes e os gostos dos diversos povos e culturas. Na Europa (em Espanha) chama-se a esta planta "esterco do diabo" -poder-se-á imaginar algo mais detestável?- enquanto que nos países árabes é conhecida como "manjar dos deuses", e se utiliza até como condimento. Realmente, qualquer pessoa que a prove, ou simplesmente que a cheire, fica impressionada com o cheiro repugnante que ela tem. No entanto, as suas qualidades medicinais são extraordinárias.
Outros nomes: Esp.: asafétida, estiércol dei diablo. Fr.: assa fétide. Ing.: asafétida. Habitat: Planta originária do continente asiático. Cresce especialmente no Irão, na Turquia e no Afeganistão, mas é conhecida em todo o mundo. Descrição: Árvore de 2-3 metros de altura, da família das Umbeliferas. A raiz e o tronco soltam uma resina gomosa, com aspecto de suco leitoso, conhecida como assa-fétida. Partes utilizadas: a goma ou resina que escorre do tronco e da raiz da planta.
O óleo essencial sulfuroso, que lhe dá a sua fetidez, actua como um excelente antiespasmódico e sedativo. Alivia de forma imediata as cólicas, as flatulências e contorções intestinais lO,©l. É também muito eficaz em caso de asma, tosse convulsa, espasmo da laringe com sensação de asfixia (o chamado crupe ou garrotilho) e palpitações nervosas MN. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
35
A
Foeniculum vulgare Mill.
Preparação e emprego
Funcho
USO INTERNO O Infusão com uma colher de sobremesa de sementes por cada chávena de água. Tomam-se 3 ou 4 chávenas por dia, depois das refeições. Para os catarros, adoça-se com mel.
Limpa o estômago e os olhos
© Essência: A dose normal é de 1 -3 golas, 2 ou 3 vezes ao dia. USO EXTERNO €) Lavagens oculares com uma infusão igual àquela que se usa internamente.
O
FUNCHO já era usado pelos antigos Egípcios, contra as más digestões. Na índia, existe uma tradição que qualifica esta planta de «pérola dos afrodisíacos», e por isso faz parte de poções supostamente excitantes. Hoje, porém, as mais importantes aplicações são as digestivas e respiratórias. Toda a planta, e especialmente as sementes, contêm uma essência rica em anetol, estrago] e hidrocarbonetos terpénicos. Vejamos as suas propriedades e aplicações: • Carminativo: Facilita a expulsão dos gases intestinais e estimula os movimentos peristálticos do intestino I©.©1. É ligeiramente laxante. • Digestivo: Facilita o esvaziamento do estômago e a digestão. Dá bons resultados nas digestões pesadas ou lentas, e no excesso de gases ou arrotos no estômago IO.0I. • Expectorante: Indicado em catarros brônquicos e constipações !©,©!. • Galactogogo: Aumenta a produção do leite nas mães que amamentam IO.©l. • Externamente, uiili/a-se para lavagens ou banhos oculares, nas conjuntivites crónicas 101. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
360
Sinonímia científica: Foeniculum foeniculum Karst., Foeniculum officinale AH. Outros nomes: funcho-vulgar, funcho- ordinário. Esp.: hinojo, hinojo común, hinojo amargo, anis [de Florencia), comino, eneldo, hierba santa. Fr.: fenouil. Ing.: fennel. Habitat: Oriundo dos países mediterrâneos, mas amplamente difundido por toda a Europa e América. Cresce em terrenos não cultivados e ribanceiras secas. Descrição: Planta vivaz de 80 a 140 cm de altura, da família das Umbeliferas. Os caules são maciços, de cor verde azulada. As folhas são finamente divididas e têm um aroma típico. As flores são amarelas e agrupam-se em umbelas terminais. Partes utilizadas: as sementes.
Precauções
Não ultrapassar as doses, pois a essência que contém pode provocar convulsões.
GalIumvervmL
Çj\
D U Li LI
,X
Preparação e emprego
Erva-coalheira
USO INTERNO
O Infusão com 10-20 g de planta por litro de água, de que se tomam 3 chávenas por dia.
Coalha o leite e ajuda a digestão
USO EXTERNO
© Compressas: Preparadas com esta mesma infusão, porém mais concentrada (30-40 g por litro). Aplicam-se sobre a zona da pele lesionada.
Outros nomes: coalha-leite, erva-docoalho, galião. Esp.: gálio, cuajaleche, hierba sanjuaneca, presera. Fr.: caille-iail gaillet. Ing.: [yellow] bedstraw. Habitat: Comum nos prados e bosques de toda a Europa. Naturalizada em regiões temperadas
A
S ATRAENTES flores da erva-coalheira cheiram delicadamente a mel. Seguindo a recomendação de Galeno, têm sido utilizadas desde há mais de vinte séculos para coalhar o leite (gola/galahtos, em grego). Continuam a fabricar-se com esta planta, hoje, excelentes queijos, como o Chester. Ioda a planta contém asperulósido, glicósidos flavonóides e cumarínicos, assim como pequenas quantidades de um Fermento láctico, cujo eleito é reforçado pelo conteúdo da planta em ácidos cínico e tânico.
do continente americano. Descrição: Planta vivaz da família das Rubiáceas, que atinge de 20 a 80
cm de altura. As suas pequenas flores, que se apresentam em cachos terminais, são amarelas. Partes utilizadas: as sumidades floridas.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
São estas as suas propriedades: • Antiespasmódica:
Recomenda-se
para dispepsias funcionais (má digestão devida a nervosismo), pelo seu efeito relaxante e sedativo sobre a musculatura dos órgãos digestivos IOI. • Diurética: O seu uso é indicado nas afecções das vias urinárias (litíase renal, cistite), hidropisia ou edemas (retenção de líquidos nos tecidos) e obesidade 101. • Vulnerária: Aplicada externamente, a erva-coalheira contribui para a cicatrização de feridas e a cura de golpes e contusões 101.
# «At,
>f?
Amor-de-hortelão
A erva-coalheira é muito semelhante a outra planta da mesma família, o amor-de-hortelão (GaHum aparine L)*, embora este não tenha a capacidade de coalhar o leite. * Esp.: amor de hortelano.
361
Hlbiscus abelmoschus L
o.
f J í5J
J
Preparação e emprego
Abelmosco
USO INTERNO
Fragrância que relaxa e tranquiliza
O Infusão de 50 g de sementes por litro de água. Tomar 2 ou 3 chávenas diárias.
A
S SEMENTES do abelmosco são muno apreciadas pelos perfumistas hindus e árabes, que as utilizam, além disso, como afrodisíaco. Pela acção do calor ou da fricção, soltam um imenso aroma a almíscar c a âmbar. Nalguns lugares da América Central, juntam-nas ao caie, para que este fique mais aromático.
Rosa-do-japão
A planta que aparece na gravura é a rosa-do-japão (Hibiscus rosasinensis L),* também conhecida por rosa-da-china e mimo-de-vénus, que é um arbusto ornamenta), semelhante ao abelmosco.
PttOPlUEDADfcS E INDICAÇÕES: AS sementes contêm um óleo essência com acentuado eleito antiespasmódico, ou seja, capa/ de relaxar os músculos das vísceras ocas espasmadas. Por isso se empregam com êxito para acalmaras cólicas intestinais, biliares ou renais, assim como os espasmos uterinos que acompanham a menstruação dolorosa (dismenorreia) tOI. Também têm um eleito sedativo sobre o sistema nervoso.
As suas flores, de cor vermelha, são adstringentes e empregam-se em infusão, para aliviar a Irritação da garganta e para lavagens dos olhos. * Esp.: rosa de China.
A rosa-do-japão, que aparece no desenho e na foto, pertence ao género botânico 'Hibiscus', do mesmo modo que o abelmosco, ao qual se assemelha.
362
*J
Outros nomes: hibisco. Esp.: abelmosco, almizcle [vegetal], afgafia, anaucho, íagario. Fr.: Ambreife, graine à musc. Ing.: abelmosk, muskmallow. Habitat: Originário da índia, encontra-se com bastante frequência nas zonas tropicais da Amér/ca Centrai. Cuitiva-se nas Antilhas e na Guiana. Descrição: Arbusto da família das Malváceas, que atinge até 2mde altura. As suas folhas apresentam vários lóbulos irregulares. As flores são grandes e muito vistosas, com pétalas amarelas ou vermelhas. Dentro delas formam-se as sementes, que têm a forma de um rim e umas estrias acinzentadas. Partes utilizadas: as sementes.
Hiblscus sabdaríffal.
*. U J U Preparação e emprego
Hibisco Bonita flor que tonifica e refresca
O
GÉNERO Hibiscus abrange umas 200 espécies, a maior parle das quais se utiliza, pelas suas belas flores, como plantas ornamentais em parques e jardins de lodo o mundo. As mais utilizadas do ponto de vista medicinal, juntamente com a sabdarijfa, são o abelmosco {///biscus abelmosckvs L.), a rosa-do-japão (Hibiscus rosa-sinensis L.) e a inilola (Hibiscus tiliaceus [.., canto inferior direito). PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: As sé-
palas das flores do hibisco contêm ácido hibíscico, assim como uma mistura de ácidos orgânicos (málico, cítrico e lartárico) e um corante vermelho, que lhe conferem as seguintes propriedades: • Digestivas e tonificantes: Devido ao seu conteúdo em ácidos orgânicos, as infusões de hibisco têm um efeito estimulante das funções digestivas e tonificantes do organismo no seu conjunto l©l. • Laxantes suaves: Têm uma acção emoliente (suavi/ante) sobre as mucosas do tubo digestivo, pelo que facilitam a função de evacuação intestinal IOI. • Diuréticas: As Flores de hibisco têm um suave mas eficaz efeito diurético, pelo que são de Utilidade para os obesos e para aqueles que sofrem do coração IO). • Aditivo natural: Pelo seu sabor ligeiramente ácido, assim como pela cor vermelha que conferem aos seus preparados, as flores do hibisco utili/am•se como aditivo natural, para melhorar o aspecto e o saboreie outras plantas medicinais ou preparados alimentares IOI.
USO INTERNO O Infusão com um punhado de flores, com o seu cálice, por cada litro de água. Adoçar com mel e beber a gosto, como refresco.
Outros nomes: use (em Angola). Esp.: hibisco, cahamo de Guinea, acedera [roja] de Guinea, carcadé, aíeiuya, {flor de) Jamaica, rosa de Jamaica. Fr.: oseille de Guinée, groseilier (du paysj, karkadé. Ing.: Guinea sorrel, Jamaica sorrel, roselle. Habitat: Oriundo do Sudão, cultivado no Egipto, no Ceilão e em zonas tropicais do México. Descrição: Arbusto da (amilia das Malvàceas, que atinge até 2 m de altura. As folhas têm de 3 a 5 lóbulos. As flores são de cor amarefa ou avermelhada. Partes utilizadas: as flores com o seu cálice.
«Al.
Milola A milola (nome pelo qual é conhecido em Angola e Moçambique o Hibiscus tiliaceus L.)* é cultivada nos trópicos do continente americano, onde em países de língua espanhola lhe chamam majagua, gatapa, algodoncillo, clavel de arbolito e jarcia blanca. As fibras da sua casca usam-se para o fabrico de cordas e sacos, e as folhas empregam-se para forragem. As flores e a casca da raiz da milola têm propriedades laxantes e emolientes (aliviam a inflamação das mucosas) do tubo digestivo. * Esp.: damajagua.
Matricaría chamomIllaL
|TX| \\J\
»
Preparação e emprego
Camomila USO INTERNO
A tisana digestiva por excelência
O Infusão: 5-10 g de capítulos florais por litro de água (equivalentes a 5-6 capítulos por chávena). Tomem-se 3 a 6 chávenas diárias, quentes. USO EXTERNO
Q
UASE todas as pessoas, quando se faia de tisanas ou Infusões, pensam imediatamente na camomila. Poderia d i/.c:i-se que é a tisana por excelência.
- Dê uma chávena de camomila a este doente, antes de lhe retirar o soro - di/ o cirurgião a uma estudante de enfermagem. Ambos se encontram diante de um jovem de 15 anos, operado há dois dias, a uma apendicite aguda perfurada. O seu aparelho digestivo esteve paralisado durante este tempo, devido à peritonite (inflamação do periloneu, que é a membrana que reveste o interior da cavidade abdominal e os seus órgãos) que se produziu como consequência da apendicite. - Doutor, porque é que recomenda sempre camomila aos recém-operados? - indaga a futura enfermeira, depois de terminada a visita. - Há já muitos anos que sigo a regra de recomeçar a alimentação oral dos recém-operados com uma tisana de camomila. Assim me ensinaram os meus mestres na arte e na ciência da cirurgia. A camomila estimula os movimentos peristálticos do intestino, e fá-lo recuperar a sua função, depois de ter estado paralisado pela peritonite. - E como poderemos saber que a camomila produziu efeito? - Já terá reparado que todos os dias, quando faço a visita, pergunto 364
© Lavagens ocuíares, nasais ou anais. Fazem-se com uma infusão um pouco mais concentrada que a do uso interno (até 50 g de capítulos por litro). Deixar repousar durante 15-20 minutos e filtrá-la convenientemente antes de a utilizar. © Banhos: Realizam-se juntando à água da banheira de 2 a 4 litros desta infusão concentrada. Estes banhos, com água morna, têm um acentuado efeito relaxante e sedativo. O Compressas com a infusão concentrada: Aplicam-se sobre a zona da pele afectada. © Fricções com óleo de camomila. O óleo de camomila prepara-se aquecendo em banho-maria, durante 3 horas, 100 g de capítulos em meio litro de azeite de oliveira. Filtra-se o azeite e conserva-se numa garrafa.
Outros nomes: camomila-alemã, camomila-dos-alemães. camomila-legítima. camomila-vulgar, mançanilha, margaça-das-boticas. matricária. Esp.: manzanilla, manzanilla común, camomila, manzanilla de Aragón, manzanilla de Castilla, manzanilla dulce, manzanilla alemana. magarza. Fr.: camomille [d'Alemagne}. Ing.: [German] camomile. Habitat: Abundante pelos campos, lugares incultos, valados e caminhos de toda a Europa. Cria-se também em regiões temperadas do continente americano. Descrição: Planta herbácea anual da família das Compostas, que atinge de 20 a 50 cm de altura. Os caules são muito ramificados e as flores agrupam-se em capítulos de cerca de 2 cm de diâmetro, parecidos com os das margaridas. Têm um cheiro característico e sabor amargo. Partes utilizadas: os capítulos florais.
e
Outras aplicações da camomila
• Contra os insectos: A camomila em saquinhos, dentro do armário, afugenta a traça e outros insectos. • Relaxante: Acrescentada a sua infusão, um tanto concentrada, à água do banho. • Cosmética capilar: Os cabelos, castanhos ou louros, lavados com a sua infusão, adquirem maior brilho e beleza.
^ífiJl
Tomar uma chávena de camomila, depois de comer, é um bom e saudável costume, tanto para os jovens como para os mais velhos.
aos recém-operados se já expulsaram ventosidades. Por grotesco que pareça, este é o melhor sinal de que o intestino voltou a funcionar. - Agora entendo, d o u t o r - conclui a aluna. PROPRIEDADES
E
INDICAÇÕES:
O
princípio activo mais importante da camomila é a sua essência, cujos componentes mais importantes são o cama/uleno (anti-inflamatório) e o bissabolol (sedativo). Contém ainda flavonóides e cumarinas, assim como um princípio amargo tonificante. São muitas as propriedades desta planta, confirmadas todas elas pela investigação científica: • Sedativa e antiespasmódica: Torna-se muito útil contra os espasmos do estômago e do intestino, devidos a nervosismo ou ansiedade IO.©) Também se administra em cólicas de todo 0 tipo, especialmente nas renais e biliares (incorrectamente chamadas hepáticas), pelo seu efeito sedativo e relaxante {©.©I. ' Tónica intestinal e carminativa: Embora possa parecer um paradoxo, a
camomila também estimula a motilidade do tubo digestivo, como já se disse. Por isso é boa para os recém-operados e os que sofram de excesso de gases, que ajuda a expulsar (efeito carminativo) (O). Na realidade, a sua acção consiste em regular e normalizar o funcionamento intestinal. • Eupéptica: Torna-se indicada, em forma de tisana, nas indigestões ou digestões pesadas. Alivia as náuseas e vómitos, e estimula ligeiramente o apetite IOI. As camomilas mais amargas têm uma acção eupéptica mais intensa. • Emenagoga: Estimula a função menstrual, normalizando a sua quantidade e periodicidade. Alivia as dores das regras. Dioscórides já lhe pôs o nome de Malricaria, de matrix (útero, em latim). • Febrífuga e sudorífica: Fazendo baixar a temperatura e provocar a transpiração, convém aos doentes febris, especialmente às crianças pequenas IOI. • Analgésica: Acalma as dores de cabeça e algumas nevralgias IOI. • Antialérgica: Tem-se revelado muito
moderadora sobre as reacções alérgicas, como a asma, a rinite e a conjuntivite alérgicas. Recomenda-se nas crises alérgicas agudas, para acalmá-las, e como tratamento de fundo para evitá-las. Os melhores resultados obtêm-se combinando a aplicação interna (tisanas) IOI com a externa (colírios, irrigações nasais) l©l. • Cicatrizante, emoliente e antí-séptica: No uso externo, dá bons resultados para lavar todo o tipo de feridas, úlceras e infecções da pele (©I. Provou-se que o camazuleno é eficaz contra o estafilococo dourado, o estreptococo hemolítico e o Proteus. A infusão de camomila constitui um colírio muito apropriado para lavagens oculares em caso de conjun ti vi te ou irritação ocular l©I.Utiliza-se também como anti-inflamatória, aplicada em forma de compressas sobre eczemas, erupções e outras afecções da pele l©J. As lavagens anais com a sua infusão desinflamam as hemorróidas l@l. • Anti i-climática: O óleo de camomila usa-se em fricções contra o lumbago, torcicolo, dores reumáticas e contusões I©1.
& LLJ •
Mentha piperíta L
Hortelã-pimenta Tonifica e acalma as dores
E
XISTEM muitas espécies e variedades de hortelâ-pimenta, ou menta, que se hibridam entre si, mas q u e c o n s e r v a m as suas p r o priedades medicinais. Hipócrates já a recomendava c o m o afrodisíaca, virtude q u e se lhe r e c o n h e c e q u a n d o tomada em grandes doses.
Preparação e emprego USO INTERNO O Infusão: 10-20 g de folhas e sumidades floridas por litro de água. Ingerem-se de 3 a 5 chávenas por dia. © Essência: Administram-se 1-3 gotas, até 3 vezes ao dia. USO INTERNO © Compressas e fricções: Aplicam-se com a essência ou com o álcool mentolado.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Con-
tém de 1 % a 3% de uma essência de composição muito complexa, com mais de cem c o m p o n e n t e s , e n t r e os quais se salienta o mentol, um álcoo a que se deve a maior p a r t e das suas p r o p r i e d a d e s : digestiva, carminativa (elimina os gases e as putrefacções intestinais), c o l e r é t i c a , anti-séptica, analgésica, tonificante e afrodisíaca em doses elevadas. A essência c o n t é m alguns polifenóis de acção antivírica em presença do vírus da hepatite A. • Km uso interno: R e c o m e n d a - s e em dispepsias, gases intestinais, cefaleias e enxaquecas, espasmos e cólicas digestivas, atonia gástrica ( e s t ô m a g o d e s c a í d o ) , h e p a t i t e vi ri ca (tipo A) e esgotamento físico IO.01 • Externamente, as fricções c o m essência em dissolução alcoólica (álcoo mentolado) aliviam as doTes reumáticas e musculares, assim c o m o as nevralgias l€M.
CH, I CH
O
CHOH
CH I CH
CH, 366
CH,
Fórmula química do mentol, um dos 100 componentes da essência da menta.
Precauções
A essência, em doses altas e uso interno, pode provocar insónia e irritabilidade. Inalada em doses elevadas, pode causar espasmos da laringe nas crianças.
Outros nomes: menta. Esp.: menta, {menta) píperiia. menta inglesa, menta negra, toronjil [de menta]. Fr.: menthe (poivrée), menthe anglaise. Ing.: peppermint, mini Habitat: Terrenos frescos e sombrios de toda a Europa e América do Sul. Cultiva-se pela sua essência, especialmente na Inglaterra. Descrição: Planta herbácea da família das Labiadas, com caule violáceo e quadrangular, de 40 a 80 cm de altura. As inflorescências são cor-de^rosa ou violáceas, e dispõem-se em espigas terminais. Partes utilizadas: as folhas e as sumidades floridas.
Nepeta cataria L
Nêveda-dos -gatos Alivia as cólicas
a i Q Q Preparação e emprego
USO INTERNO O Infusão com 30 g da planta por litro de água. Toma-se uma chávena quente depois da cada refeição (3-4 por dia), que se pode adoçar com uma colherada de mel.
O
S GATOS sentem-se especialmente atraídos pelo cheiro desta planta, e é possível que eles mesmos também a utilizem como remédio. A tisana desta nêveda lembra a da hortelã-pimenta, embora seja menos aromática. A nêveda está hoje um pouco caída no esquecimento, mas contínua a ter interessantes propriedades.
Toda a planta contém uma essência rica em carvacrol e timol, assim como lactona e ácido nepetálico. Tem propriedades antiespasmódicas, antidiarreicas, carminativas (elimina os gases dos iniestinos) e também peitorais. Usa-se sobretudo para acalmar as diarreias e as cólicas que as acompanham IO); também como antiflatulenta e como peitoral, no caso de catarro brônquico 101. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Outros nomes: nêveda, erva-dos-gatos, erva-gateira, catéria. Brasil: mentrasío. Esp.: nébeda, népeta, gatera. hierba de los gatos, albahaca de los gatos, menta gatuna, menta de gatos. Fr.: cataire, herbe aux chats. !ng.: catnip, catmint. Habitat: Terrenos baldios e pedregosos de grande parte da Europa e da América do Norte. Descrição: Planta vivaz da família das Labiadas, que atinge de 20 a 60 cm de altura. As suas flores são rosadas ou amareladas, o que a distingue da erva-cidreira. Toda a planta exala um cheiro típico a hortelã. Partes utilizadas: as sumidades floridas e as folhas.
36
Odmum basilicum L
Manjericão-grande Facilita a digestão e tonifica
a
J
a
Preparação e emprego
USO INTERNO O Infusão com 20-30 g por litro de água, de que se toma, depois de cada refeição, uma chávena quente, adoçada com mel para maior efeito. © Essência: de 2 a 5 gotas, três vezes ao dia. USO EXTERNO €) Fricções tonificantes com a essência. O Banhos: Junta-se a essência à água do banho, para aproveitar os seus efeitos tonificantes.
A
LLM do sen agradável aroma, é um condimento culinário mui lo apreciado e possui interessantes qualidades medicinais.
Toda a planta contém um óleo essencial rico em estragol (como tem o estragão, pág. 430) e eugenol (como tem o cravinho, pág. 192), assim como linalol e terpenos. A esta essência atribuem-se as seguintes propriedades: • Autiespasmódico: Acalma os transtornos digestivos de origem nervosa, como sejam os espasmos gástricos (nervos no estômago), a aerofagia (excesso de gases e arrotos) e a dispepsia nervosa (digestões lentas devidas a tensão nervosa). Acalma também as enxacpiecas devidas ou associadas a uma má digestão IO.0I. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
• Tonificante tio sistema nervoso e cardiovascular: Recomcnda-sc nos casos de astenia, esgotamento nervoso, fadiga e hipotensão arterial (tensão baixa) IO.G.OI. • Galactogogo: Aumenta a produção de leite nas mães lactantes IO.OI. • Emenagogo: Facilita a menstruação c diminui as dores devidas a espasmos ou congestão uterina IO.OI. 368
Outros nomes: manjerico-de-folha-grande, basilico, aifadega, alfavaca. Brasil: manjehcão-roxo. Esp.: albahaca, basilico, orégano [falso], hierba real. Fr.: [grandj basilic. Ing.: [sweet] basilic. Habitat: Originário da índia e da Indonésia, onde cresce espontaneamente. Desde tempos muitos antigos que se encontra aclimatado na Europa. Difundido pelas regiões tropicais e subtropicais da América e de todo o mundo. Descrição: Planta herbácea vivaz, da família das Labiadas, que atinge 50 cm de altura, com folhas lanceoladas de cor verde-clara. As flores são brancas ou rosadas, e dispõem-se em ramalhetes terminais. Partes utilizadas: as folhas e as flores.
Precauções
Em doses elevadas, a essência, no uso interno, pode provocar efeitos narcóticos; e, aplicada externamente, pode irritar as mucosas.
Oríganum majoranaL
Preparação e emprego
Manjerona
USO INTERNO O Infusão: 40-50 g de sumidades por litro de água. Podem-se tomar até 3 chávenas por dia.
Sedante e disgestiva
© Essência: A dose habitual é de 4-6 gotas, 3 vezes ao dia. USO EXTERNO €> Fricções: Aplicam-se com a essência dissolvida em álcool (1020 gotas em 100 ml).
A
MANJKRONA n ã o cresce espontaneamente na Europa Ocidental, e p a r e c e q u e terá sido divulgada pelos Cruzados, na Idade Média. Pela sua semelhança com o orégão (pág. 464), q u e existe em estado silvestre na Europa, t a m b é m se lhe deu, nalguns lugares, o n o m e de orégão ou o r é g ã o s . Os antigos Egípcios já usavam a manjerona c o m o c o n d i m e n t o e c o m o r e m é d i o . A c t u a l m e n t e contin u a a sei u m a planta muito apreciada em fitoterapia. PROPRIEDADES
E
INDICAÇÕES:
OS
princípios activos da manjerona resid e m na sua essência, rica em substâncias c o m o o t e r p i n c o l . Esta essência possui as seguintes p r o p r i e d a d e s : • An ti espasmódica e digestiva: Muito útil contra a flatulência (efeito carminativo), os espasmos nervosos do estômago e as digestões pesadas IO,€M. • Sedativa: R e c o m e n d a d a para comb a t e r a excitação psíquica, o nervosismo e a insónia. É um b o m r e m é d i o contra a ansiedade IO.01. • Hipotensora: Diminui o t o n o do sistema nervoso simpático, responsável pela c o n t r a c ç ã o das artérias e, além disso, também é diurética IO.0I. • Expectorante e peitoral IO.©I. • Anti-reumática: Aplicada externamente, a essência acalma as d o r e s reumáticas e as contracturas musculares. Km fricções 101, ou na água do b a n h o , lem eleito tonificante IOI.
O Banhos: Acrescentando algumas gotas de essência à água do banho, obtém-se um notável efeito anti-reumátlco.
Sinonímia científica: Majoraria hortensis Moench. Outros nomes: majarona, orégãos. Brasil: manjerona-hortensis, manjerona-inglesa, manjerona -verdadeira, amaracus, flor-de-himeneu, orégão-vulgar. Esp.: mejorana, mejorana dulce, mayorana, orégano [indígena], almoradijo, amáraco, sampsuco, sarilla. Fr.: marjolaine. Ing.: marjoram. Habitat: Oriunda do Próximo Oriente, o seu cultivo estendeu-se a todos os países mediterrâneos e do Norte de África. Também se cultiva em alguns países americanos. Muito cultivada nas hortas e jardins de Portugal. Descrição: Planta vivaz, da família das Labiadas, que atinge de 15 a 40 cm de altura. As suas flores são brancas ou cor-de-rosa, e crescem agrupadas na extremidade dos caules. O seu aroma pode dizer-se que é uma mistura dos aromas do tomilho e da hortelã. Partes utilizadas: as sumidades floridas.
I J
Pipernigruml.
Pimenteira Estimula, mas também irrita
Preparação e emprego
USO INTERNO
O Como condimento, a pimenta misturada com os alimentos.
A
S PROPRIEDADES digestivas da p i m e n t a já e r a m conhecidas há muito t e m p o pelos habitantes da índia. Alexandre M a g n o foi quem, no século IV a . C , introduziu esta especiaria na Europa. Actualmente- é a mais utilizada. PROPRIEDADES
E
INDICAÇÕES:
OS
grãos d e p i m e n t a c o n t ê m 2 % d e essência formada por diversos hidrocarbonetos, de 2% a 1% de resina, e o alcalóide de sabor picante piperidina, que se encontra s o b r e t u d o na casca (razão pela qual a pimenta negra é mais forte do q u e a b r a n c a ) . A pimenta possui as seguintes propriedades: • Tónico estomacal e digestivo: Em pequenas doses, a u m e n t a a p r o d u ç ã o de sucos digestivos (saliva, suco gástrico, p a n c r e ã t i c o , e l e ) , à custa de produzir uma discreta irritação sobre as mucosas; é t a m b é m carminativa ( r e d u z a f o r m a ç ã o de gases). Em grandes doses, é hriuuiva lOl. • Febrífuga. • Parasiticida: Mata os parasitas intestinais (Ol. • Afrodisíaca de eleitos leves (O).
F
Mático
No Chile e na Argentina cria-se o chamado mático {Piper angustifolium L)*, que contém um princípio amargo e uma essência. Em infusão (10 g por litro), usa-se como digestivo e, sobretudo, no tratamento da úlcera gastroduodenal, tomando 3-5 chávenas por dia. Externamente, emprega-se para lavar as feridas (decocção de 50 g de planta por litro de água), em virtude da sua acção cicatrizante. ' Esp.: mático, mono.
370
Precauções A pimenta, tomada em abundância, produz uma forte irritação das mucosas digestivas e urinárias (inclusive sangue na urina), assim como um aumento da pressão arterial. O seu uso é especialmente desaconselhado em caso de gastrite, úlcera gastroduodenal, pancreatite, hemorróidas e hipertensão.
Outros nomes: pimenta, pimenta•comum, pimenta-negra, pimenta-branca, pimenta-da-índia, pimenta•canarim, pimenta-redonda. Brasil: pimenta-do-reino. Esp.: pimentero, pimienta [blanca de la índia], negra (de la índia]. Fr.: poivrier [commun], poivrier noir Ing.: (common] pepper, black pepper, white pepper. Habitat: Originária da índia e dos países tropicais do Sudeste Asiático. O seu cultivo estende-se actualmente a todas as regiões tropicais de ambos os hemisférios. Descrição: Arbusto trepador da família das Piperáceas, cujos frutos são umas bagas vermelhas que, uma vez secas, formam os grãos de pimenta Partes utilizadas: os frutos secos com casca (pimenta-negra), ou sem ela (pimenta-branca).
Potení/fía anserínaL
J
si a '£ • Preparação e emprego
Argentina USO INTERNO
Antiespasmódica e estomacal
O Decocção com 30-50 g de planta por litro de água. Tomar de 3 a 5 chávenas diárias. USO EXTERNO
©Compressas: Aplicar a mesma decocção que se usa internamente, para empapá-las. Colocam-se sobre as hemorróidas durante 5-10 minutos, 2 ou 3 vezes ao dia.
H
A OUTRAS espécies de Potmtilla medicinais, além da argentina: a cincoem-rama (/V terUilla reptansL. / Poteníilla ctmadensis L., pág. 520) e a tormeniila (Poteníilla erecta l.. pág. 519). Todas elas têm em comum o seu potente efeito sobre as diarreias e as cólicas intestinais.
Toda a planta contém Canino, flavonóides, ácidos orgânicos, colina, princípios amargos e glícidos. No uso interno, lem as seguintes propriedades: • Antiespasmódica: Acalma as cólicas, especialmente as intestinais, mas também as biliares e nefríticas (O). Emprega-se do mesmo modo em caso de dismenorreia e espasmos uterinos. • Anlidiarreiea, devido ao seu conteúdo em lanino: Mostra-se muito eficiente nos casos de gastrenierile e diarreias infecciosas 101. Costuma usai-sc associada à macela (pág. 364). • Aperitiva e digestiva, devido, em parte, aos seus princípios amargos: Abre o apetite e facilita a digestão IO!. Externamente, aplica-se em compressas sobre as hemorróidas, para desinflamá-las e reduzir-lhes o tamanho, graças à acção dos seus taninos 101. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Outros nomes: ansarinha, potentiia, potentila-anserina. Esp.: argentina, hierba de la plata, [hierbaj plateada, canelilla, anserína, buen varón silvestre, buen varón de Jarava. Fr.: anserine. argentine. Ing.: silverweed, silver cinquefoil, argentina. Habitat: Europa, salvo a costa mediterrânea. Comum em todo o continente americano. Encontra-se nos sotos ricos e húmidos. Descrição: Planta da família das Rosáceas, que atinge de 20 a 40 cm de altura. As tolhas, dentadas e sedosas, são prateadas pela parte inferior e nascem de uma roseta central. As flores são solitárias, de cor amarela viva e com 5 pétalas. Partes utilizadas: As folhas e as flores.
371
Pmnus splnosa L
!\
Abrunheiro-bravo Refrescante, tónico e aperitivo
v
AMOS dar um passeio pelo monte e apanhamos abrunhos!
Estas pequenas ameixas bravas, "sem dono", refrescam os caminhantes e oferecem alimento no Outono aos toldos, pombos e outras aves. Tem um sabor um tanto áspero, mas agradável. Não se p o d e dizer q u e as suas propriedades medicinais sejam espectaculares. E b e m possível, até, q u e se devam, em boa medida, ao exercício que é preciso fazer para ir apanhá-las. Em qualquer dos casos, vale a pena tirar proveito desta humilde e simpática fruta silvestre.
V. Di •. Preparação e emprego
USO INTERNO
O Infusão: Prepara-se com 60 g de flores por litro de água. Toma-se uma chávena por dia, de manhã. O Frutos: Podem comer-se frescos ou então fervidos em água (só dois minutos), para lhes tirar o gosto áspero. © Xarope: Prepara-se com meio quilo de frutos, meio quilo de açúcar e um copo de água. Ferve-se esta mistura durante 15 minutos. O xarope resultante, de cor vermelha e sabor agradável, filtra-se com um pano e toma-se às colheres, para combater as diarreias e para abrir o apetite. O Decocção: Põem-se a ferver 100 g de frutos num litro de água, durante Í0 minutos, em lume brando. Filtrar o líquido resultante e tomar às colheradas. USO EXTERNO
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS FLO-
RES comem amigdalina (glicósido cianogenéiico), derivados da cumarina e llavonoglicósidos. Têm propriedades
0 Tampões nasais com gaze empapada na mesma decocção que se recomenda para uso interno. © Bochechos e gargarejos com esta mesma decocção.
Outros nomes: ameixeira-brava, acácia-das-alemãs. Esp.: endrino, endrinera, ciruelo endrino. ciruelo silvestre, bruno, espino negro. Fr.: prunellier [noirj, prunier sauvage. Ing.: blackthorn, sloe. Habitat: Encontra-se vulgarmente nas encostas expostas ao sol e nas bermas dos caminhos, das regiões montanhosas de toda a Europa. Naturalizada no continente americano. Descrição: Arbusto de 1 a 3 m de altura, da família das Rosáceas, que tem uma casca muito escura, e abundantes espinhos lenhosos. As flores são de um branco marfim, pequenas e muito numerosas. O fruto é uma baga arredondada, de cor azul escura quando amadurece. Partes utilizadas: as flores e os frutos (abrunhos).
372
Frescos, cozidos ou em xarope, os frutos do abrunheiro-bravo abrem o apetite e estimulam os processos digestivos.
Precauções laxantes, diuréticas e depurativas. C) seu eleito laxante é suave, mas eficaz, c laz-sc acompanhar de uma acção antíespasmódica (relaxante) da musculatura que cobre o intestino grosso. São muito indicadas na prisão de ventre espásiica que se produz no chamado cólon irritável IOI.
pépticos (estimulam os processos digestivos), aperitivos e tonificantes do organismo em geral IÔ,€>.©).
Os FRUTOS (abrunhos) contêm talúno (daí o seu sabor áspero), fiavonóides, ácido málico, sacarose, pectina, goma e vitamina C. Ao contrário cias flores, têm propriedades adstringentes, pelo que se (ornam úteis em casos de diarreia vulgar e de desarranjo intestinal. São além disso eu-
O líquido resultante da decocção dos abrunhos uiiliza-sc para lazer parai- as epistaxes (hemorragias nasais), aplicado com um tampão nasal embebido no mesmo 1©1. Serve ainda paia fazer gargarejos nos casos de gengivite (inflamação das gengivas) e faringite HM,
Comunicam, a quem os come, um aumento do apetite e uma sensação refrescante e revitalizadora. Podem comer-5€ frescos, cozidos ou era xarope.
As amêndoas que estão dentro dos caroços dos abrunhos, como as de muitos outros frutos da família das Rosáceas, libertam ácido cianídrico, que é um poderoso tóxico, pelo que não se devem comer nem mastigar. A casca dos ramos e da raiz contém ácido prússico, que também é tóxico; por isso não se deve utilizar, embora haja quem a recomende como adstringente.
373
£ Al á) U
Satureja montana L
Segurelha Carminativa, tonificante e afrodisíaca
A
SEGURELHA é v e r d a d e i r a m e n t e u m a planta sensual. Parece q u e o sen p e n e t r a n t e aroma no-lo d e n u n c i a . N ã o é por isso estranho que, já em tempos muito recuados, fossem c o n h e c i d a s as suas virtudes culinárias e afrodisíacas. Di/.-sc q u e os Gregos a d e d i c a r a m a Dionísio, a q u e m , depois, os Romanos chamaram Baco, deus em cuja h o n r a se celebravam faustosas orgias. Efectivamente, a segurelha facilita a digestão e estimula as funções vitais. Deve mesmo sei verdade, pois os frades da Idade Média tinham proibido q u e fosse plantada nas suas h o r t a s . . . Q u e m não terá provado umas azeitonas caseiras, a p e t i t o s a m e n t e condimentadas com esta apreciada planta, c o m o o faziam as nossas avós? Nas aldeias do Sul de Espanha, e principalmente na Andaluzia, ainda se p o d e saborear este castiço aperitivo. O mesmo se poderá dizer, t a m b é m , de muitas terras de província, em Portugal. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Con-
tém ale \% de óleo essencial rico em carvacrol c cimol, q u e lhe conferem propriedades estimulantes, carminativas, antiespasmódicas, vermífugas, diuréticas e peitorais; assim como taninos e polifenóis. • Sobre o a p a r e l h o digestivo, actua como aperitivo, a b r i n d o o apetite e facilitando a digestão. Mas além disso, tem ainda u m a m u i t o i n t e r e s s a n t e acção carminativa. S e g u n d o cita o dist i n t o b o t â n i c o e farmacêutico Foni Quer, «contraria as veniosidades do estômago e intestinos». Nada m e l h o r 374
Outros nomes: satureja-das-montanhas. Esp.: ajedrea [silvestre, de monte], Fr.; sariette. Ing.: savory. Habitat: Embora seja uma planta originária das regiões mediterrâneas, tem-se estendido por todas as regiões temperadas da Europa e da América. Adapta-se melhor aos climas secos e com bastante sol. Descrição: Trata-se de uma planta de não muito mais de 25-30 cm de altura, mas que, no local onde se encontra, se faz notar pelo seu aroma especial, que convida quem passa a abaixar-se e esfregar as mãos com ela. As suas folhinhas são finas, terminadas em ponta, e cheias de pequenas covinhas onde se alojam as glândulas produtoras de essência. As flores são pequenas, de cor branca ou rosada, e divididas em dois lábios, o que é próprio da família das Labiadas, a que pertence. Partes utilizadas: folhas, flores e caules finos.
-Et Preparação e emprego USO INTERNO O Infusão com 20 g de planta por litro de água, de que se podem ingerir até 3 ou 4 chávenas por dia. @ Essência: de 3 a 5 gotas, depois de cada refeição.
Vanllla planlfòlla Andrews
»J ijj U G Preparação e emprego
Baunilha USO INTERNO
Aromatizante e digestiva
O Usa-se em forma de açúcar baunilhado, xarope ou tintura. © No entanto, a maneira mais vulgar de se obter o seu autêntico aroma é fervendo as vagens juntamente com o produto a aromatizar: chocolate, sobremesas, infusões ou preparados de outras plantas, etc.
?%&$*
O
S ASTECAS do México usavam a baunilha desde tempos muito remotos, como aromatizante para a sua bebida favorita, feita à base de grãos de cacau com farinha de milho. Os espanhóis introduziram-na na Europa nos fins do século XVI, mas não conseguiram que se reproduzisse. Em 1836, um botânico belga descobriu que a planta só podia ser polinizada por um insecto que habita no México, e que fora dali era necessário polinizá-la artificialmente. O princípio activo é o vanilosido, glicósido que durante o processo de dissecação dá lugar à vanilina, responsável pelo seu típico aroma. A vanilina possui propriedades estomacais e digestivas, coleréticas {aumenta a secreção de bílis), é um estimulante suave, e, segundo alguns, um afrodisíaco (©,©!. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Ainda que o seu uso actual se limite ao de condimento, convém ler presente a sua acção tonificante sobre as funções digestivas. 376
A baunilha confere um sabor m u i t o agradável as sobremesas doces e infusões de outras plantas, além de tonificar as funções digestivas.
Sinonímia científica; Vanilta fragans (SalisbJ Ames. Outros nomes: Esp.: vainillero, vainilla [mansa], bejuquilto, cuyanquillo, flornegra. Fr.: vanillier, pois vanile. Ing.: vanilla. Habitat: Originária do México, a sua cultura estendeu-se por outras regiões tropicais da América (Colômbia, Venezuela, Antilhas), África (Madagáscar) e Ásia. Descrição: Planta trepadeira da família das Orquídeas, cujos caules (lianas) podem atingir até 30 m de comprimento. Possui raízes aéreas (adventícias) pelas quais se agarra à árvore que lhe serve de suporte. As folhas são carnudas, e o fruto é uma vagem de cor escura, alongada (15 cm) e com numerosas sementes. Partes utilizadas: o fruto (vagem) antes de amadurecer.
Zlnglber offldnale Roscoe.
J Preparação e emprego
Gengibre A j u d a a fazer a digestão
C
ONFÚCIO, há 2500 anos, já falava do gengibre nos seus escritos. Os mercadores trouxeram-no do Oriente até às costas mediterrâneas, e em Roma era a especiaria mais apreciada, a seguira pimenta. Dioscórides (século I d.C.) já o conhecia e recomendava às pessoas de estômago debilitado. Durante toda a Idade Média foi exportado para a Europa, onde era altamente apreciado, mas não chegou a ser cultivado no velho continente. Nos princípios do século XVI, o espanhol Francisco de Mendoza teve a feliz ideia de levar raízes de gengibre para o Novo Mundo, onde a sua cultura se propagou rapidamente pelas Antilhas, México c- Peru.
USO INTERNO O Condimento: Em pequena quantidade, para pratos crus e cozinhados. © Infusão: 2 g de rizoma triturado em meio litro de água. Desta bebe-se uma chávena depois de cada refeição. Não se deve ultrapassar a dose prescrita.
Outros nomes: gengibre-amarelo, gengibre-das-boticas, gengivre. Esp.: jengibre, jengibre dulce, ajengibre. anchoas. Fr.: gingembre. Ing.: ginger. Habitat: Oriundo da india e países tropicais do Extremo Oriente. Muito abundante no México e nas Antilhas, especialmente na Jamaica. Descrição: Planta vivaz, da família das Zingiberáceas, que atinge uma altura de 1-1,3 m. As suas flores são muito vistosas e lembram as das orquídeas. Reproduz-se por meio do seu aromático rizoma. Partes utilizadas: o rizoma (caules subterrâneos).
Precauções
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O ri-
zoma contém um óleo essencial com diversos derivados ter penicos, responsáveis pela sua acção digestiva e carminativa (impede a formação de gases no aparelho digestivo). E também sudorífico, e na índia atribuem-se-lhe eleitos afrodisíacos. Recomenda-se nos casos de esgotamento, inapetência e de digestões pesadas e flatulentas IO,01.
Como acontece com quase todas as especiarias, em doses altas produz gastrite. Não é conveniente para os ulcerosos. Desaconselhamos o uso da tintura alcoólica de gengibre, por ser irritante para o estômago.
3"
PLANTAS PARA o FÍGADO E A VESÍCULA BILIAR Aintii
a uiviÁRio DO CAPÍTULO DOENÇAS E APLICAÇÕES Ascite, ver Barriga de água 380 Barriga de água 380 Cálculos na vesícula, Ver Vesícula biliar, transtornos 380 Cirrose, ver Hepatite 379 Coklitiase, ver Vesícula biliar, transtornos 380 Coleréticas e colagogas, plantas . .382 Cólica biliar 381 Cólica hepática, ver Cólica biliar . 381 Fígado, intoxicação 380 Fígado, mau funcionamento . . . . 379 Hepatite 379 Hipertensão portal, ver Barriga de água 380 Insuficiência liepática, ver Fígado, mau funcionamento 379 Insuficiência pan creática, ver Pâncreas, insuficiência . . . 381 Litiase biliar, ver Vesícula biliar, transtornos 380 Pâncreas, insuficiência 381
A
S PLANTAS medicinais exercem dois lipos de acções principais sobre o sistema hepatobiliar: a colerética e a colagoga. A produção da bílis é uma das funções primordiais do fígado. As plantas com acção colerética aumentam a quantidade de bílis segregada pelo fígado. A bílis liça armazenada na vesícula biliar, até que a passagem dos alimentos provoque o seu esvaziamento para o intestino. Aumentando a produção de bílis, as plantas coleréticas descongestionam o
Pedras na vesícula, ver Vesícula biliar, transtornos 380 Plantas coleréticas e colagogas .. 382 Vesícula biliar, transtornos 380
PLANTAS Alcachofra Anémona-hepática Bérberis Boldo Cardo-de-santa-maria Cardo-leiteiro = Cardo-de-santa-maria discuta Dente-de-leão Fumaria Polipódio Rabanete e rábano Rábâo-rústico Saramago Taraxaco • Dente-de-leão Trevo-cervino
387 383 384 390 395 395 386 397 389 392 393 394 393 397 388
fígado e favorecem a digestão. Empregam-se especialmente nos transtornos do ligado, como a hepatite. As plantas colagogas facilitam o esvaziamento da bílis contida na vesícula biliar para o duodeno. As plantas colagogas suprimem o espasmo da vesícula e do esfíncter de Oddi, aliviando a dor e facilitando o correcto funcionamento dos sistema biliar. Usam-se em caso de disquinc-
sia biliar (vesícula preguiçosa), dispepsias biliares e colelitíase (cálculos na vesícula).
I
A SAÚDE PELAS P U N I A S M E D I C I N A I S 2 " Parle:
D e s c r i ç ã o
Uso
Doença
Planta
FÍGADO, MAU
VERBENA
o fígado, 174 Descongestiona antiespasmódica
Infusão, decocção
CEBOLA
as funções metabólicas 294 Estimula e de desintoxicação do fígado
Crua, sumo fresco, cozida ou assada
ÉNULA
313
Favorece a função hepática e biliar
Decocção de raiz, pó
Anti-inflamatória, descongestiva do fígado Favorece a evacuação da bílis, tónico digestivo
Maceração de folhas
FUNCIONAMENTO O fígado é a glândula de maior tamanho do nosso organismo, na qual têm lugar milhares de reacções químicas. Estas são as suas três (unções principais: 1. Transformação de alguns princípios nutritivos em outros. 2. Produção da bilis, necessária para a digestão das gorduras. 3. Desintoxicação do sangue, neutralizando e eliminando numerosas substâncias estranhas ou tóxicas que circulam por ele. Muitas destas plantas têm acção colerética, isto é, favorecem a secreção de bilis por parte das células hepáticas. Deste forma se descongestiona o fígado e se facilitam as suas funções. Outras, estimulam a regeneração das células hepáticas danificadas por diversas causas (vírus, medicamentos, toxinas, etc).
Pág. Acção
ANÉMONA-HEPÁTICA
383
BÉRBERIS
384
ALCACHOFRA
387
TREVO-CERVINO
388 Descongestiona o fígado
FUMARIA
389
BOLDO
390
POLIPÓDIO
392
RABANETE E RÁBANO
393
CARDO-DE-SANTA-MARIA
Protectora do fígado, colerética
Descongestiona o fígado, desintoxicante Potente colerético e colagogo, facilita o esvaziamento da bílis
Infusão ou decocção de casca de raiz Infusão de folhas, caule e/ou raízes, sumo fresco de folhas, extractos Decocção de raiz Infusão, sumo fresco, extractos Infusão de folhas, extractos
Laxante suave e colagogo Descongestionam e desintoxicam o fígado, regeneram as suas células
Decocção de raiz
395 hepáticas danificadas
Estimula a regeneração das células
Salada de folhas, infusão ou decocção de frutos, extractos
•LEÃO
a produção de bílis 397 Aumenta e facilita o seu esvaziamento
Salada, sumo fresco, infusão de folhas
ABSINTO
428
CHICÓRIA
440
GENCIANA
452
Estimula a secreção e o esvaziamento da bílis
Maceração, decocção, pó ou extracto de raiz
BONS-DIAS
491
Colagoga (facilita a evacuação da bilis)
Infusão de raiz ou folhas, pó
526
Favorece o bom funcionamento do fígado
Decocção de casca
DENTE-DE-
AMIEIRO•NEGRO
TAMARINDEIRO
Descongestiona o fígado, estimula as suas funções Favorece a secreção de bílis, descongestiona o fígado
536 Colerético e colagogo suave
Crus, sumo fresco
Infusão, maceração Salada, sumo fresco, infusão
A polpa dos frutos
Cardo de-santa-maria
HEPATITE É a inflamação do fígado, geralmente causada por um vírus. 0 seu principal sintoma é a icterícia, tom amarelo 6a pele devido a que o fígado é incapaz de eliminar a bilis, pelo que esta passa para o sangue e se infiltra na pele e outros tecidos. 0 tratamento à base de plantas medicinais tem por objectivo pôr o fígado nas melhores condições de forma natural. As mesmas plantas podem usar-se como complemento no tratamento da cirrose. Além destas plantas, todas as colerétícas (ver tabela da página 382) podem ter utilidade.
MARAVILHA
626 Aumenta a produção de bílis
Infusão de flores
ESPIRULINA
nutrientes de elevado valor 276 Fornece biológico
Cápsulas, preparados farmacêuticos
CEBOLA
as funções metabólicas 294 Estimula e de desintoxicação do fígado
Crua, sumo fresco, cozida ou assada
HORTELÃ-PIMENTA
366
ALCACHOFRA
387
A sua essência é activa contra o vírus da hepatite A Protectora do fígado, colerética Descongestionam e desintoxicam o
Essência, infusão Infusão de folhas, caule e/ou raízes, sumo fresco de folhas, extractos
RABANETE E RÁBANO
393 fígado, regeneram as suas células
Crus, sumo fresco
CARDO-DE-SANTA-MARIA
a regeneração das células 395 Estimula hepáticas danificadas
Salada de folhas, infusão ou decocção de frutos, extractos
DENTE-DE-LEÀO
o fígado, 397 Descongestiona facilita a sua função de desintoxicação
Salada, sumo fresco, infusão de folhas
ABSINTO
428
Descongestiona o fígado, estimula as suas funções
Infusão, maceração
VIDEIRA
544
Descongestiona todos os órgãos digestivos, fornece açúcares e outros nutrientes de grande valor biológico
Frutos (uvas), cura de uvas
379
1
Cap. 1 8 : PLANTAS
10 E A V E S Í C U L A B I L I A R
Doença
Planta
Pág. Acção
Uso
FÍGADO, INTOXICAÇÃO Quando as células hepáticas tenham sido danificadas pela acção de fármacos, produtos químicos ou cogumelos venenosos, estas duas plantas podem contribuir para reforçar a função desintoxicadora do fígado e regenerar as suas células.
RABANETE E RÁBANO
^
Descongestionam e desintoxicam o fígado, regeneram as suas células
Crus, sumo fresco
Estimula a regeneração das células hepáticas danificadas
Salada de folhas, infusão ou decocção de frutos, extractos
Activa a circulação portal, o ff gad0
Salada ou sumo fresco de folhas, infusão de raiz
CARDO-DE-SANTA-MARIA
yjc
CHICÓRIA CHICÓRIA
440 44U
VmFiRA VIDEIRA
S44 Descongestiona o fígado, 044 e | j m j n a resíduos metabólicos
ORTOSSIFÃO
653
Diurético intenso, rico em sais potássicos, colagogo
Infusão
SABUGUEIRO
767
Purgante, diurético
Decocção da entrecasca
TÍLIA
169 o funcionamento da vesícula biliar
OLIVEIRA
239 da vesícula biliar
ENULA
313 e hepatobiliares
BERBERIS
384
Colagogo, melhora as digestões pesadas
Infusão ou decocção de casca de raiz
CUSCUTA
386
Favorece o esvaziamento da vesícula biliar
Infusão
BOLDO
390 normaliza o esvaziamento da bílis
DENTE-DE-LEÃO
397 e facilita o seu esvaziamento
GENCIANA
452
QUÁSSIA
467 biliar, aperitiva
CARVALHINHA
473
Amargo, tónico digestivo, favorece o esvaziamento da vesícula
Infusão de flores e folhas
BONS-OIAS
491
Colagoga (facilita a evacuação da bílis)
Infusão de raiz ou folhas, pó
ORTOSSIFÃO
653
Corrige a atonia ou preguiça da vesícula
Infusão de folhas e flores
HIPERICAO
714 biliar
BARRIGA DE ÁGUA A acumulação de liquido na cavidade peritoneal chama-se ascite, ou barriga de água. A causa mais frequente de ascite é a cirrose hepática. Estas plantas activam a circulação no sistema portal, descongestionam o fígado e favorecem a eliminação do líquido abdominal. Desta forma melhoram a evolução da cirrose hepática.
VESÍCULA BILIAR, TRANSTORNOS A vesícula biliar tem de esvaziar a bílis que contém, no momento preciso, para que a digestão continue o seu processo normal. Mas este mecanismo de esvaziamento biliar sofre frequentes transtornos, conhecidos como vesícula preguiçosa ou coledisquinesia, que se manifestam com digestão pesada, dor na zona do fígado ou na região vesicular, náuseas e dor de cabeça. Em muitos casos, estes transtornos são devidos a colelitiase (pedras ou cálculos na vesícula) ou a barro biliar (bílis espessa), A fitoterapia dispõe de plantas capazes de regular o mecanismo de esvaziamento biliar e de fluidificar a bílis, com o que se pode evitar a formação de novos cálculos. Todas as plantas colagogas (ver tabela da pág. 382) também são de utilidade.
380
deSC0nges(i0na
Antiespasmódico, melhora
Colagoga, facilita o funcionamento
Tonifica as funções digestivas
Potente colerético e colagogo,
Frutos (uvas) cura de uvas
Infusão de flores Óíeo (azeitei dos frutos (azeitonas! Decocção de raiz, pó, extracto, essência
Infusão de folhas, extractos
Aumenta a produção de bílis
Salada, sumo fresco, infusão de folhas
Colerètica e colagoga, melhora as disquinesias biliares, tónico estomacal
Maceração , decocção, pó de raiz
Favorece o funcionamento da vesícula
Facilita o funcionamento da vesícula
Decocção
Infusão de sumidades floridas
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I 2 " Parle:
D e s c r i ç ã o
Doença
Planta
CÓLICA BILIAR Produz-se quando a vesícula biliar tenta expulsar um cálculo ou pedra que se tenha formado no seu interior. É um estado agudo, que pode durar vários dias, em que se produzem contracções espasmódicas da vesícula e das vias biliares que esvaziam a bílis para o intestino delgado. Isto traduz-se em dor, náuseas, vómitos e mal-estar geral. Além destas plantas, são indicadas todas as ant/espasmódicas (ver pág. 147).
PASSIFLORA
167 Relaxa os órgãos abdominais ocos,
Infusão de flores e folhas
MACELA
350
Antiespasmódica
Infusão, pó, essência
ASSA-FÉTIDA
359
Potente antiespasmódico e sedante
Lágrimas (grãos de goma)
ABELMOSCO
362
Antiespasmódico, sedante
Infusão de sementes
CAMOMILA
364
Antiespasmódica, sedante
Infusão
ARGENTINA
371
Antiespasmódica, acalma as cólicas
Decocção
BOLDO
colerético e colagogo, 390 Potente normaliza o esvaziamento da bílis
Infusão de folhas, extractos
LINHO
508
Antiespasmódico, sedante, anti-inflamatório
Cataplasmas com a farinha
HARPAGÓFITO PÂNCREAS, INSUFICIÊNCIA Estas três plantas favorecem a função exócrina da glândula pancreática, aumentando a secreção de suco pancreático, imprescindível para a digestão.
Uso
Pág. Acção como a vesícula biliar
670 Relaxa os espasmos eólicos
Infusão da raiz, cápsulas
278
Estimula a secreção do suco pancreático
Sumo fresco, infusão
PAPAIEIRA
435
Estimula a produção de suco pancreático
Látex, infusão de folhas
CARDO-SANTO
444
Favorece a função do pâncreas
Infusão ou decocção de folhas
URTIGA-MAIOR
O cardo-de-santa-maria (pág. 395) constitui um dos remédios vegetais mais eficientes para as afecções hepáticas. O seu principio activo é a silimarina, substância capaz de regenerar as células hepáticas, e que por isso entra na composição de diversos preparados farmacêuticos.
Todos os cardos são bons para o fígado. E a alcachofra (pág. 387), como cardo que é, não só favorece as funções da glândula hepática mas também reduz o nível de colesterol no sangue. As partes mais medicinais da alcachofra não são os capítulos da planta, vulgarmente chamados alcachofras, mas sim as folhas, o caule e a raiz, que se ingerem em infusão ou em sumo fresco.
381
I
1
C a p . 1 8 : P L A N T A S PARA O FÍGADO E A V E S Í C U L A B I L I A R
Plantas coleréticas e colagc gas
As plantas coleréticas aumentam a quantidade de bilis segregada pelo fígado. As plantas coíagogas facilitam o esvaziamento da bilis contida na vesícula biliar para o duodeno.
Planta Tília Oliveira Antenária Émila Aspérula-odorífera Hortelã-pimenta Baunilha
Pág.
Colerética
169 239 297 313 351 366 376
/ /
Bérberis
384
Cuscuta
386
Alcachofra
Evónimo
387 388 389 390 392 393 397 428 436 450 452 467 469 473 489 491 503 528 529 536 624 626 653 674 691 694 707
Carlina
749
Trevo-cervino Fumaria Boldo Polipódio Rabanete e Rábano Dente-de-leão Absinto Fel-da-terra Cúrcuma Genciana Quássia Acácia-bastarda Carvalhinha Anona Bons-dias Globulária Cáscara-sagrada Ruibarbo Tamarindeiro Artemísia Maravilha Ortossifão Alecrim Milefólio Aloés
382
/ / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /
Colagoga
/ / / / / / /
/ / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /
A laranja, especialmente a amarga, possui uma certa acção colagoga, se bem que não suficientemente importante para que figure na tabela j u n t a . Isto explica como nalgumas pessoas, particularmente mulheres, a laranja causa intolerância digestiva q u a n d o ingerida de manhã em j e j u m , pois provoca um esvaziamento brusco da vesícula biJiar.
Maravilho
Anemone hepaticaL
Anémona -hepática Descongestiona o fígado
A
S FOLHAS desta pequena e linda planta, que parecem lembrar os lóbulos anatómicos do ligado, terão possivelmente inspirado os médicos renascentistas a utilizá-la nas doenças hepáticas.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Ioda a planta contém glicósidos, saponina e anemonol, substância tóxica quando a planta está Fresca. É unti-inflamntória e descongestiva do fígado IO), p e l o q u e se traia de mais um r e m é d i o a t e r em c o n t a no caso de afecções hepáticas (icterícias, h e p a t i t e s , cirroses, e t c ) . T a m b é m é diurética. O r a , COnhecem-se a c t u a l m e n t e outras plantas mais eficazes e menos tóxicas, pelo q u e o uso da a n é m o n a - h e p á t i c a n o t r a t a m e n t o das d o e n ç a s d o fígado d i m i n u i u . N o e n t a n t o , persistem outras das suas aplicações. Externamente, utili/a-se c o m o vulnerária e cicatrizante em caso de feridas e úlceras da pele 101.
Sinonímia científica: Hepática nobilis L Outros nomes: anémona, anémola. Esp.: hierba dei hígado, hierba de la Trinidad, trinitaria, trébol dorado. Fr.: [anémone] hépatique, herbe de la Trinité. Ing.: anemony, windflower. Habitat: Cria-se em terrenos calcários e montanhosos de toda a Europa. Descrição: Planta vivaz, de 10 a 25 cm de altura, da família da$ Ranunculáceas. Não possui caule. As suas folhas estão divididas em três lóbulos, e saem directamente da base. Dá flores azul-cíaro, rosa, ou brancas. Partes utilizadas: As folhas secas.
£P Preparação e emprego USO EXTERNO O Maceração: Prepara-se com 30 g de folhas secas em um litro de água, durante 12 horas. Tomam-se 2-3 chávenas diárias, adoçadas com mel. ô Compressas empapadas no líquido resultante da maceração. Aplicam-se sobre a zona da pele afectada.
Precauções
A planta fresca é tóxica. Não ultrapassar a dose indicada.
3a
Berberis vulgarls L.
Bérberis Digestivo e t o n i f i c a n t e
P
ASSEANDO pelos lugares montanhosos e secos, é muito agradável encontrar-se este arbusto de aspecto um tanto hostil, pelos seus espinhos pontiagudos, mas de delicados frutos. Durante uma boa parte do Outono, ainda se pode desfrutar deste refrescante presente da natureza. O autor mesmo teve ocasião de os comer em abundância. Embora não esperássemos muito deles, devido às suas reduzidas dimensões, os pequeninos frutos da bérberis têm um sabor muito refrescante, entre o doce e o ácido. Para as cabias monteses e para muitas aves, constituem uma «sobremesa» muito apreciada. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a
planta, excepto os frutos, contém alcalóides muito activos, que podem
Outros nomes: berbere, uva-espim, espinheiro•vinheto. Esp.: agracejo, bérbero, retamilla, agracillo, cambrón, vinagrera. Fr.: épine-vinette. Ing.: fcommon] barberry. Habitai: Cresce nas regiões temperadas e montanhosas da Europa e da América, principalmente em terrenos secos e pedregosos.
O Precauções
Devido ao seu conteúdo em berberina, um alcalóide semelhante a morfina, a casca da raiz de bérberis deve usar-se com muita prudência, sem exceder as doses prescritas.
384
Partes utilizadas: a casca das raízes, e os frutos.
Preparação e emprego
USO INTERNO &
Descrição: Arbusto espinhoso de hastes erectas, da família das Berberidáceas, cujas espécies se caracterizam por apresentar grupos de 3 ou 5 espinhos em cada nó. As flores são amarelas. Os frutos são umas pequenas bagas ovaladas, vermelhas ou cor-de-amora, dispostas em cachos. A casca do tronco e das raízes apresenta uma cor amarelada, que se tem usado para tingir a lã e outros tecidos.
O Infusão ou decocção: Preparase com 40 g de casca de raiz por cada litro de água. Não é recomendável tomar mais de três chávenas por dia. @ Xarope: Dos frutos obtém-se, por pressão, um delicioso sumo, a que
se acrescenta, depois de coado, o dobro do seu peso em açúcar, com o fim de evitar que fermente. Assim se dispõe de um xarope, a partir do qual se pode obter uma refrescante bebida em qualquer época do ano. © Doce: Com os frutos da bérberis também se prepara um delicioso doce.
A segurelha exerce uma acção carminativa (antiflatulenta) e antiespasmódica, pelo que constitui u m c o m p l e m e n t o ideal para temperar os legumes e outros alimentos de digestão lenta ou difícil.
cio que a segurelha, para temperar os pratos de legumes, como os feijões, assim como os guisados de favas. Ainda por cima, relaxa os músculos do intestino (efeito antiespasmódíco), pelo que se torna útil nos casos de dores intestinais ou diarreia IO.01. É recomendável para os que sofram de gastrite. Também apresenta uma certa acção vermífuga. • Sobre o sistema nervoso, exerce uma suave acção tonificante, pelo que é indicada nos casos de fadiga crónica, debilidade, hipotensão e as-
»\»,
Segurelha-dos-jardins Há várias espécies de Satureja muito semelhantes na composição e nas propriedades. Uma das mais conhecidas é a segurelha-dos-jardins (Satureja hortensis L),* muito apreciada e cultivada em Portugal, não só pelas suas propriedades medicinais mas também como condimento. É ligeiramente baça e um pouco mais pequena e delicada do que a segurelha ou satureja-das-montanhas (Satureja montana L). A erva-das-azeitonas (Satureja calamintha [L] Scheele), também conhecida por calaminta e nêveda, muito aromática, tem folhas ovadas ou ovado-arredondadas e encontra-se nos lugares secos e áridos, sebes e caminhos. Além do emprego que o seu nome obviamente sugere, tem também qualidades antiespasmodicas e estimulantes. * Esp.: ajedrea dejardin.
• Para os guisados, pode empregar-se tanto fresca como seca, ou ainda reduzida a pó num moinho de moer pimenta. A essência também se usa como condimento. • Para temperar as azeitonas ao natural. Aqui fica a receita utilizada em muitas povoações do Sul de Espanha, em regiões de olivais: Põem-se as azeitonas de molho durante vários dias, mudando-lhes frequentemente a água, até que esta saia clara e as azeitonas não amarguem. Depois deixam-se de molho com segurelha (um punhado por litro de água), sal, alhos e casca de laranja (para as pretas) ou de limão (para as verdes). Êxito garantido.
tenia IO,01. Claro que o uso da segurelha deve ser acompanhado de outros tratamentos naturais, no quadro de uma cura revitalizadora. • A sua acção afrodisíaca não é simplesmente uma lenda, embora seja discreta e progressiva IO,01. No caso de se desejar uma acção mais enérgica, deverá associar-se a outras plantas (ver. pág. 602). • E ligeiramente diurética e depurativa, pelo que também é benéfica aos obesos, artríticos e gotosos IO.01. • Proporciona uma acção balsâmica e expectorante, devido aos óleos essenciais que contém. E útil em bronquites agudas e crónicas, assim como nos casos de IO,©l.
tornar-se tóxicos, de e n t r e os quais se desiaca a berbei ina. Este alcalóide é q u i m i c a m e n t e s e m e l h a n t e à morfina e, s e g u n d o disse Font Quer, p o d e ate utilizar-se para a d e s a b i t u a ç ã o dos morflnómanos. A CASCA DA RAIZ da bérberis é a parte da planta mais rica em berberina, e apresenta as seguintes propriedades: • Colagoga e digestiva: Fácil içando a evacuação da bílis, descongestiona o ligado e o sistema biliar, m e l h o r a n d o deste m o d o as digestões pesadas IO). Actua, p o r t a n t o , c o m o um tónico digestivo, a u m e n t a n d o o apetite. • Laxante: Ajuda a vencer a prisão de ventre, q u a n d o seja devida a uma deficiente secreção de bílis IO). • Tónico cardíaco e circulatório: Tradicionalmente tem-se usado c o m o estimulante em estados de esgotamento ou após doenças febris IO). • Diurética e febrífuga, ainda q u e de efeito p o u c o intenso IO). Os FRUTOS c o n t ê m glicose e levulose, vitamina C, assim c o m o os ácidos orgânicos cítrico e málico. Tanto frescos c o m o em s u m o ou em xarope, são m u i t o eficazes p a r a refrescar e acalmar a sede. T ê m um ligeiro efeito laxante. O s u m o e o xarope de bérberis t o r n a m - s e m u i t o a p r o p r i a d o s para acalmai - a s e d e dos doentes febris, pois além de fazer baixar a temperatura, estimula e tonifica l©,0l. Os frutos da bérberis coJbetn-.se no f i m d o Verão o u n o O u t o n o . P o d e m usar-se sem limitação, visto n ã o conterem alcalóides.
A casca das raízes da bérberis exerce uma acçáo favorável sobre a vesícula biliar. Favorecendo os esvaziamento da bílis, melhora as digestões pesadas e a dispepsia de origem biliar. Por seu lado, os pequenos frutos silvestres da bérberis são muito recomendáveis em caso de febre devida a gripe ou outras afecções: baixam a temperatura e tonificam. 38!
PJ U
Cuscuta epNhymum Mur.
JÉ)
U
Preparação e emprego
Cuscuta
USO INTERNO O Infusão com 30 g de planta por litro de água. Tomar duas chávenas por dia.
Digestiva e cicatrizante
USO EXTERNO © Cataplasmas: Fervem-se, durante meia hora, de 60 a 100 g de planta por litro de água. Triturar até conseguir uma massa pastosa, que se aplica sobre a zona da pele afectada.
E
STA PLANTA c um autêntico vampiro vegetal. Com os seus finos caules adere à sua vítima, de que chupa literalmente a seiva até secá-la e matá-Ja. Ataca de preferência o tomilho, a alfazema, a segurelha, o alecrim, a urtiga, o trevo e o lúpulo. Antigamente pensava-se que a cuscuta adquiria as propriedades da planta a que parasitava, o que não pôde ser demonstrado. Hoje, no entanto, sabemos que a cuscuta tem as suas próprias virtudes medicinais.
Toda a planta contém um gllcósido amorfo (cuscutina), resina, tanino e goma. Por via interna, é laxante e diurética. Ao mesmo tempo, favorece o esvaziamento da vesícula biliar (acção colagoga) e estimula os processos digestivos. E recomendada aos que sofrem de cálculos biliares ou de transtornos no esvaziamento da vesícula biliar IO), PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Aplicada externamente cm Forma de cataplasma, é cicatrizante e anli-séptica. Dú bons resultados no caso de ú\ceras varicosas e de feridas infectadas ou de cicatrização lenta IÔ1. 386
Outros nomes: linho-de-cuco, linho-de-raposa, cabelos, •cabelos-de-nossa-senhora, enleios, abraços. Madeira: ({> iinheio. Brasil: cipó-chumbo. Esp.: cuscuta, epitimo, cabellos [de tomillo], barbas de capuchino. Fr.: cuscute. Ing.: [commonj dodder, greater dodder. Habitat: Comum nos montes de toda a Europa. Também se encontra em regiões montanhosas e temperadas ou frias do continente americano.
Descrição: Planta parasita, da familia das Cuscutáceas, de caule avermelhado e flores esbranquiçadas ou rosadas. Não tem folhas e portanto também não tem clorofila. Forma um emaranhado de finos caules em volta das plantas que parasita. Partes utilizadas: toda a planta.
I
•
Cynara scotymus L Cyn
Alcachofra USO INTERNO
Regenera o fígado e baixa o colesterol
O Infusão de folhas, caule e/ou raízes: 50-100 g por litro de água. Tomar 3 chávenas diárias, preferivelmente antes das refeições. © Sumo fresco: Obtém-se das folhas e ingere-se à razão de uma chávena a cada refeição, © Extracto seco: 1 -2 g diários, se não se tolerar o sabor amargo da infusão ou do sumo fresco.
A
ALCACHOFRA foi considerada afrodisíaca durante o século XVI, embora não se lhe tenha prestado muita atenção como planta medicinal. Foi só nos meados do século XX que ganhou um grande prestígio como remédio para as doenças hepáticas e biliares. Actualmente, os extractos de alcachofra entram na composição de vários preparados farmacêuticos, em virtude das suas notáveis acções medicinais sobre o fígado e o metabolismo. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS
princípios activos da alcachofra, que se concentram sobretudo nas folhas, são a cinarina (princípio amargo) e alguns ílavonóides derivados da luteína. É muito rica em enzimas, inulina (hidrato de carbono muito bem tolerado pelos diabéticos, ver pág. 80), potássio e manganésio. Embora a alcachofra propriamente dita, isto é, o capítulo floral, também participe dos efeitos medicinais que descrevemos, para conseguir uma acção terapêutica importante é preciso usar sobretudo as folhas, o caule e/ou as raízes da planta. As propriedades da alcachofra são:
Fórmula química da cinarina, princípio activo da alcachofra.
*
W1^ Outros nomes: aicachofra-hortense. Esp.: alcachofera, alcachofa, alcaucil, cardo alcahofero, morrillera. Fr.: artichaut. Ing.: artichoke. Habitat: Própria dos países mediterrâneos. Cultivada em regiões temperadas de todo o mundo. Descrição: Planta da família das Compostas, que atinge até 1,5 m de altura. As folhas são grandes, muito
• Colerética (aumenta a secreção de bílis) e hepatoprotectora (antitóxica): Recomenda-se nos casos de dispepsia ou cólica biliar e de insuficiência hepática IO.@,©l. É muito indicada no caso de hepatite. • Hipolipemiante: Faz descer a concentração de colesterol e de outros lípidos no sangue, pelo que se torna muito recomendável no caso de arteriosclerose lO,@,©l.
segmentadas, de cor verde-acinzentada. Os capítulos florais são de cor azul-violácea, rodeadas de brácteas (falsas folhas), na base das quais se encontra a parte comestível. Partes utilizadas: as folhas da planta, o caule, os capítulos florais (conhecidos por alcachofras) e a raiz.
• Hipoglicemiante: Pelo seu conteúdo em inulina, é um alimento próprio para os diabéticos IO.0.0I. . Favorece a diminuição do nível de açúcar no sangue. • Diurética, depurativa e eliminadora de ureia: Apropriada no caso de albuminúria e na insuficiência renal IO,© 01. 387
Eupatorium cannabinum L.
A IS J
'i\
Trevo-cervino
Preparação e emprego USO INTERNO O Decocção de 50 g de raiz fresca cortada às rodelas, ou com a mesma quantidade de folhas num litro de água. Tomam-se 2 ou 3 chávenas diárias.
Descongestiona o fígado e depura o sangue
USO EXTERNO ©Compressas empapadas na mesma decocção que para o uso interno. Colocam-se sobre a zona de pele afectada.
N
AO SL DEVE confundir esta planta, também chamada eupatório-de-avicena, com a agrimónia (pág. 205), que também tem o nome de eiipatório-dos-gregos, a qua pertence a outra família botânica e possui propriedades medicinais distintas.
Precauções
Em doses elevadas, pode provocar vómitos.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a
planta contém resina, uma substância amarga, tanino e indícios de essência. Possui propriedades coleréticas (aumenta a secreção de bílis no ligado, clescongesiionando-o), depurativas, anti-reumátícas, laxantes e expectorantes. Utili/a-se em casos de afecções hepáticas (hepatites, cirroses), dores reumáticas, bronquites e caiairos, e também como purgante suave IOI.
Outros nomes: eupatório-de-avicena. Esp.: eupatorio, canabina. Fr.: eupatoire. Ing.: hemp agrimony. Habitat: Terrenos e bosques húmidos da Europa e da América. Descrição: Planta vivaz da família das Compostas, que atinge até 1.5 m de altura. As suas flores são cor-de-rosa, azul-páiido ou brancas, agrupadas em corimbos. A raiz emana um odor fétido. As suas folhas são de sabor amargo. Partes utilizadas: as folhas, e a raiz acabada de arrancar.
Aplicado externamente, é vulnerário: cura feridas injectadas, úlceras e lesões da pele 1©I.
£
;Ê
V
Existem na América várias espécies de eupatórios: • Eupatorium coliinum D.C: Conhecido pelos nomes espanhóis de 'hierba dei ángel', 'barrilete' e 'majitero'. Cultiva-se para utilizar as folhas como sucedâneo do lúpulo. • Eupatorium perfoliatum L: Cria-se na América do Norte, onde se usa como la388
Eupatórios americanos xante, sudorífico e febrífugo, em constipações e gripes. • Eupatorium purpureum L: Empregado pelos índios norte-americanos como diurético e tonificante. • Eupatorium staechadosmum Hance.: Originário da Indochina, mas cultivado na América tropical devido às propriedades medicinais das suas folhas. É conhecido
pelo nome espanhol de 'ayapana de Tonquín'. • Eupatorium triplinerveMaH. = Eupatorium ayapana Vent.: Proveniente dos trópicos asiáticos. Prepara-se com as suas folhas uma infusão estimulante. É conhecido no Brasil como aiapana, e noutros países latino-americanos como 'ayapana', 'curía', 'diapalma' e 'té dei Amazonas'.
Fumaria offíclnalls L
O] 1^
*l [£J IH Preparação e emprego
Fumaria Descongestiona o fígado e desintoxica
USO INTERNO O Infusão de 50 g de planta por litro de água. Toma-se uma chávena antes de cada uma das três refeições. ô Sumo da planta fresca adoçado com mel, à razão de meio copo antes de cada refeição. €) Extracto seco: Ingere-se um grama antes de cada refeição.
N
ÃO SE SABE se a fumaria se chama assim porque, quando é torcida ou esmagada, faz chorar como se fosse fumo, ou então porque as suas folhas cinzentas se assemelham ao fumo de um incêndio, cujas labaredas seriam as flores. Tem sido usada com êxito desde o tempo de Dioscórides (século I d.C).
Toda a planta contém ílavonóides que a tornam colerética e antiespasmódica; sais de potássio, a que se deve a sua acção diurética e depurativa; e diversos alcalóides derivados da isoquinoleína (fiunarina) que lhe conferem uma acção anti-histamínica (a histamina intervém nas reacções alérgicas) e anti-inflamatória. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Além disso, a fumaria contém princípios amargos e mucilagens. Tem as seguintes indicações; • Eczemas e erupções da pele devidos a auto-intoxicação por putrefacção intestinal, insuficiência renal, afecções hepáticas (hepatite crónica), ou alergias IO.0.0I. • Afecções hepáticas: congestão e mau funcionamento {lo fígado ou hepatite crónica, pelo seu efeito colerétíco (estimulante da secreção de bílis) IO0.0I • Hipertensão arterial, pelos seus eleitos diurético, antiespasmódico, depurativo e fluidificante do sangue IO0.0I
Outros nomes: erva-molarinha, erva-pombinha, fumo-da-terra, moleirinha. Brasil: fel-da-terra. Esp.: fumaria, plumaria, palomilla, flor de pajarito, hierba de la tierra, hierba de conejos, capa de reina. Fr.: fumeterre [officinalej. Ing.: [hedge] fumitory, earlh smoke. Habitat: Nas proximidades de campos cultivados, nas beiras dos caminhos e em terrenos baldios. Originária da Europa, mas difundida em todo o mundo. Descrição: Planta anual, da família das Fumariáceas. que atinge de 20 a 70 cm de altura. As suas folhas são de um cinzento esverdeado, e as flores rosadas ou vermelhas. O aroma è ácido, e o sabor. amargo. Partes utilizadas: Toda a planta excepto a raiz.
3<
Peumus boldus Molina
líj \É
Boldo Normaliza o funcionamento da vesícula biliar
O
BOI.DO é uma cias plantas medicinais mais utilizadas na preparação de produtos farmacêuticos para li atar as doenças do fígado e da vesícula biliar. Existem vários medicamentos, produzidos por diversos laboratórios, em cuja composição entra o boldo. E que esta planta apresenta propriedades que nenhum produto químico consegue igualar. No Chile, é uma planta muito apreciada. Os primitivos povoadores dos Andes já a utilizavam como estomacal e digestiva. Hoje pode-se encontrar este dom da Natureza nas farmácias e ervanárias de toda a Europa e América, onde continua a ser conhecido pelo seu primitivo nome araucano.
Outros nomes: Esp.: boldo. Fr.: boldo. Ing.: boldo. Habitat: Cresce espontaneamente no Chile e nas regiões andinas da América do Sul. Cultiva-se na Itália e no Norte de África. Descrição: Árvore ou arbusto de até 5mde altura, da família das Monimiáceas, com folhas elípticas de superfície rugosa. As flores são brancas ou amareladas. Toda a planta liberta um agradável aroma semelhante ao da hortelã. Partes utilizadas: as folhas.
-CP
Preparação e emprego
USO INTERNO
O Infusão com 10-20 g de folhas de boldo por litro de água, de que se toma uma chávena antes de cada refeição, até 4 diárias. © Extracto seco: 1 g, 3 ou 4 vezes ao dia, antes das refeições.
Precauções N
-CH,
CH, CH,OH Fórmula química da boldina, o alcalóide mais importante do boldo. 390
Não ultrapassara dose indicada (quatro chávenas por dia), pois em doses elevadas o boldo é soporífero (faz dormir) e anestésico sobre o sistema nervoso central. Estes efeitos só se apresentam com doses muito elevadas, e de modo nenhum com as que são indicadas. Embora não haja provas concludentes de que possa afectar o feto, como medida de precaução as grávidas devem evitar ingerir esta planta.
& ^L-y^ 4
Bal;V\ | B - *§•
^•^)L. •
Magnífica panorâmica de Torres dei Paine (Chile). O boldo é originário das regiões montanhosas andinas do Chile, embora actualmente se encontre também, cultivado, no Sul da Europa e no Norte de África. A u m e n t a n d o a produção de bílis, melhora o funcionamento do fígado e da vesícula biliar. Está provado que o consumo de boldo pode melhorar os eczemas cutâneos, possivelmente devido ao facto de favorecer a função desintoxicante do fígado.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS fo-
lhas do boldo contêm cerca de vinte alcalóides derivados da aporíina, dos quais o mais importante é a boldina. que representa entre 25% e 30% do total. Também são ricas no óleo essencial que dá à planta o seu aroma característico, e no qual se identificaram eucaliptol, ascaridol e cimol. As Tolhas contêm ainda diversos flavonóides c glicósidos (boldoglucina). As propriedades mais importantes do boldo são: • Colerético (aumenta a produção de bílis no fígado) e colagogo (facilita o esvaziamento da vesícula biliar): Por isso as folhas do boldo são indicadas no caso de congestão hepática e dis-
quinesia biliar (transtorno no funcionamento da vesícula biliar) e cólicas biliares IO.0I.
mem novos cálculos ou aumentem de tamanho aqueles que já existem.
O boldo também se torna benéfico no caso de litiase biliar (pedras na vesícula), para aliviar as perturbações digestivas e a sensação de distensão após as refeições, sintomas característicos desta doença IO.01. Na realidade o boldo não é capaz de desfazer os cálculos biliares, nem de provocar a sua expulsão. Comprovou-se, no entanto, que se produzem mudanças na composição química e nas propriedades físicas da bílis, tornando-a mais fluida e menos litogénica (com menor tendência paia a formação de pedras ou cálculos); quer dizer que o boldo impede que a bílis precipite e se for-
• Eupéptico (facilita a digestão) e aperitivo: O boldo está indicado nos casos de digestão lenta ou difícil, inapetência, peso no estômago e os chamados amargos de boca IO,©l. • Laxante suave, possivelmente como consequência do maior afluxo de bílis no tubo disgestivo, que esta planta provoca IO.0I. O boldo associa-se normalmente a outras plantas coleréticas e colagogas (alcachofra, alecrim, e t c ) , ou laxantes (fràngula, sene, e t c ) .
\lum
vui
5) \M Q Q
O
Polipódio Descongestiona o fígado Outros nomes: Poiipódio-do-carvaiho, fentelha, filipode, teto-doce. Esp.: polipódio, filipodio. Fr.: poíypode. fougère réglisse. Ing.: [femalej fern, polypody.
«2r>;
Habitat: Comum em todas as regiões temperadas do hemisfério norte. Nasce quase sempre nos troncos de árvores velhas, nos muros sombrios e sobre as pedras cobertas de musgo.
T
LOFRASTO e Dioscórides já conheciam as propriedades iaxativas deste feto. No século XVI, o médico espanhol Andrés de Laguna dizia que «o polipódio pinga com grande facilidade, de sorte que nem revolve o estômago nem provoca fastio». Seguindo um velho costume, este médico recomendava aos que sofriam de prisão de ventre que comessem o caldo de um galo velho recheado de raiz. de polipódio e de sene. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A raiz do polipódio contém um princípio amargo glicosídico, saponina, murilagens e açúcares. Tem um agradável sabor a alcaçuz. São esias as suas propriedades:
• Laxante suave e colagogo: Indicado em casos de prisão cie ventre crónica e de insuficiência ou congestão hepática, assim como em transtornos da vesícula biliar IO.01. • Expectorante e antifússico. Útil em caso de catarros bronquiais e de tosse seca IO.0I. • Vermífugo: Faz expulsar os parasitas intestinais IO.0I. 392
Descrição: Feto da família das Polipodiáceas, de 15 a 50 cm de altura, com frondes alongadas e triangulares, em cuja face inferior se encontram os esporângios. O rizoma (caule subterrâneo) é rasteja nte e dele partem numerosas pequenas raízes. A calaguala (pág. 724) é outro teto do género Polypodium. Parte utilizada: o rizoma.
O
Preparação e emprego USO INTERNO O Decocção com 30 g de raiz num litro de água, fazendo-a ferver até que fique reduzida a metade. Deixase repousar durante umas horas e
bebem-se todos os dias 3 ou 4 chávenas. © Pó de raiz: A dose habitual é de um grama, de uma a três vezes ao dia.
Raphanus sativus l_
O Pt
Rabanete e rábano Regenera o fígado. Combate eficazmente a sinusite
Preparação e emprego
USO INTERNO O Cru em saladas, é um condimento saudável e curativo. © Sumo fresco do tubérculo, à razão de 50 a 125 ml, três vezes por dia, antes das refeições e adoçado com mel ou açúcar escuro.
Saramago
O
S RABANETES são m u i t o a p r e c i a d o s nos países m e d i terrâneos como condimento para as saladas. Nalguns lugares, n ã o se c o m e só a raiz mas t a m b é m as folhas, q u e lèm um agradável sabor picante. O rábano {Raphanus Sativus L. var. Nigra) é uma variedade do raban e t e c o m u m , caracterizada pela c o r escura da raiz, muito empregada em fitoterapia. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Con-
tém um glicósido sulfurado (gluco-rafenina) que, por hidrólise enzimática, se transforma em rafanol, substância a q u e se devem as suas p r o p r i e d a d e s colagogas, colercticas, antibióticas e peitorais. C o n t é m t a m b é m sais minerais e vitaminas B e C. Sãos estas as suas aplicações: • Afecções hepatobiliares: Aumenta a p r o d u ç ã o de bílis pelo ligado (efeito colagogo), o q u e o descongestiona e desintoxica. Ao m e s m o t e m p o , melhora o funcionamento da vesícula biliar, ao favorecer a correcta evacuação da bílis para o d u o d e n o . O rabanete é pois muito indicado nos casos de he-
O saramago (Raphanus raphanistrum L.).' também conhecido por cabestro, é considerado a espécie da qual procedem os rabanetes e rábanos cultivados como hortaliça. As suas propriedades medicinais são as mesmas que as do rabanete vulgar (Raphanus sativus L). As sementes contêm um alcalóide, a sinalbina, que, pela acção da enzima que o acompanha, se transforma em essência de mostarda. ' Esp.: rábano silvestre. Fr.: revenelle. Ing.: wild radish.
Outros nomes: rabão. Brasil: rabanete-das-hortas, nabo-chinês. Esp.: rábano, rabaneta. rabanete, nabo chino criollo, nabón. Fr.: radis. Ing.: radish. Habitat: Originário da Ásia Central, actualmente cultivado em todas as regiões temperadas do mundo. Descrição: Planta herbácea, da família das Cruciferas, de folhas muito ramificadas e flores brancas com riscas cor-de-rosa ou violeta. A raiz é um bolbo de cor branca, vermelha ou parda escura. Partes utilizadas: a raiz fresca.
-At.
Rábáo-rústico
O rábão-rústico (Armoracia rusticana Gaertn. = Cochlearia armoracia L)*, é também chamado rábãomaior, rabanete-de-cavalo e cocleária-da-bretanha. Nalguns países da América do Sul também lhe chamam saramago. Tanto na sua composição como nas aplicações, é muito semelhante à mostarda {pág. 663). Este rabanete adquiriu grande notoriedade porque os professores Enamorado e López Garcés, da Universidade Politécnica de Madrid, obtiveram dele um extracto, conhecido como PDG (peróxido de difenilglioxal). Administrado a doentes de esclerose múltipla, este extracto de rábano produziu melhoras notáveis. Também está a ser investigada a sua possível acção anticancerosa. * Esp.: rábano rusticano. Fr.: raifort. Ing.: horse radish.
patite aguda e crónica, doença gorda do ligado, cirrose, intoxicação hepática por fármacos, produtos químicos ou cogumelos, assim como nas dispepsias biliares (vesícula preguiçosa). Pode contribuir para regenerar o fígado na hepatite alcoólica e no caso de degenerescência gorda produzida pelo álcool ou por outros tóxicos IO.01 • Afecções respiratórias: E mucolitico (amolece ;» mucosidade), expectorante e antibiótico. Muito indicado em catarros brônquicos, bronquites e laríngites, e de modo especial nas sinusites IO.0I. Trata-se de um valioso remédio auxiliar nas curas de desintoxicação do tabaco. • Aperitivo e diurético IO.OI.
O rabanete e o rábano são grandes amigos do fígado, gJãndula que descongestionam e desintoxicam. O seu consumo cru, ou em sumo, é muito indicado em caso de hepatite, cirrose, degenerescência do fígado devida ao consumo de álcool, e intoxicação hepática por fármacos ou produtos químicos.
Sllybum maríanum (L) Gaertn.
Cardo-de-santa-maria Regenera as céfulas hepáticas
O
S ESPINHOS dos cardos são as defesas que protegem um grande tesouro medicinal. Muilos, no entanto, permitem-se desprezar esias plantas, achando que são toscas e grosseiras, apropriadas unicamente para comida de burricos. E por isso que, em grande parte da Espanha, lhe chamam "cardo borriquero", enquanto na Argentina e no Uruguai é conhecido por "cardo asnal".
Já teve o leitor ocasião de ver um burro a comer um cardo? Os "inteligentes" seres humanos precisaram de muilos séculos para descobrir aquilo que estes humildes quadrúpedes conhecem. E possível que muitos se admirem quando souberem que, deste cardo que os burros comem, se extrai a siliniaiina, potente medicamento contra as doenças do ligado, que faz parte de vários preparados farmacêuticos. Diz uma lenda que as manchas brancas que adornam as folhas deste cardo são gotas de leite que caíram do seio da Virgem Maria, quando fugia com o seu Filho da perseguição de I lerodes. Baseando-se nisto, a medicina medieval recomendava o cardo-de•sanla-maria às parturientes e amas de leite, para aumentar a secreção do leite. O progresso da ciência nos últimos séculos, que foi dando a conhecer a composição química das plantas, permitiu abandonar muitas das superstições populares a respeito das pio-
U U J Preparação e emprego
USO INTERNO O Salada: As folhas tenras sem espinhos, assim como o interior das alcachofras do cardo-de-santa-maria, podem comer-se em salada crua, tal como o fazem os beduínos do Sara, para quem constituem um delicado manjar. © Infusão ou decocção com 30-50 g de frutos esmagados ou triturados, a que podem acrescentar-se folhas ou raízes. Tomam-se de 3 a 5 chávenas por dia. Esta dose pode ultrapassar-se sem nenhum perigo, jã que a planta não apresenta nenhum tipo de efeito tóxico. © Extracto seco: 0,5-1 g, três vezes por dia.
Sinonímia científica: Carduus marianus L. Outros nomes: cardo-mariano, cardo-leiteiro. Esp.: Cardo mariano, cardo de Maria, cardo borriquero, cardo lechero, cardo blanco. Fr.: chardon Marie. Ing.: ímilk] thistle, Saint Mary's thistle. Habitat: Espécie tipicamente mediterrânea, mas que se aclimatou na Grã-Bretanha e na América do Norte. Cresce espontaneamente em terrenos secos e pedregosos. Descrição: Planta vigorosa, de aspecto espinhoso, que atinge até dois metros de altura. Pertence à família das Compostas. As suas folhas, grandes e espinhosas, chamam a atenção pelas manchas brancas que se estendem ao longo das nervuras. Os capítulos florais são cor-de-rosa ou púrpura. Os frutos são duros, de 6-7 mm e de cor escura. Partes utilizadas: os frutos (sementes), as folhas e a raiz.
príedades das plantas m e d i c i n a i s . Graças a isso, p o d e m o s hoje usá-las com conhecimento de causa e maior eficácia curativa. PROPRIEDADES E I N D I C A Ç Õ E S : NOS
frutos do cardo-de-santa-maria, ou caido-leileito, enconlram-sc as substâncias responsáveis pelos seus efeitos
medicinais. São os chamados flavonolignanos. A doutora Coll (do Laboratório de Farmacognosia e Farmacodinamia da Faculdade de Farmácia de Barcelona) indica que estes compostos residiam da união de um flavonóide (a taxifolina) com uma molécula àe tipo fenupropanôide (o álcool coniferílico). A mistura dos diversos tipos (isómeros) de flavonolign o a o i r a o o b a . . n o m o elo MUSCUM-UMI.
A SILIMARINA é capaz de estimular a r e g e n e r a ç ã o das células hepáticas
danificadas por tóxicos como o álcool etílico ou o tetracloreto de c a r b o n o , assim c o m o pela laloidina, substância
contida no amanha falóides {AmanitaphalUndis [Fr.] Link.). o mais tóxico de todos os cogumelos. A similarina estimula a síntese de proteínas nas células hepáticas, e tem além disso u m a i m p o r t a n t e acção anti-inflamatória sobre o m e s ê n q u i m a (tecido fibroso de suporte) do ligado. Por tudo isto, o caido-de-santa-maria é especialmente indicado nos seguintes casos: • Degenerescência g o r d a do fígado, quer seja c a u s a d a p e l o álcool q u e r por outros tóxicos !©,€)). • I n f l a m a ç ã o do fígado causada poi fármacos, c o m o , p o r e x e m p l o , anti-inflamatórios, tuberculostáiicos, anovulatórios ou psicofái maços I0,©1. • Intoxicações p o r substâncias hepatotóxicas, c o m o o tetacloreto de carbono, os insecticidas organolbsforados e OS cogumelos do g é n e r o Anrnnita (A. phaUoides, A. vem a, A. virosa) 10 01. • Hepatite vírica aguda, hepatite crónica, hepatite alcoólica (inflamação do fígado causada pelo c o n s u m o de bebidas alcoólicas) IO.©). • Insuficiência e congestão hepáticas, com ou sem icterícia IO,©). • Cirrose hepática IO.©l. 396
Dos frutos do cardo-de-santa-maria, ou cardo-leiteiro, extrai-se a cilimarina, substância capaz de regenerar as células hepáticas. A silimarina faz parte de diversos medicamentos.
Km todos estes casos, a silimarina c o m i d a nos frutos do cardo-de-santa-maria estimula a r e g e n e r a ç ã o das células hepáticas danificadas e restabelece o seu f u n c i o n a m e n t o n o r m a l . C o n v é m q u e se saiba q u e , nem esta planta, nem qualquer o u t r o tratamento, alé á data, são c a p a / e s de curar completamente a cirrose em q u e já se l e n h a p r o d u z i d o a necrose ( m o r t e ou destruição) de células do fígado. No entanto, m e s m o nos casos mais graves, sempre se poderá esperar algumas melhoras. Os FRUTOS do cardo-dc-sanla-maria e, em m e n o r p r o p o r ç ã o , as folhas e as raízes, c o n t ê m t a m b é m o u t r a s
substâncias activas ( a m i n a s biogénicas, óleo essencial, albuminóides e tan i n o ) , as quais p o d e r i a m explicar a sua acção reguladora sobre o sistema nervoso vegetativo, q u e é o q u e controla a t o n i c i d a d e dos vasos sanguíneos. Por isso, se utiliza com êxito nos casos de: • Enxaquecas e nevralgias 101. • Esgotamento e astenia (fadiga) l@I. • Cinetose (enjoos e vómitos nas viag e n s ) : t o m a r u m a chávena fie tisana antes de sair l©l. • Reacções alérgicas: febre dos fenos, urticária, asma 101.
ma
Taraxacum officinaleYJeb.
Dente-de-
-leâo Um grande a m i g o do fígado e dos rins
N
ÃO BRINQUEM com essas flores amarelas, senão vão fazer xixi na cama - diz uma mãe camponesa aos seus filhinhos.
j
Preparação e emprego
y r
USO INTERNO
O Salada: O seu agradável sabor, ligeiramente amargo, torna as folhas do dente-de-leáo um ingrediente muito apropriado para saladas primaveris, em que se procura sobretudo o efeito aperitivo e depurativo. Pode temperar-se com azeite de limão. © Sumo fresco: Obtém-se por pressão ou trituração das folhas e raízes. Tomam-se 2 ou 3 colheradas antes de cada refeição. Para conseguir um efeito depurativo importante, deve tomar-se diariamente durante um mês e meio, na Primavera. €) Infusão: Prepara-se com 60 g de folhas e raízes por litro de água. Toma-se uma chávena antes de cada refeição.
- Porquê, mamã? - Olhem, essa planta que têm na mão chama-se dente-de-leão por causa do feitio das folhas. Mas na Fiança, onde existe em grande quantidade, chama-se pissenlit, que quer dizer 'urinar na cama'. Efectivamente, o dente-de-leão c um grande diurético e, talvez por isso, insubstituível nas curas depurativas da Primavera, tão apreciadas nos países germânicos.
O
Sucedâneo do café
Com as raízes torradas do ctente-cfe-leão, prepara-se uma infusão que pode substituir o café, com a vantagem de não ter nenhum dos seus efeitos nocivos. Tem um sabor muito agradável, e conserva quase todas as propriedades medicinais da planta.
Outros nomes: taraxaco, coroa-de-monge, frango, quartilho. Brasil: alface-de-coco. Esp.: diente de león, amargón [común}, taraxacón, peiosilla, achicoria sifvestre, fecriugutfa. Fr.: pissenlit, dent de lion. Ing.: dandelion, lion's tooth. Habitat: Muito comum nos prados, campos e bermas dos caminhos de toda a Europa e América. Difundida pelos cinco continentes. Descrição: Pianta vivaz, da famiJta das Compostas, que se eleva cerca de 30 cm acima do solo. As folhas são profundamente dentadas ou fobuladas, e formam uma roseta basal junto à terra, de onde saem os pedúnculos florais, na extremidade de cada um dos quais se apresenta um capitulo florai de um amareh intenso. Partes utilizadas: as folhas e a raiz.
397
As fJores sáo a parte mais atraente do dente-de-leáo, embora não seja a mais medicinal. Usam-se sobret u d o as folhas e a raiz, tanto em sumo fresco como em infusão. As folhas também se comem cruas em salada. A acção do dente-de-leão sobre a vesícula biliar é m u i t o notável.
E quem nunca terá assoprado essas bolinhas brancas e peludas, que enfeitam «>s piados, e que contêm as sementes do dente-de-leão? A facilidade com que se dispersam permitiu a esta planta, originária do Norte da Europa, conquistar os cinco continentes. São muitos os habitantes de todo o mundo que têm beneficiado das suas untáveis propriedades medicinais. O crédito que o dente-de-leão tem em alguns países é lai que certos autores chegam a lalar de "taraxoterapia", ou seja. a terapêutica baseada na aplicação do taraxaco (um dos 39B
seus nomes vulgares que deriva diretamente do latim). Embora o dente-de-leão seja mencionado em textos do século XV, é só no século XVI quando se começam a registai as suas propriedades medicinais. A primeira clara e importante menção que nos chega de suas propriedades diuréticas e depurativas é de Bock (1546). A partir do século XVI, o dentede-leão passa a fazer parte das farmacopcias europeias, tornando-se assim, cada vez mais popular. I.eonhart Fuchs (Wending, Baviera, 1501; Tubinga, 1566), o famoso médico e
botânico alemão, recomendava-o para diversos transtornos e doenças. Desde então, sua credibilidade como planta medicinal tem se mantido. Em 171 6, o sábio beneditino Nicolás Alexandre em seu Dklwnnaire botanique cl. phannaceuliqtte considerava a coroa-de-monge ou quartilho (outros dos nomes vulgares que esta planta recebe) como uma das principais ervas medicinais biliares, <«isto é, que tem a virtude de corrigir c de í restabelecer á normalidade os vícios da massa sanguínea». As folhas do dente-de-leão tênvse usado tradicionalmente como verdu-
E quem nunca terá soprado essas bolinhas brancas e peludas, que enfeitam os campos e que contêm as sementes
do dente-de-leão?
ia para salada. Outrora, os camponeses limitavam-se a colhê-las em estado silvestre, mas hoje se cultivam com frequência como verdura e se comercializam em muitos mercados. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS fo-
lhas e a raiz contêm taraxacina, um princípio amargo semelhante ao da Chicória (pág. 440), a que se devem as suas propriedades tónicas e digestivas. e inulina. As folhas contêm ainda II avonóides, cumarinase vitaminas B e C. Ruthelord e Vignal observaram, em suas experiências científicas, que o extracto desta planta provocava contracções na vesícula biliar dos cachorros, semelhantes às que se podem observar após administrar-lhcs calomelano.
Depois de submeter estes cães a um jejum de 24 horas, injectava-selhes no duodeno uma solução de extracto de dente-de-leão, constatando-se, como consequência, um considerável aumento, ainda que de curta duração, da secreção biliar. Através de posterior autópsia, nào se observaram efeitos purgativos no intestino. Estes mesmos experimentos demonstraram que a substância activa desta planta medicinal, comportavase como um colagogo, cuja influência sobre a vesícula biliar justificava o seu tradicional uso como remédio paia a vesícula. Após tais experiências, investigouse com ratinhos de laboratório anestesiados, o que permitiu a Bussenma-
ker confirmar as propriedades coleréticas e colagogas do dente-de-leão. Vejamos, então, quais são as propriedades cientificamente demonstradas desta apreciada verdura silvestre: • Aperitivo, digestivo e tónico estomacal: Aumenta as secreções de todas as glândulas digestivas, facilitando deste modo a digestão e aumentando a capacidade digestiva IO,0.©|. Aumenta a produção de saliva, de sucos gástrico, intestinal e panercálico, assim como de bílis. Ao mesmo tempo, estimula a musculatura de todo o tubo digestivo. Por tudo isto, acelera e estimula todos os processos da digestão, tanto físicos como químicos. • Colerético (aumenta a produção de bílis no fígado) e colagogo (la< ili
Embora em n e n h u m caso se deva abusar das infusões de produtos torrefeitos, a raiz torrada do dente-deJeão, q u a n d o tomada com moderação, é um substituto do café muito benéfico.
ta o esvaziamento da vesícula biliar): A sua acção sobre o fígado e a vesícula biliar é a mesma que sobre os restantes órgãos digestivos, ainda que mais intensa. Trata-se tle uma das plantas mais activas sobre a função filiar, pelo que convém especialmente aos que sofram de (0,€>,€)!: -Insuficiência hepática, hepatite e cirrose: Pode chegar a triplicara produção de bílis, descongestionando assim o ligado c facilitando a sua função de desintoxicação. - Disquinesias biliares (vesícula preguiçosa e outros transtornos do seu funcionamento). -Colelitíase (cálculos na vesícula biliar): Kmbora o denie-de-leão 400
não seja capa/ de dissolver os cálculos, permite um melhor funcionamento da vesícula, enquanto se aguarda um tratamento definitivo. • Diurético e depurativo: É um dos seus efeitos mais notáveis. Aumenta o volume da urina e favorece a eliminação de substâncias ácidas residuais, que sobrecarregam o metabolismo. Tem utilidade para os pletóricos, os gotosos e os artríticos 101. Segundo o dito francês, o denie-de-leão "limpa o filtro renal e seca a esponja hepática".
esta planta um bom remédio para casos de eczema, erupções, furúnculos e celulite, que muitas vezes são consequência de uma auto-intoxicação produzida pela prisão de ventre IO,0,©I.
• Laxante suave, não irritante, especialmente útil nos casos de preguiça ou atonia intestinal. O seti efeito laxante, unido ao depurativo, tomam
Além disso, tradicionalmente vemse utilizando o LÁTEX da planta para acabar com verrugas, sardas e certos tipos fie manchas da pele.
Por tudo isso, as folhas do dentede-leão, preferivelmente do silvestre, ou mesmo as do cultivado, desde que esteja bem fresco, deveriam ser a verdura preferida dos que sofrem de problemas hepáticos, da mesma forma que para os dispépticos, gotosos, anémicos e reumáticos.
s&íl f**L*.
..:
TESTEMUNHO
A
s plantas têm sido usadas em lodos os tempos pelos seres humanos como fonte de alimentos, de produtos cosméticos e de medicamentos. Também têm sido empregadas como matéria prima para a construção de habitações, assim como para a obtenção de vestuário. A importância das florestas, especialmente das tropicais, na manutenção do equilíbrio ecológico da Terra, só agora começa a ser devidamente compre-
endida e apreciada. listamos perante a necessidade urgente de utilizar estes recursos de maneira proveitosa, tanto do ponto de vista da conservação do meio ambiente como do ponto de vista económico.
As plantas são o fundamento de alguns sistemas médicos tradicionais muito elaborados, com milhares de anos de existência, em países como a índia ou a China. Estes sistemas tradicionais de medicina continuam a desempenhar um papel essencial nos cuidados médicos, ao ponto de a OMS (Organização Mundial de Saúde) calcular que oitenta por cento dos habitantes do mundo actual confiam principalmente nas medicinas tradicionais para resolver os problemas básicos da saúde.
Os produtos à base de plantas medicinais desempenham, também, uma importante função nos sistemas dos cuidados médicos de vinte por cento do resto da população
extractos de plantas à procura da sua possível actividade anti cancerosa, e mais de 30000 tentando encontrar neles uma actividade em presença do vírus da sida.
mundial, que reside principalmente em países desenvolvidos. Se observarmos os componentes dos medicamentos comercializados nos laboratórios farmacêuticos dos Estados Unidos, verificaremos que um em cada quatro contém extractos de plantas ou princípios activos derivados de plantas superiores. Igualmente, pelo menos 119 substâncias químicas consideradas como medicamentos importantes, actualmente usados em um ou mais países, derivam de 90 espécies de plantas.
O Instituto Nacional do Cancro (Nd) dos Estados Unidos da América foi criado em 1927 com a missão de proporcionar, fomentar e ajudar a coordenar OS investigações relacionadas com o cancro. O Instituto Nacional do Cancro estudou em profundidade mais de 100000
O desenvolvimento de agentes clinica mente eficazes contra o cancro, como O laxol (obtido a partir do teixo), e a descoberta de agentes potencialmente activos em presença do vírus da sida, demonstram o valor das plantas como fonte de novos medicamentos, e salientam a importância de consewar estes valiosos recursos. D R . GORDON M. CRAGG Sccc,ão de Produtos Naturais,
Instituto Nacional do Cancro (NCI) dos Estados Unidos.
PLANTAS QUE CURAM Enciclopédia das Plantas Medicinais
D ESCRIÇÃVJ
SEGUNDA P A R T E ^ V
Mi t
:..
PLANTAS PARA O ESTÔMAGO a
IÁRIO DO CAPÍTULO DOENÇAS E APLICAÇÕES
Acidez de estômago 418 Arroios, ver Cases no estômago 421 Digestão, transtornos, ver Dispepsia . .419 Dispepsia 419 Dor de estômago 420 Emitiras, plantas 417 Estômago descaído 420 Estômago, acidei 418 Estômago, dor 420 Estômago, falta de SUCOS 418 Estômago, gases 421 As plantas medicinais normalizam as funções do estômago e contribuem de forma decisiva para uma mefhor digestão.
Estômago, hemorragia Estômago, nervos Estômago, úlcera
421 421 423
Falta de sucos gástricos 418 Gases no estômago 421 Gastrite 422 Gastrite crónica 423 Hemorragia gástrica 421 Hipocloridria, ver Ealta de sucos gástricos 418 Hipotonia gástrica, ver Estômago descaído 420 Má digestão, ver Dispepsia 419 Nervos no estômago 421 Pirose, ver Acidez de estômago 418 Plantas eméticas 417 Ptose gástrica, ver Estômago descaído .420 Sucos gástricos, falta de 418 Úlcera do estômago 423 Vómitos 420 PLANTAS Abrólano Abrótano-fèmea Absinto Acácia-bastarda
416
429 470 428 469
Açafrão 448 Açafrão-da-índia = ('.tire uma 450 Acoro-cheiroso = Cálamo-aromático . .. 424 Alforva 474 Almeirão = Chicória 440 Ananás 425 Angélica 426 Anis-eslrelado 455 Anis-verde 465 Artemísia-mexicana 431 Áworeila-goma-arábica 469 Asaro 432 liadiana • Anis-estrelado 455 Becabunga 475 Cálamo-aromático 424 Calumba 446 ('iinrla-da-china 443 Caneleira 442 Cardo-santo 444 Cardo-sanlo-mexicano 445 Carvalhinho 473 Centáuiea-áspera 437 Chicória 440 Coentro 447 Cominho 449 Condurango 454 Coriandro = Coentro 441 Couve 433 Cúrcuma 450 Drias 451 Endívia 441 Eiva-doce = Anis-verde 465 Ervaformigueira 439 Ewa-htisa = Lúcia-lima 459 Escarola 441 Estragão 430 Felda-teira 436 Eeno-giego = Alforva 474 Genciana 452
SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 2 " Parte:
D e s c r i ç ã o
J Gengibre-silveslre 432 Groselheira 468 Grosdheira-negra 468 Ipecacuanha 438 Jasónia 456 Lilás 472 Lombrigueira = Erva-formigueira . . . . 439 Loureiro 457 Louro-cercjo 458 Lúcia-lima 459 Mamoeiro = Papaieim 435 Mandioca 460 Manduba = Mandioca 460
O
ESTÔMAGO é muito sensível à acção das plantas medicinais, possivelmente pelo facto de que, quando são ingeridas pela boca, têm de passar um certo tempo no dito Órgão digestivo. A maioria das plantas actua directamente sobre a mucosa que reveste a face interior do estômago: Algumas criam uma camada protectora de mucilagem. como a acácia-bastarda; outras secam e desinflaniam a mucosa gástrica pela sua acção adstringente, como a pimpinela ou o pé-dc-ieão; e outras compensam o excesso de acidez, como a cenoura, a mandioca ou a abóbora. No entanto, também bá plantas que actuam sobre o estômago por via sanguínea, após terem passado para o sangue no intestino. As paredes do estômago são muito vascularizadas, e através delas circula uma quantidade importante de sangue. Para actuar sobre o estômago, os princípios activos de certas plantas precisam de chegar até ele com o sangue que o irriga, sendo insuficiente o lacto de transitarem pelo seu interior. E este o caso, por exemplo, da angélica, do alcaçus e do milefólio. O estômago segrega todos os dias até quatro litros de suco gástrico, composto basicamente de água, acido clorídrico, pepsina, mucoproleínas e um factor antianémico conhecido como o "factor intrínseco" de Castlc. São numerosas as plantas medicinais que estimulam a pro-
Maro Orégão Papaieira Poejo Poejo-americano Quássia Qjiássia-da-jamaica Robinia = Acácia-bastarda Sardónico Siderita Trevo-d'água Verónica
473 464 435 461 462 467 467 469 431 471 463 475
dução de suco gástrico sem irritar nem inflamar a mucosa do estômago, contribuindo deste modo para facilitar e acelerar os processos digestivos. As plantas medicinais exercem também uma notável acção curativa na úlcera do estômago, que é a doença mais frequente deste órgão. O alcaçuz, a couve e a maravilha são notáveis pela sua capacidade de cicatrizar as lesões ulcerosas; e também a mandioca, a acácia-bastarda, o linho e a zaragatoa, pela sua acção protectora sobre a mucosa gástrica. (Iriam uma camada no interior do estômago, que o i.sola do contacto com o corrosivo ácido clorídrico do suco gástrico.
•
Foi possível comprovar a cura de úlceras do estômago depois de se ter tomado, durante três semanas, de meio a um copo de sumo de couve antes de cada refeição.
Plantas eméticas São plantas que provocam o vómito com uma finalidade terapêutica. Usam-se para esvaziar o estômago do seu conteúdo em caso de intoxicação acidental (envenenamento) ou de indigestão.
Planta
O sumo da couve crua exerce uma notável acção antiulcerosa e cicatrizante sobre o estômago.
Página
Ásaro
432
Ipecacuana
438
Condurango
454
Fitolaca
722
C a p . 1 9 : P L A N T A S PARA O E S T Ô M A G O
Doença
Planta
ACIDEZ DO ESTÔMAGO Sintoma também conhecido como pirose. É uma sensação de queimadura ou de ardor, que normalmente se localiza na vulgarmente chamada "boca do estômago", que anatomicamente corresponde à união entre o esófago e o estômago. No estômago existe sempre um certo grau de acidez, necessário para a digestão, mas não percebido como tal. A sensação de acidez percebe-se realmente no esófago. quando o ácido do estômago reflui para cima, saindo do estômago, e atinge a zona inferior do esófago. A fitoterapia dispõe de plantas capazes de proteger as mucosas digestivas e de absorver ou neutralizar o excesso de ácido. Ao contrário dos medicamentos alcalinos, as plantas medicinais não provocam efeito de ricochete (aumento da acidez depois de ter passado o efeito curativo).
FALTA DE SUCOS GÁSTRICOS O suco gástrico é necessário para a digestão, embora uma boa parte dos seus componentes seja reabsorvida posteriormente no intestino. A insuficiência de sucos gástricos afecta negativamente todos os processos digestivos, produzindo peso no estômago, fermentações intestinais e até mesmo anemia. Há plantas medicinais que podem fazer aumentar sensivelmente a produção de sucos gástricos, por meio da estimulação das glândulas secretoras. Em geral, todas as plantas amargas, e todas as especiarias ou condimentos, aumentam a produção de sucos gástricos. Antes de administrar qualquer planta para aumentar a produção de sucos, é necessário que se diagnostique a causa, para excluir quaisquer doenças malignas. Cardosanto
CENOURA
Pág. Acção , -5o ii:s
Uso
Normaliza a produção de suco gástrico, neutraliza o excesso de acidez
r
uua, sumo
LIMOEIRO
265 Regula a acidez, do estômago, neutraliza o excesso de acido
Sumo do fruto
MANDIOCA
460
Suavizante, anti-inflamatória, digestiva
A farinha em preparações culinárias
ACÁCIA-BASTARDA
.„
Emoliente, protege as mucosas do excesso de ácido
Infusão de flores
ZARAGATOA
515 Protege as mucosas digestivas
Maceração de sementes
ABÓBORA
605
Suavizante, anti-inflamatória
Polpa do fruto
BODELHA
650
ADSOrve ° s u c o gástrico e diminui a acidez
Alga fresca, decocção ou infusão, pó
CÁLAMO- AROMÁTICO
424 Aumenta a produção de sucos no estômago
Decocção ou infusão com o rizoma
ANANÁS
425
Fruto fresco, sumo
ANGÉLICA
426
Substituto do suco gástrico Aumenta a
secreção dos sucos
gástricos
Infusão ou decocção da raiz
Fci na TFRna
AIF. Incrementa a produção de suco gástrico, 0Q estimula o esvaziamento do estômago
Infusão de sumidades floridas
piiiucieioa CANELEIRA
AAO Aumenta a produção de sucos w e a motilidade do estômago
Condimento, infusão
CARDO-SANTO
...
Estimula as glândulas secretoras de sucos gástricos
Infusão ou decocção de folhas
CÚRCUMA
^crv Estimula a secreção de sucos gástricos
Infusão de rizoma, pó
GENCIANA
Os seus princípios amargos excitam 452 a secreção de todas as glândulas digestivas
Maceração, decocção. pó ou extracto de raiz
POEJO
461
Facilita os processos digestivos
Infusão
MILEFÓLIO
691
Pel seu ° P r ' ncí P io amargo aumenta a secreção de sucos
Infusão de sumidades floridas
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N J S 2 " Parle:
Doença
Planta
DISPEPSIA
SANAMUNDA
194 Activa a digestão
LUZERNA
269
Digestão difícil e trabalhosa. As suas manifestações são muito variadas: sensação de peso ou de dor no estômago, flatulência e ardor, geralmente depois das refeições. Por extensão, também se entende por dispepsia qualquer transtorno do processo digestivo, seja ele localizado no estômago, nas vias biliares ou no intestino. A má digestão, ou dispepsia gástrica. pode dever-se a causas alimentares, funcionais ou nervosas; em qualquer delas não existe uma verdadeira lesão orgânica no aparelho digestivo. No entanto, também pode dever-se a causas orgânicas, como a úlcera do estômago ou do duodeno, o cancro do estômago, a estenose do piloro (aperto à saída do estômago) e outras patologias graves. Uma vez diagnosticada a causa da dispepsia, o Iratamento com plantas medicinais pode ajudar muito eficazmente o organismo a restabelecer a normalidade dos processos digestivos. Naturalmente que, em todos os casos, é necessária uma correcção dos hábitos alimentares errados que frequentemente estão na origem da dispepsia: mastigação deficiente; excesso de alimentos, especialmente do tipo gordo; tóxicos, como o tabaco, o álcool ou o café; incompatibilidades e outros.
URTIGA-MAIOR
Pág. Acção
278
D e s c r i ç ã o
Uso Infusão de rizoma, raiz ou folhas secas
Fornece enzimas que melhoram os processos digestivos e combatem as fermentações
Crua (brotos tenros), sumo fresco, infusão, extractos
Estimula a secreção de sucos digestivos e a motilidade do estômago
Sumo fresco, infusão
ALCAÇUS
308
Acalma a acidez e faz desaparecer a sensação de enfartamento
Infusão, maceração, extracto de raiz e rizoma
MACELA
350
Anti-inflamatória, digestiva, elimina os gases
Infusão, pó, essência
COCLEARIA
356
Facilita a digestão, alivia as digestões pesadas
Em salada, sumo fresco
FUNCHO
360
Facilita o esvaziamento do estômago e a digestão
Infusão de sementes, essência
CAMOMILA
364
Alivia as náuseas e vómitos, estimula o apetite
Infusão de capítulos florais
HORTELÃ-PIMENTA
366
Tonifica os processos digestivos
Infusão de folhas e sumidades floridas, essência
ARGENTINA
371 Abre o apetite, facilita a digestão
SEGURELHA
374
BOLDO
390 Facilita a digestão, aperitivo
Infusão de folhas, extracto
CÀLAMO- AROMÁTICO
424
Facilita a digestão
Decocção ou infusão de rizoma
ANGÉLICA
426
Tonifica e estimula as funções do aparelho digestivo
Infusão ou decocção da raiz
FEL-DA-TERRA
436
Tonifica os processos digestivos, abre o apetite
Infusão de sumidades floridas
CARDO-SANTO
444
Tonifica o estômago e todo o aparelho digestivo
Infusão ou decocção de folhas
DRIAS
451 Aperitiva, digestiva, adstringente
CONDURANGO
Abre o apetite, facilita a digestão, elimina os gases
454 Acalma a dor e o peso no estômago
Decocção de folhas e flores Infusão, essência
Infusão de folhas Decocção de casca
JASÓNIA
456
Digestiva, adstringente
Infusão de folhas e sumidades floridas
LÚCIA-UMA
459
Digestiva, antiespasmódica, carminativa
Infusão de folhas
POEJO
461
Facilita os processos digestivos, aumenta a secreção de sucos
Infusão
SlDERITA
471 Anti-inflamatória do tubo digestivo
MlLEFÓUO
691
ALOÉS
694 Aperitivo, estomacal
QUINA
752
Tónico digestivo, aumenta a produção de suco gástrico
Aperitiva, tonificante, combate as fermentações intestinais
Infusão de sumidades floridas Infusão de sumidades floridas Pílulas de azebre Infusão da casca
» 419
1 9 : P L A N T A S PARA O E S T Ô M A G O
Planta
ça
Pág. Acção
Uso
ESTÔMAGO DESCAÍDO Transtorno também conhecido como hipotonia ou ptose gástrica. Produz-se como consequência da dilatação do estômago causada por excesso de alimentos ou por obstáculos ao seu esvaziamento. No entanto, na maior parte dos casos, o estômago descaído é de origem constitucional. Costuma aparecer em pessoas altas e magras, de constituição leptossómica. Manifesta-se com sintomas de dispepsia gástrica. As plantas medicinais que indicamos tonificam o estômago e estimulam o seu esvaziamento, pelo que contribuem para minorar os incómodos causados pelo estômago descaído.
VÓMITOS
Digestiva, tonificante
Infusão de folhas e sumidades floridas, essência
ANGÉLICA
426
^ o n ''' c a e estimula as funções digestivas
Infusão ou decocção de raiz
GENCIANA
452
Potente tónico estomacal
Maceração, decocção, pó ou extracto seco de raiz
ARTEMÍSIA
624
Estimula o esvaziamento do estômago
Infusão de sumidades floridas ou de raiz
ERVA-CIDREIRA
Além das plantas que indicamos, também se tornam úteis todas aquelas que têm acção antiespasmódica (pág. 147), pois evitam os espasmos do estômago que normalmente se associam aos vómitos. Naturalmente que, primeiro, é necessário averiguar a causa. Endro
D O R DE ESTÔMAGO
As causas mais frequentes da dor de estômago são a dispepsia (pág. 419), a úlcera gastroduodenal e a neurose gástrica (nervos no estômago). Estas plantas contribuem eficazmente para aliviar a dor de estômago de forma fisiológica, mas só devem aplicar-se com prévio diagnóstico da causa da dor.
420
366
HORTELÃ-PIMENTA
163 Antiespasmódica, sedante, digestiva
Infusão, extracto
CHÁ
185
Tónico digestivo
FNnpn UNDRO
^4Q j*y
E , i m i n a os
CARDO-DE-SANTA-MARiA
OQC
Acalma os enjoos e vómitos das viagens
Infusão ou decocção de frutos
CINCO-EM•RAMA
520
Adstringente, acalma os vómitos
Decocção de rizoma e raiz
e»ua SALVA
CQR Digestiva, antiespasmódica, 6 3 8 ac * a|ma Q 5 v . m j t £ 5 e a s c . | j c a s
LARANJEIRA
153
Acalma as dores gástricas de origem nervosa
Infusão de folhas e/ou flores
ALCAÇUS
308
Acalma a acidez e as dores de estômago
Infusão, maceração, extracto de raiz e rizoma
CMUNtt,
454
Sa
ZARAGATOA
515
A mucilagem que contém cria uma camada protectora no estômago e intestino
S a s e s . vedante, acalma os vómitos
d 8
y°
S e S P a S m 0 S
Infusão de folhas Infusão de sementes
y*,.*** «*•*«»:« Infusão, essência
Decocção de casca
Maceração de sementes
A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS 2'' P a r t e :
NERVOS NO ESTÔMAGO Através do sistema nervoso vegetativo, o estado emocional influi de forma decisiva nas funções do estômago. Este facto foi demonstrado por Pavlov na sua clássica experiência. Cerca de metade das consultas aos especialistas do aparelho digestivo são motivadas por causas nervosas. Estas plantas combatem os espasmos que afectam o estômago, e equilibram o sistema nervoso vegetativo, com o que evitam as doenças gástricas causadas por um estado emocional exaltado.
LARANJEIRA
V
R
1 co
D e s c r i ç ã o
103
Acalma os espasmos do estômago, sedante
172
Sedante, acalma a dor, antiespasmódica, diminui a ansiedade
Infusão, maceração, pó de raiz
Infusão de folhas e/ou flores
ASPÊRULA-ODORÍFERA
,ci
Combate os espasmos do estômago e intestino, facilita a digestão
Infusão
ERVA-COALHEIRA
ofi.
Relaxa os órgãos digestivos, melhora a dispepsia de origem nervosa
Infusão
MANJERICÂO-GRANDE
368
Acalma os espasmos gástricos, melhora as digestões lentas devidas a tensão nervosa
Infusão de folhas e flores, essência
MANJERONA
369 JSXrÇTSSBlLdta
CONDURANGO
454
ORÉGÃO
464 Sedante, antiespasmódico, carminativo
Como condimento, infusão, essência
AI mmc ALCAÇUS
™a jus
Infusão, maceração, extracto de raiz e rizoma
ENDRO
349 S ^ 2 f d a n t e '
Manjericão-grande
GASES NO ESTÔMAGO Devem-se frequentemente a causas nervosas ou a t-ansgressóes dietéticas. As plantas que indicamos têm eleito carminativo, isto é, eliminam o excesso de gases ou flatulências gástricas. Antes de tudo, haverá que tratar a causa.
5 £ ! B Í S *J • « &W™* do estômago
Elimina os gases do estômago e c o m b a t e os arrotos
Decocção de casca
Infusão de sementes
acalma os vómitos Combate os arrotos e os gases intestinais
Infusão de frutos, essência
360
facilita a expulsão dos gases digestivos
Infusão de sementes, essência
368
Acalma o excesso de gases e arrotos
Infusão de folhas e frutos, essência
ALCARAVIA
355
FUNCHO MANJERICÂO-GRANDE
Mear avia
M.HICD.M.
MANJERONA
OÍ;Q Antiflatulenta, acalma os espasmos 3 6 9 n e r v o s o s d o e s t ômago
int,lt.=n « ^ r i , Infusão, essência
HEMORRAGIA GÁSTRICA É um sintoma grave, que requer sempre atenção médica especializada. Pode manifestar-se como h e m a t é m e se (sangue no vómito) ou como melena (sangue nas fezes). Estas plantas podem ser úteis uma vez que tenha sido leito o diagnóstico.
SEMPRE-NOIVA
PlMPINELA-OFICINAL
272
534
Favorece a coagulação do sangue, aumenta a resistência dos capilares
Decocção, pó
Adstringente, anti-hemorrágica
Decocção de raiz
1
C a p . 1 9 : P U N I A S PARA O ESTÔMAGl
Doença GASTRITE E a inflamação da mucosa gástrica, frequentemente causada por tóxicos como o tabaco, o álcool ou o café; medicamentos (especialmente a aspirina e outros anti-inflamatórios); alimentos demasiado quentes ou frios; má mastigação por problemas dentários ou precipitação no comer; e infecções diversas, como a hepatite ou a gripe. Além de corrigir a causa, o tratamento da gastrite requer uma dieta teve {pode incluir alimentos crus bem mastigados) e a administração de alguma ou várias destas plantas de accao suavizante e protectora.
Planta
Normaliza a função da mucosa gástrica, colabora na cicatrização das úlceras
Uso A raiz crua (ou cozinhada) e em sumo
CENOURA
133
AVEIA
150 Muito digestiva e nutritiva
Os flocos (sementes prensadas) cozidos com leite ou em caldo de hortaliça
SANAMUNDA
194 Activa a digestão
Infusão de rizoma, raiz e folhas secas
OLIVEIRA
239 e protege a mucosa digestiva
O óleo extraído dos frutos
ALCAÇUS
308 Acalma a acidez e a dispepsia
Infusão, maceração ou extracto da raiz
LÍNGUA-CERVINA
321 digestivas
MORUGEM
334
Protege a mucosa do estômago, alivia a sensação de peso
Crua, cozinhada, decocção de toda a planta
MANDIOCA
460
Digestiva, emoliente, anti-inflamatória
A farinha do tubérculo cozinhada
SlDERITA
as mucosas do tubo 471 Desinflama digestivo
Infusão de sumidades floridas
UNHO
Anti-inflamatório e emoliente, 508 facilita a regeneração das mucosas digestivas danificadas
Decocção de sementes
ZARAGATOA
515 no interior do tubo digestivo
Cria uma camada protectora
Maceração de sementes
PlMPINELA-MENOR
533 Adstringente, hemostática
Brotos crus em salada, decocção da raiz
PlMPINELA-OFICINAL
534
PÉ-DE-LEÂO
622 Adstringente, anti-inflamatório
MARAVILHA
626
ABACATEIRO
719
A fitoterapia contribui com remédios muito eficazes para o tratamento das doenças do estômago, como a gastrite ou a úJcera gastroduodenal. Contudo, uma alimentação inadequada e uma dieta insalubre impedem que as plantas medicinais actuem com toda a intensidade possível.
422
Pág. Acção
Suaviza, desinflama
Protege e desinflama as mucosas
Adstringente, hemostática, anti-inflamatória
Cicatrizante e anti-inflamatória das mucosas digestivas Digestivo, antianémico
Decocção de frondes secas
Decocção da raiz Decocção de folhas e raiz Infusão de flores Polpa dos frutos
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 2a
Planta
GASTRITE CRÓNICA
CÂLAMO-AROMÁTICO
424 Facilita a digestão
Infusão ou decocção com o rizoma triturado
ANANÁS
425
0 fruto ou o seu sumo, quinze minutos antes das refeições
DAC*,™»» KAP
A V ; Contém papaína, enzima semelhante "" às dos sucos digestivos
FEL-DA-TERRA
CÚRCUMA
Acção
D e s c r i ç ã o
Doença
0 diagnóstico da gastrite crónica deve basear-se numa biopsia do estômago. É habitualmente associada a uma diminuição na secreção de sucos gástricos. Estas plantas tonificam as funções digestivas e facilitam a regeneração da mucosa gástrica atrofiada, que é a característica mais importante da gastrite crónica.
Pág.
Parte:
Substituto do suco gástrico
Incrementa a produção de suco 436 gástrico e estimula o esvaziamento do estômago
Uso
Látex dos frutos, infusão de folhas
Infusão de sumidades floridas
450
Estimula secreção de sucos
Infusão ou pó de rizoma
GFNHANA
452
Aumenta a secreção de todas
GENCIANA
CM
Maceração, decocção, pó ou extracto de raiz
Fel-da-terra
TREVO-D'ÁGUA
Genciana
ÚLCERA DO ESTÔMAGO Também conhecida como úlcera gastroduodenal, por se localizar com mais frequência no estômago, e entre este e o duodeno (saída do estômago). Consiste numa perda de substância na mucosa do estômago, frequentemente de 0,5 a 2 cm de diâmetro, que pode cicatrizar e voltar a formar-se várias vezes ao longo do ano. As suas causas podem ser exógenas (as mesmas que se descreveram sob o titulo Gastrite) e endógenas, ligadas à constituição orgânica. 0 ácido clorídrico do suco gástrico é um factor indispensável para a formação da úlcera. Certos tipos de microrganismos também desempenham um papel importante. As plantas que indicamos podem contribuir decididamente para a cicatrização da úlcera gastroduodenal, se bem que não seja possível a cura sem que se tenham eliminado os factores causais.
463
as g | â n d u | a s d i g e s t i v a s
Aumenta o apetite, estimula as secreções digestivas, favorece a digestão
Infusão de folhas, sumo da planta fresca, pó de folhas Folhas e/ou raiz em pó, infusão de raiz, folhas ou sementes
LEVÍSTICO
578 Tónico estomacal, facilita a digestão
MILEFÓUO
691
Tonifica os órgãos digestivos, aumenta a motilidade e a secreção de sucos do estômago
Infusão de sumidades floridas
CENOURA
133
Normaliza a função da mucosa gástrica, colabora na cicatrização das úlceras
A raiz crua (ou cozinhada) e em sumo
LUZERNA
269 Nutritiva, remineralizante
ALCAÇUS
308
COUVE
433 Cicatriza as úlceras do estômago
Meio copo de sumo fresco antes das refeições
MANDIOCA
460 Digestiva, emoliente, anti-inflamatória
A farinha do tubérculo cozinhada
ACÁCIA-BASTARDA
469 Protege a mucosa do estômago do excesso de ácido
Infusão de flores
SlDERrTA
471
LINHO
Anti-inflamatório e emoliente, 508 facilita a regeneração das mucosas digestivas danificadas
Acalma a acidez e a dispepsia, cria uma película protectora sobre a mucosa do estômago
Desinflama as mucosas do tubo digestivo
Cria uma camada protectora no interior
Brotos tenros, sumo fresco, infusão, extractos Infusão, maceração ou extracto da raiz
Infusão das sumidades floridas
Decocção de sementes
•7.„.„.T«.
RIK
ZARAGATOA
515
MARAVILHA
626
Cicatrizante e anti-inflamatória das mucosas digestivas
Infusão de flores
ROSEIRA
635
Acalma o stress relacionado com a génese da úlcera
Infusão de pétalas
BODELHA
650 Absorve o excesso de acidez
Maceração de sementes
d o t u b o d i g e s t i v o
Alga fresca, decocção ou infusão, pó seco
Acorus calamusL
Preparação e emprego
Cálamo-aromático Ajuda a digestão e acalma os nervos
USO INTERNO
O Decocção ou infusão com uma colher de sopa de rizoma triturado (uns 15 g) por chávena de água. Tomar 2 ou 3 chávenas por dia, sem adoçar. USO EXTERNO
© Banhos: Acrescenta-se à água do banho uma decocção feita com 500 g de rizoma triturado num litro de água.
Precauções
E
STA PI ANTA é proveniente da Ásia e foi introduzida na Europa, no século XIII, pelos Tártaros. Tem um a r o m a m u i t o agradável que lembra o da tangerina, mas o sabor é amargo. Nos países árabes utiliza-se a sua essência c o m o afrodisíaco. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : O ri-
zoma do t á l a m o c o n t é m um óleo essencial amargo, o Olrum rnlumi, a q u e se devem os seus efeitos medicinais. Tem as seguintes propriedades:
O uso continuado de cis-isoasarona (um dos componentes do óleo essencial do cálamo) em animais que servem para experiências, pode produzir efeitos tóxicos do tipo mutagénico. Por prudência, recomenda-se evitar o uso interno do cálamo (durante mais de um mês, ou melhor ainda, empregar preparados farmacêuticos de óleo de cálamo desprovidos de cis-isoasarona.
• Aperitivo: a u m e n t a o apetite IO). • Eupéptico (facilita a digestão): Torna-se útil nos casos de digestão pesada, escassez de suco gástrico (hipocloridria), e gastrite crónica IO). • Carminativo: elimina os gases do tubo digestivo IOI. • Relaxante muscular e sedativo suave do sistema nervoso, q u a n d o se aplica externamente, a c r e s c e n t a n d o a (\vcocção á água de um b a n h o q u e n t e 101. Alivia a dor dos reumáticos, e ajuda a conciliar o sono. • C a l m a n t e do p r u r i d o da pele no caso de erupções c urticária. Um ban h o com decocção de raiz de- cálamo acalma o p r u r i d o e suaviza a pele 101. 424
Outros nomes: ácoro-cheiroso, ácoro-verdadeiro. cana-cheirosa. Esp.: cálamo aromático, ácoro [verdaderoj, calamis. Fr.: açore. Ing.: calamus, sweet llag. Habitat: Cresce nas margens dos pântanos, charcos e rios. Encontra se em quase toda a Europa, na América do Norte e também na Argentina. Acha-se bastante disperso e torna-se pouco /requente. Descrição: Planta aquática da família das Aráceas, que mede 60 a 150 cm de altura. As folhas são estreitas e lanceoladas. A inflorescência é uma espiga cilíndrica. Partes utilizadas: O rizoma (caule subterrâneo).
3 a Ananás Substitui o suco gástrico
O
T Ã O APRECIADO a n a n á s , que se cultiva industrialmente em estufas nos Açores, terá sido transportado pelos p o r t u g u e s e s da América do Sul para a índia e outras partes do m u n d o , s e g u n d o refere Cristóvão da Costa, m é d i c o e botânico do século XVI. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : O seu
princípio activo é a bromelina, uma enzima ( f e r m e n t o ) , eme, c o m o acontece com a pepsina cio estômago, é capaz de cindir as proteínas, a c e l e r a n d o a sua íligestão. Em virtude disto actua como s u b s t i t u t o d o s u c o g á s t r i c o , quando este é s e g r e g a d o em fraca quantidade (liipocioridria, falta de sucos, gastrite c r ó n i c a ) , a c e l e r a n d o a passagem dos alimentos pelo estômago e m e l h o r a n d o a digestão. Pode-se administrar m e s m o aos lactentes q u e sofram de transtornos digestivos. O sumo de ananás possui t a m b é m propriedades béquicas (acalma a tosse) e e x p e c t o r a n t e s , possivelmente devido aos açúcares e ácidos orgânicos q u e c o n t é m . E a i n d a d i u r é t i c o suave e vermífugo. Usa-se nas dietas d e emagrecimento c o m o r e d u t o r d o apetite (acção a n o r e x í g e n a ) lOl.
O
Preparação e emprego
USO INTERNO O Uma ou duas rodelas de ananás antes de cada refeição, ou um copo de sumo fresco quinze minutos antes de começar a comer. O ananás em conserva perde grande parte das suas propriedades digestivas, dado que a enzima bromelina se desnatura facilmente.
Sinonímia científica: Ananás sativa L, Ananás comosus (Strickm.) Merr., Bromelia ananás L Outros nomes: Brasil: abacaxi. Esp.: ananás, ananá, pina [americana], pina de América, pina tropical, pina de azúcar. Fr.: ananás. Ing.: pineaplle, ananás. Habitat: Originário da América Central; cultivado em todas as regiões tropicais do mundo. Descrição: Planta herbácea da família das Bromeliáceas, que atinge uns 50 cm de altura. As folhas são alongadas e espinhosas, em cujo centro nascem as flores, de cor azulada. O fruto é comum a todas as flores de uma mesma espiga. Partes utilizadas: O fruto.
425
Angélica archangellcaL
Angélica
4. Preparação e emprego USO INTERNO
Facilita a digestão e equilibra o sistema nervoso
O Infusão ou decocçâo: Prepara-se com a raiz triturada, que é a parte mais activa da planta, à razão de 20-30 g por litro de água. Também se podem acrescentar folhas tenras e sementes. Toma-se uma chávena de tisana antes de cada refeição, até três vezes ao dia. USO EXTERNO © Banhos: Decocçâo com 100 g de planta num litro de água, que se acrescenta à agua do banho.
A
ANGÉLICA é uma típica plaina nortenha. Na Gronelândia ocupa grandes extensões, e os habitantes daquele país usam-na abundantemente desde tempos remotos. Não sendo uma planta mediterrânea, não chegou a ser conhecida poios grandes módicos c botânicos da antiguidade clássica.
Começou a ser usada na Europa na Idade Média, durante as grandes epidemias da peste. Muitos atingidos pela peste proc uravam-na desesperadamente como último remédio ames de se entregarem à morte, já que se tinha divulgado uma lenda, segundo a qual o arcanjo Gabriel a mostrara a um sábio ermitão, para que este pudesse combater ;i peste. Daí os monges e frades lerem começado a Cultívá-la nos seus conventos, com o fim de elaborar com ela diversos tipos de remédios, infelizmente todos em forma de licor alcoólico. Hoje ainda se preparam Com a angélica os licores Benedictine e Chartreuse. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A an-
gélica era recomendada para uma longa lista de- doenças, desde a peste ao reumatismo, como se se tratasse de uma panaceia. Os seus princípios ac426
Outros nomes: erva-do-espirito-santo. Brasil: jacinto-da-india. Esp.: hierba dei Espiritu Santo, ajonjera, carlina, hierba de los ángeles, raiz de larga vida. Fr.: angélique [des jardins]. Ing.: [garden] angélica. Habitat: Originária do norte da Europa e da Ásia, ainda que o seu cultivo e uso se tenham expandido por todo o mundo. Prefere os lugares frios e húmidos, perto de rios e pântanos. Descrição: Planta herbácea da família das Umbeliferas, que costuma medir de 1 a 2 m de altura. O seu caule é grosso e canelado. em cujo extremo se encontram as flores distribuídas em forma de umbela. Existe um certo risco de confundi-la com a cicuta (pág. 155), que também pertence à mesma família, embora apresente diferenças significativas. Além disso, a angélica exala um agradável aroma entre picante e adocicado, enquanto a cicuta tem um cheiro muito desagradável. Partes utilizadas: A raiz especialmente, e também as folhas tenras e as sementes.
Ill Precauções
Desaconselhamos formalmente o emprego dos licores preparados com angélica, pois os efeitos nocivos devidos ao seu elevado conteúdo alcoólico ultrapassam em muito as suas possíveis propriedades medicinais.
tívos são o f e l a n d r e n o , de acção digestiva e espasmolítica, e a angelicina, que exerce uma acção sedativa e equilibradora sobro o sistema nervoso. A eStes princípios activos .se devem as suas autênticas p r o p r i e d a d e s medicinais: • Digestiva e carminativa: E um grande tónico e estimulante das Funções do a p a r e l h o digestivo. A u m e n t a o apetite, facilita a digestão, a u m e n t a a secreção de sucos gástricos e elimina os gases e f e r m e n t a ç õ e s intestinais 101. E a planta por excelência para os que lêm falta de apetite, os debilitados e os dispépticos. Muito indicada para aqueles q u e solvam de estômago descaído ou atónico (ptose gástrica). Dá bons resultados no caso de enxaqueca de origem digestiva. • Tonificante e c q u i l i p r a d o r a do sistema nervoso: Torna-sc muito útil nos rasos de depressões, neurose e debilidade nervosa IOI. Rei omenda-se também aos estudantes cm época de exames, pessoas com stress, convalescentes de doenças debilitantes e. em geral, a lodos aqueles q u e tenham de superar alguma prova difícil.
O s b a n h o s c o m água d e angélica têm um eleito, m u i t o saudável sobre o sistema nervoso (01.
A angélica é uma dessas plantas medicinais que podem prestar-nos bons serviços nesta vida moderna, que com tanta frequência nos provoca agitação nervosa e transtornos digestivos.
• Tem também eleitos diuréticos e expectorantes, e m b o r a d e m e n o r intensidade q u e os anteriores. 427
E9
Artemísia absinthium L
J
Preparação e emprego
Absinto Aperitivo e emenagogo
E
STA IMANTA foi dedicada pelos antigos Gregos a Artemisa
(Diana para os Romanos), deusa da fecundidade. Sem dúvida que, para isso, influiu o seu notável efeito sobre o útero. Oin bem, aquilo que mais contribuiu para a sua difusão nos últimos tempos lerá sido, sem dúvida, a sua virtude aperitiva e estomacal. O vermute é um licor à base de absinto, pois Wermul é precisamente o nome alemão desta planta.
No século passado, quando ainda se empregavam muitos remédios de forma empírica, sem um conhecimento dos seus verdadeiros efeitos, pensou-se que o estimulante licor de absinto, obtido por maceração em álcool, era uma panaceia. A tal ponto se abusou dele, especialmente cm Franca, que se verificaram graves intoxicações agudas, crónicas, e até mortes, como a do poeta francês Verlaine.
Precauções
Respeitaras doses indicadas. Em doses elevadas, a tuiona é convulsivante e neurotóxica: provoca tremores, convulsões, delírio e vertigens.
428
"ífw
USO INTERNO O Infusão com 10-20 g de planta por litro de água. Para suavizar o gosto amargo, pode-se acrescentar alcaçuz, hortelã-pimenta ou anis. Adoçar com mel. Para os transtornos digestivos, tomamse uma ou duas chávenas por dia, antes das refeições. Para os transtornos da menstruação, tomam-se duas chávenas diárias desta tisana, durante a semana anterior à data em que se esperam as regras. © Maceração: Põem-se uns 100 g de flores secas num litro de azeite. Deixam-se repousar durante um mês. Toma-se uma colher de sobremesa deste azeite, em jejum, e outra antes do almoço, nas afecções da vesícula biliar. USO EXTERNO © Insecticida: A infusão de absinto é um eficaz insecticida. Podem borrifar-se com ela os animais domésticos e as plantas. Como loção aplicada sobre a pele, afugenta os mosquitos. E colocando absinto seco em saquinhos de pano entre a roupa, evita-se eficazmente a traça.
Outros nomes: grande-absinto, sintro. losna, losna•maior, citronela-maior. Brasil: absiniio. Esp.: ajenjo, ajenjo comum, ajenjo maior, absintio, artemisa [amarga], ajorizo, incienzo de Andalucia, hierba santa. Fr.: absinthe. Ing: wormwood. Habitat: Próprio de lugares montanhosos do Sul da Europa. Abunda em valados e terrenos secos. Noutros tempos era cultivado. Descrição: Planta vivaz, da família das Compostas, de 40 a 80 cm de altura, toda ela recoberta de uma fina penugem que lhe dá um aspecto prateado. As flores, amarelas, agrupam-se em pequenos capítulos. Partes utilizadas: as folhas e os pequenos capítulos florais.
f
*>
Abrotano
O abrotano é também conhecido por aurónia {Artemísia abrotanum L.).* Não tem relação com o chamado abrótano•fêmea (pág. 470), que pertence a outra família botânica, mas sim com o absinto (pág. 428). O abrotano diferenciase do amargo absinto por ter as folhas mais finas, e sobretudo pelo seu agradável aroma e sabor a limão. Tem sido muito cultivado na Europa como planta aromática e medicinal. Encontra-se naturalizado na América do Norte. São estas as suas aplicações: • Tonificante do couro cabeludo: a infusão de abrotano (30 g por litro) aplica-se em loção sobre o couro cabeludo para fortalecer os folículos pilosos e
Hoje sabemos q u e o absinto contém substâncias tóxicas, as tuionas, cuja acção é p o t e n c i a d a pelo álcool, IIO qual se dissolvem c o m facilidade. Estimulante em p e q u e n a s doses, o licor de absinto produz, u m a grave deterioração do sistema nervoso: d e pendência, alucinações, convulsões, demência e inclusive a m o r t e . Actualmente já n ã o st- usa o licor de absinto c o m o tal, mas sim os vermutes alcoólicos, em cuja composição entra o absinto. O seu uso é formalmente contra-indicado, pois aos conhecidos efeitos nocivos do álcool se juntam os das tuionas do absinto, p o t e n ciadas, c o m o dizíamos, pelo p r ó p r i o álcool.
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : O uso
evitar a queda do cabelo. Faz parte de diversos champôs e preparados cosméticos. • Vermífugo (expulsa os vermes intestinais) e emenagogo (facilita a menstruação): Dado que o abrotano contém tuionas como tem o absinto, pode substituí-lo, com a vantagem de ser mais agradável de tomar. Toma-se em infusão como o absinto (10-20 g por litro) e com as mesmas precauções.
Precauções Devem abster-se do absinto as mulheres grávidas, devido ao seu possível efeito abortivo, e as que amamentam, pois ê eliminado juntamente com o leite e toma-se nocivo para a criança. Também não é recomendado a quem sofra de úlcera gastroduodenal ou gastrite.
• Contra as traças e perfumador da roupa, colocando-se ramos da planta no interior dos roupeiros. • Esp.: abrotano macho. Fr.: aurone, ciironelle. Ing.: southemwood, lad's love.
nagoga, mas tóxica em doses altas; sais minerais (nitrato potássico) e taninos. Aplicado c o r r e c t a m e n t e , o absinto olerece-nos interessantes p r o p r i e d a des medicinais, q u e passamos a mencionar: • T ó n i c o gástrico: C o m o todas as plantas amargas, desenvolve um efeito tónico sobre o e s t ô m a g o , a u m e n t a n d o o a p e t i t e e e s t i m u l a n d o a sec r e ç ã o de sucos gástricos. É p o r isso útil aos q u e s o f r e m de fastio ou de dispepsia (digestões pesadas) IOI. Não é recomendável aos ulcerosos ou aos de t e m p e r a m e n t o s a n g u í n e o , pois o a u m e n t o da secreção de sucos gástrieos t o m a - s e prejudicial para eles. C o m o b e m indica Font Q u e r , «o absinto não deve tomar-se sem necessidade-.
do absinto c o m o planta m e d i c i n a l não tem os desastrosos efeitos dos licores que com ele se fabricam; e n t r e outras razões, p o r q u e o seu forte sabor amargo n ã o se presta muito a um consumo a b u n d a n t e .
• Colerético: Pelo facto de a u m e n t a r a secreção biliar, exerce sobre o ligado u m a acção favorável, descongestiva e de estímulo às suas funções. Dá b o m r e s u l t a d o nos casos de insuficiência h e p á t i c a e na fase de convalescença rias hepatites virosas 101.
Contém p r i n c í p i o s a m a r g o s (absintina), a q u e deve as suas propriedades digestivas; óleo essencial rico em tuiona, de acção vermífuga e cme-
• Vermífugo p o t e n t e : Os adultos cons e g u e m tomá-lo. a i n d a q u e d e m á vontade; mas as crianças lejeitam-no a b e r t a m e n t e IO). Para elas será me-
O sabor amargo desta planta tornou-se proverbial desde tempos muito antigos. Salomão, precisamente nos seus Provérbios |cap. 5, vers. 4), alude a ela advertindo que a infidelidade, ainda q u e possa ser excitante e "doce" nos seus inícios, costuma ter um fim «amargo como o absinto».
Ihor utilizar outros vermífugos (cap. 20, pág. 486). • Emenagogo p o t e n t e : Actua sobre o útero provocando a menstruação; além disso, normaliza os ciclos. K port a n t o r e c o m e n d á v e l para as jovens pálidas e debilitadas, q u e g e r a l m e n t e sofrem de regras irregulares e dolorosas IOI. Avicena, o célebre médico bispano-árabe do século XI, receitava-o «para acalmar as m u l h e r e s azedas e biliosas». Externamente, a infusão de absinto usa-se c o m o insecticida IOI. 429
Artemísia dracunculus L
!
4. P\ 9 -QP
Preparação e emprego
Estragão Condimenta e ajuda a digestão
USO INTERNO O Condimento: Em saladas e todo o tipo de pratos. O Infusão: 30 g de planta por litro de água. Tomar uma chávena antes de cada refeição, como aperitivo; e depois da refeição, no caso de se pretender a sua acção digestiva. © Essência: A dose recomendável é de 3-5 gotas, 3 vezes por dia.
E
STA PLANTA aromática é uma das poucas que não crescem espontaneamente nos países mediterrâneos, pelo que não era conhecida na antiguidade greco-romana. Foram os Árabes que a introduziram na Península Ibérica no século IX ou X, de onde se estendeu o seu cultivo ao resto da Europa e à América. O Estragão é muito apreciado como condimento, pela refinada cozinha francesa. As suas propriedades medicinais, porém, fazem dele alguma coisa mais do que um simples condimento. Toda a planta contém uni Óleo essencial rico em estrago], Iclandreno e ocinieno. assim como em hidroxicumai ina. Tem propriedades: • aperitivas, digestivas e carminativas (elimina os gases intestinais); • anti-sépticas paia os germes patogénicos do tubo digestivo; • vermífugas: faz expulsar os parasitas intestinais; e • emenagogas: estimula a menstruação. Torna-se pois indicado nos casos de inapetência, digestão lenia ou pesada. flatulência, fermentação intestinal e parasitas intestinais IO.©.€)!.
Precauções
Da essência, não se devem ultrapassar as doses indicadas, já que se pode produzir uma forte excitação do sistema nervoso.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
430
Outros nomes: Esp.: estragón, dragoncillo. [hierba} vinagrega. Fr.: esíragon. Ing.: tarragon, estragón. Habitat: Originário da Ásia Centrai, embora se cultive e algumas vezes se encontre em estado silvestre em toda a Europa e nalguns países do continente americano. Descrição: Planta vivaz aromática, da família das Compostas, que atinge 60-80 cm de altura. As folhas são lanceoladas, e as flores, de cor amarelada, agrupam-se em capítulos esféricos e pequenos. Partes utilizadas: as folhas e os capítulos florais.
Artemísia marítima L
.
.
.
Preparação e emprego
Santónico Um p o t e n t e vermífugo
N
O SÉCULO XVI chamava-se santónico (sémen-contra vermes), ou semente contra as lombrigas, a uma mistura dos pequenos capítulos florais da Artemísia marítima L. com os de uma outra espécie similar, a Artemísia cina Berg. O santónico tem continuado a usar-se desde os tempos de Dioscórides como vermífugo infantil. PROPRIKDADKS E INDICAÇÕES: As sumidades floridas do santónico contêm uma essência aromática, santonina e diversos sais minerais. O princípio activo da planta é a santonina, derivado da dimeiilnaftalina, potente vermífugo. Tomam-se especialmente activas contra os Ascaris lumbricoides, vermes parecidos tom as lombrigas, de cor branca, de 10 a 2ã cm de comprimento, que costumam parasitar o intestino das crianças IOI. Têm se revelado igualmente eficientes contra outros parasitas intestinais.
Precauções
USO INTERNO O Pó das sumidades floridas secas e trituradas. Administra-se em infusão ou com mel, durante vários dias pela manhã, em doses de 2 a 5 g às crianças, e de 4 a 10 g aos adultos. Uma hora depois toma-se um laxante. É necessário observar as fezes para comprovar a expulsão dos parasitas.
Artemísia-mexicana No México cria-se uma espécie de Artemísia (Artemísia mexicana Willd.)* ali conhecida por 'estafiate'ou 'ajenjo dei país', de composição e propriedades semelhantes às do absinto (contém óleo essencial rico em tuiona) e às do santónico (contém santonina). A sua essência confere-lhe propriedades aperitivas (aumenta a secreção de suco gástrico), coleréticas (aumenta a secreção biliar) e emenagogas (íaciMa a menstruação). Pelo seu conteúdo em santonina usa-se como vermífugo expulsa os parasitas intestinais). A infusão prepara-se com 10 g da planta por litro de água, e tomam-se duas ou três chávenas por dia. ' Esp.: artemisa mexicana.
Outros nomes: barbotina. semencina. sémen-contra, sementes-de-alexandria. Bra.r ': artemisia-maritima. Esp.: ajenjo marino, ajenjo marítimo.
semen-contra. santónico. Fr.: absinthe Não exceder as doses prescritas, pois pode produzir-se excitação nervosa. Não administrara crianças com menos de dois anos.
de mer, armoise maritime. Ing.: soa wormwood. Habitat: Regiões costeiras de toda a Europa, excepto as mediterrâneas. Descrição: Planta da família das Compostas, de 30 a 60 cm de altura. recoberta de uma penugem semelhante a algodão. Os pequenos capítulos florais são de cor amarela-escura e muito aromáticos. Partes utilizadas: as sumidades floridas.
431
Asamm europaeum L
p] m i i ]
Kl
Asaro Emético e purgante
O
ASARO lem-se utilizado desde a antiguidade r o m a n a . Plínio, o Velho, já o mencionava nos seus escritos referindo-se à sua p r o p r i e d a d e emética (vomitiva). No entanto, actualmente caiu em desuso, pois foi substituído pela ipecacuanha (pág. 438), planta brasileira de intenso eíèilo emético. Toda a planta exala um cheiro q u e lembra o da terebintina, e tem um sabor picante e n a u s e a b u n d o .
O seu n o m e , em francês, é asarei, se bem q u e v u l g a r m e n t e s e c o n h e ç a c o m o cabaret, pois se usava para provocar o vómito dos ébrios, de maneira q u e pudessem c o n t i n u a r a beber. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : Toda a
planta contém asarina. q u e é um pod e r o s o irritante das mucosas digestivas; óleo essencial, taninos, resinas e ílavonóides. Estas são as suas propriedades: • Emético: Pode-se usar para provocar o vómito em caso de intoxicação oral 191, Dá bons resultados na intoxicação causada p o r álcool etílico (bebedei-
ra). • Purgante de efeito catártico (irritante), pelo que antigamente se utilizava para provocar violentas diarreias (purgas), que se supunham curativas. Actualmente continua a utilizar-se, mas em veterinária, para purgar o gado. • Esternutatório (provoca o espirro): UtiHza-se no caso de congestão nasal paia provocara eliminação da mucosidade e aliviar a enxaqueca q u e muitas vezes a c o m p a n h a a rinite 101. • Também é expectorante, diurético e abortivo, embora seja p o u c o utilizado como lai, devido à sua toxicidade. 432
Outros nomes: orelha-humana. Esp.: ásaro. bácara. Fr.: asaret. Ing.: asarum, wild nard. Habitat: Cria-se nos bosques de árvores frondosas do continente europeu. Na Península Ibérica só se encontra nas montanhas do Norte. Descrição: Planta rasteira de 10-15 cm de altura, da família das Arístoloquiáceas, que forma grandes colónias nos bosques. As folhas são grandes, com a forma aproximada de um rim e cor verde-escura. As flores são solitárias, de cor púrpura ou esverdeada. Partes utilizadas: As folhas e a raiz.
Precauções Tomado em doses elevadas produz gastrenterite aguda, com risco de hemorragia gástrica ou intestinal. A planta fresca é mais irritante para o aparelho digestivo, do que seca ou em pó.
Preparação e emprego USO INTERNO O Infusão: Prepara-se com as folhas ou a raiz frescas, na proporção de 5-10 g por chávena. Não se devem tomar mais de duas chávenas por dia. USO EXTERNO © Pó de folhas ou de raiz secas: Basta uma pitada (o que se apanha entre o polegar e o indicador). *M*
^
Gengibre-silvestre Existe na América do Norte uma outra espécie de ásaro, conhecida como gengibre-silvestre* {Asarum canadense L). O seu aspecto e propriedades são muito semelhantes às do ásaro europeu, se bem que os efeitos irritantes sejam menos intensos. Utiliza-se também como sudorífero e como carminativo, para eliminar as flatulências intestinais. ' Esp.: jengibre silvestre. Ing.: wildginger.
Brasslca oiemcea L
m 0.
- L V e
Couve Cura as úlceras da pele... e do estômago
O
S CELTAS e os R o m a n o s já cultivavam couves, a hortaliça por excelência. A couve é usada há mais cie dois mil anos c o m o alimento, e também c o m o planta medicinal. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : AS fo-
lhas são ricas cm clorofila, e p o r t a n t o em magnésio. C o n t ê m t a m b é m u m a essência sulfurada s e m e l h a n t e à da mostarda, sais minerais, vitaminas (sob r e t u d o a ('., a A, e possivelmente a
Outros nomes: couve•portuguesa, couve-galega, berça, verça. Esp.: col, berza. Fr.: chou. Ing.: cabbage. Habitat: Natural da Europa, onde se encontra em estado silvestre nas costas do Canal da Mancha, do Atlântico e do Mediterrâneo Ocidental. Cultiva-se em todo o mundo. Descrição: Planta da família das Cruciferas. com folhas grandes muito divididas e de consistência carnosa. Destituída de repolho. Partes utilizadas: as folhas.
U), mucilagens, e um factor antiulceroso ainda não bem identificado. Y. relativamente rica em glícidos ou hidratos de c a r b o n o (7%) e p r o t e í n a s (4%), mas o seu c o n t e ú d o g o r d o é
Precauções
O?
Preparação e emprego
USO INTERNO
O Sumo da planta fresca: De meio a um copo (100-200 ml) três ou quatro vezes por dia, antes das refeições, ou seja, com o estômago vazio. Quando se come couve de forma continuada durante longos períodos, pode ter efeito antitiróide e chegar a provocar bócio.
USO EXTERNO
© Cataplasmas: Preparam-se com
as folhas cruas (previamente esmagadas com um rolo de madeira ou uma garrafa), ou então cozidas e misturadas com larelo para as tornar mais compactas. Também se podem aquecer com um ferro de engomar e aplicá-las como um emplastro sobre a pele, como se ilustra na página seguinte.
433
muito baixo (0,6%). As couves possuem as seguintes propriedades: • Antiulcerosa: Por via interna, o seu sumo é recomendado contra a úlcera gastroduodenal, que consegue fazer cicatrizar IO). O Dr. Schneider, na sua obra A Saúde pela Nutrição, menciona experiências em que se demonstrou a capacidade cicatrizante
pogliccmiante (faz descer o nível do açúcar no sangue dos diabéticos) IO). • Diurética, depurativa e. ingerida em jejum, vermífuga 14)1. • Cicatrizante e vulnerária: A couve, aplicada em cataplasma, cuia fendas infectadas, úlceras varicosas e persistentes, eczemas, furúnculos e acne IO). • Anticancerosa: Existem evidências de que a couve pode actuar como preventivo contra a formação de tumores cancerosos IO), possivelmente devido ao seu conteúdo em caroteno (vitamina A).
As folhas de couve crua aquecem-se com um ferro de engomar e aplicam-se sobre a peie, à maneira de emplastro ou cataplasma. A sua acçáo é cicatrizante e vulnerária. As feridas e úlceras cutâneas de difícil cicatrização, assim como os eczemas, e mesmo a acne, melhoram substancialmente com os emplastros de folhas de couve.
Carica papaya L
u.
^
_j
_
Papaieira Digestivo e vermífugo
O
FRUTO da papaieira é um dos mais apreciados entre iodos os produtos arbóreos originários da America. Não se estranha, portanto, a sua expansão por iodas as regiões tropicais do Globo. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O látex e as folhas da papaieira contêm papaína, uma enzima proteolítica capaz de hidrolisar as proteínas, libertando os aminoácidos que as compõem. A papaína actua de forma semelhante à pepsina e à tripsina, enzimas comidas no suco gástrico e pancreático.
Tanto O LÁTEX como as FOLHAS, são recomendados a quem sofra de insuficiência de sucos digestivos, geralmente devida a gastrite ou a pancreatite crónica IO.01. Pelo seu efeito vermífugo, são lambem muito úteis conda os parasitas intestinais, especialmente as lenias. O FRUTO, conhecido como papaia ou mamão, é rico nas vitaminas A e C, e embora contenha pouca papaína, tonifica a digestão e normaliza <> funcionamento do intestino. O consumo de papaias torna-se altamente recomendável no caso de colite (incluindo a lllcerosa), cólon irritável e prisão de ventre crónica.
0
Informação
A papaína faz parte de diversos preparados farmacêuticos. Usa-se em cirurgia ortopédica para dissolver o núcleo do disco intervertebral, no caso de hérnia de disco.
Outros nomes: mamoeiro, mamão. cárica, papaia. Esp.: papayo. papaya, mamón, mamén. mamona, mamão, lechosa. arbol de melón. zapote. ababaya, fruta bomba. Fr.: papayer. Ing.: papaya [treej. melon tree. Habitat: Originária do México e disseminada pelas regiões tropicais da América. África e Ásia. Descrição: Árvore dióica de 4-6 m de altura, da família das Caricáceas O tronco é cilíndrico, sem ramos, e da sua parte superior nascem os frutos e as folhas. As árvores de flores masculinas não dão frutos. Partes utilizadas: o látex, as folhas e os frutos.
-CP Preparação e emprego O Látex: Obtém-se praticando incisões sobre os frutos verdes e sobre o tronco. Tomam-se 10-20 g misturados com mel e água quente, depois de cada refeição. Em seguida, caso se pretenda um efeito vermífugo, toma-se um laxante enérgico. © Infusão: Prepara-se com 30 g de folhas por litro, e tomam-se 3 chávenas diárias da mesma.
O fruto da papaieira, conhecido sobretudo como papaia ou mamão, é muito apreciado como sobremesa. Embora tenha um escasso conteúdo em papaína, é um excelente alimento-remédio para quem sofra de transtornos digestivos e afecções intestinais, como o cólon irritável ou a prisão de ventre crónica.
435
J J
Centauríum umbellatum Glllb.
Preparação e emprego
Fel-da-terra Tónico amargo e cicatrizante
O
C E N T A U R O Q u í r o n , person a g e m mitológica, m e i o hom e m m e i o cavalo, curou-se com esta planta de u m a ferida q u e o Hércules lhe fez n u m pé. E daí q u e lhe vem o n o m e de centáurea.
USO INTERNO O Infusão com 30 g de sumidades floridas por litro de água. Toma-se uma chávena antes de cada refeição, se possível sem adoçar. Quando se usa como antidiabética, pode-se adoçar com edulcorantes químicos do tipo sacarina, ainda que não convenha abusar destas substâncias. USO EXTERNO © Compressas com uma decocção de 50 g de sumidades por litro de água. Aplicam-se sobre a pele afectada.
T a m b é m se lhe c h a m a c e n t á u r e a -menor, para distingui-la da centáurca-maior (Centáurea scabiosa I..), q u e pertence à família das Compostas, e q u e n ã o se usa em fitoterapia. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : Toda a
planta c o n t é m diversos p r i n c í p i o s amargos de tipo glicosídico. Com O o dá a e n t e n d e r o seu n o m e latino,/?'/ terrai (lei da t e r r a ) , é i n t e n s a m e n t e amarga, embora não lauto como a genciana (pág. 452), com a qual partilha muitas das suas propriedades: • T ó n i c o e s t o m a c a l : C o m o todas a s plantas providas d e c o m p o n e n t e s amargos, tonifica os processos digestivos e abre o apetite. Faz a u m e n t a r a p r o d u ç ã o de suco gástrico e estimula os m o v i m e n t o s de esvaziamento do estômago. Rccoiuenda-se nos casos de gastrite crónica por falta de sucos, inapetência, digestões pesadas, fermentações intestinais e vómitos IOJ. K também colerética, pelo q u e se usa em hepatopatías (doenças do ligado) crónicas. • Hipogliccmiante: Fazendo descer o nível de glicose no s a n g u e , torna-se muito útil para os diabéticos IOI. • Ligeiramente laxante e febrífuga IOI. • C i c a t r i z a n t e : Limpa e cura feridas, chagas, úlceras e eczemas da pele 101 436
Sinonímia científica: Centaurium erithraea Rafn. Outros nomes: centáurea-menor. Brasil: chá-porrete. Esp.: centaura menor, aciano. gota de sangre, hie! de la tierra. Fr.: petite centaurée. Ing: [lesser] centaury [herb], drug centaurium. Habitat: Cria-se em prados e pastagens de toda a Europa, embora não seja muito frequente. Encontra-se naturalizada nalgumas zonas das regiões temperadas da América. Descrição: Planta herbácea da família das Gencianáceas, de 10 a 50 cm de altura. As folhas são alongadas, formando as basais uma roseta. Tem flores cor-de-rosa. terminais. Partes utilizadas: as sumidades floridas.
I
•Mi
f
Centáurea-áspera
A centaurea-áspera [Centáurea áspera L.)*, também muito amarga, possui um efeito hipoglicemiante ainda mais intenso do que a centáurea-menor. A centáurea-áspera pode chegar a substituir os fármacos antidiabéticos orais, e permite reduzir a dose de insulina. Recomenda-se fazer análises de sangue (glicose) durante os primeiros dias ou semanas de tratamento, com o fim de regular a dose adequada da planta, já que o seu uso pode mesmo provocar
hipoglicemias (descida excessiva do nível de glicose). Portanto, para ser utilizada, torna-se necessária a vigilância médica.
As centáureas usadas em fitoterapia, tanto a menor como a áspera, criam-se nos prados e pastagens das regiões temperadas da Europa e da América. São plantas pouco frequentes, pelo que se deve ser muito prudente q u a n d o se trate de colhè-las /ver pág. 52). Nalguns países são consideradas espécies protegidas.
A dose habitual é de 1 a 3 chávenas de infusão cada dia, depois das refeições. Prepara-se com 30 g de sumidades secas por litro de água. É preferível não adoçá-la. ' Esp.: centaura áspera.
437
Cephaeiis ipecacuanha A. Rich.
Z 3 Preparação e emprego
Ipecacuanha Vomitiva, expectorante e antidisentérica
USO INTERNO
O Pó de raiz: 4-6 g dissolvidos em água. Para as crianças, 0,1 g por ano de idade. Usa-se como vomitivo e expectorante. €> Xarope: Com uma ou duas colheradas produz-se um vómito fácil.
M
AJESTADE, l e n h o um reméd i o secreto q u e descobri nas índias, e q u e cura a disenteria - d i s s e Jan Adrian Helvelius (1661-1727), m é d i c o , e t a m b é m b o m comerciante holandês, a Luís XIV, rei de França. —Pagar-vos-ei mil lufses de o u r o se me c e d e r d e s esse s e g r e d o . S o u b e de vários enfermos de disenteria a q u e m haveis c u r a d o . . . Q u e r o c o m p r a r esse remédio secreto! - C o n t r a i o leito - r e s p o n d e u o médico comerciante.
Em 1912 descobriram-se os princípios activos da i p e c a c u a n h a , e d e s d e e n t ã o faz parte de numerosos preparados fa n nacêui teos.
© Infusão: 8 g de raiz triturada em 250 ml (um quarto de litro) de água. Como expectorante tomam-se 4 ou 5 colheradas de hora a hora, para evitar que se produzam vómitos.
Precauções Não exceder as doses prescritas, para evitar que se produzam vómitos violentos. O pó de raiz é muito irritante para a pele.
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : A raiz
c o n t é m e m e t i n a e o u t r o s alcalóides, além de ácido ipecacuânico e saponinas. Vejamos as suas propriedades: • Emética: Devido à emetina, provoca facilmente o vómito IO.@I. Emprega-se para esvaziar o estômago em caso de intoxicação, q u a n d o n ã o é possível proceder-se a u m a lavagem gástrica. • Expectorante: A e m e t i n a e as saponinas conferem-lhe u m a intensa acção expectorante a doses baixas, pelo q u e entra na composição de diversos xaropes para os brônquios l©l. • Amebicida: A e m c i i n a destrói as amebas q u e causam a disenteria amebiana e os abcessos a m e b i a n o s do ligado. Nestes casos recomeiída-se usar algum dos preparados farmacêuticos que existem à base de emetina. 438
Sinonímia científica: Callicocca ipecacuanha Brot. Outros nomes: ipeca, poaia. Esp.: ipeca, bejuquillo, pecahonda, poaja, raiciila, raiz brasileha, anillada menor. Fr.: ipécacuane. Ing.: ipecacuan. Habitat: Originária dos bosques húmidos e quentes do Brasil, Colômbia, Peru e México. Descrição: Pequeno arbusto de 30 a 50 cm de altura, da família das Rubiáceas, com raízes longas e aneladas. As suas flores, brancas e pequenas, crescem num capitulo terminal. Partes utilizadas: a raiz triturada em pó.
a
Vum L
P. Preparação e emprego
Ervaformígueira
USO INTERNO O Infusão, com 15-20 g de folhas e flores por cada litro de água. Como tónico estomacal, toma-se uma chávena depois de cada refeição. Como anti-helmíntico, toma-se uma chávena de manhã em jejum, durante 3 dias. Administrar um laxante depois de cada toma de erva-formigueira, para favorecer a expulsão dos parasitas (rícino, aloés, ou cáscara-sagrada, por exemplo, págs. 531,694, 528).
Tónico digestivo e vermífugo
A
NTES da chegada de Colombo, já os antigos povoadores do México utilizavam a erva•formigueira pelas suas propriedades medicinais. As lolhas e flores desta planta deitam um cheiro muito forte, devido ao óleo essencial que contêm. PROPRIEDADES
E
INDICAÇÕES:
A
essência da erva-formigueira é constituída por hidrocarbonetos terpénicos (cimeno, limoneno, terpineno, etc.) e ascaridol. Tem as seguintes propriedades: • Tónica estomacal e carminativa: (evita os gases intestinais): O seu uso dá muito bons resultados nas indigestões, flores do estômago, flatulências e falta de apetite IO), • Anti-helmíntica e vermífuga (destrói os parasitas intestinais): É a sua aplicação mais importante IOI. Torna-se altamente eficaz contra os ascarídeos e os anautiostomas, e não lauto contra as ténias e os oxiúros.
Precauções Não exceder as doses indicadas, já que pode provocar intolerância digestiva.
Habitat: Originária do México e América Central. A sua cultura estendeu-se aos Estados Unidos, América do Sul e alguns países do Mediterrâneo. especialmente a França. Descrição: Planta herbácea, vivaz ou perene, da família das Quenopodiáceas. que atinge de 40 a 100 cm de altura. Tem um caule muito ramificado. As flores, de cor amarelada ou esverdeada, são muito pequenas e crescem em espigas terminais. Sinonímia científica: Chenopodium anthelminticum L Outros nomes: quenopódio, erva-formiga, ambrósia-do-mêxico. chà-do-mèxico, lombrigueira, formigueira, usaidela. Brasil: erva-de•santa-maria.
Partes utilizadas: As folhas e as flores.
Esp.: pazote. quenopódio, hierba sagrada, hierba santa, hierba de Santa Maria, hierba hedionda, epazonte, té de México. Fr.: chènopode [ansérinej, ambroisine, thé du Mexique, thé de íEspagne. Ing.: Mexican tea. [Indian] wormweed.
439
!fl
JQ
Preparação e emprego
Chicória Um substituto do café sem contra-indicacões
A
CHICÓRIA é um regalo para os olhos do caminhante. As bermas dos caminhos conservam, ainda durante uma boa parte do Verão, a refrescante cor azul-celeste das suas flores, contrastando com o tom palhete da paisagem. Não se trata pois de uma planta que possa passar despercebida, nem sequer a quem a não conheça. Parece sugerir ao caminhante: «Udliza-me! Desfruta as minhas virtudes!» A chicória é uma das plantas mais benéficas, já que as suas extraordinárias propriedades medicinais se adicionam à de proporcionar um agradável substituto do caie. Nos tempos de escassez, na {alta do dispendioso café ulili/ava-se esta humilde planta, tida em pouca estima, talvez por ser tão abundante e barata. A chicória -dizem alguns com nostalgia- lomava-se durante a guerra, quando não havia café. F. curioso que, neste caso, o sucedâneo -a chicória— acabe por ser melhor do que o produto original -o café.
O
Café de chicória
A raiz da chicória, que se arranca no Outono, seca. torrada e moída serve para preparar o "café de chicória". Pode-se misturar com malte, o que lhe dá um sabor ainda mais agradável.
440
USO INTERNO O Salada: as folhas cruas cortadas antes da floração têm um agradável sabor amargo. Podem-se preparar com elas belas saladas silvestres altamente aperitivas, em que se podem incluir dente-de-leão e alho, temperando-as com azeite e limão. © S u m o fresco: Os que desejem uma acção mais drástica, podem tomar o sumo fresco das folhas, que se obtém espremendo-as com um pano ou com um aparelho liquidificador. É muito amargo, mas não há fastio que lhe resista. Para a falta de apetite, recomenda-se tomar meio copo antes de cada refeição. €) Infusão: Com folhas e raiz frescas, à razão de 30 g por litro de água. Tomam-se 2-3 chávenas por dia: como aperitivo, antes das refeições; como digestivo, depois. Esta tisana deve adoçar-se o mínimo possível, para se poder conseguir o maior benefício do seu estimulante sabor amargo.
Outros nomes: almeirão, chicória-brava. chicória-do-café. Brasil: chicória, chicória-amarga. Esp.: achicoria, radicha, radicheta, amargón, husillo. Fr.: chicorée. Ing.: chicory. Habitat: Muito comum nas bermas dos caminhos, ribanceiras e terrenos secos. Própria das zonas temperadas da Europa e da América. Descrição: Planta herbácea e vivaz da família das Compostas, de caules rectos, que costumam atingir de 50 a 60 cm de altura. As flores são de uma bela cor azul, e as suas pétalas terminam em cinco finas pontas; fecham-se à noite, ou quando faz mau tempo. Todas as partes da planta, incluindo o seu látex, têm sabor amargo. Partes utilizadas: as folhas tenras e a raiz.
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : Co-
nhecida desde 0 tempo dos Egípcios. e utilizada pelos seus faraós, esta planta foi qualificada pelo insigne Galeno de «amiga do fígado». Tanto as raízes como as folhas c o n t ê m inulina e levulose, glícidos q u e favorecem as funções do fígado. Mas a maior parte das suas propriedades medicinais devem-se aos princípios a m a r g o s q u e contém, os quais actuam estimulando todos os processos digestivos. • No estômago actua c o m o eupéptica, aumentando a secreção dos sucos gástricos. Por isso, para as digestões pesadas, dá mais resultado u m a chávena de chicória depois da refeição, do que uma colherzinha de bicarbonato. Além disso, t o m a d a a n t e s das refeições, é um p o d e r o s o aperitivo, que abre o apetite das crianças e d o s adultos. • No fígado, favorece a s e c r e ç ã o da bílis (acção c o l e r é t i c a ) , necessária para a digestão das g o r d u r a s . Além disso, activa a circulação portal e descongestiona o fígado. • No intestino, activa os seus movimentos (acção laxante). Lina chávena de chicória pela m a n h ã , em jejum. A apreciada raiz da chicória arranca-se depois de a planta ter florido mostrando as suas características e vistosas florezinhas azuis.
Endívia e escarola
A endívia e a escarola {Cichorium endívia L.) são plantas cultivadas da mesma família que a chicória. Claro que, para se conseguir que as suas folhas sejam tão brancas, privam-se do sol, com o que perdem uma grande parte das suas propriedades medicinais e do seu conteúdo vitamínico, especialmente a vitamina A.
ajuda a vencei a preguiça intestinal e a prisão de ventre. T a m b é m tem uma certa a c ç ã o vermífuga q u e ajuda a expulsar os vermes intestinais. Por t u d o isto. as indicações da chicória são: inapetência, atonia gástrica, digestões pesadas, dispepsia biliar devida a deficiente f u n c i o n a m e n t o da vesícula biliar, congestão hepática, hipertensão portal, prisão de ventre, parasitas intestinais IO.© 01. A chicória possui ainda um suave e l e i t o d i u r é t i c o e d e p u r a t i v o , pelo q u e se t o r n a i n d i c a d a nos casos de gota e artritismo IO.0 01 441
Cinnamomum zeylanlcum Blume
O] «A Preparação e emprego
Caneleira Um condimento excelente que ajuda a digestão
A
O Condimento: Tanto a canela em rama (casca dos ramos jovens da caneleira), como triturada em pó, emprega-se como condimento em diversas preparações culinárias. © Infusão: Caso se deseje obter um efeito mais intenso, pode fazer-se uma infusão com um ou dois pauzinhos de mais ou menos 10 cm cada um, de canela em rama, por cada chávena de água. Podem-se acrescentar umas rodelas de limão. O seu efeito é mais intenso se não for adoçada. Tomar uma chávena depois de cada refeição.
CANELA já era conhecida e Utilizada pelos Chineses 2500
anos antes de (Irisio, e era tão apreciada como o ouro. Os antigos Egípcios usavam-na para embalsamar as múmias. A canela também era muito apreciada pelo povo de Israel, e Moisés recebeu indicação divina de usá-la, juntamente com outras especiarias, no óleo santo com o qual se ungiam os objectos do santuário e os sacerdotes (Êxodo 30:23). A canela foi uma das especiarias que indirectamente contribuíram para o descobrimento da América. pois Colombo navegou para o Ocidente, através do Atlântico, pensando que encurtaria a roía para a índia, de o n d e se ira/ia a canela, e n t r e o u t r o s
apreciados produtos orientais. Durante os séculos XVII e XVIII, a canela tornou-se a especiaria mais lucrativa paia os I lolandeses. A canela, que continua a ser muito apreciada para usos culinários, possui notáveis eleitos medicinais. Alguns consideram-na afrodisíaca, embora a falta de provas científicas leve a crer que possivelmente actue por sugestão. PROPRIF.nADKS E INDICAÇÕES: A rasca da caneleira contém óleo essencial, aldeído cinâinii o. lanino. terpenos. 442
USO INTERNO
Sinonímia científica: Laurus cinnamomum L. Outros nomes: caneleira-de-ceilão, cinamomo. Esp.: canelo, canelero, árbolde la canela, canelo de Ceilán, cinamomo. Fr.: cannelier[du Ceylan]. Ing.: [Ceylonj cinnamon Iree. Habitat: Cresce espontaneamente e é cultivada no Sudeste Asiático. especialmente no Srí Lanka (antigo Ceilão); também na índia, em Madagáscar e nas regiões tropicais da América do Sul. Descrição: Árvore da família das Lauráceas. de até 10 m de altura, de cujos ramos jovens se obtém uma casca interior de cor escura. As folhas são grandes e ovaladas, e as flores são brancas ou amarelas. Toda a planta exala um fragrante aroma. Partes utilizadas: a casca interior dos ramos jovens, que uma vez fermentada se conhece como canela.
^v
F
Canela-da-china
Além da autêntica canela do Ceilão, existe a canela da China (Çinnamomum aromaticum Nees. = Çinnamomum cássia Blume)', que se obtém da casca de outra árvore similar, a caneleira chinesa, cujo sabor é mais picante e menos delicado. No entanto as suas propriedades são as mesmas. John Russel, no seu livro Book of Nature, publicado no século XV, dizia: «A canela é para os senhores e a canela da China é para o vulgo. »> ' Esp.: canelo chino.
oxalato rle cálcio, amido e indícios de mucilagem. A acção de iodas estas substâncias cm conjunto dá-lhe propriedades digestivas, de tónico estomacal e aperitivas: aumento da secreção de sucos gástricos e intestinais, assim como um aumento da motilidade do estômago. Como resultado desta acção tonificante da canela sobre o aparelho digestivo, produz-se um aumento do apetite e uma melhora da função disgestiva no seu conjunto. O uso da canela favorece especialmente os que
sofram de: inapetência (fastio), digestões pesadas por atonia gástrica (estômago dilatado), e flatulência por insuficiência de sucos gástricos lO.©f
A casca da caneleira, em rama ou moída, não pode faltar em n e n h u m arroz-doce que se preze, ou n u m bom leite-creme como o da foto inferior.
Ao contrário, o uso da canela não convém a quem sofra de úlcera péptica gastroduodenal, pois nesta doença produ/.-sc um excesso de suco gástrico ácido, que determina a formação da ulcera. Pelo seu conteúdo em tanino, a canela apresenta também um ligeiro efeito adstringente.
E sabido que uma das razões q u e levaram Cristóvão Colombo até ãs costas do Novo Mundo foi a sua convicção de que, n a v e g a n d o sempre na direcção do Ocidente, daria com a terra da tão apreciada canela.
443
Cnkm benedlctus L.
K
%
n Cardo-santo Um potente tónico do estômago
IÉ
e
Preparação e emprego
USO INTERNO O Infusão ou d e c o c ç ã o com um punhado de folhas frescas ou secas (30-50 g) por litro de água. Tomar até três chávenas por dia, juntamente com as refeições. Caso se ache que esta tisana é demasiado amarga, pode-se adoçar com um pouco de mel ou açúcar escuro. USO EXTERNO
E
STE CARDO recebeu o pomposo título de "santo" ou "bento" provavelmente devido às suas muitas propriedades medicinais, mas sobretudo pelos .seus efeitos contra a peste. Foi utilizado durante a Idade Media contra esta terrível doença, possivelmente com mais fé do que êxito. No século XV foi administrado ao imperador germânico Frederico III, que sofria cie Cortes enxaquecas. Depois de ter sido considerado como um remédio para quase todas as doenças, as modernas investigações quimico-farmacêuticas revelaram as suas verdadeiras aplicações. cardo-santo contém um princípio amargo, a cnicina, que actua estimulando as glândulas que segregam os sucos digestivos no estômago e no intestino delgado. Daí a sua acção tónica estomacal, digestiva e aperitiva, lambem favorece as funções do fígado e do pâncreas, descongestionando e desinflamando estes órgãos.
© C o m p r e s s a s empapadas numa decocção feita com um punhado de folhas, caules e/ou flores por cada litro de água. Aplicam-se localmente sobre a zona da pele afectada. 0 B a n h o s de a s s e n t o com esta mesma decocção.
Precauções
As tisanas e decocções para uso interno devem fazer-se bastante diluídas, pois de contrário podem produzir um efeito muito intenso sobre o estômago, que pode chegar até ao vómito.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O
Na realidade, estas propriedades são comuns à maior parle das plantas ricas em substâncias amargas. Mas o cardo-santo apresenta, além disso, uma percentagem importante de mucilagem e de tanino, que potenciam a sua acção sobre o aparelho digestivo. 444
Sinonímia científica: Centáurea benedicta L. Outros nomes: cardo-bento. Esp.: cardo santo, cardo bendito, centáurea bendita, centáurea sudorífica. Fr.: chardon bénit. Ing.: blessed thistle, hoiy thislle. Habitat: Encontra-se espalhado por toda a Europa e Ásia. Ocasionalmente, também se encontra na América do Norte, assim como no Brasil, Chile e Argentina. Próprio de ribanceiras e valados em terrenos secos. Descrição: Planta de 20 a 50 cm, com caule e folhas vilosos, pertencente à família das Compostas. As folhas são grandes e espinhosas, com nervuras muito marcadas na página inferior. Os capítulos florais, pouco numerosos, são amarelos e acham-se rodeados de espinhos avermelhados. Partes utilizadas: Os caules, as folhas e as flores.
•
•
Quando as crianças, e os adultos, apesar de não sofrerem de nenhuma doença, tém falta de apetite, o cardo-santo pode tornar-se muito eficaz.
Por tildo isto, as suas principais indicações são IO.0I: • Atonia digestiva, falta de apetite, digestões pesadas e vómitos. • Hipoacidez gástrica (iscasse/, de sucos n<> estômago). • Insuficiência da função hepática C pancreática. • E s g o t a m e n t o e convalescença de enfermidades debilitantes. • Diurético e febrífugo, devido ao seu c o n t e ú d o em ílavonóides e ó l e o essencial. • Hipoglicemiante: Investigações recentes revelaram q u e o cardo-santo tem uma interessante acção hipoglicemiante, isto é, faz descer o nível de glicose no s a n g u e . P o r t a n t o , é um bom tratamento complementar cia diabetes.
cação externa, d e v i d o s o b r e t u d o às p r o p r i e d a d e s a n t i b i ó t i c a s d o seu princípio activo, a cnicina. S e g u n d o F e r n á n d e z e Nieto, esta substância é eficaz c o n t r a bactérias de tipo gram-
negativo, c o m o a Brucella, a Shig/ella e a Ésckerichia coli. Usa-se paia lavar feridas, úlceras da pele 101 e p a i a ban h o s d e a s s e n t o e m caso d e h e m o rróidas 101.
Cardo-santo-mexicano 0 cardo-santo-mexicano {Argemone mexicana L ) ' , a que os habitantes do México e de outros países inter-americanos chamam 'chicalote', e também 'cardo blanco' e 'adormidera espinosa', distingue-se pelas suas flores amarelas com 3 ou 6 pétalas. Cresce no Sul dos Estados Unidos, no México e em toda a América Central. Pertence à família das Papaveráceas (como a dormideira, pág. 164, e a papoila, pág. 318). As suas propriedades são semelhantes às do ópio, que pode substituir. As folhas e as sementes usam-se em infusão como sedativas, analgésicas e contra a tosse. Possuem um ligeiro efeito narcótico. Toda a planta contém um látex amarelo que se usa externamente contra as verrugas. ' Esp.: cardo santo mexicano.
• Anti-séptico e cicatrizante em apli445
Cocculus palmatus Miers
!\!
Calumba Tónico amargo e antídiarreico
Sinonímia científica: Jateorrhiza miersi Oliv., Menispermum palmatum Lam., Columbus coculus Miers Outros nomes: colombo. Esp.: colombo, calumba. Fr.:colombo. Ing.: co/ombo. Habitat: Planta originária das regiões tropicais da África Orientai. Cultivada na América do Sul. Descrição: Arbusto trepador de folha perene, da família das Menispermáceas. que atinge de 2a 5 mde altura. A raiz é muito carnuda e pode atingir até 7 cm de diâmetro. Partes utilizadas: a raiz cortada em rodelas e seca.
A
RAIZ deste arbusto era utilizada pelos nativos africanos como principal remédio contra as diarreias e as disenterias, Quando os Portugueses colonizaram Moçambique e Madagáscar, no século XVII, descobriram-no e trouxeram-no para a Europa. Hoje encontra-se nas farmácias de lodo o inundo, fazendo parte de diversos preparados. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A raiz da calumba contém diversos alcalóides quimicamente semelhantes à berberína (alcalóide que se encontra na bérberis, pág. 384) e à morfina; princípios amargos (colombina); e diversas substâncias inertes (pectina, amido e oxalato). Não contém tanino. As suas propriedades são:
• Tónico amargo, aperitivo e eupéptico (facilita a digestão). Emprega-se na convalescença de doenças infecciosas ou debilitantes e nas dispepsias (más digestões) 101. • Antídiarreico e anti-septico intestinal 101 devido aos seus alcalóides. 446
IS
Preparação e emprego Precauções
USO INTERNO ODecocção com 10-15 g de raiz triturada (uma colherada) por chávena de água. Ferver durante 10 minutos e adoçar. Tomam-se de 6 a 8 colheradas diárias do líquido resultante.
Em doses elevadas tem efeitos tóxicos: náuseas, vómitos, cólicas intestinais e, inclusivamente, pode provocar paragem respiratória.
Coríandrum satívum L
«\ • \l
Preparação e emprego
Coentro USO INTERNO
Eupéptico e estimulante
O Condimento: para temperar diversos pratos. © Infusão com 30 g de frutos por litro de água. Toma-se uma chávena depois de cada refeição. €) Pó de frutos secos: Toma-se uma colher de sobremesa (5 g) misturado com mel, depois de cada refeição.
O
S ESPANHÓIS costumam dizer: • Bom é o cilanlro, mas não tanto.» Embora se trate de uma das plantas medicinais utilizadas desde há mais tempo, pois já era de uso comum entre os Assírios e os Egípcios, o coentro pode produzir efeitos tóxicos sobre o sistema nervoso (embriaguez), se For ingerido em doses elevadas. É muito apreciado como condimento.
O Essência: três vezes ao dia. ingerem-se de 1 a 3 gotas.
frutos contêm um óleo essencial rico em linalol, que é o princípio activo a que se devem as suas propriedades: • eupéptica: Facilita a digestão; • carminativa: elimina os gases; • antiespasmódica; • ligeiramente tonificante do sistema nervoso, quando se toma em pequenas doses. O coentro já tem sido usado como vermífugo, embora não se tenba conseguido demonstrar essa propriedade. Km qualquer das suas preparações IO.0.©.OI, é indicado em caso de: • transtornos digestivos: gastrite, insuficiência pancreática, digestões pesadas, inapetência, flatulência; • na convalescença de doenças infecciosas, como iónico e estimulante do apetite, e • nas halitoses (mau hálito) dos consumidores de alho e cebola, e dos Fumadores.
Excluir as partes planta.
verdes da
Não ultrapassar prescritas.
as
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O S
Precauções
doses
A essência, em doses elevadas, pode provocar convulsões.
Outros nomes: coriandro. Esp.: cifaníro. anisiiio. cilanúro. coriandro. culantro Fr.: coriandre. Ing.: coriander. Habitat: Originário dos países do Mediterrâneo Oriental, mas espalhado e cultivado por toda a Europa e América. Descrição: Planta herbácea da família das Umbelíferas. que atinge de 20 a 60 cm de altura. As flores são brancas ou cor-de-rosa. O fruto, que se caracteriza por ser redondo, mede de 3 a 5 cm de diâmetro. Partes utilizadas: unicamente os frutos maduros.
447
) n\l *
Crocus sativus L
• • • Preparação e emprego
Açafrão Aperitivo e e m e n a g o g o
A
S BONITAS flores do açafrão quebram com a sua cor alegre a monotonia da paisagem outonal. Os Egípcios, os Israelitas e os Gregos apreciavam-no muito pelas suas propriedades medicinais. Na Idade Moderna exageraram-se-the as virtudes, ao ponto de Iletodt, médico alemão do século XVII, o ter recomendado paia todos os inales, desde a dor de dentes até à peste. Nos nossos dias usa-se mais como condimento do que como remédio. E a especiaria mais cara de todas as que se conhecem. PROPRIEDADES
E
INDICAÇÕES:
O
açafrão contém um princípio amargo (picrocina), um corante (crocina) e um óleo essencial. Tem propriedades digestivas, aperitivas e carminativas. Além disso, é emenagogo e pode aliviar as dores menstruais IOI. Externamente, usa-se a sua infusão concentrada 101 para esfregar as gengivas dos bebés e aliviar assim os incómodos da dentição.
USO INTERNO O Infusão com alguns filamentos de açafrão por chávena de água. Adoça-se com mel, melaço (mel de cana) ou açúcar escuro. USO EXTERNO © Infusão concentrada: Prepara-se com uma quantidade de açafrão suficiente para que a água adquira uma cor castanha escura.
Precauções
Em doses relativamente altas, o açafrão é um potente tóxico. É abortivo, e produz graves transtornos nervosos e renais. A intoxicação pode produzir-se com uma dose de 20 g.
Outros nomes: erva-ruiva, açaflor. Brasil: açafrão-oriental, flor-da-aurora. flor-de-hércules. Esp.: azafrán, azatrán-verdadero. azafrán común, croco. Fr.: satran. Ing.: saffron.
Habitat: Cultiva-se nos países mediterrâneos. A Espanha é um dos principais produtores do mundo. Em Portugal a planta está bem aclimatada. Também se cultiva nalguns paises americanos. Descrição: Planta bulbosa da família das Iridáceas, de 10-15 cm de altura. que dá umas lindas flores de cor lilás. No centro de cada flor há 3 estigmas de cor alaranjada, de que se obtém o açafrão propriamente dito. Partes utilizadas: os estigmas da flor.
448
Cumlnum cyminum L
i\
1 ?. D J Preparação e emprego
Cominho USO INTERNO
Tonifica os órgãos digestivos
O
S COMINHOS já eram utilizados como condimento, ou como medicamento, pelos Egípcios, pois encontraram-se conservados nalguns túmulos. Nos últimos
séculos, os seus frutos têm sido substituídos pelos da aicaravia (pág. 355), d e p r o p r i e d a d e s muito semelhantes, e m b o r a com um sabor mais -suave. No entanto, os cominhos continuam a ser um excelente c o n d i m e n t o e medicam e n t o . As saladas c o n d i m e n t a d a s com eles e m i t e m u m a r o m a m u i t o agradável e satisfazem os p a l a d a r e s mais refinados. São t a m b é m um ingrediente indispensável de alguns doces tradicionais, aos quais, além de emprestar o seu delicioso sabor, também tornam mais digeríveis. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS co-
minhos contêm 10% de é>lco e t é r e o e uma essência cujo p r i n c í p i o activo mais i m p o r t a n t e é o aldeído cuiníniCO. São aperitivos, digestivos e carminativos (fazem desaparecer os gases intestinais) IO.©.OI. lambem proporcionam um (talo e l e i t o g a l a c t o g é n i o , ou seja, favorecem a secreção de leite nas mães q u e a m a m e n t a m IO,©,01.
Estas propriedades são comuns aos frutos fie outras UmbcliTcras, como a aicaravia, «> coentro e o anis (págs. 355, 117. 455), de que se diferenciam sobretudo pelo seu sabor peculiar.
O Infusão: 2 gramas de cominhos (a ponta de uma colher de sobremesa) inteiros ou ligeiramente esmagados, por cada chávena de água. Ingerese uma chávena depois do almoço e outra depois do jantar. Aos bebés podem-se dar duas ou três colheradas desta mesma infusão depois de cada toma de alimento. © Pó: Em doses de um grama depois de cada refeição, dissolvido em água ou leite. €) Essência: administrar de 1 a 3 gotas, três vezes ao dia.
Precauções A essência não deve ser dada a crianças pequenas, já que pode provocar-lhes convulsões.
Outros nomes:
cominhos.
Esp.: comino, comino común, comino fino, talso anis. Fr.: cumin [de Maltej, faux anis. Ing.: cumin. Habitat: Originário da Ásia Ocidental, e espalhado por toda a região mediterrânea. Cultivado nalguns países da América. Descrição: Planta herbácea anual, da família das Umbeliferas, que atinge os 50 cm de altura. As suas folhas sào muito finas, quase filiformes. Os frutos formam-se na extremidade dos raios das umbelas, medem 5 ou 6 mm de comprimento e tèm costelas muito acentuadas, eriçadas de pêlos ásperos. Partes utilizadas: os frutos.
449
Curcuma longa L
4 Preparação e emprego
Cúrcuma Picante e eupéptica
USO INTERNO O Infusão com 15-20 g de rizoma por litro de água. Ingere-se uma chávena durante a refeição. © Pó: Administra-se um grama diário, repartido em três vezes.
Q
UE PICANTE que está a comida! - exclamam todos os que viajam pela primeira vez a um país tropical, seja da América seja cia Ásia. Ainda que possa parecer estranho, as especiarias e molhos picantes desempenham uma importante função na dieia dos habitantes dos trópicos. Sem elas seria difícil a conservação e a digestão dos alimentos nos climas muito quentes. O bom uso das especiarias é mais uma manifestação de sabedoria popular. A cúrcuma é um dos ingredientes mais importantes do curry, molho picante que contém, além disso, pimenta, coentro, gengibre, cravinho, cardamomo, cominho e 110/ moscada. Uma mistura explosiva para os delicados estômagos não habituados! PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O ri-
zoma da cúrcuma contém um óleo essencial, pigmentos, um princípio amargo, ácidos orgânicos, resina e amido. 1*. um tónico estomacal semelhante ao gengibre (pág. S77). Estimula a secreção dos sucos gástricos, e com isso facilita a digestão dos inapetentes 01 dispépticos. Isa-se no caso de gastrite crónica e hipocondria (falia de ácido clorídrico no estômago). Também tem propriedades colagogas IO.0I (facilita o esvaziamento da vesícula biliar) e carminativas (evita os gases intestinais) IO.01. Nalguns países da América (".entrai, usa-sc para reduzir o nível do colesterol. 450
Cúrcumas asiáticas
No Sudeste Asiático existem vaias plantas do género Curcuma (Curcuma purpurascens Blume., Curcuma xantorrhiza Roxb.. Curcuma pierreana Gagner.), algumas das quais se cultivam pelo arrurruz (farinha alimentar) que se obtém das suas raízes. A purpurascens é apreciada pelas suas propriedades medicinais que, em princípio, se pode considerar que são as mesmas da cúrcuma da América. A Curcuma xantorrhiza é conhecida em inglês pelo nome de 'amboima', e a espécie afim Curcuma pierreana, peio de falso arrurruz.
Outros nomes: curcuma. açatrão-da-índia. Esp.: cúrcuma, jengibrillo. jengibre cimarrón, azafrán de Ia índia, turmérico. Fr.: curry, safran des Indes. Ing.: turmeric, curry. Habitat: Originária da ilha de Java. embora espalhada por outros países tropicais da Ásia. da América Central e das Antilhas. Descrição: Planta vivaz da família das Zingiberáceas. que pode atingir um metro de altura. Apresenta de 5 a 10 tolhas grandes, com o peciolo muito comprido. As flores são brancas ou amareladas. O rizoma é volumoso, de até 10 cm de diâmetro. Partes utilizadas: O rizoma (caules subterrâneos).
Dryas octopetala L
Drias Ajuda a fazer a digestão
A
S M O N T A N H A S da E u r o p a Central, especialmente os Alpes, cobrem-se no Verão com esta p e q u e n a planta. Por m u i t o intenso q u e tenha sido o frio do Inverno, com a chegada da Primavera torna a rebentai" vigorosamente a drias, e alguns meses mais tarde, e n t r a d o já o Verão, salpica a l e g r e m e n t e as pradarias e os rochedos.
Outros
nomes:
chá-suiço.
Esp.: dríada, té suizo. Fr.: dryade à huit pétales. Ing.: white dryas. Habitat: Originária das regiões árcticas da Europa, embora se encontre difundida pelas regiões montanhosas da Europa Central. Na Península Ibérica. encontra-se só na cordilheira Cantábrica e nos Pirenéus. Desconhecida na América.
O s c a m p o n e s e s d a r e g i ã o alpina por excelência, a Suíça, usam a drias d e s d e t e m p o s r e m o t o s c o m o planta digestiva e para aliviar as cólicas intestinais.
Descrição: Planta vivaz, da família das Rosáceas, de 5 a 15 cm de altura. Tem caule lenhoso e rasteiro, e as folhas lembram as do carvalho, embora sejam mais pequenas. As flores são grandes, solitárias, com 8 pétalas e estames amarelos.
A drias é tão resistente ao frio q u e se cria inclusivamente nas regiões árcticas do Norte da Europa.
Partes utilizadas: as folhas. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : AS fo-
lhas c o n t ê m t a n i n o e sais m i n e r a i s , entre os quais se destacam os silicatos solúveis. São aperitivas, digestivas e adstringentes. A tisana q u e se prepara com elas (chá suíço) é muito apreciada nos seguintes casos: • Trastornos digestivos: T r a n s t o r n o s digestivos: dispepsias. indigestões, cólicas intestinais e más digestões 101. • Afecções bucofaríngeas: amigdalite (anginas), faringite, altas e diversas inflamações da mucosa oral (estomatites). Nestes casos aplica-se em forma de gargarejos 101.
JP
Preparação e emprego
USO INTERNO
USO EXTERNO
O Infusão com 30 g de folhas por litro de água. Tomar 3 chávenas diárias, antes das refeições.
© G a r g a r e j o s : Emprega-se esta mesma infusão, embora mais concentrada: 40-50 g por litro.
451
Gentíana lutea L
m. / O
Preparação e emprego
Genciana Excelente tónico digestivo
O
LHEM que plaina tão aprumada e vistosa - comenta um excursionista para os seus companheiros. -Mas é uma genciana! -diz um membro do grupo, conhecedor de plantas. -A raiz é muito apreciada pelas suas propriedades medicinais. —Então vamos arrancá-la c levá-la para easa! —Nem pensem nisso! -exclama o entusiasta da botânica. -Talvez vos custe a acreditar que esta planta cresce tão lentamente que leva dez anos a darás suas primeiras flores, e pode viver mais de cinquenta. Deixemo-la no seu lugar, que se viermos a precisar dela, ainda aqui estará disposta a oferecermos as suas virtudes. Quem sabe se ainda irá viver mais anos do que nós!
Precauções
Não se deve confundir a genciana com o heléboro-branco (Veratrum álbum L), planta tóxica que cresce nas proximidades da primeira, e que se distingue dela por ter folhas alternas (saindo uma a uma do caule) e peludas na face inferior, assim como pelas flores, que são brancas e têm um cheiro desagradável.
452
USO INTERNO O Maceração: Coloca-se um troço de raiz de genciana do tamanho de uma noz (uns 10 g) num litro de água fria. Deixa-se macerar durante 4-5 horas. Tomam-se 3 chávenas por dia, antes das refeições. Podem-se acrescentar uns grãos de anis durante a maceração, com o fim de tornar mais suportável o seu intenso sabor amargo, mas não convém adoçá-la. ©Decocção: 10 g por litro de água. Ferver durante uma hora. Toma-se meia chávena antes de cada refeição. © Pó ou extracto seco: Ingere-se de 0,5 a 1 g antes de cada uma das três refeições diárias.
Outros nomes: argençana, argençana-dos-pastores, genciana-amarela, genciana-das-boticas, genciana-das-farmácias. grande-genciana. Brasil: genciana-dosjardins. Esp.: genciana, genciana amarilla, genciana mayor, junciana, gengiba. Fr.: gentiane [jaune], grande gentiane. Ing.: [yellow) gentian, bitterwort. Habitat: Cresce nos prados e encostas soalheiras das regiões montanhosas da Europa Central e Meridional. Prefere os solos calcários. Muito rara em Portugal, pode encontrar-se na serra da Estrela. Cultivada na América. Descrição: Planta vivaz da família das Gencianáceas, que atinge de 60 a 100 cm de altura. De caule erecto e liso, do qual saem folhas grandes, ovaladas, opostas uma em frente da outra. As flores, que nascem em cachos, são de um tom amarelo vivo. Partes utilizadas: a raiz.
o
Licor de genciana
Precauções
Desaconselhamos o uso de preparados alcoólicos ou licores à base de genciana, pois os efeitos negativos do álcool contrariam os benefícios da planta
Devem evitá-la as pessoas que sofram de úlcera gastroduodenal activa, pois o aumento do suco gástrico pode agravar a doença. Também se deve evitar durante a lactação, porque os seus princípios amargos passam para o leite e, embora não sejam tóxicos, levam o lactente a rejeitá-lo.
A doçura das flores da genciana alegra a vista, apesar de a sua raiz conter a substância mais amarga que se conhece.
Exemplar conduta a deste amante da natureza. A ambição de alguns coIhedores pouco cuidadosos pôs em risco de extinção esta majestosa planta. E triste que se tenha estado a arrancar sistematicamente a sua volumosa raiz, que pode chegai* a pesar seis quilos, para aromatizar com ela licores alcoólicos. Dioscóridcs, o grande médico e botânico grego do século I d.C. já dizia na sua monumental Matéria médica, que «a raiz da genciana, bebida com água, socorre os doentes do fígado e do estômago». Nos nossos dias, quase vinte séculos depois, continua a ser válida a observação do sábio grego, e a genciana é uma das plantas aperitivas e digestivas mais apreciadas. A raiz da genciana contém diversos princípios amargos, entre os quais se destacam a genciopicrina e a amarogeneina. Esta última é a substância mais amarga que se conhece. Xutna diluição de uma parte em 50 milhões, ainda se conserva o sabor amargo. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Como diz o doutor Leclerc: «Tonifica sem irritar-. • Colerética e colagoga: Estimula a secreção de bílis pelo ligado, e o seu esvaziamento para o duodeno. Recomendada nos casos rle congestão hepática e de disquinesias biliares (vesícula preguiçosa) IO.0.01.
Contém igualmente diversos açúcares, taninos e pectina. Tem as seguintes propriedades: • Tónico estomacal: Os princípios amargos da raiz de genciana excitam a secreção de todas as glândulas digestivas, incluindo as salivares. Por isso abrem o apetite (acção aperitiva) e facilitam a digestão (acção eupéptica ou digestiva). Torna-se especialmente indicada nas gastrites crónicas em que há uma escassa secreção de sucos gástricos (hipocloridria), na ptose ou atonia gástrica (estômago descaído), nas indigestões e vómitos, nos casos de inapetência e na convalescença de doenças Febris IO.0,©I.
•Febrífuga: Esta acção não é muito marcada, mas é particularmente eficaz em caso de paludismo. C.omprovou-se que é capaz de destruir os protozoários causadores do paludismo, que parasitam os glóbulos vermelhos do sangue. Pode utilizar-sc associada á quinina, e é especialmente indicada nos casos de paludismo resistente á própria quinina 10.0,01. • Imunoestimulantc (estimulante das defesas): Comprovou-se que a administração de raiz de genciana provoca um aumento da produção de leucócitos (glóbulos brancos), pelo que se pensa que possa ter uma acção favorável nos casos fie depressão imunitária (escassa resistência às infecções) IO 0.01. 453
Gonolobus condurango Triana
^
^
^
Preparação e emprego
Condurango Açaima a d o r do estômago
O
TERMO indígena condur-angu (liana d e c o n d o r ) a l u d e a o lendário c o s t u m e d o c o n d o r dos Andes, q u e utilizava as folhas desta planta para se curar das m o r d e d u ras das serpentes. E muito conhecida e apreciada na América do Sul, para curar os males do estômago. Km 1871 foi introduzida na Europa, com a esperança de q u e pudesse curar o cancro do e s t ô m a g o , o q u e n ã o veio a confírmar-se na r e a l i d a d e . O seu sabor recorda o da canela, e m b o r a um tanto amargo. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : A cas-
ca e a raiz do c o n d u r a n g o contém um Óleo essencial, resina, ácidos orgânicos, substâncias gomosas e a m i d o . O seu princípio activo mais i m p o r t a n t e é a c o n d u r a n g i n a , um glicósido amargo. C) c o n d u r a n g o possui p r o p r i e d a des aperitivas, digestivas e antieméticas (faz parar os vómitos). O seu emprego lorna-se a p r o p r i a d o nos casos de peso no estômago e digestões lentas IOI. Acalma a flor e os e s p a s m o s ("nervos") d o e s t ô m a g o , a i n d a q u e n ã o seja conveniente usá-lo sem se ter primeiramente diagiwstieado a causa dos transtornos. 454
•'Ag USO INTERNO O D e c o c ç ã o com 30-40 g de casca ou de raiz. em meio litro de água, durante 10 minutos. Deixar depois em maceração durante 12 horas. Tomam-se de 3 a 5 colheradas antes de cada refeição.
Precauções
Em doses altas tem efeitos tóxicos, que provocam convulsões e inclusivamente paragem respiratória.
Sinonímia científica: Marsdenia condurango Rb.Ch Outros
nomes:
Esp.: condurango. Fr.: condurango. Ing.: condurango. Habitat: Cresce espontaneamente na vertente ocidental dos Andes, na Colômbia, no Equador e no Peru, entre 1500 e 2000 m de altitude. Descrição: Planta trepadora da família das Asclepiadáceas que, como liana que é, se agarra ao tronco das árvores até chegar ao vértice das mesmas. As folhas são ovais ou cordiformes, peludas e de cor verde clara pela lace inferior. Partes utilizadas: a casca do caule e a raiz.
Illlcfum verum Hook.
^
ái _j J J
%
Preparação e emprego
Anis-estrelado
USO INTERNO
O Infusão: Necessita-se de uma menor proporção do que com o anis-verde, por ser mais concentrado. São suficientes 2-3 frutos por chávena. Tomam-se duas ou 3 chávenas diárias, após as refeições.
Digestivo como o anis-verde, mas mais concentrado
© Extracto seco: Administram-se de 100 a 300 mg por dia.
A
ARVORE do anis-cstrolado faz lembrar o loureiro, pelo seu belo porte, e a magnólia, pelas suas flores decorativas. Toda ela exala uni agradável aroma muito semelhante ao do anis-verde, ainda que mais imenso. Foi introduzida na Europa nos finais do século XVII, quando o uso das especiarias orientais se achava no seu máximo apogeu. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O anis-esirelado. apesar de pertencer a uma família botânica diferente da do anis-verde ou comum, contém o mesmo princípio activo: uma essência rica em anetol. Por isso as suas propriedades são semelhantes às do anis-verde (pág. 465): é eupéptico (facilita a digestão) e carminativo (elimina os gases e as flatulências intestinais).
Torna-sc muito útil (O.0I nos casos de digestões pesadas, fermentação intestinal e flatulência (excesso de gases). Pela sua acção ligeiramente antiespasmodica, alivia os espasmos das vísceras ocas (estômago, vesícula biliar, intestino, útero, e t c ) .
Precauções
Outros nomes: anis-da-china, badiana. Esp.: anis estreitado, anis de estrella, anis de China, badiana. Fr.: badiane, anis de la Chine. tng.: star anise, Chinese anis.
A essência de anis-estrelado, pelo seu grande conteúdo em anetol, tem efeitos tóxicos sobre o sistema nervoso (delírio e convulsões), quando se tomam doses elevadas. As bebidas alcoólicas preparadas com esta essência podem provocar envenenamentos.
Habitat: Originário do Sul da China, da Coreia e do Japão. Cultiva-se também no sudeste dos Estados Unidos e noutras zonas quentes e húmidas do continente americano. Descrição: Árvore da família das Magnoliaceas, que atinge de 2 a 5 m de altura. A sua casca é branca e as folhas perenes e de forma lanceolada. Os frutos têm a forma de estrela de 8 a 12 pontas, de cor castanha. Partes utilizadas: Os frutos.
455
• •
Jasonia glutinosa (L) D.C.
Preparação e emprego
Jasónia Estomacal e tonificante
USO INTERNO O Infusão com 20-40 g da planta por litro de água, de que se tomam até 4 ou 5 chávenas diárias, depois das refeições.
E
STA PLANTA é muito utilizada no país vizinho, particularmente nos territórios do antigo reino de Aragão, para fazer unia tisana muito apreciada. Tem um agradável cheiro a cânfora, com um sabor um pouco amargo. Substitui com vantagem o chá vulgar. A jasónia era desconhecida por Dioscórides c outros autores da antiguidade clássica, pois não se dá na região mediterrânea oriental. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A sua
composição não é bem conhecida. No entanto, sabe-se que não contém teína nem caleína. Possui uma essência que lhe confere propriedades digestivas, assim como abundantes taninos, que justificam o seu uso como antidiarreico IO). • Problemas digestivos: Popularmente usada em casos de indigestão, digestões lentas e pesadas, diarreias c fermentações ou putrefacções intestinais IO] •Problemas nervosos: Apresenta também uma acção tonificante, isenta de eleitos irritantes sobre o sistema nervoso como aqueles que se verificam com o café ou o com chá IOI. 456
Outros nomes: Esp.: té de roca, té de Aragón. Fr.: thé vert. Ing.: rock'$ tea. Habitat: Própria dos países do Mediterrâneo Ocidental. Abundante em Espanha na Catalunha, Aragão e Valência, especialmente nas zonas montanhosas de vegetação mediterânea. Encontrase nas gretas das rochas calcárias, razão por que nalgumas línguas, como em espanhol, é conhecida pelo nome de chá-de-rocha. Descrição: Planta vivaz da família das Compostas, formada por uma pequena cepa lenhosa de que emergem cada ano vários caules de 20 a 40 cm de altura. Toda a planta é viscosa e coberta de pêlos macios. As flores são amarelas, muito pequenas e agrupadas em capítulos na extremidade dos caules. Partes utilizadas: as folhas e as sumidades floridas.
Laums nobills L
Õl *
iJ 15] 11 A Preparação e emprego
Loureiro USO INTERNO
Facilita a digestão e alivia a dor reumática
C
ORRE! Tra/.-me uma coroa de louros! -ordena Tibério César ao seu servo. -Sim, meu senhor. Trago-a imediatamente - responde submisso. -Não vês que se aproxima uma tempestade? Preciso da protecção do loureiro -diz o imperador romano com certa ansiedade. Antes de terem começado a soar os trovões, Tibério César já havia posto na cabeça uns ramos de loureiro entrelaçados. E que, segundo uma tradição romana, o loureiro nunca pode ser sacudido pelos raios e, portanto, quem se colocar debaixo das suas folhas encontra-se a salvo dos flagelos da natureza. O loureiro era consagrado ao deus Apolo, patrono dos triunfos, das belas artes e da medicina, e arquétipo da beleza masculina. Os imperadores romanos, os atletas e os guerreiros vencedores eram coroados com uma coroa de louros, que se supunha protegê-los dos raios e de outras forças malignas. Não parece que tal coroa tenha servido de muito aos "laureados" romanos, que poucos séculos depois vieram a sucumbir às mãos dos bárbaros, outro flagelo semelhante ao do raio. Adverso às superstições relacionadas com as plantas, o famoso médico espanhol Andrés de Laguna conta que, estando ele mesmo em Roma pelo ano 1539, «caiu um impetuoso raio no palácio do duque de Castro, e atingiu uni formosíssimo loureiro que ainda hoje se vê ferido e despedaça-
O Infusão: Com um litro de água, prepara-se uma infusão com 20-30 g de folhas de louro, a que se pode acrescentar um punhado de frutos maduros para conseguir maior efeito. Como aperitivo toma-se uma chávena dez minutos antes de cada refeição, e, como digestivo, uma chávena depois de cada refeição. USO EXTERNO
© Óleo de loureiro: Prepara-se deixando macerar durante 10 dias, ao sol, 30 g de folhas de louro num litro de azeite de oliveira. Aplica-se em loção sobre a parte dorida. Também serve para afugentar insectos parasitas. €) Bálsamo anti-reumático (manteiga de loureiro): Esmagar num almofariz um bom punhado de bagas de loureiro maduras. Pô-las a ferver, cobertas de água, durante 5-10 minutos. Espremê-las depois com um pano fino, deixar arrefecer o líquido e recolher a camada de gordura que flutua. Esta gordura ou manteiga de loureiro aplica-se em fricções sobre a zona afectada. Não é própria para ser ingerida.
Outros nomes: loureiro-comum. loureiro-de-apolo. loureiro•dos-poetas, loureiro-vulgar, louro, sempre-verde. Esp.: laurel, laurel común, laurel de condimento, laurel noble, laurel real. loreda, loreto, loro. Fr.: laurier. Ing.: laurel. Habitat: Originário dos países mediterrâneos. Cria-se em algumas regiões próximas do litoral, de clima temperado. Cultivado e naturalizado no continente americano. Descrição: Árvore de folha perene, da família das Lauráceas, que pode medir de 2 a 8 m de altura. As (olhas são lanceoladas, coriáceas, brilhantes pela face superior e baças pela inferior. As flores são pequenas, de cor branca ou amarelada. Os frutos são drupas semelhantes às azeitonas, produzidas unicamente pelos loureiros fêmeas. Partes utilizadas: As folhas e os frutos.
Louro-cerejo
0 louro-cerejo ou loureiro-cerejeira (Prunus laurocerasus L), também chamado loureiro-real e loureiro-inglês\ é uma árvore da família das Rosáceas, que produz umas bagas negras semelhantes às cerejas. As suas folhas, que cheiram como as amêndoas amargas, contêm glicósidos cianogenéticos que libertam ácido cianídrico, substância esta muito tóxica. No entanto, por destilação dessas folhas, obtém-se a água de louro-cerejo, que tem propriedades medicinais e se emprega como antiemético (contra os vómitos), sedativo e antiespasmódico. " Esp.: laurel cerezo. Fr.: laurier-cerise. Ing.: cherry laurel.
O louro é condimento indispensável na cozinha mediterrânea. E o óleo ou o bálsamo de folhas de louro, um anti-reumático e anti-inflamatório de grande eficácia.
•Aperitivo, eupéptico (facilita a digestão) e carminativo (elimina os gases do t u b o digestivo). E p o r t a n t o útil aos inapetentes (que têm fastio) e aos q u e sofram de digestões difíceis ou pesadas IO). •Suavemente diurético IO). • Emenagogo (estimula a menstruação) e regulador do ciclo menstrual
do». E c o n c l u i dizendo: "Não há casa tão fone. n e m se e n c o n t r a coisa tão eficaz, q u e chegue para nos d e f e n d e r dos juízos de Deus».
PROPRIEDADES E I N D I C A Ç Õ E S : AS fo-
lhas do loureiro são ricas n u m óleo essencial volátil, c o m p o s t o em 4 5 $ por 458
cineol; c o n t é m também tanino e um princípio a m a r g o . Os frutos c o n t ê m ainda 259Í de matérias gordas formadas pelos ácidos láurico, oleico, palmítico e linoleico. O princípio activo responsável rios efeitos medicinais do loureiro é o seu óleo essencial. Vejamos as p r o p r i e d a d e s do loureiro:
• Anti-reumático e anti-inflamatório muito eficaz, aplicado externamente. 0 óleo de loureiro 10) ou o bálsamo l€)l anti-reumático q u e se prepara com as suas folhas, utili/.am-se em fricções para aliviar os torcicolos, lombalgias ciáticas, entorses dos tornozelos e outras d o t e s osteomusculares (de ossos e músculos).
Uppla triphylla Kuntze
91 «J J I . Preparação e emprego
Lúcia-lima USO INTERNO
Aromática, estomacal e sedativa
O Infusão com uns 30 g de folhas por cada litro de água. Tomar uma chávena bem quente depois de cada refeição. Tem um sabor muito agradável.
A
LUCIA-LIMA é o u t r o dos grandes presentes da flora do Novo M u n d o , j u n t a m e n t e com o tomate, a batata e muitas outras plainas. E cultivada na Europa d e s d e o século XVIII. I lá quem a confunda com a verbena (pág. 17-1), mas trata-se de plantas diluentes, pertencentes até a famílias botânicas distintas. PROPRIEDADES E I N D I C A Ç Õ E S : Toda a
planta, e s o b r e t u d o as folhas, é rica num óleo essencial c o m p o s t o p o r mais de cem s u b s t â n c i a s , e n t r e as quais o citral, o l i m o n e n o e o cariofileno. Esta essência c o n l e r e - l h e propriedades digestivas, antiespasmódicas e carminativas (favorece a expulsão de gases do a p a r e l h o digestivo). A lúcia-lima é indicada nos seguintes casos: • T r a n s t o r n o s digestivos: dispepsias agudas (enlartamenio ou indigestão) e crónicas (digestões pesadas), e flatulências 101. • Dores m e n s t r u a i s ( d i s m e n o n c i a ) , cólicas biliares e renais, pela sua acção antiespasmódka IOI. • Indicada também em diferentes tipos de alterações n e r v o s a s , especialmente cm caso di- ansiedade IOI. já q u e em muitos casos c o n s e g u e d a r melhores resultados do q u e alguns tranquilizantes químicos, com a vantagem de não ter os eleitos secundários desses íánniicos.
A lúcia-lima, pelas suas propriedades sedantes, pode acalmar as dores menstruais.
Sinonímia científica: Uppla citriodora L, Aloysia citrlodora L Outros nomes: bela-luísa, cidrila, doce•lima, erva-luisa, limonete, verbena. Brasil: erva-cidreira. Esp.: hierba luisa, [reina] luisa, cidrón, cedrón. cedroncillo, hierba de la primavera, verbena olorosa. Fr.: verveine odorante, [verveine] citronelle. Ing.: herb louise, lemon verbena. Habitat: Originária do Peru e do Chile, mas aclimatada na Europa, onde se cultiva como planta ornamental e aromática. . Em Portugal cultiva-se sobretudo a variedade Lippia citriodora L. Descrição: Pequeno arbusto da família das Verbenáceas, que atinge até 2 mde altura. As folhas são lanceoladas e rugosas, e exalam um intenso aroma a limão quando são esmagadas. As flores são de cor violeta pálida ou lilás e crescem em ramalhetes. Partes utilizadas: As folhas.
459
Manhbt esculenta Crantz.
Mandioca Digestiva e emoliente
A
MANDIOCA é uma planta alimentícia muito apreciada nos países quentes. No entanto a sua raiz, se for comida crua, produz uma intoxicação grave que pode mesmo causar a morte. Isto deve-se ao facto de contei' glicósidos cianogenélicos, que libertam o venenoso ácido cianídrico. Felizmente, estas substâncias tóxicas desaparecem facilmente com o calor.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A RAIZ
contém até 40% de hidratos de carbono (sobretudo amido), mas é muito pobre em proteínas e em lípidos (gorduras). Daí que o seu valor nutritivo seja limitado, e por isso a mandioca não deve constituir a base do regime alimentar. E digestiva, emoliente (suavizante e anti-inflamatória) e algo adstringente. A TAPIOCA é preparada à base de mandioca em forma de farinha. E de muito fácil digestão e recomenda-se em caso de gastrite, úlcera gastroduodenal, dispepsia (má digestão) e hipercloridi ia (excesso de acide/) IO). Convém também nas gastrenterites, diarreias e colites. É um alimento ideal para doentes debilitados com escassa capacidade digestiva. Externamente, a tapioca aplica-se em cataplasmas quentes com sumo de limão, para amadurecer furúnculos, borbulhas infectadas e abcessos 101. Também serve para curar as lesões da erisipela (infecção da pele produzida pelo estreptococo). 460
Sinonímia científica: Manihot utilíssima Pohl. Outros nomes: manduba, manuba, maniva. Esp.: yuca, pari de yuca. mandioca, mandiaco, manioca, manoco, mancobra, tapioca, sagú branco, casa, casava, guacamote, cascamote, pan de tierra caliente, aypí. Fr.: manioc, cassava, pain des negres, sagou blanc. Ing.: [bitter] cassava, mandioca, manioc, tapioca plant, yueca.
O
Preparação e emprego
USO INTERNO O Farinha: Obtém-se triturando o tubérculo passado pelo calor. Com ela se preparam diversos pratos culinários. USO EXTERNO © Cataplasmas: Preparam-se acrescentando sumo de limão à farinha. Têm de ser aplicadas quentes.
Habitat: Originária do Brasil. Difundida por todas as regiões tropicais e subtropicais da América, Ásia e África. Adapta-se muito bem aos terrenos pobres e secos. Descrição: Arbusto da família das Euforbiáceas, com caules lenhosos, erectos e nodosos, que atinge até dois metros de altura. A raiz é tuberosa, branca, de até um metro de comprimento e 20 cm de diâmetro. Partes utilizadas: o tubérculo (raiz) tostado ou cozinhado.
4\ hj 9j H
MenthapulegiumL
Poejo Um grande a m i g o da digestão
M
U I T O antes de existirem os sprays insecticidas, a sabedoria p o p u l a r já utilizava as fumigações de poejo para afugentar os parasitas. Poejo vem do latim pulq&um (pulga), pois os antigos Gregos e Romanos já utilizavam os seus vapores para matar as pulgas.
As propriedades medicinais do poejo já se c o n h e c e m desde há milénios. Dioscórides, o g r a n d e m é d i c o e botânico grego do século I d . C , diz q u e «tem força de aquecer, de e m a g r e c e r e de digerir». -Enchi demasiado o estômago! Vou pedir u m a chávena de poejo para me ajudar a fazer a digestão - d i z o comensal de um r e s t a u r a n t e depois de uma opulenta refeição.
Outros nomes: Esp.: poleo, poleo menta, poleo común, poleo europeo, poleo negro. Fr.: pouliot. Ing.: [European] pennyroyal. Habitat: Cresce em lugares frescos, por vezes junto aos regatos, em toda a Europa. Difundido pelo continente americano. Descrição: Planta vivaz, da família das Labiadas, muito aromática, de 25 a 40 cm de altura. As flores agrupam-se nas axilas das folhas, são lilases, cor-de-rosa ou brancas, e têm um aroma que lembra o da casca de limão eoda hortelã. Partes utilizadas: toda a planta.
-Pois vou p e d i r o u t r a para m i m , porque me disseram q u e o poejo ajuda a aliviar a cabeça q u a n d o se b e b e u um p o u c o . . .
£P
Preparação e emprego
USO INTERNO
Precauções
Embora não seja contra-indicado no caso de úlcera gastroduodenal, deve-se usar com prudência e fora das épocas de crise.
O Infusão: Uma vez tirada a água do lume, e passada a fervura, acrescentam-se 10-20 g de poejo por litro de água e deixa-se infundir durante alguns minutos. Pode-se adoçar com mel. Como tónico digestivo, toma-se uma chávena depois de cada refeição. Nos casos de afecções
bronquiais ou de transtornos da menstruação, ingere-se uma chávena bem quente de duas em duas horas. USO EXTERNO © Bochechos com uma infusão mais concentrada (30 g por litro de água) do que para o uso interno. © Lavagens com a infusão concentrada.
461
Além de facilitar a digestão, o p o e j o acalma as dores das regras, especialmente nas jovens.
y
Deste m o d o o seu uso é indicado s e m p r e q u e se trate de facilitar os processos digestivos; na hipocloridria (falta de sucos no estômago); nas digestões pesadas; nos casos de mcteoíismo (excesso de gases) e de transtornos da vesícula biliar (clisquincsias
biliares, vesícula preguiçosa). • E x p e c t o r a n t e c antitússico: De utilidade nos catai TOS e na tosse convulsa IOI. • Emenagogo e antiespasmódico: Facilita a m e n s t r u a ç ã o e acalma as dores q u e p o d e m acompanhá-la IOI. • Vermífugo: Paia expulsar os parasitas intestinais toma-se u m a chávena bem cheia em jejum, d u r a n t e 5 dias seguidos IOI.
C e r t a m e n t e o poejo ajuda a resolver estes p r o b l e m a s . Pois b e m , se via muito m e l h o r não ter de usá-lo c o m o t r a t a m e n t o sintomático. Evitai os excessos é mais sábio do q u e c u r a r as suas consequências, m e s m o com uma coisa tão natural c o m o u m a tisana.
• Anti-séptico: Muito útil para bochec h a r em caso de mau hálito ou piorreia t©l. e para lavar feridas da pele 131. • Insecticida: Colocado em saquinhos e n t r e a roupa, afugenta as traças. Fsfregando-se o pêlo d o s animais d o mésticos c o m u m a infusão c o n c e n trada, maia os parasitas.
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : Toda
a planta contém óleo essencial (0,5%-1%) à base de pulegona, uma cetona n ã o saturada. C o n t é m t a m b é m mentona, limoiieno e outras c€tonas. Eis as suas p r o p r i e d a d e s : • Digestivo e tónico estomacal: Facilita os processos digestivos, a u m e n t a n do a secreção de sucos (gástrico, intestinal e pancreátieo) e estimulando a motilidade do estômago e do intestino d e l g a d o . K carminativo (elimina o excesso de gases) e c o m b a t e as ferm e n t a ç õ e s intestinais, a c a l m a n d o as d o r e s de cabeça de origem digestiva IOI. A u m e n t a t a m b é m a secreção de bílis (efeito colagogo). 462
Poejo-americano Na América do Norte existe o chamado poejo-americano (Hedeoma pulegioides Pers.)\ multo semelhante em aspecto e propriedades ao poejo comum. Os índios norte-americanos utilizam-no tradicionalmente para acalmar as dores de cabeça e as produzidas pela menstruação, assim como para curar feridas. * Esp.: poleo americano.
Ui K Trevo-dágua Aperitivo e febrífugo
/: £P
s
9j j
Preparação e emprego
USO INTERNO O Infusão com 15-30 g de folhas por litro, de que se toma uma chávena antes de cada refeição. © Sumo da planta fresca, à razão de uns 20 ml dissolvidos em água ou leite, 2-3 vezes ao dia. €) Pó: Administram-se 2-3 g repartidos em três tomas diárias.
O
TREVO-D'AGUA usa-se em litoterapia ;i partir cio século XVI, dado que, não sendo uma planta mediterrânea, não chegou a sei' conhecida pelos médicos da Grécia clássica. Actualmente só existe em pequena quantidade e, nalguns países, é mesmo uma espécie protegida. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS fo-
OOlhas contêm um glicósido amargo (meniantina), responsável das suas propriedades tónicas sobre o aparelho digestivo. Faz aumentai" o apetite, estimula as secreções digestivas e, em geral, favorece a digestão. Recomenda-se em caso de atonia digestiva, peso no estômago ou gastrite crónica !©.©©!. Os seus efeitos são semelhantes aos da genciana (pág. 452). Contém também flavonóides e alcalóides ainda não bem estudados, que poderiam explicar as suas propriedades febrífugas, laxantes e eme* nagogas. Usa-se nos estados gripais 10.0,©!.
"v
Precauções
Outros nomes: trevo-dos-charcos. trifólio-fibrino. fava-d'água. fava-dos-pântanos, menianto. Brasil: trevo-
-aquático. Esp.: trébol de agua, trébol acuático, trébol fibrino, febrino. Fr.: ményanthe, trèfle d'eau. Ing.: buck bean. [marsh] trefoil. Habitat: Pântanos, lagoas e charcos da Europa Ocidental e da América do Norte. Pouco frequente. Espontâneo no Alto Minho e na Serra da Estrela. Descrição: Planta aquática vivaz, de 20-30 cm de altura, da família das Meniantàceas. Caule grosso, carnudo e rasteiro, enterrado no lodo. As folhas
Em doses elevadas é purgante e emético (provoca o vómito).
são de peciolo longo, divididas em três foliolos, e as flores são cor-de-rosa e agrupadas em cachos terminais. Partes utilizadas: as folhas.
463
Origanum vulgare L
J
IS *j
â AJ u a Preparação e emprego
Orégão USO INTERNO
Digestivo e anti-reumático
O Condimento: As suas folhas secas espalham-se em pó sobre diversas preparações culinárias. ©Infusão, com 15-20 g de planta por litro de água, da qual se ingere uma chávena depois de cada refeição. © Essência: Três tomas diárias, de 46 gotas cada uma. USO EXTERNO
O
ORÉGÃO é muito semelhante ã manjerona (pág. 369), embora, ao contrário desta, costume encontrar-sc em estado silvestre. É oriundo do Médio Oriente, e foi introduzido na Europa no século XVI.
Toda a planta é rica num óleo essencial que contém timol e canacrol, de acção sedativa, antiespasmódica c carminativa. Contém além disso llavonóides e ácido ursólico, aos quais se atribuem as suas propriedades anti-reumáticas. O seu uso é indicado nos seguintes casos: PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
• Transtornos digestivos: dispepsia (má digestão) de origem nervosa, flatulência, espasmos ou cólicas dos órgãos digestivos IO.€>l. Pela sua acção carminativa (combate os gases intestinais), é um bom condimento para legumes, sopas e pizzas (Ol. • Afecções respiratórias acompanhadas de tosse seca ou irritativa, como a laringite (irritação da garganta) ou a tosse convulsa. O orégão tem também acção expectorante, béquica e antitússica, tanto em uso interno IO.© ©1 como externo IO). • Dores musculares, torcicolos e lumbago, aplicado externamente tanto
em cataplasmas 10] como em fricções sobre a pele 101. 464
O Inalações de vapor, nas afecções respiratórias, adicionando um punhado de planta à água. 0 Cataplasmas: A planta esmagada aquece-se numa caçarola e aplica-se envolvida num pano sobre a zona dorida ou inflamada. O Fricções: Podem-se fazer com várias gotas de essência aplicadas directamente sobre a zona afectada. Para as fricções, a essência também pode dissolver-se em álcool.
Outros nomes: Orégào-vulgar, manjeronabrava, manjerona-selvagem. Brasil: orégano. Esp.: orégano, orégano común, orégano de Espana, mejorana [silvestre}. Fr.: origano [communj, marjolaine sauvage. Ing.: wild marjoram. mountain mint, orégano. Habitat: Difundido por toda a Europa, em terrenos de altitude média, soalheiros, secos e pedregosos. Naturalizado no continente americano. Descrição: Planta vivaz da família das Labiadas, cujos caules erectos atingem até 60 cm de altura. As folhas são pequenas, de cor rosa-púrpura. Partes utilizadas: As sumidades floridas.
Pimpinela anfsumL
Qj
^
4) é% Preparação e emprego
Anis-verde USO INTERNO
Digestivo e galactagogo
O Infusão com uma colherzinha de café (3 g) de frutos por chávena de água. Tomam-se até 3 chávenas quentes por dia, de preferência depois das refeições. Pode-se adoçar com mel.
A
S PROPRIEDADES culinárias e medicinais desta p l a n t a já eram conhecidas no Egipto e na Grécia, e m b o r a t e n h a m s i d o os Árabes que, na Idade Média, a introduziram na P e n í n s u l a e na E u r o p a . Andrés de Laguna, distinto m é d i c o e botânico espanhol do Renascimento, que traduziu para c a s t e l h a n o e comentou as obras de Dioscórides, disse desta planta, e n t r e o u t r a coisas, q u e «corrige a c o r r u p ç ã o e h e d i o n d e z do hálito, resolve as i n o p o r t u n a s ventosidades e os arrotos azedos.» O anis chamou-se t a m b é m , em Espanha, "lorna-maritos", pois leva a que os maridos q u e t e n h a m a b a n d o nado as suas esposas, devido ao m a u hálito destas, voltem para elas... Mais uma das muitas aplicações q u e esta planta pode c o n t i n u a r a ter. PROPRIEDADES
E
INDICAÇÕES:
De-
vem-se s o b r e t u d o à sua essência, o anetol, q u e , e n t r e t a n t o , isolada d o resto dos princípios activos da planta e concentrada, p e r d e as suas virtudes curativas e p o d e , inclusivamente, tornar-sc tóxica (produz convulsões). A isto se deve o facto de os licores de anis fabricados com esta essência n ã o possuírem p r o p r i e d a d e s medicinais, e sim efeitos tóxicos, devidos tanto ao álcool como ao anetol. Pelo contrário, o fruto do anis, tal como nos é oferecido pela natureza, acha-se praticamente isento dos riscos da essência. Isto deve-se, em parte, a que, além do anetol, c o n t é m o u t r a s
® Infusão para lactentes: Para os bebés prepara-se a infusão com uma ou duas coIherzinhas de café (3-6 g) de frutos secos num quarto de litro de água (250 ml). Pode-se adoçar com uma colherzinha de açúcar (o mel não é bem toerado pelos lactentes). Vai-se dando à criança pelo biberão ou por uma colher no decorrer do dia. €) Essência: de 1 a 5 gotas, 2 ou 3 vezes ao dia. O P ó : até 2 gramas diários.
Outros nomes: erva-doce. Esp.: anis, matafahuga, híeròa dulce, simiente dulce. Fr.: anis [vert], petit anis. Ing.: anise. Habitat: Originário dos países do Médio Oriente, embora a sua cultura se tenha expandido pelos países do Mediterrâneo. A Espanha é um dos principais produtores do mundo. Em Portugal a planta está aclimatada e cresce espontaneamente. Descrição: Planta de 50 a 80 cm de altura, da família das Umbelíferas, com caule estriado e flores esbranquiçadas agrupadas em ramalhetes (umbelas). O fruto é um grãozinho ovalado, que exala um delicioso aroma. Embora pertença á mesma família da venenosa cicuta (pág. 155), é fácil distingui-la desta, tanto pelo seu aroma típico como pelas suas características. Parte utilizada: os frutos.
465
As vacas, assim como as ovelhas, aumentam a sua produção de leite quando t o m a m anis com a forragem. As mães que amamentam também podem aproveitar a acção gaiactagoga desta planta. Além disso, como o anis passa para o feíte materno, este torna-se mais digestivo e antiflatulento para o bebé.
A infusão ou a essência, que se preparam com os pequenos frutos do anis, exercem uma notável acção digestiva e antiflatulenta. Isto não acontece com os licores de anis que, devido ao seu elevado grau alcoólico, são totalmente desaconselháveis.
substâncias como fenóis, ácido máliCO, açúcares e colina. São estas as suas propriedades: • Sobre o aparelho digestivo: O anis é O protótipo das plantas com acção carminativa, aperitiva, tonificante do estômago e digestiva. Limpa os intestinos de fermentações e putrefacções IO,©,©). Faz parte da "tisana das quatro sementes", juntamente com a alcaravia, o lancho c o coentro (págs. 355, 360,447), da qual Font Quer afirma que não há ilato que lhe resista. Nas crianças pequenas e bebés tor466
na-se muito eficaz no caso de gases ou de diarreias malchcirosas l©l. E um bom hábito dar infusões de anis aos lactentes, à maneira de refresco. * Sobre o aparelho respiratório: Expectorante. Facilita a eliminação das mucosidades bronquiais, tornando-as mais fluidas. Convém aos asmáticos e bronquiticos. Recomenda-se especialmente aos que seguem um plano para deixar de fumar, pois actua como um verdadeiro antídoto da nicotina e dos alcatrões do tabaco: limpa os brônquios de mucosidade irritante e lac i-
lita a regeneração das células mucosas IO.0.O). Além disso substitui, por um aroma fresco, o cheiro a tabaco do hálito de quem acaba de deixar de fumar. • Sobre a glândula mamária: Acção gaiactagoga, isto é, que aumenta a produção de leite (O.0.OI. Por isso os criadores de gado dão anis ás vacas e ovelhas, misturando-o com as rações. Curiosamente, o anis é eliminado com o leite, pelo que as mães que amamentam, quando o tomam, beneficiam também os seus bebés.
Quassia amara L
K) A
a a n
D
Preparação e emprego
Quássia Digestiva e febrífuga
Q
UASSI era o nome de um nativo da Guiana, escravo, que em 1756 revelou o seu segredo para curar as lebres a um oficial holandês que o tinha protegido. Tratava-se da quássia-amarga, um arbusto da Guiana.
Contém resina, mucilagens, pectina, canino e o alcalóide qwassiiva, de sabor muito amargo, que é o princípio activo mais importante desta planta, ao qual deve as suas propriedades e indicações como: • Tónico estomacal, digestivo e aperitivo. Aumenta a secreção do suco ásuico e Favorece o funcionamento da vesícula biliar (acção colagoga) lOI.Pã muito bons resultados no caso de dispepsia (digestão lenta ou difícil). •Febrífugo: Muito útil como tratamento sintomático das lebres tropicais 101. •Vermífugo: Km forma de enema (clister). consegue eliminar os oxiúros parasitas que costumam localizasse no recto e no ânus, onde geralmente não chega o efeito dos medicamentos tomados por via oral 101
USO INTERNO
O Decocção ou maceração de 5 a 10 g por litro de água, de que se toma uma chávena antes de cada refeição. USO EXTERNO
& Clisteres: Fazem-se com a mesma decocção que serve para o uso interno. Aplicam-se uma vez por dia, como vermífugo.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
5
Precauções
Doses altas produzem vómitos. Recomenda-se evitar o seu uso em caso de úlcera gastroduodenal, e, para as mulheres, durante as regras (provoca cólicas uterinas).
Quássia-da-jamaica Posteriormente à descoberta da quássia-amarga, encontrou-se na ilha da Jamaica uma outra árvore semelhante, com as mesmas propriedades curativas, mas muito mais alta, a que se chamou quássia-da-jamaica {Picraena excelsa l.)' ' Esp.: cuasia de Jamaica.
Outros nomes: pau-amargoso, pau-quássia, quássia-amarga, quássia-amargosa: Brasil: morubá, quina-de-caiena, quássia-do-surinan, pau-amarelo. Esp.: cuasia, paio de cuasia, cuasia amara, cuasia surinamense, quina de Cayena, copachtli, guavito. Fr.: quassie-amère. Ing.: quassia. bitterash. Habitat: Cresce espontânea e cultivada nas Artilhas, Guiana. Suriname e regiões tropicais da América Central. Descrição: Arbusto ou árvore da família das Simarubaceas, com flores vermelhas dispostas em cachos terminais. Partes utilizadas: a casca e a madeira do tronco e da raiz.
467
«j
Rlbes mbrum L
L*J
4 a
Groselheira Tonifica os órgãos digestivos
E
STE BELO arbusto faz lembrar, à primeira vista, a videira, pelas .suas folhas palmadas e cachos de bagas pendentes, cie cor vermelha e sabor agridoce, muito apreciadas pelo seu sabor agradável e propriedades estimulantes.
Sinonímia científica: Ribes spicatum Robs, Ribes silvesier Syme Outros nomes: groselheira-comum, groselheira-vermeiha, groselheira-rubra, groseiheira-dos-cachos. Esp.: grosellero rojo, grosetlero de frutos rojos, corinto, uva de senora. Fr.: groseillier [à grappes], groseillier rouge. Ing.: [Northern red] currant. raisin íree. Habitat: Oriunda da Europa Central e do
IJ?
Norte da Ásia. Cresce espontaneamente nos bosques frescos dos Pirenéus. Esta planta é por vezes cultivada em Portugal, como em muitos outros lugares, incluindo o continente americano. Descrição: Arbusto não espinhoso de 1-1,5 m de altura, da família das Saxifragáceas. Os seus frutos, de cor vermelha e em cachos pendentes, contém várias sementes pequenas. Partes utilizadas: os frutos (bagas).
Preparação e emprego
O As groselhas podem comer-se frescas, em compota, xarope ou sumo, sem qualquer limite além daquele que é ditado pelo apetite.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS fru-
tos contêm ácidos orgânicos, açúcares, mucilagem e vitamina C. Têm propriedades aperitivas, digestivas, depurativas, diuréticas c laxantes. Os ácidos orgânicos que contêm (málico, cítrico e lartárico), estimulam as secreções do estômago e intestinos, facilitando e tonificando iodo o processo da digestão. As groselhas IOI tornam-se muito adequadas nos casos de • inapetência (falta de apetite), • convalescença de doenças febris e infecciosas, • reumatismo e gota, e • cálculos renais. 468
«A»-
V
Groselheira-negra
A groselheira-negra (Ribes nigrum L.)* distingue-se da vermelha precisamente porque os seus frutos maduros são negros. As bagas da groselheira-negra têm as mesmas pro* priedades que as da vermelha e até apresentam uma percentagem maior de vitaminas e minerais.
nóides de acção diurética, anti-inflamatória e anti-reumática. Usam-se em caso de reumatismo, gota, excesso de ácido úrico e litíase renal (cálculos nos rins), em forma de infusão (30 g por litro de água), da qual se tomam 3 chávenas diárias.
Da groselheira-negra também se usam as folhas, que contêm flavo-
* Esp.: grosellero negro.
Robinia pseudoacacfaL
maaa
!\
Acácia-bastarda
Preparação e emprego
USO INTERNO O Infusão com 15 a 30 g de flores por litro de água, de que se recomenda tomar uma chávena depois de cada refeição.
Útil contra a acidez d o estômago
A
ACAC1A-BASTARDA foi troduzida na E u r o p a no de 1601 p o r j e a n Robin, d i n e i r o do rei de F i a n ç a . Daí o
inano jarseu
USO EXTERNO @ Gargarejos com a mesma infusão que se usa internamente.
nome científico e também um dos nomes vulgares por que é conhecida. E m b o r a s e use c o m o p l a n t a o r n a mental, possui interessantes propried a d e s medicinais. As a b e l h a s elaboram com o néctar das suas flores um mel muito apreciado. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : AS flo-
res e as folhas c o n t ê m Havonóidcs, glicósidos (robinina), t a n i n o e um óleo essencial. São a n t i e s p a s m ó d i c a s (aliviam os espasmos das vísceras ocas), colagogas (facilitam o esvaziamento da bílis) e e m o l i e n t e s (suavizam a pele e as mucosas). Utili/am-se c o m o estomacais em caso de dispepsia (digestão pesada) e transtornos da vesícula biliar. Feia sua acção emoliente, protegem as mucosas do esófago e do estômago do excesso de ácido. Recomendam-se nos casos de pirose (acidez), esofagite e úlcera gastroduodenal (O). Em gargarejos aliviam as irritações da garganta 101.
&
Precauções
As sementes, a casca e as raízes, apesar do seu sabor doce, são tóxicas e provocam vómitos.
Árvore-da-goma-arábica
Sangrando os ramos de outras espécies de acácia, pertencentes à família das Mimosáceas, especialmente a Acácia nilotica (L) Del. (= Acácia arábica [Lasm.] Willd. = Mimosa nilotica L), obtém-se a goma-arábica, que é um grande emoliente, útil também contra a inflamação das mucosas digestivas, e que faz parte da composição de numerosos xaropes e preparados farmacêuticos. A árvore-da-goma-arábica, também conhecida como goma-arábica*, cultiva-se na África e na Ásia tropicais, e também na América, especialmente no Brasil e na Argentina, onde as suas folhas e vagens se usam por vezes para alimentar o gado, e a fibra para cordoaria. * Esp.: acácia gumffera.
Outros nomes: talsa-acácia, acácia-de•flores-brancas, robinia. Esp.: acácia falsa, acácia blanca, acácia espinosa, robinia. Fr.: robinier, faux acácia, acácia blanc. Ing.: [false] acácia. Habitat: Originária da América do Norte. Tem sido cultivada como planta ornamental em todas as zonas temperadas do planeta. Descrição: Árvore da família das Leguminosas, de 4 a 20 m de altura, com ramos providos de longos espinhos aguçados. As flores são brancas, em cachos pendentes, muito aromáticas e de sabor açucarado. Partes utilizadas: as flores e as folhas.
469
oj J J
Santolina chamaecyparissusL
Preparação e emprego
AbrótanoU S O INTERNO
•fêmea
COMO DIGESTIVO E EMENAGOGO:
O Infusão com 6 ou 7 capítulos florais por chávena de água. Ingere-se uma chávena depois de cada refeição. © Essência: 3 a 5 gotas de essência, três vezes ao dia.
Digestivo e vermífugo
COMO VERMÍFUGO:
© Infusão de uma colher de sobremesa de sementes por chávena de água, que se toma todas as manhãs durante uma semana. Repetir outro ciclo igual ao fim de um mês. Õ Pó de sementes: 2-4 g diários, misturado com mel ou sumos. USO EXTERNO ©Banhos quentes: Preparam-se acrescentando à água do banho 2 litros de infusão feita com um punhado grande de capítulos florais; ou então, juntando 10 a 20 gotas de essência na banheira.
A
ESTA PLANTA, que gosta do sol mediterrânico, também chamam guarda-roupa porque, colocados os seus ramalhetes floridos nos armários, protegem a roupa da traça e de outros insectos. Toda a planta, e especialmente as sumidades Floridas, contêm até 1% de essência, composta cie uma colona (a sautolinona), e um éster de natureza fenólica. Outros cios seus componentes são: taninos, resinas e um princípio amarPROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
As suas propriedades são muito semelhantes às da camomila (pág. 364): • Tónico estomacal, digestivo e antiespasmódico: Planta ideal para facilitar a digestão dos que sofrem do estômago 10,01. • Vermífugo: Muito útil contra os ascarídeos e oxiúros (parasitas intestinais) frequentes nas crianças l©,OI. • Emenagogo de efeitos suaves: provoca a menstruação IO.0I. • Aplicado externamente^ na água do banho 101, o abrótano-iêmea proporciona um agradável eleito emoliente (desinflama a pele), relaxante c sedativo. 470
Outros nomes: guarda•roupa, pequeno•limonete, roquete-dosjardins. Brasil: santolina. Esp.: abrótano hembra, guardarropa. Fr.: santoline fcyprèsj. Ing.: lavender cotton, groundcypres. Habitat: Planta própria dos países mediterrâneos, onde prefere os pedregais de terrenos calcários. Cultiva-se em jardins e hortas.
Descrição: Planta vivaz da família das Compostas, que atinge de 20 a 50 cm de altura. As suas folhas são vilosas e acham-se finamente divididas, pelo que fazem lembrar as do cipreste. Flores terminais de cor amarela-ouro. De aroma forte e sabor amargo. Partes utilizadas: os capítulos florais e as sementes.
Sidentís angustífolia Lagasca
Í Q Q Q
£"\ UJ
Preparação e emprego
Siderita USO INTERNO
Pouco conhecida, mas eficaz como
O Infusão com 30-40 g da planta num litro de água, da qual se tomam 3 ou 4 chávenas diárias.
digestiva e vulnerária
USO EXTERNO
© Compressas, empapadas na mesma infusão de uso interno. Fixam-se sobre a pele afectada mediante uma ligadura suave, e renovam-se cada 3 ou 4 horas. €) Lavagem das zonas afectadas com esta infusão.
A
SIDERITA é muito apreciada no Leste e no Sul de Espanha, o n d e o seu e m p r e g o se estendeu rapidamente nas últimas décadas. Começou a ser usada em veterinária, para c u r a r os a n i m a i s feridos, e SÃO tais os resultados conseguidos q u e se tornou de uso c o m u m e n t r e os camponeses e criadores de g a d o das regiões espanholas do Mediterrâneo. PROPRIEDADES E I N D I C A Ç Õ E S : Con-
tém uma essência com p r o p r i e d a d e s antibióticas, assim c o m o ilavonoidcs de acção anti-inllamatoria. Usa-se internamente, com muito b o n s resultados nas dispepsias, gastrites e úlceras gastroduodenais IOI. Possui uma intensa acção anti-inflamatória sobre o aparelho digestivo. A sua aplicação mais c o m u m é a vulnerária: cicatriza as feridas e cura as contusões com uma rapidez assombrosa. V. útil em toda a espécie de esíoladelas. golpes, feridas (infectadas ou não), úlceras cutâneas c infecções da pele I©.©].
M» Outros nomes: Esp.: rabo de gato, siderilide [de hoja estrecha], rabogato. hierba terral, zaharena. Habitat: Encostas incultas e baixas da costa mediterrânica espanhola, desde Tarragona até Málaga. Descrição: Planta de base lenhosa. da família das Labiadas, que atinge de 20 a 50 cm de altura. Dos seus raminhos erectos nascem umas flores de tom amarelo-limão. Partes utilizadas: as sumidades floridas.
471
3 U
Syringa vulgaris L
Preparação e emprego
Lilás Belo, amargo e medicinal
D
IZ UMA LENDA á r a b e q u e a Providência pôs d i a n t e de nós as formosas flores do lilás, q u e só duram algumas horas sem murchar, para q u e meditemos no carácter e f é m e r o d a beleza h u m a n a . Foram precisamente os Árabes q u e , no século X, introduziram este arbusto em Espanha, de o n d e se difundiu pelo resto da E u r o p a , e, a partir do século XVI. para o c o n t i n e n t e a m e r i c a n o . PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS fo-
lhas, a casca e os frutos contêm um gliCÓsido e uma substância muito amarga conhecida c o m o siríngopicrína, sem e l h a n t e à quinina, aos quais se devem as suas propriedades: • Tónico estomacal, digestivo, aperitivo c adstringente: R e c o m c n d a - s e para combater as digestões pesadas e a flatulência intestinal IO). • Febrífugo c sudorífico: Especialm e n t e a casca. R e c o m e n d a - s e em caso de gripe ou de afecções febris IOI. • Anti-reumático: O lilás é de g r a n d e eficiência nos ataques de gota, c o m o ami-inilamaiório IOI. 472
USO INTERNO O Infusão de 30 g de folhas, casca ou frutos, num litro de água, da qual se tomam 3 chávenas diárias. Quando interesse obter um efeito febrífugo, prepara-se a infusão unicamente com a casca.
Outros nomes: lilaseiro. Esp.: lilo, //7a. Fr.: lilás. Ing.: lilac. Habitat: Oriundo do irão e da Turquia, mas cultivado como planta ornamental e aromática em diversas zonas de clima temperado da Europa e da América. Descrição: Arbusto florido muilo alraeníe, da família das Oleáceas, que pode medir de 1 a 5 m de altura. As suas flores estão reunidas em ramalhetes muito vistosos, e exalam um aroma muito intenso. Partes utilizadas: as folhas, os frutos e a casca.
Teucrium chamaedrysL
O!
âi j 3 Preparação e emprego
Carvalhinha USO INTERNO
Um aperitivo pouco conhecido
O Infusão de 15 a 20 g de flores e folhas por litro de água. Beber uma chávena antes das refeições. O efeito é maior se não se adoçar.
Maro
A
CARVALHINHA é u m a da.s plantas q u e crescem nos pedregais e nas fendas dos muros velhos, adornando-os com um suave tom de p ú r p u r a . Deve o seu n o m e latino a Teucro, príncipe de Tróia. Antigamente atribuíram-se-lhe, sem fund a m e n t o , muitas virtudes, c o m o , p o r exemplo, a de curar a gota. Os médicos do i m p e r a d o r Carlos I de Espanha receitaram-lhe c a r v a l h i n h a para lhe c u r a r a gota, m a s falharam. Depois disso, o imerecido prestígio desta planta, c o m o r e m é d i o p a i a quase iodos os males, decaiu até aos nossos dias. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Con-
tém um óleo essencial, taníno e princípios amargos. C o m o todos os amargos, tem um efeito tonificante na digestão, e é t a m b é m colagoga (favorece os esvaziamento da vesícula biliar). Utiliza-se c o m o aperitivo e corno tonificante do estômago IOI. Além disso, ajuda a eliminai - as flatulências (excessos de gases no tubo digestivo).
O
Licor de carvalhinha
A carvalhinha também se emprega em maceração alcoólica (licores e vinhos aperitivos), mas não a recomendamos assim, já que os evidentes efeitos negativos do álcool são superiores a todos os possíveis benefícios da planta.
O maro {Teucrium marum L ) \ pertence ao mesmo género da carvalhinha, à qual se assemelha na sua composição e propriedades. Embora seja originário do continente europeu, encontra-se naturalizado em regiões temperadas da América Central. Usa-se como digestivo e como tonificante em caso de astenia, tendência para o desmaio e hipotensão arterial (tensão baixa). A infusão prepara-se com 10-15 g por litro de água, tomando-se até 5 chávenas por dia. ' Esp.: maro.
Outros nomes: camédrios, erva-carvalha, erva-carvalhinha. carvalho-pequeno. Brasil: têucrio. Esp.: camedrio, germandrina, encinilla, carrasquilla, hierba lercianera, pata de gallo, sanguinária. Fr.: germandrée, petitchêne. Ing.: [chamaedrys] germander, wall germander. Habitat: Terrenos calcários e pedregosos da Europa. Foi exportada para o continente americano, embora seja ali pouco conhecida. Descrição: Planta da família das Labiadas, de 10 a 30 cm de altura. O caule e a face inferior das folhas acham-se cobertos de pêlos. As flores sào de cor púrpura e crescem ao longo do caule. Partes utilizadas: as flores e as folhas.
473
Trigonella foenum-graecumL >
£"* \\J\
AJ
£fz ">%
Alforva
JÉI
fi h
Preparação e emprego
Desinflama e alimenta
USO INTERNO
O Decocção com uma colherada de farinha de sementes por cada chávena de água. Toma-se em forma de papa ou puré. Pode-se acrescentar mel ou açúcar escuro. © Extracto seco: 1 grama em cada uma das três refeições diárias.
A
ALFORVA é u m a das plantas medicinais mais antigas. O papiro de Ebers, d o c u m e n t o médico egípcio do século XV a . C , já a recomendava c o m o emplastro para curai as q u e i m a d u r a s . Hipócrates salienta as p r o p r i e d a d e s curativas da mucilagem c o n t i d a na sua farinha. Nos países árabes a i n d a se cultiva c o m o planta forraginosa para o gado. Deu-se-lhc o n o m e de jheuutn graecum (feno g r e g o ) p o r q u e se cultivava a b u n d a n t e m e n t e em todos os países mediterrâneos, e em especial na Grécia, apesar de a sua proveniência ter sido originalmente o Médio O r i e n t e .
USO EXTERNO
O Decocção com 100 g de sementes trituradas (ou de farinha) por litro de água. Deixar ferver durante um quarto de hora. Aplicam-se em forma de cataplasmas sobre a zona afectada (frias para o tratamento das hemorróidas, quentes nos restantes casos). O Banhos de assento: Tomam-se com 2-3 litros da decocção descrita, fria.
P R O P R I K D A D E S E INDICAÇÕES: AS se-
mentes da alforva são muito ricas em mucilagens e em proteínas. Em uso interno téin uma suave a c ç ã o l a x a n t e , além de desinilamar e p r o t e g e r todas as mucosas digestivas (acção emoliente das mucilagens) IO,01. Disto resulta q u e se estimulem lodos os processos digestivos, facilitando um melhor aproveitamento de outros alimentos. Embora se d i s p o n h a hoje de muitos tipos de reconstituintes, a FARINHA de sementes de alforva c o n t i n u a a ser um remédio muito aconselhável para os inapentes (que sofrem de falia de apetite), magros e anémicos (O). Provoca o a u m e n t o do apetite e permite e n g o r d a r de maneira natural. Tcm-se utilizado com êxito na convalescença dos tuberculosos. C o m o , além de t u d o o mais, a alforva fornece ainda proteínas de fácil assimilação (27% do peso das sementes), minerais (ferro, fósforo, e n x o fre) e vitaminas, as m u l h e r e s orientais iitili/am-na para a r r e d o n d a r as suas formas, satisfazendo assim o gosto estético dos esposos Talvez a aplicação da alforva hoje mais generalizada seja a externa. A de474
Outros nomes: fenacho, feno-grego, ervinha, alfarva, alforba. alforía, alíorna. Brasil: alíorga. Esp.: alholva, fenogreco, trigonela. Fr.: fenugrec, trigonelle. Ing.: fenugreek. Habitat: Planta originária do Médio Oriente, introduzida na Europa Ocidental a partir da Idade Média. Cresce entre as searas e nas terras de lavoura. Descrição: Pertence à família das Leguminosas, e não costuma ir além de meio metro de altura. Produz umas vagens estreitas e compridas, curvas, dentro das quais se encontram entre 10e20 sementes amarelas. Toda a planta tem um cheiro característico não muito agradável. Partes utilizadas: as sementes.
cocção feita com s e m e n t e s de alforva p r o d u z u m a pasta rica em mucilagens, m u i t o eficiente nos s e g u i n t e s casos: • H e m o r r ó i d a s . Aplicada directam e n t e sobre o ânus l©l em forma de cataplasma fria, nu em b a n h o de assento IO); dcsinllama-as e reduz-lhes o tamanho. • Afecções da pele: Feridas de difícil cicatrização, úlceras da p e l e . grelas
dos mamilos e dos lábios, aplicada em cataplasmas; limpa e permite a sua cicatrização, E igualmente útil no caso de abcessos, furúnculos ou borbulhas infectadas, e na celulite, já q u e favorece a d r e n a g e m e limpeza da pele [©I.
• Articulações inflamadas ou dolorosas (artrites, artroses, reumatismo articular); t a m b é m em forma de cataplasma q u e n t e l©l.
Verónica offttinallsL.
ê% ftJ « Preparação e emprego
Verónica Um substituto do chá e cosmético
USO INTERNO
O infusão: 30-40 g da planta por litro de água. Tomam-se 3 ou 4 chávenas diariamente. Quando se usa como aperitivo deve ser ingerida antes das releições. © Sumo da planta fresca: Ingerem-se 2 ou 3 colheradas antes de cada refeição. USO EXTERNO
N
OS PAÍSES do Norte da Europa, a infusão de verónica usa•se como substituto do chá, pelo seu eleito tonificante natural, isento de eleitos indesejáveis.
Contém tanino e uma substância amarga (aucubosido), que a fazem adstringente, tonificante, aperitiva e digestiva; saponinas e sais minerais, de efeito expectorante, diurético e depurativo; e resina, manitol e ácidos orgânicos, a que possivelmente se deve a sua acção emoliente sobre a pele. Tem as seguintes indicações:
© Compressas: Preparam-se com uma decocção de 30-40 g por litro de água. Deve ferver durante 10 minutos. Aplicam-se directamente sobre a pele. O Loções com esta mesma decocção.
Becabunga
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
•Afecções digestivas: inapetência, peso no estômago. Dá bons resultados nas enxaquecas de origem digestiva, causadas por uma má digestão IO.0I. • Afecções respiratórias: faringite, calai TOS, tosse, bronquite e asma (previne as crises). Ê também aiititussica e bcquica (suavi/.anle da garganta) 10,0). • Diurética, depurativa, estimulante natural. Proporciona uma sensação de bem-estar IO.QI. • Pele: Usa-se para lavai os eczemas, para acalmar o prurido (comichão), para suavizar a pele ressequida pelo frio nas regiões Irias, e como cosmético IO.O).
Esta espécie de verónica (Verónica beccabunga L), conhecida como becabunga*. tem propriedades curativas semelhantes às da verónica-oficinal. As folhas carnudas da becabunga usam-se como o agrião (pág. 270). * Esp.: verónica becabunga.
Outros nomes: verónica-das-boticas, verónica-das-farmácias, verónica-da-alemanha. verónica•oficinal, verónica-macho, carvalhinha. chã-da•europa, erva-dos-leprosos. Esp.: verónica, verónica macho, té de Europa, hierba de los leprosos, triaca. Fr,: véronique, thé d'Europe. Ing.: [low] speedwell, verónica. Habitat: Terrenos siliciosos, bosques e prados de toda a Europa, excepto na região mediterrânea. Cria-se nas regiões frias da América do Norte e do Sul. Descrição: Planta vivaz de caule rasteiro, da família das Escrofulariáceas, que atinge até 40 cm de altura. Com folhas de bordo dentado, suavemente vilosas, e flores de cor azul-pálida, dispostas em espiga terminal. De cheiro suave e sabor amargo. Partes utilizadas: a planta inteira.
475
PLANTAS PARA O INTESTINO SUMÁRIO DO CAPÍTULO
J
DOENÇAS E APLICAÇÕES Antidiarràcos, plantas Atonia intestinal Cólica intestinal Colite Cólon irritável
480 485 483 482 483
Diarreia, ver GastreníerUe
481
Disbacteriose intestinal Disenteria
479 482
Espasmo intestinal,
Há plantas medicinais muito eficazes como laxantes e como adstringentes. Outras. como a maçã, normalizam o trânsito intestinal.
ver Cólica intestinal Fermentações intestinais Flava intestinal, alterações, ver Disbaderiose intestinal Gases intestinais Gastrenterite Intestino, alterações da flora, ver Disbacteriose intestinal Intestino, atonia Intestino, eólica fn tesíin o, espas mo, ver Cólica intestinal Intestino, fermentações Intestino, gases Intestino, lombrigas, ver Parasitas intestinais Intestino, parasitas
483 479 479 478 481 479 485 483 483 479 478 486 486
Intestino, vermes, Ter Parasitas intestinais 486 Laxantes, plantas 484 Lombrigas, ver Parasitas intestinais . .486 Parasitas intestinais 486 Plantas antidiarreicas 480 Plantas laxantes 484 Plantas purgativas 477 Prisão de ventre 485 Purgativas, plantas 477
476
Vermes intestinais, ver Parasitas intestinais
486
PLANTAS Alfarrobeira Alfanobeira-das-antilhas Alfanobeira-negia Amieiro Amieiro-negro Amieiro-rubro Anona lialsamita Beldroega Bons-dias Briónia liriánia-branca Canafishda Cáscara-sagrada Castanheiro Cinco^m-rama Cinco-em-rama-americana Colútea Coronilha-de-frade Corrida Epilóbio Epilóbio-peludo Erva-dos-vemes = Tanaceto Espinheiro-cerval Faia Feto-macho Fràngula = Amieiro-negro Globulária Goiabeira Jalapa falapafalsa Labaça Linho
497 497 497 487 526 488 489 537 518 491 490 490 494 528 495 520 520 498 503 491 501 501 537 525 502 500 526 503 522 499 499 532 508
IDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S 2 " Parte:
V
D e s c r i ç ã o
J Linho-bravo Linho-das-pradarias LmJuhfmrgante Macieira Malva Nogueira Nogveira-prela Norca-branca = Bruma Orelha-de-lebre = Pilosela Paciência-dos-jardins = Labaça Pau-rosa-das-canárias Pereiro = Macieira Pilosela Pimpinela-menor Pimpinela-oficinal Podofilo Rabáfbaro Rícino Romãzeira Ruibarbo
509 509 509 513 511 505 506 490 504 532 491 513 504 533 534 517 530 531 523 529
Plantas purgantes
São plantas que provocam uma evacuação diarreica. Exercem uma acção laxante muito intensa, geralmente acompanhada de irritação do intestino. Devem-se usar com prudência, e é recomendável a consulta médica para despistar Qualquer causa de prisão de ventre devida a alguma oclusão intestinal mecânica (tumor, volvo ou torção intestinal, etc-h em cujo caso são contraindicadas.
Planta
Pág.
Parte Utilizada
Lírio
315
Rizoma
Bons dias
491
Raiz, folhas
Sene-da-india
492
Folhas, sementes
Jalapa
499
Raiz
Globular ia
503
Folhas
Espinheirocerval
525
Frutos
Amieiro-negro
526
Casca
Cãscarasagrada
528
Casca
Ruibarbo
529
Rizoma
Rícino
531
Sementes, folhas
Aloés
694
Sumo das folhas
Açafroa
751
Frutos
Ruibarbo-das-hortas 530 Ruibarbo-pahnado 530 Snlepeirn-tnaior * Saliriào-macho . . . . 512 Salgueirinha 510 Salicária • Salgiteitinha 510 Sa /igu issorba-ofián a l = Pimpinela-oficinal 534 Satirião-macho 512 Sene-da-tndia 492 Sene-americano 493 Sene-de-alexandria 493 Sene-de-espanha 493 Sorvara 535 Tamarindeiro 536 Tanaceto 537 Tormentila 519 Tramazeira 535 Zaragatoa 515 Zaragatoa-arenária 515
As sementes do linho (pág. 508) são um dos laxantes mais eficazes e seguros.
T
ODO o canal do intestino é sensível à acção das plantas medicinais. São dois os principais efeitos que estas exercem sobre a mucosa intestinal: • Laxantes e purgantes: Facilitam ou aceleram o trânsito intestinal. As plantas laxantes são também emolientes, isto é, suavizastes da mucosa intestinal. • Adstringentes: Secam e conslringem a pele e as mucosas. Ao diminuir a secreção das mucosas, exercem uma acção antidiarreica. Também coagulam os pequenos vasos sangrantes (acção anti•hemorrágica). Quase todas as plantas adstringentes devem a sua acção aos taninos que contém. Os taninos coagulam as proteínas das células superficiais, com o que secam, endurecem e desinflamam a pele e as mucosas. A maior pane das plantas medicinais que actuam sobre o intestino têm a capacidade de regular o trânsito intestinal, pondo o organismo nas melhores condições para que a cura seja completa, e não meramente sintomática. E não esqueçamos que, para o tratamento das afecções intestinais, é necessário, além disso, seguir um regime alimentar adequado.
477
C a p . 2 0 : PLANTAS PARA O I N T E S T I N O
Doença
Planta
GASES INTESTINAIS
CENOURA
133 que evita os gases intestinais
ALHO
230
ENDRO
349 Contém uma essência carminativa
Infusão de sementes
MAC E U
350
Digestiva, carminativa
Infusão, pó ou essência de capítulos florais
ALCARAV1A
355
Poderoso antiflatulento
Infusão ou essência dos frutos
ASSA-FÉTIDA
359
FUNCHO
360
CAMOMILA
^64
Normalmente são produzidos por fermentações intestinais devidas a intolerância digestiva em relação a alguns alimentos, ou a alterações na flora bacteriana do intestino. As plantas que aqui se indicam têm uma acção carminativa, ou seja, favorecem a expulsão dos gases produzidos pelas fermentações intestinais. A acção carminativa destas plantas costuma ser devida às suas essências aromáticas. O carvão vegetal, seja de faia, seja de álamo ou de outras árvores, exerce também uma notável acção antiflatulenta, se bem que por um outro mecanismo: absorve, isto é, retém na superfície das suas partículas urna grande quantidade de toxinas e de gases intestinais. Além da ingestão de alguma ou várias destas plantas, o tratamento do excesso de gases intestinais requer mudanças de hábitos alimentares, com o fim de eliminar os produtos causadores da flatulência. O leite, os legumes, o pão branco e os bolos, costumam ser os aiimentos que mais frequentemente causam flatulência.
Erva-iormigueira
Anis-estrelado
Contém um óleo essencial
Alivia as cólicas e as flatulências intestinais Facilita a expulsão dos gases intestinais, estimula os movimentos peristálticos Regu'3 e normaliza o funcionamento intestinal, carminativa
Infusão de sementes Cru, extractos, decocção de dentes de alho
"Lágrimas" da sua resina Infusão ou essência das sementes Infusão de capítulos florais
JO
„£ Elimina os gases e as putrefacções ° intestinais
Infusão de folhas e sumidades floridas, essência
MANJERONA
369 Antiespasmódica, digestiva
Infusão de sumidades floridas, essência
PIMENTEIRA
370
Os frutos secos
SEGURELHA
374 Aperitiva, antiespasmódica, carminativa Infusão ou essência da planta
CÀLAMO•AROMÂTICO
424 Aperitivo, carminativo
Decocção ou infusão de rizoma
flurci ir» ANGÉLICA
A OP. Facilita a digestão, elimina os gases 4^b e as fermentações intestinais
Infusão ou decocção de raiz
ESTRAGÃO
430 Aperitivo, digestivo e carminativo
Como condimento, infusão ou essência da planta
ERVA-FORMIGUERA
Carminativa em pequenas doses
439 Tónico estomacal, carminativo
Infusão de folhas e flores Infusão, pó ou essência dos frutos
COMINHO
449 Aperitivo, digestivo e carminativo
ANIS-ESTRELADO
,«
Facilita a digestão, elimina os gases e flatulências
Infusão de frutos, extracto seco
POEJO
461
^'' m ' n a 0s g a s e s combate as fermentações intestinais
Infusão
ORÉGÃO
464 Sedante, antiespasmódico, carminativo
ANIS-VERDE
465
CARVALHINHA
. 7 , Tonificante do aparelho digestivo, elimina as flatulências
Infusão de flores e folhas
FAIA
CQP Adsorvente, desinfectante, combate fermentações e gases intestinais
Carvão da madeira
PIMPINELA-WENOR
533 Carminativa, facilita a digestão
Decocção da raiz
MONAROA
634 Facilita a digestão, carminativa
Infusão de flores
fiQi 691
ABACATEJRO CHOUPO-NEGRO
478
Elimina as bactérias do cólon causadoras de flatulências
Uso
HORTELÃ-PIMENTA
MiiPPrtnn MILEFÓUO Anis-verde
Pág. Acção
719
Carminativo, aperitivo, limpa os intestinos de fermentações e putrefacções
Tónico digestivo, diminui as ,e rmen t a ções intestinais Digestivo e carminativo
760 Adsorve as toxinas digestivas
As folhas secas como condimento ou em infusão Infusão de frutos, essência
Infusão de sumidades floridas Infusão das folhas Carvão vegetal
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 2 " Parte:
Doença
Planta
FERMENTAÇÕES INTESTINAIS
ALFAZEMA
161 intestinais
ARANDO
260
LUZERNA
Costumam produzir-se como consequência de uma íalta de enzimas e sucos digestivos. Normalmente, os alimentos devem ter sido digeridos e absorvidos para o sangue no intestino delgado, de forma que ao intestino grosso cheguem unicamente a água e os resíduos não absorvíveis, como a fibra vegetal. Se, porém, assim não acontece, devido a uma falta de sucos digestivos, e chegam ao intestino grosso nutrientes por digerir, as numerosas bactérias que ali habitam fermentam os ditos nutrientes. Desta forma se produzem abundantes gases, contorções intestinais e até colites. Estas plantas diminuem as fermentações intestinais por diversos mecanismos, contribuindo de forma muito acentuada para o bom funcionamento digestivo. As carnes e os alimentos de origem animal são os principais causadores de putrefaccões intestinais.
Pág. Descrição
Uso
Anti-séptica, evita as putrefacções
Infusão de sumidades floridas, essência
Normaliza o funcionamento do intestino, evita as flatulências devidas a putrefacções intestinais
Sumo fresco ou decocção de frutos, infusão de folhas
269 pela sua riqueza em enzimas
Combate as fermentações intestinais
Brotos tenros, sumo fresco, infusão
EUCALIPTO
304 Absorve as toxinas intestinais
Carvão da madeira
ANGÉLICA
426
Facilita a digestão, elimina os gases e as fermentações intestinais
Infusão ou decocção da raiz
ANIS-ESTRELADO
455
Facilita a digestão, elimina os gases e flatulências
Infusão de frutos, extracto seco
ANIS-VERDE
465
Carminativo, aperitivo, limpa os intestinos de fermentações e putrefacções
Infusão de frutos, essência
FAIA
502
Adsorvente, desinfectante, combate fermentações e gases intestinais
Carvão da madeira
LINO
Regenera a flora intestinal, 508 regula os processos de putrefacção e fermentação
Decocção ou maceração de sementes
ABÚBORA
605
Suavizante intestinal, anti-inflamatória
Polpa do fruto
MILEFÓUO
691 diminui as fermentações intestinais
Tónico digestivo,
Infusão de sumidades floridas
QUINA
752
Aperitivo, tonificante, combate as fermentações intestinais
Maceração, infusão de casca
CHOUPO-NEGRO
760 Adsorve as toxinas digestivas
Infusão
769 por desequilíbrio da flora intestinal
Combate as putrefacções intestinais
Infusão de sumidades floridas, essência
por) Equilibra a flora intestinal. Respeita a flora saprófita normal
Cru, extractos, decocção de dentes de alho
Trava o desenvolvimento excessivo 260 dos colibacilos causadores de disbacteriose intestinal
Sumo fresco ou decocção de frutos, infusão de folhas
204 Re6ula a flora intestinal, travando os processos de putrefacção
Crua, sumo fresco, cozida ou assada
304 Absorve as toxinas intestinais
Carvão da madeira
ego Adsorvente, desinfectante, combate fermentações e gases intestinais
Carvão da madeira
520 Adstringente, anti-séptica
Decocção de rizoma e raiz
760 Adsorve as toxinas digestivas
Carvão da madeira
-jcn Combate as putrefacções intestinais por desequilíbrio da flora intestinal
Infusão de sumidades floridas, essência
766 devidos a fermentações
TOMILHO
DlSBACTERIOSE INTESTINAL ALHO No intestino grosso existe normalmente uma grande quantidade de microrganismos bacterianos, que constituem a flora ARANDO intestinal. Estas bactérias desempenham diversas funções insubstituíveis no processo digestivo, além de produzir CEBOLA certas vitaminas, como a K. Devido à acção dos antibióticos, especialmente quando são ingeridos por via EUCALIPTO oral, ou como consequência de colite, a flora intestinal pode alterar-se: uns ti- FAIA pos de bactérias predominam sobre outras, e algumas podem diminuir ou até CINCO-EM-RAMA desaparecer. Esta alteração da flora é conhecida CHOUPO-NEGRO como disbacteriose intestinal, e pode ser resolvida com a ajuda destas plantas TOMILHO
Carvão da madeira
Acalma os espasmos intestinais
SALVA-ESCLAREIA
Tomilho
medicinais.
D e s c r i ç ã o
479
1
C s p . 2 0 : PLANTAS PARA 0 I N T E S T I N O
Plantas antidiarreicas São plantas que detém as diarreias. A sua acção produz-se por um ou vários dos seguintes mecanismos: adstringente, absorvente ou adsorvente, anti-séptico e antiespasmódico intestinal (relaxam a musculatura do tubo digestivo)Planta
Pág. Parte Utilizada
Planta
Pág. Parte Utilizada
Cenoura
133
Raiz
Nogueira
505
Folhas, frutos (casca)
Erva-de-são•roberto
137
Toda a planta
Salgueirinha
510
Sumidades
Verbena
174
Toda a planta
Satirião-macho
512
Tubérculo
Chá
185
Folhas
Macieira
513
Frutos
Ratânia
196
Raiz
Tormentila
519
Rizoma
Bistorta
198
Rizoma
Cinco-em-rama
520
Rizoma, raiz
Agrimónia
205
Folhas, flores
Goiabeira
522 Folhas, casca da raiz
Alho
230
Bolbos
Romãzeira
523
Flores, frutos
533
Toda a planta
534
Toda a planta
Pimpinela-menor Pimpinela-oficinal
Pervinca
244
Folhas
Arando
260
Frutos, folhas
Erigerão
268
Folhas
Tramazeira
535
Frutos
Urtiga-maior
278
Toda a planta
Silva
541
Folhas, caules, frutos
Murta
317
Folhas, frutos
Videira
544
Folhas
Trevo-dos•prados
340
Flores, folhas
Medronheiro
563
Frutos, folhas, casca
Verbasco
343
Flores, folhas
Urze
570
Sumidades
Nèveda-dos-gatos
367
Sumidades, folhas
Morangueiro
575
Folhas
Argentina
371
Folhas, flores
Vara-de-ouro
594
Sumidades
Abrunheiro-bravo
372
Frutos
Pé-de-leão
622
Toda a planta
Segurelha
374
Folhas, flores, caules
Urtiga-branca
633
Folhas, flores
Calumba
446
Raiz
Roseira
635
Flores
Jasónia
456
Folhas, sumidades
Salva
638
Folhas
676 Casca, folhas, flores 703
Mandioca
460
Raiz
Salgueiro-branco
Amieiro
487
Casca
Cinoglossa
Anona
489
Folhas
Figueira-da-india 718
Frutos
Castanheiro
495
Casca, folhas
Ulmeiro
734
Madeira (carvão)
Alfarrobeira
497
Frutos
Choupo-negro
760
Madeira (carvão)
Epilóbio
501
Flores, raiz
Rosa-canina
762
Folhas, raiz
Faia
502
Madeira (carvão), casca
Framboeseiro
765
Folhas, flores
Pilosela
504
Toda a planta
Tomilho
769
Toda a planta
480
A bistorta (pág. 198) é um poderoso adstringente que seca, desinfJama e cicatriza, tanto a mucosa da boca femprega-se para a inflamação das gengivas) como a mucosa intestinal em caso de diarreia.
Raiz, folhas
A faia (pág. 502) proporciona uma madeira muito apreciada, pelo carvão de acção antidiarreica e antitóxica que dela se obtém.
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 2
Parte:
y
D e s c r i ç ã o
Uso
Doença
Planta
GASTRENTERITE
ALTEIA
190 Anti-inilamatóTio e suavizante
Infusão de folhas ou flores, decoccão de raiz
cununm OANAMU
iy
íQ/i Adstringente, anti-inflamatória * e anti-séptica das mucosas digestivas
Infusão de rizoma, raiz ou folhas secas
RATÃNIA
196
Pó de raiz, decoccão de casca
MURTA
317 Adstringente, anti-séptica
ARGENTINA
371 Costuma associar-se à camomila
Decoccão de folhas e flores
MANDIOCA
460 Suavizante, digestiva
Farinha do tubérculo
É a inflamação do estômago e do intestino. Habitualmente, a gastrenterite é produzida por diversos microrganismos patogénicos que afectam o tubo digestivo. Manifesta-se com vómitos, diarreias e, por vezes, febre. 0 tratamento dietético requer, nas primeiras horas ou dias, a abstenção de todo o tipo de alimentos sólidos. Qualquer das infusões ou decoccoes que citamos podem tomar-se como bebida durante a fase aguda da doença, até que se reinicie a ingestão de alimentos sólidos como maçã, puré de cenoura, ou farinha de mandioca (tapioca).
Argentina
EPILÓBIO
NOGUEIRA
SALGUEIRINHA
Adstringente, anti-inflamatória. Recomendada para as crianças Antidiarreica.
5QI
Corta a diarreia e faz desaparecer o mal-estar abdominal
505 Adstringente potente, tónico digestivo 510
Antidiarreica . especialmente útil quando há emissão de sangue ou muco
Infusão de folhas e bagas
Infusão de flores e raiz Infusão de folhas e/ou nogalina (cascas verdes) Infusão de sumidades floridas
SATIRIÂO-MACHO
512 Emoliente intestinal.
Tisana, papa ou sopa com salepo (farinha do tubérculo)
MACIEIRA
C13 Antidiarreica, absorve as toxinas intestinais
0 fruto cru ou assado
CINCO-EM-RAMA
COQ Antidiarreica, normaliza a flora intestinal
Decoccão de rizoma e raiz
ROMÃZEIRA
523 Adstringente, vermífuga
Infusão de flores com casca de romã
533 Adstringente, hemostática
Brotos crus, decoccão de raiz
SILVA
541 Adstringente, antidiarreica
Decoccão de brotos tenros e/ou folhas, sumo ou xarope de amoras
VIDEIRA
544 Adstringente, anti-hemorrágica
Decoccão de folhas
PIMPINELA-MENOR
Romãzeira
Pág. Acção
J
MORANGUEIRO ROSEIRA
Muito útil em diarreias infantis
575
Adstringente, anti-inflamatório
635 Adstringente suave, anti-séptica
Infusão de folhas Infusão de pétalas
Tanto os brotos tenros como as folhas (ambos em decoccão), e os frutos da silva (pág. 541), exercem uma notável acção antidiarreica. As amoras, ou o seu sumo, sáo muito recomendáveis para as diarreias infantis, pelo seu agradável sabor e a sua acção adstringente suave e isenta de riscos.
481
I
C a p . 2 0 : P L A N T A S PARA 0 I N T E S T I K I
Uso
Doença
Planta
COLITE
CHÁ
185
ALHO
23Q Equilibra a flora intestinal. Respeita a flora saprófita normal
Cru, extractos, decocção de cientes de alho
EUCALIPTO
304 Absorve as toxinas intestinais
Carvão da madeira
PAPAIEIRA
435
Frutos
Mfluninrfl MANDIOCA
zifin A ^ n t o ideal para doentes 460 c o m escassa capacidade digestiva
FAIA
5Q2
NOGUEIRA
505 Adstringente potente, tónico digestivo
É a inflamação do cólon, geralmente causada por microrganismos patogénicos, embora também por certos medicamentos como os antibióticos, e por tóxicos como o café. O uso repetido e o abuso de laxantes irritantes também produz colite. As alterações da flora intestinal, e certos desequilíbrios do sistema nervoso, também podem ser acompanhados de colite (ver "Cólon irritável", pág. 483).
Mandioca
Pág. Acção
cu « « « M n ÒALGUEIRINHA
; wffl Siba
DISENTERIA É uma diarreia acompanhada da emissão de mucosidade e sangue. Produz uma afectação importante do estado geral. Costuma apresentar-se de forma epidémica nas regiões tropicais. Estas plantas usam-se como complemento do tratamento especifico à base de antibióticos e seroterapia intravenosa. Pela sua acção adstringente e hemostática, facilitam a cura desta grave doença.
RI n Í)1U
Infusão de folhas
Tónico digestivo
Normaliza o funcionamento do intestino
Farinha do tubérculo
Adsorvente, desinfectante, combate fermentações e gases intestinais
Antidiarreica, especialmente útil quando naja emiSSãO de Sangue OU mUCO
Carvão da madeira Infusão de folhas e/ou nogaf/na (cascas verdes) Infusão de sumidades floridas
MAr.cioA
RI ? Antidiarreica, absorve as toxinas
MACIEIRA
513
intestinajs
TRAMAZEIRA
535
Normalizadora do trânsito intestinal
SILVA
541 Adstringente, antidiarreica
Decocção de brotos tenros e/ou folhas, sumo ou xarope de amoras
PÉ-DE-LEÃO
622
Decocção de folhas e raiz
CHOUPO-NEGRO
760 Adsorve as toxinas digestivas
Carvão da madeira
Tnun un i OMILHO
7KQ Combate as putrefacções intestinais /oy p Q r d e s e q u j | i b r i 0 da f ) o r a intestinal
infusão de sumidades floridas, essência
ERIGERÃO
%S28&M**a
Decocção de rizoma Infusão ou decocção de folhas secas
268 Anti-diarreico e hemostático
SEMPRE-NOWA
» " »
Frutos maduros (sorvas)
Adstringente, anti-inflamatório, sedante suave
198
•—
O fruto cru ou assado
272 Cura a diarreia e corta a hemorragia 5
°* a
t
g
U
*
.
Decocção da planta florida
Musão d a Plan»a f r e s c a
PIMPINELA-MENOR
533 Adstringente, hemostática
Brotos crus, decocção de raiz
VIDEIRA
544 Adstringente, anti-hemorrágica
Decocção de folhas
ALGODOEIRO
710
Infusão de flores e folhas
8fsfor(a
482
Emoliente, anti-inflamatório
* SAIOE ptus Í U K U S HEOICUUIS 2 " Parte:
Planta
Doença CÓLON IRRITÁVEL
VALERIANA
Afecção do cólon de origem nervosa, i caracterizada por transtornos funcioABRUNHEIROnais tais como mudanças bruscas entre . BRAV0 prisão de ventre e diarreia, espasmos e flatulências. Além destas plantas, podem usar-se to- PAPAIEIRA das as que vêm mencionadas na secção "Nervosismo e ansiedade" (ver pág. 140). ROSEIRA
ERVA-CIDREIRA
CÓLICA INTESTINAL
É um espasmo da musculatura que re- p A -. IFI n p . veste o intestino, que geralmente acom- ™ S S I F L 0 R A panha a gastrenterite, colite, cólon irritável, prisão de ventre e outras MELILOTO alecções intestinais. Estas plantas relaxam a parede do intestino (acção antiespasmódica) e travam a motilidade MACELA excessiva do tubo digestivo. Maceta
Meliloto
D e s c r i ç ã o
Uso
Pág. Acção 172 Equilibra o sistema nervoso vegetativo
Infusão, maceração ou pó de raiz
Laxante suave, antiespasmódico, 372 relaxa a musculatura do intestino grosso
Infusão de flores
435
bonifica o aparelho digestivo e normaliza o funcionamento do intestino
Frutos
635
idosos
163
Slr6SS e
° S deseqUÍIÍbrÍ0S
Antiespasmódica, sedante, digestiva
167 Relaxa os órgãos ocos espasmados
258
Infusão de pétalas Iníusão, extractos Infusão de flores e folhas
S e S s * ° S eSPaSm ° S gáStrÍC ° S lnfusã0 de sumidades floridas
350 Digestiva, antiespasmódica
Infusão, pó ou essência de capítulos florais
ASSA-FÉTIDA
qcq Alivia as cólicas e contorções intestinais
"Lágrimas" elaboradas com a resina
ABELMOSCO
362
Antiespasmódico, açaima as cólicas
Iníusão de sementes
CAMOMILA
364
Sedante, antiespasmódica, digestiva
Infusão de capítulos florais
NÊVEDA-DOS-GATOS
367
Acalma as diarreias e as cólicas que as acompanham
Infusão de sumidades floridas e folhas
ARGENTINA
371 Antiespasmódica, antidiarreica
Decocção de folhas e flores
LINHO
508 Acalma as cólicas
Cataplasmas de sementes trituradas sobre o ventre
TnRMFNTUA
519 Adstringente, acalma as dores
TORMENT.LA
019
Decocção de rizoma
ARRUDA
637 Antiespasmódica, anti-séptica
e o s espaSlTl0S c o
|jcos
Infusão de sumidades floridas
O linho (pág. 508J é uma planta muito apreciada pela fibra têxtil que dele se obtém. As suas sementes são muito ricas em mucilagem e pectina, além de sais minerais e ácidos gordos essenciais. Tomam-se em decocção ou maceração, embora também se possam mastigar inteiras. Constituem um laxante m u i t o eficaz e apreciado, pois, além de facilitar o trânsito das fezes, evitam os processos de fermentação e putrefacção intestinal.
463
1
C a p . 2 0 : P L A N T A S PARA O I N T E S T I N O
Plantas laxantes
O efeito laxante das plantas deve-se fundamentalmente a três mecanismos:
São plantas que facilitam a evacuação das íezes, quer seja aumentando a quantidade de água que contém, estimulando a actividade peristáitica (de contracção) do intestino, quer aumentando a secreção de bílis. Ao contrário dos laxantes de síntese química, que exercem uma acção irritante sobre a parede intestinal, estas plantas laxantes não provocam colite residual como efeito secundário.
• A u m e n t o da quantidade de água contida nas fezes, o que as torna mais volumosas e moles: São os laxantes hidrófilos, cujo princípio activo mais importante è a mucilagem (por exemplo: linho, tanchagem, malva, amor-perfeito-bravo, zaragatoa).
Planta
Pág. Parte Utilizada
Planta
Pág.
Parte Utilizada
Cacto-grandifloro
216
Frutos
Malva
511
Flores, folhas
Oliveira
239
Frutos
Macieira
513
Frutos
Luzerna
269
Toda a planta
Zaragatoa
515
Sementes
Alga-perlada
301
Talo
Beldroega
518
Folhas, caules
Abrunheiro-bravo
372
Flores
Labaça
532
Folhas, raiz
Bérberis
384
Frutos
Tamarindeiro
536
Frutos
Trevocervino
388
Folhas, raiz
Morangueiro
575
Frutos
Fumaria
ooq
Cerejeira
586
Frutos
Boldo
390
Toda a planta (excepto a raiz) Folhas
Abóbora
605
Frutos
Polipódio
392
Rizoma
Artemísia
624
Folhas, sumidades, raiz
Dente-de-leão
397
Folhas, raiz
Bolsa-de-pastor
628
Toda a planta
Papaieira
435
Frutos
Espargo
649
Caules, raiz
Chicória
440
Folhas, raiz
Freixo
669
Lágrimas do maná
Sene-da-india
492
Folhas
Figueira
708
Canafístula
494
Frutos
Amor-perfeito-bravo 735
Toda a planta
Colútea
498
Folhas
Framboeseiro
765
Frutos
Linha
508
Sementes
Sabugueiro
767
Frutos
A malva (pág. 511) é uma das plantas mais emolientes (suavizantes) que se conhecem. Proporciona uma acção laxante suave e se.m efeitos secundários.
484
• Estímulo da actividade peristáitica (de contracção) do intestino. O principio activo mais importante destas plantas são os glicósidos antraquinónicos. Em doses altas, actuam como purgantes (por exemplo, canafístula, amieiro-negro, sene-da-india). • Provocar o esvaziamento da vesícula biliar (propriedade colagoga). A bílis transvasa para o intestino delgado (duodeno), onde é necessária para a digestão. Em quantidade elevada, essa mesma bílis tem um efeito laxante (por exemplo: boldo, dente-de-leão, fumaria).
Frutos A maçã (pág. 513) é um regulador intestinal: corrige tanto a prisão de ventre como a diarreia.
A S A L D E PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 2 " Parte:
Uso
Doença
Planta
PRISÃO DE VENTRE
TREVO-CERVINO
388 Aumenta a secreção de bílis, laxante
BOLDO
390 da vesícula biliar, laxante suave
Infusão de folhas
DENTE-DE-LEÂO
397 Laxante suave e depurativo
As folhas em salada, sumo fresco ou infusão
CHICÓRIA
440
A maior parte dos casos de prisão de ventre são de causa funcional, isto é, não se devem a nenhuma lesão orgânica do intestino. As plantas que se indicam são especialmente recomendadas para a prisão de ventre funcional, pela sua acção laxante suave e fisiológica. A prisão de ventTe pode dever-se a uma atonia da parede intestinal. Neste caso, devem-se tomar as plantas recomendadas na parte inferior desta tabela. Quando a prisão de ventre não ceda após a administração de um laxante de qualquer tipo durante 3 ou 4 dias seguidos, deve-se N .•-», . consultar um médico. $\y,
Pág. Acção
D e s c r i ç ã o
Normaliza o funcionamento
Activa os movimentos e vence a preguiça do intestino
, Q 0 Em doses baixas, laxante; facilita a M ,.,„,. SENE-DA-INDIA 492 e m J s s ã o d e f g z e s mo|es _ s e m c ó | j c a s CANAFÍSTULA
.q.
Laxante suave, não irritante sobre o intestino
Decoccão de raiz fresca
Uma chávena de infusão de folhas e raiz, de manhã em jejum Infusão de folhas, extractos
Polpa dos frutos
M
M LINHO
CQO Lubrifica o tubo digestivo, regenera a flora intestinal
As sementes em decocçao, ou maceração, ou mastigadas
M
ci i ou
Infusão ou decoccão de flores e/ou folhas
MALVA
Laxante não agressivo. útil para crianças e idosos Aumenta o volume das fezes,
ZARAGATOA
515 laxante suave e seguro
Maceração de sementes
AMIEIRO-NEGRO
526
Laxante suave. Não produz habituação
Decoccão de casca
CASCARA-
52g
Purgante enérgico, embora bem tolerado
Pó ou infusão da casca
Zaragatoa
-SAGRADA
Além de exercer uma suave acção laxante, estas plantas estimulam os movimentos peristálticos do intestino, que são os que fazem avançar as fezes no seu interior. Todas estas plantas são especialmente indicadas em caso de prisão de ventre crónica, de longa evolução, e rebelde a outros tratamentos. Os resultados são lentos, mas eficazes.
FUNCHO
360
frac ,ita a ' expulsão de gases intestinais, estimula os movimentos peristálticos
Infusão de sementes, essência
CAMOMILA
364
Estimula a motilidade do tubo digestivo
Infusão de capítulos florais
DENTE-DE-LEÃO
297
Laxante suave e depurativo, útil em caso de preguiça ou atonia intestinal
As folhas em salada, sumo fresco ou infusão
CASCARA-SAGRADA
r 9R D ^°
Pmr « • •
R«fi Laxante suave e tonificante
CEREJ^RA
586
BOLSA-DE-PASTOR
628
Senetíamáa
ATONIA INTESTINAL
0 tratamento fitoterápico deve ser acompanhado de medidas físicas (exercício, duches no ventre, etc.) e de uma reeducação dos hábitos defecatórios. Deníe-de-teão
coo
Tonifica o intestino, purgante bem tolerado
Pó ou infusão de casca
Cura de cerejas
d o t u b o d i g e s t i v o
Combate a preguiça intestinal que aparece nas doenças febris
u*,-s~ «i. „ i , « * , Infusão da planta
485
C a p . 2 0 : P L A N T A S PARA O I N T E S T I N O
/
Doença
Planta
Pág. Acção
PARASITAS INTESTINAIS
Uso
São diversos os tipos de vermes que podem parasitar o intestino, especialmente nas crianças pequenas: Oxiúros: são vermes brancos, pequenos, que se tornam difíceis de descobrir. Produzem sobretudo comichão anal. Ascarideos ou lombrigas: são maiores do que os oxiúros. Podem produzir dor abdominal, náuseas e inapetência. Ténias: Há vários tipos, sendo as mais frequentes a ténia do porco ou solitária (pode medir até 5 metros), e a ténia do quisto hidático.
ALHO
230
Vermífugo especialmente activo contra ascarideos (lombrigas) e oxiúros (pequenos vermes brancos)
Clisteres de alho, alho cru, decocção de dentes de alho
ARANDO
260
Elimina os oxiúros. Muito útil para as crianças pequenas
Curo de arandos
CEBOLA
294 e os oxiúros
ABSINTO
428
Os parasitas intestinais vivem no interior do intestino humano, e aderem as suas paredes por meio de uma espécie de ventosas que têm na cabeça. As plantas com acção vermífuga obrigam o parasita a soltar-se, o que facilita a sua eliminação se de seguida se administrar um purgante.
FsTRArÁo
d^n
Vermífugo, expulsa os parasitas
C5TRAGAO
««U
i n t e s t
PAPAIEIRA
435
Vermífuga, útil contra as ténias
O látex misturado com mel e água quente, seguido de um purgante
ERVA-FORMIGUEIRA
,qo
Destrói os parasitas intestinais, especialmente os ascarideos
Infusão de folhas e flores
POEJO
461
Vermífugo, digestivo
Uma chávena de infusão concentrada, em jejum, durante 5 dias seguidos
QUÂSSIA
467
Vermífugo para casos rebeldes
Clisteres com a decocção da casca e madeira
ABRÓTANO-FÊMEA
470
Vermífugo. Útil para as crianças
Infusão ou pó de sementes, todas as manhãs, durante uma semana
_ . „.«u#. FETO-MACHO
r n n Paralisa os vermes intestinais, 500 f a c i | i t a n d 0 a s s i m a s u a e l i s ã o
Pó de rizoma e raiz ou extracto de raiz, seguidos de um purgante
Riuji&ictofc
«%?3 Expulsa os vermes do intestino, °" especialmente a ténia ou solitária
Maceração de casca de raiz, casca e membranas internas dos frutos
c
TAMARINDEIRO
486
Eficaz contra os ascarideos
Verrn ,u ' 6 ° Potente, embora de sabor muito amargo
jnajs
536 Destrói os parasitas intestinais
Crua, sumo fresco
Infusão de folhas e capítulos florais Infusão de folhas e capítulos florais, essência
Infusão de folhas
TANACETO
537
Paralisa os vermes intestinais e facilita a sua expulsão
Infusão de sementes, capítulos florais secos, clisteres com a infusão
ABÓBORA
605
Vermífugo eficaz e seguro contra ténias e ascarideos. Útil para as crianças pequenas
As sementes (pevides) frescas, secas ou cozinhadas (seguir as instruções)
ARTEMÍSIA
624 Vermífuga, útil contra os oxiúros
CARL.NA
749
T„«„ i n
7CG Vermífugo especialmente activo contra
IOMILLO
/by
SUrfg°ase,ÍCaZC°ntraténiaS
a s t é n l a s
Infusão de sumidades floridas ou de raiz triturada Decocção de raiz Infusão de sumidades floridas, essência
Alnus glutinosa L
OJ *
Amieiro Poderoso adstringente e vulnerário
O
S AUTORES da antiguidade clássica desconheciam as variadas propriedades medicinais do amieiro. Quem primeiro as descobriu Foi Santa Hildegarda, abadessa beneditina alemã do século XII, que publicou dois interessantes tratados sobre plantas medicinais. Nos séculos XVUI e XIX, quando as febres palustres faziam estragos e a quinina importada da América era difícil de conseguir, uiili/.ou-se com êxito corno febrífugo a casca de amieiro, a que se chamava a quinina europeia. Actualmente, o amieiro continua a ser usado em fitoterapia, além de ler muitas outras aplicações. A sua casca utili/a-se para curtir o couro e a sua serradura para defumar as carnes e os peixes. A madeira é muito resistente à água e praticamente imputrescível. Com ela se fizeram algumas pontes de Londres e de Veneza. Serve, além disso, para confeccionar excelentes socos.
Outros nomes: amieiro-vulgar, alno. Esp.: aliso, aliso común, alno. Fr.: aulne [glutineux}. Ing.: {commonj alder. Habitat: Frequente nos bosques húmidos de toda a Europa temperada. Cresce esporadicamente nalgumas regiões da América do Norte. Descrição: Árvore de folha caduca, da família das Betuláceas. que pode atingir 20 m de altura. Tronco erecto, com casca gretada, de cor acinzentada. Folhas dentadas, de cor verde-escura na parte superior e ciara na inferior. É uma árvore monóica, isto é, que tem numa mesma planta as flores masculinas, agrupadas em amentilhos de 6a 8 cm. e as femininas, formando pequenas pinhas de 1 a 2 cm. Partes utilizadas: a casca dos ramos jovens e as folhas.
12
Preparação e emprego
USO INTERNO PROPRIKDADKS E INDICAÇÕES: A CAS-
CA tio amieiro é muito riea em tauino (até 20%). Contém ainda uma .substância vermelha de tipo glicosídico, emodina, e substâncias lipídicas. Pela sua riqueza em taniuo, é um grande adstringente, que seca e endurece as mucosas tanto em uso interno como externo. Tem também propriedades febrífugas. E indicada nos seguintes casos: • Diarreias estivais, gastrenterites e colites 101.
O Decocção: Prepara-se com 30-40 g de casca de ramos jovens, que se fervem durante 15 minutos. Para uso interno, tomam-se 2 ou 3 chávenas diárias. USO EXTERNO © A mesma decocção é usada para bochechos e gargarejos, assim como para compressas. © Cataplasmas: As folhas aplicam-
-se localmente, quer como vulnerárias (dentro das peúgas com a face superior em contacto com a planta do pé), quer como anti-reumáticas (cobrindo a zona dorida, depois de se terem aquecido no fogão), ou como antilactagogas (sobre as mamas). As folhas de amieiro devem aplicar-se verdes, sempre que seja possível, especialmente quando se usam como vulnerárias.
487
5VH
As folhas do amieiro prestam excelentes serviços aos montanheiros que conhecem as suas propriedades vulnerárias. Cofocam-nas bem espalmadas dentro das peúgas, com a face superior em contacto com a planta do pé. Deste modo aliviam o cansaço e evitam as escoriações, e até as curam rapidamente q u a n d o já se tenham produzido.
Amieiro-rubro
Na América do Norte é mais frequente encontrar-se o amieiro-rubro (Alnus rubra L, também chamado amieiro-de-oregon)* do que o vulgar. Ambas as espécies são muito próximas do ponto de vista botânico, e as suas propriedades e aplicações medicinais praticamente idênticas. ' Esp.: aliso rojo.
Vista do monte Cervino, nos Alpes suíços.
• Estomatitcs (inflamação da mucosa bucal), amigdalites e faringitcs: Fazem-se gargarejos com o líquido resultante da sua decocção l©I. • Ulceras varicosas, chagas e feridas de difícil cicatrização: A decocção aplica-se cm compressas sobre a zona afectada I©l. • Doenças febris como o paludismo ou a brucelose, quando seja indicado baixar a lebre. Nestes casos aplica-sc a decocção da casca por via oral, sob vigilância médica lOl. As FOLHAS do amieiro contêm tanino e açúcares, além de uma substância glutinosa que as recobre, composta por dois álcoois (glutinol e glutanol) e os seus correspondentes ácidos. São estas as suas propriedades: • Vulnerárias, ou seja, que ajudam a cicatrizar as feridas e a curar as contusões. Tomam-se especialmente úteis para tratar os pés doridos e as esfoladuras que aparecem como consequência de locengas caminhadas, ou de calçado inadequado. Colocam-se as folhas espalmadas, dentro das peúgas, com a lace superior em contacto com a pele 0. Prodiiz-sc um alívio na sensação de cansaço dos pés e uma rápida cura das escoriações. 488
• Anti-reumáticas: Envolve-se o doente com folhas de amieiro previamente aquecidas ao sol ou dentro de um forno, cobrindo bem a zona dorida. Tapar com um cobertor l€)l. Este "banho de folhas" é um bom remédio para aliviar as dores provocadas por reumatismo ou artrose, além
de ter efeitos sudoríferos e depurativos. • Antilaetagogas, isto é, que provocam o desaparecimento do leite das mães lactantes. Para isso, coloca-se uma cataplasma sobre os peitos, feita com folhas de amieiro trituradas, durante vários dias consecutivos.101.
Annona muricata L
Anona Salutífera árvore tropical
Outros nomes: anoneira. Brasil: pinha.
O
FRUTO desta árvore, conhecido como anona, que chega a pesar dois quilos, contém uma polpa esbranquiçada de- sabor agradável, semelhante a da cherimólia ou fruia-do-conde (Anona cherimolia Miller), embora um pouco mais ácido. E muito apreciado pelas suas propriedades medicinais e como alimento. A polpa dos FRUTOS contém glícidos de fácil metabolizarão, uma pequena pvoporção de proteínas (1%) e lípidos, assim como vitaminas B e C em pequena quantidade, e sais minerais, especialmente de fósforo e potássio. Possui propriedades adstringentes, colagogas (facilitam o esvaziamento da vesícula biliar), digestivas e também vermífugas. Recomendada aos hipertensos, obesos, cardíacos c diabéticos IOJ. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
As FOLHAS usam-se em infusão como antidiarreicas e como digestivas. Aplicadas localmente como cataplasma, são anti-inflamatórias em caso de papeira IOI. As FLORFS são peitorais e febrífugas, pelo que se usam em tisana nos casos de gripe e catarro brônquico
Esp.: guanabano, guanabá, anona amarilla, anona de la índia, anona de México, cabeza de negro. Fr.: anone, cachiman épineux, [grand] corossol. Ing.: guanabana, corossol. soursop [bush]. Habitat: Oriunda das Antilhas e do México, e difundida nas regiões tropicais da América, da África e da Ásia. Descrição: Arvore da família das Anonáceas, de 6-8 m de altura, com um tronco recto e de casca lisa. As folhas são grandes, lanceoladas, de cor verde intensa por cima e esbranquiçada pela face inferior. O fruto é grande e coberto de bicos ténues. Partes utilizadas: os frutos, as folhas e as flores.
l~2
Preparação e emprego
USO INTERNO
O O fruto come-se fresco, ou em sumo adoçado com mel. €) Infusão de folhas: Prepara-se com 2 ou 3 folhas por cada chávena de água. Tomam-se 3 ou 4 chávenas por dia. €) Infusão de flores: Bastam 1 ou 2 flores por cada chávena de água. Tomar 3 ou 4 chávenas diárias. USO EXTERNO
O Cataplasmas com as folhas trituradas sobre a região das parótidas.
489
Bryonia dtofca Jacq.
Briónia Um purgante drástico usado noutros tempos
O
S BROTOS l e m o s desia planta, n a Primavera, p o d e m c o mer-se c o m o espargos. Mas,
muito cuidado! A raiz e os Irmos vermelhos são venenosos. Estes persistem até ao Outono, depois de ioda a planta se ter secado. Nem sequer as aves os comem. Convém sabei distinguir a briónia da salsaparrilha, cujos Irmos, esses sim, são comestíveis e medicinais (pág. 592). Esta reconhece-se por ter espinhos no caule e folhas em fornia de coração. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : A raiz
da briónia é um n a b o muito g r a n d e , q u e c h e g a a atingir o t a m a n h o de uma cabeça h u m a n a . E muito irritante para a pele. C o n t é m u m a resina e um alcalóide (a brionina), q u e fazem dela um p u r g a n t e drástico. Antigam e n t e ulili/.ava-sc nos casos de congestão ceiebral e hidropisia IOI, mas, devido às diarreias q u e provoca, hoje
utilizam-se outros remédios mais suaves.
&
Precauções As bagas vermelhas desta planta são muito tóxicas, e inclusivamente podem tornar-se mortais. Em caso de intoxicação (improvável, devido a serem muito irritantes e praticamente não se poderem comer), é necessário provocar o vómito, administrar carvão vegetal e transportar o doente com urgência para um hospital.
490
j
J
Preparação e emprego USO INTERNO O Raiz: Tradicionalmente vinha sendo usada como purgante drástico, mas actualmente caiu em desuso por ter uma acção demasiado enérgica.
Outros nomes: briònia-dióica. norça•branca, erva-cobra, nabo-do-diabo. Esp.: briónia, briónia dioica. nabo dei díablo, nuez negra, nueza [blanca}, parra zarzalera. uva de lagarto, vid blanca, vina blanca. Fr.: bryone [dioiquej, vigne du diable. Ing.: (red) bryony. Habitat: Comum em sebes e bosques do Centro e do Sul da Europa, em especial perto das margens dos rios. Também se encontra no continente americano. Descrição: Planta trepadeira, da família das Cucurbitáceas, que chega a atingir 3 m de altura. As folhas têm 5 lóbulos, e junto a elas nascem umas gavinhas com que se agarra a outras plantas e árvores. As flores são brancas ou azuladas, e os frutos são umas bagas vermelhas. Partes utilizadas: a raiz.
Briónia-branca
A briónia-branca (Bryonia alba L)" ê outra espécie da mesma famíia, com propriedades idênticas às da briónia-dióica. Curiosamente, é conhecida em Espanha como 'briónia blanca' e também 'vina negra', por ter flores brancas e frutos pretos. ' Esp.: briónia blanca.
Calystegia sepium (L) R. Br.
K lf
Bons-dias Purgante enérgico, mas bem t o l e r a d o
J
OI-IAN KUNZLE escreveu, falando da abundância desta planta: «Devemos d a r graças a
Deus por ter posto literalmente
aos nossos pés um r e m é d i o tão valioso com esle.» P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : Em to-
das as p a n e s da planta, e especialm e n t e na raiz, existe tanino e um glicósido resinoso (a eonvolvulina), sem e l h a n t e na sua composição química e nas suas p r o p r i e d a d e s ao q u e se obtém da raiz d a j a l a p a (pág. 499). Tem
propriedades purgativas, colagogas e t a m b é m coleréticas. • C o m o p u r g a n t e , actua energicamente, mas sem produzir irritação nem vómitos. I n d i c a d a na p r i s ã o de v e n t r e a g u d a !©.€>!.Pode administrar-se às crianças. • C o m o colagoga, facilita a evacuação da bílis, e é indicada nos casos de inflamação ou c o n g e s t ã o h e p á t i c a , e
Sinonímia científica: Convoivulus sepium L. Outros nomes: trepadeira, trepadeira-das-balsas, trepadeira-das-sebes, trepadeirados-tapumes. Esp.: correhuela mayor, carricillo, suspiro de monte, campanilla blanca, yedra campanilla. Fr.: [grandj liseron, liseron des haies. Ing.: [hedgej bindweed. Habitat: Muito frequente nos taludes e sebes de toda a Europa e América. Descrição: Planta vivaz trepadora, da família das Convoívulaceas, cujos caules chegam a ter 2,5 m de comprimento. As folhas são cordiformes, e as flores são grandes e de um tom branco puro. Partes utilizadas: a raiz e as folhas.
nos transtornos do esvaziamento da vesícula biliar IO.©l.
Q
"Al.
£%
Preparação e emprego
yr Pau-rosa-das-canárias
Corriola USO INTERNO
A corriola (Convoivulus arvensis L)* é um pouco mais pequena do que os bons-dias, mas possui praticamente as mesmas propriedades desta planta e é bastante frequente em Portugal. Tem flores brancas ou rosadas, com cinco faixas longitudinais de cor mais intensa.
O Infusão com uma colherada de raiz ou de folhas trituradas por cada chávena de água. Podem-se tomar até três chávenas por dia, adoçadas com mel. © Pó: a dose normal é de 1 a 3 g diários, repartidos em três tomas.
Nas ilhas Canárias existem duas espécies do género Convoivulus, que ali têm o nome vulgar de 'paio de rosa' (Convoivulus floridus L)* e de 'guaidil' (Convoivulus scoparius L). Obtém-se das suas raízes uma essência, e possuem propriedades medicinais semelhantes às da bons-dias e da corriola.
' Esp.: correhuela menor.
491
Cássia angusíffoíía Vahl.
3
K
Seneda-índia
.
Preparação e emprego
USO INTERNO
O laxante por excelência
P
ARECE-ME que Vossa Mercê
anela muilo melancólico e angustiado. Faria bem em purgar-se com nina onça de sene. -Purgar-me, eu? Saiba o senhor doutor que vou à casinha todos os dias, onde laço as minhas necessidades sólidas e também liquidas com ioda a normalidade. •«•Entenda liem a ciência que nos deixou Galeno: A purga livra-nos dos humores inconvenientes, sobretudo daquele humor negro e tenebroso, a alrabílis. que é a causa de toda a angústia e tristeza. - K ficarei livre desta tristeza que tanto me abate? - Pode ter a certeza disso, pois quando se purgar com o sene, despe i tar-se-vos-á o espírito e recuperareis o regozijo e a alegria. Com lermos semelhantes a estes se expressavam um médico e o seu doente, lá pelo século XVI. Naquela época, quando ainda prevaleciam as teorias de Galeno, médico grego do século II, os purgantes eram amplamente utilizados para eliminar o "excesso de humores". Com eles se pretendia curar muitas doenças. O sene, introduzido na Europa no século XI pelos Árabes, era um dos purgantes mais apreciados. Com ele se purgavam drasticamente os loucos, com o pouco êxito que seria de esperar. E assim, à força de copiosas diarreias e de sangrias, exerciam os médicos de antanho a sua arte. Actualmente o sene é uma das plantas medicinais mais usadas, não para "purgar os maus humores", mas como laxante eficaz e seguro. 492
O Infusão: O pó dos foliolos de sene triturados utiliza-se em doses de 1 a 8 g, tomados em iniusão à norte. Normalmente bastam 2 ou 3 g para se obter um efeito laxante. Para as crianças pode ser suficiente metade desta dose. Não se recomenda tomá-lo durante mais de 7 dias seguidos. Para evitar o efeito irritante da resina, que em doses elevadas pode provocar náuseas e vómitos, recomenda-se pôr as folhas durante um ou dois dias em mace* ração alcoólica. Passado este tempo, seca-se o álcool e prepara-se a infusão com as folhas. © Extracto de sene: Recentemente, a indústria farmacêutica pôs à disposição os senósidos purificados, que se apresentam em diferentes preparações farmacêuticas. Acham-se completamente isentos dos efeitos irritantes da resina, pelo que se tornam especialmente indicados para crianças e idosos. USO EXTERNO €) Enema: Com 20-30 g de sene num litro de água, prepara-se uma infusão que se administra em forma de enema (clister). O efeito é imediato.
Outros nomes: sene, sene-de-meca. Esp.: sen, sen de ia índia, casia, sena. Fr.: sénè. Ing.: [Indian] senna, Tinnevelly senna. Habitat: Originário da Arábia. Somália e outros países do mar Vermelho. Muito cultivado no Sul da índia. Descrição: Arbusto ou subarbusto da família das Leguminosas, de 0,5-1 m de altura. As suas folhas são compostas, formadas por 5 a 8 pares de foliolos ovais. As flores são amarelas, e o fruto é uma vagem achatada que contém de 6 a 8 sementes. Partes utilizadas: os foliolos (tolhas) e as sementes.
*
Outras espécies de sene
Precauções
Além do sene-da-índia (Cássia angustifolia Vahl.),* que é o mais usado, existem outras espécies de propriedades semelhantes: o chamado sene-de-alexandria (Cássia senna L. = Cássia acutifolia Del.),** o sene-de-espanha (Cássia obovata Colladon)"* e o sene-americano (Cássia marylandica L)****. As propriedades e aplicações de todos eles são as mesmas, se bem que apresentem, em relação ao sene-da-índia, uma menor concentração de princípios activos. ' Esp.: sen de la índia. " Esp.: sen de Alejandría. '" Esp.: sen de Espana. "" Esp.: sen americano.
Pela sua acção estimulante sobre os órgãos ocos abdominais cobertos de fibras musculares lisas (especialmente a bexiga e o útero), não se deve usar durante a gravidez, nem durante a menstruação, nem em caso de cistite ou de colite. Nas afecções do ânus e do recto (fissuras, hemorróidas, etc.) deve-se usar com prudência e em doses reduzidas.
As plantas medicinais, como todo o produto capaz de Influir sobre as funções orgânicas, devem ser usadas com prudência, de acordo com as suas especificações e dosagem. Isto é particularmente importante no caso das grávidas, tal como se indica no quadro de Precauções" que figura por cima desta legenda.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS fo-
lhas e as sementes do sene contêm 2%-3% de glicósiclos antraquinónicos, conhecidos como senósidos A e B; também possuem mucilagens e llavonóides, que colaboram na sua acção laxante, e uma resina de acção irritante que pode provocar náuseas e vómitos em doses elevadas. Os senósidos sào inactivos no seu estado natural. Passam sem se alterar pelo estômago e são parcialmente absorvidos no intestino delgado, para depois serem eliminados com a bílis. Quando chegam ao cólon são transformados quimicamente pela acção de umas enzimas produzidas pelas bactérias intestinais (glicosidases), que libertam a genina (aglicona), princípio activo da molécula do senó-
sklo. A reacção química que se produz é a seguinte: senósido (glicósido) + enzima = genina (princípio activo) + açúcar. Os derivados activos dos senósidos exercem a sua acção laxante por dois mecanismos: 1° Estimulam a motilidade do intestino grosso, aumentando os movimentos pcristál ticos. Aumentam ainda, embora com menos intensidade, o tono muscular do aparelho urinário e do útero. 2" Diminuem a permeabilidade da mucosa intestinal, pelo que dificultam a normal absorção de água que tem lugar no intestino grosso. Segundo a dose, o sene tem dois eleitos:
• Laxante: Facilita a emissão de fezes moles, sem cólicas. • Purgante: Provoca a evacuação de fezes líquidas diarreic as, acompanhadas de contracções (cólicas). O efeito laxante ou purgante manifesta-se a partir de (i ou 7 horas depois de ter sido tomado; pode prolongar-se durante um ou dois dias, e não é seguido de prisão de ventre reactiva. Recomenda-se o seu uso em casos de prisão de ventre produzida por viagens, mudanças de alimentação, postp&rtume intervenções cirúrgicas IO.0.61. Torna se úiil para evitar esforços durante a defecação em doentes hipertensos ou com angina de peito. 493
Cássia fístula L
O
• Preparação e emprego
Canafístula USO INTERNO
Um suave e apreciado laxante
O Polpa diluída: à razão de 30 a 60 g por litro de água a ferver. Coar e tomar uma ou duas chávenas pela manhã. €) Polpa ingerida directamente: Bastam 5 g para que se produza um efeito laxante.
E
STA ARVORE e m b e l e z a as regiões tropicais da América. No México a b u n d a na região cie Tierra Caliente, desde Morelos e d e r r e i o aié Tabasco e C h i a p a s . As suas propriedades medicinais c o m o laxante são muito a p r e c i a d a s , e quase insubstituíveis, pelo q u e íaz parte de diversos preparados laxantes utilizados em todo o mundo. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : A pol-
pa negra, espessa e d o c e dos frutos da canafístula contém, além de diversos açúcares e mucilãgens, nina p e q u e n a q u a n t i d a d e d e derivados a n t r a q u i nónicos, entre os quais p r e d o m i n a a reina. Esta mistura de princípios activos confere-lhe uma acção laxante suave, isenta do efeito purgante ou irritante sobre <> intestino. V, p o r t a n t o muito útil em todo o tipo de prisão de ventre e, especialmente, pela b e n i g n i d a d e da sua acção, no caso de crianças on de pessoas idosas IO.0I. 494
Outros
nomes:
Esp.: canafístula, casia purgante, chácara, guayaba cimarrona. Fr.: casse, cassier. Ing.: purging cássia, cannatistula tree. Habitat: Própria das regiões tropicais: índia, Sudeste Asiático, Antilhas, América Central. Não se dá na Europa. Descrição: Árvore da família das Leguminosas, de 12 a 15 m de altura. Tem flores amarelas, em cachos. 0 fruto é uma vagem comprida, cilíndrica, de cor parda ou negra, cujo interior é compartimentado e contém, além das sementes, uma polpa negra de sabor doce. Partes utilizadas: a polpa dos Irulos.
Castanea saí/va Millor
Ol *
Castanheiro Corta a diarreia e acalma a tosse
O
CASTANHEIRO é u m a árvore o r i u n d a cia Ásia Menor, que tem sido cultivada desde tempos imemoriais. Foi trazida para a Europa pelos Gregos e pelos Romanos, c posteriormente foi levada para o Novo Mundo.
O castanheiro n ã o t e m pressa de crescei". Aos 25 ou 30 anos c o m e ç a a dar fruto, e atinge a maturidade a partir dos 100 ou 150 anos. Contam-se casos de castanheiros q u e viveram mais de mil anos. Os seres h u m a n o s passam rapidamente por esta vida... As árvores vivem muito mais do q u e nós! Quando m e e n c o n t r o d i a n t e d e u m castanheiro, além de desfrutar da sua agradável presença c da sua generosa sombra, n ã o posso evitar u m a forte sensação de p e q u e n e z p e r a n t e o seu aspecto vetusto e majestoso. Quem n ã o se s e n t e a t r a í d o p e l o aroma de umas c a s t a n h a s assadas? Também nisto nos dá o c a s t a n h e i r o uma lição de paciência: Os frutos verdes acham-se p r o t e g i d o s p o r u m a couraça rodeada de espinhos, q u e parecem avisar as pessoas e os animais de que ainda não chegou o m o m e n t o de abri-los. Só q u a n d o a castanha tiver a m a d u r e c i d o e estiver a p t a para ser comida, se abre por si mesma a sua carapaça de aguilhões. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : A CAS-
Sinonímia científica: Fagus castanea L, Castanea vulgaris Lam., Castanea vesca Gaertner Outros nomes: castanheiro-comum. Esp.: castano [comúnj, castanero, regoldo. Fr.: chataignier [commun]. Ing.: sweei chestnut, [SpanishJ chestnut. Habitat: Cria-se em terrenos graníticos ou xistosos de regiões montanhosas, mas não nos calcários. Encontra-se vulgarmente, tanto no Centro e no Sul da Europa como na América. Descrição: Árvore robusta e de tronco grosso, da família das Fagáceas, que atinge até 20 m de altura. As folhas, caducas, são lanceoladas e dentadas em serra; nascem uma a uma, e não em grupos de 5 como no castanheiro-da-índia. Os frutos, as castanhas, alojam-se em grupos de 2 ou 3, dentro de uma carapaça espinhosa (o ouriço). Partes utilizadas: a casca, as folhas e as sementes (castanhas).
O
Preparação e emprego
USO INTERNO
O Decocção com 50 g de casca triturada e outros 50 g de folhas, por cada litro de água. Também se pode fazer só com folhas, caso em que se põem 100 g por litro de água. Ferver durante 15 minutos. Filtrar e adoçar, de preferência com mel. Tomar três ou quatro chávenas por dia, até que desapareça a diarreia ou a tosse.
© A s castanhas podem-se comer cruas, assadas ou cozidas. Para as crianças pequenas prepara-se uma papa muito nutritiva com castanhas bem cozidas e esmagadas. USO EXTERNO
© Bochechos e gargarejos: Fazem-se com a mesma decocção descrita para o uso interno. No caso de se querer adoçar, recomenda-se a utilização de mel.
CA da árvore e, em m e n o r p r o p o r ç ã o , as FOLHAS, são muito ricas em tanino, 495
*
A farinha de castanha torna-se muito apropriada para a preparação de papinhas para bebés, especialmente em caso de diarreia. No entanto, as castanhas são também um excelente alimento para todos os adultos, e particularmente para aqueles que sofram do coração ou de tensão alta.
além de conterem açúcares, pectina, óleo essencial e outros princípios activos. As suas duas propriedades mais importantes são: • Adstringente, isto é, secam e desinflamam as mucosas. Por isso são muito úteis para cortar as diarreias agudas (Ol e para bochechar e fazer gargarejos nos casos de inflamação da boca e da garganta l€)l. • Antitússica: Tanto aplicadas localmente em gargarejos l€)l como em forma de tisana 101, acalmam a tosse 496
rebelde devida a irritação das vias respiratórias (acção béquica). A casca e as folhas do castanheiro também se usam com êxito no caso da tosse convulsa. As CASTANHAS são ricas em glícidos (mais de 40%), e contêm pequenas quantidades, mas muito aproveitáveis, de gordura e proteínas, assim como vitaminas A, li e C, e sais minerais. As suas propriedades mais interessantes são 161: • Fornecem substâncias alcalinizan-
tes, que neutralizam o excesso de ácidos no sangue e facilitam a sua eliminação pela urina, o que se torna especialmente útil a quem sofra de reumatismo por excesso de ácido úrico (artritismo) e aos que consomem carne em abundância. • Muito baixo conteúdo de sódio (1 mg por 100 g de parte comestível), e elevada proporção de potássio (710 mg por 100 g). Por isso são muito úteis na dieta rios hipertensos c dos cardíacos.
Ceratonia slllqua L
Q|
>
• u a Preparação e emprego
Alfarrobeira Excelente antidiarreico infantil
O
FILHO p r ó d i g o , da parábola do Evangelho, desejava e n e h e r o estômago com as alfarrobas que se davam aos porcos q u e ele apascentava. Embora esta á r v o r e se cultive há milénios em toda a bacia mediterrânica como a l i m e n t o para o g a d o , as suas notáveis propriedades medicinais só há algumas d é c a d a s foram descobertas. PROPRIEDADES E I N D I C A Ç Õ E S : A pol-
pa dos frutos, as ALFARROBAS, contém abundantes açúcares ( s o b r e t u d o sacarose) e pectina, assim c o m o a m i d o (3,8%), proteínas ( 4 % ) . g o r d u r a s (0,5%), celulose e sais minerais. As alfarrobas frescas sâo laxantes. Em contrapartida, a sua FARINHA seca c antidiarreica, e além disso possui a p r o priedade especial de absorver as toxinas do tubo digestivo. Dá excelentes resultados nas diarreias infantis, ao ponto de ser um dos tratamentos mais utilizados nas gastrenterites dos lactentes 101. As .sementes são ricas em mucilagcm. A partir delas se p o d e o b t e r a GOMA DE ALFARROBA, a qual forma no estômago um gel viscoso que, devido ao seu grande a u m e n t o de volume por absorção de líquidos no estômago, proporciona u m a sensação de saciedade e tira o a p e t i t e , pelo q u e costuma ser usada nas cuias de emagrecimento 101. No intestino, a goma de alfarroba tem um eleito emoliente (suavizante) e laxante.
USO INTERNO O Farinha: Vende-se nas farmácias, e com ela se prepara uma papa de sabor agradável que, ao mesmo tempo que corta a diarreia, alimenta. © Goma: Também se vende nas farmácias em cápsulas ou envelopes. A dose normal (salvo indicação em contrário no preparado farmacêutico) para tirar o apetite é de 0,5 a 1,5 g de goma de alfarroba, meia hora antes de cada refeição, tomada juntamento com um copo de água.
Alfarrobeiras americanas Na Argentina cria-se a alfarrobeira-negra (Prosopis nigra L.),* e na América Central e do Sul a chamada alfarrobeira-das-antiIhas (Hymenaea courbaril L.),** conhecida nalgums países latino-americanos como 'algarrobo dei Orinoco', 'avaté', 'caguairán', 'guapinole' ou 'nazareno'. No Brasil: jacobã, jataí. A casca destas árvores segrega o copal, substância resinosa semelhante ao incenso, que se utiliza como peitoral e antiasmática. Dos frutos da alfarrobeira-das-antilhas obtèm-se deliciosas bebidas refrescantes. " Esp.: algarrobo negro. " Esp.: algarrobo de las Antillas.
Outros nomes: alfarrobeira-de-burro, alfarrobeira-canela, alfarrobeira-galhosa, alfarrobeira-mulata, lava-rica. Brasil: figueira-do-egipto, fruto-de-pitágoras. Esp.: algarrobo [europeo] [dei Libano], garroto, pan de San Juan Bautista. Fr.: caroubier. Ing.: carob tree. Habitat: Próprio dos países mediterrâneos. Conhecem-se algumas variedades na América. Descrição: Árvore de folha perene, de até 10 m de altura, da família das Leguminosas. Dá frutos em forma de vagem de cor castanha-escura, que contêm de 12 a 16 sementes duras incrustadas numa polpa também castanha e de sabor doce. Partes utilizadas: os frutos (alfarrobas) e as sementes.
497
Colutea arborescens L
li J i J Preparação e emprego
Colútea Laxante e diurético suave
USO INTERNO
O Infusão com 100 g de colútea por litro de água. Adoça-se com mel e tomam-se 3 ou 4 chávenas por dia, de preferência antes das refeições.
Q
UANDO o vento sopra, as vagens da colútea agitam-se unias comia as outras produzindo um ruído típico, que se acredita ser capaz de afugentar os lobos (daí o nome popular de espanta-lobos). Os grandes botânicos da antiguidade ignoraram esta planta, que não convida a ser utilizada devido ao seu cheiro nauseabundo e ao seu sabor amargo. Actualmente emprega-se pouco, ainda que continue a ter as suas indicações como laxante suave. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS fo-
lhas contêm um óleo essencial, ácido coluteico, sais minerais e vitamina C. Possuem propriedades laxantes e algo diuréticas. Enipregam-sc nalgumas ocasiões como substituto do sene. O seu efeito laxante é suave, menos intenso que o de outras plantas laxantes; em troca, tem ainda um efeito diurético e depurativo, o qual a torna recomendável para quem sofra de prisão de ventre e ao mesmo tempo de obesidade ou excesso de ácido úrico IOI.
Precauções
&
As sementes desta planta, que se en contram dentro de vagens, de aspec to semelhante às lentilhas, são ligei ramente tóxicas, e a sua ingestão po de provocar vómitos.
498
Outros nomes: espanta-lobos, sene-bastardo, falso-sene. Brasil: citamos. Esp.: espantalobos, sonajas, garbancillos. Fr.: baguenaudier[commun}, baguenaudier arborescent. Ing.: bladder senna. Habitat: Cresce nos terrenos calcários e montanhosos da Europa e da Ásia Ocidental. Acha-se naturalizado no continente americano. Descrição: Arbusto da família das Leguminosas, que atinge de 1 a 3 m de altura. As suas flores são amarelas e com manchas vermelhas. As vagens ocas (cheias de ar), que encerram as sementes, medem de 6 a 8 cm de comprimento. Partes utilizadas: as folhas.
Convolvulus jalapaL
91 D J J
!\
Jalapa Purgante drástico mas bem t o l e r a d o
O
S NATIVOS mexicanos utilizavam esta planta como purgante, e os conquistadores espanhóis levaram-na para a sua pátria, a partir de onde se difundiu o seu uso por ioda a Europa.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A raiz
da jalapa contém diversos hidratos de carbono, e os glicósidos convoivulina ejalapina, que são os seus princípios activos. Possui uma forte acção purgativa, que em pequenas doses é bem tolerada, e não provoca cólicas. Rccomenda-se quando se queira exercer uma acção drástica sobre o intestino. For não ter mau sabor, é ú(if para purgar as crianças 10). Tem também eleito vermífugo c emenagogo (estimula a menstruação).
: rv Sinonímia científica: Exogonium purga (Wender) Benth., Convolvulus purga Wender., Ipomoea purga Hyane Outros nomes: Esp.: jalapa, mechoacán negro, purga. Fr.: jalape. Ing.: jalap. Habitat: Oriunda do México, concretamente do estado de Veracruz, de cuja capital, Jalapa Enriquez, tem o nome. Não se cria na Europa. Descrição: Planta trepadeira da família das Convolvuláceas, cujo caule cresce enroscado em volta de outras plantas. As flores são grandes, nascem das axilas das folhas e têm cor rósea ou vermelha. As raízes são tuberosas e redondas, e estão cheias de um suco leitoso e resinoso. Partes utilizadas: a raiz.
Jalapa-falsa
O
Preparação e emprego
USO INTERNO
Precauções
Não se deve administrar no caso de colite (inflamação do intestino) nem durante a gravidez.
O Pó de raiz: 1-3 g dissolvidos em meio copo de água quente adoçada com uma ou duas colheres de mel ou açúcar escuro. A dose infantil é de 50 mg (0,05 g) por quilo de peso corporal.
Na América Central existe outra espécie similar, a jalapa-falsa (Mlrabilis jalapa L ) \ Esta planta encontra-se aclimatada na Europa. É conhecida nos Açores como boas-noites. A sua raiz é igualmente purgativa, como a da jalapa, e a dose habitual é de 24 g de pó. * Esp.: Dondiego de noclie, jalapa falsa, trompetilla, jazmin de México.
499
. J
Diyopterís fíllx-mas Schott
Preparação e emprego
Feto-macho
USO INTERNO O Pó de rizoma e raiz: Tomamse 5 g de manhã e outros 5 g à noite (para crianças pequenas, metade da dose). Uns 15 minutos depois, é necessário tomar 2 colheradas de um purgante salino (sulfato de sódio ou de magnésio). Não se recomenda o uso do óleo de rícino neste caso.
Elimina os parasitas intestinais
© Extracto etéreo (obtido por meio do éter): Tomar em jejum 3 5 gotas deste extracto de raiz de feto-macho, preparado farmacêutico que geralmente se apresenta em cápsulas de 0,5 g (de 6 a 10 cápsulas). Habitualmente, estas cápsulas já têm incluída uma pequena dose de purgante, pelo que não é necessário tomálo seguidamente.
O
S PETOS são plantas criptogâmicas, isto é, sem flores. Têm raízes, caules e folhas sulcados por vasos condutores. Como já notou Dioscórides no século I d.G, «a sábia Natureza deu-lhes a semente [os esporos] nas (olhas».
Precauções
Este feto chama-se macho pelo aspecto robusto das suas frondes, que o distinguem do feto-iêmea (Athyrium jiUx-femina (I,.) Roth), mais fino e delicado; mas não pelo seu sistema de reprodução, que é idêntico no macho e na fêmea. O leio comum (Pteris aquilina I..) v tóxico.
Quando se usa o feto-macho como purgante, não se deve esquecer de administrar o purgante, tal como se indica em "Preparação e emprego".
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O ri-
zoma do feto-macho contém, entre outras substâncias, lilicina, que é capaz de paralisar os músculos das lenias e de outros parasitas intestinais. Desta forma o verme desprende-sc das paredes do intestino e liça paralisado. E preciso então um purgante para completar a acção, expulsando o parasita, Comprovou-se a acção vermífuga do feto-macho sobre os seguintes tipos de pai asilas intestinais IO.0J: • iodas as espécies de lenias, • botriocéfàlo. • ancilostoma duodenal. 500
Sinonímia científica: Polystichum filix Mas. Outros nomes: dentebrura, samambaia. Esp.: helecho macho, dentabrón. Fr: fougère màle. Ing.: [male] tem. Habitat: Cria-se nos bosques sombrios e húmidos de toda a Europa e América. Descrição: Feto vivaz que atinge 1-1,5 m de altura, da família das Polipodiáceas. As suas longas frondes (as folhas dos fetos) lanceoladas nascem directamente do rizoma (caule subterrâneo). Partes utilizadas: o rizoma e a raiz.
Durante todo o dia, quando se toma o extracto de feto-macho, não se podem consumir bebidas alcoólicas nem azeite ou outro óleo. Não ultrapassar a dose de 10 g de extracto. Em doses mais elevadas, produz náuseas, vómitos e diarreia. Na intoxicação por doses muito altas, aparece além disso icterícia, albuminúria, debilidade muscular e convulsões. O uso desta planta exige a vigilância de um médico. Quem sofrer de anemia, gastrite, úlcera gastroduodenal ou cardiopatias deverá abster-se de usar o feto-macho.
Epilobium angustífoilum L
ITS1 t_F|
8au Preparação e emprego
Epilóbio Antidiarreico e anti-inflamatório
USO INTERNO
O Infusão com 50 g de flores e raiz secas num litro de água, de que se tomam 4 ou 5 chávenas por dia. Devem evitar-se as flores frescas. USO EXTERNO
€) Bochechos e gargarejos: Fazem-se com a mesma infusão que se utiliza internamente.
Outros epilóbios
E
STA BELA planta das montanhas europeias, além de alegrar a vista com o sen colorido, comunica um agradável sabor doce às tisanas que com ela se fazem. No Norte da Europa é muito apreciada, comcndo-se os seus brotos tenros em salada. Toda a planta contém tanino, pectina e mucilagem. Tem propriedades adstringentes, devido ao seu conteúdo em tanino; e emolientes (desinflama a pele e as mucosas), graças à sua riqueza em mucilagens e pectina. As suas aplicações mais comuns são as seguintes: • Diarreias, gastrenterites e, em geral, todas as inflamações da mucosa digestiva. Além de adstringente, o epilóbio é também anti-inflamatório. Corta a diarreia e faz desaparecer o mal-estar abdominal IOI. • Estomatite (inflamação da mucosa bucal), gengivite e faringite: Aplicada cm bochechos e gargarejos, tem efeito anti-inflamatório c deixa uma agradável sensação de frescura na boca 101. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Dentro do género Epilobium existem outras espécies de propriedades semelhantes, e cujos nomes vulgares por vezes se confundem. É o caso do epilóbio-peludo (Epilobium hirsutum L), conhecido em Espanha como 'hierba de San António', ou do Epilobium alsinifolium L, a que no país vizinho é costume chamar-se 'alcinifolio'. Existem cerca de 20 espécies de epilóbio, todas elas com propriedades muito semelhantes.
Outros nomes: Esp.: epilóbio, laurel de San António. Fr.: épilobe. Ing.: willowherb, rose bay. Habitat: Difundido por toda a Europa e Ásia Setentrional. Encontra-se nas serras do norte e do centro da Península Ibérica e na Sierra Nevada. Cria-se nos bosques frios de montanha. Descrição: Planta vivaz da família das Enoteráceas, cujo caule rígido atinge 70-100 cm de altura. As flores têm 4 pétalas e 4 sépalas de um cor-de-rosa vivo ou púrpura. Partes utilizadas: As flores, as folhas e a raiz secas.
501
Fagus s//vaflca L. V
1
Faia O carvão da sua madeira é m u i t o medicinal
O
S FRUTOS da faia n ã o se devem c o m e r em g r a n d e s quantidades, pois q u e p a r e c e existir na sua casca q u a l q u e r substância lig e i r a m e n t e tóxica n ã o identificada, que pode causar d o r de cabeça.
PROPRIEDADES
E
INDICAÇÕES:
O
CARVÃO vegetal obtido da madeira de faia é excelente para combatei" as fermentações e gases intestinais, as colites c as diarreias, pelo seu p o d e r o s o eleito a b s o r v e n t e e d e s i n f e c t a n t e IOI.Também se torna útil c o m o dentifrico e c o m o aniidoío universal contra ioda a espécie de intoxicações (pág. 305). Da sua MADEIRA t a m b é m se extrai o creosote, um expectorante e anti-séplico das vias respiratórias rico em gaiacol, q u e e n t r a na composição de numerosos xaropes. A CASCA c o n t é m a b u n d a n t e s taninos. V. a d s t r i n g e n t e ( r e c o m e n d a d a em diarreias e disenterias), vermífuga (faz expulsar os parasitas intestinais)
e tonificante i€)i. 502
Preparação e emprego USO INTERNO O Carvão: Tomam-se 10-20 g do carvão, até 5 vezes ao dia, dissolvido em água ou mastigado tal como se encontra. Em casos graves, podem tomar-se até 100 g de uma só vez. © Decocção da casca: 60 g de casca dos ramos por litro de água. É preciso deixá-la ferver até que o líquido fique reduzido a metade, e tomam-se 2 ou 3 chávenas por dia. Como vermífugo, tomam-se, durante 5 dias, 2 chávenas por dia, em jejum.
Outros nomes: faia-europeia. Esp.: haya, coscojo, faya, fue. Fr.: hêtre [commun], fayard. Ing.: [commonj beech, European beech. Habitat: Forma extensos bosques em toda a Europa, excepto no litoral mediterrânico. Naturalizada no continente americano. Descrição: Árvore de grande porte, que chega a atingir 40 m de altura, da família das Fagáceas. Os bordos das suas folhas acham-se cobertos de pequenos e suaves pêlos. Os seus frutos têm alguma semelhança com as castanhas. Partes utilizadas: A madeira e a casca dos ramos.
*
Globularia vulgarísL.
JJ Preparação e emprego
Globularia Purgativa e colagoga
USO INTERNO O Decocção de 40-50 g de folhas por lifro de água, que se põe a ferver durante 15 minutos. Toma-se uma chávena à noite, antes de deitar, e outra de manhã, em jejum.
A ANTIGUIDADE clássica, esta planta era conhecida como "erva terrível", porque se confundia com o sene (pág. 492),
Coronilha-de-frade
de poderoso efeito laxativo. Sabemos hoje que 0 sen eleito n ã o é ião imenso como o do sene, e m b o r a se continue a usar a globularia c o m o laxante.
Dentro do género botânico Globularia existe uma outra espécie muito semelhante à globulária-vulgar, ou seja a Globularia alypum, a que também se chama globularia, mas que é igualmente conhecida como coronilha-de-frade." Esta outra planta, à semelhança da Globularia vulgaris, também tem as flores azuis, embora as folhas sejam mais pequenas e cresçam ao longo do caule. As propriedades medicinais de ambas as espécies são praticamente as mesas.
N
PROPRIEDADES E I N D I C A Ç Õ E S : T o d a a
planta contém um glicósido, a globulinarina, a q u e se deve a sua a c ç ã o purgativa, assim c o m o heterósidos, tanino, resina e vitamina C. Além do seu efeito purgante, bastante enérgico, é colagoga (facilita o esvaziamento da vesícula biliar), sudorífica e ligeiramente estimulante. Emprcga-se em casos de prisão de ventre crónica tOl.cjuando d e i x a m de fazer efeito outros laxantes mais suaves.
Precauções
Não ultrapassaras doses indicadas, pois pode produzir vómitos e fortes diarreias.
* Esp.: coronilla de fraile.
Outros nomes: globulária-vulgar. Esp.: globularia [mayor], escorciana, (falso) sen. Fr.: globulaire. Ing.: globularia, globe flower. Habitat: Europa Centrai e Meridional, distribuída por terrenos calcários, secos e soalheiros. Descrição: Planta vivaz de 15-20 cm de altura, da família das Globulariáceas. As suas folhas são ovais e formam uma roseta basal. As flores são de uma cor azul forte. Partes utilizadas: as folhas.
503
Hieradum iL
Pilosela Adstringente, diurética e antibiótica
O
USO da pilosela, apesar de rem o n t a r à Idade Média, n ã o se e n c o n t r a m u i t o divulgado, talvez devido a q u e , u m a vez seca, a planta p e r d e as suas virtudes medicinais. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : Con-
tém uma g i a n d e q u a n t i d a d e de tanino, q u e a torna fortemente adstringente; flavonóides; um óleo essencial, de propriedades diuréticas e depurativas; mucilagens, de a c ç ã o anti-inflamatória; e uma substância cumarínica derivada d a u m b e l i i é r o n a ; d e acção antibiótica- Tem as s e g u i n t e s indicações: • Diarreias e disenterias: Detém as defecações sanguinolentas IOI. • Edemas, nefrose ( a l b u m i n ú r i a ) , insuficiência renal: Além de a u m e n t a r o volume de urina, favorece a eliminação da ureia e d e s i n í l a m a os rins IOI. • Hemorragias: A sua forte acção adstringente faz que, aplicada localmente, d e t e n h a as hemorragias nasais IOI. Tom a d o internamente, em infusão, também se usa contra as menstruações excessivas 101. • Brucclosc: Os seus princípios antibióticos actuam selectivamente contra a BnurUn mrllitrnsis, bactéria causadora da brucclosc ou febre de Malta IOI. Comprovou-se q u e o g a d o q u e pasta nos p r a d o s o n d e a b u n d a a pilosela não sofre de brucelose. Reduz a febre e faz cessar a s u d a ç ã o característica desta d o e n ç a . Deve ser t o m a d a d u rante vários meses. 504
Outros nomes: Piloseia-das-farmácias, pilosela-das-boticas, orelha-de-lebre. Brasil: orelha-de-rato, morugem. Esp.: vellosilla, pelosilla, pilosela, hierba de la salud. cerrillejo, oreja de ratón. Fr.: piloselle. épervière, oreille de souris. Ing.: mouse ear [hawkweed], pilosella. Habitat: Prados e clareiras de bosques de toda a Europa, excepto da costa mediterrânica. Difundida pela costa atlântica da América do Norte. Descrição: Planta vivaz da família das Compostas, com uma roseta de folhas pubescentes na sua base, de cujo centro sai um caule desprovido de folhas, de 10 a 20 cm de altura, terminando num capítulo floral amarelo. Partes utilizadas: a planta inteira, fresca.
O
Preparação e emprego USO INTERNO
O Infusão com 50-60 g de planta fresca por litro de água, de que se tomam de 3 a 5 chávenas diárias adoçadas com mel. USO EXTERNO © T a m p õ e s nasais: Fazem-se com uma gaze ou algodão embebido na infusão descrita para uso interno, mas mais concentrada (100-150 g por litro).
Nogueira Desinflama a pele e as mucosas
N
OGUEIRA é unia árvore regia, como indica o sen nome científico. O seu belo porte chamou a atenção dos módicos e íitoterapeutas da antiguidade clássica, embora não tenham sabido avaliar suficientemente as suas virtudes nutritivas e medicinais. Dioscórides pensava que as nozes «aumentam a cólera» e que podiam prejudicar o estômago. Andrés de Laguna, o médico espanhol do século XVI que traduziu as obras de Dioscórides, chega mesmo a dizer que «a sombra da nogueira é para todo o animal muito pesada e perniciosa, principalmente quando a ela adormece...» Desde o século XVIII, as investigações no âmbito da química e da nutrição mostraram as notáveis propriedades curativas das folhas e dos frutos da nogueira. Hoje sabemos que as nozes apresentam um elevado valor nutritivo, com um conteúdo proteico semelhante ao da carne, a qual suplantam quanto à qualidade da sua gordura e quanto à sua riqueza mineral e vitamínica.
Sinonímia científica: Juglans duclouxiana Dode Outros nomes: Esp.: nogal [común], nogal europeo, nuez europea, nuez común, nuez de Castilla, nocedo, noguera, noguero. Fr.: noyer. Ing.: [English] walnut, European walnut. Habitat: Originária da Ásia Central, encontra-se difundida por toda a Europa Central e Meridional, assim como por todo o Norte do continente americano. Prefere os vales abrigados e os terrenos arenosos. Descrição: Árvore de até 30 m de altura, da família das Jugtandáceas. A sua casca é de cor acinzentada, e as folhas têm um longo pecíolo. Apresenta dois tipos de flores, as masculinas e as femininas. 0 fruto é uma drupa. Partes utilizadas: As folhas e os frutos.
-GP
Preparação e emprego
USO INTERNO O Infusão com 10-20 g de folhas e/ou nogalina (cascas verdes) por litro de água. Tomar 3-4 chávenas por dia. Esta infusão não se deve ingerir juntamente com outras plantas ou preparados farmacêuticos que contenham sais de ierro, gelatina, mucilagens ou alcalóides, que podem neutralizar as suas propriedades. O ideal é tomá-la sozinha, ou adoçá-la com mel se necessário. © Decocção com 20 g de nogalina (cascas verdes) por litro de água. In-
gerem-se como vermífugo duas chávenas diárias. USO EXTERNO © Decocção com 100 g de folhas e/ou nogalina (cascas verdes) num litro de água, fazendo-a ferver durante 15 minutos. Aplica-se em irrigações vaginais, em lavagens à uretra, lavagens aos olhos (conjuntivite), em banhos de assento (hemorróidas), em lavagens ou compressas sobre a pele, ou em gargarejos (faringite). Recomendam-se duas ou três aplicações por dia.
Fórmula química da jugfona, um dos princípios activos da nogueira. 505
«Al*
A nogueira é uma árvore toda eta medicinal. As suas folhas são adstringentes, anti-sépticas e hipoglicemiantes; as nozes destacam-se pelo seu requintado sabor e excelentes propriedades nutritivas. Hoje está provado que, em lugar de fazer aumentar o colesterol, como antes se pensava, fá-lo diminuir.
Nogueíra-preta
A nogueira-preta (Juglans nigra L.)* é originária do norte do Novo Mundo e pouco cultivada em Portugal. Caracteriza-se por ter a casca rugosa e de cor escura ou negra. As suas propriedades são semelhantes às da nogueira europeia. Além da casca das suas nozes verdes e das folhas, usa-se também a casca da árvore em decocção (30-40 g por litro de água) como adstringente. As indicações da decocção são as mesmas já descritas da nogalina e das folhas da nogueira (Juglans regia L). * Esp.: nogal americano.
lí preciso lembrar que a noz é o endocarpo ou o caroço do fruto, e que o seu interior comestível é a semente. O perícarpo ou casca das nozes verdes, conhecido como NOGALINA, é a parte exterior do fruto, carnuda e verde, a qual, embora não seja comestível, também é, juntamente com as folhas, usada em fitoterapia pelas suas propriedades medicinais. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: As
FOLHAS e a NOGALINA (cascas verdes dos frutos) contem abundante!» taninos de tipo gálico e catéquicos (9%-11%), que lhe conterem a sua propriedade fortemente adstringente; assim como derivados quinónicos, dos quais o mais importante é ajuglona, substância amarga que, juntamente com a vitamina C e os ácidos orgânicos, explica as suas propriedades antí-septicas, cicatrizantes, tonificantes, vermífugas e hipoglicemiantes. Vejamos as suas principais aplicações: • Transtornos digestivos: A sua intensa acção adstringente faz que as folhas de nogueira e a nogalina (casca verde) se tornem úteis em lodos os casos de diarreia, gastrenterite, colite, desarranjo intestinal e flatulências 506
IO). A sua acção tonificante sobre os órgãos da digestão manifesta-se por um aumento do apetite, uma maior rapidez de passagem dos alimentos pelo estômago, e uma maior secreção de bílis e suco pancreático. Os dispépticos, inapetentes e convalescentes conseguirão melhorar com o seu uso.
O
• Transtornos ginecológicos: A Icucorreia (corrimento branco), a cervicite ou colpite (inflamação do colo do útero) e as úlceras do colo do útero constituem a aplicação mais importante da nogueira. A sua acção anti-inflamatória e anti-séptica é muito eficaz quando se administra em forma de irrigação vaginal 101. Mas, atenção!
As nozes e o colesterol
A 4 de Março de 1993, a prestigiosa reApesar de as nozes conterem até 60% de gordura, esta é formada na sua maior vista médica New England Journal of parte por ácidos gordos polinsaturados Medecine publicava os resultados de (sobretudo o linoleico e o linolénico), nuuma investigação levada a cabo pelo ma proporção sete vezes maior do que doutor Joan Sabaté, na Escola de Saúa de ácidos gordos saturados. de Pública da Universidade de Loma Linda (E.U.A.), na qual demonstrava que As últimas investigações mostram como os ácidos gordos insaturados, que o consumo regular de nozes reduz o níse encontram sobretudo nos vegetais, vel de colesterol no sangue. Desta forma se evidenciava a falta de fundamento exercem um efeito redutor sobre a produção de colesterol. Deste modo, o conde algumas dietas contra o colesterol, sumo de nozes e de outros frutos senas quais se suprime o consumo de nocos, não só não produz colesterol, cozes e de frutos secos. mo ainda o reduz.
Está perfeitamente provada a eficácia das irrigações vaginais com uma decocção de foJhas de nogueira, para o tratamento das vaginites e de outras infecções do aparelho genital feminino.
Antes de aplicar q u a l q u e r tipo de tratamento em q u a l q u e r destas d o e n ç a s femininas, é indispensável a exploração e a avaliação do caso por um ginecologista, a fim de se ter a certeza de não serem de origem maligna ou cancerosa. A.s irrigações vaginais nunca devem ser aplicadas durante a gravidez. Para obter um efeito mais intenso, recomenda-se tomar a infusão IOI, além das aplicações locais. • Uretrite (inflamação da u r e t r a ou canal da urina) e cistite (inflamação da bexiga): Aplua-sc u m a d e c o c ç ã o de folhas e / o u nogalina (cascas verdes) l©l por meio de uma sonda urinária, para aliviar o p r u r i d o e a irritação q u e se sente q u a n d o se m i n a , e desinllamar as mucosas urinárias. • Afecções da pele e das mucosas: A aplicação de u m a decocção de folhas de nogueira ou de n o g a l i n a (casca verde) sobre a pele é muito benéfica sempre q u e se p r e t e n d a u m a acção adstringente, cicatrizante e anti-inflamatória: eczema, i m p e t i g o (crostas amarelas), foliculite, linha, chagas e úlceras q u e n ã o Cicatrizam, As (Vieiras, as anginas, as faringites, as conjunrivites e as hemorróidas, são outras das muitas afecções q u e m e l h o r a m notavelmente com a sua a p l i c a ç ã o »©). • Parasitas intestinais: A acção vermífuga é mais intensa nas cascas dos Frutos verdes (nogalina) do q u e nas folhas I©). • Diabetes: As folhas e a case a dos frutos têm um suave m a s c o m p r o v a d o efeito hipogliceniiante (fazem descer o nível de açúcar no sangue) IOI. Ainda que só por si se t o r n e m insuficientes para o t r a t a m e n t o da diabetes, podem ser um complemento útil de outras medidas dietéticas, pois permitem reduzira dose de fármacos anticliabclicos. As sementes dos frutos, isto é, as
NOZES, c o n t ê m 15% de p r o t e í n a s de alto valor biológico, 6 0 % de g o r d u ras formadas p o r ácido linoleieo e linolénico, e quantidades importantes de cálcio, fósforo e vitaminas A, Bi, IV.: e Bi>. Bem mastigadas, são um alim e n t o m u i t o nutritivo, a p r o p r i a d o para desportistas, estudantes e j o v e n s
em idade de c r e s c i m e n t o . São de rec o m e n d a i àqueles q u e sofram de esgotamento, astenia ou transtornos d o sistema n e r v o s o . S e g u n d o s e t e m p o d i d o comprovar, o c o n s u m o habitual de nozes r e d u z o nível do colesterol no s a n g u e (ver q u a d r o , pág. 506). 507
Unum usitatissimum L
Kl &
A
e
Preparação e emprego
Linho Suaviza as mucosas da pele
H
A 4000 ANOS que se cultiva o linho nos países mediterrâneos para obter fibra têxtil, e há mais de 2500 anos que se utiliza como medicamento. Hipócrates já o recomendava c o m o e m o l i e n t e no século V a . C . PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS sc-
menie.s contêm uma grande quantidade de mucilagem e pectina, que lhe* conferem p r o p r i e d a d e s emolientes e laxantes, além de sais minerais e lípidos de elevado valor biológico (ácidos gordos essenciais insaturados). São estas as suas indicações e aplicações: • Prisão de ventre crónica: Lubrifica o t u b o digestivo, t o r n a n d o as fezes mais moles. Além disso regenera a flora intestinal, r e g u l a n d o os processos
USO INTERNO O Decocção durante 5 minutos de 30 g de sementes por litro de água. Tomar 2 ou 3 chávenas por dia, adoçadas com mel caso se deseje. © Maceração: Deixa-se em repouso durante 12 horas uma colherada de sementes por cada copo de água. Tomar 2 ou 3 copos diários do líquido resultante. © Sementes: Também se podem ingerir as sementes inteiras, mastigando-as (uma colherada de 12 em 12 horas). USO EXTERNO O Cataplasmas: As sementes de linho trituradas (farinha de linhaça) acrescentam-se à água a ferver até se obter uma papa espessa. Normalmente são precisos de 30 a 40 g por litro de água. Quando se aplica a cataplasma convém proteger a pele com um pano fino para evitar que se produzam queimaduras. © Loções com óleo de linhaça: Aplicam-se directamente sobre a zona da pele afectada.
de putreracção e fermentação IO,©, 0 1 . O seu e l e i t o torna-se m u i t o evidente, pois no caso de desarranjo intestinal as íe/.cs p e r d e m o seu c h e i r o pútrido.
Precauções
O óleo contido na farinha de linhaça cria ranço com muita facilidade, provocando irritação na peie. Convém portanto que, para preparar as cataplasmas, se use sempre farinha recente.
508
Sinonímia científica: Unum humile Miller, Linum humile Planch., Linum crepitans (Boenn.) Dum. Outros nomes: iinho-da-terra, linho-do-inverno, linho-galego, linho-mourisco. Esp.: Uno, linera, linavera, Uno crepitante. Uno oleaginoso. Fr.: lin. Ing.: flax. Habitat: Originário do Próximo Oriente, mas cultivado em numerosos países de clima temperado da Europa e da América. Descrição: Planta herbácea de 40 a 80 cm de altura, da família das Lináceas. O seu caule é erecto e as folhas são alongadas e estreitas. As flores são de cor azul clara, com 5 pétalas. O fruto é uma cápsula globulosa, com 10 sementes de cor castanha. Partes utilizadas: A linhaça (sementes do linho).
As cataplasmas quentes de farinha de linhaça são um remédio tradicional, de provada eficácia resolutiva, sedante e anti-inflamatória. Tornam-5e de grande utilidade no tratamento de abcessos, furúnculos e picadas de insectos. Também se empregam em caso de regras dolorosas, cólicas renais ou intestinais, e bronquites.
«Av
S£ Outras espécies de linho Em todo o litoral mediterrânico da península Ibérica e em Portugal, em quase todo o país, se pode encontrar o chamado linho-bravo ou linho-galego-silvestre (Linum angustifolium S.)* de propriedades semelhantes às do cultivado. No Mediterrâneo encontra-se ainda o linho-purgante (Linum catharticum L),** cujo efeito laxante é mais intenso. Na América do Norte encontra-se uma outra variedade, o linho-daspradarias {Linum lewisii Pursh.),*** a que ali também se costuma chamar 'das Montanhas Rochosas.' ' Esp.: lino silvestre. '' Esp.: lino caiártico. "' Esp.: lino de las praderas.
• Gastrite, duodenite c úlcera gastroduodenal: Apresenta uma acção anri-inflamatóvia e emoliente que favorece a regeneração da mucosa digestiva danificada. Recomenda-se tomar as sementes de linho como complemento, associadas ao tratamento específico destes processos patológicos. • Inflamações das vias respiratórias e das urinárias: Bronquites e cistites, particularmente, pelo seu eleito emoliente e suavi/anie sobre as mucosas As SEMENTES de linho (linhaça) podem usar-se como alimento. São especialmente recomendáveis para os
diabéticos, pela sua escassa percentagem em glícidos e o seu elevado conteúdo em proteínas e lípidos (gorduras). Devem ser consumidas pelas pessoas que sofram de desnutrição ou queiram engordar l©l.
pasmos intestinais, picadas de insectos, abcessos e furúnculos 101. Têm uma acção resolutiva, anti-espasmódica, sedativa e anti-inflamatória, além de manterem o calor durante muito tempo.
As cataplasmas de FAIUN1IA de linhaça apHcanvae sempve que se requeira calor constante: catarros c bronquite, dores menstruais, cólicas do abdómen (renais ou biliares), es-
O ÓLEO de linhaça uuliza-se como snavizante da pele no caso de eczemas, pele ressequida, queimaduras leves e dermatoses em geral 101. 509
Lythrum salicária l.
«
Preparação e emprego
Salgueirinha Adstringente e cicatrizante
USO INTERNO
O Infusão: 40-60 g de sumidades floridas por litro de água. Ingerem-se de 3 a 8 chávenas por dia. USO EXTERNO
@ Loções e compressas com uma decocção de 100-150 g por litro. €) Lavagens e irrigações vaginais com esta decocção.
D
IOSC BRIDES já recomendava esta planta no século I d.C. como antidiarreica e hemostátíca. Contínua a utilizar-se desde essa altura e tem contribuído para curai" muitos doentes, crianças e adultos. Pelo seu conteúdo em tanino, tem sido usada também para curtir peles. Contém até 15% de taninos, a que deve a sua acção adstringente e antidiarreica; pectina e mucilagens, que a fazem emoliente (suavi/ante da pele e mucosas inflamadas); assim como flavonóides e antocianinas de acção anti-inflamatória. Tem as seguintes indicações: • Diarreias, gastrenterites, disenterias, colites; Especialmente útil em casos graves, quando há emissão de sangue ou muco. Tem-se usado com êxito na salmonelose é na febre tifóide (Ol. Muito apropriada pata combater as diarreias dos lactentes, tanto em biberão como em clister, associada a um regime adequado (cenoura, arroz branco, farinha de alfarroba, e t c ) . PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
• Ulceras varicosas, feridas infectadas, eczemas e dermatoses: Possui um notável efeito cicatrizante e regenerador da epiderme 101. • Vaginite, leucorreia e metrorragias (hemorragias vaginais fora da menstruação), com exame médico prévio. Aplica-sc em irrigações vaginais l©l. 510
Outros nomes: salicária, erva-carapau. Brasil: erva-da-vida. Esp.: salicária, arroyuela. Mies, iisimaquia roja, litro. Fr.: salicaire, lysimaque rouge. Ing.: (purple] loosestrife, spiked loosestrife, {purple] willow-herb. Habitat: Comum em prados húmidos, charcos e margens de regatos e rios de toda a Europa. Naturalizada no continente americano. Descrição: Planta vivaz da família das Litráceas, de caule erecto, robusto e de secção quadrangular, que atinge até 1,5 m de altura. As suas folhas parecem-se com as do salgueiro, e as flores, de um tom rosa-púrpura, agrupam-se em espiga. Partes utilizadas: As sumidades floridas.
Malva sllvestris L
hl \ú\ M • Preparação e emprego
Malva Suaviza e desinflama
E
STA PLANTA, símbolo do sossego e da doçura, já era utilizada pelos gregos há mais de dois milénios. Hipócrates recomendava-a como emoliente e laxante, propriedades que foram demonstradas e que
USO INTERNO O Infusão ou decocção de flores e/ou folhas, com 30 g por litro de água, da qual se tomam 3 ou 4 chávenas quentes por dia. USO EXTERNO © Infusão ou decocção: A mesma que se aplica em uso interno, mas um pouco mais concentrada, também se utiliza externamente em gargarejos, irrigações vaginais, clisteres, e compressas sobre a pele afectada.
continuam a ter aplicação hoje. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a
planta, c especialmente as flores e as folhas, c o n t e m a b u n d a n t e s mucilagens. As flores possuem um p i g m e n t o hidrossolúvel d o tipo das a n l o c i a n i nas. As m u c i l a g e n s c o n l e r e m - l h e p r o priedades emolientes e laxantes. Actuam revestindo as mucosas com u m a c a m a d a viscosa, p r o t e g e n d o - a s assim d o s a g e n t e s irrilalivos. O u s o da malva é indicado nos seguintes casos: • Prisão de ventre crónica: Actua como um laxante n ã o agressivo, inclusive em doses elevadas, q u e lubrifica o tracto intestinal. Recomenda-se especialmente para crianças p e q u e n a s e idosos IOI. • A f e c ç õ e s respiratórias: Tem e l e i t o expectorante e antitússico, pelo q u e se prescreve nos c a t a r r o s , g r i p e s ,
bronquites, tosse ii i nativa ou seca, e em caso de asma IOI. • Afecções das mucosas e da pele: Aplicada localmente, ajuda a c u r a r as (ãringiles, asvaginites, as inflamações do â n u s e do r e c t o , os e c z e m a s , a acne, os furúnculos e, em geral, todas as irritações superficiais 101.
Outros nomes: malva-maior, maiva-selvagem, malvasilvestre. Esp.: malva, malva común, malva real, malva extranjera, malves, alboheza. Fr.: mauve, fromageon. Ing.: [high] mallow, cheeseflower. Habitat: É vulgar enconlrar-se à beira dos caminhos e em campos húmidos de toda a Europa. Naturalizada no continente americano, especialmente nos Estados Unidos. Descrição: Planta bianual da família das Malváceas. de 20 a 70 cm de altura, que chama a atenção pelas suas flores de cor rosa-púrpura, com 5 pétalas. Partes utilizadas: as flores e as folhas.
511
OrcWsmascuteL
' \ j \
-l(fi>
(.) d Preparação e emprego
Satirião-macho Antidiarreico infantil
A
S ORQUÍDEAS formam a família mais numerosa do reino vegetal, com mais de 20000 espécies distribuídas por iodo o mundo. As suas formosas flores e peculiaridades botânicas lornam-nas muito procuradas e apreciadas. Os seus dois tubérculos subterrâneos têm despertado desde tempos muito antigos a ideia de uns testículos. O nome de orquídea deriva do latim orquis (testículo). PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: NOS
países árabes extrai-sc dos tubérculos do satirião e de outras espécies similares de orquídeas uma farinha conhecida como salepo. A origem {lesta palavra encontra-se no árabe, yosa atakb (testículos de raposo). O SALEPO contém cerca de 50% de mucilagem, 25% de fécula, 5% de proteínas e 1% de açúcar. I". muito apreciado como emoliente intestinal, antidiarreico e tonificante. Recomendasse nas gastrenterites, colites e dispepsias. É um alimento excelente nas diarreias infantis IOI. Nos países orientais dá-se aos convalescentes e asténicos (debilitados e fatigados). As suas pretensas virtudes afrodisíacas não foram suficientemente comprovadas e basciam-sc unicamente na teoria dos sinais, que atribui a cada planta virtudes presumivelmente reveladas pelas suas características exteriores. 512
USO INTERNO O O salepo prepara-se em forma de tisana, papa ou caldo. Actualmente é importado dos países orientais, pois as orquídeas estão protegidas em quase todos os países da Europa.
Outros nomes: salepeira-maior, salepo-maior, satirio-macho, pata-de-lobo, escroto-canino. Esp.: satirión manchado, orquídea macho. Fr.: orchis má/e, orchidée. Ing.: (early purple] orchid. Habitat: Bosques de árvores frondosas eprados de lugares montanhosos de toda a Europa. E originário da Ásia Menor Descrição: Planta vivaz da família das Orquidáceas, que atinge de 15 a 30 cm de altura. Tem folhas alongadas com manchas castanhas avermelhadas. A raiz é tuberosa, com dois tubérculos desiguais. Partes utilizadas: os tubérculos.
Todas as orquídeas são muito atraentes, mas as flores do satirião-macho apresentam um aspecto único.
I
& i*
Plrus malus L
Macieira Compêndio de virtudes medicinais
A
MAÇA c cm si m e s m a um c o m p ê n d i o de virtudes medicinais, conhecidas desde tempos muito antigos. Salienlam-se as suas propriedades digestivas, q u e a escola médica de Salermo, nos séculos X a XIII, na Itália, descrevia com o seguinte aforismo, s e g u n d o c k a Messcgué: Posl (riram do potum, post pomum vnde encatum. (Depois da maçã, chichi; depois da fruta, caca). O d o u t o r Ernst S c h n e i d e r c u r o u casos graves de disenteria d u r a n t e a segunda g u e r r a m u n d i a l , exclusivamente com dieta de maçãs, à falta de outros tratamentos. Descobriu e n t ã o as extraordinárias p r o p r i e d a d e s curativas deste n o b r e fruto, cuja árvore é, toda ela, medicinal. A m a ç ã é o alimetito-remédio por excelência. PROPRIEDADES
E
INDICAÇÕES:
A
maçã contém de 12% a 15% de glícidos (dextrose, levulose e s a c a r o s e ) , menos de 0,5% de lípidos e prótidos; minerais (potássio, cálcio, fósforo, magnésio, feiro e p o u q u í s s i m o sódio); vitaminas A, Bi, Bs, G e niacina; ácidos málico, cítrico e salicílico; tanino, de acção adstringente; pectina, substância h i d r o c a r b o n a d a de acção absorvente e antidiarreica; e u m a grande quantidade de en/.imas. As MAÇAS têm as s e g u i n t e s p r o priedades: • Antidiarreica: Têm a virtude de absorver as toxinas b a c t e r i a n a s q u e se produzem nos intestinos, além de de-
Outros nomes: maceira, maçãzeira, pereiro. Esp.: manzano, manzanal, manzanera, pomera, camueso, maguillo, maguillo, maillo, pêro, perón. Fr.: pommier. Ing.: apple tree. Habitat: Oriunda da Ásia Ocidental e amplamente distribuída por todo o mundo, tanto cultivada como silvestre (Malus silvestris Miller). Prefere os climas frios e as regiões continentais e nortenhas. Descrição: Árvore da família das Rosáceas, de médio porte, com flores brancas e frutos carnudos, de que se conhecem mais de mil variedades. Partes utilizadas: os frutos, a casca e as flores.
l£
Preparação e emprego USO INTERNO
O Maçãs cruas (raladas), assadas ou cozidas: De meio a um quilo por dia. Convém sempre descascá-las, a não ser que procedam de cultura biológica, e portanto não tenham sido tratadas com insecticidas ou outros produtos químicos. © Sumo: Um copo diário de sumo de maçã, ao pequeno almoço, assegura uma boa forma física. Pode-se misturar com sumo de limão ou de cenoura para obter melhores resultados revitalizantes. © Decocção: Duas maçãs cortadas em pedaços e postas a ferver num
litro de água, durante meia hora. O líquido resultante, açucarado caso se queira, recomenda-se especialmente aos doentes muito debilitados, antes de iniciar uma dieta sólida. O Decocção de casca de macieira: Prepara-se com 50-100 g de casca da árvore por litro de água. Tomam-se de 3 a 5 chávenas por dia, como tonificante, febrífugo e adstringente. © Decocção de folhas e flores: Faz--se com 50 g por litro de água. Tomam-se 4 ou 5 chávenas diárias como diurético.
513
o
Curas de maçãs
Cura de maçãs: Para reforçar o seu efeito em todas as indicações que mencionamos, recomenda-se tomar, durante 3a 5 dias, um a dois quilos de maçãs como único alimento. Podem-se comer raladas, cozidas ou assadas, sem adoçar. Esta cura repete-se de duas a quatro vezes por ano. Dieta de Kempner: Durante um mês come-se exclusivamente maçãs e arroz, de preferência integrai Os resultados são excelentes em caso de hipertensão, excesso de colesterol, obesidade e afecções renais.
Todos, são e doentes, podem beneficiar com o consumo diário da rainha das frutas: a maçã.
si n flama r e secar a sua mucosa. São úteis em todo o tipo de diarreias, quer sejam leves quer complicadas com colites, ou disenteria (emissão de fezes com muco e sangue). Dão bons resultados nas enlerocolites produzidas por alimentos em mau estado (toxi-infecçÕes alimentares), produzidas frequentemente pelo microrganismo Salmomdla lOl. São muito recomendáveis nas gastrenterites infantis. • Laxante: Curiosamente, a maçã tem um eleito regulador sobre a Hora e o peristaltismo intestinal, que lhe confere propriedades aparentemente contraditórias (antidiarreica e laxante): Tomada pela manhã, em jejum, dá bons resultados na prisão de ventre crónica ou habitual 10,01. • Diurética e depurativa: Pela sua capacidade de absorver as toxinas intestinais, dá também bons resultados nos eczemas crónicos da pele, que em certas ocasiões se devem a uma auto-intoxicação do organismo. A maçã também facilita a eliminação do ácido úri514
co, da ureia c de outros resíduos do metabolismo, pelo que é boa para os artríticos, reumáticos, gotosos, e quem sofra de cálculos urinários IO,0,0I
conteúdo em fósforo. E muito recomendável em caso de excitação, nervosismo, stress e fadiga mental IO.©. 01. O efeito é suave e lento, mas seguro.
Pelo seu baixo conteúdo em sódio (sal), as maçãs recomendam-se na dieta dos hipertensos, juntamente com o arroz (dieta de Kempner), com o que se obtém muito bons resultados na descida da pressão arterial e na redução dos edemas por retenção de líquidos (ver nesta mesma página o quadro "Curas de maçãs").
A maçã é um alimento-remédio ideal em todas as doenças crónicas como: afecções digestivas e respiratórias, arteriosclerose, artritismo, hepatopaiias (afecções do fígado), afecções renais, obesidade, cardiopatias (afecções do coração), hipertensão. Muito recomendável para atrasai o processo do envelhecimento IO.0.0I.
• Hipolipemiante: A pectina da maçã absorve os sais Ilibares no intestino, com o que diminui uma das matérias primas a partir das quais o organismo produz o colesterol. Para se obterem resultados é necessário comer durante longos períodos (mais de três meses), duas ou três maçãs por dia IO), além de seguir outras medidas dietéticas conln\ o excesso de colesterol.
A DISCA DA MACIEIRA é tonificante, febrífuga e adstringente.Já foi usada em substituição da quinina. Actualmente eniprega-se em doenças infecciosas como febrífugo e tonificante, assim como na fase de convalescença IOI.
• Tonificante e cquilibradora do sistema nervoso: Talvez devido ao seu
As FOLHAS e as FLORES da macieira são muito diuréticas e recoincndam-se no caso de cálculos renais ou de areias, de nefrile (inflamação dos rins) e de hipertensão arterial 101.
Plantago psyillum L
Zaragatoa Um laxante que protege o t u b o digestivo
O
S ANTIGOS viram uma parecença entre as pulgas (psyla em grego) e as sementes desta planta. Dioscórides recomendava-a no século I d.C. como emoliente (suavizar! te), e assim continuou a ser usada até meados do século XX, quando se descobriu que, além do mais, tem ainda um efeito laxante. Actualmente entra na composição de diversos preparados farmacêuticos contra a prisão de ventre. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: As se-
mentes contêm abundante mucilagem (até 15%), que lhes confere acção laxante, emoliente e anti-inflamatória. A zaragatoa é uma das plantas com maior conteúdo em mucilagem
e IÉ Preparação e emprego USO INTERNO O Maceração de sementes: Trituram-se, ou simplesmente esmagam-se, e deixam-se macerar durante uma ou duas horas (uma colher de sopa de sementes por copo de água). Tomar depois a mucilagem, filtrando o líquido resultante. Pode-se acrescentar uma colherzinha de grãos de anis para melhorar o sabor. Ingere-se de manhã, em jejum, e à noite antes de deitar. USO EXTERNO © Cataplasma de sementes: Depois de postas em maceração, aquecem-se e prepara-se com elas uma cataplasma, que se mantém pelo menos 15 minutos sobre a zona afectada, duas ou três vezes por dia. © Enemas (clisteres): Fazem-se com o líquido resultante da maceração de sementes. É suficiente 100-250 ml para cada aplicação. Administrar até três enemas diários.
2rM-
V
Espécies cultivadas
do género Plantago Também se empregam outras espécies similares à zaragatoa comum e com propriedades muito semelhantes, como a zaragatoa-arenária {Plantago indica L. = Plantago arenaria Waldst.-Kit.),* que se cultiva na Europa e na Ásia, para aproveitar a sua mucilagem, com a qual se elaboram diversos preparados farmacêuticos. Com o mesmo fim se cultiva a zaragatoa-da-índia {Plantago ovata Forsk.)** nalgumas regiões mediterrâneas e na Ásia. " Esp.: zaragatona arenaría. Ing.: Spanish psyllium. " Esp.: zaragatona de la índia. Ing.: blond plantago.
Outros nomes: psilio, erva-pulgueira, erva-das-pulgas, pulicária. Esp.: zaragatona [común], [hierba] pulguera, llantén de perro, ada de agua, psilio, coniza. Fr.: herbe aux puces, pucière, psyllium. Ing.: fleawod, psyllium. Habitat: Cresce em terrenos arenosos ou pedregosos de toda a área mediterrânea. Cultiva-se com fins medicinais. Descrição: Planta anual da família das Plantagináceas, com caule herbáceo e erecto, de até 30 cm de altura. As flores são pequenas, brancas, agrupadas em espigas ovóides. Os frutos contêm duas sementes de 3 mm, lisas e de cor castanha. Partes utilizadas: as sementes.
515
q u e se c o n h e c e m , m u i t o s u p e r i o r à linhaça ( s e m e n t e s d e l i n h o . pág. 509). C o n t é m t a m b é m lípidos c o m esteróis vegetais (sitosteróis), sais de potássio e oligoelementos. Daí as suas indicações: • Afecções digestivas: A mucilagem actua como um colóide hidrófilo; isto é, as suas moléculas rodeiam-se de grande quantidade de moléculas de água, q u e as fazem a u m e n t a r de volume e iransformar-se n u m a massa suave e de aspecto gelatinoso. Desta forma, a mucilagem consegue dois efeitos:
A zaragatoa é uma das plantas mais ricas em mucifagens, substâncias que multiplicam o seu volume em contacto com a água. Devido a isto, o seu consumo produz sensação de saciedade no estômago, e torna-se de grande utilidade nas dietas de emagrecimento.
-Cria uma rapa viscosa c protectora q u e cobre lodo o interior do t u b o digestivo, desfie o estômago até ao intestino grosso. Oferece com isto uma acção suavizante e anti-inflamatória sobre as m u c o s a s digestivas, q u e resulta altamente benéfica em caso de gastrite, úlcera gástrica ou d u o d e n a l , e colite. Acalma a pirosc (acide/.) e a d o r de estômago, e faz parar as cólicas e a diarreia em caso de colite. - A u m e n t a o volume das fezes e torna-as mais brandas, com o q u e estas se deslocam c o m m a i o r facilidade pelo tubo digestivo, exigindo m e n o r esforço pcristállico ao cólon. T u d o isto se traduz n u m suave efeito l a x a n t e , sem c o n t r a c ç õ e s , nem irritação, sem criar habituação e sem p r o v o c a r p e r d a de potássio ou sais minerais; ou seja, sem n e n h u m efeito secundário indesejável. A mucilagem da zaragatoa pode-se usar continuadamente durante meses, ou m e s m o anos. Torna-se muito útil no t r a t a m e n t o da prisão de ventre crónica e das suas consequências, tais c o m o as hemorróidas ou a divcrticulose do cólon, q u e também ajuda a prevenir. Os divertículos produzem-sc c o m o consequência do excesso de pressão q u e o cólon tem fie exercer para fazer avançar as fezes d u r a s ou ressequidas. A alimentação rica em carnes c produtos refinados, mas escassa em fruta, v e r d u r a s e cereais integrais, produz fezes escassas e fluías q u e submetem o intestino grosso a um grande esforço. O resultado de t u d o isto é a prisão de ventre e as suas compli516
cações, a mais grave das quais é o cancro do cólon.
cilagem, q u e incha e a u m e n t a de volume com a água.
O t r a t a m e n t o com mucilagem deve ser a c o m p a n h a d o de u m a mudança dos hábitos alimentares.
Este eleito contribui t a m b é m para a d i m i n u i ç ã o de peso q u e se conseg u e com a ingestão fie zaragatoa.
O eleito laxante fia mucilagem IOI é reforçado pelo da hemicelulose, fibra q u e forma a casca das sementes.
Além disso c o m p r o v o u - s e q u e a m u c i l a g e m d i m i n u i os níveis fie colesterol e de triglicéridos no sangue IOI, possivelmente devido ao facto fie interferir com a absorção fias gorduras no intestino d e l g a d o .
O efeito benéfico da mucilagem sobre o intestino t a m b é m se p o d e o b t e r a d m i n i s t r a n d o - a e m e n e m a s (clisteres), m u i t o c o n v e n i e n t e s nas inflamações a n a i s e rectais IOI. Dcsinllama as h e m o r r ó i d a s e m i n o r a os incómodos das fissuras anais; recomendável em caso fie p r o c t i t e (inflamação fio recto) e de colite, inclusive a ulcerosa. Neste último caso usa-se c o m o complemento fio t r a t a m e n t o específico. • T r a t a m e n t o da o b e s i d a d e : A administração fie s e m e n t e s de zaragatoa com água em abundância, entre as refeições, p r o d u z sensação fie plenitude e saciedade no estômago, fazendo d i m i n u i r o a p e t i t e IOI. Esta acção fleve-se à capacidade hidrófila fia mu-
• Afecções urinárias: A mucilagem fia zaragatoa actua t a m b é m c o m o anti-inflainatório sobre as mucosas urinárias. Ajuda a acalmar os incómodos fia cistite e favorece a r e g e n e r a ç ã o fia mucosa irritada IOI. Usa-se em combinação com outros tratamentos. • A f e c ç õ e s c u t â n e a s : Aplicada localmente em forma fie emplastro, protege e desinflama a pele irritada em caso de eczema e e r u p ç õ e s ou dermatose. K cicatrizante q u a n d o se aplica sobre q u e i m a d u r a s , feridas ou úlceras varicosas 101. l a m b e m se usa em cosmética para a beleza fia pele.
Podophylium pettatumL
Kl
Podofilo Purgante e possível remédio contra o cancro
O
P O D O F I L O , a o contrário d o que sugerem alguns nomes por q u e é c o n h e c i d o n o u t r a s línguas, n ã o tem n e n h u m a relação com a m a n d r á g o r a e u r o p e i a (Mandrágora autumnalis Bertoloni = Mandrágora officinalis L.), da família das Solanáceas. Esta m a n d r á g o r a é u m a planta tóxica, de acção s e m e l h a n t e à da heladona (pág. 352), a c t u a l m e n t e sem aplicações medicinais. Nos países orientais atrihui-se-lhe a v i r t u d e de promover a fecundidade. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : O S ín-
dios norte-americanos utilizam d e s d e há muito t e m p o a podojtlina (resina da raiz do podofilo), q u e a partir de 1820 passou a e n t r a r na composição de diversos preparadas farmacêuticos. O seu princípio activo, a podofilotoxina, actua a doses baixas c o m o um purgante enérgico, mas muito bem tolerado. Tem além disso efeito colagogo (esvazia a vesícula biliar) IO). Descobriu-se r e c e n t e m e n t e q u e o podofilo tem u m a acção antimitótica (impede a divisão das células), p e l o que se c o m e ç o u a usar com êxito no tratamento d e c o n d i l o m a s a c u m i n a dos, verrugas, papilomas e outras tumorizações vincas da pele l©l. Está a investigai-se a sua aplicação no tratamento do c a n c r o .
Outros nomes: Esp.: podofilo, mandrágora americana. Fr.: podophylle. pomme de mai. Ing.: [American] mandrake, wild iemon, May apple. Habitat: Prados e bosques húmidos da região atlântica da América do Norte. Não aparece na Europa. Descrição: Planta herbácea da família das Berberidáceas, que atinge até 50 cm de altura. O seu fruto é uma baga de cor amarela, muito aromática. Partes utilizadas: A resina da raiz (podofilina).
O
Preparação e emprego
USO INTERNO O A ingestão de 0,25 a 0,5 g de raiz ou de 50 a 100 mg de podofilina, provoca uma evacuação regular 12 horas depois de terem sido ingeridos. USO EXTERNO
Precauções
Em doses elevadas, o podofilo pode provocar violentas diarreias e inclusivamente a morte.
© Na pele, a resina de podofilo aplica-se em forma de preparados farmacêuticos. Estes preparados contêm uma suspensão oleosa da resina, misturada com parafina. Para que surta efeito, basta colocar diariamente umas gotas de resina de podofilo sobre a parte afectada da pele.
517
Portulaca oferaceaL
O
Beldroega Laxante e calmante ocular
A
BELDROEGA cultivava-se antigamente como verdura para salada, e ainda hoje há quem saiba apreciar a macia e saborosa sopa desta humilde planta que Eça de Queirós descreve entre "a couvinha na horta, ... os espinafres", e "algum feijãozinho em terra muito fresca" (A Cidade e as Seiras), embora hoje alguns camponeses a considerem uma erva daninha. As suas aplicações medicinais continuam, entretanto, válidas.
Toda a planta contém abundantes mucilagens, que são o seu princípio activo mais importante e que lhe conferem propriedades emolientes, anti-inflamatórias e laxantes. Possui também vitamina C, que a torna antiescorbútica. Apresenta propriedades diuréticas e depurativas, embora não se conheça bem o princípio activo que lhes dá origem. As sementes são vermífugas. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Aplica-se em caso de prisão de ventre crónica. Como diurética e depurativa torna-se muito recomendável em caso de obesidade ou de alimentação sobrecarregada. Pela sua acção suavizante e anti-inflamatória, também se torna de grande utilidade nas cistites e nos cálculos urinários IO,@l. Externamente emprega-se em cataplasmas nos casos de blefarite (inflamação das pálpebras) e de conjuntívite m. 518
Outros nomes: portulaca, bredo-fêmea. Brasil: beldroega-pequena. Esp.: verdolaga, beldroaga, flor de las once, flor de un dia, porcelana, colchón de nino, taríela, lega. Fr.: pourpier[potager], coupe-pied. Ing.: [common]purslane, pursley. Habitat: Terrenos arenosos próximos de rios ou terrenos de cultura abandonados, de toda a Europa. Muito comum no continente americano. Descrição: Planta anual da família das Portulacáceas, rasteira, de caules grossos e sumarentos. As folhas são pequenas, ovaladas, carnudas e esbranquiçadas pela face inferior. As flores são pequenas e amarelas. Partes utilizadas: as folhas e os caules frescos.
a
Preparação e emprego
USO INTERNO
O Como verdura de salada, temperada com sal, azeite e limão. © Decocção: 100 g por litro de água. Tomam-se até 5 chávenas diárias. USO EXTERNO
© Cataplasmas da planta fresca esmagada.
Potentílla erecta (L) Râuschel
3aam Preparação e emprego
Tormentila Potente antrdiarreico
USO INTERNO O Decocção de 30 g de rizoma por litro de água, de que se ingerem 3 ou 4 chávenas diárias, até que passe a diarreia. © Pó: Administram-se de 2 a 4 g diários em cápsutas. USO EXTERNO €) Banhos de assento: Acrescentar à água do banho 1-2 litros do líquido resultante de uma decocção mais concentrada do que a utilizada internamente (60-100 g por litro). O Bochechos e gargarejos com a decocção concentrada.
D
ESDE a Idade Média tem-se usado esta planta para acalmar o que então se conhecia como «tormentos» (cólicas intestinais). E daí que deriva o seu nome de tormentila. E. é devido ao seu intenso efeito que se denomina em latim Pctentillu, de potentem (potente).
O principal componente do rizoma da tormentila é o tanino, que representa até 15% do seu peso. Contém também um glicósido (tormentilina) e ácido quino viço amargo. A sua acção é fortemente adstringente e antidiarreica. Também possui propriedades hemostáticas (detém as hemorragias). É indicada nos seguintes casos: PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
• Diarreias infecciosas de todo o tipo. Acalma as cólicas devidas a espasmos intestinais, que frequentemente acompanham as diarreias IO.0J. • Hemorróidas: Em aplicação local (banhos de assento) desinflama-as c consegue impedir que sangrem 101. • Estomatite ou faringite: em gargarejos IO). • Epistaxe (hemorragia pelo nariz): Aplicada em irrigação ou embebendo um tampão de gaze 101.
©Irrigação e tamponamento nasal com este mesmo líquido da decocção concentrada.
Sinonimia científiica: Potentílla tormentilla L Outros nomes: tormentilha, tormentina, sete-em-rama, consoldavermelha, solda. Esp.: tormentila, tormentilla, sietenrama, consuelda roja. Fr.: [potentille] tormentille. Ing.: tormentil. Habitat: Difundida por planícies e montanhas húmidas de toda a Europa. Conhecida no continente americano. Descrição: Planta da família das Rosáceas, de 10 a 40 cm de altura e de caules frágeis. As folhas têm 3 segmentos dentados, e as flores têm 4 pétalas, no que se diferenciam das de outras Potentílla como a argentina (pág. 371) e a cínco-em-rama (pág. 520) que têm 5 pétalas. Partes utilizadas: O rizoma (caule subterrâneo) fresco.
519
Potentilla reptansL
Cinco-em -rama Um poderoso adstringente e cicatrizante
E
STA humilde planta tem, como todas as Rosáceas, belas flores e excelentes propriedades medicinais. Os criadores de gado ulili/am-na tradicionalmente paia aumentai a produção do leite das cabras e para combater a hematúria (sangue na urina) do gado. Os animais comem-na como forragem e, à semelhança do que acontece com os seres humanos, a planta ajuda-os a curar as diarreias e gasti enterites.
Vamos referir-nos aqui indistintamente tanto à espécie europeia como à americana, já que a sua composição e propriedades são praticamente idênticas. Outras plantas do género Potenlilla tratadas nesta obra são a argentina (Pág. 371) e a tormentila (Pág.519).
Outros nomes: potentila, potentilha, quinquefólio. Brasil: cinco-folhas. Esp.: cincoenrama. loraca, lloraga, p/e de gallina. quinquefólio. Fr.: pontentille rampante, quintefeuille. Ing.: [creeping] cinquefoil, five-finger [grass}. Habitat: Comum em prados húmidos e beiras dos caminhos, tanto na Europa (R reptans) como na América do Norte (P. canadensis). Descrição: Trata-se de uma planta rastejante (reptans), com o máximo de um metro de altura, da família das Rosáceas, que se caracteriza por ter as folhas divididas em 5 foliolos. As flores são amarelas e também têm cinco pétalas. Partes utilizadas: o rizoma (caule subterrâneo) e a raiz.
^r
0V
~kjr
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O ri-
zoma e a raiz da cinco-em-rama contêm diversos glícidos, e especialmente taninos do grupo das catequinas, que lhe conferem as suas propriedades adstringente, hemostática, anti-
k
£í
Preparação e emprego
•*_v
Cinco-em-rama-americana
A cinco-em-rama-americana (Potentilla canadensis L)* cria-se em lugares húmidos da América do Norte. O seu aspecto e propriedades são praticamente idênticos aos da cincoem-rama europeia. * Esp.: cincoenrama americana. Ing.: five-finger grass.
520
USO INTERNO
O Decocção com 50 g de rizoma e raiz fresca ou seca, por litro de água. Ferver durante 15 minutos e filtrar. Tomam-se 4 a 6 chávenas diárias até que a diarreia desapareça. USO EXTERNO
© Irrigações vaginais com a mes-
ma decocção que para o uso interno, muito bem filtrada. €) Bochechos ou gargarejos com esta mesma decocção. O Compressas, loções, lavagens e banhos com o líquido da decocção, que se aplicam sobre a zona da pele afectada.
-séptica e cicatrizante. Faz diminuir a secreção das mucosas, especialmente as digestivas e as genitais, ao m e s m o tempo que as desinflama e cicatriza. Torna-se pois muito benéfica nos seguintes casos: • Gastrcnterites e diarreias infecciosas, especialmente q u a n d o a c o m p a n hadas de disbacteriosc (alteração da Hora m i c r o b i a n a i n t e s t i n a l ) . Planto ideal para combater as diarreias estivais devidas a c o n t a m i n a ç ã o da água ou dos alimentos IOI Para q u e a sua aplicação dê r e s u l t a d o , deve suspender-se a ingestão de alimentos e n q u a n t o persistira diarreia, limitando-se a tomar unicamente líquidos. • V ó m i t o s devidos a gastrite ou indigestão IOI. • Leucorrcia (fluxovaginal anormal) devida a inflamação tia vagina ou do colo do ú t e r o 101. Aplica-se em irrigações vaginais, com uma cânula especial. • H e m a t ú r i a ( s a n g u e na u r i n a ) ou h e m o p t i s e s ( s a n g u e na e x p e c t o ração) IOI. Nestes casos é imperioso procedei a exame médico e diagnóstico prévios. Tenha-se em conta q u e o aparecimento de algumas gotas de sangue em q u a l q u e r s e c r e ç ã o do organismo p o d e dever-se, e n t r e o u t r a s causas, a uma d o e n ç a maligna. • Inflamações na boca c faringe: Faringite, amigdalite, altas, piorreia e, cm geral, t o d o o tipo de inflamações da mucosa da boca e da g a r g a n t a . Nestes casos aplica-se em forma de bochechos ou gargarejos IOI. • Furúnculos c espinhas: A decocção da raiz aplica-se em forma de cataplasma q u e n t e sobre a zona afectada, que se renova cada 2 ou 3 horas IOI. Facilita o seu a m a d u r e c i m e n t o e a eliminação das substâncias residuais que possam conter. T a m b é m se p o d e aplicar em forma de loção, m o l h a n do a pele f r e q u e n t e m e n t e c o m o líquido da decocção.
A decocção de cinco-em-rama é uma arma eficaz para combater as típicas diarreias estivais. A sua ingestão deve ser a c o m p a n h a d a da abstenção de alimentos sólidos enquanto persistir a diarreia.
• Frieiras: As c o m p r e s s a s com d e d u ç ã o de raiz de cinco-em-rama IOI, ou os manilúvios ( b a n h o s de mãos) são eficazes contra as frieiras e o u t r o s transtornos circulatórios dos tecidos dérmicos. 521
Psldíum guajabaL
Goiabeira Corta a diarreia e tonifica
A
GOIABEIRA é uma árvore muito aromática que já era cultivada pelos nativos mexicanos antes da chegada dos espanhóis. E a goiaba é uma das frutas mais ricas em vitamina C, já que algumas variedades têm cinco vezes mais desta vitamina do que a laranja.
Outros nomes: goiaba, guaiaba, araçauaçu, araçá-goiaba. Esp.: guayabo común, guayabo casero, guayaba dulce. guayaba agría, guayaba colorada, guayaba dei Peru. Fr.: goyavier. Ing.: guava tree. Habitat: Originária da zona tropical do continente americano, desde o México até ao Brasil. Cultiva-se actualmente nas zonas quentes da América, da África e da Ásia.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS FOLHAS e a CASCA da raiz da goiabeira
contêm abundantes substâncias tânicas. Na América Central empregam-se desde tempos imemoriais para combater as diarreias e a disenteria IO!. Aplicada localmente, sob a forma de bochechos e gargarejos, a sua decocção também se torna útil nos casos de estomatite {inflamação da mucosa bucal) e de faringite l©l. Os FRUTOS contêm mucilagens, pectinas, pequenas quantidades de prótídos e lípidos, minerais (potássio, cálcio, ferro e sobretudo fósforo) e vitaminas A, B, e especialmente a C. Têm propriedades anti-escorbúticas, remincralizantes e tonificantes. O seu uso é especialmente indicado nos casos de esgotamento físico, desnutrição ou debilidade 1©I. Proporcionam um ligeiro efeito laxante. 522
o
Preparação e emprego
USO INTERNO O Decocção com 50 g de folhas e casca de raiz por litro de água. Ingere-se uma chávena cada 4 horas, até que a diarreia tenha parado. © Os frutos comem-se frescos, em geleia ou em doce. USO EXTERNO © Bochechos e gargarejos, que se fazem com a mesma decocção descrita para uso interno.
Descrição: Árvore da família das Mirtáceas que atinge até 6 mde altura. De casca lisa e parda, com folhas elípticas e opostas. Dá flores brancas e uns frutos carnudos, com forma esférica e polpa branca ou rosada. Partes utilizadas: as folhas, a casca das raízes e os frutos.
Púnica granatumL
"Kl t i l
Romãzeira Um potente vermífugo
N
OS TÚMULOS egípcios de há mais de quatro milénios, têm-se encontrado restos de romãs. Também eram apreciadas pelo povo israelita. Os gregos consideravam-nas como o símbolo do amor e da fecundidade. Não admira que a árvore das romãs tenha sido consagrada à deusa Afrodite, pelas pretensas virtudes afrodisíacas dos seus frutos. Dioscórides, no primeiro século da nossa era, já recomendava a raiz da romãzeira «para expulsar os vermes largos do ventre», referindo-se sem dúvida às ténias. No entanto, até 1800 anos depois, não se voltou a utilizar contra os parasitas intestinais. A romãzeira é uma árvore muito bela e muito viajada. Os Fenícios trouxeram-na da Ásia Ocidental para o Mediterrâneo, e os Romanos, e posteriormente os Árabes, espalharam-na por todos os países do Sul da Europa. Os Espanhóis levaram-na para a América, onde se estendeu por todo o continente.
Precauções
A casca da raiz da romãzeira não se deve administrar a pessoas débeis ou nervosas, a crianças lactentes ou a mulheres grávidas. Não exceder as doses indicadas.
Outros nomes: romeira. Brasil: romã. Esp.: granado, [común], granada, granadillo, pomogranado, balaustia, magrano. Fr.: granadier. Ing.: pomegranate. Habitat: Oriunda da Pérsia e cultivada nos países mediterrâneos e no continente americano, desde a Califórnia até à Argentina e ao Chile. Podem-se encontrar árvores em estado silvestre, que crescem em sítios onde os pássaros depositam as suas sementes com os excrementos, depois de terem comido o fruto. Descrição: Árvore da família das Punicáceas, que pode atingir 4 metros de altura. Distingue-se pelas suas belas e inconfundíveis flores de cor vermelha forte, com o cálice aberto. O seu fruto é a singular romã. Partes utilizadas: a casca da árvore (especialmente da sua raiz), as flores e os frutos (romãs).
n?
Preparação e emprego
USO INTERNO
O Maceração em meio litro de água, durante 24 horas, de 60 a 90 g de casca da raiz, seca. No dia seguinte põe-se a ferverem lume brando até que o líquido fique reduzido a metade. Toma-se repartido em 2 ou 3 dias, de manhã em jejum. Podese adoçar com mel ou aromatizar com essência de hortelã-pimenta. Para as crianças em idade escolar, basta utilizar 20-30 g de casca de raiz. Convém beber uma tisana laxante (pág. 484) duas horas depois de cada toma.
O Infusão de flores: 20-30 g por litro de água. Pode-se acrescentar a casca de uma romã por cada litro. Vai-se ingerindo à razão de uma colherada hora a hora, enquanto durar a diarreia. USO EXTERNO
0 Bochechos e gargarejos com a mesma infusão de flores e casca de romã que para o uso interno. O Lavagens e Irrigações vaginais com esta infusão bem filtrada.
523
Tanto pela beleza das suas flores como pela singularidade dos seus frutos, a romázeira sempre chamou a atenção de botânicos e médicos. Sabemos hoje que merece toda a nossa atenção pelo seu valor como alimento e como medicamento.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A casca da raiz, e em menor proporção a do tronco e dos íamos, contêm diversos alcalóides, o mais importante dos (piais é a pcllctiei ina; assim como tanino; glicósidos de acção adstringente; e brometos. A sua propriedade fundamental é a vermífuga: Faz expulsar os vermes que parasitam o intestino humano, com especial efeito no caso da lenia ou solitária 101.
A casca da romãzcira, especialmente da raiz, deve a sua acção aos alcalóides que contém. Se, porém, estes princípios activos forem administrados isoladamente, proâuzemse efeitos tóxicos sobre o organismo, semelhantes aos que produz a nicotina ou o curare: tremores musculares e paralisia; os mesmos efeitos que devem produzir sobre os vermes, permitindo assim a sua expulsão pelo ânus. Fm contrapartida, é curioso que esses mesmos alcalóides, misturados com o tanino e o resto das substâncias que formam a casca da romãzeira, são bem tolerados, e os seus efeitos tóxicos tornam-se insignificantes. Este mesmo fenómeno se verifica com muitas outras plantas, pelo que se prefere, sempre que seja possível, administrar a planta completa e não unicamente os extractos das substâncias que se crê serem mais activas. A acção curativa das plantas deve-se à sábia combinação dos seus componentes, e não a um princípio isolado. A casca dos FRUTOS e as membranas que os dividem internamente lambem proporcionam uma certa acção vermífuga, ainda que menoráo que a da casca da árvore. Deu-se o 524
caso de uma pessoa que, no dia seguinte àquele em que comera algumas romãs com as respectivas membranas interiores, expulsou uma lombriga intestinal sem o pretender nem esperar.
• Inflamação das gengivas (gengivtte) e do tecido que segura os dentes aos maxilares (periodontite ou parodontOSe). A sua infusão aplica-se em bochechos e pode conseguir que se firmem os dentes frouxos.
As FLORES e a CASCA do fruto (romã) são adstringentes e levemente diuréticas. São indicadas nos seguintes casos:
• Faringite e amigdalite, em gargarejos |©|.
• Diarreias, gastrenterite e colite, tomadas em infusão 101.
• Lcucorreia (corrimento branco): Aplica-se em irrigações vaginais IOI.
Rhamnus catharticaL
H D D Q
ÍÉ S
Espinheiro-cerval Um p u r g a n t e enérgico
D
ESDE o século XI que se encontram documentados os efeitos exercidos sobre o intestino por esta planta, que lambem se utiliza em veterinária para purgar os animais. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS fru-
tos do espinheiro-cerva] são ricos em glicósidos antraquinónicos, aos quais se deve a sua acção purgativa enérgica (catártica) que, segundo o eminente botânico Font Quer, «nunca talha». Não há quem resista sem evacuar, depois de ter ingerido alguns frutos do espinheiío-ceival IO,€>l. Também proporciona um certo efeito diurético. Administra-se como coadjuvante em tratamentos anti-helrnínticos, com o fim de favorecer a expulsão dos vermes ÍO,0I.
Precauções
Deve-se usar com prudência, isto é, em doses baixas, porque em grandes quantidades pode provocar fortes contorções nos intestinos, vómitos e, inclusivamente, hemorragias intestinais.
Outros nomes: escambroeiro, espinha-cervina, espinha-de-veado, espinheiro-cambra. Esp.: espino cerval, cambrón, aladierno, espino blanco, espino hediondo. Fr.: nerprun [purgatif], épine de cerf. Ing.: [commonj buckthorn, purging buckthorn. Habitat: Originário da Ásia Setentrional. Encontra-se difundido pelos bosques e regiões montanhosas da Europa e da América. Descrição: Arbusto espinhoso da família das Ramnáceas, que atinge de3a5mdealtura. Tem flores pequenas, esverdeadas, com 4 pétalas cada uma. Os frutos são umas bagas negras e carnudas, com 3 ou 4 sementes cada uma. Partes utilizadas: os frutos.
O
Preparação e emprego
USO INTERNO
O Sumo: Espreme-se um punhado de frutos maduros e, do sumo obtido, que se pode adoçar com me! ou açúcar, tomam-se de manhã 2 ou 3 colheres de sopa. 0 Xarope: Obtém-se acrescentando ao sumo fresco o seu mesmo peso em açúcar e fervendo-o em lume brando até que fique espesso. Tomar de 3 a 6 colheres diárias.
525
Rhamnus fmngulaL
'Kl 14
Amieiro-negro Laxante Ideal para a prisão de ventre crónica
O
GRANDE botânico renascentista, Andrca Mattioli, publicou em 1554 uma edição comentada da Matéria médica de Dioscórides, em que dizia, segundo menciona Font Quer, que «a casca do amieiro-negro é um purgante muito suave, que limpa admiravelmente o fígado. (...) Porém só deve ser empregada seca; verde produz vómitos.» Não passou despercebido, a este ilustre pioneiro da botânica, o curioso processo que ocorre na casca do amieiro-negro: fresca toma-se tóxica, e tem um intenso efeito vomitivo. Mas, com o tempo, vai perdendo espontaneamente a sua toxicidade e adquirindo uma notável qualidade medicinal. A partir de um ano de secagem, a casca desta planta torna-se um apreciado remédio contra a prisão de ventre. Sabemos hoje que uma das enzimas contidas na casca do amieiro-negro, a ramnodiastase, oxida lentamente os seus glicósidos antraquinónicos de acção vomitava, convertendo-os em franguloemodina e ramnosc, princípios activos medicinais. Este processo dura cerca de um ano, espontaneamente, embora o calor seco artificial possa acelerá-lo.
Quem terá sido a primeira pessoa que, talvez há milhares de anos, observou esta interessante transformação que tem lugar no amieiro-ne526
Outros nomes: frângula, sanguinho-da-água, lagarinho. Esp.: frângula, arraclân, aliso negro, avellano bravio, avellanillo. Fr.: bourdaine. Ing.; [alder] buckthom, black alder [tree]. Habitat: Abundante nos bosques e lugares húmidos da Europa. Em Portugal, frequente nas margens dos rios, lugares húmidos, matos e sebes de todo o país. Conhecido e usado no continente americano, onde também se cria a espécie Rhamnus purshiana (cáscara-sagrada, planta que figura a seguir a esta) cujas propriedades medicinais são semelhantes às da Rhamnus frângula. Descrição: Arbusto da família das Ramnáceas, de 2-3 m de altura, sem espinhos, com pequenas flores de cinco pétalas. Dá como fruto bagas de cor vermelha no Verão, e negra brilhante no Outono, quando amadurecem. Partes utilizadas. A casca seca do tronco e dos ramos.
&
Preparação e emprego USO INTERNO ODecocção com 20-30 g de casca triturada, envelhecida (de um ano pelo menos), em meio litro de água. Ferver durante 20 minutos. Se se deixar repousar durante umas horas, aumenta a sua eficácia. Filtrar e tomar uma ou duas chávenas, de preferência à noite, para produzir efeito na manhã seguinte.
&
Precauções
A casca do amieiro-negro não se deve tomar juntamente com bicarbonato de sódio, sais de frutos, leite de magnésia ou qualquer outro alcalino, pois o seu efeito fica notavelmente diminuído. Desaconselha-se o seu uso em caso de gravidez, lactação, menstruação ou crise hemorroidal (hemorróidas inflamadas).
O amieiro-negro é um arbusto cuja casca tem uma acção laxante suave e eficaz. Recomenda-se nos casos de prisão de ventre crónica devida a preguiça intestinal, q u e com certa frequência aparecem em mulheres jovens.
gro? Graças à sua perspicácia, e à de muitos outros investigadores 'Anónimos, podemos hoje desfrutar das propriedades curativas das plantas. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Como já dissemos, os princípios activos da casca do amieiro-negro são os glicosidos antraquinónicos, que lhe dão as segui mes propriedades:
• Laxante de acção suave, mas eficaz IOI. Não provoca contorções intestinais, nem evacuações líquidas, nem outros transtornos secundários pró-
prios dos laxantes irritantes. Tão-pouCO produz peida de potássio e de outros sais minerais, nem colite secundária, factos que se observam frequentemente nos utilizadores habituais de laxantes químicos. E, como se isto não bastasse, o intestino não se habitua ao seu emprego, pelo que os seus efeitos permanecem constantes mesmo que se utilize durante muito tempo. Torna-se pois ideal para quem sofra de preguiça intestinal há muitos anos e já tenha experimentado diversos laxantes, sem grande êxito, e por
vezes com efeitos secundários nada desejáveis. Estes doentes, que costumam ser mulheres, se quiserem vencer o seu desagradável transtorno, devem seguir também uma dieta rica em fibra vegetal. • Colerético: Como dizia o botânico Mattioli, a casca do amieiro-negro também favorece o bom funciona' mento do ligado pelo seu efeito colerético. Os doentes de hepatite aguda e crónica, de diversas hepatopalias ou inclusivamente de cirrose, beneficiarão com o seu emprego IOI. 527
Rhamnus purshlana D.C.
Cáscara•sagrada Um poderoso e recomendável laxante
A
CASCA desta árvore era usada pelos índios do Far West (extremo ocidental da América do Nono). Chamou rapidamente a atenção dos espanhóis que colonizaram a Califórnia. Como sucede com
a casca do a m i e i r o - n e g r o {Rhamnus
frangida L., pág. 526), uma espécie semelhante que cresce na Europa, a cáscara-sagrada não se deve tomar antes que tenha passado um ano depois de ter sido colhida e posta a secar, porque fresca tem efeitos tóxicos. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A casca desta árvore contém glicósidos antraquinónicos (emodina, crisorlna), semelhantes aos do amieiro-negro, assim como outros glicósidos (aloína, crisaloína). O seu intenso eleito purgativo, mais drástico do que o do amieiro-negro, deve-se à combinação de todos estes princípios activos. Apesar de ser um purgante enérgico, na dose terapêutica é muito bem tolerado, e não provoca fortes contracções nem colite. Pode-se usar durante longos períodos de tempo, coisa que não acontece com outros laxantes químicos. Ideal para casos de prisão de ventre crónica ou atonia intestinal, especialmente nos idosos (0,01.
'lambem tem um suave eleito colagogo c eupéptico, pelo que facilita o funcionamento da vesícula biliar e a digestão !©,©!. 528
Preparação e emprego
USO INTERNO O Pó de casca: 0,2-0,3 g, três vezes ao dia. © Infusão: 3 g de casca por chávena de água. Tomar até três chávenas por dia, com o estômago vazio.
Outros nomes: casca-sagrada. Esp.: cascara sagrada, aladierno. Fr.: cascara. Ing.: [Califórnia) buckthorn, sacred bark. Habitat: Bosques de coníferas da costa ocidental dos Estados Unidos e do Canadá. Não aparece na Europa. Descrição: Arbusto ou árvore de 6 a 12 m de altura, da família das Ramnáceas, com folhas ovaladas de nervuras muito proeminentes. A casca tem uma cor parda ou acinzentada, e apresenta-se frequentemente coberta de líquenes. Partes utilizadas: A casca seca do tronco e dos ramos.
Precauções
Usar com prudência na gravidez, lactação, menstruação, e durante a crise hemorroidal (produz congestão da pelve).
Rheum officinale Balllon
Ruibarbo Laxante e t ó n i c o
O
ruibarbo é uma das plantas de utilização mais antiga com Uns medicinais. É citado nos escritos do imperador chinês Chen-Nung, 2700 anos antes de Cristo. Foi Dioscórides quem, no século I d . C , introduziu o uso desta planta na Europa. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A raiz
do ruibarbo contém derivados antracénicos (antraqtiinonas livres e glicósidos) aos quais deve a sua acção laxante e purgante, assim como taninos, que o fazem adstringente, tonificante e digestivo. Os seus efeitos dependem da dose ingerida:
Preparação e emprego USO INTERNO
Precauções
• O uso continuado do ruibarbo pode produzir colite, isto é, inflamação do cólon ou intestino grosso. Desaconselha-se o seu emprego nos seguintes casos: • gravidez, menstruação e hemorróidas, pois provoca uma congestão sanguínea nos órgãos pélvicos, inconveniente nestes casos; • litfase renal, pelo seu abundante conteúdo em oxalatos, que entram na composição dos cálculos renais.
O Pó de raiz: Apresenta-se habitualmente sob a forma de comprimidos. As doses são as que se indicam no texto, em "Propriedades e indicações". Recomenda-se começar sempre o tratamento tenteando com doses baixas. Dose máxima para adultos: 3 g diários; para as crianças pequenas, não exceder os 0,05 g por ano de idade. ® Infusão de raiz: Faz-se com 5-10 g por litro de água. Tomam-se de meia a 3 chávenas a noite, antes de deitar. Uma chávena equivale, aproximadamente, a 1 g de pó de raiz.
Outros nomes: rabãrbaro, rapôntico. Esp.: ruibarbo [común], ruibarbo oficinal, ruibarbo medicinal, ruibarbo de la China. Fr.: rhubarbe. Ing.: rhubarb. Habitat: Originário da Ásia Central e Oriental, especialmente da China. A sua cultura estendeu-se ao mundo inteiro. Descrição: Planta vivaz da família das Poligonáceas, que atinge 1-2 m de altura. As folhas são grandes e palmadas, e o rizoma muito abundante, de um sabor amargo característico. Partes utilizadas: a raiz.
529
• Doses baixas (0,1-0,5 g de pó de raiz IOI ou meia chávena de infusão 101): Predomina o efeito adstringente dos taninos. Detém as diarreias, abre o apetite e estimula as Iunções do estômago (eupéptico: facilita a digestão) e do fígado (colerético: descongestiona o fígado e facilita a secreção da bílis). Em resumo, tonifica e regula todo o aparelho digestivo. • Doses médias (0,5-1 g de pó de raiz (Ol ou uma chávena de infusão (01): Predomina o efeito laxante das antraquinonas. Provoca uma evacuação praticamente sem cólicas 8 ou 10 horas após a sua ingestão. Apresenta um acentuado efeito descongestionante sobre o fígado. • Doses altas (de 1-3 g de pó de raiz IOI OU 2-3 chávenas de infusão 101): Purgante enérgico e vermífugo.
-.M,
¥
Outros ruibarbos
Na Europa e na América, cultivam-se várias espécies afins do ruibarbo comum ou oficinal. As propriedades medicinais das suas raízes e rizomas são em todas elas as mesmas. Os ruibarbos usados em fitoterapia são: • Ruibarbo-palmado (Rheum palmatum L), a que em Espanha se atribuíam, segundo a procedência que se supunha ter, as designações de 'ruibarbo de Alexandria' ou 'de la índia'.* • Rabárbaro {Rheum rabarbarum L. = Rheum undulatum L.),** que, proveniente da Ásia, se encontra espalhado pela Europa e pela América do Norte. Os seus pecíolos são comestíveis. • Ruibarbo-das-hortas ou rapôntico (Rheum rhaponticum L. = Rheum undulatum Pall.), chamado em alguns lugares da América Latina 'ruibarbo-de-comer\ pois além das suas raízes e rizomas medicinais, também os caules e pecíolos são consumidos como verdura. • Esp.: ruibarbo palmado. Ing.: Chinese rhubarb, Turkey rhubarb. " Esp.: rabárbaro. "' Esp.: rapôntico.
530
Em doses médias |0,5-1 g de pó de raiz), o ruibarbo é um laxante eficaz, cujo efeito será reforçado se, ao mesmo tempo, também se comer em abundância fruta reguladora da actividade intestinal como, por exemplo, a maçã.
Rlcinus communls L
\
Rícino Purgante clássico e seguro
Preparação e emprego USO INTERNO
O Como purgante, de 5 a 10 g de óleo nas crianças, e de 15 a 30 nos adultos, tomado de manhã em jejum. USO EXTERNO
D
IOSCORIDES, no século I d.C, já conhecia as propriedades purgativas do óleo de rícino, todavia este só começou a ser usado na Europa a partir do século XVIII.
© Loções com o óleo sobre a zona da pele afectada. €) Cataplasmas com as folhas frescas esmagadas.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: As se-
mentes do rícino contêm cerca de 50% de óleo, ricinina (um alcalóide) e i icina, uma glucoproteína muito tóxica (aglutina os glóbulos vermelhos do sangue) que fica na polpa da semente depois de se extrair o óleo. Nas doses recomendadas, o ÓLEO de rícino produz, algumas horas depois de ingerido, um efeito purgante suave, não irritante, sem cólicas nem contracções. Resolve eficazmente os casos de prisão de ventre, inclusive nas crianças IO). No entanto, quando se trate de prisão de ventre habitual, é preferível adoptar medidas dietéticas e outros laxantes mais suaves. E também útil para expulsar parasitas intestinais. Externamente, tanto o ÓLEO como as folhas da planta são emolientes e cicatrizantes. Aplicam-se em eczemas, herpes, erupções, feridas, queimaduras, e contra a calvície, tanto em loções como em cataplasmas 10,01.
Precauções A ingestão de 3 sementes pode ser mortal para uma criança, e de 10 ou 15, para um adulto.
Outros nomes: bafureira, carrapateiro, catapúcia, mamona, mamoneiro, palma-christi, tabaibo. Brasil: bafureiro, baga, mamoneira. Esp.: rícino, higuerillo, higuerilla, higuero, higuera dei diablo, higuera dei inlierno, higuereta, palma de Cristo, palmacristi, tártago, castor, quen/a, piojo dei diablo, mamona, crotón, cherva. alcherva, catapúcia mayor. Fr.: ricin, palma Christi. Ing.: castor bean, [castor-]oil plant, palma Christi. México seed. Habitat: Originário da África tropical, e difundido pelas regiões temperadas de todo o mundo, Cultivado com fins medicinais. Descrição: Planta herbácea em regiões temperadas; arbusto, e mesmo árvore em regiões tropicais. Pertence á família das Euforbiáceas. Caracteriza-se pelas suas folhas grandes palmadas e frutos rodeados de espinhos e contendo três sementes no seu interior. Partes utilizadas: o óleo das sementes e as folhas.
531
Rumex patíentía L
O]
* Preparação e emprego
Labaca USO INTERNO
Laxante e depurativa
O As foíhas comem-se como verdura. © Infusão com 30 g de folhas e/ou raiz seca triturada por litro de água, de que se tomam 2 ou 3 chávenas diárias. €) Sumo fresco das folhas: um copo por dia. USO EXTERNO
O Cataplasmas de folhas e raiz esmagadas, que se aplicam sobre úlcera e chagas.
E
STA PLANTA p e r t e n c e ao mesmo g é n e r o botânico da labaça-crespa [Rumex crispus Lu, pás. 696), d e p r o p r i e d a d e s m u i t o semelhantes, e das azedas (Rumex acetoso L., pág. 275), d e q u e s e d i f e r e n c i a p o r n ã o ter um gosto ácido, mas sim amargo. Todas elas se usaram c o m o verdura na Idade Média e em épocas de escassez de alimentos. P R O P R I E D A D E S E INDICAÇÕES: Toda a
planta contém em a b u n d â n c i a ferro e fósforo, taninos, e glicósidos activos sobre os aparelhos digestivo e renal. A sua raiz foi usada c o m o laxante seguro, embora actue tão l e n t a m e n t e q u e é necessário e s p e r a r várias s e m a n a s para se notar o eleito. Daí o n o m e de paciência. E antianémica ( p e l o seu conteúdo em ferro), depurativa e algo diurética. O seu uso é indicado nos casos de prisão de ventre rebelde, nas curas depurativas de Primavera, nos eczemas, na atonia do a p a r e l h o digestivo e nas anemias por falta de ferro IO.©,0I. Aplicadas externamente, as folhas e a raiz da labaça esmagadas têm eleito cicatrizante sobre úlceras e chagas da pele IO). 532
Outros nomes: paciência-dos-jardins. Esp.: romaza, romaza-común, [romazaj paciência, acedera vejigosa, espinaca sin aroma. Fr.: patience [communej. Ing.: sorrei, patience dock, spinach dock. Habitat: Bermas dos caminhos e terrenos sombrios de regiões da Europa Central e Meridional. Encontra-se em quase todo o território continental português, sendo muito frequente nas searas. Naturalizada no continente americano. Descrição: P/anta vivaz da família das Poligonáceas, que atinge 0,5-1 m de altura. O caule e as grandes folhas têm as nervuras avermelhadas. Tem cheiro acre e sabor amargo. Partes utilizadas: as folhas e a raiz seca.
Sanguísorba mlnor Scop.
lO)
Pimpinela -menor Adstringente e digestiva
f
>.
*
ej
"
Preparação e emprego
USO INTERNO
O Brotos crus em saladas e outros pratos. © Decocção com 50-100 g de raiz por litro de água, durante 15 minutos. Podem-se juntar também as partes aéreas da planta. Ingerem-se 4 ou mais chávenas por dia. USO EXTERNO
O
S BROTOS tenros primaveris da pimpinela-menor utilizam-se cm saladas pelo seu sabor agradável e refrescante. Àsemelhança
€) Loções com a mesma decocção que se usa internamente. O Compressas empapadas com o líquido da decocção.
da pimpinela-olicinal (pág. 534), esta
planta também não era conhecida pelos grandes médicos e botânicos da antiguidade clássica. O seu uso csten-
deu-se pela Europa a partir do Renascimento. Toda a planta contém quantidades importantes de tanino, um óleo essencial e
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
vitamina C. São estas as suas propriedades: • Adstringente e hcmostática: Graças ao seu elevado c o n t e ú d o em taninos, seca e coagula as m u c o s a s e a pele. Obúveranvsc bons resultados no trat a m e n t o das gastrites e gastrenterites a g u d a s , inclusive a c o m p a n h a d a s d e evacuações s a n g u i n o l e n t a s (disenteria), e no t r a t a m e n t o das enterocolites mucomembranosas ( u m a forma grave de diarreia) dos lactentes IO,©). • Carminativa e digestiva: Pelo efeito do seu óleo essencial, r e d u z o c o n teúdo gasoso do intestino, e facilita a digestão 19.81. • Diurética: Efeito suave e b e m tolerado IO 01. • Cicatrizante: A p i m p i n e l a - m e n o r usa-se externamente para curar feridas e úlceras cia pele l€>,©*.
Sinonímia científica: Poterium sanguisorba L. Outros nomes: pimpinela, pimpinela-hortense, sanguissorba. Esp.: pimpinela [menor], pampanilla, sanguisorba [menor], hierba dei cuchillo, hierba cuchillera, hierba de la enjaretadura, perifollo, ensaiada italiana. Fr.: [petite]pimprenelle. Ing.: [small] burnet, salad burnet. Habitat: Cresce em ribanceiras, bosques e lugares incultos de toda a Europa Central e Meridional, mas falta no Norte do continente europeu. Também se encontra na América do Norte. Descrição: Planta da família das Rosáceas, de 0,2 a 1 m de altura, que se caracteriza pelo seu caule anguloso, de cor avermelhada, e pelas suas flores pequenas, terminais, e de cor esverdeada. Partes utilizadas: Toda a planta, incluindo a raiz.
533
ulsorba balis L
Pimpinela-oficinal
M H
ti.' •
Preparação e emprego
USO INTERNO
Poderoso adstringente
E
STA PLANTA foi d e s c o b e r t a e utilizada a p a r t i r do Renascim e n t o . Devido ao facto de os seus ramalhetes florais terem o aspecto de coágulos de s a n g u e , acreditou-se q u e a planta poderia ser útil para o tratamento das hemorragias. Foi utilizada com este fim d u r a n t e vários séculos e, r e c e n t e m e n t e , p ô d e verificar-se o acerto daquela intuição.
O Decocção de 100 g de raiz num liíro de água, durante 15 minutos, a que se podem juntar as partes aéreas da planta. Bebemse 3 ou 4 chávenas diárias. USO EXTERNO © A mesma decocção, mas mais concentrada. Também se pode usar o sumo fresco da planta esmagada. Tanto a decocção como o sumo se aplicam de qualquer das seguintes maneiras: compressas, bochechos e gargareos, e irrigações vaginais.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda
a planta é muito rica em t a n i n o . Contém igualmente saponinas, flavo nas e vitamina C. Isto explica as suas p r o priedades adstringentes, anti-hemorrágicas e anti-inflamatórias. Pela sua acção adstringente, seca as células superficiais da pele e as mucosas, e coagula os p e q u e n o s vasos s a n g u í n e o s . • Internamente, o sen uso torna-se apropriado em diarreias agudas e crónicas, disenterias e gastrites (inclusive as hemorrágicas) MN, • Externamente, t a n t o a d e c o c ç ã o como o s u m o fresco da pimpinela-oficinal se aplicam em c o m p r e s s a s , para c u r a r feridas e úlceras da p e l e ; em gargarejos nos casos de estomatite (inflamação da boca) e faringite (irritação da garganta); em lavagens anais, contra as hemorróidas (desinflama-as e trava a hemorragia); e em irrigações vaginais em caso de leucorreia e vagin i t e (€>).
534
Outros nomes: pimpinela, sanguissorba-oficinai. Esp.: pimpinela mayor, sanguisorba, sanguisorba oficinal. Fr.: grande pimprenelle, pimpinelte des prés, sanguisorbe [officinale]. Ing.: great burnet, Italian pimpernel. Habitat: Prados húmidos da Europa e da América do Norte. Encontra-se na metade norte da Península Ibérica. Descrição: Planta vivaz da família das Rosáceas, que atinge até um metro de altura. Salientam-se as suas pequenas flores de cor púrpura, agrupadas em inftorescências ovaladas. Tem um cheiro suave e um sabor ligeiramente amargo. Partes utilizadas: a planta inteira, incluindo a raiz.
Sorbus aucupariaL
Tramazeira Adstringente e rica em vitamina C
A
TRAMAZEIRA, que é uma sorvei ia brava, não forma arvoredo, mas eucoutra-se isoladamente entre outras árvores de m o n t a n h a . Faz-se notai - pelos seus vistosos frutos, q u e são u m a delícia para
os pássaros. Em algumas cidades é plantada para o r n a m e n t a ç ã o . K u m a árvore elegante e longeva: vive mais de 100 anos. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : Os fru-
tos (sorvas) c o n t é m diversos ácidos orgânicos (sórbico, cítrico e suecínico), açúcares, pectúlã, tanino e grandes quantidades de vitamina C (até 80 mg p o r 100 g ) . Nos países g e r m â n i c o s a t r i b u e m -se-lhe n u m e r o s a s p r o p r i e d a d e s , embora as q u e r e a l m e n t e se comprovaram sejam apenas as seguintes: • Adstringente: Devido ao seu c o n t e ú d o em tanino, dá bons resultados no t r a t a m e n t o das diarreias e colites, tanto agudas c o m o crónicas IOI. Esta acção adstringente é parcialmente c o m p e n s a d a pelo c o n t e ú d o em pectina dos seus frutos, q u e exerce um suave eleito l a x a n t e . O r e s u l t a d o desta acção combinada é um efeito regulador e normalizador do trânsito intestinal. • Antiescorbútico e tonificante: Pelo seu c o n t e ú d o em vitamina C e ácidos o r g â n i c o s , r e s p e c t i v a m e n t e . Recomenda-se o seu uso em caso de carência de vitamina ('-, doenças febris, gripes, catarros, e s g o t a m e n t o , e em pacientes convalescentes ou debilitados IOI.
Outros nomes: sorveira, sorveira-dos-passarinhos, cornogodinho, escancerejo. Brasil: sorveira-brava. Esp.: serbal silvestre, serbal de cazadores, Iresno silvestre, manzano falso, acafresna, amargoso, margojo, azarollo borde, capudio, cerveltón, sevillano. sorbito. Fr.: sorbierfdes oiseleurs]. Ing.: rowan [tree], mountain ash. Habitat: Disperso em regiões montanhosas de clima temperado de toda a Europa. Em Portugal encontra-se em Trás-os-Montes e nas Beiras interiores. Descrição: Arvore ou arbusto da família das Rosáceas, que atinge até 6 m de altura. A casca é lisa e cinzenta, e as flores pequenas e brancas. Os frutos são umas bagas alaranjadas ou vermelhas, que pendem em cachos. Partes utilizadas: os frutos (sorvas) cozidos ou secos.
O
f
•Al»
Preparação e emprego
USO INTERNO
O As sorvas são comestíveis apenas quando estão bem maduras, no Outono, o que se reconhece porque se tornam mais escuras e moles. Se forem comidas antes de amadurecerem completamente, deixam um forte sabor áspero na boca e tomam-se irritantes. Um punhado de sorvas por dia já exerce acção terapêutica. Podem-se deixar secar, ou então pode-se preparar com elas um puré ou compota, depois de cozidas. A dose normal de sorvas é de 3 a 5 colheradas, 3 vezes ao dia.
Sorveira
A sorveira {Sorbus domestica L. = Pyrus domestica Smith)* dá umas sorvas maiores que as da tramazeira, que se parecem com nêsperas, e que quando estão bem maduras, já dentro do Outono, se tornam castanhas. Estes frutos da sorveira cultivada são mais agradáveis de comer do que os da tramazeira, embora as propriedades de ambas as espécies sejam muito semelhantes. " Esp.: serbal común, acerolo, pomar, silva, mostajo.
• Diurético suave e emenagogo: Facilita a menstruação IOI. 535
Tamaríndus Indica L
L. J J Preparação e emprego
Tamarindeiro Refrescante e laxante suave
USO INTERNO O Polpa: Tomam-se de 20 a 40 g de polpa diluída em água, até três vezes ao dia. @ Infusão com 30 g de folhas por litro, de que se tomam 3 chávenas por dia.
N
OS PAÍSES dns Cara/bas e da América Central usam-sc correntemente os refrescos à base de polpa de tamarindeiro, que são ao mesmo (empo doces e ácidos. Além do seu agradável sabor, possuem algumas virtudes medicinais. A polpa que envolve as sementes do tamarindeiro é muito rica em glícidos (60%-(55%) e em ácidos orgânicos (cítrico, tartárico e málico). Também contém pectina. São estas as aplicações medicinais PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
da POLPA:
• Laxante suave: Devido ao seu conteúdo em glícidos e em pectina. Costuma assoe iar-sc ao sene-da-índia (pág. 492) para reforçai- a sua acção. Provoca a emissão de fezes moles sem nenhuma cólica IOI. • Colerético e colagogo suave: Indicado nas afecções biliares e hepáticas, pela sua capacidade de descongestionar o ligado e facilitar o esvaziamento da vesícula biliar IOI. • Refrescante e tonificante: Recomenda-se o seu uso nas afecções febris e durante os treinos desportivos IO,©l. • As FOLHAS têm efeito anti-heliníntico e vermífugo (destroem os parasitas intestinais) e também adstringente [01. 536
Outros nomes: tamarindeira, tamarinheiro, tamarinheira, tamarineiro, tamarineira, tamarindo, tamarinho. Brasil: tamarina, maná-do-brasil. Esp.: tamarindo, tamarindero, mandarin. Fr.: tamarin, tamarinier [d'lnde). Ing.: tamarind. Habitat: Originário da África Tropical, extensamente distribuído e cultivado na índia e na América Central. Descrição: Árvore que atinge até 25 m de altura, da família das Leguminosas, de folhas perenes. Os frutos sào vagens pendentes, de 15-20 cm de comprimento, em cujo interior há uma polpa amarela que envolve as sementes. Partes utilizadas: a polpa dos frutos e as folhas.
J J
Tanacetum vulgareL
Tanaceto Um poderoso anti-helmíntrco
P
OR ALGUNS dos nomes comuns desta planta se vê que, tradicionalmente, a virtude medicinal que se lhe reconhece é a anti-helmíntica. Os botânicos clássicos não a conheciam, e não se encontra registada antes do século XII. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Con-
Preparação e emprego USO INTERNO O Infusão com 5 g de sementes por chávena de água, que se ingere de manhã em jejum. €> Capítulos florais secos: Podem-se tomar directamente 2-5 g de capítulos triturados e dissolvidos num pouco de água. Passada uma hora, administrar um purgante. Repetir até três dias consecutivos. USO EXTERNO €) Enemas (clisteres) da mesma infusão que se usa internamente, para reforçar a acção vermífuga da infusão
tém taninos, flavonóides e uma essência rica em tuiona, a que deve as suas propriedades: •Vermífugas: Paralisa os vermes intestinais (lombrigas e oxiúros), e embora não chegue a matá-los, facilita a sua expulsão se se tomar seguidamente um purgante IO,0,©I. • Emenagogas: Provoca e regulariza a menstruação MM.
%
y
Precauções
Respeitar as doses recomendadas: Em doses elevadas pode produzir vómitos e convulsões. Não se deve administrar às grávidas.
Balsamita
A balsamita (Tanacetum balsamita L)* é uma espécie semelhante ao tanaceto (Tanacetum vulgare L), que também se usa como vermífugo. Caracteriza-se pelas suas folhas grandes e pubescentes. Usa-se igualmente como antitússico e carminativo (antiflatulento). Prepara-se em infusão, com 15-20 g de folhas por litro, de que se tomam 3-4 chávenas por dia. Quando se usa como vermífugo, tomam-se uma ou duas chávenas em jejum, e passada uma hora é necessário administrar-se um purgante. * Esp.: balsamita, hierba de Santa Maria.
Outros nomes: atanásia, atanásia-das-farmácias, tanásia, erva-dos-vermes. erva-de-são-marcos. Esp.: tanaceto, [hierba] lombricera, hierba de las convulsiones, hierba de Santa Maria, hierba de San Marcos. plumilla, atanásia, anastasia, buen varón de Jarava. Fr.: tanaisie, herbe aux vers, barbotine. Ing.: tansy, bitter buttons, parsley tem. Habitat: Difundido por toda a Europa excepto na região mediterrânea. Naturalizado na América do Norte. Em Portuga) encontra-se em Trãs-os-Monles e nas Beiras. Descrição: Planta vivaz da família das Compostas, com caule erecto de até 90 cm de altura. Folhas divididas em numerosos folíolos dentados e aromáticos. Capítulos com flores amarelas e sem ligulas (espécie de pétalas grandes que rodeiam os capítulos florais das Compostas). Partes utilizadas: os capítulos florais bem maduros, com as sementes.
537
PLANTAS PARA O ÂNUS E O RECTO talo
DO CAPÍTULO
J
D O E N Ç A S E APLICAÇÕES
Anus, eaema Anus,fissura Eczema anal Fissura anal Hemorróidas Froctile Recto, inflamarão, ver Prodite
539 539 539 539 540 539 539
PLANTAS Escrofulária Silva Videira
Os banhos de assento constituem o uso externo mais eficaz nas afecções do ânus e do recto. Na página 65 dão-se pormenores acerca da sua execução.
543 541 544
O
RECTO constitui o último troço do tubo digestivo. Situa-se na continuação do cólon sigmóide e antes do ânus. Encontrasse rodeado por uma forte camada muscular, cuja função é a de empurrar as fezes para o exterior. O ânus, por sua vez, está rodeado por um grosso músculo, conhecido como csfínctcr anal, capaz de actuar como uma autêntica válvula controladora da passagem rias fezes. A sua abundante enervaçâo sensitiva torna-o muito sensível, de maneira que q u a l q u e r p e q u e n a lesão na mucosa que o revcsie provoca uma d o r muito intensa. T a n t o a porção inferior do recto c o m o o â n u s se a c h a m r o d e a d o s de u m a extensa rede de p e q u e n a s veias, conhecidas c o m o p l e x o hemorroidal. As dilatações destas veias constituem autênticas varizes anais, a q u e se c h a m a h e m o r r ó i d a s . As plantas medicinais p o d e m contribuir de forma m u i t o notável para a cura das afecções anorrectais. Tomadas por via oral, as plantas laxantes ricas em mucilagcns aum e n t a m o volume das fezes, la/endo-as também mais moles, facilitando o seu trânsito pelo recto e expulsão pelo ânus. As plantas q u e tonificam a circulação venosa evitam a t e n d ê n c i a para a dilatação das veias h e m o r r o i d a i s . As plantas com acção protectora capilar evitam o edema e a inflamação q u e costuma acompanhai" as hemorróidas em fase de inflamação aguda. Aplicadas externamente em forma de ban h o de assento ou de compressas .sobre o ânus. as plantas adstringentes e cicatrizantes lornam-se m u i t o úteis no t r a t a m e n t o das hemorróidas e rias fissuras do ânus.
538
A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S 2 " Parte:
Doença
Planta
FISSURA ANAL É uma pequena chaga na mucosa anal, muito dolorosa (especialmente a seguir à defecacão), normalmente causada pela prisão de v e n t r e (ver pág. 485).
Ratania
O tralamento fitoterápico consiste na aplicação de banhos de assento com plantas adstringentes (secam e cicatrizam) e cicatrizantes, assim como na ingestão de plantas Íaxantes suaves.
Uso
Pág. Acção
RATANIA
196
CARVALHO
208
SFRPin °
3cto
33R
SENE-DA-IND.A
D e s c r i ç ã o
Banhos de assento com a decocção
Adstringente, anti-inflamatória Reduz a inflamação anal, detém as pequenas hemorragias que acompanham a fissura, favorece a cicatrização
Banhos de assento com a decocção
Anti-séptico. Muito apropriado para lavagens
Lavagens com a infusão
492
Infusão de folhas, extractos
^S^SSfSSS^ ^ ^
r-xr
moles e sem cólicas Suavi2ante, anti-inflamatória, acalma os incómodos das fissuras anais
PARIETÁRIA
582
Anti-inflamatória, emoliente
Cataplasmas da planta fresca sobre o ânus
MALVA
511
Ajuda a curar as irritações superficiais da pele e das mucosas
Compressas com a infusão ou decocção de flores e/ou folhas
MALVA
511
Suavizante - anti-inflamatória, cria uma camada protectora sobre as mucosas
Clisteres com a infusão ou decocção de flores e/ou folhas, esta mesma infusão tomada por via oral
ZARAGATOA
515
Suavizante, anti-inflamatória, protectora das mucosas digestivas
Maceração de sementes, ingerida e aplicada em clisteres
ZARAGATOA
Maceração de sementes, ingerida e aplicada em clisteres
ECZEMA ANAL Apresenta-se com comichão, enrubescimento e irritação na mucosa anal. A fitoterapia utiliza plantas emofientes e cicatrizantes como a malva.
PROCTITE E a inflamação do recto, último troço do tubo digestivo. Os enemas com plantas emolientes e anti-inflamatórias, assim como a ingestão de plantas ricas em mucilagem, como a zaragatoa, constituem o tratamento fitoterápico.
As crianças sofrem com certa frequência de prurido (comichão), eczema e fissura do ânus. Para elas é mais fácil aplicar as plantas em compressas sobre o ânus, do que por meio do tradicional banho de assento.
•
Cap. 21: PLANTAS PARA O ÂNUS E O RECTO
Doença
Planta
Pág. Acção
HEMORRÓIDAS São dilatações venosas, ou seja, verdadeiras varizes das veias que rodeiam o ânus e a parte inferior do recto. Além dos factores constitucionais, a prisão de ventre, as gravidezes e a vida sedentária são as principais causas conhecidas. A fitoterapia dispõe de plantas úteis para a fase aguda da doença, como o carvalho ou a escrofulária, que se aplicam em banhos de assento e compressas sobre o ânus; e também plantas para evitar que se voltem a formar ou que continuem a crescer: laxantes suaves como a zaragatoa (ver mais nas págs. 484-485), e tónicos venosos como a aveleira, o cipreste ou o meliloto (ver mais na pág. 249).
Reduz a inflamação anal, d e t é m as pequenas hemorragias que acompanham a fissura, favorece a cicatrização
Uso
CARVALHO
208
CASTANHEIRO-DA-lNDIA
251 das hemorróidas
Banho de assento com a decocção de casca e/ou sementes
AVELEIRA
253 bonifica a circulação venosa, hemostática
Decocção de folhas e casca, banhos de assento com esta mesma decocção
CIPRESTE
255 Tónico venoso potente
Decocção de gálbulos (frutos), banhos de assento com a decocção
MELILOTO
258 Tónico venoso, protector capilar
Infusão de sumidades floridas
LIMOEIRO
265
Re,orca a estabilidade dos capilares e melhora a circulação venosa
Sumo do fruto
AorcwTiNfl ARGENTINA
571 371
Desinflama as hemorróidas e r e d u z .| h e s 0 t a m a n h 0
Compressas sobre o ânus com a decocção de folhas e flores
CARDO-SANTO
Acalma a dor e reduz o tamanho
444 Anti-séptico e cicatrizante
Banhos de assento com a decocção
Banhos de assento com a decocção de folhas
ALFORVA
474 Desinflama e reduz as hemorróidas
Cataplasma sobre o ânus com a decocção de sementes, banhos de assento com esta mesma decocção
NOGUEIRA
505 Adstringente, anti-séptica, cicatrizante
Banhos de assento com a decocção de folhas e/ou nogalina (cascas verdes)
7«D«o«Tft« ZARAGATOA
KI K Suavizante, anti-inflamatória, 515 a m o l e c e as f e z e s
A maceração de sementes aplicada em clisteres ou tomada por via oral
TORMENTILA
519 e fá-las deixar de sangrar
Escrofulária
ESCROFULARW
Aveleira
540
Desinflama as hemorróidas
543 Acalma a dor das hemorróidas e reduz-lhes o tamanho
Desinflama as hemorróidas e evita que aumentem de tamanho
VIDEIRA
544
NOVELEIRO
642 Activa a circulação venosa
MILEFÓLIO
691 desinflama as hemorróidas
Cicatrizante, anti-séptica, hemostática;
Banhos de assento com a decocção do rizoma Lavagens ou banhos de assento com a decocção Banhos de assento com a decocção de folhas, tisanas desta mesma decocção
Decocção de casca seca
Lavagens e banhos de assento com a infusão de sumidades floridas, compressas sobre o ânus empapadas nesta mesma infusão
Rubus fmtkx/susL
Silva Melhora as hemorróidas e trava as
diarreias
D
IOSCORIDES já recomendava as folhas da silva para o tratamento das hemorróidas. Os seus frutos têm sido usados desde a antiguidade na alimentação humana, e constituem uma excelente guloseima natural para crianças e adultos. Conhecem-se umas cem espécies de silvas e muitas mais variedades, todas elas com as mesmas propriedades.
a a Preparação e emprego
USO INTERNO
O Decocção: 30-50 g de brotos tenros e/ou folhas num litro de água, durante 5-10 minutos. Tomam-se até 3 chávenas diariamente. O Brotos tenros da Primavera: Podem comer-se directamente, e também exercem acção curativa ao contacto com a mucosa bucal. €)Sumo de amoras". Toma-se fresco, de 1 a 3 copos por dia. O Xarope: Prepara-se juntando ao sumo o dobro do seu peso em açúcar, se possível integral (escuro), aquecendo ao lume até que se dissolva por completo. O sumo de amoras ou o xarope costuma misturar-se com a decocção para reforçar o seu efeito e melhorar o sabor. USO EXTERNO
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS fo-
lhas e os brotos tenros contêm abundantes taninos, que os fazem adstringentes e hemostáticos. Os frutos contêm, além do tanino, glícidos (glicose e levulose), provitamina A, vita-
O
0 Decocção mais concentrada (50-80 g por litro) que para uso interno. Apiica-se em compressas, banhos de assento, e em bochechos e gargarejos. ® Cataplasmas com folhas esmagadas num almofariz. Aplicam-se sobre a pele afectada.
Brotos de silva contra o tabaco
Os fumadores que desejem encontrar um novo método para deixar o tabaco podem experimentar este remédio de comprovada eficácia: segurar entre os dedos um broto tenro de silva, mastigando-o lentamente. 0 sabor ligeiramente amargo e doce que proporcionam cria uma certa aversão ao tabaco e diminui o desejo de fumar, pelo menos enquanto se mantém o broto de silva na boca.
Outros nomes: sarça. Brasil: nhambuí. Esp.: zarza, zarzamora, zarzaneda, zarzón, artos, cambronera, cambrón, espino negro. Fr.: ronce [noire], múríer des haies. Ing.: brambie, [EuropeanJ blackberry. Habitat: Amplamente difundida por toda a Europa, nas bermas dos caminhos, ribanceiras e sebes. Naturalizada no continente americano. Descrição: Arbusto espinhoso da família das Rosáceas, que atinge até 4 m de altura. As suas flores são brancas ou rosadas, com 5 pétalas. O fruto é composto por várias pequenas drupas vermelho-escuras ou negras, cada qual com uma semente no seu interior. Partes utilizadas: as folhas, os cautes tenros e os frutos (amoras de silva).
541
Na fotografia superior vé-se claramente a forma de tomar um banho de assento contra as hemorróidas, com uma decocção de folhas e brotos de silva. As fricções com uma luva de banho no baixo-ventre contribuem para melhorar a circulação sanguínea na pelve, o que também favorece a cura das hemorróidas. Na foto inferior podemos observar as deliciosas amoras, que t a n t o atraem as crianças e os adultos.
mina C c ácidos o r g â n i c o s (cítrico, láctico, succínico, oxálico, salicflico). TC'in as seguintes indicações: • H e m o r r ó i d a s : A d e c o c ç ã o das FOLHAS e BROTOS de silva aplica-sc localmente em b a n h o s de assento ou compressas, para d e s i n l l a m a r e evitar q u e sangrem (©I. • Diarreias, g a s t r e n t e r i t e s e colites, pelo seu notável efeito adstringente. As FOLHAS e BROTOS IOI sáo-no mais do q u e os FRUTOS l©,OI, mas costum a m tomar-se j u n t o s para reforçar os efeitos dos primeiros e aproveitar o sabor destes últimos. Para as crianças p e q u e n a s com diarreia, administra-se o s u m o das a m o r a s em p e q u e n a s colheradas l©l, ou o x a r o p e q u e se prepara com eJe l&i. • D o e n ç a s febris: O s u m o dos FRUTOS (as amoras) é refrescante e tonificante, pelo q u e se torna muito apropriado para os doentes febris ou debilitados I©I. • A f e c ç õ e s b u ç o faríngeas: T a n t o a d e c o c ç ã o das FOLHAS e dos BROTOS IOI, c o m o os b r o t o s t e n r o s 101 e os FRUTOS l©l, têm um efeito benéfico sobre as aftas, gengivite (inflamação das gengivas), e s t o m a t i t e (inflamação da m u c o s a b u c a l ) , faringite e amigdalite. • Feridas, úlceras da pele e furúnculos: Aplicam-se lavagens ou compressas com a d e c o c ç ã o I©1, ou cataplasmas com as FOLHAS esmagadas n u m almofariz l©l. Ajudam a curar e cicatrizar.
ularía
Preparação e emprego
Escrofularia Eficaz contra as hemorróidas
USO EXTERNO O Lavagens e compressas sobre a zona afectada, com uma decoecão de 20 9 de planta por litro de água. © Banhos de assento com o líquido dessa mesma decocçáo.
Precauções
O
NOME desta planta deriva de 'escrófula', que é como se conheci* a afecção tuberculosa dos gânglios linfáticos. A raiz da planta, cheia de* nódulos, lembra os aspecto que apresentam os gânglios do pescoço inflamados pela tuberculose. Quando não existiam tratamentos eficientes contra esta grave doença, a escrofularia era um dos remédios mais populares.
A escrofuiaria deve ser aplicada unicamente em uso externo. Ingerida, provoca vómitos e diarreias.
Hoje continua a ter Aplicação noutros tipos de nódulos, concretamente nas hemorróidas. Toda a planta contém saponinas, glicósidos flavonóides, diversos ácidos orgânicos e um alcalóide. Em uso interno é diurética, embora, por causa da sua toxicidade, apenas se empregue externamente pelas suas propriedades emoliente (acalma as inflamações da pele e das mucosas) e cicatrizante, devido ao seu conteúdo em saponinas. For isso se aplica em forma de lavagens e compressas MM. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Torna-se particularmente útil no caso de hemorróidas, já que acalma a dor que produzem e lhes reduz o tamanho IO,©l. Também se aplica em abcessos, furúnculos e feridas infectadas 191.
Outros nomes: escrofularia-nodosa. Esp.: escrofuiaria, escrofularia nodosa, hierba de los tamparones. Fr.: sccoíutaire noueuse. Ing.: figwort, scrofula plant. Habitat: Cria-se nas zonas montanhosas e de clima temperado da Europa e do continente americano, exceptuando a região mediterrânea. Descrição: Planta vivaz, da famfiia das EscroMariáceas, que atinge de 60 a 90 cm de altura. Apresenta um caule quadrangular, de cujo extremo surge um ramalhete de pequenas flores. Tem um cheiro desagradável. Partes utilizadas: toda a planta.
543
Vhis vinifom L
JJ El Ql •
&
Videira Até a sua seiva é medicinal
E
XISTKM iu> mundo cerca de 3000 espécies cultivadas de videira, que produzem um dos frutos nmi.s medicinais que se conhecem. Todas as civilizações antigas cia região mediterrânea conheciam a videira e a utilizavam amplamente. Tanto o fruto como as folhas e a seiva desta nobre planta possuem abundantes propriedades medicinais c constituem um excelente alimento-medicamento natural, inteiramente isento de toxicidade Não podemos dizer o mesmo do vinho, produto da degradação e decomposição do sumo de uva, em cujo processo de transformação perde as suas notáveis propriedades medicinais e se torna numa droga líquida com capacidade para intoxicar, alterar a conduta e provocar dependência.
O sumo de uva é rico em substâncias de elevado valor biológico: açúcares de grande valor nutritivo, proteínas, vitaminas e minerais. O vinho, pelo contrário, perde a maior parte dos açúcares, que se transformam em álcool durante a fermentação, assim como as proteínas e vitaminas. O sumo de uva é alimento e remédio. O vinho, que nada mais é do que o produto da sua decomposição, é destituído de substâncias alimentícias. Pelo seu conteúdo em álcool torna-se irritante para os órgãos digestivos, e em 544
Outros nomes: videira-europeia, vide. Esp.: vid, vidcomún, vidueno, parra. Fr.: vigne. mg.: grapevine. Habitat: Originária da Ásia Menor e amplamente difundida por todos os países mediterrâneos, onde se podem encontrar plantas silvestres (var. lambrusca). Actualmente cultiva-se nos cinco continentes. Descrição: Arbusto trepador da família das Vitáceas, com flores de pequeno tamanho agrupadas em cachos compostos. Os frutos, os bagos de uva, são bagas negras ou esverdeadas que contêm de uma a quatro sementes lenhosas. Partes utilizadas: as folhas, a seiva, as bagas (uvas) e as sementes.
O
Preparação e emprego USO INTERNO
O Decocção de folhas: 40-50 g de folhas por litro de água. Tomar 3 ou 4 chávenas diárias, antes das refeições. © Cura de uvas com fins depurativos (ver quadro na pág. 547). © Óleo de sementes de uva (grainhas): Consome-se como qualquer outro óleo comestível, à razão de 2 a 5 colheradas por dia. USO EXTERNO
O Banhos de assento contra as hemorróidas (ver quadro na pág. 545).
© Pedilúvios (banhos de pés) contra as frieiras, e para melhorar a circulação sanguínea, com a mesma decocção que para os banhos de assento (ver quadro na pág. 545). © Pó: Para estancar as hemorragias nasais, inala-se o pó das folhas secas á maneira de rapé. © Seiva do sarmento: Recolhe-se num frasco limpo, e aplica-se directamente sobre a pele ou os olhos. Não se pode conservar, pelo que se usa unicamente na Primavera.
CP
Banho de assento contra as hemorróidas
Com 1-2 litros da mesma decocção que se recomenda tomarem uso inferno, prepara-se um banho de assento. Verte-se o líquido da decocção numa banheira adequada (pág. 65) e acrescenta-se a água necessária para cobrir o baixo-ventre. A temperatura da água do banho deve ser fria, tal como sai da torneira. Recomenda-se tomar até 3 banhos diários, de cerca de 5 minutos de duração cada um. Consegue-se com isto desinflamar as hemorróidas e até evitar que aumentem de tamanho, devido à acção venotónica das folhas da videira. Na medida em que a tonicidade das paredes das veias aumenta, as hemorróidas, que mais não são do que veias
anormalmente dilatadas, contraem-se, e melhora a circulação do sangue que corre por elas. Em caso de crise hemorroidal (inflamação aguda das hemorróidas), os melhores resultados conseguem-se combinando, durante 2 ou 3 dias, as acções curativas da videira em todas as suas formas: • tisanas com a decocção das suas folhas Kftl. • banhos de assento com esta mesma decocção, embora mais concentrada. • cura de uvas (ver quadro na pág. 547).
especial para o fígado, mesmo em pequenas quantidades. Tenha-se em conta que o álcool etílico contido no vinho (de 60 a 120 g por litro) é um poderoso veneno para o organismo. Quando o sangue contém um grania de álcool por litro, já se verificam sintomas de intoxicação etílica (euforia, falta de domínio mental, perda de reflexos). Um nível de 4-5 g por litro de sangue provoca a morte por coma e paragem respiratória. Os valores máximos de alcoolemia (concentração de álcool no sangue) permitidos nos países ocidentais paia os condutores oscilam entre 0,5 e 0,8 g por litro de sangue. Pondo de parte os elogios de poetas e gourmels, a única propriedade medicinal do VINHO, lealmente reconhecida e comprovada, é a anti-séptica, quando se aplica externamente sobre as feridas, devido ao álcool que contém. Como tal se usou na antiguidade, e foi recomendado por Pioscórides. LL ' este o emprego eme se lhe dá na parábola do Bom Samaritano. Os antigos mitos de que o vinho "faz sangue", ou de que o vinho é bom "para o coração", foram completamente desmentidos pelo progresso científico, como aconteceu com outras plantas e tratamentos antigos. Sabemos hoje que o consumo habitual de bebidas alcoólicas produz anemia megaloblástica e miocardiopatia (degenerescência do músculo do coração).
A videira e os seus frutos, as uvas, da maneira como a natureza no-las oferece, são uma bênção. Em contrapartida, q u a n d o se transformam em álcoo/, podem converter-se na origem de uma autêntica praga social.
«O vinho, tomo-o nos cachos», dizia Louis Pasteur, o grande cientista francês do século XIX. As propriedades medicinais estão na uva e nas folhas da videira, como a natureza nolas oferece, e não no vinho. Desaconselhamos o seu consumo, mesmo quando é utilizado como veículo ou dissolvente de algumas plantas medicinais, pois em certos doentes os efeitos secundários do álcool podem ser mais importantes do que- os possíveis efeitos curativos dos princípios da planta que nele se encontrem em dissolução. O melhor vinho, o autêntico vinho, é o sumo puro do fruto da videira. E O «vinho novo» (S. Mateus 545
Se seguirmos o exemplo que nos deixou o eminente cientista francês. Loms Pasteur, de tomar o v i n h o unicamente nos cachos, ganharemos em alegria, saúde
e longevidade.
26:29) de que, na Ceia do Senhor, Cristo deu a beber aos Apóstolos, e de que Ele próprio bebeu. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Todas
as partes da videira possuem interessantes propriedades medicinais: As FOLHAS, especialmente da videira-pveta, contêm taninos de efeito adstringente, e abundantes flavonóides e pigmentos antociânicos, que lhe conferem acção protectora sobre OS capilares sanguíneos e hemostátit a. Kmpicgam-se nos seguintes casos: • Afecções circulatórias venosas: hemorróidas, frieiras, varizes, pernas cansadas ou inchadas por transtornos da permeabilidade capilar ÍOl. E um dos remédios vegetais mais activos contra estas afecções. Nestes casos, para reforçar o efeito, recomenda-se combinar as aplicações intenta e externa; isto é, que além de tomar a decocção de folhas, se podem fazer banhos com esta mesma decocção IO Ol • Gastrenterites, diarreias crónicas e especialmente disenterias com fezes sanguinolentas, pelo efeito adstringente e anti-hemorrágico que possuem KM. • Hemorragias: Particularmente útil nos transtornos da menopausa, para evitar as perdas frequentes de sangue; também em caso de hipennenorreia (regras demasiado abundantes); assim como para normalizar o ciclo menstrual na dismenorreia (regras irregulares ou dolorosas) IOI. Detém as epistaxes (hemorragias nasais) se for aplicada directamente, aspirando o pó das folhas secas trituradas, além de tomar a sua infusão 101. A SEIVA da videira obtém-se cortando os sarmentos na Primavera, antes de brotarem as folhas. Esta «água 546
de cepas» que os sarmentos "choram" ttsa-se com êxito desde tempos muito antigos para curai- as irritações da pele (eczemas e erupções diversas), e sobretudo para lavar os olhos afectados de blefarite (inflamação das pálpebras), terçol, conjuntivite e queratite (inflamação da córnea) (Ol. Também
se pode usar como colírio para a higiene preventiva dos olhos. Contém açúcares, ácido lartárico, tartai aios e outros ácidos orgânicos. Possui propriedades anti -inflamatórias e cicatrizantes. As UVAS contêm cerca de 16% de açúcares (glicose, Icvulose e sacaro-
se); até 1% de p r o t e í n a s (10 g p o r quilo); 0,5% de lípiclos; vitaminas A, c o m p l e x o li, Cl c P; sais minerais, esp e c i a l m e n t e de potássio e de ferro; ácidos orgânicos, e p i g m e n t o s antociânicos na pele. Possuem propriedades tonificantes, descongeslivas, laxantes, depurativas e antianémicas l©l, A melhor forma de aproveitar todas as suas virtudes é s e g u i n d o u m a cuia de uvas.
A CURA DE UVAS (ver q u a d r o ao lado) consegue um efeito depurativo muito notável, o q u e em l e r m o s coloquiais se c o n h e c e c o m o "limpeza do sangue", e q u e outra coisa não é senão a e l i m i n a ç ã o das toxinas e r e s í d u o s metabólicos q u e i m p e d e m o normal f u n c i o n a m e n t o dos órgãos e tecidos. A cura de uvas exerce u m a acção anticongesiiva sobre todos os órgãos fia digestão, e sobre o fígado de forma especial. Os glícidos q u e a uva contém são de fácil assimilação, e as proteínas e g o r d u r a s são de g r a n d e valor biológico. Convém pois, em geral, a todos os q u e desejem m e l h o r a r o seu estado de saúde e, especialmente, nos seguintes casos:
o
Cura de uvas
Faz-se comendo de um a três quilos de uva madura como único alimento, durante três dias, ou mesmo até uma semana. As curas mais prolongadas devem fazer-se sob vigilância médica. Se se digerirem correctamente, podem comer-se também as peles e as sementes (grainhas) bem mastigadas. Também se pode beber sumo de uvas reconstituído a partir de concentrado por ebulição, ou melhor ainda, recémespremido. E necessário verificar se os sumos fornecidos em embalagens não contêm conservantes químicos.
• dieta sobrecarregada (rica em prod u t o s animais g o r d o s ) ;
• hemorróidas;
• artritismo e gota;
• afecções hepáticas (iónicas: hepatite:, cirrose, hipertensão portal;
• hipertensão;
• anemia, esgotamento físico;
• excesso de colesterol no sangue;
• falta de r e n d i m e n t o , astenia, stress.
• doenças renais: litíase renal, neíriíe e nefrose, insuficiência renal; • obesidade: a p e s a r da sua riqueza em glícidos, o c o n t e ú d o calórico da uva é inferior a 80 calorias p o r 100 g;
As SEMENTES (grainhas) da uva c o n t ê m ácidos gordos polinsaturados, úteis no t r a t a m e n t o do excesso de colesterol. Empregam-se em forma de óleo l©l.
o
Banho de pés alternado com decocçao de lolhas de videira
Consegue-se um efeito benéfico mais intenso sobre a circulação venosa dos pés e das pernas, se se prepararem dois recipientes: • um com decocçao quente de folhas de videira. • outro com água fria. Alternam-se 5 minutos em banho de decocçao quente com 10 segundos em água fria. Fazem-se 3 ou 4 alternâncias, começando sempre pela decocçao quente e acabando com a água fria. Depois de terminar o banho, pode-se dar uma massagem ascendente aos pés.
547
PLANTAS PARA O APARELHO URINÁRIO uMÁRio DO
CAPÍTULO
DOENÇAS E APLICAÇÕES
As plantas medicinais são muito eficazes na prevenção das cólicas renais.
548
•
Anti/inflamatórias urinárias, plantas . 549 Areias na urina, ver Liíiase urinária 550 Bexiga, infecção, ver Cistite 554 Cálculos urinários, ver Litíase urinária 550 Cistite 554 Cólica renal 551 Diuréticas, plantas 556 Edemas 552 Enurese 555 Hematúria 552 Hidropisia 552 Incontinência urinária 555 Infecção urinária 554 Insufiáência renal, ver Nefrite e nefrose 553 Líquidos, retenção, ver Edemas 552 Litíase urinária 550 Nefrite e nefrose 553 Nefrose 553 Pedras na urina, vei' Litíase urinária . 550 Piehnefrite 553 Plantas anti-inflamatórias urinárias . 549 Plantas diuréticas 556 Renal, litíase, ver Litíase urinária .. . 550 Retenção de líquidos, ver Edemas . . . . 552 Rim, cólica 551 Rim, infecção, ver Pielonefrite 553 Rim, insuficiência, ver Nefrite e nefrose 553 Sangue na urina, ver Hematúria . . . . 552
Uretrite 555 Urina, cálculos, ver Litíase urinária 550 Urina, infecção, ver Infecção urinária . 554 Urina, sangue na, ver Hematúria .. . .552 Urinária, incontinência 555 Urinária, infecção 554 Urinária, litíase 550 Urinários, cálculos, ver Litíase urinária 550 PLANTAS Agave = Piteira Aipo Aliaria Aljôfar Alquequenje Arenária Barosma Béhda Bisnaga Cacaueiro Cana Cana-amarga Cardo-corredor Cardo-penteador Cardo-marítimo Carriço Cerejeira Copatba Ébulo Engos = Ébulo Erva-dos-nmros = Parietária Feijoeiro Gatunha Ginjeira Grama Grama-francesa
558 562 560 579 585 596 567 568 561 597 566 566 573 572 574 559 586 571 590 590 582 584 581 587 559 559
•
A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I ! 2 " Parte:
Grama Groselheira-espim Levístico l .ilospcrmo-americuno Medronheiro Melissa-bastarda Milho Morangueiro Paliteira = Bisnaga Parietária Piteira Quaresmas
589 588 578 579 563 580 599 575 561 582 558 591
Salsa Salsaparrilha bastarda Sakapamlha-du-jamaica Salsapamlhadas-honduras Salsapamlha-de-li.sboa Sahaparrilha-filipina Salsapamlha-mexkana Urze Uva-ursina Vara-de-ouro Vidoeiro = liêtula Zimbro
D e s c r i ç ã o
583 592 593 593 593 593 593 570 564 594 568 577
UASE todas as plantas medicinais actuam sobre o rim, produzindo um aumento da quantidade de urina. Esta acção diurética das plantas é reforçada pela água que faz parte das tisanas. Aumentando o volume fia urina, as plantas facilitam a função eliminadora de substâncias residuais levada a cabo pelos rins. Deste modo, contribuem para limpar o sangue e para a depuração do todo o organismo. O ácido úrico e a ureia são duas das substâncias mais tóxicas que o nosso organismo produz continuamente, e que devem ser eliminadas com a urina. São muitas, e muito eficazes, as plantas que facilitam a eliminação destes resíduos metabólicos (ver págs. 556-557). M plantas tornam-se altamente eficazes para aumentar a solubilidade dos sais minerais que normalmente se dissolvem na urina e que, quando deixam de fazê-lo, se precipitam formando os cálculos urinários. Existem inclusivamente plantas que podem chegar a dissolver os cálculos urinários (o que não acontece com os cálculos biliares). Visto que os princípios activos de muitas plantas se eliminam com a urina, quando estes têm acção anti-séptíca ou antibiótica combatem de forma muito eficaz as infecções do aparelho urinário, desde os rins até à uretra. Há também plantas que aumentam o tono e facilitam a função da bexiga, com o que melboram os casos de enurese e incontinência urinária.
Q
Plantas anti-inflamatórias urinárias
São aquelas que combatem especificamente a inflamação localizada nos órgãos urinários (nefrite, no rim; cistite, na bexiga; prostatíte, na próstata). Muitas destas plantas possuem também acção anti-séptíca urinária e diurética.
Planta
Página
Douradinha
299
Pilosela
504
Zaragatoa
515
Medronheiro
563
Uva-ursina
564
Barosma
567
Copaíba
571
Gatunha
581
Parietária
582
Granza
589
Vara-de-ouro
594
Abóbora
605
Serenoa
610
Os frutos do morangueiro (pág. 575), cujas folhas vemos nesta foto, exercem uma notável acção depurativa e eliminadora do ácido úrico.
549
C í p . 2 2 : PLANTAS PARA O APARELHO
Doença
Planta
LlTÍASE URINÁRIA A litiase é o aparecimento de cálculos rum meio liquido, neste caso, na urina. Os cálculos formam-se por precipitação ou concreção de substâncias que normalmente se encontram dissolvidas. Por alguma razão de tipo fisico-químico, as substâncias dissolvidas deixam de o estar e formam um corpo sólido, chamado cálculo. 0 tamanho dos cálculos é muito variável, desde as areias, facilmente elimináveis, até aos grandes cálculos que ocupam toda a pelve renal. Estas plantas exercem uma acção preventiva muito notória sobre a formação de cálculos. Podem mesmo chegar a dissolver, nalguns casos, os que já se encontram formados. Para que estas plantas exerçam a sua acção, é necessário que seiam tomadas durante um certo tempo: entre um e seis meses, descansando uma semana em cada mês.
Pág. Acção
Uso
CENOURA
133
Pelo seu conteúdo em vitamina A, fortalece as mucosas urinárias, o que evita a formação de cálculos
A raiz crua ou em sumo
GlLBARBEIRA
259
Favorece a eliminação de ácido úrico, depura o sangue
Decocção de raiz ou rizoma
LIMOEIRO
265
Impede que se formem cálculos renais e facilita a sua dissolução
Sumo do fruto
Facilita a eliminação dos resíduos ácidos do metabolismo que íormam as areias
Sumo fresco, infusão
Favorece a eliminação de areias e ácido úrico
Crua, sumo fresco, cozida ou assada
URTIGA-MAIOR
278
CEBOLA
294
PRIMAVERA
328 Diurética e depurativa
MACIEIRA
513 do ácido úrico
BÉTULA
Infusão de flores
Diurética, facilita a eliminação
Os frutos crus, assados, cozidos, em sumo ou em decocção
568
Facilita a eliminação de areias, impede que se formem cálculos renais
Infusão de folhas e/ou gemas
CARDO-CORREDOR
573
Facilita a eliminação do ácido úrico, "limpa os rins"
Infusão de raiz
MORANGUEWO
575
Favorece a dissolução de cálculos renais
Cura de morangos
ALJÔFAR
579
Potente diurético, facilita a eliminação do ácido úrico
Infusão de sementes e folhas
GATUNHA
581
Diurética e anti-inflamatória dos órgãos urinários
Decocção de raiz
Facilita a eliminação de areias, impede que se formem novos cálculos
Bagas frescas ou secas, decocção de bagas
Alquequenje
ALQUEQUENJE
Raiz de gatunlia
550
585
GRANZA
589
Sedante da dor, anti-séptica, facilita a dissolução dos cálculos
Decocção ou pó de raiz
QUARESMAS
591
Facilita a dissolução e expulsão de cálculos urinários
Infusão ou decocção da planta
ARENARIA
596 Favorece a expulsão de cálculos
Decocção da planta
MAÍZ
CQQ Sedante e anti-inflamatório das vias urinárias
Infusão de estiletes
ULMEIRA
667
dos°cák:eurosdÍSSOllJÇâ0 * e ' Í m Í n a Ç ã °
C—
™
S r ^ S S o s d o organismo
«0 de
sumidades floridas
C o c ç ã o , sumo fresco
c
A SAÚDE PELAS PLANTAS M t O l C I N M S 2 " Parte:
D e s c r i ç ã o
Doença
Planta
CÓLICA RENAL
**»*.
167 S S s S e d a n t e '
Infusão de flores e folhas
VERBENA
174
Acalma as cólicas renais
Infusão ou decocção da planta florida
MAC ELA
350
Antiespasmódica, digestiva
Infusão, pó ou essência de capítulos
ASSA-FÉT1DA
359
Potente antiespasmódico e sedante, alivia as cólicas
A resina em forma de "lágrimas"
ABELMOSCO
362
Acalma as cólicas
Infusão de sementes
CAMOMILA
364
Sedante, antiespasmódica
Infusão de capítulos, banhos com a infusão
LÚCIA-LIMA
459
Antiespasmódica
Infusão de folhas
LINHO
508
Sedante e anti-inflamatório
Cataplasmas quentes com a farinha das sementes
BIZNAGA
561
Antiespasmódico muito eficaz sobre os órgãos urinários
Infusão de frutos
Também chamada, cólica do rim ou cólica nefritica. É um quadro clínico caracterizado por uma dor muito intensa que parte de um ou dos dois rins e irradia para a região da virilha do mesmo lado. Produz-se quando um cálculo fica encravado no uréter, fino tubo que une o rim com a bexiga. A dor é produzida pelos espasmos do fino músculo que forma a parede do uréter, com os quais procura eliminar o cálculo encravado no seu interior. O tratamento fitoterápico consiste basicamente em plantas antiespasmódicas e diuréticas, que relaxam o uréter espasmado e aumentam a produção de urina. Em aplicação externa, tornam-se muito úteis as cataplasmas quentes de farinha de linhaça.
Medronheiro
Pág. Acção
MEDRONHEIRO
563 Anti-séptico e anti-inflamatório urinário
Uso
Decocção das folhas
BÉTULA
568 Diurética, facilita a eliminação de areias
Infusão de folhas e/ou gemas
ALJÔFAR
579
Diurético potente, facilita a eliminação do ácido úrico
Infusão de sementes e folhas
PARIETÁRIA
582
Diurética, anti-inflamatória, ajuda a eliminar os cálculos
Infusão ou sumo fresco de caules e folhas
GRANZA
589
Sedante da dor, anti-séptica, facilita a dissolução dos cálculos
Decocção ou pó de raiz
QUARESMAS
591
Facilita a dissolução e expulsão de cálculos urinários
Infusão ou decocção da planta
ARENARIA
596
Favorece a expulsão de cálculos
Decocção da planta
O abelmosco (pág. 362) e outras plantas do género Hibiscus' produzem belas flores como esta. As suas sementes contêm um óleo essencial de acentuado efeito antiespasmódico, muito útil para acalmar as cólicas como as do rim. Tomam-se em infusão.
551
f/
C a p . 2 2 : P L A N U S PARA O APARELHO URINÁRIO
/
Doença
Planta
EDEMAS
ERVA-COALHEIRA
361 facilita a eliminação de líquidos
PlLOSELA
504
BÉTULA
568 os tecidos do rim
Infusão de folhas e/ou gemas
CARDO-PENTEADOR
572
Diurético potente, depurativo
Decocção de raiz
CARDO-CORREDOR
573
Diurético, elimina o excesso de ácido úrico
Infusão de raiz
GATUNHA
581
Diurético e anti-inflamatório urinário
Decocção de raiz
Aumenta a produção de urina, desinflama os rins
Decocção de sumidades floridas
Acumulação excessiva de liquidos nos tecidos. Podem dever-se a causas renais, quando os rins estão inflamados (nefrite) e não produzem suficiente urina, e a causas circulatórias. Em ambos os casos, dá-se uma passagem da água e do cloreto de sódio do sangue para os tecidos. Quando há edemas produz-se um aumento de peso corporal e uma diminuição do volume da urina. As plantas que se recomendam têm um eíeito diurético suave e seguro, capaz de conseguir a eliminação dos liquidos retidos nos tecidos.
Bêtiita
HIDROPISIA É um edema generalizado, que se manifesta como inchaço por todo o corpo. É geralmente devida a insuficiência cardíaca ou a transtornos metabólicos graves. 0 tratamento fitoterápico, que deve ser aplicado sob vigilância médica, baseia-se em plantas com acção diurética e sudorífica enérgica, que facilitam a eliminação de líquidos, assim como em plantas card/oíõn/cas que melhoram o rendimento cardíaco.
VARA-DE-OURO
Pág. Acção Diurética,
Aumenta o volume da urina, desinflama os rins Diurética, regenera e desinflama
594
Diurético, sedante e anti-inflamatório
Uso Infusão de sumidades floridas Infusão de planta fresca
MILHO
599 renal
Infusão de estiletes
ESPARGO
649 Diurético, estimula a função renal
Espargos, infusão de raiz seca
ORTOSSIFÀO
653
CAVAUNHA
704
LÍRIO-DOS-VALES
218 Tonificante do coração, diurética
DE D ALE IRA
??,
Diurético, favorece a eliminação de líquidos ^^sáK&dooíganismo
Infusão de folhas e flores Decocção. sumo fresco Infusão com folhas e/ou sumidades floridas
Aumenta a eficácia do coração, diurética
Preparados farmacêuticos, infusão de pó de folhas
Diurético potente, depurativo
Decocção de raiz
CARDO-PENTEADOR
572
EBULO
590 Diurético, elimina liquidos retidos
Decocção de folhas e ou raiz
JABORANDI
759
Infusão de folhas
c.D.,^,.e™« SABUGUEIRO
-rct Diurético, purgante, 767 evita a retenção de liquidos
Decocção da entrecasca (líber)
ERIGERÃO
268 Hemostático, desinflama os rins
Infusão ou decocção de folhas secas
PIMENTA-D'ÁGUA
274 Detém as hemorragias
Infusão da planta fresca, pó de folhas secas
ClNCO-EM-RAMA
520 Detém as hemorragias, adstringente
Sudorífico, diurético, elimina líquidos
HEMATÚRIA É a expulsão de sangue com a urina. Uma vez conhecida a causa, podem-se administrar por via oral estas plantas de acção hemostátíca e adstringente, que actuam sobre os órgãos urinários, nos quais se produz a hemorragia.
552
Decocção de rizoma e raiz
•
SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S 2 " Parte:
Planta
Doença NEFRITE E NEFROSE A nefrite, também chamada glomerutonefrite, é uma inflamação do rim, geralmente de causa autoimunitária, que se manifesta com urina escassa e sanguinolenta, edema facial (inchaço da cara} e hipertensão arterial. A nefrose é outro tipo de afecção renal, que se caracteriza pela emissão de quantidades importantes de proteínas com a urina. Em ambos os casos é necessária a assistência médica. Estas plantas podem facilitar a regeneração do tecido renal afectado.
Pág. Acção 504 Diurética, desinflama os rins
Infusão de planta fresca
MAriciaa mAciEiKA
ci o Diurética, DL3 f a c j|j t a a eliminação do ácido úrico
Os frutos crus, assados, cozidos, em sumo ou em decocção
IA»*..
K/M Facilita a eliminação de toxinas,
VIDEIRA
t>44
Cura de uvas
1jmpa
D
KGB 568
Diurética, regenera e desinUama ostecidosd5rim
CEREJEIRA
586 Diurética suave rica em potássio
Decocção de pedúnculos
ego Diurética.favorece a eliminação de ureia e ácido úrico
Infusão de rizoma ou raiz
VARA-DE-OURO
(Mo
PlELONEFRITE É a infecção da pelve e do tecido renal, causada geralmente por diversos microrganismos. Manifesta-se com febre alta e dores nos rins. O tratamento fitoterápico consiste em plantas com acção antibiótica, antr-sépnea (desinfectante) e anti-inflamatória sobre os órgãos urinários, especialmente sobre o rim.
Barosma
Uso
PlLOSELA
SALSAPARRILHA-BASTARDA
Vara-deouro
D e s c r i ç ã o
Q sangue„
594 j £ J g f 0 b Q m f u n c i o n a m e n t 0 r e n a ,
Diurético e anti-inflamatório renal
Infusão de folhas e ou gemas
Decocção de sumidades floridas
CACAUEIRO
597
MILHO
CQQ Diurético, sedante e anti-inflamatório renal
Infusão de estiletes
ABÓBORA
605
Polpa da abóbora
BlCO-DE-CEGONHA
631 Diurética e anti-inflamatória renal
Sumo da planta fresca
BORRAJA
746
^ r m l L ^ o S ^ S n n r i r n e a eliminação de ureia e acido unco
Sumo fresco das folhas
ASPÉRULA-ODORlFERA
351
Diurética e anti-séptica urinária
Infusão da planta seca
ih»-IICCIMA UVA-URSINA
RAA Potente anti-séptico 564 eanl H n fiamató>io urinário
*—«
567 S i S S ^ r t f c «•*> *«*«
URZE
570
Potente anti-séptico urinário, diurético
£ " J X £ â o de r a m i n h o s ou floridas
CEREJEIRA
586
Diurético suave e seguro
Cura de cerejas
CHACAS
772
Diurética, anti-inflamatória renal
Antibiotico
muito eficaz sobre as vias respiratórias
Decocção de sementes
Decocção ou maceração de folhas secas
sumidades
Salada de folhas, infusão ou decocção de flores, folhas e frutos
553
C e p . 2 2 : P L A N T A S PARA O A P A R E L H O U R I N Á R I O
1
Doença
Planta
INFECÇÃO URINÁRIA
ALHO
Os micróbios que produzem as infecções urinárias são bastante sensíveis aos antibióticos de sintese química, mas têm a particularidade de se tornar resistentes com certa rapidez. Os anti-sépticos e antibióticos contidos nas plantas medicinais têm uma acção menos intensa que a dos sintéticos, mas provocam menos fenómenos de resistência nos micróbios, não deprimem as defesas do organismo e desinflamam os órgãos urinários. Correctamente utilizados, podem resolver infecções urinárias de diversos tipos, especialmente nos casos crónicos ou de repetição.
ARANDO
É a inflamação da bexiga, geralmente causada por bactérias que sobem pela • uretra vindas do exterior. Tem tendência para se repetir, especialmente nas mulheres. As plantas medicinais exercem uma acção sobretudo prevent/va de novas recaídas, mas para isso devem tomar-se de uma a três semanas depois de passada a fase aguda.
2oç, Antibiótico perante as bactérias causadoras de infecção urinária, como a £. coli
Cru, extractos, decocção de dentes de alho
«fin
Sumo fresco dos frutos, extractos
Anti-séptico urinário, evita as cistites repetidas
317 Anti-séptico urinário
Infusão de folhas e bagas
ASPÉRULA-ODORiFERA
351 Diurética, anti-séptica urinária
Infusão da planta seca
GRAMA-FRANCESA
559 Anti-séptica e anti-inflamatória urinária
Decocção de rizoma seco
MEDRONHEIRO UVA-URSINA
563 Anti-séptico, anti-inflamatório urinário
Decocção de folhas e casca
564
Potente anti-séptico urinário
Decocção ou maceração de folhas secas
c7«
Anti-séptico urinário, acalma a ardência ao urinar
Decocção de sumidades floridas
CEREJEIRA
586 Diurética, desinflama as vias urinárias
Cura de cerejas
EQUINÁCEA
755 Aumenta as defesas orgânicas
Decocção de raiz triturada, extractos
TOMILHO
769
Diurético e anti-séptico
Infusão, cataplasmas quentes no baixo-ventre
CHAGAS
772
Antibiótico natural. Elimina-se com a urina
Salada de folhas, infusão ou decocção de flores, folhas e frutos
DOURADINHA
299 Anti-inflamatória das vias urinárias
VIOLETA
344
ERVA•COALHEIRA
361 Diurética, útil nas afecções urinárias
LINHO
508
Antiespasmódico, sedante, anti-inflamatório
Cataplasmas quentes com a farinha sobre a bexiga
ZARAGATOA
515
Acalma os incómodos da cistite, favorece a regeneração da mucosa irritada
Maceração de sementes
UVA-URSINA
564
Potente anti-séptico urinário, acalma a sensação de ardor
Decocção ou maceração de folhas secas
BAROSMA
567
Diurético e anti-séptico urinário, alivia o ardor e a dor sentida ao urinar
Infusão de folhas
PARIETÁRIA
582
Aumenta a produção de urina, acalma e desinflama os órgãos urinários
Infusão de caules e folhas
Diurética, anti-inflamatória, alivia os incómodos da micção
Decocção de sumidades floridas
Erva-coallieira
VARA-DE-OURO
554
Uso
MURTA
URZE
CISTITE
Pág. Acção
594
Fornece mucilagens de acção emoliente e anti-inflamatória
Decocção de frondes Infusão de flores Infusão de sumidades floridas
ARENÁRIA
596 Diurética e sedante urinária
MILHO
599 urinário
Infusão de estiletes
ABÓBORA
605 Desinflama e descontrai a bexiga
Sementes (pevides) frescas, secas ou cozinhadas
DiuTético, sedante, anti-inflamatório
Decocção da planta
A SAÚDE P E I A S PLANTAS M E D I C I N A I S 2 " Parte:
Uso
Doença
Planta
URETRITE
NnruciPA IMOGUEIRA
«in^ Adstringente, anti-séptica, desinflama sua a u r e t r a
Lavagens à uretra (com uma sonda urinária) com a decocção de tolhas
GRAMA-FRAN-
559 Anti-séptica e anti-inflamatória urinária
Decocção de rizoma seco
UVA-URSINA
564
Potente anti-séptico urinário
Decocção ou maceração de folhas secas
BAROSMA
567
Anti-séptica, regenera a mucosa urinária e faz desaparecer os incómodos
Infusão de folhas, lavagens uretrais (com uma sonda urinária) com a infusão
COPAIBA
671
Anti-séptico e anti-inflamatório urinário, eficaz contra a blenorragia
Bálsamo de copaiba (destilação da resina)
CIPRESTE
255
Aumenta o tono da bexiga e permite um melhor controlo do sistema nervoso sobre este órgão
Decocção de gálbulos (frutos), essência, banhos de assento com a decocção
HIPERICÃO
714
neív2sonte 6 e q u " i b r a d 0 r d ° S Í S t e m a
CIPRESTE
255
Aumenta o tono da bexiga e permite um melhor controlo do sistema nervoso sobre este órgão
É a inflamação da uretra, que é o canal de comunicação da bexiga com o exterior. Costuma ser causada por bactérias, e em muitos casos acompanhada de cistite (pág. 554). As plantas medicinais contra a uretrite aplicam-se por via oral e/ou por meio de lavagens com uma sonda uretral.
Copaiba
CESA
Pág. Acção
D e s c r i ç ã o
ENURESE É a emissão involuntária de urina, especialmente durante o sono. É bastante frequente em crianças e adolescentes. AMcterapia oteiece plantas como o cipreste, muito eficazes para aumentar o tono da bexiga, e deste modo a sua capacidade de reter a urina. Também são de utilidade as plantas tonificantes e equilibradoras do sistema nervoso, como o hipericão.
Infusão da planta seca
INCONTINÊNCIA URINÁRIA Deve-se habitualmente a causas mecânicas, como o desprendimento da bexiga nas mulheres em consequência dos partos, ou as sequelas das intervenções sobre a próstata. 0 cipreste torna-se eficaz, tanto em infusão como aplicado em banhos de assento.
Decocção de gálbulos (frutos), essência, banhos de assento com a decocção
O hipericão (pág. 714)
LIS,i se no
tratamento da enurese infantil.
A uva-ursina (pág. 564J é um potente anti-septico urinário.
555
C í p . 2 2 : P L A N T A S PARA O APARELHO U R l N A R l
Acções das plantas diuréticas
Plantas diuréticas
Segundo as substâncias residuais que eliminam em maior quantidade, as plantas diuréticas apresentam uma ou várias das seguintes acções medicinais:
Aumentam a produção e o volume de urina prt aduzida tos rins. As ptantas diuréticas não só aumentam a elir mação de água mas tanibém tavorecem a eliminação de diversas su bstãncií s resid uais cor tidas na urina. Segundo o tipo de substância q ue elimir am corr maior ii itensidade, apresentam uma ou várias acções
j
556
Plantas
Página
Cenoura
133
Cafeeiro
178
V7
246
Cipreste
255
y
Gilbarbeira
259
y
Erigerão
268
Urtiga-maior
278
Cebola
294
/
311
Pulmonária
331
Aspérula-odorífera
351
y
Erva-coalheira
361
y
Alcachofra
387
/
Fumaria
389
y
444 504
/ / •
313
Pilosela
• Diurética ureica: Quando facilitam especialmente a eliminação de ureia, que, juntamente com o ácido úrico, é um dos resíduos tóxicos do metabolismo das proteínas. As plantas diuréticas usam-se sobretudo quando existe um certo grau de insuficiência renal {incapacidade do rim para eliminar, com a urina, os resíduos tóxicos do metabolismo).
/
Énula
Cardo-santo
• Uricosúrica ou diurética úrica: Quando actuam sobretudo eliminando ácido úrico com a urina. Muitas das plantas uricosúricas empregam-se como depurativas em caso de gota ou artritismo [reumatismo de origem úrica).
/
Guaiaco
397
/
y
225
425
• Clorúrica: Quando aumentam a eliminação de água e de diversos cloretos (de sódio, potássio, amónio, etc.J. As plantas que exercem esta acção sáo diuréticas de uso geral.
y
Giesta
Dente-de-leão
f
/
Visco-branco
Ananás
• Natriurética ou diurética sódica: Quando facilitam especialmente a eliminação de sais sódicos como o CINa {cloreto de sódio ou sal comum). Sáo ricas em potássio. As plantas com acção natriurética recomendam-se especialmente em caso de hipertensão arterial, edemas, afecções cardíacas e curas de emagrecimento.
y
y
/
y
y y
• Oxálica e fosfatúrica: Quando favorecem especialmente a eliminação, com a urina, de oxalatos e fosfatos respectivamente. Estes sais costumam ser causadores das areias e dos cálculos renais.
/
y
/ y
Macieira
513
y
Piteira
558
y
Grama-francesa
559
y
Aipo
562
y
Uva-ursina
564
y
Cana
566
y y
y
y y
Barosma
567
Bétula
568
y
Urze
570
y
Cardo-penteador
572
Cardo-corredor
573
y
y
y
y
y
Morangueiro
575
y
Zimbro
577
y
Aljôfar
579
y
O visco-branco fpág. 246), além de vasodilatador e hipotensor, é um bom diurético de acção uricosúrica.
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 2 ° Parte:
Planta Gatunha Parietária Salsa Feijoeiro Alquequenje Cerejeira Groselheira-espim Granza Quaresmas Salsaparrilha-bastarda Vara-de-ouro Arenária Milho Bico-decegonha Espargo Ortossifão Ulmeira Freixo Harpagófito Azevinho Bardana Cavalinha Calaguala Borragem Choupo-negro Sabugueiro
/
/
/
D e s c r i ç ã o
o^
Página
581 582 583 584 585 585 588 589 591 592 594 596
/ /
599 631 649 653
•
667 669 670 672
/ / •
/ •
/ /
/
/ /
/
/ /
/
/
/ /
/ ^ /
•
/
/
/ /
•
•
/
•
/ •
• /
/ / •
S
697 704
• •
724 746 760 767
• •
/ / / /
/ / / / / / /
•
/
As vagens do feijoeiro (pág. 584) são diuréticas de acção natriurética (eliminam sódio) e uricosúrica |eliminam ácido úrico). Usam-se com êxito em caso de edemas por insuficiência cardíaca ou renal, e na retenção de líquidos que se produz nos dias anteriores ã menstruação. Também se empregam em caso de diabetes, pois reduzem o nível de glicose no sangue.
O sumo fresco das folhas de borragem (pág. 746) antes da floração é um excelente diurético e depurativo do sangue, capaz de eliminar as numerosas substâncias residuais e impurezas que circulam por ele, especialmente em caso de doenças infecciosas.
557
m *
Agave americana L
Preparação e emprego
Piteira
USO INTERNO
Depurativo e diurético
O Infusão com 30 g de raiz ou de folhas secas trituradas num litro de água, de que se bebem 3 ou 4 chávenas por dia, adoçadas com mel.
C
ONHECEM-SE mais de 150 espécies de piteira ou agave, muito semelhantes no aspecto e nas propriedades que apresentam, repartidas pelo México e por toda a América Central, que eram empregadas pelos antigos Astecas com fins medicinais. Foram introduzidas na Península no século XVI, e espalharam-se rapidamente pela costa mediterrânica.
USO EXTERNO
© Compressas com o sumo ou seiva das folhas, que se aplicam sobre a zona da pele afectada.
Da piteira e espécies similares, obtém-se uma fibra com a qual se fabricam cordas. As folhas carnudas de algumas espécies que se criam no México produzem uma seiva ou suco açucarado, ali chamada 'aguamiel', a partir da qual se preparam diversas bebidas ai' coólicas muito tóxicas devido ao seu elevado grau alcoólico, algumas das quais conhecidas por 'pulque', 'mezcal' e 'tequila'. Todas as plantas do género Agave contêm glicósidos estevóides, entre os quais se destaca a hecogenina, assim como saponinas. A eles se deve o efeito diurético e depurativo que a RAIZ e as FOLHAS exercem sobre o sangue, pelo que se usam com bons resultados em caso de edemas e retenção de líquidos (O). PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
No México e nos países da América Central, o agave usase tradicionalmente em doenças infecciosas, em transtornos digestivos e em casos de icterícia ou de hepatite. Exteriormente, o sumo ou SEIVA que mana do caule é vulnerário e cicatrizante. ApVica-se cm compressas sobre contusões e feridas da pele 101. 558
Sinonímia científica: Alliaria petiolata(B\eti.)Cav. Outros nomes: agave, pita Esp.: agave, [pita] maguey, pita [americana], pitara, mezcal, henequén, cabuya, cocuiza, calamaco. Fr.: agave [d'Amérique}. ing.: agave, century plant. Habitat: Planta originária da América Central, própria dos terrenos altos e semiáridos. Extensamente cultivada no vale de Oaxaca (México). Enconfra-se naturalizada nos países mediterrâneos, especialmente em parques e jardins. Descrição: Pfanía da família das AmanVídáceas, que se desfaça pefas suas grandes folhas basais (de um metro ou mais de comprimento), carnudas, terminadas em ponta, e com os bordos espinhosos. As flores reúnemse num caule central de até 6 mde altura. Partes utilizadas: a raiz, as folhas e a seiva. Í
V
•
• k
Ml
I Aa
r^ssr i. ol f.
Grama-francesa
Preparação e emprego USO INTERNO
Diurética e emoliente
C
OM AS fibrosas raízes desta planta, considerada como erva daninha pelos agricultores, iabricam-se vassouras rústicas. Mas é no sangue e nos rins que a raiz da grama faz a varredela mais eficaz.
O Decocção de 30-50 g de rizoma seco por litro de água. Ferver durante 10 minutos. Tomam-se de 2 a 4 chávenas diárias.
Grama
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O ri-
zoma da grama contém uma substância mucijaginosa, a trilicina, assim como uma substância antibiótica, potássio, sílica e diversos glícidos. Possui propriedades diuréticas, anti-sépticas e emolientes. Por isso se usa como: • Anti-scptico e aiiti-inflamatório nos casos de cistite, uretrite e infecções urinárias em geral IOI. • Diurético e depurativo, nos cálculos urinários, gota, artritismo e celulite 101. • Sudorífico em caso de doenças infecciosas que se manifestam com febre (gripe, constipações, sarampo, escarlatina, etc.) IOI.
* Esp.: grama comum, grama fina, gramilla, pata de gallina.
«M«
¥
A grama vulgar (Cynodon dactylon Pers. = Panycum dactyíon LJf, é conhecida por vários outros nomes como grama-das-boticas e grama-portuguesa. No Brasil atribuem-se-lhe os nomes de graminha, grama-fina e capim-de-burro. Nas zonas tropicais e subtropicais da América cultiva-se amplamente para forragem, como relva ou para fixação de terrenos. Apresenta um rizoma mais grosso do que o da grama-francesa, mas a sua composição e propriedades medicinais são muito semelhantes,
Carriço
0 carriço ou carriço-da-areia (Carexarenaria L)* ê uma planta de 20 a 50 cm de altura que cresce nos solos arenosos do Centro e Norte da Europa, assim como da América do Norte, e que também se pode encontrar no litoral português. 0 seu rizoma usa-se principalmente como diurético e sudorífico. Também se emprega pelas suas propriedades digestivas e suavemente laxantes. Prepara-se uma infusão com 10-20 g de rizoma por litro de água, de que se tomam 3 chávenas por dia, com as principais refeições. * Esp.: grama roja, zarzaparhlia de Alemania.
Sinonímia científica: Triticum repens L. Outros nomes: grama-canina, grama-da-tosse. grama-dos-nervos. Esp.: grama de las boticas, grama oficinal, grama dei norte, grama canina. Fr.: chiendent [commun]. Ing.: witch grass, couch grass. Habitat: Difundida pelos terrenos cultivados ou baldios de todo o mundo. Descrição: Planta vivaz de 40 a 100 cm de altura, da família das Gramíneas, com longos rizomas rasteiros providos de nós, dos quais partem pequenas raízes. Partes utilizadas: o rizoma.
559
Preparação e emprego
Aliaria Diurética e anti-séptica
USO INTERNO O Sumo fresco: A melhor forma de aproveitar ao máximo as suas virtudes é utilizar o sumo fresco da planta. Para isso tritura-se num almofariz e espreme-se num pano de algodão ou, de maneira mais rápida, usando um aparelho de fazer sumos. Tomar duas colheradas de sumo depois de cada refeição. USO EXTERNO
E
STA PLANTA tem um a r o m a muito s e m e l h a n t e ao do alho, e partilha c o m ele a l g u m a s das suas n o b r e s virtudes. R e c o m e n d a - s e utilizar a planta fresca, p o u c o d e p o i s de ter sido colhida, pois perde propriedades quando seca. I lá q u e m acrescente à salada os seus brotos tenros da Primavera, o q u e l h e dá um s a b o r estimulante.
© Lavagens: As feridas e úlceras da pele lavam-se com água fervida, a que se acrescentam duas colheradas de sumo fresco por cada copo. © Compressas: depois de lavada a ferida, coloca-se-lhe em cima um pano de algodão embebido nessa mesma água com sumo fresco.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a
planta c o n t é m glicósidos sulfurados semelhantes aos do a l h o (pág. 2 3 0 ) , além de sinigi ina (glicósido p r e s e n t e também na mostarda, pág. 663) e óleos essenciais. Tem p r o p r i e d a d e s diuréticas, estimulantes e anti-sépticas. É útil nos seguintes casos: • A s t e n i a e fadiga primaveris. Muito a p r o p r i a d a para Fazer u m a c u r a depurativa. R e c o m e n d a d a especialmente aos obesos, gotosos, artríticos e hipertensos IOI. • Feridas renitentes e úlceras da pele. Depois de lavadas com sumo fresco de aliaria 101, cicatrizam mais rapidam e n t e , graças à acção revitali/.anie e desinfectante da planta. Depois de se lavar a ferida, para reforçar o efeito cicatrizante, pode-se colocar sobre ela uma compressa ou penso de algodão e m b e b i d o no mesmo líquido (água com s u m o fresco de aliaria) IOI. 560
Sinonímia científica: Miaria petiolata (Bieb.) Cav. Outros nomes: erva-alheira, erva-dos-alhos. Esp.: Aliaria, hierba dei ajo. Fr.: alliaire officinale. Ing.: hedge garlic. Habitat: Frequente em regiões montanhosas e frias da Europa. Também se encontra no continente americano. Descrição: Planla herbácea de 30 a 90 cm de altura, da família das Crucileras. O seu aspecto ê semelhante ao da mostarda. As flores são brancas e agrupam-se num cacho terminal. Partes utilizadas: A planta inteira fresca, sem a raiz.
m4
Amml vtenaga (L)Lam.
® IJJ J • Preparação e emprego
Bisnaga Um potente espasmolítico
USO INTERNO O Infusão com 30 g de frutos em meio litro de água. Depois de coada, tomam-se por dia 3 chávenas adoçadas com mel.
O
S AMANTES da vida natural gostarão de saber que os raios que formam as umbelas desta planta, uma vez secos, são magníficos palitos para os dentes. Além disso, têm a vantagem de libertar um agradável aroma. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS
princípios activos da bisnaga, conhecidos como furanocromonas (glicósidos cumarínicos), encontram-se nos frutos. Todos eles têm um acentuado efeito antiespasmódico, pelo que se tornam úteis nas seguintes enfermidades: cólicas nefrílicas (ajuda a expulsai* os cálculos, pois tem também um efeito diurético), asma (pelo seu efeito broncodilatador), angina de peito (pelo seu efeito vasodilatador), e, em geral, sempre que se trate de descontrair as diferentes vísceras ocas e canais do organismo IO).
~
m. \
*
&
}'^^i\» *áÉI' ( Todas as vísceras ocas estão cobertas por uma camada muscular, que pode cair em espasmos, causando dores intensas. A bisnaga pode vencer os ditos espasmos.
Espécie afim: Ammi majus L. Outros nomes: bisnaga-das-searas, paliteira; A majus: âmio-maior, âmio-vulgar. Esp.: biznaga, ami, escarbadienies, dauco, gingidio, fistra; A. majus: ami [vulgar], ameo [bastardo], peria. Fr.: herbe aux gencives; A. majus: ammi [officinal). Ing.: spanish carrot; A majus: bishop's weed. Habitat: Cresce espontaneamente em terrenos incultos e secos da região mediterrânea, de onde è originária. Foi introduzida na Europa Central e na América do Norte. Descrição: Planta anual, da família das Umbeltferas, que atinge até um metro de altura. As flores dispõem-se em umbelas que podem ter até 80 ou 100 raios. A espécie Ammi visnaga diferencia-se da Ammi majus (aquela que aparece no desenho), por serem as folhas da primeira mais estreitas e estarem divididas em firas. Partes utilizadas: os frutos.
561
ApiumgrnvoolensL
f\
w
Preparação e emprego
Aipo USO INTERNO
Um grande depurativo e tonificante
O Saladas: As folhas e os caues comem-se crus juntamente com outras verduras e hortaliças também cruas. © Caldo: O aipo e a cebola juntos são componentes fundamentais de todo o tipo de caldos depurativos, os quais se preparam fervendo-os com diversas verduras e hortaliças. © Infusão com 5-10 g de frutos por chávena de água. Toma-se uma chávena depois de cada refeição.
O
AI PO é ingrediente essencial em todos os caldos e receitas depurativas, juntamente com a cebola (pág. 294), a urtiga (pág. 278), a couve (pág. 433) e o limão (pág. 265). O óleo extraído das sementes e da raiz tem fama de ser afrodisíaco.
Toda a planta contém um óleo essencial que actua sobre os rins, glicoquininas, um glicósico (apiina) cumarina e oleorresina, além de substâncias nitrogenadas e vitaminas B e C. Eis as suas propriedades: • Diurético e depurativo: Favorece a eliminação de urina e, com ela, de resíduos tóxicos do metabolismo, como a ureia e o ácido úrico. Diz FontQuer que «faz urinar o mais renitente». E recomendado aos que sofram de algum grau de eficiência renal, gota ou artritismo, assim como no caso de litíase urinária (pedras no rim) (O.©.©. 01. Além disso, é ligeiramente febrífugo.
O Decocção com 40 g de raiz por litro de água. Ingerem-se 2 3 chávenas por dia. © Sumo fresco das folhas e dos caules, obtido em liquidificadora. Os seus efeitos diuréticos e depurativos ficam reforçados misturando-o com sumo de limão.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
• Aperitivo e tonificante: Comunica uma sensação de bem-estar c vitalidade. O sumo de aipo é muito útil como tonificante geral e remineralizante, associado a sumo de tomate, cenoura e limão 101. Recomendável para os que sofram de esgotamento ou depressão nervosa. 562
Precauções
As grávidas devem evitar o aipo, já que pode provocar contracções uterinas.
Outros nomes: aipo-bravo, aipo-silvestre, aipo•hortense, aipo-dos-charcos, aipo-doce, salsa-do-monte. Brasil: aipo-do-rio-grande. Esp.: apio, panul, palustre, apio comum, apio de huerta, apio acuâtico, apio bravio. Fr.: céleri. Ing.: ceiery. Habitat: O silvestre é próprio dos terrenos salitrosos das costas da Europa. Cultivado em todo o mundo. Descrição: Planta bienal da família das Umbeliferas, que atinge de 30 a 90 cm de altura. Ê facilmente reconhecido pelo seu caule erecto e canelado, pelas folhas de cor verde-escura e pelo seu peculiar aroma. Partes utilizadas: as folhas, a raiz e os frutos.
Arbutus unedoL
' M
Medronheiro Anti-séptico urinário e adstringente
O
MEDRONHO, que figura, juntamente com o urso, no brasão de Madrid como símbolo da capital espanholará era conhecido por Dioscórides no século I d.C. e pelo naturalista romano Plínio, o qual parece que dizia, referinclo-se a este fruto: «Unum edo» (eu corno um), de onde terá surgido a designação latina de unedo. Os medronhos podem fermentar na árvore e chegar a conter 0,5% de álcool. Por isso um dos nomes espanhóis dados ao medronheiro é «borrachín» (borracho, pessoa que anda sempre um pouco embriagada). PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS
FRUTOS do medronheiro contêm açúcares, ácidos orgânicos, pectina e tanino. São adstringentes, e não convém abusar deles HM. As FOLHAS e a CASCA do arbusto possuem até 36% de tanino, que as torna muito adstringentes, e arbutina, um glicósido que tem acção anti-séptica e anti-inflamatória sobre o aparelho urinário. Usam-se para COmbai ter as infecções minarias, as cistites, os cálculos e cólicas renais, assim como em caso de diarreias e disenterias 101.
Outros nomes: ervedo, èrvedo, êrvodo, ervedeiro. Brasil: árvore-de-morangos. Esp.: madrono, madrono común, madrohera, alborocera, albornio, borto, borrachín, arbol de las fresas. Fr.: arbousier, arbee aux fraises. tng.: arbutus. strawberry tree. Habitat: Bosques de azinheiras e montanhas baixas da Europa Mediterrânea. Conhecido em algumas regiões da América Central e do Sul. Encontra-se em quase todo o continente poduguês. Descrição: Arbusto de tolha perene, de 2-3 m de altura, da família das Ericaceas. As suas flores brancas ou verdes, com a forma de guizo, apresentam-se em cachos. O fruto é uma baga de cor vermelha quando amadurece. Partes utilizadas: os frutos, as folhas e a casca.
O
Preparação e emprego
USO INTERNO
Precauções Os frutos maduros do medronheiro podem atingir um certo grau alcoólico, dado que o processo de fermentação se pode iniciar na própria árvore. Por isso, e pelo seu notável efeito adstringente, não convém comer mais de um punhado de medronhos por dia.
O Os frutos (medronhos) comem-se frescos, ou em doce. @ Decocção com as folhas e a casca do arbusto secas, que se prepara com 30 g por litro de água. 8ebem-se 2 ou 3 chávenas por dia no caso de infecções urinárias, e 4 ou 5 em caso de diarreia.
563
Aictostaphybs i/va-unj/(L)Spren.
r
\ I 5\l
^ ^
Uva-ursina Poderoso anti-séptico urinário
Q
UANDO ainda havia ursos nas montanhas da Europa, gostavam de alimentar-se das pequenas bagas da uva-ursina que, pela sua forma e sabor, parecem pequenas maçãs Quinhentas. São comestíveis, embora as propriedades medicinais da planta residam sobretudo nas folhas.
Slnonímia científica: Arbutus uva-ursiL. Outros nomes: buxulo, medronheiro-rojante, medronheiro-ursino. uva-de-urso. Esp.: gayuba, uva de oso, uva de zorro, manzanilla de pastor, madrono rastrero. Fr.: raisin d'ours, busserole. Ing.: bearberry, bear's grape. Habitat: Embora seja oriunda do Norte da Europa e da Ásia, acha-se actualmente expandida por toda a Europa e América do Norte. Em Portugal encontra-se nas charnecas e matas do Norte do pais. Descrição: Subarbusto lenhoso da família das Erícáceas, que atinge de 15 a 30 cm de altura. Tem caules longos e rasteiros. As folhas são perenes, carnudas, pequenas e de cor verde escura. As flores são arredondadas, brancas ou rosadas. Dá fruto em bagas de um tom vermelho brilhante. Partes utilizadas: as folhas.
O uso da uva-ursina remonta a épocas muito antigas nos países do Norte da Europa, mas os grandes botânicos clássicos gregos e romanos desconheciam esta planta. No século XVIII já eram conhecidas, em ioda a Europa c América, as excelentes propriedades desta planta para o tratamento das doenças das vias urinárias. Actualmente, as suas propriedades já foram confirmadas pela investigação científica. Trata-se de um remédio muito valioso para os doentes das vias urinárias. Por isso se elaboram diversos preparados farmacêuticos à base de extracto de uva-ursina. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS fo-
lhas da uva-ursina contêm taninos abundantes, que lhes conferem uma acção adstringente, glicósidos llavonóides, que determinam a sua acção levemente diurética, e matérias gordas e resinosas. Mas o princípio activo mais importante é a arbutina, glicósido fenólico cuja genina é a hidroquinona. Esta substância proporciona uma potente acção anti-séptica e anti564
li
Preparação e emprego USO INTERNO O Decocção: 50-60 g de folhas secas e trituradas, humedecidas previamente durante 3-4 horas, por cada litro de água. Ferver durante 15 minutos e tomar uma chávena cada 3-4 horas. Não convém espaçar mais as tomas, pois os princípios activos eliminam-se rapidamente pela urina. @ Maceração: 50-60 folhas num litro de água. Deixam-se repousar durante 24 horas. Depois coam-se e to-
mam-se 3 chávenas por dia, ligeiramente aquecidas. É uma boa alternativa para tomar a uva-ursina sem sofrer os efeitos indesejáveis do tanino; ainda que, assim, os efeitos da planta sejam menos intensos do que os que se obtêm com a decocção. © Existem diversos preparados farmacêuticos à base de extracto de uva-ursina, que o médico pode receitar de acordo com a situação do doente.
A uva-ursina é uma planta sumamente eficaz no tratamento de todo o tipo de infecções urinárias, sempre que se consiga que a urina seja alcalina e não ácida. Para se obter uma alcalinizaçáo da urina, o melhor é seguir uma dieta vegetariana, em que predomine o consumo de fruta e verduras.
-inflamatória sobre OS órgãos urinários, e é eliminada pela urina. Para que a hidroquinona exerça a sua acção, é necessário que a urina tenha reacção alcalina, pois fica inactivada quando o pH é ácido. Isto não constitui nenhum problema para as pessoas que tenham uma alimentação vegetariana, pois eliminam urinas alcalinas. No entanto, aqueles que seguem um regime rico em carnes e mariscos produzem urinas ácidas, e nesses a uva-ursina não actua. Convém, portanto, que durante o tratamento com uva-ursina se siga uma dieta vegetariana, rica em frutas e verduras que, além de alcalini/ar a urina e permitir que a uva-ursina actue, tem um efeito positivo sobre as afecções urinárias. A urina também se pode alcalinizar temporariamente tomando-se bicarbonato de sódio, embora a sua acção dure pouco tempo e o bicarbonato não seja isento de efeitos secundários. Dado que os germes produtores de infecções urinárias frequentemente se tornam resistentes aos antibióticos e anri-sépticos habituais, a uva-ursina oferece uma alternativa válida paia
tratar estas afecções; se bem que, em caso de infecção urinária, seja sempre necessário consultar o médico. A uva-ursina, só ou complementada por outros tratamentos, é indicada nos seguintes casos IO.0.01: • Pielonefrite: É a infecção da pelve renal (cavidade que existe dentro do rim), em que se recolhe a urina produzida. Esta infecção manifesta-se com febre alta intermitente, urina turva e dores nos rins. A uva-ursina, eliminando pela urina os seus produtos activos, actua como um anti-séptico e anti-inflamatório.
trado. Em qualquer caso. tem uma acção benéfica sobre estas afecções, impedindo a infecção da urina que costuma acompanhá-las. A uva-ursina dá uma cor esverdeada à urina, o que indica que o tratamento está a produzir efeito.
• Cistite (infecção e inflamação da bexiga): A uva-ursina acalma a sensação de ardor e a irritação que se produz ao urinar. E particularmente eficaz nas cistites crónicas rebeldes a outros tratamentos.
O tratamento com uva-ursina não deve durar mais de 10 dias seguidos, ou 15 no máximo. Se for necessário, pode repetir-se depois de passadas algumas semanas. Algumas pessoas de estômago delicado podem apresentar intolerância digestiva ao tanino contido nas folhas da uva-ursina. Nestes casos, recomenda-se reduzir a concentração da tisana (pôr só 20-30 g de folhas), e tomar simultaneamente carvão vegetal (pág. 761), que absorve os taninos.
• Uretrite: Infecção da uretra, que nalguns casos pode ser de origem venérea. • Prostatite, produzida quase sempre como consequência de uma infecção urinária. • Cálculos renais e areias: Ainda que, segundo alguns, dissolva os cálculos urinários, isto não pôde ser demons-
Precauções
565
3
Arundo donaxL.
Preparação e emprego
Cana
USO INTERNO
Aumenta a produção de urina e d e t é m a lactação
O Decocção com o rizoma ou a raiz da cana cortada em fragmentos ou triturada, à razão de 50 g por litro de água. Ferver durante 15 minutos e tomar de 2 a 4 chávenas por dia.
Cana-amarga No Centro e Sul do continente americano existe uma espécie de costo (Costus spicatus Jacq.), ali conhecida principalmente pelo nome de 'cana amarga'.* Não é uma variedade da cana vulgar, pois pertence a uma outra família botânica, a das Zingiberáceas. Cresce até à altura de um metro. As suas folhas são ligeiramente ovaladas, grandes, de 10 a 30 cm de comprimento. Entre as folhas superiores cresce uma flor branca, alaranjada ou amarela.
D
IOSCÓRIDES, o grande médico e botânico grego do primeiro século da nossa era, já recomendava o uso da cana para aumentar a produção de urina. Possivelmente, na antiguidade clássica, começou a usar-se com este fim pelo facto de crescer junto das correntes de água. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O ri-
zoma (caule subterrâneo) e a raiz da cana vulgar contêm um açúcar (sacarose) e abundantes compostos de sílica. As suas duas qualidades mais importantes são: • Diurética: Produz um aumento moderado da produção de mina, favorecendo a eliminação da ureia, do ácido úrico e de outras substâncias residuais. Recomendada para os que sofrem de cólicas renais e também os que queiram lazer uma cura depurativa. IO). • Galactófuga: Tomada durante alguns dias, detém a produção de leite nas mães que amamentam. E útil para aquelas que, por alguma razão, desejem desmamar os .seus bebés IOI. 566
Outros nomes: cana-vulgar. Esp.: cana común, cana hueca, cahavera. Fr.: [grano] roseau, canne de Provence. Ing.: cane, giant reed, Spanish reed. Habitat: Comum à beira dos rios e canais do Sul da Europa. Espalhada por todo o continente americano. Descrição: Planta da família das Gramíneas, que atinge até 5 m de altura. Distingue-se do bambu porque de cada nó sai uma única folha. Partes utilizadas: o rizoma (caule subterrâneo) e a raiz.
Emprega-se tradicionalmente na medicina popular latino-americana pelas suas propriedades: • Diurética: Além de aumentar a produção de urina e a eliminação de substâncias residuais, tem uma interessante acção anti-inflamatória sobre os órgãos urinários. Recomenda-se o seu uso em caso de nefrite, cálculos urinários e inflamação da bexiga (cistite). • Emenagoga: Aumenta a menstruação quando esta é escassa. Além disso acalma as dores menstruais (dismenorreia). Usa-se em decocção, que se prepara com os caules, a raiz ou as folhas esmagadas (50 g de planta por litro de água). Ferver durante 15 minutos, e tomar de 2 a 4 chávenas por dia. Adoçar com mel. • Esp.: cana amarga, cana agria, cana cimarrona, costo de Arábia. Fr.: amome en épi. Ing.: spiked alpinia.
Barosma betullnalhumb.
J
OJ Preparação e emprego
Barosma Excelente remédio para os órgãos urinários
E
STA PLANTA era um remédio usado pelos Hoientoies, povoadores da África do Sul, antes da chegada dos brancos. As suas excelentes virtudes para combatei as inflamações dos órgãos urinários fizeram-na expandir-se por todo o mundo e pode cnconli ar-se em muitos estabelecimentos ervanários e em preparados fitoterapêuticos.
USO INTERNO O Infusão com 50 g de tolhas por litro de água. Ingerem-se 3 chávenas por dia. USO EXTERNO © Lavagens à uretra: Com a mesma infusão que se aplica no uso interno podem-se fazer lavagens à uretra, no caso de uretrite.
Outras barosmas
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS fo-
lhas da barosma contêm um óleo essencial (diosfenol), que é o seu princípio activo mais importante. Actua como: • diurético, • anti-séptico urinário, e como • anti-inflamatório dos órgãos genitais e urinários, especialmente da bexiga e da próstata. A barosma, juntamente com a uva-ursina (pág. 564), é uma das plantas mais eficazes que se conhecem para tratar as doenças inflamatórias dos órgãos urinários. K indicada especialmente nos seguintes casos: • Pielonefrite (inflamação da cavidade renal e do rim) HM, • Cistite (inflamação da bexiga): Alivia eficazmente a comichão e a dor que se sente ao urinar IOI. • Uretrite (inflamação da uretra ou canal da urina), seja ou não de origem venérea (blenorragia). Regenera a mucosa urinária e faz desaparecer os incómodos. Dá resultado, tanto tomada em infusão IOI como aplicada em lavagens á uretra 101.
No Sul do continente africano existem também outras espécies de barosma, além da betulina: são a Barosma crenulata (L.) Hook e a Barosma serratifolia (Curtis) Willd. Todas elas são arbustos de aspecto muito semelhante, que às vezes se cultivam, e cujas folhas têm as mesmas propriedades medicinais.
Outros nomes: Esp.: buchú, barosma. Fr.: buchu. Ing.: Buchu, bucku. Habitat: Planta oriunda da África do Sul, que também se desenvolve na América do Sul. Ê conhecida na Europa. Descrição: Arbusto da família das Rutáceas, que atinge os dois metros de altura. As folhas são ovaladas, opostas e ligeiramente peludas. Toda a planta emite um aroma misto de hortelã e alecrim. Partes utilizadas: as folhas.
567
Betula alba L
Ol 0
D
aa
Preparação e emprego
Bétula USO INTERNO
Um b o m alívio para as cólicas dos rins
A
PESAR do aspecto delicado desta árvore, o seu nome evoca os castigos de que eram objecto OS alunos e pupilos de outros tempos, em que as suas varas finas e flexíveis se empregavam para sacudir os preguiçosos e os rebeldes. Ainda hoje, nas saunas dos países nórdicos, se utilizam os ramos da bétula para açoitar os braços e as pernas, com o fim de activar a circulação do sangue na pele.
O Infusão de 20 a 50 g de folhas e/ou gemas por litro de água. Pode-se tomar até um litro por dia. Como se torna um pouco amarga, convém adoçá-la com mel ou açúcar escuro. A adição de um grama de bicarbonato de sódio aumenta a eficácia da tisana de bétula, pois os seus princípios activos dissolvem-se melhor num meio alcalino. © Decocção de casca: de 50 a 80 g por litro de água. Ferver até ficar reduzida a metade. Tomar 2 ou 3 chávenas diárias adoçadas com mel. © Seiva: Ingere-se diluída em água (a 50%) à maneira de bebida refrescante. É preciso evitar que fermente. USO EXTERNO
O Compressas sobre a pele: Aplicam-se com a mesma infusão que se descreveu para o uso interno.
O grande médico e botânico renascentista italiano Mattioli baptizou-a de "a árvore nefrítica da Europa". São muitas as aplicações desta árvore elegante. A sua madeira, e sobretudo o seu carvão, são excelentes. A sua casca é impermeável. Antigamente, os pastores fabricavam com ela vasos para \íqv\klos, e até polainas para a neve. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS FO-
LHAS e as GEMAS da bétula contêm sobretudo flavonóides (miricitrina e hiperósido), que lhe conferem um notável efeito diurético (eliminação de liquideis); e também princípios amargos, taninos c.uéquicos e óleo essencial. São estas as suas aplicações: • Edemas: Ajudam a eliminai os líquidos retidos no organismo, especial568
Sinonímia científica: Betula verrucosa Ehrh., Betula pêndula Roth. Outros nomes: vidoeiro, bidoeiro, bédulo, vido. Esp.: abedul, biezo, bieso. Fr.: bouleau blanc, b. pendant. Ing.: [silverj birch, whitebirch. Habitat: Cresce nas montanhas do Norte da Espanha e da Europa, e no Canadá, onde forma exlensos bosques, assim como em outras zonas frias e montanhosas do continente americano. Em Portugal, encontra-se cultivada nas serras do Norte e Centro do pais. Descrição: Árvore de aspecto gracioso, de folha caduca, da família das Betuláceas. Sobressai nos bosques pela brancura da sua casca, que se desprende em finas lâminas. Os seus ramos mais jovens são pendentes, daí o nome de Betula pêndula, e com pequenos nódulos ou verrugas, de onde lhe vem outro dos seus nomes científicos: Betula verrucosa. Da flores masculinas e femininas na mesma árvore. Partes utilizadas: as folhas, as gemas, a seiva e a casca.
Muitas mulheres, nos dias que antecedem as regras, sofrem retenção de líquidos, o que lhes provoca inchaço nas pernas, no ventre e nos peitos. As infusões de folhas e gemas de bétula, que são diuréticas mas não desmineralizantes, são ideais para aliviar estes incómodos.
mente no caso de insuficiência renal OU cardíaca IOI. As infusões de folhas de bétula não provocam, como outros diuréticos químicos, a perda de sais minerais com a urina, nem irritam os tecidos do rim. Pelo contrário, são capazes de regenerá-lo e desinilamá-lo, fazendo diminuir a eliminação de albumina com a urina nos casos de nefrose e insuficiência renal. • Usam-se também com êxito no síndroma pré-menstrual IOI. Tomando essa tisana durante os dias precedentes à regra, aumenta o volume de urina e diminui o inchaço dos tecidos, especialmente nas pernas, ventre e mamas. • Cálculos renais: As infusões de folhas e pernas de bélula facilitam a eliminação de areias da urina e impedem a formação de cálculos renais
IOI. Foi possível comprovar que, nalguns casos, podem inclusivamente dissolvê-los. O uso da infusão é indicado tanto durante o ataque de cólica nefrítica (do rim) como, de forma continuada, para evitara formação de cálculos. • Depuração: As folhas e gemas da bélula possuem um efeito depurativo sobre as substâncias tóxicas que sobrecarregam o sangue, como o ácido úrico. E por isso que as tisanas preparadas com elas se tornam altamente benéficas no caso de gota ou artritismo IOI. • Doenças da pele: Pelo seu efeito depurativo, o seu uso por via interna torna-sc indicado para limpar a pele de impurezas nos casos de eczemas crónicos e celulite IOI. • Chagas e feridas: Km aplicação ex-
terna, por meio de compressas, as folhas e gemas têm acção anti-séptica e cicatrizante sobre chagas e feridas, devido aos taninos que contêm IOI. A CASCA da bétula, como a do salgueiro (pág. (V7(S) e a da quina (pág. 752), têm propriedades febrífugas. Toma-se em decocçáo para fazer baixar a febre IOI. No princípio da Primavera, antes de aparecerem as folhas, serrando-se-lhe um ramo ou pcrfurando-se-lhe o tronco, a bétula pode fornecer todos os dias vários litros de deliciosa seiva. Ksta SEIVA tem as mesmas propriedades descritas para as folhas, mas além disso constitui uma agradável bebida IOI. As aldeãs do Norte da Europa bebem-na para ter uma pele tão branca e limpa como a casca da árvore. 569
CalIunavulgarisL
*Q\
_J
£
Preparação e emprego
Urze USO INTERNO
Anti-séptico urinário e alcatifa vegetal
O Oecocção com 50 g de raminhos ou sumidades floridas, por cada litro de água. Ferver durante 10 minutos. Adoçar com mel e tomar 3 ou 4 chávenas por dia, depois das refeições.
Q
UKM não lerá ainda reparado nessa alcatifa purpúrea que cobre os solos de pradarias e terrenos incultos no lini do Verão? É a urze, vão apreciada pelas abelhas para a elaboração do sen mel, e também pelos amantes dos remédios naturais, graças às suas propriedades medicinais.
Além da urze comum (chamada também brecina) que aqui se descreve, exisie vim outro úpo cie u n e que também se conhece por torga ou queiró (Eriça cinerea L.). E muito parecida com a urze comum tanto no aspecto como na composição, aplicações e formas de uso. Toda a planta contém uma substância conhecida como arbutina, que ao ser hidrolisada pelas bactérias intestinais se transforma em hidroquinema, um potente anti-séptico urinário. Também possui tanino, que lhe confere as suas propriedades adstringentes, assim como flavonóides de acção diurética. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
O seu uso é recomendado nos ca' sos de: •Doenças urinárias: infecção, urina tuna ou malchcu osa, ardência ao urinar, cistite e pielonefrite IOI. A sua acção anti-séptica sobre a urina permite que esta recupere o seu aspecto normal em poucos dias. • Diarreias, em virtude do seu efeito adstringente IOI. 570
Outros nomes: torga-ordinária, mongahça, magoríça, quebra•panelas, queiró, carrasca, carrasquinha, urze-do-monte, barba-do-mato. Esp.: brezo, brezo común, brecina. Fr.: bruyère, caltune. Ing.: heather. Habitat: Costuma formar extensos brejos em terras estéreis siliciosas da Europa e também de parte da América do Norte. Descrição: Pequeno arbusto de 20 a 50 cm de altura, da família das Eriáceas, cujas folhas são pequenas, opostas e muito numerosas. As flores nascem ao longo do caule, e a sua cor varia entre o rosa, o vermelho púrpura e o violeta. Partes utilizadas: as sumidades floridas.
Copaifera offlcinalis L.
a
] a Preparação e emprego
Copaíba Eficaz contra a blenorragia
USO INTERNO O Bálsamo de copaíba: Toma-se uma colher de sobremesa (5 g), uma ou duas vezes por dia.
Outros nomes: copaibeira, copaibeiro, copaifera. Esp.: copaíba, copayero, paio de copaiba, paio de aceitillo, paio de bálsamo. Fr.: copaier. bois de sang, copahu, baume de copahu. Ing.: copaiba [copal tree), copaiove.
N
AS BACIAS do Amazonas e do Orinoco, crescem várias espécies de árvores do género Copaifera, que segregam uma resina quando se lhes corta ou perfura o tronco. Por destilação desta resina, obtém-se o chamado "bálsamo de copaíba", que já se utilizava na América no século XVII como remédio contra as doenças venéreas, chamadas hoje DTS (doenças de transmissão sexual). O bálsamo de copaíba IOI contém um óleo essencial e uma resina, em cuja composição predomina o ácido copaíbico, que se elimina pelos rins, e actua como anti-séptico e anti-inflamatório sobre as mucosas genitais c urinárias. É eficaz contra a blenorragia masculina e feminina, doença venérea que se manifesta com inflamação e irritação da uretra (conduto pelo qual se elimina a urina para o exterior). Também se tem usado como balsâmico em casos de bronquite.
Habitat: Regiões tropicais da América do Sul, especialmente o Brasil, a Colômbia, a Venezuela e também as Antilhas. Descrição: Árvore de belo porte, da família das Leguminosas, que atinge de 15 a 20 mde altura. As flores são brancas e crescem em espigas. O fruto é uma vagem oval que contém uma só semente rodeada de polpa. Partes utilizadas: a resina extraída do seu tronco.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Precauções
Não ultrapassar a dose indicada. Não a tomar durante mais de 10 dias seguidos, pois pode provocar erupções cutâneas, nefrites e transtornos digestivos.
571
j J
Dlpsacus satívus (L)Scholler.
Cardopenteador Depura o sangue e limpa a pele
Preparação e emprego
USO INTERNO O Decocção com 40-50 g de raiz triturada em dois litros de água. Ferver até que o líquido fique reduzido a metade. Filtrar e adoçar com mel. Bebem-se várias chávenas por dia. O tratamento deve durar vários meses.
D
URANTE muitos séculos, a humanidade serviu-se dos espinhos deste cardo para cai dar a lã. E daí que vem o seu nome. Embora actualmente esta tarefa se execute por meios mecânicos, o cardo-penteador continua a oferecer-nos os seus bons serviços como planta medicinal. Toda a planta, c especialmente a raiz, contém um glicósido chamado escabiósido, ácido salicílico e sais de potássio. Isto explica as suas propriedades medicinais: diurética (aumenta a produção de urina) e sudorífica (aumenta a sudação). A raiz do cardo-penteador é um bom depurativo do sangue. Os seus efeitos são moderados mas persistentes, e pode tomar-se em qualquer quantidade, pois é muito bem tolerada pelo organismo. Toma-.se especialmente útil nos seguintes casos: PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
• Excesso de líquidos nos tecidos: edemas ou hidropisia de qualquer causa IOI. • Excesso de ácido úrico (artritismo): Favorece a eliminação do ácido úrico e de outras substâncias residuais que circulam pelo sangue 101. • Acne, eczemas e erupções: Aumenta a produção de suor, e com ele a eliminação de substâncias que irritam a pele MM. 572
Sinonímia científica: Dipsacus fullonum L Outros nomes: cardo-cardador. Esp.: cardencha, carda, dipsaco, cardo de cardar, escobilla. Fr.: cardège sauvage. Ing.: (wildj teasel. Habitat: Encontra-se vulgarmente nos solos frescos e argilosos da Europa Centrai e Meridional. Cresce também em grande parte do continente americano. Descrição: Planta da família das Dipsacaceas. que atinge até dois metros de altura. O caule tem numerosos espinhos. Os capítulos florais, formados peia união de muitas flores pequeninas, são de cor lilás ou rosa; terminam em grandes aguilhões de 6 a 10 cm de comprimento. Partes utilizadas: A raiz.
Erynglum campestre L
Cardo-corredor Um eficaz diurético e aperitivo
Preparação e emprego
USO INTERNO
O Salada: Os seus brotos e folhas tenras são muito apreciados por aqueles que gostam de verduras silvestres. © Infusão com um punhado de raiz triturada (30-40 g) por litro de água. Deixar repousar até que esteja bem fria, e tomar duas ou três chávenas diárias. Não guardar a infusão de um dia para outro, pois perde as suas propriedades.
O
CARDO-CORREDOR é uma umbelífera disfarçada de cardo. Chama-se 'corredor' porque, no Outono, o vento arranca os seus caules secos, cheios de folhas, e an asta-os para colonizar novos terrenos. O tronco e a raiz, no entanto, ficam fortemente fixos na terra, e junto deles cresce um apetitoso cogumelo (Pleurotus eryngii [Fr.-D.C] Quél.). As propriedades medicinais desta planta já foram assinaladas pelo grego Dioscórides no século I d.C. Como aconteceu com outras plantas, alribuíram-se-lhe empiricamente mais propriedades medicinais do que aquelas que realmente tem. Hoje, conhecida a sua composição química, podemos determinar as suas verdadeiras indicações. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A sua
raiz contém saponinas, além de tanino, açúcares c um óleo essencial. As saponinas diminuem a tensão superficial dos líquidos, e formam borbulhas como o sabão (do latim soponem, sabão). Estas substâncias conferem ao cardo-corredor um importante efeito diurético. Por isso, o seu uso é apropriado: • em caso de edemas (retenção de líquidos), especialmente os que se produzem nas pernas e tornozelos IO,©l.
Outros nomes: Brasil: gravatádo-campo, croatá-falso, caraguatá. Esp.: cardo corredor, eringio, cardo setero. Fr.: chardon roulant. Ing.: watiing street thistle. field eryngo. Habitat: Frequente em prados secos, encostas expostas ao sol e pousios de toda a Europa. Também se pode encontrar no continente americano. Descrição: Planta da família das Umbeliferas, que atinge de 40 a 60 cm de altura. Os seus caules são delgados, e as folhas são espinhosas. Os capítulos florais são formados por muitas flores pequeninas de um tom branco esverdeado. Toda a planta tem um cheiro parecido com o da cenoura, salvo a raiz, que é um pouco amarga. Partes utilizadas: a raiz (colhe-se na Primavera ou no Outono), os brotos tenros e as folhas (colhem-se no Verão).
573
«A».
Cardo-marítimo
O cardo-marítimo ou cardo-rolador (Eryngium maritimum L.)* é semelhante ao cardo-corredor, embora com folhas mais largas. Cresce nos areais próximos das costas de toda a Península Ibérica. Tem as mesmas propriedades que o cardo-corredor, crendo-se até que actua com mais intensidade. * Esp.: eríngeo marítimo. Ing: sea holly.
O consumo de cardo-corredor, como verdura ou em infusão, é um bom método para eliminar do sangue o ácido úrico e outros resíduos metabólicos.
Do cardo-corredor utiliza-se a raiz em infusão, assim como os brotos tenros e as folhas, que se comem como verdura.
• Em caso de excesso de ácido úrico (artritismo) e de areias na urina, casos em que interessa "limpar" os rins 10 01. Assinale-se que o efeito diurético das saponinas do cardo-corredor é bastante intenso, mas não constante, pois vai diminuindo dia a dia, até desaparecer quase completamente ao cabo de uma semana. Daí não ser recomendável tomá-lo durante mais de dois ou três dias consecutivos. Depois rle alguns dias de descanso, volta a ser eficaz. A raiz do cardo-corredor 101 também tem propriedades aperitivas, e faz parle das chamadas "CÍJICO raízes aperitivas", juntamente com as de granza (pág. 589), alcaparra, grama-francesa (pág. 559] e gatunha (pág. 581). 574
Fragaria vesca L
Morangueiro Depura, tonifica e embeleza
Q
1'ANIX) Calamos de morangos silvestres referimo-nos àquelas lágrimas vermelhas
como o sangue, que brotam pelas encostas cios bosques exalando ura requintado aroma; nào estamos a pensar em morangos cultivados, dotados de menos aroma c sabor. O morango que se usa em fitoterapia é o .siIvestre, por conter uma maior quantidade de princípios activos. O morango tem sido usado como alimento desde há milénios, mas as suas propriedades medicinais só vie-
o
Os morangos e a beleza
Outros nomes: moranga, tragaria, morangueiro-silvestre. Esp.: fresai, frutilla, fresa europea. fresera, anube. arrugui, fragaria. Fr.: fraisierfdes bois}, fraisier sauvage. Ing.: (wild) strawberry. Habitat: Comum nas beiras dos caminhos e estremas de regiões florestais de toda a Europa. Encontra-se espontâneo nas sebes, bosques, principalmente nas regiões montanhosas do Norte ao Sut de Portugal, e também nas ilhas da Madeira e Açores. È acíuaJmenie muito cultivado nas regiões temperadas de Ioda a Europa e do continente americano, onde também se pode encontrar em estado silvestre. Descrição: Planta vivaz da família das Rosáceas, que atinge de 5 a 20 cm de altura. As folhas são trifoliadas. mais pálidas na face inferior. As flores são brancas e tèm cinco pétalas Os verdadeiros frutos são na realidade os grãozinhos aderentes à superfície do morango. Partes utilizadas: os morangos (falsos frutos) e as folhas.
-TP
Preparação e emprego
USO INTERNO
Para suavizar, limpar e embelezara cútis, esmagam-se de 300 a 500 g de morangos maduros, que se aplicam sobre a pele à maneira de cataplasma. O leite de morangos prepara-se misturando sumo de morangos com leite em partes iguais, e aplica-se em forma de loção sobre a pele.
O Cura de morangos: A maneira mais eficaz de tomar os morangos é seguindo uma cura, que se faz comendo de 1 a 1,5 quilos diários de frutos maduros, durante 3 ou 4 dias, sem ingerir nenhum outro alimento, excepto água nos intervalos. © Infusão: Prepara-se com 40-50 g de folhas por litro de água. Tem um sabor muito agradável. Tomar 4 ou 5 chávenas por dia.
USO EXTERNO
O Compressas: Com a mesma infusão que para o uso interno, mas um pouco mais concentrada, empapam-se compressas de algodão que se aplicam sobre as gretas da pele ou dos mamilos. O Bochechos e gargarejos com a infusão concentrada. 0 Cataplasmas de morangos: Ver o quadro ao lado. © Leite de morangos: Ver o quadro ao lado.
575
Precauções
Nalgumas pessoas sensíveis, a ingestão de morangos produz urtiçaria por reacção alérgica. Estas pessoas podem tentar dessensibilizar•se, colocando todos os dia um pedaço de morango debaixo da língua, durante 8 ou 10 dias.
Os morangos, além da riqueza nutritiva que contêm, sáo uma deíicia para o paladar mais exigente. E, graças ã sua complexa composição bioquímica, o morangueiro é um dos vegetais com maior número de aplicações culinárias, medicinais e, inclusivamente, cosméticas.
iam a descobri i-se no século M l . O
grande botânico sueco Lineu, que pôs nomes a numerosas espécies vegetais, conta <|iu' st- curou cia gota cie que sofria depois de se ler submetido a um regime dietético em que o morango era um dos seus principais componentes. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS mo-
rangos contêm diversos açúcares, sais minerais, vitaminas A, H e (', ácidos orgânicos, pigmentos, enzimas c mucilagens, Dcscobriu-se que lambem tem pequenas quantidades de ácido saiu ílit o e salicilatos, substâncias semelhantes ã aspirina, que lhe conferem uma acção iinii-infiamatória. Segundo Foni Quer. o sumo do moran-
ram o sangue. São estas as suas propriedades: • Depurativas e alcalinizantes: ()s morangos facilitam a eliminação de substâncias residuais, como o ácido úrico, que causam inflamação nas articulações e nos rins. São muito recomendáveis nos casos de artritismo e de gota, causados por um excesso de ácido úrico lOl. • Laxantes: Devido ao seu conteúdo em mucilagens, facilitam o trânsito intestinal e a evacuação. Tornam-se portanto indicados para combater a prisão de ventre e a preguiça intestiual IOI.
< >s MORANGOS dão saúde a ioda a
• Tonificantes e reniineralizantes: Recomendam-se especialmente em caso de anemia, inapetência e nos estados de convalescença de doenças febris ou debilitantes IOI. Abrem o apetite e estimulam as funções metabólicas.
gente, uma vez que tonificam e estimulam i»s funções orgânicas e depu-
• Emolientes: Aplicados externamente sobre a pele cm forma de cataplasma
g< > ('• HW dos pndutOS mais complexos fio
reino vegetal, pela variedade das substâncias que n compõem.
576
l©l, os morangos têm uma acção suavi/amc, limpadora e embelezadora, muito superiora de muitas loções químicas. Com o leite de morangos IOI, obtêm-se ainda melhores resultados (ver o quadro informativo da página anterior). Também se- têm usado externamente paia curar as frieiras, t*• fregando todos os dias as partes afectadas (geralmente as mãos) com morangas maduros. As FOLHAS do morangueiro contêm tanino e (lavonóidcs, que as tornam adstringentes e anti-inflamatórias. Usam-se nos seguintes casos: • Diarreias e gastrenterocolites, pelo seu conteúdo em tanino l©l. • Gretas da pele e dos mamilos: Aplicados localmente sobre a zona afectada, secam-nas e cicatl i/am-nas l©l. • Inflamações da boca (estomatite), das gengivas (gengivite) e da garganta (faringite), em bochechos e gargarejos IOI*.
Juniperus communís L
Zimbro Diurético e expectorante
D
IOSCÓRIDES, que viveu no século I d.C, conhecia as propriedades medicinais dos Frutos do zimbro, que já nessa aluna serviam para bastante mais úo que para aromatizar bebidas alcoólicas. planai inteira, o cm particular as bagas, contêm um óleo essencial rico em icrpenos. As bagas contêm além disso glicose, resina, ácidos orgânicos ejuniprina (glicósidoamargo). Estas BAGAS têm as seguintes propriedades: • Diuréticas: O óleo essencial do zimbro tem o efeito de aumentar a filtração glumerular nos rins, e com isso a produção de mina. No entanto, PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A
grandes doses de z i m b r o t o m a d a s de
forma continuada ("orçam a capacidade de filtração do rim, e podem chegar a produzir nefrite. O uso do zimbro é indicado em casos de edemas por insuficiência cardíaca, e como depurativo paia eliminar o excesso de ácido úrico 10.0,01. • Expcetorantes e anli-séplicas bronquiais: Dado que a essência se elimina em grande palie pelos pulmões, as bagas têm sido Utilizadas como tratamento complementar em todo o tipo de infecções broncopulmonares, inclusive na tuberculose íO.0.01. • Aperitivas, tonificantes do estômago e carminativas 10.01. • Emenagogas: Provocam uni maior afluxo cio sangue para os órgãos genitais. Por isso as bagas do zimbro são indicadas nos casos de- regras escassas ou dolorosas (0.0.01. • Revnlsivas: Aplicada externamente em fricções, a KSSENCIA do zimbro em solução alcoólica acalma as dores do reumatismo e da artrose IOI.
A >.. 9 Preparação e emprego
USO INTERNO
O Bagas maduras: Podem-se engolir inteiras à maneira de pílulas, 6 depois de cada refeição, 3 vezes por dia. © Infusão: 30 g de bagas por litro de agua; tomar até três chávenas por dia. €> Essência: Ingerem-se 2 gotas, 3 vezes ao dia. USO EXTERNO
O Fricções de essência dissolvida em álcool. De 20 a 30 gotas de essência por cada 100 ml de álcool.
Precauções
Desaconselha-se o seu uso em caso de gravidez e de nefrite, pois em doses altas pode produzir albuminúria (emissão de albumina, um tipo de proteína, com a urina).
Outros nomes: zimbro-comum, zimbreiro, junipero. Esp.: enebro. enebro común, nebro, junipero. Fr.: genévrier[commun], pêtron. Ing.: \cornmon) juniper. Habitat: Frequente em terrenos pedregosos e em bosques montanhosos de toda a Europa. Naturalizado no continente americano. Descrição: Arbusto da lamilia das Cupressáceas, que atinge de 1 a 3 m de altura. Tem folhas perenes. curtas e espinescentes. Os Irutos. as bagas do zimbro, são umas bolinhas azuis ou pretas, de sabor muito doce e resinoso. Partes utilizadas: os frutos
577
Levistícum officinale Koch.
O)
4
9
Preparação e emprego
Levístico USO INTERNO
Diurético e tónico digestivo
O Condimento: as folhas e/ou a raiz em pó. © Infusão de raiz: 20 g por litro de água. Ingere-se uma chávena depois de cada refeição.
t
;•
€) Infusão de folhas: 30 g por litro de água. Igualmente uma chávena depois de cada refeição. O Infusão de sementes: 30 g por litro de água. Tomar 2 ou 3 chávenas por dia.
Semente
O
LEVÍSTICO é como um grande ;iipo silvestre, com interessantes aplicações medicinais e culinárias. Na Europa Ccmral uiiliza-se a sua raiz triturada como condimento, pois o sabor lorna-sc semelhante ao da pimenta. Os caules ocos do levístico iiiili/am-sc como palhinhas para sorver líquidos quentes cm caso de constipação. PROPRIEDADES E INDICAÇÒKS: A RAIZ
contém um óleo essencial, c uiuarina, amido, lanino e vitamina (1. 1. um bom diurético c tónico estomacal; facilita a digestão quando há escassez de suco gástrico, como acontece na gastrite crónica c na atonia digestiva IO.©}. As FOLHAS têm as mesmas propriedades, ainda que com menor intensidade IO.€>l. As SEMENTES sàli carminativas (eliminam os gases intestinais) e emenagogas (aumentam o fluxo menstrual). como iodas as plainas da família das Umbelíferas IO). 578
Outros nomes: Esp.: levislico, apio de monte, apio de montaria, legústico, perejil silvestre. Fr.: livèche, céléri bâtard. Ing.: [European] lovage, sea parsley. Habitat: Originário dos países do litoral mediterrâneo ocidental, foi amplamente cultivado em toda a Europa e nalgumas regiões da América. Na Península Ibérica encontra-se nos Pirenéus. Descrição: Planta vivaz da família das Umbelíferas, que atinge 1-2 m de altura. De caule robusto mas oco. As flores são de cor amarelada ou esverdeada, e acham-se dispostas em umbelas terminais. Partes utilizadas: a raiz na Primavera, as folhas e as sementes nos começos do Outono.
Uthospermum offícfnaleL
u t?J _ J Preparação e emprego
i 1
Aljôfar USO INTERNO
Utilizado para desfazer os cálculos renais
O Infusão c o m 50-100 g por litro de água, da qual se tomam 3 ou 4 chávenas diárias. Antigamente ingeriam-se as sementes trituradas.
Litospermo-americano No continente americano aparece uma espécie do género Lithospermum semelhante ao oficinal, o Uthospermum ruderale (Lehm.) Dougl. Em inglês tem o nome de 'stoneseed' (semente de pedra). O litospermo-americano é utilizado como contraceptivo por algumas tribos indígenas. Está a ser investigada a possibilidade de o aljôfar ter também um efeito inibidor sobre as hormonas gonadotrópicas da hipófise.
O
S PARTIDÁRIOS da teoria dos sinais, que explica .is propriedades das plantas bascando-se no seu aspecto, atribuíram às nacaradas sementes desta planta, desde o tempo de Dioscórides, a propriedade (!«• dissolver os calculeis urinários. Toda a planta é rica em cálcio, além de mucilagens e pigmentos. Desde a antiguidade tem sido usada para dissolver os cálculos urinários, bum potente diurético uricosúrico (facilita ;i eliminação de ácido úrico). Dissolvi- as areias da urina e pode chegar a dissolver um cálculo renal, especialmente se for composto por uratos lOI.Mmio recomendada em caso de cólica renal c de gota. Também tem propriedades digestivas. Pelo sen sabor amargo, é um tónico
"*%/ f^^B\
Sinonímia científica: Uthospermum erythorryzon Sieb.-Zucc. Uthospermum ofticinale Forbes-Hemsl. Outros nomes: Esp.: mijo de sol. iitospermo oficinal, hijo dei sol, granos de amor, aljôfar, canamones de monte, perlina, quebrantahoces, té de Benasque. Fr.: herbe aux perles, grémil fofí/cinaíj, míftef de so/eií. thé de montagne. Ing.: [common] gromwell. Habitat: Frequente em terrenos calcários de toda a Europa. Em Portugal surge espontâneo nos arredores de Bragança e Vimioso. Pouco conhecido na América. Descrição: Planta vivaz da família das Borraginâceas. que atinge de 40 a 80 cm de altura. As folhas são um tanto vilosas, com as nervuras salientes peia lace inferior. As sementes são arredondadas, muito duras, e com aspecto de porcelana. Partes utilizadas: as sementes e as folhas. J
579
Melittis melissophyllum L.
Melissa-bas tarda Depurativa e vulnerária
ftj fà Preparação e emprego
USO INTERNO O Infusão com 20-30 g por litro de água, de que se tomam 3 chávenas por dia. Pode-se adoçar com mel. USO EXTERNO © L a v a g e m das feridas com uma infusão mais concentrada do que a preparada para uso interno (até 60 g por litro). © C o m p r e s s a s empapadas na infusão concentrada (até 60 g por litro). Aplicam-se sobre a zona afectada.
A
O CONTRARIO da melissa ou crva-cidreira (Melissa ofjicinaUs 1.., pág. 1 l>'í). a melissabastarda não oferece um aroma ião agradável. A bastarda caracteriza-se pelas flores que nascem quase sempre duas a duas, são maiores e mais vistosas, e geralmente cor-dc-rosa. Também diferem na sua composição e propriedades. Ioda a planta contém uma cumarina que lhe confere propriedades diuréticas e depurativas, ligeiramente sedantes, emeaagogas, e, aplicada externamente, vulnerárias (cicatriza as feridas e cura as contusões). PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Nos países do centro da Europa usa-se a melissa-bastarda sobretudo como depurativa nas curas de Primavera IO!. Além disso, facilita a menstruação e acalma as dores que a acompanham em caso de disnienorreia IOI embora não tão eficazmente como a erva-cidreira. domo vulnerária, usa-se em aplicação externa para curai lei idas l©,©l, que ajuda a cicatrizar, e paia aliviai" a dor e a inflamação causadas por contusões e entorses l@l. 580
Outros nomes: betónica•bastarda. Esp.: loronjil silvestre, toronjilde monte, melisa silvestre, melisa bastarda. Fr.: mélitte à feuilles de mélisse, mélisse ôâfarde, mélisse des bois. Ing.: wild balm. Habitat: Bosques de carvalhos ou de laias e terrenos ermos da Europa Central e Meridional. Em Portugal é frequente na região montanhosa do Norte e Centro do pais. Descrição: Planta vivaz de caule erecto, da família das Labiadas, que atinge até 50 cm de altura. As folhas têm os bordos dentados e as nervuras muito marcadas. As flores são cor-de-rosa ou brancas. Partes utilizadas: A planta inteira, excepto a raiz.
Ononls spinosa L.
Oj
•
_
Preparação e emprego
Gatunha USO INTERNO
Diurética e anti-inflamatória
O D e c o c ç ã o : 50-60 g de raiz cortada às rodelas por litro de água. de que se tomam 3 ou 4 chávenas por dia. USO EXTERNO © Gargarejos com uma infusão de 60-80 g de folhas e flores por litro de água. © Compressas com esta mesma infusão.
L
A SE me enganchou de novo a charrua numa dessas malditas raízes! —exclama o lavrador arreliado. —Nem a minha junta de bois é capaz de arrancá-las! Efectivamente, a gatunha é uma das plantas que mais dificuldades causam aos lavradores. O seu forte rai/ame consegue deter os animais de lavoura. Além disso, como diz Andrés de Laguna, «os burros [anos cm grego], paia se- focarem, como não têm quem Mies laça essa boa obra. costumam reholar-sc em cima dela. por ser áspera e espinhosa". PROPRIEDADES I. INDICAÇÕES: AS
duras RAÍ2£S da gatunha contêm ononina (glicósido llavonóidc), lauino. resina, amido e saponinas. Possui propriedades diuréticas e anti-inflainatõrias sobre os órgãos urinários. E indicada na cistite, nas infecções urinárias, cálculos renais (pode dissolvê-los), areias, edemas (retenção de líquidos nos tecidos) e afecções da próstata IOI. As FOLHAS e as FLORES, aplicadas local menti', têm p r o p r i e d a d e s anli-sépticas e adstringentes. I lili/iiiii-sc em
bochechos e gargarejos contra a amigdalite (anginas) 101, e em compressas, como cicatrizante no caso de lei idas de difícil cicaliizaçâo e úlceras da pele l©l.
Outros nomes: galinha, resta-boi. rilha-boi. unha-gata. Esp.: gatuna, una de gato. gatuna, abreojos. aznallo. detienebuey. peine de asno. Fr.: bugrane (épineuse). arrête-boeuf. Ing.: (spiny} restharrow. Habitat: Bastante comum em campos cultivados e prados secos de toda a Europa. Naturalizada na América. Descrição: Planta vivaz da família das Leguminosas, com caules rigidos de até 40 cm de altura, dos quais saem agudos espinhos. As suas flores apresentam um tom cor-de-rosa vivo. Partes utilizadas: a raiz. as flores e as folhas.
581
Parietária offícinalis L
Parietária Alivia as cólicas renais
N
A LITERATURA botânica clássica, esta planta linha o nome grego de helxinee o latino de mumlis linha (erva cios muros). Além de crescer pelos muros, cresce também junto das correntes de água. Daí alguns dos seus nomes vulgares. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS
seus princípios activos são o nitrato potássico e os flavonóides, que lhe conferem propriedades diuréticas, e as mucilagcns, que ;i tornam anti* -inflamatória e emoliente. • No uso intento, a sua aplicação mais importante são as afecções das vias urinárias: cólicas renais (ajuda a eliminar os cálculos), cistites, e oligúria (urina escassa) IO,01. O seu efeito é muito interessante, pois ao mesmo tempo que provoca um aumento na produção fie urina, descontrai, suaviza e desinflama os órgãos urinários. • Externamente, usa-sc para curar feridas, queimaduras, gretas dos lábios. da pele c do nr.unilo, c fissuras anais
Outros nomes: alfavaca, aifavaca-de-cobra, erva-dos-muros, erva-das-murathas. erva-das-paredes, erva-fura-paredes. erva-de-santana, erva-de-nossa-senhora. helxina, cobrinha, pulitaina, pulitária. Esp.: parietária, pelosilla, hierba de San Pedro, hierba dei muro. {hierba} caracolera, albahaca de rio, albahaquilla loca, mariquillas, canarroya. Fr.: pariétaire [officinale}. Ing.: pellitory of the wall. Habitat: Cresce entre as gretas das rochas e dos muros. Difundida por toda a Europa e regiões secas da América do Sul. Descrição: Planta vivaz da família das Urticáceas, que atinge até 30 cm de altura. Tem as folhas cobertas por uma penugem não urticante. Partes utilizadas: os caules e as folhas.
m.
O
Preparação e emprego USO INTERNO
K 582
O Infusão de 40-60 g de planta (melhor se for fresca) por cada litro de água, de que se tomam 4 ou 5 chávenas por dia. © Sumo fresco: Toma-se meio copo, 3 vezes por dia. Pode-se aro-
matizar com casca ou sumo de limão. USO EXTERNO © C a t a p l a s m a s da planta fresca esmagada, que se aplicam sobre a zona afectada.
Petrosellnum sstlvum Hoffm.
o) U
L
91 ú Preparação e emprego
Salsa Diurética, emenagoga e aperitiva
USO INTERNO
A
O Infusão de folhas (30 g por litro); de raízes cortadas em troços (15 g por litro); ou de frutos (2-5 g por litro). Toma-se uma chávena antes de catia uma cias três refeições diárias. © Sumo da planta fresca. Ingerem-se 2-3 colheradas antes de cada refeição.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A salsa
O Cataplasmas de folhas frescas esmagadas, até formar uma pasta que se aplica sobre a zona afectada.
SALSA já era muito apreciada pelos Romanos, que a davam aos gladiadores antes dos combates. Nos nossos dias, continua a ser bastante mais do que um condimento. Porém, cuidado! A salsa silvestre pode confundir-se com a venenosa cicuta (pág. 155).
contém apiina (o mesmo glicósido que se encontra no aipo) e flavonóicles, que lhe conferem acção diurética; óleo essencial, rico em apiol e miristicina, que lhe outorga propriedades emenagogas (estimula a menstruação), vasodilatadoras e tonificaiiles. Contém lambem vitaminas A, ('. e K (tocoferol) em abundância, assim como fósforo, ferro, cálcio e enxofre. A salsa é um complemento nutritivo muito a ter em conta, pois é rico em vitaminas A e (.'.. Além disso é nm remédio natural indicado para os seguintes casos: • edemas (retenção de líquidos) e celulite !©.©>: • insuficiência cardíaca IO.QI; • urina escassa e graus leves de insuficiência renal IO.0I; • inapetência, anemia l©l; • convalescença, esgotamento físico: Nestes casos é especialmente indicada a raiz IOI: • disinenorreias: (menstruações irregulares, escassas ou dolorosas): Para o sen tratamento usam-se sobretudo os frutos IO.01; • picadas de insectos (vespas, aranhas, cie): Aplica-sc mna cataplasma de Folhas frescas sobre a pele 101 para acalmar a dor e reduzir a reacção inflamatória da picada.
USO EXTERNO
Precauções As mulheres grávidas devem evitar ingerir salsa de forma abundante, por ter certo efeito oxitócico (contrai o útero), que poderia predispor ao aborto.
Sinonímia científica: Pelrosetinum crispum (Miller) Nym., Apium crispum Miller, Apium pelrosetinum L. Outros nomes: salsa-hortense. erva-anual. Esp.: perejil. Fr.: persil. Ing.: [garden] parsley. Habitat: Originária do Mediterrâneo Oriental e cultivada em quase todo o mundo. Descrição: Planta herbácea, bienal, da família das Umbeliferas, que atinge de 20 a 80 cm de altura. Tem o caule estriado, e as Itores são de cor amarela ou esverdeada, em umbela. Partes utilizadas: As folhas, os frutos
e a raiz.
vulgaris L
Feijoeiro Diurético e antídiabético
A
S SEMENTES do Feijoeiro lêm uma grande importância na alimentação, não se devendo no entanto esquecer que, cruas, se lornam tóxicas, por conterem lasina, uma toxoalbumina que desaparece com a cozedura. As sementes do feijoeiro, chamadas simplesmente feijões, eram. juntamente com o milho, a base da alimentação dos Maias c dos Astecas do México, que já cultivavam diversas variedades desta planta. Nos princípios do século W descobriu-se que as vagens do feijoeiro possuem interessantes propriedades. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS VA-
GENS contêm diversos aminoácidos, especialmente arginina; vitaminas A, H e (i; sais minerais e oligoelcmentos; fibra vegetal e amido. As vagens do feijão apresentam três acções fundamentais: • Diurética, devido aos sais minerais e ã arginina. São isentas dos efeitos indesejáveis de alguns diuréticos químicos, como a perda de potássio. Esta propriedade torna-se de grande nulidade em (aso de edema por insullciência cardíaca ou renal, e na retenção de líquidos pré-menstrual IO.©I. l a m b e m se us.im em caso de
gota e de cálculos renais, pois favorecem a eliminação de ácido úrico. • Cardioióniea: Acção semelhante à da dedaleira (pág, 221). embora muito mais suave. Aumenta a loiça das contracções e o rendimento do coração IO.01. • Hipoglicemiante: A decocção de vagens de feijoeiro usa-se para reduzir <> nível de glicose (açúcar) no sangue (ver o quadro informativo nesta mesma página) IO). 584
J I Preparação e emprego USO INTERNO O Como verdura: As vagens verdes cozidas podem-se comer temperadas com azeite e limão. Desta forma também possuem eleito hipoglicemiante, embora menos intenso que o da decocção. ©Decocção de 100 g de vagens de feijoeiro secas, num litro de água, até que esta fique reduzida a metade. O liquido resultante vai-se tomando ao tongo do dia.
As vagens de feijão contra a diabetes A arginina é um aminoácido que abunda nas vagens do feijão. Tem uma acção semelhante à da glicoquina (insulina vegetal), que faz descer o nível de açúcar no sangue. Como tratamento complementar da diabetes, a decocção das vagens de feijão permite reduzir a dose de insulina ou de antidiabéticos orais. Esta redução deve ser controlada pelo médico.
Outros nomes: feijão. Esp.: judia, frejol, frejol. frijot, habichuela. chaucha. poroto. Fr.: haricot vert. Ing.: bean. Habitat: Originária do México e América Centrai, espalhado por todos os paises do mundo. Descrição: Planta anual da família das Leguminosas, de caule trepador, que atinge até 3 m de altura nalgumas variedades, e de caule rasteiro noutras. Os frutos são vagens verdes ou amarelas que contêm várias sementes com a forma aproximada de um rim. Partes utilizadas: as vagens quê envolvem as sementes.
Physalls a/kekengí L
OJ
j Preparação e emprego
Alquequenje Eficaz contra os cálculos renais
USO INTERNO
O Bagas frescas ou secas, à razão de 10 a 20 pela manhã, outras tantas ao meio-dia. © Decocção de 50 a 100 g de bagas por litro de água. de que se tomam 3 ou 4 chávenas por dia.
A
S BACIAS vermelhas do alquequenje são de 11111 requintado sabor agridoce, e há quem as conscrw (.'in doce ou cm vinagre. Nalguns lugares faz-se fermentar o vinho com cias, com a finalidade de <» dotar de pretendidas propriedades medicinais. Pois bem, é muito melhor comer directamente as bagas desta plaina, sem necessidade de misturá-las com vinho. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES*. As ba-
gas são muito ricas em vitamina C (mais q u e o l i m ã o ) , assim c o m o cm
ácidos orgânicos (cítrico e málico), caroieno (provilamina A), fisalieno (corante vermelho), e apresentam indícios de alcalóides. Têm propriedades diuréticas, depurativas e uricosúricas (aumentam a eliminação de <\i ido úrico). São um bom remédio para (uui 11 soba de: • JLitíase urinária: Favorecem
Outros nomes: erva-noiva. cerejas-de-judeu. Esp.: alquequenje, capuli, halicabalo, alicabi. vejiga de perro, solano vejigoso. farolillo. tomatillo inglês. Fr.: alkékenge. coqueret [officinalj. Ing.: alkekengy. winter cherry. Habitat: Cresce na Europa Central e Meridional, assim como em regiões temperadas da América Central e do Sul. Ê pouco frequente, e prefere a vizinhança das vinhas e dos bosques. Descrição: Planta da família das Solanáceas. que pode atingir um metro de altura. O seu fruto é uma baga de cor alaranjada ou vermelha, do tamanho de uma cereja, encerrada num cálice vermelho-escarlate que se dilata formando uma espécie de balão, a que vulgarmente se chama "capucho". Partes utilizadas: 0$ frutos (bogas).
585
PrvnusaviumL
Preparação e emprego
Cerejeira
USO INTERNO
Alimenta, deleita o paladar... e, ao mesmo tempo, cura
O Cura de cerejas: Faz-se comendo como único alimento meio quilo de frutos maduros, 4 ou 5 vezes por dia, durante um ou dois dias. Se as cerejas forem bravas, recomenda-se tomar uma quantidade menor, pois contêm uma maior proporção de princípios activos. Os que sofram de debilidade gástrica ou de digestões lentas deverão comer as cerejas cozidas. Recomenda-se intercalar entre as refeições de frutos várias chávenas de tisana de pedúncuos (pés das cerejas). €) Decocçáo de pedúnculos: Fervem-se 50 g de pés de cereja (frescos ou secos) durante 5 minutos. Bebem-se várias chávenas por dia, quer isoladamente quer em combinação com uma cura de cerejas.
P
ASSEANDO pelos vales fuscos, ainda se podem encontrar cerejeiras "sem dono*, que oferecem ao caminhante (e lambem aos pássaros) os seus pequenos mas saborosos frutos isentos de insecticidas e pesticidas. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: As CEREJAS bravas, e também as cultivadas,
contêm uma combinação equilibrada de princípios activos, que Fazem deste fruto um excelente (dimenUhtemêdio:
/Glícidos: açúcares facilmente assimiláveis (inclusive pelos diabéticos) em forma, de levulose ou frutose, cuja quantidade oscila entre 3% e 15%. /Vitaminas: caro te nos (provitamina A) em quantidade apreciável, assim como pequenas quantidades de vitaminas do grupo li e de vitamina d. / Minerais: Ferro, cálcio, Fósforo, enxofre, sódio e, sobretudo, potássio, assim como uma ampla gama de oligo-
elementos (zinco, cobre, manganésio, cobalto, etc), que conferem às cerejas propriedades remineralizantes c tonificantes do organismo. / Ácidos naturais: múliro, suecínico e
cítrico, de ciija percentagem depende O seu sabor mais ou m e n o s ácido, e que actuam conto estimulantes d a s glândulas digestivas e c o m o depurativos do sangue. 586
Outros nomes: cerejeira-brava, cerejeira-das-cerejas-pretas, Cerdeira. Esp.: cerezo silvestre, guindo (zorreroj, cerezo bravio, cerezo de monte, cerecera. Fr.: cerisier [de$ oiseaux), guignier. Ing.: wi!d cherry. mazzard. gean. Habitat: Comum nas zonas temperadas de ambos os hemisférios. Descrição: Árvore da família das Rosáceas, de belo porte e casca castanha, lisa enquanto jovem e, depois, rugosa e gretada. As folhas são ovais e dentadas, as flores brancas, e os frutos podem variar desde o vermelho claro até ao vermelho amora escuro. Partes utilizadas: os frutos e os seus pedúnculos (pés).
no. c de tonificá-lo para os meses estivais. Beneficiarão especialmente deste fruto medicinal: • ()s obesos e pletóricos, a quem fará emagrecer sem risco de desnutrição ou de desequilíbrio mineral. Além disso, as cerejas têm a propriedade de a t e n u a i a .sensação de f o m e .
• Os artríticos e gotosos, a quem fará descer os níveis de ácido úrico no sangue c aliviará as dores nas articulações. • Os que sofram de inflamação das vias urinárias (pielonelViíe ou c islile) devida a infecção crónica ou a litíase (cálculos urinários). • Os que sofram cie prisão de ventre crónica devida a preguiça ou atonia intestinal, já que a cereja tem um suave efeito laxante c tonificante de iodo o tubo digestivo.
As cerejas, tão apreciadas por crianças iças e adultos, são da máxima utilidade para as populares curas depurativas da Primavera- E os seus pedúnculos (pezinhos), tomados em infusão, constituem um dos melhores diuréticos vegeituem um tais conhecidos.
J Fibra vegetal solúvel: pectina cm pequena quantidade, que lhes confere um suave efeito laxante. / Flavonóides, que as tornam ligeiramente diuréticas. / A c i d o salicílico cm pequena proporção (cerca de 2 mg por quilo de cerejas), que lhes confere um certo efetlo aiUwnClamatório e antiartrítico. Os I'i:i)ÚNCULOS dos frutos (os pés das cerejas) contêm sais minerais (sobretudo de potássio) e flavonóides, princípios a que se deve a sua acção diurética suave, segura c isenta de efeitos secundários l©i. Constituem um dos melhores diuréticos vegetais conhecidos. A CU1VX 1)E CEREJAS (ã base cie 1'riiIOS e de tisanas de pedúnculos) é recomendada a sãos e doentes IOI. Graças à sua acção depurativa, constitui um
Cerejeiras e ginjeiras
Todas as numerosas espécies e variedades de cerejeira, ou mais propriamente de cerejeira cultivada, provêm da cerejeira-brava (Prunus avium L), que é originária da Ásia Menor. As cerejas cultivadas costumam ser menos ácidas do que as bravas, pelo que satisfazem melhor os paladares acostumados aos sabores pouco intensos e adoçados da dieta ocidental. Em contrapartida, as cerejas cultivadas contêm menor proporção de princípios activos medicinais do que as bravas. Isto, no entanto, não impede que, tanto umas como outras, possam ser consideradas com toda a propriedade como um autêntico alimento medicinal. A ginjeira [Prunus cerãsus L)*, igualmente conhecida como ginjeira-gaiega e ginjeira-das-ginjas-galegas, e também a ginjeira-das-ginjas-garraíaís (Prunus avium x cerãsus), dão frutos muito apreciados na confecção de sobremesas. Na Grã-Bretanha e na América do Norte, cultiva-se também uma planta híbrida de Prunus avium e Prunus cerãsus, conhecida em inglês como 'Ducke cherry' (Prunus x gondouini[Poit.-Turpin] Rehder. = Cerãsus gondouiniPoit.-Turpin). ' Esp.: guindo. Fr.: griotlier. Ing.: morello.
587
Ribes uva-críspa L.
>J O] Lj
Çj
Preparação e emprego
Groselheira -espím
USO INTERNO O Frutos frescos. © S u m o dos frutos: meio copo de 12 em 12 horas.
Útil para as curas de Primavera
€) Geleia ou doce de frutos.
Precauções
Evitar as bagas verdes, já que podem provocar intolerância digestiva.
A
GROSELHEIRÀ-ESPIM c muito apreciada nos países do Norte da Europa, onde se obtiveram variedades cultivadas que produzem grandes e saborosos frutos. Com eles se fabricam geleias e doces que, além de agradáveis, têm propriedades medicinais.
Os frutos contêm ácidos orgânicos, açúcares, vitaminas A, li e ( 1, e sais minei ais, que lhes conferem propriedades aperitivas, digestivas, remineralizantes, diuréticas e laxantes. Em virtude do sen efeito diurético, tanto frescos como em sumo ou doce. os frutos da groselheira-espim são muito apropriados para fazer as chamadas curas depurativas de Primavera IO.0.©I. muito populares na Europa Central e na Escandinávia. Com estas curas se pretende eliminar as toxinas acumuladas durante o Inverno, e compensar o possível défice vitamínico, produto de uma dieta escassa em frutas e verduras. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Também se usam como tonificante nos casos de inapetência e de esgotamento, assim como na convalescença de doenças debilitantes como as infecciosas IO.Ô €M. 588
Sinonímia científica: Ribes grossularia L Outros nomes: Esp.: grosellero espinoso, grosellero común, grosella blanca, grosella de Europa, uva crespa, uva espina. Fr.: groseiller vert, groseillier raisin crêpu. Ing.: white currant, common gooseberry, English gooseberry. Habitat: Difundida por bosques e sebes de toda a Europa, sobretudo nos países do Centro e nos escandinavos. Descrição: Subarbusto espinhoso da família das Saxifragaceas, que pode atingir 1,5 m de altura. As flores são de cor vermelha ou esverdeada. Dá fruto em baga de forma ovóide e de cor avermelhada ou esverdeada, rodeada de pêlos e contendo várias sementes. Partes utilizadas: os frutos (bagas).
,
Rubia tínctorvm L.
Cranza Diurética e sedativa
D
ESDE tempos imemoriais, os povos mediterrâneos fizeram uso cia raiz da granza paia tingir de vermelho as lãs e os tecidos. Os corantes sintéticos, como as anilinas, descobertos no século XX, viciam substituí-la na utilização industrial. No entanto, as suas aplicações medicinais permanecem. I lipócrates já a utilizava tomo diurética, propriedade pela qual continua a ser usada actualmente.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A raiz contém glicósidos antraquinónicos, aos quais deve as suas propriedades corantes e diuréticas; ciuaios alcalinos e ácidos málico e tartárico. As suas propriedades mais importantes sào: • Diurética: Recomcnda-se em todo o tipo de afecções renais (cálculos, cólicas, infecções), assim como nas cistites 10.01. • K sedativa da dor e anti-sóptica das vias urinárias, o que a torna muito úiil nas cólicas IO.01. Yerillcou-se que é capaz de dissolver certos tipos de cálculos renais (pedras do rim). • Aperitiva: Abre o apetite IO.01. • Colcrética: Indicada nos transtornos da vesícula biliar IO.01. • Emenagoga: Facilita as regras c acalma as dores IO.0I. • Laxante: Favorece a evacuação intestinal «O.0I. Ouundo se usa a granza como remédio, tingem-se de cor-de-rosa a urina, as mucosidades e até <> suor. o que não representa nenhum problema para a saúde. Pensou-se que «> uso continuado da granztf poderia ter efeito cancerígeno, mas investigações recentes afastaram essa ideia.
m. J>. 9 O Preparação e emprego
USO INTERNO O D e c o c ç ã o com 30-40 g de raiz esmiuçada num litro de água. Ferver durante 10 minutos. Bebem-se, por dia, de 4 a 6 chávenas. @ Pó de raiz: Ingerem-se 2 4 g diários, repartidos em 3 tomas.
Outros nomes: ruiva-dos-tintureiros, ruiva-tintôria, solda•grande. Brasil: pega-pega. Esp.: rubia, rubia de fintes, roja, roya, royuela, garanza, rebola, sangralengua. Fr.: garance [des teinturiers}. Ing.: madder. Habitat: Solos calcários da Europa Meridional, onde antigamente foi cuílivada. Na península ibérica abunda a leste e a sul. Conhecida na América do Sul. Descrição: Planta vivaz da família das Rubiâceas, que atinge até um metro de altura. O caule é quadrangular, de cor avermelhada e coberto de ganchos espinhosos. A raiz é longa e serpenteante, de cor vermelha. Partes utilizadas: a raiz.
589
Sambucus ebulus L
'
I
.
•
Ebulo Sudorífico e diurético
A
S BAGAS do ébulo sào tóxicas, <• comem distingui-las das do sabugueiro (pág. 767). Ambas as plantas pertencem à mesma família botânica e têm aplicações semelhantes, embora st" use mais o sabugueiro, por ler um cheiro mais tolerável.
Toda a planta contém um glicósido, óleo essencial, lanino e saponina. Possui acentuadas propriedades sudoríficas, diuréticas e laxantes. Por isso se emprega como: • Diurético em caso de edemas (retenção di- líquidos nos tecidos) ou de insuficiência renal lOl. "Sudorífico nas afecções leiais (resfriados, gripe, paludismo, ele.) IOI. • Anli-reuiná(ico: A decocção ou o extracto alcoólico empregam-se externamente em compressas 101 ou dicções l©l para acalmai as dores reumáticas. • Insecticida: As folhas frescas cai o líquido da decocção, aspergido, afugentam os insectos. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
f P Preparação e emprego USO INTERNO O D e c o c ç ã o de 30 g de folhas e/ou raiz por litro de água. Ferver durante 5 ou 10 minutos. Tomam-se até 3 chávenas por dia. USO EXTERNO
H Precauções
© Compressas empapadas numa decocção como a usada internamente. Também se podem aplicar com o extracto alcoólico.
Não exceder as doses prescritas de raiz ou folhas. As bagas são muito tóxicas.
© Fricções com a decocção ou o extracto alcoólico.
590
Outros nomes: engos, sabugueirinho, erva-de-são-cristóvão. Brasil: sabugueiro. Esp.: yezgo, actea, sáuco menor, sauquillo, ébulo. enzo, ayebo. negrilios. negruchos, matapulgas, mielgo, chavos. yambú. yubo. Fr.: hièble, petit sureau. Ing.: [dwarf] elder, wild elder, danewort. Habitat: Difundido pelas orlas de bosques e terrenos frescos de toda a Europa. Naturalizado no continente americano. Descrição: Planta vivaz, de cheiro nauseabundo, caule erecto de até 1,5 m de altura, da família das Caprifoliáceas. As flores são pequenas, brancas e em umbela. Os frutos são bagas negras em cachos voltados para cima. Partes utilizadas: a raiz e as folhas.
Saxifraga granulata L
Ol
. J
.
Preparação e emprego
Quaresmas USO INTERNO
Eficaz contra os cálculos urinários
O Infusão ou decocção com 40-60 g de planta por litro de água, de que se tomam 2 ou 3 chávenas por dia.
As quaresmas sáo uma das plantas mais eficazes para dissolver os cálculos urinários.
Q
l AXl)( > se arranca esta planta, podem ver-se uns pequenos bolho» que se forniam na base do caule, de onde lhe vem o nome de gromilala. Pela semelhança que tem com alguns cálculos urinários, desde tempos muito antigos se pensou que o seu uso seria recomendado para curar o "mal da pedra" ou liiíasc urinária. «Esmiuça a pedra-, dizia Andrés de I ,aj>una no século XVI, comentando os escritos de Dioscóridcs. As quaresmas continuam hoje a ser Utilizadas com os mesmos fins, e são muito apreciadas nos meios rurais do Sul da Europa. Toda a planta, e sobretudo a sua raiz. contém taninos, resinas, glicósidos e vitamina ('..Tem um notável efeito diurético e, possivelmente devido á sua faculdade di- alcalinizar a urina, ajuda a dissolver e expulsar os cálculos urinários. Rccomcnda-se o seu uso paia facilitar a eliminação de mina. especialmente em caso de liiíasc minaria (cálculos nos rins), de areias na urina e de cólicas renais IOI. PROPRIEDADES I. INDICAÇÕES:
Outros nomes: sanicula-dos-montes. saxilraga-branca. Esp.: saxifraga, saxííraga-mayoc hierba de las piedras. Fr.: saxifrage. Ing.: saxifrage. Habitat: Cria-se em terrenos montanhosos e húmidos de toda a Europa. Abunda nos Alpes e nos Pirenéus. Descrição: Planta herbácea de uns 50 cm de altura, da família das Saxifragáceas. As folhas têm o bordo dentado e o peciolo comprido. A flores são brancas e dispõem-se em ramalhetes terminais. Partes utilizadas: a raiz, as flores e as folhas.
591
Smilax áspera L
Salsaparrilha-bastarda Depurativa e aperitiva
A >
Preparação e emprego
USO INTERNO O Infusão com 30-40 g de rizoma ou raiz triturados, num litro de água, de que se ingerem de 3 a 5 chávenas diárias, antes das refeições.
E
STA PLANTA já era conhecida por D i osco ri d es c Teofrasto. Também a mencionam Lacuna e Mailidi. No entanto, a sua popularidade atingiu o auge quando os espanhóis aplicaram o nome de salsaparrilha ;i várias espécies americanas do género Smilox (século XVII). Estas salsaparrilhas do Novo Mundo
(ver quadro da página seguinte) eram usadas pelos indígenas tomo depurativas, e, dado que se lhe atribuíam virtudes curativas sobre a sífíles, geraram-se grandes expectativas, que logo se revelaram infundadas. Contém gVicÓsidos saponinieos, resina e óleo essencial, que lhe conferem propriedades diuréticas, sudoríficas, de-
PROPRIEDADES E INDICAÇÔKS:
0
Bebidas com salsaparrilha
A salsaparrilha utiliza-se como espumante em diversas bebidas refrescantes, devido às saponinas que contém
592
ú
Outros nomes: salsaparrilha-do-reino. salsaparriiha-indigena, legação, alegra-campo, recama. Brasil: japecanga. Esp.: zarzaparrilla, zarza morisca, uva de perro, salsaparrilla. Fr.: liseron épineux, salsepareiile. Ing.: sarsaparrilla. Habitat: Bosques secos da América Central e do Sul, e também do Sul da Europa. Descrição: Subarbusto espinhoso da família das Liliáceas, que trepa a árvores de até 40 m de altura. As suas folhas são grandes, com o bordo circundado de espinhos e em forma de coração alongado. As flores são brancas, e os frutos vermelhos ou enegrecidos. Partes utilizadas: o rizoma e a raiz.
punitivas, aperitivas c tonificantes.
Favorece a eliminação de ureia, de ácido úrico e de outros resíduos orgânicos, e faz descer o nível de colesterol no sangue. Usa-se nos seguintes casos IOI: • reumatismo, artritismo, gota; • doenças d o s rins: cálculos renais,
neíiites. insuficiência renal; • afecções febris: gripe, lebres tropicais, ek . • inapetência, digestões pesadas. • afecções dermatológicas: acne e eczemas. No tratamento da sífilis, p o d e ter interesse c o m o complemento da tratam e n t o específico, pela sua acção depurativa.
*&
y
Outras salsaparrilhas Além da salsaparrilha-bastarda (Smiiax áspera L), que cresce na Europa e que é representada na gravura da página 592, conhecem-se outras espécies distribuídas pela América e pelo Sul da Europa, entre as quais se destacam as seguintes:
• salsaparrilha-de-lisboa (Smiiax spruceana A.D.C.), também chamada salsaparrilha-do-maranhão ou salsaparriIha-do-pará, própria do Brasil;
• salsaparrilha-mexicana ou de-veracruz (Smiiax aristolochiaefolia Miller.) que, como o seu nome indica, se encontra sobretudo em Veracruz e outros lugares do México;
A composição e propriedades de todas estas espécies do género Smiiax são muito semelhantes.
• salsaparrilha-das-honduras (Smiiax regelii Killip.-Morton), própria da América Central e das Antilhas; • salsaparrilha-da-jamaica {Smiiax ornata Lam), que prolifera r\a América Central e nas Antilhas;
• salsaparrilha-filipina (Smiiax leucophylla Blume), que se cultiva na Malásia, Indonésia e Filipinas.
Há várias espécies do género Smiiax cujas folhas se comem como verdura, e outras cujas raízes e rizomas se utilizam como alimento. As salsaparrilhas americanas passaram a ser muito populares na Europa a partir do século XVII, pois se pensou que eram capazes de curar a sífilis.
Precauções
Em doses elevadas produz náuseas e vómitos. Não se recomenda o consumo das bagas da salsaparrilha. Não confundir estas bagas com as da norça-preta (pág. 679) ou as da hera (pág. 712), que são muito tóxicas.
Embora as bagas da salsaparri/ha não sejam táo tóxicas como as da norça-preta ou da hera, não se recomenda o seu consumo. Podem produzir náuseas e vómitos. As partes medicinais da planta são a raiz e o rizoma |os caules subterrâneos). 593
Solidago vlrga-aurea L
O)
\
tk
Preparação e emprego
Vara-de-ouro
USO INTERNO O Decocção: 30-40 g de sumidades floridas por litro de água durante 5-10 minutos. Ingeremse até 5 chávenas por dia.
Uma boa amiga dos rins
© X a r o p e : Para o tratamento das d i a r r e i a s infantis recomenda-se prolongar a decocção até que o líquido se reduza para metade, e juntar açúcar integral (escuro) ou mel, para que se forme um xarope, que se administra às colheradas. USO EXTERNO © C o m p r e s s a s empapadas numa decocção mais concentrada que para uso interno: (50-100 g por litro). O Loções com a decocção concentrada.
A
RNAU de Vilanova (Valência [Espanha], 1240 - Génova [Itália], 1311), grande médico medieval, entre cujos pacientes se coutaram reis c papas, um dos mais acreditados professores da antiquíssima Faculdade de Medicina de Montpellier, foi o primeiro a descrever as virtudes medicinais desta plaina, qualiJjrawlo-a como «admirável para provocar a urina e para quebrar as pedras tios rins-. Hoje, sete séculos depois, continua a usar-se com os mesmos fins, e foi possível demonstrar a justificação das suas propriedades. Contém taninos de acção adstringente; saponinas e cumarinas, responsáveis pela sua acção diurética; e llavonóidcs com efeito diurético. Tem as seguintes aplicações: • Afecções renais: K um bom diurético que, além de aumentar a quantidade de urina, favorece o bom funcionamento dos rins. K conveniente nos edemas (acumulação de líquidos nos tecidos), nefrite (inflamação dos rins), nefrose (albuminúria, perda de albumina tom a urina) e cálculos renais (favorece a sua dissolução) 101. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
594
© Cataplasmas da planta esmagada aplicadas directamente sobre a pele durante 15 minutos, duas ou três vezes ao dia.
Outros nomes: Virgáurea, virgáurea-verdadeira, verga-de•ouro, erva-forte. Brasil; solidago. Esp.: vara de oro, virga áurea. vara de San José. hierba de los judios, hierba pagana. té de Gredos. Fr.: solidago. verge d'or. Ing.: [European] golden-rod. Habitat: Cresce em bosques e matagais de terrenos não calcários de toda a Europa. Naturalizada no continente americano. Descrição: Planta vivaz da família das Compostas, com caules erectos que atingem até um metro de altura. As flores são amarelas e agrupam-se em capítulos terminais. Partes utilizadas: as sumidades floridas.
Usa-se tradicionalmente nalguns lugares a infusão de vara-de-ouro para deter as diarreias infantis que aparecem durante o Verão ou na época da dentição.
• Cistite o afecções prostáticas: Proporciona uma acção anli-inflamatória sobre os órgãos urinários IO). Acalma os incómodos da micção, • Curas depurativas: Favorece a eliminação de resíduos do metabolismo, como o ácido úrico. Serve nos casos de artritismo, gota, eczemas, e sempre que se precise de limpai' o sangue de subslâncias lõxic as IOI. • Obesidade: Pela sua acção diurética e depurativa, torna-se um bom complemento no tratamento cia obesidade IOI. • Diarreias e colite: Pela sua acção adstringente, em muitos lugares usava-sc a vara-dc-omo paia lazer parar as diarreias infantis, especialmente as estivais c as que se produzem coincidindo com o período da dentição IOI. • Adstringente c vulnerária: Km aplicação externa, usa-se para cicatrizar feridas e cui ai úlceras (chagas) difíceis de- sarar, quer aplicada em compressas 101, (piei em loções IOI ou cataplasmas 101.
As vistosas flores desta planta justificam plenamente o seu n o m e tradicional de verga-de-ouro ou vara-de-ouro. 595
Spergularía rubra Dietrich
Oj
*
Arena ria Diurética e sedativa
J£
E
CURIOSO que esta plaina nasça em solos arenosos, e ao mesmo tempo sirva admiravelmente para tratar as "areias" que se formam nas vias urinárias dos seres humanos. Os partidários da teoria dos sinais (verpág. 118) encontravam nesta planta mais um argumento a lavor da sua tese. Toda a plaina é rica em sais minerais, especialmente de potássio, assim tomo em ílavonóides e cumarinas, Possui propriedades diuréticas e sedativas sobre o aparelho urinário. K indicada na litia.se urinária e especialmente no caso de cólica renal, para acalmar a dor e favorecer a expulsão dos cálculos (Ol. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Também se revela útil no tratamento da cistite (inflamação da bexiga) lOi. A arenária cosi uma usar-se em combinação com a uva-ursina (pág. 564). 596
Preparação e emprego
USO INTERNO O Decocção com 50 g de planta por litro de água. Ferver um minuto e deixar em infusão durante 10 minutos. Tomam-se de 3 a 5 chávenas por dia. Sinonímia científica: Arenária rubra L. Outros nomes: arenária-rubra. Esp.: arenária, arenária roja, espergularia [roja]. Fr.: spergulaire [rouge], sabline. Ing.: sandspurry. Habitat: Lugares siliciosos ou arenosos de toda a Europa. Descrição: Planta rasteira da família das Cariofiláceas, com folhas muito finas e flores cor-derosa ou púrpura. Partes utilizadas: a pianta inteira.
ÍW, .V
?
Theobroma cacao L. *
.
•
Cacaueiro Estimulante, diurético e cicatrizante
E
STAS GENTES tomam uma bebida escura, que dizem vir do paraíso - exclama assombrado um soldado espanhol, lá pelos primeiros anos do século XVI, dirigindo-se ao seu capitão, I [ernán Cortês. —Eu lambem quero prová-la. Tragam-me um jarro! - ordena o conquistador. Com restos de pocho-cocaua-ail ('bebida de cacau e ceiba', na língua asteca) escorrendo-lbe dos lábios tintos com a típica cor casianho-escura, I lermán Cortês diz ao grupo dos seus homens que o observam atentamente: -Parere-me um pouco amarga, mas é muito refrescante e saborosa...
Precauções
Outros nomes: cacauzeiro, cacau. Esp.: cacao, cacaotero, árbol dei cacao. Fr.: cacaotier, cacaoyer, cacao, Ing.: cacao [tree]. Habitat: Originário do México e da América Central. O seu cultivo estendeu-se às regiões tropicais da África e da Ásia. Descrição: Árvore da família das Esterculiáceas, que atinge de 6 a 10 m de altura, com grandes folhas perenes e flores amarelas ou avermelhadas. O fruto è uma grande baga ovóide, de uns 25 cm de comprimento por 15 de grossura, de cor parda ou avermelhada quando está madura. No interior tem a polpa onde se encontram as sementes, em número de 20 ou 30. Partes utilizadas: as sementes e a casca do fruto.
12 O uso do cacau por via interna, e especialmente do chocolate, desaconselha-se nos seguintes casos: • alergia ao cacau, • digestões pesadas por litiase ou dispepsia biliar (dado o seu conteúdo em gordura), • prisão de ventre (agrava-a), • acne juvenil, • insónia (especialmente nas crianças) ou taquicardia.
Preparação e emprego
USO INTERNO
USO EXTERNO
O Decocção de semente: Prepara-se com 10 ou 12 sementes (também chamadas grãos ou lavas) por litro de água. Tomar 3 chávenas diárias.
© Manteiga de cacau: Aplicar directamente como se fosse uma pomada, sobre a zona da peie alertada, até 6 ou 8 vezes por dia.
© Decocção de casca do fruto: prepara-se com 50 g por litro de água. Tomam-se 3 chávenas por dia.
O Supositórios e óvulos de manteiga de cacau: Preparados farmaceuticamente, usam-se em caso de hemorróidas ou de vaginite.
597
O cacau não é apenas o componente básico do chocolate, o doce universal por excelência, mas também com a sua gordura se elaboram numerosos preparados farmacêuticos e cosméticos, dos quais o mais conhecido é a popular manteiga de cacau, tão eficaz no tratamento das gretas dos Jábios.
Pouco depois, os espanhóis inteira ram-sc de que <> bocho-cacaua-alt, a que acabaram por chamar chocolate, era a Ixíbicla preferida do imperador M<>( ic/uma. Substituíram o Fruto cia ceiba, uma outra árvore mexicana, pela canela e a baunilha. Mais tarde acrescentaram açúcar de cana cubano. E assim se chegou à fórmula básica do chocolate moderno. Posteriormente, na Europa, aperfeiçoaram-sc os métodos do seu fabrico, eiiriquecendo-o com a sua própria gordura (manteiga de cacau), até lhe dar consistência sólida. Embora se trate de uma gordura vegetal, a manteiga de cacau é rica em ácidos gordos salitrados, semelhantes aos de origem animal, pelo que se torna de difícil digestão e. além disso. Favorece a produção cie colesterol. O CHOCOLATE actual contém, além do cacau em pó (sementes trituradas), uma grande quantidade de açúcar (até 50% do seu peso), o que lhe dá um grande conteúdo calórico, mas o torna pobre- em substâncias activas para o metabolismo, como as vitaminas c os sais minerais. Além disso, o açúcar iraiislorma-o num factor de cárie, especialmente para as crianças. () primitivo chocolate líquido que os Asiecas bebiam e que os conquistadores espanhóis saborearam cia, 598
sem dúvida, bastante mais saudável do que- o actual, enriquecido com açúcar e gordura. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: As se-
mentes do cacau contêm IO%-50% de lípidos (gordura), 12%-11% de proteínas, teobromina (1%), sais minerais e pequenas quantidades das vitaminas A, lii e Ba. O cacau em pó obicm-se por trituração das sementes de cacau .secas. A TEOBROMINA é um alcalóide cuja fórmula química (3-7-dimetilxantina), assim como os seus efeitos, são semelhantes aos da cafeína. Diferencia-se, no entanto, em que a teobromina do cacau é mais diurética e menos excitante do que a calcina. O deito diurético da teobromina c acompanhado de uma acção anti-inflamatória sobre o rim, pelo que se recomenda nos casos de neiVosc e neíYite l©l. No conjunto, o cacau é tonificante e ligeiramente estimulante, embora cm Brandes doses, ou cm pessoas sensíveis, possa produzir insónia e taquicardia. Algumas variedades de cacau contêm também cafeína, muna quantidade que pode chegar a 50 mg por chávena de chocolate de 100 ml (a chá-
vena de cale contém de 100 a 150
mg). Como preparação medicinal, usa-se a decocção de SEMENTES de cacau. Esta é muito preferível ao chocolate, pois se acha isenta dos seus inconvenientes (adição de açucare gordura). Infelizmente, as sementes de cacau só se encontram disponíveis nos países tropicais onde o cacau é cultivado. A MANTEIGA de cacau exlrai-sc por pressão das sementes torradas. K um poderoso emoliente e cicatrizante, eme entra na composição de numerosos preparados farmacêuticos e cosméticos. A sua aplicação tcnna-se especialmente útil nos seguintes casos: • gretas dos lábios produzidas pela sec ura ou pelo frio 101. • gretas do mamilo das mães lactantes • queimaduras, erupções e irritações da pele 101. • para ajudai" a nascer o cabelo l©l. • hemorróidas e vaginite (ardência, irritação ou prurido na vagina) IO). A CASCA do cacau utili/a-se no México contra a tosse, em forma de decocção l©l. Também c estimulante.
Zea mays L
í\
O
V
Preparação e emprego
Milho Notável alimento e excelente diurético
O
MII.HO era o alimento básico
de muitos dos povoadores
pré-colombianos do continente americano. Era cultivado, desde o Sul do que agora são os Estados Unidos, até ao Peru e à Bolívia, por Peles-vermelhas, Astccas, Maias e Incas. No México encontraram-se restos de milho em túmulos pré-históricos de há mais fie 4000 anos.
- Entrem no meu quintal e vejam que nova e curiosa planta ornamental me trouxeram das índias -dizia aos seus amigos um nobre sevilhano, lá
USO INTERNO
O Culinária: O milho e a sua farinha tomam-se de muitas maneiras e em diferentes pratos como mais um alimento. @ Infusão de estiletes: 30 g por litro de água. Toma-se quente ou fria, de manhã ou de tarde, mas não à noite, à razão de 3 a 5 chávenas por dia. © Óleo: Obtém-se do gérmen do grão de milho. Usa-se como qualquer outro óleo de cozinha, de preferência cru. USO EXTERNO
O Cataplasmas de farinha de milho: Aplicam-se quentes sobre os rins ou a bexiga. Tornam-se muito úteis em caso de cólica renal, se forem combinadas com a ingestão de infusões de estiletes.
pelo ano 1520.
— Mas que planta ornamental tão extravagante! St- me arranjares alguns desses grãos amarelos, também eu os semearei no meu quintal.
Precauções
Os estiletes de milho, pelo seu acentuado efeito diurético, são desaconselhados para quem sofra de hipertrofia da próstata.
Outros nomes: milho-grosso, milho-maês. Esp.: maiz, choclo, mijo (turquescoj, millo, abati, caucha, canguil, capiá. Fr.: mais. Ing.: [Indianj com, maize. Habitat: Oriundo do México e da América Central, mas cultivado em todo o mundo como alimento e forragem. Já não existe como planta silvestre. Descrição: Planta anual da familia das Gramíneas, com flores masculinas e femininas separadas. Estas últimas agrupam-se numa espiga, que acaba por se transformar em maçaroca. De cada uma das flores femininas da maçaroca surge um estile te de cerca de 20 cm de comprimento. Todos os estiletes juntos formam a cabeleira ou barba do milho. Os frutos são os grãos de milho. Partes utilizadas: os frutos, e os estiletes, por vezes incorrectamente chamados estigmas.
599
As chamadas barbas-de-mflho são na realidade os estiletes das suas flores femininas, de que acabam por ficar apenas os grãos. Constituem um excelente diurético recomendado em caso de hipertensão arterial, de pedras nos rins ou de cistite.
K assim se foi espalhando o milho pela Espanha até que, mais de oitenta anos depois, Dom Gonzalo Méndez de Cancio, que foi governador espanhol da Florida, o viu plantado cm vários quintais ejardins de Sevilha. -Suponho que estareis a obter boas colheitas desta nova planta trazida das índias- comentou o governador a um distinto sevilhano, pouco depois do seu regresso a Espanha, -Não c o que acontece, Dom Gonzalo; icmo-la apenas para ornamento. Ouvimos dizer que os índios comem os seus grãos. Mas, a verdade é que nunca os provámos. Com o trigo e a cevada ião bons que lemos por aqui! O governador iniciou a cultura do milho nas Astúrias, no Norie de Es600
panha, no ano 1604. Pouco a pouco, os seus grãos amarelos lo iam conquistando os paladares europeus. Além disso, no século XVIII descobriram-sc as notáveis propriedades medicinais dos seus estiletes (as barbas-de-milho). O grão de milho contém glícidos ou hidratos de carbono (7()%-77%), proteínas (7%-10%) e gorduras (3%-5%), além de minerais e oligoelementos (sobretudo flúor). A sua proteína é mais completa do que se pensava, embora um pouco inferior à do trigo e bastante menos completa do que a da soja. No entanto, fio mesmo modo que o arroz, destaca-.sepela ausência de glúten, substância proteínica que pode PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
provocar uma reacção inflamatória na mucosa intestinal, doença conhecida como ecliaquia. O GRÃO de milho tem as seguintes aplicações: • Emoliente e protector da mucosa intestinal: O milho e a sua farinha, graças à total ausência de glúten, tornam-se de grande utilidade para quem sofra de ecliaquia e, em geral, para as crianças que sofram de deficiente absorção intestinal ou diarreias crónicas IOI. Actualmente, no caso dos lactentes, recomenda-se começai a dieta de transição, de apenas leite, para aquela que inclui farinha de cercais, com papinhas de milho ou arroz, que, por não terem glúten, se toleram melhor
A fachada da Universidade Nacional Autónoma do México, onde se fizeram interessantes investigações sobre as propriedades nutritivas e medicinais do milho. Quando o milho era totalmente desconhecido na Europa e no resto do m u n d o , as culturas asteca e maia do México, assim como a inca do Peru, já o haviam adoptado como um dos seus principais alimentos.
do que as de trigo, cevada ou centeio, que o contêm. • Refrcador do metabolismo: O milho reduz a actividade da glândula liróide, e portanto liava o metabolismo. Recomenda-se aos que sofrem de hipcrtiroidismo e aos convalescentes, anémicos e desnutridos, como reconstituinte. É úiil nas (lic-ias para engordar MM. (louvem referir o facto de que a proteína do milho, chamada zeína, é pobre em lisinae triptofano, dois aminoácidos essenciais, assim como cm tiiacina, um factor vitamínico. Por isso os povos que se alimentam unicamente à base de milho sofrem carências nutritivas, que lhes podem causar doenças como a pelagra. Não obstante, O milho combinado com outros cereais, com leguminosas e com leite, isto é, com outros compo-
nentes de uma dieia variada, torna-se ura alimento muito nutritivo e que contribui para suprir as necessidades proteínicas da dieta. • Redução do colesterol: O ÓLEO que se extrai do gérmen de trigo é muito rico em ácidos gordos insaturados, pelo que é recomendado a (piem tenha excesso de colesterol no sangue 101. Externamente, a FARINHA de milho aplic a-se em cataplasmas quentes sobre os rins em caso de cólica renal, assim como sobre a bexiga em caso de cistite lOl. O seu eleito é reforçado quando se usam conjuntamente com a infusão de cslilcles (©I. Os ESTILETES OU estigmas do milho, epie formam a sua formosa cabeleira ou barba, são na realidade uns finos tubos que desembocam no ovário das suas Mores. Por eles penetram os
grãos de pólen que as fertilizam. São ricos em potássio e em ílavonóides. que lhes conferem acção diurética; contêm alantoina, que os torna sedativos e anti-inflamalórios; e têm ainda taninos e esteróides. A sua acção diurética e depurativa é intensa e muito bem tolerada, sem irritar os rins nem produzir descompensação no equilíbrio elecirolítico do sangue. Podem-se tomai" durante longos períodos de tempo. São muito indicados nos seguintes casos: • Afecções circulatórias: edemas (retenção de líquidos); pernas inchadas (inclusivamente na gravidez), afecções cardíacas, hipertensão arterial, excesso de sal na dieta 101. • Litíasc renal, quer devida a cálculos úricos quer de fosfato ou de oxalato; cólicas renais, pela sua acção sedativa e anti-in flama tó ria 101. • Inflamações i\o rim (nefrite), da bexiga (cistite); albumina na urina (nefrose) 101. • Gota (excesso de ácido úrico), artritismo, edemas subociilarcs (inchaço por baixo dos olhos), e sempre que se queira eliminar o excesso de toxinas acumuladas no sangue (por exemplo, depois de ter passado uma gripe) 101. 601
PLANTAS PARA 0 APARELHO GENITAL MASCULINO IÁRIO DO CAPÍTULO
•••".i^-.-^f-r.:
• '
'•'.•'!./ • ' • ' V V ' ' '
O abacateiro era chamado pelos índios mexicanos a "árvore-testículo". Ainda que não influencie directamente as funções genitais, não deixa de ser muito útil aos homens: diminui o nível do
colesterol e, aplicado sobre o curo cabeludo, combate a calvície.
J
DOENÇAS E APLICAÇÕES Afrodisíacas, plantas 602 Ejaculação precoce 604 Esterilidade masculina 603 Excitação sexual excessiva 604 í liperexcita ção sex uai ver Excitação sexual excessiva . . . .604 Hipertrofia da próstata, ver Próstata, afecções 603 Impotência sexual 604 Plantas afrodisíacas 602 Próstata, afecções 603 Prostalite, ver Próstata, afecções 603 Sexual, excitação excessiva, ver Excitação sexual excessiva . . . . 604
Ginseng Ginseng-americano
Ginsengthinês Golfão Sabal = Serenoa Serenou Sésamo = Gergelim
Aumentam o desejo e a capacidade sexual. Nalguns casos, como por exemplo o da cebola, o cheiro que deitam certas plantas pode contrariar o seu pretendido efeito afrodisíaco.
Planta
Página
Cebola
294 366 370 374 376 377 424 442 448 452 512 608 613 638 674 772
Hortelã-pimenta Pimenteira Segurelha
PlANTAS Abóbora Damiano Eleulerococo Gergelim
Plantas afrodisíacas
605 613 609 611
608 609
609 607 610 610 611
Baunilha Gengibre Cálamo-aromático Caneleira Açafrão Genciana Satirião-macho Ginseng Damiana Salva Alecrim Chagas
-m "T"A REALIDADE, a maior parte /% / das plainas classificadas como / %/ afrodisíacas, o que fazem é to-X. T nificar e revitalizar o organismo. A acção afrodisíaca é, pois, consequência do aumento da vitalidade geral que proporcionam.
602
I
A SAÚDE P E L A S P L A N T A S M E D I C I N A I S 2" Parte:
Doença
Planta
PRÓSTATA, AFECÇÕES
CASTANHEIRO-DA-ÍNDIA
?c.
CIPRESTE
255 Aumenta a tonicidade da bexiga
UVA-URSINA
564
Nos indivíduos do sexo masculino, jovens ou de meia idade, a afecção prostática mais vulgar é a prostatite de causas infecciosas; enquanto que, nos que tenham mais de 50 anos, é a hipertrofia ou crescimento exagerado da próstata. A fitoterapia utiliza plantas de grande eficácia no tratamento destas duas afecções.
Pág. Descrição
BAROSMA
ccy
Reduz o tamanho da próstata e facilita a saída da urina
c r i ç a o
Uso Decocçao de casca e ou sementes, banho de assento com a decocçao Decocçao de gálbulos (frutos), essência, banhos de assento com a decocçao
Potente anti-séptico urinário, eficaz em caso de prostatite
Decocçao ou maceração de folhas secas
Anti-séptica e anti-inflamatória dos órgãos geniturinários
Infusão de folhas, lavagens uretrais (com uma sonda urinária) com a infusão
VARA-DE-OURO
CQA Anti-inflamatória urinária, acalma os incómodos da micção
ABÓBORA
605
SERENOA
CJQ Detém o crescimento da próstata e reduz os transtornos urinários
Frutos frescos, decocçao de frutos, extractos
FEDEGOSO
630
Infusão de sementes torradas
Trava o crescimento excessivo da próstata
Anti-espasmódico,
alivia os transtornos da próstata
Decocçao de sumidades floridas As sementes (pevides) frescas, secas ou cozinhadas
cn,„„:ri:, EQUINACEA
7cc 755
Estimula as defesas, d e s c o n g e s t l o n a a pr'oslata
Decocçao de raiz, extractos
GINSENG
608
Aumenta a produção de espermatozóides, estimula as glândulas sexuais
Pó de raiz, extractos
DAMIANA
613 dos espermatozóides
Aumenta o número e a vitalidade
Infusão de folhas, extractos
ESTERILIDADE MASCULINA Ê a incapacidade do sémen para fecundar o óvulo feminino. Além de melhorar a capacidade e a potência sexual, estas plantas podem aumentar o número e a vitalidade dos espermatozóides.
O e
As pevides da abóbora (pág. 605) contêm curcubitacina, principio activo que desinflama a próstata e refreia o seu crescimento excessivo. Toma-se um p u n h a d o de pevides frescas, secas ou cozidas, duas ou três vezes ao dia. As pevides da abóbora possuem também acção vermífuga (eliminam os parasitas intestinais).
603
Cap. 23: PLANTAS PARA O APARELHO GENITAL MASCULINO
Doença IMPOTÊNCIA SEXUAL É a capacidade para consumar o acto sexual, devida à falta de erecção do pénis. Além das causas psicológicas, as causas orgânicas mais frequentes são a diabetes avançada e a arteriosclerose das artérias ilíacas. Além do tratamento das suas possíveis causas psíquicas ou orgânicas, estas plantas melhoram a erecção do pénis.
Planta
Pág. Descrição
.
, cn
S E f f l »au«
Uso
Tonificante e equilibradora do sistema nervoso
374
2
a
^
" d
a
'
« »
ts-rn— GERGELIM
eu do 611 Equilibrador ZJJK-_« a. „capacidade - - * sistema - I - U J - «nervoso, AU.»i melhora sexual
613
S
^
« —
*"•*
a
*
Flocos (sementes prensadas) cozinhadas com caldo ou leite infusão, essência
S
Poda raiz, extractos OSementes ^ M » * . . cruas « • « • -ou • • •torradas »•*!••
ISSSSStJSSST^
l**
*«-.—*»
EJACULAÇÃO PRECOCE Além da damiana, também são convenientes todas as plantas tonificantes do sistema nervoso recomendadas para o esgotamento e a astenia (pág. 140).
EXCITAÇÃO SEXUAL EXCESSIVA Estas plantas exercem uma acção anafrodisiaca (diminuem o desejo sexual). Podem ser de utilidade para os jovens demasiado ardentes, ou no caso de se encontrarem diminuídas as faculdades mentais.
613 ssBBESEísiSaaar™"*
****•»—»
LÚPULO
158 Sedante, acalma a excitação sexual
Infusão de cones
GOLFÃO
607
Infusão de flores ou rizoma
SALGUEIROBRANCO
C-,C 676
Trava o apetite sexual excessivo
Acalma o nervosismo, a ansiedade e a hiperexcitação sexual
i » * . . * - *u4u»» l n , u s a o de f l o r e s
Plantas anafrodisíacas
Diminuem o desejo sexual. Também se conhecem como antiafrodisiacas. Embora se tenham usado mais na antiguidade do que nos nossos dias, continuam a ter aplicação em caso de espermatorreia, isto è, derramamento excessivo e involuntário de sémen, que costuma ocorrer nos adolescentes.
Planta Lúpulo Alface-brava-maior
O golfão usava-se antigamente para refrear o apetite sexual excessivo, devido â acção dos seus alcalóides.
604
Página 158 160
Canforeira
217
Golfão
607
Salgueiro-branco
676
Cucurbita pepo L.
Abóbora Desinflama a bexiga e a próstata, expulsa os parasitas intestinais
E
XISTEM numerosas variedades cultivadas de abóbora, que produzem frutos que podem pesar desde meio quilo até mais de cinquenta. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS SE-
MENTES da abóbora, também chamadas pevides, e especialmente o seu gérmen, contêm até 35% de óleo; prótidos ricos em aminoácidos essenciais; e cucurbilacina, princípio activo que apresenta as seguintes propriedades e indicações: • Antiprostáiica: A afecção mais frequente da próstata, o adenoma (tumorização benigna), manifesta-se nos homens de idade madura por: perda de forca do jacto da urina; polaquiúria (necessidade de urinar frequentemente e apenas uma pequena quantidade), especialmente durante a noite e depois de viagens sentado; e, nos casos em que o estado é avançado, completa impossibilidade de urinar. A cucurbilacina contida nas pevides de abóbora actua em particular sobre a próstata, desinilamando-a e travando a sua hipertrofia (crescimento excessivo) IOI. Isto deve-se ao lacto de que a cucurbilacina bloqueia a divisão das células glandulares da próstata (acção antimitótica), processo com o qual trava o crescimento desta importante glândula. No entanto, há a considerar que, embora as sementes da abóbora possam travar o crescimento da próstata, e com isso aliviar os incómodos citados, em nenhum caso podem fazer desaparecer o crescimento excessivo já Formado,
Espécies afins: Cucurbita melopepo L, Cucurbita ovifera L, Cucurbita verrucosa L, Cucurbita máxima Duch. Outros nomes: abóbora-porqueira. abóbora-de-coroa. cabacinha-riscada, cabacinha-verrugosa, abóbora-menina, abóbora-moganga. Esp.: calabacera, zapallo, calabacin, pipián, auyama, ayote, purú, sapuyo, vitoriera. Fr.: citrouille, courg. ing.: pumpkin. Habitat: Algumas variedades são oriundas do Médio Oriente, enquanto outras são de origem americana. Precisa de terrenos húmidos e quentes. Actualmente cultiva-se em todo o mundo. Descrição: Planta anual, da família das Cucurbitáceas, de caule rasteiro ou trepador, de até 8 m de comprimento. As folhas são muito grandes e cobertas de pelinhos picantes. As flores são amarelas e muito vistosas. Partes utilizadas: as sementes (pevides) e a polpa do fruto.
J £
Preparação e emprego
USO INTERNO O As sementes (pevides) podem-se comer frescas, secas ou cozidas, na quantidade de 50 a 100 g, duas ou três vezes por dia. €) Quando se usam contra os parasitas intestinais, recomenda-se seguir o plano que passamos a indicar: - Fazer jejum durante 12 horas (bebendo apenas água), a começar na tarde anterior ao tratamento. - Pesar de 200-400 g de pevides com casca (para os adultos, até 800 g). Depois de descascadas, esmagam-se num almofariz. Pode-se acrescentar açúcar escuro à pasta que se formou.
- Dividir esta pasta em três porções iguais, para o pequeno almoço, o almoço e o jantar. Não comer outra coisa durante todo o dia, excepto cenoura, que também é anti-helmíntica. - Uma hora depois da terceira toma, administra-se um purgante (por exemplo, uma infusão de sene ou de cáscara-sagrada, ou sais de frutos, ou um par de colheradas de óleo de rícino). - Observar as fezes. Se não se tiver conseguido a expulsão dos parasitas, repete-se o processo ao fim de dois ou três dias.
• Anti-inflamatória urinária: O princípio activo das sementes de abóbora também actua sobre a bexiga, desinflamando-a e descontraindo^. Daí que as sementes de abóbora sejam indicadas em caso de cistite, infecções urinárias, incontinência urinária, eistocelo (desprendimento da bexiga), bexiga neurogêntea (irritação que se manifesta por um desejo constante de urinar) (Ol. •Vermífuga: A cucurbitacina actua soltando a cabeça da lenia (solitária) da parede do intestino. Também dá resultado contra o u t r o s parasitas intestinais, c o m o os ascarídeos. U m a vez soltos os v e r m e s , deve a d m i n i s trasse um purgante para facilitar a sua expulsão. A eficaz a c ç à o v e r m í f u g a das sementes de a b ó b o r a é isenta de perigo. Por isso, as pevides da abóbora são o ideal para as crianças q u e s o l t a m de parasitas intestinais, em especial lenias ou ascarídeos (lombrigas) 101. A POLPA da a b ó b o r a , assada ou cozida, é muito rica em glícidos (hidratos de c a r b o n o ) . K um e m o l i e n t e (suavizante) de lodo o tubo digestivo, e possui um ligeiro efeito diurético e anti-inflamatório. E p o r t a n t o indicada para quem sofra de: • problemas digestivos, c o m o dispepsia (digesta») difícil), acidez do estômago, prisão de ventre, fermentações ou putrefacções intestinais; • h e m o r r ó i d a s , peia sua acção suavizante e ligeiramente laxante. • a f e c ç õ e s renais ( c o m o tratamento complementar): insuficiência renal, ueFrite ou glomerulonefrite, edemas ( r e t e n ç ã o de l í q u i d o s ) , cálculos renais.
Chila Da Cucurbita ficifolia Bauché, conhecida como chila ou abóbora-chila, obtêm-se os fios de chila muito usados em confeitaria.
606
O doutor Klein, médico vienés, observou que, na Transilvània. a hipertrofia prostática era uma doença quase desconhecida. Um colaborador de Klein chegou á conclusão de que isso se devia provavelmente ao facto de que os habitantes dessa região do Centro da Europa consumiam grandes quantidades de sementes de abóbora. Segundo Rondale, o efeito benéfico para a próstata, do consumo destas sementes, pode dever-se à sua riqueza no oligoelemento zinco, e nos ácidos gordos linoleico e oleico, a que alguns chamam impropriamente vitamina E
Nymphaea alba L
o.
Golfão Acalma o desejo sexual... segundo dizem
'1
V*)i
O
GOLFAO-branco ou lis-dos-tanques (Nymphaea alba L.) c o golfão-amarelo {Niipharlu//•a 11,. | Sibth. et Sm.) pertencem a géneros botânicos diferentes, embora as suas propriedades sejam muito semelhantes. Distinguem-se Facilmente pela cor das flores.
flores e o rizoma dos golfões contêm taninos e alcalóides (niníalina e nu farina). A propriedade destas plantas que mais se tem distinguido é a analrodisíaca, isto é. a de refrear o apetite sexual, sugerida pela calma e tranquilidade dos lugares onde vegeta. Era este o motivo pelo qual se utilizava abundantemente nos claustros, convénios e seminários, embora não saibamos se com o resultado pretendido, já que, segundo indica Fonl Quer. pode também produzir o efeito contrário: excitação. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS
O médico espanhol do século XVI, Andrés de Laguna, acreditava nas propriedades calmantes dos golfões ou nenúfares. Diz acerca da raiz desta planta: "Reprime e impede os sonhos venéreos; e, bebida com frequência. em pouco tempo torna cabisbaixo e sem brio aquele membro que honestamente não se pode- nomear.» Actualmente, como plama medicinal IOI. o golfão é muitO pouco utilizado...
Espécie afim: Nuphar lutea (L.) Sibth.-Sm. Outros nomes: golfào-branco, golfo-branco, boieira, boleira-branca. lis-dos•tanques. nenúfar; N. lutea: golfão•amarelo, golfo-amarelo, boieira-amarela, núfar.
*U
Esp.r nenúfar [Manco], ninfa/blancaj, ninfea, escudete de Europa, escudele de rio, lirio de agua, golfán blanco, rosa de amor, rosa de Vénus, aibahaca moruna; N. lutea: ninfea groga, (nejnúfar groc. Fr.: nénuphar. Ing.: waterlily.
I P Preparação e emprego USO INTERNO O Infusão de 30 g de flores ou de rizoma triturado, por litro de água, da qual se tomam 3 chávenas por dia.
Habitat: Charcos, lagos e cursos de água muito lentos, de regiões arborizadas. Descrição: Planta vivaz aquática, da família das Ninfeáceas, que se caracteriza por ter folhas flutuantes, com a forma de um coração, de até 30 cm de diâmetro. Partes utilizadas: as flores e o rizoma
607
Panaxglnseng
.\ I
Jjt
CAMeyer
!\J
<#
dl A Preparação e emprego
Ginseng Não dopa, mas funciona
A
RAIZ do ginseng tem vindo a ser utilizada ininterruptamente desde há mais de 1000 anos, na China, pelas suas propriedades tonificantes. Foi introduzida na Europa a partir do século XVIII e tem sido objecto de numerosos estudos científicos, em função das suas extraordinárias virtudes. O seu nome científico, Panax, vem dos radicais gregos pan (todo) c axos (cura). Para os chineses, o ginseng é uma autêntica panaceia, capa/, de curar uma grande variedade de afecções. Os seus eleitos afrodisíacos deram-lhe uma grande popularidade nos países ocidentais, onde o stress e o uso do tabaco, do álcool e de outras drogas constituem uma agressão contra a potência sexual. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS
princípios activos da raiz do ginseng são de uma grande complexidade química, tanta, que até agora não tem sido possível sintetizá-los. Chama-se-Ihes ginsenósidos, e quimicamente são glicósidos esteróides das sapouinas iriterpénicas. A eles se devem fundamentalmente as suas acções terapêuticas, que são reforçadas pelos restantes componentes: minerais e oligoelementos, entre os quais se assinalam o enxofre, germânio, manganésio, magnésio, cálcio e zinco; vitaminas Bi, Ba, Be, bio ti na e ácido pantoténico; Pitosteróis; enzimas; assim como outras substâncias. 608
USO INTERNO O 0 ginseng apresenta-se habitualmente em forma de preparados farmacêuticos, extractos, cápsulas, ampolas bebíveis, etc). A dose habitual é de 0,5 a 1,5 g de pó de raiz por dia, numa única ou em várias tomas. Há que ter em conta que a acção do ginseng é lenta mas acumulativa. Os eleitos começam a notar-se a partir da segunda ou terceira semana de tratamento. Recomenda-se tomá-lo de forma continuada durante um certo tempo (dois ou três meses no máximo), e descansar um ou dois meses antes de iniciar outro ciclo de tratamento.
Sinonímia científica: Panax schinsegn Nees. Outros nomes: ginseng-coreano, ginseng-vermelho. Esp.: ginseng rojo, ginseng coreano. Fr.: ginseng. Ing.: ginseng. Habitat: Oriundo de zonas montanhosas e frias da Coreia, da China e do Japão, onde se cultiva amplamente. Descrição: Planta da família das Aralíáceas. que atinge de 20 a 50 cm de altura. As folhas dispõem-se em grupos de cinco. As flores são de cor púrpura e dão lugar a uns pequenos frutos em baga. A raiz é carnuda, de cor acinzentada ou branca; mede de 10 a 15 cm e tem um peso médio de 200 g. Partes utilizadas: a raiz a padir do quinto ano.
«Al*
r
Tipos de ginseng
Existem vários tipos de ginseng: • Ginseng-coreano ou vermelho {Panax ginseng C. A. Meyer): É o ginseng por excelência, o mais rico em principios activos, e que aparece na gravura da página anterior. • Ginseng-chinês (Panax repens Max.): Cultiva-se na China e na Indochina. • Ginseng-americano (Panax quinque-
Os efeitos do ginseng sobre o organismo são muito variados MM: • Tonificante: Os ginsenósidos aumentara o rendimento físico e a resistência à fadiga. Isto não se deve a nm efeito excitante, como acontece com a cocaína, o café, o chá e outras drOgas, mas a uma melhora nos processos metabólicos. O ginseng acelera os processos enzimáticos da glicogénese (produção de glicogénio no fígado a partir da glicose) e da glicogenólise (produção de glicose a partir do glicogénio acumulado); diminui a concentração de ácido láctico no músculo, causador das dores musculares, graças ao melhor aproveitamento da glicose; aumenta a produção de AVI* (trífosfato de adenosina), substância de grande capacidade energética para as células; melhora a Utilização do oxigénio pelas células; aumenta a síntese de proteínas (efeito anaboli/antc); estimula a heinatopoiese (produção de sangue) na medula óssea, especialmente após as hemorragias. Todos estes efeitos bioquímicos puderam ser comprovados experimentalmente. Deste modo o ginseng tonifica sem excitar e sem criar dependência, pois aumenta a produção de energia nas células. • Sistema nervoso: Possui eleitos antidepressivos e ansiolíticos (elimina a ansiedade). Favorece a actividade mental, aumentando a capacidade de concentração e de memória. • Sistema endócrino: Tem uma acção
folium L): Oriundo do Nordeste dos Estados Unidos e Sudeste do Canadá. Cria-se em estado silvestre nos bosques de faias e carvalhos. • Eleuterococo (Eleutherococcus senticosus Maxim.), também chamado ginseng-russo ou siberiano: Cultiva-se com fins medicinais e apresenta propriedades muito semelhantes às do ginseng-coreano.
• Esgotamento psíquico, depressão, ansiedade, insónia. Muito útil para os estudantes em época de exames. • Envelhecimento precoce, senilidade. • Hiper ou hipotensão arterial. • Anemia: Especialmente útil para recuperar as perdas de sangue depois de hemorragias ou doações. • Transtornos da sexualidade: impotência masculina, fiigidez feminina, insuficiência hormonal, esterilidade masculina ou feminina.
antí-stress devida â sua qualidade de "adaptogénio", pois aumenta a capacidade de adaptação do organismo aos esforços físicos ou psíquicos. Km estudos com ratos, viu-se que estimula tanto a hipófise como as glândulas supra-renais. • Sistema cardiovascular: Tem um efeito vasorregulador, normalizando a pressão arterial. • Sistema reprodutor: Favorece a espei inatogénese (aumenta a produção de espermatozóides); estimula as glândulas sexuais (tanto masculinas como femininas), aumentando a produção de hormonas; aumenta a capacidade sexual, melhorando a frequência e a qualidade da erecção no homem, e favorecendo a excitação dos órgãos genitais na mulher. Não é um afrodisíaco no sentido restrito da palavra, pois a sua acção não consiste em excitar o desejo sexual, mas em melhorar a capacidade e o Funcionamento dos órgãos genitais.
O ginseng é um tónico geral do organismo, além de aumentar a capacidade sexual.
Precauções
As indicações para o uso do ginseng são as seguintes; • Esgotamento físico: astenia (debilidade) , fadiga fácil, falta de energia vital, convalescença de doenças ou operações. • Prática desportiva. O ginseng não figura na lista de substâncias proibidas por produzirem doping. • Stress, doenças psicossomáticas (gastrites, colites, enxaquecas, asma, palpitações).
Doses excessivas podem produzir nervosismo. Não convém associá-lo com o café ou o chá, uma vez que isso pode provocar excitação nervosa; ou com medicamentos que contenham ferro, pois este mineral interfere quimicamente com os princípios activos do ginseng, reduzindo os seus eleitos.
609
Serenoa repens Bartram.
o|
•
Serenoa Detém o crescimento da próstata
O
S FRUTOS desta pequena palmeira americana são umas tamara/inhas que se comem desde tempos muito remotos na Florida, Geórgia, Luisiana e outros estados do Sudeste da América do Norte. Parece que os antigos povoadores indígenas já conheciam as suas propriedades medicinais, e que até as utilizavam como afrodisíaco. Recentemente descobriu-sc que têm princípios activos muito interessantes, e actualmente entram na composição de vários preparados farmacêuticos. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O ex-
tracto lipídico que se obtém dos Frutos, após dissolução num meio gordo, contém diversos fi toste róis, especialmente o beia-silosierol; um álcool triterpénico (ciclartenol); e álcoois gordos aliiáiicos de alto peso molecular; todos eles de acção anti-inllamalót ia sobre a próstata. O seu mecanismo de acção de tipo hormonal impede a acção proliferativa dos androgénios sobre o tecido prostático. • Próstata: O uso da serenoa, ou sabal. lorna-se muito útil cm c aso de hipertrofia ou de adenoma da próstata IO.0.€)I. Detém o crescimento da glândula e reduz notavelmente as doenças urinárias próprias do síndroma prostático: disúria (dificuldade de urinar), polaquitlria (necessidade de urinar muitas vezes) e tenesmo vesical (sensação permanente de vontade de urinar), lambem é indicado no caso de pro.siatites. tanto agudas como crónicas. • Diurético: Além das suas propriedades antiprostáticas, esta planta favorece de forma suave a diurese-. E ligeiramente peitoral IO,01. 610
Sinonímia científica: Sabal serrulata Schult. Outros nomes: sabal. Esp.: sabal, palamerita, palmito. Fr.: serenoa. Ing.: shrub palmetfo, saw palmetto. Habitat: Dunas arenosas e regiões costeiras do Sudeste dos Estados Unidos, principalmente na Florida. Também se encontra em algumas regiões da América Central. Descrição: Palmeira de uns 3 m de altura, da iam ília das Palmáceas, com flores cor de marfim. Os frutos são drupas com cerca de 2 cm de comprimento, que quando amadurecem adquirem uma cor escura, com a pele enrugada. Partes utilizadas: os Irutos maduros.
I P
Preparação e emprego
O Frutos frescos maduros: Podem-se comer 50-100 g por dia. © Frutos cozidos: 50-100 g diários. © Extractos que fazem parte da composição de diversos preparados farmacêuticos.
Sesamum indicum L
Oj Preparação e emprego
Gergelim USO INTERNO
Restaura a vitalidade e a capacidade sexual
O
í ;ER( IELIM é unia plaina oleaginosa cultivada desde tempos antiquíssimos. Na Mesopotâmia, na índia, no Egipto, na China e na Grécia, as .suas sementes eram muito apreciadas como condimento <• como alimento requintado e energético. No túmulo de Ramsés III (secado XIII a.C.) pode ver-se num fresco a maneira como os egípcios já adicionavam gergelim â massa do pão. .Actualmente continua a ser de uso popular em países orientais e americanos, onde inclusivamente se prepara com ele uma bebida semelhante à orchata, que as mulheres tomam para facilitar a secreção láctea quando amamentam. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: ÀS se-
mentes de gergelim contêm uma grande variedade de princípios nutritivos íle alto valor biológico: / Lípidos ou gorduras (52%), praticamente todos eles constituídos por ácidos gordos insaturados, o que lhes confere uma grande eficácia na redução do nível de colesterol no sangue. Entre as gorduras do gergelim encontra-se a lecitina, que c um fosfolípido (gordura fosforada) <|ue desempenha uma importante função no nosso organismo. K componente essencial do tecido nervoso, e também se encontra no sangue, no sémen e na bílis; c intervém na função das glândulas sexuais. A lecitina c um poderoso cmulsionante, que facilita a dissolução das gorduras em meio aquoso. Uma das
O As sementes de gergelim podem comer-se cruas ou ligeiramente torradas. Para isso, primeiro deitam-se de molho em água e, depois de se terem deixado repousar durante uns 15 minutos, passam-se por um coador, procedendo de maneira a não despejar o que tiver assentado no fundo. Deste modo se eliminam as pedrinhas e a terra que possam conter. Seguidamente torram-se numa caçarola, revolvendo-as constantemente com uma colher de pau para evitar que se queimem. Guardam-se num frasco de vidro, e tomam-se 2 ou 3 colheres de café depois do pequeno almoço e do almoço.
Sinonímia científica: Sesamum oríentale L. Outros nomes: sésamo, mafuta, ocota, gingelim, gerzelím, jorgelim. Esp.: sésamo, ajonjoli, aijonjoli, ajonjoté, alegria, jijiri. haholi. Fr.: sésame. Ing.: sesame. Habitat: Amplamente cultivado nos países do Médio Oriente e na Índia, de onde é originário. Actualmente, a sua cultura estende-se a outras regiões tropicais e subtropicais da América, da África e dos países mediterrâneos. Descrição: Planta herbácea da família das Pedaliàceas, que atinge até 1,5 m de altura. As flores são brancas, cor-de-rosa ou púrpura. Os frutos são umas cápsulas pubescentes que contêm várias sementes achatadas de 2 a 5 mm de comprimento, que normalmente têm cor castanha; embora também as haja brancas, vermelhas ou negras, segundo as variedades. Partes utilizadas: as sementes.
611
A cozinha tradicional do Extremo Oriente, o gergelim, sob diversas formas e preparações, é um componente indispensável de requintados e numerosos pratos. Isto acontece seguramente porque a sabedoria oriental já tinha descoberto que as suas propriedades revitalizantes influíam de m o d o muito favorável na manutenção da capacidade sexual.
suas funções no sangue consiste em manter dissolvidos os lípidos em geral, e especialmente o colesterol, evitando assim que se deposite nas paredes das artérias (arteriosclerose), O gergelim é, juntamente com a soja, o vegetal mais rico em lecitina. / Proteínas (20%) de alto valor biológico, formadas por 15 aminoácidos diferentes com uma elevada proporção de metionina (aminoácido essencial).
o
/ Minerais e oligoclemcntos diversos, especialmente cálcio, fósforo, feno e magnésio, cobre e cromo. y Mucilagens, a que deve a sua acção laxante suave. Observando a composição desta pequena semente, não é de estranhar
Maneiras tradicionais de preparar o gergelim
Existem três outras maneiras de preparar o gergelim, além de torrar as sementes, com as quais também se aproveitam as suas propriedades: • Óleo de gergelim: Pode-se usar como qualquer outro óleo vegetal. É muito estável e pouco sujeito a criar ranço. • Tahin: É uma pasta muito saborosa que se obtém moendo as sementes de
612
/Vitaminas, especialmente a K (tocoferol), a Bi ou tiamina (0,1 mg por 100 g) e a IV.' ou riboflavina (0,24 mg por 100 g),
gergelim. Substitui com vantagem a manteiga ou a margarina. • Gomásio: Pasta formada por 14 ou 15 partes de gergelim torrado triturado e uma de sal marinho. Também se lhe dá o nome de sal de gergelim. Além das suas propriedades medicinais, é um excelente condimento muito popular nos países orientais.
que nos países orientais ela seja considerada uni restaurador da vitalidade e da capacidade sexual. Entre as suas muitas aplicações, assinalamos as seguintes: • Problemas nervosos: esgotamento nervoso ou mental; stress; perda de memória; melancolia, depressão nervosa; irritabilidade ou desequilíbrio nervoso; insónia IOI. É um excelente complemento nutritiva para quem esteja submetido a uma grande actividade mental ou intelectual e deseje manter um bom rendimento. •Sobrecarga física: prática desportiva, gravide/., lactação, convalescença após intervenções cirúrgicas OU doenças IOJ. • Falta de rendimento ou de capacidade sexual, tanto no homem como na mulher IOI. • Excesso de colesterol no sangue; arteriosclerose; prevenção do infarto do miocárdio e da trombose arterial IOI.
Tumera diffusaWUd.
os Preparação e emprego
Damiana Tonificante e afrodisíaca
USO INTERNO O Infusão: 60-90 g de folhas por litro de água. Tomar 2 ou 3 chávenas diárias. © Extractos: sob a forma de diversos preparados farmacêuticos.
A
S FOLHAS desta planta, de agradável sabor aromático, empregam-se como substituto do chá, e gozam fie merecida fama como afrodisíaco.
A damiana é uma planta afrodisíaca m u i t o popular no México.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: As ro-
lhas contêm um óleo essencial (rico em cineol, cimo] e pineno), o glicósido arbutina, mn princípio amargo, tanino e resina. As suas propriedades medicinais não dependem de nenhum destes compostos isoladamente, mas resultam da combinação de todos eles. São as seguintes: • Tonificante nervoso: O seu uso dá bons resultados em caso de astenia, debilidade, esgotamento físico on intelectual e stress IO,€». Ao contrário do que acontece com outros estimulantes, tem uma acção suave e não gera dependência. • Estimulante dos órgãos genitais: Comprovou-se <^ue produz um aumento no número e na vitalidade dos espermatozóides. Na mulher, regulariza o ciclo menstrual e estimula as funções do ovário. Km ambos os sexos tem um eleito revitalizanle c afrodisíaco que, ao contrário de outros estimulantes sexuais, não tem efeitos secundários conhecidos. E indicada em caso de impotência masculina, ejaculação precoce e espermatorreia (derramamento involuntário de sémen) IO.G1
Outros nomes: tumera. Esp.: tumera, malva blanca, mejorana. Fr.: thé bourrique. ing.: fmexican) damiana. Habitat: Sul dos Estados Unidos, México e países da América Central. Não se dá na Europa. Descrição: Arbusto da família das Turneáceas, que pode atingir 2 m de altura. As folhas são pequenas e dentadas, mais claras pela face inferior. As flores são pequenas, amarelas, e nascem nas axilas foliares superiores. Partes utilizadas: as folhas.
• Diurético suave- IO!. 613
PLANTAS PARA O APARELHO GENITAL FEMININO SUMARIO DO CAPÍTULO D O E N Ç A S E APLICAÇÕES
Antiêspasmódicas uterinas, plantas... 621 Antilactagogas, plantas 615 Cervicite 620 ('.limar/mo, VttMenOpQUSQ
619
Colo do útero, infecção, ver Cervicite .. 620 Dismenorreia 617 Emenagogas, plantas 62! Esterilidade feminina 616 Fluxo vaginal, ver Leucorreia 620 Galactagogas, plantas 615 Gestação, ver Gravida 616 Gravidez 616 Grelas do mamilo 616 lliprri/ienowia, ver Regras excessivas . 618 Inchaço antes das regras, vn Regras, retenção de líquidos . . .618 Injecção da mama, ver Mastite 616 Lactação, injecção das mamas, ver Mastite 616 Leucorreia 620 Mamo, infecção, ver Mastite 6/6 Mamih, gretas 616 Mastite 616 Menopausa 619 Menstruação excessiva, ver Urgias excessivas 618 Menstruação irregular, ver Regias irregulares 618 Menstruação, dor, ver Dismenorreia . .617 Ocilócicas, plantas 621 Ovário, insuficiência 619 Peão, injecção, ver Mastite 616 Planttts mtiespasmèdwas uterinas... 621 Plantou antilactagogas 615 Plantas emenagogas 621
Plantas galactagogas 615 Plantas ocitócicas 621 Regras excessivas 618 Regras irregidares 618 Regras, dor, ver Disinenoireia 617 Regras, retenção de líquidos 618 Retenção de líquidos antes das regas, ver Regias, retenção de líquidos . . . 618 Seio, infecção, ver Mastite 616 J vtg/nih; ver Leucorreia 620 PLANTAS Alquemila = Pc-de-ieão Arruda Artemísia Betónka-dos-pántanos Bico-decegonha Hico-de-ccgonha-moscada líola-de-nivc = Noveleiro Bolsa-de-pastor C.filéndula = Maravilha Cupselu = Bolsa-de-pastor Cardo-morlo = lasneirinha Estaque Fedegoso Folhado Galega Maravilha Menla-de-cavalo Monarda Noveleiro Pè-de-leão Pulsatila Rosa-de-da masco Rosa-páiida Roseira Salva
622 637 624 67/ 631 631 672 628 626 628 670 641 630 643 632 626 657 637 672 622 623 635 635 635 638
A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I 2 " P.irto:
D e s c r i ç ã o
J Salva-dos-prados Senécio-viscoso Itisiia Tasiwirinha Utiiga-branca Yihurno Viburno-americano
A
63S 640 640 640 633 675 643
S PLANTAS medicinais podem melhorar muito a saúde e <> bem-estar da mulher. Muitas delas conseguem aliviar as dores das remas (dismenorreia), normalizar os ciclos menstruais quando estes são irregulares, e reduzir a hemorragia no caso de ser excessiva. A disposição de ânimo, a emotividade e até o carácter, dependem em certa medida do equilíbrio hormonal. O organismo feminino está sujeito ciclicamente a oscilações no nível de hormonas sexuais, o que pode provocar desequilíbrios emocionais com certa Frequência. I'. interessante verificai" que estas plantas não exercem apenas uma acção sintomática, acalmando as dores ou os transtornos menstruais, mas chegam a produzir um verdadeiro reajustamento no delicado mecanismo hormonal que desencadeia a menstruação de forma periódica. Deste modo. como também acontece noutros campos da fitoterapia, as plantas medicinais exercem uma verdadeira acção preventívasobre muitas das doenças e transtornos femininos, Aplicadas localmente na forma de irrigação vaginal, as plantas medicinais actuam eficazmente nas infecções da vagina e do colo do útero, causadoras da leucorreia. Durante a gravidez e especialmente durante a lactação, as plantas também podem prestar bons serviços à mulher. Há plantas que fazem aumentai a produção de leite, e outras (pie a diminuem. Nos transtornos da lactação natural, como as grelas no mamilo e as inflamações mamárias (masiites), também a fitoterapia pode fornecer soluções praticas.
As plantas medicinais tanto podem aumentar a secreção de leite das mães Jactantes, como diminui-la.
Plantas galactagogas Favorecem a secreção de leite nas mulheres que amamentam. Ingerem-se normalmente por via oral em forma de tisana. A accãc estimulanle destas plantas sobre a produção de leite deve-se aos seus óleos essenciais. Planta Urtiga-maior Endro Alcaravia Funcho Manjericão-grande Cominho Anis-verde Galega
Página 278 349 355 360 368 449 465 632
Plantas antilactagogas Reduzem ou detêm a secreção de leite nas mulheres que amamentam. Utilizam-se quando, por alguma razão, seja conveniente suspender a lactação materna. Empregam-se tanto por via oral como em compressas sobre os peitos. Planta
Página
Pervinca
244
Cana
566
615
I
Cap. 2 4 : PLANTAS PARA O APARELHO GENITAL F E M I N I N O
Doença ESTERILIDADE FEMININA E a incapacidade da mulher para conceber na idade fértil. Pode ter causa orgânica, devida a uma obstrução das trompas de Falópio, por exemplo, ou então uma causa funcionai. As plantas medicinais actuam unicamente neste último caso, estimulando a função do ovário e equilibrando o sistema hormonal.
Planta
Pág. Acção
ONAGRA
237
Equilibra o sistema hormonal
Óleo das sementes
GINSENG
608
Estimula as glândulas sexuais (ovários)
Pó de raiz, extractos
DAM.ANA
613
J g j g J JnerV0S°'revitalizante-
Infusão de folhas, extractos
PULSATILA
623
SALVA
GRAVIDEZ Estas plantas resultam especialmente úteis durante a gestação, pela sua acção nutritiva e tonificante. Os edemas (retenção de líquidos), frequentes durante a gravidez, podem-se aliviar com diuréticos suaves e seguros, tais como os estiletes ou barbas-de-milho. Durante a gravidez, devem-se evitar as plantas ocitócicas e emenagogas (ver pág. 621), que contraem o útero, assim como as citadas na página 100.
GRETAS DO MAMILO São pequenas úlceras cutâneas que se formam no mamilo da mãe que amamenta. Devem ser tratadas com muita higiene e com a ajuda de alguma destas plantas. As gretas do mamilo constituem o factor causal mais importante das mastites (inflamações das mamas) na lactação, que podem chegar a formar um abcesso de pus e obrigar a suspender a lactação natural. Daí a importância de se lhes prestar atenção e tratamento adequado.
Uso
Estimula a actividade do ovário
638
r..ID1 , ESPIRULINA
07C
mi.. u« MlLH0
5
276
Favorece o equilíbrio hormonal feminino
infusão de (olhas, essência
Nutritiva, aumenta a produção de g | o b u | o s v e r m e | h o s
N.«a«Ai«A*dM«« Capsulas de po de alga seca
KQG Diurético suave e bem tolerado, " evita a retenção de líquidos Nutritivo, equilibrador nervoso, prepara o organismo para as sobrecargas físicas
GERGELIM
611
F.GUE,RA
708
^l
ALFORVA
474
Emoliente (suavizante), cicatr.zante
MORANGUE.RO
575 seca ^ ^ef cicatriza t , ? ^ ^as? gretas ? 5 ' 1 c
C
„
AÇUCENA
^
7Q3
716
Extracto da planta, pó da raiz
a
•• J
m
l°£
a t e
° esS°tament0
0
'
.„ i-.1«1j-«_tai „:-,•,;,,-*„ ^ o g g *
^^^airteUlcatrizarite,
u*.»*.» ^„ nem^aF Infusão de esMetes
Sementes cruas ou torradas
Figos frescos, secos ou em decocção
S S m l r t k " 1 " ° dBC°CÇâ°
Compressas com a infusão de folhas K
Cataplasmas com folhas esmagadas, = s s a s S o s ^ e s c o
0 ieo
das flores
MASTITE Referimonos aqui á inflamação mamária que se produz durante a lactação natural. Em muitos casos, o factor desencadeante são as gretas no mamilo. Além do tratamento antibiótico (ver plantas antibióticas na pág. 86), deve-se evitar a retenção do leite nos peitos, e aplicar um tratamento local ã base de compressas ou cataplasmas com estas plantas.
PERVINCA
244
Detém a produção de leite, alivia as inflamações mamárias
Dnrr « « . , 79R Melhora as inllamações mamárias DOCE-AMARGA 728 d a s mu | h eres lactantes
Compressas com a decocção de folhas sobre as mamas
de S I 2 Í 7 S mpressas L S K cr onmTeps t £ a ° Tenção
r
616
I
A SAÚDE P E L A S P L A N T A S M E D I C I N A I S 2"' Parte:
Doença
Planta
DISMENORREIA
LARANJEIRA
Define-se como a irregularidade da função menstrual, acompanhada de dor e de afectação do estado geral. A dismenorreia secundária é uma consequência de diversas doenças orgânicas dos órgãos genitais. No entanto, o mais frequente é não se encontrar nenhuma patologia orgânica, em cujo caso se fala de dismenorreia primária ou essencial.
ERVA-CIDREIRA
Uso
153
Antiespasmódica, sedante
Infusão de folhas e/ou flores
,cq
Equilibra o sistema nervoso, antiespasmódica
Infusão de folhas e flores, extractos
Acalma os espasmos do útero, sedativa
Infusão de flores e folhas
Equilibra o sistema hormonal
Óleo das sementes
PASSIFLORA
lfi7 IO/
ONAGRA
237
AVENCA
2Q2 Alivia as dores menstruais, regulariza a menstruação
Infusão da planta
308
Antiespasmódico, relaxa o útero
Infusão, maceração ou extracto de raiz
362
Acalma os espasmos uterinos
Infusão de sementes
364
Normaliza as regras e alivia a dor
Infusão de capítulos florais
368
Facilita a menstruação, diminui as dores devidas a espasmos do útero
Infusão de folhas e flores, essências
42g
Emenagogo potente, normaliza os ciclos
Infusão da planta
AÇAFRÃO
448
Emenagogo, alivia a dor menstrual
Infusão dos estigmas da flor
LÚCIA-LIMA
459 antiespasmódica, acalma as dores menstruais
A dor da dismenorreia deve-se às con- ALCAÇUS tracções espasmódicas do útero. 0 tra- [_ lamento fitoterápico baseia-se em planABELMOSCO tas ant/espasmód/cas, que relaxam o útero (ver mais na pág. 621), emenaCAMOMILA gogas, que normalizam a menstruação MANJERICÃO(ver mais na pág. 621) e reguladoras -GRANDE do equilíbrio hormonal, como a onagra ou a borragem. As aplicações locais com cataplasmas quentes de farinha de linhaça complementam a acção antiespasmódica das tisanas ingeridas por via oral.
Pág. Acção
D K Í. C r i ç ;i o
ABSINTO
POEJO
«Í.
Facilita a menstruação, acalma as dores
Infusão de folhas Infusão da planta
LINHO
SOfi Antiespasmódico, sedante, anti-inflamatório
Cataplasmas quentes com a farinha das sementes
GRANZA
589
Facilita as regras e acalma as dores
Decocção ou pó de raiz
PÉ-DE-LEÂO
622
Acalma as dores menstruais
Decocção de folhas e raiz
PULSATILA
623
Estimula o ovário, acalma as dores menstruais, regulariza o ciclo
Extracto da planta, pó da raiz
Normaliza o ciclo, acalma as dores menstruais
Infusão de sumidades floridas ou de raiz
ARTEMÍSIA
g24
MARAVILHA
626
Combate os espasmos dolorosos do útero, sedante
Decocção de flores
URTIGA-BRANCA
633
Acalma as regras dolorosas
Infusão de folhas e sumidades floridas
MONARDA
C34 Normaliza o ciclo menstrual, acalma as dores das regras
SALVA
TASNEIRINHA
roo
Estimula e regula a menstruação, acalma as dores das regras
CAQ Normaliza o ciclo, acalma a dismenorreia
Infusão de flores Infusão de folhas, essência Sumo da planta fresca, extractos
rfl.
Alivia os espasmos uterinos e as dores que provocam
Infusão de sumidades floridas
rA0 642
Acalma os espasmos dolorosos do útero
Decocção de casca seca
SALGUEIRO-BRANCO
gyg
Analgésico, anti-inflamatório, acalma as dores das regras
Decocção ou pó da casca
MILEFÓLIO
691
Antiespasmódico, alivia a dismenorreia
Infusão de sumidades floridas
746
Reguladora hormonal, normaliza os ciclos menstruais
Óleo das sementes
ESTAQUE
NOVELEIRO
BORRAGEM
617
C a p . 2 4 : P I A N I A S PARA O APARELHO G E N I T A L F E M I N I N O
Doença
Planta
REGRAS IRREGULARES
ONAGRA
O ciclo menstrual depende das hormonas produzidas pela hipófise e pelo ovário. Em certas épocas da vida da mulher, como a adolescência e a menopausa, são relativamente frequentes os transtornos do ciclo menstrual. Geralmente, são devidos a excessos ou carências das hormonas sexuais. Estas plantas medicinais têm uma acção equilibradora sobre as glândulas endócrinas produtoras das hormonas, e contribuem favoravelmente para a normalização do ciclo menstrual.
REGRAS EXCESSIVAS Uma vez diagnosticada a causa da hipermenorreia ou menstruação excessiva, e exciuida qualquer causa orgânica, estas plantas podem contribuir para reduzir a quantidade de sangue menstrual ou a duração das regras, pela sua acção vasoconstritora (contraem as pequenas artérias e capilares) e hemostática (favorecem a coagulação do sangue). São também indicadas as plantas ocitócicas (ver pág. 621). Todas elas se ingerem por via oral, como infusão ou decoccão. P>menta-d'água
Hamamèlia
REGRAS, RETENÇÃO DE
VISCO-BRANCO
618
237
Equilibra o sistema hormonal
246 Hemostatico, regula a menstruação
Uso Óleo das sementes Infusão ou maceração de folhas secas
LOUREIRO
457 Emenagogo, regula o ciclo menstrual
Infusão de folhas
SALSA
583
Estimula e regulariza a menstruação
Infusão de frutos
ARTEMÍSIA
624
Emenagoga, normaliza o ciclo
Infusão de sumidades floridas ou de raiz
MARAVILHA
626
Emenagoga e reguladora menstrual
Decoccão de flores
ARRUDA
637
Contrai o útero, emenagoga
Infusão de sumidades floridas, essência
CHAGAS
772 Regula e normaliza as regras
Banhos de assento com flores ou frutos
HIDRASTE
207 Contrai o útero, hemostática
Infusão de raiz
VISCO-BRANCO
246 Hemostatico, regula a menstruação
Infusão ou maceração de folhas secas
AVELEIRA
253 Vasoconstritora, hemostática
Decoccão de folhas e casca
w
ncv Detém as hemorragias, fortalece as ÍD, pareCjes venosas e capilares
Infusão de folhas e/ou casca, extractos
MFI ..
SEMPRE-NOIVA PIMENTA-
272 274
-D'ÁGUA
URTÍGA-MAÍOR
^Ztaresistênciadosc^res Reduz as regras demasiado abundantes
278 Vasoconstritora, hemostática
VIDEIRA VIDEIRA
544 MU
MARAVILHA
626
Decoccão da planta Infusão da planta fresca Sumo fresco, infusão de folhas
Hemostática, protege os capilares reduz as regras
neCoccãn de folhas uecocçao de tomas
Emenagoga e reguladora menstrual
Decoccão de flores
sanguineos,
BOLSA-DE-
COO
-PASTOR -PASTOR
5 2 8
URTIGA-BRANCA
j-oq Detém as perdas excessivas de sangue
m«~»
691
CAVALINHA
704
Cicatriza os tecidos sangrantes
Decoccão da planta
BÉTULA
568
Aumenta o volume de urina e diminui o inchaço dos tecidos
Infusão de folhas e/ou gemas
FEIJOEIRO
584
D^ética elimina os líquidos retidos nos tecidos
LÍQUIDOS Ver também as plantas recomendadas para os edemas (pág. 552).
Pág. Acção
Hemostática, contrai o útero, corta as rPor;K regras rlemacmrln demasiado ahnnriantP*; abundantes
"SSj^^rXute*.,
u*.wx» ^, „>^^ Infusão da planta
Infusão de folhas e sumidades floridas
****«-«-«•««
DeC ocção
de vagens
SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 2 " Parte:
Doença
Planta
MENOPAUSA
CIPRESTE
255
Vasoconstritor, detém as metrorragias da menopausa
Decocção de gálbulos (frutos), essência
HAMAMELIA
257
Detém as hemorragias, fortalece as paredes venosas e capilares
Infusão de folhas e/ou casca, extractos
VIDEIRA
544
Hemostática, protege os vasos capilares, evita as perdas de sangue anormais
Decocção de folhas
BOLSA-DE -
-PASTOR
628 da menopausa
SALVA
638 feminino
ESTAQUE
641 e as dores que provocam
Infusão de sumidades floridas
ONAGRA
237 Equilibra o sistema hormonal
Óleo das sementes
n........ DAMIANA
ci •> Regulariza o ciclo menstrual 613 e e s t i m u | a a f unç ão ovárica
Infusão de folhas
&?•* Estimula o ovário, acalma as dores otj menstruais, regulariza o ciclo
Extracto da planta, pó da raiz
E o período da vida da mulher em que cessa a menstruação e a actividade reprodutora. Não se trata de nenhuma doença em si mesma, mas de uma época de mudança hormonal, durante a qual o organismo feminino se deve adaptar a uma diminuição da função ovárica. A ingestão de tisanas destas plantas alivia os transtornos próprios desta fase da vida feminina.
OVÁRIOS, INSUFICIÊNCIA Os ovários são as glândulas sexuais femininas. A sua função è dupla: produzir as hormonas sexuais (estrogénios e progesterona) e libertar os óvulos ou células germinais que se unirão com os espermatozóides para formar um novo ser. Estas plantas podem estimular ambas as funções ováricas.
PI. emi ruLSATiLA
Pág. Acção
D e s c r i ç ã o
Evita as perdas de sangue anormais Favorece o equilíbrio hormonal Alivia os espasmos uterinos
fl
•
Uso
Infusão da planta
Infusão de (olhas, essência
A menopausa é uma época de transição, em que toda a fisiologia feminina se deve adaptar a uma nova situação hormonal caracterizada por um menor funcionamento dos ovários. As plantas medicinais podem contribuir favoravelmente para t o m a r mais fácil esta complexa época da vida da mulher.
619
C a p . 2 4 : P L A N T A S PARA O A P A R E L H O G E N I T A L F E U l N I N O
Doença
Planta
LEUCORREIA £ o derramamento, pela vagina, de um fluxo espesso e esbranquiçado, segregado pela própria vagina ou pelo útero. Produz-se habitualmente como consequência duma infecção, embora também possa estar relacionada com um desequilíbrio na flora bacteriana normal da vagina, ou com uma alteração hormonal. A fitoterapia dispõe de diversas plantas úteis para fazer irrigações vaginais (ver pág. 73). Todas elas apresentam uma acção adstringente (secam e de sinflamam as mucosas), e algumas delas também uma acção anti-séptica.
Murta
Pág. Acção
RATÂNIA
196 Adstringente, anti-inflamatória
Irrigações vaginais com a decocção de casca
BlSTORTA
198 Adstringente, anti-séptica
Irrigações vaginais com a decocção do rizoma
HlDRASTE
207 Adstringente, anti-inflamatório
Irrigações vaginais com a infusão
MURTA
317 Adstringente, anti-séptica
Irrigações vaginais com a infusão de folhas e bagas
NOGUEIRA
505 Adstringente, anti-inflamatória
Irrigações vaginais com a infusão de folhas e/ou nogalina (cascas verdes)
SALGUEIRINHA
510
Adstringente, cicatrizante
Irrigações vaginais com a decocção de sumidades floridas
CINCO-EM-RAMA
520 Adstringente, anti-séptica, cicatrizante
Irrigações vaginais com a decocção de raiz e rizoma
ROMÀZEIRA
523
Adstringente
Irrigações vaginais com a infusão de flores e casca
PlMPINELA-OFICINAL
534
Adstringente, anti-inflamatória
Irrigações vaginais com a decocção da planta
coo Adstringente, anti-inflamatória,
Irrigações
KE-DE-LEAO
b^
com a decocção de folhas e raiz
URTIGA-BRANCA
633
ROSEIRA
635
D é
„ . . , .
cjcatrjzante
Adstringente, anti-inflamatória Adstringente, anti-inflamatória, anti-séptica.
Muito apropriada para a higiene intima
Nogueira
Uso
SALGUEIRO-BRANCO
vaginais
Irrigações vaginais com a decocção da planta Irrigações e lavagens com a infusão de pétalas
676
Adstringente, desinfectante
Irrigações vaginais com a decocção
505
Adstringente, anti-inflamatória
Irrigações vaginais com a infusão de folhas e/ou nogalina (cascas verdes)
635
Adstringente, anti-inflamatória, anti-séptica. Muito apropriada para a higiene intima
Irrigações e lavagens com a infusão de pétalas
CERVICITE É a inflamação do colo do útero, causada normalmente por diversas bactérias ou vírus. Manifesta-se com lluxo mu- NOGUEIRA coso ou purulento (leucorreia) e dores nos dias das regras ou durante o coito. Estas duas plantas, que também se usam no caso da leucorreia, são as mais indicadas em caso de cervicite, pela sua acção adstringente, anti-séptica e anti-infíamatória. Como se indica na página 73, durante a ROSEIRA gravidez não se devem aplicar irrigações vaginais.
620
I
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 2A Parle:
Plantas antiespasmódicas uterinas
Avenca
292
Macela
350 463 623 626 637 641 642
Trevo-cTágua Pulsatila Maravilha Arruda Estaque Noveleiro
Plantas ocitócicas
A pulsatila (pág. 623) estimula a actividade do ovário, especialmente quanto á produção de hormonas. Faz desaparecer as dores produzidas pelas regras e normaliza o ciclo menstrual.
Provocam contracções no útero. Estas plantas têm uma acção semelhante à da ocitocina, embora menos intensa. A ocitocina é uma hormona Que se liberta através do lóbulo posterior da hipófise, e que faz o útero contrairse fortemente, desencadeando assim o parto. Estas plantas usam-se para acelerar o parto. Nos primeiros meses da gravidez podem ter efeito abortivo (ver pégs. i 00102).
Planta
Página
Giesta
225
Bolsa-de-pastor
628
Arruda
637
Aloés
694 699
Aristolóquia
r i ç
ã o
Provocam ou facilitam o aparecimento da menstruação. Em geral, têm uma função reguladora e normalizadora do ciclo menstrual. Não se recomenda o seu uso durante a gravidez, pois aumentam o risco de aborto.
Planta Página
;; c
Plantas emenagogas
Relaxam o músculo uterino espasmado. Deste modo, aliviam a dismenorreia e muitas dores pélvicas femininas devidas a espasmos uterinos. Estas plantas também exercem uma acção anti-espasmódica, embora menos especifica, sobre outros órgãos ocos como o intestino ou as vias urinárias. Planta
D e
Pág.
Planta
Pág.
Agripalma
224
Tanaceto
537
Avenca
292
Zimbro
577
Peta site
320
Melissa-bastarda
580
Endro
349
Salsa
583
Macela
350
Granza
589
Camomila
364
Artemísia
624
Manjericão-grande
368
Maravilha
626
Absinto
428
Arruda
637
Estragão
430
Salva
638
Açafrão
448
Tasneirinha
640
Loureiro
457
Estaque
641
Poejo
461
Milefólio
691
Trevo-d'água
463
Aloés
694
Abrótano-fèmea
470
Aristolóquia
699
Jalapa
499
Tornassol
713
Tramazeira
535
Salva-esclareia
766
As plantas medicinais contribuem para o equilíbrio hormonal do organismo feminino, pelo que proporcionam bem-estar e melhoram a disposição geral da mulher.
621
Alchemilla vulgaris L
21
P
9
IÉ
Preparação e emprego
Pé-de-leão USO INTERNO
Útil para a mulher
O Decocção com 40-60 g de folhas e raiz triturada por litro de água. Ferver durante 10 minutos. Tomar 3 ou 4 chávenas por dia. USO EXTERNO
O
PE-DE-LEAOjá foi estudado por Dioscórides no século 1 d.C. Andrés de Laguna (séc. XVI), seu tradutore comentarista, recomendava os banhos no cozimento desta plaina para «apertar e cerrar as partes baixas», garantindo que assim se restituía a virgindade perdida, O Famoso médico espanhol prescrevia também a decocção do pé-de-leão para as mulheres, porque -torna as teias como maçã/.inhas".
© I r r i g a ç õ e s v a g i n a i s com o líquido bem coado de uma decocção mais concentrada que a usada internamente, à razão de uns 100 g por litro de água. © Gargarejos com a decocção concentrada. © C o m p r e s s a s empapadas com esta decocção. © Lavagens das zonas da pele afectadas, com o liquido da decocção concentrada.
Sem chegai' a estes extremos, a medicina moderna continua a recomendai esta planta para a saúde feminina. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
roda a
planta contém abundante tanino, assim como ácido salicílico e diversos ácidos gordos. É adstringente, anti-inilamatória, sedante suave e cicatrizante. São estas as suas aplicações: •Transtornos ginecológicos: A principal aplicação do pé-de-leão ou alquemila são as dores menstruais (dismenorreia) IOI e o corrimento vaginal (leucorreia) 101. Neste último caso apnea-se em irrigações vaginais. • Problemas do aparelho digestivo: diarreia, colite crónica, gastrite, e lambem (|tiando existe inapetência IOI. • Irritação da garganta: Aplica-se por meio de gargarejos IOI. além de ingerir a decocção. IOI. • Feridas e úlceras cutâneas: Km Forma de compressas IOI e lavagens 101. 622
Outros nomes: alquemila. Esp.: pie de león, alquemila (vulgar], alquimila. pala de león, manto de Nuestra Senora. Fr.: alchémille [vulgaire], patte de lion. Ing.: ladys mantle. Habitat: Prados e pastagens húmidas de regiões montanhosas da Europa. América do Norte e parte sul da América do Sul. Descrição: Planta vivaz de 10 a 40 cm de altura, da família das Rosáceas, de folhas grandes e palmadas, com flores muito pequenas, sem pétalas e de cor verde. Partes utilizadas: toda a planta, incluindo a raiz.
Anemone pulsatilla L
Preparação e emprego
Puísatila USO INTERNO
Estimula a função ovárica
I
A puísatila deve ser usada unicamente de uma das seguintes formas: O Extracto: 0,05-0,3 g diários. © Pó de raiz: 1-3 g diários.
Precauções
Q
UANDO as flores da puísatila secam, os frutos formam uns ramalhetes plumosos, que o vento vai arrancando a pouco e ponto. Daí o seu nome científico, Anemone, que em grego faz referência a uma flor que st- abre ao menor sopro de vento.
ioda a planta fresca contém anemonina, substância irritante para a pele e as mucosas. Possui propriedades anties-
A planta fresca é muito tóxica, mas seca ou em extracto é isenta de toxicidade.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
pasmódicas, cmenagogas, antibióticas c antimitóticas (inibe a divisão fias células). C o n t é m além disso q u a n t i d a des inoclciadas de s a p o n i n a s e do lanino. • Scdantc: Os seus extractos usaram-se na a n t i g u i d a d e c o m o sedativos, nos casos de tosses espasmódicas ((osso convulsa) e de cólicas digestivas, e paia c o m b a t e r a insónia IO,01.
• Dismenorreia (regras dolorosas): Esta é a sua mais importante aplicação actual, e também em caso de regras escassas IO.01. Faz desaparecer as dores e regula o ciclo menstrual. • Insuficiência ovárica: Vcrilicou-.se, embora não se saiba b e m por que
mecanismo, que a puísatila estimula a actividade ovárica, especialmente no que se refere ã secreção da hormona Foliculina. Indicada nos casos de insuficiência funciona] dos ovários e esterilidade IO.OI.
Sinonímia cientifica: Pulsatilla vulgaris Miller Outros nomes: anémona, anémona•puísatila, anémona-dos-jardins, flor-do-vento, ilor-de-páscoa. Esp.: puísatila, puísatila común, anémona, anemone, flor dei viento. hierba dei viento. Fr.: [anemone] pulsatille, herbe au vent. fleur de Pâques Ing.: [EuropeanJ Pasque flower. Habitat: Pouco habitual, mas pode encontrar-se em bosques ou prados secos de terras calcárias da Europa Central e Meridional. Cultivada em Podugal. Descrição: Planta herbácea e vilosa, da família das Ranunculáceas, de 20 a 40 cm de altura, com folhas finas muito divididas. As flores são grandes, de cor violeta ou púrpura, e apresentam seis sépalas. Partes utilizadas: as folhas, as flores e a raiz.
623
Artemísia vulgaris L
£ 51
J
J
Preparação e emprego
Artemísia Regula a menstruação e abre o apetite
A
ARTKMIS1A já era usada poios Gregos. Dioscórides, o pai da fitoterapia, jã fala dela no primeiro século da nossa era. Andrés
USO INTERNO
O Infusão: Prepara-se com 20-30 g de sumidades floridas ou de raiz triturada por cada litro de água. Tomam-se de 2 a 4 chávenas por dia. ©Corno vermífugo, isto é, quando se trate de eliminar parasitas intestinais, deve-se administrar ao doente uma chávena em jejum, e mais duas antes de cada refeição, durante 3 dias. Repetir outro ciclo igual uma semana depois.
cie Laguna, o famoso m ó d i c o espanhol do s é c u l o XVI, q u e e x e r c e u a
medicina nos Países Baixos e em Bolonha, Roma e Veneza, afirma a respeito desta planta: «Chama-se aquela planta artemísia, de Arteinh», igualmente chamada Diana, porque assim c o m o a q u e l a deusa socorria as mulheres cie p a r l o , n e m mais n e m menos, lambem cia costuma sempre- ajudá-las.»
A artemísia foi sempre uma planta usada pelos seus eleitos sobre o aparelho genital Feminino. A escola francesa, com <> refinamento que a caracteriza, já no Renascimento, dizia que
Outras artemísias Nas regiões tropicais do continente americano, existem algumas espécies e variedades muito semelhantes à artemísia-comum que possuem as mesmas propriedades, como por exemplo a Artemísia dracunluoides Pursh., que se cultiva na América do Norte, onde é chamada 'false tarragon'.
«a artemísia faz q u e as m u l h e r e s voltem a ver as suas flores», reíerindo-se
O
Banhos de artemísia
Em caso de transtornos da menstruação, dá resultado combinar a ingestão da planta com banhos de água quente, a que se juntam uns punhados de artemísia.
624
Outros nomes: artemisia-verdadeira, artemisia-comum, flor-de-são-joão, erva-de-fogo, erva-de-sào-joão, urtemige, rainha-das-ervas. Brasil: artemigem. Esp.: artemisa, artemisa común, artemisa olorosa, artemisa sivestre, ajenjo, altamira, artemísia, artemega, hierba de San Juan, madra, tomarajas. Fr.: armoise [communej, herbe de Saint Jean. Ing.: artemísia, mugwort. Habitat: Comum em todo o tipo de terrenos da Europa e zonas temperadas da América. Descrição: Planta vivaz, da família das Compostas, parecida com o absinto (pág. 624) mas mais alta (60-120 cm). Os caules têm uma cor avermelhada, e as folhas são prateadas pela face dorsal. Cada capitulo floral compõe-se de 10 ou 12 florezinhas de cor amarela ou vermelha. Partes utilizadas: as folhas e as sumidades floridas. no Verão: a raiz, no Outono.
A artemísia favorece o aparecimento das regras, nafguns casos de amenorreia (faita de menstruação) por causas funcionais. Esta planta convém sobretudo às mulheres que sofram de regras irregulares ou de dismenorreia (dores menstruais), pois tende a normalizar os ciclos.
ao eleito desta planta sobre a menstruação. Ioda a planta contém uma essência cujo principal componente é o eucalipto! ou cineol, juntamente com uma pequena quantidade de tuiona, lanino, mucilagein, e um princípio amargo. As suas propriedades são as seguintes:
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Como acontece com a absinto, a artemísia pode ter efeitos indesejáveis sobre o sistema nervoso, quando se ultrapassem muito as doses indicadas, ou se se tomar durante mais de 10 dias seguidos. Devem abster-se da artemísia as mulheres grávidas, por causa do possível efeito abortivo, assim como aquelas que amamentam, porque dá um gosto amargo ao leite.
• Emenagoga: Pode provocar o aparecimento das regras nos casos de amenorreia (falta de menstruação) devida a transtornos funcionais. Tem também a propriedade de normalizar o ciclo e de acalmar as dores menstruais (dismenorreia) IO). Antigamente, aplicava-se cm forma cie cataplasmas sobre o ventre das mulheres que tinham partos demorados ou difíceis. Felizmente, hoje em
dia, dispomos de melhores remédios para fazer progredir o pano. • Aperitiva e colagoga: Devido ao seu princípio amargo, tem os seguintes efeitos: abre o apetite, estimula o esvaziamento do estômago (indicada em caso de plose gástrica ou estômago descaído), facilita a digestão, e normaliza a função da vesícula biliar. E ligeiramente laxante IO). • Vermífuga: Provoca a expulsão dos parasitas intestinais. Dá muilo bom resultado contra os oxi tiros l©l. Na América ("entrai é muito usada por causa desta propriedade. Noutros tempos utilizou-se como sedativo, nos casos de epilepsia e de "dança de S. VIto* (doença de Parkinson), não sabemos se com fundamento. Hoje já não se emprega nestes casos. 625
CaJendula offíclnalis L.
O
Maravilha Cura as feridas e normaliza a menstruação
A
MARAVILHA, ou calêndula, é um exemplo vivo cie como a beleza e a utilidade se podem conjugai-. As Flores desta plaina saúdam o sol tia manhã, aimndo-.se e mostrando <> seu formoso colorido. No fim da tarde, fecham-se discretamente, até à manhã seguinte. Os partidários da teoria dos sinais (ver pág. 11«S), defendida por Paracelso e outros módicos renascentistas, recomendavam-na para a icterícia e paia os transtornos da vesícula biliar, devido ao facto de a cor das Mores ser parecida com a da bílis. Não st- enganaram muito aqueles pioneiros da ciência medica, porque hoje, que se conhecem as suas propriedades, continua a ler essas mesmas indicações, além de outras mais q u e se foram descobrindo. PROPRIEDADES E INI>ICAC:ÒF.S: AS flo-
res da maravilha contêm carotenóides (provitamina A), um princípio amargo (calendina), llavonóidcs, saponiuas, resinas, óleos essenciais e pequenas quantidades de ácido salicílico. 626
». H > Preparação e emprego
USO INTERNO O Infusão com uma ou duas flores por chávena de água, da qual se tomam duas ou três chávenas por dia. Pode-se adoçar com mel. USO EXTERNO @ Compressas e lavagens com uma decocção de 2 punhados de flores por litro de água. Aplicam-se sobre a zona da pele afectada. €) Cataplasmas com pétalas das flores frescas, que se aplicam envoltas num pano fino de algodão. O Loção de sumo fresco das flores: Aplica-se sobre a zona da pele afectada. © Óleo: Aplica-se directamente sobre a pele. Pode também acrescentar-se à água do banho para obter um agradável efeito suavizante sobre a pele. Para a obtenção do óleo de calêndula por maceração, ver a pág. 57. © Pomada: Pode-se preparar uma pomada esmagando 100 g de flores frescas e misturando o sumo resultante com 500 g de manteiga ou outro veículo gordo.
Outros nomes: calêndula. Esp.: Calêndula oficinal, maravilha [dejardin). Fr.: souci [des jardins]. Ing: calêndula, fgardenj marigold. Habitat: Originária do Egipto, embora se cultive nos jardins da Europa e de toda a América. Também se pode encontrar em estado silvestre. Descrição: Planta herbácea da família das Compostas, anual, que mede de 30 a 50 cm de altura. As folhas são alongadas, dentadas e carnosas, e as flores vistosas, amarelas ou alaranjadas. Partes utilizadas: as flores.
Todas estas substâncias se c o m b i n a m para fazer desta flor um remédio precioso. As suas propriedades mais notáveis são: • E m e n a g o g a e r e g u l a d o r a do ciclo menstrual: Dá resultado tanto em casos de m e n s t r u a ç ã o escassa, pelo seu eleito emenagogo, como q u a n d o existe u m a p e r d a excessiva de sang u e . Assim, pois, a maravilha normaliza a frequência (las regras e a sua q u a n t i d a d e . T a m b é m elimina a d o r q u e se p r o d u z com a m e n s t r u a ç ã o ( d i s m e n o r r e i a ) , pois tem acção c\spasmolítica ( c o m b a t e os e s p a s m o s d o l o r o s o s ) e l i g e i r a m e n t e sedativa, Toma-sc desde uma semana antes da d a t a e s p e t a d a para a m e n s t r u a ç ã o , até q u e esta t e n h a t e r m i n a d o (OI.Os resultados são muito notáveis.
O óleo de ca/êndula prepara-se p o n d o a macerar as flores em azeite. Passados alguns dias, filtra-se o azeite, que entretanto terá adquirido uma cor avermelhada, e guarda-se n u m frasco de vidro.
• Colerética: Aumenta a produção de bílis no ligado. E p o r t a n t o indicada nos casos de congestão ou insuficiência hepática IO!. • Antiulcerosa: Tem a capacidade de cicatrizar as úlceras do estômago e do d u o d e n o IOI.O seu efeito é mais intenso q u a n d o se associa com a urtiga (pág. 278) e a verónica (pág. 475). Pelo seu eleito cicatrizante c anli-inflamatório, t a m b é m é eficiente nos casos de gastrite (inflamação do estôm a g o ) , gastrenterile e vómitos (Ol. • Anti-inflamatória, anti-séptica e cicatrizante: E uma deu plantas gue mais se evidenciam pela sua qualidade vulnerária, isto é, c u r a d o r a de feridas e contusões. Aplicada localmente, acelera de forma notável a cura de ferida-s, inclusive infectadas, assim c o m o de úlceras da pele. q u e i m a d u r a s , furúnculos c eczemas 10.0.0). Aplicada loc a l m e n t e , tem acção anti-reumática 10.01. • Calicida (elimina os calos). Km aplicação local, faz desaparecer as verrugas víricas (vulgares) da pele I0.O.0I. Isto deve-se ao sen c o n t e ú d o em ácido salicílico. • Emoliente (suavizanlc da pele): O Óleo de calêndllla suaviza a pele 101. M u i t o i n d i c a d o p a i a peles secas ou delicadas, e para as crianças. O óleo 101 e a p o m a d a 101 d ã o resultados m u i t o b o n s n o t r a t a m e n t o d e queim a d u r a s e eczemas. 627
Capsella bursa-pastorís L
Bolsa-de-pastor Detém as hemorragias e normaliza as regras
P
A
Preparação e emprego USO INTERNO
O Infusão com 30 a 60 g de planta por litro de água, deixando-a repousar durante 10 minutos. Tomam-se 3 a 5 chávenas diárias, fora das refeições. Nos transtornos menstruais, deve-se começar a tomar esta infusão uma semana antes do dia em que são esperadas as regras. USO EXTERNO
O
S FRUTOS desta planta fazem lembrar as estreitas bolsas e surrões dos pastores amigos, de onde lhe vem o nome. Fazendo honras ao que o seu nome representa -uma bolsa Fácil de transportar-, esta
© Compressas empapadas com a mesma infusão que para o uso interno. © Tampões de gaze impregnados com a dita infusão, especialmente para as hemorragias nasais.
planta é uma cias mais viajadas e mais
disseminadas que se conhecem. Encontra-se tanto mi orla marítima como a 2000 melros de altitude nas
montanhas; tanto nos climas frios do Centro e do Norte da Europa como nas legiões tropicais chi América e da Ásia. E considerada originária dos países mediterrâneos, mas a facilidade que as suas sementes têm, de viajar e adaptar-se a qualquer clima ou terreno, facilitou a sua difusão por todo o mundo. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: ioda a
planta contém aminas biogénicas (colina, acetileolina e liramina entre outras), que actuam sobre o sistema nervoso autónomo e vegetativo, provocando a contracção das arteríolas, do útero, do intestino e de outros órgãos ocos. As suas propriedades são: • Hemostática (detém as hemorragias), devido às substâncias vasoconstritoras que contém e que contraem
as pequenas artérias sangrantes. Além disso, a bolsa-de-pastor é rica em llavonóides do tipo da diosmina (princípio activo de vários preparados far628
Precauções A pequena percentagem de tiramina e de outras aminas biogénicas, que a bolsa-de-pastor possui, provoca um leve efeito vasoconstritor e hipertensor. Quem sofrer de hipertensão arterial (tensão alta) deverá controlá-la todos os dias enquanto durar o tratamento com esta planta.
Outros nomes: capsela, erva-do-bom•pastor, mandioquinha-do-campo. Esp.: bolsa de pastor, bolsita, zurrón de pastor, mastuerzo, hierba de los chingolos, calzoncitos, pan y quesillo, jaramango blanco. Fr.: bourse à pasteur, capselle. Ing.: shepherds purse. Habitat: Planta disseminada por todo o mundo. Abunda nos campos cultivados (considerada erva daninha), à beira dos caminhos e muros velhos. Descrição: Planta anual, da família das Crucíferas. que atinge até 50 cm de altura. As folhas formam uma roseta junto ao solo. As flores são pequenas e brancas. A parte mais característica da planta é o fruto, de forma triangular e aplanada, e que tem um sabor um tanto salgado. Partes utilizadas: A planta toda.
Uma compressa de algodão embebida numa infusão de bolsa-de-pastor é u m bom remédio para estancar as hemorragias nasais.
e útil em diversas doenças, c o m o a seguir se indica: • H e m o r r a g i a s uterinas (metrorragias): K esta a sua aplicação mais importante, pois corta, tanto as regras demasiado a b u n d a n t e s de algumas adolescentes p o u c o depois da menarquia (primeiras regras), c o m o as perdas de s a n g u e q u e às vezes a p a r e c e m tia men o p a u s a !Oi Q u e r dizer q u e serve tanto para as filhas c o m o para as suas mães. Salienie-se q u e , em a m b o s os casos, é c o n v e n i e n t e q u e se s u b m e tam a um exame ginecológico q u e exclua um alteração anatómica, uma tumori/.ação ou o u t r a s causas de hemorragia uterina. • Epistaxc (hemorragias nasais): Nestes casos, além de tomar d u r a n t e alguns dias uma infusão da plaina, tamb é m se p o d e aplicar esta localmente. Para isso, coloca-se um t a m p ã o emb e b i d o com a infusão da planta, no orifício nasal sangranie 1€>1. Também
se pode aplicar sobre feridas e úlceras sangramos da pele l@). • Aceleração do p a r t o , nos casos de atonia ou d e b i l i d a d e m e r i n a IOI. A sua acção é s e m e l h a n t e à da ergotamina, alcalóide q u e se estiai da cravagem d o ( e n t e i o , mas com m e n o s eleitos secundários.
macêuticos), que aumenta a resistência
testino recuperar a sua tonicidade
da p a r e d e dos capilares e favorece a circulação venosa de r e t o r n o .
muscular e as suas contracções peristálticas (as q u e fazem p r o g r e d i r o
• Ocitócica: Contrai o útero e neutrali/a os vasos sanguíneos que provocam hemorragias no seu interior. • Tónica do tubo digestivo: Paz o in-
bolo intestinal). Devido a estas i n t e r e s s a n t e s prop r i e d a d e s t e r a p ê u t i c a s , a bolsa-dc-pastor é uma planta muito apreciada
• Atonia intestinal: A bolsa-de-pastor torna-sc m u i t o úiil para combatei" a a t o n i a intestinal q u e se produz, durante a convalescença de doenças febris ou infecciosas, assim c o m o nos frequentes casos de prisão de ventre devida a preguiça intestinal IOI. • Hipotensão: Rec omenda-se a planta a q u e m sofra de tensão arterial baixa, e s p e c i a l m e n t e m u l h e r e s magras
629
Cássia occidentalis L
Fedegoso Alivia as dores das regras
E
STA PLANTA tem um cheiro desagradável, mas é apreciada pelas suas propriedades medicinais. Na Colômbia, na Venezuela, no Porto Rico e noutros países latino-americanos, as sementes de Fedegoso torradas utilizam-se como sucedâneo do cale. raízes do Fedegoso utilizam-se com êxito na medicina popular, como antiespasmódicas. A sua indicação mais específica é a dismenorreia (menstruação dolorosa), que cosi uma ser provocada por espasmos do útero. As mulheres que sofrem de regras dolorosas devem começar a tomai infusões de raiz de fedegoso uns dias antes da data em que esperam a menstruação. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS
As SEMENTES tomam-se em infusão como sucedâneo do cale e, nas regiões do continente americano onde cresce esta planta, usam-se contra os transtornos da próstata 101. As FOLHAS têm eleito resolutivo, isio é, fazem desaparecer as inflamações e inchaços. Utilizam-se em forma de cataplasma nos casos de edemas, contusões, entorses e furúnculos l€)l. 630
Outros nomes: mudianhoca, munhanoca. Esp.: brusca, café negro, caffecillo, pico õe pájaro, sen, vainillo. Fr.: casse fétide. herbepuante. fng.: coilee senna, stinking weed. Habitat: América Centra! e América do Sul. Cresce nas bermas dos caminhos, de zonas temperadas. Também se cultiva em hortas e quintais. Descrição: Planta anual da família das Leguminosas, que cresce até um metro de altura. As folhas são compostas e apresentam até 12 pares de foliolos lanceolados. As flores são amarelas e muito vistosas. 0 fruto é uma vagem comprida, de até 12 cm, que contém duas fileiras de sementes de cor escura. Partes utilizadas: a raiz, as folhas e as sementes.
J P
Preparação e emprego
USO INTERNO O Decocção de raiz esmiuçada à razão de 30-50 g por litro de água. Ferver até que fique reduzida a uma terça parte. Coar e adoçar com mel. AcJministram-se duas colheres grandes a cada refeição (3 vezes ao dia).
O Infusão de sementes torradas e moídas como o café ou a cevada (uma colherada por cada chávena de água). USO EXTERNO © Cataplasmas de folhas.
~\ ff u
Erodium cicutaríum (L) L'Hórft.
%È*a>
Preparação e emprego
Bico-de-cegonha
USO INTERNO O Sumo da planta fresca: Este pode-se obter usando uma liquidificadora ou esmagando num almofariz 30 a 60 g de planta. Toma-se duas ou três vezes por dia. O sumo tem de ser tomado acabado de extrair. Pode-se adoçar com açúcar escuro, melaço ou mel.
Reduz a menstruação excessiva
USO EXTERNO © Compressas: Aplicam-se sobre a zona afectada cerca de 50 g de folhas esmagadas de cada vez.
E
STA HUMILDE plaina c muito apreciada como forragem paia o gado.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Con-
tém matérias tânicas, Fenol, flavonóides e sais de potássio.
Sinonímia científica: Geranium cicutaríum L Outros nomes: maria-fia. Esp.: alfiler, alfiierillo [hembraj. aguja [de pastor}, [pico de] ciguena. Fr.: épingle de pasteur. Ing.: storksbill, alfiiaria, pin clover. Habitat: Originária da região mediterrânea, mas amplamente distribuída por todo o continente americano. Prefere os solos secos e arenosos. Descrição: Planta herbácea da família das Geraniáceas, de pequeno tamanho (30-40 cm) e folhas muito recortadas. As flores são cor-de-rosa ou púrpura. O fruto termina num longo bico (24 cm), parecido com um alfinete, de onde lhe vêm alguns dos seus nomes vulgares em várias outras línguas. Partes utilizadas: o sumo da planta fresca e as folhas.
• Hcmostátka: Esta é a st ia propriedade mais importante. A n u a especialmente sobre o útero. Por isso é eficaz para estancar as hemorragias merinas (metrorragias), e para reduzir o fluxo menstrual excessivo lOl. • Ligeiramente diurética c aiUi-iuflamatória: Usa-se nos casos de nefrite e como antiespasmódico nas cólicas urinárias (O). • Adstringente c vulnerária: Aplica-sc externamente para ajudar a curar feridas, úlceras e chagas da pele l©l
!*«,
¥
Bico-de-cegonha-moscada O bico-de-cegonha coexiste com o bico-de-cegonha-moscada (Erodium moschatum UHerit.), outra espécie similar, também chamada bico-de-grou-moscado, agulheira-moscada e agulha-de-pastor-moscada. Ambas as plantas se assemelham à erva-de-são-roberto (pág. 137.) 0 bico-de-cegonha-moscada deve o nome ao seu forte aro-
ma a almíscar. As suas folhas, maiores do que as do outro bico-de-cegonha, comem-se como verdura e também se utilizam como forragem para o gado. Do ponto de vista medicinal, usam-se as folhas e o rizoma, cujas propriedades são muito semelhantes às do bico-de-cegonha.
631
Galega offícinalis L
$
V Preparação e emprego
Galega USO INTERNO
Galactagoga e antidiabética
A
GALEGA tem sido utilizada empiricamente desde o século XVI contra diversos males, como as mordeduras de animais venenosos, embora só nas últimas décadas se lenham descoberto as suas verdadeiras propriedades. INDICAÇÕES: Ioda a plaina contém taninos, saponinas, um princípio amargo, glicósidos ílavónicos, um alcalóide (galegina) e glicoquina (insulina vegetal). Tem três propriedades fundamentais: PROPRIEDADES E
• Galactagoga: Refere Fonl Quer que, segundo experiências realizadas, a galega pode aumentar a produção leiteira das vacas entre 35% e 50%. Nas mulheres que amamentam obtem-se também bons resultados, embora não tão espectaculares 101.E isenta de efeitos secundários sobre a criança lactente. • Diurética: Efeito suave e bem tolerado IOI. • Hipoglicemiantc: Segundo investigações recentes, a galega la/, baixar o nível de glicose uo sangue dos diabéticos, ainda que os seus resultados sejam bastante variáveis. Convém administrá-la sob vigilância médica. 632
O Infusão: por cada litro de água, 20-30 g de folhas e flores secas, que têm de ser colhidas enquanto a planta se encontra ainda em floração. Tomar duas chávenas por dia, que se podem aromatizar acrescentando uma colher de sobremesa de frutos de anis à infusão.
Outros nomes: caprária, falso-anil. Esp.: galega, ruda cabruna, ruda
captada. índigo falso. Fr.: galega (oíficinal], levanèse. Ing.: [common) goats rue, European goats rue. Habitat: Prados húmidos e margens de regatos da Europa Oriental e Meridional. Frequente nas lezírias e locais húmidos do Centro e Sul de Portugal. Cultivada na Europa e na América do Norte. Descrição: Planta vivaz de 0,5-1 m de altura, da família das Leguminosas. As suas folhas são simétricas, formadas por 11 a 19 foliolos terminados em ponta, e as flores são muito atraentes, lilases, rosadas ou brancas. Partes utilizadas: a planta florida seca.
Precauções
Utilizar unicamente a planta seca, já que fresca pode tornar-se irritante.
Lamium aJbum L.
O.
P
Urtiga-branca
r« Preparação e emprego
USO INTERNO O Infusão com 15-20 g por litro. da qual se tomam 3 ou 4 chávenas por dia.
Útil para corrigir os transtornos genitais femininos
USO EXTERNO © Compressas empapadas no líquido de uma decocção com 50-100 g por litro, que se deixa ferver durante 10 minutos. €> Lavagens, banhos ou loções com esta mesma decocção. O Irrigações vaginais com o líquido, bem filtrado, desta decocção.
A
PESAR de se parecer com a urtiga-maior (pág. 278), não pica nem causa qualquer incómodo a quem a toca. Por isso os espanhóis lhe chamam lambem ortiga muerla (urtiga-morta), como se aqueles que não incomodam estivessem mortos...
A planta contém taninos catéquicos, flavonóides e mucilagens. Devido ao seu conteúdo em taninos, tem propriedades adstringentes, tonificantes e hemostáticas (detém as hemorragias). As mucilagens tornam-na vulnerária c anti-inflamatória. As suas aplicações mais importantes são: • Problemas ginecológicos: metrorragia (hemorragia uterina), dismenorreia (regras dolorosas), e, em geral, os transtornos do ciclo menstrual. Detém as perdas excessivas de sangue do útero lOI.Dá bons resultados em caso de leucorreia (corrimento vaginal). aplicada em irrigações pela vagina 101. • Diarreia e colite infecciosa, produzidas geralmente por alimentos ou água contaminada IOI. • Em uso externo, cura as feridas e as contusões l©l. • Relaxante: Km banhos de pés, alivia o cansaço dos membros inferiores produzido por longas caminhadas 101. PROPRIKDADI-S E INDICAÇÕES:
À Outros nomes: lãmio, lâmio-branco. Brasil: lamium. Esp.: urtiga branca, urtiga muerla, lamio blanco. Fr.: lamierblanc, ortie blanche, ortie morte. Ing.: blind nettle, dead nettle, white nettle. Habitat: Bermas dos caminhos e cercanias de lugares habitados de toda a Europa, incluindo o Norte e Centro de Portugal. Difundida pelo continente americano. Descrição: Planta vivaz, da tamilia das Labiadas, que atinge de 20 a 60 cm de altura. Distingue-se da urtiga-maior pelas suas flores brancas em forma de lábios. Partes utilizadas: as folhas e as sumidades floridas.
633
Monarda dldyma L.
Preparação e emprego
Monarda Reguladora do ciclo menstrual e digestiva
USO INTERNO O Infusão com uma colherada de flores (cerca de 20 g) por chávena de água, de que se bebem 2 ou 3 chávenas por dia.
E
STA PLANTA tem um aroma agradável semelhante ao da hortelã, e Foi muito usada nos Estados Unidos como substituto do chá. Os índios norle-americanos, que ião integrados viviam no seu ambiente natural, incluíam uma monarda no enxoval das noivas, pelo efeito regulador desta planta sobre a menstruação.
flores da monarda contêm diversos óleos essenciais, princípios amargos e uma antocianina (a monardeína). São estas as suas principais propriedades: • Acalmam as dores das regras e ajudam a normalizar o ciclo menstrual IOI. • São carminativas (eliminam os gases o flatulências). As flores cia monarda facilitam a digestão e acalmam as náuseas c vómitos 101. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS
Menta-de-cavalo
Encontra-se em toda a América uma outra espécie similar à monarda, a menta-de-cavalo (Monarda punctata L ) / que é sudorífica, diurética, carminativa e tonificante do coração. ' Esp.: menta de caballo. Ing.: horsemint.
634
Outros nomes: Esp.: monarda, té de Pennsylvania. Ing.: Oswego tea. Habitat: Originária da América do Norte, onde se cultiva como planta ornamental. Também se cultiva para este uso na Europa Central. Descrição: Planta da família das Labiadas. de uns 60-80 cm de altura. De caule quadrangular e folhas opostas com os bordos dentados. As flores são terminais, com pétalas bilabiadas, de cor vermelha intensa. Partes utilizadas: as flores.
Rosa galllca L
21
é%
•
O
KÉ
Roseira Suaviza, desinfecta e tonifica
A
FANTASIA dos floricultores permitiu, por meio da hibridação, criar mais de 10 000 variedades de rosas diferentes, iodas elas dotadas de extraordinário perfume e delicadeza. No entanto, do pomo de vista medicinal, a Rosa gal//ÍY/OU rosa-rubra é aquela que maiores e melhores propriedades oferece.
%.\t»
F
Outras roseiras medicinais
Além da rosa-rubra, há duas outras que se consideram medicinais, embora as suas propriedades curativas sejam menos intensas: • Rosa-pálida (Rosa centifolia L), também conhecida como rosa-de-cem-folhas, rosa-de-jericó.4 Dá flores de cor geralmente rosada e muito apreciadas pelos perfumistas. • Rosa-de-damasco (Rosa damascena Miller)." É a mais apropriada para a preparação da água de rosas e da essência de rosa. • Esp.: Rosal cornún. " Esp.: Rosal de Atejandria.
Outros nomes: rosa-rubra, rosa-vermelha, rosa-da-provença, rosa-gálica, rosa-francesa-dobrada, rosa-de-alexandría. Brasil: rosa-francesa. Esp.: rosa de Francia, rosa rubia, rosal francês, rosal castellano, rosal de Jericó. Fr.: rosier, rose. Ing.: rose. Habitat: Muito comum nos países mediterrâneos, onde prefere os terrenos calcários e expostos ao sol. Actualmente acha-se difundida por todo o mundo. Descrição: Arbusto de 0,5 a 1,5 de altura, da família das Rosáceas, com caules erectos providos de espinhos, e flores solitárias, grandes, vermelhas e aveludadas. Partes utilizadas: as pétalas das flores.
Jí
Preparação e emprego
USO INTERNO
O Infusão com 20-30 g de pétalas por litro de água, de que se tomam 4-6 chávenas diárias (adoçada com mel).
€) lavagens oculares, O lavagens e irrigações vaginais,
USO EXTERNO
© loções e compressas sobre a pele.
A mesma infusão que se emprega externamente usa-se em: © gargarejos, bochechos e lavagens nasais,
@ Água de rosas: Prepara-se nos laboratórios por destilação ou por dissolução da essência.
635
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS pé-
talas da rosa contêm abundantes taninos com propriedades adstringentes; antocíantnas, responsáveis pela sua cor, dotadas de acção anti-séptica; essência, lambem anti-séptica; atidos orgânicos, cera e princípios amargos. Embora as PÉTALAS da rosa tenham .sido elogiadas por alguns -•guiados talvez mais pelo sentido poético do que pelo científico— como remédio quase universal, as suas propriedades são basicamente adstringentes, anti-inflamatórias e anti-sépticas. Proporcionam também uma certa acção sedativa sobre o sistema nervoso. Têm as seguintes aplicações médicas: •Afecções ginecológicas: A infusão de pétalas de rosas usa-sc em irrigações vaginais em caso de leucorreia (aumento do fluxo vaginal), vaginite, cervicite (inflamação do colo do útero). Torna-se muito apropriada para a higiene dos órgãos genitais 636
externos femininos, aplicada em lavagens c irrigações IOI. • Afecções digestivas: As pétalas de rosa são Úteis para travar as diarreias de diversas origens, em especial as estivais 101.A sua acção adstringente é suave, mas é completada pelo seu poder anti-séptico.
A beleza e o encanto da rainha das flores, j u n t a m e n t e com o seu agradável perfume, fizeram que por vezes se esquecessem as suas virtudes medicinais, e outras vezes se exagerassem. A infusão de pétalas de rosa tem propriedades adstringentes, anti-inflamatórias, anti-sépticas e ligeiramente sedativas.
• Afecções respiratórias superiores: Tanto bebida 101 como aplicada em gargarejos, bochechos e lavagens nasais 101. a infusão de pétalas ou a água de rosas são eficazes em caso de catarro nasal, sinusite, faringite e rouquidão. • Afecções oculares: A infusão de pétalas é excelente em lavagens oculares nos casos de irritação ocular e conjuntivile, especialmente para as crianças I©1. Alivia a comichão, desinilama as delicadas mucosas da conjuntiva ocular e exerce uma interessante acção anli-séptica. •Doenças psicossomáticas: A infusão de pétalas acalma o stress, a insónia e outros transtornos nervosos
relacionados com a génese da úlcera gastroduodenal, a angina de peito, a asma bronquial e o cólon irritável IOI. • Cuidado da pele: A ÁGUA DE ROSAS tonifica a pele, limpa a cútis e combate as rugas e a acne 101. As mulheres romanas já a usava com êxito há mais de 2000 anos 10).
Ruta graveolens L.
I
rjj
Preparação e emprego
Arruda
USO INTERNO
Normaliza as regras
O Infusão com 2-5 g de planta por litro de água, de que se ingerem duas chávenas por dia. Para os transtornos menstruais, toma-se unicamente na semana que precede a menstruação.
D
IOSCORIDES (século I d.C.) já conhecia as numerosas propriedades medicinais desta planta. Durante a Idade Média, cultivava-se sobretudo nos claustros dos conventos, pela sua fama de antiafrodisíaca. Actualmente continua a utili/ar-se, sobretudo em diversos transtornos femininos.
© Essência: Recomenda-se ingerir 2-3 gotas diariamente. USO EXTERNO
€) Compressas empapadas numa irrtusão concentrada (10-20 g por litro de água), que se aplicam sobre a pele da zona alectada.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
• Afecções ginecológicas: A arruda contém uma essência rica em metiluonilcelona, de forte actividade ocitócica (contrai o útero) e emenagoga (facilita a menstruação). Por isso se aplica em casos de amenorreia (falta de regras), desde que se tenha a certeza de não ter sido motivada por uma gravide/; assim como no caso de regras escassas, irregulares ou dolorosas (dismenorreia) IOI. • Antiespasmódicas e anti-sépticas: A essência de arruda também é notável por estas propriedades, pelo eme se administra para acalmar as cólicas abdominais IÔI. • Anti-hemorrágica: A arruda contém também rotina ou rutosido (vitamina P) que aumenta a resistência dos vasos capilares e pode deter algumas hemorragias internas (©.01. No entanto. nestes casos deve diagitosticar-se a causa da hemorragia, antes de administrá-la. • Anti-reumática: Externamente é revulsiva e usa-se em compressas para acalmar as dores reumáticas IOI. • Afecções dermatológicas: Pela sua acção revulsiva torna-se útil em certas doenças da pele: sarna, psoríase, eczemas l©l.
Precauções
Em doses elevadas é abortiva e tóxica, pelo que é contraindicada durante a gravidez. O contacto da planta com a pele pode provocar reacções alérgicas.
Outros nomes: ruda, arrúdia. Esp.: ruda, ruda comum, ruda de Castilla. ruda hortense, arruda. Fr.: rue, pêganion, herbe de grâce. Ing.: [common] rue. herbe•of-grace. Habitat: Originária dos países mediterrâneos e da Ásia Menor, onde prefere os terrenos secos e pedregosos, Cuitivou-se noutras regiões temperadas da Europa, e também na América. Descrição: Planta herbácea vivaz, da família das Rutáceas, que atinge uma altura de 0.6-1 m. As flores são amarelo-esverdadas e agrupam-se em umbelas. Deita um cheiro forte muito peculiar. Partes utilizadas: as sumidades floridas.
*w7 H * 637
Salvia officinalis L
P
J\!
«
Preparação e emprego
Salva Tónico ideal para a mulher...
USO INTERNO
O Infusão com 15-30 g de folhas e sumidades floridas por litro de água, de que se tomam até quatro chávenas por dia. Para os transtornos menstruais, a salva administra-se durante a semana anterior às regras.
e muitíssimo mais
© Essência: Administram-se 2-4 gotas. 3 vezes ao dia. USO EXTERNO
©Compressas e loções com uma decocção de 80-100 g de fofhas por fiíro de água. © B o c h e c h o s e gargarejos com esta mesma decocção. 0 Irrigações vaginais, com a decocção bem filtrada. O Banhos: Esta decocção acrescenta-se à água do banho para se obter um efeito cosmético e embelezador sobre a pele.
P
ROCUREM salva e dêem-tia a bebei" às poucas mulheres que ainda estão vivas. Só assim poderemos repovoar esta cidade - dizia um médico na povoação egípcia de Copio, no final da Idade Média. Unia epidemia de peste tinha dizimado o número dos seus habitantes, e as mulheres dos sobreviventes queriam assegurara sua fecundidade.
- T o m e m infusão de salva durante sele dias. Depois junlctn-se aos vossos maridos, e concebereis de certeza.
Salva-dos-prados
A salva-dos-prados (Salvia pratensis L ) \ difere da S. officinalis na composição da sua essência, mas tem as mesmas aplicações medicinais. Também existe uma outra variedade de salva: a salva-esclareia (Salvia sclarea L, ver pág. 766). ' Esp.: salvia de los prados.
Sinonímia científica: Salvia hispânica Etling, Salvia hispanorum Lag. Outros nomes: salva-mansa, salva•menor, salva-das-botiças, salva•das-farmácias, salva-verdadeira, grande-salva, salva-da-catalunha, chá-da-europa, chá-da-frança. chá-da-grécia. Esp.: salvia. salvia oficinal, salvia fina, salvia de Caslilla, salvia dei Moncayo, salvia de Granada, selima. hierba sagrada, ié indígena, verdecillo. Fr. sauge. Ing.: sage. Habitat: Abunda em terrenos calcários, secos e expostos ao sol. Acha-se aclimatada na América. Descrição: Subarbusto de base lenhosa, da família das Labiadas, de 50 a 80 cm de altura. As folhas sào ovaladas, de cor verde acinzentada. As flores, azuladas ou violeta, são dispostas em espiga. Partes utilizadas: as folhas.
«
Precauções
Em doses elevadas, a essência de salva é convulsivante e tóxica. Por isso se recomenda não tomar salva de forma continuada durante mais de um mês. O uso interno da salva é desaconselhado, em qualquer quantidade, nos seguintes casos: lactação (supríme-a); gravidez, excepto no último mês (contrai o útero); e estados de irritabilidade ou de grande excitação nervosa.
Conta Andrés de Laguna, o célebre médico espanhol do século XVI, que a receita deu resultado. As mulheres coptas repovoaram a cidade em poucos anos. Desde então, a salva ganhou um notável prestígio como estimulante da Fecundidade. Actualmente sabemos que esta planta contém substâncias de acção estrogénica, que poderiam explicai em parte esses pretendidos efeitos sobre a Fecundidade. Há todavia outras virtudes que Foram atribuídas ã salva, o que não puderam ser confirmadas. O seu nome vem cio latim salvare, porque se pensava que era capa/ de salvar de quase todas as doenças, excepto da morte. Graças à investigação científica, podemos hoje conhecer as suas verdadeiras propriedades e usá-la correctamente. Toda a planta contém uma essência (até 2,5%) rica em luíonas, que explica a sua acção anli-séptic a, anli-sudoí ílíca e emenagoga; taninos catéquicos, que lhe conferem propriedades adstringentes e tonificantes; Flavonóides e ácidos fenólicos, de acção anti espasmódica e colerética; c substâncias de PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
acção semelhante à da foliculina, hormona estrogénica feminina segregada pelo ovário. São estas as suas aplicações: • Afecções ginecológicas: Pela sua acção emenagoga e antiespasmódica, estimula e ao mesmo tempo regula a menstruação; acalma as dores das regras; combate os transtornos da menopausa IO.0I. Tomada no último mês antes do parto, lacilita-o estimulando as contracções. Em suma, favorece o equilíbrio hormonal do organismo Feminino, pelo que se pode pensai que também promova a Fecundidade. Recomenda-sc o seu uso em caso de vaginismo e de frigidez. Em irrigações vaginais, combate a lcucorreia 10). • Tonificante do sistema nervoso: Possui uma leve acção estimulante sobre as glândulas supra-renais. Por isso é indicada nos estados depressivos, astenia, hipotensão, tremores, vertigens e outras manifestações de desequilíbrio neurovegetativo (0.01. • Excesso de sudação: E talvez a planta com maior acção anli-xtidorifica que se conhecei Uma ou duas horas depois de ingerida, reduz, a transpiração excessiva, especialmente â noite, no
caso de doenças infecciosas, de tuberculose e de certas afecções degenerativas IO ©I I- também febrífuga (baixa a febre). • Diabetes: Oferece- uma provada acção hipoglicemiante que permite reduzir a dose de medicamentos antidiabéticos 10,0). • Afecções digestivas: E digestiva e carminativa; pela sua acção anti espasmódica c anti-septica contribui para acalmar os vómitos, as diarreias e as cólicas abdominais Mll.Oferece o seu efeito colerético (estimula a secreção de bílis), descongestionando o lígado e facilitando a digestão IO). • Afecções da boca e cia faringe: Graças à sua acção adstringente e anti-séptica, usa-se com muito bons resultados em caso de gengivite, altas, amigdalite e faringite. Em gargarejos, acalma <> ardor da garganta e a tosse do fumador IO). • Afecções da pele: desinfecta c cicatriza a pele. Util em (cridas, úlceras, Furúnculos, abcessos e picadas de insectos 101. Os banhos com salva contribuem para a beleza da cútis 10). 639
SenecbvulgarísL
j\
Tasneirinha Potente e m e n a g o g o
D
IOSCORIDES chamava a esta planta erígeron ('velho na Primavera' em grego). As palavras senectude (velhice) e senilidade vêm do latim senex (velho). Os capítulos florais do senécio mostram efectivamente um aspecto envelhecido na Primavera. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a phuitci contém mitcilagens, tanino, resina, sais minerais, e alcalóides conhecidos como senecionina e senecina, que lhe conferem propriedades emenagogas. Esta planta tem sido durante muito tempo utilizada para estimular a menstruação insuficiente ou escassa, e para normalizar o ciclo IO). Também tem efeito sedante e acalma a dismenorreia (dor menstrual).
A
Preparação e emprego USO INTERNO
O Sumo da planta fresca: Todos os dias, a partir de uma semana antes da data em que é esperada a menstruação, toma-se o sumo de 20-30 g de planta fresca esmagada num almofariz. Deve-se parar de tomá-lo quando aparecer a menstruação.
Precauções
Investigações recentes parecem demonstrar que os alcalóides da tasneirinha têm uma acção tóxica para o fígado. Não obstante, isto não se pôde confirmar de forma definitiva. Como precaução, recomenda-se não exceder as doses prescritas.
•A»-
Tasna e senécio-viscoso A tasna (Senecio jacobaea L.)* e também o senécio-viscoso {Senecio viscosus L.)** são espécies muito semelhantes à tasneirinha e têm as mesmas aplicações fitoterapêuticas que esta, pois os seus princípios activos, a senecionina e a senecina, são comuns às três espécies. A espécie jacobaea, que inclusivamente se cultiva nalguns lugares da Europa e da América do Norte para aproveitamento das suas virtudes medicinais, é conhecida em Portugal pelos nomes vulgares de tasna, tasneira e erva-de-sant'iago.* " Esp.: senecio jacobeo. Fr.: herbe de Saint Jacques. Ing.: ragweed. '' Esp.: senecio viscoso.
640
Outros nomes: cardo-morto, senécio. Esp.: senecio común, hierba cana. hierba sana. Fr.: séneçon [commun]. Ing.: [common] groundsei, ragwon. Habitat: Frequente em toda a Europa, onde é considerada uma erva prejudicial às culturas. Naturalizada no continente americano. Descrição; Planta anual da família das Compostas, que atinge até 60 cm de altura. Os capítulos florais são cilíndricos e de cor amarela. Partes utilizadas: a planta inteira florida.
Stachys
sitvatícaL
(J)
^
Preparação e emprego
Estaque Útil na menopausa
USO INTERNO
O Infusão com 20-30 g de sumidades floridas num litro de água, de que se tomam 2 ou 3 chávenas por dia, especialmente durante a semana anterior à data em que é esperada a menstruação.
Betónica-dos-pântanos
A
S FOLHAS desta p l a n t a são semelhantes às da urtiga-maior (Urlica dioica l... pág. 278), mas nào têm pêlos urticantes. Têm porém um s a b o r um t a n t o picante e exalam um cheiro fétido. A betónica (Stachys officinalis [L.] Trevisan, pág. 730) pertence ao mesmo género botânico do estaque, mas possui propriedades diferentes.
A betónica-dos-pântanos (Stachys palusths L.),* que aparece nos pântanos e valas da Beira Litoral, é muito semelhante ao estaque da espécie silvatica. Usa-se normalmente sob a forma de extractos. As suas propriedades sedativas e antiespasmódicas são praticamente as mesmas que as da sua congénere. Segundo Leclerc, a sua administração permite reduzir a dose de barbitúricos nalguns pacientes, com o que diminuem os riscos que sempre se correm com estes fármacos. " Esp.: ortiga roja, betónica de tas marismas. Fr.: épiaire des marais. Ing.: marsh betony.
PROPRIEDADES E I N D I C A Ç Õ E S : Toda a
planta contem um óleo essencial de composição m u i t o c o m p l e x a , q u e tem acção antiespasmódica (relaxa os músculos de c o n t r a c ç ã o involuntária), sedativas e emenagogas (regula e normaliza a menstruação). A sua aplicação principal são as regras irregulares ou dolorosas (dismenorreia) e os t r a n s t o r n o s da m e n o pausa. Alivia as contracções espasmódicas do músculo uterino e acalma as dores provocadas pelos ditos espasmos 101.
Outros nomes: betónica. Esp.: ortiga hedionda, ortiga fétida, estaquis, betónica hedionda. Fr.: stachys, épiaire. Habitat: Disseminada pelos bosques húmidos de toda a Europa, especialmente na proximidade de laias e carvalhos. Descrição: Planta vivaz de 0.6-1 m de altura, da família das Labiadas, cujo caule e folhas se encontram revestidas de uma fina penugem. As suas flores são de cor púrpura e apresentam dois lábios como todas as plantas desta família. Partes utilizadas: as sumidades floridas.
641
Vlbumum opulus L
Noveleiro Acalma as dores das regras
O
NOVELEIRO, do mesmo modo que as outras espécies do género Viburnum, é um arbusto atraente, que se utiliza como planta ornamenta] em parques e jardins. Mas, cuidado! Os seus vistosos iVutoxinhos vermelhos são venenosos: têm um sabor tão amargo c ácido, quinem sequei os pássaros os comem. Em contrapartida, a casca do caule possui propriedades medicinais. Não deve ser confundido com o pilriteiro ou espinheiro-alvar (pág. 219), que também dá frutos vermelhos. Esta planta foi pouco utilizada pelos grandes médicos da antiguidade. Hoje, no entanto, conhecemos as suas propriedades e, empregada correctamente, pode tornarse uni remédio útil.
Outros nomes: bola-de-neve. rosas-de•gueldres. Brasil: espinheiro-negro. Esp.: Bola de nieve, mundillo, rosa de Gueldres. Fr.: viome. boule de neige. Ing.: cramp bark, guelder rose. Habitat: Comum nas regiões de bosques, frias e húmidas, de toda a Europa. Também se encontra na América do Norte. Descrição: Arbusto da família das Caprifoliàceas, que atinge de2a4 metros de altura. As suas folhas, parecidas com as do ácer, são divididas em 3 ou 5 lóbulos, e apresentam o bordo dentado. As flores, de cor branca, agrupam-se num ramalhete esférico, ficando as mais pequenas no centro. O fruto é uma baga pequena de cor vermelha. Partes utilizadas: a casca do caule seca.
&
O
Preparação e emprego
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A cas-
ca contém flavonóides e cumarinas, substâncias a que se atribuem os seus efeitos medicinais. Além disso contém tanino, salicina, resinas e uma pequena quantidade de viburnina. princípio amargo responsável pelos seus efeitos tóxicos e irritantes sobre o tubo digestivo. Os frutos são muito mais ricos em viburnina. a isso se devendo o lacto de serem venenosos. 642
Precauções
USO INTERNO O Decocção com 30 g de casca seca e triturada, por cada litro de água, de que se tomam 3 chávenas por dia.
Todas as espécies do género Viburnum produzem frutos venenosos em bagas. São irritantes para o tudo digestivo e provocam gastrenterites. Em caso de intoxicação, provocar o vómito e administrar carvão vegeta/.
As bagas de todos os viburnos são tóxicas. No entanto, a decocção da sua casca seca è um dos medicamentos vegetais de maiores efeitos sobre o útero, e também serve para combater as varizes e as hemorróidas.
A casca deste arbusto distingue-se pelo seu eleito antiespasmódico e sedativo sobre o a p a r e l h o genital feminino. Relaxa a musculatura do ú t e r o e acalma as d o r e s q u e se p r o d u z e m q u a n d o este ó r g ã o se contrai de forma espasmódica. É um dos remédios vegetais que mais intensamente actuam sobre o útero, raive/ seja por isso q u e em inglês é c o n h e c i d o c o m o cramp barh (literalmente 'casca dos e s p a s m o s ' ) . A bola-de-neve t o m a - s e a p r o p r i a d a nos seguintes casos: • Dores m e n s t r u a i s ( d i s m e n o r r e i a ) : Acalma os espasmos dolorosos do útero, q u e st' p r o d u z e m d u r a n t e as regras IO!. • A m e a ç a de a b o r t o : Relaxa o ú t e r o q u a n d o SC apresenta u m a ameaça de aborto e s p o n t â n e o , e p o d e evitar q u e ele se produza. Não se verificou q u e a casca do iioveíeiro wnh.i efeitos negativos sobre o feio. pelo q u e n ã o existe inconveniente na sua utilização por mulheres grávidas IOI. •Varizes e h e m o r r ó i d a s : Esta planta tem um ligeiro efeito activador sobre a circulação venosa (tónico venoso). Ajuda a descongestionar as varizes e as hemorróidas, especialmente se for associada a outras plantas venotónicas (ver pág. 249) IOI.
9&V
ff
Viburno-americano e outros
Existem outras plantas do género Viburnum, de aspecto parecido e propriedades semelhantes: • Viburno-americano (Viburnum prunifolium L)*: de aspecto muito semelhante ao do viburno da espécie lantana, mas natural do continente americano. Cria-se nos bosques dos Estados Unidos e do Canadá. • Viburno (Viburnum lantana L, pág. 199): Disperso pela Europa. Diferencia-se do noveleiro por ter folhas opostas, elípticas e pontiagudas, e pela cor azul-
-escura dos frutos quando amadurecem. No mesmo cacho, podem-se encontrar frutos vermelhos, azuis e de todas as cores intermédias em fase de maturação. • Folhado (Viburnum tinus L.)*': Comum na Europa. Distingue-se dos anteriores por ter os frutos azuis. Não se deve confundir com o arando (pág. 260). ' Esp.: viburno-americano. " Esp.: duritlo.
643
I
PLANTAS PARA O METABOLISMO uiviÁRio DO CAPÍTULO DOENÇAS E APLICAÇÕES Ácido úrico, excesso de, ver Gota 647 Açúcar no sangue, excesso, ver Diabetes 648 Alcaliniuuites, plantas 645 Antiescorbúticas, plantas 645 Apetite, excesso de, ver Bulimia 648 Bulimia 648 Cura depurativa 647 Depurativa, cura 647 Desnutrição 646 Diabetes 648 Escorbuto, plantas contra o 645 Excesso de apetite, ver Bulimia 648 Gota Com a fitoterapia obtêm-se bons resultados no tratamento da obesidade, sempre que se complemente com um regime afimentar apropriado.
647
Hipertiroidismo 648 Hiperuricemia, ver Gota 647 Hipotiroidismo 648 Magreza 646 Obesidade 646 Plantas alcalinizantes 645 Plantas contra o escorbuto 645 Plantas remineralizantes 645 Remineralizantes, plantas 645 Tiróide, hiper}unção, vei Hipniiroidismo 648 Tiróide, hipofunção, ver Hipotiroidismo 648 Úrico, ácido, excesso de, ver Gota . . . .647 Vitamina C, plantas contra a carência, ver Plantas contra o escorbuto . . . . 645 PLANTAS
644
Alga-vesiculosa = Bodelha Bodelha Chá-de-java = Ortossifâo Espargo
650 650 653 649
Laminaria
652
Ortossifâo
653
O
METABOLISMO é o conjunto de reacções químicas por que passam as substâncias que o organismo recebe do exterior, e também aquelas que nele mesmo se formam. Consiste em dois processos antagónicos e simultâneos: • Anabolismo: Síntese de materiais orgânicos p-ara acumular reservas. • Catabolismo: Desintegração dos materiais armazenados com o fim de obter a energia necessária para manter a rida. Os processos metabólicos são regulados por hormonas, especialmente pelas produzidas na tiróide e no pâncreas. Há plantas medicinais que actuam sobre estas duas glândulas endócrinas: Sobre a tiróide, aumentando ou diminuindo a sua actividade: e sobre o pâncreas, potenciando a acção da insulina, o que reduz o nível de glicose no sangue. Como resultado da actividade metabólica, produz-se uma certa quantidade de substâncias tóxicas, que devem ser eliminadas. A maior parte destas substâncias são de reacção ácida, como o ácido úrico e a ureia. As plantas medicinais depurativas ajudam o organismo na sua tarefa de eliminar a importante quantidade de substâncias residuais que se produzem continuamente. As rias de eliminação são principalmente a urina e o suor. A OBESIDADE é um dos transtornos metabólicos mais comuns, que também pode ser tratado por meio dos seguintes tipos de plantas medicinais: • Sedantes, para eliminar a ansiedade frequentemente associada à obesidade, que origina o desejo de comer de forma incontrolada;
A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S 2 a Parte:
São plantas que combatem o escorbuto, pela sua grande riqueza em vitamina C. Vale a pena recordar que esta vitamina se encontra unicamente nas frutas e hortaliças frescas. Os alimentos de origem animal nao contêm vitamina C. 0 escorbuto é a doença que se desenvolve como consequência da falta de vitamina C. Embora se;a actualmente uma doença muito rara nos países desenvolvidos, podem existir défices encobertos desta vitamina.
Fornecem minerais e oligoelementos, restaurando assim o equilíbrio mineral do organismo.
Página
Cenoura
133
Luzerna
269 306 562
Galeopse Aipo Morangueiro Groselheira-espim Bodelha Cavalinha
575 588 650 704
Redutoras do apetite: As plantas que exercem esta acção não têm os efeitos secundários dos anorcxígénios sintéticos derivados das anfetaminas. Trata-se de plantas ricas em mucilagens, como as algas, que são capazes de absorver uma grande quantidade de água no estômago. Deste modo, aumentam o seu volume e produzem a sensação de saciedade por um mecanismo puramente físico. Estas plantas tomam-se antes das refeições, ou quando se deseje eliminar a sensação de fome. Diuréticas: Evitam a retenção de líquidos que habitualmente se produz, em caso de obesidade. Convém salientar que não é recomendável emagrecer à base de forçar a eliminação de líquidos por meio de diuréticos químicos, como fazem alguns tratamentos contra a obesidade. Isso provoca desequilíbrios na composição dos líquidos e eiectrólitos orgânicos. Felizmente, com as plantas diuréticas nào existe este risco de desequilíbrio electrolítico, pelo que se podem usar como parte dos tratamentos de emagrecimento. Além de eliminar água e ajudar a perder peso, facilitam a eliminação de substâncias residuais que sobrecarregam o organismo.
1
Plantas contra o escorbuto
Plantas remineralizantes
Planta
D e s c r i ç ã o
Planta Laranjeira Limoeiro Azedas Cocleária Couve
Rosa-caruna Framboeseiro
As quaresmas |pág. 591) são um bom diurético que, devido â sua facufdade de afealinizar a urina, favorece a dissolução dos cálculos urinários.
Página 153 265 275 356 433 762 765
Provocam uma alcalmização dos fluidos orgânicos, especialmente do sangue e da urina. No metabolismo humano, sobrefudo quando a alimentação é rica em carnes, produz-se um excesso de substâncias ácidas tóxicas, como o ácido úrico, que devem ser eliminadas. Os alcalinizantes são muito valiosos, pois neutralizam e facilitam a eliminação desse excesso de ácidos nocivos. Alcalinizando-se a urina, facilita-se a dissolução de sedimentos úricos (areias) e impede-se que se formem cálculos.
Planta Urtiga-maior Cebola Morangueiro Quaresmas
Página 278 294 575 591
645
C a p . 2 5 : P L A N T A S PARA O M E T A B O L I S M O
liso
Doença
Planta
DESNUTRIÇÃO
LUZERNA
269
Fornece vitaminas, minerais e aminoácidos essenciais
Brotos tenros, sumo fresco, infusão
ESPIRULINA
276
Fornece nutrientes essenciais, vitamina B12, ferro e minerais
Cápsulas com o pó da alga dessecada
URTIGA-MAIOR
278
Reconstituinte, tonificante, antianémica
Sumo fresco, infusão de folhas
LINHO
508
Fornece abundantes proteínas e gorduras
Sementes cozinhadas
GOIABEIRA
522
Remineralizante, tonificante, ligeiramente laxante
Frutos frescos, em geleia ou em doce
HIPOFAÉ
758
Antiescorbútico, tonificante, estimulante das defesas
Os frutos frescos ou em xarope
AVEIA
150
Fornece nutrientes de elevado valor biológico, equilibra o sistema nervoso
Flocos (sementes prensadas) cozinhados com leite ou caldo de hortaliça
AVELEIRA
253
Rica em gorduras e proteínas
Frutos (avelãs)
ALFORVA
474
Reconstituinte, provoca aumento do apetite e engorda naturalmente
Decoccão da farinha das sementes
MILHO
599
Reconstituinte, muito nutritivo quando se associa com outros cereais e com leguminosas
0 grão e a sua farinha
VERBENA
174
Sedante, diurética suave
Infusão ou decoccão da planta
23Q
Activa o metabolismo, favorece a eliminação das substâncias residuais
Cru, extractos, decoccão de dentes de alho
253
Depurativa, sudorífica, elimina a água e as substâncias residuais retidas
Decoccão de amentilhos
CEBOLA
294
Hipotensora, diurética, depurativa
Crua, em sumo fresco, cozida ou assada
ERVA-COALHEIRA
3g,
Diurético, evita a retenção de líquidos nos tecidos
Infusão de sumidades floridas
ANANÁS
425
Redutor do apetite
O fruto fresco ou em sumo
COLÚTEA
498
Laxante, diurético, depurativo
Infusão de folhas
ZARAGATOA
c, e 3i o
Produz sensação de saciedade no estômago, diminui o apetite
Maceração de sementes
BELDROEGA
518
Laxante, diurética, depurativa
Decoccão da planta fresca
VIDEIRA
544
Elimina toxinas e resíduos metabólicos, "limpa o sangue"
Cura de uvas
rmc,r.o« CEREJEIRA
*«£ btíb
Liberta o organismo de impurezas e resíduos, diurética
Cura de cerejas (frutos e infusão de pedúnculos)
Pode produzir-se uma m e n o r ingestão de nutrientes, por uma assimilação insuficiente, ou por um c o n s u m o excessivo dos mesmos. A fitoterapia recorre a plantas ricas em nutrientes, como a luzerna ou a espirulina, e outras que facilitam a sua assimilação mediante uma tonificação geral do organismo e dos processos digestivos, como a urtiga-maior ou o hipofaé.
MAGREZA A magreza que se apresenta de modo espontâneo, sem u m a causa aparente, é um sinal preocupante que deve ser sempre objecto de consulta médica. Uma vez conhecida a causa da magreza, pode-se administrar uma ou várias destas plantas, que fornecem abundantes nutrientes e favorecem a sua assimilação.
OBESIDADE A fitoterapia complementa o tratamento dietético da obesidade, por meio de plantas que reduzem o apetite e activam o metabolismo, aumentando assim a combustão das calorias ingeridas, e facilitam a eliminação dos líquidos retidos (diuréticas).
Pág. Acção
ALHO
AVELEIRA
k
7
Zaragatoa
VARA-DE-OURO
Bodelha
594
ESPARGO
649
BODELHA
650
LAMINARIA
652
» u ^ c a , ^ p u r a t h / a , limpa o sangue Diurético, fornece fibra com pouquíssimas calorias Produz sensac
ão
de
saciedade,
Est mula ' ° metabolismo, produz sensação de saciedade
Decoccão de sumidades floridas Espargos, infusão da raiz Alga fresca, em decoccão, infusão ou pó Cozinhada, decoccão
I
A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS ?•' Pnrte:
Uso
Doença
Planta
CURA DEPURATIVA
COCLEÀRIA
356
LABAÇA
532 Depurativa, diurética, antianémica
ALIARIA
560
MEUSSA-BASTARDA
s-gQ Diurética e depurativa. Útil para as curas de Primavera
Infusão da planta
CFRF IFIRA
ftf&fi
Cura de cerejas (frutos e infusão de pedúnculos)
Embora as curas depurativas possam fazer-se em qualquer momento do ano, nos países nórdicos é um costume tradicional fazè-las no começo da Primavera. Durante o Inverno, devido ã alimentação pobre em frutas frescas, acumulam-se no organismo resíduos metabólicos que podem ser eliminados mediante uma cura depurativa com uma ou várias destas plantas. Os resultados são muito eficazes no caso de eczemas, gota, obesidade, etc. As curas depurativas devem durar um mínimo de três dias, sendo a duração ideal uma semana. Durante a cura é necessário seguir uma dieta vegetal muito ligeira, e ingerir água em abundância, assim como sumos de fruta, de verduras e de plantas medicinais.
GOTA É a doença que resulta do aumento do ácido úrico no sangue, e do seu depósito nas articulações (conhecido como artrite úrica ou artritismo) e no tecido renal. A gota afecta unicamente os indivíduos do sexo masculino, e o seu sintoma mais típico é a inflamação dolorosa localizada na articulação do dedo grande do pé, embora também possa afectar as outras. Estas plantas medic nais são muito eficazes na eliminação do ácido úrico com < a urina, graças à sua acção diurética uricosúhca (ver pág. 556).
Pág. Acção
D e s c r i ç ã o
Indicada na astenia e fadiga primaveris. Muito apropriada para fazer uma cura depurativa
Diurética, liberta o organismo de impurezas e resíduos
Como verdura, sumo fresco As folhas como verdura, em infusão ou em sumo fresco Sumo fresco da planta
GROSELHEIRA-ESPIM
COO Muito apropriada para as cruas de Primavera pelo seu conteúdo vitamínico
Bagas frescas, em sumo, geleia ou doce
VARA-DE-OURO
594 Diurética, depurativa, "limpa o sangue" de resíduos
Decocçao de sumidades floridas
ESCABIOSA-MORDIDA
731
BORRAGEM
746 Depurativo de grande eficácia
Sumo fresco das folhas
LIMOEIRO
Alcaliniza o sangue, facilita a 265 dissolução e eliminação do ácido úrico e dos seus sais (uratos)
Sumo do fruto
AGRIÃO
270
URTIGA-MAIOR
Diurético suave, tonificante, depurativa
D e u r a t i v o do P sangue, diurético. Muito recomendável no caso de gota 270 Depurativa, diurética, alcalinizante, facilita a eliminação do ácido úrico
Infusão de flores, folhas e raiz secas
Cru, sumo fresco Sumo fresco, infusão
OQT Diurético, depurativo, facilita a eliminação de substâncias residuais
Sumo fresco das folhas e raízes
eco Diurético, favorece a eliminação do ácido úrico e da ureia
Em salada, caldo, infusão de frutos ou decocçao da raiz
BÉTULA
cgg Diurético, depurativo, elimina o ácido úrico
Infusão de folhas e/ou gemas
MORANGUEIRO
C7C Depurativo, alcalinizante, elimina o ácido úrico
Cura de morangos
ZIMBRO
577 Depurativo, elimina o ácido úrico
Bagas inteiras ou em infusão, essência
FEIJOEIRO
c g 4 Diurético, favorece a eliminação de ácido úrico
Decocçao das vagens
DENTE-DE-LEÂO
ALQUEQUENJE CEREJEIRA
CÓLQUICO v
ULMEIRA
FREIXO
Cerejeira
Antiescorbútica, favorece a eliminação das substâncias ácidas residuais
585 586
666
rr-j 3
Diurético, bom uricosúrico Diminui o nível de ácido úrico no sangue, alivia as dores articulares
Cura de cerejas (frutos e pedúnculos)
acalma as dores da crise de gota
Extracto em preparados farmacêuticos
Anti-inflamatória, analgésica, acalma a dor articular
Infusão de sumidades floridas
Anti-inflamatório
ccq Diurético, depurativo, laxante, elimina o excesso de ácido úrico
HftooAròrrm fi7n Anti-inflamatório, anti-reumático, HARPAGOFÍTO 670 f a c j | i t a a eliminação do ácido úrico BARDANA
Bagas frescas, secas ou em decoccáo
gqy Diurética, depurativa, sudorífica, elimina o ácido úrico
Decoccão ou infusão de folhas Infusão de raiz, extractos Infusão ou maceração de raiz
647
C a p . 2 5 : P L A N T A S PARA O M E T A B O L I S M O
V
Planta
BULIMIA
ALFACE-BRAVA-MAIOR
160
Sedante, acalma a excitação nervosa
VALERWNA
172
È f i S , : í ? ^ ? e S L < l S Í ^ « b * ac Infusão, maceração ou pó de raiz y K indicada nas distonias neurovegetativas
MANJERONA
369
Sedante, alivia a ansiedade
Infusão e essência
BODELHA
650
Produz sensação de saciedade, tira o apetite
Alga fresca, em decocção, infusão ou pó
i « LAMINARA
eco 652
Estimula o metabolismo, p r o d u z 5 e n s a ç ão de saciedade
Cozinhada, decocção
ALHO
230 Normaliza o nível de glicose no sangue
PERVINCA
244
Discreto efeito hipoglicemiante, reduz a glicosúria (perda de glicose com a urina)
Decocção de folhas, extractos
A«..,r,«
ocn
Fornece glicoquinma,
ARANDO
260
. . . ,- Jl ^i 1 fc3j3 M ⻫L«i»
Infusão de folhas
É uma fome insaciável, normalmente causada pela ansiedade e outros transtornos nervosos. O tratamento fitoterápico consiste em plantas scdantes (ver mais na pág. 145) e plantas que produzem sensação de saciedade no estômago, como as algas bodelha e laminaria.
DIABETES Transtorno do metabolismo dos hidratos de carbono, devido a uma falta de insulina. Esta hormona, que se produz no pâncreas, leva a glicose do sangue a passar para o interior das células para poder ser metabolizada. Estas plantas medicinais constituem um complemento do tratamento dietético da diabetes. A sua acção pode potenciar, e nalguns casos substituir, a dos fármacos antidiabéticos que se tomam por via oral. Quando se tomam plantas hipoglicemiantes como estas, devem-se fazer exames periódicos da glicose no sangue, da mesma maneira que com qualquer outro tratamento antidiabético.
Fel-da-terra
Feijão HlPERTIROIDISMO É o aumento na função da glândula tiróide, produtora da hormona tiroxina.
É o contrário do hipertiroidismo. Em ambos os casos, as plantas são apenas um complemento do tratamento.
648
de accao h pogl cemiante wi Hipoglicemiante, contém mulina, oo/ a | j m e n t o apr0priado para diabéticos
A. rarwnirpfl ALCACHOFRA rmníc uouvt
A33 ?az descer o nível de glicose w no sangue
Decocção de folhas, lactucário, sumo fresco
Cru, extractos, decocção de dentes de alho
Alcachofras, infusão ou sumo fresco de folhas, extractos Sumo da planta fresca
FEL-DA-TERRA
436 Tónico estomacal, hipoglicemiante
Infusão de sumidades floridas
CARDO-SANTO
444 Digestivo, reduz o nível de glicemia
Infusão ou decocção de folhas
NOGUEIRA
505
Suave efeito hipoglicemiante
Infusão de folhas e/ou nogalina (cascas verdes dos frutos)
FEIJOEIRO
584
Contém a^ginina, aminoácido que faz descer o nível de glicose no sangue
Decocção de vagens
GALEGA
632
Anti-diabética
Infusão de folhas e flores secas
SALVA
638
Hipoglicemiante
Infusão de folhas
BAR NA
6
SELO-DE-SALOMÃO
723
CENOURA
133 Regula a função da glândula tiróide
A raiz crua ou em sumo
coo
Reduz a actividade da glândula tiróide, trava o metabolismo
Os grãos ou a sua farinha em diversas preparações culinárias
D„r.,-,.,. BODELHA
cen 650
Fornece abundante iodo,
A alga fresca, em decocção, em infusão ou em pó
LAMINARIA
652
Estimula o metabolismo, fornece iodo
MILHO
HlPOTIROIDISMO
Pág. Acção
Uso
Doença
q 7 Contém inulina (hidrato de carbono recomendável para os diabéticos) Diurético, hipoglicemiante
tonifica a tirólde
Infusão ou maceração de raiz Decocção de rizoma
A alga em decocção ou em preparações culinárias
Asparagus officinalis L
Espargo Contra a obesidade e a prisão de ventre
f
HJ
@
Preparação e emprego
USO INTERNO O Os e s p a r g o s silvestres ou cultivados utilizam-se em diferentes preparações culinárias. @ A raiz seca usa-se em inf u s ã o , à razão de 50 g por litro de água. Tomam-se 3 chávenas por dia.
O
S ESPARGOS são na realidade a parte terminal dos caules da planta (brotos tenros), que quando crescem ao abrigo da luz ficam brancos por não conterem clorofila. Os espargos brancos constituem um delicado manjar, mas quando se comem com fins medicinais são preferíveis os verdes, já que estes apresentam uma maior concentração de princípios activos. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Os ESPARGOS contêm asparagina (substân-
cia que comunica um cheiro particular à urina), glicósidos (coniferina e vanilina), metilmercaptan, um óleo essencial, rutina e tanino. Possuem as seguintes propriedades: • Diurética: Os componentes citados actuam sobre o rim, estimulando a sua função eliminadora, o qtie provoca um notável aumento na produção de urina. O consumo de espargos é útil sempre que se queira estimular a função renal, e especialmente nos casos de edemas (retenção de líquidos) e obesidade (contém pouquíssimas calorias) IOI. • Depurativa: As curas de espargos tem dado bons resultados em casos de eczemas crónicos, devido à sua acção estimulante sobre as funções eliminadoras da pele IOI. • Laxante: A sua fibra faz aumentar o bolo fecal, o que c útil no caso de prisão de ventre crónica IOI. A raiz contém ainda saponina e certos açúcares. Tem o mesmo efeito diurético que os espargos 101.
Outros nomes: espargo-hortense. Brasil: aspargo. Esp.: esparraguera. espárrago [comúnj, aspárago. Fr.: asperge. Ing.: aspaiagus. Habitat: Planta difundida por terrenos arenosos e leitos de rios da Europa Central e Meridional, assim como de grande parte do continente americano. Cultiva-se em muitos países da Europa e da América. Descrição: Planta herbácea da família das Liliáceas, que pode atingir um metro e meio de altura. Do caule nascem umas agulhas suaves, que na realidade são ramos modificados. As folhas sào muito pequenas, assim como as flores, cuja cor é branca ou acinzentada. O fruto é uma baga vermelha. Partes utilizadas: Os caules tenros (espargos) e a raiz.
Contra-indicações
Em grandes doses, os espargos irritam o tecido renal, pelo que são contra-indicados em caso de nefrite, glomerulonefrite e outros estados inflamatórios do rim.
Fucus vesiculosus L
o] é
Bodelha Combate a obesidade e a celulite
A
S ALGAS são vegetais aquáticos, providos de clorofila ou outros pigmentos, cujo tamanho pode ser microscópico (algas unicelulares) ou igualar o de uma planta terrestre (algas multicelulares). Na China e no Japão, o uso das algas como alimento perde-se na memória dos tempos. Os Fitoterapeutas dos séculos passados, observando as vesículas da bodelha cheias de ar (flutuadores), pensaram que. segundo a teoria dos sinais, seria úlil contra a papeira e as escrófulas (inflamação dos gânglios do pescoço, frequentemente de origem tuberculosa). A investigação científica moderna confirmou a sua utilidade nestas afecções, mas sobretudo descobriu interessantes propriedades que a tornam niuito recomendável contra a obesidade e a celulite, tão /'requentes hoje no mundo desenvolvido. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A bo-
delha ou alga-vesiculosa. seca. contém cerca de 65% de glícidos, entre os quais se destaca o ácido algínico (12%-18%) e a fucoidina (polissacárido mucilaginoso); lõ% de sais minerais, especialmente iodo, assim como potássio e bromo; '1% de proteínas; e \%-1% de lípidos. Também contém carotenos e vitaminas A, B, c; e li. É possível que contenha ainda pequenas quantidades de vitamina B12, por se encontrar frequentemente conta650
Outros nomes: alga-vesiculosa, botelho, botilhào-vesiculoso. carvalho-marinho, carvalhinho-do-mar. fuco, sargaço-vesiculoso, vareque-vesiculoso. Esp.: fucus. sargazo vejigoso, fuco, encina de mar. Fr.: varech, fucus vésiculeux. Ing.: sea ware. wrack. bladder fucus. Habitat: Rochas e praias da costa atlântica europeia, desde a Noruega até à península Ibérica, onde abunda especialmente nas rias galegas e na foz do Tejo. Frequente nas praias de toda a costa portuguesa. Descrição: Alga da família das Fucaceas, de cor castanha, cujo talo é formado por lâminas com a forma de faixas que aderem pela base às rochas submersas. Estas lâminas contêm umas vesículas cheias de ar (aerocistos) que as mantêm erguidas. Na extremidade locaiizam-se os elementos reprodutores. Partes utilizadas: o talo (corpo da alga).
O
Preparação e emprego USO INTERNO O Alga fresca: Come-se à maneira de verdura, embora o seu sabor não agrade a toda a gente. © Decocção ou infusão de extracto seco da alga, à razão de 15-20 g por litro de água. Tomam-se 3 ou 4 chávenas por dia. © P ó : Administra-se em cápsulas. A dose habitual é de 0,5-2 g, de uma a três vezes ao dia. Nas curas de emagrecimento, deve tomar-se de qualquer das formas indicadas, quinze minutos antes das refeições. Assim se consegue que exerça uma maior acção anorexigénia (que tira o apetite). Nos restantes
casos, pode-se tomar com a refeição ou depois da mesma.
USO EXTERNO O C o m p r e s s a s empapadas no líquido da decocção, aplicadas quentes sobre as zonas afectadas, 2 ou 3 vezes por dia, durante 10 a 15 minutos. © Cataplasmas preparadas com a alga fresca, previamente aquecida numa caçarola com água. Aplicam-se quentes sobre a pele afectada durante 10 a 15 minutos, 3 ou 4 vezes por dia.
minada com algas microscópicas que
são as verdadeiras produtoras desta vitamina. Isto torna a bodelha muito interessante para quem deseje seguir uma dieta estritamente vegetariana, A bodelha tem propriedades anliescorbúticas, nutritivas, reminerali/antes, depurativas e laxantes suaves; mas actua sobretudo ajudando o
emagrecimento, reduzindo a celulite, e tonificando a glândula tiróide. As
Pelo seu conteúdo em iodo orgânico, utiliza-se como tratamento complementar do hipothoidismo. associado ou não a bócio. Nestes casos, recomenda-se o conselho do médico. A bodelha pode-se tomar por via oral em qualquer das suas formas de preparação IO.0.0I. Além disso podem-se aplicai- sobre o pescoço compressas empapadas com a sua decocção IO).
• Emoliente: Km aplicação externa sobre a pele. sob a forma de compressas 101 ou de cataplasmas 101. a bodelha é suavizante e anti-inllamalói ia. favorece a eliminação de cloretos e ajuda a reduzir o volume de tecido adiposo.
Tudo isto a torcia muito úiil em caso de celulite, rugas, estrias e flacidez da
pele 10,01.
suas aplicações fundamentais sào as seguintes: • Absorvente e anorexigénia (tira a fome): O ácido algínico e os alginatos que dele derivam, assim como as restantes mucilagens contidas na bodelha, têm a faculdade de absorver a água numa quantidade de até seis vezes o seu próprio peso. Graças a esta propriedade, incham no estômago e produzem sensação de saciedade. Deste modo a bodelha torna-se um remédio de grande utilidade no tratamento da obesidade causada por bulimia (excesso de apetite) IO.0.0I. • Digestiva: A bodelha absorve o suco gástrico, diminuindo a acidez. Convém em caso de gastrite e refluxo esofágico, hérnia do hiato, e outras causas de pirose ou hiperacide/ IO. 0,01. • Nutritiva, remineralizante e antiescorbútica: A bodelha fornece sais minei ais, vitaminas, proteínas e outros elementos nutritivos, os quais evitam que, durante as curas de emagrecimento prolongadas, se produzam estados carenciais ou de desnutrição IO 0.0) • Laxante suave: A acção {lesta alga contra a obesidade é reforçada pelo seu efeito ligeiramente laxante e emoliente, devido à sua grande riqueza em mucilagem IO.0.01.
•'
• Tonificante da tiróide: Esta alga possui uma elevada concentração de iodo e de iodetos orgânicos: lõfl mg por quilograma de alga (para obter esta mesma quantidade de iodo da água do mar seriam precisos uns 3000 litros). O iodo torna-se imprescindível para que a glândula tiróide produza a tiroxina, hormona que facilita a combustão dos nutrientes que ingerimos e activa assim o metabolismo.
Diminuindo o apetite e agindo como laxante, aJém de acelerar o metabolismo, a bodelha consegue uma acção de emagrecimento eficaz e isenta de efeitos secundários. 651
Laminaria saccharina Lam.
Laminaria Tira a fome e tonifica
A
S ALGAS, que são um ingrediente fundamental da cozinhajaponesa, vão sendo cada vez mais utilizadas nos países ocidentais. Existem várias espécies de laminárias, todas elas com propriedades semelhantes (por exemplo, Laminaria digitata Lam. e Laminaria hyperborea Foslie). Com uma mistura delas, prensadas e secas, prepara-se o kombu, que enira na composição de muitas receitas culinárias orientais. Contém alginatos (gelatina vegetal que se obtém das algas), glícidos (hidratos de carbono), minerais (especialmente iodo, cálcio e sódio), e vitaminas A eB. Os alginatos possuem a capacidade de aumentar até seis vezes o seu volume quando absorvem água. Por isso, no estômago, produzem uma sensação de saciedade, que se torna muito útil para acalmar o apetite nos tratamentos contra a obesidade. Também se usam em ginecologia para dilatar o colo do útero, colocando no seu interior um fragmento de alga devidamente esterilizado. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
As laminárias, como outras algas, são tonificantes e estimulantes do metabolismo, pelo seu conteúdo em iodo. Por isso se recomendam aos obesos e àqueles que sofrem de hipotiroidismo IO.0.©I. Os alginatos também se usam na indústria farmacêutica e alimentar como excipientes e espessantes. 652
O
Preparação e emprego
USO INTERNO
O Como acompanhamento de saladas e diversos pratos cozinhados. © Decocção com 30 g de algas em 200 ml {um copo) de água, que se põe a ferver durante uns 5 minutos, e se toma antes de cada refeição. Pode-se ingerir só o líquido, só as algas, ou ambas as coisas ao mesmo tempo. © Existem diversos preparados farmacêuticos à base de algas, cujo emprego e dosificação vêm indicados nos respectivos folhetos informativos.
Outros nomes: Esp.: laminaria, correa. Fr.: laminière. Ing.: kelp. Habitat: Cria-se nas rochas submarinas da costa atlântica da Europa e da América do Norte. Descrição: Alga castanha da família das Laminariáceas, que podem atingir até 2-3 m de comprimento. Adere às rochas por meio de uma espécie de raízes, chamadas rizóides. O seu talo está dividido em fragmentos semelhantes a fitas (frondes), que variam de forma e tamanho segundo as diferentes espécies. Partes utilizadas: o talo (corpo da alga).
Orthosiphon stamineus Benth.
Preparação e emprego
Ortossifâo Reduz o peso e o colesterol
O
CHA-DE-JAVA, ou ortossifâo, usa-se desde épocas remotas na Indonésia e noutros países do Sudeste .Asiático. Na Europa foi introduzido nos fins do século XIX por viajantes holandeses. O agradável aroma e as notáveis propriedades medicinais que possui têm facilitado a sua difusão por todo o mundo.
Embora ainda não se conheça bem a sua composição, encontraram-se-lhe abundantes sais potássicos, a que deve a sua acção diurética, e um princípio amargo que explica as suas propriedades colagogas; encontram-se também derivados terpénicos (ortossifonol), saponinas, colina e um óleo essencial. • Diurético enérgico, que favorece a eliminação de resíduos orgânicos nitrogenados (especialmente a ureia). Recomenda-se na insuficiência renal, na retenção de líquidos (edemas e ascites) , e na litíase renal IOI.A sua principal aplicação é, porém, como complemento nas dietas de emagrecimento, devido à sua acção diurética, depurativa e redutora do colesterol HM. Desconhece-se o mecanismo mediante o qual faz descer o nível de colesterol no sangue. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
USO INTERNO O Infusão com 20-30 g por litro de água, de que se toma uma chávena antes de cada refeição.
Espécie afim: Orthosiphon grandiflorus Bold. Outros nomes: chá-de-java. Esp.: ortosííon, té de Java, koumis. Fr.: orthosiphon. Ing.: Javan tea. Habitat: Originário da ilha de Java (Indonésia), e espalhado pela Birmânia. Tailândia, Filipinas e Nordeste da Austrália. Descrição: Planta vivaz da família das Labiadas, que atinge 40-60 cm de altura. Tem caule quadrangular e inflorescências em espiga, de cor púrpura, azulada ou branca. Partes utilizadas: as folhas e as flores.
• Colagogo: Usa-se nos transtornos da motilidade da vesícula biliar (coledisquinesias), geralmente devidos a atonia (preguiça) da vesícula. Pelo seu efeito colagogo estimula o esvaziamento da bílis 101. 653
PLANTAS PARA O APARELHO LOCOMOTOR UMÁRIO DO CAPÍTULO
J
DOENÇAS E APLICAÇÕES Anti-reumáticas, plantas 655 Articulação, entorse, ver Entorse 657 Artrite úrica 659 Artritismo, ver Artrite ática 659 Artrose 659 Bolhas nos pés, ver Pés, transtornos . . . 660 Ciática
As fricções com essências de plantas medicinais (ver pág. 96) tèm-se mostrado aJtamente eficazes para acalmar as dores osteomuscuJares |de ossos e músculos).
658
Contusão 656 Desporto 660 Dor reumática 657 Dores de costas, ver Lumbago 658 Dores de rins, ver Lumbago 658 Entorse 657 Esfoladelas dos pés, ver Pés, transtornos 660 Lumbago 658 Ossos, debilidade, ver Osteoporose . . . .659 Osteoporose 659 Pancadas, ver Contusão 656 Pés, transtornos 660 Plantas anti-reamátkas 655 Plantas revulsivas 658 Raquitismo 660 Reumática, dor 657 Reumatismo, plantas contra o 655 Revulsivas, plantas 658 Rins, dores de, ver Lumbago 658 Sudação escessiva dos pés, ver Pés, transtornos 660
A
S PLANTAS anú-reumáúcas a t uíam tanto em uso interno como externo, p r o d u z i n d o uma acção anti-inflamatória e analgésica lenta mas eficaz e segura. Ao c o n t r á r i o dos Fármacos anti-inflamatórios, q u e têm bastantes efeitos secundários c o m o a gastrite, q u e é o mais i m p o r t a n t e deles, as plantas
654
torcedura, ver Entorse ihica, artrite, ver Artrite úrica
657 659
PLANTAS Aça frão-bast arda = Cólquico 666 Alecrim 674 Arnica
662
Aivore-das-gotas-de-nnv Azevinho
669 672
Chá-apalaclie Cólquico
673 666
Freixo Harpagófito Malmequer-dos-brejos Mostarda-negra Moslarda-liranca Mostarda-dos-campos Norça-preta Rainha-dos-prados = Cimeira Salgueiro-branco Salguei) o-da-txibiUmia Salgueiro-de-casca-roxa Salgueiro-frágil Sassafrás Sinceiro = Salgueiro-branco Olmeira Uva-de-eão = ,\orça-preta Vulnerária
669 670 665 663 664 664 679 667 676 677 677 677 678 676 667 679 661
a n t i - r e u m á t i c a s suo muito bem toleradas p o r via oral. As p l a n t a s revulsivas t a m b é m contrib u e m p a r a aliviar as d o r e s reumáticas. Aplicadas sobre a pele. causam irritação e
enrubescimento, o que descongestiona e desinflama o.s tecidos internos, atraindo para a pele o sangue q u e por eles circula.
I
A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S 2 " Parte:
D e s c r i ç ã o
Plantas anti-reumáticas
Exercem uma acção preventiva ou curativa sobre as doenças reumáticas. As afecções reumáticas são aquelas que causam inflamação, dor e rigidez nalguma zona do aparelho locomotor. Algumas destas plantas apHcam-se por via interna, ingeridas em tisanas ou extractos, enquanto que outras se usam externamente, em cataplasmas ou compressas quentes sobre a zona afectada.
Planta
Pág.
Parte utilizada
Planta
Pág.
Parte utilizada
Meimendro-negro
159
Folhas
Alforva
474
Sementes
Alfazema
161
Sumidades, folhas
Amieiro
487
Folhas
Valeriana
172
Raiz, rizoma
Castanheiro
495
Frutos
Verbena
174
Toda a planta
Macieira
513
Frutos
Cantareira
217
Essência, madeira
Piteira
558
Folhas, raiz
Alho
230
Bolbos
Piteira
558
Seiva
Onagra
237
Sementes
Aipo
562
Folhas, raiz, frutos
Cerseh-basterdo
243
Raiz, folhas
BéMa
568
Folhas, gemas, seiva
Viscobranco
246
Folhas
Morangueiro
575
Frutos
Erigerão
268
Folhas
Zimbro
577
Frutos
Urtiga-maior
278
Toda a planta
Ébulo
590
Raiz, folhas
Abeto-branco
290
Gemas, resina
Salsaparrilha-bastarda
592
Raiz, rizoma
Guaiaco
311
Madeira, resina
Arruda
637
Sumidades
Pinheiro
323
Gemas, resina
Mostarda-negra
663
Sementes
Primavera
328
Raiz, rizoma, flores
Ma 1 m eq ue r-dos-brejos665
Serpão
338
Sumidades
Ulmeira
667
Sumidades
Freixo
669
Folhas
Macela
350
Flores
Folhas, flores
Pimentão
354
Frutos
Harpagófito
670
Raiz
Cocleária
356
Toda a planta
Azevinho
672
Folhas
Camomila
364
Flores
Alecrim
674
Sumidades
Hortelã-pimenta
366
Folhas, sumidades
Salgueiro-branco
676
Casca, folhas, flores
Manjerona
369
Sumidades
Sassafrãs
678
Casca Folhas
Trevo-cervino
388
Folhas, raiz
Hera
712
Cálamo-aromático
424
Rizoma
Choupo-negro
760
Gemas, casca da árvore
Orégão
464
Sumidades
Framboeseiro
Frutos
Lilás
472
Folhas, frutos, casca (árvore! Tomilho
765 769
Sumidades
Além de acalmar os espasmos digestivos e as flatulências intestinais, o orégão (pág. 464) è um bom anti-reumàtico. Aplicado externamente em fricções com a sua essência, ou em cataplasmas, acalma as dores musculares do torcico/o e do lumbago-
655
V.
Cap. 26: PLANTAS PARA O APARELHO L O C O M O T !
/
Doença
Planta
CONTUSÃO Ê uma tesão traumática que gerafmente afecta a pele e os tecidos subcutâneos, produzida pelo choque violento com um corpo rombo. Na contusão não se produz ferida da pele, embora sejam frequentes os traumatismos que apresentam ao mesmo tempo contusões e feridas. Além das medidas físicas, como a aplicação de frio, o tratamento fitoterápico consiste na aplicação local de plantas vulnerárias, como estas que se indicam, que des/nflamam os tecidos e acalmam a dor.
ALFAZEMA
Pág. Acção 161 Antkeumàtica, antJ-infJamatórJa
Loções e fricções com a água, o óleo ou a essência de alfazema
° S£SGf5?áSSS5 ,0,ta * ta
Fricções com a essência de terebintina
HISSOPO
312 Vulnerário, cura as feridas e contusões
Lavagens com a infusão
PULMONÁRIA
331
Anti-inflamatória
Lavagens e compressas com a decocção
ERVA-
,fi.
Contribui para a cura de golpes e contusões
Compressas com a infusão de sumidades floridas
Vulnerário, antkeumático
As folhas aplicadas sobre a pele
« — •
29
Uso
-COALHEIRA AMIEIRO
487
PITEIRA
558 Vulnerária, cicatrizante
Compressas com o sumo
MEUSSA-BASTARDA
580 Alivia a dor e a inflamação
Lavagens ou compressas com a infusão
c^™^* FEDEGOSO
C nn
630
Resolutiva, faz desaparecer as in f| amaç ões e inchaços
Cataplasmas de folhas
VULNERÁRIA
661
Cicatriza as feridas, cura as contusões
Lavagens com a decocção
eco
Anti-inflamatória, remédio tradicional contra entorses e contusões rnntr.Mtnrcoc.rnnf.Kfiflc
l u a ™ . ..„h,.> ^ „ „ i , Tintura sobre a pele
C u r a as contusões, faz desaparecer os hematomas
Cataplasmas com a raiz triturada e cozida
Vulnerário, cura as feridas e contusões
Lava
ARNICA
MnoM MCT» ç
662
A7Q
Arnica MILEFÓUO ARISTOLÓQUIA
699 Vulnerária, cicatrizante
FIGUEIRA-DA-ÍNDIA
71g
SELO-DE-SALOMÂO
».... . SANICULA
Figueira-da-inóia
656
691
SAIÁO-CURTO
Cura as feridas, contusões e irritações da pele
723 Vulnerário, cosmético
79c
/do
Alivia a inflamação, favorece a reabsorção dos hematomas
727 Anti-inflamatório, vulnerário
g e n * e compressas com a infusão Compressas com a decocção Cataplasmas com as pás do caule abertas ao meio e aquecidas Compressas com a decocção, cataplasmas com o rizoma esmagado Cataplasmas com as folhas esmagadas Cataplasmas com as folhas esmagadas, compressas ou lavagens com o sumo fresco
I
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 2 " Parte:
ENTORSE
ALFAZEMA
Torsão ou distensão violenta de uma articulação, que pode chegar a romper algum ligamento ou fibra muscular. Wèm da imobilização da articulação afectada, tornam-se muito eficazes as seguintes aplicações locais com estas plantas: loções, fricções, compressas e cataplasmas. É preferível e mais eficaz um destes tratamentos externos, do que a ingestão de fármacos ou analgé- fck *> sicos, com os seus indesejáveis efeitos secundários.
Loções e fricções com a água, o óleo ou a essência de alfazema
161 Anti-reumática, anti-inflamatória
. „ n n Anti-reumático, desinflama os tecidos ABETO-BRANCO 290 a f e c t a d o s p e | 0 e n t o r s e 328
Anti-inflamatória
Compressas com a decocção
LOUREIRO
457
Anti-inflamatório, alivia as dores osteomusculares
Loções com óleo de loureiro
MELISSA-BASTARDA
580 Alivia a dor e a inflamação
FEDEGOSO
ALECRIM
fi~Q
662 fi7.
Lavagens ou compressas com a infusão
Resolutivo, faz desaparecer as inflamações e inchaços
Cataplasmas de folhas
Anti-inflamatória, remédio tradicional contra entorses e contusões
Estas plantas de acção anti-reumática e revulsiva acalmam a dor e reduzem a reacção inflamatória, tanto em uso
externo como
; '
interno.
Ver mais plantas anti-reumáticas na página 655, e revulsivas na página 660.
Alivia a inflamação, favorece a reabsorção dos hematomas
SANICULA
7?5
BONINA
744 Anti-inflamatória, cicatrizante
ALFAZEMA
161 sejam de origem articular quer muscular
Loções e fricções com a água, o óleo ou a essência de alfazema
. 7?
Infusão, maceração ou pó de raiz, compressas com a decocção de raiz seca
VALERIANA
Cataplasmas com folhas esmagadas Compressas com a decocção
Acalma as dores reumáticas, quer
Analgésica, acalma as dores de ossos e músculos
Fricções com a terebintina ou a sua essência
D.wur.tm DINHEIRO
Í O S Revulsivo, anti-inflamatório, 5iô alivia as dores reumáticas
PIMENTÃO
354
Revulsivo, descongestiona os tecidos internos
Cataplasmas com pimentos picantes
CAMOMILA
364
Antkeumática
Fricções com o óleo
HORTELÃ-PIMENTA
366 e musculares
Alivia as dores reumáticas
Fricções com a essência
MANJERONA
369 e as contracturas musculares
Acalma as dores reumáticas
Fricções ou banhos com a essência
i nnnrmn
/IK7 Anti-reumático,
LOUREIRO
4D f
ORÉGÃO
464
ULMEIRA
Ulmeira
Tintura sobre a pele Fricções com álcool de alecrim, fomentações e compressas quentes com a infusão
Vulnerário, anti-reumático, relaxa a musculatura
Loureiro
Entende-se por dor reumática aquela que afecta alguma parte do aparelho locomotor (ossos, músculos, articulações, ligamentos e tendões), acompanhada de um certo grau de inflamação. As doenças que mais comummente originam dores deste tipo são a artrose (degenerescência das cartilagens articulares), a artrite (ver pág. 6595, o reumatismo articular crónico, e as afecções musculares como o torcicolo.
Fricções com a essência de terebintina
PRIMAVERA
ARNICA
DOR REUMÁTICA
D e s c r i ç ã o
ALECRIM
fifi_
674
alKfia as ( J o r e s de 0 S S Q S e m
y
S C U
Anti-reumático Anti-inflamatória, analgésica, alivia as dores osteomusculares Vulnerário, anti-reumático, relaxa a musculatura
l
Loções com o óleo de loureiro 0 S
Cataplasmas com a planta esmagada, fricções com a essência dissolvida em álcool Infusão de sumidades floridas, compressas com a infusão Fricções com álcool de alecrim, fomentações e compressas quentes com a infusão
657
Cap. 26: PLANTAS PARA O APARELHO L O C O M O T O R
Doença
Planta
LUMBAGO Dor reumática originada nos ossos e músculos da região lombar, ou parte inferior das costas, que popularmente se designa por cruzes. É hábito chamar-se a esta dor, impropriamente, dor de rins. Na realidade não são estes órgãos que doem, mas a zona do corpo onde se encontram.
VALERIANA
Além do tratamento físico e postural, estas plantas medicinais, em uso tanto interno como externo, contribuem de forma decisiva para aliviar a dor e a inflamação do lum-
PIMENTÃO
VISCO-BRANCO
, 72
246
ABETO-BRANCO
PlNHHHO
LOUREIRO
HARPAGÓFITO
Infusão, maceração ou pó de raiz, compressas com a decocção de raiz seca
Analgésica, acalma as dores de ossos e músculos Alivia as dores reumáticas. Muito eficaz no lumbago ou na ciática
290 Antkeumálico, desinflama os tecidos afectados pelo lumbago
ALECRIM
Inflamação dolorosa do nervo ciático. Manifesta-se por uma dor na parte inferior das costas, que irradia ao longo da nádega e da parte , posterior do músculo. Costuma afectar só um dos lados. Em uso interno e externo, estas plantas aliviam a dor de tipo nevrálgico (ver mais na pág. 142).
Fricções com a essência de terebintina
Revulsivo, anti-inflamatório, alivia as dores reumáticas
Fricções com a terebintina ou a sua essência
254
Revulsivo, descongestiona os tecidos internos
Cataplasmas com pimentos picantes
4 57
Anti-reumático, alivia as dores de ossos e músculos
Loções com óleo de louro
Q Anti-inflamatório, anti-reumático, depurativo
Infusão da raiz, extractos
67
r-ifl
Alecrim
CIÁTICA
Compressas com a infusão de folhas secas
ooo
'*
bago.
Fricções com álcool de alecrim, fomentações e compressas quentes com a infusão
Vulnerário, anti-reumático, relaxa a musculatura
MEIMENDRO-NEGRO
,CQ Analgésico em caso de gota, ciática e nevralgias
Cataplasmas de folhas esmagadas, unguento
VALERIANA
, 72 Analgésica, acalma as dores de ossos e músculos
Infusão, maceração ou pó de raiz, compressas com a decocção de raiz seca
,y.
Analgésica em dores reumáticas e nevralgias
Infusão ou decocção, compressas e cataplasmas
Alivia as dores reumáticas
Fricções com óleo ou álcool canforado
Alivia as dores reumáticas.
Compressas com a infusão de folhas secas
4c7
Anti-reumático. alivia as dores de ossos e músculos
Fricções com óleo ou bálsamo de loureiro
MOSTARDA•NEGRA
ggo
Revulsiva, descongestiona os tecidos internos
Cataplasmas com a farinha
ULMEIRA
667
Analgésica e anti inflamatória em dores osteomusculares e nevralgias
Infusão e compressas
VERBENA
CANFOREIRA
217 e as nevralgias
VISCO-BRANCO
246 Muito eficaz no lumbago e na ciática
LOUREIRO
Verbena
Uso
Pág. Acção
•
Plantas revulsivas
Causam irritação local e enrubescimento da peie, o que alivia as dores reumáticas.
O pimento picante, também chamado pimentão ou malagueta (pág. 354), é um grande revulsivo, capaz de produzir alivio em caso de dores reumáticas como o lumbago. Aplica-se em cataplasmas sobre a zona dorida.
658
Planta Urtiga-maior Abeto-branco Pimentão Arruda Mostarda-negra Malmequer-dos-brejos
Página
278 290 354 637 663 665
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 2'' P a r l e :
D e s c r
Uso
Doença
Planta
ARTROSE
ALFAZEMA
, gi
p..,..., bALEOPSE
o n í - Fornece silício, que evita J U O a degenerescência dos tecidos
Infusão da planta seca
AicABwa HLI-OKVA
AIA Alivia a inflamação das articulações */<» devida a artrose ou artrite
Cataplasmas com a decocção de sementes
AMIEIRO
487 Anti-reumático, sudorífico, depurativo
As folhas previamente aquecidas, aplicadas sobre a articulação dorida
n...r. n .
cc7 Anti-inflamatória, analgésica, alivia as
ULMEIRA
667
Infusão de sumidades floridas, compressas com a infusão
É uma doença crónica, caracterizada pela degenerescência da cartilagem das articulações. Afecta principalmente as ancas e os joelhos. 0 tratamento fitoterápico não se limita a aliviar a dor, mas também exerce uma acção preventiva da degenerescência articular. Embora os seus efeitos não se notem de forma imediata, torna-se m u i t o eficaz a médio
I
/
e longo prazo.
HARPAGORTO
CAVALINHA
Pág. Acção
É a inflamação das articulações de vida a depósitos de ácido úrico. Trata-se com plantas diuréticas de acção uricosúrica Iver mais na pág. 556), plantas depurativas (ver pág. 647) e plantas anti-reumàticas (ver mais na pág. 655), tanto em uso interno como externo.
704
|ar|s
Anti-.nflamatór.o, anti-reumático, depurativo F o r n e c e si,lcio r e
'
8enera
a
cartilagem
articular
Loções e fricções com a água, o óleo ou a essência de alfazema
Infusão de raiz, extractos
Decocção da planta
ALHO
2 3 Q Activa o metabolismo, favorece a eliminação das substâncias residuais
Cru, extractos, decocção de dentes de alho
LiMOFiun LIMOEIRO
?fi>S too
Sumo do fruto
iio-r,™ «„.r, D URT.GA-MA.OR
oia Depurativa, diurética, alcalinizante. 278 f a c i | i t a a eliminação do ácido úrico
VIDEIRA
544
BÉTULA
ego
MORANGUEIRO CEREJEIRA
ULMEIRA
HARPAGÓFITO
Limoeiro
d o r e s o s t e o m u s c u
670
HarpagófHo
ARTRITE ÚRICA
Acalma as dores reumáticas, Quer sejam de origem articular quer muscular
AZEVINHO
586
Alcaliniza o sangue, facilita a dissolução e eliminação do ácido úrico
Sumo fresco, infusão
Elimina toxinas e resíduos metabólicos, "limpa o sangue"
Cura de uvas
Diurético, depurativo, elimina o ácido úrico
Infusão de folhas e/ou gemas
575
Cura de morangos
ÍSXtSSS!^
elimina o acido úrico Reduz o nível de ácido úrico no sangue, alivia as dores articulares
Cura de cerejas (frutos e pedúnculos)
rr-j
Anti-inflamatória, analgésica, acalma as dores articulares
Infusão de sumidades floridas
g™
Anti-inflamatório, anti-reumático, facilita a eliminação do ácido úrico
Infusão de raiz, extractos
r-j2
Anti-reumático, limpa o sangue" de substâncias residuais
Decocção ou infusão de folhas
OSTEOPOROSE Consiste numa perda da massa e consistência dos ossos, que os torna mais susceptíveis a f r a c t u r a s e deformações. Deve-se aiactores hormonais e metabólicos, que se agravam por uma alimentação abundante em proteínas ou em sal comum. As plantas ricas em silício são um complemento do tratamento geral.
GALEOPSE
Fornece silício, 306 evita a degenerescência dos tecidos
CAVALINHA
704
Fornece silício, estimula a actividade das células que formam o osso
Infusão da planta seca
Decocção da planta
Cap. 26: PLANTAS PARA O APARELHO LOCOMOTOR
Doença
Planta
Uso
Pág. Acção
RAQUITISMO 269
Remineralizante, nutritiva
Brotos tenros em salada, sumo fresco ou infusão
704
Fornece silício, facilita a assimilação e fixação do cálcio nos ossos
Decocção da planta
MORUGEM
334
Emoliente, alivia as esfoladelas dos pés
Cataplasmas da planta
TUSSILAGEM
341 sudação dos pés
URTIGA-BRANCA
633
MlLEFOLIO
691 mau cheiro e o excesso de transpiração
Doença infantil causada por carência LUZERNA de vitamina D, que é a responsável pela absorção do cálcio. Estas plantas são um complemento do tratamento, pois melhoram o estado nutritivo e facilitam a assimilação do cáf- CAVALINHA
cio. PÉS, TRANSTORNOS Estas plantas medicinais, aplicadas localmente, podem aliviar muitos dos transtornos correntes dos pés. A higiene e o cuidado dos pés é particularmente importante em caso de diabetes ou de transtornos da irrigação sanguínea nas extremidades inferiores. Nestes casos, uma simples esfoladela ou ferida nos pés pode dar lugar a uma infecção grave.
DESPORTO Naturalmente o desporto em si mesmo nao é nenhuma doença, mas podem chegar a sè-lo as consequências dos treinos forcados. Estas plantas medicinais preparam o organismo para a sobrecarga física que o treino desportivo exige, e constituem uma eficaz ajuda para os desportistas.
ARISTOLÓQUIA
Suaviza a pele, evita a excessiva
Relaxante, alivia o cansaço e peso dos pés Cicatrizante, anti-séptico, combate o
699
Vulnerária, cura as empolas nos pés e as unhas encravadas Fornece nutrientes de elevado valor
AVEIA
150 biológico, equilibra o sistema nervoso
NOGUEIRA
505
TAMARINDEIRO
536
Compressas e loções com a infusão concentrada Lavagens, banhos ou loções com a decocção de folhas e sumidades floridas Lavagens e banhos com a infusão de sumidades floridas Compressas com a decocção Flocos (sementes prensadas) cozinhados com leite ou caldo de hortaliça
Nutritiva, energética. Alimento ideal para desportivas
Sementes dos frutos (nozes)
Refrescante, tonificante. Útil nos treinos desportivos
Polpa dos frutos, infusão de folhas
Aumenta o rendimento físico
GINSENG
608 e a resistência à fadiga
GERGELIM
611 de sobrecarga física ou psíquica
Complemento nutritivo útil em caso
Pó de raiz, extractos As sementes cruas ou torradas
O álcool de alecrim (pág. 674) prepara-se esmagando n u m almofariz um punhado de folhas verdes. Depois colocam-se num frasco com uns 1 00 ml (um decilitro) de álcool etílico. Ao fim de três dias de repouso, filtra-se o líquido resultante, que é o álcool de alecrim. Aplicado em fricções, alivia as dores musculares e reumáticas.
Anthyllis vulneraria L.
Vulnerária Cura e cicatriza as feridas
E
M FITOTERAPIAqualificam-se de vulnerai ias iodas as plainas que tenham a propriedade de curar e cicatrizar as fendas. O termo vem do latim vuhutm (ferida, trauma). Esta planta recebe o nome de 'vulnerária' por antonomásia, desde o Renascimento, em virtude da sua notável propriedade cicatrizante. Toda a planta contém taninos, saponinas e Havonóides. A sua infusão usa-se para lavar as feridas, quer limpas quer infectadas, as chagas e úlceras de difícil cicatrização, as escoriações e as zonas contusas. Favorece o aparecimento de uma crosta e a rápida epitelização (cobertura com pele) das zonas lesionadas 101. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Na Suíça e noutros países europeus toma-se em infusão como depurativa do sangue, e fez parte das chamadas "tisanas de Primavera" IOI.
Outros
nomes:
Esp.: vulneraria, trébol amarillo. Irébol de las arenas, trebolillo, hierba de las montarias, mata blanca, albaida, antilide, boja nevadilia. Fr.: {anthyllidej vuinéraire, trefle jaune [des sables). Ing.: kidney vetch, woundwort, ladys fingers. Habitat: Difundida por toda a Europa em prados e terrenos calcários. Descrição: Planta vivaz da família das Leguminosas, de até 30 cm de altura. As folhas e o cálice dos capítulos florais são cobertos de pêlos suaves. As flores são amarelas e reúnem-se em capítulos na extremidade de um caule erecto. Partes utilizadas: A planta inteira.
O
Preparação e emprego
USO INTERNO O Infusão com 10-20 g por litro de água, de que se tomam 2 ou 3 chávenas por dia. USO EXTERNO © Lavagens das feridas com uma decocção de 20-30 g de planta por litro de água, que deverá ferver pelo menos durante três minutos. Aplicam-se 3 ou 4 lavagens por dia.
661
Arnica montana L
Arnica Remédio tradicional contra as contusões
A
O EMINENTE botânico Foni Quer "(njisi) admiração o facto de que uma planta de uso ião generalizado como a arnica, que gozou de fama ponto vulgar entre os meditos, tU) mesmo modo que entre as pessoas do povo, [..,] Ibssc desconhecida dos grandes farmacologisias da antiguidade».
Contém um óleo essencial, fenóis, flavonóides c taninos. Possui um notável efeito estimulante sobre o coração e a circulação. Km contrapartida, torna-se altamente tóxica paia o sistema nervoso, pelo que hoje já se não recomenda PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
O seu uso interno. Deve consklcrar-so uma planta venenosa. Por via externa, a p l i c a d a s o b r e a pele em forma de TINTURA) c um excelente vulnerário e anti-inflamatório
local, remédio tradicional para as pancadas, contusões, entorses e hematomas (nódoas negras) IOI. Também se usa no caso de furúnculos c abcessos. A TINTURA DE ARNICA prepara-sc com 20 £ de flores e raízes secas, postas a macerai" d u r a n t e 15 dias em 100 ml de álcool a 90*. Também se p o d e pôr a macerar em azeite.
Precauções
Esta planta deve-se usar unicamente em aplicação externa, dado que, ingerida, se toma tóxica para o sistema nervoso.
662
Preparação e emprego
USO EXTERNO O Tintura: Embebe-se uma compressa com algumas gotas de tintura diluídas em água, e aplica-se sobre a zona afectada. A tintura sem ser diluída pode irritar a pele.
Outros nomes: tabaco-dos-saboianos, betônica-dos-saboianos, dórico-da-alemanha. tabaco-dos-vosgos. tanchagem-dos-alpes. cravo-dos-alpes, panaceia-das-quedas, quina-dos-pobres. Esp.: arnica, hierba de las caídas, tabaco de montana. tupa de montana. tabaco borde, tabaco dei diablo. estornudadera. hierba santa. Fr.: arnica. Ing.: [mountainj arnica, mountain tobacco. Habitat: Cresce nos prados e bosques de zonas montanhosas. Na Península Ibérica, encontra-se apenas nos Pirenéus, na cordilheira cantàbhca e nas serras mais altas do Norte de Portugal. Na América. tanto do Norte como do Sul, pode-se encontrar em zonas montanhosas e frias. Descrição: Planta de 30 a 50 cm de altura, da família das Compostas, com uma flor composta e muito vistosa. de um tom amarelo intenso. Confunde-se facilmente com a énula (Inula montana L). cujas propriedades medicinais são incertas e pouco estudadas. Ao contrário destas falsas arnicas, a arnica verdadeira (Arnica montana L.) possui um ou dois pares de folhas apenas, colocadas de tal forma que nascem uma em frente da outra. Partes utilizadas: a flor e a raiz.
91 1 .
Brassica nigra (L) Koch.
Preparação e emprego
Mostarda-negra
USO EXTERNO 0 C a t a p l a s m a s : A farinha de mostarda aplica-se em cataplasmas quentes, misturando-a com a de linhaça para se tornar menos irritante. Estas cataplasmas aplicam-se uma ou duas vezes por dia, durante 10-15 minutos (mais tempo pode provocar empolas). As cataplasmas de mostarda chamam-se sinapismos (de sinapis. mostarda em grego: ver um dos seus nomes científicos). & Banhos de pés: Dissolvem-se
A planta rubefaciente por excelência
1 ou 2 colheradas de farinha de mostarda em 2 ou 3 litros de água quente. Tomam-se até dois banhos por dia, de 5 a 10 minutos de duração cada um.
O
S DIMINUTOS grãos ou sementes de mostarda, que à primeira vista mal se vêem, constituem um hom exemplo do podei' da.s coisas pequenas quando permitimos que se desenvolvam.
Toda a plaina contém uni glicósido (sinigrina) que, por acção da enzima mironase, se transforma mim óleo essencial sulfurado de forte acção revulsiva. As sementes contêm ainda mucilagcns. de acção emoliente (suavi/.ante), que compensam a acção revulsiva. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
A FARINHA de mostarda usa-sc sobretudo por via externa. Como revulsivo, actua atraindo o sangue para a pele, dcscongcsuoiv.vmlo assim os vea d o s c órfãos internos. Aplicada cm
cataplasmas, 101 na-sc muito eficaz cm caso de reumatismo, ciática, nevralgia, congestão pulmonar e bronquite aguda IO!
Os banhos de pés com farinha de mostarda são um remédio usado
Sinonímia científica: Brassica juncea Sickenb., Sinapis nigra L Outros nomes: mostardeira. mostarda, mostarda-ordinária, mostarda-preta. Esp.: mostaza, mostaza negra, ajenabo, aiezna, jebem, lágina. loparda, lusarda. Fr.: moutarde (noire). Ing.: (blackj mustard. Habitat: Cresce em estado silvestre nos terrenos baldios e incultos de toda a Europa. Naturalizada na América. Descrição: Planta anual de 0.2 a 1 m de altura, da família das Cruciferas. As flores são amarelas e crescem em cachos terminais. As sementes são arredondadas, de 1 mm de diâmetro. Partes utilizadas: as sementes.
Precauções
Por via digestiva, a mostarda é um condimento irritante, do qual é melhor prescindir. Devem abster-se completamente dela as pessoas que sofram de dispepsia ou de úlcera gastroduodenal.
• Dores de cabeça: Aliviam a riov de cabeça, pois atraindo o sangue para os pés descongestionam a cabeça. Recomendam-se especialmente em caso de cefaleia cansada por infecção vírica das vias respiratórias superiores (catarro nasal, sinusite, gripe) ou por hipertensão arterial 101. • Hipertensão arterial: A mostarda provoca uma vasodilatação periférica (dilatação das pequenas artérias dos membros), o que faz descei- a pressão arterial (01.
Os tradicionais pedilúvros (banhos de pés) com mostarda continuam a ser um apreciado remédio, devido à sua eficiência para aliviar a dor de cabeça, especiaímente q u a n d o ela se deve a constipação, gripe ou sinusite. Também se tornam úteis a quem sofra de hipertensão arterial.
2V-8.
>pr
Outras mostardas
Além da mostarda-negra, existem outras duas espécies: • Mostarda-branca (Sinapis alba L), que dá umas sementes grandes de cor creme, usadas para produzir a mostarda de mesa. • Mostarda-dos-campos (Brassica kaber Wheeler = Brassica arvensis (L.) Rabenh. = Sinapis arvensis L), que tem umas sementes muito pequenas. As propriedades destas duas espécies são muito semelhantes às da mostarda-negra, embora menos intensas.
CatthapalustrísL
!\
Malmequer -dos-brejos Alivia as dores reumáticas
E
STA PIANTA nada tem em comum com os populares malmequeres dos campos e jardins, que pertencem a uma família botânica diferente. Os capulhos ou botões florais do malmequer-dos-brejos comem-se no Centro da Europa curtidos em vinagre. A planta tem sido usada como medicinal desde a Idade Média. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a
planta contem protoanemonina, uma substância irritante, saponinas e flavonas. A sua propriedade fundamental é a revulsiva: em aplicação externa, provoca uma congestão e enrubescimento da pele que desinílama os tecidos situados interiormente. Por isso se usa esta planta em cataplasmas para aliviai a inflamação das articulações afectadas pelo reumatismo IOI.
Outros nomes: calla, calta-dos-pântanos. Esp.: hierba centella, calta, hierba dei rosário. Fr.: populage des marais. Ing.: cowslip, marsh marigold. Habitat: Zonas pantanosas e bosques húmidos da Europa e costa da América do Node. Em Podugal, encontra-se em Trás-os-Montes e no Minho, nos regatos e pauis. Descrição: Planta vivaz de 30-40 cm de altura, da família das Ranunculáceas. Os seus caules são carnudos e ocos, e as folhas são grandes e com a forma de um rim. As flores, de cor amarela iode, medem até 4 cm de diâmetro. Partes utilizadas: as folhas secas e os capítulos florais.
O
Preparação e emprego
USO EXTERNO O Cataplasmas com várias folhas frescas esmagadas, envolvidas num pano fino de algodão. Aplicá-las três vezes ao dia, durante 10-15 minutos, sobre a articulação inflamada, até que a pele adquira uma cor avermelhada. Depois, é necessário lavar a pele com água.
Precauções
é desaconselhável o uso interno das suas folhas e flores, por causa do seu efeito irritante sobre o aparelho digestivo.
665
3
Colchicum autumnaleL
.
Cólquico Resolve a crise de g o t a
.
Preparação e emprego
O Preparados farmacêuticos: Constituem a maneira mais recomendável de usar o princípio activo do cólquico. Apresentam-se em forma de comprimidos de colquicina, cuja dose é de 0,5 a 2 mg diários.
E
STA PLANTA dá uma bonita flor, de aspecto completamente inocente. Trata-se porém de um potente tóxico, que só sob vigilância médica, e em determinados casos, pode ter efeitos benéficos. ioda a planta contém colquicina, um alcalóide muito activo. Km doses terapêuticas, tem um acentuado efeito anti-inflamatórío e analgésico. É também diurética. A sua aplicação mais importante, em que é praticamente insubstituível, dado o seu efeito rápido e enérgico, é o tratamento do ataque agudo da gota IOI. Acalma de forma espectacular as violentas dores da artrite gotosa, que com frequência se localiza no dedo grande do |>é. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
A colquicina actua sobre o núcleo das células, detendo e impedindo o processo de divisão celular, conhecido em biologia como mitose. Por esta razão se tem tentado empregá-la no tratamento do cancro, se bem que os seus efeitos tóxicos sobre o organismo são demasiado intensos paia permitir o seu uso terapêutico. Fa/.em-se actualmente investigações com alguns dos seus derivados químicos, que são mais bem tolerados.
NH
-CO
- CH,
O Fórmula química da col(•LJ quicina, principio ' activo do cólquico. Trata-se de um alcalóide de g r a n d e acçáo anti-inflamatória e analgésica.
Precauções Trata-se de uma planta muito venenosa. Duas flores, apenas, já podem provocar a morte de uma criança.
Outros nomes: açafrão-bastardo. cebola-venenosa. cólchico, cólchico-do-outono, dama-nua. dedo-de-mercúrio, lirio-verde. mata-cào. narciso-do-outono. Esp.: cólquico. cólquico común. cólquico de otono, narciso de otono. flor de otono. azafràn silvestre, mataperros. Fr.: colchique [dautomne], safran faux. Ing.: meadow salfron, autumn crocus. Habitat: Planta pouco frequente, que prefere as regiões húmidas e montanhosas de toda a Europa. Cultivada para a indústria farmacêutica nos Estados Unidos e no Canadá. Descrição: Planta vivaz da família das Liliáceas. que atinge de 10 a 40 cm de altura. As flores, parecidas com as do açafrão, são cor-de-rosa ou lilás. As folhas são grandes e lanceoladas. e o bolbo é do tamanho de uma castanha. Partes utilizadas: o bolbo e as sementes.
.
Fillpendula ulmaría (L) Maxim.
oj
«
u
j
j
Preparação e emprego
Ulmeira Anti-reumática e depurativa
USO INTERNO O Infusão com 30-40 g de sumidades floridas por litro de água, de que se tomam até 5 chávenas diárias. USO EXTERNO Q Compressas de uma infusão mais concentrada do que aquela que se usa internamente (até 80 g): Aplicam-se sobre a zona dorida ou afectada pela celulite, durante 10 minutos, duas ou três vezes por dia.
A
S FOLHAS desta planta lembram as do ulmeiro (pág. 734). de onde lhe vem o nome. Usa-se desde o século XVI contra as dores reumáticas. Actualmente eonliecem-se-llie muitas outras virtude».
flor res, e em menor proporção as folhas, contêm o glicósido monotropitina, que por hidrólise, na planta fresca, se transforma em salicilato de metilo e aldeído saiu ílico, e, depois de seta, em ácido salicflico livre e salicilatos alcalinos. Todos estes derivados salicílicos proporcionam, à semelhança do ácido acedlsalicílico (aspirina), acção anti-inflamatória, analgésica e febrífuga. Possuí ainda llavonóides de acção diurética. PROPRIEDADES K INDICAÇÕES: AS
Tem as seguintes aplicações: • Dores reumáticas, causadas pela artrose, o reumatismo poliarticular agudo, ou pehi artrite lírica (gota) IO! • Dores diversas: Também alivia as dores osleoarticulaves (lumbago, torcicolo, dores nas costas) e as dores nevrálgicas (ciáticas, nevralgias). A sua eficácia contra as dores liça reforçada se. além de se ingerir a infusão lOl, se
Sinonímia científica: Spiraea ulmaria L. Outros nomes: erva-ulmeira. erva-das-abelhas, rainha-dos-prados. Esp.: ulmaria, reina de los prados, hierba de las abejas, altarreina, espirea, filipéndula. floròn. Fr.: (spírée] ulmaire, barbe de bouc, reine-des-près. Ing.: meadowsweet. queen ol the meado w. Habitat: Prados húmidos de toda a Europa, excepto a região mediterrânea. Cria-se nalgumas regiões frias do Norte e do Sul do continente americano. Descrição: Planta vivaz, da família das Rosáceas, que atinge até 1.5 m de altura. Os caules são erectos e as tolhas são prateadas pela face inferior. Dá flores pequenas, perfumadas, de um branco-amarelado, dispostas em ramalhetes terminais. Partes utilizadas: as sumidades floridas.
667
aplicai localmente em compressas sobre a zona afectaria 101. • Diurética: Por ser potente, mas não irritante, lorna-se sumamente útil no caso de celulite; edemas (retenção de líquidos) por insuficiência cardíaca, que costumam manifeslar-se sobretudo nos tornozelos e pés; assim como para diminuir a ascite (retenção de líquido no abdómen) dos doentes de cirrose 10). • Depurativa: A ulmeira é uma grande eliminadora de ácido úrico, matos e outras toxinas, pois aumenta a sua excreção pelo rim (acção uricosúrica). Depura o sangue destas substâncias ácidas, que causam a gota, o ar668
tritismo e muitas dores reumáticas IOI. Por isso, e pela sua acção anti-inllamatória e analgésica, é uma planta ideal para aqueles que sofrem de gota. • Dissolvente de cálculos: Própria para os que sofram de cálculos renais e areias, especialmente se forem de urato, pois favorece a sua dissolução e eliminação IOI. • Tonificante geral: Aumenta o apetite, tem efeitos tónicos cardíacos e proporciona sensação de bem-estar. O seu uso é recomendado nos estados gripais e catarrais, assim como na convalescença de afecções debilitantes 101.
A ulmeira, por conter um precursor do ácido acetiJsalicilico (aspirina), é anti-inffamatória e analgésica. Alivia as dores osteoarticulares (de ossos e articulações), como o torcicolo e o lumbago, ou as vulgares e incómodas dores das costas. Combate igualmente as dores nevrálgicas. Para conseguir uma maior eficácia convém aplicá-la externamente, por meio de compressas, ao mesmo tempo que se toma em infusão.
Fraxinus exceíslorL
J
O
#
•J
Freixo
<
Preparação e emprego
Um b o m remédio contra o artritismo
USO INTERNO
O Decocção ou infusão de folhas: 30 g por litro de água, a que se pode acrescentar sumo de limão para aumentar os seus efeitos. Tomam-se 3 chávenas por dia. O Decocção de casca: 40 g por litro de água. Ingerem-se 2 ou 3 chávenas por dia. © Lágrimas de maná: Tomam-se 10 a 30 g dissolvidos num copo de água quente, de manhã em jejum. O efeito laxante produz-se ao longo do dia. Para as crianças, reduzir a dose em proporção à sua idade.
D
IOSCÓRIDES assegurava nos seus escritos que as folhas do freixo socorrem quem tenha sofrido uma mordedura de víbora, laguna e Maitioli, os tradutores da sua obra no século XVI, foram mais longe, afirmando que as serpentes têm medo do freixo, e que nunca se aproximam desta árvore. Não sabemos em que se baseavam tão distintos terapeutas, para atribuir estas virtudes ao freixo. A investigação científica moderna não conseguiu confirmá-las.
P
r
Árvore-das-gotas-de-neve
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS FO-
LHAS contêm glicósidos flavouóides (quercitina), cumarinas, ácido málico, cobre, ferro e tanino. Têm propriedades diuréticas, depurativas e laxantes. São por isso muito indicadas em caso de artritismo (reumatismo por excesso de ácido úrico), gola, cálculos renais (favorecem a eliminação fios cristais de uraio e oxalalo que formam os cálculos), e para combater a prisão de ventre IOI.
A árvore-das-gotas-de-neve (Chionanthus virginica L)* cria-se na América do Norte e pertence à mesma família do freixo, a das Oleáceas. A casca desta árvore usa-se pelas suas propriedades febrífugas (faz baixar a febre), digestivas e tonificantes. Prepara-se uma decocção com uma colherzinha de café (3 g) de casca triturada, por cada chávena de água. Tomam-se umas duas chávenas por dia.
A CASCA contém glicósidos (fraxina), assim como diversos açúcares c resinas. E febrífuga e adstringente. I louve uma época em que se utilizou para substituir a quinina. Tem também eleito aperitivo e digestivo 10). As chamadas LÁGRIMAS DE MANÁ, OU simplesmente maná, obtêm-se com a seiva solidificada de duas espécies de freixo que se criam no Sul da Itália e na Sicília: o Fraxinus ornits L. e o Fraxinus mtunrlifoiia Mil ler. K um laxante muito eficaz e seguro, cujo agradável sabor o torna muito recomendável para as crianças l©l.
• Esp.: fresno florido. Sinonímia científica: Fraxinus oxycarpa Will. Outros nomes: freixo-comum, freixo-europeu. Esp.: fresno, fresno común. Fr.: frêne [communj. Ing.: [common] ash. European ash, bird's tongue. Habitat: Lugares húmidos, especialmente as margens dos rios. Existe em toda a Europa, excepto na região mediterrânea. Conhecido em quase todas as regiões de Portugal. Naturalizado na América. Descrição: Árvore da família das Oleáceas (a mesma da oliveira), de folha caduca, podendo atingir até 20 m ou mais de altura. Tem tronco liso e folhas compostas, com número impar de foliolos (geralmente 9 ou 11). Os frutos são secos e alados, em forma de cachos pendentes. Partes utilizadas: as folhas e a casca da árvore.
669
He procumbêns Dec.
oi *
Harpagófito Poderoso anti-reumático
S
KNIIOR Menheit! Lembra-se daquele soldado gravemente ferido que foi dado como incurável poios médicos alemães? — pergunta o nativo ao seu amo. - Claro que me lembro. Acho que o pobre não terá conseguido sobreviver paia contar <> que lhe aconteceu. - Nada disso! Curou-se com uma planta que lhe aplicaram os feiticeiros. - Não me digas? Então Lenho que saber que plaina é essa. Encontramo-nos na África do Sul, perto do deserto do Calaári e a norte do rio Orange. Kstá-se no ano de 1901. e acaba de estalai' a revolta dos Hotentoies contra a colonização alemã. Menheri eia um colono alemão que trabalhava duramente na sua exploração agrícola, c que mantinha boas relações com os nativos. - Vou pedir aos feiticeiros que me digam qual c essa planta capa/ de curai' feridas ião graves - pensava Menheri -. porque de certeza na Europa não a conhecem. Mas os curandeiros hotentotes negaram-se repetidamente a revelar-lhe o segredo. Então, o inconformado colono conseguiu treinai - um cão. de maneira a que seguisse os feiticeiros e conseguisse localizar a planta em questão. Depois de ter reunido uma 670
Outros nomes: Esp.: harpagófito, harpago, garra dei diablo, raiz de Windhoek. Fr.: harpagophytum. griffe du diable. Ing.: devils claw. Habitat: Originário do Su! da África, das regiões confinantes com o deserto do Calaári na actual Namíbia. Dá-se nos terrenos arenosos e argilosos. Descrição: Planta vivaz da família das Pedaliáceas. que chama a atenção pelas suas flores solitárias de cor
\ P
púrpura, semelhantes às da dedaleira (pág. 221). 0 seu fruto, que cresce junto ao solo, é lenhoso, de 10 a 20 cm de comprimento, e é provido de umas saliências em forma de ganchos. Da raiz primária, que é tuberosa e muito comprida, saem raízes secundárias parecidas com os amendoins, de sabor fortemente amargo, que são a parte medicinal. Partes utilizadas: as raízes secundárias ou bolbos.
Preparação e emprego
USO INTERNO O Infusão: A dose habituai é de uns 15 g diários (uma colher de sopa) de pó de raiz, infundidos em meio litro de água. Deixar repousar entre meia e uma hora. Toma-se 3 ou 4 vezes por dia. O Cápsulas: Devido ao seu sabor amargo, também se apresenta em cápsulas, que contêm pó de raiz, de que se tomam 3 ou 4 por dia, sem mastigar.
Recomenda-se tomar as infusões ou os preparados farmacêuticos de harpagófito. antes das refeições. USO EXTERNO © Compressas ou fomentações empapadas com a mesma infusão já descrita para uso interno, embora convenha fazê-la um pouco mais concentrada. Aplicam-se sobre a zona afectada da pele, várias vezes por dia.
O harpagófito é um anti-inflamatório e anti-reumãtico de provada eficácia, e que, em doses terapêuticas, é completamente livre de efeitos secundários indesejáveis. Por isso está a ier cada vez mais utilizado.
ceita quantidade de raízes da plaina, que mais (ardo viria a ser identificada como Harpagophytum pivcumbens, enviou-as para a Alemanha, a fim de serem analisadas. Desde essa altura, o prestígio desta planta não parou de aumentar. K actualmente um dos remédios mais eficazes de que a fitoterapia dispõe para o tratamento das doenças reumáticas Desde os princípios do século XX, a raiz do harpagófito tem sido profusamente investigada e analisada, especialmente em laboratórios alemães. Deseobriram-se-lhe mais de 40 componentes activos, entre os quais os glicósidos monoterpénicos do grupo dos iridóides (glucoiridóides), harpagina, harpagido e procumbido. A eles se devem as suas propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e antiespasmódicas. Também possui acção cicatrizante, e lã/, descer o nível do colesterol e PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
tio ácido úrico no sangue. As suas indicações são as seguintes: • Anti-inflamatório e anti-reumático: O harpagófito torna-se especialmente eficaz nas dores reumáticas crónicas produzidas pela artrose. Obtêm-se resultados muito hons. confirmados pela investigação clínica, nos casos de artrose cervical ou lombar, das ancas e dos joelhos. Passados dois ou três meses de tratamento, melhora significativamente a motilidade articular, e desaparece a dor. Veriluou-se que é útil em todos os tipos de reumatismo articular 10.01. Ao contrário da maior parte dos fármacos anti-inllamaiórios. a raiz do harpagófito não provoca nenhum efeito irritante sobre o aparelho digestivo. Y. completamente isenta de efeitos secundários nas doses terapêuticas. () efeito anti-reumático do harpagófito produz-se tanto quando si- ingere por via oral IO.01. como quando
se aplica em uso externo IO.01. Os maiores efeitos conseguem-se combinando simultaneamente ambas as formas de aplicação 101. • Depurativo: Facilita a eliminação, pela urina, dos resíduos ácidos do metabolismo, como o ácido úrico, responsáveis pela gota e por muitos casos de artrite (inflamação das articulações) IO.0I. • Antiespasmódico: Tem um efeito relaxante sobre espasmos ou cólicas intestinais, cólon irritável, cólicas biliares c renais IO.OI. • Hipolipemiante: Faz descer o nível de colesterol no sangue, e regenera as fibras elásticas que formam a parede arterial, pelo que se torna recomendável em caso de arteriosclerose 1O.0I. • Cicatrizante: Aplicado externamente, é um excelente cicatrizante de toda a espécie de feridas e úlceras cutâneas 101. 671
IlexaquifollumL
u
J J J
Azevinho Tónico e estimulante das funções excretórias Outros nomes: pica-folha, visqueiro, azevinho-espinhoso, zebro, pica-rato, aquifólio, espinha -sempre-verde.
A
LGUMA coisa lai ta ria ao Inverno sem o azevinho com as suas brilhantes bagas vermelhas... Os galos silvestres, dos bosques setentrionais da Espanha e da Europa, assim como os melros e muitos outros animais da floresta, contam com as bagas do azevinho para o seu sustento flui ante o Inverno. Por isso deveria acabai" o costume de utilizar este arbusto nas decorações de Natal, pois que os cortes em grande quantidade que se fazem no mês de Dezembro põem em perigo a sobrevivência de muitos animais, para os quais o azevinho é quase o único recurso durante os meses da neve. De lacto, em muitos países europeus este arbusto é protegido legalmente. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS fo-
lhas do azevinho contêm ilicina, teobromina (substância semelhante à calcina, que também se encontra no cacaueiro, pág. 597), dextrose, ácidos ursólico e México, rutina, resina e sais minerais (especialmente de potássio e magnésio). A Tolhas do azevinho têm as seguintes propriedades, que na sua maioria se devem à ilicina e à teobromina: 672
Esp.: acebo, agrifolio, cardonera. Fr.: houx. Ing.: holly. Habitat: Comum nos bosques frondosos (soutos, faiais) da Europa. Também se encontra nas regiões montanhosas e frias da América do Norte e do Sul. Cultiva-se para fins ornamentais. Descrição: Arbusto de 1 a 5 m de altura, da família das Aquifoliáceas. Tem folhas perenes, de cor verde-escura, muito duras e rodeadas de espinhos. As pequenas flores, que nascem nas axilas das folhas, são brancas e rosadas. Os frutos são bagas de cor vermelha que persistem durante todo o Inverno. Partes utilizadas: as folhas.
5 J J? Preparação e emprego USO INTERNO O Decocção ou Infusão com 40-60 g de folhas por litro de água, da qual se tomam, com um pouco de mel, até três chávenas por dia.
Precauções
As bagas vermelhas do azevinho são muito venenosas. Provocam fortes náuseas, vómitos e diarreias; em grandes doses, provocam convulsões e inclusive a morte. As crianças são particularmente susceptíveis de intoxicar-se com estas atraentes bagas que, no entanto, servem de alimento aos animais do bosque.
• Anli-reumáticas: Pelo seu efeito depurativo, r e c o m e n d a - s e o azevinho aos artríticos e reumáticos, para limp a r o sangue dos p r o d u t o s ácidos dos resíduos do metabolismo IO). • Febrífugas e sudoríficas: Por isso se e m p r e g a para fazer baixar a lebre, esp e c i a l m e n t e em caso de gripe, catarro ou b r o n q u h e 1©1. • Diuréticas e laxantes: Têm em conj u n t o u m a acção depurativa sobre o o r g a n i s m o , pois estimulam todas as funções de eliminação 101. • Tonificantes do coração e estimulantes, devido ao seu c o n t e ú d o em te-
obromina, cujos efeitos são semelhantes aos da cafeína IOI. A casca tem sido usada para evitar os ataques epilépticos, ainda q u e sem f u n d a m e n t o científico. Em geral, o azevinho é pouco usado c o m o planta medicinal, pois r e q u e r um doseamento muito preciso e, mesmo assim, p o d e provocar náuseas e intolerância gástrica.
«Al,
Chá-apalache
No continente americano existem algumas espécies semelhantes ao azevinho, tanto pelo aspecto como pelos seus princípios activos, cujas propriedades medicinais costumam ser semelhantes, como, por exemplo, o chá-apalache {Ilex cassine L), que se encontra nos Estados Unidos e no México. Também se conhecem, entre outros, o arbusculo designado por erva-de-azeite e pau-de-azeite, {Ilex theezans Mart.), próprio do Paraguai e do Brasil; a planta chamada em castelhano 'yaiipón' {Ilex vomitória Ait.), que se encontra no México e nas Antilhas, e a árvore brasileira conhecida como caúna {Ilex pseudobuxus Reiss.). Na América do Norte existe um arbusto ou arbusculo, conhecido em inglês como 'fever bush', isto é, arbusto da febre {Ilex verticillata [L] Gray. = Prínos verticiilatus L).
A azevinho é um bonito arbusto, cujas bagas vermelhas são muito venenosas. Em contrapartida, a infusão das suas folhas, correctamente doseada, constitui um eficaz depurativo e anti-reumático.
A planta mais conhecida do género Ilex é o mate {Ilex paraguayensis St. Hill.) que, pela sua importância e características especiais, estudaremos separadamente (pág. 182).
673
Rosmarínus offídnalis L
oj t
Alecrim Revitaliza, tonifica, rejuvenesce... e desinflama
O
ALECRIM é unia cias plantas aromáticas mais difundidas, mas nem por isso menos eficaz. K difícil sairmos um dia para o campo no Centro e Sul de Portugal sem encontrar este nobre arbusto. No Inverno alegra-nos com o verdor da sua folha perene, e na Primavera ou no Verão, com a frescura do seu perfume.
Talvez vejamos até alguma abelha abastecendo-se nas suas florezinhas para produzir depois esse excelente manjar que é o mel de alecrim. O alecrim é conhecido desde tempos muito remotos. Diz-se que os faraós egípcios mandavam pôr sobre a sua tumba um raminho de alecrim para lhes perfumar a viagem ate' ao país dos m o r t o s . No séc:ulo XIV, a rainha Isabel da I lungria, martirizada pelo reumatismo, r e c u p e r o u a juventude graças a esta planta. De lai maneira q u e , q u a n d o j.i tinha 72 a n o s .
O
>
ú
L
Preparação e emprego
USO INTERNO
O Infusão e decocção: 20-40 g de folhas de alecrim por litro de água. Podem tomar-se duas ou três chávenas por dia. © Essência: A dose normal é de 3-4 gotas, 3 vezes ao dia. USO EXTERNO
© Banhos e lavagens com uma infusão concentrada: 80-100 g por litro de água. Deixar repousar durante 20 minutos e filtrar. Pode-se aplicar directamente esta decocção sobre a zona inflamada, ou então acrescentá-la à água da banheira para tomar um banho tonificante. O Gargarejos com a infusão concentrada. 0 Fricções com álcool de alecrim: Ver a sua preparação no quadro informativo desta página. 0 Fricções com essência diluída em álcool ou azeite, à razão de 2-5 ml por cada 100 ml. © Fomentações e compressas quentes com a infusão concentrada, ou com água quente a que se acrescentam 15-20 gotas de essência por litro de água.
Álcool de alecrim
Para preparar este álcool, esmaga-se num almofariz um punhado de folhas verdes de alecrim. Depois de esmagadas, colocam-se num recipiente com tampa hermética, que contenha 100-150 ml de álcool etílico. Deixar repousar durante três dias e depois filtrar (ver a fotografia da página 660). Aplica-se em fricções, sobre a zona dorida, com um pano de algodão.
674
e
Outros nomes: alecrinzeiro. Esp.: romero. romero común. romeo. aroma de mar, rosmaríno. Fr.: romarin. Ing.: rosemary Habitat: Próprio das regiões secas e quentes do Sul da Europa. Prefere as terras calcárias e costuma acompanhar as azinheiras e matagais Descrição: Arbusto lenhoso de até um metro de altura, da família das Labiadas. As folhas estreitas e alongadas são de cor verde-escura pela face superior e cobertas de uma penugem prateada pela face inferior. As flores são pequenas e de cor azul ou violeta-claro. Toda a planta exala um agradável aroma canforado. Partes utilizadas: as sumidades floridas.
6
Água da rainha da Hungria A chamada água da rainha da Hungria prepara-se com três partes de folhas de alecrim e uma de folhas de alfazema (Lavandula angustifolia Miller, pág. 161), num total de 60-70 g. A maneira de a obter é a mesma que para o álcool de alecrim. Esmagam-se as folhas de alecrim e de alfazema colocadas sobre um pano de algodão, e colocam-se num recipiente com tampa hermética com 100-150 ml de álcool etílico. Deixam-se repousar durante 3 dias e depois filtra-se. A água da rainha da Hungria torna-se muito eficaz para fricções e massagens em casos de inflamações articulares.
te em caso fie hipotensão ou de esgotamento físico. • Diurético e anúcspasmódico: Muito indicado para as cólicas renais quando se trate de expulsar os cálculos IO.OI
• Digestivo: As suas propriedades colagogas (estimulantes da secreção biliar), de protector e regenerador hepático, e carminativas (eliminadoras dos gases intestinais), fazem que. tomado depois ílas refeições, facilite notavelmente a digestão IO.©l. Todavia, talvez sejam as aplicações externas aquelas que mais se conhecem, devido à sua grande eficácia:
Foi pedida em casamento pelo rei da Polónia. Fala-se, desde essa altura, da "água da rainha da Hungria" como designação de uma das Formas de aplicar esta planta. Uma outra reumática Famosa, Madame de Sévigné, chegou a escrever que estava encantada com <> alecrim, que para ela era «o alívio de todos os sofrimentos».
licos de acção diurética, e flavonóides com efeitos anliespasmódicos. Tem as seguintes propriedades: • Tonificante: É a sua acção mais importante. Os convalescentes, esgotados, depressivos, e inclusivamente os idosos, encontrarão nas suas infusões um estupendo tónico que lhes devolverá a vitalidade perdida, como fez à rainha da Hungria IO.0I.
Contem uma essência com derivados ter» penicos, à qual deve a maior parte das suas virtudes medicinais, ácidos fenó-
Os banhos com ou infusão ou decocção l©l, e as Fricções com álcool I0I ou com essência I0l de alecrim, têm um interessante eleito estimulan-
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
• Vulnerário e anti-rcumálico: Tem uma acentuada acção anti-inflamatória, que o torna ideal para Friccionar em entorses, edemas, assim como dores musculares e reumáticas. Aplica-se em Fricções l@.@) (com álcool de alecrim ou com a sua essência), lomentações ou compressas quentes 191. Kstas últimas são muito eficazes para relaxar a musculatura das costas e acalmar as dores da região cervical, dorsal ou lombar. • Cicatrizante e anti-séptico: Estimula a cicatrização das feridas, úlceras da pele e eczemas 101. Aplicado em forma íle gargarejos IOI, cura as aftas.
O alecrim é uma das plantas mais apreciadas nos países mediterrâneos. E com razão, pois as suas virtudes medicinais sáo múltiplas. Os banhos com infusão ou decocção de alecrim sáo muito recomendados, pelos seus efeitos estimulantes.
675
SalixalbaL
Salgueiro-branco Combate eficazmente a dor e a febre
O
SALGUEI RO foi um dos remédios vegetais mais usados »a Assíria e na Babilónia. Desde o tempo de Dioscórides, no século I d.C, os partidários da teoria dos sinais continuavam a acreditar que, dado que o salgueiro era capa/ de resistir bem aos "maus ares" das terras húmidas e pantanosas onde cresce, teria de conter alguma substância eficaz para curar as febres da malária (do italiano mala ária, 'mau ar*) e as dores reumáticas, que frequentemente afligem os habitantes de tais lugares. E com eleito, o salgueiro usou-se com êxito como antipirético contra a malária ou paludismo, e contra outras febres, ao ponto de se lhe chamar a "quina europeia". Em meados do século XIX, Félix I loffmann, um químico do laboratório alemão Bayer, fez experiências com extractos da casca de salgueiro. Depois de vários processos químicos, obteve um derivado cujos eleitos antipiréticos e analgésicos eram muito superiores aos do produto original (a casca do salgueiro).
I loffmann experimentou esta nova substância -o ácido acetilsalicílico- no seu próprio pai, que sofria de constantes ataques de reumatismo. Foi tal o êxito conseguido, que os laboratórios Bayer decidiram comercializar 676
%
Ú
Preparação e emprego
LÍSO INTERNO
O Decocção de 30 g de casca e/ou folhas por litro de água, durante 15-20 minutos. Deixa-se repousar outro tanto, e tomam-se 3 ou 4 chávenas por dia, que se podem adoçar com mel. @ Pó: Pode-se obter triturando a casca num moinho de café. Administra-se dissolvido em água com mel, antes de cada refeição, à razão de 3 a 5 g (uma colnerzinha de café) em cada toma. 0 Infusão com uma colherada de flores secas por chávena de água. Podem-se ingerir de 2 a 4 chávenas por dia, especialmente antes de deitar. Esta infusão tem um acentuado efeito sedativo. USO EXTERNO
O Compressas com uma decocção mais concentrada do que para o uso interno: 70-100 g por litro de água. © Lavagens da pele com esta mesma decocção. O Irrigações vaginais com o líquido da decocção concentrada, bem filtrado.
Outros nomes: salgueiro, sinceiro, vimeiro•amarelo. Esp.: sauce blanco. sauce [álamo], sauce reluciente, balaquera, mimbrera, salga, salguero, saracho, saz. Fr.: saule [blancj. Ing.: [white] willow. Habitat: Comum em bosques húmidos, margens de correntes de água e terrenos pantanosos de toda a Europa. Naturalizado no continente americano. Descrição: Árvore ou arbusto da família das Salicàceas, de 4 a 20 m de altura, com tronco delgado, casca de cor acinzentada, gretada nos exemplares velhos, e com ramos flexíveis. As folhas são lanceoladas e estreitas, de bordo dentado. Partes utilizadas: a casca, as folhas e as flores.
Y*
Outros i Igueiros
Existem cerca de 200 espécies do género Salix, além do salgueiro-branco. As mais conhecidas são: • o salgueiro-da-babilónia [Salix babylonica L),* ou salgueiro-chorão, que se usa como árvore ornamental; • o salgueiro-frágil [Salix fragilis L),** que se cultiva tanto na Europa como na América, disseminado em Portugal desde o Minho ao Algarve. • o salgueiro-de-casca-roxa (Salix purpúrea L.),*** arbusto que aparece nas margens do Douro, cujas apli-
csse derivado da casca do salgueiro com O nome de aspirina. K a humilde aspirina continua a ser o fármaco mais usado na história da humanidade: consomem-se anualmente 40 000 toneladas de aspirinas em todo O mundo. Desta viv. viu-se confirmado o velho aforismo: "A natureza coloca sempre o remédio ao lado do mal." A localização do salgueiro em terrenos húmidos e frios foi o sinal, a pista que conduziu à descoberta das suas propriedades antipiréticas e analgésicas. A CASCA, e em menor quantidade as (olhas e as flores do salgueiro, contêm taninos que lhes conferem acção adstringente e tónica, assim como sais minerais e matérias corantes. Porém o seu princípio activo mais importante é o gUcósido salicina, contido também nas flores, que por acção da enzima glucosidase pode transformar-se em glicose e saligenina. K esta, por oxidação, converte-se em aldeído salicílico, e depois em ácido salicílico. A partir deste ácido salicílico obtém-se facilmente o ácido acetilsalicíticoou aspirina. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
cações medicinais são idênticas às do salgueiro-branco. As propriedades e usos fitoterápicos das diversas espécies costumam ser muito semelhantes, embora algumas delas só se aproveitem para o fabrico de cestos com os seus ramos, ou com fins ornamentais em parques e jardins.
* Esp.: sauce llorón. " Esp.: sauce frágil, bardaguera blanca. '" Esp.: sauce colorado, sauce rojo.
Devido ao seu conteúdo em salicina, o salgueiro possui propriedades febrífugas, analgésicas, anti-inflamatórías, anti-reumáticas e ligeiramente andespasmódicas e sedantes, o que o faz ser muito útil nos seguintes casos: • Dores diversas: Pela sua acção antiespasmódica e sedante, torna-se muito eficaz para aliviar toda a espécie de dores, especialmente as de tipo reumático, assim como as dores fie origem genital nas mulheres, devidas a dismenorreia (regras dolorosas) ou a espasmos uterinos IO.0I. • Febre: Como febrífugo, pode-se usai- em todo o tipo de doenças febris IO.0I. Oferece a vantagem de tonificar o aparelho digestivo (abre o apetite, combate a pirose ou hiperacidez gástrica e detém as diarreias), graças ao conteúdo em taninos da sua casca. •Excitação nervosa: Pelo eleito sedante,
especialmente das FLOIWS,
usa-se em caso de nervosismo, ansiedade e insónia 101. Tcm-se usado desde tempos muito amigos como antiafrodisíaco, seguindo o critério de que, se baixa a febre, também esfriará os que são demasiado ardentes no amor.
A decocção de casca de salgueiro constitui um excelente anti-reumático, devido ao seu conteú d o em salicilina. um precursor químico da aspirina. Para se obter um efeito mais acentuado, toma-se por via oral ao mesmo tempo que se aplica em compressas sobre as articulações afectadas.
• Desinfecção da pele e fias mucosas: Externamente, o salgueiro uiili/a-se para lavar ferida-s e úlceras tia pele (chagas) IO.0I, assim como para irrigações vaginais em caso de leucorreia IOI. Ao contrário do que possa parecer, a descoberta do ácido acetilsalicilico não substitui o uso do salgueiro. Embora seja certo que o derivado sintético (a aspirina) tem um efeito febrífugo e analgésico mais rápido e potente que o produto natural, o salgueiro letn a vantagem de não se í<»rnar tão irritante para o estômago como a aspirina, que produz facilmente gastrites agudas, hemorragias e úlceras gastroduodenais. Ao contrário, o salgueiro tonifica o aparelho digestivo. A acção analgésica desta árvore ainda é reforçada por um efeito sedante suave que lhe está associado. 677
e
L
Sassafrás officinaJis Nees.
Preparação e emprego
Sassafrás Depurativo e a n t i t ó x i c o
USO INTERNO
0 Infusão com 10-20 g por litro de água; da qual se ingerem até 3 chávenas diárias. © Essência: A dose habitual è de 1 -2 gotas, 3 vezes ao dia.
Outros
O
S ESPANHÓIS d e s c o b r i r a m esta vistosa e aromática árvore nos bosques da Florida em 1538. Pouco d e p o i s observaram q u e os índios a usavam para combater a Febre. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : A cas-
ca do tronco e das raízes c o n t é m até 9% de essência, formada por cerca de 8 0 % de safrol, 10% de p i n e n o e felan d r e n o , e 0 , 5 % de e u g e n o l . Esta essência é responsável pelas propriedades do sassafrás: • Depurativo, diurético e sudorífico: Usa-se contra o r e u m a t i s m o , a gota e o artritismo. Torna-se t a m b é m apropriado nas d o e n ç a s infecciosas para provocar o suor, a urina e. deste m o d o . a eliminação de toxinas IO.OI.
nomes:
canela-sassafrás. •sassafrás.
sassafraz.
Brasil:
canela-de-
Esp.: sasafrás. canela sasafrás. paio sasafrás, navanché pavame. Fr.: sassafrás. Ing.: sassafrás, angue tree. Habitat: Originário da costa atlântica da América do Norte, acha-se difundido pelas Américas Central e do Sul. Descrição: Árvore da família das Lauráceas, que atinge até 20 m de altura. Tem um tronco grosso, com a casca muito rija e avermelhada. Tema característica de apresentar folhas diferentes na mesma árvore, umas ovaladas outras lobuladas. Partes utilizadas: a casca do tronco e da raiz.
• Aiiti-scptico: Antigamente Foi um remédio muito a p r e c i a d o contra a sífilis e outras d o e n ç a s v e n é r e a s , possivelmente devido à sua acção anti-séptica io HI • Desintoxicante: Tem sido usado c o m o a n t í d o t o e m intoxicações p o r c h u m b o , arsénico, e certas p l a n t a s c o m o o tabaco, o m e i m e n d r o - n e g r o ou a lobélia, todas da família das Solanáceas. Km caso de intoxicação tabágica, faz desaparecer as náuseas, vómitos e cefaleia IO.0I. • Estimulante: A acção estimulante da planta reforça as suas restantes propriedades !©,©!. 678
Precauções
Não exceder mendadas.
as
doses
A essência é convulsivante doses elevadas.
recoem
Ttunus communls L
a* Preparação e emprego
Norça-preta Faz desaparecer os hematomas
N
ÃO SE DEVE confundir esta plama venenosa com a salsaparrilha (pág. 592), que também se enrosca e tem frutos vermelhos (esses sim, comestíveis). A diferença entre as duas consiste em que os caules da norça-preta não têm espinhos c .são de uma ror mais escura. raiz da norça-preta c muito volumosa (até 10 kg) e feculenta. Contém um alcalóide, a diosgenína, que a torna muito irritante quando se ingere fwniia oral. No entanto, aplicada localmente, possui notáveis propriedades vulnerárias: cuia as contusões e faz desaparecer os hematomas que se formam debaixo da pele 101. Por isso é conhecida em França como herbe aux fernmes batlues (erva das mulheres espancadas). PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A
USO EXTERNO O Cataplasmas com a raiz triturada e cozida, que se aplicam até 3 vezes por dia, sobre a zona contusa ou sobre os hematomas.
Outros nomes: arrebenta-boi, baganha. tamo, uva-de-cão. Esp.: nueza negra, brionia negra, vid negra, uvas dei diablo. Fr.: tamier [commun], herbe aux femmes batlues. Ing.: [black] bryony. Habitat: Cria-se nos bosques e barrancos sombrios do Centro e do Sul da Europa. Descrição: Planta trepadeira. da família das Dioscoreàceas (em honra de Dioscóndes), que atinge até 4 m de altura. O caule é fino e estriado, e com ele se enrosca noutras plantas. As folhas têm a forma de um coração. O fruto é uma baga vermelha e brilhante. Partes utilizadas: a raiz.
Precauções
Toda a planta é venenosa em uso interno, assim como os seus frutos. No caso de intoxicação, provocar o vómito e administrar carvão vegetal.
#
*
679
PLANTAS PARA A PELE UMÁRIO DO CAPITULO DOENÇAS E APLICAÇÕES
As aplicações locais de certas plantas medicinais contribuem, de forma muito acentuada, para a beleza da pele.
680
Abcessos 689 Ame 687 Alopecia, ver Calvície 688 Beleza da pele 686 Calosidades 683 Calvície 688 Caspa 688 Celulite 686 Comichão, ver Prurido cutâneo 684 Condilomas e papilomas 683 Durezas, ver Calosidades 683 Eczema 685 Estrias da pele 688 Feridas e úlceras 682 Fungos da pele, ver Micose da pele . . . . 689 Furúnculos e abcessos 689 Gretas da peie 683 Herpes 690 Irritação da pele 684 Micose da pele 689 Papilomas 683 Pele seca 687 Pele, beleza 686 Pele, comichão, vcrPntrido cutâneo . . 684 Pele, estrias 688 Pele, fungos, ver Micose da pele 689 Pele, gretas 683 Pele, irritação 684 Pele, micose 689 Prurido cutâneo 684 Psoríase 686 Sarna 690 Secura da pele 687 Sudação excessiva 687 Tinha 690 Úlceras da pele 682 Unhas frágeis 688 Verrugas 683
PLANTAS Abacateiro 719 Açucena 716 Algodoeiro 710 Aloés 694 Amor-perfeito-bravo 735 Aquileia = Mile/ólio 69} Aristolóquia 699 Bardana 697 lianrte-de-padre = Evónimo 707 Baunilha-dos-jardins 713 Bela-somhra 722 Betónica 730 Bonagem-bastarda = liuglossa 696 Buglossa 696 Buglossa-oficinal 696 Calaguala 724 Capucha 721 Cavalinha 704 Celidónia 701 Cinogiossa 703 Consolda-maior 732 Consolda-menor 733 Doce-amarga 728 liquiseto-dos-campos = Cavalinha . . . . 704 F.nm-da-trindade == Amor-perfeito-bravo 735 Fwa-dos-cachos-da-índia = Fitolaca . . 722 Erva-dos-calos = Favária 726 Erva-moura 729 Escabiosa-mordida 731 Evónimo 707 Favária 726 Figueira 708 Figueira-da-india 718 Fisale 721 Fitolaca 722 Hera 712 Hipericáo 714 Hipericão-do-gerês 714
A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S 2 " Parte:
Língua-dc-cão = Cinoglossa Lwgiin-de-wica = liuglossa Loendro Milefólio Miljumdu = 1-lipericão Nopãl = Figiteim-da-ívdia Pegomassa = Bardana PoUganuto-da-umériai Quenopódio-bom-henrique Saiào-curto
703 696 717 691 714 718 697 723 702 727
O
ORGANISMO de uma pessoa adulta acha-se envolvido por alguns metros quadrados de pele, a que normalmente .só se presta atenção por motivos estéticos. No entanto, a pele desempenha muitas e muito importantes funções para a saúde do nosso organismo: • Funções de protecção mecânica, térmica (contra as mudanças de temperatura) e biológica (defende-nos dos numerosos organismos que continuamente nos rodeiam). • Funções de eliminação: Através da pele climina-sc constantemente água, tanto por evaporação (transpiração insensível) como pela secreção do suor. O suor apresenta uma composição semelhante à da urina, embora com menor concentração: além de água, contém cloreto de sódio, ureia e muitas outras substâncias. A pele foi definida como "o terceiro rim", pela sua capacidade de eliminai- toxinas e substâncias metabólicas residuais. • Funções sensoriais: A pele dispõe de inúmeras terminações nervosas, a ponto de ler sido qualificada de "o cérebro exterior". O estado do sistema nervoso influi directamente sobre a saúde da pele. A saúde e a beleza da pele dependem,
Sanícula Sanícula-ammcana Selo-de-salomão Tepezcohuite Tornasse! Ulmeiro Ulmeho-ameriaino Unicu Vermiculária Verrucária = Tornassol
725 725 723 724 713 734 734 700 726 713
D e s c r i ç ã o
>
y
Algumas plantas medicinais tornam-se altamente eficazes no cuidado e na
higiene da pele.
em grande parte, do estado interior do organismo. As aplicações de plantas medicinais ou de qualquer outro tratamento directamente sobre a pele, não conseguirá glandes resultados se o sangue estiver "sujo" (carregado de impurezas metabólicas), se existirem desequilíbrios nervosos, ou se a alimentação for rica em proteínas e gorduras de origem animal. Por isso, em muitos casos, os eczemas e outras dermatites melhoram, não apenas com as aplicações locais de loções, compressas ou cataplasmas, que sem dúvida são eíica/.es, mas também, além disso, com a administração de: • Plantas depurativas como a bétula ou o amor-perfeito (pág. fi47), que facilitam a eliminação por meio da urina e da sudação, das substâncias residuais que circulam no sangue, e que tendem a depositar-se na pele; • Plantas que melhoram a função do fígado, no qual se efectuam numerosos processos de desintoxicação das substâncias tóxicas que circulam no sangue (pág. 379); e • Plantas laxantes, que evitam a autointoxicação que se produz em caso de prisão de ventre crónica (págs. 484485).
681
C a p . 2 7 : P L A N I A S PARA A PELE
FERIDAS E ÚLCERAS Entende-se por f e r i d a uma rotura na continuidade da pele, de causa traumática. A úlcera também supõe uma rotura na continuidade de um revestimento cutâneo ou mucoso, mas com as seguintes características: • Existe uma necrose (destruição) do tecido afectado, seja da pele seja das mucosas, com perda de substância. • Não tende espontaneamente para a cicatrização, como acontece com as feridas. Um dos tipos de úlcera cutânea mais frequentes é a úlcera varicosa, que se apresenta nos membros inferiores, em relação com transtornos da circulação venosa (ver pág. 250).
AGRIMÓNIA
205
Cicatrizante, favorece a cura de úlceras e feridas de cicatrização lenta
Compressas com a decocção de flores e folhas
DE D ALEIRA
221
Excelente cicatrizante
Compressas com a infusão de folhas
AGRIÃO
270 Facilita a formação de nova pele
Cataplasma de folhas frescas. loção com o sumo
P7c
Loção com o sumo fresco
AZEDAS
CAMOMILA
682
364 Cicatrizante, emoliente, anti-séptica
Lavagens com a infusão
FEL-DA-TERRA
436 Limpa e cura feridas e úlceras da pele
Compressas com a decocção de sumidades floridas
CARDO-SANTO
444 Combate as infecções, cicatrizante
Compressas com a decocção
NOGUEIRA
O tratamento fitoterã pico de ambas as lesões baseia-se soS * < _ bretudo em plantas de acção cicatrizante e anti-sèptiALIARIA ca. Recorde-se que as feridas limpas tenMARAVILHA dem a cicatrizar espontaneamente. A única coisa que se BICO-DEdeve fazer neste T T ' 7 * -CEGONHA caso, além de as suturar, é lavá-las com m fusões ou decocções RriMcon de plantas cicatrizantes KOMERO e anti-sépticas. Hipencâo ••«.»*.«. Quando se trate de feridas infectadas ou a b e r t a s , de cicatri- MILEFOLIO zação lenta, pode ser útil a aplicação de cataplasmas ou compressas dessas HERA mesmas plantas. Nas úlceras cutâneas, aplicam-se igualmente lavagens, com- HIPERICÃO pressas ou cataplasmas com plantas cicatrizantes e anti-sép~ e . u b » . . ticas, mas, além dis- SANÍCULA so, recomendam-se as plantas adstringentes, que elimi- FAVÃRIA nam os tecidos necrosados e secam as úlceras. A sani- BETÓNICA cula ó uma das plantas com maior capacidade para CONSOLDAlimpar os tecidos -MAIOR necrosados. e „ _ j „ . Coosoldatmior EOU.NACEA
I
Emoliente, cicatrizante. limpa as úlceras e feridas infectadas
505 Adstringente, cicatrizante, anti-séptica
Compressas e lavagens com a infusão de folhas e/ou nogalina
510
Compressas e loções com a decocção de sumidades
* | $ ~ e n e r
a d W
a
560 Cicatrizante, revitaliza a pele
Lavagens com o sumo fresco da planta
626
Cicatrizante, acelera a cura de feridas e úlceras da pele
Compressas com decocção de flores, cataplasmas com pétalas. loção com sumo fresco das flores
631
Favorece a cura de úlceras e chagas
Compressas com folhas esmagadas
£7/i Cicatrizante, anti-séptico, estimula D/4 c i c a t r i z a c ã 0 de feridas e úlceras
Banhos e lavagens com a infusão ou decocção de sumidades floridas
em 691
Cicatrizante, anti-séptico. Muito eficaz p a r a c u r a r fendas e úlceras
Lavagens e compressas com a infusão de sumidades floridas
•JY2
Cicatrizante, cura feridas, úlceras e gretas da pele
Compressas com a decocção de folhas, cataplasmas com as folhas
Modera a reacção inflamatória 714 nos tecidos que rodeiam a ferida ou contusão, estimula a epitelização
Óleo de hipericão sobre a pele afectada
-70K Limpa os tecidos necrosados, 725 estimula a epitelização
Compressas com a decocção de folhas, lavagens com esta decocção
726
Favorece a cura de feridas e úlceras da pele
•J-3Ç, Cicatrizante, ajuda a sarar chagas, feridas e úlceras da pele 732 7f -(-
755
Compressas e lavagens com o sumo fresco Compressas com a decocção
Muito eficaz para acelerar a cura de chagas e úlceras de cicatrização lenta
Compressas com a infusão de raiz, cataplasmas com a raiz esmagada
Anti-infecciosa, cicatrizante, r egenera os tecidos
Compressas ou loções com a decocção de raiz
A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS 2' 1 P a r t e :
Doença
Planta
CALOSIDADES Também chamadas calos. São endurecimentos da pele devidos à fricção ou pressão excessivas, que aparecem sobretudo nos dedos das mãos e dos pés. Aplicadas localmente, estas plantas medicinais amolecem as calosidades, por conterem substâncias como o ácido salicihco, capazes de desfazer a dura camada córnea da pele.
VERRUGAS São excrescências cutâneas devidas ao crescimento excessivo de determinadas células da pele. Em muitos casos são de origem vinca. Aplicadas localmente, estas plantas exercem uma acção antímitótíca (impedem a mitose ou divisão das células) e embrandecedora da pele.
Pág. Acção
D e s c r i ç ã o
Uso
•a».»..» MARAVILHA
oc Calicida. contém ácido salicilico que 626 a m 0 | e C e os calos, durezas e verrugas
Compressas com a decocçao de flores, cataplasmas com pétalas, loção com sumo fresco
CELIDÓNIA
701
Cura os calos e durezas
O látex da planta aplicado sobre a pele
r,n„„.
7nQ
Amolece os calos, durezas
F.GUE.RA
708
O látex branco que se desprende das folhas aplicado sobre a pele
FAVÁRIA
726 os calos e durezas da pele
PODOFILO
517
u._..«.u. MARAVILHA
coe Calicida, contém ácido salicilico que 626 a m o l e c e os c a | 0 S i d u r e z a 5 e verrugas
CEI lí)ONIA
701 em aplicação local
O látex da planta aplicado sobre a pele
P,r-,.C.DB FIGUEIRA
7OR Amolece os calos, durezas 708 e verrugas da pele
0 látex banco que se desprende das folhas aplicado sobre a pele
TORNASSOL
713 Cura as verrugas, cicatrizante
Loções ou compressas com a decoecão de folhas
PODOFILO
517
Antimitótico (impede a divisão das células) em aplicação local sobre a pele
Umas gotas de resina da raiz sobre a pele
CARVALHO
208
Seca, desinflama e cicatriza a pele
Compressas com a decoecão da casca
everrugasdapele
Amolece e desinflama
Compressas e lavagens com o sumo fresco da planta
Antimitótico (impede a divisão das células) em aplicação local sobre a pele
Umas gotas de resina da raiz sobre a pele
Antimitótico e antivirico
Celidónia
Compressas com decocçao de flores, cataplasmas com pétalas, loção com sumo fresco
CONDILOMAS E PAPILOMAS São pequenas tumorizações da pele, semelhantes às verrugas, causadas por virus, que costumam aparecer próximo do ânus ou dos órgãos genitais. Papilo ma é um termo geral para as tumorizações benignas da pele e das mucosas. Ver também a secção anterior (verrugas).
GRETAS DA PELE São pequenos fendimentos da pele, geralmente dolorosos, que afectam a epiderme e a porção superficial da derme. Costumam localizar-se nas plantas das mãos e dos pés. A sua causa não è bem conhecida, \ embora esteja relacionada com a alergia a certos produtos quími- £ cos, ou com carências de vitaminas ou oligoelementos. Além de tratar os factores causais, para a sua cura recomen- «* dam-as as aplicações locais destas plantas.
PULMONÃRIA
331 Adstringente, cura as gretas da pele
Lavagens e compressas com a decocçao da planta
MORANGUEIRO
575 Seca e cicatriza a pele afectada
Compressas com a infusão de folhas
582
ALOÉS
694 Revitaliza a pele, dando-lhe resistência e beleza
Loção com o sumo, cremes e unguentos
703 SS^iSi/SS 0 efiCa2'
Cataplasmas de folhas esmagadas, compressas com o sumo fresco da planta ou com a decocçao da sua raiz
CINOGLOSSA
contem alantoina HERA
Cmogtossa
Anti-inflamatória, emoliente
Cataplasmas da planta fresca esmagada
PARIETÃRIA
712 Cicatrizante, analgésica
Compressas com a decocçao, cataplasmas de folhas
i
683
C a p . 2 7 : P L A N T A S PARA A PELE
Doença
Planta
PRURIDO CUTÂNEO
ENULA
313 Acalma a comichão da pele
CÃLAMO-AROMÁTICO
424
ERVA-MOURA
729 acalma a comichão da pele,
Vulgarmente conhecido como comichão. Pode ser causado por afecções da pele, como por exemplo a sarna, assim como por doenças do sangue ou do fígado (a icterícia costuma ser acompanhada de intensa comichão). Uma vez conhecido o diagnóstico do prurido, podem-se aplicar localmente estas plantas de acção sedativa e suavizante.
Pode ser causada por factores mecânicos (roçaduras), químicos (contacto com substâncias irritantes) ou físicos (radiações solares ou de outro tipo).
AMOR-
-PERrerroTlUA OUVEIRA
As aplicações locais destas plantas emolientes (suavizantes) pode contribuir para que a pele recupere o seu aspecto e pureza naturais. MaravWia
As compressas empapadas na infusão ou decocção das diversas plantas que aqui recomendamos são de grande eficácia para combater a secura e as gretas da pele que frequentemente afectam as palmas das mãos.
684
Sedante suave,
acalma a comichão da pele
CONSOLDA-MAIOR
735
Uso Compressas com a decocção de raiz
Banhos com a decocção de rizoma
especialmente na vulva e no ânus
Loções ou compressas com o sumo fresco, cataplasmas com as folhas esmagadas
Cicatrizante, anti-inflamatório, alivia a comichão
Loções e lavagens com a infusão da planta
Sedante, emoliente,
-BRAVO
IRRITAÇÃO DA PELE
Pág. Acção
169 Anti-inflamatória e suavizante da pele
Compressas com a infusão de flores
Suaviza e protege a pele e mucosas
Loção com o óleo obtido dos frutos (azeite)
Alivia as irritações e inflamações da pele
Compressas e banhos com a decocção de flores e folhas
Alivia a irritação da pele e das mucosas
Compressas com a decocção de flores e folhas
Suaviza a pele, muito indicada para peles secas ou delicadas
Loção com o óleo obtido com as flores
Alivia as irritações da pele
Cataplasmas com as pás abertas ao meio e aquecidas
Emoliente, cicatrizante, contém alantoína
Compressas com a infusão de raiz, cataplasmas com a raiz fresca esmagada
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 2 " Parte:
Uso
Doença
Planta
ECZEMA
CENOURA
133
O termo eczema é um sinónimo de d e r m a t i t e . Abrange, pois, todas as i n f l a m a ç õ e s da pele com características próprias, tanto do ponto de vista clinico como histológico (microscópico).
Suaviza e embeleza a pele, fornece caroteno (provitamina A)
Crua ou em sumo, cataplasmas de cenoura cozida e esmagada
CARVALHO
208
Seca, desinflama e cicatriza a pele
Compressas com a decocção de casca
ONAGRA
237
Nutre a pele, combate as erupções
0 óleo das sementes em cápsulas ou comprimidos
ARANDO
260
Melhora os eczemas da pele
Loção com o sumo fresco ou com a decocção dos frutos
AGRIÃO
270
Regenera a pele
Cataplasmas com os agriões esmagados, loção com o sumo
ikmu.1», URTIGA-MAIOR
07Q Suavizante. Recomendada 278 n a s a f e c ç õ e s c r ó n i c a s d a p e | e
Loção ou compressas com o sumo da planta
ALCAÇUS
308
Compressas com a infusão de raiz
» . bAPONARiA
030 Muito eficaz para combater MJ os eczemas e erupções da pele
Loções ou compressas com a decocção da planta, cataplasmas com as folhas e/ou raízes
Portanto, a fitoterapia do eczema e das dermatites em geral,
CAMOMILA
364
Anti-inflamatória, anti-séptica
Banhos com a infusão de capítulos florais
• Aplicações locais ã base de loções, compressas e cataplasmas;
FUMARIA
389
Evita a auto-intoxicaçáo por putrefacção intestinal, e os eczemas e erupções causados por ela
Infusão, sumo da planta, extractos
DENTE-DE-LEÃO
007
Laxante e depurativo, evita a auto-intoxicação por prisão de ventre
Salada, sumo fresco, ou infusão das folhas
São muitas as causas que podem produzir eczema, umas conhecidas e outras desconhecidas. Além dos factores agressivos locais que afectam directamente a pele, como produtos químicos, radiações, bactérias, w u s , fungos e parasitas, também pode ser causa de eczema a presença de t o x i n a s no sangue, que se eliminam pela pele, irritando-a. É o que popularmente se chama "sangue sujo".
Pág. Acção
D e s c r i ç ã o
Melhora os eczemas da pele
requer:
• Tratamento interno base de plantas depurativas como a bétula ou o amor-perfeito-bravo (ver mais na pág. 647) e favorecedoras das funções do fígado, como a fumaria e o dente-de-leão (ver mais na pág. 379).
à
SALGUEIRINHA
Cicatriza e regenera a epiderme
Compressas ou loções com a decocção de sumidades floridas
ZARAGATOA
515
Protege e desinflama a pele irritada
Cataplasma de sementes
RÍCINO
531
Emoliente e cicatrizante
Loções com o óleo, cataplasmas com as folhas frescas esmagadas
ego
Diurética, limpa a pele de impurezas em caso de eczemas crónicos
Infusão de folhas e/ou gemas
Aumenta a produção de suor e a eliminação de substâncias irritantes da pele
Decocção da raiz
gg.
Cicatrizante, anti-séptica, anti-inflamatória
Lavagens e loções com o sumo fresco, infusão de sumidades floridas
g
Cicatrizante, suavizante, aumenta as defesas
Loções com o sumo de aloés, o sumo em uso interno
BÉTULA
Rícino
510
CARDO-PENTEADOR
MlLEFÓLIO
ALOÉS
572
6
4
DOCE-AMARGA
728
AMOR-PERFEÍTO-BRAVO
y^5
Emoliente, cicatrizante Depura o sangue de resíduos tóxicos, desinflama a pele
Cataplasmas ou compressas com a decoccao de folhas Infusão com a planta seca, loções e lavagens com esta mesma infusão
685
C a p . 2 7 : P L A N T A S PARA A PELE
Doença
Planta
PSORÍASE
ALCAÇUS
308 Melhora os eczemas da pele
Compressas com a infusão de raiz
PINHEIRO
323 Poderoso emoíiente da pele
Alcatrão ou breu vegetal aplicado em forma de pomada
ARRUDA
637 Revulsiva, útil em caso de psoríase
Compressas com a infusão
fiq4
Cicatrizante, suavizante, aumenta as defesas
Loções com o sumo de aloés, o sumo em uso interno
Cicatrizante, anti-inflamatório, m e | h o r a a pSoriase
Compressas com a decocção da planta
É uma doença de causa desconhecida, em que as células de certas zonas da epiderme se reproduzem com um ritmo maior que o normal. Isto dá lugar à formação de grossas escamas, com enrubescimento da pele. Até ã data, não existe nenhum tratamento que cure a psoríase completa- • mente. Estas plantas exercem uma acção ' benéfica sobre a pele no seu conjunto, e podem in> fluir favoravelmente na evolução da doença. Aloés
ALOÉS
As aplicações externas destas plantas contribuem para limpar e suavizar a pele de forma natural. Não obstante, é preciso lembrar o facto de que a beleza da pele depende tanto ou mais do estado interior do corpo do que do exterior. Uma alimentação saudável e um "sangue limpo" são facto•**res insubstituíveis para se conseguir uma cútis em estado óptimo.
10,
n . . .^..».»
IOA Regula os processos de imunidade
CALAGUALA
724
AMOR-PERFEITOBRAVO
yor
Depura o sangue de resíduos tóxicos, desinflama a pele
Infusão com a planta seca, loções e lavagens com esta mesma infusão
ycc
Cicatrizante, regenera os tecidos, estimula as defesas
Decocção de raiz, extractos, compressas ou loções com a decocção, pomadas
i&i
EQUINÁCEA
M
CENOURA
133
TÍLIA
Abre os poros e limpa a pele, 169 combate os efeitos do frio e do vento sobre a pele
HAMAMÉUA
VERÓNICA
ALOÉS
CELULITE É um processo inflamatório do tecido conjuntivo subcutâneo, causado pelo depósito de toxinas e pela retenção de água. A fitoterapia utiliza plantas medicinais que, aplicadas localmente, limpam a pele de impurezas, assim como outras que, ingeridas por via oral, eliminam o excesso de líquidos e depuram o sangue.
Devolve um aspecto claro e fresco
131
ROSEIRA
Cenoura
101
c e | u | a r na p e | e
F.DALGU.NHOS
MORANGUEIRO
Roseira
Uso
-._,,_ r-isALE
c
BELEZA DA PELE
Pág. Acção
?c7
^
pà|pebras
^
g
^
Contribui P ara a s a u d e e a beleza da pele
Activa a circulação da pele, cicatrizante e adstringente
475 Suaviza a pele ressequida, cosmética 575 Suavizante, limpa e embeleza a pele
Decocção de rizoma e raiz triturados
Lavagens oculares com a água de fidalguinhos Crua, em sumo. cataplasmas de cenoura cozida e esmagada Banhos de vapor com flores de tília Compressas com a infusão de folhas e casca Compressas ou loções com a decocção da planta Cataplasmas com morangos, loções com o leite de morangos
635
Tonifica a pele, limpa a cútis, combate as rugas
Loções com a água de rosas
rq.
Revitaliza a pele, dando-lhe resistência e beleza
Loção com o sumo, cremes e unguentos Compressas ou cataplasmas com a decocção de rizoma
SELO-DE-SALOMÃO
723 Suaviza e embeleza a cútis
GILBARBEIRA
259 favorece a circulação venosa
DENTE-DE-LEÃO
397 do fígado, evita a auto-intoxicação
BÉTULA
568 em caso de celulite
BODELHA
650
Ajuda a reduzir o volume de tecido adiposo
Compressas com a decocção, cataplasmas com a alga fresca
HERA
712
Desinflama os tecidos subcutâneos
Compressas com a decoccao, cataplasmas com as folhas
Tonifica os tecidos, reduz a celulite,
Loção ou compressas com a decocção de rizoma e raiz
Depurativo, melhora o funcionamento
Sumo fresco ou infusão de folhas e raiz
Limpa a pele de impurezas
Infusão de folhas e/ou gemas
A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S 2 " Parte:
D e s c r i ç ã o
Doença
Planta
ACNE
CENOURA
e embeleza a pele, 133 Suaviza fornece caroteno (provitamina A)
Crua ou em sumo, cataplasmas de cenoura cozida e esmagada
ONAGRA
237 Nutre a pele, combate as erupções
0 óleo das sementes em cápsulas ou comprimidos
AZEDAS
275
Emolientes, cicatrizantes, limpam a pele
Cataplasma de folhas cozidas
CEBOLA
294
Suaviza e embeleza a pele, limpa as peles sujas
Loção ou compressas com o sumo fresco, cataplasmas de cebola cozida
COUVE
433 Cicatrizante, vulnerária, limpa a pele
MlLEFÓUO
691 Cicatrizante, anti-séptico, limpa a pele
ALOÉS
694
BARDANA
697 Antibiótica. Muito útil na acne
AMOR-PERFEITO-BRAVO
Doença caracterizada pelo aparecimento de pústulas que se formam a partir das glândulas cebáceas da pele. As pústulas da acne encontram-se habitualmente infectadas com bactérias anaeróbias. A causa determinante da acne é desconhecida, embora se saiba que está relacionada com factores hereditários e hormonais. A alimentação rica ^
Pág. Acção
Cicatrizante, suavizante, aumenta as defesas
Uso
Cataplasmas com as folhas cruas esmagadas Cataplasmas com a planta esmagada e quente, infusão de sumidades floridas Loções com o sumo de aloés, o sumo em uso interno
e nas infecções cutâneas
Compressas com a infusão de raiz, cataplasmas de folhas frescas, infusão de raízes por via oral
735
Limpa o sangue de resíduos tóxicos que intoxicam a pele, cicatrizante, anti-inflamatóno
Loções e lavagens com a infusão da planta, esta mesma infusão por via oral
SABUGUEIRO
767
Sudorífico, depurativo. Útil em caso de eczemas, furúnculos ou acne
Compressas ou lavagens com a infusão de flores
Pode ser causada por infecções agudas ou crónicas, estados de debilidade e desequilíbrios nervosos, entre outras causas. Antes de se tomar esta planta, tem de ser averiguada a causa.
SALVA
638
Reduz a transpiração excessiva, especialmente a nocturna
Infusão de folhas, essência
PELE SECA
CENOURA
133
Contribui para a saúde e a beleza da pele
Crua, em sumo, cataplasmas de cenoura cozida e esmagada
TÍLIA
169 Abre os poros e hidrata a pele
Banho de vapor com flores de tília
ONAGRA
237 Nutre a pele, combate a secura e as erupções da pele
O óleo das sementes em cápsulas ou comprimidos
CASTANHEIRO-DA-ÍNDIA
251 Suaviza e protege a pele
Banho com a decocção de sementes
LIMOEIRO
265 Suaviza e hidrata a pele
Loções com o sumo diluído em água
VERÓNICA
A 75 Suaviza a pele ressequida pelo frio, cosmética
Compressas ou loções com a decocção da planta
LINHO
508 Suaviza e hidrata a pele
Loções com óleo de linhaça
ZARAGATOA
515
As aplicações locais destas plantas medicinais podem secar as pústulas e melhorar o aspecto da pele. Bardana
SUDAÇÃO EXCESSIVA
Para evitar que a água que embebe os tecidos cutâneos se evapore rapidamente, deixando-a seca e gretada, a pele está coberta por uma fina camada de gordura impermeabilizante. Estas plantas medicinais protegem e estabilizam a camada gorda da pele, com o que se trava o processo de evaporação, aumentando assim a hidratação e beleza da cútis.
MORANGUEIRO Castan/ieifo-da-lndia
Protege e desinflama a pele, cosmética
575 Suavizante, limpa e embeleza a pele
^ f f f f COm
aS S e m e n t e S
Cataplasmas com morangos, loções com o leite de morangos
MADM/II U« MARAVILHA
GIC Suaviza e hidrata a pele. Muito útil para delicadas 626 peles , secas *£*» c o r a c ou *
, „„ „ A l a r t Ar% m „ , ... Loções com óleo de maravilha
AMOR-PERFErro-BRAVO
jor
Loções e lavagens com a infusão da planta
Combate a secura, as estrias e as rugas da pele
687
Ca». 27: PLANTAS PARA A PELE
Uso
Doença
Planta
ESTRIAS DA PELE As estrias cutâneas são uma rotura das suas libras, elásticas, devida a uma degenerescência do tecido conjuntivo de que são formadas. Aparecem habitualmente durante a gravidez ou em consequência de alterações do peso. A tensão nervosa e a prisão de ventre ^er pàg. 485} favorecem o seu aparecimento.
BODELHA
650
ALO ES
CQA Revitaliza a pele, dando-lhe resistência e beleza
Loção com o sumo, cremes e unguentos
r-uni i-i.ft CAVALINHA
7n_ Melhora a flacidez da pele /w e d e v o [ v e . J n e a p u r e z a e a elasticidade
Decoccão ou sumo fresco da planta, compressas com a decoccão
AHACATEIRO
719
Hidrata e embeleza a cútis,
ABACATEIRO
/iy
Loções com óleo de abacate
ev|ta
As aplicações locais com estas plantas contribuem de forma decisiva para a sua redução ou desaparecimento. UNHAS FRÁGEIS As unhas são apêndices ceratinizados da pele. As carências vitamínicas e minerais, especialmente de ferro e de silício, produzem um enrubescimento das unhas. Nalguns casos, a afectação das unhas pode ser o sintoma de uma doença generalizada do organismo. A aplicação destas plantas, tanto em uso interno como externo, contribui para endurecer as unhas.
CALVÍCIE É a queda do cabelo, também conhecida como alopecia. A maior parte dos casos aparecem nos homens e estão relacionados com os andro génios (hormonas masculinas). Os tratamentos locais com plantas medicinais estimulam e fortalecem os folículos pilosos nos quais nasce o cabelo. Nalguns casos, a calvície pode obedecer a causas gerais, como carências nutritivas, intoxicações, doenças sistémicas ou tensão nervosa.
Abacate
CASPA Caracteriza-se pela produção de escamas em toda a superfície do couro cabeludo. É uma forma mínima da dermatite seborreica. Estas duas plantas constituem uma alternativa aos tratamentos clássicos com champôs à base de enxofre ou ácido salicílico.
Pág. Acção
AMOR-PERFEITO-BRAVO
Suavizante, anti-inflamatória. Útil em caso de celulite, estrias e flacidez
as
e s t r
jas
735 Combate a secura, as estrias e rugas da pele
CENOURA
133 Fortalece as unhas
ONAGRA
?37
LIMOEIRO
265
rM/ai INUA CAVALINHA
7rvi Favorece a regeneração dos tecidos, tw especialmente da pele, unhas e cabelo
AGRIÃO
270
URTIGA-MAIOR
Loções e lavagens com a infusão da planta Crua, em sumo. cataplasmas de cenoura cozida e esmagada
Nutre a pele, combate a fragilidade das unhas
O óleo das sementes em cápsulas ou comprimidos
Fortalece as unhas
Loções com o sumo diluído
Regenera a pele, evita a queda do cabelo
278 Evita a queda do cabelo
Decoccão ou sumo fresco da planta, compressas com a decoccão Cataplasmas com agriões frescos esmagados, loção com o sumo Loção ou compressas de sumo fresco sobre o couro cabeludo, infusão da planta
AVENCA
292
Fortalece o cabelo, evita a sua queda, pode fazê-lo voltar a nascer
Cataplasmas com a planta esmagada
RÍCINO
531
Emoliente e cicatrizante. Eficaz contra a calvície
Loção com o óleo das sementes, cataplasmas com as folhas frescas esmagadas
ABACATEIRO
719
Detém a progressão da calvície, fortalece e suaviza o cabelo
Loção com óleo de abacate
QUINA
752
Tónico capilar
Compressas com a decoccão de casca
CHAGAS
772
Estimula o bulbo piloso (a raiz do pêlo), revitaliza o cabelo
Loções com a maceração alcoólica da planta
LIMOEIRO
265 Evita a caspa, dá brilho ao cabelo
ABACATEIRO
719
S S J ? * " ! * 1 ° Câbe, °' elimina a caspa
688
Compressas com a decoccão da alga, cataplasmas com a alga fresca
Loções com o sumo diluído
Loção com o óleo de abacate
PLANTAS MEOICINAIS
2 " Parte:
D e s c r i ç ã o
Uso
Doença
Planta
FURÚNCULOS E ABCESSOS
PETASm
^ - Q Anti-inflamatória, melhora os furúnculos e gânglios inflamados
COUVE
433
Cicatrizante, vulnerária, cura abcessos e feridas infectadas
Cataplasmas de folhas esmagadas, cruas ou cozidas
MANDIOCA
460
Amadurece os furúnculos, borbulhas infectadas e abcessos
Cataplasmas quentes da farinha misturada com sumo de limão
Um furúnculo forma-se pela infecção de uma glândula pllossebácea (glândulas produtoras de sebo que se encontram na raiz de cada cabelo). 0 gérmen causador costuma ser normalmente o estafilococo, que converte o sebo em pus. O abcesso é um termo mais abrangente, que se refere a qualquer acumulação de pus numa cavidade formada pela desintegração dos tecidos. Pode-se dizer que o furúnculo é um tipo especial de abcesso. A fitoterapia serve-se de plantas cicatrizantes e anti-sépticas, capazes tam bém de amadurecer os furúnculos e abcessos, permitindo que o pus saia para o exterior e os teci- «i dos se regenerem. Açucena
Pág. Acção
A SAÚDE PELAS
ALFORVA
,-j.
Favorece a drenagem e limpeza da pele
É uma infecção por fungos, localizada na pele. Existem normalmente fungos na pele e nas mucosas, que em determinadas circunstâncias podem tornar-se patogénicos e muito contagiosos. Estas plantas actuam como fungicidas, isto é, eliminam os fungos.
Cataplasmas com a farinha de sementes
-RAMA
C2Q Anti-séptica, cicatrizante, facilita o amadurecimento dos furúnculos
SILVA
541
Cura e cicatriza os furúnculos e úlceras da pele
Compressas com a decoccão, cataplasmas com folhas esmagadas
MlLEFÓUO
691
Cicatrizante, anti-séptico. Eficaz no tratamento de furúnculos e infecções da pele
Cataplasmas com a planta esmagada e aquecida numa frigideira
QUENOPÓDIO-BOM-HENRIQUE
702
Acelera o amadurecimento de abcessos e furúnculos
Cataplasmas com as folhas esmagadas
FIGUEIRA
708
Favorece a cura de abcessos e feridas infectadas, cicatrizante
Cataplasmas de figos
AÇUCENA
amadurecer os abcessos 716 Faz e furúnculos
rn,mi:rr, EQUINACEA
-ice Antibiótico natural, cicatrizante, 755 regeneradora dos tecidos
CINCO-EM-
Peta sríe
MICOSE DA PELE
Cataplasmas com folhas frescas esmagadas
ERVA-CIDREIRA tRVA CIDREIRA
163 IM
Antif
úngica (elimina os fungos),
ant§-séptica
Compressas quentes com a decoccão de raiz
Cataplasmas com os bolbos cozidos e esmagadas Compressas ou loções com a decoccão de raiz, a decoccão ou preparados farmacêuticos em uso interno Compressas ou banhos com a infusão de folhas e flores, fricções com a essência
ooo Regenera a pele, emoliente, elimina 3 " os fungos e os parasitas cutâneos
Loções com alcatrão ou breu vegetal, obtido por destilação da madeira
ALOÉS
694
Loções com o sumo de aloés, o sumo em uso interno
FrroLACA
722 Elimina os fungos e parasitas da pele
PlN c
"
Regenera a pele, combate o pé de atleta e outras micoses
Compressas com a decoccão de raiz
Nos espaços situados entre os dedos dos pés, localizam-se frequentemente as micoses, produzidas por fungos patogénicos. A humidade, a diabetes, a toma de antibióticos e os estados carenciais predispõem para as infecções por fungos. O tratamento das micoses costuma levar bastante tempo [mesmo um mês ou mais). A aplicação diária de compressas com ai plantas mencionadas na tabela acima, como se mostra na fotografia, constitui uma valiosa alternativa ao tratamento com fármacos fungicidas.
689
C a p . 2 7 : P L A N T A S PARA A PELE
»*
Doença
Planta
SARNA
PINHEIRO
323
LOENDRO
717 Combate a sarna
ERVA-MOURA
729 da pele
Loções ou compressas com o sumo fresco, cataplasmas com as folhas esmagadas
ESCABIOSA-MORDIDA
731 Alivia a comichão da pele
Compressas com a infusão da planta, a infusão em uso interno
-moura '
TOMILHO
769 antiparasita
Compressas ou lavagens com a decoccão
TINHA
Norimofl
^ns Adstringente, cicatrizante,
É uma micose (infecção) muito contagiosa, que afecta o couro cabeludo, causada por fungos dermatófitos. Manifestase por queda do cabelo em zonas delimitadas, com comichão e lesões da pele. Estas plantas eliminam os fungos em aplicações locais.
NOGUE.RA
bUb
Compressas ou lavagens com a decocçao de folhas e/ou nogalina (cascas verdes)
ALOÉS
594 Regenera a pele, combate o pé de atleta e outras micoses
Loções com o sumo de aloés, o sumo em uso interno
FITO LACA
722 Elimina os fungos e parasitas da pele
Compressas com a decoccão de raiz
ERVA-MOURA
729
É uma infestação (doença causada por parasitas) produzida pelo ácaro Sarcoptes scabiei, que mal se vê à vista desarmada. Este para| sita introduz-se na pele, J onde provoca intenso prurido (comichão), especialmente à noite, depois de a ^ pessoa se deitar.
Pág. Acção
Uso
Regenera a pele, emoliente, elimina os fungos e os parasitas cutâneos
As flores em cataplasmas ou aplicadas em forma de pomada
Sedante, emoliente, alivia a comichão
Potente anti-séptico, insecticida,
antNnf
|amatôrjo
fSS&SUS!^
XiSm
*
comichão da pele ERVA-CIDREIRA
HERPES É uma infecção causada pelo vírus do mesmo nome, recidivante (repete-se frequentemente), que pode ser muito dolorosa e que se manifesta por pequenas vesículas na pele. Estas plantas tornam-se muito úteis pela sua acção antivirica e suavizante da pele.
163 AnfrséPtica, destrói os fungos Antimitótica, antivirica
Loções ou compressas com o sumo fresco, cataplasmas com as folhas esmagadas Compressas ou banhos com a infusão, fricções com a essência 0 látex da planta aplicado sobre a pele afectada
CELIDÓNIA
701
ERVA-MOURA
Sedante, emoliente, 729 acalma a dor e comichão devidas ao herpes
Loções ou compressas com o sumo fresco, cataplasmas com as folhas esmagadas
ULMEIRO
734 Suaviza e desinflama a pele
Compressas com a decoccão de casca
735 Cicatrizante, anti-inflamatório
Loções e lavagens com a infusão da planta, a mesma infusão em uso interno
AMOR-PERFEÍTO^ciôreira -BRAVO
Erva-
Loções com alcatrão ou breu vegetal, obtido por destilação da madeira
A
Achíllea millefolium L
Milefólio
a
9.
Preparação e emprego USO INTERNO
Um cicatrizante lendário
E
STAMOS na batalha de Tróia, na Grécia amiga. O grande herói Aquiles, símbolo da foiça e da coragem, acaba de ser ferido no calcanhar por uma flecha envenenada disparada pelo sen inimigo Paris. A ferida é muito profunda e sangra copiosamente. Segundo a lenda, a deusa Afrodite lavou o calcanhar ferido do famoso guerreiro com milefólio, planta esta que, em honra do mesmo, passou a rhamar-se aquileia. Apesar do tratamento, Aquiles acabou por morrei" em consequência da ferida no calcanhar. No entanto, o milefólio tornou-se um companheiro inseparável dos soldados e guerreiros, que procuravam curar com ele as suas feridas. O notável médico espanhol Andrés de Laguna di/.ia desta planta, no século XVI, qtie «serve muito nas guerras para curar as feridas». Nas últimas décadas conftrmaram-se cientificamente as propriedades atribuídas a esta planta durante mais de dois mil anos, além de se terem descoberto muitas outras. O milefólio é uma das plantas mais utilizadas em fitoterapia, por isso é também uma das que têm um maior número de nomes vulgares diferentes. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Toda a
planta contém até 0,8% de essência, rica em cineol e a/uleno, princípios activos aos quais se atribui a sua acção anti •inflamatória, cicatrizante e vulnerária, reforçada pela presença de ta-
O I n f u s ã o : 20 g de sumidades floridas por litro de água. Tomam-se 3 ou 4 chávenas por dia. Convém preparã-la cada vez que for preciso usá-la, pois, se for deixada durante um certo tempo, adquire uma cor escura e um sabor muito amargo. USO EXTERNO © Lavagens e banhos com uma infusão de 30-40 g de sumidades por litro. © Tamponamentos nasais: Fazem-se com uma gaze empapada na infusão ou no sumo fresco da planta. O Loções: Fazem-se com o s u mo fresco da planta espremida, que se aplica directamente sobre a pele afectada (ver o quadro de "Precauções" na pág. 693). © Cataplasmas com a planta esmagada e aquecida numa frigideira. © C o m p r e s s a s com a infusão quente.
Outros nomes: aquileia, erva-carpinteira, erva-das-cortadelas, erva-do-bom-jesus, erva-dos-carpinteiros, erva-dos-golpes. erva-dos-militares. erva-dos-soldados. macelão, mão-de-deus, mii-em-rama, mil-folhada, mil-folhas, pêlo-de-carneiro, prazer-das•damas, salvação-do-mundo, feiteihnha (Madeira), botão-de-prata (Brasil). Esp.: milenrama, aquilea, hierba de Aquiles, hierba de las herídas, hierba de! soldado, hierba de los carpmteros, [hierba] meona, alcanfor, milefólio. milhojas, dento en rama. [ciprés de) perla, ciprés de invierno, ciprés de Judea, colchón de pobre, sereno de invierno, artemisa bastarda. Fr.: achilée millefeuille, herbe aux coupures, herbe aux charpentiers. Ing.: milfoil, [noble]yarrow. Habitat: Encontra-se vulgarmente nos prados e bermas dos caminhos de toda a Europa. Espontâneo no Norte e Centro de Portugal. Espalhado por todas as regiões temperadas do continente americano. Descrição: Planta vivaz da família das Compostas, que atinge de 30 a 60 cm de altura. As folhas são divididas em pequenos segmentos, e as flores, brancas ou rosadas, agrupam-se em forma de sombrinha. Toda a planta tem um cheiro a cânfora. Partes utilizadas: as sumidades floridas.
691
Para combater a incómoda e inestética acne, são muito recomendáveis as compressas de milefólío, j u n t a m e n t e com a ingestão desta mesma pfanta em infusão.
de suco gástrico) e sobre o fígado (aumenta a secreção de bílis, acção colagoga). Pela sua acção anti-séptica, diminui as fermentações intestinais. Emprega-se com resultados muito bons nos casos de gastrite crónica, hipocloridria (falta de sucos), dispepsia (digestão pesada), mau funcionamento do fígado, espasmos digestivos e flatulência (efeito carminativo) MN.Tomado antes das refeições, é aperitivo. • Aparelho circulatório: E um grande depuradordo sangue, que também o fluidifica (diminui a sua viscosidade), melhorando assim a circulação. Muito útil na arteriosclerose IOL • Aparelho genital feminino: O milefólio, pela sua acção emenagoga, regula os ciclos menstruais irregulares e alivia a dismenorreia (dores espasmódicas que acompanham algumas vezes as regras). Pelas suas propriedades hemostáticas, ajuda a deter as regras excessivas e as hemorragias uterinas IO!.
ninos. Possui também um princípio amargo (aquiieína) de propriedades tonificantes sobre o aparelho digestivo, assim como ílavonóides e outros glicósidos, que lhe conferem propriedades antiespasmódicas. As suas aplicações são muito variadas. Trata-se de uma planta muito efi-
caz, tanto em uso interno como externo: • Aparelho digestivo: Pelo seu princípio amargo, actua como tónico dos órgãos digestivos, aumentando tanto a sua motilidade como a secreção de sucos, necessários para uma boa digestão. O efeito é mais acentuado sobre o estômago (aumenta a produção
• Externamente, o milefólio destaca-se pelas suas notáveis propriedades vulnerária (cura as feridas e as contusões) , cicatrizante, anti-séptica e hemostática (ajuda a parai- as hemorragias). Dizia Dioscórides que se torna muito útil «contra as efusões de sangue e contra as chagas recentes». E uma planta insubstituível no tratamento de feridas, úlceras, chagas, furúnculos, frieiras e gretas. Mességué define-a como «o mercurocromo e a tintura de iodo dos prados e dos cam-
A infusão de milefólio utiliza-se com êxito no tratamento das feridas, úlceras varicosas e demais lesões da pele em que se precise de um b o m cicatrizante. Também se usa nas queimaduras superficiais. Para se obter um efeito duradouro, faz-se primeiramente uma lavagem da zona afectada com a infusão {foto da esquerda); em seguida, coloca-se uma compressa empapada nesse mesmo líquido (foto da direita); e, finalmente, aplica-se uma ligadura para fixar a compressa (foto inferior).
pOS». Por isso se emprega nos seguintes casos: -Epistaxe: As gazes, embebidas na sua infusão ou suíno fresco, introduzem-se nas narinas para fazer parar as hemorragias nasais 101. -Antitranspirante e desodorizante: Combate o mau cheiro dos pés e o excesso de transpiração 101. -Hemorróidas: K um excelente remédio contra as crises hemorroidais. Desinflama as hemorróidas, quando estas incham e doem, e i eduz-lhes o tamanho 10,01. -Acne e eczemas: Nestes casos obtêm-se bons resultados se, além de aplicado localmente 10.0). também se tomar em infusão IO). -Beleza: Facilita a eliminação de toxinas pela pele, hmpiuido-n I0.0J. Melhora o aspecto da cútis, suaviza ndo-a.
il! Precauções Dado que o milefólio aumenta a produção de sucos gástricos, devem evitar ingeri-lo as pessoas que sofram de úlcera gastroduodenal. Em doses muito elevadas, podem aparecer vertigens e cefaleias (dores de cabeça). O sumo fresco do milefólio pode produzir na pele fenómenos de 1otossensibilização (um tipo especial de alergia). Para os evitar, devem-se cobriras zonas tratadas, de maneira que não lhes dê o sol nas horas seguintes à aplicação do sumo.
693
Aloé vera (L)Webb.
Aloés Suaviza a pele, cicatriza as feridas, e tonifica
S
ERIA bom que pudesses conquistar a ilha de Socotra, lá no oceano Indico - diz Aristóteles ao seu discípulo, o grande imperador e conquistador Alexandre, o Grande. - Ali abundam as palmeiras tamareiras, o incenso e, sobretudo, o aloés, que nessa afortunada ilha cresce por toda a parte. - Aprecio as tâmaras e o incenso; mas diz-me, mestre Aristóteles: para que queres as plantas do aloés? - Majestade, nós, os botânicos, médicos e sábios desta nobre cidade de Atenas, chegámos à conclusão de que não existe melhor cicatrizante do que o eel de aloés. Os soldados dos nossos exércitos, que caiam feridos em combate, encontrarão no aloés o melhor dos seus remédios. - Isso interessa-me muito, Aristóteles. Quero que os meus soldados disponham dos melhores tratamentos. Mas. diz-me: como tendes chegado â conclusão de que o afoés é tão bom cicatrizante? - Pois é muito simples, Majestade. Observámos que, quando se corta unia das suculentas folhas do aloés, se produz uma rápida cicatrização da sua própria superfície, cuja finalidade é evitar que se perca o precioso suco que contêm. A lógica natural diz-nos que, se a planta é capaz de regenerar eficazmente a superfície danificada das suas próprias folhas, também actuará cicatrizando as feridas dos seres humanos que estejam em contacto com elas. Sabemos hoje que o aloés pertence ao grupo das plantas xerólllas, caracterizadas por fecharem os estornas das suas folhas logo que se produza qual694
O Preparação e emprego USO INTERNO
O Azebre: Utiliza-se em forma de cápsulas preparadas farmaceuticamente. Como laxante ou purgante, o azebre de aloés actua lentamente, pelo que se administra à noite para obter o efeito no dia seguinte. © Gel ou sumo de aloés: Tomam-se 1 ou 2 colheradas, 3 ou 4 vezes ao dia, dissolvidas em água, sumo de frutas ou leite. Normalmente, toma-se com as refeições. Em caso de úlcera gastroduodenal, recomenda-se tomálo meia hora antes de cada refeição, e antes de se deitar para dormir. USO EXTERNO
© Compressas com sumo de aloés: Devem-se manter durante todo o dia, humedecendo-as com sumo cada vez que sequem. À noite, pode-se aplicar um creme hidratante ou simplesmente azeite, pois o sumo de aloés resseca a pele. O Loção com sumo de aloés: Aplica-se 2 ou 3 vezes por dia sobre a pele afectada. Convém combinar o seu uso com o de algum emoliente (suavizante), como por exempfo o azeite. © Cremes, unguentos e outros preparados farmacêuticos à base de aloés. Normalmente incluem uma substância emoliente ou hidratante.
Sinonímia científica: Aloé barbadensis Miller Espécies afins: Existem mais de 200 espécies de aloés. Juntamente com o Aloé vera, o mais utilizado é o Aloé ferox Miller. Outros nomes: erva-babosa, azebre. Esp.: aloé, savila, zábila, pita zábiia. Fr.: aloés. Ing.: aloé. Habitat: Originário do Sul de África, mas expandido pelas regiões quentes e desérticas da América (Antilhas e América Centrai) e Ásia. Em Portugal foram introduzidas cerca de 50 espécies, algumas das quais bem representadas nos arredores de Lisboa, principalmente na margem direita do Tejo. Descrição: Planta da família das Liliáceas, que pode chegar a atingir três ou quatro metros de altura, pelo crescimento do seu eixo ou tronco central. As folhas são carnudas, de forma lanceolada, e com os bordos espinhosos. As flores, de cor amarela ou vermelha, segundo a variedade, pendem todas de um longo caule. Partes utilizadas: O sumo das folhas.
quer corte ou ferida nelas. Deste modo evitam a perda de água. K verdade que o aioés foi aplicado para sarar as feridas de muitos ao longo da história. Soldados gregos, gladiadores romanos e guerreiros de diversos impérios foram tratados com aloés. Houve também um soldado muito especial, que cerca de quatro séculos depois de Aristóteles e de Alexandre, o Cirande, morreu em pleno campo de batalha, domo se fez com outros, também a ele se aplicou aloés sobre o seu corpo ferido e magoado, ainda
que já depois de mento. Referimo-nos a Jesus Cristo, o libertador e salvador da humanidade, um lutador infatigável contra o mal, de quem se disse que «pelas suas feridas fomos sarados» (I S. Pedro 2: 24). O corpo de Jesus foi tratado com aloés e mirra, segundo relata o capítulo 19 do Evangelho segundo S. João. Três dias depois, ressuscitou vitorioso da morte. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Das su-
culentas folhas do aloés obiêm-se dois
produtos principais: o azebre (espanhol: acíbar) e o gel de aloés. O AZEBRE: Incisando a superfície das folhas das diversas espécies de aloés, oblém-se um suco viscoso de cor amarela e sabor amargo, que se concentra ao calor do sol, ou por ebulição. Transforma-se assim numa massa amorfa de cor escura e sabor muito amargo, que é o azebre. O azebre contém de 40% a 80% de resina, e até 20% de aloína, glicósico antraquinónico que é o seu princípio activo. Segundo a dose diária com que se empregue, o azebre tem
diferentes aplicações IOI: • até 0,1 g é aperitivo, estomacal e colagogo, facilitando a digestão; • a partir de 0,1 g actua como laxante e como emenagogo (aumenta o fluxo menstrual); • doses de 0,5 g (máximo diário), actua como purgante enérgico e também ocitócico (provoca contracções uterinas). O GEL ou SUMO DE ALOÉS: Obtém-se da polpa das suas folhas carnudas, que deitam um sumo pegajoso, quase
transparente e de sabor insípido. A ele se deve a fama que o gel de aloés tem adquirido nos últimos anos, especialmente pela sua acção curativa sobre a pele. Ê formado por unia mistura complexa de mais de 20 substâncias, como polissacáridos, glicósidos,
enzimas e minerais. Contém acemanan, uma substância imunoestimulante (que aumenta as defesas). Ao contrário do azebre, o gel de aloés não tem propriedades laxantes. Aplicado localmente, são muitas as afecções sobre as quais o aloés pode exercei' eleitos benéficos. As mais importantes são as seguintes: • Feridas, quer sejam limpas quer )»fectadas. O sumo de aloés aplica-se em compressas 101, embora também se possa colocar directamente a polpa da folha sobre a ferida. Facilita a limpeza da ferida e acelera a sua cicatrização, reduzindo, além disso, a cicatriz. • Queimaduras: O gel ou sumo de aloés aplica-se em compressas durante os dias seguintes á queimadura l©l. Km queimaduras de primeiro grau, bastam dois ou três dias de aplicação. Km casos mais graves, convém consultar o especialista. O aloés consegue acelerar a regeneração da pele danificada e reduzirão mínimo a cicatriz. Têm-se obtido bons resultados nas queimaduras cutâneas causadas por radiações ionizantes, assim como na radiodermite (afecção da pele causada pelas radiações). Diz-se que, na Segunda Guerra Mundial, alguns habitantes de Hiroshima e Nagasaki que sobreviveram às explosões atómicas curaram as queimaduras produzidas pela radiação, aplicando a si mesmos polpa de folhas de aloés directamente sobre as zonas queimadas. • Afecções da pele: O sumo de aloés aplicado em loção tem uma acção favorável em casos de psoríase e eczemas da pele, assim como na acne, pé de atleta (infecção por fungos) e herpes, entre outras IO). Para reforçar o efeito, recomenda-se tomá-lo também por via oral 101. Nas crianças, a loção de sumo de aloés emprega-se no tratamento do eczema causado pelas Iralclas, e para
aliviar a comichão e facilitar a cicatrização da pele nas doenças exantemáticas como o sarampo, a rubéola e a varicela IO.©l. • Beleza da pele: O aloés revitaliza a pele, conferindo-lhe uma maior pureza, resistência e beleza. Aplicado sobre a pele, melhora o aspecto ílas cicatrizes inestéticas e das estrias, lambem se emprega no cuidado do cabelo e das unhas IO.01. Ingerido por via oral, o sumo de aloés é depurativo e tonificante. Emprega-se como digestivo e também no tratamento da úlcera gastroduodenal 10). Verificou-se experimentalmente que o acemanan contido no sumo de aloés tem a faculdade de estimular as defesas do organismo 101. O seu uso por via interna activa os linfócitos, células que, entre outras funções, têm a de desunir as células cancerosas, assim como aquelas que tenham sido infectadas pelo vírus da sida. Por isso está a ser investigado o seu emprego nestas duas pragas do nosso tempo, sem que, até ao momento, se tenham podido obter resultados concludentes.
Precauções O gel ou sumo de aloés pode provocar reacções alérgicas quando se aplica sobre a pele. Uma de cada 200 pessoas, aproximadamente, é alérgica ao aloés. Se, poucos minutos depois de espalhar umas gotas de sumo de aloés sobre a pele das costas, aparecer um ligeiro rubor e comichão, é sinal de alergia ao aloés: ter-se-á de recorrer a outro remédio. O azebre não deve ser utilizado como purgante pelas mulheres durante a menstruação, nem pelas grávidas, pois provoca congestão dos órgãos pélvicos e contracções uterinas. Também não é recomendável para quem sofra de hemorróidas (pode fazê-las sangrar). Não se deve administrar às crianças. Não exceder a dose de 0,5 g por dia.
695
Anchusa azurea Miller
o.
"V
para a peie
JÊT
Aiú/ *
* Preparação e emprego
Buglossa Suaviza e embeleza a pele
USO INTERNO
O Infusão de folhas e flores, na proporção de 30 g por litro de água. USO EXTERNO
© Compressas de sumo fresco de folhas e flores, aplicadas sobre a zona afectada.
Buglossa-oficinal
D
A RAIZ desta planta extrai-se unia tintura vermelha, que é uni ilus cosméticos mais antigos que se conhecem. O seu nome ancusa, derivado do grego, significa 'pintar* ou 'tingir'. Galeno já a recomendava para a maquilhagem feminina, pois, aplicada no rosto, proporciona à pele um saudável tom rosado. Este uso está hoje fora de moda. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a
planta contém mucilageni. tanino. colina, pequenas quantidades de alanloína (cicatrizante) e de alcalóides. As FLORES usam-se como sudorífico e diurético IOI. Também possuem uma acção expectorante, devida ao seu conteúdo em mucilagem. O sumo fresco das FOLHAS e das FLORES aplica-.se como emoliente (acalma a inflamação da pele c cias mucosas), em virtude do seu conteúdo em alantoína e mucilagem l@i.
A buglossa-oficinal (Anchusa officinalis L.) diferencia-se da azurea por ter as flores cor de púrpura. Estas duas espécies usam-se indistintamente, pois as suas propriedades medicinais são as mesmas. Isto faz que alguns dos seus nomes vulgares se apliquem também indistintamente a uma ou a outra espécie.
Outros nomes: lingua-de-vaca, borragem-bastarda. erva-do-fígado, ancusa. Esp.: buglosa, ancusa, lengua de vaca, lenguaza. argamula, chupamieles, hierba melera, raiz de fuego. Fr.: buglosse. langue-de-boeuf. Ing.: bugloss. large blue alkanet. Habitat: Campos baldios do Sul da Europa, de preferência solos calcários. Também se pode encontrar entre searas, vinhas e olivais. Conhecida nas Américas Central e do Sul. Descrição: Planta bienal da família das Boraginaceas. de 30 a 80 cm de altura. Tem o caule e as folhas rodeados de pêlos rígidos. O nome "língua-de-vaca" alude à forma e à textura das folhas. As flores são azuladas. Partes utilizadas: as flores e as folhas.
Arctíum lappa L
0| * Preparação e emprego
Bardana Depurativa e sudorífica
USO INTERNO
O Infusão com 50 g de raiz por litro de água, de que se lomam 2 ou 3 chávenas diárias. © Maceração de 20-30 g de raiz triturada num litro de água (ria, durante 6 horas. Ferver depois o liquido resultante durante um minuto. Tomar 2 ou 3 chávenas por dia. Desta forma se reforçam as suas propriedades depurativas. USO EXTERNO
E
STA PLANTA chama a atenção, sobretudo, pelas suas grandes folhas. Diz-se que os actores de teatro da antiguidade clássica as utilizavam à maneira de máscaras paia cobrir o rosto. Por isso recebeu o nome latino de personcitin, já que as máscaras teatrais se chamavam personae.
Não sabemos como se lerá descoberto o efeito desta planta sobre a pele, mas bem pode ler acontecido que algum daqueles actores tivesse acne ou furúnculos na cara. e que, após umas tantas representações, o aspecto da sua pele viesse a melhorar. Tenha ou não acontecido assim, o certo é que os efeitos medicinais da bardana se conhecem desde tempos muito antigos, (.- já foram registados por Dioscórides, o grande médico grego do primeiro século da nossa era. Contudo, na Idade Moderna, de lai modo se exaltaram as propriedades desta planta, que lhe puseram o nome de "cura-iudo". O famoso médico londrino do século XVIII, J o h n Hill, acreditou ter achado nela a solução definitiva contra a gota... Apesar disso, morreu com gota aos 59 anos. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A raiz e as folhas da bardana contêm diferentes princípios activos, que justificam as suas propriedades: • Antibiótica: A arctiopicrina. contida sobretudo na raiz. é um antibiótico ve-
© Compressas: Fazem-se com a mesma infusão ou maceração descritas para o uso interno, mas um pouco mais concentradas. Aplicam-se de 2 a 6 vezes por dia, durante 10-15 minutos. O Cataplasmas: Com folhas frescas esmagadas num almofariz, ou com a raiz cozida, forma-se uma pasta que se aplica sobre a pele afectada, durante uns 10 minutos, várias vezes por dia. © Loções: Aplicam-se com o sumo fresco da planta. Outros nomes: bardana-maior, pegamassa. pegamaço-maior, erva-dos•tinhosos, lapa. Esp.: bardana, lampazo [mayorj, hierba de tos tinosos, hierba dei amor, anteón. Fr.: [grande] bardane. Ing.: [great] burdok Habitat: Cria-se perto dos caminhos e dos lugares habitados, onde abundem resíduos humanos ou de animais, de carácter nitrogenado (esterco). Vulgar nas regiões temperadas da Europa e da América. Descrição: Planta robusta da íamilia das Compostas, que costuma ultrapassar um metro de altura. Precisa de dois anos para dar flor (planta bienal). Tem tolhas muito grandes, de até meio metro de largura. e inclusivamente mais. Os capítulos florais estão guarnecidos de puas. o que lhes permite aderir à roupa ou ao pêlo. Da sua parte superior saem umas florezinhas de cor rosada ou púrpura. Costuma contundir-se com a bardana-ordinária ou pegamassa-menor (Àrctium minus L.), de propriedades muito semelhantes. Partes utilizadas: a raiz e as folhas frescas. Coíhem-se na Primavera (imediatamente antes da floração) do segundo ano da planta.
697
O máximo efeito da bardana na limpeza e embelezamento da pele consegue-se tomando tisanas e, ao mesmo tempo, fazendo aplicações externas.
A a c ç ã o antibiótica da b a r d a n a t a m b é m se manifesta sobre o aparelho urinário, já q u e é eliminada com a urina, pelo q u e se r e c o m e n d a o seu uso em cistites c infecções urinárias recidivantes IO.@l. • Depurativa: Devido ao seu conteúdo em óleo essencial e em sais minerais ricos em potássio, a bardana é um excelente sudorífico e depurativo. Facilita a eliminação de substâncias residuais através da pele. Desta forma, a pele, q u e é t a m b é m um ó r g ã o cxcretor, fica limpa e livre de i m p u r e zas. Para isso contribui t a m b é m o seu m o d e r a d o efeito d i u r é t i c o . Recomenda-se no caso de gota (excesso de ácido úrico), de artritismo e de litíase renal IO.©}. • Hipoglicemiante: A raiz faz descer o nível de glicose no sangue, em parte devido ao seu c o n t e ú d o em inulina
(hidrato de carbono de utilidade getal de tipo glicosídico, q u e se revelou especialmente eficaz contra o estafilococo, germe causador de muitas infecções da pele.
de infecções cutâneas produzidas p o r estafilococos, c o m o abcessos, furúnculos, fleimões, adenites e quistos cebáceos infectados IO ©.0.01.
O seu uso, t a n t o p o r via i n t e r n a (infusão o u m a c e r a ç ã o ) c o m o e m aplicação externa (compressas, cataplasmas ou loção), é indicado no caso
Ê t a m b é m útil nos eczemas crónicos e na a c n e , assim c o m o nas d o enças infecciosas eruptivas (escarlatina varicela, s r a m p o , etc.) IO.€>,O,0I.
para os diabéticos, pág. HO). Dá bons resultados c o m o complemento no trat a m e n t o da diabetes, p e r m i t i n d o reduzir a dose de insulina ou de medicação antidtabética (0.01. • T ó n i c o capilar: Há q u e m use a bard a n a , n e m s e m p r e com o mesmo êxito, aplicada sobre o c o u r o cabeludo, em loção ou compressas, com a finalidade de fazer crescer o cabelo 10,01.
Aristolochia clematitis L.
M 0
Aristolóquia Cura feridas e contusões
Preparação e emprego
USO INTERNO O Decocção com 30 g de folhas com flores e/ou raiz seca (a raiz fresca é muito tóxica). A dose diária é de 1 ou 2 chávenas(ver o quadro de "Precauções").
H
IPÓCRATES já utilizara esta planta nos panos difíceis, há quase 2500 anos. Daí a sua etimologia grega: mistos (excelente) e lokios (parto). Hoje já quase não se usa internamente, devido ao seu efeito irritante sobre o aparelho digestivo.
USO EXTERNO © Compressas: a mesma decocção do uso interno também se aplica sobre a zona afectada por meio de compressas de algodão.
A planta contém ácido aristolóquico e aristoloquina, um alcalóide tóxico semelhante à colquicina (pág. 666); além de óleo essencial, tanino, resina e uni PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
princípio amargo. Aplicada internamente possui propriedades emenagogas (estimula a menstruação) e ocitócicas (estimula as contracções uterinas durante o parto) MM. Também tem sido usada em casos de artrite e reumatismo. Actualmente apenas se recomenda em aplicação externa, pelas suas propriedades vulnerárias (cura feridas e contusões) e cicatrizantes. Está indicada nas úlceras varirosas, bolhas dos pés e unhas encravadas 19). Também se tem utilizado contra mordeduras de serpentes, ainda que com resultados duvidosos.
Outros nomes: Brasil: calungo, cipó-mil-homens. Esp.: clematitide. aristolóquia. Fr.: aristoloche clématite. Ing.: birthworth. Habitat: Frequente nos vinhedos e terrenos calcários da Europa Central e Meridional. Ocasionalmente também se encontra nalgumas zonas temperadas da América. Descrição: Planta vivaz, que cresce em colónias, da família dâS Aristoloquiáceas. Atinge de 30 a 70 cm. Toda ela exala um cheiro desagradável. As llores são de cor amarela pálida e de forma tubular. Partes utilizadas: as folhas com as flores, e a raiz seca.
Precauções
Não se deve usara raiz fresca, já que assim é muito tóxica. Não deve ser usada internamente, senão sob estrita vigilância médica. Em doses elevadas torna-se abortiva.
Bixa orellana L
o|
Urucu Remédio contra as queimaduras e expectorante
D
AS SEMENTES desta árvore extrai-sc um apreciado corante alimentar vcrmclho-alaranjado, Utilizado no México d e s d e antes da colonização espanhola. O fruto do urucu usa-se c o m o c o n d i m e n t o , e a casca fornece uma fibra têxtil. Os Maias e os Astecas, q u e tinham notáveis c o n h e c i m e n t o s de fitoterapia, já empregavam o u r u c u contra a lepra. Sabemos hoje q u e esta planta apresenta semelhanças botânicas e químicas com a c h a m u g r a {Hydnocorpuskurzii [King] Warb. = Tdraklogenos kurziiKing), árvore asiática de q u e se extrai um óleo q u e a c t u a l m e n t e se emprega no t r a t a m e n t o da lepra. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : AS FO-
LHAS, pelo seu c o n t e ú d o em canino, são adstringentes e cicatrizantes. Com a sua infusão fa/.ein-.sc gargarejos q u e melhoram as aftas da boca, faringites e amigdalites 101. Lm aplicação externa (lavagens e compressas), a infusão de folhas de UI1ICU apresenta um interessante efeito cicatrizante, e m o l i e n t e (suavizante) e anti-inflamatório. R t c o m e n d a -se o seu e m p r e g o n o s casos de infecções cutâneas, e r u p ç õ e s , queimaduras leves e celulite 101. As SEMENTES c o n t ê m bixina (cor a n t e ) e uma resina. A sua infusão usa-se c o m o expectorante cm caso de b r o n q u i t e ou asma IOI. O pó q u e se obtém delas, dissolvido em óleo, tem p r o p r i e d a d e s e m o l i e n t e s e, em aplicação externa, c um e x c e l e n t e r e m é dio contra as q u e i m a d u r a s leves IOI. 700
Outros nomes: urucum, urucueiro, bixa. Esp.: achiote. bija. bicha, analto. pumacua, urucu, onoto. atole, cacicuto. Fr.: roucouyer. Ing.: annatto (tree). Habitat: México, Antiíhas e regiões quentes da América do Sui. Cultivado pelo corante de tom vermelho-alaranjado que se obtém das suas sementes. Descrição: Árvore da família das Bixáceas. que atinge 5 m de altura. As suas flores são grandes, de cor vermelha. O fruto é uma cápsula ovóide, de uns 4 cm. coberta de picos moles e com várias sementes no seu interior. Partes utilizadas: As sementes e as folhas.
O
Preparação e emprego USO INTERNO
O Infusão com uma colherada de sementes por chávena de água. Tomar 2-3 chávenas por dia. USO EXTERNO @ Gargarejos com uma infusão feita com 40-50 g de folhas por litro de água. €) Lavagens e compressas, com esta mesma infusão, sobre a zona da pele afectada.
O Cataplasmas com o pó das sementes. O pó de sementes obtém-se deixando as sementes em maceração durante quatro horas, espremendo-as depois, e deixando-as em repouso ao sol até que a água se evapore. Misturar uma colherada de pó em 100 ml de azeite de oliveira, e aplicar sobre a zona queimada.
Chalidonlum majusL
J
.
)
J~B Preparação e emprego
Celidónia Cura as verrugas
USO INTERNO
O Infusão de 10-15 g de folhas ou raízes trituradas por litro de água, da qual se podem beber até duas chávenas por dia. USO EXTERNO
D
tOSCORIDESjá mencionava esta planta no século I cl.C... e salientava o facto de que as andorinhas facultam a vista aos seus filhotes tocando-lhes os olhos com um pouco de celidónia. O látex que mana de toda a planta contém uns dez alcalóides, dos quais o mais activo é a quelidonina. Tem propriedades coleréticas, aniiespasmódicas, sedativas e ligeiramente soporíferas (indutoras do sono). Tem sido utilizada com êxito em casos de cólicas nefrfticas e biliares, icterícia e insuficiência hepática, asma e angina de peito IO).
© Látex: Aplicam-se umas gotas directamente sobre a verruga ou a pele afectada, protegendo a pele sã circundante com adesivo. Costumam ser suficientes três aplicações diárias durante 2 ou 3 semanas.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
\'o entanto, devido à sua toxicidade, hoje ulili/a-se sobretudo por via externa. Os alcalóides do látex têm propriedades antimitóticas e antivíricas. Cura as verrugas, o herpes, os calos e calosidades, com bons resultados mesmo nos casos mais persistentes e difíceis de tratar (€>l.
Precauções
Não exceder as doses indicadas. Não aplicar sobre feridas abertas.
Outros nomes: erva-andorinha. erva•das-verrugas, quelidónia, quelidónia•maior, grande-quelidónia. ceruda. Madeira: cedronho. Esp.: Celidónia mayor. hierba celidónia. hierba verruguera, hierba de Ia golondrina. Fr.: [grande] chélidoine. herbe dhirondelle. Ing.: [greater) celandine. Habitat: Muros húmidos e sombrios, escombros e beiras dos caminhos de toda a Europa. Em Portugal encontra-se do Minho ao Algarve. Naturalizada na América do Norte. Descrição: Planta herbácea vivaz, da família das Papaveráceas, que atinge de 30 a 100 cm de altura, de flores amarelas e cheiro fétido. Partes utilizadas: as folhas, a raiz e o látex de cor amarelada ou alaranjada que se desprende quando se corta a planta.
701
Chenopodium bonus-Henrícus L
Qj
*
Quenopódio-bom-henrique Emoliente e vulnerário
P Preparação e emprego USO INTERNO O Verdura: Pode-se comer cru ou cozinhado. USO EXTERNO © C a t a p l a s m a s : As folhas podem-se aplicar directamente sobre a pele afectada, ou então esmagadas em cataplasmas, fixando-as com uma ligadura e renovando-as de duas em duas ou de três em três horas.
Outros nomes: Esp.: zurrón, zurrones, ânserina. pie de ganso, pie de ánade. armuelle silvestre, buen armuelle. buen Enrique, hoja de alubia. Fr.: épinard sauvage, bon Henri. sarron. Ing.: goodking Henry, allgood. mercury.
A
DESIGNAÇÃO bon us-HenriÍII\ foi uma homenagem prestada por Lineu a Henrique IV, rei de França e de Navarra que, um século antes, por volta de 1600, havia protegido os botânicos do seu reino e promovido o desenvolvimento da agricultura. As folhas do quenopódio-bom-henrique são muito apreciadas pelos camponeses das montanhas, que as comem à maneira dos espinafres.
Ioda a planta é rica em saponinas; saís minerais, especialmente de (erro; e vitamina C. K depurativa, suavemente laxante e antianémica IOJ. A semelhança da erva-formigueira {Clnniapa(Uum amhwsiaides l... pág. 139). espécie da mesma Família, que se cria na América, tem um efeito vermífugo (elimina os parasitas intestinais). PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
A sua propriedade mais importante é a vulnerária e emoliente em uso externo. As folhas aplicam-se esmagadas em cataplasmas, ou mesmo directamente sobre abcessos (acelera a sua maturação), furúnculos, e sobre úlceras ou chagas de diJíril cicatrização 101. 702
Habitat: Frequente nas bermas de caminhos e proximidade de lugares habitados em zonas montanhosas de toda a Europa. O Chenopodium álbum L é frequente em Portugal. Descrição: Planta vivaz da família das Quenopodiáceas, com caule herbáceo que atinge até 60 cm de altura. As folhas são grandes. triangulares e com o bordo ondulado. As flores são pequenas, em espiga terminal. Partes utilizadas: As folhas.
jlossum ófficínale L
Q<
t
J
i
Preparação e emprego
Cinoglossa USO INTERNO
Cura as gretas da pele
O Decocção com uma colherada de raiz triturada, por chávena de água. Toma-se uma chávena durante todo o dia. USO EXTERNO
E
STA PLANTA foi utilizada desde o século XVI, na preparação de umas célebres pílulas narcóticas descritas pelo célebre cirurgião francês Ambroise Pare (1510-159»), as quais, além de cinoglossa. continham ópio, meimendro-negro, açafrão, incenso e mirra. Hoje. no entanto, a cinoglossa já quase não se usa e, praticamente, só se emprega por via externa.
A raiz cia planta contem alcalóides (cinoglossina), um glicósido tóxico (consolidina), um princípio amargo (cinoglossidina). mucina. alantoína e abundante tanino. As folhas são particularmente ricas em alantoína e tanino. A alantoína é uma substância emoliente e cicatrizante, Que entra na composição de várias pomadas e preparados farmacêuticos.
© Cataplasmas com folhas esmagadas, que se aplicam sobre a pele afectada durante meia hora. €> Compressas: Aplicam-se com o sumo fresco da planta ou com a decocção da sua raiz. O Manilúvios (banhos de mãos): Com uma decocção de cinoglossa, que se prepara com 50 g de folhas e de raiz por litro de água, postas a ferver durante 5 minutos.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
A < inogíossa tem propriedades adstringentes e sedativas. V,m aplicação externa é emoliente (acalma a pele e as mucosas inflamadas) e cicatrizante, graças ao seu conteúdo em alantoína. Utili/.ava-se em infusão como antidiaritica e como peitoral IOJ. mas a sua principal aplicação é externa, como cicatrizante nos casos de gretas cutâneas, queimaduras, úlceras persistentes e feridas de difícil cicatrização !©.€>!. Os manilúvios com a decocção de cinoglossa suavizam e hidratam a pele das mãos. São de grande utilidade no caso de estas ficarem demasiado secas por acção do frio ou pelo contacto com produtos químicos IQI.
~*9
Outros nomes: lingua-de-cão. Esp.: cinoglosa. lengua de perro, iengua canina. hierba conejera. Fr.: cynoglosse [officinate] langue-de-chien. Ing.: hounds-tongue. Habitat: Difundida por toda a Europa e naturalizada nas regiões temperadas do continente americano, embora pouco frequente. Prefere as beiras dos caminhos, os escombros e os terrenos incultos. Descrição: Planta vivaz da família das Boragináceas. que atinge de 30 a 80 cm de altura. As folhas são de uma cor verde acinzentada, compridas, brandas e cobertas de pêlo. As flores são vermelhas, quase cor-de-vinho. Exala um cheiro desagradável. Partes utilizadas: a raiz seca e as folhas frescas.
703
k
Equisetum arvense L
ne
\
Preparação e emprego
Cavalinha USO INTERNO
Regenera os tecidos
O D e c o c ç ã o com 40-50 g de planta por litro de água. Ferver durante 10 minutos a fogo lento. Tomar de 3 a 5 chávenas diárias. © Sumo fresco da planta: 3 colheres de sopa a cada refeição. USO EXTERNO
A
CAVALINHA é unia p l a n t a
original do ponto de vista botânico, É uma criptogâmica que, tal como os fetos, se reproduz por meio de esporos. Os esporos cnconiram-se u n i c a m e n t e n o c h a m a d o caule fértil, q u e cresce na Primavera e q u e tem a forma de um e s p a r g o . A cavalinha, e m b o r a l e n h a raízes, n ã o leni folhas, n e m flores, n e m p o r t a n t o sementes. Há cerca de 20 espécies de equisetos, q u e diferem n a a l t u r a d o c a u l e . As propriedades de l o d o s eles s ã o semelhantes, p e l o q u e nos l i m i t a m o s a descrever o mais vulgar de iodos, o arvense ou cavalinha.
A cavalinha e i a c o n h e c i d a p o r Dioscórides e go/.ou s e m p r e de m u i t o boa r e p u t a ç ã o c o m o p l a n t a m e d i c i nal. A n u a l m e n t e é m u i t o a p r e c i a d a pelo seu elevado c o m e n d o em silício, o l i g o e l e m e n t o mineral q u e participa nos processos de r e g e n e r a ç ã o dos tecidos. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : Ioda a planta é m u i t o rica em substâncias minerais, e s p e c i a l m e n t e silício e potássio. Além disso, c o n t é m u m a saponi-
704
© C o m p r e s s a s com uma decocção como a indicada para uso interno, mas mais concentrada (100-150 g de planta por litro de água). As compressas aplicam-se localmente sobre a zona afectada, por exemplo, sobre as mamas ou sobre o ânus. © T a m p o n a m e n t o nasal: Faz-se com uma compressa empapada na decocção descrita anteriormente, que se introduz dentro do nariz.
Outros nomes: equiseto-dos•campos, cauda-de-cavalo. cavalinha-dos-campos. ervacarnuda, pinheirinha, rabo-de-asno. rabo-de-cavalo. rabo-de-touro. Esp.: cola de caballo, equiseto-menor, rabo de caballo. Fr.: prêle, queue de rat. Ing.: horsetail. Habitat: Conhecida em toda a Europa e América. Cresce nos lugares frescos e sombrios de clima temperado, embora também se encontre em pedregais, beiras de caminhos e lugares secos. Prefere os solos arenosos. Descrição: Planta herbácea, vivaz, da família das Equisetáceas. que atinge de W a 30 cm de altura. Produz dois tipos de caules: uns sào férteis, de cor avermelhada e sem ramos, que aparecem primeiro. em cuja extremidade há uma espiga com esporos; e outros estéreis, que aparecem no fim da Primavera, formados por diversos segmentos articulados, dos quais saem uns ramos muito finos. Partes utilizadas: os caules estéreis e os seus ramos.
Aplicada em compressas, a decocção de cavalinha dá firmeza aos tecidos mamários. Esta acção è reforçada se, além disso, se ingerir também o líquido da dita decocção.
nos ligamentos e nos ossos. Nestes tecidos, estimula a regeneração das libras de colagénio e elastina que os forniam, e que, com a idade, vão perdendo consistência e elasticidade. O
silício favorece a "reconstrução" ou regeneração dos nossos tecidos, pois
sem ele não se pode realizar a síntese de libras de colagénio ou elasiina (eleito catalizador). Embora o silício também se encontre nos cereais integrais e na levedura de cerveja, a cavalinha é o vegetal com maior proporção de silício orgânico, isto é, combinado com proteínas (0,õ%-0,8%). O silício mineral isolado, isto é. quimicamente puro, não pode ser absorvido e assimilado pelo organismo. • Rugas e estrias da pele, como consequência do envelhecimento, obesidade ou emagrecimento bruscos, gravidez, tensão muscular, etc. Melhora a flacidez da pele e fá-Ia recuperar um aspecto limpo e elástico, tanto tomada por via oral IO.01. como aplicada em compressas l€)l. na (a equisetonina); flavonóides, a que se deve o seu eleito diurético; diversos ácidos orgânicos; e resinas. Possui propriedades remineralizantes, diuréticas e depurativas, hemostáticas e. em aplicação externa, cicatrizantes. Os melhores resultados obtêm-se combinando o uso interno (tisanas) com o externo (aplicações sobre a
pele). São estas as suas principais indicações: • Processos degenerativos da pele, do tecido conjuntivo e dos ossos. As úhiinas investigações sobre o papel do silício no organismo descobriram que este oligoelemento se encontra em pequeníssimas quantidades no organismo), existe na pele, nas unhas, no esmalte dos dentes, nas cartilagens,
• Unhas frágeis ou quebradiças IO.01. • Flacidez mamária: Aplicada em compressas sobre a mama, dá firmeza e tonicidade aos tecidos mamários l©l. Este efeito é reforçado se também se ingerir a decocção IOI. • Ulceras varicosas, abcessos, feridas infectadas, eczemas, conjuntivites: Aplicada em compressas, dá bons resultados, em virtude das suas propriedades cicatrizantes IOI. 705
o
•Artrose (degenerescência da cartilagem articular). A cavalinha, graças ao seu conteúdo em silício e ao seu eleito depurativo, é possivelmente um dos poucos tratamentos de fundo que actualmente temos à disposição para esta difícil doença lOl.
Alcalóides na cavalinha
Na cavalinha e noutras plantas do género Equisetum, alguns investigadores encontraram quantidades muito pequenas de nicotina (indícios). Com as doses recomendadas de cavalinha, a quantidade de nicotina que se ingere é praticamente desprezável, e não tem quaisquer efeitos sobre o organismo. Convém esclarecer que os alcalóides, como é o caso da nicotina, são mais abundantes nas plantas angiospérmicas. Contrariamente, as algas, os musgos e as plantas criptogàmicas (a que pertence a cavalinha) praticamente não contém alcalóides.
• Osteoporose (perda da consistência óssea): O silício estimula a actividade dos osteoblastos e libroblastos, as células do tecido conjuntivo que sintetizam as fibras de colagénio e formam a matriz do osso IOI. • Raquitismo, fracturas, descalcificação. O silício facilita a assimilação e a fixação do cálcio nos ossos IOI. •Arteriosclerose: As últimas investigações demonstram que a carência de silício é um importante factor predisponente, O silício tem um efeito preventivo, e possivelmente regenerativo, sobre a degenerescência das artérias, ao estimular a regeneração das fibras elásticas deterioradas na sua parede IOI. • Edemas (retenção de líquidos), litíase renal (cálculos nos rins), infecções urinárias, gota, rxcesso de ácido úrico, e sempre que se pretenda um efeito diurético e depurativo suave mas eficaz. IO.0I.
A cavalinha é muito rica em silício, oligoelemento que favorece a regeneração dos tecidos da pele e dos ossos. As compressas com uma decocção de cavalinha são muito úteis nos casos de celulite ou obesidade, pois melhoram a flacidez da pele, devolvendo-lhe um aspecto limpo e elástico. 706
• Hemorragias: A cavalinha tem um notável efeito hemostático (detém as hemorragias), tanto aplicada localmente como ingerida por via oral. Km caso de episiaxe (hemorragia nasal), aplica-se um lamponamento nasal com uma compressa empapada na decocção concentrada IOI. Em caso de hemorróidas sangrantes, colocam-se compressas da decocção sobre o ânus 101. Em ambos os casos pode-se reforçar o efeito hemostático tomando também a decocção ÍOÍ. Nos casos de hipermenorreia (menstruação excessiva), de hemorragias gástricas (devidas, por exemplo, a úlcera gastroduodenal) ou bronquiais (causadas, por exemplo, pela tuberculose pulmonar), o uso da decocção de cavalinha contribui para cicatrizar os tecidos sangrantes e para deter a hemorragia IOI. Naturalmente que, em qualquer destes casos, é necessária a assistência médica.
Evonymus europadusL
Preparação e emprego
Evónimo
U S O EXTERNO
O Lavagens com uma decocção de 30 g de frutos por litro de água, aplicadas sobre a zona da pele afectada pelos parasitas, inclusive da cabeça. Também se pode esfregar directamente a pele com os frutos.
Combate os parasitas da pele
© Fricções: Também se pode esfregar directamente a pele com os frutos.
A
MADEIRA deste arbusto é de excelente qualidade para o fabrico de diversos utensílios como, por exemplo, OS lusos com que antigamente se fiava a lã. Por esia razão, alguns dos seus nomes vulgares em diversas línguas provêm da palavra 'luso'. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Km
ioda a planta, e especialmente nos Irmos, encontra-sc o glicósido evonimina, que é o seu princípio activo mais importante, além de tanino, ácidos orgânicos, pigmentos e vitamina C Tem propriedades cardiotónicas semelhantes às da dedaleira (pág. 221). e colagogas (provocam o esvaziamento da vesícula biliar). Não se recomenda o uso interno do evónimo, devido à stia toxicidade (ver quadro de "Precauções"). Aplicados externamente, os frutos utili/am-se como insecticida e contra diversos parasitas do corpo humano, como a sarna e os piolhos IO.0I. Hoje, devido ao aparecimento dos produtos químicos, já raramente se usam. o que não quer dizer que deixem de ler utilidade.
Outros nomes: barrete-de-padre, zaragatoa. Brasil: evónimo-da•europa. Esp.: evónimo, bonetero, bonetillo, boj montês, falso boj, paio de cuatro carreras. Fr.: íusain [noirj, bonnet de prêtre. Ing.: (Europeanj spindle tree, prick wood. Habitat: Comum em terrenos húmidos e bosques claros de toda a Europa. Em Portugal ê espontâneo no Alto Trás-os-Montes. Naturalizado nas regiões de bosques da América do Norte. Descrição: Arbusto da família das Quelastráceas, que atinge de 2 a4m de altura. Os frutos são carnudos, muito atraentes, cor-de-rosa ou púrpura, e estão divididos em 4 gomos.
Precauções
Por via interna, torna-se tóxico em doses superiores a 10 g de frutos, provocando violentas diarreias e transtornos cardíacos.
Partes utilizadas: os frutos.
707
Flcus carica L.
Q|
*
Figueira Um antigo remédio ainda válido
E
ZEQUIAS toi um cios monarcas mais eminentes do reino de judá, que governou entre os anos 727 e 698 a.C. Ora, à semelhança do que acontecera no ano 720 a.C. com o reino de Israel, o Império Assírio ameaçava transformar Judá numa província assíria. Senaqueribe, o grande conquistador assírio, linha cercado Jerusalém, e a rendição parecia a única saída. «Resiste aos assírios e confia no Eterno», disse o profeta Isaías ao rei Exéquias. Quando a invasão parecia iminente, surgiu uma grande epidemia no acampamento assírio, e o poderoso exército conquistador vtu-.se obrigado a retirar. O historiador grego Heródoto confirma este episódio numa das suas crónicas. Entretanto, quando o rei Ezequias estava a desfrutar o triunfo que correspondia a ter-se livrado da invasão inimiga, caiu gravemente enfermo. Surgiu-lhe uma terrível chaga que lhe punha em risco a vida, e que os médicos que tinha ao seu serviço não eram capazes de curar. Desesperado, seguiu o conselho de Isaías, o profeta que anteriormente o tinha animado a resistir aos assírios.
«Preparem uma massa de figos e apliquem-na sobre a chaga», recomendou Isaías. O relato bíblico indica que aquela cataplasma deu resultado (11 Reis 20:7). A chaga sarou e o rei Ezequias viveu ainda vários anos. Cerca de oitocentos anos mais tarde, Dioscórides, o íamos») médico e 708
Outros nomes: figueira-mansa, figueira-da-europa, figueira-de-baco. bebereira. Esp.: higuera, higuera común, higo (extranjero], brevera, brevo, higuera de Egipto. Fr.: figuier Ing.: fig tree. Habitat: Amplamente distribuída por toda a bacia mediterrânea, e actualmente aclimatada também em regiões secas e soalheiras do continente americano. Descrição: Árvore da família das Moraceas. de madeira branda e seiva leitosa, com folhas grandes e esperas ao tacto. Os figos, impropriamente chamados frutos, são as inflorescências carnudas da figueira. Partes utilizadas: os figos e o látex.
Jí
Preparação e emprego USO INTERNO
USO EXTERNO
O Figos secos: Para combater a prisão de ventre, comem-se de manhã, em jejum, uns 200 g de figos secos postos de molho, de véspera.
€) Cataplasma: Tritura-se um punhado de figos frescos, ou de figos secos postos de molho, e com a pasta resultante prepara-se uma cataplasma, que se aplica envolvida num pano fino de algodão sobre a zona afectada. Deixa-se ficar durante o dia e retira-se à noite, lavando bem a pele. Também se pode aplicar directamente um figo aberto ao meio.
©Decocção: Prepara-se com 10-12 figos secos num litro de água ou leite. Deixam-se ferver até que o líquido se reduza a metade. Para combater as afecções digestivas ou respiratórias ingerem-se 3 ou 4 chávenas diárias deste líquido, quente. Os figos cozidos também se podem comer.
O Látex: Aplicar umas gotas sobre as verrugas, todos os dias, durante várias semanas (ver o quadro informativo da página seguinte).
botânico grego, escrevia o seguinte acerca dos figos: «Cozidos, esmagados e aplicados em forma de emplastro, resolvem qualquer dureza, amolecem os lobinhos e amadurecem os Furúnculos.» K continua salientando as propriedades cicatrizantes e curativas que os figos têm sobre Ioda a espécie de chagas e feridas. Terá Dioscórides tido conhecimento da história do rei Exéquias? Pode ser que, depois de ter verificado com os seus próprios doentes a eficiência do remédio aplicado a Exéquias, o tenha querido registar no seu livro. Actualmente, passados 2700 anos, continuam válidas as recomendações do profeta [saías. E muitas outras aplicações terapêuticas desta velha árvore se têm vindo a descobrir. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS FI-
GOS são especialmente ricos em açúcares: frutose, glicose e sacarose-; contêm ainda pequenas quantidades de gorduras e proteínas, assim como sais minerais, vitaminas A. Bi, B.- e C, e ácidos orgânicos. O seu uso é recomendado sobretudo aos que sofrem de prisão de ventre (acção laxante), às mulheres grávidas e aos que sofrem de esgotamento físico ou mental (acção tonificante) MH. O líquido que se obtém da decocção de FIGOS SECOS tem propriedades emolientes (calmantes) sobre as mucosas inflamadas, quer do aparelho digestivo quer do respiratório. Dá bons resultados nos casos de faringite, gastrite, bronquite e tosse seca ou irritativa [©!. Aplicados externamente, em forma
de cataplasma, os figos são resolutivos (favorecem a maturação de abcessos e inflamações) e cicatrizantes. Utiliza m-se no caso de feridas infectadas, furúnculos, abcessos e fleimões dentários l€)l. Seguindo a teoria dos sinais, os figos foram usados, segundo dix Font Quer, contra «certos inchaços do ânus formados â maneira de figos», quer dizer, contra as hemorróidas. Mas apesar da semelhança entre as formas, os figos não si- mostraram eficazes para combatê-las.
Os figos, tanto frescos como secos, ajudam-nos a equilibrar a nossa dieta, e a curar doenças tão diversas como as faringites, as gastrites, as bronquites, a tosse seca ou irritativa, ou então feridas, abcessos e erupções da pele.
O
Leite de figueira
0 leite ou lágrima da figueira, como chama Dioscórides ao látex segregado nas folhas e ramos desta árvore, contém diversas enzimas capazes de coalhar o leite e até de digerir a carne. Utiliza-se para amolecer os calos e eliminaras verrugas. Para o conseguir, é preciso persistência e aplicá-lo todos os dias durante várias semanas IO). Também se pode aplicar sobre as verrugas uma folha de figueira esmagada e quente, à maneira de cataplasma.
709
A V
Gossypium herbaceum L.
Algodoeiro Protege a pele e desinflama os brônquios
Outros nomes: xilo. Esp.: Algodonero, algodonal, algodón. Fr.: cottonier. Ing.: cotton. Habitat: Planta originária da Ásia, embora se encontre cultivada nas zonas quentes de quase todo o mundo.
A
NDRÉS de Laguna o famoso médico espanhol do século XVI, que traduziu e comentou as obras do sábio grego Dioscórides, disse, referindo-se ao algodão: «Não somente nos cobre, esta planta, mas ainda nos socorre contra muitas enfermidades».
Fala-se de algodão hidrófilo (etimologicamente, 'amigo da água'). porque é capa/ de absorver rapidamente grandes quantidades de líquido. E esta propriedade que permite que a pele coberta por uma compressa feita de tecido de algodão se mantenha seca e limpa.
Descrição: Planta herbácea da família das Malváceas, que atinge até um metro de altura. As folhas são divididas em 3 ou 5 lóbulos. As flores são solitárias e vistosas, com 5 pétalas de cor amarela ou branca, e cada uma delas com uma mancha de cor púrpura na sua base. O fruto ê uma cápsula ovóide de 5-6 cm, que contém várias sementes cobertas de uma fibra branca: o algodão. Partes utilizadas: as folhas, as flores, as sementes e a casca da raiz.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS fi-
lamentos das sementes do algodoeiro, o algodão, são praticamente celulose pura, com uma finíssima camada de substâncias gordas e de ácidos orgânicos. As propriedades hidrófilas e absorventes do algodão tornam-no o melhor material paia pensos e ligaduras. Não esqueçamos também que o algodão é a fibra têxtil mais saudável e higiénica, principalmente para a roupa interior. Ás suas propriedades absorventes há ainda a acrescentar que não provoca reacções alérgicas, como muitas vezes acontece com os tecidos sintéticos. As SEMENTES do algodoeiro contêm 20% de óleo rico em ácidos gordos polinsatnrados, altamente recomendáveis para quem sofra de excesso de colesterol no sangue. Por isso o 710
O
Preparação e emprego
USO INTERNO O Óleo de sementes: Usa-se em diversos preparados alimentares e farmacêuticos. © Infusão com as flores e as folhas, na proporção de 10 g por litro de água. E costume acrescentasse também um punhado de sementes. Tomam-se 3 ou 4 chávenas por dia.
*T'
O algodão é a fibra têxtil mais saudável e de maior utilidade. É ideal para peças de roupa interior, que estão em contacto directo com a pele. É com esta fibra que se fabrica o algodão hidrófilo, indispensável no tratamento de feridas e para a aplicação dos mais diversos produtos cosméticos ou medicinais sobre a pele. As tradicionais ligaduras de algodão continuam a ser as mais higiénicas e de mais fácil utilização.
Óleo de sementes do algodoeiro se Utiliza na indústria alimentar e farmacêutica IO), assim como no fabrico de sabonetes e cosméticos, devido à sua acção emoliente sobre a pele. As FOLHAS das FLORES do algodoeiro .são ricas em mucilagens, e têm propriedades emolientes (calmantes da pele e mucosas inflamadas) e peitorais. L lilizam-se em infusão nos casos de catarro brônquico, para amolecer as secreções e desinflamar as vias respiratórias 101. Também são úteis no caso de disenteria ou de colite, pelo seu eleito emoliente e antiinflamatório sobre a mucosa intestinal. A casca da RAIZ do algodoeiro contém substâncias de acção ocitócica. semelhante aos alcalóides da cravagem do centeio, que estimulam as contracções uterinas. Antigamente administrava-se nos partos difíceis, e também pata fazer parar as hemorragias uterinas, pois contraindo o útero impedem-no de continuar a sangrar. Possui também efeito emenagogo, isto é, que provoca e ajuda a menstruação. Actualmente yd não se utiliza para estes fins, porque dispomos de substâncias mais potentes e seguras. 711
X HaderahellxL
para a pele
^7
J J
k
Xí
Preparação e emprego
Hera USO EXTERNO
Cicatrizante e analgésica
O C o m p r e s s a s : Empapam-se no líquido de uma decocçào de 30 g de folhas por litro de água. Aplicam-se sobre a zona afectada. © Banhos: Acrescenta-se esta mesma decocçào à agua do banho para obter um efeito relaxante e analgésico.
F
ALANDO da hora. diz Andrés cie Laguna quo, «bebido o seu sumo e cheirado, perturba a razão nem mais nem menos que o vinho». Talvez fosse por isso que os sacerdotes de Baco. o deus romano do vinho, se faziam coroai' com uni ramo de hera. Toda a plaina contém saponinas uiíerpénicas. enue as quais se destaca a hederina, que constituem os seus princípios activos. Aplicadas externamente, as folhas da hera são cicatrizantes e analgésicas. São indicadas nos seguintes casos: PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
• Feridas de cicatrização difícil, úlceras e gretas
© Cataplasmas: Também se podem usar directamente as folhas, que se fixam sobre a zona a tratar, por meio de uma ligadura de gaze.
Precauções
Os frutos ou bagas da hera são especialmente tóxicos: bastam dois ou três para provocar uma intoxicação grave numa criança. As folhas podem desencadear reacções alérgicas.
Outros nomes: hera-dos-muros, hera-trepadeira, hédera, hedra. hereira. heradeira, aradeira. Esp.: hiedra. Fr.: lierre. Ing.: [Englishj ivy. Habitat: Cria-se em lugares pedregosos de toda a Europa. Naturalizada na América. Descrição: Planta trepadeira da família das Araliãceas, que atinge até 50 m de altura. O cause é lenhoso, e as folhas palmadas, de cor verde escura. Os frutos são bagas globulosas. de cor negra e cheiro aromático. Partes utilizadas: as folhas jovens frescas.
Hellotropium europaeum L
a
Tornassol Desinfecta e cicatriza as feridas
m Preparação e emprego
USO INTERNO O I n f u s ã o ou d e c o c ç ã o com 20-40 g de folhas por litro de água, de que se tomam até 3 chávenas diárias. USO EXTERNO
A
S FOLHAS desta planta niovimentam-se seguindo o percurso do Sol no céu. Daí o seu nome vulgar. Dioscórídes já a recomendava no século I d.O, para eliminar as verrugas. Por isso também se chama verrucàría. Toda a planta contem o alcalóide heliotropiua. que lhe outorga propriedades anti-sépticas e cicatrizantes, febrífugas, colagogas (estimula o funcionamento da vesícula biliar), e emenagogas (activa a menstruação) íOI. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
A sua aplicação mais importante são a.s lesões da pele: feridas, abcessos, úlceras varicosas, erupções e verrugas, embora leve muitos dias a eliminá-las 10.01.
© Loções sobre a zona da pele afectada, com a mesma infusão ou decocção de uso interno. © Compressas empapadas na infusão ou decocção.
r* Baunilha-dos-jardins Este heliotrópio peruano (Heliotropium peruvianum L, Heliotropium arborescensL), a baunilha-dos-jardins, também conhecida como bálsamo-de-cheiro, é uma planta muito aromática que se usa como substituto da quinina devido às suas propriedades febrífugas; como anti-inflamatório e anti-séptico em caso de cistite (inflamação da bexiga); e como vulnerário e cicatrizante em aplicação externa, do mesmo modo que o europeu.
Outros nomes: tornesol, verrucàría. erva-das-verrugas. Esp.: verrucàría, heliotropo (europeo), verruguera, hierba de las verrugas, tornasol. pendientitos. Fr.: héliotrope. Ing.: heliotrope. Habitat: Lugares incultos, campos abandonados e bermas de caminhos de toda a Europa; em alguns jardins, como planta ornamental. Descrição: Planta, de aroma agradável, da família das Boragináceas, que atinge até 80 cm de altura. Os seus caules e folhas estão cobertas de pelos suaves. As flores são pequenas e agrupam-se em ramalhetes curvados na extremidade. Partes utilizadas: as folhas.
713
Hypericum períoratum L
Hípericáo Excelente remédio para as queimaduras
O
HIPERICÃO é uma das plantas medicinais que gozavam de maior reputação na antiguidade clássica, reputação essa que se tem mantido com 0 passar dos séculos. Dioscórídes (século 1 d.C) já lalava do hipericão de um modo muito elogioso. Dix-se que o nome da plama deriva do grego hyper (sobre) e tihni (imagem), porque ela está acima de tudo 0 que se possa imaginar. As folhas do hipericão acham-se repletas de umas pequenas bolsas secretoras, visíveis a contraluz, que parecem pequenos orifícios. Daí o nome de pfíforalitw. No Renascimento, os partidários da teoria dos sitiais, quiseram ver nas folhas «perfuradas, mas cicatrizadas», o sinal que indicava as suas propriedades cicatrizantes. No século XVIII conhecia-se esta planta como *'erva-militar". pois era muito apreciada pelos soldados. Em Portugal, é particularmente apreciada a espécie Hypericum androsaemum I... o chamado hipericào-do-gerês, ou androsemo, que reúne excelentes qualidades de grande valor terapêutico. Frequente na região do Gerês, seu habitat natural, também se pode encontrar noutros pontos do Minho, das Beiras e mesmo da Estremadura, em locais frescos e húmidos. A planta, pere-
Precauções
Evitar a acção directa do sol sobre a peie enquanto se estiver a tomar ou a aplicar o hipericão. A hipericina produz fotossensibilização, a qual provoca o enrubescimento da pele quando se apanha sol.
714
>
*
.
*
.
*
Preparação e emprego
USO INTERNO O Infusão com 30-40 g de planta seca por litro de água. de que se toma uma chávena depois de cada refeição. USO EXTERNO © Óleo de hipericão: Existem actualmente vários preparados farmacêuticos que o contém. Aplica-se com um pouco de algodão sobre a pele lesionada ou queimada, que seguidamente se cobre com uma gaze ou ligadura.
Ouíros nomes: nipencão-vulgar, milfurada. erva-de-são-joão. mal-furada, pelicão. flor-de-são-joão. Esp.: hipérico. hipericón, pericón. perforada, corazonciilo, cori. hierba de Ias heridas, hierba de San Juan. sanjuanes. Fr.: millepertuís [perforè], herbe de Saint Jean. Ing.: Saint John's wort. Habitat: Planta distribuída por todo o mundo. Comum na Europa e na América. Cria-se nos bosques, terrenos incultos e beiras dos caminhos. Descrição: Planta vivaz de 30 a 60 cm de altura, òa família das Guiiferas. O seu caule é erecto, e as folhas translúcidas são perfuradas por uma multidão de orifícios, como se fosse um pano gasto. As flores são amarelas, com 5 pétalas cada uma. Partes utilizadas: As sumidades floridas (folhas e flores) e o seu óleo.
ne, de dois a quatro palmos de aluna, tem Folhas opostas, obtusas, de bordos inteiros, com numerosos pontos translúcidos visíveis ã contraluz, e as flores formam um ramalhete terminal. As suas p r o p r i e d a d e s , indicações e maneira de utilizar são as mesmas que as do hipericão vulgar. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : AS fo-
lhas e as llores do hipericão c o n t ê m um óleo essencial, taninos, flavonóides, e um p i g m e n t o v e r m e l h o conhecido c o m o hipericina. O hipericão apresenta as seguintes propriedades: • Vulnerário ( q u e sara as feridas e contusões), devido ao seu c o n t e ú d o em taninos e à sua essência. Aplicado localmente, em forma de óleo 101, possui interessantes acções q u e o t o r n a m um excelente r e m é d i o para a cura de feridas e q u e i m a d u r a s : - Modera a reacção inflamatória nos tecidos q u e rodeiam a ferida ou a contusão. - T e m efeito analgésico local, p e l o q u e acalma a d o r de forma suave, ainda q u e persistente. - E anti-séptico. - Estimula a epitelização, ou seja, o revestimento da lesão por pele regenerada. Por indo isto, o hipericão já é utilizado há mais de dois mil anos, para curar toda a espécie de feridas, chagas e, sobretudo, queimaduras. Nas p e q u e n a s q u e i m a d u r a s de primeiro e s e g u n d o graus, é MIAIS eficiente que a maioria das pomadas preparadas à base de produtos de síntese química; nas extensas, ou nas profundas, recomenda-se sempre o tratamento por um médico. Por via interna (Ol o hipericão é: • Balsâmico e antiespasmódico: Indic a d o nos casos d e asma, c a l a r r o s brônquicos e bronquites. • Digestivo, colagogo e c o l e r é t i c o : Ajuda a fazer a digestão, d i m i n u i a acidez do e s t ô m a g o e facilita o func i o n a m e n t o da vesícula biliar. • Tonificante c equilibrador do sistema n e r v o s o : A h i p e r i c i n a t e m um efeito equilibrador do sistema nervoso c foi provado q u e p o d e ajudar os q u e sofrem de depressão ou neurose. Usa-se em caso de e n u r e s e infantil (crianças q u e m o l h a m a c a m a ) .
O hipericão é altamente apreciado, devido às suas notáveis virtudes vulnerárias, que desde há milénios têm garantido a sua utilização no tratamento das queimaduras. Além disso sabemos hoje que, graças às suas propriedades tonificantes e sedativas, tomado em infusão, se mostra muito útil no tratamento da depressão e outros transtornos nervosos.
Preparação do óleo de hipericão Quem quiser seguir os costumes tradicionais, pode preparar o seu próprio óleo de hipericão da seguinte maneira, recomendada pelo botânico espanhol Font Quer: Metem-se dentro de um frasco de vidro de boca larga 100gde sumidades (pontas dos ramos), colhidas há pouco tempo, mas já secas. Acrescentam-se 250 g de bom azeite de oliveira. Deixam-se
em maceração durante 20 ou 30 dias, remexendo diariamente o frasco. Passado esse tempo, filtra-se o azeite e coloca-se em pequenos recipientes que se guardam bem vedados, num lugar fresco e protegido do sol. Cada vez que se abrir um deles, deve-se deitar fora o azeite que ficar por ser usado, pois mesmo guardado perderia as suas propriedades.
715
Ullum candldum L.
Açucena m
Um bom remédio para queimaduras e gretas
A
AÇUCENA é u m a planta orn a m e n t a l cultivada d e s d e a mais r e m o t a antiguidade. Assim o atesta um vaso e n c o n t r a d o na ilha de Creta, p e r t e n c e n t e à civilização minóica (século XVII a . C ) , em q u e está p i n t a d a u m a bela a ç u c e n a . Hoje encoutra-se nos j a r d i n s de t o d o o mundo. Mas, cuidado! Q u a n d o colocada d e n t r o de um q u a r t o fechado, especialmente se for de noite, o seu forte aroma p o d e provocar sensação de mal-estar, náuseas e enjoos.
Outros nomes: cajado-de-são-josé. Brasil: açucena-branca, copo-de-leite, lirio-dos•poetas, palma-de-são-josè, flor-da-imperatriz. Esp.: azucena, azucena blanca, azucena común, lirio blanco. Fr.: lis {blancj. Ing.: [madonna] lily. Habitat: Planta ornamental procedente da Ásia, embora se ache aclimatada a Europa e à América. Descrição: Planta bolbosa, da família das Liliaceas, cujo caule, que se encontra todo coberto de pequenas folhas, pode atingir um metro de altura. As flores, de cor branca, nascem na extremidade do caule. Partes utilizadas: as flores e o bolbo.
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : O bol-
bo e as flores da açucena c o n t ê m diversas substâncias a r o m á t i c a s q u e , aplicadas localmente, possuem u m a importante acção e m o l i e n t e ( c a l m a n t e da pele e das mucosas inflamadas), cicatrizante e anti-séptica. O ÓLEO cie açucena é um b o m remédio para q u e i m a d u r a s , gretas d o s mamilos e eczemas IO). T a m b é m dá bons resultados em caso de otite ou dores dos ouvidos, a p l i c a n d o u m a s gotas no canal auditivo. Com os BOLBOS cozidos em água e esmagados, prepara-se u m a cataplasma muito eficiente para a m a d u r e c e r abcessos e furúnculos 181, 716
O
Preparação e emprego
A açucena aplica-se só externamente. USO EXTERNO O Óleo de açucena: Obtém-se macerando as pétalas de 10-12 flores num litro de azeite, durante 9 dias. De três em três dias, filtra-se o azeite e acrescentam-se novas pétalas. ©Cataplasmas: Cozem-se 100-
-200 g de bolbos durante 10-15 minutos. Depois de esmagados, colocam-se sobre um pano de algodão e aplicam-se quentes, sobre a zona afectada, durante 15-30 minutos. Esta cataplasma pode-se aplicar 2 ou 3 vezes por dia, até se conseguir o amadurecimento do abcesso ou furúnculo.
Nerium oleanderl.
JÚ -CP Preparação e emprego
Loendro ^
Usa-se contra a sarna
m/
USO EXTERNO O Pomada contra a sarna: Prepara-se uma pomada com 250 g de manteiga sem sal, ou outro veículo gordo, e 150 g de flores de loendro, que se devem deixar macerar durante 6 horas. © Cataplasmas de flores sobre a zona da pele afectada.
Precauções
D
IOSCORIDES (século I d.C.) já assinalava que as folhas desta planta «são veneno mortífero dos cães, dos burros, das mulas e de muitos animais quadrúpedes». E, poderíamos acrescentar, também para os seres humanos.
flores, e sobretudo as folhas do loendro, contém glicósidos, flavonóides, rotina, tanino e resinas. Pois bem, o seu princípio activo mais importante é a folinerina, glicósido que, por hidrólise, se transforma em oleandrigenina. Esta substância é um potentíssimo cardiotónico, ainda mais activo do que os glicósidos da dedaleira (pág. 221). No entanto, não se recomenda o seu emprego por via oral, devida à dificuldade em calcular a dose terapêutica, por esta se situar muito perto da dose tóxica.
O loendro é muito tóxico. A ingestão de apenas duas folhas pode ser suficiente para matar um adulto. Em caso de intoxicação deve-se recorrer imediatamente ao hospital.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS
Nalguns países latino-americanos, as flores, aplicadas externamente, uiilizam-se para combater a sarna, quer em pomada quer em cataplasmas IO 01
Outros nomes: cevadilha, aloendro, loendreira, loureiro-rosa, espirradeira. Esp.: adelfa, azucena de la Hanana. laurel rosa, berbera, oleandro. narciso, martinica, yucatán. Fr.: laurier rose. Ing.: oleander. Habitat: Vulgar nos países mediterrâneos, onde prefere as margens das correntes de água. Cultivada como planta ornamental em toda a Europa e América. Descrição: Arbusto de 2 a 4 metros de altura, da família das Apocináceas. As folhas são lanceoladas e coriáceas. As flores são grandes, agrupadas em ramalhetes, cor-de-rosa, brancas ou vermelhas. Partes utilizadas: as flores.
717
Opuntia flcus-índíca (L) Miller.
A
O)
Figueira-da -índia
f
Descrição: Planta suculenta da família das Cactáceas. Tem folhas e caules carnudos, com abundantes líquidos. É formada por uma série de pás ovais e carnudas, eriçadas de espinhos. As flores são grandes, de cor amarela ou vermeíha. O írufo é alaranjado ou vermelho e está coberto de espinhos pequenos e muito finos. Partes utilizadas: os frutos (figos-de-piteira), as flores e as pás.
As pás do caule são emolientes
O
S ANTIGOS indígenas mexicanos já usavam as pás da figueira-da-índia, ou nupal, como cataplasmas para curai" feridas e contusões. Os colonizadores trouxeram-na para a Espanha, de onde se estendeu rapidamente por toda a costa mediterrânea. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS
FRUTOS são adstringentes, e dão bom resultado para coitar as diarreias estivais IO). O seu sumo nsa-se cm xarope, no México como calmante da tosse I0J. As FLORES são diuréticas e antiespasmódicas, e usam-se em caso de oligúria (escassa produção de urina) c de cistite (inflamação da bexiga) 101. As PÁS contêm abundância de mu* cilagem e celulose, o que as torna emolientes. Usam-se em cataplasmas para sarar feridas, contusões e irritações da pele 101.
Sinonímia científica: Cactus ficus-indica L. Outros nomes: nopal, nopálea, figueira-da-barbaria. Esp.: nopal, chumbera, higuera de las índias, [higuera de] tuna. tuna de Espana, tuna espanola, tunera, tasajillo alquitia, cardón de México, choya, palera. Fr.: figuier d'lnde, figuierde Barbárie. Ing.: Indian fig. pricklypear. Habitat: Originária do México e da América Central, mas amplamente difundida por todo o litoral mediterrâneo. Cria-se nos terrenos secos e pedregosos.
U - - , '
Preparação e emprego
USO INTERNO
O Os frutos devem-se descascar com precaução para não lhes tocar com os dedos, pois os seus numerosíssimos espinhos cravam-se na pele com muita facilidade e tornam-se muito difíceis de tirar. Podem-se comer frescos ou em xarope. © Xarope: Prepara-se cortando os frutos às rodelas e cobrindo-os com açúcar escuro. Umas dez horas depois extrai-se o xarope (o líquido re-
718
sultante), passando-o por um coador para separar as sementes. Toma-se quente, às colheradas. 0 Infusão de flores: 20-30 g de flores por litro de água. Ingerem-se 3 4 chávenas por dia. USO EXTERNO
O Cataplasmas: As pás cortam-se pelo meio, aquecem-se um pouco no forno e aplicam-se directamente sobre a zona da pele afectada.
L
Persea americana Miller
I
Sinonímia científica: Persea gratíssima Gaertn. Outros nomes: abacate, aguacate. Esp.: aguacate, aguacatero, palto, avocado, cura pagua, pahua- Fr.: avocatier. Ing.: avocado tree, alligator pear. Habitat: Originário da América Centrai, a sua cultura tem-se estendido a outras regiões tropicais e subtropicais do planeta. Em Espanha, cultiva-se nos vales subtropicais do Sul da Península, nas províncias . de Granada e Málaga, e nas Canárias. Também existe. aclimatado, em Portugal e na ilha da Madeira. Descrição: Árvore da família das Lauráceas, que mede de 4 a 8 m de altura. As suas folhas são grandes e de contorno liso. O fruto, de cor verde e com forma de pêra, contém uma polpa de cor verde ou amarela, e uma semente esférica ou ovóide e bastante grande em relação ao fruto. Partes utilizadas: os frutos (polpa e semente) e as folhas.
Abacateiro Alimenta, e embeleza a pele e o cabelo
A
M A
"ÁRVORE-TESTICU LO" dos
índios mexicanos, que é o que significa 'aguacate' (abacate) na língua indígena, foi utilizada desde tempos muito antigos pelos Astecas e os Maias como substituto da carne. A sabedoria popular destes povos levou-os a descobrir as excelentes propriedades nutritivas e calóricas deste fruto que, à luz dos conhecimentos científicos actuais, suplanta a carne pelas suas qualidades dietéticas. Com efeito, o abacate proporciona de 160 a 200 calorias por 100 g, quantidade próxima das 230 calorias fornecidas por um bife de vitela de 100 g, mas com a vantagem, entre outras, de não contei nenhum colesterol. As gorduras do abacate, muito digestivas, são quimicamente semelhantes às do azeite de oliveira. O seu conteúdo em proteínas, embora menor que o da carne, tem a vantagem de não produzir resíduos, como o ácido úrico, que acidificam e sobrecarregam o metabolismo. A árvore do abacate oferece outras possibilidades de aplicação medicinal, além das do seu fruto. A polpa do FRUTO do abacateiro contém de 15% a 25% de lípidos (gordura), constituídos pelos ácidos oleico ( m o mnsaturado), linoleieo (polinsaturado) e palmítico (saturado), além de glícidos, proteínas, sais minerais e vitaminas. Destaca-se especialmente o seu elevado conteúdo em ferro orgânico (facilmente assimilável) e em viPROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
O
Preparação e emprego
USO INTERNO O Infusão: Prepara-se com 4 ou 5 folhas grandes por litro de água. Podem-se tomar várias chávenas diariamente. © Decoccão: 8-10 sementes esmagadas. Ferver até que se forme uma pasta ligeira. Filtra-se e toma-se meia chávena do líquido 3 vezes por dia. USO EXTERNO O Óleo de abacate: Extrai-se da seguinte maneira: Deixam-se amadu-
recer os frutos até ficarem aparentemente apodrecidos. Fervem-se numa panela com água, e o óleo que vem à superfície recolhe-se com uma colher. Posteriormente filtra-se com um pano para eliminar as impurezas. Este óleo aplica-se em fricção sobre a pele da zona afectada, ou sobre o couro cabeludo. O Cataplasmas com a pasta obtida da decoccão de sementes que se prepara para uso interno.
719
o
Culinária
O abacate pode-se comer só ou acompanhado de saladas, em batidos e diversas preparações culinárias. Em muitos casos substitui com vantagem a margarina e a manteiga. Prepara-se normalmente com sal, limão e orégão. No México (az-se um molho a que chamam 'guacamol', com abacate, tomate e cebola picados, tudo bem temperado com sal e limão.
lamina Br». Tem p r o p r i e d a d e s antianémicas, hipolipemiames (faz descer o nível de colesterol no sangue, possivelmente devido à sua elevada proporção de ácidos m o n o e polinsaturados) e digestivas. O sen c o n s u m o é indicado em casos de a n e m i a , esgot a m e n t o , a u m e n t o do colesterol, hip e r t e n s ã o , gastrite e úlcera gastroduodenal. O ÓLEO de abacate 101. cuja forma de extracção e x p o m o s na página anterior, é um excelente r e m é d i o , cujas aplicações mais importantes são: • Afecções da p e l e : e c z e m a s , irritações químicas ou mecânicas, pele seca ou gretada, etc. Aplicado diariamente sobre a pele do ventre, evita as estrias das grávidas. Hidrata c e m b e leza a cútis, pelo q u e faz parte de numerosos preparados de beleza e cosméticos. • Elimina a caspa, d e t é m a progressão da calvície, fortalece e suaviza o cabelo. • Alivia as d o r e s reumáticas, articular e s e m u s c u l a r e s . Aplica-se em fricções. 720
As FOLHAS da á r v o r e do a b a c a t e são ricas em substâncias tânicas. No México e nos países da América Central, utili/.ain-se em infusão c o m o digestivas e carminativas (antiflatulentas) {©}. T a m b é m se e m p r e g a m contra as d o r e s de cabeça, aplicando-se q u e n t e s s o b r e a testa, e m b o r a desc o n h e ç a m o s se este costume tem fund a m e n t o científico. As g r a n d e s SEMENTES do abacate aplicam-se trituradas e cozidas, em cataplasmas, para fazer a m a d u r e c e r abcessos, furúnculos e panarícios IOI. A água deste m e s m o c o z i m e n t o também se usa contra a disenteria e os parasitas intestinais 101.
O abacate é mais uma dessas maravilhas vegetais que o Criador pós ao nosso
alcance, para que nos deleitemos satisfazendo o nosso paladar e ao mesmo tempo conservemos e melhoremos a nossa saúde e até o nosso aspecto.
Physalls viscosa L
Fisale Cicatriza e desinflama a pele
E
STA PEQUENA plaina cresce à beira dos c a m i n h o s cio México e de g r a n d e parte da América. Os seus frutos são um agradável presente para os c a m i n h a n t e s . PROPRIEDADES
E INDICAÇÕES:
OS
FRUTOS da fisale são diuréticos e suav e m e n t e laxantes. Os CAULES e as FOLHAS da planta c o n t ê m saponinas e enzimas (peroxidases). A sua dccocção uliliza-se externamente c o n t r a as e r u p ç õ e s da pele, pelo seu eleito cicatrizante e anti-inflamatório 101. Tem-sc utilizado com êxito em casos de psoríase, aplicando-se a sua dccocção em loções l©l. Esta mesma d e c o c ç ã o de caules e Tolhas, t o m a d a por via oral, é expectorante c antitússica IO!.
Outros nomes: fisálide. Esp.: camambú, uvilla de campo. Ing.: ground-cherry. Habitat: Própria do continente americano, especialmente das Américas Central e do Sul. No México è bastante frequente. Não se encontra na Europa. Descrição: Planta da família das Solanáceas, de 30 a 50 cm de altura. Dá um fruto do tamanho de uma ginja, de cor amarela ou vermelha. que é comestível e tem um agradável sabor agridoce. Partes utilizadas: Os frutos, os caules e as folhas.
Preparação e emprego USO INTERNO
•M»
Capucha Existe uma espécie de fisale, a Physalis angulata L, conhecida em Cabo Verde e Angola pelo nome de capucha, e na América Central como 'tomate verde1. As suas propriedades são semelhantes às da Physalis viscosa L, e também se emprega como descongestiva do fígado.
O Decocção com 30 g de caues e folhas por litro de água. Ferver durante 15 minutos. Tomam-se 2 ou 3 chávenas por dia. Pode-se adoçar com mel. USO EXTERNO
© Compressas empapadas no líquido da decocção que se usa internamente. © Loções sobre a parte doente da pele, com este mesmo liquido.
721
X
para a pele
^7
Phytotacca americana L
O
Fitolaca
Preparação e emprego
USO EXTERNO
Ú t i l contra as micoses da p e l e
O Compressas: Prepara-se uma decocção com 50 g de raiz cortada às rodelas num litro de água. Empapar nela compressas de algodão e aplicá-las sobre a zona da pele afectada.
C
OM AS BAGAS desta p l a n t a obtém-sc u m a tinta cie c o r semelhante à da laca, cie o n d e lhe vem o n o m e . O seu uso em mediciiv.\ é reduzido, d a d o q u e tem efeitos tóxicos em doses elevadas. Aplicada externamente, torna-se m u i t o útil no tratamento cie a l g u m a s afecções cia peie.
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : A raiz
contem saponinas, litolaqnina, a t i d o fórmico, tanino, resina e diversos glícidos. E um p u r g a n t e e n é r g i c o , com acção emética (provoca o v ó m i t o ) . Possui p r o p r i e d a d e s anii-inflamatórias, pelo q u e se tem usado com êxito em casos de reumatismo. No e n t a n t o , devido aos seus eleitos indesejáveis sobre o aparelho digestivo, recomendamos o seu uso unicamente por via externa. Aplicada em c o m p r e s s a s s o b r e a peie, a raiz. eh» fitolaca é indicada em diversas e r u p ç õ e s , e s p e c i a l m e n t e as causadas por fungos (micoses) e parasitas ( c o m o a sarna e os piolhos) 101. Também se tem utilizado contra a acne.
V Dentro do género Phytotacca evidencia-se a bela-sombra (Phytotacca dioica L.),' árvore que pode atingir até 15 m de altura e se cultiva com fins ornamentais, sobretudo no Mediterrâneo, nas Canárias, na América do Norte e em diversos países da América do Sul, onde é conhecida pelos nomes de 'altasara', 'bellasombra' e
722
Precauções Em doses elevadas, a fitolaca é tóxica. Não ingerir as bagas, que têm efeitos tóxicos leves (vómitos e diarreias).
Outros nomes: erva-dos-cachos-da-india, erva-da-américa, tintureira. Brasil: caruru-de-cacho. erva-dos-cachos, tintureira-vulgar. Esp.: fitolaca, hierba carmín, hierba carmesi, carmineira, calalú, uva de América, espinaca de América. Fr.: phytolaque, raisin d'Amérique. Ing.: pokeweed, red weed. Habitat: Originária da América do Norte, acha-se naturalizada na Europa desde há três séculos. Cresce em terrenos frescos perto das costas. Descrição: Arbusto de folha perene, da i&milia das Fitolacáceas, de caule erecto e folhas grandes. Os frutos são bagas negras ou de cor púrpura, que amadurecem no Outono. Partes utilizadas: a raiz.
Bela-sombra 'saúco', além de 'hierba carrmrí, designação esta que é talvez a mais usada, tanto para a Phytolacca americana como para a dioica. A raiz é purgante e vomitiva, assim como as folhas e os frutos, mas não se recomenda o seu emprego com fins medicinais.
0 sumo das folhas aplicava-se tradicionalmente para curar as chagas e feridas. Diz-se que não é conveniente adormecer à sombra desta árvore, pois o aroma das suas folhas provoca dores de cabeça.
* Esp.: ombú.
Potygonatum odoratum Druce
!\
f
Selo-de-salomão Embeleza a pele
T
ODOS os anos sai um novo caule do rizoma desta planta que, quando seca e desaparece no Inverno, deixa no seu rizoma uma marca, como se Tosse um selo ou sinete. Passados vários anos, o rizoma apresenta uma série de marcas ou selos de aspecto peculiar. Por isso os antigos deram à planta o nome de selo-de-saloinào. Dioscórides, no século I d.C.já a recomendava para activar a cicatrização das feridas. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O ri-
zoma contém amido, mucilagens (emolientes e anti-inflamatórios). taninos (adstringentes e cicatrizantes), saponinas (diuréticas, expectorantes e laxativas) e glicoquinina, substância que tem acção hipoglicemiante. Por isso se emprega: • flomo diurético e hipoglicemiante: Internamente, têm-se usado como diurético e como complemento no tratamento da diabetes 101. • Nas afecções da pele e como cosmético: Aplicado externamente, em compressas ou cataplasmas 10.©!. dá muito bons resultados no tratamento de hematomas, de contusões e de infecções diversas cia pele (abcessos, panai •feios, e l e ) . E um valioso cosmético, que se emprega para suavizar e embelezar a cútis.
Precauções Não exceder as doses de rizoma no uso interno. As bagas e as folhas são muito tóxicas.
Sinonímia científica: Polygonatum officinale Desf. Outros nomes: poligonato. Esp.: sello de Salomón, poligonato. Fr.: sceau de Salomon. Ing.: [European] Solomons seal. Habitat: Bosques pouco densos, sobretudo de carvalhos ou azinheiras, e terrenos secos e calcários da Europa. Descrição: Planta vivaz da família das Liliáceas, de cujos rizomas (caules subterrâneos), de cor branca, brota cada ano um caule erecto com grandes folhas ovais. Depois de se secar o caule, fica no rizoma uma cicatriz circular que lembra um anel. Partes utilizadas: o rizoma.
Jí
Preparação e emprego «A».
USO INTERNO O Decocção de 15-20 g de rizoma por litro de água, de que se tomam 3 chávenas diárias. USO EXTERNO © Compressas de uma decocção mais concentrada (80-100 g) do que a elaborada para uso interno. €) Cataplasmas do rizoma esmagado.
1?Poligonato-da-américa Na metade leste da América do Norte existe uma espécie de poligonato muito semelhante ao selo-de-salomão europeu, o Polygonatum multiflorum L.', que tem as mesmas propriedades e aplicações. * Esp.: Poligonato de América. Ing.: Solomoris seal.
723
Polypodium calaguaJa Ruiz
*
Calaguala
Preparação e emprego
Depura o sangue e limpa a pele
USO INTERNO
O Decocção, â base de 30 ou 40 g de rizoma e raiz triturados por litro de água. Ferver durante 10 minutos e tomar 2 ou 3 chávenas por dia.
E
STE FETO, próprio do continente americano, já era muito apreciado pelos Maias do México a n u s da chegada dos primeiros espanhóis. Desde o século XVII que é usado na Europa, onde se lhe atribuíram muitas supostas virtudes medicinais, entre outras a de curar a sífilis. Hoje conhecemos as suas verdadeiras propriedades.
Polipódios
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS em-
O Polypodium ieucatomos Poir. é um feto semelhante à calaguala, cujo extracto, chamado anapsos, entra na composição de vários medicamentos contra a psoríase e a dermatite atópica. Existe no México uma espécie muito semelhante, o Polypodium feuillei Bertero, que possui as mesmas propriedades da calaguala.
pregos mais importantes do rizoma e da raiz da calaguala são: • Sudorífico: Aumenta a produção de suor IO). • Diurético uricosúrico: Favorece a eliminação de ácido úrico IOI. • Depurativo IOI. • Estimulante e regulador da imunidade celular (defesas). A sua aplicação mais importante são as erupções da pele e as doenças auto-imunes (artrite reumatóide, colagenose, psoríase, dermatose, etc.) IOI. Estão actualmente a desenvolver-se interessantes investigações a este respeito.
*
%*i»M'
:
' '9
sM.
¥
Tepezcohuite
Existe no México uma outra planta também muito útil contra as afecções cutâneas, a Mimosa tenuiflora L. (Mimosa-de-ílores-delicadas), conhecida pelo seu nome local de Tepezcohuite'. Trata-se de um poderoso cicatrizante da pele, que activa a regeneração dos tecidos. É além disso antibiótico e fungicida. Com os extractos da casca desta planta, a indústria farmacêutica elabora cremes e champôs que se usam exfernamente em queimaduras e úlceras cutâneas, assim como para a beleza da pele e do cabelo.
724
Outros nomes: Esp.: calaguala, hierba dei lagarto, polipodio, vileún. Habitat: Comum nas Américas Central e do Sul. Não aparece na Europa. Cresce nos lugares húmidos e sombrios, especialmente como parasita sobre o tronco de algumas árvores. Descrição: Feto da família das Polipodiáceas, de folhas ovais e coriáceas. O rizoma (conjunto de caules subterrâneos) é grosso e coberto de escamas amareladas ou avermelhadas. Partes utilizadas: o rizoma e a raiz.
Sanícula europaeaL
»
-
•
A
Preparação e emprego
Sanícula Cicatrizante e expectorante
USO INTERNO O Infusão de 30 g de folhas por litro de água, de que se tomam 3 chávenas por dia, adoçadas com mel. USO EXTERNO © Compressas empapadas no líquido duma decocção de 50-60 g de folhas por litro de água, que tenha fervido durante 10 minutos. €) Cataplasmas de folhas frescas esmagadas sobre a zona lesionada. O Lavagens com a mesma decocção que se emprega para as compressas. © Bochechos com o líquido da decocção.
O
NOME desta planta deriva do latim sanare (curai), e alude às muitas propriedades que se lhe haviam atribuído.
Contém tanino; alantoína, que lhe confere acção anti-inflamatória; saponinas de acção expectorante: e um óleo essencial. É cicatrizante, adstringente, vulnerária e expectorante. Em uso interno, utiliza-se paia acalmar a tosse e amolecer as secreções em caso de catarro brônquico IOI, mas as suas aplicações mais importantes são as externas: • Feridas infectadas, chagas e úlceras varicosas: Aplicada em compressas ou em lavagens, a sanícula tem um grande poder de limpe/a sobre os tecidos necrosados, estimulando além disso a epitelização (formação de pele nova) iô.OV • Contusões e entorses: As cataplasmas de sanícula aliviam a inflamação e favorecem a reabsorção dos hematomas (derrames de sangue) (©1. • Gengivite, aftas, amigdalites e faringites 101, em bochechos com a sua decocção.
Sanícula-americana
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Na América do Norte existe uma espécie afim da sanícula-vulgar, a Sanícula marylandica L, da qual se utiliza a raiz com as mesmas aplicações medicinais que a espécie europeia.
Outros nomes: sanicula-vulgar. Esp.: sanícula, sanícula europeia, hierba de San Lourenzo. Fr.: sanicle d'Europe. Ing.: European sanicle. Habitat: Difundida por bosques de árvores de folha caduca, especialmente de laias e carvalhos, da metade norte da Península Ibérica e da Europa Central e Meridional. Descrição: Planta vivaz da família das Umbeliferas, que atinge de 20 a 50 cm de altura. As suas folhas são palmadas, têm um longo peciolo e crescem quase todas na base. Partes utilizadas: as folhas.
725
]
Sedum telephium L
J
Preparação e emprego
Favária USO EXTERNO O Compressas e lavagens com o sumo fresco da planta. Aplicam-se directamente sobre a zona afectada da pele, 2 ou 3 vezes ao dia. © As folhas podem-se conservar em azeite, como se fazia antigamente, pois torna-se difícil secá-las. Aplicam-se sobre a zona afectada, depois de se lhes retirar a fina película que as recobre pela face superior.
Cura as feridas e amolece os calos
Vermiculária
A
FAVÁRIA pertence à mesma família botânica do saiãocurto (pág. 727). Ambas as plantas se caracterizam pelas suas Folhas carnudas e pelo seu sabor acre ou picante. Eram muito apreciadas na Idade Média e na época do Renascimento, mas depois caíram no esquecimento dos liiolerapeutas. Actualmente a lavaria volta a ser usada em virtude da sua acentuada propriedade vulnerária. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a
planta contém tanino, açúcares, mucilagens c um glicósido (teleliósido). Possui propriedades vulnerárias (cura as feridas e contusões) e emolientes (suaviza e alivia as partes inflamadas). Emprega-se nos seguintes casos: • Feridas, úlceras da pele (chagas) e queimaduras: As com pressas e lavagens com o sumo fresco da (avaria favorecem a cuia das chagas, úlceras e queimaduras, especialmente se estiverem infectadas ou sujas MM. • Calos e durezas da pele: Ainolecc-os e desinflama-os, permitindo a sua fácil extirpação. Por isso também é conhecida como erva-dos-calos 10}. 726
Outros nomes: faváría-maior, favária-vulgar, erva-dos-caios. teléfio. Esp.: hierba ca Hera. hierba de los calos, hierba calluna, crásula mayor, fabaria. anacansero común, telefio. Fr.: orpin, joubarbe des vignes. Ing.: livelong, orpine. Habitat: Europa Central e do Norte. Em Portugal surge nos locais áridos e pedregosos da Beira Alta e da Estremadura. É habitual encontrar-se nas vinhas, crescendo entre as videiras. Descrição: Planta robusta e de folha perene, da família das Crassuláceas, que atinge até 80 cm de altura. A$ foihas são planas e carnudas, e as flores são de cor púrpura, avermelhadas ou brancas. Partes utilizadas: as folhas.
A vermiculária (Sedum acre L.)*, também chamada uva-de-cão, é uma planta de 10-15 cm de altura, com pequenas folhas carnudas e flores amarelas ou brancas. Toda a planta tem sabor acre e picante. A sua composição é semelhante à da favária. Antigamente tomava-se o seu sumo fresco para as afecções bronquiais. Actualmente apenas se recomenda o seu uso externo, para amolecer as durezas e calosidades dos pés, como acontece com a favária. O sumo fresco ou uma cataplasma com as folhas esmagadas aplicam-se sobre as partes afectadas, várias vezes ao dia, até ao seu restabelecimento. ' Esp.: pampajarito, pimienta de muros. Fr.: poivre de muraille; Ing.: wall peper.
Sempervivum tectorum L
Preparação e emprego
Saião-curto Alivia as irritações da peie
USO EXTERNO
O Cataplasmas com as folhas esmagadas. Mantém-se durante 20-30 minutos, e aplica-se de 2 a 4 vezes por dia. © Compressas empapadas no sumo fresco. Aplicam-se durante o mesmo tempo e com a mesma frequência que as cataplasmas. © Banhos e lavagens: Fazem-se com o sumo fresco das folhas diluído em água, na proporção de 50 ml de sumo por cada litro de água.
O
SAIÃO-CURTO forma um espesso torrão de relva à sua volta, pelo que antigamente se usava para cobrir e consolidar os telhados de terra (terraços), assim como para proteger as casas do raio, graças à grossa camada que forma. Dioscórides já o recomendava contra as irritações da pele e as queimaduras.
Contém taninos, a que deve a sua acção adstringente e anti-séptica, reforçada pela presença dos ácidos máHco e fórmico; e mucilagens, que o tornam emoliente e vulnerário. Ainda que antigamente se lenha usado para o tratamento das diarreias e disenterias, o seu uso actual é exclusivamente externo: • Afecções da pele e das mucosas: As irritações da pele, assim como os calos, frieiras, queimaduras, feridas infectadas e hemorróidas, melhoram quando se lhes aplica o saião-curto. quer em cataplasmas quer em compressas, banhos ou lavagens. Isto deve-se à sua acção emoliente (anti-inflamatória) e vulnerária (cicatriza Feridas e cura contusões) IO 0.01 PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
• Queimaduras leves: As com [nessas de saião-curto aliviam o ardor e a irritação próprios da pele queimada. Aplicam-se alternando o seu uso com o de óleo de amêndoas amargas I©1.
Outros nomes: saião, sempre-viva-dos-telhados. Esp.: siempreviva mayor, alcachofa de gatos, pihueta, barba de Júpiter, zurracallote. Fr.: grande joubarbe. joubarbe des toits, artichaut des toits. Ing.: houseleek, Jupiter'$ beard. Habitat: Regiões de penhascos, muros velhos e ruínas na Europa Central e Meridional. Cultivada como planta ornamental em pátios e jardins. Descrição: Planta vivaz da família das Crassuláceas. que atinge até 50 cm de altura. A sua base é constituída por uma roseta de folhas perenes e carnudas. O caule, erecto, termina em duas ou três flores de cor vermelha. Partes utilizadas: as folhas frescas.
727
Sdanum dulcamara L
!\
Doce-amarga Alivia as picadas dos insectos
Preparação e emprego
USO EXTERNO O Cataplasmas com uma decocção de 100 g de folhas em 250 ml de água. A esta decocção pode-se acrescentar farinha de linho até obter uma massa pastosa. Aplicar sobre a região afectada durante 15 minutos, três vezes por dia. © Compressas empapadas no íquido desta decocção. Aplicam-se durante o mesmo tempo e frequência que as cataplasmas.
Precauções
O
N O M E desta planta faz referencia ao s a b o r das suas bagas, doces a princípio, amargas depois. Algo de parecido acontece com as suas p r o p r i e d a d e s , q u e são uma mistura de efeitos medicinais e tóxicos.
ingerida por via orai, toda a planta é tóxica, especialmente as bagas, embora não cause a morte. Provoca vómitos, diarreias e transtornos do sistema nervoso.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a
planta contém diversos alcalóides tóxicos semelhantes à solanina (solaceína e solaneína, entre outros); além disso, é rica em tanino e saponinas. Possui propriedades diuréticas, depurativas, expectorantes e ligeiramente narcóticas. Em séculos passados, e m p r e gava-se contra a bronquite crónica e a asma; mas a c t u a l m e n t e , devido aos seus efeitos tóxicos, apenas se usa externamente. Aplicada s o b r e a p e l e , tem p r o priedades emolientes e cicatrizantes. Dá bons resultados nas inflamações m a m á r i a s das m u l h e r e s lactantes (mastite), nas úlceras e feridas infectadas, e em t o d o o tipo de eczemas IO.01. No caso de picada de vespa, obtem-se um certo alívio da dor esfregando umas bagas sobre a zona da picada. 728
Outros nomes: dulcamara, uva-de-cão, erva-moura-de•trepa, vinha-da-india, vinha-da•judeia, vide-da-Judeia. Esp.: dulcamara. dulzamara. dulciamarga, amaradulce, amargamiel, emborrachadora, uva de raposa, uva de zorro, uvas dei diablo, vid de Judá, matagallinas. Fr.: douce-amère, morelle, vigne de Judée.. Ing.: [European] bittersweet, [climbingj nightshade. Habitat: Vales frescos e húmidos de toda a Europa e regiões temperadas da América. Descrição: Planta vivaz ou subarbusto da família das Solanaceas. que atinge de 60 a 150 cm de altura. Flores com 5 pétalas, de cor violeta e anteras amarelas. O fruto é uma baga, primeiro verde, depois vermelha quando amadurece. Partes utilizadas: os caules, as folhas e as bagas.
Solanum nlgrum L
M *
J
1
j
Preparação e emprego
Erva-moura Alivia a comichão
USO EXTERNO O Loções com o sumo fresco das folhas e dos caules. © Compressas empapadas no sumo fresco. €) Cataplasmas com as folhas esmagadas.
A
ERVA-MOURA pertence à família das Solanáceas, a mesma da batateira, e ambas contêm nas folhas e frutos o mesmo alcalóide: a solanina. K uma planta originária do Novo Mundo, onde os antigos indígenas mexicanos lhe chamavam ckichiquilitl e a utilizavam na medicina popular. Os espanhóis hm oduziram-na na Europa, por onde se espalhou rapidamente.
partes verdes da planta contêm o glicoalcalóide solanina, cuja concentração é tanto maior quanto mais quente for o clima onde se desenvolve. A solanina actua intensamente sobre o sistema nervoso, produzindo relaxamento muscular, analgesia c narcose. \'o uso interno uson-sc como antiespasmódica. analgésica e sudorífica, mas, devido aos seus eleitos tóxicos sobre o sistema nervoso, actualmente só se utiliza por via externa. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS
Sobre a pele, actua como sedativo e emoliente. Aplica-se por meio de loções, compressas ou cataplasmas para aliviar o prurido (comichão) da vulva ou do ânus e para acalmar a coceira no caso de sarna, tinha, herpes ou outro tipo de erupções 10.©.©!.
Outros nomes: erva-do-bicho. erva-moura-mortai, erva-noiva. erva-de-santa-maria, redos, solano. Esp.: hierba mora, solano negro, tomatera dei diablo, yocoyoco, llague, morita. laman, hierba cotones. moradillo de Santa Maria, quilete. Fr.: herbe maure, morelle noire. Ing.: [btackj nightshade, poisonberry. Habitat: Comum nas zonas temperadas da América e da Europa. Cria-se nas sebes, junto dos muros e em terrenos incultos. Descrição: Planta da família das Solanáceas. que atinge de 10 a 30 cm de altura. As folhas são de cor verde escura, com bordos irregulares. As flores sào brancas. e os frulos. umas bagas negras. Partes utilizadas: as folhas e os caules.
Precauções
As bagas tem um sabor doce, mas são tóxicas, embora não causem a morte.
729
Stachys offícinalis (L.) Trevisan
]
Preparação e emprego
Betónica
USO EXTERNO
Bom remédio para chagas e úlceras
O Compressas com uma decocção de 100 g de planta por cada litro de água. Aplicar localmente, várias vezes ao dia, uma compressa sobre a pele afectada, mantendo-a cerca de 15 minutos.
O
S MÉDICOS da antiga Grécia e Roma consideravam a betónica uma espécie de panaceia. Conserva-se ainda um texto, atribuído a um médico do imperador Nero, em que figura uma lista das 47 doenças que a betónica consegue curar. Acontece, no entanto, que a maior parte das propriedades atribuídas a esta planta não puderam ser demonstradas, o que também não quer dizer que não as tenha. Bem poderá acontecer algum dia que a investigação científica venha a dar alguma razão aos médicos romanos. A planta contém taninos, substâncias amargas, glicósidos e saponinas. Em uso interno é adstt ingente, se bem que em doses elevadas possa provocar gastrenterite e diarreias. A sua aplicação mais importante é como vulnerária: ajuda a sarar as feridas, chagas e úlceras. Dá bons resultados quando se aplica localmente sobre as úlceras varícosas IOI PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
O pó das folhas secas tem acção estei nutatória (provoca o espirro), pelo que se usa para descongestionar o nariz em caso de catarro nasal ou sinusite 101.
Precauções
Não se recomenda o seu uso interno, uma vez que pode provocar distúrbios digestivos.
730
1
© Pó de folhas secas: Aspira-se para provocar o espirro.
:
; Hr ^^ >'
Sinonímia científica: Bettonica officinaíis L. Outros nomes: cestro. Esp.: betónica, bretónica. Fr.: bétoine [officinale). Ing.: betony. Habitat: Própria da Europa Ocidental e Meridional. Também conhecida nas regiões temperadas do continente americano. Descrição: Planta da família das Labiadas, que atinge até 60 cm de altura. Distingue-se pelo seu caule quadrado e pela escassez das suas folhas, de forma ovalada, que se acham cobertas de pêlos. As flores, dispostas numa espiga terminal, são de cor púrpura ou rosada. Partes utilizadas: a planta inteira.
]
J
Succisa pratensls Moench.
.
Preparação e emprego
Escabiosa -mordida
USO INTERNO O Infusão com 50-60 g de flores, folhas e raízes secas, num litro de água. Tomam-se 3 ou 4 chávenas por dia.
Alivia a comichão
USO EXTERNO
O
NOME desta planta deriva do latim scabiês (sarna), porque na Idade Média se utilizava contra diversas doenças da pele, incluindo a sarna e a lepra. A raiz da escabiosa-mordida parece terminar bruscamente alguns centímetros abaixo do caule. Segundo a lenda, o diabo, furioso quando soube das propriedades medicinais da escabiosa, cortou-lhe a raiz com uma dentada.
Toda a planta contém um glicósido (escabiósido), saponinas e sais minerais, especialmente potássicos. A raiz. é particularmente rica em tanino. Tem propriedades expectorantes e depurativas (devido ao seu conteúdo em saponinas), e, quando aplicada externamente, também tem propriedades vulnerárias. F.mprega-se nos seguintes casos, combinando-se o uso interno com o externo: • Lesões da pele, especialmente aquelas que provocam comichão, como no caso da sarna. Também no herpes, na linha e nos eczemas IO,0I. Para se obter maior efeito, recomenda-se combinar o uso interno (infusão) com o externo (compressas sobre a pele). • Bronquite e asma, dado que fluidifica as secreções dos brônquios e facilita a expectoração IO.©). Neste caso também se recomenda tomar a infusão, além de aplicar compressas quentes sobre o peito. • Curas depurativas, pelo suave efeito diurético, tonificante e também sudorífico desta planta IOI.
© C o m p r e s s a s da mesma infusão que para o uso interno. Aplicam-se quentes sobre a zona afectada, combinando-as com o uso interno, com a finalidade de reforçar o seu efeito.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Sinonímia científica: Scabiosa succisa L. Outros nomes: escabiosa-de-raiz-mordida, roida-do-diabo, morso-do•diabo, morso-diabólico, morte-do•diabo. Esp.: escabiosa-mordida, mordisco dei diablo. Fr.: scabieuse, suecise, mors du diable. Ing.: field scabious. Habitat: Encontra-se frequentemente nos prados e encostas expostas ao sol. em toda a Europa. Aparece em Portugal nos relvados e solos húmidos do Minho, Beiras e Estremadura. Na América do Sul pode encontrar-se em regiões montanhosas de clima temperado. Descrição: Planta vivaz da família das Dipsacâceas, que pode crescer até 1,20 m de altura. As flores são azuis ou de um tom violeta, de forma esférica, com muitas sementes. Cheiro suave e agradável. Partes utilizadas: A raiz, as folhas e as flores.
731
Symphytum offíanalis L
X.2 Preparação e emprego
Consolda-maior Um dos cicatrizantes mais eficazes
V
ENHA o que segue! -ordena o médico do interior da sua tenda de campanha.
Achamo-nos no segundo século da era cristã. Uma legião do exército romano encontra-se na Europa Central, a lutar contra os bárbaros. Entre um grupo de rijos homens alquebrados pela batalha, cm cujos coipos se mistura o pó, o sangue e o suor, os maqueiros abrem passagem transportando um pobre legionário ferido.
USO EXTERNO A raiz de consolda aplica-se unicamente por via externa, sobre feridas, úlceras, contusões ou queimaduras. O Compressas: Prepara-se uma infusão com 100 ou 200 g de raiz por litro de água, deixando-a macerar depois durante cerca de duas horas. Empapar com este liquido compressas de algodão ou de gaze, e aplicá-las sobre a zona afectada, renovando-as 2 ou 3 vezes por dia. ©Cataplasma com raiz de consolda fresca triturada ou esmagada. Renová-la igualmente 2 ou 3 vezes por dia. €) Bochechos com o líquido da maceração usado para as compressas.
-Caí do cavalo a lutar com esses bárbaros... O médico militai- romano, acostumado a tratar os ferimentos mais atrozes, examina cuidadosamente o ferido. —Tiveste sorte. Só tens um osso partido no braço. Vão buscar unias raízes dessa planta que solda os ossos! —diz o médico aos seus servos.
Precauções
A raiz, o caule e as folhas desta planta são tóxicos quando se ingerem, pois contêm o alcalóide sinfitina, tóxico para o fígado, eoglicósido consolidina que provoca paralisia do sistema nervoso central e, em grandes doses, paragem respiratória.
732
Outros nomes: consolda, consólida-maior, grande-consolda, orelhas-de-asno. Brasil: lingua-de-vaca. Esp: consuelda mayor, borraja, oreja de asno, hierba de las cortaduras, suelda, sfnfito. Fr.: [grande]consoude, oreille d'âne. Ing.: tcommon] comfrey, consoud. Habitat: Terrenos húmidos do Norte e do Centro do continente europeu. Encontra-se em Espanha nalguns vales pirenaicos, e, em Portugal, em relvados e locais húmidos do Minho. Naturalizada em todo o continente americano. Descrição: Planta vivaz da família das Borragináceas, que atinge de 60 a 100 cm de altura. As folhas sào lanceoladas e decorrentes (inserem-se directamente no caule), e acham-se cobertas de pêlos. As flores são cor-de-rosa, amarelas ou violáceas. Partes utilizadas: o rizoma (caule subterrâneo) e a raiz.
•At.
¥
O conteúdo da consolda-maior em afantoína confere-lhe um grande poder cicatrizante.
Consolda-menor
Foi provada cientificamente a sua capacidade curativa em chagas, úlceras e queimaduras, assim como em diversos tipos de feridas de difícil cicatrização.
Em Espanha encontra-se também uma outra planta, a Symphytum tuberosum L, conhecida por consolda-menor, ou nalgumas línguas modernas por pequena-consolda, ou ainda, como neologismo, por consolda-tuberosa." As propriedades da consolda-menor, assim como as suas aplicações, são as mesmas que as da consolda-maior. 'Esp.: consuclda menor.
Enquanto lhe aplica uma cataplasma de raiz de consokla no braço lesionado, o médico vai animando o legionário: -Aprendi com o sábio Dioscóridcs, o meu mestre, que nestas terras germânicas cresce uma planta capa/, de soldar os ossos fracturados. Durante um mês terás de andar com uma cataplasma feita de raiz dessa planta. Mucla-a todos os dias. Podes ter a certeza de que te vai curar o braço. Desde então, a consokla passou a acompanhar os soldados e guerreiros de todas as épocas. Tal era a fé que se tinha nesta planta, que o próprio Dioscórides garantia que «cozendo juntamente com a sua raiz uns troços de carne despedaçada, ajunta vai-se reduzindo até ficar unida». Andrés de Laguna, médico espanhol do século XVI, que traduziu e comentou os livros de Dioscórides, diz que ela «mostra uma grande força em soldar as desuniões de quaisquer partes ou membros». Segundo os partidários da teoria dos sinais, a união que existe entre as
folhas e o caule da consolda é o sinal que o Criador pôs nesta planta, paia nos fazer pensar que é capaz de soldar as feridas e fracturas recentes. O certo é que, há algumas dezenas de anos, se identificou na raiz da consolda uma .substância chamada alcintoína, de grande poder cicatrizante, a qual entra actualmente na composição de diversos preparados farmacêuticos. A raiz da consolda-maior contém alantoina (1%-1,5%), além de glícidos (amido, sacarose, inulina), abundante mucilagem, glicósidos, alcalóides, tanino, colina e resinas. Tem as seguintes propriedades: PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
• Cicatrizante, pelo seu conteúdo em alantoina. Foi comprovado experimentalmente que esta substância estimula a proliferação dos fibroblastos, células de tecido conjuntivo que formam a cicatriz das feridas. Por isso é muito apropriada para as feridas de cicatrização lenta, nas chagas e úlceras cutâneas, nas queimaduras, e sempre que se queira estimulai a cura de tecidos contusos ou lesionados IO.01.
A alantoina também actua sobre o periósteo, camada de tecido que rodeia os ossos, e a partir da qual se forma o calo ósseo que consolida a fractura. No entanto, não se utiliza em traumatologia, talvez pela dificuldade de aplicação sobre o osso, e já que hoje se dispõe de outros meios físicos para a consolidação das fracturas. • Emoliente, ou seja, que acalma a pele e as mucosas inflamadas, devido ao seu conteúdo em mucilagens. Favorece a cura de eczemas e erupções, assim como de irritações e inflamações cutâneas IO 01. • Adstringente, devido ao seu conteúdo em taninos. Seca as mucosas e coagula os seus capilares sanguíneos. Os bochechos com raiz de consolda são indicados no caso de estomatite (inflamação da boca), gengivite e faringite 101. Por via interna, a raiz da consolda tem propriedades antidiarreicas e peitorais (acalma a tosse), mas é preferível usá-la só externamente, datlo que, em uso interno, pode tornar-se tóxica. 733
Ulmus campestrís L
m 11
"V
para a pele
^T
O
Ulmeiro Adstringente e emoliente
A
S VIRTUDES m e d i c i n a i s do ulmeiro são conhecidas d e s d e a antiguidade clássica. Actualmente já foi também descoberto o valor terapêutico do carvão da sua madeira. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : A CAS-
CA interior do u l m e i r o c o n t é m tanino, mucílagens e substâncias amargas. Possui p r o p r i e d a d e s a d s t r i n g e n t e s e emolientes (que suavizam e desinflamam a pele e as m u c o s a s irritadas). Emprega-se e m caso d e d i a r r e i a o u colite. Em uso i n t e r n o tem p r o p r i e dades sudoríficas. As suas principais aplicações são por via externa: • Doenças da p e l e : e c z e m a s , e r u p ções, furúnculos, h e r p e s , e úlceras e feridas de difícil cicatrização 101. • Conjuntivite simples, produzida p o r irritação ocular devida a c o r p o s estranhos (areia, pó, etc.) vento, sol intenso ou fixação da vista d i a n t e do ecvã do c o m p u t a d o r l€>l. • Leucorreia: Para o caso do fluxo vaginal, vale aquilo q u e é dito a p r o p ó sito da nogueira (pág. 505) MM. O CARVÃO do ulmeiro usa-se c o m o absorvente em caso de colite, fermentação intestinal ou intoxicação. 734
Sinonímia científica: Ulmus minor Miller Outros nomes: olmo, ulmo, lamegueiro, mosqueiro, negrilho, avelaneira-brava. Esp.: olmo, olmo común, {álamo} negrilio. Fr.: orme [champêtrej, ormeau. Ing.: [English] eim, European elm.
n
Preparação e emprego
Habitat: É comum enconlrar-se nos vales frescos e perto de cursos de água em toda a Europa. Conhecido nas Américas do Norte e do Sul. Descrição: Árvore da família das Ulmáceas, com tronco rugoso e folhas ovaladas alternas e de bordo dentado. Os frutos têm umas lâminas em forma de asa, e crescem em ramalhetes. Partes utilizadas: a casca interior do tronco e ramos; o carvão da sua madeira.
«Al.
USO EXTERNO
O Compressas de uma decocção de 20-30 g de casca interior num litro de água, que se põe a ferver durante 10 minutos. Depois de coada, empapa-se uma compressa que se aplica sobre a zona afectada da pele. © Lavagens com o líquido bem coado desta mesma decocção. © Irrigações vaginais com a decocção bem filtrada.
•p
Ulmeiro-americano
Na América do Norte existe uma variedade, o ulmeiro-americano (Ulmus fulva Minch.), cuja casca tem a particularidade de ser mais rica em mucilagem que a do Ulmus campestrís L. Devido a isto, os seus efeitos emolientes são ainda mais acentuados
Viola tricolor L
«. IP. / . -5;
&
Amor-perfeito-bravo
Preparação e emprego
USO INTERNO
O Infusão com 40 ou 50 g de planta seca por litro de água, durante 10 minutos. Tomam-se 3 chávenas diárias. Às crianças dá-se a beber de 10 a 20 ml por quilo de peso por dia, dessa mesma infusão. Não tem perigo de toxicidade.
Um grande amigo da peie
USO EXTERNO
© Loções e lavagens com a mesma infusão de uso interno.
A
S PEQUENAS flores do amor-perfeko-bravo, com o seu longo pedúnculo e variado colorido, chamam a nossa atenção pela sua delicada beleza. A combinação dos seus usos interno e externo consegue os melhores resultados terapêuticos, que são especialmente notáveis nas afecções da pele. Contém mucilagens, Havonóides, tanino, ácido salieflico, saponinas e vitamina C. Possui propriedades diuréticas e depurativas, que se atribuem basicamente às saponinas. 1" também laxante, febrífugo (baixa a lebre), sudorífico, ligeiramente antitússico e fluidificante do sangue. A aplicação mais importante do amor-peiicito-hravo são as afecções cutâneas. Actua tanto no interior do organismo, depurando o sangue dos resíduos tóxicos que intoxicam a pele, como no exterior, pela sua acção cicatrizante e anti-inflamatória. Kmpi cga-se com êxito em todos os tipos cie eczemas, inclusive no dos lactentes (crostas de Leite): nas erupções alérgicas, acne, tinha, impetigo, infecções diversas, dermatose senil (atrofia da pele dos idosos), psoríase e herpes IO.©). PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Lsa-se em loções e lavagens como cosmético, contra a secura, as estrias e as rugas da pele I©}.
Outros nomes: erva-da-trindade. amor-períeito-pequeno. Esp.: Pensamiento. trinitaria, hierba de la Trínidad. Fr.: pensée [sauvage], violette tricoloce, berbe de la Tricxité. Ing.: pansy. garden violet.
Habitat: Comum em terrenos baldios de montanha, prados e searas de toda a Europa. Em Portugal, abunda desde Trás-os-Montes até ao Baixo Alentejo. Naturalizado na América. Descrição: Pequena planta de 10 a 40 cm de altura, da família das Violáceas, que chama a atenção pelas suas flores solitárias, de longo pedúnculo e cor muito variada: amarelo, violeta, branco, etc. Partes utilizadas: a planta florida, de preferência seca.
735
PLANTAS PARA AS INFECÇÕES SUMÁRIO DO CAPÍTULO
J
DOENÇAS E APLICAÇÕES
Em qualquer época da vida, as plantas medicinais podem produzir melhoras em quem sofra de doenças infecciosas.
736
Alimentar, infecção ióxica, ver Sahnonelose Amebíase Brucelose Cólera Convalescença Defesas diminuídas Depressão imunitária, ver Diminuição das defesas Difteria Diminuição das defesas Doenças febris Febre, ver Doenças febris Febre de Malta, ver Brucelose Febre tifóide Febris, doenças Gripe Imunitária, depressão, ver Diminuição das defesas Infecção tóxica alimentar, ver Sahnonelose In toxicação ali men ta r, verSahnonelose Malária, ver Paludismo Malta, febre de, ver Brucelose Paludismo Plantas sudoríficas Sahnonelose Sida Sífilis Sudoríficas, plantas Tifóide, febre Tosse convulsa Tuberculose
740 740 740 740 739 738 73S 740 738 738 738 740 741 738 742 738 740 740 743 740 743 737 740 742 740 737 741 741 743
PLANTAS Açafroa Alamo-negto = Choupo-negro Bonina Borragem Borragem-brava Buxo Carlina C.arlina-ornamenlal Cártamo = Açafroa Chagas Choupo-negro Choupo-branco Choupo-lremedor Equinácea Flor-do-paraíso = Chagas Frambocseiro Hipofaé Jaborandi Margarida = Bonina Quina (htina-amarela (htina-vermelha Rorela
751 760 744 746 747 748 749 750 751 772 760 761 761 755 772 765 758 759 744 752 753 753 754
Rosa-canina
762
Sabugueiro Salva-esclareia Tomilho
767 766 769
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 2* Parte:
A
BANDONAMOS aqui a sequência anatómica dos capítulos precedentes para falar da fitoterapia de doenças que afectam, não um aparelho ou sistema do organismo, mas todo ele no seu conjunto.
As plantas medicinais contribuem paia a cura das doenças infecciosas, por meio de três mecanismos: • Acção antibiótica: Os antibióticos naturais contidos nas plantas superiores não actuam com tanta rapidez e contundência como os antibióticos purificados e tratados quimicamente, dos produtos farmacêuticos. Km contrapartida, porém, oferecem a vantagem de ser muito mais bem tolerados, pois, em geral, sào isentos de efeitos secundários ou tóxicos. Acresce ainda que não deprimem as defesas naturais, como fazem frequentemente os antibióticos farmacológicos. As plantas também contêm substâncias anti-sépticas, que actuam sobre a superfície da pele ou das mucosas. • Acção depurativa: As plantas facilitam a eliminação através dos rins, da pele e do fígado, das toxinas que continuamente são produzidas pelo nosso organismo, e muito mais em caso de doença infecciosa. • Acção imunoestiitiulaxite: Existem plantas capa/es de estimulai o sistema imunitário, responsável pela produção de defesas contra as infecções. Kstas defesas são de dois tipos: celulares (por exemplo, os leucócitos ou glóbulos brancos) e humorais (os anticorpos). Ambas aumentam com os remédios filolerápicos.
D c
c r i ç a o
Plantas sudoríficas
Estimulam a produção de suor. Este tem uma composição semelhante à da urina, embora seja menos concentredo. As plantas sudoríficas têm um nofáv el eíeito depurativo do sangue e antitóxico, e recomendam-se nos segt intes casos: doenças infecciosas ou febris, sobrecarga por alimentaçâ y excessiva, artritismo provocado por excesso de ácido úrico e intoxicaçi 5es crónicas.
Planta
Página
Planta
Página
169
Cardo-penteador
572
Cersefi-bastardo
243
Ébulo
590
Cipreste
255
Salsaparrilha-bastarda
592
Asclépia
298
Maravilha
626
Douradinha
299
Salva
638
304
Azevinho
672
Guaiaco
311
Sassafrás
678
Papoila
318
Buglossa
696
Petasite
320
Bardana
697
Saxífraga
322
Calaguala
724
Pulmonária
331
Ulmeiro
734
Tussilagem
341
Amor-perfeito-bravo
735
Verbasco
343
Bonina
744
Violeta
344
Borragem
746
Gengibre
377
Buxo
748
Loureiro
457
Carlina
749
Lilás
472
Açafroa
751
Globulária
503
Jaborandi
759
Grama-francesa
559
Choupo-negro
760
BéMa
568
Sabugueiro
767
Tília
Eucalipto
Xa luta contra a infecção, as plantas actuam antes de tudo sobre o "terreno" orgânico, pondo-o nas melhores condições paia fazei- frente por si mesmo aos germes. Não devemos esquecer que o melhor antibiótico fracassará se os mecanismos de defesa do próprio organismo não actuarem de forma eficiente.
737
r
Cap. 28: PLANTAS PA3A AS INFECÇÕES
/
Planta
Doença DIMINUIÇÃO DAS DEFESAS A alimentação inadequada, a falta de exercido físico e o abuso de antibióticos, são algumas das causas que podem deprimir o sistema imunitário. Noutros casos, a diminuição das defesas deve-se a doenças graves, como a sida ou certos tipos de cancro. Além de corrigir os factores causais, sempre que seja possível, o uso destas plantas exerce um notável efe/to imurtoestimulante. 0 seu uso recomenda-se em qualquer infecção grave, e sempre que se verifique uma redução das defesas contra as infecções.
DOENÇAS FEBRIS Em qualquer caso de febre, deve-se proceder ao diagnóstico da doença causal, pois são muitas aquelas que a podem produzir. Deste modo será possível administrar um tratamento específico. Estas plantas medicinais constituem um complemento do tratamento da doença que causa a febre. Não só provocam uma descida da temperatura, como também aumentam a sudação, facilitam a eliminação de toxinas, refrescam e tonificam. Por tudo isto são mais recomendáveis do que g, , os fármacos antipi- v réticos.
ê
s
Salgueiro-branco
ALHO
LUZERNA
P£q c?
Aumenta a actividade das células defensivas do organismo, antibiótico natural
Cru, extractos, decocção de dentes de alho
Nutritiva, remineralizante, protege contra as infecções
Brotos tenros, sumo fresco, infusão
Aumenta a produção de leucócitos (glóbulos brancos)
Maceração, decocção, pó ou extracto de raiz
4
EQUINÀCEA
755
Estimula as defesas contra as infecções
Decocção da raiz, preparados farmacêuticos
HIPOFAE
758
Antiescorbútico, tonificante, estimula os processos imunitários e o tono vital do organismo
Bagas frescas, xarope de bagas
ROSA-CANINA
762
Estimula as defesas. Recomendada em todas as doenças infecciosas
Frutos frescos ou em decocção
LIMOEIRO
255
"Limpa o sangue", baixa a febre
Sumo de limão integral (incluindo a casca)
CAMOMILA
364
Baixa a febre, provoca a transpiração
Infusão de capítulos florais
BÊRBERiS
3S4
Acalma a sede, refresca e tonifica
Os frutos em xarope ou em doce
.,-,
Febrífuga. Recomendada nas febres tropicais
Decocção da casca da árvore
LILÁS
472
Febrífugo e sudorífico
Infusão da casca da árvore
MACIEIRA
f- 1 3
Tonificante, febrífuga. Pode substituir a quinina
Decocção da casca
TRAMAZEIRA
515
Fornece vitamina C e ácidos orgânicos. Recomendável nas doenças febris
Os frutos (sorvas! maduros, crus ou em compota
QUÁSSIA
TAMARINDEIRO
536
Refrescante, tonificante
Polpa dos frutos
541
Refrescante, tonificante
Frutos (amoras), frescas ou em sumo
559
Sudorífica, diurética, depurativa
Decocção de rizoma seco
AZEVINHO
672
Febrífugo, sudorífico
Decocção ou infusão de folhas
SALGUEIRO-BRANCO
676
Baixa a febre, tonifica o aparelho digestivo
Decocção ou pó de casca
r-jo
Aumenta o suor e a urina, e com isso a eliminação de toxinas
Infusão de casca, essência
-,..
Sudorífica, febrífuga, expectorante, facilita a eliminação de toxinas
Infusão de flores e/ou folhas
-j.c
Sudorífica, aumenta a eliminação de toxinas
Infusão de flores
SILVA GRAMA-FRANCESA
BONINA
BORRAGEM
738
230
Uso
GENCIANA
SASAFRÁS
Borragem
Pág. Acção
QUINA
752
Baixa a febre, elimina toxinas do sangue pelo suor e pela urina
Maceração ou infusão da casca do tronco
CHOUPO-NEGRO
760
Sudorífico, baixa a febre, depurativo
Decocção de gemas
SABUGUEIRO
767
Sudorífico e depurativo muito eficaz
Infusão de flores
SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 2J Parto:
Doença
Planta
Pág. Acção
CONVALESCENÇA
AVEIA
l g « Tonificante e equilibradora do sistema nervoso, nutritiva
ESPIRULINA
?7fi 2 /b
É um período intermédio entre os saúde, em que o organis- fc mo repara as perdas sofridas e normaliza as funções alteradas. Aplica-se geralmente à fase de recuperação no seguimento de doenças infecciosas. A fitoterapia recorre a plantas muito úteis para facilitar e encurtar o processo de conva lescença, que complementam muito bem outras medidas como a alimentação ou os tratamentos de reabilitação física.
ANGÉLICA
CARDO-SANTO
Gergelim
4 2c
V
D e s c r i c A o
Uso
Nutritiva, tonificante, revitalizante geral do organismo Digestiva, útil para inapetentes e debilitados
444 Tónico digestivo. Útil em caso de esgotamento e convalescença
Flocos (sementes prensadas) cozinhados . ,
dessecada
A alga a e s s e c a d a
Infusão ou decocção da raiz Infusão ou decocção de folhas
GROSELHEIRA
468 Tonificante, aperitiva, rica em vitamina C
Os frutos frescos, em compota, xarope ou sumo
GROSELHEIRA-ESPIM
588 Tonificante, rica em vitaminas
Bagas frescas, em sumo ou em doce
GlNSENG
608 Tonificante geral do organismo
Pó de raiz, extractos
SÉSAMO
611
Nutritivo, útil em caso de sobrecarga física ou psíquica
ULMÉIRA
667
Tonificante geral, aumenta o apetite
ALECRIM
674 Tonificante, revitalizante
BONINA
744
ROSA-CANINA SALVA-ESCLAREIA
S e m e n t e s c r u a s ou t o r r a d a s
Infusão de sumidades floridas Infusão ou decocção de sumidades floridas
Sudorí,ic 3 - febrífuga, expectorante, facilita a eliminação de toxinas
Infusão de flores e/ou folhas
762
Estimula as defesas. Recomendada em todas as doenças infecciosas
Frutos frescos ou em decocção
766
T or, 'fi cante > emenagoga, antiespasmódica
Infusão da planta
As tisanas de plantas medicinais são excelentes para facilitar a recuperação do organismo durante a convalescença das doenças infecciosas: ajudam a eliminar toxinas, tonificam e fazem aumentar o apetite.
739
Cap. 28: PLANTAS PASA AS INFECÇÕES
Doença
Planta
Pág. Acção
Uso
AMEBÍASE Doença causada pelas amebas, protozoários (animais unicelulares) que causam diarreias graves (disenteria amebiana) e afecções hepáticas. Com os extractos deste arbusto tropical fazemse preparados farmacêuticos.
IPECACUANHA
438
Destrói as amebas que causam a disenteria amebiana, vomitiva
Extractos em forma de preparados farmacêuticos
AMIEIRO
487
Baixa a febre. Útil na brucelose (febre de Malta)
Decocção da casca
Pn ftrr,. riLosELA
co/i Antibiótico específico contra o germe S I M c a u s a d 0 r da brucelose
Um»*»».
278
Doença infantil produzida pelo bacilo diftérico, que afecta a garganta (faringe e laringe) e o nariz. Pode chegar a produzir asfixia. Actualmente é bastante rara. Os toques com sumo de limão são um complemento do tratamento específico.
i «.nrmn LIMOEIRO
OCR Faz desaparecer os bacilos diftéricos ^ d as amígdalas ou das fossas nasais
Toques como sumo puro sobre as amígdalas ou as fossas nasais com uma zaragatoa de algodão
SALMONELOSE
BlSTORTA
•,qg Poderoso adstringente, anti-séptica. hemostática
Decocção de rizoma
BRUCELOSE Infecção causada pela Brucella mellitensis, bactéria que se transmite por meio do leite e seus derivados, do gado ovino e caprino (cabras e ovelhas). Além dos fármacos antibióticos, estas plantas contribuem para a cura da doença.
Infusão da planta fresca
CÓLERA Doença produzida pelo vibrião colérico, que se manifesta com vómitos, diarreia liquida e desidratação. Além do tratamento antibiótico, esta planta contribui muito positivamente para a cura. Ver também as plantas contra a gastrenterite (pág. 481).
g g S * ! , , de colera e disenterja
Infusão d a planta
DIFTERIA
Doença causada por bactérias do género Salmonella, que se transmitem por alimentos em mau estado. É acompanhada de gastrenterite grave. Além destas plantas, tornam-se úteis as recomendadas a propósito da gastrenterite (pág. 481).
ALHO
SALQUEIRINHA
Mane»* MACIEIRA TOMILHO
SÍFILES Doença de transmissão sexual (DTS) produzida pela bactéria Treponema pailidum. Estas plantas compJementam o tratamento antibiótico específico.
SALSAPARRILHA-BASTARDA
SASSMDAS
740
? OQ
510
Antibiótico, respeita a flora saprófita normal, aumenta as defesas
Cru, extractos, decocção de dentes de alho
Adstringente, antidiarreica, anti-inflamatória
Infusão das sumidades floridas
RI i Antidiarreica, absorve as toxinas ou bacterianas. Eficaz na salmonelose
Os frutos (maçãs) crus, assados ou cozidos
7fiq
infusão de sumidades floridas, essência
Antibiótico, combate as putrelacções intestinais
cop Depurativa. Complemento do tratamento especifico
fi7R
Antj-séptico, empregado antigamente contra as doenças venéreas
Infusão de rizoma ou raiz
Infusão da casca, essência
A SAUOE PELAS PLANTAS H l ! 2"
D e s c r i ç ã o
Doença
Planta
FEBRE TIFÓIDE
ERIGERÃO
268
Antidiarreico. Útil em caso de febre tifóide
Infusão ou decocção de folhas secas, clisteres com a mesma infusão ou decocção
SALGUEIRINHA
c10
Adstringente, antidiarreica, anti-inflamatória
Infusão das sumidades floridas
EQUINÁCEA
755
Aumenta as defesas contra as infecções, estimula os processos de desintoxicação no fígado e nos rins
Decocção da raiz, preparados farmacêuticos
ALFACE-BRAVA-MAIOR
, CQ Sedante, antitússica, acalma a tosse irritativa
Decocção da planta, lactucário (látex), sumo fresco
AVENCA
292 Acalma a tosse
Infusão ou xarope da planta
GRINDELIA
310 Antitússica, antiespasmódica
Infusão de sumidades floridas, xarope
PAPOILA
318
Acalma a tosse persistente, sedante
Pétalas cruas, em infusão ou xarope, decocção de frutos
SERPÀO
338
Antiespasmódico, anti-séptico, acalma os espasmos de tosse
Infusão de sumidades floridas, essência
ORÉGÃO
464
Expectorante, acalma a tosse seca ou irritativa
Infusão, essência, inalações com vapor
CASTANHEIRO
a tosse rebelde 495 Acalma e a irritação da garganta
RORELA
754
É causada pela bactéria Salmonella fyphi, que se transmite por água ou alimentos contaminados, especialmente os mariscos. Manifesta-se com diarreia grave e estado de intoxicação. Estas plantas medicinais influem positivamente na evolução da doença.
TOSSE CONVULSA Doença causada pelo Bacillus pertussis, que se manifesta com ataques de tosse espasmódica que se repetem ao longo de várias semanas. Estas plantas são * I muito eficazes para acalmar a tosse e favorecer a cura da doença. Ver também as plantas recomendadas contra a tosse na página 285.
Rore/a
Pág. Acção
Parte:
e a irritação da garganta
Antibiótica, antitússica. Muito útil na tosse convulsa
Uso
Decocção de casca e folhas, bocheches e gargarejos com esta decocção Infusão ou tintura da planta
As tisanas de plantas medicinais constituem um bom complemento do tratamento das doenças infecciosas, tanto na fase aguda como na fase da convalescença.
741
Cap. 28: PLANTAS PARA AS INFECÇÕES
Doença
Planta
GRIPE Doença infecciosa causada por um vírus, que se manifesta com febre, dores musculares, catarro respiratório e tendência para produzir complicações broncopulmonares. Não existe um tratamento farmacológico específico para a gripe. O melhor que se pode fazer é ajudar o organismo a vencer por si mesmo a infecção, potenciando os seus mecanismos de cura. É exactamente assim que actua a fitoterapia. Estas plantas medicinais aumentam a sudação, e com isso a eliminação de toxinas, e estimula as defesas contra as infecções. Além disso, fazem baixar a febre e aliviam os incómodos próprios da doença.
Pág. Acção
Uso
TÍLIA
, CQ Sedante, antiespasmódica, alivia a dor de cabeça
Infusão de flores e casca
CIPRESTE
255
Decocção de gálbulos (frutos), inalações com vapor
LIMOEIRO
265 Limpa o sangue, faz baixar a febre
TUSSILAGEM
341
TREVO-D-ÀGUA
463
Sudorífico, faz baixar a febre, balsâmico
Sudorífica, depurativa, peitoral
Sumo de limão integral (incluindo a casca) Infusão da planta seca
f j f baixar a febre. Útil nos casos de gripe
As folhas em infusão, sumo ou pó
ULME.RA
667
Tonificante geral do organismo, diurética, depurativa e aperitiva
Infusão de sumidades floridas
AZEVINHO
672 Aumenta a sudação e abaixa a febre
Decocção ou infusão de folhas
744 Sudorífica, febrífuga, expectorante, facilita a eliminação de toxinas
Infusão de flores e/ou folhas
Buxo
748
Potente febrífugo
Decocção de folhas e/ou casca de raiz
EQUINÁCEA
755
Estimula as defesas contra as infecções
Decocção da raiz, preparados farmacêuticos
Estimula as defesas, preventiva de todas as doenças infecciosas
Frutos frescos ou em decocção
Sabugueiro BONINA
ROSA-CANINA
7fiP
SABUGUEIRO
767
Sudorífico e depurativo muito eficaz
Infusão de flores
CHAGAS
772
Arrt'bióticc- natural, expectorante, tonifica e revigora
Salada, infusão ou decocção de flores e folhas
SIDA Não podemos dizer que o uso destas plantas seia capaz de curar esta difícil doença, embora alguns assim o tenham ^ W Q afirmado. Porém, não há dúvida de que influem positivamente na sua evolução, estimulando a capacidade do próprio organismo para lutar contra a doença. Na realidade, o aumento da capacidade defensiva do organismo parece ser a melhor estratégia para curar a sida, pois até agora nunca se conseguiu a eliminação do virus por meio de fár- EQUINÁCEA maços. Estas plantas, juntamente com um estilo de vida saudável, podem fazer muito para deter a sida.
742
Aumenta a actividade 230 das células defensivas do organismo, antibiótico natural
Cru, extractos, decocção de dentes de alho
Aumenta a produção de anticorpos, 755 estimula as células defensivas, desintoxica o fígado e os rins
Decocção da raiz, preparados farmacêuticos
A SAÚDE PELAS P U N I A S UEDICINAIS 2 * Parte:
Doença
Planta
TUBERCULOSE
LÍQUEN-DA-ISLÂNDIA
OQQ
Peitoral, expectorante. Complemento do tratamento antituberculoso
Decocção do talo (corpo do líquen) seco
ALCACUS
308
Expectorante, antibiótico desmflama as vias respiratórias
Infusão ou maceração de raiz
ÉNULA
313
PULMONÁRIA
331 o aparelho respiratório
EQUINÁCEA
755
Estimula as defesas contra as infecções
Decocção da raiz, preparados farmacêuticos
GENCIANA GENCIANA
452 <^
Febrífuga, destrói os protozoários causadores do paludismo
Maceração, decocção, pó ou extracto de raiz
nn«ifl yuASbw
dfi7 <+o/
Febrífuga. Recomendada nas febres tropicais
Decocção da casca da árvore
AMIEIRO
487
Faz baixar a febre. Útil nas febres palustres
Decocção da casca
Buxo
748 Provoca o suor e faz baixar a febre
QUINA
752
E a infecção produzida pelo bacilo de Koch ou Mycobactenum tuberculosis. Trata-se de uma doença de evolução lenta e insidiosa, que afecta sobretudo os pulmões, e que se desencadeia ou agrava por alimentação deficitária •por hábitos de vida insalubres. Estas plantas não curam por si sós a doença, mas favorecem os mecanismos curativos do organismo, que tanta influência têm na prevenção e tratamento da tuberculose.
PALUDISMO (MALÁRIA) E a infecção causada pelos protozoários (animais unicelulares) do género Plasmodium, transmitidos pela picada de um tipo de mosquito. Segundo a OMS, é a doença que afecta o maior número de pessoas em todo o mundo. As plantas medicinais desempenham um papel muito importante no tratamento do paludismo, pois os fármacos antipalúdicos derivam todos da quinina que se extrai da casca da árvore da quina, originária da América do Sul.
Pág. Acção
D e s c r i ç ã o
Uso
Decocção, pó ou extracto da raiz, essência
Acalma a tosse
' tonifica todo o organismo Emoliente e anti-inflamatória sobre
Abaixa a febre, antipalúdica, elimina toxinas do sangue pelo suor e pela urina
Decocção da planta
Decocção de folhas e/ou casca de raiz Maceração ou infusão da casca da árvore
Para se conseguir ter um corpo saudável e livre de infecções, não basta combater os germes que as podem causar. A medicina actual atribui cada vez maior importância ao "terreno", isto é, ao próprio organismo, na luta contra as infecções. As plantas medicinais não actuam tanto destruindo os micróbios, como fortalecendo as defesas do organismo. O seu uso, j u n t a m e n t e com a adopção de um estilo de vida saudável, pode fazer mais pela saúde do que os antibióticos mais potentes.
743
Bellis perennis L
Bonina Tónico e depurativo para as doenças infecciosas
A
BONINA é bela e formosa {Bellis) e além disso vivaz {perennis)', mas é dura e resistente como poucas plantas. Quando faz frio, chove ou cai neve, curva-se e fecha-se. Quando aparece o Sol, abre-se para o saudar, seguindo-o no seu percurso celeste. A bonina é um tipo de margarida, mais pequena do que a vulgar.
O
USO INTERNO
O Como verdura, especialmente crua, em saladas e outros pratos. © Infusão com uma colherada grande de flores e/ou folhas por cada chávena, de que se ingerem 2 ou 3 chávenas por dia.
A Primavera convida-nos a comer saborosas saladas silvestres, que além disso são depurativas c tonificantes. As FOLHAS da bonina, algo doces, combinam muito bem com as das azedas (que são ácidas) e com as do dente-de-leão (um pouco amargas). Maravilhosa combinação de sabores naturais! Da próxima vez que for ao campo na Primavera, desfrute servindo-se 'à Ia carte' de uma saudável salada silvestre. E quem diria que esta inocente plantinha haveria de desafiar a ira dos governantes alemães, que declararam o seu extermínio no final do século XVIII? Foi acusada de ser abortiva, sem que tal acusação tenha podido ser confirmada. 744
Preparação e emprego
USO EXTERNO
© Compressas com uma decocção de 50-60 g de flores e/ou folhas por litro de água. Ferver durante 2 minutos, e deixá-ía repousar durante um quarto de hora antes de a coar. ApJicam-se sobre a zona da pele afectada, mudando-as de hora a hora.
.
Outros nomes: margarida, margarita, bem-me-quer. Brasil: mãe-de-famflia, margaridinha, malmequer-branco. Esp.: Bellorita, margarita, maya, coqueta, pascuita, mancerina, chirivita. Fr.: pâquerette, petite marguerite. tng: [wi/dj daisy, bellflower. Habitat: Originária do Centro da Europa, acha-se aclimatada por todo o continente. Também se encontra no continente americano, sobretudo no Norte. Cresce nos prados e lugares onde haja erva. Descrição: Planta da família das Compostas, que não costuma ultrapassar 10 ou 15 cm de altura. As folhas, amplas e em forma de espátula, formam uma roseta na sua base. As fíores chamam a atenção pelo seu disco amarelo e as suas pétalas brancas ou rosadas. Partes utilizadas: as flores e as folhas.
As flores e as folhas da bonina, aplicadas em compressas sobre a testa, ajudam a baixar a febre. Convém, além disso, tomá-las simultaneamente em tisana.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Nas folhas, e e s p e c i a l m e n t e nas flores, concentra-se a m a i o r p a r t e dos seus princípios activos medicinais: saponinas, tanino, ácidos orgânicos (málico, tartárico, acético, oxálico, e t c ) , sais minerais, inulina, e um óleo essencial. Desde o Renascimento, têm-se-lhe atribuído muitas propriedades» mas as únicas q u e se justificam, em virtude da sua composição, são as seguintes: • Depurativa, laxante e ligeiramente diurética.
• Sudorífica, febrífuga (faz baixar a febre) e e x p e c t o r a n t e . • Tonificante e aperitiva (abre o apetite). •Vulnerária (cicatriza as feridas e cura as c o n t u s õ e s ) , q u a n d o aplicada externamente. O uso desta planta é indicado nos seguintes casos: • Doenças febris e infecciosas (gripe, b r o n q u i t e , catarros, s a r a m p o , escarlatina, p a r o ú d i t e , etc.) {©,©1. Facilita a eliminação das toxinas e resíduos pro-
duzidos pela infecção (com o suor e a u r i n a ) , e tonifica o o r g a n i s m o , enc u r t a n d o o período de convalescença. Além disso faz baixar a febre e ajuda a expectorar. Em caso de febre alta. r e c o m e n d a - s e colocar s o b r e a testa compressas com a decocção de flores e / o u folhas 101, além de ingeri-la por via oral.
• Traumatismos, contusões, entorses, furúnculos, chagas e, em geral, qualquer lesão da pele ou dos tecidos moles em q u e se r e q u e i r a u m a acção anti-inflamatória e cicatrizante (€1. 745
Borago offícinalís L
a 0
A
f
»
9
Preparação e emprego
Borragem Um b o m depurativo primaveril
O
SEU NOME, segundo parece, é de origem árabe: abou rash, que significa 'pai do suor", em alusão à acentuada propriedade sudorífica das suas Flores. La Quintine, o jardineiro do rei Luís XIV de França, considerava-a uma verdura deliciosa, e reservou-]he um lugar especial no jardim real, juntamente com outras plantas depurativas. Apesar disso, talvez por não lhe ter prestado atenção, o famoso rei foi vítima de diversas doenças: artritismo e gota. entre outras. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a
planta contém abundantes sais minerais, especialmente nitrato de potássio, assim como cálcicos e cilícico^. Contém ainda mucilagens e flavonóides. São três as suas propriedades mais notáveis:
O
Verdura saborosa
A borragem é, em muitos lugares, e com razão, considerada uma excelente verdura. As suas folhas tenras podem-se comer cruas, em salada, ou então cozinhadas com batatas ou outras hortaliças.
746
USO INTERNO
O Infusão com 30 ou 40 g de flores e/ou folhas por litro de água. Filtrar para eliminar os pelinhos e adoçar com mel, caso se prefira. Quando se queira conseguir um predomínio do efeito sudorífico, devem-se empregar sobretudo as flores. Tomam-se de 3 a 5 chávenas por dia. © Sumo fresco das folhas antes da floração, como depurativo primaveril. Para isso trituram-se e espremem-se com um pano fino de algodão, ou passam-se por uma liquidíficadora eíéctrica. fngere-se um copo de sumo acabado de fazer, todas as manhãs em jejum. Pode-se combinar com o sumo de outras plantas depurativas. ©Óleo de sementes: Existem preparados em forma de cápsulas. Tomam-se de 75 a 150 mg, três vezes por dia. USO EXTERNO
©Cataplasmas com folhas esmagadas, que se aplicam sobre as partes afectadas. As folhas podem ser cruas ou, então, escaldadas com água a ferver. Neste caso, a cataplasma aplica-se quente, o que facilitará o amadurecimento de furúnculos e abcessos.
Outros nomes: borrage. Esp.: borraja [común], bora, corrago, alcohelo. Fr.: bourrache. Ing.: borage. Habitat: Originária do Norte de África, embora cultivada em Ioda a Europa e América. No Sul da Europa encontra-se no estado silvestre, em terras arenosas e expostas ao sol. Descrição: Planta herbácea da família das Borragináceas, que atinge entre 30 e 70 cm de altura. Toda a planta se encontra coberta de pequenos pêlos tesos de cor branca. As flores são atraentes, de cor azul, violeta ou branca, e com 5 pétalas. Partes utilizadas: as folhas, as flores e o óleo das sementes.
Borragem-brava
Na América Central cria-se a chamada borragem-brava (Heliotropum indicum L.),* também pertencente à família das Borragináceas e de aspecto semelhante ao da borragem comum. A sua composição e propriedades são muito semelhantes às da borragem. Emprega-se o seu sumo fresco como loção contra o prurido da pele {comichão), especialmente em caso de sarna. ' Esp.: borrajón.
• Sudorífica (sobretudo as flores): Favorece a produção de suor, com o que se eliminam impurezas e resíduos metabólicos que circulam pelo sangue. Daí o ser muito útil nas doenças infecciosas e febris em geral (sarampo, varicela, escarlatina, e t c ) . Dado que tem ao mesmo tempo uma acção expectorante, é especialmente indicada em bronquites agudas, catarros brônquicos, gripes e constipações MM. • Diurética: Aumenta a produção de urina e a eliminação de ureia, ácido úrico e outras substâncias residuais. Interessa portanto a quem sofra de gota, artritismo ou nefrite (inflamação dos rins) I©). A combinação dos seus efeitos sudorífico e diurético fazem da borragem um excelente depurativo do sangue. A melhor altura para colher e Utilizar as FOLHAS é precisamente na Primavera, época do ano em que são mais convenientes as curas depurativas. Para obter um efeito mais acentuado, recomenda-se associá-la
com outras plantas depurativas (ver pág. (547). • Emoliente e anii-inflamalória (ilesinflama a pele e as mucosas), devido 30 seu conteúdo em mucilagem e também em proslaglandinas. Aplicasse externamente em forma de cataplasma para aliviar as dores da gota e amadurecer os furúnculos e abcessos. Conseguem-se igualmente bons resultados quando se aplica sobre OS eczemas e queimaduras leves (O).
Ás reconhecidas virtudes gastronómicas da borragem, juntam-se as suas propriedades diuréticas e depurativas, quando se come como verdura ou em sumo fresco. Além disso, o óleo das suas sementes faz descer o colesterol e é um regulador hormonal que ajuda a normalizar os ciclos femininos. Em aplicação externa, estão demonstradas as suas propriedades suavizantes e anti-inflamatórias.
Por sua vez, o ÓLEO DE SEMENTES de borragem apresenta propriedades interessantes: • Hipolipemiante: E muito rico em ácido linoleico (um ácido gordo polinsaturado). Este óleo é, portanto, de efeitos hipolipemiantes (faz descer o colesterol do sangue) 101. • Regulador hormonal: O óleo de sementes de borragem actua também como regulador do sistema hormonal e como normalizador dos ciclos em caso de dismenorreia (transtornos da menstruação) 1©I. 747
• • •
Buxus sempervirensL
Preparação e emprego
Buxo Um febrífugo potente mas tóxico
USO INTERNO O Decocção de 30-40 g de folhas e/ou casca de raiz por litro de água. Podem tomar-se até 3 chávenas desta decocção por dia, adoçada com açúcar escuro, melaço ou mel. USO EXTERNO © Loções: Fazem-se com uma decocção concentrada de folhas (80-100 g por litro de água).
Precauções
O
BUXO utilizava-.se noutras épocas para combater as febres do paludismo, como substituto da quinina, originária da América do Sul e nem sempre disponível na Europa. Actualmente, o seu uso como planta medicinal caiu muito, devido à sua toxicidade. Toda a planta, mas particularmente as folhas e a casca da raiz, contém quatro tipos de alcalóides esteróides, dos quais o mais activo é a buxina. A planta é também rica em óleo essencial, resina, tanino e vitamina C. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Possui propriedades sudoríficas, febrífugas e ligeiramente colagogas. Utilizava-se nas doenças febris (gripe e paludismo), e nos transtornos da vesícula biliar 101. A sua acção febrífuga é muito acentuada, e pode tornar-se útil se fracassarem outros remédios. A decocção de folhas de buxo, aplicada em forma de loção sobre o couro cabeludo, nalguns casos é capaz de fazer crescer o cabelo (91. 748
Não excedera dose indicada. Em doses elevadas, pode provocar vómitos e transtornos nervosos. Recomenda-se evitar o seu emprego em caso de hipotensão, debilidade, gravidez ou lactação. Não o administrar a crianças pequenas.
0 0 0 Outros nomes: buxo-arbóreo. Esp.: boj, bujo, fiorde pascua. Fr.: buis. Ing.: box (tree], boxwood. Habitat: Comum nas zonas montanhosas da Europa Central e Ocidental. Também se cria na costa atlântica da América do Norte e, com menos frequência, nas regiões montanhosas da América do Sul. Descrição: Arbusto da família das Buxaceas, que atinge normalmente de um a dois metros de altura. De folhas pequenas, perenes, ovais e brilhantes. As flores são pequenas, amareladas. Partes utilizadas: as folhas e a casca da raiz.
Carlina acaulls L
Çj\
<. f. 5. <>J
^
Carlina Um antibiótico pouco conhecido
UE SERÁ aquele disco amarelo t o m o um grande ovo estrelado, que .se vê naquele campo? -Parece um cardo! Efectivamente, traia-se da carlina, uma dessas plantas que não podem passar despercebidas a caminhantes c excursionistas. Conta a lenda que Carlos Magno foi avisado, por um anjo, da utilidade desta planta para evitar a peste nos seus exércitos. Deu-a então a comer a lodos os seus soldados, que assim se livraram da ião terrível epidemia. Por isso se chama Carlina, em honra do imperador gaulês. Depois airibuiu-se a lenda a outro imperador, também chamado Carlos: o V da Alemanha e I de Espanha, pai de Filipe II de Espanha e I de Portugal.
Q
Tanta foi a fama que a carlina chegou a adquirir como preventiva da peste, que até o eminente botânico espanhol Andrés de Laguna (1499-1560), médico pessoal do papa Júlio III, recomendava a sua raiz como «admirável remédio contra a pestilência». Lamentavelmente, apesar da carlina, muitos milhões de europeus continuaram a ser vitimados pela peste. Durante vários séculos, médicos e farmacêuticos têm esboçado um céptico sorriso perante as pretensões de
Outros nomes: carlina-oficinal. Esp: carfina angélica, cardo de San Pelegrin. Fr.: car/ine, articnauf sauvage. Ing.: carline. Habitat: Vegeta nos prados abertos de zonas montanhosas. Frequente nos Pirenéus e na Europa Central. Descrição: Pfania espinhosa parecida com um cardo, da família das Compostas, que cresce quase rente ao solo com um caule muito curto (menos de 20 cm). O capitulo floral é formado por mais de cem florezinhas de cor amarela escura, que assentam sobre um disco plano de cerca de 10 cm de diâmetro. As folhas são radiantes, muito espinhosas. Partes utilizadas: a raiz (muito profunda: 1 a 2 m) e o capítulo floral (alcachofra).
O
Preparação e emprego USO INTERNO O Decocção com raiz triturada {20-30 g por litro de água). Tomam-se 2 ou 3 chávenas por dia, mas sem exceder a dose, já que pode provocar náuseas. ©Como hortaliça: O interior da carlina (o receptáculo floral carnu-
do) pode-se comer cozido com batatas ou assado. O seu sabor lembra o da alcachofra, e é muito apreciado nalgumas regiões de França, onde a planta é conhecida como 'alcachofra silvestre'. Contém os mesmos princípios activos que a raiz, embora em menor proporção.
749
A carlina contém substâncias antibióticas, que explicam a sua acção protectora em caso de gripes e constipações. A decocção da sua raiz consegue fazer as crianças expulsarem os mo/estos parasitas intestinais.
«Al-
Carlina-omamental A variedade acaule da carlina {Carlina cynara (D.C.) Pourr. = Carlina acanthifolia Ml), que cresce rente ao solo, usa-se como planta de jardim. Para distingui-la das outras carlinas é costume qualificá-la de ornamental, ou cínara. As suas propriedades medicinais são praticamente as mesmas que as da carlina oficinal.
Laguna. Como é possível prevenir ou curar a peste, uma doença infecciosa causada por um microrganismo, mediante O uso de uma planta medicinal"- Porém, numa dessas voltas que a história dá, descobriu-se. não há muito tempo, que a carlina contém uma substância antibiótica: o cai linóxido. Actualmente está a ser investigado o eleito antibiótico desta substância e as suas possíveis aplicações. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A raiz da carlina contém inulina (glícido), resina, tanino e um óleo essencial, entre cujos componentes se encontra o carlinóxido. O conjunto destes princípios activos conlere-lhe as seguintes propriedades:
• Sudorífica e algo diurética. Isto tor750
na-a útil nos casos de gripe, constipações e catarros (O.OI. Font Quer regista que a raiz da carlina foi utilizada, com êxito, numa epidemia -embora não de peste mas de gripe- que em 1918 assolou toda a Europa. Isto torna-se muito mais verosímil, depois de se ter descoberto que a raiz da carlina contém substâncias de acção antibiótica. •Vermífuga. Tomada em jejum durante quatro ou cinco dias seguidos. é eficaz contra parasitas intestinais (téniase lombrigas) 101. • Tonificante do estômago e colagoga (facilita o esvaziamento da vesícula biliar). É portanto indicada sempre que se trate de estimular os processos digestivos: inapetência, digestões pesadas, gastrites 10.©I.
# o
Carthamus tínctorius L.
J
Preparação e emprego
Açafroa USO INTERNO
Sudorífico e purgante
O Infusão de 60 g de flores por litro de água. Tomam-se 1 ou 2 chávenas por dia. €) Óleo: Uma colherada, em jejum, tem efeito purgativo.
Outros nomes: açafrão-bastardo. saflor. açafrol. cártamo. Esp.: cártamo, alazor. azafraniilo. azafrán fafso. Fr.: caríbame [efes teinturiers}, safran (aux. Ing.: safflower. false saffron.
A
AÇAFROA, ou cártamo, é uma planta lintória, usada desde Há muitos séculos para conseguir um atraente corante vermelho, com que as clamas einlxle/am o rosto quando a moda o exige rosado. Também se usou para dar um pouco de alegria e cor à sopa dos pobres, como substituto do açafrão.
Habitat: Planta originária da região mediterrânea, embora se tenha cultivado em toda a Europa e na América Hoje é uma planta silvestre nas regiões onde se cultivava. Descrição: Planta anual da família das Compostas, de um metro de altura, com folhas espinhosas e flores de uma cor entre o amarelo e o vermelho.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: As flores comem diversos pigmentos cie tipo glicosídico, entre os quais a cartamina é o mais importante. São sudorífíca.s e diuréticas. Usam-se nos casos de febre, gripe ou constipação IO). Os FRUTOS são muito ricos em ÓLEO, composto dos ácidos linoleico. oleico e. em menor quantidade, palmítico e esteárico. Tanto os frutos com o seu óleo leni limjòrte efeito purgativo. Além disso, por serem ricos em ácidos gordos insaturados, fazem descer o nível do colesterol no sangue 161. Devido ao seu forte sabor, o óleo de cártamo é pouco utilizado. Hoje, em dietética, existem outros óleos vegetais ricos em ácidos gordos insaturados: de gérmen de milho, de gérmen de trigo, de soja. de grainlia cie uva.
Partes utilizadas: As flores e os frutos.
Pormenor das flores da açafroa, cuja cor varia entre o vermelho e o amarelo.
751
Clnchona offícinalis L.
i\
£ *J J a>
.
Preparação e emprego
Quina O febrífugo e tónico por excelência
A
QUINA é uma autêntica riqueza nacional para os países andinos da América do Sul. Crê-se que os Incas já conheciam as suas extraordinárias propriedades febrífugas desde tempos muito antigos, mas que as mantiveram em segredo para que os conquistadores espanhóis ficassem debilitados pelas febres maláricas (paludismo).
CH = CH
O-CHi
Fórmula química da quinina, o mais importante dos 20 alcalóides contidos na casca da quina. Com a quinina e seus derivados, elaboram-se diversos preparados farmacêuticos de acção antipalúdica. 752
USO INTERNO O Maceração: Deixam-se macerar 20-30 g de casca de quina num litro de água durante uma hora. Administra-se uma chávena antes de cada uma das três refeições diárias. © Infusão com meia colherzinha (de café) de casca de quina triturada ou reduzida a pó por cada chávena de água. Toma-se uma chávena antes de cada refeição, sem exceder as 4 chávenas por dia. USO EXTERNO €) Compressas com uma decocção com 30-40 g de casca por litro de água. Ferver durante 10 minutos. Com o líquido resultante, empapam-se compressas que se colocam sobre a pele ou o couro cabeludo, durante 10 minutos, três vezes ao dia. O Gargarejos e bochechos com esta mesma decocção.
Outros nomes: quineira. Esp.: quino, [árbo! de la] quina. Fr.: quinquina. Ing.: cinchona, Peruvian bark. Habitat: Cresce espontaneamente em regiões montanhosas do Equador, Peru, Bolívia e norte da Colômbia, entre os 1500 e os 2500 m de altitude. A província de Loja, no Equador, é onde se criam os melhores exemplares de quina. Actualmente cultiva-se também nas Antilhas, na Indonésia (ilha de Java), na Austrália e em regiões tropicais de África. Descrição: Arbusto ou árvore de até 30 m de altura, da família das Rubiâceas. A casca do tronco tem uma cor parda ou avermelhada, e a copa, frondosa, é formada por grandes folhas verdes e opostas. As flores são brancas ou cor-de-rosa. Partes utilizadas: A casca do tronco e dos ramos especialmente, e também a da raiz, trituradas ou reduzidas a pó.
Outras quinas Designam-se com o nome de quinas as várias espécies de árvores do género Cinchona, da família das Rubiáceas. Conhecem-se umas 18 espécies, mas as mais cultivadas e utilizadas sào as seguintes:
-se e emprega-se por ter um acentuado efeito tonificante sobre as funções digestivas, superior ao das demais espécies de quina. Cresce espontaneamente na região de Quito (Equador) e também no Peru.
• Cinchona officinalis L: É aquela que descrevemos nesta página e na anterior, por ser a espécie mais usada e a primeira que se utilizou. Abunda no Equador.
• Cinchona calisaya Weed.: Chamada quina-amarela. Cresce também de forma espontânea na Bolívia e no Peru.
• Onchona succirubra Pavótv. É conhecida como quina-vermelha. Cultiva-
Os condes de Chinchou, vice-reis do Peru, quando regressaram a Espanha em 1640, trouxeram consigo, da América, um bom carregamento de casca de quina. Devido aos seus espectaculares resultados para baixar a febre e como tonificante, o seu uso estendeu-se rapidamente por ioda a Europa, em forma de pós, extractos e cozimentos. Em 1920, os farmacêuticos franceses Pelletier e Caventou conseguiram isolar os princípios activos da quina: os alcalóides quinina e cinconina, entre outros. Actualmente, milhões de pessoas em lodo o mundo beneficiam da quina e dos seus derivados, tanto para a profilaxia (prevenção) individual tomo para o tratamento do paludismo (malária). PROPRIEDADES
E
INDICAÇÕES:
A
substância medicinal extraída da casca da quineira, substância essa a que lambem se dá o nome de QUINA, contém mais de 20 alcalóides distimos, entre os quais se destacam os dois pares de isómeros quinina-ouinidina e cínconina-cinconidina. Estes alcalóides conferem-lhe propriedades febrífugas, antipalúdicas c tonificantes de sabor amargo. Possui ainda taninos caléquicos, que a tornam fortemente
&
Precauções
Não excederas doses indicadas para uso interno, já que podem apresentasse náuseas e vómitos.
Todas as espécies de quina, excepto a quina-vermelha, têm as mesmas propriedades. As variações entre umas e outras devem-se à sua diferente concentração de quinina (princípio activo).
adstringente; assim como essências, amidos e princípio amargos.
pecialmente nas zonas rurais da América do Sul e da Ásia.
Estas são as mais importantes aplicações da quina:
• Estados febris: A quina faz baixar a febre causada por muitas outras doenças infecciosas, além do paludismo. O seu efeito benéfico torna-se mais eficiente devido ao facto de favorecer a eliminação de toxinas sanguíneas, tanto pela pele como pela urina (acção depurativa). O seu uso é indicado na gripe, nas infecções virulentas e em lodo o vipo de infecções cvérnicas IO.©).
• Paludismo (malária): E provavelmente a doença que afecta o maior número de pessoas no mundo. Caracieri/.a-se por acessos de febre alta e sudação, acompanhados de sonolência, cefaleia, náuseas e anemia. E causada por diversos protozoários do género Plasmodium, que parasitam os glóbulos vermelhos do sangue, depois de terem sido inoculados pela picada do mosquito anófele. Os alcalóides da quina são muito úteis para tratar a. fase aguda do ataque palúdico: baixam a febre, aliviam a dor de cabeça e as náuseas, e fazem desaparecer o mal-estar geral produzido pela doença. A casca da quina ê utilizada com este fim desde o tempo dos Incas IO.0I. Desde meados do século XX, a investigação farmacêutica tem desenvolvido fármacos antipalúdicos sintéticos, como a cloroquina e a primaquina. que servem também para a prevenção da doença. Apesar de tudo, a casca da quina continua a ser utilizada com êxito, es-
• Inapetência: Todas as quinas, mas especialmente a quina-vermelha, têm um acentuado efeito aperitivo e tonificante (ver o quadro que figura na parte superior desta mesma página). Além disso, são muito digestivas (facilitam a digestão) e combatem as fermentações intestinais 101. • Cicatrizante: Externamente, a quina é um bom anti-séptico e favorece a cicatrização. Usa-se em bochechos e gargarejos em caso de estomatite (inflamação da mucosa da boca), aftas, piorreia e faringite 101. Também se aplica em compressas sobre qualquer lipo de feridas l©J. •Tónico capilar: Dá bons resultados em certos tipos de alopecia (queda do cabelo) 101. 753
Drosera rotundlfolla L.
oi *
KI
m J j Preparação e emprego
Rorela Antibiótico e remédio contra a tosse
USO INTERNO
O Infusão: 15-20 g de planta por litro de água. Tomam-se 4 ou 5 chávenas por dia. © Tintura: Torna-se muito útil para as crianças, à razão de 5 gotas por cada ano de idade, repartidas ao longo do dia, até um máximo de 30 gotas diárias. Dá-se diluída em água ou sumo de fruta.
O
LHA como aquele mosquito ficou apanhado nas folha desta planta! - diz um jovem observador da natureza ao seu companheiro. Enquanto os naturalistas observam o curioso fenómeno, o mosquito começa a desaparecer pela acção de uma enzima digestiva, semelhante ao nosso suco gástrico, segregada pelas folhas da rorela. Tiata-se de uma planta carnívora, capa/ de capturar e digerir cerca de 2000 insectos durante um verão.
ioda a planta contém nafioquinonas, a mais importante das quais é a plumbagona. Estas nafioquinonas conferem-Ihe uma acção antítússica, béquica, antibiótica c antiespasmódica. K comprovadamente eficaz contra os estreptococos, estafilococos e pneumococos. Por tudo isto, lorua-sc um remédio ideal contra a tcs.se seca ou irritativa causada por faringite, laringite ou traqueíte. Muito indicada no caso de tosse convulsa c de nsmu. Nas bronquites agudas e crónicas, a rorela acalma a tosse e facilita a expectoração (0.01. PROPRIEDADES K INDICAÇÕES:
754
Outros nomes: orvalhinha, orvaiho-do-sol. Esp.: drosera, hierba de la gota. atrapamoscas. Fr.: drosera. Ing.: sundew. Habitat: Espécie pouco frequente, que prefere os lugares húmidos e montanhosos. Na Península Ibérica só se encontra na metade norte. Particularmente. em Portugal, encontra-se em Trás-os-Montes. Minho e Beiras. Naturalizada na América. Descrição: Planta vivaz muito pequena, da família das Droserãceas. que não costuma ultrapassar os 15 cm de altura. As folhas nascem junto ao solo.
em roseta, e são cobertas de pelinhos pegajosos a que ficam presos os insectos. Partes utilizadas: a parte aérea da planta.
Echinacea angustífolla D.C.
SI
KÉ
*. I I Al
-LP Preparação e emprego
Equinácea Cura e previne a u m e n t a n d o as defesas
USO INTERNO O Decocção de 30 a 50 g da raiz triturada, por litro de água, de que se tomam de 3 a 5 chávenas diárias. © Preparados farmacêuticos: Normalmente, a equinácea apresenta-se em diversas formas: extracto fluido, tintura, cápsulas, etc. Nestes casos é necessário seguir as instruções do impresso. USO EXTERNO €) Compressas com a mesma decocção que se usa internamente. O Loções com o líquido desta mesma decocção. 0 Preparados farmacêuticos: pomadas, cremes ou outros.
O
S ABORÍGENES dos estados de Nebraska e Missuri (E, U. A.), já usavam a raiz da equinácea para curar as feridas infectadas e as mordeduras de serpentes. Nos finais do século XIX. o doutor Meyer. um investigador médico, descobriu as propriedades desta planta convivendo entre os índios. A partir de então, a equinácea leni sido objecto de numerosos estudos científicos, que têm vindo a revelar as numerosas virtudes desta planta, assim como o seu mecanismo de acção. Hoje a equinácea faz parte de diversos produtos farmacêuticos, e é uma das plantas sobre as quais existe um maior número de estudos científicos realizados. A composição da raiz. de equinácea é muito complexa. Têm-sc identificado numerosas substâncias activas, que podem agrupar-se segundo o seguinte esquema:
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Sinonímia científica: Echinacea pallida Nutt. Outros nomes: Esp.: equinácea Fr.: rudbeckie a feuilles étroites. Ing,: echinacea. purple conetlower. Habitat: Originária da América do Norte. Cresce nas planícies e nas margens arenosas dos rios. sobretudo no vale do grande rio Mississipi, de onde ê oriunda. Cultiva-se como planta medicinal no Centro da Europa. Descrição: Planta da família das Compostas, cujos caules ocos podem atingir um metro de altura. Apresenta umas folhas alongadas, estreitas e cobedas de pêlos. As suas flores, cor de malva, que nascem na extremidade dos caules, tornam-se muito vistosas. Partes utilizadas: a raiz.
755
/ Óleo essencial: Constituído por mais de 20 componentes, entre os quais se destaca o geranil-isobutirato (61%); contém também terpenos (pineno, tuiona e outros) e cis-l,8-pentadecadieno, substância que, in viiro, tem propriedades oncolíticas (destrói as células dos tumores). O óleo essencial parece ser o principal responsável do estímulo imunitário (aumento das defesas). / Equinacósido. Glicósido constituído pelos açúcares glucose e ramnose, que têm um acentuado efeito antibiótico sobre diversos germes, em especial sobre o estafilococo dourado. / Poliacetilenos, de eleito bactericida e fungicida (destroem as bactérias e os fungos). 756
O melhor tratamento antibiótico fracassará se as defesas do organismo não colaborarem na luta contra a infecção. A equínácea exerce uma notável acção imunoestimulante (que fortalece as defesas), aumentando a produção e a actividade dos anticorpos e dos leucócitos (glóbulos brancos) no sangue.
%
y
Equinácea-purpúrea
A equinácea-purpúrea [Echinacea porpurea Moench.) diferencia-se da pálida, ou angustifólia, em que as flores da primeira são, como o nome indica, de cor vermelha. As aplicações medicinais destas duas equináceas são as mesmas.
/ Um factor inibidor da hialuronidase, enzima produzida por muitas bactérias. A hialuronidase desintegra o ácido hialurónico (componente fundamental do tecido conjuntivo) e permite assim a difusão dos germes patogénicos. Ao inibir esta enzima, a equinácea detém a difusão dos germes pelos tecidos. y Resinas, inulina e vitamina C. Como frequentemente acontece em fitoterapia, o extracto da planta (neste caso da raiz), é muito mais activo do que cada um dos princípios activos em separado. Isto deve-se a que uns componentes potenciam outros e, possivelmente, ao facto de existirem ainda alguns princípios por identificar. As propriedades fundamentais da equinácea são as seguintes*. • ImunoestimuJante: Aumenta os mecanismos de defesa, por uma estimulação geral não específica, tanto da imunidade humoral (maior produção de anticorpos, activação do sistema de complemento), como da imunidade celular (fagocitose: destruição dos microrganismos pelos leucócitos). Produz um aumento do número de leucócitos (glóbulos brancos) no sangue.
• Anti-inflamatória: Impede a progressão das infecções, por inibição da enzima hialuronidase, produzida por muitas espécies de bactérias; favorece a formação do tecido de granulação, responsável pela cura das feridas; estimula a reprodução dos íibroblastos, células fundamentais do tecido conjuntivo responsáveis pela regeneração dos tecidos e pela formação das cicatrizes. • Antitóxica: Estimula os processos de desintoxicação no fígado e nos rins, mediante os quais se neutralizam as substâncias tóxicas ou estranhas que circulam pelo sangue. • Antibiótica e antivírica: Acção que se tem demonstrado experimentalmente Ml vilro. No entanto, in vivoó mais importante a sua acção de estímulo das defesas. • Anticancerosa, por destruição de células malignas (efeito até agora só comprovado in miro). Por tudo isto, as suas aplicações clínicas são as seguintes: • Doenças infecciosas cm geral: O melhor antibiótico fracassará se as defesas do organismo não colaborarem na luta contra a infecção. A equinácea actua sobre o terreno (islo é, sobre o organismo que sofre a infecção), mais do que destruindo os germes causadores da mesma. Isto significa que a sua acção é mais lenta, e talvez menos espectacular que a dos antibióticos; ainda que, em muitos casos, com melhores resultados a médio e longo prazo. O seu efeito é curativo e preventivo. Além disso, é isento dos efeitos secundários dos antibióticos. Recomenda-se, entre outras, nas doenças infecciosas infantis; na gripe; na sinusite, amigdalite e infecções respiratórias agudas e crónicas, especialmente quando se produzem com frequência (efeito preventivo); na febre tifóide; nas septicemias (infecção do sangue) de qualquer causa (ginecokSgica, urinária, biliar, etc.) ÍO.ÔI. Tem-se aplicado com êxito no tratamento da sida, combinada com outros remédios, com resultados muito esperançosos • Lesões da pele: Pela sua acção anti-infecciosa, cicatrizante e regenera-
Tratamento do cancro
O uso da equinácea dá muito bons resultados na correcção da leucopenia (diminuição de leucócitos) e da diminuição das defesas na sequência da aplicação de radioterapia ou de quimioterapia como tratamento do cancro.
dora dos tecidos, aplica-sc nos abcessos, feridas ou queimaduras infectadas, foliculite, acne sobreinfeciada, úlceras da pele incluindo as va ri cosas, psoríase, dermatoses e eczemas (©,©,©1. Nestes casos aplica-se tanto externa como internamente IO.©l. • Picadas de insectos e mordeduras de serpentes. Pela sua acção desintoxicante, neutraliza (parcialmente) o veneno c evita o seu alastramento. Também se deve aplicar interna IO,©l e externamente 10.0,©). • Afecções prostáticas: Tem um efeito descongestivo sobre a glândula prostática e, sobretudo, evita as frequentes infecções urinárias pelo esvaziamento incompleto da bexiga IO.©). • Tumores malignos: Ainda que até agora a sua acção contra os tumores só se tenha demonstrado experimentalmente in vitro, há razões suficientes para se pensar que possa ter uma acção benéfica no caso de tumores cancerosos. A espera de novas investigações, a equinácea só se deve usar como complemento de outros tratamentos contra os tumores IO.0I. 757
Í 3
Hippophae lamnoides L
I •
Preparação e emprego
Hipofaé USO INTERNO
Reconstituinte rico em vitamina C
O Bagas: Os frutos do hipofaé podem-se comer bem maduros (três punhados por dia), embora tenham um sabor um tanto ácido. © Xarope: Ferve-se o sumo das bagas bem maduras durante 15 minutos, acrescentando-se depois metade do seu peso em açúcap. Conserva-se bem tapado num recipiente de vidro. Tomam-se 3 colheradas diárias.
D
URANTE a Idade Amiga, pensava-se q u e este arbusto era tóxico para os cavalos, de o n d e lhe vem o n o m e latino de Hippophae (mata cavalos).
Outros nomes: Esp.: espíno amarillo. espino falso. Fr.: argousier. épine marante. Ing.: sea buckthorn. Habitat: Disseminado pelas margens de rios e terrenos arenosos de toda a Europa, mas difícil de encontrar em Portugal. Naturalizado no continente americano.
Sabemos hoje q u e . n ã o só é isento de q u a l q u e r t o x i c i d a d e , m a s é também uma das p l a n t a s q u e se c o n h e cem com maior concentração de vitamina C.
Descrição: Arbusto espinhoso de 1 a 3 mde altura, da família das Eleagnáceas. As suas tolhas são caducas, estreitas e lanceoladas. As flores são unissexuais (é uma planta dióica), pequenas e de cor verde. O fruto é uma baga de cor amarela ou alaranjada.
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : AS ba-
gas contêm ácidos orgânicos, glicósidos flavónicos, caroteno (provitamina A), vitaminas do g r u p o B, e sobretudo vitamina C (cerca de 600 mg por 100 g; de/, vezes mais q u e o limão). As suas propriedades são: • Anticscorbútico, tonificante e imunoestimulante, devido ao seu conteúdo em vitaminas (especialmente a O). É indicado em casos de infecções repetidas (diminuição de defesas), grip e , esgotamento físico, a l i m e n t a ç ã o deficitária e. em geral, s e m p r e q u e se deseje a u m e n t a r o t o n o vital do organismo 10.01. • Cardiolónico suave e activador do aparelho circulatório, devido ao seu conteúdo em glicósidos flavónicos 10,01. Costuma iitili/ai-se c o m o complemento dos tratamentos digitálicos. •Ligeiramente d i u r é t i c o e aperitivo 10.01. 758
Partes utilizadas: os frutos (bagas).
Bem maduros, os frutos do hipofaé rhamnoides contêm abundantes vitaminas A, B e C. É necessário identificar bem a planta para não a confundir com outras semelhantes que podem ser tóxicas.
Pílocarpus pennatifolius Lam.
I f\ | - \#
^ ! W
I
«•
a Jaborandi Sudorífico eficaz
.
Preparação e emprego
USO INTERNO
O Infusão com 4-5 g de folhas em 250 ml (um quarto de litro) de água. Como sudorífico, a pessoa deve tomá-la bem quente e, a seguir, cobrir-se com vários cobertores. O Preparados farmacêuticos, sob a forma de colírio e de injecções hipodérmicas.
E
STA PLANTA era conhecida e utilizada pelos nativos do Brasil e do Paraguai, quando os colonos europeus descobriram as suas propriedades medicinais. O nome pelo qual é conhecido internacionalmente é precisamente aquele que lhe dão os indígenas na língua tupi-guarani. O jaborandi foi trazido para a Europa no ano 1874 e. a panir de então. tem sido objecto de numerosas investigações fisiológicas. Faz parte de diversos preparados farmacêuticos. princípio activo mais importante das folhas do jaborandi é a pilocarphia, um alcalóide que possui acções parassimpaticomimeticas, isto é, que reproduz as acções exercidas pelo sistema nervoso parassimpático: aumenta a secreção salivai e sudoral: provoca miose (fecha a pupila do olho), fazendo descera tensão inua-ocular: estimula os movimentos do tubo digestivo e a produção de suco gástrico, pancreático e intestinal; diminui o ritmo cardíaco (bradicardia). Os seus eleitos são compensados pela atropina. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O
Utiliza-se sempre que se queira aumentar a produção de suor (gripe. afecções febris, edemas ou hidropisia) (01. Também em caso de glaucoma (aumento da pressão no interior do globo ocular) 101. Deve ser usado sob trigilância médica.
Sinonímia científica: Pílocarpus jaborandi Holmes Outros nomes: Esp.: jaborandi. yaborandi. Fr.: jaborandi. Ing.: jaborandi. Habitat: Originário do Brasil e distribuído pelas regiões tropicais da América do Sul. Descrição: Arbusto da família das Rutaceas que atinge até 1,5 de altura. A superíície das folhas está repleta de pequenas bolsas secretoras que. quando são esfregadas, soltam um cheiro semelhante ao da laranja. Partes utilizadas: as folhas.
Precauções O jaborandi contém pilocarpina, um alcalóide que actua sobre o sistema nervoso vegetativo. Deve ser usado sob vigilância médica e respeitando as doses indicadas.
759
PopulusnlgmL
I Q )
L lôl III M
t]
Choupo-negro Sudorífico, balsâmico e anti-hemorroidal
O
CHOUPO-NEGRO distingue-se pelo seu aspecto longilíneo, e encontra-sc quase sempre perto dos rios e lagos. E uma árvore muito longeva (pode viver até 300 anos), embora nas últimas décadas esteja a ser atacado, especialmente na Europa, por fungos, insectos e plantas parasitas como o agáríco. Desta forma, os bosques e as plantações de choupo-negro estão a diminuir. As árvores também adoecem! No entanto, apesar disso, continua a conservar as suas propriedades medicinais, que são conhecidas desde a antiguidade clássica. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS GE-
MAS foliares (brotos tenros) do choupo e, em menor proporção, a CASCA dos ramos, contêm um óleo essencial, glicósidos flavonóides e fenólicos (salicina e populina) e tanino. As suas propriedades são as seguintes: • Sudoríficas, febrífugas e diuréticas; ou seja, que provocam sudação, fazem baixar a lebre e aumentam a produção de urina, o que as torna particularmente úteis em caso de doenças febris, e sempre que se queira provocar um efeito depurativo no organismo IOI. • Anti-inflamatórias e anti-reumáticas: No uso interno recomendam-sc contra os ataques de reumatismo, as poliartrites (inflamação de várias articulações) e as dores reumáticas cm geral (Ol. • Balsâmicas e expectorantes: Administram-se nos casos de bronquite aguda e crónica, assim como em todo o tipo de catarros bronquiais. Desin760
Outws nomes: álamo-negro, álamo-libico, olmo-negro. Esp.: chopo-negro. Fr.: peuplier noir. Ing.: [black]poplar. Habitat: Comum em bosques húmidos de toda a Europa. Cultivado na Europa e na América. Descrição: Án/ore de folha caduca, da família das Salicàceas, que atinge até 30 m de altura. Folhas de cor verde-escura, tanto na página superior como na inferior, pecioladas, ligeiramente dentadas e de forma triangular. Ê uma espécie dióica, o que significa que umas árvores têm flores masculinas e outras femininas. Partes utilizadas: as gemas primaveris, a casca e madeira.
-Et
paraçao e emprego ^^^H
USO INTERNO
O Decocção durante 10 minutos com 30-40 g de brotos tenros (gemas) de choupo por litro de água. Também se podem acrescentar uns fragmentos de casca. Coar, adoçar a gosto, e tomar 3 ou 4 chávenas por dia. USO EXTERNO
@ Unguento popúleo: Prepara-se com 50 g de brotos tenros de choupo, que se esmagam num almofariz e se misturam com 150 g de gordura (manteiga sem sal ou vaselina). Põe-se em banho-maria durante 2-3 horas, ao fim das quais se deve coar com uma gaze ou um lenço fino. Aplicá-lo como loção, 3 ou 4 vezes ao dia, sobre a zona afectada.
o
Carvão vegetal
O choupo é muito apropriado para o seu iabrico.
A decocção de gemas de c h o u p o , bem coada e adoçada com mel, é um b o m remédio para as doenças broncopulmonares, em virtude das suas propriedades balsâmicas e expectorantes, além de ser sudorífica, febrífuga e diurética.
O carvão vegetal de madeira de choupo, finamente reduzido a pó, actua como um poderoso absorvente de toxinas no tubo digestivo. As aplicações mais importantes do carvão vegetai são: • Antídoto nos casos de intoxicação por plantas ou substâncias venenosas (pág. 108). • Antidiarreico e antitóxico em caso de gastrenterite e colite, assim como no caso de fermentações e putrefacções intestinais que provoquem óispepsias llatvlentas ou fétidas. • Dentífrico: Escovando-se os dentes com carvão vegetal em pó, estes embranquecem e as gengivas desinflamam-se. O carvão arrasta o tártaro e os restos de alimentos em putrefacção que se acumulam entre os dentes e debaixo das gengivas.
Outros choupos ílamam a mucosa bronquial e facilitam a p r o d u ç ã o de uma mucosidade mais fluida, q u e assim se elimina com facilidade IOI. • C a r v à o : A MADEIRA do c h o u p o é m u i t o a d e q u a d a p a r a fazer carvão medicinal (ver o q u a d r o s u p e r i o r ) . • Em USO externo, o UNGUENTO POPÚLEO é um c o m p r o v a d o r e m é d i o contra a inflamação das h e m o r r ó i d a s KM. Figura d e s d e há três séculos nas farmacopeias de toda a Europa, e contin u a a sei um t r a t a m e n t o válido para aliviar a congestão e a d o r h e m o r r o i dal. Além do mais c vulnerário, o q u e q u e r dizer q u e sara as Feridas e contusões da pele. Aplica-sc, a i n d a q u e com eficiência duvidosa, para evitara q u e d a do cabelo l@i.
Existem cerca de 30 espécies de choupos. Todas elas apresentam propriedades medicinais muito semelhantes, ainda que com efeitos de intensidade variável: • Choupo-branco (Populus alba L).* cujas folhas são de cor prateada na página inferior, ao contrário das do choupo-negro, que são verde-escuras por ambas as faces. • Choupo-tremedor (Populus tremula L.)," caracterizado pelas suas folhas darás pela face inferior, e com um longo pecíolo que permite que sejam agitadas pelo vento.
• Choupos da América: o Populus balsamifera L. e o Populus canadicans L, são espécies próprias do continente americano, e de cujos brotos tenros, ou gemas, se obtém o bálsamo de Gilead. A elaboração, as propriedades e aplicações do bálsamo de Gilead são as mesmas que as do unguento popúleo. ' " Esp.: álamo blanco. Fr.: peuplier blanc. Ing.: white popler. " Esp.: álamo temblón. Fr.: tremble. Ing.: aspen.
761
>} u o.
Rosa canina L SKT*S
Rosa-canina Um concentrado vitamínico... comp/etamente natural
Q
UE VIRTUDES poderemos supor que se encontrem nosia planta, de acordo com a comprovada teoria dos sinais? - interroga o professor.
Encontramo-nos numa aula da Universidade de Bolonha, pelos finais do ano 1545. O insigne médico e botânico espanhol Andrésde Laguna acaba de obter o grau de doutor nessa famosa universidade italiana, e dirige-se agora, segurando um ramo de rosa-canina, a um grupo de estudantes. - Vejo nos espinhos dos caules os dentes aliados de um cão -diz um dos estudantes—. Creio que esta planta deve ser boa contra a raiva.
Outros nomes: rosa-de•cão, silva-macha, silvão. Brasil: rosa-bandalha. Esp.: escaramujo, rosa canina, rosal silvestre, rosal perruno, una de gato, cinorrodón. Fr.: rosierdes chiens, rosier sauvage, églantier. Ing.: brierhip, wild brier, eglantine gall. Habitat: Muito comum nas bermas dos caminhos e bosques de toda a Europa. Naturalizada na América. Descrição: Arbusto de 1 a 3m de altura, da família das Rosáceas, com caules providos de espinhos. As folhas são alternas, com 5 ou 7 folíolos ovais e de bordo dentado. As flores têm 5 pétalas cor-de-rosa ou esbranquiçadas. Aquilo a que vulgarmente se chama fruto, de cor vermelha e com forma de azeitona, é na realidade um pseudofruto, formado pelos restos do cálice da flor. Partes utilizadas: os frutos, as flores, as folhas e a raiz.
- Efectivamente! -diz o professor.— Assim o confirma o mestre Dioscórides. Outro dos estudantes abre um dos frutos da rosa-canina e, depois de observar os Unos pêlos que abundam no .seu interior, diz: - Eu creio que deve ser boa contra a calvície. Reparem na quantidade de cabelos finos que há dentro destes frutos! - E porque não poderá ser boa para curar o mal da pedra? Já repararam nas sementes, pequenas e duras. que parecem cálculos urinários-' - diz outro estudante. O doutor Laguna sente-se satisfeito com os seus alunos de Bolonha. Acabam de redescobrir as três propriedades que se atribuem â rosa-canina desde o tempo fie Dioscórides, no século Id.C. 762
Jí
Preparação e emprego
USO INTERNO O Frutos frescos: É a melhor maneira de aproveitar toda a sua riqueza vitamínica. Escolher os que estejam bem maduros, abri-los e limpá-los bem debaixo da torneira, até lhes tirar todos os pelinhos e sementes. Comer um bom punhado deles cada dia. © Decocção de frutos: 50-60 g de frutos por litro de água. Tomar 4 ou 5 chávenas por dia. A vitamina C perdese, mas persistem as suas proprie-
dades diuréticas, depurativas e ligeiramente adstringentes. €) Decocção de raiz e folhas: 100 g de raiz e/ou folhas de rosa-canina em litro e meio de água. Ferver até que se reduza a um litro. Tomar várias chávenas por dia, como antidiarreico. USO EXTERNO ©Água-de-rosas: Põe-se a macerar um punhado de pétalas de flor de rosa-canina num copo de água. Passado um dia, espremer as pétalas e deitá-las fora. Lavar os olhos com o líquido que ficou.
Os frutos da rosa-canina, também conhecida pelos nomes de rosa-de-cão e stfva-macha, são um a u t ê n t i c o reconstituinte n a t u r a l , q u e c o n v é m a sãos e doentes, a crianças e adultos. Pelo seu conteúdo em vitaminas, especialm e n t e a C, exerce uma acção preventiva contra as gripes e constipações.
L a m e n t a v e l m e n t e , a teoria dos sinais n ã o era mais d o q u e isso: u m a teoria. Os progressos da química e fia farmacologia permitiram, nos séculos XIX e XX, d e s c o b r i r as v e r d a d e i r a s p r o p r i e d a d e s das plantas. E curiosam e n t e , n e n h u m a dessas três propriedades q u e . seguindo a diia teoria, se atribuíam a esia planta, p ô d e ser confirmada. Em troca, a investigação científica conseguiu pôr a descoberto o u t r a s p r o p r i e d a d e s da rosa-canina. as verdadeiras, não m e n o s interessantes q u e as supostas. A superfície interna dos frutos da rosa-canina acha-se c o b e r t a p o r uns
pelinhos vermelhos e rígidos, m u i t o irritantes. Eis a m a n e i r a pitoresca c o m o Font Q u e r os descreve: «Produzem uma endiabrada comichão q u a n d o se introduzem e n t r e a camisa e a pele. A mesma, s e g u n d o se c o m a , q u e se sente em volta do orifício anal q u a n d o , depois de se c o m e r os frutos da rosa-canina, os próprios pelinhos, após terem escapado incólumes a iodos os perigos fias vias digestivas, se d e s p e d e m assim fio seu hospedeiro.» PROPRIEDADES
E
INDICAÇÕES:
Os
FRUTOS da rosa-canina c o n t ê m diversos açúcares e ácidos orgânicos, assim c o m o pectina, sais minerais, carotenos
(provilamina A), e vitaminas Bi, Bs, C, E e P (llavonóides). O c o n t e ú d o em vitamina C atinge os 600 mg por 100 g. e pofle chegar até aos 800 mg, sendo inclusive muito superior ao fio limão. q u e é de cerca fie :~>0 mg. Assim a rosacanina lorna-se um dos vegetais mais ricos nesta vitamina, acima tio kiwi ('í00 m g ) , da luzerna (183 mg, pãg. 269) e fia groseiheira-negra, Ribes nigrum I.. (170 mg, pãg. 108). A rosa-canina só é ultrapassada em vitamina C pela excepcional nialpíguia (Malpighia fjiuticifolia I.., Malpighia glabra I..). fruta q u e , madura» c o n t é m até 2500 mg de vitamina Cl p o r cada 100 g. e verde p o d e chegar até aos 6000 mg.
763
o
Doce cru de rosa-canina
Uma vez limpos os frutos, esmagam-se até reduzi-los a polpa, e acrescenta-se-lhes o seu peso em açúcar. Conservam-se assim todas as vitaminas e tem um sabor agradável. Esta marmelada ou doce, se for guardada no frigorifico, mantém-se em bom estado durante alguns dias.
As flores da rosa-canina são excelentes para preparar a água de rosas que, aplicada em lavagens oculares. alivia as conjuntivites e blefarites (inflamação das pálpebras).
As p r o p r i e d a d e s dos FRUTOS da rosa-canina são as seguintes:
fecciosas, especialmente nas infantis IO.OI.
• Tonificantes e a n t i e s c o r b ú t i c o s : Lieis em caso de esgotamento físico, astenia, fadiga primaveril e convalescenças IO.0I. Os frutos da rosa-canina são um autêntico concentrado cie vitaminas naturais, especialmente da C. Ainda q u e o escorbuto (falta fie vitamina C) seja u m a d o e n ç a rara nos países desenvolvidos, um s u p l e m e n t o importante desta vitamina tem um efeito tonificante.
• Diuréticos e depurativos: Recomendam-se na hidropisia ( r e t e n ç ã o de líquidos): alimentação sobrecarregada, rica em carnes e p r o d u t o s de origem a n i m a l ; gota e artritismo; e s e m p r e q u e seja precisa a acção de um diurético suave com p r o p r i e d a d e s d e p u r a tivas IO.ÔI.
• Imunoestimulantes: Os frutos da rosa-canina usam-se c o m o estimulantes das defesas, especialmente para prevenir gripes e constipações. Muito recomendáveis em todas as doenças in764
Os frutos da rosa-canina já se utilizaram engolidos inteiros, m e s m o com os pêlos, contra a ténia e demais parasitas intestinais, e m b o r a sem fundam e n t o científico. Alguns atribuíam a sua p r e t e n s a eficácia ao facto de os vermes n ã o s u p o r t a r e m a acção d o s terríveis pelinhos.
As PÉTALAS das flores c o m e m pectina, t a n i n o , ácidos o r g â n i c o s e peq u e n a s q u a n t i d a d e s d e essência. C o m o todas as pétalas das rosas (pág. 635), servem para p r e p a r a r a água de r o s a s , c o m a q u a l se o b t ê m m u i t o bons resultados ao lavar os olhos afectados p o r conjuntivite ou blefarite (inflamação das pálpebras) 101. As FOLHAS e a RAIZ c o n t ê m ácido tânico e são a d s t r i n g e n t e s . Einprcgam-se em d i a r r e i a s simples e gastrenterites (€>l. As d u r a s SEMENTFS da rosa-canina, n ã o só c a r e c e m de efeitos sobre os cálculos urinários s e g u n d o se pensava, c o m o a i n d a , trituradas, libertam u m a essência tóxica para o sistema nervoso.
Rubus Idaeus L
•) U l i
.
a>
Preparação e emprego
Framboeseiro Tonifica e refresca
USO INTERNO O Os frutos comem-se como sobremesa, frescos se for possível, o u , se não, em compota ou doce. © Infusão de folhas e flores: (30-40 g por litro de água). Tomam-se 2 ou 3 chávenas por dia. USO EXTERNO © Bochechos e gargarejos com a mesma infusão que se usa internamente.
D
IOSCORIDES, há quase dois mil anos. já recomendava, na sua Matéria Médica, as framboesas «contra as fraquezas do estômago». Hoje continuam a .ser tão refrescantes e tonificantes como antigamente, e constituem uma fonte de vitaminas.
frutos contêm pectina, açúcares, ácidos orgânicos, sais minerais e vitaminas A, B e, sobretudo, C. As flores e as folhas contêm, além disso, taninos. Os FRUTOS possuem propriedades aperitivas, antiescorbúticas, refrescantes e tonificantes. São muito recomendáveis como refresco no caso de doenças febris. As curas de framboesas tornan-se úteis contra a prisão de ventre, o reumatismo e a insuficiência renal e hepática. Estimulam o metabolismo, especialmente os processos de desintoxicação e eliminação de resíduos orgânicos IO). PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS
As FLORES e as FOLHAS são adstringentes, graças ao seu conteúdo em tanino. Usam-se em infusão como antidiarreicas l@l e em bochechos e gargarejos, contra as inflamações das gengivas e da garganta (€)}.
Oufros nomes: framboesa, amora-framboesa. Esp.: frambueso, sangúeso, chardón, chardonera, mora [de monte], íresaf de montaria. Fr.: framboisier. Ing.: [garden] raspberry, [European] red raspberry. Habitat: Chase entre rochas de xisto ou granito, nas regiões montanhosas da Europa. Pouco cultivado em Portugal. Encontra-se naturalizado no continente americano. Descrição: Arbusto da família das Rosáceas, que mede de 1 a 2 m de altura. Os caules são espinhosos, embora não tão fortes como os da sarça. As folhas são esbranquiçadas pela face inferior. As flores são pequenas, e de um branco esverdeado. Partes utilizadas: os frutos, as flores e as folhas.
765
SaMasdareaL
m
Salva-esclareia Um tónico com agradável aroma
A
SALVA-KSCLAREIA é u m a bola planta, q u e alegra com o seu colorido e o seu agradável aroma os terrenos secos do Sul da Europa. A sua essência uliliza-se em perfumaria. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : AS FO-
LHAS e as FLORES contêm esclariol e outros alcalóides a r o m á t i c o s , assim como tanino, s a p o n i n a , colina e glicósidos. As suas p r o p r i e d a d e s são semelhantes às da salva (pág. (538). embora se evidencie e s p e c i a l m e n t e como tónico, emenagogo e antiespasmódico. Aplica-se nos seguintes casos: • Esgotamento, fadiga, debilidade, convalescença de doenças infecciosas MH. • Regras pouco a b u n d a n t e s IOI. • Espasmos ou cólicas intestinais devidas a fermentações ou a digestões pesadas 101. As SEMENTES da salva-esclareia são ricas em mucilagens, pelo q u e já têm sido utilizadas para extrair c o r p o s estranhos do espaço conjuntiva] d o s olhos. As mucilagens absorvem a água c o m o se fossem uma esponja, devido ao seu p o d e r osmóúco. Q u a n d o se coloca d e n t r o da pálpebra u m a semente de salva-esclareia. esta incha, empapando-se de água e arrastando para fora as partículas q u e possa haver dentro do espaço conjuntiva! do olho. 766
Sambucus nigra L
Sabugueiro Bom remédio para febres e constipações
A
S BAGAS do sabugueiro têm servido de alimento à espécie humana desde tempos remotos, apesar de que o cheiro cias suas folhas se pode tornar nauseabundo. Convém distingui!" o sabugueiro de uma outra espécie similar, o ébulo ou sahuguciriuho (Sambucus ebullis 1... pág. 590), cujas flores e folhas têm as mesmas propriedades que as do sabugueiro, mas cujos frutos são tóxicos. Vejamos alguns pormenores que nos podem ajudar a distinguir um do outro". / ( ) sabugueiro é um arbusto com tronco e ramos lenhosos, enquanto que o ébulo é uma planta herbácea. / O sabugueiro tem 5 ou 7 folíolos por folha, enquanto o ébulo tem 11 OU mais. / O s frutos do sabugueiro pendem quando estão maduros, enquanto os do ébulo se mantêm erguidos. /O cheiro do sabugueiro não é táo forte e desagradável como o do ébulo. Tendo era conta fstes sinais, podemos comer tranquilamente as bagas do sabugueiro sem qualquer risco de confundi-las com as bagas tóxicas do ébulo. No entanto, não convém abusar delas. flores, que são as partes mais usadas em fitoterapia, contêm sais minerais (especialmente nitrato de potássio), glicósidos llavonóides (rutina e quercitina) e ácidos orgânicos, que lhes conferem propriedades sudoríficas, diu-
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS
Outros nomes: sabugueiro-negro. Brasil: sdbugueirinho. Esp.: saúco, saúco blanco, saúco europeo, sabuco, canillero, linsusa. Fr.: sureau noir. Ing.: [btackj elder, European elder. Habitat: Frequente nas bermas de caminhos, margens de rios e bosques de toda a Europa. Em Portugal é cultivado, surgindo também espontâneo. Encontra-se difundido pelas zonas temperadas e frias do continente americano. Descrição: Arbusto de 2 a 4 m de altura, da família das Caprífoliáceas, com folhas caducas, grandes, compostas de 5 ou 7 folíolos lanceolados e de bordo dentado. As flores são esbranquiçadas e crescem em umbelas. Os frutos são umas pequenas bagas negras ou violáceasPartes utilizadas: as flores, os frutos e a entrecasca do tronco e dos ramos (liber).
O
Preparação e emprego USO INTERNO
O Inlusão de flores: 20-30 g por litro de água. Ingerem-se por dia 3 a 5 chávenas quentes. O Infusão de folhas: 10-15 g por litro de água de que se tomam 3-5 chávenas diárias.
nhecido como xarope de sabugueiro (ver o quadro informativo da página seguinte. USO EXTERNO
€> Decocção: 70-100 g de entrecasca (líber) por litro de água, da qual se tomam 3 chávenas por dia.
© Compressas empapadas numa infusão concentrada (50-60 g por litro). © Lavagens da zona da pele afectada ou dos olhos, com a infusão concentrada.
O Os frutos comem-se frescos, ou então em forma de um extracto co-
O Bochechos e gargarejos com esta mesma infusão.
767
Precauções
Não comer grandes quantidades de bagas (frutos) de sabugueiro, pois podem provocar náuseas e ftitolerância digestiva.
o
Xarope de sabugueiro
Prepara-se com uma parte de sumo de frutos e duas de mel. Ferve-se tudo até que atinja a consistência de xarope. Tomam-sede3a6colheradas diárias deste delicioso xarope.
réticas, depurativas e anti-inflamatórias. Pelo seu conteúdo em inucilagem, também exercem uma acção laxante suave.
rampo, rubéola e escarlatina, com a sudação provocada pelo sabugueiro eliminam-se substâncias residuais (toxinas), e desce a febre IOI.
As FLORES de sabugueiro são um dos sudoríficos e depurativos mais eficazes que se conhecem, e são recomendadas em todos os estados febris, especialmente: • Catarros, constipações e gripes, para provocar uma sudação abundante e uma acção depurativa e descongestionante. Também acalmam a tosse (Oí.
• Afecções da garganta: Em bochechos e gargarejos, a infusão de flores é muito recomendável nos casos de faringite, estomatite e amigdalite IOI. • Afecções cutâneas: Em caso de furúnculos, eczemas, acne e outras dermatoses, dão muito bons resultados as compressas e as lavagens com a infusão de flores de sabugueiro 10,01.
• Doenças eruptivas infantis: No sa768
• Conjuntivites: Aplicain-se compressas sobre os olhos e/ou lavagens ocu-
lares com a infusão de flores de sabugueiro 10.01. As FOLHAS do sabugueiro possuem propriedades semelhantes às das flores, embora a sua infusão se torne menos agradável devido ao seu forte cheiro 101. O LÍBER, ou entrecasca do tronco e dos ramos (a camada que fica depois de raspados superficialmente), é purgante e diurética. Usa-se desde há muito tempo contra os edemas, a hidropisia (retenção de líquidos em todo o corpo) e a ascite ou barriga de água (acumulação de liquido na cavidade abdominal) 101. As BAGAS de sabugueiro contêm ácidos orgânicos, açúcares, vitamina C e um glicósido cianogenélico (sambunigrina), de toxicidade discutida, embora se tenha a certeza de que, em quantidades moderadas, são inofensivas. Por tudo isto desenvolvem uma acção tonificante e laxante IO).
ThymuswlgarisL
|Ç)|
L, M M *]
j J£ '
Tomilho Poderoso anti-séptico e estimulante natural
O
AGRADÁVEL aroma do tomilho já chamou a atenção dos antigos Egípcios, que o utilizavam na preparação dos unguentos de embalsamar. Sabemos hoje que ;i sua capacidade para impedir a putref acção e a proliferação bacteriana se deve ao seu conteúdo em úmol e carvacrol, dois poderosos anti-séplicos. Curiosamente, três mil anos depois, como prova do seu poder antimicrobiano, continua a ser empregado por embalsamadores e taxidermistas. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Con-
tém 1 %-2% de essência rica nos isómeros timol e carvacrol, além de outros monoterpenos como o p-cimeno, borneol e geraniol. A esta essência deve o tomilho a maior parte das suas propriedades. Contém ainda flavonóides e ácidos fenólicos que contribuem para potenciar as propriedades da essência.
Outros nomes: tomiího-ord/nárío, tomilho-vulgar, arçã, arçanria, cheiros. Brasil: poejo, segurelha. Esp.: tomillo, tomillo común, tomillo vulgar, tomillo fino, tomillo salsero, carrasquilla, estremocillo, tremoncillo, senserina. Fr.: thym. Ing: [garden] thyme. Habitat: Originário dos países mediterrâneos, mais frequente nos da parte ocidental Prefere os terrenos calcários ou argilosos em regiões montanhosas, expostas ao sol ou áridas. Encontra-se naturalizado em regiões temperadas do continente americano. Descrição: Pequeno arbusto de até 30 cm de altura, da família das Labiadas, com caules lenhosos tortuosos e muito ramificados. As folhas são muito pequenas, ovaladas, com os bordos virados para baixo, e de cor mais clara pela face interior. As flores são pequenas, terminais, de cor rosada ou branca, com o lábio superior dividido em 3 dentes superficiais, e o inferior em 2 profundos. Partes utilizadas: as sumidades floridas (folhas e flores).
£P
Preparação e emprego
USO INTERNO
O Infusão: 20-30 g de sumidades floridas por litro de água. Tomam-se até 5 chávenas diárias. Concentrada (50-60 g por litro), adquire um efeito estimulante semelhante ao do café ou do chá, mas sem os seus inconvenientes. © Essência: Ver o quadro informativo da página 771.
OH
QH
CH3
FórmuJa química do timoJ, principal constituinte da essência de tomilho.
USO EXTERNO © Bochechos e gargarejos com uma decocçao de 100-120 g de sumidades por litro de água, que se deixa ferver até que fique reduzida a metade.
O Banhos de vapor e inalações com a essência. © Lavagens e compressas com a decocçao indicada. ©Loções e fricções com a decocçao indicada ou com a essência. © Banhos: Infusão com 300-500 g de tomilho em 2-3 litros de água, que se acrescenta à água do banho. © Cataplasmas: Envolver folhas e flores de tomilho desprovidas dos ramos, num pano de algodão. Aquecer o pano com o tomilho com um ferro de engomar ou sobre um aquecedor, e aplicá-lo sobre a zona dorida.
769
O t o m i l h o , como podemos ver nesta mesma página e na seguinte, é uma planta com numerosas e bem comprovadas virtudes medicinais. Em forma de cataplasmas quentes, alivia as dores das cistites e as cólicas renais.
O uso do tomilho é apropriado nos seguintes casos: • Anti-séptico (desinfectante): A essência (W tomilho tem um poder anti-séptico superior ao do fenole da água oxigenada. No século XIX e primeira melado do século XX. quando ainda não se conheciam os antibióticos, o tomilho era considerado o "desinfectante dos pobres". Actualmente está bem comprovada a acção bactericida da essência de tomilho sobre os bacilos tífico, diftérico, tuberculoso (bacilo 770
de Koch), e sobre os meningococos (causadores da meningite), os pneumococos e os estafilococos. A sua acção anii-séptica locali/.a-sc sobre os aparelhos digestivo, respiratório e o geniturinário, e especialmente sobre as mucosas da boca e garganta, assim como as dos órgãos genitais. A sua acção antimicrobiana c reforçada pela capacidade que apresenta de estimular o fenómeno da leu-
cocitose (aumento dos glóbulos brancos no sangue), tal como foi possível demonstrar experimentalmente. Ao contrário dos antibióticos, que deprimem o sistema imunitário (defesas), o tomilho estimula-o, favorecendo a actividade dos leucócitos (glóbulos brancos). O uso do tomilho é portanto indicado em todas as doenças infecciosas, em especial as de origem bacteriana que afectam os órgãos digestivos, respiratórios e geniturinários.
Esta planta nunca deveria faltar em nenhuma farmácia doméstica, nem na despensa, como condimento e para a preparação de deliciosas sopas de tomi/ho.
• Sistema nervoso: Tonificante geral tio organismo: estimula as faculdades intelectuais e a agilidade mental, mas sem os efeitos secundários do cale ou do chá, os quais substitui com vantagem. Convém tanto nos casos de esgotamento físico (astenia, debilidade, hipotensão) como psíquico (perda de memória, ansiedade, insónia, depressão, irritabilidade nervosa) IO.©). • Aparelho digestivo: Antiespasmódico, eupéptico (tonificante da digestão) e carminativo (impede as 11atulências e :i formação de gases). Abre o apetite, favorece a digestão e combate as putrefacções intestinais por desequilíbrio na flora do cólon. Indicado em gastrentei iles e colites provocadas por bactérias do género Salmonella, responsáveis de numerosas infecções por alimentos em mau estado, especialmente durante o Verão IO.01. •Vermífugo (expulsa os vermes intestinais): Particularmente activo sobre as lenias. Também é insecticida de pulgas e piolhos 10.©). •Afecções bucais e faríngeas: Utilizado em bochechos combate as aftas, a piorreia e a estomalite (irritação ou inflamação da mucosa bucal). Em gargarejos toma-se muito eficaz no tratamento das faringites e amigdalites 161. • Aparelho respiratório: Expectorante, antitússico e balsâmico, o que, somado ao seu podei anti-séptico, o torna muito útil em sinusites, laringiles. catarros brônquicos e bronquites, asma, tosse espasmódica e tosse convulsa. Nestes casos, recomenda-se tomar a sua infusão IO) ou essência 101. além de fazer banhos de vapor e inalações IO), como se descrevem no
quadro junto. Recomenda-se o seu uso durante as epidemias de gripe, quer em infusão quer na tradicional sopa de tomilho, quer ainda a polvilhar as saladas. • Aparelho geniturinário: Pelas suas propriedades diuréticas e anti-sépticas, torna-se indicado nas infecções urinárias (cistites e glomerulonefrites) IO.0I.
várfrS' vtfOte' oferece uma acção favorável em caso de infecções nos órgãos genitais externos devidas a higiene deficiente, diabetes ou outras causas, lauto femininas (vaginite e vulvile com ou sem leucorreia) como masculinas (balanite e postiie, infecção da glande e do prepúcio) 101.
Aplicado em cataplasmas quentes, alivia as cólicas renais e as da cistite. • Anti-reumático: Aplicado externamente em fricções, banhos e cataplasmas, acalma as dores reumáticas provocadas pelo artritismo e pela gota I©.©.©). Ingerido por via orn/IO.01. o tomilho é também diurético e sudorífico, pelo que exerce uma acção depurativa, eliminando do sangue o excesso de resíduos ácidos do metabo-
lismo, causadores do artritismo e da gota. Km aplicação externa, o tomilho alivia igualmente as dores provocadas por: torcicolo, lumbalgias. ciática, artrose, etc. 10.0 ©I • Infecções da pele: Km lavagens e compressas, aplica-sc sobre feridas infectadas ou de lenta cicatrização, chagas, úlceras vaiicosas. frieiras, furúnculos, abcessos, dermatite, etc. 101. Pela sua acção antiparasitária. é muito útil em caso de sarna e de infestação por piolhos ou por pulgas • Estimulante capilar: .Aplicado em loção ou fricção sobre o couro cabeludo, fortalece o cabelo e previne a sua queda 101.
Essência de tomilho
• Ingerida por via oral, não exceder a dose de 2 ou 3 gotas, 3 vezes ao dia. Em dose excessiva pode provocar irritabilidade nervosa e descoordenação motora. Estes fenómenos apresentam-se com o uso da essência, e muito raramente com a planta em estado natural. • Localmente, apiica-se em banhos de vapor e inalações (2 ou 3 gotas em meio litro de água quente), em fricções sobre a parte dorida, ou em lavagens sobre a zona da pele afectada. É um tanto irritante para a pele, pelo que é necessário diluf-la. Tenha-se em conta que o seu poder anti-séptico se manifesta mesmo em diluições superiores a 1:3000 (aproximadamente 6 gotas em 1 litro de água). • Os banhos de vapor fazem-se deitando 3 ou 4 gotas de essência de tomilho em meio litro de água em ponto de ebulição. Respirar os vapores durante 5 minutos, 3 ou 4 vezes por dia. • As inalações consistem em respirar a essência, após se terem colocado 2 ou 3 gotas sobre as costas da mão ou sobre um lenço.
Aplicado externamente em lavagens. 771
Tropaeolum majusl.
*J U 9J Preparação e emprego
Chagas Antibiótico natural de provada eficácia
A
S CHAGAS, ou a chagueira, planta originária do Peru, é, juntamente com a batata, o tomate e o milho, um dos valiosos presentes do continente americano ao continente europeu. Aqueles conquistadores espanhóis, assombrados por verem diante dos seus olhos tantas espécies que desconheciam -plantas, aves, insectos—, é bem possível que a chagueira lhes tenham chamado a atenção como simples planta ornamental. E foi com esta intenção que a trouxeram para o velho mundo. No entanto, logo se evidenciaram as suas notáveis propriedades medicinais. Segundo parece, foi Francisco Hernández o primeiro a escrever sobre as virtudes desta planta, na sua obra Historia de las plantas de México, publicada em 1615.
Foi há alguns anos já que a investigação farmacêutica confirmou, por meio de análises químicas e provas de laboratório, que as propriedades medicinais atribuídas a esta planta tinham sólido fundamento. Tanto nas suas folhas como nas flores e nos frutos, encontra-se uma substância com acção antimicrobiana, que actua como um verdadeiro antibiótico bacteriostático, impedindo a reprodução de numerosos microrganismos patogénicos (Bacillus subtilis, Bacillus coli, enterobactérias do género Salmo7ie.Ua, estafilococos, pneumococos, e t c ) . Quantas boas surpresas como esta nos farão muitas outras plantas humildes, quando forem analisadas e estudadas a fundo? 772
USO INTERNO
O Salada (como tonificante e aperitivo): Usam-se as flores e as folhas bem tenras. Combina muito bem com a alface. €) Infusão ou decocção: (Prepara-se com 30 g de flores, folhas e frutos por cada litro de água. Bebe-se uma chávena de quatro em quatro horas. USO EXTERNO
© Banho de assento: Um punhado de flores ou de frutos por cada litro de água. O banho tem de ser quente. O Loções: Triturar dois punhados (cerca de 100 g) de folhas, flores e sementes frescas de chagueira. Deixam-se macerar, em meio litro de álcool de 96 graus, durante duas semanas. Pode-se acrescentar à maceração 10 folhas de urtiga, 5 folhinhas de buxo e uma colherada de alecrim. Filtra-se e, com o líquido obtido, esfrega-se energicamente o couro cabeludo.
Outros nomes: chagueira, capuchinhas, mastruço-do-peru, flor-de-pavão, flor-do•paraiso. Esp.: capuchina, espuela degalán, cachaço de muladar, jacinto, mastuerzo de índias. Fr.: capucine. Ing.: nasturtium. Habitat: Vulgar nas regiões temperadas da maior parte da América e da Europa. Cultiva-se como planta ornamental em vasos e jardins. Descrição: Planta herbácea anual, da família das Tropeoláceas, que costuma crescer como trepadeira. Folhas arredondadas, com cinco lóbulos. Flores muito vistosas, de cor alaranjada ou vermelha, com cinco pétalas. Partes utilizadas: as folhas, as flores e os frutos.
crónicas. O doutor I.eclerc. distinto médico fitoterapeuta francês, afirma que, com o uso flesta planta, a expectoração do bronquítico se fluidifica, e de mucopurulenta passa a ser simplesmente mucosa» (acção raucolítica). Também se torna útil em gripes e constipações, devido a que o seu princípio activo de acção antibiótica impregna todo o aparelho respiratório, descongestionando os brônquios e acalmando a tosse IO,01. • Infecções das vias urinárias: piclonefiite (da pelve renal e do rim), e cistite (da bexiga) (O.0I.O doutor Schneider refere experiências que mostram que, nove horas depois de se ter ingerido uma salada de chagas, ainda se detecta na urina o seu princípio activo de acção antibiótica. As chagas tèm provado ser uma das plantas antibióticas mais eficazes no tratamento das infecções dos aparelhos respiratório e urinário. Esta planta é, além disso, o componente indispensável de diversos preparados e champôs revitalízantes do cabelo.
Os antibióticos são substâncias produzidas por certos seres vivos, para destruir ou impedir o crescimento de outros seres vivos. A imensa maioria dos antibióticos que se usam em terapêutica são produzidos por fungos ou bactérias. As chagas são tona das poucas plantas superiores conhecidas, capazes de produzir uma substância natural de acção antibiótica, que apresenta, além disso, as seguintes vantagens sobre os antibióticos convencionais: •/ Não destrói a flora bacteriana que normalmente existe no tubo digestivo. Com esta planta, não aparece diarreia nem desarranjo intestinal, sintomas frequentes quando se tomam outros antibióticos por via oral. •/ Não provoca sensibilizações nem reacções alérgicas, tão frequentes com o uso de outros antibióticos. / De aplicação fácil e cómoda; Não precisa de ser injectada por meio de agulha, nem aplicada na forma de um incómodo supositório. Pode comer-se
como uma apetitosa verdura, em salada, que ainda por cima tem um agradável sabor que lembra o da mostarda. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Todas
as partes da planta contêm um glieósido sulfurado, a glicotropeolina, que, pela acção da mirosina, uma enzima contida na mesma planta e que se liberta quando esta é partida ou triturada, produz, entre outras substâncias, um óleo essencial sulfuroso de potente acção antibiótica. Depois de ter sido ingerida a planta, este óleo essencial passa para o sangue e é eliminado através das vias respiratórias e urinárias. Nestes órgãos, atinge uma maior concentração e desenvolve o seu efeito antimicrobiano, impedindo o crescimento e a multiplicação das bactérias. Isto determina que as duas indicações mais importantes para o uso das chagas sejam: • Infecções das vias respiratórias: sinusite, rinite, faringite, e especialmente bronquite, tanto agudas como
Além das suas propriedades antibióticas, a planta possui mais as seguintes: • Favorece as funções da pele, devido ao seu elevado conteúdo de enxofre. Aplicada localmente, tem um efeito cicatrizante sobre as feridas e úlceras. Regenera e devolve o aspecto saudável à pele seca; mas sobretudo estimula o bulbo piloso (a raiz do pêlo), revitalizando o cabelo e inclusivamente fazendo-o crescer. Por isso a chagueira é uma das plantas que mais se usam nos tratamentos contra a calvície. Rccomenda-se que, para que o seu efeito seja mais intenso, se rape a cabeça antes de fazer a aplicação da planta IO). • Tonificante e revigorixante: Talvez pelo seu elevado conteúdo em vitamina C (285 mg por cada 100 g de folhas frescas, enquanto, por exemplo, o limão tem 50 mg por 100 g de polpa) IO.0I. • Reguladora menstrual: Segundo Mességué, os banhos de assento com flores ou frutos da chagueira regulam e normalizam as regras {©}. • Afrodisíaca: Além do mais, parece que, com certo fundamento, se lhe atribuem efeitos afrodisíacos 10,01. Um dos seus nomes vulgares é llor-do-paraíso, e há mesmo quem lhe chame (em espanhol) "llordeamor". Tire a prova! 773
PLANTAS PARA OUTRAS DOENÇAS SUMÁRIO DO CAPÍTULO DOENÇAS E APLICAÇÕES Alcoolismo Alergias Cancro Intoxicação Mordedura de répteis Pediculose Picada de insectos Piolhos, f/irada, vir Pediculose Queimaduras Répteis, m orded u ra, ver Mordedura de répteis Tabagismo
As queimaduras, as picadas de insectos e as mordeduras de certos répteis, podem ser tratadas com plantas medicinais.
J 776 777 777 775 776 777 776 777 775 776 776
M
ULTIPLAS doenças e transtornos podem ser tratados ou aliviados com o uso das plantas medicinais. O seu número vai aumentando à medida que se investigam as propriedades das plantas conhecidas, e que se descobrem outras ainda desconhecidas. Temos seguido, nesta obra. por critérios didácticos, uma ordem anatómica para a classificação das plantas. Todavia existem doenças que não afectam um único órgão ou parte do corpo em particular, mas se repercutem sobre o conjunto do organismo. Assim acontece, por exemplo, no caso das toxicomanias, das alergias ou do cancro, que incluímos no presente capítulo. As toxicomanias constituem uma das doenças -pelos menos assim se devem considerar- mais nocivas do nosso tempo. Curiosamente, a maior parte delas são causadas por substâncias extraídas das plantas, ainda que processadas quimicamente em
774
laboratórios e estabelecimentos industriais. E interessante o facto de que a dependência dessas substâncias procedentes de plantas, como a cocaína ou a heroína, possa ser curada ou aliviada também com outras plantas. Todas aquelas que são recomendadas para o nervosismo c a ansiedade (ver pág. 1 10) são muito úteis no tratamento da toxicodependência, combinadas com outros remédios físicos e psicológicos. As toxicodependências socialmente admitidas, como o alcoolismo e o tabagismo. também beneficiam dos tratamentos fitoterápicos, mas só são realmente eficazes quando se deixe de fumar ou de beber e se adopte um estilo de vida saudável. As plantas, inclusive as medicinais-assim como os alimentos- podem causar alergias. No entanto também podem contribuir para o tratamento, e sobretudo para a prevenção das doenças alérgicas, como se expõe na página 777. O tratamento do cancro é um dos grandes reptos da medicina. \i aqui, de novo, encontramos as plantas. O Instituto Nacional do Cancro dos Kstados Unidos (ver pág. 405) vem analisando, há várias décadas, com o máximo rigor científico, todas as plantas do planeta, à procura de substâncias anticancerosas. Já foi possível identificar vários princípios activos atuicancerosos. Por outro lado, está demonstrado que o uso habitual de cenas plantas, medicinais e / o u alimentares, é capa/ de prevenir o cancro. Caro leitor, podemos assegurar que há plantas medicinais para todas as doenças, quer para curá-las quer para preveni-las ou simplesmente aliviá-las.
A SAUOÍ n u s n.Mtm NIDICINAIS 2 * Parte:
X
D e s c r i ç ã o
Uso
Doença
Planta
QUEIMADURAS
TíUA
169 Anti-inflamatória e suavizante da pele
Compressas com a infusão de flores
i\. m-nm* OUVEIBA
i ã o Suavizante, cura queimaduras M 239 e u | c e r a s da pe5e
Loção com o óleo dos frutos (azeite)
São as lesões produzidas pela acção do calor sobre os tecidos. Nas queimaduras do primeiro grau produz-se enrubescimento da pele; nas do segundo, empolas; e nas do terceiro, escaras por necrose e destruição dos tecidos. As plantas medicinais aplicam-se nas queimaduras do primeiro ou do segundo grau, para proteger a pele e favorecer a sua cicatrização. Os extractos de aloés (pág. 694) e de tepezcohuite (pág. 724) são excelentes cicatrizantes, com os quais se conseguem resultados estéticos muito satisfatórios. 0 seu uso está a ser introduzido nos serviços hospitalares de cirurgia plástica, para o tratamento de queimadu ras graves. Oliveira
INTOXICAÇÃO
Estas plantas medicinais são úteis porque provocam o vómito (acção emética), retêm as substâncias tóxicas nas suas partículas (acção absorvente) ou neutralizam os venenos (antídotos, acção antitòxica)
Ipecacuanha
Compressas com a decocçáo de folhas, pensos de folhas escaldadas
T,UflU.,.u
3,c
Cicatrizante, anti-inflamatório,
IANCHAGEM
dZO
anti -séptÍCO
ZARAGATOA
515 Protege e desinflama a pele
Cataplasmas com a maceração de sementes
RICINO
531
Loções com o óleo das sementes
«.«»,„• u» MARAV.LHA
COR Suaviza e hidrata a pele. 626 M u i t o u l l | em queimaduras
ALOÉS
694
URVJCU
700
/»...„„, „-«..
-70-3 Emoliente e cicatrizante,
u
CINOGLOSSA
703
Emoliente, cicatrizante
Óleo ou pomada elaborados com as flores
Cicatrizante, não deixa cicatri2 Muito eficaz em qualquer tipo de queimaduras
Compressas ou loções com o sumo de aloés
Cicatrizante emoliente e anti-inflamatorio
Lavagens e compressas com a infusão de folhas, cataplasmas de pó de sementes
contéma
|antoina
u,m-™«*«
71 A Modera a reacção inflamatória,
HIPERICAO
714
AÇUCENA
716 Emoliente, cicatrizante, anti-séptica
Co N SOLDA-
732
•MAIOR
A intoxicação ou envenenamento por substâncias químicas, medicamentos, plantas ou alimentos em mau estado, requer em muitos casos tratamento hospitalar. Na página 108 dão-se mais indicações.
Pág. Acção
estimu|aaepite|jzaçã0
Cicatrizante muito eficaz, rico em alantoína
Cataplasmas com folhas esmagadas, compressas com o sumo fresco Loções com o óleo de hipericão Loções com o óleo obtido por maceração das pétalas Compressas com a infusão de raiz, cataplasmas com a raiz fresca esmagada
OLIVEIRA
excepto nas intoxicações 239 Antídoto, por fósforo
VIOLETA
344
Emética (provoca o vómito). Útil em caso de intoxicação
Decocção de raiz
ASARO
432
Emético. Útil para provocar o vómito em caso de intoxicação
Infusão com as folhas ou a raiz fresca
IPECACUANHA
438
Provoca facilmente o vómito, esvazia o estômago
Pó de raiz, xarope
FAIA
502 Adsorvente, antídoto universal
SASSAFRÁS
678
Antídoto para intoxicações causadas por metais pesados e por certas plantas
Infusão da casca, essência
EOUINÀCEA
755
Antitòxica, estimula os processos de desintoxicação
Decocção de raiz, preparados farmacêuticos
CHOUPO-NEGRO
760 Adsorvente, antídoto universal
Óleo dos frutos (azeite)
O carvão da madeira
O carvão da madeira
775
C a p . 2 9 : P L A N T A S PARA OUTSAS DOENÇAS
Doença
Planta
ALCOOLISMO
PASSIFLORA
167 de abstinência
RABANETE E RÁBANO
393 desintoxicam e descongestionam o fígado
O tratamento do alcoolismo é muito longo e complexo. Estas plantas, assim como as recomendadas para o nervosismo e a ansiedade (pág. 141), podem ajudar muito a quem tenha abandonado o hábito da bebida.
CARDO-DE-
Ê o conjunto de doenças e transtornos que se produzem no fumador habitual. Estas plantas serão realmente úteis unicamente se a pessoa tiver deixado definitivamente de fumar. Para isso terá de seguir um tratamento médico e psicológico completo, como o Plano de Cinco Dias para Deixar de Fumar. Uma vez deixado o hábito de fumar, estas plantas facilitam e consolidam a r e g e n e , ração dos tecidos lesionados pela acção do tabaco.
Sedante, ajuda a suportar o síndroma
Aumentam a produção de bílis,
Regenera as células hepáticas,
Uso Infusão de flores e folhas A raiz crua em salada ou em sumo
395 desintoxica o fígado
Infusão ou decocção de frutos
UENOURA
, no Acelera a eliminação da nicotina, I J O r e g e n e r a a s mucosas respiratórias
Crua ou em sumo
ALHO
230
Desintoxicante, favorece a eliminação da mucosidade retida, tira o desejo de fumar
Cru, extractos, decocção de dentes de alho
ALCAÇUS
308
Ajuda a vencer o desejo de fumar, regenera as mucosas respiratórias depois de suprimido o tabaco
Raiz chupada, extractos
Combate os efeitos negativos do tabaco sobre as vias respiratórias depois de se ter deixado de fumar
Decocção da planta
Limpa as secreções acumuladas nos brônquios. Útil nas curas de desintoxicação do tabaco
Infusão da planta seca
-SANTA-MARtA
TABAGISMO
Pág. Acção
r
PULMONARIA
331
TUSSILAGEM
341
RABANETE E RÁBANO
393 curas de desintoxicação do tabaco
ANIS-VERDE
465
SILVA
Expectorantes, antibióticos. Úteis nas
CAI
SALVA
638
SASSAFRAS
678
TANCHAGEM
325
A raiz crua em salada ou em sumo
Actua como antídoto da nicotina e dos alcatrões do tabaco, limpa os brônquios, elimina o desejo de fumar
Infusão de frutos, essência
Diminui o desejo de fumar, cria aversão ao tabaco
Brotos tenros chupados e mastigados
Favorece a higiene bucal, acalma o ardor da garganta e a tosse
Bochechos e gargarejos com a decocção de folhas
Desintoxicante, antídoto da nicotina. Útil no tratamento da intoxicação pelo tabaco
Infusão de casca, essência
MORDEDURA DE RÉPTEIS No caso de serpentes venenosas, esta planta usa-se como complemento do tratamento de urgência, que consiste na excisão da ferida e/ou torniquete, além do soro antiofidico, no caso de se dispor dele.
PICADA DE INSECTOS Produz uma reacção inflamatória de tipo histamínico, que pode ser aliviada com as aplicações locais destas plantas. As picadas podem infectar-se secundariamente, pelo que são muito recomendáveis as plantas que, além disso, têm acção anti-séptica.
Cicatrizante, anti-inflamatória, protege contra os efeitos do veneno
n, ««Mn «LFAZfcMA
ifii loi
TANCHAGEM
325
Anti-séptica, cicatrizante, d e s i n f | a m a a s p j c a d a s de insectos Cicatrizante, anti-inflamatória, anti-séptica,
protege contra os efeitos do veneno SALSA
DOCE-AMARGA EQUINÁCEA
776
anti-séptica,
583
Alivia as picadas de insectos
728 Alivia a dor da picada 755
Desintoxica e neutraliza os venenos
As folhas esfregadas directamente sobre a pele, cataplasma com folhas fervidas e esmagadas
Lavagens e compressas com a infusão da planta As folhas esfregadas directamente sobre a pele, cataplasmas com folhas fervidas e esmagadas Cataplasmas com a planta esmagada, loções com o sumo fresco As bagas frescas esfregadas directamente sobre a pele afectada Decocção de raiz, preparados farmacêuticos, compressas ou loções com a decocção de raiz
A SAUDÍ PELAS PLANTAS MEDICINAIS 2" P a r t e :
Doença
Planta
Pág. Acção
D e s c r j ç ;i o
Uso
PEDICULOSE É uma doença parasitária produzida pelo pequeno insecto Pediculos capitis, conhecido vulgarmente como piolho. Manifesta-se por comichão e erupção cutânea Estas plantas combatem os parasitas da pele e tornam-se muito úteis como alternativa aos parasiticidas químicos.
ENULA
313 Vulnerária, destrói os parasitas da pele
Compressas com a decocção de raiz
POEJO
461 Insecticida, afugenta as traças
Fricções com a infusão ou com a essência
EVÓNIMO
707
FITOLACA
722 Elimina os fungos e parasitas da pele
ONAGRA
237
Regula a resposta imunitária, especialmente útil na alergia respiratória e cutânea (eczema, dermatite atópica)
Cápsulas ou comprimidos do óleo das sementes
ÉFEDRA
303
Broncodilatadora (recomendada nas crises asmáticas), trava as reacções alérgicas
Extractos dos caules sob a forma de diversos preparados farmacêuticos
ENULA
313 Útil nas alergias respiratórias
CAMOMILA
364 previne o seu aparecimento
FUMARIA
389
Aumenta a produção de bílis, anti-bistaminica, antialérgica, desintoxicante
Infusão, sumo da planta fresca, extracto seco
AMOR-PERFEITO-BRAVO
735
Cicatrizante, anti-inflamatório, "limpa o sangue" de toxinas. Recomendado nas alergias da pele
Loções e lavagens com a infusão da planta seca, a mesma infusão por via oral
CENOURA
133
Fornece caroteno (provitamina A), agente antioxidante que previne o desenvolvimento do cancro
A raiz crua, cozida ou em sumo
ALHO
230
Preventivo dos tumores malignos, especialmente do aparelho digestivo
Cru, extractos, decocção de folhas secas
246
Destrói as células tumorais (em estudo), estimula a imunidade celular
Infusão ou maceração de folhas secas
CEBOLA
294
Preventiva do cancro intestinal, regula a flora do intestino e trava os processos de putrefacção
Crua, em sumo fresco, cozida ou assada
COUVE
433
Preventiva do cancro, possivelmente em relação com o seu conteúdo em caroteno (provitamina A)
Sumo da planta fresca
EQUINÁCEA
755
Previne os tumores malignos, aumenta os leucócitos. Útil na radioterapia e quimioterapia
Decocção da raiz, preparados farmacêuticos
ALERGIAS O tratamento da alergia requer, em primeiro lugar, que se descubra o factor causal que a desencadeia; e, em segundo lugar, travar a reacção alérgica do organismo. O uso destas plantas, juntamente com um estilo de vida saudável, em que se siga uma alimentação o mais vegetal e crua possível (os produtos lácteos e seus derivados favorecem as reacções alérgicas), pode ser um bom complemento +*fc do tratamento dessenFumaria sibilizador especifico.
CANCRO Existem plantas que produzem substâncias antimilóticas, capazes de deter o crescimento dos tumores malignos. Por exemplo, as plantas que se usam externamente contra as verrugas (pág. 683), o visco-branco ou o tei4Êk xo (pág. 336). Contudo, ' Z ^ v k muitas destas substâncias A | / » v encontram-se ainda na fase de investigação. 0 uso habitual destas plantas exerce uma provada acção preventiva do cancro. São muito indicadas para aqueles que já tenham sofrido ou que tenham tendência para sofrer desta doença, devido a factores constitucionais ou hereditários.
r
Equinacea
VISCO-BRANCO
' n s e c ti c 'da, combate os parasitas da pele
Antiespasmódica, antialérgica.
Modera as reacções alérgicas,
Lavagens com a decocção de frutos, fricções com os frutos aplicados directamente sobre a pele
Compressas com a decocção de raiz
Decocção, pó ou extracto de raiz, essência Infusão de capítulos florais
777
GLOSSÁRIO
GLOSSÁRIO de fitoterapia e termos biomédicos usados neste livro Ver também o "índice geral alfabético" na página 794.
Absorvente: Que produz absorção, isto é, que atrai e retém líquidos, fixando-os entre as suas próprias moléculas. adsorvente: Que produz adsorção, isto é, que retém líquidos, substâncias em dissolução ou gases, de um modo que estes se fixam sobre a sua superfície.
antiespasmódico: Que impede os espasmos dos órgãos ocos, como o estômago, a vesícula biliar ou a bexiga, evitando assim as cólicas. anti-helmintico: Que destrói e expulsa os parasitas intestinais. Ver também 'vermífugo'.
adstringente: Que seca e constrmge a pele e as 'mucosas' (ver). Os produtos adstringentes por 'via oral' tèm efeito 'antidiarreico' e também costumam ser 'anti-hemorrágicos' (ver).
anti-hemorrágico: Ver 'hemostático'.
afrodisíaco: Que aumenta o desejo e a capacidade sexual. O contrário é 'anafrodisíaco' (ver). alcalinizante: Que provoca uma alcalinização dos fluidos orgânicos, especialmente do sangue e da urina. alimentar: Referente à alimentação. Não se deve confundir com 'alimentício' (ver). alimentício: Que tem alimento ou que alimenta. É sinónimo de 'nutritivo' (ver). amargos: Utiliza-se normalmente no plural quando se refere às substâncias amargas contidas nalgumas plantas, e que são em geral de natureza glicosídica {Ver "Glicósidos", pág. 85). anafrodisíaco: Que diminui o desejo e, nalguns casos, a capacidade sexual. É o oposto a 'afrodisíaco' (ver). analéptico: Que estimula a função do coração e do aparelho respiratório. Ver também 'estimulante', 'tonificante'. analgésico: Que acalma a dor. Ver também 'anestésico', 'sedante'. anestésico: Que produz insensibilidade à dor. anorexia: Falta de apetite, inapetência. _ nervosa: Doença psicossomática grave, na qual a pessoa afectada perde o apetite ao ponto de pôr em perigo a sua própria vida. Muitas vezes, quando se tala de 'anorexia*, está-se efectivamente a aludir a 'anorexia nervosa'.
anti-inflamatório: Que reduz a reacção inflamatória, caracterizada pelos quatro sinais clássicos: dor, rubor, calor e tumor. Ver também 'emoliente'. antilactagogo: Que reduz ou faz parar a secreção de leite nas mulheres lactantes. É o oposto a 'galactagogo' (ver). antimitótico: Que impede a mitose, isto é, a divisão (reprodução) das células. As plantas com propriedades antimitóticas impedem a reprodução das células cancerosas. antipirético: Ver 'febrífugo'. anti-reumático: Que tem uma acção preventiva, curativa ou paliativa sobre as doenças reumáticas. anti-séptico: Que impede o desenvolvimento ou destrói os germes (microrganismos nocivos) localizados na pele ou nas mucosas. Difere dos antibióticos na medida em que actua sobre a superfície da pele e das mucosas sem penetrar no interior dos tecidos. Ver 'microrganismo'. anti-sudorifico: Que diminui a secreção de suor. É o oposto a 'sudorífico (ver). antitérmico: Ver'febrífugo'. antitússico: Que acalma a tosse. Quando a tosse é produtiva (arrancando mucosidade ou expectoração), não se deve suprimir, por se tratar de um mecanismo defensivo. Ver também 'béquico', 'peitoral'. antivírico: Que impede o desenvolvimento dos vírus.
anprexigénio: Que produz anorexia, isto é, que acalma o apetite. É o oposto a 'aperitivo' (ver).
aperitivo: Que estimula o apetite aumentando a actividade dos órgãos digetivos. O contrário é 'anorexigénio' (ver).
ansiolitico: Que acalma a ansiedade. Para combater a ansiedade usam-se os 'sedativos' (ver).
aplicação local: Diz-se dos tratamentos em 'uso externo' (ver) que abrangem unicamente uma zona restrita da pele, por oposição a uma aplicação geral.
antianémico: Produto ou substância que combate a anemia aumentando a produção de hematias (glóbulos vermelhos), pelo seu conteúdo em ferro, assim como outros sais minerais, oligoelementos e vitaminas. Ver também 'remineralizante'. antiasmático: Que combate a asma. Ver também 'broncodilatador', 'peitoral'. antibiótico: Substância microbicida, isto é, que destrói os micróbios, a qual é produzida por outros seres vivos, geralmente vegetais inferiores (bactérias ou fungos). Ver também a página 87. antidiabético: Ver 'hipoglicemiante'. antidiarreico: Que detém as diarreias. É o oposto a laxante' (ver). antiemético: Que detém os vómitos. É o oposto a 'emético' (ver). antiescorbútico: Que combate o escorbuto' (ver) pelo seu conteúdo em vitaminas, especialmente a C.
778
apresentação: Nalguns casos, utiliza-se como sinónimo de 'preparado' (ver). aromaterapia: Tratamento das doenças por meio de essências (óleos essenciais). Ver também as páginas 94-97. aromático: Que contém óleos essenciais (essências) de grande intensidade odorifica. Os componentes aromáticos das plantas costumam ser 'tonificantes', e também costumam apresentar propriedades 'digestivas' (ver). Ver também 'aromaterapia'. artificial: Que não provêm directamente da natureza e, portanto, foi elaborado pelo homem por análise ou síntese de produtos naturais na sua origem. Ver 'natural', 'sintético'. astenia: Falta ou perda da força e da energia. primaveril: Aquela que costuma aparecer durante esta estacão do ano.
A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS G l o s s á r i o
Balsâmico: Que contém substâncias como resinas, essências e óleos de acção suavizante sobre o aparelho respiratório e sobre a pele. Ver também 'emoliente', 'peitoral'. béquico: Que acalma a tosse devida a ardor ou irritação da garganta. Ver também 'antitússico'. broncodilatador: Que dilata e relaxa os brônquios. Ver também 'antiasmático', 'peitoral'. C a l i c i d a : Que, em 'aplicação local' (ver), permite ou facilita a eliminação dos calos e calosidades da pele. calmante: Ver 'sedativo'. capilar, protector-. Que fortalece e regenera as células que formam os vasos capilares, pelos quais circula o sangue no seio dos tecidos. Ver também 'hemostático'. cardiotónico: Que aumenta a força de contracção do coração e melhora o seu rendimento. carminativo: Que favorece a expulsão dos gases produzidos pelas fermentações intestinais. As plantas carminativas são geralmente ricas em 'essências aromáticas'. cicatrizante: Que estimula a cura das chagas ou feridas até ter ficado restabelecida a continuidade da pele. Ver também 'vulnerário'. colagogo: Que facilita o esvaziamento, para o duodeno, da bílis contida na vesícula biliar. Ver também 'colerético'. colerético: Que aumenta a quantidade de bílis segregada pelo fígado, com o que facilita a digestão das gorduras. Ver também 'colagogo', 'hepático'. Defesas: Termo que é costume utilizar-se no plural para referir o sistema imunitário do corpo humano. Ver 'imunoestimulante'. demulcente: Ver'emoliente'. depurativo: Que favorece a eliminação das substâncias tóxicas que circulam pelo sangue, quer sejam de origem externa (contaminação química) quer produzidas pelo próprio organismo, como os resíduos do metabolismo das proteínas (por exemplo, ácido úrico e ureia). A eliminação destas toxinas faz-se através da urina, do suor e do fígado. Ós produtos depurativos são geralmente 'diuréticos' e 'sudoríficos' (ver). desinfectante: Ver 'anti-séptico'. digestivo: Que favorece a digestão e desinflama as mucosas digestivas. Ver também 'tónico estomacal'. diurético: Que faz aumentar a produção e o volume de urina produzida nos rins. Os produtos diuréticos costumam ser ao mesmo tempo 'depurativos' (ver). doses homeopáticas: São doses que não nos é possível avaiiar por qualquer dos sistemas de medição de que actualmente dispomos, dado que a substância activa se encontra diluída em quantidades infinitesimais. Nesta obra não se recomenda nenhum produto em doses homeopáticas, já que não está provado cientificamente que tais diluições possam desenvolver acções terapêuticas. Ver também 'homeopatia'. drástico: Diz-se do 'purgante' (ver) que provoca fortes contracções intestinais, com a correspondente grande eliminação de fezes. droga: Em muitas obras médicas, continua a utilizar-se este termo no sentido tradicional e genérico de 'medicamento' ou 'princípio activo' (ver). No nosso livro, a fim de evitar confusões com as drogas 'estupefacientes' e 'narcóticas' fverj, a que habitualmente se chama simplesmente 'drogas', preferimos prescindir deste termo no seu sentido genérico. Efeito secundário: Na aplicação de um 'medicamento' fverj ou tratamento, é o efeito que se produz ao mesmo tempo que o efeito
principal. Pode ser positivo mas é, na maioria dos casos, indesejável. indesejável: Que se torna inconveniente ou nocivo ao doente, e que deve ser ponderado pelo médico, a fim de evitar que o tratamento cure uma doença ou achaque, mas acabe por ser iatrogénico, isto é, que provoque ou agrave outra. emenagogo^Que provoca ou facilita o aparecimento das regras ou menstruação. As substâncias emenagogas tèm, geralmente, uma função reguladora e normalizadora sobre a menstruação. emético: Que provoca o vómito com uma finalidade terapêutica (curativa). É o contrário de 'antiemético' íverj. emoliente: Que exerce um efeito suavizante e 'calmante' (ver) sobre a pele e as mucosas inflamadas. Ver também 'anti-inflamatòrio'. escorbuto: Doença produzida pela falta de vitamina C. 0 escorbuto era a doença típica dos marinheiros de outras épocas, cuja dieta era deficiente pelo escasso ou nenhum consumo de fruta e verdura. O escorbuto maniíesta-se principalmente com anemia, cansaço, endurecimento dos músculos das pernas e hemorragias das gengivas. espasmolítico: Ver 'antiespasmódico'. esternutatório: Que provoca o espirro, com o fim de aliviar a congestão nasal. estimulante Que activa ou melhora as funções, especialmente as do sistema nervoso. Ainda que o termo por vezes se utilize como sinónimo de 'excitante', o seu sentido mais comum é o de 'tonificante' (ver). estomacal - . Referente ao estômago. Usa-se às vezes no sentido de 'digestivo' (ver). estupefaciente: Que produz um estado de estupor (indiferença) por alteração das faculdades mentais. Ver também 'narcótico', 'soporifero'. eupéptico: Ver 'digestivo'. excitante: Que estimula ou aumenta a actividade do sistema nervoso, geralmente sem fornecer nenhuma substância nutritiva. 0 uso continuado de plantas ou outros produtos excitantes produz esgotamento. Ao contrário, as substâncias que têm a propriedade 'tonificante* íverj produzem um estímulo mais suave, porém isento de efeitos indesejáveis. Ver também 'estimulante'. expectorante: Que facilita a expulsão das secreções de mucosidade da traqueia e dos brônquios. Actua diminuindo a viscosidade do muco que, tornando-se mais fluido, se elimina com maior facilidade. Deste modo, os expectorantes limpam os brônquios e acalmam a tosse. Ver também 'mucolrtico'. externo, uso: Ver 'uso externo'. Farmacêutico: Relativo à 'farmácia' ou à 'farmacopeia'. Diz-se vulgarmente de quem trabalha num estabelecimento de 'farmácia'. Também se usa como sinónimo de farmacológico' (ver). Ver também 'oficinal'. farmácia: Ciência que ensina a preparar e combinar produtos naturais ou artificiais com o fim de curar, aliviar ou prevenir as doenças. Ver 'natural', 'artificial'. estabelecimento de _: Ou, abreviada e vulgarmente, farmácia: Estabelecimento onde se vendem produtos 'farmacêuticos' (ver). fármaco: (do grego pharmakon, através do latim, pharmacum, medicamento). Nesta obra, aplica-se a qualquer "medicamento' elaborado por meio de 'síntese química' fverj, e que por isso costuma ser constituído por relativamente poucos componentes e em quantidades perfeitamente conhecidas. Ver também 'fitoterapia'. farmacologia: Ciência que estuda os 'fármacos' (ver) e as suas acções sobre o organismo.
779
farmacopeia: Repertório de 'medicamentos' (ver) que se aceitam como eficazes para a sua prescrição e uso. febrífugo: Que produz uma descida da temperatura corporal. fitoterapia: (do grego phyton, planta, vegetal, e therapeutikos, tratamento). Tratamento das doenças por meio das plantas medicinais. Os medicamentos fitoterápicos ou fitoterapêuticos elaboram-se com partes, extractos ou misturas de uma ou várias plantas, pelo que, do ponto de vista químico, são geralmente muito complexos. Ver também 'farmacologia', 'homeopatia', 'medicamento'. fluidificante: Que torna um liquido mais fluido. _ sanguíneo: aquele que diminui a viscosidade do sangue, melhorando deste modo a circulação. Galactagogo: .Que favorece a secreção de leite nas mulheres que amamentam. É o oposto a 'antilactagogo' (ver). galénica: Diz-se das preparações farmacêuticas que contêm um ou vários compostos orgânicos, geralmente de origem vegetal, em oposição às preparações de substâncias químicas puras. germe: Na linguagem biomédica, é qualquer 'microrganismo' (ver), causador de doença. Hematúria: Presença de sangue na urina. hemolítico: Que provoca hemólise, isto é, destruição das hematias (glóbulos vermelhos do sangue). hemorroidal: Que favorece a cura das hemorróidas. Ver também 'venotónico'. hemostático: Que faz parar as hemorragias. Ver também 'capilar, protector'. hepático: Que favorece o bom funcionamento do fígado. Ver também 'colagogo', 'colerético'. hipercolesterolemia: excesso de colesterol no sangue. hipertensor: Que eleva a pressão arterial. É o contrário de 'hipotensor' (ver). hipnótico: Embora em medicina seja sinónimo de 'soporífero' (verj, não empregamos este termo, para evitar a sua possível confusão com a hipnose psicológica (ou melhor, parapsicológica) induzida por sugestão, ou inclusivamente auto-sugestão, já que a consideramos contraproducente em todas as suas formas.
Imunoestimulante: Que estimula o sistema imunitário para a produção de células defensoras (imunidade celular) e de anticorpos (imunidade humoral). Assim se aumentam as defesas contra as infecções. Ver 'defesas'. insecticida: Que destrói os insectos em geral. Ver também 'parasiticida'. insulina: Hormona produzida pelo pâncreas, a qual é indispensável para a metabolização da glicose (açúcar). Quando, por um mau funcionamento pancreático, a sua produção é nula ou insuficiente, aumenta o índice de glicose no sangue Chipergiicemiá, ver). Os diabéticos, isto é, as pessoas cujo pâncreas não produz suficiente insulina, devem vigiar rigorosamente a sua dieta e, em muitos casos, têm de injectar em si mesmos insulina. Não confundir com 'inulina' (ver). interno, uso: Ver 'uso interno'. inulina: 'Hidrato de carbono' (ver) que existe no rizoma de diversas plantas, e que é de fácil metabolização, pelo que se recomenda aos diabéticos. Ver a página 80. Laxante: Que facilita a evacuação das fezes. É o oposto a 'antidiarreico' fverj. Ver também 'purgante'. lipido: Gordura. Ver a página 80. local, aplicação: Ver 'aplicação local'. Medicamento: Qualquer produto mineral, vegetal ou animal, que cura, previne ou alivia as doenças. Ver também 'fármaco', 'fitoterapia', 'droga'. microrganismo: Micróbio. Ser vivo, geralmente unicelular, que apenas se consegue Ver com a ajuda de um microscópio. 0 termo aplica se sobretudo aos micróbios nocivos. Ver também 'germe'. mineralizante: Ver 'remineralizante'. mucolitico: Que dissolve ou desfaz o muco, tornando-o mais fluido e portanto mais fácil de expulsar. Ver também 'expectorante'. mucosa: Membrana celular que reveste estruturas tubulares e órgãos ocos, como por exemplo o estômago ou a boca. Narcótico: Que provoca um sono pesado (narcose), distinto do sono natural. Em pequenas doses, as substâncias narcóticas costumam ser 'estupefacientes' (ver). Ver também 'soporífero'.
hipoglicemiante: Que diminui a concentração de glicose no sangue. As plantas hipoglicemiantes usam-se no tratamento da diabetes e permitem, sob a vigilância do médico, uma redução na dose de fármacos antidiabéticos orais ou de 'insulina' (ver).
natural: Aquilo que a natureza produz, em contraposição ao 'artificial' ou 'sintético' (ver). Assinafe-se que nem tudo o que é natural é saudável, do mesmo modo que nem tudo o que é artificial ou sintético se deve, por esse facto, rejeitar.
hipolipemiante: Que faz descer o nível de lipidos (gorduras) no sangue, especialmente do colesterol e dos triglicéridos.
nutritivo: Que nutre, ou seja, que oferece de modo abundante nutrientes, isto é: hidratos de carbono, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais. Ver também 'alimentar', 'antianémico', 'remineralizante', 'antiescorbútico'.
hipotensor: Que provoca uma descida da pressão arterial. É o oposto a 'hipertensor' (ver). homeopatia: (do grego homoio, semelhante, parecido, e patho_, padecimento, doença). Classicamente, e segundo o próprio dicionário da Academia (de Madrid), é o «sistema curativo que aplica às doenças, em doses mínimas [inclusive infinitesimais e inapreciáveis], as mesmas substâncias que, em maiores quantidades, produziriam no homem saudável sintomas iguais ou parecidos com aqueles que se pretende combater». Alguns dos preparados homeopáticos utilizam produtos vegetais, mas, ao contrário dos restantes medicamentos -tanto farmacológicos como fitoterapêuticos-, segundo os homeopatas, quando a dose diminui, a acção terapêutica aumenta, graças ao processo da dinamização. Desde há muito tempo que tem vindo a ser investigada a validade da teoria da dinamização, mas nunca pôde ser provada cientificamente. Ver também 'doses homeopáticas', 'fitoterapia', 'medicamento'.
780
Ocitócico: Que provoca contracções no útero de modo semelhante ã acção da ocitocina (hormona hipofisária que desencadeia o parto). Oficinal: Denominação tradicional de tudo aquilo que se prepara ou elabora nas oficinas de farmácia, ou boticas, como antigamente se chamaram os estabelecimentos que hoje designamos simplesmente por 'farmácias' (ver). Muitas das espécies vegetais são qualificadas como oficinais (officinalis), porque noutros tempos se usavam nas farmácias para a elaboração de medicamentos, para as distinguir de outras espécies a que se davam outros usos (culinários, industriais). Ver também 'farmacêutico', 'farmacológico', 'galénico'. oftálmico: Que tem utilidade no tratamento das afecções dos olhos. oral, via: Ver Via oral'.
A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS G l o s s á r i o
Parasiticida: Que destrói os Insectos parasitas que afectam a pele e o couro cabeludo. Ver também Insecticida',
soporífero: Que induz um sono natural ou semelhante a ele. Não confundir com 'narcótico' nem com 'estupefaciente' (ver).
peitoral: Que actua favoravelmente sobre as afecções do aparelho respiratório. Ver também 'antitússico', 'béquico', 'broncodilatador', 'balsâmico', 'expectorante',
sudorífico: Que estimula a sudação. É o contrário de 'anti-sudorífico' (ver).
preparado / preparação: Todo o produto que sofreu um processo com o fim de potenciar as suas propriedades terapêuticas ou facilitar a sua conservação e uso. Ver 'medicamento', 'fármaco'.
Tónico estomacal: Que aumenta a secreção de sucos digestivos no estômago e favorece o esvaziamento deste órgão. Ver também 'digestivo'.
farmacêutico ou farmacológico: Aquele que é feito num estabelecimento de 'farmácia1 (ver).
tonificante: Que fortalece e incrementa as funções do organismo, especialmente do sistema nervoso. Ao contrário dos "excitantes" (ver), os tonificantes não esgotam nem sobrecarregam o sistema nervoso, antes o fortalecem,
fitoterápico: 0 que é feito com produtos vegetais. Ver 'fitoterapia'. homeopático: Ver'homeopatia', princípio activo: Componente de uma planta que tem acção curativa ou nutritiva, ao contrário dos componentes inertes, isto é, que não têm efeitos sobre o organismo. purgante: Que provoca uma evacuação diarreica. Os purgantes tem uma acção 'laxante' (ver) muito intensa, geralmente acompanhada de irritação do intestino. _ drástico: Ver 'drástico'. Quimioterapia: Tratamento das doenças com produtos de 'síntese química' íveri. Normalmente refere-se aos fármacos empregados no tratamento do cancro. Ver também 'fármaco'. Kecidiva: Repetição duma doença pouco depois Ja conva(escenca. recidivante: Que provoca ou se manifesta com 'recidivas' (ver). refrescante: Que acalma a sede e faz descer a temperatura corporal. Ver fambém 'febrífugo'.
tórpido: Diz-se de um processo que nâo actua com o vigor e a facilidade normais. Aplíca-se frequentemente às feridas ou úlceras de cicatrização lenta ou difícil. tóxico: Que intoxica, isto é, que envenena. É costume usar este termo para qualificar os produtos venenosos, mas não necessariamente mortais. Ver também 'venenoso'. Uricosúrico: Que favorece a eliminação, pela urina, do ácido úrico do sangue, causador da gota. uso externo: Aquele que se faz de todo o produto ou tratamento que se aplica no exterior do organismo, sem necessidade de ser absorvido e passar para o sangue. Os gargarejos, bochechos, e inclusivamente os enemas íclisteres) e irrigações vaginais, consideram-se tratamentos externos, pois actuam de formal local. O termo 'uso externo' utiliza-se por oposição a "uso interno' (ver). Ver também 'aplicação local*. uso interno: Aquele que se faz de todo o produto que penetra no interior do organismo e é geralmente absorvido, passando para o sangue. Nesta obra, é sinónimo da ingestão por 'via oral' (ver).
remédio: Para evitar confusões, evitámos o emprego deste termo no sentido de 'medicamento' (ver). remineralizante: Que fornece sais minerais e oligoelementos, com o fim de restaurar o equilíbrio mineral do organismo. Vef tdmbém 'antianémico', 'nutritivo'.
Vasoconstritor: Que provoca uma contracção no calibre dos vasos sanguíneos, especialmente das artérias; isto é, que tem efeito contrário ao dos 'vasodilatadores' (verj. Ver também 'anti-hemorrágíco'.
resolutivo: Que provoca a resolução, isto é, o desaparecimento dos inchaços nos tecidos inflamados, causado por hematomas, abcessos ou infecções. Ver também anti-inflamatório', 'vulnerário'.
vasodilatador: Que dilata os vasos sanguíneos, especialmente .as artérias, permitindo assim uma maior passagem de sangue. É o contrário de Vasoconstritor' (ver).
revulsivo: Que, aplicado sobre a pele, causa uma irritação local e um enrubescimento que atrai o sangue dos órgãos internos congestionados, para a pele. Ver também Yubefaciente'. rubefaciente: Que produz irritação e enrubescimento da pele. Esta propriedade está ligada à Yevulsiva' íveri. Secundário, efeito: Ver 'efeito secundário'. se d ante: Que acalma a excitação do sistema nervoso. É o oposto a 'excitante' (ver). Ver também 'analgésico'. sedativo: Ver 'sedante'. síntese química: Processo de união de diversos produtos químicos puros no laboratório, para formar um composto. Ver 'sintético', 'fármaco',
vasoprotector: Ver 'protector capilar'. venenoso: Que inclui veneno, ou seja, substâncias nocivas ã saúde, que provocam transtornos, inclusive a morte, dependendo em muitos casos da dose. Ver também 'tóxico'. venotònico: Que favorece a circulação sanguínea no sistema venoso, tonificando a parede das veias. As plantas venotónicas usam-se no tratamento das afecções venosas e das hemorróidas. vermífugo: Que provoca a expulsão dos vermes que parasitam o intestino. Ver também 'anti-helmintico'. via oral: Diz-se daquilo que se ingere pela boca e atinge o aparelho digestivo. vomitivo: Ver'emético'.
sintético: Elaborado por meio de 'síntese química' íverj. É costume usar-se este termo como sinónimo de artificial, por oposição a 'natural' (ver).
vulnerário: Que favorece a cicatrização das feridas e a cura das contusões. Ver também 'cicatrizante'. 761
IRIDADES DE MEDIDA
V
UNIDADES DE MEDIDA Ver também "Doseamento das tisanas" na página 58. c . c : Actualmente, os 'centímetros cúbicos' não se usam como medida de volume de líquidos. Um 'centímetro cúbico1 equivale exactamente a um miJilitro (ml). cl: Símbolo de 'centilitro', centésima parte do litro: 11 = 100 cl. cm: Símbolo de 'centímetro', centésima parte do metro; 1 m = 100 cm. dl: Símbolo de 'decilitro', décima parte do litro: 11 = 10 dl. g: Símbolo de 'grama', unidade de peso no sistema métrico decimal, equivalente à milésima parte do quilograma: 1 g = 0,001 kg. kg: Símbolo de 'quilograma', abreviamente 'quilo'. 1 kg = 1000 g, I: Símbolo de litro', unidade de medida dos líquidos no sistema métrico decimal: 11 = 1 dm3 = 1000 cm3 ou c.c. - 1000 ml. m: Símbolo de 'metro', unidade padrão do Sistema Métrico Decimal, aceite hoje universalmente: 1 m = 10 dm = 100 cm = 1000 mm. mçg: Nalguns impressos utiliza-se como símbolo de 'mícrograma'. É preferível usar o símbolo internacional ug. U.I.: Abreviatura de 'unidades internacionais', que era a unidade de medida que se utilizava quando não se podia medir com exactidão o peso de algumas vitaminas. Era uma medida dos "efeitos biológicos" de uma substância sobre os seres vivos. Hoje, que já dispomos de sistemas de medição mais exactos, usam-se os microgramas (ug). No caso da vitamina A: 1 |jg = 3,33 U.l. mg: Símbolo de 'miligrama', milésima parte do grama: 1 g = 1000 mg. ml: Símbolo de 'mililitro', que é a milésima parte do litro: 11 = 1000 ml {1 ml = 1 c.c./cm3). u: Símbolo de 'micro' ou 'mícron', milionésima parte do metro: 1 m - 1 000 000 JJ; 1 mm = 1000 \i. ug.: Símbolo do 'micrograma' ou milionésima parte do grama: 1 g = 1 000 000 ug. Temperatura: Neste livro, para a medição da temperatura, usa-se a escala chamada de Celsius, centesimal ou centígrada. Nalguns países e publicações em língua inglesa, continua a usar-se a escala de Fahrenheit, na qual 0&C correspondem a 32°F e 100°Ca212T. Na medição da temperatura corporal normaJ ou de febre, as principais equivalências são: 36°C = 96,8°F; 37°C = 98.6T; 38°C = 100.4T; 39°C = 102,2'F.
782
A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS P r o c e d ê n c i a
d a s
i l u s t r a ç õ e s
PROCEDÊNCIA DAS ILUSTRAÇÕES Todas as fotografias, salvo aquelas que seguidamente se especificam por páginas, foram executadas por: LUDWIG WERNER, ANDRÈS TEJEL, JORGE D. PAMPLONA ROGER,
GUNTHER KLENK. Embaixada do Chile em Espanha: págs. 391. 587; Andrès Hernández: pág. 504; Pacifico Marchán: pág. 489; Edouard Naenny: págs. 189, 383; Gabinete de Turismo da Áustria: págs. 20-21; Gabinete de Turismo da Holanda: págs. 47, 218; Gabinete de Turismo da Suiça: págs. 114, 287, 329, 437; Gabinete de Turismo de Tunes: pág. 718; Jonatán Tejel: pág. 24; José M. Wemdl: pág. 743. Sobrecapa: Foto Index (fotografia do fundo). Ludwig Werner (retratos). Os desenhos botânicos foram executados por Ángel S. Chicharro e, como todos os restantes que aparecem nesta obra, são propriedade da Editorial Safeliz S.L
783
IIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRAFIA ARCTECHE GARCIA, A., Fitoterapia. Vademecum de prescnpción, com a colaboração da Associação Espanhola de Médicos Naturistas e do Colégio Oficial de Farmacêuticos de Biscaia, CITA, Publicações e Documentação, Bilbau, 1992. CARRILLON, ALAIN, Pour um bon usage des plantas [Para um bom uso das plantas], Éditons Vie et Santé, Dammarie-les-Lys (Franca), 1987. DUKE, JAMES, CRC Handbook of Medicinal Herbs [Manual de plantas medicinais CRC], Ministério da Agricultura dos E.U.A., CRC Press, Boca Ratón, (Florida), 1986 DURAFFOURO, C. e outros, Cuadernos de fitoterapia clínica, Editorial Masson, Barcelona, 1986. FARNSWORTH, NORMAN E OUTROS, Place des plantes médicinales dans la thêrapeutique [Lugar das plantas medicinais na terapêutica], Boletim da Organização Mundial de Saúde (OMS), 64: 159-175, 1986. FERNANDEZ, M. E NIETO, A., Plantas médicinales, Conselho Geral dos Colégios Oficiais de Farmacêuticos, Edições da Universidade de Navarra, Pamplona, 1982. FONTQUER, P., Plantas médicinales, el Dioscórides renovado, Editorial Labor, Barcelona, 1985. KINGHORN, DOUGLAS E BALANDRÍN, MANUEL, Human Medicinal Agents from Plants [Agentes medicinais humanos a partir das plantas], ACS Symposium Series 534, American Chemical Society, Washington DC, 1993. LECLERC, H., Précis de phytothérapie [Tratado de fitoterapia], Editorial Masson, 1983. LUST, JOHN B., The Herb Book [O livro das plantas], Bantam Books, Toronto, 1987. MESSÉGUÉ, MAURICE, MJ herbario de salud, Plaza & Janés Editores, Barcelona, 1985. MOWREY, DANIEL B., The Scientific Vaiidation of Herbal Medicine [A validação científica da medicina pelas plantas], Keats Publishing, NewCanaan (Connecticut), 1986. ODY, PENÉLOPE, Las plantas médicinales, Editorial Raíces, 1993 [Titulo original: The Herb Society's Complete Medicinal Herbal, Dorling Kindersley Limited, Londres]. OMS, Plantas y salud para todos: progreso cientifico, Primeiro Simpósio da OMS sobre Plantas e Saúde, Kobe (Japão), 1991. POLUNIN, OLEG, Guia de campo de las flores de Europa, Edições Omega, Barcelona, 1977. SAN MARTIN CASAMAOA, R., Tratado de Farmacognosia, Editorial Científico-Médica, Barcelona, 1977. SCHNEIDER, ERNST, Nutze die heil-kràftigen Pflanzen [A saúde pelas plantas medicinais], Saatkorn-Verlag, Hamburgo, 1986. STRASBURGER, EDUARD, Tratado de botânica, Edições Omega, Barcelona, 1988. VALNET, JEAN (entrevista), Un phytothérapeute est d'abord un médecin [Um fitoterapeuta é antes de tudo um médico], Vie et Santé, Outubro de 1992.
784
A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS B i b l i o g r a f i a
OBRAS CONSULTADAS PARA A TRADUÇÃO PORTUGUESA
CÉU COUTINHO, A., Dicionário Enciclopédico de Medicina (baseado no Black's Medicai Dictionary, de William A. R. Thomson.), Argo Editora, Lisboa, 1979. GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA, Editorial Enciclopédia, Limitada, Lisboa e Rio de Janeiro.
LEIBOLD, G.( Guia das Plantas Medicinais, Editorial Presença, Lisboa, 1993 (Titulo original: Heilpflanzen, HumboldtTaschenbuchverlg Jacobi KG, Munique]. LVON DE CASTRO, 1, Medicina Vegetal, Publicações Europa-América, Lisboa, 1981. OLIVEIRA FEIJÃO, R., Elucidário Fitotogico, Plantas vulgares de Portugal continental, insular e ultramarino, Edição do Instituto Botânico de Lisboa, 1960-1963. PEREIRA COUTINHO, A. XAVIER, Flora de Portugal (Plantas vasculares}, sob os auspícios do Instituto para a Alta Cultura, Ministério da Educação Nacional, Edição Bertrand (Irmãos), Lda., Lisboa 1939. RAIMUNDO, A. E CADETE, A., Manual ilustrado de espécies da flora portuguesa, Estação Nacional de Melhoramento de Plantas, Edição da Direcção Geral de Planeamento e Agricultura, Lisboa, 1991. SÃNCHEZ-MONGE, E. E PARELLADA, Diccionario de plantas agrícolas, Serviço de Publicações Agrárias do Ministério da Agricultura, Madrid, 1981. SELECÇÕES OO READER'S DIGEST, Segredos e virtudes das plantas medicinais, Lisboa, 1983.
7*5
ÍNDICE DE NOUES C I E N T Í F I C O S
ÍNDICES ALFABÉTICOS índices de nomes das plantas índice de nomes científicos índice de nomes vulgares
índice geral alfabético
784 786
792
No princípio de cada um dos dois volumes deste livro figura um índice de doenças (págs. 8 e 408) e um índice de plantas (págs. 12 e 412).
ÍNDICE DE NOMES CIENTÍFICOS Abies alba. 290 — balsamea, 291 — canadensis, 291 — pectinata, 290 Acácia arábica, 469 — nilotica, 469 Achillea millefolium, 691 Aconitum ferox, 148 — napellus, 148 Acorus calamus, 424 Adiantum capillus-veneris, 292 Adónis vernalis, 215 Aesculus hippocastanum, 251 Agave americana, 558 Agrímonia eupatoría, 205 Agropyrum repens, 559 Alchemilla vulgaris, 622 Alliaria officinalis, 560
Allium cepa, 294 — salivum, 230 — ursinum, 233 Alaus glufaosa, 487 — rubra, 488 Aloé barbadensis, 694 — ferox, 694 — vera, 694 Aloysia citriodora, 459 Althaea officinalis, 190 Ammi majus, 561 — visnaga, 561 Arianas sativus, 425 Anchusa azurea, 696 — officinalis, 696 Anemone hepática, 383 — pulsatilla, 623 Anethum graveolens, 349 — sowa, 349 Angélica archangelica, 426 Armoria cherirnola, 489 — muricata, 489
786
Antennaria dioica, 297 Anthemis nobilis, 350 Anthyllis vulneraria, 661 Apium crispum, 583 — graveolens, 562 — nodiflorum, 271 — petroselinum, 583 Arbutus unedo, 563 — uva-ursi, 564 Arctium lappa, 697 — minus, 697 Arctostaphylos uva-ursi, 564 Arenaria rubra, 596 Argemone mexicana, 445 Aristolochia clematitis. 699 Armoracia rusticana, 394 Arnica montana, 662 Artemisia abrotanum, 429 — absinthium, 428
— cina, 431 — dracunculus. 430 — dracunluoides, 624 — marítima, 431 — mexicana, 431 — vulgaris. 624 Arundo donax, 566 Asarum canadense, 432 — europaeum, 432 Asclepias curassavica, 298 — incarnata, 298 — speciosa, 298 — syriaca. 298 — tuberosa. 298 Asparagus officinalis, 649 Asperula odorata, 351 Athyrium filix-femina, 500 Atropa belladonna, 352 Avena sativa, 150 Darosma betulina, 567
— cienutela, 567 — serratífolia, 567
Bellis perennis, 744 Berberis vulgaris, 384 Bettonica officinalis. 730 Betula alba, 568 — pêndula, 568 — verrucosa, 568 Bixa orellana, 700 Borago officinalis, 746 Brassica arvensis, 664 — juncea, 663 — kaber, 664 — nigra, 663 — oleracea, 433 Bryonia alba, 490 — dioica. 490 Buxus sempervirens. 748 Oactus ficus-indica, 718 — grandiflorus, 216 Calendula officinalis, 626
Callicocca ipecacuanha, 438 Calluna vulgaris, 570 Caltha palustris, 665 Calystegia sepium, 491 Camellia sinensis, 185 Cannabis saliva, 152 Capsella bursa-pastoris, 628 Capsicum annuum, 354 — frutescens, 354 Carduus marianus, 395 Carex arenaria, 559 Cancã papaya, 435 Carlma acanthifolia, 750 — acaulis, 749 — cynara, 750 Carthamus tmctonus, 751 Carum carvi, 355 Caryophyllus aromaticus, 192 Cássia acutifolia, 493 — angusWolia, 492 — fistula, 494
— marylandica, 493 — obovata, 493 — occidentalis, 630 — senna, 493 Castanea safiva, 495 — vesca, 495 — vulgaris, 495 Ceanothus ameiicanus, 191 Centáurea áspera, 437 — benedicta, 444
— cyanus, 131 — scabiosa, 436 Centaurium erithraea, 436 — umbellatum, 436 Cephaelis ipecacuanha, 438 Cerasus gondouini, 587 Ceratonia siliqua, 497 Cereis grandiflorus, 216 Ceterach officinarum, 299 Cetraria islandica, 300 Chelidonium majus, 701 Chenopodium ambrosioides,
439, 702 — antfielmínticum, 439 — bonus-Henricus, 702 Chionanthus virginica, 669 Chondrus crispus, 301 Chrysophyllum caimito, 302 Cichorium endívia, 441 — intybus, 440 Cicuta major, 155 — officinalis, 155 — virosa, 155 Cinchona calisaya, 753 — officinalis, 752 — succirubra, 753 Cinnamomum aromaticum, 443 — camphora, 217 — cássia, 443 — zeytenicum, 442 Citrus aurantifolia, 267
— aurantium, 153 — decumanus. 267
— limon, 265 — limonum, 265 — máxima, 267 — medica, 265. 267 — sinensis, 153 — vulgaris, 153 Cnicus benedictus, 444 Cocculus palmatus, 446 Cochleana armoracia, 394 — officinalis, 356 Coffea arábica, 178 Colchicum autumnale, 666 Columbus coculus, 446 Colutea arborescens, 498 Conium maculafum, 155 Convallaria majalis, 218 Convolvulus arvensis, 491 — floridus. 491 — jalapa. 499 — purga, 499 — scoparius. 491 — sepium, 491 Copaifera officinalis, 571 Coriandrum sativum, 447 Corylus avellana, 253 Costus spicatus, 566 Crataegus monogyna. 219. 220 — oxyacanlha, 220 Crocus sativus, 448 Cucurbita ficifolia, 606 — máxima, 605 — melopepo, 605 — ovifera, 605 — pepo, 605 — verrucosa, 605 Cuminum cyminum, 449 Cupressus sempervirens, 255 Curcuma longa. 450
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S í n d i c e s
— pierreana, 450 — purpurascens, 450 — xantorrhiza, 450 Cuscuta epithymum, 386 Cynara scolymus. 387 Cynodon dactylon, 559 Cynoglossum officinale, 703 Cytisus scoparius. 225 Datura stramonium, 157 Daucus carota, 133 Dictamnus albus, 358 — fraxinella, 358 Digitalis gandiflora, 222 — lanata. 222
— lutea, 222 — purpúrea, 221 Dipçacuç fullonum, 572 — sativus, 572 Drosera rotundiíolia, 754 Dryas octopetala, 451 Dryopteris filix-mas. 500
tchinacea angustifolia, 755 — pallida, 755 — porpurea, 757 Eleutherococcus senticosus,
609 Ephedra distacfiya, 303 Epilobium alsinifolium, 501 — angustifolium, 501 — hirsutum, 501 Equisetum arvense, 704 Erigeron canadensis, 268 Erodium cicutarium, 631 — moschatum, 631 Eryngium campestre, 573 — rnaritimum, 574 Erytliroxylon coca, 180 Eucalyptus globulus, 304 Eugenia caryophyllata, 192
- f l o r i d a , 317 Eupatorium ayapana, 388 — cannabinum, 388 — collinum, 388 — perfoliatum, 388 — purpureum, 388 — staechadosmum, 388 — triplinerve, 388 Euphrasia officinalis, 136 Evonymus europaeus, 707 Exogonium purga, 499 ragus castanea, 495 — silvatica, 502 Ferula assafoetida, 359 FÍCJS carica. 708
Filipendula ulmaria, 667 Foemculum foeniculum, 360 — officinale. 360 — vulgare, 360 Fragaria vesca, 575 Fraxinus excelsior, 669 — ornus, 669 — oxycarpa, 669 — rotundifolia, 669 Fucusvesiculosus, 650 Fumaria officinalis, 389 Caalega officinalis, 632 Galeopsis dúbia, 306
— tetrahit. 306 Galium aparme, 361 — verum, 361 Gentiana lutea, 452 Geranium cicutarium. 631 — robertianum, 137 Geum rivale, 195 — urbanum, 194 Ginkgo biloba, 234 Glechoma hederacea, 307 Globularia alypum, 503 — vulgaris, 503 Glycyrrhiza glabra, 308 Gnaphalium dioicum, 297 Gonolobus condurango, 454 Gossypium herbaceum, 710 Gratiola officinalis, 223 Grindelia robusta, 3 1 0
— squarrosa, 310 Guaiacum officinale. 311 namamelis virgmiana, 257 Harpagophytum procumbens. 670 Hedeoma pulegioides, 462 Hedera helix, 712 Helianthus annuus, 236 Heliotropium arborescens.
713 —europaeum, 713 — indicum, 747 — pervianum, 713 Hibiscus abelmoschus. 362. 363 — rosa-sinensis, 362, 363 — sabdariffa, 363 — tiliaceus, 363 Hieracium pilosella, 504 Hippophae rhamnoides, 758 Humulus lupulus, 158 Hydnocarpus kurzii, 700 Hydrastis canadensis. 207 Hymenaea courbaril, 497 Hyoscyamus niger. 159 Hypericum androsaemum,
714 — perforatum, 714 Hyssopus officinalis, 312 llex aquifolium, 672 — cassine. 673 — paraguayensis, 182, 673 — paraguensis, 182 — pseudobuxus, 673 — theezans, 673 — verticiilata. 673 — vomitória, 673 lllicium verum, 455 Inula helenium, 313 — montana, 662 Ipomoea purga, 499 íris florentina, 315 — germânica. 315 - p a l l i d a , 315 Jasonia glutinosa, 456 Jateorrhiza miersi. 446 Juglans duclouxiana, 505 — nigra, 506 — regia, 505. 506
Jumperus communis, 577
Nuphar lutea, 607 Nymphaea alba, 607
Ivameria triandra, 196 Lactuca virosa, 160 Laminaria digitata, 652 — hyperborea, 652 — saccharina, 652 Lamium álbum, 633 Laurus camphora, 217 — cinnamomum, 442 — nobilis, 457 Lavandula angustifolia, 161 — latifolia, 162 — officinalis, 161 — spica, 162
— stoechas, 162 — vera, 161 Leonorus cardíaca, 224 Levisticum officinale, 578 Lilium candidum, 716 Limonia aurantifolia, 267 Linum angustifolium, 509
— catharticum, 509 — crepitans, 508 — humile, 508
— lewisn, 509 — usitatissimum, 508 Lippia citriodora, 459 — triphylla, 459 Lithospermum erythorryzon,
579 — officinale, 579 — ruderale, 579 Lobelia inflata, 183 — urens, 183 Lythrum salicaria, 510 IVIajorana hortensis, 369 Malpighia glabra, 764 — punicifolia, 764 Malus silvestris, 513 Malva silvestris, 511 Mandragora autumnalis, 517 — officinalis, 517 Manihot esculenta, 460 — utilissima, 460 Marrubium vulgare, 316 Marsdenia condurango, 454 Matricaria chamomilla, 364 Medicago saliva, 269 Melilotus officinalis, 258 Melissa officinalis. 163,580 Melittis melissophyllum, 580 Menisipermum palmatum, 446 Mentha piperita. 366 — pulegium, 461 Menyanthes trifoliata, 463 Mimosa nilotica, 469 — tenuiflora, 724 Mirabilis jalapa, 499 Monarda didyma, 634 — punctata. 634 Myrtus communis, 317 — foliosa, 317 Nasturtium officinalis, 270 Nepeta cataria, 367 Nerium oleander, 717 Nicotiana tabacum, 183
Ucimum basilicurn, 368 Oenothera biennis, 237 Olea europaea, 239 Ononis spmosa, 581 Opuntia ficus-indica, 718 Orchis máscula, 512 Origanum majorana, 369 — vulgare, 464 Orthosiphon grandiflorus,
653 — stamineus, 653 Oxalis acetosella, 275 Panax gmseng, 608 — Quinauefolium. 609 — repens, 609 — schmsegn, 608 Panycum dactylon, 559 Papa Ver rhoeas, 318 — setigerum, 166 — somniferum, 164 Parietaria officinalis, 582 Passiflora edulis, 168 — incamata, 167 — laurifolia, 168 Persea americana, 719 — gratíssima, 719 Petasites hybridus, 320 Petroselinum crispum, 583 — sativum, 583 Peumus boldus, 390 Phaseolus vulgaris, 584 Phoradendron flavescens, 247 Phyllitis scolopendrium, 321 Physalis alkekengi, 585 — angulata, 721 — viscosa, 721 Phytolacca americana, 722
— dioica, 722 Picraena excelsa, 467 Pilocarpus jaborandi, 759 — pennatifolius, 759 Pimpinella anisum, 322, 465 — magna, 322 — major, 322 — saxifraga, 322 Pinus pinaster, 323 — sylvestris, 323 Piper angustifolium, 370 — nigrum, 370 Pirus malus, 513 Pistacia lentiscus, 197 Plantago arenana, 515 — indica, 515 — lanceolata, 325 — major, 325 — media, 325 — ovata, 515 — psyllium, 515 Podophyllum peltatum, 517 Polygala amara, 327 — rupestris, 327 — senega, 327 Polygonatum multiflorum, 723 — odoratum, 723 — officinale, 723
a l f a b é t i c o s
Polygonum aviculare, 272 — bistortum. 198 — hydropiper, 274 Polypodium calaguala, 724
— feuillei, 724 — leucatomos, 724 — vulgare, 392 Polystichum filix, 500 Populusalba. 761 — basamifera, 761 — canadicans, 761 — nigra, 760 — tremula, 761 Portulaca oleracea, 518 Potentilla anserina, 371 — canadensis, 371, 520 — erecta. 371.519 — reptam. 371, 520 — tormentilla, 519 Poterium sanguisorbar, 533 Primula officinalis. 328 — veris, 328 Prinus verticillatus, 673 Prosopis nigra. 497 Prunus avium, 586 — capuli, 330 — cerasus, 587 — laurocerasus, 458 — melanocarpa, 330 — serotma, 330
— spinosa, 372 — virginiana, 330 — x gondouini, 587 Psidium guajaba, 552 Pulmonaria officinalis, 331 Pulsatilla vulgaris, 623 Púnica granatum, 523 Pyrus domestica, 535 Quassia amara, 467 Quercus alba, 210 — amara, 210 - i l e x , 210 — robur, 208 — suber, 210 Kaphanus raphanistrum, 393 — sativus, 393 Rauwolfia serpentina, 242 Rhamnus catnartica, 525 — frangula, 526, 528 — purshiana, 528 Rheum officinale, 529 — palmatum, 530 — rabarbarum, 530 — rhaponticum, 530 — undulatum, 530 Ribes grossularia, 588 — nigrum, 468, 764 — rubrum, 468 — silvester. 468 — spicatum, 468 — uva-crispa. 588 Ricmus communis, 531 Robmia pseudoacacia, 469 Rosa canina, 762 — centifolia, 635
— damascena, 635 — gallica, 635 Rosmarmus officinalis, 674
a
ÍNDICE DE NOMES VULGARES
Rubia tinctorum, 589 Rubus íruticosus, 541 — idaeus, 765 Rumex acetosa, 275, 532 — crispus. 532 — patientia, 532 Ruscus aculeatus, 259 Ruta graveolens, 637 babai serrulata. 610 Saccharun officinarum, 332 Saix alba, 676 — babylonica, 677 — fragilis, 677 — purpúrea, 677 Salvia hispânica, 638 — hispanorum, 638 — oíficinalis, 638 — pratensis, 638 — sclarea, 638, 766 Sambucus ebulus, 590, 767 — nigra, 767 Sanguisorba minor, 533 — officinalis, 534 Samcula europaea, 725 — marylandica, 725 Santolina chamaecyparissus, 470 Saponaria oíficinalis, 333
Sarothamnus scoparius, 225 Sassafras officinalis, 678 Satureja calaminlha, 375 — hortensis, 375 — montaria. 374 Saxifraga granulata, 591 Scabiosa succisa, 731 Scolopendrium officinale,
321 Scrophularia nodosa, 543 Sedum acre, 726 — telephium, 726 Selenicerus grandiflorus, 216 Sempervivum tectorum, 727 Seneciojacobaea, 640 — viscosus, 640 — vulgaris. 640 Serenoa repens, 610 Sesamum indicum, 611 — orientale, 611 Sideritis angustifolia, 471 Silybum marianum, 395 Sinapis alba, 664 — arvensis, 664 — nigra, 663 Sisymbrium officinale, 211 Smilax aristolochiaefolia, 593
— áspera, 592 — leucophylla, 593 — ornata, 593
— regelii, 593 — spruceana, 593 Solanum dulcamara, 728 — nigrum. 729 Solidago virga-aurea, 594 Sorbus aucuparia, 535 — domestica, 535 Spartium scoparium, 225 Spergularia rubra, 596 Spiraea ulmaria, 667 Spirulina geitleri, 276 — máxima, 276 — platensis, 276 Stachys officinalis. 641,730 — palustris, 641 — silvatica, 641 Stellaria media, 334 Succisa pratensis, 731 Symphytum oíficinalis, 732 — tuberosum, 733 Syringa vulgaris, 472 Syzygium aromaticum, 192
Taraktogenos kurzn, 700 Taraxacum officinale, 397 Taxus baccata, 336 Teucrium chamaedrys, 473 — marum, 473 Thea sinensis, 185 Theobroma cacao, 597 Thymus serpyllum, 338 — vulgaris, 338, 769 Tilia americana, 171
— argêntea, 171 — cordata, 171 — europaea, 169,171 — platyphyllos, 171 — tomentosa, 171 Tragopogon pratensis, 243 Trifolium nigrescens, 340 — pratense, 340 — repens. 340 Trigonella foenum-graecum, 474 Triticum repens, 559 Tropaeolum majus, 772 Tumera diffusa, 613 Tussilago farfara, 320, 341
Urtica dioica. 278.641,674 VaCC inium rnyrtillus, 260 — vitisidaea, 261 Valenana oíficinalis. 172 Vanilla fragans, 376 — planifolia, 376 Veratrum álbum, 452 Verbascum thapsus, 343 Verbena fiastata, 174 — oílicinaVis, 174 Verónica beccabunga, 475 — oíficinalis, 475 Viburnum lantana. 199, 643 — opulus, 642 — prunifolium, 643 — tinus, 643 Vinca minor, 244 — rósea, 245 Viola odorata, 344 — tricolor, 735 Viscum álbum, 246
I amarindus indica, 536 Tamus communis, 679 Tanacetum balsamita, 537 — vulgare, 537
Ulmus campestris, 734 — fulva. 734 — minor, 734 Urginea maritima, 296
Vitis viniíera. 544
— hortense, 387 Alcaçus, 308 — da-europa, 308 Alcaravia, 355 Alchirovia, 355 Ncorowa, 355 Alecrim, 674 Alecrinzeiro, 674 Alegra-campo, 592 Aleluia, 275 Alface-brava, 160 — brava-maior, 160
Alfazema, 161 — brava. 162 — de-caboclo, 312 Alforba, 474 Alforfa, 474 Nfefga, 474 Alforria, 474 Alforva, 474 Alga perlada, 301 — vesiculosa, 650 Algebão, 174 Algebrado, 174 Algebrão, 174 Algodoeiro, 710 Alho, 230 — comum, 230 — de-urso. 233 — vulgar, 230 Aliaria, 560 Aljôfar, 579 Almecegueira, 197 Almeirão, 440 Alno, 487 Aloendro, 717 Aloés, 694 Alquemila, 622 Alquequenje, 585 Alteia, 190 Amaracus, 369
Ambretas, 131 Ambrósia-do-méxico, 439 Ameixeira-brava, 372 Amieiro, 487 — de-oregon, 488
Z e a mays, 599 Zingiber officinale, 377
ÍNDICE DE NOMES VULGARES Abacate, 719 Abacateiro, 719 Abacaxi, 425 Abelmosco, 362 Abeloura, 221 Abeto-branco, 290 —do-canadá, 291 — pectinado, 290 Abioto. 155 Abóbora, 605 — chila, 606 — de-coroa, 605 — menina. 605 — moganga, 605 — porqueira. 605 Abraços, 386 Abrótano. 429 — fêmea, 470 Abrunheiro-bravo, 372 Absintio, 428 Absinto, 428 Acácia-bastarda, 469 — das-alemãs, 372 — de-flores-brancas, 469 Acaflor, 448 Açafrão, 448 — bastardo, 666, 751 — da-índia, 450
788
— oriental, 448 Açafroa, 751 Acafrol, 751 Acataia, 274 Acónito, 148 too-tteifoso, 424 — verdadeiro. 424 Açucena, 716 — branca, 716 Adónis-da-itália. 215 Agave, 558 Agrião, 211 Agrião, 270 — das-fontes. 270 — de-água, 270 Agrimónia. 205 Agripalma. 224 Aguacate, 719 Aiapana, 388 Aipo, 562 — bravo, 562 — dorio-grande, 562 — doce, 562 — dos-charcos. 562 — hortense, 562 — silvestre, 562 Álamo-libico. 760 — negro, 760 Alcachofra, 387
— de-coco, 397 — maior, 160 — virosa, 160 Alfádega, 368 Alfalfa, 269 — de-flor-roxa, 269 Alfarrobeira, 497 — canela, 497 — das-antilhas, 497 — das-antilhas. 497 — de-burro. 497 — galhosa, 497 — mulata, 497 — negra, 497 Alfarva. 474 Alfavaca, 368, 582 — de-cobra, 582
— mosqueado, 257 — negro, 526 — rubro. 488 . — vulgar, 487 Âmio-maior, 561 — vulgar, 561 Amor-de-hortelão, 361 — perfeito-bravo, 735 — perfeito-pequeno, 735 Amora-framboesa, 765 Ananás. 425 Ancusa, 696 Androsemo, 714 Anémola, 383 Anémona, 383, 623 — dos-jardins. 623 — hepática. 383 — pulsatila, 623 Aneto. 349 Angélica, 426 Anis-da-chma, 455 — estrelado, 455 — verde, 465 Anona, 489
A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS í n d i c e s
Anoneira, 489 Ansarinha, 371 — malhada, 155 Antenária, 297 Aquifólio, 672 Aquileia. 691 Araca-goiaba, 522 Araçauaçu, 522 Aradeira, 712 Arando, 260 — de-baga-vermelha, 261 — vermelha, 261 Arçã, 769 Arcanha, 769 Arenária, 596 — rubra, 596 Argençana, 452 — dos-pastores, 452 Argentina. 371 Aristolóquia, 699 Arnica, 662 Aroeira, 197 Aroeiro, 197 Arrebenta-boi. 679 Arruda, 637 Arrúdia, 637 Artemigem. 624 Artemísia, 624 — comum, 624 — maritima, 431 — mexicana, 431 — verdadeira, 624 Árvore-da-goma-arábica,
469 — das-gotas-de-neve, 669 — de-morangos, 563 Ásaro, 432 Asclépia, 298 Aspargo, 649 Aspérulaodorifera. 351 Assa-fétida, 359 Atanásia, 537 — das-farmácias, 537 Auronia, 429 Aveia, 150 Avelaneira, 253 — brava, 734 Aveteita, 253 — de-bruxo, 257 — de-feiticeira, 257 Avenca, 292 — cabelo-de-vénus, 292 — de-monlpellier, 292 Avoadeira, 268 Avoadinha, 268 Azebre, 694 Azedas, 275 Azedinha-da-horta, 275 Azeitoneira. 239 Azevinho, 672 — espinhoso, 672 — menor, 259 Azinheira, 210 Azinho, 210 Dadiana, 455 Bafureira, 531 Bafureiro, 531 Baga, 531 Baganha, 679 Balsamita, 537
Bálsamo-de-cheiro, 713 Barba-de-bode, 243 — domato, 570 Barbasco, 343 Barbotina. 431 Bardana, 697 — maior. 697 — ordinária. 697 Barosma. 567 Barrete-de-padre, 707 Basilico. 368 Baunilha, 376 — dos-jardins. 713 Bebereira. 708 Becabunga, 475 Bédulo, 568 Bela-luisa, 459 — sombra, 722 Beladama. 352 Beladona, 352 Beldroega, 518 — pequena, 518 Beloura, 221 Bem-me-quer, 744 Berbere, 384 Bérbens, 384 Berça, 433 Betónica. 641.730 — bastarda, 580 — dos-pàntanos, 641 — dos-saboianos. 662 Bétula, 568 Bico-de-cegonha, 631 — de-cegonha-moscada, 631 — de-grou, 137 — de-grou-robertino. 137 Bidoeiro. 568 Bisnaga, 561 — das-searas, 561 Bistorta, 198 Bixa. 700 Bodelha. 650 Bola-de-neve, 642 Boldo, 390 Boieira. 607 — amarela, 607 — bíanca, 607 Bolsa-de-pastor, 628 Bom-homem. 316 Bonina, 744 Bons-dias, 491 Borrage, 746 Borragem. 746 — bastarda. 696 — brava. 747 Botâo-de-prata, 691 Botelho, 650 — crespo, 301 Botilhão-vesiculoso, 650 Bredofêmea, 518 Briónia. 49Ú — branca, 490 — dióica. 490 Broeira, 321 Buglossa, 696 — oficinal, 696 Burladora, 157 Buxo, 748 — arbóreo, 748 Buxulo, 564
C/abacinha-riscada, 605 — verrugosa, 605 Cabeia, 354 Cabelos, 386 — de-nossa-senhora. 386 Cabreira, 183 Cabresto, 393 Cacapeiro, 221 Cacau, 597 Cacaueiro, 597 Cacauzeiro, 597 Cacto, 216
— grandifloro, 216 Café, 178 Cafeeiro, 178 — comum, 178 Cafezeiro, 178 Caimito. 302 Cainiti, 302 Cainito, 302 Cajado-de-são-josé, 716 Calaguala, 724 Calaminta, 375 Cálamo-aromático, 424 Calêndula, 626 Calipes. 304 Calipse. 304
Calta, 665 — dos-pántanos, 665 Calumba, 446 Calungo, 699 Camédrios, 473 Camomila, 364
— alemã, 364 — de-paris, 350
— dos-alemães, 364 — legitima, 364 — romana, 350 — vulgar, 364 Campainhas-de-maio, 218 Cana, 566 — amarga, 566 — cheirosa, 424 — de-açúcar, 332 — doce, 332 — sacarina, 332 — vulgar, 566 Canabe, 152 Canafistiila, 494 Cànamo, 152 Canárias. 237 Canela-da-chma, 443 — de-sassafrás, 678 — sassafrás, 678 Caneleira, 442 — de-ceilào, 442 Cânfora, 217 Canforeira. 217 Canforeiro, 217 Cânhamo, 152 — indiano, 152 — verdadeiro, 152 Caniquié, 302 Capacete-de-jiipiter. 148 Capilária, 292 — de-montpellier, 292 Capim-de-burro, 559 Caprária, 632 Capsela, 628 Capucha, 721 Capuchinhas, 772
Capuz, 148 Caraguatá, 573 Caralhotas, 221 Cardíaca, 224 Cardo-bento, 444 —- cardador. 572 — corredor, 573 — de-santa-maria, 395
— leiteiro, 395 — mariano, 395 — marítimo, 574
— morto, 640 — penteador, 572
— rolador, 574 — santo, 444 — santo-mexicano, 445 Cárica, 435 Cariof ilada, 194 — maior, 194 Carlina, 749 — oficinal, 749 — ornamental, 750 Carragaheen. 301 Carrapateiro, 531 Carrasca, 570 Carrasco-loureiro, 210 Carrasquinha, 570 Carriço, 559 — da-areia, 559 Carriola-bastarda, 272 Carro-de-vénus, 148 Cártamo, 751 Caruru-de-cacho, 722 Carvalheira, 208 Carvalhinha, 473, 475 CarvalhinhcKio-mar, 650 Carvalho, 208 — alvarinho, 208 — americano, 210 — branco, 210 — comum, 208 — marinho. 650 — pequeno, 473 Carvi, 355 Casadinhos, 215 Casca-sagrada, 528 Cáscara-sagrada, 528 Castanheiro, 495 — comum, 495 — da-india, 251 Cataia, 274 Catapúcia, 531 Catéria, 367 Cauda-de-cavalo, 704 — de-raposa. 268 Caúna, 182, 673 Cavalinha, 704
— dos-campos, 704 Ceanoto, 191 Cebola, 294 — albarrâ, 296 — venenosa, 666 Cedronho, 701 Ceguda, 155 Cegude, 155 Celidónia, 701 Cenoura, 133 - b r a v a , 133 Centáurea, 131 — áspera, 437 - a z u l , 131
a l f a b é t i c o s
— menor. 436 Centinódia. 272 Cercefi, 243 Cerdeira, 586 Cerejas-de-judeu. 585 Cerejeira. 586 — americana. 330 — brava, 586 — da-virgima. 330 — das
apalache, 673 da-china. 185 da-europa, 475,638 da-franca, 638
— da-grécia. 638 — da-india, 185 — de-frade, 224 — de-franca, 163 — de-java, 653
— de-jersey, 191 — de-nova-jersey, 191 — de-nova-jérsia, 191 — do-méxico, 439 — mate, 182 — porrete, 436 — preto, 185 — suíço, 451 — verde, 185 Chagas, 772 Chagueira, 772 Chamica, 225 Chantage, 325 Cheiros, 769 Cherivia. 355 Chicória, 440 — amarga, 440 — brava, 440
— do-café. 440 Chila. 606 Choupobianco, 761 — negro, 760 — tremedor, 761 Cicuta. 155 — aquática, 155 — da-europa, 155 — de-atenas, 155 — maior, 155 — menor, 155 — oficinal, 155 — ordinária, 155 — terrestre, 155 Cidra, 267 Cidrila, 459 Cinamomo, 442 Cinco-em-rama, 520 — em-rama-americana. 520 — folhas, 520 Cineraria, 131 Cmifólio, 223 Cmoglossa, 703 Cipó-chumbo, 386 — da-areia, 303
IDICE DE NOMES VULGARES
— mil-homens, 699 Cipreste, 255 — dos-cemiténos, 255 Cirio-do méxico, 216 — do-rei, 343 Citronela-maior, 428 — menor, 163 Cliantos, 498 Coalha-leite, 361 Cobrinha, 582 Coca, 180 Cocleária, 356 — da-bretanha, 394 — maior, 356 — oficinal, 356 Coentro, 447 Cõlcluco, 666 — do-outono, 666 Colombo, 446 Cólquico, 666 Colubrina, 198 Colútea, 498 Cominho, 449 — dos-prados. 355 Cominhos, 449 Condurango, 454 Congonha, 182 Congonha-vermelha, 182 Congossa, 244 Consolda, 732 — maior, 732 — menor, 733 — vermelha, 519 Consolida maior, 732 Consolo-da-vista, 136 Convalária, 218 Copaíba, 571 Copaibeira, 571 Copaibeiro, 571 Copaífera, 571 Copo-de-leite, 716 Conandro, 447 Cornogodinho, 535 Coroa-demonge, 397 Coronilha-de-frade, 503 Corriola, 491 Couve, 433 — galega, 433 — portuguesa, 433 Craveiro-da índia, 192 Cravina-tfágua, 274 Cravinho, 192 Cravo-arom atiro, 192 — da-india,' '2 — de-cabecinha, 192 — dos-alpes. 662 Cravoila, 194 Croatá-falso, 573 Curcuma, 450 Cúrcuma, 450 Cuscuta, 386 Dama-nua, 666 Damiana, 613 Dedalário, 221 Dedaleira, 221 — amarela, 222 — de-ílores-grandes. 222 — lanosa, 222 Dedaleiro-verdadeiro, 221 Dedode-mercúrio, 666
790
Dente-deleão, 397 Dentebiwa, 500 Dictamno, 358 — branco, 358 - r e a l , 358 Digital, 221 Doce-amarga, 728 — lima, 459 Dórico-da-alemanha, 662 Dormideira, 164 — brava, 166 Douradinha, 299 Drias, 451 Dulcamara, 728 Ebulo. 590 Éfedra. 303 Eleuterococo, 609 Endívia, 441 Endrão. 349 Endro, 349 — ordinário, 349 Engatadeira, 158 Engos, 590 Enleios, 386 Énula, 313 — campana, 313 Epilóbio, 501 — peludo, 501 Equmácea, 755 — pupúrea, 757 Equiseto-dos-campos, 704 Erigerão, 268 Erísimo, 211 — das-boticas. 211 Erva-alheira, 560 — andorinha, 701 — anual, 583 — babosa, 694 — benta, 194 — carapau. 510 — carnuda, 704 — carpinteira, 691 — carvalha, 473 — carvalhinha, 473 — cidreira, 163, 459 — coalheira, 361 — cobra, 490 — da-américa, 722 — da-muda, 272 — da-saúde, 272 — da-trindade, 735 — da-vida, 510 — das-abelhas, 667 — das-azeitonas, 375 — das-colheres, 356 — das-cortadelas, 691 — das-galmhas, 272 — das-muralhas, 582 — das-paredes, 582 — das-pulgas, 515 — das-verrugas, 701, 713
— de-aieite,673 — — — — — —
de-bicho, 274 de-íogo, 624 de-moura, 274 de-nossa-senhora, 582 de-sanfiago, 640 de-santa-maria, 439, 729 — de-santana. 582
- de-são-cristóvão, 590 - de-são-liacre, 343 - de-são-joão, 307, 624, 714 - de-sáo-marcos, 537 - de-são-quirino. 341 - de-são-roberto, 137 -deda, 221 -dedal, 221 - do-bicho, 729 -dobom-jesus, 691 - do-bom-pastor, 628 -do-coalho, 361 • do-espirito-santo, 426 -do-figado, 174,696 - do-pobre. 223
• do-tabaco, 183 - doce. 465 - dos-alhos, 560 -dos-bofes, 331 -dos-bruxos, 157 - dos-burros, 237 - dos-cachos, 722 - dos-cachos-da-índia, 722 • dos-calos, 726 dos-cantores, 211 dos-carpinteiros, 691 • dos-cavalos, 159 •dos-gatos. 172, 367 dos-golpes, 691 • dos-gregos, 205 - dos-leprosos, 475 - dos-militares, 691 • dos-muros, 582 - dos-passarinhos, 272 • dos-soldados, 691 • dos-tinhosos. 697 dos-vasculhos, 259 dos-vermes, 537 • envenenada, 352 • escovinha. 260 formiga, 439 • formigueira, 439 • forte, 594 fura-paredes, 582 gateira, 367 -hepática, 205 • leiteira-de-nossa•senhora, 331 • luisa, 459 macaé. 224 mate, 182 • midriãtica, 352 molarinha, 389 moura, 729 moura-de-trepa, 728 moura-furiosa, 352 moura-mortal, 729 noiva, 585, 729 pombinha, 389 •pulgueira, 515 rinchão. 211 roberta, 137 ruiva. 448 • saboeira. 333 sagrada. 174. 312 santa, 183 terrestre, 307 ulmeira, 667 ursa, 338
— virgem, 316 Ervedetro, 563 Ervedo, 563 Èrvedo, 563 Ervinha, 474 Êrvodo, 563 Escabiosa-de-raiz-mordida,
731 — mordida, 731 Escalheiro, 219 Escambroeiro, 525 Escancerejo, 535 Escarola, 441 Escolopendra, 321 — vulgar, 321 Escova, 225 EscQvioha, 131 Escrofulária, 543 — nodosa, 543 Escroto-canino, 512 Espanta-lobos, 498 Espargo, 649 — hortense, 649 Espinha-cervina, 525 — de-veado, 525 — sempre-verde, 672 Espinheiro-alvar, 219 — branco, 219 — cambra, 525 — cerval, 525 — negro, 642 — vinheto, 384 Espirradeira, 717 Espirulina, 276 Estaque, 641 Estoirotes, 221 Estoura-flores, 221 Estragão, 430 Estramónio, 157 Estraques, 221 Eucalipto, 304 Eufrásia, 136 Eupatória, 205 Eupatório, 205 — de-avicena, 388 — dos-gregos, 205 Evònimo, 707 Evônimo-da-europa, 707 Faia, 502 — europeia, 502 Falsa-acácia, 469 — camomila, 350 Falso-anil, 632 — sene, 498 Farfara, 341 Fava-d'água, 463 — dos-pántanos, 463 — rica, 497 Favária, 726 — maior, 726 — vulgar, 726 fedegoso, 630 Feijão, 584 Feijoeiro, 584 Feiteirinha, 691 Fel-da-terra. 389,436 Fenacho, 474 Feno-grego, 474 Fentelha, 392 Fetodoce, 392
— macho, 500 Fidalguinhos, 131 Figueira, 708 — da-barbaria, 718 — da-europa, 708 — da-india, 718 — de-baco, 708 — do-egipto, 497 — do-inferno, 157 — mansa, 708 Figueirinha-do-inferno, 157 Filipode, 392 Fisale, 721 Fisálide, 721 Fitolaca, 722 Flor-cheirosa. 216
— da-aurora, 448 — da-imperatriz, 716 — danoite, 216 — dapaixáo, 167 — de baile, 216 — de-hércules, 448 — de-himeneu, 364 — de-maio, 218 — de-páscoa, 623 — de-pavão, 772 — de-são-joão, 624, 714 — de-seda, 216 — do-noivado, 317 — do-paraiso, 772 — do-vento, 623 Folhado. 643 Formigueira, 439 Fragária, 575 Framboesa, 762 Framboeseiro, 765 Frango, 397 Fràngula, 526 Fraxmela, 358 Freixo, 669 — comum. 669 — europeu, 669 Fruto-de-pitágoras, 497 Fuco, 650 Fumaria, 389 Fumo-da-terra, 389 Funcho, 360 - b a s t a r d o . 349 — ordinário, 360 — selvagem, 155 — vulgar, 360 Caaiaco, 311 Galega, 632 Galeopse, 306 Galião, 361 Gatinha. 581 Gatunha, 581 Genciana, 452 — amarela, 452 — das-boticas, 452 — das-farmácias, 452 — dos-jaídms, 452 Gengibre, 377 — amarelo, 377 — das-boticas, 377 — silvestre, 432 Gengivre, 377 Gerânio, 137 Gerbào, 174 Gergelim, 611
A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS í n d i c e s
Gerivão, 174 Gervão, 174 Gerzelim, 611 Gibalbeira, 259 Giesta, 225 — brava, 225 — ribeirinha. 225 Giesteira-comtim, 225 — das-vassouras, 225 Gilbarbeira, 259 Gilbardeira, 259 Gmgelim, 611 Ginjeira, 587 — das-ginjasgalegas, 587 — das-ginjas-garrafais, 587 — galega, 587 Ginkgo, 234 Ginseng, 608 — americano, 609 — chinês, 609 — coreano, 608 — russo, 609 — siberiano, 609 — vermelho, 608 Girassol, 236 — silvestre, 310 Girbão, 174 Girofeiro, 192 Globulária, 503 — vulgar, 503 Gnafálio, 297 Goiaba, 522 Goiabeira, 552 Golfão, 607 — amarelo, 607 — branco, 607 Golfo-amarelo, 607 — branco, 607 Goma-arábica, 469 Graciola, 223 Graciosa, 223 Grama, 559 — canina, 559 — da-tosse, 559 — das-boticas, 559 — dos-nervos, 559 — tina, 559 — francesa, 559 — portuguesa, 559 Graminha, 559 Grande-absinto, 428 — cicuta, 155 — consoida, 732 — genciana, 452 — quelidónia, 701 — salva, 638 Granza, 589 Gravatá-do-campo, 573 Grindélia, 310 — áspera, 310 Groselheira, 468 — comum, 468 — dos-cachos, 468 — espim, 588 — negra, 468 — rubra, 468 — vermelha, 468 Guaiaba, 522 Guaiaco, 311 Guarda-roupa, 470
namamélia, 257 — da-virginia, 257 Hamamélis, 257 Harpagófito, 670 Haxixe, 152 Hédera, 712 Hedra. 712 Heléboro-branco, 452 Helianto, 236 Helxina, 582 Hera, 712 — dos-muros, 712 — terrestre, 307 — trepadeira, 712 Heradeira, 712 Hereira, 712 Hibisco, 362, 363 Hidraste, 207 Hidrastis, 207 Hiosciano, 159 Hipericão, 714 — do-gerês, 714 — vulgar, 714 Hipofaé, 758 Hissopo, 312 — das-farmácias, 312 Hortelã-pimenta, 366 Húmulo, 158 (nula, 313 inula-campana, 313 Inulina, 313 Ipeca, 438 Ipecacuanha, 438 Jaborandi, 759 Jacinto-da-índia, 426 Jalapa, 499 — falsa, 499 Japecanga. 592 Jasónia, 456 Jindungo, 354 Jorgelim, 611 Junipero, 577 Junquilho, 218 Labaça, 532 — crespa, 696 Lagarinho, 526 Lágrima-de-sangue, 215 Lamegueiro, 734 Laminaria, 652 Lámio, 633 — branco, 633 Lamium, 633 Lapa, 697 Laranja-camoesa, 153 — da-baia, 153 — de-umbigo, 153 Laranjeira, 153 — amarga, 153 — azeda, 153 — da-china, 153 — doce, 153 — romã, 153 Lavanda, 161 Lavândula, 161 Legação, 592 Lentisco, 197 Levistico, 578 Liamba, 152
Lilás, 472 Lilaseiro, 472 Lima, 267 — de-umbigo, 267 — doce, 267 Limão-doce, 267 Limoeiro, 265 — azedo, 265 Limonete, 163,459 Língua-cervina, 321 Lingua-de-boi, 321 Lingua-de-cão, 703 Lingua-de-vaca, 696, 732 Lingua-de-veado, 321 Linheio, 386 Linho, 508 — bravo, 509 — cânhamo, 152 — da-terra, 508 — das-pradarias, 509 — de-cuco, 386 — de-raposa, 386 — do-inverno, 508 — galego, 508 — galego-silvestre, 509 — mourisco, 508 — purgante, 509 Líquen-da-islàndia, 300 Lírio, 315 — cardano, 315 — cárdeno, 315 — convale, 218 — de-maio, 218 — dos-poetas, 716 — dos-vales, 218 — florentino, 315 — germânico, 315 — pálido, 315 — verde, 666 Lis-dos-tanques, 607 Litospermo-americano, 579 Lobélia, 183 Loendreira, 717 Loendro, 717 Lóios, 131 — dos-jardins, 131 Lombrigueira, 439 Losna, 428 — maior, 428 Loureiro, 457 — cerejeira, 458 — comum, 457 — de-apolo, 457 — dos-poetas, 457 — inglês, 458 — real. 458 — rosa, 717 — vulgar, 457 Louro, 457 — cerejo, 458 Lúcia-lima, 459 Lúparo, 158 Lúpulo, 158 — trepador, 158 Luvas-de-nossa-senhora,
221 — de-santa-maria, 221 Luzerna, 269 Macãzeira, 513 Maceira, 513
Macela, 350 — de-botão, 350 — dourada, 350 — flor, 350 — galega, 350 Macelão, 350, 691 Macieira, 513 Madeira-doce, 308 Mãe-de-família, 744 Mafuta, 611 Magorica, 570 Maia, 221 Maias, 225 Majarona, 369 Mal-furada, 714 Malmequer-branco, 744 — do-campo, 310 — dos-brejos, 665 Malva, 511 — maior, 511 — selvagem, 511 — silvestre, 511 Malvaisco, 190 Malvela, 307 Mamão, 435 Mamoeiro, 435 Mamona, 531 Mamoneira, 531 Mamoneiro, 531 Manã-do brasil, 536 Mancanilha, 364 Mandioca, 460 Mandioquinha-do-campo,
628 Manduba, 460 Maniva, 460 Manjericão-grande, 368 — roxo, 368 Manjerico-de-folha grande, 368 Manjerona, 369 — brava, 460 — hortensis, 369 — inglesa, 369 — selvagem, 460 — verdadeira, 369 Manuba, 460 Mão-de-deus, 691 Maracujá, 167 — azul, 167 — mirim, 168 — roxo, 168 Maracujazeiro, 167 Maravilha, 626 Marcela, 350 Margaça-das-boticas, 364 Margarida, 744 Margaridinha, 744 Margarita, 744 Maria-fia, 631 Maro, 473 Marroio, 316
— branco, 316 — de-frança, 316 — vulgar, 316 Marrolho. 316 Martírio, 167 Mastruco-do-peru, 772 — dos-rios. 270 Mata-cão, 148.666 Mate, 182
a l f a b é t i c o s
Mático. 370 Matricána. 364 Medronheiro, 563 — rojante, 564 — ursino, 564 Meimendro, 159 — negro, 159 — preto. 159 Meiga, 269 — dos-prados, 269 Meliloto. 258 Mefesa, 163 — bastarda, 580 Menianto. 463 Menta. 366 — de-cavalo, 634 Mentrasto, 367 Mikm-rama, 691 — folhada, 691 — folhas, 691 Milefólio, 691 Milfurada, 714 Milho, 599 — grosso. 599 — maès. 599 Milola, 363 Mimo-de-vénus, 362 Minuana, 237 Mirtilo. 260 Mirto, 317 Moleirinha. 389 Monarda, 634 Mongarica, 570 Moranga, 575 Morango-do-campo, 303 Morangueiro, 575 — silvestre, 575 Morso-diabólico, 731 — do-diabo, 731 Morte-do-diabo. 731 Morubá, 467 Morugem, 334, 504 — branca, 334 — verdadeira, 334 — vulgar, 334 Mosqueiro, 734 Mostarda, 663 — branca, 664 — dos-campos, 664 — negra, 663 — ordinária, 663 — preta, 663 Mostardeira, 663 Mundianhoca. 630 Munhanoca, 630 Murta, 317 — cultivada, 317 — dos-jardins, 317 — folhuda. 317 — ordinária. 317 Murteira. 317 Musgo-amargo, 300 — branco, 301 — da-irlanda. 301 — da-islàndia, 300 — islãndico, 300 Nabo-chinès, 393 -do-diabo. 490 Napelo, 148 Narciso-do-outono, 666
a
rW D ICC DE NOMES VULGARES
Negrilho, 734 Nenas, 221 Nenúfar, 607 Nèveda, 367,375 — dos-gatos, 367 Nhambuí, 541 Nogueira. 505 — preta, 506 Nepal, 718 Nopálea, 718 Norca-branca, 490 — preta, 679 Noveleiro, 642 Núfar. 607
Qrata,6U Oliveira, 239 Olmo, 734 — negro, 760 Onagra, 237 Oreganor 464 Orégão, 464 — vulgar, 464 Orégãos, 369 Orelha-de-lebre, 504 — de-rato, 504 —de-toupeira, 334 — humana, 432 Orelhas-de-asno, 732 Ortos sifão, 653 Orvalhinha, 754 Orvalho-do-soJ, 754 raciéneia-dos-jardins, 532 Pagamaco-maior, 697 Paliteira, 561 Palma-chrisli, 531 — de-são-josé, 716 Panaceia-das-quedas, 662 Papaia, 435 Papai eira, 435 Papoifa, 318 — branca, 164 — brava, 318
— da-india, 164 — das-searas. 318 — ordinária, 318 - r u b r a , 318 —veimeiba, 318 —vulgar, 318 Papoula, 164, 318 Parietária, 582 PasãHoia, 167 Pata-de-lobo, 512 Pau-amarelo, 467 — amargoso, 467 — de-azeifA 673 — doce, 308 — quássia, 467 — rosa-das-canárias, 491 Pé-de-galo, 158 -de-gato.297 — de-leão, 622 Pega pega, 589 Pegamaço-maior, 697 Pega massa, 697 — menor, 697 Pelicâo, 714 PêJo-de-c arneiro, 691 Pequena-dedaleira, 223 Pequeno-limonete. 470
792
Pereiro, 513 Persicáriamordaz. 274 — urente, 274 Perspicâria-sempre-noiva, 272 Pervinca, 244 Petasite, 320 — híbrida, 320 Pica-folha, 672 — ralo, 672 Piloseia, 504 — das-boticas, 504 — da s-rarm acras, 504 Pilriteiro, 219 Pimenta, 370 — aquática, 274— branca, 370 — canarim, 370 — comum, 370
— da-índia, 370 — tfágua, 274 — cfo-reino, 370 — malagueta, 354 — negra, 370 — redonda, 370 pimentão, 354 — decaiena, 354 — de-cheiro, 354 — doce, 354 Pimenteira, 370 Pimento, 354 Pimpinela, 322.533, 534 — hortense, 533 — magna, 322 — menor, 533 — oficinal, 534 Pinha, 489 Pinheirinha, 704 Pinheira. 323 — alvar, 290 — bravo, 323 — d as-landes, 323 — maritimo. 323 Piripiri. 354 Piffiteiro, 219 Pislácia, 197 Pistolete, 148 Pila, 558 Piteira, 558 Poaia, 438 PoefofiJo, 517 Poejo, 461, 769 — americano, 462 Polígala, 327 ^ a m a r g a , 327 — da-virgrnia, 327 — rupestre, 327 Pofigonato, 723 — da-américa, 723 Polipódio, 392 — dcK:arvalho, 392 Pomo-espinhoso, 157 PortiJlaca, 518 Potentila, 371, 520 — anserina, 371 Pcíentilha, 520 Potincoba, 274 Praz er-das-d amas, 691 Primavera, 328 — das-boticas, 328 Prímuía, 328
Psilio,515 Pulicária, 515 Pulitaina, 582 Puiitária, 582 Pulmonária, 331 Pulsatila, 623 Quaresmas, 591 Quartilho, 397 Quássia, 210,467 — amarga, 467 — amargosa, 467 — da-jamaica, 467 — do-surirran, 467 Quebra-p anelas, 570 Quero, 570 Quelidónia, 701 — maior, 701 Quenopõdio, 439 — bonrvrterwique, 7Q2 Quina, 752 — amarela, 763 — deeaiena, 467 — dos.-p abres, 562 —vermelha, 753 Quirteira, 752 Quinquefolio, 520 Rabanete, 393 — das-hortas, 393 — dexavalo, 394 Rábano. 393 Rábáo, 393 — maior, 394 — rústico, 394 Rabirbaro, 529, 530 Rabodeasno 704 — de-cavalo, 704 — de-toura, 704 Rainna-dawioite, 216 — das-ervas, 624 — dos-prados, 667 Raiz-doce, 308 Rapõntfco. 529,530 Ratànhia, 196 — doperu, 196 Ratània, 196 Rauvúlfia, 242 Rauvíoffia, 242 Recama, 592 RedoSj 729 Regaliz, 308 Regaliza, 308 Regoliz, 308 Resta-boi, 581 Retama, 225 Rícino, 531 Pffcboi, 581 Rinchão, 211 Robinia, 469 Roble, 208 Roída
— de-alexandriaj 635 — de-cão, 762 — de-cenvf olhas, 635 — dedamascQj 635 — de-fericó, 635 — do-fapão, 362 — francesa, 635 — francesa-dobrada, 63b — gálica, 635 — pálida, 635 — rubra, 635 —vermelha, 635 Rosas-de-gueldras, 642 Roseira, 635 Rosmaninho, 162 Rufe, 637 Ruibarbo, 529 — das-hortas, 530 — palmado. 530 RuTO-dos-tiiitoreiros, 569 — tintória, 589 Sabal, 610 Saboeira, 333 Saboneira, 333 Sabugueirínho, 590. 767 Sabugueiro, 590, 767 — negro, 767 Saflor. 751 Saião, 727 — curto, 727 Salepeira-maior, 512 Salepo-maior, 512 Salgueirinha, 510 Salgueiro. 676 — branco, 676 — chorão, 677 — da-babf!ónia, 677 — decasca-roxa, 677 — frágil, 677 Saíicària, 510 Salsa, 583 — de-ferusalém, 331 — dr>monte, 562 — hortense, 5&3 Sal sapa rrilha-bastarda, 592 — da-jamaica, 593 —das-honduras, 593 — de-febea, 593 — de-vera-cruz, 593 — do-maranhão, 593 — dopará, 593
— dweira, 592 — filipina, 593 — indígena, 592 — mexicana, 593 Salsffi, 243 Salva, 638 — da-catalunha, 638 — das-boticas, 63Ô — das-farmácías> 638 — dos-prados, 638 — e se I areia, 766 — mansa, 638 — menor, 638 — verdadeira, 638 Salvaçâo-do-mundo, 691 Samambaia, 500 Sanamunda. 194 Sanguina, 307 Sanguinária, 272
Sanguinho-de-água. 526 Sanguissorba, 533 — oficinal, 534 Sanícuía, 725 — americana, 725 — dos-montes, 591 — vulgar, 725 Santolma, 470 Santo nico, 431 Sapo n ária, 333 Saramago, 393 Sarça, 541 Sargaçovesiculoso, 650 Sassafrás, 678 Satiriâo-nflâcho, 512 Salirio-macho, 512 Satureja-das-m ontanhas, 374 Saudades. 131 S&xfíraga, 322 — branca, 591 Segurelha, 374, 769 — dos-jardins, 375 Selenicéiea, 216 Selc-de-safomão, 723 Sé m encontra, 431 Semencina, 431 Semen.te.s-de-aleKar.dria, 431 Sempre-noiva, 272 — dos-modernos, 272 Sempre-verde, 457 Se mpre-viva-d os-telhados, 727 Sene, 492 —americano, 493 — bastardo, 498 — da-índia, 492 — de-alexandria, 493 — de-espanha, 493 — de-meca, 492 Senécio, 640 — viscoso, 640 Sereno a, 610 Serpão. 338 Serpentária-vermelha, 198 Serpil, 338 Serpilho, 338 Serpol, 338 Sésamo, 611 Sete-em-rama, 519 Siderita, 471 Silva, 541 — macha. 762 Silvão. 762 Sinceiro, 676 Sintro. 428 Sobreiro, 210 Sobro, 210 Solano, 729 Solda, 519 — grande, 589 Solidago, 594 Sorveira, 535 — brava> 535 — dospassarinhos, 535 Suftana, 131 Tabaco, 1&3 — dos-sa bóia nos, 662 — dos-vosgos, 662
A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS í n d i c e s
Tabaibo, 531 Tamarina, 536 Tamarindeira, 536 Tamarindeiro, 536 Tamarindo. 536 Tamarineira, 536 Tamarineiro, 536 Tamarinheira, 536 Tamarinheiro, 536 Tamarinho, 536 Tamo, 679 Tanaceto, 537 Tanásia, 537 Tanctiage, 325 Tanchagem, 325 — dos-alpes, 662 — maior, 325 — média, 325 — menor, 325 Taraxaco, 397 Tas na, 640 Tasneira, 640 Tasneirinha, 640 Teixo, 336 Teléfio. 726 Tepezcohuite, 724 Têucrio, 473 Tilia, 169 — americana, 171 — de-folha-pequena, 171 -híbrida, 171 — prateada, 171
— vulgar, 171 Tintureira, 722 — vulgar, 722 Tocha-espinhosa, 216 Tomilho, 338. 769 — ordinário, 769 — vulgar, 769 Toranja, 267 Torga-ordmária, 570 Toringia, 267 Tormentila, 519 Tormentilha, 519 Tormentina, 519 Tornassol, 713 Tornesol, 713 Toronja. 267 Tramazeira, 535 Transagem, 325 Trepadeira, 491 — das-balsas. 491 — das-sebes. 491 — dos-tapumes, 491 Trevo, 340 — aquático, 463 — branco, 340 — cervino. 388 — d'água, 463 — dos-charcos, 463 — dos-prados, 340 — violeta. 340 Trifolio-fibrino, 463 Tróculos. 221
— brancos, 343 Troques, 221 Turnera, 613 Tussilagem, 341 — fartara, 341
Ulgebrão, 174 Ulmeira, 667 Ulmeiro, 734 — americano, 734 Ulmo, 734 Unha-de-asno, 341 — de-cavalo, 341 — gata, 581 Unho-de-cavalo, 341 Urbegão. 174 Urternige, 624 Urtiga-branca, 633 — maior, 278 — mansa, 278 Urtigão, 278 Urucu, 700 Urucueiro, 700 Urucum, 700 Urze, 570 — do-monte, 570 Usaidela, 439 Use. 363 UvaKie-cáo, 679. 726, 728 — de-urso, 564 — do-monte, 260 — espim, 384
— ursma, 564 Valenana, 172 — menor, 172 — selvagem, 172 — silvestre. 172 Vara-de-ouro, 594 Vareque-vesiculoso, 650 Vela-de-nossa-senhora, 343 Verbasco, 343 Verbena, 174,459 - a z u l , 174 — sagrada, 174 Verça, 433 Verga-de-ouro, 594 Vermiculária, 726 Verónica, 475 — da-alemanha, 475 — das-boticas, 475 — das-farmácias, 475 — macho, 475 — oficinal, 475 Verrucária. 713 Viburno, 199, 643 — americano, 643 Vicária, 245 Vide, 544 — da-judeia, 728 Videira, 544 — europeia, 544 Vido, 568 Vidoeiro, 568
a l f a b é t i c o s
Vime iro-amar elo, 676 Vinagreira, 275 Vinca, 244 Vincapervinca, 244 Vinha-da-india, 728 — da-judeia. 728 — do-norte, 158 Viola. 344 Violeta, 344 — de-cheiro, 344 — roxa, 344 Virgáurea, 594 — verdadeira, 594 Visco. 246 — americano, 247 — branco, 246 Visqueiro, 672 Vulnerária, 661 X i l o , 710 Zabumba, 157 Zambujeiro, 239 Zaragatoa. 515. 707 — arenária, 515 — da-índia, 515 Zebro, 672 Zécora. 237 Zimbreiro, 577 Zimbro, 577 — comum, 577
a
I I C E GERAL A L F A B É T I C O
ÍNDICE GERAL ALFABÉTICO Ver também o "Índice de doenças" no princípio de cada um dos volumes: páginas 8 e 408.
Abortivas, plantas, 101 Absinto, licor de, 429 Abstinência, síndroma de, a passiflora ajuda a superá-lo, 168 Acemanan, 695 Acetilsalicílico, ácido, 667, 676 Ácido acetilsalicílico, 667, 676 - cianídrico, 87 - cítrico, 92 - clorídrico, plantas que incrementam a sua produção no estômago, 98-99 - linoleico e linolénico, 93 - málico, 92
- oleico, 93 - oxálico, 93 - salicílico, plantas que contêm, 92-93 - tartárico, 92 Ácidos gordos, 93 - orgânicos, 92 Açúcar de cana, 332 - para tisanas, 59 Açúcares, 78 Adoçar tisanas, 59 Aglicona, 85 Água da rainha da Hungria, 675 - d e alfazema, 162 - de cepas, 546 - de fidalguinhos, 132 - de louro-cerejo, 458 - de rosas, 635, 636, 762 - dos carmelitas, 163 - floral, 91 Aguarrás, 290, 323 Alambique, destilação de essências, 91 Alantoína, 703, 733 A\ca)iri)zação, 565 Alcalóides, 84 - plantas com, 85 Alcatrão vegetal, 324 Álcool, 545 Alexandre, o Grande, e o aloés, 694 Alginatos, 652 Alimento-remédio, maça, 513 Almécega, 197 Amanita falóides, 396 Amarga, substância mais, 453 794
Amato Lusitano, comentador de Dioscórides, 110 Ambientação com essências, 96 Amboima, 450 Amentílhos, 31 América, plantas medicinais da, 116-117 Amido, 78 Aminoácidos essenciais, 81 Anapsos, 724 Anatomia de uma flor, 42, 43 Androceu, 43 Anestésicos locais, 181 Angiospérmicas, plantas, 42 Antibióticos nas plantas, 87 - plantas que contêm, 86 - vantagens da chagueira sobre os, 773 Anti-séptico, grande poder da essência do tomtlho, 770 Antocianinas, 86 Anuais, plantas, 48 Aquiles dá nome a uma planta, 691 Arbutina, 88 Argmina, 584 Aristóteles recomenda o aloés, 694 Armazenamento das plantas, 51 Arnau de Vilanova, primeiro a descrever a vara-de-ouro, 594 Aromas, poder dos, 94 Aromaterapia, 94 Aromáticos, óleos (essenciais), 90 Arrurruz, 450 Aspirina, 667 - ácido salicílico, 92 - descoberta, 676-677 Assassino, origem da palavra, 152 ATP, 220 Atropina, 353 -fórmula química, 352 Automedicação com plantas, 74 Aveleiras silvestres, 253 Azebre, 694, 695 Azeite de oliveira, rei dos óleos, 81 - cosmético, 241
- maceração em, 57 - o mais medicinal, 80 - puro, 240 - refinado, 240 - virgem, 240 Azeitonas, temperadas com segurelha, 375 Baga, 31 Bálsamo anti-reumático, 457 - de copaiba, 571 -deGilead, 761 - do Canadá, 291 Banhos, 65 - com essências, 97 - de assento, 65 - de assento, plantas para, 66 - de mãos (manilúvios), 67 - de pés (pedilúvios), 67 - de vapor com plantas, 70, 71 - plantas, para, 65 Basilico, unguento, 324 Beleza, leite de morangos, 576 Benidictine, 426 Bíblia, "o Dioscórides", livro mais difundido a seguirá, 110 Bienais, plantas, 48 Bílis, dente-de-leão triplica a produção, 398 Biocatalizadores, 8 1 , 84 Bochechos, 72 Bócio hipotiróideo, plantas contraindicadas em caso de, 100 Bolbo, 29 BoJdina, 391 - fórmula química, 390 Bolotas, 208-210 Bom Samaritano, usou vinho para feridas, 545 Bom uso das especiarias, 450 Breu vegetal, 324 Bromelina. 425 Brotos, 269 Bruxas e malfeitores usavam meimendro-negro, 159
A SAÚDE PELAS P L A N T A S MEDICINAIS í n d i c e s
Cabaret, 432 Cabras, vitalidade com pilriteiro, 219 Cafeína, 178, 182. 185 - em cacau, 598 -fórmula química, 179 Cálcio, plantas ricas em, 83 Cálculos renais (urinários), plantas contra-indicadas, 100 - renais por ácido oxálico, 100 Calvície, chagueira contra a, 773 Canabinol, fórmula química, 152 Canadá, bálsamo do, 291 Cantores, rinchão para a voz, 211 Cardiovasculares, plantas contraindicadas nas afecções, 99 Cáries, protecção dos ácidos orgânicos, 92 Carlos Magno, dá nome á carlina, 749 Carlos V, dá nome à carlina, 749 - tentativa de curá-lo da gota, 473 Carmelitas, água dos, 163 Caroteno, 134 - plantas ricas em, 82 Carpelo, 43 Carvão vegetal, 108,305, 761 Catalizador, 81 Cataplasma, 68 Caule, 30 - tipos de, 40 Cavalinha, vegetal com mais silício, 705 Célula vegetal, 22
Celulose, 79 Cepas, água de, 546 Cerveja, lúpulo aromatiza, 158 Chamugra, 700 Chartreuse, 426 Chineses recomendavam cravinho, 192 Chocolate, 598 Cinarina, fórmula química, 387 Cipreste de Moctezuma, 25, 255 Citoplasma, 23, 24 Cítrico, ácido, 92 Citrinos, 267 Classificação das plantas, 33 Clima, influência nas plantas, 45 Clisteres, 72 Clorofila, 76, 77 Cloropastas, 24 Cocaína, 181 -fórmula química, 180 Colagénio, regeneração, 705 Colesterol, aveia e, 151 -azeite de oliveira e, 241 - nozes e, 506
Colheita das plantas, 47 Colher sem devastar, 52 Colírios, 72 Colite, plantas contra-indicadas, 99 Colofónia, 324 Colombo e a canela, 442, 443 Colquicina, 666 - fórmula química, 666 Compressas, 68 Confusões entre plantas, 108 Coniina, 156 Conservação das plantas, 50 Contaminação das plantas, 47 Contra-indicações das plantas, 98 Cook, capitão, venceu escorbuto com limões, 265 Copal, 497 Coração, plantas contra-indicadas, 100 Corante de açafroa, para o rosto, 751 Cormófitas, 26 Cortês, Hernán, e a medicina na América, 116 Córtex, 30 Cortiça, 23, 210 Cosmético superior, leite de morangos, 575, 576 Cremes, 64 Creosote, 502 Crianças, doses para, 58 - plantas contra-indicadas, 102 Cristo, instrumentos de tortura na passionária, 167 Cristóvão da Costa, os portugueses e o ananás, 425 Cultura das plantas, 46 Curry, 450 Cútis, leite morangos, 575 Débil idade, plantas contra-indicadas, 100 Decoccão, 57 Desinfectante, grande poder, do tomilho, 770 Destilação, essêncas, 91 Diacetilmorfina, 164 Diagnóstico médico, necessidade, 74 Difenilglioxal, peróxido de (PDG), 394 Digestivas, precauções nas afecções, 98 Digitalina, 222 Digoxina, 222 -fórmula química, 222 Dioscórides, 110 Diurese, tipos de, 556
a l f a b é t i c o s
Divertículos, 516 Divisão, em botânica, 33 Doseamento das tisanas, 58 Doses, importância, 102, 106 - importância em plantas potencialmente tóxicas, 102 -para crianças, 58 Doses elevadas, plantas perigosas em, 104,107 Duração da vida dos vegetais, 26 Eça de Queirós, referência à beldroega, 518 Ecologia, plantas medicinas e, 52 Ecológicos (naturais), remédios, 112 Efedrina, 303 Elastina, regeneração, 705 Emetina, 438 Enemas, 72 Envasilhamento das plantas, 51 Envenenamento, por cogumelos (fungos), 396 - por plantas, 107 - primeiros socorros, 108 Ergotamina, verbena como alternativa, 175 Escorbuto, 266 Esculina, 88, 252 Especiaria, a mais cara, 448 - a mais lucrativa, 442 Especiarias, bom uso, 450 Espécie, 33 Espécies vegetais ameaçadas, 52 Esposas abandonadas, como "recuperar" maridos, 465 Essência absoluta, 91 Essências, 90 - ambientação com, 96 - emprego terapêutico, 94 -obtenção, 91 - por via interna, 97 - precauções no uso, 90 Estames, 43 Estigmas, 30 Estilo de vida são, importância, 74 -necessidade e utilidade, 114 Estornas, 38 Eugenol, fórmula química, 193 Externo, uso, 64 Extinção, plantas ameaçadas, 52 Extracção de essências con dissolventes, 91 Extractos, 62-63 - não convêm (romãzeira), 524 - vantagens e inconvenientes, 62 Ezequias, curado com figos, 708
a
Í N D I C E GERAL A L F A B E T I C 1
Falso arrurruz, 450 Família, 33 Fanerogâmicas, plantas, 42 Farelo de aveia, contra o colesterol, 151 Farmacologia, surgimento, 110 Fecundação das flores, 43 Feiticeiros e malfeitores usavam meimendro-negro, 159 Ferro, plantas ricas, 83 Fígado, afecções, plantas contraindicadas, 99 Fitoterapia, Ellen G. White pioneira, 115 Fitoterápicas, preparações, 60 Flor, anatomia, 42 Flor de laranjeira, 154 -essência de, 154 Flores, 30 - quatro, infusão peitoral, 287 - tipos, 42 Folhas, 30 - anatomia, 38 - funções das, 77 - tipos, 36-37 Fomentações, 70 - com plantas medicinais, 70 - técnica de aplicação, 69 Fósforo, 83 Fotossíntese, 24, 30, 76, 77 Frescas, plantas que devem usar-se, 47 Fricções com essências, 96 Fruto, 31 Frutose, 78 Fumar (tabaco), 183, 466, 541 laalénicas, preparações, 60 Gargarejos, 71-72 Gastrite, plantas contra-indicadas, 98 Gel de aloés, 695 Gema, 30, 38
Género, 33 Genina, 85 Germinados, 269 Gilead, bálsamo de, 761 Gimnospérmicas, plantas, 42 Gineceu, 43 Glícidos, 78 Glicose, 78 Glicósidos, 85 - antocianínicos, 86 - antraquinónicos, 86 - cardiotónicos, 87 - cianogenéticos, 87 - cumarínicos, 88 - decomposição, 86 - fenólicos, 88 796
- flavonóióes, 88 - lactónicos, 88 - saponínicos, 88 - sulfurados, 90 Glúcidos, ver Glícidos Glucose, ver Glicose Glúten, ausência no milho, 600 Goma arábica, 469 - de alfarroba, 497 Gomásio, 612 Gordos essenciais, 93 - ácidos, 93 Gorduras, 80 Grãos, 31 Gravidez, desaconselhados glicósidos antraquinónicos, 87 - plantas contra-indicadas, 100,102 Habitat das plantas, 25 Hábitos de alimentação, 115 - nocivos, 74-75 Haxixe, 152 Hemorróidas, plantas contra-indicadas, 99 Hepáticas, afecções, ver Fígado Hepatopatias, ver Fígado Heroína, 164 Heterosidos, 85 Hialuronidase, inibida pela equinácea, 756 Hidrastina, fórmula química, 207 Hidratos de carbono, 78 Hidroquinona, 88 Hipertensão, plantas contra-indicadas, 99 Hipervitamose A, 135 Hiroshima, ginkgo resistiu, 234 Hiroshima e Nagasaki, sobreviventes curaram queimaduras com aloés, 695 Hooke, descobridor da célula vegetal, 22 Hungria, água da rainha da, 675 ícones usados neste livro, significado, 124-125 Idade das plantas, colheita, 45 - dos vegetais, 26 Infância, plantas contra-indicadas, 102 Infantis, doses, 58 Inflorescências, tipos, 41 Infusão, 56 - peitoral de quatro flores, 287 Insecticida, poejo, 461 Insulina, 80
interno, uso, 64 Intestinal, oclusão, plantas contraindicadas, 99 Intoxicação, por cogumelos (fungos), 396 -por plantas, 107 - primeiros socorros, 108 Inulina, 80 lodo, 651 - plantas ricas, 84 Irrigação sanguínea, 245 Irrigações vaginais, 73 Jesus, embalsamado com aloés, 695 - instrumentos da sua tortura na passiflora, 167 - usou vinho sem álcool, 545-546 Juglona, fórmula química, 505 Kempner, dieta de, 514 Kombu, 652 Lactação, plantas contra-indicadas, 102 Lactucário, 160 Lágrimas, da figueira, 709 - de maná, 669 Laguna, Adrés de, tradutor de "o Dioscõrides", 110 Lavagens oculares, 72 - vaginais ( = irrigações), 73 Leite, aumento de produção, 632 Leite de figueira, 709 Leite de morangos, 575, 576 - cosmético superior, 576 Líber, 767, 768 Limonadas, 267 Limpeza do sangue, 547 Linalol, 161 Lineu, 32 - curou a sua gota com morangos, 576 Linhaça, 509 Linimentos, 62 Lípidos, 80 Litiase, plantas contra-indicadas, 100 - ver Cálculos Lobelina, 183 Loções e fricções, 70 Louro-cerejo, água de, 458 Luis XIV e a ipecacuanha, 438 Lupulmo, 158 Maceração, 57 - em azeite, 57 Madame de Sevigné apreciava o alecrim, 675
A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S í n d i c e s
Madeira da vida, 311 Madeira, imputrescível, amieiro, 487 Magnésio, plantas ricas em, 83 Maiwein, 351 Malfeitores e bruxas usavam meimendro-negro, 159 Málico, ácido, 92 Maná, 669 Manilúvios, 67 Manteiga de cacau, 598 - de loureiro, 457 Maquilhagem, com buglossa, 696 - com corante de açafroa, 751 Maridos, como "recuperar", as esposas abandonadas, 465 Marijuana, 152 Mástique, 197 Matéria médica de Dioscórides, 110 Medicamentos de plantas, 110, 113 - diferenças com as plantas, 111 Medicina americana pré-colombiana, 116-117 Medicinal, árvore toda, macieira, 513 Médicos chineses, recomendavam cravinho, 192 Médicos pré-colombianos, 117 Medida de plantas para tisanas, 58 Meio ambiente, protecção e plantas medicinais, 52 Mel, ideal para adoçar tisanas, 59 Mel de cana, 332 Melaço, 332 Membrana, da célula vegetal, 23 Menstruação, plantas contra-indicadas, 101 Mentol, fórmula química, 366 México, História das plantas do, 772 - plantas e medicina antiga no, 116-117 Minerais, 83 Mistura de plantas, 59 Moctezuma, cipreste de, 25, 255 Morfina, 164 -fórmula química, 165 Mortíferas, plantas, 106 Mostarda, essência de, 393 Mucilagens, 79 -acção, 516 - zaragatoa, grande conteúdo, 515 Mutis, J. Celestino, descobridor de plantas americanas, 117 Naturais, remédios, retorno, 112 Nebulizados, 63 Nefrite, plantas contra-indicadas, 100
Nero, médico de, recomendava betónica, 730 Néroli, essência, 154 Nervosismo, plantas contra-indicadas, 100 Nicotina, 183 - anis antídoto contra, 466 - fórmula química, 184 - indícios na cavalinha, 706 Nogalina, 506 Nomenclatura botânica, 32 Nomes das plantas, 32 Núcleo celular, 22 Oclusão intestinal, plantas contraindicadas, 99 Oculares, lavagens, 72 Óculos, meliloto "tira", 258 Oficinais, preparações, 60 Oleico, ácido, 93 Óleo de alfazema, 162 - de avelãs, 254 - de azeitona, 239-241 - d e gergelim, 612 - de gérmen de milho, 601 - de grainha de uva, 547 - de linhaça, 509 - de loureiro, 457 - de onagra, 238 - de pulicária, 268 - d e rícino, 531 Óleos, 80 - essenciais (essências), 90 Oligoelementos, presença nas plantas, 84 Olivas, ver azeitonas OMS, definição de planta medicinal, 27 Ópio, 164, 165 Ordem, em botânica, 33 Oxálico, ácido, 93 Páginas descritivas, explicação, 126-127 Papaína, 435 Papiani-panamacani, 117 Parênquima, 38 Partes das plantas, 27 Pasteur, preferia a uva ao vinho, 545 PDG, 394 Pecíolo, 31,38 Pectina, 79 Pedilúvios, 67 Pedras, ver Cálculos Pedúnculos, 31 Pele, leite de morangos, 575 Período, plantas contra-indicadas, 101
a l f a b é t i c o s
Peróxido de difenilglioxal, 394 Petitgrain, essência de, 154 Pilocarpina, 759 Pintura cosmética, de buglossa, 696 Pistilo, 43 Planta medicinal, definição da OMS, 27 Plantas, ameaçadas de extinção, 52 - cultura, 46 - lenhosas, 48 Plastas, 23 Pocho-cacaua-atl, 597 Podofilina, 517 Pólen, 43 Pomadas, 64 Popúleo, unguento, 760, 761 Pós, 61 Potássio, plantas ricas, 83 Precauções no uso de plantas medicinais, 74, 98 Preparações fitoterapêuticas, 60 - galénicas, 60 - oficinais, 60 Pressão (espremedura), essências por, 91 Princípios activos das plantas, 44, 76, 78 Procaína, 181 Propriedades das plantas, como se descobriram. 118-121, 762-763 Próstata, adenoma, plantas contraindicadas, 100 - sementes te abóbora para, 605-606 - serenoa para, 610 Proteínas, 81 Protófitos, 26 Provitamina A, plantas ricas, 82 Purificadas, medicamentos à base de substâncias, 111 Quatro flores, infusão peitoral, 287 "Quebra-óculos", meliloto, 258 Quimioterapia, ver Medicamentos Quinina, fórmula química, 752 Quinina europeia, 487 Rabaça, 270 Rainha das frutas, maçã, 514 Raios, loureiro, "protecção" contra os, 457 Raiz, 29 Raízes, tipos de, 39 Refrescos, 267 Régio, unguento, 324 Regras, ver Menstruação
Renais, cálculos, plantas contraindicadas, 100 Reserpina, 242 - fórmula química, 242 Resina de violino, 324 Resinas, 90 Retinol, 135 Reumatismo, harpagófito muito eficaz, 671 Rizoma, 29 Rutina ( • vitamina P), 88 Sacarose, 78 Sais minerais, ver Minerais Salada silvestre, 744 Salepo, 512 Salicílico, ácido, plantas que contêm, 92 Salmonelose, 514 Sangue, limpeza do, 547 Santonina, 431 Sapogeninas, 88 Saponinas, 88 Saquinhos para infusões, 56 Saúde, fruto dos hábitos e da alimentação, 115 Schneider, acção antidisentérica das maçãs, 513 Secagem das plantas, 50 Secas, plantas que devem usar-se, 50 Secreções, 31 Semente, 31 Sementes de alfarroba, 497 Senósidos, 493 Sevigné, Madame de, apreciava o alecrim, 675 Silício, 84, 705 - plantas ricas, 84 Silimarina, 396 Sinais, teoria dos, 118-121 - exemplos de aplicação, 292, 596, 626, 762 Sinapismos, 68, 663 Síndroma de abstinência, a passtflora ajuda a superar, 168 Sócrates, morto por cicuta, 155 Substância mais amarga, 453 Sucos gástricos, plantas que aumentam a produção, 98-99 Sumidade, 31 Sumo de aloés, 694, 695 Sumos, 60
798
Superiores, vegetais, chamados plantas, 26 Tabaco, 183 - anis antídoto do, 466 - lobélia, ajuda a deixar, 183 - silva contra o, 541 Tahin, 612 Talófitos, 26 Tamanho dos vegetais, 25 Taninos, 93 Tapioca, 460 Tartárico, ácido, 92 Taxol, 337 Teina, 185 Teísmo, 185 Teobromina, 182, 598 Teofilina, fórmula quimica, 179 Terebintina, 290, 291, 323, 324 Terreno, influência sobre as plantas, 45 Testículos, tubérculos semelhantes, 512 Texoxo-tlacicitl, 117 Timol, fórmula quimica, 769 Tintura de arnica, 662 Tinturas, 63 "Tira-óculos", meliloto, 258 Tisanas, 54-56 - adoçar, 59 - de uma ou várias plantas, 59
- decocção, 56-57 - doseamento, 58 - preparação, 55 Tlama-tepati-ticitl, 117 Tóxica, planta mais, da Europa, 148 - d o mundo, 148 Tóxicas, plantas, 106 - de aplicação medicinal, 103-106 -parcialmente, 106-107 Trimetilxantina, 178 -fórmula quimica, 179 Tubérculo, 29 Tuionas, 429 Tule, árvore de, 25, 255 Ulcera gastroduodenal, plantas contraindicadas, 98 Unguento, 64 - basílico, 324 - popúleo, 760, 761 - régio, 324 Urinários, cálculos, plantas contraindicadas, 100
Urogenitais, afecções, plantas contraindicadas, 100 Urtigações, 278 Uso, externo, 64
- interno, 64 - seguro, das plantas, 74 Vacúolos, 24 Vaginais, irrigações, 73 Valepotriato, fórmula química, 173 Variedades, 33 Vegetais superiores ( = plantas), 26 Veneno vegetal mais activo, 148 Venenosa, planta mais, da Europa, 148 - do mundo, 148 Venenosas, plantas, 106 - d e aplicação medicinal, 103-106 Verlaine, morte por consumo de absinto, 428 Vermute, 428 Vida, duração dos vegetais, 26 Vida sã, importância, 74 Vilanova, Arnau de, primeiro a descrever a vara-de-ouro, 594 Vincamina, fórmula química, 244 Vinho, desaconselhável em todas as suas formas, 545 Vinho de maio, 351 Vitamina A, 82,134 - necessidades diárias, 135 Vitamina B, plantas ricas, 82 Vitamina Bi2, 82 Vitamina C, goiaba, muito rica, 522 - plantas ricas, 82 - rosa-canina muito rica, 764 Vitamina E, plantas ricas, 82 Vitamina P, plantas ricas, 83 Vitaminas, 81 Vivazes, plantas, 48 Voz, rinchão para a voz, 211 Vulnerário, definição e etimologia, 661 Wermut, 428 White, EllenG., pioneira da fitoterapia, 115 Xantinas, 179 Xarope de bordo, 59 - de sabugueiro, 768 Xaropes, 61