Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco EXERCÍCIOS PRÁTICOS PRÁTICOS (para conseguir a agilidade de um gato)
UNIVERSIDADE UNIVERSIDADE DO MINHO TÉCNICAS INTERPRETATIVAS INTERPRETATIVAS - DOCENTE TERESA CORREIA LUZIA LAPO - LICENCIATURA EM MÚSICA -
2011/2012
Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco EXERCÍCIOS PRÁTICOS PRÁTICOS (para conseguir a agilidade de um gato)
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Índice Introdução ........................................................................................ 09 Prefácio .............................................................................................11 Quem é a Viola d’Arco ? ..................................................................... 13 A Viola d’Arco no mundo cibernético..................................................... 15 Cuidados a ter com o instrumentista, instrumento, arco e acessórios ........ 19 Indicações de posições para tocar ........................................................ 23 Efeitos sonoros ..................................................................................27 Articulações ...................................................................................... 31 Métodos Método de Sitt ..............................................................................33 Método Carl Flesch ........................................................................33 Método Sevcik ............................................................................. 34 Método Schradieck ....................................................................... 34 Método Suzuki ............................................................................. 35 Método Bruno Giuranna ................................................................ 35 Exercícios Porquê? .......................................................................................27 Aquecimento................................................................................ 37 Afinação ...................................................................................... 39 Aquecimento/afinação ................................................................... 44 Mudanças de posição .................................................................... 46 Vibrato ........................................................................................ 47 Arco ............................................................................................ 47 Corporal ...................................................................................... 53 Diversos ...................................................................................... 56 Nota Conclusiva .................................................................................63 Agradecimentos ................................................................................ 65
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Introdução Viola d’arco? É aquele violino grande não é? viola d’arco tem apenas mais um sétimo do tamanho do que o violino e, exceptuando essa diferença de dimensões, os instrumentos parecem ser exactamente iguais. O arco da viola d’arco é ligeiramente mais comprido e pesado do que o do violino. As suas cordas estão anadas começando por dó, uma oitava abaixo do dó central, e por intervalos de quintas (dó, sol, ré, lá). As cordas livres reproduzem a escala exacta do violoncelo, se bem que uma oitava acima. Ao longo da história da música, a viola d’arco sempre foi um instrumento que se manteve longe das luzes da ribalta, não querendo o protagonismo do agudo violino nem tão pouco a enormidade do contrabaixo ou a eloquência do violoncelo, procurando estar sempre presente.
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Prefácio viola d’arco tem sido considerada, frequentemente, como o membro menos nobre da família das cordas. O que não tem nada de extraordinário: o contrabaixo ocupa o seu lugar especial como patriarca da orquestra; o violino, condu-la, e o violoncelo é utilizado para muitas e variadas nalidades devido ao seu belo e suave som. Em compensação, a viola d’arco, submersa na secção central das cordas, poucas oportunidades tem de se exibir como instrumento solista. Por este motivo, o repertório existente para viola d’arco pode ser considerado escasso quando comparado com outros instrumentos musicais. Embora existam concertos, sonatas e outras peças escritas originalmente para este instrumento é frequente a transcrição para viola de obras originais de outros instrumentos. Tal como peças encontramos também uma escassez de métodos de estudo e livros de técnica escritos especicamente para violetistas e por violetistas. Pelo contrário encontramos uma vastidão de livros técnicos para violinos sendo estes os por norma escolhidos embora nem sempre os exercícios sejam adequados para viola, como é exemplo os exercícios de extensões e déci-mas. Exemplos desses são Sevcik ou Schradieck, bem como exercícios e caprichos de Kreutzer, Rode, Campagnolli, Vieux, etc. E esse é o principal motivo para a escrita deste pequeno manual, para que haja ao alcance dos amigos da viola uma compilação de exercícios e informações sobre como descobrir a viola, entendela e resolver alguns problemas técnicos.
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Quem é a Viola d’arco ?
xistia na Idade Média um instrumento, a que se chamava , muito importante por se poder adaptar a qualquer espécie de música. É deste instrumento que descende a viola, designações alternativas e comuns: violeta (português), alto (francês), viola (inglês), bratsche (alemão), viola (italiano). - na qual se mantêm as características principais. Desde 1500, data em que começou a ter grande uso, até ao século XVII, a viola foi muito empregada nas igrejas, para apoiar ou até substituir as vozes graves. Bem como teve diversos nomes, quando chegou a Itália, por volta de 1535, denominava-se alto-tenor violino, visto que o termo italino viola foi modicado de diversas maneiras para descrever uma família ou instrumento especíco. Exemplos são nos séculos XVI e XVII viola de braccio, soprano di viola de braccio, viola da gamba e basso di viola da gamba . Posteriormente viola d’amore e viola pomposa . No século XVII e XVIII o
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termo viola é usado com adjectivos para marcar diferentes registos, como por exemplo Alto viola e Tenor viola (respectivamente Viola I e Viola II). No século XVIII viola era equivalente a viola de braccio que no alemão moderno se passou a denominar Bratche. Originalmente, o substantivo “violeta” designou-se para designar a viola da gamba , um instrumento renascentista e barroco que se segurava entre as pernas. Mas foi de facto, a viola de braccio a verdadeira precursora quer do violino quer da violeta, porque se apoiava no ombro. Deve-se a Ganassi del Fontego a publicação do primeiro método de violeta, intitulado “Regula Rupertina”. Os primeiros grandes virtuosos da violeta, aqueles que conseguiram mostrar todas as possibilidades desse instrumento, foram os italianos Alfonso de Ferrara e Gianbattista Siciliano. Na mesma época viveu o alemão Hans Gerle, famoso fabricante de instrumentos
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musicais, que escreve a primeira obra completa para violeta, a que de seu o nome de “Música Deutsche”, ou seja, “música alemã”. Mais tarde, quando este instrumento deu entrada em Inglaterra, provocou tão grande interesse nos meios musicais desse país que, de um momento para o outro, desenvolveuse extraordinariamente a indústria inglesa dos construtores de viola d’arco. Da mesma maneira, aumentou na Inglaterra o número de composições destinadas a este instrumento. A principio, tal como sucedia na Itália, a viola d’arco servia para apoiar as vozes em obras
William Primrose
religiosas. Logo depois passou a acompanhar também obras profanas, em especial os “madrigais”. Com estes, a viola d’arco entra rapidamente na vida da alta sociedade britânica, em nenhuma casa da boa burguesia faltava um conjunto de violas d’arco, que constava de seis instrumentos: contraltos, tenores e baixos, colocados na sala, à disposição das visitas. Em geral, a viola d’arco tem sido utilizada quase exclusivamente como instrumento de apoio aos ritmos e às harmonias para a música de orquestra de câmara. Mas quando surge como instrumento solista, tem uma qualidade e timbre que a torna verdadeiramente única pelo som denso das suas cordas. Nos últimos anos do século XVIII, quando os músicos começaram a aperceber-se da beleza peculiar do seu som, a popularidade da viola d’arco aumentou. Mozart foi um dos grandes defensores e Berlioz inclui uma parte para viola solista em Harold em Itália. A necessidade de uma abordagem especifíca no estudo do instrumento foi a partir do nais do século XIX denitivamente assumido com a criação do Curso de Violeta no Conservatório Superior de Musica de Paris. E mais tarde, no século XX com o surgir de grandes violetistas como William Primrose, Lionel Tertis e Paul Hindemith.
Paul Hindemith.
Lionel Tertis
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A Viola d’arco no mundo cibernético o mundo virtual encontramos diversos sites dedicados ao instrumento, bem como aos seus intérpretes e associações:
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omo portal dos violetistas na Internet encontramos: http://www.viola.com/ “Através da lista de email’s, a Web Site das Violas oferece aos violetistas um fórum para trocarem experiências, discutirem, trabalharem juntos e informarem-se das actividades violetísticas, como eventos próximos, planos para o próximo congresso de violas e desenvolvimento de novos capítulos na história deste instrumento. Os membros desta lista incluem estudantes, professores, prossionais, amadores e muitos dos líderes as associações de violas locais, estando todas as sociedades de violas do mundo representadas. “
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Sociedade Internacional de Violas: http://www. internationalviolasociety.org/ “A Sociedade Internacional de Violas (a “IVS” ou “a Sociedade”) é a organização chave que governa e suporta a existência e o futuro de grupos nacionais e regionais de violetistas. A Sociedade é uma organização sem ns lucrativos que promove e suporta actividades para todos os amigos da viola.”
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Associação Portuguesa de Violas d’arco: http://site.apvda.com/ “Seja bem-vindo! Este é um local de encontro à volta do instrumento viola d’arco, também chamado de violeta, e de todos quanto a tocam ou a admiram. A Associação Portuguesa de Viola d’arco nasceu da vontade de um grupo de amigos e violetistas reunidos desde há vários anos em torno da organização dos Encontros de Violas d’arco, eventos que se vêm realizando desde 2001 e conta já com edições realizadas também em 2003, 2004, 2007, 2009 e 2011. Com a criação da APVdA os promotores dos Encontros de Violas pretendem prosseguir com o objectivo de promover a divulgação do instrumento e do espírito que existe em redor da Viola d’arco e dos violetistas. Neste site poderá encontrar informações relevantes sobre o instrumento viola d’arco bem como as actividades e vida da associação, anúncios dos seus associados e outros eventos em torno da viola d’arco.”
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ncontramos também diversas associações de violas pelo mundo, como é exemplo da americana, a qual se encontram agregadas outras 29 associações internas representantes dos diversos estados deste país bem como de algumas universidades:
violetistas dos Estados Unidos da América! A Associação promove interesses na viola encorajando performance e gravações do mais alto nível artístico, pelo estudo contínuo e pesquisa do nosso instrumento e do seu repertório, e sendo um veículo para http://www.americanviolasociety.org; o desenvolvimento contínuo da fraternidade “Bem-vindo ao site da Associação Americana entre violetistas.”. de Viola, a primeira organização para
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http://www.viola-in-music.com/ “Tudo o que alguma vez quiseste saber sobre a viola e nunca tivestes coragem para perguntar! Aqui vais encontrar informação curiosa sobre diversos compositores e a sua relação com a viola, as suas obras para fazeres download bem como quem as tocou, o que escreveram e histórias de vida de compositores e músicos. Anal não há tão pouca informação sobre a viola como se pensa, mas é como um grande puzzle, tens de juntar todas as pequenas peças, muitas das vezes sem ter o resultado à tua frente.”
http://www.theviolaworkshop.com/ “O luthier britânico e especialista na construção de violas, David Milward tem trabalhado exclusivamente com violas há mais de 25 anos. Desenvolvendo um padrão de viola inteiramente original e pessoal, conjuntamente com um estilo de trabalho individual, tem criado uma interpretação de sucesso da viola moderna. Um design de viola original baseado no desenvolvimento do padrão tradicional da construçãodeviolas,promovendoa continuidade da qualidade acústica e sonora/técnica através de todos os tamanhos disponíveis, variando estes entre os 15 ¼ e 17 ½.”
http://www.primrose competition.org/live/ A Competição Internacional de Violas Primrose foi uma das primeiras competições instrumentais, desde o seu início em 1986. Trata-se de uma competição internacional para violetistas patrocinada pela Associação Americana de Violas, sendo realizada regularmente em conjunto com os encontros bienais do Congresso Norte Americano de Violas. Os participantes são oriundos de todos os países e devem ter menos de 29 anos. A competição tem três rondas durante uma semana de festival no qual se vê brilhantes performances e onde é dada uma oportunidade de promover a visão de Primrose, de juntar a excelência artística de todos esses violetistas que andam aí espalhados pelo mundo.
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O Quarteto de Violas Absolute Zero:
O Quarteto de Violas Meantime:
http://www.absolutezeroviola4. http://www.meantimeviola.com/ com/ “Começado em 2008, o quarteto de Viola Meantime “O Absolute Zero Viola Quarteto veio do sul de Londres. Os seus quatro membros tem funcionado desde 1995, fazendo (Frances Barrett, David Lawes, Katy Reed e David performances no sul do País de Gales e Brooker) vêm de meios musicais diferentes, tocam Londres. É composta por Peter Taylor, em concertos locais para angariar dinheiro para Dominic Jewel, Ania Leadbeater e Ross instituições de caridade e, descobriram um enorme Cohen, instrumentitas da Orquestra gozo por fazerem parte de um quarteto cujo único Nacional da BBC de Gales e Orquestra som é de uma viola. Após uma longa e árdua da ópera Nacional de Gales. Também são viagem pelo repertório existente para quatro violas conhecidos como os criadores do primeiro encomendámos novas obras para performances e cd mundial de quarteto de violas, não ensaios. Sem surpresa, descobrimos que as melhores sendo um quarteto de cordas normal, este peças são aquelas em que as melodias são partilhadas quarteto de violas é muito mais raro e pelos quatros, ao contrário do um concerto de cordas divertido!” standard.” Bem como diversas páginas de Violetistas espalhados pelo mundo como são exemplo:
http://www.giuranna.it (Violetista Bruno Giuranna); http://www.meliawatras.com (Violetista Melia Watras); http://www.jeannemallow.com (Violetista Jeanne Mallow); http://www.rudolfbarshai.com/ (Violetista Rudolf Brashai); http://www.paul-hindemith.org/ (Violetista Paul Hindemith); ht
tp://www.riax.com/host/atararad/index.html (Violetista Atar Arad);
http://www.ruf.rice.edu/ (Violetista Ivo-Jan van der Werff) http://www.josephcurtinstudios.com/READarticles.htm
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Livros sobre a Viola e afins a consultar: A Notebook for Viola Players Ivo-Jan van der Werff
The History of the Viola - Vol. I & Vol. II Maurice W. Riley
Cinderella no more Lionel Tertis
My Viola and I Lionel Tertis
Walk on the North Side William Primrose
Playing the Viola-Conversations with William Primrose David Dalton
Violin and Viola Yehudi Menuhin and William Primrose
Literature fur Viola Franz Zeyringer
Bartok’s Viola Concerto –The Remarkable story of his swan song Donald G. Maurice
Life Class Yehudi Menuhin
Stage Fright, causes and cures Kato Havas.
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Cuidado a ter com o instrumentista, instrumento, arco e acessórios corpo constitui a ferramenta de fazer música a qualquer instrumentista, pelo que é tão importante quanto o instrumento. Por isso, se estiver mesmo interessado em aprender a tocar viola certique-se que está em boas condições físicas. Ter uma alimentação saudável, dormir bem, fazer bastante exercício e, em suma, cultivar o sentido geral de bem-estar revelam-se elementos essenciais para tocar correctamente um instrumento musical. É também importante preparar-se mentalmente antes até de pegar na viola, ou seja para praticar antes de actuar. Comece por fechar os olhos e respirar de modo regular e prolongado. Depois, trate de aquecer as articulações e os músculos que intervêm no processo de execução. execução. Assim Assim sendo, estenda os músculos dos braços, ombros, pescoço, costas, pulsos e dedos. Quando Quando se sentir descontraído descontraído e á vontade, com o adequado estado de espírito, abra o estojo e pegue na viola. Um instrumento de cordas exige uma quantidade extraordinária de cuidado e atenção. Ele é composto de materiais que estão em constante mudança, está sujeito a forças de muitos quilos por polegada quadrada quadrada pela pressão pressão das cordas, e passa boa parte de sua vida em vibração perpétua. Existem coisas a que deve ter especial especial atenção, algumas das quais, chamaremos agora por “Regras para para uma viola saudável”: saudável”:
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cuidado utilizando um pano macio para tirar o pó (isto previne o desgaste do instrumento instrumento bem como a poeira diminui o tempo de duração das cordas). – Nunca pegue o arco pelas cerdas, pois a mão é gordurosa, essa gordura suja as cerdas, causando assim falhas sonoras ao passar o arco. 3
– Pegue no arco com delicadeza e rode o 1 – Lavar Lavar e/ou limpar as mãos sempre antes de parafuso até as cerdas carem sucientemente manusear a viola. esticadas. Tenha cuidado para não as deixar demasiado apertadas. Teste o arco “ressal2 – Antes e após tocar, limpe o instrumento com tando-o” ligeiramente num dedo estendido 4
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Sempre que anar ou trocar as cordas do enquanto segura no talão de modo a que esse 12 – Sempre dedo atinja o meio das cerdas. Estas deverão seu instrumento conra a posição do cavalete. car sucientemente esticadas quando cederem, 13 – Verique ocasionalmente todos os anamas sem o seu dedo tocar na vara do arco. dores para certicar-se que não estão demasia5 – Quando Quando terminar, desaperte o arco, limpe a damente apertados. Se estiverem, afrouxe-os e vara do arco (parte de madeira) com um pano aperte as cravelhas. É possível que os anadores para tirar a resina e arrume na caixa. Esta acção quebrem; em alguns casos a tensão pode fazer evita o alongamento das cerdas e a deformação com que uma corda quebre. do seu arco. 14 – Enrolar o instrumento em seda é uma 6 – Colocar Colocar sempre que necessário resina nas técnica antiga que ajuda a manter a temperatura cerdas do arco. Para conrmar se é necessário adequada do instrumento, pois a seda é térmica passe as cerdas na parte de trás da mão, se não “assim dizem as borboletas”. car branco coloque resina, sacuda-o e estará 15 – Se o instrumento sofreu algum tipo de da pronto a tocar. tocar. no ou se precisa de algum ajuste ou reparação 7 – Tenha Tenha cuidado para não bater com a ponta leve-o a um Luthier, Luthier, evite consertos caseiros do arco de encontro a qualquer coisa sólida tais como: quebrar e (mesmo delicadamente). Esta parte do arco - Colar cavalete, pois ele pode quebrar danicar o tampo da viola; é muito delicada e quebra facilmente, sendo muito difícil de ser reparada. - Ajustar a alma com garfo; - Passar sabão com giz nas nas cravelhas; 8 – Mude produtos Mude de corda pelo menos uma vez a cada - Dar polimento com ceras ou produtos desapropriados; seis meses se toca diariamente, isto porque elas com tintas, esmalte são desgastadas pelo acumular da resina, a sua - Fazer retoques de verniz com acidez e o suor das mãos. ou outros desapropriados; - Lixar a viola d’arco para tentar trocar a cor 9 – Para original; Para trocar as cordas substituas uma a uma, instrumento para limpar; não tire todas as cordas de uma única vez, pois - Desmontar o instrumento a alma do instrumento pode cair assim como o - Lavar o instrumento; - Aparafusar o braço se ele soltar; cavalete. - Colar a cabeça do arco com cola. cola. 10 – Quando Quando mudar de cordas limpe e estique a Não deve: corda nova antes de a colocar, colocar, isto fará com que 16 – Não - Colar gurinhas adesivas, adesivas, outro tipo de ela se xe mais rapidamente. adesivo ou etiquetas no instrumento, arco ou 11 – Sempre que trocar de corda aproveite e estojo; escrever os nomes no passe um lápis na marca marca da corda sob sob o cavalete - Desenhar ou escrever instrumento. e na marca da corda sob a pestana, pois o grate é um óptimo lubricante ele diminuirá o atrito da corda com a pestana e o cavalete e dá mais 17 – Se está num clima seco, use o Dampit. longevidade às cordas diminuindo também o Tire o dampit todos os dias, mergulhe-o em água por 20 segundos, esprema o excesso de desgaste natural da pestana e do cavalete.
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água em uma toalha, e coloque-o de volta no instrumento. Faça isso duas vezes por dia, se a temperatura externa estiver abaixo de zero. Isto prevenirá a probabilidade de fendas e aberturas.
lugar onde o instrumento vai. Existem violas com mais de 210 anos de idade, tal como uma pessoa ou animal de estimação, se for em cuidada, a viola, durará eternamente.
18 –
O instrumentista deve:
Sítios proibidos para deixar e estar com a viola: - Lugares externos (quentes ou frios); - Exposta aos raios solares, (o calor pode fazer a madeira descolar, deformar ou até mesmo rachar); - Lugares húmidos (pode causar descolagens, deformações, perda de som ou até mesmo fungos); - Perto de radiadores, aquecedores, ar condicionados, ventoinhas e etc.
- cuidar, proteger e respeitar o seu instrumento como a sua família; - amar, acarinhar e dedicar-se como a um namorado/marido ou lhos; - descansar e divertir-se como amigos; - ouvir como crítico; - exigir e aperfeiçoar como um professor; - ser pontual, estar preparado e sentir-se realizado como bom prossional. Conteúdo da caixa da viola d’arco:
– Etiquete a caixa do instrumento com seu nome, endereço e número de telefone, apenas por segurança
Corta-unhas, cordas, resina, surdinas (pesadas e ligeiras), anador, metrónomo, para as raparigas elástico de cabelo ou molas, tesouras, alicate, lenços de papel, panos macio, álcool ou 20 – Em situações de multidão, ponha o instru- palha-de-aço para o ponto, um pente extra, mento de modo que ninguém possa sentar, pisar, lápis, fotograas da família, cartas especiais, amuletos. ou esbarrar nele. 19
– Nunca abandone a viola numa cadeira se estiver com mais pessoas, sempre que se ausentar por minutos guarde-a no estojo, isto evitará acidentes e quedas do mesmo. 21
– Nunca transporte ou deixe o seu instrumento dentro da mala do carro/autocarro, no tempo frio o instrumento irá car frio muito rapidamente, em tempo quente o instrumento pode car muito quente fazendo com que se descole ou o verniz derreta bem, como nunca o deixe no banco do carro que pode ser um convite aos ladrões. 22
23 – Se
vai guardar a viola por uns tempos ou andar de avião, solte um pouco as cordas. – Faça um seguro do seu instrumento, para cobrir incêndios, roubos e/ou danos em qualquer 24
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Indicações de posições para tocar pesar de existirem diversas formas de explicar as posições para tocar um instrumento e de existirem várias opiniões acerca disso é importante ter em conta a saúde e procurar a posição mais natural e mais correcta possível. A posição do corpo é um assunto importante que cada instrumentista deve ter em conta visto que pode trazer muitos problemas, criar pequenas tensões corporais como por exemplo musculares, que podem fazer o instrumentista parar de tocar por um curto ou longo espaço de tempo. Isto acontece porque segurar uma viola não é uma posição natural, deste modo devemos ajustar a nossa posição a tocar para que que com o máximo de naturalidade Existe, no entanto, uma posição “standart”, a qual podemos dizer que funciona para a maioria das pessoas. Quando se toca de pé, o corpo deve estar direito, as pernas ligeiramente afastadas (por exemplo, pés alinhados com os ombros) para que se mantenha um equilíbrio. Pés bem assente no chão sendo o peso do seu corpo distribuído pelas duas pernas, podendo o pé esquerdo ligeiramente, mas apenas ligeiramente mais à frente do pé direito, visto ser o lado onde se encontra a viola d’arco. Essencialmente o importante é ter tudo bem relaxado, confortável, sem qualquer esforço, por duas palavras, simples e natural.
A
posição convencional de pé Quando se toca sentado,
deve manter-se as costas direitas, se possível sentado na ponta da cadeira de pernas ligeiramente abertas para novamente se manter o equilíbrio. Não se encoste ao espaldar da cadeira e imagine uma linha a percorre-lo da cabeça até ao ponto em que contacta com a cadeira, esforçando-se para manter essa linha direita, mas não rígida ou inexível.
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de seguida se possa pegar no arco que deverá ser sempre tocado paralelamente ao cavalete entre o cavalete e o ponto, nem muito próximo de um como do outro.
posição convencional sentada O recomendado é, sempre que puder, alterne o estudo sentado com o estudo em pé, controlando a própria postura nas diferentes situações para evitar desequilíbrios posturais. A Posição da viola no corpo também varia mas a viola d’arco deve repousar em cima da clavícula esquerda e apoiada de leve no ombro esquerdo. O uso da almofada e queixeira é facultativo mas caso se usem, a almofada é colocada no ombro e a viola d’arco é agarrada pela mão esquerda afastando-se cerca de 40ª graus do corpo. O queixo é colocado não exactamente dentro da concavidade da queixeira mas a seu lado, para evitar uma inclinação em excesso do pescoço. O braço esquerdo deve estar na direcção do pé esquerdo e deve-se conseguir segurar a viola d’arco sem o apoio da mão esquerda. Caso tal não aconteça, há que ajustar algum dos parâmetros referidos imediatamente para que
posição correcta
posição incorrecta
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Para a posição da mão esquerda e do polegar, equilíbrio e naturalidade são novamente o mais importante. Sem qualquer tensão os quatro dedos devem repousar no ponto/escala. Imagine o seu braço esquerdo preso no ombro, e é essa a posição que a sua mão deve ter quando posta no ponto da viola. O cotovelo deve car pendurado debaixo do instrumento, rodando conforme o tamanho dos dedos e mantendo-se rígido para o braço se mexer com exibilidade em volta do ponto. O pulso não deve permitir que a mão se dobre para qualquer dos lados, devendo ainda alinhar com o antebraço (embora em posições aguda não se possa seguir esta regra. O polegar actua como um contraforte para a pressão exercida pelos dedos que pisam as cordas e não deve projectar-se muito acima do ponto nem para a frente ou deitado, sendo desaconselhável pressioná-lo com demasiada força pois pode transformar a mão num grampo imóvel e desconfortável. Enquanto se toca, os dedos devem manter-se na corda sempre que possível e mesmo quando parece impossível ou desconfortável, tendo primeiro dedo (indicador) como base ou guia, deve procurar-se uma posição em forma de concha que seja segura e exível para a mobilidade dos dedos em todas as posições, nunca esforçando.
Posição da mão direita: O
trabalho da mão direita é de friccionar o arco na corda no sítio certo, na direcção e velocidade certa com a pressão necessária. O arco funciona como uma extensão do braço, devendo ambos funcionar como um todo. Podemos pensar no arco como uma mola e a mão direita como o que determina o movimento dessa mola, devendo estes ser fáceis e uidos. A forma como a mão é colocada no arco pode variar de época para época, de escola para escola, podendo o arco ser agarrado no ponto de equilíbrio ou no talão. Seguindo esta última hipótese, podemos começar por pegar novamente na naturalidade e descontracção. Forme um círculo com os dedos polegar e indicador, a parte de dentro do
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polegar deverá car em contacto com a parte inferior da bainha, próximo daquele alto preto junto ao talão. O dedo indicador na vara, o dedo médio na parte inferior do arco, em frente ao polegar sem lhe tocar, enquanto os outros dedos dobrar-se-ão ligeiramente sobre a vara. Ficando os dedos médio a anular mais juntos, sendo por
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muitos vistos como a posição “coelho” e estes dois dedos os dentes grandes do mesmo. O mindinho repousa na parte superior da vara perto do parafuso, fornecendo uma contrapressão ao polegar, é o único dedo que fosse em pé. Conseguindo segurar-se o arco apenas com o polegar e o mindinho.
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01 - Posição correcta da mão direita. 02 - Posição errada da mão direita devido à má colocação do dedo indicador.
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03 - Posição errada da mão direita devido à má colocação do dedo mindinho.
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Efeitos sonoros Surdina
A surdina é uma pequena peça de madeira ou metal que se prende no cavalete de modo a bloquear as suas vibrações, resultando assim um efeito sonoro mais fraco e baço. A aplicação
da surdina é exigida em muitas passagens do repertório orquestral, explorando assim um timbre diferente. O termo senza sordino cancela o efeito surdina.
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Scordatura É a anação fora do comum de um cordofone Foi muito utilizada na música de alaúde dos destinada a facilitar determinados tipos de séculos XVI e XVII e consistia quase sempre passagens difíceis e obter acordes, normalmente na passagem da corda grave Lá para Sol. impossíveis ou mesmo mudanças tímbricas.
Harmónicos A orando com o dedo as cordas em ponto bem determinados obtém-se as notas correspondentes aos harmónicos naturais da corda, com uma sonoridade muito diferente do som
Sul tasto
Este efeito, também chamado autando, é obtido tocando com o arco sobre o ponto, o que produz uma sonoridade mais suave, delicada e
natural. Os harmónicos articiais são obtidos da mesma maneira, mas calcando a corda com o primeiro dedo (em vez de usar a corda solta) e aorando-a com o quarto dedo, o mindinho.
aveludada, um som com mais fundamental e menos harmónicos.
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Sul Ponticello Sinónimo de “no cavalete”. Aqui, pelo contrário, pois a mais pequena variação na sua posição toca-se o mais perto possível do cavalete, o que faz uma grande desigualdade tímbrica, tirando exige um excelente domínio técnico do arco, o efeito de um som metálico e sombrio.
Pizzicato
Quando surge a indicação pizz, passa-se a beliscar as cordas com o dedo, em vez de as
friccionar com o arco, que só volta a ser usado quando aparece a indicação arco.
Pizz.
Vibrato Efeito que ocorre quando se roda o pulso da mão produzida. É especialmente ecaz nas notas de esquerda ou se ”vibra” os dedos, provocando longa duração e confere ao som uma qualidade assim, uma pequena e rápida utuação na nota quente e emotiva.
Col legno Em vez de se tocar com as cerdas, usa-se a Usa-se sobretudo como efeito orquestral, mas vara do acro (legno signica madeira), quer tem o inconsciente de contribuir signicamente friccionando as cordas, em legato, quer (na para a deterioração dos arcos. maior parte dos casos) percutindo-as.
Glissando Corresponde à evolução progressiva da altura duas notas que se podem tocar na mesma corda, de um som entre uma nota e outra, passando por obtêm-se fazendo deslizar a mão da posição da todas as alturas intermédias de forma contínua, primeira para a segunda. Pode ser indicado de e não em escala. Se o glissando é feito entre várias maneiras.
g li ss.
Trilo Efeito indicado na pauta por tr, podendo também próxima dela – seja de meio-tom ou um tom – com muita frequência estar notado por uma alternando rapidamente entre ambas para obter linha ondulada sobre uma nota. Para o produzir, o valor completo da nota assinalada. (imagem na página seguinte) deverá dedilhar essa nota especíca e uma nota
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Como se faz
Escrito
Tremolo Efeito que se assemelha bastante ao trilo, mas adjacentes. Também pode ocorrer apenas numa que ocorre entre duas notas com mais do que nota, provocando assim uma repetição rápida um tom ou meio-tom de intervalo. Pode ser na dessa nota. mesma corda – ou tocado entre duas cordas Ecrito
Como se faz
=
Cordas dobradas e acordes Na viola á possível tocar simultaneamente duas notas, desde que seja possível produzir estas em cordas adjacentes, sem que a mão esquerda mude de posição. Este efeito é muito explorado em peças a solo de carácter virtuosistico, podendo um só instrumento tocar duas melodias independentes. Embora na viola apenas seja possível tocar duas notas simultaneamente, são usados com certa frequência acordes de três ou quatro cordas. Naturalmente, estes apenas são executáveis desde que todas as notas que não correspondem a cordas soltas possam ser obtidas simultaneamente, sem que a mão Cordas Dobradas
esquerda muda de posição. Para executar um acorde de três sons o músico procede em duas fases: primeiro fricciona as cordas correspondentes à nota mais grave e à do meio; após um breve instante, muda instantaneamente o plano do arco, de modo que este deixe de tocar a corda grave (que continua a vibrar livremente durante algum tempo) e passe a actuar sobre a mais aguda, continuando a friccionar na corda do meio. Para haver uma boa sonoridade, é essencial que a velocidade do arco e a sua aderência à corda do meio não se alterem quando muda de plano.
Acordes
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Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Articulações lém dos efeitos referidos existem golpes de arco destinados a outros efeitos característicos, diferentes articulações denominadas como:
A
Legato: Para emitir o som de todas as notas
intervalos. Na pauta esta articulação é indicada de modo uido e suave, sem interrupções ou por uma ligadura de expressão.
Detaché: É a maneira recorrente de tocar
direcção da arcada muda consoante a nota.
as notas com o arco separadamente, em que a
Staccato: As notas deverão ser tocadas com golpes de arco curtos e isolados, quase como détaché, mas numa duração inferior. Desse
Portato:
modo, as notas deverão possuir um carácter “cortado”.
Este género de golpe implica uma sinais de tenuto, ou seja, um pequeno traço ligeira separação das notas, ocorrendo tanto na horizontal por baixo da nota principal – debaixo ponta como no talão. É indicado na pauta com de uma ligadura de expressão.
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Martelé:
Signica “martelato”, e tal como arcada curta e incisiva, bem articulada, pesada o nome indica, é a forma mais violenta de e isolada. articulação, em que cada nota é tocada com uma
Spicatto:
Este género de articulação usa- do golpe de arco nas cordas enquanto as notas se habitualmente em passagens rápidas. Tem são tocadas. u u v implícito um ressalto consciente ou espontâneo
Ricochete:
Este género de articulação uti liza-se em passagens maia virtuosas, é um tipo de articulação muito semelhante ao jété. A diferença consiste em que o jété é feito com diferentes arcos (uvuvuv) e o ricochete é feito na mesma arcada/direcção. (uu)
Jété: Sinónimo de “saltado” ou “lançado”, esta articulação consiste em “lançar” a terça parte superior do arco sobre a corda, provocando, assim, um ressalto do arco e resultando numa sucessão de duas a seis notas rápidas.
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Métodos da Viola d’arco Método de Hans Sitt iolinista, Violetista, professor e compositor checo, nascido em 1850. O seu pai era luthier e após Hans fazer o secundário regular, foi enviado para o Conservatório de Praga com o intuito de estudar violino e composição. Desenvolveu uma boa carreira como intérprete e professor de violino, tocando viola de 1883 a 1895 no quarteto Brodsky em Leipzig, compondo peças e concertos para uma diversidade de instrumentos bem como manuais pedagógicos como é o caso de “Pratical Viola School” (1891) e “15 estudos para viola, op. 116” (1913).
V
Método Carl Flesch iolinista húngaro nasceu em 1873 começando a estudar este instrumento aos 7 anos passando por Viena, Paris, Berlim e Londres. Ficou para a história pelo vasto repertório que tocava a solo bem como a música de câmara e livros técnicos. Exemplos destes é “The Art of Violin Playing, 1923” no qual invoca o conceito do violinista como um artista e não apenas um virtuoso. O seu sistema de escalas é o modelo a seguir por qualquer violinista. Morreu na suíça em Novembro de 1944. O sistema de escalas foi transcrito para viola por Charlotte Karman
V
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Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Método Sevcik iolinista checo nasceu em 1852 começando as suas lições musicais com o pai. Estudou no conservatório de Praga e começou a sua carreira como concertino de concertos Mozartianos em Salzburg. Destacou-se como solista e performances de música de câmara como Eugéne Ysaye e como professor de violino em Salzburg, Viena, Praga, Kharkiv, Kiev, Londres, Boston, Chicago e Nova York. Os seus estudos e métodos para violino são grandes ferramentas para o estudo técnico actual do instrumento estando publicados em diversos livros como “The Little Sevcik (que ensina o sistema de semitons em 149 exercícios); School of Violin Technics; Shifting na Preparatory Exercises in Double Stoppu e Schule der Bogentechnike em 6 partes (1893). Foram transcritos para viola por Max Aronoff.
V
Método Schradieck iolinista alemão nascido em 1846 iniciando os seus estudos do instrumento com o pai. Continuou os seus estudos em Bruxelas, Leipzig r Moscovo, regressando mais tarde à terra natal, Hamburgo, onde a sua reputação como professor cresceu sendo a sua série de livros de estudos para violino um dos mais usados actualmente por todo o mundo. Transcrito para viola por Samuel Lifschey
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Método Suzuki esenvolvido por Shinichi Suzuki no Japão após a Segunda Guerra Mundial. O objectivo deste é tentar envolver o estudante com a música da mesma forma que ele aprende a sua língua materna seguindo o ambiente de amor, bons exemplos, elogios e um determinado tempo de estudo, de acordo com o desenvolvimento do aluno.
D
Método Bruno Giuranna e orquestra de Giorgio Federico Ghedini; Colabora regularmente com orquestras como a Filarmónca de Berlim, Scala de Milão bem como com maestros de renome, Claudio Abbado, Carlo Maria Giulini, … Foi professor na Hochschule fur Musik em Berlim e na Royal Academy em Londres, actualmente é na Universidade de Limerick. Dá inúmeras masterclasses pelo mundo, é frequentemente convidado para o festival Marlboro em Vermont e júri do Concurso Internacional de Viola Bruno Giurana no Brasil. A sua extensa discograa inclui a sinfonia concertante de Mozart (com Henryk Szerying), os concertos de Vivaldi para viola d’amore ioletista italiano nascido na cidade de complestos, e os quartetos com piano de Mozart. Em 1900 grava os trios de cordas de Milão em 1933. Bruno Giurana Completou os seus estudos musicais (em Beethoven com Anne-Sophie Mutter (Violino) violino e viola) no Conservatório de Santa e Rostropovich (cello) para a Deutsche Cecília em Roma. Foi membro fundador do Grammaphon e é nomeado para um grammy grupo de música de câmara “I Musici” e desde tendo também a sua gravação do concerto de que iniciou a sua carreira de solista em 1954 fez Boccherini arrecadado o prestigiado prémio concertos por todos os continentes, tendo sido “Grand Prix du Disque”. o seu primeiro concerto dirigido por Herbert von Karajan e a estreia do concerto para viola Site: www.giuranna.it
V
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Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Exercícios Porquê os exercícios? o tocar viola d’arco, o instrumentista deve sentir-se livre, o espírito deve ocupar-se constantemente de vericações de rotina. Deve ser qualquer coisa como uma segunda natureza mental. Cada parte, cada movimento, devem ser vericados, a exibilidade do ombro, a mobilidade do pescoço, o dedo, o cotovelo, o pulso, os pés, tudo calmo, relaxado coordenado. Os exercícios técnicos são uma boa ajuda para o processo de aprendizagem do instrumentista e embora possam revelar-se aborrecidos, estes exercícios tal como o nome indica permitem aperfeiçoar a técnica e são tão importantes como respirar. Devem ser vistos não como uma obrigação mas um meio para atingir determinado m e, se forem feitos com um objectivo especíco, alcançará resultados mais depressa do que se tocar sem método nenhum. Organização. Organize sessões práticas, comece lentamente e não se sinta desencorajado se levar mais tempo que o previsto ou desejado, todos
A
têm de o fazer, praticar, praticar, praticar. Nunca ignore os erros, pare e volte a tocar essa secção, só poderá avançar na obra depois de tocar correctamente essa secção cinco vezes seguidas. Enquanto isso, não olhe muitas vezes para a mão esquerda, pode estar a criar alguma tensão e os dedos deverão habituar-se às distâncias entre as notas e o ponto. Leia a partitura, pense em como a quer musicar, cante em voz alta ou ligue o metrónomo para ter um tempo regular, depois a prática traz-lhe o resto. Nota: Grande parte dos exercícios corporais e diversos foram adaptados de “Lição do Mestre”
Sinais a saber: W.B. = U. H. = L. H. = H. B. = P. B. =
Todo o arco (em inglês, whole bow) Metade superior do arco Metade inferior do arco Metade do arco Ponta do arco
a) AQUECIMENTO Os exercícios de aquecimento são importantes para aquecer os tendões e dar um primeiro movimento aos dedos, bem como para desenvolver a exibilidade e velocidade dos mesmos. Não é muito correcto o violetista começar um ensaio sem antes aquecer, deve
começar por fazer cordas soltas, exercício de colocação do primeiro dedo, exercícios de aquecimento (por exemplo algo como os três de seguida apresentados) e uma escala. Também pode optar por fazer exercícios do método de Schradieck para a agilidade e velocidade.
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Exercício I: “Trilos” Este exercício é para ser feito com todo o arco primeiras notas em grupos de semicolcheias (quatro tempos por arco), som cheio e mantendo compasso a compasso. Um passo seguinte pode sempre que possível os dedos na corda. Trata-se ser a realização deste exercício com ritmos. basicamente de uma escala alternando as duas
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Exercício II: Exercício terceiras (uma oitava) 0
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Exercício III: Exercício terceiras (duas oitavas) 0
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b) AFINAÇÃO Exercício I: Escalas e Arpejos em três oitavas (com dedilhações) As escalas devem ser sempre estudadas inicialmente devagar, piano e com especial atenção à entoação das notas. Pratique desde uma nota por arco até oito notas por arco bem como a escala toda no mesmo arco, repetindo as vezes necessárias até terminar para baixo. Passo 1 – Uma nota por arco terá de repetir uma vez até terminar para baixo. Passo 2 – Duas notas por arco, será necessário repetir duas vezes. Passo 3 – Três notas por arco, terá de repetir uma vez. Passo 4 – Quatro notas por arco, será necessário repetir quatro vezes. Passo 5 – Cinco notas por arco, terá de repetir cinco vezes.
Passo 6 – Seis notas por arco, será necessário
repetir duas vezes. Passo 7 – Sete notas por arco, terá de repetir uma vez. Passo 8 – Oito notas por arco, será necessário repetir oito vezes. (Quando praticar com mais que uma nota por arco, preste atenção para que se utilize a mesma quantidade de arco para cada nota - boa distribuição de arco). De seguida encontra um primeiro exemplo de uma escala e arpejos na partitura. Mudando a escala, a única coisa a alterar é a nota inicial e a dedilhação que segue posteriormente por números, havendo o caso de diferentes escalas que possuem a mesma dedilhação.
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Escala de Dó Maior 3 Oitavas e respectivo Arpejo sca a 1
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4 Arpejo
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Bem como possíveis variações c;
3
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WB
HB
WB
1/4B
Etc;
Etc; 6
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6
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WB 1/6B
WB 1/8B
Dedilhações da escala de Dó Maior e Arpejo 0123412 3412123 4121234 4432121 4321214 32143210 – 020 131 131 413 113 1020
Dedilhações da escala de Dó menor e Arpejo 0123412 3412123 4121234 4323213 2143214 32143210 – 020 131 131 413 113 1020
Dedilhações da escala de Ré b Maior e Arpejo 1234123 4121234 1231234 4432132 1432121 43214321 – 131 131 131 413 113 1131
Dedilhações da escala de Dó # Maior e Arpejo 1223412 3412123 4121234 4432121 4321214 32143221 – 132 131 131 413 113 1231
Dedilhações da escala de Dó # menor e Arpejo 1223412 3412123 4121234 4323213 2143214 32143221 – 131 131 131 413 113 1131
Dedilhações da escala de Ré Maior e Arpejo 1234123 4121234 1231234 4432132 14132121 43214321 – 131 131 131 413 113 1131
Etc;
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Dedilhações da escala de Ré menor e Arpejo 1234123 4121234 1231234 4323212 1432121 43214321 – 131 131 131 413 113 1131
Dedilhações de escalas como Mi b Maior, Mi Maior, Fá Maior, entre outras e Arpejos 2341234 1212341 2121234 4432132 1321432 14321432 – 242 113 213 431 413 2142
Dedilhações de escalas como Mi b menor, Mi menor, Fá menor, entre outras e Arpejos 2341234 1212341 2121234 4323213 2143212 14321432 – 242 113 213 431 413 1242
Exercício II: Arpejos
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c) AQUECIMENTO/ AFINAÇÃO Exercício I: Afasta-Aperta
Deve começar-se na terceira posição, como no exemplo na corda ré (embora também possa e deva fazer na dó, sol ou lá). O intuito do
exercício é treinar os espaços entre os dedos com notas bemóis, sustenidos ou naturais, bem como a abertura/exibilidade dos mesmos.
1
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gliss. 1
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No entanto existem outras variantes para este primeiro dedo. exercício, podendo-se começar pela corda solta u
core
B
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™ ™ gliss. 1
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B
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B
gliss. 1
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d) MUDANÇAS DE POSIÇÃO Exercício I: Mudanças Mantendo o dedo nas corda sempre que possível, exercitar as mudanças de posição em segundas, terceiras, quartas, quintas, sextas,
sétimas e oitavas. Segue de seguida o exemplo do exercício com segundas e terceiras.
Segundas
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e) VIBRATO Exercício I: Vibrato Este exercício desenvolve-se em redor de quatro guras: 3
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Passo 1 – Sem a viola, com o intuito de relaxar
4
Nota: Fazer vibrato relaxado com cada dedo.
o braço e a mão, coloquemo-nos em posição de Passo 4 – Exercitar a primeira falando as quatro tocar. Metrónomo com semínima a 60, fazemos guras rítmicas faladas anteriormente as quatro guras. De salientar que deve sempre Passo 5 – Com o uso de metrónomo, exercitar soar nota inicial – nota inferior – nota inicial cada dedo, um vibrato normal até ao mais rápido Passo 2 – Repete-se o exercício mas com a possível. viola. Passo 6 – Repetir todo o exercício na terceira Passo 3 – Sentados numa cadeira, viola ao colo posição e posteriormente quando seguro em como se fosse uma guitarra, fazem-se exercícios todas as outras. diminuindo a amplitude do vibrando
f) ARCO Exercício I: Para Mudanças de arco Use o seguinte arco para variações por exemplo seus dedos estão soltos e exíveis da escala de Dó Maior. Certique-se que os
Exercício I: Para arco legatto Passo 1 – Estudo Nr. 2 de Kreutzer (Livro de 42
estudos, diversas edições)
Passo 3 –
Outra variante, com ritmos sempre
legatto.
Executar escalas colocando primeiro na ponta do arco a mão com posição ção para ter o mesmo som para baixo e para a subir e de seguida no talão com posição a cima. descer. Passo 2 – Executar o estudo estando com aten-
Passo 1.b) –
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Pequenos apontamentos de como ficar com o bichinho da Viola d’Arco EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Exercício II: 11 Exercícios para a mão direita Passo 2 - Mover
Preparação: Passo 1 - Braço direito esticado. Passo 2 - Segurar
no meio do arco com a mão
esquerda.
o arco para o lado direito (é muito importante que esteja a segurar o arco na posição correcta). Passo 3 - Mover o arco para o
lado esquerdo.
Deve ouvir o som, uma espécie de vento rápido, que é produzido com esta movimentação e repetir o exercício várias Passo 4 - Exercitar a colocação do mindinho e vezes, tendo a mão xa mas não rígida. voltar a tirar. Colocar o polegar contra o dedo médio, fazer isto várias vezes sem deixar que os outros dedos se movam. Passo 3 - Suspender
os dedos da mão direita, sem polegar, na segunda falange.
Passo 4 -
4º Exercício: “Rodar o dedo polegar” Passo 1 - Por a palma da mão virada para o ar, a
1º Exercício: “Macaco”
segurar no meio do arco.
(arco na posição vertical.)
Passo 2 - Primeiro
Trepar com a ponta dos dedos até à ponta do arco. Passo 1 -
Passo 2 - Na
volta, até ao talão, a mesma coisa, também com a ponta dos dedos, tentado empurrar o arco com o mindinho.
2º Exercício: “Lagarta”
com o polegar esticado e depois rodá-lo entre as falanges 1 e 2.
5º Exercício: “Soldado” Passo 1 - Pousar
a ponta do arco no ombro esquerdo e fazer com que o braço direito que na posição de um L. Passo 2 - Levantar a vara com o dedo mindinho
(arco na posição horizontal.)
e deixar cair no ombro.
-Fazer o mesmo que no 1º exercício mas, desta vez, com o arco na horizontal.
Passo 3 -
Quando isto já estiver bem, pode-se começar a fazer o mesmo exercício com ritmos. Por exemplo:
3º Exercício: ”Limpa pára-brisas” Passo 1 - Colocar
a mão direita na posição em
que se toca.
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2
3
4
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e
2
e
3
e
4
e
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6º Exercício: “Puxar e Empurrar”
9º Exercício: “Pintar”
Passo 1 - Segurar na ponta do arco com a mão
Passo 1 –
esquerda, isto um bocadinho acima do ombro esquerdo. Passo 2 - Colocar a mão direita.
O mesmo movimento de pulso que foi feito no 7º exercício mas, desta vez com a vara na posição horizontal. Passo 2 - Pulso para cima.
Passo 3 - Oferecer
um bocado de resistência Passo 3 - Pulso para baixo (atenção para ter o com a mão esquerda. polegar redondo) Passo 4 - Quando o arco é para baixo, puxar com o dedo indicador, não é necessário que o mindinho que colocado na vara, dependendo 10º Exercício: “Escrever o nome” do tamanho do braço de cada aluno. Passo 1 – Escrever o nome utilizando o arco, Passo 5 - Quando o arco é para cima, empurrar como se o ar fosse uma folha de papel. Tomar com o dedo mindinho. Ter atenção que o dedo atenção de que todas as articulações se devem mindinho que redondo e o indicador a apontar movimentar mas, de uma forma relaxada. para o ar.
11º Exercício: “Exercício de equilíbrio” Passo 1 - Equilibrar a vara entre o dedo mindinho e o polegar.
7º Exercício: “Limpar ou Encerar” Passo 1 - Colocar
ambas as mãos, na ponta do arco por cima do ombro esquerdo. Passo 2 - “Encerar”
o arco para baixo e para
cima. Passo 3 – Quando o arco vai para baixo, esticar
os dedos. Passo 4 - Arco para cima, terminar com o
dedo
mindinho redondo e o dedo indicador a apontar.
8º Exercício: “Abrir e fechar a porta” Colocar a mão direita na posição em que se toca com o arco, com o arco na posição vertical. Passo 1 -
Passo 2 - Mover
o pulso devagar e depois abaná-lo, da posição original para a direita, da direita para a posição original.
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Exercício III: Exercício em Fortíssimo para o som Passo 1 - Colocar o meio do arco na corda. Passo 2 - Mover
atenção para que se mantenha direito (usar todas as cerdas).
o arco sem que se ouça no som da nota. Primeiro com o indicador, depois Passo 5 - Arco para cima fazer a força, para com o dedo médio, seguindo com o anelar e puxar o arco, com o dedo mindinho. terminando com o dedo mindinho. Passo 6 - Ter atenção á posição em que se está Passo 3 - Agora com som. (O mesmo movimento de pé, principalmente à forma como os pés estão com os dedos mas desta vez com pequenos apoiados e se os joelhos estão dobrados. ataques) Passo 7 - Usar o corpo de forma a que se possa Passo 4 - Tocar com todo o arco perto do cava-
lete, lentamente. Arco para baixo com
produzir um bom som, relaxando os ombros, mantendo uma posição direita e nunca curvar o peito.
Exercício IV: 7 Exercícios no talão para estudar escalas 1º Exercício:
Passo 1 - Arco rápido e à corda. Quando o
arco chegar ao talão o indicador deve estar a apontar para o tecto e o mindinho redondo. Depois de se chegar ao talão nesta posição tem que se tentar sentir o braço suspenso e completamente relaxado. Passo 2 -
2º Exercício: Fazer tercinas no talão movendo o arco só com os dedos. Começar as escalas com o arco para baixo ou para cima. Passo 1 -
Arco rápido, mas desta vez não parar no talão mas continuar como se o braço 3º Exercício: levantasse voo. Isto num só movimento. Passo 1 - No talão, u u u u ou v v v v. Atenção ao indicador (quando o braço parar no Passo 2 - Com todo o arco. (O movimento do ar) se está a apontar para o tecto. Ainda com o braço continua sempre como se fosse levantar braço no ar, abanar a mão. Depois disto, praticar voo.) um boa “aterragem” do arco na corda. Passo 3 - Estudar isto com o arco para cima e Ter muita atenção com a qualidade do som para baixo. (Os movimentos do braço devem produzido. ser sempre circulares.)
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4º Exercício:
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Passo 1 - Fazer
este ritmo no talão só com o 6º Exercício: movimento dos dedos. Passo 1 - Este exercício consiste em movimentar Passo 2 – Nas primeiras vezes à corda e depois, o arco para baixo, a começar na ponta, e para o mesmo movimento fora da corda. cima no talão.
7º Exercício:
5º Exercício:
Disparar o arco da ponta e voar com Passo 1 - As notas com um traço usar o arco ele num movimento circular até voltar outra vez todo. à ponta. Passo 2 – As notas que têm pontos tocar no Passo 2 - Enquanto o exercício está a ser talão apenas com o movimento dos dedos. executado não esquecer de vericar a posição do Passo 3 – Fazer os passos anteriores com cordas indicador (apontar para o tecto) e do mindinho soltas. (redondo). Passo 4 – Experimentar com oitavas duplas. Passo 1-
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Exercício V: Fortalecimento do arco Passo 1 - Pegue no arco e com a
mão livre mais diferentes visto que não há um único movimento ou menos a meio do seu comprimento. que possa ser autónomo. Passo 2 - Faça força com a mão que normalmente
círculos no ar com o arco. trabalha o arco - sinta a resistência à pressão. Estes podem ser feitos só com o pulso, ou o (Um exercício útil é fazer rodar o arco com os braço, ou incluindo pulso, braço e ombro. dedos esticados.) Passo 5 - Erga o braço na horizontal, fazendo Passo 3 - Repita depois com os dedos ectidos
Passo 4 - Descreva
pressão com o dedo mindinho, o que estabelece e verá que os ângulos do braço e do pulso serão o equilíbrio.
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Exercício VI: Para cima e para baixo Observe a maneira como a mão começa a adquirir inclinação no começo do impulso, a subida do arco, agarrado com a outra mão a ponta deste. A posição dos dedos muda consoante a direcção e a força do movimento. Passo 1 -
cedência à gravidade – alongando a distância da espinha à ponta dos dedos. Passo 4 - No
entanto, a subida é igualmente uma cedência; procure senti-la. Passo 5 - Mais
ou menos a meio da subida Passo 2 - Repare na posição uma vez concluída verica-se uma curvatura nas costas, uma a descida do arco. sensação de amplexo, de cair sobre um colchão Passo 3 - Tanto o movimento de subida como de ar, particularmente notória se expirar ao o de descida do arco devem apresentar uma efectuar o movimento de subida. inclinação natural. A descida corresponde à
Exercício VII: Mudanças de cordas Um exercício simples com o intuito de coordenar direito, quanto melhor este for melhor soará a os movimentos dos dedos do arco, antebraço e mudança de corda. braço. Passo 3 – Relembra que numa arcada para cima, o braço deve estar sempre paralelo ao arco e que Passo 1 – Toca no meio do arco. os dedos se devem manter sempre exíveis. Passo 2 – Atenção ao movimento do ombro ™ ™
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g) CORPORAL Exercício I: Exercício esticar Passo 3 - Torça
o mais que puder o tronco, até sentir esticar a parte de trás da perna, os ancos e a virilha. Passo 4 - Conte até dez. Passo 5 - Repita o exercício com a outra perna. Passo 6 - Faça seis vezes de cada lado. Passo 7 - Estique
agora ambas as pernas à sua frente e, mantendo-as ligeiramente afastadas, incline-se e agarre os dedos grandes ou os dedos todos. (Se, inicialmente, não conseguir chegar ais dedos, comece por agarrar os tornozelos, ou o mais abaixo possível nas pernas).
Este exercício faz esticar diversas partes do corpo: dedos, pés, tornozelos, virilhas, ancos, Passo 8 - Depois, fazendo pressão no chão com ombros e pescoço. E um bom aquecimento cor- a parte de trás das pernas e a região lombar o poral é bastante importante para evitar lesões. mais dobrada possível. Passo 1 - Sente-se com uma perna o mais Passo 9 - Curve-se e puxe. dobrada possível e estique a outra perna no chão, mantendo-a direita. Passo 2 - Agarre o dedo grande e vire o tronco
para o lado, tentando olhar por cima do ombro, o mais longe possível da perna esticada.
Exercício II: Exercício dobrar esticar Levar as mãos ao chão é um velho exercício, sempre útil, desde que não se dobrem os joelhos! É possível efectuar algumas variantes em relação à posição das mãos, que, independentemente do interesse que possam ter, são também benécas. Pode tocar no chão com os dedos esticados ou assentar as palmas das mãos no chão com os dedos juntos e esticados. Pode deixar prender descontraidamente os braços e as mãos, de modo que a parte de trás dos dedos roce no chão, ou então esticar totalmente os braços e tocar no chão com as pontas dos dedos o mais à frente possível.
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Exercício III: Relaxar o pescoço Este exercício é também sobejamente conhecido dos violinistas e só traz vantagens. Quando se toca violino ou viola d’arco, é da maior importância que o pescoço esteja livre de qualquer compressão. Passo 1 - Deixe pender a cabeça para trás a m
de o pescoço se descontrair. Parecer-lhe-á que a cabeça vai cair – não convém força-la, mas antes movimentar o corpo de forma que a cabeça se mova também uma vez relaxado o pescoço. Passo 2 - Incline-se
agora para um dos lados, depois para a frente, para o outro lado e para trás, deixando a cabeça descrever um círculo completo. Passo 3 - Repita no sentido
inverso.
Passo 4 - Faça
sempre os movimentos com lentidão e de forma descontraída. (Bastam três vezes em cada sentido.)
Exercício IV: Bolinhas chinesas São artefactos de origem chinesa utilizados para exercitar as mãos, para o aquecimento e destreza dos dedos de ambas as mãos. Shen foi chamado ao palácio e passou a “artesão imperial”, produzindo bolas de ferro somente A sua história para a corte, cando a sua criação conhecida Também denominadas de bolas de ferro, como o “tesouro do palácio”. surgiram em Baoding – cidade da história milenar chinesa, vindo a sua criação da dinastia Song (960-1127d.C.), onde eram utilizadas Beneficios terapêuticos como uma componente da arte marcial “As bolas soam como sinos relaxantes que budista. Na dinastia Ming (1368-1644d.C.), o respondem à natureza e à uência dos cinco ferreiro Wang Meng Shen de Guan Shi-Qiao, dedos, assim exercitando os músculos e incentivado por um sonho que tivera, criou duas activando a circulação sanguínea. Elas também bolas de ferro, para um conjunto, baseadas no relaxam os seus cinco órgãos vitais e prolongam conceito yin-yang “uma que fala como o dragão a sua vida. Segurando as duas bolas e fazendo e outra que canta como a Fénix”. Wang Meng movimento cíclicos em suas palmas, você será
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capaz de escutar o dragão falar e a Fénix cantar. A sensação é única: é alcançar os imortais e voltar às mais simples sensações dos tempos antigos. As bolas estimulam também os vários pontos de acupunctura presentes na mão, activam o sistema nervoso central, beneciam o cérebro, melhoram a memória, aliviam o cansaço, desligam a pessoa das preocupações e do cansaço mental, e auxiliam no tratamento de problemas com mão em geral. Há ainda registo de pessoas que as usam para curar-se de artites dos dedos e juntas, hipertensão, e doença de idade. Assim, elas prolongam a vida das pessoas e são um tesouro necessário, especialmente para pessoas que utilizam muito as mãos e a cabeça.”
Liu Shou-Zhen, médico famoso de Baoding, o primeiro a comprovar os benefícios O seu uso é semelhante ao das bolas de ténis por sioterapeutas ocidentais. Podem contribuir para a recuperação de con-tensões, ou ainda para exercitar a força e agilidade;
Como se utilizam: Utilizadas em exercícios, elas devem ser colocadas juntas na palma da mão, e fechando os dedos, fazendo movimentos circulares, contínuos no sentido do relógio e anti-relógio, podendo exercitar-se as duas mãos ao mesmo tempo ou alternadamente.
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h) DIVERSOS Exercício I: Aprender a caminhar É essencial que o violetista saiba ter uma postura correcta – bem equilibrada, com a cabeça na posição correcta. Todavia, estes aspectos, aparentemente simples, nem sempre são bem compreendidos. A harmonia e o equilíbrio implicam que as partes do corpo funcionem com independência e os exercícios que se seguem permitem a sua melhor compreensão. Comece de pé, com as pernas afastadas, equilibrando o corpo, de modo que o peso de distribua igualmente. Passo 1 -
Passo 2 - Transra então todo o peso lentamente
para a perna esquerda e depois para a direita. Passo 3 - Experimente
agora movimentar a cabeça e veja como toda a postura é afectada. (A cabeça pesa bastante.) Passo 4 - Incline
ligeiramente o corpo para trás – os ombros caídos e relaxados. Sentirá a cabeça puxá-lo para trás. Passo 5 - Incline-se
então um pouco para a frente, transferindo o peso para o pé esquerdo. Erga a cabeça bem direita, o queixo para dentro. Este aspecto é importante – poder sentir o centro de equilíbrio. Partindo de uma posição de equilíbrio centrado, estará apto a movimentar-se em qualquer direcção, mas a posição básica do corpo – e do arco e do violino – está centrada. Passo 6 -
Exercício II: Exercício respiração Os exercícios respiratórios são ideais para descontrair e podem ser feitos na cama de manhã, antes de se levantar. Prero fazer este na posição de lótus, mas não é necessário.
Passo 1 - Sente-se
numa posição confortável, direita e equilibrada. Passo 2 - Aperte
o nariz logo abaixo da cana com o polegar e o indicador.
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Passo 3 - Tape
a narina direita e inspire pela esquerda, contando devagar até cinco. Passo 4 - Agora
tape a esquerda e expire pela direita, mantendo a mesma contagem. Estabeleça um ritmo: inspire pela esquerda, tape a esquerda; expire pela direita, tape a direita. Pode optar pela contagem que melhor se lhe adeqúe, procurando manter um ritmo lento uniforme, mas sem se obrigar a uma lentidão que cause desconforto. Passo 5 –
Exercício III: Exercício de pintura Aquilo a que chamo “pintar” é um exercício que nos aproxima da acção de tocar violino. Implica movimentar os braços como se não pesassem nada. Creio que muitas pessoas não se apercebem de que é necessária consideravelmente mais arte e destreza para tocar viola d’arco com leveza do que com força. Na verdade, o melhor treino para os jovens violetistas consiste em aprender a tocar pianíssimo e sem pressão. Recorrer
à pressão impede a apreciação da subtileza, do requinte e das innitas gradações de tom e inexão de que o violino é capaz. Passo 1 - Para começar a pintar erga os braços
à frente, deixando pender as mãos. Passo 2 - Incline-se
ligeiramente para a frente e comece a descrever círculos com as mãos, em movimentos naturais, mas em sentidos opostos.
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Pode descrever círculos pequenos ou grandes, uma posição idêntica à de estar a pintar o tecto ao seu critério, partindo do movimento que já – as mãos esticadas e a cabeça ligeiramente inclinada para trás. está a executar. Passo 3 - Deixe
que as mãos se movam livre- Passo 6 - O corpo acompanha este movimento. mente, fazendo girar os pulsos. O tórax distende-se e os braços vêm totalmente atrás. Passo 4 - Comece a endireitar as costas, vértebra a vértebra, prosseguindo os círculos com as mãos e mantendo os braços levantados.
Passo 7 - Prossiga
o movimento circular.
Passo 8 - Decorridos
alguns instantes, pare e Passo 5 - À medida que desloca os braços, a baixe os braços, mantendo-os ao lado do corpo. cabeça também se vai levantando, até atingir
Exercício IV: Este exercício destina-se a fomentar a liberdade Passo 3 - Transra todo o peso do corpo para a de movimento, equilíbrio e exibilidade. perna do lado do braço esticado. De pé, com as pernas afastadas, o peso distribuído equitativamente, estenda um braço lateralmente, formando um ângulo de 45º com o corpo, a mão descontraída.
Passo 4 - Mude
Passo 2 - Deixe o outro braço ngir que segura
alternadamente, tantas vezes quantas quiser.
Passo 1 -
um violino.
Exercício V: Exercício atrás das costas
Este exercício destina-se a desenvolver a exi-bilidade dos ombros, das costas e dos pulsos. Não é fácil, mas com determinação – ou condescendência natural – é possível efectuá-lo. Erga o braço direito acima da cabeça, mantendo-o encostado à orelha. Passo 1 -
Passo 2 - Dobre-o
então até à mão descer o mais possível pelas costas até os dedos de ambas as mãos carem entrelaçados.
para o outro pé, fazendo girar o braço esticado, sem nunca deixar de segurar o violino imaginário com o outro. Passo 5 - Repita o exercício na direcção oposta,
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Exercício VI: Fingindo tocar viola Passo 1 - De
pé, com as pernas afastadas e o peso distribuído equitativamente, assuma a posição de tocar viola. Passo 2 - Descontraia as omoplatas. Passo 3 - Comece a sentir a viola imaginária. Passo 4 - A
sensação será muito delicada e em breve se aperceberá do gradual aumento da distância entre as omoplatas. As costas devem estar tão permeáveis à sensação quanto a frente – ao tocar, todo o corpo participa. Os braços estão abertos num amplexo. Passo 5 - Pegue agora no arco. Passo 6 - Abarque todo o espaço possível entre
o círculo constituído pelos braços. Passo 7 - Procure
aumentar o espaço entre os
ombros. Passo 8 - Equilibre
o arco entre o polegar e o indicador da outra mão e toque. Passo 9 - Ao
deslocar o arco para a frente sentirá as omoplatas afastarem-se, aumentando e aprofundando o espaço entre elas.
É importante estar ciente da sua imagem física e do espaço que abarca ao tocar viola. Executados todos os exercícios anteriores, estará agora Passo 10 - A descontracção ao descer o arco faz completamente relaxado e pronto a pegar no baixar os ombros e diminuir a tensão. arco, mas primeiro será o arco imaginário, só depois iremos ao verdadeiro. (É mais fácil Passo 11 - Verique os dedos que agarram o apercebermo-nos dos movimentos se não arco – deverá haver o maior espaço possível entre eles. estivermos munidos de arco e viola.)
Exercício VII: Empunhar a viola a viola confortavelmente no ombro, prendendo-o com o pescoço e mantendo-o ligeiramente levantado, sem car paralelo ao chão.
Passo 3 - Apoie então o queixo.
Passo 2 - Volte
Passo 5 - O queixo nunca deve servir
Passo 1 - Assente
agora a cabeça, levantando-a, de modo a trazer o violino para a posição de execução.
Passo 4 - A
viola encontra-se assente na clavícula; o queixo mantém-no nessa posição, mas sem fazer excessiva pressão. a posição do violino.
para xar
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Passo 6 - Experimente ver se a viola está rme,
exercida sobre a viola, este baixará.
mas levemente apoiado, fazendo-o rodar sob o queixo.
Passo 9 -
Passo 7 - Visto da retaguarda, notar-se-á o espa-
ço entre o ombro e as costilhas da viola.
Não deverá mantê-lo paralelo ao chão. Se tal suceder, será demasiada a pressão do queixo.
Retire a mão com cuidado e veja o Passo 8 - Neste ponto, se aliviar a pressão que acontece. Passo 10 -
Exercício VIII: Articulação do cotovelo Dá-se uma reacção no ombro quando o braço faz girar o cotovelo. Quando a mão se desloca em direcção ao corpo, o ombro vai ao seu encontro; quando se afasta, o ombro acompanha o movimento. Experimente pessoalmente a sensação. Passo 1 - Deixe pender o braço à
vontade; sinta
o peso no ombro. Passo 2 - Dobre agora o
cotovelo.
Passo 3 - O ombro avança ao encontro da mão.
Passo 6 - Repita agora, segurando a viola. Passo 7 - Quando
a mão estiver na posição inferior, notará que a viola ca ligeiramente subido e o braço estendido. Passo 8 - Passe
agora da posição inferior para
uma superior. Como a viola está um pouco subido, a mão descerá. Passo 9 -
Passo 10 - Sente o ombro mexer-se sob a viola?
É importante ter a noção de que toca do alto: Passo 4 - Ao mudar de uma posição para a mudando a mão de posições inferiores para superiores, terá a sensação de a deixar cair ou outra, tudo se articula no cotovelo. de a sacudir. Trabalhamos a favor, e não contra, Passo 5 - É importante estar consciente das a gravidade. implicações deste movimento.
Exercício IX: Oscilação da viola Este exercício tem duas nalidades: levar a adoptar a posição ideal para o polegar e evitar que o queixo exerça demasiada pressão sobre a viola. Tal só é possível desenvolvendo a capacidade de rodar o polegar. Como a viola não pode oscilar se o queixo exercer uma pressão demasiado forte, o exercício atingirá ambos os objectivos. Passo 1 - Faça
rodar a viola entre o polegar e cada um dos dedos, por sua vez, num movimento oscilatório. Passo 2 - Repare
na posição do polegar que sustenta a viola – está assente na última falange.
Muitos violetistas colocam o polegar demasiado acima, cando, assim, privados de usar aquela articulação. Passo 3 - Prenda
agora o braço da viola entre o polegar e o indicador e rode-o, sem apoiar o queixo. Passo 4 - Um
outro erro é colocar o polegar demasiado acima no ponto e agarrar com muita força. Passo 5 - O
segundo dedo ca na corda do sol, mas o movimento deve ser praticado aplicando um dedo de cada vez em todas as posições e em todas as cordas.
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“As raízes do estudo são amargas, mas seus frutos são doces.” (Aristóteles)
“Do mesmo modo que o campo, por mais fértil que seja, sem cultivo não pode dar frutos, assim é o espírito sem estudo.” (Cícero)
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Nota conclusiva odia começar por dizer que aprendi imenso e gostei muito de realizar este trabalho mas, sinceramente, como se diz popularmente, chamar as coisas pelo nome. Ao realizar este trabalho aprofundei e organizei muitas ideias confusas que iam na minha cabeça. Para começar, tirei todas as dúvidas (e eram muitas!) que sempre tive sobre a história/ a origem da viola. Certamente que ainda não está completo e há muitas mais histórias para descobrir, mas existem tantas variações, tantas discussões sobre as raízes deste instrumento que qualquer um ca confuso. Acabaram os dias da célebre questão bastante debatida entre violinistas e violetistas: “Violino ou viola, quem apareceu primeiro?”. Outro ponto que considero crucial foi o levantamento de que materiais quer virtuais quer impressos que um violetista tem ao seu dispor. Anal não existem assim tão poucos violetistas espalhados por Portugal e pelo mundo, basta ver pelos números da Associação Portuguesa de Viola d’arco, pela Associação Americana, pelas inúmeras associações quer regionais quer nacionais que estão por aí espalhadas, não são só os violinistas que são muitos, também existem violas! Existem livros para violas, páginas e páginas sobre violas, existe um pequeno grande mundo só para a clave de dó que para muitos ainda é desconhecido ou inacreditável, e tem de
P
o deixar de ser. Há que mostrar o célebre “Viola Power” e “Aço” que defendemos nos estágios de orquestra, e também saber ter cuidado com o nosso próprio instrumento. A nível teórico-técnico, foi-me bastante útil conhecer e distinguir todos os tipos de golpes de arco, articulações e efeitos sonoros. Muitas vezes tinha diversas questões sobre o que é realmente o spicatto, de termos contidos quer em partituras orquestrais quer mesmo de viola solo. Saber a denição das posições correctas para tocar, para não cometer erros que mais tarde são dicílimos de tirar por já se estar tão habituada a eles e que ainda podem causar problemas físicos como dores de costas ou tendinites, e acreditem que é bastante aborrecido e desanimador.
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Outra grande evolução (e a principal de todas) foi o término dos papeis soltos com exercícios apontados, que ou desapareciam, ou eram sujos com comida, ou o lápis apagava, ou simplesmente as indicações não eram claras o suciente para o realizar novamente. Finalmente a organização reina e novos conhecimentos/ exercícios surgiram ao longo do processo. Com tudo isto, não posso dizer que não aprendi nada, muito pelo contrário, e também que não gostei de o fazer, porque se fosse esse o caso não o teria aprofundado tanto em certos aspectos. Certamente que não resolvi todos os problemas técnicos que tenho e que dispendi de muitas horas para o elaborar mas acho que tomei consciência de algo que já deveria saber e que nunca acreditei muito: Há coisas que um instrumentista tem que descobrir por si, outras que precisa de uma pista para as encontrar, por
isso acho importante e não uma perca de tempo, como já ouvi várias vezes armar, que cada um estude o instrumento, não só as partituras mas a sua história, o modo de melhor funcionar com o seu instrumento em particular. Mas obviamente que as bases técnicas também têm de lá estar, fazer escalas não é aborrecido, é um meio para atingir um m, e assim que se tiver uma técnica segura segue-se para o outro patamar, explorar a natureza emocional da música através de um uso inteligente e intuitivo do som. O arco pode funcionar para um violetista como a voz para o cantor, está tudo ligado ao teu corpo, a ti, e com a viola expressas tudo o que quiseres bem como revelas o verdadeiro carácter expressivo deste instrumento. Podemos chamar-lhe trabalho de equipa, longos anos de treino, todos os termos que nos vierem à cabeça, mas a nalidade é só uma, a música, e ela vale a pena!
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Agradecimentos gradeço desde já a todos os intervenientes na realização deste trabalho, todos os que ajudaram quer em pequenos ou grandes detalhes mas que foram importantes para o resultado nal. Começo por agradecer à Professora Teresa Correia pela iniciativa de me incentivar a fazer este trabalho bem como pelo constante apoio, material que disponibilizou e conhecimentos que me transmitiu; À violetista Barbara Friedhoff por toda a atenção que desde sempre teve para comigo e por me apresentar aos exercícios técnicos de Bruno Giuranna, tendo sido este trabalho idealizado com base nos exercícios de Bruno Giuranna que me foram transmitidos por Teresa Correia e Bárbara Friedhoff; Aos meus pais, Edite Lapo e José Franco pela nalização gráca e encadernação do trabalho bem como pela paciência usual, que parece não se esgotar, ao longo dos anos, principalmente nos dias “Eu não consigo”; Ao oboísta António Filipe, por servir de modelo fotográco aquando da minha falta de elasticidade, pela resolução de todos os problemas técnicos, ideias e apoio que me deu ao longo do semestre; A todos os amigos da viola que chegaram até aqui, ao m da leitura deste trabalho e que tenham ganho uma nova perspectiva, espero que positiva, do mundo técnico da viola.
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Bibliografia Edições consultadas: MENUHIN, Yehudi – A Lição do Mestre; Gradiva; 1ª Edição; Lisboa; 1991; Tradução de Maria Georgina Segurado; VAN DER WERFF, Ivo-Jan; A Notebook for Viola Players; Kingsley Literary Services; COETZEE, Chris – Violino, Um Guia Essencial; Editorial Estampa; Lisboa; 2004; Tradução Maria Costa e Revisão Técnica Raquel Cravino; GALAMIAN, Ivan; Principles of Violin Playing and Teaching; Faber and Faber; Londres; 1970; SADIE, Stanley; The New Groove Dictionary of Musical Instruments; Macmillan Press Limited; London; 1984; Páginas 753 a 764; EDGARD, Carlos; As Vozes de Orquestra; Direcção Geral do Ensino Primário, 1965; HENRIQUES, Luís; Instrumentos Musicais; Fundação Calouste Gulbenkian; 7ª Edição; Lisboa; 2011;
Websites Consultados:
http://www.giuranna.it;
http://www.Suzukiassociation.org;
http://www.jose-sanchez-penzo.net/cfesch/;
http://mundodamusicaclassica.blogspot.com/2008/09/hans-sitt.html;
http://www.libraries.uc.edu/libraries/ccm/special_collections/Schradieck.html;
http://www.gmccb.com/index.php?option=com_content&view=article&id=13 cuidados-violino-e-viola&catid=1:latest-news;
http://www.taochia.pro.br/bolaschinesas.htm Todos os outros websites que foram referidos ao longo do trabalho, nomeadamente no mundo cibernético da viola.
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Nota: Todas as imagens da capa foram retiradas de websites de Orquestras, Escolas, Conservatórios, Universidades ou páginas pessoais, e servem para mostrar um pouco das Violas Profissionais em Portugal, havendo muitas mais por terras portuguesas bem como pelo mundo fora! Alexandre Delgado; Ana Alves; Ana Ivanova; Andre Cameron; Andrei Ratnikov; Ângela Silva; Ângela Teles; Barbara Friedhoff; Bárbara Pires; Bruno Silva; Bruno Sousa; Carina Rocha; Carla Marques; Carlos Lourenço; Christopher Hooley; Daniel_Leão; Danuta Grossmannová; David Lloyd; Dírio Alves; Emília Alves; Eugénia Lima; Eva Neiva; Francisco Pampulha; Gabriela; Gerardo Gramajo; Helena Leão; Hugo Diogo; Irma Skenderi; Isabel Martin; Isabel Pereira; Isabel Pimentel; Ivetta Natzkaya; Jano Lisboa; Jean Loup Lecomte; Joana Araújo; Joana Cipriano; Joana Pereira; João Tiago Dinis; Jorge Alves; Judit Bank; Juliana Lopes; Kátia Santandreu; Laura Blazyte; Leonor Braga Santos; Liliana Fernandes; Lu Zheng; Lúcia Lima; Lúcio Studer; Luís Noberto Silva; Madalena Melo; Maia Kouznetsova; Mariana Blanc; Massimo Mazzeo; Mónica Saraiva; Natália Tchitch; Nguyen Thu; Odete Neiva; Paul Wakabayashi; Pedro Falcão; Pedro Meireles; Pedro Munoz; Raquel Bastos; Raquel Massadas; Ricardo Mateus; Ricardo Gaspar; Rita Cardona; Ryszard Woycicki; Samuel Barsegian; Sandra Martins; Sandra Moura; Sandra Raposo; Sara Barros; Sofia Gomes; Susana Cordeiro; Teresa Correia; Teresa Fernandes; Teresa Fleming; Tirza Vogel; Toby Hoffman; Valentim Petrov; Zhanna Antoniuk.