Introdu¸c˜ ao ` a An´ alise Real P´ os-gradua¸ os-gradua¸ c˜ cao a ˜o do LNCC1
Alexandre L. Madureira
´ rio Nacional de Computac ˜ o Cient´ıfica—LNCC, Brasil Laboratorio o ¸ao a URL: URL: http://www.lncc.br/ alm URL: URL: http://www.lncc.br/ alm/cursos/analise06LNCC.html
∼ ∼
1
20 de mar¸co co de 2006
´cio. Estas notas de aula s˜ao Prefacio. a ao relativas ao curso de An´alise a lise da p´os-gradua¸ os-gradua¸c˜ c˜ao a o do
Laborat´orio orio Nacional de Computa¸c˜ c˜ao ao cient´ cient´ıfica, LNCC. Estas notas devem servir de apoio, e certamente n˜ao ao eliminam a necessidade de se usar os j´a cl´assicos, assicos, aprimorados e v´arios arios livros did´ aticos. aticos. Mencionam Mencionamos os alguns alguns deles na biliografia. biliografia. Neste curso apresento alguns t´opicos opicos de an´alise alise que, espero, sejam ´uteis. uteis. Na verdade, o que eu espero mesmo ´e apresentar o rigor matem´atico atico aos alunos, e mostrar como este deve ser utilizado em conjunto com a intui¸c˜ c˜ao ao matem´atica. atica. Minha exp eriˆ encia encia diz que os alunos do LNCC tˆ em em a intui¸c˜ cao a˜o mais desenvolvida que o rigor. Planejo Planejo discutir discutir os seguintes seguintes t´opicos: opicos: Os n´ umeros reais e topologia em R umeros Fun¸c˜ c˜oes; oes; Conjuntos finitos, infinitos, cont´aveis; aveis; Propriedades dos reais; Espa¸cos cos Vetoriais; Conjuntos abertos e fechados; Vizinhan¸cas; cas; Teorema de BolzanoWeierstrass; Conjuntos Compactos; Teorema de Heine–Borel; Sequˆ Seq uˆencia enc iass e Conver Co nvergˆ gˆencia enc ia;; Sequˆ Se quˆenci en cias, as, Subs Su bsequ equˆˆencia enc ias; s; Seq S equˆ uˆencia enc iass mon´ mo n´otonas otonas (em R); limsup; Caracteriza¸c˜ cao a˜o de conjuntos fechados; Sequˆencias encias de Cauchy Cau chy Fun¸c˜ c˜oes oes Cont´ Con t´ınuas ınu as Propriedade Propriedadess Locais e Globais Globais Preserva¸c˜ c˜ao ao de Compacidade e Continuidade Uniforme Diferenciabilidade Fun¸c˜ coes o˜es de uma vari´avel; avel; Derivadas parciais; Diferenciabilidade Regra da cadeia; Teorema de Taylor; Teorema da fun¸c˜ c˜ao ao impl´ıcita ıcita e da fun¸c˜ cao ˜ao inversa; Aplica¸c˜ c˜oes oes Sequˆencia enci a de fun¸ fun ¸c˜ c˜oes oes Convergˆencia encia pontual e uniforme; unif orme; Trocas de limites lim ites Equicontinuidade
•
n
• •
• •
A referˆ refe rˆencia enci a b´asica asi ca ´e o livro liv ro The elements of Real Analysis , de Robert Bartle [ 1]. Outra referˆ ref erˆencia enci a importa imp ortante nte ´e o j´a cl´ assico assico livro de an´alise alise do Elon Lima [ 5], bem como [ 8]. Para t´opicos opicos espec´ıficos ıficos em uma dimens˜ao, pode-se ler [ 2, 4]. Finalmente, Final mente, id´eias eias mais mai s abstratas abstra tas s˜ao ao apresent apresentadas adas em [ 6].
Conte´ udo udo Cap´ıtulo 1. Pr´e-requisitos 1.1. 1.1. Fun un¸c˜ c¸o˜es 1.2. Conjunto Conjuntoss finitos, finitos, infinitos, infinitos, enumer´ enumer´ aveis 1.3. Exerc´ıcios
1 1 2 3
Cap´ıtulo 2. Os n´ Cap´ umeros umeros reais e o Rn 2.1. Os n´ umeros Reais 2.2. 2.2. Espa Espa¸cos c¸os Vetoriais e o Rn 2.3. 2.3. Con Conjun juntos tos aberto abertoss e fechad fechados os em Rn 2.4. 2.4. Celas Celas encaix encaixan antes tes em Rn e o teorema de Bolzano–Weiertrass 2.5. Conjuntos Compactos 2.6. Exerc´ıcios
5 5 8 11 14 15 17
Cap´ıtulo 3. Sequˆencias 3.1. 3.1. Defin Defini¸ i¸c˜ ca˜o e resultados preliminares 3.2. Subsequˆencias e Teorema de Bolzano–Weierstrass 3.3. Sequˆencias de Cauchy 3.4. Sequˆ encias encias Contr´ Contr´ ateis 3.5. 3.5. Caract Caracteri eriza¸ za¸c˜ c˜ao de conjuntos fechados 3.6. Sequˆ encias encias em R 3.7. Limite superior e inferior 3.8. Sequˆ encias encias Mon´otonas 3.9. Exerc´ıcios
19 19 24 26 28 29 30 31 32 33
Cap´ıtulo 4. Continuidade Cap´ Continuidade e Fun¸ Fun¸c˜ c˜oes Cont´ınuas 4.1. Propriedades lo cais 4.2. Propriedades globais 4.3. 4.3. Fun un¸c˜ c¸o˜es Uniformemente Cont´ınuas 4.4. Exerc´ıcios
35 35 37 40 43
Cap´ıtulo 5. Diferencia¸c˜ Cap´ ca˜o 5.1. 5.1. Deriv Derivada ada em uma uma dime dimens˜ ns˜ ao 5.2. Teorema eorema de Taylor aylor e Aplica¸ Aplica¸c˜ co˜es 5.3. 5.3. Defin Defini¸ i¸c˜ cao a˜o e Propriedades de fun¸c˜ coes o˜es diferenci´aveis 5.4. 5.4. Matriz Matriz Hessia Hessiana, na, F´ ormula de Taylor e pontos cr´ıticos 5.5. Exerc´ıcios
45 45 50 52 58 62
Cap´ıtulo ıtu lo 6. Sequˆencia enci a de Fun¸c˜ co˜es 6.1. Convergˆencia Pontual
65 65 iii
´ CONTEUDO
iv
6.2. Convergˆencia Uniforme 6.3. Equicontinuidade 6.4. Exerc´ıcios Bibliography
66 68 69 71
CAP´ITULO 1
Pr´ Pr´ e-re e- requ quis isit itos os 1
Neste cap´ cap´ıtulo, recordaremos recordar emos defini¸c˜ coes o˜es e nota¸c˜ coes o˜es b´asicas asicas sobre conjuntos e fun¸c˜ coes. o˜es. Assumiremos aqui que as propriedades b´asicas asicas de conjuntos s˜ao ao conhecidas. Em particular, s˜ao ao de grande importˆancia ancia os conjuntos
{ } (n´umeros umeros naturais), naturais), Z = {0, 1, −1, 2, −2, 3, −3, . . . } (n´ umeros umeros inteiros), inteiros), Q = {m/n : m, n ∈ Z, n = 0} (n´umeros umeros racionais). racionais). N = 1, 2, 3, 4, . . .
1.1. Fun¸ c˜ coes o ˜es Considere A e B dois conjuntos conjuntos.. Uma fun¸c˜ cao a˜o ´e uma regra que associa a cada elemento Cham amam amos os o conj conjun unto to A de dom´ınio da fun¸c˜ cao a˜o f e o x A, um elemento f ( f (x) B . Ch denotamos por D(f ). ). Chamamos o conjunto B de contra cao a˜o f . con trado dom´ m´ınio ın io da fun¸c˜ f . Escrevemos f : A B , ou ainda
∈
∈
→
f : A x
→B → f ( f (x).
⊂ A, chamamos de imagem de E o conjunto f ( f (E ) = {f ( f (x) : x ∈ E }. Similarmente, se H ⊂ B , chamamos de imagem inversa de H o conjunto f (H ) = {x : f ( f (x) ∈ H }. Se E
−1
Se f ( sobre ). Dize Dizemo moss que f ´e f (A) = B dizemos que f ´e sobrejetiva (ou simplesmente sobre). injetiva (ou biun´ bi un´ıvoca ou um a um ou 1-1) quando, dados a, a D(f ), f ), se f (a) = f ( f (a ) ent˜ao ao a = a . Numa forma mais compacta, escrevemos que para todo a, a D(f ) f ) temos
∈
f ( f (a) = f ( f (a ) =
⇒
⇒
a = a ,
∈
onde “ = ” significa implica que. que. Se f ´e injetiva injetiva e sobre, a chamamos de bijetiva ou de uma bije¸c˜ c˜ ao. ao. Dizemos que g : B cao ˜ inversa de f se A ´e fun¸c˜
→
g (f ( f (x)) = x para todo x
f ( f (g(y )) = y para todo y
∈ A,
Quando existir, denotamos a inversa de f por f −1.
∈ B.
˜ o. Note que a defini¸c˜ Observa rvac c ¸ao. a cao a˜o de imagem inversa independe de existir ou n˜ao ao a 2 R dada por f ( fun¸c˜ c˜ao ao invers inversa. a. Po Porr exemplo, exemplo, a fun¸ fun¸c˜ cao a˜o f : R ao tem inversa. f (x) = x n˜ao −1 Entretanto f (R) = R.
→
1Ultima ´
Atualiza¸c˜ c˜ao: ao: 15/02/2006 1
´ 1. PRE-REQUISITOS
2
1.2. Conjuntos finitos, infinitos, infinitos , enumer´aveis aveis
{
··· }
Um conjunto B ´e finito se ´e vazio ou se existe ex iste uma bije¸c˜ cao a˜o entre B e 1, 2, , N para algum N N. Ca Caso so B n˜ao ao seja finito, o dizemos infinito. infinito. Se B ´e finito ou se existe uma bije¸c˜ cao a˜o entre B e N, dizemos que B ´e enumer´ avel .
∈
˜ o. Existe aqui uma diferen¸ca ca entre os termos usados em inglˆes es no Bartel [ 1], Observa rvac c ¸ao. a
e suas tradu¸c˜ coes o˜es diretas em portuguˆ portuguˆes. es. Seguindo Seguindo Elon [ 4], usamos o termo enumer´ avel para par a equi e quivaler valer ao inglˆ ing lˆes es countable. oes enumerable ou denumerable s˜ao ao usadas countable. J´a as express˜oes quando existe bije¸c˜ cao a˜o com N, i.e., exclui os conjuntos finitos. Por sua vez, Rudin [ 8] define os termos de uma terceira forma.
{
}
e finito, e portanto porta nto enumer´avel. avel. Exemplo 1.1. 2, 3, 4, 5 ´
{
Exemplo 1.2. P = 2, 4, 6, uma bije¸c˜ cao a˜o entre P e N.
···} ´e enum enumer er´´avel avel pois φ : N → P definida por φ(n) = 2n ´e
e enum enumer er´´avel avel pois Exemplo 1.3. O conjunto Z ´
{
Z = 0, 1,
−1, 2, −2, 3, −3, ···},
Z dada por φ(i) = ( 1)i [i/2] eφ:N bije ¸c˜ cao a˜o entre N e Z. A fun¸c˜ cao a˜o [ ] : R i/2] ´e uma bije¸ tal que [x [x] ´e a parte inteira de x, i.e., o maior inteiro menor ou igual a x.
→
−
·
→ Z ´e
enumer er´´avel avel pela “contagem diagonal”: Exemplo 1.4. Q ´e enum 0 1, 1 , 2 1 3, .. .
−1, −, −, 1 2 1 3
2, 2 , 2 2 3,
−2, −, −, 2 2 2 3
3, 3 , 2 3 3,
−3, · · · − , ··· − , ··· 3 2 3 3
e podemos contar pois Q=
1 0, 1, 1, , 2, 2
−
−
1 1 , , 2, 2 3
− −
1 , 3
···
.
Exemplo 1.5. O conjunto de n´ umeros umeros reais R n˜ao ao ´e enumer´ enum er´avel. avel. Pa Para ra mostrar mostrar isto, usaremos uma demonstra¸c˜ cao a˜o por contradi¸c˜ c˜ao. ao. Mostraremo Mostraremoss na verdade verdade que I = x R :
≤ ≤ }
∈
{ ∈
0 1 n˜ao ao ´e enumer´ enume r´avel. avel. Usando Usando a base base decimal, decimal, todo elemen elemento to x x I pode ser representado por x = 0, a1 a2 a3 , onde ai 0, . . . , 9 . Assuma que I ´e enum enumer er´´avel. avel. Ent˜ao ao existe uma enumera¸c˜ cao a˜o x1 , x2, . . . , xn , . . . dos elementos de I tal que
···
∈{
}
x1 = 0, a11 a12 a13 . . . , x2 = 0, a21 a22 a23 . . . , x3 = 0, a31 a32 a33 . . . , ..., onde aij
∈ {0, . . . , 9}. Seja agora y = 0, b b b · · · onde 0 se a ∈ {1, . . . , 9} b = 1 2 3
i
ii
1 se aii = 0.
1.3. EXERC EXERC´ICIOS
∈
3
∈
Logo y I mas y = xn para todo n N. Isto contradidiz a afirma¸c˜ cao a˜o que x1 , x2 , . . . , xn , . . . ´e uma um a enumer enu mera¸ a¸c˜ cao a˜o dos elementos de I . Portanto, I n˜ao ao ´e enumer enu mer´´avel. avel.
1.3. 1.3 . Exerc´ Exe rc´ıcios ıci os cao a˜o tem inversa inversa se e somente se ela ´e uma bije¸c˜ cao. a˜o. Exerc´ıcio 1.1. Mostre que uma fun¸c˜ aveis. aveis. Mostre Mostre que o produto cartesiano cartesiano Exerc´ıcio 1.2. Sejam A e B conjuntos enumer´ enumer er´´avel. avel. Conclua assim que Z enumer´avel avel implica em Q enumer´avel. avel. A B ´e enum
×
cao a˜o que n < 2n para todo n Exerc´ıcio 1.3. Mostre por indu¸c˜
c˜ao ao que se x > Exerc´ıcio 1.4. Mostre por indu¸c˜ n N. Esta ´e a desigualdade de Bernoulli.
∈
∈ N.
n
−1, ent˜ao ao (1 + x) ≥ 1 + nx para todo
CAP´ITULO 2
Os n´ umeros umeros reais e o Rn 1
Neste cap´ cap´ıtulo, falaremos falaremo s sobre n´umeros umeros reais. Assumiremos aqui que os n´umeros umeros reais s˜ao ao bem definidos e “existem”, sem entrar em detalhes sobre a constru¸c˜ cao a˜o deste deste corpo. corpo. A id´eia eia ´e apenas apresentar propriedades que os reais satisfazem. A seguir, falaremos sobre so bre abertos e fechados nos reais.
2.1. 2.1. Os n´ umeros umeros Reais umeros 2.1.1. Propriedades dos Reais. Para discutir uma importante propriedade dos n´umeros reais, introduziremos o conceito de cotas. ˜ o 2.1.1. Considere um conjunto S Definic ¸ ao a
≤
∈
⊂ R. Dizem Dizemos os que u ∈ R ´e cota superior Analo Analogamen gamente, te, dizemos dizemos que v ∈ R ´e cota inferior de S
de S se s u para todo s S . se v onjunto tem cota superio superiorr dizemos dizemos que ele ´e limitado s para todo s S . Se um conjunto por cima ou superiormente. superiormente . Se um conjunto onjunto tem cota inferior inferior dizemos que ele ´e limitado por baixo ou inferiormente. inferiormente. Se um conjunto conjunto tem cota superior superior e inferior, dizemos que ele ´e limitado.
≤
∈
Note que nem todos os conjuntos possuem cotas superiores e/ou inferiores. Por exemplo ao ao possui cota superior, superior, apesar ap esar de possuir cota inferior. inferior. Segue-se Segue-se da defini¸c˜ cao a˜o que N R n˜ se um conjunto possui cota superior, ent˜ao ao ele possui infinitas cotas superiores:
⊂
⇒
s cota superior de A =
s + 1 cota superior de A.
Observa¸c˜ cao a˜o an´aloga aloga vale para as cotas inferiores. Exemplo 2.1. O conjunto R− = x
{ ∈R:
}
ao x < 0 ´e limitado superiormente mas n˜ao − inferiorme inferiormente nte.. De fato qualquer qualquer n´umero umero n˜ao ao negativo negati vo ´e cota c ota superior supe rior de R , pois se b 0, − R implica que x < 0 R pode ser ent˜ao ao x outro lado, lado, nenhum nenhum n´umero umero a b. Por outro − cota inferior pois sempre existe y R tal que y < a. Conclu´ımos ımos portanto port anto que qu e R− n˜ao ´e limitado.
∈
≤ ∈
∈
≥
ao ao ´e limitado limita do nem supesupe Exemplo 2.2. Usando argumentos como acima, vemos que R n˜ riormente nem inferiormente.
{ ∈ R : 0 ≤ x ≤ 1}. En Ent˜ t˜ ao ao qualquer n´umero umero b ≥ 1 ´e cota co ta superior de I , e todo n´umero umero a ≤ 0 ´e cota inferior de I . De fato, nestes casos ter´ ter´ıamos c˜ao, ao, I ´e lim l imit itad ado. o. a ≤ x ≤ b para todo x ∈ I . Logo, por defini¸c˜ Exemplo 2.3. Seja I = x
umero umero ´e cota inferior e superior do conjunto vazio. Exemplo 2.4. Note que qualquer n´ 1Ultima ´ Atualiza¸c˜ cao: a˜o: 15/02/2006 5
´ 2. OS NUMEROS REAIS E O Rn
6
˜ o 2.1.2. Se um conjunto S ´ e limitado limitad o por cima, cim a, chamamos chamamo s de supremo de S Definic ¸ ao a
ou simplesmente sup S a menor de suas cotas cotas superio superiorres. Analo Analogamen gamente, te, se um conjunto conjunto baixo, chamamos de ´ınfim ın fimoo de S ou simplesmente inf S a maior de suas S ´e limitado por baixo, cotas inferiores. Logo, se u = sup S , ent˜ao ao (1) s u para todo s S . (2) Se existe v R tal que s
≤
∈
∈
≤ v para todo s ∈ S , ent˜ao ao u ≤ v .
˜ o. Segue-se da defini¸c˜ Observa rvac c ¸ao. a c˜ao ao a unicidade do supremo e do ´ınfimo, ınfimo, se estes exis-
tirem.
∅
ao ao v = sup S se e somente se para Lema 2.1.3. Seja S = , e v cota superior de S . Ent˜
∈ S tal que v − < s . Como mo v − < v , ent˜ao ao v − n˜ao ao ´e cota co ta D . (⇒) Seja v = sup S e > 0. Co superior de S . Logo, existe um elemento s ∈ S tal que s > v − . (⇐) Seja v cota superior de S . Assuma que para todo existe s ∈ S tal que v − < s . Vamos ent˜ao ao mostrar que v = sup S . v. Se vˆ < v, definimos Seja vˆ cota superior de S com vˆ = definimos = v − vˆ e ent˜ao ao > 0 e existe cao ˜a o com o fato de ˆv ser cota superior. s ∈ S tal que s > v − = vˆ. Isto ´e uma contradi¸c˜ todo > 0 existir s
˜ EMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
Logo temos obrigatoriamen obrigatoriamente te vˆ > v , e v ´e a menor das cotas superiores, i.e., v = sup S .
{ ∈ R : 0 ≤ x ≤ 1} tem 1 = sup I e 0 = inf I inf I . Note que sup I ∈ I e
Exemplo 2.5. I = x
inf I inf I
∈ I .
{ ∈ R : 0 < x < 1} tem 1 = sup U e 0 = inf U inf U .
Exemplo 2.6. U = x
caso sup I
Note Note que neste neste
∈ U e inf I U . inf I ∈
ao vazio em R limitado superiormente Propriedade do supremo de R: Todo conjunto n˜ao tem um supremo em R. Da propriedade acima, abtemos o seguinte resultado. Lema 2.1.4 (Propriedade Arquimediana). Para todo x
∈ R, existe n ∈ N tal que n > x.
˜ . Por contradi¸ c˜ c˜ao. ao. Assuma Assuma que que n˜ ao ao existe tal n´umero umero n. Portan Portanto, to, x ´e DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO R. Pela cota superior de N Pela Proprie Propriedad dadee do suprem supremoo de R, ent˜ao ao N tem um supremo Logo exis existe te m N tal que s 1 < m. Mas Mas ent˜ ent˜ ao, ao, s < m + 1, uma contradi¸c˜ cao, a˜o, pois s. Logo m + 1 N e s deveria ser cota superior de N.
∈
∈
⊂
−
˜ o. Densidade Densidade de Q em R: Se x, y R e x < y , ent˜ao ao existe r Observa rvac c ¸ao. a x < r < y. y . Da mesma forma, existe r R Q tal que x < r < y. y.
∈ \
∈
∈ Q tal que
umero umero real a, o valor absoluto (ou 2.1.2. 2.1.2. Valor absoluto absoluto e Interv Intervalos. alos. Para um n´ m´odulo) odulo) de a ´e dado da do por po r se a 0, a a = a se a < 0.
||
≥
− Exemplo 2.7. Por defini¸c˜ cao a˜o |5| = 5, e | − 5| = −(−5) = 5. umeros umeros reais: Lema 2.1.5. Algumas propriedades dos n´
´ MEROS REAIS 2.1. OS NU
|− | | | | | | || | ∈ −| | ≤ ≤ | |
∈
(1) a = a para todo a R. (2) ab = a b para todo a, b R. (3) Dados a, k R temos que a k se e somente se (4) a a a para todo a R.
∈ | |≤ ∈
7
−k ≤ a ≤ k .
(1) Se a = 0, ent˜ao ao 0 = 0 = 0 . Se a > 0, ent˜ao ao a < 0 e logo ( a) = a = a . Se a < 0, ent˜ao ao a > 0 e a = a= a.
||
˜ . DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
| − a| = − −
||
|− |
−
(2) (2 ) Exerc´ Exe rc´ıcio. ıci o. (3) (3 ) Exerc´ Exe rc´ıcio. ıci o. (4) Tome k = a no ´ıtem ıtem (3) do lema. Ent˜ ao ao a
||
|− | −
− ||
| | ≤ |a| =⇒ −|a| ≤ a ≤ |a|.
Lema 2.1.6 (Desigualdade Triangular). Para todo a, b
∈ R temos
|a + b| ≤ |a| + |b|. Logo,, −|a| − |b| ≤ D . Sabemos que −|a| ≤ a ≤ |a| e −|b| ≤ b ≤ |b|. Logo com o quer´ıamos ıam os a + b ≤ |a| + |b|. Pelo ´ıtem (3) do Lema 2.1.5 temos que |a + b| ≤ |a| + |b|, como ˜ EMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
demonstrar.
Dentre os mais importantes conjuntos reais est˜ao ao os inter interv valos. alos. Sejam Sejam a, b Chamaremos de interv intervalo alo quaisquer quaisquer conjuntos conjuntos dos seguintes seguintes tipos: a < b. b . Chamaremos
∈ R, com
(1) Intervalo aberto: (a, ( a, b) = x R : a < x < b (2) Intervalo fechado: [a, [ a, b] = x R : a x b (3) [a, [a, b) = x R : a x < b (4) (a, (a, b] = x R : a < x b (5) [a, [a, + ) = x R : a x (6) (a, (a, + ) = x R : a < x (7) ( , b] = x R : x b (8) ( , b) = x R : x < b (9) ( ,+ ) = R (10)
{ {
∞ ∞ −∞ −∞ −∞ ∞ ∅
{ ∈ { ∈ ∈ ≤ } ∈ ≤} { ∈ ≤ } { ∈ } { ∈ ≤} { ∈ }
} ≤ ≤}
A defini¸c˜ cao a˜o de alguns intervalos intervalos particulares ´e imediata usando-se usa ndo-se o m´odulo: odulo: (a
− d, a + d) = {x ∈ R : |x − a| < d},
[a
− d, a + d] = {x ∈ R : |x − a| ≤ d},
˜ o 2.1.7. Dizemos que uma sequˆ encia encia de intervalos intervalo s I n ´e encaixa enca ixant ntee se Definic ¸ ao a
⊃ I ⊃ I ⊃ · · · ⊃ I ⊃ ·· · = [0, [0, 1/n] ao ∩ I = {0}. /n] ent˜ao = (0, (0, 1/n) ao ∩ I = ∅. /n) ent˜ao I 1
Exemplo 2.8. Se I n Exemplo 2.9. Se I n
2
3
n
∞ n=1 n
∞ n=1 n
Teorema 2.1.8 (Teorema (Teorema dos intervalos intervalos encaixantes). Para n
∈ N, seja I
= [an , bn ] uma sequˆ sequˆencia encia de intervalos fechados fechados limitados e n˜ ao vazios vazios e encaix encaixant antes. es. Ent˜ Ent˜ ao existe ∞ R tal que ξ em em disto, se inf bn an : n N = 0, ent˜ ao ξ ´e o unico ´ ξ n=1 I n . Al´ elemento da interse¸c˜ cao. ˜
∈
∈∩
{ −
∈ }
n
´ 2. OS NUMEROS REAIS E O Rn
8 ˜ . Temos b DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO 1
≥a
⊂
{
∈ }
para todo n pois I n Seja ξ = sup an : n N . I 1 . Seja Logo ξ Queremos mos mostra mostrarr agora que ξ Supon ponha ha an para todo n. Quere bn para todo n. Su o contr´ario, ario, i.e., que existe bk < ξ para algum k . Logo bk < am para algum m. Seja Ent˜ t˜ ao ao a p [a p , b p ] = , uma contradi¸c˜ cao. a˜ o. Logo Logo p = max k, m . En am > bk b p e temos [a an ξ bn para todo n N e portanto ξ I n para todo n N. Assumindo agora que inf bn an : n N = 0, definimos η = inf bn : n N . Ent˜ao ao η an para todo n N e η ξ . Como 0 η ξ bn an para todo n N, temos η = ξ pois inf bn an : n N = 0.
≥ { } ≤ ≤ ≥ { −
n
≥ ∈ { − ∈ ≥ ∈ }
≤
≥ ∅ ∈ ∈ ∈ } ≤ − ≤ −
{
∈
∈ }
2.2. 2.2. Espa¸ Espa¸ cos cos Vetoriais e o Rn O exemplo mais comum e intuitivo de espa¸co co vetori veto rial al ´e o Rn . Entretanto, uma defini¸c˜ cao a˜o mais geral ´e de grande utilidade. A menos que explicitamente mencionado, neste texto nos restringiremos a espa¸cos cos vetoriais sobre o corpo dos reais. ˜ o 2.2.1. Um espa¸co co vetorial V sobre os reais reais ´e um conjunto cujos elementos Definic ¸ ao a
chamamos de vetores, com duas opera¸c˜ coes ˜ bin´ arias, soma vetorial e multiplica¸c˜ cao ˜ por escalar tais que (1) x + y = y + x, para todo x, y V (2) (x + y) + z = y + (x + z), para todo x, y, z V (3) Existe um elemento 0 V tal que 0 + x = x, para todo x V (4) Para todo x V , V , existe um elemento y V tal que y + x = 0 (5) 1x = x, para todo x V (6) (α (α + β )x = αx + β x, para todo αβ R e para todo x V (7) α(β x) = (αβ )x, para todo αβ R e para todo x V (8) α(x + y) = αx + αy, para todo α R e para todo x, y V
∈
∈
∈
∈
∈
∈
∈
∈ ∈ ∈
∈ ∈ ∈
Alguns resultados resultados podem ser obtidos obtidos imediatame imediatamente nte:: Lema 2.2.2. Seja V um espa¸co co vetorial sobre os reais. Ent˜ao ao temos que
(1) O vetor zero ´e ´unico unico (2) Todo elemento de x V tem um unico u ´ nico negativo dado por ( 1)x (3) 0x = 0 para todo x V (4) α0 = 0 para todo α R
∈ ∈ ∈
−
˜ . Demonstraremos apenas a primeira afirmativa. As demais ficam como DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
exerc´ exerc´ıcios. Para demonstrar (1), assuma que 01 e 02 sejam dois zeros de V . V . Logo
01 = 02 + 01 = 01 + 02 = 02 , onde usamos que a hip´otese otese de que 01 ´e zero e a propriedade (3) da Defini¸c˜ cao ˜ao 2.2.1, seguida da propriedade (1). Na ´ultima ultima igualdade usamos a hip´otese otese de que 01 ´e zero e novamente novament e a propriedade (3) da Defini¸c˜ cao a˜o de 2.2.1. uplas uplas ordenadas de n´ umeros umeros reais, i.e, Exemplo 2.10. Seja Rn o conjunto das n-´ def
Rn = x = (x1 , . . . , xn ) : xi
{
∈ R para i = 1, . . . , n}.
Definimos ent˜ao ao as opera¸c˜ coes o˜es produto por escalar e soma da seguinte forma: αx = (αx1 , . . . , α xn ),
x + y = (x1 + y1, . . . , xn + yn ),
2.2. ESPAC ESPAC ¸ OS VETORIAIS E O Rn
9
onde x = (x1 , . . . , xn ) e y = (y1 , . . . , yn ) est˜ao a o em Rn , e α R. Pode-s Pode-see checar checar que Rn ´e espa¸co co vetorial com as opera¸c˜ c˜oes oes acima descritas. Em particular, R2 ´e esp es paco ¸co vetorial.
∈
co F das fun¸c˜ coes o˜es de R em R, com as opera¸c˜ c˜oes oes Exemplo 2.11. O espa¸co def
∈ R e todas u, v ∈ F (αu)( αu)(x x) = αu( αu(x) para todo x ∈ R, toda u ∈ F e todo α ∈ R (u + v )(x )(x) = u(x) + v (x) para todo x def
Duas importantes ferramentas matem´aticas aticas quando se trabalha em espa¸cos cos vetoriais s˜ao ao produtos internos e normas. ˜ o 2.2.3. Seja V espa¸ co vetorial co vetorial sobre sobre os reais. Um pro produto interno interno ´e uma Definic ¸ ao a R, denotado por x, y fun¸c˜ cao ˜ de V V x y e tal que
× → → · 0 (1) x · x > 0 para todo x ∈ V com x = (2) x · y = y · x para todo x, y ∈ V (3) (α (αx) · y = α(x · y) para todo α ∈ R e todo x, y ∈ V (4) (x + y) · z = x · z + y · z para todo x, y, z ∈ V
note que da defini¸c˜ cao a˜o acima conclu´ conclu´ımos imediatamente que para todo x 0 x = (00) x = 0(0 x) = 0.
·
·
·
∈ V , V ,
e Exemplo 2.12. Em R2 , se x = (x1 , x2 ), e y = (y1 , y2 ), o produto interno canˆonico ´ dado por
x y = x1 y1 + x2 y2 . Em Rn , para x = (x1 , . . . , xn ), e y = (y1 , . . . , yn ), definimos
·
·
x y = x1 y1 + cao a˜o Exemplo 2.13. Em R2 , a opera¸c˜
··· + x y . n n
− − 2 1
(x1 , x2 ) (y1 , y2) = x1 x2
·
1 4
y1 y2
= 2x1y1
−x y −x y 1 2
2 1
+ 4x 4x2 y2
define um produto interno. De fato, a primeira propriedade (positividade) ´e verdadeira pois (x1 , x2 ) (x1 , x2 ) = 2x21
·
− 2x x
1 2
+ 4x 4x22 = 2[(x 2[(x1
2
− x /2) 2
+ 7x 7x22 /4] > 0,
se (x1 , x2 ) = (0, (0, 0). As outras outras propri proprieda edades des do produto produto intern internoo s˜ ao a o mais f´aceis aceis de serem checadas. Exemplo 2.14. Considere o espa¸co co vetorial das fun¸c˜ coes o˜es cont´ cont´ınuas em [0, [0, 1], com as
operacoes de multiplica¸c˜ cao a˜o por escalar e soma como no Exemplo 2.11. 2.11. Ent˜ Entao a˜o a opera¸c˜ caodada a˜odada pela integral de Riemann 1
·
f g = define um produto interno deste espa¸co. co.
f ( f (x)g(x)dx
0
Introduzimos agora a no¸c˜ cao a˜o de norma . Num espa¸co co vetorial, uma boa forma de se medir distˆancias ancias entre vetores ´e atrav´ atrav´es es de normas. Em particular, o conceito normas ajuda na defini¸c˜ cao a˜o canˆonica onica de conjuntos abertos e fechados, como veremos a seguir.
´ 2. OS NUMEROS REAIS E O Rn
10
˜ o 2.2.4. Dado um espa¸co co vetorial V , um a fun¸ fu n¸c˜ cao ˜ de V em R, Definic ¸ ao a V , uma norma ´e uma
→ ≤ | | ∈
denotada por x x , e tal que x + y para todo x, y V (desigualdade triangular) (1) x + y (2) αx = α x para todo x V , V , e para todo α R (3) x > 0 para todo x V tal que x = 0
∈
∈
∈
Quando um espa¸co co vetorial V tem uma norma associada, associada, dizemos dizemos que ´e um espa¸co co normado. normado. Exemplo 2.15. Em R2 ,
x21 + x22
(x , x ) = 1
2
define uma norma. No caso mais geral, em Rn ,
(x , . . . , x ) = 1
n
tamb´em em define defi ne uma norma. nor ma.
x21 +
2 n
··· + x
da da por Exemplo 2.16. Outra norma em Rn ´e dada
(x , . . . , x ) 1
n
∞
| |
= max x j . 1≤ j≤ j ≤n
O resultado resul tado abaixo a baixo ´e importante imp ortante pois p ois mostra m ostra que q ue todo produto interno induz uma norma. co vetorial com produto interno. Ent˜ ao Teorema 2.2.5. Seja V um espa¸co
x = √x · x def
define uma norma em V . em em disto, vale a desigualdade de Cauchy-Schwartz V . Al´
|x · y| ≤ xy
(2.2.1)
para todo x, y
∈ V.
˜ . Como o produto interno DEMON interno garante garante que sempre sempre teremos teremos x x EM ONST STRA RAC C ¸ AO
· ≥ 0, ent˜ao ao a opera¸c˜ cao a˜o acima est´a bem definida. Mostraremos primeiro (2.2.1). Seja z = x − (x · y)y/y. Ent˜ao ao x·y z·y =x·y− y y · y = 0, e x·y 0 ≤ z = z · z = z · x = x · x − y x · y. Logo (x · y) ≤ x y , 2
2
2
2
2
e (2.2.1) vale. Para mostrar a propriedade (1) da defini¸c˜ cao a˜o de norma, note que 2
x + y
= (x + y) (x + y) = x x + 2x y + y y
·
·
·
2
· ≤ x
+2 x y + y
2
= ( x + y )2 ,
e assim assim temos temos (1). (1). As propri proprieda edade de (2) e (3) seguem-s seguem-see imediat imediatame ament ntee da defini¸ defini¸c˜ cao a˜ o e das propriedades do produto interno. ˜ o. Note pela demonstra¸c˜ cao a˜o que a igualdade x y = x Observa rvac c ¸ao. a se x = αy para algum α R.
∈
| · | y vale se e somente
2.3. CONJUNTOS ABERTOS ABERTOS E FECHADOS FECHADOS EM Rn
11
2.3. Conjunto Conjuntoss abertos e fechados fechados em Rn Para Para definirmos definirmos o que ´e um conjunto conjunto aberto necessita necessitamos mos dos chamadas chamadas bolas em Rn . Dizemos que a bola aberta de raio r e centro x ´e dada da da p or n
Br (x) = y
{ ∈ R : x − y < r }.
De forma similar, chamamos de bola fechada de raio r e centro x, e de esfera de raio r e centro x os conjuntos n
n
{y ∈ R : x − y ≤ r},
{y ∈ R : x − y = r}.
Podemos agora definir conjuntos abertos em Rn . ˜ o 2.3.1. Um conjunto G Definic ¸ao a
tal que B (x)
⊂ G.
Exemplo 2.17.
⊂R
n
´e aberto em Rn se para todo x
∅ ´e aberto aber to por “vacuidade”.
∈ G existe > 0
∈
−
⊂
ab erto nos no s reais reai s pois p ois para p ara todo t odo x R, temos B1 (x) = (x 1, x + 1) Exemplo 2.18. R ´e aberto R. Note que tomamos = 1. Da mesma forma, Rn tamb´em em ´e aberto ab erto pois po is para par a todo to do x R, n tem-se B1 (x) R .
∈
⊂
(0, 1) ´e aberto abert o em R. De fato fato para para qualqu qualquer er x Exemplo 2.19. O conjunto (0,
{ { ∈
− } }
seja = min x/2 Ent˜ t˜ ao ao B (x) = (x x/2, (1 x)/2 . En n ab ertoo em Rn . B1 (0) = x R : x < 1 ´e abert
− , x + ) ⊂ (0, (0, 1). 1).
∈ (0, (0, 1),
De form formaa an´ aloga, aloga,
⊂ R n˜ao ao ´e aberto. De fato 0 ∈ I , e para todo ⊂ I , pois, por exemplo, −/2 I . bola B (0) = (−, ) > 0, a bola /2 ∈ B (0) mas −/2 /2 ∈ (0, 1) × {0} = {(x, 0) ∈ R : x ∈ (0, (0, 1)} n˜ao ao ´e abert ab ertoo Exemplo 2.21. O conjunto A = (0, ⊂ A, em R . De fato fato,, seja seja x ∈ (0, (0, 1) e x = (x, 0) ∈ A. Para ara todo todo > 0 temos que B (x) pois, por exemplo, (x, (x, −/2) (x, −/2) /2) ∈ B (x) mas (x, /2) ∈ A. Compare com o exemplo 2.19. [0, 1] Exemplo 2.20. O conjunto I = [0,
2
2
propriedades es fundamen fundamentais tais de conjunto conjuntoss abertos s˜ao ao Lema 2.3.2. Duas propriedad (1) A uni˜ao ao arbitr´aria aria de abertos abert os ´e aberta. abert a. (2) A interse¸c˜ c˜ao ao finita de abertos ´e aberta.
{ ∈ Λ} uma fam´ılia ıli a arbitr´ arbi tr´aria aria de abertos, e seja G = ∪ G e x ∈ G. Ent˜ao ao x ∈ G para algum λ ∈ Λ. Como G ´e abert ab erto, o, ent˜ao ao existe tal que B (x) ⊂ G . Logo B (x) ⊂ ∪ G = G e ent˜ao ao G ´e aber ab erto to.. Para mostrar (2), sejam G , G abertos e G = G ∩ G . Seja Seja x ∈ G. Logo Logo x ∈ G e a b erto, ert o, seja sej a tal que B (x) ⊂ G . Da mesma forma, sendo G aberto, x ∈ G . Como G ´e ab seja tal que B (x) ⊂ G . Definindo = min{ , }, temos > 0 e B (x) ⊂ G ∩ G = G. ˜ . Para mostrar (1), seja G : λ DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO λ
λ ∈Λ
λ
λ0
λ0
1
2
1
2
2
0
λ∈Λ
λ
2
1
1
1
2
λ0
2
1
1
1
2
2
1
2
Logo G ´e aberto. ab erto. O caso geral, para um n´ n umero u ´ mero finito de conjuntos segue por indu¸c˜ cao. a˜o. Exemplo 2.22. Em uma dimens˜ ao, ao, I n = (0, (0, 1
´e aber ab erto to..
∞ n=1 I n
− 1/n) ab ertoo e ∪ /n) ´e abert
= (0, (0, 1) tamb´ ta mb´em em
cao a˜o infinita de avertos pode n˜ao ao ser aberta. Por exemplo, exemplo, Gn = Exemplo 2.23. Interse¸c˜ ∞ (0, (0, 1 + 1/n) ab erto em R, ao contr´ario ario de n=1 Gn = (0, (0, 1]. Da mesma mesma forma, forma, B1/n (0) ´e /n) ´e aberto
aberto, mas
∞ n=1 B1/n (0)
∩
∩
= 0 n˜ao ao ´e abert ab erto. o.
{}
Um outro importante imp ortante conceito ´e o de conjuntos fechados, e temos a seguinte defini¸c˜ cao. a˜o.
´ 2. OS NUMEROS REAIS E O Rn
12
Fig. 1. Conjunto S . ˜ o 2.3.3. Um conjunto F Definic ¸ ao a def
Rn F = x
\
{ ∈R
n
: x
∈ F } ´e aber aberto to..
n
⊂R
def
´e fechad fech adoo em Rn se seu complemento (F ) F ) =
C
Para mostrar que um conjunto G ´e abert ab ertoo em Rn , basta mostrar que para todo x G existe > 0 tal que B (x) G. Para mostrar que F ´e fechado, fechado , basta ba sta mostrar m ostrar que para pa ra todo to do x / F existe > 0 tal que B (x) F = .
∈
⊂
∈
∩
∅
[0, 1] ´e fechado fecha do em R pois ([0, ([0, 1]) = ( Exemplo 2.24. [0,
C
(1, ∞) ´e aberto ab erto em R. −∞, 0) ∪ (1,
(0, 1] n˜ao ao ´e aberto abert o nem fechado em R. Exemplo 2.25. (0, Exemplo 2.26. Em R2 o conjunto
S = x = (x1, 0)
∈R
2
: x1
∈ [0, [0, 1)
,
representado na figura 1, n˜ao ao ´e nem aberto aber to nem fechado. Para mostrar que S n˜ao ao ´e fechado, fecha do, consider cons ideree a sequˆencia enci a em S dada S dada por xn = (1 1/n, 0). Como xn (1, (1, 0) S , ent˜ao ao S n˜ao ao cont´ c ont´em em um de seus seu s pontos p ontos de acumula¸ ac umula¸c˜ c˜ao, ao, logo S n˜ao ´e fechado. Para mostrar que S n˜ao ao ´e aberto, abert o, note que toda bola de raio e centro em (0, (0 , 0) cont´ co nt´em em pontos em S e no complementar de S .
→
−
∈
ao ao fechados em Rn , pois seus complementares Exemplo 2.27. Os conjuntos Rn e s˜ ( ) = Rn e (Rn ) = s˜ao ao abertos em Rn .
C∅
C
∅
∅
Exemplo 2.28. Para todo x
n
∈R
e r > 0, as esferas e as bolas fechadas de centro x e
n
raio r s˜ao ao conjuntos fechados em R .
´ rio 2.3.4. Como consequˆencia encia do Lema Le ma 2.3.2 2 .3.2 temos: Corolario a
(1) A interse¸c˜ cao a˜o arbitr´aria aria de fechados ´e fechada. (2) A uni˜ao ao finita de fechados ´e fechada. (1) Seja F λ : λ Λ uma cole¸c˜ cao ˜ao de fechados em Rn , ao (F ) a o de abert abertos. os. Logo Logo F = λ∈Λ F λ . Ent˜ao F ) = λ∈Λ (F λ ) ´e uma uni˜ao aberto e, por defini¸c˜ cao, a˜o, F ´e fecha fechado do.. n (2) Se F 1, . . . , F n s˜ao ao fechados em R e F = F 1 ao (F ) F n , ent˜ao F ) = (F 1 ) Como a interse¸c˜ cao a˜o finita de abertos ´e aberta, e (F i ) s˜ao ao abertos, ent˜ao ao aberto. Logo F ´e fecha fe chado do..
˜ . DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
∩
C
{
∈ } ∪ C
∪···∪
C
C
C
e seja (F ) F ) ´e
C ∩···∩C (F ). C (F ) F ) ´e n
(1/n, 1) ´e fechad fech adoo em R, mas Exemplo 2.29. F n = (1/n,
∞ n=1 F n
∪
= (0, (0, 1] n˜ao ´e.
2.3. CONJUNTOS ABERTOS ABERTOS E FECHADOS FECHADOS EM Rn
13
c˜oes oes 2.3.1. 2.3.1. Outras Outras caracteriz caracteriza¸ a¸c˜ coes o ˜es de conjuntos abertos e fechados. Outras no¸c˜ que podem ser uteis u ´ teis quando precisamos caracterizar conjuntos abertos ou fechados vˆem em a seguir. ˜ o 2.3.5. Sejam x Definic ¸ ao a
n
n
∈ R , e A ⊂ R . Dizemos ent˜ ao que
(1) uma vizinhan¸ca ca de x ´e um conjunto conjunto que contenha contenha um aberto aberto que contenha contenha x. (2) x ´e ponto interior interior de A se existe uma vizinhan¸ca ca de x contida em A. (3) x ´e ponto de fronteira de A se toda toda vizinhan¸ vizinhan¸ca c a de x cont´em em ponto de A e do complementar (A). (4) x ´e ponto exterior de A se existe uma vizinhan¸ca ca de x contida em (A).
C
C
Observe que das defini¸c˜ coes o˜es acima, dados um ponto x Rn , e um conjunto A Rn , ent˜ao ao x ´e ponto interior, exterior, ou de fronteira de A, sendo as op¸c˜ coes o˜es mutualmente exclusivas. Note ainda que pela defini¸c˜ c˜ao ao acima, uma vizinhan¸ca c a n˜ao ao precisa ser necessariamente um conjunto aberto.
∈
(0, 1). Se a Exemplo 2.30. Seja U = (0, v izin inha han¸ n¸ca ca de a. U ´e viz
⊂
∈ U , e < min{a, 1 − a}, ent˜ao ao B (a) ⊂ U . Logo
[0, 1]. 1]. En Ent˜ t˜ ao ao I n˜ vi zinha han¸ n¸ca c a de 0 pois para todo > 0 Exemplo 2.31. Seja I = [0, ao ´e vizin temos B (a)
⊂ I . Entretanto, I ´e vizi vi zinh nhan an¸¸ca c a de 0. 0.5 por exemplo.
As seguinte seguintess propriedade propriedadess podem ser usadas para se definir definir se um conjunto conjunto ´e ou n˜ao ao aberto. Lema 2.3.6. Seja B
n
⊂ R . As afirmativas abaixo s˜ao ao equivalentes.
(1) B ´e aber ab erto to.. (2) Todo ponto de B ´e ponto po nto interior inter ior.. (3) B ´e uma vizinha vizi nhan¸ n¸ca ca de seus pontos. ˜ . Vamos mostrar que (1) DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
⇒ (2) ⇒ (3) ⇒ (1).
Assumindo (1), Seja x B . Como por hip´otese, otese, B ´e aberto, abert o, temos que B ´e vizinh viz inhan an¸¸ca ca de x. Logo x ´e ponto po nto interior inter ior de B . Como x ´e arbi ar bitr tr´´ario, ario, obtemos (2). Seja agora agora (2) verdadeir verdadeiro. o. Se x B , ent˜ao ao por hip´otese, otese, x ´e ponto interior de B , i.e., existe um aberto em B contendo x. Logo, por defini¸c˜ c˜ao, ao, B ´e u uma ma vizin vi zinha han¸ n¸ca ca de x e (3) vale. Finalmente, assumindo (3), tome para cada x B um aberto Gx B tal que x Gx . Ent˜ao ao B = x∈B Gx ´e abert ab ertoo pois po is ´e un uni˜ i˜ao ao de abertos.
∈
∈
∈
∪
⊂
∈
Uma outra caracteriza¸c˜ c˜ao ao para conjuntos abertos envolve o uso de ponto de fronteira. Temos o seguinte resultado. Teorema 2.3.7. Seja G
de seus pontos de fronteira. ˜ . ( DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
x
n
⊂ R . Ent˜ ao G ´e aberto a berto se e some s omente nte se G n˜ ao cont´em em nenhum nen hum
⇒) Assuma G aberto e x ∈ G.
Ent˜ En t˜ ao ao existe aberto U
⊂ G tal que
∈ U . Ent˜ao ao x n˜ ao ao ´e ponto de fronteira. (⇐) Assuma que G n˜ao ao cont´ cont´em em nenhum de seus pontos de fronteira. Se G ´e vazio vazio,, ent˜ ent ˜ao ao ´e aberto. Assuma ent˜ ao ao que G ´e n˜ao ao vazi vazio. o. Seja Seja x ∈ G. Co Como mo G n˜ao ao cont´em em pontos de fronteira, existe vizinhan¸ca ca U de x em G tal que U ⊂ G. Logo G ´e aber ab erto to..
´ 2. OS NUMEROS REAIS E O Rn
14
´ rio 2.3.8. Seja F Corolario a
seus pont p ontos os de fronteir fronteira. a.
n
⊂R.
Ent˜ En t˜ ao ao F ´e fechado se e somente se cont´em em todos todo s os
Finalmente fechamos esta se¸c˜ cao a˜o com o conceito de ponto de acumula¸c˜ cao. a˜o. ˜o Definic ¸ ao a
2.3.9. Um ponto x cao a˜o de S R ´ e um ponto de acumula¸c˜ vizinhan¸ca ca B (x) cont´ em em pelo menos um ponto de S diferente de x.
∈
n
⊂R
se toda
Note que um ponto pode ser de acumula¸c˜ cao a˜o de um certo conjunto mesmo sem pertencer a este conjunto. De fato veremos v´arios exemplos abaixo em que tal situa¸c˜ cao a˜o ocorre. Exemplo 2.32. Se S = (0, (0, 1), ent˜ao ao todo ponto em [0, [0, 1] ´e ponto de acumula¸c˜ cao a˜o de S .
ao tem ponto de acumula¸c˜ ao cao. a˜o. Exemplo 2.33. O conjunto N n˜
{
u ´ nico ponto de acumula¸c˜ c˜ao ao de 1, 1/2, 1/3, 1/4, . . . , 1/ n , . . . Exemplo 2.34. O unico
} ´e o 0.
∩ Q tem como pontos de acumula¸c˜ cao a˜o o conjunto S = [0, [0, 1]. ao u ´e Exemplo 2.36. Seja S ⊂ R limitado superiormente e u = sup S . Se u ∈ / S , ent˜ao ponto de acumula¸c˜ cao a˜o de S , pois para todo > 0 existe x ∈ S tal que x ∈ (u − , u + ). Exemplo 2.35. S = [0, [0, 1]
Uma caracteriza¸c˜ cao a˜o util u ´til de fechados utiliza o conceito de pontos de acumula¸c˜ cao, a˜o, como o resultado a seguir indica. Teorema 2.3.10. Um subconjunto de Rn ´ e fechado fechad o se e somente some nte se cont´em em todos os seus
pontos de acumula¸c˜ cao. ˜ n
⇒) Seja F um fechado em R , e x ponto de acumula¸c˜ cao a˜o de F . F . Temos que mostrar que x ∈ F . ao x ∈ C (F ). ab erto,, ent˜ao ao F . De fato, se x ∈ / F , F , ent˜ao F ). Mas como C (F ) F ) ´e aberto existe > 0 tal que B (x) ⊂ C (F ). Logo B (x) ∩ F = ∅ e x n˜ao ao ´e ponto de acumula¸c˜ caode a˜ode F ). Logo c˜ao. ao. Portanto x ∈ F . F , F , uma contradi¸c˜ F . (⇐) Assumimos agora que F cont´ cont´em em todos os seus pontos de acumula¸c˜ cao. a˜o. Con Consid sidere ere ent˜ao ao um ponto y ∈ C (F ). ao y n˜ao ao ´e ponto p onto de acumula¸ acumu la¸c˜ cao a˜o de F , F ). Ent˜ao F , e portanto existe > 0 tal que B (y) ⊂ C (F ). ab erto,, e conclu´ con clu´ımos ımo s que F ´e fec f echa hado do.. F ). Logo C (F ) F ) ´e aberto ˜ . ( DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
2.4. Celas Celas encaixantes encaixantes em Rn e o teorema de Bolzano–Weiertrass ao) ao). Todo subconjunto de R infinito Teorema 2.4.1 (Bolzano–Weiertrass em uma dimens˜ e limitado tem pelo menos um ponto de acumula¸c˜ cao. ˜ A seguir damos uma id´eia eia da demonstra¸c˜ cao, a˜o, antes de proceder formalmen formalmente. te. Os passos s˜ao ao os seguintes: (1) S I 1 := [a, b] para algum a, b R, pois S ´e lim l imit itad ado. o. (2) Seja I 2 um dos conjuntos [a, [a, (a + b)/2] ou [(a [(a + b)/2, b], tal que I 2 contenha infinitos pontos de S . Note que I 2 I 1 . (3) Divida I 2 em duas partes e defina I 3 como sendo uma das partes tal que que contenha infinitos pontos de S . Por defini¸c˜ cao, a˜o, I 3 I 2 . (4) Prossiga assim definindo I 4 , . . . , I n tais que I n I 2 I 1 , e que I n contenha infinitos pontos de S . ∞ (5) Usando Teorema dos intervalos encaixantes, seja x n=1 I n . (6) Mostre que x ´e ponto po nto de acumula¸ acumu la¸c˜ cao. a˜o.
⊂
∈
⊂
⊂
⊂ ··· ⊂ ⊂ ∈∩
2.5. CONJUNTOS COMPACTOS
15
˜ . (do Teorem Teoremaa 2.4.2). Como S ´e limita lim itado, do, existe exis te I 1 = [a, b] DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
⊂
⊂ R tal que
Note que [a, [a, (a + b)/2]/ 2]/2 ou [(a [(a + b)/2, b] ou cont´em em infinitos infinit os pontos de S , e chame de S I 1 . Note subintervalos, e denomine denomine por I 3 I 2 tal intervalo. Da mesma forma, decomponha I 2 em dois subinterv um dos subintervalos tal que I 3 S contenha contenha infinitos pontos. Assim procedendo, procedendo, obtemos obtemos uma sequˆencia encia encaixante encaixa nte I n Pelo Teorema eorema dos intervalos intervalos encaixantes, encaixantes, I 2 I 1 . Pelo ∞ existe x emos agora que mostrar mostrar que x ´e ponto de acumula¸c˜ c˜ao. a o. Note Note que que o n=1 I n . Temos n−1 comprimento de I n = (b a)/2 . Da Dado do > 0, seja V = (x , x + ). Seja Seja n tal que n−1 (b a)/2 Ent˜ t˜ ao ao I n Logo V cont´em em infinitos infinito s pontos de S , e x ´e ponto po nto de < /2. /2. En V . V . Logo acumula¸c˜ cao. a˜o.
∈∩
−
∩ ⊂ ··· ·· · ⊂ ⊂
−
−
⊂
Um resultado semelhante vale no Rn , e a demonstra¸c˜ ca˜o ´e an´ an aloga. a´loga. Uma outra outra maneira de se mostrar este resultado ´e baseada na no¸c˜ cao a˜o de compacidade que discutiremos a seguir. Teorema 2.4.2 (Bolzano–Weiertrass no Rn ). Todo subconjunto de Rn infinito e limitado
tem pelo menos um ponto de acumula¸c˜ cao. ˜
2.5. Conjunto Conjuntoss Compactos Um importante conceito em an´alis al isee ´e o de conjuntos compactos. cos de dimens˜ao ao compactos. Em espa¸cos finita, estes conjuntos s˜ao ao na verdade conjuntos fechados limitados, e a no¸c˜ cao a˜o de compacidade ajuda apenas nas demonstra¸c˜ coes, o˜es, tornando-as mais diretas. Entretanto, em dimens˜ao ao infinita, infinita, nem todo fechado fechado limitado limitado ´e compacto, compacto, e algumas algumas propriedade propriedadess que contin continuam uam valendo para compactos, deixam de valer para fechados limitados. Antes de definirmos compactos, precisamos introduzir a no¸c˜ cao a˜o de cobertura aberta. ˜ o 2.5.1. Seja A Definic ¸ ao a
n
⊂R.
G { }
Chamamos Chamam os = Gα de cobertura aberta de A se para todo α temos Gα conjunto aberto, e A α Gα . (0, 1) Exemplo 2.37. Como (0, aberta de (0, (0, 1). Exemplo 2.38. Se para x cobertura aberta de Rn .
⊂∪
⊂∪
∞ (1/i, 1), i=1 (1/i,
∈ R, temos G
x
ent˜ao ao
= (x
˜ o 2.5.2. Dizemos que um conjunto K Definic ¸ ao a
∞ i=1
G = {(1/i, (1/i, 1)}
´e uma cobertu cob ertura ra
− 1, x + 1), ent˜ao ao G = {G }
x x∈Rn
´e uma
n
⊂R
´e compacto se para toda t oda cobertura aberta aberta de K existir existir uma subc subcobertu oberturra finita de K em . Em outras outras palav palavrras, se existe existe cobertura aberta = Gα de K tal que K ao existem α1 , α2 , . . . , αn tais que α Gα , ent˜ n K i=1 Gαi .
⊂∪
G { }
⊂∪
G
Note que para mostrar que um determinado conjunto ´e compacto precisamos provas que para toda cobertu cobertura ra aberta aberta existe existe subcobertu subcobertura ra finita. finita. Pa Para ra mostar mostar que n˜ao ao ´e compact com pactoo basta achar uma cobertura que n˜ao ao possui subcobertura finita.
{
}
G{ } ⊂∪ G ∈ G (tal conjunto sempre existe pois G ´e cobert cob ertur uraa
cao a˜o Exemplo 2.39. Seja K = x1 , x2 , . . . , xn conjunto finito em R e seja Gα cole¸c˜ de conjuntos abertos em R tais que K ´e uma u ma cobertura cobe rtura aberta aber ta de K . Para α Gα , i.e.,
∈G
tal que xi i = 1, . . . , n, n, seja Gi i de K ). ) . En Ent˜ t˜ ao ao G1 , . . . , Gn geram uma subcobertura finita de K . Logo K ´e compact com pacto, o, e conclu´ımos ımos que todo conjunto finito ´e compacto. compact o.
´ 2. OS NUMEROS REAIS E O Rn
16
∞ i=1
⊂ ∪ (1/i, (1/i, 1), mas } tal que (0, (0, 1) ⊂ ∪ (1/n (1/n , 1), ent˜ ent˜ao a o (0, (0, 1) ⊂ (1/N (1/N , 1), onde
(0, 1) n˜ao ao ´e compacto. compacto. De fato (0, (0 , 1) Exemplo 2.40. O conjunto (0,
{
p i=1
se existisse Gn1 , . . . , Gnp N ∗ = max n1 , . . . , n p > 0, um absurdo.
{
}
i
∗
e compac co mpacto to se e soment som entee se ´e fechad fech adoo Teorema 2.5.3 (Heine–Borel). Um conjunto em Rn ´ e limitado. ∞ conjunto conjunto compacto. compacto. Ent˜ Ent˜ao ao K m=1 Bm (0). Como K ´e compacto, a cobertura cob ertura acima possui subcobertura finita e portanto existe M tal que K BM (0). Logo K ´e lim l imit itad ado. o. Para mostrar mos trar que ´e tamb´em em fechado, fechad o, seja x (K ) e Gn = y Rn : y x > 1/n . ∞ Logo Gn ´e abert ab ertoo e Rn x = n∞=1 Gn . Mas Mas como como x / K , ent˜ao ao K Usandoo n=1 Gn . Usand N agora que K ´e compacto, extraimos uma subcobertura finita e temos K n=1 Gn = GN . Portanto K B1/N (x) = e conclu´ conc lu´ımos ımo s que B1/N (x) (K ). ). Logo (K ) ´e abert ab ertoo e K ´e fechado. ( ) Suponha K fechado e limitado. Ent˜ao ao existe uma cela ˜ . ( DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
n
⇒) Assuma K ⊂ R
⊂∪
⊂
∩
⇐
∈C
\{ } ∪ ∅
∗
∗
n
{ ∈
∈ ⊂C
− ⊂∪ ⊂∪ C
}
∗
∗
⊂ I = {x ∈ R : a ≤ x ≤ b , para i = 1, . . . n} tal que K ⊂ I . Seja d = [ (b − a ) ] . A fim de obter uma contradi¸c˜ cao, a˜o, suponha que exista um recobrimento aberto {G } de K que n˜ao ao contenha nenhuma subcobertura finita K
n i=1
i
i
i
i
i
2 1/2
α
de K . Seja ci = (ai + bi )/2. Ent˜ao ao [ai , ci ] e [ci , bi ] determinam 2n celas cuja uni˜ao ´e I . Pelo menos uma destas celas cont´em em pontos p ontos da d a parte par te de K que n˜ao ao p pode ode tem subcobertura subcobertura finita. Chame de I 1 esta cela. cela. Subdividindo Subdividindo I 1 desta mesma forma, obtemos uma sequˆ s equˆencia encia de d e celas fechadas I n tal que (1) I 1 I 2 I 3 . . . , (2) I n cont´ co nt´em em parte pa rte de K que n˜ao ao tem subcobertura finita, (3) se x, y I n , ent˜ao ao x y 2−n d. Pelo Teorema das celas encaixantes, existe ξ I n , para todo n N. Como omo I n K = , ent˜ao ao ξ ´e ponto po nto de acumula¸ acu mula¸c˜ c˜ao ao de K . mas K fechado implica que ξ K . Portanto ξ Gα , para algum α. Como Gα ´e abert ab erto, o, ent˜ao ao existe r tal que
{ } ⊃ ⊃ ⊃ ∈
− ≤
∈
∈
∩ ∅ ∈
∈
y − ξ ≤ r =⇒ y ∈ G .
(2.5.1)
α
Seja n tal que 2−n d < r, e y um ponto arbitr´ario ario de I n. Por (3) acima, −n
ξ − y ≤ 2
d < r.
Por (2.5.1), (2.5.1 ), conclu´ımos ımos que y Logo,, Gα , e portanto, todo ponto de I n pertence a Gα . Logo u ma cobertu cob ertura ra de I n, uma contradi¸c˜ cao a˜o com (2). I n Gα , e Gα ´e uma
∈
⊂
Uma outra demonstra¸c˜ cao a˜o que apresentamos abaixo vale no caso unidimensional pode ser usada para mostrar que um conjunto fechado e limitado em R ´e comp co mpac acto to.. Teorema 2.5.4. Um conjunto fechado e limitado em R ´ e compa compact cto. o.
−
˜ . Parte DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO Parte (i) Primeiro assumimos K = [ l, l], e
aberta de K . Seja
G
=
{G } cobertura α
{ ∈ [−l, l] : [−l, c] pode ser coberto por finitos abertos de G }. Ent˜ao ao S ´e nao ˜ao vazio, pois l ∈ S , e ´e limitado. limita do. Seja s = sup S . Ent˜ao ao s ∈ [−l, l], pois se s > l S = c
ter´ te r´ıamo ıa moss l como cota superior de S menor que o supremo, um absurdo.
2.6. EXERC EXERC´ICIOS
G
17
∈
G
Seja ent˜ao ao Gα¯ elemento de tal que s Sabemo moss que que tal tal Gα¯ existe pois ´e Gα¯ . Sabe cobertura de [ l, l] e s [ l, l]. Primeiro afirmamos que s S , pois caso contr´ ario ario suponha Gα1 , . . . , Gαn subcobertura finita de S . Ent˜ao ao ter te r´ıamo ıa moss Gα1 , . . . , Gαn , Gα¯ subcobertura finita de [ l, s]. Queremos Queremos mostrar agora que s = l. Assumindo s < l, e como Gα¯ ´e abert ab ertoo ent˜ao ao existe tal que s + Gα¯ , e s + < l, cao a˜o com a defini¸c˜ cao a˜o de supremo. l , logo s + S , uma contradi¸c˜ limitad o, e = Gα Parte (ii) Consideramos agora o caso geral, onde K ´e fechado e limitado, ´e cobertura cobert ura aberta aber ta de K . Como omo K ´e fechado, fecha do, ent˜ao ao (K )´ )´e aberto, aber to, e como K ´e limi li mita tada da,, n ent˜ao ao existe l R tal que K [ l, l]. Logo Logo Gα , (K ) geram uma cobertura aberta de [ l, l]. Pela Parte (i), existe uma subcobertura Gα1 , . . . , Gαn , (K ) de [ l, l], e portanto tamb´ ta mb´em em de K pois K [ l, l]. Como K (K ) = , ent˜ao ao Gα1 , . . . , Gαn ´e uma u ma cobert cob ertur uraa finita de K .
−
∈−
{
∈
}
∈
}
−
∈
∈
−
{
⊂−
⊂−
G { }
C
{ C } { C } − ∩C ∅ { }
2.6. 2.6 . Exerc´ Exe rc´ıcios ıc ios Exerc´ıcio 2.1. Se S
mostre mostre que S
⊂ I . s
⊂ R ´e um conjunto con junto n˜ao ao vazio e e I ´e dado da do por I := [inf S, [inf S, sup S ], ], s
s
Exerc´ıcio 2.2. Demonstre os ´ıtens (2) e (3) no Lema 2.1.5. Exerc´ıcio 2.3. Seja X
coes o˜es f : ⊂ R e as fun¸c˜
R e g : X R sejam tais que os X conjuntos f ( c˜ao ao f + g : X R por f (X ) e g (X ) sejam limitados superiormente. Defina a fun¸c˜ (f + )(x) = f ( sup( f + + g)(X )(X ) sup f ( ) +sup g(X ). ). Dˆe um u m exemp e xemplo lo f + g )(x f (x) + g (x). Mostre que sup(f f (X )+sup em que a desigualdade desigu aldade ´e estrita. es trita.
→
→
≤
Exerc´ıcio 2.4. Seja S
→
inf S e sup S s˜ao ao unicos. u ´nicos. ⊂ R conjunto limitado. Mostre que inf S
cao a˜o do Teorema 2.1.8 quais o(s) argumento(s) que Exerc´ıcio 2.5. Aponte na demonstra¸c˜ n˜ao ao ´e (s˜ (s ao) ˜ao) v´alido(s) alido(s) se considerarmos uma sequˆencia encia encaixante de intervalos intervalos abertos. Exerc´ıcio 2.6. Demonstar os ´ıtens (2), (3) e (4) do Lema 2.2.2. Exerc´ıcio 2.7. Seja A
⊂
Rn , e denote por interior de A o conjunto A◦ de pontos
interiores de A. Mostre que (1) (A (A◦ )◦ = A◦ (2) (A (A B )◦ = A◦ B ◦ (3) Se B A e B ´e abert ab erto, o, ent˜ ent ˜ao ao B
∩
∩
(i.e. A◦ ´e o “maior” “maior ” aberto abert o contido em A) denotamos por A¯, a interse¸c˜ cao a˜o Exerc´ıcio 2.8. Seja A Rn . Chamamos de fecho de A, e denotamos de todos os fechados que contenham A. Most Mostre re que que x A¯ se e somente se x ´e ponto po nto de interior ou de fronteira da A.
⊂
◦
⊂A
⊂
∈
ario 2.3.8. Exerc´ıcio 2.9. Demonstre o Corol´ario Exerc´ıcio 2.10. Mostre que um ponto x
∈A⊂R
n
´e ponto po nto de acumula¸ acu mula¸c˜ cao ˜ao se e somente
se toda vizinhan¸ca ca de x cont´em em infinitos infinit os pontos de A. Exerc´ıcio 2.11. Mostre que todo ponto de
{1/n : n ∈ N}
´e ponto de fronteira, mas somente 0 ´e ponto de acumula¸c˜ cao. a˜o.
´ 2. OS NUMEROS REAIS E O Rn
18
Exerc´ıcio 2.12. Sejam A, B
n
⊂ R , e x ponto de acumula¸c˜ c˜ao ao de A ∩ B . Mostre que x ´e
ponto de acumula¸c˜ cao a˜o de A e de B .
n
Exerc´ıcio 2.13. Mostre que F =
x
∅ ´e fecha {x − y : y ∈ F } = 0, ent˜ao fe chado do em R , e inf { ao
∈ F . F .
ao ao pontos em Rn , ent˜ao ao existem vizinhan¸cas cas U Exerc´ıcio 2.14. Mostre que se x = y s˜
de x e V de y tais que U V = .
∩
∅
ao ao vizinhan¸cas c as de x Exerc´ıcio 2.15. Mostre que se U e V s˜ vizinhan¸ca ca de x.
n
∈ R , ent˜ao ao U ∩ V ´e
conju ntos abaixo, abaix o, ache, se for poss p oss´´ıvel, uma cobertur co berturaa Exerc´ıcio 2.16. Para cada um dos conjuntos de abertos que n˜ao ao contenha contenha subcobertura finita. (1) R (2) 1, 1/2, 1/3, 1/4, . . . (3) 0, 1, 1/2, 1/3, 1/4, . . .
{ {
}
}
Exerc´ıcio 2.17. Mostre sem usar o Teorema de Heine–Borel que a bola aberta B1 (0)
n˜ao ao ´e compa co mpacta cta.. c ompa pact ctoo e F Exerc´ıcio 2.18. Mostre sem usar o Teorema de Heine–Borel que K ´ K ´e com ´e fechad fech ado, o, ent˜ ent ˜ao ao F ´e comp co mpac acto to.. com pacto cto e S Exerc´ıcio 2.19. Mostre que se K ´e compa menos um ponto de acumula¸c˜ cao. a˜o.
⊂ K
⊂ K ´e infin in finit ito, o, ent˜ao ao S cont´ co nt´em em pelo el o
Mostre o resultado resultado do exerc exerc´ıcio 2.19 sem usar o Teorema eorema de Heine– Heine– Exerc´ıcio 2.20. Mostre Borel. cao a˜o de Cantor). Assuma que K j seja uma cole¸c˜ cao a˜o Exerc´ıcio 2.21 (Teorema da interse¸c˜ de conjuntos compactos, com K 1
⊃ K ⊃ K ⊃ . . . . Mostre que ∩ 2
3
{ }
∞ j j=1 j =1 K
´e nao ˜ao vazio.
CAP´ITULO 3
Seq Se quˆ enc en cias 1
3.1. Defini¸ Defini¸c˜ c˜ ao ao e resultados resultad os preliminares prelimina res Uma sequˆencia enci a em Rn ´e simplesmente simples mente uma fun¸c˜ cao a˜ o de N em Rn . Po Porta rtant ntoo X : N n R indica uma sequˆ encia encia de n´umeros umeros reais, que escrevemos escrevemos tamb´ em em como (xk ), ou ainda (x1 , x2 , x3, . . . ). Para indicar o k-´ k -´esimo esimo valor da sequˆencia encia escrevemos simplesmente simples mente xk .
→
defin e a sequˆencia enci a ( 1, 1 Exemplo 3.1. xk = ( 1)k define
−
− − 1, 1, −1, 1, −1, . . . ) em R.
encia de Fibonacci Fibon acci ´e definida recursivamente por x1 = 1, x2 = 1, Exemplo 3.2. A sequˆencia e xk+1 = xk + xk−1 para k
≥ 2. Portanto temos (x (x ) = (1, (1, 1, 2, 3, 5, 8, . . . ). k
Podemos realizar realiza r com c om sequˆencias encias v´arias arias das opera¸c˜ coes ˜oes que realizamos realizamos com n´umeros umeros reais, como por exemplo somar, subtrair, etc. Sejam por exemplo ( xk ) e (yk ) dua duass sequˆencias enci as em n R , e c R. Ent˜ ao ao definimos definimos
∈
(xk ) + ( yk ) = (xk + yk ),
(xk )
− (y ) = (x − y ), k
k
k
c(xk ) = (cxk ).
·
Podemos da mesma forma definir produtos pro dutos de sequˆencias encias em R por (x (xk ) (yk ) = (xk yk ).
·
(2, 4, 6, 8, . . . ) e (yk ) = (1, (1, 1/2, 1/3, 1/4, . . . ), ent˜ao ao (xk ) (yk ) = Exemplo 3.3. Se xk = (2, (2, (2, 2, 2,
· · · ).
A primeira pergunta que surge quando tratamos de sequˆencias encias ´e quanto `a converg con vergˆˆencia en cia destas, isto ´e, e, se quando k aumenta, os termos xk se aproximam aproximam de algum valor real. Note que para isto, n˜ao ao importa o que acontece acontece com finitos termos da sequˆ sequˆencia, encia, mas sim seu comportamento assint´otico otico com respeito a k . Em outras outras palav palavras ras queremo queremoss determ determina inarr o comportamento comp ortamento das sequˆencias encias no “limite” “ limite”.. ˜ o 3.1.1. Dizemos que x Definic ¸ ao a Rn ´ e limite de uma sequˆencia encia (xk ), se para todo ∗ ∗ N tal que x xk < para todo k > K . Escrevem Escrevemos os neste caso que > 0, existe K
xk
∈
−
→ x, ou que x = lim x , ou ainda k
∈
x = lim xk . k→∞
De forma resumida, xk
∗
→ x se para todo existir K ∈ N tal que k ≥ K =⇒ x − x < . ∗
k
Se uma sequˆencia enci a n˜ ao tem limite, dizemos que ela diverge diverge ou ´e divergente. divergente. O lema abaixo ´e consequˆencia encia da defini¸c˜ c˜ao ao de convergˆ convergˆencia, encia, e portanto na maioria dos exemplos a seguir nos restringimos ao caso unidimensional. ´ Ultima Atualiza¸c˜ c˜ao: ao: 15/02/2006
1
19
ˆ 3. SEQUENCIAS
20
seq uˆencia enc ia (xk ) em Rn converge converg e se s e e somente som ente se a sequˆ s equˆencia enci a das d as i-´esimas esim as Lema 3.1.2. Toda sequˆ coordenadas (xi )k converge em R para i = 1, . . . , n. n.
˜ . Exer DEMON Ex ercc´ıcio ıc io.. EM ONST STRA RAC C ¸ AO
Exemplo 3.4. Se xk = 1, entao lim xk = 1. De fato, dado > 0, para todo k
|x − 1| = 0 < . k
≥ 1 temos
lim(1/k)) = 0. De fato, dado > 0, seja K ∗ tal que 1/K 1/K ∗ < . Logo, para Exemplo 3.5. lim(1/k
todo n > K ∗ temos 1/k
∗
| − 0| = 1/k < 1/K
< .
(0, 2, 0, 2, 0, 2, 0, 2, . . . ) n˜ao ao converge para 0. De fato, tome = 1. Ent˜ao ao Exemplo 3.6. (0, ∗ ∗ ∗ para todo K N temos 2K 2K > K e x2K = 2. Portanto x2K 0 = 2 > .
∈
|
∗
∗
− |
Observe que diferentes situa¸c˜ coes o˜es ocorrem nos exemplos acima. Em 3.4 a sequˆencia encia ´e ∗ ∗ constante, e a escolha de K independe de . J´a no exemplo 3.5, temos que K claramente depende de . A seguir, seguir, no exemplo exemplo 3.6 o objetivo objetivo ´e mostar que um certo certo valor x n˜ ao ´e o limite da sequ se quˆˆenci en ciaa (xk ). Mostramos Mostramos ent˜ ent˜ao ao que existe pelo menos um certo > 0 tal que para todo ∗ ∗ Note que que o que que fizemo fizemoss foi negar a K , conseguimos achar n > K tal que xk x > . Note conve co nvergˆ rgˆenci en cia. a.
| − |
seq uˆencia enc iass em Rn e seja (zi ) a sequˆencia encia formada por Exemplo 3.7. Sejam (xn ) e (yn ) sequˆ ao, se limi→∞ xi = ξ e z1 = x1 , z2 = y1 , z3 = x2 , z4 = y2, . . . , z2i−1 = xi , z2i = yi , .... Ent˜ao, limi→∞ yi = ξ, temos que lim i→∞ zi = ξ . De fato, Suponha que (zn ) n˜ao ao convirja para ξ. En Ent˜ t˜ ao ao existe um , uma subsequˆ sub sequˆencia enci a (znk ), e um inteiro N 0 tal que
z − ξ > . nk
para todo nk > N 0 . Isto implica que existem infinitos elementos de ( zn ) distando mais que de ξ. Logo existem infinitos elementos de ( xn ) ou de (yn ) distando mais que de ξ. mas isto contradiz o fato de que lim n→∞ xn = ξ e limn→∞ yn = ξ . Talvez a segunda pergunta mais natural em rela¸c˜ c˜ao ao aos limites lim ites de sequˆencias enci as ´e quanto qua nto a unicidade destes, quando existirem. A respota ´e afirmativa, como mostra o resultado abaixo. encia encia po pode de ter no m´ aximo um limite. Teorema 3.1.3 (Unicidade de limite). Uma sequˆ ˜ . Considere que ( xk ) ´ DEMON e uma sequˆencia enci a tal que xk EM ONST STRA RAC C ¸ AO ∗ Sejam m = x x /2 > 0, e sejam K e K N tais que xk x = x . Seja
k > K ∗
→ x e x → x , com − ∈ − x < para todo e x − x < para todo k > K . Logo, se k > max{K , K }, ent˜ao ao x − x ≤ x − x + x − x < 2 = x − x . k
∗
k
k
k
Como um n´ umero umero n˜ao ao pode p ode ser estritamen estritamente te menor que ele mesmo, mesmo, temos uma contradi contradi¸¸c˜ c˜ao. ao. Portanto x = x e o limite limi te ´e unico. u ´ nico. Para mostrar convergˆ convergˆencia, encia, podemos usar o resultado seguinte. Teorema 3.1.4. Seja ( Seja (xk ) uma sequˆencia enc ia em Rn . Ent˜ ao as afirmativas s˜ ao equivalentes. equivalentes.
(1) (xk ) converge para x. (2) Para toda vizinhan¸ca ca V de x existe K ∗ k
∗
≥ K
∈ N tal que =⇒ x ∈ V. k
˜ O E RESULTADOS PRELIMINARES 3.1. 3.1 . DEFI DE FINI NIC C ¸A
21
˜ . Fica como com o exerc´ıcio. ıcio . DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
As vezes, vezes, uma sequˆ sequˆencia encia se aproxima aproxima de algum valor em Rn de forma mais lenta que ´ poss alguma outra sequˆencia encia de d e reais que converge para 0. E po ss´´ıvel assim ass im garantir gar antir convergˆencia, enci a, como o resultado a seguir nos mostra. n
(ak ) sequˆ se quˆencia en cia em R conve convergen rgente te para 0. Se para ( xk ) sequˆ se quˆencia enc ia em Lema 3.1.5. Seja (a
R existir c > 0 tal que
x − x ≤ c|a | k
ent˜ao ao xk
→ x.
k
para todo k
∈ N,
˜ . Como (a (ak ) converge, dado > 0, seja K ∗ DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
∗
todo k > K . Logo
x − x ≤ c|a | < k
e lim xk = x.
k
∈ N tal que |a | < /c para k
para todo k > K ∗ ,
´ rio 3.1.6. Seja (a Corolario a (ak ) sequˆ seq uˆencia enc ia em R convergente para 0. Se para ( xk ) sequˆ se quˆenci en ciaa n ∗ em R existir c > 0 e K N tal que
∈ x − x ≤ c|a | k
ent˜ao ao xk
→ x.
k
para todo k
∗
≥ K ,
(2/k)) sin( sin(11/k). ao Exemplo 3.8. Seja xk = (2/k /k). En˜ao
|x − 0| ≤ k2 . k
Como 1/k 1/k
→ 0, podemos usar o lema acima para garantir que lim[(2/k lim[(2 /k)) sin( sin(11/k)] /k)] = 0.
Uma outra no¸c˜ cao a˜o importante ´e o de limita¸c˜ c˜ao ao de uma sequˆ sequˆencia. encia. Neste caso, mesmo quando qua ndo a sequˆ s equˆencia enci a n˜ n ao a˜o converge, podemos conseguir alguns resultados parciais, como veremos mais a seguir. ˜ o 3.1.7. Dizemos Dize mos que uma sequˆencia enci a (xk ) ´e limitada quando existe um n´ umero Definic ¸ ao a real C tal que xk C para todo k N.
≤
∈
Um primeiro resultado resulta do intuitivo ´e que toda sequˆencia encia convergente ´e limitada. limitad a. De fato, ´e razo´ zo ´avel avel pensar p ensar que se a sequˆencia encia converge, converge, ela n˜ao ao pode ter elementos arbitrariamente grandes em norma. enc ia converge conv ergente nte ´e limit li mitad ada a Teorema 3.1.8. Toda sequˆencia ˜ . Seja (xk ) sequˆ encia encia convergente e seja x seu limite. Seja = 1. Como DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
(xk ) converge, existe K ∗ tal que x xk < 1 para todo k > K ∗ . Logo, usando usando a desigualdade desigualdade triangular temos
−
x ≤ x − x + x < 1 + x k
k
para todo k > K ∗ .
Falta agora limitar os K ∗ primeiros primeiro s termos termo s da sequˆencia. encia. Seja ent˜ao ao
{ Portanto x ≤ C para todo k ∈ N.
}
C = max x1 , x2 , x3 , . . . , xK , 1 + x .
k
∗
ˆ 3. SEQUENCIAS
22
Outro resultad r esultadoo importante imp ortante trata tra ta de limites l imites de d e sequˆencias encias que s˜ao ao resultados de opera¸c˜ c˜oes oes entre sequˆencias. encias. Por exemplo, dadas duas sequˆencias encias convergente, convergente, o limite da soma das sequˆencias encias ´e a soma dos limites. E assim a ssim por diante. ao ao Lema 3.1.9. Seja (xk ) e (yk ) tais que lim xk = x e lim yk = y. Ent˜ (1) lim(xk + yk ) = x + y. (2) lim(xk yk ) = x y. (3) lim(c lim(cxk ) = cx, para c R. (4) Em R, temos que lim(x lim(xk yk ) = xy. xy. (5) Em R, temos que se yk = 0 para todo k e y = 0, ent˜ao ao lim(x lim(xk /yk ) = x/y. x/y.
−
−
∈
˜ . (1) Dado > 0, seja K ∗ DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
∗
∈ N tal que x − x < /2 /2 e y − y < /2 /2 k
≥ K . Logo x + y − (x + y) ≤ x − x + y − y <
para todo k
k
k
k
k
para todo k
k
∗
≥ K .
(2) A demonstra¸c˜ c˜ao ao ´e basicamente a mesma de (1), tomando-se o devido cuidado com os sinais. (4) Para todo k N temos
∈
|x y − xy| ≤ |x y − x y| + |x y − xy| = |x ||y − y| + |y||x − x|. Seja M ∈ R tal que |x | < M e |y | < M constante M existe pois como (x ( x ) converge, M .. Tal constante ela ´e limitada. Agora, dado > 0, seja K tal que |y − y| < /(2 /(2M M ) e |x − x| < /(2 /(2M M ) para todo k ≥ K . Logo, |x y − xy| ≤ M [|y − y| + |x − x|] < , para todo k ≥ K . k k
k k
k
k
k
k
k
k
∗
k
∗
k k
k
k
k
k
∗
Deixamos (3) e (5) como exerc´ exerc´ıcios para o leitor.
˜ o. Os resultados do lema acima continuam v´alidos alidos para um n´ umero umero finito Observa rvac c ¸ao. a
de somas, produtos, etc. ao ´e limit li mitad ada. a. Exemplo 3.9. (n) diverge pois n˜ao 1/2 + 1/ 1 /3 + 1/ 1 /4 + Exemplo 3.10. Seja S n = 1 + 1/ ´e limitada, e portanto divergente. divergente. Note que x2n
···
1 = 1+ + 2
1 = 1+ + 2
4
i=3
1 1 + 3 4
1 + n
8
i=5
+
1 + n
1 1 1 1 + + + 5 6 7 8 2n
+
i=2n
1 +1
−
+
· · · + 1/n 1/n.. Mostraremos que (S (S ) n˜ao ao
··· +
n
··· ···
1 1 > 1+ + 2 n
1
2n−1 + 1 4
i=3
= 1+
1 + 4
+
8
i=5
+
1 + 8
1 1 1 + + + 2 2 2
1 2n
2n
+
i=2n
−
1 +1
1 2n
· · · + 12 = 1 + n2 .
Logo (S (S n ) n˜ao ao ´e limitada l imitada,, e portanto port anto diverge. Outra forma de ver que a sequˆencia encia acima diverge ´e por indu¸c˜ c˜ao. ao. Quero Quero mostrar mostrar que que 1/2. Assumindo que S 2n 1 1 + (n ( n 1)/ 1)/2 temos S 2n 1 + n/2. n/2. Note que S 2 = 1 + 1/ 1 1 (n 1) 1 n + + n > 1+ + > 1+ , S 2n = S 2n 1 + n−1 2 +1 2 2 2 2
≥
−
−
···
−
≥
−
˜ O E RESULTADOS PRELIMINARES 3.1. 3.1 . DEFI DE FINI NIC C ¸A
23
como quer´ quer´ıamos demonstrar. demonstrar. Mais uma vez a conclus˜ conclus˜ ao ao ´e que (S n ) n˜ao ao ´e limitada, limita da, logo diverge.
(2n + 1)/n 1)/n = 2. De fato, Exemplo 3.11. limn→∞ (2n 2n + 1 = (2) + n
1 . n
Como limn→∞(2) = 2 e limn→∞ (1/n (1/n)) = 0, n´os os obtemos o resultado. Exemplo 3.12. limn→∞ 2n/( n/(n2 + 1) = 0, pois
2n 2/n = . 1 + 1/n 1 /n2 n2 + 1
Como limn→∞ (2/n (2/n)) = 0 e limn→∞ (1 + 1/n 1/n2 ) = 1 = 0, podemos aplicar o resultado sobre quocient quo cientee d dee sequˆ s equˆencias. enci as.
se quˆenci en ciaa Exemplo 3.13. A sequˆ 1 xn = 2 n converge. Primeiro note que n
(3.1.1)
i=
i=1
n
i
i=1
n2 + n . 2
Para n = 1 o resultado (3.1.1) ´e trivial. Assuma (3.1.1) vedadeiro para n = k. Temos ent˜ao ao que k+1
i=1
3k + 2 (k + 1)2 + (k (k + 1) k2 + k k 2 + 3k +k+1 = = i= , 2 2 2
e portanto f´ormula ormula (3.1.1) (3.1.1 ) ´e verdadeira. verda deira. Temos ent˜ao ao que 1 n2 + n 1 = 1 + xn = 2n2 2 n
1 = + 2
1 . 2n
Logo (x (xn ) ´e soma s oma de dua duass sequˆencias enci as convergentes converg entes,, (1/ (1 /2) e (1/ (1/2)(1/n 2)(1/n)) e 1 1 1 + lim = . n→∞ 2 n→∞ 2n 2
lim xn = lim
n→∞
(xn ) sequˆ s equˆencia enci a convergente converg ente em R,e seja x Exemplo 3.14. Seja (x sequˆencia enci a defini d efinida da por po r 1 (x1 + x2 + n
∈ R seu limite. Ent˜ao ao a
··· + x ) n
converge e tem x como seu limite. Sem perda de generalidade, supomos que (x (xn ) converg convergee para zero. zero. Pa Para ra o caso caso geral geral quando (x (xn) converge para x basta tratar a sequˆencia encia (xn x).
−
ˆ 3. SEQUENCIAS
24
···
Seja S n = (x1 + x2 + + xn )/n. (xn) converge, ent˜ao ao ´e limitada. limita da. Seja M tal que /n. Como (x ∗ ∗ xn < M para todo n N. Dado > 0, seja K tal que M/K < e sup xn : n K ∗ < . . ˇ ˆ Ent˜ao, ao, temos S n = S n + S n , onde
| |
∈
{| |
ˇn = 1 (x1 + x2 + S n
··· + x
K
∗
ˆn = 1 (xK + xK +1 + S n
),
∗
∗
≥ }
· · · + x ). n
Ent˜ao ao (S n ) ´e a soma de duas sequˆ sequˆencias encias conve convergen rgentes. tes. De fato para n > (K ∗ )2 , temos ˇn ˆn < ( em diss di sso, o, S (S n) converge. S K ∗ M/n M/K ∗ < . Al´em (n K ∗ )/n < . . Portanto (S
| |≤
≤
| |
−
Outro resultado importante refere-se `a convergencia convergencia das normas de sequˆencias: encias: se uma sequˆencia encia converge, entao a sequˆencia encia de normas tamb´em em converge. A reciproca recipro ca n˜ ao ´e ver ve rn dadeira. dadeira . Basta considerar cons iderar como com o contra-exemplo contra-exemp lo a sequˆencia encia ( 1) . Neste caso a sequˆencia encia diverge mas a sequˆencia encia de seus valores absolutos converge. converge.
−
Lema 3.1.10. Seja (xn ) convergente. Ent˜ao ao ( xn ) tamb´ mb´em o ´e.
˜ . Exer Ex ercc´ıcio ıc io.. DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
3.2. Subsequˆencias encias e Teorema de Bolzano–W Bolzano– Weierstrass eierstras s Seja (xk ) sequˆencia enci a em Rn e k1 < k2 < k3 < enci a de n´umeros umeros < k j < . . . sequˆencia naturais. Ent˜ao ao dizemos que (x (xkj ) ´e uma subs su bsequ equˆˆenci en cia a de (xk ).
···
(1, 1/2, 1/3, 1/4, . . . ), ent˜ao ao (1, (1, 1/2, 1/4, 1/6, 1/8, . . . ) e (x2k ) Exemplo 3.15. Se (xk ) = (1, s˜ao ao subsequˆ sub sequˆencias enci as de (xk ). Um primeiro primeiro resultado resultado relacionado relacionado com subsequˆ subsequˆencias encias nos diz que se uma sequˆ sequˆencia encia conver converge ge para um determinad determinadoo limite, limite, entao entao todas as subsequˆ subsequˆ encias encias conver convergem gem e tˆem em o mesmo limite. Lema 3.2.1. Se uma sequˆencia encia (xk ) converge para x, ent˜ao ao todas as subsequˆ encias encias de
(xk ) s˜ao ao convergentes e tˆem em o mesmo limite x. ˜ . Seja (xk ) subsequˆ DEMON encia encia convergente, convergente, e seja x = limk→∞ (xk ). Dado EM ONST STRA RAC C ¸ AO
> 0, seja K ∗ tal que
x − x <
(3.2.1)
k
∗
≥ K . ≥ j para todo j ∈ N, ent˜ao ao j ≥ K para todo k
∗
Seja (xkj ) subsequˆ sub sequˆencia enci a de (xk ). Co Como mo k j ∗ portanto k j K e portanto x xkj < ,
≥
−
por (3.2.1). Logo (xkj ) converge para x.
( 1)n diver diverge ge pois se conve convergi rgisse sse para para algum algum x sequˆencias encias convirgiriam convirgiri am este est e mesmo valor. Mas Exemplo 3.16.
implica em
−
lim (( 1)2n = 1,
n→∞
−
lim (( 1)2n+1 =
n→∞
−
−1.
∈
R, suas suas subsub-
ˆ NCIAS E TEOREMA DE BOLZANO–WEIERSTRASS 3.2. SUBSEQU SUBSEQUE
25
e n˜ao ao crescente e limitada para 0 < a < 1. Logo ´e convergente. co nvergente. Exemplo 3.17. (an ) ´ Seja l = limn→∞ (an ). Ent˜ao ao l = lim (a2n ) = lim (an ) lim (an ) = l2. n→∞
n→∞
n→∞
Logo l = 0 ou l = 1. Como Com o a sequˆencia enci a ´e n˜ao ao crescen crescente te e limitada limitada superiormen superiormente te por a < 1, n ent˜ao ao l = 1 n˜ao ao pode ser limite. Logo limn→∞ (a ) = 0. 3. 2.22 (Crit´ (Cr it´erios eri os de divergˆ div ergˆencia enc ia)). Seja (xk ) sequˆ seq uˆencia en cia em Rn . As afirmativas abaixo Lema 3.2. s˜ao ao equivalentes: (1) (xk ) n˜ao ao converge para x Rn . (2) Existe > 0 tal que para todo K ∗ N, existe k j N, com k j > K ∗ e x xkj . (3) Existe > 0 e uma subsequˆencia encia (xkj ) de ( xk ) tal que x xkj > para todo j N.
∈
∈
∈
−
∈
⇒ ∈ − > K tal que x − x > . . (2) =⇒ (3): (3): Seja Seja como como em (2). Pa Para ra todo j ∈ N, seja k
− ≥
˜ . (1) = (2): Se (xk ) n˜ao ao converge para x ent˜ao ao existe > 0 tal que ´e DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO ∗ ∗ impo im poss´ ss´ıvel ıve l acha a charr K N tal que x xk < para todo k > K . Logo, para todo K ∗ , existe
k j
∗
kj
j
> j tal que x
− x ≥ .
Portanto Porta nto s subse s ubsequˆ quˆencia enci a ( xkj ) satisfaz a propiedade em (3).
kj
(3) = (1): Se (xk ) convergisse para x ter´ te r´ıamo ıa moss ( xkj ) convergindo para x, o que contraria a hip´otese otese inicial. Logo ( xk ) n˜ao ao converge para x.
⇒
No exemplo abaixo temos uma aplica¸c˜ cao a˜o imediata do Lema 3.2.2. enci a em Rn tal que toda subsequˆencia encia de (xk ) cont co nt´´em em Exemplo 3.18. Seja (xk ) sequˆencia uma subsequˆencia encia convergente para x. Ent˜ao ao (xk ) converge para x. Por contradi¸c˜ c˜ao ao suponha que (xk ) n˜ao ao convirja para x. Portanto existe ex iste uma subsequˆ s ubsequˆencia encia (xkj ) e > 0 tal que (3.2.2)
x − x > kj
para todo j
∈ N.
Mas ent˜ao, ao, por hip´otese, otese, (xkj ) tem t em uma u ma subsequˆencia encia convergindo para x, uma contradi¸c˜ cao a˜o com (3.2.2). (3.2.2). Finalmente mostramos um importante resultado que nos garante convergencia de alguma ´ o an´alogo subsequˆ sub sequˆencia enci a mesmo me smo quando quan do a sequˆencia enci a orig o rigina inall n˜ao ao converge. E alo go para par a sequˆ s equˆencias enci as do Teorema de Bolzano–Weierstrass 2.4.2. Teorema 3.2.3 (Bolzano–Weierstrass (Bolzan o–Weierstrass para sequˆencias) encias) . To Toda da sequˆencia enci a limit l imitada ada de nu-
meros reais tem pelo menos uma subsequˆ encia encia convergente. ˜ . Seja (x ) sequˆ encia enc ia em Rn e s = xk : k DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO k seq uˆ
{ ∈ N}. Ent˜ao ao S ´ finito ito ou n˜ao. ao. S ´e fin Se S for ao existe pelo menos um elemento s ∈ S tal S for finito, ent˜ao S tal que s = x = x = x = . . . . k1
k2
k3
para algum k1 , k2 , k3 , . . . em N. Neste caso, a subsequˆencia encia constante ( xkj ) ´e converg co nvergente ente.. Se S for infinito, infinito, e como este conjunto conjunto ´e limitado limitado por hip´ otese, otese, ent˜ ent˜ao a o o teorema de Bolzano–Weierstrass Bolzano–Weierstrass 2.4.2 garante a existˆencia encia de pelo menos um ponto x de acumula¸c˜ cao a˜o de po nto de acumula¸ acu mula¸c˜ c˜ao, ao, ent˜ao ao para todo j N existe pelo menos um ponto em S . Como x ´e ponto
∈
ˆ 3. SEQUENCIAS
26
∩
∈ N tal que x ∈ S ∩ B
S B1/j (x), i.e., existe k j temos
1/j (x).
kj
x − x < j1 < J 1 < kj
Ent˜ao, ao, dado > 0, para 1/J 1/J <
para todo j
≥ J.
Logo, a subsequˆencia encia (xkj ) ´e conver co nvergen gente. te.
e uma sequˆencia encia limitada limita da de elementos distintos, distintos, e Exemplo 3.19. Suponha que (xk ) ´ N tem exatamente um ponto de acumula¸c˜ que o conjunto xk : k c˜ao. a o. En Ent˜ t˜ ao ao (xk ) ´e
{
∈ }
convergente. De fato, seja x o ponto de acumula¸c˜ c˜ao ao da sequˆencia. encia. Por absurdo, assuma que (xk ) n˜ao ao converge para x. Ent˜ao ao existe > 0 e uma subsequencia ( xkj ) tal que
x − x > para todo k ∈ N. Mas ent˜ao ao o conjunto {x : j ∈ N} ´e infinito pois poi s os x s˜ao ao distintos e portanto pelo Teorema de Bolzano–Weierstrass ele tem pelo menos um ponto de acumula¸ a cumula¸c˜ c˜ao, ao, que ´e diferente dife rente de x, uma contradi¸c˜ cao a˜o com x ser o ´unico unico ponto de acumula¸c˜ c˜ao ao de {x : k ∈ N}. kj
kj
kj
k
3.3. Sequˆ encias encias de Cauchy Um conceito importante impo rtante tratando-se tratand o-se de sequˆencias encias ´e o de sequˆencias encias de Cauchy. Cauchy. Formalmente, dizemos que uma sequˆencia encia (xk ) ´e de Cauchy se para todo > 0 existe K ∗ N tal que xk xm < para todo k, m K ∗ .
∈
| − |
≥
Usando os lemas a seguir, mostraremos mostrar emos que uma sequˆencia encia ´e convergente se s e e somente s omente se ´e de Cauchy. seq uˆencia enc ia conver co nvergen gente te ´e de d e Cau C auchy. chy. Lema 3.3.1. Toda sequˆ ˜ . Seja (xk ) sequˆ encia encia convergente, e x o seu limite. limite. En Ent˜ t˜ao, ao, dado > 0, DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO ∗ ∗ existe K N tal que x xk < /2 / 2 para todo k K . Portanto,
∈
| − | ≥ |x − x | ≤ |x − x| + |x − x | < k
m
k
m
se k, m
∗
≥ K .
Logo (xk ) ´e de Ca Cauch uchy. y.
od a sequˆencia enci a de Cauchy ´e limita lim itada. da. Lema 3.3.2. Toda ˜ . Seja (xk ) sequˆ encia encia de Cauchy. Cauchy. Ent˜ao, ao, considerando = 1, temos que DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO ∗ ∗ xk < 1 para todo k > K . Logo, para k > K ∗ temos existe K N tal que xK
∈
|
− | |x | ≤ |x − x | + |x | < 1 + |x |. |, 1 + |x |}, temos imediatamente que |x | ≤ C para Definindo C = max{|x |, . . . , |x todo k ∈ N. Portanto Porta nto a sequˆencia enci a ´e limitad lim itada. a. ∗
k
1
k
K −1 ∗
∗ K
∗ K
∗ K
∗ K
k
Finalmente Finalme nte podem p odemos os enunciar a equivalencia entre convergˆ co nvergˆ encia encia e o crit´erio erio de Cauchy. Cauchy. 3.3 .3 (Crit´ (Cri t´erio erio de convergˆencia enci a de Cauchy) . Uma Um a sequˆencia enc ia ´e converge conv ergente nte se Teorema 3.3.3 e somente se ´e de Cauchy.
ˆ NCIAS DE CAUCHY 3.3. SEQUE
27
˜ . J´ a vimos no Lema 3.3.1 que se uma sequˆencia encia ´e convergente, ela ´e de DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
Cauchy. Assuma agora que (xk ) ´e sequˆencia enci a de Cau Cauchy chy.. Pelo Lema 3.3.2, 3.3 .2, a sequˆencia enci a ´e limita lim itada, da, e pelo Teorema de Bolzano–Weierstrass Bolzano–Weierstrass 3.2.3, existe uma subsequˆencia encia (xkj ) convergente. Seja x = limkj →∞ (xkj ). Quero Quero mostrar mostrar que x = limk→∞ (xk ). Seja Seja > 0. Co Como mo (xk ) ´e de ∗ Cauchy, temos que existe K N tal que xk xm (3.3.1) para todo k, m K ∗ . 2 Como (xkj ) ´e convergente conver gente,, ent˜ao ao existe m k1 , k2 , . . . tal que m > K ∗ , e x xm < . 2 ∗ Como m > K temos tamb´em em de 3.3.1 que xk xm /2 /2 para todo k K ∗ . Finalmente, para todo k K ∗ temos
∈ | − |≤
≥
∈{ } | − | | − |≤
≥
≥
|x − x | ≤ |x − x | + |x − x | < . k
k
k
k
Conclu´ Con clu´ımos ımo s que (xk ) converge.
Exemplo 3.20. Considere x1 = 1, x2 = 2 e xn = (xn−1 + xn−2 )/2 para n
≥ 3.
Ent˜ En t˜ ao ao
mostraremos que (x (xn ) converge converge pois ´e de Cauchy Cauchy. Mostramos primeiro que 1 (3.3.2) xn xn+1 = n−1 , para n N. 2 Note que (3.3.2) (3.3.2 ) ´e v´alido alido para n = 1. Sup Supondo ondo tamb´em em v´ alida alida para n = k, i.e., que 1 (3.3.3) xk xk+1 = k−1 , 2 temos 1 1 1 (xk+1 + xk ) = (xk+1 xk ) = k , xk+1 xk+2 = xk+1 2 2 2 onde usamos (3.3.3) na ultima u ´ ltima igualdade. Conclu´ Conclu´ımos por indu¸c˜ cao a˜o que (3.3.2 (3. 3.2)) ´e v´ v ´alida. alida. ∗ K −2 Tendo (3.3.2) demonstrado, basta agora, dado , tomar K tal que 2 Nestee > 1. Nest ∗ caso, se n m K , tem-se
| −
|
| −
|
−
| |
∈
|
−
| |
− |
∗
≥ ≥ − x | + |x − x | + · · · + |x − x | (3.3.4) |x − x | ≤ |x − x | + |x 1 1 1 1 1 1 1 1 + + + ··· + = + + + ··· +1 = 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 − 1/2 1 ≤ = < , 2 2 1− Exemplo 3.21. Em geral, se (x − x | < c , onde S = (x ) ´e tal que |x c ´e n
m
n− 2
n
n− 3
n− 1
n−4
n−1
m−1
n−2
m−1
n− 2
n− 3
n−m−1
m+1
n−m−2
n−m−3 n−m
1 2
m−1
n
m
n+1
n
n
m−2
n
n i=1 k
convergente, convergente, ent˜ao ao (xn ) ´e convergente. convergente. De fato, mostramos abaixo que a sequˆencia encia ´e de Cauchy, e portanto converge. Note que para n > m, temos (3.3.5) xn xm xn xn−1 + xn−1 xn−2 + + xm+1 xm cn−1 +cn−2 + +cm = S n−1 S m−1 .
| − |≤| −
| |
−
| ··· |
− |≤
···
−
Como S n converge, ent˜ao ao ´e de Cauchy. Logo Log o dado d ado > 0, existe K ∗ N tal que n > m > K ∗ implica que S n−1 S m−1 < . Logo Logo,, por (3.3. (3.3.5) 5) temos temos que n > m > K ∗ implica que Cauch uchy. y. xn xm < e (xn ) ´e de Ca
| − |
|
−
|
∈
ˆ 3. SEQUENCIAS
28
3.4. Sequˆencias enci as Contr´ateis ateis Dizemos que uma sequˆencia encia (xk ) ´e contr´ atil se existem n´umero umero real λ < 1 e um natural K tais que xk+2 xk+1 λ xk+1 xk ∗
|
para todo k > K ∗ .
−
|≤ |
− |
enc ia contr´ cont r´ atil at il ´e converge conv ergente nte Teorema 3.4.1. Toda sequˆencia ˜ . Seja (xn ) sequˆ DEMON encia encia contr´atil atil com constant constantee λ < 1. Sem Sem perd perdaa de EM ONST STRA RAC C ¸ AO
generalidade, assumimos nesta demonstra¸c˜ c˜ao ao que K ∗ = 0, isto is to ´e
|x − x | ≤ λ|x − x | k+2
k+1
k+1
k
∈ N. Ent˜ao, ao, |x − x | ≤ λ|x − x | ≤ λ |x − x | ≤ · · · ≤ λ |x − x |. Logo, para m ∈ N e k ≥ m temos |x − x | ≤ |x − x | + |x − x | + · · · + |x − x | ≤ λ + λ + · · · + λ |x − x | = λ λ +λ + · · · + 1 |x − x | − 1 |x − x | ≤ λ |x − x |. λ =λ 1−λ λ−1 Logo, dado > 0 se K ∈ N ´e tal ta l que qu e λ |x − x | < , 1−λ ent˜ao ao |x − x | < para todo m ≥ K , k ≥ K . Portanto Porta nto a sequˆencia enci a ´e de Cauchy e ´e para todo k
k+2
k
k −2
k+1
m
k −3
k+1
k
m−1
m−1
2
k
k−1
k
k−1
2
k −2
m−1
1
k−m
2
k
k −1
1
m+1
k−m−1
k−m−2
m−1
2
1
2
1
m
2
1
∗
K −1 ∗
2
k
1
∗
m
∗
convergente
encia definida por Exemplo 3.22. Seja a sequˆencia x0 = a > 0,
xn+1 = 1 +
1 . xn
Queremos mostrar que (x ( xn ) ´e cont co ntr´ r´atil, atil, e portanto convergente. + R dada por f ( Seja f : R 1+1/x.. Ent˜ao ao a sequˆ se quˆencia en cia ´e defin d efinid idaa por po r xn+1 = f (xn ), f (x) = 1+1/x ∗ + e temos portanto que x = (1 + 5)/ 5)/2 ´e a unica u ´ nica solu¸c˜ cao a˜o em R para a equa¸c˜ cao a˜o x = f ( f (x). ∗ 2 Usaremos mais tarde o fato de que x > x implica em x > x + 1. 1. Note Note ainda que f ´e tal que
→
(3.4.1) e que se x, y (3.4.2)
√
⇒
x>y =
∈R
+
f ( f (x) < f (y),
{ } 1 1 |f ( − f (x) − f ( f (y)| = x y
e c < min x, y , ent˜ao ao
=
|x − y| ≤ |y − x| . xy
c2
A fim de utilizar (3.4.2), mostraremos que (x ( xn ) ´e limitada limitad a inferiormente inferio rmente por algum a lgum n´ n umero u ´ mero maior que um.
˜ O DE CONJUNTOS FECHADOS 3.5. 3.5 . CARACTE CAR ACTERIZ RIZAC AC ¸A
29
Temos ent˜ao ao trˆes es possibili pos sibilidades: dades: a = x∗, a > x∗ ou a < x∗ . Quan Quando do a = x∗ , a s´erie ´e trivialmente convergente pois temos x1 = x2 = = x∗ . Assuma ent˜ao ao que x0 = a > x∗ . A an´alise alise para a < x∗ ´e simi si mila lar. r. Ent˜ao ao x1 = f ( Porr indu¸ indu¸c˜ cao a˜o temos que x2n−2 > x∗ e x2n−1 < x∗ . De f (x0 ) < f ( f (x∗ ) = x∗ . Po fato, como estas desigualdades s˜ao ao verdadeiras para n = 1 e assumindo tamb´ em em corretas ∗ ∗ ∗ para n = k temos x2k = f ( f (x2k−1 ) > f ( f (x ) = x e x2k+1 = f ( f (x2k ) < f ( f (x ) = x∗ , como quer´ıamos ıam os demonst demo nstrar. rar. Temos ent˜ao ao x0 = a, x1 = (a + 1)/a 1)/a,, e
···
x2 = 1 +
1 2a + 1 a + a2 = = a = x0 , < x1 a+1 a+1
onde usamos que a + 1 < a2 . Da mesma mesma forma, forma, x3 = 1 + 1/x 1/x2 > 1 + 1/x0 = x1 . Portant Portantoo temos que para n = 1 vale x2n < x2n−2 e x2n+1 > x2n−1. Assumindo Assumindo estas duas desigualdade desigualdadess para n = k temos 1/x2k+1 < 1 + 1/x 1/x2k−1 = x2k , x2k+2 = 1 + 1/x
1/x2k+2 > 1 + 1/x 1 /x2k = x2k+1 , x2k+3 = 1 + 1/x
como quer´ quer´ıamos demonstrar. demonst rar. Conclu´ Con clu´ımos ımo s que (x2n−1 ) ´e sequ se quˆˆenci en ciaa n˜ao ao decrescente, e que x2n > x∗ > x1 para todo (xn ) ´e limitada limita da inferiormente inferior mente por x1 . n N. Portanto (x Aplicando Aplicando agora (3.4.2), temos
| |
∈
1 |x − x | = |f ( f (x ) − f ( f (x )| ≤ |x − x |. x k+1
k
k
k −1
2 1
k
k −1
Como x1 = 1 + 1/a 1/a > 1, ent˜ao ao (xn ) ´e cont co ntr´ r´atil atil e portanto converge. Para achar o valor limite, basta resolver x = f ( f (x), e temos que lim n→∞ xn = x∗ .
3.5. Caracteri Caracteriza¸ za¸ c˜ cao a ˜o de conjuntos fechados Podemos usar sequˆencias encias para caracterizar conjuntos fechados, como o resultado abaixo mostra. Teorema 3.5.1. Seja F
⊂ R. As afirmativas abaixo s˜ ao equivalentes.
(1) F ´e fechad fech adoo em Rn . (2) Se (xk ) ´e sequˆ sequˆenci en ciaa conve converge rgent nte, e, com xk
k→∞ xk
∈ F para todo k ∈ N, ent˜ ao lim n
∈ F . F .
⇒(2) (Por (Por contradi¸c˜ c˜ ao) ao ) Assuma F fechado em R , e seja ( x ) seq sequˆ uˆenci en ciaa x = x. Su em F com lim Supon ponha ha x ∈ Como mo C (F ) abert o, existe vizinhan¸ vizinha n¸ca ca V de / F . F . Co F ) ´e aberto, x tal que V ∩ F = ∅. Logo Logo,, para para todo todo k ∈ N, temo temoss x ∈ cao a˜o com / V , V , uma contradi¸c˜ lim x = x. Portanto x ∈ F . F . (2)⇐(1) (Por (Por contradi¸c˜ cao) ao ˜ ) Suponha que C (F ) ao seja aberto aberto.. En Ent˜ t˜ ao ao existe x ∈ C (F ) F ) n˜ao F ) tal que para todo k ∈ N existe um ponto em x ∈ B (x) ∩ F . um a sequ se quˆˆenci en ciaa F . Logo (x ) ´e uma em F que converge para x. Por hip´otese, otese, temos que x ∈ F , cao a˜o com x ∈ C (F ). F , uma contradi¸c˜ F ). Portanto C (F ) ab erto,, e F ´e fecha fe chado do.. F ) ´e aberto ˜ . (1) DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
k→∞
k
k
k→∞
k
k
1/k
k
k
ˆ 3. SEQUENCIAS
30
3.6. Sequˆencias enci as em R Outros resultados importantes importantes para tentar tentar achar achar um “candidato” “candidato” limite vˆem em a seguir. seguir. O primeiro primeiro nos diz que se temos uma sequˆ sequˆencia encia de n´umeros umeros positivos, ent˜ao a o o limite, se existir, tem que ser n˜ao ao negativ negativo, o, podendo podendo ser zero. zero. A seguir seguir,, aprend aprendemo emoss que se temos temos uma sequˆencia encia “sanduichadas” “sandu ichadas” entre outras ou tras duas sequˆencias encias convergentes que q ue tem te m o mesmo limite, ent˜ao ao a sequˆencia encia do meio converge e tem tamb´em em o mesmo limite. (xn ) convergente com lim xn = x. Se exi exist stee K ∗ Lema 3.6.1. Seja (x ∗
para todo n > K , ent˜ao ao x
≥ 0.
∈ N tal que x ≥ 0 n
−
˜ . (por contradi DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO contradi¸¸c˜ cao) a˜o) Assuma que x < 0. Seja Seja ent˜ ent˜ ao ao = x/2 x/2 > 0. ∗ N tal que xn Como (x (xn ) converge para x, seja K Logo,, x < para todo n > K ∗ . Logo
∈ −
∈
| − |
is to ´e, e, xK +1 < x + = x/2 ao uma contradi¸c˜ cao a˜o xK +1 (x , x + ), isto x/2 < 0. Obtivemos ent˜ao pois xK +1 n˜ao ao ´e negati neg ativo. vo. ∗
∗
∗
´ rio 3.6.2. Se (xn ) e (xn ) s˜ ao convergentes com lim xn = x e lim yn = y, e se ao Corolario a ∗ existe K N tal que xn yn para todo n > K ∗ , ent˜ao ao x y.
∈
≥
≥
˜ . Se zn = xn DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
ao lim z − y , ent˜ao n
n
= lim xn
resultado segue ent˜ao ao do Lema 3.6.1.
− lim y
n
=x
− y.
O presen presente te
≤
3. 6.33 (san (s andu´ du´ıche ıch e d dee sequˆ s equˆencia en cias) s). Sejam (x (xn ), (yn ) e (zn ) sequˆencias enci as tais que xn Lema 3.6. ∗ ∗ N. Assuma ainda que (x (xn ) e (zn ) convergem zn para todo n > K , para algum K
≤
∈
yn com lim xn = lim zn . Ent˜ao ao (yn) converge e lim yn = lim xn = lim zn .
˜ . Seja a = lim xn = lim zn . Dado > 0, existe K ∗ tal que xn DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
∗
|z − a| < para todo n > K . Logo − < x − a ≤ y − a ≤ z − a < =⇒ |y − a| < n
n
n
n
| − a| < e
n
∗
para todo n > K , como quer´ quer´ıamos demonstrar. demonst rar.
−1 ≤ sin n ≤ 1, ent˜ao ao
Exemplo 3.23. limn→∞ (sin n)/n = 0 pois como
−1/n ≤ (sin n)/n ≤ 1/n,
e o resultado segue do lema 3.6.3.
ao) ao). Seja (x (xn ) sequˆencia enci a de n´umeros umeros positi p ositivos vos tal que (xn+1 /xn ) Lema 3.6.4 (teste da raz˜ converge e lim n→∞ (xn+1 /xn ) < 1. Ent˜ao ao (xn ) converge e limn→∞ (xn ) = 0. ˜ . Seja L = limn→∞ (xn+1 /xn ). Ent˜ ao, ao, por hip´otese, otese, L < 1. Seja r tal que DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
L < r < 1. Portanto dado = r n K ∗ . Logo,
≥
∗
− L > 0, existe K
0 < xn+1 < x n r < x n−1 r2 < xn−2 r3 <
tal que xn+1 /xn < L + = r para todo
··· < x
r n−K +1 para todo n ∗
K
∗
∗
≥ K .
Se c = xK r −K . , ent˜ao ao 0 < x n+1 < crn+1 . O resultado segue do Corol´ario ario 3.1.6, pois como n ao limn→∞ r = 0. r < 1, ent˜ao ∗
∗
´ rio 3.6.5. Seja (x (xn ) tal que xn = 0 para todo n Corolario a
L = lim
n→∞
|x | |x | n+1 n
∈Ne
3.7. LIMITE SUPERIOR E INFERIOR
31
∗
∈ R existe K ∈ N tal que n ≥ N =⇒ |x | > C.
existe e L > 1. Ent˜ao ao para todo C
∗
n
˜ . basta considerar o teste da raz˜ ao ao para yn = 1/xn. Neste caso, DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
lim
n→∞
|y | = lim |x | = lim |y | |x | n+1
n
n→∞
n
n→∞ |xn+1 | |xn |
n+1
Portanto para n
∗
≥ K
∗
≥ K
=
1 limn→∞ |x|xnn+1| |
+
∗
∈ R existe K 1 =⇒ |y | < . C
Logo (y (yn ) converge para zero, e para todo C n
1
=
1 < 1. L
tal que
n
| |
temos xn > C e (xn ) n˜ao ao ´e limitada limita da e n˜ao ao converge.
(xn ) = n/2 ao Exemplo 3.24. Seja (x n/2n . Ent˜ao 1 1 xn+1 n + 1 2n n+1 lim = lim n+1 = lim = . n→∞ n→∞ 2 2 n→∞ n 2 xn n Pelo teste da raz˜ao ao temos limn→∞ (xn ) = 0
(xn ) converge. Exemplo 3.25. Note que para xn = 1/n, /n, temos limn→∞ xn+1 /xn = 1 e (x Entretanto, para yn = n, temos limn→∞ yn+1 /yn = 1 mas (y (yn ) n˜ ao convergente. convergente. Portan Portanto to o teste n˜ao ao ´e conclusivo quando o limite da raz˜ao ao entre os termos ´e um.
3.7. Limite Limite superior e inferior inferior Uma no¸c˜ cao a˜o importante tratando-se de sequˆencias encias ´e a de limites superiores (lim sup) e inferi inferiore oress (lim (lim inf), que nos d´a informa¸c˜ coes o˜es sobre sequˆencias encias limitadas mesmo quando estas n˜ao ao s˜ao ao convergentes. Seja (x (xn ) sequˆencia encia limitada de reais, e defina V = v
{ ∈ R : existem finitos n ∈ N tais que x
Definimos ent˜ao ao
n
}
>v .
lim lim sup sup xn = inf V. inf V. De forma an´aloga, aloga, se
{ ∈ R : existem finitos n ∈ N tais que x
W = v definimos
n
}
lim lim inf inf x xn = sup W. Lema 3.7.1. Seja (x (xn ) sequˆ sequˆencia encia de reais limitada. Ent˜ Ent˜ao ao (xn ) converge para x se e
somen somente te se lim sup xn = lim inf inf x xn = x. (xn ) = ( 1)n . Ent˜ao a o liminf x liminf xn = Exemplo 3.26. Seja (x
−
Exemplo 3.27. Seja
(zn ) = Ent˜ao a o lim lim inf inf zzn =
−1 e limsup z
n
= 1.
( 1)n n ( 1) + . n
−
−
−1 e lim sup sup x
n
= 1.
ˆ 3. SEQUENCIAS
32
3.8. Sequˆencias enci as Mon´ M on´ otonas otonas Um classe muito especial de seqiencias ´e a de sequˆencias encias mon´otonas. otonas . Uma sequˆ seq uˆencia encia mon´otona otona ´e tal que seus valores alores n˜ao ao “oscil “oscilam” am”,, i.e., i.e., eles eles ou nu nunca nca diminuem diminuem ou nu nunca nca aumentam. Pode-se ver que a defini¸c˜ cao a˜o de sequˆencia enci a mon´ m on´otona otona ´e restrita a uma dimens˜ao. ao. ˜ o 3.8.1. Dizemos Definic ¸ ao a Dizem os que uma sequˆencia enci a (xn ) ´e mon´ otona otona crescente, crescente, ou simples-
mente crescente se x1 sequˆ encia encia (xn ) ´e x2 xn . . . . Da mesma forma uma sequˆ mon´ otona otona decrescente, decrescente, ou simplesmente decrescente se x1 Finallx2 xn . . . . Fina ment me nte, e, uma um a sequˆ sequˆenci en ciaa ´e mon´otona otona se for crescente ou decrescente.
≤
≤ ··· ≤
≤
≥ ≥ ··· ≥
≥
(1, 2, 3, 4, . . . ) e (1, (1 , 2, 3, 3, 3, 3, . . . ) s˜ao ao crescentes. Exemplo 3.28. (1, (1/n)) ´e decres dec rescen cente. te. Exemplo 3.29. (1/n
−
Exemplo 3.30. ( 1, 1,
−1, 1, −1, . . . ) n˜ao ao ´e mon´ mo n´otona. otona.
Teorema 3.8.2. Uma sequˆ encia enci a mon´ otona ´e convergente se e somente se ´e limitada. limitada . N . Da mesm Al´em em disso, diss o, se (xn ) ´e crescente, ent˜ ao limn→∞ (xn ) = sup xn : n mesma a forma, se (xn ) ´e decrescent decres cente, e, ent˜ ent ˜ ao limn→∞ (xn ) = inf xn : n N .
{
{
∈ }
∈ }
⇒ ) J´a vimos que toda sequˆencia encia convergente ´e limitada. limita da. ( ⇐= ) Assuma (x (x ) crescente e limitada. Seja x = sup{x : n ∈ N}. Ent˜ao ao dado > 0, existe N tal que x − < x ≤ x < x + , pois x ´e o supremo. su premo. Logo, para todo to do n > N temos converge para x. Se a sequˆencia encia for n˜ao-crescente, ao-crescente, x − < x ≤ x ≤ x < x + , portanto x converge ˜ . ( = DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
n
n
N
N
n
n
a demonstra¸ demonstra¸c˜ ca˜o ´e an´ an aloga. a´loga.
Exemplo 3.31. (an ) diverge se a > 1 pois ´ e ilimitada. ilimit ada. Exemplo 3.32. (an) converge se 0 < a
Al´em em disso, dis so, limn→∞
≤ 1 pois ´e mon´otona otona decrescente e limitada. (a ) = 0, pois inf {a : n ∈ N} = 0. n
n
Mostrarem remos os que (y ( yn ) ´e converg co nvergent entee Exemplo 3.33. Seja y1 = 1 e yn+1 = (1 + yn )/3. Mostra e acha achamo moss seu seu limi limite te.. Note Note que y2 = 2/3 < 1 = y1 . Vamos amos mostr mostrar ar por indu¸ induc˜ c¸ao a˜o que 0 < yn+1 < yn . Esta afirmativ afirmativa vale para n = 1. Assuma Assuma verdadeira verdadeira para n = k 1, isto is to ´e 0 < y k < y k−1 . Ent˜ao ao para n = k temos
−
yk+1 = (1 + yk )/3 < (1 + yk−1 )/3 = yk , e como yk > 0, ent˜ao ao yk+1 > 0, como quer´ quer´ıamos. Portanto a sequˆencia encia ´e mon´otona otona n˜ao ao crescente e limitada inferiormente por zero. Portanto converge. Seja y seu limite. Ent˜ao ao y = lim yn+1 = lim (1 + yn )/3 = (1 + y)/3. n→∞
n→∞
Logo y = 1/2. (2yn + 3)/ 3)/4. Note Note que que y2 = 5/4 > y1 . Para ara Exemplo 3.34. Seja y1 = 1, e yn+1 = (2y mostrar que yn+1 > yn em geral, usamos indu¸c˜ c˜ao. a o. Note Note que que para para n = 1 o resultado vale. Assuma agora que valha tamb´ t amb´em em para n = k para algum k, i.e., yk+1 > yk . Ent˜ao ao 1 1 (2yk+1 + 3) > (2y (2yk + 3) = yk+1 . yk+2 = (2y 4 4
3.9. EXERC EXERC´ICIOS
33
∈
Logo, por indu¸c˜ cao, a˜o, yn+1 > yn para todo n N, e (yn ) ´e n˜ao ao decrescente decrescente.. Para Para mostrar mostrar que ´e limitada, limita da, note que y1 < 2. Mais Mais uma vez vez usamos indu¸ indu¸c˜ c˜ao ao a fim de provar que em geral yn < 2. Assuma que yk < 2. Logo, 1 1 7 (2yk+1 + 3) < (2 yk+1 + 3) < < 2. yk+1 = (2y 4 4 4 Por indu¸c˜ cao, a˜o, segue-se que yn < 2 para todo n N. Como (y (yn ) ´e mon´ mo n´otona otona e limitada, ent˜ao ao ´e convergent co nvergente. e. Seja y = limn→∞ (yn ). Ent˜ao ao
| | | | | | | | |
| |
|
| | ∈
((2yn + 3)/ 3)/4) = ((2y ((2y + 3)/ 3)/4). 4). y = lim (yn ) = lim ((2y n→∞
n→∞
resolvendo a equa¸c˜ cao a˜o alg´ebrica ebrica acima, temos y = 3/2. Exemplo 3.35. Assuma 0 < a < b, b , e defina a0 = a e b0 = b. Seja
1 bn+1 = (an + bn ), 2 para n N. Ent˜ao ao (an ) e (bn ) convergem para o mesmo limite. Vamos mostrar por indu¸c˜ cao a˜o que an+1 =
∈
(3.8.1)
ai+1 > a k ,
an bn ,
ak < b k ,
bi+1 < bk
para i = 0, 1, . . . .
√
√
Para i = 0 temos a0 = a < b = b0 . Logo, Logo, usan usando do que que y > x implica em y > x, e que a0 e b0 s˜ao ao positivos, temos a1 = a0 b0 > a0 . Al´em em diss d isso, o, b1 = (a0 + b0)/2 < b0 pois Portantoo (3.8.1) vale vale para i = 0. Assuma que valha tamb´em em para i = n. En Ent˜ t˜ ao ao a0 < b0 . Portant em disso, dis so, bn+1 = (an + bn )/2 < bn e bn+1 = (an + bn )/2 > an an+1 = an bn > an . Al´em pois an < bn por hip´otese. otese. En Ent˜ t˜ao ao an+1 = an bn < bn+1 bn < bn+1 . Logo Logo (3.8. (3.8.1) 1) val valee tamb´ ta mb´em em para pa ra i = n + 1. 1. Po Porta rtant ntoo temos que (a ( an ) ´e mon´ mo n´otona otona n˜ao ao decrescente e limitada superiormente, enquanto (b ( bn ) ´e mon´ mo n´otona otona n˜ao ao crescente crescente e limitada limitada superiormente. superiormente. Ambas Ambas ent˜ao ao convergem e sejam A e B seus limites. Neste caso teremos 1 A = AB , B = (A + B ). 2 e portanto portanto A = B .
√
√
√
√
3.9. 3.9 . Exerc´ Exe rc´ıcios ıci os Exerc´ıcio 3.1. Demontre o Lema 3.1.2. Exerc´ıcio 3.2. Demonstrar o Teorema 3.1.4. Exerc´ıcio 3.3. Demonstrar o Lema 3.1.10. Exerc´ıcio 3.4. Seja (xk ) sequˆ s equˆencia enci a convergente converg ente para x. Mostre que xk : k
´e comp co mpac acto to..
{
∈ N} ∪ {x}
Exerc´ıcio 3.5. Dˆ e um exemplo exem plo de uma sequˆencia enci a (xn ) em R tal que toda subsequˆencia encia
convergente de (x ( xn) convirja para x, mas que (x ( xn ) n˜ao ao seja convergente. Exerc´ıcio 3.6. Seja (xn ) sequˆ se quˆencia enci a de d e Cauchy Ca uchy contend co ntendoo uma um a subs s ubsequˆ equˆencia enci a convergent co nvergentee
para x. Mostre que ( xn ) converge para x. Exerc´ıcio 3.7. Sejam (xk ) e (yk ) duas sequˆ encias encias de Cauchy Cauchy em Rn . Most Mostre re que que
x − y converge. k
k
ˆ 3. SEQUENCIAS
34
e monotona o´tona e limitada, limitada, Exerc´ıcio 3.8. Seja x1 = 1 e xn+1 = (2+ xn )1/2 . Mostre que xn ´ e portanto converge. Ache seu limite. q ue a sequˆ s equˆencia encia dada d ada por p or xn+1 = (a + xn )1/2 Exerc´ıcio 3.9. Seja a > 0 e x1 > 0. Mostre que converge. encias limitadas limita das (xk ) e (yk ), mostre que Exerc´ıcio 3.10. Dadas duas sequˆencias lim sup( sup(xk + yk )
≤ lim lim sup( sup(x sup(y ). x ) + lim sup( k
k
CAP´ITULO 4
Continuidade e Fun¸c˜ coes o ˜e s Cont Co nt´ ´ınua ınuass 1
Um dos mais importantes t´opicos opicos de an´alise alise ´e o estudo de fun¸c˜ c˜oes oes e suas propriedades, propriedades, m n R e R R . Dizemo em particular a continuidade. continuidade. Sejam Sejam os conjunt conjuntos os D Dizemoss que uma uma fun¸c˜ c˜ao ao f : D nu a em x D, se para toda vizinhan¸ca ca V de f ( ca R ´e cont´ınua f (x) existir vizinhan¸ca U de x tal que x U D = f ( f (x) V. Finalmente, dizemos que f ´e cont´ co nt´ınua nu a em D D se f for cont´ cont´ınua em todos os pontos de D. Dividimos o estudo de fun¸c˜ coes o˜es cont´ cont´ınuas analisando anal isando primeiro propriedades propried ades locais, lo cais, seguido s eguido das propriedades globais. A menos que seja explicitamente explicitamente indicado, neste cap´ cap´ıtulo utilizaremos a nota¸c˜ cao a˜o acima.
→
⊂
∈ ∈ ∩
⇒ ⊂
⊂
∈
4.1. Propriedad Propriedades es locais
∈
Come¸camos camos observando que a fun¸c˜ c˜ ao f ´e cont´ınua ınu a em todo ponto pont o x D que n˜ ao seja ponto de acumula¸c˜ cao ˜ de D. De fato, neste caso, existe vizinhan¸ca ca U de x tal que D U = x . Logo para todo vizinhan¸ca ca V de f ( f (x), temos que
y
∈ D ∩ U =⇒
y=x =
⇒
Logo f ´e necess nec essar aria iamen mente te cont con t´ınua ınu a em x.
f ( f (y) = f ( f (x)
∩
{}
∈ V
ao as afirmativas abaixo s˜ao ao ao equivalentes. Lema 4.1.1. Ent˜ (1) f ´e cont´ınua nu a em x. (2) Para todo > 0 existe δ > 0 tal que
y
∈ D, x − y < δ =⇒ f ( f (x) − f ( f (y) < . (3) Se (x ) ´e tal ta l que qu e x ∈ D para todo n ∈ N e lim ao lim x = x, ent˜ao n
n
n→∞
n
f (xn ) n→∞ f (
=
f ( f (x).
Outro resultado importante ´e o seguinte crit´erio erio de descontinui descont inuidad dade: e: f n˜ao ´e cont´ co nt´ınua nu a em x se e somente se existe sequˆencia encia ( xn ) em D convergindo para x mas f ( ao f (xn ) n˜ao convergindo para f ( f (x). Uma no¸c˜ cao ˜ao que pode ser ´util util em algumas ocasi˜oes oe s ´e a de limites de fun¸c˜ coes. ˜ oes. Se x ´e ponto nt o de acumula¸c˜ cao a˜o de D, dizemos que p ´e o limite lim ite de f em x se para toda vizinhan¸ca ca V de p existir vizinhan¸ca ca U de x tal que
y
∈ U ∩ D,
y=x =
⇒
f ( f (y)
∈ V.
Neste caso, escrevemos p = limy→x f ( f (y), e dizemos que f converge para p no ponto x. Uma observa¸c˜ cao a˜o a respeito da defini¸c˜ cao a˜o acima ´e que s´o a utilizamos para pontos de acumula¸c˜ c˜ao ao 1Ultima ´
Atualiza¸c˜ c˜ao: ao: 15/02/2006 35
˜ 4. CONTINUIDADE E FUNC ¸ OES CONT´INUAS
36
do dom´ınio. ınio . Note Not e tamb´ t amb´em em que a no¸c˜ cao a˜o de limite em x independe do valor que f assume em ao precisa nem estar definida neste ponto. x. Na verdade, f n˜ao ˜ o. Note algumas diferen¸cas Observa rvac c ¸ao. a cas na defini¸c˜ cao ˜ao de limite de fun¸c˜ cao a˜o e contin continuidade uidade
num ponto x. Pa Para ra defini definirr limite limite,, a fun¸ fun¸c˜ cao a˜ o n˜ao ao precisava nem estar definida em x, e se estivesse, o valor assumido n˜ao ao tinha importˆancia. ancia. Mas fazia parte da defini¸c˜ cao a˜o que x fosse ponto de acumula¸c˜ c˜ao ao do dom´ dom´ınio da fun¸c˜ cao. a˜o. Na defini¸c˜ cao a˜o de limite, a fun¸c˜ cao ˜ao tem que estar definida em x, mas este ponto n˜ao ao necessariamente necessar iamente ´e de acumula¸c˜ c˜ao. ao. Se x for ponto de acumula¸c˜ c˜ao ao de D, ent˜ao ao nu a em x f ´e cont´ınua
⇐⇒
f ( f (x) = lim f ( f (y). y →x
e cont´ınua nu a em R. De fato, para todo c Exemplo 4.1. g (x) = x ´ c = g (c). Exemplo 4.2. Seja
−
∈ R, temos lim
x→c
g(x) =
1 0
se x > 0, sgn(x) = se x = 0, 1 se x < 0. Tomando-se as sequˆencias encias ( 1/n) 1/n), ), ambas ambas conve convergi rgindo ndo para para c = 0 mas nunc nuncaa /n) e ( 1/n atingindo atingindo este valor, valor, tem-se tem-se f ( 1. Entao a˜ o esta fun¸c˜ cao a˜ o n˜ao ao f ( 1/n) /n) = 1 e f (1 f (1/n /n)) = 1. tem limite em c = 0, pois se o limite existe, este tem que ser ´unico. unico. Po Porta rtant nto, o, a fun¸ fun¸c˜ c˜ao ao sgn(x) n˜ao ao ´e cont co nt´´ınua ınu a no zero, zer o, j´a que n˜ao ao existe limx→0 sgn(x).
−
Exemplo 4.3. Seja f : R
−
−
→ R dada por f ( f (x) =
∈
1 se x Q, 0 caso caso con contr´ tr´ario, ario,
∈
∈
´e desco de scont nt´´ınua ınu a para pa ra todo to do x R. Para mostrar isto, assuma x Q, e uma sequˆencia enci a (xn ) em R Q convergindo para x. Neste caso, lim n→∞ f ( f (xn ) = 0 = 1 = f ( f (x). Da mesma forma, se tomamo s uma sequˆencia encia (xn ) em Q convergindo para x, e temos lim n→∞ f (xn ) = x / Q, tomamos 1 = 0 = f ( f (x).
\ ∈
∈
As vezes, ´e poss pos s´ıvel estender uma fun¸c˜ c˜ao ao de forma cont´ cont´ınua. ınua. Seja x / D ponto de acumula¸c˜ cao a˜o de D. Se existir lim y→x f ( ao definimos f ( f (y), ent˜ao f (x) como sendo este limite, e f ser´a cont con t´ınua ınu a em x. cao a˜o Exemplo 4.4. Considere a fun¸c˜ +
f : R
→ R,
f ( f (x) =
x, se x 0, se x
+
∈ R ∩ Q, ∈ R \Q. +
Ent˜ao ao limx→0 f ( f (x) = 0 e podemos estender f continuamente no zero definindo g : R+
∪ {0} → R,
g (x) =
f ( f (x), se x R+ , 0, se x = 0.
Ent˜ao ao temos g cont´ cont´ınua no zero (e somente no zero).
∈
4.2. PROPRIEDADES GLOBAIS
37
´ claro que nem sempre tal extens˜ao ao cont co nt´´ınua ınu a ´e poss´ po ss´ıvel. ıve l. Por exemp exe mplo lo no Exemplo 4.5. E + + R dada por f ( R caso de f : R ao se pode definir f (0) 0 f (x) = 1/x, /x, n˜ao f (0) tal que f : R
→
seja sej a cont con t´ınua. ınu a.
∪{ } →
4.1.1. 4.1.1. Composi¸ Composi¸c˜ cao a ˜o de fun¸c˜ coes. o ˜es. Em geral, se f e g s˜ao ao cont co nt´´ınuas ınu as,, ent˜ e nt˜ao ao f + f + g , f g , R ´ ta mb´em em o s˜ao. a o. Da mesm mesmaa forma forma,, se h : D e tal ta l que qu e h(x) = 0 para todo x do f g tamb´ dom do m´ınio ın io,, ent˜ao ao f /h ´e cont´ co nt´ınua ınua.. O pr´ pr oximo o´ximo resultado garante que a composi¸c˜ cao ˜ de fun¸c˜ coes o˜es cont´ co nt´ınua nu as tamb ta mb´´em ´e cont´ınua nu a.
→
cont con t´ınua ın ua em x cont con t´ınua ın ua em x.
∈
Rn , e f : D , R R e g : R cont´ınua ın ua em f ( ao a composi¸c˜ c˜ ao g D e g cont´ f (x) R. En˜
Teorema 4.1.2. Sejam D
m
−
⊂R
⊂
∈
l
Assuma ma f → R . Assu ◦ f : D → R ´e
→
l
˜ . Seja y = f ( ca de g(y). Como g ´e cont´ınua nu a em y, ent˜ao ao DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO f (x) e W vizinhan¸ca
existe vizinhan¸ca ca V de y tal que
y
∈ V ∩ R =⇒
g (y )
∈ W.
Como f ´e cont´ınua nu a em x, ent˜ao ao existe existe vizinhan¸ vizinhan¸ca ca U de x tal que
x
∈ U ∩ D =⇒
f ( f (x )
∈ V.
Logo
x
∈ U ∩ D =⇒
f ( f (x )
Portanto g f ´e cont´ınua nu a em x.
◦
∈ V =⇒
g(f (x ))
∈ W.
cao a˜o g (x) = x ´e cont´ınua nu a em Rm . Realmente, como Exemplo 4.6. A fun¸c˜
|g(x) − g(y)| = | x − y | ≤ x − y,
se (xn ) converge para x ent˜ao ao
|g(x ) − g(x)| ≤ x − x =⇒ lim g(x ) = g(x). Portanto, se f ´e cont´ınua nu a em x, entao h(x) = f ( mb´em em o ´e, e, pois h = g ◦ f ´e comp co mpos osi¸ i¸c˜ cao a˜o f (x) tamb´ n
n
n→∞
n
de fun¸c˜ coes o˜e s cont co nt´´ınuas ınu as..
4.2. Propriedad Propriedades es globais Algumas Algumas propriedade propriedadess de fun¸c˜ coes o˜e s cont con t´ınuas ınu as n˜ao ao est˜ao ao restritas a apenas um ponto, mas sim a todo to do o dom´ınio. ınio. Como exemplos exemp los citamos cita mos preserva¸ pres erva¸c˜ c˜ao ao de compacidade, e a continuidade uniforme. Antes de prosseguirmos com as propriedades e suas aplica¸c˜oes, oes, temos o seguinte resultado que caracteriza fun¸c˜ coes o˜es cont co nt´´ınuas ınu as em todo to do dom do m´ınio ın io.. ao equivalentes: Teorema 4.2.1 (Continuidade Global). As afirmativas abaixo s˜ (1) f ´e con cont´ınua em D (2) Se V Rn ´e aberto aber to,, ent˜ en t˜ ao existe aberto U D tal que U D = f −1 (V ) V ) n −1 (3) Se H R ´e fechad fech ado, o, ent˜ ent ao ˜ existe fechado F D tal que F D = f (H )
⊂ ⊂
⊂
⊂
∩
∩
˜ 4. CONTINUIDADE E FUNC ¸ OES CONT´INUAS
38 ˜ . (1) DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
⇒ (2): Seja f cont´ co nt´ınua ınua em D e V ⊂ R
n
aberto. Seja x
Como ´e f cont´ınua, ınua, existe exis te aberto ab erto U x contendo x tal que
−1
∈ f
(V ). V ).
∈ U ∩ D =⇒ f ( f (y) ∈ V. Logo U ∩ D ⊂ f (V ). ao U ´e aber ab erto to p ois oi s ´e un uni˜ i˜ao ao de abertos, e V ). Seja U = ∪ U . Ent˜ao U ∩ D = f (V ). V ). (2) ⇒ (1): Seja x ∈ D e V vizinhan¸ca ca aberta de f ( otese existe um aberto U f (x). Por hip´otese tal que U ∩ D = f (V ). ao x ∈ U e portanto U ´e viz v izin inha han¸ n¸ca ca de x. V ). Mas como f ( f (x) ∈ V , V , ent˜ao Al´em em disto, para todo tod o y ∈ U ∩ D tem-se f (y) ∈ V . V . (2) ⇒ (3): (3): Seja Seja H ⊂ R fechado. fechado. Ent˜ Ent˜ao ao como C (H ) ´e aberto, temos por hip´otese otese que existe aberto U tal que U ∩ D = f (C (H )). )). Seja F = C (U ). ). Ent˜ao ao x ∈ F ∩ D =⇒ f (x) ∈ / C (H ) =⇒ f ( f (x) ∈ H =⇒ F ∩ D ⊂ f (H ). y
x
−1
x
x∈f
−
−1
1 (V ) V )
x
−1
n
−1
−1
Por outro lado,
x
−1
∈ f
⇒ x ∈/ U ∩ D e x ∈ D =⇒ x ∈ F ∩ D =⇒
(H ) =
f −1 (H )
Logo f −1 (H ) = F D. (3) (2): semelhante ao caso anterior.
∩
⇒
⊂ F ∩ D.
˜ o. Note que U aberto e f cont´ co nt´ınua nu a n˜ Observa rvac c ¸ao. a ao implica em f ( f (U ) aberto. Da mesma
forma, F fechado n˜ ao implica em f ( f (F ) F ) fechado. Como exemplo tome f (x) = x2 e U = ( 1, 1) implica em f ( [0, 1). f (U ) = [0, E se F = [1, [1, + ) com g (x) = 1/x, ao g (F ) (0, 1]. /x, ent˜ao F ) = (0,
−
∞
arias 4.2.1. Fun¸c˜ coes o ˜es Cont´ Cont´ınuas em Conjuntos Compactos. Um resultado com v´arias aplica¸c˜ coes o˜es vem a seguir seguir e garante garante que a compacidade compacidade ´e uma propriedade propriedade preservada preservada por fun¸c˜ c˜oes oes cont con t´ınuas ınu as.. Teorema 4.2.2 (Preserv (Preserva¸ a¸c˜ cao ˜ao de compacidade). Se k ´e compacto compac to,, e f : K
cont´ con t´ınua ın ua,, ent e nt˜ ˜ ao f ( com pact ctoo. f (K ) ´e compa
n
→R
´e
G = {G } cobertura aberta para f ( ), i.e., f ( f (K ), f (K ) ⊂ ∪ G . Logo cont´ınua, pelo Teorema 4.2.1, para todo α existe H aberto tal K ⊂ ∪ f (G ). Por f ser cont´ que f (G ) = H ∩ K . Portanto {H } ´e uma u ma cobertura cober tura aberta abert a de K . Como K ´e com c ompa pact cto, o, ent˜ao ao existe {H , . . . , H } subcobertura finita. Logo, K ⊂ ∪ H ∩ K = ∪ f (G ), e ent˜ao ao f ( Portanto, o, achamos uma subcobertura subcobertura aberta finita para f ( ), e f (K ) ⊂ ∪ G . Portant f (K ), ˜ . Seja DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
α −1
−1 α
α
α
α
α
α
α
α
α1
αn
n i=1
n i=1
n −1 i=1
αi
αi
αi
conclu´ con clu´ımos ım os que qu e f ( co mpact acto. o. f (K ) ´e comp
Uma aplica¸c˜ cao a˜o imediata do resultado acima ´e a existˆencia encia de m´aximos aximos e m´ınimos de fun¸c˜ coes o˜es cont´ cont´ınuas definidas em compactos. Em particular, estas fun¸c˜ coes o˜es s˜ao ao limitadas. limitadas. ˜ o 4.2.3. Dizemos que f : D Definic ¸ao a
f ( f (x) ≤ M para todo x ∈ D.
→R |
n
´e limit li mitad adaa em D se existe M
∈ R tal que
| ≤ 1 para todo x ∈ R.
Exemplo 4.7. sin x ´ e limi li mita tada da em R pois sin x
ao ao ´e limita lim itada da em R+ . Entretanto 1/x 1/x ´e limita lim itada da em (1/ (1/2, + Exemplo 4.8. 1/x n˜
|1/x| ≤ 2 para todo x neste intervalo. intervalo.
∞) pois
4.2. PROPRIEDADES GLOBAIS
39
O Teorema 4.2.2 garante que imagens de compactos s˜ao conjuntos conjuntos compactos, compactos, portanto portanto pelo Teorema eorema de Heine–Bore Heine–Borell (Teore (Teorema ma 2.5.3) fechados fechados e limitados. limitados. O resultado resultado abaixo ´e consequˆencia encia imediata imediat a deste fato. Teorema 4.2.4. Seja K compacto, e f : K
em K .
→R
n
cont´ cont´ınua ın ua em K . Ent˜ ao f ´e limi li mita tada da
Uma demonstra¸ demonstra¸c˜ cao a˜o alternativa do Teorema 4.2.4 que dispensa o uso de no¸c˜ coes o˜es de compacidade vem a seguir. ˜ . (alternativa do Teorema 4.2.4; por contradi¸ DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO c˜ c˜ ao) ao ) Assuma K fechado e limitado e f n˜ao ao limitada. Ent˜ao ao para todo n N existe xn D tal que f ( f (xn ) > n. Como D
∈
∈
´e fechado fe chado e limit li mitado ado,, ent˜ e nt˜ao, ao, pelo Teorema de Bolzano–Weierstrass, (xn ) poss p ossui ui subsequˆ sub sequˆencia enci a (xnk ) convergente. convergente. Seja x = limnk →∞ xnk . Como D ´e fechad fech ado, o, ent˜ ent ˜ao ao x D. Mas como f ´e cont´ co nt´ınua, ınu a, ent˜ ent ˜ao ao f tem limite em x, e portanto ´e localmente limitada, uma contradi¸c˜ cao a˜o com a constru¸c˜ cao a˜o de (xn ).
∈
Outra no¸c˜ cao a˜o importante impo rtante ´e o de m´aximos aximos e m´ m´ınimos. ınimos . Dizemos que f : D R tem valor ∗ ∗ m´aximo aximo em D se existe x sup erior de f ( formaa an´ aloga aloga D tal que f ( f (x ) ´e cota superior f (D). De form dizemos que f tem valor m´ınimo em D se existe x∗ D tal que f ( f (x∗ ) ´e cota inferior de ∗ aximo e x∗ de ponto de valor m´ınimo. f ( f (D). Chamamos x de ponto de valor m´aximo
→
∈
∈
˜ o. Se uma fun¸c˜ cao a˜o f como acima definida assume seus valores m´aximo aximo e Observa rvac c ¸ao. a
m´ınim ın imoo em D, ent˜ao ao f ´e limi li mita tada da em D.
−
Exemplo 4.9. f : ( 1, 1)
−
2
→ R dada por f ( ao ´e limitada limita da em (−1, 1), f (x) = 1/(1 − x ) n˜ao
mas ´e limitada limita da em [ 1/2, 1/2] por exemplo.
−
c ontt´ınua ınu a e limi li mita tada da em ( 1, 1), mas n˜ao ao assume valor m´aximo aximo Exemplo 4.10. f ( f (x) = x ´e con
−
−
nem m´ıni ınimo mo em ( 1, 1). Entretanto f assume seus valores m´aximo axi mo e m´ınimo ınim o em [ 1, 1]. l imit itad adaa em R, assume seu valor m´aximo aximo em x∗ = 0, Exemplo 4.11. h(x) = 1/(1 + x2 ) ´e lim mas n˜ao ao assume seu valor m´ m´ınimo. Isto porque inf h inf h(R) = 0 = h(x) para todo x R.
∈
˜ o. Note que pontos de m´aximo aximo e m´ınimo n˜ao a o s˜ao ao unic u ´ nicos os em geral. geral. Por Observa rvac c ¸ao. a
exemplo, f ( f (x) = x2 tem
−1 e 1 como seus dois pontos de m´aximo aximo em [−1, 1].
O resultado resultad o a seguir mais uma vez ´e consequˆ co nsequˆencia encia do Teorema 4.2.2. 4.2.2 . Teorema 4.2.5 (Pontos Extremos). Seja K compacto e f : K
→ R cont´ cont´ınua ın ua em K .
Ent˜ ao f tem pelo menos um ponto de m´ aximo e um de m´ınimo em K .
˜ . Como K ´ e com c ompa pacto cto,, ent˜ao ao o Teorema 4.2.2 garante que f ( mb´em DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO f (K ) tamb´
´e compa co mpacto cto.. Logo Log o f ( port anto o f (K ) ´e limitado e portanto tem supremo, e f (K ) ´e fechado, e portanto ∗ ∗ supremo pertence a f ( ). Logo existe x ). f (K ). K tal que f ( f (x ) = sup f ( f (K ). Mesmo tipo tip o de argumento assegura que existe ponto p onto de m´ınimo em K .
∈
A seguinte demonstra¸c˜ cao a˜o dispense o uso direto de compacidade. ˜ . (alternativa do Teorema 4.2.5) Demonstraremos somente que f assume DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
um valor m´aximo. aximo. O caso de valor m´ınimo ´e an´alogo. alogo. Como Como D ´e fechado limitado, limita do, ent˜ao ao ∗ ∗ limitado. Seja s = sup f ( 1/n. pelo f ( f (D) ´e limitado. f (D). Seja xn tal que f ( f (xn ) > s /n. Mas pe
−
˜ 4. CONTINUIDADE E FUNC ¸ OES CONT´INUAS
40
Teorema de Bolzano–Weierstrass, D limitado limita do implica em existˆencia encia de uma subsequˆencia encia ∗ ∗ (xnk ) convergente. convergente. Seja x o limite de tal subsequˆencia. encia. Como D ´e fechad fech ado, o, ent˜ao ao x D. ∗ Como f ´e cont´ co nt´ınua ınua,, ent˜ ent˜ao ao f ( f (x ) = limnk →∞ f ( f (xnk ). Finalmente, usamos que 1 s∗ f ( f (xnk ) s∗ , nk e pelo Lema do sandu´ıche ıche de sequˆencias encias 3.6.3, temos que f ( f (x∗ ) = limnk →∞ f ( f (xnk ) = s∗ .
∈
− ≤
≤
Outro resultado de grande importˆancia ancia ´e o Teorema do Valor Intermedi´ario ario que garante garante a preserva¸c˜ cao a˜o de intervalos por fun¸c˜ c˜oes oe s cont´ co nt´ınua. ınu a. (Teoremaa do Valor Interme Intermedi´ di´ ario) ario). Sejam a < b e f : [a, b] Teorema 4.2.6 (Teorem R cont´ cont´ınua. ınua . Se existe exis te d R tal que f ( ao existe c (a, b) tal que f ( f (a) < d < f (b), ent˜ f (c) = d.
∈
→
∈
˜ . Seja A = DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
{x ∈ [a, b] :
}
∈
˜ao vazio pois a f ( f (x) < d . Logo A ´e nao A. Definindo c = sup A, seja xn A tal que c 1/n < xn < c. En Ent˜ t˜ ao ao (xn) converge para c e por continuidade de f , ao f ( f , temos f ( f (c) = limn→∞ f ( f (xn ). Como f ( f (xn ) < d, d , ent˜ao f (c) d. Assuma por um instante que f ( co nt´ınua ınua,, e ent˜ ent ˜ao ao para = d f ( f (c) < d. Mas f ´e cont´ f (c) existe δ > 0 tal que c + δ < b e
∈
−
≤
−
∈ (c, c + δ) =⇒ f ( f (x) < f ( f (c) + = d. Logo c + δ/2 cao a˜o pois c = sup A. Portanto f ( δ/ 2 > c e c + δ/2 δ/ 2 ∈ A, uma contradi¸c˜ f (c) = d. ´ rio 4.2.7 (Teorema do ponto fixo em uma dimens˜ao) ao). Seja f : [0, [0, 1] → [0, [0, 1] Corolario a cont co nt´´ınua. ınu a. Ent˜ Entao a˜o f tem um ponto fixo, i.e., existe x ∈ [0, [0, 1] tal que f ( f (x) = x. [0, 1] → R dada por d(x) = f ( Portanto to d ´e cont´ınu nuaa. D . seja d : [0, f (x) − x. Portan Nosso objetivo ob jetivo ´e achar a char raiz para d em [0, [0, 1]. Se d(0) = 0 ou d(1) = 0, ent˜ao ao nada mais h´ aa fazer. Supo Suponha nha que nem n em 0 nem 1 sejam ra´ızes ızes de d. Logo d(0) = f (0) f (0) > 0 e d(1) = f (1) f (1) − 1 < 0 pois f (x) ∈ [0, [0, 1]. Aplicando Aplicando o Teorema eorema do Valor Intermedi´ Intermedi´ ario (Teorema 4.2.6), temos ario que existe x ∈ (0, (0, 1) tal que d(x) = 0, 0 , como quer´ quer´ıamos demonstrar. demonst rar. x
˜ EMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
Conclu´ımos ımos esta parte com uma importante impo rtante consequˆencia encia dos resultados resultad os anteriores.
Teorema 4.2.8. Seja I intervalo fechado limitado e f : I
interval o fechado limitado. limitado . f ( f (I ) ´e intervalo
→ R fun¸c˜ c˜ ao cont´ cont´ınua. ınua . Ent˜ ao
4.3. Fun¸c˜ coes o ˜es Uniformem Unif ormemente ente Cont´ Cont´ınuas
∈ (0, (0, 1). Seja c ∈ (0, (0, 1). Ent˜ao ao 1 1 x−c g (c) − g(x) = − = . c x cx
Considere g (x) = 1/x, /x, para x
Para mostrarmos que g ´e cont´ınua nu a em c. seja > 0. Sem perda de generali generalidade, dade, podemos 2 assumir assumir que < 1, e portanto c < 1. Seja δ = c /2. ao /2. Ent˜ao
|x − c| < δ =⇒ Logo
c2 c c
⇒
2
|x − c| < δ
c < x. 2
|x − c| < δ = c = c < =⇒ |g (c) − g(x)| = cx cx 2cx 2x
˜ 4.3. 4. 3. FUNC FU NC ¸ OES UNIFORMEMEN UNIFORMEMENTE TE CONT´INUAS
41
onde usamos que c/2 u ´ltima desigualdade. Mostramos ent˜ao, ao, usando s e δs que 1/x 1/x c/2 < x na ultima ´e cont´ cont´ınua em todo ponto diferente de zero. zero . O ob jetivo principal pri ncipal do c´alculo alc ulo acima aci ma ´e ressa re ssalta ltarr que a escolha de δ n˜ao ao ´e uniforme em rela¸c˜ cao a˜o ao ponto c, i.e., δ depende de c. Em outros casos, a escolha de δ independe do ponto em quest˜ao. ao. Po Porr exempl exemplo, o, para f ( f (x) = x, dado > 0, tomando δ = temos
|x − c| < δ =⇒ |f ( f (x) − f ( f (c)| < .
Dizemos que esta fun¸c˜ cao a˜o ´e un unifo iform rmeme emente nte cont co nt´´ınua. ınu a.
Rm e f : A Rn . Dize 4.3.1. Seja A Dizemo moss que que f ´e uniformemente cont´ co nt´ınua ınu a em A se para todo > 0, existir δ tal que
˜o Definic ¸ ao a
⊂
→
{x, y} ⊂ A, x − y < δ =⇒ f ( f (x) − f ( f (y) < .
Note que a defini¸c˜ cao a˜o de contin continuidade uidade uniforme uniforme s´o faz sentido senti do no dom´ıınio ni o ou subdom´ sub dom´ıınio ni o da fun¸c˜ cao, a˜o, e n˜ao ao pontualmente como na defini¸c˜ cao a˜o de continuidade continuidade.. Uma forma equivalen equivalente te de se definir uma fun¸c˜ cao a˜o uniformemente uniform emente cont´ cont´ınua, ´e exigir que dado > 0 exista δ tal que para todo x A tem-se
∈
y
∈ B (x) ∩ A =⇒ f ( f (x) − f ( f (y) < . δ
Al´em em disto, pode-se usar o seguinte resultado abaixo para se mostar que uma fun¸c˜ c˜ao ao n˜ ao ´e uniform uni formement ementee cont´ınua. ınua. Rn . Ent˜ e f : A ao as afirmativas abaixo s˜ ao ao ao equivalentes. (1) f n˜ao ao ´e un unif iform ormeme emente nte cont co nt´´ınua ınu a em A. (2) Existe > 0 tal que para todo δ > 0 existem pontos x A e c A tais que x c < δ mas f ( f (x) f ( f (c) > . . (3) Existe > 0 e duas sequencias (x (xn ) e (yn ) em A tais que limn→∞ (xn yn ) = 0 e f ( f (xn ) f ( f (yn ) > para todo n N.
Lema 4.3.2. Seja A
| −| | −
m
⊂R |
→
−
∈
|
|
∈ −
∈
Exemplo 4.12. O resultado acima pode ser usado por exemplo para mostrar que f ( f (x) = + 1/x n˜ao ao ´e uniform uni formement ementee cont´ınua ınua em R . Con Consid sidere ere as sequenc sequencias ias (1/n (1/n)) e 1/(n + 1) . Ent˜ao ao limn→∞ 1/n 1/(n + 1) = 0 mas mas f (1/n (1/n)) f 1/(n + 1) = 1 para todo n N.
−
−
∈
Uma interessante propriedade da continuidade continuidade uniforme ´e dada abaixo, e tem aplica¸c˜ cao a˜o m n R e assuma que f : A R ´ na extens˜ao a o de fun¸c˜ coes, o˜es, ver exerc´ exerc´ıcio 4.8. Seja A e uniform uni formement ementee cont´ cont´ınua. ınua . Ent˜ao ao (xn ) ser sequˆencia encia de Cauchy implica im plica que f ( mb ´em f (xn ) tamb´ ´e sequˆ se quˆenci en ciaa de Ca Cauch uchy. y. De fato, seja > 0. Como f ´e un unif iform ormem emente ente cont co nt´´ınua, ınu a, ent˜ ent ˜ao ao existe δ tal que (4.3.1) para todo x, y (4.3.2)
⊂
→
x − y < δ =⇒ f ( f (x) − f ( f (y) < ,
∈ A. Como (x ) ´e sequˆ se quˆencia en cia de Cau Cauchy, chy, ent˜ao existe N tal que se m, n > N =⇒ x − x < δ. n
0
0
m
n
Combinando (4.3.1) e (4.3.2), temos ent˜ao ao que
⇒ f ( f (x ) − f ( f (x ) < .
m, n > N 0 =
m
n
Apesar de parecer dif´ dif´ıcil conferir se uma dada fun¸c˜ cao a˜o ´e ou n˜ao ao uniform uni formement ementee cont c ont´´ınua, ınua , o (supreendent (supreendente?) e?) resultado resultado abaixo garante garante que todas as fun¸c˜ coes o˜es cont´ cont´ınuas em conjuntos compactos s˜ao ao uniform uni formement ementee cont co nt´´ınuas. ınuas .
˜ 4. CONTINUIDADE E FUNC ¸ OES CONT´INUAS
42
(Continuidade uidade Uniforme em compactos) compactos). Seja K Rm conjunto comTeorema 4.3.3 (Contin pacto, e f : K Rn cont´ con t´ınua ın ua em K . Ent˜ ao f ´e unifo uni forme rmeme mente nte cont´ınua ınu a em K .
⊂
→
˜ . Seja > 0. Entao, para todo x DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
∈ K , existe δ(x) > 0 tal que (4.3.3) y ∈ B (x) ∩ K =⇒ f ( f (y) − f ( f (x) < /2 / 2. Seja a cobertura aberta de K gerada por {B (x)} . Como K ´e com c ompa pacto cto,, ent˜ao ao existe {x , . . . , x } tal que {B (x )} ´e uma subcobert sub cobertura ura de K . Seja δ (x)
1
1 δ (xi ) 2
n
i
1 δ (x) 2
n i=1
δ=
x∈K
1 min δ (x1), . . . , δ( δ(xn ) . 2
{
}
Sejam x, y ao existe ´ındice j 1, . . . , n tal que x K tais que x y < δ . Ent˜ao B 1 δ(xj ) (x j ), i.e., x x j < δ (x j )/2. Portanto, usando (4.3.3) temos que f ( f (x) f ( f (x j ) < 2 /2. /2. Da mesma forma,
∈
−
−
∈{
}
−
∈
y − x ≤ y − x + x − x < δ + 12 δ(x ) ≤ δ(x ), e ent˜ao ao f ( Conclu´ clu´ımos ımo s que q ue f (y) − f ( f (x ) < /2. /2. Con x − y < δ =⇒ f ( f (x) − f ( f (y) ≤ f ( f (x) − f ( f (x ) + f ( f (x ) − f ( f (y) < , j
j
j
j
j
j
j
e portanto portanto f ´e uni u nifo form rmem ement entee con contt´ınua ınua..
Abaixo apresentamos uma demonstra¸c˜ c˜ao ao alternativa do Teorema 4.3.3, que n˜ao ao usa argumentos de compacidade. ˜ . (alternativa do Teorema 4.3.3; por contradi¸ DEMON contradi¸c˜ cao) ao ˜ ) Suponha que f n˜ao ao EM ONST STRA RAC C ¸ AO
seja uniformemente uniforme mente cont´ cont´ınua. Como K ´e com c ompa pacto cto,, ent˜ e nt˜ao ao ´e fechado e limitado li mitado.. Ent˜ao, ao, pelo Lema 4.3.2, existe > 0 e existem sequˆencias encias (xn ) e (yn ) em K tais que xn yn < 1/n e f ( Como mo K ´e fechado, pelo Teorema de Bolzano–Weierstrass, Bolzano–Weierstrass, existe f (xn ) f ( f (yn ) > . Co subse sub sequˆ quˆencia en cia (xnk ) convergente. convergente. Seja z = limnk →∞ (xnk ). Como K ´e fechad fech ado, o, ent˜ ent ˜ao ao z K . Note que (ynk ) tamb´em em converge converg e para z pois
−
−
∈
(ynk
− z) = (y − x
nk ) + ( xnk
nk
− z).
Como f ´e cont´ınua nu a em z, ent˜ao ao f ( f (z) = limnk →∞ f (xnk ), e f ( f (z) = limnk →∞ f ( f (ynk ), uma contradi¸c˜ c˜ao ao com f ( u nifo form rmem ement entee con c ontt´ınua. ınu a. f (xn ) f ( f (yn ) > . . Logo f ´e uni
−
Outra importante situa¸c˜ cao a˜o em que temos continuidade continuidade uniforme, mesmo com dom´ dom´ınios m n n˜ao ao compactos, compacto s, ´e quando qu ando a fun¸c˜ cao a˜o ´e d dee Lipschitz. L ipschitz. Seja A R e f : A R . Dizemos que f ´e de Lipschitz se existe k R tal que
⊂
∈
→
f ( f (x) − f ( f (y) ≤ kx − y para todo x, y
∈ A.
Teorema 4.3.4. Se A
cont´ con t´ınua ın ua em A.
m
⊂R
e f : A
n
→ R , e f ´e de Lipschi Lip schitz, tz, ent˜ ao f ´e unifo uni forme rmemen mente te
4.4. EXERC EXERC´ICIOS ˜ . Seja k DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
para todo x, y
43
∈ R tal que f ( f (x) − f ( f (y) ≤ k x − y
∈ A. Dado > 0, seja δ = /k. ao se x, y ∈ A e x − y < δ , temos que /k. Ent˜ao f ( f (x) − f ( f (y) ≤ k x − y ≤ kδ = .
o que mostra que f ´e un unifo iform rmeme emente nte cont co nt´´ınua ınu a em A.
Nem toda fun¸c˜ c˜ao ao uniformemente uniform emente cont´ cont´ınua ´e de d e Lipschitz, como o exemplo abaixo mostra. mostra .
→ R, tal que g(x) = √x. Como omo [0, [0, 1] ´e compacto, compacto , e g ´e cont´ co nt´ınua ınua,, ent˜ ent˜ao ao g ´e uniform uni formement ementee cont´ınua ınua em [0, [0, 1]. Entreta Entretanto nto note que se g fosse de Lipschitz, n´os os ter´ıamo ıa moss a existˆ exi stˆencia en cia de k ∈ R tal que √x = |g(x) − g(0)| ≤ k|x − 0| = kx =⇒ √1 ≤ k para todo x > 0, x [0, 1] Exemplo 4.13. Seja g : [0,
um absurdo. Logo g n˜ao ao ´e de Lipschit Lip schitzz apesa ap esarr de ser uniform uni formement ementee cont co nt´´ınua em seu s eu dom d om´´ıni ınio. o.
4.4. 4.4 . Exerc´ Exe rc´ıcios ıci os cao a˜o [x], que retorna para Exerc´ıcio 4.1. Determine os pontos de continuidade da fun¸c˜ cada x R o maior inteiro menor ou igual a x. Por exemplo, [2] = 2, [2. [2.5] = 2, [ 2.5] = 3.
∈
Exerc´ıcio 4.2. Seja f : Rm
→ R cont´ co nt´ınua ınua em x ∈ R
m
−
−
, e f ( Mostre que existe existe f (x) > 0. Mostre
uma vizinhan¸ca ca de x tal que f seja estritamente positiva. Exerc´ıcio 4.3. Sejam f , f , g : Rm x Rm : f ( ab ertoo em Rm . f (x) > g (x) ´e abert
{ ∈
→
}
R fun¸c˜ coes o˜es cont cont´ınuas. ınuas.
Mostre Mostre que o conjunto conjunto
exe mplo loss de Exerc´ıcio 4.4. Dˆe exemp
→ →
(1) Um conjunto F fechado em R e uma fun¸c˜ cao a˜o f : F R cont con t´ınua ınu a tais ta is que f ( ao f (F ) F ) n˜ao seja compacto. R tais que f −1 (A) n˜ (2) Um conjunto A aberto em R e uma fun¸c˜ cao a˜o f : R ao ao seja aberto em R. R (3) Um conjunt conjuntoo D R, um conjunto A aberto em R e uma fun¸c˜ cao a˜o cont´ co nt´ınua ın ua f : D −1 tais que f (A) n˜ao ao seja aberto em R.
⊂
→
[0, 1] Exerc´ıcio 4.5. Seja f : [0,
→ R cont con t´ınua ınu a tal ta l que qu e f (0) f (0) < 0 e f (1) f (1) > 0. Mostre que se
{ ∈ [0, [0, 1] : f ( ao f ( f (x) < 0}, ent˜ao f (s) = 0. l imitado.. Dˆe exemplo exempl o de uma um a fun¸c˜ cao a˜o f : D → R Exerc´ıcio 4.6. Seja D ⊂ R conjunto limitado
s = sup x
m
cont´ cont´ınua e limitada limita da que n˜ao ao atinja seu m´aximo. aximo.
coes o˜es uniformemente uniform emente cont´ cont´ınuas e limiExerc´ıcio 4.7. Mostre que o produto de duas fun¸c˜ tadas tad as ´e unifo u niformem rmemente ente cont´ınua. ınua . Dˆe um u m exemplo exem plo de dua duass fun¸c˜ coes o˜es uniform uni formement ementee cont co nt´´ınuas tal que o produto n˜ao ao seja s eja uniformemente un iformemente cont´ cont´ınuo. Prove que a fun¸c˜ cao a˜o de seu exemplo n˜ao ao ´e uni u nifo form rmem ement entee con contt´ınua ınua.. (0, 1] Exerc´ıcio 4.8. suponha f : (0,
→ R uniformemente uniform emente cont´ cont´ınua em (0, (0, 1]. Mostre Mostre que que
podemos definir f (0) uniform emente cont´ cont´ınua em [0, [0, 1]. f (0) tal que f seja uniformemente
CAP´ITULO 5
Diferencia¸ c˜ ao 1
Neste cap´ cap´ıtulo vemos a no¸c˜ cao a˜o de diferenciabilidade e suas aplica¸c˜ coes. o˜es. Co Come me¸¸caremos caremos com o caso unidimensional, onde veremos algumas propriedades e aplica¸c˜ coes o˜es particulares.
5.1. Derivada em e m uma dimens˜ao ao
→
Seja f : I R, onde I ´e um intervalo inter valo em R. Dizemos que f ´e difer di ferenc enci´ i´avel avel em c existe um n´umero umero real L onde dado > 0 existe δ > 0 tal que x
∈ I,
| − c| < δ
0< x
⇒
=
f ( f (x) x
Chamamos L de derivada de f em c, e escrevemos L = f (c). Note que se f ´e dif d ifer eren enci ci´´avel avel em c, ent˜ao ao f ( f (x) x→c x
f (c) = lim
− f ( f (c) −c −L
∈ I se
< .
− f ( f (c) −c .
Se f ´e dif d ifer eren enci ci´´avel avel em todo ponto de I dizemos que f ´e dif d ifer eren enci ci´´avel avel em I . Neste caso note que a derivada f ´e uma um a fun¸ fu n¸c˜ c˜ao ao de I em R. R´ Observe que f : I e difere dif erenci nci´´avel avel em c I com f (c) = L se e somente se existir uma fun¸c˜ c˜ao ao r tal que
→
∈
− c) + r(x − c), De forma equivalente escrevemos h = x − c e f ( f (x) = f ( f (c) + L(x
r (h) = 0. h→0 h
com com lim lim
r(h) = 0. h→0 h
(5.1.1)
lim f ( f (c + h) = f ( f (c) + Lh + r(h) com li
Pod emos tamb´em Podemos em entender entend er L como a aplica¸c˜ cao a˜o linear (neste caso dada por um n´umero) umero) que torna (5.1.1) poss´ poss´ıvel. Esta interpreta¸c˜ cao a˜o induz de forma natural a generaliza¸c˜ cao a˜o da no¸c˜ cao a˜o de derivada derivada para o caso multidime multidimensiona nsional. l. A seguir temos dois exemplos de fun¸c˜ coes ˜oes diferenci´aveis. aveis. ao para c Exemplo 5.1. Se f ( f (x) = x2 , ent˜ao
∈ R tem-se (x + c)(x )(x − c) x −c = lim = lim(x + c) = 2c. f (c) = lim x−c x−c 2
x→c
1Ultima ´
2
x→c
x→c
Atualiza¸c˜ c˜ao: ao: 17/03/2006 45
˜ 5. DIFERENCIAC ¸ AO
46
Exemplo 5.2. Seja
f ( f (x) =
1 x2 sin , se x = 0 x 0, se x = 0.
Logo, para x = 0 temos f (x) = 2x sin1/x sin1/x
− cos1/x cos1/x.. Em x = 0 usamos a defini¸c˜ cao: a˜o: 1 f ( f (x) − f (0) f (0) = lim x sin = 0. f (0) = lim x−0 x
x→0
x→0
Logo f ´e dif d ifer eren enci ci´´avel avel em R mas f n˜ao ao ´e cont´ co nt´ınua ınua no zero zero..
Diferenciabilidade implica em continuidade, como nos mostra o resultado a seguir. Teorema 5.1.1. Se f : I
ent˜ ao f ´e con cont´ınua em c.
→ R, onde I ´e um interval inte rvaloo em R ´e dife di feren renci ci´ ´ avel em c ∈ I ,
˜ . Seja L = f (c). Dado > 0, existe δ > 0 tal que DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
x
∈ I,
| − c| < δ =⇒ L −
0< x
f ( f (x) < x
Seja δ¯ = min δ,/( ao δ,/(L + ) . Ent˜ao
{
x
∈ I,
}
f (x) − | − c| < δ¯ =⇒ |f (
0< x
f ( f (x) f ( f (c) = x
|
Logo f ´e cont´ınua nu a em c.
− f ( f (c) −c
< L + .
− f ( f (c) − c |x − c| ≤ (L + )δ ≤ .
˜ o. Pelo Observa rvac c ¸ao. a Pelo teorema teorema acima, diferencia diferenciabilida bilidade de implica em continu continuidade idade.. O inverso entretanto n˜ao ao ´e verdade verdade em geral. geral. Seja por exemplo exemplo f : R R onde f ( f (x) = x . Ent˜ao ao f ´e cont´ınua nu a em R mas n˜ao ao ´e difer di ferenc enci´ i´avel avel em zero pois para x = 0 temos
f ( f (x) x
− f (0) f (0) −0
=
|x| = x
1
||
se x > 0, 1 se x < 0.
−
→ 0 n˜ao ao existe. existe. Sejam f e g fun¸c˜ coes o˜es de I → R, onde I ´e um intervalo inter valo em R, ambas diferenci´aveis aveis em
Logo o limite quando x c
→
∈ I . Ent˜ao ao
(1) (αf (αf ) (c) = αf (c), onde α
∈ R. De fato, se x = c, ent˜ao ao (αf )(x )(x) − (αf )( αf )(cc) f ( f (x) − f ( f (c) =α . x−c x−c
(2) (f (f + g) (c) = f (c) + g (c). (3) Se p = f g, ent˜ao ao se x = c,
p( p(x) x
− p( p(c) f ( f (x)g(x) − f ( f (c)g(c) f ( f (x)g (x) − f ( f (c)g(x) + f ( f (c)g(x) − f ( f (c)g (c) = = −c x−c x−c f ( f (x) − f ( f (c) g(x) − g(c) = g(x) + f ( f (c) . x−c x−c
˜O 5.1. DERIVADA DERIVADA EM UMA DIMENSA
Logo existe limx→c ( p( p(x) p( p(x) p (c) = lim x→c x
− p( p(c) − c = lim
x→c
− p( ))/(x − c) e p(c))/ f ( f (x) − f ( f (c) g(x) + lim x−c
47
x→c
g (x) f ( f (c) x
− g(c) −c
= f (c)g (c) + f ( f (c)g (c).
∈ I , ent˜ao c, ao seja h(x) = f ( f (x)/g( /g (x). Logo se x = − h(x) − h(c) f ( f (x)g (c) − f ( f (c)g(x) = = (x − c)g (x)g(c) x−c x−c f ( f (x)g (c) − f ( f (c)g(c) f (c)g(c) − f ( f (c)g (x) f ( f (x) − f ( f (c) 1 f ( f (c) g(x) − g(c) − = + = . (x − c)g(x)g (c) (x − c)g (x)g(c) (x − c) g(x) g(x)g (c) x − c Logo existe lim (h(x) − h(c))/ ))/(x − c) e 1 h(x) − h(c) f ( f (c) − = f (c) h (c) = lim g (c). x−c g (c) g (x) ao f ´e dife di ferrExemplo 5.3. Pela regra acima temos que se f ( f (x) = x , para n ∈ N, ent˜ao (4) Se g (x) = 0 para todo x f ( f (x) g (x)
f ( f (c) g (c)
x→c
x→c
2
n
enci´avel avel e f (c) = nxn−1 .
Uma primeira e importante aplica¸c˜ cao a˜o de derivadas diz respeito a pontos extremos locais. R, onde I R ´ Dizemos que uma fun¸c˜ caof a˜of : I e um intervalo, tem um m´ aximo local em c I se existe δ > 0 tal que
→
∈
x
⊂
∈ (c − δ, c + δ) ∩ I =⇒
f ( f (x)
≤ f ( f (c).
Defini¸c˜ cao a˜o an´ aloga aloga serve para m´ınimo ınimo local. Chamamos Chamamos um ponto p onto de m´ aximo axi mo ou m´ıni ınimo mo local de ponto extremo local. O resultado a seguir descreve condi¸c˜ c˜ao ao necess´ necess´aria aria para um ponto ser extremo local. Teorema 5.1.2 (Ponto extremo interior). Seja f : I
ec
→ R, onde I ⊂ R ´e um inter int erval valo, o,
∈ I ponto extremo local. Se f ´e dife di feren renci ci´ ´ avel em c, ent˜ ao f (c) = 0.
˜ . Sem perda de generalidade, assuma c ponto de m´ aximo aximo local. local. En Ent˜ t˜ ao, ao, DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
se f (c) > 0 temos
− −
− −
f ( f (x) f ( f (c) f ( f (x) f ( f (c) = >0 x→c x c x c numa vizinhan¸ca ca de c. Logo, para x > c tem-se f (x) > f ( c˜ao ao pois c ´e ponto onto de f (c), contradi¸c˜ m´aximo aximo local. De forma semelhante n˜ao ao podemos ter f (c) < 0. Logo f (c) = 0. 0 < f (c) = lim
⇒
Note que se a derivada de uma fun¸c˜ c˜ao ao se anula num determinado ponto, n˜ao a o se pode R dada por conclu concluir ir que este este seja seja um ponto extremo extremo.. Como Como exempl exemploo temos temos f : R 3 ao ´e ponto de m´aximo axi mo nem m´ıni ınimo mo f ( f (x) = x , que tem derivada zero em x = 0 mas este n˜ao local. A seguir apresentamos apresentamos um resultado resultado com importantes importantes por si e por suas consequˆ consequˆ encias. encias. ´ E o Te Teorem oremaa do Valor M´edio ed io,, que vemos a seguir na sua vers˜ao ao mais simples, o Teorema de Rolle. Rolle.
→
˜ 5. DIFERENCIAC ¸ AO
48
∈ R e f :
(Teorema ma de Rolle) Rolle). Seja a < b Teorema 5.1.3 (Teore
→ ∈
R cont´ [a, b] con t´ınua ın ua e diferenci´ avel em [a, b]. Assuma Assuma ainda ainda que f ( Ent˜ ao existe c (a, b) tal que f (a) = f ( f (b) = 0. Ent˜ f (c) = 0. ˜ . Se f ´ e identicamente identicamente nula em [a, b], ent˜ao ao o resultado ´e verdadeiro. DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
Caso contr´ario, ario, ent˜ao ao f assume algum valor positivo ou negativo em (a, (a, b). Sem Sem perda perda de generalidad generalidade, e, suponha que f assuma algum valor positivo. Como [a, [a, b] ´e compacto comp acto,, ent˜ao ao f atinge seu m´aximo aximo em algum c (a, b). Mas pelo Teorema do Ponto extremo interior 5.1.2, quer´ıamos demonstrar. demonst rar. f (c) = 0, como quer´
∈
(Teorema do Valor M´edio) edio). Seja a < b Teorema 5.1.4 (Teorema
∈ (a, b) tal que )(b − a). f ( f (b) − f ( f (a) = f (c)(b
diferenci´ avel em [a, b]. Ent˜ ao existe c
∈ R e f : [a, b] → R cont´ cont´ınua ın ua e
˜ . Seja DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
φ(x) = f ( f (x)
f ( f (b) − f ( f (a) (x − a). − f ( f (a) − b−a
Ent˜ao ao φ(a) = φ(b) = 0. Como omo f ´e difer di ferenc enci´ i´avel avel em [a, [a, b], ent˜ao ao φ tamb´ ta mb´em em o ´e no mesm me smoo intervalo. Logo, pelo Teorem de Rolle 5.1.3 existe c (a, b) tal que φ (c) = 0. Portanto
∈
f (x) =
f ( f (b) b
− f ( f (a) −a .
Uma primeira aplica¸c˜ c˜ao ao do Teorema do Valor M´edio edio garante que se s e uma fun¸c˜ c˜ao ao definida definida num intervalo tem derivada identicamente igual a zero, ent˜ao a fun¸c˜ cao a˜o ´e cons co nsta tante. nte. Lema 5.1.5. Assuma que f : [a, b]
→ R seja sej a cont´ c ont´ınua ınu a em e m [a, [ a, b], onde a < b, e diferenci´avel avel
em (a, b). Se f (x) = 0 para todo x, ent˜ao ao f ´e constante cons tante em [a, b].
˜ . Seja a < x < b. edio 5.1.4, existe c DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO b. Pelo Teorema do Valor M´edio
−
−
∈ (a, x)
tal que f ( )(x a). Como f (c) = 0, temos f ( rb itr´ r´ario, ario, f (x) f ( f (a) = f (c)(x f (x) = f ( f (a). Como x ´e arbit temos f constante em (a, (a, b). Mas continuidade temos f constante em [a, [a, b]. Observe que pelo resultado acima, se f , ao fun¸c˜ coes ˜oes diferenci´aveis aveis que tem a mesma f , g s˜ao derivada, ent˜ao ao f e g diferem diferem por uma constant constante. e. A aplica¸c˜ cao a˜o seguinte do Teorema do Valor M´edio edio garante condi¸c˜ coes o˜es necess´arias arias e suficientes para uma fun¸c˜ cao a˜o ser crescente num intervalo. Dizemos que uma fun¸c˜ao ao f : I R ´e crescente no intervalo I se para x, y I com y > x tem-se f ( f (y) f ( f (x). Dizemos ainda que e estritamente cresce R´ crescente nte em I se para x, y I com y > x tem-se f ( f : I f (y) > f ( f (x). Defini¸c˜ c˜oes oes an´alogas alogas valem para fun¸c˜ c˜oes oes decrescentes e estritamente decrescentes. decrescentes .
→
∈
∈
≥
⊂ R intervalo e f : I → R diferenci´avel avel em I . Ent˜ao ao (1) f ´e cresc cre scente ente em I se e somente se f (x) ≥ 0 para todo x ∈ I . (2) f ´e decres dec rescent centee em I se e somente se f (x) ≤ 0 para todo x ∈ I .
Lema 5.1.6. Seja I
→
˜O 5.1. DERIVADA DERIVADA EM UMA DIMENSA
49
⇒) Assuma f crescente. Para x, c ∈ I , f ( f (x) − f ( f (c) ≥ 0. x < c ou x > c =⇒ x−c
˜ . ( DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
Portanto
− −
f (x) f ( f (c) 0. x→c x c ( ) Assuma f (x) 0 para todo x I . Sejam Sejam x1, x2 I com x1 < x2 0. Usan Usando do o teorema do valor m´edio edio 5.1.4, 5.1.4 , existe ex iste c (x1 , x2 ) tal que f ( )(x2 x1 ). f (x2 ) f ( f (x1 ) = f (c)(x f (c) = lim
⇐
≥
∈
∈
≥
∈
≥
−
−
´ poss´ ˜ o. E poss´ıvel modificar a demonstra¸c˜ cao ˜a o acima e mostrar que f (x) > 0 Observa rvac c ¸ao. a implica implica em f estritamente crescente. Entretanto, mesmo fun¸c˜oes oes que tem derivada nula em alguns pontos podem ser estritamente crescentes, como por exemplo f ( f (x) = x3. ˜ o. N˜ ao ao ´e verdade que se f (c) > 0 para algum ponto c no dom´ıınio ni o da f Observa rvac c ¸ao. a
implique em f crescente numa vizinhan¸ca ca de c. Como exemplo considere 1 2x2 sin se x = 0, x + 2x g(x) = x 0 se x = 0,
´e dif d ifer eren enci ci´´avel avel em zero com g (0) = 1, mas n˜ao ao ´e crescente em nenhuma vizinhan¸ vizinha n¸ca ca do zero. Outra aplica¸c˜ coes o˜es do Teorema do Valor M´edio edio seguem nos exemplos abaixo. exp(x). Ent˜ao ao f (x) = exp(x exp(x). Queremos mostrar que Exemplo 5.4. Seja f ( f (x) = exp(x
(5.1.2)
exp(x) > 1 + x para todo x = 0.
Seja x > 0. Ent˜ao ao aplicando aplica ndo o Teorema do Valor M´edio edio em [0, [0, x] temos que existe c tal que exp(x exp(x) exp(0) = exp(c exp(c)(x )(x 0). 0). Como c > 0, ent˜ao ao exp(c exp(c) > exp(0) = 1. Logo
−
∈ (0, (0, x)
−
exp(x exp(x) > 1 + x. Para x < 0, os argumentos s˜ao ao semelhantes e portanto a desigualdade (5.1.2) vale. Exemplo 5.5 (Ponto Fixo). Seja I intervalo fechado e f : I
→ I diferenci´avel avel tal que
|f (x)| < c para todo x ∈ I , onde c < 1. En Ent˜ t˜ ao ao a sequˆencia encia definida por x e x = f ( f (x ) para i ∈ N converge, e x = lim em disto, este ponto x ´e ponto fixo, i.e, f ( f (x) = x. Al´em fixo ´e unico. u ´ nico. De fato, note que para todo i ∈ N temos |x − x | = |f ( f (x ) − f ( f (x )| ≤ f (ξ )|x − x | ≤ c|x − x |, onde ξ ´e um ponto po nto entre x e x . Como I ´e interva int ervalo lo,, ent˜ao ao ξ ∈ I . Portanto, a sequˆencia encia (x ) ´e contr co ntr´´atil, atil, o que implica em convergˆencia. encia. Seja x = lim Como mo I ´e fecha fe chado do,, x . Co ent˜ao ao x ∈ I . Como f ´e dif d ifer eren enci ci´´avel, avel, em I , ent˜ao ´e cont´ co nt´ınua ın ua em I e portanto portanto 0
n→∞
i+1
i
i
i−1
n
i−1
i
i−1
i
i−1
i
i
n→∞
n
lim f ( lim xn+1 = x. f ( f (x) = f ( f ( lim xn ) = lim f (xn ) = lim n→∞
Logo x ´e ponto po nto fixo de f . f .
n→∞
n→∞
i
i−1
˜ 5. DIFERENCIAC ¸ AO
50
Para mostrar unicidade, sejam x = y pontos fixos de f . ao f . Ent˜ao
|x − y| = |f ( f (x) − f ( f (y)| ≤ c|x − y | < |x − y |, um absurdo. Logo x = y.
5.2. Teorema eorema de Taylor aylor e Aplica¸ Aplica¸c˜ coes o ˜es Uma ferramenta poderosa em an´alise alise com v´arias ari as consequˆ cons equˆencias enci as ´e o Teorema eore ma de Taylor, aylo r, que ´e na verdade verda de tamb´em em uma aplica¸ apl ica¸c˜ c˜ao ao do Teorema do Valor M´edio. edio. A expans˜ao ao de Taylor aproxima localmente por um polinˆomio omio uma fun¸c˜ cao a˜o que pode ser complicada. Suponha que f : I R onde I R tenha n 0 derivadas num ponto x0 I . Defina
→
)(x P n (x) = f (x0 ) + f (x0 )(x
⊂
≥
− x ) + f (x ) 0
(x
0
∈
2
− x ) + · · · + f 2 0
( n)
(x0 )
(x
−x ) 0
n!
n
,
onde usamos a nota¸c˜ caoque a˜oque g (k) (c) indica a k-´esima esima deriva de g num ponto c. (k) Note que com a defini¸c˜ cao a˜o acima, temos f (k)(x0 ) = P n (x0 ) para k = 1, . . . , n. n. Chamamos omio de Taylor de ordem n para f em x0 , e o resultado abaixo diz o qu˜ao ao b oa ´e P n de polinˆomio a aproxima¸c˜ cao a˜o de uma fun¸c˜ cao a˜o por seu polinˆomio omio de Taylor.
≥ 0 e I = [a, b], com a < b. Seja f : I → R fun¸c˜ cao ˜ n cont´ con t´ınua ın ua em I e tal f exista em (a, b). Se x , x ∈ I
Teorema 5.2.1 (Taylor). Seja n (n)
(n+1)
vezes diferenci´ avel em I com f ent˜ ao existe ξ (x0 , x) (x, x0 ) tal que
∈
∪
)(x f ( f (x) = f ( f (x0 ) + f (x0 )(x
2
− x ) + f (x ) (x −2x ) + · · · + f
0
0
0
(n)
0
(x0)
(x
−x ) 0
n
n!
(n+1)
+ f
(x x0 )n+1 (ξ ) . (n + 1)!
−
∈
˜ . Sejam x0 , x DEMON generalid lidade ade,, assuma assuma x > x0 . Defin Definaa EM ONST STRA RAC C ¸ AO I . Sem perda de genera J = [x0 , x] e seja F : J R dada por
→
n
− t) F ( F (t) = f ( f (x) − f ( f (t) − (x − t)f (t) − · · · − n! (x
f (n) (t).
Logo F (t) = Definindo G : J
− (x −n!t)
n
f (n+1) (t).
→ R por G(t) = F ( F (t)
n+1
− − x t x x0
−
F ( F (x0 ),
temos G(x0 ) = G(x) = 0. Pelo Teorema de Rolle (Teorema 5.1.3) existe ξ 0 = G (ξ ) = F (ξ ) + (n ( n + 1)
(x ξ )n F ( F (x0 ). (x x0 )n+1
− −
∈ (x , x) tal que 0
˜ ES 5.2. TEOREMA DE TAYLOR E APLICAC ¸O
51
Portanto F ( F (x0 ) =
−
1 (x x0)n+1 1 (x x0 )n+1 (x ξ )n (n+1) (ξ ) F (ξ ) = f n + 1 (x ξ )n n + 1 (x ξ )n n! (x x0 )n+1 (n+1) = (ξ ). f (n + 1)!
− −
− −
−
−
→ R, onde I = [a, b] ⊂ R, com a < b. Assuma Assuma que que f e suas derivadas f , f , . . . , f existam e sejam cont´ cont´ınuas em I . Se f (x) = 0 para todo ao f ( x ∈ I e f ( f (x ) = f (x ) = · · · = f (x ) = 0 para algum x ∈ I , ent˜ao f (x) = 0 para todo x ∈ I . De fato, pelo Teorema de Taylor 5.2.1, dado x ∈ I , existe ξ entre x e x tal que (x − x ) (x − x ) )(x − x ) + f (x ) + · · · + f (x ) f ( f (x) = f ( f (x ) + f (x )(x 2 n! (x − x ) + f (ξ ) . Exemplo 5.6. Seja f : I
(n+1)
0
(n+1)
(n)
0
0
0
0
0
0
0
0
0
2
(n)
0
0
n
0
(n+1)
n+1
(n + 1)!
Mas por hip´otese, otese, f (i) (x0 ) para i = 0, . . . , n, n, e f (n+1) temos f (n+1)(ξ ) = 0. Portanto, f ( f (x) = 0 para todo x
≡ 0 em I . Em particular, como ξ ∈ I , ∈ I .
Uma aplica¸ aplicac˜ c¸ao a˜o da s´erie erie de Taylor refere-se `a caracteriza¸c˜ cao ˜ao de extremos locais. Teorema 5.2.2. Seja a < b
∈ R e I = [a, b].
∈
≥
Seja Sejam m x0 (a, b) e k 2 n´ umero inteir inteiro. o. Supondo Supondo que f , . . . ,f ,f existam, que sejam cont´ cont´ınuas em I , e que f (x0 ) = = (k−1) (k) (x0 ) = 0 mas f (x0 ) = 0, temos que f
(k)
···
(1) Se k ´e par pa r e f (k) (x0 ) > 0, ent˜ ao f tem m´ınimo ınim o local em x0 . (k) (2) Se k ´e par par e f (x0 ) < 0, ent˜ ao f tem m´ aximo local em x0 . (3) Se k ´e ´ımpa ım parr, ent˜ nt ˜ ao x0 n˜ ao ´e maximo axim ´ o nem m´ınimo ınim o local.
∈ I existe ξ entre x e x tal que (x − x ) (x − x ) )(x − x ) + f (x ) + · · · + f (x ) f (x) = f ( f (x ) + f (x )(x 2 (k − 1)! (x − x ) (x − x ) + f (ξ ) = f ( f (x ) + f (ξ ) ˜ . Pelo Teorema de Taylor, para x DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
0
0
0
0
0
0
2
(k−1)
0
k
k!
0
0
k
0
(k−1)
0
k
k!
k
.
Assumindo agora que f (k) (x0 ) > 0, como f (k) ´e cont´ınua nu a ent˜ en t˜ao ao existe δ > 0 tal que f (k)(x) > 0 para todo x U = (x0 δ, x0 + δ ). Se x U , ent˜ao ao ξ U e ent˜ao ao f (ξ) (x) > 0. Se n ´e par, ent˜ao ao para x = x0 temos (x x0 )k k f (ξ ) > 0. k! Logo ın imoo loca lo cal,l, x U x0 = f ( f (x) f ( f (x0) > 0 = x0 ´e m´ınim
∈
−
∈
∈
−
∈ \{ \{ } ⇒
−
e portanto (1) est´a demonstrado. Para demonstr d emonstrar ar (2) ( 2) o argumento ´e semelhante. sem elhante.
⇒
˜ 5. DIFERENCIAC ¸ AO
52
−
Finalmente, se k ´e ´ımpa ım par, r, ent˜ ent˜ao ao (x ( x x0 )/k! p osit itivo ivo para pa ra x > x0 e negativo para x < x0 . /k! ´e pos Logo f ( cao a˜o (3) (3 ) ´e f (x) > f ( f (x0 ) ou f ( f (x) < f ( f (x0 ) dependendo do sinal de x x0. Logo a proposi¸c˜ verdadeira.
−
5.3. Defini¸ Defini¸c˜ c˜ ao ao e Propriedades Proprieda des de fun¸c˜ coes o ˜es difer di ferenc enci´ i´ aveis avei s A no¸c˜ cao a˜o de diferenciabilidade e de derivada em dimens˜oes oes maiores simplesmente generR, onde A Rm , e x ponto aliza de forma natural natural a deriv derivada unidimensional. unidimensional. Seja f : A interior de A. Dizemos que f ´e difer di ferenc enci´ i´avel avel em x se existe uma matriz L Rn×m tal que
→
lim
h→0
⊂ ∈
f ( f (x + h) − f ( f (x) − Lh = 0. h
Chamamos L de derivada de f em x, e que qu e tamb´ t amb´em em denotamos denotam os por Df ( Df (x) ou f (x). Note que x, h Rm , e que f ( matr iz com m colunas f (x + h), f ( f (x), f (x)h Rn . Logo f (x), que ´e matriz m n e n linhas, define uma fun¸c˜ cao a˜o linear de R em R . Assumiremo Assumiremoss neste texto a conven¸ conven¸c˜ cao a˜o que h ´e sempre suficientemente suficientemente pequeno p equeno de tal forma que x + h A. Assim como em uma dimens˜ao, ao, f ´e dif d ifer eren enci ci´´avel avel em x se e somente se existir uma fun¸c˜ cao a˜o r tal que
∈
∈
∈
lim f ( f (x + h) = f ( f (x) + f (x)h + r(h) com li
(5.3.1)
h→0
r(h) = 0. h
Note que pela identidade acima, temos imediatamente que diferenciabilidade implica em continuidade. A derivada de uma fun¸c˜ cao a˜o num determinado ponto, se existe, ´e unic u ´ nica. a. De fato fato,, se L1 e L2 s˜ao ao duas derivadas de f em x , ent˜ao ao substituindo h = tξ, com ξ = 1 em (5.3.1) conclu´ımos ımos que existem fun¸c˜ coes o˜es r1 e r2 tais que
f ( f (x + tξ) = f ( f (x) + tL1 ξ + r1 (tξ), f ( f (x + tξ ) = f ( f (x) + tL2ξ + r2 (tξ), r1(tξ ) r2 (tξ) lim = lim = 0, t→0 t→0 t t
Logo Log o conclu´ con clu´ımos ımo s que
(L − L )ξ = r (tξ) −t r (tξ) ≤ r (ttξ) + r (ttξ) . Tomando o limite quando t → 0 em ambos os lados da equa¸c˜ c˜ao ao conclu´ con clu´ımos ımo s que (L − L )ξ = 0, para todo ξ ∈ R . Mas isto s´o ´e poss´ıvel ıvel se L = L , como quer´ quer´ıamos demonstrar. demons trar. Podemos usar o resultado de unicidade acima descrito para encontrar derivadas em casos simples. simples. Como exemplo exemplo considere A ∈ R e f : R → R dada por f ( Ent˜ t˜ ao ao f (x) = Ax. En 1
2
2
1
2
1
1
m
1
n× m
2
2
m
n
f (x) = A, e para mostrar tal fato vemos que r(h) = f ( f (x + h)
− f ( f (x) − f (x)h = A(x + h) − Ax − Ah = 0.
Pela unicidad u nicidadee da derivada conclu´ımos ımos que f (x) = A. Uma interessante forma de analisarmos uma fun¸c˜ cao a˜o em v´arias arias vari´aveis aveis ´e restring rest ringindo indo esta fun¸c˜ c˜ao ao numa dire¸c˜ cao a˜o e usando propriedades de fun¸c˜ coes o˜es de apenas uma vari´avel. avel. Para Para m n m R , onde A R ´ tanto, sejam u R com u = 1, e f : A e abe a berto. rto. Dad Dadoo x A, seja n R dada por φ(t) = f ( ao, definimos a derivada direcional de f em x f (x + tu). Ent˜ao, φ: R
→
∈
→
⊂
∈
˜ E PROPRIEDADES DE FUNC ˜ ´ VEI S 5.3. 5. 3. DEFI DE FINI NIC C ¸ AO ¸ OES DIFERENCIA
53
na dire¸c˜ c˜ ao u como φ (0), quando esta existir. Note que neste caso, φ (0) ´e um vetor do Rn (na verdade uma matriz n 1, que identificamos como um vetor no Rn ). Noutra forma de definir, a derivada derivada direcional ´e dada pelo vetor Lu tal que
×
−
f ( f (x + tu) f ( f (x) Lu = 0. t→0 t Escrevemos neste caso Du f ( f (x) = Lu . Para i 1, . . . , m seja ei onde o vetor veto r com a i´esima esima coordenad co ordenadaa valendo um e as demais dem ais coordenadas com valor zero, i.e., lim
∈{
−
}
e1 =
1 0 0 .. . 0
e2 =
,
0 1 0 .. . 0
,
...,
en =
0 0 .. . 0 1
,
No caso em que u = ei , ent˜ao ao temos a derivada parcial em rela¸c˜ c˜ao ao a` i´esima esima coordenada coor denada e escrevemos ∂f (x). Dei f ( f (x) = ∂x i ´ importante ressaltar que a existˆencia E encia de derivadas derivada s par parciais ciais em rela¸c˜ cao ˜ as a`s coordenadas Consid sidere ere o simple simpless exempl exemploo n˜ ao implica implica na existˆ encia encia de derivadas direcionais direcionais em geral . Con abaixo. Exemplo 5.7. Seja f : R2
→ R dad dadaa por f ( f (x, y) =
Ent˜ao ao
x y 0
se y = 0,
se y = 0.
∂f ∂f (0, (0, 0) = (0, (0, 0) = 0, 0, ∂x ∂y mas a derivada direcional na dire¸c˜ cao(a, a˜o(a, b) n˜ao ao existe se ab = 0, pois n˜ao ao existe o limite quando t 0 de f ( f (ta,tb) ta,tb) f (0 f (0,, 0) 1 b = . t ta A situa¸c˜ c˜ao ao muda se assumirmos diferenciabilidade, como mostra o resultado a seguir.
→
−
Teorema 5.3.1. Seja A Rm aberto e assuma f : A Rn diferenci´ avel em x A. m Seja u R com u = 1. Ent˜ ao existe a derivada direcional Du f (x) e esta ´e dad dadaa por
∈
⊂
→
∈
Du f ( f (x) = Df ( Df (x)u. ˜ . Como f ´ e dif d ifer eren enci ci´´avel avel em x, ent˜ao ao para todo > 0 existe δ tal que DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
h < δ
⇒
=
f ( f (x + h)
− f ( f (x) − Df ( Df (x)h h
<
˜ 5. DIFERENCIAC ¸ AO
54
para todo h
∈R
m
. Tomando h = tu temos f ( f (x + tu) t <δ = t
⇒
||
− f ( f (x) − Df ( Df (x)u
Portanto Portanto a derivada derivada direcional existe e ´e dada por Df ( Df (x)u.
< .
O teorema acima ´e importante porque p orque podemos p odemos calcular Df ( Df (x) tamoando-se derivadas nas dire¸c˜ coes o˜es das coorden coordenada adas. s. De fato, consid considera erando ndo-se -se f ( f (x) = f 1 (x), f 2 (x), . . . , fn (x) , temos que Dei f ( f (x) =
∂f 1 ∂x i ∂f 2 ∂x i
.. .
∂f n ∂x i
.
Df (x)e1 Df ( Df (x)e2 . . . Df ( x)em , Usando agora que Df ( Df (x)ei = Dei f ( f (x), e que Df ( Df (x) = Df ( concl co nclu u´ımos ım os que Df ( Df (x) =
∂f 1 ∂x 1 ∂f 2 ∂x 1
∂f 1 ∂x 2 ∂f 2 ∂x 2
∂f n ∂x 1
∂f n ∂x 2
.. .
.. .
··· ··· ··· ···
∂f 1 ∂x m ∂f 2 ∂x m
.. .
∂f n ∂x m
.
A matriz matr iz acima acim a tamb´em em ´e chamada chama da de matriz jacobiana de f no ponto x. ´ importante ressaltar que a existˆ E encia encia de derivadas derivadas direcionais n˜ ao implica em diferenciabilidade. Para ilustrar tal fato, considere a fun¸c˜ cao a˜o x2 se (x, y) = (0, (0, 0), 0), f (x, y) = y 0 se (x, y) = (0, (0, 0). 0).
Ent˜ao ao
∂f ∂f (0, (0, 0) = (0, (0, 0) = 0, 0, ∂x ∂y mas dado o vetor (a, ( a, b)t = (0, (0, 0)t com (a, b)t 2 = a2 + b2 = 1, temos
f ( f (ta,tb) ta,tb) − f (0 f (0,, 0) lim = lim t→0
ab2 = ab2 , t→0 a2 + b2
t
e a derivada derivada direcional ´e dada por (5.3.2)
D(a,b) f (0,, 0) = ab2 . a,b)t f (0
Entretanto, se f fosse diferenci´avel, avel , ter´ıamo ıa moss D(a,b) f (0,, 0) = Df (0 Df (0,, 0) a,b)t f (0
a b
=
∂f ∂f (0, (0, 0)a 0)a + (0, (0, 0)b 0)b = 0, ∂x ∂y
uma contradi¸c˜ cao a˜o com (5.3. (5.3.2). 2). Logo f n˜ao ao ´e diferenc dife renci´ i´avel avel em (0, (0, 0) apesar de ter todas as derivadas direcionais neste ponto. Apesar da existˆ existˆencia encia de derivadas derivadas direcionais direcionais num determinado determinado ponto n˜ao ao garantir a diferenciabilidade neste ponto, a existˆ encia encia e continuidade continuidade das derivadas derivadas parciais numa vizinhan¸ca ca dum ponto garante a diferenciabilidade, como podemos ver no resultado a seguir.
˜ E PROPRIEDADES DE FUNC ˜ ´ VEI S 5.3. 5. 3. DEFI DE FINI NIC C ¸ AO ¸ OES DIFERENCIA
Teorema 5.3.2. Seja f : A
m
→ R, onde A ⊂ R
55
∈
´e aberto aber to.. Se x A e ∂f/∂xi existir e for cont´ cont´ınua numa vizinhan¸ca ca de x para i = 1, . . . , m, ao f ´e dife di feren renci ci´ ´ avel em x. m, ent˜ ˜ . Dado > 0, seja δ tal que DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
⇒
y − x < δ
=
∂f (y) ∂x i
−
Dados x = (x1 , x2 , . . . , xm)t e y = (y1 , y2 , . . . , ym )t , sejam
z0 = y,
z1 =
x1 y2 y3 .. .
ym
Temos ent˜ao ao que y
,
z2 =
x1 x2 y3 .. . ym
∂f (x) < ∂x i
, . . . , zm−1 =
√m . x1 x2 .. .
xm−1 ym
,
zm = x.
− x < δ implica implica em z − x < δ , para todo i. Note que ) − f ( f ( f (y) − f ( f (x) = f ( f (z ) − f ( f (z ) + f ( f (z ) − f ( f (z ) + · · · + f ( f (z f (z i
0
1
1
2
m−1
m
).
Pelo Teorema do valor m´edio edio (Teorema (Teorema 5.1.4), 5.1.4 ), existe zˆi no segmento determinado por zi−1 e zi tal que ∂f i f ( f (zi ) f ( f (zi−1 ) = (yi xi) (ˆz ). ∂x i
−
−
Logo, (5.3.3)
m
f ( f (y)
− f ( f (x)
− i=1
∂f (x)(y )(yi ∂x i
m
≤
−x) i
i=1
∂f i (zˆ ) ∂x i
−
|
∂f (x) yi ∂x i
m
−x|≤ √ i
m
|
−x| ≤ y − x, yi
i
i=1
onde usamos a desigualdade de Cauchy–Schwartz para obter a ´ultima ultima desigualdade. Portanto de (5.3.3) (5.3.3 ) conclu´ımos ımos que f ´e dif d ifer eren enci ci´´avel avel em x. ´ rio 5.3.3. Seja f : A Corolario a
n
m
´e aberto ab erto.. Se x A e ∂f/∂xi existir e for cont´ cont´ınua numa vizinhan¸ vizinha n¸ca ca de x para i = 1, . . . , m, ao f ´e difer di ferenc enci´ i´avel avel em x. m, ent˜ao
→ R , onde A ⊂ R
∈
Outro resultado de grande importˆancia ancia diz respeito `a diferenciabilidade de composi¸c˜ coes o˜es de fun¸c˜ c˜oes, oes, garantindo que se duas fun¸c˜ coes o˜es s˜ao ao diferenci´aveis, aveis, ent˜ao ao a composi¸c˜ cao a˜o tamb´ ta mb´em em o ´e. conjuntos abertos. Sejam Teorema 5.3.4 (Regra da Cadeia). Sejam A Rl e B Rm conjuntos m n R e g : B R , onde f ( di ferenci´ ci´ avel em x f : A f (A) B . Se f ´e diferen A e g ´e
→
→
⊂
⊂
diferenci´ avel em f ( ao g f ´e dife di feren renci ci´ ´ avel em x e f (x), ent˜
◦
(g f ) ))f (c). f ) (c) = g (f ( f (c))f
◦
⊂
∈
˜ 5. DIFERENCIAC ¸ AO
56
˜ . Seja y = f ( DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO f (x). Note que para h tal que x + h
temos
∈ A e k tal que y + k ∈ B,
r(h) = 0, h p(k) p( li lim k = 0.
lim f ( f (x + h) = f ( f (x) + f (x)h + r (h) com li
h→0
g (y + k) = g (y) + g (y)k + p(k) com Definindo k = f ( f (x + h)
− f ( f (x) = f (x)h + r (h), temos
k→0
g f ( f (x + h) = g(f ( f (x + h)) = g (y + k) = g(y) + g (y)k + p(k)
◦
= g (y) + g (y)[f )[f (x)h + r(h)] + p(f ( f (x + h)
onde q (h) = g (y)r(h) + p(f ( f (x + h)
− f ( f (x)) = g(y) + g (y)f (x)h + q (h)
− f ( f (x)). Finalmente,
− f ( f (x)) . Se f ( ca de x, ent˜ao ao p(f ( ario, f (x + h) = f ( f (x) numa vizinhan¸ca f (x + h) − f ( f (x)) = 0. Caso contr´ario, p( p( f ( p(f ( f (x + h) − f ( f (x)) p(f ( f (x + h) − f ( f (x)) f (x + h) − f ( f (x) lim = lim lim = 0. h f (x + h) − f ( h f (x) q (h) r(h) p( p(f ( f (x + h) = g (y) lim + lim h→0 h h→0 h h→0 h lim
h→0
h→0
h→0
De qualquer qualque r forma conclu´ımos ımos que
p( p(f ( f (x + h) h→0 h
− f ( f (x)) = 0.
lim
Portanto, lim
h→0
donde obtemos o resultado. Exemplo 5.8. Seja f : Rn
q(h) = 0, h
n
n
→ R , e seja a fun¸c˜ cao a˜o g : R → R g (f ( f (x)) = x,
n
inversa de f , is to ´e, e, f , isto
f ( f (g (y)) = y,
para todo x, y em Rn . Se f ´e difer di ferenc enci´ i´avel avel em x Rn , e g ´e difer di ferenc enci´ i´avel avel em y = f ( f (x), ent˜ao ao Df ( ao inversas uma da outra, isto ´e, e, Df (x) e Dg( Dg (y) s˜ao
∈
Df ( Df (x)Dg( Dg (y) = Dg( Dg (y)Df ( Df (x) = I , onde I ´e a matriz mat riz identida ident idade. de. De fato, seja h(x) = g(f ( Derivando h(x) = x, temos Dh( Usando do a f (x)) = x. Derivando Dh(x) = I . Usan regra da cadeia para h(x) = g (f ( f (x)), temos Dh( Dh(x) = Dg( Dg (y)Df ( Df (x). Logo, Dg( Dg (y)Df ( Df (x) = I . De forma an´aloga aloga segue-se que Df ( Df (x)Dg( Dg (y) = I . Uma aplica¸c˜ cao a˜o imediata da regra da cadeia ´e dada no seguinte teorema do valor m´edio edio para fun¸c˜ c˜oes o es de v´arias arias vari´aveis. aveis. Na verdade, verdade, esta ´e uma aplica¸ aplica¸c˜ cao a˜o imediata do teorema do valor m´edio edio unidimensional (Teorema (Teorema 5.1.4) quando restringimos uma fun¸c˜ cao a˜o de v´arias arias vari´aveis aveis num segmento de reta.
˜ E PROPRIEDADES DE FUNC ˜ ´ VEI S 5.3. 5. 3. DEFI DE FINI NIC C ¸ AO ¸ OES DIFERENCIA
57
m
→ R, diferenci´ avel em A, onde A ⊂ R ´e abert a berto. o. Sejam Sej am x, segmentoo de reta unindo unindo estes estes pontos. pontos. Se S ⊂ A, ent˜ ao existe ξ ∈ S tal y ∈ A e seja S o segment que f ( f (y) − f ( f (x) = Df ( Df (ξ )(y − x). Teorema 5.3.5. Seja f : A
˜ . Este resultado segue-se de uma aplica¸ DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO c˜ c˜ao ao do teorema do valor m´edio edio
φ (t) = Df x + t(y
→ A dada por φ(t) = f x + t(y − x) .
unidimensional (Teorema 5.1.4) para a fun¸c˜ cao a˜o φ : [0, [0, 1] Note ainda que pela regra da cadeia temos que
− x) (y − x).
´ interessante notar que n˜ao E ao vale uma “generaliza¸c˜ cao a˜o trivial” para o teorema do valor n m´edio edio quando a imagem de uma fun¸c˜ c˜ao ao est´a no R , para n 2. Como exemplo, exemplo, considere considere 2 a fun¸c˜ cao a˜o φ : R omando-se os pontos t = 0 e t = 2π, R dada por φ(t) = (sin t, cos t). Tomando-se vemos que n˜ao ao existe ξ [0, [0, 2π] tal que
→
≥
∈
− φ(2π (2π) = φ (ξ )(2π )(2π − 0) = 2πφ 2πφ (ξ ). 0 para todo ξ. pois φ(0) − φ(2π (2π) = 0 e φ (ξ ) = φ(0)
Encontramos na demonstra¸c˜ c˜ao ao do resultado abaixo uma outra aplica¸c˜ cao a˜o da regra da cadeia, desta vez para fun¸c˜ coes o˜es de R em R.
⊂ → → 0. Neste caso, ent˜ ao g ´e dife di feren renci ci´ ´ avel em d = f ( f (c) se e somente se f (c) =
(Derivada da Fun¸c˜ cao a˜o Inversa) Inversa). Seja I Seja I R intervalo, f : I R con cont´ınua nu a Teorema 5.3.6 (Derivada R cont´ e invert´ıvel ıvel com inversa g : J con t´ınua ın ua,, e J = f ( di feren renci ci´ ´ avel em c I , f (I ). Se f ´e dife
∈
g (d) =
1 1 = f (c) f (g (d))
∈ J \{ \{d}, ent˜ao c. Logo, se f (c) = 0, ao g (y ) = g (y ) − g(d) g (y ) − c f ( f (g (y)) − f ( f (c) lim = lim = lim y−d f ( f (g (y )) − f ( f (c) g (y ) − c
˜ . Se y DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
y →d
y →d
y →d
−1
=
1 f (c)
,
onde usamos a continuidade de g no ultimo u ´ltimo passo. Conclu´ımos ımos que g ´e difer di ferenc enci´ i´avel avel em d e g (d) = 1/f (c). Analogamente, se g ´e dif d ifer eren enci ci´´avel avel em d, ent˜ao ao usando a regra da cadeia e que g(f ( f (x)) = x, temos ))f (c) = 1, g (f ( f (c))f e ent˜ao ao f (c) = 0.
Exemplo 5.9. Seja f : R+ R+ dada por f ( f (x) = xn , onde n R+ , e g(y ) = n y . Para y > 0 temos ent˜ ao ao g : R+
→
√
→
g (y ) =
1 ny
n−1 n
.
Note que g n˜ao ao ´e difere dif erenci nci´´avel avel no zero pois f (0) = 0.
ao f tem inversa inversa ∈ N. Ent˜ao
˜ 5. DIFERENCIAC ¸ AO
58
5.4. Matriz Matriz Hessiana, Hessiana, F´ ormula ormula de Taylor e pontos cr´ cr´ıticos R num determinado Note que a derivada de uma fun¸c˜ cao a˜o de uma fun¸c˜ c˜ao ao de f : Rm m ponto x foi definida como uma aplica¸c˜ cao a˜o linear de R em R com certa capacidade de aproxR dada por imar a fun¸c˜ cao a˜o f no ponto x. No caso, para x fixo, fixo , ter´ıamo ıa moss Df ( Df (x) : Rm
→
∂f ∂f (x)y1 + (x)y2 + ∂x 1 ∂x 2
Df ( Df (x)y =
· · · + ∂x∂f (x)y m
→
m,
onde y Rm . De forma an´aloga, aloga, definimos a segunda derivada de f num ponto x fixado como sendo a R tal que fun¸c˜ c˜ao ao bilinear D2 f ( f (x) : Rm Rm
∈
×
→
m
∂ 2 f (x) 2 D f ( f (x)(y, z) = yi z j , ∂x ∂x i j i,j=1 i,j =1
∂ 2 f ∂ onde = ∂x i ∂x j ∂x j
∂f , ∂x i
e y, z Rm. Uma forma mais compacta de escrever a defini¸c˜ao ao acima ´e usando-se usando -se a matriz 2 hessiana H dada por H ij f (x)/∂x i ∂x j . Logo ij (x) = ∂ f (
∈
D2 f ( f (x)(y, z) = yt H (x)z. Um interessante resultado garante que se f for suficientemente suave num determinado ponto x0 (´e suficiente que a segunda derivada derivada exista numa vizinhan¸ca ca de x0 e seja se ja cont con t´ınua ınu a 2 em x0 ) teremos que n˜ ao importa a ordem em que se toma as derivadas, derivadas, i.e., ∂ f/∂xi ∂x j = 2 port anto a matriz hessiana hessian a ´e sim´etrica. etrica. ∂ f/∂x j ∂x i , e portanto Defini¸c˜ coes o˜es para derivadas de ordem mais alta seguem o mesmo formato, sendo estas aplica¸c˜ coes ˜ multilineares multilineares.. Entretanto para os nossos prop´ositos, ositos, a matriz hessiana basta. Apresentamos no teorema a seguir a f´ormula ormula de taylor, e nos restringimos ao caso particular de polinˆomios omios quadr´aticos aticos.. Este Este teorem teoremaa ser´ a de fundamental importˆancia ancia para caracterizarmos pontos extremos.
→ R, sendo A aberto, duas vezes diferenci´ avel em A, com derivadas de rivadas cont´ cont´ınuas. Sejam x, y ∈ A tais que o segmento S que une estes dois pontos esteja contido em A. Ent˜ ao existe ξ ∈ S tal que 1 f ( f (y) = f ( f (x) + Df ( Df (x)(x − y) + (y − x) H (ξ)(y − x), 2 (Taylor). Seja f : A Teorema 5.4.1 (Taylor)
t
onde H (x) ´e a matriz hessiana de f .
→ R dada por φ(t) = f x + t(y − x) . Ap Apli lica cand ndoo o Teorema de taylor em uma dimens˜ao ao (Teorema 5.2.1), obtemos que existe tˆ ∈ (0, (0, 1) tal que ˜ . Seja φ : [0, DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO [0, 1]
1 φ(1) = φ(0) + φ (0) + φ (tˆ). 2 Usando a defini¸c˜ cao a˜o de φ obtemos o resultado diretamente.
Assim como em uma dimens˜ao, ao, usaremos o Teorema de Taylor para estudarmos pontos R, onde A Rm , tem um m´ extremos de uma fun¸c˜ cao. a˜o. Dizemos que f : A aximo local em x A se existe δ > 0 tal que
∈
(5.4.1)
→
y
∈ B (x) ∩ A =⇒ δ
⊂
f ( f (y)
≤ f ( f (x).
´ 5.4. MATRIZ HESSIANA, HESSIANA, FORMULA DE TAYLOR E PONTOS CR´ITICOS
59
Dizemos que x ´e m´ aximo estrito local se valer valer a desigualdade desigualdade estrita estrita em (5.4.1). Defini¸ Defini¸c˜ c˜ao ao an´aloga aloga serve para m´ınim ın imoo loca local l e m´ınimo ınim o estrito estr ito local . Cha Chamam mamos os um ponto ponto de m´ aximo aximo ou m´ınimo local loca l de ponto extremo local , e um ponto de m´aximo aximo ou m´ınimo estrito local de ponto extremo estrito local . O teorema teorema que obtemos obtemos a seguir, seguir, relativo relativo a pontos extremos interiores, interiores, ´e an´alogo alogo ao caso unidimensional, ver o Teorema 5.1.2, e diz primeiro que pontos extermos interiores s˜ao pontos cr´ cr´ıticos, i.e., pontos em que a derivada se anula. O resultado mostra tamb´ em em que t se um ponto po nto ´e de m´ıni ınimo mo local lo cal,, ent˜ao ao a hessian hess ianaa ´e semi-definida positiva , i.e, h H (x)h 0 m para todo h R . De for forma ma an´ an´aloga aloga se um ponto ´e de m´aximo aximo local, ent˜ao ao a hessiana hessia na ´e t m semi-definida negativa , i.e, h H (x)h 0 para todo h R .
≥
∈
≤
∈
Teorema 5.4.2 (Ponto extremo interior) . Seja f : A
→ R, onde A ⊂ R
m
´e abe abert rto, o, e x A ponto extremo extremo local. local. Se f ´e dife di feren renci ci´ ´ avel em x, ent˜ ao Df ( em disto, f Df (x) = 0. Se al´em for duas vezes diferenci´ avel, com derivadas d erivadas segundas cont´ cont´ınuas, ent˜ ao temos que
∈
(1) se x for ponto de m´ınimo loc local, al, ent˜ ao ht H (x)h (2) se x for ponto de m´ aximo local, ent˜ ao ht H (x)h onde H (x) ´e a matriz hessiana no ponto (x).
m
≥ 0 para todo h ∈ R ≤ 0 para todo h ∈ R
, ,
m
˜ . Para mostrar que x ´ e ponto p onto cr´ cr´ıtico, ıtic o, basta bas ta usar u sar o Teorema 5.3.1 5.3 .1 e mostra mos trarr DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
que as deriv derivada adass parcia parciais is se anula anulam. m. Dad Dadaa ent˜ ent˜ ao a o o vetor ei temos que a fun¸c˜ cao a˜o φ(t) = f ( f (x + tei ) tem ponto extremo local em t = 0. Usando o Teorema 5.1.2 vemos que φ(0) = 0 e conclu conc lu´´ımos ımo s que x ´e p onto onto cr´ıtic ıt ico. o. Suponha agora que f seja duas vezes diferenci´avel avel com derivadas segundas segunda s cont´ cont´ınuas, e que x seja ponto p onto de m´ınimo local. Ent˜ ao ao x ´e ponto cr´ cr´ıtico, como acabamos acabam os de mostrar, mostra r, e pelo Teorema de taylor em v´arias arias dimens˜oes oes (Teorema 5.4.1), temos que 2
s − f ( f (x) = u H (ξ )u, 2 para todo s suficientemente pequeno e u ∈ R com u = 1, e onde ξ ´e ponto po nto do segmento seg mento unindo x e x + su. Quan Quando do s → 0, temos que ξ → x, e usando a continuidade de H concl co nclu u´ımos ım os que H (ξ ) → H (x). Como x ´e m´ınim ın imoo loca lo cal,l, ent˜ ent ao a˜o f ( f (x + su) − f ( f (x) ≥ 0 para todo s suficientemente pequeno. Portanto u H (ξ )u ≥ 0, como quer´ quer´ıamos demonstrar. demonst rar. t
f ( f (x + su)
s
m
s
s
s
t
s
Os resultados acima nos d˜ao ao condi¸c˜ coes ˜oes necess´arias arias para um ponto interior ser extremo local, loca l, por´em em estas n˜ao a o s˜ao ao suficientes (vide exemplo f ( Dizemo moss que um ponto ponto f (x) = x3 ). Dize ´e de sela quando a derivada se anula mas este n˜ao ao ´e extremo local. Um caso interessante interessante ´e quando qua ndo a fun¸c˜ cao a˜o ´e localmente crescente crescente na dire¸c˜ cao a˜o de uma coordenada e decrescente na 2 R dad dire¸c˜ cao a˜o de outra. Por exemplo, f : R dadaa por f ( f (x, y) = x2 y2 , ver Figura 1. O resultado a seguir d´a algumas condi¸c˜ coes o˜es suficientes um ponto ser de m´aximo axi mo,, m´ınim ın imoo ou de sela. Mais precisamente, temos que se um ponto p onto cr´ cr´ıtico x de uma fun¸c˜ cao a˜o suave tem t m 0 , ent˜ao R a hessiana H (x) positiva definida , i.e, h H (x)h > 0 para todo h ao ele el e ´e t m´ınimo estrito local. lo cal. De forma an´aloga, aloga, se H (x) ´e negativa definida , i.e, h H (x)h < 0 para m todo h R ao ele ´e m´ınimo estrito local. loca l. O ultimo u ´ltimo caso ´e quando a Hessiana Hessian a ´e 0 , ent˜ao t m t indefinida i.e, existem h, ξ em R tais que ( h H (x)h)(ξ H (x)ξ ) < 0. A´ı ent˜ ent ˜ao ao x ´e p onto nt o de sela.
→
−
∈
∈ \{ }
\{ }
˜ 5. DIFERENCIAC ¸ AO
60
1
0.5
0
–0.5
–1 –1 –1
–0.5 y
–0.5
0 0 0.5
x
0.5 1 1
afico afico de x2 Fig. 1. Gr´ Teorema 5.4.3. Seja A
derivad deri vadas as cont´ cont´ınuas, ınua s, e x
⊂
2
− y , que tem ponto de sela em (0, (0 , 0).
Rm aberto aberto e f : A
→
R duas vezes vezes difer diferenci´ avel, com
∈ A ponto cr´ıtico. ıtico. Temos ent˜ ao que
(1) se H (x) for positiva definida ent˜ ao x ´e m´ınim ın imoo estr es trit itoo loca local, l, (2) se H (x) for negativa definida ent˜ ao x ´e m´ınim ın imoo estr es trit itoo loca local, l, (3) se H (x) for indefinida ent˜ ao x ´e ponto de sela. sela . ˜ . Mostraremos apenas o caso em que H (x) ´ DEMON e positiva p ositiva definida. defi nida. neste caso, ca so, EM ONST STRA RAC C ¸ AO
·
devido `a continuidade das segundas derivadas, H ( ) ´e positiva p ositiva definida numa vizinhan¸ vizinha n¸ca ca de c˜oes oes do Teorema 5.4.1, e suficientemente pr´oximo x. Para y A x satisfazendo as condi¸c˜ de x, temos que existe ξ pertencente ao segmento de reta entre y e x e tal que
∈ \{ }
(5.4.2)
f ( f (y)
1 − f ( f (x) = (y − x) H (ξ )(y − x). 2 t
Portanto x ´e m´ınimo estrito local loca l pois a espress˜ao ao do lado direito de (5.4.2) ´e estritamente positiva. Note que apesar do teorema anterior dar condi¸c˜oes oes suficientes para determinar se um ponto po nto cr´ıtico ıt ico ´e ou n˜ao ao extremo local, ainda ´e preciso descobrir se a hessiana ´e positiva ou negativa negativa definida ou o u indeterminada. Esta dificuldade ´e contorn´ avel, avel, pois existem v´arios arios resultados de ´algebra algebra linear que dizem, dizem, por exemplo, exemplo, quando quando uma matriz matriz ´e ou n˜ao ao positiva definida. Por exemplo, uma matriz sim´etrica etrica ´e positiva definida se e somente se seus autovalores s˜ao ao positivos. pos itivos. A referˆ re ferˆencia encia [3] apresenta este e v´arios arios outros resultados relacionados ao tema. Uma segunda aplica¸c˜ cao a˜o do Teorema 5.4.1 diz respeito `a fun¸c˜ coes o˜es convexas definidas em m convex convexos. os. Dizemos Dizemos que A R ´e convexo co nvexo se x, y A implica em (1 t)x + ty A para
⊂
∈
−
∈
´ 5.4. MATRIZ HESSIANA, HESSIANA, FORMULA DE TAYLOR E PONTOS CR´ITICOS
61
f ( f (x)
x afico afico de x2 Fig. 2. Gr´
2
− y , que tem ponto de sela em (0, (0 , 0).
∈ [0, [0, 1]. Dizemos que f : A → R ´e conve co nvexa xa em A se f (1 − t)x + ty ≤ (1 − t)f ( f (x) + tf (y). para todo t ∈ [0, [0, 1]. Graficamente, uma fun¸c˜ cao a˜o ´e convexa se o gr´afico afico de f entre x e y est´a todo t
abaixo da reta que une os pontos ( x, f ( f (x)) e (y, f ( f (y)), como ilustra a Figura 2. Existem in´umeros umeros resultados resultados relacionados relacionados a convex convexidade. idade. Em particular, particular, um m´ınimo local lo cal ´e tamb´em em global glo bal,, e se o m´ınimo ınim o local lo cal ´e estrito estr ito,, segue-se segu e-se a unicida uni cidade de de m´ıni ınimo mo global glo bal [7]. Teorema 5.4.4. Seja A
m
⊂R
→
R duas vezes conjunto aberto e convexo e f : A diferenci´ avel, com derivadas der ivadas cont´ cont´ınuas. ınuas. Ent˜ ao as afirmativas abaixo s˜ ao equivalentes: (1) f ´e conve con vexa xa (2) A matriz hessiana H (x) ´e semi-definida semi-defin ida positiva par paraa todo x A.
∈
⇐) Assuma que H (x) seja semi-definida positiva em A. Seja S o segmento de reta unindo x e y ∈ A, e seja 0 < t < 1. Definin Definindo do x = (1 − t)x + ty, pelo Teorema de Taylor existe ξ ∈ S entre x e x , e ξ ∈ S entre x e y tais que 1 f ( f (x) = f ( f (x ) + Df ( Df (x )(x − x ) + (x − x ) H (ξ )(x − x ), 2 1 f ( f (y) = f ( f (x ) + Df ( Df (x )(y − x ) + (y − x ) H (ξ )(y − x ). 2 ˜ . ( DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
0
0
1
0
2
0
0
0
0
0
0
0
0
t
t
1
0
2
0
Como H (ξ1 ) e H (ξ2 ) s˜ao ao ambas semi-definidas positivas, ent˜ao ao
− t)f ( f (x) + tf (y) (1 − t) t = f ( )+ Df ((x )[(1 − t)x + ty − x ]+ (x − x ) H (ξ )(x − x )+ (y − x ) H (ξ )(y − x ) f (x )+Df 2 2 (1 − t) t = f ( (x − x ) H (ξ )(x − x ) + (y − x ) H (ξ )(y − x ) ≥ f ( f (x ) + f (x ). 2 2 (1
0
0
0
0
0
0
t
1
0
t
1
0
0
Logo f ´e conve co nvexa xa.. ( ) Se f ´e conve co nvexa xa,,
⇒
f ((1 f ((1
− t)x + ty) ≤ (1 − t)f ( f (x) + tf (y)
0
t
2
t
0
2
0
0
˜ 5. DIFERENCIAC ¸ AO
62
e para t
∈ (0, (0, 1] temos que
f ((1 f ((1
− t)x + ty) − f ( f (x) ≤ f ( f (y) − f ( f (x).
t Tomando o limite t 0 obtemos Df ( ormula de Df (x)(x y) f ( f (y) f ( f (x). Usando agora a f´ormula Taylor obtemos que existe ξ no segmento unindo x e y tal que 1 (x y)t H (ξ )(x y) = f ( f (y) f ( f (x) Df ( Df (x)(x y) 0, 2 Tomando y con clu´ımos ımo s a demonst demo nstra¸ ra¸c˜ c˜ao. ao. x e usando a continuidade de H conclu´
→
− ≤
−
−
−
−
−
− ≥
→
˜ o. Note que no processo de demonstra¸c˜ cao a˜o do Teorema eorema 5.4.4, 5.4.4, mostra mostramos mos Observa rvac c ¸ao. a
tamb´em em que uma fun¸c˜ c˜ao ao f ser convexa ´e equivalente a Df ( Df (x)(x todo x, y.
− y) ≤ f ( f (y) − f ( f (x) para
5.5. 5.5 . Exerc Exe rc´ ´ıcios ıc ios Exerc´ıcio 5.1. Assuma f : R
|
→ R diferenci´avel avel em c ∈ R e f ( f (c) = 0.
Mostre Mostre ent˜ ent˜ao ao
|
que g(x) = f ( d ifer eren enci ci´´avel avel em c se e somente se f (c) = 0. f (x) ´e dif Exerc´ıcio 5.2. Seja f : R
→ R dad dadaa por n
f ( f (x) =
(x
i=1
onde ci unico. u ´ nico.
2
−c) , i
∈ R para i = 1, . . . , n,n, e n ∈ N. Ache um ponto de m´ınimo ınimo local de f . Most re que ´e f . Mostre
e exemplo de uma fun¸c˜ c˜ao ao uniformemente uniform emente cont´ cont´ınua em [0, [0, 1] que seja Exerc´ıcio 5.3. Dˆ diferenci´ avel avel em (0, (0, 1) mas cuja derivada n˜ao ao seja limitada em (0, (0, 1). Mostre Mostre porque porque o seu exemplo funciona.
Exerc´ıcio 5.4. Seja I
⊂ R um intervalo e f : I → R diferenci´avel. avel. Mostre que se f ´e positiva em I , i.e., f (x) > 0 para todo x ∈ I , ent˜ao ao f ´e estri e stritam tamente ente crescente cres cente.. e um intervalo inter valo e f : I → R diferenci´avel avel com Exerc´ıcio 5.5. Mostre que se I ⊂ R ´
derivada limitada em I , ent˜ao ao f ´e de Lips Li pschi chitz. tz.
Rn uniformemente limitado, e f : B uniform emente cont´ cont´ınua. Mostre que f ´e limi li mita tada da em B . Mostre Mostre que esta esta conclu conclus˜ s˜ao a o n˜ao ao ´e necessariamente necessar iamente verdadeira se B n˜ao ao for limitado.
Exerc´ıcio 5.6. Seja B
m
⊂R
→
Exerc´ıcio 5.7. Mostre que se f : R
→ R e g : R → R s˜ao ao uniform uni formement ementee cont co nt´´ınuas, ınua s,
ent˜ao ao f + un iformeme memente nte cont c ont´´ınua. ınua . Mostre Mos tre que, mesmo mes mo que q ue f seja limitada, a fun¸c˜ c˜ao ao f g f + g ´e unifor n˜ao ao ´e necessa nece ssaria riamente mente uniform uni formement ementee cont´ınua. ınua. Exerc´ıcio 5.8. Seja f : R2
→ R dad dadaa por
f ( f (x, y ) =
xy2 x2 + y4 0
para (x, (x, y) = (0, (0, 0), 0), para (x, y) = (0, (0, 0). 0).
5.5. EXERC EXERC´ICIOS
63
Mostre que a derivada direcional de f em (0, (0, 0) com respeito a u = (a, b) existe e que b2 se a = 0. , a Mostre que f n˜ao ao ´e cont co nt´´ınua ınu a e porta po rtanto nto n˜ao ao ´e difer di feren enci´ ci´avel avel no (0, (0, 0).
Du f (0 f (0,, 0) =
Exerc´ıcio 5.9. Seja I
⊂ R intervalo aberto e f : I → R quatro vezes diferenci´avel, avel, com a quarta derivada derivada cont´ cont´ınua, numa vizinhan¸ca ca de x ∈ I . Mostre Mostre ent˜ ent˜ao ao que existe uma
constante c tal que
f (x)
−
f ( f (x + h)
− 2f ( f (x) + f ( f (x − h) ≤ ch , h 2
2
para h suficientemente suficientemente pequeno. A forma acima ´e utilizada para aproximar f (x), quando ave. f ´e suave. Exerc´ıcio 5.10. Mostre que dados quaisquer x, y
∈ R fixados, fixados , o resto da s´erie erie de Taylor da fun¸c˜ c˜ao ao cos x centrada em x e calculada em y converge para zero quando n → +∞. cao a˜o diferenci´avel avel no Exerc´ıcio 5.11. Seja B = {x ∈ R : x ≤ 1} e f : B → R fun¸c˜ interior de B tal que f ≡ 0 na fronteira de B . Mostre que f tem ponto cr´ cr´ıtico no interior de m
B.
Exerc´ıcio 5.12 (M´ (M´ınimos Quadrados) Quadra dos). Considere para i = 1, . . . , n os pontos (x (xi , yi ) 2 R , e seja p : R R dada por p(x) = ax + bx + c tal que a, b e c minimizam o erro 2
n i=1
2
∈
→
| p( satisfazem as equa¸c˜ c˜oes oes p(x ) − y | . Mostre que a, b e c satisfazem i
i
n
a
n
xi4
xi3
+b
n
xi3 + b
=
i=1 n
xi2 + c
i=1
i=1
xi =
i=1
xi yi ,
i=1 n
n
xi2 + b
xi2 yi ,
i=1 n
i=1
n
a
xi2
+c
i=1 n
i=1 n
a
n
xi + cn =
i=1
yi .
i=1
(0 , 0) ´e ponto p onto de sela sel a de d e f (x, y) = Exerc´ıcio 5.13. Mostre, usando o Teorema 5.4.3, que (0, x2
2
2
2
− y , e ponto de m´ınimo estrito local lo cal de f ( f (x, y ) = x + y . dadaa por Exerc´ıcio 5.14. Seja f : R → R dad x se x ∈ Q, f ( f (x) = 0 se x ∈ R\Q.
2
Calcule f (0).
exis tam e sejam se jam cont´ınuas ınuas em ( 1, 1). Exerc´ıcio 5.15. Seja f : ( 1, 1) tal que f , f f existam
−
Assuma f (0) = f (0) = 0, mas f (0) = 0. Mostre que f n˜ao ao ´e m´ınim ın imoo loca lo cal.l. Exerc´ıcio 5.16. Seja f : R
·
Mostre ent˜ao ao que f (t) f (t) = 0.
3
→R
−
diferenci´avel avel e tal que f (t) = 1 para todo t
∈ R.
CAP´ITULO 6
Sequˆ Sequˆenci encia a de Fun un¸¸c˜ coes o ˜es 1
Rn , onde i N. Dizemos ent˜ Seja A Rm e f i : A ao ao que (f (f i ) define d efine uma sequˆencia enci a n de fun¸c˜ coes. ˜oes. Note que cada x A define defin e a sequˆencia enci a (f i (x)) em R .
⊂
→ ∈
∈
6.1. Convergˆencia enci a Pontual Pont ual ˜ o 6.1.1. Seja (f i ) uma sequˆ Definic ¸ ao a Rn , e A Rm . encia enci a de fun¸c˜ coes, ˜ onde f i : A Rn em A0 Dizemos que (f i ) converge pontualmente para uma fun¸c˜ c˜ ao f : A0 A se para
todo x
→
∈ A , a sequˆ sequˆenci en cia a (f (x)) converge para f ( f (x). 0
i
→
⊂
⊂
Ent˜ t˜ ao ao f i converge pontualmente para f Exemplo 6.1. Sejam f i (x) = x/i e f ( f (x) = 0. En em R, pois para todo x R tem-se limi→∞ f i (x) = limi→∞ x/i = 0.
∈
ao ao Exemplo 6.2. Sejam gi (x) = xi . Ent˜ (1) Se x ( 1, 1), ent˜ao ao limi→∞ gi (x) = limi→∞ xi = 0. (2) Se x = 1, ent˜ao ao limi→∞ gi (x) = limi→∞ 1 = 1. (3) Se x = 1, ent˜ao ao gi (x) = ( 1)n = 1 n˜ao ao converge. (4) Se x > 1, ent˜ao ao gi (x) n˜ao ao ´e limitada l imitada e portanto p ortanto n˜ao ao converge. Logo (g (gi ) converge pontualmente para g em ( 1, 1], onde
∈− − ||
−
− se − 1 < x < 1,
0 1 se x = 1.
g (x) = Note que
0 = lim lim g(x) = lim lim lim gi (x) = lim lim gi (x) = 1. x→1
x→1
−
−
i→+∞
i→+∞ x→1
−
Note que a defini¸c˜ c˜ao ao de convergˆ convergˆencia encia pontual pode ser escrita da seguinte forma. ˜ o 6.1.2. Uma sequˆ Rn , e A Rm converge encia enci a de fun¸c˜ coes ˜ (f i ) onde f i : A Definic ¸ ao a Rn em A0 pontualmente para uma fun¸c˜ c˜ ao f : A0 A se para dado > 0 e x A0 , existe
→
N 0 (x, ) tal que
n > N 0 (x, )
⊂ =⇒ |f (x) − f ( f (x)| < .
→
⊂
∈
i
O que fica claro na defini¸c˜ cao a˜o acima ´e que a “escolha “escolha de N 0 ” depende do ponto x em considera¸c˜ c˜ao. ao. Considere o exemplo 6.1, e seja = 1/10. Ent˜ao, ao, para x = 1 e N 0 (x, ) = 10, temos 10 = n > N 0 (x, ) = 10 f i (x) f ( f (x) = 1/n < . Mas para x = 2, a escolha anterior de N 0 = 10 j´a n˜ao ao ´e suficiente e temos que escolher N 0(x, ) 20.
⇒|
≥
1Ultima ´
Atualiza¸c˜ c˜ao: ao: 17/03/2006 65
−
| | |
ˆ ˜ 6. SEQUENCIA ENC IA DE FUNC FUN C ¸ OES
66
6.2. Convergˆencia enc ia Unifor Un iforme me Rn . Dizemos que a sequˆ e i N, seja f i : A encia encia n R , se dado > 0 existe N 0 () tal de fun¸c˜ coes ˜ (f i ), converge uniformemente para f : A que n > N 0 = f i (x) f ( f (x) < para todo x A.
˜ o 6.2.1. Dados A Definic ¸ ao a
⊂R
m
∈
⇒
→
→
−
∈
Observe que convergencia convergencia uniforme implica em convergencia pontual, mas que a afirma¸c˜ cao a˜o rec re c´ıpro ıp roca ca n˜ao ao vale. Uma forma pr´atica atica de se mostrar que uma um a sequˆ seq uˆencia encia de fun¸ fun ¸c˜ c˜oes oes n˜ao ao converge uniformemente ´e utilizando o resultado abaixo. onde A Rm e i N. Ent˜ ao a sequˆencia enci a de fun¸c˜ coes ˜ n R se e somente se para algum > 0 existir (f i ) n˜ ao converge uniformemente para f : A uma subsequˆ sub sequˆencia enc ia (f nk ) e uma sequˆencia enci a de pontos (xk ) em A tais que Teorema 6.2.2. Seja f i : A
→R
n
⊂ →
nk (xk )
∈
− f ( f (x ) ≥ para todo k ∈ N. R → R e f : R → R, onde f (x) = x/i e f ( f (x) = 0.
f
Exemplo 6.3. Sejam f i :
k
i
Tome ome
ao = 1/2, nk = k e xk = k. Ent˜ao
|f
nk (xk )
− f ( f (x )| = 1 > . k
Logo n˜ao ao h´a convergencia uniforme. Uma forma de “medir” convergˆencia encia uniforme uniform e ´e atrav´es es da norma do supremo, supremo , que para cada fun¸c˜ cao a˜o limitada associa o valor m´aximo a ximo que o m´odulo odulo desta desta assume. Formalment ormalmentee temos a seguinte defini¸c˜ cao. a˜o. ˜o Definic ¸ ao a
6.2.3. Seja f : A norma do supremo ent˜ ao por
n
m
→ R , onde A ⊂ R
f
, fun¸c˜ cao ˜ limitad limitada. a. Defini Definimos mos a
= sup f (x) : x
∈ A}. Portanto, uma sequˆencia encia de fun¸c˜ coes ˜oes limitadas (f (f ), onde A ⊂ R , converge para f : A → R , se e somente se lim f − f = 0. [0, 1] → R ´e tal ta l que qu e g (x) = x , g : [0, [0, 1] → R ´e tal ta l que qu e Exemplo 6.4. Se g : [0, 0 se x ∈ [0, [0, 1), 1), g(x) = sup,A sup,A
{
m
i
n
i→∞
i
sup,A sup,A
i
i
i
1 se x = 1,
ent˜ao ao
g − g i
para todo i
sup, sup,[0, [0,1]
∈ N. Logo g
i
= sup xi : x
{
∈ [0, [0, 1)} ∪ {0}
n˜ao ao converge uniformemente para g.
=1
Exemplo 6.5. Se f i (x) = x/i e f ( ent˜ao ao f (x) = 0 ent˜
f − f i
sup, sup,[0, [0,1]
{
= sup x/i : x
∈ [0, [0, 1]} = 1/i.
Logo f i converge uniformemente para a fun¸c˜ cao ˜ao identicamente nula.
ˆ NCIA UNIFORME 6.2. CONVERG CONVERGE
67
→ R seja uniformemente uniforme mente cont´ cont´ınua em R e defina Ent˜ t˜ ao ao f converge uniformemente para f em R. De fato fato,, seja seja > 0. f (x) = f ( f (x + 1/i). /i). En Como f ´e uni u nifo forme rmeme mente nte cont con t´ınua, ınu a, existe exi ste δ ∈ R tal que |x − y| < δ =⇒ |f ( f (x) − f ( f (y)| < . Seja ent˜ao ao N ∈ N tal que N > 1/δ. /δ. Logo 1/i)) − f (x)| < , i > N =⇒ |f (x) − f ( f (x)| = |f ( f (x + 1/i para todo x ∈ R. Portanto, f converge uniformemente para f . f . erio de Cauchy para convergˆencia encia uniforme) uniform e). Sejam A ⊂ R e Teorema 6.2.4 (Crit´erio coes ˜ limita limitadas das.. Ent˜ Ent˜ ao (f ) converge onverge uniformem uniformemente ente para ara uma fun¸c˜ c˜ ao f : A → R fun¸c˜ f : A → R se e somente se dado > 0, existe N tal que i, j > N =⇒ f − f < . D . (⇒) Basta usar que f (x) − f (x) ≤ f (x) − f ( f (x) + f ( f (x) − f (x) para todo x ∈ A. (⇐) Assuma que dado > 0 existe N tal que i, j > N =⇒ f − f < . Exemplo 6.6. Suponha que f : R
i
i
∗
∗
∗
i
i
m
n
i
i
0
0
i
j sup,A sup,A
˜ EMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO
j
i
j
i
0
0
i
j sup,A sup,A
Logo,
⇒ f (x) − f (x) < ,
m, n > N 0 =
m
i
para todo x ent˜ao ao (f i(x)) ´e sequˆencia encia de Cauchy em R, e podemos definir A. Mas en f ( f (x) = limi→+∞ f i (x). Falta agora mostrar que limi→+∞ f i f sup,A sup,A = 0. Dado > 0, seja K N tal que i, j > K = f i f j sup,A sup,A < . 2 ¯ N tal que Dado x A e seja K ¯ = i K f i (x) f ( f (x) < . 2 ¯ depende Note que K depende somente de e K dep ende tamb´em em de x. En Ent˜ t˜ ao, ao, seja i K , e para ¯ . Logo cada x A, seja j = sup K, K
∈
−
∈
⇒ −
∈
∈
≥
∈
⇒|
−
|
{ } f ( f (x) − f (x) ≤ f ( f (x) − f (x) + f (x) − f (x) < , i
j
j
≥
i
e (f i ) converge uniformemente para f . f .
Finalmente Finalm ente conclu´ımos ımos esta se¸c˜ cao a˜o mostrando que limite uniforme de fun¸c˜ coes o˜e s cont con t´ınuas ınu as ´e tamb´ ta mb´em em uma um a fun¸ fu n¸c˜ c˜ao ao cont´ cont´ınua. Lembre-se que esta propriedade n˜ao a o vale em geral se a conve co nverg rgˆˆenci en ciaa ´e s´o pontual. Teorema 6.2.5 (Troca de Limites e Continuidade). Seja (f i ) sequˆencia en cia de fun¸ fun ¸c˜ coes ˜ f i : n m n R cont´ R . Ent˜ con t´ınua ınuass em A R convergindo uniformemente para f : A Ent˜ ao f ´e A
→
cont con t´ınua ın ua em A.
⊂
→
ˆ ˜ 6. SEQUENCIA ENC IA DE FUNC FUN C ¸ OES
68 ˜ . Seja x DEMON EM ONST STRA RAC C ¸ AO 0
∈ A. Dado > 0 existe N ∈ N tal que f ( f (x) − f
N N0 (x)
0
< /3 /3
∈ A. Como f ´e cont´ınua nu a em A, existe δ > 0 tal que x ∈ A, x − x < δ =⇒ f (x) − f (x ) < . 3 Logo se x ∈ A e |x − x | < δ , ent˜ao ao f ( f (x) − f ( f (x ) ≤ f ( f (x) − f (x) + f (x) − f (x ) + f (x ) − f ( f (x ) < . para todo x
N N 0
0
N N0
N N 0
0
0
0
N N 0
N N 0
N N0
0
N N0
0
0
Logo f ´e cont´ınu nuaa.
6.3. Equicontinuidade Equicontinuidade Nesta se¸c˜ cao a˜o discutiremos os conceitos de equicontinuidade e enunciaremos o Teorema de Arzel´a–Asco a–Ascoli. li. N˜ ao apresentaremos demonstra¸c˜ ao c˜oes, oes, que podem (devem) ser conferidas em [4], por exemplo. Rn , onde A Rm . Cha Seja F conjunto de fun¸c˜ c˜oes oes f : A Chamam mamos os o conjun conjunto to F de equico equicont´ nt´ınuo ın uo em x0 A, se dado > 0, existe δ > 0 tal que
→
x
∈ A,
⊂
∈ x − x < δ =⇒ f ( f (x) − f ( f (x ) < para todo x ∈ A e f ∈ F . 0
0
Se F for equicont´ equicont´ınuo em todos todo s os o s pontos p ontos de A, dizemos simplesmente que F ´e equico equ icont´ nt´ınuo ın uo.. O conceito de equicontinuidade num ponto pode ser generalizado de forma a que a escolha de δ n˜ao ao dependa mais do ponto em considera¸c˜ cao a˜o i.e., seja seja uniforme. uniforme. Dizemos Dizemos ent˜ ent˜ao ao que F ´e uniforme unif ormement mentee equicont´ınuo, ınuo , se dado > 0, existe δ > 0 tal que
x, x0
∈ A, x − x < δ =⇒ f ( f (x) − f ( f (x ) < para todo x, x ∈ A e f ∈ F . De forma semelhante, chamamos F de simplesmente limitado se para cada x ∈ A existe c tal que f ( f (x) < c para todo f ∈ F . F . Finalmente, dizemos que F ´e uniformemente limitado se existe c tal que f ( f (x) < c para cada x ∈ A e para todo f ∈ F . F . 0
0
0
O resultado abaixo informa que se A for compacto, ent˜ao ao equicontinuidade e equicontinuidade uniforme s˜ao ao equivalentes. O mesmo acontece com limita¸c˜ cao a˜o simples e uniforme. Lema 6.3.1. Seja F conjunto de fun¸c˜ c˜oes oes f : K
→ R, onde K ⊂ R ´e comp c ompacto acto.. Ent˜ao ao F
´e equic equ icont´ ont´ınuo ınu o se e some so mente nte se ´e un unifo iform rmeme emente nte equico equ icont nt´´ınuo. ınu o. Al´em em disto di sto,, F ´e simp si mples lesmen mente te limitado se e somente se for uniformemente limitado. Temos ent˜ao ao o Teorema de Arzel´a–Ascoli, a–Ascoli, que de alguma forma generaliza o Teorema de Bolzano–Weierstrass Bolzano –Weierstrass para sequˆencias encias de fun¸c˜ coes. o˜es.
Teorema 6.3.2 (Teorema de Arzel´a–Ascoli) a–Ascoli). Seja F conjunto de fun¸c˜ coes ˜ definidas em com pacto. o. Ent˜ Ent ao ˜ F ´e equicont´ equi cont´ınuo ınu o e simpl sim plesesK e assumindo valores em R, onde K R ´e compact
⊂
mente limitado limitado se e somente somente se toda toda sequˆ sequˆ encia encia de fun¸c˜ coes ˜ tˆem em subsequˆencia enci a que converge uniformemente. Como aplica¸ aplica¸c˜ c˜ao ao mostramos alguns detalhes do belo exemplo apresentado em [ 4].
−
→ [0, [0, 1], cont´ cont´ınuas e tais que ´ poss pos s´ıvel mostrar que n˜ao ao existe f ¯ ∈ F f ( f (x) dx. dx. E
Exemplo 6.7. Seja F o conjunto das fun¸c˜ c˜oes oes f : [ 1, 1] 1 −1
−
f ( f ( 1) = f (1) f (1) = 1. Considere A(f ) f ) = tal que A(f ) ). Considere agora f ¯) = minf ∈ f ∈F A(f ). F c = f
{ ∈ F : f ´e de Lipschitz com constante c}.
6.4. EXERC EXERC´ICIOS
69
{
∈ }
Ent˜ao ao F c ´e simplesmente simple smente limitado limita do e equicont´ equicont´ınuo. Seja ent˜ao ao µc = inf A(f ) f ) : f F c , e para cada n N seja f i F c tal que 1 µc A(f i ) µc + . i Pelo Teorema de Arzel´a–Ascoli, a–Ascoli, (f (f i ) possui pos sui subsequˆencia encia (f ik ) uniformemente convergente ¯ ¯ para algum f c . Po Pode de-s -see mostra mostrarr que f c ortan nto o F c , e que A(f ¯c ) = minf ∈ f ). Porta f ∈F c A(f ). problema problema de minimizar minimizar A( ) em F c tem solu¸c˜ cao. a˜o.
∈
∈
≤
≤
∈
·
6.4. 6.4 . Exerc Exe rc´ ´ıcios ıc ios s equˆencia enci a de d e fun¸ fu n¸c˜ c˜oes oes (f (f i), onde f i (x) = sin(nx sin(nx))/(1 + nx). Exerc´ıcio 6.1. Seja a sequˆ nx). Mostre + que (f (f i ) converge pontualmente para todo x R , uniformemente em [a, [a, + ) para a > 0,
∞
∈
mas n˜ao ao converge uniformemente em [0, [0 , + ). Exerc´ıcio 6.2. Seja A
m
⊂R
∞
→
R sejam fun¸c˜ e f i : A coes o˜es uniformemente uniform emente cont´ cont´ınuas. Mostre que (f ( f i ) converge uniformemente para f , ao f ´e uni u nifo form rmem ement entee con c ontt´ınua. ınu a. f , ent˜ao
exem plo de sequˆ s equˆencia enci a (f ( f i ) de fun¸c˜ coes o˜es que converge uniformemente Exerc´ıcio 6.3. Ache exemplo em (0, (0, 1], mas n˜ao ao em [0, [0, 1].
Bibliography [1] R. G. Bartle, The elements of real analysis , Second edition, John Wiley & Sons, New York, 1976. [2] R. G. Bartle and D. R. Sherbert, Introduction to real analysis , Second edition, Wiley, New York, 1992. [3] R.A. Horn and C.R.Johnso C.R.Johnson, n, Matrix analysis , Cambridge University Press, Cambridge, 1985. [4] E. L. Lima, Curso de an´ alise. Vol. 1 , Inst. Mat. Pura Apl., Rio de Janeiro, 1976. [5] E. L. Lima, Curso de an´ alise. Vol. 2 , Inst. Mat. Pura Apl., Rio de Janeiro, 1981. [6] E. L. Lima, Espa¸cos co s M´ M´ etri et ricos cos , Inst. Mat. Pura Apl., Rio de Janeiro, 1977. [7] D. G. Luenberger, Introduction Addison-Wesley,, Reading,MA, Introduction to linear linear and nonlinear nonlinear program programming ming , Addison-Wesley 1973. [8] W. Rudin, Principles of mathematical analysis , Third edition, McGraw-Hill, New York, 1976.
71