Põe uma música, aí!
A música está presente em nossas vidas desde quando nascemos: na canção para ninar cantada pelos adultos, nos brinquedos educativos, nos programas televisivos infantis. No colégio, canções canções de roda divertem e ensinam, e ajudam até na hora de decorar aquela fórmula de química. Músicas agitadas dão o ânimo necessário para a hora do exercício físic físicoo, mús músic icas as calm calmas as são são mui muito to bem-vindas quando precisamos relaxar depois do trabalho. Dizem que tem até música que ajuda nas capacidades capacidades intelectuais, intelectuais, acredita? acredita? Bom, os efeitos positivos dos sons sobre as emoções já são bem conhecidas conhecidas empiricamente. empiricamente. Que tal entender, então, o que acontece no cérebro quando ouvimos uma música agradável, agradável, e tudo o que ela é capaz de fazer para o bemestar? Aproveite Aproveite e monte uma playlist para ouvir enquanto lê as próximas páginas. Boa leitura! Marisa Sei, editora
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MÚSICA PAR PARA A A MENTE
Entenda como os sons estimulam diferentes diferentes áreas do cérebro
TRATE COM MÚSICA
Pessoas com transtornos emocionais podem contar com a ajuda da musicoterapia
ESTÍMULO DESDE CEDO
Desde a gestação, a música pode influenciar influenciar no desenvolvimento desenvolvimento da criança
APERTE O PLAY!
Conheça todos os benefícios de ouvir boas canções no dia a dia
Música para a mente
Poucas atividades conseguem mexer com diferentes áreas do cérebro ao mesmo tempo como as notas musicais combinadas – e isso pode ser ótimo para você
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música emociona, arrepia, traz lembranças alegres e tristes, faz-nos refletir... Enfim, as notas musicais são capazes de provocar reações imediatas em qualquer ser humano. Muitos desses estímulos são causados pela maneira como nosso cérebro apreende os sons, não somente pelo aspecto emocional, mas também como a musicalidade atinge o sistema nervoso. E esta afirmação não é um exagero: a música é um dos poucos estímulos que atingem diversas áreas do cérebro humano – e até mesmo do organismo. “Dificilmente existe uma função corporal que não seja afetada pelo som. A música demora um centésimo de segundo para ir do ouvido ao coração”, ressalta a musicoterapeuta Maria Isabel da Penha Sinegaglia. Por conta disso, cientistas se debruçam em pesquisas para entender o efeito da musicalidade, principalmente no desenvolvimento das habilidades cognitivas. Entenda como as notas mexem com a sua mente!
Fonte de estímulos A música é uma prática humana presente em todas as culturas. Sua criação e seu significado variam de acordo com o contexto social em que está inserida, mas é considerada uma linguagem mundial, já que o conjunto harmônico de notas musicais pode ser reconhecido por qualquer pessoa onde ela seja executada, desde um samba no Brasil ou um mantra na Índia. Por conta de sua capacidade de provocar diversas reações fisiológicas que fazem a ligação direta entre o cérebro emocional e o cérebro executivo, a música tem sido utilizada para fins terapêuticos desde os tempos antigos. Isso porque, como explica a psicóloga Márcia Ribeiro Mathias, as notas musicais são inerentes à essência humana e têm acesso direto às emoções. “Estudos antropo-
lógicos confirmam que os homens pré-históricos conviviam com sons universais, experiência que nos proporcionou a capacidade de expressar os sentimentos antes mesmo de termos as palavras”, complementa. Assim, para entender o poder da música, é necessário compreender que os estímulos externos recebidos pelo ser humano a todo o momento são decodificados em determinados locais do cérebro. “Existem regiões para decodificação da fala, da leitura e da escrita, assim como existem áreas específicas envolvidas no reconhecimento de melodias, no reconhecimento harmônico, no reconhecimento rítmico, e outros pontos que fazem parte da estrutura da própria música”, explica o neurologista Mauro Muszkat. No entanto, ao contrário de certos estímulos mais “simples”, uma música possui melodia, ritmo, harmonia, entre outros elementos, que são apreendidos ao mesmo tempo pelo cérebro, fazendo com que diferentes áreas sejam ativadas ao mesmo tempo. “Todo som provoca estímulos no cérebro e no corpo. Entoando vogais ou ouvindo uma música orquestrada, você terá mais ou menos pontos acionados”, salienta Maria Isabel.
Para a mente toda Se a música é capaz de provocar estímulos em diversas áreas do sistema nervoso ao mesmo tempo, o que ela pode proporcionar para nossa mente? Mauro Muszkat explica que as diferentes estruturas da musicalidade são compreendidas por regiões distintas da mente, gerando reações variadas. “Existem áreas mais especializadas na sequenciação do som (em uma melódica), no entendimento rítmico e também relacionadas à compreensão da narrativa musical como um todo”, completa.
Um exemplo disso são os músicos instrumentistas. Para eles, a música é estruturada como uma linguagem a partir de sua experiência prévia. Dessa maneira, eles são treinados para perceber e produzir melodias específicas, harmonias consonantes e outros elementos de maneira racional e organizada. “Quanto mais experiência, mais domínio você tem das áreas que estão se ocupando com isso. Em linha geral, além das áreas auditivas, estão ligadas às regiões de consciência das áreas sensoriais do cérebro. Músicos ouvem uma música e são capazes de pensar espacialmente”, ressalta Mauro. Isso implica na alteração do modo que estas regiões se comunicam. “Assim, o aprendizado de instrumentos musicais tem a função de promover a plasticidade neural e auxiliar no tratamento das dificuldades de aprendizagem”, salienta Marcia. Tanto que estudos recentes divulgados pela revista médica Medscape Medical New mostram que o aprendizado musical na infância pode mudar a estrutura do córtex cerebral, o que traz benefícios cognitivos para a memória e atenção seletiva. A capacidade de tocar instrumentos musicais também leva ao desenvolvimento cerebral, principalmente da região associada às habilidades motoras. Isso porque, para que uma simples nota seja tocada em um piano, por exemplo, ela deve ser decodificada pela mente e enviar este sinal para as mãos. “Um instrumentista aumenta a conectividade motora e a rapidez com que processa as questões de associação sensorial e motora. Ele ouve uma coisa e dá uma resposta motora. Por isso, hoje se estuda muito a questão de que aprender música pode facilitar o processamento de outras habilidades”, complementa o neurologista.
Mas a música não beneficia somente quem a executa. Toda canção possui elementos que precisam ser apreendidos para que “façam sentido” em nossa mente – mesmo que seja uma composição simples ou considerada ruim aos ouvidos. Por isso, explica Marcia Mathias, ouvir música “estimula a região do cérebro ligada ao raciocínio e a concentração, além de promover a criatividade”. E não pense que somente músicas mais “complexas”, como uma peça clássica, trazem benefícios ao cérebro. Mauro Muszkat ressalta que composições baseadas no ritmo tendem a organizar o movimento, já que induzem à dança e à coordenação. Já as músicas organizadas com mais melodia levam a um estado mais reflexivo e de ambientação. “O canto gregoriano é um exemplo, porque ele é monocórdio, o que leva ao relaxamento”, cita o neurologista.
O importante é ouvir Quando o assunto é música, sempre se cai na questão de qualidade e de gosto. Para Mauro Muszkat, é necessário repensar esta atitude. “Tudo isso é uma questão de gradação. Precisamos sair dessa questão de que ouvir é um prazer ou um desprazer. Isso é uma questão cultural de hábito, de se colocar diante da música com uma postura mais
“A música é um campo em que não precisamos somente de cientistas, mas também de músicos para fazer esse diálogo, porque é uma linguagem muito rica” Mauro Muszkat, neurologista e neuropediatra
aberta, de vê-la como uma linguagem mais ampla”, afirma. Para que a música realmente traga o máximo de benefícios, é essencial que a pessoa tenha acesso a ela e crie o maior repertório possível, a fim de que ela se torne uma experiência para a vida. “A experiência musical como um todo envolve uma linguagem, que envolve um vocabulário”, aconselha o neurologista.
O CAMINHO DA MÚSICA Do momento em que é executada no aparelho de som ou no instrumento musical até provocar as mais variadas reações, a música percorre
um caminho complexo, que perpassa diversas regiões. A partir disso, é possível entender porque ela mexe tanto com nosso cérebro.
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Do lado de fora
A música executada provoca vibrações sonoras resultantes do deslocamento das moléculas de ar. Esse deslocamento causa movimentos distintos das células ciliares localizadas no ouvido interno, onde as ondas se propagam em um ambiente líquido. A intensidade dos sons está diretamente relacionada ao número de fibras que entram em ação, ou seja, quanto mais forte a música, mais fibras são “agitadas”.
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Primeiros estímulos
“Daí, o destino é a cóclea, onde localizam-se as células receptoras de som transformando em sinais elétricos, que seguem para o córtex auditivo através do nervo auditivo”, esclarece a psicóloga Márcia Ribeiro Mathias. Nessa área, localizada no lobo temporal, acontece o primeiro estágio, a senso-percepção musical, em que o cérebro decodifica certas características do som, como timbre, altura, ritmo e contorno.
Da razão para a emoção
O lobo temporal estabelece uma conexão com o restante do cérebro em circuitos de ida e volta. Uma dessas regiões é o hipocampo, responsável pela memória – por reconhecer os elementos rítmicos e temáticos. Já o cerebelo e a amígdala, além de proporcionarem a regulação motora dos sons, também têm a função de atribuir valor emocional ao que escutamos – alegria ou tristeza, por exemplo. Existe ainda uma pequena área (núcleo acumbens) de massa cinzenta relacionado ao prazer e à recompensa que gera bem-estar quando ouvimos uma música de que gostamos.
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Ritmo e cadência
Se as áreas temporais recebem e processam os sons, certas regiões específicas do lobo frontal atuam na decodificação da estrutura das músicas e do tempo. O córtex motor, por exemplo, é responsável pelos movimentos e a sincronia entre corpo e mente, como bater o pé ao ritmo de uma música, tocar um instrumento ou dançar.
Música por todos os lados Os hemisférios do cérebro também processam as notas musicais de maneiras distintas. Enquanto o lado direito é responsável pelo contorno melódico, pelo TEXTO E ENTREVISTAS Thiago Koguchi/Colaborador | CONSULTORIAS Maria Isabel da Penha Sinegaglia, musicoterapeuta do Instituto MATOBA, em Osasco (SP); Marcia Mathias, psicóloga, sexóloga, psicopedagoga, hipnoterapeuta clínica, coach, presidente da Ahierj (Associação de Hipnose do Estado do Rio de Janeiro) e vice-presidente da ASBH (Sociedade Brasileira de Hipnose); Mauro Muszkat, neurologista, neuropediatra, professor titular da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)Elaine e coordenador responsável do Núcleo de Atendimento CONSULTORIA Souza, Fabiane Neuropsicológico Interdisciplinar (NANI) de do Departamento de Oliveira, Flávia Brito e Paula S. Madeira Psicobiologia da Unifesp | ILUSTRAÇÕES Shutterstock Images Mello, psicólogas
conteúdo emocional e pelos timbres, a parte esquerda atua na identificação do ritmo, da métrica, da tonalidade, além das áreas de linguagem e de sintaxe musical.
Notas que evoluem Segundo a Federação Mundial de Musicoterapia, a prática “é a utilização profissional da música e seus elementos para a intervenção em ambientes médicos, educacionais e cotidiano com indivíduos, grupos, famílias ou comunidades que procuram otimizar a sua qualidade de vida e melhorar suas condições físicas, sociais, comunicativas, emocionais, intelectuais, espirituais, e de saúde e bem-estar”. A musicoterapia, enquanto ciência, estuda a relação entre som - ser humano - som, apresentando inúmeras possibilidades de entendimento sobre fenômenos que envolvem a música e, principalmente, sobre suas formas de ser aplicada nas áreas clínico-terapêutica, educacional e social. Trata-se, então, do uso da música num processo sistematizado e controlado por um profissional adequado, visando facilitar e promover a comunicação, o relacionamento, a aprendizagem e a organização de processos psíquicos de uma ou mais pessoas, recuperando funções e desenvolvendo melhor seus potenciais. “O profissional auxilia a pessoa a ampliar a sua qualidade de vida, a sanar dificuldades, a desenvolver-se emocional, física ou socialmente através da música, do ouvir, do cantar, do fazer. Isso tudo sem ter que, necessariamente, saber tocar algum instrumento”, completa o musicoterapeuta David Maldonado.
Cérebro transformado Em termos neurológicos, sabe-se que a música (e, consequentemente, seu uso como tratamento) tem a habilidade de gerar neuroplasticidade cerebral. “Essa capacidade refere-se à capacidade de algumas conexões cerebrais se reorganizarem, ampliando as suas possibilidades, e criando novas conexões. Isto gerará outras habilidades psicológicas”, explica o especialista.
Tratamento A música pode ser aplicada em diversas áreas da saúde, pois ela desenvolve na pessoa a alegria e a motivação. Nos hospitais, pode ser aplicada desde a ala de pediatria, traumas e até mesmo na oncologia. Neste último caso, pesquisas vêm tentando compreender o efeito do tratamento. Cientistas do Programa de Oncobiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) expuseram uma cultura de células MCF-7, ligadas ao câncer de mama,
à meia hora da obra musical Quinta Sinfonia, de Ludwig van Beethoven. O resultado encontrado foi que uma em cada cinco delas morreu, enquanto outras tiveram uma considerável diminuição em seu tamanho. A experiência abre uma nova frente contra a doença, por meio do uso de timbres e frequências. “Àquelas pessoas que se encontram em uma situação de vazio, de solidão, causada pela doença ou por um momento, a música dá sentido a elas, transportando-as para outra realidade, onde não existe a doença”, comenta David. Nas clínicas, pacientes com transtornos como Alzheimer, Parkinson, Síndrome de Down, de-
pressão, estresse e Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) podem se beneficiar. “No caso do TDAH, se a pessoa tem grande dificuldade em prestar atenção, aprender a tocar um instrumento fará com que a pessoa envolva toda a sua atenção naquele determinado instante, ampliando suas potencialidades”. Já nos casos de Transtorno do Espectro Autista, a música pode fornecer maior expressividade aos pacientes. “Por meio da musicoterapia, a pessoa autista pode se acalmar, se organizar melhor e ampliar a atenção. Isso ajudará no processo de aprendizagem de novas capacidades”, finaliza David Maldonado.
Playlist com 10 músicas
para aliviar a ansiedade (criada por especialistas!) l.com.br/ a tr s a to l .a w w w // h t tps: nsiedade/ -a -a ir u in im -d s ca si pla ylis t-mu TEXTO Jéssica Pirazza/Colaboradora | ENTREVISTAS Vitor Manfio/ Colaborador | CONSULTORIA David Maldonado, musicoterapeuta da Musiclin - Clínica de Musicoterapia | FOTOS Shuttertock Images
Aperte o play e beneficie-se! Confira algumas das diversas vantagens promovidas pela música
N
as rádios, na televisão, na rua, no cantarolar de qualquer pessoa... A música está presente em praticamente todos os momentos da nossa vida. Com poder de marcar momentos, arrepiar, fazer chorar, rir, encorajar, animar, encantar ou até mesmo confortar, ela fala alto ao coração, à subjetividade. “Somos estimulados, a todo instante, pela música. Ela nos faz dançar, cantar, recordar, nos transforma em crianças novamente. Quando nos deparamos com instrumentos musicais ao qual não sabemos tocar, ela dá lugar ao nosso espírito curioso, à jovialidade, abre canais de comunicação e nos torna abertos às experiências terapêuticas”, acrescenta o musicoterapeuta David Maldonado. Com tantos efeitos no ser humano, sua influência foi e continua sendo muito estudada, sempre buscando comprovações científicas. Ligue um som ambiente e confira, nas páginas a seguir, alguns dos (vários) benefícios em ouvir suas músicas preferidas e em aprender a tocar um instrumento musical.
Promove o bom humor Não há dúvidas que ouvir uma música animada influencia no humor da rotina. Como fala diretamente com o sistema límbico do cérebro (área responsável pelas emoções), a música ajuda a relaxar e promover uma sensação de bem-estar, pois faz com que o cérebro libere endorfinas e serotoninas, substâncias químicas conhecidas como “hormônios da felicidade”.
Causa boas alterações fisiológicas Um estudo divulgado pela American Music Therapy Association (AMTA), nos Estados Unidos, provou que a música causa mudanças no organismo humano. Dependendo do ritmo, ela pode acalmar a respiração ou torná-la mais ofegante, baixar ou aumentar a pressão sanguínea, e até mesmo controlar os batimentos cardíacos. Dessa forma, transtornos como depressão, estresse, ansiedade e insônia podem ser combatidos com a ajuda das melodias.
Potencializa conexões sociais Presente em todas as culturas ao redor do mundo, a música é considerada linguagem universal – qualquer pessoa pode compor algo usando criatividade. “Todos reagimos aos sons. Eles mexem conosco, atingem as áreas mais íntimas da nossa vida, tocam as emoções e atingem a razão, nos fazendo sentir diferentes”, aponta David. Por consequência, nos leva a expressar melhor sentimentos e emoções, melhorando a comunicação com os próximos. Um estudo de neurociência realizado na Grã-Bretanha revelou que dançar e cantar em conjunto com outras pessoas colabora no altruísmo e coletividade. Isso porque quando você se move em sincronia com alguém, começa a criar sensações de percepção de si mesmo que fazem pensar que o outro é parecido com você e que compartilha de opiniões parecidas. Com isso, cria-se uma conexão emocional, facilitando o convívio em sociedade.
Intensifica a atenção A música, ao ser ouvida de forma absoluta, não automática, ajuda a desenvolver a atenção, capacidade importante no dia a dia. “O estímulo contínuo à música e a audição atenta dela (percebendo rit-
mos, notas e timbres) tem a capacidade de desenvolver e estimular mais formações sinápticas em diversas áreas do córtex cerebral”, explica o professor de psicologia Carlos Garcia. Uma pesquisa realizada na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revelou diferenças estruturais no cérebro de músicos de alta performance. No estudo, 38 músicos
e 38 não-músicos foram submetidos a testes neuropsicológicos de atenção visual, memória visual e de tempo de reação simples. Como resultado, o primeiro grupo apresentou melhor desempenho nos exames, indicando diferenças significativas entre as capacidades de atenção, memória e concentração.
Colabora com a memória A música estimula a memória e, por consequência, a inteligência. “Ao nos lembrarmos de determinada melodia, ela é reproduzida em nossa mente, quase sempre como se estivesse sendo realmente executada. Quem nunca ficou com uma música na cabeça por várias horas ou até mesmo dias? Este proces-
so é estimulante para os neurônios”, aponta David. Publicado na revista científica americana Cerebral Cortex, o estudo do pesquisador Peter Janata, da Universidade da Califórnia, monitorou a atividade cerebral de voluntários enquanto ouviam música e concluiu que a região do cérebro associada aos sons – o córtex pré-frontal – também está associada às memórias mais intensas das pessoas. O resultado dessa pesquisa colabora na explicação da capacidade das melodias em despertar fortes reações em pessoas com Alzheimer, pois a região ativada durante o experimento é uma das últimas áreas do cérebro a se atrofiar à medida que a doença progride.
Felicidade em forma de canção Um neurocientista da Universidade de Groningen (Holanda) assumiu a difícil tarefa de descobrir qual a música que suscita melhores sensações no cérebro de quem a escuta. O estudo, encomendando pela empresa britânica que produz produtos eletrônicos, a Alba, consultou mais de 2 mil pessoas. Os participantes selecionaram cerca de 126 músicas dos últimos cinquenta anos que consideravam mais alegres. O pesquisador pôde perceber que, apesar da diversidade de respostas, em todas as canções existiam pelo menos três padrões: acordes maiores, ritmo acelerado (com mais de 150 batidas por minuto) e letras alegres. Segundo a ciência, esses três pontos determinam a “alegria de uma canção”. Como resultado final, a música descoberta e revelada como a “mais feliz do mundo” foi o famoso hit de 1978, Don’t Stop Me Now, da banda britânica Queen. Além dela, outras composições também entraram na lista, como Dancing Queen, do grupo sueco ABBA, Good Vibrations, dos americanos Beach Boys, e Uptown Girl, do músico norte-americano Billy Joel. Agora você já sabe – quando estiver em um momento triste, coloque uma dessas músicas e aumente o volume!
Ameniza dores físicas Realizada pela Cleveland Clinic Foundation, nos Estados Unidos, e divulgada pelo Journal of Advanced Nursing, uma pesquisa comprovou que ouvir música pode ter efeitos positivos em tratamentos de dores crônicas. Os cientistas responsáveis testaram a utilização de música em 60 voluntários que, há mais de seis anos, vinham sofrendo com problemas como osteoartrite, hérnia de disco e artrite reumática. A constatação do estudo foi uma redução dos níveis de dor em 21% entre os participantes. Além disso, a pesquisa indicou que o índice dos pacientes acometidos por depressão em consequência da dor crônica diminuiu cerca de 25%.
Instiga a produtividade e criatividade Ao contrário do que muitos podem imaginar, a música, aliada ao trabalho, pode colaborar com a produtividade e a criatividade. O grande empresário e personalidade do mundo tecnológico Steve Jobs, cofundador da empresa Apple, inclusive, era adepto dessa união. Esse fato foi confirmado com a publicação da pesquisa realizada na Universidade de Miami, nos Estados Unidos, que
indicou que ouvir música no ambiente de trabalho melhora a produtividade do funcionário. O estudo, que contou com profissionais do setor de tecnologia, apontou que, em geral, aqueles que costumavam ouvir canções finalizavam seus afazeres com mais rapidez e apresentavam melhores ideias, além de ter o humor melhorado, o que colaborou com melhores tomadas de decisões.
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