indo Chaves Cohen m m
Êxodo
A r m a n d o C h a ve v e s C o h en en
CPAD
Tod os os direitos reservados. Copyright © 1998 para a língua portuguesa da Casa Publicadora das Ass em blé ia s de Deus. Copidesque: Leila Teixeira Capa: Jayme de Paula Prado
22 1.1 - Com entário do Antigo Testamento Cohen, A rmando Chaves COH c Com entário Bíblico: Êxod o.../Arm ando Chaves Cohen Ia ed. - Rio de Janeiro: Casa Pu blicad ora das .. Assembléias de Deus, 1998 p. 128. cm . 14x21 ISBN 85-263-0097-0 I . Com entário 2. Êxodo CDD 221.1- Comentário do Antigo Testamento 222.12 - Êxodo
Casa Publicadora das Assembléias de Deus
Caixa Postal 331 20001-970, Rio de Janeiro, RJ, Brasil 1“ edição/1998
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índice A presenta ção....................................................................................... 7 1. Os Planos de Deus ....................................................................... 11 2. A R edenção...................................................................................29 3. A Educação....................................................................................49 4. A Libertação..................................................................................61 5. A C onsagração e A doração....................................................... 77
Apresentação Exodo, o segundo livro da Bíblia Sagrada, trata da partida dos israelitas depois de sua emancipação do cativeiro egípcio, eixo de toda história de Israel como nação. Pesquisamos e extraímos notas de diversas fontes: tomando como apoio: Dicionário Inter nacional ', de W. M. Jackson; Manual Bíblico, de Henry H. Halley; Bíblia Sagrada Anotada , de C. í. Scofield; Bíblia Vida Nova , seguindo a versão da Bíblia Revista e Corrigida. Transcrevemos, em primeiro lugar, o que diz o Dicionário da Bíblia , de John D. Davis, p. 174-175: Quando o Egito passou dos tempos pré-históricos para os tempos históricos, parece que existia, composto de um núme ro de pequenos reinos, que depois se uniram formando o império de Menés, o primeiro rei mencionado na história. Os que estudam as cousas do Egito assinam diferentes datas ao princípio do reinado de Menés. Estas datas variam entre 5700 e 2700 a.C. Maneto. sacerdote de Sebenitos, no reinado de Ptolomeu Eiladelfo, dá conta de trinta dinastias desde Menés até a conquista Persa no ano 345 a.C.
Comentário Bíblico: Êxodo
Estas dinastias estão agrupadas em três períodos: o do Veiho Império, do Médio e o do Novo. Ao Velho Império se dão as primeiras sete ou dez dinastias. Foi nos tempos destas dinastias que se construíram as pirâmides. O Médio Império é assinalado pela conquista do Baixo Egito pelos hicsos ou reis pastores vindos do Nordeste. Julga-se que pertenciam à raça semítica, que bem podem ser os hititas. Parece que foi no seu tempo que Abraão visitou o Egito e que José exerceu as funções de primeiro ministro. Neste período deu-se no Egito grande mudança econômica. No Velho Império, a nobreza e os governadores dos nomos, eram donos de grandes porções de terreno. Agora, em o Novo Império, os funcionários reais ocupavam o lugar da antiga aristocracia, e a coroa e os grandes templos é que possuíam os bens de raiz. O Novo Império começou com a décima-oitava dinastia. O primeiro acontecimento notá vel foi a expulsão dos hicsos, depois de terem governado, segundo uns, 511 anos e, segundo outros, 625. Posterior mente, sob o governo de monarcas nativos, o Egito atingiu o maior grau de prosperidade, e iniciou uma época de conquista e de domínio na parte ocidental da Ásia, em que se salientaram, como guerreiros, Totmés III e Ramsés II [Ramessés], Este último foi provavelmente o Faraó que oprimiu os israelitas, com seu filho Meneftá II, o Faraó do Êxodo. Vejamos também o que diz o Dicionário Bíblico Universal, de Buckland, p. 156-157: Faraó. A grande Casa. Primeiramente, significou um palácio, e mais tarde o próprio rei. Era o título do monarca do Egito... A opressão não principiou na vida de José, mas foi efetuada por um Faraó pertencente a uma dinastia que não conhecera a José’ (Êx 1.8). Os Faraós da opressão (1 y dinastia) eram egípcios, os quais tinham expulsados os reis pastores, voltando ao poder. O Faraó que morreu quando Moisés andava pelo país de Midiã, supõe-se que era Ramessés II.
Apresentação
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Tanto a tradição como os monumentos mostram que Ramessés II empregou os estrangeiros nas tarefas duras e difíceis da sua terra, inscrevendo este fato em cada um dos seus edifícios, vangloriando-se muito por não ter chamado um único egípcio para tal trabalho. Ele também estabeleceu um campo de tijolo, que era dele próprio. E, assim, aprovei tando o trabalho dos cativos, podia vender os seus tijolos por um preço inferior ao do mercado. Todos os tijolos de Ramessés II tinham gravada a sua própria imagem. Alguns destes ainda se podem ver no Museu Britânico. A perseguição, que teve o seu princípio no reinado de Ramessés II, continuou mais rigorosamente no tempo de Meneptá. Este tornou a vida dos israelitas tão triste, que as suas lamentações subiram até ao trono de Deus. Deste Faraó do Êxodo não se sabe muito. A sua múmia já foi descoberta, e acha-se no Cairo, no Museu de Antiguida des Egípcias. A narrativa do Êxodo não diz que ele mor reu com o seu exército. (Veja-se, contudo, o SI 136.15). Robert Lee, em seu livro A Bíblia em Esboço , declara:
Êxodo uma seqüência de Gênesis - intervalo que vai do final do Gênesis ao início do Êxodo tem a duração de cerca de três séculos e meio séculos. Desde a descida de Jacó ao Egito até o advento da perseguição decorreram 115 anos. Alguém já disse que “este silêncio de 350 anos é quase tão terrível na sua grandeza como a solidão do Sinai, no monte do Senhor”. Êxodo é uma seqüência do Gênesis; se em Gênesis se fala da queda do homem, sob quaisquer formas ou condições, em Êxodo, vemos Deus apressando-se, solícito, em libertar o homem, para redimilo, emancipá-lo e enriquecê-lo! Temos em 3.7,8 a declaração formal de Deus, fixando seu propósito e em 12.23 como o executaria. Êxodo é o livro da redenção. N otemos como começa na escuridão e tristeza e termi na em glória. O seu início relata como a graça de Deus veio a um povo escravizado e o libertou; o seu térm ino mostra a glória de Deus, baixando para habitar com o seu povo redimido.
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O modelo da nossa redenção - Nada se constrói — máquina, barco ou casa — sem que se elabore um plano e se esboce um modelo. Êxodo é o quadro histórico que reflete a obra da graça divina na redenção e restauração do homem pelo próprio Deus... “por meio de Jesus Cristo, nosso Apóstolo (Moisés) e Sumo Sacerdote (Aarão)". A história do Êxodo vive em todas as almas que almejam libertar-sê da influência corruptora do mundo. Partindo desse ponto, observa-se que o livro é humano desde seu primeiro até o último verso. Os fatos aí narrados são figuras e foram escritas para nossa admoestação. Estuda mos o livro de êxodo para compreender o método de Deus na salvação do pecador e os gloriosos propósitos desse mesmo Deus na realização dessa tarefa. Neste livro, transcrevemos im pressões e interpretações de outros autores, usando notas em síntese, esperando que, em tudo, nossos queridos leitores se edifiquem cada vez mais em Cristo Jesus, nosso Salvador. Amém! O autor
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Os Planos de Deus I - In t r o d u ç ã o
1. A chamada de Abraão Pode-se dizer que tudo começou em Ur dos caldeus, na Caldéia (Babilônia, onde hoje situa-se o Iraque), com a chamada de um rico cidadão daquela localidade, Abrão, que significa “pai da altura”: “Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção” (Gn 12.1,2). Deus chamou Abraão para ser o fundamento de um plano que tinha por objetivo a recuperação e redenção do gênero humano. Quando entrou em Canaã tinha 75 anos de idade, mas morreu aos 175 anos (Gn 12.4; 25.7). No capítulo 15 de Gênesis, Deus anim a Abraão, prometendolhe um filho e uma bênção para sua descendência: ela seria tão numerosa como as estrelas no céu (v. 5). Abraão creu na promes sa do Todo-poderoso e recebeu a recompensa. Ele tornou-se conhecido como o pai da fé: creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça” (G1 3.6-9).
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2. A promessa aos descendentes "Então, disse a Abraão: Saibas, decerto, que peregrina será a tua semente em terra que não é sua, e servi-los-á; e afligi-la-ão quatrocentos anos” (Gn 15.13). Moisés foi lacônico ao escrever o livro de Gênesis. Essa concisão persiste ainda com mais intensidade nos escritos de Êxodo. Ele não deu informações p recisas sobre aquela época nem mencionou o nome dos que governavam o Egito nos dias em que se deram tais acontecimentos. Tampouco relatou sobre a vida dos israelitas naquele país. A-sim, muitas opmiões têm surgido e o assunto tornou-se controvertido, especialmente os que se relacio nam às personagens e às datas dos eventos. Em Êxodo 12.40, encontramos a seguinte declaração: “O tempo que os filhos de Israel habitaram no E gito foi de quatrocen tos e trinta anos”. Mais tarde, escrevendo aos Gálatas, o apóstolo Paulo afirma: mA lei que veio quatrocentos e trinta anos depois, não o invalida, de forma a abolir a promessa” (G1 3.17). Para elucidar o assunto, baseamo-nos na Bíblia Almeida Re visto e Corrigida, no Dicionário da Bíblia de John D. Davis e no Manual Bíblico de Halley, através dos quais foi possível associar Gênesis 15.13 com Êxodo 12.40 e Gálatas 3.17, cujos versículos destacam a mesma expressão: “O tempo que os filhos de Israel habitaram no Egito foi de quatrocentos e trinta anos”. Desse modo, contamos três períodos distintos, a saber:
2.1 Primeiro período: “Peregrina será a tua semente...” O prim eiro descendente de Abraão que seguiu para o Egito foi José. Nessa época, ele tinha apenas 17 anos de idade e foi vendido pelos seus irmãos como escravo a um certo eunuco, chefe da guarda de Faraó, por nome Potifar, em cuja casa serviu (Gn 37.1,2,28,36; 39.1-6). Porém, difamado e caluniado pela esposa desse oficial egípcio, José permaneceu encarcerado cerca de 13 anos, quando foi levado à presença de Faraó, ocasião em que lhe interpretou o sonho. Posteriormente, por ordem do soberano, José
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foi posto em liberdade e nomeado governador do Egito ou vicerei (Gn 41.38-46). Nessa época, ele contava trinta anos de idade. Pode-se começar aqm a contagem dos quatrocentos e trinta anos, iniciando-se por José e deixando-se de computar os 17 anos de idade que ele tinha quando chegou ao Egito. Contando os 13 anos que ele passou como escravo e prisioneiro, m ais sete anos de fartura somados aos dois passados como governador do Egito (Gn 45.11), temos 22 anos. Considerando as idas e vindas dos irmãos de José e o tempo gasto por Jacó em sua mudança com a família de Canaã ao Egito, encontramos os primeiros trinta anos vividos por José naquele país. 2.2 Segundo período: “Servi-los-á ... ” Resta agora a contagem dos outros quatrocentos anos. Em número de 11 reis, os hicsos ou reis pastores dominaram o Egito durante as XV, XVI e XVII dinastias, sendo que a XVIII dinastia foi estabelecida somente no Sul do país. Segundo consta, o Faraó Apepi II, pertencente à XVI dinastia, foi o soberano que recebeu Jacó e sua família no ano 1660 a.C. Todavia esses dados não são oficiais. Quanto aos outros reis hicsos, seus nomes e a duração dos seus reinados, nada sabemos informar. Jacó e seus filhos chegaram ao Egito como peregrinos em busca de alimento (Gn 46) e foram sustentados por José, vicegovernador e segundo no trono depois de Faraó (Gn 41.38-46; 47.12). Os homens fortes e valentes, aptos para o trabalho de pastorear, tornaram-se supervisores dos rebanhos de Faraó (Gn 47.6). Certamente essa regalia durou todo o tempo em que os hicsos dominaram o Egito até o ano 1570 a.C., quando foram vencidos e expulsos pelos reis egípcios que fundaram a XVIII dinastia. Israel viveu, então, usufruindo plenamente das bênçãos abundantes e dos privilégios decorrentes dos bens materiais da quela região. Com o objetivo de chegarmos à conclusão dos fatos, foi necessário considerarmos as datas acima como verdadeiras, ainda
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que incertas por falta de subsídios históricos, a fim de podermos realizar a contagem do segundo período de tempo vivido por Israel no Egito. Vejamos: 1. Ano da chegada de Jacó e seus filhos no Egito............................................................... 1660 a.C. 2. Fim do domínio dos hicsos e fundação da XVIII dinastia ............................................... 1570 a.C. 3. Período de tempo vivido por Israel sob o governo do hicsos ............................................. 90 anos 4. Menos a idade de José, contada no primeiro período .............................................. 30 anos 5. Período de tempo vivido por Jacó e seus filhos no segundo período antes da escravidão.............60 anos
2.3 Terceiro período: "E afligi-la-ão ...” Os israelitas desfru taram de regalias no Egito. Porém, após a morte de José e seus contemporâneos, levantou-se na terra “um novo rei” (Ex 1.6-8). Qual seria o nome desse soberano? Lamentavelmente, a Bíblia não registra, o que há são meras especulações baseadas em infor mações históricas. A XVIII dinastia com os seus 13 reis foi fundada por Amósis I em 1570 a.C., e o seu primeiro trabalho foi a expulsão dos hicsos bem como a criação de um novo sistema de trabalho para os filhos de Israel, porque, para os egípcios, os pastores de ovelhas eram abomináveis. Assim teve início a perse guição aos hebreus que culminou com a sua completa e terrível escravidão. Segue abaixo, por ordem cronológica aproximada, a duração do reinado e os nomes dos faraós da XVIII dinastia: 1. Amósis I: reinou de 1570 a 1560 a.C...................10 anos 2. Amenotepe I: de 1560 a 1540 a.C ........................ 20 anos 3. Totmés I: de 1540 a 1515 a.C...............................25 anos
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4. Totmés II, ou a rainha Hatchepsute, de 1515 a 1480 a.C................................................ 35 anos 5. Totmés III: de 1480 a 1450 a.C............................ 30 anos 6. Amenotepe II: de 1450 a 1420 a.C ...................... 30 anos 7. Totmés IV: de 1420 a 1405 a.C............................15 anos 8. Amenotepe III: de 1405 a 1361 a.C .................... 44 anos 9. Amenotepe IV: de 1361 a 1360 a.C ...................... 1 ano 10. Semenca: de 1360 a 1358 a.C ............................... 2 anos 11. Tutankamon: de 1358 a 1348 a.C ....................... lOanos 12. Ai ou Setimeramen: de 1348 a 1338 a .C ............lOanos 13. Harmhab: de 1338 a 1317 a.C ..............................21 anos T otal......................................................................253 anos Com Ramessés I, inicia-se a XIX dinastia. Através do estudo de Êxodo, listamos os seguintes faraós: 1. 2. 3. 4.
Ramessés I; reinou de 1317 a 1316 a.C............... 1 ano Setos ou Seti I. de 1316 a 1302 a.C.................. 14 anos Ramessés II: de 1302 a 1237 a.C...................... 65 anos Meneptá II: de 1237 a 1228 a.C .......................... 9 anos Total .................................................................... 89 anos
As Escrituras declaram: “O tempo que os filhos de Israel habitaram no Egito foi de quatrocentos e trinta anos” (Ex 12.40). Entretanto, consideramos que po ssa ter havido um a pequena m argem de erro no cálculo do côm puto geral dos reinados da XV III e XIX dinastias. Esse fator torna ainda mais difícil a compreensão do cumprimento das promessas feitas a Abraão, isto é, dos 430 anos de servidão e cativeiro de Israel no Egito, devido à complexidade do assunto e à falta de sólidos informes bíblicos. Quando se deu o Êxodo, não se sabe ao certo que Faraó reinava: Totmés III, Amenotepe II, Ramessés II1ou Meneptá II.
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Este é o cômputo geral dos anos passados por Israel no Egito: j, Primeiro período: a vida de José no E gito ......... 30 anos 2. Segundo período: a vida de Jacó e seus filhos no Egito ............................................ 60 anos 3. Terceiro período: XVIII dinastia ....................... 253 anos 4. XIX dinastia...........................................................89 anos 5. Soma......................................................................432 anos
I I - A E s c r a v i d ã o ( 1 . 1— 2 .2 5 )
1. A servidão dos israelitas no Egito O plano de Deus para Israel consistia em torná-lo uma grande nação. A execução desse plano foi possível através de um método muito rigoroso: a escravidão. O povo chegou ao máximo de sofrimento; a uma condição miserável e deprimente. Por quê? Porque de todos os povos da terra, Israel foi escolhido por Deus para ser o seu povo (Dt 7.6; 14.2). O Senhor poderia usá-lo como bem lhe aprouvesse até mesm o como figura, a fim de exemplificar a salvação prometida no Éden e planejada no Céu. Vejamos o cumprimento dessas promessas: Cristo, “a semente da mulher" (Gn 3.15); “o Cordeiro de Deus” (Jo 1.29), morto desde a funda ção do mundo (Gn 3.21; Ap 13.8); o substituto de Isaque, pedido de sacrifício no monte Moriá que prefigurou o sacrifício perfeito no Calvário (Gn 22); nosso substituto também, pois morreu por nós, oferecido como propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo (1 Jo 2.2); o “Messias prometido a Israel”, que foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades (Is 53.5), a fim de que fôssemos salvos, pois “a salvação vem dos judeus” (Jo 4.22). “Porque, se o sangue dos touros e bodes e a cinza de uma novilha, esparzida sobre os imundos, [tipo da expiação pelo pecado], os santificam, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo
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imaculado a Deus, [expiação verdadeira pelo pecado] purificará a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” (Hb 9.13,14). Em Israel repousavam as promessas de Deus feitas a Abraão e à sua posteridade (G1 3.16). Abraão recebera a chamada, fizera o pacto da circuncisão e tornara-se o fiel depositário da revela ção divina. Mas, enquanto os israelitas vivessem entre as outras nações ímpias e idólatras, corriam o risco de perder a verdade ira fé no Deus vivo. Por isso, Jeová os separou dos cananeus e dos amorreus, em cujas terras viviam, antes que a justa medida de sua ira fosse derramada sobre eles, por causa de suas injustiças e iniqüidades. Assim, Deus permitiu que Israel fosse escraviza do e oprimido, a fim de fazê-lo sentir o ardente desejo de libertação. A servidão do povo israelita no Egito, o poder e a misericórdia de Deus que o livrou do jugo e da aflição são ilustrações perma nentes da condição da Igreja e do favor imerecido que Deus lhe dispensa constantemente. Esse livramento simboliza a redenção do pecador da escravidão de Satanás. Em Abraão desabrocha a família escolhida, o povo peculiar de Deus, a nação eleita, porta dora da mensagem da graça a todas as nações. Por intermédio de Israel, o Senhor revelou ao mundo o misté rio da sua vontade, de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus com o as que estão na terra” (Ef 1.10; G14.4,5). Ele constituiu o seu próprio Reino (Ap 11.15) em cumprimento às promessas feitas a Abraão (Gn 12.3; 15.4; G1 3.8,9,16), a Davi (2 Sm 7.11-13,16; SI 2.6-8; 89.35-37; Is 9.7; 11.10; Dn 2.44; 7.14,27; Lc 1.31-33; Ap 5.5; 22.16), a Jacó e a seus filhos (Gn 49.10; Nm 24.17; SI 60.7).
2. Faraó ‘Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei, para em ti mostrar o meu poder e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra” (Rm 9.17).
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Faraó era a designação geral pela qual eram conheci dos os soberanos do Egito, afixo ou não a seu nome individual (Dicionário da Bíblia). fcsse título simbolizava um senhor duro, intransigente e mau. Deus preparou até o próprio Faraó M eneptá II,’' décim o terceiro filho de r’amessés II, para nele realizar tão grande liv ramento. A religião predominante no Egito era uma estranha mistura panteísta. O culto era prestado aos anim ais, sendo os deuses (ídolos) monstruosas figuras e esculturas animalescas. Os egípci os adoravam o Nilo e as suas duas nascentes. Cada tribo tinha o seu próprio deus representado por um animal. Os aristocratas possuíam múltiplas deidades, sendo a principal Ptá (Ápis), consi derado o criador e a divindade de Mênfis, também representado por um touro (boi Ápis). A form ação do nome Meneptá, termo muito utilizado pelo raraó do Êxodo, representava a força organizadora ou formadora das causas fenomenais. Amon, o pa droeiro de Pebas, era representado por um carneiro. Mut, esposa de Amon, era representada por um abutre e Rá, o deus-sol, era simbolizado por um gavião. As demais tribos tinham como deu ses símbolos de uma mística lenda: Osíris, o deus dos mortos, representado por um bode; Horus, o deus dos céus, simbolizado por um falcão; e íris, sua esposa, tipificada na figura de uma vaca. E, acrescente-se ainda Set, o deus da fronteira oriental, represen>ado poí um crocodilo; lote, o deus da inteligência, simbolizado por um macaco; Hequite, uma deusa, sim bolizada por uma rã; Nechebt, a deusa do Sul, representada por uma serpente e Bast, uma deusa, tipificada na imagem de um gato. Além desses, havia muitos outros deuses representados por animais. Os próprios >araós, considerados divindades, eram cultuados pelos egípcios. Para cada um deles havia uma forma especial de adoração. Um verdadeiro absurdo! Os hicsos, como já dissemos, governaram o Egito durante três dinastias. Eles eram chamados reis pastores, por causa de sua linhagem semita, talvez descendentes dos hititas, parentes próxi
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mos dos hebreus. Eles eram conquistadores, provenientes da Ásia. Ao invadirem o Egito pelo Norte e o conquistarem, uniram todo o governo do Egito com a Síria e se tornaram os senhores da terra. Visando a execução do seu plano. Deus concedeu vitória aos hicsos, os reis pastores estrangeiros, pois se o Egito continuasse a ser governado pelos príncipes egípcios, jamais José e, especial mente, Jacó € seus filhos, seriam recebidos por esses governantes. Pior ainda, não teriam sido estabelecidos na fértil terra de Gósen, a melhor de todo o Egito, para ali procriarem maravilhosamente, tornarem-se um grande povo e retomarem a Canaã, a terra prome tida a Abraão. Para a recepção de Jacó e seus filhos, Deus preparou a nação, o Egito e terra do rio Nilo, terra de Mizraim, descendente de Cam, símbolo do mundo no seu apogeu e pecado. Nela a semente de Abraão peregrinaria. Foi esse o lugar escolhido por Deus para preparar, provar e convocar Israel (Os 11.1; Mt 2.15). Deus preparou tudo, e José foi o grande instrumento para cumprir o seu plano. Consideremos o seguinte: para que José fosse para o Egito, algo teria de suceder. Deus permitiu, então, a atitude hostil de seus irmãos que o venderam aos ismaelitas, os quais, por sua vez, levaram-no para o Egito, onde o venderam como escravo. Além disso, concedeu a Faraó um sonho que o deixou perturbado e desejoso de conhecer o seu significado. José toi, então, levado à presença do soberano e lhe interpretou o sonho. Satisfeito, Faraó o nomeou seu primeiro-ministro. Desse modo, José deixou de ser prisioneiro e escravo para ser o gover nador de todo o Egito, sendo subordinado apenas a Faraó. Conforme revelara o Senhor, o sonho de Faraó se cumpriu. ; )s sete anos de fartura se passaram e sete anos de fome agrava vam a situação em todo o mundo, atingindo, inclusive, a terra de * anf§, onde habitavam Jacó e seus filhos. Antes da grande fome, Jacó certamente vivia muito bem, possuindo muitas riquezas. Porém, naqueles dias, a pobreza afligia a todos. O plano de Deus estava sendo realizado. A respeito dessa calamidade, extraímos do Dicionário da Bíblia o seguinte comentário:
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Grande e tremenda fome assolou o mundo todo. co nhecido naquele tempo, ou pelo menos a maior parte da região situada ao oriente e sudeste do Mediterrâneo, ocu pada por uma complexidade de povos socialmente separa dos, que tiravam os recursos de sua subsistência com muita economia, das montanhas da Ásia Menor e dos ricos vales do Eufrates e do Tigre". Leia Gênesis 41.54 e 47.13.
3. Eventos sucedidos para o livramento 3.1 O nascimento de Moisés1 (Ex 2.1-4). Sob o governo de Amósis I, que expulsou os hicsos, os hebreus perderam as regali as desfrutadas durante o domínio dos reis pastores. Nessa época, não trabalhavam mais com a plena liberdade de antes, pelo con trário, eram obrigados a executar os serviços mais pesados como os demais estrangeiros por serem sem itas e vistos como inimigos. Não é possível asseverar precisamente quando começou a escra vatura cerrada; mas acredita-se que a situação do povo hebreu agravou-se à medida em que ocorriam as sucessões dos faraós. Tudo indica que Ramessés II foi o mais cruel deles. Ele percebeu que a procriação do povo israelita aumentava assustadoram ente e, temendo uma aliança entre os filhos de Israel e os demais escra vos, bem como a possibilidade de insurgirem-se contra o trono, lançou mão de algumas medidas, visando cercear-lhe o cresci mento. Vejamos algumas delas: • submeteu o povo a pesados trabalhos sob a supervisão de feitores cruéis; • tentou impedir o crescimento da natalidade, ordenando a morte de todos os recém-nascidos do sexo masculino; • decretou a escravidão plena, obrigando os israelitas a cultivar o campo e a trabalhar na fabricação de tijolos e nas construções, além, é claro, de cuidar da própria manutenção (Êx 1.11-14; 9.4,6; 10.9,24).
3.2 A adoção de Moisés (Êx 2.5-10). Moisés nasceu em cerca de 1292 a.C., no décimo ano do reinado de Ram essés II, em uma
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