MODELO ESPECÍFICO PARA OTIMIZAÇÃO E PROMOÇÃO DO PROJETO DE IRRIGAÇÃO SALITREJUAZEIRO DA BAHIA
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SÉRIE POLÍTICAS E ESTRATÉGIAS PARA UM NOVO MODELO DE IRRIGAÇÃO V. 1 – A Importância do Agronegócio da Irrigação para o Desenvolvimento do Nordeste V. 2 – Estado da Arte Nacional e Internacional do Agronegócio da Irrigação 2000 V. 3 – Modelo Geral para Otimização e Promoção do Agronegócio da Irrigação do Nordeste V. 4 – Modelo Específico para a Otimização e Promoção do Projeto de Irrigação Salitre – Juazeiro da Ba hia
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MODELO ESPECÍFICO PARA OTIMIZAÇÃO E PROMOÇÃO DO PROJETO DE IRRIGAÇÃO SALITREJUAZEIRO DA BAHIA Francisco Mavignier Cavalcante França Coordenador
BANCO DO NORDESTE Fortaleza – 2001
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Obra publicada pelo
Diretoria Presidente: Byron Costa de Queiroz Diretores: Osmundo Rebouças, Marcelo Pelágio da Costa Bomfim, Ernani José Varela de Melo e Raimundo Nonato Carneiro Sobrinho Ambiente de Recursos Logísticos Célula da Produção Gráfica Av. Paranjana, 5.700 – Passaré 60740-000 Fortaleza – Ceará Ceará – Brasil Tel. (085) 299.3137 – Fax: 299.3788 Internet: http://banconordeste.gov.br Tiragem: 1.000 exemplares Cliente Consulta: 0800-783030 Coordenação Editorial: Ademir Costa Revisão Vernacular: Floriano Lopes Jordão Normalização Bibliográfica: Rita de Cássia Alencar Depósito Legal junto a Biblioteca nacional, conforme decreto n.º 1823, de 20 de dezembro de 1907 Copyright © by Banco do Nordeste
Banco do Nordeste B213
Modelo específico para otimização e promoção do projeto de irrigação Salitre-Juazeiro da Bahia / Francisco Mavignier Cavalcante França, coordenador. – Fortaleza: Banco do Nordeste, 2001. 264 p. – (Série políticas e estratégias para um novo modelo de irrigação, v. 4). Equipe do Consórcio responsável pelo estudo: Plena Consultoria de Engenharia Agrícola Ltda; Fundação Getúlio Vargas; Projetos Técnicos Ltda (PROJETEC). 1 – Irrigação. 2 – Irrigação-Nordeste. 3 – Desenvolvimento do Nordeste. 4 – Irrigação-Bahia. I – França, Francisco Mavignier Cavalcante. II – Série. CDD: 631.587 Impresso no Brasil/Printed in Brazil
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Coordenador Geral do Estudo Francisco Mavignier Cavalcante França Equipe do Consórcio Responsável pelo Estudo Plena Consultoria de Engenharia Agrícola Ltda. Elias Teixeira Pires (Coordenador do Consórcio) Eliseu Andrade Alves José Luiz dos Santos Rufino Mário Ramos Vilela Paulo Severino de Rezende Ruy Aderbal Rocha Ferrari Fundação Getúlio Vargas Ednéia da Silva Bezerra Gregory Honczar Guilherme Soria Bastos Filho Ignez Guatimosim Vidigal Lopes Mauro de Rezende Lopes Nuno Monteiro Casassanta Stivilane Dornelas PROJETEC - Projetos Técnicos Ltda. André Luiz da Silva Leitão Fábio Chaffim Barbosa Jaco Charcot Rios João Joaquim Guimarães Recena Luiz Alberto Teixeira Equipe Técnica do Banco do Nordeste Cláudio Vasconcelos Frota Francisco Mavignier Cavalcante França Maurício Teixeira Rodrigues Rubens Sonsol Gondim Comitê Gestor Interinstitucional Rômulo de Macedo Vieira (Coordenador) - Ministério da Integração Nacional Edson Zorzin - CODEVASF Francisco Mavignier Cavalcante França - Banco do Nordeste Guilherme Lincoln Aguiar Ellery - DNOCS José Honório Accarini - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SPI) Washington Aquino de Mendonça - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SEAIN) 5
Grupo de Apoio Técnico Interinstitucional Francisco Mavignier Cavalcante França (Coordenador) Artur Eustáquio R. Saabor - Ministério da Integração Nacional Clésio Jean Almeida Saraiva - DNOCS Edson Zorzin - CODEVASF Euzébio Medrado da Silva - EMBRAPA Humberto Leite Freitas Filho - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SEAIN) José Honório Accarini - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SPI) Manfredo Pires Cardoso - Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária da Bahia Equipe do Banco Interamericano de Desenvolvimento Francisco Basílio Souza (Coordenador) Asako Yamamoto Benard Darnel Charles Smith Fausto Medina-Lopez Juan Luna-Kelser Myriam Quintero Valnora Leister Equipe de Advisers (Consultores Independentes) Alejandro Luis Seminario Duany - Peru Augustín A. Millar - Chile Francisco de Souza - Brasil Jim Charles Bryon - EUA John Wilkison - Brasil José Cruz Roche - Espanha Pablo Lalanda Carrobles - Espanha Juan Sagardoy - Itália Colaboradores Aluysio Antônio da Motta Asti, Armando Munguba Cardoso, Carlos Alberto de Carvalho, Francis Puglise, Frederico Reis de Araújo, Hans Steinbichler, José Airton Mendonça de Melo, José Bento Corrêa, José Eduardo Borella, José Olímpio Rabelo de Morais, José Paulo Silveira, José Raimundo Machado dos Santos, José William Araújo Sousa, Juscelino Antonio de Azevedo, Laudo Bernardes, Leda Maria Marques Cavalcante, Luís Carlos Ramos de Lima, Luiz Hildemar Colaço, Maria Lucinete Valente, Otávio Gondim Pereira da Costa, Ricardo Lima de Medeiros Marques, Roberto Duarte Vidal Silva, Rodrigo Magalhães Neiva Santos, Valdir Castelo Branco, Yara Januzzi 6
APRESENTAÇÃO O Nordeste brasileiro tem reconhecidamente as melhores condições para produção de frutas e hortaliças em todo o mundo, o que abre grandes possibilidades para o desenvolvimento da agricultura irrigada na Região. A relevância estratégica dessa atividade, que se destaca pela geração de emprego, renda e divisas, inspirou a criação do projeto Novo Modelo de Irrigação, no âmbito do Programa Avança Brasil, do Governo Federal. De caráter inovador, este projeto busca, principalmente, estimular o investimento privado em todas as fases do agronegócio da irrigação, orientar a produção para as oportunidades de mercado e redirecionar a participação do governo na atividade, priorizando os papéis de indução, orientação, regulação e promoção. Objetiva, ainda, gerar sinergia entre a iniciativa privada e as esferas governamentais, garantir eficiência no uso e na gestão da água para irrigação, identificar novas fontes e modelagens de financiamento e propor mecanismos para controle dos impactos ambientais e sociais. Diante da abrangência de objetivos, da importância estratégica e do espírito inovador do Projeto, identificou-se a necessidade de elaborar um estudo referencial para orientar os diversos organismos que estarão envolvidos na implementação do Novo Modelo de Irrigação. A viabilização de tão importante tarefa foi efetivada por meio da parceria entre o Ministério do Planejamento e Gestão, Ministério da Integração Nacional, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Banco do Nordeste. Elaborado com a contribuição de mais de 1.500 especialistas nacionais e internacionais em agronegócio da irrigação, este trabalho consiste numa coleção composta dos seguintes volumes: 1 - A Importância do Agronegócio da Irrigação para o Desenvolvimento do Nordeste, 2 - Estado da Arte Nacional e Internacional do Agronegócio da Irrigação 2000, 3 - Modelo Geral para Otimização e Promoção do Agronegócio da Irrigação e 4 - Modelo Específico para Otimização e Promoção do Projeto de Irrigação Salitre-Juazeiro da Bahia.
É com satisfação, pois, que o Banco do Nordeste traz a público esse conjunto de estudos, como forma de disseminar, jun to aos agentes públicos e privados, as novas estratégias que irão dinamizar o agronegócio da irrigação na Região, comprometendo-se, desde já, a incorporar em suas políticas e programas as recomendações aqui apresentadas.
Byron Queiroz Presidente do Banco do Nordeste 7
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SUMÁRIO APRESENTAÇÃO...................................................................... 07 1 - INTRODUÇÃO ...................................................................... 13 2 - DESCRIÇÃO GERAL DO PROJETO SALITRE.................... 16 2.1 - Área do Projeto................................................................. 17 2.2 - Clima.................................................................................. 20 2.2.1 - Estações meteorológicas representativas................... 20 2.2.2 - Classificação geral ........................................................ 20 2.2.3 - Temperaturas ................................................................. 20 2.2.4 - Insolação ........................................................................ 20 2.2.5 - Nebulosidade ................................................................. 20 2.2.6 - Ventos............................................................................. 21 2.2.7 - Evaporação – tanque “A”.............................................. 21 2.2.8 - Regime pluviométrico.................................................... 21 2.2.9 - Evapotranspiração potencial ........................................ 21 2.3 - Abastecimento d'Água ..................................................... 22 2.4 - Solos.................................................................................. 22 2.4.1 - Salitre.............................................................................. 22 2.4.2 - Subárea Chesf................................................................ 23 2.4.3 - Subárea Fao ................................................................... 23 2.4.4 - Subárea Aluvião............................................................. 24 2.4.5 - Resumo do potencial edáfico para irrigação do projeto Salitre ................................................................ 24 2.5 - Parcelamento da Área ...................................................... 25 2.5.1 - Unidades territoriais do projeto.................................... 25 2.5.2 - Setores hidráulicos........................................................ 26 2.5.3 - Parcelamento ................................................................. 26 2.5.4 - Dimensões dos lotes ..................................................... 27 2.6 - Dotações Unitárias de Água............................................. 27 2.7 - Sistema de Irrigação......................................................... 29 2.7.1 - Sistema de adução ........................................................ 29 2.7.2 - Redes de distribuição.................................................... 30 2.7.3 - Sistema de controle operacional.................................. 30 2.8 - Infra-Estrutura Elétrica ..................................................... 31 2.9 - Sistema de Drenagem....................................................... 32 9
2.9.1 - Dreno principal profundo...............................................32 2.9.2 - Sistema coletivo.............................................................32 2.9.3 - Drenagem parcelar.........................................................33 2.10 - Sistema Viário Interno.....................................................33 2.11 - Implantação do Projeto...................................................34 2.12 - Potencialidade de Produção Agrícola............................38 2.13 - Potencialidade do Projeto Salitre para Agroindústria e Mercado Externo ..........................................................38 2.13.1 - Aspectos de localização..............................................39 2.13.2 - Aspectos de infra-estrutura.........................................42 2.13.3 - Mercado ........................................................................45 2.13.4 - Condições socioeconômicas ......................................46 2.13.5 - Avaliação da potencialidade do projeto .....................47 2.14 - Estudos Ambientais........................................................48 3 - RECOMENDAÇÕES PARA APLICAÇÃO DO NOVO MODELO CONCEPTUAL DE IRRIGAÇÃO NO PROJETO SALITRE ...............................................................................50 3.1 - Proposta para uma Plataforma de Informações..............50 3.2 - Diretrizes para um Plano de Negócios do Projeto Salitre/BA..........................................................................54 3.2.1 - Finalidades do plano de negócios ................................54 3.2.2 - Utilidade de um plano de negócios...............................56 3.2.3 - Estrutura mínima de um plano de negócios.................56 3.3 - Diretrizes para um Plano de Promoção e Marketing.......59 3.4 - Mecanismos de Financiamento........................................64 3.4.1 - Infra-estrutura coletiva de irrigação..............................64 3.4.2 - Infra-estrutura parcelar..................................................64 3.5 - Gestão do Projeto .............................................................68 3.5.1 - Modelo de gestão para etapa - 1 do Salitre ..................68 3.5.2 - Modelo de gestão para etapas posteriores ..................71 3.6 - Serviços de Apoio.............................................................73 3.6.1 - Gerenciamento das pequenas empresas .....................73 3.6.2 - Monitoramento ambiental ..............................................79 3.6.3 - Proposta de um programa de capacitação...................90 4 - BIBILIOGRAFIA CONSULTADA...........................................94 5 - ANEXOS................................................................................95 5.1 - Descrição Tecnológica das Culturas Aptas ao Salitre ...95 5.1.1 - Cultura da banana-nanica..............................................95 10
5.1.2 - Cultura da banana-prata.............................................. 102 5.1.3 - Cultura da cebola......................................................... 110 5.1.4 - Cultura do coco............................................................ 114 5.1.5 - Cultura da goiaba......................................................... 123 5.1.6 - Cultura do mamão ....................................................... 131 5.1.7 - Cultura da manga......................................................... 139 5.1.8 - Cultura do maracujá .................................................... 150 5.1.9 - Cultura da melancia..................................................... 155 5.1.10 - Cultura do melão........................................................ 161 5.1.11 - Cultura do pimentão industrial ................................. 166 5.1.12 - Cultura da pinha......................................................... 172 5.1.13 - Cultura do tomate industrial ..................................... 180 5.1.14 - Cultura da uva ............................................................ 184 5.1.15 - Cultura do feijão......................................................... 196 5.2 - Modelo de exploração agrícola: análise financeira ...... 200 5.2.1 - Modelo de exploração agrícola – 1 ............................. 202 5.2.2 - Modelo de exploração agrícola – 2 ............................. 220 5.2.3 - Modelo de exploração agrícola – 3 ............................. 238 5.3 - Descrição dos Requerimentos de Serviços e InfraEstrutura para Exportação .............................................. 256
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1 - INTRODUÇÃO Entre os projetos que constituem o Programa Avança Brasil está o Projeto Novo Modelo de Irrigação. O enfoque moderno considera a irrigação como negócio. E, por isto, a sua base é a iniciativa privada, tanto na construção das obras de infra-estrutura, na implantação e condução das atividades agrícolas, de industrialização e de comercialização, como na busca de uma relação dinâmica entre o ambiente externo, a cadeia produtiva e o Governo. O Governo Federal, pelo Banco do Nordeste do Brasil S.A., via concorrência internacional, contratou os serviços de consultoria do Consórcio Plena-FGV-Projetec, para desenvolver, validar e estabelecer as bases estruturais, conceptuais e regulatórias, operacionais e financeiras do modelo, com enfoque na região Nordeste do Brasil. O estudo iniciou-se em maio de 1999. A sua execução está programada em dois segmentos que se complementam: o primeiro compõe-se de três relatórios (Antecedentes, Estado da Arte da Irrigação e Proposta do Novo Modelo Conceptual). O segundo contém os elementos necessários à aplicação imediata das diretrizes definidas no Novo Modelo Conceptual. O presente documento contém uma proposta para aplicação das diretrizes do Novo Modelo de Irrigação no Projeto Salitre. O Projeto de Irrigação Salitre é um empreendimento público implementado sob a liderança da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf). Prevê uma área irrigada de 29.588 ha, a ser realizado em 3 etapas. A primeira etapa, com 5.940 ha, está sendo implantada em 3 fases e deverá ser concluída em dezembro de 2001. O Projeto prevê que 20% da área serão destinados a pequenas empresas (6 ha), e o restante a médias empresas (entre 30 e 60 ha). O Projeto foi desenvolvido e está sendo implementado sob a orientação da atual Lei de Irrigação n.º 6.692/79 e seus regulamentos. 13
O presente documento apresenta sugestões e diretrizes para implementação da produção agrícola na 1ª etapa, assim como para implantação das obras hidráulicas para as demais etapas. O estudo foi desenvolvido, seguindo as diretrizes do Novo Modelo de Irrigação, ajustado à atual Lei de Irrigação. Considera o Projeto Salitre um empreendimento contido num agronegócio com agricultura irrigada. Propõe uma estratégia moderna de implementação de empreendimentos, com base numa Plataforma de Informações, num Plano de Negócios e num Processo de Promoção e Marketing. Propõe que a promotora-líder do empreendimento, a Codevasf, se associe a um Sponsor , como o Banco do Nordeste e ou Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e ao Governo da Bahia, na implantação de um modelo gerencial que busque a maior participação da iniciativa privada. O Estudo está dividido em mais 3 capítulos. Capítulo 2 – Descrição Geral Sobre o Projeto Salitre Descrevem-se as principais características do Projeto Salitre como área, clima, fonte de água, solos, parcelamento, sistema de irrigação, infra-estrutura elétrica, sistema de drenagem, sistema viário, implantação do projeto, potencialidade de produção agrícola, estudos ambientais e potencialidade do projeto para agroindústria e mercado externo. Capítulo 3 – Recomendações para aplicação do Novo Modelo Conceptual de Irrigação no Projeto Salitre Discute-se uma proposta de plataforma de informações, plano de negócios, plano de promoção e marketing, mecanismos de financiamento, gestão do projeto e serviços de apoio. Capítulo 4 – Bibliografia Consultada
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Capítulo 5 – Anexos São apresentados o mapa geral do Sistema de Irrigação do Projeto Salitre, assim como o layout geral das etapas. Apresentam-se também a descrição tecnológica das culturas aptas para o Salitre e os estudos de modelo de exploração e análise financeira e a descrição dos requerimentos de serviços e infra-estrutura para exportação.
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2 - DESCRIÇÃO GERAL DO PROJETO SALITRE1 O Projeto de Irrigação Salitre é um empreendimento conduzido pela Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), vinculado à Secretaria de Infra-estrutura Hídrica do Ministério da Integração Nacional. O Projeto tem uma superfície agrícola útil (Sau), ou seja, área irrigável de 29.588 ha, a ser implantado em 5 etapas. A 1ª etapa com 5.940 ha está em fase de implantação. Localiza-se no município de Juazeiro (FIGURA 1), Estado da Bahia, estando, portanto, situado no Pólo Agroindustrial Petrolina/Juazeiro. A Codevasf já desenvolveu estudo de viabilidade e projeto básico em 1997, com os seguintes indicadores: -
Valor presente líquido – VPL (11% a.a.) ......... US$ 240 milhões Relação Benefício/ Custo – B/C (11% a.a.) .... 1,66 Taxa interna de retorno ................................... 20 % Empregos diretos a serem gerados ................ 20 mil Custo por emprego direto ............................... US$ 18,7 mil População diretamente beneficiada................. 54.400 pessoas.
A seguir, têm-se as principais características do empreendimento.
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Os dados referentes a este capítulo do subcapítulo 2.1 até 2.11 estão contidos nos Relatórios de Estudos Sobre o Projeto, contratados pela Codevasf: a) Estudo de Viabilidade Técnico-Econômico (volumes A, B, C) e Estudos de Mercado (volume 1) – 1995. b) Projeto Básico - volume 1 – Texto 1997. c) Projeto Básico volume 1 – Relatório do Projeto e Síntese, 1998. Todos elaborados pelo Consórcio JP-ENCO-TAHAL.
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2.1 - Área do Projeto A área do Projeto foi dividida em quatro subáreas, denominadas Chesf, Salitre, Fao e Aluvião (FIGURA 2). A área Aluvião não foi objeto de estudo. As áreas estão assim distribuídas: TABELA 1 ÁREA DO PROJETO COM SUBÁREA E ÁREA SAU Subárea CHESF SALITRE FAO ALUVIÃO TOTAL
Área SAU (ha) 5.940 23.648 2.560 2.213 32.148
FONTE: Codevasf. NOTA: Sau = Superfície Agrícola Útil – Área irrigável.
O Projeto Básico foi elaborado para os setores Chesf, Salitre e Fao. Dispõe de Projeto Executivo do Setor Chesf.
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FIGURA 01 LOCALIZAÇÃO E ACESSOS
FONTE: CODEVASF. 18
FIGURA 2 SUBÁREAS DO PROJETO SALITRE
FONTE: CODEVASF. 19
2.2 - Clima 2.2.1 - Estações meteorológicas representativas -
Juazeiro, localizada na cidade do mesmo nome, operada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
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Mandacaru, localizada no projeto de irrigação do mesmo nome, pertencente à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
2.2.2 - Classificação geral -
O clima da região é semi-árido quente, com chuvas de verão e fortíssimo déficit hídrico.
2.2.3 - Temperaturas -
O trimestre mais frio é junho/agosto e o mais quente, outubro/dezembro.
-
Média anual: 26,5OC; média das máximas: 32OC; e média das mínimas: 21 OC.
2.2.4 - Insolação -
Média anual de 2.830 horas, correspondente a cerca de 65% da insolação teórica máxima possível.
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O período de maior insolação é de agosto a outubro e o de menor insolação, fevereiro a abril.
2.2.5 - Nebulosidade -
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A menor nebulosidade ocorre em setembro, com 4,4 décimos, e a maior tem lugar em maio e dezembro com 5,6 décimos.
2.2.6 - Ventos -
A velocidade média anual é de 3,3m/s, com máxima de 4,0m/s, em julho, e mínima de 2,9 m/s, nos meses de janeiro a março.
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A direção dominante é do quadrante Leste.
2.2.7 - Evaporação – tanque “A” -
O total anual está em torno de 3.089 mm (Estação Mandacaru), com maior evaporação no período setembro/novembro e menor em março/maio.
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Em Petrolina, coerentemente, a média anual é de 3.118 mm, com máxima em outubro e mínima em abril.
2.2.8 - Regime pluviométrico -
anual atinge 440 mm, sendo janeiro/março o trimestre mais chuvoso, com mais da metade do total anual.
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As precipitações médias mensais, de maio até outubro, são praticamente desprezíveis.
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A precipitação efetiva média anual é de 131mm.
2.2.9 - Evapotranspiração potencial -
O total anual adotado para fins de projeto foi de 2.256mm, equivalente a 6,18mm/dia.
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A evapotranspiração média diária apresenta valor mínimo em julho (5,1mm), aumentando constantemente até outubro, quando atinge o pico de 7,13mm/dia; desse mês em diante os valores decrescem todos os meses até o mínimo, em julho.
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2.3 - Abastecimento d’Água -
Fonte hídrica do Projeto: rio São Francisco.
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Captação prevista para o Projeto: 42,00 m3/s.
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Situação do rio na captação: cota de 360,23 m para vazão mínima de 640 m3/s e cota de 366,00 m para vazão máxima de 9.000 m3/s.
Classificação da água: C1S1. - Condutividade elétrica da água: 27 a 90 micrometros/s. -
2.4 - Solos Os estudos de solos foram realizados pela Codevasf, a partir de 1987 até 1993. Cobriram uma área superior a 80.000 ha e foram realizados em nível de reconhecimento de baixa intensidade e complementado com detalhamento. O detalhamento dos estudos com as análises fisíco-químicas dos solos encontra-se disponível na Codevasf. Os dados básicos sobre os solos estão discriminados, a seguir, para cada subárea do Projeto.
2.4.1 - Salitre QUADRO 1 CLASSES DE TERRAS PARA IRRIGAÇÃO (EXCLUÍDAS AS TERRAS NÃO-IRRIGÁVEIS), SUBÁREA SALITRE Classe Área (ha) Solos Predominantes 2s 1.317 Podzólicos amarelos eutróficos e Cambissolos eutróficos profundos. 3s 3.658 Cambissolos pouco profundos, com baixa disponibilidade de água. 3sd 43.822 Vertissolos com limitações por baixa permeabilidade e problemas de drenagem superficial. Total 48.797 --FONTE: Codevasf. NOTA: Levantamento detalhado de solos.
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2.4.2 - Subárea Chesf -
Levantamento Detalhado de Solos elaborado pela Projetos Técnicos LTDA (Protecs), mediante contrato com a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), em 1987, compreendendo 10.600 ha. QUADRO 2
CLASSES DE TERRAS PARA IRRIGAÇÃO (EXCLUÍDAS AS TERRAS NÃO-IRRIGÁVEIS), SUBÁREA CHESF Classe Área (ha) Solos Predominantes 2s 2.255 Cambissolos: profundos, bem drenados, texturas médias ou argilosas, com restrição quanto à baixa capacidade de retenção de água. Cambissolos sem impedimento à penetração da 3s 3.690 água. 4s 1.065 Cambissolos rasos, textura média ou argilosa Total 7.010 --FONTE: Codevasf. NOTA: Levantamento detalhado de solos.
2.4.3 - Subárea Fao -
Informações pedológicas ao nível de Reconhecimento de Baixa Intensidade (Fao), de 1960, avaliadas posteriormente pela Codevasf, concluíram que havia 3.250 ha de solos irrigáveis, em forma de três manchas.
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São solos podzólicos e cambissolos, distróficos, com limitações ao uso agrícola com irrigação; cerca de 450 ha foram incluídos na classe 2 e 2.800 ha, com limitações devido à profundidade e aos riscos de erosão, foram inseridos na classe 3.
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2.4.4 - Subárea Aluvião QUADRO 3 CLASSES DE TERRAS PARA IRRIGAÇÃO (EXCLUÍDAS AS TERRAS NÃO IRRIGÁVEIS), SUBÁREA ALUVIÃO Classe Área (ha) Solos Predominantes 2s 274 Associação de cambissolos, podzólicos e solos aluviais. eutróficos 3sd 454 Cambissolos vérticos e solos aluviais, associados a cambissolos. S1sd 481 Vertissolos profundos associados a cambissolos vérticos. L1sd 391 Cambissolos pouco profundos associados a podzólicos também pouco profundos. L3st 613 Podzólicos pouco profundos associados a cambissolos vérticos ou não. Total 2.213 --FONTE: Codevasf. NOTA: Levantamento ao nível de reconhecimento de alta densidade.
2.4.5 - Resumo do potencial edáfico para irrigação do projeto Salitre TABELA 2 POTENCIAL EDÁFICO PARA IRRIGAÇÃO DO PROJETO SALITRE Classe de Terras para SALITRE Irrigação 2 1.317 3 47.480 4 e similares --Soma 48.797 FONTE: Codevasf.
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Subárea (em ha) CHESF 2.255 3.690 1.065 7.010
ALUVIÃO 274 454 1.485 2.213
FAO
Total
450 2.800 --3.250
4.296 54.424 2.550 61.270
2.5 - Parcelamento da Área 2.5.1 - Unidades territoriais do projeto -
Lote ou parcela Unidade de exploração agrícola do projeto, destinada a uma pequena empresa (anteriormente denominada “pequeno produtor”) ou a uma empresa média; no caso das pequenas empresas, procurou-se padronizar uma forma retangular, com dimensões definidas.
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Bloco de lotes de pequenas empresas É um conjunto compacto e contínuo de lotes de pequenas empresas, regularmente demarcados, com os lados paralelos, posicionados de forma ortogonal ou esconsa, de acordo com as direções do canal de distribuição e das curvas de nível do terreno.
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Setor hidráulico Trata-se de uma área contínua de solos de textura homogênea a ser abastecida por uma única derivação de água, feita no sistema de adução; o funcionamento da rede de distribuição coletiva de cada setor hidráulico independe do funcionamento dos demais. O tamanho dos setores variou dentro de uma gama muito ampla, desde áreas de menos de 60 ha (um único lote destinado à média empresa) até mais de 1.000 ha (centenas de lotes de pequenas empresas e dezenas de lotes de médias empresas).
-
Setores para pequenas empresas Área limitada à faixa de 300-700 ha, que deverá contar com uma única estação de pressurização coletiva.
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Setores para médias empresas Cada lote deverá contar com a sua própria estação de pressurização, sem restrições quanto à altimetria do ponto de entrega (gravitária) da água.
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Bloco de implantação Trata-se de um conjunto de setores hidráulicos, em geral adjacentes ou vizinhos, abastecidos pelo mesmo canal de adução. Estão programados para serem implantados simultaneamente.
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Projeto (ou Perímetro) de Irrigação do Salitre (PIS) Trata-se da área total sob domínio do projeto, delimitada pela poligonal perimétrica externa do projeto a ser implantado; ela foi definida preliminarmente no projeto básico, devendo-se ajustar quando da implantação do Projeto, em função dos limites das áreas a serem efetivamente adquiridas pela Codevasf.
2.5.2 - Setores hidráulicos -
Os 89 setores hidráulicos do Projeto, excluindo-se a área da Fao, estão assim distribuídos: TABELA 3
SETORES HIDRAÚLICOS DO PROJETO SALITRE Empresa Média Pequena Total
Solos Pesados 39 5 44
Solos Leves 40 5 45
Total 79 10 89
FONTE: Codevasf.
2.5.3 - Parcelamento
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80% da área irrigada é destinada a médias empresas (23.714 ha), com lotes de 30 a 60 ha SAU; os 20% restantes (5.874 ha) se destinam a pequenas empresas (anteriormente denominados pequenos produtores).
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Excluindo-se a área da Fao, o perímetro é composto de 1.429 lotes, distribuídos por tipo de usuários, da seguinte forma:
TABELA 4 DISTRIBUIÇÃO DO PERÍMETRO POR TIPO DE USUÁRIO Subárea CHESF SALITRE Total
Média 77 408 485
Empresa Pequena 328 616 944
Total 405 1.024 1.429
FONTE: Codevasf. -
Dos lotes destinados às pequenas empresas foram descontados 340m² da área apta à irrigação, para efeito de implantação de moradia e instalações de apoio, com lotes de 6 ha Sau (FIGURA 3).
2.5.4 - Dimensões dos lotes -
Pequenas empresas: 300m x 210m, ou seja, 6,3 ha.
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Médias empresas: não há padronização, e a área deverá ficar entre 30 e 60 ha Sau, com variação de ± 15%.
2.6 - Dotações Unitárias de Água -
Para pequenas empresas – 1,05 l/s/ha.
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Para médias empresas – 1,11 l/s/ha.
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As pequenas empresas receberão água pressurizada (40 a 60 m.c.a.) na tomada d’água.
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Prevê-se a irrigação de 20 horas/dia.
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FIGURA 3 SETORIZAÇÃO: PEQUENAS E MÉDIAS
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec 28
2.7 - Sistema de Irrigação 2.7.1 - Sistema de adução •
Captação de água: - vazão de dimensionamento: 42,0 m3/s; - tipo de tomada de água: canal lateral.
•
Estações de bombeamento: - quantidade de estações: 10 (8 do sistema principal e 2 do secundário); - tipo de bombas: eixo vertical com rotor submerso; - nº. de unidades por estação: de 4 a 6.
•
Canais de adução Trechos correntes Extensões . . . . .
canal principal: 36.000 m canais secundários: 76.000 m total: 112.000 m seção: trapezoidal revestimento: manta impermeável com proteção mecânica de concreto simples
Obras singulares . . . . •
Extravasores de segurança Soleiras de nível ("bico de pato") Quedas Estruturas de transição
Obras especiais . Sifões invertidos . Aquedutos 29
Estruturas de controle e medição . Comportas de controle do tipo segmento •
Reservatórios - Quantidade: 5 - Volume útil: variando entre 70.500 e 506.000 m3
2.7.2 - Redes de distribuição -
Redes Gravitárias
As redes gravitárias de distribuição abrangem canais terciários e quaternários e suas estruturas de controle hidráulico, desde uma tomada dágua no canal secundário até a entrada dos lotes. Foram previstos dispositivos de controle por quadra hidráulica e por lotes; estes devem receber vazões constantes. O tempo de abertura será utilizado para controlar os volumes fornecidos. No mês de pico a irrigação durará 20 horas por dia. -
Sistemas Pressurizados
Os sistemas pressurizados compreendem estações de pressurização coletivas, redes pressurizadas e tomadas parcelares. O controle da irrigação durante a jornada de rega será de responsabilidade de cada irrigante. As estações pressurizadoras – automatizadas em função das variações da demanda – foram previstas junto aos reservatórios de compensação. A manutenção dos parâmetros de projeto deverá ser assegurada por válvulas auto-operadas de múltiplas funções – inclusive hidrômetro – à razão de uma por lote, associadas à automação do sistema de pressurização. No mês de pico, a irrigação durará até 20 horas diárias.
2.7.3 - Sistema de controle operacional -
30
O Sistema de Controle Operacional compõe-se basicamente de:
-
•
um sistema para controle da captação de água, adução, reservação e condução primária;
•
cinco sistemas, sendo um para cada subdistrito, para os controles da condução secundária, terciária e quaternária, se houver, bem como dos sistemas de distribuição gravitária e pressurizadas do subdistrito.
Cada sistema é composto por uma Estação Central de Operação (Eco) e tantas Estações Remotas (ERs) quantas necessárias para o enlace de todas as unidades situadas na área de influência do sistema.
2.8 - Infra-Estrutura Elétrica -
A implantação da infra-estrutura elétrica (subestações e LT de 13,8 KV) do projeto será de responsabilidade da Companhia de Eletricidade da Bahia (Coelba).
-
O suprimento de energia elétrica será feito a partir da subestação Juazeiro II.
-
O sistema interno do projeto atenderá às seguintes demandas de energia: • • • • •
-
10 estações de bombeamento; 5 estações pressurizadoras coletivas setores de pequenas empresas; 153 estações pressurizadoras individuais de médias empresas; 25 comportas de controle dos níveis nos canais; eletrificação rural.
Os níveis de tensão de distribuição (c.a. 60 Hz) serão função das cargas a serem alimentadas, ou seja: • • •
até 250 cv: 380 V; de 300 até 1.000 cv: 4,16 KV; de 1.500 até 2.800 cv: 13,8 KV. 31
As características do sistema elétrico da concessionária são as seguintes: -
tensão nominal: 13,8 KV;
-
número de fases: 3;
-
freqüência nominal: 60 Hz;
-
sistema de aterramento do neutro: solidamente aterrado;
-
potência de curto-circuito trifásica simétrica em 13,8 KV;
-
potência de curto-circuito fase-terra simétrica em 13,8 KV;
-
serão seguidas, também, as diretrizes da norma para fornecimento de energia elétrica em tensão primária de distribuição em 15 KV, da COELBA;
-
a capacidade total a ser instalada é de 100 MVA.
2.9 - Sistema de Drenagem 2.9.1 - Dreno principal profundo -
Para evitar a futura descarga de excessos de irrigação do Projeto Salitre na calha do rio Salitre, foi prevista a implantação de uma linha de drenagem profunda a cerca de 28 km ao longo da margem direita do rio Salitre, com lançamento diretamente no rio São Francisco, a jusante da foz do rio Salitre.
2.9.2 - Sistema coletivo -
32
Sistema coletivo de drenagem superficial e subterrânea foi concebido de forma integrada, uma vez que, em grande parte da área, serão implantados drenos subterrâneos, de modo que as valas de drenagem, além de receberem as contribuições pluviais, absorverão também os excessos provenientes da água aplicada na irrigação.
TABELA 5 EXTENSÃO DA REDE DE DRENAGEM Drenos principais Drenos secundários Soma
86.650 m 88.800 m 175.450 m
FONTE: Codevasf.
2.9.3 - Drenagem parcelar -
Em função das características dos solos do Projeto Salitre e das experiências na região em solos similares, previu-se a necessidade de implantação de drenagem subterrânea em grande parte da área do Projeto, conforme o cronograma apresentado a seguir. TABELA 6 IMPLANTAÇÃO DE DRENAGEM SUBTERRÂNEA NO PROJETO SALITRE
0
Subárea Chesf (%) 30
Subárea Salitre (%) 5
5
30
10
15
20
45
-
20
40
Descrição
Ano de Implantação
Parcela da área com necessidade de implantação de drenagem subterrânea Parcela da área sem necessidade de implantação de drenagem subterrânea FONTE: Codevasf.
2.10 - Sistema Viário Interno -
Vias principais: interligação da rede viária interna com as rodovias BR–407 e BA–210, para dar acesso aos centros de serviços e a todos os setores hidráulicos. 33
-
Vias secundárias: para tráfego local, destinadas ao acesso aos lotes e à Operação e Manutenção (O&M) da infra-estrutura do perímetro.
-
Caminhos de serviços: ao longo dos canais de drenagem, para trânsito de equipamentos pesados de limpeza e manutenção dos drenos.
-
Obras de travessias previstas: bueiros tubulares e celulares, pontes, galerias, sifões invertidos e passagens de vau.
-
A extensão total das estradas do projeto é de 932 km e suas principais características são: TABELA 7
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA EXTENSÃO DAS ESTRADAS DO PROJETO SALITRE Discriminação Largura da faixa de domínio Largura da plataforma Largura da pista de rolamento Tipo de revestimento
Principais 10 7
Vias Secundárias 7 3,5
Caminhos 5,0 -
6 Primário
3,0 Primário
Raspagem
FONTE: Codevasf.
2.11 - Implantação do Projeto
34
-
A CODEVASF prevê que o Perímetro Irrigado Salitre deverá ser implantado em 5 etapas, num prazo total de 12 anos (FIGURA 4).
-
Atualmente, está sendo implantada a Etapa 1, que foi subdividida em três fases (FIGURA 5), assim caracterizadas:
TABELA 8 PERÍMETRO IRRIGADO SALITRE – ETAPA 1 Fase I II III Total
Área (ha) 2.057 1.806 2.077 5.940
N.o de Lotes - Empresas Pequenas Médias 154 19 43 28 48 36 245 83
Previsão de Conclusão dezembro/2000 março/2001 dezembro/2001 -
FONTE: Codevasf.
35
FIGURA 4 FASES DE IMPLANTAÇÃO DO PROJETO
Fonte: Consórcio Plena/FGV/Projetec 36
FIGURA 5 PROJETO SALITRE – ETAPA 1 FASES CONSTRUTIVAS
Fonte: Consórcio Plena/FGV/Projetec 37
2.12 - Potencialidade de Produção Agrícola2 As características de clima e solo do projeto e a disponibilidade de água favorecem o cultivo de uma ampla variedade de produtos. Nesta seção, estão relacionadas as culturas que apresentaram maior potencial e que têm uma definição tecnológica por parte da pesquisa, testada ao nível do produtor, ou que têm uma definição de tecnologia adaptada de outras regiões, porém já experimentadas ao nível de produtor. A descrição tecnológica de 15 culturas e a estimativa de custo para sua implementação estão no ANEXO 4.2 deste relatório.
2.13 - Potencialidade do Projeto Salitre para Agroindústria e Mercado Externo3 Estrategicamente situado dentro do importante Pólo Petrolina/Juazeiro, o Projeto Salitre encontra um ambiente privilegiado para seu desenvolvimento, em função da infra-estrutura já existente e do complexo agroindustrial já instalado, inserido em um verdadeiro cluster , cujo crescimento tem sido considerado o de maior potencial no contexto da agricultura irrigada da região Nordeste. A área destinada à implantação do Projeto Salitre está situada a cerca de 40 quilômetros ao sul da cidade de Juazeiro, na margem direita do rio São Francisco, próximo da barragem de Sobradinho. A área pertence ao município de Juazeiro e à bacia hidrográfica do São Francisco, sub-bacia do rio Salitre. A cidade de Juazeiro forma, com Petrolina, ampla área urbana cortada pelo rio São Francisco, atravessada por importantes entroncamentos rodoviários do Nordeste e dotada de infraestrutura de transporte ferroviário, hidroviário e aéreo, de grande potencial de aproveitamento. As cidades Petrolina e Juazeiro são as mais importantes da região e onde se concentram os negócios do setor agrícola. O Pólo se caracteriza, também, pela existência 2
Os dados e a descrição desse subcapítulo foram desenvolvidos pelo Consórcio, com base na experiência de seus consultores na região onde está inserido o Projeto. 3 Este capítulo foi desenvolvido com base nos estudos preparados pela CODEVASF e citados anteriormente, complementado pelo Consórcio.
38
de grande número de empresas de industrialização e comercialização de produtos agrícolas. Aí encontram um ambiente favorável à diversificação e à complementação de atividades, indispensáveis aos novos paradigmas de competitividade regional. Nesta seção serão referenciados os aspectos qualitativos que podem influenciar a potencialidade do projeto como um todo, bem como das empresas e irrigantes que lá se instalarem. Para efeito de análise, estes fatores são divididos em localização (localização geográfica, recursos hídricos, fatores edafoclimáticos, acessos rodoviários e outros meios de transporte); infra-estrutura (infra-estrutura de produção e comercialização, suporte tecnológico, e equipamentos urbanos); mercado (presença de empresas agroindustriais, organização da comercialização, identificação de nichos de mercado e diversificação da produção); aspectos institucionais (articulação das instituições, leis, tributos e variáveis macroeconômicas); aspectos organizacionais (organização dos irrigantes, instituições para mercado externo, modelo gerencial).
2.13.1 - Aspectos de localização −
Localização geográfica e condições de acesso
O Pólo Petrolina – Juazeiro, onde se situa a área do Projeto Salitre, encontra-se praticamente eqüidistante das grandes capitais nordestinas e de grandes centros do País, como verificamos abaixo. TABELA 9 EQÜIDISTÂNCIA ENTRE O PROJETO SALITRE E ALGUNS CENTROS DO PAÍS Cidade Salvador Recife Fortaleza Brasília Rio de Janeiro São Paulo
Distância (km) 511 721 878 1.810 1.928 2.241
FONTE: Codevasf.
39
O acesso atual à área do Projeto é feito pela BR–407, pela rodovia estadual BA-210, e por estradas de terra que cruzam ou partem dessas rodovias com destino às localidades da região. Há linhas regulares de ônibus para Belém, São Luís, Teresina, Picos, Fortaleza, Juazeiro do Norte, Crateús, Natal, Caruaru, Recife, Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. QUADRO 4 RODOVIAS FEDERAIS E ESTADUAIS DO PÓLO PETROLINA – JUAZEIRO BR–407 BR–122 BA–235 BA–210
conecta Juazeiro-Petrolina com a BR–101 e a BR– 324 (que demanda Salvador) e Picos (PI). liga o Pólo à BR–316, que dá acesso à BR–232, alcançando Recife. liga a BR–407, perto de Juazeiro, com Casa Nova e Remanso, a Oeste, e com Uauá, a Leste. da acesso à barragem de Sobradinho e às cidades Sobradinho e Sento Sé.
FONTE: Codevasf.
A área é atravessada por um ramal (450 km) da Companhia Ferroviária do Centro-Oeste, que dá acesso a Salvador, Senhor do Bonfim, Alagoinhas (BA) e a outros municípios baianos, bem como às regiões Centro-Oeste e Sudeste. Está prevista a implantação de uma ferrovia – a Transnordestina –, interligando as cidades de Salgueiro e Petrolina, em Pernambuco, a Missão Velha, no Ceará. Essa ligação permitirá o acesso ferroviário ao complexo industrial de SUAPE, situado na região metropolitana do Recife, bem como a Fortaleza e a outras regiões do Nordeste. O aeroporto de Petrolina é o segundo mais importante do Estado de Pernambuco, atendendo às demandas de transporte de passageiros e de cargas de sua região de influência e da de Juazeiro, com vôos diários para Fortaleza, Recife, Salvador, Brasília e São Paulo. O transporte aéreo vem viabilizando a comercialização de alguns produtos locais de alto valor unitário, como a uva in natura, via de regra para exportação. Os embarques são feitos no 40
aeroporto de Petrolina, classificado como tipo "A", situado a 5 km do centro de Juazeiro. A eclusa de Sobradinho torna o rio São Francisco navegável entre Juazeiro e Pirapora, numa extensão de 1.361 quilômetros, embora com condições variáveis ao longo do ano. O porto de Juazeiro é pouco utilizado, ocorrendo por ele, predominantemente, o transporte de minério (gipsita) e de cereais. O porto de Petrolina opera em condições similares. Por outro lado, o transporte ferroviário e hidroviário possui um grande potencial de carga, apesar de ser pouco utilizado. No caso do ferroviário, ainda há trechos com bitolas diferentes. O lote mínimo de carga no ramal para Alagoinhas é de 40 t. O terminal de Juazeiro tem reduzido movimento. Todavia, há perspectivas favoráveis de demanda, em face das potencialidades da região, decorrentes de crescente produção das áreas irrigadas. O sistema ferroviário local necessita de investimentos, para adequação a cargas perecíveis, ou seja, armazéns frigoríficos (ou refrigerados) no terminal de Juazeiro e vagões com nível de refrigeração adequado. Além disso, há necessidade de um fluxo constante de composições para garantir prazos de entrega compatíveis com a comercialização da produção. Para que o transporte fluvial possa dar um apoio efetivo à comercialização, com fretes baratos e facilidade de acesso a mercados de interesse, é preciso ainda desenvolver um sistema intermodal, conjugado à rodovia e ou à ferrovia, por terminais de carga e descarga modernos bem localizados. Isto, todavia, demandaria importantes investimentos, de modo que o transporte fluvial não seria uma opção de curto prazo para o Projeto. Além disso, ele não daria acesso à região Nordeste, onde ficam alguns mercados importantes para o escoamento da produção. O transporte aéreo é pouco utilizado em função do frete. Entretanto, o aeroporto local está sendo ampliado para receber aeronaves de maior capacidade, o que pode significar frete mais barato. É inegável que a localização do Pólo Petrolina/Juazeiro e a infra-estrutura já implantada das diversas modalidades de trans41
porte oferecem boas alternativas de exploração de rotas para a logística de distribuição e escoamento da produção, conferindo ao Projeto Salitre uma vantagem competitiva que o diferencia de outros projetos de irrigação do ponto de vista de localização. −
Recursos hídricos e condições edafoclimáticas
A região do Projeto Salitre apresenta características edafoclimáticas favoráveis ao cultivo de uma ampla gama de produtos, conforme detalhado em outra seção deste Relatório. A diversificação da produção é um fato considerado de sucesso no Pólo Petrolina/Juazeiro, pois reduz os riscos de perdas econômicas diante de uma grande safra. A possibilidade de diversificação da produção confere ao Projeto Salitre uma vantagem adicional, em termos de menor concentração da oferta e, conseqüentemente, menor risco de preços na colheita das safras. A exploração pelos irrigantes desse potencial de diversificação permite programar as colheitas dos diversos produtos ao longo do ano, obtendo-se, também, menor oscilação da renda regional dentro do ano. Esta é uma vantagem importante do Salitre. O Projeto está situado dentro de uma região que já possui mais de 90 mil hectares de agricultura irrigada e uma grande concentração da oferta de alguns cultivos. Além da grande extensão de solos férteis, são também favoráveis à implantação do empreendimento a boa qualidade da água do rio São Francisco, a ser utilizada para o abastecimento do Projeto, e a existência de perímetros de irrigação públicos e áreas privadas na região, conferindo à população local alguma familiaridade com essa tecnologia. O potencial hídrico do São Francisco é uma garantia de que não faltará água para o Projeto.
2.13.2 - Aspectos de infra-estrutura −
Infra-estrutura de produção e comercialização
Um dos desafios para o Salitre é o de oferecer uma adequada infra-estrutura, tanto nos aspectos de produção (irrigação, estradas vicinais, energia elétrica, telecomunicações), quanto no 42
de adequado tratamento pós-colheita (dentre eles a refrigeração, packing houses, etc.). Em termos de infra-estrutura de produção, a região apresenta atualmente condições adequadas. A energia elétrica distribuída na região provém da Chesf, sendo distribuída pela concessionária estadual, a Coelba, no Estado da Bahia. O fornecimento de energia elétrica ao Projeto Salitre será feito a partir da SE– Juazeiro II da Chesf. Conforme convênio celebrado entre a Codevasf e a Coelba, o projeto, o suprimento e a construção de todos os empreendimentos necessários para o Projeto Salitre serão de responsabilidade da Coelba que deverá ampliar o seu sistema elétrico, em aproximadamente 100 MVA, para suprir as necessidades de demanda do Projeto. Em termos de telecomunicações, os municípios Petrolina e Juazeiro possuem os principais meios de comunicação. A Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) encontra-se instalada em Petrolina e Juazeiro. Nesta última cidade ela utiliza ônibus para o tráfego postal direto aos municípios adjacentes. Os serviços postais e telegráficos são de boa qualidade. Os serviços de telefonia local são operados pela Telemar. Os serviços de longa distância e internacional o são pela Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embratel) e Intelig. Quanto à telefonia celular, existem empresas que operam nas bandas A e B (Juazeiro: Telebahia – banda A e Maxitel – Banda B, Petrolina: TIM-Banda A e BCP – Banda B). A região recebe cinco canais de televisão. Uma emissora local está em fase de instalação em Juazeiro. Existem três rádios FM e cinco AM, localizadas nas cidades Juazeiro e Petrolina. Juazeiro possui dois semanários e um jornal. A região ainda conta com agências dos principais bancos de financiamento: Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Bandeirantes, Bradesco, Excell, HSBC-Bamerindus, Itaú, Caixa Econômica Federal, Banco Bilbao Vizcaya Argentaya (BBVA), Banco do Estado de Pernambuco (Bandepe), Banco do Estado da Bahia (Baneb), América do Sul. Com relação à infra-estrutura de comercialização, as condições em geral são propícias ao desenvolvimento de uma agricul43
tura e agroindústria modernas. Entretanto, deve-se enfatizar a importância de se estabelecerem no âmbito do Projeto Salitre operantes sistemas de classificação e de informação de mercado. A existência de packing houses nas principais empresas exportadoras é essencial para garantir a adequada embalagem e apresentação dos produtos destinados ao mercado interno e externo. Em geral, as empresas possuem câmaras climatizadas que, por problemas de safra, ficam com a capacidade ociosa durante quatro meses por ano. Algumas empresas, devido às exigências do consumidor externo, possuem packing houses distintas para uva e manga. Entretanto, devido à falta de estrutura financeira, algumas empresas não possuem estrutura para armazenar os produtos, em ambiente com temperatura controlada, o que reduz, conseqüentemente, a qualidade de seus frutos, em função do aumento da desidratação. −
Suporte tecnológico
Em termos de instituições voltadas à pesquisa e ao desenvolvimento, a região apresenta-se com alta capacidade instalada, com unidades da Codevasf, Embrapa, Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) e Escola de Agronomia em Juazeiro (BA). Em conjunto, têm contribuído para acelerar a adoção de novas tecnologias de produção e gestão empresarial. Os diversos entraves à expansão da competitividade da fruticultura no Pólo Petrolina/Juazeiro e a atual situação tecnológica da fruticultura da região sugerem a necessidade da elaboração de pesquisas na área de produção e pós-colheita, como, por exemplo, o desenvolvimento de técnicas para armazenamento e embalagem de frutas tropicais, com o objetivo da manutenção da qualidade; a determinação do ponto ótimo de colheita, visando aumentar a vida útil pós-colheita; o desenvolvimento de novas variedades de videiras que atendam ao consumo in natura; a obtenção de variedades de frutas mais produtivas e resistentes a pragas e doenças; o desenvolvimento de métodos alternativos de irrigação e o de sistemas de manejo integrado de pragas e doenças. No que se refere ao uso de recursos humanos especializados, as empresas procuram contratar serviços de consultoria e 44
técnicos de outras regiões com conhecimento na produção de frutas. Esta situação demonstra que as instituições de ensino necessitam preparar técnicos capazes de exercerem atividades nas empresas locais. O ensino fundamental na região atende aos pré-requisitos do Ministério da Educação e Cultura. Há 43 escolas públicas em funcionamento na sede, 17 na zona rural e 61 escolas particulares. As escolas profissionalizantes oferecem cursos de secretariado, enfermagem, administração, contabilidade e magistério. Com relação ao ensino superior, há três universidades em funcionamento: a Federação das Associações Comerciais do Estado de Pernambuco (Facep) (Administração) e a Faculdade de Formação de Professores de Petrolina (FFPP); a Escola de Agronomia, em Juazeiro, e em Campus Universidade do Estado da Bahia (Uneb) de Direito. Além das mencionadas, funcionam atualmente cursos de graduação em Ciências Contábeis, Matemática, Biologia, Geografia, História, Letras e Pedagogia.
2.13.3 - Mercado −
Presença de empresas agroindustriais
A presença de agroindústrias na região revela um forte indicador para a dinâmica de desenvolvimento da região onde se encontra o Projeto Salitre. Ao contrário de outros projetos públicos, instalados distantes de pólos agroindustriais, o Salitre já tem assegurada uma demanda originada nas agroindústrias instadas no Pólo Petrolina/Juazeiro. Os futuros irrigantes do Projeto não precisarão aguardar o aumento da escala de produção para atrair a presença de agroindústrias. Por outro lado, a diversificação dos cultivos no Projeto Salitre atrai o interesse das agroindústrias já instaladas, pois lhes permite o melhor aproveitamento da capacidade instalada pelo processamento de outros produtos O Pólo vem-se destacando como importante exportador de frutas (mercado europeu e americano), principalmente de manga e uva-de-mesa. Dentre as principais agroindústrias/empresas instaladas no Pólo Petrolina/Juazeiro, destacam-se a Agrovale (açú45
car, álcool e manga), Fruitfort e Curaçá Agrícola (manga), Carrefour (Labrunier, Vale das Uvas, Orgânica do Vale) – uva, Grupo Queiroz Galvão – Fazenda Timbaúba (uva e manga) e CAJ (uva e manga), Grupo Special Fruit (Sueme) (uva e manga), Fazenda Brasiuvas (uva), Fazenda Nova Fronteira Agrícola (manga). Em relação a outros pólos, o Petrolina/Juazeiro possui enorme potencial de desenvolvimento de nichos de mercado para alguns produtos. A materialização desse potencial depende, ainda, de um esforço de organização dos produtores. A organização da comercialização permite otimizar o valor agregado que a fruticultura irrigada pode gerar, com forte impacto potencial na renda dos irrigantes.
2.13.4 - Condições socioeconômicas De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existia, em 1996, uma população de 191.238 habitantes em Petrolina e 172.065 em Juazeiro, com taxas de crescimento de 5,2% e 6,3% ao ano, respectivamente, em relação a 1980. No que diz respeito à distribuição da população, em 1996 verifica-se uma alta concentração urbana: 71% em Petrolina e 79% em Juazeiro. Comparando-se com 1980, observa-se um incremento percentual da população rural dos dois municípios. Este acréscimo pode ser creditado ao desenvolvimento e à implantação de perímetros irrigados na região. Em relação à idade da população, observa-se que 60% são menores de 15 anos, 9% maiores de 65 anos e 30% estão entre 15 e 65 anos de idade. A alta percentagem de jovens na população economicamente ativa é um fator importante para o desenvolvimento da região, uma vez que a mão-de-obra futura poderá ser facilmente treinada. Para tanto, necessita-se oferecer um sistema educacional e de treinamento voltado para as necessidades da localidade. Tratando-se da renda, observa-se que 85 e 89% das famílias residentes em Petrolina e Juazeiro, respectivamente, ganham 46
até dois salários mínimos. Isso mostra que o poder de compra da região é baixo. Dessa forma, o Projeto Salitre, além de incorporar 30 mil hectares de terras férteis, promoverá o desenvolvimento sócioeconômico da região ao seu redor, fixa a população no campo e contribuirá para o aumento da produção agrícola e das exportações do País.
2.13.5 - Avaliação da potencialidade do projeto De maneira geral, o Projeto Salitre, por estar próximo ao Pólo Petrolina/Juazeiro, reúne condições de infra-estrutura de serviços e fatores de ordem institucional, organizacional e mercadológica, que conferem aos negócios que irão instalar-se no Pro jeto efetivas vantagens competitivas. Entretanto, na maioria das vezes, as restrições surgem de variáveis exógenas referentes ao macroambiente econômico, institucional e legal, que interferem, direta ou indiretamente, nas vantagens competitivas dos agentes econômicos. Quanto à infra-estrutura física de serviços, a tendência de privatização deverá propiciar maior oferta. A existência de diversas modalidades de transporte na região (rodoviária, ferroviária, hidroviária e aérea) já constitui numa pré-condição para permitir o escoamento do excedente da produção para outros mercados. Entretanto, a existência das vias por si só não garante uma dinâmica na logística, imprescindível aos produtos perecíveis, como frutas e hortaliças. A manutenção das vias de escoamento em boas condições, a atração de empresas que façam o transporte das cargas com resfriamento e a possibilidade de montar uma estrutura multimodal não devem necessariamente ser feitas pelo Governo, mas apoiadas por ele. A privatização das rodovias pode ser um importante passo para a melhoria das condições do escoamento rodoviário. Instituições de ensino e pesquisa relevantes encontram-se na região. Com isto, forma-se uma massa crítica de técnicos e especialistas em cultivos irrigados, que é fundamental para o sucesso do empreendimento. É preciso, no entanto, que o fluxo de informa47
ções entre o setor privado e a pesquisa flua sem restrições, sendo fundamental o funcionamento da plataforma de informações. Outro ponto importante diz respeito à posição de mercado do Projeto diante de outros projetos de irrigação existentes no Nordeste. As inovações em termos de organização e estrutura devem ser observadas. Caso contrário, o Projeto não apresentará diferencial algum em relação aos já existentes, o que poderá comprometer a sustentabilidade do seu sucesso.
2.14 - Estudos Ambientais4 Os estudos de impacto no meio ambiente foram realizados pela Codevasf em 1997, via contrato com JP-ENCO-TAHAL. O relatório apresenta as seguintes principais observações: -
As intervenções do empreendimento como um todo são, por sua própria natureza, indutoras de impactos positivos, quer pelo aumento da produtividade, dinamizando o setor primário, quer pela otimização das infraestruturas regionais existentes, por meio do uso de tecnologias avançadas, introduzindo uma nova vocação na região.
-
O clima seco, a boa insolação, um relevo tolerável e a alta fertilidade da maior parte dos solos constituem fortes incentivos aos investimentos na agricultura irrigada. Aliás, um sistema de irrigação com controle computadorizado da água e a escolha das culturas de acordo com as condições dos solos são, também, aspectos positivos do empreendimento.
-
Na implantação do Projeto, deverão ser consideradas as seguintes medidas mitigadoras: •
4
desmatar gradualmente a vegetação natural, para evitarem-se choques ambientais;
Informações retiradas do Relatório de Impacto Ambiental – EIA. Volume I, III e VI e RIMA, contratado pela CODEVASF junto ao Consórcio JP-ENCO-TAHAL. 1997.
48
•
•
•
•
•
•
-
minimizarem-se as alterações do solo nos locais das principais obras de engenharia; adequarem-se as obras de drenagem ao relevo natural da área; procurar contratar a mão-de-obra necessária somente no mercado local, para evitarem-se afluxos populacionais de outras regiões; desenvolver e implantar um plano de reassentamento das populações que moram dentro da área do Pro jeto, a serem desapropriadas e ou desalojadas; priorizar a relocação dessas populações no Projeto, quer como pequenos produtores, quer como empregados de empresas agrícolas; promover a melhor articulação institucional possível, visando aliviar as pressões sociais e desenvolver os serviços de educação e de saúde.
Quando o Projeto estiver sendo operado, deverão ser tomadas todas as medidas necessárias à preservação das áreas naturais não-irrigadas, assim como a destinação final dos restos culturais, das embalagens de agrotóxicos e fertilizantes, entre outras constantes e recomendadas no Estudo de Impacto Ambiental.
49
3 - RECOMENDAÇÕES PARA APLICAÇÃO DO NOVO MODELO CONCEPTUAL DE IRRIGAÇÃO NO PROJETO SALITRE Nesta seção, discutem-se as recomendações para implementação do Projeto Salitre, sob as diretrizes do Novo Modelo de Irrigação, ajustadas à atual Lei de Irrigação n.º 6.692/79 e seus regulamentos. As recomendações aqui apresentadas são frutos das experiências bem-sucedidas em vários países estudados e apresentadas no Relatório do Estado da Arte Nacional e Internacional da Irrigação, principalmente nos aspectos de organização e produção (caso do Chile, França, Estados Unidos da América (EUA)); da estruturação de uma plataforma de informações (ex. do Chile e EUA) da experiência da Codevasf no gerenciamento dos Projetos do Vale do São Francisco, associada à experiência do grupo de consultores do consórcio e de empreendedores privados. Somamse a esses as diretrizes e propostas contidas no Relatório do Novo Modelo Conceptual. As recomendações são baseadas em que o Projeto Salitre deve ser um empreendimento contido no agronegócio da agricultura irrigada e, portanto, requer uma modernização na implementação, que envolve: Plataforma de Informações, Plano de Negócios, Promoção e Marketing , Gerenciamento Global Ampliado, Definição de Crédito (linha e volume de recursos financeiros), Alternativas de Financiamento Para Infra-Estrutura Coletiva de Irrigação, entre outras atividades que estão sugeridas a seguir.
3.1 - Proposta para uma Plataforma de Informações A exploração agrícola atual na maior parte dos projetos de irrigação não é compatível com o potencial produtivo da estrutura física existente nas áreas irrigadas, muitas vezes decorrente da carência de informações em diversos níveis. Um fluxo contínuo e consistente de informações é promotor de alterações que conduzem ao crescimento econômico e ao 50
aumento da competitividade. Por isso um sistema de informação consistente e eficiente será capaz de apoiar o governo e o setor privado na formulação de estratégias e na tomada de decisões gerenciais no Projeto Salitre. A horticultura sob irrigação e na região Nordeste brasileira, pela sua possibilidade de geração de valor agregado, permite a geração de renda e emprego, induzindo a formação de pólos de desenvolvimento. Ações voltadas à disponibilização de informações relacionadas ao crédito, assistência técnica, organização dos produtores, defesa fitossanitária, pesquisa agrícola, mercado, pós-colheita, promoção e marketing , potencialidade da região, entre outras, contribuem, adicionalmente, para a viabilização daqueles pólos. O objetivo de se criar uma Plataforma de Informações no Salitre é permitir, como em vários países, o acesso, pelos diversos atores, a informações técnicas e gerenciais, que possam subsidiar a tomada de decisão da iniciativa privada quanto à implantação ou não de uma agroindústria, de uma empresa exportadora, se adquire ou não uma área em projeto público, associar-se ou não ao poder público, como operacionalizar o seu negócio, etc. As informações devem ser detalhadas em tal nível que seja possível avaliar os riscos associados e a atratividade de determinado empreendimento. A Plataforma permitirá também que equipes técnicas possam transmitir aos produtores, em projetos públicos ou não, as formas mais convenientes de tecnologia, organização da produção, entre outros. A Plataforma deve conter conter o seguinte grupo grupo de informações: informações: - Informações básicas, relacionadas relacionadas a estudos disponídisponíveis, como: climatologia, hidrologia, solos, caracterização ambiental; disponibilidade e condições de infraestrutura de vias de escoamento; saúde; educação; barreiras fitossanitárias, entre outras. - Informações tecnológicas, relacionadas relacionadas às às culturas popotenciais para região; descrição dos cultivares por espécie (descrição detalhada das características tamanho do 51
fruto/semente, forma, cor, período de maturação, preferências dos consumidores); principais pragas e doenças; métodos de controle químico, integrado e orgânico, agroquímicos empregados na fase produtiva até a précolheita (listagem periódica dos princípios ativos registrados pelo Ministério da Agricultura e registros e tolerância de níveis de resíduos de pesticidas de restrições quarentenárias); técnicas de produção e pós-colheita; técnicas para o amadurecimento e índices de maturação das frutas, entre outras informações técnicas. - Informações Informaç ões de mercado, relacionadas à série histórica de dados de mercado para as culturas da região (preços, área plantada/colhida, produção, volume exportado, preço médio, porto de saída e mercado de destino ao nível de espécie/variedade). - Informações gerenciais. Neste bloco devem conter: •
Plano de negócio do Projeto.
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Características do projeto, como área total, número de irrigantes, custo de tarifa de água, custo da recuperação do investimento, volume de água utilizada por mês, garantia de fornecimento de água, etc.
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Custos de produção.
•
Agentes financeiro finan ceiros, s, linhas linha s de crédito crédi to e suas condições, ou seja, o manual de crédito para agricultura irrigada.
•
Lista de empresas prestadoras de serviço, vendedoras de máquinas, insumos e embalagens. −
Frete: disponibilidade e preços.
−
Embalagem: tipos de material, preços, origem.
−
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Armazenagem ambiente e a frio: localização, capacidade, preços, disponibilidade. disponibilidade.
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Infra-estrutura pós-colheita: disponibilidade e capacidade de equipamentos de classificação, produtos.
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Agroindústria: localização, capacidade, origem dos produtos com os quais trabalha, produção e destino da produção, preços de aquisição, entre outros.
O Consórcio sugere que se constitua e disponibilize, via Internet, fôlderes etc., uma Plataforma de Informações para o Projeto Salitre como parte de um processo de promoção e atração do investimento privado para o Projeto. A Codevasf, como promotoralíder do Projeto, deve, de forma isolada ou associada, constituir e implementar a Plataforma. Como visto, a Plataforma deve-se constituir de vários blocos e níveis de detalhamento, assim como: - Descrição geral geral do Projeto, como como descrita descrita nos subcapítulos 2.1 a 2.11 deste documento. - Potencialidades de produção, como descritas no no capítulo 2.12 deste documento e anexo 4.2. - Potencialidades da região, região, como descritas descritas no capítulo 2.13. - Necessidade de investimentos investimentos parcelares e rentabilidarentabilidade, como descrito no subcapítulo 3.4.2.1. - Descrição dos requerimentos requerimentos de serviços de infraestrutura para exportação, como descrita no subcapítulo 4.4, anexo a este documento - Caracterização ambiental. - Gestão do Projeto. - Sistema de tarifação. - Descrição do conteúdo mínimo do seu plano de de negócios, entre outras informações. 53
3.2 - Diretrizes para um Plano de Negócios do Projeto Salitre/BA Sugere-se que a Codevasf e seus futuros parceiros elaborem e disponibilizem um plano de negócios do Projeto Salitre. O Plano de Negócios é um documento escrito que tem por finalidade estruturar dados e informações relevantes, que serão levadas, por meio da Atividade de Promoção e Marketing , aos empreendedores potenciais, para permitir-lhes bem avaliar e melhor decidir quanto à viabilidade do negócio em que possam vir a investir (no presente caso, a produção agrícola irrigada no Projeto Salitre). Assim, o objetivo principal do Plano de Negócios, na fase de implantação de cada etapa do Projeto Salitre, é orientar o empreendedor potencial, com relação às decisões estratégicas do negócio, antes de iniciar o seu empreendimento. Também lhe permitirá avaliar a viabilidade da implantação da produção agrícola irrigada (o componente principal de seu negócio). Assim, caso o negócio seja inviável, por motivos econômico, financeiro, técnico ou de mercado, o empreendedor poderá certificar-se disto, a priori (“no (“no papel”) e não na dura realidade de campo, decorrido algum tempo de funcionamento de seu empreendimento, quando já terá investido nele todo ou parte do seu capital disponível (próprio ou financiado). Outro aspecto do Plano de Negócios é que ele passa a tornar-se um instrumento de análise permanente da situação do negócio, não só na fase de instalação do empreendimento, como também nas fases de “decolagem” e de sua consolidação. Portanto, o Plano de Negócios não é estático, mas dinâmico, permitindo ao empreendedor individual e sua associação, bem como aos promotores do Projeto como um todo, acompanharem a evolução do macroambiente do negócio, incluído o mercado em que está situado.
3.2.1 - Finalidades do plano de negócios Nesta visão ampliada, o Plano de Negócios passa a ter três finalidades principais: 54
⇒
⇒
Permitir avaliar o novo empreendimento, do ponto de vista mercadológico, técnico, financeiro, jurídico e organizacional. Assim, o empreendedor terá uma noção prévia do funcionamento da sua empresa, dentro do Perímetro Irrigado, em cada um daqueles aspectos: ü
do ponto de vista mercadológico: qual o potencial do mercado no qual a empresa atuará?
ü
do ponto de vista financeiro: quanto vai investir para entrar no negócio?
ü
do ponto de vista jurídico: qual o regime jurídico que presidirá as relações (dentro do grupo e com os promotores do Projeto)?
ü
do ponto de vista organizacional: quais as principais funções que deverão ser executadas e quem se responsabilizará por elas?
Permitir avaliar, retrospectivamente, a evolução do empreendimento ao longo da sua implantação: para cada um dos aspectos definidos no Plano de Negócios, o empreendedor poderá comparar o previsto com o realizado. Para cada um dos aspectos avaliados e comparados, o empreendedor verificará se e quando o empreendimento se desviou ou foi prejudicado e como rever suas metas para o futuro e realizar o ajuste necessário.
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Facilitar ao empreendedor a obtenção do capital de terceiros, quando o seu capital não for suficiente para cobrir os investimentos iniciais. Neste caso, tanto ao buscar outro(s) sócio(s) para o empreendimento, como ao conseguir capital com agentes financeiros (bancos, investidores de risco, fundos de investimento e outros), o Plano de Negócios é essencial.
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3.2.2 - Utilidade de um plano de negócios A elaboração do Plano de Negócios interessa, em última instância, ao empreendedor privado, pois ele será o responsável pelas decisões estratégicas, definidas em função das informações contidas no Plano e o principal afetado pelos resultados – sucesso ou fracasso. Para ele, o Plano de Negócio constitui um instrumento de grande utilidade, pois: ⇒
auxilia-o a eliminar ou a reduzir, ao máximo, a possibilidade de fracasso do empreendimento, risco natural inerente a todo negócio;
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facilita-lhe o acesso a outras pessoas ou entidades, que poderão apoiá-lo na implantação e/ou desenvolvimento do negócio: investidores ou potenciais sócios; bancos e entidades financeiras e empresariais, de forma geral;
⇒
permite-lhe maior acesso às fontes de informações para busca de dados necessários à elaboração dos estudos de mercado, como estatísticas setoriais do ramo em que irá atuar;
⇒
estimula-o a ver sua idéia evoluindo, à medida que o Plano de Negócios vai avançando etapas. Isto lhe permite rever suas idéias, quando verificar, por meio do Plano, que o negócio apresenta características fora do seu alcance, como: falta de conhecimento técnico sobre a atividade pretendida; investimento inicial requerido superior ao disponível; mercado potencial do produto ou serviço mais restrito do que se supunha, entre outras situações.
3.2.3 - Estrutura mínima de um plano de negócios Para atender a uma gama ampla de interessados (diretos e indiretos), o Plano de Negócios deve ter uma estrutura seqüencial e lógica, que permita ao empreendedor verificar quais são os es56
tudos necessários, já realizados e/ou a serem complementados; o levantamento de dados; a análise das informações, as consultas a terceiros, decisões a serem tomadas, entre outras ações. Neste caso, a Promotora do Projeto atua como facilitadora, ensejando aos empreendedores potenciais o acesso, avaliação e utilização das informações necessárias na estruturação de seus próprios planos de negócios. Sugere-se uma estrutura mínima para o Plano de Negócios da Codevasf do Projeto Salitre, com a descrição a seguir:
PLANO DE NEGÓCIOS PARA IMPLANTAÇÃO DO PROJETO SALITRE/BA SUMÁRIO EXECUTIVO PARTE 1 - ASPECTOS MERCADOLÓGICOS 1.1 - Avaliação e seleção das oportunidades a explorar no Projeto Salitre (com base nas decisões do setor público envolvido com a Política de Irrigação no Nordeste) 1.2 - Elementos para predefinição dos negócios a serem implementados em cada etapa do Projeto (com elementos retirados dos estudos de pré e de viabilidade do projeto) 1.3 - Estudos de mercado (para apoio à decisão final do negócio) 1.3.1 - Clientela (mercados atuais e potenciais) 1.3.2 - Concorrentes (diretos e indiretos) 1.3.3 - Fornecedores 1.3.4 - Produtos substitutos PARTE 2 - ASPECTOS OPERACIONAIS, ADMINISTRATIVOS E JURÍDICOS 2.1 -Aspectos operacionais 57
2.1.1 - Vantagens e desvantagens locacionais (ao nível macro/micro) 2.1.2 - Processo operacional e tecnologia 2.1.3 - Equipamentos, máquinas, instalações, insumos produtivos (inclusive água e energia) energia) e serviços serviços técnicos 2.1.4 - Serviços de apoio ao agronegócio 2.2 - Aspectos administrativos 2.2.1 - Sistema de Gestão do Perímetro Irrigado: direitos e deveres 2.2.2 - Estrutura organizacional 2.2.2.1 - Descrição das funções principais e atividades de controle 2.2.2.2 - Dimensionamento de equipes (quantitativa e qualitativa) 2.3 - Aspectos jurídicos 2.3.1 - Regime jurídico 2.3.2 - Estrutura societária 2.3.3 - Aspectos fiscais e tributários 2.3.4 - Instrumentos contratuais (inclusive de outorgas) PARTE 3 - ASPECTOS ECONÔMICO-FINANCEIROS 3.1 - Estimativa dos investimentos de capital: c apital: público e privado 3.2 - Análise econômico-financeira econômico-financeira do investimento 3.3 - Projeção do fluxo de caixa da Gestão do Perímetro irrigado 3.4 - Estimativa do capital de giro da Gestão do Perímetro irrigado 3.5 - Estrutura dos custos e formação do preço de venda da terra e da entrega de água (no atacado e na parcela) PARTE 4 - CONCLUSÃO 58
3.3 - Diretrizes para um Plano de Promoção e Marketing Nesta seção, discute-se um modelo genérico para a promoção e marketing do do Projeto Salitre. Para cada etapa do Projeto devem-se desenvolver mecanismos próprios, observados com base na diretriz até então discutida neste documento sobre a gestão de empreendimento. O sucesso na implementação de projetos deve-se, primordialmente, à eficácia do processo de planejamento. Planejar de forma eficaz implica fazer a coisa certa, no momento exato, de forma correta, por meio das pessoas adequadas, para um público bem definido. Ser apenas eficiente não basta. Um dos fatores essenciais para a obtenção da eficácia na realização de qualquer empreendimento consiste no exercício metodológico, que torna o trabalho mais racional e dinâmico, evitando desperdícios tanto de mão-de-obra quanto de tempo e recursos financeiros e, é claro, garantindo bons resultados. Faz-se necessário, para tanto, o cumprimento de cada etapa do processo descrito no planejamento, caso contrário, o resultado final estará comprometido. Jamais se poder desprezar o fato de que o planejamento compõe-se de um conjunto de ações interdependentes e que portanto deve ser cumprido, respeitando-se sua função em face da totalidade do projeto. Assim, a correta definição e a implementação de estratégias de abordagem dos públicos-alvos definido como prioritário encontram-se diretamente ligadas à definição do posicionamento competitivo, obtido por meio da análise prévia da concorrência em confronto com os pontos fortes e fracos do Projeto Salitre. O desenvolvimento desenvolvimen to dessas ações em cadeia conduz à redução da margem de risco do investimento e, portanto, aumenta a probabilidade de sucesso do Projeto. O processo de promoção e marketing deve deve ser alicerçado nos mecanismos: - determinação, identificação e seleção dos públicos prioritários; - construção de data-base sobre os públicos públicos prioritários; prioritários; 59
- análise da concorrência; - definição do posicionamento competitivo; - definição e implementação de estratégias estratégias de abordaabordagens de cada público prioritário; - definição e implementação implementação do do sistema de avaliação avaliação de resultados. A determinação, identificação e seleção dos públicos prioritários prioritários consiste no ponto de partida do planejamento de promoção e marketing . Esta primeira fase trata do mapeamento dos públicos relevantes para o projeto, ou seja, públicos capazes de contribuir para o êxito do empreendimento. A identificação dos públicos-alvos deverá levar em conta a impossibilidade de se impactarem simultaneamente todos os públicos determinados, a disponibilidade dos recursos financeiros, os entraves legais existentes, os prazos fixados, dentre outros. Assim sendo, o processo de seleção contribui para o estabelecimento de prioridades dentre os públicos identificados. Num segundo momento, a construção de um banco de dados sobre os públicos-alvos prioritários sistematiza os dados obtidos, transformando-os em informações relevantes para o Projeto. A análise da concorrência concorrência permite identificar os pontos fortes e fracos do empreendimento, em relação aos demais existentes à disposição dos investidores. As vantagens competitivas poderão ser realçadas, e as desvantagens, corrigidas na abordagem a se realizar. É através do posicionamento competitivo, que serão escolhidas a argumentação a ser utilizada, a técnica de abordagem e a mídia mais indicada para cada público-alvo estabelecido. Por fim, a definição e implementação do sistema de avaliação de avaliação de resultados consiste na mensuração dos resultados obtidos junto a cada público-alvo, possibilitando, paralelamente à implantação do Projeto, o monitoramento de erros e acertos, cumprimento de cronograma e do orçamento previsto. O detalhamento de cada fase pode ser visto a s eguir.
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DETERMINAÇÃO, IDENTIFICAÇÃO E SELEÇÃO DE PÚBLICOS PRIORITÁRIOS A - Levantamento das categorias de públicos direta e indiretamente envolvidos com o Projeto Salitre, identificando os interesses de cada um e o seu grau de influência para o sucesso do empreendimento. B - Estabelecimento de critérios de seleção das empresas, instituições e pessoas físicas que possam contribuir para a efetividade do Projeto. B.1 - Definição do perfil desejado de Empreendedor Agrícola: mapeamento de características técnicas (experiência e instrução), financeiras e pessoais de potenciais empreendedores. Estas são definidas a partir de pesquisa qualitativa, utilizando-se de entrevista em profundidade, junto a agricultores de sucesso em projetos semelhantes. B.2 - Definição do tipo de agroindústria que se deseja sejam instaladas na região. B.3 - Definição de outros perfis. C - Identificação dos públicos. D - Seleção dos públicos prioritários. CONSTRUÇÃO DE D A T A - B A S E SOBRE SOBRE OS PÚBLICOS PRIORITÁRIOS A - Mapeamento das informações necessárias sobre cada público. B - Definição do método método de coleta e triagem de dados. C - Coleta e triagem de dados. D - Definição da forma de de atualização e descarte descarte de dados e informações. E - Definição dos instrumentos de difusão das informações. 61
ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA A - Levantamento da concorrência direta direta e indireta. A.1 - Concorrência Direta: projetos agrícolas com perfil semelhante ao do Projeto Salitre. A.2 - Concorrência Indireta: projetos de investimento, que não pertençam precisa-mente à área agrícola, mas que, potencialmente, ofereçam retorno financeiro maior ou igual ao proporcionado proporcionado pelo Projeto Salitre. B - Traçar o perfil dos concorrentes, destacando seus diferenciais competitivos. C - Construção de data-base sobre a concorrência. DEFINIÇÃO DO POSICIONAMENTO COMPETITIVO A - Levantamento dos pontos fortes e fracos do Projeto Salitre, considerando os interesses de cada público prioritário do empreendimento. B - Identificação das vantagens competitivas e comparativas, assim como dos fatores que restringem a competitividade do Projeto Salitre, sendo esta análise feita a partir do confronto dos dados sobre a concorrência com os pontos fortes e fracos do Projeto Salitre. B.1 - Vantagem Competitiva: aspectos valorizados pelo público-alvo que só o Projeto Salitre oferece ou que ele oferece de forma mais eficaz que a concorrência. B.2 - Vantagem Comparativa: Comparativa: aspectos valorizados pelo público-alvo que o Projeto Salitre oferece, mas que seus concorrentes também possuem. B.3 - Fatores que restringem a competitividade: aspectos valorizados pelo público-alvo que o Projeto Sa62
litre não oferece ou que a concorrência oferece de forma mais eficaz. C - Definição do posicionamento central do Projeto Salitre. D - Definição do posicionamento do Projeto Salitre junto a cada público-alvo, sendo este coerente com o posicionamento central. DEFINIÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE ABORDAGEM DE CADA PÚBLICO PRIORITÁRIO Diretrizes Básicas A - Uso de comunicação dirigida / personalizada. A.1 - Construção de argumentação, considerando o posicionamento do Projeto junto a cada público-alvo. A.2 - Seleção e segmentação de mídia, a partir dos objetivos de comunicação e perfil de cada público-alvo. B - Conjugação de ações pró-ativas e de atendimento, com abrangência nacional e internacional, tais como, Internet, call center , consultores de negócios, postos de atendimento direto, dentre outros. C - Diversificação das peças gráficas a serem utilizadas como suporte das estratégias de abordagem dos públicos-alvos, customizando as informações da base de dados técnicos sobre o Projeto Salitre, a partir dos diferentes interesses envolvidos. DEFINIÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE RESULTADOS A - Definição dos critérios de mensuração dos resultados obtidos junto a cada público-alvo. B - Estruturação da metodologia e dos instrumentos de avaliação. 63
C - Definição da periodicidade da avaliação e do sistema de divulgação dos resultados. D - Implementação da avaliação.
3.4 - Mecanismos de Financiamento Nesta seção, discute-se o mecanismo de financiamento da infra-estrutura coletiva de irrigação e da infra-estrutura parcelar, visando à implementação da produção.
3.4.1 - Infra-estrutura coletiva de irrigação A infra-estrutura coletiva de irrigação poderá ser financiada conforme as seguintes sugestões: 1º)A estrutura principal de irrigação será de responsabilidade de financiamento do Governo Federal. 2º)A estrutura secundária de irrigação, no caso de médias e grandes empresas, pode ser financiada pelo Governo Federal e licitada de acordo com a Lei 6.692/79. Isto é sempre válido para os pequenos irrigantes. 3º)A estrutura secundária de irrigação, no caso de médias e grandes empresas, poderá ser realizada pelos futuros empreendedores diretamente, com recursos próprios e/ou financiamento. Para isto constituirão um condomínio. Poderá também ser realizada por empresas ou grupos de empresas com recursos próprios e ou financiados, via licitação pela Codevasf. Neste caso, os futuros irrigantes, quando assentados, assumem o custo da implantação, com recurso próprio ou financiamento.
3.4.2 - Infra-estrutura parcelar Conforme apresentado no Relatório Estado da Arte Nacional e Internacional e Relatório de Antecedentes, tem-se, nos pro jetos públicos brasileiros, uma área irrigável de mais de 60.000 ha, sem aproveitamento agrícola, apesar de toda a infra-estrutura coletiva e a de distribuição de água estarem definidas. 64
Entre os principais fatores identificados para esta situação consta um processo inadequado de seleção de produtores, sem capacidade de garantia junto a agentes financeiros, capacidade administrativa inadequada, associada à pouca disponibilidade de crédito para atender a uma agricultura irrigada e à baixa capacidade financeira do futuro produtor. Especificamente para o caso do Salitre, é desejável que o fator de disponibilidade de crédito não seja restritivo. Para isto, sugere-se a criação de um Fundo de Aval (exemplo desse tipo de ação vem sendo desenvolvido pelo Banco do Nordeste em várias regiões), para permitir o acesso ao crédito com imenso volume de garantia e assegurar um melhor fluxo de rentabilidade do crédito. Além disso, é desejável que os empreendedores selecionados (principalmente o médio e grande) tenham boa capacidade financeira. Deve-se, também, associar a possibilidade, na atração de empresas de comercialização (ex. supermercados, empresas exportadoras) e agroindústria, de se buscarem aquelas com potencialidade para participar do processo de financiamento do processo produtivo. Para facilitar a implementação dessas diretrizes, desenvolveu-se estudo que permite avaliar a necessidade de recursos para cada tipo de parcela agrícola, sua rentabilidade, e estimou-se a necessidade anual de despesas parcelares de todo o projeto. •
Investimentos Parcelares Necessários e Rentabilidade
Esta seção tem a finalidade de subsidiar os agentes governamentais e empreendedores na necessidade (em quantidade e prazo) de recursos financeiros para implementação produtiva da parcela. Foram estudadas, como Modelo-Tipo, três opções de empreendimento: Opção 1 – empreendimento para pequena empresa, área Sau de 6 ha, aproveitamento agrícola com: tomate industrial, cebola, feijão, manga, utilizando-se 3,0 ha com miniaspersão, 3,0 ha com microaspersão. Como infra-estrutura mínima: 1 casa de 60 m2, 1 galpão para guarda de insumos e equipamentos de 60 m2. Nesse tipo de parcela, o empreendedor recebe a água de 65
forma pressurizada. Não há necessidade de motobomba. O empreendedor deverá realizar o desmatamento. Quatro anos são necessários para implantação do empreendimento Opção 2 – empreendimento para média empresa, área Sau de 42 ha, aproveitamento agrícola com banana, manga e coco, utilizando-se 20 ha com microaspersão e 22 ha com gotejo, sistema totalmente automatizado, incluindo equipamento para fertirrigação. Como infra-estrutura necessária: 1 casa de 120 m 2 para administração, 1 alojamento para empregado e cozinha semiindustrial com 200 m2, 1 galpão de 150 m 2 para máquinas e insumos, 1 trator agrícola e equipamentos, 1 packing house de 200 m2, transformador de 45 KVA. Deverá realizar-se o desmatamento da área. Prevêem-se 3 anos para implantação do empreendimento. Opção 3 – empreendimento para média empresa, área Sau de 42 ha, com aproveitamento agrícola com uva, manga, pinha, melancia e cebola, utilizando-se 12 ha com miniaspersão, 10 ha com microaspersão e 20 ha com gotejo, sistema totalmente automatizado, incluindo equipamento para fertirrigação. Como infra-estrutura necessária: 1 casa de 120 m 2 para administração, 1 alojamento para empregado e cozinha semi-industrial com 200 m2, 1 galpão de 150 m 2 para máquinas e insumos, 1 trator agrícola e equipamentos, 1 packing house de 300 m2, transformador de 45 KVA. A área deverá ser desmatada. Prevêem-se 3 anos para implantação do empreendimento (ANEXO 4.4. deste relatório contém estudo mais detalhado de cada opção). -
Necessidade de recursos de investimento para implantação do empreendimento: Opção 1 – R$ 64.900,00 no período de 4 anos. Opção 2 – R$ 489.800,00 no período de 3 anos. Opção 3 – R$ 739.700,00 no período de 3 anos.
-
Rentabilidade prevista para empreendimento Opção 1 – Renda anual média de R$ 29.360,00.
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Opção 2 – Renda anual média de R$ 483.400,00 e taxa interna de retorno 44,65 %. Opção 3 – Renda anual média de R$ 284.500,00 e taxa interna de retorno 31,14 %. •
Estimativa de Recursos Financeiros
O Projeto Salitre encontra-se na sua 1ª Etapa, que está dividida em fases, prevendo-se a conclusão das obras de infraestrutura de uso comum no final de 2001. Assim, nesta seção, avalia-se a necessidade de recursos financeiros para implementar o processo produtivo da Etapa 1 ao nível de parcela. Adotou-se o cronograma previsto para cada modelo de exploração (ANEXO 4.4), o custo de investimentos parcelares descritos anteriormente, assim como o cronograma de implantação das obras, citado no item 2.11 deste relatório. A previsão de término das obras de infra-estrutura de uso comum para a 1ª fase da 1ª etapa é de dezembro/2000, o que significa que a parte agrícola terá início a partir do 2º semestre de 2001. TABELA 10 ESTRUTURA DE RECURSOS FINANCEIROS Período 1/ 2001/2002 2002/2003 2003/2004 2004/2005 2005/2006 TOTAL
Necessidade de Recursos Financeiros (R$ 1.000,00) Investimentos Custeio Total 11.518,60 3.805,80 15.324,40 17.615,60 10.335,90 27.951,50 24.138,20 17.717,40 41.855,60 11.113,00 22.036,60 33.149,60 5.755,00 23.511,60 29.266,60 70.140,40 77.407,30 147.547,70
FONTE: Codevasf. NOTA: 1/ Período 2001/2002 refere-se a agosto/2001 a julho/2002, e assim sucessivamente.
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O total de recursos necessários para investimentos a fim de implementar a agricultura no Projeto, ao nível parcelar, soma o valor de R$ 70,1 milhões, num período de 5 anos. Para custeio (custos operacionais anuais), os recursos necessários somam o valor de R$ 77,4 milhões. O total entre investimento e custeio soma R$ 147,5 milhões para um período de 5 anos. Os valores citados mostram a necessidade de o Banco do Nordeste realizar estudos para aportar recursos de crédito, como forma complementar aos recursos próprios dos empreendedores, de sorte que não faltem recursos e não se atrase a implementação do Projeto, possibilitando também a garantia de um bom nível tecnológico e gerencial.
3.5 - Gestão do Projeto Nesta seção, discute-se e sugere-se um modelo de gestão do Projeto, para a 1ª etapa e para as etapas posteriores, levando em consideração a atual Lei de Irrigação (n.º 6662/79) e as diretrizes da Nova Política de Irrigação.
3.5.1 - Modelo de gestão para etapa - 1 do Salitre Em observância aos ditames da Lei de Irrigação em vigor (n.º 6.662/79), a Codevasf vem implantando a Etapa 1 do Projeto Salitre como um projeto Público de Irrigação, tendo, para tanto, adquirido as terras, e vem construindo a infra-estrutura de irrigação de uso coletivo, exclusivamente com recursos do governo federal. De igual modo, apoiará a implantação da infra-estrutura parcelar nos lotes destinados a pequenas empresas. Tais investimentos deverão ser amortizados pelos pequenos e médios empresários, sendo que a infra-estrutura de irrigação de uso coletivo permanecerá de domínio da União. Outras infra-estruturas como as de apoio (energia elétrica, estradas etc.) e as de uso comum estão sendo implementadas, segundo acordos que, para tanto estão (ou estarão) sendo formalizados, mediante articulação da Codevasf. Após início do assentamento até 12 meses, as atividades de Operação e Manutenção 68
(O&M)de sua infra-estrutura de uso coletivo, bem como a administração geral desta primeira Etapa do Perímetro de Irrigação do Salitre, serão delegadas ao Distrito de Irrigação, constituído por aqueles empresários (pequenos e médios). Esse modelo de gestão, empreendido pela Codevasf, como Promotora do Projeto Salitre, é o de Gerenciamento Global Strictu Sensu (GGS). Esse modelo é largamente utilizado em pro jetos de investimento de maior envergadura, em que as obras de engenharia, intrínsecas a ele, representam, na fase de implantação, o esforço mais relevante, não só pelo volume de recursos financeiros envolvidos, mas por constituírem-se em fator crítico para o sucesso da atividade econômica, que se implantará, a partir das infra-estruturas físicas – como a de uso coletivo (para irrigação) e a de uso comum (ou social) – instaladas, como no caso do Projeto Salitre. Além disso, os recursos vêm, via-de-regra, de um só investidor, que é o governo, independente das fontes de que ele se utiliza para provê-los. Fica evidente, portanto, que cabe à Codevasf, como até aqui tem feito, exercer o Gerenciamento Global Stricto Sensu (GGS) da implantação da primeira Etapa do Projeto Salitre. Cumpre a ela: (i)
diligenciar, para que os recursos financeiros complementares sejam alocados às obras físicas (de uso coletivo, comum e parcelar, dos pequenos irrigantes);
(ii)
continuar, mediante contrato com empresas especializadas, a execução das obras de irrigação de uso coletivo;
(iii)
diligenciar, para que recursos estejam disponíveis para a infra-estrutura parcelar das pequenas empresas;
(iv)
diligenciar, para que recursos sejam alocados ao Distrito e ponha em marcha o sistema de gestão da O&M desta primeira Etapa;
(v)
regular e controlar as atividades dessa entidade gestora da O&M; 69
(vi)
articular com outros órgãos e esferas governamentais e diligenciar, para que as obras de uso comum (sociais) e de apoio sejam realizadas pelo setor público (nos três níveis do governo, segundo suas atribuições/responsabilidades constitucionais);
(vii) Atrair empreendedores privados, para que estes invistam na infra-estrutura de irrigação de uso parcelar e na implantação de sua atividade agrícola sob irrigação. Conforme diretriz da Nova Política de Irrigação, o Projeto não pode ser mais considerado como apenas uma obra de Engenharia, concebida e executada. Deve ser um instrumento vigoroso de desenvolvimento regional, baseado num “core” turbinador que é o agronegócio. Dessas formas, torna-se necessária a adoção do conceito ampliado de gerenciamento, ou seja, o Gerenciamento Global Ampliado (GGA). O GGA, na realidade, é uma atividade de coordenação das interações entre Projeto-obra-suprimento (típico da fase da implantação) e das interações que ocorrem durante e após a fase construtiva para uma maior rentabilidade do empreendimento. A Codevasf, como promotora líder do empreendimento, deverá só ou associada a outras Agências e ou sponsors (como Banco do Nordeste, BNDES, Banco do Brasil ou agentes privados), Governo do Estado da Bahia implementar esse novo gerenciamento. Após o assentamento, esse gerenciamento poderá ser realizado pelo Distrito de Irrigação, ou por um comitê dos produtores, constituído para essa finalidade. Esse novo mecanismo de gerenciamento deverá executar as seguintes atividades, entre outras:
70
•
realizar o gerenciamento global das obras;
•
implantar a Plataforma de Informações;
•
desenvolver um processo de promoção e marketing ;
•
•
•
definir e disponibilizar crédito para os diferentes níveis de empreendedores; coordenar um processo de capacitação gerencial conforme sugestão neste documento; e atrair empresas privadas para realizarem investimentos nas atividades de pós-colheita, tanto de processamento, como, principalmente, de comercialização da produção, processada ou não.
3.5.2 - Modelo de gestão para etapas posteriores Para as etapas seguintes do Projeto, ainda que sob as condições da legislação de irrigação em vigor, devem ser observadas (sem conflitar com ela) as principais diretrizes da nova Política de Irrigação. Neste caso, deve-se considerar que os projetos de irrigação são integrantes de um agronegócio, com capacidade de auto-sustentação e que ensejem uma maior participação de investimentos privados, em sua implantação e desenvolvimento. Para alcançar tais objetivos, então deve-se utilizar o conceito de Gerenciamento Global Ampliado (GGA), seja pela diversidade e complexidade de ações requeridas, seja pela dificuldade crescente de realizá-las de forma verticalizada. Para o desenvolvimento das Etapas subseqüentes do Pro jeto Salitre, é imprescindível a liderança da Codevasf, como promotora líder do Projeto. A ela caberá, para cada Etapa, adquirir as terras e estender a infra-estrutura – mestre ou principal – de fornecimento de água bruta. Para os pequenos empresários a Codevasf deverá atuar como na Etapa 1, ou seja, disponibilizando água na entrada do lote e dando condições para que eles possam implantar a sua infra-estrutura parcelar. Deverá também se responsabilizar pelo processo e seleção e assentamento, assistência técnica, entre outras atividades usualmente executadas. Para os médios empresários, a Codevasf deverá disponibilizar os Estudos e Projetos Básicos, cabendo a eles o Projeto Executivo e a execução das obras de distribuição de água, a partir da estrutura principal, no caso da opção do financiamento dessa 71
infra-estrutura ser de responsabilidade dos produtores ou empresas. Deverá disponibilizar a estrutura de eletrificação, estradas e de apoio social. Propõe-se que a Codevasf se associe a um sponsor , como Banco do Nordeste e ou BNDES, Governo do Estado da Bahia, para desenvolver um Project Finance, para viabilizar a participação de investidores privados nos investimentos da infra-estrutura de distribuição de água (a partir da infra-estrutura principal) para cada média empresa, caso seja esta opção. Deverá também viabilizar a implantação das atividades agrícolas. O Project Finance poderá ser desenvolvido e implantado por uma empresa ou grupo de empresas, que executará entre outras, as seguintes atividades: -
Projeto Executivo a partir de estudos e projetos básicos disponibilizados pela Codevasf.
-
Seleção e assentamento dos médios empresários.
-
Definição de recursos financeiros para implementação completa do empreendimento para a infra-estrutura de distribuição de água e produção agrícola.
Para facilitar o arranjo proposto, caso a opção descrita seja a escolhida, a Codevasf poderá rever a distribuição de lotes para pequenas e médias empresas em cada etapa, porém mantendo a relação de área para cada tipo. Poderá definir a implantação de área para as pequenas empresas em área de uma única Etapa. Poderia, por exemplo, tornar as Etapas 2, 4 e 5 apenas para médias empresas e a Etapa 3 para pequenas empresas. Como mostrado anteriormente, esse mecanismo de gerenciamento deverá executar várias atividades, entre elas: •
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realizar o Gerenciamento Global das obras de infraestrutura principal de condução de água, elétrica, estrada, estrutura social e da estrutura de distribuição de água para a etapa reservada às pequenas empresas;
•
desenvolver um processo específico de promoção e marketing ;
•
disponibilizar arranjo de crédito para os diferentes níveis de investidores;
•
coordenar um processo de capacitação gerencial, conforme sugestão neste documento; e
•
atrair empresas privadas para realizarem investimentos na infra-estrutura de distribuição de água (a partir da infra-estrutura principal); atividades de pós-colheita, tanto no processamento, como, principalmente, de comercialização da produção, processada ou não.
3.6 - Serviços de Apoio Nesta seção, discute-se uma proposta para os serviços de apoio ao Projeto Salitre, com a visão de uma agricultura voltada para atender a um mercado cada vez mais exigente em qualidade. Além disso, busca-se, desde o início, implementar ações para que a agricultura a ser praticada no Projeto esteja no contexto do agronegócio, o que exigirá um maior nível de profissionalismo na exploração do empreendimento e, por conseqüência, no gerenciamento do Projeto. Dessa forma, estão-se propondo ações para um gerenciamento da produção para os pequenos produtores, capazes de torná-los mais competitivos no mercado, um monitoramento ambiental capaz de garantir no futuro a ISO-14000 à produção do perímetro e uma programação de capacitação.
3.6.1 - Gerenciamento das pequenas empresas As pequenas empresas no Projeto Salitre representam 20% da área irrigável. Para os seus empreendedores (pequenos produtores, ou empreendedores familiares), o governo (via Codevasf) tem relativa responsabilidade no seu processo de assentamento, produção e organização. Na prática, em outros perímetros, a Codevasf tem aportado recursos para assistência técnica e ex73
tensão rural, contratando empresas ou repassando os recursos para os distritos, recursos estes que a cada ano são em menor volume e que não raramente têm limitado a qualidade dos serviços. Observou-se também que os pequenos produtores, durante esse processo, têm sido pouco co-responsabilizados pelos custos dos serviços. E, da mesma forma, os técnicos ou empresas não têm co-responsabilidade no produto final, que é a renda adequada para as famílias. Para o Salitre, observadas as diretrizes do Novo Modelo de Irrigação, em que a agricultura irrigada deve ser encarada como negócio, propõe-se uma mudança com relação às ações do gerenciamento para com os pequenos produtores. Trata-se de um modelo de gerenciamento para os pequenos produtores, com funções específicas e com ênfase para um público-meta que exige seleção, aspectos de assistência técnica, organização comercial de compra e venda etc. adaptadas às escalas econômicas e técnicas do tamanho do empreendimento. A gerenciadora proposta deverá participar deste processo de seleção, além de assumir assistência técnica, organização comercial de compra e venda para os produtores, montando um negócio “comunitário e solidário”, para que as pequenas empresas alcancem economias de escala idênticas às empresas de porte médio e grande. Os seguintes passos devem ser observados: 1. A Codevasf seleciona uma empresa gerenciadora por meio de licitação, para que esta execute as atividades de seleção dos pequenos produtores, realize a capacitação inicial, preste assistência técnica, faça a organização comercial de compra e venda, realize as ações na área de crédito rural, oriente e acompanhe o desmatamento e a implantação da infra-estrutura parcelar, entre outras atividades. 2. No 1º ano a gerenciadora será coordenada pela Codevasf; a partir do 2º ano, essa coordenação será efetuada pelo Distrito com supervisão da Codevasf. 74
3. A Codevasf garante os recursos necessários para atuação da gerenciadora nos 3 primeiros anos. A partir do 4º ano, 75%, a partir do 5º ano, 50%, e a partir do 6º ano, 25% dos recursos necessários. O restante será de responsabilidade dos produtores e da gerenciadora. Dessa forma, a Codevasf está garantindo apoio aos pequenos produtores, conforme diretriz do Novo Modelo de Irrigação. 4. A parir do 3º ano, um percentual dos contratos de venda (no máximo 2%) se destinará a um Fundo a ser administrado pelo Distrito, para dar suporte financeiro ao custo da gerenciadora. A gerenciadora terá interesse na elevação de venda e na obtenção de melhores preços, para garantir a sua permanência. 5. Num determinado momento, e havendo interesse dos produtores, esse gerenciamento poderá ser realizado pelo Distrito. 6. Os produtores, ao serem selecionados, devem saber do processo de gerenciamento e da existência do Fundo. Vários sistemas de gestão comercial poderiam ser implementados, a partir dessa gerenciadora, baseados em experiências internacionais, como do Chile, EUA, França, Espanha. À medida que se elevam as produções e amadurecem as formas de organizações e estas se consolidam, no espaço dos pequenos e médios, pode-se chegar a um modelo mais avançado em que organizações especializadas assumem funções específicas. Por exemplo, com o crescimento da produção, uma organização só processaria e embalaria a produção, desde que a “retaguarda” da produção estivesse suficientemente organizada. Novas funções poderiam ser delegadas a organizações com funções próprias, complementares e especializadas, como, por exemplo, uma organização para venda no mercado externo. Entretanto, no início do processo global de exploração dos negócios deste público- alvo, a gerenciadora teria tarefas maiores a serem desempenhadas, por exemplo: a preparação dos produtores, a capacitação e organização da produção – o que represen75
ta maior responsabilidade no processo de “montar um negócio”, partindo de um produtor familiar. Mais tarde – e esta é a meta fundamental – para ganhar eficiência e escala, a associação entre estas organizações de produção e comercialização desempenhará papel fundamental para o sucesso do Projeto. O estabelecimento de formas de confiança mútua (confiabilidade solidária no negócio, englobando produção e comercialização) é importante por duas razões: a) melhoram as condições de arbitragem nas negociações de preços; b) minimizam, por meio da implantação de sistemas de barganha equilibrada, o problema da falta de eficiência do sistema judiciário brasileiro, que dificulta a implantação de um regime de contratos capaz de ser devidamente respeitado. Nas condições brasileiras de carência de recursos financeiros a custos razoáveis e forte concentração de mercado, um requisito fundamental a capacidade de identificar financiamentos – investidores e capital – e definir compradores e distribuição assegurados. Isto significa, por outras palavras, capacidade de coordenação de mercado, gerenciamento do processo de informação, para fortalecer o poder de barganha dos pequenos empreendedores, assim como demonstrar competência técnica (assistência técnica e domínio de tecnologia). Coordenação de recursos e mercado resultam em uma diminuição do risco na atividade de agricultura irrigada nos pólos de irrigação. Atualmente, nos projetos públicos de irrigação, os irrigantes (quer pequenos, médios ou grandes) de forma individual ou por meio de suas organizações (cooperativas, distritos, associações etc.), desenvolvem, de uma maneira geral, muitas funções dentro do processo de produção, desde a identificação de oportunidades de mercado, garantia de fornecimento de insumos, até a viabilização da produção, tornando o processo de decisão complexo e envolvendo maiores riscos, principalmente quando se trabalha com produtos hortifrutícolas. Entretanto, para que os pequenos negócios de irrigação cresçam, é necessário centralizar as decisões de implementação das explorações em uma empresa que conheça o mercado, que 76
os produtores façam um programa de produção sob a capacitação desta empresa, principalmente ao se considerar que os volumes a serem produzidos e comercializados crescerão com o tempo. Neste caso, será conveniente centralizar as funções iniciais de montagem dos negócios, evitando-se os riscos de uma produção atomizada e desorganizada. Em seguida, a empresa deverá ser capaz de atrair investidores e compradores. Muita ênfase tem sido conferida à tecnologia de produção, mas o traço diferencial do Salitre deve ser o de inovar na organização de mercado e capacidade de atração de capital. Do contrário, não poderá competir com os projetos de irrigação já maduros e organizados. Aproximadamente 65% do volume comercializado nos pólos de irrigação do Nordeste, têm intermediação, produtor/atacadista, sem formas de “produção programada” – tarefa importante e inicial da empresa gerenciadora. Interromper essa característica significa maior ganho para os produtores, notadamente os pequenos (que não têm volume, atuando isoladamente). Isto será possível se o processo de comercialização for realizado por uma gerenciadora geral, que será substituída mais tarde por outras formas de organização da produção (cooperativas de produtores, associações, agroindústrias, empresas especializadas em comercialização etc.), quando o volume de produção individual não for suficiente, ou dirigida pelo produtor para a demanda do mercado; e, principalmente, quando o volume de produção individual não for suficiente para suprir a demanda. A empresa gerenciadora deverá assessorar os produtores na realização de contratos de venda compromissada (qualidade, quantidade e condições de preço) entre a organização dos produtores e o comprador final. Paralelamente, é preciso assegurar a facilitação dos negócios de investimentos, pois o fator mais escasso é o capital, mais do que o sistema de organização. A escassez de capital tem sido responsável pelo desperdício do potencial produtivo dos projetos no Brasil. Além de organizar a capacidade produtiva com a devida competência para concorrer no mercado, a empresa gerenciadora no Salitre – como traço diferencial – deverá exercer o processo de coordenação de mercado. 77
A ênfase é na gestão do processo comercial, o que significa concentrar a atenção na descoberta de negócios e transmissão de sinais de preferência e preços dos mercados finais aos produtores iniciantes para que estes recebam os sinais de mercado “decodificados”, para produzir o que a demanda exige, na qualidade necessária e aos preços do mercado final. Em seguida, esta empresa deverá concorrer para o desenvolvimento de um sistema similar ao convencional, com o desenvolvimento de organizações-líderes, voltadas à comercialização, com base em um sistema de gestão comercial, seguindo o s eguinte esquema: PRODUTOR Organizações Líderes • cooperativa • associações • agroindústria • empresas de comercialização, etc.
Atacadista Supermercado Mercado externo
Assim, a gerenciadora deverá, também, cuidar: a) da análise de mercado e de rentabilidade – gestão de oportunidades de mercado e meta de vendas; b) da disponibilização de recursos e gestão de investimentos (ou contratar uma gerenciadora especializada); c) da análise de competitividade dos sistemas de organização, coordenação e gestão – gestão de contratos; d) de realizar análise de competitividade, com formulação de uma estratégia para ampliar e enfrentar a concorrência – gestão de competitividade; e) de conduzir a gestão de custos com alta eficiência (tudo ao menor custo possível); f) de promover gestão de qualidade, de comunicação e informação. 78
3.6.2 - Monitoramento ambiental O Distrito de Irrigação e os produtores deverão estar atentos também para a crescente exigência por qualidade dos produtos agrícolas, tanto no mercado interno como externo. A tendência é exigir, cada vez mais, a utilização de selos de origem, com controle de qualidade, e o controle da qualidade ambiental, principalmente no mercado externo, onde as preocupações com a manutenção e a melhoria da qualidade do meio ambiente e com a proteção da saúde humana são fatores determinantes da preferência dos consumidores e da fidelidade aos produtos. Já existe no Ministério da Agricultura um programa de premiação de empresas do setor agroindustrial. As empresas candidatas ao Prêmio da Qualidade na Agricultura serão avaliadas perante o modelo dos "Primeiros Passos Para a Excelência", da Fundação Para o Prêmio Nacional da Qualidade, que serve como referencial para o sistema de gestão da organização e como instrumento de avaliação, indicando o estádio atingido pela organização, na busca da excelência. Este é um primeiro passo em direção ao processo de qualidade total, inclusive ambiental. Nesta avaliação, os seguintes pontos são observados: qualidade centrada no cliente; foco nos resultados; comprometimento da alta direção; visão de futuro de longo alcance; valorização das pessoas; responsabilidade social; gestão baseada em fatos e dados; ação pró-ativa e resposta rápida; e aprendizado contínuo. Para caminhar na direção da certificação ambiente, deverá ser implantado, no Projeto Salitre, um Sistema de Gerenciamento Ambiental, que, observando as diretrizes emanadas do Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente (Rima), possa monitorar, entre outros, qualidade de água, utilização de defensivos (quantidade e tipo), disposição adequada do lixo (agrotóxico e residencial), além de realizar trabalho educativo voltado para as questões do meio ambiente. De acordo com as exigências do Estudo de Impacto Ambiental (EIA)-Rima, a produção irrigada dentro do Projeto Salitre deve observar as seguintes medidas: 79
1. Para evitar a perda e descaracterização da vegetação local A perda de vegetação é um impacto inevitável e irreversível em empreendimentos de grande porte, sobretudo em se tratando de uma obra destinada ao desenvolvimento de atividades agrícolas. No caso do Projeto Salitre, a área com vegetação natural a ser desmatada é estimada em 12.210 hectares, o que caracteriza um impacto de grande magnitude, pois a perda de vegetação nessa extensão de área desencadeia vários outros impactos, como a evasão e a perda de exemplares da fauna, a erosão do solo e a dispersão de espécies de animais vetores (transmissores) de doenças. Recomenda-se que nas áreas limítrofes do empreendimento seja mantida uma faixa mínima de 10m com vegetação natural, de modo a reduzir o efeito de borda. Nos limites de cada lote deverão ser implantadas cercas vivas, com espécies nativas da região. 2. Para reduzir a erosão do solo No Projeto Salitre, o desmatamento será feito paulatinamente, à medida que os setores hidráulicos forem sendo implantados e os respectivos lotes ocupados. Cerca de 80% da área a ser irrigada será cultivada por empresas que geralmente mantêm pessoal técnico especializado em seus quadros e que deverão receber informações, treinamento e instruções sobre práticas de manejo e conservação do solo adequadas. Os 20% restantes serão destinados a pequenos produtores, que receberão treinamento e assistência técnica. Entretanto, a experiência leva a considerar que uma parcela dos irrigantes poderá não adotar as práticas recomendadas, facilitando o aparecimento de focos de erosão em pontos localizados. Se percebido em tempo hábil, o processo poderá ser facilmente revertido, e o solo recuperado por meio de técnicas específicas. −
80
Na fase de implantação, deverá ser feito controle dos materiais de escavação das áreas de extração de terra, areia e rocha para as obras civis e das áreas de despe jo de restos da obra, evitando que alcancem a rede de drenagem. Sempre que possível, os materiais extraídos
das escavações deverão ser utilizados para a construção de estradas e aterros. As escavações deverão ser feitas no período de estiagem, de modo a evitar o transporte de terra, areia e restos vegetais para a rede de drenagem. −
−
−
Desmatamento em áreas próximas aos riachos e lagoas deverá ser controlado, para evitar a destruição de áreas de preservação permanente, que servem para amortecer a velocidade das águas de drenagem e para reter parte da terra, da areia e dos restos vegetais carregados pela chuva. Na fase de operação, deverá ser promovido o uso intensivo de práticas agrícolas conservacionistas, por meio do manejo adequado do solo e das culturas, de forma a reduzir a desagregação do solo e o transporte de terra, areia e restos vegetais para as partes baixas do terreno, onde poderão ser facilmente carregados pela chuva. As áreas de extração de terra, areia e rocha para a construção do empreendimento, de deposição de restos de obra (entulhos) e outras degradadas pelas obras deverão ser recuperadas, de acordo com as diretrizes dos projetos de monitoramento do solo e da vegetação e da fauna.
3. Para mitigar o efeito do aumento da densidade populacional sobre a caça A caça deverá ser proibida em toda área do Projeto, tanto durante as obras quanto na fase de operação, devendo tal proibição fazer parte do contrato com a empreiteira. Em pontos estratégicos da área de intervenção, incluindo as de conservação, deverão ser colocadas placas alertando sobre a proibição.
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4. Para mitigar o efeito do aumento da densidade populacional sobre a pesca A pesca deverá ser proibida nos reservatórios e lagoas das áreas de reserva legal e de contorno da lagoa do Saquinho, a presença de pessoas que afugentem os animais. 5. Para mitigar a dispersão de espécies de vetores de doenças A abertura de canais para a condução de água propiciará o aparecimento ou o aumento de vetores de doenças de veiculação hídrica, como a esquistossomose, freqüentemente incidente em perímetros irrigados. O lixo dos lotes deverá ter uma destinação final adequada, evitando-se seu acúmulo, geralmente responsável pelo aparecimento de várias espécies de vetores de doenças. 6. Para reduzir o impacto sobre a qualidade das águas subterrâneas e superficiais Em áreas agrícolas, a utilização de pesticidas e de fertilizantes químicos acima das quantidades recomendadas provoca alterações nos parâmetros que refletem a qualidade das águas subterrâneas e superficiais. Em ambos os casos, os elementos poluentes se diluem nas águas das chuvas, fluindo com elas para o lençol freático ou para os rios, riachos e lagoas. Em áreas irrigadas, a contaminação pode ser agravada pelo uso de água em excesso, já que a diluição dos poluentes na água é ininterrupta, não ocorrendo apenas quando chove. −
−
82
Para a utilização racional da água, de fertilizantes e de defensivos agrícolas por cultura, os projetos no Salitre devem seguir as recomendações da Embrapa e da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A. (EBDA). Com o objetivo de garantir a armazenagem adequada de agrotóxicos, bem como a destinação final de suas embalagens, em consonância com as leis, as normas e as técnicas que visam garantir a segurança do trabalhador e a preservação ambiente, deverão ser projetados e construídos, na área do Projeto ou nos centros
de serviços, depósitos comunitários de defensivos agrícolas, de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e a legislação estadual e federal. −
−
O projeto desses depósitos deverá ser incluído nas atividades do projeto executivo. As medidas previstas para reduzir a erosão do solo contribuirão para minimizar este impacto.
7. Para mitigar a introdução de fatores de risco à saúde Pelo seu porte, pela natureza das alterações ambientais que provocará e pela capacidade de atração que exercerá sobre um grande contingente populacional, o Projeto Salitre constituirá um elemento desencadeador de fatores de risco à saúde pública, cuja amplitude dependerá das medidas preventivas e de controle a serem tomadas no âmbito do empreendimento e pelos órgãos públicos municipais, estaduais e federais. Um dos fatores de risco são as intoxicações resultantes do uso de defensivos agrícolas pelo contato direto e pela ingestão de água ou de alimentos contaminados. Os depósitos de agrotóxicos e a destinação final de suas embalagens, previstos no item anterior, contribuirão para minimizar este impacto. 8. Riscos de salinização do solo Em áreas irrigadas da região semi-árida do Nordeste, tem sido comum o surgimento de problemas de salinidade. As causas podem ser assim resumidas: irrigação com volume excessivo de água, provocando elevação do lençol freático; uso de água com alta concentração salina; uso indiscriminado e excessivo de fertilizantes; e emprego de práticas inadequadas de manejo do solo pelos irrigantes. A água a ser utilizada no perímetro irrigado será proveniente do rio São Francisco. Embora a classificação das águas desse rio para irrigação alcance excelentes níveis, normalmente C1S1, poderá ocorrer quando da sua distribuição ao longo dos canais, 83
uma variação positiva da concentração de sais, em decorrência da evaporação ao longo do percurso. Em conseqüência, os lotes situados nas extremidades terminais dos canais ficarão expostos ao risco de salinização. Este será ainda maior, se a água não for utilizada adequadamente. Por outro lado, em áreas áridas e semi-áridas, em função das características geológicas dominantes, quando a água infiltrada passa por camadas de solo de composição mais salina, os sais ali existentes são dissolvidos, e a água passa a acusar teores mais altos de salinidade. Em áreas sob irrigação intensiva, a utilização de fertilizantes químicos acima das quantidades recomendadas e o manejo inadequado da água agravam o problema de salinidade das águas subterrâneas e, conseqüentemente, aumentam o risco de deposição de sais nas camadas superiores do solo. Ao longo de todo o período de operação do empreendimento, haverá risco de salinização do solo. Destarte, a assistência técnica aos agricultores e o monitoramento dos canais de adução, distribuição e drenagem, bem como do lençol freático, são imprescindíveis para evitar que o problema se manifeste. •
Sistema de Gestão Ambiental
Além do atendimento das medidas previstas no Rima, ob jeto da seção anterior, outras medidas são necessárias visando, no futuro, qualificar o Projeto Salitre para a obtenção de certificação ambiente, de acordo com as normas da série ISO 14000. Para atingir um desempenho ambiental adequado, é preciso o comprometimento do Projeto Salitre com uma abordagem sistemática e contínua, materializada na implantação de um sistema de gestão ambiente (SGA). De acordo com as normas da International Standard Organization (ISO), este sistema deve estar perfeitamente integrado com o sistema global de gestão do Salitre, permeando as ações em todas as áreas – operacional, financeira, de qualidade, de saúde ocupacional e educacional do Projeto – e contar com o comprometimento da administração superior do Projeto. 84
O SGA do Salitre deve assegurar mecanismos que: •
situem a gestão ambiental entre as mais elevadas prioridades do Projeto;
•
mantenham comunicação com as partes interessadas interna e externa;
•
divulguem para o público do Projeto os requisitos legais aplicáveis (inclusive os recomendados pelo Rima);
•
comprometam a administração e os irrigantes na proteção do meio ambiente;
•
estimulem o planejamento ambiental ao longo do ciclo de vida dos produtos e processos envolvidos no projeto de irrigação;
•
estabeleçam metas de desempenho a serem atingidas;
•
promovam treinamento para que as metas sejam atingidas de forma contínua;
•
assegurem processo de avaliação periódica do desempenho em relação às metas traçadas;
•
mantenham o contínuo aprimoramento onde indicado pela avaliação.
O SGA deve também estimular os fornecedores e prestadores de serviços para o Salitre a estabelecerem seus próprios sistemas de gestão do meio ambiente. As normas da ISO podem servir a propósitos distintos igualmente importantes. Em primeiro lugar, a implantação do SGA é uma precondição para futura obtenção de certificação ambiente. As normas servem, ainda, ao propósito de orientar o Projeto a iniciar ou implantar seu SGA. Finalmente, a adoção das normas pode ajudar nas relações comerciais dos participantes do Projeto. A escolha entre esses propósitos será, naturalmente, influenciada pelo grau de maturidade do Projeto. 85
As vantagens do Salitre em implantar, desde o início, um sistema de gestão do meio ambiente residem na obtenção de benefícios econômicos potenciais dele decorrentes. Entre eles, a satisfação dos critérios dos investidores, cada vez mais exigentes nos aspectos ambientes dos produtos e processos. O SGA oferece evidências transparentes de aplicação da legislação ambiente, o que tende a facilitar o acesso ao capital, assegurando aos investidores uma gestão demonstrável do meio. Por outro lado, pode assegurar a obtenção do seguro a um custo razoável para os participantes do Projeto. Habilita, ainda, o Projeto para o atendimento aos critérios de certificação do vendedor, o que ajuda a atrair empresas agregadoras de valor para os produtos do Projeto, como empresas âncoras ligadas à comercialização, ao processamento industrial e à exportação. Outros benefícios potenciais incluem o fortalecimento da imagem e a participação no mercado, o aprimoramento do controle de custos, a demonstração de atuação cuidadosa, a facilitação do processo de obtenção de licenças e autorizações, além de contribuir para melhorar as relações do Projeto com o governo e a comunidade local. Um sistema de gestão do meio ambiente possui alguns elementos para sua implementação. Em primeiro lugar, é preciso haver um comprometimento da alta administração do Projeto. Em segundo, deve haver um planejamento para perseguir a política ambiente do Projeto. Finalmente, a implementação requer o desenvolvimento de capacitação e os mecanismos de apoio necessários para atender a essa mesma política, seus objetivos e suas metas ambientes definidas. O monitoramento é, assim, um instrumento de acompanhamento e de avaliação do desempenho do meio ambiente. Aos irrigantes é necessário informar os impactos negativos, introduzindo práticas adequadas de reciclagem, tratamento, mecanismos de controle, uso eficiente de recursos, avaliação da qualidade da água, tratamento e aproveitamento de resíduos e gerenciamento da 86
energia que visem à prevenção e a minimização dos impactos ambientes. A gestão do monitoramento do meio ambiente pressupõe, portanto: •
que haja um planejamento;
•
que esse planejamento identifique, a partir do EIA e do Rima e da legislação, os aspectos ambientes mais significativos do Projeto;
•
que sejam definidos critérios internos de desempenho;
•
que sejam traçados objetivos e metas ambientes;
•
que sejam definidos plano e programa de gestão;
•
que seja instituído um sistema de avaliação contínuo.
A partir desse plano de gestão, o monitoramento ambiente deverá estabelecer e manter um sistema organizado de comunicar informações pertinentes aos irrigantes, no tocante aos aspectos legais, aos requisitos do Rima, aos impactos ambientes mais significativos do Projeto, mantendo-os atualizados acerca de alterações nos requisitos legais e de mercado. A conscientização ambiente como parte do negócio da irrigação deve ser assimilada pelos irrigantes como um fator que agrega valor aos produtos, que ajuda a atrair empresas interessadas na comercialização e no processamento e que é fator essencial na abertura e consolidação dos mercados para os produtos do Projeto. O aspecto ambientes é um diferencial importante a ser agregado aos produtos do Projeto em um mercado cada vez mais competitivo. As normas recomendam a adoção de um sistema, para medir e monitorar o efetivo desempenho em relação aos objetivos e metas ambientes do Projeto. É recomendado que a identificação dos indicadores de desempenho ambiental seja confiável e que processos adequados sejam utilizados, como: calibragem de ins87
trumentos e verificação amostral de equipamentos, entre outros mecanismos. Para tanto, o monitoramento deve estabelecer: •
um programa de conscientização;
•
um programa de capacitação e treinamento;
•
um cronograma de avaliação periódica de desempenho;
•
um processo contínuo de aprimoramento dos objetivos e metas que visem adequar os produtos e serviços aos requisitos cada vez mais exigentes do mercado na questão do meio ambiente da saúde humana.
Se, por um lado, as questões ambientes estão tomando um plano de radicalização que pode prejudicar os projetos voltados à produção de alimentos, por outro, podem beneficiar áreas de projetos novos. Existem hoje poucas regiões nos países produtores que possuem áreas novas, com um potencial de atender aos requisitos da demanda. O Salitre, por incorporar uma área onde a agricultura é pouco desenvolvida, possui condições de tirar proveito dos benefícios que o mercado reserva aos produtos oriundos de regiões e de processos saudáveis do ponto de vista ambiente. Desde o início do processo de implantação dos lotes e treinamento dos irrigantes, a adoção do SGA poderá transformar-se num diferencial inestimável para a abertura e conquista de mercados e atração de investimentos e deve ser salientado no processo de promoção do empreendimento. •
Etapas da Operacionalização 1. A operacionalização tem como etapa primordial o comprometimento da alta administração do Projeto, no caso a Codevasf, com a importância do Sistema de Gestão Ambiente, a quem caberá estabelecer a orientação geral. 2. Deverá ser criada a gerência ambiental no distrito, que será responsável pela SGA, e desenvolverá os objetivos, metas e programas do meio ambiente.
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3. Caberá às associações gerenciadoras das pequenas empresas e voltadas à comercialização, identificar as expectativas dos clientes com relação aos aspectos do meio ambiente dos produtos e processos inclusive de embalagens e transmiti-las ao gerente ambiental, visando assegurar o atendimento das exigências ambientes dos clientes. 4. Caberá à gerência ambiente identificar as expectativas dos fornecedores de insumos e serviços, no tocante aos aspectos do meio. A eles devem ser transmitidos os requisitos e as exigências dos clientes nacionais e estrangeiros sobre os produtos do Projeto. 5. Os irrigantes deverão comprometer-se desde o início com o SGA, cabendo-lhes cumprir os procedimentos definidos. 6. Os requisitos do Rima, as expectativas dos clientes e os demais regulamentos do SGA deverão ser informados repetidas vezes aos irrigantes, por um processo contínuo de conscientização. Os aspectos de conscientização e treinamento desempenham um papel-chave na implementação do SGA. É o comprometimento individual dos irrigantes e suas famílias, no contexto dos valores ambientes compartilhados, que faz com que o sistema de gestão ambiente saia do papel e se transforme em um processo eficaz, de enorme valia para o Projeto Salitre, e em um diferencial que poderá construir a partir do diferencial do meio ambiente. No primeiro momento, a gerência do meio ambiente poderá ser executada pela gerenciadora proposta anteriormente. Os importantes instrumentos do SGA são a elaboração de documentos que contenham os procedimentos e controles operacionais eficazes e a descrição dos meios necessários para atingir os objetivos e metas ambientes. Esses documentos devem definir as atribuições e responsabilidades de cada um. A referida documentação deve ser mantida atualizada. As versões atualizadas 89
devem estar disponíveis em todos os locais onde sejam executadas operações essenciais para o efetivo funcionamento do sistema. O distrito deverá solicitar a certificação do SGA, que poderá ser realizada por algum organismo credenciado pelo Inmetro, como: •
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.
•
ABS-QE - Quality Evaluations Inc.
•
BRTÜV Avaliações da Qualidade LTDA S/C.
•
BVQI do Brasil Sociedade Certificadora Ltda.
•
DNV Certificadora Ltda.
•
DQS do Brasil S/C Ltda.
•
FCAV - Fundação Carlos Alberto Vanzolini.
•
IRAM - Instituto Argentino de Normalización.
•
LLOYD’S Register Quality Assurance Ltd.
•
SGS ICS Certificadora LTDA.
•
TECPAR - Instituto de Tecnologia do Paraná.
3.6.3 - Proposta de um programa de capacitação A implementação de uma agricultura que dê sustentação econômica e ambiente aos projetos de irrigação, quer pública, quer privada, implica uma melhoria do nível de educação e profissionalização para se utilizarem, com maior eficácia, todos os insumos e serviços. Assim, torna-se importante que o Projeto Salitre, ao ser implantado, tenha, como um dos instrumentos de apoio, um programa de capacitação em gestão, que seja adaptado às características regionais, por meio de entidades como Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (SEBRAE), e ofertado aos vários atores do negócio. 90
Em termos de educação, principalmente do 1º e 2º graus, os municípios de Petrolina e Juazeiro estão abaixo do padrão esperado, uma vez que as empresas necessitam de mão-de-obra especializada ou em condições de absorver o conhecimento para o uso das tecnologias preconizadas. Este fato pode-se associar à necessidade de a família aumentar sua renda, principalmente na época da colheita. Para contornar a situação, as escolas públicas, principalmente no meio rural, deveriam adaptar o calendário escolar, considerando as peculiaridades regionais. Em termos de profissionalização e administração do negócio agroindustrial, para acompanhar as atuais mudanças, as empresas necessitam continuamente qualificar os seus dirigentes. A qualificação do executivo principal, a adoção de técnicas de gestão empresarial, o planejamento e o nível de informatização da empresa são elementos essenciais à competitividade da empresa. Por outro lado, os pequenos e médios produtores mantêmse à margem dessas atualizações, recebendo informações apenas por meio de palestras e treinamentos na própria região. Para contornar essa deficiência, algumas entidades como cooperativas, SEBRAE e órgãos governamentais procuram, pela formação de grupos de produtores, promover visitas técnicas a empresas mais avançadas, objetivando induzi-las ao uso de novas tecnologias de produção. Em termos de adoção de novas técnicas de gestão, a maioria dos empresários está sendo conscientizada de sua importância pelo uso de consultorias, treinamentos e participação em palestras. Grande parte das empresas desconhecem o principal cliente, ou seja, o consumidor final, uma vez que seus negócios são realizados por intermediários. Estes, em geral, não têm demonstrado interesse em passar informações às empresas produtoras. O programa de capacitação deverá levar em consideração o tipo de público envolvido, de pequenos irrigantes a empresários, e conter os seguintes módulos: (i) Fundamentos de administração e economia 91
Planejamento, acompanhamento, direção e controle da empresa rural; inserção de suas atividades dentro da política agrícola nacional, política de pesquisa, assistência técnica, armazenagem, política de crédito e financiamento, seguro; importância do associativismo e coordenação de cadeias; determinação do nível ótimo de produção, considerando risco e incerteza. (ii) Contabilidade e análise de projetos Análise de preços agrícolas; contabilidade rural; cálculo de custos de produção, formação de preço de venda e análise de projetos de investimentos agropecuários. (iii) Estratégias empresariais Realizar diagnósticos e analisar sistemas de produção; estratégias para contratos; análise de estruturas de projetos (localização, tamanho, processo tecnológico e escala de produção, avaliação econômico-financeira); promoção da qualidade total em sua empresa agrícola; motivação de pessoal; criação de estratégias de marketing para seus produtos; usa de fundamentos de logística em seu planejamento; capacitação para o uso de alternativas de minimização de risco por meio de mercados de futuros agrícolas, de opções e de papéis agrícolas. Na área de treinamento de crédito rural e financiamento devem-se assinalar algumas ações estratégicas: treinamento dos mutuários nas técnicas de administração de suas contas gráficas (treinamento de como gerir empréstimos); treinamento básico em administração financeira; treinamento do pessoal de crédito em assistência técnica em nível de carteira; disseminação de cadernos de assistência técnica e financeira; treinamento de facilitação de acesso ao crédito; treinamento de operações de crédito solidário; treinamento em participação em fundos de desenvolvimento local. A partir deste trabalho, os participantes terão instrumental para identificar pontos de estrangulamento em sua cadeia, melhorar a competitividade agrícola e econômica dos perímetros, inserindo-se de forma eficiente no sistema de mercado. Com a capacitação, os participantes também se tornarão capazes de receber informações do Sistema de Informação de Mercado ora apresentado, 92
analisá-las e tomar decisões gerenciais a partir delas. Em contrapartida, tornar-se-ão fontes de informação para o mesmo Sistema, alimentando-o com dados da região produtora na qual atuam. Na área de capacitação técnica, cabe ainda assinalar: •
Metodologia de formação de associações comunitárias.
•
Treinamento em operação e manutenção de perímetros.
•
Marketing e processamento de produtos.
•
Tecnologia de sanidade vegetal.
•
Controle de qualidade.
•
Monitoramento ambiental.
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4 - BIBLIOGRAFIA CONSULTADA CEAGESP. Preços médios e quantidades mensais de produtos agrícolas comercializados na CEAGESP, no período de 1995 a 1999. São Paulo, 2000. CEASA (Rio de Janeiro). Preços médios e quantidades mensais de produtos agrícolas comercializados na CEASA-RJ, no período de 1995 a 1999. Rio de Janeiro, 2000. CODEVASF. Estudos de mercado. Brasília, DF, 1995a. V. 1. CODEVASF. Estudos de viabilidade técnico-econômica do Projeto Salitre. Brasília, DF, 1995b. V. A, B, C. CODEVASF. Projeto básico do Projeto Salitre. Brasília, DF, 1997. V. 1. CODEVASF. Projeto básico do Projeto Salitre: relatório do pro jeto e síntese. Brasília, DF, 1998. V. 1. MORAES JÚNIOR, A.R. Avaliação econômica do Projeto Jaíba-Etapa 1. Viçosa, MG: UFV, 1997.
94
5 - ANEXOS 5.1 - Descrição Tecnológica das Culturas Aptas ao Salitre 5.1.1 - Cultura da banana-nanica 1 - PREPARO DO SOLO Efetuar uma aração e uma gradagem. 2 - VARIEDADE Nanica. 3 - ESPAÇAMENTO DE DENSIDADE 3,0m x 2,5m - 1333 covas/hectare. 4 - ABERTURA DE COVAS Abrir covas nas dimensões 50 X 50 X 50 cm e sulcar, marcar e abrir as covas. 5 - ADUBAÇÃO 5.1 - Plantio Adubar a cova de plantio com 300 g de MAP, 16 g de bórax, 25 g de sulfato de zinco e 15 l de esterco de curral. 5.2 - Adubação de Crescimento e Frutificação 1º ano A partir de 30 dias após o plantio, usar, mensalmente, 50 g de uréia alternados com 100 g de sulfato de amônia. Para a adubação potássica, usar 80 g de cloreto de potássio aos 90, 120, 150 e 180 dias após o plantio, 95 g aos 95
220 e 240 dias e 120 g dos 270 dias em diante, alternando com sulfato de potássio. Utilizar, também, 70 g de sulfato de magnésio em uma aplicação e 20 l de esterco em duas aplicações. 2º ano em diante Usar 50 g de uréia alternados com 100 g de sulfato de amônia e 120 g de cloreto de potássio por cova, mensalmente, alternando com sulfato de potássio. Usar, ainda, 300 g de monoamôniofosfato (MAP) em uma única aplicação anual e 20 litros de esterco em duas aplicações (10 l/cova/aplicação). Com base no acompanhamento dos resultados de análise de solo e foliar, fazer ajuste das adubações de macro e micronutrientes. 6 - MUDAS Adquirir mudas de meristema. 7 - PLANTIO Plantar 1 muda por cova a uma profundidade de 30 cm. 8 - CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS Manter o bananal livre de plantas daninhas com capinas e uso de herbicida. 9 - CONTROLE DE PRAGAS O controle da broca será feito, na cultura instalada, realizando o monitoramento com o uso de 20 iscas não tratadas por hectare, efetuando a contagem dos insetos entre o 7º. e 14º. dias após a colocação. Detectando-se a presença de pelo menos 8-10 brocas, usar, no mínimo, 20 iscas por hectare, tratadas com 4 g do pc Carbofuran 5% por isca, substituídas a cada 15-20 dias. 96
As iscas tipo telha são preparadas cortando-se longitudinalmente pedaços de pseudocaules (0,5 m) e tratando a parte cortada com o defensivo. A isca tipo “queijo” é uma secção cilíndrica de pseudocaule de 10-15 cm de altura, superposta à própria base da bananeira colhida e rebaixada. 10 - CONTROLE DE DOENÇAS Fazer o monitoramento do Mal de Sigatoka. Caso ocorra infecção, controlar aplicando óleo mineral ( spray oil ) na base de 12-15 l/ha. O óleo tem ação preventiva e curativa nas lesões iniciais. Em caso de elevada incidência, aplicar 0,4 l do pc de Propiconazole 25% + 11,0 litros de spray oil + 5,0 l de água em atomização. Monitorar a ocorrência de nematóides. 11 - DESBROTA Conduzir a touceira deixando mãe, filha e neta. A filha é deixada aos 6 meses após o plantio e a neta após a emissão do cacho da planta-mãe. O excesso de filhotes é retirado periodicamente com o auxílio do desbrotador “lurdinha”. A desbrota será feita cortando a muda rente ao solo e introduzindo-se em seguida a “lurdinha” o centro do pseudocaule para eliminar a gema apical. No momento da desbrota, pode-se aplicar 10 g de uréia no orificio aberto, com a “lurdinha”, para nutrir a planta e evitar a rebrota. 12 - REBAIXAMENTO Cortar o pseudocaule ao nível do solo até 40 dias após a colheita.
97
13 - IRRIGAÇÃO Aplicar 70% da evapotranspiração potencial (ETP) no período de formação e 80% no período de produção. A cultura será irrigada pelo sistema de microaspersão. 14 - COLHEITA Para abastecer o mercado local, a banana é colhida no seu máximo desenvolvimento, estágio gordo ou cheio. Para mercados distantes, deve ser colhida do estágio ¾gordo. A colheita é feita por dois operários: o primeiro segura o cacho pela sua extremidade (lado do coração) enquanto o outro corta o pedúnculo ou engaço. Nas mais altas, faz-se um corte transversal no pseudocaule, pouco acima da sua metade e do mesmo lado do cacho, de modo a promover uma queda suave possibilitando ao segundo operador aparar o cacho sobre uma colchonete de espuma, evitando, assim, lesões nas bananas. O cacho é levado via casa aérea até o packing house para despencamento, seleção e embalagem em caixa de madeira para 21 kg ou de papelão para 19 kg. Realizar o despencamento rente à raque (eixo do cacho) com uma espátula de pedreiro encurvada ou com parte da raque cortada em cunha com faca. Em geral, a colheita é iniciada 11-12 meses após o plantio. Espera-se que a cultura seja erradicada a partir do 9º ano. 15 - PRODUTIVIDADE 2º ANO 3º ANO 4º ANO 5º ANO 6º ANO 7º ANO 8º ANO 98
-
55 55 50 45 45 40 30
t/ha t/ha t/ha t/ha t/ha t/ha t/ha
TABELA 11 QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA: BANANA-NANICA - 1,00 ha Especificação
Unidade
Quantidade / Ano 1º
2º
3º
4º
5º
1- MUDAS (meristema) ud 1.380,0 2- FERTILIZANTES MAP kg 400,0 400,0 300,0 300,0 200,0 Borax kg 22,0 22,0 22,0 22,0 22,0 Sulfato de amônia kg 800,0 800,0 800,0 800,0 800,0 Uréia kg 400,0 400,0 400,0 400,0 400,0 Cloreto de potássio kg 427,0 960,0 960,0 960,0 960,0 Sulfato de zinco kg 34,0 34,0 34,0 34,0 34,0 Esterco m3 40,0 26,0 Sulfato de magnésio kg 94,0 94,0 94,0 94,0 94,0 Sulfato de potássio kg 320,0 960,0 960,0 960,0 960,0 3- DEFENSIVOS Óleo mineral l 22,0 44,0 44,0 44,0 44,0 Propiconazole 25% l 1,2 2,4 2,4 2,4 2,4 Herbicida l 4,0 Carbofuran 5% kg 1,0 1,0 1,0 4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS Água 1000 m3 12,0 12,0 12,0 12,0 12,0 Energia vb 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 Outros vb 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 5- OPERAÇÕES MECANIZADAS Operações mecanizadas htr 9,0 7,0 7,0 7,0 7,0 6- MÃO-DE-OBRA Mão-de-obra dh 75,0 125,0 111,0 111,0 103,0 FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc)
6º ao 8º
22,0 600,0 300,0 750,0 34,0 94,0 750,0 44,0 2,4 1,0 12,0 1,0 1,0 7,0 103,0
99
TABELA 12 CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: BANANA-NANICA - 1,00 ha Especificação
Unidade
1- MUDAS (meristema) Subtotal 1 2- FERTILIZANTES MAP Borax Sulfato de amônia Uréia Cloreto de potássio Sulfato de zinco Esterco Sulfato de magnésio Sulfato de potássio Subtotal 2 3- DEFENSIVOS Óleo mineral Propiconazole 25% Herbicida Carbofuran 5% Subtotal 3
ud
100
Preço Unitário R$ 1º 0,95 1.311,00 1.311,00
kg kg kg kg kg kg m3 kg kg
0,34 1,80 0,39 0,32 0,40 0,95 20,00 0,65 0,75
l l l kg
1,60 70,00 35,00 18,00
2º
Custo / Ano 3º 4º
5º
6º ao 8º
136,00 136,00 102,00 102,00 68,00 39,60 39,60 39,60 39,60 39,60 39,60 312,00 312,00 312,00 312,00 312,00 234,00 128,00 128,00 128,00 128,00 128,00 96,00 170,80 384,00 384,00 384,00 384,00 300,00 32,30 32,30 32,30 32,30 32,30 32,30 800,00 520,00 61,10 61,10 61,10 61,10 61,10 61,10 240,00 720,00 720,00 720,00 720,00 562,50 1.919,80 2.333,00 1.779,00 1.779,00 1.745,00 1.325,50 35,20 84,00 140,00
70,40 168,00
70,40 168,00
70,40 168,00
70,40 168,00
70,40 168,00
259,20
238,40
18,00 256,40
18,00 256,40
18,00 18,00 256,40 256,40 (continua)
TABELA 12 CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: BANANA-NANICA - 1,00 ha (conclusão) Preço Custo / Ano Unitário R$ 1º 2º 3º 4º 5º 6º ao 8º 4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS Água 1000 m3 18,00 216,00 216,00 216,00 216,00 216,00 216,00 Energia vb 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 Outros vb 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 Subtotal 4 402,00 402,00 402,00 402,00 402,00 402,00 5- OPERAÇÕES MECANIZADAS Operações mecanizadas htr 18,00 162,00 126,00 126,00 126,00 126,00 126,00 Subtotal 5 162,00 126,00 126,00 126,00 126,00 126,00 6- MÃO-DE-OBRA Mão-de-obra dh 14,00 1.050,00 1.750,00 1.554,00 1.554,00 1.442,00 1.442,00 Subtotal 6 1.050,00 1.750,00 1.554,00 1.554,00 1.442,00 1.442,00 TOTAL 5.104,00 4.849,40 4.117,40 4.117,40 3.971,40 3.551,90 Especificação
Unidade
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: 1/ Preços praticados na região em junho/2000. 2/ Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e alimentares. 3/ Preço da água - média utilizada em projetos similares.
101
5.1.2 - Cultura da banana-prata 1 - PREPARO DO SOLO Efetuar uma aração e uma gradagem. 2 - VARIEDADE Prata anã. 3 - ESPAÇAMENTO E DENSIDADE 3,0m x 2,5m – 1.333 covas/hectare. 4 - ABERTURA DE COVAS Abrir covas de 50 x 50 x 50 cm ou sulcar e marcar as covas. 5 - ADUBAÇÃO 5.1 - Plantio Adubar a cova de plantio com 300 g de MAP, 16 g de bórax, 25 g de sulfato de zinco e 15 l de esterco de curral. 5.2 - Adubação de crescimento e frutificação 1º ano A partir de 30 dias após o plantio, usar, mensalmente, 50 g de uréia alternados com 100 g de sulfato de amônia. Para a adubação potássica, usar 80 g de cloreto de potássio aos 90, 120, 150 e 180 dias após o plantio, 95 g aos 220 e 240 dias e 120 g dos 270 dias em diante, fazendo alternância com sulfato de potássio. Utilizar, também, 70 g de sulfato de magnésio por cova em uma aplicação e 20 l de esterco em duas aplicações.
102
2º ano em diante Usar 50 g de uréia alternados com 100 g de sulfato de amônia e 120 g de cloreto de potássio por cova, mensalmente, alternando com sulfato de potássio. Usar, ainda, 300 g de MAP em uma única aplicação anual e 20 litros de esterco em duas aplicações (10 l/cova/aplicação). Com base no acompanhamento dos resultados de análise de solo e foliar, fazer o ajuste das adubações de macro e micronutrientes. 6 - MUDAS Adquirir mudas de meristema. 7 - PLANTIO Plantar 1 muda por cova a uma profundidade de 30 cm. 8 - CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS Manter o bananal livre de plantas daninhas com capinas e uso de herbicida. 9 - CONTROLE DE PRAGAS O controle da broca será feito, na cultura instalada, realizando o monitoramento com o uso de 20 iscas não tratadas por hectare, efetuando a contagem dos insetos entre o 7º. e 14º. dias após a colocação. Detectando-se a presença de mais de 7-8 brocas, usar, no mínimo, 20 iscas por hectare, tratadas com 4 g do pc de Carbofuran 5% por isca, substituídas a cada 15-20 dias. As iscas tipo telha são preparadas cortando-se longitudinalmente pedaços de pseudocaules (0,5 m) e tratando a parte cortada com o defensivo. 103
A isca tipo “queijo” é uma secção cilíndrica de pseudocaule de 10-15 cm de altura, superposta à própria base da bananeira colhida e rebaixada. 10 - CONTROLE DE DOENÇAS Fazer o monitoramento do Mal de Sigatoka. Caso ocorra infecção, controlar aplicando óleo mineral (spray oil ) na base de 12-15 l/ha. O óleo tem ação preventiva e curativa nas lesões iniciais. Em caso de elevada incidência, aplicar 0,4 l do pc de Propiconazole 25% + 11,0 litros de spray oil + 5,0 l de água em atomização. Monitorar a ocorrência de nematóides e programar o controle. 11 - DESBROTA Conduzir a touceira deixando mãe, filha e neta. A filha é deixada aos 6 meses após o plantio e a neta após a emissão do cacho da planta-mãe. O excesso de filhotes é retirado periodicamente com o auxílio do desbrotador “lurdinha”. A desbrota será feita cortando a muda rente ao solo e introduzindo-se em seguida a “lurdinha” no centro do pseudocaule para eliminar a gema apical. No momento da desbrota, pode-se aplicar 10 g de uréia no orifício aberto, com a “lurdinha”, para nutrir a planta e evitar a rebrota. 12 - REBAIXAMENTO Cortar o pseudocaule ao nível do solo 40 dias após a colheita. 13 - IRRIGAÇÃO Aplicar 70% da evapotranspiração potencial (ETP) no período de formação e 80% no de produção. A cultura será irrigada pelo sistema de microaspersão. 104
14 - COLHEITA Para abastecer o mercado local, a banana é colhida no seu máximo desenvolvimento, estágio gordo ou cheio. Para mercados distantes, deve ser colhida do estágio ¾gordo. A colheita é feita por dois operários: o primeiro segura o cacho pela sua extremidade (lado do coração) enquanto o outro corta o pedúnculo ou engaço. Nas mais altas, faz-se um corte transversal no pseudocaule, pouco acima da sua metade e do mesmo lado do cacho, de modo a promover uma queda suave possibilitando ao segundo operador aparar o cacho sobre uma colchonete de espuma evitando, assim, lesões nas bananas. O cacho é levado via casa aérea até o packing house para despencamento, seleção e embalagem em caixa de madeira para 21 kg ou de papelão para 19 kg. Realizar o despencamento rente à raque (eixo do cacho) com uma espátula de pedreiro encurvada ou com parte da raque cortada em cunha com faca. Em geral, a colheita é iniciada 11-12 meses após o plantio. Espera-se que a cultura seja erradicada a partir do 9º ano. 15 - PRODUTIVIDADE 2º ANO 3º ANO 4º ANO 5º ANO 6º ANO 7º ANO 8º ANO
-
38 38 32 28 28 26 24
t/ha t/ha t/ha t/ha t/ha t/ha t/há
105
TABELA 13 QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA: BANANA-PRATA - 1,00 ha Especificação 1- MUDAS (meristema) 2- FERTILIZANTES MAP Borax Sulfato de amônia Uréia Cloreto de potássio Sulfato de zinco Esterco Sulfato de magnésio Sulfato de potássio 3- DEFENSIVOS Óleo mineral Propiconazole 25% Herbicida Carbofuran 5% 4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS Água Energia Outros
Unidade
1º
2º
Quantidade / Ano 3º 4º
5º
6º ao 8º
ud
1.380,0
kg kg kg kg kg kg m3 kg kg
400,0 22,0 800,0 400,0 427,0 34,0 40,0 94,0 320,0
400,0 27,0 800,0 400,0 960,0 40,0 26,0 94,0 960,0
200,0 27,0 800,0 400,0 960,0 40,0
27,0 800,0 400,0 960,0 40,0
200,0 27,0 600,0 250,0 600,0 40,0
27,0 600,0 250,0 600,0 40,0
94,0 960,0
94,0 960,0
94,0 600,0
94,0 600,0
l l l kg
22,0 1,2 4,0
44,0 2,4
44,0 2,4
44,0 2,4
44,0 2,4
44,0 2,4
1000 m3 vb vb
12,0 1,0 1,0
12,0 1,0 1,0
12,0 1,0 1,0
12,0 1,0 1,0
12,0 1,0 1,0
1,0 12,0 1,0 1,0
(continua)
106
TABELA 13 QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA: BANANA-PRATA - 1,00 ha (conclusão) Especificação
Unidade
1º
2º
Quantidade / Ano 3º 4º
5- OPERAÇÕES MECANIZADAS Operações mecanizadas htr 9,0 7,0 6- MÃO-DE-OBRA Mão-de-obra dh 75,0 109,0 FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc).
5º
6º ao 8º
7,0
7,0
7,0
7,0
88,0
88,0
80,0
76,0
107
TABELA 14 CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: BANANA-PRATA - 1,00 ha Especificação 1- MUDAS (meristema) Subtotal 1 2- FERTILIZANTES MAP Borax Sulfato de amônia Uréia Cloreto de potássio Sulfato de zinco Esterco Sulfato de magnésio Sulfato de potássio Subtotal 2 3- DEFENSIVOS Óleo mineral Propiconazole 25% Herbicida Carbofuran 5% Sub-total 3
Unidade
Preço R$ Unitário
ud
0,95
kg kg kg kg kg kg m3 kg kg
0,34 1,80 0,39 0,32 0,40 0,95 20,00 0,65 0,75
l l l kg
1,60 70,00 35,00 18,00
1º 1.311,00 1.311,00
2º
Custo / Ano 3º 4º
5º
6º ao 8º
136,00 136,00 68,00 68,00 39,60 48,60 48,60 48,60 48,60 48,60 312,00 312,00 312,00 312,00 234,00 234,00 128,00 128,00 128,00 128,00 80,00 80,00 170,80 384,00 384,00 384,00 240,00 240,00 32,30 38,00 38,00 38,00 38,00 38,00 800,00 520,00 61,10 61,10 61,10 61,10 61,10 61,10 240,00 720,00 720,00 720,00 450,00 450,00 1.919,80 2.347,70 1.759,70 1.691,70 1.219,70 1.151,70 35,20 84,00 140,00
70,40 168,00
70,40 168,00
259,20
238,40
18,00 256,40
70,40 168,00 238,40
70,40 168,00 238,40
70,40 168,00 238,40
(continua)
108
TABELA 14 CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: BANANA-PRATA - 1,00 ha (conclusão) Especificação
Unidade
Preço R$ Unitário
1º
2º
Custo / Ano 3º 4º
5º
6º ao 8º
4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS Água 1000 m3 18,00 216,00 216,00 216,00 216,00 216,00 216,00 Energia vb 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 Outros vb 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 Subtotal 4 416,00 416,00 416,00 416,00 416,00 416,00 5- OPERAÇÕES MECANIZADAS Operações mecanizadas htr 18,00 162,00 126,00 126,00 126,00 126,00 126,00 Subtotal 5 162,00 126,00 126,00 126,00 126,00 126,00 6- MÃO-DE-OBRA Mão-de-obra dh 14,00 1.050,00 1.526,00 1.232,00 1.232,00 1.120,00 1.064,00 Subtotal 6 1.050,00 1.526,00 1.232,00 1.232,00 1.120,00 1.064,00 TOTAL 5.118,00 4.654,10 3.790,10 3.704,10 3.120,10 2.996,10 FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: 1/ Preços praticados na região em junho/2000. 2/ Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e alimentares. 3/ Preço da água - média utilizada em projetos similares.
109
5.1.3 - Cultura da cebola 1 - PREPARO DO SOLO Fazer uma aração seguida de grade leve. 2 - CULTIVARES Amarelas: Texas grano 502, Mercedes ou Serrana – para semeadura de fevereiro a maio e IPA-4 de agosto a novembro. Roxa: IPA-10 de abril a julho. 3 - ÉPOCA DE PLANTIO A melhor época de plantio é entre fevereiro e março, considerando o aspecto de mercado. 4 - SEMEADURA Realizar a semeadura mecânica no espaçamento de 20 cm e com gasto de 6 kg de semente por hectare. Em caso de se optar pela cebola transplantada, fazer sementeira e transplantar as mudas cerca de 35 dias após a semeadura. 5 - ADUBAÇÃO Usar 1.200 kg de 6-24-12 por hectare. 6 - ADUBAÇÃO DE COBERTURA −
110
Adubação Nitrogenada: Do 20º dia após a semeadura até a 31º, dia efetuar 6 aplicações de sulfato de amônia na base de 8,0 kg/aplicação. Do 34º dia até o 87º dia, fazer 12 aplicações de uréia (12 kg/ha/aplicação) alter-
nados c/ 12 aplicações de sulfato de amônia (24/kg/ha/aplicação). −
−
−
Adubação Potássica: Do 34º dia após a semeadura até a 59º, fazer 12 aplicações de 5,6 kg/ha de sulfato de potássio e do 62º dia até o 87º, fazer 12 aplicações de 6,9 kg/ha. Sulfato de Magnésio: Fazer 8 aplicações de 15 kg/ha do 27º ao 43º dia após a semeadura. Micronutrientes: Aplicar 10 kg de acido bórico no 10º e no 20º dia após a semeadura, 10 kg/ha de sulfato de zinco no 30º e 37º dia, 4 kg/ha de sulfato de ferro no 32º dia e 4 kg/ha de sulfato de manganês no 35º dia após a semeadura.
7 - CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS O controle de invasoras será feito com aplicação de Oxadiazon 25% (Classe II) em pré-emergência das ervas daninhas na base de 2,5 - 3,0 l do pc/ha. Se necessário, aplicar Fluazifop-pbutil 12,5% (classe II) - 1 l/ha para folhas estreitas em pós emergência, quando as invasoras estiverem com até 4 perfilhos. 8 - CONTROLE DE PRAGAS O controle de tripes e pulgões será feito com aplicação de Methamidophos 60% (Classe II - Carência 23 dias) na base de 100 ml do pc/100 l ou Lambdacyhalothrin 5% (Classe II - Carência 10 dias) – 80 a 100 ml do pc/100 l. A mosca minadora e lagartas das folhas serão controladas com a aplicação de Deltamethrin 2,5% (Classe II - Carência 2 dias) na base de 10 ml do pc/100 l, Methamidophos 60% (Classe II Carência 23 dias) - 100 ml do pc/100 l ou Lambdacyhalothrin 80 a 100 ml do pc/100 l.
111
9 - CONTROLE DE DOENÇAS O controle de alternária será feito com alternância de Mancozeb 44,5% (Classe III - Carência 7 dias) na base de 360 ml do pc/100 l, Iprodione 50% (Classe IV - Carência 14 dias) - 150 ml do pc/100 l, oxicloreto de cobre 84% (Classe IV - Carência 7 dias) – 220g do pc/100 l e tebucomazole 20% (Classe III - carência 15 dias) – 90 ml do pc/100 l. A antracnose e Botrytis serão controladas com Benomyl 50% (Classe IV - Carência 1 dia) – 200 g do pc/100 l. 10 - IRRIGAÇÃO No início da cultura, até 10-15 dias após a germinação, irrigar com 60% de evapotranspiração (ETP). Desse período, até 40 dias, aplicar 100% da ETP; daí até 75 dias, 110% da ETP até a colheita 80% da ETP. A irrigação deverá ocorrer toda vez que o solo atingir 40% de água disponível consumida. 11 - COLHEITA E CURA Quando aproximadamente 70% das plantas estiverem instaladas, suspender a irrigação. O arranquio será efetuado uma semana após. Ao arrancar, cobrir o bulbo de uma planta com as folhas de outra, evitando incidência direta dos raios solares por 35 dias. Se possível, a cura deve ser complementada em galpões frescos e arejados. 12 - PREPARO E CLASSIFICAÇÃO Após a cura, cortar as folhas a 2 cm de distância do bulbo. Se a produção estiver bem uniforme, classificar em dois tipos, grande e médio. Mas se a produção estiver desuniforme, classificar em grande, médio e pequeno.
112
13 - EMBALAGEM Embalar em sacos de malha (polietileno ou polipropileno) com capacidade para 20 kg. 14 - CICLO E PRODUTIVIDADE Ciclo: 100 a 120 dias Produtividade: entre 40 t/ha. TABELA 15 QUANTIDADE E CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: CEBOLA Especificação
1- SEMENTES Subtotal 1 2- FERTILIZANTES Fórmula 6-24-12 Uréia Ácido bórico Sulfato de amônia Sulfato de zinco Sulfato de magnésio Sulfato de potássio Sulfato de ferro Sulfato de manganês Subtotal 2 3- DEFENSIVOS Benomyl 50% Mancozeb 44,5% Iprodione 50% Lambdacyhalothrin 5% Methiamidophos 60% Deltamethrin 2,5% Oxicloreto de cobre 84% Espalhante adesivo 20% Tebuconazole 20% Oxadiazon 25% Subtotal 3
Unidade Quantidade Preço R$ Total R$
kg
6,0
60,00
360,00 360,00
kg kg kg kg kg kg kg kg kg
1200,0 144,0 20,0 336,0 20,0 120,0 150,0 4,0 4,0
0,68 0,39 2,50 0,42 1,30 0,65 0,96 6,40 9,60
816,00 56,16 50,00 141,12 26,00 78,00 144,00 25,60 38,40 1375,28
kg l l l l l kg l l l
3,0 14,0 2,0 0,5 4,0 1,0 4,0 1,0 3,0 3,0
48,00 9,00 68,80 48,00 14,40 4,00 7,00 5,74 60,80 32,00
144,00 126,00 137,60 24,00 57,60 4,00 28,00 5,74 182,40 96,00 805,34 (continua)
113
TABELA 15 QUANTIDADE E CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: CEBOLA (conclusão) Especificação
Unidade Quantidade Preço R$ Total R$
4- OUTROS SERVIÇOS / INSUMOS
Água Energia Outros Subtotal 4
1000 m3 vb vb
7,0 1,0 1,0
18,00 77,00 709,20
126,00 77,00 709,20 912,20
htr
21,5
18,00
387,00 387,00
dh
191,0
5- OPERAÇÕES MECANIZADAS
Operações mecanizadas Subtotal 5 6- MÃO-DE-OBRA Mão-de-obra Subtotal 6 TOTAL
14,00 2674,00 2674,00 6513,82
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: 1/ As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc). 2/ Preços praticados na região em junho/2000. 3/ Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e alimentares. 4/ Preço da água - média utilizada em projetos similares.
5.1.4 - Cultura do coco 1 - PREPARO DO SOLO Realizar uma aração e uma gradagem. 2 - CULTIVAR Cultivar anão. 3 - ÉPOCA DE PLANTIO O coqueiro pode ser plantado o ano todo, desde que se disponha de mudas de boa procedência. As mudas devem estar com mais ou menos 1,0 m de altura e 5 a 7 folhas vivas. 114
4 - ESPAÇAMENTO 7,5m x 7,5m x 7,5m em forma triangular, o que dará 205 covas / ha. 5 - PREPARO DE COVAS Abrir covas com 80 x 80 x 80 cm, separando a terra de baixo da de cima. A terra de cima será misturada aos fertilizantes e adubo orgânico e colocada embaixo da cova. 6 - ADUBAÇÃO No plantio usar 500 g de MAP juntamente com 20 litros de adubo orgânico. O sulfato de amônia e o cloreto de potássio de plantio serão aplicados em 2 parcelas, um mês após o plantio e três meses após a primeira. A partir do primeiro ano, todo o fósforo programado será distribuído de uma só vez e o nitrogênio e o potássio parcelados para aplicações mensais. Os fertilizantes de cobertura serão localizados distanciados 0,50 m da estipe e na projeção da copa até o máximo de 1,5 metro. Aplicar anualmente 40 litros de esterco por cova. Monitorar o nível de fertilidade do solo para proceder a a justamentos nas recomendações feitas. Na TABELA 16, apresenta-se a recomendação de adubação do coqueiro.
115
TABELA 16 RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO DO COQUEIRO Idade (anos) 0 (Plantio) 1 2 3 4 5 em diante
Quantidade (g/planta) Sulfato de Amônia 600 1.500 2.800 3.200 3.600 4.400
MAP 500 200 600 600 1.000 1.000
Cloreto de Potássio 200 600 800 1.000 1.400 1.600
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
Aplicar uma vez por ano 15 g de bórax, 15 g de sulfato de zinco, 10 g de sulfato ferroso, 10 g de sulfato de manganês, duplicando a partir do 3º ano, e 100 g de sulfato de magnésio, por planta, ajustando em função da análise foliar e de solo. 7 - PLANTIO Plantar deixando o colo da planta ao nível do solo. Após o plantio, usar cobertura morta de bagaço de cana ou similar e mantê-la durante o ciclo da cultura 8 - CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS Nos dois primeiros anos, usar culturas intercalares, o que manterá a cultura no limpo. A partir daí, fazer o coroamento e manter a área roçada. Isto, inclusive, é uma medida de controle de pragas e doenças. 9 - CONTROLE DE PRAGAS As pragas do coqueiro deverão ser controladas na medida em que aparecerem. −
116
Barata do Coqueiro e Inseto-Rodilha: Triclorfon 50% (Classe II) - 300 ml do pc/ 100 l de água.
−
−
−
−
−
−
−
−
−
Cochonilha: Dimethoate 40% (Classe I - carência 3 dias) - 150 ml do pc/100 l de água. Broca do Bulbo: extraí-la do orifício com auxílio de arame. Broca do Olho do Coqueiro: usar iscas com pedaços de estirpes e eliminar plantas com anel vermelho. Ácaros: Tetradifon 8% (Classe III - carência 14 dias) 300 ml do pc/100 l de água, Abamectina 1,8% (30 ml do pc) + óleo mineral (250 ml do pc) + 100 l de água, ou alternar Dicofol 16% + Tetradifon 6% 200 ml do pc/100 l com Quinomethionate 70% 50 g do pc/100 l. Lagartas das Folhas: Triclorfon 50% (Classe II) - 300 ml do pc/ 100 l de água. Broca da Estirpe do Coqueiro: o tratamento é feito pela inspeção, destruindo as posturas. Plantas muito afetadas devem ser eliminadas. Broca do Pendúnculo Floral e Gorgulho de Flores e Frutos Novos: o controle é feito pela limpeza da copa na colheita. Broca da Ráquis Foliar: eliminar folhas afetadas e queimá-las. Formigas cortadeiras: usar isca granulada. Usar Compact Zinc (10 ml /100 l) e Espalhante adesivo 20% (5 ml do pc/100 l).
10 - CONTROLE DE DOENÇAS −
−
Queima das Folhas: pulverizar com Benomyl 50% (Classe III) - 70 g do pc/100 litros de água. Podridão do Colo: o controle é feito com drenagem, controle de invasoras e espaçamento adequado. Pulverizar a região do colo com Oxicloreto de cobre 58,8% 117
(Classe IV) - 300 g do pc/100 l de água e as áreas vizinhas à planta ajuda no controle. −
−
Anel Vermelho: erradicar e queimar as plantas doentes. Controlar o inseto vetor Rhynchophorus palmarum . Podridão Seca do Olho: controlar o inseto vetor (cigarrinha), com Dimethoate 40% (150 ml do pc/100 l) procurando eliminar plantas hospedeiras (gramíneas). Nas caldas de pulverização, usar Compact Zinc e Espalhante adesivo 20%.
11 - LIMPEZA DA COPA Após a colheita, eliminar as folhas secas, restos de inflorescência e folhas doentes. 12 - COLHEITA A colheita se inicia no 3º ano e será feita manualmente, com auxílio de escadas, quando as plantas atingirem porte maior. 13 - IRRIGAÇÃO Aplicar 70% da ETP na fase de formação e 80% na de produção. 14 - PRODUTIVIDADE -
118
3º. ano 4º. ano 5º. ano A partir do 6º ano
-
6.000 12.500 30.000 50.000
cocos/ ha. cocos/ ha. cocos/ ha. cocos/ ha.
TABELA 17 QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA: COCO - 1,00 ha Especificação 1- MUDAS 2- FERTILIZANTES MAP Sulfato de amônia Cloreto de potássio Esterco Sulfato de zinco Bórax Sulfato ferroso Sulfato de magnésio Sulfato de manganês 3- DEFENSIVOS Formicida Triclorfon 50% Dimethoate 40% Benomyl 50% Paraquat 20% Dicofol 16% + Tetradifon 6% Óleo Mineral Compact Zinc Abamectina 1,8% Espalhante adesivo 20%
Unidade
1º.
Quantidade / Ano 3º. 4º.
2º.
ud
225,0
kg kg kg m3 kg kg kg kg kg
143,0 430,0 164,0 4,1 3,0 3,0 2,0 31,0 2,0
123,0 574,0 164,0 8,2 3,0 3,0 2,0 31,0 2,0
123,0 656,0 205,0 8,2 6,0 6,0 4,0 31,0 4,0
kg l l kg l l l l l l
2,0 0,5 0,6 0,2 2,0 0,2 0,5 0,5 0,1 0,5
2,0 0,5 1,0 0,4 3,0 0,2 1,0 1,0 0,2 0,5
1,0 1,0 1,2 4,0 0,4 1,0 1,5 0,3 1,0
5º.
6º.
205,0 738,0 290,0 8,2 6,0 6,0 4,0 31,0 4,0
205,0 902,0 330,0 8,2 6,0 6,0 4,0 31,0 4,0
205,0 902,0 330,0 8,2 6,0 6,0 4,0 31,0 4,0
1,5 1,5 1,5 4,0 0,8 1,0 2,0 0,5 1,5
2,0 2,0 2,0 4,0 0,8 1,0 2,5 1,0 2,0
2,0 2,0 3,0 4,0 0,8 1,0 2,5 1,0 2,0
(continua)
119
TABELA 17 QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA: COCO - 1,00 ha (conclusão) Especificação
Unidade
1º.
2º.
Quantidade / Ano 3º. 4º.
4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS Água 1000 m3 12,0 12,0 Energia vb 1,0 1,0 5- OPERAÇÕES MECANIZADAS Operações mecanizadas htr 8,5 4,0 6- MÃO-DE-OBRA Mão-de-obra dh 39,0 23,0 FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc).
120
5º.
6º.
12,0 1,0
12,0 1,0
12,0 1,0
12,0 1,0
3,0
3,0
3,0
3,0
39,0
51,0
72,0
97,0
TABELA 18 CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: COCO - 1,00 ha Especificação 1- MUDAS Subtotal 1 2- FERTILIZANTES MAP Sulfato de amônia Cloreto de potássio Esterco Sulfato de zinco Bórax Sulfato ferroso Sulfato de magnésio Sulfato de manganês Subtotal 2 3- DEFENSIVOS Formicida Triclorfon 50% Dimethoate 40% Benomyl 50% Paraquat 20% Dicofol 16% + Tetradifon 6% Óleo mineral
Unidade Preço R$ Unitário
1º.
ud
3,00
675,00 675,00
kg kg kg m3 kg kg kg kg kg
0,34 0,39 0,40 20,00 0,75 1,80 6,40 0,65 9,60
48,62 167,70 65,60 82,00 2,25 5,40 12,80 20,15 19,20 423,72
kg l l kg l l l
5,00 15,00 15,00 48,00 18,00 35,00 1,60
10,00 7,50 9,00 9,60 36,00 7,00 0,80
2º.
Custo / Ano 3º. 4º.
41,82 41,82 223,86 255,84 65,60 82,00 164,00 164,00 2,25 4,50 5,40 10,80 12,80 25,60 20,15 20,15 19,20 38,40 555,08 643,11 10,00 7,50 15,00 19,20 54,00 7,00 1,60
15,00 15,00 57,60 72,00 14,00 1,60
69,70 287,82 116,00 164,00 4,50 10,80 25,60 20,15 38,40 736,97 22,50 22,50 72,00 72,00 28,00 1,60
5º.
6º.
69,70 69,70 351,78 351,78 132,00 132,00 164,00 164,00 4,50 4,50 10,80 10,80 25,60 25,60 20,15 20,15 38,40 38,40 816,93 816,93 30,00 30,00 96,00 72,00 28,00 1,60
30,00 30,00 144,00 72,00 28,00 1,60
(continua)
121
TABELA 18 CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: COCO - 1,00 ha (conclusão) Especificação
Unidade Preço R$ Unitário
1º.
2º.
Custo / Ano 3º. 4º.
5º.
6º.
Compact Zinc l 9,50 4,75 9,50 14,25 19,00 23,75 23,75 Abamectina 1,8% l 180,00 18,00 36,00 54,00 90,00 180,00 180,00 Espalhante adesivo 20% l 5,74 2,87 2,87 5,74 8 ,61 11,48 11,48 Subtotal 3 105,52 162,67 249,19 336,21 472,83 520,83 4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS Água 1000 m3 18,00 216,00 216,00 216,00 216,00 216,00 216,00 Energia vb 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 Subtotal 4 396,00 396,00 396,00 396,00 396,00 396,00 5- OPERAÇÕES MECANIZADAS Operações mecanizadas htr 18,00 153,00 72,00 54,00 54,00 54,00 54,00 Subtotal 5 153,00 72,00 54,00 54,00 54,00 54,00 6- MÃO-DE-OBRA Mão-de-obra dh 14,00 546,00 322,00 546,00 714,00 1.008,00 1.358,00 546,00 322,00 546,00 714,00 1.008,00 1.358,00 Subtotal 6 2.299,24 1.507,75 1.888,30 2.237,18 2.747,76 3.145,76 TOTAL FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: 1/ Preços praticados na região em junho/2000. 2/ Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e alimentares. 3/ Preço da água - média utilizada em projetos similares.
122
5.1.5 - Cultura da goiaba 1 - PREPARO DO SOLO Fazer uma aração e uma gradagem. 2 - CULTIVARES Paluma e rica, de polpa vermelha. As mudas devem ser de estaquia, sadias, bem nutridas, de bom desenvolvimento e adquiridas de produtores registrados. 3 - ESPAÇAMENTO Usar espaçamento 8,0 x 6,0 m, o que dará 208 covas/ha. 4 - ABERTURA DE COVAS Abrir covas de 60 x 60 x 60 cm. Na abertura de covas, separar a terra de cima da do fundo e fazer a inversão após a adubação. 5 - ADUBAÇÃO Monitorar a fertilidade com análise química de solo e foliar para ajustar as recomendações de adubação feitas. 5.1 - De Plantio Utilizar, na cova, 200 g de MAP, 20 l de adubo orgânico, 70 g de sulfato de potássio. 5.2 - De Crescimento Aplicar em cobertura 45 g de uréia por planta, alternando com 90 g de sulfato de amônia, 60 dias após o plantio, repetindo a aplicação a cada 60 dias até o início da produção. Usar também 100 g de cloreto de potássio por cova 120 dias após o plantio, 123
repetindo a cada 120 dias até o início da produção, alternando com sulfato de potássio. Aplicar 200 g de MAP e 20 l de adubo orgânico. 5.3 - De Manutenção e Produção A partir do 2º ano, adubar mensalmente com 45 g de cloreto de potássio, alternando com sulfato de potássio e 40 g de uréia, alternando com 90g sulfato de amônia, por planta e aplicar, duas vezes ao ano, 200 g de MAP e 20 l de adubo orgânico por planta, nas épocas das podas, fazendo ajustes com base no acompanhamento de análise de solo e produção. Aplicar uma vez por ano 30g de bórax, 30 g de sulfato de zinco, 25 g de sulfato ferroso, 25 g de sulfato de manganês e 100 g de sulfato de magnésio, por planta, com ajustes em função de análise foliar e de solo. 6 - TUTORAMENTO Colocar um tutor em cada planta após o plantio, e amarrá-lo. 7 - CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS Fazer o coroamento das plantas e manter a área roçada ou utilizar herbicida. 8 - PODA E DESBASTE DE FRUTOS Conduzir a planta em haste única até a altura de 50-60 cm. A partir daí, eliminar a gema terminal, deixando 3-4 ramos para formar a copa. Quando estes ramos estiverem maduros, é necessário podá-los a 40-50 cm. Para isso, há dois tipos recomendados: 1º) No final da colheita, poda-se toda a planta, retirando-se inclusive as folhas, o que facilita o controle fitossanitário. 124
2º)Poda com amarrio. Adota-se o mesmo sistema do item anterior; no amarrio dos ramos usando-se cordão de plástico. Entre a poda de produção e a colheita decorrem 170 dias. O período de colheita compreende 35 dias. Nos pomares de goiabeira destinados à produção de frutos para consumo ao natural, aconselha-se efetuar o raleio dos frutos, antes de atingirem 2,0 cm de diâmetro. 9 - CONTROLE DE PRAGAS As pragas que podem atacar a goiabeira são: broca dos ramos, cochonilhas, gorgulhos, moscas das frutas e algumas lagartas de folhas. −
−
−
−
−
−
Cochonilhas: Óleo mineral – 1 l / 100 l de água ou Methidathion 40% (Classe II) – 120 ml do pc/100 l de água. Gorgulho da goiaba: Coleta e destruição de frutos caídos e pulverizações periódicas quando os frutos estiverem ainda verdes, em tamanho tipo azeitona, usando Triclorfon 50% (Classe II - Carência 7 dias) - 0,3 l do pc/100 l de água a Carbaryl 48% (Classe II - Carência 7 dias) – 500 ml do pc/100 l. Mosca das frutas: Usar iscas, pulverizando parte da planta com 240 ml do pc de Triclorfon 50% + 5 kg de açúcar para 100 l de água. Psilídio: Usar Methidathion 40% (Classe II- Carência 28 dias) - 100 ml do pc/100 l de água ou Carbaryl 48% (Classe II) – 500 ml do pc/100 l de água associando a uma sistêmico: Dimethoate 40% (Classe I - Carência 4 dias) – 190 ml do pc/100 l. Coleobroca: Injetar 1 ml de solução de Carbaryl 48% na concentração 45 ml do pc/500 ml de água. Mariposas: Pulverizar à noite com Detamethrin 2,5% (Classe III) – 75 ml do pc/100 l de água. 125
10 - CONTROLE DE DOENÇAS A ferrugem poderá ocorrer na época do ano em que a umidade relativa do ar se elevar, mantendo-se alta temperatura. Ocorrendo, aplicar oxicloreto de cobre 58,8% (Classe IV Carência 7 dias) - 300 g do pc/100 l de água ou oxicloreto de cobre 30% + Mancozeb 44% (Classe III - Carência 21 dias) – 200 g do pc/100 l de água, ou Tebuconazole 20% (Classe III - Carência 20 dias) – 50 g do pc/ 100 l de água. Monitorar a área para verificar a existência de nematóides e orientar o controle. 11 - IRRIGAÇÃO Aplicar 70% da ETP no período de formação e 80% no período de produção. 12 - COLHEITA A colheita deve ser realizada manualmente, 2-3 vezes por semana. Os frutos colhidos no ponto ideal completam a maturação 48 a 72 horas após a colheita. Frutos para transporte a grandes distâncias devem ser colhidos "de vez" e acondicionados em embalagens apropriadas, especialmente aqueles destinados ao consumo ao natural. 13 - EMBALAGEM E CLASSIFICAÇÃO Os frutos são embalados em caixas de madeira ou papelão. Há diversas classificações. As mais freqüentes são: 12, 15, 18, 21, 24, 28 e 32 (número de frutos por caixa). O número médio de frutos por caixa é de 24, com peso bruto de 5,0 kg, variando o peso líquido de 4,0 a 4,5 kg. Os frutos são embalados em uma única camada e embrulhados com papel, de preferência papel manteiga.
126
14 - PRODUTIVIDADE Em média, a produtividade esperada é de: - 2º.ano : 8 t/ha - 3º. ano : 20 t/ha - 4º. ano : 30 t/ha TABELA 19 QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA: GOIABA - 1,00 ha Especificação 1- MUDAS 2- FERTILIZANTES MAP Uréia Cloreto de potássio Sulfato de potássio Esterco Sulfato de amônia Bórax Sulfato de zinco Sulfato de magnésio Sulfato ferroso Sulfato de manganês 3- DEFENSIVOS Carbaryl 48% Óleo mineral Maneb 80% Oxicloreto de cobre 58,8% Deltamethrin 2,5% Triclorfon 50% Espalhante adesivo Methidathion 40% Isca - Clorpirifós 0,45% Paraquat 20% Dimethoate 40% 4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS Água Energia Outros
Unidade
Quantidade / Ano 2º. 3º.
ud
1º. 230,0
4º.
kg kg kg kg m3 l kg kg kg kg kg
84,0 28,0 42,0 21,0 8,4 56,0 6,2 6,2 21,0 5,2 5,2
84,0 50,0 56,0 56,0 8,4 100,0 6,5 6,5 25,0 5,5 5,5
84,0 50,0 56,0 56,0 8,4 100,0 7,0 7,0 25,0 6,0 6,0
84,0 50,0 56,0 56,0 8,4 100,0 7,0 7,0 25,0 6,0 6,0
l l kg kg l l l l kg l l
1,0 1,0 1,0 2,0 1,0 1,0 1,0 1,0 3,0 1,0 0,5
3,0 1,0 2,0 4,0 2,0 4,0 2,0 2,0 3,0 1,0 1,0
6,0 1,0 4,0 5,0 2,0 4,0 2,0 2,0 3,0 2,0 1,0
12,0 1,0 4,0 5,0 2,0 4,0 2,0 2,0 3,0 3,0 1,0
1000 m3 vb vb
11,0 1,0
11,0 11,0 11,0 1,0 1,0 1,0 1152,00 3493,00 5220,00
(continua)
127
TABELA 19 QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA: GOIABA - 1,00 ha (conclusão) Especificação
Unidade
1º.
Quantidade / Ano 2º. 3º.
4º.
5- OPERAÇÕES MECANIZADAS
Operações mecanizadas Htr 7,5 9,0 11,0 13,0 6- MÃO-DE-OBRA Mão-de-obra Dh 61,0 102,5 332,0 433,0 FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc).
128
TABELA 20 CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: GOIABA - 1,00 ha Especificação 1- MUDAS Subtotal 1 2- FERTILIZANTES MAP Uréia Cloreto de potássio Sulfato de potássio Esterco Sulfato de amônia Bórax Sulfato de zinco Sulfato de magnésio Sulfato ferroso Sulfato de manganês Subtotal 2 3- DEFENSIVOS Carbaryl 48% Óleo mineral Maneb 80% Oxicloreto de cobre 58,8% Deltamethrin 2,5% Triclorfon 50%
Unidade Preço Unitário R$
1º.
Custo / Ano 2º. 3º.
4º.
ud
2,20
506,00 506,00
kg kg kg kg m3 l kg kg kg kg kg
0,34 0,39 0,46 0,96 20,00 0,42 1,80 1,30 0,65 6,40 9,60
28,56 10,92 19,32 20,16 168,00 23,52 11,16 8,06 13,65 33,28 49,92 386,55
28,56 19,50 25,76 53,76 168,00 42,00 11,70 8,45 16,25 35,20 52,80 461,98
28,56 19,50 25,76 53,76 168,00 42,00 12,60 9,10 16,25 38,40 57,60 471,53
28,56 19,50 25,76 53,76 168,00 42,00 12,60 9,10 16,25 38,40 57,60 471,53
l l kg kg l l
13,40 1,60 14,00 7,40 40,00 15,00
13,40 1,60 14,00 14,80 40,00 15,00
40,20 1,60 28,00 29,60 80,00 60,00
80,40 1,60 56,00 37,00 80,00 60,00
160,80 1,60 56,00 37,00 80,00 60,00
(continua)
129
TABELA 20 CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: GOIABA - 1,00 ha (conclusão) Especificação
Unidade Preço Unitário R$
1º.
Custo / Ano 2º. 3º.
Espalhante adesivo l 8,00 8,00 16,00 Methidathion 40% l 28,00 28,00 56,00 Isca - Clorpirifós 0,45% kg 5,00 15,00 15,00 Paraquat 20% l 22,00 22,00 22,00 Dimethoate 40% l 15,00 7,50 15,00 Subtotal 3 179,30 363,40 4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS Água 1000 m3 18,00 198,00 198,00 Energia vb 180,00 180,00 180,00 Outros vb 1,00 1152,00 Subtotal 4 378,00 1530,00 5- OPERAÇÕES MECANIZADAS Operações mecanizadas htr 18,00 135,00 162,00 Subtotal 5 135,00 162,00 6- MÃO-DE-OBRA Mão-de-obra dh 14,00 854,00 1435,00 Subtotal 6 854,00 1435,00 TOTAL 2438,85 3952,38 FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: 1/ Preços praticados na região em junho/2000. 2/ Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e alimentares. 3/ Preço da água - média utilizada em projetos similares.
130
4º.
16,00 56,00 15,00 44,00 15,00 461,00
16,00 56,00 15,00 66,00 15,00 563,40
198,00 180,00 3493,00 3871,00
198,00 180,00 5220,00 5598,00
198,00 198,00
234,00 234,00
4648,00 4648,00 9649,53
6062,00 6062,00 12928,93
5.1.6 - Cultura do mamão 1 - PREPARO DO SOLO Fazer uma aração e uma gradagem. 2 - CULTIVARES Sunrise “Amazonas”.
Solo, conhecida como “Hawaí”, “Papaya” ou
3 - FORMAÇÃO DE MUDAS −
−
−
Local da semeadura As mudas serão formadas em sacos plásticos apropriados de 12 x 20 x 0,6 cm, com furos do meio para a base. Encher os sacos plásticos com mistura de 45 l de terra de superfície, 5 l de esterco, 40 g de MAP e 50 g de cloreto de potássio para cada 50 l da mistura. Semeadura Plantar 3 sementes espaçadas de 3-4 cm, a 2 cm de profundidade. Os sacos são dispostos em canteiros de 1,20 m de largura e comprimento variável. Após a semeadura, cobrir com folha de arroz, capim, folha de coqueiro ou outro tipo de cobertura. A germinação ocorrerá 1-2,5 semanas após a semeadura, conforme a época do ano. Controle de doenças e pragas Para evitar doenças na formação das mudas, tomar as seguintes providências: •
Pulverizar o colo das plantinhas recém-nascidas com Metalaxil 8% + Mancozeb 64% (Classe III) -300 g do pc/100 l de água quando aparecer sintomas de tombamento, alternando com Benomyl 50% e PCNB 75%.
131
•
−
−
Verificar periodicamente as mudas, para identificar a presença de pragas. Lagartas são controladas com Carbaryl 48% (Classe II) - 200 ml do pc /100 l de água.
Desbaste Realizar o desbaste 6-8 dias após a germinação, deixando uma muda por saco. Replantar, nos recipientes, as mudas desbastadas que não germinaram. Aclimatação de mudas Retirar aos poucos cobertura dos canteiros, até que, na quinta semana após a germinação, não exista mais cobertura.
4 - ESPAÇAMENTO 3,0 x 1,8 m, o que corresponde a 1850 plantas por hectare. 5 - ABERTURA DE COVAS Abrir covas de 40 x 40 x 40 cm ou sulcar a uma profundidade de 40 cm. Na abertura de covas, separe a terra de cima da terra de baixo. A terra de cima será misturada ao esterco e aos fertilizantes de plantio e colocada no fundo da cova. Manter a cova úmida no mínimo por 15 dias antes do plantio. 6 - ADUBAÇÃO DE PLANTIO No plantio usar, por cova, 150 g de MAP + 60 g de sulfato de potássio + 5 g de bórax (17%) + 10 l esterco curtido. Construir um montículo com 15 cm acima do nível do solo para evitar empoçamento e prejudicar a muda.
132
7 - PLANTIO Retirar o saco plástico e efetuar o plantio, deixando o colo da muda acima do nível do terreno. Irrigar logo após o plantio. Plantar três mudas por cova, distanciadas 20 cm uma da outra, com a finalidade de garantir o maior número de plantas hermafroditas. 8 - ADUBAÇÃO DE COBERTURA Do 1º ao 6º mês após o plantio, localizar o adubo em faixa de 30 a 60 cm em torno do caule e, a partir do 7º mês, de 30 a 90 cm. 1º ano Aplicar 60 g de sulfato de amônia + 30 g de sulfato de potássio por cova nos meses 1,3,5,7,9 e 11 após o plantio e 40 g de sulfato de amônia + 20 de MAP + 20 g de cloreto de potássio nos meses 2,4,6,8,10 e 12 após o plantio. O sulfato de amônia poderá ser alternado com uréia. No início do 2º ano usar, ainda, 10 l de esterco por cova. 2º ano Aplicar 60 g de sulfato de amônia e 40 g de sulfato de potássio por cova nos meses 13, 14, 16, 17, 19, 20, 22 e 23 após o plantio e 35 g sulfato de amônia, 25 g de cloreto de potássio e 20 g de MAP nos meses 15, 18, 21 e 24 após o plantio. Em meados do 1º e início do 2º ano em cobertura aplicar 10 g de bórax, 10 g de sulfato de zinco, 5 g de sulfato ferroso, 5 g de sulfato de manganês e 80 g de sulfato de magnésio. 9 - DESBROTA E DESBASTE DE PLANTAS Eliminar os brotos laterais que se inserem nas axilas das folhas, iniciando-se 30 dias após o transplantio e repetir quando necessário. 133
Três a quatro meses após o plantio das mudas, eliminar as plantas femininas, observando as flores, deixando apenas um hermafrodita por cova. 10 - CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS Manter a cultura limpa com capinas em torno do caule ou nas linhas. Nas ruas de 4 metros usar Paraquat 20% - 1 a 2 l do pc/ha pós-emergência, sem atingir o mamoeiro. Adicionar espalhante adesivo. 11 - CONTROLE DE PRAGAS A praga mais séria do mamoeiro é o ácaro. O ácaro branco parasita as folhas novas provocando a morte da gema apical, Os ácaros vermelho, mexicano e rajado parasitam as folhas mais velhas. Recomenda-se o uso de Dicofol 16% + tetradifon 6% (Classe II-carência 14 dias) na base de 200 ml do pc/100 l de água e Abamectina 1,8% (Classe III - Carência 7 dias) - 30 ml do pc/100 l de água. Os pulgões serão controlados com Deltamethrin 2,5% (Classe III - carência 14 dias) - 30 ml do pc/100 l. Quando ocorrer a mosca dos frutos, recomenda-se o monitoramento com isca atrativa (açúcar 7,5% + 2 ml do pc de Triclorfon 50% por litro de solução). 12 - CONTROLE DE DOENÇAS −
−
134
Antracnose: Thiophanate methil 14% + Chlorothalonil 35% (Classe III - Carência 14 dias) - 250 g do pc/100 l e Maneb 80% (Classe III - Carência 14 dias) - 100 g do pc/100 l de água. Varíola ou Pinta Preta: Thiophanate methil 14% + Chlorothalonil 35% - 250 g do pc/100 l e oxicloreto de co-
bre 84% (Classe IV - Carência 7 dias) - 200 g do pc/100 l de água. −
−
−
Mosaico do Mamoeiro: Controlar pulgões vetores e eliminar plantas hospedeiras. Evitar o plantio de mamoeiro perto de cucurbitáceas. Eliminar as plantas infectadas pelo mosaico. Oídio: Fanarimol 12% (Classe II - carência 14 dias) – 20 ml do pc/ 100 l de água. Fitóftora: Fosethil-al 80% (Classe IV - carência 25 dias) 250g do pc/100 l de água, podendo ser usado o fosfito que, apesar de ser um fertilizante foliar, controla a fitóftora.
13 - IRRIGAÇÃO Aplicar 80% da evapotranspiração potencial (ETP). 14 - DESFRUTE OU RALEIO Quatro a cinco meses após o plantio, iniciar a eliminação de frutos defeituosos, quando ainda verdes e pequenos, e aqueles que estiverem na mesma axila, deixando um por axila, o mais desenvolvido. 15 - COLHEITA E EMBALAGEM A colheita inicia-se 8 - 9 meses após o transplantio ou 5-6 meses após a fecundação da flor. Os frutos são colhidos quando 1/3 da casca apresenta tonalidade amarelada. Os mamões do grupo solo são classificados pelo tamanho, formato e grau de maturação, embalados em papel impermeável e transportados em caixas de madeira (40,5 X 30,0 X 15,0 cm) com peso líquido de 6,5 a 7,5 kg. 135
16 - PRODUTIVIDADE E CICLO DA CULTURA 1º. ano - 15 t/ha. 2º. ano - 60 t/ha. 3º. ano - 18 t/ha. O ciclo da cultura é de 30 meses. A partir daí, a produtividade é muito baixa. TABELA 21 QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA:MAMÃO - 1,00 ha Especificação 1- SEMENTE 2- FERTILIZANTES MAP Sulfato de amônia Bórax Sulfato de potássio Cloreto de potássio Esterco Sulfato de zinco Sulfato de manganês Sulfato ferroso Sulfato de magnésio 3- DEFENSIVOS Fosethyl-al 80% Thiophanate methyl 20%+Chlorothalonil 50% Deltamethrin 2,5% carbaryl 48% Metalaxyl 8% + mancozeb 64% Dicofol 16% + Tetradifon 6% Espalhante adesivo Paraquat 20% Fanarimol 12% Abamectina 1,8%
136
Unidade kg kg kg kg kg kg m3 kg kg kg kg
Quantidade / Ano 1º. 2º. 3º. 0,3 504,0 148,0 1.110,0 1.150,0 28,0 14,0 444,0 592,0 222,0 185,0 19,0 18,0 37,0 37,0 10,0 10,0 10,0 10,0 148,0 148,0
kg l
1,5 10,0
1,5 12,0
4,0
l l kg l l l l l
1,0 1,0 0,5 7,0 1,0 2,0 0,7 1,0
2,0
0,5
6,0 2,0 2,0 1,0 4,0 2,0 0,7 0,3 1,0 0,4 (continua)
TABELA 21 QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA:MAMÃO - 1,00 ha (conclusão) Especificação
kg kg
Quantidade / Ano 1º. 2º. 3º. 1,0 3,0 1,0 4,0 5,0 3,0
1000 m3 vb vb
12,0 12,0 6,0 1,0 1,0 1,0 770,00 2942,50 882,50
Unidade
Maneb 80% Oxicloreto de cobre 84% 4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS Água Energia Outros 5- OPERAÇÕES MECANIZADAS Operações mecanizadas 6- MÃO-DE-OBRA Mão-de-obra
htr
16,5
25,0
8,0
dh
99,2
111,0
40,5
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA.: As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc).
TABELA 22 CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA:MAMÃO - 1,00 ha Especificação 1- SEMENTE Subtotal 1 2- FERTILIZANTES MAP Sulfato de amônia Bórax Sulfato de potássio Cloreto de potássio Esterco Sulfato de zinco Sulfato de manganês Sulfato ferroso Sulfato de magnésio Subtotal 2
Unidade kg
R$ 720,00
kg kg kg kg kg m3 kg kg kg kg
0,34 0,39 1,80 0,75 0,40 20,00 0,75 9,60 6,40 0,65
Preço Unitário 1º. 2º 216,00 216,00 171,36 432,90 50,40 333,00 88,80 380,00 27,75 96,00 64,00 96,20 1456,46
3º
50,32 448,50 25,20 444,00 74,00 360,00 27,75 96,00 64,00 96,20 1402,02
(continua)
137
TABELA 22 CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA:MAMÃO - 1,00 ha (conclusão) Especificação 3- DEFENSIVOS Fosethyl-al 80% Thiophanate methyl 20%+Chlorothalonil 50% Deltamethrin 2,5% carbaryl 48%
Unidade
R$
kg
38,70
l l
35,00 40,00 13,40 60,00 22,00 8,00 18,00 122,00 180,00 14,00 8,50
Preço Unitário 1º. 2º 58,05
3º
58,05
350,00 420,00 140,00 40,00 80,00 20,00 13,40 30,00 154,00 132,00 44,00 8,00 16,00 8,00 36,00 72,00 36,00 85,40 85,40 36,60 180,00 180,00 72,00 14,00 42,00 14,00 34,00 42,50 25,50 954,85 1043,45 356,60
kg Dicofol 16% + Tetradifon 6% l Espalhante adesivo l Paraquat 20% l Fanarimol 12% l Abamectina 1,8% l Maneb 80% kg Oxicloreto de cobre 84% kg Subtotal 3 4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS Água 1000 m3 18,00 216,00 216,00 108,00 Energia vb 180,00 180,00 180,00 180,00 Outros vb 1,00 770,00 2942,50 882,50 Subtotal 4 1166,00 3338,50 1170,50 5- OPERAÇÕES MECANIZADAS Operações mecanizadas htr 18,00 297,00 450,00 144,00 Subtotal 5 297,00 450,00 144,00 6- MÃO-DE-OBRA Mão-de-obra dh 14,00 1388,80 1554,00 567,00 Subtotal 6 1388,80 1554,00 567,00 TOTAL 5479,11 7787,97 2238,10 FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: 1/ Preços praticados na região em junho/2000. 2/ Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e alimentares. 3/ Preço da água - média utilizada em projetos similares. Metalaxyl 8% + mancozeb 64%
138
5.1.7 - Cultura da manga 1 - PREPARO DO SOLO Fazer uma aração e uma gradagem. 2 - CULTIVARES Tommy Atkins e Haden. 3 - ESPAÇAMENTO E DENSIDADE 8 m x 8 m, o que corresponde a 156 plantas/hectare.. 4 - ABERTURA DE COVAS Abrir as covas com 50 X 50 X 50 cm. Separar os primeiros 20 cm de terra da superfície do solo. Colocar os adubos de plantio, com exceção do cloreto de potássio, no fundo da cova e misturar com os 20 cm de terra da superfície. Colocar mais 30 cm de terra, misturando-a com cloreto de potássio. Irrigar em seguida. Manter a cova úmida por, no mínimo, 15 dias antes do plantio. 5 - ADUBAÇÃO DE PLANTIO Adubar cada cova com: −
10 l de esterco de curral curtido;
−
20 g sulfato de zinco;
−
−
MAP: 40 g, 150 g ou 250 g, conforme o teor de P no solo seja alto, médio ou baixo; sulfato de potássio: 20 g, 60 g ou 100 g, conforme o teor de K no solo seja alto, médio ou baixo.
Esta recomendação deverá ser ajustada conforme resultado de análise de solo de cada parcela.
139
6 - PLANTIO Irrigar abundantemente as covas na véspera do plantio. Colocar a muda no centro da cova, de modo que o colo da planta fique no nível do solo. Fazer o alinhamento com as outras mudas. Pressionar a terra da cova junto ao torrão da muda. Irrigar no mesmo dia. 7 - COBERTURA MORTA Construir uma “bacia” em volta da cova de plantio, com raio de um metro; após o 1º ano o raio será de 1,5 metro dentro da bacia, colocar uma camada de 10 cm de restos de cultura picados, deixando os primeiros 20 cm em torno da planta sem esta palhada. Repor a cobertura à medida que a decomposição ocorrer, para que o solo fique permanentemente protegido 8 - TUTORAMENTO Usar um tutor logo após o plantio para evitar ação do vento. 9 - ADUBAÇÃO DE COBERTURA 1º ANO Decorridos 60 dias após o plantio aplicar 20 g de uréia, alternando com sulfato de amônia (40g), + 10 g de Cloreto de Potássio por planta. Repetir esta aplicação mensalmente, até o 12º mês após o plantio. A primeira aplicação (aos 60 dias) deverá ser feita em torno da planta, em uma faixa entre 30 a 40 cm afastada 20 cm do caule da planta. Nas demais aplicações a faixa de aplicação será de 40 a 50 cm afastada 20 cm do caule da planta. Após 4 meses do plantio, pulverizar as plantas com fertilizante foliar contendo zinco, manganês, magnésio, ferro e boro quelatizados, na base de 200 - 250 ml/100 l de água. Decorridos 6 meses do plantio, adubar com 10 l de esterco de gado curtido. 140
2º ANO até o inicio da produção Esterco: 20 l a cada 6 meses, manter a cobertura morta em um raio de 1,5 metros. Uréia: Aplicar 20 gramas/planta/mês, alternando com sulfato de amônia. Sulfato de zinco: 20 g/planta/ano. Aos 18 meses, após o plantio, pulverizar as plantas (1,5 l/planta) com fertilizante foliar quelatizado contendo zinco, boro, ferro, manganês e magnésio. Para adubação anual básica de fósforo, recomenda-se 600g, 400g e 300g de MAP por cova, respectivamente, para níveis de fósforo baixo, médio e alto no solo. Para adubação de potássio, recomenda-se 450g, 350g e 250g de sulfato de potássio, respectivamente, para níveis de potássio baixo, médio e alto no solo. s olo. Fazer as análises de solo e foliar 1 vez por ano para ajustar a recomendação. 10 - ADUBAÇÃO DE PRODUÇÃO Para a adubação anual básica de produção de fósforo, recomenda-se comenda-se 300 g, 400 g e 600 g de MAP MAP conforme os níveis de fósforo no solo, respectivamente, alto, médio médio e baixo; para potáspotássio, 280 g, 350 g e 450 g de sulfato de potássio conforme os níveis alto, médio e baixo de potássio no solo. Na fase de pós-chumbinho usar 250g de sulfato de amônia, na fase de azeitona, 200g de cloreto de potássio mais 150g de sulfato de magnésio, na fase “limão”; 250g de cloreto de potássio, 150 de sulfato de magnésio e 150g de sulfato de amônia. Esta adubação será feita a lanço sob a palhada num raio de 1,50m do tronco. Na pré-maturação, 300g de cloreto de potássio por planta sob a palhada. 141
Com o acompanhamento de análise de solo, foliar e produção, fazer ajustes nas adubações dos anos seguintes. Duas vezes por ano, pulverizar as plantas com fertilizante quelotizado que contenha zinco, boro, magnésio, manganês e ferro na base de 250ml/100 l, conforme formulação do fabricante. 11 - CONTROLE DE ERVAS DANINHAS No 1 º ano, manter as plantas sempre capinadas com enxada nos primeiros 80 cm em torno do caule (coroamento). Após o 1º ano, manter capinados 1,5 m em torno do caule. No restante da área, aplicar Paraquat 20% (2 l do pc/ha) + Espalhante adesivo 20% (250 ml do pc/ 100 l de água). No período chuvoso, roçar nas entrelinhas e aplicar o herbicida no restante da área. 12 - PODAS 12.1 - Poda de formação Deverão ser deixadas, de forma eqüidistante, 3 brotos vigorosos e sadios no ramo principal. Eliminar todas as outras brotações surgidas no caule. Em cada uma das 3 brotações deixar outras 3 brotações, eliminando as demais (total 9 brotos). Realizar, da mesma forma, mais 2 podas de formação, deixando 3 brotações em cada uma das 3 brotações que ficaram na última poda. 12.2 - Podas de aeração e limpeza Eliminar 1 vez por ano os ramos doentes, os que estiverem em contato com o solo, o excesso daqueles no interior da copa, os do topo no centro da copa e os verticais. Eliminar os restos de panículas logo após a colheita. A partir do 5 º ano, podar anualmente para manter o tamanho da copa. 142
Distribuir a copa da planta de modo que receba raios solares bem distribuídos, visando melhor sanidade e coloração uniforme dos frutos (climatização). 13 - INDUÇÃO FLORAL Trinta dias antes da colheita, com base na análise de solo, fazer a adubação com fósforo (MAP). Após a colheita, fazer a assepsia (eliminação de restos florais, ramos secos, mal posicionados etc.) e a pulverização à base de enxofre pó malhável (250g/100 l) mais nitrato de cálcio ou de potássio a 2%. Passados 8 dias, aplica-se um acaricida mais nitrato de cálcio ou potássio a 2%. Na semana seguinte, aplica-se Benomyl 50% (80g/100 l) mais nitrato de cálcio ou potássio a 1,5% e aguarda-se a brotação, que ocorrerá cerca de 30 a 35 dias após. Ocorrida a brotação (fluxos de 25 a 30 cm de crescimento), verifica-se a possibilidade de aplicar o Paclobutrazol. Será aplicado da seguinte maneira: Diluir o produto (1,5 a 3 ml do pa) em 1 litro lit ro de água e aplicar em 8 furos de 25 cm de profundidade bem distribuídos, previamente umidecidos, na região de raízes efetivas , ou seja, de 0,2 a 1,5 m do tronco. Usa-se 1,5 a 3 ml do princípio ativo por planta, de acordo com a idade, condição nutricional e sanidade. Fazer 3 pulverizações de nitrato de cálcio ou de potássio 3,5% aproximadamente 70 a 120 dias após a aplicação de Paclobutrazol, em função do estado de maturação das gemas. Uma 4ª aplicação poderá ser feita se não houver quebra da dormência da gema floral. 14 - IRRIGAÇÃO No 1º mês após o plantio, aplicar 90 % da evapotranspiração (ETP). Nos meses posteriores, aplicar 70% da ETP. Irrigar quando 60% da água disponível for consumidor. 143
15 - CONTROLE DE PRAGAS •
•
•
•
•
•
Trípes, Vaquinhas, Percevejos e Lagartas: Lagartas: – Methamidophos 60% (100 ml do pc/ 100 l de água), alternando com Clorpirifós 41,78% (150 ml do pc/100 l); Brocas: Brocas: Carbaryl 48% (300 ml do pc/100 l água); Ácaros: Ácaros: Abamectina 1,8% (60 ml do pc/100 l) alternando com Azocyclotin 25% (150g do pc/100l); Formigas: Formigas: Isca – Clorpirifós 0,455. Iniciar o controle antes do plantio; Cochonilhas: Cochonilhas: Diazinon 60% (50 ml do pc) + Óleo mineral (1l) + água (100 l); Mosca das Frutas: Frutas: Quinzenalmente após a frutificação, pulverizar 1 m² de cada planta com Triclorfon 50% (200 g do pc) + açúcar (5 kg) + água (100 ml). Trinta dias antes da colheita, suspender a pulverização. Em caso de alta infestação, aplicar Fenthion 50% (100 ml do pc/100 l) em área total.
Após a colheita, fazer o toalete das plantas, retirando restos florais, ramos doentes, etc. Pulverizar com enxofre 80% (300g do pc) + Clorpirifós 41,78% (150 ml do pc) + Benomyl 80% (200g do pc) em 100 litros de água. Em todas as pulverizações, baixar o pH da água para 5,5. 16 - CONTROLE DE DOENÇAS •
•
•
144
Pré-floração: Pré-floração: Para proteger a flor contra antracnose, Oídio e Botryodiploidia – Benomyl 50% (80g do pc/100 l) alternando com Tebuconazole 20% (75g do pc/100 l). Florada: Florada: Tebuconazole 20% (75g do pc/100 l), alternando com Maneb 80% (200 g do pc/100 l). Pós chumbinho: chumbinho: Benomyl 50% (80g do pc/100 l) alternando com Tebuconazole 20% (75g do pc/100 l) ou o-
xicloreto de cobre 84% (220g do pc/100 l) ou enxofre 80% (300g do pc/100 l). Se houver exudação no lenho da planta, é sinal de que há Botryodiploidia no floema. O tratamento consiste em dissolver 20 l de látex branco mais 5 l de água mais 300 g do pcde Benomyl 50% e pincelar o tronco nas regiões afetadas após raspagem. Pulverizações para controle de Botryodiploidia são eficientes para controle de podridões e mancha angular. Aparecendo má formação formação vegetativa, deve-se eliminar eliminar a planta sem questionamento. No caso de planta adulta, é necessário proteger a gema floral contra investidas de microácaros, que são vetores do patógeno desta doença. Se a gema floral já estiver afetada, o tratamento consiste em eliminar o ramo da base. Pulverizações à base de cobre e arejamento controlam bactérias que venham infectar a mangueira. •
Colapso Interno do fruto: O fruto: O controle é feito com nutrição equilibrada e manejo adequado de água.
17 - COLHEITA O início de produção se dá no terceiro ano após o plantio. Ao colher, deixar 3 cm de pedúnculo. Não deixar os frutos expostos ao sol. Embalar em caixas de papelão com capacidade para 6 kg. Lavar os frutos com detergente, para melhorar a sua aparência. 18 - PRODUTIVIDADE 3º ano 4º ano 5º ano 6º ano 7º ano em diante -
3 t/ha 10 t/ha 20 t/ha 25 t/ha 30 t/ha 145
TABELA 23 QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA: MANGA 1,00 ha Especificação 1- MUDAS 2- FERTILIZANTES Sulfato de potássio Cloreto de potássio Sulfato de amônia Uréia Esterco Sulfato de zinco MAP Fertilizante foliar 3- DEFENSIVOS Abamectina 1,8% Compat-zinc Diazinon 60% Triclorfon 50% Paraquat 20% Espalhante adesivo 20% Carbaryl 48% Oxicloreto de cobre 50% Isca - Clorpirifós 0,45% Methiamidophos 60%
Unidade
1º.
Quantidade / Ano 3º. 4º. 5º.
2º.
ud
172,0
kg kg kg kg m3 kg kg l
16,0 16,0 16,0 8,0 3,2 3,2 40,0 1,0
70,0 30,0 38,0 20,0 15,0 3,2 94,0 2,0
70,0 70,0 38,0 20,0 15,0 3,2 94,0 3,0
80,0 80,0 45,0 30,0 15,0 3,2 100,0 3,0
l l l l l l l kg kg l
0,1 0,3 0,2
0,2 0,3 0,2
6,0 0,5 0,3 1,2 2,0 0,2
6,0 0,5 0,6 1,2 2,0 0,3
0,3 0,5 0,5 0,6 6,0 1,0 0,6 1,6 2,0
0,3 0,8 0,5 0,6 4,0 1,0 0,6 2,6 2,0
6º.
7º.
90,0 90, 0 50,0 35,0 15,0 3,2 100,0 4,0
90,0 90,0 50,0 40,0 15,0 3,2 120,0 5,0
90,0 90,0 50,0 40,0 15,0 3,2 130,0 4,0
0,6 1,0 2,0 1,2 4,0 1,5 1,2 3,5 2,0
0,6 1,5 2,0 1,8 4,0 2,0 1,2 5,5 2,0
0,6 2,0 2,0 2,4 4,0 2,0 1,2 7,5 2,0
(continua)
146
TABELA 23 QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA: MANGA 1,00 ha (conclusão) Especificação
Unidade
1º.
2º.
Quantidade / Ano 3º. 4º. 5º.
6º.
7º.
Óleo Mineral l 1,0 2,0 4,0 4,0 6,0 6,0 8,0 Enxofre 80% kg 1,8 3,2 4,0 4,0 4,0 Maneb 80% kg 1,0 1,0 1,0 2,0 2,0 2,0 2,0 Benomyl 50% kg 1,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 5,0 Tebuconazole 20% kg 0,5 0,5 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS Água 1000 m3 18,0 18,0 18,0 18,0 18,0 18,0 12,0 Energia vb 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 Outros vb 1,00 2,00 556,68 1212,00 1789,30 2499,00 3207,90 5- OPERAÇÕES MECANIZADAS Operações mecanizadas htr 10,5 6,0 11,0 15,0 21,0 24,0 26,0 6- MÃO-DE-OBRA Mão-de-obra dh 58,0 53,0 49,0 55,0 65,0 73,0 80,0 FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc).
147
TABELA 24 CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: MANGA - 1,00 ha Especificação 1- MUDAS Subtotal 1 2- FERTILIZANTES Sulfato de potássio Cloreto de potássio Sulfato de amônia Uréia Esterco Sulfato de zinco MAP Fertilizante foliar Subtotal 2 3- DEFENSIVOS Abamectina 1,8% Compat-zinc Diazinon 60% Triclorfon 50% Paraquat 20% Espalhante adesivo 20% Carbaryl 48% Oxicloreto de cobre 50% Isca - Clorpirifós 0,45% Methiamidophos 60%
ud
Preço Unit. R$ 2,90
kg kg kg kg m3 kg kg l
0,96 0,46 0,39 0,39 20,00 1,30 0,34 2,00
15,36 7,36 6,24 3,12 64,00 4,16 13,60 2,00 115,84
67,20 13,80 14,82 7,80 300,00 4,16 31,96 4,00 443,74
67,20 32,20 14,82 7,80 300,00 4,16 31,96 6,00 464,14
l l l l l l l kg kg l
180,00 9,50 33,58 15,00 22,00 5,74 13,40 7,00 8,00 19,00
18,00 2,85 6,72
36,00 2,85 6,72
132,00 2,87 4,02 8,40 16,00 3,80
132,00 2,87 8,04 8,40 16,00 5,70
54,00 4,75 16,79 9,00 132,00 5,74 8,04 11,20 16,00
Unidade
1º. 498,80 498,80
2º.
Custo / Ano 3º. 4º.
76,80 36,80 17,55 11,70 300,00 4,16 34,00 6,00 487,01
5º.
6º.
7º.
86,40 86,40 86,40 41,40 41,40 41,40 19,50 19,50 19,50 13,65 15,60 15,60 300,00 300,00 300,00 4,16 4,16 4,16 34,00 40,80 44,20 8,00 10,00 8,00 507,11 517,86 519,26
54,00 108,00 108,00 108,00 7,60 9,50 14,25 19,00 16,79 67,16 67,16 67,16 9,00 18,00 27,00 36,00 88,00 88,00 88,00 88,00 5,74 8,61 11,48 11,48 8,04 16,08 16,08 16,08 18,20 24,50 38,50 52,50 16,00 16,00 16,00 16,00
(continua)
148
TABELA 24 CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: MANGA - 1,00 ha (conclusão) Especificação
Unidade
Preço Unit. R$ 1,60 3,00 14,00 48,00 60,80
1º. 1,60
Custo / Ano 3º. 4º. 6,40 6,40 5,40 9,60 14,00 14,00 28,00 48,00 96,00 144,00 30,40 60,80 60,80 314,18 440,12 472,17 2º. 3,20
5º. 6º. 7º. Óleo Mineral l 9,60 9,60 12,80 Enxofre 80% kg 12,00 12,00 12,00 Maneb 80% Kg 14,00 28,00 28,00 28,00 Benomyl 50% kg 48,00 192,00 240,00 240,00 Tebuconazole 20% Kg 30,40 60,80 60,80 60,80 Subtotal 3 288,66 658,25 736,87 767,82 4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS Água 1000 m3 18,00 324,00 324,00 324,00 324,00 324,00 324,00 216,00 Energia vb 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 Outros vb 1,00 1,00 2,00 556,68 1212,00 1789,30 2499,00 3207,90 Subtotal 4 505,00 506,00 1060,68 1716,00 2293,30 3003,00 3603,90 5- OPERAÇÕES MECANIZADAS Operações mecanizadas htr 18,00 189,00 108,00 198,00 270,00 378,00 432,00 468,00 Subtotal 5 189,00 108,00 198,00 270,00 378,00 432,00 468,00 6- MÃO-DE-OBRA Mão-de-obra dh 14,00 812,00 742,00 686,00 770,00 910,00 1022,00 1120,00 Subtotal 6 812,0 742,0 686,0 770,0 910,0 1022,0 1120,0 TOTAL 2409,3 2113,9 2848,9 3715,2 4746,7 5711,7 6479,0 FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: 1/ Preços praticados na região em junho/2000. 2/ Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e alimentares. 3/ Preço da água - média utilizada em projetos similares.
149
5.1.8 - Cultura do maracujá 1 - PREPARO DO SOLO Fazer uma aração, gradagem e sulcamento. 2 - CULTIVAR Maracujá amarelo. 3 - OBTENÇÃO DE MUDAS Adquirir mudas de produtores registrados ou de indústrias fornecedoras. Também poderão ser formadas no local, a partir de sementes de boa procedência. 4 - ESPAÇAMENTO E ABERTURA DE COVAS 3,5 entre fileiras de 1,5 entre plantas, ou seja, 1.904 plantas/ha para o uso de espaldeiras. O maracujá poderá ser cultivado com outras frutícolas, variando, nesse caso, o espaçamento. Abrir covas de 40 x 40 x 40 cm, separando a terra de cima da de baixo, invertendo após a adubação de fundação, que deve ser bem misturada a terra de cima. 5 - PLANTIO E TUTORAMENTO Retirar o saco plástico das mudas e plantá-las comprimindo a terra em torno do torrão. Este deve ficar 5 cm acima do nível da cova. Fazer tutoramento da muda usando varas finas, bambu ou barbante amarrando a planta até o arame. 6 - SISTEMA DE CONDUÇÃO Usar mourões ou postes de madeira com 2,0 m de altura livre espaçados de 5,0 m, com 1 fio de arame preso na parte superior.
150
7 - PODA E CONDUÇÃO Inicia-se a poda 15 dias após o plantio, eliminando-se semanalmente as brotações e deixando uma só haste conduzida até o arame. Eliminar o broto terminal da planta, quando ela ultrapassar o arame uns 10 cm, para provocar brotações laterais. Deixar apenas uma brotação lateral conduzida horizontalmente no arame, até que ultrapasse 50 cm a haste da planta seguinte, quando deverá ser despontada para que haja desenvolvimento de algumas gemas que originarão as ramas produtivas que cairão como uma cortina em direção ao solo. Para isso deverão ser eliminadas as gavinhas. Quando os ramos produtivos se aproximarem do solo, deverão ser podados a uns 20 cm de altura do chão. 8 - ADUBAÇÃO No plantio, usar 250 g de MAP, 22,5 g de sulfato de zinco, 11,25 g de bórax e 10 l de esterco por cova ou outro adubo orgânico em quantidade equivalente. Realizar as seguintes adubações de cobertura por cova: Dos 15 dias após o transplantio, de 15 em 15 dias, até os 195 dias, usar 20 g de sulfato de amônia por cova e a partir daí alternar esta quantidade de sulfato de amônia com 10 g de uréia. Para o potássio, aplicar, de 15 em 15 dias até 60 dias, 15 g/cova de sulfato de potássio, dos 75 aos 120 dias usar 20 g/cova, 25 g dos 135 aos 165 e 30 g dos 180 aos 360 dias. Aos 90 e 180 dias, aplicar 30 g/cova de MAP. No 2º ano, fazer adubações mensais, até o 10 o mês, de potássio e nitrogênio conforme recomendação do final do 1 o ano, além de duas aplicações de MAP no 3 o e 6o mês, na base de 30g/cova. Estas recomendações deverão ser ajustadas com base nos resultados de análise química do solo onde a cultura será implantada. 151
9 - CONTROLE DE PRAGAS As moscas dos frutos são controladas com iscas preparadas com Triclorfon 50% (Classe II - carência 7 dias) (300 ml do pc/100 l) + 5 kg de melaço, pulverizando em fileiras alternadas. Para o controle da broca da haste e lagartas, usar deltamethrin 2,5% (Classe II) – 30 ml do pc/100 l ou Lambdacyhalothrin 5% (Classe II); 50 ml do pc/100 litros de água, além de fazer poda de arejamento. 10 - CONTROLE DE DOENÇAS As doenças fúngicas, como antracnose, verrugose, mancha parda (alternária) são controladas eliminando-se as partes afetadas e pulverizando-se no período chuvoso a cada 10 dias, com maneb 80% (Classe III - carência 14 dias) - 200 g do pc/100 l, ou oxicloreto de cobre 58,8% (Classe IV - carência 7 dias) com Thiophanate methil 14% + Chlothalonil 35% (Classe II-carência 14 dias) na base de 240 e 200 g do pc/100 l. A bacteriose, causada por Xanthomonas, pode ser controlada com o antibiótico Agrimicina - 240 g/100l de agua ou 1,8 kg/ha, carência de 7 dias, 3 a 4 aplicações a cada 15 dias. Excesso de nitrogênio, falta ou excesso de água e danos mecânicos favorecem a doença, que, muitas vezes, vem associada à antracnose. Oxicloreto de cobre 50% na concentração de 0,25% da calda previne a doença. No caso de murcha de fusarium e podridão do colo, é necessário eliminar as plantas atacadas, plantio em solos bem drenados, evitar ferimentos de raízes e usar irrigação de modo a não enxarcar a região do colo da planta. 11 - POLINIZAÇÃO ARTIFICIAL Na polinização artificial há pegamento de 70% das flores e na natural, 30%. A polinização artificial consiste em se retirar e transportar manualmente o pólen de uma flor para outra, de plantas diferentes. Esta operação deverá ser feita após o meio-dia quando, normalmente, as flores se abrem. Como a abelha prejudica a polinização das flores do maracujazeiro, carregando todo o pólen, as 152
flores fornecedoras deverão ser retiradas na véspera de sua abertura e conservadas numa vasilha com água ou em sacos plásticos na geladeira. Normalmente, uma flor é suficiente para polinizar outras dez ou mais. Preservar a mangava, inseto polinizador. 12 - IRRIGAÇÃO Irrigar usando 70% da evapotranspiração potencial (ETP) no período de formação e 80% na produção. 13 - COLHEITA Inicia-se 6 a 9 meses após o plantio. Consiste na catação periódica de frutos amarelos, após se soltarem naturalmente da planta. 14 - PRODUTIVIDADE 1o ano - 12 t/ha 2o ano - 18 t/ha TABELA 25 QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA: MARACUJÁ - 1,00 ha Especificação
Unidade
Quantidade Ano 1
Ano 2
1- MUDAS
ud
2.100,0
2- FERTILIZANTES MAP Sulfato de amônia Sulfato de potássio Uréia Esterco Sulfato de zinco Bórax
kg kg kg kg m3 kg kg
590,0 685,0 1.070,0 95,0 19,0 43,0 22,0
115,0 190,0 570,0 95,0 9,5
3- DEFENSIVOS Benomyl 50% Maneb 80% Triclorfon 50%
kg kg l
1,8 3,6 3,6
1,8 3,6 3,6
(continua)
153
TABELA 25 QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA: MARACUJÁ - 1,00 ha (conclusão) Especificação
Unidade
Espalhante adesivo Oxicloreto de cobre 58,8% Thiophanate methyl 20%+Chlorothalonil 50% Lambdacyhalothrin 0,45% Isca - Clorpirifós 0,45% Agrimicina 4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS Água Energia Outros 5- OPERAÇÕES MECANIZADAS Operações mecanizadas Preparo do solo Sulcamento Transporte Pulverização
Quantidade
l kg kg l kg kg
Ano 1 1,8 7,2 3,6 1,8 3,6 7,2
Ano 2 1,0 6,0 3,0 1,0 1,5 3,0
1000 m3 vb vb
12,0 1,0 1.960,0
12,0 1,0
17,5 4,5 1,0 8,0 4,0
10,0
htr htr htr htr htr
7,0 3,0
6- MÃO-DE-OBRA Mão-de-obra dh 196,0 115,0 FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc).
TABELA 26 CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: MARACUJÁ - 1,00 ha Especificação 1- MUDAS Subtotal 1 2- FERTILIZANTES MAP Sulfato de amônia Sulfato de potássio Uréia Esterco Sulfato de zinco
ud
Preço Unitário 0,15
kg kg kg kg m3 kg
0,34 0,32 0,75 0,32 20,00 0,75
Unidade
Custo Ano 1 Ano 2 315,00 315,00 200,60 219,20 802,50 30,40 380,00 32,25
39,10 60,80 427,50 30,40 190,00
(continua)
154
TABELA 26 CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: MARACUJÁ - 1,00 ha (conclusão) Especificação
Preço Unidade Unitário kg 1,80
Bórax Subtotal 2 3- DEFENSIVOS Benomyl 50% kg Maneb 80% kg Triclorfon 50% l Espalhante adesivo l Oxicloreto de cobre 58,8% kg Thiophanate methyl 20%+Chlorothalonil 50% kg Lambdacyhalothrin 0,45% l Isca - Clorpirifós 0,45% kg Agrimicina kg Subtotal 3 4- OUTROS INSUMOS/SERVIÇOS Água 1000 m3 Energia vb Outros vb Subtotal 4
48,00 14,00 15,00 5,00 7,40 34,90 48,00 5,06 52,00 18,00 180,00 1,00
Custo Ano 1 Ano 2 39,60 1.704,55 747,80 86,40 50,40 54,00 9,00 53,28
86,40 50,40 54,00 5,00 44,40
125,64 86,40 18,22 374,40 857,74
104,70 48,00 7,59 156,00 556,49
216,00 180,00 1.960,00 2.356,00
216,00 180,00 396,00
5- OPERAÇÕES MECANIZADAS
Operações mecanizadas htr 18,00 315,00 180,00 Subtotal 5 315,00 180,00 6- MÃO-DE-OBRA Mão-de-obra dh 14,00 2.744,00 1.610,00 Subtotal 6 2.744,00 1.610,00 TOTAL 8.292,29 3.490,29 FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: 1/ Preços praticados na região em junho/2000. 2/ Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e alimentares. 3/ Preço da água - média utilizada em projetos similares.
5.1.9 - Cultura da melancia 1 - PREPARO DO SOLO Recomenda-se apenas uma aração, dispensando-se a gradagem, uma vez que os torrões favorecem a fixação das ra155
mas, o que impede danos causados por ventos fortes e que os frutos pesados se afundem no solo. A gradagem é recomendada quando, após a aração, o solo não apresentar condições de realizar o sulcamento para plantio. 2 - CULTIVARES Crimson Sweet, Crimson Glory e Eureka com ciclo de 85 a 90 dias. 3 - ÉPOCA DE SEMEADURA Fevereiro a julho são os meses mais favoráveis de plantio. No entanto, os melhores preços poderão ser obtidos em plantios de maio e junho. 4 - ESPAÇAMENTO, DENSIDADE E PROFUNDIDADE DE PLANTIO Usar o espaçamento de 2,0 x 1,0 metro, colocando 2-3 sementes/cova, gastando 1,2 kg de sementes por hectare. A profundidade de plantio é de 2-4 cm. Tratar as sementes com 25 g do pc/ha de Imidacloprid 70%. 5 - ADUBAÇÃO E PLANTIO Utilizar 160 g de 6-24-12 e mais 1 litro de esterco de curral por cova. Esta adubação será ajustada com base no resultado de análise de solo de cada parcela. 6 - ADUBAÇÃO DE COBERTURA E FOLIAR −
−
−
156
15 dias após a emergência: aplicação manual por cova de 50 g de sulfato de amônia, 10 g de sulfato de potássio. 28 dias: 60 g de sulfato de amônia e 30 g de sulfato de potássio. 40 dias: aplicação via água de irrigação - 12 kg/ha de uréia e 60 kg de cloreto de potássio.
−
−
50 dias: aplicação via água de irrigação - 12 kg/ha de uréia, 40 kg/ha de cloreto de potássio. Fazer 3 aplicações de micronutriente quelatizado por pulverização com zinco, boro, manganês e ferro, aos 15, 40 e 50 dias após a emergência, na base de 200250 ml/100 l de água. 60 dias: aplicação via água de irrigação - 14 kg de cloreto de potássio.
7 - DESBASTE −
−
De Plantas Realizar desbaste quando as plantas estiverem com 1520 cm após a emergência, deixando 2 plantas mais vigorosas por cova. Em caso de falhas, não realizar replantio para evitar maturação desuniforme. De Frutos Quando os primeiros frutos atingirem 10 cm de diâmetro, eliminar todos os defeituosos. Deixar apenas 1 fruto de melhor aparência em cada planta.
8 - CONTROLE DE PRAGAS Para controle da mosca branca, fazer uma aplicação (esguinho) com Imidacloprid 70% na base de 30 g do pc/100 l, cerca de 15 dias após a emergência. O pulgão é a praga que deve ser controlada logo no início da infestação, devido à rápida transmissão de virose, utilizando Pirimicarb 50% (Classe II - Carência 3 dias) na base de 100 g do pc/100 l, alternando com Acephate 75% (Classe II - Carência 7 dias) na base de 60 g do pc/100 l. Eventuais ocorrências de broca de ramos, frutos e lagartas de folhas podem ser controlados com uso de Triclorfon 50% (Classe II - Carência 7 dias) na base de 300 g do pc/100 l. Recomenda-se baixar o pH da água de pulverização para 5,5. 157
Pulverizar após 14:00 horas, período de menor freqüência de abelhas. 9 - CONTROLE DE DOENÇAS O controle de antracnose, micosferela, cercosporiose, podridão de esclerotínia e outras manchas fúngicas de folhas será feito com pulverizações de Thiophanate methil 20% + Chlorothalonil 50% (Classe II - Carência 14 dias) na base 200 g do pc/100 l e Benomyl 50% (Classe III - Carência 1 dia) na base de 70 g do pc/100l. O oídio será controlado preventivamente com pulverizações de Pyrazophos 30% (Classe II - Carência 21 dias) na base de 60 ml do pc/ 100 l, alternando com Benomyl 50% na base de 70 g do pc/100 l. 10 - PREVENÇÃO DA PODRIDÃO APICAL A prevenção da deficiência de cálcio, que ocasiona a “podridão apical”, pode ser realizada utilizando manejo correto de irrigação e correção do solo com cálcio e magnésio, se necessário. 11 - CONTROLE DE INVASORAS Manter a cultura livre de plantas invasoras, principalmente gramíneas, com capinas superficiais. 12 - IRRIGAÇÃO No início do cultivo até 10-15 dias após a emergência irrigar aplicando 60 % da evapotranspiração potencial (ETP). Desse período até os 40-45 dias, irrigar aplicando 100% da ETP. Dos 45 até 60-75 dias, aplicar 110% da ETP, e daí para frente, 80% da ETP. A irrigação deve ocorrer sempre que a umidade do solo atingir valores próximos a 50% da água disponível consumida.
158
13 - MANEJO DOS FRUTOS A partir de 20 cm de diâmetro, mudar periodicamente os frutos de posição para evitar manchas de sombra e sol. 14 - COLHEITA A colheita ocorre aos 75 - 80 dias após a emergência. O secamento da gavinha, a resistência do fruto à pressão da unha, o som oco ao bater no fruto e a mancha de encosto são características que indicam o ponto da colheita. 15 - PRODUTIVIDADE 40 toneladas/hectare. 16 - CUIDADOS PÓS-COLHEITA Evitar danos mecânicos, sol e choques. Transportar a granel usando palhas em camadas. A melancia apresenta uma duração de estocagem de 1520 dias em galpões ventilados e secos. 17 - CLASSIFICAÇÃO −
Até 6 kg – pequenos.
−
De 6 a 9 kg – médios.
−
Maiores que 9 kg – grandes.
A preferência é por frutos médios, de 7-8 kg.
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TABELA 27 QUANTIDADE E CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: MELANCIA Especificação 1- SEMENTES Subtotal 1 2- FERTILIZANTES Esterco Fórmula 6-24-12 Uréia Sulfato de amônia Cloreto de potássio Sulfato de potássio Fertilizante foliar Subtotal 2 3- DEFENSIVOS Imidacloprid 70% Acephate 75% Benomyl 50% Pyrazophos 30% Triclorfon 50% Espalhante adesivo Pirimicarb 50% Thiophanate methyl 20%+Chlorothalonil 50% Paraquat 20% Subtotal 3 4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS Água Energia Subtotal 4
Unidade Quantidade Preço R$ kg 1,2 85,00
Total R$ 102,00 102,00
m3 kg kg kg kg kg l
5,00 800,00 24,00 550,00 114,00 200,00 2,00
20,00 0,68 0,39 0,39 0,46 0,96 2,00
100,00 544,00 9,36 214,50 52,44 192,00 4,00 1.116,30
kg kg l l l l kg l
0,50 1,00 1,00 1,00 4,50 1,00 1,50 4,50
790,00 15,00 48,00 58,00 15,00 8,00 49,00 35,00
395,00 15,00 48,00 58,00 67,50 8,00 73,50 157,50
l
1,00
18,00
18,00 840,50
1.000 m3
vb
5,30 1,00
18,00 40,00
95,40 40,00 135,40
htr
18,50
18,00
5- OPERAÇÕES MECANIZADAS
Operações mecanizadas Subtotal 5
160
333,00 333,00 (continua)
TABELA 27 QUANTIDADE E CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: MELANCIA (conclusão) Especificação 6- MÃO-DE-OBRA Mão-de-obra Subtotal 6 TOTAL
Unidade Quantidade Preço R$ dh
143,10
Total R$
14,00 2.003,40 2.003,40 4.530,60
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: 1/ As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc). 2/ Preços praticados na região em junho/2000. 3/ Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e alimentares. 4/ Preço da água - média utilizada em projetos similares.
5.1.10 - Cultura do melão 1 - PREPARO DO SOLO Fazer uma aração e uma gradagem. A seguir é feito o sulcamento, onde os torrões são deixados para sustentação dos ramos das plantas e redução do contato dos frutos com a terra. 2 - ÉPOCA DE PLANTIO De março a julho, devido à possibilidade de melhores preços. 3 - CULTIVARES Híbridos: Gold mine e Gold pride (Petoseed), AF-682 (Agroflora) e Yellow King (Asgrow). 4 - ESPAÇAMENTO E DENSIDADE 2,0 m entre linhas e 0,5 m entre covas, colocando-se 4-5 sementes por cova, à profundidade de 2 cm. Gasta-se, em média, 1,5 kg de semente por hectare. 161
5 - SULCAMENTO Abrir sulcos com 40 cm de profundidade a cada 2 m, aplicar esterco e MAP e misturar com auxílio de cultivador e, em seguida, fechar com grade leve. 6 - ADUBAÇÃO 6.1 - PLANTIO Usar 10 toneladas de esterco de curral e 250 kg de MAP por hectare. Esta recomendação será ajustada em função da análise de solo de cada parcela. 6.2 - FERTIRRIGAÇÃO A fertirrigação consistirá de aplicação diária do 2º ao 71º dia de idade, dos fertilizantes: nitrato de cálcio (300 kg/ha), uréia (100 kg/ha), cloreto de potássio (900 kg/ha) e ácido fosfórico (250 l/ha), ácido bórico (13 kg/ha) e sulfato de zinco (12 kg/ha), conforme programa devidamente ajustado. 7 - PLANTIO
162
-
Deixar as sementes de molho 24 horas antes do plantio; tratá-las com Imidacloprid 70% (25 g do pc/kg), Metalaxyl 5% (40 g do pc/kg) e Captan 75% (60 g do pc/kg), adicionar óleo vegetal para facilitar a aderência dos produtos.
-
Utilizar um marcador duplo com a profundidade de 1,5 cm e distanciados 10 cm entre furos. Proceder à marcação das covas nos gotejadores, distanciados 5 cm deles;
-
Realizar o plantio, colocando uma semente por orifício (duas/gotejo), cobrindo a seguir.
-
Preparar 3 bandejas de mudas (cerca de 500 mudas), para o replantio.
-
Gasta-se 0,8 kg de semente por hectare.
8 - CONTROLE FITOSSANITÁRIO No controle de pragas e doenças, usar água de pulverização com pH corrigido para 5,5. 8.1 - CONTROLE DE PRAGAS •
•
•
•
Mosca Branca: além do tratamento de semente usar, Imidacloprid 70% (Classe IV) – 200 g do pc/100 l ou Acephate 75% (Classe IV – Carência 14 dias) - 200 g do pc/100 l ou Methamidophos 60% (Classe I – Carência 21 dias) – 500 ml do pc/100 l. Pulgões: tratamento de semente e pulverização com Imidacloprid 70% – 200 g do pc/100 l, ou Acephate 75%– 200 g do pc/100 l ou Pirimicarb 50% (Classe II – Carência 7 dias) – 100 g do pc/100 l. Lagartas: Bacillus thuringiensis 3,2% (Classe IV) – 60gdo pc/100 l ou Acephate 75% – 200 g do pc/100 l. Ácaros: Abamectina 1,8% (Classe III – Carência 7 dias) - 80 ml do pc/100 l.
8.2 - CONTROLE DE DOENÇAS •
•
•
Oídio: Thiophanate methyl 20% + Chlorothalonil 50% (Classe II – Carência 14 dias) – 200g do pc/100 l, Maneb 80% (Classe IV) – 200 ml do pc/100 l, Pyrazophos 30% (Classe II – Carência 7 dias) – 60 g do pc/100 l, Tebuconazole 20% (Classe II – Carência 14 dias) – 100 g do pc/100 l, Benomyl 50% (Classe III – Carência 1 dia) 70 g do pc/100 l. Micosferela: Iprodione 50% (Classe IV – Carência 1 dia) – 3 kg do pc/100 l em forma de pasta para pincelamento. Alternária, Antracnose e Míldio: Controladas com aplicação de Thiophanate methyl 20% + Chlorothalonil 50% – 200 g do pc/100 l, Maneb 80% – 200 g do pc/100 l e oxicloreto de cobre 84% (Classe IV) - 250 g do pc/100 l. 163
9 - CONTROLE DE INVASORAS Manter a cultura no limpo até 40 dias após o plantio. Depois a rama cobrirá o terreno. Caso haja predominância de folha estreita, utilizar Fluazifop-p-butil 12,5% (1 l do pc/ha). 10 - COLHEITA Colher o melão amarelo, quando este atingir 10º brix e apresentar a casca amarelada, em torno de 60 a 70 dias após o plantio. Cortar o pedúnculo com faca, deixando-o com 1 cm de comprimento. Transportar do campo ao local de armazenamento, tomando cuidado com danos mecânicos. Após a primeira colheita, continuar irrigando para o desenvolvimento dos frutos remanescentes. Depois da colheita, os frutos devem ficar em local seco, sombreado e bem ventilado. 11 - CLASSIFICAÇÃO E EMBALAGEM Os frutos que apresentarem deformações no formato, lesões na casca por ataque de insetos ou mecânicos, sinais de doenças ou queimaduras, verdes ou maduros, não podem ser embalados. Devem ser comercializados a granel no mercado local. Melão Amarelo – Caixa de papelão de 13 kg com 5 a 12 frutos. Os melhores preços são alcançados pelos tipos 6 a 8. 12 - PRODUTIVIDADE 28 toneladas/ha.
164
TABELA 28 QUANTIDADE E CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: MELÃO Especificação 1- SEMENTES Subtotal 1
Unidade Quantidade Quantidade
Preço R$
Total R$
kg
0,8
750,00
600,00 600,00
2- FERTILIZANTES Esterco MAP Ácido bórico bórico Uréia Sulfato de magnésio Sulfato de zinco Cloreto de potássio Ácido fosfórico fosfórico Nitrato de cálcio Subtotal 2
m³ kg kg kg kg kg kg l kg
10,0 250,0 13,0 100,0 1,0 12,0 900,0 250,0 300,0
20,00 0,34 2,50 0,32 0,65 0,75 0,40 3,20 1,08
200,00 85,00 32,50 32,00 0,65 9,00 360,00 800,00 324,00 1.843,15
3- DEFENSIVOS Thiophanate methyl 20%+Chlorothalonil 50% Iprodione 50% Imidacloprid 70% Benomyl 50% Maneb 80% Pyrazophos 30% Methiamidophos 60% Captan 75% Bacillus Thuringiensis 3,2% Tebuconazole 20% Acephate Acephate 75% 75% Enxofre 80% Oxicloreto de cobre 84% Metalaxyl 5% Pirimicarb 50% Abamectina Abamectina 1,8% 1,8% Compat-zinc Espalhante adesivo 20% Subtotal 3
kg l kg kg kg l l g l l kg l kg g kg l l l
1,0 1,0 0,32 1,0 2,0 1,0 0,5 50,0 1,0 2,0 1,0 7,0 2,0 45,0 0,5 0,5 1,0 1,0
34,90 82,80 790,00 48,00 14,00 45,00 19,00 0,08 33,00 60,80 57,90 2,50 7,00 7 ,00 0,06 47,00 180,00 9,50 5,74
34,90 82,80 252,80 48,00 28,00 45,00 9,50 4,00 33,00 121,60 57,90 17,50 14,00 2,70 23,50 90,00 9,50 5,74 880,44
(continua)
165
TABELA 28 QUANTIDADE E CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: MELÃO (conclusão) Especificação 4- OUTROS SERVIÇOS / INSUMOS Água Energia Outros
Unidade Quantidade Quantidade
1.000m³ 1.000m³ vb vb
5- OPERAÇÕES MECANIZADAS Operações mecanizadas Subtotal 5
htr
Preço R$
Total R$
5,2 18,00 93,60 1,0 40,00 40,00 1,0 2.370,00 2.370,00 18,5
18,00
333,00 333,00
6- MÃO-DE-OBRA Mão-de-obra dh 106,0 14,00 2.503,60 Subtotal 6 1.484,00 TOTAL 7.644,19 FONTE: FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: NOTA: 1/ As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc). 2/ Preços praticados na região em junho/2000. 3/ Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e alimentares. 4/ Preço da água - média utilizada em projetos similares.
5.1.11 - Cultura do pimentão industrial 1 - PREPARO DE SOLO Fazer uma aração e uma gradagem. 2 - ENCANTEIRAMENTO Fazer canteiros com encanteiradeira de tração mecânica, com 1 m de largura útil e 1,5 m de centro a centro do sulco. 3 - ADUBAÇÃO DE PLANTIO 2.000 kg/ha de 6-24-12, sendo 1.300 kg a lanço (antes do encanteiramento) ou da gradagem e 700 kg na linha de plantio, distribuídos mecanicamente durante a semeadura. 166
Ajustar esta recomendação com base no resultado de análise do solo. 4 - ESPAÇAMENTO 0,75 m, sendo 0,6 m entre linhas no canteiro e 0,9 m entre linhas de um e de outro canteiro. 5 - TRATAMENTO DE SEMENTES Diluir 70 g do pc de Imidacloprid 70% em 20 ml de água e misturar uniformemente com 4 kg de sementes. 6 - PLANTIO Mecânico, distribuindo 4 kg de sementes por hectare a uma profundidade de 1 a 1,5 cm. 7 - DESBASTE Ralear deixando 6 plantas por metro linear, quando a cultura estiver com 10 cm de altura ou 5 a 7 folhas definitivas, aproveitando para replantar as falhas com as mudas retiradas. 8 - CULTIVAR “191-FG” 9 - ADUBAÇÃO DE COBERTURA As adubações da TABELA 28 serão serão realizadas via água de irrigação, exceto aquelas identificadas.
167
TABELA 29 ADUBAÇÃO DE COBERTURA Quantidade (kg/ha) Semana Após Sulfato de Cloreto de Sulfato de Ácido Sulfato de Sulfato de Cloreto de MAP Plantio Uréia Amônia Potássio Zinco Bórico Magnésio Manganês Cálcio 5ª 100 (a) 16 0,6 13 6ª 20 16 40 0,4 (b) 7ª 32 10 20 8ª 25 1 (b) 0,4 (b) 2,4 (b) 100 9ª 25 17 17 10ª 10ª 25 25 2,4 (b) 11ª 11ª 12ª 12ª 17 25 0,4 (b) 100 100 13ª 13ª 25 17 3,6 15ª 15ª 25 17 0,4 (b) 2,4 (b) 16ª 16ª 20 17 18ª 18ª 25 17 0,4 (b) 19ª 19ª 0,8 (b) 1 (b) 23ª 23ª 17 10 24ª 24ª 2,4 25ª 25ª 10 -
FONTE: FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: NOTA: (a) - Distribuição manual. (b) - Em pulverização.
168
10 - IRRIGAÇÃO Até 10 – 15 dias após a emergência aplicar 60% da evapotranspiração potencial (ETP). Desse período até 40 dias, irrigou com 100% de ETP. Dos 40 a 100 dias 110% de ETP e daí para frente 80% da ETP. 11 - CONTROLE DE INVASORAS Controlar as invasoras com uso de herbicidas e capinas quando necessárias. Recomende-se o uso de Trifluralin, Paraquat 48% e Fluazifop-p-butil 12,5%, conforme as ervas existentes e o grau de infestação. 12 - ESCARIFICAÇÃO DO TERRENO Usar cultivador de tração animal até, no máximo, 5 cm de profundidade, de modo que não corte raízes nem acumule terra no colo da planta; escarificar, sempre que se observar a superfície do solo “encascorada”, até no máximo na 8ª semana após o plantio (antes da floração). 13 - CONTROLE DE PRAGAS O controle das principais pragas será feito com os seguintes produtos: - Mosca branca: Fenpropathrin 30% (Classe I – Carência 3 dias) – 60ml do pc/100 l, Lambdacyhalothrin 5% (Classe II – Carência 7 dias) – 50ml do pc/100 l e Imidacloprid 70% (Classe IV – Carência 7 dias) – 80g do pc/100 l. - Mosca minadora : Clorpirifós 41,78% (Classe II – Carência 21 dias) – 400 ml do pc/100 l. - Pulgão, vaquinha e broca grande: Methamidophos 60% (Classe II – Carência 21 dias) – 100 ml do pc/100 l. - Broca pequena: Methomyl 21,5% (Classe I – Carência 6 dias) – 100 ml do pc / 100 l; Fenpropathrin 30% – 60 ml do pc/100 l e Lambdacyhalothrin 5% – 50 ml do pc/100l. 169
- Ácaros branco e rajado: Abamectina 1,8% (Classe III – Carência 3 dias) – 50 a 100 ml do pc/100l. 14 - CONTROLE DE DOENÇAS O controle das principais doenças será feito com os seguintes produtos: - Requeima: Mancozeb 44,5% (Classe III – Carência 7 dias) – 540 ml do pc/100 l, Metalaxyl 5% (Classe II – Carência 7 dias) – 400 g do pc/100 l e Oxicloreto de cobre 50% (Classe IV – Carência 7 dias) – 200 g do pc/ 100 l. - Pinta preta: Mancozeb 44,5% – 540 ml do pc/100 l e Óxido cuproso 56% (Classe IV – Carência 2 dias) – 240 g do pc/100 l. - Alternária: Oxicloreto de cobre 50%– 250 g do pc/100 l. - Tombamento: Benomyl 50% (Classe III) 100 g do pc/ 100 l e Metalaxyl 5% – 400 g do pc/100 l. - Mancha bacteriana: Oxido cuproso 56% – 240 g do pc/ 100 l. 15 - COLHEITA Quando os frutos estiverem desidratados (bem murchos), são colhidos com pedúnculo. Normalmente são feitas três “colheitas”: a 1ª aos 150 dias após a germinação, a 2ª aos 180 dias e a última aos 210 dias. Na 3ª serão colhidos todos os frutos, inclusive os verdes. Os frutos colhidos são colocados em caixas plásticas ou baldes e acondicionados em sacos fornecidos pela indústria. 16 - PRODUTIVIDADE ESPERADA 4.500 kg de frutos secos por hectare.
170
TABELA 30 QUANTIDADE E CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: PIMENTÃO INDUSTRIAL Especificação 1- SEMENTES Subtotal 1 2- FERTILIZANTES Fórmula 6-24-12 Uréia Cloreto de potássio Sulfato de amônia Sulfato de manganês Sulfato de magnésio Sulfato de zinco Ácido bórico MAP Cloreto de cálcio Subtotal 2 3- DEFENSIVOS Benomyl 50% Óxido cuproso 56% Imidacloprid 70% Fenproapathrin 30% Oxicloreto de cobre 84% Fluazifop-p-butil 12,5% Espalhante adesivo 20% lambdacyhalothrin 5% Methomyl 21,5% Clorpirifós 41,78% Óleo mineral Mancozeb 44,5% Metalaxyl 5% Methiamidophos 60% Trifluralin Abamectina 1,8% Subtotal 3 4- OUTROS SERVIÇOS / INSUMOS Água Energia Subtotal 4
kg
4,00
Preço R$ 31,00
kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg
2000,00 200,00 200,00 100,00 2,00 120,00 15,00 15,00 300,00 12,00
0,60 0,32 0,40 0,32 9,60 0,65 0,75 2,50 0,34 2,00
1200,00 64,00 80,00 32,00 19,20 78,00 11,25 37,50 102,00 24,00 1647,95
kg kg kg l kg l l l l l l l kg l l l
2,00 6,00 0,37 0,60 3,00 2,00 0,50 2,00 1,00 1,00 4,50 10,00 3,00 4,00 2,00 1,00
48,00 9,80 790,00 88,50 7,00 36,46 5,74 48,00 15,90 20,76 1,60 9,00 60,00 19,00 10,80 180,00
96,00 58,80 292,30 53,10 21,00 72,92 2,87 96,00 15,90 20,76 7,20 90,00 180,00 76,00 21,60 180,00 1284,45
1000 m3 vb
7,20 1,00
18,00 80,00
129,60 80,00 209,60
Unidade Quantidade
Total R$ 124,00 124,00
(continua)
171
TABELA 30 QUANTIDADE E CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: PIMENTÃO INDUSTRIAL (conclusão) Especificação
Unidade Quantidade
Preço R$
Total R$
5- OPERAÇÕES MECANIZADAS Operações mecanizadas htr 19,00 18,00 342,00 Subtotal 5 342,00 6- MÃO-DE-OBRA Mão-de-obra dh 162,00 14,00 2268,00 Subtotal 6 2268,00 TOTAL 5876,00 FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: 1/ As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc). 2/ Preços praticados na região em junho/2000. 3/ Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e alimentares. 4/ Preço da água - média utilizada em projetos similares.
5.1.12 - Cultura da pinha 1 - PREPARO DO SOLO Fazer uma aração e uma gradagem. 2 - ÉPOCA DE PLANTIO Pode ser plantada durante todo o ano, mas o período chuvoso é mais favorável à implantação da cultura. 3 - CULTIVARES Usar mudas oriundas de sementes de frutos e plantas selecionadas. 4 - ESPAÇAMENTO Recomendam-se os espaçamento de 5 x 5 m, sistema quadrangular, ou seja, 400 plantas/ha.
172
5 - COVEAMENTO Marcar e covar nas dimensões 50 x 50 x 50 cm, separando a camada de terra da superfície, da terra do subsolo. A terra de cima será utilizada para encher a cova, após misturá-la com fertilizantes e corretivo. 6 - ADUBAÇÃO Usar em fundação 15 l de esterco de curral, 300 g de MAP, 100 g de sulfato de potássio e por cova. Todo este material será misturado à terra da superfície (20 cm) e colocado no fundo da cova. 7 - PLANTIO Eliminar o saco plástico e plantar deixando o colo da planta ao nível do solo e compactar bem o solo para maior aderência do torrão à terra adubada. Usar cobertura morta em torno da planta, sem contato com a região do coleto. 8 - ADUBAÇÃO DE COBERTURA A partir do 2º mês, após o plantio da muda, aplicar 50 g de sulfato de amônia por cova, mais 50 g de sulfato de potássio mensalmente, até o 11º mês. No 12º mês após o plantio, usar 20 l de esterco de curral por cova, 250 g de MAP e 150 g sulfato de potássio. A partir do 2º ano, colocar mensalmente 70 g/cova de Sulfato de Amônia e 80 g de sulfato de potássio. Monitorar o nível de fertilidade em função de resultado de análise de solo e foliar e ajustar a recomendação de adubação. Aplicar ainda, uma vez/ano/cova 15 g de bórax, 15 g de sulfato de zinco, 10 g de sulfato ferroso, 10 g de sulfato de manganês e 70 g de sulfato de magnésio, dobrando esta recomendação a partir do 3º ano.
173
9 - TUTORAMENTO Amarrar um tutor à planta para mantê-la ereta e evitar a ação do vento. 10 - CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS Manter a cultura no limpo usando coroamento das plantas e roçar nas entrelinhas. Usar herbicida Paraquat 20% na base de 60-100 ml do pc/100 l de água. 11 - PODAS A primeira poda é feita quando a planta atinge 0,8 - 1 m, cortando-se o broto terminal a 50 cm do solo, para induzir as brotações laterais. Na 2ª poda, eliminar todos os ramos até a altura de 0,5 m e a partir desta altura deixam-se 3 - 4 pernadas, de preferência de inserções em níveis diferentes. A partir destas pernadas, deixam-se somente dois ramos, que também serão podados com o mesmo tamanho dos outros. Fazer uma poda logo após a colheita, retirando ramos verticais, inclinados para o centro da planta e para baixo, e ramos secos. 12 - CONTROLE DE PRAGAS −
−
Broca de fruto: Triclorfon 50% (Classe II - carência 7 dias) - 300 g do pc/ 100 l de água. Devem-se ainda eliminar os frutos atacados e caídos no chão, queimando-os. Cochonilhas : Óleo mineral (Classe IV) - 0,8 a 1,2 l / 100 l de água.
13 - CONTROLE DE DOENÇAS A antracnose ataca folhas, flores e frutos. Aplicar Maneb 80% (Classe III, carência 14 dias) - 100 g do pc/ 100 l Thiophanate methyl 70% (Classe IV - carência 14 dias) - 70 g do pc/ 100 l, utilizar de 2 a 10 l de calda por planta, em função da idade. 174
14 - IRRIGAÇÃO Aplicar 70 % da ETP na formação e 80% na produção. Irrigar quando o solo atingir 50 % da água disponível consumida. 15 - POLINIZAÇÃO Fazer a polinização artificial porque a polinização natural é ineficiente uma vez que a maturação do gineceu ocorre antes do androceu. 16 - COLHEITA Colher manualmente, 2-3 vezes por semana, cortando o pedúnculo com auxílio de tesoura. O ponto de colheita se caracteriza quando o verde se transforma em amarelo pálido entre os gomos e o seu alongamento. Evitar bater ou deixar cair os frutos no chão. 17 - PRODUTIVIDADE 3º ANO 4º ANO 5º ANO
- 4 - 10 - 14
t/ha t/ha t/ha
175
TABELA 31 QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA: PINHA - 1,00 ha Especificação 1- MUDAS 2- FERTILIZANTES MAP Esterco Sulfato de potássio Fertilizante foliar Sulfato de amônia Bórax Sulfato de zinco Sulfato ferroso Sulfato de magnésio Sulfato de manganês 3- DEFENSIVOS Triclorfon 50% Óleo mineral Espalhante adesivo Paraquat 20% Maneb 80%
176
Unidade
2º.
Quantidade / Ano 3º. 4º.
ud
1º. 440,0
kg m3 kg l kg kg kg kg kg kg
220,0 14,0 320,0 2,0 220,0 6,0 6,0 4,0 28,0 4,0
200,0 8,0 384,0 4,0 336,0 6,0 6,0 4,0 28,0 4,0
200,0 8,0 384,0 6,0 336,0 12,0 12,0 8,0 56,0 8,0
l l l l kg
1,0 1,0 0,5 1,0 4,0
2,0 2,0 1,0 1,0 6,0
4,0 3,0 1,5 4,0 6,0
5º.
200,0 8,0 384,0 8,0 336,0 12,0 12,0 8,0 56,0 8,0
200,0 8,0 384,0 10,0 336,0 12,0 12,0 8,0 56,0 8,0
6,0 8,0 3,0 4,0 2,0 2,0 4,0 4,0 8,0 10,0 (continua)
TABELA 31 QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA: PINHA - 1,00 ha (conclusão) Especificação
Unidade
4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS Água 1.000 m3 Energia vb Outros vb 5- OPERAÇÕES MECANIZADAS Operações mecanizadas htr 6- MÃO-DE-OBRA Mão-de-obra dh FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
1º.
Quantidade / Ano 3º. 4º.
2º.
5º.
12,0 1,0 129,2
12,0 1,0
12,0 1,0 500,0
12,0 1,0 1.250,0
12,0 1,0 1.750,0
8,5
8,0
12,0
16,0
16,0
69,0
49,0
96,0
139,0
173,0
NOTA: As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc).
177
TABELA 32 CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: PINHA - 1,00 ha Especificação 1- MUDAS Subtotal 1 2- FERTILIZANTES MAP Esterco Sulfato de potássio Fertilizante foliar Sulfato de amônia Bórax Sulfato de zinco Sulfato ferroso Sulfato de magnésio Sulfato de manganês Subtotal 2 3- DEFENSIVOS Triclorfon 50% Óleo mineral Espalhante adesivo Paraquat 20% Maneb 80% Subtotal 3
178
Unidade Preço Unitário R$ ud 2,50
1º. 1100,00 1100,00
2º.
Custo / Ano 3º.
4º.
5º.
68,00 160,00 288,00 20,00 131,04 21,60 11,40 51,20 36,40 76,80 864,44
kg m3 kg l kg kg kg kg kg kg
0,34 20,00 0,75 2,00 0,39 1,80 0,95 6,40 0,65 9,60
74,80 280,00 240,00 4,00 85,80 10,80 5,70 25,60 18,20 38,40 783,30
68,00 160,00 288,00 8,00 131,04 10,80 5,70 25,60 18,20 38,40 753,74
68,00 160,00 288,00 12,00 131,04 21,60 11,40 51,20 36,40 76,80 856,44
68,00 160,00 288,00 16,00 131,04 21,60 11,40 51,20 36,40 76,80 860,44
l l l l kg
15,00 1,60 8,00 18,00 14,00
15,00 1,60 4,00 18,00 56,00 94,60
30,00 3,20 8,00 18,00 84,00 143,20
60,00 4,80 12,00 72,00 84,00 232,80
90,00 120,00 4,80 6,40 16,00 16,00 72,00 72,00 112,00 140,00 294,80 354,40 (continua)
TABELA 32 CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: PINHA - 1,00 ha (conclusão) Especificação
Unidade
4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS Água 1000 m3 Energia vb Outros vb Subtotal 4 5- OPERAÇÕES MECANIZADAS Operações mecanizadas htr Subtotal 5 6- MÃO-DE-OBRA Mão-de-obra dh Subtotal 6 TOTAL
Preço Unitário R$
Custo / Ano 3º.
1º.
2º.
216,00 180,00 129,20 525,20
216,00 180,00
18,00 14,00
18,00 180,00 1,00
4º.
5º.
396,00
216,00 180,00 500,00 896,00
216,00 180,00 1250,00 1646,00
216,00 180,00 1750,00 2146,00
153,00 153,00
144,00 144,00
216,00 216,00
288,00 288,00
288,00 288,00
966,00 966,00 3622,1
686,00 686,00 2122,9
1344,00 1344,00 3545,2
1946,00 1946,00 5035,2
2422,00 2422,00 6074,8
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: 1/ Preços praticados na região em junho/2000. 2/ Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e alimentares. 3/ Preço da água - média utilizada em projetos similares.
179
5.1.13 - Cultura do tomate industrial 1 - PREPARO DO SOLO O preparo do solo constará de uma gradagem pesada ou aração seguida de grade niveladora. 2 - CULTIVARES Hy-pell 108 e Gem pride. 3 - ÉPOCA DE PLANTIO O plantio deverá ser feito entre fevereiro e junho, a ser programado com a agroindústria. 4 - PRODUÇÃO DE MUDAS As mudas serão produzidas em bandejas, gastando-se 180/200 g de semente por hectare. 5 - TRANSPLANTIO O transplantio será mecânico em espaçamento de 1,50 m x 0,25 m. 6 - ADUBAÇÃO Usar no plantio 1.000 kg/ha da fórmula 6-24-12. Esta adubação será ajustada com base no resultado de análise de solo. 7 - ADUBAÇÃO DE COBERTURA De 15 a 25 dias após o transplantio, usar 150 kg de sulfato de amônia ao lado das plantas. De 30 a 45 dias após o transplantio, usar 200 kg de sulfato de amônia e 200 kg de cloreto de potássio por hectare ao lado das plantas cobrindo com terra. Antes da amontoa, pulverizar o colo das plantas com Iprodione 50% ou Quintozene 75%. Aos 60 dias, usar mais 100 kg de cloreto de potássio por hectare. 180
Fazer três pulverizações com boro, ferro, manganês, magnésio e zinco quelatizados + fosfito, na base de 250 ml/100 l, aos 30, 40 e 60 dias após o transplantio. 8 - CONTROLE DE INVASORAS O controle de invasoras será realizado até 40-50 dias após o transplantio com capinas manuais ou com uso de Fluazifop-pbutil 12,5% (Classe II), na base de 1,0 l do pc/ha e em pósemergência, quando as ervas estiverem com 4 perfilhos, complementado com capina manual. Em áreas com alta infestação de ervas de folhas largas, usar Metribuzin 48% (Classe IV) na base de 1l/ha em préemergência das invasoras. 9 - CONTROLE DE PRAGAS As pragas iniciais do tomateiro, tripes, pulgões e a mosca minadora serão controladas com Acephate 75% (Classe III - Carência 14 dias), em pulverizações na base de 100 g do pc/100 l ou Imidacloprid 70% (Classe IV - carência 7 dias), 60 g do pc/100 l. O controle de lagartas e prevenção à traça será feito com aplicações semanais de Bacillus thuringiensis 3,2% na base de 1l do pc/ha. Ocorrendo a traça ou o microácaro, aplicar Abamectina 1,8% (Classe II) na base de 80 – 100ml do pc/100 l de água. A broca dos frutos será controlada com aplicações alternadas de Deltamethrin 2,5% (Classe II - Carência 3 dias) na base de 40 ml do pc/100 l Triclorfon 50% (Classe II - Carência 7 dias) na base de 270 ml do pc/100 l ou Lambdacyhalothrin 5% (classe II carência 7 dias) 50 ml do pc/100 l. 10 - CONTROLE DE DOENÇAS As principais doenças fúngicas que ocorrem no tomateiro (pinta preta, septoriose, requeima, mancha de estenfílio e antracnose) são controladas com os seguintes produtos: Maneb 80% (Classe III - Carência 7 dias) 2,0 a 3,0 kg do pc/ha; Oxicloreto de cobre 58,5% (Classe IV - Carência 7 dias) 2,0 a 3,0 kg do pc/ha; Tebuconazole 20% (Classe III - Carência 7 181
dias) - 0,3 a 0,5 kg do pc/ha e Chlorothalonil 25% + Oxicloreto de cobre 30% (Classe II - Carência 7 dias) - 2,5 a 3,5 kg do pc/ha e Metalaxyl 8% + Mancozeb 64% (Classe II – Carência 7 dias) – 400 g do pc/100 l. 11 - IRRIGAÇÃO No início da cultura até 20 dias após a emergência, irrigar aplicando 60% de evapotranspiração potencial (ETP). Desse período até 45 dias aplicar 100% da ETP; daí até os 75 dias, aplicar 110% da ETP e, até o final do ciclo, 80% da ETP. A irrigação deverá ocorrer toda vez que a umidade do solo atingir 40% de água disponível consumida. 12 - COLHEITA Suspender a irrigação quando 20% dos frutos estiverem maduros. Colher os frutos, colocando-os em caixas de 20 kg, quando 50-60% dos frutos estiverem maduros. A segunda colheita será realizada 15-20 dias após a primeira. 13 - CICLO DE PRODUTIVIDADE Ciclo de 100-120 dias e produtividade em torno de 60 t/ha.
182
TABELA 33 QUANTIDADE E CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: TOMATE INDUSTRIAL Especificação
Unidade Quantidade
Preço R$ 300,00
Total R$ 60,00 60,00
1- SEMENTES kg 0,20 Subtotal 1 2- FERTILIZANTES Fórmula 06-24-12 kg 1000,00 0,60 600,00 Sulfato de amônia kg 350,00 0,32 112,00 Fertilizante foliar l 3,00 2,00 6,00 Cloreto de potássio kg 300,00 0,46 138,00 Subtotal 2 856,00 3- DEFENSIVOS Fluazifop-p-butil 12,5% kg 1,00 36,46 36,46 Bacillus thringiensis 3,2% kg 5,00 22,00 110,00 Maneb 80% l 2,00 14,00 28,00 Triclorfon 50% kg 1,50 15,00 22,50 Metalaxyl 8% + Mancozeb 64% l 0,50 60,00 30,00 Abamectina 1,8% l 1,00 180,00 180,00 Espalhante adesivo kg 1,00 8,00 8,00 Acephate 75% l 2,00 57,90 115,80 Lambdacyhalothrin 5% l 1,00 48,00 48,00 Oxicloreto de cobre l 2,00 7,00 14,00 Deltamethrin 2,5% l 0,50 40,00 20,00 Imidacloprid 70% l 0,20 790,00 158,00 Subtotal 3 770,76 4- OUTROS SERVIÇOS / INSUMOS Água 1000 m3 6,00 18,00 108,00 Energia vb 1,00 80,00 80,00 Subtotal 4 188,00 5- OPERAÇÕES MECANIZADAS Operações mecanizadas htr 19,50 18,00 351,00 Subtotal 5 351,00 6- MÃO-DE-OBRA Mão-de-obra dh 83,00 14,00 1.162,00 Subtotal 6 1.162,00 TOTAL 3.387,76 FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: 1/ As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc). 2/ Preços praticados na região em junho/2000. 3/ Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e alimentares. 4/ Preço da água - média utilizada em projetos similares.
183
5.1.14 - Cultura da uva 1 - PREPARO DO SOLO O preparo do solo consistirá de uma aração e uma gradagem. 2 - CULTIVARES Pirênicas: Itália, Benitaka e Red Globe (porta enxerto 572 ou Tropical, isentos de vírus). Apirênicas: Superior (porta enxerto 766 isento de vírus). 3 - ESPAÇAMENTO 3,5 m x 2,0 m, que corresponde a 1.428 plantas / hectare. 4 - PREPARO DAS COVAS Fazer as covas com 50 x 50 x 50 cm, separando a terra de cima da terra de baixo. A terra de cima com adubação é colocada no fundo da cova, misturando-se bem. 5 - ADUBAÇÃO DAS COVAS Fazer inicialmente uma adubação química na área total usando cerca de 1000 kg de 6-24-12 incorporados com gradagem (25-30 cm de profundidade). Usar em cada cova 30 l de esterco e 560 g de MAP. Esta recomendação será ajustada, em função do resultado da análise do solo de cada parcela. 6 - ADUBAÇÃO DE COBERTURA Após a enxertia, realizada cerca de 6 meses após o plantio do porta-enxerto, elaborar um programa de fertilização da videira atendendo às seguintes recomendações, ajustadas periodicamente com análise de solo e foliar: 1º) Durante 6 meses seqüentes à enxertia, usar por cova, um total de 200 g de sulfato de amônia, 150 g de sulfa184
to de potássio e micronutriente foliar quelatizado à base de boro, zinco, manganês e ferro (250 g/100 l). 2º) Na 1ª poda, cerca de 6 meses após a enxertia, usar, por cova, 20 l de esterco de curral, 200 g de sulfato de amônia, 350 g de MAP, 15 g, por cova, de sulfato ferroso, 150 g de sulfato de magnésio e 180 g de sulfato de potássio. 3º) Na 2ª poda, cerca de 6 meses após a 1ª poda, repetir a adubação da 1ª poda. 4º) Na 3ª poda, de produção, usar por cova, 40 l de esterco de curral e 600 g de MAP. Antes da florada, usar 150 g de sulfato e amônia e sulfato de zinco quelatizado, este via pulverização, na base de 250 g/100 l. Antes do raleio dos cachos, usar 200g de sulfato de magnésio, 200 g de sulfato de potássio, 150 g de sulfato de amônia mais cálcio e boro quelatizados (250 g/100 l). No pré-amadurecimento das bagas, usar 250 g de cloreto de potássio e 150 g de sulfato de amônia por cova. Da 3ª poda à produção decorrem, em geral, 130 dias. Deixar 30 dias de repouso para fazer nova poda de produção e adubar novamente, sempre ajustando em função de análises de solo, foliar e da produção. Recomenda-se fazer cobertura morta com bagaço de cana, em todas as podas, cobrindo a área de abrangência da irrigação. A partir da primeira poda, as adubações serão feitas a 60 cm do caule da planta nos 2 lados. Para a segunda poda, a 80 cm do caule variando a posição do local de aplicação. Da terceira em diante, distanciar a adubação de 1,0 m do caule. 7 - TUTORAMENTO Usar um tutor, colocado antes do plantio da muda, ou logo após, para direcionar a brotação verticalmente até o arame do sistema de condução. 185
8 - CONTROLE DE INVASORAS Manter a cultura no limpo para evitar que as invasoras concorram em nutrientes e abafem as mudas. Usar capinas manuais, cultivador ou herbicida. 9 - CONSTRUÇÃO DE LATADA Construir a latada com 2 metros de altura usando moirões, postes, arame liso nº. 8,12, 14 e 18. Cada fileira será independente da outra, pois todos os fios de arame, para cada fileira, serão amarrados nos postes da mesma. Fazer uma rede de arame liso nº. 12 nas linhas das plantas e nº. 14 nas entrelinhas espaçadas de 40 cm. Perpendicularmente a cada 2,0 m, colocar arame 12 e nas entrelinhas da latada, e a cada 25,0 m, perpendicular às fileiras de plantas, colocar arame 18 para impedir o deslocamento do arame 14. 10 - PODA DE CONDUÇÃO E AMARRAÇÃO Conduzir um único ramo até a latada e amarrá-lo no tutor para o tronco ficar ereto e não quebrar com o vento. Todos os ramos ladrões do porta-enxerto, as brotações laterais e gavinhas serão eliminados. O ramo principal será conduzido no sentido do menor espaçamento. Feita a primeira poda para a formação dos braços primários, inicia-se a condução das brotações que constituirão os braços secundários, espaçadas 30 cm umas das outras. Com o espaçamento de 3,5 x 2,0 m, cada braço primário atingirá 1,25 m, um para cada lado sobre a linha das plantas. Os ramos secundários ficarão dispostos perpendicularmente à linha das plantas, sendo 4 ou 5 por lado de cada braço primário. 11 - PODA DE FRUTIFICAÇÃO Deixar em cada unidade de produção um esporão com duas gemas e uma vara com 6 a 8 gemas. O esporão produz a vara e o esporão do ciclo seguinte, e a vara produz frutos. Tor186
cer os ramos após a poda e, em seguida, aplicar Cyanamide a 5% imediatamente. 12 - IRRIGAÇÃO Aplicar 100% da ETP no período de formação e 80% na produção. A irrigação deve continuar até a última semana antes da colheita. Continuar irrigando após a colheita. 13 - CONTROLE DE PRAGAS −
−
−
Lagartas, Vaquinhas, Minador de Folhas: Deltamethrin 2,5% (Classe III) - 0,15 l do pc/ 100 l, Triazophos 40% (Classe I - carência 5 dias) - 150 ml do pc/ 100 l e Paramethion methyl 60% (Classe I - Carência 15 dias) – 100 ml do pc/100 l. Ácaro: tetradifon 8% (Classe III - carência 14 dias) 300 ml do pc/100 l. Mosca das Frutas: Triclorfon 50% (Classe III - carência 7 dias) - 300 ml do pc/100 l de água.
14 - CONTROLE DE DOENÇAS −
−
−
Oídio: Controlado preventivamente com aplicações alternadas de fungicida sistêmico e de contato. Em épocas propícias ao desenvolvimento do fungo, efetuar duas aplicações semanais. Fungicidas recomendados: Fanarimol 12% (Classe II - Carência 15 dias) - 20 ml do pc/100 l; Benomyl 50% (Classe III - Carência 7 dias) - 60 g do pc/100 l; Triadimefon 25% (Classe III - Carência 15 dias) - 200 g do pc/100 l, Thiophanate methyl 70% (Classe IV - Carência 14 dias) - 350 g do pc/100 l, Enxofre 80% (Classe IV) - 400 g do pc / 100 l e Tebuconazole 20% (Classe III – Carência 14 dias) - 100 g do pc/100 l. Míldio: Oxicloreto de cobre 58,8% (Classe IV - Carência 7 dias) - 300 g do pc/100 l; Cymoxanil 8% + Maneb 187
64% + Sulfato de zinco 2% (Classe III - Carência 7 dias) - 200 g do pc/100 l; Maneb 80% (Classe III - Carência 21 dias) - 250 g do pc/100 l; Folpet 50% (Classe IV - Carência 1 dia) - 140 g do pc/100 l, Metalaxyl 8% + Mancozeb 64% (Classe II - Carência 10 dias) – 300 g do pc / 100 l e Oxicloreto de cobre 84% (Classe IV Carência 7 dias) - 220 g do pc/100 l. −
−
−
Antracnose: Benomyl 50% - 60 g do pc/100 l + Maneb 80% - 250 g do pc/100 l; Folpet 50% - 140 g do pc/100 l, Oxicloreto de cobre 58,8% (Classe IV - carência 7 dias) – 800 g do pc/ 100 l e Oxicloreto de cobre 84% 220 g do pc/100 l. Podridão das uvas: Folpet 50% - 140 g do pc/100 l; Thiophanate methyl 50% - 350 ml do pc/100 e Mancozeb 80% (Classe III - carência 21 dias) - 350 g do pc/100 l; Iprodione 50% (Classe IV - carência 14 dias) 150 g do pc/100 l e Oxicloreto de cobre 84% - 220 g do pc/100 l. Podridão Negra e Amarga: Folpet 50% - 140 g do pc/100 l e Maneb 80% - 250 g do pc/100 l.
15 - APLICAÇÃO DE GIBERELINA 1ª aplicação (cacho com 2 cm): Dissolver um pacote de PROGIB (10 g) em 1 l de água (solução padrão). Retirar 20 ml desta solução e misturar em 10 l de água, fazendo pulverização diretamente nos cachos. 2º aplicação (pós raleio do cacho): Retirar 200 ml da solução padrão e misturar em 10 litros de água e fazer pulverização diretamente nos cachos. 3ª aplicação (no pré amolecimento das bagas): Mesma dosagem da 2ª aplicação de Giberelina (PROGIB).
188
16 - AMARRAÇÃO Amarrar as varas nos fios de arame sem apertar muito. Amarrar também os novos lançamentos para evitar quebra pelos ventos. Para isso, usar o equipamento Tapemer. 17 - PODA VERDE Realizar o esladroamento, ou seja, a eliminação de ramos estéreis, quando estiverem de 10 a 20 cm. Eliminar também a extremidade dos ramos (despontamento) e as gavinhas quando os ramos apresentarem de 25 a 30 folhas definitivas. Fazer também o desnetamento, ou seja, a eliminação de ramos terciários deixando apenas uma ou duas folhinhas. O desfolhamento é feito no período de crescimento de ramos, para melhorar o arejamento e a insolação, facilitando o controle de doenças. Não tirar mais que cinco folhas/ramo e nos ramos com cachos deixar 6 a 8 folhas acima do mesmo. Remover também os cachos dos ramos débeis, com poucas folhas, doentes ou abafados, procurando deixar os cachos bem distribuídos. Na fase de florada, para facilitar o raleio, usar um pré-raleio (dedinho) que consiste na retirada de parte de brácteas florais. Em seguida faz-se o raleio de bagas propriamente dito, que consiste em deixar o cacho descompactado com bagas soltas. 18 - COLHEITA As variedades apresentam colheita entre 120 e 130 dias depois de podadas. É possível que varie com a condição climática. Os frutos colhidos não devem ter manchas causadas por fungos ou danos mecânicos. Após a colheita, procede-se à irrigação, mantendo uma certa umidade no solo para evitar a morte das radicelas mais superficiais. 189
19 - PRODUTIVIDADE ANO ANO ANO A partir do ANO
190
2 3 4 5
-
8 16 25 30
t/ha t/ha t/ha t/ha
TABELA 34 QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA: UVA - 1,00 ha Especificação 1- MUDAS DE PORTA-ENXERTO 2- FERTILIZANTES MAP Cloreto de potássio Esterco Sulfato de potássio Formula 6-24-12 Sulfato de amônia Fertilizante foliar Sulfato de zinco Bórax Sulfato de ferro Sulfato de magnésio 3- DEFENSIVOS Benomyl 50% Cymoxanil 8%+Maneb 64%+Sulf. Zinco 2% Folpet 50% Thiophanate methyl 50% Maneb 80% Enxofre 80%
Unidade ud kg kg m3 kg kg kg l kg kg kg kg
1º. 1.570,0
2º.
Quantidade / Ano 3º. 4º.
800,0
1.000,0
43,0 214,0 1.000,0 286,0 1,5
57,0 514,0 571,0 43,0 43,0 43,0 430,0
5º.
1.715,0 714,0 57,0 571,0
1.800,0 750,0 57,0 580,0
1.850,0 780,0 57,0 590,0
1.285,0 3,0
1.300,0
1.320,0 3,0
571,0
43,0 43,0 43,0 571,0
571,0
kg
1,0
2,0
2,0
2,0
2,0
kg kg l kg kg
2,0 1,0
2,0 2,0 2,0 20,0 10,0
2,0 2,0 2,0 20,0 10,0
4,0 3,0 2,0 20,0 10,0
5,0 3,0 2,0 20,0 10,0 (continua)
8,0 12,0
191
TABELA 34 QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA: UVA - 1,00 ha (conclusão) Especificação Deltamethrin 2,5% Paraquat 20% Triclorfon 50% Metalaxyl 5% Fanarimol 12% Espalhante adesivo Tetradifon 8% Triazophos 40% Oxicloreto de cobre 84% Triadimefon 25% Parathion methyl 60% 4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS Água Energia Outros 5- OPERAÇÕES MECANIZADAS Operações mecanizadas 6- MÃO-DE-OBRA Mão-de-obra
Unidade l l l kg l l l l kg l l 1000 m3 vb vb
1º.
Quantidade / Ano 3º. 4º. 2,0 2,0 2,0 2,0 4,0 4,0 4,0 6,0 8,0 2,0 2,0 2,0 0,5 1,0 1,0 3,0 4,0 5,0 2,0 4,0 4,0 2,0 2,0 2,0 10,0 14,0 20,0 2,0 2,0 4,0 8,0
2º. 0,5 1,0 1,0 0,5 2,0 1,0 1,0 6,0
2,0 4,0 8,0 2,0 2,0 5,0 4,0 20,0 2,0 8,0
12,0 1,0 10.020,4
12,0 1,0 1.820,8
12,0 1,0 3.084,2
12,0 1,0 4.379,0
12,0 1,0 4.885,0
htr
16,0
30,0
32,0
36,0
32,0
dh
272,0
252,0
378,0
498,0
563,0
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc).
192
5º.
TABELA 35 CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: UVA - 1,00 ha Especificação 1- MUDAS DE PORTA-ENXERTO Subtotal 1 2- FERTILIZANTES MAP Cloreto de potássio Esterco Sulfato de potássio Formula 6-24-12 Sulfato de amônia Fertilizante foliar Sulfato de zinco Bórax Sulfato de ferro Sulfato de magnésio Subtotal 2 3- DEFENSIVOS Benomyl 50% Cymoxanil 8%+Maneb 64%+Sulf. Zinco 2% Folpet 50%
Unidade Preço Unitário R$ 1º. ud 2,00 3.140,00 3.140,00 kg kg m3 kg kg kg l kg kg kg kg
0,34 0,40 20,00 0,75 0,52 0,32 2,00 0,75 1,80 6,40 0,65
kg kg kg
2º.
Custo / Ano 3º. 4º.
5º.
272,00
340,00
583,10 612,00 629,00 285,60 300,00 312,00 860,00 1.140,00 1.140,00 1.140,00 1.140,00 160,50 385,50 428,25 435,00 442,50 520,00 91,52 182,72 411,20 422,40 3,00 6,00 6,00 32,25 32,25 77,40 77,40 275,20 275,20 279,50 371,15 371,15 371,15 1.292,50 1.865,50 2.436,95 2.487,00 2.523,50
48,00
48,00
96,00
96,00
96,00
24,00 10,00
48,00 10,00
48,00 20,00
48,00 20,00
96,00 120,00 30,00 30,00 (continua)
96,00
193
TABELA 35 CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: UVA - 1,00 ha (continuação) Especificação Thiophanate methyl 50% Maneb 80% Enxofre 80% Deltamethrin 2,5% Paraquat 20% Triclorfon 50% Metalaxyl 5% Fanarimol 12% Espalhante adesivo Tetradifon 8% Triazophos 40% Oxicloreto de cobre 84% Triadimefon 25% Parathion methyl 60% Subtotal 3
Unidade l kg kg l l l kg l l l l kg l l
Preço Unitário R$ 26,65 14,00 3,00 40,00 18,00 15,00 60,00 122,00 8,00 16,00 25,00 7,00 65,00 16,80
1º. 112,00 36,00 20,00 18,00 60,00 61,00 16,00 16,00 25,00 42,00 512,00
Custo / Ano 2º. 3º. 4º. 53,30 53,30 53,30 280,00 280,00 280,00 30,00 30,00 30,00 80,00 80,00 80,00 36,00 72,00 72,00 60,00 90,00 120,00 120,00 120,00 120,00 61,00 122,00 122,00 24,00 32,00 40,00 32,00 64,00 64,00 50,00 50,00 50,00 70,00 98,00 140,00 130,00 130,00 67,20 134,40 1.060,30 1.452,50 1.657,70
5º. 53,30 280,00 30,00 80,00 72,00 120,00 120,00 244,00 40,00 64,00 140,00 130,00 134,40 1.753,70
4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS
Água Energia Outros Subtotal 4
194
1000 m3 vb vb
18,00 180,00 1,00
216,00 180,00
216,00 216,00 216,00 216,00 180,00 180,00 180,00 180,00 10.020,40 1.820,80 3.084,20 4.379,00 4.885,00 10.416,40 2.216,80 3.480,20 4.775,00 5.281,00 (continua)
TABELA 35 CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: UVA - 1,00 ha (conclusão) Especificação 5- OPERAÇÕES MECANIZADAS Operações mecanizadas Subtotal 5 6- MÃO-DE-OBRA Mão-de-obra Subtotal 6 TOTAL
Unidade Preço Unitário R$ htr
18,00
dh
14,00
1º. 288,00 288,00
2º.
Custo / Ano 3º. 4º.
540,00 540,00
576,00 576,00
648,00 648,00
5º. 576,00 576,00
3.808,00 3.528,00 5.292,00 6.972,00 7.882,00 3.808,00 3.528,00 5.292,00 6.972,00 7.882,00
19.456,90 9.210,60 13.237,65 16.539,70 18.016,20 FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: 1/ Preços praticados na região em junho/2000. 2/ Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e alimentares. 3/ Preço da água - média utilizada em projetos similares.
195
5.1.15 - Cultura do feijão 1 - PREPARO DO SOLO O preparo do solo consta de uma gradagem pesada ou aração, seguida de grade niveladora. Em terreno recém-desmatado, que tenha sido utilizada gradagem pesada, basta realizar uma gradagem leve. 2 - CULTIVAR Carioquinha ou Pérola. 3 - ESPAÇAMENTO E PROFUNDIDADE DE PLANTIO Plantar no espaçamento de 50 cm entre linhas deixando cair 16-18 sementes por metro de linha, considerando um poder germinativo de 90%, gastando-se 70 a 80 kg de sementes/hectare. A profundidade de plantio será de 3-4 cm. 4 - ÉPOCA DE PLANTIO Março a junho e colheita entre maio e setembro. 5 - TRATAMENTO DE SEMENTES Para cada 100 g de sementes usar 200 g do pc de Imidacloprid 70% + 100 g do pc de Benomyl 50% + 150 g do pc de Thiram. 6 - ADUBAÇÃO DE PLANTIO Utilizar, no plantio, 300 kg de 4-30-16. Nos plantios seqüentes à cultura da cebola, dispensa-se a adubação de plantio, uma vez que haverá no solo fósforo residual a ser aproveitado pela cultura do feijão. 7 - FERTIRRIGAÇÃO Na TABELA 36, estão as quantidades a serem aplicadas em kg/ha de fertilizantes em função do ciclo da cultura. 196
TABELA 36 UTILIZAÇÃO DE FERTILIZANTES EM FUNÇÃO DO CICLO DA CULTURA FERTILIZANTES Uréia Sulfato de Amonia Cloreto de Potássio Sulfato de Magnésio Molibdato de Sódio Ácido Bórico a/ Sulfato de Zinco a/
DIAS DO CICLO 15 11
20 14
21
20 20
20 1,5 3
25 15
0,07 1,5 3
30
35
35 20 10
35
1 2
40 15
45 14
50 30
10
10
55 11
TOTAL 80 100 60 50 0,07 4 8
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. a/ A serem utilizados se não for empregada Calda Viçosa.
197
8 - CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS Em área recém-desmatada, no primeiro ano de cultivo, a infestação de plantas daninhas é baixa, bastando para seu controle o uso de capinas. Quando aumentar o grau de infestação, controlar folhas estreitas com Fluazifop-p-butil 12,5% (Classe II) – 1,0 l/ha do pc, aplicado em pós-emergência quando as gramíneas estiverem com 2-3 perfilhos, através de pulverização (volume de calda 100 a 300 l/ha). Tratando-se de folhas largas, utilizar Flex (Classe I – carência 60 dias) – 1,0 l/ha, aplicado em pulverização 20-30 dias após a emergência da cultura (volume de calda – 200 a 300 l/ha). 9 - CONTROLE DE PRAGAS Atualmente, a praga mais importante na cultura do feijão é a mosca branca. Utilizando a programação apresentada, a seguir, de controle da mosca branca, o pulgão e a cigarrinha verde serão controlados. Aos 5 dias após a emergência, fazer uma amostragem em 10 pontos diferentes da lavoura contando o número de plantas em cada ponto. Caso o número de plantas afetadas por virose seja maior ou igual a 5%, entrar com a pulverização; caso contrário, esta aplicação poderá ser retardada. O controle da mosca branca será feito com uma combinação do pc de Methiamidophos 60% com Lambdacyhalothrin 5%, na base de 600 ml + 200 ml do pc, respectivamente, com aplicações de 10 em 10 dias, a partir da identificação da necessidade de pulverização através de amostragem. O volume de calda variará de 100 a 300 l/ha em função da idade da lavoura. Após um período de 5 dias de cada pulverização, aplicar a mesma mistura na bordadura da lavoura (20 metros), na base de 100 ml do pc de Methiamidophos 60% com 40 ml do pc de Lambdacyhalothrin 5%. No caso de ataque de ácaro na lavoura, usar Abamectina 1,8% (Classe III – Carência 7 dias) na base de 0,3 l/ha do pc(300 l de calda /hectare). 198
10 - CONTROLE DE DOENÇAS O controle de antracnose, mancha angular e outras doenças fúngicas das folhas será feito com aplicação de Thioplanate methyl 14% + Chlorothalonil 35 (Classe III – Carência 14 dias) na base de 1,5 a 2,5 l/ha do pc, alternando com calda viçosa na base de 150 l/ha. 11 - IRRIGAÇÃO No início do cultivo, até 10-15 dias após a emergência, irrigar aplicando 60% da evapotranspiração potencial (ETP). Desse período até 20-25 dias, aplicar 100% da ETP. Dos 25 dias até 65-70 dias aplicar 115% da ETP e daí para frente, 60% da ETP. Cortar a irrigação em torno de 75 dias. 12 - COLHEITA A colheita será iniciada quando as plantas estiverem com desfolhamento de 80-90% e os grãos com 18-20% de umidade. 13 - CICLO E RENDIMENTO Ciclo em torno de 85-90 dias e rendimento esperado de 1,8-2,2 t/ha. TABELA 37 QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA: FEIJÃO Especificação 1- SEMENTES Subtotal 1 2- FERTILIZANTES Fórmula 4-30-16 Uréia Sulfato de amônia Molibidato de sódio Cloreto de potássio Subtotal 2
kg
80,0
Preço R$ 1,40
kg kg kg kg kg
300,0 80,0 100,0 0,1 60,0
0,68 0,39 0,42 26,00 0,46
Unidade Quantidade
Total R$ 112,00 112,00 204,00 31,20 42,00 1,82 27,60 306,62
(continua)
199
TABELA 37 QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA: FEIJÃO (conclusão) Especificação 3- DEFENSIVOS Espalhante adesivo Benomyl 50% Thiram Calda viçosa* Abamectina 1,8% Thioplanate methyl 14% + Chlorothalonil 35% Lambdacyhalothrin 5% Methiamidophos 60 Imidacloprid 70% Fluazifop-p-butil 12,5% Subtotal 3
Unidade Quantidade
Preço R$
Total R$
l kg kg l l l
1,0 0,1 0,2 350,0 0,2 1,0
8,00 48,00 39,00 1,20 180,00 35,00
8,00 4,80 7,80 420,00 36,00 35,00
l l kg l
1,0 3,0 0,2 1,0
48,00 14,40 600,00 36,46
48,00 43,20 120,00 36,46 759,26
4- OUTROS INSUMOS/SERVIÇOS
Água 1000 m3 4,5 18,00 81,00 Energia vb 1,0 40,00 40,00 Sacaria ud 30,0 0,30 9,00 Subtotal 4 130,00 5- OPERAÇÕES MECANIZADAS Operações mecanizadas htr 9,5 18,00 171,00 Subtotal 5 171,00 6- MÃO-DE-OBRA Mão-de-obra dh 23,2 14,00 324,80 Subtotal 6 324,80 TOTAL 1.803,68 FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: 1/ As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc). 2/ Preços praticados na região em junho/2000. 3/ Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e alimentares. 4/ Preço da água - média utilizada em projetos similares.
5.2 - Modelo de Exploração Agrícola: Análise Financeira Esta seção tem a finalidade de subsidiar aos futuros empreendedores a necessidade de recursos e rentabilidade sobre o 200
seu empreendimento. Utilizou-se uma metodologia clássica e mundialmente empregada: o Modelo Tipo. O Projeto Salitre Etapa 1, conforme descrito, terá basicamente dois tipos de lotes agrícolas: o destinado à pequena empresa com área Superfície Agrícola Útil (Sau) de 6,0 ha e o destinado à média empresa, variável entre 30 a 60 ha. Adotou-se como lote padrão para a média empresa uma área média de 45 ha, sendo irrigáveis 42 ha. Para o lote de pequena empresa, adotou-se um Modelo Tipo que representa a opção 1 do empreendimento para aquele lote. Para o lote de média empresa, empregaram-se dois Modelos Tipos, que representam duas opções de empreendimento para aquele lote. O Modelo Tipo faz uma previsão média de como poderia se dar o Plano de Exploração Agrícola e quais as estruturas necessárias para sua execução. Avalia a necessidade de recursos, em quantidade e prazo para a execução do plano agrícola e sua rentabilidade. A base do Modelo é desenhada a partir do Plano Agrícola. Partindo-se de um Modelo Tipo, é possível avaliar outras opções para o mesmo lote- padrão. Foram estudadas 3 opções de empreendimentos parcelares para a Etapa 1 do Salitre. Cada opção foi representada por um Modelo Tipo. Modelos denominados de: •
•
•
Modelo – 1 para opção 1, correspondente ao lote para pequena empresa, área SAU de 6,0 ha. Modelo – 2 para opção 2, correspondente ao lote para média empresa, área Sau de 42,0 ha. Modelo – 3 para opção 3, correspondente ao lote para média empresa, área Sau de 42,0 ha.
Para a caracterização do plano agrícola de cada modelo, utilizaram-se culturas descritas, como potencialmente recomendadas para o Salitre. Foram observadas as seguintes condições: 201
•
•
•
•
Há uma tendência em todos os perímetros irrigados de diversificação de culturas em cada lote, para dar mais estabilidade ao fluxo de caixa do empreendimento. Foram adotadas de 3-4 culturas. No caso da pequena empresa, normalmente são empreendedores com capacidade limitada de disponibilizar recursos imediatos para o capital de giro. Assim, previuse uma composição de 50% da área com culturas de ciclo curto e 50% com culturas perenes. Tem-se observado uma tendência de as médias empresas só trabalhar com fruticultura, ou, às vezes, com fruticultura e cultura de ciclo curto. Adotaram-se, então, duas opções, cobrindo essa tendência. No caso de se trabalhar mais com fruticultura, optou-se por uma combinação de fruticultura que apresenta produções rápidas (até 2 anos), com aquelas que iniciam mais tardes (até 4 anos). Essa composição melhora o fluxo de caixa do empreendimento, principalmente no início das atividades.
Com base nessas observações, ficaram definidos então os 3 Modelos Tipos, descritos a seguir.
5.2.1 - Modelo de exploração agrícola – 1 •
Descrição
O modelo 1 prevê a exploração de lotes de 6 hectares irrigados por pequenos irrigantes. Esta área será desmatada no Ano 1. O sistema de irrigação será implantado nos dois primeiros anos, três hectares por ano. Existe a previsão de construção, a partir do segundo ano, de uma casa com 60 m 2, durante dois anos. Será construído, no Ano 3, galpão para máquinas e equipamentos com 60 m 2. No Ano 1, o irrigante adquirirá as diversas ferramentas, necessárias ao seu trabalho. 202
O aproveitamento agrícola do lote se dará com culturas anuais (cebola, melancia, feijão, tomate industrial) e cultura perene (manga). A área destinada às culturas anuais será irrigada pelo método de miniaspersão, enquanto a área de manga será irrigada pelo método de microaspersão. A TABELA 38 mostra o cronograma para implantação do Modelo 1. Com base no cronograma de implantação das culturas e a partir das produtividades esperadas de cada cultura, chega-se à produção estimada do projeto (TABELA 39).
203
TABELA 38 CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA FÍSICA E CULTURAS MODELO 1 ESPECIFICAÇÕES 1. INFRA-ESTRUTURA - Desmantamento - Sistema de irrigação - Casa - Galpão p/ máquinas e equipamentos - Ferramentas diversas 2. CULTURA - Cebola - Tomate industrial - Melancia - Feijão - Manga FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
204
Unidade ha ha m2 m2 vb ha ha ha ha ha
ANO 1
ANO 2 6 3
3 30
ANO 3
ANO 4
ANO 5
30 60
1 1 2
1 2 1,5 1,5 3
1 2 1,5 1,5
1 2 1,5 1,5
1,0 0,5 0,5 1,5
TABELA 39 PRODUÇÃO ESTIMADA - PROJETO SALITRE - MODELO 1 (t) CULTURA Cebola Tomate industrial Melancia Feijão Manga
1 40,0 4,0
2 40,0 120,0 60,0 3,0
3 40,0 120,0 60,0 3,0
ANO 4 5 40,0 40,0 120,0 60,0 60,0 20,0 3,0 3,0 9,0 30,0
6 40,0 60,0 20,0 3,0 60,0
7 8 ao 20 40,0 40,0 60,0 60,0 20,0 20,0 3,0 3,0 75,0 90,0
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
205
•
Fluxo financeiro
Foi elaborado o fluxo financeiro do Projeto para um período de 20 anos, conforme TABELA 40. Os componentes de custo do Projeto foram obtidos conforme os seguintes critérios: A. Custos de investimento A consolidação dos custos de investimento foi baseada no cronograma físico apresentado na TABELA 38. Os itens de investimento são explicitados abaixo. A.1. Desmatamento Área do Projeto será desmatada no primeiro ano, a um custo de R$700,00/ha. A.2. Sistema de irrigação O sistema de irrigação será implantado nos 2 primeiros anos. O investimento será de R$21.280,00 no Ano 1 e R$7.960,00 no Ano 2. O sistema de irrigação receberá a água de forma pressurizada, não necessitando de motobomba. O sistema prevê automação e fertiirrigação. Haverá a substituição do sistema de irrigação nos anos 11 e 12. A seguir, encontra-se o layout básico do sistema de irrigação e seu orçamento. A.3. Casa Uma casa com 60 m 2 será construída a partir do Ano 2 e durante o Ano 3. O custo é de R$140,00/m 2. A.4. Galpão para máquinas e equipamentos Será edificado, no Ano 3, galpão de 60m 2, para abrigar as máquinas e os equipamentos, a um custo de R$130,00/m 2. A.5. Ferramentas diversas O irrigante adquirirá, no Ano 1, as ferramentas destinadas ao seu trabalho, totalizando um investimento de R$1.500,00.
206
TABELA 40 FLUXO DE CAIXA (R$) - PROJETO SALITRE - MODELO 1 ESPECIFICAÇÕES 1 - CUSTOS 1.1 - INVESTIMENTOS - Desmantamento - Sistema de irrigação - Casa - Galpão p/ máquinas e equipamentos - Ferramentas diversas - Agrícola - Investimento SUBTOTAL INVESTIMENTOS
1.2 - OPERACIONAIS - Agrícola - Manutenção do sistema de irrigação - Manutenção de benfeitorias - Pagamento terra - Água e energia - Pagamento Sist. Irrigação e Desmat. - K1
ANO 1
ANO 2
ANO 3
ANO 4
ANO 5
ANO 6
ANO 7
ANO 8
ANO 9 ANO 10
4.200,00 20.830,00
7.960,00 4.200,00
4.200,00 7.800,00
1.500,00 4.665,89
3.611,75
6.017,04
26.530,00 16.825,89 15.611,75
6.017,04
9.676,18 21.827,16 21.827,16 21.827,16 22.269,74 24.456,62 26.999,39 28.589,36 28.589,36 28.589,36 624,90
863,70
863,70
863,70
863,70
863,70
863,70
863,70
863,70
863,70
84,00
324,00
324,00
324,00
324,00
324,00
324,00
324,00
324,00
272,73
272,73
272,73
272,73
272,73
272,73
272,73 1.828,20
445,00
2.475,60
2.475,60
2.475,60
2.152,20
2.152,20
2.152,20
1.828,20
1.828,20
900,00
900,00
900,00
3.299,00 900,00
3.299,00 900,00
3.299,00 900,00
3.299,00 900,00
3.299,00 900,00
3.299,00 900,00
3.299,00 900,00
(continua)
207
TABELA 40 FLUXO DE CAIXA (R$) - PROJETO SALITRE - MODELO 1 (continuação) ESPECIFICAÇÕES - Depreciação SUBTOTAL OPERACIONAIS TOTAL DE CUSTOS
2 – RECEITAS - Produção agrícola - Empréstimo de investimento
ANO 1 ANO 2 75,00
75,00
ANO14 75,00
75,00
ANO 7
ANO 8
ANO 9
ANO 10
11.721,08 26.225,46 26.465,46 30.037,19
30.156,37 32.343,25 34.886,02
36.151,99
36.151,99 36.151,99
38.251,08 43.051,35 42.077,21 36.054,23
30.156,37 32.343,25 34.886,02
36.151,99
36.151,99 36.151,99
14.039,32 33.696,76 33.696,76 39.216,14
40.023,07 58.421,01 67.619,98
76.818,94
76.818,94 76.818,94
40.023,07 58.421,01 67.619,98
76.818,94
76.818,94 76.818,94
75,00
75,00
7.960,00
818,24 -1.394,59 -8.380,45 818,24
75,00
ANO 6
75,00
TOTAL DE RECEITAS 39.069,32 41.656,76 33.696,76 39.216,14
3 – BALANÇO (2-1) ANUAL 4 – BALANÇO ACUMULADO
ANO 5
75,00
25.030,00
75,00
ANO 3
-576,34 -8.956,79
3.161,92
9.866,71 26.077,76
32.733,96 40.666,96
-5.794,87
4.071,83 30.149,59
62.883,55 103.550,51
40.666,96
40.666,96
144.217,47 184.884,42
(continua)
208
TABELA 40 FLUXO DE CAIXA (R$) - PROJETO SALITRE - MODELO 1 (continuação) ESPECIFICAÇÕES
ANO 11 ANO 12 ANO 13 ANO 14 ANO 15 ANO 16 ANO 17 ANO 18 ANO 19 ANO 20
1 - CUSTOS 1.1 – INVESTIMENTOS
- Desmantamento - Sistema de irrigação - Casa - Galpão p/ máquinas e equipamentos - Ferramentas diversas - Agrícola - Investimento SUBTOTAL INVESTIMENTOS
1.2 – OPERACIONAIS - Agrícola - Manutenção do sistema de irrigação - Manutenção de benfeitorias - Pagamento terra - Água e energia
20.830,00
7.960,00
20.830,00
7.960,00
28.589,36 28.589,36 28.589,36 28.589,36 28.589,36 28.589,36 28.589,36 28.589,36 28.589,36 28.589,36 863,70
863,70
863,70
863,70
863,70
863,70
863,70
863,70
863,70
863,70
324,00
324,00
324,00
324,00
324,00
324,00
324,00
324,00
324,00
324,00
272,73
272,73
272,73
272,73
272,73
272,73
272,73
272,73
272,73
272,73
1.828,20
1.828,20
1.828,20
1.828,20
1.828,20
1.828,20
1.828,20
1.828,20
1.828,20
1.828,20
(continua)
209
TABELA 40 FLUXO DE CAIXA (R$) - PROJETO SALITRE - MODELO 1 (conclusão) ESPECIFICAÇÕES ANO 11 ANO 12 ANO 1 ANO 14 ANO 15 ANO 16 ANO 17 ANO 18 - Pagamento Sist. Irrigação e Desmat. - K1 - Depreciação
ANO 19
ANO 20
3.299,00 900,00
3.299,00 900,00
3.299,00 900,00
900,00
900,00
900,00
900,00
900,00
900,00
900,00
75,00
75,00
75,00
75,00
75,00
75,00
75, 00
75,00
75,00
75,00
SUBTOTAL OPERACIONAIS
36.151,99 36.151,99 36.151,99 32.852,99 32.852,99
32.852,99 32.852,99
32.852,99
32.852,99
32.852,99
TOTAL DE CUSTOS
56.981,99 44.111,99 36.151,99 32.852,99 32.852,99
32.852,99 32.852,99
32.852,99
32.852,99
32.852,99
2 - RECEITAS - Produção agrícola - Empréstimo de investimento
76.818,94 76.818,94 76.818,94 76.818,94 76.818,94
76.818,94 76.818,94
76.818,94
76.818,94
76.818,94
TOTAL DE RECEITAS 76.818,94 76.818,94 76.818,94 76.818,94 76.818,94
76.818,94 76.818,94
76.818,94
76.818,94
76.818,94
43.965,96 43.965,96
43.965,96
43.965,96
43.965,96
3 - BALANÇO (2-1) ANUAL 4 - BALANÇO ACUMULADO
19.836,96 32.706,96 40.666,96 43.965,96 43.965,96
19.836,96 52.543,91 93.210,87 137.176,83 181.142,79 225.108,74 269.074,70 313.040,66 357.006,61 400.972,57
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
210
211
TABELA 41 ORÇAMENTO BÁSICO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO PARCELAR PROJETO SALITRE - MODELO 1 ESPECIFICAÇÃO 1 – ADUÇÃO 2 - CONEXÕES E ACESSÓRIOS 3 - SISTEMA DE FILTRAGEM E FERTILIZAÇÃO 4 - SISTEMA DE AUTOMAÇÃO 5 - ABERTURA DE VALETAS E INSTALAÇÃO TOTAL - MODELO 1
PREÇO TOTAL (R$) 5.570,00 5.210,00 4.830,00 12.566,00 614,00 28.790,00
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: Preços de junho/2000.
A.6. Formação de fruticultura São os investimentos necessários à formação da cultura da manga, ou seja, dispêndios realizados até o período em que a cultura entra na fase de produção. No caso do modelo 1, o período é de 3 anos. A TABELA 42 mostra estes custos. TABELA 42 CUSTOS DE INVESTIMENTOS (R$/ha) CULTURAS Manga
Ano de cultivo 1° 2° 1.555,30 1.203,92
3° 2.005,68
TOTAL 4.764,89
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
B. Custos operacionais B.1. Custo agrícola Refere-se aos custos operacionais de produção das culturas anuais e aos da cultura da manga partindo-se do inicio da f ase de produção, ou seja, a partir do quarto ano. Os valores são mostrados na TABELA 43. 212
TABELA 43 CUSTEIO AGRÍCOLA (R$/ha) CULTURA - Cebola - Tomate industrial - Melancia - Feijão - Manga (1° ano de produção) - Manga (2° ano de produção) - Manga (3° ano de produção) - Manga (4° ano de produção em diante)
R$/ha 6.310,82 3.199,76 4.395,20 1.682,68 2.679,18 3.408,14 4.255,73 4.785,72
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: 1) O primeiro ano de produção para a manga corresponde a três anos depois do plantio. 2) O custo operacional da manga se estabiliza após o quarto ano de produção.
B.2. Manutenção do sistema de irrigação Para manutenção, foi admitida uma percentagem de 3% dos investimentos realizados no sistema de irrigação. B.3. Manutenção de benfeitorias Para manutenção das benfeitorias, foram adotados 2% dos investimentos na casa e galpões para máquinas e equipamentos. B.4. Pagamento da terra Refere-se ao pagamento a ser realizado pelo produtor pela área correspondente ao seu lote, valor de terra nua. O pagamento do lote será realizado ao longo de 25 anos, incluindo um período de carência de 3 anos, em 22 parcelas anuais iguais. Para efeito do presente modelo, estima-se o valor de R$1.000,00/ha, a ser pago pelo reassentado. B.5. Água e energia Refere-se aos gastos operacionais com água e energia, segundo a necessidade de cada cultura e com base no plano de exploração. Este gasto é de R$504,00/ha/ano para a manga do 213
primeiro ao sexto ano e de R$396,00/ha/ano a partir do sétimo ano. Para a cebola, corresponde a R$203,00/ha/ano, enquanto para o tomate industrial é de R$188,00/ha/ano, para a melancia atinge R$135,40/ha/ano e para o feijão alcança R$121,00/ha/ano. B.6. K1 K1 corresponde à amortização dos investimentos públicos nas obras de infra-estrutura de irrigação de uso comum, calculada anualmente, por projeto, com base no seu valor atualizado para cada hectare de área irrigável. Foi adotado um valor de R$150,00/ha/ano. B.7. Pagamento do sistema de irrigação e desmatamento Refere-se ao pagamento do empréstimo para implantação do sistema de irrigação e realização do desmatamento. O irrigante terá um período de carência de 3 anos, após os quais pagará o empréstimo em 10 anos. B.8. Depreciação Os investimentos na casa e nos galpões para máquinas e equipamentos foram depreciados a uma taxa de 5% ao ano. C. Componentes de receita C.1. Valor da produção agrícola Para se chegar ao valor da produção agrícola, multiplicase a produção estimada de cada cultura pela respectiva estimativa de preço. Nos cálculos dos preços recebidos pelo produtor, foram utilizados os preços ao nível de atacado praticados na Central de Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro (Ceasa-RJ) e Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (Ceagesp), no período junho/95 a maio/99. Estes preços, obtidos em valores nominais, foram deflacionados pelo Índice de Preços por Atacado-Disponibilidade Externa (IPA-DI), base 100 = maio/99. Calcula-se a média do preço no período, ponderada pela quantidade comercializada. Deste preço médio foram descontados os custos de transporte, considerando-se que as cargas de manga 214
serão transportadas em caminhões refrigerados, a um custo de R$0,12/t/km, enquanto as cargas de melancia e cebola serão conduzidas em caminhões convencionais, a um custo de R$0,06//t/km. É cobrado ainda o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre frete de produtos agrícolas transportados por terceiros: 17% sobre 80% do valor do frete. O custo de agenciamento da comercialização divide-se em duas partes: a primeira é o agenciamento da carga; refere-se à busca de informações, manutenção de contatos com transportadores, agenciadores de venda, etc.; corresponde a 5% do preço final de venda. A segunda parte é o agenciamento do atacadista; inclui o lucro, as despesas administrativas, as despesas com ICMS, as taxas cobradas pela Central de Abastecimento, etc.; corresponde a um desconto de 20% sobre o preço final de venda. Feitos os referidos descontos, chega-se ao preço pago ao produtor em cada central. A TABELA 44 apresenta os dados para o cálculo dos custos de comercialização, por tonelada de produto. A TABELA 45 traz os preços, ao nível de atacado, de cada central, os preços pagos aos produtores e o preço médio utilizado.
215
TABELA 44 PARÂMETROS DE CUSTOS DE COMERCIALIZAÇÃO (R$/t) Custo de frete (R$) Distância (Km) Refrigerado Convencional CEAGESP 2.307 276,84 138,42 CEASA-RJ 1.990 238,8 119,4 FONTE: CEAGESP e CEASA-RJ. NOTA: * Alíquota sobre o preço final de venda. Central
ICMS sobre frete (R$) Refrigerado Convencional 37,65 18,83 32,48 16,24
Agenciamento* (%) Atacadista Carga 20 5 20 5
TABELA 45 PREÇOS PRATICADOS NAS CENTRAIS, PREÇOS PAGOS AO PRODUTOR E PREÇO MÉDIO Produtos Manga* Melancia** Cebola
Preço na Central (R$/t) CEAGESP CEASA-RJ 1.237,01 397,01 478,27 523,99 575,81
FONTE: CEAGESP e CEASA-RJ. NOTA: * Preço no período de abril a outubro. ** Preço no período de agosto a novembro.
216
Preço pago ao produtor (R$/t) CEAGESP CEASA-RJ MÉDIA 613,26 613,26 140,51 223,07 181,79 235,75 296,22 265,98
No caso do feijão, admitiu-se um preço de R$850,00/t e para o tomate industrial, R$ 80,00/t. C.2. Empréstimo de investimento Admitiu-se que o pequeno irrigante tenha à sua disposição um valor de crédito para investimento no sistema de irrigação e desmatamento. Esse crédito será de R$25.480,00 no Ano 1, correspondente ao desmatamento e parte do sistema de irrigação, e de R$7.960,00 no Ano 2, correspondente à complementação do sistema de irrigação. •
Indicador de Rentabilidade
O indicador mais importante desse modelo é a renda a ser obtida. Nessa perspectiva, a renda é estabelecida pela diferença entre os dispêndios com os diversos custos envolvidos e as receitas. Assim, a partir da identificação e quantificação dos diferentes componentes de custos e de receita, obteve-se a renda média anual a ser conseguida em cada lote. Essa renda média foi de R$29.367,85 para o período de 20 anos. Entretanto, se forem considerados apenas os 4 primeiros anos do Projeto, a renda média anual fica negativa em R$1.373,72, significando que, neste período, o irrigante terá de contar com recursos próprios ou obter empréstimos para cobrir suas despesas. Se optar pelo empréstimo, as despesas com juros poderão reduzir a renda média no período total do projeto. A renda familiar poderá ser aumentada ao se considerar a receita proveniente do uso de mão-de-obra familiar, cujo custo está incluído no de produção agrícola. Teste de sensibilidade A análise de sensibilidade foi usada para testar o efeito no indicador de rentabilidade do modelo para o pequeno irrigante, se os acontecimentos futuros forem significativamente diferentes dos esperados, quando das estimativas feitas para a análise do Projeto. Adotando-se o procedimento-padrão da análise de sensibilidade, observou-se que o comportamento da renda média anual (RMA) do Projeto variou: 217
- investimentos; - custos operacionais; - custos com água e energia; - custos totais; - valor da produção. Os resultados da análise de sensibilidade são mostrados na TABELA 46.
218
TABELA 46 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE DA RENDA MÉDIA ANUAL - PROJETO SALITRE MODELO 1 - RENDA MÉDIA ANUAL BASE = R$29.367,85 COMPONENTES Investimentos Custos operacionais Custos de água e energia Custos totais Valor da produção
VALOR DA RMA (R$) COM VARIAÇÃO % NO COMPONENTE -20,00% -10,00% -5,00% 5,00% 10,00% 29.836,72 29.602,29 29.133,41 28.898,98 32.553,94 30.960,89 27.774,81 26.181,76 16.514,26
29.558,32 33.022,81 22.941,05
29.463,09 31.195,33 26.154,45
29.272,61 27.540,37 32.581,25
29.177,37 25.712,89 35.794,65
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
219
A análise de sensibilidade mostra que o tipo de empreendimento é mais sensível à diminuição do valor da produção do que aos aumentos nos custos de investimentos e operacionais. Isto mostra que o empreendimento é extremamente sensível às questões gerenciais que provocam diminuição do valor da produção, tais como: inoportunidade de vendas (procura ofertar no momento de menores preços), aplicação inadequada de insumos (quantidade e periodicidade) que ocasiona diminuição da produção.
5.2.2 - Modelo de exploração agrícola – 2 •
Descrição
O modelo 2 prevê a exploração de 42 hectares irrigados por médios empresários. O lote será adquirido no Ano 1. Esta área será desmatada nos dois primeiros anos, 21 ha por ano. O sistema de irrigação será implantado nos três primeiros anos: 10 ha no primeiro, 21 ha no segundo e 11 ha no terceiro ano. Existe a previsão de construção, no primeiro ano, de uma casa para administração com 120 m 2, alojamento para os empregados com 200 m 2 e galpão para máquinas e equipamentos com 150 m2. Uma cerca com 1,8 km será construída no segundo ano. Galpões para beneficiamento da colheita serão edificados: 100 m 2 no Ano 2 e complementado com mais 100 m 2 no Ano 4. No segundo ano será implantado cabo aéreo para transporte da colheita. Um trator com os implementos serão adquiridos no Ano 1. No ano 10 ocorrerá a substituição do trator. Um veículo tipo caminhonete, com capacidade para 600 kg, será adquirido no Ano 1. Serão cultivados, no Projeto, 10 ha de banana, 10 ha de manga e 22 ha de coco. A banana será irrigada pelo método de microaspersão e nas culturas de manga e coco serão utilizado o método de gotejo. Será cultivada ainda a melancia, em consórcio com a manga e o coco, sendo 8 ha no primeiro ano, 12 ha no segundo e 5 ha no terceiro. 220
Os 10 ha de bananas serão implantados no Ano 1. A área de manga será totalmente implantada no Ano 2. Quanto ao coco, serão plantados 11 ha, no Ano 2, e 11 ha, no Ano 3. A TABELA 47, abaixo, mostra o cronograma para implantação do Modelo 2. Com base no cronograma de implantação das culturas e a partir das produtividades esperadas de cada cultura, chega-se à produção estimada do Projeto (TABELA 48). TABELA 47 CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA FÍSICA E CULTURAS - MODELO 2 ESPECIFICAÇÕES Unidade ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 1. INFRA-ESTRUTURA - Aquisição de terra ha 42 - Desmatamento ha 21 21 - Sistema de irrigação ha 10 21 21 2 - Casa para administração m 120 - Alojamento e estrut. de cozinha p/ empregados m2 100 100 - Galpão p/ máquinas e equipamentos m2 150 - Cerca km 1,8 - Trator e implementos ud 1 - Galpão para beneficiamento m2 100 100 - Cabo aéreo p/ transporte de colheita km 1 - Veículo para apoio ud 1 2. CULTURA - Banana ha 10 - Manga ha 10 - Coco ha 11 11 - Melancia ha 8 12 5 FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
221
TABELA 48 PRODUÇÃO ESTIMADA - PROJETO SALITRE - MODELO 2 CULTURAS Unidade Ano 1 Banana Manga Coco Melancia
t t 1.000 ud t
320,0
Ano 2
Ano 3
380,0
380,0
480,0
200,0
Ano 4 320,0 30,0 66,0 -
Ano 5 280,0 100,0 203,5 -
Ano 6 280,0 200,0 467,5 -
Ano 7
Ano 8
Ano 9 Ano 10
260,0 240,0 380,0 250,0 300,0 300,0 300,0 880,0 1.100,0 1.100,0 1.100,0 -
CULTURAS Unidade Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20 Banana t 380,0 320,0 280,0 280,0 260,0 240,0 380,0 380,0 320,0 Manga t 300,0 300,0 300,0 300,0 300,0 300,0 300,0 300,0 300,0 300,0 Coco 1.000 ud 1.100,0 1.100,0 1.100,0 1.100,0 1.100,0 1.100,0 1.100,0 1.100,0 1.100,0 1.100,0 Melancia t FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
222
•
Fluxo Financeiro
Foi elaborado o fluxo financeiro do Projeto para um período de 20 anos, conforme TABELA 49. Os componentes de custo do Projeto foram obtidos de acordo com os seguintes critérios: A. Custos de investimento A consolidação dos custos de investimento foi baseada no cronograma físico apresentado na TABELA 47. Os itens de investimento são explicitados a seguir. A.1. Aquisição de terra Os 42 hectares de terra destinados à implantação do Pro jeto serão adquiridos no Ano 1, a um custo estimado de R$1.000,00/ha. A.2. Desmatamento A área do Projeto será desmatada nos 2 primeiros anos, 21 hectares por ano, a um custo de R$700,00/ha. A.3. Sistema de irrigação O sistema de irrigação será implantado, gradativamente, nos 3 primeiros anos. No Ano 1 será implantado em 10 ha, perfazendo um investimento de R$ 88.000,00; no Ano 2 em 21 ha, atingindo um investimento de R$ 39.093,00 e, finalizando, no Ano 3, o referido sistema será implantado em 11 ha, alcançando um investimento de R$20.477,00. Este sistema de irrigação será substituído a partir do Ano 11, seguindo o mesmo ritmo (10 ha, 21 ha e 11 ha). A TABELA 49 mostra o layout básico do sistema de irrigação e seu orçamento.
223
TABELA 49 FLUXO DE CAIXA (R$) - PROJETO SALITRE - MODELO 2 ESPECIF ICAÇÕES 1 - CUSTOS
ANO 1
ANO 2
ANO 3
42.000,00 14.700,00 88.000,00
14.700,00 39.093,00 20.477,00
ANO 4
ANO 5
ANO 6
ANO 7
ANO 8
ANO 9
ANO 10
1.1 - INVESTIMENTOS
- Aquisição de terras - Desmatamento - Sistema de irrigação - Casa para administração - Alojamento para empregados - Galpão p/ máquinas e equipamentos - Cerca - Trator e implementos - Galpão para beneficiamento - Cabo aéreo p/ transporte de colheita - Veículo para apoio - Agrícola - Investimento SUBTOTAL INVESTIMENTOS 1.2 - OPERACIONAIS - Agrícola - Administração
18.000,00 12.000,00
12.000,00
19.500,00 3.600,00 42.000,00
42.000,00 15.000,00
15.000,00
8.000,00 18.000,00 47.220,00
18.000,00
18.000,00
34.222,60
41.288,05
44.873,35
14.237,30
301.420,00 126.615,60
61.765,05
77.873,35
14.237,30
35.161,60 15.600,00
18.000,00 47.220,00
18.000,00
47.220,00
60.000,00
95.323,40 55.917,00 33.081,00 71.381,78 99.978,74 117.305,02 126.256,92 100.255,92 142.836,92 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00
(continua)
224
TABELA 49 FLUXO DE CAIXA (R$) - PROJETO SALITRE - MODELO 2 (continuação) ESPECIFICAÇÕES ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6 ANO 7 ANO 8 ANO 9 ANO 10 - Manutenção do sistema de irrigação 2.640,00 3.812,79 4.427,10 4.427,10 4.427,10 4.427,10 4.427,10 4.427,10 4.427,10 4.427,10 - Manutenção de benfeitorias 990,00 1.690,00 1.690,00 1.990,00 1.990,00 1.990,00 1.990,00 1.990,00 1.990,00 1.990,00 - Assistência técnica 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 - Água e energia 5.043,20 14.980,80 18.389,00 17.712,00 17.712,00 17.712,00 17.712,00 16.632,00 16.632,00 16.632,00 - K1 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 - Depreciação 2.475,00 4.225,00 4.225,00 4.975,00 4.975,00 4.975,00 4.975,00 4.975,00 4.975,00 4.975,00 SUBTOTAL OPERACIONAIS 71.709,80 145.431,99 110.048,10 87.585,10 125.885,88 154.482,84 171.809,12 179.681,02 153.680,02 196.261,02 TOTAL DE CUSTOS
373.129,80 272.047,59 171.813,15 165.458,45 140.123,18 154.482,84 189.809,12 179.681,02 200.900,02
2 - RECEITAS - Produção agrícola 63.990,30 261.205,44 - Valor residual TOTAL DE RECEITAS 63.990,30 261.205,44 3 - BALANÇO (2-1) ANUAL 309.139,50 -10.842,15 4 - BALANÇO ACUMULADO 309.139,50 319.981,65
256.261,02
205.213,94 201.520,28 321.036,28 552.098,09 806.214,64 959.255,69 854.906,21 9.000,00 9.000,00
1.020.126,21
205.213,94 210.520,28 321.036,28 552.098,09 815.214,64 959.255,69 854.906,21
1.037.526,21
17.400,00
33.400,79 45.061,83 180.913,10 397.615,25 625.405,52 779.574,67 654.006,19 781.265,19 286.580,86 241.519,03 -60.605,93 337.009,33 962.414,84 1.741.989,51 2.395.995,71 3.177.260,90
(continua)
225
TABELA 49 FLUXO DE CAIXA (R$) - PROJETO SALITRE - MODELO 2 (continuação) ESPECIFICA ÇÕES 1 - CUSTOS
ANO 11
ANO 12
ANO 13
88.000,00
39.093,00
20.477,00
ANO 14
ANO 15
ANO 16
ANO 17
ANO 18
ANO 19
ANO 20
142.836,92
134.196,92
133.336,92
1.1 - INVESTIMENTOS
- Aquisição de terras - Desmatamento - Sistema de irrigação - Casa para administração - Alojamento para empregados - Galpão p/ máquinas e equipamentos - Cerca - Trator e implementos - Galpão para beneficiamento
- Cabo aéreo p/ transporte de colheita - Veículo para apoio - Agrícola - Investimento SUBTOTAL INVESTIMENTOS
18.000,00
18.000,00 47.220,00
88.000,00
39.093,00
38.477,00
134.196,92
133.336,92
127.496,92 126.256,92
18.000,00
47.220,00
126.256,92
100.255,92
1.2 - OPERACIONAIS
- Agrícola
126.256,92
(continua)
226
TABELA 49 FLUXO DE CAIXA (R$) - PROJETO SALITRE - MODELO 2 (conclusão) ESPECIFIC AÇÕES - Administração - Manutenção do sistema de irrigação - Manutenção de benfeitorias - Assistência técnica - Água e energia - K1 - Depreciação SUBTOTAL OPERACIONAIS TOTAL DE CUSTOS 2 - RECEITAS - Produção agrícola - Valor residual TOTAL DE RECEITAS 3 - BALANÇO (2-1) ANUAL 4 - BALANÇO ACUMULADO
ANO 11
ANO 12
ANO 13
ANO 14
ANO 15
ANO 16
ANO 17
ANO 18
ANO 19
ANO 20
15.600,00
15.600,00
15.600,00
15.600,00
15.600,00
15.600,00
15.600,00
15.600,00
15.600,00
15.600,00
2.640,00
3.812,79
4.427,10
4.427,10
4.427,10
4.427,10
4.427,10
4.427,10
4.427,10
4.427,10
1.990,00 3.500,00 16.632,00 6.300,00 4.975,00
1.990,00 3.500,00 16.632,00 6.300,00 4.975,00
1.990,00 3.500,00 16.632,00 6.300,00 4.975,00
1.990,00 3.500,00 16.632,00 6.300,00 4.975,00
1.990,00 3.500,00 16.632,00 6.300,00 4.975,00
1.990,00 3.500,00 16.632,00 6.300,00 4.975,00
1.990,00 3.500,00 16.632,00 6.300,00 4.975,00
1.990,00 3.500,00 16.632,00 6.300,00 4.975,00
1.990,00 3.500,00 16.632,00 6.300,00 4.975,00
1.990,00 3.500,00 16.632,00 6.300,00 4.975,00
185.833,92 186.146,71 180.921,02 179.681,02 179.681,02 179.681,02 153.680,02 196.261,02 187.621,02 186.761,02 273.833,92 225.239,71 219.398,02 179.681,02 179.681,02 197.681,02 200.900,02 196.261,02 187.621,02 186.761,02 1.020.126,21 994.038,85 976.647,27 976.647,27 967.951,48 959.255,69 854.906,21 1.020.126,21 1.020.126,21 994.038,85
4.400,00
1.954,65
10.023,85
9.000,00
1.024.526,21 995.993,50 986.671,12 976.647,27 967.951,48 968.255,69 854.906,21 1.020.126,21 1.020.126,21 994.038,85
750.692,29 770.753,79 767.273,10 796.966,25 788.270,46 770.574,67 654.006,19 823.865,19 832.505,19 807.277,83 3.927.953,20 4.698.706,98 5.465.980,08 6.262.946,33 7.051.216,79 7.821.791,45 8.475.797,65 9.299.662,84
10.132.168,04 10.939.445,87
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: B/C = 2,71; TIR = 49,78%; RMA = 551.747,29.
227
A.4. Casa para administração Uma casa destinada à administração com 120 m 2 será construída no Ano 1, a um custo de R$150,00/m 2, perfazendo um investimento de R$18.000,00. A.5. Alojamento e estrutura de cozinha para empregados Também nos anos 1 e 2 serão construídos alojamento e estrutura de cozinha para uso dos empregados, totalizando 200m 2 e um investimento de R$12.000,00 em cada ano. A.6. Galpão para máquinas e equipamentos Será edificado, no Ano 1, galpão de 150m 2 para abrigar as máquinas e equipamentos, a um custo de R$130,00/m 2. A.7. Cerca As cercas serão construídas no Ano 2, num total de 1,8 km de extensão e R$3.600,00 de investimento. A.8. Trator e implementos No Ano 1 serão adquiridos trator e implementos, no valor total de R$42.000,00. No ano 10, ocorrerá a renovação desses itens.
228
229
TABELA 50 ORÇAMENTO BÁSICO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO PARCELAR PROJETO SALITRE - MODELO 2 ESPECIFICAÇÃO 1. Área de coco 1.1 - ADUÇÃO 1.2 - CONEXÕES E ACESSÓRIOS 1.3 - SISTEMA DE FILTRAGEM E FERTILIZAÇÃO 1.4 - CONJUNTO MOTOBOMBA 1.5 - SISTEMA DE AUTOMAÇÃO 1.6 - SISTEMA ELÉTRICO 1.7 - OBRA CIVIL E ELÉTRICA TOTAL - ÁREA DE COCO 2. Área de manga / banana 2.1 - ADUÇÃO 2.2 - CONEXÕES E ACESSÓRIOS 2.3 - SISTEMA DE FILTRAGEM E FERTILIZAÇÃO 2.4 - CONJUNTO MOTOBOMBA 2.5 - SISTEMA DE AUTOMAÇÃO 2.6 - SISTEMA ELÉTRICO 2.7 - OBRA CIVIL E ELÉTRICA TOTAL - ÁREA DE MANGA / BANANA TOTAL MODELO - 2
PREÇO TOTAL (R$) 23.888,00 15.756,00 4.830,00 3.416,00 11.230,00 8.435,00 6.870,00 74.425,00 21.545,00 18.030,00 4.830,00 3.416,00 19.932,00 3.534,00 1.858,00 73.145,00 147.570,00
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: Preços de junho/2000.
A.9. Galpão para beneficiamento Serão construídos galpões para beneficiamento da produção com 100m2 no Ano 2 e Ano 4, a um custo de R$150,00 o m 2. A.10. Cabo aéreo para transporte de colheita Será instalado, no Ano 2, 1 km de cabo aéreo para transporte da colheita, perfazendo um investimento de R$8.000,00.
230
A.11. Veículo de apoio Será adquirido veículo caminhonete, com capacidade de 600 kg, no Ano 1, no valor de R$18.000,00. O veículo será trocado nos anos 4, 7, 10, 13 e 16. A.12. Formação de fruticultura São os investimentos necessários à formação das culturas perenes, ou seja, referem-se aos dispêndios realizados até o período em que a cultura entra na fase de produção. Este período é de 1 ano para a banana e de 3 para o coco e a manga. A TABELA 51 mostra estes custos. TABELA 51 CUSTOS DE INVESTIMENTOS (R$/HA) CULTURAS Banana Manga Coco
1° 4.722,00
Ano de cultivo 2° -
3° -
4.722,00
1.555,30 1.697,24
1.203,92 961,75
2005,68 1.294,30
4.764,89 3.953,29
TOTAL
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
A cultura da banana tem um período previsto de vida útil de 8 anos. Assim, no 9° ano e 17° ano repete-se a formação da banana. B. Custos operacionais B.1. Custeio agrícola Refere-se aos custos operacionais de produção das culturas anuais e aos das culturas perenes a partir do inicio da fase de produção. Especificamente, no caso do Projeto Salitre - Modelo 2, são incluídos os custos da banana a partir do segundo ano de cultivo, da manga e coco, a partir do quarto ano, e os custos da melancia. Os valores são mostrados na TABELA 52.
231
TABELA 52 CUSTEIO AGRÍCOLA DA BANANA, MANGA E COCO (R$/HA) Ano de produção 1° 2° 3° 4° 5° 6° 7° Banana 4.258,10 3.394,10 3.308,10 2.724,10 2.600,10 2.600,10 2.600,10 Manga 2.679,18 3.408,14 4.255,73 4.785,72 Coco 1.577,18 2.049,76 2.381,76 FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: 1) O primeiro ano de produção para a banana corresponde a um ano depois do plantio; para a manga e coco corresponde a três anos depois do plantio. 2) O custo operacional da manga se estabiliza após o quarto ano de produção, o mesmo ocorrendo com o coco após o terceiro ano de produção. 3) O custo operacional da melancia é de R$4.395,20/ha/ano. 4) Os custos operacionais de produção da banana voltam a repetir-se do 9° ao 16° ano, e depois do 17° ao 20° ano. CULTURAS
B.2. Administração Admitiu-se uma verba mensal de R$1.300,00 para cobrir as despesas de administração, incluído o custo de salário de um administrador, encargos, despesas de operação e manutenção do veículo. B.3. Manutenção do sistema de irrigação Para manutenção, foram admitidos 3% dos investimentos realizados no sistema de irrigação. B.4. Manutenção de benfeitorias Para manutenção das benfeitorias, foram adotados 2% dos investimentos em casa para administração, alojamento de empregados, galpões para máquinas e equipamentos e beneficiamento e cabo aéreo para transporte de colheita. B.5. Assistência técnica Foi admitido um custo global com assistência técnica de R$3.500,00 ao ano. 232
B.6. Água e energia Refere-se aos gastos operacionais com água e energia, segundo a necessidade de cada cultura e com base no plano de exploração. Este gasto é de R$396,00/ha/ano para a banana. Para a manga, o custo atinge R$504,00/ha/ano do primeiro ao sexto ano e de R$396,00/ha/ano a partir do sétimo ano. Já para o coco, é de R$396,00/ha/ano, enquanto para a melancia alcança R$135,40/ha/ano. B.7. K1 K1 corresponde à amortização dos investimentos públicos nas obras de infra-estrutura de irrigação de uso comum, calculada anualmente, por projeto, com base no seu valor atualizado para cada hectare de área irrigável. Foi adotado um valor de R$150,00/ha/ano. B.8. Depreciação Os investimentos em casa para administração, alojamento destinado a empregados, galpões de máquinas e equipamentos, para beneficiamento, além de cabo aéreo, foram depreciados a uma taxa de 5% ao ano. C. Componentes de receita C.1. Valor da produção agrícola Para se chegar ao valor da produção agrícola, multiplicase a produção estimada de cada cultura pela respectiva estimativa de preço. No cálculo dos preços recebidos pelo produtor, foram utilizados os preços ao nível de atacado, praticados na CEASA-RJ e CEAGESP, no período junho/95 a maio/99. Estes preços, obtidos em valores nominais, foram deflacionados pelo IPA-DI, base 100 = maio/99. Calculou-se a média do preço no período, ponderada pela quantidade comercializada. Deste preço médio foram descontados os custos de transporte, considerando-se que as cargas de banana e manga serão transportadas em caminhões refrigerados, a um custo de R$0,12/t/km. As cargas de coco e melancia serão conduzidas em caminhões convencionais, a um 233
serão conduzidas em caminhões convencionais, a um custo de R$0,06//t/km. É cobrado ainda o ICMS sobre o frete de produtos agrícolas transportados por terceiros; cobram-se 17% sobre 80% do valor do frete. O custo de agenciamento da comercialização é dividido em duas partes: a primeira é o agenciamento da carga; refere-se à busca de informações, manutenção de contatos com transportadores, agenciadores de venda, etc.; corresponde a 5% do preço final de venda. A segunda parte é o agenciamento do atacadista; inclui o lucro, as despesas administrativas, as despesas com ICMS, as taxas cobradas pela Central de Abastecimento, etc.; corresponde a um desconto de 20% sobre o preço final de venda. No caso da banana, é feito ainda um desconto de R$50,00/t sobre o preço das centrais. Corresponde às despesas com caixaria que, atualmente, correm por conta do comprador. Feitos os referidos descontos, chega-se ao preço pago ao produtor em cada central. A TABELA 53 apresenta os dados para o cálculo dos custos de comercialização, por tonelada de produto. A TABELA 54 registra os preços ao nível de atacado de cada central, os preços pagos aos produtores e o preço médio utilizado.
234
TABELA 53 PARÂMETROS DE CUSTOS DE COMERCIALIZAÇÃO (R$/t) Custo de frete (R$) ICMS sobre frete (R$) Agenciamento* (%) Distância (Km) Refrigerado Convencional Refrigerado Convencional Atacadista Carga CEAGESP 2.307 276,84 138,42 37,65 18,83 20 5 CEASA-RJ 1.990 238,8 119,4 32,48 16,24 20 5 FONTE: CEAGESP e CEASA-RJ. NOTA: * Alíquota sobre o preço final de venda. Central
TABELA 54 PREÇOS PRATICADOS NAS CENTRAIS, PREÇOS PAGOS AO PRODUTOR E PREÇOS MÉDIOS Produtos Banana Manga* Coco Melancia**
Unidade R$/t R$/t R$/1.000 ud R$/t
Preço na Central CEAGESP CEASA-RJ 918,00 1.050,00 1.237,00 1.323,41 423.85,00 397,00 478,00
Preço pago ao produtor CEAGESP CEASA-RJ MÉDIA 324,01 466,52 395,26 613,26 613,26 772,42 182,25 477,33 141,51 223,07 181,79
FONTE: CEAGESP e CEASA-RJ. NOTA: * Preço no período de abril a outubro. ** Preço no período de agosto a novembro.
235
No caso da manga, admitiu-se que 20% da produção será exportada, com valor médio ao nível de produtor de R$1.750,00/t. Assim, a média ponderada de venda será: 0,20 x 0,80 x
R$1.750,00 = R$613,00 = R$/t =
R$350,00 R$400,40 R$840,40
C.2. Valor residual Corresponde a 50% do valor de compra do veículo em uso, no ano de aquisição de outro, a 20% do valor de compra do trator, no ano de aquisição de outro, e a 5% do valor dos investimentos em sistema de irrigação, no ano de sua troca. •
Indicador de Rentabilidade
O valor da taxa interna de retorno (TIR) indica a atratividade do investimento. Quanto maior a rentabilidade, ou seja, a TIR, melhor o projeto. Utilizando-se o fluxo financeiro, obteve-se uma TIR de 44,65%, uma relação B/C = 2,46 e uma renda média anual de R$483.431,70 para o período de 20 anos. Entretanto, se forem considerados apenas os 5 primeiros anos do Projeto, a renda média anual fica negativa em R$27.091,03, significando que, neste período, o empresário terá de contar com recursos próprios ou obter empréstimos para cobrir suas despesas. Teste de sensibilidade Buscando subsidiar o estabelecimento da atratividade do Projeto Salitre - Modelo 2, no que diz respeito a alguns critérios adotados, efetuou-se uma análise de sensibilidade do empreendimento. Essa análise procura verificar o comportamento da TIR e do B/C em função de alterações em alguns componentes do fluxo econômico do Projeto. Adotando-se o procedimento padrão da análise de sensibilidade, observou-se que o comportamento dos indicadores de rentabilidade do Projeto variava: - investimentos; 236
- custos operacionais; - custos com água e energia; - custos totais; - valor da produção. Os resultados da análise de sensibilidade são mostrados nas TABELAS 55 e 56. TABELA 55 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE DA TIR - PROJETO SALITRE MODELO 2 - TIR BASE = 44,65 VALOR DA TIR C/ VARIAÇÃO % NO COMPONENTE -20,00% -10,00% -5,00% + 5,00% + 10,00% Investimentos 47,78 46,15 43,26 41,97 Custos operacionais 46,96 45,79 43,54 42,47 Custos de água e energia 44,92 44,78 44,51 44,38 Custos totais 50,39 47,35 42,21 40,00 Valor da produção 34,47 39,57 42,11 47,20 49,78 FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. COMPONENTES
TABELA 56 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE DA RELAÇÃO B/C - PROJETO SALITRE MODELO 2 - B/C BASE = 2,46 VALOR DO B/C C/ VARIAÇÃO % NO COMPONENTE COMPONENTES -20,00% -10,00% -5,00% + 5,00% + 10,00% Investimentos 2,55 2,51 2,42 2,38 Custos operacionais 2,63 2,55 2,38 2,31 Custos de água e energia 2,48 2,47 2,45 2,44 Custos totais 2,74 2,59 2,34 2,24 Valor da produção 1,97 2,22 2,34 2,58 2,71 FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
A análise de sensibilidade mostra que o tipo de empreendimento é mais sensível à diminuição do valor da produção de que 237
ao aumento nos custos de investimentos e operacionais. Isto mostra que o empreendimento é extremamente sensível às questões gerenciais que provocam diminuição do valor da produção, tais como: inoportunidade de vendas (procura ofertar no momento de menores preços), aplicação inadequada de insumos (quantidade e periodicidade) que ocasiona diminuição da produção.
5.2.3 - Modelo de exploração agrícola – 3 •
Descrição
O modelo 3 prevê a exploração de 42 hectares irrigados por médios empresários. O lote será adquirido no Ano 1. Esta área será desmatada nos dois primeiros anos: 22 ha no primeiro e 20 ha no segundo ano. O sistema de irrigação será implantado nos três primeiros anos: 22 ha no primeiro, 10 ha no segundo e 10 ha no terceiro ano. Existe a previsão de construção, no primeiro ano, de uma casa para administração com 120 m 2, alojamento para os empregados com 200 m 2 e galpão para máquinas e equipamentos com 150 m2. Uma cerca com 1,8 km será construída no segundo ano. Galpões para beneficiamento da colheita serão construídos: 150 m2 no Ano 1, 100 m 2 no Ano 2 e mais 100 m2 no Ano 4. Será adquirido um trator com os implementos no Ano 1. Um veículo tipo caminhonete, com capacidade de 600 kg, será adquirido no Ano 1. Serão cultivados no Projeto: 10 ha de uva, 10 ha de manga, 10 ha de pinha, 6 ha de melancia e 12 ha de cebola nos dois primeiros anos, e 10 ha a partir do Ano 3. A área de uva e manga será irrigada pelo método de gotejo, a pinha pelo método de microaspersão e a melancia e cebola pelo método de miniaspersão. Serão cultivados, ainda, mais 4 ha de melancia em consórcio com manga e uva nos Anos 2, 3 e 4. Os 10 ha de uvas serão implantados no Ano 1. A área de manga será totalmente implantada no Ano 2, a de pinha no Ano 3 238
e a de melancia e cebola, a partir do Ano 1. A TABELA 57, mostra o cronograma para implantação do Modelo 3. Com base no cronograma de implantação das culturas e a partir das produtividades esperadas de cada cultura citadas anteriormente, chega-se à produção estimada do projeto (TABELA 58).
239
TABELA 57 CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA FÍSICA E CULTURAS MODELO 3 ESPECIFICAÇÕES 1. INFRA-ESTRUTURA - Aquisição de terras - Desmatamento - Sistema de irrigação - Casa para administração - Alojamento e estrut. cozinha p/ empregados - Galpão p/ máquinas e equipamentos - Cerca - Trator e implementos - Galpão para beneficiamento - Veículo para apoio 2. CULTURA - Uva - Manga - Pinha - Melancia - Cebola FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
240
Unidade
ANO 1
ha ha ha m 2 m2 m 2 km ud m2 ud
42 22 22 120 100 150
ha ha ha ha ha
10
ANO 2
ANO 3
20 10
10
ANO 4
ANO 5
100 1,8
1 150 1
100
100
10 6 12
10 12
10 10 10
10 10
6 10
TABELA 58 PRODUÇÃO ESTIMADA - PROJETO SALITRE - MODELO 3 (t) CULTURA Uva Manga Pinha Melancia Cebola
Ano 1
Ano 2 80,0
Ano 3 160,0
Ano 4 250,0 30,0
240,0 480,0
400,0 480,0
400,0 400,0
400,0 400,0
Ano 5 300,0 100,0 40,0 240,0 400,0
Ano 6 300,0 200,0 100,0 240,0 400,0
Ano 7 300,0 250,0 140,0 240,0 400,0
Ano 8 ao 20 300,0 300,0 140,0 240,0 400,0
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
241
•
Fluxo Financeiro
Foi elaborado o fluxo financeiro do Projeto para um período de 20 anos, conforme TABELA 59. Os componentes de custo do Projeto foram obtidos de acordo com critérios descritos a seguir. A. Custos de investimento A consolidação dos custos de investimento baseou-se no cronograma físico apresentado na TABELA 57. Os itens de investimento são explicitados a seguir. A.1. Aquisição de terra Os 42 hectares de terra para a implantação do Projeto serão adquiridos no Ano 1, a um custo estimado de R$ 1.000,00/ha.
242
TABELA 59 FLUXO DE CAIXA (R$) - PROJETO SALITRE - MODELO 3 ESPECIFIC AÇÕES 1 - CUSTOS
ANO 1
ANO 2
ANO 3
ANO 4
ANO 5
ANO 6
ANO 7
ANO 8
ANO 9
ANO 10
1.1 - INVESTIMENTOS
- Aquisição de terras 42.000,00 - Desmatamento 15.400,00 14.000,00 - Sistema de irrigação 110.980,00 21.290,00 34.800,00 - Casa para administração 18.000,00 - Alojamento para empregados 12.000,00 12.000,00 - Galpão p/ máquinas e equipamentos 19.500,00 - Cerca 3.600,00 - Trator e implementos 42.000,00 - Galpão para beneficiamento 22.500,00 15.000,00 - Veículo para apoio 18.000,00 - Agrícola - Investimento 190.609,00 103.698,96 44.300,16
37.326,20
SUBTOTAL INVESTIMENTOS
70.326,20
490.989,00 169.588,96
79.100,16
42.000,00 15.000,00 18.000,00
18.000,00
18.000,00
18.000,00
60.000,00
1.2 - OPERACIONAIS
- Agrícola - Administração
102.101,04 119.681,84 235.476,70 268.497,20 323.965,60 346.155,20 365.027,10 370.327,00 370.327,00 370.327,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00
(continua)
243
TABELA 59 FLUXO DE CAIXA (R$) - PROJETO SALITRE - MODELO 3 (continuação) ESPECIFIC AÇÕES - Manutenção do sistema de irrigação - Manutenção de benfeitorias - Assistência técnica - Água e energia - K1 - Depreciação
ANO 1
ANO 2
ANO 3
ANO 4
ANO 5
ANO 6
ANO 7
ANO 8
ANO 9
ANO 10
3.329,40
3.968,10
5.012,10
5.012,10
5.012,10
5.012,10
5.012,10
5.012,10
5.012,10
5.012,10
1.440,00 3.500,00 7.208,40 6.300,00 3.600,00
1.980,00 3.500,00 12.790,00 6.300,00 4.950,00
1.980,00 3.500,00 16.344,00 6.300,00 4.950,00
2.280,00 3.500,00 16.344,00 6.300,00 5.700,00
2.280,00 3.500,00 15.802,40 6.300,00 5.700,00
2.280,00 3.500,00 15.802,40 6.300,00 5.700,00
2.280,00 3.500,00 15.802,40 6.300,00 5.700,00
2.280,00 3.500,00 14.722,40 6.300,00 5.700,00
2.280,00 3.500,00 14.722,40 6.300,00 5.700,00
2.280,00 3.500,00 14.722,40 6.300,00 5.700,00
SUBTOTAL OPERACIONAIS 143.078,84 168.769,94 289.162,80 323.233,30 378.160,10 400.349,70 419.221,60 423.441,50 423.441,50 423.441,50 TOTAL DE CUSTOS 634.067,84 338.358,90 368.262,96 393.559,50 378.160,10 400.349,70 437.221,60 423.441,50 423.441,50 483.441,50
2 - RECEITAS - Produção agrícola - Valor residual TOTAL DE RECEITAS
3 - BALANÇO (2-1) ANUAL 4 - BALANÇO ACUMULADO
171.301,64 283.175,70 344.684,61 463.032,61 580.516,33 718.556,33 796.576,33 838.596,33 838.596,33 838.596,33 9.000,00 9.000,00 17.400,00 171.301,64 283.175,70 344.684,61 472.032,61 580.516,33 718.556,33 805.576,33 838.596,33 838.596,33 855.996,33 462.766,20 -55.183,20 -23.578,35 78.473,11 202.356,23 318.206,63 368.354,73 415.154,83 415.154,83 372.554,83 462.766,20 -517.949,40 -541.527,75 -463.054,64 -260.698,41 57.508,22 425.862,95 841.017,78 1.256.172,61 1.628.727,44
(continua)
244
TABELA 59 FLUXO DE CAIXA (R$) - PROJETO SALITRE - MODELO 3 (continuação) ESPECIFIC AÇÕES 1 - CUSTOS
ANO 11
ANO 12
ANO 13
ANO 14
ANO15
ANO 16
ANO 17
ANO 18
ANO 19
ANO 20
1.1 - INVESTIMENTOS
- Aquisição de terras - Desmatamento - Sistema de irrigação 110.980,00 21.290,00 34.800,00 - Casa para administração - Alojamento para empregados - Galpão p/ máquinas e equipamentos - Cerca - Trator e implementos - Galpão para beneficiamento - Veículo para apoio 18.000,00 - Agrícola - Investimento SUBTOTAL INVESTIMENTOS
110.980,00
21.290,00
52.800,00
18.000,00
18.000,00
1.2 - OPERACIONAIS
- Agrícola
370.327,00 370.327,00 370.327,00 370.327,00 370.327,00 370.327,00 370.327,00 370.327,00 370.327,00 370.327,00
(continua)
245
TABELA 59 FLUXO DE CAIXA (R$) - PROJETO SALITRE - MODELO 3 (conclusão) ESPECIFIC AÇÕES - Administração - Manutenção do sistema de irrigação - Manutenção de benfeitorias - Assistência técnica - Água e energia - K1 - Depreciação
ANO 11
ANO 12
ANO 13
ANO 14
ANO15
ANO 16
ANO 17
ANO 18
ANO 19
ANO 20
15.600,00
15.600,00
15.600,00
15.600,00
15.600,00
15.600,00
15.600,00
15.600,00
15.600,00
15.600,00
3.329,40
3.968,10
5.012,10
5.012,10
5.012,10
5.012,10
5.012,10
5.012,10
5.012,10
5.012,10
2.280,00 3.500,00 14.722,40 6.300,00 5.700,00
2.280,00 3.500,00 14.722,40 6.300,00 5.700,00
2.280,00 3.500,00 14.722,40 6.300,00 5.700,00
2.280,00 3.500,00 14.722,40 6.300,00 5.700,00
2.280,00 3.500,00 14.722,40 6.300,00 5.700,00
2.280,00 3.500,00 14.722,40 6.300,00 5.700,00
2.280,00 3.500,00 14.722,40 6.300,00 5.700,00
2.280,00 3.500,00 14.722,40 6.300,00 5.700,00
2.280,00 2.280,00 3.500,00 3.500,00 14.722,40 14.722,40 6.300,00 6.300,00 5.700,00 5.700,00
SUBTOTAL OPERACIONAIS 421.758,80 422.397,50 423.441,50 423.441,50 423.441,50 423.441,50 423.441,50 423.441,50 423.441,50 423.441,50 TOTAL DE CUSTOS 532.738,80 443.687,50 476.241,50 423.441,50 423.441,50 441.441,50 423.441,50 423.441,50 423.441,50 423.441,50
2 - RECEITAS - Produção agrícola - Valor residual
838.596,33 838.596,33 838.596,33 838.596,33 838.596,33 838.596,33 838.596,33 838.596,33 838.596,33 838.596,33 5.549,00 1.064,50 10.740,00 9.000,00
TOTAL DE RECEITAS
844.145,33 839.660,83 849.336,33 838.596,33 838.596,33 847.596,33 838.596,33 838.596,33 838.596,33 838.596,33
3 - BALANÇO (2-1) ANUAL 4 - BALANÇO ACUMULADO
311.406,53 395.973,33 373.094,83 415.154,83 415.154,83 406.154,83 415.154,83 415.154,83 415.154,83 415.154,83 311.406,53 707.379,86 1.080.474,69 1.495.629,52 1.910.784,36 2.316.939,19 2.732.094,02 3.147.248,85 3.562.403,68 3.977.558,51
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: B/C = 1,40; TIR = 31,14%; RMA = R$ 284.516,62.
246
A.2. Desmatamento A área do Projeto será desmatada nos 2 primeiros anos, 22 hectares no primeiro ano e 20 ha no segundo, a um custo de R$ 700,00/ha. A.3. Sistema de irrigação O sistema de irrigação será implantado, gradativamente, nos 3 primeiros anos. No Ano 1 será implantado em 22 ha, perfazendo um investimento de R$ 110.980,00, no Ano 2 em 10 ha e um investimento de R$ 21.290,00 e, finalizando, no Ano 3, 10 ha e um investimento de R$ 34.800,00. A seguir encontra-se o layout básico do sistema de irrigação e seu orçamento. A.4. Casa para administração Uma casa destinada à administração com 120 m 2 será construída no Ano 1, a um custo de R$ 150,00/m 2, perfazendo um investimento de R$ 18.000,00. A.5. Alojamento e estrutura de cozinha para empregados Também nos anos 1 e 2 serão construídos alojamento e estrutura de cozinha para uso dos empregados, totalizando 200m 2 e um investimento de R$ 12.000,00 em cada ano. A.6. Galpão para máquinas e equipamentos Será edificado, no Ano 1, galpão de 150m 2, para abrigar as máquinas e os equipamentos, a um custo de R$130,00/m 2. A.7. Cerca As cercas serão construídas no Ano 2, num total de 1,8 km de extensão e R$ 3.600,00 de investimento. A.8. Trator e implementos Será adquirido, no Ano 1, trator e implementos, no valor total de R$ 42.000,00. Estes itens serão renovados no Ano 10.
247
A.9. Galpão para beneficiamento Serão construídos galpões para beneficiamento da produção com 150 m2 no Ano 1, 100 m 2 no Ano 2 e 100 m2 Ano 4, a um custo de R$150,00 o m 2.
248
TABELA 60 ORÇAMENTO BÁSICO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO PARCELAR PROJETO SALITRE - MODELO 3 ESPECIFICAÇÃO 1. Área de pinha / melancia / cebola 1.1 – ADUÇÃO 1.2 - CONEXÕES E ACESSÓRIOS 1.3 - SISTEMA DE FILTRAGEM E FERTILIZAÇÃO 1.4 - CONJUNTO MOTOBOMBA 1.5 - SISTEMA DE AUTOMAÇÃO 1.6 - SISTEMA ELÉTRICO 1.7 - OBRA CIVIL E ELÉTRICA TOTAL - ÁREA DE PINHA / MELANCIA / CEBOLA 2. Área de uva / manga 1.1 – ADUÇÃO 1.2 - CONEXÕES E ACESSÓRIOS 1.3 - SISTEMA DE FILTRAGEM E FERTILIZAÇÃO 1.4 - CONJUNTO MOTOBOMBA 1.5 - SISTEMA DE AUTOMAÇÃO 1.6 - SISTEMA ELÉTRICO 1.7 - OBRA CIVIL E ELÉTRICA TOTAL - ÁREA DE UVA / MANGA TOTAL MODELO – 3
PREÇO TOTAL (R$) 26.457,00 25.400,00 4.830,00 4.016,00 16.227,00 9.035,00 6.975,00 92.940,00 19492,00 19440,00 4830,00 3416,00 21557,00 3535,00 1.860,00 74.130,00 167.070,00
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA: Preços de junho/2000.
A.10. Veículo de apoio Será adquirido veículo caminhonete, com capacidade de 600 kg, no Ano 1, no valor de R$ 18.000,00. O veículo será trocado nos anos 4, 7, 10, 13 e 16. A.11. Formação de fruticultura São os investimentos necessários à formação das culturas perenes, ou seja, referem-se aos dispêndios realizados até o período em que a cultura entra na fase de produção. Este período é de 2 anos para a uva e pinha e de 3 anos para a manga. A TABELA 61 mostra estes custos. 249
TABELA 61 CUSTOS DE INVESTIMENTOS (R$/ha) CULTURAS Uva Manga Pinha
Ano de cultivo 2° 8.814,60 1.203,92 1.726,94
1° 19.060,90 1.555,30 3.226,10
3° 2.005,68
TOTAL 27.875,50 4.764,89 4.953,04
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
B. Custos operacionais B.1. Custeio agrícola Refere-se aos custos operacionais de produção das culturas anuais e aos das culturas perenes a partir do inicio da fase de produção. Especificamente, no caso do Projeto Salitre Modelo 3, são incluídos os custos da uva e da pinha a partir do terceiro ano de cultivo, da manga a partir a partir do quarto ano de cultivo e os custos da melancia e cebola. Os valores são mostrados na TABELA 62. TABELA 62 CUSTEIO AGRÍCOLA DA UVA, MANGA E PINHA (R$/ha) CULTURA Uva Manga Pinha
1° 12.841,65 2.679,18 3.149,24
Ano de produção 2° 3° 16.143,70 17.620,20 3.408,14 4.255,73 4.639,24 5.678,84
4° 4.785,72
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec. NOTA:1) O primeiro ano de produção para a uva e pinha corresponde a 2 anos depois do plantio; para a manga e coco corresponde a três anos depois do plantio. 2) O custo operacional uva e pinha se estabiliza após o terceiro ano de produção, o mesmo ocorrendo com a manga após o quarto ano de produção. 3) O custo operacional da melancia é de R$4.395,20/ha/ano e o da cebola atinge R$6.310,82/ha/ano.
250
B.2. Administração Admitiu-se uma verba mensal de R$1.300,00 para cobrir as despesas de administração, incluído salário de um administrador, encargos, despesas de operação e manutenção do veículo. B.3. Manutenção do sistema de irrigação Para manutenção, foram admitidos 3% dos investimentos realizados no sistema de irrigação. B.4. Manutenção de benfeitorias Para manutenção das benfeitorias, foram admitidos 2% dos investimentos em casa para administração, alojamento destinado aos empregados e galpões para máquinas e equipamentos e para beneficiamento. B.5. Assistência técnica Foi admitido um custo global com assistência técnica de R$3.500,00 ao ano. B.6. Água e energia Refere-se aos gastos operacionais com água e energia, segundo a necessidade de cada cultura e com base no plano de exploração: uva – R$ 396,00/ha/ano; manga – R$ 504,00/ha/ano do 1º ao 6º ano e de R$ 396,00/ha/ano a partir do 7º ano; pinha – R$ 396,0/ha/ano; cebola – R$ 203,00/ha/ano; melancia – R$ 135,40/ha/ano. B.7. K1 K1 corresponde à amortização dos investimentos públicos nas obras de infra-estrutura de irrigação de uso comum, calculada anualmente, por projeto, com base no seu valor atualizado para 251
cada hectare de área irrigável. Foi adotado um valor de R$150,00/ha/ano. B.8. Depreciação Os investimentos em casa para administração, alojamento destinados aos empregados galpões para máquinas e equipamentos, e para beneficiamento foram depreciados a uma taxa de 5% ao ano. C. Componentes de receita C.1. Valor da produção agrícola Para se chegar ao valor da produção agrícola, multiplicase a produção estimada de cada cultura pela respectiva estimativa de preço. No cálculo dos preços recebidos pelo produtor, foram utilizados os preços ao nível de atacado, praticados na CEASA-RJ e CEAGESP, no período de junho/95 a maio/99. Estes preços, obtidos em valores nominais, foram deflacionados pelo IPA-DI, base 100 = maio/99. Calculou-se a média do preço no período, ponderada pela quantidade comercializada. Deste preço médio foram descontados os custos de transporte, considerando-se que as cargas de uva e manga serão transportadas em caminhões refrigerados, a um custo de R$0,12/t/km. As cargas de pinha, melancia e cebola serão transportadas em caminhões convencionais, a um custo de R$0,06/t/km. É cobrado ainda o ICMS sobre o frete de produtos agrícolas transportados por t erceiros: cobram-se 17% sobre 80% do valor do frete. O custo de agenciamento da comercialização é dividido em duas partes: a primeira é o agenciamento da carga; refere-se à busca de informações, manutenção de contatos com transportadores, agenciadores de venda etc.; corresponde a 5% do preço final de venda. A segunda parte é o agenciamento do atacadista. Inclui o lucro, as despesas administrativas, as despesas com ICMS, as taxas cobradas pela Central de Abastecimento etc.; corresponde a um desconto de 20% sobre o preço final de venda. Feitos os referidos descontos, chega-se ao preço pago ao produtor em cada central. A TABELA 63 apresenta os dados pa252
ra o cálculo dos custos de comercialização, por tonelada de produto. A seguir, a TABELA 64 traz os preços ao nível de atacado de cada central, os preços pagos aos produtores e o preço médio utilizado. No caso da manga, se admitiu que 20% da produção será exportada, com valor médio ao nível de produtor de R$ 1.750,00/t. Assim, a média ponderada de venda será: 0,20 x R$1.750,00 = R$ 350,00 0,80 x R$ 613,00 = R$ 400,40 R$/t = R$ 840,40 Para a manga, também se admitiu que 20% da produção será exportada, com valor médio ao nível de produtor de R$1.800,00/t. Assim, a média ponderada de venda será: 0,20 x R$1.800,00 = R$ 647,84 0,80 x R$ 843,56 = R$ 360,00 R$/t = R$1.034,84 Para a pinha, adotou-se um preço de R$ 900,00/t. C.2. Valor residual Corresponde a 50% do valor de compra do veículo em uso, no ano de aquisição de outro, a 20% do valor de compra do trator, no ano de aquisição de outro, e a 5% do valor dos investimentos em sistema de irrigação, no ano de sua troca. •
Indicador de Rentabilidade
O valor da taxa interna de retorno (TIR) indica a atratividade do investimento. Quanto maior a rentabilidade, ou seja, a TIR, melhor o projeto. Utilizando-se o fluxo financeiro, obteve-se uma TIR de 31,14%, uma relação B/C = 1,40 e uma renda média anual de R$284.516,62 para o período de 20 anos. Entretanto, se forem considerados apenas os 5 primeiros anos do Projeto, a renda média anual fica negativa em R$47.159,68, significando que, neste período, o empresário terá de contar com recursos próprios ou obter empréstimos para cobrir suas despesas. 253
TABELA 63 PARÂMETROS DE CUSTOS DE COMERCIALIZAÇÃO (R$/t) Custo de frete (R$) ICMS sobre frete (R$) Agenciamento* (%) Distância (Km) Refrigerado Convencional Refrigerado Convencional Atacadista Carga CEAGESP 2.307 276,84 138,42 37,65 18,83 20 5 CEASA-RJ 1.990 238,8 119,4 32,48 16,24 20 5 Central
FONTE: CEAGESP e CEASA-RJ. NOTA: * Alíquota sobre o preço final de venda.
TABELA 64 PREÇOS PRATICADOS NAS CENTRAIS, PREÇOS PAGOS AOS PRODUTORES E PREÇO MÉDIO Produtos
Uva Manga* Melancia** Cebola
Preço na Central (R$/t) CEAGESP CEASA-RJ
1.164,48 1.237,01 397,01 523,99
1.685,17 578,83 478,27 575,81
FONTE: CEAGESP e CEASA-RJ. NOTA: * Preço no período de abril a outubro. ** Preço no período de agosto a novembro.
254
Preço pago ao produtor (R$/t) CEAGESP CEASA-RJ MÉDIA
558,87 613,26 140,51 235,75
1.128,24 223,07 296,22
843,53 613,26 181,79 265,98
Teste de sensibilidade Buscando subsidiar o estabelecimento da atratividade do Projeto Salitre - Modelo 2, no que diz respeito a alguns critérios adotados, efetuou-se uma análise de sensibilidade do empreendimento. Essa análise procura verificar o comportamento da TIR e do B/C em função de alterações em alguns componentes do fluxo econômico do Projeto. Adotando-se o procedimento-padrão da análise de sensibilidade, observou-se que o comportamento dos indicadores de rentabilidade do Projeto variaram: - Investimentos. - Custos operacionais. - Custos com água e energia. - Custos totais. - Valor da produção. Os resultados da análise de sensibilidade são mostrados nas TABELAS 65 e 66. TABELA 65 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE DA TIR - PROJETO SALITRE MODELO 3 TIR BASE = 31,14 COMPONENTES Investimentos Custos operacionais Custos de água e energia Custos totais Valor da produção
VALOR DA TIR COM VARIAÇÃO % NO COMPONENTE -20,00% -10,00% -5,00% + 5,00% + 10,00% 34,01 32,51 29,88 28,71 35,38 33,24 29,08 27,05 17,40
31,34 38,75 24,37
31,24 34,72 27,76
31,04 27,91 34,53
30,94 24,96 37,95
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
255
TABELA 66 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE DA RELAÇÃO B/C - PROJETO SALITRE MODELO 3 B/C BASE = 1,40 COMPONENTES
VALOR DA RELAÇÃO B/C COM VARIAÇÃO % NO COMPONENTE -20,00% -10,00% -5,00% + 5,00% + 10,00%
Investimentos 1,43 Custos operacionais 1,51 Custos de água e energia 1,40 Custos totais 1,55 Valor da produção 1,12 1,26 FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
1,41 1,45
1,38 1,34
1,37 1,30
1,40 1,47 1,33
1,39 1,33 1,47
1,39 1,27 1,53
A análise de sensibilidade mostra que o tipo de empreendimento é mais sensível à diminuição do valor da produção do que ao aumento nos custos de investimentos e operacionais. Isto mostra que o empreendimento é extremamente sensível às questões gerenciais que provocam diminuição do valor da produção, tais como: inoportunidade de vendas (procura ofertar no momento de menores preços), operação inadequada de insumos (quantidade e periodicidade) que ocasiona diminuição da produção.
5.3 - Descrição dos Requerimentos de Serviços e InfraEstrutura para Exportação Para o sucesso do projeto na área de exportação de produtos hortifrutícolas, é necessário também um conjunto de informações sobre os processos tecnológicos apropriados, sobre as formas mais adequadas de colheita, transporte das lavouras até as packing houses , normas rígidas de processamento nas embaladoras, normas de conformidade com embalagens, manuseio das cargas, embarque e transporte. As embaladoras brasileiras (com exceções, naturalmente) desconhecem as rígidas normas de processamento – tais como cuidados especiais com os funcionários, equipamentos de processamento, equipamentos auxiliares (iluminação, por exemplo), absoluto asseio nos locais de processamento etc. 256
O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de frutas e cultivos hortícolas, com grande variedade e qualidade. Mas o País não é um grande exportador, não possui uma estrutura adequada para transporte desses alimentos, pois, na grande maioria das vezes, este transporte deve ser refrigerado. Produtos que são exportados devem ser colhidos antes do ponto ideal e refrigerados, para poderem chegar ao local em condições de consumo. Sem isso, existe uma grande perda de qualidade desses produtos, tornando-os impossíveis de serem comercializados no exterior. No caso dos legumes, é necessário, além do resfriamento, o congelamento e um processamento muito mais apurado. É possível dizer, sem maiores constrangimentos, que os requerimentos mínimos de padrões de qualidade do produto de exportação muito pouco tem a ver com os padrões de qualidade do produto para o mercado interno. O padrão de exigência do consumidor externo – em grande parte em razão da concorrência, que foi forçada gradualmente a fixar padrões elevados dos produtos e atender às exigências dos consumidores – mudou radicalmente nos anos 80. A produção para colocação no mercado externo, além de exigente em termos de investimentos de produção e processamento, é uma atividade de risco. “Uma carga pode estragar uma marca”, se não forem tomadas precauções. No mínimo, as perdas financeiras de um refugo de carga é muito elevado. Por conseguinte, é preciso que cada um faça a sua parte no processo, de forma coordenada e harmônica, uma engrenagem que não pode falhar. Os requerimentos mínimos para a exportação devem atingir todos os elos da cadeia da hortifruticultura de exportação, com infra-estrutura básica e serviços, como, por exemplo, o produtor rural (inclusive produção e certificação de mudas), as tecnologias de produtos e processos, tratos culturais dos pomares, tecnologia de pós-colheita, pré-resfriamento do produto, embalagens adequadas e certificadas, transporte frigorificado, logística de distribuição, desde as embaladoras até as redes de distribuidores no exterior, etc. A partir de entrevistas com empresas especializadas em exportação foi elaborada uma lista com requerimentos mínimos 257
para se ter uma estrutura preparada de exportação que seja importante para o Projeto Salitre, caso a sua vocação exportadora seja explorada. Basicamente, as principais necessidades para a exportação de produtos da agricultura irrigada estão sob a forma de infra-estrutura e prestação de serviços, listadas a seguir (QUADRO 5). a) Normas e Regulamentos de Defesa Fitossanitária O Projeto Salitre já deve nascer sob a égide dos mais elevados padrões de fitossanidade. Neste sentido, deverão ser mapeadas as áreas, feita a pesquisa de vetores, pragas, doenças, por parte de entomologistas e especialistas específicos. Este mapeamento deve ser realizado antes da implementação do Projeto, uma vez que existem ao redor da região do Projeto 40 mil ha irrigados sem programas de erradicação de pragas e doenças. O estabelecimento de áreas livres de pragas e doenças específicas ao redor do Salitre não será tarefa fácil de ser executada. Através da aplicação de pesquisas, deverão ser eleitas as normas e os regulamentos específicos da espécie. Em complementação, para o devido cumprimento e inspeção, deverão ser mantidos serviços de controle de sanidade. Para os importadores, as informações sob fitossanidade deverão ser disponibilizadas. A fiscalização deverá ser conduzida pelos órgãos federais, com infra-estrutura local compatível, e parceria com a iniciativa privada. O estabelecimento de zonas livres de pragas ou doenças condenadas no exterior deveria seguir de perto as etapas envolvidas no programa de combate da febre aftosa do Ministério da Agricultura. b) Definição de Produtos e Padrões de Qualidade na Produção Para a exploração dos principais produtos do Projeto deverão ser consultadas as descrições específicas de cada produto, existentes na EMBRAPA e EBDA (ao nível de detalhe, condições de madureza, qualidade, paladar etc.) de interesse comercial na exportação. Cabe aos organismos locais de pesquisa elaborarem os competentes manuais descritivos dos produtos em consonância com a assistência técnica. Há que mencionar nos manuais descritivos os padrões de qualidade dos produtos a serem ofertados nos mercados externos. 258
c) Certificação de Insumos, Produtos e Processos Um estrutura oficial deverá desenvolver a certificação dos insumos, de acordo com os padrões internacionais. Os padrões de uso de defensivos deverão ser dos países compradores, mediante convênios de assistência técnica entre países. Há necessidade de órgãos oficiais oferecerem certificação de processos, porquanto os processos de produção e processamento de frutas tropicais não são suficientemente conhecidos para a exportação. Esta certificação envolve também a pesquisa de resíduos. O Codex Alimentarius não tem padrões para frutas tropicais. Esta estrutura local deverá desenvolver testes laboratoriais específicos e notificar a Organização Mundial do Comércio (OMC) e promover consultas com os países potencialmente importadores. É preciso que os laboratórios locais possam desenvolver os limites mínimos de toxicidade de resíduos, que as técnicas e os equipamentos disponíveis conseguem detectar. d) Normas Referentes aos Processos de Produção Estas normas são sistemas codificados de processos desde o preparo da terra, a adubação, a aplicação de defensivos, o plantio, os tratos culturais, até a colheita. Estes padrões normativos devem ser pesquisados e oferecidos aos produtores de produtos para exportação. Os referidos normativos técnicos envolvem também a qualificação do ponto ideal de colheita e maturidade. Essas informações são imprescindíveis tratando-se de frutas, que no caso da manga e da banana, chegam a percorrer 10 a 11 mil km até os mercados de destino, necessitando manterem cor e sabor idênticos aos preferidos e conhecidos pelos consumidores finais. As instituições de pesquisa (com o concurso da assistência técnica) deverão desenvolver normas e instruções técnicas que envolvem o escalonamento da produção, em termos de desenvolvimento de fisiologia e indução ao florescimento. e) Infra-Estrutura de Frio Industrial da Colheita ao Embarque Esta infra-estrutura consiste basicamente em resfriar o produto desde a colheita e mantê-lo frio ao longo de toda o percurso até o consumo final. Inclusive com controle de ambiente na fase de 259
processamento. Com a mudança dos hábitos alimentares ocorridos nos últimos anos no País, e com uma maior exigência de qualidade por parte dos consumidores, começa a haver também maior necessidade de utilização da refrigeração, não somente para melhoria da qualidade como também para a redução das perdas. Os sistemas de atmosfera controlada, desde a colheita – realizada em áreas de elevadas temperaturas relativas – passam necessariamente por transporte em caminhões com controle de temperatura e termina, em uma primeira etapa, nas embaladoras. Nestas há, novamente, uma infra-estrutura de frio para processamento. Finalmente, nos locais de embarque é necessário ter, ao lado das instalações de controle fitossanitário e aplicação de produtos químicos, as estruturas de armazenagem, com capacidade de operar em três turnos de oito horas. As infra-estruturas de frio industrial se destinam a reduzir as perdas quantitativas e qualitativas. As perdas quantitativas são mais facilmente mensuradas pelo volume de produto avariado ou estragado. Estes produtos vão normalmente aparecer sob a forma de lixo. Já as perdas qualitativas são aparentemente mais difíceis de serem quantificadas. Os produtos perdem suas qualidades organolépticas e perecem rapidamente. Estas perdas, entretanto, acabam resultando em perdas totais, uma vez que no caso de exportações, ocorre o refugo total da carga. Ambas as perdas acabam por reduzir a renda de quem produz ou comercializa esses produtos agrícolas. É necessário introduzir o resfriamento completo dos produtos, principalmente os hortícolas, através da conhecida "Cadeia do Frio" – que é um conceito bastante conhecido nos países desenvolvidos. Consiste, basicamente, em resfriar o produto desde a colheita e mantê-lo frio até o consumo final. Esta é uma das infra-estruturas mais importantes no complexo de produtos para exportação. f) Normas de Padrões de Qualidade das Embaladoras As embaladoras são um elo importante do processo, porquanto, dentro de suas instalações, os requerimentos de procedimentos devem-se conformar com o que solicitam os importadores do exterior. No Brasil, há experiências de instalação de embalado260
ras dentro de “padrões internacionais”, de procedimentos de cuidados que vão desde a seleção dos empregados, até detalhes como construção de creches para as embaladoras. Os requerimentos são rigorosos em termos da fiscalização da qualidade antes da embalagem, inclusive com possibilidade de ausência de detritos e impurezas que prejudiquem a apresentação dos produtos. g) Classificação dos Produtos A classificação dos produtos deve ser feita, além das embaladoras, por órgão público. Este é um bem público, pois os produtos exportados são um patrimônio do país. Os tipos de produtos podem ser identificados com marcas – associadas a padrões de qualidade. Entretanto, a classificação dos produtos defende a marca-país, que é muito importante como imagem do Brasil nos mercados externos. Uma infra-estrutura de classificação oficial deve reforçar os padrões de classificação do setor privado. h) Certificação de Embalagens As embalagens devem ser certificadas por órgãos técnicos específicos, com o propósito de atender a normas de conformidade com padrões estabelecidos pelos países importadores. Institutos como o Centro de Tecnologia de Embalagem (CETEA) do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) realizam estudos de pesquisa e desenvolvimento de embalagens, avaliações e controle de qualidade, análises de materiais e produtos, estudos de vida-de-prateleira e especificação de embalagens. No fim deste relatório se encontra uma relação de sites para maiores informações sobre o CETEA. Além disso, devem ter qualidades especiais que minimizam perdas em longa distância e distribuição em países de outros continentes. Em alguns países da Europa e nos Estados Unidos, as perdas dos produtos na distribuição representam entre 7 e 8% das compras das redes de supermercados. A estimativa é de que, em cinco anos, as perdas dos supermercados brasileiros com frutas, legumes e verduras atinjam 10%. A referida meta será alcançada, segundo a Associação Paulista de Supermercados (APAS), se as embalagens forem apropriadas e a distribuição for adequada. 261
i) Certificação de Padrões de Qualidade por Parte de Órgãos Públicos Além da classificação dos produtos, deve-se estabelecer um padrão de certificação de qualidade. Esta certificação dever ser conduzida por órgãos públicos, porquanto, além do produto, há que se registrar em normativos próprios os padrões de qualidade dos produtos. Os produtos devem ter padrões – inclusive com a designação de produto abaixo-padrão. O órgão público separa os produtos dentro de padrões para a exportação muito mais rigorosos que para o mercado interno. j) Certificação de Padrões de Qualidade por Parte de Empresas Independentes de Supervisão Recomenda-se que se criem facilidades para que os produtos do Projeto sejam inspecionados por certificadoras independentes. A infra-estrutura deverá localizar-se nas embaladoras e ser facultativa. Mas é do interesse do País que haja o serviço e a troca de experiência com outros técnicos. Empresas internacionais especializadas têm larga experiência neste setor e podem aportar valiosos conhecimentos. k) Possibilidade de Inspeção das Instalações do Projeto por Representantes dos Compradores no Exterior Hoje esta é uma realidade que facilita a realização de negócios mais até do que de garantia dos padrões de qualidade. Os representantes de compradores do exterior têm conhecimento do fator mais importante no processos: a preferência do consumidor por produtos específicos. Há, no Brasil, experiências bemsucedidas nesta área. l) Fiscalização da Qualidade do Produto no Destino As cargas de produtos hortifrutícolas podem ser refugadas no destino, caso ocorram problemas no transporte e sejam detectados problemas dos exportadores. Entretanto, há problemas de recepção das cargas nos destinos, operações portuárias e aeroviárias indevidas, transporte inadequado, resultando na ponta da distribuição de problemas que devem ser atribuídos às agências de despacho no exterior. Além disso, uma inspeção na distribui262
ção é importante fator de valorização (ou de desvalorização) dos produtos oriundos do Projeto. O QUADRO 5 a seguir resume os requerimentos de serviços e infra-estrutura para exportação. QUADRO 5 REQUERIMENTO DE SERVIÇOS E INFRA-ESTRUTURA PARA EXPORTAÇÃO O que fazer? a) Normas e Regulamentos de Defesa Fitossanitária − Mapeamento de áreas −
Criação de normas e regulamentos
−
Inspeção
b) Definição de Produtos e Padrões de Qualidade na Produção − Manuais descritivos dos produtos c) Certificação de Insumos, Produtos e Processos Certificação de insumos e processos − Pesquisa de resíduos − d) Normas Referentes aos Processos de Produção e) Infra-Estrutura de Frio Industrial f) Normas de Padrões de Qualidade das Embaladoras g) Classificação dos Produtos h) Certificação de Embalagens i) Certificação de Padrões de Qualidade j) Inspeção das Instalações do Projeto Pelos Compradores no Exterior l) Fiscalização da Qualidade do Produto no Destino
Quem faz? Instituições de pesquisa (EMBRAPA, EBDA) Órgão de defesa federal (Ministério da Agricultura e Abastecimento (MAA)/ Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA)) Postos locais dos órgãos de defesa federal (MAA/Delegacia Federal de Agricultura (DFA)/Posto de Vigilância Agropecuária (PVA)) Instituições de pesquisa (EMBRAPA, EBDA) Delegacias federais do Ministério da Agricultura no Estado (MAA/DFA-BA) Laboratórios locais (privados, estaduais) Instituições de pesquisa (com o concurso da assistência técnica) Empresas privadas Empresas como o CETEA Embaladoras, órgãos públicos e empresas especializadas Empresas certificadas pelo INMETRO Empresas certificadas pelo INMETRO Empresa importadora Empresa exportadora
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
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