MEUS POEMAS PREFERIDOS - MANUEL BANDEIRA AUTOR Manuel Bandeira – Recife – 1881 – Rio de janeiro – 1968. Estuda arquitetura na escola Politécnica em São Paulo Aos 19 anos, com tuberculose, vai para o sanatório de Clavadel, na Suíça. Foi professor de Literatura e pertenceu à Academia Brasileira de Letras. • • • •
MEUS POEMAS PREFERIDOS - MANUEL BANDEIRA • •
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A obra foi publicada em 1966 com poemas líricos de Bandeira. O livro traz 144 poemas retirados de 11 livros do poeta. Dentre os textos, 23 traduções (inclusive a ‘Oração de São Francisco). Dentre os principais assuntos podemos destacar a solidão, a dor e o medo da morte. O cotidiano de Santa Tereza, onde morava, aparece nos seus textos como crônicas marcadas por elementos sensoriais (visão, audição, tato, olfato, gustação).
CARACTERÍSTICAS DO AUTOR Uso do verso-arremate (ou Fiinda): é uma conclusão normalmente separada por travessão. Composições líricas tradicionais reconstituídas: o poeta reconstitui, por exemplo, cantigas de amor medievais. Referências explícitas a Portugal: o poeta reconhece sua ligação com a poesia portuguesa inclusive inclusive dedicando versos a poetas poetas como António Nobre e Camões. Camões. Influência do Parnasianismo e do Simbolismo. Como poeta modernista, Bandeira apresenta características marcantes: a liberdade formal e temática, a revolta contra o convencionalismo (Parnasianismo), a valorização do cotidiano, a expressão literária carregada de coloquialismos (linguagem simples do dia-a-dia), o domínio do verso livre, o contraponto entre as situações da realidade exterior e a interior, expressões antipoéticas). O passado, a infância, a confidência – herança do Romantismo. O tédio, a morte e a melancolia. A presença do popular e do folclórico. A fuga do espaço – o escapismo. A poesia erótico-sentimental. O cotidiano, a ternura e a solidariedade. O humor amargo. As experiências concretistas. •
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COMENTÁRIOS • •
Em seguida, pequenos comentários sobre alguns poemas de Bandeira. POEMETO ERÓTICO (retirado de ‘A cinza das horas).
POEMETO ERÓTICO "Teu corpo é tudo o que brilha Teu corpo é tudo o que cheira Rosa, flor de laranjeira Teu corpo, claro e perfeito Teu corpo de maravilha Quero possuí-lo no leito estreito da redondilha Teu corpo, branco e macio E' como um véu de noivado. Teu corpo é pomo doirado, ( fruto) Rosal queimado de estio (verão) Desfalecido em perfume Teu corpo é a brasa do lume Teu corpo é chama E flameja como à tarde os horizontes ( brilha) É puro como nas fontes a água clara que serpeja, (desliza ) Que em cantigas se derrama, volúpia da água e da chama ( prazer ) Teu corpo é tudo o que brilha, Teu corpo é tudo o que cheira. A todo momento o vejo Teu corpo, a única ilha no oceano do meu desejo."
Elementos fundamentais do poema •
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O autor compõe o texto usando estrofação irregular: há quadras, tercetos e versos isolados. Na estrutura temos um jogo j ogo de rimas alternadas e emparelhadas. Observe que o eu – lírico supõe a posse da amada através da poesia (possuir o corpo da amada no ‘leito estreito da redondilha’). Aparece, aqui, um dos elementos importantes da poética de Bandeira: o uso da metalinguagem. O uso das reticências sugere um clima sensual, com a aflição própria dos amantes. Note, também, a presença das sinestesias: teu corpo cheira, corpo branco e macio, pomo dourado. As metáforas comuns à paixão são aplicadas pelo poeta no texto. Isso ocorre quando afirma que o corpo da amada é chama, brasa, lume rosal queimado do estio. O jogo de sentimentos opostos, comuns ao sentimento amoroso, apresenta metáforas ligadas à água em oposição do fogo (o corpo da amada é puro como a água das fontes). O exagero, tão caro aos românticos, também surge no final do poema numa hipérbole expressiva: ‘Teu corpo... a única ilha/No oceano do meu desejo’.
OS SAPOS (retirado do livro Carnaval) Enfunando os papos, Saem da penumbra, Aos pulos, os sapos. A luz os deslumbra. Em ronco que aterra , (assusta ) Berra o sapo-boi: - "Meu pai foi à guerra!" - "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!". produz um som som parecido com alguém batendo num barril ) O sapo-tanoeiro , ( produz Parnasiano aguado, Diz: - "Meu cancioneiro É bem martelado.
Vede como primo Em comer os hiatos! Que arte! E nunca rimo Os termos cognatos . ( palavras palavras de raiz comum) O meu verso é bom Frumento sem joio. (trigo sem erva daninha ) Faço rimas com Consoantes de apoio. Vai por cinqüenta anos Que lhes dei a norma: Reduzi sem danos A fôrmas a forma. Clame a saparia Em críticas céticas: Não há mais poesia, poesia, Mas há artes poéticas..." Urra o sapo-boi: - "Meu pai foi rei!"- "Foi!" - "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!". Brada em um assomo (com irritação) O sapo-tanoeiro: - A grande arte é como Lavor de de joalheiro. (trabalho) Ou bem de estatuário. Tudo quanto é belo,
Tudo quanto é vário, Canta no martelo". Outros, sapos-pipas (Um mal em si cabe), Falam pelas tripas, - "Sei!" - "Não sabe!" - "Sabe!". Longe dessa grita, Lá onde mais densa A noite infinita Veste a sombra imensa; Lá, fugido ao mundo, Sem glória, sem fé, No perau profundo (abismo) E solitário, é Que soluças tu, Transido de frio, (gelado de frio ) Sapo-cururu (sapo comum, não parnasiano ) Da beira do rio...
Elementos fundamentais do poema •
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O poema é uma crítica aos parnasianos chamados aqui de sapos. Por quê? Porque o sapo produz sempre o mesmo som, num mesmo ritmo, tem sempre o mesmo cantar. Também o poeta parnasiano (segundo Bandeira) escreve sempre num mesmo ritmo, com um formalismo exagerado. O poema foi lido em 15 de fevereiro de 1922, na segunda noite da Semana de Arte Moderna, por Ronald Carvalho. O sapo-tanoeiro é uma caricatura do poeta-artesão – joalheiro ou estatuário (escultor) – que deseja martelar os seus versos para torná-los perfeitos conforme o modelo parnasiano. Lembrar que Bilac, em ‘Profissão de fé’, associa o trabalho do poeta ao do ourives, ressaltando o aspecto artesanal, detalhista e perfeccionista da concepção parnasiana de poesia. Bandeira critica o formalismo usando o mesmo expediente parnasiano ao dividir uma frase entre dois versos (o enjambement). É o caso de ‘Meu cancioneiro/É bem martelado’ ou ainda ‘E nunca rimo/os rimo/os termos cognatos’. cognatos’. É o mesmo caso das rimas ricas (entre palavras de classes gramaticais diferentes) caras aos parnasianos. Bandeira apresenta esse tipo de semelhança sonora em ‘bom’ e ‘com’ ou ‘boi’ e ‘foi’. ‘A grande arte é como/Lavor de joalheiro’ é uma referência ao poema de Bilac ‘Profissão de fé’. O trocadilho ‘Reduzi sem danos/A fôrmas a forma’ é uma ironia à rigidez parnasiana que reduzia a forma da poesia a um molde, molde, uma fôrma. ‘Enfunar’, no início do texto, está em sentido figurado: os sapos enchem os papos e os parnasianos parnasianos se enchem de vaidade. vaidade.
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Note a aliteração expressiva do p (desde o primeiro verso) sugerindo os pulos dos sapos. Os versos ‘Outros, sapos-pipas/(Um mal em si cabe)’ referem-se ao poeta gordo Emílio de Menezes.
O CACTO (do livro Libertinagem) Aquele cacto lembrava os gestos desesperados da estatuária: Laocoonte constrangido pelas serpentes, Ugolino e os filhos esfaimados. Evocava também o seco nordeste, carnaubais, caatingas... Era enorme, mesmo para esta terra de feracidades excepcionais. Um dia um tufão furibundo abateu-o pela raiz. O cacto tombou atravessado na rua, Quebrou os beirais do casario fronteiro, fr onteiro, Impediu o trânsito de bonde, automóveis, carroças, Arrebentou os cabos elétricos e durante vinte e quatro horas [privou a cidade de iluminação e energia: - Era belo, áspero, intratável.
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O cacto é uma alegoria dos sofrimentos a que a humanidade está submetida (a falta de liberdade, a fome, a violência). Associação entre o cacto e obras de arte que representam seres humanos submetidos à violência: Laocoonte: sacerdote troiano que foi morto, juntamente com seus dois filhos, por serpentes saídas saídas do mar. Ugolino: foi Conde de Pisa (1285). Morreu de fome junto com seus filhos e netos. O cacto tem um significado que se projeta no tempo e no espaço: relembra a Grécia, a Itália e também o nordeste brasileiro marcado pela fome, pela seca pela luta desesperada desesperada pela subsistência. subsistência. As imagens de impotência e imobilidade indicam que o cacto adquire uma simbologia universal uma vez que esses horrores existiram e ainda existem em qualquer tempo e lugar. O poema é marcado, portanto, por uma universalidade própria da arte clássica uma vez que a fome, a imobilidade e a impotência são conceitos que ultrapassam o tempo e o espaço e se projetam no universo mítico.
LAOCOONTE
HUGOLINO
PNEUMOTÓRAX (do livro Libertinagem) Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos. A vida inteira que podia ter sido e que não foi. Tosse, tosse, tosse. Mandou chamar o médico: — Diga trinta e três. — Trinta e três . . . trinta e três . . . trinta e três . . . — Respire. .......................................... ................................................................ ............................................ ............................................. ........................... — O senhor tem uma uma escavação escavação no pulmão esquerdo esquerdo e o pulmão pulmão direito infiltrado. — Então, doutor, não não é possível tentar tentar o pneumotórax? — Não. A única coisa coisa a fazer é tocar tocar um tango argentino. argentino. • •
Tema autobiográfico Tom coloquial e irônico
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O segundo verso poderia ser considerado como síntese da vida do poeta. O humor absurdo diante da morte sem remédio. Poema-piada típico do modernismo. O poema pode ser dividido em três partes: Primeira: a agonia do enfermo. O sofrimento é anunciado pelas aliterações dos fonemas /b/ e /p/ e /t/ e /d/ sugerindo o som da tosse e intensificado pela onomatopéia (Tosse, tosse, tosse). Segunda: o exame médico. Vemos a respiração entrecortada e a linha pontilhada marcando uma quebra na narrativa e na respiração (do doente e do leitor). Terceira: o diagnóstico. O doente se agarra a uma esperança mas o médico acha tudo inútil e recomenda que toque um tango argentino. Isso é um eufemismo (forma delicada de dizer, um abrandamento) para desenganar desenganar o paciente. A comicidade cruel: o médico usa as mesmas aliterações procurando imitar a tosse do enfermo ( tocar um tango argen tino).
VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA (do livro Libertinagem) Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura De tal modo inconseqüen i nconseqüente te Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente Vem a ser contraparente Da nora que eu nunca tive E como farei ginástica Andarei de bicicleta Montarei em burro brabo Subirei no pau-de-sebo Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado Deito na beira do rio Mando chamar a mãe-d'água Pra me contar as histórias Que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo É outra civilização Tem um processo seguro De impedir a concepção Tem telefone automático Tem alcalóide à vontade Tem prostitutas bonitas Para a gente namorar E quando eu estiver mais triste Mas triste de não ter jeito Quando de noite me der Vontade de me matar - Lá sou amigo do rei Terei a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada
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Bandeira constrói uma utopia com aquilo que lhe faltou na vida, sobretudo de menino doentio, afastado das brincadeiras mais exigentes fisicamente (montar em burro brabo, subir em pau de sebo) ou mais arriscadas para a sua saúde (tomar banhos de mar). Em sua autobiografia lírica – Itinerário de Pasárgada – Bandeira afirma ter lido esse nome num autor grego, identificando uma cidade da antiga Pérsia, fundada por Ciro. Percebemos, também, o desejo sexual – dominante no poema – e o desejo de objetos proibidos (a cocaína) ou então proibitivos (o telefone automático, de discar, que dispensava o trabalhoso auxílio da telefonista, era na época raro em países atrasados atrasados como o Brasil). Podemos observar a enumeração livre dos elementos que compõem Pasárgada – lugar ideal, de sonhos, lugar de desejos, onde a vida é o que deveria ser. Na segunda estrofe, vemos a enumeração caótica, sem seqüência lógica, dos elementos. Uso de linguagem simples e expressiva. “Ir-se embora pra Pasárgada” significa ingressar na vida comum, abandonar-se, ser livre. O poeta nos transmite por meio da fantasia seu desejo de libertação. O poema tem no ritmo apressado apressado e ofegante, dinâmico e violento dos seus seus versos o sabor das grandes libertações. Pasárgada é o mundo em que o poeta não é tísico (tuberculoso). É o grande sonho ou a grande esperança que está no mais fundo da alma do homem. Pasárgada é o paraíso do poeta. Lá ele tudo poderá. A mulher que desejava amar. Esta é a idéia principal. É a idéia dominante, que se repete em vários versos. A segunda idéia é a da libertação do mal do corpo.
CONSOADA (do livro Opus 10) Quando a Indesejada das gentes chegar (Não sei se dura ou caroável), Talvez eu tenha medo. Talvez sorria, ou diga: ―Alô, iniludível! O meu dia foi bom, pode a noite descer. (A noite com os seus sortilégios.) Encontrará lavrado o campo, a casa limpa, l impa, A mesa posta, Com cada coisa em seu lugar. l ugar. • • •
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O assunto é dos mais constantes na poesia de Bandeira: a presença da morte. O tom do poema é familiar, sereno e camarada. Consoada, a ceia de fim de ano ou refeição ligeira que se toma à noite, em dias de jejum, no texto representa o encontro simbólico com a morte. O eu – lírico faz um balanço da vida vivida consciente da finitude humana.
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É interessante notar que, mesmo calmo diante da possibilidade da chegada da morte, ele prefere usar um eufemismo (a Indesejada das gentes). Não pronunciar a palavra palavra morte é um tabu tabu lingüístico – dizer a palavra palavra é chamar, convidar a própria morte. Caroável é amável. Isso indica que o eu – lírico recebe a morte de braços abertos porque o seu dia foi bom. Ele recebe a morte para cear (a mesa posta), é o anfitrião anfitri ão dessa ceia. Se consoada é também ceia de natal (fim de ano), o eu – lírico está celebrando o final de um ciclo (a vida terrena) e pronto para se projetar numa outra dimensão (a vida após a morte). Essa é uma atitude próxima do que propunham os filósofos do estoicismo: aceitação da realidade como ele é. O ideal de vida dos estóicos (a apathéia) era alcançar a serenidade diante dos acontecimentos. Formalmente, temos o uso de linguagem coloquial e versos livres – uma constante na poesia de Bandeira.
EXERCÍCIOS 1 - Embora tenha t enha estreado sob influências parnasiano-simbolistas, parnasiano-simbolistas, logo aderiu definitivamente ao Modernismo. O caráter geral de sua poesia é marcado pelo tom confidencial, pelo desejo insatisfeito, pela amargura e por referências autobiográficas. Por vezes aproveita-se das formas clássicas ou faz incursões i ncursões às formas mais radicais das vanguardas, sem contudo perder a marca de absoluta simplicidade, predominante em sua obra. Essas informações referem-se ao autor dos seguintes versos: a) Na rua Aurora eu nasci Na aurora da minha vida E numa aurora cresci. b) Brada em um assomo assomo O sapo-tanoeiro! - "A grande arte é como Lavor de joalheiro c) A vida do poeta tem um ritmo diferente É um contínuo de dor angustiante. --------------------------------------------------------------- ----------------- E a sua alma é uma parcela do infinito distante O infinito que ninguém sonda e ninguém compreende. d) E, em vez de achar luz que o céus inflama, Somente achei moléculas de lama E a mosca alegre da putrefação e) Eu canto porque porque o instante existe existe e a minha vida está completa completa Não sou sou alegre alegre nem sou triste: Sou poeta. 2 - A respeito de Manuel Bandeira, é INCORRETO afirmar que: a) assumiu, desde seus primeiros versos, uma postura claramente modernista. b) em POÉTICA, expôs expôs uma posição posição a respeito da poesia poesia moderna. c) EVOCAÇÃO DO RECIFE é um poema no qual apresenta uma tendência saudosista. d) em VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA, poema escrito em redondilhas, demonstra certo escapismo, presente em outros de seus poemas. e) alguns de seus grandes poemas têm como temática a morte, de uma forma tranqüila e resignada. 3 - CONSOADA "Quando a Indesejada das gentes chegar
(não sei se dura ou caroável) Talvez eu tenha medo talvez sorria ou diga: -Alô, Iniludível O meu dia foi bom, pode a noite descer (a noite com seus sortilégios). Encontrará lavrado o campo, a casa limpa, li mpa, a mesa posta, com cada coisa em seu lugar." (Manuel Bandeira) Indique a afirmativa que está em DESACORDO com as idéias expressas no texto. a) O poema apresenta um tom de ironia amarga. b) O poeta aborda o tema da morte. c) O título marca a recepção r ecepção à "ilustre" personagem cuja presença presença é certa. d) Os significantes "Indesejada", "Iniludível" e "noite" equivalem-se semanticamente. semanticamente. e) Há certeza, mas profundo sofrimento com relação à visita esperada. 4 - Leia os versos transcritos de Manuel Bandeira:
Não sei dançar "Uns tomam éter, outros cocaína. Eu já tomei tristeza, hoje tomo alegria. Tenho todos os motivos menos um de ser triste. Mas o cálculo das possibilidades é uma pilhéria ..." Assinale a alternativa correta em relação à estrofe. a) O eu poético ironiza a relação causa/estado de ânimo. b) O verso 1 expressa expressa o estado contraditório em que se encontra o eu eu poético. c) A estrofe apresenta, com clareza, as razões pelas quais o sujeito poético é alegre. d) O eu poético exalta a evasão como única possibilidade de alegria. e) O verso 4 sugere que cálculo deve ser tomado a sério. 5 - "Poética", de Manuel Bandeira, é quase um manifesto do movimento modernista brasileiro de 1922. No poema, o autor elabora críticas e propostas que representam o pensamento estético estético predominante predominante na época. Poética Estou farto do lirismo comedido Do lirismo bem comportado Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e [manifestações de apreço ao Sr. diretor. Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário [o cunho vernáculo de um vocábulo
Abaixo os puristas ............................................ .................................................................. ............................................ ......................... ... Quero antes o lirismo dos loucos O lirismo dos bêbados O lirismo difícil e pungente dos bêbedos O lirismo dos clows de Shakespeare - Não quero mais saber do lirismo que não é libertação. l ibertação. (BANDEIRA, Manuel. Manuel. "Poesia Completa Completa e Prosa". Rio de Janeiro. Janeiro. Aguilar, 1974) Com base na leitura do poema, podemos afirmar corretamente que o poeta: a) critica o lirismo louco l ouco do movimento modernista. b) critica todo e qualquer qualquer lirismo na literatura. c) propõe o retorno ao lirismo do movimento clássico. d) propõe o retomo ao lirismo do movimento romântico. e) Propõe a criação de um novo lirismo.
RESPOSTAS 1–b 2–a 3–e 4–a 5-e