ESCOLA BÁSICA DOS 2º E 3º CICLOS DE PAREDES Curso de Educação e Formação de Adultos (EFA) – Nível Secundário Sociedade, Tecnologia e Ciência 2011/2012
Unidade de Competência 3: Compreender que a qualidade de vida e bem-estar implicam a capacidade de acionar fundamentada e adequadamente intervenções e mudanças biocomportamentais, identificando fatores de risco e de proteção, e reconhecendo na saúde direitos e deveres em situações de intervenção individual e do coletivo.
Domínio
DR3
Tema
Medicinas e Medicação
Competência
Núcleo Gerador: Saúde (S) Critérios de evidência
Reconhecer os direitos e deveres dos cidadãos e o papel da componente científica e técnica na tomada de decisões racionais relativamente à saúde
Sociedade Atuar no campo da saúde, entendendo-o como um campo composto por instituições com competências especializadas na produção e distribuição de medicamentos, mas incluindo também áreas de liberdade, desigualdade e conflito. Tecnologia Atuar no relacionamento com serviços e sistemas de saúde reconhecendo as possibilidades de escolha e os limites da automedicação, bem como intervindo no sentido de conhecer a fiabilidade de técnicas e produtos para a saúde. Ciência Atuar na promoção e salvaguarda da saúde recorrendo a conhecimentos científicos para a tomada de posição em debates de interesse público sobre problemas da saúde (planeamento familiar, terapêuticas naturais, toxicodependência, etc.), suportando essas posições em análises matemáticas que permitam perspetivar medidas de forma consistente.
Optar ou não optar por
genéricos?
Notícia 1 A entrada dos genéricos no mercado provocará queda nos preços dos medicamentos? Esta é a intenção do governo. Grande parte do preço cobrado pelos grandes laboratórios (em sua quase totalidade multinacionais) engloba gastos com pesquisas, desenvolvimento de novas drogas, publicidade, marketing, etc. Por copiarem fórmulas já desenvolvidas e possuírem baixo custo de publicidade e marketing, os laboratórios que produzirem os genéricos terão seus custos bastante reduzidos, propiciando, assim, a queda nos preços dos medicamentos. Em vários países do mundo, a política de adopção dos medicamentos genéricos provocou esse acontecimento. Nos Estados Unidos e em países da Europa, os genéricos representam cerca de 40% do mercado de medicamentos. Em alguns, como o Canadá, esse percentual é ainda maior. Conforme dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a diferença de preços entre os remédios de referência e os genéricos varia de 35% a 79%. No entanto, vários especialistas afirmam que não basta a pura presença dos genéricos no mercado para os preços caírem.
As formadoras: Glória Ribeiro e Raquel Marques
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Notícia 2 Entrevista a um docente universitário Qual a razão para não utilizar os genéricos?
Bem, julgo que todas estas razões anteriores seriam válidas para justificar a vossa escolha na utilização de medicamentos genéricos, mas se mais não houvesse, pergunto: Qual a razão para não os utilizar? – Porque se chamam genéricos, quando na realidade são produzidos da mesma forma (nas mesmas máquinas, com matéria prima igual, sob supervisão dos mesmos técnicos) que os originais? – Porque são lançados no mercado 20 anos depois do original, ou seja implicam uma segurança acrescida pelo vasto tempo de utilização no mercado? – Porque queremos que estejam disponíveis para o paciente os adquirir, quando a sua existência nas farmácias é garantida, se não no momento, num máximo de 2 a 3 horas em todo o País? É sabido que a Indústria Farmacêutica inovadora é a mais importante fonte de progresso de saúde pública, a julgar pelo facto de 95% da investigação de novos fármacos, a nível mundial, ser da sua responsabilidade, em detrimento do investimento público que só representa os restantes 5%. É sabido que a investigação farmacêutica é fundamental para o aumento da esperança de vida do ser humano que, só no século passado, com o advento de novos medicamentos, praticamente duplicou. – Mas, será que não podemos separar o “trigo do joio” e proporcionar a todos a mesma qualidade, oportunidade de utilização e menores encargos, quando o medicamento original já existe há mais de 20 anos? Profissionais de saúde e genéricos
Então, como Profissionais de Saúde e como cidadãos Portugueses: – Vamos continuar a arranjar pretextos para não proporcionar a utilização de genéricos que nos fazem
gastar dinheiro, desnecessariamente? É que não nos esqueçamos que o paciente só paga, em média, 33% do preço dos medicamentos no acto da compra, o que implica que o Estado, e todos nós, paguemos os restantes 67%! – Vamos continuar, por falta de recursos, a reduzir o leque de medicamentos comparticipados,
discriminando certos doentes e certas doenças? É que todos os anos, milhares de pessoas não acedem, ou acedem a preços mais elevados, a medicamentos que são essenciais à sua qualidade de vida! Saibamos contribuir, num Portugal melhor, para as gerações dos nossos descendentes. Façamos uso dos medicamentos Genéricos. António Hipólito de Aguiar (Farmacêutico e Dir. Técnico da Farmácia Aguiar)
As formadoras: Glória Ribeiro e Raquel Marques
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Notícia 3 Europa adverte contra bloqueio de genéricos Portugal viola leis europeias ao suspender aprovações de fármacos enquanto tribunais decidem sobre patentes
2008-08-01
O bloqueio judicial que tem travado a introdução de novos genéricos no mercado português, em nome da protecção de patentes, foi analisado na Comissão Europeia. E deu acusação: há violação de directivas comunitárias. O caso foi denunciado recentemente pelo JN e implica providências cautelares interpostas por laboratórios produtores de medicamentos originais, que invocam violação de patentes na autorização de vários genéricos. Só em 2007, houve 70 processos em tribunal. As acções judiciais acabaram por suspender o processo de atribuição de autorização de introdução no mercado (AIM), da responsabilidade da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), bem como a fixação de preços pela Direcção-Geral das Actividades Económicas (DGAE).
Debate: Procurem ideias neste documento que vos façam argumentar a favor utili zação de Genéricos.
Tudo na vida pode ser visto de vários ângulos... é como a história do copo. Meio cheio ou meio vazio?
As formadoras: Glória Ribeiro e Raquel Marques
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