UFCD
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TURISMO – EVOLUÇÃO, CONCEITOS E CLASSIFICAÇÕES
ufcd 4312 – 4312 – Turismo – Turismo – !o"u#$o, %o&%i'os %"(ssi)i%(#*s
+&i%
Introdução..................................................................................................................... Introdução .....................................................................................................................2 Âmbito do manual...................................................................................................... manual......................................................................................................2 Objetivos....................................................................................................................2 Objetivos Conteúdos programáticos............................................................................................ programáticos............................................................................................2 Carga horária............................................................................................................. horária.............................................................................................................2 . Conceito de la!er" recreio e turismo. turismo ............................................................................ # 2. Classificação do sujeito tur$stico.................................................................................. tur$stico ..................................................................................% #. &volução do turismo e suas caracter$sticas................................................................. caracter$sticas .................................................................2 '. Classificaç(es do turismo.......................................................................................... turismo..........................................................................................#) *. +erspetivas de evolução do turismo........................................................................... turismo ...........................................................................'# ,ibliografia.................................................................................................................. ,ibliografia ..................................................................................................................'ermos e condiç(es de utili!ação.................................................................................. utili!ação..................................................................................*)
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I&'rou#$o
-m.i'o o m(&u(" O presente manual foi concebido como instrumento de apoio / unidade de formação de curta duração duração n0 4312 – 4312 – Turismo – Turismo – !o"u#$o, %o&%i'os %"(ssi)i%(#*s, de %"(ssi)i%(#*s, de acordo com o C('/"o0o N(%io&(" u("i)i%(#*s. u("i)i%(#*s .
O.'i!os
1escrever a evolução de turismo. 1efinir os conceitos fundamentais do turismo. Identificar as diferentes classificaç(es do turismo.
Co&'os ro0r(m/'i%os
Conceito de la!er" recreio e turismo Classificação do sujeito tur$stico &volução do urismo e suas caracter$sticas +erspetivas de evolução do turismo
C(r0( 5or/ri(
2* horas
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16 Co&%i'o "(7r, r%rio 'urismo
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primeira definição de turismo foi proposta pelos +rofessores 3un!i4er e 5rapf" em -'2" sendo posteriormente adoptada pela 2ssociation Internationale des &6perts cientifi7ues du ourisme 8 I&9:. ;a7u ;a7uel elaa data data"" o 'urismo 'urismo era definido como
ncia de pessoas fora do seu local habitual de resid> resid>nci ncia" a" desde desde 7ue tais tais desloc deslocaç( aç(es es e perman perman>nc >ncias ias não sejam sejam utili! utili!ada adass para para o e6erc$cio de uma atividade lucrativa principal" permanente ou temporária?. &sta definição" 7ue integra o conceito de visitante não fa!endo a separação entre turistas e e6cursionistas" destaca os seguintes elementos de interesse@ • O turismo A um conjunto de relaç(es e fen=menosB •
&6ige a deslocação da resid>ncia habitual@
•
;ão pode ser utili!ada para o e6erc$cio de uma atividade lucrativa principal.
&m --" a Organi!ação undial de urismo 8O: apresentou uma nova definição entendendo 7ue@
e6pressão ncia habitualE" foi introdu!ida para e6cluir do conceito de visitante as pessoas 7ue todos os dias se deslocam entre a sua casa e o local de trabalho ou de estudo bem como as deslocaç(es efetuadas no seio da comunidade local com carácter rotineiro. O conceito reveste duas dimens(es@
Fr8u9&%i( F na medida em 7ue os locais fre7uentemente visitados por uma pessoa fa!em parte do seu en7uadramento habitualB Dis':&%i( F na medida em 7ue os locais pr=6imos da resid>ncia tambAm fa!em parte do en7uadramento habitual mesmo se for raramente visitada.
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1este modo" o en7uadramento habitual A uma certa !ona em redor do local de resid>ncia bem como os locais visitados com uma certa fre7u>ncia. &mbora adotada pela Comissão de &stat$stica da O;G" esta definição peca por imprecisão e por privilegiar o lado da procura. ais completa e correta A a definição de athieson e Hall 7ue consideram 7ue ncia" as atividades desenvolvidas durante a sua perman>ncia nesses destinos e as facilidades criadas para satisfa!er as suas necessidades?. &sta definição reforça J evidencia a comple6idade da atividade tur$stica e dei6a perceber" implicitamente" as relaç(es 7ue ela envolve. Ora" a cada ve! maior internacionali!ação das atividades econ=micas bem como as" tambAm" cada ve! maiores deslocaç(es no interior de cada pa$s motivadas por ra!(es profissionais" esbatem as diferenças entre os movimentos tur$sticos e não tur$sticos a 7ue acresce a impossibilidade prática de separar uns dos outros. 8acho este paragrafo confuso: &6cluemFse as deslocaç(es do e para o local de trabalho e6igidas pelo e6erc$cio de uma profissão fora da resid>ncia habitual" como resulta da pr=pria definição" bem como as pessoas 7ue se deslocam" habitualmente" da sua resid>ncia com o objetivo de ad7uirirem os produtos ou serviços de 7ue necessitam para seu consumo corrente 8caso das compras habituais em hipermercados situados fora da localidade de resid>ncia:. Kários estudos elaborados ao longo dos últimos anos sobre o turismo determinaram diversas definiç(es" mas segundo a Organi!ação undial do urismo 8O:@ ; Co&2u&'o ('i!i( s&!o"!i(s 4or 4sso(s ur(&' (s !i(0&s m "o%(is si'u(os )or( o su (m.i&' 5(.i'u(" 4or um 4r
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nalisando esta definição podemos concluir 7ue esta atividade implica@ • r("i7(#$o ('i!i( por parte de visitantes 7ue saem fora do seu ambiente habitual. Com e6clusão da rotina normal de trabalho e das práticas sociaisB • &stas atividades implicam a viagem e" normalmente" algum mio 'r(&sor' para o destinoB • O s'i&o A o espaço de concentração das facilidades 7ue suportam a7uelas atividades. ntes de avançar para o ponto seguinte" convAm definir alguns outros conceitos importantes@
Os viajantes podem ser classificados em função dos motivos da visita 7ue efetuam.
Visi'(&'@ oda a pessoa 7ue se desloca para fora do se lugar habitual de resid>ncia com um objetivo 7ue não seja o de usufruir uma atividade remunerada. +ode ser nacional ou internacional. Turis'(@ odo o visitante 7ue fica pelo menos uma noite no local visitado. +ode ser nacional ou internacional. E@%ursio&is'(@ odo o visitante 7ue não pernoita no local visitado. +ode ser nacional ou internacional.
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26 C"(ssi)i%(#$o o sui'o 'ur
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Os turistas podem ser classificados de acordo com os tipos psicográficos. Gm dos modelos mais importantes" 7ue permite esta segmentação" A o odelo +sicoc>ntricoF2loc>ntrico de 9tanleL +log. O termo psicoc>ntrico tradu! a concentração do pensamento ou das preocupaç(es nos pe7uenos problemas da vida. O termo aloc>ntrico tradu! o interesse de uma pessoa por várias atividades. 1e acordo com esta terminologia" +log criou uma nova tipologia do carácter dos turistas 7ue identificam dois grupos opostos@ os psicoc>ntricos e os aloc>ntricos@ si%o%9&'ri%os grupam os turistas 7ue concentram o seu comportamento nas suas preocupaç(es pessoais e t>m um interesse limitado pelo mundo e6terior. &m termos tur$sticos" preferem viajar para locais familiares" muito fre7uentados e praticamente não reali!am atividades 7ue os desviem da rotina. 9ão mais passivos 7ue ativos.
A"o%9&'ri%os@ 9ão os turistas 7ue se interessam por um grande número de atividades" desejam descobrir o mundo e manifestam uma curiosidade geral por tudo o 7ue os rodeia. 1istinguemFse pelo desejo de aventura e pela curiosidade.
&ntre estas duas categorias e6tremas" encontraFse a maioria dos turistas" 7ue se reparte por tr>s categorias intermAdias@ os 8u(ssi%o%9&'ri%os" os %9&'ri%os e os 8u(s ("o%9&'ri%os. Os %9&'ri%os representam a maior percentagem dos viajantes e caracteri!amFse pelo redu!ido desejo de aventura e pela procura dos destinos mais na moda. r)r9&%i(s os 'uris'(s %(( 'io"o0i(
si%o%9&'ri%os
1estinos 7ue não perturbem o seu modo de vidaB tividades recreativas pouco originaisB
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urismo sedentárioB 1estinos acess$veis por autom=velB Instalaç(es e e7uipamentos tur$sticos tradicionaisB Kiagens organi!adas" estruturadas e bem preparadas.
u(ssi%o%9&'ri%os
9atisfação do ego e procura de estatutoB +rocura de conforto socialB Kisitas a locais muito fre7uentados ou mencionados pelos meios de comunicação social.
C9&'ri%os
1escontração e pra!er" diversão e entretenimentoB
Clima" sol" termasB
udança durante algum tempoB Oportunidade de fuga aos problemas diáriosB
Mastronomia" descanso" conforto" bebidaB +ra!er de viajar e apreciação da bele!a@ par7ues naturais" lagos" montanhasB Compras para recordaç(es e ofertasB +ra!er sentido antes e depois da viagem@ planeamento da viagem" aprendi!agem" sonho e" depois" o pra!er de mostrar fotografias" recordaç(es e descrever a viagem.
u(s("o%9&'ri%os
+articipar em acontecimentos ou atividades desportivasB Kiagens desafiantesB e6ploraç(es" alpinismo" passeios a pA" peregrinaç(esB Kiagens de neg=cios" congressos" reuni(es" convenç(esB
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Kisitas a teatros" espetáculos especiaisB Oportunidade de e6perimentar um estilo de vida diferente.
A"o%9&'ri%os
Negi(es não desenvolvidas turisticamenteB ;ovas e6peri>ncias e descobertasB 1estinos diferentesB Kiagens de organi!ação fle6$vel 8oposto de pacotes tur$sticos:B trativos educacionais e culturaisB +rocura do e6=ticoB 9atisfação e sensação de poder e liberdadeB
Os grupos aloc>ntrico e 7uaseFaloc>ntrico são os primeiros segmentos de mercado a serem atra$dos para um destino tur$stico 7ue pretende crescer e desenvolverFse. Nelativamente aos destinos 7ue visam um desenvolvimento tur$stico limitado" por possu$rem condiç(es naturais e culturais 7ue e6igem cuidados especiais de preservação" o grupo aloc>ntrico deve constituir o principal segmento de mercado. +or isso" 7uando se pretende manter um centro tur$stico com pouca fre7u>ncia de turistas" a publicidade deve dirigirFse aos aloc>ntricos ou 7uaseFaloc>ntricos. Os c>ntricos" 7ue integram cerca de )P dos turistas" são o grupo mais importante para fomentar o desenvolvimento e crescimento dos empreendimentos tur$sticos de grande dimensão. Os psicoc>ntricos despendem a 7uase totalidade do seu tempo e recursos nos empreendimentos 7ue utili!am e" em" geral" t>m uma perman>ncia mais redu!ida e gastam menos do 7ue os outros segmentos.
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;ão são o segmento ade7uado 7uando se pretende desenvolver um destino tur$stico" mas pode contribuir para aumentar a sua fre7u>ncia.
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36 E!o"u#$o o 'urismo su(s %(r(%'r
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Do S%u"o II (6C6 (o S%u"o JV 6C6 Os Mregos e Nomanos" por serem grandes comerciantes viajam muito. tA ao in$cio do sAculo QIQ" o termo DturismoE não fa!ia se7uer parte do vocabulário" contudo estas deslocaç(es foram a primeira forma de turismo. s viagens eram" atA esta Apoca" dif$ceis e arriscadas" uma ve! 7ue as estradas se encontravam em mau estado" os meios de transporte eram inade7uados e e6istiam muitos perigos" nomeadamente de cru!adas. ;a ntiguidade Clássica" os gregos fa!iam viagens para assistir" participar e usufru$rem de espetáculos culturais" cursos" festivais e jogos 7ue eram uma prova do seu desta7ue perante as outras categorias sociais. Os romanos foram os primeiros povos a criarem locais e6clusivamente destinados ao repouso" com finalidades terap>uticas" religiosas e desportivas. s arenas" palco dos maiores espetáculos populares" as termas para resolver problemas de saúde" e as práticas desportivas variadas" atra$am e concentravam inúmeros romanos em diversas partes do impArio. &les possu$am o gosto pelas viagens e passeios" permanecendo como uma marca do seu povo a e6ploração de outras localidades para diversos fins" e6clusivamente nas áreas litorais" resultado da crença no poder das águas marinhas. uitas estradas foram constru$das pelo ImpArio Nomano" possibilitando e determinando 7ue seus cidadãos viajassem. 1e Noma sa$am contingentes importantes para o mar" para o campo" para as águas termais" templos e festividades. partir do sAculo KI" começaram a ser registadas as peregrinaç(es e viagens a RerusalAm e" no sAc. IQ" foi descoberto o túmulo de 9antiago de Compostela" em &spanha.
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;este momento iniciaramFse as primeiras e6curs(es pagas e organi!adas pelos jacobeus" 7ue dispunham de chefes de e7uipas 7ue conheciam os principais pontos do caminho" organi!avam o grupo e estipulavam as regras de horário" alimentação e oraç(es. ;a primeira metade da Idade Adia" com a consolidação do feudalismo e do poder da Igreja" o homem encontravaFse bastante ligado / terra" tornandoFse essencialmente agr$cola.
Os feudos tornaramFse no sistema econ=mico vigente e eram autossuficientes" tornando desnecessárias as deslocaç(es comerciais. 1esta forma" as antigas estradas" constru$das pelos romanos" desgastaramFse e acabaram por ser destru$das. s atividades comerciais na Idade Adia eram constitu$das em sua grande maioria pelas feiras" 7ue formavam verdadeira espAcie de comArcio internacional. lAm do comArcio" tra!iam junto de si a cultura e pol$tica dos povos" tanto europeus como do Oriente. 1urante todo o sAculo QIII e QIK" o 7ue chamava a atenção dos habitantes eram os eventos" visto 7ue" no per$odo de reali!ação dos mesmos" as estalagens" pousadas e outros meios de hospedagem ficavam lotados" gerando grande movimentação econ=mica. uitos" sem interesse de reali!ar comArcio" aproveitavam as feiras para passeio e como forma de descontração.
Do s%u"o JVI (o JVIII 6C6 segunda metade do sAculo QK e todo o sAculo QKI A marcado pelo considerável aumento das viagens particulares. &ssas viagens tinham como objetivo a acumulação de conhecimento" cultura" l$nguas e aventuras. ;o sAculo QKII houve uma melhoria considerável nos transportes terrestres@ foi inventada a dilig>ncia" com serviços regulares de Sran4furt para +aris e de Tondres para O6ford. ObservaF
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se 7ue os caminhos estavam mal conservados. ;a maioria das ve!es a manutenção era feita pelos donos da terra por onde o caminho passava e estes cobravam portagem pelos serviços.
partir de meados do sAculo QKIII" produ!emFse grandes mudanças" tanto do ponto de vista tecnol=gico" como do econ=mico" social e cultural 7ue introdu!em alteraç(es significativas no sector das viagens. nesta Apoca 7ue se populari!am as viagens de recreio como forma de aumentar os conhecimentos" procurar novos encontros e e6peri>ncias. É
;a segunda metade do sAculo QKIII" algumas pessoas viajava por toda a &uropa e reali!avam estadas de longa duração. Os diplomatas" estudantes e membros das fam$lias ricas inglesas fa!iam a Mrand our " viajando por +aris" Slorença" Noma" Kene!a" lemanha" 9u$ça e mediterrUneo. Mrand our passou a ser entendida como uma etapa importante e necessária para a formação acadAmica dos jovens de boas fam$lias. &sta viagem tinha uma duração normal de tr>s anos. Com a Mrand our " nasce o conceito de turismo e" pela primeira ve!" começam a designarF se as pessoas 7ue viajam por turistas" embora não se desenvolvesse da forma como o turismo A conhecido atualmente. ;esta altura" multiplicamFse os guias tur$sticos 7ue fornecem informaç(es e conselhos aos viajantes. O vasto movimento dos ingleses para o continente europeu começou a influenciar o desenvolvimento dos transportes" da hotelaria e da restauração. inda no sAculo QKIII ocorreu a Drevolução termalE " 7uando a medicina comprova o valor da água para a saúde. ;essa Apoca houve uma intensa codificação de toda atividade lúdica e de recreação.
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Os jogos de sorte e a!ar ganham espaço cada ve! maior na sociedade" conseguindo" por fim" apoio estatal ao ter a sua legali!ação. Com a legalidade dos jogos de fortuna e a!ar nascem os casinos. +or fim" notaFse no sAculo QKIII a e6pansão dos hotAis" por toda a &uropa.
Do s%u"o JIJ (o s%6 JJ O sAculo QIQ" marcado por um per$odo de intensas transformaç(es na economia" pol$tica e sociedade em si" veio a representar para o turismo um verdadeiro avanço. ;esta Apoca surge
o %o&%i'o )orm(" 'uris'(. Com a invenção da má7uina a vapor de Hatt" deuFse in$cio ao processo conhecido por Nevolução Industrial. travAs deste movimento" ocorreu o >6odo rural" a manufatura passou a ser substitu$da pela ma7uinofatura na produção fabril. O aumento da população nas cidades foi not=rio" a produção aliment$cia triplicou e o capitalismo industrial alcançou uma prosperidade sem tamanho. revolução pela 7ual a &uropa passava tornou imperiosa a necessidade de se" bem como sua conservação. Isso por7ue elas eram meio de escoamento da produção interna e tambAm forma de se interligar os centros industriais. melhoria na construção e manutenção das estradas" o desenvolvimento da ci>ncia" a revolução industrial" o aumento das trocas comerciais" o progresso nos transportes e a generali!ação da publicação de jornais dão um &o!o imu"so Ks !i(0&s. +or volta de V#)" surgem na 9u$ça os primeiros hotAis" 7ue começam a tomar o lugar dos albergues e das hospedarias. &m V'" nasce o turismo organi!ado com homas Coo4. s suas iniciativas de criar viagens organi!adas marcaram uma das mais importantes etapas na hist=ria do turismo e estão na
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origem do turismo moderno. tualmente" a ag>ncia por ele criada continua a ser uma das maiores organi!aç(es tur$sticas do mundo. ambAm em +ortugal nascem as primeiras ag>ncias de viagem" nomeadamente a g>ncia breu" criada em V'). o longo do sAculo QIQ" diversas foram as viagens reali!adas" sempre em busca de cultura e recreio" e os europeus passaram a visitar novos destinos. ObservaFse" neste per$odo" um suave processo de democrati!ação do turismo" ou seja" as viagens tornaramFse mais acess$veis para o segmento da classe mAdia da população. Os comboios eram sin=nimo de rapide! e elemento facilitador da atividade tur$stica. Os navios e6erciam verdadeira atração sobre a população. 9urge a classe mAdia" com salários melhores e maior possibilidade de gastos com entretenimento. ;a primeira dAcada do sAculo QQ as inovaç(es e transformaç(es alteraram profundamente os modos de vida" com a descoberta do telAgrafo e do telefone" o alargamento da rede de caminhosFdeFferro" a e6tensão das redes de estradas e o grande desenvolvimento industrial" associado / racionali!ação do trabalho e /s reivindicaç(es sindicais. O tempo de trabalho diminui e alcançaFse o direito ao repouso semanal" pelo 7ue o conceito de la!er surge como uma nova noção. O turismo transformaFse num fen=meno da sociedade" influencia o comportamento das pessoas e começa a alcançar uma importante dimensão econ=mica. O reconhecimento da importUncia do turismo leva / criação de diversas instituiç(es governamentais com o objetivo de o promover e organi!ar. &ntretanto" o avião e o autom=vel fa!em a sua entrada no mundo das viagens" embora de utili!ação reservada /s elites. &stavam" assim" criadas as condiç(es para a universali!ação do turismo e para o seu crescimento como atividade econ=mica. 9urgem" tambAm" as primeiras estruturas de turismo.
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Contudo" a II Mrande Muerra representou nova estagnação para o turismo mundial. oda a atividade tur$stica foi paralisada em função da guerra" uma ve! 7ue a &uropa" o maior centro do turismo atA então" era o palco principal das hostilidades. 1urante este per$odo" o turismo praticamente desapareceu. 1urante a guerra e o per$odo de recuperação econ=mica 7ue lhe seguiu" o turismo sofreu grandes dificuldades. 1epois" entre -'* e -%#" o progresso cient$fico e tAcnico levou a um desenvolvimento econ=mico e atingeFse a estabilidade pol$tica internacional. o n$vel do turismo" identificamFse as seguintes alteraç(es@
umento do tempo livre 8decorrente da diminuição do tempo de trabalho semanal e da generali!ação das fArias pagas:B umento do rendimento dispon$vel" 7ue facilita a compra de viagens 8adoção de medidas sociais" como reformas" subs$dios / fam$lia" pagamento de despesas com doenças:B udança das motivaç(es" já 7ue as pessoas passam a ter necessidade de compensar os dese7uil$brios psicol=gicos ligados / vida profissional atravAs da evasão ao meio.
ambAm do lado da oferta se operou uma transformação das bases do turismo@ as viagens aAreas desenvolvemFse rapidamente e as viaturas individuais tornamFse mais fre7uentes. Os organi!adores de viagens 8agentes de viagens e operadores tur$sticos: iniciaram a produção em sArie de produtos de massa" tendo por base o avião fretado e as cadeias de hotAis no litoral. O turismo passou a ser a procura do sol e mar. ;a dAcada de ) surgiram as primeiras operadoras tur$sticas" com pacotes partindo do norte europeu" para a costa do editerrUneo. ;a dAcada de %)" a preocupação com o meio ambiente tornouFse evidente" sendo necessário o cuidado e a preservação dos recursos naturais.
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Os poderes públicos passaram a compreender o turismo não apenas numa perspetiva econ=mica" mas especialmente numa perspetiva social" pol$tica" ecol=gica" cultural e educativa. Isto A" passa a ser entendido como uma forma de responder /s necessidades humanas e encetaram pol$ticas de desenvolvimento de e7uipamentos e promoção do turismo dos nacionais no interior dos seus territ=rios. Soi assim 7ue na segunda metade do sAculo QQ" a atividade tur$stica se e6pandiu pelo mundo inteiro e o número de ag>ncias de viagens aumentou consideravelmente.
E!o"u#$o o 'urismo m or'u0("
Os rim=rios o 'urismo m or'u0(" (' )i&(" o s%u"o JIJ o per$odo 7ue vai atA / institucionali!ação do turismo em +ortugal" Apoca romUntica e elitista. É
;esta altura havia dificuldades em reali!ar viagens" s= alguns A 7ue as fa!iamB havia viajantes e não turistas" por isso abundavam os livros de viagens nos sAculos QKIII e QIQ. Wuem viajava" fa!iaFo para se cultivar intelectualmente e não por pra!er. ;a segunda metade do sAculo QKIII e in$cio do sAculo QIQ aparecem as primeiras viagens de recreio. O mecanismo impulsionador do turismo era comandado da seguinte forma" por um lado funcionava a velh$ssima atração causada pelo brilho da reale!a e da sua corte" as 7uais sempre talharam as modas e encorajaram o snobismo " do outro" com id>nticos resultados tur$sticos" a nova força difusora das ideias e das opini(es" representada pela nascente comunicação social" ainda limitada ao livro e / ga!eta.
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partir do momento em 7ue" rendida aos efeitos de tamanho arsenal de seduç(es" foi despertada a vontade de e6cursionar" restava apenas aguardar 7ue aparecessem os meios log$sticos" c=modos e baratos" capa!es de satisfa!er tais intenç(es. Como A natural" os progressos 7ue este prototurismo foi absorvendo ao longo da primeira metade do sAculo QIQ" tiveram em +ortugal uma e6pressão consoante o seu pr=prio desenvolvimento. 9= ap=s as invas(es napole=nicas 8V)%FV): e a absorção das convuls(es pol$ticas e civis provocadas pelo ajustamento da sociedade /s novas conceç(es liberais 8V2)FV'%: A 7ue o pa$s dispXs de condiç(es prop$cias a um desenvolvimento sustentado e abrangente 7ue" por seu turno" irá permitir o anúncio de acalmia e estabilidade pol$tica e social para os potenciais visitantes. O primeiro sinal concreto desta acalmia vital para o florescimento do turismo viria a ser dado com a instalação em V')" em Tisboa" de um grandioso hotel para o tempo@ o ,ragança. &ntretanto" dentro das estruturas pr=Ftur$sticas registaFse o passeio público de Tisboa 8%'FV%):" os teatros l$ricos de 9. Carlos 8Tisboa" %-#: e de 9. Roão 8+orto" %-V:" o eatro ;acional de 1. aria II 8Tisboa" V':" bem como o aparecimento dos cafAs de estilo parisiense. +assando ao veraneio" a primeira metade do sAculo ficaFse pelo esboçar tur$stico de algumas estUncias termais 7ue" domesticamente" brilharão no final do sAculo 8Mer>s" Ki!ela" 9. +edro do 9ul" Caldas da Nainha" TisboaJ&storil:" assentando todas elas em anti7u$ssimas fontes medicinais" enrai!adas na tradição popular. o mesmo tempo" fluindo das cidades e do interior" vai tomando corpo o caudal de banhistas 7ue" em poucas dAcadas" passará a animar os humildes vilarejos piscat=rios do litoral. as por en7uanto são ainda poucas@ +=voa de Kar!im" So! do 1ouro" Sigueira da So!" +edrouços.
3avia outros locais de atração tur$stica" como o caso de 9intra" com a sua verdejante serra" onde 1. Roão I" no sAculo QIK" tinha constru$do o seu palácio de Kerão" era agora anunciada ao mundo como um DAden gloriosoE por Tord ,Lron" V2.
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&m V#-F*)" 1. Sernando manda construir o +alácio da +ena 7ue se torna no &6 Tibris tur$stico da instUncia. 9eguindoFse a construção de numerosas resid>ncias secundárias" ocupadas no Kerão" pela aristocracia e burguesia lisboetas. +orAm" s= algumas dAcadas depois" com a chegada do caminhoFdeFferro 8V*FVV%:" A 7ue todos estes embri(es tur$sticos 8termas" praias" montanhas: passam a desfrutar de um genu$no e continuado desenvolvimento 7ue irá dar origem ao aparecimento de importantes centros regionais" como sejam os casos de &spinho e +=voa de Kar!im. tA meados de oitocentos" a difusão do fen=meno tur$stico" fora contida" essencialmente" pela ine6ist>ncia duma malha de transportes barata e operacional" circunstUncia 7ue deste modo dei6ava inacess$veis aos potenciais turistas os múltiplos atrativos do pa$s. &m pleno sAculo QIQ" salvo a capital e duas ou tr>s cidades" o resto do pa$s vivia" ainda" em plena Idade Adia. ;esta altura" a adeira go!ava fama como instUncia climática" ficando consagrada por um ciclo de estadas reais e imperiais" ficando conhecida como a <+Arola do tlUntico?" vindo a assumir um papel de relevo nas estUncias curativas recomendadas na &uropa.
O ("!or%r o 'urismo m or'u0(" rimir( m'( o s%u"o JJ O turismo e6pandiuFse no terreno" alargouFse / maioria dos estratos sociais" ampliou ao infinito a gama temática da sua oferta. Contudo o turismo teve 7ue ter na base uma motivação fortemente recrutadora" nomeadamente as deslocaç(es motivadas pelo bemFestar f$sico ou espiritual" seja pela via do sobrenatural 7ue ergueu a fama de santuários como Sátima" seja pela força 7ue levantaram as termas ou as praias. ;esta fase o turismo anda associado a um sentido único@ saúde" espiritual ou f$sica.
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tuberculose pulmonar" conse7u>ncia da misAria a 7ue a Nevolução Industrial deu lugar atingiu o seu auge em finais do sAculo QIQ e princ$pios do sAculo QQ. Começando por atingir as classes mais bai6as devido /s más condiç(es de vida" rapidamente se alastrou a todas as classes sociais" com sucessivo progressos no combate / doença" o pesadelo da peste branca ou t$sica" como era chamada" s= terminaria em -'*" com a descoberta da estreptomicina pelo ;obel americano 9elman Ha4sman. ;o in$cio os preceitos cl$nicos receitavam o ar mar$timo para a cura da tuberculose pulmonar" mas a partir do último 7uartel do sAculo QIQ" os novos preceitos receitam os ares en6utos do clima de altitude. É assim
7ue em VV" a 9ociedade de Meografia de Tisboa" organi!a uma e6pedição cient$fica /
9erra da &strela" com vista / posterior instalação de vários sanat=rios 8Muarda" -)%:. 9= 7ue" na primeira metade do sAculo QQ" os avanços decididos da cl$nica mAdica" da farmacopeia e da profila6ia social acabaram por dispensar toda essa parafernália de bemF aventuranças e de Dfontes de juventaE em 7ue a nature!a A pr=diga" amputando ao turismo o seu mais antigo e tradicional fim F o ramo curativo" redu!ido a alguns testemunhos de terapias termais ou sanatoriais" funcionando" não com um carácter curativo" mas preventivo.
;este per$odo" o litoral do lgarve" e6c>ntrico por falta de acessos com Tisboa" mas com e6celentes condiç(es climáticas para este tipo de clientela de Apoca" dei6ara escapar a possibilidade de antecipar a sua entrada nas lides tur$sticas. pontado já em V-V" por nselmo de ndrade" como a atividade a desenvolver no sentido da recuperação econ=mica nacional" s= em aio de -" durante o Moverno +rovis=rio da Nepública" se institu$ram as primeiras estruturas oficiais de turismo. Com a abertura em +aris" em -2" da primeira representação do turismo nacional no estrangeiro" o ,ureau de Nenseignements " gerido pelo &stado e pela Companhia +ortuguesa dos Caminhos de Serro" e com a criação das Comiss(es de Iniciativa" base das estruturas
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orgUnicas locais" no mesmo ano" completouFse em +ortugal o primeiro aparelho administrativo do turismo 7ue se irá consolidar atA meados da dAcada de #)@ desenvolvimento da representação no estrangeiro" com desta7ue para a Seira IberoF mericana de 9evilha 8-2-:" criação da S; e do Centro de urismo +ortugu>s" da responsabilidade do utom=vel Clube de +ortugal. ;o mesmo per$odo avultam algumas aç(es a n$vel regional como a criação da Yona de urismo do &storil" onde se inaugura em +ortugal a primeira linha eletrificada de caminho de ferro" cujo plano inicial se completa com a inauguração de um hotel de lu6o" em -#)" e do Casino" em -#B a criação de duas !onas permanentes de jogo 8&storil e adeira: e seis temporárias 8&spinho" Sigueira da So!" +raia da Nocha" Curia" 9intra e Kiana do Castelo:B o lançamento de estruturas de acolhimento em Sátima. 9imultaneamente" organi!amFse e7uipamentos complementares@ estruturaFse o campismo 8-#):" constituemFse os 9erviços Areos +ortugueses 8-2%: e a Companhia eroF+ortuguesa 8-#': e iniciamFse os voos transatlUnticos dos clipers para Tisboa 8-#:" linha aArea cujo desenvolvimento permitiu apontar Tisboa no +rograma Oficial das Comemoraç(es dos Centenários em -')" como
O I Congresso ;acional de urismo" reali!ado em -# na 9ociedade de Meografia de Tisboa" tem grande influ>ncia na municipali!ação do turismo local" implementada atravAs das Comiss(es unicipais e Runtas de urismo. criação da Runta ut=noma de &stradas implementará a reconstrução das principais estradas do pa$s" dando origem ao turismo autom=vel em +ortugal" modalidade cujo desenvolvimento criou condiç(es / rápida progressão do e6cursionismo rodoviário em detrimento do ferroviário. &m -#-" a tutela do sector A integrada num secretariado dependente da +resid>ncia do Conselho de inistros" gerindoFse o turismo" a partir de então" como um projeto global nacional.
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Com o inicio da II Muerra undial" começa um per$odo de dificuldades para o turismo portugu>s" 7ue vai atA meados da dAcada de ). 1urante esse tempo" +ortugal comemora" longe das hostilidades" os Centenários" promovendo a &6posição do undo +ortugu>s. &ncheFse de refugiados e sofre" tambAm por isso" um significativo cho7ue 7ue pXs em evid>ncia a precariedade da rede hoteleira 7ue" / e6ceção do ei6o TisboaF&storil" não tinha condiç(es nem dignidade. guerra civil de &spanha redu!iu as entradas de turistas deste pa$s e a II Muerra undial contrariou as correntes europeias recreativas e culturais" mas aumentou o número de refugiados a caminho da mArica ou de Zfrica. odavia" o &storil foi beneficiado com este surto de refugiados. ;o p=sFguerra os acrAscimos do número de entradas de estrangeiros são discretos. ntes da Muerra predominava a clientela inglesa 87ue passava o Inverno no &storil e na adeira:" constitu$da por muitos reformados e a espanhola 8em várias praias e termas:. 1urante a guerra predominam os nacionais da área em conflito@ lemanha" ,Algica" 3olanda" Srança" MrAcia" ItáliaB +ol=nia" 3ungria" NomAnia e Rugoslávia. Com o retorno da pa!" estes últimos desapareceram por completo e recomeçaram as viagens motivadas por neg=cios" desporto" cultura" reuni(es cient$ficas e pol$ticas" a par de alguns flu6os verdadeiramente tur$sticos" com relevo para os das mAricas 8&G" ,rasil" rgentina" ColXmbia" Kene!uela" etc.:. umentaram tambAm" de forma acentuada" as correntes de peregrinos para Sátima" 7ue se afirma como o maior centro religioso do pa$s. +aralelamente renascia o e6cursionismo por mar" com escala em Tisboa" e começa a afirmarFse um certo turismo popular internacional.
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posição marginal do pa$s em relação aos principais centros emissores" tornava as viagens longas" dif$ceis e caras" atA / generali!ação da aviação comercial e do autom=vel e da moderni!ação do caminhoFdeFferro" 7ue s= vai acontecer no final da dAcada de *). O processo de mudança desta estrutura concluiFse em -*)" atravAs da ação do 9;I" e passou pelo enri7uecimento do par7ue hoteleiro do pa$s" com o relançamento do programa das pousadas 7ue envolvia o restauro" adaptação e e7uipamento dos edif$cios de algum valor hist=rico" dimensionados e decorados integralmente. Outros esforços" para dotar o turismo nacional de meios capa!es de acrescentar o seu potencial" vão surgir atA meados da dAcada de *) F reformulação da pol$tica de transportes terrestres" com entrega e6clusiva dos circuitos tur$sticos em autocarro /s ag>ncias de viagens" regulamentadas na mesma alturaB tentativas de reanimação do transporte ferroviárioB relançamento da marinha mercante nacionalB reapetrechamento do aer=dromo de 9intra e construção do eroporto de Tisboa" com a criação simultUnea da +" ransportes Areos +ortugueses" fechando" assim" um longo processo na evolução dos transportes aAreos em +ortugal. 9ão ainda postas em prática algumas" de certo modo derradeiras" tentativas de reaportuguesamento de +ortugal" em campos tão diversos como a música e o bailado@ Kerde Maio" ranchos folcl=ricos de $ndole realista" a instalação do useu de rte +opular em ,elAmB concurso da <ldeia ais +ortuguesa de +ortugal?. +ara efetivar o relançamento do turismo A promulgado um pacote legislativo ainda na dAcada de *)" 7ue estabelece uma nova estrutura para a atividade" inicia a sua regionali!ação e cria o Sundo de urismo. ;a dAcada de )" a atividade A considerada fundamental nos +lanos de Somento@ de -*F % 8intercalar: como
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A ()irm(#$o or'u0(" %omo (
O grande acrAscimo foi posterior a -*V e registouFse com um certo atraso relativamente a outros pa$ses mediterrUneos" predominavam os turistas ricos 8americanos e ingleses:" por isso as receitas por turista eram bastante elevadas e estadas mAdias de #"% dormidas. 3avia uma procura acentuada em estabelecimentos hoteleiros de lu6o 8[ e 2[ classes:" conse7u>ncia da pAssima 7ualidade dos hotAis e pens(es de #[ classe. &sboçavaFse uma certa prefer>ncia pelas praias do lgarve" embora Tisboa e arredores continuassem a ser a região de maior atração tur$stica e tambAm a melhor apetrechada em estabelecimentos hoteleiros. ;o entanto" em -)" registavamFse algumas formas de turismo barato" nomeadamente par7ues de campismo e de caravanismo" albergues de juventude" aldeias de fArias" etc. as a pol$tica oficial continuava a ser a prefer>ncia pelo turismo de lu6o em detrimento do turismo de massas " tendo em conta 7ue a7uele dei6a mais divisas por habitante e proporciona maiores lucros.
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1a mesma forma se despre!ava o turismo interno" pois os potenciais turistas portugueses fre7uentavam os par7ues de campismo" albergues de juventude" aldeias de fArias" etc." então em franco desenvolvimento" mas não originavam grandes lucros. s correntes recreativas mais volumosas eram" todavia" desviadas para casas de familiares" resid>ncias secundárias" apartamentos e 7uartos alugados" cuja capacidade se desconhece. O turismo interno marginali!ava ainda largos estratos da população portuguesa" designadamente a das áreas menos urbani!adas" a menos instru$da" a mais idosa e a de menores recursos econ=micos. +or outro lado" e para muita gente" a possibilidade de fa!er fArias em lugares distintos dos da resid>ncia habitual resulta apenas do facto de dispor de alojamento econ=mico" em relação com a sua origem rural. Com a afirmação do turismo balnear litoral" as termas vão perdendo cada ve! mais importUncia. partir dos anos #) o termalismo entra em crise por 7uase toda a &uropa" perante a afirmação da 7uimioterapia e de formas diversas de ocupação dos tempos livres. +ortugal não fugiu / regra" atA pela insuficiente diversificação do e7uipamento recreativo e desportivo da grande maioria das estUncias termais" 7ue no caso inverso" teria desencadeado movimentos puramente tur$sticos" e pela e6cecional ri7ue!a e diversidade das praias.
Outros fatores reforçam a tend>ncia evolutiva" designadamente o isolamento de algumas e a sua locali!ação em meios humanos pobres e tradicionais" de infraestruturas e e7uipamentos demasiado insuficientes perante as e6ig>ncias de clientelas urbanas de n$vel econ=mico mAdio e superior. odavia" durante a II Muerra undial as termas portuguesas atra$ram muitos estrangeiros" provavelmente refugiados. ;o fim do conflito" esta clientela 7ue foi comum a outros estabelecimentos hoteleiros desaparecera. partir de -'*" s= alguns portugueses ou
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emigrantes retornados do ,rasil ou da rgentina A 7ue as fre7uentam" sendo as dormidas de estrangeiros 7uase insignificantes. &m -%)" afirmavaFse 7ue as estUncias termais deveriam ser objeto de uma intervenção cuidada" com vista / sua revitali!ação e aproveitamento para o turismo interno. 9endo os únicos centros tur$sticos disseminados pelo interior" parecia poderem vir a desempenhar um papel importante na atenuação dos dese7uil$brios regionais. ssim a nova moda A a da predominUncia da atração litoral. +erante a tend>ncia das principais correntes tur$sticas europeias" 7ue valori!ou o 9ul de Srança" o 9ul de &spanha" a Itália" as ilhas do editerrUneo e o litoral da Zfrica do ;orte" e a procura de praias novas" desconhecidas" ainda não saturadas" mas suficientemente cosmopolitas e em voga" a pol$tica nacional de captação da7uelas correntes" escolheu o lgarve como área de acolhimento nacional e" conse7uentemente" como região de desenvolvimento tur$stico prioritário.
;esse sentido todas as iniciativas de construção de infraestruturas de acolhimento foram apoiadas. lAm da 7ualidade das praias e da amenidade do mar" o lgarve possui um clima 7ue possibilita uma larga estação balnear" o 7ue constitui condição essencial da viabilidade econ=mica dos necessários investimentos. &sta evolução tradu! a decad>ncia das estUncias termais e dos centros menores da rede urbana do interior e a afirmação dos distritos do litoral. &m termos espaciais" o turismo foi considerado como um instrumento capa! de atenuar os dese7uil$brios regionais 8econ=micos" de emprego" e7uipamento" serviços" infraestruturas" etc.:. as verificaFse 7ue o turismo estrangeiro e nacional de maior n$vel econ=mico se concentram na fachada mar$tima do pa$s" acentuando o contraste litoralFinterior.
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Isto observaFse tambAm / escala regional" como acontece no lgarve" onde as incid>ncias diretas do turismo 7uase não afetam o ,arrocal e muito menos a 9erra. lguns acontecimentos virão dificultar o seu percurso@ por um lado" fatores e6ternos" como as perturbaç(es socioculturais de -V e a crise energAtica de -%#B por outro lado" fatores internos" dos 7uais a fundamental foi a Nevolução de 2* de bril de -%'" a partir da 7ual as entradas de estrangeiros ca$ram" nos dois anos seguintes" para *)P da mAdia de -%#. 9= em 2# de 1e!embro de -%*" na vig>ncia do KI Moverno +rovis=rio" se declara o turismo como ncia 8-VFV-:" pretende relançar a atividade segundo uma =tica 7ue reforça a importUncia do turismo local. O campismo" o turismo em espaço rural" as pousadas" o turismo ecol=gico" entre outros" constituem campos de ação ra!oavelmente bemFsucedidos" a partir da dAcada de V). ;este 7uadro" a atividade tur$stica A hoje não s= um sector fundamental na conjuntura econ=mica do pa$s" mas principalmente um motor de desenvolvimento regional" especialmente prometedor em regi(es adormecidas" devido / sangria de populaç(es e atividades a 7ue se assistiu nas últimas dAcadas. &m --V" +ortugal ocupou o *.0 lugar do ran4ing mundial dos principais destinos tur$sticos com cerca de "2 milh(es de turistas" o 7ue representa 2P do total mundial e 7uase )P dos visitantes estrangeiros na &uropa meridional.
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46 C"(ssi)i%(#*s o 'urismo
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&stabelecidos os conceitos de 'uris'( e 'urismo" várias classificaç(es deste se podem fa!er tomando como base as suas causas e influ>ncias e atendendo aos fatores 7ue interferem nas deslocaç(es de pessoas" tais como a sua origem" os meios de transporte utili!ados" o grau de liberdade administrativa" a Apoca da deslocação" etc.. 1este modo" podem terFse as seguintes classificaç(es@
( S0u&o ( ori0m os !isi'(&'s tendendo ao facto de se atravessar ou não uma fronteira o turismo subdividirFseFá" de acordo com as classificaç(es metodol=gicas adotadas pela O e pelo &urostat " em@
Turismo Doméstico Viagens dos visitantes residentes no interior do país de residência Turismo Interior
Turismo Receptor Viagens dos visitantes não residentes para e no interior do país de referência
Turismo Nacional
+
+
+
Turismo Emissor Viagens dos residentes para outros países que não aqueles onde residem
Turismo Internacional
s tr>s formas básicas podem ser combinadas de vários modos" resultando dessas combinaç(es as seguintes categorias de turismo@ • Turismo i&'rior 7ue abrange o turismo reali!ado dentro das fronteiras de um pa$s e compreende o turismo domAstico e o recetorB
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•
•
Turismo &(%io&(" 7ue se refere aos movimentos dos residentes de um dado pa$s e compreende o turismo domAstico e o turismo emissorB Turismo i&'r&(%io&(" 7ue" por abranger unicamente as deslocaç(es 7ue obrigam a atravessar uma fronteira" consiste no turismo recetor adicionado do emissor.
&mbora as refer>ncias ao turismo evidenciem" normalmente" o turismo internacional e" 7uase sempre" seja este 7ue vem / mente 7uando se fala em turismo" o facto A 7ue os movimentos tur$sticos no interior de cada pa$s são" regra geral" de dimensão superior aos flu6os internacionais. ;a atualidade" estimaFse 7ue o turismo internacional pouco ultrapasse as mil milh(es de chegadas de estrangeiros" aos pa$ses de todo o mundo" en7uanto 7ue a n$vel interno ou números ultrapassam as .))) milh(es de chegadas" ou seja" seis ve!es mais. ;o entanto" pelos diferentes efeitos econ=micos 7ue provoca" A" geralmente" dada maior >nfase e importUncia ao turismo internacional. 1e salientar 7ue a e6pressão turismo abrange tanto o domAstico como o internacional.
b)
S0u&o ( ur(#$o ( rm(&9&%i( Turismo (ss(0m urismo itinerante caracteri!ado por um número redu!ido de noites 8estada curta:. Turismo rm(&9&%i( estada reali!aFse no destino final da viagem e tem maior duração.
Wuer no turismo de passagem" 7uer no de perman>ncia" o objetivo A atrair o maior número de turistas pelo maior tempo poss$vel. +ara tal" os destinos t>m 7ue ser atrativos e criar condiç(es para 7ue os turistas passem mais de uma noite.
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A ur(#$o ( rm(&9&%i( & @ • 1uração das fAriasB • +a$s de origemB • Objetivo da viagemB •
•
Condiç(es e6istentes no local visitado 8condiç(es naturais" investimentos reali!ados" capacidade criativa\:B otivaç(es.
capacidade de atração e retenção de uma região depende de muitos fatores" uns ligados /s condiç(es naturais e6istentes 8paisagem" fauna" flora" praias" termas" neve" \:" outros aos investimentos reali!ados 8infraestruturas" alojamento" animação" par7ues de atração" \: e outros" ainda" / capacidade criativa 8demonstraç(es culturais" informaç(es sobre a !ona" organi!ação de atividades para entretenimento e ocupação de tempos livres:.
% S0u&o (s rr%uss*s &( .("(( (0(m&'os s entradas de visitantes estrangeiros contribuem para o ativo da ,alança de +agamentos de um pa$s" por7ue fomentam a entrada de divisas e 7ue as sa$das de residentes desse pa$s t>m um efeito passivo sobre a7uela balança por provocarem uma sa$da de divisas" divideFse em@
Turismo E@or'(#$o – Kenda de bens e serviços tur$sticos a turistas estrangeiros 8entrada de divisas e6ternas:. D Incoming E. Turismo Imor'(#$o – Os turistas saem para o estrangeiro e levam para lá dinheiro nacional. D Outgoing E.
S0u&o ( or0(&i7(#$o ( !i(0m O turismo" interno ou internacional" de acordo com a forma como A organi!ada a viagem" pode ser dividido em 'urismo i&i!iu(" e 'urismo %o"'i!o ou 0ruo6
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urismo Individual reali!aFse 7uando alguAm fa! uma viagem cujo programa A fi6ado pelo viajante" podendo modificáFlo livremente" com ou sem intervenção de uma entidade distribuidora de viagens. urismo ColetivoJ de Mrupo acontece 7uando uma ag>ncia de viagens ou operador tur$stico oferece" contra o pagamento 7ue cobre a totalidade do programa oferecido" a participação numa viagem para um destino segundo um programa previamente fi6ado para todo o grupo.
9ão elementos deste tipo de viagem@ organi!ação prAviaB Oferta de um conjunto de prestaç(esB +reço fi6o.
s componentes da viagem são determinadas antes da sua oferta ao público integrando@ Gm destinoB eio de transporteB
Kiagem de ida e voltaB transfers dos pontos de chegada para o respetivo meio de alojamento e viceF versaB lojamentoB limentaçãoB 1istraç(es e ocupação dos tempos livresB 9egurosB Outras prestaç(es particulares.
O turismo começou por ser fundamentalmente individual mas" sobretudo a partir da dAcada de sessenta" com o aparecimento dos voos fretados 8charter flights:" o acesso /s viagens pela generalidade das populaç(es e a intervenção de organi!aç(es empresariais de grande dimensão" as viagens organi!adas passaram a ganhar cada ve! maior importUncia.
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S0u&o ( 8u("i( %(r(%'ri7(#$o so%io%o&=mi%( s disponibilidades econ=micas dos turistas podem ser responsáveis por uma procura diferente dos locais de turismo" embora se tenha pleno conhecimento de 7ue as condiç(es econ=micas já foram um condicionalismo mais limitativo do 7ue o A na atualidade. ;o entanto continua a fa!erFse a seguinte divisão@
Turismo Mi&ori(s urismo individual ou formado por pe7uenos grupos caracteri!andoFse por um princ$pio de seleção econ=mica ou cultural. Turismo M(ss(s Neali!ado por pessoas com menor n$vel de rendimentos" viajando" na maioria" em grupos. O turismo de massas A mais barato por7ue se atingem economias de escala.
) S0u&o ( &('ur7( os mios !i(0m u'i"i7(os
Turismo Trrs'r – autom=vel" autocarro ou comboio Turismo N/u'i%o – ,arco" navios de cru!eiroB Turismo Aro – viãoB
maioria dos turistas deslocaFse de autom=vel ou avião" embora as deslocaç(es de comboio ou barco tambAm estejam a crescer em algumas viagens.
0 S0u&o o 0r(u "i.r( (mi&is'r('i!( &ste critArio resulta da diferenciação entre 'urismo iri0io 'urismo "i!r, segundo as regulamentaç(es e6istentes nos pa$ses" 7uer emissores" 7uer recetores" 7uando limitam a liberdade das deslocaç(es de turistas ou lhes concedam inteira liberdade de movimentos. Os pa$ses emissores" em situaç(es de dificuldade das respetivas balanças de pagamentos ou por ra!(es pol$ticas" podem limitar as sa$das dos seus nacionais por vários meios@ limitaç(es na a7uisição de divisasB lançamento de impostosB obrigação de constituição prAvia / sa$da"
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do dep=sito de uma certa 7uantia de dinheiroB obrigação de vistosB restriç(es na concessão de passaportes" etc. ambAm os pa$ses recetores limitam" por ve!es" sobretudo por ra!(es pol$ticas" as entradas de estrangeiros ou as suas deslocaç(es no interior do pa$s. 3á pa$ses 7ue impedem as visitas a certas localidades e" outros" 7ue condicionam a passagem de visto" ou mesmo das entradas" atravAs de pesados procedimentos administrativos e" outras ve!es" não permitem a entrada de nacionais de pa$ses com os 7uais não mant>m relaç(es diplomáticas. ;o entanto" pelo reconhecimento da importUncia do turismo para a economia de cada pa$s e pelo facto de os turistas se revelarem e6tremamente sens$veis a todo o tipo de limitaç(es" assisteFse" cada ve! mais" a um abrandamento dos condicionamentos /s deslocaç(es tur$sticas. 5 S0u&o (s mo'i!(#*s
Diferentes tipos de TURISMO
a classificação segundo as motivaç(es 7ue levam as pessoas a viajar 7ue transporta para o ponto seguinte os ipos de urismo. É
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Tios Turismo identificação dos tipos de turismo resulta da agregação das motivaç(es e das intenç(es dos viajantes. 1esta forma" dada a grande variedade e6istente de motivaç(es para viajar" surgem" tambAm" diversas tipologias de turismo. &sta A uma temática em constante crescimento e evolução. 1adas as crescentes e6ig>ncias dos visitantes e da sociedade em geral" vão surgindo cada ve! mais tipos de turismo.
diversidade de motivaç(es tur$sticas tradu!Fse por uma diversidade de tipos de turismo. Como as regi(es e os pa$ses de destino apresentam tambAm uma grande diversidade de atrativos" a identificação dos vários tipos de turismo permite avaliar a ade7uação da oferta e6istente ou a desenvolver /s motivaç(es da procura. 7ui são apresentados alguns@
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TURISMO RELIGIOSO TURISMO
TURISMO
ÉTNICO
DE RECREIO
TURISMO DE SAÚDE
TURISMO POLÍTICO
TIPOS DE TURISMO
TURISMO
CULTURAL
TURISMO DEPORTIVO
TURISMO
DE NEGÓCIOS
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Turismo R%rio +raticado pelas pessoas 7ue viajam para Dmudar de aresE" por curiosidade" ver coisas novas" desfrutar de novas paisagens" das atraç(es 7ue oferecem os destinos tur$sticos. &ste tipo de turismo A peculiarmente heterogAneo por7ue a simples noção de pra!er muda conforme os desejos" o cunho" o carácter ou o meio em 7ue cada pessoa vive.
Turismo S( mEs'(r Os viajantes pretendem obter um rela6amento f$sico e mental" um benef$cio para a saúde" o recobro de uma cirurgia ou de uma doença ou a recuperação f$sica ou emocional do desgaste provocado pela agitação da vida moderna e intensidade do trabalho. Turismo Cu"'ur(" lguns autores estabelecem uma diferença entre
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grandes civili!ação do mundo" os monumentos" os grandes centros de peregrinação ou os fen=menos naturais ou geográficos constituem a prefer>ncia destes turistas.
Turismo N0=%ios s profiss(es e os neg=cios t>m como conse7u>ncia movimentos tur$sticos importantes e de grande significado econ=mico. tualmente já se utili!a um termo especifico para designar este conjunto de motivaç(es" identificandoFse um segmento IC& eetings" Incentives" Congresses and &6hibitio ns ou NIC& F Neuni(es" Kiagens de Incentivos" Congressos" Seiras e &6ibiç(es:. &ste tipo de turismo assume um elevado significado para os destinos visitados na medida em 7ue" por norma" as viagens são organi!adas fora das Apocas de fArias" chamada Apoca alta" e pagas pela empresa" ou pela instituição a 7ue os viajantes pertencem. &stes turistas possuem elevado poder de compra" o 7ue torna este tipo de turismo muito benAfico para a economia das empresas tur$stica e para os destinos.
Turismo Dsor'i!o &stas deslocaç(es são justificadas pela participação num evento desportivo. motivação pode ser ativa 8participar num evento: ou passiva 8assistir ao evento:" mediante a atuação do turista. tualmente" a prefer>ncia pelas fArias ativas assume uma importUncia crescente" o 7ue obriga a 7ue os centros tur$sticos se e7uipem com meios ade7uados / prática desportiva.
Turismo o"<'i%o
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Rustificado pela participação em acontecimentos ou reuni(es de carácter marcadamente pol$tico. Nepresentam um flu6o significativo de pessoas" já 7ue por ra!(es de promoção mediática estes encontros tra!em comitivas grandes de jornalistas e assessores dos pol$ticos. em caracter$sticas e efeitos semelhantes ao turismo de neg=cios e e6ige condiç(es id>nticas" obrigatoriamente aumentadas de uma organi!ação mais cuidada por ra!(es diplomáticas" de protocolo e de segurança.
Turismo P'&i%o C(r/%'r So%i(" Kiagens reali!adas para visitar amigos" familiares e organi!aç(es" para participar na vida em comum com as populaç(es locais" as viagens reali!adas por ra!(es de prest$gio social. lguns autores defendem a inclusão das visitas 7ue os emigrantes fa!em ao pa$s de origem e outros as viagens 7ue t>m por fim observar as e6press(es culturais ou modos de vida dos Dpovos e6=ticosE" incluindo as visitas /s casas dos nativos" observação de danças e cerim=nias bem como a possibilidade de assistir aos rituais religiosos ou culturais.
Turismo R"i0ioso 1e forma a simplificar" pode afirmarFse 7ue e6istem duas grandes correntes religios as@ s religi(es para as 7uais a peregrinação fa! parte integrante da prática religiosa
8cat=licos" muçulmanos e budistas:. &stas religi(es" em particular a cat=lica" criaram organi!aç(es para encorajar e facilitar a sua prática. s religi(es para as 7uais a peregrinação não e6iste mas cujos crentes" praticam pelo menos uma forma de turismo ligada / religião os Rudeus e os +rotestantes visitam locais 7ue guardam as marcas dos seus correligionários@ lugares de mem=ria 7ue são em geral" lugares de peregrinação.
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O urismo religioso tem normalmente tr>s tipos de abordagem@ abordagem espiritual O participante encara a peregrinação como parte integrante da sua prática religiosa e permite a apro6imação com 1eus. 7uele 7ue reali!a esta viagem pode" a 7ual7uer instante" tocado pela emoção do lugar ou pelo esp$rito 7ue o habita" converterFse a esta fA. abordagem sociol=gica o turismo religioso A um meio para o crente conhecer
melhor a hist=ria do grupo a 7ue pertence. abordagem cultural a visita a lugares de culto e a santuários A um modo do crente ou não" compreender as religi(es 7ue influenciam as sociedades" no plano hist=rico" sociol=gico e simb=lico.
Turismo &o Es(#o Rur(" motivação passa pelo contacto com a nature!a" com a paisagem" o clima" o repouso e descanso 7ue os destinos rurais permitem obter. +ode assumir cinco formas@ urismo de 3abitação" urismo Nural" groturismo" urismo de ldeia" Casas de Campo.
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?6 rs'i!(s !o"u#$o o 'urismo
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atividade tur$stica em +ortugal" apesar de constituir um fen=meno relativamente recente en7uanto atividade econ=mica organi!ada apresenta uma já considerável diversificação e segmentação" ainda 7ue continue a assentar fortemente no chamado turismo balnear litoral ou turismo de sol e mar. &ste A" de facto" o sector mais massificado" a7uele 7ue mais nacionais fa! deslocar dentro do pa$s e 7ue maior número de estrangeiros atrai" sendo" portanto" o sector de mercado tur$stico de maior significado econ=mico e de maior relevUncia geográfica" 7uer pela importUncia de 7ue se reveste na mobilidade da população" 7uer pelo papel 7ue desempenha na transformação dos espaços e da paisagem" 7uer" ainda" pelos impactes ambientais e sociais 7ue gera. +ara alAm do turismo de sol e praia" outros sectores relativamente importantes parecem ser o termalismo" outrora de grande importUncia econ=mica e geográfica e 7ue hoje parece estar a ressurgir" ainda 7ue com motivaç(es e caracter$sticas diferentes das 7ue assumiu no passado e o turismo religioso" nomeadamente para Sátima" 7ue parece continuar a crescer em volume e significado. lAm destas" outras formas de turismo" como o turismo em espaço rural" o turismo cultural ou o turismo de eventos 7ue" sobretudo a partir dos anos V)" começam timidamente a despontar" podem vir a ganhar" num futuro pr=6imo" uma relevUncia econ=mica e geográfica 7ue ultrapasse o n$vel local e regional. par com a saturação da principal região tur$stica do pa$s o lgarve e com as deficientes condiç(es de acolhimento de grande parte das regi(es costeiras do Oeste 7ue parecem não conseguir aproveitar os ensinamentos da má gestão do turismo algarvio" geramFse novas formas de procura tur$stica 7ue aproveitam tambAm a tend>ncia para o aumento do número de per$odos de fArias ainda 7ue com a diminuição da sua duração 8da$ o slogan Dfaça fArias repartidasE: e o aumento das operaç(es de curta distUncia e de tráfego interno" de forma a cativar os potenciais turistas nacionais 8Dvá para fora cá dentroE:. &ntre esses novos rumos das práticas tur$sticas estão o turismo cultural" o turismo de eventos ou de neg=cios" o turismo de saúde e repouso" o turismo itinerante e o conjunto de aç(es
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7ue se conhecem sob a designação de urismo em &spaço Nural e outras formas com elas diretamente relacionadas@ turismo nature!a" turismo aventura" turismo cinegAtico" etc. análise da evolução da procura tur$stica" avaliada pela chegada de turistas e todos os pa$ses do mundo e pelos respetivos gastos 8receitas tur$sticas:" permite destacar a conclusão de 7ue se tem registado um crescimento cont$nuo desde -*). &m *) anos" a procura tur$stica internacional multiplicouFse 7uase 2V ve!es" e nos últimos ) anos foi acrescida de mais de 2) milh(es de novos turistas em cada ano. pesar da evolução da procura tur$stica se ter alargado a todos os continentes e a todos os pontos do globo" nem todas as regi(es e nem todos os pa$ses beneficiam igualmente do turismo. procura tur$stica internacional não se reparte igualmente por todas as !onas do mundo. lgumas revelam grande capacidade de atração dos flu6os tur$sticos en7uanto 7ue outras t>m uma fraca participação nessas correntes. evolução registada nos últimos anos revela alteraç(es significativas da procura tur$stica 7ue podem sinteti!arFse do seguinte modo@ a: "(&'(ri7(#$o tA / dAcada de ) o turismo era um fen=meno tipicamente europeu e norteFamericano" mas nos últimos anos transformouFse a um fen=meno universalB b: M&or %o&%&'r(#$o procura tur$stica temFse orientado para destinos diferentes do passado" tendoFse alterado e diversificados os principais destinosB c: Dir#$o procura tur$stica começou por ser direcionada de ;orte para o 9ul da &uropa em busca de sol e mar" e do ocidente 8mArica do ;orte: para o oriente 8&uropa:" mas na atualidade" reparteFse por todas as direç(es. geografia da procura tur$stica alterouFse profundamente dei6ando de ter um sentido preciso.
1e acordo com o plano &stratAgico ;acional de urismo 8+&;:" podemos identificar as seguintes tend>ncias de evolução da procura" 7ue irão acentuarFse nos pr=6imos anos@
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A%"r(#$o o %rs%im&'o o &mro 'uris'(s i&'r&(%io&(is m 'oo o Mu&o
O sector do urismo cresceu a uma ta6a de V")P ao ano" entre 2))# e 2))*" superior ao crescimento mAdio da economia mundial 8#P: no mesmo per$odo. Organi!ação undial do urismo prev> 7ue atA 2)2) a tend>ncia se mantenha" com o crescimento mAdio anual do número de turistas a atingir os '"'P entre 2)) e 2)2)" mais uma ve! superior /s previs(es para o crescimento da economia.
E&!"5%im&'o ( ou"(#$o uroi( o n$vel da importUncia de cada escalão etário para o urismo temFse verificado uma tend>ncia para o envelhecimento do turista tipo" 7ue se prev> 7ue continue. &m --2 o segmento ]ell established ') a *- anos de idade representava #)P dos turistas" subindo para os #VP em 2)). +or outro lado" e6iste uma correlação positiva entre a despesa anual mAdia em fArias e a idade. despesa anual mAdia per capita em fArias na &uropa atinge os *" sendo 7ue os turistas com mais de *) anos t>m gastos acima da mAdia.
Aum&'o o &mro !i(0&s %ur'( ur(#$o À semelhança
do 7ue acontece com a idade mAdia dos turistas" o número e a duração das viagens t>m sofrido uma evolução. tend>ncia 7ue se observa neste ponto A a de um aumento do número de viagens de curta duração.
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ssim" entre 2))) e 2))'" o número de short trips cresceu a uma ta6a anual de #P" face a um decrAscimo anual de 'P dos turistas 7ue apenas fa!em uma viagem longa por ano. combinação entre uma viagem longa e várias short trips tambAm tem vindo a aumentar" crescendo no per$odo em análise a uma ta6a anual de 'P.
Aum&'o os 0(s'os %om ( s'(i( ru#$o os 0(s'os %om ( !i(0m ;o 7ue di! respeito / composição da despesa dos turistas" prev>Fse 7ue se mantenha a tend>ncia observada nos últimos anos de crescimento da despesa com a estadia em detrimento da despesa com a viagem.
ro%ur( @ri9&%i(s i!rsi)i%((s semelhança do 7ue acontece com a despesa" tambAm os produtos e as e6peri>ncias procuradas pelos turistas t>m evolu$do. À
;este ponto destacaFse a tend>ncia para um aumento da diversificação das e6peri>ncias" 7ue se reflete naturalmente nas principais motivaç(es de viagem. ;este conte6to" A cada ve! mais importante a oferta de um conjunto alargado de produtos 7ue d> resposta a uma procura diversificada.
Aum&'o o DIQ imi&ui#$o (s !i(0&s or0(&i7((s &6iste uma tend>ncia para uma redução do peso das viagens organi!adas" por oposição ao crescimento do 1I^ 8do it Lourself:. Gtili!ando como e6emplo a forma de organi!ação das viagens dos turistas estrangeiros em &spanha" entre 2)) e 2))*" verificamos" 7uer em termos relativos" 7uer em valores
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absolutos" uma tend>ncia para a diminuição das viagens vendidas sob a forma de pacote tur$stico" crescimento anual de F'P por oposição ao verificado nas viagens sem pacote tur$stico 7ue t>m crescido a um ritmo anual de -P.
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i."io0r()i(
,aptista" ário" urismo" Competitividade 9ustentável" Tisboa" Kerbo" --% Cunha" Tic$nio" +erspetivas e end>ncias do urismo" Tisboa" &diç(es Gniversitárias Tus=fonas" s.d. Cunha" Tic$nio" Introdução ao turismo " &d. Kerbo" #[ edição" 2)) +lano &stratAgico ;acional de urismo . inistArio da &conomia e da inovação" 2))*
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