2010
O Mais Profundo Eu Somos Nós Budismo, Reflexões e Pensamentos Marcos Ubirajara de Carvalho e Camargo
Cristal Perfeito 23/12/2010
Copyright © 2009 por Marcos Ubirajara de Carvalho e Camargo
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Budismo e Meio Ambiente
Budismo e Meio Ambiente
Fascículo Fascículo I – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo e Meio Ambiente
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O Homem e o Meio Ambiente Janeiro 23, 2007 às 10:26 am Um paralelo da Física para a visão Budista das interrelações entre o homem e o meio-ambiente 1ª. Parte O homem contemporâneo tem debatido o processo de degradação do meio-ambiente, e da qualidade de vida das populações dos grandes centros urbanos, reduzindo o problema ao tecido superficial do mundo, ou seja, a sociedade civilizada. Na esteira de um conceito de “civilização” que se baseia na extração, beneficiamento, transformação e exploração dos recursos naturais; a sociedade industrial (ou pós-industrial como preferem alguns) se assemelha muito àquele lenhador que serra o próprio galho onde está sentado. Quando finalmente o equilíbrio natural do ecossistema da bacia de drenagem de um grande rio, juntamente com sua mata ciliar, é devastado, começa-se a falar da “despoluição” e da “limpeza” do rio. Que rio? O rio está morto! Morreu quando o ambiente que o sustentava foi destruído. Nesta linha de raciocínio, natureza e homem excluem-se mutuamente e todas as propostas baseiam-se essencialmente num conjunto de ações do próprio homem, que segue apropriando-se de tudo que encontra na natureza e, com esta, nada compartilha. As interrelações ou a interdependência entre o homem e o meioambiente são freqüentemente esquecidas.
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Budismo e Meio Ambiente A atitude básica de discriminar o Sujeito (TI) do Objeto (KYO) tem aberto um abismo nas relações do homem com o seu meioambiente, na medida em que, através do avanço tecnológico, o mundo se tem transformado ora num imenso laboratório de manipulação dos recursos naturais, ora numa grande usina de beneficiamento e transformação dos mesmos, sob pretexto de melhorar o padrão de vida da humanidade. Pretexto porque ao discriminar o sujeito do objeto, o homem não se enxerga como parte integrante e essencial do seu meio-ambiente, “esquecendose” às vezes de incluir-se na própria espécie humana, agindo cegamente em seu próprio interesse. Uma vez consciente da catástrofe ecológica que se avizinha, por que o homem insiste em perpetrá-la? A resposta é surpreendentemente simples. O homem tem total “certeza da vida” e dos prazeres que esta pode lhe proporcionar. Entretanto, tem total incerteza sobre a morte e o sentido cósmico de sua existência. Não compreende que a morte não é apenas um fato inevitável a interromper a vida e as suas sensações. A morte é uma (con)seqüência da vida, é uma fase onde o grande balanço dos atos de uma pessoa reflete-se como num espelho. Mas, isto é incerto, como incerta é a vida. Ao separar a vida da morte, o homem tornou-se o maior usurpador de si próprio. Sendo assim, pouco se pode esperar de estratégias que se baseiam nas “ações humanas”; pois, a “certeza da vida”, como um fator limitante da visão humana, compromete a ação básica do homem. Nenhuma estratégia pode mudar a sorte de um jogador cujas chances esgotam-se na sua própria ação: jogar. Torna-se necessária uma nova visão do mundo. Uma nova consciência. Acredito que a semente de uma revolução em grande escala na ética humana esteja no princípio Budista de Fascículo I – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo e Meio Ambiente inseparabilidade do ser e seu meio-ambiente (ESHO-FUNI). Ao contrário da atitude básica de discriminar o Sujeito do Objeto, a característica mais importante da visão budista do mundo está na consciência da unicidade e interrelacionamento de todas as coisas e eventos. Na vida cotidiana, não temos percepção dessa unicidade porque nossa relação de troca com o ambiente segue uma ordem de curtoalcance. Por essa razão, dividimos o mundo em objetos e eventos isolados. Todavia, essa divisão não é uma característica fundamental da realidade sob uma ótica de longo-alcance, mas sim, uma abstração necessária para resolver as limitações do intelecto humano, que se baseia na discriminação e na categorização dos fenômenos[1]. A razão humana, assim mecanizada, experimentou grandes triunfos ao longo dos séculos, em particular no mundo das investigações científicas. A “certeza da vida” e de um “universo constituído de objetos observáveis e manipuláveis” deu origem ao campo primeiramente chamado de “ciência aplicada” e, mais tarde, “tecnologia”. O mundo e a humanidade transformaram-se num imenso campo experimental. Janeiro 24, 2007 às 1:12 pm 2ª. Parte Porém, a própria investigação científica começaria a desestruturar muitas das nossas convicções no início do século XX. Aquela ciência que estava ao nosso serviço começou a ensaiar seus próprios passos. Notável foi a revolução do pensamento científico com os desenvolvimentos das teorias quântica e relativística. Em particular, Fascículo I – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo e Meio Ambiente na teoria quântica fomos levados a reconhecer a “probabilidade” como uma característica fundamental da realidade que governa os processos atômicos e mesmo a própria existência da matéria[1]. A “certeza da vida” sofreu aqui um golpe contundente. Essa “probabilidade” ou “incerteza” inerente à existência da matéria, e à ocorrência de todos os fenômenos, é tão bem conhecida dos Budistas através do SANTAI (Três Verdades – da transitoriedade ou existência temporária, da não-substância ou vacuidade, e do caminho-médio ou dualidade). Diferente da “certeza da vida” e do “universo constituído de objetos observáveis e manipuláveis”, que são noções fundamentais da ciência analítica, o mundo atômico revelou-se ser constituído de partículas que não existem com “certeza” em pontos (lugares) definidos; mas, apresentam “tendências a existir”. De forma semelhante, os eventos atômicos não ocorrem com “certeza” em momentos definidos e de modo definido; mas, apresentam “tendências de ocorrer”[1]. As interrelações de uma partícula no mundo atômico, nunca isoladamente, irão determinar o padrão de probabilidades que representa as suas tendências a se encontrar nas diversas regiões do mundo atômico. Se uma partícula elementar do átomo possui um Carma, este Carma é o seu padrão de probabilidades. O ponto importante é que o padrão todo (ou seja, o somatório de todas as probabilidades, que é igual a 1) é que representa a partícula e lhe dá uma identidade. A partícula, portanto, não pode existir fora daquele padrão de probabilidades. Isto implica na inseparabilidade da identidade da partícula e do conjunto de relações que determinam o seu padrão de existência. A teoria quântica revela assim um estado de interconexão essencial entre a partícula e seu mundo (o átomo). A teoria quântica mostra Fascículo I – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo e Meio Ambiente que não podemos decompor o mundo atômico em suas menores partes, capazes de existir independentemente, sem perda das suas propriedades e relações essenciais naquele mundo. Mais do que isso, a teoria quântica força-nos a encarar o Universo Atômico não sob a forma de um conjunto de objetos, mas sob a forma de uma complexa rede de interrelações das partes num todo harmonioso e unificado[1]. Isto é facilmente aceitável para nós porque, em relação ao mundo atômico, a nossa visão segue uma ordem de longo-alcance, ou seja, podemos perceber o todo. Por outro lado, investigar, observar e realizar medidas no mundo dos átomos significa interferir nessa rede de interrelações. O cientista, portanto, não pode ser visto como um mero “observador” distanciado do processo. Ele se envolve, participa e influencia nas propriedades e no comportamento dos objetos observados. Isto é tão importante que, recentemente, foi proposta na Física a substituição da palavra “observação” por “participação”. Essa idéia, entretanto, é antiga e familiar aos Budistas. A noção de “participação” é assim fundamental na reformulação de conceitos e na determinação de uma nova atitude básica do homem com relação ao mundo exterior. O Budismo levou essa noção ao extremo em que o observador e o observável; ou seja, Sujeito(TI) e Objeto(KYO) são inseparáveis no princípio do ESHOFUNI. Em “Resposta a Shijo Kingo”, o Mestre da Lei Nitiren Daishonin revela: “… A verdadeira entidade manifestada em todos os fenômenos indica os dois Budas, Shakyamuni e Taho. Taho representa todos os fenômenos, e Shakyamuni a Verdadeira Entidade. Os dois Budas também indicam os dois princípios do Objeto(KYO) e o Sujeito(TI) Fascículo I – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo e Meio Ambiente ou a Realidade Objetiva e a Sabedoria Subjetiva. Buda Taho significa Objeto, e Shakyamuni, Sujeito. Embora sejam dois, estão unidos na Iluminação do Buda. Essa entidade nada mais é senão o NamMyoho-Rengue-Kyo”[2]. A teoria quântica aboliu a noção de objetos fundamentalmente separados, introduziu o conceito de participação ao invés de observação, e pode vir a considerar necessário incluir a consciência, ou a “vontade”, ou a “determinação” humana em sua descrição do mundo[1]. Conforme alguns investigadores científicos, existem partículas elementares (subatômicas) que, sujeitas ao “campo mental” de diferentes observadores, exibem diferentes comportamentos. Aqui, para provarmos a Teoria Quântica na Prática Budista, basta estendermos o que já é amplamente aceito pela primeira no restrito campo da Física das Partículas para o macrocosmo ou o Universo de todos os fenômenos. Eho significa meio-ambiente; Shoho significa todos os fenômenos ou entidade da vida independente; Funi significa inseparáveis, daí a expressão EshoFuni. Com toda certeza, essa noção de participação ao permear as relações do homem com a natureza e as relações deste na sociedade; forçará esse mesmo homem a rever as relações da sua mente para consigo mesmo, sua individualidade concreta, seu corpo. Essa verdadeira revolução humana, efeito e causa simultâneos de uma nova atitude básica do homem, como uma bola de neve, constituirá fonte inesgotável de soluções para os problemas que afligem a humanidade neste final do século XX. John Lennon, numa de suas canções mais inspiradas dizia: “imaginem um mundo sem fronteiras…”. Não é difícil. Basta iniciar pela remoção da fronteira entre o indivíduo e seu próprio mundo (interior e exterior). O indivíduo só existe como uma fusão destes Fascículo I – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo e Meio Ambiente dois mundos. Como a entidade da vida poderá sobrexistir à destruição de qualquer um deles? 3a. Parte Fevereiro 1, 2009 às 10:12 am “Não somos nós os responsáveis pelos nossos atos. Nós somos os nossos atos.” - Índio Uiri Tembé, da nação Tembé.
Índio Uiri Tembé - FSM2009
Ao ouvir esta frase, embora a flecha ainda se encontrasse em pleno vôo, eu já sentia: ele me acertou. Ainda cambaleante nos
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Budismo e Meio Ambiente momentos seguintes, comecei a experimentar o veneno mortal do dardo que me atingira, pensando assim: Não somos nós os responsáveis pelos nossos flhos. Nós somos os nossos filhos; Não somos nós os responsáveis pelos descaminhos da nossa sociedade. Nós somos esses descaminhos; Assim por diante, percebi que o veneno era mortal para o pensamento comum, para visões distorcidas. Os venenos comuns, antes de matar, atordoam e embaçam a visão. Este, pelo contrário, me fazia sentir de pé, ereto, e clareava a minha visão. Essa dicotomia do título - “O Homem e o Meio Ambiente” - só pode existir como produto de uma visão distorcida. A nossa sociedade não é responsável pela degradação, pelo lixo acumulado por todo o lado, e pela violência das agressões aos sistemas naturais. Ela, a sociedade, é essa degradação, é esse lixo, é violenta e bruta. O princípio da frase dita pelo índio funciona. O veneno da sua flexa não é um veneno, mas um remédio. Em meio à viagem de volta à realidade, lembrei Nitiren Daishonin que dizia: “Não há uma terra pura e impura ao mesmo tempo. A diferença está na mente das pessoas”. Aquele índio pegou essa sabedoria, misturou-a com as ervas medicinais da sua cultura prestes a desaparecer, preparou e atirou aquela flexa. Marcos Ubirajara. Em 31/01/2009, ainda no FSM2009.
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A Devastação do Meio Ambiente Janeiro 29, 2009 às 7:20 am “Isto que a sociedade (dita civilizada) está construindo é um grande hospital” Paulo Paiacã – Representante de nação índígena no FSM2009. Sim! Primeiro, destroem suas defesas, o seu abrigo natural. Depois, tecem caprichosamente as redes da insalubridade. E então, quando os inimigos lhes invadem, não encontram remédios para suas mazelas. Todos morreremos! Mas, há uma enorme diferença entre estar em harmonia e equilíbrio com o meio ambiente, e fundir-se com este no instante final; e morrer doente, numa inglória contenda com os demônios dos cinco elementos. Não sabem o que significa defesa. Armam-se… Não sabem o que significa abrigo. Trancam-se… Não sabem o que são inimigos. Acolhem-nos… Confundem veneno com remédio. Todos morreremos! Mas, há uma enorme diferença entre Nirvana; e o cárcere do ciclo do nascimento e da morte. Fascículo I – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo e Meio Ambiente Grande é o hospital. Marcos Ubirajara. Em 28/01/2009, ainda no Fórum Social Mundial 2009.
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A Energia Nuclear e a Paz Mundial Janeiro 30, 2007 às 1:11 pm 1ª. Parte A Energia Nuclear é, de longe, a mais cara tecnologia engendrada pela civilização. Seu custo é tão elevado que, praticamente, inviabiliza o desenvolvimento e exploração desse tipo de energia pela iniciativa privada, tornando-a de interesse e uso quase exclusivo dos “governos”. Como sabemos, da relação custo/benefício nasce a economia de um “estado”, ou assim deveria ser qualquer que fosse a sua natureza. Para nos determos apenas nos aspectos não técnicos do problema, discutiremos por ora os seus desdobramentos baseados apenas nesta relação custo/benefício. De forma bem geral, podemos dividir o custo de um empreendimento em duas grandes partes, a saber: o custo ponderável e o custo imponderável. O custo ponderável é aquele resultante de gastos programáveis, previsíveis e mensuráveis como instalações básicas, mão de obra, equipamentos, insumos, etc. Sabe-se, a priori, o quanto se gastará para realizar o empreendimento, até com muita precisão. O custo imponderável, entretanto, é resultante de um sistema complexo de muitas variáveis, onde se destacam: a-) risco variável – é uma variável complexa de grandeza inversamente proporcional aos investimentos em itens de Fascículo II – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo e Sociedade qualificação da mão de obra, controle de qualidade de materiais estruturais e equipamentos, segurança, proteção dos equipamentos e do meio-ambiente. O risco variável diminui na medida em que se extrapolam os investimentos nos itens acima mencionados. Desta relação pode-se depreender que, salvo para propósitos estritamente pacíficos, uma “pesada parcela” dos investimentos poderá ser “cortada”, viabilizando projetos baratos e irresponsáveis. Permito-me chama-los irresponsáveis porque os danos produzidos pelas radiações de alta energia podem exigir gerações (séculos) para serem “apagados”. A quem a humanidade delegaria tal responsabilidade? Ressalvando o “propósito pacífico”, cabe esclarecer que nas aplicações com este fim na medicina (diagnóstica e terapêutica), na engenharia (controle de qualidade), na tecnologia de alimentos (esterilização) dentre as mais conhecidas; são utilizadas “massas ínfimas” de materiais radioativos, de fácil confinamento e manuseio. b-) risco inerente – é uma grandeza complexa, imponderável, que independe dos investimentos porque está associada ao erro, à falha humana e de materiais estruturais. Os materiais utilizados em estruturas nucleares são materiais “dopados”; isto é, são ligas metálicas com micro adições de materiais muito especiais cuja função é estimular a absorção dos defeitos provocados pelas radiações, conferindo ao material maior resistência ao dano. Como essas ligas são artificiais, a sua produção em escala tem o controle de qualidade feito por “amostragem”, e aqui está o risco. O mesmo pode-se afirmar com relação ao “material humano”. Quando grupos de pessoas são treinados para executar tarefas em situações de risco, pode-se esperar diferentes reações em condições extremas; é justo e compreensível. Adicionalmente, o controle de qualidade sobre seres humanos é mais difícil do que sobre os materiais; pois, a constituição dos seres humanos não pode ser “dosada” cientificamente como os materiais. Poderá no futuro? Fascículo II – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo e Sociedade Essas componentes ( o risco variável e o risco inerente) caracterizam-se por não permitirem uma avaliação precisa de suas implicações no investimento como um todo. Em muitos casos, são indicativas até da viabilidade ou não de um empreendimento. No caso específico da Energia Nuclear, tanto o custo ponderável como o imponderável são elevadíssimos. Portanto, só mesmo um benefício proporcionalmente grande justificaria qualquer tentativa de retirar a Energia Nuclear do universo das investigações científicas. No recente acidente de Goiânia, um dos mais estarrecedores já ocorridos com materiais radioativos, o risco variável era inadmissivelmente alto, porquanto itens como segurança e proteção do meio-ambiente foram simplesmente negligenciados. Segurança de quem? Das instituições, dos materiais (caríssimos) ou da vida daquelas pessoas? Se isso não foi discutido a priori, o quê importa agora? Em outro caso ainda recente, o acidente de Chernobyl mostrou todo o vigor e imprevisibilidade da componente aqui chamada de risco inerente. Falhas humanas, falhas de materiais estruturais, ou ambas, levaram o núcleo do reator a uma fusão parcial, ficando este completamente fora do controle por vários dias. Até hoje, comenta-se nos meios científicos a boa sorte que tivemos, a despeito do desastre ecológico a que assistimos. Mesmo que aquele reator voltasse a operar, o que é praticamente impossível, jamais os benefícios advindos da sua utilização pacífica poderiam cobrir as enormes perdas registradas naquele acidente. Então, por que a Energia Nuclear? Há que se temer, portanto, a sinistra associação de dois tipos de espíritos: o usurpador, representando o desafio do poder econômico; e o dominador, representando o desafio do poder da força. Essa associação se dá, invariavelmente, ao sabor dos três venenos bem conhecidos do Budismo: a avareza, a ira e a estupidez. Fascículo II – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo e Sociedade Percebemos assim, claramente, que o uso pacífico da Energia Nuclear parece não habitar as mesmas esferas onde giram os atuais interesses internacionais. Se, por um lado, os riscos de acidentes ou mesmo de uma guerra nuclear parecem agigantarem-se em função desses interesses; do ponto de vista humano, a expectativa de salvar mesmo que uma única vida justifica qualquer esforço no sentido de garantir os avanços da Medicina Nuclear ou mesmo da tecnologia de geração de energia elétrica por este método. Parece que caminhamos rapidamente para um impasse. Não só parece como, realmente, estamos diante de um impasse. Onde erramos? Devemos resignadamente admitir a perplexidade das últimas décadas, ou caminhar com decisão e determinação para o futuro? Fevereiro 1, 2007 às 11:21 am 2ª. Parte Acredito que seja o momento de uma séria reflexão sobre nossas convicções. É hora, portanto, de voltarmos ao ponto primordial. Sabemos que a razão, faculdade exercida exclusivamente pelo homem no mundo animal, tem sua expressão máxima na capacidade que o ser humano tem de indagar. O homem, ao indagar a natureza, percebeu fenômenos, funções e vocações do mundo natural. Isaac Newton ao indagar e perceber o fenômeno da gravitação formulou as bases de uma teoria sem a qual os mais modernos desenvolvimentos da tecnologia espacial não seriam possíveis. Maxwell, ao sistematizar os resultados de experiências suas e de seus contemporâneos, formulou a teoria do eletromagnetismo a qual, embora com base empírica, continua em uso nos mais sofisticados dispositivos como, por exemplo, as unidades de leitura e gravação de discos e fitas magnéticas dos mais avançados computadores. Becquerel e o casal Pierre e Marie Curie, observando o fenômeno da radioatividade natural, lançaram Fascículo II – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo e Sociedade a base de um imenso campo de conhecimento que é a Física Atômica e Nuclear. A enorme capacidade intuitiva de pessoas como Newton, Becquerel, Plank e Einstein; associada a um aguçado senso de observação, abriram caminho para a extraordinária capacidade de análise da estrutura subatômica, dando origem a um novo campo da Física que hoje ocupa muitos dos melhores cérebros vivos: a Física das Partículas Elementares ou Física da Alta Energia. Dizia-se: “o que Deus uniu o homem não pode separar”. Desafiando esta condenação, a ciência mergulhou na análise do invisível, aproximando-se mais e mais da verdadeira origem do universo conhecido. Esse avanço pulverizou muitas filosofias e dogmas que hoje não podem mais ser sustentados. Hoje, com muito mais propriedade, podemos dizer o contrário: “o que Deus separou o homem não consegue unir”. Comprovadamente, quer no caso da Medicina dos Transplantes, quer no caso da Física das Partículas Elementares, na Físico-Química e em outros campos do conhecimento humano; tudo indica que algo da natureza essencial dos fenômenos é perdido no exato momento em que esse se revela aos nossos olhos. Em outras palavras, o fenômeno torna-se observável pelos métodos racionais da humanidade, apenas e tão somente, na medida em que ele se transforma. O que vemos e medimos, portanto, é o que restou de algo que estava ali. A rigor, a ciência não descobriu de que é feito o Universo. Toda a experiência está comprometida porque o mundo dos fenômenos observáveis se constitui essencialmente de algo que foi desfeito (a Fascículo II – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo e Sociedade perfeição). A ciência concorda, por outro lado, que na origem de tudo não está uma partícula primordial, mas sim uma Entidade Primordial que os cientistas convencionaram chamar de campo primordial, ou vácuo primordial, ou nada primordial [3]. Ali se unificam todos os fenômenos num todo harmonioso e imponderável que foge à racionalidade humana. Essa recente conclusão da ciência surpreende os Budistas apenas pelo enorme tempo que levou para ser aceita (cerca de 2.600 mil anos, desde a pregação dos primeiros Sutras Mahayana). Os Sutras Mahayana provisórios incorporam ao conceito de transitoriedade, preconizado pelos Sutras Hinayana, o conceito de não-substância como uma verdade inerente a todos os fenômenos. Gostaria de propor agora uma inversão de papéis. Ao invés de indagarmos a entidade objetiva dos fenômenos, por que não indagarmos a componente subjetiva manifestada em seus investigadores? Ao invés de por que tudo que sobe, desce? Por que Newton? Se a ciência já admite que a unificação de todos os fenômenos esteja num campo primordial, o qual foge à racionalidade humana, torna-se muito mais fácil admitir que a sabedoria, manifestada nos gênios de todas as épocas e também nas pessoas comuns, unificase igualmente numa entidade que os Budistas já conhecem. A questão mais fundamental da nossa discussão está aqui. A aplicação dos fenômenos observáveis pelo homem restringe-se ao que a razão humana pode enxergar, e discutiremos sobre as barreiras desta visão restrita mais adiante. A economia baseada numa simples relação custo/benefício se desenvolve sobre uma visão parcial e distorcida da realidade última. O resultado são as aberrações que nos levaram ao impasse da primeira parte desta discussão. Fascículo II – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo e Sociedade Por exemplo, se admitimos que o fenômeno da radioatividade descoberto por Becquerel existe para fazer bombas atômicas, somos obrigados a admitir também que Isaac Newton veio ao mundo para matar um operário que caia do décimo andar de um edifício em construção; e aí diremos: maldita lei da gravidade! Quando cada ser humano individual vai assumir a responsabilidade pela paz e pelo bem-estar de toda a humanidade? Concluindo, gostaria de transcrever parte da escritura “Resposta a Shijo Kingo” de Nitiren Daishonin. “Pergunta: O quê é a sabedoria de todos os Budas? Resposta: É a verdadeira entidade manifestada em todos os fenômenos (Shoho Jisso), que Shakyamuni revelou em termos dos Dez Fatores (Junyoze), para levar todas as pessoas à iluminação. Pergunta: Então, o quê é essa entidade? Resposta: Nada mais senão Nam-Myoho-Rengue-Kyo. Segundo certo ensino oral do Budismo, a verdadeira entidade manifestada em todos os fenômenos indica os dois Budas, Shakyamuni e Taho. Taho representa todos os fenômenos, e Shakyamuni a verdadeira entidade. Os dois Budas indicam também os dois princípios do Objeto(KYO) e o Sujeito(TI), ou a realidade e a sabedoria. Buda Taho significa Objeto, e Shakyamuni, Sujeito. Embora sejam dois, estão unidos na iluminação do Buda”[2]. A escritura é clara e não necessita de interpretações. Torna-se desnecessário dizer também que a resposta para todos os impasses está na percepção dessa Verdadeira Entidade de Todos os
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Budismo e Sociedade Fenômenos; ou seja, o Nam-Myoho-Rengue-Kyo. Está é a única e verdadeira chance do homem.
Corrupção e Inconsciência Fevereiro 18, 2007 às 3:46 pm Diariamente somos atropelados pelos noticiários da mídia impressa e eletrônica (radiodifusão, televisão, internet, etc.). São escândalos envolvendo autoridades, violência em todos os graus e verdadeiras tragédias humanas; preconizando uma catástrofe iminente ou, como preferem alguns, o final dos tempos. Alguns dos protagonistas dessas histórias do cotidiano do nosso mundo agem por pura má fé; enquanto outros, a grande maioria, são vítimas dos primeiros que maquiavelicamente os manipulam para criar o ambiente propício para a sua progressão e perpetuação da sua ação maligna. A banalização do sexo; do crime contra a pessoa; da violência de gênero, dos conflitos étnicos e religiosos; da agressão ao meioambiente; da má conduta social; e, finalmente, a banalização da própria vida parece estar transformando-nos em verdadeiros serviçais do demônio. Sim, a todos nós, inclusive aqueles que, atônitos diante do televisor, apenas assistem. Não é assim. Participamos todos. Observem os anúncios e apelos comerciais entre uma má notícia e outra má notícia. Se fosse o contrário, convenhamos, seria absolutamente entediante uma seqüência interminável de boas notícias ou simplesmente informes de que tudo está em paz e as pessoas prosperam em suas vidas. Um noticiário deste tipo não venderia comprimidos, fechaduras, seguros, residências em condomínios fechados, comida para cães, Fascículo II – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo e Sociedade convênios médicos, sorteios e bebidas alcoólicas; todos eles, veiculados subliminarmente antes, durante e após os noticiários. Se você pensa em simplesmente desligar os aparelhos e tentar ignorar os fatos, lembre-se que a auto-exclusão social poderá transformá-lo na próxima notícia. A única solução é combater, uma vez que participamos de tudo isso. Mas, quem são nossos inimigos e por onde começar? Os incorrigíveis são distinguíveis daqueles que estão apenas doentes e são vítimas? Existe alguma diferença entre a corrupção da mente e a simples simple s perda da consciência? Positivamente existe. Por mais que as ações de uma e de outra se assemelhem, ou por mais que tais ações tenham a mesma conseqüência; a diferença está na índole da mente que as perpetram. Corrupção é sinônimo de falha, ausência, má formação ou degeneração; consequentemente, incorrigível. Por sua vez, a inconsciência está para um estado de letargia ou entorpecimento, podendo ser revertido através de estímulos externos. Até para dar consistência à realidade, esses dois tipos de mente precisam existir como partes essenciais da Verdade Última, ou seja, o Buda em estado de latência (inconsciente) e o Devadatta em estado potencial (o corrupto). Todavia, convém saber diferenciá-las mesmo quando agem em associação. A mente corrupta precisa da mente inconsciente (ou doente) para manipular os atributos que ela não possui: a fé, a coragem e a sabedoria. A mente corrupta só pode desenvolver algum poder emprestando das mentes inconscientes as virtudes que ela não possui. Como vivemos numa época maléfica, profetizada pelo próprio Buda, época esta em que os três venenos da avareza, da ira e da estupidez penetraram profundamente nas vidas das pessoas, Fascículo II – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo e Sociedade tornando-as inconscientes; numerosos são os exércitos e grande é a massa de manobra para os destituídos da fé, os covardes e indolentes que agem em seu se u próprio interesse. A corrupção também pode surgir pelo envelhecimento, desagregação ou decomposição do caráter de um indivíduo. Neste caso, ela se manifesta da mais grotesca forma na figura do “velho sem vergonha”. Não deixa de ser maligna por ser grotesca; mas, diferente do corruptor que age freqüentemente manipulando as virtudes de outrem, o “velho sem vergonha” é corruptor de si mesmo, cai vitima de sua morte espiritual, perde a decência exalando o odor das suas intenções à distância. Felizmente, o potencial do “velho sem vergonha” para contagiar outras pessoas, mesmo os inconscientes, é menor porque ele torna-se repugnante. Embora menos perigoso, costuma instalar-se nas entranhas das instituições, passando muitas vezes despercebido na sua ação parasitária. Como, de uma maneira geral, reconhecê-los? É sempre pela sua ação, e se não houvesse uma forma prática, essa seria uma luta inglória. Para esse efeito, lançaremos mão de dois registros insuspeitos, de épocas diferentes e que falam de uma mesma realidade. O primeiro registro é uma exclusão dos corruptos e o segundo uma advertência para os inconscientes. Aqui, uma vantagem oferecida somente pelo Budismo é que o teste pode ser feito em casa, não sendo necessário recorrer a nenhum intermediário entre a pessoa e o Ser Supremo. O primeiro destaque é do Capítulo 16 - A Duração da Vida do Tathagata do Sutra de Lótus: Lótus: “…no sentido de salvar seres viventes, expedientemente manifesto o Nirvana. Fascículo II – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo e Sociedade Mas, na verdade, eu nunca passo à extinção. Eu permaneço aqui, sempre pregando a Lei. Eu sempre estou exatamente aqui e, usando o poder das penetrações espirituais, faço com que os seres viventes em sua embriaguez, embora próximos a mim, não me vejam.”[4]. O segundo destaque é do romance de Ralph Ellison, Ellison, “Homem Invisível”: “Sou um homem invisível. Não, não sou um fantasma como os que assombravam Edgar Allan Poe; nem um desses ectoplasmas de filme de Hollywood. Sou um homem de substância, de carne e osso, fibras e líquidos – talvez se possa até dizer que possuo uma mente. Sou invisível, compreendam, simplesmente porque as pessoas se recusam a me ver”[5]. A distância das fontes é proposital apenas para contrapor sabedoria e realidade, ainda que a primeira seja permanente e esta última transitória. Porém, por distantes que possam parecer, ambas se referem à angústia do Buda, por um lado, cujo inferno é o sofrimento de todos os povos e tem como objetivo conduzir as pessoas à iluminação e, por outro lado, à angústia de um jovem professor negro cujo inferno é o racismo norte-americano e tem como objetivo a conscientização da sociedade americana (brancos e negros) quanto à estupidez daquela segregação e discriminação. Nos dois casos a cegueira é a mesma: a da mente corrupta no primeiro caso, que não pode ver; e a da mente inconsciente e doentia do segundo caso, que se recusa a ver. A única diferença está em que a primeira primeir a é incorrigível e a segunda pode ser curada. O teste segue de uma maneira muito simples. Observe se as ações do indivíduo se coadunam com as normas de boa conduta; se Fascículo II – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo e Sociedade possuem algum sentido humanitário; se caracterizam uma intenção altruísta; se concorrem para o (re)estabelecimento da verdade e da justiça; se trazem uma mensagem de fé e esperança para os menos favorecidos; se, num sentido geral, são acolhedoras e benevolentes. Caso contrário, ponto a ponto, o corrupto denunciar-se-á através da improbidade (má conduta), da animalidade, do egoísmo, da mentira, da iniqüidade, da bajulação dos poderosos e da aversão aos menos favorecidos. A aplicação do teste também não é difícil porque os corruptos ocupam todos os espaços de comunicação de massa para iludir e ludibriar os inconscientes, tão úteis para a sua progressão. Menos freqüentemente aparecem nas páginas policiais dos jornais, ou no imenso espaço reservado na mídia para noticiar crimes, porque ali geralmente encontram-se as suas vitimas. Não se deixe enganar. Não tenha também a ilusão de encontrar aqueles que verdadeiramente os combatem nesses espaços nobres da mídia, salvo por um exíguo tempo. Esta é uma luta silenciosa, que se desenrola a partir do despertar de cada pessoa. É um levantar-se só, combatendo-se primeiramente o poderoso inimigo interior e, depois, aquele que nos assedia quer seja no nosso circulo próximo, quer seja através dos meios de comunicação. Não deixa de ser frustrante escrever para cegos, seja lá de que tipo for. É precisamente aqui que você leitor entra em cena. Faça algo para abrir os olhos de pelo menos mais um.
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O Mais Profundo Eu Somos Nós Fevereiro 5, 2007 às 13:34 A Verdadeira Entidade de Todos os Fenômenos – 1ª. Parte Sabemos que o corpo humano, um exemplo familiar, é composto por trilhões de células que se agrupam e se organizam para formar órgãos e executar funções. O código genético, hoje objeto de manipulação do mais revolucionário campo da aplicação científica contemporânea, a Engenharia Genética, encarrega-se de transmitir a essência e também pequenas variações na codificação dessas células, bem como nos arranjos celulares. Como verdadeiros segredos milenares passados de pai para filho, assegurando às espécies singularidades que vão além do aspecto físico (como etnia, compleição e traços fisionômicos), chegando a determinar modos de conduta e padrões de resposta (reações) a certos estímulos; o código genético parece consubstanciar o conceito de inseparabilidade da identidade de uma célula e do conjunto de relações que determinam o seu Padrão de Existência, conceito já empregado aqui para a partícula subatômica e sustentado cientificamente pela Teoria Quântica. A Engenharia Genética comprova a existência de uma espécie de sabedoria portada pelo código genético, passível inclusive de evolução para adaptação das espécies às alterações ambientais, e que é transmitida célula a célula na geração e desenvolvimento de um ser vivo. Seria impossível identificar uma pessoa se para isso necessário fosse identificar cada célula constituinte do seu corpo. Igualmente impossível seria a tarefa de chamar uma pessoa se para isso fosse necessário estimular cada célula do seu corpo para atender ao apelo. Todavia, as pessoas possuem uma identidade social e um nome. O simples pronunciar do nome de uma pessoa penetra em Fascículo III – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo e Reflexões cada célula do seu corpo, transferindo-lhe um estímulo que provocará uma reação solidária e coordenada para atender ao apelo. Até aqui, tudo ainda parece muito natural. Mas, seres inferiores como animais e plantas também respondem a um chamado. Corpos materiais como, por exemplo, certas ligas metálicas ressoam com precisão aos estímulos externos (um sino ou um diapasão). Ainda, uma estrutura complexa como a de uma ponte ou a de um edifício pode ruir em resposta a um estímulo externo na sua freqüência de ressonância. As moléculas de um gás, dentro de uma cavidade de um raio laser, recebendo pequenos estímulos na freqüência adequada, podem produzir um feixe de luz polarizada extremamente potente como resposta. Ainda parece muito natural aos olhos da ciência, mas estamos falando agora de seres “insensíveis”, pedaços de metal, pontes, edifícios, moléculas de um gás dentro de uma cavidade; existe algo mais desconforme e caótico? Mas, essas “entidades” respondem. Teriam uma consciência? Deixando por ora os “corpos”, vamos pensar em quem os anima. Os estímulos sobre os quais temos falado têm uma mesma natureza: a natureza ondulatória. Uma onda sonora, um raio luminoso ou uma batida cadenciada são simplesmente ondas que se propagam através de um meio. Este é um ponto de suma importância: através de. Mesmo na ausência dos “corpos” visíveis ou palpáveis, as ondas se propagam através de algo, alguma coisa, ainda que não possamos percebê-la ou mensurá-la. Uma das grandezas mais fundamentais da Física é a velocidade aproximada de propagação da luz no vácuo: 300.000 km/segundo, utilizada na definição de ano-luz. Mas, se o vácuo é o nada, então ali a luz se propaga através do quê? Algo que não podemos perceber.
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Budismo e Reflexões Se nós convivemos tão bem com o “vácuo” ou “algo que não podemos perceber”, e isto hoje é amplamente aceito, podemos retomar a questão dos “corpos” perceptíveis. Quando o Mestre da Lei Nitiren Daishonin afirma em Resposta ao Lorde Soya: “Mundo objetivo é o corpo de todas as leis, a sabedoria subjetiva significa o aspecto de iluminar e revelar o referido corpo.”[6]; ele está afirmando categoricamente que o corpo de todas as leis revela-se na presença de um estímulo (a ação de iluminar). Imagine um poema composto para um tema (intenção) perfeito, que possua a métrica perfeita, que tenha rimas perfeitas, que contenha palavras com sentido perfeito de um idioma perfeito. Adicionalmente, suponha que esse poema tenha um título perfeito, o qual por si só já expresse todo o seu conteúdo. Quando esse poema for declamado por alguém que o conheça, emprestando-lhe uma voz profunda e de longo alcance; esse poema não ressoará como um trovão? Não transmitirá uma emoção e uma energia muito maior do que o simples pronunciar de palavras? Para o ouvinte que já experimentou a emoção de ouvi-lo pelo menos uma vez em outra ocasião; quando simplesmente o título do poema for pronunciado em alto e bom tom, o ouvinte não experimentará a mesma emoção? Não poderá talvez lembrar de todo o poema? A Verdadeira Entidade de Todos os Fenômenos – 2ª. Parte Assim é o Sutra de Lótus. O Sutra de Lótus é extenso e engloba todos os ensinamentos do Buda, reunidos na forma de princípios perfeitos executando a função de exprimir e revelar a Verdade. Podendo ser considerado o “corpo” dos ensinos Budistas, o Sutra de Lótus tem uma identidade: ele é a própria e Verdadeira Entidade de Todos os Fenômenos. O Sutra de Lótus também tem um nome: Saddharma-Pundarika-Sotaram, ou Myoho-Rengue-Kyo, ou Sutra da Flor de Lótus da Lei Maravilhosa. Fascículo III – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo e Reflexões Analogamente ao exemplo do corpo humano, ao pronunciar-se o nome do Sutra de Lótus precedido de dois caracteres cuja contração NAMU significa devotar a vida; ou seja, Namu-MyohoRengue-Kyo, todas as células (ou caracteres) daquele extenso ensinamento são penetradas e passam a executar a função de revelar a vida do Buda. É como ler o Sutra todo, fazendo vibrar harmonicamente todos os seus caracteres e os seus profundos significados. Isto não é natural? Por que não? Os caracteres do Sutra de Lótus são sons que harmonicamente formam expressões sonoras (idéias e princípios) que, como as células, as moléculas de um gás ou as sílabas de um poema perfeito; se estruturam e se arranjam na composição do Sutra. Esse conjunto de sons e significados, por mais heterogêneo que possa parecer (tal como o conjunto de materiais que forma a estrutura de uma ponte), poderá possuir uma freqüência de ressonância? O Mestre da Lei Nitiren Daishonin afirma que sim, e muito mais. Em sua escritura intitulada “Abrindo os Olhos de Imagens de Madeira ou Pintadas”, Nitiren Daishonin afirma: “Desde o falecimento do Buda, têm sido feitas duas espécies de imagens suas: de madeira e pintadas. Elas possuem trinta e uma características, mas falta-lhes a voz pura e de longo alcance. Portanto, não se igualam ao Buda. Elas estão também desprovidas do aspecto espiritual”[7]. Voltando ao exemplo, o nome e a identidade de uma pessoa neste mundo são provisórios. Conforme Nitiren Daishonin revela em seus ensinamentos, a realidade última do âmago da vida de uma pessoa é o próprio Myoho-Rengue-Kyo. Este, portanto, é o verdadeiro nome de todas as pessoas e sua identidade é o Sutra de Lótus. Ao recitar o Namu-Myoho-Rengue-Kyo, a pessoa não somente está estimulando cada célula do seu próprio corpo para harmoniosamente executarem suas funções, como também está estimulando cada entidade do mundo exterior a executar suas Fascículo III – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo e Reflexões funções em harmonia consigo própria. Esta é uma descrição simples do fenômeno da fusão entre pessoa (sujeito (TI)) e o mundo objetivo (KYO), ou a incorporação da verdadeira doutrina de ITINEN SANZEN. Naquele momento da fusão, a determinação de uma única pessoa permeia todo o seu mundo interior como também seu mundo exterior, ou o próprio universo. Ao aceitar a identidade do Sutra de Lótus como sendo o repositório da vida do Buda e recitar o Namu-Myoho-Rengue-Kyo evocando a si próprio, uma pessoa está na verdade transpondo sua identidade provisória para assumir a sua natureza da Buda. São inimagináveis os benefícios que uma pessoa poderá desfrutar quando todas as funções do universo passarem a funcionar em sua proteção de maneira harmoniosa e coordenada. Creio ser esta a essência da prática do Budismo. Quando uma pessoa ouve o seu nome, as células que compõem seu cérebro operam de maneira coordenada modulando a voz através do sentido da audição para identificar a origem do chamado ou quem o faz. O mecanismo da visão, composto por inúmeras outras células, busca a direção do chamado. Os membros e todos os outros órgãos esforçam-se fazendo o corpo voltar-se para quem o chama. Assim como a identidade e o nome nesta vida, o corpo também é provisório. Ao recitar Namu-Myoho-Rengue-Kyo, a pessoa estimula a mente do Buda. Da mesma maneira, a visão mística do Buda é ativada desenvolvendo e aguçando a percepção do indivíduo e; assim, a vida do Buda que é a causa fundamental da nossa existência, emerge das profundezas de nossas vidas, iluminando-a.
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O Fim do Mundo Março 3, 2007 às 12:36 1ª. Parte “A decadência é inerente a todas as coisas compostas. Trabalhem diligentemente para a própria salvação”. – Siddharta Gautama (o Buda Shakyamuni), segundo se diz, em suas últimas palavras aos monges ao seu redor, antes de falecer [8]. Desde os maiores sistemas de mundos conhecidos, os sistemas (aglomerados) de galáxias, passando pelo mundo interior das galáxias, pelo mundo das estrelas, pelo mundo dos planetas, pelo mundo dos seres vivos, até o mundo dos átomos; desde o maior até o menor sistema de mundos, todos conhecerão um fim. A rigor, segundo o Budismo, esses sistemas passam por 4(quatro) estágios, a saber: formação, estabilidade, declínio e desintegração (vacuidade). Isto é tão natural quanto respirar. Todos esses organismos nascem, desenvolvem funções, executam-nas, declinam e morrem. Essa morte, todavia, não significa extinção, mas sim, um refluxo da própria vida. A humanidade, mesmo com todo o avanço científico experimentado nestes últimos séculos, debate-se com dois dilemas fundamentais: a percepção desses quatro estágios fechando o ciclo da vida, e a morte (ou, o não-ser) em si, o último estágio. Será o primeiro? Quanto à percepção, o maior estorvo que encontramos é o tempo, já que a noção de espaço tem-se ampliado bastante com as observações astronômicas. Nossos observadores têm movido as Fascículo III – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo e Reflexões fronteiras do Universo para lugares cada vez mais remotos, falandose hoje em bilhões de anos-luz. Isto, eu penso, tende a aumentar até encontrarmos a nós mesmos. Todavia, a noção de estágios dentro de um ciclo está tão presa ao conceito de tempo que a sua percepção torna-se difícil quando nos voltamos para as entidades superiores. Afortunadamente não somos um átomo, mas sim um organismo superior que pode perceber os quatro estágios nos organismos hierarquicamente inferiores; ou seja, nas células, nos microorganismos, mas também no mundo animal, culminando com a percepção dos 4(quatro) estágios em nossa própria espécie: nascemos, amadurecemos, declinamos e morremos. A dificuldade está na percepção desses estágios nos organismos hierarquicamente superiores ao nosso. Nossa vida individual, bem como a vida desse organismo chamado humanidade, não dura o bastante para registrar os estágios do planeta Terra, muito menos do Sol, da Via Láctea e, assim por diante, num crescente de complexidade. Nós acabaremos antes do mundo, da forma como o conceituamos. Isto é certo. Para a humanidade falar em “fim do mundo”, soa no mínimo como presunção demais. O mundo que percebemos limita-se ao que a visão humana alcança; isto é, dentre os dez estados de vida admitidos pelo Budismo, percebemos apenas os seis mundos inferiores do inferno, fome, animalidade, ira, tranqüilidade (humanidade) e alegria (êxtase); quando muito. O restante da nossa percepção é constituído por verdadeiros enigmas a desafiar a razão humana quando esta é norteada apenas pelas sensações desses seis mundos inferiores. O que são esses enigmas? Nada mais que a obra de algumas mentes pródigas que, na tentativa de galgar estágios superiores como a erudição e a absorção (auto-realização), em sua grande maioria, só fizeram por naufragar na arrogância. São muitos os exemplos. As Pirâmides do Egito são exemplos notáveis de muitos conhecimentos acumulados através de muitas gerações Fascículo III – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo e Reflexões na Antigüidade e que se tornaram um monte de pedras. A arte e a filosofia gregas, pela sua abstração e altivez, não mereciam (ou mereciam?) o saque que sofreram por bárbaros até quase desaparecerem. Por falar em bárbaros, mesmo a saga dos grandes impérios como o Romano e o Mongol, no afã de possuírem o mundo massacrando culturas superiores como a cultura Árabe e as culturas do extremo oriente, tornaram-se outros grandes exemplos da arrogância humana; naufrágios. Os exemplos acima, os quais nos remetem há 4.000 anos (Egito), há 2.000 anos(Grécia e Império Romano) e há pouco menos de 1.000 anos(Império Mongol); são fundamentais para compreendermos a questão dos quatro estágios e o conceito da não-extinção dentro desse organismo chamado humanidade. Se utilizássemos exemplos muito próximos da nossa época, seríamos fatalmente iludidos ou ludibriados pela “hipótese do boot-strap”. Segundo essa hipótese, existiria um gigante que, de tão forte, levantar-se-ia alçando-se pelas próprias botas. Isto não existe e, talvez, esta seja a maior das ilusões do homem contemporâneo: a hipótese de um organismo auto-sustentável. A mais crua verdade é que erigimos nosso mundo sobre os escombros daqueles outros, e está mais do que na hora de refletirmos seriamente sobre o refluxo da experiência humana. Quanto à morte (desintegração), o único conselho que podemos buscar é na sua correta percepção, enquanto um estágio inerente ao ciclo da vida, assim como o são os outros três (nascimento, amadurecimento e declínio). Essa correta percepção deve apoiar-se na observação dos organismos hierarquicamente inferiores. O nascimento e a morte das células do nosso corpo são fundamentais e indispensáveis para a multiplicação das mesmas, formando os órgãos e permitindo-lhes executar funções. Só vivemos o quanto vivemos graças a esse fenômeno de replicação da vida. Se isto é verdade para esses organismos inferiores, por que conosco, que Fascículo III – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo e Reflexões somos como “células” da espécie humana, haveria de ser diferente? Se nós desejamos uma espécie humana melhor e próspera, temos que assim perceber a nossa vida: uma contribuição; mas também, uma oportunidade para o auto-aperfeiçoamento, já que mantida a escala de complexidade crescente, o indivíduo em si (o ser individual) também constitui um sistema de mundos. E o tempo? Um dos mais fundamentais conceitos da Física é, sem dúvida, o Princípio da Incerteza. Entre outras relações, este princípio enuncia que o produto do tempo de duração de um fenômeno de transição entre estados pela variação energética intrínseca do fenômeno é constante. Peço desculpas àqueles não familiarizados com esse tipo de linguagem; mas, em outras palavras, isto significa que quanto mais energia é exigida para uma transição, menos tempo ela dura. Contrariamente, quanto menor a variação energética exigida, maior o tempo de duração do fenômeno de transição. As coisas parecem calmas por ali não?
“Courtesy NASA/JPL-Caltech.”
2ª. Parte A Física convive com quatro classes de ligações entre os corpos, as quais em ordem crescente de intensidade são conhecidas como forças gravitacionais (longo alcance), as forças fracas, as forças Fascículo III – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo e Reflexões eletromagnéticas (ambas de médio alcance), e as forças fortes (curto alcance). Sem entrar no mérito da caracterização de cada uma dessas forças, que foge ao propósito dessa discussão, o fato é que, extrapolando a aplicação do princípio da incerteza para o macrocosmo, as ligações gravitacionais seriam tão fracas (mal podendo ser medidas), e demandariam tão pouca energia para as transições que o tempo agigantar-se-ia para manter a constância daquele produto. Relembrando, o princípio diz que ∆E x ∆t = constante; onde ∆E = variação energética e ∆t = variação temporal. A extrapolação que acabamos de fazer na aplicação do princípio da incerteza fora do seu ambiente (ou seja, o campo das ligações fracas e fortes) deve ser vista como um mero exercício filosófico, já que a Física ainda não teve sucesso na unificação dessas forças. No outro extremo, no mundo das interações entre partículas subnucleares (constituintes dos núcleos dos átomos), e onde este princípio é corriqueiramente aplicado, as ligações são tão fortes e demandam tanta energia para serem desfeitas que o tempo de um fenômeno de transição torna-se ínfimo, ainda para manter a constância daquela relação. Existem medições de tempo de duração de fenômenos físicos que fogem completamente à racionalidade humana, por exemplo, uma transição que dura 10 -23 segundos (para os não familiarizados com a notação, isto é um numeral com 23 zeros, sendo 22 após a vírgula, antes de um algarismo significativo). Este é o campo da Física de Alta Energia, onde são provocadas reações com variações energéticas muito altas, arrancando-se inclusive formas materiais do nada (ou vácuo). Em conseqüência das altas variações energéticas, se têm fenômenos que duram proporcionalmente pouquíssimo tempo. O paralelo que nos permitimos fazer está em que, na medida em que a complexidade e o tamanho dos sistemas aumentam, se têm no campo das ligações fracas variações energéticas menores e Fascículo III – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo e Reflexões tempos de transição maiores. Extrapolando esta constatação, no campo das ligações gravitacionais (ou muito fracas) demandando variações energéticas muito pequenas, se podem esperar tempos de transição muito grandes, talvez fugindo à racionalidade humana pela ordem de grandeza, dando a impressão de que ali nada acontece. Certamente, é por essa razão que passamos a vida toda olhando para a Via Láctea, a nossa galáxia, sem nada percebermos de diferente no seu aspecto; mas, ela está girando na devida escala de tempo e se transformando muito embora o tempo ali pareça “fluir mais lentamente”. Falando de coisas mais familiares, para as quais todos têm mais sensibilidade, uma vida equilibrada, sem grandes desgastes (variações energéticas) tende a se prolongar. Por essa razão se diz “viver longa e sabiamente”. Só precisamos tomar cuidados porque existem outros fatores determinantes da duração de uma vida. Mas, equilíbrio e quietude constituem um bom conselho. Fica claro que uma vida estressada tende a abreviar-se. Sobre isso, são inúmeros os exemplos de vidas que se expiraram rapidamente em virtude de terem passado por grandes transições energéticas em curto espaço de tempo. São artistas, gênios da ciência, mas também os protagonistas de pequenas e grandes tragédias humanas. Quanto maior o impacto (variação energética) de suas existências, menos tempo elas duraram, observe. Em tempo, quando se fala de vida estressada, refere-se àquela exposição ao estresse por tempo prolongado. Todos sabem que o estresse pode ser benéfico em situações extremas que exijam grande parcela de energia para resolver problemas agudos; mas, desde que por pouco tempo, em total concordância com o princípio da incerteza.
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Budismo e Reflexões Aquela escala de forças da Física pode ser entendida em termos dos 10(dez) estados de vida do Budismo, fazendo-se um paralelo das forças gravitacionais (de longo alcance) com os estados de vida superiores de Bodhisattva e Buda; os quais se identificam com o altruísmo, a libertação, o despertar e a iluminação para a verdade suprema, respectivamente. As forças de médio alcance têm seus paralelos nos estados intermediários de Erudição e Absorção; também chamados de 2(dois) veículos. Finalmente, as ligações fortes e de curto alcance têm seu paralelo nos seis mundos inferiores de Inferno, Fome, Animalidade, Ira, Humanidade e Alegria; os quais são comandados pelo desejo, o egoísmo, o apego e a ilusão de maneira geral. Sem sombra de dúvidas, as transmigrações entre esses estados inferiores demandam muita energia, consomem a vida e são de pouca duração. Concluindo, a proximidade do “fim do mundo” aumenta na mesma medida em que se mergulha na escuridão, afastando-se da sabedoria do Buda; isto é, quanto maior a escuridão e a ignorância, maior a percepção do “fim do mundo”, maior a sua proximidade. A Sabedoria de todos os Budas, neste sentido, é sinônimo de Eternidade. Andrômeda. Tudo calmo por alí não é?
“Courtesy NASA/JPL-Caltech.”
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Budismo Religião e Física
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Religião? O que é? Março 24, 2007 às 11:12 1ª Parte Não há nada mais real e verdadeiro do que um fato concreto diante dos nossos olhos. Não é? E se a ocorrência desse fato é prevista com exatidão, não pela capacidade premonitória de alguns, mas por uma Lei; então, essa Lei é Verdadeira e oferece uma Prova Real. Não é? A diferença básica está em que uma premonição antecipa a ocorrência de fatos isolados no futuro próximo ou distante. A Lei é diferente. Uma Lei estabelece uma relação causal inexorável, perpetuando a ocorrência do fato (ou efeito) sempre que a causa estiver presente. Grandes incêndios, grandes enchentes, fortes ventos, secas, fome, conflitos internos, epidemias, invasão estrangeira, guerras. Tais são as calamidades e desastres previstos para uma nação quando sua sociedade torna-se desrespeitosa e hostil à Verdade. Às portas do novo século, e mesmo com toda a bagagem científica acumulada nos últimos cem anos, a humanidade parece impotente diante de fenômenos naturais (leia-se reações) resultantes da desagregação do sistema vida-meio-ambiente (incêndios, enchentes, secas, fome, etc.); da desagregação social (conflitos e guerras); e da violação da integridade individual (violência, doenças físicas, mentais e epidemias). Essas ocorrências assolam as civilizações há milênios, nada tendo em particular com a nossa época ou com o fim do mundo. Todavia, se fizermos um mapeamento da freqüência e da intensidade dessas ocorrências sobre o globo terrestre, começaremos a notar que a distribuição desses “fenômenos” é Fascículo IV – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo, Religião e a Física heterogênea em qualidade, quantidade e intensidade. Parece haver regiões do planeta com mais “vocação” para este ou aquele tipo de calamidade. Claro que sim! Conflitos internos, invasões estrangeiras e guerras são desastres típicos das regiões do planeta onde coabitam diversas crenças religiosas. Uma torna-se o espelho dos erros da outra e não há paz. Já as calamidades dos incêndios, secas, fome endêmica, enchentes, etc.; são típicas das regiões onde há predomínio de 1(uma) religião e não resultam de contendas, mas, da ignorância. Em todos os casos, porém, a causa fundamental de todas as calamidades e desastres está em crenças cegas, errôneas e falsas doutrinas; e a razão fundamental de vivermos numa “casa em chamas” encontra-se no Sutra de Lótus: “…as pessoas deleitam-se nas doutrinas menores, seres de escassas virtudes e abundantes na corrupção” [4]. Uma verdadeira religião deve ter como objetivo primordial a correta percepção do mundo fenomenológico. “Buda é aquele que atingiu a verdade (iluminação) no remoto passado e cujos ensinos visam conduzir todas as pessoas à mesma percepção da verdade tal como Ele o fez” [6]. Buda, portanto, não existe como um Ser Supremo fora da vida das pessoas, mas sim como um estado de vida potencial e inerente à própria vida de todos os seres sensíveis e insensíveis. Como a essência da vida, dos sofrimentos aos prazeres, está nessa percepção da realidade, resta saber se essa percepção é correta, ampla e profunda; tal como o foi na iluminação do Buda. Nitiren Daishonin escreveu em Resposta ao Lorde Soya: “O mundo objetivo é o corpo de todas as leis, a sabedoria subjetiva significa o aspecto de iluminar e revelar o referido corpo”.
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Budismo, Religião e a Física 2ª Parte Deve-se esperar, então, que uma religião proporcione ao seu seguidor os meios para o seu auto-aperfeiçoamento, levando-o à percepção da verdade última de todos os fenômenos. O mundo de todos os fenômenos, enquanto realidade objetiva, só pode ser percebido e compreendido, com sabedoria, através de uma ação correta. Relembrando a constituição básica de uma oração (aquela das aulas de gramática), a conexão do sujeito ao objeto se dá através do predicado (o verbo que representa a ação). Pergunta-se: a oração de uma religião deveria ter essa mesma constituição? Rigorosamente sim, devendo exprimir com clareza a sua finalidade (intenção) e o seu objetivo. Essa oração deveria unicamente incorporar a prática (ação) daquela religião. Isto significa que uma verdadeira religião deve de maneira inequívoca estabelecer uma ação-básica para a apreensão da sabedoria intrínseca do mundo fenomenológico (objeto), na fusão desta com a sabedoria subjetiva (sujeito). “Quando esse mundo objetivo estiver dotado de verdade de imensurável amplitude e profundidade, a sabedoria para perceber a sua própria verdade será também imensurável, ampla e profunda”[6]. As especificidades desta ação-básica são a identidade de uma religião; ou seja, a sua doutrina específica, o seu objeto de adoração e a sua intenção ou propósito. E mais, essa ação-básica (ou prática religiosa) deve trazer no seu bojo uma norma de conduta baseada em princípios sólidos e verdadeiros, não restrita aos encontros entre os iguais nos interiores dos templos, mas, extensiva às relações familiares, sociais e, num sentido mais amplo, às próprias relações do homem com o meio-ambiente, suas relações com o mundo e a natureza. Isto tudo sem contar as insondáveis relações da mente de uma pessoa para consigo mesma (seu corpo, sua realidade individual). “A verdadeira religião é sempre acompanhada da prática, portanto, por mais que Fascículo IV – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo, Religião e a Física um ensino possa parecer formidável como argumento, se não for possível pô-lo em prática, torna-se um ensino vazio”[6]. 3ª Parte Podemos identificar três mundos onde a vida manifesta seus diferentes aspectos (SANSEKEN), a saber: das relações sociais (abrangendo as relações familiares); das relações com a natureza e; das relações da mente com o corpo. Neste sentido, as religiões, enquanto um meio-expediente para a iluminação de todas as pessoas, devem se fundamentar na rearmonização das relações do indivíduo nestes três mundos. Se não o fazem, é porque são falhas na sua ação-básica. Pior, podem ser desencaminhadoras na medida em que induzam os seus seguidores a ignorarem os dessemelhantes dentro da própria família ou no círculo social próximo; a usurparem das falhas da sociedade onde vivem; e a transgredirem a própria razão humana e a sua consciência na propalação de dogmas absurdos, nos quais nem eles acreditam. “Na sociedade em que vivemos, há muitos cujas ações diferem das suas palavras, ou seja, enquanto falam de coisas maravilhosas, agem de forma totalmente oposta. A realidade é que há casos em que, como os líderes de certas organizações, denominando-se religiosos, muitos vêm ensinando a outros, de forma irresponsável, algo que nem eles sequer conseguem colocar em prática”[9]. Ao invés do fanatismo religioso (crença cega) ou da doutrinação em massa, instrumentos comumente usados por muitos, o Budismo opta pela “abertura dos olhos” do homem como ser social e, através da sua evolução na sociedade e na vida familiar, transforma a fé num poderoso instrumento restaurador dos verdadeiros valores humanos. Os verdadeiros Budistas não se escondem dentro das facções religiosas, políticas ou ideológicas. Antes disso, apresentam-se à sociedade como um ser indagador, consciente de Fascículo IV – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo, Religião e a Física suas atribuições e pronto para a promoção da paz e da cultura. Fazem-no como verdadeiros Bodhisattvas da Terra, aqueles portadores e agentes do Grande Veículo. “Estes Bodhisattvas da Terra, conforme consta das escrituras, não se misturam à podridão do ambiente e não deixam penetrar o lodo e a lama e, tal como a água em que se encontra a flor de lótus, também não se separam deste lodo. Assim, imbuídos de grande benevolência, com sólida e poderosa determinação, propagam a Verdadeira Lei”[9]. Observa, aliás, Nitiren Daishonin em uma das suas escrituras: “Quão mais profundo o lodo, maior o esplendor da flor de lótus”.
Foto de Marcos Ubirajara. Local: Sítio da Dôra 2007.
4ª Parte A turbulência de uma sociedade é medida pelo grau de insatisfação de cada indivíduo. No mundo Budista não há lugar para a Fascículo IV – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo, Religião e a Física lamentação que gera a insatisfação, e que gera a frustração. Este ciclo afasta a pessoa da sua verdadeira função existencial, transformando o lugar onde essa pessoa vive num verdadeiro inferno. Não há grades e cães que bastem para refrear os mais insatisfeitos. A arte da vida está em edificar sobre escombros. Escombros estes que, antes de significarem a extinção dos valores de uma civilização, sociedade ou experiência individual; significam sim o triunfo da Lei Última da Vida e da Morte. Se assim não o fosse, estaríamos para sempre condenados a trilhar os maus caminhos, sem nenhuma conseqüência para os acertos e erros que perpetramos em cada momento de nossas vidas. Seria como não termos os méritos (bons e maus) do passado e nem o direito ao futuro pelo quê fazemos. Exatamente, os méritos do passado resultam no quê somos, e aquilo que somos no presente, resultará no que seremos no futuro. A arte de edificar sobre escombros requer Sabedoria para identificar a profundidade e robustez dos valores sobre os quais nos apoiaremos; requer Fé para acatar e incorporar a Verdadeira Lei da Vida, a qual em muitos aspectos foge à razão humana; requer Coragem para, honestamente, descartar os falsos valores e soterrálos para sempre na nova experiência. A isto tudo chamamos “arte” porque o requisito resultante dos três acima citados (Sabedoria, Fé e Coragem) pode ser traduzido simplesmente como talento ou vocação para a vida. Para aqueles que não os possuem, a vida estará mais para um jogo de azar. Mas, para aqueles que os cultivam, não faltará oportunidade para exercitá-los na transposição dos obstáculos naturais que vão desde a resistência do ar, num simples caminhar, até o abismo da ignorância, causa fundamental de todos os sofrimentos. Na ausência da Sabedoria, a Fé e a Coragem possuem um alto poder destrutivo.
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Budismo, Religião e a Física Considerando o que foi dito, nunca utilize as tradições transmitidas oralmente ou os escritos da literatura secular como guias ou “Manuais de Instrução para a Auto-Realização”, algo que eles não podem ser devido à limitada visão e experiência dos seus autores. Seu objetivo real deveria ser o de estimular mentes a refletirem acerca das suas próprias experiências, e a buscarem as fontes do verdadeiro saber para a sua emancipação. Fazendo assim, o leitor estará edificando a sua própria torre votiva e, conseqüentemente, estabelecendo a sua própria fé.
As Três Verdades Maio 15, 2007 às 18:37 1ª parte Talvez, nenhum princípio budista aponte mais diretamente para o Verdadeiro Ensino do que o SANTAI (san = três, tai = verdade ). Esse princípio incorpora as três grandes fases de pregações do Buda Shakyamuni, as quais deram origem a um sem número de seitas e crenças budistas. Porém, sob a estrita ótica da “ordem temporal de pregação”, este princípio estabelece unicamente o Grande Veículo, a saber: (1) transitoriedade ou impermanência de todas as coisas como a verdade parcial que deu origem aos ensinos Hinayana da primeira fase; (2) não-substancialidade ou vacuidade inerente a todas as coisas como a verdade parcial exposta nos ensinos Mahayana provisórios e, finalmente, o caminho-médio como a Verdade Última de todos os fenômenos, revelada nos ensinos Mahayana Verdadeiros. O conceito dos 10(dez) estados de vida não existe dissociado da transitoriedade. Um estado (ou instância da vida), por sua vez, não tem substância e, por essa razão, um estado não pode ser autoFascículo IV – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo, Religião e a Física contido ou estanque. Então, se um estado não tem “fronteiras”, ele se assemelha a um caminho que não tem início e nem fim. E, por não ter início ou fim, este caminho contém todos os outros caminhos. A isto, no Budismo, chamamos possessão mútua; ou seja, um caminho contém todos os outros. A vida, assim entendida, é um veículo de transição e não existe em outro aspecto. Isto significa que os 10(dez) estados e a possessão mútua não podem existir dissociados do fenômeno vida, um fenômeno transitório por excelência, regido pela Lei Mística. O quê é a Lei Mística? Essa Lei é chamada mística apenas por revelar aspectos intangíveis pela razão humana. É a Lei da continuidade do universo, que o faz fluir. É a ligação entre o nãosubstancial e o substancial, revelada no caráter dual de todos os fenômenos. É a Lei da causa e efeito no seu profundo sentido: a causa é não-substancial (latência); o efeito é substancial quando manifesto (trânsito). A causa fundamental de nossas existências é única. Todavia, o estado de Buda é o único entre os demais que reflete a verdadeira e única causa da vida, a qual é insondável por não ter substância. O estado de Buda é o encontro do homem consigo mesmo em todas as outras pessoas. A única circunstância em que isso poderá acontecer é através da vida. O Buda Shakyamuni revela essa Lei extensivamente e sem obstáculos no Sutra da Flor de Lótus da Lei Maravilhosa. 2ª parte Simplificando o modelo atômico, os elétrons, girando em torno do núcleo tal como a Terra e os demais planetas giram em torno do Sol, são uma mesma entidade em estados diferentes (energias diferentes, órbitas diferentes). Quanto maior o nível de excitação (energia absorvida) de um elétron, maior a distância deste para o Fascículo IV – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo, Religião e a Física seu estado fundamental. Ilustrativamente, imagine as motocicletas dentro do “globo da morte”. Ao serem aceleradas, recebendo energia dos seus motores, as motocicletas “grudam” no globo e, girando em órbitas cada vez maiores, atingem o seu topo. Se faltar aceleração, elas vão caindo até estacionarem no ponto mais baixo do globo. Este ponto mais baixo é o estado fundamental e a passagem das motocicletas por todos os outros pontos é o trânsito. O fenômeno que pode “arrancar” um elétron do seu estado fundamental, ou reconduzi-lo a este, é um fenômeno transitório bem conhecido. O elétron o faz, como a motocicleta, absorvendo ou emitindo energia em quantidades mínimas, ou pacotes de energia. Na Física, esses pacotes mínimos de energia receberam o nome de “quantas” (uma designação genérica para os pacotes). Os “quantas” de energia absorvidos ou emitidos pelos elétrons recebem o nome específico de “fótons”, os quais são unidade e agentes portadores da radiação luminosa (luz). O fato de o elétron só poder receber ou ceder energia em pacotes, revela a existência de estados intermediários entre um estado energético qualquer e o estado fundamental. Esses pacotes de energia são como degraus de uma escada, do topo à base, por onde transitam os elétrons. Pois bem, as órbitas possíveis são macro-estados como os andares de um edifício. Entre esses andares, existem micro-estados ou os degraus das escadas que os unem. Neste caso, a transição poderá se dar entre os macro-estados (diretamente de um andar para o outro) ou entre micro-estados (degrau por degrau da escada), dependendo da natureza do fenômeno. Temos aqui um paralelo da Física para a transitoriedade (trânsito entre os andares) e para a possessão mútua (os degraus da base ao topo dos andares, interligando-os).
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Budismo, Religião e a Física 3ª parte Os materiais no estado sólido são arranjos geométricos de lugares ocupados por átomos ou moléculas. Chamamos esse arranjo de “rede cristalina”; e ao material no estado sólido chamamos genericamente de “cristal”. Tal como numa rede, os átomos ou moléculas ocupam os “nós” daquela rede, ligando-se um ao outro pelo “fio” da rede. Cada “nó” da rede é o centro da posição de um átomo e este é o seu estado fundamental. Todavia, o átomo não fica “estacionado” no seu lugar na rede. Ele vibra, oscila como um pêndulo em torno dessa posição, e é essa vibração que o torna visível e que confere as propriedades físicas à matéria. A visibilidade da matéria e a sua própria consistência advêm dessa constante vibração dos átomos ou moléculas em torno das suas posições de equilíbrio. Essa vibração, todavia, não é caótica e sim regida por uma lei que se propaga através do material, como uma onda; isto é, o movimento é coletivo e ondulatório. Isto significa que nunca todos os átomos passam pelo centro das suas posições ao mesmo tempo. Se assim não o fosse, a matéria teria uma existência “pulsante”, perdendo momentaneamente a visibilidade e a consistência, cada vez que todos os seus átomos constituintes passassem ao mesmo tempo pela posição de equilíbrio. Por essa razão, a matéria, tal como a conhecemos, é um fenômeno ondulatório e a sua própria “existência” é conseqüência de um nível mínimo de vibração que lhe confira propriedades físicas. A este nível mínimo de vibração chamamos “energia do ponto zero”. Como no modelo anterior, a amplitude de oscilação de um átomo em torno da sua posição de equilíbrio na rede também é discretizada (ou seja, quantizada, uma escada); isto é, existem estados ou modos de vibração. Aqui os pacotes mínimos de energia ou “quantas” absorvidos ou emitidos pelos átomos recebem o nome específico de “fônons”, os quais são unidades e agentes Fascículo IV – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo, Religião e a Física portadores da energia de vibração. O átomo pode ser “arrancado” da sua posição ao absorver uma quantidade de energia maior que a energia que o prende na sua posição própria da rede. É como se arrancássemos uma laranja do galho onde ela se prende à árvore. Com um pouco de força, ela sai. Quando isto acontece, o átomo migra (fica vagando) através dos vazios da rede, deixando atrás de si uma lacuna (um buraco). O número de saltos pela rede que um átomo dá até encontrar o seu lugar – ou o lugar deixado por outro átomo semelhante também deslocado – reassumindo uma posição própria, convencionou-se chamar de caminho-médio na Física. A identidade de um átomo é de natureza dinâmica e ele só existe como uma individualidade durante o tempo em que ele “vaga” sem encontrar um lugar. No mais, quando preso a uma posição própria da rede, ele é parte de uma superestrutura que dá consistência ao material, não existindo o átomo como uma individualidade. Com os “buracos” (lacunas) ocorre o mesmo. Eles só possuem uma identidade transitória, enquanto não ocupados pelos átomos. Tanto o deslocamento médio em torno da posição de equilíbrio da rede como o número de saltos que um átomo dá até encontrar um lugar (lembre-se da dança das cadeiras), fenomenologicamente são a mesma coisa: imperfeições, distorções, coisa fora do lugar. Portanto, tudo o que vemos, sondamos ou medimos pelos métodos físicos (ou seja, por interferência), são sistemas de pequenos defeitos associados dentro da perfeição (um campo primordial?). Isto me faz aceitar o fenômeno da vida, e o próprio universo conhecido, como um sistema de falhas associadas (os nove estados) dentro da perfeição (Buda). Do lado oposto de Buda (perfeição) está a amorfia, ou seja, ausência da ordem, entropia máxima, o caos (estado de inferno). Temos agora um paralelo da Física para a possessão mútua (degraus entre os andares), para a transitoriedade (trânsito entre
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Budismo, Religião e a Física posições próprias), para a não-substancialidade (a lacuna) e para o caminho-médio (o átomo deslocado do seu lugar).
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O Quê a Ciência Não Viu e as Três Grandes Barreiras Abril 21, 2007 às 10:30 Quando o objeto de uma pesquisa é a verdade, uma ciência sem religião e que não vise o homem na sua essência existencial, pecará por exacerbar os aspectos observáveis pela limitada visão humana, em detrimento da Verdade Última. O homem, na sua fúria analisadora, conseguiu quebrar as mais íntimas ligações da natureza. Quantificou os átomos e seus micro-constituintes; separou os órgãos do corpo humano; decodificou as células e hoje avança no campo da transmutação genética, “programando” e “imitando” a criação nas mais assustadoras experiências. No processo de síntese, entretanto, a ciência luta sem muito sucesso contra uma instabilidade impertinente presente na maioria dos elementos sintetizados em laboratório, e uma rejeição inquietante dos órgãos transplantados. O quê foi que o homem e a sua ciência perderam na análise, que não conseguem colocar na síntese? O quê a ciência não viu? O Budismo fala em 5(cinco) espécies de visão ou faculdades perceptivas, a saber: O olho do homem – a visão dos mortais comuns, que distingue cor e forma. Entenda-se a visão física natural dos seres humanos. O olho celeste – capacidade dos seres celestes de ver além das limitações físicas da escuridão e da distância. A sistematização do uso das recentes descobertas no campo dos fenômenos radiativos ampliou a visão humana para aquém (radiação do infravermelho) e além (radiação do ultravioleta) do espectro da luz visível; com o auxílio, evidentemente, de instrumental adequado. São exemplos as miras de infravermelho e os radiotelescópios. Fascículo V – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo, Ciência, Razão e Sonhos O olho da sabedoria – capacidade de homens dos 2(dois) veículos (erudição e absorção) de perceber a não-substancialidade de todos os fenômenos. Aqui se encontra a primeira grande barreira: a nãosubstância (ou vacuidade) como parte da natureza essencial de todos os fenômenos, e já reconhecida pela ciência, é imponderável. Os métodos de detecção, análise e quantificação dos fenômenos baseiam-se na interferência. Como ver algo que não está ali? Inegavelmente, a ciência do homem realizou grandes façanhas utilizando-se apenas dos 3(três) tipos de olhos que a sua razão comporta. Algumas dessas realizações foram, sem dúvida, frutos da sistematização de idéias. Incontáveis, porém, são aquelas realizações frutos daquilo que os norte-americanos costumam chamar de feliz casualidade. Contudo, o homem não é feliz e busca através da ostentação uma justificativa para o destino vulgar que se dá a muitos dos mais significativos avanços científicos. São armas, utensílios inúteis, tratamentos de toda sorte de males que resultam de maus hábitos. Por que não inventar os bons hábitos? A bem da verdade, escombros de seres humanos se espalham pelo mundo e o homem não sabe o que fazer para rejuntá-los na edificação de um novo homem. A violência contra o próximo, as guerras, as pestes, a miséria e a ignorância avançam aos quilômetros enquanto o saber avança aos centímetros. Dizia Nitiren Daishonin em Carta a Niike: “o bem aos centímetros convida o mal aos metros” [10]. Acredito, falta um sentido humanístico amplo e benevolente aos empreendimentos científicos. Quantos dos melhores cérebros vivos não se consomem na busca da fama e da fortuna, ou quantos desses mesmos cérebros não são manipulados pelo poder econômico dos que visam lucros e pelo poder dos dominadores que visam à submissão dos povos.
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Budismo, Ciência, Razão e Sonhos O olho da Lei – visão altruísta dos que penetram em todos os ensinos para salvar as pessoas. Aqui se encontra a segunda grande barreira: a vaidade dos homens de erudição e absorção, dotados do olho da sabedoria, e a sua subserviência aos poderes estabelecidos. O olho do Buda – visão que percebe a verdadeira natureza da vida abrangendo o passado, o presente e o futuro; e que engloba todas as outras. Esta é a terceira grande barreira: ver o quê todos vêem. O olho da lei e o olho do Buda, aos quais nos referimos como visão mística, sugerem algo mais que simplesmente ver; mas, ver-através, ver-além, ver-em-prol. Isto é possível se mudarmos nossa atitude permitindo que o sentimento humanitário evocado pelo olho da Lei prevaleça sobre interesses menores. Falamos da Grande Lei, ou o conjunto de todos os ensinos corretos e verdadeiros. Falamos do Sutra da Flor de Lótus da Lei Maravilhosa.
A Razão, do Abrangente ao Restrito Abril 26, 2007 às 13:31 “No reinado de um sábio, a razão irá prevalecer. Mas, quando reina um soberano tolo, a falta de razão terá supremacia”. (Nitiren Daishonin em “A Abertura dos Olhos”) [11]. “Numa democracia, o soberano não é ninguém senão o povo, a coletividade”[12]. Do abrangente ao restrito, aquilo que sabemos ou pensamos (sujeito), e aquilo que vemos (objeto), não difere daquilo que somos (ação). Ainda que o aspecto individual de uma única pessoa revele inequivocamente quem a governa no âmbito restrito; o aspecto de uma coletividade, de uma sociedade e de uma nação não revelará quem a governa, mas quem nela habita, no sentido abrangente. Fascículo V – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo, Ciência, Razão e Sonhos Emprestando mais um termo da Física, a democracia é uma proposta de superestrutura social, onde cada indivíduo é da mesma qualidade do todo, onde cada indivíduo é instrumento da vontade dos demais e, em nome dessa vontade, aciona uma prensa, avia um receituário ou empunha a caneta dos poderes estabelecidos. Todavia, e como numa religião, “por mais que uma doutrina possa parecer formidável como argumento, se não for possível pô-la em prática, torna-se um ensino vazio”[6]. Uma democracia torna-se uma doutrina vazia quando não posta em prática. Torna-se vazia e, como ali cada indivíduo é da mesma qualidade do todo, todos se esvaziam da própria responsabilidade, transferindo-a para outrem. Torna-se um verdadeiro “salve-se quem puder” ou “primeiro eu”. Qual a evidência da perda da razão em uma democracia? Certamente, o aparecimento de líderes que não advogam pelas maiorias. Este é o primeiro sinal e o mais grave indicador de uma profunda ruptura na base democrática. Segue-se, como conseqüência dessa ruptura, a formação de grupos dominantes os quais, seja pelo poder econômico ou pelo poder político, tentam impedir a alternância no poder, negando alternativas à massa votante. Essa degenerescência surge primeiramente nos pequenos organismos (no restrito) para, depois, refletir-se nas grandes instituições (no abrangente). Um dos mais consagrados engodos (adulação astuciosa segundo o dicionário Aurélio) da organização social democrática é o da minoria oprimida. A opressão só se instala com o consentimento das minorias, por omissão ou impotência; ou com o consentimento de todos nós, indivíduos, sós, minoria absoluta. Segue-se o descrédito nas instituições, o voto útil. Já que não podemos evitar, locupletemo-nos. Segue-se a desagregação social. Ninguém faz mais nada por ninguém. Segue-se a perda da identidade do ser social, a perda da integridade individual e floresce
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Budismo, Ciência, Razão e Sonhos a corrupção em todos os segmentos da sociedade. Em sucessão, surgirão os desastres e as calamidades. Um líder que quando se pronuncia, em redes televisivas e radiodifusivas, todos desligam os seus aparelhos: esse é o Executivo. Câmaras municipais, distritais, estaduais e federais omissas, a defender seus próprios interesses, a legislar em causa própria: esse é o Legislativo. Juízes milionários que tergiversam o corpo das leis, atuando nos seus interstícios, subvertendo as verdadeiras intenções das leis e tornando a subjetiva interpretação mais forte que a própria lei: esse é o Judiciário. Numa passagem do Sutra do Nirvana o Buda Shakyamuni afirma: “Confiar na Lei, e não na pessoa” [11]. Segue-se então a impunidade e a máxima de uma sociedade desagregada: “o crime compensa”. Antes de isso tudo acontecer, todavia, os sábios e protetores da nação ter-se-ão retirado e, desta sorte, tudo se passa sem que se esboce reação, qualquer que seja. A própria doença começa a dosar as suas investidas contra o organismo doentio que não reage, apenas para que esse organismo não morra; pois, uma vez morto o organismo, morta estará a doença. Qual a evidência da retirada dos sábios e protetores da nação? A fome, o desemprego, os conflitos sociais, a violência, as contendas judiciais sem fim, o escárnio da ignorância, doenças desconhecidas, epidemias, ventos fortes, enchentes, incêndios, ingestão de poderes externos nos assuntos da nação. Isso tudo poderia ser uma evidência objetiva, mas qual a evidência lógica da retirada dos sábios e protetores da nação afinal?
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Budismo, Ciência, Razão e Sonhos Somente os ignorantes podem valer-se da miséria como plataforma política. Um mal que aniquila e mata o organismo no qual se instala e do qual se nutre, é o pior dos males. “Se alguém estivesse para matar nossos pais e então tentasse oferecer-nos um presente, poderíamos aceitá-lo? Nem Budas, nem deuses e nem os sábios aceitariam oferecimentos daqueles que caluniam a Lei” (Nitiren Daishonin em “Carta a Niike”) [10]. Mas, a escuridão não possui a propriedade da Lei, isto é, a capacidade de propagar-se. Este é o Paralelo Perfeito. Ela, a escuridão, só se manifesta na ausência da Lei. A luz, entretanto, pode debelar a mais profunda escuridão. Isto aponta para a necessidade de restabelecer a Verdade e iluminar a realidade da nação em todos os seus aspectos. Basta! Do restrito ao abrangente, como reconduzir as pessoas e a nação ao caminho da razão? Conforme Nitiren Daishonin observa em sua escritura intitulada “A Abertura dos Olhos”, já na época do Confucionismo na antiga China considerava-se: “Se uma pessoa leva a ordem à sua família, cumpre as exigências do amor filial e pratica as cinco virtudes constantes da benevolência, retidão, decoro, sabedoria e boa fé, os seus amigos a respeitarão e seu nome será conhecido em todo o país. Se há um sábio governante no trono, ele convidará tal pessoa para ser seu ministro ou conselheiro, ou pode inclusive tornar-lhe chefe da nação. O céu irá proteger e cuidar de tal pessoa”[11]. Tais atributos ainda não são tudo, mas essenciais para tornar a pessoa um receptáculo da Grande Lei e, assim, torná-la uma propagadora da mesma. Em outro caso, na ausência de tais atributos, pode-se chamar essa pessoa de devoradora da Lei. Que Lei é esta? Fascículo V – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Um Sonho Sobre o Passado Maio 3, 2007 às 12:25 Eu estava deitado de bruços sobre uma espécie de tablado e não tinha total visão à minha volta. Ouvia o som da recitação do “ NamuMyoho-Rengue-Kyo” bem compassado e uma voz profunda. Havia também um surdo solitário com uma batida singela coincidindo com o som de “Namu”. Com este som ao fundo, vi claramente inscrições do Daimoku do Sutra de Lótus ( ou seja, Myoho-RengueKyo) em três colunas. O Daimoku era assim recitado, com uma batida profunda do surdo sobrepondo-se ao som do “Namu”. Enquanto isso, do lado para o qual o meu rosto estava voltado, três homens, um de cada vez, fizeram evoluções ao som da recitação do Daimoku. Eram saltos (piruetas) que eles davam no ar, apoiados em uma perna só, mas à frente, bem alto e depois de algumas piruetas (acho que três cada um) eles se deitavam ao chão e ficavam imóveis. Eram esguios e um estava de branco, um de preto e outro de vermelho, em trajes típicos. Quando isso terminou, o tablado em que eu me encontrava começou a andar velozmente. Lembro-me que eu tinha receio de bater a cabeça nas paredes e pelas portas por aonde ia passando; mas, eu dizia para eu mesmo não me mexer. Fui empurrado até um determinado local. Chegando lá, levantei-me e vi quem havia me empurrado até lá: André e Fernanda, meus filhos. Fiquei em pé, sai daquele local e fui para outro. Acordei desse sonho em 15 de abril de 1989.
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Budismo, Ciência, Razão e Sonhos Até hoje nada me convence do contrário. Tudo isso aconteceu quando sofri aquele acidente de automóvel em 18 de maio de 1978 e fiquei à beira da morte. O tablado era uma maca e o local da correria foi o Hospital das Clínicas de São Paulo. O detalhe é que meus filhos não haviam nascido quando tudo aconteceu. André nasceu em 1981 e Fernanda em 1983; e eu próprio viria a me tornar Budista em 1987, cerca de 9(nove) anos após o acidente.
Carta a Um Amigo Junho 2, 2007 às 10:10 Campinas, 02 de junho de 1989. Prezado Senhor S. O., Gostaria de expressar-lhe meus sentimentos pessoalmente. Entretanto, como o senhor sabe, os agentes deste mundo não são apenas pessoas, mas também ações. Por essa razão decidi lhe escrever. Se o senhor sofre perseguições e incompreensão, não há dúvidas que o senhor foi companheiro do Buda nas perseguições e na incompreensão em todos os tempos. Assim é a Lei do Carma, e o senhor deve ter morrido incontáveis vezes por essa razão. Igualmente por essa razão, foi-lhe confiada a missão de propagar o Verdadeiro Ensino. Invejável é a vossa fé. Quão respeitável é a vossa luta nestes tempos. Talvez, pela primeira vez na eternidade o senhor possa recitar livremente Namu Shakyamuni Butsu, NamuMyoho-Rengue-Kyo. Isto é um fato tão extraordinário que o senhor
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Budismo, Ciência, Razão e Sonhos pode não compreender. Creia, portanto, no Buda que profetizou esta época: uma época de maldade. Crer no inigualável é uma espécie de sublimação possível para a mente de um mortal neste século das ciências. A ciência que tudo igualou nas suas equações, esqueceu-se, todavia, da grande desigualdade dos mundos que a mente campeia. O desigual é a chave de todos os fenômenos: causa e efeito; ação e reação; cheio e vazio; positivo e negativo; chave e fechadura. O buraco da fechadura só executa a sua função quando preenchido com a chave. Um desejo só é satisfeito quando preenchido com a renúncia. A iluminação, portanto, só pode ocorrer em meio às circunstâncias adversas. Não há dúvidas que suas fraquezas e seus temores são a chave da sua própria libertação e iluminação. Se um mortal comum tem o poder de arrastar um Buda para o inferno, quão inimaginável será o poder de um Buda sobre o mortal comum? Em uma de suas escrituras, Nitiren Daishonin diz: “o propósito do advento do Lorde Buda neste mundo estava em seu comportamento como ser humano. Quão profundo! O sábio deve ser chamado humano, e os tolos, animais”[2]. Considere as palavras de quem o admira e que, por tal admiração, veio a praticar o Budismo.
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A Caixa Preta Agosto 2, 2007 às 6:23 O Barco é conduzido por alguém de aparência enganosa, e tudo parece transcorrer dentro da normalidade, até que o mesmo adentra uma região escura. Naquela região, pressente-se que o barco está desgovernado, desembestado. Olha-se para dentro: onde está o condutor? Olha-se para fora: escuridão, penhascos, rochas, destroços para todos os lados, incêndios, muitos náufragos, gritos de desespero. - Namu-Myoho-Rengue-Kyo! Grita o sobrevivente. - Namu-Myoho-Rengue-Kyo! Ainda há tempo, pensa. O barco desacelera e descreve uma curva à esquerda revertendo a sua trajetória, parecendo adentrar águas tranqüilas, ainda na escuridão. O sobrevivente, em estado de profunda consciência, sabe agora quem conduzira o barco pelas águas tormentosas de Samsara, e que o abandonou. - Namu-Myoho-Rengue-Kyo! Grita o sobrevivente. - Namu-Myoho-Rengue-Kyo! Com a voz embargada, difícil de sair, o sobrevivente repete: Fascículo V – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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- Namu-Myoho-Rengue-Kyo! O condutor, a quem agora o sobrevivente se dirige, parece estar em toda parte, possui uma constituição difusa, parece ser muitos, talvez sejamos todos nós. O sobrevivente admoesta-lhe: - Namu-Myoho-Rengue-Kyo! Este Sutra é o tesouro secreto de todos os Budas das dez direções. Submeta-se a ele, demônio. - Namu-Myoho-Rengue-Kyo! Então, o sobrevivente desperta de seu amargo pesadelo em 01/08/2007, às 23:45 hs. Respira aliviado. Ainda há tempo.
A Visão de 29 de Agosto Agosto 31, 2007 às 10:17 Eu me encontrava preso num lugar, imóvel, quando o vi se aproximar em imponente montaria, havia outra pessoa. Reconheci-o, dizendo-me: “é Ele”! De dentro para fora, a tudo eu assistia, sua aproximação se fez rodeando-me pelo lado esquerdo, no sentido anti-horário, três vezes. Então, apeando de sua magnífica montaria, introduziu-se no local onde me encontrava preso, como o gênio que sai de uma lâmpada.
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Budismo, Ciência, Razão e Sonhos Seu rosto suave, a pele dourada, olhos verde-azuis, olhar complacente, expressão terna, beleza indescritível. Disse-lhe: “Meu adorado Senhor! Como vai? Sabia que viria”. Despertei às 05:30 hs. Brasília, 29 de agosto de 2007.
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Resposta a William Garcia Janeiro 16, 2008 às 12:45 Belo Horizonte, 16 de janeiro de 2008. Estimado William, Estou anexando a esta missiva uma cópia do eBook do futuro livro “Passagens Selecionadas do Sutra de Lótus”. Reverentemente, é para o vosso deleite e benefício, e também das muitas outras pessoas amigas que buscam o caminho, para as quais você poderá enviá-lo desde já. Desfrute da Paz do Dharma! Estive imensamente atribulado nos últimos tempos. A razão é uma só: o livro do Sutra da Flor de Lótus da Lei Maravilhosa, em sua íntegra, ficará pronto nos próximos dias. Imagine o que isso exigiu de esforços e concentração para obtermos o polimento adequado da Jóia do Sutra de Lótus. Esse trabalho, agora, é a minha vida. Para sempre, e sem descanso, trabalharei para o seu aperfeiçoamento e para a propagação dos ensinos dourados do Buda em benefício de todos os seres. A propósito, o eBook que estou anexando tem o exato objetivo de conduzir as pessoas às profundas doutrinas do Sutra de Lótus. Considero-me um discípulo do Grande Mestre Nitiren Daishonin. Suas escrituras e seus muitos ensinamentos me conduziram ao Sutra de Lótus. Se não tivermos em mente que ele, Nitiren Daishonin, utilizou-se dos meios hábeis do Buda para conduzir-nos ao Grande Veículo; o que pensar, então? Com toda a certeza, tudo isso se deu pela graça e benevolência do Buda Shakyamuni, Honrado pelo Mundo. Portanto, se eu puder dar alguma Fascículo VI – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo, Cartas, Sonhos e Paradoxos contribuição no trabalho de tradução das escrituras de Nitiren Daishonin, o farei com imensa alegria. Todavia, há que se considerar as minhas limitações. Entenda! Para fazer esse tipo de tradução, antes que saber inglês, você precisa ser penetrado pela intenção do Buda. Você tem que saber o que está escrito lá, e como deve ser vertido em outro idioma. Essa penetração não se dá ao nosso bel-prazer. No caso do Sutra de Lótus, de posse dos originais em inglês, durante um ano, empreendi esforços de leitura, escrita e recitações. Acima de tudo, orava muito, fazia oferecimentos para os volumes dos originais, até que um dia comecei a sentir que sabia o que o Buda dizia. Dai em diante, passei um ano escrevendo e revisando. Então, a ajuda que posso oferecer, a partir do acesso aos textos originais das escrituras, passa pela minha prática diária. Não poderia fazê-lo atrelado a compromissos de prazos. Você entende né? Mas, vamos estudar as escrituras sim. Fico muito contente em saber que você, freqüentemente, encontrase com a minha filha Fernanda. Considero isso um benefício pelo zêlo que sempre tivemos por nossas relações. Respeito-os profundamente, você e sua família, por continuarem a recitar o Namu-Myoho-Rengue-Kyo a despeito dos percalços deste caminho. Lembranças a todos. Vou publicar essa carta lá no blog, para que outras pessoas possam lê-la. Ok? Atenciosamente, Marcos Ubirajara.
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Resposta a Mattuzalem Lopes Cançado Janeiro 22, 2008 às 12:44 Essa missiva é uma resposta ao vosso comentário no post “eBook de Passagens Selecionadas do Sutra de Lótus”. Belo Horizonte, 22 de janeiro de 2008. Prezado Senhor Abade Mattuzalem Lopes Cançado, O Sutra da Flor de Lótus da Lei Maravilhosa é um espelho. Como ele poderia estar revelando algo que não fosse o Verdadeiro Aspecto dos Fenômenos? Com relação a isso, senhor, veja a nobreza das vossas palavras. O senhor mesmo as escreveu. Veja como o Sutra de Lótus é capaz de iluminar e revelar a natureza de um grande ser humano. Esse iluminado, ao qual o senhor se refere, e que de fato está em vossa mente, é o senhor mesmo. A isso podemos chamar “Consistência do Princípio ao Fim”, o décimo aspecto, que na sua manifestação é simultâneo e coerente com os demais. O Bodhisattva Sem-Desprezo, que via Budas em quaisquer pessoas que encontrasse, era o próprio Buda Shakyamuni, Honrado pelo Mundo, Leão dos Shakyas, quando certa vez cumpria seus votos de Bodhisattva. O senhor me faz experimentar a verdadeira alegria do Dharma, que é servir àqueles possuidores da genuína Fé. Com reverência, Homenagem aos Budas do Universo! Fascículo VI – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo, Cartas, Sonhos e Paradoxos Namu-Myoho-Rengue-Kyo! Marcos Ubirajara.
O Teorema da Convolução no Budismo Janeiro 23, 2008 às 11:51
Enunciado: “ para compreender um sistema físico, é necessário perturbá-lo e, então, observar como ele evolui para o novo estado .” Começo com alguns movimentos no sentido de encaixar um óculo no meu rosto. Não é meu tamanho, há dificuldades. Era um óculo com lentes redondas e muito, muito escuras. Tudo pronto! Jorginho, o guitarra-base da minha primeira banda de rock, solta os primeiros acordes de Satisfaction: tan, tan, tan ran ran … e tal. Começo a cantar: I can’t get no satisfaction … e tal. Os rifs da guitarra do Jorginho começam a eletrificar tudo ao meu redor, e a mim. Coloco as mãos na parede ao lado da cama. Ao toque dos meus dedos, a parede responde como um poderoso teclado. Meus dedos faiscantes o percorrem, se entrecruzam, e só os vejo através das lentes negras porque eles faíscam em acordes sonoros fantásticos. Em harmonia com estes, os rifs absurdos do Jorginho e uma bateria precisa e demolidora. Canto tudo, até o fim, num banho de energia cintilante, neons que posso ver através das lentes negras. Acordes finais: I can’t get no, I can’t get no, I can’t get no, No satisfaction. Fascículo VI – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo, Cartas, Sonhos e Paradoxos Passo alguns momentos paralisado, luzes ainda cintilam. Retiro o óculo e experimento outros. Há outros óculos em minhas mãos. Eles não se encaixam e, assim, vou desexitando. Faço alguns movimentos. Obrigado Jorginho. Nu!!! Que viagem, ainda digo. Acordo no sonho. O quarto e a cama são da minha irmã Enoê. Nem ela e nem aquele lugar existem mais. Acordo de novo, agora para a realidade “concreta”. Ainda permeado pela boa energia, já estava a escrever o que houvera acontecido. O que há de “concreto” na experiência humana? Nada! Pois, o estado resultante dessa experiência é o residual de algo que q ue estava ali. Este ciclo se repete, de forma completa, a cada existência momentânea da vida. O que estava ali é o ser místico, indecifrável pela razão humana. Acordo pela terceira vez, agora para a realidade última, que aponta para a saída do Mundo Tríplice, Tríplice, Samsara. Samsara. Porta estreita, decisão difícil de ser tomada. A terra treme de seis modos diferentes. Em 04/01/2008 às 00:30 hs.
As Perambulações de Um Aprendiz Fevereiro 13, 2008 às 11:17 Trabalhei a noite inteira num hospital. Estava trajado de branco. O local era um centro cirúrgico.
Fascículo Fascículo VI – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo, Cartas, Sonhos e Paradoxos Via a tudo e a todos, mas como se o fizesse interpenetrando i nterpenetrando-os. -os. Um amigo, dos tempos do ginasial, o Silvio, me relatava um caso de insucesso no uso de terapias alternativas [1]. Terminei a longa jornada de trabalho. Tudo estava em paz. Hora de ir embora, desci as escadas até o estacionamento. - Ora, onde coloquei o carro? Esforçava-me para lembrar. Usando um elevador, subia e descia os muitos níveis do estacionamento, e nada. Diante disso, resolvi concentrar-me refazendo o meu trajeto. Lembrava-me até o ponto de ter chegado à minha casa, e ter guardado o carro, antes de ir i r para o hospital. Esforcei-me um pouco mais na concentração e ouvi: “Você não necessitava do carro. Para quê o carro?” Acordei em 14/01/2008. às 01:00 hs.
[1] Entenda-se, aqui, do ponto de vista da prática da fé. fé .
Fato Relevante Março 12, 2008 às 20:54 Hoje, 12 de Março de 2008, vendi o mais importante exemplar do Sutra da Flor de Lótus da Lei Maravilhosa: Maravilhosa : para meu filho André Felipe,, o que se deu de maneira espontânea, exclusivamente em Felipe razão do seu espírito de procura. Torno-me, assim, o pai p ai mais feliz!
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O Grande Benefício de um Pai Abril 18, 2008 às 13:02 Oi Pai tudo bem?.., Hoje (18/04/2008), estou tendo em mãos oficialmente o livro do Sutra de Lótus. Lótus. Agradeço pelos seus dizeres (dedicatória) e vamos andar juntos nesse tapete liso e plano pl ano de lótus azuis. Não há como descrever a emoção que tive com o livro pronto nas minhas mãos, pois acesso à internet, e-mails de que o livro havia ficado pronto é uma coisa, pegá-lo é outra sensação. Tenho muito orgulho do senhor, como pai, mestre e companheiro. Estou com muita saudade e espero encontrá-lo logo. Tenha muita sorte com as suas empreitadas e se cuida. abraço, André Felipe Lopes de Carvalho e Camargo Veja-o em Um Olhar sem Distinções Nota: Nota: Isto acontece aos 36 (trinta e seis) anos da morte de meu pai Theóphilo Fortunato de Camargo, Camargo , falecido em 18/04/1972. Em sua memória, minhas orações pelos profundos pr ofundos débitos de gratidão. gratidão.
Fascículo Fascículo VI – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Os Inimigos Mortais da Paz Mundial e dos Direitos Humanos Maio 15, 2008 às 6:42 São aqueles privilegiados que só pensam no poder. Não pensam na libertação daqueles muitos que sofrem. Conseqüentemente, não pensam num mundo melhor. Por que privilegiados? Porque conhecem as Leis e as tergiversam, tudo pelo poder. Dê um passo à frente, agora! Neste cenário de catástrofes e conflagrações que assolam o planeta, você seria capaz de reconhecê-los?
Diante da Ira e da Provocação Junho 2, 2008 às 10:23 Aquele que vê o Buda em seu opressor, encontra-se no estado de Buda. Aquele que lhe aponta o caminho, encontra-se no estado de Bodhisattva. Aquele que percebe que a causa da provocação encontra-se em si próprio e age para removê-la, é um Pratyekabuda. Aquele que medita e investiga a verdadeira razão das ofensas, é um Ouvinte. Porém, aquele que encontrar-se no estado de alegria, perdê-la-á; e aquele que encontrar-se no estado de tranqüilidade, perdê-la-á. Fascículo VI – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo, Cartas, Sonhos e Paradoxos Aquele que encontrar-se no estado de ira, encontrará o parceiro ideal para trilhar os caminhos do inferno. Campinas, 18 de Julho de 1989.
O Paradoxo de Zenon no Budismo Junho 13, 2008 às 10:01 “Realizar metade do caminho para um objetivo, mesmo que o faça todos os dias, jamais levará uma pessoa à consecução do mesmo”. Eis o paradoxo de Zenon[1]. Contribuir para a realização do trabalho do Buda não confere distinção a uma pessoa. Pelo contrário, remete-a à condição de igualdade em relação a todos os seres e fenômenos. Esse é o grande triunfo do ser sobre os aspectos transitórios da experiência individual: os aspectos da distinção, da honra, do orgulho desmedido, da lisonja e dos méritos tangíveis. Todos estes, só fazem retroceder ao cárcere aberto de Samsara. No outro sentido, dessa mesma direção, pode-se experimentar o aspecto da pureza do ser e da verdadeira libertação.
1 Zênon de Eléia (século V a.C.), ou seja, próximo à época de Buda, especializou-se em paradoxos. Aliás, paradoxo era sua filosofia. Assim, embora não exista um “Paradoxo de Zenon”, o mais famoso de todos, um paradoxo de movimento, recebeu esse nome. – Filosofia e Idéias
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Budismo, Cartas, Sonhos e Paradoxos Se escolheres trilhar a Grande Via, o Caminho dos Sábios, não retrocedas, não olhes para trás. Busque a realização em sua totalidade, todos os dias. Eis o saber que não se esgota. Marcos Ubirajara. Em 12/06/2008, às 00:00 hs.
Troféu Medalha de Ouro à Qualidade do Brasil, Rio de Janeiro-RJ, 1987 .
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O outro sentido, em André do Mato Dentro-MG, junho de 2006.
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Cem Anos da Imigração Japonesa no Brasil Junho 18, 2008 às 2:13 Carta aos Imigrantes Japoneses Sou brasileiro, afro-descendente e, vejam, Budista. Acredito muito que o budismo mudará o Brasil e, por essa razão, dou tanta importância para o centenário do desembarque do budismo em terras brasileiras, através dos muitos japoneses que aqui aportaram em 18 de junho de 1908 com a chegada do navio Kasato Maru no porto de Santos-SP. Em conseqüência das causas e relações recentemente estabelecidas com os muitos descendentes de segunda, terceira e até quarta geração daqueles pioneiros, vim a conhecer o Budismo em 1978; ou seja, setenta anos após a chegada do Kasato Maru. No Budismo, relações recentes podem restabelecer profundas relações de um passado distante, muitas vezes, fazendo-nos lembrar dos nossos votos pretéritos. Assim, coube-me levar ao cabo a primeira tradução brasileira do Sutra de Lótus em sua íntegra, reputado como o mais elevado dos ensinos do Buda Shakyamuni. Essa tradução transformou-se no livro que pode ser acessado e lido neste espaço de forma gratuita, ou na forma impressa mediante a publicação que veio à luz neste ano de 2008, exatos cem anos após a chegada dos pioneiros. Evidentemente, isto se dá em benefício de incontáveis seres viventes no presente, projetando-se tais benefícios para o futuro desse país da esperança, como um Lótus em profusão. Fascículo VII – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo, Crise e Meditação Desnecessário dizer que, para mim, essa data comemorativa se reveste da maior importância. Gostaria, dessa forma, de render as minhas mais sinceras homenagens ao povo japonês. Namu-Myoho-Rengue-Kyo.
Foto de Dôra no Orto Botanico de Florença-Itália, em 14/06/2008.
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As Virtudes Douradas dos Grandes Bodhisattvas Julho 15, 2008 às 10:15 Um Bodhisattva Mahasattva mantém em observância somente a doutrina superior do Grande Veículo, Veículo, o Veículo do Bodhisattva. “Shariputra, nos mundos das dez direções, não há sequer dois veículos, quanto mais três“. três“. CAP. 02: Meios Hábeis Sendo sempre verdadeiras as palavras do Buda, essa é a primeira Virtude Dourada a ser cultivada: a virtude do grande líder Práticas Superiores. Superiores. A prática de um Bodhisattva Mahasattva não tem medida do quanto baste. Seus esforços são constantes, continuados e incansáveis, um “devotar a própria vida”. Essa é a segunda Virtude Dourada a ser cultivada: a virtude do grande líder Práticas Ilimitadas. Ilimitadas. A mente de Bodhisattva Mahasattva é frequentada por um único pensamento: salvar todos os seres indistintamente, sendo essa a verdadeira intenção do Buda, e a verdadeira razão do seu advento neste mundo. A mente do Bodhisattva Mahasattva deve repousar na quietude e na pureza de um pensamento único: salvar todos os seres. Essa é a terceira Virtude Dourada a ser cultivada: a virtude do grande líder Práticas Puras. Puras. Um Bodhisattva Mahasattva não deve ter dúvidas quanto às doutrinas do Grande Veículo. Uma mente dividida tornará a sua terra impura, impedindo o cultivo das demais Virtudes Douradas. Douradas. Essa é a quarta daquelas virtudes a serem cultivadas pelos sábios: a Fascículo VII – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo, Crise e Meditação virtude do grande Estabelecidas).
líder
Práticas
Seguras
(Firmemente
Eis, então, a direção para aqueles que buscam a Via Vi a Insuperável. Em 15/07/2008, às 04:00 hs.
O Bolo Consumista: A Fórmula da Crise Americana Julho 27, 2008 às 20:21 Ao invés de investir 2 para os necessitados, deposite 10 no banco para, amanhã, tomar 20 emprestados. Com uma parte dos 20, compre um bem incompatível com o meio onde vive, agrida seu ambiente. Com o restante, compre grades, cães ferozes e, quem sabe, armese; afinal, foi tão difícil conseguir… (Não é verdade! O dinheiro não era seu.) Pague tudo em suaves prestações, com juros e correções. Encha os cofres dos bancos para perpetuar esse ciclo. Durma tranqüilo atrás das grades; pois sua batata, quer que r dizer, seu bolo já está assando. Crescerá rápido e, certamente, explodirá dia desses. Chorar-se-á muito, então… Mas, veja: nada era seu; separou-se de quem amava; uniu-se aos injustos; julgou-se melhor que os outros; Fascículo VII – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo, Crise e Meditação desprezou os que nada têm; trabalhou dia e noite, negligenciando a leitura lei tura e os estudos para a vida, só os fez pelo pel o trabalho; tratou como gente tantos cães, dos quais nem lembrava os nomes; tratou como cães tanta gente a esmolar nos cruzamentos, e arrancava sempre deixando-os em meio ao pó e a fumaça do seu sucesso. Seu sucesso era fumaça e pó. Aqueles Aquel es que ficaram para trás sabem disso. Sua vida era uma casa em chamas. Aqueles Aquel es que nela habitaram sabem disso. Seu futuro é a morte. Todos sabem. Você tem a coragem de passar essa receita para os seus filhos? Marcos Ubirajara, em 30/12/2007.
O Segredo da Não Distinção Agosto 27, 2008 às 9:22 Toda, absolutamente toda a ciência humana convergirá para um único aspecto, o décimo aspecto[1], que diz: consistência do princípio ao fim ou “não “não é diferente”! diferente ”! Da escala subatômica à escala supragalaxial, perceber-se-á que “não é diferente”. diferente ”. Então, a ciência que se notabilizou pela distinção dos fenômenos, pelas medidas e pela percepção dos limitados sentidos humanos, Fascículo VII – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Budismo, Crise e Meditação que são impuros, perderá um pouco do seu status, dando lugar à ciência do todo, a sabedoria que abarca todos os fenômenos. Compreenderá que não há trânsito, quaisquer manifestações impermanentes, sem a anuência do Perfeito. Todos os sentidos convergirão para Dhyana, o sentido verdadeiro e imutável. Tudo, então, emergirá de uma compreensão do não-nascimento e da não-extinção; do não-refluxo e da vacuidade. Neste vazio está o nosso passado mais remoto: a Terra Búdica. O caminho mais curto para lá, e único, encontra-se na compreensão da nossa própria natureza. Em 25/08/2008. [1] Isto é: os aspectos da aparência, natureza, entidade (substância), poder, influência (função), causas (inerentes), relações, efeitos (latentes), retribuições (efeitos manifestos), e consistência do princípio ao fim. Ver em CAP. 02: Meios Hábeis do Sutra de Lótus.
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A Beleza de Uma Única Cor - Foto de Dôra em seu sítio em 09/08/2008.
Tozan Setembro 22, 2008 às 9:23 Estávamos num grande salão imperial, finamente decorado e muito amplo, aguardando o início de uma cerimônia ou algo assim. Ao meu lado, estavam algumas pessoas conhecidas, dentre elas a Norma e a Rita de Cássia, minhas sobrinhas. Num dado momento, ao som de tambores, começamos todos a recitar o mantra. Namu-Myoho-Rengue-Kyo, Namu-Myoho-Rengue-Kyo, Namu-Myoho-Rengue-Kyo. Fascículo VII – O Mais Profundo Eu Somos Nós
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Essa recitação, cadenciada ao som dos tambores, foi se intensificando até que, do lado sudeste do grande salão, um grupo de figurantes em desfile adentrou o local. Eram muitos, fina e delicadamente trajados que, usando máscaras orientais, dançavam rodopiando ao som dos tambores e do cântico do mantra. Namu-Myoho-Rengue-Kyo, Namu-Myoho-Rengue-Kyo, Namu-Myoho-Rengue-Kyo. Seus trajes celestiais eram leves, como feitos de seda que, ao movimento dos seus passos de dança, esvoaçavam preenchendo todo o espaço com múltiplas cores. Havia dosséis, estandartes e mantos esvoaçantes compondo a evolução do grupo; brilhos e cintilações no ar de beleza indescritível. Então, um daqueles figurantes, sempre girando, se aproximou bastante e, através da sua máscara, sinalizou com um dos olhos e sorriu discretamente. Depois, sem cessar os seus movimentos rodopiantes da dança, afastou-se. Eu me sentia encantado, já totalmente envolvido pelo som dos tambores e do mantra em recitação; pelos movimentos e pelas cores da cena; brilhos e trajes esvoaçantes. Acordei em 19/09/2008, às 02:00 horas. Isto veio a ocorrer nesta semana em que comemoro os vinte anos de realização do Tozan. Marcos Ubirajara.
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Monólogo no Exílio Setembro 25, 2008 às 8:51 Chamado Saha, este é o mundo da tolerância. Então, o que devemos cultivar aqui? Ora, a tolerância e a paciência. Assim, desarme seu espírito, despojando-o da armadura da intolerância, e vista-se com os robes do Tathagata, agindo com gentileza e paciência para com todos os seres. Se conseguir agir assim por um período de apenas 24 horas, estará apto a repeti-lo indefinidamente, e também será capaz de cultivar as virtudes da benevolência e da compaixão. Em 19/09/2008. Marcos Ubirajara.
A Terceira Guerra Mundial Fevereiro 23, 2009 às 11:45 “Eu não sei como vai ser a Terceira Guerra Mundial, mas a Quarta Guerra será lutada com paus e pedras.” Albert Einstein (1879 – 1955) “Os indígenas não têm uma solução para os nossos problemas (e conflitos). O que eles têm é o ponto de partida, de onde e por onde devemos recomeçar.”
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Budismo, Crise e Meditação Cândido Grzybowski, Diretor Geral do Instituto Brasileiro de Análises Econômicas (IBASE, um dos organizadores do Fórum Social Mundial), na VIII Assembléia da Rede FAL – Fórum de Autoridades Locais – Belém do Pará / Brasil, 31 de janeiro de 2009. Essa terceira guerra: Será a ‘crise financeira’ internacional? Será o aquecimento global e suas nefastas consequências? Será pela inclusão ou eliminação dos pobres? Será pela água, pelos alimentos, por um meio ambiente autosustentável? Será para entrar ou fugir do chamado Primeiro Mundo? Seja lá pelo que for, ou por todas essas coisas juntas, a terceira guerra já está em pleno transcurso; e a única arma eficaz para evitar o desaparecimento da raça humana será um movimento de volta ao ponto de partida, significando a união e a harmonia entre os povos que sobreviverem à era do terror.
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Um Olhar Sem Distinções 19/01/2007 às 16:39 Pensar o mundo Saha como sendo um caldo, um caldo borbulhante num cadinho, um cadinho com a forma de um cálice, um cálice de cristal, um cristal perfeito e, indistintamente, tudo dentro. E o mundo do Buda? É este Cálice Vazio do Cristal Perfeito[1].
Foto de Marcos Ubirajara em 27/02/2006. Local: Sítio da Dôra.
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Poemas do Dharma [1] Iniciado em 30/06/2006 às 05:00 hs, foi concluído em 16/01/2007 às 02:00. Cristal = Dharma = Lei; Perfeito = Sad = Correto; Sadharma = Dharma Correto; Cálice = Flor do Lótus; Vazio = Branco = Ausente; Cálice Vazio = Lótus Branco = Pundarika. Cálice Vazio do Cristal Perfeito = Flor de Lótus da Lei Maravilhosa = Sadharma Pundarika = Mundo do Buda.
Flor Mística 09/02/2007 Pétala de uma flor mística, sedosa e transparente, por que pensas que estou ausente?
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Poemas do Dharma
Ode ao Ideal Supremo [1] 15/02/2007 às 19:24 Deixem-me ressoar longinquamente o tambor do Dharma. Deixem-me ecoar longinquamente o rugido do Leão dos Shakyas. Em benefício de todos os seres viventes.
[1] Como se sabe, nesta data de 15 de Fevereiro, o Buda Shakyamuni entra no seu Parinirvana.
O Pico da Águia 01/03/2007 às 10:24 Voltaram os sonhos dos lugares elevados, que eu tanto temo, medo de cair. Quando estarei pronto para escalar o Pico da Águia? Essas amarras, cordas de segurança de que necessito, seriam os benefícios conspícuos da vida secular, aos quais devo renunciar? Página 101 Fascículo VIII – O Mais Profundo Eu Somos Nós
Poemas do Dharma Quando estarei pronto para galgar o Pico da Águia?
Foto de Marcos Ubirajara. Local: Sítio da Dôra em 24/02/2007.
Quântica 30/05/2007 às 12:27 Na natureza intrínseca de todos os fenômenos, tudo evolui aos saltos quânticos. Esse contínuo burocrático, primeiro uma coisa e depois outra, é ardilosa armadilha do Samsara, um visgo, um caldo de cultura.
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Poemas do Dharma Ser é tornar-se ser, não formar-se ser. Então, torna-te o que és.
Foto de André Felipe. Local: Sítio da Dôra em 27/02/2006.
Cristal Perfeito 10/06/2007 às 20:25 Cristal Perfeito[1] É a residência eterna do Buda, que toma o assento no espaço vazio[2], sob a Grande Árvore, o Bodhisattva[3], neste mundo Saha.
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Poemas do Dharma [1] Em 05/06/2007, às 05:30 hs. [2] No CAP. 11 – O Aparecimento da Torre de Tesouro – o Buda diz em sua preleção sobre “entrar no quarto do Tathagata, vestir o robe do Tathagata e tomar o assento do Tathagata”, que essa última condição (tomar o assento do Tathagata) significa residir no espaço vazio. [3] Ler CAP. 05 – Ervas Medicinais.
Foto de Marcos Ubirajara. Local: Sítio da Dôra em Maio/2007.
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Poemas do Dharma
Ver o Buda 29/06/2007 às 10:18
Bodhisattvas transitam, Budas são latência. [1] Aqueles na natureza , estes na mente.
[1] Se há Bodhisattvas como Guanshiyin (O Contemplador dos Sons do Mundo) e Rei da Medicina, capazes de se manifestar em quaisquer corpos, significa que quaisquer corpos poderão manifestar a sua natureza iluminada, a sua natureza de Buda. Em 28/06/2007 – às 02:00 hs.
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Poemas do Dharma
A Última Barreira 05/07/2007 às 3:33 Reforce suas bases de fé, ou o coração deste Sutra [1] irá detê-lo, no ímpeto de alcançar a Sabedoria que Abarca Todos os Fenômenos. Sólido e puro como o diamante, é onde reside o Tathagata.
[1] Sobre o âmago deste Sutra de Lótus, ou o propósito do advento do Buda neste mundo, ler CAP. 02: Meios Hábeis. Em 03/07/2007 – às 05:00 hs.
O Sutra do Cálice Vazio do Cristal Perfeito 07/09/2007 às 9:53 Cristal = Dharma = Lei; Perfeito = Sad = Correto = Maravilhoso; Cristal Perfeito = Sadharma = Dharma Correto = Lei Maravilhosa; Cálice = Flor do Lótus; Vazio = Branco = Ausente; Cálice Vazio = Lótus Branco = Pundarika. Cálice Vazio do Cristal Perfeito = Flor de Lótus da Lei Maravilhosa = Sadharma Pundarika = Mundo do Buda.
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Poemas do Dharma Se é de Cristal Perfeito, esse Cálice não possui contornos, abarcando todos os fenômenos, todas as Leis!
Libertando-se das Amarras 25/03/2008 às 12:31 Quem amaria soldados? Com pesados capacetes amarrados sobre as cabeças, Com pesados pentes de balas amarrados sobre o peito, Com pesados fuzis amarrados aos braços, Com pesados cinturões de granadas, punhais e pistolas amarrados sobre a cintura, Com pesados coturnos amarrados aos pés. Quem os amaria? Deve-se começar pela cabeça. Uma mente liberta logo se desfaz dos outros pesares, Libertando corações, braços, mãos, quadris e pernas. Para nunca mais o temor das batalhas, O negror dos blackouts, O furor dos tanques. Então, Uma brisa suave fará tremular os dosséis da paz. Sentirás o potente, seguro e profundo som do Dharma, Propagando-se através de ti, como num diapasão. Página 107 Fascículo VIII – O Mais Profundo Eu Somos Nós
Poemas do Dharma Não olhes para trás, Para a cidadela em chamas do mundo tríplice. Em 25/03/2008 às 02:30 hs.
As Águas do Vasto Oceano 24/04/2008 às 11:16 Os meios hábeis do Buda são como um profundo e vasto oceano. Lá desaguam as correntezas do sofrimento, as correntezas do desejo, as correntezas da violência, as correntezas da ira, as correntezas do delírio de uma paz e alegria ilusórias. Lá nas suas profundezas, em meio ao lodo, germina a pérola do Grande Veículo, o imenso tronco de sândalo da Grande Árvore Bodhi. Para aqueles de pouca sabedoria, são águas tormentosas de Samsara. Mas, para aqueles instruídos no Lótus da Lei Maravilhosa, são águas que lhes permitirão se conduzirem à outra margem. São as mesmas águas, e possuem um mesmo sabor. Para singrá-las, os sábios declamarão louvores ao Provedor da Coragem: Namu Avalokitesvara Bodhisattva! Namu Guanshiyin Bossatsu! Página 108 Fascículo VIII – O Mais Profundo Eu Somos Nós
Poemas do Dharma Namu Kanzeon Bossatsu! Homenagem ao Bodhisattva Contemplador dos Sons do Mundo! Namu Myoho Rengue Kyo! Marcos Ubirajara, em 22/04/2008, às 23:00 hs. Leitura Recomendada: CAP. 25: O Portal Universal do Bodhisattva Guanshiyin.
Foto de Dôra. Local: sítio da Dôra em 20/04/2008.
Página 109 Fascículo VIII – O Mais Profundo Eu Somos Nós
Poemas do Dharma
A Solidão do Buda 22/08/2008 às 9:08 Ao adentrar o Portal, corpo de pureza, que tudo reflete, como um espelho; seres, fenômenos, montanhas e vales, florestas e mares; estarás só! Em 22/08/2008, 02:00 hs.
Meditação 03/09/2008 às 7:48 Contemple, medite, fale menos. Porque quando a palavra sai da boca, já vem contaminada pelos sentidos impuros, já vem distorcida pelas intenções. Então, poderá desfrutar do poder do silêncio benéfico [2].
2 Esse poder é citado no CAP. 20:O Bodhisattava Sem-Desprezo do Sutra de Lótus.
Página 110 Fascículo VIII – O Mais Profundo Eu Somos Nós
Poemas do Dharma Em 29/08/2008.
Meditação - Foto de Dôra em seu sítio em 09/08/2008
Ventos de Samsara 08/10/2008 às 8:50 Tudo o que possuis, todavia, irá embora feito balões de gás que escapolem das mãos de uma criança encantada no parque, à mercê dos ventos de Samsara. Coragem! Solte teus balões, e conhecerás o Fruto da Via.
Página 111 Fascículo VIII – O Mais Profundo Eu Somos Nós
Poemas do Dharma Marcos Ubirajara, em 07/10/2008, às 16:40 hs.
O Rei do Vazio Outubro 27, 2008 às 9:21 Do não-Eu emergem a segunda e a terceira pessoas. Penses no Buda, e surgirás no pensamento Dele. Fale Suas palavras, e renascerás das palavras Dele. Ajas como o Buda, e a Sua ação te iluminará. Fazendo assim, com pensamentos, palavras e ações; conhecerás o Rei do Vazio. Marcos Ubirajara. Em 24/10/2008, às 13:00 hs.
Fotossíntese Outubro 30, 2008 às 8:27 Se há nuvens a obscurecer o que fazes, desfrutes do frescor e paz do anonimato, plantando tuas melhores sementes.
Página 112 Fascículo VIII – O Mais Profundo Eu Somos Nós
Poemas do Dharma Os raios dos sóis da fama e da fortuna, fustigam e esterilizam, brotos e chão, idéias e propósitos. Mas a Grande Árvore os absorverá em fotossíntese, e nutrirá seus ramos e folhas, flores e frutos. Marcos Ubirajara, em 29/10/2008.
A Grande Árvore
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Poemas do Dharma
Sementes da Paz Janeiro 16, 2009 às 8:35 É sábio, ainda que da parte de um tolo, nunca atacar. Em 19/11/2008.
Cultivares da Grande Compaixão 12/02/2009 às 8:47 Ao conhecer a Lei da Causa e Efeito, as pessoas comuns tendem a fazer julgamentos iníquos. Geralmente, desdenham as relações Virtude-e-Benefício, e exacerbam as relações Crime-e-Castigo. O Bodhisattva a tudo vê como Cultivares da Grande Compaixão. Em 11/02/2009.
Doenças 04/08/2009 às 9:40 Doenças são o exato resultado da morte – dos seres – que entra, e das impurezas que saem da boca de uma pessoa: A mentira, a calúnia, as muitas maledicências, a tergiversação do Dharma Correto.
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Poemas do Dharma Em 03/08/2009.
Vida à Vida 28/04/2010 às 10:37 Posso sair desse mundo sem nada. Afinal, dos Cinco Skandhas, o que se pode carregar? Mas, não devo sair desse mundo como sou: impuro e ignorante. Pois, que marcas imprimirei no barro das vidas futuras? Nota: Cinco Skandhas são a forma, sensações, percepções, formações mentais e consciência de um humano. Em 27/04/2010. 23:30 hs.
A Ascensão do Tolo 27/05/2010 às 9:01 Quando o tolo começa a subir na vida, o primeiro peso que ele deixa para trás é a idéia de igualdade. Em 11/05/2010 13:00 hs. Nota: mais tarde, ele lembrará da impermanência de todas as coisas. Será tarde demais para se remir.
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Poemas do Dharma
A Árvore do Bodhi 02/07/2010 às 9:06 Sem a seiva da árvore, uma folha seca rapidamente. Este é o profundo significado da não-retroação do Bodhisattva. Marcos Ubirajara. Em 30/06/2010.
A Síndrome do Eu 06/09/2010 às 19:32 O Eu individual ‘não-é’, porque morre e não tem um lugar para ir, ou estar. Mas, ‘é’ porque constitui o mundo fenomenológico. O Eu eterno ‘é’, pela sua qualidade de eterno. Mas, ‘não-é’ ou está aqui, ou acolá, pemanecendo em tudo, fenomenologicamente. Em 31/08/2010. 23:00 hs.
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Indice
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BUDISMO E MEIO AMBIENTE ................................................................... 3 O HOMEM E O MEIO AMBIENTE................................................................... 5 1ª. Parte .......................................................................................... 5 2ª. Parte .......................................................................................... 7 3a. Parte ........................................................................................ 11 A DEVASTAÇÃO DO MEIO AMBIENTE ........................................................... 13 BUDISMO E SOCIEDADE ......................................................................... 15 A ENERGIA NUCLEAR E A PAZ MUNDIAL ....................................................... 17 1ª. Parte ........................................................................................ 17 2ª. Parte ........................................................................................ 20 CORRUPÇÃO E INCONSCIÊNCIA ................................................................... 24 BUDISMO E REFLEXÕES .......................................................................... 29 O MAIS PROFUNDO EU SOMOS NÓS ........................................................... 31 A Verdadeira Entidade de Todos os Fenômenos – 1ª. Parte ............. 31 A Verdadeira Entidade de Todos os Fenômenos – 2ª. Parte ............. 33 O FIM DO MUNDO.................................................................................. 36 1ª. Parte ........................................................................................ 36 2ª. Parte ........................................................................................ 39 BUDISMO RELIGIÃO E FÍSICA ................................................................. 43 RELIGIÃO ? O QUE É? ............................................................................... 45 1ª Parte ......................................................................................... 45 2ª Parte ......................................................................................... 47 3ª Parte ......................................................................................... 48 4ª Parte ......................................................................................... 49 AS TRÊS VERDADES ................................................................................. 51 1ª parte ......................................................................................... 51 2ª parte ......................................................................................... 52 3ª parte ......................................................................................... 54
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BUDISMO, CIÊNCIA, RAZÃO E SONHOS .................................................. 57 O Q UÊ UÊ A CIÊNCIA NÃO VIU E AS TRÊS GRANDES BARREIRAS .............................. 59 A RAZÃO, DO ABRANGENTE AO RESTRITO ..................................................... 61 UM SONHO SOBRE O PASSADO .................................................................. 65 CARTA A UM AMIGO ............................................................................... 66 A CAIXA PRETA ...................................................................................... 68 A VISÃO DE 29 DE AGOSTO ....................................................................... 69 BUDISMO, CARTAS, SONHOS E PARADOXOS ......................................... 71 RESPOSTA A WILLIAM GARCIA ................................................................... 73 RESPOSTA A MATTUZALEM LOPES CANÇADO ................................................. 75 O TEOREMA DA CONVOLUÇÃO NO BUDISMO ................................................. 76 AS PERAMBULAÇÕES DE UM APRENDIZ ........................................................ 77 FATO RELEVANTE .................................................................................... 78 O GRANDE BENEFÍCIO DE UM PAI ............................................................... 79 OS INIMIGOS MORTAIS DA PAZ MUNDIAL E DOS DIREITOS HUMANOS ................. 80 DIANTE DA IRA E DA PROVOCAÇÃO .............................................................. 80 O PARADOXO DE ZENON NO BUDISMO......................................................... 81 BUDISMO, CRISE E MEDITAÇÃO ............................................................. 85 CEM ANOS DA IMIGRAÇÃO JAPONESA NO BRASIL ............................................ 87 Carta aos Imigrante Imigrantess Japoneses Japoneses.................... .................................. ................... ............... 87 AS VIRTUDES DOURADAS DOS GRANDES BODHISATTVAS .................................. 89 O BOLO CONSUMISTA: A FÓRMULA DA CRISE AMERICANA ............................... 90 O SEGREDO DA NÃO DISTINÇÃO ................................................................. 91 TOZAN ................................................................................................. 93 MONÓLOGO NO EXÍLIO ............................................................................ 95 A TERCEIRA GUERRA MUNDIAL .................................................................. 95 POEMAS DO DHARMA ........................................................................... 97 UM OLHAR SEM DISTINÇÕES ..................................................................... 99 FLOR MÍSTICA ...................................................................................... 100
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ODE AO IDEAL SUPREMO [1] ................................................................... 101 O PICO DA ÁGUIA ................................................................................. 101 Q UÂNTICA UÂNTICA .......................................................................................... 102 CRISTAL PERFEITO ................................................................................. 103 VER O BUDA........................................................................................ 105 A ÚLTIMA BARREIRA ............................................................................. 106 O SUTRA DO CÁLICE VAZIO DO CRISTAL PERFEITO ......................................... 106 LIBERTANDO -SE DAS AMARRAS ................................................................ 107 AS ÁGUAS DO VASTO OCEANO ................................................................ 108 A SOLIDÃO DO BUDA ............................................................................. 110 MEDITAÇÃO ........................................................................................ 110 VENTOS DE SAMSARA ............................................................................ 111 O REI DO VAZIO ................................................................................... 112 FOTOSSÍNTESE...................................................................................... 112 SEMENTES DA PAZ ................................................................................ 114 CULTIVARES DA GRANDE COMPAIXÃO ........................................................ 114 DOENÇAS............................................................................................ 114 VIDA À VIDA ........................................................................................ 115 A ASCENSÃO DO TOLO ........................................................................... 115 A ÁRVORE DO BODHI............................................................................. 116 A SÍNDROME DO EU .............................................................................. 116 INDICE.................................................................................................. 117 GLOSSÁRIO DE NOMES E TERMOS ....................................................... 117 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 117
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Glossário de Nomes e Termos
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-A–
ANO-LUZ – espaço percorrido pela luz no vácuo a uma velocidade média de 300.000 km/segundo. A título de curiosidade veja a notícia a seguir: Ter, 04 Jan, 03h04 MONTREAL (AFP) - Uma pequena canadense de 10 anos, fã de astronomia, assim como seu pai, descobriu uma supernova e tornou-se a pessoa mais jovem a fazer este tipo de achado, anunciou a Sociedade Real de Astronomia do Canadá em um comunicado à AFP. Kathryn Aurora Gray, que vive em Fredericton, na província de Nouveau-Brunswick (leste), trabalhava com seu pai e examinava na tela de um computador imagens de galáxias distantes captadas por um telescópio. Assim, descobriu uma supernova de magnitude 17 na galáxia UGC 3378, a 240 milhões de anos-luz da Terra, na constelação da Girafa, indicou a sociedade científica. Uma supernova é um potente aumento de luminosidade de uma grande estrela, devido à explosão desta. Dá a impressão de anunciar o aparecimento de uma nova estrela, mas na verdade é o resultado de seu desaparecimento violento . Dá para imaginar as dimensões do nosso Universo? -B– BODHISATTVA – Em Pali, Bodhisattva significa um ser que aspira pelo estado de Buda ou pela iluminação. Um Mahasattva é um Bodhisattva do Grande Veículo, do ensino Mahayana. BODHISATTVA DA TERRA – missionários do Buda Shakyamuni convocados por este na Cerimônia do Ar, local de pregação do Sutra de Lótus e, consequentemente, da revelação da eternidade da vida do Buda. Em meio a esses Bodhisattvas Mahasattvas havia quatro
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líderes. O primeiro era chamado Práticas Superiores, o segundo chamado Práticas Ilimitadas, o terceiro era chamado Práticas Puras, e o quarto era chamado Práticas Seguras (Firmemente Estabelecidas). Esses quatro Bodhisattvas, em meio à assembléia, eram líderes supremos, porta-vozes e guias. BUDA SHAKYAMUNI (Siddharta Gautama) – Buda da Iluminação recente na Índia. O Buda Shakyamuni nasceu no Kalpa da Continuação, no nono pequeno kalpa, quando a extensão da vida humana estava diminuindo e durava cerca de 100(cem) anos. Ele era neto do Rei Simhahanu e filho e herdeiro do Rei Suddhodana. Como menino, ele foi conhecido como príncipe herdeiro Siddharta Gautama, ou Bodhisattva Todos os Objetivos Realizados. Aos 19 (dezenove) anos, ele tornou-se monge. Aos 29 anos de idade, ele teve quatro visões que transformaram sua vida. As três primeiras visões – o sofrimento devido ao envelhecimento, doenças e morte – mostraram-lhe a natureza inexorável da vida e as aflições universais da humanidade. A quarta visão — um eremita com um semblante sereno – revelou-lhe o meio de alcançar paz. Depois de seis anos de ascetismo, ele compreendeu que se deveria praticar o "Caminho do Meio", evitando o extremo da auto-mortificação, que só enfraquece o intelecto, e o extremo da auto-indulgência, que retarda o progresso moral. Aos 35 anos de idade (aproximadamente 525 a.C.), sentado sob uma árvore Bodhi, em uma noite de lua cheia, ele, de repente, experimentou extraordinária sabedoria, compreendendo a verdade suprema do universo e alcançando profunda visão dos caminhos da vida humana. Os budistas chamam essa compreensão de "iluminação", a qual se deu na localidade chamada Bodhi Gaya. BUDA TAHO – Ou Buda Muitos Tesouros. Aparece no Capítulo 11 – O Aparecimento da Torre de Tesouro do Sutra de Lótus, onde o Buda Shakyamuni diz ao Bodhisattva Grande Deleite na Pregação:
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“Dentro desta Torre de Tesouro encontra-se o corpo completo do Tathagata. Há muito tempo atrás, ilimitados milhares de miríades de milhões de Asamkhyas de mundos ao leste, numa terra chamada Pureza do Tesouro, existiu um Buda chamado Muitos Tesouros. Quando este Buda estava praticando a via do Bodhisattva, ele fez um grande voto dizendo: ‘Após tornar-me um Buda e passar à extinção, se em quaisquer terras das dez direções o Sutra da Flor de Lótus da Lei Maravilhosa for pregado, minha Torre aparecerá lá, tal que eu possa ouvir o Sutra, certificá-lo e louvá-lo, dizendo: Excelente! excelente!’”. No Budismo representa o conjunto de todos os fenômenos do Universo, ou Realidade Objetiva. -C– CARMA – a palavra Carma vem do sânscrito Karma, significando ação. Essa ação, segundo o Budismo, não se limita às ações comuns da sociedade em geral, mas às ações que são manifestadas pelo corpo, pela boca (expressando palavras) e pelo pensamento. No Budismo, as ações boas ou más, ficam gravadas profundamente em nossa vida, constituindo as causas a produzirem efeitos posteriores. CASA EM CHAMAS – refere-se a uma metáfora do Mundo Tríplice (mundo da matéria, do espírito e do desejo) utilizada pelo Buda no Capítulo 3 – A Parábola do Sutra de Lótus, no qual o Buda afirma: “Não há paz no Mundo Tríplice. Ele é como uma casa em chamas, repleto de muitos sofrimentos e verdadeiramente assustador ”. -D– DAIMOKU – título, nome, em Japonês. No Budismo de Nitiren Daishonin indica Myoho-Rengue-Kyo, o título do Sutra de Lótus
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traduzido do Sânscrito para o Chinês. Sua invocação, Namu-MyohoRengue-Kyo, consiste no fundamento da prática deste Budismo. DEVADATTA – discípulo do Buda Shakyamuni, seu primo na verdade, que se rebelou e tornou-se um inimigo do Buda, movido pela inveja e dominado pelos pensamentos próprios, chegando a tentar ferir mortalmente o Buda. Todavia, o Capítulo 12 – Devadatta do Sutra de Lótus é de fundamental importância para a compreensão das profundezas dos ensinamentos Budistas sobre a Grande Compaixão, ocasião em que o Buda concede uma profecia da iluminação de Devadatta. Ali o Buda diz aos Monges: “no futuro, se um bom homem ou uma boa mulher ouvirem o Capítulo Devadatta do Sutra da Flor de Lótus da Lei Maravilhosa, e com um pensamento puro compreendê-lo e honrá-lo, não alimentando dúvidas, essa pessoa nunca cairá no mundo do inferno, dos espíritos famintos ou da animalidade. Essa pessoa nascerá na presença dos Budas das dez direções, sempre ouvindo este Sutra onde quer que ela venha nascer. Se ela renascer em meio aos humanos e seres celestiais, receberá a suprema e sutil bênção. Se nascer na presença de um Buda, nascerá pela transformação de uma Flor de Lótus”. DEZ ESTADOS DE VIDA – Os 10(dez) estados potenciais de vida, sendo do mais baixo ao mais elevado: Inferno, Fome, Animalidade, Ira, Tranqüilidade (humanidade), Alegria (êxtase), Erudição (Ouvinte), Absorção (Pratyekabuda, auto-realização), Bodhisattva e Buda. DEZ FATORES DE VIDA – JUNYOZE – Dez aspectos da vida revelados pelo Buda Shakyamuni no Capítulo 2 – Meios Hábeis do Sutra de Lótus: Nyoze-so (aparência), Nyoze-sho (natureza), Nyoze-tai (entidade), Nyoze-riki (poder), Nyoze-sa (influência), Nyoze-in (causa inerente), Nyoze-en (causa externa ou relação), Nyoze-ka
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(efeito latente), Nyoze-ho (efeito manifesto), Nyoze-honmatsukukyo-to (consistência do princípio ao fim). Uma interpretação para os aspectos enumerados é: 1. Aparência: É o mais importante dos dez aspectos, através do qual se revelam os demais, e corresponde ao aspecto físico do ser. Em termos do Santai (Três Verdades da Transitoriedade, Não-Substancialidade e Caminho-Médio), corresponde ao aspecto transitório, ou à impermanência de todos os fenômenos; 2. Natureza: espírito ou o aspecto não-substancial incorporado aos seres viventes; 3. Entidade: Caminho-médio, significando a não-dualidade de matéria (corpo) e vacuidade (nãosubstância), mas a sua unicidade no Ser; 4. Poder: Potencial de transformação que um ser possui, podendo exercê-lo sobre si mesmo e sobre o ambiente no qual vive. Pode ser traduzido como Sujeito (Ti – Buda Shakyamuni) ou sabedoria subjetiva. Esse potencial transforma-se em uma força transformadora através da ação; 5. Influência: A influência pode ser entendida como a resposta do ambiente à presença do Ser, ou a Realidade Objetiva (Kyo – Buda Muitos Tesouros) que sustenta a vida de um Ser. Esses aspectos de Poder e Influência podem ser compreendidos também a partir do princípio Budista da inseparabilidade entre o Ser e o Meio-Ambiente, chamado “Esho-Funi”. 6. Causa Inerente: É o conjunto de causas boas e más que existem inerentemente num Ser vivente. Essas causas diferem entre os seres e podem ou não se manifestar; 7. Relação: Uma causa externa ou circunstância de vida que pode criar as condições para a manifestação de uma Causa Inerente; 8. Efeito Latente: Está associado à Causa Inerente, existindo sempre como um resultado potencial para as causas inerentes da vida de um Ser; 9. Efeito Manifesto: Na presença de uma Relação ou Causa Externa, uma Causa Inerente produz um Efeito Manifesto como um resultado concreto. Esses quatro aspectos podem ser entendidos como a Lei da Causalidade, ou Lei Mística da Causa e Efeito, ou Saddharma-Pundarîka que literalmente significa Lei Maravilhosa do Lótus (causa e efeito
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simultâneos); 10. Consistência do Princípio ao Fim: Significa que em termos dos mundos das dez direções (dez estados de vida), há uma perfeita consistência entre os nove aspectos da vida de um Ser; isto é, um Ser no estado de Fome apresenta os nove aspectos (aparência, natureza, entidade, etc.) do estado de Fome. Outra tradução encontrada para este aspecto é “Não é Diferente”, significando exatamente essa perfeita consistência e integridade. O que temos então? O Ser (o mortal comum) ladeado pelos Budas Shakyamuni e pelo Buda Muitos Tesouros, em meio a todos os seres de todos os mundos das dez direções, iluminados pela Lei Mística da Causa e Efeito. Objetivamente, esta é a realidade do mundo do Buda, ou seja, a Verdadeira Entidade de Todos os Fenômenos em sua integridade. Se existe um objeto para espelhar essa realidade, este objeto deve incorporá-la de forma totalizante e integral. Todavia, essa visão totalizante, integral e simultânea das características sempre manifestas de todos os fenômenos somente os Budas compartilham e o fazem na sua iluminação. De forma conclusiva, ainda que essa realidade pudesse ser descrita em termos da racionalidade humana, e as distinções empregadas com este fim são meramente meios hábeis para descrever essa realidade, ela só pode ser penetrada pelos olhos do Buda. DHARMA - significa "Lei Natural" ou "Realidade". Com respeito ao seu significado espiritual, pode ser considerado como o "Caminho para a Verdade Superior". O dharma é a base das filosofias, crenças e práticas que se originaram na Índia. Fonte: Wikipedia, a enciclopédia livre. DOIS VEÍCULOS - (nijo em japonês). São as pessoas de erudição (shravaka em sânscrito, shomon em japonês) e absorção (pratyekabuddha em sânscrito, engaku em japonês). Os ensinos Mahayana provisórios que demonstram o caminho do Bodhisattva condenam as pessoas dos dois veículos porque buscam a sua
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própria iluminação sem pensar em beneficiar os demais, e afirmam que essas pessoas jamais poderão atingir o estado de Buda. O Sutra de Lótus, contudo, ensina que os três veículos da erudição, absorção e Bodhisattva são todos meios expedientes para conduzir as pessoas ao veículo único do Bodhisattva-Mahasattva que conduz ao Estado de Buda. Sobre isso, no Capítulo 2 – Meios Hábeis do Sutra de Lótus o Buda prega: “Shariputra, nos mundos das dez direções, não há sequer dois veículos, quanto mais três. Shariputra, todos os Budas aparecem no mundo manchado pelas cinco impurezas, quais sejam a impureza do kalpa (tempo), a impureza da aflição, a impureza dos seres viventes, a impureza da visão, e a impureza da vida. É por essa razão, Shariputra, que na era da confusão devida à impureza do kalpa, os seres viventes são pesadamente carregados de impurezas; por serem miseráveis, ambiciosos, invejosos e ciumentos eles plantam as raízes da insalubridade. Por esta razão, todos os Budas, através do poder dos meios hábeis, dentro do Veículo Único do Buda, fazem distinções e pregam como se fossem três”. “Shariputra, se um discípulo meu autodenomina-se Arhat ou Pratyekabuda, mas nunca ouviu ou soube que de fato todos os Budas, os Tathagatas, somente ensinam e convertem Bodhisattvas, então ele não é um discípulo do Buda, nem é um Arhat, e nem um Pratyekabuda”. -E– EHO – significa meio-ambiente. ESHO-FUNI – inseparabilidade do ser e seu meio-ambiente.
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-F– FUNI – inseparáveis. -G– GRANDE VEÍCULO – Também chamado de Veículo Único ou Veículo do Buda. Corresponde à tradução literal da palavra “Mahayana” do Sânscrito, cujos sutras correspondem aos ensinos superiores do Budismo. -H– HINAYANA – período inicial de pregação dos ensinos Budistas, correspondente à primeira fase dos ensinos provisórios. O termo hinayana (em sânscrito "pequeno veículo") surgiu numa época de rivalidade entre membros de comunidades budistas quando um dos grupos passou a chamar certas comunidades de hinayana, e a si mesmos de mahayana, literalmente "o grande veículo". Mais tarde, o termo foi adotado por várias escolas originárias do mahayana para definir uma busca imperfeita do caminho budista, a qual deveria ser substituída por uma aspiração maior. Fonte: Wikipedia – A enciclopédia livre. -I– ITINEN SANZEN – doutrina Budista dos 3.000 (três mil) mundos (ou fatores de vida) numa existência momentânea da vida. Tien-Tai elucidou teoricamente este princípio. O número 3.000 resulta de um produto dos 10 estados de vida x 10 estados de vida x 10 Página 132
fatores x 3 mundos = 3.000. A multiplicação dos 10 estados de vida por eles mesmos indica a possessão mútua, princípio elucidado por Tien-Tai e que significa que cada estado de vida contém a si mesmo e aos outros nove. -J–
-K– KALPA – segundo se afirma, os 4 (quatro) estágios (Kalpas) pelos quais o mundo deve passar são: formação, continuação (estabilidade), declínio e desintegração (vacuidade). A duração de cada um desses estágios é de vinte pequenos kalpas. O pequeno kalpa equivale a aproximadamente 16(dezesseis) milhões de anos. Dentro de um pequeno kalpa, afirma-se que a vida do homem encurta e depois aumenta a cada 100(cem) anos. Nos primeiros 100(cem) anos, sua vida dura cerca de 80(oitenta) mil anos. Entretanto, a cada 100(cem) anos a sua longevidade diminui de 1(um) ano, até chegar aos 10(dez) anos. E então, ela novamente aumenta a cada 100(cem) anos, e no final passa a ser de 80(oitenta) mil anos. No Kalpa da continuação, esse decréscimo e aumento (um pequeno kalpa) são repetidos vinte vezes. O Buda Shakyamuni apareceu no 9 (nono) período de decréscimo. Isso é mencionado no tratado Abhidharma-kosha (Kusharon em japonês)[11]. °
KYO – realidade objetiva. Corresponde também ao Buda Muitos Tesouros. -L–
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LASER – a palavra LASER corresponde às iniciais da expressão original do Inglês “Light Amplification by Stimulated Emission Radiation”, cuja tradução para o Português é “Amplificação da Luz através da Emissão Estimulada de Radiação”. O princípio do raio LASER é devido a Albert Einstein. -M– MAHAYANA – dividindo-se numa fase anterior ou ensinos provisórios, e uma fase posterior ou ensinos verdadeiros; corresponde aos períodos intermediário e final de pregação dos ensinos Budistas. Literalmente significa “Grande Veículo”. Constitui uma das maiores correntes do Budismo, sendo a outra o Hinayana ou “Pequeno Veículo”. Em contraste com a orientação monástica e elitista das escolas budistas que se desenvolveram na Índia após a morte do Buda, os adeptos do Mahayana assim se designaram porque a sua interpretação centralizava-se na salvação universal e não meramente na emancipação particular do indivíduo. Essa é a forma de Budismo que prevaleceu na China, Coréia e Japão [7]. No Capítulo 3 – Sobre a Aflição do Sutra do Nirvana o Buda prega: “Oh vocês! Tendo me encontrado agora, não partam de mãos vazias. Eu sofri privações no passado, e agora obtive todos aqueles expedientes insuperáveis. Para o vosso benefício, inumeráveis kalpas atrás, oferecí meu corpo, mãos, pés, cabeça, olhos, tutano, e cérebro. Em vista disso, não se sujeitem à indolência. Oh Monges! Como podemos adornar o Castelo de Tesouros do Dharma Maravilhoso? Adornando a nós mesmos com várias virtudes e jóias raras, e sendo protegidos pelos baluartes e fossos dos preceitos [shila], meditação [dhyana] e Sabedoria [prajna]. Agora, vocês se encontraram com este castelo dos ensinamentos Budistas. Não o tomem por falso. Por exemplo, um mercador pode deparar com um
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castelo de tesouros verdadeiros e, mesmo assim, recolher entulhos como telhas e cascalhos, e voltar para casa. O mesmo se dá com vocês. Depararam-se com um castelo de tesouros, e ainda o tomam como sendo falso. Oh todos vocês Monges! Não se satisfaçam com idéias subalternas. Vocês são ordenados agora, mas não amam o Mahayana que é superior. Oh vocês Monges! Vocês vestem em seus corpos a kasaya (robes de Monges Budistas) e robes tingidos de um sacerdote, mas vosso pensamento ainda não está tingido pelo puro Dharma do Mahayana. Oh vocês Monges! Vocês vão a muitos lugares e imploram por oferecimentos, mas não procuram pelos alimentos do Dharma do Mahayana. Oh Monges! Vocês cortam seus cabelos, mas não cortam as amarras da ilusão. Oh vocês Monges! Eu agora ensino-lhes verdadeiramente. Agora eu vejo que tudo está em harmonia e a natureza do Dharma do Tathagata é verdadeira e inabalável. Assim, esforcem-se, todos vocês! Levantem-se, sejam bravos e desatem todos os laços da ilusão! Se o sol da Sabedoria dos dez poderes se pôr, a escuridão reinará sobre vocês. Oh vocês Monges! É como quando a grande terra, todas as montanhas e ervas medicinais tornam-se úteis para os seres. O mesmo é o caso com o Dharma do qual eu falo. Ele proclama maravilhosamente o alimento bom e doce do Dharma e provê a melhor cura para as doenças da ilusão dos seres. Agora, farei todos os seres meus discípulos e as quatro classes da Sangha Budista residirem nos secretos ensinamentos do Dharma. Eu, também, resido nisto e entrarei no Nirvana.” MUNDO TRÍPLICE – Samsara - mundo dos homens não iluminados que vivem entre os seis caminhos. De acordo com o Kusha Ron, escritura de Vasubandhu, este mundo é visto de 3(três) maneiras: (1) mundo dos desejos; (2) mundo da matéria, cujos habitantes estão livres dos desejos, mas ainda sujeitos a certas espécies de restrições materiais; e (3) mundo do espírito, onde a pessoa encontra-se além das restrições do desejo e da matéria [11].
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Todavia, no Capítulo 3 – A Parábola (da casa em chamas) do Sutra de Lótus, o Buda admoesta: “Não há paz no Mundo Tríplice, ele é como uma casa em chamas, repleto de muitos sofrimentos, e verdadeiramente assustador. A dor e a aflição do nascimento, velhice, doença e morte estão sempre presentes. Fogos como estes ardem sem cessar.” -N– NAMU – a palavra “Namu” deriva originalmente do sânscrito, e a pronúncia original é “namas” (namu em japonês). Este namas retém o seu som fonético original, sendo transliterado nos dois caracteres chineses Na e Mu. A palavra devoção (kimyo em japonês) reflete o seu mais profundo significado. A palavra kimyo significa literalmente devotar a própria vida. Significa dedicar-se de coração ao objeto de devoção das convicções religiosas da pessoa. Outra característica inerente na palavra “Namu” é o ato de imersão ou submissão do próprio ego. NANGAKU – (515-577) Nan-yueh, em chinês. Um grande mestre Budista na China que percebeu a essência do Sutra de Lótus e transmitiu a sua prática para Tien-Tai. NIRVANA – transposição do ciclo do nascimento e da morte. No Capítulo 4 – Sobre Longa Vida do Sutra do Nirvana o Buda afirma: “Nirvana é o ‘Dharmata’ [A Verdadeira Essência] de todos os Budas.” E ainda afirma no Capítulo 6 – Sobre a Virtude do Nome: “Este Grande Nirvana possibilita a todos os seres atravessar o mar de todas as existências.” NITIREN DAISHONIN – Nasceu em 16 de fevereiro de 1222, na vila de Kominato, costa leste da província de Awa, atual prefeitura de
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Tiba, Japão. Seu pai chamava-se Mikuni-no-Tayu, e sua mãe Umeguiku. Eles constituíam uma família de pescadores. Na infância recebeu o nome de Zennitimaro, e viveu na vila pesqueira até a idade de 12 (doze) anos. Depois disso, deixou o lar para estudar o Budismo em um templo próximo chamado Seityoji. Sob a orientação do mestre Dozembo, estudou as seitas Tendai e Shingon. Desde muito cedo em sua vida ele acalentava o desejo de resolver o problema fundamental da vida, como escreve mais tarde em “Resposta a Myoho-Ama”: “Sempre, desde minha infância, tenho estudado com um pensamento em mente. A vida de um ser humano é pateticamente fugaz. O homem dá seu último suspiro sem esperança de encontrar uma outra existência. Nem mesmo o orvalho levado pelo vento basta para descrever essa transitoriedade. Ninguém, sábio ou tolo, jovem ou idoso, pode escapar da morte. O meu único desejo, portanto, tem sido a resolução deste mistério eterno. De resto, tudo é secundário.” Aos 16(dezesseis) anos, ele decidiu ordenar-se e adotou o nome religioso de Zesho-bo Rentyo. Após algum tempo despediu-se do seu educador Dozembo e partiu para Kamakura para aprofundar seus estudos. Após 4(quatro) anos, retornou ao templo Seityoji por um breve período em 1243 e no mesmo ano partiu novamente para o oeste do Japão. Esteve no monte Hiei, o centro da seita Tendai; no monte Koya, a sede da seita Shingon; e também em outros importantes templos das regiões de Kyoto e Nara. Após aproximadamente 10(dez) anos de estudos no monte Hiei e outras localidades, ele concluiu que os verdadeiros ensinos do Budismo encontravam-se no Sutra de Lótus [2].
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-P–
PARALELO PERFEITO – entende-se como uma das propriedades da Lei que rege todos os fenômenos do Universo, a natureza ondulatória. É essa natureza ondulatória que confere aos agentes da Lei a propriedade coextensiva e, quando no vácuo, a capacidade de propagarem-se indefinidamente. Assim, a sombra ou a escuridão não se propaga. A sombra é uma propriedade intrínseca da própria luz, ou a sua ausência.
-Q–
QUATRO ESTÁGIOS – vide KALPA.
-R–
RALPH ELLISON – nasceu na cidade de Oklahoma (EUA), em 1º de março de 1914. Estudou música no Tuskegee Institute, mudou-se para Nova Iorque em 1936 e viveu em Harlem até à sua morte, em 16 de abril de 1994. Tinha 80 anos. Homem Invisível , o seu romance de estreia e único publicado em vida do autor, foi distinguido com o importante National Book Award, ao mesmo tempo que o
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consagrava como um dos mais importantes e influentes romancistas do século XX. O seu segundo romance, Juneteenth, só seria publicado postumamente. Escreveu, no entanto, numerosos ensaios e contos, como Shadow and Act , Going to the Territory e Flying Home and Other Stories. Em 1975, foi eleito membro da American Academy of Arts and Letters, tendo sido distinguido, dez anos depois, com a National Medal of Arts [5].
-S–
SHAKYAMUNI – ver BUDA SAKYAMUNI.
SANTAI - Três Verdades: transitoriedade, impermanência, ou existência temporária; não-substância ou vacuidade; e caminhomédio ou dualidade.
SEIS MUNDOS – Os seis primeiros dos 10(dez) estados de vida: inferno, fome, animalidade, ira, tranqüilidade e êxtase. Indicam os estados de ilusão ou sofrimento. Nesses estados, a pessoa não é livre para determinar a sua própria direção, sendo dominada pelas suas próprias reações diante das circunstâncias, sem ter consciência disto [7].
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SHIJO KINGO – um dos principais discípulos De Nitiren Daishonin, também muito hábil em medicina e nas artes marciais. Acompanhou Daishonin para Tatsunokuti, decidido a dar a vida pelo seu mestre. Recebeu várias escrituras, dentre as quais “A Abertura dos Olhos” [2].
SHOHO – todos os fenômenos ou entidade da vida independente.
SIDDHARTA GAUTAMA – nome do Buda Shakyamuni antes de ele haver renunciado ao mundo. Ver BUDA SAKYAMUNI.
SUTRA DE LÓTUS – compreendendo 28 capítulos, é o mais importante ensino pregado pelo Buda Shakyamuni e a razão do seu advento neste mundo. Sobre isso, no Capítulo 23 – Os Feitos Passados do Bodhisattva Rei da Medicina o Buda diz: “Rei da Constelação Flor! Assim como, por exemplo, em meio a todos os córregos, rios e corpos d’água o oceano é mais amplo e profundo; também, em meio a todos os Sutras pregados pelo Tathagata, o Sutra da Flor de Lótus da Lei Maravilhosa é o mais amplo e profundo. Além disso, assim como em meio às Montanhas da Terra, a Montanha Negra, a Montanha do Pequeno Circulo de Ferro, a Montanha do Grande Circulo de Ferro, a Montanha dos Dez Tesouros, e toda a multidão de montanhas, o Monte Sumeru é o
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mais elevado; também, em meio a todos os Sutras, o Sutra da Flor de Lótus da Lei Maravilhosa é o mais elevado. Além disso, assim como em meio às estrelas, o Deus da Lua é o mais brilhante; também, em meio aos milhares de miríades de kotis de Doutrinas Superiores, o Sutra da Flor de Lótus da Lei Maravilhosa brilha mais resplandecente. E mais, assim como o Deus do Sol pode dispersar toda a escuridão; assim também este Sutra pode dispersar toda a escuridão da ignorância e das impurezas. Mais ainda, assim como em meio aos reis menores o Rei Sábio Girador-de-Roda é soberano; também, em meio aos Sutras, este Sutra é o mais honrado. Ainda, assim como no Céu Trayastrimsha o Lord Shakra é rei; assim também, em meio aos Sutras, este Sutra é Rei. E mais ainda, assim como o Grande Rei Brahma é pai de todos os seres viventes; assim também este Sutra é pai dos mais dignos sábios, daqueles que estão estudando, daqueles que já estudaram, bem como daqueles solidamente estabelecidos na intenção do Bodhisattva. Enfim, assim como em meio às pessoas comuns, os Srotaapanna, Sakridagamin, Anagamin, Arhat e Pratyekabuda são superiores; também, em meio a todas as Doutrinas Superiores, quer sejam pregadas pelo Tathagata, por Bodhisattvas ou por Ouvintes, este Sutra é Superior. Aquele que pode receber e ostentar este Sutra, da mesma forma, é supremo em meio a todos os seres viventes.” [4]
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SUTRAS MAHAYANA – Genericamente, pode-se entender como o conjunto de ensinamentos da última fase de pregações do Buda Shakyamuni, dentro os quais estão o Sutra de Lótus e o Sutra do Nirvana.
-T–
TAHO – vide BUDA TAHO.
TENDAI – o correlativo japonês da escola chinesa Tien’tai, fundada pelo Grande Mestre Tien-tai (538-597). A Tendai japonesa foi estabelecida pelo Grande Mestre Dengyo (767-822), que havia estudado os ensinos de Tien-Tai na China. Oficialmente fundada em 806, a seita Tendai reverenciava o Sutra de Lótus, colocando-o acima de todos os outros sutras. Contudo, após a morte de Dengyo os sacerdotes que seguiram passaram a adotar de forma crescente as práticas da seita Shingon, e a Tendai japonesa caminhou rapidamente para o esoterismo, uma característica que a distingue da escola Tendai da China que ensina a universalidade da Natureza de Buda, e que é elucidada através dos princípios da perfeita unificação das três verdades (SANTAI) e de ITINEN SANZEN [7].
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TI – sabedoria subjetiva, sujeito. Representa também o Buda Shakyamuni.
TIEN-TAI – (538-597) herdando de NANGAKU os ensinos do Sutra de Lótus, fundou a seita Tendai na China. Seus ensinos facultaram as pessoas a atingir a iluminação durante o segundo milênio posterior à morte de Shakyamuni. Ele elucidou a doutrina do “Itinen Sanzen” (três mil estados numa existência momentânea da vida).
TRÊS MUNDOS (SANSEKEN) – mundo das relações sociais, mundo das relações com a natureza e mundo das relações da mente com o corpo. SAN significa 3(três). SEKEN denota a distinção inerente à vida e são: Go-On-Seken (cinco agregados da vida ou Skandhas). É uma análise das funções da vida que influenciam e assimilam o meio-ambiente. As cinco funções são: Shiki (forma ou corpo), Ju (percepção), So (concepção), Gyo (volição), e Shiki (o conjunto global do consciente); Shuko-Seken (o ambiente social); KokudoSeken (o ambiente natural).
TRÊS TESOUROS – três pontos que todos os budistas devem respeitar e seguir: o Buda, a Lei (Dharma, em sânscrito), e o Sacerdote (Sangha, em sânscrito). O Buda é a pessoa iluminada à verdade última. A Lei é o ensino que o Buda expõe para conduzir as outras pessoas à mesma iluminação que ele alcançou. O Sacerdote herda e transmite a Lei para as gerações futuras.
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TRÊS VENENOS – avidez (avareza), ira e estupidez. Os males fundamentais, inerentes à vida, que dão origem ao sofrimento.
TRÊS VERDADES – vide SANTAI.
TRINTA E DUAS CARACTERÍSTICAS – características físicas notáveis que os Budas possuiriam. No Capítulo 34 – Sobre o Bodhisattva Rugido do Leão 2 do Sutra do Nirvana [13], o Buda as identifica como segue:
“Oh bom homem! Se qualquer Bodhisattva vem a conhecer as relações causais das 32 Marcas da Perfeição do Tathagata, dizemos não-retroativo. Ele é o Bodhisattva-Mahasattva, o não-de-cabeça para-baixo, e aquele que sente piedade de todos os seres. Ele é alguém superior aos Sravakas e Pratyekabudas, e alguém chamado ‘Avaivartika’.
Oh bom homem! O Bodhisattva-Mahasattva é (1) imperturbável na sua observância dos preceitos, em sua (2) idéia de doação, e é como o Monte Sumeru na (3) persistência na verdadeira palavra. Em razão disto, ele obtém a planta (dos pés) plana [uma das 80 características menores de excelência].
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O Bodhisattva-Mahasattva (4) oferece convenientemente coisas aos seus pais, aos honrados, anciões e animais. Em razão disto, ele ganha na sua planta dos pés a marca de excelência de mil raios [uma das 80 características menores de excelência].
O Bodhisattva-Mahasattva (5) alegra-se em não-prejudicar e nãoroubar, e (6) é grato com relação aos seus pais, aos honrados e professores. Em razão disto, ele é dotado com as três marcas corporais, quais sejam: 1) dedos longos, 2) calcanhares longos, e 3) um corpo ereto e anguloso. Todas essas três formas surgem do mesmo carma.
O Bodhisattva-Mahasattva (7) pratica as quatro formas de orientação [isto é, guiar os seres] através da: 1) doação, 2) afabilidade (gentileza), 3) boas ações, e 4) transformando-se e coexistindo com eles, como os próprios seres. Devido a isto, ele ganha a membrana-nos-dedos dos pés [uma das oitenta características menores de excelência] como aquela de um grande cisne real.
O Bodhisattva-Mahasattva, quando seus pais, mestres e anciões estão doentes, (8) banha-se e limpa-se, segura e esfrega seus membros. Em razão disto, suas mãos e pés são macios.
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O Bodhisattva-Mahasattva (9) defende os preceitos, (10) ouve os sermões, e (11) não cessa a doação. Devido a isto, suas juntas e tornozelos são carnudos e os cabelos sobre a sua pele fluem em uma direção.
O Bodhisattva-Mahasattva (12) com pensamento único dá ouvido ao Dharma e (13) expõe os ensinamentos corretos. Em razão disto, ele ganha os tornozelos de um gamo-rei.
O Bodhisattva-Mahasattva (14) não adquire um pensamento malevolente, (15) é satisfeito com a sua comida e bebida, e com a doação; (16) ele cuida das doenças e dispensa remédios. Em razão disto, seu corpo é roliço e perfeito, sendo como a árvore nyagrodha. Quando suas mãos estão estendidas para baixo, seus dedos alcançam os joelhos e sua cabeça tem uma protuberância, característica em razão da qual o topo da sua cabeça não pode ser visto.
O Bodhisattva-Mahasattva, (17) quando vê uma pessoa com medo, acode [aquela pessoa], e (18) quando ele vê uma pessoa sem qualquer indumentária, dá-lhe roupas. Devido a isto, ele ganha uma característica através da qual o seu órgão genital fica oculto.
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O Bodhisattva-Mahasattva prontamente (19) aproxima-se de homens sábios, apartatando-se dos ignorantes; (20) tem prazer em mudar pontos de vista e limpa o caminho por onde ele passa. Por conta disto, sua pele é delicada e macia, e seus cabelos do corpo inclinam para o lado direito.
O Bodhisattva-Mahasattva (21) sempre dá aos homens roupas, comida e bebida, remédios, incenso e flores, e velas. Em razão disto, seu corpo brilha resplandecente numa cor dourada e suave.
O Bodhisattva-Mahasattva (22) doa, não amealha ou regateia o que é raro, e facilmente compartilha as coisas; (23) não faz distinções entre o que é um campo de prosperidade ou um nãocampo de prosperidade [isto é, o recipiente da doação – caridade – é semelhante a um campo, cuja cultivação traz bênçãos e virtudes para uma pessoa]. Em razão disto, ele é pleno e firme nos sete lugares do seu corpo.
O Bodhisattva-Mahasattva (24) busca a riqueza de forma lícita e sempre dá isto [aos outros]. Em razão disto, as partes sem ossos [do seu corpo] são maciças, a parte superior é como aquela de um leão, e seus cotovelos são bem-balanceados e delicados.
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O Bodhisattva-Mahasattva (25) aparta-se da língua-dúbia, da maledicência e de uma mente irada. Por conta disto, seus 40 dentes são brancos e puros, bem-balanceados e delicados.
O Bodhisattva-Mahasattva (26) pratica o Grande Amor-Benevolente com relação aos seres. Devido a isto, ele ganha a face de duas presas.
O Bodhisattva-Mahasattva faz um voto: (27) ‘A quaisquer pessoas que venham e peçam, darei conforme queiram ter’. Em razão disto, ele ganha o rosto do leão.
O Bodhisattva-Mahasattva (28) dá quaisquer tipos de comida que os seres queiram ter. Em razão disto, ele obtém o paladar que é médio-superior.
O Bodhisattva-Mahasattva (29) exercita-se nas dez boas ações e assim ensina aos outros. Em razão disto, ele ganha uma vasta e longa língua [isto é, uma expressão simbólica referindo-se ao seu grande poder de oratória].
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O Bodhisattva-Mahasattva (30) não fala mal dos defeitos dos outros e não calunia o Dharma Maravilhoso. Em razão disto, ele adquire a Voz-do-Buda.
O Bodhisattva-Mahasattva (31) vê todas as inimizades e adquire um sentimento de felicidade. Em razão disto, ele ganha o tom azul dos seus olhos.
O Bodhisattva-Mahasattva (32) não oculta as virtudes dos outros, mas elogia o que têm de bom. Devido a isto, ele ganha uma face com um tufo de cabelos brancos sobre sua testa.
Oh bom homem! Quando o Bodhisattva-Mahasattva pratica esses 32 tipos de relações causais, ele obtém um pensamento que não retroagirá da mente que busca o Bodhi.”
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Referências Bibliográficas
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[1] Fritjof Capra – O Tao da Física – Ed. Cultrix – São Paulo – 1983.
[2] As Escrituras de Nitiren Daishonin, Volume I, 3 ª Edição, ED. Brasil Seikyo, São Paulo - 1985.
[3] Kursunoglu, Behram; “A non-technical history of the generalized theory of gravitation – dedicated to the Albert Einstein centennial” – Center for Theoretical Studies, University of Miami – USA.
[4] Sutra da Flor de Lótus da Lei Maravilhosa, tradução de Marcos Ubirajara de Carvalho e Camargo, 2a. Edição, Editorama – São Paulo – 2009.
[5] O Estado de São Paulo, coluna Memória – abril/1994.
[6] Revista Kaisen n 102, Hokkekô do Brasil, São Paulo – outubro de 1996. °
[7] As Escrituras de Nitiren Daishonin, Volume III, 1ª Edição, ED. Brasil Seikyo, São Paulo – 1987.
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