Drogas: maconha, cocaína e crack Ronaldo Laranjeira Flavia Jungerman John Dunn
Aceitando o convite da Editora Contexto, docentes das melhores universidades rasileiras redigiram os livros desta cole!"o es#ecialmente #ara a nossa realidade, a #artir de cuidadosas #es$uisas e de longa #r%tica de consult&rio 'tress, dor de cae!a, est(mago, est( mago, coluna, dores reumaticas, #rolemas de #r&stata, meno#ausa, de envelhecimento, de oesidade, de ins(nia, s"o alguns dos temas tratados nesta cole!"o com a )nalidade de desmisti)car, esclarecer e orientar o #ulico rasileiro DR*+A': AC*-.A, C*CA/-A E CRAC0 aconha e o inicio da escalada #ara o uso de outras drogas mais #esadas1 2uais os e3eitos do uso da maconha, da cocaína e do crack4 Como saer se seu )lho esta usando drogas4 2ual o #a#el mento do de#endente4 -este livro, os Laranjeira e John Dunn e a #sic&loga esclarecem os mitos sore s ore as drogas mi #ais 5 maconha, cocaína e crack 6ma #ara usu%rios, 3amiliares, educadores
DROGAS crack
Ronaldo Laranjeira Fl%via Jungerman John Dunn
DROGAS crack
Ronaldo Laranjeira Fl%via Jungerman John Dunn
Ronaldo Laranjeira
Formado #ela Escola 7aulista de edicina e 7.D #ela 6niversidade de Londres, e #ro3essor do De#ar tamento de 7si$uiatria da E756-8FE'7 e tam9m orienta #ro3essores e coordena a 6nidade de 7es$uisa em lcool e Drogas ;6-8AD<
Fl%via Jungetman Formada em #sicologia #ela 76C5'7, concluiu seu mestrado no -ational Addiction Centre 5 8nstituto de 7si $uiatna da 6niversidade de Londres Atuou como #sic&loga clinica no Centro das =ai#as 5 Centro de Atendimento #ara =oxicode#en dentes 5 em Lisoa Atualmente e #sic&loga e #es$uisadora da 6-8AD John Dunn 8ngl>s, 3ormado em medicina #ela 6niversidade de -ottmgham ;8nglaterra< e em em #si$uiatria #elo audsle? .os#ital ;8nglaterra< E #es$uisador do De#artamento de 7si$uiatria da Escola 7aulista de edicina e co ordenador da 6-8AD
DROGAS
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DROGAS Ronaldo Laranjeira Fl%via Jungerman John Dunn Jaime Pinskw
Cordenadores: Dr@ 7aulo 7alma e Dr@ Carlos Domene 7re#ara!"o: Rose uanetti 7rojeto gr%)co =Bnia Ferreira de Areu Diagrama!"o: -iule A#arecida Rosa 8lustra!"o da ca#a: (nica Arghinenti Revis"o: arcio +uimarBes de Arajo e -anc Ricci
Dados 8nternacionais de Cataloga!"o na 7ulica!"o ;C7< ;CBmara Grasileira do Livro, '7, Grasil< Laranjeira, Ronaldo Diogas H Ronaldo Laianjena, Fl%via Jungeiman, John Dunn I ed 5 '"o 7aulo Contexto, KK 8'G- M5NIOO5PQ * l Cocaína I Crack ;Droga< aconha 8 Jungeiman, Fl%via 88 Dunn, John in =ítulo 8 '9ne KM5MP CDD5QIIK índices para catálogo sistemático:
l Drogas de auso 7rolemas sociais QIIK KK 7roiida a re#rodu!"o total ou #arcial Os im3ratores ser"o #rocessados na 3orma da lei ED8=*RA C*-=ES=* ;Editora 7msk Ltda < Editor Jaime Pinskw Rua Aco#lara, KK 5 Alto da La#a '"o 7aulo5'75CE7 PMP5P
3AS ;P<I5M e5mail contextoTUenet corn r
SUMÁRIO
8ntrodu!"o N aconha K
E3eitos da maconha O Cocaína e crack IN
E3eitos da cocaína e do crack VO Família ON =ratamento MQ
INTRODUÇÃO
W crescente a #reocu#a!"o dos #ais em rela!"o ao uso das drogasX a im#rensa 3alada e escrita tem revelado com certa 3re$Y>ncia o mundo das drogas, recheando5o de imagens de destrui!"o, viol>ncia e em#orecimentoX em $ual$uer reuni"o de #ais e #ro3essores se discute este tema, e mesmo 3amílias $ue n"o convivem com usu%rios de drogas j% est"o #reocu#adas em evitar $ue isso aconte!a um dia a um dos seusX Z sua maneira, as autoridades se interessam #elo #rolema, #ois saem $ue esse com9rcio ilegal movimenta a soma astron(mica de QPP ilh[es de d&lares #or ano no mundo, soma in3erior a#enas ao da indstria de armamentosX os #ro)ssionais da sade tam9m #rocuram orientar a sociedade #assando as in3orma![es mais teis aos usu%rios em #otencial, aos usu%rios #ro#riamente ditos, suas 3amílias e autoridades em geral@ as tudo isso ainda #arece #ouco diante da dimens"o da $uest"o@ 'e #or um lado o assunto drogas est% em nosso dia5a5dia, #or outro a $ualidade das1 in3orma![es $ue #ermeiam esse deate 9 #or demais su#er)cial, sem crediilidade cientí)ca e rica de calor ideol&gico@ 7ara os $ue se o#[em Zs drogas, $ual$uer argumento 9 v%lido #ara manter sua 3amília longe delas@ 7ara os $ue $uerem ex#erimentar ou est"o ex#erimentando alguma droga, a #rria ex#eri>ncia ou a de amigos s"o usa5
das como evidência do ea!ero "#e eis$e em rela%&o aos 'ro(lemas decorren$es do #so das dro!as) Consideramos $ue o melhor argumento contra as drogas s"o as evid>ncias cientí)cas, claras e ojetivas, sem a ret&rica evang9lica e sem o deses#ero de $uerer convencer $uem $uer $ue seja@ * ojetivo deste livro 9 discutir os #rinci#ais mitos $ue rondam as drogas ilegais no Grasil: a maconha, a cocaína e o crack@ E todos os dados a$ui a#resentados asearam5se em #es$uisas cientí)cas #ulicadas nos ltimos anos e na ex#eri>ncia dos autores no tratamento de #essoas com s9rios #rolemas de de#end>ncia de drogas na 6-8AD ;6nidade de 7es$uisas em lcool e Drogas<, da Escola 7aulista de edicina da 6niversidade Federal de '"o 7aulo@
com esta ora $ueremos orientar #ais e #ro3essores, e estamos certos de $ue tam9m vamos colaorar #ara a desmiti3íca!"o do tema e #ara a elaora!"o de #olíticas #licas ade$uadas #elas autoridades educacionais e de sade@
MA*ON+A
onhecida tam9m como marijuana, erva, 3umo, dentre outros nomes, a maconha 9 #roduto de uma #lanta de nome Cannabis sativa. 6ma resina grudenta core as \ores e as 3olhas su#eriores, #rinci#almente na #lanta 3>mea, e cont9m mais de sessenta sustBncias chamadas canain&ides@ -o entanto, a sustBncia $ue #rodu os e3eitos mentais desejados 9 o =hc ;delta5K5tetraidrocanainol<@ Existem outras $uatrocentas sustBncias $uímicas na maconha $ue, emora n"o resultem em e3eitos #ara o c9rero, #roduem outros no cor#o@ * uso da maconha 9 conhecido h% cerca de I@PPP anos@ com a #lanta, os gregos e os chineses 3aiam cordas $ue eram utiliadas em navios@ Como medicamento, come!ou a ser usada na China h% V@PPP anos no tratamento de consti#a!"o intestinal, mal%ria, dores reum%ticas e doen!as 3emininas@ 7or suas #ro#riedades #sicoativas, a #lanta era recomendada #ara melhorar o sono e estimular o a#etite@ 6m #ouco mais tarde, na índia, sua ca#acidade de #roduir eu3oria 3oi descoerta e ent"o a Cannabis #assou a ser #rescrita #ara reduir a 3ere, estimular o a#etite, curar doen!as ven9reas e como analg9sico@ 7or volta de MP, suas #ro#riedades anticonvulsivantes, analg9sicas, antiansiedade e antiv(mito 3oram #es$uisadas #or v%rios m9dicos euro#eus@ Foi no início do s9culo SS $ue o uso da maconha como medicamento #raticamente desa#areceu do mundo ocidental com a descoerta das drogas sint9ticas, muito mais seguras e e)caes@ A #artir daí, a maconha #assou a ser usada $uase $ue exclusivamente como droga de auso, o $ue acontece at9 os dias de hoje@
O mi$o,
A concentra!"o da maconha 9 sem#re igual nas suas #re#ara![es@ A verdade * contedo da sustBncia ativa da maconha ;=hc< varia con3orme o clima, solo, #lanta!"o e ti#o de #lanta@ Existem evid>ncias de $ue nos ltimos anos a concentra!"o de =hc na maconha vem aumentando: nos anos QP, )cava em torno de ]X atualmente chega a O], #odendo em algumas situa![es atingir IP]@ Em alguns #aíses, como a .olanda, #rodutores a#arentemente criaram uma nova ce#a da #lanta (netherweed] com concentra![es de =.C maiores $ue IP], #rocedimento $ue #ode alterar sustancialmente as com#lica![es #rovocadas #ela droga num 3uturo muito #r&ximo@ o mito: Haxixe também é maconha. A
verdade
* haxixe deriva da mesma #lanta $ue a maconha, #or9m esta ltima 9 #re#arada a #artir dos to#os \oridos secos e das 3olhas da #lanta colhida@ .axixe, ou hash, 9 a resina da #lanta seca e das \ores com#rimidas@ A di3eren!a 3undamental reside no 3ato de o haxixe ser de cinco a de vees mais #otente do $ue a maconha comum@ .% ainda uma terceira 3orma #o#ular da droga: o &leo de hash, altamente #otente e viscoso, 9 otido #ela extra!"o do =hc do P
-aie o# da macon-a com #m solven$e or!.nico/ concen$rando o e$ra$o 0il$rado e/ 1s ve2es/ s#(me$endo3o 1 0#$#ra '#ri0ica%&o) No 4rasil/ a 0orma mais 'o'#lar de cons#mo 5 mesmo a macon-a #sada como ci!arro) O mito:
Qualuer um reconhece a maconha. A verdade
A maconha tem a#ar>ncia marrom5esverdeada, a#resenta 3olhas secas e 9 mais comumente 3umada com as 3olhas dichavadas ;se#aradas< num #a#el de cigarro ou seda. * #roduto )nal tem as#ecto de cigarro e 9 conhecido como baseado, no $ual algumas #essoas inserem um )ltro #ara tornar a inala!"o mais 3%cil e menos direta@ ^s vees a maconha 9 misturada com taaco comum #ara diminuir sua #ot>nciaX os usu%rios mant>m a 3uma!a da maconha nos #ulm[es #or v%rios segundos, $uando $uerem aumentar a asor!"o da droga@ O mito: A maconha demora !ara "a#er e"eito. A verdade
Cannabis na 3orma de maconha 3umada n"o demora #ara 3aer e3eito e atinge seu #ico a#&s vinte minutos do início do uso, come!ando, a #artir daí, a diminuir@ * e3eito da maconha dura de M a I horas, de#endendo da $uantidade usada@
O mito:
$%enhum exame cl&nico conse'ue determinar se uma !essoa "umou maconha ou no. A verdade
Atrav9s do exame de sangue 9 #ossível determinar se a maconha 3oi usada e se o uso 3oi recente ;mas n"o 9 #ossível indicar com exatid"o o $u"o recente<@ -o caso de consumidores cr(nicos e di%rios, o organismo )ca lim#o do =hC de#ois de K a IN horasX nos usu%rios menos cr(nicos, de MP a MN horas@ Atualmente existem alguns exames $ue #odem detectar $uantidades de maconha na urina@ W um #rocedimento astante sim#les, e com ele )ca5se saendo se o indivíduo usou a droga nos ltimos dois dias@ Este exame est% sendo muito usado nos E6A@ O mito: A le'ali#a)o da maconha aumenta o consumo da dro'a. A verdade
Esse assunto 9 #ol>mico no mundo todo@ Existem #aíses, como a .olanda, onde a maconha 9 tolerada #ara venda at9 certas $uantidades@ Esses #aíses s"o ade#tos de uma #olítica de diminui!"o de risco: j% $ue h% consumo, $ue ele seja 3eito ent"o da 3orma mais segura@ -o Grasil, essas id9ias come!am a ser discutidas@ 6m dos as#ectos im#ortantes dessa $uest"o 9 se a eventual legalia!"o, ou seja, a descrimina!"o da maconha, levaria ao aumento de seu consumo@ Existem evid>ncias de $ue a legalia!"o das drogas vem acom#anhada de maior consumo e, #ortanto, maior risco de de#end>ncia dos usu%rios@ I
As 'essoas $êm a $endência de encarar a macon-a como #ma dro!a leve/ no en$an$o ela 'asso# a ser mais 'eri!osa nos 6l$imos $em'os devido ao a#men$o de s#a concen$ra%&o) Nesse sen$ido/ a s#a le!ali2a%&o 0icar7 cada ve2 mais di08cil de se s#s$en$ar) *ito: A maconha !ode +car no or'anismo. A verdade
7es$uisas mostram $ue o =.C #ode #ermanecer de tr>s a cinco dias no organismo de usu%rios cr(nicos@ Existem evid>ncias de $ue esses usu%rios )cam com $uantidades signi)cativas de =hC na gordura do cor#o@ Ainda n"o se sae exatamente as conse$Y>ncias da acumula!"o e de como se d% tal #rocesso, mas todos os usu%rios deveriam saer disso@ O mito: %o h uem no tenha ex!erimentado maconha. A verdade
A maconha 9 a droga ilícita mais ex#erimentada no Grasil: QP] dos meninos de rua usaram maconha #elo menos uma veX #or volta de P] dos estudantes de _ grau j% ex#erimentaram a drogaX #es$uisa 3eita com universit%rios da cidade de '"o 7aulo em KKM mostra $ue IQ] deles j% ex#erimentaram maconha@ Esses dados, no entanto, com#rovam $ue nem todo mundo j% 3umou maconha@ V
9:9ITOS DA MA*ON+A
*s e3eitos !ra#erosos da maconha geralmente relatados s"o: sensa!"o generaliada de relaxamento e de #aX 5 os cinco sentidos #arecem mais agu!ados, ou seja, ocorre um aumento da sensiilidade aos aromas, aos saores, ao to$ue, aos ruídosX 5 $ual$uer coisa, #or mais anal $ue seja, torna5se um divertimentoX 5 eu3oriaX ` aumento do #raer sexual@ 8ncluindo os acima mencionados, os e3eitos adversos agudos #sicol&gicos e de sade $ue #odem ocorrer s"o: 5 ansiedade, #Bnico e #aran&ia, es#ecialmente em usu%rios menos ex#erientesX 5 diminui!"o das hailidades mentais, es#ecialmente da aten!"o e da mem&riaX 5 diminui!"o da ca#acidade motoraX 5 aumento do risco de ocorrerem sintomas #sic&ticos entre os usu%rios com #redis#osi!"o #ara tal@ O
Quadro l - Principais efeitos do uso agudo da maconha Sistema Efeitos
+eral Relaxamento H eu3oria 7u#ilas dilatadas Conjuntivas avermelhadas Goca seca Aumento do a#etite RiniteH3aringíte -eurol&gico Com#rometimento da ca#acidade mental 7erce#!"o alterada Coordena!"o motora alterada o #astosa ;mole, #regui!osa< Cardiovascular Aumento dos atimentos cardíacos Aumento da #ress"o arterial 7sí$uico Des#ersonalia!"o AnsiedadeHcon3us"o Alucina![es 7erda da ca#acidade de msi'hts *s e3eitos adversos cr(nicos #sicol&gicos e de sade s"o: 5 distrios res#irat&rios como, #or exem#lo, ron$uite, se a via de uso 3or a 3umadaX 5 desenvolvimento de uma síndrome de de#end>ncia, caracteriada #ela inca#acidade de se aster ou controlar o usoX 5 diminui!"o sutil das ca#acidades cognitivas, com ou sem #ossiilidade de melhora a#&s astin>ncia #rolongadaX 5 aumento do risco de diminui!"o do #eso do e> se a maconha 3or usada na gravide@ M
Quadro 2 - Principais efeitos do uso crônico da maconha Sistema Efeitos
+eral Fatiga cr(nica e letargia -%usea cr(nica Dor de cae!a 8rritailidade Res#irat&rio =osse seca Dor de garganta cr(nica Congest"o nasal ; 7iora da asma 8n3ec![es 3re$Yentes dos #ulm[es Gron$uite cr(nica -eurol&gico Diminui!"o da coordena!"o motora Altera!"o da mem&ria e da concentra!"o Altera!"o da ca#acidade visual ;#ro3undidade e cor< Altera!"o do #ensamento astrato Re#rodutivo 8n3ertilidade 7rolemas menstruais 8m#ot>ncia Diminui!"o da liido e da satis3a!"o sexual 7sí$uico 'ocial De#ress"o e ansiedade udan!as r%#idas do humorHirritailidade Ata$ues de #Bnico udan!as de #ersonalidade =entativas de suicídio 8solamento social A3astamento do laer e de outras atividades sociais Q
Al!#ns e0ei$os adversos da macon-a 'recisam de con0irma%&o cien$80ica/ como, 5 desenvolvimento de cBncer no trato aerodigestivoX
5 risco de leucemia em e>s de mulheres ex#ostas Z maconha durante a gravideX 5 declínio na atividade ocu#acional, marcado nos adultos #or di)culdades no traalho e, nos adolescentes, #or di)culdades nos estudos (s&ndrome amotivacional- / de3eitos cong>nitos em e>s de mulheres ex#ostas Z maconha durante a gravide@ mito: 0umar maconha "a# menos mal do ue "umar ci'arro. A verdade
W sem#re di3ícil com#arar duas drogas@ A maconha e o 3umo #roduem e3eitos adversos e distintos em seus consumidores, mas tam9m com#artilham alguns e3eitos agudos e cr(nicos, dentre eles os irritativos nos #ulm[es e os estimulantes no cora!"o ;advindos tanto da nicotina como do =hC<, #rinci#almente em #essoas com algum #rolema #r9vio nesses &rg"os@ -o $ue se re3ere aos e3eitos cr(nicos, tanto o cigarro como a maconha geram distrios res#irat&rios, como ron$uite, e, #rovavelmente, cBncer de #ulm"o, oca, es(3ago e est(mago@ * 3ato de o usu%rio de maconha reter a 3uma!a #or mais tem#o nos #ulm[es do $ue o 3umante de cigarro comum 3acilita o a#arecimento de irrita!"o nos &rg"os e o desenvolvimento do cBncer@ Al9m disso, a maconha 9 geralmente 3umada sem )ltro e sua 3uma!a tem cerca de MP] mais sustBncias cancerígenas, o $ue contriui #ara um maior risco de desenvolvimento de cBncer@ As #essoas
"#e associam o #so do ci!arro com o da macon-a es$&o se arriscando a desenvolver 'ro(lemas '#lmonares !raves)
%rios outros e3eitos tam9m deveriam ser considerados nessa $uest"o@ Certamente as altera![es cererais #roduidas #ela maconha ;=hC< s"o mais #ronunciadas do $ue as #roduidas #ela nicotina@ A maconha #rovoca altera![es signi)cativas no eletrence3alograma e no \uxo sangYíneo cereral@ Ademais, causa altera![es consider%veis de mem&ria e de ca#acidade mental, al9m de #rolemas #si$ui%tricos $ue a nicotina n"o causa@ O mito: A maconha "a# menos mal do ue o lcool. A verdade
O uso agudo da maconha tra ;#elo menos< os mesmos riscos $ue a intoxica!"o #elo %lcool@ Em #rimeiro lugar, as duas drogas #roduem altera!"o da coordena!"o motora e com#rometimento mental ;com rela!"o Z mem&ria e Z ca#acidade de #lanejamento intelectual<@ Esse ti#o de com#rometimento aumenta as chances de ocorrerem v%rios ti#os de acidente e acaa estimulando com#ortamentos de risco, como dirigir #erigosamente, manter rela![es sexuais sem #rote!"o, ter com#ortamentos anti5 sociais etc@ com rela!"o ao uso cr(nico, tanto a maconha $uanto o %lcool #roduem: 5 1e!end2ncia: Caracteriada #ela di)culdade de interrom#er eHou controlar o uso e #elo descon3orto a#&s sua interru#!"o@ 5 Altera)3es mentais si'ni+cativas: A maconha #ode #roduir um $uadro de #sicose ;desorgania!"o mental grave<, #reci#itar doen!as mentais em indivíduos #redis#ostos ou
eacer(ar sin$omas men$ais em indiv8d#os com doen%as men$ais j7 ins$aladas/ como de'ress&o e es"#i2o0renia)
5 Com!rometimento do desem!enho !ro+ssional: =anto o %lcool $uanto a maconha diminuem a ca#acidade mental de concentra!"o e, #ortanto, alteram o desem#enho no estudo e no traalho@ 5 Aumento d mortalidade !or acidentes, suic&dio e viol2ncia: 7es$uisas t>m sugerido $ue o %lcool e a maconha aumentam a #roailidade de mortes desse ti#o, O mito: A maconha !ode deixar o usurio louco, isto é, !sic4tico ou esui#o"r2nico. A verdade
Existem evid>ncias su)cientes de $ue a maconha #rodu, em usu%rios #esados, uma #sicose aguda ;desorgania!"o mental grave< com os seguintes sintomas: con3us"o mental, #erda da mem&ria, delírio, alucina![es, ansiedade, agita!"o@ 7or9m, n"o h% dados $ue com#rovem $ue seu uso #ossa gerar uma #sicose cr(nica $ue #erdure a#&s o #eríodo de intoxica!"o@ J% 3oi descrita uma s&ndrome amo5vadonal em usu%rios cr(nicos, caracteriada #elo declínio do interesse #elas atividades di%rias em geral, $uando o indivíduo n"o tem motiva!"o #ara 3aer nada a n"o ser usar a maconha@ Essa síndrome ainda n"o 9 aceita #or muitos cientistas@ Contrariamente, h% 3ortes evid>ncias de $ue a maconha #ode #reci#itar o a#arecimento de um $uadro #sic&tico, como a es$uio3renia, em #essoas com #redis#osi!"o #ara tal@ *utros dados sugerem $ue o uso da maconha exacera os sintomas nas #essoas $ue j% a#resentam alguma doen!a mental, como a es$uio3renia ou a de#ress"o@ K
mito;
A maconha ueima neur6nios. A verdade
-"o est% #rovado $ue a maconha causa danos cererais irreversíveis nos seres humanos@ 7or9m, o seu uso cr(nico tra conse$Y>ncias mais sutis Z atividade cereral, como a diminui!"o das hailidades mentais, es#ecialmente da ca#acidade de #restar aten!"o nos 3atos e da memoria!"o de acontecimentos mais recentes@ A m9dio e a longo #rao, a redu!"o dessas hailidades #ersiste en$uanto o usu%rio se mantiver cronicamente intoxicado e #ode ou n"o se reverter a#&s o uso descontínuo da droga ou a sua astin>ncia #or um tem#o #rolongado@ 2uanto mais tem#o a maconha 3or usada, mais a3etadas )car"o as hailidades mentais@ Esse ti#o de e3eito 9 es#ecialmente im#ortante entre os adolescentes, $ue ainda est"o em 3ase de desenvolvimento@ Omito: 0umar maconha durante a 'ravide# no é to !eri'oso. A verdade
Estudos sugerem $ue o uso da maconha durante a gravide, #rinci#almente no #rimeiro trimestre, #rovoca di)culdades de desenvolvimento 3etal e nascimentos de e>s com menor #eso, #ois a maconha estimula o #arto #rematuro@ .% algumas evid>ncias de $ue a ex#osi!"o do 3eto Z maconha durante a gesta!"o aumente a IP
'ossi(ilidade de de0ei$os con!êni$os/ (em como dis$6r(ios de com'or$amen$o e desenvolvimen$o d#ran$e os 'rimeiros meses de'ois do nascimen$o) ;or$an$o/ 5 recomend7vel "#e m#l-eres !r7vidas o# com in$#i$o de en!ravidar evi$em #sar a macon-a) O mito:
A maconha estimula a atividade sexual. A verdade
7ode ser $ue o e3eito relaxante da maconha diminua a resist>ncia dos usu%rios, tornando5os mais dis#oníveis a $ual$uer contato social, a3etivo ou sexual, mas uma grande #arte dos usu%rios acaa se desinteressando das atividades sexuais em 3un!"o desse relaxamento e da intros#ec!"o #roduida #elo uso da maconha@ Est% #rovado $ue, em animais, altas doses do =hC a3etam o a#arelho re#rodutor tanto 3eminino como masculino, diminuindo a #rodu!"o de horm(nios, a motilidade e a viailidade dos es#ermato&ides em machos e inter3erindo no ciclo ovulat&rio em 3>meas@ * $uanto isso 9 a#lic%vel aos humanos ainda n"o 3oi com#rovado@ O mito: 7odos os "umantes de maconha correm os mesmos riscos. A verdade
Como a)rmamos anteriormente, al9m das gr%vidas e das #essoas com algum distrio #reexistente ;desde #essoas com #ro5 I
(lemas card8acos/ res'ira$
A maconha é o in&cio da escalada !ara o uso de outras dro'as mais !esadas. A verdade
.% muita #ol>mica em rela!"o a essa $uest"o@ * $ue se sae 9 $ue um sujeito $ue j% usou a maconha est% mais #ro#enso a ex#erimentar as drogas ditas #esadas do $ue outro $ue nunca viu um cigarro de maconha@ E isso n"o se deve aos e3eitos da maconha em si, mas a algumas circunstBncias: na maioria dos casos o usu%rio tem contato com #essoas $ue consomem outras drogas e 3a #rogramas em $ue a maconha est% sem#re #resente@ 7ortanto, o ciclo de amiades, os locais $ue 3re$Yenta, em como os #rogramas, #odem estimular a curiosidade em rela!"o a outras drogas@ 'ae5se tam9m $ue adolescentes $ue come!am a 3umar maconha muito cedo t>m mais chance de #rogredir #ara um uso cr(nico da droga ;caindo muitas vees na de#end>ncia< e de usar outras drogas mais #esadas@ *utro as#ecto #ol>mico desse mito 9 o de se #oder classi)car as drogas em leves ;incluindo o %lcool, o cigarro e a maconha< e II
'esadas >a coca8na e o crac?=) @ 'reciso rela$ivi2ar a "#es$&o) ;ara #m de'enden$e/ a s#a dro!a de cons#mo 5 o se# maior 'ro(lema, 'ara #m alco
@ O !oder de uma dro'a 'erar de!end2ncia no usurio Considerando esse 3ator como #re#onderante, o crack seria a mais #esada das drogas, #ois a maioria dos consumidores )cam de#endentes num curtíssimo es#a!o de tem#o desde a #rimeira 3umada@ I@ As rea)3es adversas ue a dro'a !ode 'erar/8rios as#ectos devem ser levados em conta nesse 3ator, seja no caso do consumo da droga im#ura, seja no de overdose, a saer: $uem usa a droga, $ual droga 9 usada, $ual a $ualidade dela e em $ue circunstBncia e $uantidade 9 consumida@ -esse sentido, )ca muito di3ícil generaliar e categoriar as drogas entre leves e #esadas@ * mito: A maconha 'era de!end2ncia. A verdade
A de#end>ncia 9 medida #ela di)culdade do usu%rio em diminuir ou cessar o consumo da droga e #elo modo como sua 3alta 9 sentida no cor#o ;chamada de sintomas de abstin2ncia9. -o caso da maconha, a#esar de estar #rovado $ue o seu uso cr(nico n"o resulta em severos sintomas de astin>ncia, existem #essoas $ue os acusam@ *s #rinci#ais sintomas da 3alta de maconha ;astin>ncia< s"o: ins(nia, n%usea, dores musculares, ansiedade, in$uieta!"o, IV
irri$a(ilidade/ sensa%&o de 0rio/ s#or/ diarr5ia/ 0al$a de a'e$i$e/ sensi(ilidade acen$#ada 1 l#2/ von$ade in$ensa de #sar a dro!a/ de'ress&o/ 'erda de 'eso/ $remores discre$os) .% evid>ncias de $ue o uso da maconha altera o grau de tolerBncia Z droga, isto 9, com o tem#o o usu%rio #recisa ir aumentando as doses #ara $ue a droga continue a 3aer e3eito@
A de#end>ncia #sicol&gica 9 o 3en(meno mais comumente oservado em usu%rios de maconha@ Ainda $ue n"o ocorram os sintomas 3ísicos da astin>ncia, a ansiedade, a de#ress"o etc@ s"o su)cientemente 3ortes #ara $ue o usu%rio continue 3aendo uso da maconha@ -a sua ess>ncia, os sintomas da de#end>ncia #sicol&gica adv>m de mudan!as no c9rero devido Z 3alta da droga@ O mito: *s e3eitos indesej%veis da maconha n"o #recisam de #rimeiros socorros@ A verdade
A#esar do #oder relaxante da maconha, a maioria das #essoas sente algum ti#o de e3eito desagrad%vel ao 3um%5la #ela #rimeira ve@ 2uase sem#re os usu%rios toleram os e3eitos indesej%veis da maconha ou seus #rrios com#anheiros de uso acaam socorrendo5os com medidas gerais de a#oio, $ue s"o su)cientes@ -o entanto, algumas #essoas, #rinci#almente as menos ex#erientes com a droga, tornam5se muito ansiosas, #odendo ter rea![es semelhantes Zs de um ata$ue de #Bnico@ -essas situa![es, elas dever"o ser orientadas e asseguradas #or algu9m ex#eriente, num local calmo e iluminado@ Em raras ocasi[es, um calmante leve, como Diae#am, alium, Lexotan, #ode ajudar@ IO
Omi$o,
A maconha tem e"eitos tera!2uticos. A verdade
Esse 9 outro #onto #ol>mico em rela!"o Z maconha@ -o s9culo S8S, alguns derivados da Cannabis eram recomendados #ela medicina americana #ara tratar gota, reumatismo, t9tano, convuls[es, de#ress[es e deliriam tremens. Existem evid>ncias de $ue algumas das sustBncias #resentes na maconha #ossam agir de 3orma tera#>utica em alguns casos: 5 diminui a n%usea em #acientes $ue 3aem $uimiotera#ia@ Lemramos $ue existem medica![es muito melhores e mais seguras $ue #roduem esse mesmo e3eitoX 5 estimula o a#etite em aid9ticos@ -o entanto, o 3ato de haver evid>ncias de $ue a maconha tam9m diminui a res#osta imunol&gica 3a com $ue seu uso n"o seja recomendado em #acientes j% deilitados e com risco maior de in3ec!"oX 5 9 auxiliar no tratamento do glaucoma@ Frisamos $ue existem medica![es mais e3etivas e seguras #ara esse e3eito@ 'eu #otencial como analg9sico, antiasm%tico, anties#asm&dico, anticonvulsivante e antide#ressivo ainda est% em estudo, mas com #oucas evid>ncias@ A #es$uisa sore o uso da maconha de 3orma tera#>utica n"o tem sido estimulada, j% $ue o =hC ;com#onente da Cannabis de maior #otencial tera#>utico< 9 tam9m a$uele $ue gera os e3eitos #sicoativos nos usu%rios es#or%dicos ;n"o5de#endentes<@ As tentativas de se#arar os e3eitos colaterais indesej%veis da droga dos seus e3eitos tera#>uticos t>m5se mostrado 3rustrantes@ Al9m disso, n"o existem evid>ncias su)cientes de $ue o uso da maconha como medicamento seja til, es#ecialmente $uando com#arado aos medicamentos j% existentes@ IM
O mi$o
é !eri'oso misturar maconha com outras dro'as. A
verdade
*s riscos ligados Z mistura da maconha com outras drogas de#ender"o do co$uetel usado@ Logicamente o #erigo aumenta na medida em $ue as doses tam9m aumentam e os #eríodos de intoxica!"o se tornam mais #rolongados@ .% evid>ncias de $ue o uso associado do %lcool e da maconha, #or exem#lo, aumenta a incid>ncia de acidentes de carro ;a diminui!"o da ca#acidade motora se acentua #ela associa!"o das duas drogas<@ O mito: A maconha !ode matar. A
verdade
-a literatura m9dica n"o existem casos de morte #or overdose de maconha e tam#ouco #or seu uso isolado, isto #or$ue o usu%rio deveria 3umar muito at9 chegar a uma dose letal@ 7ortanto, o uso agudo da maconha n"o mata diretamente. *s casos descritos de morte #or intoxica!"o s"o devidos a acidentes decorrentes da desorgania!"o mental #roduida #ela maconha@ IQ
*O*ANA 9 *RA*E
As 3olhas de coca s"o usadas na Golívia, 7eru, E$uador e Col(mia h% mais de I@PPP anos@ as, desde o #rimeiro contato entre os nativos das #o#ula![es #r9colomianas e os invasores es#anh&is, o uso da cocaína #assou #or re3ormula![es constantes $uanto ao seu #a#el social@ 7ara a 8n$uisi!"o es#anhola, a cocaína estava associada ao #ecado, mas, #osteriormente, o 3ato de ela estimular os cam#oneses a traalhar mais serviu #ara mudar tal conce#!"o e seu uso #assou a ser associado Z tradi!"o indígena@ * interesse #ela cocaína na hist&ria mais recente come!ou com seu isolamento $uímico, em I, 3eito #or um alem"o chamado Alert -eUman@ A #artir de sua #uri)ca!"o, usar a cocaína )cou mais 3%cil e ela #assou a ser #rescrita com )ns m9dicosX v%rios autores no )nal do s9culo S8S j% ressaltavam uma s9rie de e3eitos en9)cos da sustBncia@ Freud, #or exem#lo, descreveu os e3eitos anest9sicos locais da cocaína, $ue acaou sendo em#regada com sucesso em cirurgias oculares durante muitos anos@ Al9m disso, Freud tam9m ex#erimentou ele mesmo a droga e sur#reendeu5se com seus e3eitos agrad%veis e toni)cantes@ Considerava $ue a cocaína #oderia ser til como estimulante e a3rodisíaco, e no tratamento da de#ress"o, do alcoolismo, da de#end>ncia de mor)na e da asma@ -"o )cou com#rovado cienti)camente $ue esses $uadros melhorassem com a cocaína, e Freud 3oi acusado #or1 muitos m9dicos de irres#ons%vel@ -o )nal do s9culo S8S, nos E6A, o uso da cocaína tornou5se astante #o#ular, e algumas eidas, como o in ariani IN
e a *oca3*ola/ a'resen$aram concen$ra%Fes ra2o7veis da s#(s$.ncia 'or v7rios anos)
com o seu consumo mais di3undido no come!o do s9culo SS, a literatura m9dica #assou a descrever uma enorme variedade de com#lica![es relacionadas ao uso da cocaína, dentre elas os #rolemas mentais, a de#end>ncia e a morte@ Gaseando5se nessas evid>ncias m9dicas e numa s9rie de #reocu#a![es sociais, v%rios #aíses, em es#ecial os E6A, a#rovaram leis #roiindo seu uso@ as, #rogressivamente, esses cuidados 3oram diminuindo at9 $uase desa#arecer@ -os #aíses andinos, no entanto, mascar 3olhas de coca continua 3aendo #arte dos costumes locais@ A #artir da d9cada de QP, a cocaína #assou a ser usada #elas elites econ(micas e sociais@ De anos de#ois, ainda se #ensava $ue a cocaína era uma droga muito segura e usada somente #or uma minoria@ -os anos P o cen%rio come!ou a mudar, gra!as ao aumento da o3erta da cocaína decorrente do incremento da #rodu!"o e da distriui!"o dirigida #elos cart9is de tra)cantes@ W im#ortante lemrar $ue esse nmero am#liou5se ainda mais $uando a cocaína, al9m de inalada, #assou a ser tam9m injetada e 3umada na 3orma de crack@ O mito: Coca&na é di"erente de crac. A
verdade
* crack nada mais 9 do $ue a cocaína em #&, adicionada de %gua e icaronato de s&dio@ Essa mistura 9 a$uecida at9 a %gua eva#orar, e o #roduto )nal consiste de #edras de cocaína@ * nome crack vem de uma #alavra inglesa $ue descreve o som #roduido durante o #rocesso de a$uecimento da droga na hora de 3umar@ I
O crac? s#r!i# nos 9UA no 0inal da d5cada de H como #ma 0orma de coca8na "#e 'ode ser 0#mada) @ im'oss8vel 0#mar a coca8na em ' 'ois ela desmanc-a e n&o vira 0#ma%a) O crac? !eralmen$e 5 colocado n#m $i'o de cac-im(o caseiro "#e 'recisa ser a"#ecido >com 0
Em nosso meio, cheirar o #& da cocaína 9 a 3orma mais comum de uso@ -ormalmente o #& 9 colocado numa su#er3ície #lana e lisa ;#or exem#lo, um es#elho ou mesa<, es#alhado e juntado com uma gilete, e ent"o 9 3eita uma carreira do #&@ Em seguida, esse #& 9 as#irado com a ajuda de algum canudinho ou diretamente com o nari@ *utra alternativa 9 es3regar o #& nas gengivas A #artir de KM, injetar a cocaína com seringa #assou a ser uma #r%tica 3re$Yente@ 7rimeiro o usu%rio mistura a droga com %gua e a$uece at9 dissolv>5la, de#ois a injeta diretamente na veia do ra!o@ 6ma das com#lica![es graves desse ti#o de uso 9 o alto risco de transmiss"o do vírus da A8D'@ Desde KKP uma mudan!a no com#ortamento dos usu%rios e aos #rrios tra)cantes do estado de '"o 7aulo vem5se )rmando: o #redomínio da cocaína 3umada@ * crack #assou tam9m a ser 3umado em cigarros de maconha ;chamado de mesclado9 ou em cachimos caseiros ;3eitos de latas de re3rigerante, garra3as #l%sticas etc@<@ IK
O mito:
Coca&na ou crac em altas doses t2m e"eitos !arecidos. A verdade
Altas doses de cocaína ou crack #odem #roduir alguns ti#os de movimentos re#etitivos ;#or exem#lo, co!ar o nari com#ulsivamen=e olhar de lado etc@<, irritailidade intensa, viol>ncia, mau=e a!"o medo exessivo, $ue #ode trans3ormar5se na sensa!"o de esCudo #erseguido ;essa sensa!"o #ode ser t"o intensa a #ont e ser con3undida com uma doen!a #si$ui%trica muito grav chamada es$uio3renia<, e aumento da tem#eratura do , cor#o com 3eres de mais de VKC@ 7odem ocorrer ainda convuls[es semelhantes Z e#ile#sia, e as arritmias cardíacas ;sensa!"o de $ue o cora!"o est% atendo irregularmente< @ao astante comum uma das causas mais 3re$Yentes de descon3orto a#(s o uso da cocaína@ , 2uando os e3eitos de intensa excita!"o ocorrem, eles #odem ser seguidos de de#ress"o@ * e3eito reote #ode ocorrer mesmo com doses aixas de cocaína@ Omito: Os !rimeiros e"eitos da coca&na so sem!rebons. A verdade
A cocaína 9 o $ue se chama de droga estimulante e o seu !rimeiro e3eito 9 causar um estado de excita!"o acentuado@ * VP
#s#7rio
0ica e#0
*utros e3eitos #rov%veis s"o: 3alta de sono, agressividade, irritailidade, in$uieta!"o, di)culdade de tomar decis[es@ .% tam9m uma sensa!"o de anestesia, #rinci#almente nas regi[es onde houve contato com a droga ;se a #essoa cheirou, o nari )ca adormecido<@ Do #onto de vista 3ísico, ocorre um aumento dos atimentos cardíacos, do tamanho das #u#ilas, da #ress"o arterial, da res#ira!"o e da sudorese@ 7odem ocorrer ainda n%useas, v(mitos e at9 alucina![es@ =odos esses e3eitos, tanto os ons $uanto os ruins, s"o astante intensi)cados #elo uso endovenoso ;a droga injetada< ou #elo uso do crack@ -o caso do crack, al9m dos as#ectos j% citados, o usu%rio tem sua coordena!"o motora reduida, e a tend>ncia ao isolamento se acentua, di3erentemente da maior sociailidade gerada #ela cocaína inalada@ O mito: A coca&na e o crac mudam o com!ortamento dos usurios. A verdade
A3ora os e3eitos j% assinalados, #odem ocorrer mudan!as na #ersonalidade dos usu%rios, em es#ecial nos $ue consomem a droga diariamente@ 'entem5se #ressionados a consumir a droga e n"o se im#ortam com o $ue deveriam estar 3aendoX #assam a )car com V
se!redos/ a 0al$ar a com'romissos e a men$irJ come%am a !as$ar din-eiro m#i$o mais do "#e an$es e 'odem 'assar a vender o(je$os 'essoais o# da 0am8lia 'ara conse!#ir com'rar a dro!a) S#(se"en$emen$e 'odem 'assar a ro#(ar e a assal$ar 'ara o mesmo 0im) W not%vel $ue a diminui!"o do cuidado consigo mesmo e a #erda dos valores morais e sociais ocorrem muito mais r%#ido com os consumidores de crack, #ossivelmente devido Z ca#acidade de esta droga #rovocar de#end>ncia mais ra#idamente@ * mito A coca&na e o crac aumentam o !oder de concentra)o e o !ra#er sexual. A verdade
* usu%rio da cocaína sente $ue est% no to#o do mundo e $ue #ode tudo, entretanto a sua concentra!"o e aten!"o diminuem@ 'e algu9m, so o e3eito da cocaína, tentar ler um livro ou #recisar tomar decis[es com#lexas, n"o conseguir%, #ois a sua ca#acidade de organiar as in3orma![es, memoriar e decidir estar% com#rometida@ Al9m disso, logo de#ois de o e3eito da droga #assar, ele sentir% mais ansiedade, cansa!o e de#ress"o do $ue antes do seu uso@ Em rela!"o ao #raer sexual, h% o mito de $ue a cocaína, #or ser uma droga estimulante, aumenta o #raer sexual@ -a verdade, nossa ex#eri>ncia com#rova $ue a maior #arte dos usu%rios deixam de lado o sexo e se dedicam $uase $ue exclusivamente Z usca do #raer momentBneo #roduido #ela droga@ uitos #acientes em tratamento relatam $ue n"o mant>m rela![es sexuais h% muito tem#o@ -o caso do crack, em #articular, a diminui!"o do convívio social leva a uma conse$Yente diminui!"o do interesse sexual@ VI
O mito:
A coca&na e o crac com!rados na rua so sem!re !uros. A verdade
A cor ranca da cocaína 9 astante enganosa@ * grau de im#urea encontrado na droga com#rada 9 muito grande@ Em rela!"o ao #& da cocaína, a #urea #ode variar de VP a KP], #ois a maioria dos tra)cantes em geral adicionam uma s9rie de sustBncias, como 3arinha, talco, #& de vidro, a!car, lactose, ou uma s9rie de medicamentos $ue se #arecem muito com o #&@ Essas im#ureas aumentam ainda mais o risco de se usar uma droga $ue #or si s& j% 9 astante #erigosa@ -o caso do crack, diem os usu%rios $ue muitas vees 9 #ossível reconhecer a #urea da droga #ela cor e #elo cheiro@ VV
9:9ITOS DA *O*ANA 9 DO *RA*E A
conse$Y>ncia mais dr%stica do uso da cocaína 9 a morte@ -os E6A, mais de O@PPP #essoas morrem #or ano de overdose de cocaína ;n"o dis#omos dos dados re3erentes ao Grasil<@ Em um estudo conduido #ela unidade de 7es$uisas em lcool e Drogas ;u-8AD<, da Escola 7aulista de edicina ;'7<, dos PV #rimeiros usu%rios de crack $ue 3oram internados no .os#ital de =ai#as da 'ecretaria da 'ade de '"o 7aulo, tree haviam morrido a#&s um #eríodo de dois anos, revelando uma mortalidade muito alta@ Dessas tree mortes, somente uma delas 3oi decorrente de overdose, sete 3oram #or mortes violentas e cinco #or A8D'@ 7ortanto, se de um lado os usu%rios de cocaína ou crack #odem morrer #ela a!"o direta da droga ;overdose<, de outro, indiretamente, eles morrem #or com#lica![es sociais decorrentes ;vingan!a de tra)cantes, a!"o #olicial etc@<, #or agravamentos de sade, como desnutri!"o e at9 in3ec![es ;o usu%rio deixa de comer e de manter h%itos de higiene<, e #or acidentes ;o usu%rio #erde a coordena!"o motora e a no!"o de realidade<@ Ademais, so o e3eito da droga, alguns usu%rios tornam5se #romíscuos e acaam 3aendo sexo sem #rote!"oX outros descuidadamente injetam drogas com seringas e agulhas contaminadas@ A A8D' 9 o resultado dessa 3alta de cuidado@ A cocaína e o crack realmente #odem levar Z morte um nmero signi)cativo de usu%rios@ W im#ortante salientar $ue a overdose #ode ocorrer com $ual$uer 3orma de uso da cocaína 5 as#irada, injetada ou 3umada@ uitas vees a overdose ocorre em #essoas $ue se es$uecem de $ue j% est"o sem usar a droga h% algum tem#o e acaam consumindo doses acima de sua atual tolerBncia@ eja a seguir os e3eitos agudos e cr(nicos do uso da cocaína e do crack@ VO
Quadro 3 - Principais efeitos do uso agudo da cocaína e do crack Sistema
E3eitos +eral #sicol&gico Eu3oria 'ensa!"o de em5estar Estimula!"o mental e motora ;o 3amoso )car liga do da cocaína< Aumento da auto estima Diminui!"o do a#etite sexual Agressividade 8n$uieta!"o 'ensa!"o de anestesia +eral 3ísico Aumento do tamanho das #u#ilas 'udorese Diminui!"o do a#etite Diminui!"o de irriga!"o sangYínea nos &rg"os -eurol&gico =i$ues Coordena!"o motora diminuída Derrame cereral Convuls"o Dor de cae!a Desmaio =ontura =remores =inido no ouvido is"o ema!ada Psíquico
Descon)an!a e sentimento de #ersegui!"o ;a 3amosa noia< De#ress"o ;e3eito reote da intensa excita!"o< Cardiovascular Aumento dos atimentos cardíacos Gatimento cardíaco irregular Aumento da #ress"o arterial Ata$ue cardíaco
'ocial 8solamento Falar muito Desimii!"o Res#irat&rio 7arada res#irat&ria, tosse VM
Quadro 4 - Principais efeitos do uso crônico da cocaína e do crack Sistema Efeitos
+eral #sicol&gico 8rritailidade Agressividade 8n$uieta!"o 8rres#onsailidade entiras Aumento dos segredos Diminui!"o do cuidado consigo ;3alta de higiene #essoal< 7erda de valores morais e sociais Diminui!"o do a#etite sexual Geral: físico
8ns(nia 8n3ec![es ;devido ao uso da cocaína A8D', he#atites etc Cona ;nari escorrendo 5 devido ao 7er3ura!"o do se#to nasal ;cartilagem uso J% cocaína cheirada< 'inusite injetada<, entre elas o da cocaína cheirada< do nari ` devido ao Diminui!"o do a#etite 7erda de #eso Diminui!"o de irriga!"o sangYínea nos &rg"os Neurolgico
Dor de cae!a =ontura is"o ema!ada =inido no ouvido =remores Aten!"o diminuída Falta de concentra!"o Convuls"o Derrame cereral Res#irat&rio =osse 8n3ec![es #ulmonares
7sí$uico De#ress"o Ansiedade 7sicose hstados con3usionais -utricional Diminui!"o da vitamina GQ Desnutri!"o Cardiovascular 8n 3arto Cardlo#atia ;doen!a do cora!"o< Gatimento cardíaco irregular +inecol&gico *st9trico@ na m"e 7lacenta #r9via Aorto es#ontBneo +inecol&gico *st9ttrico5 no 3eto Gaixo #eso 3etal 'o3rimento 3etal -ascimento #rematuro VQ
O mito:
A coca&na e o crac a"etam o sistema nervoso. A verdade
A cocaína e o crack #roduem uma altera!"o geral no sistema nervoso, mas tam9m #rovocam alguns #rolemas mais es#ecí)cos, como dor de cae!a, tremores, tonturas, desmaios, vis"o ema!ada, tinido no ouvido@ Dois #rolemas merecem desta$ue es#ecial: os derrames ;Acidentes asculares Cererais ou AC< e as convuls[es@ 7es$uisas dos E6A mostram $ue o derrame est% aumentando entre jovens de IP a VP anos, usu%rios de cocaína@ * mais #reocu#ante 9 $ue mesmo as aixas doses #odem #rovoc%5lo, inde#endentemente da via de administra!"o da droga@ * derrame #ode ser identi)cado #ela dor de cae!a, #aralisia de um lado do cor#o, con3us"o mental e convuls[es@ As convuls[es, ata$ues semelhantes aos $ue ocorrem nos e#il9#ticos, s"o oservadas #rinci#almente entre os usu%rios de crack@ O mito: A coca&na !ode causar desnutri)o e "alta de vitaminas. A verdade
6ma das características mais marcantes da cocaína 9 sua ca#acidade de diminuir sensivelmente o a#etite e causar #erda de #eso no usu%rio@ 'e inicialmente a #erda de #eso 9 at9 em5vinda, #ro5 VN
!ressivamen$e se $rans0orma n#m !rande 'ro(lema/ 'ois a 'essoa 'ode 0icar dias e dias sem comer/ o "#e a levar7 a "#adros de desn#$ri%&o/ anemia e o#$ros dis$6r(ios me$a('iridoina=) O mito:
A coca&na e o crac nunca a"etam o cora)o. A verdade
A morte #or #rolemas cardíacos 9 uma das #rinci#ais causas da overdose, mais comum at9 $ue as causas neurol&gicas: 5 Ataue card&aco (in"arto do miocrdio9: *corre $uando o msculo do cora!"o n"o recee oxig>nio su)ciente e n"o consegue continuar mandando sangue #ara o cor#o@ *s sintomas mais comuns s"o dores no #eito e di)culdade de res#irar, emora nem sem#re esses sinais signi)$uem um ata$ue do cora!"o@ Este #ode ser causado #elo aumento dos atimentos cardíacos, arritmias, #elo aumento da #ress"o arterial e da demanda de oxig>nio #elo cora!"o ou #elo estreitamento das art9rias $ue su#rem o cora!"o ;coron%rias<@ W im#ortante salientar $ue um indivíduo n"o #recisa ter uma doen!a cardíaca #ara so3rer um ata$ue cardíaco, muito emora #essoas com doen!as ou $ue tenham mais de VM anos )$uem es#ecialmente #redis#ostas a esse ti#o de #rolema@ 5 Arritmia card&aca: Como a cocaína aumenta o nmero de atimentos cardíacos, o ritmo do cora!"o #ode )car #erturado e irregular@ Ali%s, sentir o cora!"o ater descom#assadamente 9 um dos sintomas desagrad%veis mais comuns re5 V
la$ados 'elos #s#7rios) 9ssa condi%&o 'ode evol#ir 'ara "#adros mais !raves c-amados de 0i(rila%&o ven$ric#lar >(a$imen$os irre!#lares e 0racos do cora%&o= e de $a"#icardia ven$ric#lar >(a$imen$os e$remamen$e r7'idos e re!#lares do cora%&o=) Am(as as condi%Fes 'odem ser 0a$ais) Al9m dessas causas 3atais, o cora!"o do usu%rio de cocaína traalha mais do $ue o normal e a diminui!"o do oxig>nio #ode levar a um $uadro chamado de cardiomio#atia@ A cocaína tam9m tem sido relacionada com uma intoxica!"o es#ecí)ca do msculo cardíaco $ue diminuiria a 3un!"o da #arte es$uerda do mioc%rdio@ A miocardite aguda 9 es#ecialmente oservada em usu%rios de crack@ 7aradas res#irat&rias #odem ocorrer como conse$Y>ncia da overdose de cocaína, inde#endentemente da via usada@ O mito: é !oss&vel determinar doses se'uras de coca&na ou crac. A verdade
*s e3eitos indesej%veis do uso da cocaína e do crack n"o ocorrem somente com grandes doses ou $uando a droga 9 usada #or via endovenosaX mesmo doses #e$uenas e usadas #or via nasal #odem #rovocar as conse$Y>ncias j% descritas@ Al9m disso, usu%rios $ue consomem cocaína h% algum tem#o n"o est"o #rotegidos dessas com#lica![es@ 8sso #or$ue a tolerBncia Z droga varia muito de #essoa #ara #essoaX at9 a sensiilidade de um indivíduo #ode mudar ao longo do tem#o, e uma dose considerada segura #ode tornar5se letal a#&s alguns meses@ 7ortanto #odemos a)rmar $ue n"o existe dose segura #ara os usu%rios de cocaína, o seu uso sem#re im#licar% um risco sustancial #ara a sade@ VK
mito:
O uso da coca&na in;etada no tra# com!lica)3es es!ec&+cas. A
verdade
* $ue acontece $uando algu9m injeta cocaína4 uitas vees a #essoa utilia uma seringa lim#a, mas n"o a descarta, servindo5se dela v%rias vees@ esmo $ue a #essoa lim#e a seringa com %gua da torneira, esta n"o 9 est9ril e n"o mata os germes@ Do mesmo modo, a cocaína injetada tam9m est% longe de ser lim#a 5 j% #assou #elas m"os de v%rias #essoas at9 )car suja e contaminada com germes, #& e outras sustBncias adulterantes@ Al9m disso, alguns usu%rios $ue injetam drogas com#artilham as mesmas seringas@ 7or tudo isso 9 evidente $ue o risco de in3ec!"o #or cocaína injetada 9 muito alto@ 8n3ec![es na #ele, no sangue, nas v%lvulas do cora!"o, nos #ulm[es e em outras #artes do cor#oX he#atite e A8D' s"o exem#los da gravidade dos e3eitos da droga injet%vel@ O mito: O uso da coca&na inalada no tra# com!lica)3es es!ec&+cas. ! verdade
corn o #assar do tem#o, cheirar cocaína a3eta o nari@ A divis"o 3eita de #ele e cartilagem $ue existe entre as narinas #ode ser destruída, e o uso #rolongado da droga causa um ti#o de in\ama!"o nasal, )cando o usu%rio com coria ;3ungando< e com a sensa!"o de nari entu#ido@ OP
O mito:
O uso do crac no tra# com!lica)3es es!ec&+cas. A verdade
A #essoa $ue 3uma crack geralmente usa um ti#o de cachimo caseiro, 3eito de vidro ou #l%stico, e tem de a$uec>5lo com is$ueiro ou 3&s3oro@ uitos usu%rios acaam $ueimando os dedos e os l%ios nesse #rocesso@ A 3uma!a do crack entra $uente #ela oca e #ode at9 $ueimar as #aredes dos #ulm[es, causando in\ama!"o e, #or conseguinte, uma tosse cr(nica@ 6ma overdose de crack #ode acelerar os atimentos do cora!"o e at9 causar uma #arada cardíaca, desmaios e convuls[es e#il9#ticas@ Omito: A coca&na no d ressaca. A verdade
As #essoas est"o acostumadas a ouvir $ue o dia se'uinte a um de uso intenso de %lcool constitui5se de uma s9rie de sintomas 3ísicos, conhecidos como ressaca@ -o entanto, Zs vees se sur#reendem $uando s"o alertadas sore o dia, se'uinte ao uso de cocaína@ A#&s #assar o e3eito da droga, o c9rero n"o volta ao seu normal imediatamente@ * dia seguinte ao uso da cocaína constitui5se de de#ress"o, desBnimo, irritailidade, insatis3a!"o, aixo O
'oder de concen$ra%&o/ 0ome e$c) 9 "#an$o mais coca8na 0or #sada/ maior ser7 a ressaca no dia se!#in$e) medida "#e as ressacas 0icam cada ve2 mais 0re"en$es/ a 'essoa $ende a #sar coca8na sem in$ervalos/ 'roc#rando aliviar esses sin$omas ne!a$ivos) @ a 'ar$ir da8 "#e as c-ances de de'endência 0icam cada ve2 maiores) •
*mito:
O 8&cio, toxicomania, dro'adi)o, uso nocivo e de!end2ncia so !alavras di"erentes !ara desi'nar o mesmo !roblema. A verdade
* uso da droga costuma #rovocar um misto de raiva, julgamento moral e incredulidade na maior #arte das #essoas $ue n"o s"o de#endentes@ 2uando utiliam a #alavra vício, #or exem#lo, 3aem na maior #arte das vees certo julgamento moral do usu%rio das drogas, sem, no entanto, designarem uma condi!"o clínica $ue #ossa ser tratada@ As #alavras toxicomania e drogadi!"o, emora ao longo da hist&ria m9dica tenham tido algum #ressu#osto te&rico, j% 3oram o)cialmente aandonadas@ Atualmente a ex#ress"o recomendada 9 s&ndrome de de!end2ncia, #ara designar o 3ato de algu9m estar de#endente de uma droga, e uso nocivo, $uando n"o houver de#end>ncia mas assim mesmo existir algum ti#o de dano causado #ela droga@ Em se tratando de cocaína e de crack, essas distin![es s"o im#ortantes@ -o caso do %lcool, #or exem#lo, #odemos dier $ue existe uma $uantidade de %lcool $ue #ode ser consumida sem lesar o organismo de $uem ee, mas isso n"o ocorre com OI
a coca8na >leia $am(5m O Alcoolismo, da mesma *ole%&o=) ;ode3se di2er "#e "#al"#er #so da coca8na j7 5 nocivo/ mesmo "#ando a 'essoa es$7 somen$e e'erimen$ando o '< Re'e$imos, n&o eis$e dose se!#ra de coca8na)
Em rela!"o Z de#end>ncia, alguns crit9rios s"o adotados #ara identi)car a condi!"o do usu%rio Em #rimeiro lugar, deve5se en3atiar $ue de#end>ncia de uma droga 9 uma s9rie de com#ortamentos $ue ocorrem ao longo de um #eríodo de tem#o * diagn&stico de de#end>ncia deve ser 3eito se tr>s ou mais dos seguintes crit9rios ocorrerem durante um ano de oserva!"o e an%lise: @ Desejo 3orte ou sensa!"o de com#uls"o #ara consumir a cocaínaHcrack@ I@ Di)culdades de controlar o uso da cocaínaHcrack em termos de início, t9rmino ou níveis de consumo V@ Estado de astin>ncia $uando o uso da droga cessou ou 3oi reduido@ O@ Evid>ncia de tolerBncia, de tal 3orma $ue doses crescentes de cocaínaHcrack s"o re$ueridas #ara alcan!ar e3eitos originalmente #roduidos #or doses em mais aixas@ M@ Aandono #rogressivo de #raeres ou interesses alternativos em 3avor do uso da cocaínaHcrack Q@ Aumento da $uantidade de tem#o necess%rio #ara oter ou usar cocaínaHcrack ou recu#erar5se dos seus e3eitos@ N@ 7ersist>ncia do uso, a des#eito de evid>ncias claras de conse$Y>ncias mani3estadamente nocivas, tais como dano 3ísico, estados de#ressivos etc@
mito:
1ro'as e A<1= andam sem!re ;untas. A verdade
O vírus $ue causa a A8D' ;.8< #ode ser contraído de tr>s maneiras: 5 sexo sem #rote!"o ;sem camisinha@ 6su%rios de drogas #odem contrair o vírus da A8D' se #artilharem seringas com usu%rios in3ectados e se mantiverem rela![es sexuais sem camisinha com #essoas in3ectadas@ A necessidade de dinheiro #ara com#rar a droga #ode at9 levar o usu%rio a se #rostituir, aumentando os riscos da A8D'@ W im#ortante lemrar $ue o teste de .8 #ode ser 3eito num #osto de sade ou num hos#ital $ue tenham um amulat&rio es#ecialiado em tratar doen!as in3ecciosas ou sexualmente transmissíveis@ O mito: >arar de usar coca&nae crac no é um bicho/de/sete/cabe)as. A verdade
A#&s o uso cr(nico da cocaína e com o desenvolvimento da de#end>ncia, o sistema nervoso )ca num estado de excita!"o cons5 OO
$an$e C#ando a 'essoa '7ra de #sar a dro!a/ al!#ns sin$omas a'arecem como #ma rea%&o re(o$e/ con-ecida 'or sin$omas de a(s$inência da coca8na) 9sses sin$omas $êm $rês 0ases,
0ase ?
Dura!"o de um a tr>s dias a#&s a #arada do uso@ Caracteria5se #or de#ress"o, ansiedade, irritailidade, 3alta de #raer, 3ome e vontade de usar mais cocaína +radualmente, o desejo #ela cocaína diminui e a vontade de dormir )ca mais intensa@ 0ase @ Dura!"o de uma a de semanas@ * desejo intenso #ela cocaína se mant9m, com irritailidade, ansiedade e 3alta de #raer 7rogressivamente a mem&ria dos e3eitos negativos da cocaína come!a a desa#arecer e o desejo de uso tende a )car mais 3orte, soretudo $uando o #aciente #assa a 3re$Yentar de novo locais onde usava a droga@ * #aciente contrasta a 3alta de #raer $ue ex#erimenta no momento com o #raer $ue otinha usando a drogaX essa 9 uma situa!"o de risco #ara a recaída@ 0ase Dura!"o de v%rios meses@ 7ode #ermanecer certo desejo #elo uso da droga, mas muito mais leve, alguns sintomas de#ressivos tam9m #odem durar alguns meses@ W im#ortante notar $ue nenhum desses sintomas s"o 3atais, oviamente causam descon3orto e s"o 3atores de risco #ara a recaída, mas de 3orma nenhuma amea!am a seguran!a do #aciente@ Existem algumas drogas $ue diminuem a intensidade desses sintomas, como veremos mais adiante@ * mais im#ortante 9 o #aciente reconhecer esses sintomas, saer seu signi)cado e se tornar consciente dos riscos da recaída #elo descon3orto@ 6m dos sintomas mais trai!oeiros da astin>ncia a stin>ncia 9 a vontade de usar a droga novamente@ OM
C#ando #m 'acien$e es$7 em $ra$amen$o/ ele deve a'render a rec#'erar a ca'acidade de con$role 'ara n&o #sar a dro!a) ;or$an$o/ a'
* #aciente #ode adotar v%rias estrat9gias #ara 3acilitar a resist>ncia: manter5se ocu#ado em alguma atividade, #rocurar #ensar em outra coisa, tele3onar ou 3alar com algum amigo $ue #ossa entender seu #rolema, tomar um anho gelado, ler um livro, #artici#ar de gru#os de auto5ajuda etc@ -essa 3ase de recu#era!"o, o grande desa)o #ara o #aciente 9 #erceer $ue ele n"o #erdeu totalmente o controle, mas $ue deveria traalhar a sua criatividade e a sua motiva!"o no sentido de uscar alternativas vi%veis em rela!"o ao consumo de drogas@ OQ
:AMLIA
stimular o di%logo 9 a 3orma mais 3%cil de saer se um )lho est% usando alguma droga ou n"o@ -o caso da maconha, algumas situa![es #odem ser sugestivas: a #essoa, $uando intoxicada, torna5se mais lenta #ara atividades motoras e intelectuais@ *s olhos )cam vermelhos, o a#etite 9 grande, assim como a sede@ A #essoa )ca dis#onível #ara longas conversas e tende a relaxar@ relaxar@ * sono aumenta@ A m9dio #rao, come!a a agir de 3orma di3erente, mudando sua rotina e at9 deixando de cum#rir suas res#onsailidades ;#or exem#lo, n"o conseguindo acordar #ara os com#romissos<@ Come!a a ter di)culdades de concentrar5se e se es$uece es $uece das coisas com mais 3acilidade@ =ende =ende a #erder o interesse #elo $ue haitualmente o atraía@ De um modo geral, as mudan!as 3ísicas e com#ortamentais s"o evidentes@ e videntes@ * $uadro dos e3eitos da maconha anteriormente a#resentado serve se rve tam9m como re3er>ncia@ 7ode ainda acontecer de os #ais descorirem algum material sus#eito entre as coisas do )lho ;#or exem#lo, a droga em si, um aseado, a seda etc@<@ W im#ortante lemrar $ue #rocurar indícios em ojetos #essoais #ode gerar um clima de descon)an!a e revolta $ue di)culta ainda mais o di%logo entre #ais e )lhos@ -o caso da cocaína e do crack, $ue t>m e3eitos estimulantes, a #essoa tender% a alternar #eríodos em $ue )ca muito ativa e irritada com #eríodos de desBnimo e a#atia@ -o #eríodo de maior atividade ela n"o dorme, n"o come e tende a )car andando e ausentando5se de casa@ -o #eríodo de desBnimo a #essoa #ode #assar muitas horas na cama e, $uando acorda, n"o tem vontade de 3aer nada e
ON
mesmo s#a -i!iene 'essoal 0ica com'rome$ida) Os 'rinci'ais sin$omas de #so da coca8na e do crac?/ descri$os an$eriormen$e/ aj#dam na iden$i0ica%&o dos e0ei$os 08sicos e de com'or$amen$o) W im#ortante 3risar $ue com#ortamentos isolados #odem muito em estar ligados ao desenvolvimento normal da adolesc>ncia, como certo desBnimo, certa irres#onsailidade etc@ as $uando dinheiro e alguns ojetos da casa come!am a desa#arecer, se seu )lho )ca muito na rua sem avisar onde est%, se seus amigos mudaram sustancialmente e se ele )ca #or demais cheio de segredos 5 neste momento #arece muito grande a #ossiilidade de envolvimento com alguma droga@ O mito: =e uma !essoa "uma um baseado, isto si'ni+ca ue ela é viciada. A verdade
-"o se )ca viciado 3umando um cigarro de maconha@ * mesmo se a#lica #ara outras drogas@ 7or9m, constatando o uso, é im#ortante $ue os #ais aram es#a!o #ara o di%logo como )lho, estimulando5o a 3alar e at9 a com#artilhar a ex#eri>ncia $ue, muitas vees, 9 astante im#actante: 9 necess%rio dar es#a!o #ara o )lho contar sua ex#eri>ncia, sem #uni5lo@ 93ato $ue usar maconha uma ou algumas vees n"o gera danos, mas deve5se ter em mente tal ex#eri>ncia #ara evitar $ue o consumo se torne regular e comece a a3etar outras atividades do indivíduo@ A 3amília deve uscar uma res#osta alanceada@ 7or um lado mostrar desa#rova!"o clara e indiscutível, #or outro a#resentar dis#osi!"o #ara o di%logo@ -"o 9 um alan!o 3%cil de ser conseguido, mas deve5se usc%5lo@ Lemramos $ue uma atitude condescendente em rela!"o Z maconha 3acilitar% o uso cr(nico commaior #roailidade de desenvolvimento de de#end>ncia e O
de $odos os 'ro(lemas "#e 'ossam advir da8 no desenvolvimen$o do adolescente@ O mito: Os usurios de dro'as s4 !rocuram a sensa)o de !ra#er. A verdade
-"o h% uma res#osta sim#les@ Existem muitas ra[es #or $ue as #essoas usam drogas@ Fatores $ue #odem ser im#ortantes incluem: a dis#oniilidade de drogas no airro, o #re!o das drogas em rela!"o Z renda da #essoa, as atitudes dos amigos ;#ress"o social< e da 3amília diante do uso de drogas, o desejo de uscar ex#eri>ncias novas e excitantes e at9 a sim#les curiosidade@ As #essoas $ue usam a maconha continuamente em geral uscam uma 3orma de intensi)car o nível de #raer@ *utras, #or se sentirem relaxadas so os e3eitos da maconha, #rocuram uma 3orma de tornar o convívio social mais 3%cil@ E h% ainda a$ueles $ue 3umam #ara 3ugir da realidade, das res#onsailidades e dos #rolemas@ W verdade tam9m $ue muitas vees a #essoa come!a a usar drogas #or curiosidade, ou #or$ue algu9m lhe o3ereceu, e acaa )cando de#endente@ O mito: A "am&lia tem sua !arcela de cul!a no "ato de ter um usurio de dro'as dentro de casa. A verdade
2uando os #ais descorem $ue o #rrio )lho est% usando droga, a #rimeira coisa $ue 3aem 9 #erguntar5se: * $ue n&s )5 OK
2enos de errado) De'ois se lem(ram de $odas as (ri!as "#e $iveram como 0il-o e de $odas as ve2es em "#e 0oram m#i$o d#ros o# 'o#co en5r!icos comele) @ (om"#e os 'ais n&o se es"#e%am de "#e em $oda 0am8lia -7 (ri!as/ "#e em $oda 0am8lia -7 0al-as >0am8lia 'er0ei$a n&o eis$e nem nas novelas=) +7 #s#7rios de dro!as em 0am8lias es$7veis e em 0am8lias desor!ani2adas/ em 0am8lias da classe m5dia al$a e em o#$ras mais caren$es) 'e os #rrios #ais ausam da eida ou de alguma droga, a chance de $ue os )lhos venham tam9m a us%5las 9 maior, mas isso est% longe de ser uma certea@ A maioria dos usu%rios de drogas vem de 3amílias cujos #ais n"o 3aem uso de nenhuma droga@ as, em ve de se cul#arem ou )carem de#rimidos, os #ais devem #ensar no $ue #odem 3aer #ara ajudar o )lho@ O mito: A "am&lia deve ser sem!re a. !rimeira a a;udar o usurio de dro'as. A
verdade
oc> acha $ue seu )lho j% usou drogas4 'e algu9m )esse essa #ergunta #ara um gru#o de #ais, a maioria res#onderia: De jeito nenhum, imagine, meu )lho drogadob@ uitos #ais nem cogitam a hi#&tese de seus )lhos estarem usando drogas, mesmo $ue haja evid>ncias disso ;eles sem#re encontram outra ex#lica!"o<@ as um dia come!am a descon)ar e chegam at9 a #erguntar ao )lho, $ue oviamente nega@ *s #ais acreditam ou, #elo menos, $uerem acreditar no $ue ouvem@ * tem#o #assa e um dia descorem a verdade@ A #rimeira rea!"o 9 de cho$ue, seguido de raiva@ De#ois vem o medo ;medo de $ue o )lho morra ou seja assassinado ou #reso, medo de $ue todo mundo )$ue saendo<@ -essa con3us"o de sentimentos, muitas vees a 3amília come!a a se desentender@ as o $ue 3aer numa situa!"o dessas4 MP
M#i$os 'ensamen$os 'assam 'ela ca(e%a dos 'ais 3 dar #ma (oa (ronca no 0il-o/ $ranc73lo no "#ar$o/ e'#ls73lo de casa o# in$ern73lo n#ma cl8nica) Mas o "#e realmen$e vai aj#d73lo ;rimeiro 5 'reciso "#e #ma 'essoa mais con$rolada e "#e se relacione (em como 0il-o converse comele/ mos$rando sim'lesmen$e "#e es$7 "#erendo en$endê3lo e aj#d73lo) De'ois deve3se $en$ar convencê3lo a (#scar aj#da 'ro0issional/ #m m5dico/ 'sic
-esse est%gio, #ode ser $ue ele res#onda diendo $ue n"o #recisa de ajuda, $ue o #rolema n"o 9 t"o grave e $ue ele vai conseguir #arar de usar as drogas soinho ;n"o aceite essa res#osta e insista, #or$ue muitos usu%rios #assam #ela 3ase de suestimar o grau de severidade das drogas, n"o $uerem en3rentar a realidade e ao mesmo tem#o su#erestimam a #rria ca#acidade de lidar como #rolema<@ De $ual$uer 3orma, a in\u>ncia da 3amília tem limite e deve5se sem#re ter em conta o desejo do usu%rio, #ois se este se sentir 3or!ado a agir s& #elos outros o tratamento n"o ter% resultados #ositivos@ O mito: O usurio io de dro'as deve ser tratado com i'or. A verdade
'e voc> n"o #arar de usar drogas, euvou #uls%5lo de casab 'e voc> n"o )er tratamento, eu ou deix%5lob uitos #ro)ssionais j% ouviram #acientes relatando as amea!as $ue so3reram dos #ais, das es#osas ou de outros #arentes@ 2ual #ai realmente teria coragem de ex#ulsar seu )lho de casa nessas condi![es4 * $ue #arece claro 9 $ue os #ais t>m de im#or limites@ Eles s"o res#ons%veis #ela educa!"o dos )lhos, e estes, en$uanto morarem na casa dos #ais, t>m de oedecer Zs regras da 3amília@ 'em M
con$ar "#e a dro!a 'ode ma$ar e ca#sar $rans$ornos de $oda ordem) @ 'reciso conversar com o 0il-o/ mas deiar (em claro o "#e se "#er "#e ele 0a%a) 8n3elimente h% )lhos $ue n"o oedecem aos #ais e h% #ais $ue n"o conseguem convencer os )lhos@ =am9m 9 #reciso ter em mente $ue a cocaína e o crack s"o drogas #oderosas $ue tornam as #essoas de#endentes@ esmo $ue o )lho n"o $ueira magoar seus #ais, muitas vees a droga 9 mais 3orte do $ue eleX a#esar de sua inten!"o de coo#erar, ele acaa usando5a de novo@ A de#end>ncia #ode continuar #or muitos anos e as recaídas s"o comuns@
-"o h% uma solu!"o sim#les ou nica, cada 3amília tem de achar seu #rrio caminho@ E esse caminho tem limites@ * usu%rio, ele mesmo, deve chegar Z conclus"o de $ue n"o deve mais usar a droga, e n"o sim#lesmente concordar com o $ue ouve@ De $ual$uer maneira, a 3amília deve agir numa s& vo, im#ondo limites, ajudando5o e encorajando5o, mas tam9m deve estar ciente de $ue o usu%rio 9 um ser inde#endente $ue tem res#onsailidades sore seus #rrios atos@ O mito: B muito sim!les a;udar um de!endente de dro'as. A
verdade
* ideal é $ue o usu%rio admita $ue est% usando a droga e concorde em uscar ajuda@ '& ent"o deve5se marcar a consulta em uma clínica $ue #reste servi!o de atendimento a usu%rios de drogas@ * mais comum 9 o usu%rio admitir sua condi!"o de de#endente, mas n"o aceitar nenhum ti#o de tratamento #or achar $ue MI
'ode rec#'erar3se so2in-o) Nesse caso/ conv5m a 0am8lia i!norar se#s 'ro$es$os e marcar a cons#l$a mesmo con$ra s#a von$ade) Al5m de $er 'reconcei$os em rela%&o ao $ra$amen$o/ m#i$as ve2es o #s#7rio c-e!a a ne!ar a !ravidade do 'ro(lemaJ s< de'ois de en$rar em con$a$o com #m servi%o de a$endimen$o o 'acien$e desco(re "#e o $era'e#$a n&o vai 0icar3 l-e dando (ronca o $em'o $odo/ ao con$r7rio/ vai sim'lesmen$e aj#d73lo e en$endê3lo)
'e os 3amiliares n"o conseguirem levar o usu%rio a uma clínica, vale a #ena os #rrios #ais se dirigirem ao servi!o de atendimento em usca de orienta!"o e ajuda@ uitos servi!os t>m gru#os de a#oio #ara #ais e outros #arentes de usu%rios@ 'e n"o h% um servi!o #lico no seu airro e se a 3amília n"o tem dinheiro #ara marcar uma consulta #articular, outra o#!"o 9 #artici#ar das reuni[es da -ar5Anon 5 uma organia!"o de #arentes de alco&latras e usu%rios de drogas $ue o3erece auto5ajuda gratuitamente@ -essas reuni[es as #essoas 3alam sore suas #rrias ex#eri>ncias e de como lidaram com as drogas@ W uma oa saída #ara diminuir o #eso do #rolema e #ara a 3amília entrar em contato com alternativas de solu!"o, $ue talve #ossam 3aer di3eren!a na recu#era!"o do usu%rio@ mito: Os !ais sem!re exercem uma inu2ncia limitada sobre os olhos. A verdade
*s #ais s& #oder"o ajudar o )lho a #arar com as drogas se este estiver #erme%vel Z in\u>ncia 3amiliar@ A #ior coisa $ue #ode acontecer 9 os #ais #erderem a ca#acidade de dialogar e in\uenciar o com#ortamento dos )lhos@ W $uando diemos $ue o relacionamento )cou dis3uncional@ Em algumas situa![es, $uando #or MV
eem'lo o adolescen$e #sa macon-a/ os 'ais m#i$as ve2es rea!em a!ressivamen$e e aca(am 'erdendo a ca'acidade de con$in#ar o di7lo!o e de serem o#vidos 'elo 0il-o) 'e h% uma oa rela!"o entre #ais e )lho ;di%logo e com#reens"o< 9 muito #rov%vel $ue este se conven!a de seu #rolema e #asse a uscar ele mesmo a 3or!a interna essencial #ara interrom#er o consumo@ uitas vees, o )lho necessita a#enas de estímulo e de in3orma!"oX #recisa saer $ue existem #essoas #r&ximas $ue gostam dele e acreditam na sua ca#acidade de mudan!a@ * grau de ajuda $ue os #ais #odem dar ao )lho varia, mas 9 senso comum $ue o consumo da droga n"o deve ser estimulado@ Lemramos $ue os #ais devem estar em in3ormados sore a droga usada #elo )lho, $ue, #or sua ve, deve receer essas in3orma![es do modo mais im#arcial e menos alarmista #ossível@ O mito: A "am&lia também !recisa de tratamento. A verdade
A maioria das 3amílias #recisa essencialmente de in3orma!"o, a#oio, ajuda e orienta!"o %sica@ 7ais sem#re $uerem 3aer o melhor #ara ajudar seus )lhos, mas Zs vees o $ue julgamos orn #rocedimento #ode na realidade at9 #iorar a situa!"o do usu%rio@ .% hist&rias de #ais $ue acaam com#rando crack #ara os #rrios )lhos, at9 levando5 os de carro aos #ontos5de5venda da droga@ 8sso #ode #arecer uma loucura, mas muita %gua j% rolou $uando os #ais chegam a esse #onto de deses#ero@ 'eguem outros exem#los, muito mais comuns: MO
3 os 'ais li!am 'ara a escola o# 'ara o $ra(al-o do 0il-o di2endo "#e ele es$7 doen$e/ "#ando/ na verdade/ es$7 #sando a dro!a o# se rec#'erando dos se#s e0ei$os/
5 os #ais d"o descul#as ou inventam hist&rias a #arentes, viinhos e colegas #ara ex#licar o com#ortamento do )lho, 5 os #ais #agam as dívidas do )lho $ue gastou todo o seu dinheiro em drogas 6m dos #rimeiros #rocedimentos dos #ais deve ser #arar de acoertar e #roteger o )lho@ Ele mesmo tem de so3rer as conse$Y>ncias do uso da droga@ Devem 3aer com $ue o )lho tele3one #ara a escola ou #ara o traalho e ex#li$ue #or $ue n"o est% em condi![es de traalhar, #or exem#lo@ *s #ais devem contar Z 3amília toda $ual 9 o #rolema dele e, se 3or #reciso, tam9m devem 3alar com o che3e no traalho@ uitas vees os #ais #recisam tomar decis[es muito di3íceis 8magine o caso de um jovem cujos #ais s"o #ores5 um dia o )lho recee uma amea!a de morte #or$ue n"o #agou a dívida com o tra)cante@ 7oucos #ais deixariam de #agar essa dívida, #ois saem dos riscos envolvidos e de jovens assassinados #or envolvimento com drogas@ Como agir numa situa!"o como essa4 -enhum #ro)ssional tem uma res#osta muito clara A ex#eri>ncia mostra $ue nas 3amílias em $ue h% usu%rios de drogas tam9m ocorrem outros #rolemas, sejam eles de relacionamento entre 3amiliares ou de doen!a@ W #reciso tomar cuidado, #or$ue muitas vees o de#endente se torna o #aciente identi)cado da 3amília, isto 9, ele concentra todos os #rolemas do gru#o 3amiliar, como se 3osse o nico #rolem%tico@ -um #rimeiro momento, 9 necess%rio realmente 3ocaliar a aten!"o no de#endente, de#ois, torna5se extremamente saud%vel uscar uma ajuda #ara a 3amília em geral@ A cura do de#endente gera mudan!as no ncleo 3amiliar, dese$uilirando a 3amília haituada a ter um memro de#endente@ MM
TRATAM9NTO 'aemos $ue ningu9m )ca de#endente de drogas de uma hora #ara outra@ 6ma es#iral #ara aixo ("&'. l< b 9 a 3orma de entendermos gra)camente o #rocesso de de#end>ncia@ Al9m da ex#eri>ncia #raerosa ;n"o se deve es$uecer $ue o usu%rio sente #raer com a droga<, o de#endente come!a a ex#erimentar algum ti#o de #rolema com o uso da droga@ Em geral ele n"o nota esses #rolemas, acreditando $ue est% tudo so controle e $ue usa a droga $uando $uer etc@ uitas vees o usu%rio tam9m n"o #ercee $ue as #rioridades de sua vida come!aram a mudar, $ue a escola e seus com#romissos )caram de lado, $ue a vida 3amiliar com suas origa![es tornaram5se um tormento e 3onte de rigas, $ue a sade 3ísica e mental #assou a ser desconsiderada, $ue tenta agora oter dinheiro a $ual$uer custo exclusivamente #ara com#rar a droga@ =odos esses 3atores acaam5se somando e 3aendo com $ue a #essoa entre num círculo vicioso #ara aixo, em $ue a droga ;mais en3aticamente a cocaína e o crack, em com#ara!"o Z maconha< 9 o #rinci#al 3ator de liga!"o dos eventos negativos no #rocesso de de#end>ncia@ 7ara entendermos o $ue 9 o tratamento, temos tam9m de entender esse #rocesso@ Devemos uscar uma s9rie de mudan!as $ue #ossa elevar o indivíduo numa es#iral #ara cima ("&'. ?-. 6ma mudan!a #ositiva d% o#ortunidade #ara outra mudan!a #ositiva, 9 o $ue chamamos círculo virtuoso, em $ue coisas oas chamam coisas oas@ * tratamento deve ent"o ser considerado dentro de uma am#la gama de a![es: o envolvimento 3amiliar, o a3astamento do MQ
:i!#ra
gru#o e dos locais com $uem e onde o usu%rio consumia drogas, o incentivo a novas 3ormas de relacionamento social ;novos gru#os, nova religi"o, novo em#rego, gru#os de auto5ajuda< at9 a ajuda #ro)ssional #ro#riamente dita@ O mito: =4 a interna)o "unciona como tratamento. A verdade
-ormalmente a 3amília tenta uma s9rie de interven![es antes de uscar a ajuda de um es#ecialista@ as chega um momento em $ue se es#era algo e)ciente e r%#ido #ara mudar o com#ortamento do usu%rio@ Antes de mais nada, 9 essencial $ue os 3amiliares tenham em mente $ue n"o 9 3%cil deixar uma de#end>nciaX o #rocesso 9 lento, as recaídas ocorrem e n"o devem ser encaradas como 3racasso, mas como uma 3ase do tratamento@ uitas vees vale a #ena, antes de recorrer Z ajuda #ro)ssional ;ou concomitantemente<, #rocurar motivar a #essoa Z vida, reinserindo5a nas atividades rotineiras ;estudos, traalhos, re3ei![es, higiene etc@< e socioculturais ;cinema, leituras, encontro com amigos etc@<@ Algumas atitudes #odem auxiliar na cessa!"o do consumo e na #reven!"o das recaídas: MN
3 a0as$amen$o do meio social an$i!o/ dos com'an-eiros de cons#mo/ e (#sca de o#$ros con$a$osJ 5 mudar de resid>ncia, ainda $ue tem#orariamente, #ode ser tera#>utico@
* ti#o de tratamento de#ende da droga em $uest"o e do est%gio de de#end>ncia em $ue se encontra o usu%rio@ Descreveremos a seguir alguns ti#os de tratamento $ue #odem ser usados: "esinto#ica$%o
* nome desse ti#o de tratamento n"o 9 o mais correto, #ois a cocaína e o crack n"o )cam no organismo #or muito tem#o, tam#ouco a maconha@ A maioria das #essoas $ue uscam desintoxica!"o n"o est"o intoxicadas no sentido m9dico da #alavraX na maior #arte das vees elas a#resentam sintomas de uso cr(nico da droga, como emagrecimento, deteriora!"o mental, ansiedade e uma s9rie de sintomas de astin>ncia@ *s sintomas de astin>ncia #odem durar de seis a oito semanas #ara a cocaína e #ara o crack, #eríodo no $ual o usu%rio est% astante vulner%vel a recaídas@ -a desintoxica!"o devemos ter dois #rocedimentos: @ *elhorar as condi)3es 'erais do usurio / Alimenta!"o alanceada acom#anhada de o#ortunidade e tran$Yilidade #ara dormir s"o im#ortantes #ara o usu%rio de cocaína ;em geral magro e corn o sono atrasado<@ A maconha n"o mexe tanto com o as#ecto 3ísico da #essoa e sim com o #sicol&gico@ I@ edica![es $ue #ossam aliviar os sintomas de astin>ncia / Ainda n"o #ossuímos um tratamento5#adr"o $ue melhore esses sintomas, mas as drogas mais usadas s"o os antide#ressivos@ 5 Antide#ressivos: com o uso cr(nico dos estimulantes ;cocaínaHcrack<, o sistema nervoso )ca num estado de estímulo arti)cial@ 2uando a #essoa #%ra de usar a droga, existe a tend>ncia de o sistema nervoso #roduir um M
e0ei$o re(o$e/ "#e s&o os sin$omas de a(s$inência mais o# menos o'os$os aos e0ei$os da coca8na e do crac? >ansiedade/ de'ress&o/ 0al$a de von$ade de 0a2er "#al"#er coisa/ irri$a(ilidade e #m desejo in$enso de #sar a dro!a=) As medica%Fes an$ide'ressivas 'arecem dimin#ir a in$ensidade de $odos esses sin$omas) O maior inconvenien$e desse $i'o de medica%&o 5 "#e os se#s e0ei$os demoram mais de de2 dias 'ara a'arecer/ necessi$ando3se 'or$an$o de !rande cola(ora%&o dos 'acien$es)
5 Calmantes ou tran$Yiliantes ;ansiolíticos<: 2uando a #essoa #%ra de usar a cocaínaHcrack #odem #redominar sintomas de ansiedade, agita!"o e irritailidade@ As medica![es $ue comatem a ansiedade ;calmantes< #odem ser teis #ara reduir esse estado, tornar a astin>ncia mais toler%vel e diminuir a chance de recaída@ *s calmantes n"o #arecem ter um e3eito es#ecí)co sore a astin>ncia da cocaína e do crack, mas diminuem a ansiedade gloal@ 'ua grande vantagem 9 $ue seu e3eito ocorre em #oucos minutos@ 5 *utras drogas: ^s vees a#arecem sintomas de #sicose, ou seja, #ertura![es mentais, como agita!"o e medo intenso, $ue #odem associar5se a sensa![es de #ersecutoriedade ;na gíria dos usu%rios chamada de n&ia, Z semelhan!a de uma doen!a #si$ui%trica chamada #aran&ia<@ -essa situa!"o as medica![es anti#sic&ticas aliviam os sintomas em $uest"o de horas ou dias@ -o caso da maconha, 9 mais raro usar5se alguma medica!"o no tratamentoX $uando utiliada, 9 #elas mesmas ra[es acima mencionadas@ &nterna$%o
Recentemente, no nosso meio, houve uma ex#ans"o muito grande do nmero de clínicas #rivadas e de organia![es n"ogovernamentais ;*-+s<@ A#arentemente a oa vontade em tratar MK
'essoas de'enden$es 0ocali2o#3se em demasia em a'enas #ma das 'ossi(ilidades $era'ê#$icas, a in$erna%&o em de$rimen$o de o#$ras 0ormas com#ni$7rias de $ra$amen$o) Deve3se 'or$an$o colocar a im'or$.ncia da in$erna%&o em 'ers'ec$iva/ 'ois do con$r7rio ela 'ode ser encarada como a 6nica 0orma de $ra$amen$o "#e realmen$e 0#nciona) Na realidade/ as '#(lica%Fes cien$80icas "#e com'aram in$erna%&o com $ra$amen$o am(#la$orial mos$ram "#e es$e 6l$imo 5 no m8nimo i!#al 1 in$erna%&o/ em $ermos de evol#%&o/ a'
2uanto aos e3eitos da interna!"o, #odemos a)rmar $ue ela #ro#orciona um amiente seguro, no $ual a #essoa )ca distante do meio onde usava a droga e tem a o#ortunidade de se recu#erar 3ísica e mentalmente@ Em contra#artida, o $ue realmente ocorrer em termos de tratamento #sicol&gico nas clínicas 9 astante variado@ A#arentemente #redomina uma comina!"o das id9ias de recu#era!"o aseada nos doe #assos dos Alco&licos An(nimos com id9ias de conscientia!"o em rela!"o ao #rolema@ Em algumas clínicas o #aciente )ca #or um m>s longe da 3amília e imerso no amiente tera#>utico@ A maior #arte das atividades s"o 3eitas em gru#o e a #essoa tem a o#ortunidade de trocar ex#eri>ncia corn outros usu%rios sore o #rocesso de recu#era!"o@ * tem#o de interna!"o varia astante e de#ende muito de $u"o estruturado 9 o #rograma da clínica@ As interna![es mais QP
c#r$as/ de d#as semanas/ s&o 0ocadas na desin$oica%&o/ e 'o#co mais do "#e o as'ec$o 08sico da de'endência 'ode ser $ra$ado) Al!#ns 'ro!ramas d#ram de oi$o a do2e semanas/ 'er8odo m8nimo de conscien$i2a%&o do 'ro(lema/ se!#ndo se#s de0ensores) O#$ras cl8nicas 'ro'Fem in$erna%Fes 'rolon!adas 'or v7rios meses/ como as com#nidades $era'ê#$icas/ nesse $i'o de in$erna%&o os 'acien$es 'ar$ici'am in$ensamen$e de $oda a or!ani2a%&o da cl8nica/ m#i$as ve2es c#l$ivando a $erra na 'rod#%&o de alimen$os/ 0a2endo 0aina/ co2in-ando e$c) O 'rinc8'io 5 "#e 'or meio dessas a$ividades a 'essoa rea'renderia #ma s5rie de res'onsa(ilidades e con$a$os sociais "#e 0oram 'erdidos no 'rocesso de de'endência de dro!as) Em resumo, a interna!"o como 3orma de tratamento #ode ser astante til #ara um om nmero de usu%rios 8n3elimente no nosso meio ela 9 usada demais, sem muitos crit9rios, e muitos dos locais $ue a o3erecem n"o s"o $uali)cados #ara esse ti#o de traalho E um tratamento caro, e nem sem#re tra os resultados es#erados 7or isso deve ser usado com crit9rio
ais im#ortante ainda: a interna!"o, seja ela curta ou #rolongada, deve ser incluída num #lano de tratamento do $ual 3a!am #arte outras aordagens A interna!"o, #rinci#almente a mais curta ;de desintoxica!"o<, #erde o valor $uando o usu%rio volta a consumir a droga de#ois de $uine dias de interna!"o ;o $ue 9 astante comum1<@ Al9m disso, devemos ter em mente $ue a interna!"o tam9m #ode #rovocar e3eitos delet9rios no #aciente 7or exem#lo, conviver #or semanas com um gru#o de usu%rios #esados, muitas vees com com#lica![es mentais graves e muito mais ex#erientes, #ode #roduir in\u>ncias negativas em usu%rios menos ex#erimentados e com menores com#lica![es &nterna$%o domiciliar e tratamento am'ulatorial
* 3ato de a interna!"o custar muito, $uer #ara a 3amília, $uer #ara o Estado $ue )nancia, motivou os #ro)ssionais a uscar 3ormas alternativas de #roteger o usu%rio de drogas das #ress[es sociais 6ma alternativa $ue tem se revelado til 9 o $ue chamamos Q
de in$erna%&o domiciliar) 9sse $i'o de in$erna%&o s< 5 'oss8vel n#ma 0am8lia "#e 'ode e0e$ivamen$e c#idar do 'acien$e em casa 'or al!#mas semanas) D#ran$e esse 'er8odo o 'acien$e deve 0icar em casa o $em'o $odo/ como se es$ivesse in$ernado) O $ra$amen$o 5 iniciado com medica%Fes 'ara dimin#ir o descon0or$o da 'arada do #so de dro!as) Deve eis$ir #m com'romisso do 'acien$e de acei$ar as re!ras/ e "#al"#er "#e(ra de con0ian%a na in$erna%&o 'ro'riamen$e di$a deve ser considerada imedia$amen$e) O 'acien$e s< deve sair de casa acom'an-ado de al!#m 'aren$e o# ami!o/ com o in$#i$o de se!#ir o $ra$amen$o am(#la$orial o# de 'ar$ici'ar de !r#'os de a#$o3aj#da) A ex#eri>ncia tem mostrado $ue um nmero sustancial de #acientes ene)ciam5se deste ti#o de aordagem, W claro $ue o envolvimento 3amiliar 9 muito mais intenso e a 3amília deve estar in3ormada de como lidar com as crises $ue inevitavelmente ocorrer"o@ Essa ex#eri>ncia #ode tornar5se muito im#ortante, #ois no #rocesso de recu#era!"o do usu%rio a ajuda 3amiliar 9 3undamental@
A interna!"o domiciliar deve vir acom#anhada de um tratamento amulatorial intensivo, em $ue v%rias visitas a um es#ecialista devem ocorrer durante a semana@ Esses contatos visam ajudar o usu%rio a entender melhor o seu #rocesso de de#end>ncia e recu#era!"o, a discutir as di)culdades, as vantagens e as desvantagens do uso da droga e a #re#arar5se #ara evitar as situa![es de risco@ 7aralelamente o #ro)ssional deve orientar conjuntamente a 3amília sore a ajuda a ser dada@ A melhor de)ni!"o desse ti#o de aordagem seria uma #arceria entre o #aciente, a 3amília e o tera#euta@ * #ro)ssional da %rea deve deixar o mais claro #ossível $uais os ojetivos a serem alcan!ados a curto, m9dio e longo #rao@ -o come!o, deve5se 3aer um #lano a cada semana@ =anto a 3amília como o #aciente devem estar muito em in3ormados sore esses ojetivos iniciais, os e3eitos da medica!"o e os riscos envolvidos@ 7elo menos no #rimeiro m>s de tratamento devem5se tra!ar os ojetivos a serem alcan!ados a cada semana@ QI
Grupos de auto-ajuda (Narcticos !nônimos" *s gru#os de auto5ajuda #ara os usu%rios de drogas 5 -arc&ticos An(nimos ;-A< 5 evoluíram a #artir da ex#eri>ncia dos Alco&licos An(nimos ;AA<@ =anto o -A $uanto o AA s"o na realidade uma irmandade, um servi!o gratuito aseado exclusivamente na dis#oniilidade e na generosidade dos seus memros@ *s AA seguem uma doutrina de recu#era!"o aseada nos chamados doe #assos:
@ Admitimos $ue somos im#otentes em rela!"o ao %lcool e $ue nossas vidas )caram 3ora de controle@ I@ Acreditamos $ue um #oder su#erior #ode nos ajudar a recu#erar a nossa sanidade@ V@ =omar a decis"o de voltar nossa vontade e nossas vidas #ara a usca de Deus como cada um de n&s o entende@ O@ Faer um invent%rio moral de n&s mesmos sem medo@ M@ Admitir #ara Deus, #ara n&s mesmos e #ara os outros a exata naturea de nossos erros@ Q@ Estamos #rontos #ara $ue Deus remova todos esses nossos de3eitos de car%ter@ N@ .umildemente #edir a ele $ue remova nosso lado mau@ @ Faer uma lista de #essoas $ue n&s o3endemos e 3aer es3or!os #ara diminuir as o3ensas j% 3eitas@ K@ Faer uma re#ara!"o #ara essas #essoas $uando #ossível, sem #rejudic%5las@ P@ Continuar a 3aer invent%rios sore nossas vidas e, $uando estivermos errados, admitir o 3ato #rontamente@ @ Guscar atrav9s de #reces e medita!"o melhorar nosso contato consciente com Deus como o entendemos@ I@ =endo tido um des#ertar es#iritual como resultado desses #assos, tentaremos levar essa mensagem aos de#endentes@ QV
$em so(re as al$erna$ivas 'ara o 'ro(lema e$c) ;ara o #s#7rio de dro!as/ a si$#a%&o 5 mais di08cil/ 'or"#e a dro!a 5 #ma sa8da 07cil e r7'ida 'ara aliviar o descon0or$o)
A #rria atitude do usu%rio em rela!"o Z recaída #ode ajud%lo a su#erar a 3rustra!"o de ter voltado a se drogar@ A res#osta do usu%rio deve ser #ositiva, e ele deve re\etir sore o caso, identi)car a situa!"o em $ue a recaída ocorreu e #ensar no $ue #oderia ter 3eito como alternativa ao uso da droga@ * usu%rio s& tem a #erder se, a#&s a recaída, )car com aixa auto5estima, achando5se um caso #erdido, um drogado etc@ 7ensamentos negativos nunca traem ons resultados em situa!"o alguma@ A recaída 9 sem#re uma crise e tem de ser tratada como tal, n"o deve ser minimiada, mas tam9m n"o 9 motivo #ara #Bnicos@ Ela 9 uma o#ortunidade de o usu%rio a#render sore as suas situa![es de risco e tentar conseguir uma recu#era!"o com o menor nmero de crises #ossível@ O mito: A reca&da si'ni+ca ue o caso no tem solu)o. A verdade
B extremamente comum $ue os usu%rios de $ual$uer droga tenham recaída durante o tratamento@ 'e acom#anharmos $ual$uer usu%rio em tratamento ao longo de um ano, a#roximadamente P] deles ter"o recaída@ .% alguns anos esse #ercentual era motivo de desBnimo #ara os #ro)ssionais, as 3amílias e os #acientes@ .oje em dia, no entanto, o #rocesso de recaída 9 entendido de outra 3orma@ W im#ortante termos em mente $ue a recaída 3a #arte do #rocesso de tratamento e de recu#era!"o do usu%rio@ 7ortanto, recaída n"o signi)ca $ue o caso n"o tenha solu!"o, mas $ue 9 #reciso corrigir a rota do tratamento e a#render com os erros@ QQ
mito:
A "or)a de vontade é su+ci2nte !ara o usurio deixar de usar a dro'a: A verdade
Estudos cientí)cos t>m mostrado $ue um nmero sustancial de #acientes recu#era5se sem a ajuda #ro)cional@ Lemramos $ue o usu%rio nunca #erde totalmente a ca#acidade de auto5ajuda 5 no entanto, Z medida $ue o grau de de#end>ncia aumenta e o envolvimento com a cultura da droga )ca #or demais im#ortante na vida do usu%rio ;ou $uando ele j% se 3rustrou em v%rias tentativas de cura<, a chance de recu#erar5se sem ajuda #ro)cional diminuiu muito@ -o caso da cocaínaa e do crack, a chance de auto5ajuda 9 #e$uena #or$ue o grau de de#end>ncia costuma ser muito alto e a droga a#arece $uase sem#re como coadjuvante nas atividades do usu%rio@ 1ro'as maconha, coca&na e crac *s e3eitos causados #elo uso das drogas recaem diretamente sore os de#endentes, mas a 3amília, os amigos e a sociedade v>m sentindo cada ve mais as conse$Y>ncias do seu crescente consumo@ Atrav9s de mitos e verdades, o Dr@ Ronaldo Laranjeira, a #sic&loga Fl%via Jungerman e o Dr@ John Dunn esclarecem as dvidas mais 3re$Yentes sore o uso da maconha, da cocaína e do crack@ -uma linguagem clara e direta, res#ondem $uest[es #ertinentes, dentre elas: 2uem 3uma maconha uma ve j% )ca de#endente4 2ual a rela!"o entre a A8D' e as drogas4 Como o usu%rio $ue est% em tratamento deve lidar com a recaída4 2ual o #a#el da 3amília diante do #rolema DR*+A'4 Este livro 9 es#ecialmente im#ortante #ara as #essoas $ue convivem ou traalham com de#endentes@ QN
Acei$ando o convi$e da 9di$ora *on$e$o/ docen$es
das melhores universidades rasileiras redigiram os livros desta cole!"o es#ecialmente #ara a nossa realidade, a #artir de cuidadosas #es$uisas e de longa #r%tica de consult&rio@ A linguagem direta dos autores orienta com clare#a. o #lico rasileiro em rela!"o a temas im#ortantes@ Desmiti)cando e esclarecendo dvidas, esta cole!"o #retende colaorar #ara $ue a vida das #essoas seja mais saud%vel@ (ítulos pu'licados:
A Coluna / Jo"o Gatista de iranda e Jo"o Francisco ar$ues -eto A *eno!ausa / .9rene =olosa A >r4stata / 7aulo 7alma e -elson Rodrigues -etto Jr@ CDncer/ Juvenal Antunes de *liveira e '9rgio Lui Faria 1ro'as maconha, coca&na e crac / Ronaldo Laranjeira, Fl%via Jungerman e John Dunn astrite e Flcera G Frederico agalh"es ravide# G Jos9 Ant(nio ar$ues e aria de F%tima Duarte ;8m<#ot>ncia 'exual 5 'idne +lina 8ncontín>ncia 6rinaria 5 7aulo 7alma e iviane .errmann 8n3ertilidade 5 'ilvana Chedid *étodos Anticonce!cionais / Carlos Alerto 7etta e Aníal Fandes * Alcoolismo G Ronaldo Laranjeira e liana 7insk * Envelhecimento / Lui Eug>nio +arce Leme O >Dnico 5 Dorgival Caetano * =tress / arilda -ovaes Li## e Lcia Emmanuel -ovaes Obesidade / Al3redo .al#ern Olhos G -eUton 0ara Jos9 e Regina Carvalho *liveira *uvidos, -ari e +arganta 5 D9ora 'hiotsuki 7alma 7rolemas da Crian!a 5 Jame urahovschi 7rolemas da 7ele ` Denise 'teiner