Resumo de Psicologia Social
O QUE É PSICOLOGIA SOCIAL INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: PSICOLOGIA E PSICOLOGIA SOCIAL A Psicologia estuda o comportamento, desde os condicionados conscientemente até os inconscientes a diversos níveis. Para determinar se determinado comportamento é social leva-se em conta as influências genéticas e ambientais no organismo, bem como suas características individuais geradas por esses dois fatores. A Psicologia Social visa estudar o comportamento c omportamento de indivíduos no que tange suas influências sociais, ainda assim buscando o que nos caracteriza como espécie dentro de certas condições ambientais. Para isso estuda a linguagem, história, cultura,entre outros fatores.
COMO NOS TORNAMOS SOCIAIS Os outros O ser humano ao nascer é frágil e necessita do outro para sobreviver e posteriormente se desenvolver, o que já o fará membro de um grupo. Nos grupos sociais encontramos normas, que caracterizam os papéis sociais, determinando assim as relações de seus indivíduos que serão mais ou menos rígidas, dependendo da necessidade de manutenção do mesmo. Temos como exemplo o papel de mãe, pai, professor, policial, entre muitos outros. Mas para que todos esses papéis sejam “interpretados” faz-se necessário que exista sempre uma interação entre os indivíduos e que haja respectivos papéis que os complementem, é o exemplo do chefe e seus chefiados. A individualidade pode existir desde que se mantenham as relações básicas exigidas e as características essenciais do papel para a manutenção dessa sociedade. O viver em grupo também constitui essa individualidade, pois permite o confronto em que cada um é capaz de construir seu eu nessas interações.
A Identidade social É o que nos caracteriza como pessoa. Nossos traços de personalidade, história de vida, etc. Basicamente o que respondemos quando alguém pergunta sobre quem somos e que basicamente se constrói em nossa relação com os de mais.
Consciência de si Os papéis sociais seriam criações sociais que vão-nos sendo apresentadas ao longo da vida como se fossem ”necessários e naturais”, dando-nos a ilusão de liberdade. Porém são as condições
sociais decorrentes da vida material que os determinam. Somente quando questionarmos a condição sócio-histórica em que vivemos e os mecanismos empregados nessas ações e suas necessidades, que ditam por que agimos como agimos, é que estaremos desenvolvendo a consciência de nós mesmos.
COMO APREENDEMOS O MUNDO QUE NOS CERCA A linguagem Ao que os estudos indicam, a linguagem é fruto do desenvolvimento histórico humano, quando esses necessitaram cooperar para sua sobrevivência. O trabalho cooperativo, organizado, planejado e que permite ao homem controlar as forças da natureza, só foi possível graças a esse desenvolvimento. A linguagem evoluiu ainda mais, devido a maior complexidade das divisões de trabalho, pois a sobrevivência estando garantida permitia aos homens voltar-se a outros aspectos, tais como as artes, religião, tecnologias, entre outros. Isso evoluiu de tal modo que dividiu ainda mais o trabalho: em manual e intelectual. Estudos mostram que o desenvolvimento intelectual depende muito do desenvolvimento da linguagem, pois esse é condição essencial para que se dê o processo que nos permite generalizar, abstrair, figurar, ir para além do aqui e agora se “deslocando assim no espaço e tempo”, planejar, prever, lembrar, simbolizar, idealizar, entre outras capacidades. O assunto também evoca uma importante questão, o da separação entre o agir, o pensar e o falar. Se os separarmos, teórica ou valorativamente, ocorre a alienação da realidade. A ação depende da reflexão, a fala depende da ação, entre outras combinações. O fazer produz algo, o falar pode não criar nada, dando a ilusão de produção de algo. A linguagem se produziu socialmente pela atribuição de certos significados às palavras. Quando uma autoridade definida como tal pela sociedade impõe um significado especifico, único e inquestionável para determinada palavra que determina uma ação automática é que essa se torna uma ferramenta poderosa. Podemos observar facilmente no comando militar, por exemplo, em que é retirada a liberdade de expressão e pensamento do soldado e imposta uma ordem por meio de uma palavra que possui um só significado. O soldado não necessita pensar, pois há aqueles ditos superiores que pensam por ele. Para que se resista ao poder da palavra é necessário existir o pensamento entre a própria palavra e a ação. Nossas representações são forjadas tendo como base nossas relações sociais. Elas se dão, por exemplo, na medida em que outros conceituam e afirmam determinado objeto como sendo tal. Portanto a representação é o sentido pessoal que damos aos significados gerados pela sociedade.
A HISTÓRIA VIA FAMÍLIA E ESCOLA A família Família é o grupo essencial que garante a sobrevivência do indivíduo. Ela é regida por leis, costumes, direitos, normas e deveres de seus membros. Cabe a ela reproduzir a força de trabalho e perpetuar a Propriedade e influência. Dentro dela há uma hierarquia de poder, em que, por exemplo, o homem pode deter mais poder em determinadas áreas, a mulher ser mais responsável pala educação dos filhos, mas não possuir poder de decidir no julgamento do marido, o filho primogênito por sua vez pode possuir mais voz e direitos e assim por diante. Dependendo da sociedade a ser analisada essa estrutura pode possuir diversas características. A família tende a ser conservadora, pois os papéis transmitidos para que se mantenha o poder centralizado é tomado, por parte dos pais, como sendo natural e necessário para a sobrevivência de seus filhos, sendo transmitido a eles posteriormente esses mesmos conceitos. Isso é tido por eles como uma condição biológica e não como algo que foi definido histórica e socialmente ao longo do tempo. Socialização primária refere-se ao processo em que a criança, ao se ver distinta do meio e dos outros, dá importância àqueles que provem seus sustento e necessidades básicas nos primeiros anos de vida, pois esses se tornam para ela importantíssimos afetiva e emocionalmente, ela passa a se identificar com eles, o que se reflete consequentemente em seus valores e comportamentos que se formação respectivamente. Figuras de autoridade para a criança, como os pais e avós, determinam e repetem o discurso de que certas coisas são corretas ou erradas e que devem ou não ser feitas. Ao crescer esses conteúdos já estão introjetados pelo individuo que os vê como sendo algo natural, como se sempre tivessem pertencido a ele. Socialização secundária se dá através da profissionalização e escolarização, geralmente na adolescência, em que o jovem recebe novas alternativas questionando a si e ao mundo. Ocorre devido a influência de outros laços afetivos, visões de mundo, pensamentos e experiências sociais que lhe proporcionam novas e diferentes formas de enxergar e entender a realidade, o que o faz questionar aquilo que aprendeu anteriormente definido dentro do processo de “socialização primária”.
A escola A escola é institucionalizada como a família, responsável por reproduzir valores responsáveis pela propagação da cultura, o que garantiria o desenvolvimento de novos conhecimentos que beneficiariam o progresso do país. Na escola a autoridade perde parte do enfoque que antes era fortemente trabalhado na estrutura familiar. Os professores já
demonstram que são as figuras de autoridade determinantes com o poder que possuem de aprovar e reprovar. O enfoque no ambiente escolar é dado ao individualismo e competição. É observável que dentro de uma estrutura programada de disciplinas existem as mais intelectuais, que exigem maior capacidade de abstração e que serão mais valorizadas, ao ponto de serem mais determinantes para a aprovação do aluno, o que deixa mais claro para ele que há uma distinção e oposição entre trabalho intelectual e trabalho manual. O padrão de “bom” e “mau” aluno é estabelecido e reforçado correntemente, selecionando, o sistema, não necessariamente os mais aptos, e sim os que estão próximos aos padrões estabelecidos por ele. Beneficiam-se os alunos que apresentem concepções semelhantes as do enfoque dado pela instituição ou que sejam capazes de se adaptar para tal. É a escola crítica aquela capaz de proporcionar a formação de indivíduos conscientes de suas exigências sócio-históricas, e que em decorrência disso serão capazes de reformular as práticas sociais. Esse exemplo foi parcialmente realizado em 1968/9 no Brasil como um anteprojeto de reforma universitária planejado pelo governo, mas sem qualquer consulta as bases. De várias propostas que surgiram, algumas foram realizadas, em caráter experimental. Porém essa experiência não durou mais que um semestre, pois no ano seguinte o poder institucional exigiu um retorno às normas vigentes sob pena de não reconhecimento de diplomas.
TRABALHO E CLASSE SOCIAL O capitalismo visa a produção de bens materiais, que não só atendem a subsistência social, como buscam o lucro e o respectivo aumento do capital. Para isso a exploração da força de trabalho é fundamental. Há, pois, duas classes sociais básicas: a explorada e a dominada, ou seja, os que detêm o capital e os meios de produção e os que vendem sua força de trabalho. A acumulação de bens faz com que o capital tome poder sobre os meios de produção, tornando assim a mercadoria mais do que o simples produto fabricado, mas transformando também a força do trabalho em uma mercadoria, ou seja, os próprios homens. A atividade individual do sujeito vem de sua necessidade sentida que se objetiva em alguma coisa. Porém há necessidades biológicas básicas e há as “falsas necessidades”, que são necessidades de consumo criadas pelos meios de produção. O objeto que o homem produz é capaz de modificá-lo e vice-versa, ou seja, o indivíduo se modifica pela sua própria atividade. Por meio do trabalho nos objetivamos socialmente e nos modificamos. A característica das sociedades atuais é que o trabalho se dá mediante a utilização de instrumentos, o que permite a cooperação e comunicação entre os homens. Mas quando há uma máquina de uma fábrica envolvida no processo, por exemplo, aquele que planeja determinado produto não é aquele que o fábrica,
havendo assim uma desvinculação da ação de seu fim. A cooperação passa a ser mediada pela máquina e não mais pela comunicação, sendo que o operário torna-se incapaz de se reconhecer no objeto fabricado, despersonalizando-se e alienando-se. O capitalismo gera uma grande contradição, pois o homem transforma o mundo que o cerca, mas não lhe é permitido decidir sobre esta transformação. O mesmo fato pode ser observado invertidamente ao do operário, no trabalho intelectual especializado, em que a este é permitido o pensar, mas lhe é negado o fazer. A especialização fortalece também a elitização do conhecimento na sociedade por parte dos poderosos, o que se reflete até mesmo na linguagem dos intelectuais, que se mostra inacessível ao povo em geral. O homem para que se liberte da alienação social e individual deve recuperar sua atividade histórica, social, de pensamento e de ação, que ocorrem em sua relação com outros homens e que se dão e realizam por meio da comunicação a atividades em ações cooperativas.
O INDIVÍDUO NA COMUNIDADE As propostas da Psicologia Comunitária vem sendo sistematizadas dentro da Psicologia Social. Atividades que intervêm em prol da educação e consciência social de diversos grupos de convivência. O objetivo central das atividades comunitárias tornou-se desenvolver relações sociais por meio da comunicação e cooperação, excluindo as relações de poder nocivas de uns sobre os outros, utilizando-se de métodos educativos. É indispensável o entendimento do por que das necessidades que os leva a trabalhar em grupo e de como se dará sua realização para um melhor desenvolvimento da consciência social e de si mesmos, compreendendo assim, por meio de ações e pensamentos que são indivíduos históricos e sociais. É importante lembrar também que a participação em certos tipos de atividades comunitárias pode ajudar, por exemplo, no desenvolvimento da consciência sobre o sistema capitalista, de classes sociais e no papel de cada um nesse processo, do qual todos fazem parte.
A PSICOLOGIA SOCIAL NO BRASIL “O indivíduo poderia ser simultaneamente causa e conseqüência da sociedade?”. Essa é uma questão trabalhada pela Psicologia Social que por sua vez foi proposta, segundo muitos, por Augusto Comte. Seu desenvolvimento científico sistemático se deu depois da Primeira Guerra Mundial, junto a outras ciências sociais que buscavam entender as crises que abalavam o mundo. Foi nos EUA que a Psicologia Social atingiu seu auge. O indivíduo atuava na sociedade, mas o estudo se dava por meio de
teorias psicológicas já existentes, buscando relações de causas internas para esses fenômenos sociais. Foram feitos então estudos na área da personalidade, motivação, comportamento e até mesmo instinto. Indivíduo e sociedade eram tratados de forma distinta, como se não se influenciassem mutuamente. Críticas mais agudas á Psicologia Social surgem na Europa no final da década de 60, e se destinava principalmente à Psicologia Social norte-americana, cujo caráter era definido, segundo alguns países europeus, como ideológico. Na América Latina utilizavam-se muitos dos mesmos princípios dos desenvolvidos nos EUA, adaptando-se seus preceitos a sua própria realidade. Os problemas da Psicologia Social geraram uma crise que a levou a ser denunciada para o Congresso de Psicologia Interamericana por Psicólogos que lhe criticavam metodologias e teorias. O Congresso seguinte, por meio de novas propostas e críticas mais bem definidas levou a um Simpósio que atraiu cientistas de diversos países da América Latina, incluindo o Brasil. No Brasil o estudo levou ao questionamento teórico e durante um período surgiu mais uma vez o questionamento quanto ao indivíduo ser influenciado pela sociedade, mas também se esse poderia desempenhar papel de criador e modificador da mesma, sendo responsável pelo curso de sua história. O psicólogo brasileiro era restringido a três áreas: a acadêmica, nas indústrias, e ao mercado de manipulação da opinião pública. O psicólogo que não desejava defender o a última área terminava, pois, preso a universidades e instituições semelhantes sem ser capaz, como outros cientistas das áreas sócias, de expressar suas idéias para a população e gerar progressos em sua sociedade. A crise na Psicologia Social no Brasil permaneceu, sendo que ele não produziu um conhecimento especifico sobre sua própria realidade social, utilizando teorias de outros países nem sempre aplicáveis em seu contexto. Essa dependência cultural gerou uma estagnação no estudo dessa ciência, impedindo novas descobertas e explicações para questões sociais. http://taimologia.blogspot.com.br/2008/04/resumo-depsicologia-social.html