Paulo Freire Paulo reire é caracterizad caracterizado o com um pensador pensador que se comp co mprromet ometeu eu,, além além das das idéi idéias as,, co com m a próp própri ria a vida vida,, co com m a próp própri ria a existência; na Pedagogia do Oprimido ele nos apresenta sua experiência cati ca tiva vada da no exíl exílio io dura durant nte e cinc cinco o anos anos,, bem bem co como mo nos nos most mostra ra o papel papel conscientizador da educaço numa aço libertadora do próprio !medo da liberdade!" Para Paulo Freire vivemos numa sociedade dividida em classes, sendo que os privilégios de uns impedem que a maioria usu#rua dos bens produzidos e, coloca como um desses bens produzidos e necess$rios pata conc co ncre reti tiza zarr a voca vocaç ço o nece necess ss$r $ria ia do se serr ma mais is,, a educ educaç aço o,, da qual qual é excluída grande parte da populaço do %erceiro &undo" 'e#ere(se ento a dois tipos de pedagogia) a pedagogia dos opressores, onde a educaço existe como uma pr$tica de dominaço e a pedagogia do oprimido que prec precis isa a se serr rea eali liza zada da para para que que sur* sur*a a uma uma educ educaç aço o co com m pr$t pr$tic ica a de liberdade" O movimento da liberdade deve surgir e partir dos próprios oprimidos, e a pedagogia decorrente ser$ gerada nos +omens e no para os +omens; vê(se que no é suciente que o oprimido ten+a consciência crítica da opresso, mas, que se dispon+a a trans#ormar essa realidade, trata(se de um trabal+o de conscientizaço e politizaço" - violência dos opressores é gerada por uma ordem que se posiciona in*ustamente sendo resultado de um processo +istórico de desumanizaço".sta desumanizaço d$ margem ao surgimento da luta pelo direito de cada ser +umano, a luta pela liberdade trabal trabal+is +ista, ta, e pela pela armaç armaço o do +omem +omem enquan enquanto to indivíd indivíduo uo possui possuidor dor destes direitos" .m relaço / deniço de oprimidos e opressores pode +aver algumas contradiç0es; o que torna os opressores desumanizados é sua violência, e essa violência #az com que os oprimidos tendam a reagir lutando contra quem os oprime, contra quem os #ez menos".ssa luta só adquire sentido quan quando do o se serr menos menos,, ao busc buscar ar sua sua +uma +umaniz nizaç aço o,, no no se reco recon+ n+ec ece e opressor devolvendo a quem o oprimiu tal violência"- libertaço se d$ $ medida que o oprimido reconquista sua +umanidade em ambos os papéis que possivelmente ocupa o do ser mais e o do ser menos" %oda %oda a Pedagogia do Oprimido se apresenta como um texto problematizador, que explicita a própria teoria da educaço do +omem; essa teoria da educaço se re1ete em generosidade verdadeira e +umanista podendo alcançar o ob*etivo da libertaço"2ó unindo teoria e pr$tica essa libertaço pedagógica ser$ possível, além disto, quando os líderes de uma revo revolu luç ço o esta estabe belec lecem em uma uma rela relaç ço o dial dialóg ógica ica,, ao co cont ntr$r r$rio io de tent tentar ar sobrepor(se aos oprimidos querendo mantê(los como quase !coisas!, isso se d$ e#et e#etiva ivame ment nte" e"- peda pedago gogia gia que que part parte e de inte intere ress sses es indi individ vidua uais is,, a pedagogia !+umanitarista!, que est$ repleta de opressores que se dis#arçam de generosos, essa pedagogia promove e constrói a desumanizaço"3uando os oprimidos se recon+ecem como seus próprios re#azedores permanentes é porque #oram capazes de alcançar na pr$tica o saber da realidade".sta presença dos oprimidos na busca de sua libertaço mesma é, assim como deve ser, um enga*amento, desta #orma esta atitude se congura como m ai s que uma pseudo(participaço"
Paulo Freire também estabelece uma di#erença crucial quando trata de educaço banc$ria e educaço libertadora"- pedagogia dominante é #undamentada em uma concepço banc$ria de educaço 4predomina o discurso e a pr$tica, na qual, quem é o su*eito da educaço é o educador, sendo os educandos como vasil+as a serem enc+idas; o educador deposita !comunicados!, que estes, recebem, memorizam e repetem5, da qual deriva uma pr$tica totalmente verbalista, dirigida para a transmisso e avaliaço de con+ecimentos abstratos, numa relaço vertical, o saber é dado, #ornecido de cima pra baixo, e autorit$ria, pois manda quem sabe"6a educaço banc$ria o educador é sempre o que sabe, enquanto os educandos sero os que no sabem" - rigidez destas posiç0es nega a educaço e o con+ecimento como processo de busca; educador é o su*eito do processo enquanto o educando o mero ob*eto"7esta maneira o educando, em sua passividade, torna(se apenas um ob*eto receptor numa #alsa pressuposiço de um mundo +armonioso, no qual no +$ contradiç0es" O método #reireano no ensina a mera repetiço de palavras, mas, a despeito disto, coloca o educando numa posiço de poder re(existenciar criticamente as palavras de seu mundo"8 a palavra que o +omem constrói seu mundo e se di#erencia dos animais"-prender a escrever sua vida é o principal e mais exato sentido da al#abetizaço, aprender a escrever sua própria vida enquanto autor e testemun+a constituindo +istoricamente sua #orma e sua consciência se #azendo re1exivamente respons$vel pela +istória" .nquanto a educaço banc$ria é vista como uma modalidade em que o educador é o 9nico detentor do con+ecimento e o educando é vaso vazio a ser preenc+ido pela sabedoria do mestre, na educaço libertadora, ao contr$rio, +$ interaço entre educando e educador onde o ensino e a aprendizagem partem, ambos, de ambos os lados"3uem ensina aprende e quem aprende ensina simultaneamente" 6esta educaço problematizadora proposta por Paulo Freire o con+ecimento no é trans#erido do educador para o educando, mas, a despeito disto, ocorre um compartil+amento de experiências onde se encontram as condiç0es necess$rias para a construço de seres críticos, no decorrer do di$logo com o educador, por sua vez, também ser crítico" 7entro da situaço concreta de opresso e oprimidos, a auto(desvalia é uma das características do oprimido, que resulta da intro*eço que #azem eles da viso que deles tem os opressores" 7e tanto ouvirem de si mesmos que so incapazes, indolentes, que no sabem nada, que no podem saber, acabam por se convencer de sua !incapacidade!"3uando isto e#etivamente ocorre o mundo do oprimido no é visto a partir de uma nova perspectiva que valoriza a verdade das palavras numa mediatizaço dos su*eitos con+ecedores, que, por sua vez, no culminam em sua própria +umanizaço" O di$logo no é um produto +istórico, é a própria +istoricizaço, é ele, pois, o movimento constitutivo da consciência que abrindo(se para a innitude, vence intencionalmente as #ronteiras da nitude e, incessantemente, busca
reencontrar(se além de si mesmo" .xpressar(se expressando o mundo, implica o comunicar(se"-l#abetizaço no é um *ogo de palavras, é a consciência re1exiva da cultura, a reconstruço critica do mundo +umano, é toda a pedagogia) aprender a ler é aprender a dizer sua palavra(aço"teoria contr$ria, a anti(dialógica, se caracteriza nas elites dominadoras e essas classes têm interesse em dividir a sociedade entre eles e a :massa popular:, pois se no ocorrer tal diviso a classe oprimida pode despertar em um sentimento de unio que é indispens$vel / aço libertadora; *$ a teoria da aço dialógica se caracteriza numa classe ocupada em revolucionar libertadoramente os métodos estabelecidos, nesta classe é possível encontrar os su*eitos que visam / trans#ormaço do mundo através da educaço" emos que na teoria anti(dialógica o su*eito domina o ob*eto, enquanto na teoria dialógica os su*eitos unidos e reunidos pronunciam o mundo".nquanto na aço anti(dialógica a elite dominadora dis#arça o mundo para domin$(lo de mel+or #orma a aço dialógica visa desvelar o mundo; este desvelamento do mundo e do próprio indivíduo enquanto parte dele possibilita, na pr$tica cotidiana, / adeso das massas populares".sta adeso se d$ ao mesmo tempo que as massas populares conam em si mesmas e em suas lideranças revolucion$rias, pois percebem a dedicaço e a verdadeira de#esa da libertaço dos +omens" Para os opressores, o que vale é ter cada vez mais, / custa, inclusive do ter menos ou do nada ter dos oprimidos" 2er para eles, é ter, e ter como classe que tem" O sadismo aparece como uma das características da consciência opressora, na sua viso necróla do mundo" Por isto é que seu amor é um amor as avessas < um amor a morte e no a vida" 6a teoria dialógica as lideranças revolucion$rias se sentem obrigadas a manter a unio dos oprimidos entre si em virtude da libertaço; esta obrigaço na pr$tica é pó ponto #undamental"O contr$rio do que ocorre com a elite opressora que mantém sua unidade interna no intuito de #ortalecer sua organizaço e poder e por isso importa sua separaço das massas; para a liderança revolucion$ria deve +aver unidade entre ela e as massas"- aço da unidade em virtude da libertaço se contrap0e $ vontade da classe dominante e por este motivo é to di#ícil para as lideranças revolucion$ria manter esta unio; o ponto inicial para manter a unidade é o desvelamento da realidade, a desmisticaço do real, de modo que também é imprescindível uma #orma de aço cultural através da qual se possa con+ecer o porquê e o como da !aderência! / realidade que l+es d$ um con+ecimento #also dela e de si mesmo; também é necess$rio des#azer a ideologia e con+ecer a verdadeira maneira que o mundo se apresenta, realizando, deste modo, uma adeso / verdadeira pr$tica de trans#ormaço da realidade in*usta" 8 na tentativa da liderança manter um testemun+o de que busca a libertaço, que é uma tare#a comum entre um povo, que se #az presente a teoria dialógica; e é este testemun+o que, por sua vez, singelo e cora*oso, exercita uma tare#a comum, a m de evitar o risco dos direcionamentos anti(dialógicos; este testemun+o é ainda uma das principais interpretaç0es
das características culturais e pedagógicas da revoluço"Os +omens +umanizam(se, trabal+ando *untos para #azer do mundo, sempre mais, a mediaço de consciências < que se coexistenciam em liberdade" =m método pedagógico de conscientizaço alcança as 9ltimas #ronteiras do +umano, e como o +omem sempre se excede, o método também o acompan+a, é a educaço como pr$tica de liberdade"- luta do ser menos pela +umanizaço, pelo trabal+o livre, pela desalienaço, pela armaço do +omem como pessoa, somente tem sentido quando os oprimidos buscarem recuperar sua +umanidade, no se sentem idealisticamente opressores, nem se tornam de #ato, opressores dos opressores, mas restauradores da +umanidade em ambos" - aço cultural, no entender de Paulo Freire, se p0e ou a serviço dos opressores, ou a serviço da libertaço dos +omens, de #orma consciente ou inconsciente"3uando se p0e a serviço dos opressores, na aço cultural no se encontra a possibilidade de seu car$ter de aço induzida; quando se p0e a serviço da libertaço dos +omens, a aço cultural se coloca em posiço dialógica e se ac+a a condiço para superar a induço" 2egundo Paulo Freire a libertaço é um processo doloroso, pois depende do próprio individuo expulsar ou no o opressor de dentro de si" O +omem que nasce deste parto é um +omem novo que só é vi$vel na e pela superaço da contradiço opressores(oprimidos, que é a libertaço de todos" - superaço da contradiço é o parto que traz ao mundo este +omem novo, no o opressor, no mais o oprimido, mas +omem libertando(se"=m dos problemas mais graves que se p0em / libertaço é que opressores e oprimidos precisam gan+ar a consciência critica da opresso, na pr$xis desta busca" -través da pr$xis autêntica que, no sendo !bl$bl$bl$!, nem ativismo, mas aço e re1exo, e possível #azê(lo" Pr$xis é a re1exo e aço dos +omens sobre o mundo para trans#orm$(lo, sem ela é impossível / superaço da contradiço opressor(oprimido" 7este modo, se os indivíduos puderem se descobrir a partir de uma modalidade de aço cultural que problematize em si mesma a aço de con#ronto com o mundo, isto signica, num primeiro momento, que se descubram como tal e recon+eçam sua identidade com toda a signicaço pro#unda que tem esta descoberta"6o levar em conta a viso do mundo que o povo tem é um dos erros que a liderança comete"6o caso da liderança revolucion$ria, o con+ecimento desta viso do mundo l+e é indispens$vel para sua aço, enquanto síntese cultural"O que a aço cultural dialógica pretende é o no desaparecimento da dialeticidade entre permanência e mudança, e a superaço das contradiç0es antag>nicas de que resulte a libertaço dos +omens" 8 como +omens que os oprimidos tem que lutar e no como !coisas!, na relaço de opresso em que esto, que se encontram destruídos" - luta por esta reconstruço começa no auto con+ecimento dos +omens destituídos"=m educador +umanista, revolucion$rio deve orientar(se no sentido da +umanizaço de ambos" 7o pensar autêntico e no no sentido de doaço, da entrega do saber, sua aço deve estar #undida da crença nos +omens" ?sto tudo exige dele um compan+eiro dos educandos, em suas
relaç0es com estes"- educaço como pratica de liberdade implica a negaço do +omem abstrato, isolado, solto, desligado do mundo, assim como também a negaço do mundo como uma realidade ausente" - pr$tica problematizadora prop0e ao +omem sua situaço como situaço problema, prop0e a ele a sua situaço como incidência de seu ato cognoscente, através do qual ser$ possível a superaço da percepço m$gica ou ingênua que dela ten+am"O di$logo é também uma exigência existencial, e se ele é o encontro em que solidarizam o re1etir e o agir de seus su*eitos endereçados ao mundo e ser trans#ormado e +umanizado, no pode reduzir(se a um ato de depositar idéias de um su*eito no outro, nem tampouco tornar(se simples troca de idéias a serem consumidas pelos permutantes"- auto(suciência é incompatível com o di$logo" @omens que no tem +umildade ou a perdem, no podem aproximar(se do povo" 2e alguém no é capaz de sentir(se e saber(se to +omem quanto os outros, é que l+e #alta ainda muito que camin+ar para c+egar ao lugar do encontro com eles" - conança vai #azendo os su*eitos dialógicos cada vez mais compan+eiros na pronuncia do mundo" Falar em democracia e silenciar o povo, #alar em +umanismo e negar os +omens é uma mentira"Para o educador educando, dialógico, problematizador, o conte9do program$tico da educaço no é uma doaço ou uma imposiço mas devoluço organizada, sistematizada e acrescentada ao povo daqueles elementos que este l+e entregar de #orma desestruturada"- investigaço da tem$tica envolve investigaço do próprio pensar" Pensar que no se d$ #ora dos +omens, nem num +omem só, nem no vazio, mas nos +omens e entre os +omens, e sempre re#erido a realidade"6o processo da descodicaço cabe ao investigador, auxiliar, no apenas ouvir os indivíduos, mas desa$(lo cada vez mais problematizando, de um lado, a situaço existencial codicada e de outro, as próprias respostas que vo dando aqueles no decorrer do di$logo" - solidariedade nasce no testemun+o que a liderança d$ ao povo, no encontro +umilde, amoroso e cora*oso" 6em todos temos a coragem deste encontro e nos enri*ecemos no desencontro, no qual trans#ormamos os outros em puros ob*etos, e ao assim agirmos nos tornamos :necrólos:, em lugar de :biólos:, matamos a vida, em lugar de alimentarmos, em lugar de busc$(la, corremos dela"&anipulaço é uma das características da teoria da aço anti(dialógica, é a manipulaço das massas oprimidas" -través da manipulaço vo tentando con#ormar as massas populares e seus ob*etivos"Arianças de#ormadas num ambiente de desamor, opressivo, #rustradas na sua potência, se no conseguem na *uventude, endereçar(se no sentido da rebelio autêntica, ou se acomodam numa demisso total do seu querer, alienados a autoridades e aos mitos, podero vir a assumir #ormas de aço destrutiva" O trabal+o de Paulo Freire pode ser visto no apenas como um método de al#abetizaço, mas como um processo de conscientizaço, por levar em conta a natureza política da educaço"ara ele o ob*etivo da educaço deveria ser a libertaço do oprimido, que l+e daria meios de trans#ormar a realidade social e sua volta mediante !conscientizaço! 4con+ecimento
crítico do mundo5"- ec$cia e a validade de seu método #undamentam(se no #ato de partir da realidade do al#abetizando, do seu universo, do valor pragm$tico das coisas e #atos de sua vida cotidiana, de suas situaç0es existenciais" Obedece /s normas metodológicas e lingBísticas, mas vai além delas, ao desaar o +omem ou a mul+er que se al#abetizam a se apropriarem do código escrito com vistas a sua politizaço"ale a pena ressaltar que apesar de os educadores e prossionais da $rea educacional so#rerem di#erentes tipos press0es, degradaço salarial e até mesmo queda no prestigio social, ainda depende deles a valorizaço, a qualidade e a excelência da educaço"