COLÉGIO PEDRO II Concurso Público de Provas e Títulos para preenchimento de cargos vagos da Carreira de Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico - 2013
Grau obtido
PROVA ESCRITA DISCURSIVA PORTUGUÊS
Reservado para a Coordenação
Antes de iniciar a prova, leia atentamente as seguintes instruções.
Esta prova contém 10 (dez) questões e uma dissertação. Verifique se este caderno de questões está completo. A prova terá duração máxima de 5 (cinco) horas. Preencha as informações informações solicitadas no rodapé rodapé da folha, abaixo da linha pontilhada, pontilhada, ÚNICO LOCAL AUTORIZADO PARA A IDENTIFICAÇÃO DO CANDIDATO, sob pena de desclassificação. O candidato somente poderá poderá retirar-se do local onde se realiza a prova após decorridos decorridos 60 (sessenta) minutos de seu início. A interpretação dos enunciados faz parte da aferição de conhecimentos e da avaliação, não cabendo, portanto, esclarecimentos adicionais durante a realização da prova.
Será eliminado do Concurso Público o candidato que: a) UTILIZAR-SE DE QUALQUER ARTIFÍCIO QUE O IDENTIFIQUE EM QUALQUER ESPAÇO FORA DO RODAPÉ DESTA PÁGINA; b) usar, durante a realização da prova, máquina de calcular, rádios, gravadores, fones de ouvido, telefones celulares, pagers , quaisquer equipamentos eletrônicos ou fontes de consulta/comunicação de qualquer espécie; c) ausentar-se da sala sem assinar a lista de presença, diante do fiscal.
A prova deverá ser respondida, obrigatoriam obrigatoriamente, ente, com caneta esferográfica de tinta azul ou preta.
Para efeito efeito de avaliação, o rascunho não será considerado.
Deverá ser obedecido o espaço reservado para a resposta.
Os três últimos candidatos, ao entregarem suas provas, permanecerão em sala como testemunhas do encerramento dos trabalhos a cargo do fiscal de sala.
Entregue o caderno de questões completo ao fiscal ao término da prova.
AGUARDE AUTORIZAÇÃO PARA COMEÇAR A RESPONDER ÀS QUESTÕES.
...................... .................................. ........................ ........................ .......................... ........................ ....................... .......................... ......................... ........................... ..................... ...... Reservado para a Coordenação
NOME: (letra de forma) ........................................................................................................................ ÁREA DE ATUAÇÃO/ ATUAÇÃO/ CONHECIMENTO: CONHECIMENTO: PORTUGUÊS Nº DE INSCRIÇÃO: ........................ ASSINATURA: ........................................................ ........................................ ................................... ..
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PROVA ESCRITA DISCURSIVA DE PORTUGUÊS PRIMEIRA PARTE - QUESTÕES DISCURSIVAS (70 pontos) 1ª QUESTÃO Valor total da questão: 7 pontos Segundo as Orientações Curriculares para o Ensino Médio (2006, p. 25), “não se pode dizer que o sentido de um texto já está dado pelos recursos linguísticos pelos quais esse texto é construído. Afinal, o sentido atribuído às formas simbólicas está relacionado aos usos que os grupos fazem dos sistemas nos quais elas se encontram; portanto é variável, assim como são distintos os grupos sociais. Mas o sentido também está relacionado ao contexto efetivo em que se dá a interação, à singularidade de seus participantes, às suas demandas, a seus propósitos, aos papéis sociais nos quais eles se colocam, etc. Em suma, pode-se dizer que o sentido é indeterminado, surge como efeito de um trabalho realizado pelos sujeitos ”. Levando em consideração aspectos linguísticos (rotacismo e assimilação), sociopragmáticos, discursivos e cognitivo-conceituais, explique como se constrói o humor na conhecida piada transcrita abaixo: Chegando à fazenda dos avós, para visitá-los, o neto se dirige ao avô, que está na sala: – Firme, vô? – Não, fio, Sírvio Santos.
R: Espera-se que o candidato perceba que o humor da piada é resultante de fatores de ordem linguística, sociopragmática, discursiva e cognitivo-conceitual. Em primeiro lugar, cabe observar que ocorre um equívoco pragmático, na situação concreta de interlocução, motivado por uma diferença dialetal e de registro: o neto, cuja fala é marcada pela coloquialidade e pela distensão, ligada, inclusive, à faixa etária a que pertence, faz uso de uma gíria de cunho fático característica das variedades urbanas (“firme”) para saudar o avô, homem do interior (morador de fazenda), mais velho e menos escolarizado, cuja fala é marcada por traços dialetais, como o yeísmo (forma de assimilação em que /ʎ/ se transforma em /j/) e o rotacismo (transformação de /l/ em /r/). Por isso, “firme”, cumprimento coloquial, é tomado pelo avô como uma pergunta relativa ao gênero televisivo ( “filme”) a que ele assistia, razão por que nega e cita Sílvio Santos, conhecida figura midiática. O humor na piada se nutre, portanto, do equívoco pragmático do avô aliado à estigmatização de sua fala "caipira". Não se pode perder de vista que o gênero piada se alimenta naturalmente do "politicamente incorreto".
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2ª QUESTÃO Valor total da questão: 7 pontos A flor e a náusea Preso à minha classe e a algumas roupas, vou de branco pela rua cinzenta. Melancolias, mercadorias, espreitam-me. Devo seguir até o enjoo? Posso, sem armas, revoltar-me?
Pôr fogo em tudo, inclusive em mim. Ao menino de 1918 chamavam anarquista. Porém meu ódio é o melhor de mim. Com ele me salvo e dou a poucos uma esperança mínima.
Olhos sujos no relógio da torre: Não, o tempo não chegou de completa justiça. O tempo é ainda de fezes, maus poemas, [alucinações e espera. O tempo pobre, o poeta pobre fundem-se no mesmo impasse.
Uma flor nasceu na rua! Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço [do tráfego. Uma flor ainda desbotada ilude a polícia, rompe o asfalto. Façam completo silêncio, paralisem os [negócios, garanto que uma flor nasceu.
Em vão me tento explicar, os muros são [surdos. Sob a pele das palavras há cifras e códigos. O sol consola os doentes e não os renova. As coisas. Que tristes são as coisas, [consideradas sem ênfase. Vomitar este tédio sobre a cidade. Quarenta anos e nenhum problema resolvido, sequer colocado. Nenhuma carta escrita nem recebida. Todos os homens voltam para casa. Estão menos livres mas levam jornais e soletram o mundo, sabendo que o perdem. Crimes da terra, como perdoá-los? Tomei parte em muitos, outros escondi. Alguns achei belos, foram publicados. Crimes suaves, que ajudam a viver. Ração diária de erro, distribuída em casa. Os ferozes padeiros do mal. Os ferozes leiteiros do mal.
Sua cor não se percebe. Suas pétalas não se abrem. Seu nome não está nos livros. É feia. Mas é realmente uma flor. Sento-me no chão da capital do país às cinco [horas da tarde e lentamente passo a mão nessa forma [insegura. Do lado das montanhas, nuvens maciças [avolumam-se. Pequenos pontos brancos movem-se no mar, [galinhas em pânico. É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, [o nojo e o ódio.
(ANDRADE, C. D. de. A rosa do povo. In: Nova reunião. Rio de Janeiro: José Olympio, 1985, p.112-14 .)
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Aponte em “ A flor e a náusea” elementos recorrentes na poética drummondiana e, a partir deles, mostre como Drummond realiza, nesse texto, o projeto literário da segunda geração modernista.
R: Texto emblemático da poética drummondiana, “ A flor e a náusea” sobeja em recorrências – elencaremos algumas dentre as possíveis ao candidato – não só de Drummond, como de outros autores da 2a geração modernista, época em que o poeta surge na literatura brasileira. A começar pela própria temática social, anunciada já no engajamento explícito do 1 o verso (“classe”). Segue-se outra tônica do poeta: o convite para o receptor voltar sua atenção para as múltiplas possibilidades das palavras a partir de seu “estado de dicionário”, o que é frequentemente apresentado via dissonância entre suas camadas fônica e semântica ( “melancolias” x “mercadorias ): aqui, o jogo, ratificando a preocupação com o estar-no-mundo, explicita a reificação do humano na estrutura econômico-social. Tudo isso é veiculado por outro elemento constante: um ritmo seco, próprio a uma poesia despojada do encantatório. O poema faz a leitura crítica de seu tempo ( “de fezes”), faz a típica inversão drummondiana do clichê ( “os muros são surdos”), além de apontar para questões metalinguísticas e o caráter cifrado resultante da síntese poética (“sob a pele das palavras há cifras e códigos”). Ao final, a consciência individual e a social – ambas inquietações drummondianas - se fundem e, delas, uma militância através da poesia surge como possibilidade redentora, sob a forma tradicional de uma flor, que é, contudo - tal qual a poesia modernista engajada –, dissonantemente “feia”. A imagem da flor que rompe o asfalto simboliza ainda o caráter construtivo do 2 o momento modernista. O poeta, que confessara ter “tomado parte em muitos crimes da terra ” ao publicar poemas não engajados, finalmente se redime, suplantando, com sua flor, toda a náusea. ”
3ª QUESTÃO Valor total da questão: 7 pontos Levando em consideração que, segundo Fiorin, “tematização e figurativização são dois níveis de concretização do sentido” e que, para encontrar o(s) tema(s) subjacente(s) às figuras de um texto, é preciso ver como estas aparecem nele organizadas, determine o percurso figurativo do texto abaixo, explicando como Ricardo Reis (um dos heterônimos de Fernando Pessoa), que é seu enunciador e tem formação clássica, conseguiu tematizar o carpe diem, lema frequente na poesia de Horácio, poeta latino que serve como um de seus modelos. Quando, Lídia, vier o nosso Outono Com o Inverno que há nele, reservemos Um pensamento, não para a futura Primavera, que é de outrem, Nem para o Estio, de quem somos mortos, Senão para o que fica do que passa, O amarelo atual que as folhas vivem E as torna diferentes. (Fernando Pessoa. Odes de Ricardo Reis. Lisboa: Ática, 1959, p.108.)
R: O candidato deverá, a partir do arcabouço teórico sobre tematização e figurativização como níveis de concretização do sentido, perceber que o poeta usa as estações do ano, no poema, para figurativizar as diferentes fases da existência humana. Ao contrário das estações do ano, que, em sua circularidade, se sucedem indefinidamente, as fases da existência humana se mostram irreversíveis: depois de se viver a Primavera e o Verão (Estio), figurativizações da juventude e da idade em que se está em pleno vigor, chega o Outono, com o Inverno nele embutido, figurativizações da madureza/velhice e da inexorabilidade da morte. Cônscio da fugacidade do tempo ( “de quem somos mortos”) e da efemeridade da juventude ( “que é de outrem”), o poeta convida, então, Lídia, sua interlocutora, a gozar também a fase madura, figurativizada pelo amarelo das folhas do Outono, mostrando que essa fase da vida não é qualitativamente melhor ou pior do que as outras, mas diferente. Não se trata de um lamento, mas sim de um convite para que se goze cada uma das fases da vida em sua especificidade e singularidade. O percurso figurativo do poema aponta indubitavelmente, portanto, para a tematização do carpe diem, lema frequente na poesia de Horácio. 4
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4ª QUESTÃO Valor total da questão: 7 pontos Admirável expressão que faz o poeta de seu atencioso silêncio Largo em sentir, em respirar sucinto Peno, e calo tão fino, e tão atento, Que fazendo disfarce do tormento Mostro, que o não padeço, e sei, que o sinto. O mal, que fora encubro, ou que desminto, Dentro no coração é, que o sustento, Com que para penar é sentimento, Para não se entender é labirinto. Ninguém sufoca a voz nos seus retiros; Da tempestade é o estrondo efeito: Lá tem ecos a terra, o mar suspiros. Mas oh do meu segredo alto conceito! Pois não me chegam a vir à boca os tiros Dos combates, que vão dentro no peito. (MATOS, Gregório de. In: BARBOSA. Frederico (org.). Coletânea Clássicos da poesia brasileira. Klick editora, s/d, p. 15.)
Fragmentos do Livro
(BERNINI, Gian Lorenzo. O Êxtase de Santa Teresa, 16451652. Mármore, 11,6 x 3,6 m. Igreja de Santa Maria Della Vitoria, Roma.)
da vida (autobiografia
de Teresa D’Ávila)
Diante de uma experiência incomum – a experiência direta de Deus –, Santa Teresa demorou a entender exatamente o que estava acontecendo com ela. (...) São essa experiência e esse aprendizado que ela tenta elucidar quando escreve o Livro da vida. Ela não escreve, porém, por vontade própria [mas] a pedido de seus confessores, sabendo que seu manuscrito será mostrado à Inquisição para que se sancionem como legítimas – essa é a esperança – suas experiências místicas.(...) E teme despertar antipatias num país em que o papel da mulher não era o de escritora ou mestra. (...) Vi a meu lado um anjo em forma humana (...) levava na mão uma longa espada de ouro, cuja ponta parecia uma brasa acesa. Parecia-me que em alguns momentos afundava a espada em meu coração e me traspassava as entranhas (...). A dor era tão intensa, que me fazia gemer, mas, ao mesmo tempo, a doçura daquela pena excessiva era extraordinária (...) [Deus] não parece contentar-se em arrebatar a alma a si, mas levanta também este corpo mortal, manchado com o barro asqueroso de nossos pecados. (D’ÁVILA, Santa Teresa. Livro da vida. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 29 e 53)
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Se tomarmos como premissa alguns aspectos da existência humana no que se referem à cultura – questões filosóficas, comportamentais, e, especialmente, produções simbólicas –, podemos perceber afinidades. Mostre – a partir do cotejo entre o poema de Gregório de Matos, as declarações de/sobre Santa Teresa D’ Ávila e a escultura de Bernini – como manifestações artísticas dialogam em seu devir, explicitando a ampla construção social da noção artística de estilo de época. R: Embora descrendo de divisões precisas em arte, parte-se aqui da premissa de que há uma sensibilidade majoritária ou hegemônica de culturas ou civilizações nas épocas, que se manifesta nos costumes, religiões, convenções sociais e, claro, também na arte. Os três textos presentes na questão dialogam, na medida em que revelam um olhar profundamente marcado pelo contexto barroco. O poema, de viés filosófico, expressa a dualidade típica desse estilo de época: é construído a partir da oposição essência x aparência - o que o eu lírico sente e o que efetivamente expressa. Tal tensão, anunciada já no primeiro verso ( “sentir ” x “respirar ”), desdobra-se em antíteses e paradoxos ao longo de todas as estrofes. A situação narrada por Teresa D´Ávila – mulher preocupada em não ferir os códigos sociais de sua época, mergulhada na Contrarreforma – é igualmente paradigmática: ao receber a visita de um anjo, vê-se trespassada por uma espada que lhe imprime simultânea e paradoxalmente dor – do rasgar de entranhas – e prazer – de saber-se tocada por Deus. A escultura de Bernini capta esse exato momento, e a expressão do rosto da santa pode ser lida como de gozo ou de sofrimento – imagem erótica ou sagrada. É sobre essa ampla possibilidade de leitura do tempo através da arte que recai a expectativa da banca.
5ª QUESTÃO Valor total da questão: 7 pontos Abro o Boletim oficial do Ministério de Educação (n o 6, de 31 de agosto de 2000), que contém o programa dos lycées (corresponde aos três últimos anos do ensino secundário), em particular o do ensino de Francês. (…) O conjunto dessas instruções baseia-se, portanto, numa escolha: os estudos literários têm como objetivo primeiro o de nos fazer conhecer os instrumentos dos quais se servem. Ler poemas e romances não conduz à reflexão sobre a condição humana, sobre o indivíduo e a sociedade, o amor e o ódio, a alegria e o desespero, mas sobre as noções críticas, tradicionais ou modernas. Na escola, não aprendemos acerca do que falam as obras, mas sim do que falam os críticos. (...) Em regra geral, o leitor não profissional, tanto hoje quanto ontem, lê essas obras não para melhor dominar um método de ensino, tampouco para retirar informações sobre as sociedades a partir das quais foram criadas, mas para nelas encontrar um sentido que lhe permita compreender o homem e o mundo, para nelas descobrir uma beleza que enriqueça sua existência; ao fazê-lo, ele compreende melhor a si mesmo. O conhecimento da literatura não é um fim em si, mas uma das vias régias que conduzem à realização pessoal de cada um. O caminho tomado atualmente pelo ensino literário dá as costas a esse horizonte (...). (TODOROV, Tzvetan. A literatura em perigo. Rio de Janeiro: DIFEL, 2009, p. 26, 27, 32 e 33 .)
Considerando as reflexões do estudioso da literatura Tzvetan Todorov, proponha uma abordagem de ensino de Literatura que permita atingir os objetivos dessa disciplina no Ensino Médio. R: Partindo, todavia, da premissa de que toda prática pressupõe – de maneira consciente ou não – teoria(s) que lhe embase(m), a banca espera do candidato que, ao explicitar sua práxis, revele capacidade de se posicionar criticamente quanto ao seu objeto de trabalho: o ensino da literatura. Será avaliada, portanto, a pertinência da abordagem apresentada pelo candidato. A perspectiva defendida no Colégio Pedro II considera a formação de bons leitores – de si e do mundo –, cidadãos críticos, com domínio de bom repertório do patrimônio representativo da cultura, em especial da literatura brasileira, mas que nela encontre também fonte de autoconhecimento e prazer. Assim como as aulas de língua não devem se centrar exclusivamente na visão normativa, as de literatura também não podem se limitar à metalinguagem. A teoria e a crítica devem habitar o universo dos estudos literários, mas não como um fim em si: afinal, a própria literatura deve ser mediadora – e, portanto, apresentar-se como meio, não fim – para o estudante “encontrar um sentido que lhe permita compreender o homem e o mundo, para nela descobrir uma beleza que enriqueça sua existência; ao fazê-lo, ele compreende melhor a si mesmo.” 6
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6ª QUESTÃO Valor total da questão: 7 pontos (um ponto para cada termo) Para se proceder à crítica de uma determinada teoria, é necessário ter o domínio pleno dela. Segundo Maria Helena de Moura Neves, “ A gramática tradicional constitui uma exposição de fatos que tem sido examinada sempre como obra acabada, sem consideração para o que tenha representado de esforço de pensamento. Citá-la apenas como dogmática, normativa, especulativa, não científica significa não compreender o processo de sua instituição ”. (NEVES, M. H. de M. A vertente grega da gramática tradicional . São Paulo: UNESP, 2005, p. 13 .)
Leia o texto abaixo e, usando o escopo da gramática tradicional, faça o que se pede.
Os desavergonhados O errado e o malfeito, a incompetência e o desleixo, a estupidez e a má-fé são próprios da condição humana. A diferença está entre os que se envergonham e os desavergonhados. No Japão civilizado, a vergonha é o pior castigo para uma pessoa e sua família, mais temida do que as penas da lei. Homens públicos se suicidam por pura vergonha. Embora seja só meio caminho para não errar de novo, o sentimento de vergonha ajuda a civilizar. Já os que não se envergonham, nem por si nem pelos outros, são determinantes para que suas sociedades sejam as que mais sofrem com a corrupção, a criminalidade e a violência, independentemente de sua potência econômica ou regime político. Em brilhante estreia no Blog do Noblat, o professor Elton Simões analisou pesquisas internacionais sobre as relações entre o sentimento de vergonha social e familiar e a criminalidade. Nas sociedades em que a violência e o crime são vistos como ofensas à comunidade, e não ao Estado, em que a noção de ética antecede a de direito, em que o importante é fazer o certo e não meramente o legal, há menos crime, violência e corrupção, e todo mundo vive melhor — por supuesto, o objetivo de qualquer governo. Nas sociedades evoluídas e pacíficas, como o Japão, a principal função da Justiça é restaurar os danos e relações entre as pessoas, e não punir ofensas ao Estado e fabricar presos. "Existe algo fundamentalmente errado em uma sociedade quando as noções de legalidade ou ilegalidade substituem as de certo ou errado. Quando o sistema jurídico fica mais importante do que a ética. Nesta hora, perdemos a vergonha", diz o professor Simões. Como os políticos que, antes de jurarem inocência, bradam que não há provas contra eles. Ou que seu crime foi antes do mandato. Não por acaso, no Brasil, onde a falta de vergonha contamina os poderes e a administração pública — apesar de todo nosso progresso econômico e avanços sociais —, a criminalidade, a violência e a corrupção crescem e ameaçam a sociedade democrática. Não há dinheiro, tecnologia, leis ou armas que vençam a sem-vergonhice. Só o tempo, a educação e líderes com vergonha. (Nelson Motta, O Globo, 11/1/2011.)
Determine a função sintática dos termos destacados do tex to “Os desavergonhados”. castigo:
núcleo do predicativo do sujeito
por pura vergonha:
adjunto adverbial de causa
de vergonha:
complemento nominal
Elton Simões:
aposto especificativo
melhor:
adjunto adverbial de modo
a ética:
sujeito simples
provas contra eles:
objeto direto
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7a QUESTÃO Valor total da questão: 7 pontos Com frequência vemos a classificação de regionalista encarada por escritores e críticos quase como uma pecha, contra a qual alteiam-se vozes indignadas de defesa. Semelhante preconceito tem sua origem em uma atitude equivocada, que vê no regionalismo um localismo redutor, antítese do universalismo e, consequentemente, um rebaixamento no valor estético e humano da criação. Grave engano: regionalismo coloca-se no polo oposto a cosmopolitismo – que encerra uma conotação de desenraizamento cultural – , nunca a universalismo. Uma obra torna-se universal pelo seu significado e o fato de mostrar-se presa, em sua matéria narrativa, a um contexto cultural específico, que se propõe a retratar e onde vai haurir a sua substância, não a impede de adquirir sentido universal. (ALMEIDA, José Maurício Gomes de. A tradição regionalista no romance brasileiro. Rio de Janeiro: Achiamé, 1980, p. 262.)
Considere a citação acima e o percurso do romance regionalista brasileiro, para apresentar uma análise sintética da obra Vidas secas, de Graciliano Ramos. R: Espera-se que o candidato apresente, em linhas gerais, o percurso do romance regionalista brasileiro como parte de um projeto maior de construção de uma literatura nacional. Para tanto, devese apontar seu início no Romantismo. Embora ainda fortemente marcados pela visão idealizada da realidade, tão tipicamente romântica, alguns romances alencarianos, por exemplo, exemplificam essa expressiva tendência do romance brasileiro. No período denominado Pré-Modernismo, encontra-se o regionalismo já voltado para a denúncia social de uma realidade inóspita e cruel, o que se verifica, por exemplo, na obra Os sertões, de Euclides da Cunha. Tal percurso consolida-se com o romance de 30 e atinge sua plenitude em Guimarães Rosa, em cuja obra a tensão regional/universal assume uma perspectiva mítica. A obra Vidas secas, no contexto desse percurso, apresenta-se como uma das mais altas expressões do regionalismo brasileiro, pois consegue integrar o espaço (físico e social), o homem, sua ação e sua linguagem, fazendo com que a temática esteja intrinsecamente articulada com a própria estruturação da narrativa. Todavia, embora o romance tenha suas raízes mergulhadas na difícil realidade social e telúrica do sertão, a dramática história de Fabiano e sua família vai além de seu significado regional, pois representa o eterno drama do homem oprimido pelas circunstâncias, lutando pela afirmação de sua dignidade. Portanto, o romance não se circunscreve apenas ao sertão nordestino, mas ganha estatuto universal e atemporal, como todas as grandes obras artísticas.
8a QUESTÃO Valor total da questão: 7 pontos Fragmento de Vidas secas Ora daquela vez, como das outras, Fabiano ajustou o gado, arrependeu-se, enfim deixou a transação meio apalavrada e foi consultar a mulher. Sinha Vitória mandou os meninos para o barreiro, sentou-se na cozinha, concentrou-se, distribuiu no chão sementes de várias espécies, realizou somas e diminuições. No dia seguinte Fabiano voltou à cidade, mas ao fechar o negócio notou que as operações de sinha Vitória, como de costume, diferiam das do patrão. Reclamou e obteve como resposta a explicação habitual: a diferença era proveniente de juros. Não se conformou: devia haver engano. Ele era bruto, sim senhor, via-se perfeitamente que era bruto, mas a mulher tinha miolo. (...) O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro fosse procurar serviço noutra fazenda. Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era preciso barulho não. Se havia dito palavra à-toa, pedia desculpa. Era bruto, não fora ensinado. Atrevimento não tinha, conhecia o seu lugar. Um cabra. Ia lá puxar questão com gente rica? (...) O amo abrandou, e Fabiano saiu de costas, o chapéu varrendo o tijolo. (RAMOS, Graciliano. Vidas secas. Rio de Janeiro: Record, 1977, p.99-100.) 8
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Segundo a estudiosa da criação literária Kate Hamburguer, somente em narrativas literárias se pode efetivamente ter acesso à interioridade anímica de outrem: A ficção épica é o único lugar linguístico ou epistemológico onde as pessoas não são tratadas, ou apenas tratadas como objetos, ou seja, é onde a subjetividade de uma terceira pessoa pode ser apresentada na terceira pessoa. [Com isso, completa:] o ponto de vista puramente gramatical não é suficiente para esclarecer as situações gramaticais particulares que se apresentam na narração ficcional. Nenhum domínio da linguagem mostra mais nitidamente do que a criação literária que o sistema da sintaxe pode ser logo estreito demais para a vida criativa da linguagem, que tem a sua fonte como tal no domínio mais amplo do pensamento e da imaginação. (...) Acreditamos que o pretérito pode ser considerado como [exemplo (...):] o pretérito na ficção não tem exatamente a função de exprimir o passado. (HAMBURGUER, K. A lógica da criação literária. São Paulo: Perspectiva, 1986, p. 48 e 98.)
À luz das ponderações transcritas, explique a complexidade da mediação de apresentação do romance Vidas secas, considerando as categorias de pessoa gramatical e foco narrativo.
R: Vidas secas faz a opção pelo foco narrativo cambiante – os capítulos são narrados a partir do ponto de vista de diferentes personagens –, bem como pela mediação complexa da narrativa – o evento narrado chega ao leitor por meio de mais de um mediador. Trata-se de um romance em que há uma preponderância de situações narrativas multiperspectivadas. Na tradição dos estudos literários, todavia, como o mediador pode se apresentar, basicamente, sob a forma de narradorobservador ou narrador-personagem, costuma-se falar apenas em narrativa em 3 a e em 1a pessoa, respectivamente. Contudo, tal classificação se revela insatisfatória, visto que a 3 a pessoa gramatical nem sempre equivale à 3 a pessoa narrativa: pode-se estar usando a 3 a pessoa gramatical mas o foco narrativo ser o de uma das personagens, o que poderá imprimir ao relato a perspectiva, em 1a pessoa, dessa personagem. É exatamente este o caso em questão, pois, a partir do “acesso à interioridade anímica” de Fabiano, Graciliano Ramos constrói uma situação narrativa duplamente mediada: pela experiência de Fabiano e pela consciência do narrador. Passagens como “Não se conformou: devia haver engano. Ele era bruto, sim senhor, via-se perfeitamente que era bruto, mas a mulher tinha miolo” são construídas a partir de uma estratégia discursiva de estruturação complexa, também conhecida como discurso indireto livre. Vidas secas mantém a referência de 3 a pessoa, mas elege uma personagem – no caso, Fabiano –, através de cujos olhos o leitor vê o mundo ficcional, personagem essa que se torna o centro de orientação do leitor, quando o narrador momentaneamente se “retira” e a mediação de apresentação é encoberta para se fazer predominar uma apresentação, por assim dizer, cênica. Este é um tipo de narrativa bastante complexo, no qual se perceberão, pelo menos, dois narradores.
9ª QUESTÃO Valor total da questão: 7 pontos Relógio digital O pai achou que o filho já estava na idade para terem a tal conversa. Encontrou o menino brincando com um amiguinho e convidou os dois para uma caminhada. Começou com a agricultura. O agricultor, meu filho, coloca uma semente na terra, a semente cresce e se transforma em planta. Com os animais é a mesma coisa. O macho coloca uma semente na fêmea, a semente cresce, etc. Com as pessoas também é assim. É por isso que nós temos órgãos sexuais, e o do homem é diferente do da mulher. O papai colocou uma sementinha na barriga da mamãe, a sementinha cresceu e você nasceu. Para que o amiguinho não se sentisse desprezado, o pai acrescentou: 9
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– Com seu pai e sua mãe também foi assim.
Os dois meninos estavam interessadíssimos. Foi uma caminhada longa durante a qual o pai não parou de falar. Como o pai sabia de coisas! Para tudo que os meninos perguntavam sobre sexo o pai tinha uma resposta. Êta, pai! – E os buracos negros, pai? – Que buracos negros? – Os buracos negros do Universo. – Isso não tem nada a ver com sexo. – Eu sei, mas como é que eles são? – Ah, bom. Olha, sobre isso eu não sei muita coisa, não. – E, pai, como é essa história de supercondutores? – Não sei bem.
Mas o menino continuava entusiasmado. Era o dia de saber de coisas. – Pai, por que as ondas de rádio acompanham a curvatura da Terra e as ondas de TV não? – É porque, sei lá. Devem ser ondas diferentes.
O menino já estava desanimado. – Como é que funciona relógio digital? – Não sei, meu filho.
Chegaram em casa e o pai perguntou: – Mais alguma pergunta sobre sexo?
Eles não tinham mais nenhuma pergunta sobre sexo e o pai foi embora. Os dois meninos ficaram em silêncio. Então, um disse: – Que crânio o meu pai, hein? Sabe tudo.
O amigo fez cara de pouco caso, lembrando todas as perguntas sem resposta. Mas o outro tinha a explicação. – É que ele se especializou, só isso. (VERISSIMO, L. F. O nariz e outras crônicas. São Paulo: Ática, 1993. p. 70-72)
Levando-se em consideração a ideia e o conceito de gêneros textuais postulados pelos grandes teóricos da linguagem, de que maneira se poderia apresentar a estudantes de oitavo ano do Ensino Fundamental o gênero do texto “Relógio digital” relacionando-o ao gênero notícia? Nomeie o gênero do texto em análise, além de demonstrar semelhanças e diferenças em relação ao gênero notícia.
R: Espera-se que o candidato estabeleça, em sua resposta, uma proposta clara de apresentação de aula sobre o gênero crônica para alunos do 8 o ano, assim como explicite semelhanças e diferenças em relação ao gênero notícia. O texto de Verissimo pertence ao gênero crônica. Crônica e notícia assemelham-se por se ligarem a fatos do cotidiano, por serem curtas e leves, por usarem uma linguagem coloquial, além de não aprofundarem as características das personagens/pessoas. Enquanto a crônica tem função artística, é ficcional, trabalha com a verossimilhança, é escrita em terceira ou primeira pessoa, é subjetiva e tem o objetivo de emocionar, divertir e/ou fazer refletir criticamente sobre a vida e os comportamentos humanos; a notícia é informativa, não ficcional, trabalha com a verdade, é escrita em terceira pessoa e é objetiva. 10
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10ª QUESTÃO Valor total da questão: 7 pontos
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COLÉGIO PEDRO II CONCURSO PÚBLICO PARA DOCENTES - 2013 PROVA ESCRITA DISCURSIVA - PORTUGUÊS
Analise os enunciados destacados abaixo, retirados das manchetes da Folha de São Paulo do dia 12 de junho de 2013, para responder ao que se pede.
CONTRA TARIFA, MANIFESTANTES VANDALIZAM CENTRO E PAULISTA
POLÍCIA DA TURQUIA REPRIME ATIVISTAS EM PRAÇA DE ISTAMBUL
Em Questões de literatura e estética, Mikhail Bakhtin defende que as línguas não conservam mais palavras neutras: todas são povoadas de intenções, constituindo, assim, pontos de vista específicos sobre o mundo, formas de sua interpretação verbal e, como tais, podem ser confrontadas ou servir de complemento mútuo. Em obra posterior, afirma: “Em cada palavra há vozes, vozes que podem ser infinitamente longínquas, anônimas, quase despersonalizadas (a voz dos matizes lexicais, dos estilos, etc), inapreensíveis, e vozes próximas que soam simultaneamente.” “Dois enunciados, separados um do outro no espaço e no tempo e que nada sabem um do outro, revelam-se em relação dialógica mediante uma confrontação de sentido, desde que haja alguma convergência desse sentido.” (BAKHTIN, M. Estética da criação verbal . SP: Martins Fontes,1992, p. 353-354.)
Mediante a confrontação de sentidos nos enunciados destacados acima, explicite sua relação dialógica, interpretando, para tanto, as vozes que neles ecoam.
R: Podemos dizer, com Bakhtin, que todos os textos são, de uma forma geral, habitados pelo discurso do outro, ou seja, neles ecoam pelo menos duas vozes – o ponto de vista que defendem e a perspectiva contra a qual se constituíram: sob as palavras de qualquer discurso, há outro(s) ponto(s) de vista social(is). Dessa forma, enunciados são, em última instância, produtos de uma criação coletiva, já que à voz do enunciador se juntam outras tantas – discordantes ou não - que se manifestaram anteriormente na sociedade sobre o mesmo tema. Por tal motivo, podemos afirmar que não existem na língua palavras neutras: todas são povoadas de intenções, trazendo embutidos conceitos e/ou preconceitos, como se pode facilmente constatar mediante a confrontação de sentidos dos enunciados acima. Ao fazer deliberadamente a escolha por “manifestantes que vandalizam” em oposição a “ativistas que são reprimidos”, as manchetes revelam o ponto de vista social que o jornal defende, criminalizando participantes do movimento brasileiro – equiparados a vândalos –- e autorizando os turcos – que apenas se manifestam, mas são repressivamente atacados pela polícia. Assim sendo, ainda que se tomem isoladamente um ou outro enunciado, verificam-se neles várias vozes. Por exemplo, em “manifestantes que vandalizam” ecoam os pontos de vista do jornal, do leitor, da sociedade e, em confronto com o dessa, o dos próprios manifestantes.
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COLÉGIO PEDRO II CONCURSO PÚBLICO PARA DOCENTES - 2013 PROVA ESCRITA DISCURSIVA - PORTUGUÊS
SEGUNDA PARTE - DISSERTAÇÃO (30 pontos) Desenvolva o tema sorteado sob a forma de Dissertação, utilizando, no mínimo, três páginas e, no máximo, cinco. Se desejar, utilize as folhas de rascunho, sem destacá-las do corpo da prova. Entretanto, para efeito de avaliação, o rascunho não será considerado.
TEMAS PARA DISSERTAÇÃO 1) Vanguardas europeias e Modernismo brasileiro: estratégias linguísticas na ruptura e na sedução do irracionalismo. 2) O estudo do gênero e da tipologia textual a partir de textos literários e não literários. 3) O estilo parnasiano e o ensino da língua padrão. 4) A linguagem da internet e seus reflexos no ensino de Língua Portuguesa. 5) O perfil do leitor de textos literários e não literários a ser construído na escola: caminhos possíveis. 6) Processos de estruturação sintática e lógica da criação literária: preponderância da coordenação na poesia e da subordinação na prosa. 7) A construção da “língua brasileira” do Romantismo à literatura contemporânea. 8) Dialogismo, polifonia, metalinguagem e multiperspectivismo narrativo: estratégias linguísticas na prosa machadiana. 9) A interação texto/leitor na construção de sentidos do texto literário e não literário: intersubjetividade, polissemia e significação contextual. 10) A produção textual no ensino da Língua Portuguesa.
SEGUNDA PARTE - DISSERTAÇÃO (30 pontos) A Banca espera que o candidato, amparado nas teorias sobre texto, discurso e sua produção, elabore uma dissertação coesa, coerente e de acordo com a variedade padrão da língua em que, minimamente, aborde as questões elencadas abaixo, utilizando entre três e cinco páginas: as noções de linguagem, língua, texto e discurso em que se embasa; a importância do contexto de produção para atividades relacionadas ao texto; o trabalho com os gêneros discursivos e os tipos textuais; o lugar da oralidade no trabalho com o texto em sala; a importância das atividades de retextualização; a abordagem da variabilidade linguística na produção de texto; o lugar da prática de reescritura de textos nas atividades de produção; a discussão acerca das especificidades da linguagem da internet nas aulas de produção; o trabalho com a produção de texto no segundo segmento do Ensino Fundamental e no Ensino Médio; a pertinência da abordagem acerca do texto consoante as orientações emanadas dos textos legais; as diferentes instâncias de leitura do texto;
a discussão acerca dos critérios de avaliação dos textos produzidos em sala. 13