História Política e Econômica de Mato Grosso Sabe-se que antes de ser o Estado de Mato Grosso, essa grande área já foi adentrada por aventureiros espanhóis desde 1520, quando pertencia à coroa espanhola. Em 1525, o português Aleixo Garcia com uma expedição de aproximadamente mil homens, descobriu-se muito ouro, em em expedições ao ao longo dos rios Paraguai e Paraná chegando ate a Bolívia, depois por bandeirantes paulistas a partir de 1673. Em 1526, foi à vez de Sebastião Caboto que subindo o Paraguai chegou até as aldeias dos guaranis onde diz ter feito uma relação de amizade, (índios Umutina?). Desde 1932 se têm notícias das Bandeiras paulistas, que partindo de São Vicente, traziam consigo grande contingente de brancos, uma maioria de mamelucos m amelucos e índios escravizados, cujo objetivo eram aprisionar índios para escravizá-los nos cafezais paulistas e outras lides rurais. Não esquecer que os alvos eram as Missões jesuítas onde o índio já era civilizado, caso esse disputado também por espanhóis, já que pelo Tratado de Tordesilhas, Mato Grosso pertencia à Espanha. A partir de 1640 1640 a normalização do tráfico de negros que que antes foi controlada pelos holandeses, desviando para o nordeste, deu a captura de índios um comércio bem lucrativo. Assim, como a região continuava disputada também pelos espanhóis, em 1682 vamos encontrar Bartolomeu Bueno da Silva, no local denominado São Gonçalo, às margens do Rio Cuiabá em busca de índios e de certa forma tomando posse da região para a Coroa portuguesa. Manoel de Campos Bicudo e seu filho Antônio Pires de Campos, de 1650 a 1700, reforçaram como bandeirantes colonizadores colonizadores e capturadores capturadores de índios. Entre 1717 a 1718, o paulista Antônio Pires levou para São Paulo uma grande quantidade de índios coxiponés. No trajeto encontra-se com a expedição de Pascoal Moreira Cabral que recebe íntimas informações, assim ao atingir o rio coxipó encontra ouro de aluvião, ali decidiu acampar, fundando o arraial da Forquilha. Ali redigiu também uma carta-ata, como Capitão-mor, dando posse do Território à Sua Majestade o Rei de Portugal, era 1719. Em 1722, já residindo e cultivando lavouras de subsistência, o acompanhante da Bandeira de Pascoal, Miguel Sutil, de sua roça, envia escravos índios carijós para procurar mel de abelhas, e ao adentrar os campos, encontra pepitas de ouro, as margens ou próximos ao atual Córrego Prainha, centro de Cuiabá. Esse local chamou-se Lavras do Sutil e foi apontado como a maior reserva que se teria achado em todo o Brasil. De acordo com o historiador Humboldt, equivaleu a mais da metade da produção aurífera de toda a Am �rica na época. A descoberta desse veio provocou enorme migração para a Região. O povoamento de Cuiabá se deu por esse fato. Para abastecer os mineradores, surgiram fazendas e roças no chamado Rio Abaixo (Santo Antonio de Leverger) e Serra acima (Chapada (Chapada dos Guimarães), onde eram cultivados; arroz, feijão, milho, mandioca. Os produtos como medicamentos, roupas, ferramentas, bebidas, chegavam das chamadas monções, vindas de São Paulo
por vias fluviais. Essas expedições fluviais vinham a Mato Grosso duas vezes por ano, demorando de quatro a seis meses de viagem. As embarcações eram esculpidas num tronco de árvore, de formato indígena e conduzidas por pilotos conhecedores do trajeto e práticos. Além das dificuldades oferecidas pela mata, como cobras, mosquitos da malária e bernes, carrapatos, onças, corredeiras e cachoeiras, havia os índios guaicurus, excelentes cavaleiros, e os paiaguás, grandes guerreiros, que não se deixavam aprisionar. Assim que a expedição alcançava o Pantanal, os guaicurus atacavam e depois, rio acima, o paiaguás, hábeis no ataque de canoas dentro d’água, se transformavam nos mais temíveis.Havia também as monções por terra, transportado por mulas, cavalos e carro de boi e ou nas costas de escravos e contratados. Esse material era geralmente carne seca, o que contribuiu por desenvolver tanto em São Paulo e Nordeste a Pecuária e posteriormente ajudou a fixar o colono em Mato Grosso, portanto nossa colonização (MT) tem muita a ver com o pé do boi, pois o garimpeiro ia-se embora, mas o fazendeiro ficava, daí surgia o Arraial e o Povoado.Em 1726 com a chegada do Governador da Capitania de São Paulo, Rodrigo César de Menezes, transformou Cuiabá na sede da Capitania (de São Paulo), em 10 de janeiro de 1727, elevando esse Arraial à categoria de Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá. Agora a Vila passou a ter um aspecto do jeito português de administrar; com casa do Governador, construção do Pelourinho, (local numa praça ou jardim com um tronco e uma cobertura arredondada para castigarem negros), Senado da Câmara, da Igreja Matriz, etc. Na vinda, trouxe consigo 3000 pessoas em 308 embarcações fluviais, cuja viagem durou em torno de cinco meses. Em seu governo, foi criado o Regimento e a Intendência das Minas, com leis de cobrança do quinto (20%) para o governo metropolitano era: - O ouro deveria ser quitado na Casa de Fundição de São Paulo.- Para cuidar das finanças criou os cargos de Provedor da Fazenda Real e Provedor dos Quintos.- Para cuidar da Justiça criou o cargo de Ouvidor Geral das Minas de Cuiabá.Com o tempo o ouro foi minguando e ajudado pelos altos impostos, a população foi migrando para Goiás, retornaram para São Paulo ou para as terras dos Parecis, (atualmente a Chapada dos Parecis) onde agora se fixavam e tomaram posses de grandes áreas de terras para a criação de gado e plantio de lavouras como arroz de sequeiro, milho etc. Com isso o governo brasileiro passou a tomar posse definitiva das terras de Mato Grosso. A origem do nome Mato Grosso
Em 1734 a Vila Real do Senhor do Bom Jesus de Cuiabá estava quase despovoada, foi que os irmãos Fernando e Artur Paes de Barros, em busca dos índios Parecis, descobriram um veio aurífero nas margens do rio Galera, no vale do Guaporé onde deram o nome de Minas do Mato Grosso por ter uma área de mata fechada ‘grossa’ como era chamada na época. Nas margens
desse rio e pela regi �o surgiram diversos arraiais de mineradores, os chamados garimpos. Criação da Capitania de Mato Grosso
A descoberta do ouro trouxe para cá um governo metropolitano (de Portugal), a migração da população para outros locais e capitanias, bem como as constantes invasões dos espanhóis, forçaram a criação da Capitania de Mato Grosso, desmembrando, portanto da Capitania de São Paulo em 09 de maio de 1748 e para governá-lo foi nomeado o fidalgo português, Antonio Rolim de Moura, sendo o primeiro capitão-general dessa capitania. A Sociedade Mato-grossense na época
Era formada por homens livres e escravos. Os livres estavam subdivididos em Primeira Classe; Ricos (fazendeiros, grandes comerciantes, e altos funcionários do Estado Português), Classe m �dia (formada por profissionais liberais, professores, pequenos comerciantes, militares de média patente e etc.), a Terceira Classe os Pobres, era formada por homens livres pobres, soldados, mineiros e pequenos agricultores. Os desclassificados, os escravos eram formados por negros africanos e índios que trabalhavam nos serviços urbanos e rurais. Às vezes fugiam e formavam quilombos, como o quilombo do Piolho ou Quariterê no Guaporé no Século XVIII, composto por negros, índios Cabixis e pelos cafuzos caburés. A forma de governo era a monarquia, cujo poder pertencia à rainha Teresa de Benguela. A economia do quilombo era voltada para a subsistência, com o plantio do milho, mandioca e de animais domésticos. Além desses quilombos, podemos citar o do Rio Manso, o Mutuca, Pindaituba e o do Rio Seputuba, o Mata-cavalo e outros. (*) Fim do Período Colonial
Com a chegada de D. João VI ao Brasil em 1808, a decadência do ouro em Vila Bela da Santíssima Trindade então capital da Província e as dificuldades diversas, fez os moradores mudarem-se para Cuiabá. Para isso foi nomeado o novo governador; João Carlos Oeynhausen, que preferiu morar em Cuiabá considerado um bom governador na época. Entre seus feitos; criou o Curso Superior de Anatomia, Companhia de Mineração e Escola de Aprendizes de Marinheiros. O último Capitão General foi Francisco de Paula Magessi de Carvalho que ao preferir morar também em Cuiabá causou descontentamento na população de Vila Bela, que destituíram Magessi, Cuiabá passou a ser governada por uma Junta Governista, e o mesmo ocorrendo em Vila Bela, assim Mato Grosso passou a ter dois governos. Movido por interesse econômico, D. Pedro I, decidiu que Cuiabá seria de fato a capital de Mato Grosso (antes era Vila Bela da Santíssima Trindade).
Economia de Mato Grosso
Produziam do Ouro de aluvião e da Cana-de-açúcar que era produzidas em engenhos feitos de madeira e movidos a tração animal, com baixa produtividade. A mão-de-obra era escrava. Fabricavam açúcar, rapadura e aguardente e se localizavam principalmente ao longo do rio Cuiabá. Plantavam pequenas lavouras de subsistência, como mandioca para o uso natural, fabricação de farinha, polvilho para tapioca beijus, bolos, plantio de feijões. No século XIX surgem as usinas, com máquinas açúcar, aguardente e álcool, e continuando ao longo do rio Cuiabá e agora também na região de Cáceres. Essa economia entra em decadência em 1930 com as dificuldades de transportes, falta de técnicos e de máquinas e a perseguição das oligarquias pelos revolucionários e etc. A Erva-mate foi também uma grande fonte de renda no período imperial, que ao arrendar terras para um estrangeiro argentino que fundou a Companhia “Matte Laranjeira”, que monopolizou a extração da erva-mate no estado, adquirindo uma enorme fortuna. Possuía controle sobre as terras arrendadas, sobre os produtos colhidos e industrializadas, pelo menos construiu portos, estradas e ferrovias. A produção era industrializada na Argentina. A Poaia era encontrada no meio da mata fechada ao longo dos rios Paraguai, Bugres, Rio Branco, e vários afluentes. Era exportada para a Europa onde era usada na fabrica �o de medicamentos. A planta consiste numa formação herbácea, achada em reboleiras, donde se retiravam as raízes. A borracha extraída nas regiões das bacias do Paraguai e Amazonas, consiste na retirada do látex da casca da árvore e levadas para grandes centros e ou exportadas para a fabricação de pneus e etc. Desde o período colonial até o século XX. A Pecuária. Surgida no século XVIII como atividade subsidiária �s tarefas mineradoras, dos campos cuiabanos se alastrou pelo Pantanal e Poconé desenvolvendo uma grande indústria do charque, comercializado no país e exportado. A primeira charquearia instalouse em Cáceres no local chamado Descalvado. O bovino mais usado era da raça caracu ou zebu. (Bos taurus).Outros produtos agrícolas considerados de subsistência, já mencionados foram o arroz, milho, mandioca, frutas e café.Com o governo de Getúlio Vargas a parti de 1930, articulas-se o rompimento do grande isolamento do estado e a idéia de construir um mercado consumidor dos produtos industriais. Para isso começa uma política de colonização, e em1950 são criados as colônias agrícolas de Dourados, (MS), Taquari-Mirim e João Alberto (Nova Xavantina), MT. Em 1960 é acelerada a colonização e a população passa de 348.657em 1930 para 910.262 habitantes. Em 1960 o governo por meio de incentivos fiscais e créditos financeiros facilitam e permitem a instalação de grandes latifúndios, onde hoje é MS, principalmente de empresários do Centro-Sul. Cria a SUDECO Superintendência do Centro-Oeste e SUDAM - Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia, e os fazendeiros passam a desmatar o cerrado e as matas, com o uso de tratores e alta tecnologia no preparo, plantio e
colheita para o cultivo do arroz e criação pecuária de raça, principalmente a nelore, e em seguida o plantio racional da soja na década de 70. Mato Grosso entra na era da modernização da agricultura e consolida seu papel de periferia da indústria nacional. Nesse ínterim foram abertas grandes rodovias de integração, como a BR 364 e a Cuiabá-Santarém, dando suporte financeiro para instalações de Bancos como o Banco da Amazônia e o Banco do Brasil, com linhas de financiamentos com diversas facilidades de pagamentos, instalaram-se órgãos de Assistência Técnicas ao agro pecuarista; nos escritórios da EMATER - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural, hoje EMPAER enfim, Mato Grosso passou a ser visto pelos governos Fe derais com bons olhos e não como desprezo de antes. Em 1977, Mato Grosso é dividido e ficando o sul do estado com o nome de Mato Grosso do Sul. Como a colonizado pela metrópole começou por lá bem como a proximidade de São Paulo e outros maiores centros, aliados a um solo de alta e m �dia fertilidade, deixou este estado em melhores condições financeiras, que ajudou e perdura até hoje seu destaque econômico em relação a Mato Grosso. Mas com o sistema político-educacional que se implantam atualmente, não tardaremos em ultrapassá-lo, até mesmo por que o estado tem maior área territorial. Durante o período colonial do Brasil, a capitania de São Paulo (atualmente Mato Grosso) todo o comércio era o monopólio da capitania para a Metrópole, Portugal. Os principais sistemas produtivos eram a mineração, cana-de-açúcar, erva-mate, poaia, borracha e pecuária. A mineração foi o principal motivo do sustento dos habitantes na região durante as expedições Bandeirantes no século XVIII. A mão-de-obra era de escravos negros e índios e a fiscalização muito rígida ordenada pela coroa em Portugal. A pirâmide social baseava-se somente em mineradores e escravos. A cana-de-açúcar foi trazida do litoral do Brasil e dividiu-se em duas etapas, os engenhos no século XVIII e século XIX e as usinas no século XIX e século XX. A diferença entre as duas épocas são a mão-de-obra nos engenhos era escrava e nas usinas eram escrava e também livres, o consumo nos engenhos eram internos e nas usinas eram internos e externos com a abertura de vias de escoação pelos rios, a produção chegava a outras partes do Brasil. A erva-mate durou aproximadamente de 1882 a 1947 com o pioneirismo de Tomás Laranjeira como consta no decreto [1] de 1879 do Marechal Deodoro da Fonseca dando a permissão para o cultivo. No início vários imigrantes de áreas ervatais do Paraguai vieram a Mato Grosso mas as condições para a produção eram muito desfavoráveis, não havia infra-estrutura causando muitas doenças. A produção na década de 1920 alcançou seu ápice e devido ao cancelamento do decreto a partir de 1937 até o fim das ervas em 1947. A poaia foi um dos principais produtos de exportação para Europa durante o século XIX para a fabricação de remédios. Seu nome científico é Cephaeles Ipecapuanha.
A borracha era extraída da mangabeira nas matas às margens das baias do Paraguai e Amazonas. O látex, extraído das árvores, era exportado e para consumo interno. Economia atual
O Mato Grosso teve o maior crescimento do Brasil de 1985 até 2002. A pecuária e a agricultura foram os principais sistemas comerciais de Mato Grosso do Século XX e Século XXI. Devido o crescimento econômico com as exportações, Mato Grosso é o 2 maior exportador na pauta do agronegócio do país. Suas exportações detém 65% de tudo que o centro-oeste exporta.
De acordo com o Tratado de Tordesilhas, o atual estado de Mato Grosso, como quase todo o Centro-Oeste e a Região Norte, pertencia à Espanha. Por muito tempo sua exploração se limitou a esporádicas expedições de aventureiros e à atuação de missionários jesuítas espanhóis. Com o bandeirismo no século XVII e a descoberta de ouro no Brasil central no século XVIII, a região é invadida por exploradores. Em 1748 é criada a capitania de Mato Grosso, com sede em Vila Bela, posteriormente transferida para a vila de Cuiabá. Dois anos depois, a região é incorporada ao Brasil pelo Tratado de Madri. No século XIX, com o declínio da mineração, o empobrecimento e o isolamento da província são inevitáveis. Alguma atividade agrícola e mercantil de subsistência sobrevive nos campos mais férteis do sul. O único meio de transporte até a capital é o navio, numa viagem pelo rio Paraguai. Com a República, esse isolamento vai sendo vencido com a ampliação da rede telegráfica pelo marechal Cândido Rondon, a navegação a vapor e a abertura de algumas estradas precárias. Esse avanço em infra-estrutura atrai seringueiros, criadores de gado, exploradores de madeira e de erva-mate para a região. Separação - Como todo o Centro-Oeste, o estado de Mato Grosso beneficia-se
da política de interiorização do desenvolvimento dos anos 40 e 50 e da política de integração nacional dos anos 70. A primeira é baseada principalmente na construção de Brasília e a segunda, nos incentivos aos grandes projetos agropecuários e de extrativismo, além dos investimentos em infra -estrutura,
estradas e hidrelétricas. Com esses recursos, o estado prospera e atrai dezenas de milhares de migrantes. Sua população salta de 430 mil para 1,6 milhão de habitantes entre 1940 e 1970. O governo federal decreta a divisão do estado em 1977, alegando dificuldade em desenvolver a região diante da grande extensão e diversidade. No norte, menos populoso, mais pobre, sustentado ainda pela agropecuária extensiva e às voltas com graves problemas fundiários, fica Mato Grosso. No sul, mais próspero e mais populoso, é criado o Mato Grosso do Sul. O estado de Mato Grosso apresenta relevo pouco acidentado e alterna um conjunto de grandes chapadas, no planalto mato-grossense, com altitudes médias entre 400 e 800 m, e áreas de planície pantaneira, sempre inundadas pelo rio Paraguai e seus afluentes. Três ecossistemas principais estão presentes: o pantanal, o cerrado e a floresta amazônica. O pantanal cobre 10% do estado e abriga quase mil espécies animais, incluindo cerca de 650 tipos de aves aquáticas. A vegetação do cerrado ocupa 40% de Mato Grosso, com altitude média de 600 m, enquanto a floresta Amazônica se estende por metade do estado. No norte fica o Parque Nacional do Xingu, banhado pelas águas dos rios Araguaia e Xingu. Ali vivem diversas tribos indígenas, que preservam a tradição do Quarup, festa anual realizada em homenagem aos chefes mortos e aos novos líderes. O Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, com 33 mil ha de cânions, cascatas, quedas-d'água, cavernas e sítios arqueológicos, com altitude média de 860 m, atrai visitantes de todo o Brasil.
No início, o governo da então Província de Mato Grosso organizava o serviço postal em função de suas necessidades e das poucas rotas existentes, por caminhos incipientes e de difícil transposição¸ tendo em vista a Inexistência de correio oficial local. As cartas se dividiam em dois grupos distintos : as comunicações oficiais, as quais eram transportadas geralmente por militares e as cartas particulares transportadas junto às demais, mas, por diversas vezes rejeitadas em determinadas rotas, em razão de circunstanciais proibições de comunicações, geralmente devido à descoberta de novas minas de ouro.
O volume de correspondências, inicialmente, era muito pequeno, em face da escassa atividade comercial, bem como do elevado índice de analfabetismo. Em casos de urgência ou, ainda, de comunicação que exigia garantias extras de sigilo, eram utilizados mensageiros particulares, os denominados "próprios " , "positivos " ou " particulares ", de custo elevado e acessível a poucos. Havia, de maneira esporádica, a utilização dos tropeiros, que demandavam, função de seu mister, às diversas partes da Província. No período imperial já existiam linhas postais convencionais cortando o território de Mato Grosso, ligando as poucas vilas existentes ao mundo exterior. Paralelamente, havia o Correio Militar para as guarnições de fronteira, em particular os Fortes Príncipe da Beira e Coimbra. O que se sabe, ao certo, é que em 1856 havia as seguintes agências : Cuiabá, Poconé, Santa Maria, Piquery, Matto Grosso, Rio Grande, Albuquerque, Sant' Anna da Paranahyba, Diamantino e Miranda. O início da História Postal de Mato Grosso está intimamente ligada à História Postal de São Paulo, devido ao papel desempenhado pelo rio Tietê, que foi o primeiro caminho de penetração para o interior do país, já no primeiro século de colonização. Navegação
Por volta de 1720, caminho consolidado para as minas de ouro do sertão de Goiás e Mato Grosso , o rio Tietê via crescer a sua navegação, não só com o crescente número de aventureiros em busca de ouro e pedras preciosas, como por expedições governamentais, organizadas pelo Capitão General da Capitania de São Paulo (1 765 - 1 775) , D. Luiz Antonio de Sousa Botelho e Mourão, o Morgado de Mateus , o qual se achava empenhado em alargar e consolidar as fronteiras, povoando as terras além da atual cidade paulista de Itu. O Tietê foi o "instrumento máximo de penetração do Brasil sul ocidental ", segundo Afonso de E.Taunay e, de acordo com Basílio de Magalhães : " de suas margens partiu o movimento conquistador do todo o Sul, do Centro e do Oeste . " Esta era a grande estrada aberta para manter o terreno conquistado. Até o início do século 19 esta via de penetração esteve ativa, quando começou a declinar, face às facilidades apresentadas pelos caminhos de terra, mais curtos e possibilitando o transporte de cargas em lombo de mulas bem como a mudança de rota, já com o advento da navegação a vapor, adotando-se a subida dos rios Paraná e Paraguai, foi encerrado o período áureo do rio Tietê como " estrada do sertão. " O rio Tietê foi utilizado como linha postal, por cerca de 200 anos, desde a época anterior ao correio organizado até o final do século 19 e, até mesmo o início do século passado. Existem escassas, porém preciosas referências desta, e, em particular, a análise das cartas da
Expedição Langsdorff , iniciada em 1826, permitem visualizar o tráfego postal do período. Em "Documentos Interessantes do Arquivo do Estado de São Paulo", acha-se , datado de 06 / 12 / 1734, um documento sobre o " mao sucesso da guerra contra o Gentio Payaguá e o procedimento irregular do ouvidor de Cuyabá ", no qual há expressa citação : " ...a presente ocasião contraria a minha esperança qual se pode ver pellas cartas que nas canoas de Cuyabá me chegarão na presente monção.... Em 03 / 05 / 1776 - Carta de Martim Lopes Lobo de Saldanha, para o Capitão André Dias de Almeyda, em Araritaguaba : "O Patrono das Canoas vindas de Cuyabá, José Francisco não só me entregou a carta de... ".
Em seu " Diário de Navegação ", Teotônio José Juzarte afirma que encontrou, a 10 / 05 / 1769, cartas que os cuiabanos costumavam depositar no ôco de uma árvore, junto a uma pousada, para serem recolhidas e transportadas pelos viajantes. Trata-se do "correio do toco", prova eloquente da sistemática postal da época. Recentes pesquisas dos autores permitiram localizar o citado pouso no atual estado de Mato Grosso do Sul. A partir de 1800, o Governador da Província de São Paulo estabeleceu diversas melhorias e controles no serviço e nas taxas cobradas pelos correios, de modo a se evitar desvios de valores, manter o sigilo da correspondência, etc., conseguindo implantar um correio regular no estado e da capital p ara as principais vilas do interior, estendendo as linhas para as províncias limítrofes, existindo farta documentação a respeito. Em 24 / 09 /1800 expediu Alvará : " Tendo mandado crear um Correio na Vila de Porto Feliz, donde partem as canoas, tanto para a Vila de Cuiabá, como para Vila Bela de Mato Grosso, e pelo expediente do mesmo serão remetidas a cada uma delas as suas respectivas cartas que ou ali se lançarem, ou forem importadas pelos correios interiores desta Capitania. Quanto ao porte das mesmas cartas, conformo-me inteiramente com o que se acha estipulado e consta do Artigo 4 º do 1 º Bando de 25/01/1799, uma vez que elas sejam lançadas no Correio de Porto Feliz, e levadas em diretura para qualquer das ditas vilas mas como além destes Correios dirigidos via dos Rios, tem de ser conduzidos por outro de terra desta cidade para a dita Vila de Porto Feliz e vice versa,....".
A partir desta data e, principalmente após a independência, as linhas se multiplicam , interligando as principais vilas. A simples observação das datas das partidas e chegadas de navios, as datas das cartas, bem como o percurso adotado permite visualizar, claramente, as dificuldades existentes e as alternativas adotadas nas rotas utilizadas e a intensidade do tráfego postal permite constatar o tipo e a dimensão das atividades comerciais. Desta forma fica evidenciada a importância da Filatelia como uma ciência auxiliar da História. A esta altura também se chegava a Mato Grosso por caminhos de terra, pelo vale do Paranapenema e pelo Triângulo Mineiro, caminhos estes mais curtos
para certos destinos, o que foi inviabilizando a utilização da rota fluvial do rio Tietê. O Decreto n º 23 do Ministério da Guerra, de 06/04/1820, manda estabelecer correios entre as diversas províncias deste Reino " ...Goiaz, estabeleça desta Província para a cidade de Cuyabá um correio regular, entendendo-se com V.Excia. no qur tocar ao território do districto de Matto Grosso...." . Em 28/04/1835, ocorre a organização da Administração do Correio da Província de Mato Grosso : " A Regência em nome do Imperador o senhor D.Pedro Segundo, em conformidade do Decreto de 05/03/1829, há por bem organizar a Administração do Correio da cidade de Cuyabá, com os lugares mencionados na relação que com este baixa, assignada por Joaquim Vieira da Silva e Souza, Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Império que assim o tenha entendido e faça executar com os despachos necessários ". A titulo de curiosidade, os nossos primeiros selos, os Olhos de Boi emitidos em 01 / 08 /1843 somente foram enviados a então Província de Mato Grosso em 30 / 04 / 1844 (34.000 exemplares), praticamente um ano após terem sido emitidos. Na segunda metade do século 19, com o advento da navegação a vapor e com a abertura da navegação do Rio Paraguai, encerrou-se o ciclo do Rio Tietê como estrada do sertão. Pela análise dos contratos das companhias de navegação pode-se ver a importância postal desta nova rota, como por exemplo o Decreto 5200 de 11/01/1873 que trata do contrato dos Correios e a Conceição e Cia. para a ligação das linhas costeira e fluviais de Mato Grosso e o Decreto 5612 de 25/01/1874, o qual trata da Cia.de Navegação a Vapor Montevideo / Mato Grosso. A partir de então, a maioria das correspondências seguia para a capital da república e, principalmente, para o exterior, via Montevideo. Por volta de 1914/15, o governador do estado efetuou excursão pelas suas diversas cidades, narradas no Album Gráphico de Matto Grosso, da qual s ão dignas de nota as suas observações: "Ponta Porã não tem telégrapho nem linha de Correios, não obstante ser sede do do 17 º Regimento Federal de Cavallaria. Telégrafos
Porto Murtinho - Estação Telegraphica
Corumbá - Estação Telegraphica
Cuiabá - Repartição Geral dos Correios
Linhas Telegráficas do Estado de Mato Grosso A correspondência entre os seus habitantes e os de Bella Vista e de outras localidades é feita pelo Correio da República vizinha ! ".A mesma falta encontrei entre Campo Grande e Tres Lagoas. Em geral, esse serviço, onde o mesmo existe no Sul do Estado, não é feito com a regularidade desejável e d'isso queixa-se a população do Sul. Levei estes factos ao conhecimento do Sr.Ministro da Viação, solicitando as providências que o caso exige: tendo S.Ex. respondido que ia providenciar dentro das verbas orçamentárias.Aqui também entendi-me com o Sr.Administrador dos Correios, Major Antonio Thomaz de Aquino Corrêa, no intuito de sanar esta grave falta que não deve continuar em serviço de tão relevante importância". Correios
Cuiabá - Correio - 1913
Administração Geral do Correio
Corumbá - Correio
Agência do Correio - Cuiabá
Correio - interior
Corumbá - Agência do Correio 1939
Mapa - 1930 Em 1914 inaugurou-se a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, ligando São Paulo a Corumbá o que permitiu um novo acesso ao estado, antes baseado na navegação do Rio da Prata e modificou sobremaneira as rotas postais. Desta forma, a linha postal de Campo Grande para o restante do mundo, via Aquidauana e Rio Paraguai, foi praticamente extinta, incrementando-se a ligação direta com São Paulo e Rio de Janeiro, pela nova via férrea, muito mais rápida. Ferrovia
E.F. Noroeste - Envelope O mapa postal da Administração dos Correios de Matto Grosso e Corumbá (1930) é uma preciosa reconstituição da rede postal da época, apresentando as linhas fluviais e terrestres, bem como a frequência das respectivas linhas. A década de trinta trouxe as primeiras linhas do correio aéreo acelerando ainda mais as comunicações de Mato Grosso. As dez primeiras agências foram evoluindo até se atingir o grande número de agências atualmente existente, havendo diversas unidades abertas e posteriormente fechadas, outras renomeadas, em função de circunstâncias políticas e econômicas, totalizando cerca de 300 agências postais diferentes. A análise da abertura e / ou localização das mesmas poderá servir como um instrumento de análise da própria história política e econômica de Mato Grosso. Aviação
Envelope
Syndicato Condor
Via Condor
Foram feitas diversas expedições entre elas as entradas e bandeiras, as entradas foram financiadas por Portugal partiam de qualquer lugar do Brasil e não ultrapassavam o Tratado de Tordesilhas. As bandeiras foram financiadas pelos paulistas somente eles foram ao oeste, ultrapassando Tordesilhas, inclusive. Os motivos pelos quais ocorreram as expedições para oeste do Brasil são diversos, a coroa portuguesa precisava ocupar as terras a oeste para se defender da ocupação espanhola de oeste para leste e preservar o Tratado de Tordesilhas. As expedições feitas pelos paulistas foram de carater principal econômico como a procura por indígenas que era uma mão-de-obra mais barata que a escrava ocorridas em 1718 e 1719, a mineração em 1719 com o propósito de exploração de ouro e pedras preciosas. As monções em 1722 foram realizadas a fim de estabelecer a troca de mercadoria de consumo com o ouro nas áreas de mineração... Durante as bandeiras, uma expedição chegou ao Rio Coxipó em busca dos índios Coxiponés e logo descobriram ouro nas margens do rio, alterando assim o objetivo da expedição. Em 1719 foi fundado o Arraial da Forquilha, as margens do rio Coxiponés formando o primeiro grupo de população organizado na região (atual cidade de Cuiabá). A região de Mato Grosso era subordinada a Capitania de São Paulo governada por Rodrigo César de Meneses, para intensificar a fiscalização da exploração do ouro e a renda ida para Portugal, o governador da capitania muda-se para o Arraial e logo a eleva à categoria de vila chamando de Vila Real do Bom Jesus de Cuiabá. A partir de 1748, Mato Grosso e Goiás são desmembradas da capitania de São Paulo, criada então a capitania de Mato Grosso e os seguintes governantes:
Antônio Rolim de Moura de 1751 a 1765, fundou a primeira capital Vila Bela da Santíssima Trindade. João Pedro Câmara de 1765 a 1769,
Luís Pinto de Sousa Coutinho de 1769 a 1772, expulsou os jesuítas e fundou vários fortes e povoados. Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres de 1772 a 1789. João de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres de 1789 a 1796. Caetano Pinto de Miranda Montenegro de 1796 a 1802. Manuel Carlos de Abreu e Meneses de 1802 a 1807. João Carlos Augusto d'Oeynhausen e Gravembourg (Marquês de Aracati) de 1807 a 1819, iniciou a transferência da capital de Vila Bela para Cuiabá. Francisco de Paula Magessi de Carvalho (Barão de Vila Bela) de 1819 e 1821.
A mudança da capital foram por motivos de distância e dificuldade de comunicação com os grandes centros do Brasil, o processo de transferência foi iniciada no governo de João Carlos Augusto d'Oeynhausen e Gravembourg e grande parte da administração foi transferida no governo de Francisco de Paula Magessi de Carvalho que por dificuldades na administração, a capital retornou a Vila Bela, somente em 1825 por um decreto de Dom Pedro I a capital ficou definitivamente em Cuiabá. Província de Mato Grosso
Um ano antes da proclamação de Independência do Brasil todas as capitanias se tornaram províncias. O primeiro acontecimento político da época foi a Rusga , em que os grupos políticos liberais e conservadores que queriam reformas políticas, sociais e administrativas. Em 1864 inicia a Guerra do Paraguai, Paraguai fazia fronteira com Mato Grosso (atual Mato Grosso do Sul), Mato Grosso participou com soldados e protegendo as fronteiras do Estado. Divisão do estado
Depois de uma pequena divisão do estado durante a revolta Constitucionalista onde o sul aproveitou a situação e formou um pequeno governo durante 90 dias, em 1977 o governo federal decretou a divisão do Estado de Mato Grosso, formando então Mato Grosso e Mato Grosso do Sul devido a "dificuldade em desenvolver a região diante da grande extensão e diversidade". Em 1943 a área localizada a noroeste, com pequena área do estado do Amazonas às margens do rio Madeira, passou a constituir o território do Guaporé, que atualmente constitui o estado de Rondônia. Além disso, do mesmo ano de 1943 a 1946, uma pequena porção do território matogrossense a localizada a sudoeste, constituiu o território de Ponta Porã.