Ciberdemocracia: A Internet e a Esfera Pública Mark Poster
Eu estou no comercial de uma versão própria. (David Byrne) Os marcos da questão
A discussão do impacto político da Internet tem focado um grande número de assu assunt ntos os:: aces acesso so,, dete determ rmini inism smo o tecn tecnol ológ ógic ico, o, crip cripto togr graf afia ia,, merc mercan anti tiliz lizaç ação ão,, propri proprieda edade de intele intelectu ctual, al, esfer esferaa públic pública, a, descen descentra traliza lização ção,, anarquia anarquia,, gênero gênero e etni etnicis cismo mo.. Enqua Enquant nto o esse essess assun assunto toss pode podem m ser ser discu discuti tido doss por por uma uma séri sériee de pont pontos os de vist vista, a, some somente nte algu alguns ns dele deless estã estão o apto aptoss para para av avali aliar ar a comp complet letaa extensão do que está em jogo nas novas tecnologias da comunicação no plano cultural da formação de identidade. Se questões são enquadradas em relação à estrutura política predominante, forças e ideologias cegas estão sendo impostas excluindo a questão do assunto ou a construção de identidade do domínio da discussão. Instâncias tão aparentemente urgentes, mas limitadoras de questões, são aquelas de criptografia e mercantilização. No caso de criptografia, o governo dos dos Esta Estado doss Unido Unidoss proc procur urou ou prot proteg eger er suas suas fron fronte teir iras as de "ter "terro rori rist stas" as" que que poderiam usar a Intenet de maneira a ameaçá-lo. Os perigos para a população estão e sempre têm estado longe desse mesmo aparato do Estado que dos chamados terroristas. Se as prospecções da democracia na Internet são vistas em termos de encriptação, então a segurança da sobrevivência do governo nacional chegou ao limite do problema: o que é seguro para o estado-nação é considerado como segurança segurança para todos, ou seja, uma proposição proposição altamente altamente duvidosa duvidosa [1] [1].. A questão do potencial para novas formas do espaço social, a fim de autorizar indivíduos em novos caminhos, é privada em favor de preservar a relação de forças existentes e personificadas no Estado. O tema tema merc mercan anti tiliz lizaç ação ão tamb também ém deixa deixa um foco foco limit limitado ado,, freq freqüe üent ntem emen ente te rest restri ring ngin indo do a disc discus ussã são o de polí políti tica cass da Inte Intern rnet et em ques questõ tões es de quai quaiss
corporações estarão habilitadas para obter determinadas somas de rendimento de certa configuração da Internet. Será a companhia de telefone, a companhia a cabo ou alguma outra empresa que será apta de segurar adequadamente o mercado e os lucros provenientes do público em geral por meio de inúmeros canais de televisão, na demanda pela escolha do cinema e tantos mais? As questões que este ponto de vantagem provocou foram as seguintes: poderá a Intern Internet et ser usada usada para para distribu distribuir ir produt produtos os de entret entreteni enimen mento to,, como como alguns alguns parques temáticos gigantescos e virtuais? Ou poderá isso ser usado para enviar mercadorias, funcionando como uma loja eletrônica de varejo ou shopping center ? Essas questões preocupam diretores de corporações em todo o país e seus críticos marxistas da mesma maneira, embora neste caso novamente em relação ao assunto criptografia, a Internet está sendo entendida como uma extensão de, ou substituição das instituições existentes. Enquanto não há dúvida que a Internet prega na existência social funções, estendendo-as em novos caminhos, traduzindo o ato de compra em uma forma eletrônica, são de longe mais convincentes que os termos políticos da Internet e os cami caminh nhos os em que que ela ela inst instit itui ui nov novas funç funçõe õess soci sociai ais, s, não não se comb combin inam am facil facilme ment ntee dent dentro ro daqu daquel elas as orga organi nizaç zaçõe õess cara caract cter erist istica icame ment ntee mode modern rnas as.. O problema é que essas novas funções somente podem chegar inteligíveis se a estrutura que as adotou não fizerem limite, de início, a discussão do padrão moderno de interpretação. Por exemplo, se alguém entende política como a rest restri riçã ção o ou ex expan pansã são o da sobr sobrev evivê ivênc ncia ia dos dos ramo ramoss ex exec ecut utiv ivo, o, legi legisl slat ativ ivo o e judiciário do governo, outro não estará totalmente apto a desenvolver a questão dos novos tipos de participação no governo. Pergunta-se, então, sobre se a rela relaçã ção o da Inte Intern rneet na demo democr crac acia ia é desa desafi fiar ar nos nossa exist xistêência cia teóri eórica ca aproximando-se dessas questões. Se um par parênte êntese se da teor teoria ia polí políti tica ca,, que que ace acessa ssa mode modern rnas as inst nstitui ituiçõ çõees governamentais em ordem, avalia as possibilidades pós-modernas sugeridas pela Internet, duas dificuldades imediatamente emergem: 1ª. Não existe teoria pósmode modern rnaa adeq adequa uada da de polít política ica [2] [2].. O tema tema demo democr crac acia ia,, a norm normaa polí políti tica ca
dominante e ideal, é ele mesmo uma categoria moderna associada com o projeto de esclarecimento. Permita-me discutir esses assuntos em partes. Recentemente teóricos tais como Philippe Lacoe-Labarthe e Jean-Luc Nancy têm apontado para as limitações de um espectro "esquerdo/direito" de ideologias para o discurso da política contemporânea. Derivando das disposições preparativas dos legi legisl slad ador ores es dur durante ante a Rev evol oluç ução ão Fran France cesa sa de 1789 1789,, o mode modern rno o espe espect ctro ro ideol ideológ ógic ico o inscr inscrev evee uma uma gran grande de narr narrat ativ ivaa de libe libert rtaçã ação o que que conté contém m muito muitoss aspectos problemáticos. O mais importante desses, para nosso propósito, é que tal esclarecimento narrativo estabelece um processo de libertação para o coração da história que requer para si uma base pré-social, fundamental de identidade indiv individ idua ual. l. O indiv individu idual al é apre aprese sent ntad ado o como como ex exte tern rno o e a prio priori ri da históri história, a, some somente nte depo depois is cheg chegan ando do enre enredad dado o em corr corren ente tess ex exte tern rname ament ntee impos imposta tas. s. Políticas dessa moderna perspectiva estão, dessa forma, na árdua extração de um agente autônomo do contingente de obstáculos impostos pelo passado. Nessa investida para a ontologia da liberdade, a moderna visão do sujeito esconde o processo de sua construção histórica. Uma orientação pós-moderna teria de levar em conta a constituição de identidade dentro do social e dentro da linguagem, substituindo a questão da liberdade de uma pré-suposição e de uma conclusão da teoria para chegar, contrariamente, a uma pré-teoria ou de preferência a um discurso não fundamental. Teorias pós-modernas têm descoberto a insistência das teorias modernas para a liber liberda dade de do suje sujeito ito,, sua sua comp compul ulsão são,, repe repeti tida dass insc inscri riçõ ções es na assin assinat atur uraa do discurso de agentes resistentes, funções para restringir o modelo de identidade de suas formas modernas, um tanto que contribuindo para emancipação. Teorias pós-modernas, então, precisam resistir ontologicamente a qualquer forma de sujeito, enquanto simultaneamente insistem na construtibilidade da identidade. No esforço para evitar as ciladas da moderna teoria política, então, teorias pósmodernas agudamente restringem as oportunidades das habilidades daquela para definir uma nova direção política. Mas existem mais dificuldades dificuldades em estabelecer estabelecer uma posição do que reconhecer reconhecer e
anal analisa isarr o aspe aspect cto o cult cultur ural al da Inte Intern rnet et.. Teori eorias as póspós-mo mode dern rnas as cont contin inua uam m invocando o moderno termo democracia , ainda mais quando esse é modificado pelo adjetivo "radical" como no trabalho de Ernesto Laclau [3]. Alguém pode caracterizar pós-moderno, ou democracia pós-marxista, nos termos de Laclau como alguém que abre novas perspectivas de discurso, autoriza e previamente exclui grupos e inabilita novos aspectos da vida social para tornar parte do proc proces esso so polít polític ico. o. Enqu Enquan anto to a Inte Intern rnet et é acus acusad adaa de elit elitism ismo o (mer (meros os trint trintaa milhões de usuários), lá faz existir um crescente e vibrante cerne de participação em sua organização em parte pelas bibliotecas públicas locais [4] [4].. Mas não são essas essas iniciat iniciativa ivas, s, os modern modernos os cético céticoss podem podem insist insistir ir,, simple simpless extens extensões ões da existência de instituições políticas sendo um tanto "pós" e representando uma quebra de algum tipo? Em resposta, eu posso afirmar somente que a posição "pós-moderna" não necessita ser tomada como uma afirmação metafísica de uma nova era. Teóricos são apanhados em armadilhas, dentro da existência de tantas estruturas, que podem se tornar críticos delas mesmo desejando não o ser. Na ausência de um programa coerente de alternativa política, o melhor que se pode fazer é examinar o fenômeno tal qual a Internet em relação às novas formas da velha democracia, enquanto mantém aberta a possibilidade que o que emerge não ser democracia em qualquer forma que nós podemos conceber dado nosso conhecimento do presente. Democracia, por via de regra, é certamente preferível para suas alternativas históricas. E o termo pode ainda conter potenciais críticos desd desdee que que ex exis ista tam m form formas as de demo democr crac acia ia cert certam amen ente te não não cump cumpri rida dass na promes promessa sa de liberda liberdade de e igualda igualdade. de. A coloni colonizaçã zação o do termo termo por instit instituiçõ uições es existentes encoraja alguém a olhar, de outro lugar, para o significado do nome de novos modelos de relações de forças que emergem em certas partes da Internet. Tecnologia descentralizada
Minha constatação, para a indulgência com as limitações da posição pós-moderna na polí políti tica ca,, rapid apidam amen ente te ganh ganhaa cred credib ibililid idad adee quan quando do a ve velh lhaa ques questã tão o do determinismo tecnológico é posta em contato com a Internet. Quando a questão da tecnologia é apresentada, nós imediatamente vemos como a Internet perturba
a suposição básica de velhas posições. A Internet é acima de tudo um sistema de comunicação descentralizado. Tal Tal como as linhas de telefone, alguém que acessou a Internet pode iniciar uma conversa, enviar uma mensagem que ele ou ela compôs para um ou múltiplos destinatários, assim como receber mensagens. A Internet é também descentralizada para um nível básico de organização desde que, como um conjunto de redes, novas delas possam ser adicionadas tal qual for a quantidade de certos protocolos de comunicação. Eu acho tão fascinante que essa estrutura única possa emergir da confluência de comunidades culturais, que parecem ter pouco em comum: o Departamento de Defesa da Guerra Fria, que tentou sobreviver contra ataque nuclear promovendo descentralização; o ethos contador-cultural de engenheiros programadores de computador, que mostram um profundo desgaste por algumas formas de chips -censores ou ativos contidos de comunicação, e o mundo de pesquisas nas universidades, que não tenho tempo de caracterizar. Aliado a isto está um substrato tecnológico de dígitos elet eletrô rôni nico coss que unif unifica icam m todo todoss tipo tiposs de símbo símbolo loss em um único único sist sistem emaa de códigos, tornando fáceis a transmissão instantânea e a duplicação. Se a estrutura tecnol tecnológi ógica ca da Intern Internet et instit institui ui menore menoress custos custos de reprod reproduçã ução o instan instantâne tânea, a, disse dissemin minaç ação ão e radi radical cal desc descen entr tral aliza ização ção,, qual qual pode pode ser ser seu seu efei efeito to sobr sobree a sociedade, a cultura e as instituições políticas? Pode haver somente uma resposta para essa questão, e essa é a questão errada. Tecno ecnolo logi gicam camen ente te,, dete determ rmina inado doss efei efeito toss deri deriva vam m de um largo largo conj conjun unto to de suposições em que o que é tecnológico é uma configuração de materiais que produzam outros materiais, e a relação que existe entre tecnologia e homem é exte ex tern rna, a, isto isto é, onde onde há ex exis istê tênc ncia ia huma humana na essa essa é comp compre reen endi dida da como como manipuladora de materiais que são impostos sobre a tecnologia por meio de uma pré-constituição de subjetividade. Mas o que a tecnologia da Internet impõe é uma desmate desmateria rializa lização ção da comuni comunicaçã cação o e, em muitos muitos desses desses aspect aspectos, os, uma transformação da posição do sujeito individual que prende-se a ela. A Internet resiste à condição básica para questionar os efeitos da tecnologia. Ela instala um novo regime de relações entre homens e matéria e entre matéria e não-matéria, reconfigurando a relação da tecnologia para a cultura e ainda minando o ponto de
vista dentro do qual, no passado, havia um discurso desenvolvido – que pareceu ser natural – sobre os efeitos da tecnologia. O único caminho para definir os efeitos tecnológicos da Internet é construí-la, pôr no lugar uma série de relações que constituem uma geografia eletrônica. Analisando de outra forma, a Internet é mais como um espaço social que qualquer outra coisa; seus efeitos são mais como aqueles da Alemanha que aqueles dos martelos. A intenção da Alemanha sobre o interior das pessoas é torná-las alemãs (pelo menos a maior parte); o efeito dos martelos não é fazer das pessoas martelos, embora Heideggerianos e alguns outros possam discordar, mas forçar o prego na madeira. Assim, quando nós entendemos a Internet como um martelo, estamos falhando em discernir que o prop propós ósit ito o dela dela é o mesm mesmo o da Alem Aleman anha ha.. O prob proble lema ma é que que pers perspe pect ctiv ivas as modernas tendem a reduzir a Internet para um martelo. Na ilustre narrativa da modernidade, a Internet é uma ferramenta eficiente de comunicação, avançando a meta de seus usuários que a entendem como instrumento de identidades préconstituídas. A Internet é complexa o suficiente que pode ser vista em parte, com algum proveito, como um martelo. Se eu pesquiso as funções do banco de dados da Internet ou se eu envio e-mail tão somente para substituir correspondências, entã então o seus seus efei efeito toss pode podem m razoa azoave velm lmen ente te sere serem m vist vistos os como como uma uma mer mera ferramenta. Mas os aspectos da Internet que eu gostaria de me deter são aqueles que possibilitam novas formas de interação e que fazem passar pelas questões de novos tipos de relação de poder entre participantes. A questão que precisa ser respondida respondida sobre a relação relação da Internet Internet com a democracia democracia é esta: existem existem novos novos tipo tiposs de rela relaçã ção o ocor ocorrrendo ndo dent dentro ro dela dela que que suge sugere rem m nov novas form formas as de configurações de poder entre pessoas que se comunicam? Em outras palavras, existe uma nova política na Internet? Um cami caminh nho o para para abor aborda darr essa essa ques questã tão o é faze fazerr um desv desvio io do assu assunt nto o de tecnologia e levantar novamente a questão de uma esfera pública, avaliando a extensão para qual a democracia pode tornar-se inteligível em relação à Internet. Enquadrar o assunto de natureza política da Internet em relação ao conceito de
esfer esferaa pública pública é particu particular larmen mente te apropr apropriado iado por causa causa da metáfo metáfora ra espacia espaciall associada com o termo. Em vez de uma referência imediata à estrutura de uma instituição, a qual é freqüentemente um argumento formal sobre procedimentos, ou para as reivindicações de um dado grupo social, os quais assumem uma certa figura de agente que eu gostaria de manter em suspense, a noção de uma esfera pública sugere uma arena de discussões, como o antigo Ágora Grego ou a prefeitura colonial da Nova Inglaterra. Se há uma esfera pública na Internet, quem a prova e como? Em particular alguém precisa perguntar: quais tipos de discussão discussão da informação informação existem nessa esfera pública? Desde que ali não ocorra interação face-a-face e somente trémulos [5] eletrônicos na tela, que tipo de comunidade pode haver nesse espaço? Quais tipos de políticas desencarnadas são inscri inscritas tas tão efe efemer merame amente ntess no cibere ciberespa spaço? ço? Modern Modernist istas as mesqui mesquinho nhoss podem podem contestar veemente contra, atribuindo para o fluxo de informações na Internet o digno termo "comunidade". Estão eles corretos, e se assim, que tipo de fenômeno é essa ciberdemocracia? A internet como esfera pública
O assunto da esfera pública está no coração de qualquer reconceituação de democracia. Relações sociais contemporâneas parecem estar desprovidas de um níve nívell bási básico co de inte interrativ ativid idad adee prát prátic icaa que, que, no pass passad ado o, foi foi a mat matriz riz da democratização política: locus tal como o ágora , a prefeitura da Nova Inglaterra, a Igreja da aldeia, o café de casa, a taverna, a praça pública, um celeiro conveniente, um salão, um parque, uma sala de refeições, e ainda a esquina. Muit Muitos os dess desses es luga lugare ress perm perman anec ecem em,, mas mas não não serv servem em mais mais como como cent centro ross organizados para discussão política e nem para a ação. Nisso parece que a mídia, e especialmente a televisão, têm desempenhado o papel da animada fonte de informação política e de ação. Um exemplo do valor dado à campanha da reforma de Clinton irá bastar: a força de Clinton em um momento momento (meio de Julho –1994) sent sentiu iu que que o Cong Congre resso sso foi foi meno menoss favo favorá ráve vell para para as suas suas prop propos osta tass que que a população em geral. Para convencer legisladores recalcitrados da vantagem da reforma nos cuidados da saúde, a administração comprou anúncios de televisão
que que most mostrraram aram ordi ordina nari riam amen ente te cida cidadã dãos os fala faland ndo o em favo favorr dos dos plan planos os do Presidente. Os anúncios foram exibidos somente em Washington D.C. porque eles eram direcionados não à população de expectadores em geral, mas somente aos homens e mulheres do Congresso. Tais políticas estão na era dos meios de informação. Num contexto como esse, alguém pode perguntar, perguntar, onde está a esfera pública, onde é o lugar de interação dos cidadãos para formar opiniões em relação à qual a política pública precisa ser atendida? John Hartley fez o ousado e conv convin ince cent ntee argu argume ment nto o que que a mídi mídiaa é a esfe esfera ra públ públic ica: a: "Tel "Telev evisã isão, o, jorn jornai aiss populares, revistas e fotografia, a mídia popular dos modernos periódicos, são o domínio público, os lugares e os meios pelos quais o público é criado e nos quais têm vida." [6] Sentindo um colapso da esfera pública e por isso uma crise de democracia política, Jürgen Jürgen Habermas Habermas publicou The Structural Transformation of the Public Sphere (A Transf ransform ormaçã ação o Estrut Estrutur ural al da Esfera Esfera Pública) Pública) em 1962 1962 [7] [7].. Nesse
trabalho muito influente, ele traçou o desenvolvimento de uma esfera pública democrática nos séculos XVII e XVIII assim como seu curso e declínio no século XX. A partir daquele trabalho, passou-se a discutir como a intenção política de Habermas foi avançar "o projeto de Esclarecimento" pela reconstrução de uma
esfera pública em que a razão pode prevalecer, não a razão instrumental de muitas práticas modernas, mas a razão crítica que representa o melhor da tradição democrática. Habermas definiu a esfera pública como um domínio de conversação não-coagida, orientado para um acordo pragmático. Sua posição veio sob ataque de pós-estrutu pós-estruturali ralistas stas como Lyotard que questionou o potencial emancipatório desse modelo de consenso através do debate racional [8] [8].. Mais recentemente, Rita tornou-se marxista, marxista, feminista, feminista, e pós-estrut pós-estruturali uralista, sta, Rita Felski Felski tornou-se crítica do ideal de esclarecimento de Habermas, do sujeito autônomo racional como uma fundação universal para democracia [9] [9].. Para Felski o conceito de esfera pública precisa construir na "experiência" de protesto político (no sentido de Negt e Kluge ), precisa reconhecer e ampliar a multiplicidade de sujeitos (no sentido de pós-estruturalismo) e também contar com as diferenças de gênero (no sentido de feminismo). Ela escreve:
Diferente da esfera pública burguesa, então, a esfera pública feminista não reivindica uma universalidade representativa, mas antes oferece uma crítica de valores culturais do ponto de vista de mulheres como um grupo marginalizado dentro da sociedade. Nesse sentido ela constitui um parcial ou parte da esfera pública... Ainda na medida que ela é uma esfera pública, seus argumentos são também externamente dirigidos, para para a disse dissemin minaç ação ão de idéias idéias e valor valores es femin feminis ista tas s pela pela socie socieda dade de inteira. [10] Felski revisou seriamente a noção ‘ habermasiana' de esfera pública, separando
ela de seu patriarcal burguês e talvez símbolos acessórios, mas ainda invocando a noção de uma esfera pública e mais ou menos reduzindo política para ela. Isso tornou-se claro na conclusão do seu argumento: Alguma forma de apelo para identidade coletiva e solidariedade é uma pré pré-c -con ondi diçã ção o ne nece cess ssár ária ia para para a em emer ergê gênc ncia ia e efet efetiv ivid idad ade e de um movimento de oposição; teorias feministas que rejeitem qualquer noção de uma identidade unificada como uma ficção repressiva a favor de uma ênfase na diferença absoluta, falham por mostrar como tal diversidade e frag fragme ment ntaçã ação o pode podem m ser ser conc concili iliad adas as com com me metas tas orie orient ntada adas s sobr sobre e debate debates s polític políticos os basead baseados os sobre sobre intere interesse sses s comuns comuns.. Um apelo apelo para para uma experiência compartilhada de opressão sustenta o ponto de partida de que mulheres em grupo podem expandir aspectos da problemática de gêne gênero ro,, ao me mesm smo o temp tempo o em que que essa essa noçã noção o de comu comuni nida dade de definida pelo gênero contém uma dimensão fortemente utópica... [11]
No fim, Felski vê a esfera pública como centro para políticas feministas. Mas então nós precisamos perguntar: como é essa esfera pública para ser distinguida de qualquer discussão política? Do auge dos ideais impossíveis de Habermas (contador-fatual) de comunicação racional, a esfera pública aqui multiplica, mul tiplica, abre e estende para a discussão política todos os indivíduos oprimidos. O prob proble lema ma que que nós nós enfr enfren enta tamo moss é defin definir ir o term termo o "públ "públic ica" a".. Teori eoriaa liber liberal al
geralmente recorre para a antiga Grécia na distinção entre a família ou casasegura e a pólis, o primeiro sendo "privado" e o último "público" [12] [12].. Quando o termo cruza a fronteira da política para a teoria econômica, com Ricardo e Marx , uma complicação instala-se: o termo "economia política" combinou o sentido grego de público e o sentido grego de privado desde que a economia, referida por eles, seja para o governo (privado) da casa. O velho uso preservou o espaço para o público no ágora , esteja certo, mas referiu-se a discussões sobre o bem geral, não sobre o mercado de transações. No novo uso o setor econômico é chamado "econo "economia mia políti política" ca" mas é conside considera rado do "priva "privado" do".. Tornand ornando o pior pior a discuss discussão ão,, conversas comuns atualmente têm o termo "privado" designando discursos e açõe açõess que que são são isol isolad adas as,, nãonão-ob obse serv rvad adas as por por algu alguém ém e não não reco record rdad adas as ou monitoradas por qualquer máquina. Privacidade agora torna-se restrita para o espaço da casa, em um sentido retornando para o uso da antiga Grécia, até mesmo através da estrutura familiar alterada dramaticamente em seu interim . No argumento de Fraser , por exemplo, a esfera "pública" é o oposto de esfera "privada" no sentido que ela é um locus do "falar", "um espaço em que cidadãos deliberam sobre seus assuntos comuns..." [13] e é essencial para a democracia. Há sérios problemas, então, em usar o termo "público" em relação a políticas de emancipação. Essa dificuldade é ampliada consideravelmente uma vez que novos eletrônicos que mediam comunicações são levados em conta, em particular a Internet. Agora a questão de "falar", de encontro face-a-face, do discurso "público" é confundida e complicada pelas formas eletrônicas das trocas de símbolos. Se o discurso "público" existe como pixels na tela, gerado em locais distantes por pessoas que nunca tiveram e provavelmente nunca terão um encontro, como é o caso da Internet com suas "comunidades virtuais" e "cafés eletrônicos", então como ela é distinguida de correspondências "privadas", face impressa e assim por diante? A era da esfera pública como fala face-a-face é claramente maior: a questão da demo democr crac acia ia prec precis isaa dor dorav avan ante te leva levarr em cont contaa nova novass form formas as de disc discur urso soss mediados eletronicamente. Quais são as condições do discurso democrático no modo de informação? Que tipos de "sujeitos" falam ou escrevem ou comunicam
nessas condições? condições? Qual são as suas relações relações com as máquinas? máquinas? Que conjunto conjunto de sujeitos, corpos e máquinas são exigidos para o discurso democrático e ação emancipadora? Para Habermas , a esfera pública é um espaço homogêneo de sujeitos personificados em relações simétricas, perseguindo consenso através da crítica de argumentos e a apresentação de afirmações válidas. Esse modelo, eu afirmo, é sistematicamente negado nas arenas da política eletrônica. Nós estamos aconselhando então que o conceito de esfera pública de Habermas , que classifica a Internet como um domínio político, seja abandonado. Agora que a pesada cultura de máquinas de informações supre a interface para muit muitos os,, se não não a maio maiori riaa dos dos discu discurs rsos os em assun assunto toss polít polític icos os,, a ficção ficção da comuni comunidade dade democr democráti ática ca da comple completa ta presen presença ça humana humana serve serve soment somentee para para obscurecer a reflexão crítica e desviar o desenvolvimento de uma teoria política dessa decididamente condição pós-moderna. Por muito tempo, teorias críticas têm insistido em uma esfera pública, lamentando o fato da "interferência" da mídia, a indiferença do primeiro rádio e então o papel da televisão na política. Mas o fato é que o discurso político tem sido por muito tempo mediado pelas máquinas eletrônicas: o assunto agora é que as máquinas possibilitam novas form formas as de diálo diálogo go desc descen entr tral aliza izado do e criam criam nova novass comb combina inaçõ ções es de home homemmmáqu máquin inaa
reun reunid idos os,,
nov novas
"voz "vozees"
indi indivvidua iduais is
e
cole coleti tivvas, as,
"esp "espeectro ctros" s",,
"interatividades", que são os novos blocos construídos de formação política e agrupamentos. Como Paul Paul Virilio Virilio escreveu, "O que resta da noção de coisas 'públicas' quando imagens públicas (no tempo real) são mais importantes que espaço público?" [14] Se a base tecnológica da mídia tem habitualmente sido vista como uma ameaça para a democracia, como podem teorias contar com a mudança para uma construção de tecnologia (a Internet) que aparece para prom promov over er uma uma desce descent ntra ralilizaç zação ão do disc discur urso so se não não a próp própri riaa demo democr crac acia ia e aparec aparecee para para ameaça ameaçarr o Estado Estado (conve (conversa rsass não monito monitora radas das)) zomban zombando do da propriedade privada (a reprodução infinita da informação) e exibindo propriedade imoral (a disseminação de imagens de pessoas nuas freqüentemente em posições desajeitadas)?
Uma tecnologia pós-moderna
Muitas Muitas áreas áreas da Intern Internet et ampliam ampliam identi identidad dades es pré-exi pré-existe stente ntess e institu instituiçõ ições. es. Grupos de notícias Usenet extraem detestáveis peças de garotos adolescentes; bancos de dados possibilitam pesquisadores e corporações recuperar informações a baix baixo o cust custo; o; corr corres espo pond ndên ênci cias as elet eletrô rôni nica cass perm permit item em rápi rápida da e conf confiá iáve vell comuni comunicaç cação ão de mensage mensagens; ns; a digita digitaliza lização ção de imagen imagenss permit permitee uma ampla ampla dist distri ribu buiçã ição o de mater materia iais is erót erótic icos, os, e assim assim por por dian diante te.. A Inte Intern rnet et,, entã então, o, é moderna no sentido de continuar a tradição de ferramenta eficiente e no sentido que sobrepuja culturas modernas transferindo suas características para o novo domínio. Outras áreas da Internet, no entanto, são menos fáceis de conter dentro dos modernos pontos de vista. O exame desses ciberespaços levanta o assunto de uma uma nova nova comp compre reen ensã são o da tecn tecnol olog ogia ia e fina finalm lmen ente te cond conduz uz par para uma uma reav reaval alia iaçã ção o dos dos aspe aspect ctos os polít polític icos os da Inter Interne net. t. Eu me refir refiro o aos aos grup grupos os de discussões, que tem vindo para ficar, conhecidos como "comunidades virtuais", para o fenômeno MOO e para a síntese da tecnologia da realidade r ealidade virtual. Nesses casos, o que está em jogo é a solicitação direta para a construção de identidades no curso das práticas de comunicação. Usuários inventam sobre si próp própri rios os e faze fazem m isso isso repe repeti tida da ve veze zess e de dife difere rent ntes es form formas as ao long longo o da conversação ou mensagem eletrônica. Agora certamente não há nada de novo nas práticas discursivas que estão tão caracterizadas: lendo um romance [15] [15],, falando na rádio CB, e mesmo assistindo a um comercial de televisão, eu afirmo, todos em vários graus e diferentes caminhos incentivam o indivíduo indiv íduo a formar uma ide identid ntidad adee no curs curso o de env envolvi olvime ment nto o em comu comuni nica caçã ção o. Em um MOO, OO, a comuni comunicaç cação ão precis precisaa de atos atos lingüís lingüístic ticos os de própri próprio o posici posiciona onamen mento to que são muito mais explícitos que nos casos da leitura de uma novela ou assistindo um comercial de televisão. Na Internet, indivíduos lêem e interpretam meios de comunicação para eles mesmos, e para outros, e também respondem formando frases e transmitindo-as. Novelas e comerciais de televisão são interpretados por indivíduos que são interpelados por elas, mas esses leitores e espectadores não são diretamente endereçados, somente como uma audiência geral e, aliás, eles
não respondem em completas atitudes lingüísticas articuladas. Eu evito enquadrar a distinção que faço aqui no binário ativo/passivo porque essa dística é tão associada com os modernos agentes autônomos que isso seria parecer que estou pintando a Internet como a realização do moderno sonho universal, discurso "ativo". Eu refuto esse recurso porque ele se apóia sobre a noçã noção o de ident identid idade ade como como uma uma essê essênc ncia ia fixa, fixa, prépré-so soci cial al e prépré-lilingü ngüís ísti tica ca,, enquanto eu quero argumentar que o discurso na Internet constitui o sujeito como alguém que se auto modela. Na Internet, indivíduos constroem suas identidades em relação com o curso dos diálogos, não como atos de sã consciência. Mas tal atividade não conta com a liberdade no sentido marxista-liberal porque ela não volta a referir um sujeito fundacional. Ainda isso conota uma "democratização" da constituição do sujeito, porque os atos do discurso não são limitados para um caminho e não são cons constr tran angi gido doss pelo pelo gêne gênero ro e traç traços os étni étnico coss insc inscri rito toss na face face dos dos meio meioss de comunicação. A "mágica" da Internet é que ela é uma tecnologia que coloca açõ ações cult cultu urais, ais, simb simbol oliz izad adas as em todas das as for formas, mas, nas nas mão mãos de tod todos participantes; isso descentraliza radicalmente a posição de linguagem discursiva, edit editan ando do,, faze fazend ndo o film filmes es,, tran transm smit itin indo do rádi rádio o e tele televi visã são, o, em resu resumo mo os equipamentos de produção cultural. Gênero e comunidades virtuais
Vamos examinar o caso de gênero na comunicação pela Internet como um camin caminho ho para para escl esclar arec ecer er o que que está está em jogo jogo e remo remove verr algum algumas as prov prováv ávei eiss confusões sobre o que eu estou argumentando. Estudos têm mostrado que a ausência de gênero, deixada no quadro dos grupos de discussões, não eliminaram a sexualidade ou até mesmo as hierarquias de gênero que existem na sociedade em geral [16] [16].. As desvantagens sofridas pelas mulheres na sociedade sustentamse por entre as "comunidades virtuais" na Internet: Elas são sub-representadas nesses locais eletrônicos e são subjugadas por várias formas de perseguição e abus abuso o sexu sexual al.. O fato fato dessa dessass ident identida idade dess sexu sexuai aiss não não sere serem m desi design gnad adas as na Internet elimina os incômodos e as mágoas de patriarcas. O caso de "Joan" é
instrutivo a esse respeito. Um homem chamado Alex apresentou-se pessoalmente em um grupo de discussão como uma mulher incapacitada, "Joan". Para aprender como se portar, portar, ele observava as conversas das mulheres. Van Gelder relatou que quando sua "manha" foi descoberta, muitas das mulheres que interagiam com "Joan" ficaram profundamente magoadas. Mas Van Gelder também afirmou que o maior desapontamento foi que "Joan" não existia [17] [17].. A construção de gênero, nesse exemplo, indica um nível de complexidade não relatado pela suposição, sobr sobree se as form formas as cult cultur urai aiss e soci sociai aiss são são ou não não são são tran transfe sferí ríve veis is para para a Internet. Alex voltou para a comunidade virtual para compensar a percepção da falta de traços femininos em sua identidade sexual masculina. A mulher que sofreu seu estratagema lamentou a "morte" da amiga virtual "Joan". Esses são os únicos casos de comunidades virtuais não facilmente encontrados na "realidade". Ainda, nos piores casos, alguém precisa admitir que o mero fato de comunicar, sob as condições da nova tecnologia, não cancela as marcas das relações de poder constituídas sob as condições face-a-face, impressas e intercambiadas por meios eletrônicos de transmissão. Apesar Apesar disso disso,, as condiçõ condições es estrut estrutura urais is de comuni comunicaçã cação o em comuni comunidad dades es na Internet fazem introduzir resistências e quebras com essas determinações de gênero. O fato de decidir sobre qual gênero representar levanta o assunto de identidade individual em um estilo obrigatório e singular. Se alguém é masculino, ele precisa escolher ser assim. Além disso, alguém precisa desempenhar o gênero escolhido em linguagem e só em linguagem, sem quaisquer marcas ou gestos do corpo, sem roupas ou entonação de voz. O gênero apresentado é consumado unic unicam amen ente te atr atrav avés és de meio meioss text textua uais is,, embo emborra esse esse incl inclua ua vá vári rios os ícon ícones es inventados em comunidades eletrônicas tal como o sorriso [:-)] e suas variações. Também, alguém pode experimentar diretamente o gênero oposto, assumindo-o e desemp desempenh enhando ando-o -o nas conver conversas. sas. Finalme Finalmente nte,, a config configur uração ação particu particular lar da conversa, através de computadores e modens , produz uma nova relação para como o corpo irá se comunicar, ou seja, um ciborgue no ciberespaço que é dife difere rent ntee de todo todoss os gêne gênerros pers person onif ific icad ado os nos nos modos odos ante anteri rior ores es da inform informaçã ação. o. Esses Esses gênero gêneross ciborgue test testam am e tran transgr sgride idem m as fron fronte teir iras as do
mode modern rno o sist sistem emaa de géne género ros, s, sem sem nece necessa ssari riam amen ente te qualq qualque uerr incli inclina nação ção de direção no papel de participante [18] [18].. Enquan Enquanto to e-mail e-mailss comuns comuns,, entre entre já conhec conhecido idos, s, clara claramen mente te não aprese apresenta ntam m fortes perturbações do sistema de gênero, socialmente orientados MUDs e MOOs tipicamente, fazem desempenhar as mais avançadas possibilidades de construção da identidade pós-moderna. Aqui identidades são inventadas e mudadas; autodescrições são utilizadas; domicílios são pintados em forma textual e indivíduos interagem puramente por gostar de fazer isso. Habitantes do MOO, no entanto, não gostam de democracia democracia utópica. utópica. Lá existem hierarquias hierarquias específicas específicas para essa forma de ciberespaço: os programadores que constroem e mantém o MOO têm habilidades para mudar regras e procedimentos que não estão disponíveis para os jogadores. Depois desses "deuses" vêm os “mágicos”, aqueles que acumularam certos privilégios pelas participações anteriores. Outro, mas de critério muito mais mais trivi trivial al de difer diferen encia ciaçã ção o polít política ica,, é a habil habilid idad adee típic típica, a, desde desde que que essa essa determine em parte o que fala mais freqüentemente, especialmente aquelas conv conver ersa sass que circ circul ulam am com com uma uma cons conside iderá ráve vell ve velo locid cidad ade. e. Até Até mesm mesmo o no ciberespaço assimetrias que emergem podem ser chamadas de "desigualdades políticas". Ainda a característica saliente da comunidade virtual é a diminuição de hier hierar arqu quia iass pred predom omin inan ante tess de raça raça,, clas classe se e espe especia cialm lmen ente te gêne gênero ro.. O que que aparece no mundo personificado como hierarquia irredutível representa um papel menor no ciberespaço de MOOs. E, como resultado, a relação de ciberespaço e materi material al de geogra geografia fia humana humana é decidi decididam dament entee a de ruptur rupturaa e contes contestaç tação. ão. Comunidades da Internet funcionam como lugares de diferença e resistência da sociedade moderna. Em um sentido, elas servem a função de uma esfera pública “ habermasiana” sem intencionalmente o sê-la. Elas são locais, não da presença de afirmações validadas ou atualmente de razão crítica, mas da inscrição de novas novas reuniõ reuniões es de auto-c auto-cons onstit tituiçã uição. o. Quando Quando áudio áudio e vídeo vídeo realçam realçam o modo modo corrente de texto da conversa as afirmações dessas realidades virtuais podem até ser mais exigentes [19] [19].. À queixa sobre a qual essas aldeias eletrônicas não são mais do que escapismo de branco, estudantes machos não graduados, podem então tornar-se menos convincente.
Política ciborgue
O ex exem emplo plo da desco desconst nstru ruçã ção o de gêne gênero ro em comun comunid idade adess MOO MOO da Inte Intern rnet et sublinham a importância de políticas teorizadas no meio de informação. Pelo fato de a Internet inscrever a nova figura social do ciborgue e instituir uma prática comu comuni nica cati tivva de cons consti titu tuiç ição ão próp própri ria, a, a polí políti tica ca como como nós nós conh conhec ecem emos os é reco reconf nfigu igura rada da.. A embal embalag agem em de lingu linguag agem em na Inte Intern rnet et,, sua sua digit digital aliza izaçã ção o máqui máquina na-m -med edia iada da,, sign signif ifica ica que que num num espa espaço ço sem sem corp corpos os é intr introd oduz uzida ida uma uma singularidade sem precedentes para a teoria política [20] [20].. Como os eletrônicos serão governados? Como suas experiências de auto-constituição repercutem na arena política existente? Como as relações de poder na Internet irão combinar com, ou influenciar influenciar as relações relações de poder que emergem das relações relações face-a-face face-a-face,, relações impressas e relações quebradas? Supondo que nos Estados Unidos os governantes e as corporações não formulem inteiramente a Internet, na sua própria imagem e naqueles locais de ciberdemocracia restantes e espalhados por vastos e vastos segmentos da população, o que emergirá como uma política pósmoderna? Uma possibilidade é que a natureza de autoridade, como nós conhecemos, irá mudar drasticamente. A autoridade política tem evoluído da personificação das linhagens, na Idade Média, para ser instrumentalizada por eleitores e mandatos racionais na era Moderna. A cada estágio, uma certa aura tem sucedido de modo fetichista, apegada aos portadores de autoridade. Em comunidades da Internet, tal aura é mais difícil de suportar, pois a Internet parece desestimular o dote de indivíduos indivíduos com status inflado. O exemplo de pesquisa erudita ilustra o ponto. A form formaç ação ão dos dos câno cânone ness e auto autori rida dade dess é seri seriam amen ente te mina minada da pela pela natu nature reza za eletrônica dos textos. Textos tornam-se "hipertextos" que são reconstruídos no ato de leitura, transformando o leitor em um autor e perturbando a estabilidade dos experts ou "autoridade "autoridades" s" [21] [21].. Se a auto autori rida dade de erud erudit itaa é cont contes esta tada da e rege regene nera rada da pela pela local localiza ização ção e disse dissemi mina naçã ção o de text textos os na Inter Interne net, t, entã então o é possível que autoridades políticas fiquem sujeitas a um fato similar. Se o termo democracia se refere à soberania de personificação dos indivíduos e ao sistema
de portadores da função por eles determinada, um novo termo será exigido para indicar a relação de líderes e seguidores, que é mediada pelo ciberespaço e constituída em relação às identidades móveis ali encontradas. NOTAS DO AUTOR
1 Para uma revisão mais avançada da batalha sobre encriptação veja Steven Levy, “The Battle of the Clipper Chip”, The New York Times Magazine (June 12, 1994), pp.44-51, 60, 70. 2Philippe Lacoue-Labarthe, Heidegger, Art and Politics, trans. Chris Turner (New York: Blackwell, 1990) e Jean-Luc Nancy, The Inoperative Inoperative Community, Community, trans. Peter Conor et al. (Minneapolis: University os Minnesota Press, 1991). 3Ernesto Laclau, New Reflections on the Revolution of Our Time (New York: Verso, 1990). 4Veja Jean Armour Polly e Steve Cisler, “Community Networks on the Internet”, Library Journal (June 15, 1994), pp.22-23. 5. Veja N. Katherine Hayles, “Virtual Bodies and Flickering Signifiers”, October 66 (Fall 1993), pp. 69-91. 6Para a compreensão do papel da mídia na formação da esfera pública veja John Hartley, The Politics of Pictures: The Creation of the Public in the Age of Popular Media (New York: Routledge, 1992), p. 1. Hartley examina em particular o papel das imagens gráficas nos jornais. 7 Jürgen Habermas, The Structural Transformation of The Public Sphere, trns. Thomas Burger (Cambridge: MIT Press, 1989). 8Jean-François Lyotard, The Postmodem Condition, trnas. Brian Massumi et al. (Minneapolis: University of Minnesota Press, 1984). 9 Veja, ja, por ex exem empl plo o, Oska Oskarr Ne Negt gt e Alexa lexand nder er Luge Luge,, Pu Publ blic ic Spher pheree and and Experience: Toward an Analysis of the Bourgeois and Proletarian Public Sphere, trans. Peter Labanyi et al. (Minneapolis: University of Minnesota Press, 1993) e Nacy Fraser, “Rethinking the Public Sphere”, Social Text 25/26 (1990), pp. 56-80
e Unru Unruly ly Prac Practi tice cess (M (Min inne neap apol olis is:: Univ Univer ersi sity ty of Minn Minnes esot otaa Pres Press, s, 1989 1989), ), especialmente o capítulo 6, “What's Critical about Critical Theory? The Case of Habermas and Gender”. Para uma crítica de Habermas e uma análise histórica veja Joan Lendes, Women and The Public Sphere in the Age of The French Revolution (Ithaca: Cornell University Press, 1988). 10 Rita Felski, Beyond Feminist Aesthetics: Feminist Literature and Social Change (Cambridge: Harvard University Press, 1989), p.167. 11 Ibid., pp.168-169. 12 Veja a discussão sobre a privacidade em relação à vigilância eletrônica em David Lyon , The Electronic Eye: The Rise of Surveillance Society (Minneapolis: University of Minnesota Press, 1994), pp. 14-17. 13Fraser, 13 Fraser, “Rethinking the Public Sphere”, pp. 57, 55. 14Paul 14 Paul Virilio, “The Third Interval: A critical Transition”, em Verena Conley , ed., Rethinking Technologies (Minneapolis: University of Minnesota Press, 1993), p. 9.
15 Marie-Laurie Ryan, “Immersion vs. Interactivity: Virtual Reality and Literary Theory”, Postmodem Culture 5:1 (September, 1994) apresenta uma refinada e complexa comparação entre ler um romance e uma realidade virtual, embora o auto autorr não não vá dire direto to ao assu assunt nto o dos dos MOOs MOOs e das das Comu Comuni nida dade dess Virt Virtua uais is na Internet. 16 Lynn Cherny Cherny,, “Gende “Genderr Differe Difference ncess in Tex ex-Ba -Based sed Virtua Virtuall Re Realit ality” y”,, em Mary Mary Bucholtz , ed., Proceedings of the Berkeley Conference on Women and Language, (Berkeley: University of California, 1994) conclui que o homem e a mulher tem um gênero específico de comunicação nos MOOs. Para uma análise de um boletim de conv conver ersaç sação ão que que alcan alcança ça a mesma mesma conc conclu lusã são o pessi pessimi mist staa ve veja ja Susa Susan n C. Herr He rrin ing, g, “Gen “Gende derr and and Demo Democr cracy acy in Compu Compute terr-Me Media diate ted d Comm Commun unic icat atio ion” n”,, Electr Electroni onic c Journa Journall of Commun Communicat ication ions s 3: 3:2 2 (1 (199 993) 3) (pod (podee ser ser enco encont ntra rado do em
info.c info.curt urtin. in.edu edu.au .au na direto diretoria ria Journa Journals/ ls/ curtin/ curtin/ artedu arteduc/ c/ ejcrec/ ejcrec/ Volume olume 03/ Number 02/ herring.txt). 17Lindsy 17 Lindsy Van Gelder, “The Strange Case of the Electronic Lover”, in Charles
Dunlop e Rob Kling, ed., Computerization and Controversy (New York: Academic Press, 1991), p. 373. 18 Pa Para ra uma uma ótim ótimaa leit leitur uraa sobr sobree as impli implica caçõ ções es cult cultur urai aiss das das comu comuni nida dade dess virtuais veja Elizabeth Rei, “Cultural Formations in Text-Based Virtual Realities”, e o ensai ensaio o eletr eletrôn ônico ico em ftp.parc.xerox.com em pub/ pub/ Moo/ Moo/ Paper apers; s; tamb também ém aparece em “Virtual Worlds: Culture and Imagination”, em Steve Jones , ed., Cybersociety (new York: Sage, 1994), pp. 164-183. 19 Para a discussão desses novos desenvolvimentos veja “MUDs Grow Up: Social Virtu irtual al Realit alityy in the Rea eall World orld””, por Pav aveel Curti urtiss e Davi David d ª Nich Nichol olss (ftp://ftp.parc.xerox.com:/pub.Moo.Papers/MUDsGrowUp.txt) 20 Sobre este tópico veja o importante ensaio de Hans Ulrich Gumbrecht, “A Farewell to Interpretation”, em Hans Ulrich Gumbrecht e K. Ludwig Pfeiffer, ed., Materialitie Materialities s of Comunicatio Comunication, n, trans. trans. William William Whobre Whobreyy (Stand (Standfor ford: d: Standfo Standford rd
University Press, 1994), pp. 389-402. 21 “The “The Schola Scholar's r's Rhizom Rhizome: e: Networ Networked ked Commun Communicat ication ion Issues Issues”” por Ka Kathl thleen een Burn Burnet ettt (
[email protected] ) ex expl plo ore este ste tópic ópico o com com lógi lógica ca convicção. Poster, Mark (1997). Ciberdemocracy: The Internet and The Public Sphere In: David David Port Porter er (Ed) (Ed),, Inter Interne nett Cult Cultur ura. a. (pp. (pp. 20 201-2 1-218) 18).. New New York York and and Lond London on:: Routledge. A versão original deste ensaio apareceu no jornal Lusitaria.Tradução: Daví Abranchuk. Co-tradução: Flávia Dias de Souza Moraes. Mark Poster é professor de história da Universidade da Califórnia, Irvine, cujos livros incluem "The Mode of Infomation: Poststructuralism and Social Context" (A Constr Construçã ução o da Inform Informaçã ação: o: Pós-es Pós-estru trutur turalis alismo mo e Contex Contexto to Social Social)) (Chica (Chicago, go, 1990) e "The Second Media Age" (A Segunda Era da Mídia) (Polity Press, 1995). Essa seleção oferece uma revisão abrangente das perspectivas na prospecção da enfatização democrática pelos computadores e redes, incluindo o plano de fundo na esfera pública como discussão por p or Jürgen Habermas e Nancy Fraser.