Hermenêutica
3 HERMENÊUTICA
REGRAS DE INTERPRETACÃO DAS SAGRADAS ESCRITURAS E. LUND Traduzido por Etuvino Adiers da 7 edi!"o do ori#ina$ %aste$&ano' (ER)EN*UTICA + Re#ras de Interpreta!"o das Sa#radas Es%rituras
, EDITORA -IDA /012 )ia3i 4$orida 55/17 6 E.U.A.
[Contracapa] E. LUND P. C. NELSON
Dr. Dr. E. Lund, fecundo e prestigioso prestigioso professor da Bíblia na língua espanhola, conhecido no mundo e!anglico e no mundo das letras por sua erudi"#o e sua publica"$es. %lm das línguas em &ue a Bíblia foi originalmente escrita, o professor Lund domina!a !'rios idiomas modernos e !'rios dialetos falados no ar&uiplago das (ilipinas. % Editora )ida tem a grata satisfa"#o de apresentar aos seus leitores esta edi"#o de HE*+E-/0C%, de grande necessidade entre o po!o de língua portuguesa. HE*+E-/0C% por E. Lund uma obra de grande utilidade, n#o somente para pastores e e!angelistas, e!angelistas, mas tambm para todo crente &ue se1a um 2eloso estudante da Bíblia.
Hermenêutica
7
8NDICE %presenta"#o ..................... ........................................... ............................................ ............................. ....... 4 3.0mport5ncia 3.0mport5ncia de seu estudo ................................................. ................................................. 6 7.Disposi"$es 7.Disposi"$es necess'rias para o estudo pro!eitoso das Escrituras ..................... ........................................... ............................................ ............................... ......... 8 4.9bser!a"$es 4.9bser!a"$es gerais gerais em rela"#o : linguagem bíblica ...... ...... 36 6.*egra 6.*egra fundamental fundamental .................... .......................................... ..................................... ............... 3; <.=rimeira <.=rimeira regra ......................... ............................................... ........................................ .................. 73 >.?egunda >.?egunda regra .......................... ................................................. ....................................... ................ 7< ;./ ;./erceira regra ....................... ............................................. .......................................... .................... 78 @.Auarta @.Auarta regra ......................... ............................................... ........................................... ..................... 46 8.Auinta 8.Auinta regra regra 3 3 parte ....................... ............................................. ............................ ...... 6 3.Auinta 3.Auinta regra regra 7 7 parte ....................... ............................................. ............................ ...... 6> 33.Auinta 3. Auinta regra regra 4 4 parte ....................... ............................................. ............................ ...... 68 37.*epeti"#o 37.*epeti"#o e obser!a"$es obser!a"$es ............................... ................................................ ................. <4 34.(iguras 34.(iguras de retrica 3 parte ............................... .......................................... ........... <> 36.(iguras 36.(iguras de retrica 7 parte ............................... .......................................... ........... >3 3<.(iguras 3<.(iguras de retrica 4 parte ............................... .......................................... ........... >; 3>.(iguras 3>.(iguras de retrica 6 parte ............................... .......................................... ........... ;; 3;.Hebraísmos 3;.Hebraísmos ...................... ............................................ ............................................ ......................... ... @< 3@.=ala!ras 3@.=ala!ras simblicas ..................... ........................................... ................................... ............. 87
Hermenêutica
7
8NDICE %presenta"#o ..................... ........................................... ............................................ ............................. ....... 4 3.0mport5ncia 3.0mport5ncia de seu estudo ................................................. ................................................. 6 7.Disposi"$es 7.Disposi"$es necess'rias para o estudo pro!eitoso das Escrituras ..................... ........................................... ............................................ ............................... ......... 8 4.9bser!a"$es 4.9bser!a"$es gerais gerais em rela"#o : linguagem bíblica ...... ...... 36 6.*egra 6.*egra fundamental fundamental .................... .......................................... ..................................... ............... 3; <.=rimeira <.=rimeira regra ......................... ............................................... ........................................ .................. 73 >.?egunda >.?egunda regra .......................... ................................................. ....................................... ................ 7< ;./ ;./erceira regra ....................... ............................................. .......................................... .................... 78 @.Auarta @.Auarta regra ......................... ............................................... ........................................... ..................... 46 8.Auinta 8.Auinta regra regra 3 3 parte ....................... ............................................. ............................ ...... 6 3.Auinta 3.Auinta regra regra 7 7 parte ....................... ............................................. ............................ ...... 6> 33.Auinta 3. Auinta regra regra 4 4 parte ....................... ............................................. ............................ ...... 68 37.*epeti"#o 37.*epeti"#o e obser!a"$es obser!a"$es ............................... ................................................ ................. <4 34.(iguras 34.(iguras de retrica 3 parte ............................... .......................................... ........... <> 36.(iguras 36.(iguras de retrica 7 parte ............................... .......................................... ........... >3 3<.(iguras 3<.(iguras de retrica 4 parte ............................... .......................................... ........... >; 3>.(iguras 3>.(iguras de retrica 6 parte ............................... .......................................... ........... ;; 3;.Hebraísmos 3;.Hebraísmos ...................... ............................................ ............................................ ......................... ... @< 3@.=ala!ras 3@.=ala!ras simblicas ..................... ........................................... ................................... ............. 87
Hermenêutica
4
APRESENTA9ÃO Um livro como o presente é de grande necessidade nos países onde se fala a língua portuguesa. Cremos, pois, que ele vem preencher uma lacuna. Seu autor, o Dr. Lund, pode ser considerado como o mais fecundo e prestigioso mestre de estudos bíblicos em língua portu ortug guesa uesa,, e seu seu nom nome de há muito uito é conh conhec ecid ido o pela pela erudi!o e valor de suas produ"es. #lém das línguas em que foi escrita a $íblia, o Dr. Lund dominava seis ou sete idiomas europeus% mais tarde, porém, havendo empreendido obra missionária nas &ilipinas, cultivou vários dos idiomas e dialetos daquele arquipélago. 'radu(iu a $íblia inteira para o pana panaia iano no e o )ovo )ovo 'esta estame ment nto o para para os dial dialet etos os cebu cebu e samar. *spe *spera ramo mos s que que este este livr livro o se+a se+a uma uma verd verdade adeir ira a bn bn!o !o para quantos venham a estudá-la, quer se+am pregadores e evangelistas, ou simplesmente crist!os amantes dos estudos bíblicos. # *ditora
Hermenêutica
6
I)PORT:NCIA DE SEU ESTUDO 3. ma das primeiras ciências &ue o pregador de!e conhecer certamente a hermenêutica. =orm, &uantos pregadores h' &ue nem de nome a conhecemF Aue , pois, a hermenêuticaG % arte de interpretar teItos, responde o dicion'rio. =orm a hermenêutica Jdo grego &er3enevein, interpretarK, da &ual nos ocuparemos, forma parte da /eologia eIegtica, ou se1a, a &ue trata da reta inteligência e interpreta"#o das Escrituras bíblicas. 7. 9 apstolo =edro admite, falando das Escrituras, &ue entre as do o!o /estamento h' certas cousas difíceis de entender, &ue os ignorantes e inst'!eis deturpam, como tambm deturpam as demais Escrituras [as do %ntigo], para a prpria destrui"#o deles. E para maior desgra"a e calamidade, &uando estes ignorantes nos conhecimentos hermenêuticos se apresentam coma doutos, torcendo as Escrituras para pro!ar seus erros, arrastam consigo multid$es : perdi"#o. 4. /ais ignorantes, pretensos doutos, sempre se têm constituído em falsos, desde as falsos profetas da antiguidade at as papistas da era crist#, e os russelitas de ho1e. E &ual&uer pregador &ue ignora esta importante ciência se encontrar' muitas !e2es perpleIo, e cair' facilmente no erro de Bala#o e na contradi"#o de Cor. % arma principal do soldado de Cristo a Escritura, e se desconhece seu !alor e ignora seu use legítimo, &ue soldado ser'G 6. #o h' li!ro mais perseguido pelos inimigos, nem li!ro mais torturado pelos amigos, &ue a Bíblia, de!ido : ignor5ncia da sadia regra de interpreta"#o. 0sto, irm#os, n#o de!e ser assim. Esta d'di!a do cu n#o nos !eio para &ue cada &ual a use a seu prprio gosto, mutilandoa, tergi!ersando ou torcendoa para nossa perdi"#o. <. Lembremonos de &ue as !ariadíssimas circunst5ncias &ue concorreram para a produ"#o do mara!ilhoso li!ro re&uerem do eIpositor &ue seu estudo se1a demorado e sempre conforme a ciência, conforme as princípios hermenêuticos.
Hermenêutica < aK Entre seus escritores, os santos homens de Deus, por eIemplo, &ue filaram sempre inspirados pelo Espírito ?anto, achamos pessoas de t#o t#o !a !ari riad adaa cate catego gori riaa de ed educ uca" a"#o #o,, co como mo se1a se1am, m, sace sacerd rdot otes es,, co como mo EsdrasM poetas, como ?alom#oM profetas, &ual 0saíasM guerreiros, como Da!i Da !iMM pa past stor ores es,, &u &ual al %ms %msMM esta estadi dist stas as,, co como mo Da Dani niel elMM s'bi s'bios os,, co como mo +oiss e =aulo, e pescadores, homens sem letras, como =edro e No#o. Destes, uns formulam leis, como +oissM outros escre!em histria, como Nosu NosuM M este este escr escre! e!ee salm salmos os,, co como mo Da Da!i !iMM a& a&ue uele le pro! pro!rbio rbios, s, co como mo ?alo ?alom# m#oM oM un unss prof profec ecia ias, s, co como mo Nere Neremi mias asMM ou outr tros os biog biogra rafi fias as,, co como mo os e!angelistasM e!angelistasM outros cartas, coma as apstolos. apstolos. bK Auanto ao tempo !i!eu +oiss 6 anos antes do cerco de /ria e 4 anos antes de aparecerem as mais antigos s'bios da Orcia e Psia, coma co ma /ales ales,, =it' =it'go gora rass e Co Conf nfQc Qcio io,, !i!e !i!end ndoo No#o No#o,, o Qlti Qltimo mo escr escrit itor or bíblico, uns 3< anos depois depois de +oiss. +oiss. cK Com respeito ao lugar foram escritos em pontos t#o diferentes como o s#o o centro da Psia, as areias da %r'bia, as desertos da Nudia, os prticos do /emplo, as escolas dos profetas em Betel e Neric, nos pal'cios da BabilRnia, nas margens do Auebar e em meio h ci!ili2a"#o ocid oc iden enta tal, l, toma tomand ndo ose se as figu figura ras, s, símb símbol olos os e eI eIpr pres ess$ s$es es,, do doss usos usos,, costumes e cenas &ue ofereciam t#o !ariados tempos e lugares. 9s escritores bíblicos foram plenamente inspirados, porm n#o de tal modo &ue resultasse suprfluo o mandamento de es&uadrinhar as Escrituras e &ue se deiIasse sem considera"#o tanta !ariedade de pessoas, assuntos, pocas e lugares. Estas circunst5ncias, como natural, influíram ainda &ue n#o, certamente, na !erdade di!ina eIpressa na linguagem bíblica, porm na prpria linguagem, de &ue se ocupa a hermenêutica e &ue t#o necess'rio &ue a compreenda o pregador, pregador, intrprete e eIpositor bíblico. >. ma bre!e obser!a"#o geral a respeito de dita linguagem nos far' mais patente ainda a grande necessidade do conhecimento de sadia interpreta"#o para o estudo pro!eitoso das Escrituras. Certos doutos, por eIem eI empl plo, o, &u &uee têm têm !i!i !i!ido do semp sempre re inc incom omun unic icad ados os co com m resp respei eito to : linguagem bíblica, acham tal linguagem chocante ao incompatí!el com
Hermenêutica > seu ideal imagin'rio de re!ela"#o di!ina, tudo isso pela superabund5ncia de todo gênero de pala!ras e eIpress$es figuradas e simb>3icas &ue ocorrem nas Escrituras. %lgum conhecimento de hermenêutica n#o s as li!raria li!raria de tal dificuldade, dificuldade, como as persuadiri persuadiriaa de &ue tal linguagem linguagem a di!ina par eIcelência, como a mais científica e liter'ria. ;. m cientista de fama costuma!a insistir em &ue seus colaboradores, na c'tedra, en%arnasse3 o invis;ve$ , por&ue, di2ia, t#o some soment ntee de dest stee modo modo po pode demo moss co conc nceb eber er a eI eIis istê tênc ncia ia do in!i in!isí sí!e !ell operando sobre o !isí!el. =orm esta idia da ciência moderna mais antiga &ue a prpria Bíblia, posta &ue, em !erdade, foi Deus o primeiro &uee en &u enca carn rnou ou seus seus pe pens nsam amen ento toss in!i in!isí sí!e !eis is no noss ob ob1e 1eto toss !isí !isí!e !eis is do ni!erso, re!elandose a si mesmo. =or&uanto o &ue de Deus se pode conhecer . . . Deus lhes manifestouM por&ue os atributos in!isí!eis de Deus, assim o seu eterno poder como tambm a sua prpria di!indade, clar claram amen ente te se reco econhe heccem, em, de dessde o prin rincíp cípio do mun mundo, sen enddo percebidas por meio meio das coisas &ue &ue foram criadas J*om. 3S7K. 3S7K. Eis Eis a& a&ui ui,, po pois is,, o n ni! i!er erso so !isí !isí!e !el, l, toma tomado do co como mo giga gigant ntes esco co dicion'rio di!ino, repleto de inumer'!eis pala!ras &ue s#o os ob1etos !isí!eis, !i!os e mortos, ati!os e passi!es, eIpress$es simblicas de suas idias in!isí!eis, ada mais natural, pois, &ue ao inspirar as Escrituras, se !alha de seu prprio dicion'rio, le!andonos por meio do !isí!el ao in!isí!el, pela encarna"#o do pensamento, ao prprio pensamentoM pelo ob1eti!o ao sub1eti!o, pelo conhecido e familiar ao desconhecido e espiritual. @. =orm isto n#o s foi natural, mas absolutamente necess'rio em !ista de nossa condi"#o atual, por&uanto as pala!ras eIclusi!amente espirituais ou abstratas, pouco ou &uase nada di2em ao homem natural. %penas h' um fato relacionado com a mente e a !erdade espiritual &ue se possa comunicar com pro!eito sem lan"ar m#o da linguagem nascida de ob1etos !isí!eis. Deus tem le!ado em conta esta nossa condi"#o. #o estranhemos, pois, &ue para ele!arnos : concep"#o possí!el do cu se !alha de figuras ou semelhan"as tomadas das cenas gloriosas da terraM
Hermenêutica ; nem de &ue para ele!arnos : concep"#o possí!el de sua prpria pessoa, se sir!a do &ue foi a coroa da cria"#o, apresentandose a ns como ser corporal, semelhante a ns. (olga di2er &ue para a correta compreens#o da !erdade, tanto em símbolo e figura pela necessidade humana, se re&uer medita"#o e estudo profundo. 8. =orm preciso obser!ar a esta altura &ue ditas eIpress$es figu figura rati ti!a !ass ou simb simbl lic icas as n# n#oo se de de!e !em m mera merame ment ntee : na natu ture re2a 2a da !erdade espiritual, : mara!ilhosa rela"#o entre o in!isí!el e o !isí!el, mas tambm ao fato de &ue tal linguagem !em mais a propsito, par ser mais formosa e eIpressi!a. Condu2 idias : mente com muito mais !i!acidade &ue a descri"#o prosaica. Encanta e recria a imagina"#o, ao mesmo tempo &ue instrui a alma e fiIa a !erdade na memria, deleitando o cora"#o. Aue conceito errRneo do &ue prprio abrigam os &ue imaginam &ue a Bíblia, para ser re!ela"#o di!ina, de!eria estar escrita no estilo estilo da aritm aritmtic ticaa ou geo geomet metria riaFF #o tem Deu Deus, s, por sua sa
3. Aue a hermenêuticaG 7. =ara onde condu2 o ignor'laG 4. =ar &ue eIistem os fals'rios e herticosG 6. =ara &ue nos foi dada a EscrituraG
Hermenêutica @ <. Aue circunst5ncias, na produ"#o das Escrituras, fa2em necess'rio o estudo da hermenêuticaG =or &uem, sabre &ue, em &ue pocas e lugares foram escritasG De &ue maneira estas circunst5ncias re&uerem conhecimentos hermenêuticosG >. =or &ue ra2#o certos doutos negam a inspira"#o di!ina da BíbliaG ;. De &ue maneira científica se re!ela o in!isí!elG Aual o plano e o procedimento di!inos deste casoG @. =or &ue foi necess'rio o use de linguagem figurada na *e!ela"#o, do ponto de !ista humanoG 8. =or &ue outra ra2#o a linguagem bíblica !em mais a propsito para a humanidadeG 3. Em resumoS =or &ue de suma import5ncia o conhecimento hermenêutico para a boa compreens#o da BíbliaG Estudese a li"#o e aprendase at ao ponto de poder responder segundo as perguntas indicadas, sem auIílio do teIto, escre!endose a resposta num caderno destinado a esse fim.
Hermenêutica
8
DISPOSI9=ES NECESS>RIAS PARA O ESTUDO PRO-EITOSO DAS ESCRITURAS %ssim como para apreciar de!idamente a poesia se necessita possuir um sentido especial para o belo e potico, e para o estudo da filosofia necess'rio um espírito filosfico, assim da maior import5ncia uma disposi"#o especial para o estudo pro!eitoso da ?agrada Escritura. Como poder' uma pessoa irre!erente, inconstante, impaciente e imprudente, estudar e interpretar de!idamente um li!ro t#o profundo e altamente espiritual como a BíbliaG ecessariamente, tal pessoa 1ulgar' o seu conteQdo como o cego as cores. =ara o estudo e boa compreens#o da Bíblia necessitase, pois, pelo menos, de um espírito respeitoso e d>cil, amante da !erdade, paciente no estudo e dotado de prudência. 3. ecessitase de um esp;rito respeitoso por&ue, par eIemplo, um filho desrespeitoso, inst'!el e frí!olo, &ue caso far' dos conselhos, a!isos e pala!ras de seu paiG % Bíblia a re!ela"#o do 9nipotente, o milagre permanente da soberana gra"a de Deus, d o cdigo di!ino pelo &ual seremos 1ulgados no dia di!ino, o /estamento selado com o sangue de Cristo. =orm, com tudo isso e ante tal mara!ilha, o homem irre!erente se encontrar' como o cego ante as sublimes %lpes da ?uí"a, ou pior aindaM tal!e2 se1a como o insensato &ue 1oga lama sabre um monumento artístico &ue admirado par todo o mundo. Eis com &ue espírito, ao mesmo tempo re!erente e humilde, contemplam a =ala!ra de Deus os primiti!os crist#os. 9utra ra2#o ainda temos ns di2 =aulo para incessantemente dar gra"as a DeusS &ue, tendo !s recebido a pala!ra &ue de ns ou!istes, &ue de Deus, acolhestes n#o como pala!ras de homens, e, sim, como, em !erdade , a pala!ra de Deus, a &ual, com efeito, est' operando efica2mente em !s, as &ue credes. *ecebase assim a Escritura, com todo o respeito. E como di2 o ?enhorS 9 homem para &uem olharei esteS o aflito e abatido de espírito, e &ue treme da minha pala!ra. Estudese em tal sentimento de humildade e
Hermenêutica 3 re!erência, e se descobrir#o, como disse o ?almista, as mara!ilhas da tua lei. J0 /es. 7S34M 0sa. >>S7M ?almo
[email protected] 7. ecessitase um esp;rito d?%i$ para um estudo pro!eitoso e uma compreens#o reta da Escritura, pois, &ue se aprender' em &ual&uer estudo se falta a docilidadeG % pessoa obstinada e teimosa &ue intenta estudar a Bíblia, lhe acontecer' o &ue disse =aulo do homem natural. 9ra, o homem natural n#o aceita as coisas do Espírito de Deus por&ue lhe s#o loucuraM e n#o pode entendêlas por&ue elas se discernem espiritualmente J0 Car. 7S36K. ?acrifi&uemse, pois, as preocupa"$es, as opini$es preconcebidas e idias fa!oritas e empreendase o estudo no espírito de dcil discípulo e tomese por +estre a Cristo. ?empre de!e terse presente &ue a obscuridade e aparente contradi"#o &ue se passam encontrar n#o residem no +estre, nem em seu infalí!el li!ro de teIto, mas no pouco alcance do discípulo. +as, se o nosso e!angelho di2 o apstolo ainda est' encoberta, para as &ue se perdem &ue est' encoberto, nos &uais a deus deste sculo cegou os entendimentos dos incrdulos J7 Cor. 6S46K. =orm o discípulo humilde e dcil &ue abandona a este mestre &ue cega os entendimentos, adota a Cristo por +estre, !er' e entender' a !erdade, par&ue Deus promete guiar as humildes na 1usti"a, e ensinar aos mansos a seu caminha J?almo 7
Hermenêutica 33 ele !os se1a dada crescimento para sal!a"#o J0 =ed. 7S3,7K. 9 &ue com este dese1o a busca, es&uadrinhando as Escrituras, tambm a achar'. =ar&ue ao tal a =ai da glria, !os concede espírito de sabedoria e de re!ela"#o no plena conhecimento dele JEf. 3S3;K. ?imS % intimidade da ?enhor para os &ue a temem, aos &uais ele dar' a conhecer a sua alian"a J?al. 7
7, 37;K. <. =ara o estudo pro!eitoso das Escrituras necessitase, ao menos, da prudBn%ia de saber iniciar a leitura pela mais simples e prosseguir para a mais difícil. T f'cil descobrir &ue o o!a /estamento mais simples &ue o %ntigo, e &ue os e!angelhos s#o mais simples &ue as cartas apostlicas. %inda entre os e!angelhos, os três primeiros s#o mais
Hermenêutica 37 simples &ue o &uarto. =rincipiese, pais, o estudo pelas três primeiros. Em continua"#o ao terceiro podese ler, por eIemplo, o li!ro de %tos, &ue de mais f'cil compreens#o &ue o e!angelho segundo No#o, cu1o conteQdo mais profundo. uma pala!ra, tenhase a prudência de saber passar do simples para o difícil a fim de tirar pro!eito e n#o deiIar o li!ro a um lado por incompreensí!el, como têm feita alguns imprudentes. =odemse resumir todas estas disposi"$es na&uele tra"o característico manifestado pelas discípulos de Nesus nas momentos em &ue n#o compreenderam suas pala!rasS Per#untara3+$&e pe$o si#nii%ado pedira3 ep$i%a!"o. E lemosS /udo, porm, eIplica!a em particular aos seus prprias discípulos J+arcos 6S46K. Ent#o lhes abriu a entendimento para compreenderem as Escrituras JLc. 76S6, 46, 4;, 88K. E pRde cantar a resultado de seu proceder, di2endoS Au#o doces s#o as tuas pala!ras ao meu paladarF Compreendo mais &ue todos os meus mestres. J!. 34 e 88K. ?igase seu eIemplo e ser' idêntico o resultado. =E*O/%? 3. =or &ue o estudo pro!eitoso das Escrituras re&uer um espírito especialG E, por &ue necess'rio &ue se1a respeitosoG 7. =or &ue se necessita de um espírito dcil para o estudo e boa compreens#o da BíbliaG
Hermenêutica 34 4. =or &ue preciso &ue ame a !erdade o pes&uisador das Escrituras e por &ue ficar' sem fruto a&uele &ue ama o erroG 6. =or &ue re&uer paciência o estudo pro!eitoso da BíbliaG <. =or &ue se necessita de prudência e bom senso no estudo das EscriturasG Em &ue casos especiais se de!e usar tal prudência ou bom sensoG otaS *ecapitule cuidadosamente esta importante li"#o, n#o s com o ob1eti!o de responder :s perguntas, mas com o mais alto fim de ad&uirir as disposi"$es indicadas e necess'rias para o estudo pro!eitoso da =ala!ra di!ina.
Hermenêutica
36
OSER-A9=ES GERAIS E) RELA9ÃO LINGUAGE) 8LICA 3. ?egundo o testemunho da prpria Escritura ?agrada, ela foi di!inamente inspirada, Qtil para o ensino, para a repreens#o, para a corre"#o, para a educa"#o na 1usti"a, a fim de &ue o homem de Deus se1a perfeito, e perfeitamente habilitado para toda boa obra. Em uma pala!ra, a Escritura tem por ob1eti!o fa2er o homem s'bio para a sal!a"#o pela f em Cristo Nesus J7 /im. 4S3<, 3>K. 7. =or isso esperamos, e esperamos com ra2#o, &ue a Bíblia fale com simplicidade e clare2a. 4. Efeti!amente, lendo, por eIemplo, o o!o /estamento, encontramos a cada passo em suas p'ginas os grandes princípios e de!eres crist#os eIpressos em linguagem simples e clara, e!idente e palp'!el. Em cada p'gina ressalta a espiritualidade e santidade de Deus, ao mesmo tempo &ue a espiritualidade e o fer!or demandam sua adora"#o. Em todas as partes nos pintada a &ueda e corrup"#o do homem e a conse&Uente necessidade de arrependimento e con!ers#o. Em todas as partes proclamada a remiss#o do pecado em nome de Cristo e a sal!a"#o por seus mritos a !ida eterna pela f em Nesus, e, ao mesmo tempo, a morte eterna pela falta de f no ?al!ador. % cada passo aparecem os de!eres crist#os em todas as circunst5ncias da !ida e as promessas de a1uda do Espírito de Deus no combate contra a corrup"#o e o pecado. Estas !erdades brilham como a lu2 do dia, de sorte &ue nem o leitor mais superficial e indiferente deiIar' de !êlas. 6. =orm, &ue sucedeG 9 mesmo &ue em outros li!ros. o mais simples li!ro de escola prim'ria, &ue se ocupa t#osomente de coisas terrenas, encontramse, por eIemplo, pala!ras e passagens &ue o homem n#o compreende sem estudos. ?eria, pois, estranho encontrar pala!ras e passagens de difícil compreens#o nas Escrituras ?agradas, &ue em linguagem humana tratam de coisas di!inas, espirituais e eternasG ?e numa pro!íncia da Espanha se usam figuras ou modos de eIpressarse
Hermenêutica 3< &ue em outra n#o se compreendem sem interpreta"#o, seria estranho encontrar tais figuras e eIpress$es nas Escrituras, &ue foram escritas em países distantes e todos diferentes ao nossoG ?e todo o escrito antigo oferece pontos obscuros, acaso seria estranho &ue os ti!esse um li!ro inspirado por Deus a seus ser!os em diferentes pocas, fa2 1' centenas e milhares de anosG ada mais natural &ue contenham as Escrituras pontos obscuros, pala!ras e passagens &ue re&uerem estudo e cuidadosa interpreta"#o. <. *ecordemos a&ui &ue unicamente em tais casos de dificuldade, e n#o &uanto ao simples e claro, precisamos dos conselhos da hermenêutica para &ue resulte frutífero nosso estudo e correta nossa interpreta"#o. >. =ois bemM suponhamos &ue nos !em um documento, testamento ou legado &ue nos interessa !i!amente e &ue representa uma grande fortuna, porm em cu1os detalhes ocorrem algumas pala!ras e eIpress$es de difícil compreens#o. Como e de &ue maneira faríamos para conseguir o !erdadeiro significado de tal documentoG ?eguramente pediríamos, em primeiro lugar, eIplica"#o a seu autor, se isso fosse possí!el. ;. =orm se prometesse esclarecernos contanto &ue trabalh'ssemos , es&uadrinhandoo ns mesmos, o mais natural e acertado seria, sem dQ!ida, ler e reler o documento, tomando suas pala!ras e frases no sentido usual e comum. Auanto :s pala!ras obscuras buscaríamos, naturalmente, seu significado e aclara"#o, em primeiro lugar, pelas pala!ras prIimas ou contíguas :s obscuras, isto , pelo con1unto da frase em &ue ocorrem. @. =orm, se ainda fic'ssemos sem lu2, procuraríamos a clare2a pelo conteIto, &uer di2er, pelas frases anteriores e seguintes ao ponto obscuro, ou se1a pelo fio ou tecido imediato a narra"#o em &ue se encontra, 8. ?e n#o bastasse o conteIto, consultaríamos todo o par'grafo ou passagem, fiIandonos no ob1eti!o, intento ou fim a &ue se dirige a passagem.
Hermenêutica 3> 3. E se ainda n#o obti!ssemos a clare2a dese1ada, buscaríamos lu2 em outras partes do documento, para !er se ha!eria par'grafos ou frases semelhantes, porm mais eIplícitas, &ue se ocupassem do mesmo assunto &ue a eIpress#o obscura &ue nos causa perpleIidade. 33. Em resumo, e de &ual&uer forma, procederíamos de maneira &ue o prprio documento fosse seu intrprete, 1' &ue, le!andoo a este ou :&uele ad!ogado, contrariaríamos a !ontade do generoso autor e, afinal, correríamos o risco de interessada e pouco escrupulosa interpreta"#o. /ratandose da interpreta"#o da ?agrada Escritura, do duplo /estamento de osso ?enhor, o procedimento indicado, alm de ser o mais natural e simples, o mais acertado o seguro, como a seguir !eremos. =E*O/%? 3. Aual foi o ob1eti!o da inspira"#o das EscriturasG 7. Aue de!emos esperar com respeito : linguagem bíblica, sendo tal seu ob1eti!oG 4. Em rela"#o a &ue pontos específicos a linguagem bíblica muito compreensí!elG 6. Como &ue nas Escrituras h' pontos obscuros &ue re&uerem cuidadoso estudo e correta interpreta"#oG <. Em &ue caso necessitamos dos conselhos da hermenêuticaG >. Como procederíamos, em primeiro lugar, para aclarar um ponto obscuro em &ual&uer legado &ue se estendesse a nosso fa!orG ;. ?e mediante a condi"#o de trabalho se nos oferecesse lu2, como procederíamosG @. ?e pelo con1unto da frase em &ue ocorre a eIpress#o obscura n#o encontramos a clare2a dese1ada, &ue de!emos fa2erG 8. ?e pelo conteIto n#o conseguimos lu2, &ue con!m fa2erG 3. ?e n#o bastar a passagem inteira, &ue fa2erG 33. =or &ue ser' necess'rio proceder de modo &ue o documento se torne seu prprio intrpreteG
Hermenêutica
3;
REGRA 4UNDA)ENTAL =elo dito anteriormente, foinos possí!el !er como apropriado e mais con!eniente, &ue em &ual&uer documento de import5ncia em &ue se encontrem pontos obscuros se procure &ue ele se1a seu prprio intrprete. Auanto : Bíblia, o procedimento sugerido n#o s con!eniente e muito factí!el, mas absolutamente necess'rio e indispens'!el. 3. 9 &uanto sabemos, o primeiro intrprete da =ala!ra de Deus foi o diabo, dando : pala!ra di!ina um sentido &ue ela n#o tinha, falseando astutamente a !erdade. +ais tarde, o mesmo inimigo, falseia o sentido da =ala!ra escrita, truncandoa, isto , citando a parte &ue lhe con!inha e omitindo a outra. 7. 9s imitadores, conscientes e inconscientes, têm perpetuado este procedimento enganando : humanidade com falsas interpreta"$es das Escrituras. )ítimas, pois, de tais enganos e de t#o estupendos erros, &ue têm resultado em hecatombes e cataclismos, de!emos 1' conhecer o suficiente dessa interpreta!"o parti%u$ar. E a ningum de!e parecer estranho &ue insistamos em &ue a primeira e fundamental regra da correta interpreta"#o bíblica de!e ser a 1' indicada, a saberS A Es%ritura ep$i%ada pe$a Es%ritura, ou se1aS a ;<$ia sua pr?pria intFrprete. 4. 0gnorando ou !iolando este princípio simples e racional, temos encontrado, como dissemos, aparente apoio nas Escrituras a muitos e funestos erros. (iIandose em pala!ras e !ersículos arrancados de seu con1unto e n#o permitindo : Escritura eIplicarse a si mesma, encontraram os 1udeus aparente apoio nela para re1eitar a Cristo. =rocedendo do mesmo modo, encontram os papistas aparente apoio na Bíblia para o erro do papado e das matan"as com ele relacionadas, para n#o falar da ?anta 0n&uisi"#o e outros erros do mesmo estilo. %tuando assim, acham aparente apoio os espíritas para sua errRnea encarna"#oM os comunistas, para sua reparti"#o dos bensM os incrdulos 2ombadores, para as contradi"$esM os russelitas para seus erros blasfemos. e, finalmente, os Vilson e *oose!elt, ara seu militarismo. ?e ti!essem a
Hermenêutica 3@ sensate2 de permitir h Bíblia &ue se eIplicasse a si mesma, e!itariam erros funestos. 6. Ora"as ao abuso apontado ou!imos di2er &ue com a Bíblia se pro!a o &ue se &uer. % m' !ontade, a incredulidade, a pregui"a em seu estudoM o apego a idias falsas e mundanas, e a ignor5ncia de toda regra de interpreta"#o, pro!ar' o &ue se &ueira com a BíbliaM porm 1amais pro!ar' a Bíblia o &ue os homens t#o mal dispostos &uerem. /ampouco pro!ar' nenhum douto de !erdade, nem crentes humildes, &ual&uer coisa com a Escritura. <. %o contr'rio, por&ue o discípulo humilde e douto na =ala!ra sabe &ue a lei do ?enhor perfeita e &ue n#o h' erro na =ala!ra, mas no homem, ele sabe &ue n#o se tira e se p$e, ou se acrescenta e se suprime impunemente : =ala!ra, segundo o estilo sat5nico, por&uanto Deus, mediante seu ser!o, fe2 constarS ?e algum lhes fi2er &ual&uer acrscimo, Deus lhe acrescentar' os flagelos escritos neste li!roM e se algum tirar &ual&uer coisa das pala!ras do li!ro desta profecia, Deus tirar' a sua parte da 'r!ore da !ida. #o, certamente a re!ela"#o di!ina, &ual Lei perfeita, inspirada por Deus e Qtil para o ensino, para a repreens#o, para a corre"#o, para a educa"#o na 1usti"a, a fim de &ue o homem de Deus se1a perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obraM tal re!ela"#o, dissemos, n#o se presta impunemente a tal abuso. >. Em !ista de tais afirmati!as e destas e outras restri"$es, e!idente &ue carece absolutamente de san"#o di!ina a interpreta"#o particular do papismo &ue concede autoridade superior : =ala!ra mesma, : interpreta"#o dos pais da 0gre1a docente ou da infalibilidade papal, como carece tambm de dita san"#o a idia da interpreta"#o indi!idual do protestantismo. enhuma profecia da Escritura pro!am de particular elucida"#o, disse =edroM e Nesus nos eIorta a eIaminar as Escrituras para achar a !erdade, e n#o a interpretar as Escrituras para estabelecer a !erdade a nosso arbítrio. ;. ada de estranho tem, pois, &ue nos eminentes escritores da antiguidade encontremos afirma"$es como estasS %s Escrituras s#o seu
Hermenêutica 38 melhor intrprete. Compreender's a =ala!ra de Deus melhor &ue de outro modo, comparando uma parte com outra, comparando o espiritual com o espiritual J3 Cor. 7S34K. 9 &ue e&ui!ale a usar a Escritura de tal modo &ue !enha a ser ela seu prprio intrprete. @. ?e por uma parte, arrancando !ersículos de seu con1unto e citando frases soltas em apoio de idias preconcebidas, possí!el construir doutrinas chamadas bíblicas, &ue n#o s#o ensinos das Escrituras, mas antes doutrinas de demRniosM por outra parte, eIplicando a Escritura pela Escritura, usando a Bíblia como intrprete de si mesma, n#o s se ad&uire o !erdadeiro sentido das pala!ras e teItos determinados, mas tambm a certe2a de todas as doutrinas crist#s, &uanto : f e : moral. /enhase sempre presente &ue n#o se pode considerar de todo bíblica uma doutrina antes de resumir e encerrar tudo &uanto a Escritura di2 da mesma. m de!er tampouco de todo bíblico se n#o abarca e resume todos os ensinos, prescri"$es e reser!as &ue contam a =ala!ra de Deus em rela"#o ao mesmo. %&ui cabe bem a leiS #o se pronuncia senten"a antes de ha!er ou!ido as partes. =orm cometem o delito de falhar antes de ha!er eIaminado as partes todos a&ueles &ue estabelecem doutrinas sobre pala!ras ou !ersículos eItraídos do con1unto, sem permitir : Escritura eIplicarse a si mesma. 0gual falta cometem os &ue do mesmo modo procedem e falam de contradi"$es e ensinos imorais. =or conseguinte, de suma necessidade obser!ar a referida re#ra das re#ras, a saberS A ;<$ia F seu pr?prio intFrprete, se n#o &uisermos incorrer em erros e atrair sobre ns a maldi"#o &ue a prpria Escritura pronuncia contra os falsificadores da =ala!ra. Dissemos regra das regras, por&ue desta, &ue fundamental, se desprendem outras !'rias &ue, como !eremos, dela nascem naturalmente. =E*O/%? 3. Auem foi o primeiro intrprete da =ala!ra de Deus e &uais as suas astQciasG
Hermenêutica 7 7. Aual de!e ser a regra fundamental na interpreta"#o da Bíblia e por &uêG 4. Auais os males &ue resultaram de n#o interpretar as Escrituras por si mesmasG 6. Auem pro!a o &ue &uer com a BíbliaG <. =or &ue n#o se pode pro!ar o &ue se &uer com a BíbliaG >. Como se de!e considerar a interpreta"#o particular ou indi!idual papista ou protestanteG ;. Aue princípio de interpreta"#o recomenda!am eminentes escritores da antiguidadeG @. 9 &ue se re&uer para &ue se1a positi!amente bíblica esta ou a&uela doutrina ou declara"#oG 8. Aue princípio fundamental de!e ser!irnos de base em todo o estudo bíblicoG
Hermenêutica
73
PRI)EIRA REGRA 3. Como 1' dissemos, os escritores das ?agradas Escrituras escre!eram, naturalmente, com o ob1eti!o de se fa2erem compreender. E, por conseguinte, de!eriam !alerse de pala!ras conhecidas e de!eriam us'las no sentido &ue geralmente tinham. %!eriguar e determinar &ual se1a este sentido usual e ordin'rio de!e constituir, portanto, o primeiro cuidado na interpreta"#o ou correta compreens#o das Escrituras. 7. ?er' preciso repetir a&ui, para maior apro!eitamento, alm do auIílio di!ino, &ue em tal a!erigua"#o h' modos de proceder &ue nenhum leitor da Bíblia de!e ignorar, sendo sempre necess'rio ter em conta o princípio fundamental &ue o Li!ro h' de ser seu prprio intrprete, de cu1o princípio se dedu2em outros, &ue chamamos regras ou pautas de interpreta"#o. 4. Destas di2 assim a primeiraS pre%iso o Huanto se@a poss;ve$ to3ar as pa$avras e3 seu sentido usua$ e %o3u3. 6. *egra sumamente natural e simples, porm da maior import5ncia. =ois, ignorando ou !iolandoa, em muitas partes da Escritura n#o ter' outro sentido &ue a&uele &ue &ueira concederlhe o capricho humano. =or eIemplo, hou!e &uem imaginasse &ue as o!elhas e os bois &ue menciona o ?almo @ eram os crentes, en&uanto as a!es e os peiIes eram os incrdulos, donde se concluía, em conse&Uência, &ue todos os homens, &ueiram ou n#o, est#o submetidos ao poder de Cristo. ?e ti!esse sido le!ado em conta o sentido usual e comum das pala!ras, n#o teria caído em semelhante erro. <. =orm, tenhase sempre presente &ue o sentido usual e comum n#o e&ui!ale sempre ao sentido literal. Em outras pala!ras, o de!er de tomar as pala!ras e frases em seu sentido comum e natural n#o significa &ue sempre de!em tornarse ao p da letra. Como se sabe, cada idioma tem seus modos prprios e peculiares de eIpress#o, e t#o singulares, &ue se for tradu2ido ao p da letra, perdese ou destruído completamente o sentido real e !erdadeiro. Esta circunst5ncia se de!e, tal!e2, ter mais
Hermenêutica 77 presente ao tratarse da linguagem das Escrituras, do &ue de outro li!ro &ual&uer, por estar sumamente cheio de tais modos e eIpress$es prprias e peculiares. 9s escritores sagrados n#o se dirigem a certa classe de pessoas pri!ilegiadas, mas ao po!o em geralM e, por conseguinte, n#o se ser!em de uma linguagem científica ou seca, mas figurada e popular. % estas circunst5ncias se de!em a liberdade, !ariedade e !igor &ue obser!amos em sua linguagem. % elas se de!e seu abundante uso de toda ordem de figuras retricas, símiles, par'bolas o eIpress$es simblicas. %lm do citado, ocorrem muitas eIpress$es peculiares do idioma hebreu, chamadas &eS37, lemosS =or&ue toda carne ha!ia corrompido o seu caminho sobre a terra J!ers#o re!ista e corrigidaK. /omando a&ui as pala!ras %arne e %a3in&o em sentido literal, o teIto perde o significado por completo. =orm tomando em seu sentido comum, usandose como figuras, isto , carne em sentido de pessoa e caminho no sentido de %ostu3es, 3odo de pro%eder ou re$i#i"o, 1' n#o s tem significado, mas um significado terminante, di2endonos &ue toda pessoa ha!ia corrompido seus costumesM a mesma !erdade &ue nos declara =aulo, sem figura, di2endoM #o h' &uem fa"a o bem J*om. 4S37K. 7. =ergunta NesusS Aual a mulher &ue, tendo de2 dracmas, se perder uma, n#o acende a candeia, !arre a casa e a procura diligentemente at encontr'laG este !ersículo, tomado ao p da letra, embora nos apresente uma pergunta interessante, estamos longe de compreender a !erdade &ue encerra. =orm, sabendo &ue contam uma par'bola, cu1as partes principais e figuradas re&uerem interpreta"#o e designam realidades correspondentes :s figuras, n#o !emos a&ui 1' agora uma pergunta interessante, mas uma mulher &ue representa a CristoM um trabalho diligente &ue representa um trabalho semelhante &ue Cristo est'
Hermenêutica 74 le!ando a caboM e uma moeda perdida representa o &o3e3 perdido no pecadoM tudo isto eIpondo e ilustrando admira!elmente a mesma !erdade &ue eIpressa Cristo sem par'bola, di2endoS =or&ue o (ilho do homem !eio buscar e sal!ar o perdido JLuc. 38S3K. 4. =rofeti2ando a respeito de Nesus, disse Wacarias JLuc. 3S>8K e nos suscitou plena e poderosa sal!a"#o na casa de Da!i. Dificilmente eItrairemos da&ui alguma coisa clara se tomarmos a pala!ra casa em sentido literal. =orm, sabendo &ue, como símbolo e figura, casa ordinariamente significa a3;$ia ou des%endBn%ia, 1' n#o estamos :s escurasS aí se nos di2 &ue Deus le!antou uma poderosa sal!a"#o entre os descendentes de Da!i, como tambm disse =edroS Deus, porm . . . o eIaltou Ja CristoK a =ríncipe e ?al!ador, a fim de conceder a 0srael o arrependimento e a remiss#o dos pecados J%tos KS ?e algum !em a mim, e n#o aborrece a seu pai, e m#e . . . n#o pode ser meu discípuloM ora, tomado ao p da letra, isso constitui uma contradi"#o ao preceito de amar at aos inimigos. =orm, lembrandonos do &e
Hermenêutica 76 7. Aual o princípio fundamental &ue se de!e ter sempre presente na interpreta"#oG 4. Aual a primeira regra &ue se dedu2 da regra das regrasG 6. =or &ue t#o importante esta regraG <. Aue diferen"a h' entre o sentido usual ou comum e o sentido literal, e por &ue n#o se de!em tomar sempre as pala!ras em seu sentido literalG >. =or &ue foi escrita a Bíblia em linguagem popular e figurada e n#o em linguagem científicaG EIemplosS De &ue trata o primeiro, o segundo, o terceiro, o &uartoG Aue s#o hebraísmosG Como se ad&uire a familiaridade necess'ria para distinguir entre linguagem literal e figuradaG
Hermenêutica
7<
SEGUNDA REGRA 3. a linguagem bíblica, como em outra &ual&uer, eIistem pala!ras &ue !ariam muito em seu significado, segundo o sentido da frase ou argumento em &ue ocorrem. 0mporta, pois, a!eriguar e determinar sempre &ual se1a o pensamento especial &ue o escritor se prop$e eIpressar, e assim, tomando por guia este pensamento, poderse' determinar o sentido positi!o da pala!ra &ue apresenta dificuldade. 7. T, pois t#o natural &uanto importante o &ue chamamos a segunda regra, e di2S de todo ne%essJrio to3ar as pa$avras no sentido Hue indi%a o %on@unto da rase. 4. Dos eIemplos &ue oferecemos a seguir, !erse' como !aria, segundo a frase, teIto ou !ersículo, o significado de algumas pala!ras muito importantes, acentuando assim a import5ncia desta regra. Ee3p$os S 3. 4FS % pala!ra f, ordinariamente significa confian"aM mas tambm tem outras acep"$es. Lemos de =aulo, por eIemploS %gora prega a f &ue outrora procura!a destruir JO'l. 3S74K. Do con1unto desta frase !imos claramente &ue a f, a&ui, significa cren"a, ou se1a, a doutrina do Evan#e$&o. +as a&uele &ue tem dQ!idas, condenado, se comer, por&ue o &ue fa2 n#o pro!em de fM e tudo o &ue n#o pro!am de f pecado J*om. 36S74K. =elo con1unto do !ersículo, e tudo considerado, !erificamos &ue a pala!ra a&ui ocorre no sentido de con!ic"#oM con!ic"#o do de!er crist#o para com os irm#os. 7. Sa$va!"o, Sa$varS Estas pala!ras s#o usadas fre&Uentemente no sentido de sal!a"#o do pecado com suas conse&UênciasM têm, porm, outros significados. Lemos, por eIemplo, &ue +oiss cuida!a &ue seus irm#os entenderiam &ue Deus os &ueria sal!ar, por intermdio dele J%tos ;S7
Hermenêutica 7> Como escaparemos ns, se negligenciarmos t#o grande sal!a"#oG JHeb. 7S4K. Considerando o con1unto, sa$va!"o a&ui &uer di2er toda a reve$a!"o do Evan#e$&o. 4. Gra!aS 9 significado comum da pala!ra gra"a fa!orM porm se usa tambm em outros sentidos. Lemos, por eIemploS =ela gra"a sois sal!os, mediante a fM e isto n#o !em de !s, dom de Deus, etc. JEf. 7S@K. =elo con1unto deste !ersículo se !ê claramente &ue #ra!a significa a pura 3iseri%?rdia e S7>K, isto , uma disposi!"o terna e d?%i$. %ndamos outrora, segundo as inclina"$es da nossa %arne JEf. 7S4K, significa, nossos dese@os sensuais. %&uele &ue foi manifestado na %arne J3 /im. 4S3>K, a saber em or3a &u3ana. /endo come"ado no Espírito, este1ais agora !os aperfei"oando na %arneG JOil. 4S4K, &uer di2er, por obser!ar cerimRnias 1udaicas, como a circuncis#o, &ue se fa2 na carne. <. San#ueS (alando de crucificar a Cristo, disseram os 1udeusS Caia sobre ns o seu san#ue, e sobre nossos filhosF J+at. 7;S7
Hermenêutica 7; por nossa regra !imos &ue sangue, a&ui, ocorre no sentido de %u$pa e suas %onseHKBn%ias, por matar um inocente. /emos a reden"#o, pelo seu san#ue JEf. 3S;KM ?endo 1ustificados pelo seu san#ue, seremos por ele sal!os da ira J*om. . Como facilmente se compreende, esta regra tem import5ncia especial &uando se trata de determinar se as pala!ras de!em ser tomadas no sentido literal ou figurado. =ara n#o incorrer em erros, de grande import5ncia, neste caso tambm, deiIarse guiar pelo pensamento do escritor e tomar as pala!ras no sentido &ue o con1unto do !ersículo indica. Ee3p$os S 3. /omou Nesus um p#o, e aben"oandoo, o partiu e o deu aos discípulos, di2endoS /omai, comeiM isto o meu corpo J+at. 7>S7>K. Ouiados pelo con1unto deste !ersículo, tornase e!idente &ue a pala!ra corpo a&ui n#o se usa no sentido literal, mas figuradoM por&uanto Nesus partiu p#o e n#o seu prprio corpo, e por&uanto ele mesmo, santo e inteiro, lhes deu o p#o, e n#o parte de sua carne. sa, pois, Nesus, a pala!ra em sentido simblico, dandolhes a compreender &ue o p#o representa seu corpo. 7. Di2 Cristo a =edroS Darteei as cha!es do reino dos cus J+at. 3>S38K. =elo con1unto desta frase !emos claramente &ue cha!es n#o se usa no sentido literal ou material, posto &ue o reino dos cus n#o um lugar terreno onde se penetra mediante cha!es materiais. De!ese, pois, tomar em sentido figurado, simboli2ando as cha!es, autoridadeM a autoridade de ligar e desligar ou perdoar e reter pecados, &ue em outra ocasi#o tambm deu aos demais discípulos JNo. 7S74M !e1a +at. 3@S3@K. =oderseiam multiplicar eIemplos como estes, porm bastam os 1' mencionados, para termos uma idia do uso desta regra e da grande necessidade de ler com aten"#o as Escrituras.
Hermenêutica 7@ =E*O/%? 3. ?e n#o se usam as pala!ras no mesmo sentido, como sabemos em cada caso &ual se1a o !erdadeiro significadoG 7. Como di2 a regra &ue de!e ser obser!ada no caso em &ue as pala!ras !ariam de sentidoG 4. Como, por eIemplo, !aria o sentido de pala!ra fG aK Como !aria o significado da pala!ra sal!a"#oG bK Em &ue sentido se usa a pala!ra gra"aG cK Auais s#o os diferentes significados da pala!ra carneG dK Como !aria o significado da pala!ra sangueG 6. Auando &ue esta regra tem import5ncia especialG aK =or &ue n#o se pode tomar no sentido literal a pala!ra corpo em +at. 7>S7>G bK =or &ue se de!e compreender em sentido figurado a pala!ra cha!es em +at. 3>S38G
Hermenêutica
78
TERCEIRA REGRA 3. % terceira di2S ne%essJrio to3ar as pa$avras no sentido indi%ado no %onteto a sa
Hermenêutica 4 edii%ados pela eIpress#o %onir3ados na F &ue !em logo em seguida :s mesmas JCol. 7S;K. O sa$Jrio do pe%ado F a 3orte , di2 o apstolo =aulo. 9 sentido profundo desta eIpress#o fa2 ressaltar de uma maneira !i!a a eIpress#o oposta &ue a segueS 3as o do3 #ratuito de Deus F a vida eterna J*om. >S74K. 9utro tanto sucede em rela"#o : f, &uando No#o di2S Hue3 %rB no 4i$&o te3 a vida eterna, pintando ao !i!o a pala!ra crer pela eIpress#o opostaS o Hue todavia se 3antF3 reK. 4. s vezes u3a pa$avra Hue epressa u3a idFia #era$ e aS3344K. (alando Nesus do cego de nascimento, disseS em ele pecou, nem seus pais, com o &ue de nenhum modo afirma Nesus &ue n#o hou!essem pecadoM pois eIiste no conteIto uma circunst5ncia &ue limita o sentido da frase a &ue n#o ha!iam pecado para &ue sofresse de cegueira como conse&Uência, segundo erroneamente pensa!am os discípulos. JNo. 8S4K. %o ordenar /iago no cap.
Hermenêutica 43 conteIto, como de costume, imaginam encontrar a&ui apoio para a eItremaun"#o. AdvertBn%ias. /ratandose do conteIto, preciso ad!ertir &ue :s !e2es se rompe o fio do argumento ou narra"#o por um parênteses mais ou menos longo, depois do &ual !olta ao assunto. ?e o parênteses curto, n#o h' dificuldadeM porm se longo, como sucede seguidamente nas epístolas de =aulo, re&uer particular aten"#o. Em Efsios 4, por eIemplo, encontramos um parênteses &ue !ai desde o !erso 7 at o Qltimo, reatando o fio do assunto no primeiro !ersículo do cap. 6. )e1amse outros eIemplos em (ilip. 3S7; at 7S3>M *om. 7S34 at 3>M Efs. 7S36 at 3@, etc., e notese &ue a pala!ra porHue a&ui, em lugar de introdu2ir, como de costume, uma ra2#o determinada do por &uê de alguma cousa, ser!e para introdu2ir um parênteses. =or outra parte, de!emos recordar &ue os originais das Escrituras n#o têm a di!is#o em capítulos e !ersículosM assim &ue o conteIto n#o se encontra sempre dentro dos limites do capítulo &ue meditamos, nem tampouco acaba sempre o fio de um argumento ou de uma narra"#o com o fim do capítulo. T preciso ter isso em conta. 6. Por $ti3o n"o se esHue!a Hue Ms vezes t"o+so3ente pe$o %onteto se pode deter3inar se u3a epress"o deve ser to3ada ao pF da $etra ou e3 sentido i#urado. Chamando Nesus ao !inho san#ue da a$ian!a , compreendemos pelo conteIto &ue a pala!ra sangue de!e ser tomada em sentido figurado, desde o momento &ue Nesus, no dito conteIto, !olta a chamar ao !inho de fruto da !ideira, embora o ti!esse aben"oado. Daí !emos, alm disso, &ue n#o !em de Nesus o ensino da transforma"#o do !inho em sangue !erdadeiro de Cristo, como pretendem os &ue fa2em caso omisso do conteIto, torcendo as Escrituras para sua perdi"#o. J+at. 7>S7;, 78.K Ha!endo dito NesusS Auem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a !ida eterna e minha carne !erdadeira comida, e o meu sangue !erdadeira bebida, etc., os discípulos ficaram assombrados e come"aram a murmurarM dessa circunst5ncia de!emos esperar no
Hermenêutica 47 conteIto alguma eIplica"#o, se de!emos tomar em sentido material ou espiritual estas declara"$es. Efeti!amente lemosS 9 espírito Jo sentido espiritual das pala!ras ditasK o &ue !i!ificaM a carne Jo sentido carnalK para nada apro!eita. Comer a carne e beber o sangue e&ui!ale, pois, a apropriarse pela f do sacrifício de Cristo na cru2, do &ue, como se sabe, resulta a !ida eterna do crente. JNo. >S6@>4.K (alando =aulo de edificar, se o &ue algum edifica sobre o fundamento ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, !emos pelo conteIto &ue fala do prprio Cristo como o fundamento do edifício, de!endose tomar estas pala!ras no sentido espiritual, representando, sem dQ!ida, doutrinas legítimas e falsas com suas conse&Uências. J3 Cor. 4S37.K % eIpress#oS ?er' sal!o, toda!ia, como &ue atra!s do fogo, eIplicase a si mesma pelo conteIto, o &ual nos ensina &ue n#o se trata de sal!ar uma alma &ual&uer, mas a ser!os de Deus, e &ue n#o fogo &ue se ati"a em suas pessoas, mas em sua infortunada constru"#o de material, &ual feno e palhaM alm disso, &ue n#o um fogo purificador, mas destruidor, a saber, o fogo do escrutínio rigoroso no dia da manifesta"#o de CristoM estes cooperadores de Deus sal!arse#o, pois, no sentido de um construtor &ue, na cat'strofe do incêndio do edifício &ue est' le!antando, pode escapar, sim, porm perdendo tudo, eIceto a !ida. 9 &ue significa a mesma eIpress#o, di2endoS ser' sal!o, n#o mediante a permanência no fogo, mas %o3o Hue atravFs do o#o . ? os cegos ao conteIto podem sonhar com o purgatrio nesta passagem. J3 Cor. 4S< 3<.K Di2endo =aulo &ue a uni#o entre Cristo e a 0gre1a t#o intima, &ue somos membros de seu corpo, de sua carne e de seus ossos, e &ue de!e reinar uni#o t#o estreita como entre marido e esposa, continuaS Grande F este 3istFrio. Aue mistrioG 9 conteIto o eIplica em continua"#oS mas eu me refiro a Cristo e : igre1a JEfs.
Hermenêutica 44 s fa2em um arran1o com o conteIto, mas ainda tradu2em a eIpress#o assimS Orande este sacramento, acrescentando em nota eIplicati!a &ue a uni#o do marido com a mulher um grande sacramentoF Deste modo, tradu2indo mal e interpretando pior, encontram a&ui o fundamento para o &ue chamam o sacramento do matrimRnio. 9 &ue acima foi dito basta para compreender a necessidade de ter em conta o conteIto a fim de decidir se determinadas eIpress$es de!em ser tomadas ao p da letra ou em sentido figurado. =E*O/%? 3. Aual a terceira regraG 7. Aue se entende por conteItoG 4. =ara &ue e de &uantas maneiras Qtil o conteItoG Aue h' no conteIto &ue aclara eIpress$es obscurasG Cite eIemplos. 6. Aue eIemplos temos da aclara"#o de pala!ras obscuras por pala!ras semelhantes ou opostas :s obscurasG <. Como &ue o conteIto nos a1uda em certas eIpress$es de idias absolutasG Cite eIemplos. >. Aue de!emos ter presente em rela"#o ao conteIto e aos parêntesesG ;. De &ue ser!e o conteIto em rela"#o :s eIpress$es literais ou figuradasG %presente eIemplos. %d!ertimos no!amente &ue para pro!eito positi!o preciso estudar as li"$es at ao ponto de poder escre!er as respostas :s perguntas sem fa2er uso do teIto.
Hermenêutica
46
UARTA REGRA % &uarta regra de interpreta"#o di2S 3. pre%iso to3ar e3 %onsidera!"o o o<@etivo ou des;#nio do $ivro ou passa#e3 e3 Hue o%orre3 as pa$avras ou epresses o, 3;M o dos E!angelhos, em No#o 7S43M o de 7 =edro no cap. 4S7, e o de =ro!rbios no capitulo 3S3, 6. 4. 9 desígnio alcan"ado pelo estudo diligente nos oferece auIílio admir'!el para a eIplica"#o de pontos obscuros, para a aclara"#o de teItos &ue parecem contradit>rios e para conseguir um conhecimento mais profundo de passagens em si claras. 6. Ee3p$osS 3Y T e!idente &ue as cartas aos O'latas e aos Colossenses foram escritas na ocasi#o dos erros &ue, com grande dano, os 1udai2antes ou falsos mestres procura!am implantar nas igre1as apostlicas. =or conseguinte, estas cartas têm por desígnio eIpor com toda clare2a a sal!a"#o pela morte eIpiat>ria de Cristo, contrariamente aos ensinos dos 1udai2antes, &ue prega!am as obras, a obser!5ncia de dias e cerimRnias 1udaicas, a disciplina do corpo e a falsa filosofia. % cada passo encontraremos lu2 no estudo destas cartas para a melhor compreens#o de passagens, embora claras, em si mesmas, se temos esse desígnio sempre presente. Leremos ao mesmo tempo com mais entendimento, por eIemplo, os ?almos 4, 3@, 46 e <3, le!andose em conta em &ue ocasi#o foram escritos, coisa &ue consta em seu respecti!o encabe"amento. 9utro tanto di2emos dos ?almos 37 at 346, intitulados
Hermenêutica 4< C5ntico dos degraus, se ti!ermos presente &ue foram escritos para serem cantados pelos 1udeus em suas !iagens anuais a Nerusalm. <. 7Y Eis a&ui a lu2 &ue oferece o desígnio para a aplica"#o de um ponto obscuro, desígnio ad&uirido tendo em conta a condi"#o de uma pessoa : &ual se dirige Nesus. %o perguntarlhe um =ríncipe, cegado por 1usti"a prpria, &ue bem de!eria fa2er para obter a !ida eterna J+at. 38S3>M Luc. 3@S3@K e Nesus lhe respondeS Ouarda os mandamentos, &uerer' ensinarlhe com esta resposta &ue o meio de sal!a"#o a obser!5ncia do Dec'logoG Certamente &ue n#o, desde o momento &ue Nesus mesmo e as Escrituras em todas as partes ensinam &ue a !ida eterna se ad&uire unicamente pela f no ?al!ador. Como eIplicar, pois, &ue Nesus lhe desse tal respostaG /udo fica claro e desaparece toda a dQ!ida, se ti!ermos em conta com &ue desígnio Nesus lhe fala. =ois, e!identemente, seu ob1eti!o foi !alerse da mesma lei e do mandamento no!o de !ender tudo o &ue possuía para tirar o pobre cego de sua ilus#o e le!'lo ao conhecimento de suas faltas para com a lei di!ina e : conse&Uente humilha"#o, o &ue tambm conseguiu, fa2endoo compreender &ue n#o passa!a de um pobre idlatra de suas ri&ue2as, &ue nem mesmo o primeiro mandamento da lei ha!ia cumprido. 9 desígnio de Nesus, neste caso, foi o de usar a lei &ual aio, como disse o %pstolo, para condu2ir o pecador : !erdadeira fonte de sal!a"#o, porm n#o como meio de sal!a"#o, e eis a&ui por &ue lhe indica os mandamentos. >. 4Y )e1amos como, tendo em considera"#o o desígnio, desaparecem as aparentes contradi"$es. Auando =aulo disse &ue o homem 1ustificado Jdeclarado sem culpaK pela f sem as obras, en&uanto /iago afirma &ue o homem 1ustificado pelas obras e n#o somente pela f, desaparece a aparente contra"#o desde o momento &ue tomemos em conta o desígnio diferente &ue le!am as cartas de um e de outro. J*om. 4S7@ e /iago 7S76K. =aulo combate e refuta o erro dos &ue confia!am nas obras da lei mosaica como meio da 1ustifica"#o, recha"ando a f em CristoM /iago combate o erro de alguns desordenados
Hermenêutica 4> &ue se contenta!am com uma f imagin'ria, descuidando e recha"ando as boas obras. Daí &ue =aulo trata da 1ustifica"#o pessoal diante de Deus, en&uanto /iago se ocupa da 1ustifica"#o pelas obras diante dos homens. 9 ser 1ustificado Jdeclarado sem culpaK o homem criminoso : !ista de Deus, reali2ase t#osomente pela f no sacrifício de Cristo pelo pecado e sem as obras da leiM porm o ser 1ustificado Jdeclarado sem culpaK : !ista do mundo, ou da igre1a, reali2ase mediante obras palp'!eis e n#o somente pela f &ue in!isí!el. +ostrame a tua f pelas tuas obras, tal d o tom e a eIigência da carta de /iagoM tal a eIigência, tambm, das cartas de =aulo. )emos, pois, &ue as pessoas s#o 1ustificadas diante de Deus mediante a f, porm, nossa F F @ustii%ada diante dos homens 3ediante as o
Hermenêutica 4; &ue acredita!am poder pecar e naturalmente com gosto peca!am, afirma No#o &ue os nascidos de Deus, pelo contr'rio, tendo repugn5ncia e dio ao pecado, n#o podem pecarM significa, n"o pode3 prati%ar o pe%ado , ou continuar pecando, como indica o teIto original. =ela ra2#o de ha!erem nascido de Deus, e aspirando, como aspiram, : perfei"#o moral completa, contra sua no!a nature2a praticar o pecadoS n#o podem continuar pecandoM o &ue supostamente n#o impede &ue se1am eIortados a guardarse do mal, desde o momento &ue n#o est#o fora da possibilidade de pecar. @. 9utro caso de aparente contradi"#o, &ue tambm aclara o desígnio dos escritos correspondentes, encontramos nas cartas de =aulo. a &ue dirige aos O'latas J6S3, 33K, ele se op$e : obser!5ncia dos dias de festas 1udaicas, e na dirigida aos *omanos J36S<, >K n#o fa2 uma oposi"#o definiti!a a tal obser!5ncia. Como eIplicar esta diferen"aG ?implesmente por&ue o ob1eti!o geral da Carta aos O'latas era de resistir :s doutrinas dos falsos mestres &ue ha!iam des!iado aos O'latas. Esses mestres lhes ha!iam ensinado &ue para a sal!a"#o, alm de certa f no Cristianismo, era preciso guardar as pr'ticas 1udaicas do %ntigo /estamento, com o &ue em realidade atacam o fundamento da 1ustifica"#o pela f, tornando nulo o sacrifício de Nesus Cristo na cru2. Do gra!e perigo em &ue ha!iam ido parar, &ueiIase amargamente o apstolo, e nada h' de estranho em &ue se opusesse com firme2a a essas obser!5ncias 1udaicas &ue obscureciam o glorioso ?al!ador e amea"a!am arruinar o trabalho apostlico entre eles. +uito diferente o caso &ue o apstolo trata em sua carta aos *omanos J*om. 3
Hermenêutica 4@ obser!am certo dia com preferência a outro, afirmando &ue estes o fa2em assim para o ?enhor, sem oporse direta e definiti!amente a isso. =orm, considerando o repetido encargo, &ue ato contínuo lhe dirige, de estarem seguros em seu 5nimo, isto , de submeter a srio eIame a coisa at n#o ha!er lugar para dQ!ida com respeito ao correto proceder &ue ambas as partes nos assuntos di!ergentes de!iam obser!ar, e considerando alm disso &ue seu dese1o e desígnio eram &ue os antagonistas chegassem a um mesmo parecer J3K, para &ue cessassem as discrdias e se restabelecesse a pa2. T e!idente &ue o apstolo indu2 os fracos a a!an"ar em seu critrio, at ao ponto de abandonar a obser!5ncia das festas 1udaicas. %inda a&ui, pois se bem &ue indiretamente, o apstolo se pronuncia contra o costume antigo destinado a desaparecer, como toda coisa !elha &ue ha1a cumprido sua miss#o. %ssim &ue, em !ista dos diferentes desígnios dos referidos escritos, encontramos completa harmonia onde : primeira !ista parece ha!er di!ergência. =oderseiam citar outros eIemplos da mesma nature2a, porm cremos suficientes os 1' referidos para e!idenciar a import5ncia de consultar, em caso de necessidade, o desígnio dos li!ros ou passagens para conseguir a correta compreens#o das eIpress$es obscuras e ainda das &ue em si s#o claras. =E*O/%? 3. Aual a 6 regra &ue con!m ter presente na interpreta"#o das passagens obscurasG 7. Como se consegue o desígnio ou ob1eti!o de um li!ro ou =assagemG Aual o desígnio da Bíblia, dos E!angelhos e dos =ro!rbiosG 4. Aue auIílio nos oferece o desígnio de um li!ro ou uma passagem na interpreta"#oG 6. Com &ue moti!o e conse&Uente desígnio se escre!eram as cartas aos O'latas e aos ColossensesG
Hermenêutica 48 <. Como eIplicar, pelo desígnio, as pala!ras rasS Ouarda os mandamentos, &ue parecem contradi2er a doutrina da sal!a"#o pela fG >. Como se harmoni2am os teItos de =aulo e /iago, di2endo umS Concluímos, pois, &ue o homem 1ustificado pela f, independentemente das obras da lei e o outroS )erificais &ue uma pessoa 1ustificada 1ustificada por obras, e n#o por f somenteG somenteG ;. Como se eIplica satisfatoriamente a afirma"#o de No#o de &ue o crist#o n#o pode pecarG @. Como se harmoni2am as passagens a respeito de guardar as festas em O'latas 6S3, 33 e *omanos 36S<, >G
Hermenêutica
6
UINTA REGRA 6 / PARTE T necess'rio consultar as passa#ens para$e$as, eIplicando cousas espirituais pelas espirituais J3 Cor. 7S34, originalK. l. Com passagens paralelas entendemos a&ui as &ue fa2em referência uma : outra, &ue tenham entre si alguma rela"#o, ou tratem de um modo ou outro de um mesmo assunto. 7. #o s preciso apelar para tais paralelos a fim de aclarar dete de term rmiina naddas pass assag agen enss obscu bscura rass, mas mas ao trat tratar ars see de ad ad&u &uiirir rir conhec con hecime imento ntoss bíbli bíblicos cos eIatos eIatos &ua &uanto nto a dou doutri trinas nas e pr'tic pr'ticas as crist crist#s. #s. =or&ue, como 1' dissemos, uma doutrina &ue pretende ser bíblica, n#o pode ser considerada no todo como tal, sem resumir e eIpressar com fidelidade tudo o &ue estabelece e eIcetua a Bíblia em suas diferentes partes em rela"#o ao particular. particular. ?e sempre se hou!esse tido isto presente, n#o se propagariam ho1e tantos erros com a pretens#o de serem doutrinas bíblicas. 4. este estudo importante con!m obser!ar &ue h' para$e$os de pa$avras para$e$os de idFias e para$e$os de ensinos #erais.
/. Para$e$os de pa$avras Auanto a estes paralelos, &uando o con1unto da frase ou o conteIto n#o bastam para eIplicar uma pala!ra du!idosa, procurase :s !e2es ad&uirir seu !erdadeiro significado consultando outros teItos em &ue ela ocorreM e outras !e2es, tratandose de nomes prprios, apelase para o mesmo procedimento a fim de fa2er ressaltar fatos e !erdades &ue de outro modo perderiam sua import5ncia e significado. Ee3p$os S 3Y Em O'latas >S3;, di2 =auloS /rago no corpo as marcas de Nesus. Aue eram essas marcasG em o con1unto da frase, nem o conteIto nolo eIplica. 0remos, pois, :s passagens paralelas. Em 7 Cor. 6S3 6S3,, en enco cont ntra ramo moss em prim primei eiro ro luga lugarr, &u &uee =aul =auloo usa usa a eI eIpr pres ess# s#oo le le!a !anndo semp empre no corpo orpo o morr morrer er de Nesus sus, fal falan anddo da crue cruell
Hermenêutica 63 persegui"#o &ue continuamente Cristo padecia, o &ue nos indica &ue essas 3ar%as se relacionam com a persegui"#o &ue sofria. =orm ainda mais lu2 alcan"amos mediante 7 Cor. 33S74, 7<, onde o apstolo afirma &ue foi a"oitado cinco !e2es Jcom golpes de couroK e três !e2es com !arasM suplícios t#o cruis &ue, se n#o deiIa!am o paciente morto, causa!am marcas no corpo &ue dura!am por toda a !ida. Consultando, assim, os paralelos, aprendemos &ue as marcas &ue =aulo tra2ia no corpo n#oo eram n# eram ch chag agas as ou sinai inaiss da cru cru2 mil milag agro rossa ou arti artifi fici cial alme ment ntee produ2idas, como alguns pretendem, porm marcas ou sinais dos suplícios sofridos pelo E!angelho de Cristo. 7Y a carta aos O'latas 4S7;, di2 o apstolo dos bati2adosS de Cristo !os re!estistes. Em &ue consiste estar re!estido de CristoG =elas passagens paralelas em *om. 34S34,36 e Col. 4S37,36, tudo se esclarece. 9 est estar revestido de Cristo, por um lado consiste em ter deiIado as pr'ticas carnais, como a luIQria, dissolu"$es, dissolu"$es, contendas e ciQmesM e por outro em ha!er adotado como !estido decoroso, a pr'tica de uma !ida no!a no !a,, co como mo a mis miseric ericr rdi dia, a, ben enig igni nida dade de,, hu humi millda dadde, mans mansiid# d#oo, tole toler5 r5nc nciia e sobretu retudo do o amor mor cu cu1o 1oss ato atos os cris rist#os t#os primi rimiti ti!o !oss simboli2a!am no seu batismo, deiIandose sepultar e le!antar em sinal de ha! a!er erem em morrid rridoo pa para ra essas sas pr'ti r'tica cass mund mundan anas as e de ha ha!e !ere rem m ressuscitado em no!idade de !ida, com suas correspondentes pr'ticas no!as. %ssim &ue, consultando os paralelos, aprendemos &ue o estar re!estido de Cristo n#o consiste em ha!er adotado tal ou &ual tQnica ou !estido sagrado, mas em adornos espirituais ou morais prprios do Cristianismo simples, santo e puro J3 =edro 4S4>K. 4Y ?egundo %tos 34S77, Da!i foi um homem segundo o %ora!"o de Deus. Auerer' a Escritura com esta eIpress#o apresentarnos a Da!i como modelo de perfei"#oG #o, por&ue n#o cala suas muitas e gra!es faltas, nem seus correspondentes castigos. Como e em &ue sentido, pois, foi homem conforme o cora"#o de DeusG Bus&uemos os paralelos. Em 3 ?amuel 7S4<, disse DeusS ?uscitarei para mim um sacerdote fiel, &ue proceder' segundo o &ue tenha tenha no cora"#o do &ue resulta, tomando toda
Hermenêutica 67 a passagem em considera"#o, &ue Da!i, especialmente em sua &ualidade de sacerdoterei, procederia segundo o cora"#o ou a !ontade de Deus, Esta idia se encontra plenamente confirmada na passagem paralela do cap. 34, !erso 36, onde tambm !erificamos &ue era em !ista do rebelde ?aul, e contr'rio : sua m' conduta como rei, &ue Da!i seria homem segundo o cora"#o de Deus. ?e bem &ue Da!i, como !emos pela histria e pelos seus ?almos, de modo geral foi homem piedoso, em muitos casos digno de imita"#o, n#o nos autori2am de nenhum modo os paralelos de nossa passagem a consider'lo como modelo de perfei"#o, sendo seu significado primiti!o, como temos !isto, &ue Da!i, em sua &ualidade oficial, o contr'rio do rebelde rei ?aul, seria homem &ue procederia segundo o cora"#o ou a !ontade de Deus. 6Y m eIemplo da utilidade de consultar os paralelos em rela"#o aos nomes prprios, temolo no relato de a$a"o, em Qmeros, capítulos 77 e 76, deiIandonos em du!ida &uanto ao !erdadeiro car'ter e de sua pessoa. (oi ele realmente profetaG E, em tal caso, &ual foi a causa de sua &uedaG Consultando os paralelos do o!o /estamento, !erificamos por 7 =edro 7S3<,3> e Nudas 33, &ue ele foi um pretenso profeta &ue atua!a le!ado pela paiI#o da cobi"a, e por %pocalipse 7S36, &ue por suas instiga"$es Bala&ue fe2 os israelitas caírem em pecado t#o grande &ue lhes custou a destrui"#o de 74. pessoas.
Hermenêutica 64 >Y Aten!"o. %o consultarse este tipo de paralelos con!m proceder como segueS primeiramente buscar o paralelo, ou se1a, a aclara"#o da pala!ra obscura no 3es3o $ivro ou autor e3 Hue se en%ontra, depois nos demais da 3es3a Fpo%a e, finalmente em &ual&uer li!ro da Escritura. 0sto d necess'rio por&ue, :s !e2es, !aria o sentido de uma pala!ra, conforme o autor &ue a usa, segundo a poca em &ue se emprega, e ainda, como 1' temos dito, segundo o teIto em &ue ocorre no mesmo li!ro. Ee3p$os S 3Y m eIemplo de como diferentes autores empregam uma mesma pala!ra em sentido diferente, encontramolo nas cartas de =aulo e /iago. % pala!ra o
Hermenêutica 66 preferência e em primeiro lugar num mesmo autor, porm n#o se espere, mesmo assim, &ue sir!am de paralelos sempre todas as eIpress$es iguais. 7Y =ro!a de como pode mudar o significado de uma pala!ra segundo a poca em &ue se emprega, temola na pala!ra arrepender+se. o!o /estamento usada constantemente no sentido de mudar de mente o pecador, isto , no sentido de mudar de opini#o, de con!ic"#o íntima, de sentimento, en&uanto no %ntigo /estamento tem significados t#o diferentes &ue unicamente o conteIto, em cada caso, os pode aclarar. /anto assim, &ue no %ntigo se di2 do prprio Deus &ue se arrependeu, eIpress#o &ue nunca empregada pelos escritores do o!o ao falarem de Deus, eIceto no caso de citarem o %ntigo /estamento. Daí ser e!idente &ue ao di2er &ue Deus se arrepende, n#o de!emos de nenhum modo tomar no mesmo sentido do &ue ns compreendemos por arrependimento de um homem. De!emse, pois, buscar os paralelos, em segundo lugar, nos escritos &ue datam de uma mesma poca de preferência aos &ue se puder encontrar em outras partes das Escrituras. =E*O/%? 3. Aual a &uinta regra, e &ue se entende por paralelosG 7. =or &ue se de!em consultar os paralelosG 4. Aue tipos de paralelos eIistemG 6. Aue se entende por paralelos de pala!rasG <. Como se eIplica a pala!ra marcas em O'l. >S3;G >. =or &ue n#o significa re!estidos em O'l. 4S7;, estar coberto com a tQnica batismalG ;. Como se obtm o sentido !erdadeiro da eIpress#o de &ue Da!i foi um homem segundo o cora"#o de DeusG @. =ara &ue ser!em os paralelos no caso de nomes prpriosG 8. Como se aclaram as aparentes contradi"$es pelos paralelosG 3. Como se de!e proceder ao consultar os paralelos de pala!rasG
Hermenêutica 6< 33. Aue eIemplos se podem apresentar &ue demonstrem a necessidade de buscar paralelos num mesmo autor e uma mesma pocaG
Hermenêutica
6>
UINTA REGRA 6 Q PARTE Q. Para$e$os de idFias 3. =ara conseguir idia completa e eIata do &ue ensina a Escritura neste ou na&uele teIto determinado, tal!e2 obscuro ou discutí!el, consultamse n#o s as pala!ras paralelas, mas os ensinos, as narrati!as e fatos contidos em teItos ou passagens esclarecedoras &ue se relacionem com o dito teIto obscuro ou discutí!el. /ais teItos ou passagens chamamse paralelos de idias. Ee3p$osS 3Y %o instituir Nesus a ceia, deu o c'lice aos discípulos, di2endoS Bebei dele todos. ?ignifica isto &ue s os ministros da religi#o de!em participar do !inho na ceia com eIclus#o da congrega"#oG Aue idia nos proporcionam os paralelosG Em 3 Coríntios 33S7778, nada menos &ue seis !ersículos consecuti!os nos apresentam o comer do p#o e beber do !inho como fatos insepar'!eis na ceia, destinando os elementos a todos os membros da igre1a sem distin"#o. 0n!en"#o humana, destituída de fundamento bíblico , pois, o participarem uns do p#o e outros do !inho na comunh#o. 7Y %o di2er NesusS ?obre esta pedra edificarei a minha igre1a, constitui ele a =edro como fundamento da igre1a, estabelecendo o primado de =edro e dos papas, como pretendem os papistasG otese primeiro &ue Cristo n#o disseS ?obre ti Pedro. ada melhor &ue os paralelos &ue oferecem as pala!ras de Cristo e =edro, respecti!amente, para determinar este assunto, ou se1a, o significado deste teIto. =ois bem, em +ateus 73S67,66, !emos Nesus mesmo como a pedra fundamental ou pedra angular, profeti2ada e tipificada no %ntigo /estamento. E em conformidade com esta idia, =edro mesmo declara &ue Cristo a pedra Hue vive a prin%ipa$ pedra an#u$ar , re1eitada pelos 1udeus, em ?ilo, esta pedra foi feita a principal pedra angular, etc. J3 =edro 7S6, @K. =aulo confirma e aclara a mesma idia, di2endo aos membros da igre1a de
Hermenêutica 6; Tfeso J7S7K &ue s#o edificados sobre o fundamento dos apstolos e profetas, sendo ele mesmo Cristo Nesus, a pedra angular, no &ual todo edifício, bem a1ustado cresce para santu'rio dedicado ao ?enhor. Deste fundamento da igre1a, posto pela prega"#o de =aulo, como prudente construtor entre os coríntios, disse o apstolo por&ue ningum pode lan"ar outro fundamento, alm do &ue foi posto, o &ual Nesus Cristo J3 Cor. 4S3, 33K. Cote1ando estes e outros paralelos, chegamos : conclus#o de &ue Cristo, neste teIto, n#o constitui a =edro como o fundamento de sua igre1a. 7. 9 modo de proceder, tratandose deste tipo de paralelos, pois o de aclarar as passagens obscuras mediante paralelos mais clarosS as eIpress$es figurati!as, mediante os teItos paralelos prprios e sem figura, e as idias sumariamente eIpressas, mediante os paralelos mais eItensos e eIplícitos. )e1amos a seguir no!os eIemplosS Ee3p$os S 3Y %centuase muito o amor aos crentes em 3 =edro 6S@, porHue o a3or %o
Hermenêutica 6@ 7Y ?egundo O'latas >S3<, o &ue de !alor para Cristo a nova %riatura. Aue significa esta eIpress#o figuradaG Consultando o paralelo de 7 Cor. e 3 Cor. ;S38 temos a nova %riatura como a pessoa &ue tem f e obser!a os mandamentos de Deus. 4Y =aulo eIp$e sumariamente a idia da 1ustifica"#o pela f em (ilipenses 4S8, di2endo &ue dese1a ser achado em Cristo, n#o tendo 1usti"a prpria, &ue procede de lei, sen#o a &ue mediante a f em Cristo, a 1usti"a &ue procede de Deus baseada na f. =ara conseguir clare2a desta idia preciso recorrer a numerosas passagens das cartas aos *omanos e aos O'latas, nas &uais se eIplica eItensamente como pela lei todo homem ru con!icto diante de Deus e como pela f na morte de Cristo, em lugar do pecador, o homem, sem mrito prprio algum, declarado 1usto e absol!ido pelo prprio Deus. *om. 4, 6, S3@, n#o =edroG 6. Como se procede no estudo dos paralelos de idiasG <. Como &ue o amor cobre o pecado, segundo as EscriturasG >. Como se demonstra o !erdadeiro sentido da eIpress#o nova %riatura de O'l. >S3
Hermenêutica
68
UINTA REGRA 6 5 PARTE 5. Para$e$os de ensinos #erais 3. =ara a aclara"#o e correta interpreta"#o de determinadas passagens n#o s#o suficientes os paralelos de pala!ras e idiasM preciso recorrer ao teor #era$, ou se1a, aos ensinos #erais das Escrituras. /emos indica"$es deste tipo de paralelos na prpria Bíblia, sob as eIpress$es de ensinar %onor3e as Es%rituras, de ser anunciada tal ou &ual coisa por .K Ee3p$os S 3Y Di2 a EscrituraS 9 homem 1ustificado pe$a F se3 as o
Hermenêutica < incapacidade da mente humana de abra"ar a !erdade di!ina em sua totalidade. 4Y %o di2erem as EscriturasS 9 ?enhor fe2 todas as coisas para determinados fins, e at o per!erso para o dia da calamidade J=ro!. 3>S6K, &uerer#o a&ui ensinar &ue Deus criou o ímpio para conden'lo, como alguns interpretam o teItoG Certamente &ue n#oM por&ue, segundo o teor das Escrituras, em numerosas passagens, Deus n#o &uer a morte do ímpio, n#o &uer &ue ningum pere"a, mas &ue todos se arrependam. E, portanto, o significado da Qltima parte do teIto de!e ser &ue o Criador de todas as coisas, no dia mau, saber' !alerse inclusi!e do ímpio para le!ar a cabo seus ador'!eis desígnios. Auantas !e2es, pela di!ina pro!idência, n#o ti!eram de ser!ir os per!ersos &ual a"oite e praga a outros, castigandose a si mesmos ao mesmo tempoF
. Para$e$os ap$i%ados M $in#ua#e3 i#urada Xs !e2es preciso consultar os paralelos para determinar se uma passagem de!e ser tomada ao p da letra ou em sentido figurado. )'rias !e2es os profetas nos apresentam a Deus, por eIemplo, com um c'lice na n#o, dando de beber aos &ue &uer castigar, caindo estes por terra, embriagados e aturdidos. Jaum 4S33M Hab. 7S3>M ?almo ;
Hermenêutica <3 &ue n#o apli&uemos a eles todas as &ualidades &ue encerra a pala!ra o!elha, a &ual a&ui usada em sentido figurado. Em casos como este si bastar o sentido comum para determinar os pontos de compara"#o. %ssim compreendemos &ue, ao chamarse Cristo de o Cordeiro, somente se refere a seu car'ter manso e a seu destino de ser sacrificado, como o cordeiro sem m'cula o era entre os israelitas. Do mesmo modo compreendemos em &ue sentido se chama ao pecado de d;vidaM : reden"#o de pa#a3ento da d;vida, e ao perd#o, re3iss"o da divida ou da %u$pa. T e!idente &ue o sentido de tais eIpress$es n#o de!e ser le!ado a eItremos eIageradosS se bem &ue Cristo morreu pelos pecadores, n#o se admite em conse&Uência, por eIemplo, &ue todos os pecadores s#o ou ser#o sal!osM e se bem &ue Cristo cumpriu toda a lei por ns, n#o resulta daí &ue tenhamos o direito de !i!er no pecadoM ou se consta &ue o homem est' 3orto no pecado, n#o &uer di2er &ue est' de tal modo morto &ue n#o se possa arrepender e &ue fi&ue sem culpa se deiIar de ou!ir o chamamento do E!angelho. /ratandose de figuras de ob1etos materiais, n#o ser' difícil determinar o 1usto nQmero de realidades ou pontos de compara"#o &ue designa cada figura, nem a conse&Uência lícita ou ensino positi!o &ue encerra cada ponto. +aiores dificuldades oferecem as figuras tomadas da nature2a humana ou da !ida ordin'ria. +uitos têmse recreado em formar castelos de doutrinas sem fundamento, rebuscando e comparando tais figuras e símiles, tirando conse&Uências ilícitas, e at contr'rias :s Escrituras. 9 espírito humano parece encontrar gosto especial em semelhantes fabrica"$es caprichosas e 1ogos de pala!ras. De!emse, pois, estudar as figuras com sobriedade especial e sempre com toda a seriedade. =E*O/%? 3. Aue s#o paralelos de ensinos geraisG 7. Como se e!ita a falsa interpreta"#o da eIpress#o Nustifica"#o sem as obras da leiG
Hermenêutica <7 4. Como se aclaram as eIpress$es &ue nos apresentam a Deus como um ser limitadoG 6. =or &ue ocorrem tais eIpress$esG Como se consegue o correto sentido do teIto &ue di2 &ue Deus tem feito o per!erso para o dia mauG <. =or &ue ra2#o se de!e recorrer aos paralelos tratandose de linguagem figuradaG >. Em &ue condi"#o se permite o uso de uma figura de retricaG ;. =or &ue n#o se de!e buscar o e&ui!alente de todas as circunst5ncias das figurasG @. Em &ue espírito se de!em estudar e compreender as figuras ou símbolos das EscriturasG
Hermenêutica
<4
REPETI9ÃO E OSER-A9=ES *epetindo e resumindo algo do &ue foi dito nas li"$es anteriores, con!m &ue nos recordemos e sempre tenhamos presenteS 3Y Aue o primeiro re&uisito para o bom entendimento das Escrituras um espírito de discípulo humilde. /anto assim, &ue uma pessoa comparati!amente ignorante, &ue humildemente in!oca a lu2 do Espírito de Deus no estudo da Bíblia, conseguir' conhecimentos bíblicos eIatos com mais facilidade do &ue um homem de talento e sabedoria humana &ue, preocupado e carecendo do espírito de discípulo, empreende seu estudo. umerosos eIemplos apiam esta !erdade. 7Y Aue as grandes doutrinas e princípios do Cristianismo est#o eIpostos com clare2a nas Escrituras. 4Y Aue, por conseguinte e em realidade, s se in!ocam as regras de interpreta"#o para conseguir o significado !erdadeiro dos pontos obscuros e de difícil compreens#o. 6Y Aue, apesar disso, d de grande import5ncia &ue at o crist#o mais humilde tenha alguma idia de tais regras e de sua aplica"#o, por&uanto seu de!er aprofundarse nas Escrituras, confirmarse em suas !erdades e familiari2arse com elas para seu prprio pro!eito e para poder iluminar aos &ue as contradi2em. Y Aue o !erdadeiro sentido de seus teItos conseguido pelo significado de suas pala!ras, e &ue assim, pela a&uisi"#o do !erdadeiro sentido das pala!ras, se consegue o !erdadeiro sentido de seus teItos. ;Y Aue n#o se de!e es&uecer por um momento &ue o significado das pala!ras est' determinado pela peculiaridade e uso da linguagem bíblica, de!endose, portanto, buscar o conhecimento do sentido em &ue se usam as pala!ras antes de tudo na prpria Bíblia. @Y Aue as pala!ras de!em ser tomadas no sentido &ue comumente possuem, se este sentido n#o esti!er manifestamente contr'rio a outras
Hermenêutica <6 pala!ras da frase em &ue ocorrem, com o conteIto e com outras partes das Escrituras. 8Y Aue, no caso de ha!er uma pala!ra com significado diferente, oferecendose assim ou de outro modo um ponto obscuro, recorrase :s regras acima citadas para se conseguir o sentido eIato &ue intenta!a o escritor inspirado, ou melhor, o prprio Espírito de Deus. 3Y Aue, : parte da correta interpreta"#o de passagens e teItos separados &uanto :s doutrinas, estas s s#o bíblicas e eIatas &uando eIpressam tudo &uanto di2em as Escrituras em rela"#o a elas. %o a!eriguar, pois, &ual se1a o !erdadeiro significado de uma passagem da Escritura, preciso &ue perguntemosS 3Z Aual d o significado de suas pala!rasG ?e n#o têm mais significado, estamos de imediato esclarecidosS possuímos 1' o !erdadeiro sentido. =orm se h' alguma &ue tem mais de um sentido, perguntemosS 7Z Aue sentido re&uer o restante da fraseG ? em resposta encontramos dois ou três sentidos, perguntemosS 4Z Aual o sentido &ue re&uer o conteIto para &ue tenha um sentido harmRnico toda a passagemG ?e ainda couber darlhe mais de um sentido, perguntemosS 6Z Aual o sentido &ue re&uer o desígnio ou ob1eti!o geral da passagem ou li!ro em &ue se encontraG E se a todas estas perguntas se oferece ainda mais de uma resposta, perguntemosS es, ainda fosse possí!el encontrar mais de um significado nalguma pala!ra da passagem, podem considerarse !erdadeiros ambos os significados ou ambas as interpreta"$es, de!endose, por certo, preferir a &ue mais condi"$es reQna para ser aceita como !erdadeira. *epetimos &ue o procedimento acima indicado e as regras a&ui estampadas s#o t#o 1ustas &uanto necess'rias, n#o somente para a
Hermenêutica << interpreta"#o de todo tipo de linguagem da Escritura, como para o reto entendimento e interpreta"#o de toda linguagem ou documento de uso na !ida ordin'ria. =E*O/%? 3. Aual o principal re&uisito para compreender a ?agrada EscrituraG 7. Como est#o eIpressos os grandes princípios do Cristianismo nas EscriturasG 4. Auando &ue s#o Qteis as regras de interpreta"#oG 6. =or &ue con!m &ue todo crist#o tenha idias da correta interpreta"#o das EscriturasG <. Auem o intrprete fundamental da BíbliaG >. Como se consegue o !erdadeiro sentido de seus teItosG ;. Em &ue li!ro se busca o sentido das pala!ras bíblicasG @. Em &ue sentido se de!em tomar geralmente as pala!rasG 8. Como se procede &uando uma pala!ra tem !'rios sentidosG 3. Auando &ue uma determinada doutrina de todo bíblicaG 33. =ara a!eriguar &ual se1a o !erdadeiro sentido de uma passagem, &ue perguntas de!emos formularnosG EIpli&uemse todas.
Hermenêutica
<>
4IGURAS DE RETRICA 6 / PARTE )imos na primeira regra &ue para a correta compreens#o das Escrituras necess'rio, na medida do possí!el, tomar as pala!ras em seu sentido usual e comum, o &ue, de!ido : linguagem usual e figurada da Bíblia e seus hebraísmos, n#o significa &ue sempre de!em ser tomadas ao p da letra. /ambm 1' obser!amos &ue preciso familiari2arse com esta linguagem para chegar a compreender, sem dificuldade, &ual se1a o sentido usual e comum das pala!ras. =ara &ue o leitor consiga em parte esta familiaridade, eIporemos em seguida uma srie de figuras e hebraísmos, com seus correspondentes eIemplos, &ue precisam ser estudados detidamente e repetidas !e2es. Como !eremos, as figuras retricas da linguagem bíblica s#o as mesmas &ue em outros idiomasM e n#o tanto para seus nomes, um tanto estranhos, &uanto para os eIemplos &ue lhes seguem, &ue chamamos a aten"#o.
)etJora 3. Esta figura tem por base alguma semelhan"a entre dois ob1etos ou fatos, caracteri2andose um com o &ue prprio do outro. Ee3p$os S %o di2er NesusS Eu sou a !ideira !erdadeira, Nesus se caracteri2a com o &ue prprio e essencial da !ideiraM e ao di2er aos discípulosS )s sois as !aras, caracteri2aos com o &ue prprio das !aras. =ara a boa interpreta"#o desta figura, perguntamos, poisS &ue caracteri2a a !ideiraG ou, para &ue ser!e principalmenteG a resposta a tais perguntas est' a eIplica"#o da figura. =ara &ue ser!e uma !ideiraG =ara transmitir sei!a e !ida :s !aras, a fim de produ2irem u!as. =ois isto o &ue, em sentido espiritual, caracteri2a a CristoS &ual uma !ideira ou tronco !erdadeiro, comunica !ida e for"a aos crentes, para &ue, como as !aras produ2em u!as, eles produ2am os frutos do Cristianismo. =roceda se do mesmo modo na interpreta"#o de outras figuras do mesmo tipo, como por eIemploS Eu sou a porta, eu sou o %a3in&o, eu sou o p"o
Hermenêutica <; vivoM !s sois a $uz, o sa$M edi;%io de DeusM ide, di2ei :&uela raposaM s#o os olhos a $3pada do %orpoM Nud' $e"ozin&oM tu s minha rocha e minha orta$ezaM so$ e es%udo o ?enhor DeusM a casa de Nac ser' o#o, e a casa de Nos chama e a casa de EsaQ resto$&o, etc. JNo#o 3M >S<3M +at. S77M Oên. 68S8M ?al. ;3S4M @6S33M 9badias [email protected]
SinFdoHue 7. (a2se uso desta figura &uando se toma a parte pelo todo ou o todo pela parte, o plural pelo singular, o gênero pela espcie, ou !ice !ersa. Ee3p$os S /oma a parte pelo todo o ?almista ao di2erS +inha %arne repousar' segura J!ers#o re!ista e corrigidaK, em lugar de di2erS meu corpo ou meu ser, &ue seria o todo, sendo a carne s parte de seu ser J?al. 3>S8K . /oma o todo pela parte o %pstolo &uando di2 da ceia do ?enhorS todas as !e2es &ue . . . beberdes o %J$i%e, em lugar de di2er beberdes do %J$i%e, isto , parte do &ue h' no c'lice. J3 Cor. 33S7>K. /omam tambm o todo pela parte os acusadores de =aulo ao di2eremS Este homem uma peste e promo!e sedi"$es entre os 1udeus esparsos por todo o 3undoM significando, por a&uela parte do mundo ou do 0mprio romano &ue o %pstolo ha!ia alcan"ado com sua prega"#o. J%tos 76S<.K
)eton;3ia 4. Empregase esta figura &uando se emprega a causa pelo efeito, ou o sinal ou símbolo pela realidade &ue indica o símbolo. Ee3p$os S )alese Nesus desta figura empregando a causa pelo efeito ao di2erS Eles têm +oiss e os profetasM ou"amnos, em lugar de di2er &ue têm os escritos de )oisFs e dos proetas, ou se1a o %ntigo /estamento. JLuc. 3>S78.K
Hermenêutica <@ Emprega tambm o sinal ou símbolo pela realidade &ue indica o sinal &uando disse a =edroS ?e eu n#o te $avar, n#o tens parte comigo. %&ui Nesus emprega o sinal de la!ar os ps pela realidade de purificar a alma, por&ue fa2 saber ele mesmo &ue o ter parte com ele n#o depende da la!agem dos ps, mas da purifica"#o da alma. JNo#o 34S@K. Do mesmo modo No#o fa2 uso desta figura pondo o sinal pela realidade &ue indica o sinal, ao di2erS 9 san#ue de Nesus, seu (ilho, nos purifica de todo pecado, pois e!idente &ue a&ui a pala!ra san#ue indica toda a paiI#o e morte eIpiatria de Nesus, Qnica coisa efica2 para satisfa2er pelo pecado e dele purificar o homem. J3 No#o 3S;.K
ProsopopFia 6. sase esta figura &uando se personificam as coisas inanimadas, atribuindolhes os feitos e a"$es das pessoas. Ee3p$os S 9 apstolo fala da morte como de pessoa &ue pode ganhar !itria ou sofrer derrota, ao perguntarS 9nde est', morte, o teu aguilh#oG J3 Cor. 3
Hermenêutica <8 +essias nestes termosS Encontraramse a gra"a e a !erdade, a 1usti"a e a pa2 se bei1aram. Da terra brota a !erdade, dos cus a 1usti"a baiIa o seu olhar.
Ironia <. (a2se uso desta figura &uando se eIpressa o contr'rio do &ue se &uer di2er, porm sempre de tal modo &ue se fa2 ressaltar o sentido !erdadeiro. Ee3p$os S =aulo emprega esta figura &uando chama aos falsos mestres de os tais ap?sto$os, dando a entender ao mesmo tempo &ue de nenhum modo s#o apstolos. J7 Cor. 33S
(ipFr. T a figura pela &ual se representa uma coisa como muito maior ou menor do &ue em realidade , para apresent'la !i!a : imagina"#o. /anto a ironia como a hiprbole s#o pouco usadas nas Escrituras, porm, alguma ou outra !e2 ocorrem. Ee3p$os S (a2em uso da hiprbole os eIploradores da terra de Canal &uando !oltam para contar o &ue ali ha!iam !isto, di2endoS )imos ali gigantes . . . e ramos aos nossos prprios olhos como gafanhotos... as cidades s#o grandes e fortificadas at aos cus. JQm. 34S44M Deut. 3S7@K. Daí se !ê &ue os eIploradores fala!am como se costuma entre ns ao di2er uma pessoa a outra, por eIemploS N' lhe
Hermenêutica > a!isei mil !e2es, &uerendo di2er tio somenteS N' lhe a!isei muitas !e2es. /ambm No#o fa2 uso desta figura ao di2erS H', porm, ainda muitas outras coisas &ue Nesus fe2. ?e todas elas fossem relatadas uma por uma, creio eu &ue nem no mundo inteiro caberiam os li!ros &ue seriam escritos. =E*O/%? 3. Aue se entende por met'foraG 7. Aue sindo&ueG 4. Aue metonímia 6. Aue prosopopiaG <. Aue ironiaG >. Aue hiprboleG Esclare"ase cada figura com algum eIemplo.
Hermenêutica
>3
4IGURAS DE RETRICA 6 Q PARTE #o s se empregam determinadas pala!ras em sentido figurado nas Escrituras, mas :s !e2es, teItos e passagens inteirosM assim &ue achamos o uso da alegoria, da f'bula, do enigma, do símbolo e da par'bola, figuras &ue ocorrem tambm em outra classe de literatura.
A$e#oria 3. % alegoria uma figura retrica &ue geralmente consta de !'rias met'foras unidas, representando cada uma delas realidades correspondentes. Costuma ser t#o palp'!el a nature2a figurati!a da alegoria, &ue uma interpreta"#o ao p da letra &uase &ue se fa2 impossí!el. Xs !e2es a alegoria est' acompanhada, como a par'bola, da interpreta"#o &ue eIige. Ee3p$os S /al eIposi"#o alegrica nos fa2 Nesus ao di2erS Eu sou o p#o !i!o &ue desceu do cuM se algum dele comer, !i!er' eternamenteM e o p#o &ue eu darei pela !ida do mundo, a minha carne... Auem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a !ida eterna, etc. Esta alegoria tem sua interpreta"#o na mesma passagem da Escritura. JNo#o >S<3><.K 9utra alegoria apresenta o ?almista J?almo @S@34K representando os israelitas, sua traslada"#o do Egito a Cana# e sua sucessi!a histria sob as figuras metafricas de uma !ideira com suas raí2es, ramos, etc., a &ual, depois de trasladada, lan"a raí2es e se estende, ficando porm mais tarde estropiada pelo 1a!ali da sel!a e comida pelas bestas do campo Jrepresentando o 1a!ali e as bestas poderes gentílicosK. %inda outra alegoria nos apresenta o po!o israelita sob as figuras de uma !inha em lugar Frti$, a &ual, apesar dos melhores cuidados, n#o d' mais &ue u!as sil!estres, etc. /ambm esta alegoria est' acompanhada de sua eIplica"#o correspondente =or&ue, a !inha do ?enhor dos
Hermenêutica >7 EIrcitos a casa de 0srael, e os homens de Nud' s#o a planta dileta do ?enhor, etc. J0sa.
4J
Eni#3a 4. 9 enigma tambm um tipo de alegoria, porm sua solu"#o difícil e abstrusa. Ee3p$os S ?ans#o propRs aos filisteus o seguinteS Do comedor saiu comida e do forte saiu do"ura JNuí2es 36S36K. % solu"#o se encontra no sobredito trecho bíblico. Entre outros ditos de %gur, encontramos em =ro!. 4S76 o enigma seguinteS H' &uatro coisas mui pe&uenas na terra, &ue, porm, s#o mais s'bias &ue os s'bios. Este enigma tem tambm sua solu"#o na mesma passagem em &ue se encontra.
Hermenêutica
>4
Tipo 6. 9 tipo uma classe de met'fora &ue n#o consiste meramente em pala!ras, mas em fatos, pessoas ou ob1etos &ue designam fatos semelhantes, pessoas ou ob1etos no por!ir. Estas figuras s#o numerosas e chamamse na Escritura so33K. +uitos abusos têm sido cometidos na interpreta"#o de muitas coisas &ue parecem típicas no %ntigo /estamento. %ssim &ue folgamos em aconselharS 3Y %ceitese como tipo o &ue como tal aceito no o!o /estamentoM 7Y recordese &ue o tipo inferior ao seu correspondente real e &ue, por conseguinte, todos os detalhes do tipo n#o têm aplica"#o : dita realidadeM 4Y tenhase presente &ue :s !e2es um tipo pode prefigurar coisas diferentes, e 6Y &ue os tipos, como as demais figuras, n#o nos foram dados para ser!ir de base e fundamento das doutrinas crist#s, mas para confirmarnos na f e para ilustrar e apresentar as doutrinas !i!as : mente.
Hermenêutica
>6
S;3S7M +at. 3S3>.K Considerando a grande import5ncia &ue sempre ti!eram as cha!es e seu uso, nada h' de estranho &ue !iessem a simboli2ar autoridade J+at. 3>S38K. *ecordando &ue as portas dos po!oados antigamente ser!iam como uma espcie de fortale2a, compreendemos por &ue, em linguagem simblica, !enha a representar or!a e do3;nio. J+at. 3>S3@K. /#o numeroso este tipo de símbolos &ue cremos con!eniente colocar os mais comuns em se"#o : parte. Auanto a fatos simblicos, para representar a morte do pecador para o mundo e sua entrada numa !ida no!a pela ressurrei"#o espiritual, temos a imers#o e saída da 'gua, no batismo. *epresentase tambm, como sabemos, a comunh#o espiritual com Nesus e a participa"#o de seu sacrifício na celebra"#o da Ceia do ?enhor. J*om. >S4,6M 3 Cor. 33S747>.K
ParJ. % par'bola uma espcie de alegoria apresentada sob forma de uma narra"#o, relatando fatos naturais ou acontecimentos possí!eis, sempre com o ob1eti!o de declarar ou ilustrar uma ou !'rias !erdades importantes. Ee3p$os S Em Lucas 3@S3; eIp$e Nesus a !erdade de &ue preciso orar sempre e sem desfalecer, ainda &ue tardemos em receber a resposta para aclarar e imprimir nos cora"$es esta !erdade, ser!ese do
Hermenêutica >< eIemplo ou par'bola de uma !iQ!a e um mau 1ui2, &ue nem teme a Deus nem tem respeito aos homens. Comparece a !iQ!a perante o 1ui2 pedindo 1usti"a contra seu ad!ers'rio. =orm o 1ui2 n#o fa2 casoM mas em ra2#o de !oltar e molest'lo, a !iQ!a consegue &ue o 1ui2 in1usto lhe fa"a 1usti"a. E assim Deus ou!ir' aos seus &ue a ele clamam dia e noite, embora pare"a demorado em defendêlos. ma par'bola &ue tem por ob1eti!o ilustrar !'rias !erdades, temola no Se3eador J+at. 34S4@K, cu1a semente cai na terra em &uatro pontos diferentesM necessitando cada um sua interpreta"#o. J)e1amse !ersos 3@ 7<.K 9utra par'bola &ue ilustra !'rias !erdades a do No#o, no mesmo cap. !ers. 764 e 4>64. )'rias !erdades s#o aclaradas tambm pelas par'bolas da o!elha perdida, da dracma perdida e do filho prdigo JLuc. 3
Hermenêutica >> T f'cil !er &ue a&ui o homem necessitado e suplicante &uem nos oferece o bom eIemplo e representa o crist#o na par'bola. 0gualmente f'cil entender &ue seu amigo representa Deus. =orm, &ue absurdo seria interpretar tudo o &ue se disse do amigo, aplicandoo a Deus, a saber, &ue tem a porta fechada, est#o ele e seus filhos deitados e, sendo pregui"oso, n#o &uer le!antarseF T e!idente &ue esta parte constitui o &ue chamamos adorno da par'bola e &ue se de!e deiIar de lado, por n#o corresponder e se aplicar : realidade. 9bser!emos, pois, sempre a totalidade da par'bola e suas partes principais, fa2endo caso omisso de seus detalhes menores. 4Y #o se es&ue"a de &ue as par'bolas, como as demais figuras, ser!em para ilustrar as doutrinas e n#o para produ2ilas. =E*O/%? 3. Aue se entende por alegoriaG 7. Aue f'bulaG 4. Aue enigmaG 6. Aue tipoG <. Aue símboloG >. Aue par'bola e &ue circunst5ncias especiais de!em ser obser!adas em sua interpreta"#oG Esclare"ase cada resposta com algum eIemplo.
Hermenêutica
>;
4IGURAS DE RETRICA 6 5 PARTE Por P. C. Ne$son Dese1amos acrescentar a este capítulo algumas figuras de retrica &ue o Dr. Lund omitiu a fim de fa2er mais concisa sua obra. Consideramos Qtil acrescentar esta li"#o a fim de facilitar o emprego desta obra como li!ro de teIto e tambm para o estudo e leitura particulares.
S;3i$e 3. % figura de retrica denominada símile procede da pala!ra latina similis &ue significa semelhante ou parecido a outro. % pala!ra definida da seguinte maneira pela Enciclopdia Brasileira +ritoS ?emelhante. %nalogiaM &ualidade do &ue semelhanteM compara"#o de coisas semelhantes. % Bíblia contm numerosos e belíssimos símiles, &ue, &uais 1anelas de um edifício, deiIam penetrar a lu2 e permitem &ue os &ue est#o em seu interior possam olhar para fora e contemplar o mara!ilhoso mundo de Deus. % met'fora consiste em denominar uma coisa empregando o nome de outra, na esperan"a de &ue o leitor ou o ou!inte reconhecer' a semelhan"a entre o sentido real e o figurado da compara"#o. 9 ?enhor Nesus empregou com respeito a Herodes o &ualificati!o de aHue$a raposa, o &ue constitui uma met'fora. ?e hou!esse dito &ue (erodes era %o3o u3a raposa , teria empregado a figura retrica denominada símile, mas neste caso, teria faltado for"a : sua declara"#o. % pala!ra raposa a1usta!ase t#o bem ao astuto rei, &ue o ?enhor n#o necessitou di2er &ue Herodes era %o3o u3a raposa. o símile se emprega para a compara"#o a pala!ra %o3o ou outra similar, en&uanto na met'fora se prescinde dela. Ee3p$os S =ois &uanto o cu se alteia acima da terra, assim grande a sua misericrdia para com os &ue o temem. J?ímile.K
Hermenêutica >@ Como o pai se compadece de seus filhos, assim o ?enhor se compadece dos &ue o temem. J?ímile.K =ois ele conhece a nossa estrutura, e sabe &ue somos p>. J+et'foraK. Auanto ao homem, os seus dias s#o como a rel!aM como a flor do campo, assim ele floresceM pois, soprando nela o !ento, desapareceM e n#o conhecer' daí em diante o seu lugar. J?ímile.K J?almo 34S333>.K 9utra srie de símiles se encontra em 0saías, capítulo <<. os !ersículos @33 temos símiles de rara bele2a, como por eIemploS Como os cus s#o mais altos do &ue a terra, assim s#o os meus caminhos mais altos do &ue os !ossos caminhosM e os meus pensamentos mais altos do &ue os !ossos pensamentos. =or&ue, assim como descem a chu!a e a ne!e dos cus, e para l' n#o tornam, sem &ue primeiro reguem a terra e a fecundem e a fa"am brotar para dar semente ao semeador e p#o ao &ue come, assim ser' a pala!ra &ue sair da minha bocaM n#o !oltar' para mim !a2ia, mas far' o &ue me apra2, e prosperar' na&uilo para &ue a designei. 9s símbolos escolhidos, di2nos o Dr. Delitch em seu Coment'rio Bíblico de 0saías, têm profundo significado alusi!o. %ssim como a ne!e e a chu!a s#o causas imediatas de crescimento, e tambm da satisfa"#o &ue proporcionam os produtos colhidos, assim tambm a =ala!ra de Deus abranda e refresca o cora"#o humano, transformandoo em terreno frtil e !egetati!o. % =ala!ra de Deus proporciona tambm ao profeta o semeador a semente para semear, a &ual tra2 consigo o p#o &ue alimenta a alma. 9 homem !i!e de toda pala!ra &ue sai da boca de Deus. JDeut. @S4.K 9utros dois símiles efica2es relati!os ao poder da =ala!ra de Deus se encontram em Neremias 74S78 &ue di2 assimS #o a minha pala!ra fogo, di2 o ?enhor, e martelo &ue esmiQ"a a penhaG Compare a poderosa met'fora de Hebreus 6S37. 9 profeta 0saías em 3S3@, mediante dois símiles familiares, d' a conhecer as promessas de Deus relati!as ao perd#o e : limpe2a. %inda
Hermenêutica >8 &ue os !ossos pecados s#o como a escarlate, eles se tornar#o brancos como a ne!eM ainda &ue s#o !ermelhos como o carmesim, se tornar#o como a l#. 9 profeta 0saías nos di2 tambm &ue 9s per!ersos s#o como o mar agitado, &ue n#o se pode a&uietar, cu1as 'guas lan"am de si lama e lodo. 9 mesmo profeta compara os 1ustos a um 1ardim regado e um manancial inesgot'!el. J<;S7 e <@S33K. ada mais inconstante &ue as ondas marinhas impulsionadas pelo !ento. % elas compara o apstolo /iago J3S>K o crente !ari'!el e !acilante, &ue oscila entre a f e a dQ!ida. =e"a com f, em nada du!idandoM pois o &ue du!ida d semelhante : onda do mar, impelida e agitada pelo !ento. % tradu"#o deste !ersículo para o inglês, feita por +offatt, e !ertida li!remente para o português, di2 assimS ?omente pe"a com f, sem du!idar 1amais, por&ue o homem &ue du!ida como a onda do mar, &ue gira em redemoinho e flutua, impulsionada pelo !ento. 9s símiles da Bíblia s#o &uais gra!a"$es formosas e de grande !alor artístico, &ue acompanham as !erdades, &ue sem este auIílio seriam captadas fracamente e es&uecidas com facilidade.
Interro#a!"o 7. % pala!ra interroga"#o procede de um !oc'bulo latino &ue significa pergunta. +as nem todas as perguntas s#o figuras de retrica. ?omente &uando a pergunta encerra uma conclus#o e!idente &ue uma figura liter'ria. % Enciclopdia Brasileira +rito define a interroga"#o da seguinte maneiraS (igura pela &ual o orador se dirige ao seu interlocutor, ou ad!ers'rio, ou ao pQblico, em tom de pergunta, sabendo de antem#o &ue ningum !ai responder. Ee3p$os S #o far' 1usti"a o Nui2 de toda a terraG JOên. 3@S7
Hermenêutica ; ministrio nobre dos an1os se considera um fato incontro!ertí!el. %s interroga"$es &ue se encontram em *om. @S 444< constituem formosos eIemplos do poder e do uso desta figura liter'ria. % mente, em forma instinti!a, !ai da pergunta : resposta em atitude triunfal. Auem intentar' acusa"#o contra os eleitos de DeusG T Deus &uem os 1ustifica. Auem os condenar'G T Cristo Nesus &uem morreu, ou antes, &uem ressuscitou, o &ual est' : direita de Deus, e tambm intercede por ns. Auem nos separar' do amor de CristoG ?er' tribula"#o, ou fome, ou nude2, ou perigo ou espadaG Nesus, porm, lhe disseS Nudas, com um bei1o trais o (ilho do homemG Estas pala!ras e&ui!aliam a di2erS Nudas, tu entregas o (ilho do homem com um bei1o. JLucas 77S6@K. o li!ro de N h' muitas interroga"$es. %&ui temos alguns eIemplosS =or!entura n#o sabes tu &ue desde todos os tempos, desde &ue o homem foi posto sobre a terra, o 1Qbilo dos per!ersos bre!e, e a alegria dos ímpios moment5neaG JN 7S6,
Ap?stroe 4. % apstrofe se assemelha muito : personifica"#o ou prosopopia. % pala!ra apstrofe procede do latim apostrop&e e esta do grego apo, &ue significa de, e strep&o, &ue &uer di2er !ol!erse. 9 !oc'bulo indica &ue o orador se !ol!e de seus ou!intes imediatos para dirigirse a uma pessoa ou coisa ausente ou imagin'ria. % Enciclopdia Brasileira +rito nos proporciona a seguinte defini"#oS (igura usada por orador, no discursoM consiste em interrompêlo subitamente, para dirigir a pala!ra, ou in!ocar alguma pessoa ou coisa, presente, ausente, real ou imagin'ria. 9 emprego desta figura, na elo&Uência, produ2 grandes efeitos sobre as paiI$es &ue o orador procura transmitir aos ou!intes. Auando as
Hermenêutica ;3 pala!ras s#o dirigidas a um ob1eto impessoal, a personifica"#o e a apstrofe se combinam, como por eIemplo, em 3 Cor. 3K. ma das apstrofes mais eItraordin'rias e conhecidas o grito do angustiado Da!i, por moti!o da morte de seu filho rebeldeS +eu filho %bsal#o, meu filho, meu filho %bsal#oF Auem me dera &ue eu morrera por ti, %bsal#o, meu filho, meu filhoF J7 ?am. 3@S44K. %s pala!ras dirigidas ao caído monarca da BabilRnia J0saías 36S847K constituem uma das apstrofes mais !igorosas da literatura. % apstrofe, empregada por oradores h'beis, na maioria dos casos a forma mais eficiente e persuasi!a da retrica. 0nclinai os ou!idos, cus, e falareiM e ou"a a terra as pala!ras da minha boca JDeut. 47S3K. Estas pala!ras nos fa2em lembrar de Neremias &ue disseS terra, terra, terral ou!e a pala!ra do ?enhor JNeremias 77S78K. Constitui uma forma mui enf'tica de reclamar aten"#o e real"ar a import5ncia do &ue se fala. Em Qmeros 73S78 onde encontramos uma das primeiras men"$es na Bíblia desta figura retricaS %i de ti, +oabeF =erdido est's, po!o de CamosF %&ui a pala!ra dirigida : de!astadora terra de +oabe como se esti!esse presente. o famoso c5ntico de Dbora e Bara&ue, dirigida a pala!ra aos reis e príncipes ausentes e dominados, como se esti!essem presentesS 9u!i, reis, dai ou!idos, =ríncipes. Eu, eu mesma cantarei ao ?enhorM salmodiarei ao ?enhor Deus de 0srael JNuí2es
Hermenêutica ;7 a resistência das cidades &ue ha!iam sido testemunhas da maior parte de sua mara!ilhosas obras o fi2eram eIclamarS %i de ti, Cora2imF ai de ti, BetsaidaF por&ue se em /iro e ?idom se ti!essem operado os milagres &ue em !s se fi2eram, h' muito &ue elas se teriam arrependido com pano de saco e cin2a . . . /u, Cafarnaum, ele!arte's, por!entura, at o cuG Descer's at o infernoF J+ateus 33S73,74K. Auem n#o compartilha a angQstia do ?al!ador, &uando eIclamaS Nerusalm, NerusalmF &ue matas os profetas e apedre1as os &ue te foram en!iadosF &uantas !e2es &uis eu reunir os teus filhos, como a galinha a1unta os seus pintinhos debaiIo das asas, e !s n#o o &uisestesF J+ateus 74S4;K. estes Qltimos eIemplos se combinam a apstrofe e a prosopopia.
Ant;tese 6. Este !oc'bulo procede da pala!ra latina antit&esis e esta de pala!ras gregas &ue significam colocar uma coisa contra a outra. % Enciclopdia Brasileira +rito nos d' a seguinte defini"#oS 0nclus#o, na mesma frase, de duas pala!ras, ou dois pensamentos, &ue fa2em contraste um com o outro. /ratase de uma figura de retrica muito efica2 &ue se encontra em muitas partes das Escrituras. 9 mau e o falso ser!em de contraste ou fundo &ue di realce ao bom e o !erdadeiro. Ee3p$os S 9 discurso de despedida de +oiss JDeut. 7; a 44K consiste numa not'!el srie de contrastes ou antíteses. otese a &ue se encontra em Deut. 4S3< &ue di2S )ê &ue proponho ho1e a !ida e o bem, a morte e o mal. /emos a&ui um contraste ou antítese dupla. /ambm no !ersículo 38S 9s cus e a terra tomo ho1e como testemunhas contra ti &ue te propus a !ida e a morte, a bên"#o e a maldi"#o Jduas antítesesKM escolhe, pois, a !ida, para &ue !i!as, tu e a tua descendência. 9 ?enhor Nesus apresenta em seu ?erm#o da +ontanha numerosas antíteses. otese a &ue aparece em +ateus ;S34,36S Entrai pela porta estreita Jlarga a porta e espa"oso o caminho &ue condu2 para a perdi"#o e s#o muitos os &ue entram por elaK por&ue estreita a porta e apertado o
Hermenêutica ;4 caminho &ue condu2 para a !ida, e s#o poucos os &ue acertam com ela. 9 ?enhor Nesus estabelece contraste ou antítese entre a porta estreita e a largaM entre o caminho estreito e o largoM entre os dois destinos, a !ida e a destrui"#o e entre os poucos e os muitos. /emos a&ui uma &u'drupla antítese. Entre os !ersículos 3; e 3@ se contrasta a 'r!ore m' e seus maus frutos com a 'r!ore boa e seus bons frutos. os !ersículos 73 a 74 o ?enhor efetua um contraste entre duas pessoasS uma professa obediência : !ontade di!ina, sem pratic'la, en&uanto a outra realmente pratica a obediência. % seguir ilustra a diferen"a mediante uma eItraordin'ria e mQltipla antítese. J)ersículos 767;.K osso ?enhor Nesus d' por concluído seu mara!ilhoso discurso escatolgico Jreferente :s coisas finais, como a morte, o 1uí2o e o estado futuroK nos capítulos 76 e 7< de +ateus, empregando grada"#o ou clímaI de car'ter antittico. Em 7 Cor. 4S>3@, =aulo estabelece um contraste entre o %ntigo =acto e o o!o, entre a Lei e o E!angelho, empregando para isso uma srie not'!el de antíteses &ue podem ser con!enientemente preparadas em colunas paralelas. Em *om. >S74 o apstolo =aulo contrasta morte com !ida eterna e o sal'rio do pecado com o dom gratuito de Deus. =or&ue o sal'rio do pecado a morte, mas o dom gratuito de Deus a !ida eterna em Cristo Nesus nosso ?enhor. Em 7 Cor. >S@3 ele nos proporciona uma srie de antíteses relacionadas com sua prpria eIperiência e nos !ersículos 363>, mediante antíteses cuidadosamente selecionadas, demonstra a loucura do crist#o &ue se agrilhoa ao mundo. Em 3 Cor. 3
C$;3a ou Grada!"o <. % pala!ra clímaI ou grada"#o procede do latim %$i3a e esta do grego $i3a &ue significa escala, no sentido figurado da pala!ra. %
Hermenêutica ;6 Enciclopdia Brasileira +rito nos proporciona a seguinte defini"#o da pala!ra grada"#oS Concatena"#o dos elementos de um período de modo a fa2er com &ue cada um comece com a Qltima pala!ra do anteriorM amplifica"#o, apresenta"#o de uma srie de idias em progress#o ascendente ou descendente. /ambm se di2 clímaI. 9 essencial &ue eIista a!an"o ou pro#resso na ora!"o, par'grafo, tema, li!ro ou discurso. % maioria dos serm$es bem preparados têm mais de uma grada"#o, e terminam mediante uma grada"#o final de car'ter eItraordin'rio. % grada"#o pode consistir em umas poucas pala!ras ou pode estenderse por todo o discurso ou li!ro. =ode consistir em pala!ras soltas, preparadas de tal maneira &ue le!em a mente em progress#o gradual ascendente, ou pode consistir em uma srie de argumentos &ue eIplodem em triunfal culmina"#o, como o argumento incontro!ertí!el da ressurrei"#o em 3 Cor., capítulo 3<. 9 grande capitulo d' f, Hebreus 33, d um eIemplo de um longo e poderoso clímaI ou grada"#o. Ee3p$os S 9 capítulo oita!o de *omanos um mara!ilhoso clímaI ou grada"#o. Come"a com os !oc'bulos nenhuma condena"#o, e termina di2endo &ue nenhuma criatura nos poder' separar. =ara criar este poderoso clímaI ou grada"#o, o apstolo emprega uma srie de grada"$es. /emos a&ui uma delasS =or&ue n#o recebestes o espírito de ser!id#o para !i!erdes outra !e2 atemori2ados, mas recebestes o espírito de ado"#o, baseados no &ual clamamosS %ba, =ai. 9 prprio Espírito testifica com o nosso espírito &ue somos filhos de Deus. 9ra, se somos filhos, somos tambm herdeiros, herdeiros de Deus e coherdeiros com CristoM se com ele sofrermos, para &ue tambm com ele se1amos glorificados J)ersículos3<3;K. /emos a&ui os degraus da escalaS J3K Estamos eIpostos ao espírito de ser!id#o e temorM J7K temos sido adotadosM J4K ao compreender os lagos &ue nos unem a Deus, &ual crian"as sussurramos a pala!ra %ba, &ue significa =ai, em aramaicoM J6K at o Espírito d' testemunho da !erdade e realidade desta no!a rela"#oM J
Hermenêutica ;< herdeiros, e tambm o somos nsM J>K somos herdeiros de Deus, o mais rico de todosM e J;K estamos no mesmo p de igualdade com Nesus, seu (ilho, &ue herdeiro de todas as coisas JHeb. 3S7KM e se sofremos com ele, J@K tambm seremos glorificados com ele. /emos em seguimento outra figura de grada"#o. os !ersículos 78 4 notamos como o %pstolo ascende cQspide aps cQspideS conheceu, predestinou, chamou, 1ustificou, glorificou. Depois de ha!er alcan"ado esta altura, poder' o %pstolo continuar subindoG ?im, leia os !ersículos 4348. otese a base de nossa completa e absoluta confian"a e seguran"aS J3K ?e Deus por ns, &uem ser' contra nsG J7K ?e nos deu li!remente seu (ilho para &ue morresse por ns, como nos poder' negar a gra"a ou bên"#o de &ue necessitamosG J4K Auem nos acusar', posto &ue Deus &uem nos 1ustificaG J6K Auem se atre!er' a condenar nos, &uando Cristo morreu para nos sal!arG JK Auem nos separar' do amor &ue Cristo tem para conoscoG ?epararnos' por acaso JaK a tribula"#o, JbK angQstia, JcK persegui"#o, JdK fome, JeK nude2, JfK perigo, JgK ou espadaG Depois de ha!er alcan"ado este plano, o apstolo se detm o suficiente para poder citar o ?almo 66S77, para demonstrar &ue em poca remota o po!o escolhido sofreu o martírio por amor de Deus, insinuando assim &ue estamos preparados para a mesma pro!a. ?im, nestes conflitos aze3os 3ais Hue ven%er. Logo, nos !ersículos 4@ e 48 se ele!a a alturas &ue produ2em !ertigens, chegando logo a uma das grada"$es mais grandiosas de toda a literatura. *ecordemos tambm &ue no caso de =aulo n#o se trata!a de um desdobramento oratrio. /rata!ase da plena confian"a e profunda con!ic"#o de seu cora"#o, e ficou demonstrada em sua prpria !ida !itoriosa J7 Cor. 33S747;K e morte J7 /im. 6S>@K. otemse tambm os admir'!eis e elo&Uentes clímaI ou grada"$es em 0saías, capítulos 6 e <
Hermenêutica ;> /emos a&ui um eIemplo da arenga de Cícero dirigida contra )erresS T um ultra1e encarcerar um cidad#o romanoM a"oit'lo um crime atro2M darlhe morte &uase um parricídioM mas C*C0(0CPL9, de &ue o &ualificareiG Estas pala!ras lan"am lu2 no &ue respeita aos %tos 77S7< 7@. 9 anticlímaI o contr'rio do clímaI ou grada"#o e a miQdo empregado por escritores ineIperientes. Consiste em descer do sublime ao ridículo ou colocar ao final do escrito ou discurso as frases de menor import5ncia. =E*O/%? 3. Aue símileG Como se distingue da met'foraG 7. Aue eIemplos de símiles pode darG 4. Aue interroga"#oG T toda pergunta uma figura de retricaG %presente eIemplos. 6. Aue apstrofeG De &ue forma se diferencia esta figura de retrica da personifica"#oG Dê eIemplos da Bíblia. <. Aue antíteseG Dê eIemplos. >. Aue clímaI ou grada"#oG Efetue uma diferencia"#o entre clímaI e antítese. =roporcione eIemplos.
Hermenêutica
;;
4IGURAS DE RETRICA 6 PARTE Por P. C. Ne$son Em !irtude do fato de &ue se encontram numerosas e di!ersas figuras de retrica nas ?agradas Escrituras, e no entendimento de &ue as figuras empregadas aclaram a miQdo as passagens mais obscuras e difíceis, acrescentase esta parte para estudar algumas figuras de retrica &ue n#o foram consideradas nas li"$es precedentes.
ProvFr J7<,78K. Em No#o 3S> temos a mesma pala!ra grega, mas ali foi tradu2ida como par'bola. %lguns pro!rbios s#o par'bolas abre!iadas ou condensadasM outros, met'forasM outros, símilesM e outros se têm estendido at formar alegorias. Em sua 0ntrodu"#o ao li!ro dos =ro!rbios, escrito em hebreu, o Dr. /. N. Conant fa2 o seguinte coment'rioS % sabedoria tica e pr'tica mais remota da maioria dos po!os da antiguidade se eIpressa!a em ditos agudos, bre!es, eIpressi!os e enrgicos. EnfeiIa!am, em poucas pala!ras, o resultado da eIperiência comum, ou das considera"$es e obser!a"$es indi!iduais. =ensadores e obser!adores agudos, acostumados a generali2ar os acontecimentos eIperimentais e arra2oar com base em
Hermenêutica ;@ princípios b'sicos, eIpressa!am o resultado de suas in!estiga"$es mediante apotegmas ou se1a ditos bre!es e sentenciosos, os &uais comunica!am alguma instru"#o ou pensamento engenhoso, alguma !erdade de car'ter moral ou religioso, alguma m'Iima relati!a : prudência ou conduta, ou :s regras pr'ticas da !ida. /udo isto era manifestado mediante termos destinados a despertar aten"#o, ou estimular o espírito de in!estiga"#o ou as faculdades do pensamento, e em forma &ue se fiIa!a com caracteres indel!eis na memria. Con!erteramse, assim, em elementos integrantes da forma popular de pensar, t#o insepar'!eis dos h'bitos mentais do po!o como o prprio poder de percep"#o. 9 propsito dos =ro!rbios afirmado assim na introdu"#o ao Li!ro dos =ro!rbios J3S7>KS =ara aprender a sabedoria, e o ensinoM para entender as pala!ras de inteligênciaM para obter o ensino do bom proceder, a 1usti"a, o 1uí2o, e a e&UidadeM para dar aos simples prudência, e aos 1o!ens conhecimento e bom sisoS ou"a o s'bio e crespa em prudênciaM e o entendido ad&uira habilidade para entender pro!rbios e par'bolas, as pala!ras e enigmas dos s'bios. Ee3p$os S +dico curate a ti mesmo JLucas 6S74K. Este de!e ter sido um dito comum em a2ar. %plica!ase a princípio, a mdicos atacados de enfermidades físicas, os &uais trata!am de curar delas a outros. Nesus compreendeu &ue seus antigos conhecidos da cidade de a2ar, moti!ados pela incredulidade, empregariam essas pala!ras contra ele, se n#o reali2asse em a2ar milagres t#o mara!ilhosos como os &ue ha!ia efetuado em Cafarnaum. 9 ?enhor respondeu aos seus pensamentos &ue ainda n#o se ha!iam transformado em pala!ras, com outro pro!rbio, &ue constitui uma defesa prpriaS enhum profeta bem recebido em sua prpria terra. Esta parece ser a interpreta"#o condensada do pro!rbio &ue di2S #o h' profeta sem honra sen#o na sua terra, entre os seus parentes, e na sua casa. J+arcos >S6M +ateus 34S<;.K Nesus demonstra a !erdade de sua declara"#o ao referirse : histria de Elias J3 *eis capítulos 3; e 3@K e de Eliseu J7 *eis,
Hermenêutica ;8 Contra os mestres apstatas e reincidentes &ue semea!am a ruína na&uela poca, o apstolo =edro emprega com grandes resultados dois fatos, &ue todos de!iam ter obser!ado, condensados num pro!rbio, a saberS 9 c#o !oltou ao seu prprio !RmitoM eS a porca la!ada !oltou a re!ol!erse no lama"al J7 =edro 7S77K. % interpreta"#o e!idente, e n#o difícil encontrar eIemplos para ilustrar a !erdade, mesmo em nossos dias. JCompare =ro!rbios 7>S33, onde a primeira parte deste duplo pro!rbio se aplica com respeito a um nscio e sua necessidade.K AdvertBn%iasS J3K De!ese ter muito cuidado no &ue respeita : interpreta"#o de pro!rbios, e em particular, no referente :&ueles &ue n#o s#o f'ceis de entender e interpretar. Aui"' este1am baseados em fatos e costumes &ue se perderam para ns. J7K Dado &ue os =ro!rbios podem ser símiles, met'foras, par'bolas ou alegorias, bom determinar a &ue classe pertence o pro!rbio a ser interpretado. (iguras diferentes podem combinar se para formar um pro!rbio. =or eIemplo, em =ro!. 3S744, a sabedoria personificada e se apresenta o pro!rbio na forma de uma par'bola com sua aplica"#o. Leia tambm Eclesiastes 8S343@. J4K Estude o conteIto, isto , os !ersículos &ue precedem e seguem ao teIto, os &uais s#o amiQdo a cha!e da interpreta"#o, como sucede nos casos acima mencionados. J6K Auando hou!erem fracassado todas as tentati!as destinadas a aclarar o significado, melhor ficar na eIpectati!a at &ue se receba mais lu2 sobre o assunto. JK %pro!eite a a1uda &ue proporcionam os comentaristas eruditos no estudo das ?agradas EscriturasM eles conhecem os idiomas originais e podem proporcionar as conclus$es a &ue chegaram os eruditos sagrados mais famosos. J;K %cima de tudo, ore pedindo a ilumina"#o di!ina.
A%r?sti%o 7. % pala!ra acrstico procede dos !oc'bulos gregos &ue significam eItremidade ou !erso. /emos !'rios eIemplos de acrsticos no %ntigo
Hermenêutica @ /estamento. 9 mais not'!el o ?almo 338, com seus 3;> !ersos. Contam 77 estrofes, e cada uma delas corresponde a uma letra do alfabeto hebraico. H' oito linhas duplas em cada estrofe. Cada uma das oito linhas na primeira estrofe come"a com uma pala!ra cu1a primeira letra A$ep&, a primeira do alfabeto hebreu. % primeira pala!ra de cada uma das oito linhas duplas na segunda estrofe come"a com et&, a segunda letra do alfabeto, e assim sucessi!amente, at o fim. Cantase em lou!or da =ala!ra de Deus e de seu %utor. T impossí!el trasladar esta característica singular do original : !ers#o portuguesa, mas a tradu"#o de No#o (erreira de %lmeida Jre!ista e corrigidaK indica o acrstico, colocando em ordem as letras hebraicas e seus nomes respecti!os no come"o das estrofes ou se"$es. o idioma hebraico esta forma constitui uma !erdadeira a1uda para a memria. Dado &ue os salmos eram escritos para serem cantados sem li!ros, e posto &ue se aprendiam e recita!am de memria na escola, esta disposi"#o alfabtica constituía uma grande a1uda para aprender este capitulo, o mais longo da Bíblia. 9s ?almos 7< e 46 têm !inte e dois !ersículos em português, e o mesmo nQmero de estrofes em hebraicoS uma para cada letra do alfabeto, tomadas em ordem. os ?almos 333 e 337, cada um dos !ersículos o estrofes est' di!idido em duas partes, seguindo a ordem do alfabeto. 9s Qltimos !inte e dois !ersículos do capítulo final dos =ro!rbios come"am com uma letra do abeced'rio hebraico, em ordem alfabtica. % maior parte das Lamenta"$es de Neremias est#o escritas em acrsticos, e alguns dos capítulos repetem cada uma das letras, uma ou mais !e2es. /emos a&ui um modelo posterior de acrstico, em tradu"#o li!reS Jesus, que na cru( seu sangue deu. E a dor e o desdém por mim sofreu. Sentenciado foi pela turba cruel Ultra+ado bebeu o amargo fel Socorre-me e fa(-me sempre fiel.
Hermenêutica @3 9s crist#os da primeira 0gre1a, como o e!idenciam as catacumbas na cidade de *oma, emprega!am comumente acr>sticos nos epit'fios. m dos símbolos fa!oritos e secretos de sua f imut'!el sob o fogo da persegui"#o era o desenho de um peiIe. % pala!ra grega e&ui!alente a peiIe era i%&t&us. 9 alfabeto grego consta de caracteres &ue ns representamos mediante duas letras. Desta maneira t& e %& s#o letras simples no alfabeto grego. %o recordar este fato, o peiIe simblico era lido da seguinte maneiraS 0esous Nesus I Christos Cristo C& /heou de Deus T& ios (ilho U ?oter ?al!ador S
Paradoo 4. Denominase paradoIo a uma proposi"#o ou declara"#o oposta : opini#o comumM a uma afirma"#o contr'ria a todas as aparências e : primeira !ista absurda, impossí!el, ou em contraposi"#o ao sentido comum, porm &ue, se estudada detidamente, ou meditando nela, torna se correta e bem fundamentada. % pala!ra procede do grego e chega a ns por intermdio do latim. Est' formada de dois !oc'bulos, para, &ue significa contra e doa, opini#o ou cren"a. ?oa ao ou!ido como algo incrí!el, ou impossí!el, se n#o absurdo. osso ?al!ador empregou com fre&Uência esta figura entre seus ou!intes, com o ob1eti!o de sacudilos de sua letargia e despertar seu interesse. Ee3p$os S JaK -ede e a%aute$ai+vos do er3ento dos ariseus e sadu%eus. J+at. 3>S>M +ar. @S3673 e Luc. 37S3.K 9s discípulos pensaram &ue o ?enhor fala!a do fermento do p#o, por&ue se ha!iam es&uecido de le!ar p#o consigo. Nesus lhes censurou a falta de compreens#o at &ue finalmente entenderam &ue o ?enhor se referia :s m's doutrinas e : hipocrisia dos fariseus e saduceus. J+at. 3>S37.K
Hermenêutica @7 JbK Deia aos 3ortos o sepu$tar os seus pr?prios 3ortos . J+at. @S77M Luc. 8S>.K Esta foi a eItraordin'ria resposta &ue nosso ?enhor deu a um dos candidatos ao discipulado, &ue n#o compreendia o &ue significa!a seguir ao ?enhor, e se propunha primeiro sepultar seu pai. %&ueles &ue est#o mortos no sentido espiritual da pala!ra, podem assistir aos funerais dos &ue têm falecido no aspecto físico. 9utro dese1a!a seguir ao ?enhor Nesus, mas &ueria primeiro despedirse dos de sua casa. osso ?enhor compreendeu &ue a consagra"#o tinha algum defeito, igual ao primeiro caso citado, e portanto replicou por meio da par'bolaS ingum &ue, tendo posto a m#o no arado, olha para tr's, apto para o reino de Deus JLucas 8S>3,>7K. Desta maneira o ?enhor Nesus fe2 &ue as pessoas compreendessem a import5ncia &ue tinha o ser seu discípulo e o pregar o e!angelho. JcK ue3 F 3in&a 3"e e Hue3 s"o 3eus ir3"os E estendendo sua m#o para seus discípulos, disseS Eis minha m#e e meus irm#os. =or&ue &ual&uer &ue fi2er a !ontade de meu =ai, esse meu irm#o, irm# e m#e. J+ateus 37S6><M +arcos 4S434K. Este paradoIo constitui um hebraísmo, tal como foi eIplicado na p'gina 78. ?e esta declara"#o fosse tomada em forma literal, constituiria uma completa contradi"#o com outras Escrituras &ue nos ensinam &ue de!emos amar a nossos familiares. JEfsios S7<1 Lucas 8S76.K +ediante este paradoIo eItraordin'rio, o ?enhor fa2 &ue seus seguidores compreendam o !alor da alma, e a perda terrí!el &ue eIperimentam a&ueles &ue morrem sem esperan"a. %o mesmo tempo o +estre ensina &ue a melhor maneira de
Hermenêutica @4 empregar a !ida ser!indo a Deus. %s p'ginas da histria mission'ria est#o cheias de eIemplos &ue ilustram o grande princípio &ue o ?enhor Nesus enunciou neste paradoIo. Em outro paradoIo J+arcos 8S646@K, o ?enhor demonstra &ue melhor sofrer a perda de um dos membros de nosso corpo do &ue nos rendermos : tenta"#o e ficarmos perdidos para sempre. JfK Coais o 3osHuito e en#o$is o %a3e$oW J+ateus 74S76K. % pe"a mais not'!el de in!ecti!a da literatura a lan"ada pelo ?enhor contra os escribas e fariseus hipcritas de seu tempo. Consiste em uma srie de oito amargos press'gios pronunciados contra eles, pouco antes de sua morte J+ateus 74S3444K. 9 ?enhor Nesus os denomina guias cegos &ue cuidadosamente %oa3 o mos&uito, mas engolem o camelo. 9 !ersículo precedente nos mostra as diferen"as sutis &ue fa2iam no &ue respeita : interpreta"#o da lei, e &u#o escrupulosos eram para dar dí2imos da hortel#, do endro e do cominho &ue cresciam em suas hortas e logo omitiam os assuntos mais importantes da leiS a 1usti"a, a misericrdia e a f. JgK E ainda vos di#o Hue F 3ais J%i$ passar u3 %a3e$o pe$o undo de u3a a#u$&a do Hue entrar u3 ri%o no reino dos %Fus . J+ateus 38S76M +arcos3S7
Hermenêutica @6 grego e posteriormente para outras línguas, entre elas o português. %crescenta o Dr. Lamsa &ue o &ue o ?enhor Nesus &uis di2er foi o seguinteS +as eu !os digo, &ue trabalho mais le!e passar uma corda grossa pelo fundo de uma agulha, &ue entrar um rico no reino dos cus. Estas pala!ras soam mais ra2o'!eis &ue a costumeira eIplica"#o, segundo a &ual, depois &ue as portas da cidade se fecha!am, o camelo poderia passar por uma abertura muito menor na muralha, porm tinha &ue deiIar sua carga, e depois a1oelharse. /ratase de uma formosa ilustra"#o do &ue de!e fa2er o 1o!em ricoM mas surge a pergunta se isso realmente o &ue o ?enhor &ueria di2er ou n#oG 9 !ersículo 7> indica &ue Nesus &uis di2er &ue se trata!a de uma i3possies ele!adas esta!am mais seguros do cu. Com respeito :s ri&ue2as, o Dr. H. %. V. +e\er fa2 o seguinte coment'rioS 9 perigo de n#o alcan"ar a sal!a"#o por causa das ri&ue2as n#o reside nestas, consideradas em si mesmas, mas na dificuldade &ue tem o homem pecador de colocar essas ri&ue2as : disposi"#o de Deus. J3 Cor. 3S7>7>.K JhK 9s eIemplos acima mencionados foram tomados das pala!ras de Nesus. =odemse obter outros numerosos eIemplos nas ?agradas Escrituras. /emos a&ui um do apstolo =aulo &ue di2S =or&ue &uando sou fraco, ent#o &ue sou forte. 0sto , dbil ou fraco em mim mesmo, mas poderoso ou forte no ?enhor e em sua fortale2a, tal como o estabelece com clare2a o conteIto. J7 Cor. 37S3M Efsios >33K. =E*O/%? 3. Aue pro!rbioG 7. Aue acrsticoG 4. Aue paradoIoG Dê eIemplos de cada um deles.
Hermenêutica
@<
(ERA8S)OS =or hebraísmos entendemos certas eIpress$es e maneiras peculiares do idioma hebreu &ue ocorrem em nossas tradu"$es da Bíblia, &ue originalmente foi escrita em hebraico e em grego. Como 1' dissemos, alguns conhecimentos destes hebraísmos s#o necess'rios para poder fa2er uso de!ido de nossa primeira regra de interpreta"#o. Ee3p$os S 3Y Era costume entre os hebreus chamar a uma pessoa filho da coisa &ue de um modo especial a caracteri2a!a, de modo &ue ao pacífico e bem disposto se chama!a i$&o da pazM ao iluminado e entendido, i$&o da $uzM aos desobedientes, i$&os da desoM Efs. 7S7M e S7;M %tos S37.K Como 1' dissemos em outra parte, o a3ar e aM +at. 3S4;K. 4Y Xs !e2es os hebreus, apesar de se referirem t#osomente a uma pessoa ou coisa, menciona!am !'rias para indicar sua eIistência e
Hermenêutica @> rela"#o com a pessoa ou coisa a &ue se referiam, como, por eIemplo, ao di2erS % arca repousou sobre as montanhas de %rarat, o &ue e&ui!ale a di2er &ue repousou sobre u3 dos montes %rarat. Do mesmo modo &ue, ao lermos em +ateus 76S3 &ue se aproIimaram dele os seus discípulos para lhe mostrar as constru"$es do templo, sabemos &ue u3 de$es Jcomo intrprete do sentimento dos outrosK lhe mostrou os edifícios do temploM e ao di2er J+ateus 7>S@K &ue indignaramse os discípulos Jpela perda do ungUentoK, di2endoS para &ue este desperdícioG, sabemos por No#o &ue foi um deles, a saberS Nudas, &ue sem dQ!ida, eIpressando o pensamento dos demais, disseM =ara &ue este desperdícioG %o di2er tambm. Lucas &ue os soldados chegaramse a Nesus, apresentadolhe !inagre na cru2, !imos por +ateus &ue foi um deles &ue reali2ou o ato. JOên. @S6M Nuí2es 37S;M +ateus 76S3M +arcos 34S3M Lucas 74S4>M +ateus 7;[email protected] 6Y Com fre&Uência usa!am os hebreus o nome dos pais para denotar seus descendentes, como, por eIemplo, ao di2erse JOên. 8S7.K /endo presentes tais hebraísmos, desaparecem contradi"$es aparentes. Em 7 *eis @S7>, por eIemplo, se chama a %talia,
Hermenêutica @; filha de 9nri, e no !erso 3@, filha de %cabe, sendo em realidade filha de %cabe e neta de 9nri. %lm dos hebraísmos referidos, ocorrem outras singularidades na linguagem bíblica, certos &uasehebraísmos, &ue precisamos conhecer para a correta compreens#o de muitos teItos. *eferimonos ao uso peculiar de certos nQmeros, de algumas pala!ras &ue eIpressam fatos reali2ados ou supostos e de !'rios nomes prprios. Ee3p$os S 3Y Certos nQmeros determinados usamse :s !e2es em hebraico para eIpressar &uantidades indeterminadas. De2, por eIemplo, significa !'rios, como tambm este nQmero eIato. JOên. 43S;M Daniel 3S7.K Auarenta significa muitos. =erspolis era chamada a cidade das &uarenta torres, embora o numero delas fosse muito maior. /al , pro!a!elmente, tambm o significado em 7 *eis @S8, onde lemos &ue Ha2ael fe2 um presente de 6 cargas de camelos de bens de Damasco a Eliseu. /al!e2 se1a este tambm o significado em E2e&uiel 78S3334. ?ete e setenta se usam para eIpressar um nQmero grande e completo, ainda &ue indeterminado. J=ro!. 7>S3>,76M Le!. 7>S76K. Tnos ordenado perdoar at setenta !e2es sete para darnos a compreender &ue, se o irm#o se arrepende, de!emos sempre perdoarlhe. 9s sete demRnios eIpulsos de +aria denotam, tal!e2, seu eItremado sofrimento e ao mesmo tempo sua grande maldade. 7Y Xs !e2es usamse nQmeros redondos nas Escrituras para eIpressar &uantidades ineIatas. Em Nuí2es 33S7> !emos, por eIemplo, &ue se coloca o nQmero redondo de 4 por 784. Comparese tambm cap. 7S6>, 4<. 4Y Xs !e2es fa2se uso peculiar das pala!ras &ue eIpressam a"#o, di2endose de !e2 em &uando &ue uma pessoa fa2 uma coisa, &uando s a declara feitaM &uando profeti2a &ue se far', se sup$e &ue se far' ou considera feita. Xs !e2es mandase tambm fa2er uma coisa &uando s se permite &ue se fa"a.
Hermenêutica @@ Em Le!. 34S34 Jno originalK, por eIemplo, di2se &ue o sacerdote limpa o leproso, &uando apenas o declara limpo. Em 7 Cor. 4S> lemos &ue a letra Jsignificando, a leiK mata, &uando na realidade s declara &ue o transgressor de!e morrer. Em No#o 6S3,7, di2se &ue Nesus bati2a!a mais discípulos &ue No#o, &uando s ordena!a &ue fossem bati2ados, pois em seguida lemosS Jse bem &ue Nesus mesmo n#o bati2a!a, e, sim, os seus discípulos.K Lemos tambm &ue Nudas ad&uiriu um campo com o pre"o da ini&Uidade, embora s fosse pro!eniente dele, entregando aos sacerdotes o dinheiro com &ue compraram dito campo. J%tos 3S3>38M +ateus 7;S63K. %ssim compreendemos tambm em &ue sentido consta &ue o ?enhor endureceu o cora"#o de (ara, ao mesmo tempo &ue lemos &ue (ara mesmo endureceu seu cora"#oM isto , &ue Deus foi causa de seu endurecimento oferecendolhe misericrdia com a condi"#o de ser obediente, porm se endureceu ele mesmo, resistindo : bondade oferecida. J-Iodo @S3S3K. Como pro!a de &ue o idioma hebraico eIpressa em forma de mandamento positi!o o &ue n#o implica mais &ue uma simples permiss#o, e nem se&uer consentimento, de fa2er uma coisa, temos em E2e&uiel 7S48, onde di2 o ?enhorS 0deM cada um sir!a os seus ídolos agora e mais tarde, dandose a compreender linhas adiante &ue o ?enhor n#o apro!a!a tal conduta. 9 mesmo acontece no caso de Bala#o o di2er lhe DeusS ?e a&ueles homens Jos príncipes do mal!ado Bala&ueK !ierem chamarte, le!antate, !ai com elesM toda!ia, far's somente o &ue eu te disserM di2endonos o conteIto &ue a&uilo n#o era mais &ue uma simples permiss#o de ir e fa2er um mal &ue Deus absolutamente n#o &ueria &ue o profeta o fi2esse. JQm. 77S7.K Caso semelhante temos pro!a!elmente
Hermenêutica @8 nas pala!ras de Nesus a Nudas, &uando lhe disseS 9 &ue retendes fa2er, fa2eo depressa JNo#o 34S7;K. 6Y a interpreta"#o das pala!ras das Escrituras, preciso ter presente tambm &ue se fa2 uso mui singular dos nomes prprios, designandose :s !e2es diferentes pessoas com um mesmo nome, diferentes lugares com um mesmo nome e uma mesma pessoa com nomes diferentes. Pessoas dierentes desi#nadas %o3 u3 3es3o no3e. 4ara? , &ue significa re#ente, era o nome comum de todos os reis do Egito desde o tempo de %bra#o at : in!as#o dos persas, mudandose depois o nome de (ara pelo de =tolomeu. A
Hermenêutica 8 deste rei era muito diferente do de seu pai, e n#o confundilos de import5ncia para a correta compreens#o da Histria. Le!i em +arcos 7S36 o mesmo &ue +ateus. /om e Dídimo s#o uma mesma pessoa. /adeu, Lebeu e Nudas s#o os diferentes nomes do apstolo Nudas. atanael e Bartolomeu s#o tambm os nomes de uma mesma pessoa. Lu#ares dierentes desi#nados %o3 u3 3es3o no3e. Duas cidades chamamse Cesaria, a saber Cesaria de (ilipe, na Oalilia, e Cesaria situada na costa do +editerr5neo. % esta Qltima, porto de mar e ponto de partida para os !ia1antes, &ue saíam da Nudia para *oma, referese constantemente o li!ro dos %tos. /ambm se mencionam duas %ntio&uiasS a da ?íria, onde =aulo e Barnab iniciaram seus trabalhos e onde os discípulos pela primeira !e2 foram chamados de crist#osM e a da =isídia, : &ual se fa2 referência em %tos 34S36 e em 7 /im. 4S33. /ambm h' !'rios lugares chamados +ispa no %ntigo /estamento como o de Oaleede, de +oabe, o de Oibe' e o de Nud'. JOên. 43S6;68M 3 ?am. 77S4M ;S33M Nosu 3>S38M Wac. 8S34M Dan. @S73.K Egito chamase :s !e2es, C#o, outras *aabe. J?almo ;@S<3M 0saías <3S8.K
Hermenêutica 83 9 +ar +orto se chama :s !e2es +ar da =lanície, por ocupar a planície onde esta!am as cidades de ?odoma e OomorraM +ar do Este, em fun"#o de sua posi"#o para o Leste, contando desde Nerusalm, e ainda +ar ?algado. J7 *eis 36S7,;K. % /erra ?anta chamase Cana#, /erra de 0srael, /erra de Nudia, =alestina, /erra dos =astores e /erra =rometida. J-Iodo3
Hermenêutica
87
PALA-RAS SI)LICAS % linguagem simblica oferece muita dificuldade no estudo das Escrituras. =orm, ainda &uando nos tenhamos de limitar : eIplica"#o defeituosa de algumas pala!ras, cremos &ue se ganhar' algo recapitulando e familiari2andose com as seguintesS A#uia, poder, !ista penetrante, mo!imento no sentido mais ele!ado. JDeut. 47S33,37.K A$arroS38.K Ar%a, Cristo. J3 =ed. 4S7, 73M Heb. 33S;.K Ar%o, símbolo de batalha e de !itria J%poc. >S7KM :s !e2es tambm de engano, por&uanto se pode &uebrar ou atirar o falso. J9s. ;S3>M Ner. 8S4.K >rvores, as altas, símbolo de go!ernantes. JE2e&. 43S<8KM as baiIas, símbolo do po!o comum. J%poc. ;S3M @S;.K Azeite, fortale2a pela un"#o, dai a !ida e for"a &ue infunde o Espírito de Deus J/iago .K /ratandose da compra de !i!eres, simboli2a a escasse2. JLe!. 7>S7>M E2e&. 6S3>M %poc. >S<.K eri$o, prosperidade, magnificência. JE2e&. 3S3>M [email protected]
Hermenêutica 84 esta, símbolo de um poder tirano e usurpador, porm :s !e2es s de um poder temporal &ual&uer. JDan. ;S4,3;M E2e&. [email protected] ode, !e1a +acho caprino. oi, submiss#o. osHue, símbolo de cidade ou reino, representando suas 'r!ores altas os regentes ou go!ernadores. J0saías3S3;46M 47S38M Ner. 73S36M E2e&. 7S6>K. ra!o, símbolo de for"a e poderM bra"o nu e estendido significa o poder em eIercício. J?almo 3S3S>.K Cabras, símbolos dos maus em geral. J+at. 7.K Cana, fragilidade humana. J+at. 37S7.K C"o, símbolo de impure2a e apostasia. J=ro!, 7>S33M (il. 4S7M %poc. 77S3S3.K Carneiro, símbolo dos reis em geral e especialmente do rei persa. JDan. @S4;, 7.K Carro, símbolo do go!erno ou prote"#o. J7 *eis 7S37.K Crêse &ue 0saías 73S; se refere a Ciro e Dario, e Wac. >S3 a &uatro grandes monar&uias, en&uanto os carros de Deus no ?almo >@S3; e 0saías >>S3< designam as hostes do cu. Casa3ento, símbolo de uni#o e fidelidade no pacto ou alian"a com Deus e por conseguinte da perfei"#o. J0saías <6S3>M %poc.38S;M Efs. .K Ce#ueira, incredulidade. J*om. 33S7<.K
Hermenêutica 86 CFu e terra, usase esta eIpress#o num triplo sentidoS 3Y in!isí!el e moralM 7Y !isí!el e literalM 4Y político. sandose em sentido político, cu simboli2a os regentes, terra o po!o, os dois 1untos formando um reino ou um estado. J0sa. <3S3<, 3>M >77.K O so$ a $ua e as estre$as simboli2am as autoridades superiores e secund'rias. J0sa. 76S73,74M Noel 7S3M %poc. 37S3.K C&ave, símbolo de autoridade, do direito de abrir e fechar. J0sa. 77S77M %poc.3.3@M 4S;M 7S3.K C&uva, influência di!ina J/iago M Dan. 8S4.K CoS7@KM tambm de for"a e firme2a. J?almo 3;S3>.K Co3er, símbolo da medita"#o e participa"#o da !erdade. J0sa. <M ?almo 7;S7.K Cores, preto, símbolo de angQstia e afli"#o JN 4S4M %poc. >S< 37KM amarelado, símbolo de enfermidade mortal J%poc. >S@KM !ermelho, de derramamento de sangue ou de !itria JWac. >S7M %poc. 37S4K, ou do &ue n#o se pode apagar J0sa. 3S3@KM branco, de formosura e santidade JEcl. 8S@M %poc. 4S6KM branco e resplandecente era a cor real e sacerdotal entre os 1udeus, como a pQrpura entre os ramons. Corno, símbolo de poder. JDeut. 44S3;M 3 *eis 77S33M +i&. 6S34KM símbolo tambm de dignidade real JDan @S8M %poc. 34.3.K 9s cornos do altar constituíam um refQgio seguro. J-Iodo 73S36.K Coroa JdiademaK, símbolo de autoridade conferida JLe!. @S8K tambm de autoridade imperial e de !itria. J%poc. 38S37.K Cris?$ito, glria manifesta.
Hermenêutica 8< Cris?praso , pa2 &ue sobrepu1a todo entendimento. J%poc. 73S7.K Cro%odi$o ou dra#"o, símbolo do Egito, e em geral de todo poder anticrist#o. J0sa. 7;S3M <3S8M E2e&. 78S4M %poc. 37S4M 34S3.K Cruz, sacrifício. JCol. 7S36.K Dez, simboli2a a plenitude, ou completo. J+ateus [email protected] E#ito, símbolo de um poder orgulhoso e perseguidor, como *oma. J%poc. [email protected] E3M %poc.36.3M 7S3K. Es%ar$ata, sendo cor de sangue, a !ida. J0sa. [email protected] Es3era$da, esperan"a. Espin&os, abrolhos e roseiras bra!as, m's influências. 4erro, se!eridade. J%poc. 7S7;.K 4i$&a, po!oa"#o, como se esta fora m#e. 4o#o, símbolo da =ala!ra de Deus JNer. 74S78M Hab. 4SK. 4ruto, manifesta"$es das ati!idades da !ida. J+ateus ;S3>.K (arpa, símbolo de go2o e de lou!or J?almo 68S6M 44S7M 00 CrRn. 7S7@M 0saías 4S47M %poc.36S3,7K. (issopo , purifica"#o. J?almo <3S;.K In%enso, símbolo de ora"#o J&ueima!ase. com fogo tomado do altar dos perfumesK. J?almo 363S7M %poc. @S6M +al. 3S33.K Xa%into e A3etista, promessas de glrias futuras. Xaspe, paiI#o, sofrimento.
Hermenêutica 8> L3pada Jcandelabro, símbolo de lu2, go2o, !erdade e go!ernoK J%poc. 7S, indicase com a eIistência da l5mpada sempre, &ue a Da!i nunca faltar' sucessor. J?almo 347S3;.K Le"o, símbolo de um poder enrgico e dominador. J7 *eis 74S44M %m>s 4S@M Dan. ;S.6M %poc. M 0sa. 33S>M Ner. M Hab, [email protected] Lepra, pecado as&ueroso. J0sa, 3S>.K Lírio, formosura, pure2a. Livro, o li!ro do testemunho entregue ao rei simboli2a!a a inaugura"#o do reino J7 *eis, 33S7KM u3 $ivro es%rito por dentro e por ora, símbolo de uma longa srie de acontecimentosM u3 $ivro se$ado , símbolo de segredosM %o3er u3 $ivro, símbolo de um estudo srio e profundo JNer. 3M %poc. 3S8KM o $ivro de vida, memria em &ue est#o os redimidos JEsd. 7S>7M %poc. 4S.K )anJ, símbolo de alimento espiritual e imortal. J%poc. 7S3;M !e1a se -Iodo 3>S44,46.K )"os, símbolo de ati!idade. Dai 3"os $i3pas 3"os %&eias de san#ue indicam feitos correspondentes, puros ou sangrentos. J3 /im. 7S@M 0sa. 3S3<.K Lavar as 3"os, significa eIpia"#o de culpa ou protesto de inocência de culpa. J3 Cor. >S33M 3 /im. [email protected] )"o direita, símbolo de posto de honra. J+ar. 3>S38.K Dar as destras, símbolo de participa"#o de direitos e bên"#os. JO'l. 7S8.K Dar a 3"o, e&ui!ale a renderse. J?almo >@S43M 7 CrRn. 4[email protected] Levantar a destra, era sinal de 1uramento. JOên.
Hermenêutica 8; 36S77M Dan. 37S3;.K )ar%as nas 3"os, símbolo de ser!id#o e idolatria. JWac. 34S>.K As 3"os postas soM E2e&. 3S4M 4S77KM o dedo indica influência menorM o bra"o, influência maior. )edir Jpartir, di!idirK, símbolo de con&uista e possess#o. J0sa. <4.37M Wac. 7S7M %m>s ;S3;.K )ontan&a, símbolo de grande2a e estabilidade. J0sa. 7S7M Dan. 7S4<.K )orte, separa"#o, separa"#o de Deus, insensibilidade espiritual. JO'l. 4S4M *om. M +at. @S77M %poc. 4S3.K O$&os, símbolo de conhecimento, tambm de glria, de fidelidade JWac. 6S3K, e de go!erno. JQm. 3S43.K O$&o 3a$i#no significa in!e1a. O$&o S4<.K Pedras pre%iosas, símbolo de magnificência e formosura. J%poc. 6S4, 73M -Iodo 7@S3;M E2e&. [email protected] Peies, símbolo de go!ernadores das gentes. JE2e&. 78S6, .K Por%o, impure2a e gula. J+at. ;S>.K Porta, sede do poderM poder JNo#o 3S8.K Pri3o#Bnitos, estes tinham autoridade sobre seus irm#os menoresM eram os sacerdotes da família, e consagrandose a Deus, santifica!am sua família por esta consagra"#oM cabialhes por"#o dobrada na heran"a.
Hermenêutica 8@ ?imboli2am de certo modo a Cristo. JOên. 7S4;M -Iodo 76SS7M Qm. ;S@, 8M 3 *eis >S74M @S;M 7 CrRn. 4S3, 34M E2e&. 3S3.K Ra3os, ou rebentos, símbolo de filho ou descendentes. Raposa, engano, astQcia. JLucas 34S47.K R"s, símbolo de inimigos imundos e impudicos. J%poc, 3>S34.K *ocha, fortale2a, abrigo, refQgio. Saira, !erdade. Sa$, conser!a"#o, incorrup"#o, permanência. San#ue, !ida. JO^n. 8S6.K ?ardRnica, amor, ternura, pena, purifica"#o. Se#a, poca da destrui"#o. JNer. S37.K TopJzio, alegria do ?enhor. Touro, Jno!ilhoK, símbolo de um inimigo forte e furioso. J?almo 77S37M E2e&. [email protected] Novi$&os indicam o po!o comum, e os estJS>.K