Por MARIA BERNARDETE OLIVEIRA DE CARVALHO Mestra e Doutora em História pela Conservador! Quantas vezes ouvimos, lemos, falamos ou UFF. mesmo pensamos nessa exclamaço "eu uso # recorrente no só como insulto pol$tico, mas como sin%nimo de propósitos dos mais le&$timos e positivos para a civilidade e moralidade social. Mas, contudo, fica sempre uma interro&aço, o 'ue # ser Clique e cadastre-se para conservador Qual o conte(do pol$tico)social dessa receber os informes denominaço 'ue causa tanto despeito ou or&ul*o por 'uem a mensais da Revista +atira ou rece-e Espaço Acadêmico
Ser Conservador
Bibliografia citada:
odemos verificar nos mais diferentes espaços sócio)culturais BOBBIO, Norberto et contempor/neos o uso corrente dessa expresso, no só em al - Dicionário de termos da vida cotidiana, mas tam-#m em estudos política Bras!lia"#$% Edunb, &''( )ols I e aprofundados 'ue o-0etivam dar conta dos mais diferentes aspectos desse fen%meno *istórico, o conservadorismo. 1o II entanto, mais do 'ue exerc$cios teóricos extensos realizados BO**O+ORE, *om O*./AI*E, /illiam pelos próprios conservadores, temos na maioria das vezes, 0ed1 2 Dicionário do formulaç2es documentadas da pr3tica conservadora, ou se0a, pensamento social re&istros de propostas e aç2es de &rupos conservadores 456 456.. 7 do século XX.Rio de 3aneiro% 4a5ar, &''6 'ue demonstra uma primeira caracter$stica do conservadorismo, a partir da an3lise da atuaço dos &rupos sociais 'ue assim se BOR#IE, 7ierre 2 recon*ecem, a indisposiço para a ela-oraço teórica 'ue o 8Campo de poder, poder, expli'ue80ustifi'ue, mas uma ilimitada capacidade de articulaço campo intelectual pra&m3tica, criando propostas e pro&ramas -em estruturados e habitus de classe9In% A para a resoluço de 'uest2es con0unturais. economia das trocas simbólicas. (: ed,
;"(?( CAR*A ECON@+ICA #E *ERE;7OI;, &'D #RAIBE, ;nia 2 Rumos e
metaforfoses% um
9m &eral, no cont#m a mentalidade conservadora, por si própria, predisposiço teorizante. arte de uma pra&m3tica de 'ue no cumpre diva&ar so-re as situaç2es em 'ue em 'ue se encontram os *omens naturalmente a0ustados. Dir)se)ia no *aver pro-lema e'uacionado na ordem natural das coisas, e eis a 0ustificativa de um estado de esp$rito despido de in'uietaç2es.:s reaç2es conservadoras diante dos fatores imanentes e situaç2es determinadas consistiriam em atitudes *a-ituais, e nesta situaço o pensamento tran';ilamente aceita o existente, como se fosse a exata ordem das coisas e do mundo. 9, 5?@AB A5@
estudo sobre a constituiç?-&'6? Rio 9ssa especificidade da práxis4A6 conservadora pode ser mel*or de 3aneiro% 7aF *erra, &'=D compreendida na medida em passamos a analisar esse EIA;, Norbert 2 Os fen%meno *istoricamente, veremos 'ue o conservadorismo tem Alemães A luta pelo um +ponto de partida, 'ue no # a)*istórico, mas, ao contr3rio, poder e a evoluç
pr3ticas pr#)modernos da vel*a 9uropa, aos 'uais os philosophes philosophes do iluminismo do s#culo EGGG
tradiçJes9 In% .OB;BA/+, Eric RANKER, *erence 0orLs1 2 A inen!ão das tradi!"es.Rio de 3aneiro% 7aF e *erra, &'= 7p ?'"(> 3A7IA;;M, .ilton +ARCON#E;, #anilo 2 Dicionário de filosofia. >: ed, Rio de 3aneiro% 4a5ar, &''6 /, +ic5ael 2 As aenturas de #arl $ar% contra o Barão de $&nc''ausen. 6:
dedicaram tanto desprezo. Contra o impulso destes (ltimos de reor&anizar a sociedade se&undo lin*as racionaisI e de valorizar os indiv$duos 'ue se soltavam da teia de li&aç2es em 'ue viviam presos, os tradicionalistas conservadores se uniram em defesa de sua própria esp#cie. 9levaram lentamente ao plano da reflexo sua experincia de instituiç2es e costumes, to insepar3veis dos fins da vida *umana. 9 isso formou forte contraste com a ento emer&ente nfase li-eral em fins e interesses totalmente individuais, com relaço aos 'uais as instituiç2es e formas de vida se colocam num relacionamento meramente utilit3rio. >7M7=9, 5??KB 5LL
7s conservadores for0aram sua pr3xis pol$tica consciente como resposta a um movimento 'ue rompia com uma ordem existente ed, ;= capitalismo, 'ue ao mesmo tempo em 'ue # produto deste +AR*IN;, 3osG de ;ouFa 2 8As coisas no mundo anterior imp2e a sua derru-ada ou reestruturaço. :s luLar9In% (ntrodu!ã transformaç2es na vida material foram articuladas Ns o crítica ) transformaç2es das relaç2es sócio)pol$ticas e das pr3ticas sociologia rural. ;= Contudo, esse movimento lento e 'uase impercept$vel, por +AER, Arno 2 A 'uem o viveu, passou a se processar mais rapidamente, at# for!a da tradi!ão.;radicionalismo +<... si&nifica uma tendncia a se ape&ar a padr2es ve&etativos, a
vel*as formas de vida 'ue podemos considerar como razoavelmente onipresentes e universais
sociedade, fonte da existncia individual, daria ao poder pol$tico o direito de conduzir os indiv$duos pelas vias do pro&resso. 9m am-os os casos se ne&a o ponto mais essencial do pro&ressismo, 'ue # a autonomia *istórica do indiv$duo, e se tenta esta-ilizar o universo moral de cada um, su-traindo) l*e a responsa-ilidade e o poder de o desenvolver e nele influir. erceiro 9stado, enfrentando os privil#&ios aristocr3ticos e, a partir da =evoluço Francesa, as ameaças sempre presentes de restauraço do :nti&o =e&ime. 1o entanto, correlatamente N difuso dos princ$pios li-erais de or&anizaço social, outro processo levava N 'ue-ra da ampla aliança 'ue *avia permitido a vitória do li-eralismo a expanso da industrializaço para v3rias re&i2es da 9uropa estava transformando as condiç2es de existncia de mil*2es de indiv$duos, diluindo as particularidades de vida e de tra-al*o de setores inteiros do artesanato na massa uniforme do proletariado ur-ano demolindo a perspectiva da existncia de interesses universais do povo, 'ue seriam defendidos pelo princ$pio da i&ualdade 0ur$dica dos cidados, na dura realidade da exploraço econ%mica e das lon&as 0ornadas de tra-al*o. 7u se0a, a partir da consolidaço da sociedade ur-ana, industrial e re&ida pelo li-eralismo, os conflitos se deslocam do terreno das divis2es pol$ticas e 0ur$dicas oriundas do :nti&o =e&ime, para as lutas mais econ%micas e sociais, em 'ue a -ur&uesia no conse&uia esconder seu desconforto e seu temor diante do radicalismo da mo-ilizaço popular. Foi em meados do s#culo EGE, diante da perda de sua capacidade de representar a totalidade do povo, 'ue a -ur&uesia europ#ia promoveu uma virada no seu posicionamento pol$tico, propondo uma composiço com os setores conservadores da sociedade, emasculando o li-eralismo de seus aspectos revolucion3rios e