A passagem do Pequeno Príncipe na Terra deixa profundas marcas na vida de um homem, e não somente na dele, deixa também na vida de todos aqueles que t...
Livro do economista Schumacher sobre os problemas gerados pelas grandes cidades, produções em escala. Autor ligado a Keynes e Galbraith.Descrição completa
METODO DE PIANO PARA CRIANÇAS DE MARIO MASCARELHASDescripción completa
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METODO DE PIANO PARA CRIANÇAS DE MARIO MASCARELHASFull description
2006
Descrição: O pequeno X
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COMPRESSOR DE AR PEQUENO para levantamento e pesquisa bibliográficaDescrição completa
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Breve biografía de Antoine de Saint-Exupery publicada por la revista www.actuallynotes.com y titulada "El Último Vuelo", donde se narran los últimos momentos del literato francés, además de curiosi...
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Peça de BerctDescrição completa
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& /012 3E456 7eço perdão às crianças por dedicar este li"ro a uma pessoa grande. 5en8o uma desculpa s$ria: essa pessoa grande $ o mel8or amigo que possuo no mundo. 5en8o uma outra desculpa: essa pessoa grande $ capaz de compreender todas as coisas! at$ mesmo os li"ros de criança. 5en8o ainda uma terceira: essa pessoa grande mora na 9rança! e ela tem fome e frio. Ela precisa de consolo. Se todas essas desculpas não bastam! eu dedico então esse li"ro à criança que essa pessoa grande á foi. 5odas as pessoas grandes foram um dia crianças ;mas poucas se lembram disso<. orrio! portanto! a dedicat=ria: & /012 3E456 >?&21 E/E E4& 7E>?E2)21
I
erta "ez! quando tin8a seis anos! "i num li"ro sobre a 9loresta irgem! @6ist=rias i"idas@! uma imponente gra"ura. 4epresenta"a ela uma ib=ia que engolia uma fera. Eis a c=pia do desen8o.
izia o li"ro: @&s ib=ias engolem! sem mastigar! a presa inteira. Em seguida! não podem mo"er-se e dormem os seis meses da digestão.@ 4efleti muito então sobre as a"enturas da sel"a! e fiz! com lápis de cor! o meu primeiro desen8o. Aeu desen8o nBmero C era assim:
Aostrei min8a obra-prima às pessoas grandes e perguntei se o meu desen8o l8es fazia medo. 4esponderam-me: @7or que $ que um c8ap$u faria medoD@ Aeu desen8o não representa"a um c8ap$u. 4epresenta"a uma ib=ia digerindo um elefante. esen8ei então o interior da ib=ia! a fim de que as pessoas grandes pudessem compreender. Elas t(m sempre necessidade de eplicaçFes. Aeu desen8o nBmero G era assim:
&s pessoas grandes aconsel8aram-me deiar de lado os desen8os de ib=ias abertas ou fec8adas! e dedicar-me de prefer(ncia à geografia! à 8ist=ria! ao cálculo! à gramática. 9oi assim que abandonei! aos seis anos! uma espl(ndida carreira de pintor. Eu fora desencoraado pelo insucesso do meu desen8o nBmero C e do meu desen8o nBmero G. &s pessoas grandes não compreendem nada sozin8as! e $ cansati"o! para as crianças! estar toda 8ora eplicando. 5i"e pois de escol8er uma outra profissão e aprendi a pilotar a"iFes. oei! por assim dizer! por todo o mundo. E a geografia! $ claro! me ser"iu muito. Sabia distinguir! num relance! a 8ina e o &rizona. 0 muito Btil! quando se está perdido na noite. 5i"e assim! no correr da "ida! muitos contatos com muita gente s$ria. i"i muito no meio das pessoas grandes. i-as muito de perto. )sso não mel8orou! de modo algum! a min8a antiga opinião. >uando encontra"a que me parecia umconser"ei pouco lBcida! fazia a se eperi(ncia do meu desen8ouma nBmero C! que sempre comigo. Eu com queriaelasaber ela era "erdadeiramente compreensi"a. Aas respondia sempre: @0 um c8ap$u@. Então eu não l8e fala"a nem de ib=ias! nem de florestas "irgens! nem de estrelas. 7un8a-me ao seu alcance. 9ala"a-l8e de bridge! de golfe! de política! de gra"atas. E a pessoa grande fica"a encantada de con8ecer um 8omem tão razoá"el.
II
i"i portanto s=! sem amigo com quem pudesse realmente con"ersar! at$ o dia! cerca de seis anos atrás! em que ti"e uma pane no deserto do Saara. &lguma coisa se quebrara no motor. E como não tin8a comigo mec%nico ou passageiro! preparei-me para empreender sozin8o o difícil conserto. Era! para mim! questão de "ida ou de morte. S= da"a para oito dias a água que eu tin8a. 2a primeira noite adormeci pois sobre a areia! a mil8as e mil8as de qualquer terra 8abitada. Esta"a mais isolado que o náufrago numa tábua! perdido no meio do mar. )maginem então a min8a surpresa! quando! ao despertar do dia! uma "ozin8 a estran8a me acordou. izia: - 7or fa"or ... desen8a-me um carneiro - 6em' - esen8a-me um carneiro ... 7us-me de p$! como atingido por um raio. Esfreguei os ol8os. 1l8ei bem. E "i um
pedacin8o de gente inteiramente etraordinário! que me considera"a com gra"idade. Eis o mel8or retrato que! mais tarde! consegui fazer dele.
Aeu desencoraado! desen8o $! seguramente! muito menoscarreira sedutordeque o modelo. 2ão ten8o culpa. 9ora aos seis anos! da min8a pintor! e s= aprendera a desen8ar ib=ias abertas e fec8adas. 1l8a"a pois essa aparição com ol8os redondos de espanto. 2ão esqueçam que eu me ac8a"a a mil mil8as de qualquer terra 8abitada. 1ra! o meu 8omenzin8o não me parecia nem perdido! nem morto de fadiga! nem morto de fome! de sede ou de medo. 2ão tin8a absolutamente a apar(ncia de uma criança perdida no deserto! a mil mil8as da região 8abitada. >uando pude enfim articular pala"ra! perguntei-l8e: - Aas ... que fazes aquiD E ele repetiu-me então! brandamente! como uma coisa muito s$ria: - 7or fa"or... desen8a-me um carneiro ... >uando o mist$rio $ muito impressionante! a gente não ousa desobedecer. 7or mais absurdo que aquilo me parecesse a mil mil8as de todos os lugares 8abitados e em perigo de morte! tirei do bolso uma fol8a de papel e uma caneta. Aas lembrei-me!então!que eu 8a"ia estudado de prefer(ncia geografia! 8ist=ria! cálculo e gramática! e disse ao garoto ;com um pouco de mau 8umor< que eu não sabia desen8ar. 4espondeu-me: - 2ão tem import%ncia. esen8a-me um carneiro. omo amais 8ou"esse desen8ado um carneiro! refiz para ele um dos dois Bnicos desen8os que sabia. 1 da ib=ia fec8ada. E fiquei estupefato de ou"ir o garoto replicar: - 2ão' 2ão' Eu não quero um elefante numa ib=ia. & ib=ia $ perigosa e o elefante toma muito espaço. 5udo $ pequeno onde eu moro. 7reciso $ dum carneiro. esen8a-me um carneiro.
Então eu desen8ei.
1l8ou atentamente! e disse: - 2ão' Esse á está muito doente. esen8a outro. esen8ei de no"o.
Aeu amigo sorriu com indulg(ncia: - *em "(s que isto não $ um carneiro. 0 um bode ... 1l8a os c8ifres ... 9iz mais uma "ez o desen8o.
Aas ele foi recusado como os precedentes: Este aí $ muito "el8o. >uero um carneiro que "i"a muito. Então! perdendo a paci(ncia! como tin8a pressa de desmontar o motor! rabisquei o desen8o ao lado. E arrisquei: Esta $ a caia. 1 carneiro está dentro.
Aas fiquei surpreso de "er iluminar-se a face do meu pequeno uiz: - Era assim mesmo que eu queria' Será preciso muito capim para esse carneiroD 7or qu(D 7orque $ muito pequeno onde eu moro ...
- >ualquer coisa c8ega. Eu te dei um carneirin8o de nada ' )nclinou a cabeça sobre o desen8o: - 2ão $ tão pequeno assim ... 1l8a ' &dormeceu ... E foi desse modo que eu tra"ei con8ecimento! um dia! com o pequeno príncipe.
III
/e"ei muito tempo para compreender de onde "iera. 1 principezin8o! que me fazia mil8ares de perguntas! não parecia sequer escutar as min8as. 7ala"ras pronunciadas ao acaso e que foram! pouco a pouco! re"elando tudo. &ssim! quando "iu pela primeira "ez meu a"ião ;não "ou desen8á-lo aqui! $ muito complicado para mimue coisa $ aquelaD 2ão! $ uma coisa. &quilo "oa. 0 um a"ião. 1 meu a"ião. Eu esta"a orgul8oso de l8e comunicar que eu "oa"a. Então ele eclamou: - omoD 5u caíste do c$uD - Sim! disse eu modestamente. - &8 ' como $ engraçado... E o principezin8o deu uma bela risada! que me irritou profundamente. Hosto que le"em a s$rio as min8as desgraças. Em seguida acrescentou: Então! tu tamb$m "ens do c$u ' e que planeta $s tuD
islumbrei um clarão no mist$rio da sua presença! e interroguei bruscamente: - 5u "ens então de outro 7lanetaD Aas ele não me respondeu. *alança"a lentamente a cabeça considerando o a"ião: - 0 "erdade que! nisto aí! não podes ter "indo de longe ... Aergul8ou então num pensamento que durou muito tempo. epois! tirando do bolso o meu carneiro! ficou contemplando o seu tesouro. 7oderão imaginar que eu ficara intrigado com aquela semiconfid(ncia sobre @os outros planetas@. Esforcei-me! então! por saber mais um pouco. - e onde "ens! meu bemD 1nde $ tua casaD 7ara onde queres le"ar meu carneiroD 9icou meditando em sil(ncio! e respondeu depois: 1 bom $ que a caia que me deste poderá! de noite! ser"ir de casa.
- Sem dB"ida. E se tu fores bonzin8o! darei tamb$m uma corda para amarrá-lo durante o dia. E uma estaca. & proposta pareceu c8ocá-lo: &marrarD >ue id$ia esquisita - Aas se tu não o amarras! ele "ai-se embora e se perde... E meu amigo deu uma no"a risada: - Aas onde queres que ele "áD - 2ão sei ... 7or aí ... &ndando sempre para frente. Então o principezín8o obser"ou! muito s$rio: - 2ão faz mal! $ tão pequeno onde moro '
E depois! tal"ez com um pouco de melancolia! acrescentou ainda: - >uando a gente anda sempre para frente! não pode mesmo ir longe ...
IV
Eu aprendera! pois! uma segunda coisa! importantíssima: o seu planeta de srcem era pouco maior que uma casa' 2ão era surpresa para mim. Sabia que al$m dos grandes planetas - 5erra! IBpiter! Aarte ou (nus! aos quais se deram nomes 8á centenas e centenas de outros! por "ezes tão pequenos que mal se "(em no telesc=pio. >uando o astrônomo descobre um deles! dá-l8e por nome um nBmero. 8ama-o! por eemplo: @aster=ide JGKC@.
5en8o s$rias razFes para supor que o planeta de onde "in8a o príncipe era o aster=ide * LCG. Esse aster=ide s= foi "isto uma "ez ao telesc=pio! em CMNM! por um astrônomo turco.
Ele fizera na $poca umaAas grande demonstração da sua descoberta ongresso )nternacional de &stronomia. ningu$m l8e dera cr$dito! por causa num das roupas que usa"a. &s pessoas grandes são assim. 9elizmente para a reputação do aster=ide * LCG! um ditador turco obrigou o po"o! sob pena de morte! a "estir-se à moda europ$ia. 1 astrônomo repetiu sua demonstração em CMGN! numa elegante casaca. Então! dessa "ez! todo o mundo se con"enceu.
Se l8es dou esses detal8es sobre o aster=ide *LCG e l8es confio o seu nBmero! $ por causa das pessoas grandes. &s pessoas grandes adoram os nBmeros. >uando a gente l8es fala de um no"o amigo! elas amais se informam do essencial. 2ão perguntam nunca: @>ual $ o som da sua "ozD >uais os brinquedos que prefereD Será que ele coleciona borboletasD @Aas perguntam: @>ual $ sua idadeD >uantos irmãos tem eleD >uanto pesaD >uanto gan8a seu paiD@ Somente então $ que elas ulgam con8ec( -lo. Se dizemos às pessoas grandes: @i uma bela casa de tiolos cor-de-rosa! ger%nios na anela! pombas
no tel8ado. . . @ elas não conseguem! de modo nen8um! fazer uma id$ia da casa. 0 preciso dizer-l8es: @i uma casa de seiscentos contos@. Então elas eclamam: @>ue beleza'@ &ssim! se a gente l8es disser: @& pro"a de que o principezin8o eistia $ que ele era encantador! que ele ria! e que ele queria um carneiro. >uando algu$m quer um carneiro! $ porque eiste@ elas darão de ombros e nos c8amarão de criança' Aas se dissermos: @1 planeta de onde ele "in8a $ o aster=ide * LCG@ ficarão inteiramente con"encidas! e não amolarão com perguntas. Elas são assim mesmo. 0 preciso não l8es querer mal por isso. &s crianças de"em ser muito indulgentes com as pessoas grandes. Aas n=s! n=s que compreendemos a "ida! n=s não ligamos aos nBmeros ' Hostaria de ter começado 8ist=ria à moda dos contos de fada. um 5eria gostado de dizer: @Era uma esta "ez um pequeno príncipe que 8abita"a planeta pouco maior que ele! e que tin8a necessidade de um amigo...@ 7ara aqueles que compreendem a "ida! isto pareceria sem dB"ida muito mais "erdadeiro. 7orque eu não gosto que leiam meu li"ro le"ianamente. á-me tanta tristeza narrar essas lembranças ' 9az á seis anos que meu amigo se foi com seu carneiro. Se tento descre"(-lo aqui! $ ustamente porque não o quero esquecer. 0 triste esquecer um amigo. 2em todo o mundo tem amigo. E eu corro o risco de ficar como as pessoas grandes! que s= se interessam por nBmeros. 9oi por causa disso que comprei uma caia de tintas e alguns lápis tamb$m. 0 duro pôr-se a desen8ar na min8a idade! quando nunca se fez outra tentati"a al$m das ib=ias fec8adas e abertas dos longínquos seis anos ' Eperimentarei! claro! fazer os retratos mais parecidos que puder. Aas não ten8o muita esperança de conseguir. ?m desen8o parece passá"elO outro! á $ inteiramente di"erso. Engano-me tamb$m no taman8o. 1ra o principezin8o está muito grande! ora pequeno demais. 6esito tamb$m quanto a cor do seu trae. ou arriscando então! aqui e ali. Enganar-me-ei pro"a"elmente em detal8es dos mais importantes. Aas $ preciso desculpar. Aeu amigo nunca da"a eplicaçFes. Iulga"a-me tal"ez semel8ante a ele. Aas! infelizmente! não sei "er carneiro atra"$s de caia. Sou um pouco como as pessoas grandes. &c8o que en"el8eci.
V
ia a dia eu fica"a sabendo mais alguma coisa do 7laneta! da partida! da "iagem. Aas isso de"agarin8o! ao acaso das refleFes. 9oi assim que "im a con8ecer! no terceiro dia! o drama dos baobás. essa "ez ainda! foi graças ao carneiro. 7ois bruscamente o principezin8o me interrogou! tomado de gra"e dB"ida: 0 "erdade que os carneiros comem arbustosD Sim. 0 "erdade. &8' >ue bom' 2ão compreendi logo porque era tão importante que os carneiros comessem arbustos. Aas o principezin8o acrescentou: - 7or conseguinte eles comem tamb$m os baobásD 9iz notar ao principezin8o que os baobás não são arbustos! mas ár"ores grandes como igreas. E que mesmo que ele le"asse consigo todo um reban8o de elefantes! eles não c8egariam a dar cabo de um Bnico baobá. & id$ia de um reban8o de elefantes fez rir ao principezin8o:
- Seria preciso "otar um por cima do outro ...
Aas notou! em seguida! sabiamente: - 1s baobás! antes de crescer! são pequenos. - 0 fato ' Aas por que deseas tu que os carneiros comam os baobás pequenosD - 7or que 8a"eria de serD respondeu-me! como se se tratasse de uma e"id(ncia. E foi-me preciso um grande esforço de intelig(ncia para compreender sozin8o esse problema. om efeito! no planeta do principezin8o 8a"ia! como em todos os outros planetas! er"as boas e más. 7or conseguinte! sementes boas! de er"as boasO sementes más! de er"as más. Aas as sementes são in"isí"eis. Elas dormem no segredo da terra at$ que uma cisme de despertar. Então ela espreguiça! e lança timidamente para o sol um inofensi"o galin8o. Se $ de roseira ou rabanete! podemos deiar que cresça à "ontade. Aas quando se trata de uma planta ruim! $ preciso arrancar logo! mal a ten8amos con8ecido.
1ra! 8a"ia sementes terrí"eis no planeta do principezin8o: as sementes de baobá ... 1 solo do planeta esta"a infestado. E um baobá! se a gente custa a descobri-lo! nunca mais se li"ra dele. &tra"anca todo o planeta. 7erfura-o com suas raízes.
E se o planeta $ pequeno e os baobás numerosos! o planeta acaba rac8ando. @0 uma questão de disciplina! me disse mais tarde o principezin8o. >uando a gente acaba a toalete da man8ã! começa a fazer com cuidado a toalete do planeta. 0 preciso que a gente se conforme em arrancar regularmente os baobás logo que se distinguam das roseiras! com as quais muito se parecem quando pequenos. 0 um trabal8o sem graça! mas de fácil eecução.@ E um dia aconsel8ou-me a tentar um belo desen8o que fizesse essas coisas entrarem de uma "ez na cabeça das crianças. @Se algum dia ti"erem de "iaar! eplicoume! poderá ser Btil para elas. às "ezes não 8á incon"eniente em deiar um trabal8o para mais tarde. Aas! quando se trata de baobá! $ sempre uma catástrofe. on8eci um planeta 8abitado um preguiçoso. 6a"ia deiado tr(s arbustos.desen8ei .. E! por de acordo com as indicaçFes do principezin8o! o tal planeta. 2ão gosto de tomar o tom de moralista.
Aas o perigo dos baobás $ tão pouco con8ecido! e tão grandes os riscos daquele que se perdesse num aster=ide! que! ao menos uma "ez! faço eceção à min8a reser"a. E digo portanto: @Aeninos' uidado com os baobás'@ 9oi para ad"ertir meus amigos de um perigo que 8á tanto tempo os ameaça"a! como a mim! sem que pud$ssemos suspeitar! que tanto capric8ei naquele desen8o. & lição que eu da"a "alia a pena. 7erguntarão! tal"ez: 7or que não 8á nesse li"ro outros desen8os tão grandiosos como o desen8o dos baobásD & resposta $ simples: 5entei! mas não consegui. >uando desen8ei os baobás! esta"a inteiramente possuído pelo sentimento de urg(ncia.
VI
&ssim eu comecei a compreender! pouco a pouco! meu pequeno principezi n8o! a tua "idin8a melanc=lica. Auito tempo não ti"este outra distração que a doçura do pôr-dosol. &prendi esse no"o detal8e quando me disseste! na man8ã do quarto dia: - Hosto muito de pôr-do-sol. amos "er um ...
- Aas $ preciso esperar. - Esperar o qu(D - Esperar que o sol se pon8a. 5u fizeste um ar de surpresa! e! logo depois! riste de ti mesmo. isseste-me: Eu imagino sempre estar em casa'
e fato. >uando $ meio-dia nos Estados ?nidos! o sol! todo mundo sabe! está se deitando na 9rança. *astaria ir à 9rança num minuto para assistir ao pôr-do-sol. )nfelizmente! a 9rança $ longe demais. Aas no teu pequeno planeta! basta"a apenas recuar um contempla"as o crepBsculo ?mpouco dia eua"icadeira. o sol seEpôr quarenta e tr(s "ezes' todas as "ezes que desea"as. . . E um pouco mais tarde acrescentaste: >uando a gente está triste demais! gosta do pôr-do-sol ... - Esta"as tão triste assim no dia dos quarenta e tr(sD Aas o principezin8o não respondeu.
VII
2o quinto dia! sempre graças ao carneiro! este segredo da "ida do pequeno príncipe7erguntou-me! foi de sBbito re"elado. sem pre%mbulo! como se fora o fruto de um problema muito tempo meditado em sil(ncio: - ?m carneiro! se come arbusto! come tamb$m as floresD ?m carneiro come tudo que encontra. Aesmo as flores que ten8am espin8oD Sim. Aesmo as que t(m. Então. . . para que ser"em os espin8osD Eu não sabia. Esta"a ocupadíssimo naquele instante! tentando desatarraar do motor um parafuso muito apertado. Ain8a pane começa"a a parecer demasiado gra"e! e
em bre"e á não teria água para beber. . .
- 7ara que ser"em os espin8osD 1 principezin8o amais renuncia"a a uma pergunta! depois que a ti"esse feito. Aas eu esta"a irritado com o parafuso e respondi qualquer coisa: - Espin8o não ser"e para nada. São pura maldade das flores. - 18' Aas ap=s um sil(ncio! ele me disse com uma esp$cie de rancor: - 2ão acredito' &s flores são fracas. ing(nuas. efendem-se como podem. Elas se ulgam terrí"eis com os seus espin8os ... 2ão respondi. 2aquele instante eu pensa"a: @Se esse parafuso ainda resiste! "ou faz(-lo saltar a martelo@. 1 principezin8o perturbou-me de no"o as refleFes: - E tu pensas então que as flores ... - 1ra' Eu não penso nada. Eu respondi qualquer coisa. Eu s= me ocupo com coisas s$rias Ele ol8ou-me estupefato: - oisas s$rias ' ia-me! martelo em pun8o! dedos suos de graa! cur"ado sobre um feio obeto. - 5u falas como as pessoas grandes' Senti um pouco de "ergon8a. Aas ele acrescentou! implacá"el: - 5u confundes todas as coisas ... Aisturas tudo ' Esta"a realmente muito irritado. Sacudia ao "ento cabelos de ouro: - Eu con8eço umuma planeta onde 8á um sueito "ermel8o! quase roo. 2unca c8eirou uma flor. 2unca ol8ou estrela. 2unca amou ningu$m. 2unca fez outra coisa senão somas. E o dia todo repete como tu: @Eu sou um 8omem s$rio' Eu sou um 8omem s$rio'@ e isso o faz inc8ar-se de orgul8o. Aas ele não $ um 8omemO $ um cogumelo' - ?m o qu(D - ?m cogumelo' 1 principezin8o esta"a agora pálido de c=lera. - 6á mil8Fes e mil8Fes de anos que as flores fabricam espin8os. 6á mil8Fes e mil8Fes de anos que os carneiros as comem! apesar de tudo. E não será s$rio procurar
compreender por que perdem tanto tempo fabricando espin8os inBteisD 2ão terá import%ncia a guerra dos carneiros e das floresD 2ão será mais importante que as contas do tal sueitoD E se eu! por min8a "ez! con8eço uma flor Bnica no mundo! que s= eiste no meu planeta! e que um belo dia um carneirin8o pode liquidar num s= golpe! sem a"aliar o que faz! - isto não tem import%nciaD' orou um pouco! e continuou em seguida:
- Se algu$m ama uma flor da qual s= eiste um eemplar em mil8Fes e mil8Fes de estrelas! isso basta para que sea feliz quando a contempla. Ele pensa: @Ain8a flor está lá! nalgum lugar. . . @ Aas se o carneiro come a flor! $ para ele! bruscamente! como se todas as estrelas se apagassem' E isto não tem import%ncia' 2ão pôde dizer mais nada. 7ôs-se bruscamente a soluçar. & noite caíra. /arguei as ferramentas. 4ia-me do martelo! do parafuso! da sede e da morte. 6a"ia numa estrela! num planeta! o meu! a 5erra! um principezin8o a consolar' 5omei-o nos braços. Embaleio. E l8e dizia: @& flor que tu amas não está em perigo... ou desen8ar uma pequena mordaça para o carneiro... ?ma armadura para a flor... Eu...@ Eu não sabia o que dizer. Sentia-me desaeitado. 2ão sabia como atingi-lo! onde encontrá-lo... 0 tão misterioso! o país das lágrimas '
VIII
7ude bem cedo con8ecer mel8or aquela flor! Sempre 8ou"era! no planeta do pequeno príncipe! flores muito simples! ornadas de uma s= fileira de p$talas! e que não ocupa"am lugar nem incomoda"am ningu$m. &pareciam certa man8ã na rel"a! e á à tarde se etinguiam. Aas aquela brotara um dia de um grão trazido não se sabe de onde! e o principezin8o "igiara de perto o pequeno broto! tão diferente dos outros. 7odia ser uma no"a esp$cie de baobá. Aas o arbusto logo parou de crescer! e começou então a preparar uma flor. 1 principezin8o! que assistia à instalação de um enorme botão! bem sentiu que sairia dali uma aparição miraculosaO mas a flor não acaba"a mais de preparar-se! de preparar sua beleza! no seu "erde quarto. Escol8ia as cores com cuidado. estia-se lentamente! austa"a uma a uma suas p$talas. 2ão queria sair! como os cra"os! amarrotada. 2o radioso esplendor da sua beleza
$ que ela queria aparecer. &8 ' sim. Era "aidosa. Sua misteriosa toalete! portanto! durara dias e dias. E eis que uma bela man8ã! ustamente à 8ora do sol nascer! 8a"ia-se! afinal! mostrado.
E ela! que se preparara com tanto esmero! disse! boceando: - &8 ' eu acabo de despertar. . . esculpa... Estou ainda toda despenteada... 1 principezin8o! então! não pôde conter o seu espanto: - omo $s bonita' - 2ão $D respondeu a flor docemente. 2asci ao mesmo tempo que o sol... 1 principezin8o percebeu logo que a flor não era modesta. Aas era tão como"ente' - reio que $ 8ora do almoço! acrescentou ela. 5u poderias cuidar de mim ...
E o principezin8o! embaraçado! fora buscar um regador com água fresca! e ser"ira à flor. &ssim! ela o afligira logo com sua m=rbida "aidade. ?m dia por eemplo! falando dos seus quatro espin8os! dissera ao pequeno príncipe: - 0 que eles podem "ir! os tigres! com suas garras' - 2ão 8á tigres no meu planeta! obetara o principezin8o. E depois! os tigres não comem er"a.
2ão sou uma er"a! respondera a flor sua"emente. 7erdoa-me ... 2ão ten8o receio dos tigres! mas ten8o 8orror das correntes de ar. 2ão terias acaso um pára-"entoD
@6orror das correntes de ar... 2ão $ muito bom para uma planta! notara o principezin8o. $ bem complicada essa flor. . . @ P noite me colocarás sob a redoma. 9az muito frio no teu planeta. Está mal instalado. e onde eu "en8o ... Aas interrompeu-se de sBbito. iera em forma de semente. 2ão pudera con8ecer nada dos outros mundos. 6umil8ada por se ter deiado apan8ar numa mentira tão tola! tossiu duas ou tr(s "ezes! para pôr a culpa no príncipe: - E o pára "entoD - )a buscá-lo. Aas tu me fala"as ... Então ela redobrara a tosse para infligir-l8e remorso.
&ssim o principezin8o! apesar da boa "ontade do seu amor! logo du"idara dela. 5omara a s$rio pala"ras sem import%ncia! e se tornara infeliz. @2ão a de"ia ter escutado - confessou-me um dia - não se de"e nunca escutar as flores. *asta ol8á-las! aspirar o perfume. & min8a embalsama"a o planeta! mas eu não me contenta"a com isso. & tal 8ist=ria das garras! que tanto me agastara! me de"ia ter enternecido.
onfessou-me ainda: @2ão soube compreender coisa alguma' e"ia t(-la ulgado pelos atos! não pelas pala"ras. Ela me perfuma"a! me ilumina"a ... 2ão de"ia amais ter fugido. e"eria ter-l8e adi"in8ado a ternura sob os seus pobres ardis. São tão contradit=rias as flores ' Aas eu era o"em demais para saber amar.@
IX
que ele e"adir-se! pássaros sel"agens que seus emigra"am. 2a man8ã reio da partida! pôsapro"eitou! o planeta para em ordem. 4e"ol"eu cuidadosamente dois "ulcFes em ati"idade. 7ois possuía dois "ulcFes. E era muito cômodo para esquentar o almoço. 7ossuía tamb$m um "ulcão etinto. Aas! como ele dizia: @>uem $ que pode garantirD@ re"ol"eu tamb$m o etinto. Se eles são bem re"ol"idos! os "ulcFes queimam lentamente! regularmente! sem erupçFes. &s erupçFes "ulc%nicas são como fagul8as de lareira. 2a terra! n=s somos muito pequenos para re"ol"er os "ulcFes. 7or isso $ que nos causam tanto dano.
1 principezin8o arrancou tamb$m! não sem um pouco de melancolia! os Bltimos rebentos de baobá. Ele ulga"a nunca mais "oltar. Aas todos esses trabal8os familiares l8e pareceram! aquela man8ã! etremamente doces. E! quando regou pela Bltima "ez a flor! e se dispun8a a colocá-la sob a redoma! percebeu que esta"a com "ontade de c8orar. -Aas &deus! à flor. a flordisse não ele respondeu. - &deus! repetiu ele. 4e"ol"eu cuidadosamente seus dois "ulcFes & flor tossiu. Aas não era por causa do resfriado. - Eu fui uma tola! disse por fim. 7eço-te perdão. 5rata de ser feliz. & aus(ncia de censuras o surpreendeu. 9icou parado! inteiramente sem eito! com a redoma no ar. 2ão podia compreender essa calma doçura.
- 0 claro que eu te amo! disse-l 8e a flor. 9oi por min8a culpa que não soube ste de nada. )sso não tem import%ncia. 9oste tão tolo quanto eu. 5rata de ser feliz. . . Aas pode deiar em paz a redoma. 2ão preciso mais dela. - Aas o "ento ... 2ão estou assim tão resfriada... 1 ar fresco da noite me fará bem. Eu sou uma flor. - Aas os bic8os... - 0 preciso que eu suporte duas ou tr(s lar"as se quiser con8ecer as borboletas. izem que são tão belas' o contrário! quem "irá "isitar-meD 5u estarás longe ... >uanto aos bic8os grandes! não ten8o medo deles. Eu ten8o as min8as garras. E mostra"a ingenuamente seus quatro espin8os. Emelaseguida acrescentou: - 2ão demores assim! que $ easperante. 5u decidiste partir. ai-te embora' 7ois ela não queria que ele a "isse c8orar. Era uma flor muito orgul8osa ...
X
Ele se ac8a"a na região dos aster=ides JGK! JGL! JGQ! JGR! JGM! JJN. omeçou! pois! a "isitá-los!para procurar uma ocupação e se instruir. 1 primeiro era 8abitado por um rei. 1 rei senta"a-se! "estido de pBrpura e armin8o! num trono muito simples! posto que maestoso.
&8 ' Eis um sBdito! eclamou o rei ao dar com o principezin8o. E o principezin8o perguntou a si mesmo: omo pode ele recon8ecer-me! se amais me "iuD Ele não sabia que! para os reis! o mundo $ muito simplificado. 5odos os 8omens são sBditos. - &proima-te! para que eu te "ea mel8or! disse o rei! todo orgul8oso de poder ser rei para algu$m. 1 principezin8o procurou com ol8os onde sentar-se! mas o planeta esta"a todo atra"ancado pelo magnífico manto de armin8o. 9icou! então! de p$. Aas! como esta"a cansado! boceou. 0 contra a etiqueta bocear na frente do rei! disse o monarca. Eu o proíbo. - 2ão posso e"itá-lo! disse o principezin8o confuso. 9iz uma longa "iagem e não dormi ainda... Então! disse o rei! eu te ordeno que bocees. 6á anos que não "eo ningu$m bocear' 1s boceos são uma raridade para mim. amos! bocea' 0 uma ordem' - )sso me intimida... eu não posso mais... disse o principezin8o todo "ermel8o. - 6um ' 6um ' respondeu o rei. Então... então eu te ordeno ora boceares e ora... Ele gaguea"a um pouco e parecia "eado. 7orque o rei fazia questão fec8ada que sua autoridade fosse respeitada. 2ão tolera"a desobedi(ncia. Era um monarca absoluto. Aas! como era muito bom! da"a ordens razoá"eis. @Se eu ordenasse! costuma"a dizer! que um general se transformasse em gai"ota! e o general não me obedecesse! a culpa não seria do general! seria min8a.@ - 7osso sentar-meD interrogou timidamente o principezin8o. - Eu te ordeno que te sentes! respondeu-l8e o rei! que puou maestosamente um
pedaço do manto de armin8o. Aas o principezin8o se espanta"a. 1 planeta era minBsculo. Sobre quem reinaria o reiD - Aaestade... eu "os peço perdão de ousar interrogar-"os... - Eu-te ordeno que me interrogues! apressou-se o rei a declarar. - Aaestade... sobre quem $ que reinaisD - Sobre tudo! respondeu o rei! com uma grande simplicidade. - Sobre tudoD 1 rei! com um gesto discreto! designou seu planeta! os outros! e tamb$m as estrelas. -- Sobre Sobre tudo tudo isso. issoDrespondeu o rei. 7ois ele não era apenas um monarca absoluto! era tamb$m um monarca uni"ersal. - E as estrelas "os obedecemD Sem dB"ida! disse o rei. 1bedecem prontamente. Eu não tolero indisciplina. ?m tal poder mara"il8ou o principezin8o. Se ele fosse detentor do mesmo! teria podido assistir! não a quarenta e quatro! mas a setenta e dois! ou mesmo a cem! ou mesmo a duzentos pores-do-sol no mesmo dia! sem precisar sequer afastar a cadeira ' E como se sentisse um pouco triste à lembrança do seu pequeno planeta abandonado! ousou solicitar do rei uma graça: - Eu desea"a "er um pôr-do- sol ... 9azei-me esse fa"or. 1rdenai ao sol que se pon8a. . . - Se eu ordenasse a meu general "oar de uma flor a outra como borboleta! ou escre"er uma trag$dia! ou transformar-se em gai"ota! e o general não eecutasse a ordem recebida! quem - ele ou eu - estaria erradoD - =s! respondeu com firmeza o principezin8o. - Eato. 0 preciso eigir de cada um o que cada um pode dar! replicou o rei. & autoridade repousa sobre a razão. Se ordenares a teu po"o que ele se lance ao mar! farão todos re"olução. Eu ten8o o direito de eigir obedi(ncia porque min8as ordens são razoá"eis. - E meu pôr-do-solD lembrou o principezin8o! que nunca esquecia a pergunta que 8ou"esse formulado. - 5eu pôr-do-sol! tu o terás. Eu o eigirei. Aas eu esperarei! na min8a ci(ncia de go"erno! que as condiçFes seam fa"orá"eis. - >uando serãoD indagou o principezin8o. - 6einD respondeu o rei! que consultou inicialmente um grosso calendário. Será lá por "olta de ... por "olta de sete 8oras e quarenta! esta noite. E tu "erás como sou bem obedecido. 1 principezin8o boceou. /amenta"a o pôr- do-sol que perdera. E depois! á esta"a se aborrecendo um pouco' - 2ão ten8o mais nada que fazer aqui! disse ao rei. ou prosseguir min8a "iagem. - 2ão partas! respondeu o rei! que esta"a orgul8oso de ter um sBdito. 2ão partas: eu te faço ministro - Ainistro de qu(D - a ... da ustiça - Aas não 8á ningu$m a ulgar' - >uem sabeD disse o rei. &inda não dei a "olta no meu reino. Estou muito "el8o!
não ten8o lugar para carruagem! e andar cansa-me muito. - 18' Aas eu á "i! disse o príncipe que se inclinou para dar ainda uma ol8adela do outro lado do planeta. 2ão consigo "er ningu$m ... - 5u ulgarás a ti mesmo! respondeu-l8e o rei. 0 o mais difícil. 0 bem mais difícil ulgar a si mesmo que ulgar os outros. Se consegues ulgar-te bem! eis um "erdadeiro sábio. - Aas eu posso ulgar-me a mim pr=prio em qualquer lugar! replicou o principezin8o. 2ão preciso! para isso! ficar morando aqui. - &8 ' disse o rei! eu ten8o quase certeza de que 8á um "el8o rato no meu planeta. Eu o escuto de noite. 5u poderás ulgar esse rato. 5u o condenarás à morte de "ez em quando:Aas assim sua "ida dependerá tuaeconomizá-lo. ustiça. tu oa perdoarás cada "ez! da para 7ois s= temos um. - Eu! respondeu o principezin8o! eu não gosto de condenar à morte! e ac8o que "ou mesmo embora. - 2ão! disse o rei. Aas o principezin8o! tendo acabado os preparati"os! não quis afligir o "el8o monarca: - Se ossa Aaestade desea ser prontamente obedecido! poderá dar-me uma ordem razoá"el. 7oderia ordenar-me! por eemplo! que partisse em menos de um minuto. 7arece-me que as condiçFes são fa"orá"eis ... omo o rei não dissesse nada! o principezin8o 8esitou um poucoO depois suspirou e partiu. - Eu te faço meu embaiador! apressou-se o rei em gritar. 5in8a um ar de grande autoridade. &s pessoas grandes são muito esquisitas! pensa"a! durante a "iagem o principezin8o.
XI
1 segundo planeta! um "aidoso o 8abita"a. - &8' &8' ?m admirador "em "isitar-me' eclamou de longe o "aidoso! mal "ira o príncipe. 7orque! para os "aidosos! os outros 8omens são sempre admiradores. - *om dia! disse o principezin8o. oc( tem um c8ap$u engraçado. - 0 para agradecer! eclamou o "aidoso. 7ara agradecer quando me aclamam. )nfelizmente não passa ningu$m por aqui. - SimD disse o principezin8o sem compreender. - *ate as mãos uma na outra! aconsel8ou o "aidoso. 1 principezin8o bateu as mãos uma na outra. 1 "aidoso agradeceu modestamente! erguendo o c8ap$u.
- &8! isso $ mais di"ertido que a "isita ao rei! disse consigo mesmo o principezin8o. E recomeçou a bater as mãos uma na outra. 1 "aidoso recomeçou a agradecer! tirando o c8ap$u. &p=s cinco minutos de eercício! o principezin8o cansou-se com a monotonia do brinquedo: - E para o c8ap$u cair! perguntou ele! que $ preciso fazerD Aas o "aidoso não ou"iu. 1s "aidosos s= ou"em os elogios. - 2ão $ "erdade que tu me admiras muitoD perguntou ele ao principezin8o. - >ue quer dizer admirarD - &dmirar significa recon8ecer que eu sou o 8omem mais belo! mais rico! mais inteligente e mais bem "estido de todo o planeta. - Aas s= 8á "oc( no seu planeta' - a-me esse gosto. &dmira-me mesmo assim' - Eu te admiro! disse o principezin8o! dando de ombros. Aas como pode isso interessar-teD E o principezin8o foi-se embora. &s pessoas grandes são decididamente muito bizarras! ia pensando ele pela "iagem afora.
XII
1 planeta seguinte era 8abitado por um b(bado. Esta "isita foi muito curta! mas mergul8ou o principezin8o numa profunda melancolia.
- >ue fazes aiD perguntou ao b(bado! silenciosamente instalado diante de uma coleção de garrafas "azias e uma coleção de garrafas c8eias. - Eu bebo! respondeu o b(bado! com ar lBgubre. - 7or que $ que bebesD perguntou-l8e o principezin8o. - 7ara esquecer! respondeu o beberrão. - Esquecer o qu(D indagou o principezin8o! que á começa"a a sentir pena. - Esquecer que eu ten8o "ergon8a! confessou o b(bado! baiando a cabeça. - ergon8a de qu(D in"estigou o principezin8o! que desea"a socorr(-lo. ergon8a de beber' concluiu o beberrão! encerrando-se definiti"amente no seu sil(ncio. E o principezin8o foi-se embora! perpleo. &s pessoas grandes são decididamente muito bizarras! dizia de si para si! durante a "iagem.
XIII
1 quarto planeta era o do 8omem de neg=cios. Esta"a tão ocupado que não le"antou sequer a cabeça à c8egada do príncipe.
- *om dia! disse-l8e este. 1 seu cigarro está apagado. - 5r(s e dois são cinco. inco e sete! doze. oze e tr(s! quinze. *om dia. >uinze e sete! "inte e dois. inte e dois e seis! "inte e oito. 2ão 8á tempo para acender de no"o. inte e seis e cinco! trinta e um. ?f ' São pois quin8entos e um mil8Fes! seiscentos e "inte e dois mil! setecentos e trinta e um. - >uin8entos mil8Fes de qu(D - 6emD &inda estás aquiD >uin8entos e um mil8Fes de... eu não sei mais ... 5en8o tanto trabal8o. Sou um sueito s$rio! não me preocupo com nin8arias' ois e cinco! sete... - >uin8entos mil8Fes de qu(D repetiu o principezin8o! que nunca na sua "ida renunciara a uma pergunta! uma "ez que a ti"esse feito. 1 8omem de neg=cios le"antou a cabeça: 6á cinqenta e quatro anos que 8abito este planeta e s= fui incomodado tr(s "ezes. & primeira "ez foi 8á "inte e dois anos! por um besouro caído não sei de onde. 9azia um barul8o terrí"el! e cometi quatro erros na soma. & segunda foi 8á onze anos! por uma crise de reumatismo. 9alta de eercício. 2ão ten8o tempo para passeio. Sou um sueito s$rio. & terceira... $ esta' Eu dizia! portanto! quin8entos e um mil8Fes... - Ail8Fes de qu(D 1 8omem de neg=cios compreendeu que não 8a"ia esperança de paz: - Ail8Fes dessas coisin8as que se "(em às "ezes no c$u. - AoscasD - 2ão! não. Essas coisin8as que bril8am. -- &bel8asD 5amb$m não. Essas coisin8as douradas que fazem son8ar os ociosos. Eu cá sou um sueito s$rio. 2ão ten8o tempo para di"agaçFes. &8 estrelasD - )sso mesmo. Estrelas. - E que fazes tu de quin8entos mil8Fes de estrelas - >uin8entos e um mil8Fes! seiscentos e "inte e duas mil! setecentos e trinta e uma. Eu sou um sueito s$rio. Hosto de eatidão. - E que fazes tu dessas estrelasD - >ue faço delasD
- Sim. - 2ada. Eu as possuo. - 5u possuis as estrelasD - Sim. - Aas eu á "i um rei que ... - 1s reis não possuem. Eles @reinam@ sobre. 0 muito diferente - E de que te ser"e possuir as estrelasD - Ser"e-me para ser rico - E para que te ser"e ser ricoD - 7ara comprar outras estrelas! se algu$m ac8ar. Esse aí! dissefez o principezin8o si mesmo! raciocina um pouco como o b(bado 2o entanto! ainda algumaspara perguntas. omo pode a gente possuir as estrelasD e quem são elasD respondeu! ameaçador! o 8omem de neg=cios - Eu não sei. e ningu$m. - /ogo são min8as! porque pensei primeiro. - *asta issoD Sem dB"ida. >uando ac8as um diamante que não $ de ningu$m! ele $ teu. >uando ac8as uma il8a que não $ de ningu$m! ela $ tua. >uando tens uma id$ia primeiro! tu a fazes registrar: ela $ tua. E quanto a mim! eu possuo as estrelas! pois ningu$m antes de mim te"e a id$ia de as possuir. )sso $ "erdade! disse o principezin8o. E que fazes tu com elasD Eu as administro. Eu as conto e reconto! disse o 8omem de neg=cios. 0 difícil. Aas eu sou um 8omem s$rio' 1 principezin8o ainda não esta"a satisfeito. Eu! se possuo um lenço! posso colocá-lo em torno do pescoço e le"á-lo comigo. Se possuo uma flor! posso col8er a flor e le"á-la comigo. Aas tu não podes col8er as estrelas. 2ão. Aas eu posso colocá-las no banco. >ue quer dizer istoD )sso quer dizer que eu escre"o num papelzin8o o numero das min8as estrelas. epois tranco o papel a c8a"e numa ga"eta. - S= istoD - E basta... 0 di"ertido! pensou o principezin8o. 0 bastante po$tico. Aas não $ muito s$rio. 1 principezin8o tin8a! sobre as coisas s$rias! id$ias muito di"ersas das id$ias das pessoas grandes. - Eu! disse ele ainda! possuo uma flor que rego todos os dias. 7ossuo tr(s "ulcFes que re"ol"o toda semana. 7orque re"ol"o tamb$m o que está etinto. & gente nunca sabe. 0 Btil para os meus "ulcFes! e Btil para a min8a flor que eu os possua. Aas tu não $s Btil às estrelas ... 1 8omem de neg=cios abriu a boca! mas não ac8ou nada a responder! e o principezin8o se foi ... &s pessoas grandes são mesmo etraordinárias! repetia simplesmente no percurso da "iagem.
XIV
1 quinto planeta era muito curioso. Era o menor de todos. Aal da"a para um lampião e o acendedor de lampiFes ...
1 principezin8o não podia atinar para que pudessem ser"ir! no c$u! num planeta sem casa e sem gente! um lampião e o acendedor de lampiFes. 2o entanto! disse consigo mesmo: - 5al"ez esse 8omem sea mesmo absurdo. 2o entanto! $ menos absurdo que o rei! que o "aidoso! o 8omem de neg=cios! beberrão. Seumais trabal8o menos temuma um sentido. >uandoque acende o lampião! $ comoque se ofizesse nascer uma ao estrela! mais flor. >uando o apaga! por$m! $ estrela ou flor que adormecem. 0 uma ocupação bonita. E $ Btil! porque $ bonita. >uando abordou o planeta! saudou respeitosamente o acendedor: - *om dia. 7or que acabas de apagar teu lampiãoD Eu eecuto uma tarefa terrí"el. 0 o regulamento - respondeu o acendedor-. *om dia. >ue $ o regulamentoD 0 apagar meu lampião. *oa noite. E tornou a acender. - Aas por que acabas de o acender de no"oD - 0 o regulamento! respondeu o acendedor. - Eu não compreendo! disse o principezin8o. - 2ão $ para compreender! disse o acendedor. 4egulamento $ regulamento. *om dia. E apagou o lampião Em seguida enugou a fronte num lenço de quadrin8os "ermel8os - Eu eecuto uma tarefa terrí"el. &ntigamente era razoá"el. &paga"a de man8ã e acendia à noite. 5in8a o resto do dia para descansar e o resto da noite para dormir... - E depois disso! mudou o regulamentoD - 1 regulamento não mudou! disse o acendedor. &í $ que está o drama ' 1 planeta de ano em ano gira mais depressa! e o regulamento não muda' - E entãoD disse o principezin8o
- &gora! que ele dá uma "olta por minuto! não ten8o mais um segundo de repouso. &cendo e apago uma "ez por minuto ' - &8' que engraçado' 1s dias aqui duram um minuto' 2ão $ nada engraçado! disse o acendedor. Iá faz um m(s que estamos con"ersando. ?m m(sD Sim. 5rinta minutos. 5rinta dias. *oa noite. E acendeu o lampião. 1 principezin8o considerou-o! e amou aquele acendedor tão fiel ao regulamento. /embrou-se dos pores-do-sol que ele mesmo produzia! recuando um pouco a cadeira. >uis audar o amigo. - Sabes .D Eu sei de um modo de descansar quando quiseres ... - Eu sempre quero! disse o acendedor. 7ois a gente pode ser! ao mesmo tempo! fiel e preguiçoso. E o principezin8o prosseguiu: - 5eu planeta $ tão pequeno! que podes! com tr(s passos! dar-l8e a "olta. *asta andares lentamente! bem lentamente! de modo a ficares sempre ao sol. >uando quiseres descansar! camin8arás ... e o dia durará quanto queiras. - )sso não adianta muito! disse o acendedor. 1 que eu gosto mais na "ida $ de dormir. - Então não 8á rem$dio! disse o principezin8o. - 2ão 8á rem$dio! disse o acendedor. *om dia. E apagou seu lampião. Esse aí! disse para si o principezin8o! ao prosseguir a "iagem para mais longe! esse aí seria desprezado por todos 1s 1utros! o rei! o "aidoso! o beberrão! o 8omem de neg=cios. 2o entanto! $ o Bnico que não me parece ridículo. 5al"ez porque $ o Bnico que se ocupa de outra coisa que não sea ele pr=prio. Suspirou de pesar e disse ainda: Era o Bnico que eu podia ter feito meu amigo. Aas seu planeta $ mesmo pequeno demais. 2ão 8á lugar para dois ... 1 que o principezin8o não ousa"a confessar $ que os mil quatrocentos e quarenta pores-do-sol em "inte e quatro 8oras da"am-l8e certa saudade do abençoado planeta'
XV
1 seto planeta era dez "ezes maior - Era 8abitado por um "el8o que escre"ia li"ros enormes.
- *ra"o' eis um eplorador' eclamou ele! logo que "iu o principezin8o. 1 principezin8o assentou-se na mesa! ofegante. á "iaara tanto' - e onde "ensD perguntou-l8e o "el8o. - >ue li"ro $ esseD perguntou-l8e o principezin8o. >ue faz o sen8or aquiD - Sou ge=grafo! respondeu o "el8o. - >ue $ um ge=grafoD perguntou o principezin8o. - 0 um sábio que sabe onde se encontram os mares! os rios! as cidades! as montan8as! os desertos. 0 bem interessante! disse o principezin8o. Eis! afinal! uma "erdadeira profissão' E lançou um ol8ar! em torno de si! no planeta do ge=grafo. 2unca 8a"ia "isto planeta tão maestoso. - 1 seu planeta $ muito bonito. 6a"erá oceanos neleD - omo 8ei de saberD disse o ge=grafo. - &8' ;1 principezin8o esta"a decepcionado.< e montan8asD - omo 8ei de saberD disse o ge=grafo. - E cidades! e rios! e desertosD - omo 8ei de saberD disse o ge=grafo pela terceira "ez. - Aas o sen8or $ ge=grafo - 0 claro! disse o ge=grafoO mas não sou eplorador. 6á uma falta absoluta de eploradores. 2ão $ o ge=grafo que "ai contar as cidades! os rios! as montan8as! os mares! os oceanos! os desertos. 1 ge=grafo $ muito importante para estar passeando. 2ão deia um instante a escri"anin8a. Aas recebe os eploradores! interroga-os! anota as suas lembranças. E se as lembranças de alguns l8e parecem interessantes! o ge=grafo estabelece um inqu$rito sobre a moralidade do eplorador - 7or qu(D - 7orque um eplorador que mentisse produziria catástrofes nos li"ros de geografia. omo o eplorador que bebesse demais. - 7or qu(D perguntou o principezin8o. - 7orque os b(bados "(em dobrado. Então o ge=grafo anotaria duas montan8as
onde 8á uma s=. - on8eço algu$m! disse o principezin8o! que seria um mau eplorador. - 0 possí"el. 7ois bem! quando a moralidade do eplorador parece boa! faz-se uma in"estigação sobre a sua descoberta. - ai-se "erD - 2ão. Seria muito complicado. Aas eige-se do eplorador que ele forneça pro"as. 5ratando-se! por eemplo! de uma grande montan8a! ele trará grandes pedras. 1 ge=grafo! de sBbito! se entusiasmou: - Aas tu "ens de longe. 5u $s eplorador ' 5u me "ais descre"er o teu planeta ' E o ge=grafo! tendo aberto o seu caderno! apontou o seu lápis. ¬am-se primeiro aten8a lápisfornecido as narraçFes dos eploradores. Espera-se! para cobrir à tinta! que o eplorador pro"as. - EntãoD interrogou o ge=grafo. 18 ' onde eu moro! disse o principezin8o! não $ interessante: $ muito pequeno. Eu ten8o tr(s "ulcFes. ois "ulcFes em ati"idade e um "ulcão etinto. & gente nunca sabe ... - & gente nunca sabe! repetiu o ge=grafo. - 5en8o tamb$m uma flor. - Aas n=s não anotamos as flores! disse o ge=grafo. - 7or que nãoD 0 o mais bonito' - 7orque as flores são ef(meras. - >ue quer dizer @ef(mera@D &s geografias! disse o ge=grafo! são os li"ros de mais "alor. 2unca ficam fora de moda. 0 muito raro que um monte troque de lugar. 0 muito raro um oceano es"aziar-se. 2=s escre"emos coisas eternas. Aas os "ulcFes etintos podem se reanimar! interrompeu o principezin8o. >ue quer dizer @ef(mera@D - >ue os "ulcFes esteam etintos ou não! isso dá no mesmo para n=s! disse o ge=grafo. 1 que nos interessa $ a montan8a. Ela não muda. Aas que quer dizer @ef(mera@ repetiu o principezin8o! que nunca! na sua "ida! renunciara a uma pergunta que ti"esse feito. - >uer dizer @ameaçada de pr=ima desaparição@. - Ain8a flor esta ameaçada de pr=ima desapariçãoD - Sem dB"ida. Ain8a flor $ ef(mera! disse o principezin8o! e não tem mais que quatro espin8os para defender-se do mundo ' E eu a deiei sozin8a ' 9oi seu primeiro mo"imento de remorso. Aas retomou coragem: - >ue me aconsel8a a "isitarD perguntou ele. - 1 planeta 5erra! respondeu-l8e o ge=grafo. Hoza de grande reputação ... E o principezin8o se foi! pensando na flor.
XVI
1 s$timo planeta foi pois a 5erra.
& 5erra não $ um planeta qualquer' ontam-se lá cento e onze reis ;não esquecendo! $ claro! os reis negros
XVII
>uando a gente quer fazer graça! mente às "ezes um pouco. 2ão fui lá muito 8onesto ao l8es falar dos acendedores de lampiFes. orro o risco de dar! àqueles que não con8ecem o nosso planeta! uma falsa id$ia dele. 1s 8omens ocupam! na "erdade! muito pouco lugar na superfície da 5erra. Se os dois bil8Fes de 8abitantes que po"oam a 5erra se manti"essem de p$! colados um ao outro! como para um comício! acomodar-se-iam facilmente numa praça pBblica de "inte mil8as de comprimento por "inte de largura. 7oder-se-ia auntar a 8umanidade toda na menor das il8as do 7acífico. &s pessoas grandes não acreditarão! $ claro. Elas ulgam ocupar muito espaço. )maginam-se tão importantes como os baobás. igam-l8es façamtempo o cálculo. adoram os nBmerosO ficarão contentes com isso. Aas "oc(spois nãoque percam com Elas esse problema de aritm$tica. inBtil. oc(s acreditam em mim. 1 principezin8o! uma "ez na 5erra! ficou! pois! muito surpreso de não "er ningu$m. á receara ter se enganado de planeta! quando um anel cor de lua remeeu na areia. - *oa noite! disse o principezin8o! inteiramente ao acaso. - *oa noite! disse a serpente. - Em que planeta me encontroD perguntou o principezin8o. - 2a 5erra! na Ufrica! respondeu a serpente. - &8' ... E não 8á ningu$m na 5erraD 5u $s um bic8in8o engraçado! disse ele! fino como um dedo.! . - &qui $ o deserto. 2ão 8á ningu$m nos desertos. & 5erra $ grande! disse a serpente. 1 principezin8o sentou-se numa pedra e ergueu os ol8os para o c$u: - &s estrelas são todas iluminadas ... 2ão será para que cada um possa um dia encontrar a suaD 1l8a o meu planeta: está ustamente em cima de n=s ... Aas como está longe ' - 5eu planeta $ belo! disse a serpente. >ue "ens fazer aquiD - 5i"e dificuldades com uma flor! disse o príncipe - &8' eclamou a serpente. E se calaram.
- 1nde estão os 8omensD repetiu enfim o principezín8o. & gente está um pouco s= no deserto. - Entre os 8omens tamb$m! disse a serpente. 1 principezin8o ol8ou-a longamente. - 5u $s um bic8in8o engraçado! disse ele! fino como um dedo... - Aas sou mais poderosa do que o dedo de um rei! disse a serpente. 1 principezin8o sorriu. - 5u não $s tão poderosa assim...não tens sequer umas patas ... não podes sequer "iaar... - Eu posso le"ar-te mais longe que um na"io! disse a serpente. Ela enrolou-se na pernin8a do príncipe! um bracelete de ouro: &quele que eu toco! eu o de"ol"o à terracomo de onde "eio! continuo u a serpente. Aas tu $s puro. 5u "ens de uma estrela ... 1 principezin8o não respondeu. 5en8o pena de ti! tão fraco! nessa 5erra de granito. 7osso audar-te um dia! se ti"eres muita saudade do teu planeta. 7osso ... - 18' Eu compreendi muito bem! disse o principezin8o. Aas por que falas sempre por enigmasD Eu os resol"o todos! disse a serpente. E calaram-se os dois.
XVIII
1 principezin8o atra"essou o deserto e encontrou apenas uma flor. ?ma flor de tr(s p$talas! uma florzin8a a toa...
- *om dia! disse o príncipe. - *om dia! disse a flor. - 1nde estão os 8omensD perguntou polidamente. & flor! um dia! "ira passar uma cara"ana: - 1s 8omensD Eu creio que eistem seis ou sete. i-os 8á muitos anos. Aas não se pode nunca saber onde se encontram. 1 "ento os le"a. Eles não tem raízes. Eles não gostam das raízes. - &deus! disse o principezin8o. - &deus! disse a flor.
XIX
1 principezin8o escalou uma grande montan8a. &s Bnicas montan8as que con8ecera eram os tr(s "ulcFes que l8e da"am pelo oel8o. 1 "ulcão etinto ser"ia-l8e de tamborete. @e montan8a tão alta! pensa"a ele! "erei todo o planeta e todos os 8omens. Aas s= "iu agul8as de pedra! pontudas.
- *om dia! disse ele inteiramente ao l$u. - *om dia ... *om dia ... *om dia ... respondeu o eco. - >uem $s tuD perguntou o principezin8o. - >uem $s tu ... quem $s tu ... quem $s tu... respondeu o eco. - S(de meus amigos! eu estou s=! disse ele. - Estou s= ... estou s= ... estou s=! respondeu o eco. Este planeta $ todo seco! pontudo e salgado. @>ue planeta engraçado pensou então. 0 todo seco! pontudo e salgado. E os 8omens não t(m imaginação. 4epetem o que a gente diz ... 2o meu planeta eu tin8a uma flor: -e era sempre ela que fala"a primeiro.@
XX
Aas aconteceu que o principezin8o! tendo andado muito tempo pelas areias! pelas roc8as e pela ne"e! descobriu! enfim! uma estrada. E as estradas "ão todas na direção dos 8omens. - *om dia! disse ele Era um ardim c8eio de rosas. - *om dia! disseram as rosas.
1 principezin8o contemplou-as. Eram todas iguais a sua flor. - >uem soisD perguntou ele estupefato. - Somos rosas! disseram as rosas. -E&8' eclamouetremamente o principezin8o. . Sua flor l8e 8a"ia contado que ela era a Bnica ele sentiu-se infeliz. de sua esp$cie em todo o uni"erso. E eis que 8a"ia cinco mil! igualzin8as! num s= ardim ' @Ela 8a"eria de ficar bem "ermel8a! pensou ele! se "isse isto... omeçaria a tossir! fingiria morrer! para escapar ao ridículo. E eu então teria que fingir que cuida"a delaO porque se não! s= para me 8umil8ar! ela era bem capaz de morrer de "erdade. . . @ epois! refletiu ainda: @Eu me ulga"a rico de uma flor sem igual! e $ apenas uma rosa comum que eu possuo. ?ma rosa e tr(s "ulcFes que me dão pelo oel8o! um dos quais etinto para sempre. )sso não faz de mim um príncipe muito grande. . .@ E! deitado na rel"a! ele c8orou.
XXI
E foi então que apareceu a raposa: - *om dia! disse a raposa. - *om dia! respondeu polidamente o principezin8o! que se "oltou! mas não "iu nada. Eu estou aqui! disse a "oz! debaio da macieira... - >uem $s tuD perguntou o principezin8o. 5u $s bem bonita... - Sou uma raposa! disse a raposa -- em brincar propôs odisse principezin8o. Estou triste ainda. Eu não possocomigo! brincar contigo! a raposa. 2ão metão cati"aram - &8' desculpa! disse o principezin8o. &p=s uma refleão! acrescentou: - >ue quer dizer @cati"ar@D - 5u não $s daqui! disse a raposa. >ue procurasD - 7rocuro os 8omens! disse o principezin8o - >ue quer dizer @cati"ar@D - 1s 8omens! disse a raposa! t(m fuzis e caçam. 0 bem incômodo' riam galin8as tamb$m. 0 a Bnica coisa interessante que eles fazem - 5u procuras galin8asD - 2ão! disse o principezin8o. Eu procuro amigos. >ue quer dizer @cati"ar@D - 0 uma coisa muito esquecida! disse a raposa. Significa @criar laços. - riar laçosD Eatamente! disse a raposa. 5u não $s ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não ten8o necessidade de ti. E tu não tens tamb$m necessidade de mim. 2ão passo a teus ol8os de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Aas! se tu me cati"as! n=s teremos necessidade um do outro. Serás para mim o Bnico no mundo. E eu serei para ti Bnica no mundo... omeço a compreender! disse o principezin8o. Eiste uma flor. . . eu creio que ela me cati"ou ... 0 possí"el! disse a raposa. (-se tanta coisa na 5erra ... - 18' não foi na 5erra! disse o principezin8o. & raposa pareceu intrigada: - 2um outro planetaD - Sim. - 6á caçadores nesse planetaD - 2ão. - >ue bom ' E galin8asD - 5amb$m não. - 2ada $ perfeito! suspirou a raposa.
Aas a raposa "oltou à sua id$ia. - Ain8a "ida $ mon=tona. Eu caço as galin8as e os 8omens me caçam. 5odas as galin8as se parecem e todos os 8omens se parecem tamb$m. E por isso eu me aborreço um pouco. Aas se tu me cati"as! min8a "ida será como que c8eia de sol. on8ecerei um barul8o de passos que será diferente dos outros. 1s outros passos me fazem entrar debaio da terra.
1 teu me c8amará para fora da toca! como se fosse mBsica. E depois! ol8a' (s! lá longe! os campos de trigoD Eu não como pão. 1 trigo para mim $ inBtil. 1s campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso $ triste Aas tu tens cabelos cor de ouro. Então será mara"il8oso quando me ti"eres cati"ado. 1 trigo! que $ dourado! fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barul8o do "ento no trigo ... & raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe: - 7or fa"or... cati"a-me disse ela. - *em quisera! disse o principezin8o! mas eu não ten8o muito tempo. 5en8o amigos a descobrir e muitas coisas a con8ecer. - & gente s= con8ece bem as coisas que cati"ou! disse a raposa. 1s 8omens não t(m mais tempo de con8ecer coisa alguma. ompram tudo prontin8o nas loas. Aas como não eistem loas de amigos! os 8omens não t(m mais amigos! Se tu queres um amigo! cati"a-me' >ue $ preciso fazerD perguntou o principezin8o. 0 preciso ser paciente! respondeu a raposa. 5u te sentarás primeiro um pouco longe de mim! assim! na rel"a. Eu te ol8arei com o canto do ol8o e tu não dirás nada. & linguagem $ uma fonte de mal-entendidos. Aas! cada dia! te sentarás mais perto ... 2o dia seguinte o principezin8o "oltou. - 5eria sido mel8or "oltares à mesma 8ora! disse a raposa. Se tu "ens! por eemplo! às quatro da tarde! desde as tr(s eu começarei a ser feliz. >uanto mais a 8ora for c8egando! mais eu me sentirei feliz. Ps quatro 8oras! então! estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade' Aas se tu "ens a qualquer momento! nunca saberei a 8ora de preparar o coração ... 0 preciso ritos. - >ue $ um ritoD perguntou o principezin8o. - 0 uma coisa muito esquecida tamb$m! disse a raposa! 0 o que faz com que um dia sea diferente dos outros diasO uma 8ora! das outras 8oras. 1s meus caçadores! por eemplo! possuem um rito. ançam na quinta-feira com as moças da aldeia. & quintafeira então $ o dia mara"il8oso' ou passear at$ a "in8a. Se os caçadores dançassem qualquer dia! os dias seriam todos iguais! e eu não teria f$rias '
&ssim o principezin8o cati"ou a raposa. Aas! quando c8egou a 8ora da partida! a raposa disse: - &8 ' Eu "ou c8orar. - & culpa $ tua! disse o principezin8o! eu não te queria fazer malO mas tu quiseste que eu te cati"asse ... - >uis! disse a raposa. - Aas tu "ais c8orar ' disse o principezin8o. - ou! disse a raposa. - Então! não sais lucrando nada ' - Eu lucro! disse a raposa! por causa da cor do trigo. epois ela acrescentou: - ai re"er as rosas. 5u compreenderás que a tua $ a Bnica no mundo. 5u "oltarás para me dizer adeus! e eu te farei presente de um segredo. 9oi o principezin8o re"er as rosas: - =s não sois absolutamente iguais à min8a rosa! "=s não sois nada ainda. 2ingu$m ainda "os cati"ou! nem cati"astes a ningu$m. Sois como era a min8a raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Aas eu fiz dela um amigo. Ela $ agora Bnica no mundo. E as rosas esta"am desapontadas. - Sois belas! mas "azias! disse ele ainda. 2ão se pode morrer por "=s. Ain8a rosa! sem dB"ida um transeunte qualquer pensaria que se parece con"osco. Ela sozin8a $! por$m! mais importante que "=s todas! pois foi a ela que eu reguei. 9oi a ela que pus sob a redoma. 9oi a ela que abriguei com o pára-"ento. 9oi dela que eu matei as lar"as ;eceto duas ou tr(s por causa das borboletas<. 9oi a ela que eu escutei queiar-se ou gabar-se! ou mesmo calar-se algumas "ezes. 0 a min8a rosa. E "oltou! então! à raposa: - &deus! disse ele... - &deus! disse a raposa. Eis o meu segredo. 0 muito simples: s= se "( bem com o coração. essencial$$in"isí"el in"isí"elpara paraos osol8os! ol8os.repetiu o principezin8o! a fim de se lembrar. - 11essencial - 9oi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante. - 9oi o tempo que eu perdi com a min8a rosa... repetiu o principezin8o! a fim de se lembrar. - 1s 8omens esqueceram essa "erdade! disse a raposa. Aas tu não a de"es esquecer. 5u te tornas eternamente responsá"el por aquilo que cati"as. 5u $s responsá"el pela rosa... - Eu sou responsá"el pela min8a rosa... repetiu o principezin8o! a fim de se lembrar.
XXII
- *om dia! disse o principezin8o. - *om dia! respondeu o guarda-c8a"es. - >ue fazes aquiD perguntou-l8e o principezin8o. - Eu di"ido os passageiros em blocos de mil! disse o guarda-c8a"es. espac8o os trens que os carregam! ora para a direita! ora para a esquerda. E um rápido iluminado! roncando como um tro"ão! fez tremer a cabine do guardac8a"es. Eles estão com muita pressa! disse o principezin8o. 1 que $o que estãodaprocurandoD - 2em 8omem locomoti"a sabe! disse o guarda-c8a"es. E tro"eou! em sentido in"erso! um outro rápido iluminado. - Iá estão de "oltaD perguntou o principezin8o... - 2ão são os mesmos! disse o guarda-c8a"es. 0 uma troca. - 2ão esta"am contentes onde esta"amD - 2unca estamos contentes onde estamos! disse o guarda-c8a"es. E um terceiro rápido! iluminado! tro"eou. - Estão perseguindo os primeiros "iaantesD perguntou o principezin8o. - 2ão perseguem nada! disse o guarda-c8a"es. Estão dormindo lá dentro! ou boceando - S= as crianças esmagam o nariz nas "idraças. - S= as crianças sabem o que procuram! disse o principezin8o. 7erdem tempo com uma boneca de pano! e a boneca se torna muito importante! e c8oram quando a gente a toma ... - Elas são felizes ... disse o guarda-c8a"es.
XXIII
- *om dia! disse o principezin8o. - *om dia! disse o "endedor. Era um "endedor de pílulas aperfeiçoadas que aplaca"am a sede. 5oma-se uma por semana e não $ mais preciso beber. - 7or que "endes issoD perguntou o principezin8o. - 0 uma grande economia de tempo! disse o "endedor. 1s peritos calcularam - & gente gan8a cinqenta e tr(s minutos por semana. - E que se faz! então! com os cinqenta e tr(s minutosD - 1 que a gente quiser... VEu! pensou o principezin8o! se ti"esse cinqenta e tr(s minutos para gastar! iria camin8ando passo a passo! mãos no bolso! na direção de uma fonte. . .W
XXIV
Está"amos no oita"o dia de min8a pane. ustamente quando bebia a Bltima gota da min8a 7ro"isão de água! foi que ou"i a 8ist=ria do "endedor. - &8' disse eu ao principezin8o! são bem bonitas as tuas lembranças! mas eu não consertei ainda meu a"ião! não ten8o mais nada para beber! e eu seria feliz! eu tamb$m! se pudesse ir camin8ando passo a passo! mãos no bolso! na direção de uma fonte' - Ain8a amiga raposa me disse ... Aeu caro! não se trata mais de raposa . - 7or qu(D - 7orque "amos morrer de sede ... Ele não compreendeu o meu raciocínio! e respondeu: - 0 bom ter tido um amigo! mesmo se a gente "ai morrer. Eu estou muito contente de ter tido a raposa por amiga... - 2ão a"alia o perigo! disse eu. 2ão tem nunca fome ou sede. ?m raio de sol l8e basta. Aas ele me ol8ou e respondeu ao que eu pensa"a:
- 5en8o sede tamb$m ... procuremos um 71X1 ... - Eu fiz um gesto de desanimo: $ absurdo procurar um poço ao acaso! na imensidão do deserto. 2o entanto! pusemo-nos a camin8o. Iá tín8amos andado 8oras em sil(ncio quando a noite caiu e as estrelas começaram a bril8ar. Eu as "ia como em son8o! porque tin8a um pouco de febre! por causa da sede. &s pala"ras do principezin8o dança"am-me na mem=ria: - 5u tens sede tamb$mD perguntei-l8e. Aas não respondeu à min8a pergunta. isse apenas: - & água pode ser boa para o coração ... 2ão compreendi sua resposta e calei-me... Eu bem sabia que não adianta"a interrogá-lo. Ele esta"a cansado - Sentou-se. Sentei-me unto dele. E! ap=s um sil(ncio! disse ainda: - &s estrelas são belas por causa de uma flor que não se "(... Eu respondi @mesmo@ e fitei! sem falar! a ondulação da areia enluarada.. - 1 deserto! belo! acrescentou ... E era "erdade. Eu sempre amei o deserto. & gente se senta numa duna de areia. 2ão se "( nada. 2ão se escuta nada. E no entanto! no sil(ncio!alguma coisa irradia... e .. 1 que torna belo o deserto! disse o principezin8o! $ que ele esconde um poço nalgum lugar. 9iquei surpreso por compreender de sBbito essa misteriosa irradiação da areia. >uando eu era pequeno! 8abita"a uma casa antiga! e diziam as-lendas que ali fora enterrado um tesouro. 2ingu$m! $ claro! o conseguira descobrir! nem tal"ez mesmo o procurou. Aas ele encanta"a a casa toda - Ain8a casa escondia um tesouro no fundo do coração. . . - >uer se trate da casa! das estrelas ou do deserto! disse eu ao principezin8o! o que faz a sua beleza $ in"isí"el ' - Estou contente! disse ele! que esteas de acordo com a raposa. omo o principezin8o adormecesse! tomei-o nos braços e prossegui a camin8ada. Eu esta"a como"ido. 5in8a a impressão de carregar um frágil tesouro. 7arecia-me mesmo não 8a"er na 5erra nada mais frágil. onsidera"a! à luz da lua! a fronte pálida! os ol8os fec8ados! as mec8as de cabelo que tremiam ao "ento. E eu pensa"a: o que eu "eo não $ mais que uma casca. 1 mais importante $ in"isí"el..! omo seus lábios entreabertos esboçassem um sorriso! pensei ainda: @1 que tanto me como"e nesse príncipe adormecido $ sua fidelidade a uma florO $ a imagem de uma rosa que bril8a nele como a c8ama de uma l%mpada! mesmo quando dorme. . . @ Eu o pressentia então mais frágil ainda. 0 preciso proteger as l%mpadas com cuidado: um sopro as pode apagar... E! camin8ando assim! eu descobri o poço. 1 dia esta"a raiando.
XXV
- 1s 8omens! disse o principezin8o! se enfurnam nos rápidos! mas não sabem o que procuram. Então eles se agitam! ficam rodando à toa ... E acrescentou: - E isso não adianta ... 1 poço a que tín8amos c8egado não se parecia de forma alguma com os poços do Saara. 1S poços do Saara são simples buracos na areia. &quele! parecia um poço de aldeia - Aas não 8a"ia ali aldeia alguma! e eu ulga"a son8ar. - 0 estran8o! disse eu ao principezin8o! tudo está preparado: a roldana! o balde e a corda. Ele riu! pegou a corda! fez girar a roldana. E a roldana gemeu como gemem os "el8os cata-"entos quando o "ento dormiu por muito tempo. - 5u escutasD disse o príncipe. Estamos acordando o poço! ele canta ...
Eu não queria que ele fizesse esforço: - eia que eu pue! disse eu! $ muito pesado para o teu taman8o. /entamente! icei o balde at$ em cima! e o instalei com cuidado na borda do poço. 2os meus ou"idos permanecia ainda o canto da roldana! e na água! que ainda bril8a"a!"ia tremer o sol. - 5en8o sede dessa água! disse o principezin8o. á-me de beber ... E eu compreendi o que ele 8a"ia buscado' /e"antei-l8e o balde at$ a boca. Ele bebeu! de ol8os fec8ados. Era doce como uma festa. Essa água era muito mais que um alimento. 2ascera da camin8ada sob as estrelas! do canto da roldana! do esforço do meu braço. Era boa para o coração! como um presente. >uando eumBsica era pequeno! todo esplendor do presentedos de risos 2atal...esta"a tamb$m na luz da ár"ore! na da missa de omeia-noite! na doçura - 1s 8omens do teu planeta! disse o principezin8o! culti"am cinco mil rosas num mesmo ardim ... e não encontram o que procuram ... - 2ão encontram! respondi... E no entanto o que eles buscam poderia ser ac8ado numa s= rosa! ou num pouquin8o dYágua ... - 0 "erdade. E o principezin8o acrescentou:
- Aas os ol8os são cegos. 0 preciso buscar com o coração ... Eu 8a"ia bebido. 4espira"a facilmente. & areia $ cor de mel quando aman8ece. E a cor de mel me fazia feliz. 7or que 8a"eria eu de estar tristeD ... - 0 preciso! disse baiin8o o príncipe! que cumpras a tua promessa. Ele esta"a! de no"o! sentado unto de mim. - >ue promessaD - 5u sabes ... a mordaça do meu carneiro ... eu sou responsá"el pela flor' 5irei do bolso as min8as tentati"as de desen8o. o principezin8o os "iu e disse rindo: -- 5eus 18' baobás parecem um pouco repol8os... Eu esta"a tão orgul8oso dos meus baobás' - 5ua raposa. . . as orel8as dela. . . parecem c8ifres. . . são compridas demais. Ele riu outra "ez. - 5u $s inusto! meu bem! eu s= sabia desen8ar ib=ias abertas e fec8adas ... 2ão faz mal! disse ele! as crianças entendem. 4abisquei! portanto! uma pequena mordaça. Aas sentia! ao entregá-la! um aperto no coração: 5u tens proetos que eu ignoro... Ele não me respondeu. Aas disse: - /embras-te da min8a queda na 5erraD &man8ã será o ani"ersário... epois! ap=s um sil(ncio! acrescentou: - aí pertin8o daqui ... E ficou "ermel8o ao diz(-lo. E de no"o! sem compreender porque! eu sentia um estran8o pesar. 2o entanto! ocorreu-me a pergunta: - Então não foi por acaso que "aga"as sozin8o! quando te encontrei! 8á oito dias! a mil8as e mil8as de qualquer região 8abitada' 2ão estarias "oltando ao ponto da quedaD 1 principezin8o ficou "ermel8o de no"o. E eu acrescentei! 8esitando: - 5erá sido por causa do ani"ersárioD ... 1 principezin8o ficou mais "ermel8o. 2ão respondia nunca às perguntas. Aas quando a gente fica "ermel8o! não $ o mesmo que dizer @sim@D - &8 ' disse-l8e eu! eu ten8o medo ... Aas ele respondeu: - 5u de"es agora trabal8ar. )r em busca do teu aparel8o. Espero-te aqui. olta aman8ã de tarde. . . Aas eu não esta"a tranqilo. /embra"a-me da raposa. & gente corre o risco de c8orar um pouco quando se deiou cati"ar...
XXVI
6a"ia! ao lado do poço! a ruína de um "el8o muro de pedra. >uando "oltei do trabal8o! no dia seguinte! "i! de longe! o principezin8o sentado no alto! com as pernas balançando. E eu o escutei dizer: 5u não te lembras entãoD 2ão foi bem aqui o lugar ?ma outra "oz de"ia responder-l8e! porque replicou em seguida: - 2ãoO não estou enganado. 1 dia $ este! mas não o lugar... 7rossegui o camin8o para o muro. ontinua"a a não "er ningu$m. 2o entanto o principezin8o replicou no"amente: Está ali bem. "erás onde começa! na areia! o sinal dos meus passos. *asta esperarme. Estarei esta5unoite. Eu me ac8a"a a "inte metros do muro e continua"a a não "er nada. 1 principezin8o disse ainda! ap=s um sil(ncio: - 1 teu "eneno $ do bomD Estás certa de que não "ou sofrer muito tempoD 7arei! o coração apertado! sem compreender ainda. - &gora! "ai-te embora! disse ele ... eu quero descer'
Então baiei os ol8os para o p$ do muro! e dei um salto' /á esta"a! erguida para o principezin8o! uma dessas serpentes amarelas que nos liquidam num minuto. Enquanto procura"a o re"=l"er no bolso! dei uma rápida corrida. Aas! percebendo o barul8o! a serpente se foi encol8endo lentamente! como um repuo que morre. E! sem se apressar demais! enfiou-se entre as pedras! num le"e tinir de metal. 8eguei ao muro a tempo de receber nos braços o meu caro principezin8o! pálido como a ne"e. - >ue 8ist=ria $ essaD 5u con"ersas agora com as serpentesD esatei o n= do seu eterno lenço dourado. ?medeci- l8e as t(mporas. ei-l8e água. E agora! não ousa"a perguntar-l8e coisa alguma. 1l8ou-me gra"emente e passou-me os bracin8os no pescoço. Sentia-l8e o coração bater de encontro ao meu! como o de um pássaro que morre! atingido pela carabina. Ele me disse: - Estou contente de teres descoberto o defeito do maquinismo. ais poder "oltar para casa... - omo soubeste dissoD Eu "in8a ustamente anunciar-l8e que! contra toda epectati"a! 8a"ia realizado o conserto ' 2ada respondeu à min8a pergunta! mas acrescentou:
- Eu tamb$m "olto 8oe para casa... epois! com melancolia! ele disse: - 0 bem mais longe ... bem mais difícil... Eu percebia claramente que algo de etraordinário se passa"a. &perta"a-o nos braços como se fosse uma criancin8aO mas tin8a a impressão de que ele ia deslizando "erticalmente no abismo! sem que eu nada pudesse fazer para det(-lo... Seu ol8ar esta"a s$rio! perdido ao longe: - 5en8o o teu carneiro. E a caia para o carneiro. E a mordaça. . . &gora! "ai-te embora! disse ele ... eu quero descer' Ele sorriu comtempo. tristeza.7areceu-me que ele ia se aquecendo de no"o! pouco a pouco: Esperei muito - Aeu querido! tu ti"este medo... 0 claro que ti"era. Aas ele sorriu docemente. - 5erei mais medo ainda esta noite ... 1 sentimento do irrepará"el gelou-me de no"o. E eu compreendi que não podia suportar a id$ia de nunca mais escutar esse riso. Ele era para mim como uma fonte no deserto. - Aeu bem! eu quero ainda escutar o teu riso ... Aas ele me disse: - 9az um ano esta noite. Ain8a estrela se ac8ará ustamente em cima do lugar onde cai o ano passado ... Aeu bem! não será um son8o mau essa 8ist=ria de serpente! de encontro marcado! de estrelaD Aas não respondeu à min8a pergunta. E disse: - 1 que $ importante! a gente não "( ... - & gente não "( ... - Será como a flor. Se tu amas uma flor que se ac8a numa estrela! $ doce! de noite! ol8ar o c$u. 5odas as estrelas estão floridas. - 5odas as estrelas estão floridas. - Será como a água. &quela que me deste parecia mBsica! por causa da roldana e da corda... /embras-te como era boaD - /embro-me... 5u ol8arás! de noite! as estrelas. 1nde eu moro $ muito pequeno! para que eu possa te mostrar onde se encontra a min8a. 0 mel8or assim. Ain8a estrela será então qualquer das estrelas. Hostarás de ol8ar todas elas ... Serão! todas tuas amigas. E depois! eu Y"ou fazer-te um presente ... Ele riu outra "ez. - &8' meu pedacin8o de gente! meu amor!como eu gosto de ou"ir esse riso' - 7ois $ ele o meu presente ... será como a água... - >ue queres dizerD - &s pessoas t(m estrelas que não são as mesmas. 7ara uns! que "iaam! as estrelas são guias. 7ara outros! elas não passam de pequenas luzes. 7ara outros! os sábios! são problemas. 7ara o meu negociante! eram ouro. Aas todas essas estrelas se calam. 5u! por$m! terás estrelas como ningu$m... - >ue queres dizerD - >uando ol8ares o c$u de noite! porque 8abitarei uma delas! porque numa delas estarei rindo! então será como se todas as estrelas te rissem ' E tu terás estrelas que sabem rir'
E ele riu mais uma "ez. - E quando te 8ou"eres consolado ;a gente sempre se consolauando consegui apan8á-lo! camin8a"a decidido! a passo rápido. isse-me apenas: - &8 ' estás aqui ... E!ele me tomou pela mão. Aas afligiu-se ainda: - 9izeste mal. 5u sofrerás. Eu parecerei morto e não será "erdade... Eu me cala"a. 5u compreendes. 0 longe demais. Eu não posso carregar esse corpo. 0 muito pesado. Eu me cala"a. - Aas será como uma "el8a casca abandonada. ?ma casca de ár"ore não $ triste... Eu me cala"a. 7erdeu um pouco da coragem! Aas fez ainda um esforço: Será bonito! sabesD Eu tamb$m ol8arei as estrelas. 5odas as estrelas serão poços com uma roldana enferruada. 5odas as estrelas me darão de beber... Eu me cala"a. - Será tão di"ertido ' 5u terás quin8entos mil8Fes de guizos! eu terei quin8entos mil8Fes de fontes ... E ele se calou tamb$m! porque esta"a c8orando... - 0 aqui. eia-me dar um passo sozin8o. E sentou-se! porque tin8a medo. isse ainda: - 5u sabes ... min8a flor ... eu sou responsá"el por ela' Ela $ tão frágil' 5ão ing(nua' 5em quatro espin8os de nada para defende-la do mundo ... Eu sentei-me tamb$m! pois não podia mais ficar de p$. Ele disse:
- 7ronto ... &cabou-se ... 6esitou ainda um pouco! depois ergueu-se. eu um passo. Eu ... eu não podia mo"er-me. 6ou"e apenas um clarão amarelo perto da sua perna. 7ermaneceu! por um instante! im="el. 2ão gritou. 5ombou de"agarin8o como uma ár"ore tomba.
2em fez sequer barul8o! por causa da areia.
XXVII
E agora! certamente! á se "ão seis anos ... amais contara essa 8ist=ria. 1s camaradas ficaram contentes de "er-me são e sal"o. Eu esta"a triste! mas dizia: 0 o cansaço... &gora á me consolei um pouco. Aas não de todo. Sei que ele "oltou ao seu planetaO pois! ao raiar do dia! não l8e encontrei o corpo. 2ão era um corpo tão pesado assim ... E gosto! à noite! de escutar as estrelas. >uin8entos mil8Fes de guizos ... Aas eis que sucede uma coisa etraordinária. 2a mordaça que desen8ei para o principezin8o! a correia' poderá amais carneiro.ten8a E eu pergunto então:esqueci @>ue de se untar terá passado no 2ão planetaD 7ode bemprend(-la ser que no o carneiro comido a flor. . . @ 1ra eu penso: @ertamente que não' 1 principezin8o encerra a flor todas as noites na redoma de "idro e "igia bem o carneiro. . . @ Então! eu me sinto feliz. E todas as estrelas riem docemente. 1ra eu digo: @?ma "ez ou outra a gente se distrai e basta isto ' Esqueceu uma noite a redoma de "idro ou o carneiro saiu de mansin8o! sem que fosse notado. Então os guizos se transformam todos em lágrimas. Eis aí um mist$rio bem grande. 7ara "oc(s! que amam tamb$m o principezin8o! como para mim! todo o uni"erso muda de sentido! se num lugar! que não sabemos onde! um carneiro! que não con8ecemos! comeu ou não uma rosa ... 1l8em o c$u. 7erguntem: 5erá ou não terá o carneiro comido a florD E "erão como tudo fica diferente ... E nen8uma pessoa grande amais compreenderá que isso ten8a tanta import%ncia'
Esta $! para mim! a mais bela paisagem do mundo! e tamb$m a mais triste. 0 a mesma da página precedente. Aas desen8ei-a de no"o para mostrá-la bem. 9oi aqui que o principezin8o apareceu na terra! e desapareceu depois. 1l8em atentamente esta paisagem para que esteam certos de recon8ec(-la! se "iaarem um dia na Ufrica! atra"$s do deserto. E se acontecer passarem por ali! eu l8es suplico que não ten8am pressa e que esperem um pouco bem debaio da estrela ' Se então um menino "em ao encontro de "oc(s! se ele ri! se tem cabelos de ouro! se não responde quando interrogam! adi"in8arão quem $. Então! por fa"or! não me deiem tão tristeO escre"am-me depressa que ele "oltou...