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Este livro é uma colagem de vários textos escritos pela antropóloga francesa Barbara Glowczewski, incluindo as discussões com Félix Guattari ocorridas em seu seminário no início dos anos oit…Descrição completa
Descrição: adília lopes poemas
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Descripción: Cuento El Poeta de Hermann Hesse
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Descripción: Rilke
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prueba de comprensión lectora Federico sí o sí poeta.Full description
prueba de comprensión lectora Federico sí o sí poeta.Descripción completa
PEQUENOS DEViRES
- o poeta descalço
sumário UTOPOÉTICO PRÁTICO 07
PEQUENOS DEVIRES 29
MÍNIMAS 59
“Sob o signo do ou. O U. Transmudar-se, não restar sendo si-mesmo, virar ou-tros seres. Móbil. Sob o signo de Proteu vencerás. Por cima do cotidiano estéril de horrível fixidez careta demais Que máximo prazer, ser ou tros constantemente.” - Waly Salomão
UTOPOÉTICO P R Á T I C O
___ VIVO / VIVA / VIVAS vivo dia após dia a utopia de ser quem eu sou nesta ilusão sigo convicto minha própria voz é mudar de opinião doa a quem doer sigo convicto m'entrego ao acaso q é senhor da razão idealismo pé no chão idealismo pé no chão cabeça aberta, peito à frente viva a contradição
9
___ não entendo porque as pessoas gostam tanto de ter a razão
eu não
prefiro o meio termo do delírio à alucinação foda-se a razão
uso
10
e jogo fora
___ MATEI MEUS ÍDOLOS não por ódio não por amor matei meus ídolos paixão enclausurada de nada me serve pra fora da minha cabeça é q o sangue ferve idolatria força obscura amo não o criador, mas sua criatura pessoas são pessoas, cada um com sua ditadura matei meus ídolos para q não me engavetassem
11
___ COM ARDOR chama
um intelectual de conservador um artista de imitador um libertário de dominador um radical de regurgitador
o chamado pode não ter graça mas o q eu quero é ver subir fumaça fechar o curto-circuito com meu próprio corpo incinerar verdades inventadas chama chama a faísca primal provocadora do incêndio do desmoronamento ao caos incinera o caminho dos dis-cursos cristalizados e cristalizantes 12
chama chama COM ARDOR cursos caminhos palavras em cujo fim só existe
dor dor dor dor
13
___ violão me deixa estudar violão vai dizer q sim nem q não o q eu faço é brincadeira de prestar atenção o q me soma na cabeça é a vista da contra-mão
14
___ MACACO DE IMITAÇÃO reproduzo reproduzo prolifero cada palavra q escuto distorço e reitero macaco de imitação frases feitas são meu meio de chamar a atenção mãos presas nas bananas q me dão língua solta sem ratificação conceitos diversos nesta minha caixa uma banana eis a teoria máxima macaco de imitação sempre foi melhor repetir do q remediar
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___ TESTANDO andei testando testando por aí bati quebrei cabeça nem todo mundo chorou o galo q fica pelo menos canta na testa no teste cabeça rasgada aberta testando de frente - dor a gente finge q não sente
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___ POEMINHA POLITICAMENTE ENGASGADO democratas burocratas atas, atas e mais atas metas confusas palavras escusas saem pela boca entram pelo bolso para os cães o caroço
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___ MORTE AO INTELECTO morte por decreto ao decrépito intelecto sem certezas certamente minha palma da mão se estende vejo fulguro e imploro decisiva sensação de poder perder a ciência da memória abuso de substâncias e realidades inconclusivas pensar às vezes dói pensar às vezes dói a cabeça é corpo e mente janela coisa q abre e fecha por derreter friamente em sinapses as minúcias da vida sem volta
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morte por decreto ao
DECRÉPITO INTELECTO
___ colação colagem bricolagem a vida é um enjambro: hora dá certo hora me esculhambo tudo aquilo q não presta sempre pode me servir descolagem? gambiarra soluciona junto resto estilhaço remodelo o fracasso vejo vaso caindo estico veloz como a luz o braço assisto transformação objeto de decoro em panela de pressão cacos reconstituídos com mão-de-obra-prima barata: a vida é um engodo se não me engano
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___ tenho batatas q nunca asso pílulas q nunca uso roupas q só descarto discos ficando sujos troços empilhados parafernalhas estragadas meus sapatos estagnados no canto da parede vejo a tv mais escura de pó assisto tudo parado colchão, abandonado de tanto eu dormir em pé na quina da casa esquina do mundo rememoro e remepergunto: para q servem as coisas? para q eu possa fingir q existo
21
___ VAI E VEM todo mundo ao mesmo tempo ninguém vai e vem quem não vai a pé apressado vai de trem vai e vem subsolo veloz submundo feroz a velocidade é amiga da perseguição cego cego vejo a multidão do paraíso sonhado à triste consolação meu único sentido é correr correr da escuridão na contra-mão dos trilhos de metrô
22
___ realidade constipada filosofia constipada nas profundezas do meu cú abismo de inflexões onde reflexões cimentadas racham e viram brecha do engasgo q escoa então livremente longe das retificações exclusivas e excludentes D E T O DASAS C O N S T I PAÇ Õ E S D I Á R IAS
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___ OUT OF TUNE, OUT OF STEP se é pra desafinar q seja com classe entro de switch caio na base manobra arriscada é comigo mesmo isso lá faz sentido: a vida tudo nos ensina erva pra relaxar haxixe pra fazer faxina não há pudor na mente e vergonha é nossa sina durmo tarde, acordo tarde troco a noite pelo dia longe da luz q ofusca a retina desta mente tudo brota como árvore em cima do muro impossível distinguir ao mesmo tempo claro 24
e escuro corda-bamba do saber esquecido crepúsculo lunar entre céu e sentido vai rachar vai rachar ou o sol ou o muro
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____ andam a me enfiar goela abaixo itens lexicais encham encham encham minha boca de meias palavras desconverso a certeza viro no xadrez a mesa quem fala se arrisca quem cala não petisca encham encham encham o meu saco enquanto alguém falar por mim fico de papo calado mastigando conversa de aperitivo fiado cuidado! 26
com as gargantas desembestadas
PEQUENOS D E V i R E S
___ RECEITA esvazie sua xícara esvazie sua xícara vejo muito bem você está por aqui cheio de si já dizia Oiticica: a pureza é um mito aqui, nada meu invento recorto misturo repito um punhado lá outro cá esvazie sua xícara e uma brecha surgirá nova receita talvez te confunda a ideia é mesmo esta: união instável entre certeza e dúvida
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___ O AGORA EM PARTES só pingar uma gotinha dessa ideia em minha mente pra q seja meu destino apagado gente q acredita em seu futuro - abandonado vive o agora em partes da história eu m’esqueço do futuro - desapessoado corro no escuro m’entrego ao terremoto da memória agarrando-me em penhascos de-composição única miragem q vislumbro sinaliza: AQUI JAZ ETERNIDADE
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___ JADED de onde vem vontade secreta de crer e não ser q passo certo é passo cego e seguir o rumo q nunca tracei q dor pensar q levei tudo para o mesmo lugar q eu possa ter até agora estragado aquilo q já amei ideias vem do mesmo jeito se vão passam batido deixam o vão do querer ter sido e sem querer fingir how come I have become so jaded?
33
___ ODE DO ERRANTE APAIXONADO perambulo perambulo mergulho e me deparo com estranho q encaro beijo-o e abraço-o deixo-o de lado só para encontrar meu próximo acaso o curso segue como banho no rio de Heráclito nas rochas dilacera-se eu e dos cacos contaminados surge - inusitado novo trajeto enevoado errância é meu rumo sigo apaixonado pelo caminho escuro entre amores estranhos q revelam a mim 34
estâncias profundas impregnadas causadoras da monótona e segura acertância
35
___ BABOSEIRA eu já me cansei de insistir e comparar com o q não existe eis aqui um acesso de qualquer coisa fazer o q se o processo é este desmentir um lugar não é bem o esquecer-se ter sentido pra quem me espere morro e não vejo tudo (ainda bem) espero q um deus me liberte desta porra-louquice toda quem tem boca vai ao pecado (ainda bem) deixo pra vocês a escolha entre doce e amargo eu mastigo tudo bem misturado
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___ SÓ SOBRAR delirar delirar desviar da lira sulco arado deambular risonhamente perambular no aquário não posso soçobrar correr correr na água lá para o fundo - bem longe da margem do mar
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___ distância distância é disto minha ânsia chegar perto é estar ainda mais longe de outro lugar distância direção e errância meu foco é obscuro o prazer de caminhar em cima do muro e de olhos fechados saltar de um lado ou de outro só vejo distância vaga e distorcida semelhança onde não enxergo é pra lá q devo ir distância distância fugir nos braços da sagrada e destemida 38
I N O C Ê N C I A
___ pra encher o mundo um pouco mais de sensatez? q chatice perder o critério do crítico risível ou sério saber agir é não simplesmente agir questiono profundezas do ser pra de uma vez decifrar ou esquecer a máscara q cobre a segunda máscara q cobre a transmutação do meu ócio sensitivo em travessias criativas de embriaguez
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___ eu só
sou si quando mesmo umbigo absurdo macaqueio para todos os lados em conformidades desconexas e desisto das palavras opacas vagas obtusas para seguir entregue à dislexicomania sem querer fujo do caminho pra cair de cara no q já conhecia mas a sete chaves escondia emaranhado nas florestas q ME habitam selvagens dentro desta caixinha secreta
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___ eu tô fazendo isso bem agora tô te analisando julgando se ocupas mesmo a posição de sujeito suposto saber ou qualquer coisa q Freud diga se são loucos os q desviam da lira são também livres homens pra caminhar por suas próprias prisões à obrigação eu digo não eis aqui o leão fugir da imagem q de mim se cria triunfo à noite, fracasso de dia duas mãos desamparadas não tecem apego por quem diz ajudar caber numa caixa é vontade alheia q deixo passar abuso abuso da vontade de saber 42
esqueço esqueço do dever entrego-me ao devir abandono o futuro (quem quer falar do futuro?) mata o presente e promete nunca viver o meu tempo é aquele do
vir a
ser
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___ se quero muito escrever uma canção pode ser fácil mas desse jeito até parece q não é de coração se é tudo de cór se é tudo de cór, inda vem inspiração? brincadeira de cabeça começou pela razão tropeçando divagando surge criação quando chega meu instinto de criança engatinho na esperança de ideia vir a ser espírito e palavra expressão de sentidos q aqui dentro não se criam brincadeira brincadeira é tudo de cór é tudo de cór 44
mas é também DECORAÇÃO
45
___ gato vivo, gato morto da noite pro dia da morte pra vida abro e fecho olhos q nada me revelam o gato deitado no muro com preguiça ou barriga cheia de veneno trágico e redentor morte pode ser vida q liberta dor
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___ atrás do pensamento rima com desejo mistério efeito palavra-objeto imagem-ideia rabisco-som qualquer coisa q me iluda por instantes merece muita atenção só há perigo na escassez de sensação poder-ouvido máquina-toque olhos-grafia inscrevo a sinestesia no espectro da paisagem distante ausente de quem sempre corro atrás
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___ ESCOAR os poemas são armadilhas da mente derivando a gente cai de quando em quando se afronta o beco sem saída investida é intensa mas barragem é sólida preso na encruzilhada: bater cabeça com ideia até o dique rachar
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___ VERSOS AGUDOS se a ponta deste poema não furar o mais fundo do teu âmago se a palavra atirada certeira afiada não rasgar parede rija de carapaça não há mais pontiaguda linguagem capaz de atingir ultrapassar the deceiving surface of oneself agora limado dolorido entrega-te aos versos mais agudos por tudo de pesado e grave q há na vida
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___ descobrir é encontrar algo q esteve sempre lá run into walk out of no caminho - acaso agradável e poderoso recinto a casa onde descanso e recito: re-me-descubro re-sinto
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___ sincopado vivo a me dopar meu objetivo qualé? esquecer objetivamente tudo q sempre soube ser na intra-subjetividade tudo se dissolve vivo no casulo mas não sei se espero ou atinjo ponto de mutação meu rosto desfigura-se na agonia do tempo caos é evento não há medo em perder-se só em encontrar-se será?
51
___ dissimulação finjo q sim penso q não há nada de errado em crer q acredita na própria decisão dissimulação revelo faz-de-conta na renúncia de um dia vir a ser alguém com inicio, meio e fim
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___ like it or not eat or let rot I’m not as sincere as I once thought a pessoa estranha me confunde engana eu a mim mesmo tu a ti mesmo desconhecidamente realities shift as I take a walk it’s a strange world named myself
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___ TOPOS TROPOS pequenos devires pequenos devires quanto mais escrevo menos me reconheço frenesi febre aguda incessante derreter e desfazer estático estéril o semblante ser a transfiguração do ser permanecer em movimento verbivocovisucorporal sigo, corro persigo pensamento apago a ideia dos 10 mandamentos do eu entre ser ou não ser há um vão a coragem de saltar 54
é o impulso de fugir da imposta e violenta convenção o convite é eterno a ida é sem volta (q bom!) de cabeça e tudo tropeço me atiro no vão queda livre constante viver o abismo, esquecer do topo
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___ LITERATURA UNIVERSAL; POESIA NÃO-HUMANA OU PÓS-HUMANA pratico poesia não-humana ou pós-humana habito poética dos pequenos contatos no mundo dos alegres objetos inanimados persigo o pós-humanismo estado em q a figura lúdibrica do ser flagrante da existência expia o ego - no sentido latino de “eu” para ser coisa - no sentido mais abstrato de “it”
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MÍN!MAS
jogue a poesia nas ruas!...
___ aponta dedo aponta dedo a cocegar a minha dor é de morrer de gar
ga
lhar
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___ viva sua contradição eu vivo a minha diariamente até q não dói, não
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___ SÓ PRIVIlEGIADOS TEM OUVIDO IGUAL AO SEU é isto a poesia é isto a música qualquer vicio de linguagem q não seja superável pois eternamente mutável
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___ maybe I don’t have the freakin’ attitude but what’s the freakin’ attitude, and towards what?
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___ as três estâncias do sorriso: rir para rir com rir de graça nem todo mundo acha
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___ conexão cósmica entre som e movimento SER SOM
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___ maldade por maldade morro só eu com minha vaidade
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___ quanto ao aquecimento global não sei se peido ou se pito
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___ UTOPOÉTICO PRÁTICO excreção e excremento botar tudo pra fora sem temer os clichês
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___ THE CREATOR criação da dor dor da criação criatura eternamente minha obscuridão
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___ sobrepôr ao ser o estar: metamorfosear
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“O POETA DESCALÇO” é uma criação de Leonardo Aquino. Arte visual por Tiago R. Florianópolis, SC. Brasil. 2013. www.soundcloud.com/leo-c-aquino