Resenha crítica do livro O Sagrado e o Profano, de Mircea EliadeDescrição completa
eliade
Eliade Mircea - Fragmentarium
Carte aparuta la editura Mariana - Craiova,1991, 110 pagini. prefata de Constantin Noica - " Eliade si Orientul ". editie ingrijita de Mircea Handoca si Constantin BarbuFull description
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Eliade Mircea - FragmentariumDescripción completa
Mentalitatea francmasonică un eseu de Mircea Eliade Nu cunosc nici un francmason si din toate cartile pe care le-am citit n-am inteles nimic asupra francmasoneriei. Nu stiu ce vor acesti o…Description complète
Descripción: LA BUSQUEDA Mircea Eliade “La percepción de un mundo real y con significados está íntimamente relacionada con el descubrimiento de lo sagrado. Mediante la experiencia de lo sagrado, la mente huma...
SarpeleFull description
Fragmentarium - Mircea Eliade
Descripción: istoria religiilor
Jindřich Vacer. Argo, 2004.
Descrição completa
Mircea Eliade
Mefistófeles e o Andrógino Comportamentos religiosos e valores espirituais não-europeus.
Martins Fontes São Paulo 1999
Mircea Eliade
Mefistófeles e o Andrógino Comportamentos religiosos e valores espirituais não-europeus.
PREFÁCIO ...................................................................................................................................... 5 I - EXPERIÊNCIAS DA LUZ MÍSTICA ................................................................................... 9 II - MEFISTÓFELES E O ANDRÓGINO OU O MISTÉRIO DA TOTALIDADE ........44 III - RENOVAÇO CÓSMICA E ESCATOLOGIA ..............................................................!" IV - CORDAS E MARIONETES ..............................................................................................9# V - O$SERVAÇ%ES SO$RE O SIM$OLISMO RELIGIOSO........................................ "&9
PREFÁCIO A. N. !it-!-a# #i$$- u- a !i$tHria #a Bilo$oBia oi#-ntal no pa$$a,a #- u%a $ri#- nota$ #- ro#ap 6 Bilo$oBia #- /lato. J #u,i#o$o u-& #- agora -% #iant-& o p-n$a%-nto oi#-ntal po$$a %ant-r<$- n-$$- Ki$ola%-nto -$pln#i#o. A poa %o#-rna #i$tingu-<$niti#a%-nt- #a$ pr--#-nt-$ por arat-ri4ar<$- p-lo onBronto o% o$ K#-$on!-i#o$& o$ K-$trang-iro$ - $-u$ %un#o$ uni,-r$o$ in$Hlito$& no Ba%iliar-$& -@Htio$ ou araio$. A$ #-$o"-rta$ #a p$iologia proBun#a& tanto uanto a a$-n$o #o$ grupo$ tnio$ no -urop-u$ ao !ori4ont- #a 2i$tHria& %ara% r-al%-nt- a in,a$o #o$ K#-$on!-i#o$ no a%po& outrora B-!a#o& #a on$inia oi#-ntal. Co%o 5 $- o"$-r,ou %ai$ #- u%a ,-4& o %un#o oi#-ntal -$t5<$- %o#iBian#o ra#ial%-nt- #-$#- -$$a$ #-$o"-rta$ - -$$-$ -nontro$. A partir #o Bi% #o Plti%o $ulo& a$ p-$ui$a$ #o$ ori-ntali$ta$ Bora% Ba%iliari4an#o& progr-$$i,a%-nt-& o Oi#-nt- o% a -@-ntrii#a#- - o Ba"ulo$o #a$ $oi-#a#-$ - #a$ ultura$ a$i5tia$. /or $ua ,-4& a -tnologia %o#-rna #-$o"ria %un#o$ -$pirituai$ o"$uro$ - %i$t-rio$o$& uni,-r$o$ u-& %-$%o no $-n#o pro#uto #- u%a %-ntali#a#- pr
araia$ #a ,i#a p$íuia& KBH$$-i$ ,i,o$ -nt-rra#o$ na$ tr-,a$ #o inon$i-nt-& torna,a%< $- -nto a-$$í,-i$ ao -$tu#o gra0a$ 6$ tnia$ -la"ora#a$ p-lo$ p$iHlogo$ #o proBun#o. J not5,-l u- a BrutiBia0o ultural #a p$ian5li$-& tanto uanto o int-r-$$r-$-nt- p-lo -$tu#o #o$ $í%"olo$ - #o$ %ito$& t-n!a oini#i#o -% gran#- part- o% a int-r,-n0o #a A$ia na 2i$tHria -& $o"r-tu#o& o% o #-$p-rtar polítio - -$piritual #o$ po,o$ Kpri%iti,o$. D-poi$ #a S-gun#a Gu-rra Mun#ial& o -nontro o% o$ Koutro$& o% o$ K#-$on!-i#o$& tornou<$-& para o$ oi#-ntai$& u%a Batali#a#- !i$tHria. Ou %-l!or& !5 algun$ ano$& o$ oi#-ntai$ no $H $-nt-% a#a ,-4 %ai$ ,i,a%-nt- o u- u-r #i4-r onBronto o% o$ K-$trang-iro$& o%o ta%"% p-r-"-% u- l!-$ oorr- $-r-% #o%ina#o$ por -l-$. I$$o no $igniBia& n--$$aria%-nt-& u- $-ro $u"uga#o$ ou opri%i#o$& %a$ ap-na$ u- $-ntiro a pr-$$o #- u%a -$pirituali#a#- K-$trang-ira& no oi#-ntal. /oi$ o -nontro V ou a oli$o V -ntr- i,ili4a0W-$ $-%pr-& ao Binal #a$ onta$& u% -nontro -ntr- -$pirituali#a#-$ - %-$%o -ntr- r-ligiW-$. % ,-r#a#-iro -nontro i%plia #i5logo. /ara $- iniiar u% #i5logo l-gíti%o o% o$ r-pr-$-ntant-$ #a$ ultura$ no<-uropia$& in#i$p-n$5,-l on!--r - o%pr--n#-r -$$a$ ultura$. A !-r%-nutia a r-$po$ta #o !o%-% oi#-ntal V a Pnia r-$po$ta int-lig-nt- V 6$ $oliita0W-$ #a 2i$tHria ont-%porXn-a& ao Bato #- o Oi#-nt- -$tar Ba#a#o =$o%o$ t-nta#o$ a #i4-r on#-na#o> ao onBronto o% o$ ,alor-$ ulturai$ #o$ Koutro$. Ora& n-$t- a$o& a !-r%-nutia -nontrar5 o au@iliar %ai$ pr-io$o na 2i$tHria #a$ R-ligiW-$. uan#o a 2i$tHria #a$ R-ligiW-$ $- tran$Bor%ar na K#i$iplina total u#-,-ria $-r& o%pr--n#-r<$-<5 u- o %un#o #o KInon$i-nt- & a$$i% o%o o$ %un#o$ K-$trang-iro$ #o$ no& %a$ ta%"% - $o"r-tu#o #a -@p-rinia #o -nontro o% o$ K#-$on!-i#o$. Ora& o -nontro o% o Ktotal%-ntoutro& p-r-"a<$- ou no& #-$-na#-ia u%a -@p-rinia #- -$trutura r-ligio$a. No -$t5 -@luí#a a po$$i"ili#a#- #- no$$a poa pa$$ar para a po$t-ri#a#- o%o a pri%-ira a r-#-$o"rir a$ K-@p-rinia$ r-ligio$a$ #iBu$a$& a"oli#a$ p-lo triunBo #o ri$tiani$%o. No -$t5 -@luí#a a po$$i"ili#a#- #- u- a atra0o -@-ri#a p-la$ ati,i#a#-$ #o Inon$i-nt-& u- o int-r-$$- p-lo$ %ito$ - p-lo$ $í%"olo$& u- o -ntu$ia$%o p-lo -@Htio& p-lo pri%iti,o& p-lo araio& u- o$ -nontro$ o% o$ KOutro$ o% to#o$ o$ $-nti%-nto$ a%"i,al-nt-$ u- -l-$ i%plia% V no -$t5 -@luí#a a po$$i"ili#a#- #- u- tu#o i$$o $-a ,i$to u% #ia o%o u% no,o tipo #- r-ligio$i#a#-. /or -nuanto $- pr-$$-nt- u- to#o$ -$$-$ -l-%-nto$ -$to pr-paran#o o $urgi%-nto #- u% no,o !u%ani$%o& u- no $-r5 a rplia #o antigo. /oi$ agora $o& ai%a #- tu#o& a$ p-$ui$a$ #o$ ori-ntali$ta$& #o$ -tnHlogo$& #o$ p$iHlogo$ #o proBun#o& #o$ !i$toria#or-$ #a$ r-ligiW-$ u- #-,-% $-r int-gra#a$ para u- $- !-gu- ao on!-i%-nto total #o !o%-%. E$$-$ $5"io$ no -$$ara% #- tornar -@plíito$ o int-r-$$- !u%ano& a K,-r#a#- p$iolHgia - o ,alor -$piritual #- tanto$ $í%"olo$& %ito$& Bigura$ #i,ina$ tnia$& at-$ta#o$ tanto -ntr- o$ a$i5tio$ uanto -ntr- o$ Kpri%iti,o$. E$$-$ #ou%-nto$ !u%ano$ !a,ia% $i#o -$tu#a#o$ ant-rior%-nt- o% o #-$int-r-$$- - a in#iB-r-n0a u- o$
naturali$ta$ #o $ulo I #-#ia,a% ao -$tu#o #o$ in$-to$. Agora& o%-0a<$- a p-r-"-r u- -$$-$ #ou%-nto$ -@pri%-% $itua0W-$ !u%ana$ -@-%plar-$& u- Ba4-% part- int-grant#a !i$tHria #o -$pírito. Ora& o %-io apropria#o para $- apr--n#-r o $-nti#o #- u%a $itua0o !u%ana -@-%plar no a Ko"-ti,i#a#- #o naturali$ta& %a$ a $i%patia int-lig-nt- #o -@-g-ta& #o intrpr-t-. Era% a$ prHpria$ atitu#-$ u- #-,ia% $-r %o#iBia#a$. /oi$ o o%porta%-nto %ai$ -$tran!o ou %ai$ a"-rrant- #-,- $-r -$tu#a#o o%o Bato !u%ano -l- no $-r5 o%pr--n#i#o $- Bor -$tu#a#o o%o u% B-nQ%-no 4oolHgio ou u% a$o t-ratolHgio. A"or#ar u% $í%"olo& u% %ito ou u% o%porta%-nto araio -nuanto -@pr-$$o #- $itua0W-$ -@i$t-niai$ 5 atri"uir
n--$$i#a#- #- on!--r a K%ort-& ant-$ #- $- t-r a-$$o ao %un#o #o E$pírito r-on!--%<$- aí i#ia$ "a$tant- prH@i%a$ #a$ u- -$to& !o-& no -ntro #o$ -$tu#o$ Bilo$HBio$ oi#-ntai$. E uan#o $o -nontra#a$& na$ i#-ologia$ r-ligio$a$ araia$ ori-ntai$& on-p0W-$ o%par5,-i$ 6$ #a Bilo$oBia oi#-ntal Kl5$$ia& o onBronto no %-no$ $igniBiati,o& poi$ -$$a$ on-p0W-$ no #-ri,a% #a$ %-$%a$ pr-%i$$a$. A$$i%& uan#o o p-n$a%-nto in#iano ou -rta$ %itologia$ Kpri%iti,a$ prola%a% u- o ato #-i$i,o u- Bun#ou a atual on#i0o !u%ana oorr-u nu% pa$$a#o pri%or#ial - portanto u- o -$$-nial pr--#- a atual on#i0o !u%ana& $-ria alta%-nt- int-r-$$ant- para o BilH$oBo ou o t-Hlogo oi#-ntal Biar $a"-n#o o%o - por u- $- !-gou a -$$a on-p0o. S- a #-$o"-rta #o inon$i-nt- Bor0ou o !o%-% oi#-ntal a u% onBronto o% $ua prHpria K!i$tHria $-r-ta - lar,ar& o -nontro o% a$ ultura$ no oi#-ntai$ ir5 o"rig5< lo a p-n-trar %uito proBun#a%-nt- na !i$tHria #o -$pírito !u%ano - a p-r$ua#ir<$-& tal,-4& a a$$u%ir -$$a 2i$tHria -nuanto part- int-grant- #- $-u prHprio $-r. D- Bato& o pro"l-%a u- 5 $- apr-$-nta& - $- apr-$-ntar5 o% u%a aui#a#- a#a ,-4 %ai$ #ra%5tia ao$ -$tu#io$o$ #a prH@i%a g-ra0o& o $-guint-: atra,$ #- u- %-io$ r-up-rar tu#o o u- ain#a r-up-r5,-l na !i$tHria -$piritual #a !u%ani#a#-[ E i$$o por #ua$ ra4W-$: \> o !o%-% oi#-ntal no po#-r5 ,i,-r in#-Bini#a%-nt- $u"traí#o #- u%a part- i%portant- # $i %-$%o& a part- on$tituí#a por Brag%-nto$ #- u%a !i$tHria -$piritual ua $igniBia0o - %-n$ag-% -l- inapa4 #- #-iBrar *\> %ai$ -#o ou %ai$ tar#-& o #i5logo o% o$ Koutro$ V r-pr-$-ntant-$ #a$ ultura$ tra#iionai$& a$i5tia$ - Kpri%iti,a$ V #-,-r5 $-r iniia#o no %ai$ na linguag-% -%píria - utilit5ria #- !o- =apa4 #- atingir ap-na$ r-ali#a#-$ $oiai$& -onQ%ia$& polítia$& %#ia$ -t.>& %a$ nu%a linguag-% ultural& apa4 #- -@pri%ir r-ali#a#-$ !u%ana$ - ,alor-$ -$pirituai$. Tal #i5logo in-,it5,-l -$t5 in$rito na Batali#a#- #a 2i$tHria. S-ria u%a ing-nui#a#- tr5gia ar-#itar u- -l- po# pro$$-guir in#-Bini#a%-nt- no ní,-l %-ntal -% u- ain#a $- -nontra. O$ -$tu#o$ r-uni#o$ n-$t- p-u-no ,olu%- ilu$tra% a #ilignia #- u% !i$toria#or #a$ r-ligiW-$ pr-oupa#o -% tornar int-ligí,-l -rto nP%-ro #- o%porta%-nto$ r-ligio$o$ - ,alor-$ -$pirituai$ #o$ no<-urop-u$. No !-$ita%o$ -% -,oar Bato$ ulturai$ "-% on!-i#o$& r-tira#o$ #a tra#i0o oi#-ntal& to#a$ a$ ,-4-$ -% u- -l-$ oB-r-ia% u% t-r%o #- o%para0o apa4 #- -$lar--r a p-$ui$a. J gra0a$ a $-%-l!ant-$ o%para0W-$ u $-ro -@traí#a$ a$ p-r$p-ti,a$ #- u% no,o !u%ani$%o #o Buturo. O$ uatro pri%-iro$ apítulo$ Bora% li#o$ no ont-@to #o Erano$ #- A$ona& #(;? a ()8 i$$o -@plia $-u -$tilo oral. E%"ora a t-nta0o Bo$$- gran#-& no proura%o$& uan#o #- $ua r-unio -% ,olu%-& r-o%pQ
I - EXPERIÊNCIAS DA LUZ MÍSTICA Um sonho )ais ou menos na metade do sAculo passado& um comerciante americano& de trinta e dois anos& son5ou o seguinte (u me encontrava& escreveu ele& atrás do alcão de min5a loEa& numa tarde luminosa& ensolarada4 num piscar de ol5os tudo ficou mais escuro Fue a mais negra das noites& mais escuro Fue uma mina0 G sen5or com Fuem eu estava falando correu para a rua0 'egui-o e& emora estivesse tão escuro& percei Fue centenas e mil5ares de pessoas aflu:am para a rua& todas se perguntando o Fue estava acontecendo0 =aFuele momento& vi no cAu& longe& na direção sudoeste& uma lu7 tão ril5ante Fuanto uma estrela mais ou menos do taman5o da palma de min5a mão0 (m um instante& pareceu-me Fue a lu7 crescia e se aproHimava atA Fue começou a iluminar as trevas0 uando atingiu a dimensão de um c5apAu de 5omem& dividiu-se em do7e lu7es menores& com uma lu7 maior no centro& e aumentou muito rapidamente J e nesse mesmo instante eu soue Fue se tratava do advento do Cristo0 =o momento em Fue tive esse pensamento& todo o sudoeste do cAu enc5eu-se de uma multidão luminosa& e no centro encontrava-se o Cristo com os do7e apstolos0 6gora estava mais claro Fue o dia mais luminoso Fue se possa imaginar e& enFuanto a multidão luminosa avançava para o 7Anite& o amigo com Fuem eu falava eHclamou KL meu salvadorM; J e no mesmo momento aandonou o corpo e suiu para o CAu& e pensei Fue eu não era suficientemente om para acompan5á-lo0 Depois acordei0 Durante vários dias esse 5omem ficou tão impressionado Fue não ousou contar o son5o a Fuem Fuer Fue fosse0 uin7e dias depois& contou-o N sua mul5er e& a seguir& falou dele a outras pessoas0 Tr@s anos mais tarde& uma pessoa con5ecida pela sua vida religiosa muito profunda dirigiu-se N sua mul5er 'eu marido& disse ela& nasceu de novo e não sae0 (le A um recAm-nascido espiritual& com os ol5os ainda fec5ados& mas ficará saendo disso por si mesmo dentro em pouco0 Realmente& tr@s semanas depois& enFuanto camin5ava com a mul5er pela 'egunda 6venida de =ova Oor& o 5omem eHclamou de repente Ten5o a vida eternaM 'entiu& naFuele momento& Fue o Cristo acaava de ressuscitar nele e Fue ele permaneceria em consci@ncia eterna !oul# r-%ain in -,-rla$ting on$iou$n-$$ "0 Tr@s anos depois desse acontecimento& ao encontrar-se num arco& cercado de uma multidão& teve nova eHperi@ncia espiritual e mental pareceu-l5e Fue sua alma& a$$i% o%o $-u orpo& estavam inundados de lu70 )as& no relato autoiográfico Fue acaamos de resumir& ele acrescenta Fue essas eHperi@ncias em estado de vig:lia nunca l5e fi7eram esFuecer a primeira& a Fue con5ecera em son5o01 (scol5i começar por este eHemplo de eHperi@ncia espont#nea da lu7 principalmente por dois motivos 1Q" trata-se de um comerciante satisfeito com sua ocupação Fue& aparentemente& não tin5a FualFuer preparação para uma iluminação semim:stica4 2Q" sua primeira eHperi@ncia da lu7 aconteceu em son5o0 (le parece ter ficado muito impressionado com essa eHperi@ncia& mas não apreendia a sua significação0 'entia apenas Fue algo de decisivo l5e 1
(sse peFueno teHto autoiográfico foi pulicado por R0 )0 $uce& T!- Co$%i Con$iou$n-$$ !9iladAlfia& 1*+1"& pp0 2/1-2/20 er algumas outras eHperi@ncias de lu7 em son5os e suas interpretaçSes psicolgicas em C0 0 Uung& /$!olog an# Al!-% ! No,a Oor-%ondres& 1*>?"& pp0 ./& .*& 1/>& 1,,0
acontecera& algo Fue envolvia a salvação de sua alma0 6 idAia de Fue se tratava de um nascimento espiritual s l5e ocorreu aps ficar saendo o Fue outra pessoa dissera N sua mul5er0 9oi depois dessa indicação& vinda de uma pessoa autori7ada& Fue ele viveu& conscientemente& a eHperi@ncia da presença do Cristo e& finalmente& tr@s anos mais tarde& a eHperi@ncia da lu7 sorenatural na Fual se an5avam tanto a sua alma Fuanto seu corpo02 Vm psiclogo teria muitas coisas interessantes a di7er sore a significação profunda dessa eHperi@ncia0 Por sua ve7& o 5istoriador das religiSes oservará Fue o caso do comerciante americano ilustra admiravelmente a situação do 5omem moderno& Fue se acredita J ou se Fuer J arreligioso nele o sentimento religioso da eHist@ncia foi recalcado& ou refugiou-se& nas 7onas inconscientes da vida ps:Fuica0 Gra& como di7 o professor C0 0 Uung& o inconsciente A sempre religioso0 'eria poss:vel discorrer longamente sore o aparente desaparecimento do sentimento religioso no 5omem moderno& mais precisamente sore a ocultação da religiosidade nas regiSes profundas da psiFue0 )as esse A um prolema Fue ultrapassa nossos propsitos0? )in5a intenção A desenvolver um comentário 5istricoreligioso sore a eHperi@ncia espont#nea da lu7 interior0 G eHemplo Fue acao de citar nos fa7 entrar& de imediato& no cerne do prolema acaamos de ver como o encontro com a lu7 J muito emora em son5o J acaa por mudar radicalmente uma eHist@ncia 5umana& arindo-a para o mundo do (sp:rito0 Gra& todas as eHperi@ncias de lu7 sorenatural apresentam esse denominador comum Fuem passa por tal eHperi@ncia sofre uma mutação ontolgica adFuire outro modo de ser& Fue l5e permite ter acesso ao mundo do esp:rito0 G Fue significam realmente a mutação ontolgica do indiv:duo e o esp:rito ao Fual ele tem agora acesso constitui outro prolema em diferente& Fue discutiremos depois0 Ten5amos em mente& por ora& o seguinte fato mesmo em um eHtremo-ocidental do sAculo WIW& o encontro com a lu7 indica um novo nascimento espiritual0 (sse eHemplo não A isolado0 (Histem muitos casos semel5antes e terei a oportunidade de citar alguns deles0 )as A como 5istoriador das religiSes Fue aordo esse assunto0 Cumpre& pois& saer preliminarmente Fuais são as significaçSes da lu7 interior ou sorenatural nas diferentes tradiçSes religiosas0 G assunto A imenso4 forçoso A& pois& limitarmo-nos0 Vm estudo satisfatrio dos valores religiosos da lu7 interior compreenderia não somente o eHame atento de todas as variedades de tais eHperi@ncias& mas tamAm a eHposição dos rituais e& soretudo& das diversas mitologias da %u70 Pois são as ideologias religiosas Fue Eustificam e& afinal de contas& validam as eHperi@ncias m:sticas0 =a medida do poss:vel& irei esforçar-me por relemrar sucintamente os conteHtos ideolgicos das diferentes eHperi@ncias de lu7 em certas grandes religiSes0 )as numerosos aspectos serão omitidos0 =ão falarei das mitologias da %u7& nem dos mitos solares& nem das lu7es ou fogos rituais0 Tampouco falarei da significação religiosa da lu7 lunar ou do rel#mpago& emora todas essas epifanias luminosas ten5am grande import#ncia para nosso tema0 Qaumanek L soretudo a mitologia J ou& antes& a metaf:sica J do rel#mpago Fue nos interessa0 6 instantaneidade da iluminação espiritual foi comparada& em grande nXmero de religiSes& ao rel#mpago0 )ais ainda ao rusco lampeEo do raio Fue rasga as trevas atriuiu-se o valor 2 Gserve-se ? Cf0
a freFu@ncia do nXmero tr@s0 nosso livro Da$ 2-ilig- un# #a$ /roBan- !RoYo5lt Deutsc5e (n7<lopZdie& [amurgo& 1*>,"0
de um %$t-riu% tr-%-n#u% Fue& ao transfigurar o mundo& enc5e a alma de terror sagrado0 Considera-se Fue as pessoas mortas pelo raio foram arreatadas para o CAu pelos deuses da tempestade& e seus restos são venerados como rel:Fuias0 6 pessoa Fue sorevive N eH peri@ncia do raio muda completamente4 na verdade& começa uma nova eHist@ncia& A um 5omem novo0 Vm iacuto Fue& atingido por um raio& escapou ileso contou Fue o Deus descera do cAu& l5e retal5ara o corpo e depois o ressuscitara J e aps essa morte e essa ressurreição iniciáticas& ele se tornou Hamã0 6gora& acrescentou& veEo o Fue acontece em torno de mim atA uma dist#ncia de trinta verstas0 \ L interessante Fue& nesse eHemplo de iniciação espont#nea& o tema em con5ecido da morte e da ressurreição A acompan5ado e completado pelo motivo da iluminação sXita4 a lu7 cegante do rel#mpago provoca a transmutação espiritual atravAs da Fual o 5omem adFuire o poder da visão0 er a uma dist#ncia de trinta verstas A a frmula tradicional do Hamanismo sieriano para eHprimir a clarivid@ncia0 Gra& esse tipo de clarivid@ncia A& entre os esFuims& resultado de uma eHperi@ncia m:stica c5amada rel#mpago ou iluminação =au%an-Z>& sem a Fual ninguAm pode tornar-se Hamã0 'egundo as informaçSes dos Hamãs esFuims igluliFue& recol5idas por Rasmussen& o au%an-Z consiste numa lu7 misteriosa Fue o Hamã sente suitamente em seu corpo& no interior de sua caeça& no centro do seu cArero& um farol ineHplicável& um fogo luminoso Fue dá a capacidade de enHergar no escuro& em sentido prprio e figurado& pois então ele consegue& mesmo com os ol5os fec5ados& ver atravAs das trevas e perceer coisas e acontecimentos futuros& ocultos para os outros seres 5umanos4 ele pode& assim& con5ecer tanto o futuro Fuanto os segredos dos outros0> uando o noviço eHperimenta pela primeira ve7 essa lu7 m:stica& A como se a caana em Fue ele se encontra se erguesse de repente4 ele enHerga a grande dist#ncia& atravAs das montan5as& eHatamente como se a Terra fosse uma grande plan:cie& e seus ol5os tocam os confins da Terra0 =ada mais se oculta diante dele0 (le não s tem condiçSes de enHergar muito longe& como tamAm pode descorir as almas Fue partiram& esteEam elas guardadas& escondidas em estran5as regiSes long:nFuas& ou ten5am sido levadas para o alto ou para aiHo& para o pa:s dos mortos0/ Consideremos os pontos essenciais dessa eHperi@ncia de iluminação m:stica a> resultado de longa preparação& mas sempre c5ega de repente& como um rel#mpago4 "> trata-se de uma lu7 interior& sentida no corpo inteiro& mas soretudo na caeça4 > Fuando A eHperimentada pela primeira ve7& vem acompan5ada por uma espAcie de ascensão4 #> tratase& ao mesmo tempo& de visão a dist#ncia e de clarivid@ncia o Hamã enHerga por todos os lados e muito longe& mas tamAm percee entidades invis:veis !as almas dos doentes& os esp:ritos" e v@ atA mesmo os acontecimentos futuros0 6crescentemos Fue o au%an-Z está intimamente ligado a um outro eHerc:cio espiritual especificamente Ham#nico& Fue A o poder de contemplar seu prprio corpo redu7ido ao estado de esFueleto0 (ssa A outra maneira de di7er Fue o Hamã A capa7 de ver o Fue está momentaneamente invis:vel0 Pode-se entender por isto Fue ele v@ como os raios W& atravAs da carne& ou Fue ele v@& muito longe no futuro& aFuilo em Fue se transformará seu corpo depois da morte0 'eEa lá o Fue for& esse poder tamAm A uma espAcie de clarivid@ncia possiilitada pela iluminação0 ConvAm insistir neste ponto emora \ C0
]0 ^senofontov& L-g-n# i ra$Za4i o $!a%ana! u aZuto,& "urat i tungu$o, !2ª ed0& )oscou& 1*?+"& pp0 ,/ ss0 > Rasmussen& citado em nosso livro L- C!a%ani$%- !Paris& 1*>1"& p0 /*0 / Rasmussen& in L- C!a%ani$%-& p0 ,10
eHperimentada como lu7 interior e sentida como um fen_meno luminoso no sentido Fuase f:sico da palavra& a iluminação confere ao Hamã esFuim simultaneamente faculdades paragn_micas e um con5ecimento de ordem m:stica0 A “luz solidificada” 'eria tentador passar dessa eHperi@ncia Ham#nica ao estudo da concepção 5indu da lu7 interior0 (ncontrar-se-ia a mesma relação :ntima entre eHperi@ncia da lu7& gnose e eHtrapolação da condição 5umana0 )as gostaria de me deter um instante nesse outro grupo de fatos relativos Ns sociedades arcaicas& em especial na iniciação dos %-#iin-<%-n australianos0 =ão con5eço eHemplos australianos comparáveis N iluminação dos Hamãs igluliFues& mas essa car@ncia talve7 se deva ao fato de con5ecermos mal os %-#iin-<%-n australianos0 =o entanto& temos o direito de compará-los aos Hamãs sierianos e árticos4 não s suas respectivas iniciaçSes t@m vários pontos em comum& como tanto uns Fuanto outros são tidos como possuidores de poderes parapsicolgicos semel5antes camin5am sore o fogo& desaparecem e reaparecem N vontade& são clarividentes& são capa7es de ler os pensamentos dos outros etc0, Gra& nos rituais iniciáticos dos %-#iin-<%-n australianos& a lu7 m:stica desempen5a papel importante0 O$ %-#iin-<%-n imaginam $aiame& mestre da iniciação& como um ser parecido em tudo com os outros mágicos& com eHceção da lu7 Fue se irradia de seus ol5os0. (m outras palavras& sentem uma relação entre a condição de um 'er sorenatural e a superaund#ncia de lu70 $aiame reali7a a iniciação dos Eovens candidatos aspergindo-os com uma água sagrada e poderosa Fue& como di7em os %-#iin-<%-n& A Fuart7o liF`efeito0* G Fuart7o desempen5a um papel considerável nas iniciaçSes0 6credita-se Fue o nefito A morto por um 'er sorenatural& cortado em pedaços e rec5eado com cristais de roc5a4 ao voltar N vida& A capa7 de ver os esp:ritos& ler o pensamento dos outros& voar para o CAu& ficar invis:vel etc0 raças aos cristais de roc5a Fue fec5am seu corpo e& soretudo& sua caeça& o %-#iin-<%an desfruta de um modo de ser diferente do restante dos mortais0 (sse prest:gio eHtraordinário do Fuart7o se deve N sua origem celeste0 G trono de $aiame A feito de cristais& e o prprio $aiame deiHa cair na Terra fragmentos Fue se desprendem desse trono01+ (m outras palavras& supSe-se Fue os cristais caiam da aada celeste4 de alguma forma& são lu7 solidificada0 De fato& os daiaFues mar:timos c5amam os cristais de pedras-lu70 11 (ssa lu7 solidificada no Fuart7o A considerada sorenatural torna o %-#iin-<%an capa7 de ver as almas& mesmo a dist#ncias muito grandes !por eHemplo& Fuando a alma de um doente está perdida na mata ou foi arreatada pelos dem_nios"0 )ais ainda graças aos cristais& os %-#iin-<%-n são capa7es de voar para o CAu J crença verificada tamAm na 6mArica do =orte012 er a uma grande dist#ncia& suir ao CAu& ver entidades espirituais !almas dos mortos& dem_nios& deuses"& tudo isso A o mesmo Fue di7er& em Xltima análise& Fue o , Cf0
%-#iin-<%an não A mais cativo do Vniverso do 5omem profano& Fue ele compartil5a da condição dos 'eres superiores0 (le conFuista essa condição privilegiada graças a uma morte iniciática& durante a Fual A rec5eado de sust#ncias consideradas lu7 solidificada Fuando de sua ressurreição m:stica& pode-se di7er Fue ele está mergul5ado interiormente numa lu7 sorenatural0 Desta forma& encontramos nos %-#iin-<%-n australianos a mesma ligação :ntima entre lu7 espiritual& gnose& ascensão& clarivid@ncia e faculdades metagn_micas Fue encontramos nos Hamãs esFuims J mas o elemento Fue nos interessa& a lu7 espiritual& tem um valor completamente diferente0 G nefito australiano não A origado a eHperimentar uma iluminação comparável ao au%an-Z do Hamã esFuim ele recee a lu7 sorenatural diretamente no corpo& so a forma de cristais de roc5a0 =ão se trata& portanto& de uma eHperi@ncia m:stica de lu7 J mas de uma morte iniciática& durante a Fual o corpo do noviço A rec5eado de cristais& s:molo da lu7 celeste e divina0 =este caso& estamos diante de um ritual de estrutura eHtática4 emora morto e cortado em pedaços& o noviço v@ o Fue está l5e acontecendo v@ os 'eres sorenaturais enc5erem-l5e o corpo com Fuart7o e& ao voltar N vida& possui mais ou menos os poderes otidos pelo Hamã esFuim depois da iluminação0 6 t_nica está no ritual efetuado pelos 'eres sorenaturais& ao passo Fue a iluminação do Hamã esFuim A uma eHperi@ncia otida na solidão e resultante de uma longa ascese0 )as& repetindo& as conseFu@ncias dos dois tipos de iniciação são eFuiparáveis o Hamã esFuim& como o %-#iin-<%an australiano& A um 5omem novo& Fue v@& compreende e con5ece de maneira sorenatural& e A capa7 de fa7er coisas sore-5umanas0 Índia: a luz e o ātman =as religiSes e filosofias 5indus J como& aliás& era de se esperar J a m:stica da %u7 A muito mais compleHa0 [á& antes de tudo& a idAia ásica de Fue a lu7 A criadora0 6 %u7 A procriação =otir praana%an>& di7 o Satapat!a 3r!]%ana !III& ,& 2& 1/-1,"0 (la A o poder procriador !Taittiria Sa%!it& III& 1& 1& 1"0 Uá o Rig eda !I& 11>& 1" afirmava Fue o 'ol A a ida ou tman J o 'i-mesmo J de todas as coisas0 Gs Vpanisads insistem principalmente neste tema o ser se manifesta pela %u7 pura e o 5omem toma con5ecimento do ser pela eHperi@ncia da %u7 sorenatural0 Gra& di7 a C5ndog condu7e-me ao ser =$ai>& da escuridão condu7e-me N lu7 !ta%a$o %] otir ga%aa "& da morte condu7e-me N imortalidade0 6 lu7 A portanto id@ntica ao ser e N imortalidade0 G C!]n#oga p. !III& 1,& ," cita dois versos rigvAdicos nos Fuais se fala da contemplação da %u7 Fue ril5a mais alto Fue o cAu e acrescenta Contemplando !essa" %u7 6lt:ssima& alAm das Trevas& atingimos o 'ol& deus entre os deuses000 'egundo a famosa eHpressão da 3r!a#]ranaZa p. !I& ?& ,"&