ESTÓRIA DO SEVERINO A estória do Severino nos nos fala de um indivíduo fictício que que busca indicar sua identidade, porém ele percebe que existem muitos outros com as mesmas características que o identificam, vários com o mesmo nome da m ãe que era Maria e mesmo nome do pai que era Zacarias. Quanto mais Severino procura se identificar encontra dificuldade para se distinguir, buscando a diferença encontrava a igualdade. Tentou identificar- se com a descrição de seu físico. Tentativa em vão, pois muitos se assemelhavam a ele. Então ele renuncia a identificar-se, a não ser coletivamente, ver-se na Severinidade, S everinidade, manifestando-se de uma natureza Severina, de uma sociedade Severina, onde todos são iguais. Mas sua individualidade sua singularidade, sua identidade pessoal permanece oculta, para fugir dessa singularidade Severino decide emigrar, busca vida, mas acaba por identificar-se como ser sem características próprias, em alguns momentos pensa em desistir da vida. Ele encontra José e eles começam a estabelecer um debate, quando são interrompidos pela noticia do nascimento do filho de José. Severino viu surgir diante de seus olhos uma alegria jamais presenciada por ele, sentimentos de solidariedade, ele estava diante de uma um a transformação que acontecera em cada pessoa. O desejo de Severino de encontrar a vida é tão somente uma busca para concretizar a sua identidade humana. O contato de Severino com José lhe possibilitou entender que sozinhos não podemos ver reconhecida nossa humanidade, ter uma identidade é ser identificado e identificar-se como humano, percebe que essa construção não pode ser individual necessita da ajuda do grupo, e que a partir daí construímos nossa identidade. A HISTÓRIA DA SEVERINA A história da Severina relata por por ela nos fala do lugar lugar onde viveu na sua infância, infância, um lugar muito pobre, morava em uma palhoça, o m ais relevante em sua história era a situação cotidiana vivida por ela e seus familiares, a mesma nos relata que seu pai era uma pessoa muito ruim, batia em sua mãe judiava muito dela. A mãe era uma pessoa rude, cuidava da casa e trabalhava na roça , não eram proprietários do local onde moravam , eram rendeiros da terra. Severina nos conta que sua vida até aos 11 anos fora f ora um transtorno, dentro de casa só via brigas e espancamento, o pai chegava bêbado e as colocava para fora de casa as j ogava em baixo dos pés de joá, Severina relata que esse comportamento de seu pai acabou por causar a morte de uma das irmãs mais m ais nova. Ela nos fala que quase não teve contato com seu pai por ele ser capataz e estava sempre pelos campos e pelas fazendas. A ultima briga que teve com a mãe cortou-a todinha de facão, no meio da confusão ela avançou para tentar separar os dois, sua mãe segurou o facão no ar se ela não segurasse seu pai a teria cortado ao meio, saiu pedindo socorro , foi quando vieram ajudá-la , seu pai passou por ela , vinha limpando l impando o facão na bainha. Então ela disse: papai você matou mamãe e ele responda não matei sua mãe! . A mãe ficou uns quatro ou cinco meses m eses em tratamento. Ficou alejada. Certa noite o pai entra na casa e multila a mãe. Depois disso ele fica sumido por um tempo. Volta e a mãe o aceita de novo, pois naquele tempo a mulher tinhas que aceitar, engravidou-a e quando tinha uns seis meses de
gravidez, ele foi embora outra vez, deixando-a grávida com os outros filhos passando fome. Então tiveram que trabalhar carregando água para pagar a renda da casa. Severina vive em meio a todas essas confusões e complicações, torna-se revoltada e escrava. Sua mãe morrera de parto e seu pai daí pra frente não se soube mais noticias. Severina órfã de mãe morta e pai desaparecido começa sua peregrinação na antiga rua dos ossos. Foi a partir daí que sua situação ficou ainda pior era de casa por casa, não sabia trabalhar, não sabia aquele serviço, pois afinal nunca havia visto uma vassoura ou um banheiro. Passou a ser um bicho do mato ferido e acuado. Ficou sabendo que na cidade onda morou falavam que quem havia matado sua mãe fora seu pai e a amante com feitiçaria. Daí Severina passou a ter idéia fixa de vingança, precisava de dinheiro, trabalhar e trabalhar para alcançar seu objetivo de vingança. Mas em Salvador lugar em que estava não conseguiria ganhar dinheiro o suficiente para realizar sua vingança, vai adquirindo uma identidade que dará sentido a sua vida tornar-se uma vingadora. Severina fora convidada para trabalhar em São Paulo viu a possibilidade de ganhar mais dinheiro, porém as coisas não foram exatamente como ela pensou, teve que pagar sua viagem isso lhe renderia dois anos de trabalho, mais uma vez Severina escravizada dessa vez pela patroa baiana. A menina fez dezoito anos e decidiu namorar, encontrou um rapaz que queria lhe namorar, mas houve um problema a família do garoto não gostou nada da idéia, pois Severina não tinha um nome nem raízes, era considerada como ninguém, a mãe do menino logo deu um jeito na situação, fez um combinado com a patroa para levar Severina com ela para realizar um tratamento onde chegando lá ela deixaria Severina, o combinado fora executado, agora Severina se encontra na mesma situação anterior sem nada e recomeça sua peregrinação de casa por casa em busca de trabalho, sempre trabalhando e sem esquecer sua vontade de vingança. Severina encontra outro rapaz que interessa-se em ficar com ela namorá-la mas a história se repete e novamente ela não fica com o rapaz. Aos vinte anos ela passa a sofrer pesadelos horríveis , começou a ver coisas e ficou muito preocupada pois afinal achava que sua mãe havia morrido de feitiço e que elas corria perigo, suas amigas decidiram levá-la em um centro espírita afinal acreditavam que ela estava com encosto de um Exu. Lá ela conhece um rapaz que se tornará seu marido, namoraram por um período de cinco anos, durante o tempo de namoro foi tudo maravilhoso, ela achava que finalmente sua vida estava melhorando. Mas depois do casamento o rapaz se transformou em outra pessoa, passou a viver momentos muito ruins, ele começa a desconfiar dela e bater, ele consegue convencer os médicos com quem ela trabalhava de que ela estava louca, tudo isso durante sua gravidez. Durante sua gestação ela foi submetida a tratamento, seu filho nasce e ela não está com o marido, ele consegue tirar a criança dela, pois ainda não esta em condições de cuidar da criança,ele acaba por destruir o local onde moravam ,novamente Severina sem lugar para ficar,agora sem casa , sem marido ,sem filho e sem emprego pois fora afastada e esta pelo INSS. Mas mesmo não estando em boas condições de saúde , começa a trabalhar com um casal que vai ajudar Severina , lhe ajudam a se restabelecer consegue um local para ela f icar.Porém ela revoltada não quer fazer seu trabalho , mas mesmo assim o casal a aceita.Ela é indicada
para trabalhar com um casal amigo de seus atuais patrões, porém nesse novo emprego tem a presença de crianças e ela não quer trabalhar com crianças, no novo emprego conhece uma moça que a convida para ir a escola de manicure para fazer as unhas, Severina relata que sempre teve vontade de fazer curso de manicure e para sua surpresa seus novos patrões se propõem a ajudá-la a fazer o curso,agora possui um objetivo trabalhar por conta própria, não seria mais empregada de ninguém!!!! Severina conclui seu curso e inicia um novo período de sua vida, agora é manicure. Inicia seu trabalho. Em uma de suas clientes, conhece uma catequista budista que a convida para participar das reuniões, a principio Severina só queria ajuda ia as reuniões por ir, não tinha fé. Então ela tinha a necessidade de um lugar para mora que fosse mais espaçoso, pois queria trazer seu filho para morar com ela, ela então falou Do seu desejo para a catequista, a mesma orientou a que pedisse com fé. Severina assim o fez. Ela consegue o tão sonhado lugar para morar, e ela pensa: pois não é que deu certo! Severina foi construindo todo sua história num processo de como se identificar como ser humano dentro do budismo foi desenvolvendo gradativamente passou de Komi – tã para Hã – tã, este grupo que Severina integrou-se ajudou-a na transformação de sua identidade não mais imaginaria e sim real. Antes Severina sofreu outro tipo de mudança, a maldade, a vingança, o ódio, tudo! Severina agora se identifica com a vida, ela mesma. IDENTIDADE O autor em seu trabalho nos chamou a atenção, de como o indivíduo em um paralelo entre o fictício e o real através de seus relatos desenvolveram a construção de suas identidades dentro de um processo de identificação interior, de como o grupo ao qual pertenciam lhes ajudou na identificação de si como ser humano. No contexto do Severino percebemos que no principio ele procurava se identificar pelo nome da mãe e pelo nome do pai, porém isso não era suficiente, pois no contexto que se encontrava vários outros possuíam as mesmas características,quando ele migrou para outro lugar e passou a pertencer a outro grupo que valorizavam a vida e as situações de m odo que os permitiam a identificarem-se ele percebeu que sozinho não poderia reconhecer sua identidade, identificar-se como humano. Na história da Severina tivemos o m esmo processo, porém com uma trajetória diferente onde nossa protagonista vivenciou muito sofrimento, até que chegasse ao processo de transformação e identificação de si.
A ESTÓRIA DO SEVERINO E A HISTÓRIA DA SEVERINA A REFLEXÃO CRÍTICA O autor relata bem a realidade da nossa sociedade, onde há uma exclusão do sujeito que passa toda uma vida em busca de uma identidade. Nos relatos poéticos do Severino, ele retrata a dificuldade que o sujeito encontra para definir quem realmente é, e para se apresentar. Ele mostra através de sua poesia, a falta de expectativa do sujeito diante da exclusão social, ao que alguns, assim como o Severino da história, ainda acreditam que, mudar de cidade ou Estado lhe trará uma situação diferente. Entretanto ao fazer essa tentativa, o quadro se configura o
mesmo ou até mais polêmico. Severino vê diante de si, todos os seus sonhos desfeitos; mas a quais sonhos podemos nos referir? Sonhos de conseguir sobreviver em um meio que se vale pelo que “tem“ ou pela posição social ocupante perante um grupo? O seu relato
nos mostra ainda, a realidade nua e crua de uma maioria que busca todos os dias encontrar um mínimo para sua sobrevivência e não encontra nem mesmo apoio no próprio meio. Alguns desistem de lutar, e quando e entregam-se a morte, quando não a morte do corpo, entregam-se a morte da alma. Alguns se tornam andarilhos vazios de sonhos e esperanças, com o coração cheio de dor e solidão. Solidão sentimental, cultura e social. Neste relato, o autor nos traz uma realidade em forma de poesia, o retrato de um número considerável de “Severinos” espalhados não só pelo nosso país, mas de um mundo onde reina todo tipo de exclusão moral, cultural, educacional entre outros. O Severino nos faz perceber a pequenez que temos perante a sociedade e perante o mundo. A SEVERINA E A SUA BUSCA O relato da Severina não é muito diferente do relato de Severino. Mas rever conceitos sobre nossa constante busca para nos identificar e representar perante a vida social. Ela nos aponta uma realidade do vazio existencial que o sujeito encontra, por não ter consciência de quem realmente é e o que busca. Faz-nos refletir sobre a nossa identidade e seu real signif icado, um nome, um sobrenome, um número ou o pedaço de papel que nos representa que é chamado Identidade? Ou melhor; o que nos representa? O que vem a ser uma identidade? Este livro nos leva a um inevitável questionamento sobre quem realmente somos e o que somos. Dentro de seu relato, ela apresenta um sujeito que no envolto de suas representações, estas trazidas de uma criação cheia de privações, limitações e até mesmo violências físicas e morais. Razões pelas quais, a f ez lutar por uma identidade ou um “quê”, que lhe definisse como ser humano. Nessa busca de uma
identidade, ela conheceu dificuldades ainda maiores das já enfrentadas, encontrou uma sociedade que determina quem faz parte de um grupo e quem não faz uma sociedade que, até mesmo dentro de uma crença religiosa, define seu destino, de acordo com a fragilidade dos que ali estão. Ela não apresentou a religião como algo ruim em sua vida e na sua trajetória, mas para que possamos refletir a relevância no sentido positivo ou negativo conforme a representação que cada um carrega dentro de si sobre este contexto. A Severina saiu da sua antiga Rua dos Ossos, aos onze anos de idade e começou realmente sua trajetória em busca de uma identidade. Ou porque não dizer em busca de si mesma? Ela ilustra através de seu relato, as dificuldades que o sujeito enfrenta devido à ignorância de si e do meio em que vive, ou de uma sociedade. A Severina não sabia o que buscava como não sabia nem ao menos quem era; a mesma se define como “Severina, a vingadora”, “O bicho do m ato” e “A Severina escrava”, isto é, se define como um sujeito sem nome, mesmo porque, em
determinado momento, se classifica como um ser falso, alegando que foi registrada depois de “grande”, depois de sair da sua cidade, por uma família que lhe ofereceu trabalhos domésticos. Em determinado ponto de sua vida, ela chegou a questionar além do nome, também a autenticidade daquilo que a representava
como ser humano, ela não se refere a sua identidade (documento), mas a ela mesma como sendo falsa: “Eu sou falsa”, ou seja, para ela e para o mundo, ela era
inexistente. Severina vive seus dias em busca de uma identidade, mas dentro do contexto de identidade, ela relata a sua trajetória, em parte fracassada. Ao encontrar o primeiro emprego com registro em carteira, a Severina experimenta uma ilusão de ter encontrado uma identidade, seu nome estava registrado em um lugar fora de dela, ela é a Severina que trabalha, “na empresa tal, com registro t al e função tal”. Mas logo descobre que isso ainda não lhe dava uma identidade, não
é o suficiente, o trabalho, o registro, a função, não a identificam como humano e nem como pessoa. Ela continua sendo a Severina da antiga Rua dos Ossos. Sente a necessidade de alguma coisa que lhe faça sentir real. Ela continua a busca dessa vez, em um casamento. Namora 5 anos, casa-se, aquele parece ser o homem dos seus sonhos, dessa vez, acredita ter conquistado a sua identidade, através do nome herdado do seu esposo. Mas o tempo passa e a nossa Severina ao casar-se descobre o vazio permanece, aquele homem tornase agressivo e o seu sonho, vira pesadelo. E ela mais uma vez ver seu sonhos desfeito e a sua busca fracassada. E ela sentia que o vazio permanecia e, mas ainda restava o sonho de ser “mãe” e logo aconteceu a sua gravidez, ela sentia -se feliz. Mas sua vida virou de “pernas pra o ar” o seu marido, torou -se mais agressivo, acusando-o de tê-lo traído e que daquela criança, ele não era o pai. O mesmo passou agredi-la ainda mais, atentando contra a sua vida. Transferindo para ela, sentimentos frustrados e representações que pertencia a ele próprio. Nesse período a Severina vivenciou momentos de loucura e situações que a fez perder o contato consigo mesma, dificultando s ua busca do “Eu”. Mas Ela acreditava que ao dar a luz ao seu filho, isso lhe daria uma identificação de si e por isso lutou com todas as suas forças para que o seu filho nascesse. A Severina não desistia da sua busca e agora acreditava estar no caminho certo, a maternidade de daria uma referência, gerara outro ser e agora era mãe. Mas com o nascimento do seu filho as dificuldades aumentaram ainda mais. E a nossa protagonista perde a sua lucidez logo após o nascimento da criança, afastando-a cada vez mais de uma realidade maior. Mas não podemos falar de realidade para a Severina; ela até então viveu em busca de coisas que nem ela mesma conseguia determinar; a busca de vinganças, de um nome/sobrenome e um título de mãe. Nossa Severina acreditava em tudo e em todos, mas não acreditava nela mesma, acreditava nas palavras doces de seu amado, nas promessas do Pai de santo, onde o mesmo a induzia com promessas de melhoras, mas não acreditava na sua existência como ser humano e como pessoa. Como consequência, perde tudo que lhe dava ainda um pouco de referência, ou um pouco de chão. O homem que ela idealizava tornou-se seu carrasco, aumentando seu sofrimento com violência física e morais renegando o próprio filho, fazendo-lhe acreditar ser indigna até de sua própria existência. A Severina enfrenta as mais duras das dores, excluída do grupo que ela acreditava fazer parte, perdendo sua identidade mais uma vez, ou aquilo que lhe dava uma definição de humano; o esposo, os sogros e consequentemente o convívio com seu próprio filho. Severina se vê sem m undo, sem chão e porque não dizer sem vida?
Ao relatar a sua história, a Severina que retrata sua a realidade, retrata também a história da Severina da periferia, das ruas, dos bairros pobres, da mãe que perdeu o seu filho para a falta de escolas, a falta de oportunidades, para aqueles que iniciam sua vida profissional, enfim, a Severina retrata a realidade de todos nós, que lutamos por um curso superior sem garantia, se ainda encontraremos vagas (em consequência da idade) no mercado de trabalho que já não dá muitas oportunidades para aquele que passa de uma determinada idade. Mas ela não desistiu. Lutou de todas as formas possíveis para encontrar sua identidade, enfrentou os mais variados sofrimentos físicos, morais e mentais. Mas foi preciso passar pelo o processo, que o autor chama de metamorfose é que ela que ela encontra a sua luz. Só quando desiste de buscar sua identidade lá f ora, ela a encontra dentro de si. A história de Severina nos mostra a busca indeterminada que fazemos para encontrar o que o tempo inteiro está dentro de nós; a nossa essência, o nosso eu real, isto é, a nossa identidade. Ela buscou uma identidade mudando de cidade, buscando no sentimento de vingança, no casamento, no filho, em ser mãe e até nas religiões, preencher o vazio que existia dentro de si mesmo, vazio trazido de uma vida que nada lhe ofereceu de melhor. Onde o ser humano, não tem o menor valor, se não ocupa uma posição, nas melhores escolas, nos melhores salões de moda, nas melhores empresas, e por aí vai. Onde a dificuldade maior que o sujeito enfrenta é de como ser visto no mundo fora de si e fora do contexto social. A METAFORMOSE Severina pôde ter consciência de sua importância e que ninguém lhe daria o valor que tanto procurava, quando deixou morrer a Severina velha, para que nascesse uma Severina nova. Ela descobre que para o sujeito se encontrar é preciso antes se perder. Que na maioria das vezes é preciso morrer, para depois viver, que se não a morte do corpo, mas a morte de conceitos, crenças, representações e só na maioria das vezes, só isso poderá dar vida ao sujeito e com isso, trazer a sua verdadeira identidade. A IDENTIDADE A Severina descobriu que não tem como construir uma identidade sozinha é necessário a ajuda de outros, que não tem como esperar do outro àquilo que só lhe cabe fazer. Para receber, é preciso se dar, que para ser útil, é preciso ser para si mesmo, percebeu que todo esse processo era preciso começar dentro dela. E que a sua existência, passou a fazer sentido a partir do momento que descobriu o seu próprio valor. (...) ”não se pode receber amor sem dar amor, não se pode exigir do outro aquilo que ainda não se tem”.
A Severina se encontrou, sentia-se importante, a princípio era tudo estranho, mas passou a fazer apenas aquilo que lhe trazia satisfação encontrou pessoas que lhe ouvia, um curso, uma religião, uma casa nova. Claro; nada disso lhe trouxe uma verdadeira identidade, pois construiu todos os dias, a identidade não está em nada que venha de fora, é um processo contínuo e constante, onde cada dia constrói um pouco e forma-se uma maneira de viver a realidade. Ela encontrou em cada coisa nova um caminho, ao qual lhe facilitou o encontro consigo mesma, tornandose uma pessoa melhor, para ela e também para todos do seu convívio. Conquistando o respeito do grupo que passou a fazer parte; sogro, sogra, filho e
daqueles que a ajudaram a achar o seu lugar dentro de si. CONCLUSÃO
Nós concluímos com esse relato tão cheio de reflexões e esclarecimentos, que a nossa identidade é construída e que leva tempo para descobrirmos essa realidade que enquanto não encontramos a nós mesmos, qualquer busca é vazia ou sem nenhum resultado. A Identidade é construída e formada todos os dias e a cada momento da nossa existência. Como relata o autor, para se encontrar a verdadeira IDENTIDADE é necessário passar pelo processo de metamorfose, deixar-se morrer para assim renascer, a Severina precisou passar por essa metamorfose para só então encontrar a si mesma e descobrir o que a definiria como ser humano.