THE UNSEEN REALM RECOVERING THE SUPERNATURAL WORLDVIEW OF THE BIBLE O REINO INVISÍVEL RECUPERANDO A VISÃO SOBRENATURAL S OBRENATURAL DA BÍBLIA ATENÇÃO ESTA É UMA TRADUÇÃO NÃO OFICIAL PARA A LÍNGUA L ÍNGUA PORTUGUESA DO LIVRO “THE UNSEEN REALM” DO DR. MICHAEL S. HEISER PARA MAIORES INFORMAÇÕES, FAVOR VISITAR O SITE DELE EM http://drmsh.com/ O link abaixo leva diretamente ao Currículo dele: http://drmsh.com/wp-content/uploads/2013/05/MHeiserCV.pdf Este é um projeto do desenvolvedor do site efesios612.com OBS: Favor não distribuir esta tradução sem autorização do autor, pois se trata de um trabalho de 15 anos do Dr. Heiser. Sem mais, espero que essa obra possa nos instruir ainda mais, muito mais, neste livro maravilhoso, o livro de Deus, o livro de nossas nos sas vidas, a Bíblia. QUE A SUA JORNADA SE TÃO MARAVILHOSA QUANTO A MINHA 1
Os estudiosos discordam sobre que tipo de entidade os shedim eram. Mas seja qual for o correto entendimento do que seriam os shedim, eles não eram peças de madeira ou pedra. Os estudiosos da primeira carta de Paulo aos Coríntios sabem que, nos alertas que o apóstolo dá sobre não terem relações com demônios (1 Cor 10:20), os comentários de Paulo seguem a história dos Israelitas descrita em Deuteronômio 32. Ele alerta aos crentes contra o relacionamento com demônios como base para a falha de Israel ao adorar outros deuses. Paulo usa a palavra daimonion, umas das palavras frequentemente usadas no NT para seres espirituais maléficos, para traduzir o shedim de Deuteronômio 32:17. Paulo conhecia sua Bíblia Hebraica e não negava a realidade dos shedim, que são os elohim. “NÃO HÁ NINGUÉM ALÉM DE MIM”? Outra estratégia desviada é argumentar que as afirmações no VT que têm Deus dizendo: “não há ninguém além de mim” significa que não existem outros elohim. Esse não é o caso. Essas frases não contradizem o Salmo 82 ou outros que, por exemplo, dizem que Yahweh está acima de todos os elohim ou é o “Deus dos deuses (elohim ( elohim).” ).” Escrevi muito sobre esse assunto, ele foi o foco da minha dissertação de doutorado. Essas “afirmações de negação”, como são chamadas pelos estudiosos, não afirmam que não existem outros elohim. Na verdade, algumas delas são encontradas em capítulos onde a realidade dos outros elohim são afirmadas. Já vimos que Deuteronômio 32:17 se refere aos elohim que Paulo acreditava que existiam. Deuteronômio 32:8-9 também se refere aos filhos de Deus. Deuteronômio 4:19-20 é paralela à essa mensagem, e ainda temos Deuteronômio 4:35 dizendo que não há deus além de Yahweh. Será que as Escrituras estão cheias de contradição? Não. Essas “afirmações de negação” não negam que outros elohim existam. Ao invés disso, elas dizem que nenhum outro o utro elohim se compara à Yahweh. Elas são afirmações de incomparabilidade. Esse ponto é facilmente ilustrado ao notar onde mais a mesma linguagem de negação aparece na Bíblia. Isaías 47:8 e Sofonias 2:15 têm, respectivamente Babilônia e Nínive dizendo: “não há ninguém além de 27
mim”. Temos que entender aqui que essa frase declara que nenhuma outra cidade existe além de Babilônia e Nínive? Isso seria um absurdo. O foco da afirmação é de que Babilônia e Nínive consideravam a si mesmas incomparáveis, pois nenhuma outra cidade era como elas. Esse é precisamente o entendimento quando usamos as mesmas frases para outros deuses, pois eles não se comparam a Yahweh. A Bíblia não se contradiz a si mesma nesse ponto. Aqueles que querem argumentar de que os outros elohim não existem, provavelmente não estão sintonizados com a visão sobrenatural dos escritores bíblicos. EXAMINANDO A LÓGICA A negação de que os outros elohim existem, insulta a sinceridade dos escritores bíblicos e a glória de Deus. Qual a coerência em se dizer que os versículos exaltando a superioridade de Yahweh sobre todos os elohim elohim (Salmos 97:9) na verdade estaria nos falando que Yahweh é maior do que seres que não existem? Onde está a glória de Deus nas passagens que mostram os outros elim a adorar Yahweh (Salmos 29:12) quando os escritores não acreditavam que esses seres eram reais? Será S erá que os escritores foram inspirados a mentir ou fazer uma pegadinha conosco? Dar-nos uma teologia sem s em sentido? Aos meus ouvidos, isso é zombar de Deus ao dizer: d izer: “Tu és maior do que algo algo que não existe”. Parece Parece meu cachorro cachorro a dizer: dizer: “Dentre os seres que todos nós sabemos que não existem, não há nenhum como Yahweh” é o equivalente equivalente a comparar Yahweh como o Homem-Aranha ou Bob Esponja. Isso reduz o louvor a uma risadinha. Por que o Espírito Santo iria inspirar algo tão sem sentido? MAL ENTENDIMENTO DA IDOLATRIA Os profetas bíblicos amam fazer piada sobre a fabricação de ídolos. Parece tão estúpido esculpir a forma de um ídolo em e m madeira ou pedra, ou fazer um de barro e depois adorá-lo. Mas as pessoas da antiguidade não acreditavam que seus deuses eram verdadeiramente imagens de pedra ou madeira. Não estamos sintonizados com os escritores bíblicos se pensarmos dessa forma. 28
O que os adoradores de ídolos da antiguidade acreditavam era que os objetos que eles faziam eram habitados pelos seus deles. É por isso que eles realizavam re alizavam cerimônias para “abrir a boca” da estátua. A boa (e as narinas) deveriam ser ritualmente abertas para o espírito da deidade entrar ali e ocupar aquela estátua, uma noção inspirada pela ideia de alguém precisa pr ecisa respirar para viver. O ídolo primeiramente teria que ser animado pela presença espiritual verdadeira da entidade. Uma vez que isso fosse feito, a entidade era localizada para ser adorada e negociada. Isso é facilmente provado através de textos antigos. Existem histórias, por exemplo, de ídolos sendo destruídos. Não há nenhuma sensação de medo nessas histórias pela morte do deus. Ao invés disso, só existia a necessidade em se fazer f azer outro ídolo. Os alertas de Paulo em 1 Coríntios 10:18-22, já comentados anteriormente, refletem esse pensamento. Logo no início da carta, ele diz aos Coríntios que um ídolo não tem poder e era, em si mesmo, nada (1 Cor 8:4). Enquanto os gentios possuíam outros senhores e deuses, para os crentes só havia um verdadeiro Deus. Mas no capítulo 10, ele deixa claro que também sabia que os sacrifícios a ídolos eram, na verdade, sacrifícios a demônios, membros maléficos do mundo espiritual. E SOBRE JESUS? Os leitores do Salmo 82 também mostram uma específica pergunta sobre Jesus. Se existem outros filhos divinos de Deus, o que fazemos com a descrição de Jesus como “unigênito” filho de Deus (João 1:14; 18; 3:16; 1 João 4:9)? Como Jesus poderia ser o único filho divino quando ali haviam outros? “Unigênito” é uma tradução confusa infelizmente, especialmente aos ouvidos modernos. A tradução “unigênito” não apenas parece contradizer as óbvias afirmações do VT sobre os outros filhos de Deus, ela implica que em algum tempo atrás o Filho não existia, que ele teve um início. 29
A palavra grega traduzida nessa frase é monogenes. Ela não significa “unigênito” no sentido de d e “nascimento”. A confusão vem de um antigo desentendimento da raiz da palavra grega. Por Po r anos o monogenes foi ensinado como derivado de dois termos gregos, monos (“único”) e gennao (“gerar, carregar”). Os estudiosos gregos mais tarde descobriram que a segunda parte da palavra monogenes não veio do verbo grego gennao, mas do substantivo genos (“classe, tipo”). O termo literalmente significa “o de uma classe” ou “único”, sem a conotação de uma origem criada. Consequentemente, uma vez que Jesus é, em verdade, identificado com Yahweh e também está com Yahweh, único dentre os elohim que servem a Deus, então o termo monogenes não contradiz a linguagem do VT. A validade desse entendimento nasce do próprio NT. Em Hebreus 11:17, Isaque é chamado de o monogenes de Abraão. Se você conhece seu VT, você sabe que Isaque não era o filho “unigênito” de Abraão. Abraão já havia sido pai de Ismael (Gên 16:15; 21:3). O termo significa que Isaque era um filho único, pois ele era o filho fi lho da aliança da promessa. A linhagem genealógica de Isaque seria aquela que traria o Messias. Assim como Yahweh é um elohim, e nenhum outro elohim é Yahweh, então Jesus é o filho único, e nenhum outro filho de Deus é como ele. Já encontramos muito material que precisa de uma explicação cuidadosa, e ainda mal começamos essa épica história. Os filhos de Deus viram como Deus preparou as fundações da terra (Jó 38:7). Agora vamos ver, como eles o fizeram a muito tempo atrás, exatamente o que o Criador deles estava fazendo.
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CAPÍTULO 05 ASSIM NA NA TERRA, COMO COMO NO CÉU O dito “assim na terra, como no céu” é familiar aos cristãos. cris tãos. Ele é parte da oração do Pai Nosso (Mateus 6:9-15). Nessa oração, aprendemos o que o dito significa: “venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade” (6:10). O reino de Deus é o governo de Deus. Deus deseja governar sobre tudo o que Ele criou: o reino espiritual invisível e o reino terreno visível. Ele assim o fará em ambos os domínios. Nos próximos três capítulos, explicarei como os antigos escritores bíblicos originalmente concebiam esse reinado desde o início da criação. Iremos descobrir muitas coisas sobre o verdadeiro foco da Bíblia, seu centro teológico, se assim entender. Gostaria de colocar dessa forma: A história da Bíblia é sobre o desejo de Deus, e seu governo, sobre os reinos que Ele criou, visível e invisível, através das imagens que Ele criou, humanas e não humanas. Essa agenda divina está em andamento em ambos os reinos, concomitantemente. O termo imagem como me refiro, pode parecer estranho. Mais tarde nesse capítulo explicarei melhor o que quero dizer. d izer. A parte da história que mais conhecemos é aquela na qual estamos inseridos, o visível mundo terrestre. Naturalmente, essa é a que atrai a maior atenção dos pastores e teólogos. O reino invisível é regularmente esquecido, ou apenas mostrado em relação a Deus, Jesus e o Espírito Santo. Os dois reinos não são mutualmente exclusivos ou periféricos entre si; eles estão integralmente conectados, projetados assim. Esse ponto é telegrafado desde d esde cedo na história bíblica. CRIADOR OU CRIADORES? O “assim na Terra, como no céu”, é uma ideia muito mais antiga do que a oração do Pai Nosso. Ela começa em Gênesis. O primeiro capítulo de Gênesis é facilmente mal interpretado por aqueles que q ue ainda não entenderam o habitat original de Deus e sua família, o conselho 31
divino. Note cuidadosamente a ênfase que negrito que coloquei em Gênesis 1:26-28: Então Deus determinou: “ Façamos o ser humano à nossa imagem, de acordo com a nossa semelhança. Dominem eles sobre os peixes do mar, m ar, sobre as aves a ves do céu, c éu, sobre os grandes animais e todas as feras da terra, e sobre todos os pequenos seres viventes que se movem rente ao chão!” 27 Deus, portanto, criou os seres humanos à sua imagem, à imagem de Deus os criou: macho e fêmea os criou. 28 Deus os abençoou e lhes ordenou: “Sede férteis e multiplicai-vos! Povoai e sujeitai toda a terra; dominai sobre sobre os peixes do mar, sobre sobre as aves do céu e sobre todo animal que rasteja sobre a terra!” Muitos leitores da Bíblia veem os pronomes no plural (nossa; nós) nós) com curiosidade. Eles sugerem que os plurais se referem à Trindade, mas uma pesquisa técnica na gramática hebraica e sua exegese tem mostrado que a Trindade não é uma explicação coerente. A solução é muito mais complexa, uma que um antigo israelita rapidamente poderia compreender. O que temos é uma só s ó pessoa (Deus) se dirigindo a um grupo, os membros do conselho divino. É como se eu entrasse numa sala de amigos e dissesse: diss esse: “Ei, vamos pedir uma pizza!” Sou eu quem está falando. Um grupo está ouvindo o que estou falando. De maneira similar, Deus vai até o conselho divino com um grande anúncio: “Vamos criar a humanidade!” Mas se Deus está falando para o seu conselho divino aqui, isso sugeriria que a humanidade fora criada por mais de um elohim? elohim? Teria a criação da humanidade sido o projeto de grupo? Não. Voltando ao meu exemplo da pizza: se eu é quem vai pagar pela pizza, realizando o plano depois de anuncia-lo, então eu sou o responsável tanto pela inspiração quanto pela iniciativa de todo o projeto. É assim que Gênesis 1:26 funciona. Gênesis 1:27 nos diz claramente que só o próprio Deus cria. No hebraico, todos os verbos de criação na passagem estão na forma singular: “ Deus, “ Deus, portanto, criou os seres humanos à sua imagem, à imagem de Deus os criou”. Os outros membros do conselho não 32
participaram da criação da humanidade. Eles assistiram, assim como quando Deus fez as fundações da Terra (Jó 38:7). Vocês devem estar se perguntando nesse ponto por que a linguagem muda do plural no versículo 26 (“ Façamos (“ Façamos o ser humano à nossa imagem, de acordo com a nossa semelhança”) para o singular no versículo 27 (“Deus, portanto, criou os seres humanos à sua imagem, sua imagem, à imagem de Deus os criou”). Será que a Bíblia se contradiz a si mesma? Não. Mas entender essa mudança requer compreender o que essa linguagem de “imagem” significa. IMAGEM OU SEMELHANÇA? SE MELHANÇA? Identificar a natureza da imagem divina tem preocupado estudantes e pastores por muito tempo. Há chances de vocês já terem ouvido um ou dois sermões sobre o assunto. Aposto que já ouviram algo sobre a imagem de Deus semelhante se melhante a essa lista:
Inteligência Habilidade racional Emoções Habilidade de comunhão com Deus Autoconsciência (senescência) Habilidade de linguagem / comunicação A presença de uma alma alma ou espírito (ou ambos) ambos) A consciência Livre arbítrio
Todas essas coisas soam como possibilidades, mas elas não são. A imagem de Deus não significa nenhuma dessas coisas. Se assim o fosse, então os crentes na Bíblia deveriam abandonar a ideia da santidade da vida humana no útero. Essa afirmativa talvez possa te sacudir, mas ela é evidente, uma vez que você considere essa lista à luz de como as Escrituras falam sobre a imagem de Deus. Gênesis nos ensina muitas coisas sobre a imagem de Deus, o que chamo de “geração da imagem divina”. Tudo o que aprendemos do texto 33
deve ser levado em conta em todas as discussões sobre o significado da imagem. 1. Tanto homem quando mulher são igualmente incluídos. 2. A geração da imagem divina é o que faz a humanidade ser diferente do resto da criação terrena (isto é, plantas e animais). O texto de Gênesis 1:26 não nos informa que a geração da imagem divina nos faz diferentes dos seres celestiais, aqueles filhos de Deus os quais já existiam no período da criação. Os plurais em Gênesis 1:26 significam isso, de alguma forma, compartilhamos algo com eles quando em relação à geração da imagem de Deus. 3. Existe algo sobre a imagem que faz a humanidade ser “como” Deus de alguma maneira. 4. Não há nada no texto que sugere suge re que a imagem tenha sido ou possa ser outorgada para incrementá-la ou piorá-la. Ou você foi criado à imagem de Deus ou não. Não se pode falar de um ser parcialmente ou potencialmente a imagem de Deus. Dentre a lista das respostas propostas sobre os significados da imagem, estão um número de habilidades ou propriedades ou propriedades:: inteligência, raciocínio, habilidades, emoções, comunhão com Deus, autoconsciência, capacidade de se comunicar / linguagem e livre arbítrio. O problema em se definir a imagem por quaisquer dessas qualidades é que, por um lado, seres não-humanos como os animais possuem algumas dessas habilidades, embora não no mesmo nível dos humanos. Se qualquer animal em qualquer lugar, seja em que tempo for, tiver aprendido qualquer coisa contrária ao instinto, ou se comunicar de forma inteligente (conosco ou dentro de d e sua espécie), ou mostrar uma resposta emocional (novamente para nós ou outra criatura), esses itens devem entrar na criação da imagem. Sabemos que certos animais possuem essas habilidades, pois há pesquisas cuidadosamente conduzidas no campo da cognição animal. A inteligência artificial está perto de resultados similares. E se inteligência extraterrestre for descoberta, também poderá destruir tais definições. 34
Definir a criação da imagem como quaisquer atividades é algo errado. Isso me leva de volta à minha afirmação pró vida. A posição pró vida é baseada na proposição de que a vida humana (e dessa maneira, a pessoalidade) começa na concepção (o momento em que o óvulo é fertilizado pelo espermatozoide). O zigoto unicelular dentro do útero feminino, os quais os pró vida acreditam ser uma pessoa humana, não é autoconsciente; não tem inteligência, processos de pensamento racional, ou emoções; ele não pode falar ou se comunicar; e não pode ter comunhão com Deus ou orar; e ele não pode exercer seu arbítrio ou responder à consciência. Se vocês desejam argumentar de que essas coisas estão ali de forma potencial, forma potencial, então isso significa que ali existem só uma pessoa em potencial. E na verdade essa é a posição dos pró-escolha. Pessoalidade potencial não é uma pessoalidade real. Esse tipo de pensamento leva a entender que o aborto não é um assassinato até que a pessoalidade seja alcançada, e é assim que quase todos os pró-escolha iriam certamente considerar acontecer só após o nascimento. Até mesmo a ideia da alma falha nos testes da existência e da singularidade. Essa noção é derivada do tradicional pensamento de Gênesis 2:7 na versão do Rei James da Bíblia (“e o homem se tornou uma alma vivente”). A palavra hebraica para “alma” é nephesh. De acordo com a Bíblia, os animais também possuem nephesh. Por exemplo, em Gênesis 1:20, quando lemos que Deus fez bandos de “criaturas vivas”, o texto hebraico sobre “criaturas” é nephesh. Gênesis 1:30 nos fala que os “nephesh viventes” nephesh viventes” são os animais. O termo nephesh nessas passagens significa vida consciente ou vida animada (o oposto a algo como a vida de uma planta). Os humanos compartilham uma consciência básica com certos animais, embora a natureza dessa consciência varie amplamente. Também não podemos apelar ao ser espiritual como significado da imagem criada. A palavra nephesh que mostramos é usada de maneira intercambiável com a palavra hebraica para espírito ( ruach). ruach). Temos exemplos disso em 1 Samuel 1:15 e Jó 7:11. Amos os termos falam sobre uma vida interior onde o pensamento, a razão e as emoções acontecem, junto com seu uso em atividades como orar e tomar decisões. O ponto é que o VT não faz distinção entre alma e espírito. Todas essas 35
qualidades associadas com o espírito requerem função cognitiva, e dessa d essa forma não são relevantes até que a formação do cérebro (e seu uso) no feto. Então como vamos entender a criação da imagem divina de maneira que ela não se tropece sobre esses problemas e ainda assim se alinhe com a descrição de Gênesis? A gramática hebraica é a chave. O “pulo do gato” é o significado da preposição à em respeito à frase “à “à imagem de Deus”. Em português usamos a preposição à para denotarmos muitas ideias diferentes. diferentes. Isso é, à nem sempre significa a mesma coisa quando a usamos. Por exemplo, se eu disser: “coloque as louças à pia”, estou usando a preposição para denotar localização. Se eu disser: “Quebre o espelho aos pedaços”, estou usando o aos para denotar o resultado de uma ação. Se eu disser: “Eu trabalho à educação”, estou usando a preposição para denotar que trabalho como um professor ou agende educacional. Esse último exemplo nos direciona ao que a preposição hebraica traduzida como à significa em Gênesis 1:26. A humanidade foi criada como a imagem de Deus. Se pensarmos nessa criação como um verbo ou função, essa tradução faz sentido. Fomos criados à imagem de Deus, para sermos a sua imagem. Isso é o que somos por definição. A imagem não é uma habilidade que temos, mas um status. Somos os representantes de Deus na terra. Ser terra. Ser humano é ser a imagem de Deus. É por isso que Gênesis 1:26-27 é seguido pelo que os teólogos chamam de “mandato de domínio” no versículo 28. Esse versículo nos informa que Deus deseja que sejamos s ejamos Ele nesse planeta. Temos que criar mais imagens (“sede férteis e multiplicai-vos ... povoai”) para subjugar a terra se utilizar de suas fontes e manipulá-la para o benefício de todas as imagens humanas (“sujeitai...dominai”). ( “sujeitai...dominai”). AS DUAS FAMÍLIAS E CONSELHOS CONSELHOS DE DEUS Entendendo que somos a imagem de Deus na terra nos ajuda a absorver os plurais em Gênesis 1:26 e a mudança para a linguagem no singular no próximo versículo. Deus criou a humanidade sozinho para funcionarmos como seus administradores na terra. Mas ele também criou os outros elohim do reino invisível. Eles também são como Ele. Eles E les 36
realizam a Sua vontade naquele reino, agindo como seus representantes. Eles são o seu conselho celestial no mundo invisível. Nós somos o conselho e administração de Deus neste reino. Consequentemente, os plurais nos informam que ambas as famílias de Deus, a humana e a não humana, compartilham o status da imagem, embora os reinos sejam diferentes. Assim na terra, como no céu. Essa teologia bíblica configura um pensamento para entendermos outras passagens e conceitos em ambos os testamentos. A lógica da idolatria da qual falamos mais cedo se s e torna ainda mais irônica. Os humanos depois da queda recorrerão à fabricação de objetos de madeira e pedra que devem cerimonialmente animar para trazer a sua deidade para dentro do artefato. Mas desde o início, Deus criou as suas próprias imagens, a humanidade, homem e mulher. Seu desejo era o de viver entre eles, e para eles eles para governar e reinarmos reinarmos com Ele. Depois da queda esse plano não foi alterado. Eventualmente, Deus iria decidir habitar
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