ÍBLICAS B LIÇÕES
REVISTA PARA ESTUDOS NAS ESCOLAS BÍBLICAS
1º TRIMESTRE • 2013 • Nº 302
Reflexões no livro de Deuteronômio
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MISSÃO DA ESCOLA BÍBLICA
Transformar as pessoas em discípulas de Cristo, através do ensino e da prática da palavraa de Deus. palavr
Copyright © 2012 – Igreja Adventista da Promessa Revista para estudos na Escola Bíblica. É proibida a reprodução parcial ou total sem autorização da Igreja Adventista da Promessa.
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ
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Conselho Editorial
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EXPEDIENTE
Redação Rua Boa Vista, 314 – 6º andar – Conj. A – Centro Fone: (11) 3119-6457 – Fax: (11) 3119-2544 www.portaliap.com.br •
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Jornalista responsável
Pr. Elias Pitombeira de Toledo (MTb. 24.465)
Redação e preparação de originais
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Revisão de textos Seleção de hinos e ordem do culto Leituras diárias
Eudoxiana Canto Melo Silvana A. de Matos Rocha Jailton Sousa Silva
Projeto Gráfico Editoração Capa
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Para viver bem Reflexões no livro de Deuteronômio
SUMÁRIO
Apresentação ................................................... 5 1
Aprenda com o passado! .................................... 8
2
Obedeça ao Senhor .......................................... 15
3
Ensine o que você aprendeu ............................. 22
4
Viva como povo santo! ..................................... 29
5
Sirva a Deus com humildade ............................. 36
6
Celebre ao Senhor corretamente! ..................... 43
7
Observe a dieta bíblica ...................................... 49
8
Seja um bom cidadão ....................................... 56
9
Respeite a vida! ................................................ 63
10
Lute pela preservação da família ....................... 71
11
Faça escolhas certas, sempre! ........................... 78
12
Prepare sucessores ............................................ 84
13
Quando Jesus entra numa casa ......................... 92
Projeto Proclamar: 130 sábado ...................... 98
ABREVIATURAS DE LIVROS DA BÍBLIA UTILIZADAS NAS LIÇÕES
4
ANTIGO TESTAMENTO
NOVO TESTAMENTO
Gênesis Êxodo Levítico Números Deuteronômio Josué Juízes Rute 1 Samuel 2 Samuel 1 Reis 2 Reis 1 Crônicas 2 Crônicas Esdras Neemias Ester Jó Salmos Provérbios Eclesiastes Cantares Isaías Jeremias Lamentações Ezequiel Daniel Oséias Joel Amós Obadias Jonas Miquéias Naum Habacuque Sofonias Ageu Zacarias Malaquias
Mateus Marcos Lucas João Atos Romanos 1 Coríntios 2 Coríntios Gálatas Efésios Filipenses Colossenses 1 Tessalonicenses 2 Tessalonicenses 1 Timóteo 2 Timóteo Tito Filemon Hebreus Tiago 1 Pedro 2 Pedro 1 João 2 João 3 João Judas Apocalipse
Gn Ex Lv Nm Dt Js Jz Rt 1 Sm 2 Sm 1 Rs 2 Rs 1 Cr 2 Cr Ed Ne Et Jó Sl Pv Ec Ct Is Jr Lm Ez Dn Os Jl Am Ob Jn Mq Na Hc Sf Ag Zc Ml
Mt Mc Lc Jo At Rm 1 Co 2 Co Gl Ef Fp Cl 1 Ts 2 Ts 1 Tm 2 Tm Tt Fm Hb Tg 1 Pe 2 Pe 1 Jo 2 Jo 3 Jo Jd Ap
ABREVIATURAS DE TRADUÇÕES E VERSÕES BÍBLICAS UTILIZADAS NAS LIÇÕES AM ARA ARC AS21 ECA NVI KJA BV NBV BJ TEB NTLH
A Mensagem Almeida Revista e Atualizada Almeida Revista e Corrigida Almeida Século 21 Edição Contemporânea de Almeida Nova Versão Internacional Tradução King James Atualizada Bíblia Viva Nova Bíblia Viva Bíblia de Jerusalém Tradução Ecumênica da Bíblia Nova Tradução na Ling. de Hoje
APRESENTAÇÃO Em 2009, Ana Beatriz Roma teve a oportunidade de realizar um dos maiores sonhos de sua vida: fazer um intercâmbio cultural. Em março daquele ano, aos 17 anos, embarcou sozinha para o Canadá, a fim de estudar inglês e ter novas experiências numa nova cultura. 1 Você consegue imaginar como ficaram os corações dos pais dessa adolescente? Aflitos, com certeza! Os pais querem conceder aos filhos essa possibilidade, mas uma viagem como essa traz milhares de preocupações. Ana Beatriz foi e levou nas malas as muitas recomendações de seus pais. Pois bem, neste trimestre, vamos estudar o livro de Deuteronômio. Nele, vemos uma geração de jovens israelitas, que está prestes a entrar em Canaã, a terra prometida. Vemos, também, Moisés, nas campinas de Moabe, agindo como pai de adolescentes que estão indo, sozinhos, numa viagem de intercâmbio. Contudo, neste caso, não era um intercâmbio apenas: era uma viagem sem volta. Uma viagem para uma nova vida. Naquele lugar, chamado Moabe, o líder de Israel deu várias orientações e fez muitas recomendações para que aquela geração fosse feliz em Canaã. De fato, nenhum leitor atento de Deuteronômio deixará de perceber o número de vezes em que a expressão “para que vivas bem” aparece ( cf. Dt 4:1,40, 5:29,33, 6:3,18, 8:1, 12:28, 30:19-20, 32:47). Havia uma preocupação clara com a vida da jovem geração israelita. Aquela terra que manava “leite e mel” seria um lugar não só de triunfo, mas também de muitas tentações. Os israelitas estavam muito perto de entrar e possuir essa terra, e Moisés desejava que eles vivessem nos planos de Deus. Mostrou-lhes que o Senhor queria que, nessa nova etapa, eles vivessem bem. Não era só viver por viver. O Senhor queria que seu povo tivesse uma vida jubilosa, feliz, agradável e bem-sucedida. Não era uma vida isenta de problemas, mas uma vida que agradasse a Deus. 1. ALVAREZ, Larissa. Adolescentes no intercâmbio. 2009. Disponível em:
Acesso em 05/11/2012.
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Como é essa vida que agrada a Deus e que nos traz satisfação? É o que será visto nesta série de lições, intitulada “Para viver bem: reflexões no livro de Deuteronômio”. Convidamos você a abrir sua Bíblia e seu coração e descobrir os segredos de Deus para viver bem. Contudo, antes de iniciarmos essa caminhada, é importante refletirmos em algumas informações técnicas sobre o livro de Deuteronômio, que nos serão úteis, diante de tudo que estudaremos neste trimestre.
Um livro para hoje Deuteronômio é um livro especial. Foi o mais citado pelos autores posteriores do Antigo Testamento, com mais de 350 citações. Já no Novo Testamento, temos mais de 190 vezes o conteúdo do Deuteronômio sendo mencionado, dentre estas, estão as palavras que saíram da boca de Jesus, no episódio da tentação, no deserto. Autor A maioria esmagadora dos teólogos que creem na inspiração das Escrituras acredita que Moisés é o autor. Sobre o último capítulo, que trata de sua morte, acredita-se que foi um apêndice escrito mais tarde, possivelmente por Josué, apesar de alguns acharem que Samuel também possa tê-lo escrito. Data Possivelmente, Deuteronômio foi escrito em 1405 a.C. Ellisen 2 chega a dizer que Moisés especificou esta data, em Dt 1:3, ocasião em que o povo estava reunido para ouvir as palavras do Deuteronômio. Moisés morreu 30 dias mais tarde (Dt 34:8). Este livro foi escrito depois de ser pronunciado, o que coloca a pronúncia e a escrita muito próximas. Cenário O povo está além do Jordão, na terra de Moabe (Dt 1:5). Trata-se de uma geração nova de israelitas. Dos que haviam saído do Egito, quarenta anos antes, só Josué e Calebe ainda estavam vivos, ou seja, temos um contingente enorme de pessoas com menos de quarenta anos, ansiosas por entrar na terra prometida. Antes disso, os israelitas precisavam ser lembrados de algumas questões importantes sobre a lei de Deus e sobre o modo de vida que ele lhes desejava em Canaã. É bem possível que a geração rebelde dos pais desta geração que estava prestes a entrar em Canaã não lhe houvesse ensinado a 2. (2007:70).
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lei como deveria. A maioria dos que entrariam na nova terra nem existia, por ocasião do recebimento da lei. Por isso, Moisés a relembra. No final do livro, os israelitas são desafiados a fazer uma aliança com Deus.
Propósito De acordo com Ellisen, 3 “o objetivo de Moisés ao escrever o livro ou ao pronunciar os discursos era o de preparar a nova geração de Israel para viver em Canaã”. Esse autor explica que Moisés expressa, no Deuteronômio, a parte fundamental da lei em forma de sermão, estendendo-se nos princípios básicos e falando em tom exortativo. Ele faz os israelitas lembrarem o passado, exorta-os quanto ao presente e encoraja-os com a promessa de Deus para o futuro. Ao recordar-lhes a lei divina, procura motivá-los ao amor a Deus. Por que estudar este livro? Nós cremos na inspiração plena da Bíblia Sagrada, isto é, cremos que todas as suas partes são inspiradas. Cremos, também, na autoridade do Antigo Testamento para a igreja. Por isso, devemos estudar o Deuteronômio. Como parte da Bíblia, é um livro que tem autoridade para a igreja e é apto para ensinar, redarguir, corrigir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda a boa obra. O Deuteronômio lembra-nos, com muita seriedade, da nossa obrigação moral para com Deus: devemos obedecer-lhe e sermos submissos a ele. Em suma, obedecendo corretamente às regras da interpretação bíblica, podemos extrair vários ensinos de Deuteronômio para hoje. Isso pode ser percebido, claramente, nos estudos desta série.
Pr. Alan Pereira Rocha Diretor do Departamento de Educação Cristã
3. Idem, p. 71.
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1
Aprenda com o passado! Hinos sugeridos – BJ 138 • BJ 103
5 DE JANEIRO DE 2013
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Motivar o estudante da Bíblia a refletir acerca de suas experiências vividas no passado, de modo a aprender com os erros e acertos, lições importantes para o seu crescimento espiritual.
... naquele tempo, vos ordenei todas as coisas que havíeis de fazer. (Dt 1:18)
LEITURA DIÁRIA D 30/12/12 Dt 1:1-16 S 31/12/12 Dt 1:17-32 T 01/01/13 Dt 1:33-46 Q 02/01 Dt 2:1-18 Q 03/01 Dt 2:19-34 S 04/01 Dt 2:35-3:13 S 05/01 Dt 3: 14-29
INTRODUÇÃO Você já ouviu a expressão: “Quem gosta de passado é museu”? Ela é muito comum, nos dias de hoje, e preferida por quem opta por apagar o passado da memória. Por mais doloroso que seja recapitular o passado, às vezes é importante fazê-lo; isso porque as experiências positivas ou negativas nele vividas podem nos ensinar a encarar, com êxito, o presente e o futuro. Quem é sábio, não ignora as lições aprendidas pelos eventos antes vividos. Aqueles que se negam a isso estão fadados a serem surpreendidos pelo mesmo buraco em que um dia caíram. Como bem escreveu George Santayana: “Aqueles que não conseguem se lembrar do passado estão condenados a repeti-lo”. 1 Por esta razão, Deus chama o seu povo a relembrar os episódios que vivenciou no deserto.
I Acesse os Comentários Adicionais e os Podcasts deste capítulo em www.portaliap.com.br
COM OS OLHOS NA BÍBLIA
Quarenta anos após a saída de Israel do Egito, Moisés reúne o povo. Muita coisa havia
1. Santayana apud Wiersbe (2006a: 492).
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acontecido neste intervalo de tempo. Muito havia de ser dito. Moisés fala para uma nova geração de homens e mulheres que muito tinha a aprender. Os seus pais haviam fracassado, quanto à conquista de Canaã, mas isso não mais poderia se repetir. Portanto, ao recapitular o passado, o velho líder ensina lições que jamais deverão ser ignoradas ou esquecidas. 1. Ordens são ordens: Em seu longo sermão aos filhos de Israel, Moisés recapitula as ordens que Deus deu ao povo, durante a sua peregrinação no deserto. Tais ordens tinham o propósito de beneficiar o próprio povo. Visavam ao seu bem. De fato, o Senhor almeja o melhor aos seus filhos. Suas palavras são sábias e suas ordens nos ensinam a viver melhor. Nos três primeiros capítulos de Deuteronômio, há algumas ordens importantes, dentre as quais destacaremos duas. A primeira é: ... entrai e possuí a terra que o SENHOR, com juramento, deu a vossos pais (Dt 1:8). Após percorrerem uma jornada de onze dias, de Horebe até Cades-Barnéia, os israelitas receberam essa ordem de Deus. Não precisavam temer os inimigos (v.21), pois o Senhor estava ao lado deles. Mas recuaram e recusaram obedecer-lhe. Desobedecer a Deus nunca será um bom negócio. Aquela geração foi condenada a não mais entrar na terra prometida (exceto Josué e Calebe). Daí, a segunda ordem: ... virai-vos e parti para o deserto,
pelo caminho do mar Vermelho (v. 40). O que significa isso? Que o povo teria de recomeçar. Porém, tal jornada não duraria mais onze dias, mas, sim, trinta e oito anos! A obediência à palavra de Deus é uma atitude preventiva. Muitos males seriam evitados se a ordem divina fosse levada a sério. Não atentar para ela custou caro aquele povo e isso servia de alerta à nova geração israelita. Quantos se condenam a anos de peregrinação no deserto, vivendo uma vida abaixo do melhor, quando poderiam estar desfrutando da bênção da santificação. 2 Os erros que Israel cometeu no passado servem de lição para todos nós. 2. Confiar é preciso: Moisés lembra que o povo, ao chegar próximo a Canaã, não confiou em Deus. A ordem divina era para conquistar a terra. Mas o povo estava temeroso demais. Por isso, sugeriu o envio de homens que espiassem a terra em questão (Dt 1:22). Ao retornarem, os espias (com exceção de Josué e Calebe) prestaram o seguinte relatório: Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nós (Nm 13:31b). A fé havia dado lugar ao medo. Os gigantes da terra, na visão dos amedrontados israelitas, pareciam ser maiores e mais poderosos do que o próprio Deus que os tirara da escravidão do Egito. Que absurdo! Deste 2. Livingston (2009:416).
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modo, jamais agradariam a Deus, pois, sem fé, é impossível agradá-lo (Hb 11:6). Aquele que os salvou das mãos de Faraó não seria suficientemente capaz de lhes entregar o povo daquela terra? Mas aquela geração incrédula não lembrou de nada disso. As pragas do Egito, a abertura do mar Vermelho, o envio das codornizes nada mais significava para eles. Aquela era a hora de demonstrar a fé no Todo-Poderoso, invadindo a terra e lutando por ela. Obviamente, “ter fé não é crer apesar das aparências – isso é superstição –, mas sim obedecer apesar das circunstâncias e consequências”. 3 Moisés, portanto, estava alertando a nova geração israelita sobre importância de confiar no Senhor. Tal confiança envolve, sobretudo, dependência na pessoa dele. A geração anterior pecara nesse quesito. Não dependera inteiramente de Deus. Se dele dependermos, naturalmente nós o deixaremos controlar a nossa vida, em todos os aspectos. Mas de nada servirá pedir o conselho de Deus a respeito de um assunto sobre o qual já estamos decididos ou a nossa vontade já está em ação. 4 3. Rebeldia, jamais: Moisés descreve um grave erro do povo de Deus. A reação dos israelitas à ordem de Deus de possuir a terra 3. Wiersbe (2006a:494). 4. Mackintosh (2003:45).
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prometida não foi de obediência e submissão, mas de rebeldia: ... vós não quisestes subir, mas fostes rebeldes à ordem do SENHOR, vosso Deus (Dt 1:26). Em outras palavras, o povo se virou contra Deus e suas ordens. Rejeitou a sua palavra. A rebeldia dos israelitas manifestou-se, pelo menos, de três maneiras. Em primeiro lugar, manifestou-se na ingratidão. A congregação murmurou contra Deus e o acusou: ... nos tirou da terra do Egito para nos entregar nas mãos dos amorreus e destruir-nos. O povo desprezou tudo que o Senhor fizera em seu favor. Para eles, nada do que Deus fizera fora bom. Tal atitude foi e é lamentável. Há muitos que agem da mesma forma: não se contentam com o que recebem de Deus; não veem nenhum motivo para lhe render graças; nada os agrada; a murmuração é o seu pior defeito. Em segundo lugar, a rebeldia manifestou-se na incredulidade . O povo claramente demonstrou não mais crer em Deus nem em suas obras; por isso, não lhe obedeceu. De fato, a “incredulidade é uma decisão que leva as pessoas a se rebelar contra Deus e a dizer: ‘Não importa o que o Senhor disser ou fizer, não vou crer nem obedecer!’”. 5 Ao ouvirem as palavras de Moisés sobre o assunto, os israelitas foram levados a uma 5. Wiersbe (2006a:495).
reflexão profunda. Deveriam agir diferentemente de seus pais. Em terceiro lugar, a rebeldia manifestou-se na petulância. Quando Deus disse: Parti para o deserto (v.40), eles responderam: ... nós subiremos e pelejaremos (v.41). Quanta petulância! Quanta presunção! Quando mandados por Deus e encorajados pelos seus fiéis servos a subirem e possuírem a terra, responderam: “Para onde subiremos?”. E quando lhes fora ordenado voltarem para o deserto, respondem: “Nós subiremos e pelejaremos”. 6 O resultado de tamanha rebeldia não poderia ser outro: foram derrotados pelos amorreus (v.44). 4. Promessa feita, promessa cumprida: Como diz a Escritura: Deus não é homem para que minta, nem filho de homem para que se arrependa. Acaso ele fala, e deixa de agir? Acaso promete, e deixa de cum prir? (Nm 23:19 – NVI). Resposta: Jamais! Deus é fiel é verdadeiro naquilo que diz; não corre o mínimo risco de falhar em suas promessas. Isso pode ser facilmente constatado a partir da análise de alguns trechos dos três primeiros capítulos de Deuteronômio. Deus havia prometido que levaria o povo até a terra prometida, e assim o fez (Dt 1:8). Quando o povo se rebelou contra o Senhor, este prometeu que aquela geração não entraria na terra prometida, somente Josué e Calebe (pois foram perseverantes) com 6. Mackintosh (2003:76).
os descentes do povo (Dt 1:34-38). E assim aconteceu. Deus também proibiu Moisés de entrar na terra, embora este houvesse pedido o contrário (Dt 3:25-26). Josué o substituiu na conquista de Canaã (Dt 3:28; Js 1:1-2). Deus ordenou a nova geração israelita a avançar rumo à conquista de Canaã e prometeu: ... eis aqui na tua mão tenho dado a Seom, amorreu, rei de Hesbom, e a sua terra (Dt 2:24b). O resultado: E o SENHOR, nosso Deus, no-lo entregou, e o derrotamos (v.33). Deus também lhes prometeu vitória sobre Ogue, rei de Basã (3:2) e assim o fez (v.3). O povo, dessa vez, não recuou, como antes fizera, mas confiou na palavra de Deus. Não resta dúvida: Deus cumpre o que promete. Recapitular isso é fundamental. Louvá-lo e agradecer-lhe por todas as suas promessas é um dever nosso (Sl 136:1, 19-21). Israel que o diga! Este povo teve o privilégio de presenciar Deus libertando-o, de modo magnífico, das mãos tiranas de Faraó. Só Deus tem esse poder! Deus está no comando de seu povo. É aquele e não este quem dita os rumos da história. Nada e ninguém pode surpreendê-lo. Dependemos do Senhor para todas as coisas. Devemos a ele a nossa vida! Israel não conquistou a terra prometida por esforço próprio, mas por intervenção de Deus (Dt 3:2). Ao recapitularmos o passado, lembremos o que ele já fez por nós e o glorifiquemos. 11
01. Que ordens Deus deu aos israelitas? Por que a obediência a Deus pode ser encarada como uma atitude preventiva? Comente com base em Dt 1:8,10 e no item 1.
02. Leia Nm 13:31b; o item 2, e responda: Que atitude sugere que os israelitas não confiaram em Deus?
03. Qual foi a reação dos israelitas à ordem de Deus de possuir a terra prometida? Baseie-se em Dt 1:26 e no item 3.
04. Como se manifestou a rebeldia do povo em relação a Deus? Comente com base no item 3.
05. Com base em Nm 23:19 e no item 4, responda: Que eventos confirmam a capacidade de Deus de cumprir suas promessas?
II
COM OS OLHOS NA VIDA
1. Ao recapitular o passado, rejeite os erros. Nem sempre gostamos de relembrar o passado. Nem sempre 12
temos bons motivos para fazê-lo. Os nossos erros nele cometidos podem nos induzir a chegar a essa conclusão. O povo israelita tam-
bém tinha motivos para não trazer Rebeldia, incredulidade, petulância à tona o seu passado, mas Moi- eram pecados que aquele povo essés insistiu em fazê-lo. Por quê? tava aprendendo a rejeitar. Devemos Ele sabia que os erros do passado fazer o mesmo. Uma vez que fomos são pedagógicos. O povo havia de por Deus perdoados, o seu conselho aprender com eles. é: ... não peques mais (Jo 5:14). ReO que ele aprenderia? A não mais jeitemos os erros do passado para praticar os erros outrora cometidos. que vivamos bem.
06. Com base na primeira aplicação, responda: Por que aprender com os erros do passado é relevante? Você pretende adotar sempre essa prática?
2. Ao recapitular o passado, repita os acertos. Ao recapitularmos o passado, precisamos ser capazes de ver os nossos erros, para não mais os cometermos. Mas não só isso: precisamos refletir, também, sobre os acertos. Ninguém, entre os mortais, é tão bom a ponto de nunca ter errado na vida, mas também ninguém é tão mau a ponto de nunca ter acertado. Israel muito entristeceu a Deus com suas más obras, mas tam-
bém lhe obedeceu em alguns momentos (Dt 2:5-8, 3:2-4). Que tal relembrarmos os pontos positivos do passado? Que tal repetirmos tudo que de bom fizemos outrora? Quem sabe, no passado, orávamos mais, éramos mais atuantes na evangelização, contribuíamos mais com a obra de Deus, ajudávamos mais uns aos outros. Repitamos tudo isso agora, no presente. Atitudes como essas contribuem para vivermos bem.
07. Com base na segunda aplicação, responda: Por que aprender com os acertos do passado é relevante? Você tem utilizado esse método em sua vida?
13
PARA VIVER BEM No estudo de hoje, vimos que o povo de Israel muito aprendeu, quando recorreu ao passado. Para vivermos bem, isso também é necessário. As experiências que adquirimos com nossos erros e nossos acertos, no decorrer dos anos, muito nos ajudam a construir um presente e um futuro mais frutíferos, com êxito. O nosso desafio para esta semana, portanto, é puxarmos pela memória algo espiritualmente positivo, que antes fazíamos com frequência, mas que, no presente, não praticamos com regularidade. No seu caso, pode ser a sua vida devocional, o ato de congregar, ofertar, bem como uma boa atitude em relação ao próximo. Seja o que for, repita esses gestos. O desafio está lançado. Agora é com você.
14
2
Obedeça ao Senhor Hinos sugeridos – BJ 296 • BJ 186
12 DE JANEIRO DE 2013
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Mostrar ao estudante da Bíblia a importância de obedecer a Deus; estimulá-lo a buscar com mais afnco a guarda dos mandamentos, baseado no amor, na audição e na prática da lei.
Chamou Moisés a todo o Israel e disse-lhe: Ouvi, ó Israel, os estatutos e juízos que hoje vos falo aos ouvidos, para que os aprendais e cuideis em os cumprirdes. (Dt 5:1)
LEITURA DIÁRIA D S T Q Q S S
06/01 07/01
Dt 4:1-12 Dt 4:13-24
08/01 09/01
Dt 4: 25-36 Dt 4:37-49
10/01 11/01
Dt 5: 1-12 Dt 5:13-24
12/01
Dt 5: 25-33
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INTRODUÇÃO Jesus é nosso maior exemplo de obediência, desde o seu nascimento. Sua vida foi exemplar, pois ele cumpriu tudo (Mt 5:17); foi perfeito, até o fim de sua vida terrena, sendo obediente até à morte e morte de cruz (Fp 2:8c). Por ele, somos salvos para também sermos obedientes: Assim, agora podemos seguir às leis divinas se seguirmos o Espírito Santo (Rm 8:4 – NBV). Os israelitas estavam prestes a entrar na terra prometida. Eram, em sua maioria, jovens. Antes de poderem entrar na terra, foram exortados sobre o dever de obedecer a Deus. Quando se vai viajar, antes de pegar a estrada, é sempre bom dar uma revisada no carro, conhecer o local de destino, o caminho a percorrer e, se possível, pesquisar a previsão do tempo. É algo parecido com isso que Deus está fazendo com o povo, em Deuteronômio, capítulos 4-5: preparando-o para a jornada que tem pela frente!
I
COM OS OLHOS NA BÍBLIA
Deuteronômio 4 já começa com um convite para Israel: ... ouve (v.1). Essa é a tradução 15
para a palavra hebraica shama, que, dentre seus significados, traz a ideia de “ouvir com inteligência”. 1 É isso que Moisés, inspirado pelo Espírito Santo (2 Tm 3:16), começa a ensinar ao povo de Deus. Para viver bem na terra de Canaã, os israelitas foram relembrados da Lei do Senhor. 1. A preservação da lei de Deus! O que Israel precisava ouvir com inteligência era a repetição da lei divina, para que sempre praticasse o que Deus lhe dava. Com Deus, não funciona o errado comportamento de “ouvir por um ouvido e deixar sair pelo outro”. Tudo de que o povo precisava já estava escrito. Não era necessário acrescentar nada à palavra: ... nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela (Dt 4:2). Temos, aqui, um chamado à preservação da lei, isto é, um chamado para que o povo a guarde, sem a modificar. A palavra de Deus não pode ser alterada. Lembremos o que disse Jesus: Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra (Mt 5:18). Nesse mesmo chamado à preservação da lei, Deus lembra aos israelitas o episódio em que adoraram a Baal-Peor (Dt 4:3). Essa adoração teve consequências seríssimas (Nm 25). A palavra Peor indica uma cidade em 1.Bíblia de estudo palavras-chave hebraico e grego, 2011, p.1978.
16
frente ao Vale do Jordão (Dt 3:29, 4:46). Muitos morreram ali, por desobedecerem a Deus. As mulheres moabitas levaram os israelitas a participarem da prostituição sagrada e da adoração a Baal, que, aliás, “era nome comum dado ao deus da fertilidade em Canaã”. 2 Outro episódio lembrado foi a pressão do povo sobre Moisés, o que o levou a ferir a rocha, quando Deus havia mandado que apenas falasse. Isso lhe custou a não entrada em Canaã (Nm 20:7-13). Mesmo sabendo que não entraria na terra prometida, ele orientou o povo a seguir a lei de Deus e guardar a aliança (Dt 4:21-22). Quem preserva a lei, a palavra de Deus, permanece sob a misericórdia divina. Por isso, em Dt 4:4, lemos: Mas aqueles que continuaram fiéis a Deus, o SENHOR, ainda estão vivos (NTLH). Esse era mais um motivo para o povo “ver” o ensino (Dt 4:5), e guardá-lo (Dt 4:6). A lei não pode salvar, mas nos ajuda a andar no caminho da salvação que, de graça, recebemos de Deus. Quando perseveramos em seguir a lei de Deus, somos tidos por sábios, inteligentes, e nos tornamos um sinal do cuidado e da proximidade de Deus para os não crentes (Dt 4:7-8). O povo que segue a lei de Deus deve lembrar que serve a um Deus que está perto, porque, sempre que o busca de coração, tem o seu auxílio, acha graça em ocasião oportuna (Hb 4:16). 2. Vine et al (2009:51).
2. Vamos aprender a lei! A convocação para que os israelitas guardassem os mandamentos de Deus permanece no capítulo 4 de Deuteronômio. Por que guardar a lei era tão importante? Porque os cananeus tinham uma grande quantidade de deuses. Israel deveria guardar-se da adoração aos ídolos (cf. vv.12,15-19,23-28). Moisés lembrou aos israelitas que, quando Deus se manifestou a eles, do meio do fogo em Horebe, não virão forma alguma (Dt 4:15 - NVI). O povo não viu nenhuma forma física de Deus que pudesse ser reproduzida na ocasião de sua manifestação; por isso, recebeu a ordem: ... não se corrompam fazendo para si um ídolo (v.16). Às vezes, achamos que iríamos ter mais fé em Deus, se o víssemos; porém, como ainda convivemos com o pecado, poderíamos até idolatrá-lo, em vez de adorá-lo. As palavras da lei eram suficientes, mais do que qualquer imagem. Contudo, mesmo diante da aliança que estava estabelecendo com Deus, o povo se desviaria, num futuro próximo, quando entrasse além do Jordão, e adoraria os deuses falsos. Sabendo disso de antemão, Deus, prometeu que o socorreria, se o povo voltasse de todo coração. Por isso, Moisés disse a Israel: ... buscarás ao SENHOR, teu Deus, e o acharás, quando o buscares de todo o teu coração e de toda a tua alma (Dt 4:29-31). A lei deveria ser praticada por cada indivíduo da nação. Daí, a orientação:
Tenham cuidado de não esquecer a aliança que o Senhor, o seu Deus, fez com vocês (Dt 4:23). Aquilo que os israelitas haviam ouvido, as coisas que haviam visto e as manifestações de Deus (Dt 4:10-11) deveriam estar em seus corações e nos de seus filhos e netos: Contem a seus filhos e netos (Dt 4:9 - NVI). Os ensinamentos seriam passados de geração a geração. Os últimos versículos de Dt 4 (vv. 32-49) bem poderiam ser chamados de “credo das misericórdias”. O povo de Israel podia ter a certeza de que, desde o início dos tempos, Deus vinha trabalhando e cuidando do seu povo. O Senhor o salvou, falou-lhe e fez muitas maravilhas, pois o amava (Dt 4:37). O amor de Javé fora demonstrado aos homens do passado, na libertação do Egito e na expulsão dos maus moradores de Canaã. 3 3. Relembrando a lei do Senhor: O capítulo 5 de Deuteronômio novamente diz: ouvir, aprender e cumprir os mandamentos (v.1). Moisés diz ao povo que a aliança de Deus, em Horebe, não era apenas com a antiga geração, mas com aquela geração que estava viva (vs.23). Deus fala com aquele povo, por meio de Moisés, face a face (vv.4-5). Nesta recapitulação dos dez mandamentos, mais uma vez a introdução traz a afirmativa: “Eu te tirei do Egito” (v.6). Sobre isso, Thompson 4 3. Thompson (1982:106). 4. Idem, p.108.
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diz: “A libertação realizada no passado é a base sobre a qual Moisés apela a Israel que ouça o que Javé deles exige”. Esta deve ser nossa motivação para guardarmos a lei: o amor a Deus (Jo 14:21). Vamos, então, aos mandamentos do Senhor. Os três primeiros mandamentos: Não ter outros deuses diante do Senhor (v.7), não fazer imagem de escultura de nenhuma espécie para se encurvar diante delas e lhes servir (vs.710) e não tomar o nome do Senhor em vão, continuam como na primeira citação dos mandamentos (Êx 20:3-7). O dia do sábado ganha uns detalhes a mais (vv.12-15). Além de guardar o sábado para lembrar que Deus é o criador, aqui nesta repetição, o povo é convidado a guardá-lo para lembrar que Deus é o salvador; afinal, o Senhor o libertara da escravidão do Egito. Todas as pessoas na casa do salvo deveriam guardar este dia, inclusive o “servo e a serva” (v.14). O quinto mandamento recebe novos detalhes: “como o Senhor te ordenou” e “para que te vá bem” (v.16). Não matar, não adulterar,
não roubar e não falar mal do próximo permanecem como na primeira versão do decálogo (Êx 20). É bom que se diga que as pequenas diferenças que temos, em Deuteronômio, não mudaram em nada os mandamentos contidos na versão de Êxodo 20:1-17. Por vontade do Espírito, os mesmos mandamentos são repetidos com novos detalhes. O último, por exemplo, apresenta outro detalhe: a mulher aparece por primeiro, e só depois as outras coisas (v.21). Deste modo, os dez mandamentos foram apresentados à nova geração para que esta vivesse bem. Chegamos, assim, ao final desta primeira parte do nosso estudo. Como vimos, nos capítulos 4-5 de Deuteronômio, o povo foi exortado a obedecer a Deus. Há uma chamada à obediência, no cap. 4, e uma repetição dos dez mandamentos, no cap. 5. A ideia deste capítulo é mostrar a lei como regra de vida dos redimidos, bem como mostrar as responsabilidades e as bênçãos por guardá-la. Viver bem tem relação com obedecer a Deus.
01. Com base no primeiro item, explique o comportamento: “Ouvir por um ouvido e deixar sair pelo outro”. Fale sobre a importância de entender a lei do Senhor corretamente para viver bem.
02. Que visão os não crentes têm dos crentes, quando estes praticam a palavra de Deus? Leia Dt 4:6. 18
03. Fale do desafio de crermos em Deus pela fé e não pelo que vemos. A partir do item 2, comente sobre o “credo das misericórdias”. Leia Dt 4:32-49.
04. Leia os dois primeiros parágrafos do item 3 e explique a expressão: “Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão”. O que isso tem a ver com nossa obediência?
05. Faça uma rápida recapitulação dos dez mandamentos, a partir de Dt 5:6-21.
II
COM OS OLHOS NA VIDA
1. Obedeça ao Senhor reconhecendo o seu grande amor. Uma visão espetacular se apresenta em Deuteronômio 5:22-26: fogo, nuvem, escuridão; Deus falando com grande voz aos Israelitas, no monte Horebe, entregando-lhes sua lei (v.22), e a surpresa de todos: ... vimos que Deus fala com o homem e que o homem fica vivo (v.24). Apesar de toda a glória do Deus da lei, era
possível ouvi-lo. Este acontecimento era uma grande prova do amor dele por Israel. Acertadamente, Moisés fez os israelitas refletirem: Quando foi que isso aconteceu a outro povo na terra anteriormente? Nunca! Deus realmente amava seu povo. Moisés também afirmou que Deus libertara Israel do Egito, porque o amara (v.37). Então, no final do capítulo, pede: Guarda, pois, os 19
seus estatutos e os seus mandamentos (v.40). A base de nossa obediência deve ser o amor de Deus por nós e nosso amor por ele, que não quer que os seus filhos lhe obedeçam
“apenas para receber bênçãos ou para evitar a disciplina, mas porque o amam de todo coração”. 5 5. Wiersbe (2006a:504).
06. Com que motivação devemos obedecer a Deus? É assim que temos agido?
2. Obedeça ao Senhor priorizando sua relevante palavra. Precisamos ouvir a palavra de Deus, assim como os Israelitas precisavam ouvir o que Deus falaria a Moisés (Dt 5:27). Precisamos parar de consultar as pessoas que julgamos mais espirituais, e, por primeiro, escutar a palavra de Deus. Porém, não podemos nos limitar a ouvir: devemos obedecer. Sobre
isso, Tiago nos disse: E sede cum pridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos com fal sos discursos (Tg 1:22). Lembre-se da lei; recorde os mandamentos, em vez de se gabar de tradições que você possa obedecer; afinal, é melhor obedecer do que sacrificar (1 Sm 15:22). Será que você tem ouvido mais os homens do que a Deus? Ouça mais e obedeça melhor.
07. O que você pode fazer para ouvir e praticar a palavra do Senhor?
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PARA VIVER BEM Realmente, andarmos na lei de Deus é maravilhoso, muito mais por sabermos que andamos por causa da graça de Cristo. Por isso, nosso desafio, nesta semana e sempre, é: meditar dia e noite na lei do Senhor (Sl 1:1-2). Agende um momento do seu dia para meditar na palavra de Deus e, assim, ouvir o que Deus tem para dizer. Perceba em que posição você tem colocado o Senhor, como tem usado seu nome e guardado o seu dia, o sábado. Veja ainda como tem tratado seus familiares e os seus inimigos. Assim, em total dependência da graça de Deus, se preciso for, mude de vida, mude de atitude e sinta na pele o que Paulo disse: ... a lei é santa; e o mandamento, santo, justo e bom (Rm 7:14).
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3
Ensine o que você aprendeu Hinos sugeridos – BJ 4 • BJ 189
19 DE JANEIRO DE 2013
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Mostrar, com base em Deuteronômio 6, o quanto é importante ensinar a Escritura às futuras gerações, para que a obra de Deus tenha continuidade e o seu povo não se afaste do caminho.
LEITURA DIÁRIA D S T Q Q S S
13/01
Dt 6:1-4
14/01 15/01 16/01 17/01
Dt 6:5-8 Dt 6:9-11 Dt 6:12-15 Dt 6:16-18
18/01 19/01
Dt 6:19-21 Dt 6:22-25
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Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com per sistência a seus filhos. (Dt 6:6-7a) INTRODUÇÃO Façam discípulos foi a última ordem que Jesus nos deu, antes de voltar ao Pai. É como se ele dissesse: “Agora, ensinem para as outras pessoas o que vocês aprenderam de mim”. Esta é a forma que o Mestre escolheu para divulgar a sua mensagem e a única maneira eficaz de a igreja garantir a sua continuidade na terra e a sua permanência na palavra. Assim, quando vemos a expressão “fazer discípulos”, lembramos as palavras de Jesus, em Mateus 28:19. Contudo, a ideia de ensino e discipulado sempre existiu na história do povo de Deus. No Antigo Testamento, ensinar a lei à geração seguinte era algo a ser encarado como um dever de todo israelita fiel. Essa era uma prescrição divina. Pois bem, hoje vamos estudar Deuteronômio 6, um dos textos mais clássicos sobre esse tema.
I
COM OS OLHOS NA BÍBLIA
Moisés instruiu com sabedoria aquela geração que estava prestes a entrar em Canaã.
Primeiramente, relembrou o que o Senhor havia feito por Israel, por pura graça e bondade (Dt 1-4). Em seguida, fez o povo recordar os princípios essenciais da lei de Deus, reafirmando os dez mandamentos (Dt 5). Agora, no capítulo 6, ele trata sobre o valor de praticar aquela instrução e de não a deixar cair no esquecimento. Era necessário ensiná-la às novas gerações. 1. O conteúdo do ensino: Se os israelitas quisessem viver bem, na terra prometida, deveriam ser cuidadosos para não esquecerem o que o Senhor havia feito em favor deles (Dt 6:1-3). Este era o conteúdo que deveriam ensinar aos seus filhos: tudo que Moisés lhes trouxera à memória, ali na região de Moabe. A ordem era clara: ensinem o que vocês aprenderam! Para facilitar, Moisés sintetizou todo o conteúdo a ser ensinado naquilo que os judeus chamam de Shema, palavra hebraica traduzida por “ouve” 1 (primeira palavra de Dt 6:4). O Shema está registrado, basicamente, nos versículos 4 a 5, e é composto por uma confissão de fé e por um mandamento. A confissão é: Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor (Dt 6:4). Esta confissão é até hoje recitada, em todas as manhãs e no fim de cada dia, por judeus devotos, em todo o mundo. 2 Era a principal 1. Wiersbe (2006a:510). 2. Hoff (1983:230).
afirmação da fé monoteísta, que diferenciava o povo de Israel das demais nações. Estas costumavam adorar vários deuses e deusas. A palavra “único”, referindo-se a Deus, aponta, dentre outras questões, para a ideia de singularidade. Ele é o único e verdadeiro Deus vivo. Jamais pode ser comparado ou colocado ao mesmo nível dos deuses pagãos, que são ídolos mortos e falsos. Já o mandamento do Shema é este: Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças (Dt 6:5). Jesus citou-o como primeiro e grande mandamento. Nisto, Deus estava apontando o elemento vital para o relacionamento dele com os seus filhos, que é o amor. O relacionamento antecede as regras. O Senhor não quer que o sirvamos por medo ou só por obrigação, mas, sim, por amor e gratidão. 2. O método do ensino: O líder do povo de Deus mostrou, ainda, como esse conteúdo seria ensinado. Duas questões chamam à atenção na pedagogia divina apresentada por Moisés. Em primeiro lugar, antes de ser ensinada, a palavra de Deus deveria ser vivenciada pelo educador e deveria estar em seu coração: Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração (Dt 6:6). Em segundo lugar, eram os pais que deveriam transmitir as instruções da lei do Senhor aos filhos. Diz 23
o texto: ... tu as inculcarás a teus filhos (Dt 6:7a). “Inculcar” (hb. shinantam), aqui, significa “dizer sempre de novo” ou “ensinar insistentemente”. A NVI apresenta a seguinte tradução: Ensine-as com persistência a seus filhos. Os pais deveriam encher a mente e o coração dos filhos com a palavra do Senhor. De acordo com Deuteronômio 6:7b, essa instrução deveria ser contínua. A palavra deveria ser ensinada dentro de casa, nas caminhadas, nas viagens, na hora de deitar-se e de levantar-se, em momentos formais e informais.3 Os pais deveriam escolher alguns períodos para ensinar os filhos: ... delas falarás assentado em tua casa. Contudo, todas as oportunidades ocasionais teriam de ser aproveitadas, ao ar livre, “andando pelo caminho”, ou mesmo dentro de casa, de dia e de noite. A ideia era que os pais instruíssem os filhos, enquanto realizassem as tarefas diárias. O interessante é que Deus, propositalmente, havia ordenado que o povo deixasse memoriais em vários lugares. Por exemplo: Após a travessia do rio Jordão, Deus ordenou que, de doze pedras tiradas do leito do rio, fosse feito um monumento. Qual o motivo? Em Js 4:21, encontramos a resposta: No futuro, quando os filhos perguntarem aos seus pais: “Que significam essas pedras?”, 3. Marra (2007:51).
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expliquem a eles: Aqui Israel atravessou o Jordão em terra seca. Um dia, um pai e seu filho, passando por ali, teriam uma ótima chance para aprender e ensinar. 3. A influência do ensino: Os versículos 8-9 de Dt 6 continuam dizendo: Amarre-as como um sinal nos braços e prenda-as na testa. Escreva-as nos batentes das portas de sua casa e em seus portões. É claro que essas palavras têm o sentido simbólico; porém, muito tempo depois, os judeus interpretaram-nas de forma literal e começaram a fabricar pequenas caixas, chamadas de filactérios, em cujo interior encontravam-se os textos de Deuteronômio 6:4-5 e 11:13-21. 4 Passaram a atar essas caixinhas na testa e no braço esquerdo ( cf . Mt 23:5). Além disso, eles passaram a fixar, no batente da porta, uma caixinha chamada por eles de mezuzá, contendo parte das Escrituras. 5 Infelizmente, reduziram uma instrução espiritual e cheia de significado a um ritual quase vazio. A mensagem de Deuteronômio 6:8-9 é muito simples: a palavra de Deus ou sua lei deve nos orientar em tudo que fizermos. Sua influência deve abranger todas as áreas da vida. Devemos ser guiados por ela integralmente. São quatro as declarações do texto que apontam para isso. A primeira é: 4. Livingston (2009:434). 5. Wiersbe (2006a:511).
Amarre-as como um sinal nos braços, e refere-se às ações. A palavra deve estar em nosso coração para orientar tudo que fazemos. A segunda declaração, prenda-as na testa, diz respeito à mente. A palavra deve conduzir nossos pensamentos, nossas emoções e nossos desejos. Com a palavra de Deus em nossa mente, teremos sabedoria para tomar as decisões certas. A terceira declaração importante é: Escreva-as nos batentes das portas de sua casa. Aqui, Moisés trata da família ou do lar . A ideia deste texto é que a casa dos israelitas deveria ser regida pelos princípios divinos. O relacionamento familiar deveria acontecer no temor ao Senhor. A quarta e última é: Escreva-as (...) em seus portões. Trata-se não das portas da casa, mas, sim, dos portões da cidade. Naquele tempo, as cidades eram muradas e tinham portões. Isso quer dizer que a lei do Senhor deveria guiar toda a sociedade: nos negócios, nos relacionamentos, no trabalho, na ética, etc. 4. O resultado do ensino: Vimos, até agora, o conteúdo, o método e a influência daquilo que devia ser ensinado em Israel. Mas qual seria o resultado, se os israelitas seguissem essas orientações? Eles não pecariam contra Deus e seriam abençoados em Canaã. Isso aconteceria porque, de acordo com Deuteronômio 6:10-25, se a lei do Senhor estivesse no coração deles, seriam livres da soberba, da ingratidão e das tentações.
O fato é que Moisés estava preparando aquela geração jovem para entrar na terra prometida e tomar posse dela. Ele sabia que aquela terra seria um lugar não só de triunfo, mas também de tentações, pois, após conquistarem as nações que habitavam ali, os israelitas herdariam muitas riquezas e poderiam esquecer que fora o Senhor que tornara tudo aquilo possível. Eles ainda poderiam contaminar-se com as nações vizinhas, copiando seus costumes profanos ou adorando seus deuses. Certo cristão afirmou: “Quando as coisas estão indo bem, nossa tendência é relaxar nas disciplinas espirituais, deixar de dar o devido valor as nossas bênçãos e esquecer de agradecer a Deus, a fonte das bênçãos”.6 E isso é verdade. O antídoto contra tudo isso era o ensino bíblico persistente. Moisés aconselhou: Tenham cuidado! Não esqueçam o Senhor que os tirou do Egito, da terra da escravidão (Dt 6:12). Era fundamental que os israelitas aprendessem e guardassem a palavra no coração e na mente, para se lembrarem do Senhor e de sua lei, quando fossem tentados, e, assim, fossem livres da queda. A principal arma que temos contra a tentação é a palavra de Deus. Quando tentado, Jesus a citou para se defender (Mt 4:1-11), e, curiosamente, citou parte desse texto que 6. Idem, p.511.
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estamos estudando (Dt 6:13, 16). Isso não é admirável? Davi também entendeu esse princípio, pois disse: Guardei no coração a tua palavra para não pecar contra ti (Sl 119:11).
Com relação aos pais, o conselho bíblico é: Instrui a criança no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele (Pv 22:6). Esse é o resultado.
01. Leia Dt 6:1-3 e responda: O que era necessário para os israelitas serem felizes e bem-sucedidos em Canaã?
02. A geração que entraria em Canaã deveria ensinar às novas gerações o que Moisés lhe ensinara. Qual deveria ser o conteúdo desse ensino? O que é o Shema ? Recorra ao item 1 e a Dt 6:4-5.
03. Com base em Dt 6:6-7; Pv 22:6, e no item 2, responda: Que método os israelitas deveriam usar para instruir as futuras gerações?
04. Após ler Dt 6:8-9 e o item 3, responda: O que são os “filactérios” e a “mezuzá”? O que esse texto nos mostra sobre a influência e a abrangência do ensino bíblico?
05. Leia Dt 6:10-25 e responda: Que resultado o ensino da palavra de Deus traria a vida dos israelitas? Você concorda que a principal arma que temos contra a tentação é a palavra de Deus? Justifique a resposta.
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II
COM OS OLHOS NA VIDA
1. Ensine o que você aprendeu: faça de seu filho um discípulo. Segundo a Bíblia Sagrada, a educação espiritual dos filhos é dever dos pais. Em Deuteronômio 6, estes são exortados a ter a lei gravada em suas mentes e em seus corações (Dt 6:6) e a “inculcá-la” nos filhos (Dt 6:7). Pais e mães, façam de seus filhos verdadeiros discípulos! Mostrem-lhes o caminho. Ensinem-lhes quem
é Jesus. Sejam exemplo para eles, na oração, no caráter e na santidade. Aproveitem cada oportunidade para ensinar: em casa, no sofá, assistindo à TV ou em volta da mesa, tomando as refeições; no lazer; em conversas; em viagens, etc. Não percam nenhuma ocasião para falar aos seus filhos sobre o amor de Deus por eles. Ajudem-nos a terem o temor do Senhor em seus corações.
06. Leia a primeira aplicação e comente sobre a importância de fazer do filho um discípulo.
2. Ensine o que você aprendeu: faça do discipulado uma missão. Ensine o que você aprendeu aos seus filhos; contudo, não somente a eles: ensine também a outras pessoas que ainda não conhecem a palavra. Lembre-se de que Jesus nos ordenou a “fazer discípulos”, em todas as nações. Então, não perca a oportunidade de instruir um vizinho, um amigo, um colega de trabalho ou de estudo acerca do evangelho. Saiba que a fé cristã não é egoísta.
Existem, dentro da igreja, cristãos imaturos e novos convertidos que precisam ser acompanhados nesse início da fé. Sem o ensino bíblico persistente, é bem possível que essas pessoas se percam e saiam da igreja. Em nome de Jesus, não permita que isso aconteça. Adote, pelo menos, uma dessas pessoas para acompanhar e ensinar-lhe o que você aprendeu.
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07. Comente em sala de aula sobre a importância de discipular os novos convertidos. Você já pensou em adotar alguém para ensinarlhe aquilo que você aprendeu sobre a palavra de Deus?
PARA VIVER BEM Se a geração de Canaã quisesse viver bem, precisaria aprender a palavra de Deus, praticá-la e ensiná-la. Perceba que, para praticar e ensinar, é necessário conhecer. Essa palavra precisa estar no coração (Dt 6:6). É essencial levar a sério o aprendizado. Caro estudante, assuma um compromisso sério com Deus de conhecê-lo cada vez mais. Uma excelente oportunidade para isso é a Escola Bíblica. Procure não faltar a nenhuma aula. É também indispensável você praticar o que aprendeu; mas não apenas isso. É preciso ainda transmitir a outro esse conhecimento. Não há ninguém, neste mundo, que saiba tanto que não tenha nada mais a aprender, bem como não há ninguém que saiba tão pouco que não tenha nada a ensinar. Portanto, se você não sabe muito, ensine pelo menos o que aprendeu. Essa é uma missão que você tem, diante de Deus.
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Viva como povo santo! Hinos sugeridos – BJ 48 • BJ 12
26 DE JANEIRO DE 2013
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Levar o estudante da palavra de Deus a compreender que o Deus santo espera santidade de seu povo e a assimilar alguns princípios fundamentais para viver para a glória de Deus.
LEITURA DIÁRIA D S T Q Q S S
20/01
Dt 7:1-6
21/01 22/01 23/01
Dt 7:7-12 Dt 7:13-19 Dt 7:20-26
24/01 25/01
Dt 8:1-6 Dt 8:7-10
26/01
Dt 8:11-20
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Pois vocês são um povo santo para o Senhor, o seu Deus. O Senhor, o seu Deus, os escolheu dentre todos os povos da face da terra para ser o seu povo, o seu tesouro pessoal. (Dt 7:6) INTRODUÇÃO No estudo anterior, aprendemos sobre a nossa nobre missão de ensinar aos nossos filhos todo o conteúdo da palavra de Deus, para que estes possam amá-lo e servi-lo. No presente estudo, aprenderemos sobre o ardente interesse de Deus na santidade de seu povo. A tônica deste estudo está na real necessidade de santidade, pureza e devoção genuína do povo de Deus. Todo o conteúdo do presente estudo está registrado nos capítulos 7 e 8 do livro de Deuteronômio, em que encontramos princípios fundamentais e inegociáveis, apresentados à nação de Israel, pouco tempo antes de esta entrar na terra prometida. Esses princípios tinham como finalidade preservar a identidade do povo de Deus e proporcionar-lhe qualidade de vida em todos os aspectos.
I
COM OS OLHOS NA BÍBLIA
A promessa de Deus feita a Israel estava muito próxima de se concretizar. O povo havia saído do Egito, cerca de quatro décadas atrás, 29
caminhado por um deserto cheio de grandes desafios, mas, agora, estava diante da terra prometida, prestes a tomar posse dela. No entanto, o grande desafio era viver no meio de uma cultura pagã, sem abrir mão de sua identidade de povo santo. Mas como isso seria possível? 1. Muito cuidado com as armadilhas! Aquela era uma nova geração, cujos pais haviam saído do Egito, estavam mortos, ficaram pelo caminho, devido a sua dureza de coração. Israel bem podia se perguntar que perigos havia pela frente e quais as suas perspectivas de sucesso, agora que estava às portas da terra prometida. Sob que luz deveria se ver, ao enfrentar essa nova experiência? 1 Israel era o povo exclusivo de Javé, a menina dos seus olhos; por isso, ao entrar em Canaã, deveria revelar o caráter santo de seu Deus. O Senhor estava prometendo entregar as nações da terra nas mãos do seu povo, embora estas fossem mais fortes e numerosas (Dt 7:1-2). Agora, cabia a Israel seguir irrestritamente as suas ordens para viver bem na terra. A ordem do Senhor era: Não façam com elas tratado algum (Dt 7:2); Não se casem com pessoas de lá (Dt 7:3); ... não tomem as filhas deles para seus filhos, porque antes de vocês se darem conta, eles já os terão envolvido a adoração aos 1. Tompson (1982:123).
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ídolos (Dt 7:3b – AM); Derrubem os seus altares, quebrem as suas colunas sagradas, ... queimem os seus ídolos (Dt 7:4). Observe que Javé demonstra preocupação com a identidade do seu povo. Deus conhecia muito bem aquelas nações, sabia que se tratava de gente perversa, dissimulada, imoral, idólatra e irredutível. Por isso, sua ordem é “radical”. Israel não deveria fazer qualquer acordo político, matrimonial e espiritual com os moradores de Canaã. Israel era um povo santo para o Senhor, o seu Deus. O Senhor, o seu Deus, os escolheu dentre todos os povos da face da terra para ser o seu povo, o seu tesouro pessoal (Dt 7:6). Não se conformar a cultura Cananéia era uma questão de segurança: Vocês destruirão todos os povos que o Senhor, o seu Deus, lhes entregar. Não olhem com piedade para eles, nem sirvam aos seus deuses, pois isso lhes seria uma ar- madilha (Dt 7: 16 – grifo nosso). Qualquer relação com os cananeus ímpios poderia levar Israel a fazer alianças que enfraqueceriam seu relacionamento com o Senhor e que chamariam para si a disciplina de Deus.2 O Senhor sabia que Israel poderia se encantar com as “tendências”, com a moda, com a cultura e a espiritualidade daquele lugar, colocando tudo a perder. 2. Wiersbe (2006a: 513)
Além de ser uma questão de segurança, não se conformar com a cultura e práticas dos cananeus garantiria a Israel as bênçãos prometidas por Deus (Dt 7:12-15). Israel só precisava obedecer irrestritamente às ordens do Senhor, não temer seus inimigos, confiar que aquele que o tirara da terra do Egito com mão poderosa era fiel para fazê-lo possuir gradativamente a terra de Canaã (Dt 7:16-26). É impossível ler essas determinações feitas a Israel e não lembrar a igreja contemporânea. Esta está no mundo, que, segundo as Escrituras, jaz no maligno (1 Jo 5:19), mas é orientada a não se moldar a ele (Rm 12: 1-2), a não ser “amiga” dele (Tg 4: 4), mas a impactá-lo através de um procedimento santo e da mensagem transformadora do evangelho (1 Pd 2:5,9). 2. Muito cuidado com a ingratidão! Como vimos até aqui, o propósito de Deus para o seu povo, Israel, era uma conduta santa. O capítulo sete é uma exortação ao não conformismo com a cultura pagã, enquanto o capítulo oito é um chamado à gratidão a Deus por todos os seus feitos, em todas as épocas. Israel só conseguiria permanecer como uma nação santa se reconhecesse sua dependência da graça de Javé. Moisés orienta aquela jovem nação a olhar por um instante para o seu passado e lembrar suas origens,
a fim de redobrar o senso de gratidão por tudo que Deus lhe havia feito. Para termos uma ideia, a palavra traduzida por “lembrar” é usada 16 vezes em Deuteronômio. Em doze destas, apresenta elementos históricos como seu objeto. 3 Primeiramente, o povo é exortado a lembrar-se de seu passado recente no deserto, das provações que tinham como propósito divino purificá-lo e prepará-lo para a maturidade espiritual. Israel deveria lembrar-se do cuidado de Deus através de feitos miraculosos: do maná do céu, das roupas e sandálias que não se estragaram por quarenta anos (Dt 8:3-4). Depois, o povo é exortado a não deixar de obedecer ao Senhor: De pois que tiverem comido até ficarem satisfeitos, louvem ao Senhor, o seu Deus, pela boa terra que lhe deu (Dt 8:10). Israel não poderia, de maneira alguma, esquecer-se de Deus, quando tivesse construído boas casas em Canaã; quando seus rebanhos aumentassem; quando mais dinheiro estivesse entrando; quando o padrão de vida melhorasse (Dt 8:11). A desobediência é um perigo que o povo de Deus do presente também corre. Em seguida, o povo é exortado a não deixar de atribuir a Deus as suas conquistas e a sua prosperidade: Se cada um de vocês come3. Allen (1986:264)
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çar a pensar assim: “Fui eu quem conquistei tudo isso. Eu fiz tudo sozinho. (...)”, ora, pensem bem. Lembrem-se de que foi o eterno que deu a vocês forças (Dt 8:17 – AM). Esse era um risco que o povo corria. Moisés lhe lembra de nunca esquecer que é o Senhor quem está por trás de toda conquista que Israel teria no futuro (Dt 8:18). Aquela nação jamais deveria se exaltar diante de Deus; antes, deveria reconhecer a sua maravilhosa graça e provisão para render-lhe glória (Dt 8:15-18). Israel receberia o vigor e a generosidade de Deus; porém, não poderia alegar que os recebera em virtude de qualquer mérito próprio. 4 Reconhecer a graça de Deus era fundamental para a prática da santidade. A idolatria era o pecado mais comum entre aquelas nações que ocupavam a terra de Canaã. Assim, Israel jamais deveria dobrar-se diante dos deuses cananeus para prestar-lhes culto, pois isso seria uma ofen4. Thompson (1982:132).
sa ao Deus Todo Poderoso, que o tirara da terra do Egito, dando sinais de seu poder, grandeza e graça. Por isso, o povo é advertido a não ser mal agradecido. Israel estava prestes a entrar na terra prometida e usufruir de tudo que Javé lhe havia prometido, mas não poderia perder de vista a sua identidade de nação santa, de povo exclusivo do Deus santo. Israel precisava ter essa consciência de sua identidade, disposição para obedecer à vontade de Deus e senso de gratidão por desfrutar de sua graça. Chegamos ao final da primeira parte do nosso estudo. Como vimos, Israel fora lembrado, conforme mostra o capítulo 7 de Deuteronômio, de que era um povo especial, “povo santo”, e, por isso, deveria tomar cuidado para não incorporar os costumes do povo cananeu. Este é mais um segredo para viver bem: Além de não se conformar à cultura pagã, um povo santo é aquele que sabe agradecer a Deus pelos seus benefícios (Dt 8).
01. Deus prometeu dar a terra de Canaã a Israel; no entanto, qual era a condição para que o povo pudesse viver bem naquele lugar, de acordo com Dt 7: 1-2?
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02. Leia Dt 7:2-4 e comente sobre as ordens explícitas de Deus a Israel.
03. Leia Dt 7:16 e comente sobre a seguinte frase: “Não se conformar à cultura Cananéia era uma questão de segurança”.
04. Leia Dt 8:1-4 e comente sobre a importância de Israel lembrar-se dos feitos de Deus, em sua trajetória.
05. Leia Dt 8:11-18 e responda: Qual a relação entre reconhecer a graça de Deus e viver em santidade?
II
COM OS OLHOS NA VIDA
1. Viva com santidade, sem incorporar os valores do mundo. Israel fora eleito por Deus para ser o seu povo exclusivo e tornar-se modelo para todas as nações da terra. Deveria influenciar o mundo, através de sua conduta, de seus valores e de sua fé. Mas, infelizmente, ao invés de influenciar, Israel foi influenciado pelas outras nações, absorvendo seus valores imorais, conduta deplorável e uma fé sincrética.
A igreja é o “novo Israel”; é o novo povo eleito de Deus; é a porta-voz do reino de Deus na terra (1 Pd 2:5,9). Assim como Deus comissionou Israel, no passado, hoje comissiona a igreja para influenciar o mundo, para ser sal e luz (Mt 5:13-16). Por mundo, entendemos este sistema corrompido que impera e que não tem Deus como Senhor. A igreja de Cristo precisa ser santa. Não conseguirá isso conformando-se a este mundo (Rm 12:1-2). 33
06. Após ler a primeira aplicação e os textos bíblicos nela sugeridos, discuta com a classe sobre o papel da igreja e o porquê de ela não poder se conformar ao mundo.
2. Viva com santidade, sem esquecer o valor de Deus. O povo de Israel, que entraria na terra prometida, além de viver em santidade, não poderia, em hipótese alguma, perder a perspectiva de que Deus estava dirigindo aquela caminhada. Como “povo santo”, Israel prosperaria. Seria muito fácil esquecer o sofrimento que havia passado no Egito, antes de o Senhor o resgatar. 5
Cuidemo-nos nesse sentido! Riqueza, prosperidade e tudo que viermos a possuir é sempre dádivas de Deus, nunca direitos naturais que possamos reivindicar ou de que possamos nos gloriar. Em nossa caminhada diária como povo santo, sejamos sempre gratos a Deus por tudo o que ele nos fez. Fomos resgatados por pura graça.
5. Wiersbe (2006a:521).
07. Leia a segunda aplicação e comente com a classe por que não devemos esquecer o valor do nosso Deus, em nossa caminhada como povo santo.
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PARA VIVER BEM Ao final deste estudo, algumas reflexões importantes devem ser feitas por nós, cristãos: Primeiro de tudo, qual a nossa identidade espiritual? Você leu, nesta lição e no Deuteronômio: Somos povo santo! Segundo, o que significa ser sal da terra e luz do mundo? Como povo santo, devemos influenciar nosso meio e revelar os valores de Deus aos que ainda não o conhecem. Se tivermos entendido o estudo e formos sinceros, o nosso propósito será o de assumir a nossa identidade de cidadãos do céu, revelar ao mundo os nossos valores e a nossa fé, através da mensagem do evangelho e da conduta cristã. Anunciaremos ao mundo que a graça de Deus, revelada na cruz de Cristo, liberta-nos do poder do pecado e oferece-nos uma vida melhor, muito melhor! Reflita sobre isso, durante esta semana; não se esqueça de agradecer a Deus, em todas as suas orações, por tudo o que ele tem lhe dado. Amém!
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5
Sirva a Deus com humildade
2 DE FEVEREIRO DE 2013
Hinos sugeridos – BJ 88 • BJ 87
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Mostrar ao estudante da palavra de Deus que devemos sempre servir ao Senhor com humildade, glorificando-o por nossas conquistas e obedecendolhe por amor.
Sabe, pois, que não é por causa da tua justiça que o SENHOR, teu Deus, te dá esta boa terra para possuí-la, pois tu és povo obstinado. (Dt 9:6)
LEITURA DIÁRIA D S T Q Q S S
27/01 28/01
Dt 9:1-12 Dt 9:13-24
29/01 30/01
Dt 9:25-29 Dt 10:1-17
31/01 01/02 02/02
Dt 10:18-11:10 Dt 11:11-22 Dt 11:23-32
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INTRODUÇÃO O que é uma pessoa humilde? É aquela que tem um conceito certo de si mesma. Vê, em si mesma, defeitos e qualidades; pensa sobre si mesma com equilíbrio; não fica falando de seus feitos com orgulho, pois sabe que sua força vem de Deus (2 Co 3:5). 1 O povo de Israel precisava aprender a ser humilde; por isso mesmo, foi alertado contra a arrogância. No Deuteronômio, livro base desta série, dos capítulos 9-11, Moisés lembra aos israelitas o quanto Deus fora misericordioso para com eles. Não havia motivos para autoexaltação. Nesses capítulos, eles são lembrados de algumas verdades que constituem uma “vacina” contra a soberba. Aprenderemos, nesta lição, que, para vivermos bem, diante das promessas de Deus para nós, nunca devemos esquecer que são dele, não nossos, os méritos por aquilo que alcançamos.
1. Crescendo na santificação pessoal , São Paulo, 2009, p.27.
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I
COM OS OLHOS NA BÍBLIA
Nos capítulos 9-11 de Deuteronômio, o povo de Israel é lembrado, mais de uma vez, do quanto era “obstinado” (9:6,13, 10:16). Qual o significado dessa expressão? A palavra, no hebraico, é oreph, e quer dizer: costas, nuca, pescoço. Diz respeito ao soldado que não “virava as costas” na batalha por rebeldia, ou à pessoa que, ao ser chamada, não virava o pescoço para atender a quem a chamara. 2 Israel era assim. O fato de estar prestes a conquistar a terra, não provava que era um povo “justo”. Deus, por meio de Moisés, lembrou-lhe isso. 1. Um povo “pequeno”: Ao lermos Dt 9:1-6, percebemos a graça de Deus atuando em Israel. Notamos isso devido à insignificância daquele povo, pois, em Canaã, havia nações “maiores e mais fortes”. Então, se os israelitas estavam para conquistar a terra, definitivamente o mérito não era deles. Duas características dos moradores de Canaã mostram o quanto Israel precisava da ajuda de Deus. Em primeiro lugar, em Canaã, eles viviam (...) em grandes cidades, protegidas por altos muros que vão até o céu (Dt 9:1 – NBV). Em segundo lugar, Canaã era, literalmente, uma “terra de gigantes”. Pela Bíblia, sabemos que, no Jordão, havia vários tipos de gigantes, e Deuteronômio destaca os “filhos 2. Shedd (1988:203).
dos Anaquins” (Dt 9:2). Anaquim, no hebraico, significa “pescoço longo”. Eram altos e fortes; 3 por isso, Israel precisava do Deus que se mostra como um “fogo que consome” (Dt 9:3), pois ele os destruiria. 2. Os planos de Deus: Israel não ocuparia Canaã por ser um povo bom, exemplar etc. O Senhor disse isso: Não é por causa da tua justiça (...) que entras na terra (Dt 9:5). Então, por que Deus daria a terra a Israel? Havia, pelo menos, dois motivos para a ocupação de Canaã. O primeiro era o pecado de seus moradores. A palavra associada àquelas nações é impiedade e quer dizer: erro moral, culpa, atitudes injustas, perversidade, maldade e falsidade. 4 A expulsão daqueles povos não foi imediata, pois, em Gênesis, vemos a paciência de Deus, a despeito do pecado do povo (Dt 15:16); afinal, Deus é tardio em irar-se (Sl 145:8). O segundo motivo da conquista da terra era a fidelidade do Senhor. Deus estava confirmando a sua palavra. A palavra que jurou a Abraão, Isaque e Jacó (Dt 1:8). Veja que não há mérito algum na nação de Israel; não há motivos para se gabar, pois o fato de entrar na terra prometida era a concretização dos planos de Deus.
3. Champlin (2000a:3786). 4. Bíblia de estudo palavras-chave hebraico e grego, 2011, p.1938.
37
3. Rebeldes!: Deus enfatiza bem que, nos israelitas, não havia mérito, pois lhe haviam provocado a ira (Dt 9:7-24). Durante sua peregrinação no deserto, o povo quebrou sua aliança com Deus. Não entendendo o que Moisés fazia no monte, Israel adorou o bezerro de ouro. Depois de lembrar-lhe disso, Moisés recordou-lhe outros episódios e afirmou: Tendes sido rebeldes contra o Senhor desde o dia que vos conheci (Dt 9:24). Os episódios lembrados estão relacionados ao que o povo fizera em determinadas cidades: Taberá, Massá, Quibrote-Hataavá e Cades-Barnea. Em Taberá, Israel reclamou do maná e desejou as comidas do Egito (Nm 11:1-10), 5 e Deus mandou fogo, a fim de discipliná-lo. O fogo queimou as extremidades do acampamento. Depois, Moisés apresentou a queixa do povo a Deus, que enviou carnes (Nm 11:10-32). Apesar de ter atendido ao desejo dos israelitas, o Senhor mandou uma praga e matou muitos, enquanto ainda comiam. Por isso, o lugar passou a se chamar Quibrote-Hataavá, que significa sepultura do desejo (Nm 11:32-35). 6 Em Massá, eles reclamaram de água (Êx 17:1-7), e, em Cades-Barneia, quiseram voltar para o Egito, por medo dos gigantes de Canaã (Nm 13-14).
4. Caminhos da graça: Na recapitulação do passado de Israel, percebemos que seus caminhos foram pontilhados pela graça. O fato de Deus ouvir a oração de Moisés é mais uma prova da tolerância de Deus em relação à nação (Dt 9:2529). Como já afirmamos, o próprio Moisés confessa que o povo era rebelde (Dt 9:24). Diante de tal lembrança, o melhor a fazer era confiar na graça de Deus. Deus demonstra interesse por seu povo, ordenando a Moisés que fizesse novas tábuas de pedra. Parece estranho Moisés quebrar as tábuas da lei; porém, isso ocorreu devido o desvio do povo, e essa era uma prática normal no Antigo Oriente, quando leis eram transgredidas. 7 Aprendemos, aqui, com as novas tábuas da lei, que Deus renova sua aliança com seu povo (Dt 10:1-5). 5. Pedidos de Deus: Os capítulos 10 e 11 de Deuteronômio são “uma seção exortativa final, basicamente estruturada em torno de várias exortações, seguidas por incentivo à obediência”.8 Depois de mostrar ao povo que este estava recebendo a terra por pura graça, Deus lhe pede obediência, baseado no seu grande amor. Quem tem humildade, submete-se em amor aos mandamentos de Deus. Em Dt 10:12, Deus faz uma pergunta-chave ao seu povo: O que o
5. Champlin (2000a: 798). 6. César (2001:172).
7. Thompson (1982:136). 8. Hamilton (2007:461).
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SENHOR pede de ti?. A resposta a essa pergunta é dada logo em seguida. Vejamos: “ temor a Javé”, que é o respeito a Deus através da guarda dos mandamentos; 9 “andar nos caminhos de Deus”, que é seguir o destino certo dado por ele; “ amor ao Senhor”, que é a base para a obediência; “serviço a ele”, visto que quem teme a Deus, anda com ele e o ama, certamente irá demonstrar isso na prática do serviço. 6. Guardando de coração: Observe como o amor a Deus e a obediência aos mandamentos estão muito próximos, no Deuteronômio: ... que é que o Senhor, o seu Deus, lhe pede, senão que (...) o ame e (...) que obedeça aos seus mandamentos (Dt 10:12-13). A obediência aos mandamentos, que era para o próprio bem (v.13) do povo, deveria ser feita com base no amor a Deus e no amor de Deus pelo povo (Dt 10:15). Nesse mesmo trecho, o povo é convidado a trocar a religiosidade exterior por uma mudança no coração: Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração e não mais endureçais a vos sa cerviz (v.16). A circuncisão exterior era sinal exterior de pertencimento a Deus.10 Entretanto, Deus não quer rituais por rituais: ele quer a circuncisão de coração, isto é, uma obediência verdadeira e voluntária, não superficial. 9. Bíblia de estudo palavras-chave hebraico e grego, 2011, p.1691. 10. Idem. (2011:220).
7. O cumprimento da lei: O amor e o serviço ao próximo estavam intimamente ligados ao cumprimento da lei. A nação israelita deveria imitar a Deus, amando o estrangeiro, pois havia sido estrangeira no Egito (Dt 10:17-19). O amor e o louvor a Deus eram os motivos para a obediência. Até mesmo o crescimento populacional do povo era um sinal do cuidado de Deus (Dt 10:20-22). Por tudo isso, em atitude de imensa gratidão, o povo de Israel deveria celebrar-lhe e obedecer-lhe. Diante de tanta graça divina, de provas reais e visíveis, era mais do que justo o povo guardar os preceitos e as leis de Deus. No capítulo 11, vemos o Senhor falando da importância de andar em seus caminhos. Por isso, aquela geração que iria entrar em Canaã deveria ter em mente a ação de Deus no passado (11:2-7). Obediência era o melhor caminho, não a rebeldia dos antepassados. 8. Escolhas abençoadas: Ao analisarmos Dt 11:8-25, percebemos que obedecer traz bênçãos. Vale dizer que isso não significa uma relação “toma-lá-dá-cá” com o Senhor; todavia, as pessoas salvas por Deus têm uma fé operante. Por caminharem segundo a palavra, receberiam: a posse da terra (Dt 11:8); vida longa (Dt 11:9), e o cuidado constante de Deus (Dt 11:10-16,21-23). Não vivemos a correr atrás de bênçãos, mas cremos que o Senhor, do seu jeito, abençoa os que são seus. 39
A vida é feita de escolhas: obedecer a Deus é a melhor delas. Israel deveria meditar, cumprir e ensinar para seus filhos a lei de Deus (Dt 11:17-20). O capítulo 11 termina com o desafio da escolha: benção para obediência e maldição para desobediência (vv.27-28). Dois montes são escolhidos para simbolizar as bênçãos e as maldições: Gerizim e Ebal (v.29): “Nos tempos de Moisés, Gerizim dispunha de fontes e pomares, mas Ebal era um montão de terra seca e rochas”. 11 11. Champlin (2000a: 805).
Finalizamos a primeira parte desta lição baseada nos capítulos 9-11 de Deuteronômio com o último versículo desse trecho: Cuidado, então, para observar todos os estatutos e preceitos que hoje vos declaro (Dt 11:32). Com o estudo desses capítulos, aprendemos que devemos ver Deus como aquele que nos abençoa por seu amor e por sua graça e que devemos viver os seus preceitos e desejos para nossa vida em gratidão a ele, com todo o nosso ser. A seguir, veremos as aplicações desse trecho da palavra de Deus para vivermos bem.
01. Fale sobre o significado de “humildade” e “povo obstinado”, a partir de 2 Co 3:5 e Dt 9:6.
02. Com base em Dt 9:1-6, fale sobre a “pequenez” do povo de Deus, frente os habitantes de Canaã, e sobre os planos de Deus para seu povo. Como devemos olhar para os desafios da vida?
03. A partir dos itens 3 e 4, compartilhe com a classe sobre “a rebeldia do povo” e a “graça de Deus”. Que lições temos para a nossa vida? Leia também Gn 15:16; Sl 145:8, e Dt 9:7-24.
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04. Leia Dt 10:12 e fale dos pedidos de Deus ao seu povo e de onde parte a obediência à lei?
05. Leia Dt 10:17-22, 11:29 e responda: Como imitadores de Deus, qual deve ser a nossa postura, diante das injustiças em relação ao próximo? O que aprendemos sobre os montes Gerizim e Ebal? Como andam as suas escolhas?
II
COM OS OLHOS NA VIDA
1. Louvemos a Deus por nossas conquistas. Israel não entraria na terra de Canaã por causa de suas conquistas, mas por causa dos planos de Deus (expulsar nações ímpias e cumprir sua palavra). Diante disso, se os hebreus se gabassem, estariam pensando além do que convém, estariam com falta de humildade. Muitas vezes, somos assim diante do que Deus tem nos dado.
Se conquistarmos algo, é porque fomos tirados das trevas, por Deus, e fomos trazidos à sua luz. Isso aconteceu devido à misericórdia dele (1 Pd 2: 9-10). Além da salvação, devemos louvar a Deus por cada conquista: pela aprovação em provas, pela consagração na igreja, pelo novo emprego etc. Que todas as nossas conquistas tragam louvor a Deus (Sl 103:1).
06. Reflita sobre a falta de humildade em Israel. Como você tem lidado com suas conquistas?
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2. Glorifiquemos a Deus por nossas ações. Vimos que o Senhor queria seu povo totalmente envolvido com seus mandamentos. Desta forma, Israel provaria seu amor a Deus, serviria o próximo e seria luz para os povos. Em todo esse caminho, não tinha motivo para se orgulhar, porque só andaria nos caminhos de Deus em razão da capacitação do próprio Deus. Permanecendo humilde, glorificaria ao Senhor. Israel deveria sempre se lembrar de que Deus era a razão do seu lou-
vor (Dt 10:21), e, por isso, deveria glorificá-lo sempre por suas ações: defendo os indefesos, recusando o suborno (Dt 10:17-18), sendo alguém para os que não tinham ninguém (Dt 10:19), seguindo Deus de perto (Dt 10:20). Isso vale para nós, seja comendo, seja bebendo, ou fazendo qualquer outra coisa, devemos fazer tudo para glória de Deus (1 Co 10:31 – KJA). Que a motivação maior para as nossas ações seja o nosso grande amor a Deus (Dt 11:1).
07. Pensando no que foi lido, como podemos glorificar a Deus?
PARA VIVER BEM Diante de tudo que aprendemos para vivermos bem, precisamos, dia após dia, pensar em tudo que Deus tem feito por nós, ao invés de pensarmos de nós mesmos além do que convém. Oremos para que Deus nos ajude a nos livrarmos da autoexaltação, do apego à nossa justiça própria. Precisamos, nesta semana, intensificar nossa consciência de louvor e glória a Deus por tudo que ele tem feito. Durante esta semana, com a graça de Deus, louve-o mais intensamente, em casa, na escola, no trabalho ou na igreja, por sua salvação e por cada conquista pessoal. Dê-lhe glória, desviando-se de todo pensamento e ação que traga glória para você mesmo. Esteja ciente de que é ele quem efetua em você o querer e todas as boas realizações (Fp 2:13).
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Celebre ao Senhor corretamente!
9 DE FEVEREIRO DE 2013
Hinos sugeridos – BJ 232 • BJ 50
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Ensinar ao estudante da Bíblia que o Senhor merece ser adorado de maneira correta, sendo que, para que isso aconteça, é necessário praticar os princípios da exclusividade, da honestidade, da generosidade e da comunhão.
LEITURA DIÁRIA D S T Q Q S S
03/02
Dt 12:1-14
04/02 05/02
Dt 13:1-18 Dt 14:22-29
06/02 07/02
Dt 16:1-8 Dt 16:9-12
08/02 09/02
Dt 16:13-17 Dt 18:9-22
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Então, haverá um lugar que escolherá o SENHOR, vosso Deus, para ali fazer habitar o seu nome. (Dt 12:11a) INTRODUÇÃO A adoração à pessoa de Deus é uma prática um tanto antiga. Desde o princípio já era posta em prática (Gn 4:4). O que é, portanto, adoração? É o ato de glorificar a Deus em sua presença, com todo o nosso ser. Não foi à toa que Paulo escreveu à igreja de Corinto: ... quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus (1 Co 10:31). O ato de adorar a Deus é a principal missão da igreja; porém, não pode ser efetuado de qualquer maneira: deve ser realizado com muita responsabilidade; não como quisermos, mas como a Bíblia ordena que o façamos. Se isso não for levado a sério, a adoração jamais será eficaz, isto é, não agradará a Deus. Em Deuteronômio, livro base desta série, temos alguns textos que tratam deste assunto. São estes que analisaremos no presente estudo.
I
COM OS OLHOS NA BÍBLIA
Antes de o povo de Israel entrar na terra prometida, coube a Moisés transmitir-lhe, da parte do Senhor, os ensinamentos concernen43
tes à maneira correta de se adorar a Deus. Os cultos, por exemplo, não poderiam ser feitos de qualquer jeito, nem em qualquer lugar, mas somente onde o SENHOR, vosso Deus, escolher (Dt 12:5). Em Deuteronômio, alguns princípios nos são ensinados em relação à adoração. Vejamo-los. 1. Exclusividade: Naquela época, a adoração a muitos deuses era uma prática muito comum adotada por várias nações. Os cananeus, habitantes da terra de que Israel, mais tarde, tomaria posse, não eram diferentes. Erguer altares para cultuar os seus deuses era uma de suas especialidades (Dt 12:2). Israel, contudo, deveria ser diferente. Sua atitude deveria ser oposta à dos habitantes daquela terra. Por isso, a ordem de Deus ao povo foi que este, ao se apossar da terra prometida, destruísse todos os lugares onde os deuses dos cananeus eram adorados. Também lhe ordenou a destruição dos altares, das colunas, dos postes-ídolos e das imagens esculpidas (Dt 12:3). A exclusividade não mais seria tributada aos deuses, mas unicamente a Deus. De fato, a adoração deve ser exclusiva ao Senhor. Este é um princípio eterno e primordial. É a este princípio que se refere o primeiro dos dez mandamentos da lei de Deus entregue no Sinai: Não terás outros deuses diante de mim (Dt 5:7). A adoração deveria ser tributada somente a Deus e realizada em um só 44
lugar, segundo a escolha divina (Dt 5:5). A centralização do culto tinha, também, o propósito de evitar a contaminação da adoração pura do Senhor com as práticas idólatras. 1 Mais tarde, o lugar escolhido foi o santuário central, em Jerusalém, que se tornou o único local onde eram realizados os ritos referentes ao culto (Dt 5:6).2 Esta ordem, porém, tinha um propósito específico para aquele povo. Na nova aliança, Cristo deu a entender que o mais importante não é o lugar, mas, sim, o modo como a adoração é realizada: em espírito e em verdade (Jo 4:21-23). 2. Honestidade: Outro princípio a ser observado diz respeito à honestidade na adoração. Em um momento em que se presta culto a Deus, não se deve, sob hipótese alguma, falar em nome de Deus o que este não ordenou. Esse hábito é costume dos falsos profetas. Eles transmitem o que lhes é de interesse, não o que é de interesse divino. Naquele tempo, os profetas autênticos recebiam a revelação de Deus por meio de visão e sonho (Nm 12:6). O que de Deus recebiam, transmitiam ao povo. Eles eram identificados pelo cumprimento daquilo que profetizavam. O profeta falso, porém, era identificado pelo oposto disso: ... quando esse profeta falar em nome do SENHOR, e 1. Pfeiffer (1984:222). 2. Champlin (2000a:814).
a palavra dele se não cumprir, nem suceder, como profetizou, esta é a palavra que o SENHOR não disse (Dt 18:22a – grifo nosso). Deus não pode mentir, pois é verdadeiro. Logo, quem fala em nome dele deve falar a verdade. Sendo comprovada a mentira em suas palavras, o profeta não merece crédito, pois Deus não falara por meio dele. O povo deveria ter cuidado, também, em relação aos profetas apóstatas. O que eles profetizavam poderia se cumprir; porém, incitariam o povo à idolatria (Dt 13:1-3). O cuidado com esse tipo de gente deve ser constante: ... não ouvirás as palavras desse profeta (Dt 13:3). Muitos não resistem aos seus argumentos sutis. De fato, “há pessoas inconstantes que acompanham cegamente um ‘líder religioso bem-sucedido’ sem testar suas decisões de acordo com a verdade de Deus”. 3 No culto, portanto, procuremos prezar pela honestidade. Ao mesmo tempo, tenhamos discernimento espiritual para não tropeçarmos em mentira. 3. Generosidade: Ao adorar a Deus no lugar escolhido por ele na nova terra, o povo deveria levar, dentre outras coisas, dízimos e ofertas voluntárias (Dt 12:6). O dízimo era utilizado para o sustento dos levitas, que também dizimavam para benefício dos sacerdotes. Este é chamado de primeiro dízi3. Wiersbe (2006a:534).
mo . Havia também o segundo dízimo , usado para financiar festas religiosas, e um terceiro dízimo, que, a cada três anos, era utilizado para ajudar os mais pobres. 4 O dízimo expressava o cuidado de Deus para com os que trabalhavam no santuário. Os levitas não receberam herança na nova terra, exceto o lugar para a sua moradia. Eles não participaram da divisão de terra feita às demais tribos (Js 14:3). O dízimo expressava também o cuidado do Senhor para com os menos favorecidos (Dt 14:28-29). Sabendo disso, o povo deveria ser fiel e generoso em relação a esse expediente. O dízimo e as ofertas voluntárias deveriam ser levados ao santuário (Dt 14:23). Ambos eram partes fundamentais da celebração. Logo, dizimar e ofertar são práticas espirituais e devem ser exercidas com alegria e generosidade. A propósito, “Paulo considerava as ofertas do povo de Deus como sacrifícios espirituais consagrados ao Senhor (Fp 4:10-19)”. 5 “Fechar a mão” para a obra de Deus é ser ingrato à pessoa dele, pois é por ele que vivemos, nos movemos e existimos (At 17:28). A contribuição financeira, como parte da adoração, deve ser feita com generosidade e gratidão. Aos que colaboraram financeiramente com a obra de Deus, Paulo garantiu: Deus 4. Champlin (2001:202). 5. Wiersbe (2006a:533).
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suprirá todas as necessidades de vocês, de acordo com as suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus (Fp 4:19). 4. Comunhão: Além dos princípios de exclusividade, honestidade e generosidade, a adoração também envolvia, no livro de Deuteronômio, o princípio da comunhão: Na presença do SENHOR, nosso Deus, todos se alegrarão : vocês, os seus filhos e as suas filhas, os seus escravos e as suas escravas e os levitas que estiverem morando nas cidades onde vocês vivem (Dt 12:12 – NTLH – grifo nosso) Deus estava chamando o seu povo a uma adoração comunal, uma festividade comunal e um regozijo geral.6 Na terra em que logo adquiriria descanso dos seus inimigos, o povo teria a oportunidade de se regozijar na presença de seu Deus. A festa era para todos. Até os escravos se alegrariam no lugar que o Senhor escolhesse. Havia comunhão no meio do povo de Deus. Este preza pela unidade de seu povo. Na celebração ao Senhor, o individualismo não pode ter vez. A 6. Champlin (2000a: 807).
comunhão não se torna uma opção, mas um princípio estabelecido pelo Pai! Nada de desavenças, disputas e ciúmes. A ordem é: todos se ale grarão. Do mesmo modo, nada de preconceitos. Famílias, escravos, estrangeiros e levitas comungavam do mesmo espaço, da mesma adoração e do mesmo Deus! As festas da Páscoa, do Pentecostes e dos Tabernáculos eram marcadas fortemente pelo princípio da comunhão (Dt 16:8,11,14). No Novo Testamento, os cristãos se reuniam em grupos pequenos nas casas para a Comunhão, e participavam das suas refeições com grande alegria e gratidão (At 2:46 – BV). Esse princípio deve ser aplicado também em nosso tempo, pela igreja desta geração. Conforme vimos até aqui, no culto Deus deve ser adorado da forma correta. Para isso, não podemos, sob pretexto algum, deixar de observar os princípios que aqui foram apresentados: da exclusividade, da honestidade, da generosidade e da comunhão. A partir desse ensino, vejamos como praticá-los, com os olhos na vida.
01. Leia Dt 5:7, 12:2-3; o item 1, e responda: Por que a adoração exclusiva ao Senhor é um princípio eterno?
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02. Que hábito costumeiro caracteriza um falso profeta? Baseie-se no item 2.
03. Ainda com base no item 2 e em Dt 18:22a, responda: Como é possível identificar um falso profeta? Você já identificou um?
04. O ato de dizimar e ofertar pode ser encarado como uma prática espiritual? O que essa prática tem a ver com a generosidade? Explique, baseando-se no item 3.
05. O que a comunhão tinha a ver com a celebração dos israelitas? Comente com base em Dt 12:12 e no item 4.
II
COM OS OLHOS NA VIDA
1. Na celebração, valorizemos o nosso Deus. O momento de celebração, para os israelitas, era muito especial. Ali, eles se reuniam para oferecer sacrifícios, dízimos e ofertas voluntárias (Dt 12:7). Contudo, o trunfo da celebração não eram os ritos, mas a pessoa a quem estes eram oferecidos. A celebração era dedicada a Deus, somente. Por tudo o que ele é e fizera pelos
israelitas, merece exclusividade. Por tudo o que Deus é e faz por nós, também lhe devemos exclusividade. A nossa adoração deve ser tributada somente a ele. Portanto, nada de desviar o foco. Encare o momento da celebração com atitude de reverência ao Senhor, pois ele merece. Nada de chamar a atenção para si mesmo, pois, no culto, a glória é de Deus, e ele não a divide com ninguém (Is 42:8). 47
06. Por que, no culto, valorizar a pessoa de Deus é importante? Você tem feito isso? Baseie sua resposta na primeira aplicação.
2. Na celebração, valorizemos o nosso próximo. A adoração no templo israelita era coletiva, não individual (Dt 12:12). Nesse momento, as diferenças sociais eram esquecidas, pois, perante Deus, ninguém era superior ao outro. No momento da celebração, devemos dar o devido valor ao nosso Deus; devemos adorá-lo com exclusividade. Porém, isso não quer dizer que devamos menosprezar o próximo que cultua conosco.
Devemos amar a Deus com todo o nosso coração, nossa alma, nosso entendimento e nossa força, mas também devemos amar ao próximo como a nós mesmos (Mc 12:30-31). Será que, no momento de celebração, temos seguido o princípio da comunhão? Temos deixado de lado as nossas diferenças e valorizado uns aos outros? Para vivermos bem, precisamos fazer isso.
07. Por que, no culto, valorizar o próximo é importante? Como você tem agido em relação a isso?
PARA VIVER BEM Para viver bem, celebre ao Senhor corretamente. Foi sobre isso que aprendemos durante alguns minutos na Escola Bíblica de hoje. Agora, você sabe que, de acordo com o livro de Deuteronômio, a celebração correta envolve os princípios da exclusividade, da honestidade, da generosidade e da comunhão. Eles são indispensáveis! Portanto, lançamos-lhe, para esta semana, os seguintes desafios: Durante os próximos cultos, evite distrair-se e concentre-se mais na adoração a Deus; observe se a mensagem pregada está palpada na palavra; reflita se você está ofertando de acordo com o que você pode e com motivações corretas, e, por fim, procure aproximar-se daquelas pessoas com quem você tem menos afinidade. Aceita os desafios? 48
7
Observe a dieta bíblica
16 DE FEVEREIRO DE 2013
Hinos sugeridos – BJ 296 • BJ 315
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Ensinar ao estudante da Escritura Sagrada que, para viver bem, deve observar a dieta bíblica, escolhida de maneira soberana por Deus, para a santificação dos que creem nele.
Não comam nada que seja impuro. (Dt 14:3 – NTLH)
LEITURA DIÁRIA D S T Q Q S S
10/02 11/02
Dt 14:1-2 Dt 14:3-5
12/02 13/02
Dt 14:6-9 Dt 14:7-10
14/02 15/02 16/02
Dt 14:11-14 Dt 14:15-17 Dt 14:18-21
INTRODUÇÃO Para viverem bem, os cristãos devem louvar a Deus em tudo (Sl 103). O Novo Testamento chega a dizer que, em tudo que fazemos, devemos glorificar a Deus, inclusive em nossa alimentação: quer comais , quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus (1 Co 10:31 – grifo nosso). O que comemos pode ou não agradar a Deus. Deuteronômio 14:3 avisa-nos sobre termos de considerar impuros determinados tipos de carnes. A palavra impuro ou abominação (hb. toebhah) significa: “... alguma coisa odiosa (...). É primariamente entendida no contexto da Lei. Ela identifica o alimento impuro1”. Hoje, estudaremos, com base no Deuteronômio, sobre que carnes são estas, e por que foram assim identificadas.
I
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COM OS OLHOS NA BÍBLIA
Desde os tempos de Noé, já se tinha noção da impureza de alguns animais. Percebemos isso, quando Deus ordena a Noé que leve para 1. Bíblia de estudo palavras-chave hebraico e grego, 2011, pp.1999-2000.
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arca sete casais de animais limpos e apenas um casal de animais impuros (Gn 7:2). Essa distinção foi feita por Deus, e era importante, pois, logo que saíssem da arca, os seres humanos sobreviventes do dilúvio receberiam de Deus a permissão para comer carne (Gn 9:3). Assim como a aliança feita com Noé era de caráter universal (Gn 9), esta distinção é para toda humanidade. Deus a formalizou, em Lv 11, e a relembrou, em Dt 14, o capítulo-base deste estudo. 1. Seleção soberana: Em Dt 14:7, a expressão: são impuros para vocês, leva-nos a perguntar: Por que Deus afirmou que certos alimentos são imundos? Alguns já tentaram explicar essa distinção afirmando que a razão seria o uso dos animais “imundos” em rituais pagãos. Muitos desses animais “imundos”, de fato, eram usados em rituais pagãos, mas, nestes, também se verificava o uso dos animais “limpos”, como o touro, que rumina e tem unhas fendidas. 2 Por isso, esse argumento não nos é convincente. A melhor resposta que podemos obter é a soberania divina . Foi o soberano Deus que selecionou a alimentação. Ele quis que fosse assim. O texto não diz que o animal é imundo em si mesmo, mas, sim, que, quanto à alimentação, deve-
2. Doutrina: sábado e abstinência, Núcleo de estudos da Faculdade Adventista da Promessa, 2011, p.64.
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ria ser “considerado” imundo pelo povo de Deus. Como o Rei do universo, o criador dos alimentos, Deus tem o direito de escolher o que deseja ou não que os humanos tomem por alimento. Deus fez a classificação e isso é suficiente. No Novo Testamento, Paulo, combatendo um grupo de radicais que proibia até o consumo das carnes limpas, referiu-se à seleção de alimentos puros nos seguintes termos: manjares que Deus criou para os fiéis e para os que conhecem a verdade (1 Tm 4:3). Este texto é uma confirmação da dieta separada para os cristãos. Existem manjares que Deus criou para os fiéis. 2. Uma questão de santidade: Já vimos a base da distinção, mas precisamos entender o seu propósito. Não comer certos tipos de alimentos evidenciaria um comportamento distinto do povo de Deus em relação aos outros povos. Em Dt 14, temos a expressão: Filhos sois do Senhor (v.1), que identifica Israel como família de Deus. No versículo 2, lemos: Porque és povo santo , o que mostra que os israelitas eram separados por um “Pai santo”. O que se compromete, quando se come algo que Deus proibiu, não é somente um processo digestivo, mas a obediência, pois “a distinção entre alimentos limpos e imundos era uma prova de obediência por parte do povo de Deus”. 3 Observar a dieta 3. Thompson (1982:170).
bíblica é separação para Deus e submissão a sua vontade (1Pd 1:15). Esse cuidado divino com a alimentação do seu povo leva-nos a pensar no seguinte: Se Israel não se alimentasse como os outros povos, teria menos contato com estes, visto a alimentação em conjunto ser formadora e fortalecedora de vínculos entre as pessoas. O fato de a dieta ser diferente os ajudaria na santificação. 4 As leis alimentares “foram dadas para tornar o estilo de vida judaico diferente do de seus vizinhos’”. 5 O livro de Levítico também coloca a santificação como o propósito das leis alimentares (Lv 11:44-47, 20:2326). Deus quer que seu povo seja diferente até no que come. Quando nos alimentamos para glória de Deus, nossas refeições servem também para nutrir nossos relacionamentos. A igreja primitiva fazia do momento da alimentação um momento de crescimento, e, assim, crescia na graça do povo (At 2:42-47). Precisamos imitar esse comportamento. 3. O “cardápio” de Deus: Vamos, então, examinar com mais detalhes a dieta apresentada em Deuteronômio 14. Começamos com os quadrúpedes (Dt 14:4-8). Aqueles cujas carnes são permitidas por Deus para alimento devem ter cascos fendidos e ruminar. 4. Doutrina: sábado e abstinência, Núcleo de estudos da Faculdade Adventista da Promessa, 2011, p.70. 5. Kolatch (2003:94).
Vejamos alguns animais permitidos para consumo: boi, ovelha, cabra, gazela, corça, bode montês, antílope e o gamo (vv.4-5 – NBV). Seguem-se a estes os animais proibidos: camelo, lebre, coelho (não tem casco fendido) e porco (não rumina). O segundo grupo é o dos animais aquáticos (Dt 14:9-10). As características que os limpos devem apresentar são: barbatanas (nadadeiras) e escamas, mas aqueles que não apresentam essas características, todos os que en xameiam as águas e todo ser vivente que há nas águas, serão considerados abominação (Lv 11:10). Aqui, encaixam-se os “frutos do mar”, que não apresentam o que a Bíblia especifica. O terceiro grupo é o de aves e in setos voadores (Dt 14:11-18,20). No que diz respeito às aves, não temos características específicas apresentadas. O que sabemos é que algumas delas são conhecidas como aves de rapina. Encontramos, tanto em Deuteronômio quanto em Levítico 11, cerca de 20 aves proibidas para a alimentação. Devemos entender que as aves da mesma espécie também eram proibidas. Se o escritor bíblico fosse citar todos os nomes, o rol seria consideravelmente grande! As demais aves, isto é, as que não são dessas espécies servem biblicamente como alimentação. Antes de tratar dos insetos, vale uma explicação: a palavra que aparece no Dt 14:19 (hb. ôp), traduzida por réptil que voa, cuja ideia, na língua original, é de “criatura voadora”, 51
é usada nesse texto tanto para aves como para insetos. 6 Portanto, a afirmação: ... todo inseto que voa vos será imundo , de Dt 14, deve ser entendida à luz de Lv 11, uma vez que Deuteronômio tem como uma de suas características ser a repetição das leis do Senhor. Em Levítico, as características dos insetos permitidos como alimento humano são: todos aqueles que voam e que andam sobre quatro pés e cujas pernas traseiras são mais compridas para saltar. Leia a lista de insetos e répteis em Lv 11:20-23, 29-31, 41-44. 4. Detalhes culinários: Continuando nossa análise do capítulo 14 de Deuteronômio, chegamos ao versículo 21. Devido à proibição quanto ao sangue como alimento (Dt 12:23), o animal morto não deveria servir de alimentação (v. 21). A doação ou a venda desses animais eram permitidas a estrangeiros, pelo fato de eles não fazerem parte do povo santo e não estarem sob a jurisdição da lei de Israel. Com essa atitude, Israel mostrava que era um povo separado. Um último detalhe era o cozimento do cabrito no leite da cabra (Dt 12:21). Trata-se de costume cananeu. Temos duas explicações para a proibição: Quanto à saúde, a abstinência de tal alimento evitaria intoxicações alimentares. 7 Quanto ao compromisso de adoração exclusiva a Deus, evi6. Thompson (1982:171). 7. McDonald (2010:143).
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taria a participação dos israelitas em “um ritual cananeu, provavelmente um feitiço de fertilidade”. 8 Como o contexto é de santidade, a segunda explicação parece ser a melhor. Deus não queria que seu povo, nem de longe, se parecesse com os pagãos. É interessante que essas duas leis de Dt 14:21 têm uma ligação com as proibições dietéticas do Novo Testamento (At 15:29). Não esqueçamos, portanto, a proibição quanto ao uso, para a alimentação, de carnes oferecidas nos templos pagãos, carnes de animais sufocados e do sangue. 9 Quem pensa que Deus não se preocupa com o que comemos, está completamente equivocado. Além de desejar que não comamos as coisas que proibiu, ele deseja que comamos a quantidade certa. Afinal, ele tem nos dado tanto o discernimento, para não comermos os alimentos impuros (Lv 11; Dt 14:3-21), quanto o domínio próprio (Gl 5:23), para comermos a quantidade certa. Até aqui, estudamos sobre a soberania de Deus na escolha dos alimentos. Aprendemos que isso faz parte da nossa santificação a ele e que o fato de descrever o que podemos comer e nos mostrar o caminho para vivermos bem é prova do seu cuidado por nós. A seguir, teremos lições práticas para andarmos sempre com Deus.
8. Livingston (2009:448). 9. Lições bíblicas: revista para estudo nas escolas bíblicas, n.290, jan/mar de 2010, p.101.
01. Recorrendo à introdução e a Dt 14:3, diga o que significa a palavra impuro ? Comente também, a partir de Gn 7:2, 9:12-13, sobre o fato de haver distinção de animais puros e impuros desde os tempos de Noé.
02. Reveja no item 1, os principais argumentos para sermos abstinentes, falando sobre a soberania em Deus selecionar os animais em puros e impuros (1 Tm 4:3).
03. Discuta em classe o fato de a abstinência ser “uma questão de santidade”, a partir de Dt 14:1-2; Lv 20:23-26; 1 Pd 1:15.
04. Em Dt 14:4-20, temos um “cardápio” escolhido por Deus para o seu povo. Comente sobre essa seleção de alimentos com a classe.
05. Em Dt 14:21, vemos duas recomendações. Relembre-as e, em seguida, comente sobre a relação delas com as palavras de At 15:29.
53
II
COM OS OLHOS NA VIDA
1. Reconheça a validade da dieta bíblica. Aprendemos que, para que os israelitas vivessem bem na nova terra, deveriam, dentre as outras coisas, abster-se de determinados tipos de alimentos. Eles tinham a consciência de que, devido à soberania de Deus, certos alimentos lhes seriam imundos (Dt 14:7). Vemos com clareza a prática dessas leis alimentares, no comportamento de Jesus
(Mt 13:48) e dos apóstolos (At 10:11-16, 15:39; Ap 18:2). Por isso, diante de uma mesa com comidas impuras (porco, frutos do mar, peixe de couro, insetos imundos etc.), precisamos tomar cuidado com a ideia de que “não tem nada a ver comer porque a consciência não nos acusa”. Nossa “boa consciência” não invalida o mandamento divino. Temos de considerar imundos tais alimentos e não comê-los, por causa da palavra de Deus.
06. Comente a frase: “Não tem nada a ver comer, porque a consciência não nos acusa”.
2. Pratique com sabedoria a dieta bíblica. Como filhos do Senhor, além de não comerem os alimentos proibidos por seu Pai (Dt 14:1), os israelitas deveriam viver como irmãos, respeitando uns aos outros. Já na igreja primitiva, a falta de tolerância estava levando muitos a desanimarem da fé. O problema não eram as recomendações do Antigo Testamento, mas o vegetarianismo. Isso aconteceu porque alguns irmãos eram exagerados na defesa das leis alimentares, ao ponto de terem seus relacionamentos prejudicados. Paulo foi obrigado a lembrar-lhes de que o 54
reino de Deus é muito mais do que comida (Rm 14:17). Diante dessa situação, reflitamos: Será que já agimos assim? Se a resposta for sim, precisamos mudar. Devemos ensinar os que ainda não entendem as leis alimentares, com paciência e firmeza. Os que já entendem devem observá-las para agradar o Pai. Devemos sempre manter a humildade e prosseguir na obediência a Deus, pois isso faz parte de nossa santificação (Hb 12:14). Precisamos lembrar que só podemos obedecer por termos sido salvos por Jesus (Ef 2:10) e por contarmos com a atuação santificadora do Espírito Santo (Gl 5:17).
Chegou Chego u o no nov vo
O Doutrinal Adqu Ad quir ira a o se seu! u!
s o n a 0 5 e d a v i i t a r o m e m o C o ã ç i Ed
Jubi Ju bile leu u de O Do Dout utri rina nall A primei ra edição de O Doutrinal foi publicada em 1962. Agora, 50 anos dep depois, ois, o povo promessi sta comemo ra o jubileu desta publicação. Depois de profunda revisão pela Comissão Comi ssão Teoló Teológic gica a e aprovaç aprovação ão pela Câmara Teoló Teológica gica d a Igreja Adventista da Promessa , nossa crenç a ponto a ponto conta agora com 31 estudos . Adquira, Adqu ira, con heça e estude o novo O Doutrinal .
e o c i i f á r g o t e j o r p o No v . a c i g ó g a d e p a r u t u r t no va es Estudos revisados teologicamente Inclusão Inclu são de ma mais is um est estudo udo:: Evangelização e Discipulado Aplicações práticas de cada doutrina para o estudante
Veja a nova estrutura de O Doutrinal I. Verificando a doutrina na palavra de Deus:
Nesta parte do estudo estudo,, oferecemos a base bíblica para o ponto a ser estudado. É a parte mais extensa. Para Para facilitar facilitar a leitura e a compreensão compre ensão,, está dividida em itens.
II. Praticando Praticando a dout doutrina rina da pala palavra vra de Deus:
Esta parte, talvez, talvez, seja um dos grand grandes es diferenciais diferen ciais da 10ª edição de "O Doutrina Doutrinal". l". Além de aprese apresentar ntar a base bíblica para cada um dos pontos pontos,, houve também a preocup preocupação ação de pensar na prática de cada um deles. Como aplicamos aplic amos em nosso dia-a-dia a doutrina estudada? estuda da? É justam justamente ente esta pergunt pergunta a que será respondida nesta parte.
III. Debatendo a doutrina da palavra de Deus:
Todos os estuda estudantes ntes de "O Doutrinal" já estão familiarizado familia rizadoss com o método de perguntas e respostas, respost as, que foi preservado nesta ediçã edição. o. A diferença é que que,, agora, as pergunt perguntas as são mais indutivas e nos fazem pensar em questões práticas. Todas as respostas serão procuradas e encontradas nos textos bíblicos apresentados, para que o estudante cultive o hábito de conferir sempre o que a Bíblia diz.
Conheça os 31 pontos de O Doutrinal A Bíblia Sagrada A triunidade divina A criação do mundo Origem, queda e restauração do ser humano Jesus Cristo, salvador e mediador da humanidade Regeneração e conversão Justificação e adoção Santificação e perseverança O batismo no Espírito Santo Os dons espirituais Evangelização e discipulado Ordenanças instituídas por Cristo A sã doutrina Abstinência e temperança A oração e sua eficá cia A cura divina A lei dos dez mandamen tos e sua vigênc ia O verda deiro dia de descan so A distinção das leis A manutenção da obra: dízimos e ofertas Submissão às autoridades e liberdade de consciência O casame nto, o lar e a família A igreja de Cristo A mortalidade da alma Os dias da crucificação e da ressurreição de Jesus A segunda vinda de Cristo A ressurreição dos mortos O milênio O juízo final A origem e a extinção da malda de A nova terra , o lar dos remid os
Estude com a sua igreja o novo O Doutrinal. Faça seu pedido: (11) 2955-5141
07. Reflita com a classe sobre como se deve ensinar a doutrina da abstinência? Você tem sido exagerado nesse aspecto?
PARA VIVER BEM Depois de ter relembrado mais um ensino necessário para viver bem neste mundo – neste caso, observando a dieta bíblica – procure mudar seus hábitos, se necessário, para guardar este mandamento do soberano Deus a quem você serve. Sem exageros, alimente-se para a glória do Senhor (1 Co 10:31). Aplique esse ensino a sua vida. Faça um compromisso de, daqui para frente, esforçar-se, no poder do Espírito, a ensinar a abstinência de alimentos como uma demonstração de amor a Deus e nunca como um meio de salvação ou como demonstração de superioridade sobre os outros. Pela graça de Deus, lembre que as leis alimentares continuam válidas para o povo da nova aliança, e nunca limite o reino de Deus a comida (Rm 14:17).
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8
Seja um bom cidadão Hinos sugeridos – BJ 317 • BJ 27
23 DE FEVEREIRO DE 2013
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Mostrar ao estudante da palavra de Deus, à luz do Deuteronômio, o quanto Deus se importa com a vida cotidiana dos seus filhos.
Se você vir o boi ou a ovelha de um israelita fugir do dono, não finja que não viu! Leve o animal de volta ao seu dono. (Dt 22:1 – NBV)
LEITURA DIÁRIA D S T Q Q S S
17/02 18/02
Dt 19:15-21 Dt 22:1-5
19/02 20/02
Dt 23:15-16 Dt 23:17-18
21/02 22/02
Dt 23:19-20 Dt 23: 21-23
23/02
Dt 23:24-25
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INTRODUÇÃO Nunca houve um tempo em que se precisasse tanto de bons cidadãos! Estamos num período da história em que a maioria das pessoas só pensa em si mesma, em tirar vantagens em todas as situações. De furar uma fila a subornar guardas de trânsito ou trocar o voto por favores: todos só estão pensando em se dar bem. São maus cidadãos, péssimos exemplos. É assim que os filhos de Deus devem viver? É claro que não. “Seja um bom cidadão” é o assunto em que meditaremos nesta lição, à luz do Deuteronômio. Veremos, ao longo desta lição, algumas leis para a sociedade de Israel que mostram o quanto Deus se importa com o modo de vida dos seus filhos. Essas leis são chamadas de “civis” e legislavam sobre as diversas áreas da vida cotidiana do povo de Deus. Aprendemos, e muito, com elas!
I
COM OS OLHOS NA BÍBLIA
Em Deuteronômio, temos vários capítulos que representam a repetição das leis civis da nação israelita. Obviamente, essas leis não
se aplicam a nós, literalmente; contudo, alguns de seus princípios podem e devem ser aplicados por nós. Neste estudo, e nos dois seguintes, que também são baseados nessas leis, nós nos esforçaremos para tentar encontrar esses princípios. Não estudaremos todas as leis civis: apenas algumas delas. 1. Líderes honestos: Em Deuteronômio 16:18-20, temos uma lei relacionada à escolha dos líderes que governariam as tribos e as cidades, depois que o povo entrasse na terra prometida e a conquistasse. Estes homens deveriam julgar o povo com justiça (v.18). Se não obedecessem a essa lei, sua vida em comunidade facilmente seria marcada pela injustiça e pela rebelião. O papel destes líderes era fazer com que o “certo” fosse feito. Havia três princípios que tais pessoas deveriam observar. O primeiro era: ... não violarás o direito (v. 19a). Algumas traduções dizem: “não torcerás”. A ideia da palavra é “não empurrar para o lado”. O segundo princípio era: ... não farás discriminação de pessoas (v.19b), que, literalmente, significa: “não leve em consideração rostos”. Isso implica não conceder privilégios no julgamento a pessoas importantes, mas tratar todos com igualdade. O terceiro princípio era: ... nem aceitarás suborno (v.19c). O líder não pode se vender. Bons cidadãos, quando vão escolher líderes, lembram-se desses princípios.
2. O falso testemunho: Ao longo do tempo, em todas as sociedades, sempre se teve de lidar com as falsas testemunhas. Para desestimular o aparecimento de tais pessoas no meio do povo de Deus, certas medidas judiciais foram estabelecidas. Em Deuteronômio 19:15-21, temos as leis relacionadas às testemunhas. O trecho começa mencionando a proibição de uma única testemunha levantar-se para acusar alguém de ter cometido algum crime (v.15). Poderíamos traduzir esse texto por: “Uma única testemunha não terá ganho de causa contra outrem”.1 Os juízes deveriam tomar cuidado, ao incriminar alguém sem provas. Por isso, a recomendação era: ... pela boca de duas ou três testemunhas se estabelecerá o fato (v.15b). Contudo, nas situações em que não houvesse mais do que uma testemunha, os juízes fariam uma investigação cuidadosa (v.18). Se provado que a pessoa estava mentido, esta seria punida (v.19). Como bons cidadãos, cuidemos com relação ao falso testemunho. 3. “Achado não é roubado”?: Temos uma lei bem interessante, em Deuteronômio 22:1-3, que mostra que a honestidade deveria ser uma forte marca de um israelita. Como havia poucas cercas e poucos muros nos campos dos israelitas, era fácil um animal passar de uma proprieda1. Thompson (1982:208).
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de para outra. 2 Por isso, a referida lei era necessária. Se um israelita visse um animal do seu próximo perdido, não deveria ser omisso: deveria reconduzi-lo ao seu dono (Dt 22:1). Se, porventura, ele não conhecesse o dono, deveria guardar o animal e protegê-lo consigo, até o dono ir procurar, e, nesta ocasião, deveria devolver prontamente (Dt 22:2). Isso teria de acontecer com qualquer bem do próximo (Dt 22:3). Essa lei contraria a lógica mundana do “achado não é roubado”. Quando achar algo que não lhe pertença, não meça esforços para devolver ao dono legítimo. Bons cidadãos agem assim. 4. Juros abusivos?: As taxas de juros cobradas no Oriente, na época da escrita do Deuteronômio, eram abusivas. Documentos do século quinze a.C. encontrados naquela região mostram que alguns povos chegavam a cobrar cinquenta por cento de juros sobre o valor emprestado. 3 Nesse contexto, o Senhor estabeleceu uma lei para o seu povo: Não cobrem juros quando emprestarem dinheiro, comida ou qualquer outra coisa a um israelita (Dt 23:19 – NTLH). Nenhum israelita deveria ver na dificuldade do seu irmão uma oportunidade para lucrar. Ao emprestar algo, deveria fazê-lo de livre vontade e sem cobrar juros, com o objetivo de ajudar o irmão necessitado. Em 2. Wiersbe (2006a:567). 3. Thompson (1982:232).
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relação ao estrangeiro, uma possível referência a “mercadores e comerciantes”, nenhuma objeção se fazia a cobrar juros (Dt 23:20). 4 Obviamente, nestes casos, não se devevria cobrar juros abusivos abusivos.. A Bíblia desapro desaprova va o enriquecimento à custa de juros altos e exploração (Pv 28:8). Bons cidadãos não são pessoas exploradoras! 5. Quando fazer votos?: Em Deuteronômio 23:21-23, temos uma lei para os cidadãos israelitas relacionada aos votos feitos a Deus. Um voto é uma promessa voluntária que se faz a Deus; pode tratar-se de dar algo a ele ou de fazer algo por ele. Nenhum israelita cometia pecado, se não fizesse votos a Deus (Dt 23:22). Então, cada indivíduo era livre para fazê-los ou não. Contudo, uma vez que alguém prometesse algo a Deus, deveria cumprir o voto, sem demora (Dt 23:21a). O não cumprimento constituía-se pecado (v.21b). Os votos eram declarados publicamente (v.23). Se o voto fosse de ofertar alguma quantia ao Senhor, este não aceitaria dinheiro ganho ilicitamente (v.17-18). O que está por trás desta lei é a “completa honestidade perante Deus”.5 Bons cidadãos são sempre honestos em tudo que fazem. 6. O respeito à propriedade: No passado, os limites da terra de um indivíduo eram estabelecidos por um marco de pedra ou por um montão 4. Idem, p. 233. 5. Idem.
de pedras.6 Os oficiais “não faziam mapas detalhados das propriedades. Esperava-se que todos respeitassem os marcos de delimitação, pois movê-los significava roubar as terras dos seus vizinhos” 7 (Jó 24:2). A lei presente em Deuteronômio dizia o seguinte: Não mudem de lu gar os marcos de divisa do terreno do vizinho (19:14 – NTLH). Assim que o povo entrasse em Canaã e conquistasse a terra, conforme o Senhor prometera, esta seria dividida entre as tribos. Neste sentido, essa lei era extremamente relevante. Bons cidadãos respeitam a propriedade alheia. 7. Vocês são diferentes: Existem três leis, em Deuteronômio 22:911, que mostram o quanto o povo de Israel era singular. Essas são leis contra combinações não naturais. A primeira diz que os israelitas não deveriam semear sementes diferentes juntas (v.9). É possível que as nações pagãs fizessem isso, em seus rituais de fertilidade. Deus não queria que seu povo se parecesse, nem de longe, com estes povos. A segunda lei diz que os israelitas não deveriam colocar dois animais diferentes para arar a terra (v.10); no caso, são citados um boi e um jumento. Os dois animais têm temperamentos diferentes, e o fato de ficarem presos à mesma junta pode-
6. Idem, p. 207. 7. Wiersbe (2006a:559).
ria causar problemas. 8 A terceira lei proíbe os israelitas de usarem roupas com mais de um tecido diferente misturado (v.11), para lembrar-lhes, também, de que deveriam ser separados. Bons cidadãos cristãos entendem que são diferentes e não vivem os mesmos costumes e valores da sociedade corrompida. 8. Viva as distinções!: A última lei que gostaríamos de apresentar, neste estudo, é a que está presente em Deuteronômio 22:5: A mulher não deverá usar roupa de homem, e o homem não deverá usar roupa de mulher (NBV). De início, é bom observarmos que a ênfase, aqui, não está nas roupas. Essa lei ensina que homens devem viver como homens e mulheres, como mulheres. Trata-se de um alerta, “afim de que homens e mulheres não invertessem sua sexualidade, ou seja, não adotassem práticas homossexuais”. 9 Em Canaã, havia a prática do travestismo no culto de Astarte: as “mulheres apareciam com roupas masculinas e os homens com roupas femininas”.10 Sem dúvida, esse versículo é uma proibição a essa prática e à homossexualidade. Essa lei lembra que existe “uma distinção entre os sexos, determinada por Deus desde o princípio. (...) homem e mulher fo-
8. Idem, p. 572. 9. Bíblia de Estudo Aplicação (2004:258). 10. Thompson (1982:224).
Pessoal
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ram feitos um para o outro, porém diferentes um do outro”. 11 Bons cidadãos aceitam o modo como foram criados por Deus. Estamos finalizando a primeira parte do nosso estudo, em que estu-
11. Wiersbe (2006a:521).
damos algumas leis civis de Israel. À luz destas, aprendemos vários princípios que podemos aplicar para as nossas vidas e em nossa sociedade. Vimos como agem e como se comportam bons cidadãos cristãos, em algumas áreas. Na próxima parte do nosso estudo, veremos aspectos ainda mais práticos dessa verdade.
01. Leia Dt 16:18-20 e comente os princípios presentes nesse texto para a hora de escolher líderes para o povo. Eles são relevantes?
02. Após ler Dt 19:15-21, 23:21-23, fale sobre como bons cidadãos devem se comportar, diante dos homens e diante de Deus.
03. Leia Dt 22:1-3, 19:14 e apresente para a classe a postura de bons cidadãos, diante da propriedade alheia.
04. Após ler Dt 23:19-20, comente com a classe sobre a atitude de quem quer se dar bem em cima da dificuldade do outro. Que princípios extraímos desse texto?
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05. Leia Dt 22:9-11 e fale sobre a responsabilidade dos cidadãos cristãos de serem diferentes da sociedade corrompida. Comente também a interpretação de Dt 22:5, conforme apresentada no item 8.
II
COM OS OLHOS NA VIDA
1. Seja um bom cidadão: não pise na dignidade do seu semelhante. Ao estudarmos Deuteronômio, não há como não percebermos o quanto Deus se preocupa com o cotidiano dos seus filhos. Ele pensou em mínimos detalhes, ao estabelecer suas leis. Neste estudo, vimos vários princípios presentes em muitas delas. Agora, resta-nos perguntar: Estamos dispostos a praticá-los? A Bíblia diz que devemos ser bons cidadãos, e estes pensam nos direitos dos outros e não os defraudam.
Você ainda se lembra das leis sobre o falso testemunho e sobre os juros? Elas nos ensinam a não agir com deslealdade com os outros. Diante disso, esforce-se para viver, no meio das pessoas deste mundo, de maneira exemplar para que (...) observem as boas obras que você pratica e glorifiquem a Deus (1 Pd 2:12). Na competição do nosso trabalho, nos nossos negócios, nas nossas amizades, nos nossos estudos e até mesmo na condução do nosso carro, sejamos cidadãos exemplares.
06. Você conhece ou já ouviu falar de alguém que não respeita a dignidade dos outros? Dê um exemplo de como isso pode acontecer e apresente a postura de bons cidadãos.
2. Seja um bom cidadão: não ignore a propriedade do seu semelhante. Bons cidadãos não respeitam só o outro, mas também o que é do ou-
tro. Vimos duas leis que nos levam a pensar nisso: a que trata sobre o dever de devolver todos os bens pertencentes a outra pessoa e a que trata sobre não mudar de lugar os mar61
cos do território do outro. O princípio por trás destas leis é que devemos respeitar o que é do próximo. Temos pensado nesses princípios em nosso dia-a-dia? Quando nós escolhemos, para nos representar (políticos, por exemplo), pessoas que não se importam com o direito das outras pessoas, que são conhecidas por suas práti-
cas exploradoras, que tiram dos menos favorecidos para entregar nas mãos dos poderosos, não estamos contrariando os princípios do Deuteronômio? Quando ofendemos a dignidade de alguém, quando vendemos algo que vale bem menos do que o valor que cobramos, não estamos defraudando o outro? Pensemos nestas questões.
07. Qual a sua opinião sobre a frase: “Achado não é roubado”? Qual deve ser a nossa atitude com relação ao que é do outro?
PARA VIVER BEM Você percebeu o número de princípios que extraímos das leis civis que estudamos nesta lição? Seu desafio, nesta semana, é pensar em cada um deles e ver as áreas em que precisa melhorar. Vamos relembrar esses princípios: Bons cidadãos escolhem líderes que não se vendem; bons cidadãos não dão falso testemunho; bons cidadãos não medem esforços para devolver o que não lhes pertence; bons cidadãos não são pessoas exploradoras; bons cidadãos são sempre honestos, em tudo o que fazem; bons cidadãos respeitam a propriedade alheia; bons cidadãos, cristãos, entendem que são diferentes e não vivem os mesmos costumes e valores da sociedade corrompida; bons cidadãos vivem e aceitam o modo como foram criados por Deus. Que tal você reunir alguns irmãos da igreja, nesta semana, para dividirem uma refeição e conversarem sobre essas questões? Faça isso!
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9
Respeite a vida!
2 DE MARÇO DE 2013
Hinos sugeridos – BJ 272 • BJ 108
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Mostrar ao estudante da palavra de Deus que, para viver bem, deve respeitar a vida, não compactuar com ideologias ou práticas que ameacem a dignidade do ser humano.
Não explore o trabalhador pobre e necessitado que ganha por dia de trabalho, seja ele israelita ou estrangeiro que está na sua terra e mora na sua cidade. (Dt 24:14 – NBV)
LEITURA DIÁRIA D S T Q Q S S
24/02 25/02
Dt 15:7-15 Dt 19:1-13
26/02 27/02
Dt 21:10-17 Dt 22:25-29
28/02 01/03
Dt 24:14-15 Dt 24:17-18
02/03
Dt 25:1-3
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INTRODUÇÃO A Declaração Mundial dos Direitos Humanos, aprovada pela ONU em 1948, tem como fundamento principal o respeito à dignidade humana. Este documento, traduzido para mais de 350 idiomas, traz, em suas palavras introdutórias, um comprometimento entre governos e seus povos a tomarem medidas contínuas para garantir o seu cumprimento.. Apesar de algumas nações não o respeitarem como deveria, o documento existe para ser cumprido. Não é de hoje que a vida humana é defendida e valorizada. Na Bíblia, por exemplo, é perceptível o quanto a vida é valorizada. A Escritura afirma que todo ser humano possui a “imagem e semelhança de Deus”, um conceito revolucionário, visto que, para muitos povos antigos, só os reis e faraós eram “imagem de deus na terra”, fato que servia como justificativa para a opressão dos mesmos. 1 No Deuteronômio, livro base desta série de lições, a vida tem valor, como veremos no presente estudo. 1. Calvani apud Bortolleto Filho (2008:298).
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I
COM OS OLHOS NA BÍBLIA
Se comparadas às leis das nações vizinhas, que não davam quase nenhum valor à santidade e à qualidade da vida, as leis do Deuteronômio, que vêm do Autor da vida, são singulares.2 Quando Deus tira seu povo do Egito, onde era escravo, considerado máquina de fazer tijolos, e o leva até Canaã, possibilita-lhe ter terra, trabalho, sustento, liberdade e dignidade. Antes de o povo entrar nesta terra, o Senhor lhe dá leis que mostram o quanto a vida tem valor. São algumas destas leis que estudaremos agora. 1. Ataque contra a vida: É importante dizer que as leis que estudaremos são “leis civis”, isto é, leis que regulavam a vida dos cidadãos do povo de Israel. São aplicações da lei moral para a vida civil; por isso, podemos aprender princípios estudando-as, mas só deveriam ser obedecidas, da maneira como estão escritas, pela sociedade de Israel. Dito isto, vamos estudá-las, começando pela lei que tratava das cidades-refúgio, que deveriam existir para acolher os homicidas que matavam sem intenção, ou, na linguagem bíblica: ... sem ódio premeditado (Dt 19:4b cf. vv. 1-5). As cidades-refúgio só não poderiam ser habitadas por alguém acu-
sado de matar intencionalmente o seu próximo (Dt 19:11). Tal pessoa deveria ser julgada pelos anciãos de maneira pública (Dt 19:12; Nm 35:24), e, uma vez condenada, deveria ser entregue ao vingador de sangue, ou seja, ao parente mais próximo da vítima, para ser morto (Dt 19:13). O assassinato é um ataque contra a vida e deveria ser punido. Nesta sociedade, exigia-se pena capital. Por trás desta lei, está a verdade de que o valor da vida humana é altíssimo para Deus. 2. Respeito às mulheres: As mulheres, ao longo da história, foram aviltadas em seus direitos, e roubadas em sua dignidade como pessoa. No entanto, no meio do povo de Deus, havia algumas leis feitas em relação a elas, para determinadas situações, que as protegiam. Por exemplo, depois de vencida uma guerra contra outra nação, se um israelita se afeiçoasse por alguma mulher estrangeira, poderia tomá-la por esposa (Dt 21:10-14). A lei exigia, todavia, que ela tivesse ao menos um mês para chorar a morte dos seus pais, pois, “na pior das hipóteses seu pai havia sido morto na guerra e sua mãe, caso houvesse sobrevivido, pertencia a outro homem”.3 Esse tratamento é alta-
2. Pinto (2006:168).
3. Thompson (1982:218).
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mente humanitário, se comparado ao dado a mulheres capturadas em guerra por outras nações. Além disso, no futuro, em caso de separação, o israelita deveria deixá-la partir livre, sem maltratá-la (Dt 21:14). A mulher não poderia ser violada em sua personalidade e nos direitos que lhe cabiam naquela sociedade. 3. A dignidade humana individual: As leis para a sociedade israelita, presentes no Deuteronômio, mostram que a dignidade humana individual não podia ser violada. Uma das situações que viola a dignidade é a pobreza extrema. Por isso, havia uma lei segundo a qual, a cada sete anos, as dívidas deveriam ser perdoadas (Dt 15:1-6), para que não houvesse pobre no meio de Israel. Além disso, se alguém ficasse pobre antes do sétimo ano, a ordem era: ... não endureçam o seu coração e nem fechem as mãos para seu irmão pobre (Dt 15:7 – NBV). Outra situação que atenta contra a dignidade é a escravidão. Entre os hebreus, era temporária, pois, a contar do momento em que um hebreu fosse comprado como escravo, no sétimo ano deveria ser posto em liberdade, e, ao ser liberto, não deveria sair de mãos vazias (Dt 15:13-14). Essa era outra lei que considerava a dignidade humana. Também, os castigos a alguém que fora julgado e condenado não deveriam ser abusivos (Dt 25:1-3). A razão? Para que não houvesse humilhação pública de
um israelita e para que sua dignidade fosse preservada. 4 4. Salários decentes: Outra lei que demonstra o valor do ser humano no Deuteronômio diz respeito ao salário dos trabalhadores diaristas. Todo israelita merece salários decentes. Até os escravos, diferentemente do que se pensa, recebiam salários. Aos senhores, era requerido que não lamentassem colocar os escravos em liberdade, depois de seis anos de serviço, pois seis anos estes lhes haviam servido, custando o sustento deles a metade do salário de um trabalhador contratado (Dt 15:18 – NBV). Então, mesmo sendo menor, o salário existia até para o escravo. Quanto ao trabalhador diarista, fosse ele hebreu ou estrangeiro, a ordem era: Não o oprimirás (Dt 24:14a). A palavra hebraica ( ashaq) traz a ideia de “exercer pressão sobre”.5 Nenhum trabalhador deveria trabalhar oprimido. E mais: No seu dia, lhe darás o seu salário (Dt 24:15a). Os diaristas e seus familiares dependiam do salário diário, e não deveriam ser ignorados. Em resumo, esta lei visava proteger o trabalhador diarista de salários injustos e de condições de trabalho difíceis demais. 5. A justiça, somente a justiça! Nas leis presentes em Deuteronômio 4. Pfeiffer (1984:247). 5.Léxico hebraico, aramaico e grego de Strong. Sociedade Bíblica do Brasil, 2002; 2005, S. H6231.
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para aquela sociedade, existiam algumas relacionadas à justiça. O princípio por trás delas é que as pessoas não podem ter seus direitos violados e devem ter julgamentos justos. Estas leis reforçavam e ressaltavam a dignidade humana. Em Deuteronômio 24:17, lemos: Não deixem de fazer justiça ao estrangeiro e ao órfão e nunca aceitem como garantia de pagamento a roupa de uma viúva (NBV). Por ser uma prevenção à injustiça, esta lei exigia um tratamento justo e “humanitário para os estrangeiros, órfãos e viúvas. As famílias que não contassem com um membro masculino adulto facilmente eram oprimidas nos tribunais e na vida pública”. 6 Para que ela fosse cumprida, o povo, na hora de escolher os juízes, deveria estabelecer homens justos em suas sentenças, que tratassem todos igualmente, não aceitassem suborno e seguissem a justiça, somente a justiça (Dt 16:20). 6. Compartilhando os frutos da terra! Quando o povo de Deus entrasse na terra prometida, cada um teria o seu pedaço de terra, de acordo com sua tribo.7 Até uma lei proibindo a mudança dos marcos da divisa do terreno do vizinho foi estabelecida (Dt 19:14 – NTLH). Estas terras poderiam ser vendidas a preços justos, mas, segundo a lei, no ano quinquagésimo ou ano do Jubileu, deveriam ser devol6. Champlin (2000a:845). 7. Até a tribo de Levi, apesar de não ter herança, teria 48 cidades entre as demais tribos (Js 21:41).
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vidas ao seu dono legítimo (Lv 25:1013). Para os que sempre tinham terras e colheitas, os que não enfrentaram crises e nem precisaram vender suas propriedades, havia uma lei sobre a maneira de fazer suas colheitas. Eles não deveriam colher os cantos dos terrenos cultivados, não podiam pegar o que caísse no chão, nem fazer segunda colheita, pois estas partes pertenciam ao pobre necessitado e ao estrangeiro (Lv 19:9-10). Os hebreus deveriam compartilhar suas colheitas. No Deuteronômio, há uma permissão para que, tanto o pobre quanto o estrangeiro, entrem na vinha do próximo e comam até se fartar (23:24-25). Esta lei, contudo, não permitia que alguém tirasse vantagem do seu vizinho. Não poderiam levar foice, para evitar abusos da parte daqueles que não estivessem querendo trabalhar, e não poderiam levar nada para casa, mas teriam de comer no local. 7. E o meio ambiente?: O meio ambiente era e é propriedade de Deus; por isso, deve ser administrado com cuidado. Pensando na qualidade de vida dos próprios seres humanos, foi estabelecida uma lei que dizia respeito às árvores. Era comum que os exércitos invasores antigos arrasassem toda a área a ser invadida, “desnudando-a de toda a sua vegetação”. 8 A madeira era usada para lenha, tanto para aquecimento quanto para cozimentos, e também para fabricação 8. Champlin (2000a:832).
de armas de guerra. Para o povo de Deus, contudo, a ordem era: Não destruirás seu arvoredo (Dt 20:19). O povo precisaria das árvores, depois de conquistar as terras; por isso, as únicas árvores, cujo corte fora permitido, eram as infrutíferas (Dt 20:20). Além da preocupação com as árvores, havia também uma preocupação com os animais: se um israelita visse um animal do seu irmão caído no caminho, não poderia ignorá-lo, mas deveria ajudar a pôr o animal de pé (Dt 22:4). Deveria preocupar-se, inclusive, com aves indefesas (Dt 22:6-7): Deus se preocupou em dizer que a ave-mãe não poderia ser morta. A lógica por trás da lei é que, se a ave mãe fosse preservada, poderia ter outra ninhada e, assim, preservar a espécie.9 8. Nos mínimos detalhes: Quando se começa a ler o Deuteronômio, percebem-se alguns detalhes fabulosos. Tudo foi muito bem pensado! Observe esta lei descrita em Deuteronômio 22:8: Quando você for cons9. Wiersbe (2006a:570).
truir uma casa, coloque uma grade de madeira em volta do terraço. As sim você não será culpado se alguém cair dali e morrer (NTLH). Até a segurança do lar fora prevista na lei! O terraço de uma casa, na época, era a área de estar para a família, especialmente durante os meses mais quentes do ano, em que os moradores dormiam “nesta parte mais fresca da casa”.10 Por isso, pensou-se numa barreira de proteção para se evitar possíveis acidentes. Por que toda essa preocupação? A razão é muito simples: a vida humana tem muito valor. Até aqui, vimos algumas leis do Deuteronômio que mostram o quanto a vida precisa ser valorizada e evidenciam uma preocupação do próprio Deus com a qualidade de vida dos seus filhos. Reconhecemos que estas leis não devem ser aplicadas literalmente por nós. Contudo, podemos extrair delas princípios, que são para hoje: são estes que devemos atentar. Deus valoriza o ser humano, seu meio ambiente e toda a criação. 10. Idem.
01. Leia o item 1 e comente com a classe o significado das leis civis. Devemos aplicá-las literalmente? O que extraímos delas?
02. Após ler Dt 19:11-13, 21:10-14, o segundo parágrafo do item 1 e o item 2, reflita com a classe sobre os princípios de valorização da vida por trás das leis presentes nestes versículos. 67
03. Leia Dt 15:1-7,13-18, 24:14-15, 25:1-3 e comente o que as leis civis de Israel diziam sobre a ajuda aos pobres, o tratamento dos escravos e os salários entre os israelitas. O que aprendemos com essas leis?
04. Após ler Dt 24:17, 16:20, 23:24-25, comente sobre as leis que regulamentavam sobre os juízes e a partilha das colheitas com os necessitados. Que princípios estão contidos nesses textos?
05. Leia Dt 20:19-20, 22:4, 6-8; os itens 7 e 8 do comentário, e responda: O que as leis diziam sobre a maneira de administrar o meio ambiente? O que a lei sobre a segurança do lar pode nos ensinar?
II
COM OS OLHOS NA VIDA
1. Respeite a vida: não pactue com ideologias que pervertem o direito do ser humano. Não há como ler o “Código de Direitos Humanos” do Deuteronômio e não perceber o quanto Deus se importa com os seus filhos e com o ser humano de maneira geral. A vida é importante para Deus. Precisamos respeitá-la. Fazemos isso quando não compactu68
amos com ideologias ou políticas que oprimem as pessoas. Inúmeras vezes já vimos esta cena se repetir: políticos e líderes prometendo justiça, e, depois, se vendendo por dinheiro ou poder. O que temos feito, quando vemos isso? Quando vemos o dinheiro que deveria construir hospitais e escolas sendo desviado para paraísos fiscais para engordar a conta de corruptos?
Quando observamos a impunidade prevalecendo? Quando observamos os ricos achatando os mais necessitados? Não podemos fingir que isso não acontece. Indiferença é pecado
contra Deus e contra o próximo. Não cansemos de reafirmar que somos a favor da vida, porque Deus o é! Ele continua sendo aquele que defende a causa dos oprimidos (Pv 22:23).
06. Qual deve ser a nossa postura, diante de ideologias que pervertem o direito do ser humano? Você pode citar alguma?
2. Respeite a vida: não pactue com práticas que ameaçam a dignidade do ser humano. Por que os israelitas não poderiam praticar atos injustos contra o próximo? Uma das razões apresentadas por Deus foi a seguinte: Lembrar-te-ás de que fostes escravo no Egito e de que o Senhor te livrou dali; pelo que te ordeno que faças isso (Dt 24:18). Por muito tempo, os hebreus foram oprimidos pelos egípcios, e Deus não queria que eles repetissem o modelo de vida daqueles que haviam sido seus opressores.
Eles precisavam ser um povo diferente, e não pactuar com práticas que ameaçam a dignidade humana. Em nossos dias, temos algumas práticas que são um atentado contra a vida humana, e precisamos, de igual modo, reprová-las. A discriminação das mulheres, a discriminação racial, o trabalho infantil, o abuso contra crianças, a opressão contra famílias pobres e sem instrução, as queimadas, a poluição, todas estas práticas ofendem a dignidade dos seres humanos.
07. Você já presenciou ou ficou sabendo de alguém que foi tratado de maneira injusta em determinada ocasião? Como se sentiu? Por que não podemos ser coniventes com tais práticas?
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PARA VIVER BEM No livro do Deuteronômio, como temos dito em toda esta série, há uma preocupação com a jovem nação israelita prestes a ocupar a terra prometida. Uma vez estabelecida ali, aprendeu do próprio Deus como deveria viver. E não só isso: aprendeu como viveria “bem”. Viver bem não é viver sem problemas, mas é viver para a glória de Deus. O princípio que aprendemos com o estudo desta lição é que, para vivermos bem, precisamos respeitar a vida humana, que é importantíssima para Deus. O que você vai fazer a respeito? Você é desafiado a pensar nessas questões durante esta semana. Lute pela vida, contra toda discriminação. Seja justo em tudo que fizer. Compartilhe aquilo que recebeu do Senhor com aqueles que ainda têm algum tipo de necessidade. Faça isso, para a glória de Deus.
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10 9 DE MARÇO DE 2013
OBJETIVO Mostrar ao estudante da palavra de Deus os princípios bíblicos presentes em Deuteronômio que o incentivam a lutar pela preservação da família e mostram o quanto esta é importante para o criador.
LEITURA DIÁRIA D S T Q Q S S
03/03 Dt 20:7 04/03 Dt 21:18-21 05/03 Dt 22:13-21 06/03 Dt 22:22 07/03 Dt 22:23-24 08/03 Dt 22:30: 09/03 Dt 24:1-5
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Lute pela preservação da família Hinos sugeridos – BJ 11 • BJ 79
TEXTO BÁSICO
Algum homem aqui assumiu compromisso de casamento e ainda não recebeu a esposa? Que ele vá para casa agora mesmo, para que não aconteça de ele morrer em batalha e outro homem receber sua mulher. (Dt 20:7 – AM) INTRODUÇÃO Uma pesquisa realizada com jovens brasileiros, entre 18 e 24 anos, constatou que a constituição de uma família é um dos objetivos menos importantes entre eles. Só 6% dos entrevistados disseram que seu maior sonho é casar e ter filhos. A principal meta, de 55% dos entrevistados, está ligada à formação profissional e à conquista de um bom emprego. 1 De alguma maneira, essa pesquisa reflete a atual situação da instituição família: crise. A família está em crise, e não é de hoje. Encontrar famílias unidas e estruturadas é cada vez mais difícil. Nunca a autoridade dos pais sobre os filhos foi tão fraca; nunca a ideia de que casamentos não são feitos para durar foi tão forte. Não podemos olhar para tudo isso e achar normal. O Deuteronômio, livro-base desta série de lições, tem muito a nos ensinar sobre este assunto. Nele, temos vários textos que tratam da proteção à família. 1. Cristianismo hoje, n.24, Ano 4, agosto/setembro de 2011, p. 24.
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I
COM OS OLHOS NA BÍBLIA
Concordamos com Wiersbe, quando diz que o “alicerce da sociedade humana é a família, uma dádiva de Deus para a qual não foi encontrado nenhum substituto adequado”. 2 Para o nosso Deus, as famílias e sua manutenção são importantes. No livro de Deuteronômio, encontramos alguns textos que mostram esta verdade e nos incentivam a lutar pela preservação da família. 1. Pureza sexual: Assim como nas lições anteriores, precisamos iniciar nossos comentários dizendo que a maioria das leis que analisaremos são “leis civis”, isto é, leis que regulavam a vida dos cidadãos do povo de Israel. Podemos aprender princípios estudando-as, mas só deveriam ser obedecidas, da maneira como estão escritas, por Israel, no contexto daquela sociedade. Dentre essas leis, estavam as que protegiam a integridade da família e do casamento. Nós as estudaremos em busca dos princípios que valem para nós, hoje. Segundo as leis presentes no Deuteronômio, o casamento “devia ser protegido pela pureza pré-nupcial”, 3 isto é, o sexo não poderia ser praticado fora dos laços do matrimônio. Uma das leis dizia que, se um homem casasse com uma jovem, e, depois de casa-
do, a acusasse falsamente de não ser mais virgem, deveria ser punido: açoitado e obrigado a pagar cem siclos de prata ao pai da noiva - equivalente a dez anos de salário –, por ter difamado o nome da família dela (Dt 22:13-21). Como a mulher provaria a sua virgindade? Na época, ela fazia isso de duas maneiras: 1) Na noite de núpcias, as noivas muniam-se de um pedaço de tecido que seria manchado com seu sangue na consumação do casamento; 2) Os lençóis usados na cama, na noite de núpcias, eram guardados. Isso provaria que ela havia casado virgem. Nenhuma mulher fiel “iria desejar ver sua reputação difamada ou seu futuro destruído por causa de um homem rancoroso”; 4 por isso, estas se precaviam. Afinal, se uma moça fosse acusada de não ter se casado virgem, e isso fosse provado, esta deveria ser apedrejada, visto que cometera um ato imoral (Dt 22:20-21). Por mais que isso nos choque, existe um princípio por trás desta lei: Deus leva a pureza sexual muito a sério. Homem e mulher devem se guardar um para o outro, até o matrimônio. Esta não é uma garantia de que os dois serão felizes para sempre, mas pode prevenir problemas, antes e depois do casamento.
2. Wiersbe (2006a:566). 3. Pinto (2006:169).
4. Wiersbe (2006a:573).
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2. Fortalecendo os laços matrimoniais: Outra lei, no Deuteronômio, que protege a família é a que diz respeito a soldados recém-casados. Leia o que diz Deuteronômio 24:5: Quando um homem for recém-casado, não deverá ir para a guerra, nem será requisitado para qualquer coisa. Ele ficará em casa, de licença, por um ano, alegrando a esposa que tomou (BJ). As guerras não tinham prioridade sobre a família que estava se iniciando. O homem poderia participar de outras guerras, que, naquele tempo, eram quase que contínuas. Ao se casar, num primeiro momento, ele deveria dedicar atenção especial à esposa. Por trás desse mandamento, há uma preocupação com o fortalecimento dos laços matrimoniais, a constituição e a consolidação da família. “Alegrando a esposa” diz respeito a todos os prazeres partilhados pelos recém-casados, incluindo os sexuais. 5 Esse ano seria um tempo para que a família pudesse se assentar, e aumentava a “probabilidade de que o homem deixasse descendentes caso morresse na batalha”. 6 Além disso, esta lei se refere ao direito do indivíduo de “aproveitar das alegrias da vida antes de ir para a guerra”. 7 Qual o princípio para nós? Os cristãos, em especial, os líderes, precisam saber que Deus não se interessa ape5. Hamilton (2007:496). 6. Adeyemo (2010:243). 7. Walton et al (2003:203).
nas pelos seus ministérios, mas também por sua vida no lar; precisam, portanto, tomar cuidado para não negligenciarem a família, por se encontrarem ocupados demais nas tarefas da igreja8 ou em qualquer outra atividade, incluindo a profissão: muitos estão negligenciando o cônjuge e os filhos porque estão ocupados demais na conquista por dinheiro. Outra lei, paralela a esta, é a seguinte: Algum homem aqui assumiu compromisso de casamento e ainda não recebeu a esposa? Que ele vá para casa agora mesmo, para que não aconteça de ele morrer em batalha e outro homem receber sua mulher (Dt 20:7 – AM). Nesse texto, o noivo é exortado a ir para casa, abandonar a guerra e casar, antes que morra em batalha. Não seria “correto que outro homem ficasse com a noiva dele, enquanto seus ossos jazessem a secar, no sepulcro”. 9 Observe o quanto era importante constituir família. 3. A educação dos filhos: Já estudamos numa lição desta série sobre o capítulo 6 de Deuteronômio, em que encontramos uma ordem aos pais, no que diz respeito à educação dos filhos. Os pais são exortados a ter a lei gravada em suas mentes (Dt 6:6), e a inculcá-las nos filhos (Dt 6:7). “Inculcar” significa, de acordo com o original, “dizer sempre de novo” (hb. shinantam). Os pais de8. Idem. 9. Champlin (2000a:831).
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veriam “encharcar” os filhos com os ensinamentos da lei de Deus. O verbo hebraico traduzido por “inculcar”, nesse texto, aponta para uma ação intensiva. A ideia é: “Pais, ensinem, incisiva e insistentemente, seus filhos!”. De acordo com o versículo 7, de Deuteronômio 6, este ensino deveria ser contínuo, ou seja, a palavra deveria ser ensinada dentro de casa, nas caminhadas, nas viagens, na hora de deitar-se e de levantar-se. Contudo, mesmo que fizessem isso, os pais não estariam livres de, no futuro, o filho tornar-se um obstinado e rebelde (Dt 21:18), devasso e bêbado (Dt 21:20). Neste caso, a lei dizia que os pais deveriam levar o filho até os anciãos da cidade, à porta (Dt 21:19), lugar onde eram feitos os julgamentos formais, de maneira pública. O filho em questão era alguém que, sistematicamente, quebrava o quinto mandamento (Dt 5:16), mesmo diante de todas as tentativas de disciplina dos pais (Dt 21:18). O caso é de um filho que causa abalos na unidade familiar, se recusa a obedecer aos pais e é uma ameaça à comunidade como um todo. O fato de ser descrito como devasso e bêbado é “um indício de que não havia esperança de reabilitação”, 10 e que o que está em mira é muito mais do que os desentendimentos ocasionais entre pais e filhos.11 O fim deste filho 10. Walton et al (2003:199). 11. Adeymo (2010:239).
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era o apedrejamento pela comunidade (Dt 21:21). Esta lei, para aquela sociedade, mostra o quanto a unidade familiar é importante e o quanto Deus abomina a desestruturação da família. 4. Estabilidade matrimonial: Uma das práticas que acabava com um casamento tragicamente, na época, era o adultério. Se um homem se deitasse com uma mulher casada, e ambos fossem achados, isto é, descobertos, deveriam morrer (Dt 22:22). A pena para o adultério era a morte. Outra lei que apresenta rigor parecido é a relacionada a moças israelitas que estivessem noivas, prestes a se casar, e se deitassem com outro homem na cidade. Ambos deveriam morrer: a moça porque não gritou por socorro (Dt 22:24) – lembremos que ela está na cidade, e, se não gritou, é porque consentiu –, e o homem porque violou a virgindade da noiva de outro homem (Dt 22:24b – BV). A morte acontecia, nesse caso, porque o noivado tinha peso de casamento; portanto, trair no noivado era o mesmo que adulterar. Nos dois casos citados, o casamento termina de maneira trágica, com a morte de um dos cônjuges. Além dessas leis, o Deuteronômio trata do divórcio. Por causa da dureza do coração humano (Mt 19:8), este, que nunca fez parte dos planos de Deus, fora permitido. A lei dizia que o homem poderia divorciar-se de sua mulher, quando ela não for agradável aos seus olhos, por ter ele achado
; coisa indecente nela
neste caso, ele deveria lavrar um termo de divórcio, e a despedir de casa (24:1 – grifo nosso). Mesmo que só o homem pudesse iniciar o processo de divórcio, a mulher não ficava desprotegida. Esse documento servia para salvaguardar os direitos das mulheres, visto que muitas eram abandonadas e ficavam desprotegidas. Uma vez recebendo a carta de divórcio, estava livre para se casar outra vez. Seja como for, a lei de Deuteronômio 24:1-4 tinha como objetivo contribuir para a estabilidade do matrimônio. O seu foco estava em proibir o homem que desse carta de divórcio, de se casar, no futuro, com a mulher da qual estava se separando. Se, por acaso, ela
arranjasse outro homem e se casasse novamente, e acontecesse de este segundo marido morrer, o primeiro (o que lhe dera carta de divórcio) não poderia casar-se novamente com ela. A ideia por trás da lei é: Pense duas vezes, antes de separar-se de sua mulher! É bom afirmarmos, a esta altura, que o pensamento de Deus sobre o divórcio continua o mesmo: ele o odeia (Ml 2:16). O divórcio é um facão que separa o que Deus uniu. Só traz dor para ambos os envolvidos. Por isso, Jesus o reprovou, apresentado apenas uma exceção (Mt 19:9). Ao que parece, na época do mestre, os homens se separavam de suas esposas por qualquer motivo, o que não é diferente de hoje (Mt 19:3). Lutemos pela família.
01. Faça uma leitura da situação das famílias na sociedade atual. Se desejar, tome a introdução como base.
02. Leia o item 1 e responda: Que princípios o Deuteronômio ensina sobre a pureza pré-nupcial?
03. Após ler Dt 24:5, 20:7 e o item 2, comente com a classe sobre os princípios contidos nas leis civis presentes nesses textos.
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04. Leia Dt 6:6-7, 21:18-20 e fale sobre a importância de se educar os filhos na palavra de Deus. O que a lei relacionada ao “filho rebelde” ensina sobre a unidade familiar?
05. Após ler o item 4, comente com a classe sobre a “carta de divórcio”, presente em Deuteronômio 24, e o que Jesus disse sobre ela, em Mt 19:3-9.
II
COM OS OLHOS NA VIDA
1. Os princípios bíblicos para a família devem ser preservados. Estudamos inúmeros princípios bíblicos, no Deuteronômio, relacionados à manutenção e à preservação da família, que mostram o quanto esta é importante para Deus. Não descuidemos deles, mesmo que muitos este jam sendo violados absurdamente, em nossos dias. Continuemos, por exemplo, a defender a pureza sexual pré-nupcial e a divulgar, sem constrangimentos, que Deus quer que nos guardemos para o casamento. A quem já teve ou está tendo expe-
riência sexual fora do matrimônio, lembramos que Deus continua perdoando pecados (1 Jo 2:1-2). Ainda há tempo de mudar: Arrependa-se; interrompa essa prática; guarde-se para a pessoa que vai partilhar a vida e constituir uma família com você. Continuemos, também, a defender a família como um dos valores mais importantes e caros para nós. Gastemos tempo com nossa família. Levantemos a bandeira do casamento como sendo “indissolúvel”. Deus continua odiando o divórcio (Ml 2:16). Defendamos esses princípios.
06. Como os princípios bíblicos para a família são tratados na sociedade moderna? Trace um paralelo entre alguns princípios bíblicos e a prática da nossa sociedade. Qual deve ser nossa postura?
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2. Os princípios bíblicos para a família devem ser ensinados. Conforme estudamos, a educação das futuras gerações é importante, à luz do Deuteronômio. Uma pergunta relevante, a esta altura do nosso estudo, é: Nossos filhos têm sido ensinados sobre os valores de Deus para a família? A televisão não vai fazer isso; a escola também não vai fazer isso; a igreja, sozinha, não conseguirá fazer isso. Os pais precisam ensinar esses valores a seus filhos.
A palavra de Deus diz: Escrevam no coração os mandamentos que estou transmitindo a vocês. Aproprie-se deles e leve seus filhos a apropriar-se deles (Dt 6:6 – AM). Não podemos permitir que aconteça de novo o que Juízes 2:10 narra, isto é, que, depois da morte de Josué e sua geração, levantou-se uma geração que não conhecia o Senhor. Os pais falharam em ensinar seus filhos. Que o Senhor nos livre disso!
07. Fale sobre a importância de difundir os princípios bíblicos para a família.
PARA VIVER BEM A família não é uma instituição falida, como alguns sociólogos querem nos fazer crer: é projeto de Deus. Atualmente, existem muitas famílias fragilizadas, feridas, precisando de cura. Deus pode trazer essa cura, visto que, para ele, a família é importante. Se esse for o caso da sua família, você tem o desafio, nesta semana, de reuni-la para clamarem ao Senhor por socorro. Reafirmem os valores de Deus para a família e meditem juntos nos princípios que acabamos de estudar. Enumerem todos eles e orem por cada um. Façam um compromisso de dedicarem tempo para atividades familiares: um passeio, um filme, um almoço no sábado etc. Priorizem isso. O Senhor, que é o maior interessado em que a família vá bem, com certeza, os ajudará nessa caminhada.
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11
Faça escolhas certas, sempre! Hinos sugeridos – BJ 295 • BJ 250
16 DE MARÇO DE 2013
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Ensinar ao estudante das Escrituras Sagradas que somos livres para tomar decisões; porém, devemos usar o livre arbítrio que nos foi dado por Deus de maneira sábia e correta.
Neste dia chamo o céu e a terra como testemunhas contra vocês. Eu lhes dou a oportunidade de escolherem entre a vida e a morte, entre a bênção e a maldição. Escolham a vida, para que vocês e os seus descendentes vivam muitos anos. (Dt 30:19 – NTLH)
LEITURA DIÁRIA
INTRODUÇÃO Escolher entre duas ou mais opções é algo que fazemos no dia-a-dia. A roupa a vestir, a comida a ingerir, o programa a assistir, enfim, tudo passa pelo crivo de nossas decisões. Porém, nem sempre é fácil escolher. Há momentos em que, antes de decidir, é necessário analisar profundamente a respeito; caso contrário, a escolha poderá ser prejudicial. Adão e Eva, por exemplo, fizeram uma escolha absurda, isto é, comeram do fruto proibido por Deus, e, tanto eles quanto nós, sofremos as consequências de sua má decisão: em outras palavras, nós nos tornamos suscetíveis a todos os males advindos do pecado. O sucesso de Israel, na terra prometida, dependia, até certo ponto, de suas escolhas. O povo não poderia falhar.
D S T Q Q S S
10/03
Dt 27:1-21
11/03 12/03
Dt 27:22-28:14 Dt 28:15-34
13/03 14/03 15/03
Dt 28:35-54 Dt 28:55-29:7 Dt 29:8-29
16/03
Dt 30:1-20
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I
COM OS OLHOS NA BÍBLIA
No Sinai, Deus, por intermédio de Moisés, firmou a sua aliança com o povo israelita (Êx
19:3-8). Cerca de quatro décadas depois, o Senhor renovou essa aliança com a nova geração do povo (Dt 27-30). A liberdade de escolha fazia parte dessa aliança. Bênçãos e maldições foram postas diante do povo, não somente uma ou outra. Vejamos, portanto, as opções, os frutos e uma sugestão relacionados às escolhas do povo de Deus. 1. As opções de escolha: Por sua infinita misericórdia, Deus nos presenteou com a dádiva do livre arbítrio. Ele não nos fez máquinas, sem raciocínio, sem capacidade de escolha. Ao contrário, criou-nos à sua imagem e semelhança (Gn 1:26). Adão e Eva sabiam que não deveriam comer do fruto que estava no meio do jardim; todavia, dispunham da opção de obedecer ou não à ordem divina (Gn 2:17). Deus não nos obriga a escolhê-lo, nem a obedecer-lhe. Reforçando essa ideia, Jesus disse: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo (Mc 8:34b – grifo nosso). A nova geração de Israel tinha o direito de escolher entre o bem e o mal, entre a vida e a morte (Dt 30:15). A antiga geração tivera o mesmo direito, concordara com os termos da aliança, mas agira contrariamente ao que houvera prometido (Êx 24:8; Hb 3:16-17). À jovem geração de Israel, Deus apresentou duas opções de escolha. A primeira era a obediência: Se atentamente obedeceres à voz do Senhor teu Deus ... (Dt 28:1). Isso implica o
cumprimento dos termos da aliança (29:9). Adotar essa alternativa como um modo de vida era o mesmo que optar por fazer a vontade de Deus e colocá-la acima da própria vontade. A segunda opção de escolha era a desobediência: ... se não deres ouvidos à voz do Senhor teu Deus ... (28:15). Ao contrário da primeira, esta opção expressa rebeldia aos compromissos da aliança. Equivale a ignorar todos os mandamentos e estatutos ordenados por Deus, esquecer tudo que o Senhor já havia feito, desde o dia em que tirara Israel da escravidão do Egito, até aquele momento. Desobedecer a Deus é o mesmo que declarar independência de sua pessoa. 2. Os frutos da boa escolha: Obedecer a Deus é muito melhor do que rebelar-se contra ele. Quem opta pela submissão à vontade do Senhor, faz a escolha certa. Os mandamentos e estatutos que Deus dera ao seu povo, a fim de que este lhes obedecesse, eram para o benefício de cada indivíduo. Israel viveria de maneira digna e seria grandemente abençoado. Em Dt 28:1-13, encontramos a descrição das bênçãos advindas da obediência a Deus. Em primeiro lugar, Israel usufruiria da prosperidade econômica (vv.3-5, 8, 11-12). O versículo 5 diz que o seu cesto e a sua amassadeira seriam abençoados. O cesto era usado para armazenar e a gamela (ou amassadeira), para pre79
parar o produto da terra para comer. O versículo 6 indica que o trabalho do povo seria abençoado, do começo ao fim.1 Além disso, não haveria estéreis entre os israelitas, pois o fruto do ventre seria bendito (v.4). Em segundo lugar, Israel usufruiria da superioridade militar (v.7). Naquele período, as guerras eram inevitáveis. Nações guerreavam entre si, no intuito de dominar umas às outras. Os habitantes da nação vencida, quando não eram mortos, tornavam-se escravos da nação vitoriosa. Israel não passaria por esse vexame, se fosse fiel a Deus. Este garantiria a sua invencibilidade. Em terceiro lugar, Israel usufruiria da espiritualidade sadia (v.9-10). Esta é a maior de todas as bem-aventuranças. Este povo “prosperaria no relacionamento com o Senhor da aliança”.2 Tornar-se-ía exemplo para as outras nações. É oportuno dizer que as bênçãos de Deus são inteiramente frutos de sua graça, quer seu povo as prove e as aprecie, quer não.3 Portanto, mérito algum teremos, diante dele, ainda que sejamos submissos a sua vontade. 3. Os frutos da má escolha: Desobedecer a Deus não é uma atitude sábia. O povo israelita que o diga! Por quarenta anos, vagou no deserto, em razão de sua rebeldia. Não 1. Livingston, (2009:475). 2. Pfeiffer (1984:253). 3. Wiersbe (2006a:580).
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obedeceu ao Senhor. Mas a nova geração agora recebia o alerta de Deus. A desobediência teria um preço, e não seria barato. Os desobedientes seriam amaldiçoados por Deus (Dt 27:15-26). No capítulo 28, versículos 15-68, aparece a enorme lista de maldições aos desobedientes. O cumprimento do pacto traria bênçãos sobre o povo, mas a sua quebra traria o juízo de Deus sobre o povo. Wiersbe4 resume esse juízo da seguinte maneira: filhos amaldiçoados (v.18); baixa de natalidade (vv.62, 63); colheitas destruídas e animais mortos (vv. 18, 22,31); confusão mental, loucura e temor (vv. 20, 28, 29); enfermidade (vv. 21, 22); seca, fome e sede (vv. 21, 22, 27), e muito mais. O pecado traria vergonha àquele povo vitorioso, que seria alvo do desprezo de seu próprio Deus. Além disso, nenhum rebelde escaparia do juízo divino (Dt 29:19). Uma má escolha culminaria em enormes prejuízos e colocaria em risco a estabilidade de todo o povo. Deus usaria os mais ferozes adversários para julgá-lo (Dt 28:49-57). Ao ouvir as palavras de Deus, por intermédio de Moisés, o povo poderia refletir acerca das consequências das más escolhas. O pecado não é bom e não beneficia a ninguém; traz prejuízos aos relacionamentos interpessoais e abala a comunhão com 4. Idem p. 581.
Deus; mata as pessoas. Portanto, felizes são os que não optam por ele. 4. Uma sugestão de escolha: Após considerar as opções e os frutos da boa e da má escolha, Deus dá um conselho ao seu povo: Eu lhes dou a oportunidade de escolherem entre a vida e a morte, entre a bênção e a maldição. Escolham a vida, para que vocês e os seus descendentes vivam muitos anos (Dt 30:19 – NTLH). Escolher a vida implicaria obediência aos mandamentos do Senhor (Dt 30:16). Deus não deseja o mal ao ser humano. Na verdade, a Bíblia afirma que o intento divino é que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade (1 Tm 2:4). Por almejar que vivamos bem, Deus enviou o seu Filho único para que todos os que nele creem não pereçam, mas tenham vida (Jo 3:16). Por amar a nação israelita, Deus lhe apresentou alternativas (a vida e a morte; o bem e o mal) e orientou-a
a escolher corretamente (Dt 30:20). A decisão, portanto, era do povo, que optaria por obedecer a Deus ou não. Mas, se quisesse viver, precisava optar pela obediência. Esta era a sugestão de Deus. Além disso, Deus não estava dando àquela geração mandamentos que ela não pudesse cumprir (30:1114). De fato, Deus não põe sobre nossos ombros algo que não possamos carregar. Como nos garante a Bíblia, os seus mandamentos não são pesados (1 Jo 5:3). Como vimos até aqui, Deus fez o seu povo deparar-se com alternativas. Obedecer ou não eram opções que estavam a seu dispor. Aquele povo também foi alertado quanto às consequências da má e da boa decisão e recebeu de Deus a orientação sobre que escolha adotar. Todas as lições aqui aprendidas são para nós, também. Vejamos, a seguir, o que fazer para colocá-las em prática.
01. Com base em Gn 2:17; Mc 8:34b, e no item 1, comente sobre a liberdade de escolha concedida por Deus ao ser humano.
02. Leia Dt 28:1,15; o item 1, e responda: Que alternativas apresentou Deus ao povo israelita, no deserto?
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03. Comente sobre as consequências da escolha correta, com base em Dt 28:1-13 e no item 2.
04. Comente sobre as consequências da escolha errada, com base em Dt 28:15-20 e no item 3.
05. Que alternativa apresentou Deus ao seu povo, quanto as suas escolhas? Baseie-se em Dt 30:15-20 e no item 4.
II
COM OS OLHOS NA VIDA
1. Para escolher bem, considere as boas alternativas. O povo israelita dispunha de duas alternativas: a obediência para a vida e a desobediência para a morte (Dt 28:1-15). Para viverem bem, deveriam optar pela primeira. As boas opções é que devem ser consideradas, não as más. Devemos repudiar todo conselho que nos instigue à prática do mal (Pv 1:10).
Tendo isso em mente, reflitamos: Será que temos, de fato, considerado as boas opções? Temos optado pela honestidade, pela sinceridade, pelo amor e pelos demais valores bíblicos, ou temos descartado tais alternativas? Não vale a pena ir contra Deus e a sua vontade. Muitos fizeram isso, mas se deram mal. Obedecer é muito melhor. As coisas espirituais merecem prioridade em nossas decisões.
06. Com base na primeira aplicação, responda: Por que considerar as boas alternativas é fundamental para se chegar a uma escolha correta? Você já comprovou isso, na prática? Exemplifique.
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2. Para escolher bem, considere os bons conselhos. Como um pai que aconselha os seus filhos ao bem, Deus se dirigiu ao seu povo, Israel: Escolham a vida, para que vocês e os seus descendentes vivam muitos anos (Dt 30:19c – NTLH). De fato, bem-aventurados os que escutam, de bom grado, a sua palavra e a praticam. Deus é extremamente sábio, e seus conselhos, sempre eficazes.
As boas escolhas, portanto, dependem, muitas vezes, de bons conselhos. Por isso, as vozes dos pais têm valor. É importante escutar seu pastor. Não subestime a sabedoria de seus líderes. Por outro lado, cuidado com o conselho dos ímpios (Sl 1:1): não se deixe levar por suas palavras enganosas que em nada edificam. Considere os bons conselhos e faça a escolha correta.
07. Com base na segunda aplicação, responda: Por que considerar os bons conselhos é fundamental para se chegar a uma escolha correta? Você utiliza este método, na vida diária? Comente.
PARA VIVER BEM No estudo de hoje, aprendemos a fazer nossas escolhas com sabedoria, isto é, a considerar as boas alternativas e os bons conselhos. Como bem disse o sábio: Não havendo sábia direção o povo cai, mas, na multidão de conselheiros, há segurança (Pv 11:14). Tais palavras são oportunas e têm muito a ver com o desafio que proporemos para esta semana. O desafio, portanto, é este: Antes de fazer uma escolha importante, busque a orientação de Deus. Coloque-o na direção dos seus projetos. Pergunte-lhe se a decisão tomada é, de fato, a correta e se está sob a vontade dele. Caso contrário, não tema voltar atrás em sua decisão, pois, certamente, será o melhor a se fazer.
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12 23 DE MARÇO DE 2013
OBJETIVO
Hinos sugeridos – BJ 92 • BJ 173
TEXTO BÁSICO
Levar o estudante da palavra de Deus a com preender a importância dos sucessores para a continuidade da obra do Senhor, para que, consciente disso, prepare sucessores e os ajude.
LEITURA DIÁRIA D S T Q Q S S
Prepare sucessores
17/03
Dt 31:1-17
18/03 19/03
Dt 31:18-32:4 Dt 32:5-21
20/03 21/03
Dt 32:22-38 Dt 32:39-33:3
22/03 23/03
Dt 33:4-20 Dt 33:2134:12
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Então chamou Moisés a Josué, e lhe disse à vista de todo o Israel: Sê forte e corajoso, porque tu entrarás com este povo na terra que o Senhor, com juramento, prometeu a teus pais que lhes daria; e tu os farás herdá-la. (Dt 31:7) INTRODUÇÃO Moisés subiu ao monte Nebo sabendo que, de lá, não voltaria mais (Dt 32:48-52). Do alto, via mais do que uma terra: podia ver um novo tempo surgindo no horizonte, do qual não poderia participar. Ele precisava ceder o seu lugar. Cada período da história exige uma nova geração capaz de enfrentar os desafios do seu próprio tempo; novos líderes para um novo mundo. Moisés serviu ao seu tempo e a sua geração. Agora, era a vez de passar o bastão da liderança a outro. Em todo ministério, chega um momento em que Deus determina um novo começo, com uma nova geração e uma nova liderança.1 Se perguntássemos a Moises o que é necessário para levarmos a obra de Deus adiante, ele certamente nos responderia: Prepare sucessores. É sobre isso que estudaremos nesta lição. 1. Wiersbe (2006a:14).
84
I
COM OS OLHOS NA BÍBLIA
O povo de Israel estava diante de uma terra e precisava conquistá-la. Moisés já não poderia guiá-los nessa jornada. Josué foi escolhido por Deus para ser o seu sucessor. Ele era um líder talentoso. O povo o respeitava. Moisés o havia preparado muito bem. Aprendemos com ele alguns aspectos importantes acerca da importância de se preparar sucessores. Vejamos alguns. 1. A necessidade de sucessores: Ninguém dura para sempre. Chega um momento em que devemos passar o bastão da liderança. Depois de algum tempo, assim como Moisés, precisamos dar lugar a outros para que possam desempenhar nossa função. Moisés estava diante de uma nova geração. Já não poderia ser o seu guia. Estava velho demais para isso (Dt 31:1-2). Moisés precisava de um sucessor, alguém capaz de conduzir o povo na nova etapa. Ele morreria, mas a obra de Deus, não. Esta precisava continuar. Por isso, o papel dos sucessores é fundamental. A única coisa que impede a extinção da igreja local é a nova geração, e, a menos que ensinemos e treinemos novos líderes, colocaremos em perigo o futuro de nossas igrejas. 2 A lição que aprendemos com Moisés é esta: a renovação da liderança é extremamente necessária. Assim como “Moisés fez com Josué, Cristo 2. Idem, p. 475.
com seus apóstolos e Paulo com Timóteo e Tito, a geração mais velha deve preparar a mais nova para tomar o seu lugar (II Tm 2.2)” 3. São necessários sucessores em todas as áreas: novos músicos, professores, diáconos, presbíteros, diretores e demais líderes. Muitas igrejas sofrem com a descontinuidade de ministérios. Não é difícil encontrarmos comunidades cristãs com ministérios de louvor desfalcados, escolas bíblicas com grande número de evasão, sem novos professores e coordenadores pedagógicos, departamentos importantíssimos sem sucessores que levem adiante a obra de Deus. Então, lembre: sucessores são necessários. 2. As qualidades dos sucessores: É preciso que haja sucessores; todavia, estes devem ser qualificados. Preocupado com isso, Moisés orou: Ó Senhor, que cria e conserva toda vida, escolha alguém para liderar este povo, alguém que guie o povo (Nm 27:16-17a – BV) . Ele sabia da importância do pedido que estava fazendo: ... para que a congregação do Senhor não seja como ovelhas que não têm pastor (Nm 27:17b). Deus ouviu a oração de Moisés e escolheu a Josué (Dt 31:14, 23), que, por sua vez, possuía as qualidades para substituir aquele que fora um 3. Idem, p. 587.
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grande líder de Israel. Quais? Em primeiro lugar, possuía qualidades naturais. Josué era um líder nato, um general de guerra, eficiente nas funções que desempenhava (Êx 17:9-10,13; Nm 13:1). Preste atenção nisto: nossos sucessores também devem ser escolhidos de acordo com suas aptidões. Em segundo lugar, Josué possuía qualidades morais. O homem vê o exterior, mas Deus prova o coração. Josué não fora escolhido apenas por suas aptidões naturais, mas também por suas qualidades morais (Nm 14:6-14; Js 24:15). Por isso, é preciso analisar o caráter e a vida cristã de nossos sucessores: seu relacionamento com Deus, seu casamento, suas amizades, suas finanças, seu namoro e sua honestidade. Em terceiro lugar, Josué possuía qualidades devocionais. Estas são determinantes na escolha de sucessores. Josué era cheio do espírito de sabedoria (Dt 34:9). Era fiel e obediente a Deus. Precisamos de líderes que tenham relacionamento com Deus: que orem e jejuem, que tenham prazer na palavra de Deus, que sejam cheios do Espírito Santo. 3. O preparo dos sucessores: Moisés preparou seu substituto incansavelmente, durante décadas. Deus passou “vários anos preparando Josué para seu chamado”. 4 O deserto foi sua escola. Os quarenta anos que passou no ali, ao lado de Moisés, foram o período de seu curso 4. Idem, p. 8.
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preparatório para ser líder da Israel. Afinal, sucessores não nascem prontos: precisam ser preparados. Aprendemos com Moisés dois princípios para a preparação de sucessores. Em primeiro lugar, preparamos sucessores ajudando-os a discernir seu dom. Josué aparece em cena na Bíblia, pela primeira vez, no combate contra os amalequitas, em que liderou o exército de Israel (Êx 17:8-16). O povo venceu e Josué se consagrou como um grande guerreiro. Talvez nem ele mesmo soubesse de sua destreza para a guerra, mas Moisés, com um olhar clínico, percebeu suas aptidões militares e, por isso, chamou-o para liderar o exército. Isso nos ensina que precisamos ajudar os futuros líderes a discernir seus dons. Cada pessoa, na igreja, tem, pelo menos, um dom (1 Co 14:4-11; Ef 4:7-12). Alguns têm aptidões musicais, artísticas; outros, dons de liderança, de ensino, de encorajamento, de contribuição e de serviço (Rm 12:4-8). Cabe a nós ajudá-los a descobri-los e a usá-los em prol da comunidade cristã. Em segundo lugar, preparamos sucessores delegando-lhes responsabilidades. Por isso, é importante dividir tarefas e delegar responsabilidades com eles. É preciso ensinar-lhes a servir a igreja. Antes de suceder Moisés, Josué serviu o povo de diversas maneiras (Êx 33:11; Nm 13:16); antes de “comandar como general, aprendeu
a ser um servo obediente”. 5 Não há como inverter essa ordem. 4. O dever dos sucessores: Até aqui, aprendemos sobre a necessidade, as qualidades e o preparo dos sucessores. Mas qual o seu dever? Sem duvida alguma, o principal dever dos sucessores é o de discipular . Como sucessor de Moisés, Josué deveria preparar outra geração para dar continuidade ao plano de Deus para Israel. Por isso, deveria zelar pelo ensino da lei ao povo (Dt 31:9-13; Js 1:8). Não existe discipulado sem ensino. Por se preocupar com isso, Moisés deixou ordens expressas a Josué para que reunisse o povo, a fim de que este ouvisse, aprendesse, temesse o Senhor, vosso Deus e tivesse o cuidado de obedecer a todas as palavras da lei (Dt 31:12). É dever de cada geração discipular, através do ensino, uma nova geração de crentes para servir a Deus e cumprir sua missão, através de seus próprios dons. Precisamos discipular uma nova geração de cristãos, para que sejam os pregadores, os pasto5. Idem, p. 15.
res, os músicos, os professores, os missionários, os administradores e os líderes do amanhã. Segundo Wiersbe, a igreja de Jesus Cristo está sempre separada da extinção por uma única geração; portanto, é importante que cada cristão estude as Escrituras, receba a verdade, pratique-a e passe-a adiante para outros. 6 O nosso dever hoje é garantir, através do discipulado, que a geração seguinte estará apta para dar prosseguimento à obra do Senhor Jesus. Você sabia que, nos últimos dez anos, 200 templos cristãos, em média, por mês, fecharam as portas, em toda a Europa? 7 Entre todos os fatores complexos que poderiam ser apontados como causa, um é muito simples: não houve discipulado. Sem discipulado, não há sucessores, e, sem sucessores, não há continuidade na obra do Senhor. Por isso, é importante preparar sucessores.
6. Idem, p. 588. 7. Disponível em acesso em: 22/10/2012.
01. Após ler a introdução, reflita sobre a expressão: “Cada período da história exige uma nova geração capaz de enfrentar os desafios do seu próprio tempo”.
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02. Leia Dt 31:1-2 e o item 1 e comente sobre por que Moisés não poderia mais liderar Israel na conquista da terra prometida. Você acha necessário o preparo de sucessores?
03. Leia Dt 34:9 e observe algumas qualidades de Josué. Comente em classe sobre as qualidades que os sucessores devem possuir. Baseiese no item 2.
04. Quantos anos Moisés gastou para preparar Josué? Como ele o preparou? Como devemos preparar sucessores? Recorra ao item 3.
05. Leia Dt 31:12; o item 4, e responda: Qual era a preocupação de Moisés? Reflita em classe sobre como podemos discipular alguém e sobre o risco que a igreja corre, ao negligenciar esse dever.
II
COM OS OLHOS NA VIDA
1. Prepare os sucessores. Deus disse a Moisés que ele não entraria na terra prometida. Ele ouviu um não de Deus, que estabeleceu Jo88
sué como o novo líder. Moisés resignou-se, entendeu a vontade de Deus e não ficou com inveja de seu sucessor. Ele o preparou para tal tarefa!
Moisés entendeu que havia chegado a hora de parar. Era a hora de passar o bastão da liderança para outro. Quanta gente não consegue entender isso! Na igreja, infelizmente, muitos não preparam sucessores por ciúmes e
inveja. Moisés nos ensina uma grande lição: devemos preparar sucessores. Os músicos precisam formar outros músicos; da mesma forma, os professores, os pregadores, os diretores de departamentos e os líderes em geral.
06. Com base na primeira aplicação, responda: A igreja em que você congrega tem preparado sucessores? Você tem preparado pessoas para desempenhar o seu papel, na igreja?
2. Ajude os sucessores. Um sucessor jamais é igual àquele a quem está sucedendo. Em Dt 34:10, é dito que jamais se ergueu em Israel alguém como Moisés. No entanto, isso não significa que Josué era inferior a Moisés: eles eram apenas diferentes. Muita gente não entende isso! Por essa razão, muitas pessoas são criticadas por não tocarem como aquele músico do passado, não ensinarem como aquele professor de antes etc. Guarde esta lição no coração: ajude os sucessores.
Moisés ajudou Josué; pôs as mãos sobre ele (Dt 34:9), como sinal de seu comissionamento (Nm 27:15-23), para que a comunidade de Israel o ouvisse. Assim, em Dt 34:9, lemos que Israel ouviu com atenção o que ele disse, como no tempo em que o Eterno conduzia Moisés (AM). Observe que a transição foi bem feita, no temor do Senhor, e a comunidade reconheceu o novo líder. Que os líderes sigam esse exemplo de Moisés.
07. Com base na segunda aplicação, reflita com outros alunos sobre a importância de se ajudar os sucessores. Você compreende que as pessoas são diferentes e que, por isso, nunca serão iguais àqueles que atuaram no passado?
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PARA VIVER BEM Os capítulos 31 a 34 de Deuteronômio narram os últimos momentos da vida de Moisés. Ele certamente estava triste por não poder entrar na terra pela qual tanto lutou. Mas, por outro lado, poderia também estar feliz, pois deixara um legado e um sucessor para liderar o povo na nova jornada. O mesmo fizeram Paulo, em relação a Timóteo e Tito, e Jesus, em relação aos seus apóstolos. O que você deixará para trás? Que legado está deixando para as próximas gerações? Quem dará continuidade ao trabalho em que você tanto se esforçou, na igreja que tanto amou? Sem sucessores, nosso trabalho não permanecerá. Isso se aplica até mesmo a nossa família. Você deseja que seus filhos e netos continuem a servir o Deus que você serve? Então, faça como Moisés: prepare seus sucessores! Reflita nessas questões durante esta semana.
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13 SÁBADO o
Escola Bíblica, Programa de Culto e Sermão
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Quando Jesus entra numa casa Hinos sugeridos – BJ 56 • BJ 339
30 DE MARÇO DE 2013
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Ensinar o estudante a evangelizar, tomando como base as ações de Jesus, isto é, a maneira pessoal, urgente e salvífica que o Senhor usou para proclamar o reino de Deus.
LEITURA DIÁRIA D S T Q Q S S
24/03 25/03 26/03
Lc 1:75-77 Lc 1:68-69 Lc 19:1-10
27/03 28/03
At 4:12 At 10:1-48
29/03 30/03
At 16:14-15 At 16:31
Então, Jesus lhe disse: Hoje, houve salvação nesta casa, pois que também este é filho de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido. (Lc 19:9-10) INTRODUÇÃO Zaqueu escalou os baixos ramos de uma figueira brava, em virtude de seu interesse por ver Jesus, que, por sua vez, se convidou para ir à casa de Zaqueu. Essa foi a única vez em que o mestre tomou este tipo de iniciativa, que se torna surpreendente, pelo fato de Zaqueu não ser amigo íntimo de Jesus, como a família de Betânia, que lhe dava guarida certa, nas passagens pela cidade. Mas Jesus não faltou com elegância, ao se convidar sem aviso; ao contrário, visava à salvação daquele homem de baixa reputação.
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AÇÕES DE JESUS NO EVANGELISMO
A Bíblia afirma que Jesus estava de passagem em Jericó, a fim de ir para Jerusalém enfrentar toda sua agonia. Mas não poderia simplesmente passar pela cidade sem antes oferecer ali a salvação. Toda oportunidade deveria ser aproveitada para anunciar as boas novas (2 Tm 4:2). Jesus não perdia chances e não selecionava apenas bons ou-
vintes. Segundo Jesus, qualquer pessoa poderia ouvir o evangelho e ser transformado por ele, até mesmo um pária, segundo seus conterrâneos. Aprendamos a evangelizar com as ações de Jesus. 1. O evangelismo de Jesus era pessoal: Jesus, devido a sua onisciência, sabia da intenção de Zaqueu em vê-lo; sabia também quem era aquele homem. Sua abordagem é interessante. Leiamos: Quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua casa (Lc 19:5). Foi Jesus quem tomou a iniciativa para um primeiro contato. Chamou Zaqueu pelo nome e convidou-se para ir a sua casa. Nada mais pessoal, na abordagem, que chamar alguém pelo nome e frequentar sua casa. Jesus era intimista. Essas duas ações do Senhor ensinam o quão importante é nos relacionarmos com as pessoas, a fim de apresentar-lhes o evangelho. O nome Zaqueu significa “justo”, mas não lhe fazia jus. Ele era um chefe dos publicanos, ou seja, era encarregado por Roma para recolher impostos dos seus compatriotas. Os publicanos eram conhecidos por subjugar seu povo, arrecadando impostos abusivos, a fim de engordar suas riquezas. Era comum que fossem odiados pelos judeus. 1 Além 1. Rienecker (2005:382).
do mais, Jericó, cidade onde Zaqueu morava, era uma importante rota comercial, de agricultura famosa. 2 Sabendo Jesus quem era Zaqueu, reconheceu a necessidade de entrar em sua casa. Não fez como os demais judeus, que o desprezavam. Ao invés de hospedar-se na casa de um líder religioso, entrou na casa de um impopular, e fez isso publicamente. Quando a salvação de um pecador estava em jogo, Jesus rompia com os protocolos sociais e se relacionava com qualquer pessoa, a fim de expor o evangelho. 3 2. O evangelismo de Jesus era urgente: Jesus disse a Zaqueu: ... me convém ficar hoje em tua casa. O mestre estava apenas de passagem por Jericó, não necessariamente procurava abrigo, mas decidiu hospedar na casa de Zaqueu. Ele o fez porque tinha um senso de responsabilidade que o impeliu a entrar naquela casa. Por esta razão, usou a palavra convém, que traz, em si, a ideia de uma necessidade divina: a salvação dos perdidos. Jesus ensina que não há tempo a perder. É interessante que existe um contraponto entre a postura de urgência de Jesus e a murmuração dos judeus. Jesus procurava os perdidos numa atitude de amor incondicional. Para ele, era mais um possível salvo; contudo, para todo o povo, 2. Hendriksen (2003:424). 3. Allen (1983:178).
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mais um pecador do qual todos deveriam desviar-se (Lc 19:7). Em outras ocasiões, Jesus foi criticado por compartilhar a mesa com pecadores; mas, tendo em vista a sua missão, respondeu: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes. Não vim chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento (Lc 5:31-32). Que nossas ações sejam de urgência em salvar o pecador, como a atitude de Jesus, não como a daqueles judeus. Não sejamos seletivos dizendo a quem Jesus deve ou não salvar. 3. O evangelismo de Jesus era salvífico: No capítulo anterior, Jesus havia falado da dificuldade de salvação de um rico; mas, neste trecho, revela que sua graça alcança a todos. 4 Pela postura de Zaqueu em dar metade das suas riquezas e em devolver, de forma quadruplicada, a quem havia defraudado, percebemos que a mensagem de Jesus entrou em seu coração e promoveu arrependimento e conversão. O Senhor de Zaqueu agora era Jesus, não mais o dinheiro que o escravizava. Claro que a salvação não é alcançada pelas obras, mas é anterior a estas. Jesus nos salva para fazermos boas obras, não por já sermos praticantes de boas obras (Ef 2:10). A salvação não alcançou Zaqueu simplesmente porque era um judeu 4. Morris (1983:255).
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(filho de Abraão), nem porque resolvera fazer caridade ou restituição do dinheiro, mas porque Cristo o alcançara e entregaria a vida por ele. Essas atitudes de Zaqueu não são a causa da salvação, mas o efeito desta. 5 Quando alguém aceita Jesus como seu salvador, seu compromisso é evidenciado por uma vida transformada. Jesus não rejeita nenhum pecador. Mesmo conhecendo seu passado, o Senhor lhe oferece o que é mais precioso. Aquele que procurava Jesus foi encontrado por este. Que, à semelhança do nosso mestre, possamos apresentar a graça salvadora a todas as pessoas (Tt 2:11-14). Poucos dias depois, Jesus pagaria o preço pelo pecado das pessoas, na cruz, oferecendo-lhes a vida eterna (Jo 3:16; Rm 6:23). Foi por Zaqueu que ele derramou seu sangue na cruz e também por todos nós (Lc 19:10). Todos estávamos perdidos (Rm 3:23); entretanto, para Cristo, não há causas perdidas. Como Zaqueu, fomos por Jesus encontrados, e nosso acesso ao Pai foi restaurado. Não há mais condenação para nós (Rm 8:1). Por que, então, negaríamos o evangelho aos que estão aprisionados no pecado e condenados à morte? Imitemos a Jesus, ao apresentarmos o evangelho.
5. McDonald (2008:215).
01. Baseando-se em Lucas 19:5 e no item 1, responda: Que ações de Jesus revelam sua pessoalidade no evangelismo? Em seguida, compare as ações de Jesus às suas, ao evangelizar.
02. Leia o item 2 e responda: Qual a razão da urgência de Jesus, ao pregar o evangelho? Você tem seguido a instrução de 2 Tm 4:2?
03. Com base no item 3, responda: O que trouxe salvação a Zaqueu foram suas ações ou estas foram resultado de sua conversão?
04. Discorra a respeito das suas ações, tendo em vista as de Jesus: Frente a alguém como Zaqueu, qual seria a sua reação? Você evidenciaria as falhas da pessoa ou se destituiria de preconceitos, para apresentar o amor de Deus?
II
LIÇÕES DE JESUS NO EVANGELISMO
1. Lembre-se: Na evangelização, instigue a curiosidade das pessoas. A fama de Jesus percorreu Jericó, assim que ele chegou à cidade. É in-
teressante notar a curiosidade de Zaqueu por vê-lo (v. 2-4). Teve até um comportamento inesperado para um homem de posição social no oriente: 95
correu apressadamente e pendurou-se em uma figueira brava. 6 Nem sua baixa estatura foi empecilho. Ele se despiu de sua dignidade pessoal, movido pelo desejo de ver o mestre. Todo esse comportamento de Zaqueu foi produzido pela reação que Jesus cau6. Wiersbe (2006a:326).
sava nas pessoas. Ele lhes despertava interesse no evangelho, devido ao seu comportamento diferenciado, em comparação com o dos líderes de sua época. A exemplo do nosso mestre Jesus, para evangelizarmos, precisamos, primeiramente, viver o evangelho. Assim, nosso testemunho produzirá interesse nas pessoas a nossa volta.
05. Leia a primeira aplicação e responda: Como anda seu testemunho? Você tem evidenciado Cristo nas suas atitudes? As pessoas percebem que você é cristão? Elas se mostram interessadas ou avessas ao evangelho?
2. Lembre-se: Na evangelização, levamos alegria aos desesperançados. O versículo 6 diz: Ele desceu a toda a pressa e o recebeu com alegria. Como a sociedade desprezava Zaqueu, é provável que ele não recebesse afeto de ninguém. Não era tratado com cortesia e respeito pelas pessoas da cidade. Quando ouviu Jesus convidar-se para ficar em sua casa, diante de toda a multidão, Zaqueu se alegrou. A palavra grega chairo é traduzida por ale-
gria, mas seu significado pode ser mais amplo: Ficar extremamente alegre. Assim, aquele homem abriu as portas de sua casa e hospedou Jesus com regozijo. Aos rejeitados, Jesus oferece companhia e afeto; aos perdidos, a salvação. Certamente, isso traz alegria às pessoas. Há, no mundo, pessoas tão solitárias, carentes de afeto e perdidas no pecado quanto Zaqueu. Que possamos lhes oferecer um relacionamento de amizade e lhes apresentar o amor de Deus e a salvação em Cristo.
06. Reflita sobre a segunda aplicação e discuta com a classe: Por que Zaqueu se alegrou? Quando anunciamos o evangelho, promovemos alegria ou descontentamento?
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3. Lembre-se: Na evangelização, proclame a mudança de vida. Zaqueu mudou o seu procedimento ilícito, fazendo até mais do que se exigia. Para alguns casos, a lei exigia a devolução mais um quinto do valor; para outros, o dobro (Lv 6:1-5; Êx 22:4,7,9). Mas ele faria a restituição quadruplicada. Abriu mão de sua abastança para ter uma vida mais simples; porém, com a consciência limpa e com um caráter transformado. Ele não só desceu da árvore, mas
de uma vida gananciosa, quando se humilhou perante o Senhor, reconhecendo seu pecado. Ao se levantar e fazer a promessa diante de Jesus, Zaqueu evidenciou estar decidido a não errar mais; mostrou, assim, a sinceridade de seu arrependimento e de sua conversão. Naturalmente, o evangelho requer uma mudança de atitude (2 Co 5:17). Quando anunciamos o amor de Deus às pessoas, é natural que o Espírito Santo as convença a mudar de atitude.
07. Discuta sobre a terceira aplicação: Por que, quando aceita o evangelho, a pessoa muda seu procedimento?
CONCLUSÃO Numa sociedade em que alguns líderes religiosos são estrelas e não se relacionam com os fiéis, são curandeiros, gurus e fazedores de promessas de prosperidade, é fundamental mostrarmos Jesus caminhando entre a multidão e oferecendo somente a salvação. Ele não veio ao mundo para ter pompa, mas para estar perto do povo 7. Ele demonstrava seu interesse pelo povo e promovia relacionamentos pessoais, evidenciava a urgência em anunciar o evangelho e agraciava com salvação. Ao se depararem com o evangelho vivido e apresentado de forma genuína, facilmente as pessoas terão curiosidade e se sentirão alegres pelo interesse demonstrado. Se aceitarem a Cristo como seu Senhor, certamente terão uma vida transformada. Faça como Jesus: dê exemplo de uma vida convertida, interesse-se pela humanidade perdida e ofereça o evangelho. 7. Henry (2008:687).
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13o SÁBADO Sugestão para programa de culto Avisos Abertura Vídeo: Jesus e a samaritana no poço (http://www.youtube.com/watch?v=uC qcaIZVRGM&feature=related) Hino: Ao pé da cruz – BJ 87 Leitura Diretor: Venham, todos vocês que estão com sede, venham às águas; e vocês que não possuem dinheiro algum, venham, comprem e comam! Venham, comprem vinho e leite sem dinheiro e sem custo. Congregação: Por que gastar dinheiro naquilo que não é pão, e o seu trabalho árduo naquilo que não satisfaz? Diretor: Escutem, escutem-me, e comam o que é bom, e a alma de vocês se deliciará com a mais fina refeição. Busquem o Senhor enquanto é possível achá-lo; clamem por ele enquanto está perto. Congregação: Jesus disse em alta voz: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Diretor: Ó Senhor, Esperança de Israel, todos os que te abandonarem sofrerão ver gonha; aqueles que se desviarem de ti terão os seus nomes escritos no pó, pois abandonaram o Senhor, a fonte de água viva. Congregação: Cura-me, Senhor, e serei curado; salva-me, e serei salvo, pois tu és aquele a quem eu louvo. Não há sal98
vação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos. Diretor: Como a corça anseia por águas correntes, a minha alma anseia por ti, ó Deus. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Todos: O Espírito e a noiva dizem: “Vem!” E todo aquele que ouvir diga: “Vem!” Quem tiver sede, venha; e quem quiser, beba de graça da água da vida. (Is 55: 1,2,6; Jo 7:37,38; Jr 17:13-14; At 4:12; Sl 42:1-2; Ap 22:17) Oração Palavra pastoral Louvores Poder pra salvar - Hillsong Brasil - http:// letras.mus.br/hillsong-brasil/1582644/ Todos necessitam, de um amor perfeito, Perdão e compaixão.Todos necessitam de graça e esperança, de um Deus que salva. Cristo move as montanhas E tem poder pra salvar, tem poder pra salvar. Pra sempre, autor da salvação, Jesus a morte venceu, sobre a morte venceu Me aceitas com meus medos, falhas e temores
Enches meu viver. A minha vida entrego, pra seguir teus passos. A ti me rendo. Possa o mundo ver brilhar a Luz. Cantamos para a glória do Senhor Jesus. (2x) Possa o mundo ver brilhar a Luz. Cantamos para a glória do Senhor Jesus. (4x)
Todos que têm sede – http://letras. mus.br/vineyard/317537/
Ofertório – Música instrumental ou cântico
Todos que têm sede e os que fracos são, Venham à fonte imergir o seu coração. A dor e a tristeza lavadas serão, Nas ondas do amor de Deus, profundas no coração. Cantamos... Vem, Senhor Jesus! Vem, Senhor Jesus! Santo Espírito, vem! Santo Espírito, vem!
Sede de Deus – Ministério Unção Ágape – http://www.kboing.com. br/musica-e-letra/ministerio-uncao-agape/1034754-sede-de-deus/
A mulher de Samaria – Fernanda Brum – http://www.vagalume.com. br/fernanda-brum/mulher-de-samaria. html#ixzz2BMNXGTT8
Ninguém pode ver Deus sem santidade e espírito quebrantado. É preciso ter mãos limpas e um coração puro, reto diante do Senhor. Eu quero habitar em teus átrios no teu santo monte, Praticando a justiça, vivendo a verdade, E exaltar teu nome, Senhor. Eu tenho sede, eu quero mais de Deus. E não existem limites: basta somente crer. Minh’alma procura conhecer o amor na intimidade. O caminho é Jesus, o caminho é Jesus. Pra quem tem sede, pra quem quer mais de Deus, Não existem limites: basta somente crer. Se a alma procura conhecer o amor na intimidade, O caminho é Jesus, o caminho é Jesus.
E necessário foi a Cristo atravessar a Samaria, Pois, junto à fonte de Jacó, uma mulher encontraria. Jesus lhe disse: Dá-me de beber e a mulher sem nada entender, Pois, na verdade, ele estava ali para lhe saciar A alma tão sedenta de justiça, a alma tão cansada e tão aflita. Jesus sabia a condição daquele pobre coração. Mas, ao invés de condenar, Ele escolheu lhe dar perdão e abençoar. Porque da água que ele dá vai muito além de saciar; Abre uma fonte interior com águas vivas a jorrar.
Mensagem: “Somos portadores da água viva” Oração Hino: Realidade – BJ 212 Benção Apostólica
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Sermão
SOMOS PORTADORES DA ÁGUA VIVA JOÃO 4:25-30
INTRODUÇÃO Que a paz de Jesus seja com cada irmão e irmã! Chegamos ao terceiro sermão da série “Pescadores de homens”, cujo tema é: “Somos portadores da água viva”. Aprenderemos com a história de um encontro transformador entre Jesus e uma mulher samaritana, relatado no capítulo 4 do evangelho de João. Nossa leitura será feita a partir do versículo 25, até o versículo 30. O texto está assim escrito na versão ARA: Eu sei, respondeu a mulher, que há de vir o Messias chamado Cristo; quando ele vier, nos anunciará todas as coisas. Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo. Neste ponto, chegaram os seus discípulos e se admiraram de que estivesse falando com uma mulher; todavia, nenhum lhe disse: Que perguntas? Ou: Por que falas com ela? Quanto à mulher, deixou o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles homens: Vinde comigo e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Será este, porventura, o Cristo?! Saíram, pois, da cidade e vieram ter com ele. Estamos diante da história de um encontro transformador. De um lado, temos Jesus, o filho de Deus, o Messias prometido, o Salvador do mundo, o Deus em carne; do outro, temos uma mulher de Samaria, cuja história de vida lhe rendera algumas amarguras; uma mulher marginalizada, em razão de sua conduta degradante. Em um dia como todos os outros, ela vai a Sicar para buscar água do poço de Jacó, e, ao chegar lá, encontra aquele que tinha a água viva. Mas o que é essa água viva? Essa expressão tem dois significados: 100
um literal e outro simbólico. Literalmente, naquele contexto, água viva era uma referência à água fresca e corrente; simbolicamente, no evangelho de João, água viva é uma referência ao Espírito Santo (Jo 7:38-39), que é concedido a todos que creem em Cristo. Em contraste com a água do poço, que dá vida a um país seco, através de Jesus, o Espírito Santo dá vida eterna às pessoas sem vida que creem em Cristo. 1 A samaritana pediu dessa água (símbolo do Espírito); e, uma vez tendo experimentado da mesma, não conseguiu reter pra si mesma aquele rebento de águas poderosas que agora irrompiam abundantemente de sua alma outrora sedenta, e teve que correr para a cidade e testemunhar, oferecer aquela água poderosa aos seus conterrâneos. O presente texto nos ensina que, quem bebe da água da vida de Jesus, além de saciar a sede de sua alma, torna-se portador da água viva e é acometido de outra sede: a de oferecer essa água poderosa, que jorra para a vida eterna, para outras pessoas sedentas. Todo salvo em Cristo é portador da água viva, e precisa oferecê-la aos que ainda não a experimentaram. Como podemos fazer isso? Estudando essa história, é possível constatar, pelo menos, três ensinos importantes sobre o oferecimento da água viva.
I. DEVEMOS OFERECER A ÁGUA VIVA COM IMPARCIALIDADE Observe a surpresa da mulher, no versículo 9, ao ser abordada por Jesus. Qual a razão dessa surpresa? Os judeus nutriam um ódio religioso e histórico pelos samaritanos, pois estes eram o resultado de uma mistura de raças, que ocorrera a partir de 722 a.C, quando Sargão invadiu Samaria e levou boa parte de seus moradores (2 Rs 17:3-6). De forma estratégica, estrangeiros de Babilônia e de outras terras foram levados para aquela região devastada, e, com o passar do tempo, casaram-se com os israelitas que haviam permanecido naquela área. Os que nasceram dessa mistura receberam o nome de samaritanos. Essa mescla deixou suas consequências na religião praticada por eles: culto a Javé misturado com o culto pagão 2 (2Rs 17:1-17). Por essa causa, os judeus (desde então) não se davam bem com os samaritanos (Jo 4:9). Do ponto de vista de um judeu estritamente observador da lei, os samaritanos eram considerados impuros (Lv 15). A expressão encontrada no final do versículo 9 “pode ser traduzida por não pedem favores aos samaritanos ou,
1. Arrington & Stronstad (2003:511). 2. Hendriksen (2004:215).
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mais recriminador ainda, não usam os mesmos jarros que os samaritanos ”.3 Assim sendo, “não é de admirar que o pedido de Jesus tenha deixado a mulher atônita. Pedindo um favor destes a ela, ele tinha demonstrado uma boa vontade totalmente inesperada”. 4 Dessa forma, Jesus quebrou algumas barreiras. Ele venceu o partidarismo judaico, o ódio religioso e o preconceito cultural sendo imparcial quanto à salvação, que, embora venha dos judeus (Jo 4:22), não é apenas para os judeus, mas para todos que receberem a Cristo (Jo 1:12). É interessante notar que Jesus não fazia acepção de pessoas. Em uma ocasião anterior, havia aconselhado um judeu moralista (João 3), e, agora, se revelava a uma mulher imoral.5 Nicodemos era um líder judeu, um homem de moral; já a samaritana fazia parte de um povo impuro (da perspectiva judaica) e era uma mulher imoral. Entretanto, ambos sofriam do mesmo mal: haviam sido concebidos em pecado (Sl 51:5); ambos eram incapazes de compreender as coisas de cima das quais Jesus falava. Isso porque, independentemente de sua nacionalidade, o homem é pecador. O diagnóstico divino é que todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nenhum sequer (Rm 3:12). Por esta razão, a água que Jesus tem para dar não tem um endereço específico. Não foi providenciada para uma nação específica, para uma família específica. Não existe uma tribo que tenha a prerrogativa de desfrutar exclusivamente desse refrigério. Jesus é tal como os samaritanos declararam mais tarde: o Salvador do mundo (Jo 4:42 – grifo nosso). Rico, pobre, branco ou negro, religioso ou ateu, todos precisam da água da vida. Por isso, Jesus não se desvia de judeu (Jo 3), de grego (Mc 7:26) ou de samaritano (Jo 4). Portanto, independentemente de quem seja a pessoa, de sua história, de sua religião, ofereça-lhe a água viva. Ao oferecer água viva àqueles que ainda não a experimentaram, faça-o de modo imparcial. Este é o primeiro ensino do texto. Vamos ao segundo:
II. DEVEMOS OFERECER A ÁGUA VIVA COM ESTRATÉGIAS Jesus foi estratégica e didaticamente progressivo em sua abordagem. Wiersbe observa que o conhecimento da samaritana sobre Jesus vai crescendo, até o ponto de reconhecer que ele é o Cristo 6. Primeiramente, ela o identifica como um judeu (v.9); em seguida, percebe sua superioridade em relação ao patriarca Jacó (v. 12). Não demora muito, e ela conclui que aquele estranho judeu é um 3. Wiersbe (2006b:385). 4. Bruce (1987:98). 5. Wiersbe (2006b:385). 6. Idem.
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profeta (v.19). Por fim, para a sua surpresa e grande alegria, o próprio Jesus se revela a ela como o Messias. É possível observar, de forma detalhada, as estratégias usadas por Jesus até atingir, inevitavelmente, seu objetivo. Tanto Jesus quanto a mulher, nesse diálogo, falam sete vezes. Em cada fala, o Senhor desperta estranheza, curiosidade e interesse na mulher. Sua estratégia começa na abordagem. Judeus não falavam com mulheres em público, especialmente em se tratando de samaritana. Porém, Jesus quebrou a barreira da cultura de então, mostrando, dessa forma, que o evangelho não pode se render aos caprichos de uma cultura ou de um costume mesquinho, racista e preconceituoso. Em seguida, Jesus afirmou ter água viva (Jo 4:10). Confusa, a mulher pergunta se ele é superior a Jacó, pois havia compreendido corretamente as implicações da afirmação de Jesus (Jo 4:12). Tacitamente, Jesus lhe responde: Sim, sou superior a Jacó, porque a capacidade humana é de cavar poços no seio da terra; eu, porém, posso cavar fontes de água viva na alma humana e saciá-la para sempre (Jo 4:13-14). Embora não tivesse discernido a água de Jesus, a mulher chegou ao lugar para onde o mestre a conduzira e fez o pedido esperado: Senhor, dê-me dessa água (Jo 4:15). Jesus, então, usou a próxima estratégia e lhe pediu que chamasse o marido (v. 16). Aqui o Senhor queria despertar sua consciência do pecado. Para beber da água de Jesus, ela precisava reconhecer e confessar sua culpa. A menção de seu marido é a melhor maneira de lembrar-lhe de sua vida imoral. O Senhor estava, agora, falando à sua consciência. 7 Isso nos ensina que não é possível haver conversão sem a consciência do pecado. A resposta de que não tinha marido era, na verdade, uma fuga. Jesus a fez se enxergar e a levou a ter um encontro com sua realidade; mas, com medo, ela se pôs em guarda, pois não queria ser desmascarada. Sua alternativa, então, era mudar de assunto. O tema da conversa era a água superior à de Jacó; agora, ela tentava discutir sobre as diferenças entre a religião judaica e a religião samaritana. Então, Jesus continuou sua marcha em direção ao coração daquela mulher, com o fim de salvá-la, e o fez mostrando-lhe sua ignorância religiosa e seu conceito errado sobre adoração (Jo 4:20-24). A samaritana entendeu que essa explicação de Jesus só poderia vir do Messias (Jo 4:25). Neste momento, o Senhor lhe fez uma revelação surpreendente. Ele lhe disse: Eu Sou. Ao se identificar, Jesus usou um dos nomes de Deus, por meio dos quais ele se revela no Antigo Testamento. Em outras palavras, ele estava dizendo: Eu Sou está falando com você; ou, ainda, Javé está falando com você. Ela compreendeu, então, que o Messias esperado estava ali, a sua 7. Hendriksen (2004:221).
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frente, falando-lhe de sua vida. Jesus foi estratégico e didático: partiu de onde a mulher estava, foi paciente e, no momento certo, revelou sua identidade. A igreja precisa ser estratégica, tal como o Senhor fora. Jesus não usava uma conversa padronizada. Com Nicodemos, ele falou sobre a obra do Espírito em termos de novo nascimento, de “vento”; com essa mulher, falou da atuação do mesmo Espírito em termos de “água viva”. Ele se vale da ocasião, seus argumentos emergem do momento. Não há muito segredo. Não é preciso uma formação acadêmica. Qualquer assunto pode ser uma oportunidade para a inserção do evangelho de Cristo. Querido irmão, seja onde for, fale do evangelho de forma estratégica, ofereça a água viva que irrompe do seu interior; desperte a curiosidade do seu ouvinte; leve-o a uma consciência arrebatadora de sua situação espiritual; em seguida apresente-lhe a solução: Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Até aqui, vimos dois ensinos sobre o oferecimento da água viva aos que ainda não a experimentaram: de modo imparcial e de modo estratégico. Vamos, agora, ao terceiro e última ensino.
III. DEVEMOS OFERECER A ÁGUA VIVA COM URGÊNCIA A oferta da água viva é algo urgente. Será possível perceber, nesse texto, alguma consciência de urgência em Cristo? Sim, é possível. Veja o que diz o versículo 35. Na primeira parte, temos a informação de que os discípulos acreditavam estar a quatro meses da colheita. Era dezembro ou início de janeiro, e a ceifa, naquela região, acontecia em abril ou no começo de maio. 8 Jesus aproveitou isso e afirmou que, apesar de a colheita de grãos estar distante, a colheita de almas já poderia ser feita, pois os campos já estavam brancos para a ceifa (Jo 4:35). Em outras palavras, ele estava dizendo: Já estamos em tempo de colher. Ao dizer: ... olhem, ergam os olhos e vejam os campos, que já estão brancos para a colheita, Jesus está enviando seus discípulos a colherem. Agora, gostaríamos de lhe chamar à atenção para a mulher. Sua atitude também nos ensina que precisamos nos dedicar com urgência, na hora de oferecer água viva. Após a revelação clara de Jesus de que ele era o Messias, a mulher largou o balde junto ao poço e correu imediatamente para a cidade. Não sabemos dizer qual seria a utilidade da água para ela, naquele dia; podemos apenas presumir. Mas o fato é que ela pareceu não estar mais preocupada com aquilo. Seu interesse por suas necessidades sucumbiram, ante o interesse de que outros conhecessem o Messias e bebessem da água viva. 8. Idem, p.232.
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Ela não deixou apenas seu cântaro, mas foi à cidade. Assim que uma primeira pessoa foi salva, ela imediatamente começou a pensar em outros que estavam precisando da água da vida. Taylor 9 disse: “Algumas pessoas se esforçam para ser sucessoras dos apóstolos; eu queria ser sucessor da mulher samaritana, pois, enquanto eles foram à procura de comida, ela esqueceu seu cântaro, tamanho seu zelo pelas almas”. Beber da água de Jesus fez com que aquela mulher não apenas despertasse para o fato de que estava perdida e precisava ser salva, mas, também, para a consciência de que, agora, poderia contribuir para que outros perdidos também fossem salvos. Estamos, portanto, diante de uma verdade que, talvez, constranja alguns: quem bebe da água que Jesus tem para dar, sente, ao mesmo tempo, uma alegria sem precedentes, inigualável, bem como um desejo natural de que outros participem dessa dádiva divina. Uma alma hidratada pela água da vida é capaz de enxergar com urgência a sede de outros. Quem bebe dessa água não consegue retê-la para si, pois ela jorra do interior abundantemente para a vida eterna. Você já experimentou dela? O seu interior já foi inundado de vida? Então, pare de pensar apenas no suprimento de suas necessidades; erga os olhos e veja que os campos já se embranqueceram, estão prontos para a colheita.
CONCLUSÃO Os samaritanos eram um povo mestiço. Sua adoração mesclava-se com a idolatria. Entretanto, eles também esperavam o Messias; esperavam por alguém que lhes falasse de vida e os salvasse. É incrível que Deus tenha utilizado uma mulher samaritana excluída de sua própria sociedade, de caráter duvidoso e de adoração corrompida. Ela era a fiel expressão de seu povo. Sem preconceito, de forma estratégica e com urgência, Jesus fez daquela mulher uma portadora da água viva. Regenerada, ela se tornou o canal por meio do qual toda a Samaria veio a conhecer o Salvador do mundo. Portanto, não importa quem você foi; não importa se você é homem ou mulher, se tem formação acadêmica ou não: se bebeu da água de Jesus, você é um portador, uma portadora da água viva. Ofereça dessa água de forma imparcial com relação aos seus ouvintes; não faça acepção de pessoas; não selecione os sedentos; fale a todos. Seja estratégico(a), parta do ponto de onde a pessoa está; utilize-se o momento; de alguma forma, potencialize a sede da pessoa e ofereça-lhe a água da vida. Mas faça isso com urgência, de preferência, ainda hoje. Os campos estão brancos e são muitos os sedentos. 9. Apud McDonald (2008:253).
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