Função Fraterna http://www.mariaritakehl.psc.br/conteudo.php?id=60
Introdução Eiste uma !unção !raterna? "er#untar $ um recurso ret%rico. ret% rico. &o propor a inda#ação sobre a eist'ncia de uma !unção !raterna na constituição do su(eito) (* estou su#erindo +ue sim: o outro) o semelhante , a começar pelo irmão , contribui contribu i decisi-amente para nos estruturar. Empre#o a epressão !unção !raterna) propositalmente) por duas ra1es. 2om o termo !unção) procuro chamar a atenção para o car*ter necess*rio) não contin#ente) da participação do semelhante no processo de tornar3se su(eito) para os humanos. 4e#undo) !aço +uestão da pala-ra !raterna a !im de traer de -olta) como ob(eto de consideração e debate entre os psicanalistas) a id$ia banida) +uase maldita) de !ratria. 5o pensamento ocidental) $ ine-it*-el +ue os ideais de !raternidade) traidos cena pol7tica pela bur#uesia re-olucion*ria !rancesa em 89;) tenham !icado associados) em primeiro lu#ar) a ideais de i#ualdade +ue) tomados ao p$ da letra) contrariam !rontalmente o direito s di!erenças indi-iduais t7picas do liberalismo bur#u's +ue se instaurou a se#uir.
uando Freud escre-eu) em 8;0 ) seu "sicolo#ia das massas e an*lise do eu) esta-a preocupado com a ascensão do nai!ascismo na Europa e com as !ormaç1es totalit*rias sustentadas pelas !ormaç1es sociais t7picas dos !enmenos de massa , anulação das di!erenças entre os membros de uma coleti-idade) identi!icação com o l7der representante de um ideal comum) suspensão dos limites impostos pela lei +ue re#ula o con-7-io social em troca de abusos permitidos pela obedi'ncia ao l7der/ideal) etc. Este teto) um dos mais importantes trabalhos do +ue se pode chamar uma psicolo#ia social !reudiana @(unto com A mal estar na ci-iliaçãoB) contribuiu para estabelecer) nas comunidades psicanal7ticas) a associação entre massa e !ratria assim como) em Co Cotem tem e Cabu) entre !ratria e criminalidade. Acorre +ue) como !oi lembrado em um debate sobre esta +uestão no I 2on#resso Datinoamericano dos Estados erais da "sican*lise) a cada tipo de ideal corresponde um tipo de massa. ou de !ormação coleti-a @para di!erenciar a massa de outros tipos de #rupoB. 5em toda coleti-idade est* pedindo um Fher. &o &o propor a reintrodução da id$ia de !ratria na psican*lise) pretendo eaminar os outros modos de operação da relação do su(eito com os semelhantes) presentes no nosso cotidiano mas cu(o entendimento !ica obscurecido pela nossa adesão pala-ra !orte) patriarcal) do !undador da psican*lise. As irmãos e a lei Em primeiro lu#ar) $ preciso di!erenciar a !unção ! raterna do trabalho dos irmãos. G dispens*-el reproduir a+ui o #rande mito !reudiano de passa#em da humanidade) em seus prim%rdios) de um estado de barb*rie) em +ue uma horda desor#aniada era submetida ao dese(o do mais !orte) a um prot%tipo de ci-iliação) em +ue o con-7-io entre os membros da anti#a horda era re#ido não mais pela lei do dese(o do pai tirHnico e sim pelo pacto institu7do entre os irmãos. & este pacto) +ue institui o tabu do incesto) para todas as comunidades humanas) chamamos !unção paterna. Faer operar a !unção paterna $ tare!a da !ratria , como lembrou Deandro de Da(on+uire ) se o pai simb%lico não est* encarnado em al#umas renJncias -oluntariamente aceitas pelos irmãos) ele não est* em lu#ar nenhum.
protetor) a !unção paterna institui3se como modo de amparo simb%lico aos membros da no-a comunidade: a Dei estabelecida pelo acordo entre os irmãos ei#e a renJncia de al#umas satis!aç1es pulsionais) como condição para se pertencer coleti-idade e se bene!iciar das -anta#ens asse#uradas pelo pacto ci-iliat%rio. A ato cometido pelos irmãos contra o pai $ re!erido) por Freud) como !undador ao mesmo tempo da Dei e da culpa. A crime compartilhado intensi!ica os laços !raternos e ei#e a produção de um ideal coleti-o) +ue !uncione ao mesmo tempo para -elar e para le#itimar o assassinato a partir do +ual os irmãos são !orçados a se ha-er com suas di!erenças. &o contr*rio da relação +ue o senso comum estabeleceu entre !raternidade e i#ualdade) os irmãos s% são i#uais en+uanto se mant$m em seu estatuto de !ilhos e em sua submissão incondicional diante do pai tirHnico. & substituição da tirania pela Dei) encarnada no socius) permite o aparecimento das di!erenças) a di-isão de tare!as) a discriminação dos lu#ares se#undo a ordem de nascimento) as di!erenças de habilidades) etc. Do#o depois da !esta +ue se se#uiu ao assassinato do pai da horda , não h* por+ue ima#inar +ue a culpa tenha se instaurado antes do (Jbilo , os irmãos) na epressão de "aul Daurent3&ssoun) sentiram a necessidade de se contar. >uanto culpa pelo crime) da +ual Freud se utilia como met*!ora para a ori#em da culpa neur%tica do su(eito moderno) $ necess*rio lembrar +ue ela pode ser elaborada e reparada) na !orma da constituição de ideais +ue representem o pai morto , numa -ersão melhorada) claro. 4e o pai da horda) em -ida) correspondesse aos ideais criados pelos !ilhos para sublimar sua !alta) não ha-eria raão para o assassinatoK 5o entanto) a ilusão compartilhada pelos irmãos na !orma de ideais +ue não correspondem -erdade do pai morto) não pode ser tratada como reles mentira. Ela tem o poder de -erdade) lembra &ssoun ) a partir do momento em +ue opera para sustentar uma realidade social) e impedir +ue a horda primiti-a retorne no lu#ar da !ratria , caso os ideais não se(am sustentados pela ilusão compartilhada. 5o entanto) a condição para a elaboração da culpa $ a lembrança do car*ter coleti-o do ato. A neur%tico moderno , na sua !orma paradi#m*tica) a neurose obsessi-a , est* mais bem representado pela !i#ura do her%i usurpador do ato coleti-o ao +ual se re!ere Freud na "sicolo#ia das massas... . &+ui) Freud !a a passa#em do poeta m7tico) +ue se destaca do #rupo para recontar a hist%ria) ao her%i. A poeta) na met*!ora !reudiana) teria sido o !ilho predileto de sua mãe) +ue se es+uece da decisão coleti-a) le#itimadora do assassinato) para se in-estir ao mesmo tempo de todas as #l%rias do her%i e de toda a culpa do criminoso. &o supor para si um lu#ar de eceção na !ratria) ao recusar contar3se entre os irmãos) o her%i/poeta do mito !reudiano condena3se culpabilidade solit*ria do su(eito moderno. Esta passa#em do coleti-o ao indi-idual atra-$s da narrati-a m7tica !a muito sentido na modernidade) +uando -i-emos sob !ormas muito cristaliadas do mito. A indi-idualismo moderno promo-e o recal+ue do car*ter coleti-o do +ue determina nossos atos , isto $ (ustamente o +ue precisa ser recuperado para restaurar a con!iança dos su(eitos no laço social) em relação ao +ual somos todos) ao mesmo tempo) a#entes e ob(etos. &s !ormaç1es coleti-as) lembra Freud em Cotem e Cabu dispensam o su(eito da necessidade de elaborar uma neurose como resposta ao con!lito entre o dese(o e a Dei. Esta $ a di!erença entre a eperi'ncia disrupti-a -i-ida com o respaldo da comunidade) e o ato trans#ressi-o) solit*rio) +ue aponta para a per-ersão ou para a psicose. Lm ato disrupti-o contra o pano de !undo da cultura na +ual o su(eito se inscre-e pode ser per-erso) ou psic%tico) se o su(eito não se reconhecer como parte do socius. uando aplicamos este mito !ilo#en$tico onto#'nese) para eplicar a constituição do su(eito operada pela introdução da
!unção paterna) não $ mais de um crime +ue se trata) mas de uma operação simb%lica , embora) do ponto de -ista da moeda com +ue o neur%tico ne#ocia sua culpa) isto não !aça a menor di!erença. 4e o ato dos irmãos) no mito das ori#ens) instituiu a !unção paterna) $ a partir da cultura) da lin#ua#em) +ue esta !unção continua operando. A pai real) e as di-ersas autoridades +ue podem substitu73lo) não !aem mais do +ue transmitir a Dei 3 +ual tamb$m estão) como su(eitos... assu(eitados. 4eparar o pai @realB do pai simb%lico e+i-ale) na onto#'nese) ao assassinato primordialM re!aer na -ida pessoal o percurso da horda primiti-a coleti-idade ci-iliada) $ tare!a +ue não se realia sem a participação do semelhante. Eaminemos a !unção do irmão na constituição do su(eito. & pre-al'ncia do con!lito ed7pico na psican*lise !a com +ue se considere pouco a importHncia do irmão) o semelhante) o pe+ueno outro com +ue cada su(eito !orçosamente se depara) tendo ou não irmãos de san#ue. 5a teoria !reudiana) o irmão $ mencionado como intruso e como ri-al. "ara Freud) esta ri-alidade ainda est* calcada na disputa pelo espaço -ital) representado pelo seio materno +ue cada !ilho tem +ue abandonar com a che#ada do mais no-o. As ciJmes !raternos) para Freud) são causados pela disputa pelo amor da mãe @mais tarde) do paiB) em relação ao +ual cada irmão rei-indica eclusi-idade . A irmão/irmã tamb$m $ mencionado) em Freud) como precipitador da an#Jstia de castração ) ob(eto da descoberta da di!erença seual na in!HnciaM ou como irrupção inesperada) +ue remete ao con!lito ed7pico mal recalcado e o reedita) na adolesc'ncia) tal como eempli!icado no caso da (o-em homosseual. Nale lembrar) neste caso) +ue se o irmão caçula da (o-em +ue Freud analisou bre-emente em 8;0 -em remet'3la ao amor incestuoso para com o pai) o irmão mais -elho) pr%imo dela em idade) !unciona ao mesmo tempo como ob(eto do dese(o e de identi!icação) proporcionando uma sa7da para o aprisionamento da moça no triHn#ulo ed7pico. A !racasso desta sa7da não anula seu car*ter de solução/tentati-a de cura. Dacan) ao analisar o +ue chama de compleo !raterno ) en!atia a identi!icação como o aspecto determinante da ri-alidade entre irmãos. A irmão !unciona) para o pe+ueno su(eito humano) como um duplo +ue -em ameaçar e desestabiliar a identidade ima#in*ria da criança em relação sua ima#em no espelho. Ele destaca a importHncia desta introdução tempor*ria de uma tend'ncia estran#eira@p.OB para a !ormação do eu. Introduindo na or#aniação narc7sica in!antil a con!rontação com a m*ima semelhança e a ine-it*-el di!erença) o irmão !orça o rompimento da prisão especular da+uele +ue at$ então se -ia como id'ntico a si mesmo , como ob(eto do dese(o materno ou como su(eito identi!icado ao traço institu7do pelo nome do pai) a depender do momento em +ue o outro !a a sua entrada em cena. Dacan en!atia o papel do sentimento de ciJme na #'nese da sociabilidade , al#o da !Jria +ue a entrada do irmão mobilia tem +ue ser sublimado na !orma de sentimentos sociais , e do impulso epistemo!7lico ) moti-ado pela entrada de um outro no campo narc7sico da criança. A ciJme entre irmãos) para ele) não $ !undado na ri-alidade em torno do amor dos pais) mas na identi!icação mental do su(eito para com o pe+ueno semelhante. A outro $ ri-al) antes de mais nada) em relação pr%pria ima#em narc7sica do su(eito: cada parceiro con!unde a parte do outro com a sua pr%pria e com ela se identi!ica . & ima#em do outro est* li#ada estrutura do pr%prio corpoM em outro ponto desse teto) anterior ao Est*#io do espelho...) Dacan -ai a!irmar +ue a ima#em uni!icada do corpo do outro $ +ue possibilita criança !aer um recolamento) uma reuni!icação do pr%prio corpo) sentido como despedaçado. & ima#o deste duplo or#ania a ima#em do pr%prio corpo) em sua !unção de relação.
5o Est*#io do Espelho) escrito de anos depois do teto sobre o compleo !raterno) Dacan en!atia a !unção do outro como essencial para +ue a criança se mo-a) do encantamento alienante em relação pr%pria ima#em) para uma ob(eti-ação do eu. A espelho) escre-e Dacan) $ a matri simb%lica na +ual o eu se precipita em uma !orma primordial) antes de ob(eti-ar3se na dial$tica da identi!icação com o outro @#ri!o meuB e antes +ue a lin#ua#em lhe restitua) no uni-ersal) sua !unção de su(eito@p.6B.
mesmo. Fica claro +ue estou me re!erindo a+ui ao +ue ocorre +uando os irmãos t'm idades pr%imas) +ue !a-oreçam a identi!icação. A pr%prio Dacan chama a atenção do leitor para este ponto) a!irmando +ue o papel ps7+uico do irmão depende do momento de seu aparecimento na -ida do su(eito. >uando $ ecessi-amente precoce @durante o desmame) por eemploB) $ mais pro-*-el +ue sua intrusão promo-a impulsos de destruição ima#in*ria do outro ou uma re#ressão em direção ao ob(eto materno) anterior. >uando $ muito tardia) $ pro-*-el +ue o irmão se(a adotado) lançando o su(eito no plano das identi!icaç1es parentais e mobiliando sentimentos de ternura e proteção. 5o per7odo pr$3ed7pico) o nascimento de um irmão introdu para a criança as +uest1es essenciais em relação seualidade e mobilia a in-esti#ação +ue -ai precipitar sua entrada no Gdipo: +uest1es em relação ori#em dos beb's) cena prim*ria e di!erença seual &+ui) os irmãos constituem uns para os outros num campo !$rtil para as especulaç1es e as brincadeiras seuais) permitindo o in7cio do +ue -ir* a ser uma s$rie de no-os campos de circulação libidinal +ue pro(etam os su(eitos para !ora do triHn#ulo ed7pico. &inda +ue o papel do irmão como ob(eto das primeiras eperi'ncias incestuosas se(a apenas e!eito do deslocamento do +ue esta-a in-estido sobre as !i#uras paternas) o praer +ue se obt$m nas trocas e in-esti#aç1es seuais com os semelhantes não $ id'ntico nem !antasia ed7pica recalcada) nem ao praer !ornecido pelo sintoma. A adolescente e a !ratria >uero ainda chamar a atenção para a+uilo +ue os laços !raternos possibilitam na adolesc'ncia , tanto !a se entre irmãos de san#ue ou em laços de amiade. & adolesc'ncia $ o per7odo) por ecel'ncia) das #randes !ormaç1es !raternas. A #rupo !unciona) para o adolescente) como #arantia de reconhecimento dos traços identi!icat%rios dos +uais o su(eito +ue sai da in!Hncia não se sente asse#urado) e como campo de no-as identi!icaç1es eo#Hmicas. &l$m disso) a !ratria estabelece laços de cumplicidade: a cumplicidade entre os irmãos permite) em muitos casos) en#anar o pai. As irmãos conspirados autoriam3se a eperimentar o +ue o pai) ou outra !i#ura de autoridade) pro7be. Estes atos trans#ressi-os não de-em ser con!undidos com a per-ersão) nem com o apelo inter-enção paterna t7pico das delin+'ncias por sentimento de culpa. &ntes) de-em ser interpretados como moç1es de liberdade le#itimadas pelo #rupo) +ue possibilitam o en!ra+uecimento do poder de -erdade absoluta +ue a pala-ra paterna tem na in!Hncia. As pais) como sabemos) são as primeiras encarnaç1es do Autro para o su(eito. &o testar o poder de -erdade da pala-ra paterna) a !ratria s% !a separar a autoridade encarnada pelo pai biol%#ico ou seu substituto , na+uilo +ue ela tem de humano) arbitr*rio e limitado 3 da Dei +ue re#ula as relaç1es em sociedade. &-ançando um pouco mais) +uando um #rupo +ue se autoria a uma eperi'ncia mar#inal !orça o seu reconhecimento e sua inscrição na cultura a +ue pertence) est* contribuindo com sua parcela para a cont7nua re3escritura do pacto ci-iliat%rio) +ue s% tem -i#'ncia e le#itimidade en+uanto reconhecido pela maioria. Eemplo deste caso $ a normaliação das pr*ticas homoer%ticas na contemporaneidade , ao menos nos pa7ses do Acidente , como e!eito da atuação de #rupos homosseuais +ue !orçaram os limites da tolerHncia moral estabelecida at$ a primeira metade deste s$culo) at$ incluir sua pre!er'ncia seual entre os mores socialmente aceitos. >ue a eperi'ncia com os limites possa se dar amparada pelo #rupo e não solitariamente) tem duas conse+u'ncias importantes para o su(eito. "rimeiro) a diminuição da ameaça e da culpa +ue pode pairar sobre cada um) isoladamente. Dembremo3nos mais uma -e de +ue) con!orme a dimensão da desobedi'ncia ci-il coleti-a) at$ mesmo uma no-a ordem social pode ser !undada. 4e#undo) a eperi'ncia compartilhada permite a troca de impress1es e re!le1es sobre o -i-ido +ue contribuem para alterar o campo simb%lico) (* +ue +uestionam -erdades tidas como absolutas pela cultura. & possibilidade de separar o Autro das !i#uras +ue encarnam a autoridade) produida pelas eperi'ncias com os limites praticadas com o respaldo dos semelhantes) $ condição do
+uinhão de liberdade a +ue temos direito nesta -ida. 4ão estas eperi'ncias compartilhadas +ue le#itimam os su(eitos em sua condição de criadores de lin#ua#em , desde as #7rias e neolo#ismos +ue se produem a partir das turmas de adolescentes e (o-ens) procurando nomear -i-'ncias sin#ulares e inscre-'3las no campo do Autro) at$ a produção de no-as narrati-as +ue !orneçam sentidos para eperi'ncias +ue a cultura ainda não classi!icou. >ue um su(eito se desta+ue do #rupo na !orma do poeta m7tico citado por Freud e assine soinho o resultado do ato criati-o) não anula o car*ter coleti-o do +ue) na ori#em) possibilitou a emer#'ncia do artista. A senso comum reconhece o poder contestador e/ou criati-o das alianças entre irmãos. &tribuo a perman'ncia das #randes ri-alidades !raternas) nos casos em +ue estas se mant$m acirradas at$ a -ida adulta) a um meticuloso trabalho por parte de pais e educadores +ue empre#am) conscientemente ou não) t*ticas de di-idir para #o-ernar) incenti-ando entre os !ilhos a !antasia in!antil de +ue s% ha-eria lu#ar) no amor parental) para o reconhecimento de Lm . G e-idente +ue esta pode ser tamb$m uma !antasia inconsciente de um dos pais ou de ambos) muito al$m de uma mera estrat$#ia de manutenção do poder. & cl7nica psicanal7tica re#istra com !re+'ncia as conse+u'ncias de-astadoras produidas pela !alta de lu#ar para a di-ersidade) no ambiente !amiliar) tanto sobre o -encedor da disputa +uanto sobre os supostos perdedores.
tradiçãoB pode ser trans!ormadora da cultura) e se tornar le#7tima se !or capa de reno-ar os termos do pacto ci-iliat%rio. 5estes casos) o pai se mant$m en+uanto !unção -i-a e operante) +ue continua a ei#ir dos membros da !ratria a renJncia a certas satis!aç1es pulsionais em nome do amparo +ue a coleti-idade de-e o!erecer a todos.