VIDA CRISTÃ NO LAR Traduzido do original em inglês: CHRISTIAN LIVING IN THE HOME Copyright o por Jay E. Adams Edições era português: Primeira — 1977 Segunda — 1978 Terceira — 1983 Quarta — 1986 Quinta — 1988 Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução deste livro, no todo ou em parte, sem permissão escrita dos Editores. EDITORA FIEL da MISSÃO EVANGÉLICA LITERÁRIA Caixa Postal, 81 12201 — São José dos Campos, SP Impresso no Brasil Distribuído em Portugal por: Edições Peregrino, Lda. Zona J de Cheias Lote 549 r/c-D
VIDA CRISTÃ NO LAR Traduzido do original em inglês: CHRISTIAN LIVING IN THE HOME Copyright o por Jay E. Adams Edições era português: Primeira — 1977 Segunda — 1978 Terceira — 1983 Quarta — 1986 Quinta — 1988 Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução deste livro, no todo ou em parte, sem permissão escrita dos Editores. EDITORA FIEL da MISSÃO EVANGÉLICA LITERÁRIA Caixa Postal, 81 12201 — São José dos Campos, SP Impresso no Brasil Distribuído em Portugal por: Edições Peregrino, Lda. Zona J de Cheias Lote 549 r/c-D
INDICE Um Lar Centralizado em Cristo Esperança e Ajuda para Sua Família Com unicação unicação em P rim rim eiro eiro Lugar Lugar Princípios Bíblicos Básicos sobre a Família Pessoas Solteiras Uma Palavra às Esposas Liderança Amorosa Disciplina com Dignidade Como Viver com um Marido Descrente Conclusão índice de Citações Bíblicas
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91 109 135 149 14 9 153
PREFÁCIO Este livro tem o objetivo de servir a dois propósitos fundamentais. Primeiro, espero que indivíduos e famílias usem o livro por si mesmos. No lar, ele pode ser usado para avaliar, comentar e aperfeiçoar vários aspectos do lar cristão. Confio em que ele apontará o caminho das soluções que Deus tem para os problemas familiares. Segundo, este volume foi especialmente preparado como um auxílio para conselheiros cristãos. Pode ser usado em conexão com o aconselhamento de maridos e esposas, pais e filhos ou membros da família como indivíduos. No aconselhamento de famílias, os capítulos podem ser assinalados para leitura e discussão entre as entrevistas. As tarefas ao fim dos capítulos devem ser feitas antes da entrevista seguinte. No caso de aconselhamento prématrimoníal, os conselheiros podem considerar útil exigir como tarefa os capítulos 4 a 7. É minha oração que o Espírito de Deus use esta exposição e aplicação de Sua Palavra na vida de muitas famílias, para bênção delas e crescimento da Igreja do Senhor Jesus Cristo.
Capítulo 1 UM LAR CENTRALIZADO EM CRISTO É possível ter um lar centralizado em Cristo no mundo atual de problemas e pecado? Se você é crente deve estar interessado nesse problema. Você pode estai preocupado porque reconhece que seu lar deixa muito a desejar quanto a essa descrição. Se isso é verdade, de maneira alguma é verdade exclusiva a respeito de você e de seu lar. Você está em companhia de muitos outros crentes que, em seus momentos de franqueza, lhe dirão que também estão enfrentando as mesmas dificuldades. Não vamos nos enganar a nós mesmos. Em sua maioria,
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os lares cristãos ficam lamentavelmente aquém dos padrões bíblicos; e todos sabemos muito bem disso. Bem, então talvez devamos começar fazendo esta pergunta: Qual a aparência de um verdadeiro lar cristão? Será um lugar idílico onde reinam, continuamente, a paz e o silêncio, a tranqüilidade e a alegria? Certamente que não! 0 primeiro e mais importante fato a recordar sobre um verdadeiro lar cristão é que ali vivem pecadores. A idéia de que um lar cristão é um lugar perfeito ou quase perfeito decididamente não é bíblica. No lar, os pais fracassam e muitas vezes fracassam lamentavelmente. Falham um em relação ao outro, falham em relação a seus filhos e obviamente falham em relação a Deus. Os filhos também falham. Trazem boletins escolares cheios de notas baixas, fazem pirraça no supermercado e tentam fazer os caroços de feijão rolar pela faca quando o pastor é convidado para jantar. Maridos e esposas discutem, ficam irritados um com o outro e, às vezes, têm desentendimentos sérios. É claro, há também resultados positivos; mas o que quero ressaltar aqui é que as condições freqüentemente estão longe de ser ideais. Esta é uma imagem realista de um verdadeiro lar cristão. Talvez você esteja imaginando se há alguma diferença entre essa descrição e a da casa ao lado, onde ninguém professa ter fé em Jesus Cristo. Você pode estar pensando: Por que ele descreveu um verdadeiro lar cristão nesses termos? A resposta é simples: é exatamente isso que toda a Bíblia nos dá razão de esperar entre pessoas convertidas, mas ainda imperfeitas. Na verdade, toda a Bíblia trata, do princípio ao fim, de como Cristo salva os homens de seu pecado. A salvação é completa; envolve justificação, santificação e glorificação. Pela graça, por meio da fé, Deus justifica os crentes num ato instantâneo. Isso quer dizer que Cristo morreu pelo homem para que a penalidade de seus pecados fosse paga e a Sua justiça imputada aos homens. No instante em que crêem, os crentes são declarados justos perante Deus. Uma vez justificados, Cristo os salva do poder de seus pecados, através do processo vita lício
da santificação. Na santificação, os crentes são transformados pouco a pouco à imagem de Jesus Cristo. Esse processo vitalício nunca acaba, e o objetivo final só é alcançado com a morte. Ao morrer, os crentes são glorificados; então tornamse perfeitos pela primeira vez. Mas durante esta vida terrena, os crentes continuam a pecar. “Mas como a sua descrição do lar cristão difere da descrição da família descrente, que mora ao lado? ”, você insistirá. Essa pergunta precisa ser respondida. E na resposta a essa pergunta está a mensagem deste livro. Um verdadeiro lar cristão é um lugar onde vivem pecadores; mas é, também, um lugar onde as pessoas admitem esse fato e compreendem o problema, sabem qual a sua solução e, como resultado, crescem na graça. Vamos examinar em maiores detalhes as três diferenças significativas que tornam a situação completamente diferente. 1. Os crentes admitem seus pecados. Pelo fato d saberem que a Bíblia diz que nenhum crente jamais é perfeito durante esta vida (cf. 1 João 1.810), os crentes podem reconhecer esse fato e, a tempo, aprender a antecipar e a se preparar para o pecado. Eles, entre todas as pessoas, jamais deveriam recorrer a racionalizações, desculpas ou transferência de culpa (embora, é claro, como pecadores às vezes o façam) para tentar diminuir a importância de seus pecados. Não precisam encobrir coisa alguma, pois todos os crentes sabem que todos os crentes pecam. Pode haver, portanto, um certo grau de franqueza, honestidade e flexibilidade nos relacionamentos que os crentes mantêm uns com os outros, especialmente no lar. Não estou sugerindo, de maneira alguma, que podemos ser flexíveis com o pecado; muito pelo contrário. O que estou tentando dizer, entretanto, é que os crentes não precisam perder horas de esforço inútil, tentando encobrir seus rastros de pecado. Não precisam inventar meios de enganar os vizinhos, fazendoos crer que são expressões da mais perfeita humani-
de Deus. Com a liberdade de admitir a verdade vem a possibilidade de arrependimento, e com o arrependim en to eles podem esperar o perdão e a ajuda de Deus e um do outro. Os crentes podem, como resultado disso, escapar rapidamente a padrões pecaminosos de vida. Podem concentrar seu tempo e suas energias no esforço de substituir os padrões pecaminosos por padrões bíblicos de vida. Ao invés de perder tempo minimizando ou negando o fato do pecado, os crentes podem se concentrar em tratar do pecado. Os pais certamente podem evitar muito sofrimento desnecessário na criação de seus filhos quando, de maneira natural (ao invés de ficarem falsamente chocados a respeito), esperam que seus filhos façam coisas erradas em casa, na escola e em público. Não há, portanto, necessidade de sujeitar os filhos a uma disciplina excessiva e imprópria, ou à raiva excessiva que às vezes resulta do sentimento de vergonha que os pais tem. Uma vez preparados para admitir que a doutrina bíblica do pecado original, além de ser verdade em teoria é um princípio operativo na vida de Joãozinho e Mariazinha, os pais podem deixar de lado as tensões e tratar o problema de maneira apropriada (biblicamente). Novamente, isso não significa que desculparão ou ignorarão comportamento pecaminoso em seus filhos, ou que deixarão de se preocupar com isso, por ser algo inevitável, sobre o que nada pode ser feito. Não, nada disso. Pelo contrário, reconhecerão o pecado como ele realmente é e irão tratálo de maneira bíblica. Tudo isso nos leva à segunda diferença. 2. Os crentes sabem o que faze r co m seus pecados Por terem a Bíblia como seu padrão de fé e prática, além de saberem por que ocorrem problemas em casa, os crentes também sabem o que fazer com eles. Assim, o verdadeiro lar cristão difere da casa do vizinho porque pode usar preceitos e exemplos bíblicos com sucesso, para tratar e resolver toda e qualquer ocorrência de pecado. E essa é uma diferença muito significativa. A Bíblia não se limita a fornecer orientação sobre o que fazer quando um ou mais membros da família pecam;
vai além disso e mostra o que fazer para ter certeza de que tal fracasso não se repetirá no futuro. Já que este livro é amplamente dedicado a considerações de muitos dos problemas mais comuns, encontrados nos lares cristãos, não me estenderei neste ponto, a esta altura dele. 3. Os crentes abandonam seus pecados. Onde há vida espiritual, há também crescimento espiritual. Crente algum pode permanecer o mesmo ontem, hoje e amanhã. Uma pressuposição fundamental da fé cristã é que haverá progresso, partindo do pecado e indo em direção à justiça. Onde houver estudo bíblico, oração, testemunho e a comunhão dos santos, o Espírito Santo de Deus estará operando para produzir o Seu fruto. Esse fruto é justiça. Este livro também trata das várias maneiras em que a Bíblia pode ser usada preventivamente em lares cristãos para evitar as provações e problemas que a família do vizinho tem que enfrentar, simplesmente por não possuir tal padrão. O lar cristão, portanto, é um lugar onde pessoas pecaminosas enfrentam os problemas de um mundo pecaminoso. Porém, enfrentamnos junto com Deus e Seus recursos, os quais estão todos centralizados em Cristo (cf. Colossenses 2.3). São pecadoras as pessoas que vivem no lar cristão, mas o Salvador sem pecado vive ali também. E é isso que faz a diferença!
( apítulo 2
I SPERANÇA E AJUDA PARA SUA FAMÍLIA Há esperança e ajuda para sua família. Hoje em ilia, ouvimos muita coisa sobre fracasso. Pastores, sociólogos, psicólogos e um exército de outros nos afirmam que o lar fracassou, que os pais fracassaram, que os programas governamentais para resolver problemas de crime c delinqüência fracassaram, e que também a igreja aistã fracassou. Não é de surpreender, portanto, que ;is vezes, até os crentes comecem a se perguntar se há alguma esperança de verem resolvidos os problemas cli seus lares.
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Os crentes, como muitos outros em nossa sociedade, podem se descobrir indagando: “Podese fazer alguma coisa significativa? ” Eles podem pensar: “Será que os problemas mundiais ficaram tão grandes que, afinal, não há mais esperança? ” Infelizmente, os crentes têm uma tendência a comprar o que o mundo vende. Se você é dos que já perderam a esperança, isso pode ser parte de seu problema. Tome, por exemplo, um produto que o mundo vem anunciando já há algum tempo, e que mesmo alguns dos crentes mais conservadores têm comprado. Esse produto é um ponto de vista que culpa a doença pela maioria de nossos problemas e fracassos. A tragédia é que quando o mundo fala de doença, Deus freqüentemente fala de pecado. Por exemplo, a Bíblia não chama este mundo de doente. Mas esta parece ser uma nomenclatura favorita de todas as pessoas à nossa volta. Vivem dizendo isso, de uma ou outra maneira: “Este mundo está doente; este país está doente; fulano de tal está doente”. Esse parece ser o diagnóstico moderno (e a desculpa moderna) para a maioria de nossos problemas! O problema é que o modelo médico (o ponto de vista de que a doença está à base da maioria de nossos problemas) se tornou muito mais que uma metáfora. Como metáfora ou figura de linguagem, a idéia de falar de pecado como uma doença é perfeitamente aceitável. (1) Muitos brasileiros entendem que doença não é uma metáfora; aceitamna literalmente como um fato. Foram ensinados a pensar que uma estranha doença é a base de todas as nossas dificuldades. As pessoas falam seriamente, por exemplo, sobre doença mental. Mas com essas palavras querem dizer algo completamente diferente de lesão cerebral, que é a única forma literal de doença mental. Eles usam as palavras doença mental para se réferir a problemas de crianças que vão mal na (1 )
f' aceitável po rqu e é bíb lica. V er Isaías 1:5,6 É um a pena que essa figura bíblica tenha que ser usada com tanta precaução hojei em dia, por receio de ser mal compreendida. N
escola, filhos que têm dificuldades com seus pais, ou um casamento que está desmoronando. Tal terminologia transforma a metáfora em realidade. É um erro sério falar de doença ou enfermidade, ao discutir a etiologia de um problema, quando não há qualquer evidência de problemas orgânicos como lesões cerebrais, danos provocados por tóxicos ou disfunções glandulares. Mas, alheia a essa distinção, a sociedade moderna ajuntou uma grande variedade de problemas sob uma única categoria —doença. Para aumentar a confusão, é possível que uma pessoa fique doente (literalmente) por deixar de fazer o que Deus ordena a respeito de seus problemas. A preocupação, por exemplo, pode causar úlceras; o medo pode provocar paralisia e o ressentimento levar à colite. Notem bem, entretanto, que, em tais circunstâncias, a doença é o resultado, não a causa do problema. Em cada um dos casos, a causa é o pecado. Há algo de muito insidioso em chamar o pecado de doença. Chamar problemas que se originam na desobediência à lei de Deus de “doença” ou “problemas emocionais” é trocar a Palavra de Deus por eufemismos. As pessoas podem ter boas intenções ao fazer isso (e geralmente as têm); mas como em todas as ocasiões em que alguém tenta conseguir o bem fazendo uma coisa má, o resultado é destrutivo. Usando o que se alega ser u in termo mais suave ou gentil, acabam por pregar a mais cruel das mentiras. Chamar o pecado de doença não é algo tão generoso assim, afinal de contas; pelo contrário, o que acontece quando alguém faz isso é que ele elimina a esperança! Não há cura para a enfermidade chamada doença mental. Chamandoa de doença, portanto, você destrói ii esperança, porque as pessoas sabem que não há cura para doença mental. Não há vacina ou injeção para essa estranha doença que ninguém é capaz de isolar. Mas se você a chamar pelo que realmente é — pecado — dará esperança ao crente. Se você pode genuinamente localizar a causa do problema de um crente numa falha de
nas Escrituras Sagradas, você lhe dará uma esperança viva. Há pouca esperança se ele foi invadido de fora por uma doença misteriosa, sobre a qual ele não tem controle e para a qual a medicina não tem cura. Esse modo de encarar os problemas apenas traz escuridão, desespero e depressão. Poucas pessoas ficarão contentes se você lhes disser que estão mentalmente doentes. Mas se você disser a um crente: “O seu problema é que você andou pecando”, você lhe dará esperança, pois ele sabe que Jesus Cristo veio para morrer pelo pecado. Ele sabe que o Cristo que morreu em seu lugar na cruz tem a resposta para seu problema. Ele sabe que há resposta em algum lugar nas Escrituras. Assim, você faz o maior .dos favores quando chama o pecado de pecado, tal como faz o médico quando honestamente diz ao paciente que ele precisa de uma operação. O modelo médico, baseado no conceito de doença, ao invés de trazer esperança, traz desespero. O modelo médico também tende a destruir a responsabilidade. Um paciente diz: “Estou doente; não posso evitar meu comportamento”. Inevitavelmente essa atitude o mergulha ainda mais profundamente no pecado. Ele pode até tentar se convencer de que não pecou. Anteriormente, sabia muito bem que tinha pecado e estava com problemas; agora, todos lhe dizem: “Não, você não é o responsável”, ou: “Você não podia evitar”, ou: “Você está doente por causa do que seus pais ou a sociedade fizeram contra você”, ou: “Seu ^problema se originou naquela experiência traumática em seu passado”,!ou: “Você está doente e não deveria se sentir envergonhado por isso; você não podia evitar”. Assim, ele começa a duvidar de sua opinião inicial. Finalmente, sua consciência pode ficar endurecida por tal barragem de opiniões, deixando de ser sensível e dócil à Palavra de Deus. Pedese tornar mais e mais difícil para ele reconhecer o pecado tal como ele é. Isso pode continuar até que o Espírito de Deus provoque uma tragédia ou um impasse em sua vida, para reavivar nele a compreensão de que seus problemas foram realmente causados pelo pecado. Por que ele precisa passar por tudo
isso, quando lhe poderia ser poupada a agonia toda, cliamandose o pecado de pecado ? O que ele precisa i1 de se arrepender. Precisa de nada menos que as significativas mudanças que só podem ser realizadas pelo lispírito Santo. Muita mágoa e muito sofrimento são evitados quando o pecado é reconhecido e rotulado como tal desde o princípio. A luz dessas observações preliminares, voltemos nossa atenção para os problemas familiares. Há esperança. A maioria dos problemas familiares não se deve a doenças orgânicas ou a qualquer coisa que possa ser legitimamente chamada de doença. A doença orgânica pode afetar o comportamento, é claro; mas tais dificuldades relativamente raras estarão ausentes nos comentários deste livro. Ao invés disso, focalizaremos o grande número de problemas que as famílias cristãs estão enfrentando por causa de padrões de vida pecaminosos. I'sses surgiram e se desenvolveram da falta de estudar e aplicar a Palavra de Deus no poder do Espirito. Il;í esperança, esperança real para você e suá família. Os problemas que você tem podem ser resolvidos. Há esperança para sua família, para sua vida e para seus filhos, porque Deus é o alicerce dessa esperança. Você n;io precisa pensar e falar em termos de fracasso. Pelo contrário, você pode falar em sucesso, sucesso real, sucesso sólido, sucesso vibrante! Você tem um Salvador, e líle lhe deu Sua Palavra e Seu Espírito. A Bíblia tem ;i resposta para seus problemas. Pelo poder do Espírito Santo você pode viver de acordo com as Escrituras. Assim, a primeira coisa a notar é que há esperança. Realmente, há esperança. Por causa do desespero que parece estar se espalhando entre os crentes hoje, é preciso enfatizar essa verdade. Freqüentemente, os cientes procuram um conselheiro cristão como último tecurso, esperando contra a esperança. Freqüentemente, |á estiveram com outros conselheiros, ouvindo e tentando isto ou aquilo, sem qualquer resultado. Várias e várias vezes já alimentaram grandes esperanças, so-
qüentemente já mantêm a esperança à distância. Têm receio de ter esperança uma vez mais, para que esta não seja despedaçada mais uma vez, como no passado. Esse fato é compreensível para todo conselheiro cristão; ele trabalha constantemente com gente que não tem esperança. Talvez você tenha esse problema. Se você tem receio de voltar a ter esperança, precisa compreender que há esperança, a despeito de seu ceticismo, a despeito dos repetidos fracassos. Se você é uma dessas pessoas que já uma vez teve esperança mas viu suas esperanças serem frustradas, precisa ter esperança novamente. Mas desta vez você deve basear sua esperança nas promessas e programas sólidos da Palavra de Deus. Há esperança para solucionar os problemas familiares se você seguir as instruções de Deus. Sim, até mesmo o seu problema pode ser resolvido. Isso significa, por exemplo, que um problema com seu filho, que começou a tomar drogas — até mesmo esse problema —, pode ser resolvido. Há esperança. Você dirá: “você fala de maneira m uito positiva; mas se você conhecesse o meu problema, mudaria de opinião. E, além disso, por que eu deveria confiar em você? Outras pessoas já tentaram venderme esperança. Tem certeza de que não está se metendo numa ‘promoção de vendas’ de esperança, contrária às Escri turas? ” Eu posso entender e me identificar com sua hesitação, mas devo protestar contra ela, porque é biblicamente errada. Deixeme mostrarlhe uma passagem importantíssima da Palavra de Deus: “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (1 Coríntios 10.13). Esse versículo transborda de esperança. Nele, Paulo oferece aos crentes todo tipo de esperança. \ Você entende o que Deus prometeu aos coríntios? \ Em primeiro lugar, Ele disse: “Quero que vocês saibam \ que não os chamei a enfrentar nenhum problema novo V esp ecia l”. Isso não é maravilhoso? Jesus Cristo, que foiV‘tentado em todas as coisas à nossa semelhança
mas sem pecado”, enfrentou o Seu problema com sucesso. Outros crentes, que seguiram os Seus passos pela orientação de Sua Palavra e pelo poder de Seu Espírito, também enfrentaram esse problema com êxito. Isso significa que, pelos recursos de Deus, você pode cnfrentálo com sucesso também. Uma razão pela qual Paulo escreveu essas palavras era dar esperança àqueles crentes. Você também não deveria alimentar esperança? Confesso que algumas pessoas sorriem amargamente quando você lhes diz que não há problemas especiais. Elas pensam nas diferenças geográficas e culturais entre Corinto e o Brasil moderno, provocadas pelo tempo. Podem concentrar sua atenção na intensidade de seu próprio problema. “Ninguém tem de viver com um marido como o meu”, dirão algumas. “Ninguém lem que agüentar pais como os meus”, responderão outras. “Moço, se você tivesse que lidar com o meu garoto, não falaria assim”, você pode estar pensando, no ler estas palavras. Penso que sei como você se sente, mas continuo a afirmar que você está equivocado. Deus está certo, e você está errado; Ele sempre está certo. “Seja todo homem mentiroso”, mas Deus continua a estar certo. E Deus diz que há esperança. Depois dc removidas as diferenças superficiais que, é claro, siío distintamente pessoais — não há problema que seja exclusivo e único. Quando você reduz o problema à sua expressão central, todos eles se tornam problemas comuns. No fundo, não há qualquer problema exclusivo debaixo do sol. Não há qualquer problema que você ou eu ou outra pessoa qualquer venha a enfrentar, que não tenha desde sempre atormentado os filhos de Adão. Não há problema que não tenha sido enfrentado com sucesso por outros crentes, centenas de vezes. Como podemos saber se há esperança? Porque Deus afirma que há. Essa passagem toda enfatiza esse fato. A vida na cidade de Corinto era completamente diferente (superficialmente) da vida do povo de Israel, no deserto do Sinai. As duas situações podiam ser vivida
metropolitano, na verdade uma cidade com dois portos marítimos, situada em um istmo. Era ali que se realizavam os mundialmente famosos Jogos Coríntios. Gente de todo o mundo grego vinha assistir a esses jogos. O istmo ligava a Grécia propriamente dita ao Pelopo neso, uma península em forma de dedo, ao sul da Grécia. O tráfego nortesul passava por Corinto, bem como boa parte do tráfego lesteoeste. A viagem marítima ao longo do litoral sul da Grécia era muito difícil. Era mais seguro e mais fácil descarregar carga e passageiros de um navio, de um lado da cidade, enviálos a ambos por terra, através do istmo estreito, e reembarcálos em outro navio, no outro porto, do lado oposto da cidade. Corinto estava infestada de toda espécie de vício e tentação. Idéias de todo o mundo fluíam para aquela cidade. Sendo um duplo porto marítimo, Corinto era uma cidade de marinheiros, acima de tudo, com toda a corrupção daí decorrente. Corinto era conhecida por todo o mundo como uma cidade imoral. Na verdade, chamar alguém de coríntio era terrível insulto. Então, eu lhe pergunto o que poderia ser mais diferente desse tipo de comunidade que a vida diária de um povo nômade, vagueando por um deserto isolado e vivendo diariamente à base de maná? Sem dúvida, pode ser difícil conseguir um contraste mais vivo do que o existente entre o nômade povo de Israel e a fervilhante cidade de Corinto. No entanto, notem o que Paulo fez. Intencionalmente ele coloca lado a lado essas duas situações obviamente contrastantes e diz que são a mesma coisa. O que acontecera centenas de anos antes aos israelitas era um excelente exemplo, dizia ele, para ser seguido pelos coríntios, porque falava de tentações comuns, enfrentadas pelos dois grupos. Essas coisas aconteceram aos israelitas no deserto, mas as mesmas coisas acontecem a vocês, em Corinto, mesmo vivendo nessa fase tão avançada da história (“sobre quem os fins dos tempos têm chegado”). Você também pode presumir com segurança que aquelas mesmas coisas que sucederam aos israelitas
no Brasil, no século XX. Não são apenas os israelitas e coríntios que “cobiçam as coisas más”; os brasileiros modernos têm o mesmo problema. Aquelas coisas que aconteceram foram “exemplos” e, por isso, foram escritas “para instrução nossa”, igualmente. A Bíblia c relevante; fala a nós, em nossa época. Há boa razão para isso. A razão é que pessoa alguma, em qualquer época da história, jamais teve que enfrentar problema verdadeiramente exclusivo. Os homens de todas as eras são seres humanos criados por Deus à Sua imagem. Deus ainda é o mesmo, o pecado ainda é o mesmo, homens de todas as eras continuam os mesmos. Os problemas podem assumir formas diferentes, vir em inten sidades diferentes, surgir em ocasiões diferentes, ou ser combinados de várias maneiras diferentes uns com os outros; mas, fundamentalmente, são os mesmos tipos de problemas que os homens sempre tiveram que enfrentar e continuarão enfrentando. Isso lhe deveria infundir consolo e esperança. As soluções que Deus deu aos israelitas e aos coríntios resolverão problemas em nossa era moderna também. Hoje, falamos de abismo entre as gerações. Não é, na realidade, um abismo entre gerações; é, de fato, uma superposição de gerações. Esse é o problema. Antes costumava haver um longo período de tempo entre as gerações, no qual as mudanças ocorriam gradativamente. Eram necessárias várias gerações para que mudanças de vulto acontecessem. Agora, as mudanças têm lugar tão depressa e a comunicação é tão imediata que no minuto em que o astronauta sai de sua nave e pisa o solo lunar, todos nós ficamos sabendo; por meio da televisão estamos virtualmente junto com ele, lá na lua. Já não são necessários dias para que os homens fiquem a par de acontecimentos importantes; bastam alguns segundos. As pessoas costumavam debater um problema por toda uma geração; mas agora, antes de uma idéia chegar à imprensa, muitas vezes já está desatualizada. Como
não são novos ou exclusivos; apenas parecem sêlo porque precisamos tratar de mais problemas com maior rapidez. Esse é nosso desafio especial como crentes, hoje em dia. As coisas estão mudando tão depressa que muitas vezes é difícil decidir ao que se apegar e o que assimilar. Mas os problemas que nossos pais enfrentaram e que os nossos filhos enfrentarão, não são diferentes em em sua essência. E Deus, em Sua providência, tornou disponíveis novos meios de tratar os problemas acumulados em tamanho e aceleração. Esse novo aspecto de velhos problemas pode ser enfrentado adequadamente através do uso apropriado de comunicações e transportes rápidos, computadores, e assim por diante. Em meio a tudo isso, os fatos básicos continuam imutáveis. Os problemas básicos do homem e as soluções básicas de Deus permanecem inalterados. Vamos, então, voltar nossa atenção para esses problemas e soluções. Devemos começar examinando seriamente o assunto da comunicação familiar, como Paulo o comenta no livro aos Efésios.
Capítulo 3 COMUNICAÇÃO EM PRIMEIRO LUGAR Na segunda metade do livro de Efésios, Paulo comenta vários relacionamentos entre os cristãos. Começando no versículo 5.22, ele se dirige às esposas e, do versículo 5.25 em diante, aos maridos. Ele descreve os relacionamentos e funções fundamentais de cada um deles. No capítulo seguinte ele fala primeiro aos filhos (v. 1), e depois aos pais (v. 4). Por fim, ele com enta o relacionamento empregatício ou comercial, ao exortar
os relacionamentos básicos que os cristãos, bem como os demais homens, devem manter entre si. (1) A primeira parte do livro de Efésios (capítulos 1 — 3) diz respeito ao grande e maravilhoso plano divino de redenção. Numa majestosa descrição, sem paralelo no resto das Escrituras, Paulo mostra como Deus, desde a fundação do mundo, planejou e, no tempo apropriado, executou a redenção, na vinda de Jesus, o qual derramou Seu sangue na cruz. A maravilha do amor de Deus, concedido abundantemente aos pecadores, e a glória da Igreja dos redimidos em Cristo é algo exposto de modo bem claro. Mas, ao começar o capítulo 4, Paulo se volta dos assuntos mais doutrinários e doxológicos para exortações práticas que surgem inevitavelmente das suas considerações. O capítulo 4 começa com uma análise do andar cristão, ou seja, sua conduta diária como cristão. Baseado no grande plano divino de redenção, na história, que acabara de descrever, Paulo registra: “Rogovos, pois. . . que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados” (Efésios 4.1). No versículo 17, o tema é reiterado, quando Paulo exorta: “. . .não andeis como andam os gentios. . No capítulo 5 ele fala de andar em amor (v. 1), andar como filhos da luz (v. 8) e de observar cuidadosamente o nosso andar (v. 15). O comentário sobre o andar do cristão, nos ca tulos 4 e 5, deve ser compreendido não mais como uma unidade isolada, mas como parte integral da argumentação sobre os relacionamentos cristãos básicos. Esse andar não é tão individual quanto parece. E o andar de um crente juntamente com outros. Quando Paulo fala (1 )
Paulo seguiu o m esmo esboço (variand o a ên fase) na passagem paralela (Colossenscs 3.1 8 4.1 ). A ordem , em ambas as passagens, é idêntica e está ivlacionada à ordem das prioridades da vida; relacionamento maridomulher; depois relacionamento paifilho, e, finalmente, relacionamento patrãoempregado. O cônjuge, os filhos e o emprego sempre d evem ser postos nessa ord em . Qualquer inversão ou troca, nessas prioridades, produz resultados trágicos.
de relacionamentos, ele fala do andar conjunto de esposos e esposas, do andar dos filhos em relação aos pais, c viceversa, e do andar do homem de negócios com seus empregados. Não caminhamos sozinhos pelos caminhos da justiça. Cristo e nossos irmãos também se acham na mesma estrada. O que Paulo tinha em mente era o andar do cristão com Cristo e com os outros crentes. O capitulo quarto deixa esse fato bem claro ;i<> apresentar o tema do andar cristão. Paulo demonstra profunda preocupação por unidade e comunhão, em amor. Ele exprime essa preocupação nos seguintes (ermos: “. . .esforçandovos para preservar a unidade do lispírito no vínculo da paz. Porque há um só corpo, um só Espírito, uma só esperança, um só Senhor, um a só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos”. A ênfase recai sobre a unidade — andar juntos em unidade, em nome e por amor de Jesus Cristo. O cristão anda como um membro da Igreja, o corpo dos redimidos em Cristo. Esse corpo redimido não está unido de fato; por isso Ele enviou os Seus oficiais para trabalharem dentro do corpo, a fim de produzirse a unidade da fé (ver Efésios 4.11,12). No capítulo 4, Paulo relembra ao leitor sua vida antiga (andar). Depois de esboçar um quadro tão desen corajador, ele insiste em que, se alguém realmente se l ornou um cristão, então deve haver modificação em sua vida. Em Cristo, ele se despiu do “velho homem” e se revestiu do “novo homem”. Aquilo que aconteceu em Cristo, agora deve ocorrer no seu andar cotidiano. Seja (na vida diária) o que você é (em Cristo). (2) Esse é o contexto, o motivo, o cenário em que Paulo irá comentar os relacionamentos cristãos básicos. Estes devem provocar unidade e crescimento, não apenas em termos individuais, mas também em termos do Corpo, para que este cresça até atingir a plenitude de Cristo. E assim,
na qualidade de Seu Corpo, possa manifestá10 apropriadamente para Sua glória, honra e louvor. Contudo, esta é uma parte prática (embora, de maneira alguma tenha falta de conteúdo doxológico) que se concentra em meios e modos. Como pode um cristão progredir em seus relacionamentos interpessoais? Essa é a questão que Paulo se propõe a responder. Em primeiro lugar, Paulo frisa a necessidade de comunicação cristã vital como a capacidade fundamental para o estabelecimento e a manutenção de relacionamentos sadios. Um relacionamento conjugal sadio é impossível se não houver boa comunicação. Um relacionamento sadio entre pais e filhos depende de tal comunicação. Patrões e empregados precisam, antes de tudo, aprender a se comunicar para terem bom entrosamento. É por isso que o primeiro tema a ser discutido, depois das exortações para se restaurar a imagem de Deus no viver cotidiano, é a comunicação. A análise que Paulo faz da comunicação, começa com o versículo 25. Ele insta: “Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, pois somos membros uns dos outros”. Cristãos não podem caminhar juntos a não ser que o façam na base da honestidade, receptividade e verdade. Com o membros do mesmo corpo, funcionando em conjunto, precisamos da verdade para funcionarmos em harmonia. Esse é o argumento básico de Paulo. Ele trata em detalhes desse assunto da comunicação cristã nos versículos restantes do capítulo 4. Devemos, portanto, voltar nossa atenção para essa passagem de Efésios (4.2532). A comunicação é fundamental para um lar centralizado em Cristo, porque é o meio pelo qual os relacionamentos maridomulher e paisfilhos se estabelecem, crescem e se mantêm. Fora dos canais abertos de comunicação sincera e verdadeira, aqui discutidos por Paulo, não pode haver um lar verdadeiramente centralizado em Cristo. Um missionário e sua esposa voltaram do exterior há alguns anos. Ela havia caído em grande depressão. Quando voltou ao seu país de origem, procurou um
psiquiatra que conversou separadamente, primeiro com ela, e depois com seu marido. Contudo, essas consultas não produziram o menor resultado. Alguém lhes falou sobre nosso centro de aconselhamento, e assim vieram, ela e seu marido (insistimos para que viessem juntos). Começamos a conversar, e durante a conversa ela se virou para o marido e disse: “Meu problema é que, quando me casei com você, eu não o amava. Desde então, nunca o amei e ainda não o amo, mas nunca contei a verdade antes a alguém’ . Aquele missionário e sua esposa estão de volta ao campo e se amam mutuamente. Ela o ama e ele a ama mais ainda que antes, lila tinha um problema, mas ninguém podia ajudála, porque ela nunca disse a verdade a alguém, antes. Ela não sabia como enfrentar o problema, e ninguém mais, incluindo seu marido, sabia o que fazer. Uma vez estabelecida a comunicação, o problema pôde ser resolvido. Até então, sua vida havia sido uma farsa, triste e cheia de hipocrisia. O trabalho missionário sofria, ela sofria e seu marido sofria. Todo o corpo sofria com a falta de comunicação honesta e franca. Ano após ano ela curtia o sofrimento. Numa solitária autocomiseração, ela dizia para si mesma: “Ah, se eu tivesse me casado com outro homem! Não estaria presa a ele, e a vida seria muito diferente”. Mas essa autocomiseração provocou gradualmente uma espiral descendente que acabou causando tal dèpressão que seu marido achou necessário interromper seu trabalho e, por fim, voltar aos Estados Unidos. O congestionamento mental só pôde ser desfeito quando ela, finalmente, contou a verdade. Quando o fez, recebeu ajuda. E seu casamento foi reconstruído com amor bíblico. Tomás e Juliana estavam sentados, um de cada lado da mesa. Ela dizia, nos termos mais amargos: “Tenho certeza absoluta de que esse meu marido está me enganando. Desvia aquilo que ganha fazendo horas extras. Ele está roubando o dinheiro e quero saber
dia, mais e mais cheia de amargura. Voltando-se para o marido, o conselheiro indagou: “Tomás, para onde foi o dinheiro? Você realm ente o apanh ou? ” Vagarosa mente ele levou a mão ao bolso, apanhou sua carteira, abriu um compartimento interno e respondeu: “Está todo aqui”, ao mesmo tempo que retirava o dinheiro e jogava o maço de notas sobre a mesa. “Eu estava economizando para comprar um presente especial para Juliana, em nosso aniversário de casamento”. Havia algo de errado com a comunicação, naquele casamento. Juliana estava prestes a destruí-lo por causa de um simples mal-entendido. Ela deixara de comunicar sua preocupação com o dinheiro até a ocasião da entre vista e a preocupação surgira, sem dúvida, de fracassos anteriores do mesmo tempo. No passado, a comunicação entre os dois fora tão ruim que não podiam confiar um no outro. Caso contrário, o problema nunca teria atingido tal ponto. Filipe veio sozinho ao aconselhamento. Ele se recusara a falar com a secretária; ele havia declinado quando ela lhe pedira para responder a folha de dados com as informações preliminares. Na primeira metade da sessão, tudo o que fez foi ficar sentado em silêncio. Finalmente, seu conselheiro lhe disse: “Há pessoas que realmente desejam ajuda e gostariam de dispor deste tempo. Devo transferir seu horário de consulta para ou tra pessoa? Não devemos perder tem po se o senhor não tenciona levar o assunto a sério diante de Deus. Está pronto a contar a sua história? ” Em resposta, ele, finalmente, se abriu e disse: “Já passei por tratamentos de choque, instituições de recuperação mental, já passei por tudo. Fui desencoraja do, deprim ido e derrotado; quase tudo já foi apontado como causa do meu pro blema. Mas só há um a coisa de errado com igo, e eu sei o que é. Eu tenho algo entalado em minha garganta há vinte-e-dois anos, que eu nunca falei com pessoa alguma. Quando me casei, foi contra a minha vontade. Minha mãe insistiu e foi somente por isso que me casei com Margarete. Mas, secretamente, eu me arrependo disso desde o dia do casamento”. Cada vez que ele
entrava no banheiro e via a tampa do tubo de pasta de dentes fora do lugar, ou o tubo amassado pelo meio, ao invés de ser enrolado na extremidade inferior, ele ficava furioso. Explodia de raiva ou ficava profundamente deprimido. Ao invés de pensar: “Lá está o tubo de pasta espremido pelo meio”, ou: “Lá está o tubo de dentifrício sem a tampa”, ele dizia consigo mesmo: "Aquela mulher anda fazendo das suas novamente!” Seus ressentimentos para com a esposa e seu casamento emergiram em dúzias de pequenas coisas. Ele nunca disse nada à sua esposa ou a qualquer outra pessoa. O conse llieiro explicou como era impossível haver felicidade e harmonia em um casamento sem haver verdade. Depois de passar bastante tempo explicando a Filipe como dizer a verdade à sua esposa, mencionando armadilhas possíveis e como evitálas, o conselheiro mandouo voltar para casa e conversar com a esposa. “Não volte sem ter conversado com ela”, ordenou. A esposa acompanhou o marido ao encontro seguinte. Ambos trataram sincera e seriamente do problema e, passadas três semanas, foram dispensados, a fim de continuarem o aconselhamento com seu pastor. Quando partiram, estavam agindo como recémcasados. Uma vez surgida a verdade (passado o choque inicial), e tendo cies começado a fazer o que Deus queria que fizessem quanto ao problema, a situação se transformou por inteiro. Seu problema é que estavam vivendo uma mentira. Seu casamento se baseava na falsidade. Somente o falar a verdade poderia ajudálos. Talvez você seja como Filipe. Pode estar acumulando coisas dentro de si. Você sabe se isso está acontecendo. Você sabe que há problemas não resolvidos quebrando a comunicação entre você e outros membros de sua família. O problema pode ser entre você e seus pais, entre você e sua esposa, entre você e seu marido, ou entre você e seus filhos. Barreiras de ferro foram colocadas, profundamente, entre vocês, muitas das quais se enferrujaram com o passar do tempo. Nada foi feito
quando as mentiras interrompem a comunicação? É impossível. No entanto, seu casamento ainda pode ser feliz. Para isso, deve começar com esta passagem, que diz: “Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, pois somos membros uns dos outros”. Por onde você deve começar? Comece admitindo a verdade a Deus e às pessoas envolvidas. Depois veja o que tem a dizer o versículo seguinte: “Iraivos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira”. Esse versículo é uma citação do Salmo 4, um salmo noturno, que tinha o propósito de lembrar o indivíduo de que antes do fim do dia seu coração deveria ser inteiramente limpo de toda a amargura e ira do dia. Coisa alguma por perdoar, por esclarecer, por descobrir deveria ser levada para o dia seguinte. Pelo contrário, problemas de relacionamento interpessoal devem ser resolvidos em bases diárias para não crescerem e acabarem degenerando em feridas abertas. A ira, por si mesma, não é pecaminosa; toda emoção procede de Deus e é boa quando biblicamente apropriada. Mas, “não se ponha o sol sobre a vossa ira”, diz Paulo. A ira pode ser mal orientada de duas maneiras: explodindo ou recalcando. Por um lado, como Provérbios enfatiza continuamente, a ira pode ser transformada em pecado pelas explosões de gênio (Provérbios 25.28; 29.11,22). Explosões de gênio são pecado. Seria surpresa para alguns o número de famílias cristãs que sofrem os efeitos maléficos de tal ira. Em alguns círculos psicológicos o extravasamento da ira é considerado terapêutico; assim, em sessões de terapia de grupo e outros métodos de tratamento psíquico, o extravasamento da ira e da hostilidade é estimulado. Sugerese aos aconselhados que eliminem a ira de sua vida. Instase com eles, dizendo:“Faça o que estiver à sua mão, aqui e agora faça o que tiver vontade de fazer, seja o que for. Simplesmente expulse essa ira. Se houver algo preso dentro de você, ponhao para fora aos gritos, grite com quem estiver ao seu lado à mesa. Desarme essa pessoa, desmontea sistematicamente e espalhe os pedaços
por toda parte. Soque o travesseiro se ele representa sua mãe; soqueo até que as penas voem pelo quarto afora!” Em todos os conselhos desse tipo só parece haver preocupação pelos sentimentos de uma pessoa; certamente não se leva em conta os sentimentos da pessoa sobre quem a ira é extravasada. A outra pessoa não conta; a qualquer preço, em última análise (para ele), 6 o aconselhado quem tem de se sentir melhor. Bem, não há nada de cristão em tal procedimento c atitude. Escutem o que diz Romanos 15.1,2: “Não devemos nos agradar a nós mesmos: antes, cada um deve agradar ao seu próximo, visando o seu bem estar” (Paráfrase. Conferir Efésios 4.31,32). Provérbios deixa bem claro o fato de que o homem que assim dá vazão à sua ira é como uma cidade sem muros. Este é o primeiro extremo a que se pode ir. O extravasamento é claramente anticristão. O extremo op osto é aquele mencionado em Kfésios 4. Aqui, Paulo condena os que guardam ressentimentos (entalados na garganta por vinte e dois anos, dois anos ou dois dias). Diariamente encontramos cristãos que têm esse problema. Não é à toa que ele i' apontado como tema fundamental em Efésios, como base para o comentário dos relacionamentos marido mulher. Tal como extravasar, recalcar a ira é pecado. Alguns aconselhados, além de deixarem o sol porse sobre a sua ira, deixam passar muitas luas. Suzana e Guilherme vieram receber aconselhamento. Lá estava ela sentada, com os braços cruzados em atitude de desafio; lá estava ele, mexendose nervosamente na cadeira, de um lado para o outro. Podiase ver, antes que qualquer um dos dois dissesse uma palavra, o que iria acontecer. De seu lado da mesa, ela iniciou a conversa com estas palavras: “Estou aqui porque fui mandada pelo meu médico. Ele diz que fisicamente não há nada dc errado comigo; disse que estou contraindo uma úlcera, mas que as causas não são físicas”. Enquanto isso, seu marido continuava sentado e meio encolhido.
lografadas dos dois lados, em espaço um, que tinha pelo menos dois dedos de espessura. Ela jogou o volume violentamente sobre a mesa do conselheiro, e disse: “Eis a razão pela qual estou contraindo úlcera!” O conselheiro perguntou: “É mesmo? ” e deu uma olhada nas folhas. Ele não seria capaz de ler tudo aquilo em um mês, mesmo que quisesse. Contudo, lendo rapidamente pequenos trechos, folheando o bloco, ele percebeu imediatamente do que se tratava. Aquele bloco vinha a ser um registro de treze anos de ofensas e atitudes erradas, de seu marido para com ela. Estavam todos alistados e catalogados. E então, o que você teria dito a ela? O conselheiro olhou para Suzana e disse: “Faz muito tempo que não encontro uma pessoa tão cheia de ressentimentos como você”. Ela ficou um pouco desconcertada, e Guilherme ficou um pouco mais ereto na cadeira. O conselheiro continuou: “Isto não é apenas um registro do que seu marido lhe fez (de passagem, as sessões seguintes demonstraram que o registro era muito exato); é também um registro ê e sua reação a isso. Isto é um registro de seu pecado contra ele, contra Deus e contra o seu próprio corpo. Tratase de um registro que você não pode contestar; você mesma 0 escreveu aí, preto no branco. Este registro de amargura mostra que sua atitude tem sido o contrário de 1 Coríntios 12, onde as Escrituras dizem que o amor “não faz registros”. Somente então surgiu uma base para lidarmos com seus problemas. Guilherme certamente precisava mudar as coisas erradas que fazia contra sua esposa; mas ela, por seu turno, precisava mudar a maneira errada que havia desenvolvido para reagir às coisas erradas que ele vinha fazendo. Na maioria dos casos de rompimento conjugal, os conselheiros descobrem que a solução consiste de definir claramente as responsabilidades de cada cônjuge perante Deus. Os maridos apontam para as esposas e estas para os esposos. Normalmente, há muito para que apontar em ambos os lados. No entanto, apontar um para os problemas do outro dificilmente resolverá algum
problemas. Para resolvêlos, maridos e mulheres devem começar apontando para si mesmos. As Escrituras dizem que o indivíduo precisa tirar a trave do seu olho para ver o suficiente a fim de remover o cisco do olho de outra pessoa (Mateus 7.35). É exatamente aí que todos falham. Atacamse m utuam ente da seguinte maneira:
Problema
(SV— ----(?) Marido
Esposa V
/
Não há comunicação quando duas pessoas se isolam e se atacam mutuamente dessa maneira. Como iniciar a com unicação? Duas pessoas se comunicam c trabalham juntas na mesma direção:
Como mover as flechas da posição anterior para a presente? Como fazer os ataques se voltarem aos problemas e não às pessoas? Como podem marido e mulher em constante atrito começar a usar suas energias para solucionar seus problemas à maneira de Deus, ao invés de seguirem o caminho destrutivo de se atacarem mutuamente e fragmentarem um casamento? Essa é a pergunta. A resposta é: Através do tipo certo de comunicação. Essa é a única resposta. Devem começar
A outra flecha já está apontando em sua direção; assim, tudo que você precisa fazer é alinhar-se com ela. Olhe primeiramente para a sua trave. Pela primeira vez, em um longo período de tempo, ambas as flechas apon tarão da mesma direção. É verdadeiramente impressio nante o quanto de acordo se obtém instantaneamente com uma pessoa que, no passado, discordava com você em praticamente todo e qualquer assunto, quando você admite: “Eu fiz algo de errado contra você”. Então, especifique e sinceramente peça perdão. É aqui que a reconciliação freqüentemente precisa começar. Você nunca deve começar tirando a tampa da lata de lixo da outra pessoa até haver limpado a sua própria lata de lixo. É aí que começa a comunicação. Você está tendo problemas de comunicação com algum algum memb me mbro ro de sua sua família? Talve Talvezz um “ pega” tenha ocorrido ainda esta semana, talvez até mesmo hoje. Teria T eria sido com sua sogr sogra? a? Com sua nora? De pas sagem, as maiores dificuldades interpessoais não acon tecem entre genros e sogras, muito embora seja este o relacionamento mais apreciado para piadas e brinca deiras. Quase todos os conselheiros afirmarão que a maioria dos problemas surge entre as duas mulheres. Esse relacionamento pode tornar-se tão cheio de amar gura e ser tão terrivelmente desastroso que ninguém ousa fazer piadas a respeito. Talvez seu problema seja com seus pais; talvez seja entre você e seu filho. Seria com seu marido, ou sua mulher, um amigo, um membro da igreja ou um vizinho a pessoa com quem você tem um mau relacionamento? 36
Ouça bem! Você precisa começar a se comunicar com essa pessoa. Se você é incapaz de lhe falar sobre qualquer outro assunto, sempre há um assunto para ser tratado: os erros que você cometeu contra ela. Se não puder descobrir qualquer erro (e eu decididamente não quero que você invente erros artificiais), deixeme sugerir um que provavelmente existe. É simplesmente aquele que vínhamos comentando. Se você vem adiando a conversa com outra pessoa para para buscar buscar reconciliaçã reco nciliação, o, então tem agido erradamente em relação a ela. Poucas coisas vêm minando m inando com co m maior m aior intensi intensidade dade a força da Igreja de Jesus Cristo do que o estado de nãoreconciliação existente entre tantos crentes. Muitos trazem casos profundamente entranhados, quais profundas e altas barreiras colocadas à força entre eles e outros cristãos. Não podem andar juntos porque não concordam. Quando deveriam estar marchando lado a lado por este mundo, levando homens cativos a Cristo, agem como um exército desbaratado, cujos soldados, confusos, começam a lutar entre si. Nada está roubando à Igreja de Jesus Cristo a sua força, com tanta intensidade, quanto esses problemas não resolvidos, essas arestas que nunca foram aparadas. Não há desculpa para essa triste condição, porque a Bíblia não faz concessões a essas arestas. Deus não quer arestas por aparar. Vamos agora examinar os meios que Ele proveu para resolvermos definitivamente tais dificuldades. Em Mateus 5.23,24, Jesus diz que se você estiver fazendo sua oferta no altar e lembrarse de que cometeu algo de errado contra outra pessoa, deixe de lado a oferta ofe rta e vá “ primeiro’ prim eiro’ reconciliarse reconciliarse com co m seu irmão (a reconciliação precede a adoração). Depois, então, volte e termine de fazer sua oferta. Esta é a medida da importância de resolver problemas imediatamente. Você deve fazer isso sem demora; não adie! Não deixe que “o sol se ponha sobre a sua ira” (Efésios 4.26). Esposas e esposos freqüentemente reclamam de estare estarem m tendo ten do problemas problemas com co m o sexo se xo mas, via via de
110 leito, à noite, com sexo. As dificuldades encontradas 110 se devem ao fato de que todos os tipos de problemas do dia foram levados para o leito, problemas que deveriam ter sido resolvidos antes da hora de dormir. É disso que surgem as dificuldades: os problemas se intrometem 110 relacionamento sexual. Esposos e esposas devem apren der, literalmente, a não deixar o sol se pôr sobre sua ira. \\ Hm Mateus 18.15-17, 18.15-17 , Jesus tam bém diz diz algo algo sobre o outro lado da moeda. Se alguém tiver leito algo de errado contra você, então você deve ir procurá-lo. Você deve procurar ganhar seu irmão e reconstruir seu rela cionamento para poderem andar e conversar juntos, como cristãos. Veja bem, Jesus não permite que persista a atitude de desprezo e conflito entre os crentes. Em Mateus 5, se outra pessoa pensa que você a magoou, Jesus diz que você deve ir procurá-la. Em Mateus 18, Ele diz que se a outra pessoa fez algo de errado contra você, você deve ir. Jamais haverá a hora em que você po p o d e se s e n ta r e e s p e r a r q u e seu se u irm ir m ã o v e n h a p r o c u r á - lo. lo . Jesus não permite isso. Ele não oferece oportunidades par p araa t a n t o . V oc ocêê s e m p re terá te rá a o b r iga ig a ç ã o de ir. Na s i t u a ção ideal (tal como Jesus a imaginou), se dois crentes se desentenderam por algum motivo e saíram ambos bu b u f a n d o de raiv ra iva, a, q u a n d o se a c a lm a sse ss e m , d e v e r iam ia m se encontrar no meio do caminho, buscando ambos a re conciliação. É assim que deve ser! Diariamente, semanalmente, os cristãos devem tratar de resolver os problemas interpessoais de modo que estes não se acumulem. Certamente que isso se torna ainda mais necessário no lar cristão, onde existem os mais íntimos relacionamentos humanos e onde, igual m ente, com o pecadore pecadores, s, no noss detratam os m utuam en te dia a dia. Como automóveis mal dirigidos, colidimos e amassamos mutuamente os nossos pára-lamas, que br b r a m o s os far fa r ó is e d e s t r u í m o s os p á r a - c h o q u e s u n s d o s outros. Como é importante, pois, compreender e praticar a dinâmica da reconciliação cristã no lar. Os problemas devem ser resolv resolvidos idos:: não ousem os ignoráignorá-los los — nem mesmo simples pára-choques arranhados. Certa vez, Jesus disse sobre o futuro: “Basta a cada
dia o seu próprio mal” (Mateus 6.34). Você não deve se preocupar com o amanhã. Os ombros humanos só agüentam o peso de um dia por vez. E se isso é verdade quanto ao futuro, também é verdade quanto ao passado. É impossível viver arrastando toda uma existência de problemas não resolvidos e esperar ser bem sucedido na vida familiar. Você não conseguirá andar em linha reta. Você não servirá com eficiência. Você não fará a obra do Senhor com eficácia, se estiver carregando tal fardo. Basta a cada dia o seu mal. A cada dia, tome a sua cruz, diz o Senhor Jesus; isso significa, crucifique diariamente o seu próprio eu. As Escrituras dão prioridade máxima a viver com Deus em bases diárias, e faz da reconciliação diária com nossos irmãos um assunto imperioso. Não deixe o barco correr. Se existe alguém com quem você tenha problema, ou que tenha problema com você, antes que este dia termine, resolva o problema perante Deus. Escreva a carta, dê aquele telefonema ou, se possível, faça aquela visita. Em sua própria família, sentemse e resolvam o caso antes do anoitecer. Quando o relacionamento for restabelecido, os pecados forem mutuamente confessados (e a Deus, naturalmente) e cada um pedir perdão ao outro, nem tudo estará terminado; na verdade, apenas começou. Vocês apenas limparam a sujeira do passado. Agora que, finalmente, os negócios estão em dia, não deixem que os problemas voltem a acumularse. Isso significa que é necessário formar um novo padrão de relacionamento entre ambos. Paulo continua: “Não saia de vossa boca nenhuma palavra torpe e, sim, unicamente a que for boa para a edificação, conforme a necessidade e assim transmita graça aos que ouvem” (Efésios 4,29). Este versículo mostranos o que deve ser a comunicação daqui em diante. É o padrão para se formar o novo relacionamento. O que Paulo estava querendo dizer? Ele não eslava se referindo a linguagem obscena quando menci “ la to e” E claro declaraçã inclui
refere a qualquer palavra que destrua a outrem. Os cristãos nunca deveriam usar as palavras — o maior dom de Deus para comunicação — para se destruírem uns aos outros. Ê isso que Paulo condena: sistematicamente retalhar e destruir a outros mediante as palavras. Jovens, maridos e mulheres usam as palavras para tais propósitos. Às vezes ficam mesmó viciados nesse mau uso da linguagem. Recentemente, um casal tentou usar uma sessão de aconselhamento para extravasar seu mauhumor um pelo outro. Nem uma só palavra saía de suas bocas sem um comentário grosseiro e sarcástico sobre o outro. Seu conselheiro teve de lhes dizer: “Essa é, sem dúvida, uma das razões pelas quais estão aqui. Vocês podem fazer isso em casa, mas não permitirei que o façam aqui. Se continuarem, encerrarei a sessão”. Os conselheiros não devem permitir tal violação da vontade de Deus. As Escrituras dizem que a mesma fonte não pode produzir, ao mesmo tempo, água doce e amarga. Os cristãos não devem ter em seus lábios o nome do Senhor Jesus Cristo e, ao mesmo tempo, usar o Seu dom da palavra para serem grosseiros com outras pessoas. Na passagem de Efésios, Paulo descreve um uso melhor para as palavras. Em vez de desperdiçar energias com palavras que destróem outras pessoas, nossas pa lavras devem edificálas. Quando são dirigidas para o problem a, em vez de serem dirigidas contra a pessoa, as palavras edificarão, ajudandoa a resolver seu problema. Ao invés de atacar às pessoas com palavras, o cristão deve dirigir toda a sua energia, inclusive suas palavras, para o problema, enfrentandoo com a solução ensinada por Deus. Olhe novamente o pensamento de Paulo: nenhuma palavra torpe é permitida. Pelo contrário, o falar do cristão envolve palavras que “edificam” a outra pessoa, palavras que sejam “conforme a necessidade”, isto é, o problema surgido. Isso significa que nossas palavras devem ser dirigidas (ou concernentes) ao problema que surgiu. Com palavras, ataque aos problemas, e não às pessoas.
Marido e mulher vieram aconselharse, trazendo tal problema de comunicação. O linguajar de Janete c Cristóvão era tão grosseiro que a menos que suas atitudes fossem modificadas seus problemas nunca poderiam ser resolvidos. Como sabem, há, normalmente, pelo menos dois problemas envolvidos em qualquer conflito humano. Há o assunto sobre o qual as partes discordam, e há também o problema das atitudes de um para com o outro. Quando Cristóvão telefonou pela primeira vez, solicitando uma entrevista, disse: “Tenho um problema; é muito delicado”. Explicou o caso que linha surgido entre ele e sua esposa. Realmente, envolvia um assunto difícil — e muito difícil de resolver. Ele, pois, continuou: “Falei com meu pastor e ele concorda comigo. Janete falou com nosso médico (que é crente), e ele concorda com ela. Assim, não chegamos a lugar algum com qualquer dos dois. O pastor sugeriu que eu lhe telefonasse, mas sei que o senhor também vai tomar partido, de um lado ou de outro, e por isso nem adianta ir vêlo”. “Bem”, replicou o conselheiro, “imagino que não adiante mesmo, se você já tem uma idéia préconce liida a meu respeito; mas, se estiverem dispostos a vir até aqui e me deixarem ouvir seus problemas, quero que saibam que não pretendo tomar partido ao lado de nenhum dos dois, mas de Deus”. Ao que Cristóvão ponderou: “Bem, assim é diferente”. E Cristóvão e Janete vieram. Sentaramse. Durante os primeiros minutos cia rebateu violentamente tudo quanto ele disse, e ele fez o mesmo com o que ela disse. O conselheiro rapidamente pôs ponto final em tudo aquilo, dizendo: “Olhem, vocês vêm enfrentando problemas por causa desse assunto, mas o assunto em si não é seu maior problema. Nunca resolverão este caso, ou qualquer outro, se não resolverem primeiro o problema básico de suas atitudes um para com o outro. Embora ambos professem ser cristãos, suas atitudes atuais são absolutamente anti cristãs. Seu pastor pode ter decidido o caso a favor de um, e seu médico a favor de outro, mas eu não vou fazer nada disso. Vocês mesmos chegarão à decisão e,
Quero que saibam que, normalmente, não trabalhamos com ninguém por mais de doze semanas. A maioria encerra suas consultas depois de oito semanas. Espero que vocês resolvam seus problemas dentro desse prazo. Começaremos primeiro com suas atitudes”. “Assim é diferente!” disse Cristóvão à sua maneira toda própria. Naquela ocasião, Cristóvão e Janete não estavam vivendo juntos. Ele a abandonara. “Em primeiro lugar”, explicou o conselheiro, “vocês terão que voltar a viver juntos. Não se pode unir duas pessoas, mantendoas separadas. O trecho de 1 Coríntios 7 diz que vocês devem se reconciliar. Para começar, aqui estão as coisas que vocês devem fazer esta semana”. Eles concordaram e puseram mãos à obra. Procuraram e receberam perdão de Deus e um do outro. Começaram realmente a enfrentar o problema de comunicação. O tal “problema” foi arquivado por algum tempo. Quando outros assuntos foram esclarecidos, suas atitudes corrigidas e seu casamento voltou a tomar forma, então estavam libertos para tratar do problema. Foram enfrentar o caso juntos. Nas semanas anteriores, eles haviam descoberto como usar as palavras para resolver problemas à maneira de Deus. Esforçaramse de verdade para resolver a parte critica do caso e, na décimaprimeira consulta, anunciaram: “Resolvemos o nosso problema!” E, de fato, haviamno resolvido! A razão pela qual não haviam conseguido isso antes era não saberem se comunicar como os cristãos devem fazer. Estavam usando palavras para desmontar um ao outro; estavam desperdiçando sua energia em destruir um ao outro. Quando, arrependidos, começaram a atacar os problemas, em vez de atacaremse mutuamente, descobriram a alegria de procurar soluções bíblicas para os mesmos. Então, a história passou a ser outra. Quando a comunicação foi corrigida, foi possível resolver o problema. Os cristãos podem aprender a viver sem amargura, ira, raiva, gritaria, maledicência e malícia. Devem esfor çarse por manter uma atitude de boa vontade uns para com os outros. No solo fértil de tais atitudes, as soluções para os problemas da vida crescem e se desenvolvem
plenamente. Tais atitudes só podem ser sustentadas se lomios “uns para com os outros misericordiosos, benig nos, perdoando-nos uns aos outros assim como Deus cm Cristo nos perdoou”. Que Salvador maravilhoso nós lemos! Ele não morreu por pessoas formidáveis; morreu por pessoas ím pias, pelos Seus inim igos. Ele sofreu pelos liansgressores da Lei. Ele nos amou, diz Paulo, a des pcilo de quão pouco dignos de am or nós fôssemos. 1'til como Ele nos amou, Paulo insiste, devemos amar uns aos outros. O amor, a princípio, não é sentimento. A prin cípio, o amor pode ser expresso como um ato de dar. I sso é o cerne do amor. Se alguém dá, a isso se seguirá d sentimento do amor. Para amar, devemos dar de nós mesmos, de nosso tempo, de nossa essência, de tudo que loi necessário para mostrar amor, pois dar é o funda mento do conceito bíblico de amor. Ouçam o seguinte: "Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu I illio unigénito . . (J o ão 3.16). “ . . .que me amou c a Si mesm o se entreg ou po r m im ’ (G álata s 2.20 ). "Se teu inimigo tiver fome, ctó-lhe de comer; se tiver ■ede, ütó-lhe de beber” (Romanos 12.20). O amor sempre começa coin o ato de dar. E esse espírito de dar traz um novo ambiente a qualquer lar. Um ambiente que gera um clima em que a comunicação pode crescer e se desen volver. Pense em tudo isso; talvez você precisa tomar uma atitude. Possivelmente você tenha necessidade de confessar seu pecado a Deus e, depois, a alguma outra pessoa com a qual é necessário restabelecer a com uni cação que leva a um novo relacionamento em Cristo.
Capítulo 4 PRINCÍPIOS BÍBLICOS BÁSICOS SOBRE A FAMÍLIA Os alicerces estão tremendo. Não há a menor dúvida de que os valores e as práticas de nossa sociedade estão sendo atacados por todos os lados. Princípios inísicos, bem como os velhos costumes, estão sendo desafiados. Hábitos antigos, tanto bons quanto maus, estão sendo rejeitados pelos jovens. Alguns hábitos antigos devem mesmo ser rejeitados. Vamos ser bem claros quanto a isso; para começar, muitos dos antigos hábitos nem são bíblicos. Por outro lado, ouvimos de jovens que vão muito além disso; alguns estão escavando até às
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raizes para destruir a própria base da sociedade. Por exemplo, já se pergunta sobre a validade de casamentos experimentais, com duração de dois ou três anos; e al guns pensam que, como as apólices de seguros, os casa mentos deveriam ser efetuados em bases anuais e reno váveis. Quando sugestões desse teor são feitas com toda a seriedade, é tempo de os cristãos reafirmarem os prin cípios bíblicos básicos sobre o casamento. A instituição do casamento não é algo fortuito. O estudo do casamento, da família e da vida no lar é o estudo da instituição mais fundamental e básica da sociedade. A igreja (em seu sentido formal) ainda não havia sido criada quando Deus instituiu a família. O estado, como instituição formal, ainda não existia quando a família foi formada. A família é o alicerce; foi criada primeiro por ser básica. E é por ser ela a primeira a surgir nas Escrituras que devemos envidar todos os esforços para preservá-la. As armas estão apontadas diretamente à própria existência da família e estaremos correndo sério perigo se não a defendermos do ataque. Para empreender tal defesa é imperioso que os cristãos voltem a compreender e a reafirmar os princípios bá sicos que a Bíblia contém sobre a família. O princípio básico a ser reafirmado primeiro é que '' Deus ord enou o casam ento. O casamento não é uma opção. E um erro crasso imaginar que certa noite, numa caverna, à volta de uma fogueira, um grupo de pessoas até então promíscuas, decidiu que o casamento poderia ser uma boa idéia. O casamento não é um contrato social produzido pelo homem e que provou ser útil à sociedade, por algum tempo. Se assim fosse, devería mos começar imediatamente a preparar melhores opções para o futuro. "O casam ento foi bom, para a sua época” , dizem, "mas já está superado para nós. Precisamos de mais liberdade. Agora que temos a pílula, aborto lega lizado em muitos países, a maior parte da utilidade do casam ento desap areceu ” Não, o casam ento não é assim. Muitas coisas na vida seguem esse crité rio - são boas idéias por algum tempo, mas devem ser abandonadas quando surge algo melho r Mas o casa m ento é diferen te.
lile é fundamental para a sociedade, porque Deus estabeleceu o casamento para todo o sempre, e não apenas para um breve período da história mundial. A primeira cerimônia de casamento foi realizada no Jardim do Éden, sendo oficiante o próprio Deus. l' instrutivo notar a palavra que Deus usa para descrever o casamento. É o vocábulo aliança. No livro de Provérbios, Deus adverte contra a adúltera que lisonjeia com palavras, que “deixa o amigo da sua mocidade e se esquece da aliança com o seu Deus” (Pv 2.17). Ao deixar o marido com quem se casou quando jovem, é acusada, por Deus de esquecer (e quebrar) Sua aliança. 0 casamento, portanto, é nada menos que uma aliança ordenada por Deus. Nas Escrituras, uma aliança é um pacto solene que envolve um soberano e um vassalo. A aliança é imposta ao segundo pelo primeiro, e acarreta bênçãos quando cumprida, e maldição quando quebrada. Quando ;ilguém entra numa aliança, assume o mais solene e ines eapável compromisso. Malaquias também se refere ao casamento como uma aliança. Deus havia rejeitado as ofertas de Seu povo. Os israelitas perguntaram por quê. Ele respondeu: “E perguntais: Por que? Porque o SENHOR foi testemunha tia aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com ;i qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança” (Ml 2.14). Deus argumenta dizendo que a esposa é companheira e esposa p o r m eio í/e uma aliança. 0 casamento é uma aliança feita na pre sença de Deus. Deus ordenou o casamento; ele não é uma opção. Não podemos tratar o casamento a nosso próprio gosto, quando, onde, como e se quisermos. Esse é o primeiro, o mais crucial e mais básico dos fatores que envolvem o casamento. Em segundo lugar, por ter origem em Deus, o casamento é bom. O casamento foi instituído antes da Queda. Pela maneira com que certas pessoas falam do casamento, fazem pouco caso dele e contam piadas
o casamento é algo pecaminoso e inferior, é o menor dos males, devido à relação sexual entre os cônjuges. O casamento foi ordenado por Deus, e o sexo é bom. Foi dado como uma bênção, para dar alegria e prazer ao homem. Numa conferência bíblica, uma senhora me perguntou: “O senhor não acha que o ato sexual é algo repugnante? ” A resposta é não! As relações sexuais são puras, santas e justas, a menos que sejam pervertidas pelo pecado. O casamento é bom porque vem de Deus. : O leito conjugal deve ser mantido “sem mácula”, diz o escritor da epístola aos Hebreus (ver Hb 13.4). Em Efésios, Paulo traçou um paralelo entre o relacionamento conjugal e a santa aliança que existe entre Jesus Cristo e Sua Igreja (ver Ef 5.2233). É a isso que o casamento deve e pode assemelharse. No livro de Apocalipse, Jesus comparou Seu relacionamento com o Seu povo ao do noivo com a noiva (ver Ap 19.79 e 21.2). Assim, por conseguinte, Deus considera o casamento santo e justo. Se não é impuro, seria o casamento um estado inferior ou secundário? O celibato é preferível ao matri mônio? Há aqueles que entendem erradamente as palavras de Paulo em 1 Coríntios 7.26. Ali, ele aponta certas vantagens do celibato e certas desvantagens do casamento. Todavia, a razão pela qual Paulo comenta o tema do celibato versus casamento não é apenas fazer generalizações básicas, mas tratar de uma situação específica e especial. Paulo antevia uma terrível carnificina a desabar sobre a igreja. O que ele afirma, na verdade, é: “Tudo o que estou dizendo, quero que entendam, se refere ao casamento à luz da presente situação mundial”. Veja quais foram as suas próprias palavras: “Considero, por causa da angustiosa situação presente, ser bom para o homem permanecer assim como está”. Paulo não estava dizendo que o celibato seja melhor do que o casamento. Ele recomenda o celibato em tempos de perseguição. A perseguição era iminente: Isto porém vos digo irmãos: o tem po se abrevia;
não o fossem; mas também os que choram, como se não chorassem; e os qu e se alegram com o se não se alegrassem; e os que compram como se nada possuíssem ; e os que se utilizam do m undo, com o se dele não usassem (1 Co 7.29-3la). Paulo falava do celibato como medida de emer gência. Obviamente, seria mais fácil a indivíduos do que a famílias sup ortarem a perseguição. Não perm ita, pois, ninguém, que se lhe afirme que o celibato é recomen dado nas Escrituras como um estado mais elevado que o casamento. Em 1 Co ríntios 7, Paulo tratou de uma situação excepcional; não estabeleceu o celibato como norma. O estado normal é o do casamento, e não o do celibato. Um homem e uma mulher foram postos no Jardim - não pessoas solteiras. 0 celibato é um a ex ceção, e requer um dom particular para tanto. Na ver dade, Deus declarou especificamente que “não é bom que o homem esteja só” (Gênesis 2.18). Ele insiste, como norma, em que o homem deixe seu pai e sua mãe c "se una à sua esposa” (Gênesis 2.24). Deus ordenou n casamento tendo em vista os Seus próprios propó sitos. Estes são apresentados nas Escrituras. É impos sível enumerar todos eles aqui; são muitos, e bastante variados. Mas alguns dos mais básicos devem ser consi derados. No segundo capítulo de Gênesis, aparecem estas interessantes palavras: “Então disse o SENHOR: Não c bom que o homem esteja só. Far-lhe-ei uma auxilia dora que lhe seja idônea” (v. 18). Deus, então, tomou iima costela de Adão, e dela formou a mulher. Deus fez ;i mulher uma "a uxiliadora’’. Por que? Porque não é Inim que o homem esteja só. Se o estado matrimonial íosse inferior. Deus jamais teria proferido essas palavras. \ condição básica, normal e mais natural é a do casa mento. Há os que viverão toda a vida fora dos laços conjugais. Há pessoas a quem Deus concedeu o dom
mado que o celibato não era bom. É melhor, portanto, para o homem, ser casado. Uma simples espiada na maioria dos aposentos de solteiros mostra (numa certa dimensão) por que isso é verdade. Contudo, não é bom para ele em qualquer sentido. Como regra geral, o homem precisa da mulher. Bem, o que é uma mulher? Por que, especificamente, foi ela criada? Por que não apenas o homem? E o que ela deve fazer? Ela deve ser, basicamente (conforme o vs. 18), uma auxiliadora. A mulher foi criada como ajudadora do homem. E que significa isso? Que ela deve ser uma ajudadora apropriada ou adaptável ao homem. Ela corresponde ao homem, ou complementa o homem em todos os pontos. Ela completa o homem. A palavra “idônea” tem várias traduções possíveis. Deus criou a mulher porque o homem precisava da ajuda dela. Este é um princípio bíblico básico. Ela foi criada como auxiliadora idônea para permanecer la do a lado dele na vida e ajudálo de todo modo. Aí está outro princípio básico. A idéia da mulher como auxiliadora é um conceito chave, que se perdeu nos casamentos modernos. É uma chave que desapareceu do pensamento contemporâneo. A mulher não se considera mais como auxiliadora. Pelo contrário, muitas mulheres pensam que elas é que devem ser ajudadas. Ou então a mulher moderna pensa que ocupa exatamente o mesmo lugar do marido. Ela pode ter muitas idéias sobre a sua função, mas entre elas não inclui, provavelmente, a noção de ser, ela mesma, uma auxiliadora. Apesar disso, essa é a palavra exata e definitiva que Deus usa para descrever o papel da mulher. Ao prosseguirmos, veremos que é precisamente considerandose uma auxiliadora que a mulher se liberta. Movimentos feministas que não reconhecem esta verdade acabam por sujeitar, tolamente, a mulher, a uma vida de servidão. Ele encontrará liberdade em compreender sua correta função diante de Deus e de seu marido, e em viver de acordo com ela. Não há outra maneira
enquanto, este único pensamento deve ser gravado indelevelmente em seu cérebro; a mulher foi criada para auxiliar a seu marido. Como auxiliadora, ela o complementa, ela se adapta a ele, ela lhe é apropriada, ela o completa. O homem e sua esposa se tornarão uma só carne (ver Gênesis 2.24). Juntos, formam uma unidade completa. Ao se unirem física, intelectual e emocionalmente, surge uma inteireza, uma unidade que não havia antes. Eles se fundem em um único ser. Parta ao meio uma laranja, de modo irregular. Cada metade corresponde imediatamente à outra. Quando unidas, adaptam se perfeitamente. Uma metade corresponde exatamente à outra, e quando se adaptam mutuamente, formam um todo. Essa é a figura que transparece nestes versículos. Deus criou uma auxiliadora que se adaptava exa lamente ao homem que Ele criara, de modo que quando os dois se unissem, completariam um ao outro e formariam um todo. O homem precisava da mulher para se completar. Por isso, não lhe era bom ficar só. E embora isso não livesse sido declarado, a mulher também precisa do homem para se completar. Quando Deus dá o dom do celibato, oferece graça suficiente para permitir :l pessoa viver de maneira incompleta. Sua complemen lação tem que ser encontrada nEle. No entanto, essa não é a Sua maneira usual de fazer as coisas. Como são diferentes os pontosdevista do homem e da mulher sobre qualquer assunto. Quão mais valioso ler à mão tanto o lado masculino quanto o feminino. Quando cada um dos dois se defronta com a mesma situação, enfrentaa de modo diferente do outro. Tomemos como exemplo o assunto, “Cuidado, disciplina e treinamento dos filhos”. A mulher o enfrenta de acordo com seu pontodevista. Ela representa a pro leção amorosa e feroz que a ursa dispensa a seus filhotes. Provavelmente mostrará suas garras se alguém ameaçar seu pequenino. O pai, por outro lado, talvez esteja mais
que agüentar alguns “galos” e contusões. É bom para o filho experimentar os dois lados da moeda. O equilíbrio é importante para se chegar à ênfase e ao sincronismo exatos. Na realidade, este assunto não pode ser comentado por inteiro aqui, embora seja importante incluir pelo menos algumas observações. A igreja de Jesus Cristo tem falhado lamentavelmente em ajudar os viúvos e as viúvas. Quando a mulher precisa criar seus filhos sozinha, sem a influência masculina, a vida se torna difícil para a criança, especialmente para o menino. Pode suceder que, por várias razões, a mãe não possa casarse novamente. Assim, uma criança de origens evangélicas pode crescer dentro da igreja sem um pai. A igreja deve intervir e prover ação paternal para tal criança, sobretudo para o menino. Ele precisa experimentar algo do lado paternal do casamento. Ele precisa dos homens daquela congregação. Precisa de famílias que o convidem a seus lares, para ver como funciona uma família, para ver o darereceber entre o marido e sua mulher. Precisa de que os homens da igreja o levem a passear, a uma pescaria, a um jogo de futebol, ou vão acampar com ele. . . Você é capaz de se lembrar de um menino nessas condições, que poderia estar precisando de você ? Agora, vamos indagar novamente, como é que uma esposa auxilia seu marido? Ela o auxilia sendo sua com panheira. Ela o auxilia completandoo. Não é bom para ela estar sô. E quem acha uma esposa, acha o bem. É bom ter alguém com quem conversar. A camaradagem, segundo Provérbios 2.17 e Malaquias 2.14, é um dos propósitos básicos do casamento. Em ambas as passagens, o cônjuge é chamado de companheiro (a). Nós todos temos necessidade de intimidade; o casamento satisfaz a essa necessidade. É bom ter alguém com quem se pode trocar idéias, pensar na resolução de problemas, debater assuntos e oferecer perspectivas diferentes. É assim que a mulher auxilia a seu marido. Todos nós precisamos de alguém com quem possamos abrir, de modo íntimo, o nosso coração. A esposa também auxilia como complementação
biológica do marido. Nas Escrituras, o sexo é santo, normal, correto, apropriado e bom. Em 1 Coríntios 7.1,2, Paulo enfatiza que se uma pessoa não possui o dom do celibato, dado por Deus, deve casarse. Não há nada de errado com o sexo; e, na verdade, o casamento 6 a estrutura apropriada para a sua expressão. O sexo, segundo as Escrituras, não é de si mesmo impuro, exceto quando usado erroneamente. Não deveria jamais ser usado fora do vínculo da aliança. Deve ser utilizado livremente dentro dessa estrutura, pois Deus assim o ordenou. Deus encoraja fortemente as relações sexuais. Na verdade, Paulo afirma nessa passagem que nenhum ilos dois cônjuges tem direitos sobre o seu próprio corpo. Isso proíbe a masturbação (provocar o próprio prazer) c negar egoisticamente a relação sexual ao outro côn juge. O sexo não foi criado para ser centralizado no eu, mas antes, centralizado no outro cônjuge. Toda manifestação sexual voltada para a autosatisfação é uma manifestação de perversão do sexo. O sexo deve ser aproveitado, mas somente segundo o princípio bíblico de que “mais bemaventurada coisa é dar do que receber”. l'ora de dúvida, o aspecto mais agradável da relação sexual não é a sensação de libertação pessoal experimentada no próprio orgasmo, e, sim, o prazer de satisfazer o cônjuge. Exigese do esposo e da esposa que satisfaçam um ao outro. Ele não pode negar seu corpo para vingarse de sua esposa. Ela não pode utilizarse do sexo como um meio de conseguir coisas de seu marido. As relações sexuais envolvem a entrega livre e total do eu, em amor, para satisfazer as necessidades do outro cônjuge. As Escrituras não são puritanas quando tratam do sexo, mas muitos cristãos adotaram tal atitude, como se soubessem mais do que Deus! As Escrituras são muito claras quanto às obrigações sexuais do casamento. Há outros aspectos do casamento. Outro de seus propósitos é a geração de filhos. É maravilhoso ter a aljava cheia de filhos (ler Salmo 127). Deus con fere filhos. Eles são “herança do Senhor”. O trecho de
Como foi que Ele os abençoou? Deus os abençoou com estas palavras: “Sede fecundos, multiplicaivos”. Estas são palavras de bênção, proferidas por Deus. Com elas, pois, Ele abençoou Adão e Eva. Ele estava afirmando o seguinte: “Eu lhes dou Minha bênção para gerarem filhos; encham a terra e a dominem”. E o casamento ainda vai além disso. Alguns princípios básicos incluem fatores muito importantes, que são freqüentemente negligenciados. Por causa disso, tem havido indescritível dor e sofrim ento Por exemplo, a parte final de Génesis 2.24, que diz: , e se tornarão os dois uma só carne", vem sendo estudada isoladamente Leia também o princípio do versículo: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornandose os dois uma só carne”. Nada é mais importante no casamento do que reconhecer a natureza crucial do processo de deixar e unirse. Deus diz que o homem deve deixar seu pai e sua mãe. Ele deve unirse à sua esposa. O que estas palavras nos ensinam? Dizem respeito a romper algo meramente temporário para formar, para ajuntar algo que será permanente. O casamento é a uni s dade mais básica da sociedade humana. Talvez nada seja dito de mais importância do que esta frase, em todo este livro. A relação familiar mais básica não é a relação paifilho, mas a relação esposoesposa. Deus assim determinou. No versículo que acabamos de ver Ele afirma que o homem deve deixar seu pai e sua mãe. Esse relacionamento deve ser cortado de modo real (não total, obviamente, mas efetivo), para que o relacionamento existente enquanto ele vivia no lar paterno deixe de existir. Quando se casa, o homem não pode mais manter para com seus pais o mesmo relacionamento que tinha antes. Este deve mudar. Ele deve tornarse o chefe de uma célula criada para a tomada de decisões, que chamamos de família. Ele não pode dar seguimento a muitos dos antigos laços que o uniam a seus pais. E embora tenha que deixar seu pai e sua mãe, o homem deve unirse à sua esposa. “O que Deus uniu não o separe o homem”. Ao contrário da relação pai filho, a relação esposoesposa é permanente. De acordo
com as Escrituras, ela nunca deve ser rompida. Apesar das relações paifilho serem íntimas, nunca são descritas em termos de “uma carne” ou de “unirse” , ou de “perfeita correspondência", ou com um “não o separe o homem”. Marido e mulher devem unirse e continuar a viver em unidade de espírito, alma e corpo pelo resto de suas vidas. Nada, a não ser a morte, deve poder romper essa unidade. Ela deve ser permanente. A sociedade moderna não conseguiu descobrir essa importante distinção. Em nossa sociedade, a relação paifilho se tornou a mais significativa, em detrimento dos filhos e dos pais. No entanto. Deus colocou o marido e a mulher no Jardim do Éden, e não um pai e um filho. Os pais de hoje, com freqüência, vivem para os filhos. Instase com eles para que dediquem o melhor de seu lempo, de suas energias, de seus recursos e de sua imaginação a seus filhos. Muitos males se seguem às tentativas de tornar básica a relação paifilho. A família não pode escapar ao sofrimento subseqüente, porque tais tentativas estão em completa oposição à Palavra de Deus. Kssa inversão de valores nos dois relacionamentos pode ferir e prejudicar de várias maneiras. Pais que construíram suas vidas em torno de seus filhos, freqüentemente acabam aparecendo em nosso centro de aconselhamento na época em que o último filho está para sair de casa. Por terem vivido para seus filhos durante tantos anos, sua conversa, seus interesses, suas atividades, na verdade toda a estrutura de sua vida foi construída em torno dos filhos. Assim, quando estes saem de casa, os pais acordam de repente para o fato que tudo que lhes resta é um ao outro! Terão que passar juntos o resto de seus dias, e ficam apavorados diante dessa perspectiva. O que restou foram dois estranhos que pouco ou nada têm em comum, a não ser os filhos. Durante todos aqueles anos, não conseguiram construir um casamento. O que mantinha o seu relacionamento eram os filhos. Pais que construíram numa única direção. As únicas coisas significativas em seu casamento eram as que diziam respeito a seus filhos. Era nisso que
A coisa mais prejudicial que os pais podem fazer a seus filhos é construir seu casamento em torno deles. Um desses quadros de parede diz: “A melhor maneira de ser um bom pai para seus filhos é ser um bom marido para sua mãe”. Perfeitamente certo! O que os filhos precisam ver não é um casal indulgente, e que esbanja todo o seu amor e cuidado com eles. É errado (mesmo visando o bem estar dos filhos) os pais passarem a maior parte de seu tempo e canalizarem a maioria de seus interesses (mesmo em maior dose) para seus filhos. O que os filhos mais precisam ver são pais que saibam viver como pais, mas que também e muito mais como esposos e esposas. Toda criança precisa de pais que se preocupem um com o outro. O que acontece com filhos que deixam um lar em que os pais viveram principalmente para eles? Se a mãe viveu para seu filho João, terá dificuldade em deixálo partir. Além das dificuldades normais, decorrentes da separação, ele enfrentará muitas outras. Não irá querer separarse do filho e, assim, provavelmente, agarrará um dos braços dele, enquanto sua nora agarra o outro. João podese deixar despedaçar nessa luta, com trágicas conseqüências para todos os envolvidos. As duas mulheres podem começar a brigar. Ou então, podem alimentar ressentimentos uma em relação à outra, ou ambas em relação a João. Por que as piadas e estórias em quadrinhos sempre envolvem o marido e a sogra? Uma razão possível é que este é o único relacionamento acerca de que os humoristas ousam fazer piadas. O problema real, conform e os conselheiros verificam, quase nunca acontece entre o marido e sua sogra, e, sim, entre nora e sogra. É nesse ponto que surgem as amarguras. Freqüentemente isso sucede por causa da violação das leis de Deus sobre deixar e sobre unirse. Quando um rapaz se permite ser despedaçado dessa maneira por sua mãe e por sua esposa, ao invés de obedecer à Palavra de Deus, todos sofrem. Se ele deixa os pais e se une à esposa, apesar do que possa dizer sua mãe, sempre será melhor para ela, para a esposa e para ele mesmo. Como é importante que as mães saibam
quando dizer a seus filhos para deixarem o ninho. Primeiramente, devem ensinálos a voar, e depois cutucálos para fora do ninho, quando a hora chegar. É vital, portanto, que os pais compreendam que a relação mais básica é a que existe entre marido e esposa, e não entre pai e filho. Talvez seja apropriado dizer uma palavra aos jovens. Se quiserem uma situação ideal, para si mesmos c para seus pais, não exigirão deles tanta atenção e interesse. Não ficarão ansiosos por extrair deles cada segundo de suas vidas. Não dispõem de tanto tempo assim. Precisam passar algum tempo juntos. Seria formidável se, de vez em quando, alguns de vocês dissessem: “Pai, mãe, por que vocês não saem um pouco e fazem um programa juntos? Eu fico tomando conta das crianças!” Vocês devem fazer o máximo possível para ajudar seus pais a encontrarem um tempo em que possam estar juntos. Eles precisam fazer coisas sozinhos. Isso não beneficiará apenas seus pais; a longo prazo, trará benefícios para vocês também. Quando chegar a sua hora de sair de casa, eles estarão ansiosos por sua partida. É isso mesmo; e assim deveria suceder sempre! Eles saberão que você está bem preparado para começar vida nova sozinho, e terão sua própria vida à sua disposição, vida que estão ansiosos por expandir. Os pais deveriam dizer um ao outro, de vez em quando: “Puxa, não será genial quando o último filho partir? Então teremos tempo para ficariu nto s; podemos realmente ficar juntos novam ente” . E assim que os pais deveriam pensar, e assim pensarão quando considerarem o seu casamento como a relação permanente mais importante de sua vida. Outros relacionamentos são apenas temporários. Deus empresta os filhos aos pais, para que estes os preparem para o futuro; então, quando o futuro chegar, os filhos devem partir. Os filhos podem ser uma alegria, mas não podem ser o alicerce da alegria no casamento. Essa verdade é realmente crucial. Como lhe dar
se seus filhos lhes fossem tirados de repente? Falando sério, que tipo de vida vocês teriam juntos, como esposo e esposa? Que foi que construíram entre si? Têm interesses em comum? Fazem coisas juntos? Estão se empenhando em alguma causa comum? Sobre o que conversam quando ficam juntos no fim do dia? Que existe agora entre vocês dois? Esta é a pergunta. Se vocês acham difícil imaginar o que dizer ou fazer, é melhor começarem a procurar uma solução imediatamente! Mais depressa do que imaginam, seus filhos sairão de casa. De repente, vem a universidade, surge aquela moça e lá se vai seu filho! Aparece aquele rapaz e, num piscar de olhos, sua filha parte! Vai acontecer de repente, antes que vocês percebam. E quando acontecer, vocês ficarão sozinhos, um com o outro. Vocês podem temer esse dia ou esperar com ansiedade a sua chegada, e fazer seus planos com ele em mira. Antes de continuar a ler, pare e pense sobre o assunto. Talvez você, esposa, descubra que precisa conversar sobre ele com seu esposo. Possivelmente você, marido, precisará falar com sua mulher. Vocês, jovens, talvez queiram ir para casa e dizer a seus pais: “Papai, mamãe, vocês sabem que vou deixálos em breve. Estou com meu baú de enxoval pronto. Que posso fazer agora para tornar seu casamento mais agradável? Que posso eu fazer? ” De quantas maneiras você pode intervir, durante certa semana, para permitir que os dois encontrem um tempinho para ficarem juntos? Poderia você cozinhar para eles ? Mais tarde, depois de você ter jantado, que tal servir o jantar para papai e mamãe à luz de velas? Pense criativamente. Espere lá, você está achando que isso é completam ente impossível? Pensa que já não há mais nenhum romantismo em seus pais? Se não houver, talvez seja porque ele se esgotou, se desgastou no excessivo cuidado com vocês, filhos e filhas. Por que não fazer algo a respeito? Faça algumas ofertas. Faça algumas surpresas a seus pais e mostrelhes que você se importa com eles. E vocês, papai e mamãe, pensem neste assunto. Papai, quando foi a última vez que você fez algum
passeio com sua esposa? E antes dessa, qual foi a última vez? Quanto tempo se passou entre essas duas ocasiões? Há algo que vocês costumam fazer juntos regularmente? Um casal que desejava sair e dispor de algum tempo a sós, descobriu que precisava lançar mão de expedientes incomuns como tomar o café da manhã de sábado numa lanchonete. Seja a que preço for, os pais devem achar lempo um para o outro. A obrigação maior de verificar que isso realmente aconteça recai sobre o marido, como cabeça do lar que ele é; pois, em última análise, Cristo lhe deu (conforme veremos mais adiante) a tarefa de lazer com que as coisas certas aconteçam em sua casa. Isso é de vital importância, que você providencie para que os relacionamentos em seu lar sejam bíblicos. Se, ao meditar sobre esse assunto, você descobrir que há algo de errado, por que não levar sua esposa para jantar fora e debater o assunto com ela?
DISTRIBUIÇÃO DE TEMPO E INTERESSES No gráfico abaixo, faça uma estimativa aproximada do tempo e do número de interesses dedicados a seu cônjuge e a seus filhos. Os fatores quantitativos são apenas uma regra pela qual determinar se seu tempo e seus interesses estão bem distribuídos. É importante avaliar a qualidade do tempo e os itens de interesse que você assinalar. TEMPO dedicado a: Espoto/esposa
Filhos
INTERESSES em comum com: Espoao/espoea
Filhos
Dias úteis
Fins de semana:
Numa f
Capítulo V
PESSOAS SOLTEIRAS O Encontro do Par É perfeitamente claro que Deus, em Sua Palavra, estabeleceu o casamento como o estado normal para os adultos. Deus não tinha intenções de deixar Adão continuar solteiro, quando o colocou no Jardim Depois de criar o homem, Deus comentou: “Não é bom que o homem esteja só” Não é errado, portanto, para uma pessoa solteira desejar ou procurar casarse; o casamento foi determinado por Deus. Cada pessoa recebe de Deus o seu próprio dom, seja viver como casado, seja viver
como solteiro. Se alguém que recebeu este último procura se casar ou se mostra descontente com a sua sorte, está em pecado, tal como a pessoa que recebe o dom do matrimônio, mas não se casa. Cada qual deve descobrir o dom que recebeu de Deus, e viver de acordo com ele. Os dons divinos não são entregues por mero capricho de Deus; também não são dados de tal forma que a opção para seu uso caiba a nós. A medida em que os dons são descobertos, devem ser desenvolvidos e utilizados ao máximo em Seu serviço e para a Sua glória. Deus distribui Seus dons para cumprir os Seus propósitos e para o bem de Seu povo. Sua soberana administração desses dons deve ser reconhecida como apropriada e correta por parte de Seu povo, ainda que nem sempre os fiéis consigam perceber a vantagem que nela há. “Todas as coisas (inclusive o dom de casar ou permanecer solteiro) cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, que são chamados segundo o Seu propósito” (Rm 8.28). Com freqüência, cristãos solteiros se revoltam contra a sua condição. Querem casarse e deploram sua condição de celibatários. O que se pode fazer numa situação com o essa, que é tão freqüente? Várias coisas. Em primeiro lugar, que a igreja reconheça que muito pouco tem sido feito para oferecer convívio amplo e significativo para jovens cristãos solteiros. Arrependida, a igreja deveria mostrar “frutos dignos de arrependimento”, começando a fazer bastante mais pelos solteiros. Precisa ser explorada a possibilidade de promover retiros, campanhas, encontros entre igrejas —quem sabe, até mesmo cultos para jovens “interessados” — e toda uma gama de outras atividades criativas que permitam a jovens solteiros encontrarem um par conveniente. Os pais, igualmente, devem assumir o compromisso obrigatório de ajudar. Talvez encontros de várias espécies em que os filhos possam manter convívio possam ser realizados entre as famílias de uma igreja. (Notar o papel proeminente do pai, em 1 Coríntios 7.36 ss.). Já está mais do que na hora de se fazer algo mais.
em sua maioria? Especificamente, que pode fazer uma jovem cristã solteira? Esse é um problema prático que precisa ser enfrentado diretamente. Em primeiro lugar, ela deve descobrir seus dons. Seguindo de perto os dados mencionados em 1 Co ríntios 7, que recomenda o celibato em tempos de perseguição (ver versículos 26 e 29), ela pode examinar seus dons, investigando, por exemplo, seu desejo (ver os vs. 2, 8 e 9). Na maioria das ocasiões, já que o casamento é o estado normal em situações de nãoemer gência, a moça deverá ter o dom do casamento. Nesse caso, ela deveria desenvolver e usar esse dom. Diremos mais sobre isso. Se recebeu o dom de viver solteira, deve estar disposta a fazêlo, prepararse para tanto e procurar o trabalho que, sem dúvida, o Senhor tem para ela em Sua seara. Ela não deve temer o futuro, encarandoo com apreensão, mas deve reconhecer que Deus nunca chama Seus filhos sem lhes oferecer a ajuda de que necessitam para cumprir Sua vontade e a capacidade de serem felizes ao cumprila. Mas que dizer da jovem que já fez vinteeseis ou vinteesete anos, que deseja o casamento mas ainda não encontrou aquele rapaz crente? Que deve ela fazer? Se, primeiramente, ela já descobriu que até onde possa saber, possui o dom do casamento, deve fazer pelo menos três coisas. 1. Orar sobre o assunto. Você poderá protestar “Já orei! Pelo que você pensa que oro todas as vezes? ” Sei que você já orou — mas fico u nisso? Com freqüência, moças crentes criam uma atitude antibíblica em relação à oração. Acham que devem depender da oração e exclusivamente dela; qualquer ação adicional de sua parte “não seria espiritual”. Quando você ora pelo pão de cada dia, sentase sob uma árvore, esperando que ele caia do céu, de páraquedas? “Não, é claro que não”, responderá você. Está bem. Se você ora e depois sai para trabalhar, recebeu seu pão de cada dia como uma resposta à sua oração. Deus normalmente dá tais respostas através (e não à parte de) de seu tra-
dáme oportunidade de trabalhar, a saúde para o trabalho e abençoa o meu trabalho”. A oração, portanto, deve ser conjugada com o trabalho: “Se alguém não quer trabalhar, também não coma” (2 Ts 3.10). Isso é verdade, mesmo que a pessoa ore: “Dáme hoje o pão de cada dia”. O mesmo princípio é válido para a moça solteira que busca marido. Ela deve orar, mas também precisa esforçarse para encontrálo. E isso tudo nos leva a dois outros fatores. 2. Prepararse para o casamento. Se você está razoavelmente segura de que Deus lhe deu os dons para o casamento, comece a desenvolver esses dons. Isso significa pelo menos três coisas. Primeira, desenvolver ao máximo a sua capacidade de realizar as tarefas domésticas. Aprenda a costurar e cozinhar, passe tempo junto com crianças, e assim por diante. Segunda, aprenda a tornarse tão fisicamente atraente quanto possível. Se for preciso entrar em regime, entre; se não souber escolher as roupas que melhor lhe sirvam, ou o melhor jeito de pentear seu cabelo, aprenda. Contudo, não se deixe dominar pelo aspecto da aparência física. Embora você deva ser tão atraente quanto possível (a noiva deve se “adornar para seu marido” (cf. Ap 21.2; e igualmente Ap 19.7,8, onde se assevera que a noiva já se preparou para encontrarse com o noivo), não deve dar valor excessivo à beleza física. Leia especialmente Provérbios 31.30 e 1 Pedro 3.35. Isto nos leva ao terceiro e mais importante item: desenvolver sua personalidade cristã. Você deve se tornar uma cristã vibrante. Uma cristã cheia de vida, irradiando aquela beleza interior do coração, é muito mais atraente para o tipo certo de rapaz cristão (o único tipo que você deseja) do que a jovem dona de beleza estonteante, mas que é vazia por dentro. Uma mulher que desenvolve suas capacidades domésticas, que é razoavelmente atraente e é, por si mesma, uma crente vibrante, é uma pessoa irresistível! 3. Avançar em direção ao seu objetivo. “O que? ” você perguntará; “será que devo fa zer alguma coisa para
pergunta: “Você deve fa zer alguma coisa para ganhar seu sustento cotidiano? ” À secretária não basta orar pedindo serviço e prepararse para ser uma secretária eficiente; ela tem que procurar um emprego! Você deve procurar um marido. Como? Esta é a grande pergunta. Em primeiro lugar, deixeme alertála. Não se junte ao grupo masoquista de mulheres solteiras onde outras vão lamentar sua triste sorte, mas nada fazem para mudála. Esse tipo de conversa gera amargura, desespero e depressão. Você certamente não tem tempo para essas coisas, você tem trabalho a fazer E se já pertence a um desses grupos, saia imediatamente! Freqüente lugares onde haja jovens cristãos. Escolha um emprego que a faça entrar em contacto com rapazes crentes, mesmo que venha a ganhar menos do que atualmente. Assista retiros e conferências bíblicas que dêem oportunidade de encontrar rapazes crentes. É claro que essa não deve ser sua principal razão para assistir a tais reuniões; contudo, não há motivo por que isso não seja um propósito ou uma razão em particular para obter por esses tipos de comunhão cristã e experiência de aprendizado. Talvez você pudesse matricularse num instituto bíblico ou numa faculdade de teologia. “Como? Ir para um instituto bíblico para conseguir marido? Não é esse um motivo indigno? ” Creio que é uma das melhores razões pelas quais uma jovem crente deva freqüentar instituições de ensino teológico. Peça ao seu pastor que a ajude a descobrir onde há rapazes crentes. Talvez ele saiba de rapazes que estão à procura de moças crentes. Converse com algumas famílias de sua igreja. Alguma delas poderá convidála a estar em sua casa, na companhia de um rapaz crente. Converse com mulheres casadas cujo testemunho cristão você conheça e respeite, especialmente aquelas que demoraram mais a casarse; perguntelhes como resolveram o seu problema. Assim poderá receber muitos conselhos úteis. Seja o que for, faça algo para resolver sua situação. Cuide bem em fazer o que honra a Deus e se conforma
com a Sua Palavra. Há os melhores motivos para crerse que, se Deus verdadeiramente lhe deu o dom do casamento, e se você desenvolveu as suas habilidades domésticas e está fazendo o possível para ser atraente, cheia de vida e disponível — tudo isso no espírito de oração — há os melhores motivos para esperar que Deus lhe envie o homem certo no momento certo. Depois de cumprir esses requisitos você poderá descansar, serenamente confiante, e esperar que Deus atue. Talvez Ele ainda queira que você se prepare de maneiras que você ainda desconhece. Pode ainda haver decepções depois de grandes expectativas; contudo, se você tiver consciência de que fez tudo quanto lhe era possível e de que entregou, em espírito de oração, tudo o mais às sabias mãos de Deus, pode ficar certa de que o resultado final há de honrá10 e de abençoála. Para resumir: descubra seus dons, desenvolva seus dons e demonstre seus dons.
O Mito da Compatibilidade Compatibilidade é uma palavra perigosa. Não ocorre nas Escrituras, e seu conceito — com o normalmente é apresentado na literatura contemporânea e nas conversas do povo —é altamente enganoso e antibíblico. O conceito comum de compatibilidade, quando seguido por crentes ou descrentes, pode trazer conseqüências desastrosas. O que se entende por compatibilidade? Normalmente, quando alguém usa o termo em conversa, dá a entender que duas pessoas têm personalidades, interesses e contextos de vida compatíveis e que, por isso, têm maiores probabilidades de produzir um bom casamento do que se esses elementos fossem diferentes. Não há evidências bíblicas de que tal fato seja verdadeiro. Pensar que devido à igualdade de nível sócioeconômico, devido ao fato de ambos gostarem de jogar tênis ou porque os pais de ambos usavam terno cinza para trabalhar, um casal terá vantagens no casamento, é uma idéia sem fundamento bíblico. O conceito de compatibi-
0 fato bíblico é que não existem duas pessoas compatíveis, a despeito de quão semelhantes sejam suas existências. Todos nascemos pecadores, e isso significa que, por natureza, somos incompatíveis. Para que duas pessoas sejam compatíveis, no verdadeiro sentido da palavra, devem primeiro nascer de novo e esforçarse (pela graça de Deus) para se tornarem compatíveis. As pessoas não nascem compatíveis; tornamse compatíveis pela oração santificadora do Espírito Santo em suas vidas. Como, então, pode alguém saber como escolher o seu cônjuge? Há apenas dois requisitos absolutamente essenciais: primeiro, que a outra pessoa também seja crente; segundo, que ambos demonstrem não apenas o desejo, mas que dêem evidência sempre crescente de uma capacidade de enfrentar, discutir e resolver, juntos e com as soluções divinas apresentadas na Palavra de Deus, os seus problemas. Embora fatores sócioeconô micos, étnicos, cronológicos e de outros tipos possam ser levados em conta como casos preferenciais, não são, de maneira alguma, essenciais. Sem dúvida alguma, são como o glacê de um bolo. O único fator — além da salvação realmente essencial é a capacidade de re solver problemas biblicamente. Possuindo essa capacidade, pessoas de contexto de vida bem diversos são capazes de enriquecer mutuamente suas vidas de maneira bem profunda. A diferença (ou a semelhança) é matéria de preferência pessoal, não de essência. Mas, sem o desejo e a capacidade de resolver as dificuldades biblicamente, contextos de vida absolutamente idênticos não tornarão compatíveis duas pessoas pecadoras. Portanto, antes de assumirem qualquer compromisso, submetamse ao teste corrosivo: somos capazes de resolver o problema que estamos enfrentando da maneira exigida aos cristãos? Nada é mais essencial do que isso. Durante toda a sua vida você enfrentará tais dificuldades. A pergunta vitaJ não será, portanto, se os pais de ambos preferiam “fuscas” ou “opalas”, e, sim, “Podemos, juntos, resolver os problemas como Deus ordena? ” Fique o mais longe possível de qualquer
provável candidato a cônjuge que procura evitar a solução de problemas, que deseja minimizar as dificuldades, que tente seguir soluções estereotipadas, ou que não possa esforçarse junto com você, usando princípios bíblicos para alcançar soluções que honrem a Deus. Se não houver uma indicação clara de que essa capacidade de encontrar soluções de problemas existe e de que há perspectivas de seu desenvolvimento, vá devagar. Se não houver mostra de sua existência, nem houver mudança, interrompa quaisquer possíveis entendimentos que visem ao casamento; depois disso, conte à outra pessoa por qual razão houve a interrupção. Se ainda não acontecer o desejo de mudar, enfrentandose esse problema de modo bíblico, comece a procurar outra pessoa. Quando há o desejo de resolver problemas de modo bíblico, mas parece faltar a capacidade de fazèlo, uma das duas explicações seguintes pode descrever o que acontece: (1) A outra pessoa realmente não deseja aprender a resolver problemas à maneira de Deus; ou, se houver o desejo, não há motivação suficiente para atacar os problemas até que haja mudança. Mais uma vez, se for esse o caso, não se envolva com tal pessoa, a não ser que ocorra mudança real e o crescimento subseqüente na capacidade de resolver problemas se torne evidente. (2) A outra pessoa talvez não saiba em que deve mudar. Aqui, bom aconselhamento, esforço mútuo e outros fatores acabarão por vencer o problema. Nesse caso, sejam pacientes, enfrentem com seriedade os problemas e consigam toda a ajuda genuína possível. Contudo, qualquer compromisso deve ser evitado até que alguma mudança tenha ocorrido e alguns elementos de crescimento sejam perfeitamente visíveis. Lembrese de que, sempre que Deus opera, Ele não dá apenas o desejo, mas também a capacidade de atingir o objetivo (ver Filipenses 2.13 e 2 Coríntios 8.10). Naturalmente, tudo isso também pode ser aplicado a você mesmo. Até que você tenha o desejo, o conhecimento básico e alguma prática em resolver problemas biblicamente, em todos os seus relacionamentos, você ainda não estará preparado para o casamento.
AVALIAÇAO DA PESSOA SOLTEIRA Nos espaços abaixo faça uma honesta avaliação de suas qualificações pessoais para o casamento e aliste sugestões ligadas ao que você deve fazer, como crente, para estar preparado (a) para o casamento. C OM O SO U A G O R A
O Q U E D E U S Q U E R Q U E E U S E JA
C O M O P O D E R E I T O R N A R -M E N O Q U E D E V O
Considere particularmente estas áreas: ORAÇÃO
PREPARAÇÃO PARA O CASAMENTO Doméstica Física Personalidade Cristff PROG RESSÃO PARA O ALV O
CRITÉRIOS PARA O CASAMENTO está salvo? D Sim O Não □ Não sei. Não deve haver casamento se você não puder marcar “Sim” com confiança. e mi queremos mesmo resolver os problemas ao
modo de Deus? □ Sim □ Não □ Não sei. Já mostramos que sabemos fazer juntos as coisas? □ Sim □ Não □ Não sei. Uma vez mais, o casamento não é indicado se você não puder marcar “Sim” com confiança. REGISTRO
Aliste abaixo as soluções de pelo menos cinco problemas que vocês resolveram juntos à maneira de Deus. Devem ter sido problemas onde havia opiniões divergentes, decisões difíceis de tomar, discussões ou antagonismos pessoais a vencer. PROBLEMA
SOLUÇÃO
MÉTODO
Capítulo 6
UMA PALAVRA ÀS ESPOSAS Foi necessário comentar o quarto capítulo de Efésios, não apenas para estudar a comunicação, mas também porque o quinto capítulo deve ser focalizado à luz do quarto. A importância da comunicação para esposos e esposas que procuram agir em conjunto, tal como Cristo e Sua Igreja o fazem, não deve ser menosprezada. Deixando de lado a comunicação, serão incapazes de desempenhar bem suas funções e relações no lar.
apropriadas de maridos e mulheres são descritas tão detalhadamente quanto em Efésios 5. Estes são os versículos cruciais que, baseados nas ordenanças da criação, ampliam o conceito cristão do casamento. Há duas divisões nesta passagem: versículos 2224 e versículos 2533. Analisaremos a primeira divisão neste capítulo. É a Palavra de Deus dirigida às esposas, e isto nos deve bastar: A s mulheres sejam submissas a seus p róprios maridos, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo salvador do corpo. Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas a seus maridos. Efésios 5.2224.
Quase sem exceção, descobrimos em nosso aconselhamento que quando existem outros problemas sérios em um casamento, há também o fracasso no desempenho das funções de marido e mulher, geralmente sob a forma de inversão de papéis. Às funções do marido e da mulher, tal como Paulo as descreveu nesta passagem, não foram cumpridas. Quando isso sucede, além de ser mais difícil a solução dos problemas, essa falha se torna a fonte de outras dificuldades. Essa dinâmica destrutiva se propaga por si mesma. Quando outros problemas ainda não resolvidos aparecem no relacionamento con jugal, as funções do marido e da mulher acabam por ser lançadas para o alto, confundindose totalmente quando voltam à terra. Por fim, esposo e esposa acabam por assumir algumas dessas funções, numa trégua temporária, desconfortável, desagradável e insatisfatória. Inversões de função acarretam problemas posteriores que geram novas inversões, ad infinitum. É importante, pois, compreender o papel apropriado de cada cônjuge, como desempenhálo e mantêlo em funcionamento em um lar cristão. A essência dessas palavras a maridos e mulheres
guntas: Maridos, vocês amam suas mulheres a ponto de morrer por elas? Mulheres, vocês amam seus maridos a ponto de viver para eles? É sobre isso que fala a porção final de Efésios 5. 0 marido deve aprender a amar sua mulher com o Cristo ama à Sua igreja. Se necessário, deve estar pronto a dar a sua vida em favor de sua esposa. A esposa, por seu lado, deve amar seu esposo de modo tal que deseje viver para ele. Deve estar disposta a dedicar toda a sua vida para ser a auxiliadora do seu esposo. Isso envolve viver para ele, tal como se exige da Igreja que viva para Cristo. Essas duas exigências são muito amplas. Não são fáceis de cumprir; no entanto, são as exigências que Deus estabeleceu nesta passagem bíblica. Ele, que estabeleceu as exigências para cada cônjuge, sabe ajudarnos a satisfazer a essas exigências. Esposas, Deus espera que vocês amem a seus esposos a tal ponto que estejam dispostas a submeterse a eles da mesma maneira pela qual a Igreja está sujeita ao Senhor. Talvez você possa objetar, dizendo: “Ah, espere aí! Não me diga que você vai seguir por esse caminho ! Quer dizer que a esta altura da história da humanidade você pretende desengavetar essas velhas idéias de Paulo? Vai querer dizernos que as mulheres de hoje devem viver daquela maneira? Em plena era do Movi mento de Libertação Feminina você tem a coragem de falar desse jeito às mulheres? Você não sabe que essa passagem se originou de uma atrasada cultura antiga? Não vivemos no Oriente, onde as mulheres caminham dois metros atrás dos maridos. Sem essa! Vivemos no Brasil moderno! Não é possível que você esteja realmente querendo dizer o que disse, não é? E, sim, eu quero. E você pode dizer ainda: “Bem, além desse ensino estar restrito no espaço e no tempo a um determinado tipo de cultura; lembre também que ele partiu de Paulo, um velho solteirão. Foi culpa de Paulo esse ensino terse espalhado. Afinal de contas, Paulo mal sabia do que estava falando. Ou ele casouse ainda jovem e se lornou membro do Sinédrio, mas sua esposa morreu e
neceu solteiro toda a vida e foi aceito no Sinédrio como uma exceção. De qualquer modo, quando escreveu, ele nada sabia sobre o casamento. Escreveu como homem solteiro”. Tal argumentação é altamente perigosa. Efé sios 5 é parte da inspirada Palavra de Deus. Paulo estava escrevendo sob o poder motivador do Espírito. Senhoras, se isso lhes deixa furiosas e prontas a brigar, não me culpem; nem culpem a Paulo. Isso é a Palavra de Deus. Na verdade, muitas calúnias têm sido levantadas contra Paulo. Elas não se constituem numa vergonha para Paulo, mas para as mulheres crentes que falam tão impensadamente. Nenhum escritor do Novo Testamento diz coisas mais elogiosas sobre as mulheres que o apóstolo Paulo. Eu as exorto a examinar suas cartas, quando puderem. Leiam os capítulos finais do livro de Romanos, por exemplo. Notem, em outras cartas, quando ele fala com apreço sobre pessoas, quão freqüentemente elogia mulheres; obviamente as mulheres de sua época tinham Paulo em alto conceito. Dizer que Paulo odiava as mulheres, ou chamálo de velho solteirão, que nada sabia sobre o casamento, é interpretar de maneira totalmente errada as palavras e o pensamento de Paulo. Paulo amava às mulheres. Ele não era motivado por um espírito beligerante ao escrever estas palavras ou aquelas que enviou aos coríntios ou a Timóteo (ver 1 Coríntios 14 e 1 Tim óteo 2). Ele tinha ótimas razões para dizer o que disse. Não nos podemos descartar dessas palavras, pois, como se fossem o pensamento de um velho e enrugado solteirão. Elas também não podem ser deixadas de lado para determinadas e limitadas culturas. Os pontos de vista de Paulo, a respeito das mulheres, eram coerentes. Quando defendia o papel subordinado da mulher, em 1 Coríntios,e 1 Tim óteo, não baseou seus argumentos nos costumes de sua cultura. Ao invés disso, referiuse à criação e à queda. Disse ele em 1 Timóteo: “Porque prim eiro foi formado Adão, depois Eva”. Salientou o fato de que o homem não foi criado para a mulher, mas a mulher para o homem. Apelou à ordem da criação. Paulo, obviamente, recorreu
é estabelecida com clareza. Paulo não apelou para a cultura mediterrânea do Oriente, da Grécia ou de Roma. Apelou para a própria criação, para a maneira pela qual Deus estabeleceu os papéis do homem e da mulher, no princípio. Depois, acrescentou uma segunda razão. Em 1 Timóteo 2 ele observou que além da mulher ser submissa ao homem devido à ordem e ao propósito de sua criação, não foi o homem, e, sim, a mulher, quem pecou primeiro. Ele apelou para a ordem da queda e para a declaração de Deus a Eva, após a queda: “Teu desejo será para teu marido, e ele te dominará”. Com base nesses dois relatos fundamentais, portanto, Paulo construiu seu comentário acerca dos papéis do esposo e da esposa. O homem foi criado em primeiro lugar e a mulher foi criada para ser sua auxiliadora. Por causa do que Eva fez, Deus também declarou que os homens devem dominar suas esposas. Assim sendo, não foi com base em considerações culturais, e, sim, nos dois fatores mais básicos a criação e a queda que Paulo baseou o seu comentário, em Efésios 5. Nada menos, nada diferente, nada mais do que isso está por detrás de suas palavras a respeito da submissão. Tendo eliminado tais objeções, talvez se torne possível considerarmos a passagem criteriosamente, juntamente com suas implicações reais. Mas não tire conclusões precipitadas. Talvez você fique agradavelmente surpreendida com o verdadeiro significado bíblico da submissão. Paulo começa com estas palavras: “Esposas, sede submissas a vossos próprios esposos como ao. Senhor”. Essa é uma declaração fortíssima. Da mesma maneira em que você se submeteria ao seu Senhor, deve procurar submeterse a seu marido. Paulo continua: “. . .porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da Igreja”. Cristo domina Sua Igreja; Ele é o cabeça dela. Ele lhe dá a direção que ele deve seguir, e fala a ela com autoridade. Finalmen.te, Paulo explica: “Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim
outro sentido. Tentam embotar o fio da lâmina. Torceram e não fizeram caso do seu sentido. Mas não há como escapar ao claro propósito dessas palavras, sem importar quanto você as torça e esprema. Repetidamente essas três sentenças de Paulo dizem às mulheres que elas devem submeterse à autoridade e ao domínio de seus maridos no lar. Devem ser submissas. Em outra parte das Escrituras, a mesma mensagem é repetida por Pedro, que era um homem casado (ver 1 Pedro 3.17). Ninguém pode acusar Pedro de odiar às mulheres. ■ Você deve entender o que significa submissão, visto que vai ter de obedecer ao mandamento, goste dele ou não. Isso diz respeito a você, mulher crente; você deve obedecer a seu marido; Cristo afirma que você deve. Não há opção quanto a isso. Ele não diz que seria bom que você fizesse isso. Ele não diz que todos seriam mais felizes se você assim agisse. Ele não diz que a vida no lar correria mais suavemente se você obedecesse. Ele diz que você tem que obedecer. Você tem que obedecer, não primariamente pelos benefícios que você e seu marido receberão, mas para dem onstrar a relação que há entre Jesus Cristo e a Sua Igreja. Seja a que preço for, você não deve demonstrar erradamente essa relação. Você não pode exemplificar o amor que a Igreja deve ter por Jesus Cristo, se esse tipo de amor não está em seu coração por seu marido. E ele deve ser visto como um resultado de sua vida de submissão. Você pode considerar essa ordem difícil demais. E é mesmo. Todos os seus piores temores de que Paulo possa estar realmente dizendo que você tem que obedecer a seu marido estão sendo confirmados. Repetidamente Paulo menciona a necessidade de submissão. Por que ele diz isso por tantas vezes? Porque muitas pessoas insistem em não ouvir. Talvez por isso Paulo repetiu por três vezes, em três versículos, de três maneiras diferentes, a mesma coisa. Ele sublinhou e destacou o princípio para seus leitores não deixaremno de perceber. Não há como esgueirarse de debaixo desse princípio ou de passar por cima dele. Isso é simplesmente impos-
ver por ele e viver nele. Por isso, vamos tentar entendê-lo. Para começar, há algumas preocupações erradas que devem ser esclarecidas. A submissão não elimina a liberdade; cria maiores oportunidades para que ela ocorra. Quando está mais livre o trem — quando vai aos solavancos, ladeira abaixo, fora dos trilhos, ou quando corre suavemente sobre os trilhos, confinado ou restrito, se é assim que você prefere dizer acerca dos trilhos? Ele está mais livre quando está onde deveria estar, fazendo aquilo para o que foi construído. R estrito aos trilhos significa liberdade. Confinado aos trilhos significa capacidade de realizar aquilo para que foi construído. Na verdade, o que traz a liberdade? Entrar no trilho certo. Quando é que uma pessoa está mais livre ao tocar um órgão ou piano? Estará mais livre para tocar um instrumento musical ao dizer: “Esqueçase das regras e das leis da harmonia, da escala cromática e de tudo o mais!”? Não estará livre se disser: “Olvide tudo isso!” mas sim, quando passa longas e difíceis horas ensaiando as escalas. “Como é que pode? ”, perguntará você. A pessoa que se senta ao órgão e diz: “Esqueça os livros e os ensaios!” não está livre. Ela elimina as pausas, usa erroneamente o pedal e suas mãos caem pesadamente sobre o teclado — produzindo guinchos, uivos e grunhidos. Qual o resultado? Pura cacofonia! Barulho! Essa pessoa não é capaz de tocar o órgão. Não é livre para criar música. Não é livre; está presa à sua própria falta de conhecimento, à sua falta de técnica, presa pelo fato de não ter passado todas as horas necessárias para se aprender a criar música. Mas a pessoa que segue o caminho longo e difícil da restrição, que trabalha dentro da estrutura, chega, finalmente, ao ponto em quepode abandonar os livros e criar sua própria música. No inundo de Deus, a liberdade nunca deixa de lado a estrutura. Quando alguém está livre para viver tal como Deus planejou, então está realmente livre. Ouvese muita coisa sobre a libertação da mulher, hoje em dia. Quero que você seja livre. Aqui está o caminho da verdadeira libe-
a mulher corra sobre os trilhos, permite que ela crie música em seu lar. Quando vocé fizer o que Deus traçou para você fazer como mulher, e for o que Deus traçou para você ser, então vocé será mais livre que nunca. No mundo redondo criado por Deus você não pode viver como um quadrado sem ter seus cantos arrancados. É impossível viver assim. Você pode tentar viver fora de forma. Pode tentar sentarse ao órgão com licença (que você pode chamar erradamente de liberdade), mas não será livre. O princípio de submissão permeia a vida toda. E isso envolve relações na igreja e também no lar (ver 1 Tim. 2.1115; 1 Cor. 14.34,35). Jamais uma mulher deve assumir posição de autoridade sobre um homem, como mestra ou dirigente. Assim, os dois ofícios dos anciãos lhe são negados. Isso não é dito sobre bases culturais, mas com base na ordem da criação e nas circunstâncias envolvidas na Queda. Mas, que está envolvido na submissão? Eis o pro blema principal a ser resolvido. Opiniões distorcidas são comuns e precisam ser corrigidas. Os próprios crentes têm interpretado a Bíblia erradamente neste assunto. Impuseram às mulheres cargas que a Bíblia nunca teve a intenção de pôr. Esmagaram dons e inutilizaram ministérios que teriam trazido grande alegria aos lares e bênçãos à igreja. Por isso, fazse mister um conceito bem real do que a Bíblia indica ao falar em submissão. Idéia generalizada sobre a submissão é a que reduz a mulher a mera propriedade. Ela é um bem móvel, possuído e manipulado pelo marido. Ela deve curvarse e arrastarse diante dele, sem jamais fazer sugestões ou objeções. Não deve abrir nem a boca nem a mente. Que faça a vontade do marido sem indagar ou sugerir. Tal idéia não é bíblica. Pode ser idéia islâmica; ou idéia da antiga cultura japonesa, mas não idéia tirada da Bíblia. Tal idéia deixa de expor a noção bíblica da submissão. Biblicamente, a mulher não deve ser esmagada aos pés do marido. Seus dons, dados por Deus, não devem ser ignorados ou suprimidos. Pelo contrário, a
Para entender esse assunto, volvamos a atenção para um trecho crucial que explica o papel do marido como cabeça. 1 Timóteo 3.4,5. Nessa porção, Paulo comenta as qualificações de um bispo. Os bispos devem ser escolhidos entre os homens da igreja que, em suas vidas, exemplifiquem o que Deus exige de todos os homens. Que qualidades deve ter esse homem? Em pri meiro lugar, diz Paulo, deve ser bom marido e bom pai. Se não for capaz de exercer a liderança cristã como cabeça do lar, também não poderá liderar bem a igreja. Como descrever a boa liderança no lar? Paulo diz que isso consiste de governar bem a própria casa e trazer os filhos sob disciplina, com toda a dignidade. A palavra chave da descrição da liderança bem sucedida é o termo governar. A tarefa do marido é governar a família. Governar ou administrar é a melhor tradução da palavra proistem i. A idéia que ela dá é a de alguém que controla, mas não faz tudo sozinho. Tal como deve ser o supervisor de uma congregação, assim o marido deve ser supervisor ou administrador do lar. Um bom administrador sabe conseguir que outros realizem algum trabalho. Sabe como descobrir, desenvolver e utilizar os dons de outros. Isso é um administrador, e isso é o que um marido deve ser. O marido, como cabeça da casa, é seu administrador. Ele é o cabeça; a cabeça não faz o serviço do corpo, O marido não deve responder a todas as perguntas ou pensar em todas as idéias; muito pelo contrário. Deve, porém, reconhecer que Deus lhe deu uma esposa para ser sua auxiliadora. Um bom administrador olhará para sua auxiliadora e dirá: “Ela tem certas capacidades. Se eu quiser governar bem a minha casa, devo providenciar para que cada um desses dons seja desenvolvido e posto em uso tão plenamente quanto possível”. Ele não irá querer esmagar a personalidade da esposa; ao invés disso, procurará levála ao máximo de desenvolvimento. Se ele não for um perito em matemática, dará graças a Deus por lhe ter dado uma esposa com capacidade matemática, e fará pleno uso dessa capacidade.
Ele seria um completo fracasso e um mau administrador se não pusesse em ação os talentos de sua esposa para manter a contabilidade em dia e pagar as contas. Isso não significa uma abdicação à sua posição; ele ainda deve exercer a autoridade final nas grandes decisões financeiras do lar (as de menor importância ele pode deixar nas mãos de uma esposa econômica.) Ele controla o todo, registra a situação financeira da família e toma todas as decisões finais onde há diferenças irreconciliáveis de opinião. No entanto, ele seria um tolo se não usasse os talentos que Deus deu à sua auxiliadora, e os usasse ao máximo. Assim, como podem ver, a autoridade do marido não destrói a personalidade da esposa; pelo contrário, é a melhor razão para desenvolvêla e usá la para a glória de Deus e a bênção do lar. “Mas isso é o Novo Testamento”, protestará você. “Que dizer do Antigo? ” Que dizer do Antigo? Considere a mulher ideal, tal como ela aparece ali (Provérbios 31.10 e ss.). Toda mulher deveria ler esses versículos freqüentemente, e seu marido faria bem lendoos de vez em quando. Como descrever tal mulher? Para começar, ela é chamada de “mulher virtuosa” (v. 10); literalmente, porém, o original diz “uma mulher de muitas partes”. O escritor vai separála em partes e analisar cada parte dessa notável mulher. Ela tem muitas facetas. Sua personalidade tem muitos aspectos. Possui muitos talentos que foram desenvolvidos e estão funcionando bem. Aqui está a figura de uma mulher verdadeiramente liberada. Ela não é diminuída de maneira alguma. Leva uma vida cheia, significativa e produtiva. Seu marido sabe como colocar suas capacidades em primeiro plano. Ele é um bom administrador que deixou a ela muitas decisões. Todos os seus talentos estão sendo plenamente usados para o seu lar. Tudo isso — e muito mais —está contido na frase “uma mulher de muitas partes”. “O seu valor muito excede o de finas jóias. O coração de seu marido confia nela e não haverá falta de ganho”. Ele pode confiar muitas coisas a ela, sem medo, e ela produzirá bons resultados. Essa é a idéia básica.
essa mulher. “Ela lhe faz bem e não mal, todos os dias da sua vida”. Notem, ela visa sempre a seu marido. Reconhece que sua tarefa consiste em ajudálo. Ela se preocupa com ele; ela o ama e sempre lhe faz o bem, todos os dias da sua vida. Ela está disposta a viver por ele. Tudo isso já fica bem claro desde o princípio. Ela se dispõe a trabalhar fisicamente no lar, como dona de casa, ou, usando uma expressão mais recente, como engenheira doméstica, se assim preferirem. “Busca lã e linho e de bom grado trabalha com as mãos” (v. 13). Há diferença entre fazer as tarefas diárias (que é o que está aqui esboçado, em termos dos deveres cotidianos) com alegria, e a maneira com que muitas mulheres as realizam. Por que muitas mulheres não apreciam o papel de donas de casa (ou engenheiras domésticas, se preferirem)? Porque nunca aprenderam a apreciar a execução de suas tarefas cotidianas. Pelo contrário, vivem a resmungar e reclamar de sua triste sorte como mulheres. “Os mesmos pratos de novo! Três vezes por dia eu lavo essas coisas, só para vêlos sujos de novo! Dia após dia, lá vêm os mesmos pratos; lavar, sujar, lavar, sujar, lavar, sujar. As mesmas roupas, lavar e passar do mesm o jeito. . E então — “O mesmo marido, os mesmos filhos!” é o passo seguinte. No entanto, realizar tarefas é parte da verdadeira vida neste mundo de Deus. Mas tais mulheres mergulham e nadam em sua autocomiseração. Pensam: “Meu marido sai para trabalhar e se encontra com gente interessante”. É claro que sim! Se as esposas ao menos soubessem! Vocês não sabem que os maridos também têm suas obrigações? “Quem é você para falar? ” dirá você. “Você se encontra com pessoas interessantes diariamente, como conselheiro. Claro! Hora após hora ouço mulheres despejando em meu ouvido os momentos difíceis que passam em casa! Sem essa! Todos têm suas dificuldades. Num mundo de pecado, todos têm problemas. A vida dos homens não é nem um pouco mais fácil que a sua. Não é mais romântica ou mais cheia
qualquer que seja a sua tarefa. Isso é verdade também no caso de seu marido. A imagem bíblica da mulher liberada é a de alguém que aprendeu a fazer seu trabalho com alegria. Aprendeu a cantarolar enquanto lava a louça. Ela sente gratidão pela comida que suja os pratos. Talvez como homem eu não devesse fazer a sugestão seguinte, mas vou fazêla. Talvez você a rejeite como uma típica tolice masculina. É um direito que lhe cabe, e quiçá você esteja certa. Digamos que se dos vinte aos sessenta anos (para arredondar os números) eu me defrontasse com a possibilidade de passar cinqüenta anos cozinhando, penso que quereria saber muito mais sobre a preparação de alimentos do que a maioria das mulheres. Não estou criticando o produto final, vocês compreendem. Mas, por exemplo, a maioria das mulheres nem sabe por que a água ferve. Com certeza elas conhecem muito pouco ou nada das reações químicas que ocorrem entre os vários alimentos e temperos. Se eu tivesse que enfrentar a cozinha dia após dia, tal como você faz, tendo apenas livros de receitas para manusear, também não cantaria tão alto. Se tivesse de cozinhar pelo resto de minha vida desse jeito, talvez achasse bem difícil fazêlo com alegria. Penso que tentaria aprender ao menos alguma coisa dos princípios de química existentes na preparação dos alimentos, pelo menos os princípios mais elementares, para que pudesse fazer idéia do porque, ao cozinhar, os elementos químicos reagem da maneira como o fazem. Então cozinhar poderia começar a ser empolgante. Você poderia começar a experimentar disso um pouco. Seria capaz de ír além dos livros de receita, sem receio de envenenar a família. “Isso parece o típico raciocínio masculino”, você dirá. Talvez seja, mas ofereço a sugestão de qualquer maneira, pois quanto mais você se dedica ao cozinhar, mais recebe disso. Você terá prazer em cozinhar, se realmente se atirar à cozinha. Ada L. Roberts escreveu um livro chamado Pães Favoritos da Fazenda Rosa
Essa mulher se interessava pelos princípios da química envolvidos na preparação de pães. Suas inovações provo caram sensíveis melhoras no fabrico do pão. Eis uma mulher que começou a indagar: Por que pôr os ingredi entes costumeiros no pão? Por que não usar outros? Por que pô-los nesta ordem, e não nesta outra? Apa nhou o livro de química de seu filho e descobriu, por exemplo, que o sal retarda a ação do fermento. Par tindo dessa e de outras idéias básicas, ela criou novos processos e se tornou uma pioneira no uso de novos ingredientes. Seu livro é formidável; sei disso porque comi alguns de seus pães! A sra. Roberts usou um pouco de raciocínio, uma pitada de originalidade, e acabou se divertindo muito ao preparar pães de qualidade muito superior. Por que você não faz algo assim? Transforme suas tarefas cotidianas num prazer; atire-se a elas com entusiasmo. Trabalhe com as mãos, entusiasmada. A seguir, a mulher ideal é comparada a um navio mercante. Ela é como o navio mercante porque traz de longe os alimentos para seu lar. Nossos bisavós tinham de fazer o mesmo. Precisavam sair todos os dias para conseguir comida, pois não havia geladeiras. Ainda há lugares no mundo em que a maior parte do dia de uma mulher é usada para a obtenção de comida para a sua família. Ela precisa procurar em lugares distantes para conseguir o melhor preço e a melhor qualidade. É assim que a mulher se assemelha ao navio mercante. E pelo fato de tudo isso exigir muito tempo, ela precisa levantar-se quando ainda está escuro, para dar “manti mento à sua casa e as tarefas às suas servas”. “Ah, ela tinha empregadas!” , dirá você. Sei em que você está pensando: “Se eu tivesse empregadas conseguiria realizar tanto quanto ela”. Ora vamos, você tem empregadas com as quais ela jamais sonhou: refrigeradores, congela dores, lavadoras automáticas, secadoras, lavadoras de pratos. . . Há uma tomada para cada coisa em sua cozinha, exceto para as crianças! E suas “empregadas” não lhe respondem mal. Portanto, essa desculpa não a livra, nem por um segundo, da responsabilidade.
mulher se envolve em negócios imobiliários. Ela examina uma propriedade e ela mesma a adquire. Ela possui grande capacidade, e seu marido reconhece isso. Como bom administrador, é claro que ele já percebeu que ela pode tratar desses assuntos por si mesma. Obviamente essa mulher não parece estar sendo reprimida. Sua capacidade para negócios é usada em benefício de seu lar. Notem: . .planta uma vinha com a renda do seu trabalho”. Além de comprar uma propriedade, ela torna seu campo produtivo, com o dinheiro que ela mesma ganhou anteriormente. Ela “cinge os seus lombos de força e fortalece os seus braços”. Terá que fazer isso se pretende trabalhar na vinha que plantou. “Ela percebe que seu ganho é bom; a sua lâmpada não se apaga de noite”. Ela consegue tirar o máximo valor de tudo, embora, para fazer isso, precise trabalhar até altas horas da noite. “Estende as mãos ao fuso, mãos que pegam na roca”. Por causa disso, “abre a mão ao aflito e ainda a estende ao necessitado”. Que binômio maravilhoso! (vs. 19 e 20): o fato de estender as mãos ao trabalho torna possível estender as mãos aos que sofrem necessidade. “No tocante à sua casa, não teme a neve, pois todos andam vestidos de lã escarlate”. Ela fez agasalhos vermelhos para a família! Ela também costura belas roupas para si mesma. Suas vestes são “de linho fino e púrpura”. Essa mulher vai às lojas, compra moldes prontos, sentase à sua máquina de costura e começa a preparar suas roupas. Ela anda bem vestida e pode usar roupas finas, porquanto costura a sua própria roupa. Agora, observemos o marido dessa mulher: “. . . seu marido é estimado entre os juizes na porta, quando se assenta com os anciãos da terra”. Por favor, não entendam erroneamente essa passagem. A figura que se nos apresenta não é a de uma mulher trabalhando feito escrava em casa, enquanto o marido passa o dia assentado, à toa. “À porta”, nas Escrituras, sempre se refere ao tribunal da cidade, o local onde se exercia o governo
local. A idéia é que seu marido, pelo fa to de ter uma mulher como ela, alcançou lugar de proeminência na cidade. Esse é o fato. Ele se tornou um dos líderes da comunidade. É um dos homens mais importantes da cidade; fielmente, ela o ajudou a galgar essa posição. Ela faz roupas de linho e vendeas; também fornece cintos aos comerciantes. Mantém vários negócios paralelos. Faz transações imobiliárias. Possui uma vinha. Faz roupas e cintos para vender. A idéia de que a mulher não pode ter empregos é falsa. Aqui está a esposa de um proeminente líder comunitário que o faz. A chave para determinar se um emprego é apropriado ou não está simplesmente em saber se o emprego ajuda ou prejudica a família. “A força e a dignidade são os seus vestidos, e quanto ao dia de amanhã não tem preocupações. Fala com sabedoria, e a instrução da bondade está na sua língua”. Ela não é uma escrava, trabalhando por toda a casa. Tampouco é apenas uma mulher com tino comercial. Também é intelectualmente ativa. E não apenas isso, pois sabe como aplicar seus pensamentos às vidas de outras pessoas com sabedoria. No livro de Provérbios, a sabedoria é sempre considerada sabedoria divina. Aquilo que sabe, ela usa sabiamente, de modo a se tornar uma bênção e uma força beneficente em favor de outros. Outros a procuram para ouvir o que ela tem a dizer. “Atende ao bom andamento da sua casa e não come o pão da preguiça”. Isso é óbvio. Levantamse seus filhos e lh e chamam di tosa; seu marido a louva, dize n do : M uitas mulheres procedem virtu osam ente, mas tu a todas sobre pujas. Enganosa é a graça e vã a form osura, mas a mulher que teme ao SENHOR, essa será louvada. Dailhe do fru to das suas mãos e de público a louvarão as suas obras (Provérbios 31.2831).
Eu lhes digo uma coisa: esse ideal, apresentado
Você pode debater minha afirmativa, se quiser, e da maneira que melhor lhe parecer. Essa mulher é feliz! Esse fato salta aos olhos, em cada um dos versículos. Ela é realmente “realizada”, para usar uma palavra moderna. Ela é uma mulher, em todos os sentidos dessa grandiosa palavra. Cada um dos talentos que ela recebeu de Deus foi desenvolvido e posto em atividade. Sua personalidade não está sendo esmagada. Ela não é arrastada pelos cabelos, de um lado para outro, por seu marido. A figura bíblica é a de uma mulher liberada, submetendose alegremente à autoridade de seu marido e vivendo alegremente para ele. Ela está profundamente envolvida no sensacional projeto de descobrir tudo quanto Deus planejou para a mulher, quando a criou para ser a auxiliadora de seu marido. Ela não é auxiliadora apenas no aspecto do trabalho físico, taí como lavar a roupa, mas também na resolução de problemas e na tomada de decisões. De fato, ela o ajuda de todas as maneiras possíveis. Seu marido utiliza ao máximo a ajuda dela. Mas, quando chegam a uma decisão final, e ela diz: “Acho que não deveríamos mudar”, e ele diz: “Acho que deveríamos”, a decisão cabe a ele, e a ela compete submeterse. Depois que cada fator foi considerado e discutido inteiramente, ele ainda diz “sim”, e ela sabe que a decisão já está tomada. Isso é submissão. Não significa impossibilidade de falar, sugerir, ou até mesmo persuadir (de maneira submissa). Significa que o marido arca com a responsabilidade final do lar, e que a mulher está disposta a aceitar esse fato. Alguém tem que ter a palavra final. Alguém tem que ser responsável perante Deus pelas decisões da família. Onde todos são “os responsáveis” não há, na verdade, nenhum responsável. Toda e qualquer organização deve ter um ponto em que a corrente da responsabilidade é interrompida. No lar, que é uma organização, essa corrente não pára na esposa, e, sim, no esposo. É trabalho dele a supervisão de tudo, certificandose de que tudo corre tal como Deus diz que deve correr, e sua esposa deve ajudálo a fazer isso.
responsabilidades. Talvez a mais difícil e desconcertante de todas elas seja a de dirigir você! Pense nisso por um pouco. Se você acha difícil se submeter, pense na função de seu marido. Ele deve dirigir a você. Será possível? Será possível dirigir uma mulher? A resposta é afirmativa. Essa resposta se acha aqui mesmo, em Efésios 5, mas deve esperar pelo capítulo seguinte para ser esclarecida. A pergunta, neste ponto, é simplesmente esta: a despeito de seu marido assumir ou não a sua responsabilidade, ó mulher crente, você é submissa? Perante Deus você tem a responsabilidade de ser submissa. Você deve se submeter, mesmo que seu marido deixe de cumprir o seu papel. Pedro deixa isso bem claro em sua primeira epístola (capítulo 3). Devemos considerar isso em maiores detalhes mais adiante. Quer ele faça sua parte ou não, Deus exige que você seja submissa a seu marido, em tudo, como ao Senhor. A única exceção a essa regra ocorrerá se seu marido exigir que você faça algo que viole diretamente um claro mandamento de Deus. Então ele deixa de agir com a autoridade de Deus. Tal como os discípulos disseram, quando foram proibidos de pregar: “Antes importa obedecer a Deus que aos homens”. Duas autoridades em conflito são mencionadas: a autoridade de Deus e a autoridade do homem. Àquela altura dos acontecimentos, o estado não estava usando sua autoridade da paríe de Deus; usava a autoridade humana. A autoridade de Deus nunca se contradiz. Onde surgem tais conflitos, há duas autoridades em choque, e não apenas uma. Deus não age contra a Sua própria autoridade. Tomemos, por exem plo, o casamento de suas pessoas nãocrentes. Elas eram, realmente, “da pesada”, e costumavam praticar o casamento coletivo. Mas agora, um deles se tornou crente. Vamos dizer que tenha sido a esposa. Certa noite, seu marido incrédulo lhe diz: “Vamos fazer uma troca de casais hoje à noite”. Ele está pedindo que ela viole um claro mandamento de Deus: “Não adulterarás”. Com uma atitude de submissão, ela deve recusarse a tal. Ela
terse a seus maridos. Você nunca deve usála dessa maneira. Ela se aplica somente quando o caso envolve uma violação flagrante da lei de Deus. Mas tais ocasiões são extremamente raras. O que Deus requer não é fácil; os pecadores procuram fugir dessas exigências. Mas, pela graça de Deus, você pode experimentar as satisfações de uma mulher verdadeiramente liberada. Quando você aprender a ser a auxiliadora submissa de seu marido, essas alegrias serão suas. Você pode conhecer a liberdade de viver dentro da estrutura de Deus. Por que não pôr tudo isso à prova?
QUADRO DE AVALIAÇÃO DA ESPOSA Sou realmente submissa, disposta a orientar minha vida em direção a meu esposo, e viver para ele? Nos espaços abaixo, cinco áreas-modelo são mencionadas. Submeta-se a um teste paia ver se tem demonstrado submissão em cada uma delas, anotando o exemplo de submissão que se aplica a cada área.
ÁREAS
EXEMPLOS
Tarefas caseiras
Disciplina
de crianças
Relações sexuais
Relações sociais
T rabalho do marido
Se você foi incapaz de completar com sucesso a tarefa acima, talvez precise reconsiderar o seu papel como esposa. Talvez seja necessário arrepender-se e con fessar pessoalmente o erro, perante seu marido. No espaço abaixo, aliste quaisquer mudanças que você pense
Capítulo 7 LIDERANÇA AMOROSA No capítulo anterior vimos que os temas de Efésios 5.2233 podem ser destacados por meio de duas perguntas: Maridos, vocês amam suas esposas o bastante para morrerem por elas? Mulheres, vocês amam seus maridos o bastante para viverem para eles? Paulo fala primeiramente às mulheres, e depois se dirige aos homens. Seguimos sua orientação. Assim sendo, vamos considerar agora a primeira pergunta e suas implicações para a família cristã. Qual é a relação entre o esposo e sua esposa?
A moeda tem dois lados. Um dos lados é a submissão. A mulher deve se submeter ao marido tal como a Igreja se submete a Cristo. Paulo afirma isso de três maneiras diferentes, tão direta, clara e explicitamente que não há meio de escapar à obrigação. Deus coloca essa responsabilidade sobre toda esposa crente, para seu próprio bem, e para o bem de seu esposo. Afirma que ela deve se submeter a seu marido como seu “cabeça”, tal como Cristo é o “cabeça da Igreja” (v. 23). Daí em diante, ele passa a explicar o significado dessa liderança e das obrigações que ela acarreta: Maridos, amai vossas mulheres, com o tam bém Cristo amou a Igreja, e a Si mesmo Se entregou por ela, para que a santificasse, tendoa purificado por m eio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a Si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem cousa semelhante, porém santa e sem defeito. Assim também os maridos devem amar as suas m ulheres c om o a seus próprios corpos. Q uem ama a sua esposa, a si m esm o se ama. Porque ninguém jamais odiou a sua própria carne, antes a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a Igreja; porque somos membros do Seu corpo. Eis por que deixará o homem a seu pai e sua mãe, e se unirá à sua mulher, e se tor narão os dois uma só carnc. Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à Igreja. Não obstante, vós, cada um de per si, também ame a sua própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite a seu marido. (Efésios 5.2533)
Se às esposas parece difícil obedecer aos mandamentos de Deus, devem considerar que, em comparação às palavras de Paulo aos maridos, a submissão é algo relativamente simples. Uma coisa é aprender a se sub meter a outra pessoa. Isso é difícil: vai contra a nossa natureza. Não gostamos de nos submeter; o velho homem (ou mulher) interior se rebela. E, 110 entanto,
o destino das esposas crentes é bem suave. A outra face da moeda é a liderança. Ele lhes ordenou, maridos, qUe vocês exemplifiquem a Sua autoridade sobre a Igreja. Pense nisso! Uma coisa é a esposa exemplificar a Igreja em seu relacionamento com Cristo. Esse relacionamento deveria ser perfeito, mas todos sabemos que está longe de sêlo. Mas a liderança de Jesus Cristo, ao contrário da obediência tão falha de Sua Igreja, é perfeita. Ê perenemente apropriada e correta. E sempre sábia. Sempre incorpora tudo quanto Deus ordenou. E você, marido, deve exemplificar isso. Essa é a tarefa que Deus impôs sobre os ombros dele. Obviamente, é difícil demais. A tarefa é grande demais para seres humanos pecaminosos e fracos. Você c incapaz de cumprir esse mandamento. Somente na medida em que o Espírito de Deus operar em sua vida você poderá começar a aproximarse da liderança amorosa que o Senhor exerce sobre a Sua Igreja. No entanto, você não deve almejar qualquer coisa que seja inferior a isso, em seu relacionamento com sua esposa. Você deve imitar a Ele em toda a sua maneira de viver. Ser semelhante a Jesus Cristo, no relacionamento com sua esposa, é uma gigantesca ordem a cumprir. Você deve ser o cabeça de seu lar, inclusive de sua esposa, tal como Cristo é o cabeça da Igreja. Quando você falha, não falha apenas em relação à sua esposa; também fracassa quanto a representar o amor de seu Senhor pela Sua Igreja. Por isso, sua tarefa é tão solene. Quando você deixa de refletir a Cristo em seu casamento, prejudica o nome dEle. Você foi chamado para revelar a Jesus Cristo, mediante a liderança que exercer em seu lar. Deus impôs Seus mandamentos tanto sobre o esposo quanto sobre a esposa; a obrigação de cumprilos não é maior num caso que no outro. O papel da mulher depende do mandamento de Deus, tanto quanto se dá com o papel do marido. As esposas crentes não devem esquecer suas obrigações, nem ser descuidadas com elas, dizendo que somente seus maridos receberam a tarefa de revelar a Jesus Cristo no casamento. Todos devem
ma, ambos devem obediência a Cristo, pelo cumprimento de todos os Seus mandamentos. A distinção é unicamente de papéis. E, no entanto, devido à distinção de papéis, quando um marido falha ele turva a imagem de nosso Senhor de modo especial, impossível a uma esposa. A autoridade de Cristo no lar, por exemplo, está centralizada no marido. Não está centralizada na esposa ou nos filhos. Deus depositou Sua autoridade para a família primariamente no marido. É responsabilidade dele providenciar para que ela seja exercida, e exercida apropriadamente em sentido que honre a Cristo. A esposa não arca com o mesmo tipo de responsabilidade. Assim, há um sentido vital em que o marido, de forma mui particular, exemplifica a Jesus Cristo, pelo modo como exerce autoridade no lar, ou deixa de fazêlo. Portanto, ele, de maneira mais deplorável, dá uma imagem distorcida de Cristo a outras pessoas, quando fracassa. Examinemos a responsabilidade que foi lançada aos ombros do marido. Como crente que é, ele é responsável perante Deus pela liderança de sua família. Ele é o cabeça do lar. Ser o cabeça significa ser o líder. Não significa apenas autoridade a exercer. Não significa apenas usar o uniforme e ter o direito de dar a palavra final. Significa tudo isso, mas também significa assumir as responsabilidades que acompanham tal autoridade. Os maridos devem viver à altura da responsabilidade da liderança que corresponde à sua posição de cabeça do lar. Eles devem, de fato, dirigir o lar. Um líder é líder em substância, e não apenas de nome. Ele possui mais do que poder exterior; possui também poder interior. Assim, o marido é responsável por tudo quanto sucede em seu lar. Nada deve acontecer no lar de que ele não esteja consciente. Nada deve acontecer a seus filhos que escape à sua vigilância e sobre o que ele não tenha a última palavra. Sua esposa não deve ensinar, fazer ou falar qualquer coisa no lar que ele desaprove. Essa é a autoridade da liderança a que ele foi chamado. Naturalmente, é difícil exercer tal liderança. E foi aí que paramos no último capítulo. O cabeça do
é a mais árdua de todas as tarefas! Como é que se controla uma mulher? Essa pergunta continua aguardando resposta. Notem, em primeiro lugar, no entanto, que, como cabeça do lar, ele deve governar bem a sua casa. Em 1 Tim óteo 3.57, brevemente mencionado há pouco, Paulo alista as características dos homens que levaram uma vida digna do pastorado. Os presbíteros devem ser exemplos para todo o rebanho. Vejam o que ele diz sobre tais homens. O presbítero deve ser, entre outras coisas, alguém que “governe bem a sua própria casa”. Ele preside ou administra o seu lar, “criando os filhos sob disciplina, com todo respeito”. E Paulo continua: “. . .pois se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus? ” Por três vezes nas Escrituras o marido é chamado de “administrador” de sua casa. Uma delas é a passagem que ora consideramos. No versículo 12, também se exige dos diáconos que sejam bons administradores de seus lares e de seus filhos. É desnecessário comentar os vários tipos de pessoas que constituem uma casa. Uma casa pode incluir empregados, tutores, govefnantes, e assim por diante. O fato é que o marido deve presidir a todas as pessoas e atividades. E os filhos são especialmente mencionados. Sua casa deve, portanto, estar sob o seu controle. Ele é o cabeça de todos os que vivem em sua casa. Paulo aponta especificamente, em Efésios 5, que o marido é o cabeça não apenas dos filhos, mas também de sua esposa (vs. 23). Sua função é assumir a liderança. No capítulo anterior vimos que exercer autoridade não significa esmagar os talentos e dons da esposa. Não significa tomar decisões sem fazer consulta a ela e aos filhos; não significa deixar de dar à esposa o poder de tomar decisões ou fazer qualquer coisa por si mesma. O quadro que a Bíblia apresenta é exatamente o contrário. Um bom administrador sabe como fazer seu pessoal trabalhar. Um bom administrador sabe como manter seus filhos e sua esposa igualmente ocupados.
nhecera em sua esposa toda forma de capacidade, toda espécie de talentos recebidos da parte de Deus, e havia estimulado sua esposa a desenvolvêlos e utilizálos. Ela estava usando esses talentos e capacidades para benefício de seu marido e de sua família. É isso que faz um bom administrador. Ele tomará bastante cuidado para não negligenciar ou destruir as capacidades de sua esposa. Pelo contrário, ele as usará ao máximo. O bom administrador reconhecerá que Deus providencioulhe sua esposa como uma auxiliadora sua. Ele se lembra da passagem que diz: “O que acha uma esposa acha o bem”. Ele não reputa sua esposa alguém que precisa ser arrastado pela vida afora. Pelo contrário, pensa nela como uma bênção de Deus, útil, prestimosa e maravilhosa. Ela é uma auxiliadora e, como tal, ele perm itirá que ela o auxilie. Ele a estimulará a ajudálo. Um administrador focaliza sua visão em tudo que acontece em sua casa, mas não faz tudo sozinho. Pelo contrário, examina a situação como um todo e mantém tudo sob controle. Sabe tudo quanto está sucedendo, sabe com o tudo está acon tecendo, e somente quando é necessário é que intervém, para mudar ou modificar ou ajudar de alguma maneira. Obviamente, isso não significa que ele jamais assuma as suas próprias responsabilidades. É claro que o fará. Hoje, especialmente, a tarefa do marido como administrador é importantíssima. Se a administração jamais foi importante para o lar, hoje ela é de importância vital; ela cresceu em importância em nossos dias. Em épocas passadas, o marido vivia dentro de sua comunidade. Trabalhava próximo de sua casa. Normalmente vinha almoçar em casa. As viagens não eram tão comuns como hoje. Agora os maridos saem de casa e vão trabalhar no centro da cidade grande, voltando para casa tarde, de noite, quase à hora de dormir. Fazem isso cinco vezes por semana, pouco vendo a família, a não ser nos fins de semana. Até mesmo nas áreas rurais a situação mudou. Papai vem almoçar em casa, mas os filhos estão na escola integrada de tempo inte-
pessoas vão embora em automóveis e já não se vêem tanto quanto em outros tempos. Assim, o marido, estando tanto tempo fora do lar e sem contato com a família, precisa esforçarse ao máximo para estar por dentro do que está acontecendo, através de sua mulher. Ele deve conversar a esse respeito com sua esposa regularmente. Deve conversar sobre o que está acontecendo com a família. Deve certificarse de que tudo está acontecendo como deveria, tomando resoluções para corrigir o que estiver errado. Apesar das condições da sociedade atual, Deus não isentou os maridos de suas responsabilidades. Estas podem agora ser mais difíceis de exercer, mas, a despeito disso, os pais de hoje em dia são tão responsáveis e necessários quanto seus próprios pais foram no passado. Por isso, muito mais devem eles pensar em suas famílias e exercer fielmente sua função administrativa no lar. Liderar a família significa cuidar para que todos os membros da família recebam o melhor tratamento. Bem estar físico, alimentação, roupa, moradia — tudo o que normalmente denominamos de necessidades — deve ser providenciado. No entanto, tal provisão não constitui a principal área de fracasso entre os maridos. O ponto onde eles mais falham, o lugar onde sua liderança tende a desintegrarse mais seriamente, e onde você pensa que os maridos deveriam ser mais zelosos no exercício de sua liderança, é no culto familiar, no estudo das Escrituras em família, na oração doméstica, na freqüência da família às atividades da igreja, no testemunho da família à sua comunidade, na relação direta que a família deve ter com Deus ao realizar o serviço a que Ele os chamou, como indivíduos e como família. Você esperaria ver grande zelo pelo treinamento dos filhos no conhecimento e nos caminhos do Senhor. No entanto, é justamente aqui que os maridos fracassam mais lamentavelmente. Com grande freqüência, a mulher 6 o único estímulo para que a família se ocupe dessas coisas. É ela quem estimula tais atividades. Ela tem necessidade de dizer constantemente a seu marido:
Na Igreja de Jesus Cristo, a liderança nessas áreas freqüentemente pertence à mulher, e não ao marido. Isso é, ao mesmo tempo, uma usurpação e uma abdicação da responsabilidade. Essa inversão de funções tem funestas conseqüências. Pense no que ela produz nas crianças. Como é que as crianças aprendem? O que elas aprendem? Aprendem muito pelo exem plo. Aprendem que a igreja é para mulheres. Aprendem que os homens podem passar sem ela. Aprendem que o cristianismo não é uma religião muito masculina; é ótima para mulheres e crianças, mas que para os homens é um artigo opcional. Como se o cristianismo fosse pouco masculino! Isso faz parte dos problemas atuais. Os homens de hoje têm a idéia de que o cristianismo não é uma reli gião para homens, sob aspecto nenhum. Há muitos homens que crescem com essa visão do cristianismo. Os quadros em que pintores representam Cristo mos tramnO como um indivíduo emaciado, fraco e quase feminino. Obviamente, o Cristo dos artistas jamais poderia ter suportado os dias anteriores à Sua morte, especialmente aquela última noite. Ele não era um fracote qualquer! Mas tais quadros, observados ano após ano, geração após geração, destruíram o conceito de um Cristo másculo e viril. Os defensores do evangelho social contribuíram para aumentar o problema. Suas encenações de um poltrão não se originaram com o Salvador másculo que veio morrer na cruz por Seu povo, que lutou contra o diabo, que conquistou a vitória e rompeu as cadeias da morte. Seus pontos de vista distorcem grosseiramente o lado masculino do cristianismo. Esse tipo de cristianismo efeminado combina bem com o que ouvimos nas músicas de Jesus Cristo Superstar. Ao longo de todo o disco, Jesus ouve a seguinte pergunta: “Quem é você? quem é você? ” Não há uma resposta máscula. Não há ressurreição, não há vitória; nada daquele disco representa acuradamente a figura poderosa que combateu e venceu ao último inimigo. Ele permanece entre os mortos, derrotado, Ele mesmo duvidando de Sua própria
o homem real e o verdadeiro Deus, que Ele era. As Escrituras O apresentam com o hom em e Deus — não apenas como homem. Como homem ele cresceu numa carpintaria, antes do advento das ferramentas elétricas. Deve ter criado músculos e braços fortes. Certo dia ele entrou naquela área do Templo onde os cambistas profanavam a adoração a Deus e os expulsou dali. Derrubou suas mesas e soltou os pombos, mas o povo não resistiu. Não há qualquer indicação, nessa passagem, que sugira que a falta de resistência por parte dos cambistas se tenha devido a algum poder miraculoso. Pelo contrário, a passagem parece indicar exatamente o oposto. O poder e a autoridade de um homem que agia corretamente perante Deus, foi isso que eles viram, diante do que tremeram e fugiram. Pois Cristo era um homem. Ninguém pode ler o capítulo vinteetrês de Mateus, onde Ele repreende os escribas e fariseus e diz: “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas!” por várias e várias vezes, sem ver um homem que estava enfrentando o pecado de peito aberto, com toda a masculinidade de alguém que tinha o poder de uma vida sem pecado. Essa masculinidade também é demonstrada em Sua compaixão. Cristo era um homem que não tinha vergonha de chorar por causa da morte de um amigo a quem amava profundamente. Cristo era um homem. Pais que procuram emular a autoridade de Cristo devem ser homens. O cristianismo é uma religião masculina. Tem um Salvador que era tão homem que chegou a entregarse à morte. Ele não temeu a morte. Apesar de todos os horrores da cruz, as torturas físicas envolvidas e a agonia de ser rejeitado por Deus, Ele resolveu firmemente ir para Jerusalém. Caminhou sempre em frente, a fim de receber ali, sobre Si mesmo, a culpa e a penalidade da ira de Deus, em favor de Seu povo. Aqueles que depositam sua confiança nEle encontram vida através de Sua morte. Ele era um homem, um homem que amava tão profundamente que Se dispôs a dar Sua própria vida em favor de Seu povo, da Igreja que é repre-
tipo estão tão intimamente ligados na mente de Paulo que, no fim do capítulo, ele é forçado a explicar: “Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à Igreja”. Paulo havia fundido os dois pensamentos de tal modo, em sua mente, que tinha a tendência de fundilos também quando escrevia. A liderança do marido deve refletir a liderança de Cristo sobre a Igreja, no amor de Jesus Cristo por Sua Igreja. Liderança, portanto, não consiste apenas de autoridade. Também não é aquele tipo de liderança em que apenas uma pessoa assume responsabilidades. E também uma liderança amorosa, tão profundamente influenciada pelo amor de Jesus Cristo que, ao fim de algum tempo, o marido é capaz de amar sua esposa como Cristo amou à Igreja; isto é, ao ponto de morrer por ela. Notem que quando Paulo diz que “o marido é o cabeça da mulher tal como Cristo é o cabeça da Igreja”, está falando do tipo de liderança que Cristo exerce sobre a Igreja. Vejam o que diz Efésios 1.22, onde Paulo descreve a liderança de Cristo sobre a Igreja. Se o marido desejar saber qual o aspecto de sua liderança sobre sua mulher, como ela se assemelha à liderança de Cristo sobre a Igreja, pode descobrilo neste versículo. Diz ele: “Deus pôs todas as coisas debaixo de Seus pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, O deu à Igreja, a qual é o Seu corpo”. Em outras palavras, todas as coisas que foram dadas a Jesus Cristo Lhe foram dadas visando à Sua Igreja; e Ele exerce a liderança para bênção e benefício da Igreja. O poder, a autoridade, a glória, a honra e a liderança que Cristo tem, à direita do Pai, Lhe foram dados para que Ele os possa exercer e mediar para a Sua Igreja. Sua liderança é orientada para a Igreja. A Igreja é o Seu corpo. A cabeça alimenta o corpo, nutre o corpo e cuida do corpo. A cabeça não procura apenas cuidar de si mesma, mas sempre se preocupa com o corpo. Sempre enviando as mensagens que trarão restauração e oferecerão a segurança e o bem estar das várias porções do corpo, a cabeça cuida do corpo e o preserva. A liderança de Jesus Cristo envolve uma profunda
preocupação pela Igreja. Esse é o tipo de liderança que os maridos são chamados a exercer sobre suas esposas. Eles são cabeças sobre as esposas tal como Cristo é cabeça sobre Sua Igreja. E isso significa que eles não exercem uma liderança independente, permanecendo alheios, num alto pedestal, enquanto suas esposas se ajoelham e arrastam a seus pés. Pelo contrário, é uma liderança que ministra à esposa, uma liderança que se interessa por ela. É uma liderança de amor que visa a tudo que um homem pode fazer por sua esposa. Cristo amou a Igreja o bastante para morrer por ela. Não lhe dará, portanto, todas as coisas? É claro, diz Paulo. E assim cada um deve agir para com sua esposa. Não se permite uma liderança arbitrária e tirana. Liderança é amor, é darse de si mesmo. O marido deixou de ser uma pessoa isolada; não pode mais viver para si mesmo. Até a pessoa solteira não deve fazer isso. O marido tem sérias obrigações para com sua esposa. É seu dever (e alegria) ter em vista sua esposa, em todas as suas decisões. Deve tomar decisões visando sua esposa. Como Cristo age tendo Sua Igreja em vista, assim o marido deve agir, tendo sua esposa em vista. Deve cuidar dela. Deve amála profundamente, como Cristo ama Sua Igreja. A liderança em si, que à primeira vista poderia parecer algo ofensivo para a esposa, acaba sendo algo benéfico e glorioso. A seguir, Paulo fala de amar à esposa como a si mesmo, na verdade, como ao próprio corpo. A Igreja é o corpo de Cristo, o qual é o cabeça, e a esposa é semelhante ao corpo. Paulo afirma a o s maridos que a esposa c como o próprio corpo. Ele baseia seu argumento no Antigo Testamento, citando Génesis 2.24. Sua afirmação é que quando o homem deixa seu pai e sua mãe, e se une à sua esposa, tornamse ambos uma só carne. Esse relacionamento é tão íntimo que amar a esposa é, virtualmente amar a si mesmo. Sempre que o marido faz algo por sua esposa, isso afeta a ele mesmo. Sua esposa é tão íntima dele, tão parte dele, que é como o seu próprio corpo. É isso que ele quer ressaltar. É por isso que ele
mulheres como a seus próprios corpos. Quem ama a sua esposa, a si mesmo se ama”. O relacionamento é tão íntimo que ele pode ferir-se a si mesmo, ferindo sua esposa. Por outro lado, ele nada mais faz do que ajudar-se a si mesmo quando ajuda sua esposa. Isso é verdade de uma centena de modos. Uma esposa feliz significa um marido feliz. O marido que ama sua esposa, recebe amor em troca. Paulo continua: "Por que ninguém jamais odiou a sua própria carne, antes a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a Igreja”. As duas palavras gregas mais ternas que Paulo poderia usar são encon tradas neste versículo: alimentar e cuidar. Os maridos sabem alimentar seus corpos e cuidar deles, não? Al guma coisa escorrega e João corta seu braço com uma ferramenta. O sangue começa a cair e ele corre ao arma rinho de remédio. Lava cuidadosamente a ferida, cuida dela, tratando-a com cuidado e carinho. Pode passar os seis dias seguintes dispensando cuidados e carinho ao braço ferido! Supostamente as mulheres são mais capazes de suportar a dor do que os homens. Estes sentem mais as dores e parecem saber como cuidar e tratar de seus ferimentos! No entanto, poucos homens sabem como tratar suas esposas com cuidado e carinho. Pedro também se refere a essa necessidade (1 Pedro 3.7): “Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar com discerni mento; c tende consideração para com a vossa mulher, como parte mais frágil, tratai-a com dignidade. . .” Vejam bem, o marido deve tratar de sua esposa com carinho, porque ela é “mulher”, ou, em outras palavras, é fem inina. Era isso que Pedro dizia. Os maridos não devem esperar que suas esposas ajam como homens. Quando maridos reclamam que suas esposas não são suficientemente femininas (uma reclamação bastante comum), devem perguntar a si mesmos se as têm tratado como mulheres. O marido deve levar em consideração o papel da mulher e o seu próprio papel. Ele deve ser carinhoso, delicado e compreensivo com ela ao cumprir
penhe corretamente o seu papel perante Deus e seus filhos. Para ser compreensivo, ele deve tentar se envolver na situação da esposa e encarar, tanto quanto possível, o que ela está enfrentando do pontodevista da mulher. Isso é algo difícil de conseguir, mas é o que significa ser compreensivo com outra pessoa: tentar viver na pele dessa pessoa. Naturalmente, a pele não vai servir perfeitamente. No entanto, os maridos devem tentar entender o que significa ser mulher, diz Pedro. É difícil para o marido entender o que acontece quando a esposa está nas regras e fica um pouco irritada e melancólica. Isso é algo difícil para os maridos. Eles não entendem o problema porque não têm o problema. No entanto, devem esforçarse ao máximo para entender e tratar suas esposas com delicadeza nessas ocasiões. E as esposas podem ajudar explicando. É difícil para o homem entender o que significa ficar em casa com as crianças o dia todo, todos os dias, trocando fraldas de manhã, à tarde e à noite, bem como nos intervalos. De vez em quando é bom para o marido trocar meia dúzia de fraldas, mesmo que a única razão para fazêlo seja obter um pouco mais de compreensão. De vez em quando faz bem ao marido ficar em casa com as crianças e deixar sua esposa sair, para tornarse um pouco mais compreensivo. O marido precisa entender o papel da esposa; este é um bom princípio para o administrador de qualquer organização. Se você dirige um negócio ou é líder em uma igreja, deve andar algum tempo na pele das pessoas que você está liderando, para poder entender os seus problemas. É isso que Pedro diz que os maridos devem fazer. Há algo mais envolvido nesse assunto, e que vem à tona em Colossenses 3.18,19. Esses dois versículos são um resumo do que Paulo diz, em Efésios 5: “Esposas, se de submissas aos próprios maridos, como convém no Senhor. Maridos, amai a vossas mulheres e não as trateis com amargura”. Como é fácil para o marido ficar amargurado com sua esposa! Você pode dizer: “Por que ela não faz as coisas do meu jeito?
e a cuidar de tudo com mais rapidez? Por que eu sempre tenho que ficar aqui sentado no carro, esperando? Por que ela me faz chegar atrasado a todas as reuniões? Estou sempre pronto uma hora e meia antes do horário. Por que ela nunca fica pronta na hora certa? ” Os maridos podem ficar muito amargurados por causa de coisas assim. É verdade que você deve ajudar sua esposa a aprender a aprontarse dentro do horário, mas não deve ficar amargurado se ela não o conseguir. Você começará a vencer o problema da amargura quando começar a entendêla. Você não deve ficar amargurado contra ela sempre que ela fizer algo de errado, somente porque você está comandando o espetáculo. Pelo contrário, você deve perguntar a si mesmo: “O que tenho feito de errado e o que devo fazer para reparar os meus erros? ” Você é responsável pelo lar (inclusive sua esposa). Compreenda, fazer com que a família chegue a determinados lugares na hora certa faz parte de suas responsabilidades. A resposta pode vir se você perceber quanto tempo é necessário para dar banho em quatio filhos e ainda vestilos. Um marido pode decidir dar uma mãozinha em tal caso, ao invés de ficar sentado no carro, esquentando a cabeça e buzinando sem parar! Mas deixeme indagar, ó marido, se você se importa com sua mulher ao menos quase tanto quanto se importa com seu corpo. Se ela tem um problema, você, realmente, se importa? Você toma tem po para escutá la? Quando ela está preocupada com alguma coisa, você também se preocupa? Quando ela está infeliz, você ainda assim consegue ser feliz? O mais íntimo relacionamento entre seres humanos é o relacionamento marido esposa. Com toda certeza o amor exige cuidado e interesse para manter essa relação íntima e amável. O que é o amor? Paulo nos mostra aqui o que é o amor. O amor é dar — dar de si mesm o a outrem. Não é receber, como o mundo diz hoje. Não é sentimento e desejo; não é algo incontrolável. É algo que fazemos um pelo outro. Ninguém ama abstratamente. Amor é uma atitude que se demonstra em algo que acontece realmente, tangivelmente. Notem nesta pas-
sagem que “Cristo amou a Igreja e a Si mesmo se entregou por ela”. João 3.16 diz: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigénito. . .” Em Gálatas 2.20, lemos: “. . .que me amou e a Si mesmo se entregou por mim”. “Se teu inimigo tiver fome, dálhe de comer; se tiver sede, dálhe de beber. Fazei o bem aos que vos odeiam”. O amor não é, primariamente, um sentimento, mas, sim, uma entrega de alguém a outra pessoa. O cinema distorceu o amor, a televisão o distorce, e a música o distorce. Em toda a parte, hoje em dia, o amor é considerado como algo que acontece por acaso. “Não pude evitar”, disse o rapaz que criara sérios problemas para si mesmo e para uma moça no interior de seu automóvel. “Não pude evitar”. Ele está centralizado em sentimentos , mas não em amor. Ele é motivado pelos desejos , mas não pelo amor. O amor sempre está sob controle. Foi ordenado* Cristo ordena: “Ame seus inimigos!” Você não pode ficar sentado “fabricando” bons sentimentos por seus inimigos. O amor não surge assim. Mas, se você der ao seu inimigo algo de comer, ou lhe der algo de beber, logo algo vai'começar a acontecer aos seus sentimentos. Quando você investe sua vida numa outra pessoa, começa a se sentir diferente em relação a ela. Os sentimentos devem ser baseados em algo sólido. Os sentimentos que se originam e desenvolvem da entrega de si mesmo são genuínos e dura douros. Mas, como base para o amor, os sentimentos são muito instáveis. Quando o amor simplesmente acontece, o que acontece quando o acontecido deixa de acontecer? E o que acontece quando algo acontece com uma terceira pessoa? Os sentimentos não são dignos de confiança; num dia sobem, no seguinte, descem. Nem sempre os sentimentos estão sob controle, mas o verda^ deiro amor sempre o está. A Bíblia determina : “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças; e amarás ao próximo como a ti mesmo”. E nesta ordenase ao marido que ame sua esposa.
consulta de aconselhamento. Ela disse: "Não sei por que viemos. Somos um caso perdido”. E ele concorda; “Não nos amamos mais”. E lá permanecem os dois sentados. É óbvio que eles perderam qualquer senti mento de amor que jamais possam ter tido. Eles esperam que o conselheiro lhes diga: “Bem, acho que isso encerra o caso. Se vocês não se amam mais, não há esperança”. Mas o que dizemos é o seguinte: “Sinto muito ao ouvir isso. Creio que que vocês voc ês terão que aprender com c om o amar amar um ao outro”. E eles ficam admirados. “O que você quer dizer com aprender a amar amar um ao outro? ou tro? De que você voc ê está fala falando ndo?? Isso é rid ri d ículo ícu lo!” !” Não, Nã o, não é ridículo. Seis ou oito semanas mais tarde provavelmente sairão do gabinete de mãos dadas, tendo, ao mesmo tempo, o amor e o sentimento, se estiverem levando as coisas a sério. Compreendam, o amor não vem, como crêem os tolos, soprado da cabeça de Vênus. O amor deve crescer. Tem que ser regado, tratado e cuidado. Deve ser cultivado. Tem que ser limpo das ervas daninhas. O amor tem seus problemas, mas o verdadeiro amor pode crescer e tornarse alto e forte quando é cultivado conforme Deus ordena. Se não há amor em seu lar, marido, a culpa é sua. A responsabilidade do amor no lar recai, principalmente, não sobre a esposa (obviamente ela deve demonstrar amor) mas sobre o marido. Compreenda, marido, você tem que amar sua esposa como Jesus Cristo ama Sua Igreja. Veja Vejam m o que que diz 1 João 4.1 9 : “Nós “N ós amamos” (isto é, a igreja\ lembrese de que a esposa reflete a igre ja); ja ); “ . . .nós .nó s amam am amos os (a Igreja ama) am a) p orq or q ue ele el e (Jes (J esuu s Cristo) nos amou primeiro”. E assim que começou seu amor por Cristo. Não foi porque a Igreja era tão amorosa e digna de amor que Jesus não teve alternativa senão amála; pelo contrário, enquanto ainda éramos “inimigos”, enquanto ainda éramos pecadores, enquanto ainda éramos rebeldes, vis e criaturas repugnantes aos Seus olhos, o lhos, Jesus Jesus nos amou — e deu deu Sua vida vida por po r nós! nós! Ele olhou para nós com amor, apesar de tudo, e resolveu
mendasse a Ele. Se o amor em sua família esfriou, marido, você deve tomar providências a respeito. Se você vai procurar imitar o amor de Jesus Cristo por Sua Igreja, cabe a você iniciar esse amor. Você não pode alegar: “Não posso amála, porque ela não me ama”. Jesus nos amou quando não tínhamos o menor amor por Ele. Você é o cabeça de seu lar. Se há pouco ou nenhum amor nesse lar, a culpa é sua. Deus o considera • responsável por introduzir ali o amor. Você deve fazer isso dando. Você deve dar seu tempo, seu interesse, seu dinheiro e a si mesmo. Planeje agora fazer algo específico (concreto) para sua esposa, a cada dia desta semana. Comece agora. É possível que sua esposa deixe de retribuir a seu amor, não importando quanto você dê. Mas, a despeito disso, pode haver amor em seu lar. Seu amor por ela pode permear tudo. Se o seu lar é frio e estéril, marido, você tem a responsabilidade inicial de mudar a situação. A esposa, neste trecho, não recebe a ordem de amar seu marido; ela recebe a ordem de submeterse. O marido recebe a ordem de amar sua esposa. Reflitam nisso, maridos. Vocês têm uma tarefa difícil. Mas, para honrar a Cristo e refletir Seu amor, o marido não deve falhar. Porém, o fato de o marido ser responsável pela manutenção do amor no lar não exime a esposa de amar. Se seu marido não a ama, apesar de tudo você deve demonstrar amor por ele. “Espere um pouco”, dirá você. “Você ia dizernos como controlarmos nossas esposas. Você devotou todo este espaço a outros assuntos, mas não disse uma única palavra sobre como controlar uma esposa”. Eu já lhes disse. Se você não puder entender isso, deixeme explicar bem claramente a você. Paulo nos mostra como controlar nossas esposas, quando nos diz que devemos “amálas”. A m e m suas esposas. É assim que se controla uma mulher. Você deve amála. Ela é feita para isso. Quando estiver sendo profundamente amada, estará totalmente sob controle. Ame sua esposa. Se você não acredita, experimente.
QUADRO DE AVALIAÇÃO DO ESPOSO SO U R E A L C A B E Ç A D E M E U L A R ?
A resposta a estas perguntas simples poderão ajudá-lo a decidir. 1. Sei Sei o que oco ocorre rre em m eu lar la r dia a dia? 2. 3. 4.
Controlo Cont rolo o que está sucedendo? E stou sto u guiando deveras a família na direção em que ela segue? Posso Posso con controla trolarr meus filhos filhos e minha mi nha esposa? esposa? Amo realmente m inha esposa esposa (dando-m (da ndo-mee a ela) ela) como com o devo fazer? fazer? Eis duas duas maneira man eirass pelas quais ho je:: assim fiz hoje A. A .
5.
B. Lidero Lidero minha min ha família com responsabi responsabilidade? lidade?
Se você não se saiu bem nesta avaliação, precisa reconsi derar todo o seu padrão de vida. Nos espaços abaixo, aliste dez modos específicos pelos quais você pode começar a mostrar amor à sua esposa. Então, hoje, co mece mudando, fazendo uma dessas coisas. 1.
2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.
9
Capítulo Oitavo
DISCIPLINA COM DIGNIDADE Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, po p o is ist is t o é j u s t o . H o n r a a te u p a i e tu a m ã e ( q u e é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra. E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criaios na disciplina e na admoestação do Senhor (Efésios 6.14).
É impossível tratar de todos os versículos acima em detalhes, uma vez que muita coisa precisa ser dita sobre o problema da disciplina no lar. Bons relaciona
mentos familiares entre pais e filhos pecadores não se desenvolvem naturalmente. Exigem muito esforço. Muito pode ser dito sobre cada parte desse relacionamento, ao ponto de ser difícil dizer algo mais do que arranhar a superfície do assunto. Vamos abordar essa questão toda do ponto de vista dos pais, conforme as palavras que Paulo lhes endereça no quarto versículo, e talvez dizer algumas coisas a qualquer jovem que possa ler ( este livro. A primeira pergunta que surge de imediato, ao observarmos o quarto versículo, é: Por que Paulo se dirigiu dirigiu aos pa/s? Por que não se dirigiu dirigiu às mães? N ão são as mães que, desde o princípio da vida dos filhos, exercem maior influência sobre eles, influência maior que a dos pais pais?? Não Nã o são elas que passam passam mais tem te m po com co m os filhos? Não são as as mães que aguentam aguen tam o mau comportamento dos filhos o dia inteiro e se tornam símbolos reais de disciplina no lar, em bases do dia a dia, dia, de de instante insta nte em instante? Em nossa socied soc iedad ade, e, onde não mais vivemos numa pequena comunidade, onde papai não vem almoçar em casa e fica fora de casa o dia inteiro, mamãe passa mais tempo com os filhos do que ele. Então, porque não se dirigir às mães, ou, pelo menos, incluílas? Há pelo menos duas razões pelas quais Paulo se dirige aos pais. Uma delas pode ser que os pais têm um problema todo especial com o assunto que Paulo destaca: provocar os filhos à ira. Mas esse não é o fator principal. Quando Paulo se dirige aos pais, também está falando às mães. A razão pela qual se dirige aos pais é que estes são responsáveis por aquilo que as mães fazem. Ao dirigirse aos pais, ele se dirigia àqueles que Deus investiu com a Sua autoridade para disciplinar. O pai é o cabeça do lar. O pai é, em última análise, aquele que deve responder perante Deus por tudo quanto acontece 110 lar. Já discutimos isso nos dois últimos capítulos. Notamos, por exemplo, que Paulo diz que o marido deve “governar bem a sua própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo respeito” (1 Timóteo 3.4,5).
Mas nem sempre papai administra sua casa diretamente. Ele deve disciplinar os filhos através de sua esposa, em grande parte. Ele pode ter usado um servo ou um tutor em sua casa, nos tempos do Novo Testamento; hoje ele pode dar parte de sua autoridade a um professor crente. Há uma variedade de maneiras pelas quais ele pode governar a sua casa. Mas, no todo, o pai tem que permanecer no controle e estar ciente de tudo quando sucede. Para Deus, ele é o responsável. Assim, quando Paulo diz “pais”, não está falando apenas aos pais. Ele fala aos pais de sua responsabilidade de cuidar para que seus filhos sejam treinados de maneira apropriada. Certamente isso significa que os próprios pais devem assumir uma parte significativa da responsabilidade direta no treinamento de seus filhos. Várias passagens dão uma clara indicação de que é exatamente isso que Deus espera. Em Deuteronômio 6, por exemplo, mais uma vez os pais são destacados como aqueles que devem responder a quaisquer perguntas que seus filhos possam ter quanto à fé (cf. 2 Tm 1.5; Tt 2.35). Os pais não devem apenas responder perguntas; devem, além disso, ensinar seus filhos acerca de Deus. Devem inculcar em seus filhos as leis, ordenanças e mandamentos de Deus, explicandoos também. Devem ensiná los não apenas de modo formal, mas também de maneira informal: ao deitar, ao levantar, ao caminhar; em resumo, em todas as circunstâncias da vida. Devem extrair seu ensino do ambiente em que vivem. A Bíblia freqüentemente retrata o pai passando tempo com seus filhos, ensinando formal e informalmente. Assim, os pais não estão isentos de um ensino pessoal e direto por serem chamados de administradores. No entanto, o pai não pode fazer tudo pessoalmente. Em última análise, o pai é responsável por toda a disciplina, por todo o treinamento e por todos os relacionamentos em seu lar. É sobre o pai que Deus lançará toda a responsabilidade pelo que acontecer em seu lar. É por isso que
é membro de uma congregação, mas sua esposa e filhos são membros de outra. Na primeira, a Bíblia é ensinada e crida; na última, não. A esposa sustenta uma igreja que não crê na Bíblia, e os filhos estão sendo instruídos na doutrina liberal. O pai está fracassando em assumir a liderança daquele lar. Ele deveria tomar providências para reunir a família. Ele deve insistir para que a instrução de seus filhos seja bíblica. O que os país devem fazer para disciplinar os seus filhos? No aspecto negativo, Paulo diz em primeiro lugar: “Não provoquem seus filhos à ira”. Os pais devem esforçarse para evitar que eles, suas esposas, ou quaisquer outras pessoas da família provoquem seus filhos à ira. Na passagem paralela, em Colossenses 3.21, é instrutivo comparar a palavra que é usada em lugar de “ira”. Juntar as duas dará uma noção mais exata do que Paulo tentava comunicar. Em Colossenses, Paulo escreveu: “Pais, não irriteis os vossos filhos, para que não fiquem desanimados”. A palavra irritar (exasperar) significa retirar o ar existente em alguma coisa. Como diríamos hoje, significa “cortar o barato dos filhos”. Não tirem o ânimo dos filhos! Em conjunção com a idéia de ira, que se insere e ajusta perfeitamente, exasperar os filhos é uma descrição precisa do que acontece tão freqüentemente em nossos dias. Na verdade, a exasperação irada descreve de maneira bem clara a atitude de rebelião dominante de muitos jovens de hoje. Eles estão exasperados com seus pais. Já desistiram de entendêlos. Freqüentemente, expressam seus sentimentos em consultas de aconselhamento com a frase “Para que se importar? ” Por fim, eliminam a disciplina como se fora algo absolutamente inútil. Irados, voltam as costas a seus pais e também os ouvidos, fechando o coração. Não há duas palavras que melhor descrevam a atitude contemporânea que ira misturada com exasperação. A juventude já perdeu a esperança com a disciplina paterna,desistindo da mesma e eliminandoa, com profundo desgosto. Que provoca isso? Por que os filhos desistem? Que provoca os filhos à ira? Notem que este versículo
se refere à disciplina. Por detrás de tudo isso está o tipo errado de disciplina. Quando um filho conclui que já recebeu o bastante desse tipo de disciplina, acaba desistindo. É claro, o jovem não tem desculpas que o permitam ser provocado à ira e à exasperação. No entanto, a tentação é forte: pois toda disciplina é difícil e a disciplina nãobíblica é especialmente difícil de receber. O fato é que a exasperação com freqüência ocorre quando os filhos não foram disciplinados da maneira bíblica.
Falta de Disciplina O fato mais interessante que emerge em conversas com esses jovens é que não é a disciplina em si, nem mesmo primariamente o excesso de disciplina; é antes, a falta de disciplina que exaspera os jovens mais do que qualquer outra coisa. Vamos considerar por que isso é verdade. Tomemos um exemplo. Regras não anunciadas, que só são comunicadas depois que o filho as viola, provocam exasperação. Isso não é disciplina. Suponha que os pais digam ao filho: “Se você fizer tal coisa, vai levar uma surra!” Mas acontece que, no dia seguinte, ele consegue fazer tal coisa sem ser punido. Qual o resultado? Não há consistência na disciplina. Quando as regras mudam de dia para dia, o filho não sabe onde se apoiar. Quando as regras são aplicadas apenas à base dos caprichos dos pais, o filho fica confuso. Tais regras não são regras de verdade. Tendem a provocar exasperação. Tais regras não são claras. Os castigos não são conhecidos. Os limites não são definidos. Quando a disciplina muda diariamente, os filhos jogam tudo para o alto e dizem: “De que adianta tentar observar as regras? Nunca se sabe quais são elas!” Você não ficaria exasperado com um jogo se as regras de futebol mudassem diariamente? No entanto, é assim que muito da chamada disciplina é executada. Com freqüência, esse tipo
flor que apanhou para mamãe junto do riacho. Entra correndo pela cozinha, que acabara de ser lavada, sem olhar para o chão, mas olhando só para o rosto de sua mãe, que ela espera ver brilhar de prazer e alegria. Mas mamãe não vê a flor. Só consegue ver a lama espalhada pelo chão da cozinha toda. Maria é verbalmente arrasada, destruída. Qual é sua reação? “Tentei ser gentil com mamãe, e ela quase acabou com igo!” Mamãe pensa novamente em suas ações naquela noite. “Eu quase a joguei para fora da cozinha a pontapés; ela não merecia isso”. Mamãe poderia terse redimido do erro, admitindo sua falha perante Maria e acertando as coisas. Mas não o fez, e isso conduziu a resultados adversos. No dia seguinte, Maria pode fazer algo realmente grave. Pode mentir, responder à sua mãe com rebeldia, ou algo assim. Mas, pelo fato de ter castigado Maria com exagero ontem, hoje mamãe deixaa sem castigo por sua falta. É precisamente com esse tipo de disciplina que nossos filhos estão sendo criados, e sobre o qual começam a perguntar: “De que adianta? ” Eles começam a somar dois mais dois, e descobrem que o resultado é cinco. Pensam, então: “Hoje quase matam você por causa de nada, mas amanhã você faz coisas horríveis e não recebe o menor castigo. Você nunca sabe quais serão as conseqüências; nunca pode saber quais são os limites; nunca sabe quais serão os castigos. De que vale tudo isso? Você bem pode fazer o que quiser, afinal de contas”. Dessa maneira, os jovens perdem a confiança em mamãe (ou papai). Eles ficam exasperados por causa dos limites constantemen te modificados. Por que os pais vivem modificando os limites? Por que mantêm tudo em constante mutação? Bem, em parte porque são preguiçosos. Não querem dedicarse à disciplina, planejar com antecipação, e assim por diante. A disciplina exige esforço. Mas o que é ainda mais significativo é que a discipjina também exige mudanças nos pais. Os pais, na sua maioria, desistem muito depressa. Se dizem algo hoje e não vêem mudanças imediatas, desistem. Podem permanecer fiéis a uma regra e seu castigo por dois ou três dias; se até então isso
não produz mudanças, concluem que nunca haverá mudança. Eles esquecem que quando tentam estabelecer um novo padrão em suas próprias vidas (tal como fazer regime), isso às vezes exige um longo tempo. Esperam que os outros sejam pacientes com eles, caso falhem a princípio. Mas se esquecem disso quando se trata de seus filhos. Assim, depois de dois ou três dias em que tentam algo novo (quando, provavelmente, seriam necessárias duas ou três semanas para que isso começasse a produzir efeito), desistem e resolvem tentar algo diferente (por mais dois ou três dias, é claro) e depois ficam tentando descobrir por que nada funciona. Podemos muito bem deixar algo bem esclarecido a esta altura: disciplinar um filho requer muito tempo. E exige também regras definidas e aplicadas coerentemente. Disciplina incoerente é disciplina sem limites reais; é uma disciplina em constante mutação. Os jovens desejam regras; querem saber onde ficam os limites. Filhos que foram tratados de maneira incoerente com freqüência são trazidos para aconselhamento. Conversamos com eles em companhia de seus pais e, finalmente, sugerimos: “Sugiro que escrevamos tudo isso. Sugiro que escrevamos um código de conduta. Você conhecerá as regras e os castigos pela violação de cada uma delas. Você saberá de antemão exatamente o que acontecerá. E também ajudaremos papai e mamãe a cumprirem o código fielmente. Se você soubesse que seu pai e sua mãe vão, realmente, permanecer fiéis ao código, isso não seria melhor do que o tipo de disciplina que têm agora? ” Invariavelmente, eles retrucam: “É claro que sim!” E quando conseguimos implantar a verdadeira disciplina, os filhos suspiram de alívio. Então eles sabem em que situação se acham. Então podem dizer a seu pai ou à sua mãe: “É isso que vocês prometeram fazer”. Podem manter os pais dentro do código de conduta também! Os jovens precisam saber em que pé estão, não apenas em relação a seus pais, mas também em relação
coisa: não há nada mais legal do que saber quai:; são os limites. Quando a turma quer fazer algo errado, e eu sou tentado a acompanhálos, posso simplesmente dizer: “Sei o que meus pais farão comigo, se eu fizer isso; estou fora dessa jogada!” Ficam os jovens agradecidos por algo assim. Ficam alegres por serem capazes de saber onde ficam os seus limites. Isso não é verdade no caso de todos os jovens, é claro. Mas qualquer pessoa que pense ao menos um pouco sobre isso, entenderá as vantagens. Irregularidade, incoerência, limites indefinidos, falta de credibilidade — esse é o primeiro problema. (A o fim deste capítulo há um Código de Conduta que você poderá usar para estabelecer o programa em sua própria família. Não lhe dê começo, a menos que pretenda leválo adiante coerentemente. Entretanto, por que você não o faria? ) Mas há outras razões pelas quais os pais exasperam os filhos. Às vezes o problema é a disciplina incoerente devido ao excesso de regras. Isso pode parecer excesso de disciplina, mas não é. Compreenda que se você tiver dúzias de regras, como sucede com alguns pais, poderá pensar que está fazendo um bom trabalho na área da disciplina. Mas quando você vive acrescentando regras, finalmente virá a tornarse um policial ou (o que é mais provável) deixará de aplicar muitas dessas regras. Qualquer das opções é má. Quando há muitas regras, você precisa estar vigiando o tempo todo, procurando cada infração contra cada regra. Cada regra firmada deve ser verificada, ou não valerá a pena a sua determinação. Na verdade, fazer regras que não são verificadas é pior do que não estabelecer regras. Quando um pai deixa de verificar o cumprimento das regras, demonstra que não leva o assunto a sério. Demonstra que não é digno de confiança. Algumas regras ele pode aplicar algumas vezes (normalmente quando sua paciência já se esgotou), mas ninguém pode saber qual será a regra, ou quando isso sucederá. Essa situação é muito instável para um filho. Ele nunca pode determinar quando virá o castigo. Uma vez que você determine certa regra, cada vez que ela é violada você deveria estar ciente e executar
o castigo definido. Quando se tem vinteecinco ou trinta regras, é necessário passar o dia inteiro investigando para verificar se as regras estão sendo violadas. Você não terá tempo para qualquer outra coisa! No entanto, se você estabelecer três (duas seria ainda melhor) regras, e observálas fielmente, não demorará muito para que os seus filhos adquiram a idéia certa. Eles saberão que quando uma regra é estabelecida, ela será obedecida. Você pode ensinar disciplina e obediência de maneira muito melhor com uma regra aplicada apropriadamente do que com vinteecinco regras que nunca poderão ser aplicadas. Assim que obtiver resultados com uma regra, introduza uma segunda. Afinal, você irá mais depressa fazendo assim. Compreenda que o problema é que os pais têm boas intenções, mas acabam querendo abarcar o mundo com as pernas. E não conseguem lidar com tudo que arranjam. Vai daí que provocam seus filhos à ira. Falam um bocado sobre disciplina, mas não seguem as regras do jogo. Como você se sentiria se a cada vez que fosse jogar damas com seu filho ele modificasse as regras? Um pensamento exasperante, não é mesmo? O Senhor deu apenas dez mandamentos para a vida inteira. No Jardim do Éden havia apenas uma regra. A obediência estava centralizada nela, e a penalidade foi claramente definida. Adão e Eva receberam a ordem de não comer daquela árvore. Todas as outras árvores eram deles, mas aquela árvore lhes foi proibida. Uma só regra. A penalidade também foi definida: “Porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás”. Muito antes do pecado, Deus disse: “Não façam isso! Se o fizerem, esta será a conseqüência”. E quando ocorreu o pecado, Ele levou o castigo até o fim. O homem morreu. O mesmo sucedeu quando os israelitas entraram na Terra Prometida. As regras, as penalidades e recompensas ficaram bem claras nos Montes da Bênção e da Maldição. As bênçãos de Deus pela obediência foram
dência. Deus lhes disse que se transgredissem seriam dispersos entre as nações. Ele avisou aos israelitas sobre o terrível cerco que aconteceria, e advertiu que sua cidade seria destruída. Ele disse essas coisas aos israelitas com bastante antecedência. Eles sabiam exatamente quais seriam as penalidades, e por que elas viriam. Isso aconteceu antes do povo haver entrado na terra de Canaã. Afinal, os israelitas fracassaram e receberam as maldições, precisamente como Deus lhes avisara de antemão. Com extraordinária freqüência as regras e castigos aparecem no calor da batalha. Essa não é a hora certa para estabelecer regras. Quando Mariazinha entrou correndo pela cozinha recémlavada, com sua flor e os seus pés sujos de barro, mamãe ficou tão furiosa que gritou: “Você não vai poder sair de casa por uma semana!” A quem ela castigou? Ela não executaria tal castigo. Se chegasse a cumprir a sua ameaça por três dias seria algo surpreendente. Para começar, não foi um castigo justo. E também não foi inteligente. A criança não poderia mesmo esperálo, porque não fora definido com antecedência. Surgiu no calor da batalha — tarde demais. Que lástima! Outra razão para a falta de disciplina é a autoridade dividida. Maridos e esposas que discordam quanto a várias regras e castigos, podem fazêlo apenas porque nunca aproveitaram o tempo de trégua, antes das batalhas. Ao invés disso, esperam até ser tarde demais, quando um está mais furioso que o outro e ele (ou ela) quer descer a lenha em cima do Joãozinho. O outro cônjuge vê a injustiça e intervém de algum modo. Caos e confusão! E claro que pode não ocorrer nada disso. Pode suceder que nenhum dos dois tenha razão. Novamente, pode haver duas idéias diferentes de castigo, que nunca foram discutidas e avaliadas. Qualquer que seja a razão, há apenas uma solução válida para o problema da autoridade dividida: juntos, os pais devem planejar com antecedência o que farão. Se não fizerem isso, ao invés de inflingirem um castigo merecido e justo para
diência às regras provoque divisões entre os pais. (1) Os filhos são astutos. Percebem claramente quando os pais não estão de acordo entre si. (2) Com freqüência começam a tirar partido desse fato e a criar seus próprios caminhos. Aprendem a impor suas vontades, jogando os pais um contra o outro. No entanto, esse resultado mesmo tende a desanimar aos jovens. Quando seus pais discordam, a disciplina insuficiente surge e se estabelece. Embora os filhos sejam, eles mesmos, parte do problema, ficam, no entanto, desgostosos com o resultado. Em casos onde mesmo depois de toda a discussão os pais não chegam a um acordo, a esposa deve submeterse ao marido. Ela nunca deve contradizer o que o pai determinou. É vital para ela mostrar respeito pela autoridade que Deus deu a seu esposo, diante dos filhos. A incapacidade de enfrentar biblicamente a situação onde duas famílias vivem sob o mesmo teto muitas vezes provoca a divisão. Os avós podem querer estabelecer sua própria autoridade e suas próprias regras. Podem querer desconsiderar as regras feitas por seus filhos. Isso não se pode permitir. Deus constituiu o marido como cabeça daquele lar, mesmo dos avós que ali venham a residir. Uma família resolveu esse problema estabelecendo áreas de moradia e padrões de vida distintos na mesma casa. Outra família pode considerar isso uma coisa impossível, e que será necessário concordar quanto a determinação de áreas de moradia e padrões (1 ) (2 )
Para uma ajuda mais com pleta, consultar, Competente para Aconselhar. Jay Adams, Editora Fiel, 1977. Freq üen tem ente, quando a com unicação dos pais com os jo v e n s fo i ro m p id a, é es sencial que os pais resolv am seus problemas primeiro, para poderem alcançar os filhos (é claro que a principal razão para se corrigir a própria vida é agradar a Deus). Quando a disciplina se fez ausente por causa de autoridade d ividida, a diferen ça q ue os filho s mais notam é a unidade e o novo relacionamento que há entre os pais, dem onstrad o n um a disciplina mutuam ente aceita, justa e coerentemente aplicada. Com freqüência,
de vida comuns. Na maioria dos casos, algo das duas opiniões deve ser considerado. Quando os filhos (e seus filhos) vivem na casa dos pais (geralmente um mau arranjo), pode haver um constante conflito de todos os tipos de autoridade. Mas é a casa e o lar do avô, e ele tem o direito de dizer o que quer e o que não quer (dentro de limites bíblicos) em seu próprio lar. Se seus filhos quiserem criar seus filhos (os netos) de maneira diversa daquela que os avós julgam apropriada, então devem escolher entre as opções bíblicas. Não podem brigar e discutir por causa dessa diferença de opiniões. Isso torna a vida mais confusa para todos. Eles têm apenas duas opções: podem tentar persuadir vovô e vovó de que sua maneira é a melhor; ou, no caso disso falhar, devem deixar a casa dos pais. E não há terceira opção. Métodos à base de frustração (ao invés de métodos “com todo o respeito”) causam problemas. Se mamãe, por exemplo, decide que vai usar o método do decibel (método do berro) para disciplinar, criará frustração e caos em toda a família. Em pouco tempo ela descobrirá que isso não dá resultado. Se ela começar usando certo número de decibéis, logo descobrirá que as crianças podem aprender a viver junto a uma cachoeira sem ouvirem seu ruído. Assim, ela precisará aumentar o volume dos gritos, para obter atenção, (uma criança disse a um amiguinho que a visitava: “Não precisamos obedecer enquanto mamãe não gritar com sua voz de raiva”). Depois de algum tempo esse volume se torna “normal”, e ela é forçada a aumentar ainda mais o volume. Esse volume funciona por algum tempo, até que acaba por se nivelar. Ela continuará a aumentar o volume e a intensidade até que — fica sem voz! Isso decreta o fim do método do decibel. Então não haverá mais esperança; o método do decibel nunca mais funcionará. É, além disso, disciplina com respeito. Normalmente o acompanha um nível de crescente frustração, que deixa mamãe quase louca. Por fim, esse método acaba fazendoa passar por tola aos olhos de seus filhos; eles ficam desgostosos, exasperados, e acabam por
desistir. Assim, pois, a falta de disciplina é a primeira tentação para que os filhos fiquem exasperados e irados.
Excesso de Disciplina O excesso de disciplina, em certos casos, também pode provocar os filhos à ira. Alguns crentes reagiram a permissividade em nossa sociedade, mas toda reação é má. A Palavra de Deus é o padrão de vida do crente. Ela é sempre bem equilibrada, nunca extrema. A reação se deve a um raciocínio pendular, que normalmente leva a outro extremo igualmente mau. Os pais devem agir biblicamente, e não reagir. Os pais, acertadamente, concluem que precisam tratar melhor da questão da disciplina. Assim sendo, alguns passam violentamente ao outro extremo. Ambos esses extremos são anti bíblicos. Papai, por exemplo, descobre que deve ser o cabeça do lar e que está investido com a autoridade de Deus. Então veste seu uniforme, dá um brilho nos botões de metal do casaco, na estrela presa ao peito e no distintivo do quepe. Depois, vai exibir sua farda, balançando seu cassetete de policial. Ocasionalmente — só para a turma lembrarse — ele dá umas pancadinhas com o cassetete na cabeça dos filhos. Tal uso arbitrário da autoridade de Deus é um grande erro. Exibir autoridade sempre é errado. Falar dessa autoridade, quando não há razão para isso, muitas vezes conduz a um uso errado. O exercício da autoridade, pelo simples prazer de exercêla, mostra que o pai foi incapaz de reconhecer que recebeu tal autoridade visando o benefício do filho. Tal asserção de autoridade com freqüência provoca o estabelecimento de regras tolas e excessivamente rígidas. Se “os Seus mandamentos não são pesados” (1 João 5.3), por que deveriam ser pesados os nossos mandamentos? Uma outra área em que os pais inconscientemente
apenas os filhos. Ao invés de dar a impressão de que a leitura da Bíblia e a oração são apenas para crianças, aqui e ali um ligeiro debate quanto à aplicação de uma passagem bíblica para suas vidas, por parte de papai e mamãe, em que os filhos são virtualmente ignorados, pode ter um grande efeito em mostrar a porção vital que a Palavra de Deus deve ter no desenvolvimento prático da vida diária em um lar cristão. A esse respeito, devese notar que os filhos precisam ver as diferenças de opinião entre os pais. Os desentendimentos não devem acontecer, todos, a portas fechadas. Mas precisam ver também como os pais resolvem esses desentendimentos como crentes. De outra forma, os pais falharam em ensinar a seus filhos como solucionar os problemas do matrimônio à maneira de Deus. Acompanhando o excesso de disciplina, com freqüência surge a injustiça no castigo. Pais excessivamente disciplinadores, usam marreta para pregar tachinhas. Os filhos têm a tendência de ficar exasperados sob esse tipo de tratamento, por igual modo. Essa atitude dos pais produz castigos tolos ou inapropriados. O pai excessivamente disciplinador jamais aprendeu a distinguir coisas diferentes. Por exemplo, imaginemos que um filho comece a responder aos pais. Sempre que ele usar linguagem atrevida com seus pais, obviamente isso deve ser desencorajado. Tal filho deve ser disciplinado. Deve ser ensinado que isso é desonroso para os pais e um pecado perante Deus. Não deve ser ensinado apenas verbalmente, mas também com castigo físico. Mas, com o fazêlo? Bem, em primeiro lugar ele deve certificarse de que não exagerará no castigo. Se não o fizer, o que pode acontecer é o seguinte: além de desencorajar as respostas atrevidas, poderá também desencorajar as conversas de todo tipo. Pode desencorajar a comunicação vital, o que é a última coisa que um pai deve fazer. Assim, pois, por um lado ele deve desencorajar, decididamente, as respostas atrevidas; por outro lado, nunca deve desencorajar a discussão genuína, que inclui dar razões, explicações e informações sobre as
quais o filho se sinta impelido a falar. Os pais podem entender mal certas situações. Novas informações podem causar diferença. O filho pode ter um argumento realmente bom, que deve ter oportunidade de exprimir. Quando tiver algo a dizer, o filho deve ser estimulado a fazêlo (no espírito certo, é claro). Por que os jovens desistem? Por qual razão as com unicações são interrompidas? Que leva os jovens a isolar seus pais, recusandose a conversar com eles? Muitas vezes é porque seus pais se recusam a ouvilos. Quando lhes é negado o acesso aos pais, por repetidas vezes, os filhos são tentados a reagir negativamente. Dizem eles: “De que adianta? ” Desistem e dizem, exasperados: “V ou conversar com outra pessoa”. Portanto, os pais devem aprender a distinguir entre a resposta atrevida, que precisa ser silenciada, e a comunicação válida, que precisa ser estimulada. Mas, “como podemos distinguir entre as duas coisas? ”, perguntará você. É difícil fazer tal distinção. Mas, por que você tem que tomar essa decisão? Deixe que os próprios filhos façam a distinção entre as duas coisas. Ponha a responsabilidade sobre os ombros de seus filhos, assim que tiverem idade suficiente para entenderem a distinção. Mesmo filhos bem jovens podem cooperar, usando um sinal para anunciar verdadeira comunicação. Você pode dizer: “Por que não combinamos sobre uma frase ou um gesto, pelo qual você possa nos mostrar que tem algo importante a dizer? ” Você pode usar qualquer frase ou gesto que quiser, mas, se lhe falta imaginação, tente a frase clássica: “Escute aqui. . .” Sempre que um filho inicia uma declaração qualquer, numa situação disciplinar, com essas palavras, deve saber que será ouvido. Além de oferecer ao filho a atenção dos pais, essa providência oferece aos pais alguns segundos para reduzirem a marcha, diminuir o ritmo e pensar no que está por vir. E o melhor de tudo é que põe sobre o próprio filho a responsabilidade de distinguir entre as duas coisas. E é ele quem deve
usar tal privilégio atrevidamente. Não pode falar de modo acintoso ou retaliatório. Esse privilégio é destinado a manter livres os canais da comunicação, e deve ser usado somente para tal propósito. Outra área em que o excesso de disciplina vem a campo envolve a importância de aprender a distinguir entre o que deve ser aplicado como uma regra e o que a criança deve poder aprender por si mesma. Quando uma criança chega àquele ponto na vida em que está pronta a aprender a usar um balanço, este exerce sobre ela uma tremenda atração. Ela quer aprender, mas parece ser ainda incapaz de andar com segurança! No entanto, o balanço é tudo para ela. E mamãe fica imaginando: “Será que devo permitir que esta criança, que mal sabe andar, brinque com este balanço? ” Ela não quer permitirlhe. Ela sabe que, se o fizer, o garotinho arranjará uns galos, cortes e arranhões. Haverá derramamento de sangue; felizmente, não muito. Assim sendo, ela tenta adiar, tanto quanto o possível; mas o inevitável acaba acontecendo. Mas o que ela faz, quando chega o dia fatídico? Se ela for sábia, porá o filho no balanço, mostrará a ele como balançarse, e assim por diante. Ficará com ele até o menino pegar o truque do negócio; mas, finalmente, terá que sair dali. Não poderá permanecer junto do balanço pelo resto da semana. Aperta os dentes e espera pelo grito inevitável. Quando este vem — e fatalmente virá —, o garoto arranjou suas contusões. Ele também precisa aprender com os galos. Por outro lado, se a mesma criança atravessa a cozinha correndo, em direção à chama do fogão, para agarrar aquela “luzinha bonitinha” , que faz a mãe? Será que ela diz: “Deixeo aprender com os galos? ” Absolutamente não. Rapidamente dá uma palmada na mão do minino e diz: “Não!” Para seu próprio bem, ela o mantém à distância de qualquer possível perigo sério. Ele poderia queimar os sensíveis ligamentos de suas mãos, ficando inutilizado por toda a vida. Ela não ousa permitir que o filho agarre a chama. Os pais precisam aprender a distinguir entre casos de balanço e casos de fog o. Lembrese de que é mais fácil
fazer isso quando o filho é de tenra idade; mais tarde será mais difícil. Pergunte a si mesmo; “Usar ‘jeans’ e cabelos compridos é um caso de balanço ou um caso de fogo? ” Você precisa fazer tal pergunta. Por outro lado, imaginemos que seu filho adolescente queira experimentar drogas. Esse caso será de balanço ou de fogo? Haverá alguma diferença entre usar drogas e usar cabelos compridos? Há, por um lado, algumas contusões necessárias? Por outro lado, haverá fatores cruciais em que o pai deve intervir para dizer não? Tomemos outro exemplo de excesso de disciplina: dizer não para tudo. Esse é um assunto vital, que deve ser considerado pelos pais. As vezes, alguns pais fazem de qualquer coisinha um cavalo de batalha. Normalmente, esses pais dizem pouca coisa além de “Não”. Imagine que todas as vezes em que você se voltasse para seu esposo ou para sua esposa, ou para qualquer pessoa próxima, recebesse como resposta apenas “não”. Imagine que nunca haja uma palavra de estímulo ou estima. Imagine que essa pessoa nunca lhe houvesse dito: “Sabe duma coisa, você caprichou realmente neste trabalho!” Imagine que ele pareça ver apenas as coisas que você tem feito de errado. Imagine que ele nunca o tenha observado com olhos amorosos. Imagine que ele estivesse em cima de você a toda hora, por causa de uma coisa ou outra. E imagine que a cada vez que você pedisse algo ele achasse alguma falta, e sempre conseguisse enfiar a palavra não em todas as conversas. Como você começaria a sentirse, depois de algum tempo? E, no entanto, como você bem sabe, é exatamente assim que muitos pais respondem a seus filhos. Nada dizem a respeito das coisas boas que os filhos fazem. Deixam totalmente de estimular a seus filhos. Pelo contrário, somente o barulho, o vaso quebrado, os pés sujos de barro, e assim por diante, atraem toda a atenção dos pais. As coisas negativas chamam atenção sobre si e, por isso mesmo, é mais fácil concentrarmonos na
assim. Os pais crentes devem reconsiderar esse tipo de assunto. Não devem esquecer as ocasiões em que seus filhos obedeceram e fizeram o que é certo. Não devem deixar de notar as vezes em que os filhos não os deixaram embaraçados. Elogiar as coisas certas exige muito esforço —muito mais do que é necessário para condenar as coisas erradas. É interessante notar que o mandamento aos filhos: “Honra a teu pai e tua mãe”, é positivo. Não é um mandamento negativo, como “Não furtarás”, ou “Não matarás”. Nem todos os mandamentos são negativos; apenas alguns deles. Este não o é. O mandamento aos filhos é uma diretriz positiva: “Honra a teu pai e tua mãe”. Outro fato interessante, que Paulo destaca, é que este é o primeiro mandamento com promessa: “. . .para que te vá bem e sejas de longa vida sobre a terra”. Há uma promessa, uma recompensa, um estímulo. Os crentes, entre todas as pessoas, deveriam ter sido os primeiros a reconhecer e utilizar recompensas e incentivos para ensinar a disciplina a seus filhos. Os partidários do behaviorismo falam de recompensas; mas, quando se chega ao fundo da coisa, a recompensa — em sua concepção — não é realmente uma recompensa. É um meio de manipulação. Não têm respeito pela imagem de Deus na criança. Não há lugar para a obra do Espírito Santo em seu coração e vida na conversão. Não há a menor consideração pela obra expiatória de nosso Senhor Jesus Cristo, que veio a este mundo derramar Seu sangue em favor de Seu povo. Há crianças, tanto quanto adultos, que crêem nEle. Além de seus corações terem sido purificados, o Espírito Santo está operando neles, a fim de vencer a velha natureza pecaminosa com a qual nasceram. Além disso, Seu poder os ajuda a buscarem os mandamentos de Deus até conseguirem obedecêlos e receberem a recompensa por eles prometida. Os behavioristas não têm interesse real pelo indivíduo, no sentido bíblico da palavra. Sua mentalidade é coletiva. No entanto, falam (erronea-
0 mandamento mostra a maneira pela qual o próprio Deus motiva aos filhos. Ele o faz com uma promessa. Ele apresenta uma recompensa. As recompensas não excluem o castigo. Mas é interessante notar que a ênfase neste mandamento recai sobre a recompensa. Talvez agora seja vital esclarecer o seguinte: a disciplina com a vara é bíblica. O uso da vara ou do chicote é defendido em todo o livro de Provérbios. Os filhos devem ser disciplinados com a vara. “A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela”. E, tal como temos deixado de recompensar, também perdemos a ênfase bíblica quanto à vara. A vara é um castigo rápido e bondoso. Os filhos, às vezes, questionam a palavra bondoso. No entanto, não há castigo mais bondoso do que a vara. A ênfase bíblica não dá lugar a infligir ferimentos sérios, quebrar ossos e coisas semelhantes. Não é isso que o mandamento visa. Mas a vara, cuidadosamente ministrada com amor, sentido e propósito (bem como com a dose certa de força), é a forma mais bondosa de castigo. Hoje, os prisioneiros passam longos anos na prisão; falamos sobre a reabilitação, mas parece que não estamos chegando a lugar nenhum. É de se ficar imaginando se as trinta enove chicotadas não dariam melhor resultado. Talvez o prisioneiro pudesse ser libertado para começar uma nova vida mais rapidamente. De qualquer maneira, ao discutir o assunto com os filhos, durante o aconselhamento, ele mesmo apresentanos essa opinião. Quando têm o privilégio da escolha, invariavelmente preferem o castigo físico às prolongadas torturas de privilégios perdidos por dias ou semanas. Quem diz que este último tipo de castigo é mais bondoso? Isso é com o submeter o filho à tortura do esti camento. E, além do mais, dia após dia, papai e mamãe têm de manter uma atitude fria e negativa em relação ao filho. A criança está “no gelo”. Seus pais se mostram alheios a ele por vários dias. Será isso, realmente, bondade? Isso é tortura. É muito melhor fazêlo curvarse, “ficar na posição”, agarrando os tornozelos (a maneira mais segura
de se levar uma surra) e darlhe umas varadas. “Ficar na posição” tem duas vantagens: primeira, oferece campo livre para disciplinar com uma correia ou vara; é impossível errar. Você dá uma pancada seca exatamente no lugar próprio. Mas ainda mais importante é que quando a criança agarra seus tornozelos, não pode pôr as mãos entre a vara e o lugar sobre o qual esta vai cair. A reação natural da criança será protegerse com as mãos e, por isso, os pais precisam tomar cuidado para que os dedos do filho não acabem levando as pancadas. Se o pai estiver usando uma vara, esta poderá quebrar algum osso, se a criança puser a mão no meio do caminho. Mas o movimento da vara é mais rápido que o das mãos e, se o filho estiver agarrando seus tornozelos, não poderá erguer as mãos depressa bastante para interromper o golpe. Assim sendo, “ficar na posição” é uma medida de segurança. Alguns pais afirmam que a vara possui um efeito enternecedor. Falando sério, uma surra rápida e bem dada não permite que surjam, imediatamente, relacionamentos de ternura e afeição? O castigo acabou. Não há neces sidade de deixar a criança “no gelo” durante vários dias, ou horas. O filho grita, berra, esperneia e chora, e depois você o toma em seus braços. Ele já pagou a sua pena. Tudo acabou. Esse é o método básico que Deus tem para castigar. Disciplina e Instrução Efésios 6.4 também tem uma segunda parte. E a parte positiva do versículo. Paulo adverte que não exasperemos nossos filhos, mas que os criemos “na disciplina e admoestação do Senhor”. Além de nos dizer o que não devemos fazer, Deus também nos disse o que fazer, e como fazêlo. Deus ordena aos pais que disciplinem os filhos à Sua maneira. Ele não os deixou frustrados ou entregues à sua própria engenhosidade. Dentro dos princípios gerais que Ele apresenta aqui, os pais devem assumir sua responsabilidade. As palavras divinas, “disciplina e admoestação do Senhor”, des-
Em primeiro lugar, notem que a disciplina é de Deus. Toda autoridade real para o treinamento dos filhos procede de Deus; é “do Senhor”. Mas, em segundo lugar, todo treinamento e disciplina devem ser Sua disciplina, na medida em que refletem a disciplina que Ele exerce sobre o pai, que é Seu filho. Se você é um verdadeiro filho de Deus, será disciplinado por Ele (ver Hb 12.5 e ss.). Você também levará umas surras. Se você não é filho de Deus, então não receberá a disciplina do Senhor. Se você violou a aliança, um dia você receberá a ira de Deus, por não ter entrado em Sua maravilhosa aliança de graça. Mas, se você é um verdadeiro filho de Deus, receberá as bênçãos da disciplina do Pai celestial ainda nesta vida. Assim, os métodos disciplinares, usados pelos pais crentes, devem ser os mesmos usados por Deus. Devem usar o cuidado e a admoestação (ou disciplina e instrução). Esse é o tipo de disciplina que o próprio Deus usa. Em Deuteronômio 11.1, Deus nos manda dar importância à Sua disciplina. Estudea, entendaa, usea. Mas do que consiste, precisamente, essa disciplina do Senhor, esse cuidado e admoestação de que Paulo fala? A primeira palavra, “disciplina” , significa treinamento estruturado. É uma disciplina com recursos para se impor. Esse treinamento consiste em estabelecer um programa, visando objetivos e usando métodos que conduzirão à obtenção destes. Exige um esforço paciente, persistente e coerente, até que a disciplina produza um padrão correto de vida na criança. É treinamento apoiado pela vara; é treinamento apoiado pelo castigo. Mas é treinamento que também oferece recompensa em face de progressos genuínos. Envolve e exige um desejo consciente e um esforço calculado para mudar algo na vida de um filho ou implantar algo em sua vida. Esse é o significado do primeiro vocábulo. As Escrituras são o padrão para tal treinamento. A segunda palavra, “admoestação”, ou “instrução”, significa ver algo que você sabe estar errado e pre-
e procurando penetrar na vida do filho e tocar em seu coração e em sua alma, tentando efetuar tal mudança para seu benefício. Significa que o pai deve atrair o filho para aprender e para exercitar a autodisciplina. Enquanto que a primeira palavra fala da disciplina exterior, exercida por outrem, esta palavra visa a disciplina interior, que surge de convicções pessoais. A palavra, literalmente, se refere a colocar uma admoestação no coração e na mente da criança. Abrange mais que simplesmente manipular o filho e estruturar sua vida dentro deste ou daquele tipo de comportamento. É aqui que Skinner e seus métodos de behavio rismo provam a sua ineficácia. Os behavioristas “disciplinam” os filhos da mesma maneira em que alguém treina um cachorro. O behaviorismo e a ética cristã são dois métodos inteiramente diferentes de treinar uma criança. Os filhos (e as esposas) não podem ser treinados para rolar, latir duas vezes, e sair para trazer o jornal na boca, como se faz com um cachorro. Os crentes devem interessarse pelo relacionamento dos filhos com Deus e com eles mesmos, pais. É disso que fala a segunda palavra. No decorrer dos anos, a ênfase, na disciplina, deve sair da disciplina estruturada para cair na autodisciplina. Os pais devem servir como “técnicos” para os filhos, mas precisam aprender a deixar o jogo correr quando seus filhos já tiverem aprendido a assumir suas próprias responsabilidades. O programa “Aprenda Um/Ganhe Um”, no fim deste capítulo, oferece um meio de estimular essa transição de modo específico. Disciplina com dignidade, portanto, envolve não apenas uma estrutura estabelecida para serem atingidos certos objetivos. Isso é necessário, mas ela também leva em conta a convicção pessoal da criança em fazer o que Deus ordena, considerandoa ainda mais vital. Ela foi feita à imagem de Deus, e seu coração deve ser alcançado com a Palavra de Deus. A mensagem que fala de um Senhor cheio de amor, que veio e Se entregou em favor do homem é que primeiro deve tocar o coração
Os pais devem levar os filhos ao arrependimento, à convicção de que são pecadores, e então conduzilos ao Salvador. E depois devem prosseguir, mostrandolhes o que Cristo deseja, continuando a motiválos, não somente com a vara, mas também através da cruz. Deus faz muitas coisas a fim de nos disciplinar. Muitos dos pontoschaves de Sua perfeita disciplina já foram mencionados, em contraste com os fracassos devidos à falta ou ao excesso de disciplina. Mas, para resumir, vamos colocar o assunto desta maneira: Deus revela claramente a Sua vontade. Ele apresenta as regras e diz qual será o castigo, antes de ocorrer qualquer infração. Quando ocorre a infração, então ele impõe o castigo. Essa é a base de toda disciplina coerente, tal como ela figura na Palavra de Deus. A despeito de nossas falhas, devidas ao pecado, devemos treinar mais e mais nossos filhos, conforme o método divino.
CODIGO d e c o n d u t a
___c
r im e
CASTIGO
POR QU EM
QUANDO-'
obediência geral
Nos blocos abaixo, aliste as regras, castigos e mé todos disciplinares combinados. Quando houverem che gado a um acordo escrito, mostre o código de conduta a seus filhos, e explique-o a eles. Pergunte-lhes se têm dúvidas ou sugestões. Introduza quaisquer modificações com que ambos (pai e mãe) concordem de coração. Vocês são a autoridade final, e não precisam aceitar sugestões que não os impressionem como melhoramen tos reais ao código. Quando tudo estiver definido, que o código seja posto em ação. Não se opere em mais do que três regras de cada vez (duas pode ser melhor). Tome o cuidado de vigiar o cumprimento das regras e castigar todas as ofensas, uma por uma. Cópias do código, postas nos quartos e outros lugares apropriados, podem ajudar a memória de todos os participantes. Para maiores informações, ver Competente para Aconselhar, págs. 188 e ss., 220.
132
PROGRAMA APRENDA UM/GANHE UM
A P R E N D A UM (REALIZAÇÕES)
G A N H E UM (PRIVILÉGIOS)
1 ____________________ 2 ______________
Numa reunião de família, os pais devem explicar aos filhos o programa “Aprenda Um/Ganhe Um”. 0 principio bíblico de que a responsabilidade leva ao privilégio de uma maior responsabilidade é a base desse programa (ver Mateus 25.21,23,29). Os pais devem pedir aos filhos que façam uma lista dos privilégios que gostariam de receber. Dessa lista, cinco podem ser selecionados e escritos nas lacunas, ao lado dos números 2, 4, 6, 8 e 1 0. A seguir, os pais devem alistar nas lacunas 1, 3, 5, 7 e 9 cinco responsabilidades (ou objetivos) que querem que o filho aprenda. (Talvez os pais prefiram combinar essas responsabilidades numa conversa particular). Ambas as listas devem partir do mais fácil para o mais difícil. Apresentar isso com antecedência permite que a criança consiga os privilégios a um ritmo próprio. A possibilidade de subir os “degraus”, até o mais elevado e desejado privilégio à vista muitas vezes oferece um forte incentivo. As responsabilidades devem ser aprendidas antes do privilégio ser concedido. Isso significa que devem ser demonstradas durante um período de tempo especificado. O processo para um nível mais alto pressupõe que as responsabilidades assumidas em níveis anteriores continuam sendo demonstradas. Tanto quanto possível, os privilégios devem ser combinados com as responsabilidades, de modo que aqueles surjam destas e ofereçam base para elas.
Capitulo Nono COMO VIVER COM UM MARIDO DESCRENTE Na história da Igreja, sempre foi comum encontrarse mulheres crentes casadas com maridos descrentes. O fenômeno certamente não é novo. Nos dias do ministério terreno de Cristo, as mulheres permaneceram junto à cruz, enquanto os homens fugiram. Este é um comentário muito interessante sobre as mulheres. Os discípulos partiram, mas as mulheres ficaram. Você já se perguntou quem eram os maridos dessas mulheres,
surreição. Assim, parece que desde o princípio a igreja enfrentou a situação de mulheres fiéis, casadas com maridos não tão fiéis. A situação ocorre com freqüência suficiente para esperarmos que as Escrituras falem diretamente sobre o assunto. E, sem dúvida, falam mesmo. A primeira coisa que deve ser esclarecida, antes de prosseguirmos, é que Deus não aprova o casamento de uma pessoa crente com outra, descrente. Em 1 Co ríntios 7.39, Paulo afirma que os crentes devem casarse exclusivamente “no Senhor”. Essa frase significa dentro d a f é c o m u m que os crentes têm em relação ao Senhor Jesus Cristo, a fé que os identifica como parte do corpo de Cristo. Assim, podese dizer que estão ambos “em Cristo”, ou “no Senhor”. Nas Escrituras nada relaxa o mandamento firme e claró de que os crentes não devem porse sob jugo desigual com os incrédulos. Os crentes só podem casarse no Senhor, isto é, somente dentro da fé. Assim, quando as Escrituras dão instruções a uma esposa crente, casada com esposo descrente, de maneira alguma aprova o casamento de um crente com um descrente. O que está sendo especificamente tratado aqui é o caso em que um dos cônjuges descrentes se torna crente. Isso não é uma situação incomum. E, com muito maior freqüência, é a esposa que se torna crente antes do esposo. A razão por que isso acontece é difícil de explicar. Há um fato muito interessante nas igrejas Reformadas, com as quais o autor está mais familiarizado; parece haver uma percentagem bem alta de homens nas congregações. Devemos ser gratos a Deus por isso. Deus nos está abençoando ricamente com esses homens. Outras igrejas enfrentam o problema que para elas se torna uma ameaça maior do que é para nossas igrejas. A despeito disso, todos precisamos saber o que Deus diz sobre esse assunto. E, ao estudarmos o que Deus diz, é possível descobrir alguns princípios gerais sobre como testemunhar a incrédulos também. Podese também aprender princípios vitais sobre como todos os crentes
ser isolada a apenas uma situação; os princípios nela contidos englobam toda a nossa experiência cristã. Por isso, embora este capítulo trate particularmente da situação de quem vive com um marido incrédulo, sua mensagem serve para todos nós. Maridos crentes que têm esposas descrentes podem ser testemunhas eficientes para com elas, assumindo as responsabilidades da “liderança amorosa” que foi comentada no capítulo que leva esse título. É da máxima importância enfatizar o fato de que a Bíblia exige do crente que viva com um cônjuge descrente, caso este queira continuar vivendo em relação de casamento com o crente. Um crente não pode abandonar seu cônjuge descrente. Deus insiste em que o crente deve continuar vivendo com o cônjuge descrente. Este é um mandamento bem claro da Palavra de Deus. Em 1 Coríntios 7.1216, Paulo trata desse assunto: “Aos mais digo eu, não o Senhor. . .” (Com isso ele não queria dizer que falava sem autoridade proveniente do Senhor. O que ele havia dito 'antes era apenas um eco do que o próprio Jesus dissera a Seus discípulos, durante Seu ministério terreno. O que ele diz agora vai além das palavras de Cristo; ele está tratando de um assunto que Jesus não focalizou. As palavras de Jesus se referiam apenas às relações matrimoniais entre dois crentes, e não entre um crente e um descrente. No entanto, devemos lembrar que agora Jesus está falando através do apóstolo Paulo, quando ele diz o seguinte:) A os tem com rido não
mais digo eu, não o Senhor: Se algum irmão mulher incrédula e esta consente em morar ele, não a abandone; e a mulher que tem maincrédulo e este consente em viver com ela, deixe o marido. (1 Coríntios 7.12,13).
As palavras não poderiam ser mais claras. Se o cônjuge incrédulo deseja continuar com o casamento, o marido ou a mulher crentes, perante Deus, não têm
Por que Paulo diz isso? Além de dar a ordem, ele também dá a razão. Ele diz que por amor aos filhos e ao cônjuge, o crente deve prosseguir no casamento: “Porque o marido incrédulo é santificado no convívio da esposa, e a esposa incrédula é santificada no convívio do marido crente. Doutra sorte os vossos filhos seriam impuros; porém agora são santos” (v. 14). Não é possível entrar num debate completo do que “impureza” e “santidade” significam nesta passagem. Isso é extremamente difícil de determinar. Deve significar isto, pelo menos: que outras pessoas que vivem no mesmo lar com um crente gozam de um relacionamento com Deus de que não desfrutariam caso o crente ali não estivesse. Qual a profundidade desse relacionamento? Quanto aquele crente pode dar ao incrédulo (seja este seu filho, esposo ou esposa)? Esta pergunta é de difícil resposta. Claramente a presença de uma pessoa crente santifica ou separa (ver Gênesis 18.2233, onde a presença do justo tem uma influência preservativa). Por causa da presença do cônjuge crente naquela casa, o outro côn juge ou um filho incrédulo está numa posição especial. Com certeza, isso significa que, a um nível mínimo, o evangelho está bem acessível naquele lar. O fruto do Espírito que habita naquele crente está presente naquele lar. Seu trabalho pode ser “provado” e Seu poder pode ser visto pelos outros (ver Hebreus 6.4,5). O quanto, além disso, esta passagem vai, é algo muito difícil de responder. Paulo prossegue dizendo que se o cônjuge incrédulo resolver abandonar o lar, a situação muda (vs. 15 e 16). O incrédulo que estava casado com outro incrédulo, mas agora está casado com uma pessoa crente, precisa enfrentar algo com que não contava quando se casou. Sua esposa agora vai à igreja uma vez por semana, lê sua Bíblia e ora. Possui novos amigos e está interessada na comunhão com os crentes. Já não concorda em mentir sobre a declaração do imposto de renda e não dá mais valor às coisas de que tanto gostava
e irritante. Ele poderá decidir: “Não foi isso que eu tratei com você quando nos casamos. Você não era crente. Você cria nas mesmas coisas em que eu cria; levava o mesmo tipo de vida que eu. Agora que você arranjou essa religião, eu não a amo mais. Vou procurar alguém que me acompanhe em meu modo de vida. Adeus!” Se o descrente quiser separarse, a Bíblia diz: “. . .que se aparte. Em tais casos não fica sujeito à servidão nem o irmão nem a irmã; Deus vos tem chamado à paz”. Em tal situação o crente está livre de seus laços matrimoniais, podendo se divorciar e casar novamente. Ele (ou ela) estará livre. (1) Contudo, se o cônjuge incrédulo quiser permanecer, há a possibilidade de ganhálo para Cristo. Paulo pergunta: “Pois como sabes, ó mulher, se salvarás a teu marido? ou como sabes, ó marido, se salvarás a tua mulher? ” (v. 16). Uma das razões para dar continuidade ao casamento, se o cônjuge descrente estiver disposto a isso, é leválo à fé salvadora no Senhor Jesus Cristo. Certamente esse deve ser um pensamento dominante no coração de qualquer cristão. O fato de que alguém em quem a pessoa teve tamanho interesse (pelo menos uma vez) a ponto de se casar com ele, ainda não conhece a Cristo com o ela veio a conhecer, deveria levar a um forte desejo de ganhar esse alguém para Cristo. Paulo diz que se ele partir, a oportunidade da esposa acabouse. Essa oportunidade nem existe, a menos que o próprio descrente diga: “Esqueçase de tudo; eu me vou embora”. Se, pois, há a possibilidade de ganhar o cônjuge descrente, com o pode o crente conseguir isso? Especificamente, que deve fazer uma esposa cujo marido é descrente para ganhálo para Cristo? Como ela deve com portarse? O que ela deve evitar? O que ela deve des tacar? Como seu comportamento e suas palavras podem contribuir mais positivamente para esse propósito? Não há necessidade de especular sobre as respostas a essas perguntas. Esse exato problema é comentado de
próprios maridos, para que, se alguns deles não obedecem à palavra, sejam ganhos sem palavra alguma, por meio do procedimento de suas esposas”. É no testemunho de suas vidas, e não no evangelismo verbal que Pedro põe a ênfase. Pedro se refere às palavras da esposa, não à Palavra de Deus, quando diz que os maridos podem ser ganhos “sem palavra alguma”. Notem, portanto, que a ênfase é posta no comportamento, e não nas palavras. Continua ele: “. . .sejam ganhos sem palavra alguma, por meio do procedimento de suas esposas, ao observarem o vosso honesto comportamento cheio de temor. Não seja o adorno das esposas o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja, porém , o hom em interior do coração, unido ao incorruptível de um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus. Pois foi assim também que a si mesmas se ataviaram outrora as santas mulheres que esperavam em Deus, estando submissas a seus pró prios maridos, com o fazia Sara, que obedeceu a Abraão, chamandoo senhor; da qual vós vos tornastes filhas, praticando o bem e não temendo perturbação algum a” (1 Pedro 3.16). E ele diz aos maridos: “Maridos, vós igualmente vivei a vida comum do lar com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa m ulh er co m o parte mais frágil, trataia com dignidade, p o r isso qu e sois ju n ta m en te herdeiros da mesma graça da vida, para que não se interrompam as vossas orações” (1 Pedro 3.7).
Finalmente, para resumir, ele conclui: “Finalmente, sede todos de igual ânimo, compa-
injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, pois para isto m esm o fostes chamados, a fim de rece berdes bênção por herança” (1 Pedro 3.8,9).
São os seis primeiros versículos que, de modo especial, apresentam diretrizes bem claras quanto à conduta da esposa crente no lar onde o marido é um incrédulo. Homens assim não darão ouvidos à Palavra de Deus. Via de regra, as últimas pessoas a quem ouvirão serão suas esposas. Quando pecadores vivem juntos, têm a tendência de irritar um ao outro. Todos os maridos descrentes que têm esposas crentes sabem que elas não são perfeitas. Embora sejam crentes, elas irritam a seus maridos e freqüentemente deixamnos bastante aborrecidos. É muito fácil para a esposa se especializar na pregação e deixar a vida de lado. Mas quando ela faz isso, as irritações falam muito mais alto que suas palavras. Os maridos são afastados do evangelho quando as mulheres insistem em pregar e exortar, mas não fazem a menor tentativa de melhorar seu modo de vida. Algumas esposas crêem que sua vocação, uma vez que se tornaram crentes, é marcar estudos bíblicos em lares, como armadilhas evangélicas para capturar seus maridos. Outras espalham literatura cristã por todos os cantos da casa. Mas quando o marido chega em casa, sofrido e cansado, e tem que abrir caminho entre folhetos e panfletos, espalhados pela varanda e pela sala, ele entende a jogada imediatamente. E, normalmente, ele não gosta da jogada; ele conclui que está sendo espetado com o evangelho. Uma senhora que veio solicitar aconselhamento estava muito aborrecida com o fato de que seu marido descrente estava rejeitando o evangelho. Ela revelou seu método de ganhar seu marido para o Senhor. Ela sintonizava uma estação de rádio evangélica de manhã à noite e aumentava o volume quando o marido chegava em casa. E enquanto estava em casa ele vivia tampando os ouvidos. Ele não gostava da música, não gostava da
esposa e do evangelho. Seu conselheiro a aconselhou a instalar um fone de ouvido em seu rádio e a começar a dar mais atenção ao modo como estava vivendo. Ele a exortou a mostrar mais interesse por seu marido como esposa e a bombardeálo com atos de amor e interesse, em vez de bombardeálo com sermões. Não demorou muito para que o marido viesse às entrevistas de aconselhamento e, por fim, se tornasse um crente. Mas ela o estivera afastando do Senhor com o rádio. É muito importante para a esposa não exortar seu marido ou pregar para ele (ou viver suplicando para que ele vá à igreja). Ela não deve enganálo, pondoo em situações nas quais ele é constantemente inundado pela pregação da Bíblia. Essa espécie de manobras por parte das esposas tem sido usada desde tempos imemoriais para tentar levar os maridos a Cristo. O fato incrível é que isso tenha funcionado por tantas e tantas vezes! Mas falharam com muito maior freqüência ainda, e afastaram muitos maridos do evangelho. A pior coisa que uma esposa pode fazer é teimar com seu marido a respeito do evangelho. Os maridos simplesmente desligam esse tipo de esposa. Mas uma coisa que o marido não pode desligar, uma coisa que ele normalmente não quer desligar é a esposa que seja uma pessoa encantadora. É aí que o apóstolo Pedro põe a ênfase. Ela deve ganhálo não com suas palavras, mas com seu comportamento. Sua vida é o alicerce de suas palavras. Isso não significa que, a certa altura da vida do marido, ela ou outra pessoa não precise apresentar a mensagem do evangelho. Certamente que não! Ninguém jamais foi salvo sem crer no evangelho (ver Romanos 10.17). Significa, porém, que ele será ganho mais depressa sem a contínua discussão, a teimosia e a pregação feitas pela esposa. O comportamento da esposa no lar fará a diferença. Deixeme fazerlhe uma pergunta: que tipo de esposa é você? Como você vive em seu lar? Virgínia veio para aconselharse. Ela disse: “Meu marido jamais virá. Ele não se importa comigo ou com o casamento; ela não se importa com nada”. O conse
lheiro a exortou: “Virgínia, não desista tão facilmente”. E começou a conversar com ela sobre sua vida. Virgínia viu muitas coisas que estavam erradas. Em várias áreas ela estivera indo na direção errada. Ela estava falhando, tanto como esposa quanto como mãe. Ela chegou à conclusão de que deveria mudar, mas não como uma técnica para ganhar seu marido para o Senhor. Esta nunca deve ser a motivação principal. Sua mudança tinha que ser baseada primeiramente no fato de que ela deveria viver o tipo certo de vida perante Deus. Ela tinha que buscar a mudança operada por Deus, quer isso ganhasse seu marido ou não. O motivo básico tinha que ser uma vida mudada porque Deus diz: “Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a Sua justiça. Essa deve sempre ser a razão fundamental. Assim, Virgínia teve a convicção de que não estava fazendo o que deveria fazer como esposa, diante de Deus. Confessou esse fato a Ele e pediu que a ajudasse a ser melhor esposa. Ela havia desistido de ganhar a seu marido por si mesma. O conselheiro lhe disse: “Pense em coisas pequenas que você poderia fazer para começar”. Ela não foi capaz de pensar em nada (já fazia muito tempo que ela não pensava em coisas assim!) Desse modo, o conselheiro lhe deu uma sugestão inicial: “Por que você não prepara um jantar à luz de velas na próxima noite em que ele chegar em casa? Recebao à luz de velas. Mostre a ele que você se importa com seu casamento e se está esforçando para leválo para a frente. Ele notará que você está tentando ser diferente. Só por causa dele, ponha velas à mesa”. Ela protestou: “Ele vai dar risadas! Ele vai rir às minhas custas. Ele vai dizer: ‘Você apagou as luzes; eu não posso comer no escuro’, e um monte de coisas assim” . “V ocê tem alguma idéia melhor? ” “Não”. “Então tente essa de qualquer maneira”. Sabem o que ela disse, quando voltou para a entrevista da semana seguinte? O marido dela, Bratt, entrou em casa, olhou para as velas e disse: “Não tire nada do lugar!” e desapareceu. Um minuto depois ele voltou com uma
alguma coisa. A conduta naquele primeiro dia causou mais impacto do que todas as semanas e os meses de teimosia e discussão. Ela tinha outros assuntos vitais de que tratar. Mas, por meio dessa primeira tentativa, Virgínia (e Bratt) descobriram a verdade. A conduta, não as palavras, é que faz a diferença. Ela já conversara com ele sobre ir à igreja, sobre procurar um conselheiro cristão, sobre toda espécie de coisas, sem qualquer resultado. Mas, quando ela começou a fa zer alguma coisa, isso fez a diferença, a grande diferença! Eis aqui alguns comentários reais, feitos por aconselhados a respeito desse assunto. Um marido, referin dose à sua esposa, disse: “Vim aqui para ver o que acontece com ela. Quando chegou em casa e disse: ‘Sinto muito’, fiquei admirado; foi a primeira vez que ela disse estar sentida, em todo o nosso casamento”. Outro marido se expressou da seguinte maneira: “Vim aqui porque percebi que havíamos chegado a uma brecha na barreira, quando ela disse: “Quero me submeter a você” . Por causa disso ele começou, pela primeira vez, a esforçarse por fazer de seu casamento um sucesso. O apóstolo Pedro diz: “Vocês, esposas, sejam submissas a seus esposos. Assim, se eles ainda não obedecem à Palavra serão ganhos sem uma palavra, por causa do comportamento de suas esposas”. Que tipo de esposa seu marido pensa que você é? Se o seu marido ainda não é salvo, o que ele pen
o trate com doçura? Ele nota em você aquela qualidade indestrutível de um espírito manso e tranqüilo? Não é a insistência, mas a conduta, que demonstra Cristo numa vida. Aquele encanto suave e tranqüilo de uma esposa fala com eloqüência de Jesus Cristo. É interessante notar que Pedro usa duas expressões para descrever o comportamento da esposa: “honesto” e “cheio de temor”. A segunda se refere ao respeito pelo marido; é a mesma palavra que Paulo usa em Efésios 5, quando fala da submissão da esposa ao esposo, como autoridade instituída por Deus no lar. Notem, porém, a outra expressão: “honesto”, ou seja, puro, casto. Há esposas crentes que deram a seus ma ridos razões para suspeitar de sua conduta. Não apenas suspeitar de seus ressentimentos, mas suspeitar da sua fidelidade. Em muitas situações, maridos descrentes fo ram afastados da Igreja de Jesus Cristo pela conduta descuidada (se não algo mais que isso) e leviana de suas esposas. E tem havido esposas, esposas crentes, que ficam muito enamoradas de algum pregador ou líder evangélico que é “tão diferente” daquele “pobre marido descrente” que elas têm em casa. Quando uma esposa assume esse tipo de atitude, freqüentemente arranja também um interesse em descobrir valores em outros homens. Lá em seu íntimo, já deixou de ser uma pessoa pura. A tentação de dar maior valor a outros homens cresce e se torna mais forte. Ela pensa: “Como seria formidável ter um marido crente tão fiel como o João”, ou: “Seria maravilhoso ser a esposa de um pregador como o José”. Ela pode até começar a alimentar e viver fantasias a esse respeito, e dar a seu marido razões para suspeitas. No todo, há pouco perigo de que isso aconteça a uma mulher que esteja, por todos os meios, procu rando cumprir todos os seus deveres de esposa. Ela to mará cuidado para não negociar com seu marido através do seu corpo, ou negar-lhe relações sexuais por causa de ira. Pelo contrário, em íntimo acordo com 1 Coríntios 7.1-5, ela será zelosa no cumprimento de seu
fazer sexualmente a seu marido. Seu marido não terá necessidade de suspeitar dela. Ele lhe fará “o bem, e não o mal, todos os dias de sua vida” (Provérbios 31.12). Ela o estimulará a “alegrarse com ela”; ela se esforçará para ser a amante que o satisfaça, alegrandoo profundamente com o seu amor (ver Provérbios 5.1520). Com que freqüência as esposas crentes têm falhado em seus deveres sexuais, e assim, impõem enorme tentação diante de seus maridos descrentes, além de causarem desonra ao nome de Jesus Cristo. Concluindo, há apenas uma mensagem para a esposa cujo marido não é crente: ganheo através da sua vida. Ore e viva; esse é seu testemunho fundamental.
SUA FOLHA DE AVALIAÇÃO Como esposa de um marido descrente, pergunte a si mesma: “Que estou fazendo a esse respeito? ” Depois aliste abaixo as suas respostas e, em oração, tome quaisquer medidas e cursos de ação que lhe pareçam necessários. 1.
Q U E E ST O U F A Z E N D O D O M O D O C E R T O ?
2.
Q U E E ST O U F A Z E N D O D E E R R A D O ?
3.
QU E D EU S QU ER QU E EU FA Ç A P A R A C O R R IG IR M IN H A C O N D U T A ?
CONCLUSÃO Se você identificou algumas falhas de sua família, por que não fazer algo para resolvê-las? Aqui está um plano simples e bíblico para ajudá-lo a fazer isso. Em primeiro lugar, prepare uma lista de todas as coisas que você vem fazendo da maneira errada em seu casamento (tire a trave de seu olho antes de come çar). Você deve usar a folha de avaliação que aparece no fim deste capítulo. Seja específico, e não geral. Não somos descuidados e indelicados no abstrato; falamos
gurar um casaco ou abrir uma porta uns para os outros, e assim por diante. Vivemos concretamente, e isso signi fica que pecamos concretamente. Por isso, as mudanças têm que ser feitas concretamente. O arrependimento sempre tem um aspecto específico,, concreto. (Cf. Lucas 3.8-14). Em segundo lugar, em atitude de arrependimento, confesse seus pecados a Deus. Em terceiro lugar, determine uma mudança de acordo com preceitos e exemplos bíblicos e escreva propósitos específicos ao lado de cada item da lista. Peça a Deus que o ajude a conseguir essas mudanças. Em quarto lugar, vá humildemente a seu marido ou sua esposa, ou pais ou filhos, e confesse seus pecados contra eles, dizendo que já buscou e recebeu o perdão de Deus, e que agora deseja o deles. Tome o cuidado de falar apenas de seus pecados e falhas. Em quinto lugar, tendo recebido o perdão, procure corrigir quaisquer erros e ofensas imediatamente, sempre que possível. Onde a mudança exigir o desenvolvimento de um novo relacionamento, baseado num novo padrão bíblico de vida, analise os seus propósitos, juntamente com o seu cônjuge, e solicite a sua ajuda na implantação desses novos padrões e desse novo relacionamento, nos dias à frente. Para aprofundar-se mais nesse assunto, leia as informações sobre como formar uma mesa de encontro e avaliação no livro do autor, Com petente para Acon selhar, págs. 231-236, 250, 264 e ss.
TAREFA Meus Pecados
INDICE DAS ESCRITURAS Gênesis 1.28 p. 53 2.18 p. 49,50 2 .2 4 p . 49, 51,54,101 18.22,23 p. 138
Lucas
Deuteronômio 6 p . 111 11.1 p . 129
Romanos
Salmos 4 p . 32 127 p. 53 Provérbios 2.17 p . 47.52 5.1520 p. 146 25.28 p. 32 29.11 p. 32 29 .22 p. 32 31.10 ss. p. 80 31.12 p. 146 3 1 . 3 0 p . 64
Isaias 1.5,6 p. 16 Malaquias 2.14 p. 47 ,52 Mateus 5.23,24 p. 37 6 . 3 4 p . 39 7.35 p. 35 18.1517 p. 38 25 .21,23,29 p. 133
3.814 p. 150
João 3 . 1 6 p . 43 8.28 p. 62 10.17 p. 142 12.20 p. 43 15.1,2p. 33 1 Corintios 7.7 p. 42,49,63,145 7.12,13 p. 137 7.26 p. 48,63 7.2931 p. 49,63 7.36 ss. p. 62 7.39 p. 136 13 p. 34 14 p. 74
2 Corintios 8 . 1 0 p . 68
Gálatas 2 .2 0 p. 43,105
Eîésios 0 livro de p. 24 1 3 p . 26 1.22 p. 100 4 p .26 4.1 p. 26 4 . 1 1 , 1 2 p . 27 4.15 p. 26
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