Luís Miguel Nava (1957-1995) Nasceu em Viseu, Viseu, Portugal, em 1957. Estudou Estudou ilologia ilologia !om"#ica #a aculdade aculdade de Letras Letras de Lis$oa, %arti#do mais tarde %ara &'ord, o#de lecio#ou Portugus. & seu %rimeiro livro oi %u$licado em 197* 197* e e i#titulava-se Perdão da Puberdade, +ue o autor #u#ca i#cluiu #a sua $i$liograia ativa, &$ra de Luís Miguel Nava Poesia 0ssocia/o Portuguesa de Escritores Películas (1979) - Prmio !evela/o da 0ssocia/o A Inércia Inércia da Deserção (191) Como Alguém Disse (192) Rebentação (19*) O Céu Sob as Entranhas (199) Vulcão (199*)
E#saio e a#tologia O Pão a Cula a Escrita (192) A Poesia de !rancisco Rodrigues Rodrigues "obo (195) O Essencial Sobre Eugénio de Andrade (197) Antologia de Poesia Portuguesa # $%&'($%%' (1991)
0 3 N 4 0 6 & L 3 8 &M : 3 E L N 0 V 0 ;o#stituída %ara cum%rime#to da vo#tade do %oeta e e#saísta Luís Miguel Nava, alecido em 9 de Maio de 1995, tal como icou co#sig#ada #o seu testame#to, a u#da/o Luís Miguel Nava i#iciou a sua atividade em 1997, %ro%o#do-se, u#dame#talme#te, co#creti
0 R E " ) * P A + O 0 revista, i#titulada Rel,mago, semestral e tem o$edecido rigorosame#te a esta %eriodicidade, desde +ue, em &utu$ro de 1997, saiu o %rimeiro #?mero, oca#do a igura liter@ria e Auma#a do %atro#o da u#da/o, o %oeta Luís Miguel Nava. Em 0$ril de 2BB5 de #ovo a revista %u$lica um vasto dossier so$re o autor, revisita#do a sua escrita e %erso#alidade atravs de um co#=u#to de e#saios, de%oime#tos e otograias otograias,, i#clui#do i#clui#do & "i-ro de Samuel , um te'to te'to i#dit i#dito, o, i#com% i#com%let leto, o, rece#t rece#teme eme#te #te i'ado i'ado %or 0le'a#dre :arcia. &s escassos de< a#os decorridos so$re a sua morte co#sagraram-#o =@ como uma %erso#alidade de %rimeiro %la#o #a literatura literatura %ortuguesa das ?ltimas dcadas. dcadas. >m cola$orado #a revista, com te'tos i#ditos, muitos dos mais im%orta#tes %oetas %ortugueses e $rasileiros, assegura#do-se igualme#te a a%rese#ta/o de %oesia de lí#guas estra#geiras, em tradu/o, e uma sec/o de rece#sCes críticas, +ue acom%a#Aa ate#tame#te o movime#to editorial %ortugus, #o cam%o da %oesia.
& P ! D M & 4 E P & E 8 0 L 3 8 &M : 3 E L N 0 V 0 & Prmio de Poesia Luís Miguel Nava, #o valor de ci#co mil euros, atri$uído a#ualme#te at 2BB7, %assou a $ie#al em 2BB9. & =?ri co#stituído %or +uatro eleme#tos i'os %erte#ce#tes direc/o da u#da/o Luís Miguel Nava (;arlos Me#des de 8ousa, er#a#do Pi#to do 0maral, :ast/o ;ru< e Paulo >ei'eira, te#do este ?ltimo sido su$stituído %or Luís Fui#tais a %artir de 2BB9) e %or um +ui#to eleme#to, diere#te de a#o %ara a#o, te#do em vista assegurar, %or um lado, alguma rotatividade #a avalia/o crítica, mas, %or outro, uma dese=@vel coer#cia +ua#to aos critrios de escolAa das o$ras. #dica-se, seguidame#te, a lista dos livros de %oesia galardoados, #as treame# (=?ri Pedro Me'ia). Prmio de 2BB9 (reere#te a 2BB) As 35moras da Cin0a de 0.M. Pires ;a$ral (=?ri 0#tK#io ;arlos ;orte<). Prmio de 2B11 (reere#te a 2BB9 e 2B1B) Se as coisas não 6ossem o 7ue são de elder Moura Pereira (=?ri er#a#do I.G. Marti#Ao). Prmio de 2B1 (reere#te a 2B11 e 2B12) Sitios de Ios Ge#to (=?ri er#a#do I.G. Marti#Ao). &s %rmios tm sido e#tregues em sessCes %?$licas, realieatro Mu#ici%al de 8/o Lui<, >eatro do Gairro 0lto e ;asa er#a#do Pessoa. Estas sessCes tm, %or ve
er#a#do Pi#to do 0maral Luís Fui#tais Nu#o !o+ue da 8ilveira
0lgu#s as%ectos das o$ras de Luís Miguel Nava Vulc/o uma o$ra i#teirame#te avessa aos %adrCes da %oesia %ortuguesa, i#te#same#te radical, +uer #a sua orma como #o co#te?do . ;omo o reere :ast/o ;ru<, Luís Miguel Nava sK %ode ser relem$rado como Oum ser %aradigmaticame#te livreO e desmistiicador, em todas as ace%Ces tra#sgressivo, a#ti-co#servador e crítico. 0o criticar a moralidade vaal como !osa Maria Martelo a< ressaltar RS, o mar ou a %aisagem marítima co#ce#tra em si a imagem da desmesura, a%rese#ta#do metaoricame#te a ideia do su$lime Qa#tia#o, mais ou me#os @cil de reco#Aecer %elo e'cesso +ue se co#igura #as %aisage#s evocadas %elo %oeta (vulcCes, cam%os de rel"m%agos, tem%estades, a$ismos, re$e#taCes). >odas essas met@oras remetem %ara a i#i#itude da idia +ue #elas se a%rese#ta, %ate#tea#do a i#ade+ua/o +ue o %oeta e#co#trava #a escrita. & lugar do Oa$solutame#te gra#deO, o #K da sua su$limidade vai e#co#trar %recisame#te o ulcro #o cor%o e #ele se i'a como a sua a%rese#ta/oJ #o cor%o, #as vísceras, #a %ele. >al como #as o$ras de ra#cis Gaco#, em +ue a car#e e as vísceras se e'%Cem ao olAar, a%rese#ta#do a morte como vis/o derradeira e alegKrica, o cor%o visto, #/o como vivo, mas como cad@ver +ue se revela
#a mais $rutal a#i+uila/o, tam$m #a %oesia de L.M. Nava esse dese=o oste#sivo, como +ua#do o %oeta di< O4es#udarmo-#os %ouco, A@ +ue mostrar as víscerasO. Esse im%ulso %rocura, %arado'alme#te, rei#vestir o cor%o e a morte de um se#tido, +ue lAe co#erido %ela lu< í#tima +ue dele, cor%o mortiicado, #asce, como o#te de um o$scuro e crí%tico se#tido a dio#isíaca lu< das trevas. ;ada %edao a#i+uilado, o cor%o levado sua ragme#ta/o, remete %ara a ideia de uma %etriica/o do seu se#tido, i#scrito #o %oema. Este o OlugarO de co#suma/o e rede#/o dessa %etriica/o. Esta es%cie de desassossego +ue Luís Miguel Nava #os %rovoca, um verdadeiro arre%io %era#te a $rutalidade das met@oras e o e'cesso +ue #elas delagra, um atri$uto i#alie#@vel da gra#de %oesia, a%ela#do, #/o a uma sere#idade, %or %arte do leitor, mas a uma verdadeira sus%e#s/o %era#te o +ue se e#te#de ser (ou #/o se e#te#de) a u#/o da verdadeira %oesia. T uma o$ra i#+uieta#te e em +ue a i#cid#cia do olAar se a< verticalme#te e sem trguas.