Este texto se refere ao prefácio da segunda edição da Crítica da Razão Pura, obra de Kant publicada em 1!" #p$s analisarmos o prefácio da primeira edição, de 1!1, passamos % abordagem do Prefácio &, como tamb'm ' con(ecido" con(ecido" )nicialmente, pontuamos distinç*es entre os dois prefácios escritos por Kant" +ogo foi comentado comentado o diferente tom com ue o segundo -prefácio. se apresenta em relação ao primeiro, e discutiu/se a situação temporal ue en0ol0ia Kant durante a escrita desse no0o prefácio" Em 1!, esta0a o nosso autor ciente da repercussão ue sua obra obti0era durante os anos ue passaram desde a sua primeira publicação" Podemos ressaltar tamb'm ue, durante esse inter0alo entre as duas ediç*es e os distintos prefácios, Kant publicara a obra “Prolegô “Prolegômenos menos para toda metafísica futura que se apresente como ciência”,, com data do ano de 1!" #ssim sendo, se o prefácio & ' escrito % luz dos ciência” Prolegômenoss, ' 0alioso entendermos ual a uestão ue en0ol0e tamb'm essa obra e Prolegômeno ual sua relação com a Crítica da Razão Pura" 2e0emos aui comentar ue Kant trabal(a sua in0estigação de modo in0erso no decorrer dessas duas obras" # saber, se na Crítica, o camin(o parte da razão, raz ão, enuanto fonte dos con(ecimentos para ue se c(egue ao pr$prio con(ecimento, nos Prolegômenoss, a tril(a ' contrária3 parte de con(ecimentos dados e c(ega % sua fonte, Prolegômeno ou se4a, % razão" Contudo, uma mesma uestão permeia as referidas obras" 5rata/se do elogio % matemática e a física, enuanto ci6ncias bem postadas" #l'm do ue, em ambas, (á o desafio de descobrir o ue torna ci6ncias a matemática e a física" Esse moti0o a ser descoberto, ' o alicerce para um 7estatuto8 ue Kant pretende estabelecer" Estatuto ue possa conferir tamb'm % metafísica o caráter de ci6ncia" Pois, sobretudo, uma uestão fundamental ser0e como motor %s duas obras3 ' possí0el a 9etafísica como ci6ncia: ;o início do segundo prefácio, essa pergunta pergunta ' condicionada ao 7resultado8 da in0estigação ue Kant atribui como crit'rio de a0aliação do estatuto do con(ecimento" Este estatuto se apresenta em tr6s condiç*es para ue o resultado da in0estigação permita % metafísica ser considerada ci6ncia" <ão elas3 # condição de se c(egar % meta proposta" 2e atingi/la sem ue (a4a retrocessos na in0estigação E ue (a4a unanimidade entre os colaboradores dessa in0estigação"
2ado ue a in0estigação de0a atender a estas condiç*es, Kant segue o tra4eto desta in0estigação, e analisa ual mudança transformou a matemática e a física em ci6ncias bem postadas" #ssim, nosso autor atribui % re0olução profunda e radical no modo de pensar a ue essas mat'rias se submeteram, como auilo ue permitiu a elas tornarem/se ci6ncias" =oi a partir dessa re0olução, ue se pensou o con(ecimento como fruto de conceitos da pr$pria razão" E ue são os princípios desta razão, ue de0em guiar as in0estigaç*es sobre uest*es ue a natureza prop*e e não mais esta natureza ser0iria como guia da razão" 2este modo, a re0olução no modo de pensar da 9atemática e da =ísica consolida/se, no prefácio &, como um modelo ue a metafísica de0e imitar" #ssim, como ocorreu com essas mat'rias ue tornaram/se ci6ncias, a metafísica de0e trocar o con(ecimento ue se regula0a por ob4etos por um con(ecimento a priori desses mesmos ob4etos ue, depois do filtro da razão, se apresentam aos nossos sentidos" Em nossa aula, partimos para a análise dos parágrafos do prefácio &, e no segundo parágrafo, nos deparamos com mais um exemplo de ci6ncia bem fundada e ue atende %s condiç*es do estatuto do con(ecimento" 5rata/se da l$gica, ci6ncia ue se refere apenas % forma e ue, por seu caráter limitado, ' praticamente obrigada a desconsiderar os ob4etos de con(ecimento" 2este modo, a l$gica se constitui como uma proped6utica %s demais ci6ncias, pois dela estas dependem para o 4ulgamento de seus ob4etos" Encontramos tamb'm, em nossa análise do prefácio &, uma grande no0idade introduzida em relação ao primeiro3 a distinção entre con(ecimento te$rico e con(ecimento prático da razão" > primeiro ' responsá0el por determinar o ob4eto" >u se4a, ' o con(ecimento te$rico ue oferece, atra0's de conceitos, o ob4eto em algum lugar para ue possamos, atra0's dos sentidos, con(ec6/lo"
# pala0ra usada por Kant no alemão ' Anschauung ue não está errada em ser traduzida por )ntuição" 9as ue, tamb'm, possui o mesmo radical da pala0ra 0isão, o ue pode permitir -e segundo o Paulo, ' bem 0alioso pensarmos essa relação. ue a intuição ' algo 0isí0el" >u ue possui alguma relação com a 0isão" Com a explicação do Paulo, fica claro ue essa pala0ra ' uma escol(a de Kant, e por isso a semel(ança intuição@0isão não ' % toa" E nem uma mera coincid6ncia de tradução" 1
Em seguida, no prefácio, o ue podemos notar, foi ue a re0olução do modo de pensar da matemática e da física, está relacionada com a escol(a de se admitir o con(ecimento te$rico da razão" # partir dessa escol(a, as propriedades dos ob4etos de estudo dessas mat'rias, passaram a ser consideras subseAentes do conceito" E assim, entendeu/se ue o con(ecimento não 0em depois do ob4eto, e sim, ' o fundamento dos conceitos ue serão as propriedades deste -ob4eto." # razão ' ati0a aos ob4etos de con(ecimento" 9as s$ entende o ue se produz segundo seus pr$prios planos" Em outras pala0ras, a razão antecipa/se aos elementos sensí0eis"