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L.E.I.T.U.R.A • 262
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Temas abordados: Machado de
Livro: Memórias quase póstumas
Assis, amizade, criação literária, História
de Machado de Assis Autor: Álvaro Cardoso Gomes Ilustrador: Alexandre Camanho
Temas transversais:
Número de páginas: 240
* Ética * Pluralidade cultural
Formato: 13,5 cm x 18 cm
SÍNTESE DA OBRA Às vésperas da morte, o escritor Machado de Assis decide registrar num caderno alguns fatos relevantes de sua vida: a infância pobre, a relação com a família, a lenta ascensão social, o amor por Carolina e sua trajetória de escritor. escritor. Entrelaçando fatos reais e ficção, o romance mostra Machado na intimidade do dia a dia e sua amizade com os escritores de seu tempo, como José de Alencar e Euclides da Cunha. Um dia, Carolina convence Machado a cuidar do filho da lavadeira da família, Hermenegildo. O rapaz começa limpando e organizando o escritório, e acaba por tornar-se seu secretário. Nasce daí uma bonita amizade. Inteligente e bom leitor, Hermenegildo, com frequência, conversa com Machado sobre seus livros. Uma história que nos n os permite imaginar como nasceram alguns contos e romances do grande escritor escritor..
SOBRE O AUTOR Álvaro Cardoso Gomes, paulista de Batatais, formou-se pela USP e se tornou t ornou professor professor.. Seu primeiro livro hora do amor, foi publicado em 1986, pela FTD. Publicou recentemente Liberdade ainda que para jovens, A hora tardia, da coleção Meu amigo escritor.
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APRESENTAÇÃO DO PROJETO Apresentamos algumas sugestões de atividades que têm o objetivo de integrar diversos assuntos abordados na história a outras áreas do conhecimento, sem, contudo, esgotar as possibilidades que o livro oferece. Como todo projeto depende de seu próprio contexto e caminha de acordo com o interesse da classe, tais atividades não são sequenciais, podendo ser realizadas total ou parcialmente, a critério do professor, na ordem em que mais convier à sua metodologia de trabalho. Elaboramos também uma seção denominada Criação e produção, que pode ser interpretada como autônoma em relação às demais partes deste Projeto de leitura, pois pode ser realizada no momento mais oportuno, de maneira independente, de acordo com as possibilidades em sala de aula. Esses esforços objetivam colaborar para a construção do conhecimento, valorizando a interdisciplinaridade e despertando o senso crítico do aluno, de modo que sua aprendizagem e seu comportamento estejam pautados na ética, no respeito às diferenças, para o desenvolvimento pleno do exercício de cidadania a que todos têm direito.
OBJETIVOS PEDAGÓGICOS
ANTES DA LEITURA
* Aproximar o leitor do texto e construir a relação do ficcional com a realidade.
* Perguntar aos alunos o que eles conhecem a respeito de Machado de Assis. Selecionar e anotar no quadro as informações apresentadas pela turma.
* Estudar e exercitar a análise crítica, a capacidade de argumentação e de redação.
* Apresentar o livro, especialmente o seu título, pedindo aos alunos que elaborem hipóteses a respeito da narrativa e escrevê-las no quadro. Anotar essas hipóteses numa folha à parte, para depois verificar quais se confirmaram ou não.
* Apresentar o conceito de provérbio. * Explorar o emprego das reticências. * Debater a questão da criação literária. * Apresentar aspectos sobre a vida e a obra do poeta Castro Alves.
* Apresentar o autor do livro e as informações da quarta capa.
* Explorar conhecimentos a respeito do absolutismo, da história da imprensa no Brasil e do contexto histórico em que se desenrola a narrativa.
* Fornecer dados do contexto histórico em que se desenrola a narrativa (período que abrange o final do Império e o início da República no Brasil).
* Explorar conhecimentos geográficos sobre a cidade do Rio de Janeiro. * Debater a exploração do trabalho infantil.
* Selecionar algumas ilustrações do livro e pedir aos alunos que imaginem qual a natureza das cenas que estariam ilustrando, formulando hipóteses a respeito delas.
* Apresentar informações a respeito da epilepsia. * Debater a influência europeia na criação artística no Brasil. 2
ATIVIDADES INTERDISCIPLINARES Língua Portuguesa * “As cigarras cantavam em coro, naquele sábado. Joana, a nossa cozinheira, costumava dizer que ‘cigarra cantando é sinal de chuva chegando’.” A partir desse trecho da narrativa, apresentar aos alunos o conceito de provérbio (na definição do Dicionário Eletrônico Houaiss , “frase curta [...], frequentemente com ritmo e rima, rica em imagens, que sintetiza um conceito a respeito da realidade ou uma regra social ou moral”). Pedir a eles que pesquisem e selecionem um provérbio e, a partir dele, criem uma narrativa que o ilustre. Propor que leiam suas narrativas aos colegas.
* “– [...] Eu já nem sei se José Dias poderá influir tanto; acho que fará tudo, se sentir que você realmente não quer ser padre, mas poderá alcançar...? Ele é atendido; se, porém... É um inferno isto! Você teime com ele, Bentinho.” A partir dessa fala de Capitu em Dom Casmurro, citada na narrativa, apresentar o conceito de reticências (na definição do Dicionário Eletrônico Houaiss, “na produção textual, três pontos, dispostos paralelamente à linha e ao lado de alguma palavra, usados para marcar uma pausa no enunciado, podendo indicar omissão de alguma coisa que não se quer revelar, emoção demasiada, insinuação etc.”) e debater com a turma o papel exercido por elas no trecho. Perguntar aos alunos qual seria o efeito de sentido que as reticências trazem para o texto em questão.
* “Ele pensou um pouco e redigiu. Peguei a folha de papel e vi que ele havia escrito versos de ‘Navio negreiro’, de Castro Alves”. A partir desse trecho da narrativa, apresentar aos alunos o poeta Castro Alves (1847-1871), selecionar alguns de seus poemas e lê-los com os alunos. Dos poemas lidos em sala, escolher um deles a partir do qual os alunos possam produzir textos que estimulem a imaginação e a capacidade de expressão deles.
* “– Como você deve ter percebido – comecei a retrucar –, não fui eu quem disse isso. Quem o disse foi o José Dias. – Mas foi você quem criou o José Dias. Portanto... – Carola, não acredito que você esteja falando sério. Fosse assim... – refleti um pouco, para depois completar: – Shakespeare, por exemplo, seria o culpado pelos assassinatos que Macbeth comete. Eu não assumo tudo o que o José Dias pensa a respeito de Capitu...” Após a leitura desse trecho, debater a questão da criação literária e das ideias presentes nas obras ficcionais: podem elas ser creditadas ao autor da obra? Pode-se atribuir a ideia expressa por um personagem de obra ficcional ao seu criador?
História * A narrativa se desenrola, sobretudo, nas últimas décadas do século XIX e na primeira do século XX, período que coincide com a queda do Império e o início da República no Brasil. Pedir aos alunos que pesquisem informações a respeito desse contexto histórico para depois apresentarem em sala de aula um resumo da pesquisa. 3
* “Sim, de romances, mas os romances são como espelhos da vida. Neles, vemos reflexos do que são ou poderiam ser os homens. Mas, como lhe ia dizendo, por vezes, a vida nos surpreende e nem sempre o homem é lobo do homem, nem sempre o homem é mau, nem sempre os mais fracos sucumbem à voracidade dos mais fortes. Há gente boa e descente neste mundo.” A partir dessa fala do padre Siqueira, informar aos alunos que a ideia combatida por ele – “o homem é o lobo do homem” – pode ser encontrada na filosofia de Thomas Hobbes (1588-1679), expressa em sua obra Leviatã (1651). Em seguida, trabalhar com os alunos o conceito de absolutismo (na definição do Dicionário Eletrônico Houaiss, “sistema político de governo em que os dirigentes assumem poderes sem limitações ou restrições”) e alguns exemplos desse sistema político ao longo da História.
* “Ao portão, deparei-me com um rapazinho que trazia uma grande trouxa na cabeça. Era mulato e bem franzino. Como conseguia carregar tanto peso com um físico daquele?” Esse trecho retrata uma situação de trabalho infantil, bastante comum à época da narrativa. Hoje, a exploração do trabalho infantil é proibida, embora ainda se jam encontrados muitos casos em nossas cidades. Propor aos alunos que pesquisem a respeito do trabalho infantil no Brasil e apresentem os resultados da pesquisa aos demais colegas. Incentivar o debate sobre a questão.
Ciências Naturais * “Foi uma forma de superar o abatimento e as preocupações com as minhas moléstias, agravadas pelas crises de epilepsia que se tornavam cada vez mais frequentes.” Apresentar aos alunos informações a respeito da epilepsia: causas, sintomas, crises, como prestar socorro etc.
* “Um dia, ele me propôs trabalhar em sua tipografia, o que me deixou radiante.” A partir desse trecho da narrativa, em que Machado relembra quando começou a trabalhar com Francisco de Paula Brito, apresentar aos alunos alguns dados a respeito da história da imprensa e da impressão no Brasil: a proibição da impressão de qualquer tipo; a criação da Impressão Régia em 1808; as casas editoras mais importantes do século XIX, como Paula Brito, Garnier etc.
Arte * “– [...] Derrubou a choupana em que vivera e, em seu lugar, ergueu o palacete com vinte janelas dando para a rua. Quanto à horta, arrancou tudo, para instalar um jardim como o de Versalhes, com fontes, repuxos, ciprestes e estátuas de mármore.” A partir desse trecho da narrativa, debater com os alunos a influência europeia na expressão artística brasileira até o início do século XX. Propor à turma que, dividida em grupos, pesquise exemplos dessa influência, apresentando os resultados na forma de cartazes ou painéis.
Geografia * Consultando um mapa da cidade do Rio de Janeiro, localizar os principais logradouros mencionados na narrativa. 4
CRIAÇÃO E PRODUÇÃO Memórias da escola Memórias quase póstumas de Machado de Assis , como o próprio título deixa explícito, é um
livro de memórias. Ao longo dele, o narrador reconstrói alguns fatos relacionados aos últimos anos de sua vida ligados ao jovem Hermenegildo. Que tal convidar os alunos a resgatarem de sua memória histórias de sua vida escolar? O projeto Memórias da escola propõe transformar essa narrativa, em seguida, num belo livro artesanal, ilustrado e encadernado pelos próprios alunos.
Etapas Debater com a turma o gênero memórias (na definição do Dicionário Eletrônico Houaiss , “relato que alguém faz, frequentemente na forma de obra literária, a partir de acontecimentos históricos dos quais participou ou foi testemunha, ou que estão fundamentados em sua vida particular”) e apresentar algumas de suas características principais.
5. Concluída a redação, sugerir aos alunos que as
2 . Apresentar aos alunos a proposta do trabalho
6 . Auxiliar os alunos na escolha do material a ser
de Criação e produção: redigir um texto de memórias escolares, em que cada um dos alunos narre uma história de sua trajetória escolar.
utilizado para a atividade de ilustração: o tipo de papel, lápis de cor etc. Também poderá ser utilizada a técnica da colagem. Ajudá-los ainda no processo de encadernação dos textos.
1.
digitem num computador, para que possam ser impressas, e que as ilustrem (poderão ser utilizadas as técnicas disponíveis ou aquelas que forem de mais agrado de cada aluno), com o objetivo de que cada um componha um pequeno livro (por exemplo, na forma de um folheto de cordel) em que a história fique registrada.
3. Pedir
aos alunos que redijam uma primeira versão do texto, que poderá ser escrito em prosa ou verso. Essa primeira versão deverá ser entregue para a leitura do professor, que apontará sugestões de alteração e de aprimoramento.
7. Organizar uma exposição com todos os livros, contendo as narrativas dos alunos.
8 . Convidar a comunidade escolar e os familiares dos alunos para apreciarem a exposição, que poderá ser acompanhada de música ou de outras apresentações que forem pertinentes e adequadas.
4. Após a leitura da primeira versão das narrativas
9. Após a exposição, avaliar com a turma todo o
memorialísticas, devolver os textos aos alunos para que os reescrevam conforme as sugestões apontadas. O professor recolherá a segunda versão dos textos para uma nova leitura e sua correção final.
processo de elaboração dos livros, as dificuldades, os momentos mais interessantes, mais divertidos etc., para que os alunos digam o que aprenderam sobre o gênero memórias. 5
r nc m r u r u , u l ci ch i i n u ur r i .l n i r i r c r li r ur r i l i ch r ici u l r rni li r r i . u r r c ri l u c r c r í i c ri i n i, c ic l ic r n n , i n , n r n l ni r , il n u ch i i ui i í ic u . n
O LEITOR EM FORMAÇÃO No jovem leitor estão em ebulição as emoções, nem sempre desejáveis, ao mesmo tempo que vêm à tona o choque de gerações, a curiosidade em torno da história e dos segredos familiares, a consciência da passagem do tempo, a preocupação com o futuro, o interesse pelo sexo oposto – além de outros conflitos e dúvidas próprios dessa etapa. Ler é o meio de transporte que nos leva a outras realidades, que vão muito além do mundo físico tal qual o conhecemos. É um mergulho no mundo ficcional que conduz o leitor às mais incríveis situações, permitindo-lhe partilhar as aventuras vividas por seus personagens, às vezes heróis fantásticos, como todas as pessoas gostariam de ser, às vezes absolutamente comuns, como qualquer ser humano. As possibilidades são infinitas e quanto mais o leitor embarca nesses mundos fictícios, mais se aproxima da compreensão do mundo real. Está em nossas mãos ativar o interesse dos jovens pela leitura, ferramenta indispensável para a aquisição do conhecimento e para o desenvolvimento de capacidades e habilidades fundamentais para a construção de valores e de senso crítico, ambos essenciais ao pleno exercício da cidadania.
OUTRAS LEITURAS Machado de Assis Memórias
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Póstumas de Brás
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Memórias póstumas de Brás Cubas ,
O poeta que fingia ,
de Machado de Assis, FTD.
de Álvaro Cardoso Gomes, FTD.
Temas: Escravidão, Rio de Janeiro, cientificismo, Realismo.
Temas: Relação entre um jovem e um poeta, Fernando Pessoa.
Publicada em 1881, Machado de Assis inaugura o Realismo no Brasil com esta obra narrada de maneira irreverente e irônica por um “defunto autor” (e não um “autor defunto”). Brás Cubas decide narrar sua história e revisitar os fatos mais importantes de sua vida, a fim de se distrair na eternidade.
Nessa história, Fernando Pessoa torna-se um personagem por meio da imaginação do menino João Fernando. O garoto vê o poeta como um pai espiritual, que abre seus olhos para a vida e o mundo da poesia. Algumas das falas de Pessoa se baseiam em registros reais, como cartas, diários ou poemas seus. Assim, o livro não somente estuda a obra deste grande poeta, mas também revela sua importância na literatura mundial.
Liberdade ainda que tardia ,
de Álvaro Cardoso Gomes, FTD.
O poeta do exílio , de Marisa Lajolo, FTD.
Temas: Amor, Arcadismo, história, liberdade, poetas.
Temas: Amor, história, poesia, Romantismo. Pedro e Júlia estavam animados. Sua banda era finalista do festival estudantil. O regulamento exigia que as músicas se inspirassem em poetas brasileiros. Cada banda interpretou essa exigência à sua maneira. Eles precisavam animar a torcida. Os jovens criaram, então, cartazes, lançaram torpedos, folhetos etc. Para reunir informações sobre Gonçalves Dias, o autor d o poema que deu origem à música classificada, Pedro teve a ideia de criar um blog especial.
Esse livro, apoiado por meticulosa pesquisa, oferece uma bela introdução à obra e à pessoa de Tomás Antônio Gonzaga, transformado em personagem que dialoga com um adolescente, Antônio Manuel Azevedo, que faz ao poeta as perguntas que possivelmente gostaríamos de fazer. Os diálogos entre Gonzaga e seu jovem amigo apresentam questões não apenas de literatura, mas também de vida. 6
Elaboração: Emerson Tin